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A LIAHONA A IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS JULHO DE 2001

A LIAHONA - La feuille d'olivier€¦ · Mestres Familiares e Professoras Visitantes: Não há mensagens designadas para o Ensino Familiar ou como Mensagem das Professoras Visitantes

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A LIAHONAA I G R E J A D E J E S U S C R I S TO D O S S A N TO S D O S Ú LT I M O S D I A S � J U L H O D E 20 01

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Rio Susquehanna, de Linda Curley ChristensenO deserto ao longo do Rio Susquehanna no interior do Estado da Pensilvânia e Nova York foi palco de alguns dos mais importantes

acontecimentos relacionados à Restauração. Entre eles, João Batista restaura o Sacerdócio Aarônico e Pedro, Tiago e João restauram o Sacerdócio de Melquisedeque, “declarando-se possuidores das chaves do reino e da dispensação da plenitude dos tempos”! (D&C 128:20)

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Relatório da 171ª Conferência Geral Anual de A Igreja de Jesus Cristo

dos Santos dos Últimos Dias

O Fundo Perpétuo para Educação foi anunciado, novas Autoridades Gerais foram chamadas durante os trâmites da conferência realizada nos dias 31 de março e 1º de abril de 2001

no Centro de Conferências em Salt Lake City, no Estado de Utah.

Do nível do balcão do Centro deonferências, os membros admiram

a paisagem de Salt Lake City.

Na abertura desta conferên-cia, quero simplesmenteapresentar um breve relató-

rio sobre a Igreja”, disse o PresidenteGordon B. Hinckley na manhã desábado, no dia 31 de março de 2001.“Ela está mais forte do que nunca.Não apenas está maior em termosnuméricos, mas creio haver maisfidelidade entre os santos, de modogeral.”

“Um dos grandes indicadores docrescimento e vitalidade da Igreja éa construção de templos”, disse ele.“Continuaremos a trabalhar paralevar os templos até as pessoas, tor-nando seu acesso mais convenientepara os santos dos últimos dias detodo o mundo, a fim de que rece-bam as bênçãos que só podem seralcançadas nessas casas sagradas.”Ele acrescentou: “( . . . ) visitamos eestamos estudando um número sig-nificativo de possíveis locais paratemplos ( . . . ).”

Durante a sessão do sacerdócio nanoite de sábado, o PresidenteHinckley anunciou o estabelecimentode um Fundo Perpétuo paraEducação, que ajudará os jovensmembros da Igreja, em áreas interna-cionais, — ex-missionários, na grandemaioria — a terem acesso à instruçãoe treinamento que, de outra forma,não teriam como pagar. “Onde existir

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a pobreza espalhada entre nossopovo, precisamos fazer tudo a nossoalcance para ajudá-los a erguerem-see estabelecerem uma vida alicerçadana auto-suficiência que resulta dotreinamento. O estudo é a chave daoportunidade ( . . . ). É uma iniciativaarrojada, mas cremos em sua necessi-dade e no sucesso que trará”. O pro-grama de empréstimos terá início nosegundo semestre deste ano.

As sessões da conferência geralforam dirigidas pelo PresidenteThomas S. Monson, PrimeiroConselheiro, e pelo Presidente JamesE. Faust, Segundo Conselheiro naPrimeira Presidência.

As medidas administrativas toma-das durante a sessão da tarde de

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sábado incluíram novos membrosnos cinco Quóruns dos Setenta.Dois membros do Segundo Quórumdos Setenta foram apoiados paraintegrarem o Primeiro Quórum, equatro outros irmãos foram tambémchamados a esse quórum. Seis novosmembros foram apoiados para inte-grar o Segundo. O Terceiro, Quartoe Quinto Quóruns aumentaram em22 o número de membros — novosSetentas-Autoridades de Área vin-dos do Canadá, da América Central,do Japão, do México, da África doSul, da América do Sul e dosEstados Unidos.

As sessões da conferência foramtraduzidas para os visitantes em 49línguas diferentes. As sessões foramtransmitidas via satélite para capelasnos Estados Unidos, Canadá,América Latina, Europa, Caribe eÁfrica do Sul. Mais de 1.500 estaçõesde rádio e televisão e sistemas detransmissão via satélite e cabo trans-mitiram todas as sessões da conferên-cia ou parte delas. Todas as sessõesencontravam-se no formato vídeo eáudio, em inglês, e somente áudio,em 34 outros idiomas, no site:(www.lds.org). As fitas de vídeoforam colocadas à disposição nasáreas da Igreja para as quais nãohouve transmissão. — Os Editores

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ÍNDICE PORASSUNTOAdversidade 72Amor 44, 92Arrependimento 9, 25, 48, 112Ativação 57, 109Auto-Suficiência 60Batismo 68Bênçãos 51Casais Missionários 15, 28, 85Compaixão 18Convênios 37, 75Crescimento da Igreja 4Dízimo 75Educação 41, 60Enfoque 99Ensino 32Esperança 72Espírito Santo 68, 104, 106, 109Espiritualidade 106Exaltação 6Exemplo 15, 32Expiação 25, 72Fé 72, 82Fundo Perpétuo para Educação 60Gratidão 4, 85Humildade 9Integração 44Jejum 12, 88Jesus Cristo 25, 34, 44, 72, 92Juventude 79Livro de Mórmon 34, 92Mídia 48Milagres 12, 82Natureza Divina 53, 112Obra Missionária 15, 28, 32, 77, 82,

85Oração 12, 88Orgulho 9Pecado 25, 48Perseverança 72Pornografia 48Preparação 37Prioridades 6, 99Profetas 79Programa de Bem-Estar 41Pureza 51, 75, 112Reino de Deus 97Relacionamento Familiar 6, 32, 53,

79, 97Responsabilidade 99Revelação 34Reverência 53, 94Sacerdócio 44, 51, 53, 57Sacrifício 15, 28, 77, 82Serviço 18, 57, 77, 85, 88

Templo e Trabalho no Templo 4, 18,37, 41, 82, 85, 94

Testemunho 34, 92, 102. 106, 109Trabalho 41União 92Valor Individual 104

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Mestres Familiares e ProfessorasVisitantes: Não há mensagens designadaspara o Ensino Familiar ou como Mensagemdas Professoras Visitantes nas edições deconferência geral de A Liahona. Depois deconsiderar, em espírito de oração, asnecessidades dos membros que visitam, osmestres familiares e as professoras visitantesdevem escolher um dos discursos daconferência geral como mensagem.

Capa: Frente: Fotografia de John Luke. Verso:Fotografia de Graig Dimond.

Fotografias da Conferência As fotografiasda conferência foram tiradas por Craig Dimond,Jed Clark, Welden C. Andersen, John Luke,Matt Reier, Derek Israelsen, Lana Leishman,Kelly Larsen, Tamra H. Ratieta e Joy Gough.

Discursos da Conferência na Internet:Para acessar os discursos da conferênciageral, em diversos idiomas, na Internet, visiteo web site oficial da Igreja: www.lds.org.

Lista de Oradores em Ordem Alfabética

Ballard, M. Russell 79Carmack, John K. 92Christenson, Darwin B. 32Eyring, Henry B. 44Faust, James E. 53, 68Groberg, John H. 51Haight, David B. 85Hales, Robert D. 28Hinckley, Gordon B. 4, 60, 82, 102,

112Holland, Jeffrey R. 15Jensen, Marlin K. 9Kendrick, L. Lionel 94Larsen, Sharon G. 104Maxwell, Neal A. 72McMullin, Keith B. 75Monson, Thomas S. 18, 22, 57Nadauld, Margaret D. 109Nelson, Russell M. 37Oaks, Dallin H. 99Packer, Boyd K. 25Perry, L. Tom 41Porter, Bruce D. 97Porter, L. Aldin 34Reynolds, Sydney S. 12Scott, Richard G. 6Sorensen, David E. 48Thomas, Carol B. 77, 106Wirthlin, Joseph B. 88

Juhlo de 2001, Vol. 25, Nº 7A LIAHONA, 21987 059Publicação oficial em português de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.A Primeira Presidência: Gordon B. Hinckley, Thomas S. Monson, James E. FaustQuórum dos Doze: Boyd K. Packer, L. Tom Perry, David B. Haight, Neal A. Maxwell, Russell M. Nelson,Dallin H. Oaks, M. Russell Ballard, Joseph B. Wirthlin,Richard G. Scott, Robert D. Hales, Jeffrey R. Holland,Henry B. EyringEditor: Dennis B. NeuenschwanderConsultores: L. Lionel Kendrick, Yoshihiko Kikuchi, John M. MadsenAdministradores do Departamento de Currículo: Diretor Gerente: Ronald L. KnightonDiretor de Planejamento e Editorial: Richard M. RomneyDiretor Gráfico: Allan R. LoyborgEquipe Editorial:Editor Gerente: Marvin K. GardnerEditor Gerente Assistente: R. Val JohnsonEditor Adjunto: Roger TerryEditor Assistente: Jenifer GreenwoodEditor Associado: Susan BarrettAssistente de Publicações: Collette Nebeker AuneEquipe de Diagramação:Gerente Gráfico da Revista: M. M. KawasakiDiretor de Arte: Scott Van KampenDiagramador Sênior: Sharri CookDiagramadores: Thomas S. Child, Randall J. PixtonGerente de Produção: Jane Ann PetersProdução: Reginald J. Christensen, Kari A. Couch, Denise Kirby, Kelli Pratt, Rolland F. Sparks, Claudia E. WarnerPré-Impressão Digital: Jeff MartinEquipe de Impressão e Distribuição:Printing Diretor: Kay W. BriggsGerente de Distribuição (Assinaturas): Kris T. ChristensenA Liahona:Diretor Responsável e Produção Gráfica:Dario MingoranceEditor: Luiz Alberto A. Silva (Reg. 17.605)Tradução e Notícias Locais: Dario MingoranceAssinaturas: Cezare Malaspina Jr.REGISTRO: Está assentado no cadastro da DIVISÃO DECENSURA DE DIVERSÕES PÚBLICAS, do D.P.F., sob nº1151-P209/73 de acordo com as normas em vigor.ASSINATURAS: Toda correspondência sobre assinaturasdeverá ser endereçada a: Departamento de Assinaturasde A Liahona Caixa Postal 26023, CEP 05599-970 –São Paulo, SP. Preço da assinatura anual para o Brasil: R$ 18,00. Preço do exemplar em nossa agência: R$ 1,80. Para Portugal – Centro de DistribuiçãoPortugal, Rua Ferreira de Castro, 10 – Miratejo, 2800 –Almada. Assinatura Anual: 1.300$00. Para o exterior:Exemplar avulso: US$ 3.00; Assinatura: US$ 30.00. As mudanças de endereço devem ser comunicadas indicando-se o endereço antigo e o novo.Envie manuscritos e perguntas para: Liahona, Floor 24, 50 East North Temple, Salt Lake City,UT 84150-3223, USA. Ou envie um e-mail para: [email protected] “Liahona” (um termo do Livro de Mórmon quesignifica “bússola” ou “orientador”) é publicada emalbanês, alemão, amárico, armênio, búlgaro, cebuano,chinês, coreano, dinamarquês, esloveno, espanhol,estoniano, fijiano, finlandês, francês, haitiano,hiligaynon, húngaro, holandês, ilokano, indonésio,inglês, islandês, italiano, japonês, letão, lituano,malgaxe, marshallês, miao, mongol, norueguês,polonês, português, quiribati, romeno, russo, samoano,sueco, tagalo, tailandês, taitiano, tcheco, tonganês,ucraniano e vietnamita. (A periodicidade varia de umalíngua para outra.)© 2001 por Intellectual Reserve, Inc. Todos os direitos reservados. Impressa nos Estados Unidos da América.For readers in the United States and Canada:July 2001 Vol. 25 No. 7. A LIAHONA (USPS 311-480) Portuguese (ISSN 1044-3347) is publishedmonthly by The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints,50 East North Temple, Salt Lake City, UT 84150. USAsubscription price is $10.00 per year; Canada, $15.50plus applicable taxes. Periodicals Postage Paid at Salt LakeCity, Utah and at additional mailing offices. Sixty days’ noticerequired for change of address. Include address label froma recent issue; old and new address must be included.Send USA and Canadian subscriptions and queries to Salt Lake Distribution Center at address below.Subscription help line: 1-800-537-5971. Credit card orders (Visa, MasterCard, American Express) may be takenby phone. (Canada Poste Information: PublicationAgreement #1604821)POSTMASTER: Send address changes to Salt LakeDistribution Center, Church Magazines, PO Box 26368,Salt Lake City, UT 84126-0368.

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SUMÁRIO1 RELATÓRIO DA 171ª CONFERÊNCIA GERAL

SEMESTRAL DE A IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS

S E S S Ã O D A M A N H Ã D E S Á B A D O4 O TRABALHO CONTINUA

PRESIDENTE GORDON B. HINCKLEY

6 PRIMEIRO O MAIS IMPORTANTE ÉLDER RICHARD G. SCOTT

9 “ANDES HUMILDEMENTE COM O TEU DEUS”ÉLDER MARLIN K. JENSEN

12 UM DEUS DE MILAGRES SYDNEY S. REYNOLDS

15 “SER-ME-EIS TESTEMUNHAS” ÉLDER JEFFREY R. HOLLAND

18 COMPAIXÃO PRESIDENTE THOMAS S. MONSON

S E S S Ã O D A T A R D E D E S Á B A D O22 APOIO AOS LÍDERES DA IGREJA

PRESIDENTE THOMAS S. MONSON

23 RELATÓRIO DO DEPARTAMENTO DE AUDITORIA DA IGREJA WESLEY L. JONES

24 RELATÓRIO ESTATÍSTICO DE 2000F. MICHAEL WATSON

25 “O TOQUE DA MÃO DO MESTRE” PRESIDENTE BOYD K. PACKER

28 CASAIS MISSIONÁRIOS: É HORA DE SERVIR ÉLDER ROBERT D. HALES

32 DAVI, UM FUTURO MISSIONÁRIO ÉLDER DARWIN B. CHRISTENSON

34 “PARA PRESTAR TESTEMUNHO DO MEU UNIGÊNITO” ÉLDER L. ALDIN PORTER

37 PREPARAÇÃO PESSOAL PARA AS BÊNÇÃOS DO TEMPLOÉLDER RUSSELL M. NELSON

41 EDIFICAR UMA COMUNIDADE DE SANTOS ÉLDER L. TOM PERRY

S E S S Ã O D O S A C E R D Ó C I O44 “VELAI COMIGO”

ÉLDER HENRY B. EYRING

48 UMA CASCAVEL NÃO PODE SER ANIMAL DE ESTIMAÇÃO ÉLDER DAVID E. SORENSEN

51 O PODER DO SACERDÓCIOÉLDER JOHN H. GROBERG

53 “AOS QUE ME HONRAM HONRAREI” PRESIDENTE JAMES E. FAUST

57 AO RESGATEPRESIDENTE THOMAS S. MONSON

60 FUNDO PERPÉTUO PARA EDUCAÇÃO PRESIDENTE GORDON B. HINCKLEY

S E S S Ã O D A M A N H Ã D E D O M I N G O68 NASCER DE NOVO

PRESIDENTE JAMES E. FAUST

72 “LAVRAR COM ESPERANÇA” ÉLDER NEAL A. MAXWELL

75 UM CONVITE COM PROMESSA BISPO KEITH B. MCMULLIN

77 SACRIFÍCIO — UM INVESTIMENTO ETERNO CAROL B. THOMAS

79 “SUAS PALAVRAS RECEBEREIS” ÉLDER M. RUSSELL BALLARD

82 O MILAGRE DA FÉPRESIDENTE GORDON B. HINCKLEY

S E S S Ã O D A T A R D E D E D O M I N G O85 GRATIDÃO E SERVIÇO

ÉLDER DAVID B. HAIGHT

88 A LEI DO JEJUMÉLDER JOSEPH B. WIRTHLIN

92 UNIDOS EM AMOR E TESTEMUNHO ÉLDER JOHN K. CARMACK

94 ENRIQUECER NOSSA EXPERIÊNCIA NO TEMPLOÉLDER L. LIONEL KENDRICK

97 EDIFICAR O REINOÉLDER BRUCE D. PORTER

99 ENFOQUE E PRIORIDADES ÉLDER DALLIN H. OAKS

102 ADEUS MAIS UMA VEZPRESIDENTE GORDON B. HINCKLEY

R E U N I Ã O G E R A L D A S M O Ç A S104 SEU GUIA CELESTIAL

SHARON G. LARSEN

106 DESENVOLVER NOSSO TALENTO PARA A ESPIRITUALIDADE CAROL B. THOMAS

109 UM CONSOLADOR, UM GUIA, UM TESTIFICADORMARGARET D. NADAULD

112 COMO POSSO TORNAR-ME A MULHER QUE SEMPREQUIS SER? PRESIDENTE GORDON B. HINCKLEY

64 AUTORIDADES GERAIS DE A IGREJA DE JESUS CRISTODOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS

116 ELES FALARAM PARA NÓS

117 PRESIDÊNCIA GERAL DAS AUXILIARES

117 GUIA DE RECURSOS

123 NOVAS AUTORIDADES GERAIS

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O Trabalho ContinuaPresidente Gordon B. Hinckley

“Sejamos pessoas boas. Sejamos amáveis. Sejamos bons vizinhos.Sejamos tudo o que os membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias devem ser.”

Sessão da Manhã de Sábado31 de março de 2001

Meus irmãos e irmãs, meucoração está pleno de gratidão nesta manhã

ao reunirmo-nos nesta grande confe-rência. Sinto-me grato pelo fato de oSenhor ter poupado minha vida paraque eu pudesse ver este dia. Lembro-me da jovem com quem converseihá uma semana e que me entregourecentemente uma cópia do anuáriode minha antiga escola secundária.Era do ano de minha formatura. Issofoi há 73 anos. Eu fui da turma de1928. Foi uma experiência curiosafolhear aquele anuário. A maioriadaqueles que eram tão jovens e cheios de energia naquela época já faleceu. Restaram alguns, mas eles estão enrugados e com os movimentos um pouco debilitados.Vez por outra, quando reclamo

para minha esposa de alguma

dorzinha, ela me diz: “É a idade,rapaz”.

Digo outra vez que sou profunda-mente grato por estar vivo. Sinto-meentusiasmado pela maravilhosaépoca em que vivemos. Agradeço aoSenhor pelos homens e mulheresextremamente dedicados e capazesque tanto estão fazendo para prolon-gar a vida humana e torná-la maisconfortável e agradável. Sinto-megrato pelos bons médicos que nosajudam em nossas enfermidades.Sinto-me grato pelos maravilhososamigos — e entre eles incluo os gran-des e fiéis santos que pude conhecerem todo o mundo. Agradeço portudo o que têm feito por mim, suascartas, flores, livros e as várias mani-festações de carinho e amor. Sougrato pelos generosos amigos cujabondade permitiu que eu visitasse ossantos de vários países do mundo epudesse conhecê-los e compartilharmeu testemunho e amor com eles.Sou grato por minha querida esposa,com quem tenho compartilhadoesses quase 64 anos de vida emcomum. Sinto-me grato por umaposteridade fiel. O Senhor aben-çoou-me de maneira maravilhosa.

Sou grato pelas AutoridadesGerais, por serem tão gentis e res-peitosos para comigo. Sou grato portodos vocês desta grande família demais de onze milhões de membros,que constituem a Igreja de JesusCristo dos Santos dos Últimos Dias.

Na abertura desta conferência,quero simplesmente apresentar um

breve relatório sobre a Igreja.

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Ela está mais forte do que nunca.Não apenas está maior em termosnuméricos, mas creio haver maisfidelidade entre os santos, de modogeral. Durante os últimos seis meses,tivemos a oportunidade de dedicartemplos em muitos lugares domundo. Ouvimos o testemunho daveracidade desta obra proferido emdiversas línguas. Vimos a imensa féque nosso povo possui, ao viajaremlongas distâncias para assistirem aessas dedicações. Testemunhamosum maravilhoso aumento na ativi-dade dos templos. Estamos tendoum progresso lento, porém cons-tante na maior parte dos nossoscampos de atividade.

Sou muito grato por vivermos emuma era de relativa paz. Não hánenhuma guerra de grandes propor-ções acontecendo no mundo. Háproblemas aqui e ali, mas nenhumgrande conflito mundial. Podemoslevar o evangelho a um número

muito grande de países do mundo e
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Grandes multidões compareceram a cada sessão da 171ª Conferência Geral Semestral.

abençoar a vida das pessoas emtodos os lugares onde ele é pregado.

Estamos adiantados em nossoempenho de aumentar as oportuni-dades educacionais para nossosjovens. Anunciamos que a FaculdadeRicks irá tornar-se uma instituiçãocom cursos de quatro anos, passandoa chamar-se BYU Idaho. Ficamosgratos por saber que a escola recebeua aprovação oficial dos órgãos gover-namentais responsáveis pelo ensino.É notável ver que isso tenha aconte-cido em tão pouco tempo.

Estamos construindo novos edifí-cios em escala nunca antes sonhada.Precisamos fazê-lo, para acompa-nhar o crescimento da Igreja.

O programa de bem-estar conti-nua crescendo. Sentimo-nos parti-cularmente gratos por podermosoferecer auxílio humanitário demodo bastante significativo paradiversas partes do mundo. Distri-buímos alimentos, medicamentos,roupas, cobertores e outros artigos

necessários para auxiliar pessoas quese tornaram subitamente vítimas deuma catástrofe.

Falei esta noite aos irmãos dosacerdócio a respeito de outro pro-grama que creio ser do interesse detodos.

Um dos grandes indicadores docrescimento e vitalidade da Igreja é a construção de templos. Já men-cionei isso antes, mas sinto-me profundamente grato por termosconseguido, desde quando nos reu-nimos na última conferência geral,atingir, de fato, exceder nossa metade termos 100 templos em funciona-mento no final do ano 2000.Acabamos de dedicar um templo noUruguai, que é o 103º templo daIgreja em funcionamento.

A grande obra de construção detemplos continua em todo o mundo.Vi há alguns dias a lista de todos ostemplos que estão funcionandoatualmente ou que foram anuncia-dos: são 121. Fiquei impressionado

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com o tamanho da lista e da incríveldiversidade de regiões em que estãolocalizados. Tudo isso é maravilhoso,mas ainda não estamos satisfeitos.Continuaremos a trabalhar paralevar os templos até as pessoas, tor-nando seu acesso mais convenientepara os santos dos últimos dias detodo o mundo, a fim de que rece-bam as bênçãos que só podem seralcançadas nessas casas sagradas.

Já mencionei anteriormente que asbênçãos do templo representam aplenitude do sacerdócio a que oSenhor Se referiu ao revelar Sua von-tade ao Profeta Joseph Smith. Tendoagora templos situados bem maisperto da casa de nossos membros,todas as ordenanças que devem rece-ber na Casa do Senhor, tanto para osvivos quanto pelos mortos, estão bemmais acessíveis a todos eles.

Em breve serão dedicados templosem Winter Quarters, Nebraska;Guadalajara, México; e Perth,Austrália. Há templos em construção

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“Primeiro o MaisImportante”Élder Richard G. ScottDo Quórum dos Doze Apóstolos

“Empenhe-se o máximo aqui na Terra para ter uma família ideal. Paraajudá-lo nisso, pondere e aplique os princípios contidos na proclamaçãoda família.”

em Assunção, Paraguai; Campinas,Brasil; na região das três cidadesvizinhas a Washington; em Cope-nhague, Dinamarca; Lubbock,Texas; Monterrey, México; Nauvoo,Illinois; Snowflake, Arizona; e Haia,Holanda. Outros seis templos foramanunciados e, em breve, será reali-zada a cerimônia de abertura deterra para cada um deles. Alémdisso, visitamos e estamos estudandoum número significativo de possíveislocais para templos nos EstadosUnidos, Américas Central e do Sul,Europa e nas ilhas do mar. Não men-cionarei os lugares, porque isso sócriaria ansiedade, uma vez que aindanão temos o lugar para construí-los.

A construção de cada templorepresenta o amadurecimento daIgreja. Continuaremos a construiressas casas sagradas do Senhor, tãorapidamente quanto nossas energiase recursos nos permitirem. Somosgratos pelos fiéis santos dos últimosdias que pagam seu dízimo e tornameste importante programa possível.

No entanto, há sempre aquelesque nos criticam, alguns dos quaissão extremamente maldosos e ranco-rosos. Sempre houve quem criticassea Igreja e suponho que semprehaverá. Mas continuaremos seguindoadiante, retribuindo o mal que rece-bemos com o bem, sendo atenciosos,bondosos e generosos. Quero relem-brar-lhes os ensinamentos de nossoSenhor a esse respeito. Todos vocêsos conhecem. Sejamos boas pessoas.Sejamos amáveis. Sejamos bons vizi-nhos. Sejamos tudo o que os mem-bros da Igreja de Jesus Cristo dosSantos dos Últimos Dias devem ser.

Meus queridos e amados irmãos eirmãs, quero expressar-lhes meuimenso apreço por suas orações e seuamor. Estendo a cada um todo omeu amor. Que os céus se abram eque as bênçãos sejam derramadas emabundância sobre vocês, enquantocaminham fielmente perante oSenhor.

Estamos felizes agora por dar con-tinuidade aos procedimentos destagrandiosa reunião.

Deus os abençoe, meus amadoscompanheiros. Oro, em nome deJesus Cristo. Amém. �

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m dos momentos mais jubilososde sua vida — quando estavacheio de expectativas, entu-

siasmo e gratidão — você não pode selembrar. Essa experiência ocorreu navida pré-mortal quando foi-lhe ditoque, finalmente, chegara sua hora dedeixar o mundo espiritual para viverna Terra com um corpo mortal. Sabiaque poderia aprender, por meio deexperiências pessoais, as lições que lhetrariam felicidade na Terra. As liçõesque um dia o conduziriam à exaltaçãoe à vida eterna como um ser glorifi-cado e celestial na presença do PaiCelestial e Seu Filho Amado. Sabiaque haveria desafios, pois viveria numambiente com influências tanto justascomo iníquas. Mas certamente estavadeterminado, por mais alto que fosseo preço e por maior que fosse oesforço, o sofrimento e os testes, a

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regressar vitorioso. O Senhor reser-vou-o para nascer quando a plenitudedo evangelho estivesse na Terra. Vocêchegou quando a Sua Igreja e a auto-ridade do sacerdócio para realizar asordenanças sagradas do templo jáhaviam sido restauradas. Sonhou emnascer num lar onde pais iriam amá-lo, nutri-lo, fortalecê-lo e ensinar-lheverdades. Sabia que no devido tempoteria a oportunidade de formar suaprópria família eterna como maridoou esposa, pai ou mãe. Ah, comovocê deve ter exultado diante dessaperspectiva.

As palavras a seguir exprimem opropósito primordial de sua passa-gem pela Terra:

“Faremos uma terra onde estespossam habitar;

E assim os provaremos para ver sefarão todas as coisas que o Senhorseu Deus lhes ordenar;

E os que guardarem seu primeiroestado receberão um acréscimo; e osque não guardarem seu primeiroestado não terão glória no mesmoreino que aqueles que guardaremseu primeiro estado; e os que guar-darem seu segundo estado terão umacréscimo de glória sobre sua cabeçapara todo o sempre.” (Abr. 3:24–26)

Depois que Adão foi colocado naTerra, Deus disse: “Façamos umaadjutora adequada para o homem,porque não é bom que o homemesteja só”. (Abr. 5:14) Adão e Evaformaram a primeira família. Deusdeclarou: “Portanto o homem deixaráseu pai e sua mãe e apegar-se-á a sua

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mulher”. (Moisés 3:24) Eles tiveramfilhos que também constituíram famí-lia. “E Adão e Eva, sua mulher, nãocessaram de clamar a Deus.” (Moisés5:16) O modelo da família, essencialpara o plano de felicidade do Pai, foiestabelecido e nossa necessidade de“clamar a Deus” incessantemente foiressaltada. Você está justamentevivendo este plano. Por meio doevangelho restaurado, aprendemosque existe uma família ideal. É a famí-lia composta por um portador dignodo Sacerdócio de Melquisedeque euma esposa digna selada a ele e filhosnascidos sob convênio ou selados aeles. Com a mãe em casa numaatmosfera de amor e serviço, os paisensinam os filhos, por exemplo e pre-ceito, os caminhos do Senhor e Suasverdades. Eles cumprem seu papeldivinamente designado conformeaprendemos na proclamação da famí-lia. Os filhos amadurecem ao aplica-rem os ensinamentos recebidos desdeo nascimento. Desenvolvem traçosde obediência, integridade, amor aDeus e fé em Seu santo plano. Nodevido tempo, cada um desses filhosprocura um cônjuge com ideais e

O Presidente Gordon B. Hinckley (aMonson (à esquerda), Primeiro ConsPresidente James E. Faust, Segundoaguardam o início da sessão da con

aspirações semelhantes. São seladosno templo, têm filhos e o planoeterno continua e uma geração forta-lece a outra.

No decorrer de sua vida na Terra,seja diligente ao cumprir os propósi-tos fundamentais desta vida por meioda família ideal. Mesmo que aindanão tenha atingido esse ideal, façatudo o que estiver a seu alcance, pormeio da obediência e fé no Senhor,para constantemente aproximar-se omáximo dele. Não deixe nada dis-suadi-lo. Se isso exigir mudanças fun-damentais em sua vida pessoal,faça-as. Quando tiver idade e matu-ridade suficientes, receba todas asordenanças do templo que puder. Seneste momento elas não incluem oselamento no templo com um com-panheiro digno, seja digno de serselado. Ore por isso. Exerça fé paraconsegui-lo. Jamais faça nada quevenha a torná-lo indigno. Caso avisão do casamento eterno tenha seapagado, reacenda-a. Se seu sonhoexigir paciência, tenha paciência. Eue meus irmãos oramos e trabalhamospor mais de 30 anos para que nossopai, não-membro, e nossa mãe fossem

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o centro), o Presidente Thomas S.elheiro na Primeira Presidência e o Conselheiro na Primeira Presidência,ferência.

selados no templo. Não fique ansiosodemais. Faça o melhor que puder.Não podemos dizer se essa bênçãoserá alcançada neste lado do véu ouno outro, mas o Senhor cumpriráSuas promessas. Em Sua infinitasabedoria, Ele tornará possível tudo oque você for digno de receber. Nãodesanime. Estabelecer um padrão devida o mais próximo possível do idealtrará muita felicidade, grande satisfa-ção e enorme crescimento aqui naTerra, a despeito de suas atuais cir-cunstâncias na vida.

Satanás e suas hostes farão tudoo que puderem para impedi-lo dereceber as ordenanças necessárias àfamília ideal. Ele tentará distraí-lo edesviar sua mente e coração da cria-ção de uma família forte por meioda instrução dos filhos conforme oSenhor espera.

Existem tantas coisas fascinantese envolventes que deseja fazer outantos desafios que o oprimem aponto de impedi-lo de dar atençãoao que é essencial? Quando as coi-sas do mundo se avolumam, comdemasiada freqüência as coisas erra-das assumem a maior prioridade.Então, torna-se fácil esquecer o pro-pósito fundamental da vida. Satanásconta com uma ferramenta eficazpara usar contra as pessoas boas. É adistração. Ele faz com que as pessoaspreencham a vida de “coisas boas”de modo a não deixar espaço para oque é essencial. Você já caiu incons-cientemente nessa armadilha?

“Portanto os homens são livressegundo a carne; e todas as coisasde que necessitam lhes são dadas. Esão livres para escolher a liberdade ea vida eterna por meio do grandeMediador de todos os homens, oupara escolherem o cativeiro e amorte; ( . . . ) pois [o diabo] procuratornar todos os homens tão miserá-veis como ele próprio.” (2 Ne. 2:27)

Por que recebeu o arbítrio moral?Apenas para levar uma vida agradá-vel e tomar a decisão de fazer o quequiser? Ou existe uma razão maisfundamental — ser capaz de fazerescolhas, que irão levá-lo a implan-tar plenamente seu propósito de estar aqui na Terra e de estabele-cer prioridades em sua vida, que

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garantirão o desenvolvimento e a feli-cidade que o Senhor quer que receba.

Conheci, recentemente, um rapazinteligente e com grande potencial.Ele estava indeciso quanto à missão eresolveu não freqüentar a universi-dade agora. Em seu tempo livre, sófaz o que gosta de fazer. Não trabalhaporque não precisa e porque isso lheroubaria horas de lazer. Passou pelasaulas do seminário sem se preocuparmuito em aplicar na vida pessoal oconhecimento adquirido. Aconselhei:“Você está fazendo escolhas hoje queparecem dar-lhe tudo o que quer:uma vida fácil com entretenimentoabundante e pouco sacrifício. Podefazer isso por algum tempo, mas cadadecisão que tomar limitará seu futuro.Você está eliminando possibilidades eopções. Muito em breve chegará odia em que passará o resto da vidafazendo coisas que não quer e emlugares em que não deseja estar, poisnão se preparou. Você não está apro-veitando suas oportunidades.”

Disse-lhe que tudo o que maisprezo hoje começou a amadurecerno campo missionário. O serviçomissionário não é algo que fazemospara nós mesmos, mas, alcançamosum enorme crescimento e prepara-ção para o futuro na missão. Já osmissionários concentram-se emoutras pessoas e não em si mesmos.Aproximam-se do Senhor e apren-dem Seus ensinamentos. Encontramindivíduos que estão interessados na

mensagem, mas que ainda não estãocertos de seu valor. Os missionáriostentam de todas as maneiras —orando, jejuando e testificando —ajudar as pessoas a abraçar a ver-dade. A missão ensina-nos a sermosguiados pelo Espírito, a compreen-der nosso propósito de estar naTerra e como cumpri-lo. Dei-lheuma bênção. Depois que se foi, oreifervorosamente para que o Senhor oajudasse a escolher as prioridadescorretas. Do contrário, ele fracassa-ria no propósito da vida.

Num enorme contraste, vejamoso exemplo de outro rapaz. Ao longodos anos, observei como os pais oensinaram desde a infância a cum-prir fielmente os mandamentos deDeus. Por exemplo e preceito, cria-ram-no, junto com os demais filhos,na verdade. Incentivaram o desen-volvimento da disciplina e do sacri-fício para que alcançassem metasdignas. Esse rapaz decidiu nadarpara instilar em seu caráter tais qua-lidades. Os treinamentos bem cedopela manhã exigiam disciplina esacrifício. Com o passar do tempo,tornou-se um excelente nadador.

Então, vieram os desafios — porexemplo, um campeonato de nataçãono domingo. Deveria participar?Deveria racionalizar e abrir umaexceção à sua regra de não nadar aosdomingos a fim de ajudar sua equipea vencer o torneio? Não, ele nãocedeu, mesmo diante da mais intensa

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pressão dos companheiros. Foi insul-tado e até agredido fisicamente. Masnão cedeu. A rejeição dos amigos, asolidão e a pressão causarammomentos de tristeza e lágrimas. Masele não cedeu. Estava aprendendo naprática a realidade do conselho dePaulo a Timóteo: “E todos os quepiamente querem viver em CristoJesus padecerão perseguições”. (IITim. 3:12) No decorrer dos anos,esse padrão de viver digno — conso-lidado por centenas de decisões cor-retas, algumas em meio a enormesdesafios — forjou um caráter deforça e capacidade. Agora, comomissionário, ele é estimado por seuscompanheiros devido a sua capaci-dade de trabalhar, seu conhecimentoda verdade, sua dedicação inabalávele sua determinação de compartilharo evangelho. Alguém que antes forarejeitado, agora tornou-se um líderrespeitado pelos seus companheiros.Haveria uma mensagem para vocênesses exemplos?

Embora sintamos um prazer salu-tar ao fazermos o que é bom, esse nãoé o principal propósito de estarmos naTerra. Procure conhecer e fazer avontade do Senhor, não apenas o quefor conveniente ou tornar a vidaagradável. Você tem o Seu plano defelicidade. Sabe o que fazer ou podedescobrir por meio do estudo e daoração. Faça-o de bom grado. OSenhor declarou: “Pois eis que não éconveniente que em todas as coisaseu mande; pois o que é compelido emtodas as coisas é servo indolente enão sábio; portanto não receberecompensa. ( . . . ) Os homensdevem ocupar-se zelosamente numaboa causa e fazer muitas coisas de sualivre e espontânea vontade e realizarmuita retidão. Pois neles está o podere nisso são seus próprios árbitros. E seos homens fizerem o bem, de modoalgum perderão sua recompensa. Maso que nada faz até que seja mandadoe recebe um mandamento com ocoração duvidoso e guarda-o comindolência é condenado” (D&C58:26–29) — significando que o pro-gresso e o desenvolvimento pararam.

Um princípio que todos com-preendemos é o de que só colhemoso que plantamos. Isso se aplica

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“Andes Humildementecom o Teu Deus”Élder Marlin K. JensenDa Presidência dos Setenta

“A verdadeira humildade irá levar-nos, inevitavelmente, a dizer a Deus‘seja feita a Tua vontade’.”

também às coisas espirituais. Colhe-mos o que semeamos em termos deobediência, fé em Jesus Cristo e daaplicação diligente das verdadesaprendidas em nossa própria vida. Oque colhemos é o desenvolvimentodo caráter, o aumento da capacidadee o cumprimento bem-sucedido denosso propósito aqui na Terra — ser-mos provados.

Repetidas vezes nos funerais ouvi-mos que a pessoa falecida herdarátodas as bênçãos da glória celestial,mesmo que não se tenha qualificadode forma alguma, deixando de rece-ber as ordenanças necessárias e deguardar os convênios exigidos. Issonão acontecerá. Tais bênçãos sópodem ser recebidas se os requisitosdo Senhor forem preenchidos. Suamisericórdia não supera as exigên-cias de Sua lei. Elas precisam sercumpridas. Em alguns locais que sãosagrados e santos, parece ser maisfácil discernir a orientação doEspírito Santo. O templo é tal lugar.

Encontre um local tranqüilo esilencioso onde periodicamente vocêpossa ponderar e permita que oSenhor estabeleça a direção de suavida. Cada um de nós precisa, de tem-pos em tempos, avaliar nossa situaçãoe verificar se estamos no rumo certo.Muito em breve poderá beneficiar-seao fazer a seguinte auto-avaliação:

Quais são minhas maiores priorida-des a serem alcançadas aqui na Terra?

Como uso meu tempo livre? Aplicoconsistentemente parte dele a minhasprioridades mais elevadas?

Existe algo que sei que eu não deve-ria estar fazendo? Se esse for o caso,vou arrepender-me e parar agora.

Em um momento tranqüilo anotesuas respostas. Analise-as e faça osajustes necessários.

Coloque o que for mais impor-tante em primeiro lugar. Empenhe-seao máximo aqui na Terra para teruma família ideal, para ajudá-lo nisso,pondere e aplique os princípios con-tidos na proclamação da família.Testifico que o Senhor vive. Ele oama. Se você viver em retidão e bus-car honestamente Seu auxílio, Ele oguiará e fortalecerá para que conheçaa Sua vontade e consiga fazê-la. Emnome de Jesus Cristo. Amém. �

Uma das mensagens memorá-veis da última conferênciageral de outubro foi que,

além de preocuparmo-nos com oque fazemos, nós, santos dos últimosdias, devemos também prestar aten-ção ao que somos e estamos pro-curando tornar-nos.1 Pensando nesseprincípio, ouvi atentamente o dis-curso que o Presidente Gordon B.Hinckley fez para os jovens da Igrejaem novembro passado. Senti-metocado pelas seis preciosas jóias desabedoria que descrevem o que ajuventude deve ser. Uma dessas jóias— “Sejam Humildes” — despertou-me um interesse especial.

Quando comentei com minhaesposa há várias semanas que, porcausa do discurso do PresidenteHinckley pensei em falar sobre otema “humildade” hoje, ela parou e,

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com um olhar maroto, replicou:“Então você só tem alguns dias paraconseguir um pouco”. Após talincentivo, refleti no que se estáenvolvido à obediência ao convitedo Presidente Hinckley de “[sermos]para sermos humildes”.

Para começar, não é de se sur-preender que, para alguns, a humil-dade tenha baixíssima cotação naescala de traços de caráter desejá-veis. Muitos livros já foram publica-dos nos últimos anos a respeito deintegridade, bom senso, educação eum número incontável de virtudes,mas parece que pouco se escreveu arespeito da humildade. Obviamente,numa época em que as pessoas seestão tornando mais grosseiras, emque aprendemos a arte de negociarpela intimidação e em que a agressi-vidade tornou-se uma qualidade bas-tante valorizada no mundo dosnegócios, aqueles que procuram serhumildes são a minoria ignorada,porém de vital importância.

A tentativa de adquirir humil-dade conscientemente também éproblemática. Lembro-me de umavez ter ouvido um de meus colegasdo Quórum dos Setenta dizer que“se acha que é humilde, então não oé”. Ele sugeriu que tentássemosdesenvolver humildade sem ter cer-teza de quando a adquirimos, e tal-vez assim venhamos a tê-la. Mas sepensarmos que somos humildes, éporque não somos.2

Essa é uma das lições que C. S.Lewis ensina em seu famoso livroScrewtape Letters. Na carta XIV, um

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homem está sendo recrutado pelodiabo e seu aprendiz a fim de passarpara o lado deles, mas está tornando-se humilde, e o diabo comenta queisso “é muito ruim”. Com muita pers-picácia, Lewis faz o diabo dizer ao seucolega: “Seu paciente está tornando-se humilde; já chamou a atençãodele para esse fato?”3

Felizmente, o Salvador mostrou-nos como desenvolver a humildade.Quando os discípulos se aproxima-ram Dele e perguntaram “Quem é omaior no reino dos céus?”, Ele res-pondeu colocando um menino nomeio deles e disse: “Aquele que setornar humilde como este menino,esse é o maior no reino dos céus”.4

Nessa passagem, o Senhor ensinaque ser humilde é ser como ummenino. Como uma pessoa se tornasemelhante a um menino e quaissão as virtudes típicas das criançasque devemos desenvolver? O reiBenjamim, num grandioso discursono Livro de Mórmon, deu-nos aseguinte orientação:

“Porque o homem natural é ini-migo de Deus e tem-no sido desde aqueda de Adão e sê-lo-á para sem-pre; a não ser que ceda ao influxodo Santo Espírito e despoje-se dohomem natural e torne-se santopela expiação de Cristo, o Senhor; etorne-se como uma criança, sub-misso, manso, humilde, paciente,cheio de amor, disposto a submeter-se

O auditório do Centro de Conferênci

a tudo quanto o Senhor achar quelhe deva infligir, assim como umacriança se submete a seu pai.”5

O rei Benjamim parece ensinarque tornar-se como uma criança éum processo paulatino de desenvol-vimento espiritual, no qual somosassistidos pelo Espírito Santo e pornossa confiança na Expiação deCristo. Por meio desse processo,acabaremos por adquirir os atributosnaturais de uma criança, como man-sidão, humildade, paciência, amor esubmissão espiritual. A verdadeirahumildade irá levar-nos, inevitavel-mente, a dizer a Deus “seja feita aTua vontade”. E como aquilo quesomos sem dúvida alguma influenciao que fazemos, nossa submissãoestará patente em nossa reverência,gratidão, boa vontade em aceitarchamados, conselhos e correção.

Uma história preservada entre osdescendentes de Brigham Youngilustra a natureza submissa dahumildade. Conta-se que numa reunião pública, o Profeta Joseph,possivelmente como um teste,repreendeu severamente BrighamYoung por ter feito alguma coisa oupor não ter feito algo que deveria terfeito, e não fez — esse detalhe nãoficou claro. Quando Joseph termi-nou de repreendê-lo, todos na salaaguardaram a reação de BrighamYoung. Esse homem extraordinário,mais tarde conhecido como o Leão

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a ficou lotado durante a sessão.

do Senhor, numa voz que todos jul-garam sincera, disse de maneira sim-ples e humilde: “Joseph, o que vocêquer que eu faça?”6

Só o poder de sua resposta já trazum sentimento de humildade. Faz-nos lembrar que o maior gesto decoragem e amor da história dahumanidade — o sacrifício expiató-rio de Cristo — foi também o maiorde todos os gestos de humildade esubmissão. Algumas pessoas podemconjecturar se os que procuram serhumildes devem acatar indefinida-mente a posição e as opiniões irre-dutíveis dos outros. De certo, a vidado Salvador evidencia que a verda-deira humildade não significa sub-serviência, fraqueza ou servidão.

Outra boa maneira de compreen-dermos a humildade é considerar-mos sua antítese: o orgulho. Assimcomo a humildade conduz a outrasvirtudes como o recato, a disposiçãopara aprender e a despretensão, oorgulho conduz a muitos outrosvícios. De acordo com a teologiasanto dos últimos dias, foi por inter-médio do orgulho que Satanás setornou o adversário de toda a ver-dade. O desenvolvimento dessaarrogância, chamada hubris pelosgregos, foi o que os sábios da Gréciaantiga retrataram como o caminhocerto para a destruição.

Há doze anos, o Presidente EzraTaft Benson proferiu um veemente

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discurso numa conferência, decla-rando que o orgulho “é o pecado uni-versal, o grande vício”.7 Ele ensinouque o orgulho é essencialmente com-petitivo e fez referência à seguintecitação de C. S. Lewis: “O orgulhosonão se compraz em ter alguma coisa,somente em ter mais que o próximo.Dizemos que as pessoas são orgulho-sas porque são ricas, inteligentes oubonitas, mas isso não está certo. Sãoorgulhosas por se acharem mais ricas,mais inteligentes ou mais bonitas doque as outras. Se todos os demais fos-sem ricos, inteligentes e bonitos, nãohaveria motivo para terem orgulho. Éa comparação que torna alguémorgulhoso: o prazer de sentir-se acimados outros. Tirando-lhe o elementocompetitivo, desaparece o orgulho”.8

Que comentário interessante a res-peito do mundo atual, altamentecompetitivo e, por conseguinte, orgu-lhoso. Que lembrete importante tam-bém para nós, que fomos abençoadoscom a plenitude do evangelho, paraque evitemos tanto a condição comoa aparência de superioridade ou arro-gância em todos os nossos relaciona-mentos com as pessoas.

Às vezes penso em como seria avida se todos nós fôssemos maishumildes.

Imaginem um mundo onde apalavra “nós” substituísse a palavra“eu” como pronome dominante.

Pensem no impacto que isso cau-saria na busca do conhecimento, sea norma fosse ser instruído sem serarrogante.

Reflitam no clima que poderiaexistir no casamento, na família ouem qualquer organização, se porgenuína humildade os erros fossemabertamente admitidos e perdoados,se não tivéssemos medo de elogiaros outros por receio de ficarmos emdesvantagem, e se todos fossemcapazes de ouvir da mesma formaque se expressam verbalmente.

Pensem nas vantagens da vidanuma sociedade em que a preocupa-ção com o status da pessoa fosse algo secundário, onde os cidadãos estivessem mais preocupados comsuas responsabilidades do que com seus direitos e aqueles com

autoridade por vezes admitissem

espontânea e humildemente: “Achoque cometi um erro!” Será quetemos tanta necessidade assim deter sempre “razão”? Certamente essaintolerância pelos outros e por suasopiniões é exatamente igual aoorgulho que os gregos observaram esobre o qual advertiram como sendoo pecado suicida. Podemos cogitarcomo seria escrita de maneira dife-rente a história do mundo, mesmoos fatos mais recentes, se seus perso-nagens principais tivessem cedido àsuave inspiração da humildade.

Ainda mais importante que tudoisso, reflitam sobre o papel da humil-dade no processo do arrependi-mento. Não é a humildade, aliada auma grande fé em Cristo, que leva otransgressor a dirigir-se a Deus emoração, que faz uma pessoa pedir per-dão àquele que ofendeu e, onde forpreciso, a procurar o líder do sacer-dócio para confessar seu pecado?

Sou grato pelos exemplos dehumildade que tive em minha vida.

Certa vez, numa tarde quente eúmida de julho, meu pai ficou extre-mamente aborrecido ao ver algunserros lamentáveis que eu cometeraao cuidar de nossa fazenda e puniu-me severamente por isso, mas demaneira que julguei exagerada. Maistarde, veio pedir-me desculpas edisse-me o quanto confiava emminha capacidade. Aquela atitudehumilde continua gravada emminha memória há mais de 40 anos.

Tenho visto exemplos contínuos

de humildade em minha maravilhosa

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esposa. Assim como Néfi pediuorientação a Leí, mesmo depoisdeste ter falhado momentanea-mente, ela está a meu lado há 34anos, apoiando-me e mostrando-meconstantemente seu amor, “apesarde minha fraqueza”.9

Muitas vezes, sinto-me profunda-mente tocado pelos exemplos dehumildade nas escrituras. Pensem noque João Batista declara ao Salvador:“É necessário que ele cresça e que eudiminua”.10 Pensem em Morôni,pedindo a nós que não o censuremospor causa de suas imperfeições, masque agradeçamos a Deus por Ele termanifestado a nós suas imperfeiçõespara que pudéssemos aprender a sermais sábios do que Morôni.”11 Nãopodemos esquecer a exclamação deMoisés que, depois de aprender a res-peito da grandeza de Deus e de Suascriações, disse a si mesmo: “Por estarazão, sei que o homem nada é, coisaque nunca havia imaginado”.12 Nãoseria essa consciência que Moisésteve de nossa completa dependênciade Deus o princípio da verdadeirahumildade?

Concordo com a memoráveldeclaração do autor inglês JohnRuskin de que “o primeiro teste dohomem verdadeiramente nobre é ahumildade”. Ele continuou, dizendo:“Não quero dizer que a pessoahumilde duvide de sua própria capa-cidade. Mas os grandes homens têmessa curiosa sensação de que a gran-deza não está neles, mas flui por seu

intermédio. Eles vêem algo divino
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Um Deus de MilagresIrmã Sydney S. ReynoldsPrimeira Conselheira na Presidência Geral da Primária

“Creio que todos nós podemos prestar testemunho desses pequenosmilagres.”

em cada pessoa e são incrivelmentemisericordiosos, o que pode parecerfútil a outras pessoas”.13

O profeta Miquéias, do VelhoTestamento, assim como nosso pro-feta vivo, o Presidente Gordon B.Hinckley, preocupava-se em incenti-var o desenvolvimento da humil-dade. Ele disse ao povo:

“Ele te declarou, ó homem, o queé bom; e que é o que o Senhor pedede ti, senão que pratiques a justiça eames a benignidade, e andes humil-demente com o teu Deus?”14

Que Deus nos abençoe para queandemos humildemente com Ele ecom todos os homens. Testifico que oPresidente Gordon B. Hinckley é umprofeta verdadeiro e que seu conselhode sermos humildes vem de Deus.Testifico que Jesus Cristo, o manso esubmisso Filho de Deus, personifica ahumildade. Sei que será com humil-dade que nos colocaremos de joelhosaos pés do Salvador para sermos julgados por Ele.15 Que vivamos de maneira a prepararmo-nos paraesse humilde momento, é minha oração. Em nome de Jesus Cristo.Amém. �

NOTAS1. Ver Neal A. Maxwell, “As Tentações

e Seduções do Mundo”, A Liahona, janeirode 2001, p. 43–46. Élder Dallin H. Oaks,“O Desafio de Tornar-se”, A Liahona,janeiro de 2001, pp. 40–42.

2. Albert Choules Jr., minutas nãopublicadas da reunião do Quórum dosSetenta em 15 de abril de 1993.

3. The Screwtape Letters (1982), 62–63.4. Mat. 18:1,4.5. Mosias 3:19.6. Ver Truman G. Madsen, “Hugh B.

Brown —Youthful Veteran,” New Era,abril de 1976, p. 16.

7. “Acautelai-vos do Orgulho”, A Liahona, julho de 1989, p. 4.

8. Mere Christianity (1960), 95.9. 2 Ne. 33:11.10. João 3:30.11. Ver Morm. 9:31.12. Mos. 1:10.13. The Works of John Ruskin, ed. E. T.

Cook e Alexander Weddenburn, 39 vols.(1903–1912), 5:331.

14. Miquéias 6:8.

T

15. Mosias 27:31; D&C 88:104.

al como Morôni do Livro deMórmon, creio em um Deusde milagres. Morôni escreveu

para as pessoas de nossa dispensa-ção: “Mas eis que eu vos mostrareium Deus de milagres, ( . . . ) e é omesmo Deus que criou os céus e aTerra e todas as coisas que neles há”.(Mórm. 9:11) Morôni proclamouque Jesus Cristo fez muitos milagresextraordinários, que muitos milagresextraordinários foram realizadospelas mãos dos Apóstolos e queDeus, que é o mesmo ontem, hoje epara sempre, tem de ser um Deus demilagres hoje. (Ver Mórm. 9:18; 9:9)

Pensem nos milagres do VelhoTestamento. Lembrem-se de Moisése de como ele dividiu o MarVermelho. Para todas as futurasgerações dos israelitas, os grandesmilagres que proporcionaram alibertação do cativeiro no Egito sãoprovas inegáveis da existência de

Deus e de Seu amor por eles.

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Muitos profetas do Livro deMórmon, inclusive Néfi, fizeramalusão à história de Moisés paraincentivar a fé e a crença em umDeus que podia salvar Seu povo emmeio a suas aflições. (Ver 1 Né.4:1–3) Outros profetas lembraramao povo que eles próprios tinhamtestemunhado milagres capazes deconvencê-los do poder de Deus.

No Novo Testamento, o ApóstoloJoão explicou por que havia regis-trado muitos dos milagres doSalvador: “( . . . ) para que creiais queJesus é o Cristo”. (João 20:31)

Nesta dispensação presenciamos ogrande milagre da Restauração doevangelho de Jesus Cristo na Terra.Ela teve início quando um meninoentrou num bosque, próximo dePalmyra, Nova York, e abriu seu cora-ção e falou de suas dúvidas a umDeus que ele acreditava poder res-ponder-lhe, ou seja, um Deus de mila-gres. E os milagres continuaram aacontecer nesta dispensação — mila-gres extraordinários — inclusive osurgimento do Livro de Mórmon, queé outro testamento de Jesus Cristo.

Tão importantes quanto esses“milagres extraordinários” são ospequenos “milagres particulares”que ensinam cada um de nós a ter féno Senhor. Tais milagres acontecemquando reconhecemos os sussurrosdo Espírito e damos ouvidos a elesem nossa vida diária.

Tive um professor que incenti-vava os alunos a manterem um diá-rio dos sussurros e da inspiração doEspírito em sua vida. Orientava-nosa anotarmos o que sentíamos e quaistinham sido os resultados. Algumas

pequenas coisas tornaram-se bem
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evidentes. Certo dia, eu estava ten-tando freneticamente concluir algu-mas tarefas e preparar-me para umaviagem. Tinha acabado de descer atéa lavanderia do dormitório para tirara roupa da máquina de lavar ecolocá-la na secadora. Infelizmente,todas as secadoras estavam ocupadas,faltando muitos minutos para termi-nar. Subi as escadas, desanimada,sabendo que quando as secadorastivessem terminado, já estaria na horade eu sair. Mal tinha chegado a meuquarto quando me senti impelida adescer as escadas e verificar a lavan-deria novamente. Tolice, pensei. Euacabara de sair de lá. Mas comoestava procurando ouvir, apesar deestar com pressa, voltei. Duas dassecadoras estavam vazias, e pude ter-minar todas as tarefas. Estaria oSenhor preocupado em facilitar ascoisas para mim em algo tão pequeno,mas que para mim era muito impor-tante? Aprendi, então, por meio demuitas experiências semelhantes queo Senhor nos ajuda em todos aspec-tos de nossa vida, se estivermos pro-curando servi-Lo e fazer Sua vontade.

Creio que todos nós podemosprestar testemunho desses pequenos

O Presidente Gordon B. Hinckley, o Pe o Presidente James E. Faust, SegunQuórum dos Doze Apóstolos: (a partPerry, David B. Haight, Neal A. Maxw

milagres. Conheço crianças queoram pedindo ajuda para encontraruma coisa perdida, e encontram-na.Conheço jovens que se armam decoragem para serem testemunhas deDeus e sentem Sua mão e Seu auxí-lio. Conheço amigos que pagam odízimo, usando todo o dinheiro quetêm, e depois conseguem pagar suasmensalidades ou aluguel, ou com-prar comida para toda a família.Podemos contar experiências deorações que foram atendidas e debênçãos do sacerdócio que propor-cionaram coragem, consolo e saúde.Esses milagres diários fazem-nosconhecer a mão do Senhor emnossa vida.

Pensei muito nesse assunto porcausa de uma experiência que nossafamília vem passando nos últimosmeses. Nossa filha e o marido,embora desejassem do fundo docoração ter filhos, não conseguiramrealizar esse sonho por anos.Oraram e procuraram bênçãos dosacerdócio e auxílio médico, atéque, por fim, ficaram sabendo queestavam esperando gêmeos.

No entanto, as coisas não trans-correram tranqüilamente, e três

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residente Thomas S. Monson, Primeirodo Conselheiro na Primeira Presidênciair da esquerda) O Presidente Interino Bell, Russell M. Nelson, Dallin H. Oaks,

meses e meio antes da época certade os bebês nascerem, a futura mãeviu-se na sala de trabalho de partodo hospital. Os médicos, a princípio,tinham esperança de pararem o tra-balho de parto por mais algumassemanas. Em pouco tempo, porém,a dúvida passou a ser se teriamsequer as 48 horas necessárias paraque o medicamento que preparariaos pulmões imaturos dos bebês parafuncionar fizesse efeito.

Uma enfermeira veio da unidadede terapia intensiva de recém-nasci-dos, para mostrar ao casal todas asmáquinas a que os bebês ficariamligados, caso nascessem com vida.Explicou os riscos de lesão nosolhos, de colapso dos pulmões, dedeficiência física e de lesão cerebral.O casal ouviu tudo com humildade,mas esperançoso. Então, apesar detodas as providências tomadas pelosmédicos, ficou evidente que osbebês já estavam nascendo.

Eles nasceram com vida. Umamenina nasceu primeiro e depoisum menino, pesando juntos menosde dois quilos. Foram levados às pres-sas para a unidade de terapia inten-siva e colocados em respiradores,

Conselheiro na Primeira Presidência,, cumprimentam os membros do

oyd K. Packer e os Élderes L. TomM. Russell Ballard e Joseph B. Wirthlin.

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Os membros descansam junto à fonte no interior do Centro de Conferências.

com tubos umbilicais, medicaçãointravenosa e cuidados constantes.Não podiam receber muita luz, não podiam ouvir muito barulho, seu equilíbrio químico precisava ser constantemente monitorado,enquanto o hospital, com equipa-mentos de milhões de dólares e muitos médicos e enfermeiras mara-vilhosos, tentavam recriar o milagredo interior de um útero materno.

Um número imenso de pequenosmilagres ocorre a cada dia: um pul-mão comprometido é curado e, ape-sar das probabilidades em contrário,continua a funcionar adequada-mente; uma pneumonia é vencida;outras infecções letais surgem e sãovencidas; os tubos de medicaçãointravenosa apresentam defeito esão substituídos. Depois de doismeses e meio, o menino ganhou 900gramas e pôde respirar com auxíliode oxigênio. Foi tirado do respirador,aprendeu a comer, e seus pais agra-decidos levam-no para casa, commonitores ligados a seu corpinho.

A menina não parava de puxar otubo de seu respirador, disparandoos alarmes em todo o berçário.Achamos que talvez quisesse acom-panhar o irmão, mas sua gargantacontinuava a fechar toda vez e elasimplesmente não conseguia respirarsozinha. A garganta estava tão infla-mada que, às vezes, os terapeutasespecializados em respiração tinhamgrande dificuldade em reinserir otubo, e ela quase morreu. Seu pro-gresso normal ficou prejudicado porsua contínua dependência do respi-rador artificial.

Por fim, depois que o irmãozinhojá estava em casa há dois meses, osmédicos viram-se forçados a sugeriruma cirurgia que lhe permitisse res-pirar por um orifício na garganta,uma cirurgia que resolveria seusproblemas no estômago, fazendouma abertura em um lado da bar-riga; mas que afetaria seu corpinhopor muitos meses a mais, e talvezpelo resto da vida. Enquanto os paisdebatiam-se com essa decisão, umatia querida enviou uma mensagem atoda a família. Ela explicou a situa-ção — a questão crucial do tempo, a

importância do bebê ser retirado do

respirador — e sugeriu que unísse-mos novamente a nossa fé e orásse-mos e jejuássemos por mais ummilagre, se essa fosse a vontade doSenhor. Terminaríamos nosso jejumcom uma oração na noite de 3 dedezembro.

Deixem-me ler para vocês parteda carta que foi enviada para a famí-lia na manhã de 4 de dezembro.“Querida família. Temos notíciasmaravilhosas! Recebemos bênçãosdo Senhor. Agradecemos sincera-mente as orações e jejum em favorde nossa menininha. Quando escre-vemos esta carta ela já respiravahavia 24 horas sem a ajuda de apa-relhos. Para nós, foi um milagre. Aequipe médica ainda está cautelosae prefere não fazer previsões, masestamos muito gratos ao Senhor e atodos vocês. Estamos orando paraque esse seja o início do término desua internação hospitalar. Ousamosaté ter esperança de que ela estejaem casa no Natal.”

Ela foi para casa antes do Natal,e os dois bebês estão passando“muito bem”. Nossa família teve suaprópria “passagem pelo MarVermelho”, e podemos testificar queexiste hoje, tal como houve ontem ehaverá para sempre, um “Deus demilagres” que ama Seus filhos edeseja abençoá-los.

Sabemos, tal como vocês, quenem todos os pedidos feitos aoSenhor e nem todos os jejuns rece-bem essa mesma resposta tão espe-rada. Nossa família também já tevede enfrentar a morte de um entequerido, doenças graves, a provaçãode um divórcio e de filhos que sedesencaminharam. Nem semprecompreendemos os motivos dessestestes que enfrentamos na mortali-dade. Mas nossa fé cresceu, e talveza de vocês também, ao observarmosnossos entes queridos, amigos oumesmo pessoas de quem só ouvimosfalar perseverarem com fé noSenhor diante de provações muitoseveras. Eles também conheceram oDeus de milagres e podem testemu-nhar, em seus momentos de maiorprovação, que a despeito de tudo oque o futuro lhes reserva, o Senhor

os conhece, ama e abençoa. São

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selados a Ele e um ao outro parasempre e estão dispostos a sujeitarsua vontade à Dele.

Como foi que chegaram a esseponto? Como temos acesso aosilencioso milagre que o Senhorrealiza ao transformar-nos, Seusfilhos, em herdeiros dignos do reinode Deus? Creio que isso se tornouposs ível porque “Deus amou omundo de tal maneira que deu oseu Filho unigênito, para que todoaquele que nele crê não pereça,mas tenha a vida eterna”. (João3:16) Creio que isso ocorre quandocedemos aos influxos do Espírito,despojamo-nos do homem naturale sentimo-nos plenos do amor deDeus. (Mosias 3:19) “( . . . ) Pormeio da Expiação de [Jesus] Cristo,toda a humanidade pode ser salvapor obediência às leis e ordenançasdo Evangelho.” (3ª Regra de Fé)Toda a humanidade, inclusive eu evocês, podemos participar daExpiação, o maior de todos os mila-gres de Deus.

Deus realmente dividiu o MarVermelho e deu-nos o Livro deMórmon. Ele pode livrar-nos denossos pecados e pode e irá aben-çoar-nos, Seus filhos, em nossa vidadiária. Sei que Ele vive e nos ama eque Ele é hoje um Deus de mila-gres. Em nome de Jesus Cristo.Amém. �

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“Ser-me-eisTestemunhas”Élder Jeffrey R. HollandDo Quórum dos Doze Apóstolos

“Para os que consideram ser difícil começar a falar sobre o evangelho —e muitos se sentem assim — os novos cartões produzidos pela Igreja paraserem distribuídos entre as pessoas são uma maneira prática e simples de fazer com que as pessoas conheçam algumas das coisas em que vocêsacreditam e como podem aprender mais a respeito delas.”

Quando o Jesus ressuscitadoconcluiu Seu ministérioterreno, deu este encargo

grandioso aos Apóstolos e aos queos seguiam:

“Portanto ide, fazei discípulos detodas as nações, batizando-os emnome do Pai, e do Filho, e doEspírito Santo. ( . . . )”1

Recebereis a virtude ( . . . ) e ser-me-eis testemunhas tanto emJerusalém como em toda a Judéia eSamaria, e até aos confins da Terra.”2

Sempre lembrando que devemosagir com cortesia e de forma ade-quada, temos a responsabilidade deservir como testemunhas de JesusCristo, “em todos os momentos e

em todas as coisas e em todos os

lugares”3 para proclamar, da formaque nos é peculiar, a grande causapara a qual Cristo nos chamou.

Ora, vocês já são missionáriosmaravilhosos, melhores do que pen-sam ser e têm dentro de si a habili-dade de crescerem ainda mais!Deixemos para os missionários detempo integral o trabalho árduo dedoze horas por dia, mas por que dei-xar as bênçãos dessa obra apenaspara eles? Também temos o direitode nos sentarmos à mesa farta dotestemunho, pois felizmente cadamembro da Igreja tem um lugar nelareservado.

De fato, um dos axiomas de nos-sos dias é que nenhuma missão enenhum missionário poderão serbem-sucedidos sem a participaçãodedicada e o apoio espiritual dosmembros locais, trabalhando juntosnum esforço equilibrado. Se estãotomando notas em uma placa depedra, esculpam-na com talhes pro-fundos. Prometo-lhes que jamaisterão que apagá-la, pois isso émesmo verdade. No início, os pes-quisadores são de muitas origensdiferentes, mas os que são batizados,retidos e que se tornam plenamenteativos vem, de forma assombrosa,por intermédio de amigos e conheci-dos que são membros da Igreja.

Há pouco mais de vinte e quatromeses o Presidente Hinckley decla-rou o seguinte, em uma transmissão

mundial:

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“Tenho grande amor pelos mis-sionários. Vocês simplesmente nãoconseguirão ter sucesso no trabalhomissionário se estiverem sozinhos.Precisam da ajuda de outras pessoas.A capacidade de ajuda está dentrode cada um de nós. ( . . . )

Ora, meus irmãos e irmãs, podemos deixar os missionários procurarem fazer isso sozinhos oupodemos ajudá-los. Se eles o fizeremsozinhos, terão que bater em portasdia após dia, e a colheita serápequena. Ou os membros podemajudá-los a encontrar e ensinar os pesquisadores.

Irmãos e irmãs, todos vocês nasdiferentes alas, estacas, distritos eramos, convido-os a formarem umimenso exército cheio de entu-siasmo por esse trabalho e com oextraordinário desejo de ajudar osmissionários em sua tremenda res-ponsabilidade de levar o evangelhoa toda nação, tribo, língua epovo.( . . . )”4

Gosto do significado dessas frases“um imenso exército cheio de entu-siasmo por esse trabalho” e “oextraordinário desejo de ajudar osmissionários”. Gostaria de mencio-nar algumas coisas que podemosfazer ao atendermos a esse cha-mado. Vocês vão identificar quantasdelas já estão fazendo.

Acima de tudo podemos viver oevangelho. Certamente não existemensagem missionária mais gran-diosa que possamos transmitir aomundo do que o exemplo de umavida SUD amorosa e feliz. A formade se viver e o comportamento, osorriso e a bondade de um membrofiel da Igreja trazem consigo umacordialidade e um desejo de ajudaroutras pessoas que nenhum folhetomissionário ou filme pode transmi-tir. As pessoas não se filiam à Igrejapor causa do que sabem. Filiam-sepelo que sentem, vêem e desejamespiritualmente. Nosso espírito detestemunho e felicidade nesse sen-tido alcançará as outras pessoas, seo permitirmos. Como o Senhordisse a Alma e aos f i lhos deMosias: “Ide ( . . . ) para dar-lhesbons exemplos em mim; e eu farei

de vós instrumentos em minhas
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mãos para a salvação de muitasalmas”.5

Uma jovem ex-missionária deHong Kong contou-me, recente-mente, que quando ela e a com-panheira perguntaram a umapesquisadora se acreditava emDeus, a mulher replicou: “Nãoacreditei até que conheci um mem-bro da sua Igreja e vi como elavivia”. Que obra missionária exem-plar! Pedir que cada membro sejaum missionário não é tão críticoquanto pedir a cada membro queseja um membro. Obrigado porviverem o evangelho.

Agradeço-lhes também por ora-rem pelos missionários. Todos orampelos missionários. Espero que con-tinuem a fazê-lo sempre. Nessemesmo espírito, devemos tambémorar por aqueles que se estão reu-nindo (ou que precisam reunir-se)com eles. Em Zaraenla, os mem-bros receberam o mandamento de“ jejuarem e orarem muito”6 poraqueles que não se haviam unido àIgreja de Deus. Podemos fazer o

mesmo.

Podemos orar diariamente paraque tenhamos nossas próprias expe-riências missionárias. Orem paraque, sob a orientação divina nessesassuntos, a oportunidade missioná-ria que desejam já esteja sendo pre-parada no coração de alguém quequeira e precise do que vocês têm.“( . . . ) [Ainda] existe muita gentena Terra ( . . . ) que só está afastadada verdade por não saber ondeencontrá-la.”7 Orem para que elesos encontrem! E então fiquem aten-tos, pois existem muitos em seumundo que sentem fome, não fomede pão, nem sede de água, mas daspalavras do Senhor.8

Quando o Senhor colocar essaspessoas diante de vocês, apenasconversem — a respeito de qual-quer coisa. Não há como errar. Nãoprecisam ter uma mensagem missio-nária formal na ponta da língua. Suafé, sua felicidade e o seu semblanteserão o bastante para interessarquem for sincero de coração. Nuncaouviram uma avó falando a respeitodos netos? É esse tipo de coisa que

tenho em mente — com exceção

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das fotos! O evangelho começará afluir naturalmente. Vocês nem vãoconseguir conter-se!

No entanto, ouvir talvez sejaainda mais importante do que falar.Essas pessoas não são objetos inani-mados disfarçados em estatísticasbatismais. São filhos de Deus, nossosirmãos e irmãs e precisam do quetemos. Sejam autênticos. Sejam sin-ceros ao interagirem com eles.Perguntem-lhes o que importa maispara eles, o que eles prezam e o que éde valor para eles. Então escutem. Seo momento for propício, podem per-guntar-lhes quais são seus temores, oque aspiram ou o que julgam estarfaltando na vida deles. Prometo-lhesque algo do que disserem colocarásempre em evidência uma verdade doevangelho sobre a qual poderãoprestar testemunho e poderão aindaoferecer mais. O Élder RussellNelson contou-me certa vez queuma das primeiras regras das pergun-tas a serem feitas aos pacientes é“perguntar ao paciente onde dói. Opaciente”, diz ele, “será seu melhorguia para um diagnóstico correto epara determinar o tratamento”. Seouvirmos com amor, não precisare-mos ficar pensando no que falar. Issonos será dado — pelo espírito e pornossos amigos.

Para os que consideram ser difícilcomeçar a falar sobre o evangelho— e muitos se sentem assim — osnovos cartões produzidos pela Igrejapara serem distribuídos entre as pes-soas são uma maneira prática e sim-ples de fazer com que as pessoasconheçam algumas das coisas emque vocês acreditam e como podemaprender mais a respeito delas. Porexemplo, essa é a forma mais sim-ples que descobri para dar um Livrode Mórmon às pessoas sem precisarcarregar uma sacola cheia de livrosquando viajo.

Agora deixem-me apressar só umpouco o passo desta mensagem.Muitos de nós podemos preparar-nos para o serviço missionário decasais quando esse momento chegarem nossa vida. Como os casais noCTM de Provo disseram em um car-taz: “Alarguemos nosso arrastar de

pés!” Acabei de voltar de uma longa
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viagem que levou-me a meia dúziade missões. Em todos os lugares poronde estive durante essas semanas,encontrei casais exercendo a lide-rança da maneira mais recompensa-dora e notável que se pode imaginar,provendo a estabilidade, maturidadee experiência que jamais se poderiaesperar de um jovem com dezenoveou vinte e um anos. Encontrei todotipo de casais, inclusive ex-presiden-tes de missão e de templo com a res-pectiva esposa, que estavam empartes do mundo que lhes eramtotalmente desconhecidas para,serena e abnegadamente serviremuma segunda, terceira ou quartamissão. Fiquei imensamente tocadopela atitude de cada um deles.

Almocei recentemente com oélder John Hess e sua esposa, deAshton, Idaho. “Éramos apenasplantadores de batata”, contou-meJohn, mas era exatamente disso queBelarus, um país pertencente àMissão Rússia Moscou, precisava.Durante anos a melhor safra conse-guida nas terras do governo haviasido 50 sacos de batatas por hectare.Considerando-se que são necessá-rios 22 sacos para plantar um hec-tare, a margem de lucros era muitobaixa. Eles precisavam de ajuda.

O irmão Hess conseguiu umaárea a apenas um metro das terrasdo governo, arregaçou as mangas ecomeçou a trabalhar. Quando che-gou a hora, começou a colheita,então teve que pedir o auxílio deoutras pessoas e depois pediram quetodos ajudassem. Com a mesmachuva e o mesmo solo, mas com ofertilizante extra de Idaho, com aexperiência e as orações, a área cul-tivada pelos Hess produziu a colossalquantidade de 550 sacos por hectare–— 11 vezes mais do que qualqueroutra safra colhida naquelas terras.A princípio ninguém conseguia acre-ditar na diferença. Achavam quegrupos secretos haviam estado lá ànoite ou que alguma droga milagrosafora utilizada. Mas não foi nadadaquilo. O irmão Hess disse:“Precisávamos de um milagre, entãopedimos um”. Agora, pouco mais deum ano depois, naquela comunidade

os missionários jovens estão tendo

muito mais sucesso no proselitismosimplesmente porque um “velhoplantador de batatas” de Idaho aten-deu ao chamado de sua Igreja.

A maioria dos casais missionáriostem designações muito mais rotinei-ras do que essa, usando sua expe-riência de liderança em alas e ramos,mas a questão é que há todo tipo denecessidade nesta obra e existe umafirme tradição missionária de aten-der ao chamado para servir em qual-quer idade e qualquer circunstância.Fiquei sabendo, recentemente, porintermédio de um presidente de mis-são, que uma de suas jovens missio-nárias, aproximando-se do final deuma missão digna e bem-sucedida,disse-lhe, entre lágrimas, que preci-sava voltar imediatamente para casa.Quando perguntou qual era o pro-blema, ela contou que a família nãotinha mais condições financeiraspara pagar sua missão. Haviam alu-gado a casa e com o dinheiro do alu-guel pagavam as despesas da missão.Estavam morando em um depósitode um só cômodo muito pequeno.Para conseguirem água usavam atorneira e a mangueira do quintal dovizinho e usavam o banheiro de umposto de gasolina próximo. Essafamília, cujo pai falecera poucotempo antes, sentia tanto orgulho desua missionária e tinha um espíritotão independente que conseguiuocultar sua situação da maior partedos amigos e de praticamente todosos líderes locais da Igreja.

Quando a situação se tornouconhecida, a família foi conduzidaimediatamente de volta para suacasa. Foram encontradas soluções alongo prazo para a situação finan-ceira e o restante do valor necessá-rio, para o sustento da filha até ofinal da missão, foi pago. Depois deenxugar as lágrimas e apaziguar seustemores, essa jovem fiel e dedicadaterminou a missão triunfalmente ecasou-se recentemente no templocom um excelente rapaz.

Felizmente, em nossos dias não seexige o tipo de sacrifício intenso queessa família missionária fez, masnossa geração beneficia-se enorme-mente das gerações anteriores que

tanto sacrificaram para servir a

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causa missionária que proclamamos.Certamente, todos podemos fazerum pouco mais para perpetuar essatradição.

O Apóstolo João pediu ao Senhorpara permanecer na Terra além deseu tempo de vida com o único pro-pósito de trazer mais almas a Deus.Ao conceder-lhe esse desejo, oSalvador disse que esta era “umaobra maior” e um “desejo” maisnobre até do que o de regressar àpresença do Senhor “rapidamente”.9

Como todos os profetas e apósto-los, o Profeta Joseph Smith entendiao profundo significado do pedido deJoão, e isso transparece em suadeclaração: “Depois de tudo o quefoi dito, [nosso] maior dever e omais importante é o de pregar oEvangelho”.10 Presto testemunhodesse evangelho e de Jesus Cristo,que o personificou. Testifico que “ovalor das almas é grande à vista deDeus”11 e que salvar essas almas pormeio da Expiação redentora de SeuFilho Amado constitui a essência deSua obra e Sua glória.12 Ao realizar-mos esse trabalho, uno meu teste-munho ao de Jeremias e afirmo queesta última e grandiosa proclamaçãomissionária à Israel moderna será,no final, um milagre maior do que atravessia do Mar Vermelho pelosantigos israelitas.13 Que comparti-lhemos, com coragem e entusiasmo,o milagre desta mensagem. É minhaoração em nome de Jesus Cristo.Amém. �

NOTAS1. Mateus 28:19.2. Atos 1:83. Mosias 18:9.4. “Encontrem as Ovelhas e

Apascentem-nas”, A Liahona, julho de1999, pp. 120, 124.

5. Alma 17:11.6. Alma 6:6.7. D&C 123:12.8. Ver Amós 8:11.9. Ver D&C 7.10. Teachings of the Prophet Joseph

Smith, sel. Joseph Fielding Smith [1976],p. 113.

11. D&C 18:10.12. Ver Mosias 1:39.

13. Ver Jeremias 16:14–16.
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CompaixãoPresidente Thomas S. MonsonPrimeiro Conselheiro na Primeira Presidência

“Não temos como saber quando o privilégio de oferecer ajuda surgirádiante de nós.”

Acidade de Oklahoma, noEstado de Oklahoma, é umlugar por demais interes-

sante. Em companhia dos ÉlderesRichard G. Scott, Rex D. Pinegar eLarry W. Gibbons, presidi uma con-ferência regional nessa cidade hápouco tempo. As dependênciasonde nos reunimos estava repleta demembros da Igreja e de outras pes-soas interessadas. A música do coroera celestial, os discursos inspirado-res e o doce espírito que reinoudurante a conferência serão lembra-dos ainda por muito tempo.

Refleti a respeito de minhas visitas anteriores àquele lugar, dabeleza da canção do estado —“Oklahoma”, do musical de Rodgerse Hammerstein — e da maravilhosahospitalidade de seu povo.

Contudo, esse espírito de auxíliocompassivo da comunidade foi tes-tado ao extremo em 19 de abril de

1995, quando uma bomba colocada

por um terrorista destruiu o EdifícioFederal Alfred P. Murrah, no centroda cidade de Oklahoma, matando168 pessoas e ferindo inúmerasoutras.

Depois da conferência regionalnaquela cidade, levaram-me paraconhecer o monumento, belo e sim-bólico, que se ergue na área ondeficava o edifício Murrah. Era um diasombrio e chuvoso, o que pareciarealçar a dor e o sofrimento do quelá ocorrera. O monumento tem umlago artificial de 130 metros, umenorme espelho d’água. Em um doslados encontram-se 168 cadeiras fei-tas de vidro e granito em homena-gem a cada uma das pessoas que lámorreram. Elas foram colocadas, atéonde é possível se determinar, nolugar em que foram encontrados.

No lado oposto, em uma pequenaelevação, encontra-se um velhoolmo americano — a única árvore asobreviver à destruição. Ela é cha-mada adequada e carinhosamentede “A Árvore Sobrevivente”. Emnobre esplendor homenageia ossobreviventes da terrível explosão.

Meu anfitrião chamou-me aatenção para a inscrição colocadasobre o portão do monumento:

Aqui viemos para recordar os queforam mortos,

Os que sobreviveram e os quemudaram para sempre.

Que todos os que vierem a este localsintam o impacto da violência.

Que este monumento traga consolo,força, paz, esperança e serenidade.

Então, com lágrimas nos olhos e

a voz embargada ele declarou: “Esta

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comunidade, todas as suas igrejas eseus cidadãos uniram-se. Nossopesar tornou-nos fortes. Unimo-nosem espírito”.

Chegamos à conclusão de que amelhor palavra para descrever o queocorreu foi compaixão.

Meus pensamentos voltaram-separa o musical Camelot. O ReiArthur, em seu sonho por ummundo melhor e por melhores rela-cionamentos entre as pessoas, disse,ao vislumbrar o propósito da távolaredonda: “A violência não é força ea compaixão não é fraqueza”.

Um relato emocionante que ilus-tra essa declaração encontra-se no Velho Testamento da B íbliaSagrada. José era amado de modoespecial pelo pai, Jacó, o que susci-tou ressentimento e ciúmes nosirmãos. Seguiu-se uma conspiraçãopara matar José, em que o lançaramnuma cova profunda sem comidanem água. Com a chegada de umacaravana de mercadores, os irmãosde José decidiram vendê-lo em lugarde deixá-lo naquele local para mor-rer. Vinte peças de ouro libertaramJosé da cova e colocaram-no final-mente na casa de Potifar, no Egito.Lá José prosperou, pois “o Senhorestava com José”.1

Depois dos anos de abundância,seguiram- se os anos de fome.Durante esse ú l t imo per íodo,quando os irmãos de José foram aoEgito para comprar trigo, foramabençoados por esse homeminfluente no Egito — seu próprioirmão. José poderia ter sido cruelcom eles devido ao tratamentoduro e desumano que receberaanteriormente. Contudo, foi bon-doso e gentil e conquistou sua con-fiança e apoio com estas palavras eações:

“Agora, pois, não vos entristeçais,nem vos pese aos vossos olhos porme haverdes vendido para cá; por-que para conservação da vida, Deusme enviou adiante de vós.

Pelo que Deus me enviou adiantede vós, para conservar vossa suces-são na terra, e para guardar-vos emvida por um grande livramento”.2

José exemplificou a sublime virtude

da compaixão.
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No meridiano dos tempos,quando Jesus caminhou pelos cami-nhos poeirentos da Terra Santa,sempre recorria a parábolas.

Ele disse: “Descia um homem deJerusalém para Jericó, e caiu nasmãos dos salteadores, os quais o des-pojaram, e espancando-o, se retira-ram, deixando-o meio morto.

E, ocasionalmente descia pelomesmo caminho certo sacerdote; e,vendo-o, passou de largo.

E de igual modo também umlevita, chegando àquele lugar, e,vendo-o, passou de largo.

Mas um samaritano, que ia deviagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão;

E, aproximando-se, atou-lhe asferidas, deitando-lhes azeite evinho; e, pondo-o sobre a sua caval-gadura, levou-o para uma estala-gem, e cuidou dele;

E, partindo no outro dia, tiroudois dinheiros, e deu-os ao hospe-deiro, e disse-lhe: Cuida dele; etudo o que de mais gastares eu topagarei quando voltar.”

Bem que o Salvador poderia per-guntar-nos: “Qual, pois, destes trêste parece que foi o próximo daqueleque caiu nas mãos dos salteadores?”

Sem dúvida, nossa resposta seria:“O que usou de misericórdia paracom ele”.

Aí então Jesus nos diria: “Vai, efaze da mesma maneira”.3

Jesus deu-nos muitos exemplosde envolvimento compassivo: ohomem enfermo no tanque deBetesda; a mulher apanhada emadultério; a mulher na fonte deJacó; a filha de Jairo; Lázaro, oirmão de Maria e Marta — cada umdeles era como o homem ferido naestrada de Jericó.

Ao enfermo de Betesda Jesusdisse: “Levanta-te, toma o teu leito,e anda”.4 Para a pecadora veio oconselho: “Vai-te, e não pequesmais”.5 Para ajudar aquela que foitirar água do poço, Ele ofereceuuma fonte de água, que saltava paraa vida eterna.6 Para a filha de Jairoque estava morta veio a ordem:“Menina, a ti te digo, levanta-te”.7

Para Lázaro no sepulcro: “Sai para8

fora”.

O Salvador sempre demonstrouuma capacidade ilimitada para acompaixão.

Neste continente, o continenteamericano, Jesus apareceu a umamultidão e disse:

“Tendes enfermos entre vós?Trazei-os aqui. Há entre vós coxosou cegos ou aleijados ou mutiladosou leprosos ou atrofiados ou surdosou pessoas que estejam aflitas dealgum modo? Trazei-os aqui e eu oscurarei, porque tenho compaixão devós ( . . . )

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E ele curou a todos.”9

Alguém poderia fazer a instigantepergunta: Esses relatos dizem respeitoao Salvador do mundo. Será que umaexperiência de tal valor pode, de fato,ocorrer em minha vida, em minha pró-pria estrada de Jericó?

Expresso minha resposta com aspalavras do Mestre: “Vinde, evede.”10

Não temos como saber quando oprivilégio de oferecer ajuda surgirádiante de nós. A estrada de Jericóque cada um de nós percorre não

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tem nome e o viajante fatigado quetalvez precise de nossa ajuda poderáser um estranho.

Uma gratidão autêntica foiexpressada pelo autor de uma cartarecebida há algum tempo na sede daIgreja. Não havia endereço nemremetente, mas o carimbo do cor-reio era de Portland, Oregon:

“Ao Escritório da PrimeiraPresidência:

Salt Lake City demonstrou-meuma hospitalidade cristã durante osanos em que vaguei errante.

Em uma viagem de ônibus atra-vessando o país rumo à Califórnia,desci no terminal de Salt Lake Citydoente e trêmulo, devido a umainsônia grave causada pela falta deum medicamento de que precisava.Em minha saída apressada deBoston, fugindo de uma situaçãodesagradável, esquecera completa-mente o remédio.

Sentei-me deprimido no restau-rante da Praça do Templo. Com ocanto dos olhos vi um casal aproxi-mar-se de minha mesa. ‘Meu jovem,você está sentindo-se bem?’ pergun-tou-me a mulher. Endireitei-me nacadeira, chorando e um pouco cho-cado, contei-lhes minha história e adificuldade pela qual passava. Elesescutaram atenta e pacientementeminhas explicações quase que incoe-rentes e, então, assumiram o con-trole. Conversaram com o gerente dorestaurante e disseram-me que eupoderia comer lá por cinco dias, tudoo que quisesse. Levaram-me para arecepção do hotel e reservaram-meum quarto por cinco dias. Entãolevaram-me a uma clínica e provi-denciaram para que eu recebesse amedicação de que necessitava —tudo de que eu precisava para minhasanidade mental e conforto.

Enquanto me recuperava e read-quiria as forças, decidi ir aos recitaisde orgão diários no Tabernáculo. Ostons celestiais daquele instrumentovariando desde o mais suave até omais majestoso, são os sons maissublimes que jamais ouvi. Compreidiscos e fitas do órgão e do coro doTabernáculo, que posso usar a qual-quer hora para acalmar e elevar uma

alma desanimada.

No último dia em que estive nohotel, antes de reiniciar minha jor-nada, entreguei a chave e lá haviauma mensagem do casal para mim:‘Pague-nos demonstrando bondadea alguma alma atribulada ao longode sua vida’. Esse era meu hábito,mas decidi que seria mais atentopara encontrar alguém que preci-sasse de um estímulo na vida.

Desejo-lhes tudo de bom. Não seise estes são, de fato, os ‘últimos dias’mencionados nas escrituras, mas seique dois membros de sua igrejaforam santos para mim duranteminhas horas desesperadas denecessidade. Achei que talvez qui-sessem saber disso.”

Que grande exemplo de amor ecompaixão.

Em um asilo particular para cui-dado de idosos, a compaixão era aregra. A proprietária era EdnaHewlett. Havia até uma lista deespera de pacientes que queriampassar os últimos dias de vida sobseus ternos cuidados, pois era umapessoa angelical. Ela lavava e pen-teava o cabelo de cada paciente.Dava banho naqueles corpos cansa-dos e vestia-os com roupas limpas ealegres.

Durante os anos em que visitei asviúvas da ala em que era bispo,geralmente começava as visitas peloasilo de Edna. Ela me recebia comum sorriso jovial e acompanhava-me até a sala onde vários pacientesficavam. Sempre tinha que começarpor Jeannie Burt, que era a maisidosa — 102 anos de idade quandofaleceu. Ela conhecia a mim e àminha família desde que nasci.

Certa ocasião, Jeannie pergun-tou-me com seu forte sotaque escocês: “Tommy, você esteverecentemente em Edinburgo?”

Eu repliquei: “Sim, estive lá hánão muito tempo”.

“Ela é linda!” declarava ela.Jeannie fechava os olhos como

quem estivesse sonhando calma-mente. Então ficava séria. “Já pagueipelo meu enterro — em dinheiro.Você deve falar na cerimônia edeclamar ‘Atravessando o Banco deAreia’ de Tennyson. Vamos lá,

quero ouvi-lo!”

A L I A H O N A

20

Parecia que todos os olhos volta-vam-se para mim e certamente era oque acontecia. E eu começava:

Estrela do poente e da noite, e um claro chamado para mim; talvez não haja nenhum lamento

no banco de areia, quando ao mar eu me lançar por

fim.11

O sorriso de Jeannie era doce ecelestial — então declarou: “Ó,Tommy, muito bem. Mas trate depraticar um pouquinho mais antesdo meu enterro!” Foi o que fiz.

Em alguma parte de nossa missãomortal, há momentos em que trope-çamos, momentos em que nosso sorriso é triste, momentos em que enfrentamos a dores e enfermi-dades — o final do verão, a chegadado outono, o frio do inverno e a expe-riência a que damos o nome de mortee que sobrevém a toda a humani-dade. Vem para os idosos que cami-nham vacilantes. Seu chamado éouvido por aqueles que mal atingirama metade da jornada da vida e muitasvezes silencia o riso de criancinhas.

Por todo o mundo vê-se a cenadiária de entes queridos pranteandoao despedirem-se de um filho, filha,irmão, irmã, mãe, pai ou amigo querido.

Na cruz impiedosa, as doces palavras de despedida do Salvadorpara sua mãe são particularmentetocantes:

“Ora Jesus, vendo ali sua mãe, eque o discípulo a quem ele amavaestava presente, disse a sua mãe:Mulher, eis aí o teu filho.

Depois disse ao discípulo: Eis aítua mãe. E desde aquela hora o dis-cípulo a recebeu em sua casa.”12

Lembremos que depois doenterro as flores murcham, as pala-vras de conforto dos amigos tornam-se recordações e as orações emensagens tendem a desvanecer-senos corredores da mente. Muitasvezes, os que sofrem vêem-se sozi-nhos, com saudades do riso dascrianças, da agitação dos adolescen-tes e do cuidado carinhoso e docedo companheiro que se foi. O reló-

gio bate mais forte, o tempo passa
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mais lentamente e as quatro paredestornam-se uma prisão.

Dou meus cumprimentos àquelesque, com cuidado amoroso e atençãocompassiva alimentam os famintos,vestem os nus e acolhem os desabri-gados. Aquele que percebe até aqueda de um pardal não deixará dereconhecer tal serviço.

Devido a Sua compaixão e deacordo com Seu plano divino, ostemplos sagrados trazem aos filhosdo nosso Pai a paz que excede todoentendimento.

Hoje em dia, sob a liderança doPresidente Gordon B. Hinckley, onúmero de templos construídos e emconstrução é assombroso só de sepensar. O cuidado compassivo do PaiCelestial por Seus filhos aqui na Terrae por aqueles que já passaram pela

mortalidade merece nossa gratidão.

Graças demos ao Senhor eSalvador Jesus Cristo por Sua vida,por Seu evangelho, por Seu exemploe por Sua expiação abençoada.

Volto em pensamento para acidade de Oklahoma. Para mim, nãoé mera coincidência que hoje umtemplo do Senhor, com toda suabeleza, tenha sido erguido naquelacidade, como um farol do céu paraindicar o caminho da alegria aqui naTerra e da vida eterna no porvir.Lembremo-nos das palavras dosSalmos: “O choro pode durar umanoite, mas a alegria vem pelamanhã”.13

De uma forma muito real, oMestre fala a nós: “Eis que estou àporta, e bato; se alguém ouvir aminha voz, e abrir a porta, entrareiem sua casa”.14

Estejamos atentos para escutar

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quando Ele bater. Que possamosabrir as portas do nosso coração,para que Ele — o exemplo vivo daverdadeira compaixão — entre. Éminha oração sincera, em nome deJesus Cristo. Amém. �

NOTAS1. Gên. 39:2.2. Gên. 45:5,7.3. Ver Lucas 10:30-–37.4. João 5:8.5. João 8:11.6. Ver João 4:14.7. Marcos 5:41.8. João 11:43.9. 3 Néfi 17: 7, 9.10. João 1:39.11. “Crossing the Bar”, linhas 1–4.12. João 19:26, 2713. Salmos 30:5.

14. Apoc. 3:20.
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Apoio dos Líderes da IgrejaPresidente Thomas S. MonsonPrimeiro Conselheiro na Primeira Presidência

Sessão da Tarde de Sábado31 de março de 2001

Meus queridos irmãos e irmãs, o PresidenteHinckley solicitou que eu

apresentasse agora a vocês asAutoridades Gerais, Setentas–Autoridades de Área e presidênciasgerais das auxiliares da Igreja paraseu voto de apoio.

É proposto que apoiemos GordonBitner Hinckley como profeta,vidente e revelador e Presidente de A Igreja de Jesus Cristo dosSantos dos Últimos Dias; ThomasSpencer Monson como PrimeiroConselheiro na Primeira Presidênciae James Esdras Faust como SegundoConselheiro na Primeira Presidência.Todos a favor manifestem-se. Os quese opuserem, manifestem-se.

É proposto que apoiemos ThomasSpencer Monson como Presidentedo Quórum dos Doze Apóstolos;Boyd Kenneth Packer comoPresidente Interino do Quórum dos

Doze Apóstolos e os seguintes

como membros desse quórum: Boyd K. Packer, L. Tom Perry, David B. Haight, Neal A. Maxwell,Russell M. Nelson, Dallin H. Oaks,M. Russell Ballard, Joseph B.Wirthlin, Richard G. Scott, Robert D. Hales, Jeffrey R. Hollande Henry B. Eyring. Todos a favor,manifestem-se. Quem se opuser,manifeste-se.

É proposto que apoiemos os con-selheiros na Primeira Presidência e osDoze Apóstolos como profetas,videntes e reveladores. Todos a favor,podem manifestar-se. Os que seopõem, se houver, pelo mesmo sinal.

É proposto que apoiemos os Élderes Cláudio R. M. Costa,Richard J. Maynes, L. WhitneyClayton, Christoffel Golden Jr.,Walter F. González e Steven E. Snowcomo novos membros do PrimeiroQuórum dos Setenta. Todos a favor,manifestem-se. Os que se opõemmanifestem-se.

É proposto que apoiemos osseguintes irmãos como membros dosSegundo Quórum dos Setenta:Keith K. Hilbig, Robert F. Orton,Wayne S. Peterson, R. ConradSchultz, Robert R. Steuer e H. Ross Workman. Todos a favor,manifestem-se. Quem se opuser,manifeste-se.

É proposto que apoiemos osseguintes Setentas-Autoridades de Área: Salvador Aguirre, Daniel P. Alvarez, David J. Barnett,Oscar W. Chavez, Craig C.Christensen, Carl B. Cook, R. Michael Duffin, TimothyDyches, Michael H. Holmes,Richard D. May, Joel H. McKinnon,

Jorge Mendez, Marcus B. Nash,

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Timothy M. Olson, Richard G.Peterson, Gary L. Pocock, Armando A. Sierra, Gary M.Stewart, G. Perrin Walker, Robert B.White, Larry Y. Wilson e KazuhikoYamashita. Todos a favor, manifes-tem-se levantando a mão direita. Osque se opõem, manifestem-se pelomesmo sinal.

É proposto que apoiemos asoutras Autoridades Gerais, Setentas-Autoridades de Área e presidênciasgerais das auxiliares como constituí-das atualmente. Todos a favor,manifestem-se. Os que se opuserem,manifestem-se pelo mesmo sinal.

Parece-me, Presidente Hinckley,que os apoios foram unânimes.

Obrigado, irmãos e irmãs, por suafé e orações contínuas.

Pedimos agora, que os recém-chamados membros do Primeiro e do Segundo Quóruns dos Setentatomem seus lugares ao púlpito.

Obrigado, irmãos e irmãs. �

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Relatório doDepartamento deAuditoria da Igreja Apresentado por Wesley L. JonesDiretor Administrativo do Departamento de Auditoria da Igreja

Para a Primeira Presidência d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

Prezados irmãos: A Igreja deJesus Cristo dos Santos dosÚltimos Dias mantém um

departamento de auditoria atuantee regido estritamente pelos padrõesestabelecidos. O Departamento de Auditoria da Igreja é indepen-dente de todos os demais departa-mentos e operações da Igreja. Odiretor administrativo do Departa-mento de Auditoria da Igreja res-ponde direta e regularmente àPrimeira Presidência. A equipe do

Departamento de Auditoria daIgreja é formada por contadores cre-denciados, auditores credenciados,auditores de sistemas credenciados eoutros profissionais qualificados ecredenciados.

A possibilidade de perdas é ofator que rege o planejamento, arealização e a prestação de contasdas auditorias. Conforme designaçãoda Primeira Presidência, o Depar-tamento de Auditoria da Igreja temautoridade para realizar auditorias em

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23

todos os departamentos, funções eoperações da Igreja no mundo e temacesso a todos os registros, relatóriose extratos financeiros, funcionários,dependências e propriedades relevan-tes ao desempenho de suas ativida-des. A freqüência e a natureza dasauditorias são determinadas pelosexecutivos do Departamento deAuditoria da Igreja.

Os padrões profissionais de audi-toria estipulados pelo Instituto deAuditores Internos dos EstadosUnidos e pelo Instituto Americanode Contadores Credenciados regemo trabalho de auditoria. O Departa-mento de Auditoria da Igreja exa-mina os diversos extratos eoperações financeiras da Igreja deacordo com esses padrões profissio-nais de auditoria aprovados. Issoinclui a responsabilidade de supervi-sionar a auditoria de contribuições ede despesas das unidades eclesiásti-cas locais.

Os gastos dos fundos da Igrejapara o ano encerrado em 31 dedezembro de 2000 foram autoriza-dos pelo Conselho de Disposição deDízimos, de acordo com a normaestabelecida. O Conselho é com-posto pela Primeira Presidência,Quórum dos Doze Apóstolos eBispado Presidente, conforme esta-belecido por revelação. A adminis-tração dos orçamentos aprovados écontrolada pelo Departamento deOrçamentos sob a direção dosComitês de Dotação e Orçamento.No ano 2000, o Departamento deAuditoria da Igreja examinou asnormas e procedimentos financeirosque fornecem os controles de reci-bos e dispêndios de fundos da Igrejae que salvaguardam os bens daIgreja. Os sistemas de orçamento,contabilidade e prestação de contase o plano de ação corretiva da admi-nistração para os comentários daauditoria foram analisados e umrelatório foi apresentado.

Com base na análise das auditoriasde fatores de risco financeiros, opera-cionais, orçamentários e de outroscontroles e de nossa avaliação darapidez da administração para imple-mentar os planos de ação corretiva, o

Departamento de Auditoria da Igreja
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Relatório Estatístico de 2000 Apresentado por F. Michael WatsonSecretário da Primeira Presidência

é de opinião que, sob todos os aspec-tos materiais, as contribuições recebi-das e os dispêndios efetuados duranteo ano encerrado em 31 de dezembrode 2000 foram administrados deacordo com as diretrizes orçamentá-rias aprovadas e com as normas e pro-cedimentos estabelecidos pela Igreja.

As empresas afiliadas à Igreja,incluindo a Deseret ManagementCorporation e suas subsidiárias, sãoadministradas separadamente daIgreja de Jesus Cristo dos Santos dosÚltimos Dias. Os gerentes dessas fir-mas afiliadas respondem a juntas dediretores independentes e a seus res-pectivos comitês de auditoria. Asatividades financeiras dessas empre-sas afiliadas não passaram por audi-toria do Departamento de Auditoriada Igreja no ano 2000. Entretanto,verificamos que a auditoria finan-ceira dessas empresas, bem como daUniversidade Brigham Young eoutras instituições de ensino supe-rior, é feita anualmente por firmas decontabilidade independentes.

Submetemos respeitosamente,DEPARTAMENTO DE

AUDITORIA DA IGREJAWesley L. JonesDiretor Administrativo31 de março de 2001 �

I

Os tubos do órgão do Centro de Condo Coro do Ricks College, que canto

rmãos e irmãs, a PrimeiraPresidência torna público o relató-rio estatístico a seguir, referente ao

crescimento e à posição da Igreja até31 de dezembro de 2000. Essas infor-mações são baseadas nos relatóriosrecebidos antes da conferência geral.

NÚMERO DE UNIDADES DA IGREJAEstacas.................................... 2.581Distritos......................................621Missões ......................................334Alas e Ramos ........................25.915

MEMBROS DA IGREJAAumento no número de criançasregistradas durante 2000 ......81.450Conversos batizados durante 2000. . . . . . . . . . . . 273.973

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ferências elevam-se majestosamente pu na tarde de sábado.

Total de Membros....................11.068.861

MISSIONÁRIOSMissionários de tempo integral ..................60.784

TEMPLOSTemplos dedicados durante 2000 ................................34

MEMBROS PREEMINENTES FALECIDOSDESDE ABRIL DO ANO PASSADO

Élder Hugh W. Pinnock, membrodos Setenta; É lder Bernard P.Brockbank , Autoridade Geral emérita; Wilford W. Kirton Jr., antigo Consultor Jurídico Geral daIgreja. �

or trás dos homens e mulheres

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“O Toque da Mão do Mestre”Presidente Boyd K. PackerPresidente Interino do Quórum dos Doze Apóstolos

“Todos cometemos erros. ( . . . ) Assim, está em nossa natureza sentirculpa, humilhação e sofrimento, que não podemos curar sozinhos. É nesse momento que o poder curador da Expiação irá ajudar-nos.”

Oapoio aos oficiais oferecegrande proteção à Igreja.O Senhor ordenou “que a

ninguém será permitido sair a pregar meu evangelho ou estabele-cer minha igreja, a não ser quetenha sido ordenado por alguémque tenha autoridade; e que aigreja saiba que tem autoridade e foi apropriadamente ordenadopelos dirigentes da igreja”.1 Dessaforma, os membros da Igreja emcada organização por todo o mundosabem que são os verdadeiros mensageiros.

Meu propósito é aliviar a dor dosque sofrem do desagradável senti-mento de culpa. Sinto-me como omédico que começa seu tratamentodizendo: “Bem, isso vai doer um

pouquinho . . . ”

Todos nós já sentimos pelomenos um pouco da dor de cons-ciência que segue nossos erros.

João disse: “Se dissermos que nãotemos pecados, enganamo-nos a nósmesmos, e não há verdade em nós”.2

Depois, acrescenta, mais vigorosa-mente: “Se dissermos que não peca-mos, fazemo-lo mentiroso, e a suapalavra não está em nós”.3

Todos sentimos, às vezes, e emalguns casos grande parte do tempo,um remorso por coisas que fizemosde errado ou deixamos de fazer. Essesentimento de culpa representa parao espírito o mesmo que a dor para ocorpo físico.

Mas a culpa pode ser mais difícilde se suportar do que a dor física. Ador física é o sistema de alarme danatureza que indica que algo precisaser mudado, limpo ou tratado, talvezaté removido por cirurgia. A culpa,a dor de consciência, não pode sersanada da mesma forma.

Se vocês estão sobrecarregadoscom deprimentes sentimentos deculpa, decepção, fracasso ou vergo-nha, existe uma cura para isso.Minha intenção não é magoar seusternos sentimentos, mas sim ajudá-los, e ajudar aqueles a quem vocêsamam. Os profetas ensinam quãodolorosa pode ser a culpa. Ao ler oque disseram, estejam preparadospara ouvir palavras muito fortes. Masnão lerei as coisas mais duras quedisseram.

O profeta Alma, descrevendo

seu sentimento de culpa, disse: “Fui

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torturado com eterno tormento, por-que minha alma estava atribuladano mais alto grau e atormentada portodos os meus pecados”.4

Os profetas escolheram palavrasmuito descritivas.

Torturado significa “ser submetidoà tortura”.5 Havia, antigamente, uminstrumento de tortura no qual avítima era atada pelos punhos e calcanhares a um eixo que era então girado, causando uma dorinsuportável.

As escrituras fazem freqüentemenção às almas e mentes que são“dilacerados” pela culpa.6

As torturas usadas no passadoeram tão dolorosas que faziam até osinocentes confessarem coisas que nãotinham feito para livrarem-se da dor.7

Os profetas falam do “ fel daamargura”8 e freqüentemente com-param a dor da culpa ao fogo eenxofre. Enxofre é outro nome dadoao súlfur.

O rei Benjamim disse que os iní-quos serão “condenados a uma visãoterrível de sua própria culpa e abo-minações, que os fará recuar da pre-sença do Senhor para um estado demiséria e tormento sem fim”.9

O Profeta Joseph Smith disse: “Ohomem é seu próprio carrasco e seupróprio juiz. ( . . . ) O tormento dodesapontamento na mente de umhomem [ou mulher] é tão intensoquanto um lago ardente de fogo eenxofre”.10

Esse lago de fogo e enxofre, quearde sempre sem nunca ser consu-mido, é a descrição que as escriturasdão do inferno.11

Suponham que não houvesse cura,que não houvesse nenhuma maneirade aliviar a dor espiritual ou de apa-gar a agonia da culpa. Imaginem setodo erro, todo pecado, fosse somadoaos outros, e o tormento continuassepara sempre. Muitos de nós carregamdesnecessariamente o fardo da culpae da vergonha.

As escrituras ensinam que “énecessário que haja uma oposiçãoem todas as coisas”. Caso contrário,“não haveria retidão”12 nem alegria,nem felicidade, nem redenção.

A terceira Regra de Fé ensina:

“Cremos que, por meio da Expiação
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de Cristo, toda a humanidade podeser salva, por obediência às leis eordenanças do Evangelho”. AExpiação oferece redenção da morteespiritual e do sofrimento causadopelo pecado.

Por algum motivo, achamos quea Expiação de Cristo só é aplicadano final da vida mortal para aredenção da Queda e da morte espi-ritual. Ela é muito mais que isso. É um poder sempre presente, para

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ser invocado a cada dia da vida.Quando estamos atormentados pelaculpa ou sobrecarregados pela dor,Ele pode curar-nos. Embora nãocompreendamos plenamente comofoi realizada a Expiação de Cristo,podemos sentir “a paz de Deus, queexcede todo o entendimento”.13

O plano do evangelho é o“grande plano de felicidade”. 14

É contrário à natureza de Deus econtrário à própria natureza dohomem sentir felicidade no pecado.“Iniqüidade nunca foi felicidade”.15

Sabemos que algumas ansiedadese depressões são causadas por dis-túrbios físicos, mas em muitos casos(talvez na maioria deles) não setrata de uma dor do corpo, mas simdo espírito. A dor espiritual resul-tante da culpa pode ser substituídapela paz de consciência.

Ao contrário das duras palavrasque condenam o pecado, ouçam aspalavras reconfortantes e consolado-ras de misericórdia, que contrabalan-çam as palavras mais duras da justiça.

Alma disse: “Minha alma foiredimida do fel da amargura e doslaços da iniqüidade. Achava-me nomais escuro abismo, mas vejo agoraa maravilhosa luz de Deus. Minhaalma estava atormentada com umsuplício eterno, mas ( . . . ) já nãosofre”.16

“Sim, lembrei-me de todos osmeus pecados e iniqüidades, pelosquais me vi atormentado com aspenas do inferno ( . . . ).

E ( . . . ) enquanto eu estavasendo assim atormentado eenquanto eu estava perturbado pelalembrança de tantos pecados, eisque me lembrei também de terouvido meu pai profetizar ao povosobre a vinda de um Jesus Cristo,um Filho de Deus, para expiar ospecados do mundo.

Ora, tendo fixado a mente nessepensamento, clamei em meu cora-ção: Ó Jesus, tu que és Filho deDeus, tem misericórdia de mim queestou no fel da amargura e rodeadopelas eternas correntes da morte.

E então, eis que quando penseiisto, já não me lembrei de minhasdores; sim, já não fui atormentadopela lembrança de meus pecados.

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E oh! Que alegria e que luz mara-vilhosa contemplei! Sim, minhaalma encheu-se de tanta alegriaquanta havia sido minha dor.”17

Todos cometemos erros. Àsvezes, prejudicamos a nós mesmos eferimos gravemente outras pessoasde um modo que não podemosremediar sozinhos. Quebramos coi-sas que não podemos consertar.Assim, está em nossa natureza sentirculpa, humilhação e sofrimento, quenão podemos curar sozinhos. Énesse momento que o poder curadorda Expiação irá ajudar-nos.

O Senhor declarou: “Pois eis queeu, Deus, sofri essas coisas portodos, para que não precisem sofrercaso se arrependam”.18

Se Cristo não tivesse realizado aExpiação, as punições pelos errosseriam acrescentadas umas àsoutras. Não haveria esperança navida. Mas Ele sacrificou-Se volunta-riamente para que pudéssemos serredimidos. E disse: “Eis que aqueleque se arrependeu de seus pecados éperdoado e eu, o Senhor, deles nãomais me lembro”.19

Ezequiel disse: “Restituindo esseímpio o penhor, indenizando o quefurtou, andando nos estatutos davida, e não praticando iniqüidade,certamente viverá, não morrerá.

De todos os seus pecados quecometeu não se terá memória con-tra ele.”20

Pensem nisso: não se terá memó-ria deles!

Podemos até “[conservar] aremissão de [nossos] pecados”.21 Obatismo por imersão é para a remis-são de nossos pecados. Esse convê-nio pode ser renovado ao tomarmoso sacramento a cada semana.22

A Expiação tem um valor prá-tico, pessoal e diário. Apliquem-na àsua vida. Ela pode ser ativada poralgo tão simples quanto uma oração.Vocês não se verão livres de proble-mas e erros, mas podem apagar aculpa por meio do arrependimento esentir paz.

Citei a terceira Regra de Fé. Elatem duas partes: “Cremos que, pormeio da Expiação de Cristo, toda ahumanidade pode ser salva,

[seguem-se então as condições] por

obediência às leis e ordenanças doEvangelho.”

A justiça exige que haja umapunição.23 A culpa não é apagadasem dor. Há leis a serem obedecidase ordenanças a serem realizadas, ehá penalidades a serem pagas.

A dor física exige tratamento euma mudança no estilo de vida.

O mesmo acontece com a dorespiritual. É preciso haver arrepen-dimento e disciplina, em sua maiorparte autodisciplina. Mas para res-taurar nossa inocência, depois detransgressões graves, é preciso tam-bém que seja feita uma confissão aonosso bispo, que é o juiz designado.

O Senhor prometeu: “Dar-vos-eium coração novo, e porei dentro devós um espírito novo”.24 Essa cirur-gia cardíaca espiritual, tal como aque é realizada no corpo, pode cau-sar-nos dor e exigir uma mudançade hábitos e comportamento. Masem ambos os casos, a recuperaçãoproporciona uma nova vida e paz deconsciência.

Quando os céus se abriram, e oPai e o Filho apareceram a JosephSmith, o Pai proferiu sete palavras:“Este é Meu Filho Amado. Ouve-O!”25 Seguiram-se revelações, e AIgreja de Jesus Cristo dos Santos dosÚltimos Dias26 foi organizada. Elepróprio declarou que esta é “a únicaigreja verdadeira e viva na face detoda a Terra”.27

Pedro, Tiago e João restauraramo sacerdócio maior, e João Batista, oSacerdócio Aarônico. A plenitudedo evangelho foi revelada.

De acordo com as revelações, queforam e ainda são dadas à Sua Igreja,tudo o que foi impresso, pregado,cantado, construído, ensinado outransmitido na Igreja tem o objetivode fazer com que homens e mulherese crianças conheçam a influênciaredentora da Expiação de Cristo emsua vida diária e tenham paz.

Ele disse: “Deixo-vos a paz, aminha paz vos dou”.28

Como um de Seus Apóstolos,presto testemunho Dele e do semprepresente poder de Sua Expiação.

Deixando as sublimes palavras dejustiça, misericórdia, advertência e

esperança dos versículos das escrituras,

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27

volto-me para a mesma mensagemencontrada nos versos de um sim-ples poema:

Ele estava maltratado e desgastado,e o leiloeiro

Achava que quase não valeria a pena

Despender muito tempo com aquelevelho violino,

Mas mesmo assim, ergueu-o comum sorriso:

“Quanto me dão, meus senhores”,gritou ele,

“Quem fará a primeira oferta?”“Um dólar, um dólar”; em seguida,

“Dois!” “Apenas dois?Dois dólares. Quem dá três?Três dólares, dou-lhe uma; três

dólares, dou-lhe duas;Vendido por três dólares —

“Mas, não,Bem lá do fundo da sala, um

homem grisalhoAdiantou-se e pegou o arco;Limpou, então, o pó do velho violino,Apertou as cordas soltasE tocou uma melodia pura e belaComo o cântico dos anjos.

A música terminou, e o leiloeiro,Disse com voz calma e suave:“Quanto me dão pelo velho violino?”E ergueu-o juntamente com o arco.“Mil dólares. Quem me dá dois?Dois mil! Quem me dá três?Três mil, dou-lhe uma; três mil,

dou-lhe duas;Vendido!” disse ele.As pessoas aplaudiram, mas

algumas choraram.“Não entendemos bemO que fez com que seu valor

mudasse”. Rapidamente veio aresposta:

“O toque da mão do mestre.”

E muitos homens, cuja vida estádesafinada,

Maltratada e desgastada pelo pecado,São leiloados bem barato para a

multidão insensível,Tal como o velho violino.Um “prato de lentilhas”, um copo

de vinho,Um jogo de azar — e ele segue

adiante.

Dá-se uma, dá-se duas e
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Casais Missionários: É Hora de ServirÉlder Robert D. HalesDo Quórum dos Doze Apóstolos

“Certamente é adequado para as irmãs de mais idade ou casais maduroscomunicar a seus líderes do sacerdócio que estão dispostos a servir e queestão capacitados. Recomendo que o façam.”

Quase se entrega.Mas aí vem o Mestre, e a insensata

multidão,Não consegue compreenderO valor de uma alma e a mudança

efetuadaPelo toque da mão do Mestre.29

Em nome de Jesus Cristo, Amém. �

NOTAS1. D&C 42:11.2. I João 1:8. 3. I João 1:10.4. Alma 36:12; grifo do autor.5. Ver Mosias 27:29; Alma 36:12,

16–17; Mórmon 9:3.6. Ver 2 Né. 9:47; Alma 14:6; 15:3;

36:12, 17, 19; 39:7.7. Ver Mosias 2:39; 3:25; 5:5;

Morô. 8:21.8. Ver Alma 41:11; Atos 8:23;

Mosias 27:29; Alma 36:18; Mórm. 8:31;Morô. 8:14.

9. Mosias 3:25.10. Deseret News, 8 de julho de 1857,

p. 138.11. Ver Apoc. 20:10; 21:8; 2 Né. 9:16,

19, 26; 28:23; Jacó 3:11; 6:10; Mosias3:27; Alma 12:17; 14:14; D&C 63:17;76:36.

12. 2 Né. 2:11.13. Filip. 4:7.14. Alma 42:8.15. Alma 41:10; ver também vers. 11.16. Mosias 27:29.17. Alma 36:13, 17–20.18. D&C 19:16.19. D&C 58:42; ver também

Heb. 8:12; 10:17.20. Eze. 33:15–16.21. Mosias 4:12; ver também

2 Né. 25:26; 31:17; Mosias 3:13; 4:11;15:11; Alma 4:14; 7:6; 12:34; 13:16; Hel.14:13; 3 Né. 12:2; 30:2; Morô. 8:25; 10:33.

22. Ver D&C 27:2.23. Ver Alma 42:16–22.24. Eze. 36:26.25. JS — H 1:17.26. Ver D&C 115:4.27. D&C 1:30.28. João 14:27.29. Myra Brooks Welch,

“The Touch of the Master’s Hand”, The Gospel Messenger, Brethren Press,

S

26 de fevereiro de 1921.

into uma grande responsabili-dade em falar a vocês hoje a respeito de uma necessidade

urgente na Igreja. Minha maioresperança é a de que ao falar, oEspírito Santo lhes toque o coraçãoe que, em algum lugar, um maridoou esposa dê uma cotovelada discreta em seu companheiro oucompanheira, e a mensagem sejacompreendida por ambos. Falareisobre a necessidade urgente de quemais casais maduros sirvam nocampo missionário. Gostaríamos deexpressar nossa gratidão por todosos casais corajosos que estão ser-vindo atualmente, que já serviram eque ainda servirão.

Na seção 93 de Doutrina eConvênios, o Senhor repreendeu as

Autoridades Gerais que presidiam

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a Igreja, dizendo: “Ordenei quecriásseis vossos filhos em luz e verdade. ( . . . )

E agora te dou um mandamento:Se quiseres ser libertado, terás quepôr em ordem tua própria casa.”(D&C 93:40, 43)

Qual é a melhor maneira de ensi-narmos a nossos filhos e netos luz everdade? Qual é a melhor maneirade pôr nossa família imediata emordem e estender isso a nossosoutros familiares? É possível que emassuntos espirituais nosso exemplofale mais alto que nossas palavras?O casamento no templo, a oraçãofamiliar, o estudo das escrituras e anoite familiar são todos essencial-mente importantes. Mas há outradimensão: a dimensão do serviço. Seestivermos dispostos a deixar nossafamília para servirmos no campomissionário, nós os abençoaremoscom um legado que os ensinará e inspirará por muitas gerações futuras.

Acho significativo que, depois deordenar às Autoridades Gerais queensinassem aos filhos luz e verdade ecolocassem a família em ordem, oSenhor imediatamente os chamassepara uma missão. “Agora vos digo,meus amigos: Que meu servo SidneyRigdon faça sua viagem rapida-mente e proclame também ( . . . ) o evangelho de salvação ( . . . ).”(D&C 93:51)

Ao servirmos no campo missioná-rio, nossos filhos e netos serão aben-

çoados de uma forma que não seria
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possível se ficássemos em casa.Conversem com casais que já serviram numa missão e eles lhesrelatarão as bênçãos que foram der-ramadas sobre eles: filhos menos ati-vos foram reativados, membros dafamília foram batizados e testemu-nhos foram fortalecidos devido aoserviço prestado.

Um casal missionário deixou afazenda aos cuidados do filho.Durante o ano de seca que seseguiu, a fazenda teve duas colheitasde feno, enquanto a do vizinho ape-nas uma. O vizinho perguntou aofilho do casal como conseguira terduas colheitas ao passo que ele sóconseguira uma. O filho respondeu:“Você precisa mandar seus pais paraa missão”.

Se as bênçãos aos casais missio-nários e sua respectiva família sãotão numerosas, por que há tão pou-cos casais servindo, em vez das deze-nas de milhares de que tantoprecisamos? Creio que há quatro

O lago no lado leste do Templo de S

obstáculos que normalmente seinterpõem em seu caminho: medo,preocupação com a família, finanças eencontrar a oportunidade certa paraservir.

Primeiro, o medo: Medo do desco-nhecido ou de que não tenhamos ahabilidade necessária com as escri-turas ou com o idioma exigido podecriar relutância em servir. Mas oSenhor declarou: “Se estiverdes pre-parados, não temereis”. (D&C38:30) Sua vida é sua preparação.Vocês têm experiências valiosas.Constituíram uma família e serviramna Igreja. Vão e sejam vocês mes-mos. O Senhor prometeu que osanjos iriam adiante. (Ver D&C103:19–20.) O Espírito lhes mos-trará o que falar e quando falar demaneira natural, a fim de fortalece-rem missionários jovens, prestaremtestemunho a pesquisadores e mem-bros novos, ensinarem técnicas deliderança e fazerem amizade e inte-grarem membros menos ativos,

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alt Lake reflete o anexo do templo e a

ajudando-os a voltarem à atividadeplena. Vocês são o testemunho etocarão a vida daqueles com quemtiverem contato. Normalmente oscasais não batem em portas e nãoprecisam decorar as palestras oumanter o mesmo esquema dos élde-res e sísteres mais jovens. Sejamsimplesmente vocês mesmos.Sirvam o melhor que puderem, e oSenhor os abençoará.

Os casais missionários proporcio-nam estabilidade com sua amizade ecapacidade de liderança nas áreasonde a Igreja está começando. Seidisso por experiência própria porqueservi como presidente de missão naInglaterra. Designei um casal mis-sionário que estava servindo no cen-tro de visitantes para trabalharnuma unidade pequena e problemá-tica. Eles mostraram-se um tantoamedrontados por terem que sair do“porto seguro” que era o centro devisitantes, mas com fé foram ao tra-balho. Em seis meses, uma unidade

torre do Centro de Conferências.

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que tinha uma freqüência de 15 a20 pessoas na reunião sacramentalpassou a ter mais de 100 por causado trabalho de integração realizadopor este casal em conjunto com osacerdócio. Até hoje, eles e seusfilhos referem-se àquela época comoa experiência mais grandiosa que játiveram na vida.

Outro casal serviu recentementenum pequeno vilarejo ao sul deSantiago do Chile. Não sabiam falarnada de espanhol e estavam apreen-sivos devido ao fato de estarem num país diferente, tão distantes doconforto do lar. Apesar disso, come-çaram a trabalhar com total dedica-ção, amando e servindo as pessoas.Pouco tempo depois, o pequenoramo aumentou a freqüência para75 membros. Quando chegou omomento de voltarem para casa, oramo inteiro alugou um ônibus parair ao aeroporto a quatro horas dedistância para despedir-se de seusamigos queridos.

O serviço que os casais prestam

A Primeira Presidência entra no Cenda sessão do sacerdócio.

é essencial para a obra do Senhor.Esses casais podem fazer a diferença.Há coisas extraordinárias que só elespodem fazer e ninguém mais.

Segundo: Preocupação com a famí-lia. O Salvador chamou pescadoresde homens, fazendo o apelo: “Vindeapós mim”. (Mateus 4:19) Rogou-lhes que deixassem o lar para trás ese tornassem pescadores de homens.O que se exige dos casais missioná-rios é menos do que cinco por centodo tempo que eles passam na Terra.Sob a perspectiva eterna, uma mis-são corresponde a alguns momentoslonge do ambiente familiar e do pra-zer proporcionado pela aposentado-ria ao lado dos velhos amigos.

O Senhor enviará bênçãos mara-vilhosas à sua família quando servi-rem. “Eu, o Senhor, prometo-lhesque suprirei suas famílias”. (D&C118:3) Os casais às vezes ficampreocupados com o fato de que, nasua ausência, perderão casamentos,nascimentos, reuniões de família eoutros eventos familiares. Sabe-se

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tro de Conferências para participar

que a influência positiva exercidasobre as famílias cujos avós servemcomo missionários é maior do que oefeito de milhares de sermões. Asfamílias são enormemente fortaleci-das quando oram por seus pais ouavós e lêem as cartas que elesenviam, repletas de testemunhos erelatos de sua contribuição nocampo missionário.

Um filho escreveu o seguinte aospais que estavam no campo missio-nário: “O serviço que estão pres-tando serve de exemplo aos nossosfilhos. O resultado é que estão maisdispostos a servir em seus chamadosna Igreja. Todos nós aprendemos aser mais caridosos, trocando cartas epacotes. Quando recebemos cartas enotícias suas, nosso testemunho éfortalecido. Embora já fossem apo-sentados e estivessem felizes deacordo com os padrões do mundo, ofato de servirem numa missão mos-trou-nos uma nova forma de ser feliz. Vocês desfrutam de umafelicidade que o dinheiro não podecomprar. Temos visto vocês sobrepu-jarem problemas de saúde e outrostipos de dificuldades e receberembênçãos por sua disposição de servir,deixando seus filhos, netos e bisne-tos. Temos um amor imenso porvocês!”

Outro casal contou: “Um de nos-sos netos escreveu-nos enquantoestávamos na Tailândia e contou-nos que ainda não tinha certeza se serviria numa missão, mas devidoao nosso exemplo, agora sabia quequeria ser missionário. Hoje ele estáservindo”.

Meus próprios pais serviramnuma missão na Inglaterra. Quandoos visitei certo dia em seu pequenoapartamento, observei minha mãecom um xale enrolado de maneiraaconchegante sobre os ombros,colocando algumas moedas noaquecedor para manter o ambienteaquecido. Perguntei-lhes: “Por quevocês decidiram sair em missão?”Minha mãe disse simplesmente:“Porque tenho onze netos. Queroque saibam que a avó e o avô delesserviram uma missão”.

Em 1830, o Senhor mandouThomas B. Marsh deixar a família e

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servir numa missão. O irmão Marshficou muito preocupado com o fatode deixar sua família naquela época.Com ternura, o Senhor disse-lhenuma revelação: “Abençoarei a ti ea tua família, sim, teus pequeninos.( . . . ) Eleva o coração e regozija-te,pois é chegada a hora de tua missão.( . . . ) Portanto a tua família viverá.( . . . ) Deixa-os só por pouco tempopara declarares minha palavra e pre-parar-lhes-ei um lugar”. (D&C31:2,3,5,6) É possível que essassejam as bênçãos de que seus filhos,netos, bisnetos e sua posteridademais necessitem.

Terceiro: Finanças. Alguns casaisque serviriam de boa vontade nãoestão em condições de fazê-lo porcausa da idade, da saúde, de proble-mas financeiros ou circunstânciasfamiliares. Esses que estão impossi-bilitados de servir talvez possam aju-dar outro casal a ir para uma missão.

A obra missionária sempre envol-veu sacrifício. Se forem necessáriosalguns sacrifícios, as bênçãos serãoainda maiores depois. Filhos, incen-tivem seus pais a servir e ajudem-nos com apoio financeiro, senecessário. Talvez vocês não possampagar uma babá por algum tempo,mas as recompensas eternas quevocês e sua família vão receber com-pensarão, e muito, o breve sacrifício.

Para os casais mais jovens comfilhos ainda em casa, faço um apelopara que decidam servir quandoforem mais velhos, façam planos epreparem-se de maneira a estaremfinanceira, física e espiritualmenteprontos. Certifiquem-se de que ogrande exemplo da obra missionáriaseja um legado que deixarão para aposteridade.

Há dois momentos únicos navida em que podemos verdadeira-mente viver a lei da consagração ededicar-nos em período integral aoserviço do Senhor. Um deles é ser-vindo numa missão de tempo inte-gral quando jovens. O outro énaquela época singular após termoscumprido nossas obrigações deganhar o sustento. Esse últimoperíodo poderia ser chamado de“anos patriarcais”, quando podemos

fazer uso das ricas experiências

acumuladas ao longo dos anos, saircomo casal e consagrar totalmentenossa vida como servos do Senhor.

As bênçãos de servir com seucompanheiro eterno não têm preçoe só podem ser compreendidas poraqueles que já passaram por isso.Minha mulher e eu já tivemos esseprivilégio no campo missionário.Cada dia é especial, com recompen-sas diárias que promovem o cresci-mento e desenvolvimento pessoal,no tempo do Senhor e à maneiraDele. A satisfação resultante dessetipo de serviço abençoará vocês, seucasamento e sua família para toda aeternidade.

Finalmente, encontrar a oportuni-dade certa para servir. As maneiraspelas quais um casal pode servir sãopotencialmente ilimitadas: desdedar apoio ao escritório da missão e treinar líderes para a história da família a trabalhar no templo e prestar serviço humanitário.Existem oportunidades de usarquase qualquer tipo de habilidadeou talento com que o Senhor ostenha abençoado.

Sentem-se com seu cônjuge,façam uma avaliação de sua saúde,recursos financeiros e seus dons etalentos especiais. Depois, se tudoestiver em ordem, procurem o bispoe digam: “Estamos prontos”. Talvezvocês achem que não seria ade-quado falar com o bispo ou presi-dente de ramo a respeito de seudesejo de servir numa missão.Certamente é adequado para asirmãs de mais idade ou casais madu-ros comunicar a seus líderes do sacerdócio que estão dispostos aservir e que estão capacitados.Recomendo que o façam.

Bispos, não hesitem de formaalguma em iniciar uma entrevistapara uma Recomendação para oServiço Missionário a fim de con-versar com casais missionários eincentivá-los a servir.

O Élder Clarence R. Bishop,diretor do Centro de Visitantes dosCarrinhos de Mão Mórmons serviucinco missões. A primeira foiquando jovem. Nas últimas quatro,foi entrevistado por líderes inspira-

dos do sacerdócio. Disse que não

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teria servido em nenhuma dessasúltimas quatro missões se o bisponão o houvesse incentivado.

Alguns casais em idade madura eirmãs solteiras foram chamados paraensinar inglês como segunda línguaa estudantes, professores e funcioná-rios do governo da Tailândia. Essesprofessores aposentados e adminis-tradores educacionais, pelo fato deterem compartilhado generosa-mente seus dons e talentos desen-volvidos no decorrer dos vários anosde experiência de ensino, vemdando uma contribuição extraordi-nária ao ensinar inglês a estudantes,treinar professores e ser bons embai-xadores da Igreja na Tailândia.

Jerry e Karen Johnson serviramem Hong Kong ensinando inglêscomo segunda língua. Um dia,depois da aula, perto do fim da mis-são, uma menina da segunda série, a quem a irmã Johnson muito seapegara, veio até ela e, abrindo osbraços como se estivesse voando,perguntou: “Meguo?” que quer dizer“América?”. A irmã Johnson olhoupara ela e disse: “Sim, estamos vol-tando para a América”. Ela abraçoua irmã Johnson e soluçou. “Abracei-a bem forte e chorei também”, dissea irmã Johnson. “Cinqüenta outrosalunos cercaram-nos e começaram achorar e soluçar conosco. Nossamissão colocou-nos no centro deuma inigualável fonte de amor”.

Quando Jesus enviou os Dozepara suas respectivas missões, orde-nou-lhes, dizendo: “De graça rece-bestes, de graça dai”. (Mat. 10:8) Aquem muito é dado, muito é exi-gido. Vocês receberam muito navida; vão e partilhem liberalmenteno serviço do Senhor. Tenham fé. OSenhor sabe onde precisam devocês. A necessidade é tão grande,irmãos e irmãs e os trabalhadores,tão poucos.

O Senhor disse: “Quando estais aserviço de vosso próximo, estaissomente a serviço de vosso Deus”.(Mosias 2:17) Sei que este é o Seutrabalho. Vão e sirvam!

Oro para que vocês e sua famíliarecebam as bênçãos do trabalhomissionário. Em nome de Jesus

Cristo. Amém. �
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Davi, Um FuturoMissionárioÉlder Darwin B. ChristensonDos Setenta

“Os jovens da Igreja, ao serem expostos ao evangelho, desenvolvemnaturalmente, ( . . . ) um profundo amor por Jesus e por nossos profetas.”

Meus queridos irmãos eirmãs. Uma das bênçãosde pertencermos à Igreja é

o privilégio de possuirmos um teste-munho e de podermos prestá-lo; euma forma de prestá-lo é por meioda ação ou do exemplo.

Assim como outros, minhaesposa e eu jamais esqueceremos umjovem que enfrentou uma chuvatorrencial e incessante durante acerimônia de assentamento da pedraangular do Templo do Recife, noBrasil, em dezembro passado.

Quando o Presidente Hinckley eo Presidente Faust saíram do temploe ficaram no campo de visão dessemenino, a quem darei o nome deDavi, com cerca de dez anos deidade, ele ficou firme, ignorando ovento e a chuva, com sua camisabranca e sua calça totalmente

encharcadas. Permaneceu de pé,decidido, como um pequeno sol-dado, reconhecendo veemente-mente que estava, de fato, napresença de profetas, videntes ereveladores do Senhor.

Davi representa os muitos jovensmaravilhosos que constituem o futuroda Igreja. Ele foi bem ensinado porpais amorosos, com o auxílio dos pro-fessores da Primária, a honrar, amar eseguir os profetas. Os jovens daIgreja, ao serem expostos ao evange-lho, desenvolvem naturalmente, damesma forma que Davi, um profundoamor por Jesus e por nossos profetas.Como pais e professores, temos a res-ponsabilidade e a oportunidade dereforçar esse doce amor e respeito.

Por meio dessa orientação cuida-dosa, o testemunho crescerá deforma consistente com o tempo,para finalmente alicerçar-se na reve-lação pessoal.

Conforme demonstrado demaneira tocante por Davi — nossoirmãozinho que enfrentou a chuva— a família, com quem ele apren-deu tanto, é a organização básica eeterna da Igreja. Com orientação,irá adquirir seu próprio testemunhode que Jesus é o Filho do Deus Vivoe que, por intermédio de SuaExpiação, o Salvador cumpriu demodo perfeito Sua promessa expia-tória. Joseph Smith é o primeiroprofeta dessa restauração. GordonB. Hinckley é nosso querido profetavivo na atualidade.

Davi crescerá sabendo que ser-virá numa missão. Seu pai lhe falará

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com freqüência sobre as bênçãos desua própria missão. Ele representa ospais de Sião que são líderes fiéis dosacerdócio.

A mãe de Davi edificará a uni-dade familiar ao estabelecer tradi-ções familiares importantes eeternas. Ela representa as mães queanseiam por ver os filhos crescereme que conseguem enxugar-lhes aslágrimas e passar a ferro muitos dostecidos amarrotados da mortalidadeda mesma forma que passam saias ecamisas amassadas.

Ao longo das lindas praias doRecife, há sinais espalhados indi-cando que os banhistas podem diver-tir-se no mar em segurança contantoque se restrinjam às áreas situadasentre as praias e os arrecifes. Quemnadar ou surfar além dos arrecifesestará sujeito a ataques de tubarões,que são uma ameaça constante e jáforam responsáveis por um númerosignificativo de mortes e ferimentos.

Assim como os sinais na praia, oSenhor e Seus profetas dão orienta-ção inspirada aos filhos terrenos,para que mantenham distância dossempre presentes tubarões da mor-talidade: a pornografia, as drogas eos pecados que diminuem ou des-troem a natural compreensão espiri-tual que o Senhor gostaria que Seusfilhos desfrutassem. Essa orientaçãoespiritual é dada por Deus devidoao inesgotável e pessoal amor quesente por todos os Seus filhos. Aoração, as escrituras e o jejum estãoao alcance de todos os que recor-rem a eles.

“A Família: Proclamação aoMundo” é um recurso precioso.Trata-se de um documento inspi-rado preparado por nossos profetas.Aprendamos e reaprendamos suaslições. Então, como pais preocupa-dos, faremos tudo a nosso alcancepara proteger e favorecer nossosDavis; que são nossos filhos, netos eentes queridos.

Alma, o filho, ensinou cada umde seus filhos individualmente.Mostra que ensinou Helamã em suajuventude (Alma 36:3) da mesmaforma que Davi está aprendendo em sua mocidade. O pai de Davipoderia até parafrasear Alma: “Oh!

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Grossas colunas e grandes janelas adornam o nível do balcão do Centro d

Lembra-te, Davi e aprende sabedoriaem tua mocidade; sim, aprende emtua mocidade a guardar os manda-mentos de Deus”. (Ver Alma 37:35)

Davi está aprendendo quenunca fará nem mesmo uma rápidaincursão pelas águas poluídas davida, pois sabe que os tubarões damortalidade podem lacerar o mús-culo espiritual sensível de um teste-munho em desenvolvimento. Temconsciência também de que nãoprecisa vestir a casaca dos supostos“não-conformistas” fazendo piercinge tatuagens no corpo.

Antes de sair de casa para iniciaro serviço missionário, será uma bên-ção para Davi ser ensinado, indivi-dualmente, pelo pai, assim comoAlma tão bem orientou o filhoHelamã; “Sim, e roga a Deus portodo o teu sustento; sim, para quetodos os teus feitos sejam para oSenhor, ( . . . ) aconselha-te com oSenhor em tudo que fizeres ( . . . )”.(Alma 37:36, 37)

Desde o início do Livro de

Mórmon, aprendemos lições depaternidade e maternidade. O PaiLeí preparou o alicerce que levou ofilho Néfi a fazer a famosa declara-ção: “Eu, Néfi, tendo nascido debons pais, recebi, portanto, algumainstrução em todo o conhecimentode meu pai”. (1 Né. 1:1)

Para Lamã e Lemuel, o Pai Leíapresentou uma bela analogia ao ensinar veementemente: “Oh!Tu poderias ser como este rio, conti-nuamente correndo para a fonte de toda a retidão! ( . . . ) Oh! Tupoderias ser como este vale, firme,constante e imutável em guardar os mandamentos do Senhor!” (1 Né. 2:9–10)

Enos, ao atingir a idade adulta,caçava na floresta certo dia e recor-dou os ensinamentos que o pai,Jacó, lhe dera durante toda a vida ecomeçou a dar-lhe ouvidos. Decidiuaplicar aqueles preceitos e clamouao Senhor “o dia inteiro” e tambémdurante a noite. Então, ouviu umavoz: “Enos, perdoados são os teus

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pecados e tu serás abençoado”.(Enos 1:4–5) Então Enos mudou epassou a vida ensinando.

O grande e admirável profetaEnoque reconheceu o valor de seusantepassados ao dizer: “E meu paiensinou-me em todos os caminhosde Deus”. (Moisés 6:41)

Esperamos que todos os nossosDavis estejam preparados para servirdessa maneira.

Todos nós apreciamos a oportuni-dade de prestar serviço. Na bênçãode servir, gostaria de expressar grati-dão pelo apoio de minha lindaesposa, por nossos filhos, noras, gen-ros e netos, por nossos irmãos eirmãs e respectivas famílias, por nos-sos missionários que são exemplosconstantes de dedicação, pelos ami-gos que são um apoio constante,pelo lindo povo brasileiro, peloslíderes, pelos profetas e especial-mente por nosso Senhor e Salvador.A Igreja é verdadeira.

Digo isso em nome de JesusCristo. Amém. �

e Conferências.

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Para Prestar Testemunhodo Meu UnigênitoÉlder L. Aldin PorterDa Presidência dos Setenta

“Um testemunho espiritual da escritura nefita trará sempre a certeza da existência do Salvador.”

Nós dos Setenta gostaríamosde dar sinceras boas-vindasaos irmãos que foram apoia-

dos hoje aos cinco quóruns dosSetenta.

Somos abençoados irmãos e irmãspor viver em um mundo em queouvimos informações, quase que diá-rias, sobre progressos no combate adoenças e a outras ameaças à huma-nidade. Parece haver uma marchainterminável nas realizações dohomem, no sentido de superar obstá-culos a uma vida longa e saudável. Amaioria de nós já se habituou aofluxo constante de prodígios.

Apesar disso tudo tambémenfrentamos um ataque incessantede distrações que destroem a almatais como: pornografia, uso de dro-gas ilegais e violência contra espo-sas, maridos e crianças. Há um

desfile de falsas filosofias proclamadascomo respostas novas e atuais paraos problemas do mundo.

Os amplos recursos de comunica-ção que o Senhor revelou em nossosdias têm sido largamente utilizadospara propósitos maléficos. Aimprensa escrita, a televisão, osvídeos e agora a Internet trazemconstantemente para nosso larmateriais que poluem nossa alma edestroem nossa vida. Nosso lar nopassado era, em geral, um portoseguro contra o mundo. Para con-servarmos essa paz agora, precisa-mos de uma vigilância quase queimplacável.

Ainda assim, temos grandesrazões para sermos otimistas. Nãonos deixaram desamparados diantedos elementos malignos que pode-riam diminuir-nos, trazer-nos tris-teza e desespero e negar-nos asalegrias da eternidade.

“E Jesus lhes disse: Eu sou o pãoda vida; aquele que vem a mim nãoterá fome, e quem crê em mimnunca terá sede.” (João 6:35)

“Este é o pão que desce do céu,para que o que dele comer nãomorra.

Eu sou o pão vivo que desceu docéu; se alguém comer deste pãoviverá para sempre; e o pão que euder é a minha carne, que eu dareipela vida do mundo.” (João 6:50–51)

Ele é a resposta aos anseios docoração humano em sua busca dessaconvicção. É a resposta para nossospecados individuais e para nossospesares.

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Ele é o nosso Protetor em ummundo que busca constantementeresolver os problemas por meio daviolência. É o nosso Protetor em ummundo onde a mente de tantos estáocupada continuamente pelo mal.Temos Sua palavra para guiar-nos,consolar-nos e dar-nos esperançapara o futuro. Há tanta luz, pureza evirtude à frente; e, por fim, a violên-cia desaparecerá, pois seguramenteo cordeiro viverá sem temor com oleão.

O Senhor, naturalmente, viu osnossos dias. Viu os efeitos devasta-dores da transgressão. E profetizouque protegeria Seu povo.

Ele falou a Enoque a respeito dosúltimos dias — dias de iniqüidade ede vingança — e declarou:

“E chegará o dia em que a Terradescansará, mas antes desse dia os céus escurecerão e um véu de tre-vas cobrirá a Terra; e os céus treme-rão, assim como a Terra; e haverágrandes tribulações entre os filhosdos homens, mas meu povo eu preservarei;

E justiça enviarei dos céus; e ver-dade farei brotar da terra para pres-tar testemunho do meu Unigênito;de sua ressurreição dentre os mor-tos; sim, e também da ressurreiçãode todos os homens; e justiça e ver-dade farei varrerem a Terra comoum dilúvio, a fim de reunir meuseleitos dos quatro cantos da Terra.( . . . )” (Moisés 7:61–62)

Notaram que Ele disse “Fareibrotar [a verdade] da terra”. Parafazer o quê? “Para prestar testemu-nho do meu Unigênito”.

O Livro de Mórmon foi compi-lado e traduzido para os nossos dias.Brotou da terra conforme profeti-zado para abençoar e guiar a vidadas pessoas hoje em dia. Veio naépoca que o Senhor sabia que viria,quando as perturbações causadaspela iniqüidade se tornassem muitointensas.

Quando Morôni concluiu aimensa obra de seu pai e de outros,fez uma promessa que tem sidodivulgada amplamente em numero-sas línguas. Mas temo que se tenhatornado muito corriqueira entre nós.Aprendemos a seu respeito na

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Escola Dominical, no seminário, naNoite Familiar e ela é até decoradapelos missionários. Mas hoje peçoque me escutem enquanto leio apromessa, como se jamais a houves-sem ouvido.

“E quando receberdes estas coi-sas, eu vos exorto a perguntardes aDeus, o Pai Eterno, em nome deCristo, se estas coisas não são verda-deiras; e se perguntardes com umcoração sincero e com real intenção,tendo fé em Cristo, ele vos manifes-tará a verdade delas pelo poder doEspírito Santo.” (Morôni 10:4)

Essa é uma promessa que nossoPai Eterno nos manifestará a ver-dade — uma revelação pessoal deconseqüências eternas.

O Livro de Mórmon foi conce-dido para convencer os judeus e osgentios de que Jesus é o Cristo, queSe manifesta a todas as nações.

Não tratem as revelações deDeus com indiferença. Não tratemessa promessa surpreendente com

leviandade. Presto testemunho

solene de que ela foi cumprida nãoapenas em minha vida, mas na vidade centenas de milhares — mesmomilhões — de pessoas.

Descobrirão que, quando a pro-messa de Morôni for cumprida ereceberem o conhecimento segurode que o Livro de Mórmon é verda-deiramente a palavra de Deus, rece-berão também o testemunho de queJesus é o Cristo, o Redentor eSalvador do mundo. Nunca soubede qualquer ocasião em que isso nãotenha acontecido. Além disso, nãoacredito que jamais venha a ocorreruma violação desse princípio. Umtestemunho espiritual da escrituranefita trará sempre a certeza da exis-tência do Salvador.

Com esse testemunho nascido doEspírito Santo virá o conhecimentoseguro de que Joseph Smith disse averdade quando afirmou ter visto oPai e o Filho naquela manhã de pri-mavera em 1820.

O conhecimento de que Jesus

Cristo vive e que é nosso Redentor

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e Salvador vale qualquer preço. Esseé o cumprimento da promessa deMorôni em nossa vida.

Então, com estudo e oração, che-garemos ao conhecimento de queEle nos deu a vida por meio daRessurreição. Saberemos que Eleprometeu-nos uma qualidade devida no futuro, além de nossa com-preensão. Precisamos entender queesse testemunho vem somente coma obediência aos princípios e orde-nanças do evangelho.

Leiam o Livro de Mórmon.Comecem a lê-lo com um “coraçãosincero e real intenção”, Ponderemas palavras. Parem com freqüência eperguntem a seu Pai Celestial “seestas coisas não são verdadeiras”.Continuem a ler, a ponderar e a per-guntar. Não será uma leitura fácil.Encontrarão barreiras pelo caminho.Persistam.

Busquem o Pai Celestial depoisde terem se libertado de seus pre-conceitos e predisposições. Abram o

coração para receber as sugestões
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provenientes de fontes eternas.Muitos tesouros inspiradores lhesserão revelados. No devido tempo, acerteza de que Jesus Cristo é o Filhovivo do Pai vivo virá a seu coração eà sua mente. Também terão oconhecimento de que Joseph Smithé o profeta da Restauração e queexistem apóstolos e profetas naTerra hoje. Terão a certeza de que oPresidente Gordon B. Hinckley é oprofeta para o mundo bem como opresidente da Igreja de Jesus Cristodos Santos dos Últimos Dias.

Faço essa promessa àqueles queestão pesquisando a Igreja. Faço-aàqueles que são membros, mas queperderam o entusiasmo pelo trabalhoe estão, portanto, num estado de con-fusão em um mundo que enfrenta ocaos moral. Faço essa promessa àqueles que, devido à transgressão e auma vida desprovida de fé, se deses-peram com as coisas eternas.

Quando esse testemunho sagradoocorrer, nosso amor por Ele cresceráde maneira ilimitada; nosso desejode conhecê-Lo crescerá. Sentiremostristeza ao lermos palavras como asda profecia do rei Benjamim a res-peito Dele:

“E eis que sofrerá tentações edores corporais, fome, sede e can-saço maiores do que o homem podesuportar sem morrer; eis que sairásangue de seus poros, tão grandeserá a sua angústia pelas iniqüidadese abominações de seu povo.

E ele chamar-se-á Jesus Cristo, oFilho de Deus, o Pai dos céus e daTerra, o Criador de todas as coisasdesde o princípio ( . . . ).” (Mosias3:7–8)

Nosso coração ficará repleto degratidão por Seu sacrifício por nós.A doutrina da revelação pessoal nãoé nova. Esse princípio eterno foiensinado no passado.

“E, chegando Jesus às partes daCesaréia de Filipe, interrogou osseus discípulos, dizendo: Quemdizem os homens ser o Filho dohomem?

E eles disseram: Uns, JoãoBatista; outros, Elias; e outros,Jeremias, ou um dos profetas.

Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis

que eu sou?

E Simão Pedro, respondendo,disse: Tu és o Cristo, o Filho doDeus Vivo.

E Jesus, respondendo, disse-lhe:Bem-aventurado és tu, SimãoBarjonas, porque to não revelou acarne e o sangue, mas meu Pai, queestá nos céus.” (Mateus 16:13–17)

Depois de receberem esse teste-munho sagrado, vocês verão a Suamão em milhares de coisas.

“E eis que todas as coisas têm suasemelhança e todas as coisas sãocriadas e feitas para prestar testemu-nho de mim, tanto as coisas mate-riais como as coisas que sãoespirituais; coisas que estão acimanos céus e coisas que estão na Terrae coisas que estão dentro da terra ecoisas que estão embaixo da terra,tanto acima como abaixo; todas ascoisas prestam testemunho demim.” (Moisés 6:63)

Encontraremos grande alegria aorefletirmos a respeito de Sua vida e

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em breve perceberemos que, na ver-dade, todas as coisas prestam teste-munho Dele. Além disso, em meio àsnossas tribulações e dificuldades,encontraremos paz, sabendo que nofinal tudo estará bem. Encontraremosserenidade diante das aflições.Encontraremos paz nesta vida, apesardo caos que nos cerca.

Esse é o poder de um testemunhoe de se testificar que Jesus é oCristo, o Redentor, nosso Advogadojunto ao Pai, o Unigênito do Pai nacarne, o Salvador do mundo.

Presto-lhes testemunho Dele.Testifico que Ele viveu, morreu esurgiu da tumba como um ser ressus-citado e deu-nos o dom da ressurrei-ção e a promessa de uma vida eternade alegria e satisfação por meio daobediência às leis e ordenanças doevangelho conforme reveladas outravez por nossos profetas vivos.

Em nome de Jesus Cristo. Amém. �

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Preparação Pessoal paraas Bênçãos do TemploÉlder Russell M. NelsonDo Quórum dos Doze Apóstolos

“Aqueles que entram no templo também devem possuir o atributo da santidade. ( . . . ) Só podemos alcançar a santidade por meio de perseverança e contínuo esforço pessoal.”

Sob a direção inspirada do Presidente Gordon B.Hinckley, existem hoje mais

templos do que jamais houve nomundo. Inscritas em cada temploestão as palavras “Santidade aoSenhor”.1 Essa declaração afirma quetanto o templo quanto seu propósitosão santos. Aqueles que entram notemplo também devem possuir oatributo da santidade.2 Pode ser maisfácil atribuir santidade a um edifíciodo que a um povo. Só podemosalcançar a santidade por meio deperseverança e contínuo esforço pes-soal. Ao longo das eras, os servos doSenhor sempre nos advertiram con-tra a falta de santidade. Jacó, oirmão de Néfi, escreveu: “( . . . ) euvos falaria de santidade; mas como

não sois santos e me considerais um

mestre, é preciso que eu vos ensineas conseqüências do pecado”.3

Sinto hoje essa mesma responsa-bilidade de ensinar. À medida quesão preparados templos para os nos-sos membros, os nossos membrosprecisam preparar-se para entrar notemplo.

O TEMPLOO templo é a casa do Senhor. A

base de toda ordenança e convêniodo templo, o ponto central do planode salvação, é a Expiação de Cristo.Toda atividade, toda aula, tudo quefazemos na Igreja visa ao Senhor eSua casa santa. Nosso empenho deproclamar o evangelho, aperfeiçoaros santos e redimir os mortos, tudoisso nos conduz ao templo. Todotemplo santo é um símbolo de nossacondição de membros da Igreja,4 umsinal de nossa fé na vida após a mortee um passo sagrado rumo à glóriaeterna, para nós e nossa família.

O Presidente Hinckley declarou:“Esses edifícios maravilhosos e sin-gulares e as ordenanças neles reali-zadas representam o ponto máximode nossa adoração. Essas ordenançassão as mais profundas expressões denossa teologia”.5

Entrar no templo é uma enormebênção. Mas antes precisamos estardignos. Não devemos apressar-nos.Não podemos encurtar nossa prepa-ração e arriscar-nos a violar convê-nios que não estejamos preparadospara fazer. Isso seria pior do que não

fazê-los.

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A INVESTIDURANo templo, recebemos uma

investidura, que é literalmente umadádiva. Ao recebermos essa dádiva,devemos compreender seu signifi-cado e a importância de guardarmosos convênios sagrados. Toda orde-nança do templo “não é simples-mente um ritual que executamos,mas, sim, uma solene promessa quefazemos”.6

A investidura do templo foi-nosdada por revelação. Portanto, amelhor maneira de compreendê-la é por meio da revelação, buscadapor meio de sincera oração.7 OPresidente Brigham Young ensinou:“Sua investidura é o recebimento detodas as ordenanças da casa doSenhor que são necessárias para quepossam, depois de ter deixado estavida, caminhar de volta à presençado Pai ( . . . ) e alcançar sua exalta-ção eterna”.8

AUTORIDADE PARA O SELAMENTOAo preparar-nos para receber a

investidura e outras ordenanças dotemplo, devemos compreender aautoridade que tem o sacerdóciopara efetuar o selamento. Jesus refe-riu-se a essa autoridade quando há muito tempo ensinou a SeusApóstolos: “Tudo o que ligares naterra será ligado nos céus”.9 Essamesma autoridade foi restaurada nes-tes últimos dias. Assim como o sacer-dócio é eterno, sem começo nem fim,o mesmo acontece com os efeitos dasordenanças do sacerdócio que unemas famílias para sempre.

As ordenanças, convênios, investi-duras e selamentos do templo permitem que as pessoas sejam recon-ciliadas com o Senhor e que a famí-lia seja selada para além do véu damorte. A obediência aos convêniosdo templo qualifica-nos para a vidaeterna, o maior de todos os dons deDeus.10 A vida eterna é mais do quea simples imortalidade. Ela é a exal-tação no mais elevado céu, o tipo devida que Deus leva.

A RECOMENDAÇAO PARA O TEMPLOA preparação também inclui a

dignidade para receber uma reco-

mendação para o templo. Nosso
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Redentor exige que Seus templossejam protegidos da profanação.Nenhuma coisa impura pode entrarem Sua casa santa.11 Mas todosaqueles que se prepararem bemserão bem-vindos. Toda pessoa quepede uma recomendação será entre-vistada por um juiz em Israel, obispo, e pelo presidente da estaca.12

Eles possuem as chaves da autori-dade do sacerdócio e a responsabili-dade de ajudar-nos a saber se anossa preparação está adequada equando será a melhor ocasião deentrarmos no templo. Essas entre-vistas abordam diversas questõesvitais. Eles irão perguntar-nos seobedecemos à lei do dízimo, se guar-damos a Palavra de Sabedoria e seapoiamos as autoridades da Igreja.Perguntarão se somos honestos, sesomos moralmente limpos e se hon-ramos o poder de procriação comouma responsabilidade sagrada querecebemos de nosso Criador.

Por que esses assuntos são tãoimportantes? Porque são centrifuga-dores espirituais. Eles ajudam adeterminar se realmente vivemoscomo filhos do convênio,13 capazesde resistir às tentações dos servos dopecado.14 Essas entrevistas ajudam adiscernir se estamos dispostos aviver de acordo com a vontade doDeus verdadeiro e vivo, ou se nossocoração ainda está voltado para as“riquezas e coisas vãs do mundo”.15

Essas exigências não são difíceis dese compreender. Como o templo é acasa do Senhor, os critérios para

admissão foram estabelecidos por Ele.Entramos no templo como Seus con-vidados. Receber uma recomendaçãopara o templo é um privilégio inesti-mável e um sinal concreto de nossaobediência a Deus e a Seus profetas.16

A PREPARAÇAO FÍSICA PARA O TEMPLO

Preparamo-nos fisicamente para otemplo vestindo-nos de maneira ade-quada. Não é um lugar para vestir-nos de modo informal. “Devemosvestir-nos de modo que tenhamoscondições de assistir sem constrangi-mento a uma reunião sacramental ououtra reunião respeitável e digna”.17

Dentro do templo, todos vestimosroupas imaculadamente brancaspara lembrar-nos de que Deus desejaum povo puro.18 A nacionalidade, oidioma ou o cargo na Igreja são deimportância secundária. Todos nosvestimos da mesma forma e nos sen-tamos lado a lado, sendo considera-dos iguais à vista de nosso Criador.19

O noivo e a noiva entram notemplo para casarem-se para estavida e por toda a eternidade. Anoiva usa um vestido branco demanga comprida, recatado tanto nocorte quanto no tecido, sem orna-mentos excessivos. O noivo tambémse veste de branco. E os irmãos quetestemunham o casamento nãousam smoking.

O uso do garment do templo temum profundo significado simbólico.Representa um compromisso contí-nuo.20 Assim como o Salvadorexemplificou a necessidade de per-severarmos até o fim, usamos o gar-ment fielmente como parte daresistente armadura de Deus.21

Demonstramos assim nossa fé Nelee nos convênios eternos que comEle fizemos.22

A PREPARAÇAO ESPIRITUAL PARA O TEMPLO

Além da preparação física, temosde preparar-nos espiritualmente.Como as ordenanças e convênios dotemplo são sagrados, temos a soleneobrigação de não falar fora do tem-plo a respeito do que acontece den-tro dele. Há, contudo, alguns

princípios que podemos discutir.

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Todo templo é uma casa deaprendizado.23 Nele somos ensinadosà maneira do Mestre.24 Sua maneiradifere da usada por outras pessoas.Ela é antiga e rica em simbolismo.Podemos aprender muito, ponde-rando o que cada um dos símbolosrepresenta realmente.25 Os ensina-mentos do templo são belissima-mente simples e simplesmente belos.São compreendidos pelos humildes,mas podem estimular o intelecto dasmentes mais brilhantes.

A preparação espiritual éampliada pelo estudo. Gosto derecomendar aos membros que vãoao templo pela primeira vez, queleiam os breves parágrafos explana-tórios de sete tópicos do Dicionárioda Bíblia:26 Unção,27 Expiação,28

Jesus Cristo,29 Convênio,30 Queda deAdão,31 Sacrifícios32 e Templo.33 Issoirá garantir-lhes um firme alicerce.

A pessoa pode ler também oVelho Testamento34 e os livros deMoisés e Abraão na Pérola deGrande Valor. Esse estudo das anti-gas escrituras torna-se ainda maisesclarecedor depois de conhecermosbem a investidura do templo. Esseslivros ressaltam a antigüidade dotrabalho do templo.35

Cada ordenança é acompanhadade um convênio, ou promessa. Oconvênio feito com Deus não é res-tritivo, mas protetor. Esse conceitonão é novo. Por exemplo: se nossosuprimento de água não for puro,podemos filtrar a água para retiraros elementos prejudiciais. Os convê-nios divinos ajudam a filtrar nossamente das impurezas que podemprejudicar-nos. Quando escolhemosnegar-nos a toda a iniqüidade,36 nãoperdemos nada de valor e ganhamosa glória da vida eterna. Os convê-nios não nos prendem ao chão; ele-vam-nos além dos limites de nossopoder e visão.

UMA PERSPECTIVA ETERNAO Presidente Hinckley explicou

essa sublime perspectiva: “Há umameta além da Ressurreição. É a exal-tação no reino de nosso Pai. ( . . . )Começa com a aceitação Dele comonosso Pai Eterno e de Seu Filho

como nosso Redentor vivo. Envolve
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a participação em diversas ordenan-ças, todas importantes e necessárias.A primeira delas é o batismo porimersão na água, sem o qual, segundoo Salvador, o homem não pode entrarno reino de Deus. Segue-se o nasci-mento do Espírito, o dom do EspíritoSanto. Depois, em sucessão ao longodos anos subseqüentes, para oshomens, vem a ordenação ao sacerdó-cio, seguida das bênçãos do templo,tanto para os homens quanto para asmulheres dignos de nele entrarem.Essas bênçãos do templo incluemnossa ablução e unção, para que este-jamos limpos perante o Senhor.Incluem a ( . . . ) investidura de obri-gações e bênçãos que nos motivam atermos uma conduta condizente comos princípios do evangelho. Incluemas ordenanças de selamento pelasquais tudo que é ligado na terra tam-bém é ligado no céu, proporcionandoa continuidade da família.”37

Aprendi que as bênçãos do templosão mais significativas quando a morteleva um ente querido de nosso círculofamiliar. Saber que a dor da separação

é apenas temporária, proporciona-nosuma paz que transcende nossa com-preensão.38 A morte não pode separaruma família que foi selada no templo.Ela compreende que a morte é umaparte necessária do grande plano defelicidade de Deus.39

Essa perspectiva ajuda-nos amanter-nos fiéis aos convênios quefizemos. O Presidente Boyd K.Packer salienta que “as ordenançase convênios se tornam nossas cre-denciais para sermos admitidos napresença de Deus. Recebê-los digna-mente é a meta de toda uma vida;mantê-los depois disso é o desafio damortalidade”.40

As ordenanças do templo relacio-nam-se ao nosso progresso pessoalbem como à redenção de nossosantepassados falecidos. “( . . . ) Porquea sua salvação é necessária e essen-cial à nossa salvação, ( . . . ) eles, semnós, não podem ser aperfeiçoados —nem podemos nós, sem nossos mor-tos, ser aperfeiçoados.”41 O trabalhoem favor deles proporciona-nosnovas oportunidades de adoração no

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templo. E esse trabalho é suficiente-mente importante a ponto de justifi-car que nos programemos paracumpri-lo. Ao fazermos pelos outroso que eles não podem fazer por simesmos, seguimos o exemplo doSalvador, que realizou a Expiaçãopara abençoar a vida das pessoas.

Um dia iremos encontrar nossoCriador e postar-nos diante Dele nojulgamento.42 Seremos julgados deacordo com nossas ordenanças, con-vênios, ações e desejos de nossocoração.43

Até lá, neste mundo tão afligidopela decadência espiritual, será que aspessoas preparadas para as bênçãosdo templo podem fazer uma dife-rença? Sim! Esses santos são “( . . . ) opovo do convênio do Senhor, ( . . . )armados com retidão e com o poderde Deus, em grande glória”.44 Seuexemplo pode elevar a vida de toda ahumanidade. Disso testifico em nomede Jesus Cristo. Amém. �

NOTAS1. Ver Êx. 28:36; 39:30; Salm. 93:5.

Traduções equivalentes são usadas nostemplos em localidades que não se falamportuguês.

2. Ver Êx. 19:5–6; Lev. 19:1–2; Salm.24:3–5; I Tess. 4:7; Morô. 10:32–33; D&C20:69; 110:6–9; ver também Guia paraEstudo das Escrituras, “Santidade”, p. 193.

3. 2 Né. 9:48.4. Ver “Following the Master: Teachings

of President Howard W. Hunter”, Ensign,abril de 1995, pp. 21–22; “The GreatSymbol of Our Membership”, Tambuli,novembro de 1994, p. 3.

5. “Missões, Templos e Mordomia”, A Liahona, janeiro de 1996, p. 57.

6. Gordon B. Hinckley, Teachings ofGordon B. Hinckley (1997), p. 638.

7. Ver Morô. 10:4–5.8. Discourses of Brigham Young, sel.

John A. Widtsoe, 1941, p. 416.9. Mat. 16:19.10. Ver D&C 14:7.11. Ver D&C 109:20; ver também

Isa. 52:11; Alma 11:37; 3 Né. 27:19.12. Ou o presidente do ramo

e presidente da missão.13. Ver 3 Né. 20:26; ver também

Russell M. Nelson, “Filhos do Convênio”,A Liahona, julho de 1995, p. 33.

14. Ver Rom. 6:17, 20; D&C 121:17.

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15. Alma 7:6.16. O Presidente Hinckley disse:

“Exorto nosso povo em todos os lugares,com toda a persuasão de que sou capaz, aviverem de maneira suficientemente dignapara possuírem uma recomendação dotemplo; a obterem uma recomendação econsiderarem-na como algo valioso; e afazerem um esforço maior para ir à casa doSenhor e participar do espírito e das bên-çãos lá encontradas”. (A Liahona, janeirode 1996, p. 57)

17. Boyd K. Packer, The Holy Temple,1980, p. 73.

18. Ver Neal A. Maxwell, Not My Will,But Thine, 1988, p. 135; ver tambémD&C 100:16.

19. Isso nos faz lembrar que “Deus nãofaz acepção de pessoas”. (Atos 10:34; vertambém Morô. 8:12.)

20. O Senhor assegurou que mesmoque os montes se retirem e os outeirossejam abalados, Sua benignidade não se

afastará de nós, tampouco o convênio de 44. 1 Né. 14:14.

Seu povo será removido. (Ver TJS, InspiredVersion, Isa. 54:10.) Certamente jamaisdesejaríamos conscientemente desfazer-nosde um emblema de Seu convênio eterno.

21. Ver Efé. 6:11–13; ver tambémAlma 46:13, 21; D&C 27:15.

22. Em uma carta datada de 10 deoutubro de 1988, a Primeira Presidênciaescreveu: “Alguns costumes freqüente-mente observados entre os membros daIgreja sugerem que alguns membros nãocompreenderam plenamente o convênioque fizeram no templo de usarem o gar-ment de acordo com o espírito da santainvestidura.

Os membros da Igreja que foram ves-tidos com o garment no templo fizeram o convênio de usá-lo por toda a vida. A interpretação dada a esse convênio é a de que ele deve ser usado sob as roupastanto de dia quanto à noite ( . . . ) A promessa de proteção e bênçãosdepende da dignidade e da fidelidade no cumprimento do convênio.

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O princípio fundamental deve ser o dese usar o garment e não de descobrir oca-siões que justifiquem a sua remoção.Portanto, os membros não devem removero garment, seja parte dele ou todo o gar-ment, para trabalhar no jardim ou paraandar pela casa em traje de banho ou comroupas pouco recatadas. Tampouco eledeve ser removido para participar de ativi-dades recreativas que possam ser realiza-das com o garment devidamente usadosob as roupas normais. Quando o garmentprecisar ser removido, como para a práticade natação, ele deve ser novamente ves-tido assim que possível.

Os princípios de recato e da devidavestimenta do corpo estão implícitos nesseconvênio e devem reger todo tipo deroupa usada. Os membros da Igreja cominvestidura usam o garment como lem-brete dos convênios sagrados que fizeramcom o Senhor e também como proteçãocontra a tentação e o mal. O modo comoele é usado é uma expressão externa deum compromisso interior de seguir oSalvador.”

23. Ver D&C 88:119; 109:8.24. Na verdade, Ele é o caminho. (Ver

João 14:6.) 25. Ver John A. Widtsoe, “Temple

Worship”, Utah Genealogical and HistoricalMagazine, abril de 1921, p. 62.

26. Os membros da Igreja que nãolêem inglês podem encontrar termossemelhantes em sua versão do Guia paraEstudo das Escrituras.

27. Página 213.28. Páginas 83–84.29. Página 113–116.30. Páginas 43–44.31. Página 177.32. Página 189.33. Página 205.34. Alguns capítulos de particular inte-

resse são Êxo. 26–29, 39; Lev. 8; II Sam.12 (v. 20); II Crôn. 6–7; Isa. 22; Eze. 16.

35. Ver D&C 124:40–41.36. Ver Morô. 10:32; TJS Mat. 16:26.37. “Temples and Temple Work”,

Ensign, fev. de 1982, p. 3.38. Ver Filip. 4:7.39. Ver Alma 42:8.40. “Covenants”, Ensign, maio de

1987, p. 24.41. D&C 128:15.42. Ver 2 Né. 9:41.43. Ver D&C 137:9.

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Edificar umaComunidade de SantosÉlder L. Tom PerryDo Quórum dos Doze Apóstolos

“Em qualquer comunidade de santos, todos trabalham para servir uns aosoutros da melhor maneira possível. Nosso trabalho tem um propósito maiselevado porque visa a abençoar o próximo e edificar o reino de Deus.”

Todos temos acontecimentosna vida que, quando relem-brados anos mais tarde,

adquirem um novo e importante sig-nificado. Quando eu estava naescola secundária, senti-me honradopela direção da escola com o con-vite para fazer parte da patrulha dealunos. Nos dias em que éramosdesignados a ficar tomando contados corredores, fomos instruídos alevar um lanche para a escola a fimde almoçarmos juntos. Essa era umaatividade muito apreciada, e semprehavia muita competição para verqual mãe tinha preparado o melhorlanche. Freqüentemente trocávamosparte de nosso lanche uns com osoutros.

Certo dia em que eu estavadesignado a tomar conta do corredor,

esqueci de dizer a minha mãe queprecisava levar um lanche. Só aviseiquase na hora de ir para a escola.Minha mãe ficou preocupadaquando lhe pedi o lanche e disse-me que tinha usado todo o pão nodesjejum e que só assaria mais àtarde. Tudo que tinha em casa parao lanche era uma grande rosca doceque sobrara do jantar do dia ante-rior. Minha mãe fazia roscas delicio-sas. Ela sempre as arranjava naassadeira de modo que houvesse umagrande que atravessava a forma evárias fileiras de rosquinhas no res-tante da assadeira. Só sobrara agrande, que tinha o tamanho apro-ximado de um pão grande, mas queevidentemente não tinha a mesmaespessura. Fiquei envergonhado delevar só a rosca como lanche, pen-sando no que os outros membros dapatrulha levariam, mas decidi queera melhor levar a rosca do queficar sem nada.

Quando chegou a hora do almoço,fui para um canto para não sernotado. Quando começaram as tro-cas de lanches, meus amigos quise-ram saber o que eu tinha levado.Expliquei o que acontecera pelamanhã e, para meu desespero,todos quiseram ver a grande rosca.Mas meus amigos surpreenderam-me. Em vez de caçoarem de mim,todos quiseram um pedaço dela.Aquele acabou sendo o melhor dia de troca de lanches do anointeiro! A rosca que eu achava queme faria passar vergonha acabou se

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tornando o maior sucesso na horado almoço.

Ao refletir sobre essa experiência,ocorreu-me que parece fazer parteda natureza humana dar pouco valora coisas conhecidas, simplesmenteporque as consideramos comunsdemais. Uma dessas coisas conheci-das pode ser a nossa condição demembros da Igreja restaurada.

O que os membros da Igrejapossuem é uma “pérola de grandevalor”, mas muitas vezes essa jóiainestimável parece-nos tão corri-queira que não lhe damos o devidovalor. Embora seja verdade quenão se convém lançar pérolas aosporcos, isso não significa que nãodevamos compartilhá-las com pes-soas que saibam apreciar seu valor.Um dos grandes benefícios indire-tos da obra missionária é podermosobservar o grande valor dado àsnossas crenças pelas pessoas quenunca ouviram falar delas antes. É muito bom podermos contemplaro tesouro que possu ímos pelosolhos de outras pessoas. Minhapreocupação é que freqüentementedamos pouca importância às bên-çãos valiosas e únicas de nossacondição de membros da Igreja do Senhor. E ao fazermos isso,temos a tendência de ser indiferen-tes em relação a nossa condição demembros da Igreja e menos valen-tes em nossa contribuição para a edificação de uma comunidadede santos.

Fomos abençoados com um gran-dioso e nobre legado que nos ofe-rece um caminho de verdade quediverge drasticamente dos assimchamados caminhos do mundo.Precisamos lembrar-nos do valor denosso legado para que não o subesti-memos. Desafio os muitos santosque se estão escondendo em umcanto a terem coragem de mostrarquem são e proclamar em alta voz ospreciosos ensinamentos de nossolegado comum, não com alarde oupresunção, mas com confiança econvicção.

Uma das coisas de que tenho maisorgulho é o modo como nossos ante-passados, por meio de sua fé emDeus, industriosidade e perseverança,

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transformaram lugares que ninguémmais queria em belas cidades.

Quando Joseph Smith estavapreso na cadeia de Liberty, semnenhuma perspectiva de ser liber-tado, uma ordem de extermínio foipromulgada contra os santos. Issoobrigou Brigham Young a organizaros santos para que se mudassem deMissouri. A saída de Missouri emfevereiro de 1839 fez com que mui-tos reclamassem, dizendo que oSenhor havia abandonado Seupovo. Alguns dos membros da Igrejaquestionaram se seria sensato reuniros santos novamente em um únicolugar.

A travessia do Mississipi e abreve estada em algumas das comu-nidades menores ao longo do rioderam aos membros o tempo neces-sário para receberem novas orienta-ções de seus líderes. O ProfetaJoseph Smith escreveu da cadeia deLiberty exortando os santos a não sedispersarem, mas a reunirem-se eestabelecerem centros de força.

Em abril daquele ano, foi permi-tido a Joseph, Hyrum e seus compa-nheiros de prisão escapar da cadeiade Missouri. Eles chegaram aQuincy, Illinois, em 22 de abril de1839. O Profeta imediatamente sepôs a procurar um local para reuniros santos. Encontrou um lugar àsmargens do rio Mississipi que pare-cia promissor. Deu à cidade o nomede Nauvoo, que significa a “bela”,mas que naquela época nada tinhade formosa. Era uma península pan-tanosa que não tinha sido drenada.Daquele pântano infestado de mos-quitos ergueu-se uma cidade queverdadeiramente podia ser chamadade bela.

As primeiras casas de Nauvooforam barracas, tendas e alguns pré-dios abandonados. Depois, os santoscomeçaram a construir cabanas detoras. À medida que o tempo e odinheiro permitiram, foram cons-truídas casas de madeira e, maistarde, edifícios de tijolos.

O Profeta pretendia edificar umacomunidade de santos. Ele tinhatrês objetivos principais: primeiro,econômico; segundo, educacional; e

terceiro, espiritual.

O primeiro desejo do ProfetaJoseph era de que os santos se tor-nassem economicamente auto-sufi-cientes. Nosso Pai Celestial deu atodos os Seus filhos tudo o que pos-suem — seus talentos, capacidades,bens materiais — e fez deles mordo-mos dessas bênçãos.

Um remanescente precioso denosso legado de auto-suficiênciaeconômica é o Programa deServiços de Bem-Estar da Igreja. Eleé composto de dois elementos prin-cipais. O primeiro é o princípio doamor e o segundo o do trabalho. Oprincípio do amor é o poder motiva-dor que nos leva a doar nossodinheiro, tempo e serviço para essemaravilhoso programa. João, oamado, escreveu:

“Amemo-nos uns aos outros; por-que o amor é de Deus; e qualquerque ama é nascido de Deus econhece a Deus.

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Aquele que não ama nãoconhece a Deus; porque Deus éamor.

Nisto se manifesta o amor deDeus para conosco: que Deus enviouseu Filho unigênito ao mundo, paraque por ele vivamos.( . . . )

Amados, se Deus assim nosamou, também nós devemos amaruns aos outros”. (I João 4:7–9, 11)

E em I João, ele escreveu no ter-ceiro capítulo: “Quem, pois, tiverbens do mundo, e, vendo o seuirmão necessitado, lhe cerrar as suasentranhas, como estará nele o amorde Deus?” (I João 3:17)

É nossa compreensão do princí-pio do amor que nos motiva a doargenerosamente nas ofertas de jejum,um maravilhoso sistema reveladopelo qual, no primeiro domingo decada mês, voluntariamente nos abs-temos de duas refeições e doamos ovalor dessas refeições para nosso

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bispo. Dessa forma, ele passa a terrecursos para ajudar os necessitados.O sistema é quase indolor eaumenta nosso apreço pelos caren-tes e proporciona um meio de satis-fazer suas necessidades diárias.

Que o Senhor continue a aben-çoar-nos com o desejo de amarmosuns aos outros e doarmos generosa-mente com base no princípio dojejum.

O segundo princípio básico é odo trabalho. O trabalho é tãoimportante para o sucesso do planoeconômico do Senhor quanto omandamento de amarmos nossosemelhante.

Em Doutrina e Convênios lemos:“Agora eu, o Senhor, não estou

satisfeito com os habitantes de Sião,porque há ociosos entre eles; e seusfilhos também estão crescendo eminiqüidade; também não buscamsinceramente as riquezas da eterni-dade, mas seus olhos estão cheios decobiça.

Estas coisas não deveriam existire precisam ser eliminadas de seumeio ( . . . ).” (D&C 68:31–32)

Preocupo-me particularmentecom a referência do Senhor a nossosfilhos. Vemos provas de que muitospais estão sendo demasiadamenteindulgentes com seus filhos, dei-xando de ensinar-lhes suficiente-mente o valor do trabalho.

Em qualquer comunidade de san-tos, todos trabalham para servir unsaos outros da melhor maneira possí-vel. Nosso trabalho tem um propó-sito mais elevado porque visa aabençoar o próximo e edificar oreino de Deus.

A segunda preocupação doProfeta Joseph em relação à comu-nidade dos santos era a educação. Jáem 1840, quando requisitou aogoverno de Illinois a incorporaçãode Nauvoo, Joseph também solici-tou autorização para estabeleceruma universidade.

Na Encyclopedia of Mormonism,lemos: Os conceitos e práticas educacionais da Igreja derivam dire-tamente de certas revelações recebi-das por Joseph Smith que salientama natureza eterna do conhecimentoe do papel vital do aprendizado no

desenvolvimento espiritual, moral e intelectual da humanidade.(“Education: Attitudes TowardEducation”, in Daniel H. Ludlow,ed., Encyclopedia of Mormonism, 5vols. [1992], vol. 2, p. 441)

Há versículos em nossas escritu-ras modernas que fazem especialmenção à importância do aprendi-zado secular e espiritual. Algunsdeles são: “Mas é bom ser instruído,quando se dá ouvidos aos conselhosde Deus”. (2 Né. 9:29)

E em Doutrina e Convênios:“Qualquer princípio de inteligênciaque alcançarmos nesta vida surgiráconosco na ressurreição.

E se nesta vida uma pessoa, porsua diligência e obediência, adquirirmais conhecimento e inteligênciado que outra, ela terá tanto maisvantagem no mundo futuro”. (D&C130:18, 19)

Lemos nas Regras de Fé: Se hou-ver qualquer coisa virtuosa, amável,de boa fama ou louvável, nós a pro-curaremos”. (13ª Regra de Fé)

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O grande desejo do ProfetaJoseph era edificar uma comunidadede santos espirituais. Isso começa nolar. A mais importante instrução quenossos filhos receberão será a que ospais lhes derem no seu próprio lar, seeles ensinarem diligentemente a seusfilhos o caminho que o Pai Celestialdeseja que trilhem. Uma instruçãoque nossos líderes nos deram é a derealizarmos regularmente a noitefamiliar, onde podemos reunir-nostodas as semanas, aprender princí-pios do evangelho e edificar a uniãofamiliar. Ali podemos aconselhar-nos, ler as escrituras, orar e brincarjuntos. Nossa maior meta é tornar-nos uma família eterna. Edificamosuma comunidade de santos, umafamília de cada vez.

Para possibilitar a criação defamílias eternas, um magnífico tem-plo foi construído em Nauvoo. Eleera como um farol, para lembrar aopovo de que as bênçãos mais impor-tantes da vida são as espirituais. Notemplo, são feitos convênios sagrados

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“Velai Comigo”Élder Henry B. EyringDo Quórum dos Doze Apóstolos

“Ao cuidarmos de Suas ovelhas nosso amor por Ele crescerá. E issoaumentará nossa confiança e coragem.”

Sessão do Sacerdócio31 de março de 2001

e administradas ordenanças de sal-vação do evangelho. As visitas constantes ao templo dão-nos aoportunidade de renovar os convê-nios e realizar essas ordenanças vica-riamente para aqueles que morreramsem tais bênçãos.

Hoje temos templos espalhadospor toda a Terra, dando-nos muitomais oportunidades de receber asordenanças necessárias para qualifi-car-nos para a vida eterna. Aquelesque são dignos de entrar no temploreceberão grandes bênçãos espiri-tuais se continuarem a servir fiel-mente e a guardar os convênios. OSenhor abençoa Seu povo quandoguardam Seus mandamentos e fre-qüentam Sua casa. No plano eternode Deus, nossos templos são locaisde reunião para comunidades desantos que estejam trabalhando paraedificar Sião.

Nossa comunidade de santos não é de exclusão, mas de inclusão, edifi-cada sobre o alicerce de apóstolos e profetas, sendo que o próprio JesusCristo é a principal pedra angular. Ela está aberta a todos que amam osfilhos de nosso Pai Celestial e têmapreço e compaixão por eles. O duploalicerce de nosso bem-estar econô-mico são os princípios da caridade e do trabalho árduo. É uma comuni-dade progressista, na qual educamosnossos jovens nos princípios de corte-sia e civilidade, bem como nas gran-des verdades do evangelho restaurado.Nossa comunidade tem um núcleoespiritual que nos permite viver nacompanhia do Espírito Santo queguia e dirige nossa vida.

Que o Senhor nos conceda odesejo de viver mais próximos Delepara que venhamos a desfrutar asbênçãos de paz, harmonia, segurançae amor por toda a humanidade, quesão as características marcantes deuma comunidade que é una com Ele.Ele é nosso Deus. Somos Seus filhos.Esse é meu testemunho para vocês,em nome de Jesus Cristo. Amém. �

NOTAOs dados históricos foram retirados de

História da Igreja na Plenitude dos Tempos(Manual do Sistema Educacional da Igreja,

S

2ª ed. [2000], pp. 193–223).

into-me grato pela honra defalar em nome do Senhor aospastores de Israel. É isso que

somos. Quando aceitamos o sacer-dócio, tomamos sobre nós a respon-sabilidade de fazer a nossa parte no trabalho de zelar pela Igreja.Nenhum de nós pode fugir dessaresponsabilidade. O presidente dosacerdócio em toda a Terra tem totalresponsabilidade por esse trabalho.Mas, por meio das chaves do sacer-dócio, todo quórum faz a sua parte.Até o mais novo diácono, no lugarmais distante da Terra tem parte nagrande responsabilidade de zelarpela Igreja.

Ouçam as seguintes palavras deDoutrina e Convênios: “Portanto,que todo homem ocupe seu própriocargo e trabalhe em seu próprio cha-

mado; e que a cabeça não diga aos

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pés não ter deles necessidade; porque sem os pés, como se susten-taria o corpo?” E então, o Salvadorinclui até os diáconos em Sua lista de designações: “os diáconos e osmestres devem ser designados para zelar pela igreja, para seremministros locais da igreja”. (D&C84:109, 111)

Oro para que eu consiga explicarnossa sagrada responsabilidade demodo que até o mais novo diácono eo mais recente converso já ordenadocompreenda sua oportunidade deservir. Em muitas mensagens dasescrituras, o Senhor descreve a Simesmo e aos que Ele chama aosacerdócio como pastores. Um pas-tor cuida das ovelhas. Nas históriasdas escrituras, as ovelhas estão emperigo e precisam de proteção e ali-mento. O Salvador adverte-nos queprecisamos cuidar das ovelhas talcomo Ele, que deu a vida por elas.Elas são Suas. Não podemos aproxi-mar-nos do padrão que Ele estabele-ceu, como mercenários, cuidarmosdas ovelhas apenas quando isso forconveniente e recebermos umarecompensa. Este é o Seu padrão:

“Eu sou o bom Pastor; o bomPastor dá a sua vida pelas ovelhas.

Mas o mercenário, e o que não épastor, de quem não são as ovelhas,vê vir o lobo, e deixa as ovelhas, efoge; e o lobo as arrebata e dispersaas ovelhas”. (João 10:11–12)

Os membros da Igreja são as ove-lhas. Elas são Dele, e fomos chama-dos por Ele para cuidarmos delas.

Temos que fazer mais do que apenas
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As águas do riacho City, vindas de um desfiladeiro próximo, rolam por um canal de pedras no lado sul do Centro de Conferências, enquanto osmembros se cruzam na entrada do Centro.

avisá-las do perigo. Precisamos ali-mentá-las. Certa vez, há muitotempo, o Senhor ordenou a Seu pro-feta que repreendesse os pastores deIsrael. Esta foi a Sua advertência,que ainda é válida hoje, nas palavrasdo profeta Ezequiel:

“E veio a mim a palavra doSenhor, dizendo:

Filho do homem, profetiza contraos pastores de Israel; profetiza, e dizeaos pastores: Assim diz o SenhorDeus: Ai dos pastores de Israel quese apascentam a si mesmos! Nãodevem os pastores apascentar asovelhas?” (Ezequiel 34:1–2)

O alimento que os pastorestomaram para si mesmos, deixandoas ovelhas morrendo de fome, pode-ria tê-las conduzido à salvação. Umdos maiores pastores do Livro deMórmon descreveu esse alimento ecomo ele pode ser fornecido.

“E depois de haverem sido rece-bidos pelo batismo, de haverem sidomoldados e purificados pelo poderdo Espírito Santo, eram contadoscom o povo da igreja de Cristo; eseus nomes eram registrados, paraque fossem lembrados e nutridospela boa palavra de Deus, a fim demantê-los no caminho certo emantê-los continuamente atentos àoração, confiando somente nosméritos de Cristo, autor e aperfei-çoador de sua fé”. (Morôni 6:4)

É doloroso imaginar um pastoralimentando a si mesmo e deixandoas ovelhas com fome. Mas já vi muitos pastores alimentando seurebanho. Um deles foi o presidentede um quórum de diáconos. Um dos membros de seu quórum moravaperto de minha casa. Aquelemenino, que era meu vizinho, nuncatinha assistido a uma reunião doquórum nem feito coisa algumajunto com os membros de seu quó-rum. Seu padrasto não era membro,e sua mãe não freqüentava a igreja.

Certa manhã de domingo, a pre-sidência do quórum de diáconosreuniu-se em conselho. Todas assemanas, um excelente professor econsultor os nutria com a boa pala-vra de Deus. Na reunião de presi-dência, aqueles pastores de treze

anos de idade lembraram-se do

menino que nunca ia às reuniões.Falaram do quanto ele precisavadaquilo que eles recebiam. O presi-dente designou seu conselheiro abuscar aquela ovelha perdida.

Eu sabia que o conselheiro eratímido e que a designação seriamuito difícil para ele, de modo quefiquei maravilhado ao ver, da janela,aquele conselheiro passar lentamentepela minha casa, subindo a rua até àcasa do menino que nunca ia àigreja. Com as mãos nos bolsos e osolhos fitos no chão, o pastor andavalentamente, como fazemos quandonão temos bem certeza se queremoschegar ao lugar para onde estamosindo. Mais ou menos 20 minutosdepois, ele desceu a rua, com o diá-cono inativo caminhando a seu lado.Essa cena repetiu-se por mais algunsdomingos, até o menino — que esti-vera perdido e fora encontrado —mudou de endereço.

Essa história pode parecer sem

importância. Tratava-se apenas de

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três meninos sentados em uma salaem volta de uma mesinha. Depois,um menino sobe a rua e volta comoutro menino. Mas, anos mais tarde,eu estava numa conferência deestaca, a um continente de distânciadaquela sala em que a presidência sereunira em conselho. Um homemgrisalho procurou-me e disse em vozbaixa: “Meu neto pertencia à sua alahá alguns anos”. Com ternura, con-tou-me a respeito da vida daquelemenino. E então, perguntou se eupoderia encontrar o diácono quelentamente subiu aquela rua. Elequeria poder agradecer e dizer-lheque seu neto, agora já adulto, aindase lembrava dele.

Ele lembrava daquelas poucassemanas, em que os pastores deIsrael cuidavam dele e pela primeiravez na vida, reconhecera isso. Aoouvir a verdade eterna, ele foi aler-tado por pessoas que se importavamcom ele. Tinham-lhe oferecido o

pão da vida. Os jovens pastores
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tinham sido fiéis à responsabilidadeque receberam do Senhor.

Não é fácil aprender a fazer issobem feito e de modo constante. OSalvador mostrou-nos como fazê-loe como treinar outros a fazerem omesmo. Ele estabeleceu Sua Igreja.Depois, teve de deixá-la nas mãosde servos inexperientes, como mui-tos de nós. O Senhor sabia que elesenfrentariam dificuldades que trans-cenderiam sua capacidade humana.O que Ele fez por eles pode servir deorientação para nós.

Quando o Salvador foi ao Jardimdo Getsêmani para sofrer extremaagonia, antes de ser traído e padecerna cruz, Ele poderia ter ido sozinho.Contudo, levou consigo Seus servosdo sacerdócio. Este é o relato deMateus: “Então lhes disse: A minhaalma está cheia de tristeza até amorte; ficai aqui, e velai comigo”.(Mateus 26:38; grifo do autor.)

O Salvador orou a Seu Paipedindo forças. Em meio à Sua ago-nia, voltou até onde Pedro estava

para ensinar-lhe o que era exigido

de todos os que velavam com Ele:“E, voltando para os seus discípu-

los, achou-os adormecidos; e disse aPedro: Então nem uma hora pudestevelar comigo?

Vigiai e orai, para que não entreisem tentação; na verdade, o espíritoestá pronto, mas a carne é fraca.”(Mateus 26:40–41)

Havia um consolo e uma adver-tência naquela simples conversa doMestre com Seus pastores. Ele vigiaconosco. Ele, que vê todas as coisas,tem amor infinito e nunca dorme,vigia conosco. Ele sabe do que asovelhas necessitam a cada momento.Pelo poder do Espírito Santo, Elepode dizer-nos onde estão as ovelhase levar-nos até elas. E pelo sacerdó-cio, podemos invocar Seu poder paraabençoá-las.

Mas Sua advertência a Pedroserve para nós também. O lobo quedeseja matar as ovelhas sem dúvidaatacará o pastor. Por isso, precisa-mos vigiar nossa própria vida, bemcomo a dos outros. Como pastores,

seremos tentados a aproximar-nos

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da orla do pecado. Mas todopecado, seja qual for a sua natureza,ofende o Espírito Santo. Vocês nãopodem fazer nada nem ir a nenhumlugar que ofenda o Espírito. Nãopodem correr esse risco. Se o pecadofizer com que falhem, não apenasserão responsáveis por seus própriospecados, mas também pelo sofri-mento que poderiam ter evitado navida de outras pessoas, caso tives-sem sido dignos para ouvir e seguiros sussurros do Espírito. O pastorprecisa ser capaz de ouvir a voz doEspírito e de invocar os poderes docéu, caso contrário fracassará.

A advertência dada a um antigoprofeta serve para todos nós: “A ti,pois, ó filho do homem, te constituípor atalaia sobre a casa de Israel; tu,pois, ouvirás a palavra da minhaboca, e lha anunciarás da minhaparte.

Se eu disser ao ímpio: Ó ímpio,certamente morrerás; e tu não fala-res, para dissuadir ao ímpio do seucaminho, morrerá esse ímpio na sua

iniqüidade, porém o seu sangue eu o
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requererei da tua mão”. (Ezequiel33:7–8)

A penalidade pelo fracasso émuito grande. Mas o Senhor ensi-nou a Pedro como edificar o alicercedo sucesso. Ele repetiu uma mensa-gem simples três vezes. Era o amorpelo Senhor que deveria estar nocoração de um verdadeiro pastor.

Este é o fim do relato: “Disse-lheterceira vez; Simão, filho de Jonas,amas-me? Simão entristeceu-se porlhe ter dito terceira vez: Amas-me?E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo;tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas”.(João 21:17)

É o amor que precisa motivar ospastores de Israel. Isso pode parecerdifícil, a princípio, porque talvez nemconheçamos o Senhor muito bem.Contudo, se começarmos ainda quecom um grãozinho de fé Nele, nossoserviço às ovelhas fará aumentarnosso amor por Ele e por elas. Issovirá das coisas simples que todo pas-tor precisa fazer. Oramos pelas ove-lhas, por todas que estão sob nossaresponsabilidade. Quando perguntar-mos: “Diz-me, Senhor, quem precisade mim?” teremos respostas. Umaface ou nome virá à nossa mente. Outalvez encontraremos alguém e senti-remos que não foi por acaso. Nessesmomentos, sentiremos o amor doSalvador por essas pessoas e por nós.Ao cuidarmos de Suas ovelhas, nossoamor por Ele crescerá. E isso aumen-tará nossa confiança e coragem.

Talvez estejam pensando: “Não éfácil para mim. Tenho tantas pessoaspara cuidar e tão pouco tempo parafazê-lo”. Mas quando o Senhorchama, Ele prepara um caminho, oSeu caminho. Há pastores que acre-ditam nisso. Gostaria de falar-lhes arespeito de um deles.

Há dois anos, um homem foichamado como presidente de seuquórum de élderes. Ele era membroda Igreja há menos de dez anos.Acabara de tornar-se digno de serselado à sua esposa e família notemplo. Sua esposa era inválida. Eletinha três filhas. A mais velha, detreze anos, preparava as refeiçõesenquanto as outras cuidavam da

casa. O pouco que ganhava com seu

trabalho braçal sustentava não ape-nas aquelas cinco pessoas, mas tam-bém o avô, que morava com eles emsua pequena casa.

Quando foi chamado como presi-dente do quórum de élderes, o quó-rum tinha 13 membros. Aquelepequeno quórum era responsável poroutros 101 homens que ainda nãotinham o sacerdócio ou que aindaeram diáconos, mestres ou sacerdo-tes. Ele tinha a responsabilidade decuidar das almas de 114 famílias,com pouca esperança de poder dedi-car a esse trabalho mais do que osdomingos e uma noite da semana,devido a tudo o que precisava fazerpara servir a própria família.

As dificuldades que teve deenfrentar fizeram com que dobrasseos joelhos em oração. Depois, levan-tou-se e dedicou-se ao trabalho. Emseu empenho de visitar e conhecer asovelhas, suas orações foram atendi-das de modo inesperado. Ele passou aenxergar além das pessoas. Começoua ver que o propósito que o Senhortinha para ele era o de edificar famí-lias. E mesmo com a pouca experiên-cia que possuía, ele descobriu que omodo de edificar as famílias eraajudá-las a qualificarem-se para fazere cumprir os convênios do templo.

Ao perceber que o templo deve-ria ser a meta de seu rebanho, elecomeçou a fazer o que todo bompastor sempre faz, mas de mododiferente. Primeiro, ele orou parasaber quem seriam seus conselhei-ros. Depois, orou para saber quaiseram as famílias que precisavamdele e haviam sido preparadas.

Entrou em contato com tantaspessoas quanto lhe foi possível.Algumas foram frias e não aceitarama sua amizade. Mas com as que acei-taram, ele seguia um padrão. Assimque demostravam interesse e con-fiança, convidava-as para conhece-rem o bispo. Ele pedia ao bispo comantecedência: “Diga-lhes o que épreciso para que se tornem dignasde irem ao templo para receber asbênçãos para si mesmas e para suafamília. E depois, testifique-lhes,como eu fiz, que valerá a pena”.

Poucas pessoas, na época, aceita-

ram o convite do presidente do

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quórum para participarem de umcurso de preparação para o temploministrado pelos líderes da estaca.Nem todas concluíram o curso enem todas se qualificaram paraentrar no templo. Mas ele orou emfavor de cada família e de cada pai.A maioria foi convidada pelo menosuma vez para banquetear-se com aboa palavra de Deus. Cada conviteera acompanhado do testemunhodo presidente a respeito da bênçãoque era ter a família selada eterna-mente, e a tristeza que seria ficaremlonge uns dos outros. Todo conviteera feito com o amor do Salvador.

Durante o tempo em que ele tra-balhou como presidente, viu 12 doshomens que ensinou serem ordenadosélderes. Viu quatro de seus élderesserem ordenados sumos sacerdotes.Esses números nem de longe tradu-zem o tamanho do milagre. As famí-lias desses homens serão abençoadaspor gerações. Pais e mães estão agoraselados um ao outro e aos filhos. Estãoorando por seus filhos, recebendoajuda do céu e ensinando o evangelhocom o amor e a inspiração que oSenhor concede aos pais fiéis.

Aquele presidente e seus conse-lheiros tornaram-se verdadeiros pas-tores. Cuidaram do rebanho com oMestre e passaram a amá-Lo. Sãotestemunhas oculares da veracidadedo que o Salvador ensinou a umapóstolo, Thomas B. Marsh. Isso éverdade para todos os que, como oSenhor, cuidam de Suas ovelhas:

“Vai aonde quer que eu deseje eser-te-á indicado pelo Consolador oque fazer e aonde ir.

Ora sempre, para não caíres emtentação e não perderes tua recom-pensa.

Sê fiel até o fim e eis que estoucontigo. Estas palavras não são deum homem nem de homens, mas demim, Jesus Cristo, teu Redentor,pela vontade do Pai. Amém”. (D&C31:11–13)

Testifico que Deus, o Pai, vive eatende a nossas orações. Sou teste-munha de que o amoroso Salvadorcuida de Suas ovelhas com Seuspastores fiéis.

Em nome de Jesus Cristo.

Amém. �
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Uma Cascavel Não PodeSer Animal de EstimaçãoÉlder David E. SorensenDa Presidência dos Setenta

“A pornografia, promovida por Satanás como uma forma de diversão, é uma serpente extremamente venenosa e enganadora, que está esperandopara dar o bote nas revistas, na Internet, e na televisão.”

Há alguns anos, eu e minhamulher tivemos o privilégiode visitar a Índia. No aero-

porto, lembro-me de ter visto, aocaminhar pela pista, alguns homenstocando flauta sentados em frentede cestos de vime. Quando começa-vam a tocar, tiravam a tampa docesto, e uma cobra aparecia! Amúsica prosseguia, e a cobra erguia-se cada vez mais alto, chegandoquase à sua altura máxima, até cairde volta dentro do cesto. Uma vez,vi a serpente cair fora do cesto. Ohomem que tocava a flauta esten-deu a mão, acariciou a cobra e colo-cou-a gentilmente de volta no cesto.Fiquei impressionado ao ver aquelehomem lidar aparentemente sem seferir com uma criatura tão perigosa.

Mas nosso guia logo nos disse que

aquilo era algo muito arriscado eque era uma das maiores causas demorte naquela província. Mordidade serpentes venenosas.

Lembrei-me, naquele instante, deminha juventude na fazenda. Noverão, uma de nossas responsabilida-des era transportar o feno dos cam-pos ao celeiro a fim de ser estocadopara o inverno. Meu pai amontoavao feno, e eu o pisava para fazer comque o máximo possível coubesse nocarroção. Certo dia, num dos fardoscolocados no carroça havia uma cas-cavel! Quando a vi, fiquei preo-cupado, assustado e com medo. Acobra estava deitada sobre o confor-tável feno. O sol brilhava em seudorso adornado com losangos. Logodepois, a cobra parou de agitar seuguizo, permanecendo imóvel, e eufiquei muito curioso. Comecei aaproximar-me, abaixando-me paraobservá-la mais de perto, quando, derepente ouvi meu pai me chamar:“David, meu filho, cascavel não éanimal de estimação!”

Gostaria de falar hoje sobre operigo de brincar com serpentesvenenosas. As cobras a que merefiro não têm um corpo longo esinuoso, mas surgem de váriasoutras formas. Muitas vezes, omundo faz esses perigos parecereminofensivos ou mesmo fascinantes eatraentes. Brincar com cobras,porém, faz nossa mente encher-sede veneno, uma peçonha que nosafasta do Santo Espírito e nos con-

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duz à destruição espiritual.

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Irmãos, os entretenimentos popu-lares de hoje costumam fazer o male o errado parecerem divertidos ecertos. Lembremo-nos da advertên-cia do Senhor: “Ai dos que ao malchamam bem e, ao bem, mal”.2

A pornografia, promovida porSatanás como uma forma de diver-são, é uma serpente extremamentevenenosa e enganadora, que estáesperando para dar o bote nas revis-tas, na Internet, e na televisão. Apornografia destrói a auto-estima eenfraquece a autodisciplina. É muitomais mortal para o espírito do que acascavel com a qual meu pai adver-tiu-me que não brincasse. A Bíbliaconta que o rei Davi tinha grandesdons espirituais, mas ficou onde nãodeveria ter ficado e permitiu-se olharo que não deveria. Essa obsessãoresultou na sua queda.3

Não é fácil resistir às tentaçõesda mídia eletrônica atual. É precisouma grande dose de coragem eenorme esforço. Na cidadezinha emque fui criado, seria preciso viajarpelo menos uma hora para encon-trar problemas dessa natureza. Mashoje, na Internet, os problemasestão a apenas alguns cliques domouse. Para vencer essas tentações,sejam como o capitão Morôni, queergueu “fortalezas” para reforçarseus pontos mais frágeis. Em vez deerguer muros de “madeira e terra”para proteger uma cidade amea-çada, edifiquem “ fortalezas” naforma de regras pessoais básicas parasalvaguardar sua inestimável vir-tude.4 Se estiverem namorando,saiam em grupo e evitem ficar sozi-nhos. Conheço homens, tantojovens quanto adultos, que tomarama decisão de simplesmente não ligara televisão ou navegar pela Internetquando estão sozinhos. Pais, é muitosensato manterem o computador e atelevisão na sala de estar ou emoutra área movimentada da casa, enão no quarto dos filhos. Conheçotambém pais que, quando estão emviagem de negócios, nunca ligam atelevisão do hotel.

Lembrem que essas “fortalezas”não são sinal de fraqueza. Pelo contrário, demonstram força. As

escrituras dizem-nos que o capitão
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Morôni era tão forte que, se todosos homens fossem como ele, “os pró-prios poderes do inferno teriam sidoabalados para sempre”.5 Não esque-çam que as “fortalezas”6 de Morôniforam o segredo de seu sucesso. Aedificação de suas próprias “fortale-zas” fará com que vocês tambémtenham êxito.

Uma fortaleza importante quevocês podem erigir é decidir agora,antes de terem de enfrentar um pro-blema, qual será sua linha demarca-tória. Nosso profeta ensina que, sedecidirmos agora não assistir a pro-gramas impróprios e sim manter distância deles, “o problema ficarápara trás”.7

Recentemente minha neta,Jennifer, foi convidada para ir aocinema e jantar fora com várias ami-gas da escola. As moças chegaram aum consenso sobre qual filme iriamassistir, e Jennifer estava tranqüilaem relação ao que ficara decido.Contudo, a jovem que saiu da lan-chonete para comprar os ingressospara o grupo voltou com bilhetespara outro filme! Ela disse: “É umótimo filme, e é impróprio paramenores de 18 anos”.

Um coro formado por portadores do da conferência.

Surpresa, Jennifer mal podiacrer que a situação tivesse mudadotão rápido. Mas, felizmente, elatinha tomado a decisão — bemantes de encontrar- se naquela circunstância — de que jamaisassist ir ia a f i lmes impróprios.Assim, ela foi capaz de permanecerfirme e dizer às amigas: “Não possoassistir a um filme impróprio. Meuspais não aprovariam”. As moçasreplicaram: “Ora, deixe disso! Seuspais nem vão f icar sabendo!”Diante daquela situação, Jennifercontinuou firme e disse: “Bem, na verdade não importa se meuspais f icarão sabendo ou não.Simplesmente não vou assistir aum filme proibido para menores!”

As amigas de Jennifer ficaramaborrecidas e tentaram dissuadi-la.Disseram-lhe que estava “estra-gando tudo”. Quando ficou claroque ela não cederia, jogaram-lhe o ingresso e o troco e foram assistirao filme impróprio, deixando-a sozinha. Aquela acabou sendo umanoite solitária para ela, pois fora vítima da rejeição das amigas.Mas foi um grande momento para Jennifer e nossa família.8 Ela

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sacerdócio das estacas de Salt Lake City

adquiriu mais confiança, auto-estima e vigor espiritual.9

Brincar com uma serpente vene-nosa espiritual sabendo dos perigos éalgo duplamente arriscado10. Aquelesque agem dessa forma me lembram o menino que orava assim: “PaiCelestial, se o Senhor não conseguirfazer de mim um menino melhor, nãose preocupe com isso. Estou diver-tindo-me muito sendo como sou”.

Não sejam como esse menino devisão tão limitada. Aqueles que pla-nejam pecar achando que poderãoarrepender-se antes de receber ossagrados convênios e ordenanças dotemplo arriscam-se a perder a saúdeespiritual. Descobrirão que o pro-cesso de volta ao caminho certo serádoloroso.

Para aqueles que sofreram apicada de uma serpente venenosa,existe um doloroso processo de puri-ficação. O local do ferimento temque receber um corte com uma facaafiada. Depois, alguém precisa lim-par o sangue infectado. Em geral, épreciso ir ao hospital. Minha súplicaa vocês hoje é que jamais brinquemcom a cascavel. É bem melhorjamais cometer o pecado.11

canta durante a sessão do sacerdócio

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Alguns rapazes; ao avançarem nosacerdócio, planejarem servir comomissionários e prepararem-se para irao templo, descobrem que aindaestão sofrendo devido a uma picadade cobra que lhes envenenou o espí-rito. Os pecados sexuais estão entreos mais peçonhentos.

Se vocês ou alguém que conhe-çam tiverem sido envenenadosespiritualmente, existe um estojode primeiros socorros para picadasde cobra. Chama-se arrependi-mento.12 Da mesma forma que oremédio para uma mordida física,ele é mais eficaz se for aplicadorapidamente, sem demora. Podecombater até os mais fortes vene-nos espirituais. “Pois eis que oSenhor vosso Redentor sofreu amorte na carne; portanto sofreu ador de todos os homens, para quetodos os homens se arrependesseme viessem a ele”.13 O milagre doperdão é real.14 O arrependimento éhonrado pelo Senhor.15

Um passo importante para alcan-çarmos a cura para o veneno espiri-tual é ajoelhar e pedir ao PaiCelestial que nos perdoe.16 Orem

para que tenham o desejo de fazer oque é certo. Orem pedindo coragempara conversar com seus pais e seubispo, se necessário.17 A despeito detodo o seu temor, eles continuarão aamá-los. Não precisam fazer issosozinhos. O caminho do arrependi-mento, embora difícil, não precisaser trilhado sozinho. Os pais e oslíderes podem proporcionar valiosoincentivo e apoio.

O poder e a liberdade encontradosno perdão são reais. O Salvador ensi-nou: “A verdade vos libertará”.18 Afelicidade e a alegria são frutos deuma vida pautada pelo exemplo doSalvador.19 Ele pediu-nos que manti-véssemos nossos pensamentos puros.20

Exortou-nos a manter o respeito pró-prio. Instou-nos a tornarmo-nos umaboa influência para nossa família eamigos. Devemos amá-los e elevá-losem direção à luz. Ele disse: “Nistotodos conhecerão que sois meus discí-pulos, se vos amardes uns aosoutros”.21 Ele prometeu que nos aju-daria a viver Seus padrões.Convidou-nos: “Tomai sobre vós omeu jugo ( . . . ) porque o meu jugo ésuave e o meu fardo é leve”.22

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Irmãos do sacerdócio, gostariaque agora, neste local, junto comigovocês se comprometessem mais umavez a honrar e tomar sobre si o nomede Cristo. Com esse sacerdócio quevocês possuem, podem erguer-se eexercer o poder de Deus para defen-der a justiça. Podem permanecersempre em lugares santos?23

Aceitamos a responsabilidade depautar nossa vida pela do Mestre.Ele comissionou as chaves doSacerdócio e da revelação divina anosso profeta vivo, Gordon B.Hinckley. Ele exortou-nos: “Afastem-se da pornografia.24 ( . . . ) Suplicoque eliminem essas coisas de suavida.”25

Irmãos, não permitam que coisasvenenosas cheguem à sua alma.Lembrem-se: “Aquele que é justo éfavorecido por Deus”.26 Testificodisso em nome de Jesus Cristo.Amém. �

NOTAS1. Ver D&C 1:33, Moisés 8:17.2. Isaías 5:20.3. Ver II Samuel 11, D&C 132:39.4. Ver Alma 53:4,7.5. Alma 48:17.6. Ver Alma 53:4–5.7. “Conselhos e Oração do Profeta

para os Jovens”, A Liahona, abril de 2001,p. 30.

8. Ver Gálatas 5:16–21.9. Ver D&C 121:45–46.10. Ver Mosias 27:10–11, Alma 1:15.11. Ver Lucas 15:21.12. Ver Isaías 1:18.13. D&C 18:11.14. Ver Mosias 26:29.15. Ver 2 Néfi 9:23, 26:27.16. Ver Alma 34; 3 Néfi 18:29–32.17. Ver D&C 64:7.18. João 8:32.19. Ver 2 Néfi 2:25; 9:18; Mosias 2:41;

4:3.20. Ver 13ª Regra de Fé. 21. João 13: 35.22. Mateus 11:29–30.23. Ver D&C 101:22.24. “O Motivo de Algumas Coisas que

Fazemos”, A Liahona, janeiro de 2000, p. 62.25. “A Paz de Seus Filhos Será

Abundante”, A Liahona, janeiro de 2001,p. 61.

26. 1 Néfi 17:35.

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O Poder do SacerdócioÉlder John H. GrobergDos Setenta

“Embora o poder do Sacerdócio seja ilimitado, nosso poder individual no Sacerdócio é limitado por nosso grau de retidão e pureza.”

Meus irmãos portadores dosacerdócio de todo omundo: Espero que seja-

mos gratos pelo inestimável privilé-gio de possuir o sacerdócio de Deus.Seu valor é incalculável.

Por meio de seu poder, mundos eaté universos foram, são e serão cria-dos ou organizados. Por meio de seupoder, são efetuadas ordenanças que,se acompanhadas de retidão, permi-tem que a família permaneça unidapara sempre, que os pecados sejamperdoados, que os enfermos sejamcurados, que os cegos enxerguem eaté que a vida seja restaurada.

Deus quer que nós, Seus filhos,possuamos Seu sacerdócio e apren-damos a usá-lo adequadamente. Eleexplicou:

“Nenhum poder ou influênciapode ou deve ser mantido em vir-tude do sacerdócio, a não ser compersuasão, com longanimidade, com

brandura e mansidão e com amor

não fingido; com bondade e conhe-cimento puro ( . . . )1

[Porque se nós] ( . . . ) [exercer-mos] controle ou domínio ou coa-ção sobre a alma dos filhos doshomens [especialmente de nossaesposa e filhos], em qualquer graude iniqüidade, eis que os céus seafastam; o Espírito do Senhor semagoa e, quando se afasta, amémpara o sacerdócio ou a autoridadedesse homem.”2

Vemos, portanto, que embora opoder do Sacerdócio seja ilimitado,nosso poder individual no Sacer-dócio é limitado por nosso grau deretidão e pureza.

Assim como são necessários fioslimpos e devidamente conectadospara conduzir o poder da eletrici-dade, necessitamos de mãos limpase coração puro para exercer opoder do sacerdócio. Da mesmaforma que a sujeira e a ferrugempodem impedir o fluxo da energiaelétrica, os pensamentos e açõesimpuros interferem no poder indi-vidual do sacerdócio. Se formoshumildes e tivermos as mãos, ocoração e a mente limpos e puros,nada que seja justo será impossível.Diz um antigo ditado oriental: “Seo homem leva uma vida pura, nadapode destruí-lo”.3

Em Seu amor por nós, Deusdecretou que todo homem digno,independente de riqueza, estudos,cor, cultura ou idioma, pode possuirSeu sacerdócio. Dessa forma, todohomem devidamente ordenado quetenha as mãos, o coração e a mentelimpos pode conectar-se ao poderilimitado do sacerdócio. Aprendi

bem essa lição quando era um

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jovem missionário, há vários anos,no Sul do Pacífico.

Minha primeira designação foiuma pequena ilha a centenas dequilômetros da sede da missão, ondeninguém falava inglês, e eu era oúnico homem branco. Meu compa-nheiro era um morador local cha-mado Feki, que estava servindonuma missão de construção e erasacerdote no Sacerdócio Aarônico.

Depois de passar oito dias e oitonoites mareado num barquinho mal-cheiroso, chegamos a Niuatoputapu.Sofri com o calor, os mosquitos, acomida, a cultura e a língua estra-nhas, e também com saudades decasa. Certa tarde, ouvimos gritosangustiados e vimos uma família tra-zendo até nós o corpo inerte, apa-rentemente sem vida, de seu filhode oito anos. Disseram, aos prantos,que ele caíra de uma árvore e nãoestava respondendo a nenhum estí-mulo. O pai e a mãe, com fé, colo-caram-no em meus braços edisseram: “Você tem o Sacerdóciode Melquisedeque, traga-o de voltapara nós, curado e vivo”.

Embora meu conhecimento dalíngua ainda fosse limitado, com-preendi o que eles desejavam e tivemedo. Eu queria fugir, sair correndo,mas a expressão de amor e fé quebrilhava nos olhos dos pais, irmãos eirmãs impediu-me de fazê-lo.

Olhei esperançoso para meucompanheiro. Ele deu de ombros edisse: “Eu não tenho a devida auto-ridade. Só você e o presidente doramo possuem o Sacerdócio deMelquisedeque”. Aproveitando-medaquela deixa, eu disse: “Isso édever do presidente do ramo”.

Assim que eu disse isso, o presi-dente do ramo apareceu. Ele tinhaouvido o alarido e voltara de suahorta. Estava suado e coberto desujeira e lama. Virei-me para ele eexpliquei o que tinha acontecido etentei passar o menino para ele. Eledeu um passo para trás e disse: “Voulavar-me e vestir roupas limpas;depois nós o abençoaremos e vere-mos o que Deus tem a dizer”.

Quase entrei em pânico e excla-mei: “Não está vendo? Ele precisa

de ajuda imediatamente!”
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Ele respondeu com serenidade:“Sei que ele precisa de uma bênção.Depois de lavar-me e vestir roupaslimpas, trarei o óleo consagrado esuplicaremos a Deus, então veremosqual é Sua vontade. Não posso orar aDeus com mãos sujas e roupas enla-meadas”. Ele foi embora e deixou-mesegurando o menino. Fiquei sem fala.

Por fim, ele voltou, limpo e bemvestido, e senti que seu coraçãotambém era limpo. “Agora”, disseele, “que estou limpo, podemossuplicar ao trono de Deus.”

Aquele maravilhoso presidente deramo tonganês, com mãos limpas e ocoração puro, concedeu uma mara-vilhosa e marcante bênção doSacerdócio. Senti-me mais comouma testemunha do que partici-pante. As palavras do salmista vie-ram-me à mente: “Quem subirá aomonte do Senhor? ( . . . )

Aquele que é limpo de mãos epuro de coração”.4 Naquela minús-cula ilha, um digno portador dosacerdócio subiu ao monte doSenhor, e o poder do sacerdócio des-ceu do céu e autorizou um menino acontinuar com vida.

Com a chama da fé brilhando nosolhos, o presidente do ramo disse-me o que fazer. Foi necessário muitomais fé e esforços, mas no terceirodia, aquele menininho de oito anos,cheio de vida, voltou para o seio desua família.

Espero que compreendam e sin-tam essas verdades. Aquela era umaminúscula ilha no meio do vastooceano, sem eletricidade, sem hospi-tais, sem médicos, mas nada dissoimportava; porque além de umgrande amor e fé, havia um presi-dente do ramo que possuía oSacerdócio de Melquisedeque, quecompreendia a importância de ter asmãos e o coração limpos e de estarfisicamente limpo e bem trajado,que exercia o sacerdócio em retidãoe pureza, segundo a vontade deDeus. Naquele dia, seu poder indivi-dual no Sacerdócio foi suficientepara conectar-se ao poder ilimitadodo Sacerdócio sobre a vida terrena.

Quando olho para o céu à noite econtemplo as infinitas galáxias quenele há, fico maravilhado ao pensar

quão pequena é a nossa Terra equão infinitamente pequeno eu sou.Mas não me sinto amedrontado,solitário, insignificante ou distantede Deus, pois testemunhei Seupoder do sacerdócio conectado amãos limpas e um coração puronuma diminuta ilha perdida naimensidão do oceano.

Irmãos, essa conexão está disponí-vel a todos nós, não importa onde,quando ou sob que circunstânciasvivamos, contanto que nossas mãos,coração e mente sejam limpos e puros.Não há poder individual no sacerdó-cio sem que haja pureza individual.

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Precisamos simplesmente traba-lhar mais arduamente para purificarnossa vida, servindo o próximo de maneira mais semelhante à de Cristo. Sempre haverá oportuni-dades de servir em nossa família, na Igreja, na missão, no templo e em meio a nossos semelhantes. O serviço nobre exige trabalho diligente, profundo sacrifício e pleno altruísmo. Quanto maior o sacrifício, maior será a purezaresultante.

Deus, que é cheio de luz, vida eamor, deseja que possuamos e use-mos devidamente o Seu sacerdócio,

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“Aos Que Me Honram Honrarei”Presidente James E. FaustSegundo Conselheiro na Primeira Presidência

Honre estes quatro princípios sagrados em sua vida: tenha reverênciapela Deidade; respeite e honre os relacionamentos familiares; reverênciapelos convênios e ordenanças do santo sacerdócio e obediência a eles e respeite a si mesmo como filho de Deus.

para que consigamos transmitir essaluz, vida e amor a todos à nossavolta. Por outro lado, Satanás, opríncipe das trevas, quer reduzir aomáximo nossa luz, vida e amor.Como não existe nada que Satanáspossa fazer em relação ao poder doSacerdócio, ele concentra suasenergias na tentativa de limitarnosso poder no sacerdócio, pro-curando sujar nossas mãos, coraçãoe mente por meio dos maus-tratos,ira, negligência, pornografia,egoísmo ou qualquer outro mal queconsiga induzir-nos a cometer oupensar. Ele sabe que, quanto maisconseguir macular-nos individual-mente, mais irá afastar-nos dapureza necessária para exercermos osacerdócio e levarmos mais luz, vidae amor a esta Terra e a todos os seushabitantes do passado, presente efuturo.

Oh, irmãos, não troquem sua pre-ciosa primogenitura do sacerdóciopor um prato de guisado de porno-grafia. Lembrem-se de que os caste-los de areia que construímos na praiada mortalidade, por mais bonitosque sejam, acabarão sendo derruba-dos pela maré. Só a pureza de mãos,coração e mente nos franqueará oacesso ao poder definitivo doSacerdócio para que verdadeira-mente abençoemos as outras pessoase, por fim, cheguemos a construiruma mansão eterna mais bela eduradoura do que somos capazes deconceber atualmente.

Aprendi por experiência própriaque Deus vive, que Jesus é o Cristo eque Ele é nosso amigo. Sei que Jesusé a perfeita personificação do puropoder do sacerdócio.

Oro para que todos sirvamos commais pureza de coração, que nossopoder individual no sacerdócio che-gue à plenitude por meio do perfeitoamor Daquele cujo Sacerdócio possuímos.

Em nome de Jesus Cristo. Amém. �

NOTAS1. D&C 121:41–42.2. D&C 121:37.3. Atribuído a Buda.

4. Salmos 24:3–4.

Queridos irmãos desta grandefraternidade mundial dosacerdócio, dirijo -me a

vocês com humildade e em espíritode oração. Falar a vocês é umaenorme responsabilidade e algomuito sagrado. Quero que me com-preendam. Espero que cada um denós clame pela promessa do Senhor:“Aos que me honram honrarei”.1

Reconheço perfeitamente tudo oque foi realizado pelos servos doSenhor nas gerações passadas, masacredito que vocês, rapazes dosacerdócio e as jovens de sua idade,são de muitas maneiras a geraçãomais promissora da história domundo. Chego a essa conclusão por

várias razões. Quando a irmã Faust e

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eu lemos a bênção patriarcal de nos-sos netos, vemos sem exceção queelas contêm mais promessas do quea minha ou a dela.

Para que vocês atinjam seupotencial, terão que honrar estesquatro princípios sagrados em suavida:

1. Ter reverência pela Deidade.2. Respeitar e honrar os relacio-

namentos familiares.3. Ter reverência pelos convênios

e ordenanças do santo sacerdócio eobedecer a eles.

4. Respeitar-se a si mesmo comofilho de Deus.

Gostaria de falar sobre esses qua-tro princípios esta noite.

O primeiro é ter reverência pelaDeidade. Sou grato ao Senhor porter-nos abençoado com bênçãos físi-cas inigualáveis na história da Igreja.Esses recursos foram dados a nóspara fazermos o bem, e eles permi-tem que nosso trabalho seja acele-rado. Mas temo que, por meio daprosperidade, muitos de nós fique-mos preocupados com o que Danielchamou de “deuses de prata, deouro, de bronze, de ferro, demadeira e de pedra, que não vêem,não ouvem, nem sabem”.2 Trata-seobviamente de ídolos.

Em relação às coisas sagradas, oamor e o respeito a Deus constituema base de tudo e são mais importan-tes do que qualquer outra coisa.

Durante a maior parte da história do
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mundo, a humanidade esteve pro-fundamente envolvida com a idola-tria, seja adorando falsos deuses oupreocupando-se em adquirir asriquezas deste mundo.

Depois da Ressurreição doSalvador, Pedro e alguns dos discí-pulos estavam junto ao mar deTiberíades. Pedro disse-lhes que iriapescar. Os discípulos concordaramem ir com ele. Parece que haviamesquecido que tinham sido chama-dos para ser pescadores de homens.Eles pescaram a noite toda, mas nãopegaram nada. Pela manhã, Jesus,que estava em pé na praia, mandouque jogassem as redes do ladodireito do barco, e elas voltaramcarregadas de peixes. Jesus disse-lhes que trouxessem os peixes quehaviam apanhado; Pedro e os outrosdiscípulos levaram 153 peixes para apraia. Quando lá chegaram, viramque o Salvador estava assando peixena brasa, e Ele os convidou paracomer peixe e pão. Depois de come-rem, Jesus disse a Simão Pedro:“Amas-me mais do que estes?”3

Pedro era um entusiástico pescador.A pescaria era seu meio de subsis-tência, e fora dessa vida que oSenhor o chamara para ser pescadorde homens.

A exigência de que devemosamar ao Senhor mais do que peixes,contas bancárias, carros, roupasfinas, ações, apólices, certificados de

depósitos ou qualquer outro bemnão foi reduzida; ela é categórica. Oprimeiro mandamento dado aosantigos israelitas foi: “Não terásoutros deuses diante de mim”.4 Opróprio Salvador ampliou esse man-damento quando disse ao escribaque lhe perguntou qual era o maiormandamento de todos: “Amarás,pois, ao Senhor teu Deus de todo oteu coração, e de toda a tua alma, ede todo o teu entendimento, e detodas as tuas forças”.5

Sinto-me muito ofendido quandoouço pessoas em público ou na tele-visão violarem de maneira tão dis-plicente o mandamento: “Nãotomarás o nome do Senhor teuDeus em vão”.6 Na seção 107 deDoutrina e Convênios, aprendemosque para “evitar a repetição fre-qüente do seu [santo] nome”7, osanto sacerdócio foi chamado pelonome de Melquisedeque, o grandesumo sacerdote. A reverência e orespeito pelas coisas sagradas deri-vam ambos do primeiro manda-mento: “Não terás outros deusesdiante de mim”.8

Nós, que fomos comissionadoscom a autoridade do sacerdóciopara agir em nome do Salvador, pre-cisamos respeitar Deus, o Pai, JesusCristo e o Espírito Santo acima detodas as coisas.

O segundo é respeitar e honraros relacionamentos familiares. Estedeve começar com a reverência peloamor sagrado da Mãe. Todas as mãespadecem no vale da sombra damorte quando lutam para dar-nos avida. Minha mãe morreu há váriosanos. Sinto falta de sua doce e amo-rosa influência em minha vida, deseus conselhos e reprovações emgeral. Porém, mais do que tudo,sinto saudade de seu amor incondi-cional. O anseio de estar com ela àsvezes é quase oprimente. A maioriade nós poderia dizer, como AbrahamLincoln: “Tudo o que sou ou esperoser devo ao anjo que foi minhamãe”.9 A minha cozinhava, costu-rava, consertava e reformava roupas;ela renunciou a muitas coisas quegostaria de possuir para que o poucodinheiro que tinha fosse usado para

dar aos filhos mais oportunidades do

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que ela tivera. Mas o mais impor-tante era a fé inabalável que eladesejava arraigar profundamente emnossa alma.

Irmãos, a paternidade nobre per-mite que tenhamos um vislumbredos atributos divinos do PaiCelestial. Um pai deve ser muitascoisas. Deve magnificar seu sacerdó-cio e ser um exemplo de retidão.Junto com a esposa, deve ser a fonteda estabilidade e força de toda afamília. Deve ser protetor, provedore defensor do núcleo familiar. Muitode seu amor pelos filhos deve ema-nar de seu amor, preocupação e fide-lidade pela esposa. Por seu firmeexemplo, ele deve moldar gradual-mente o caráter dos filhos.

Quando o Élder LeGrandRichards foi para a faculdade, seupai, George F. Richards, disse a ele ea seu irmão, George F. Jr.: “Tenhocerteza de que vocês seguirão meuexemplo”. O coração deles encheu-se de amor e orgulho ao ouvir taispalavras. LeGrand disse posterior-mente: “Nossos pais fizeram-nos fir-mes e inabaláveis, e nós nãopoderíamos fazer nada que viesse adecepcioná-los”.10

Um pai não deve jamais desapon-tar propositalmente sua esposa efilhos. Em 1989, houve na Armêniaum terrível terremoto que matou emquatro minutos mais de 30.000 pes-soas. Um pai desnorteado saiu deses-peradamente em busca do filho. Aochegar à escola do menino, viu que oedifício fora reduzido a um monte deentulhos. O pai estava sendo impul-sionado pela promessa que fizera aofilho: “Haja o que houver, sempreestarei com você para ajudá-lo!”. Aovisualizar o local onde fora a sala deaula do menino, correu até lá ecomeçou a cavar entre os escom-bros, tijolo por tijolo.

Outras pessoas vieram até o local— o chefe dos bombeiros e depois apolícia — alertando-o contra incên-dios e explosões e insistindo paraque deixasse a busca a cargo daequipe de resgate, mas ele conti-nuou cavando persistentemente. Anoite chegou, amanheceu, e, depoisde 38 horas de busca sob os escom-

bros, achou ter ouvido a voz do
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Portadores do sacerdócio lotam os três níveis do auditório do Centro de Conferências, durante a sessão do sacerdócio.

filho. “Armand!”, gritou ele. Depois,ouviu: “Pai? Sou eu, pai! Eu disse àsoutras crianças que não se preo-cupassem. Disse a elas que se vocêestivesse vivo, você me salvaria, eque quando você me salvasse, elastambém seriam salvas. ( . . . )

Éramos 33, mas agora somos 14.( . . . ) Quando o edifício desabou,fez uma espécie de calço, como umtriângulo, que nos salvou.”

“Saia daí, filho!”“Não, pai! Deixe os outros irem

primeiro, porque eu sei que você vai me salvar! Haja o que houver,sei que você estará comigo para meajudar!”11

Todos os relacionamentos fami-liares devem ser honrados inclusiveaqueles com nossos parentes faleci-dos. O amor, o serviço e a ajudadevem ser abundantes entre irmãos,irmãs e parentes.

O terceiro é ter respeito pelosconvênios e ordenanças do sacerdó-cio e obedecer a eles. Antigamente,os que participavam das ordenançasdo sacerdócio usavam uma vesti-menta sacerdotal. Embora não use-mos roupas sacerdotais hoje,mostramos respeito vestindo roupasadequadas ao administrarmos e distri-buirmos o sacramento e ao ungirmosos doentes.

Eli, o sacerdote, foi desobrigadode seu chamado ao permitir quehouvesse iniqüidade na casa doSenhor. O Senhor declarou: “Aosque me honram honrarei”. 12 Ogrande poder e autoridade do sacer-dócio que nos foi concedido deveser exercido por pessoas autorizadasque se provaram dignas de fazê-lo.Somente dessa forma nossos atosserão selados pelo Santo Espírito daPromessa e honrados pelo Senhor.13

Honramos o Senhor cumprindoos convênios feitos no batismo, nosacramento, no templo e guardandoo dia santificado. O Senhor disse:“Todos os que, dentre eles, soube-rem que seu coração é honesto eestá quebrantado e seu espírito,contrito; e que estiverem dispostos aobservar seus convênios por meio desacrifício — sim, todo sacrifício queeu, o Senhor, ordenar — esses serãoaceitos por mim”.14

O quarto é respeitar a si mesmocomo filho de Deus. Aqueles queforam missionários presenciaram omilagre ocorrido na vida de algumaspessoas a quem ensinaram, quandoelas perceberam que eram filhas deDeus. Há muitos anos, um élder queserviu numa missão nas IlhasBritânicas disse ao terminar seu tra-balho: “Acho que minha missão foi

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um fracasso. Trabalhei todos os diascomo missionário aqui e só batizeium garotinho irlandês que viviasujo. Foi a única pessoa que batizei”.

Anos mais tarde, depois de voltarpara sua casa em Montana, recebeua visita de um homem que lhe per-guntou: “Você é aquele élder queserviu numa missão nas IlhasBritânicas em 1873?”

“Sou.”O homem prosseguiu: “Lembra-

se de quando disse que sua missãotinha sido um fracasso porque vocêsó batizou um garotinho irlandêsque vivia sujo?”

Ele disse: “Sim.”O visitante estendeu a mão e

disse: “Gostaria de cumprimentá-lo.Meu nome é Charles A. Callis, doConselho dos Doze d’A Igreja deJesus Cristo dos Santos dos ÚltimosDias. Sou aquele garotinho irlandêsque vivia sujo e que você batizou emsua missão”.15

Aquele garotinho irlandês reco-nheceu seu potencial como filho deDeus. O Élder Callis deixou umlegado duradouro para sua grandefamília. Ao servir como presidente demissão durante 25 anos e no ministé-rio apostólico por 13 anos, ele aben-çoou a vida de literalmente milharesde pessoas. Sinto-me privilegiado por

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ter conhecido esse grande Apóstolodo Senhor quando era jovem.

Se estivermos constantementeatentos às sementes de divindadedentro de nós, isso nos ajudará asobrepujar os desafios e dificuldadesdo mundo. Brigham Young ensinou:“Quando olho para o rosto de seresinteligentes, vejo a imagem do Deusa quem sirvo. Não há uma pessoasequer que não tenha uma porçãode divindade dentro de si. Emborasejamos revestidos de um corpocriado à imagem e semelhança denosso Deus, a parte mortal retrai-sediante da porção de divindade queherdamos de nosso Pai”.16 O fato deestarmos plenamente conscientes de nossa herança divina ajudarátodos os homens, jovens e velhos, a

crescer e magnificar a divindade queexiste dentro de cada um deles e emcada um de nós.

A todos nós que desejamos serhonrados pelo Senhor e receber Suabondade, misericórdia e bênçãoseternas, repito, sejamos obedientes aestes quatro grandes princípios:

1. Ter reverência pela Deidade.2. Respeitar e honrar os relacio-

namentos familiares.3. Ter profunda reverência pelos

convênios e ordenanças do santosacerdócio e obedecer a eles.

4. Respeitar a si mesmo comofilho de Deus.

Irmãos, oro para que o Senhorabençoe cada um de nós como partedeste grande exército de homens jus-tos do sacerdócio. Individualmente,

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nossa contribuição talvez não pareçagrande, mas em conjunto, acreditoque o poder do sacerdócio que pos-suímos é a maior força voltada para obem existente na Terra hoje. Essaforça é toda exercida de acordo comas chaves que o Presidente GordonB. Hinckley possui como SumoSacerdote Presidente na Terra. Oropara que sejamos obedientes a sualiderança inspirada e que sigamos seuexemplo. Que seu admirável ministé-rio se prolongue por muitos anos.

Irmãos, fui privilegiado, comomenino e como homem, por desfru-tar do manto cálido, reconfortante eespiritual do sacerdócio por 68 anos.Não consigo exprimir em palavras agrande e maravilhosa influência queele tem exercido sobre mim e minhafamília. Muitas vezes, fui menos doque eu deveria ter sido, mas emminha fraqueza, desejei ser merece-dor dessa bênção sublime. Enquantoviver, quero testificar do assombro eda glória do evangelho restauradocom as chaves e autoridade dosacerdócio. Que sejamos dignos dapromessa do Senhor: “Aos que mehonram honrarei”. Em nome deJesus Cristo. Amém. �

NOTAS1. I Sam. 2:30.2. Dan. 5:23.3. Ver João 21:1–15.4. Êx. 20:3.5. Marcos 12:30.6. Êx. 20:7.7. D&C 107:4.8. Êx. 20:3.9. Burton Stevenson, conforme citado

em The Home Book of Quotations, (1934),p. 1350.

10. Lucile C. Tate, LeGrand Richards:Beloved Apostle (1982) p. 28.

11. Mark V. Hansen, “Are You Goingto Help Me?” em Chicken Soup for theSoul, editado por Jack Canfield e MarkVictor Hansen (1983), pp. 273–274.

12. I Sam. 2:30.13. Ver D&C 132:7.14. D&C 97:8.15. Ver The Teachings of Harold B. Lee,

editado por Clyde J. Williams (1996), pp. 602–603.

16. Discursos de Brigham Young, seleção

de John A. Widtsoe (1941), p. 168.
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Ao ResgatePresidente Thomas S. MonsonPrimeiro Conselheiro na Primeira Presidência

“Irmãos, o mundo precisa de sua ajuda. Existem pés a firmar, mãos a segurar, espíritos a encorajar, corações a inspirar e almas a salvar.”

Tenho a grande e humilde res-ponsabilidade de falar-lhesesta noite, meus queridos

irmãos, portadores do sacerdócio deDeus, que se encontram reunidosneste Centro de Conferências e nomundo inteiro.

Alguns de vocês são diáconos,talvez recém-ordenados; outros sãosumos sacerdotes que servem fiel-mente há muito tempo em chama-dos sagrados. Todos nós estamosaqui para talvez aprender melhor onosso dever.

Irmãos, o mundo precisa de suaajuda. Existem pés a firmar, mãos asegurar, espíritos a encorajar, cora-ções a inspirar e almas a salvar. Asbênçãos da eternidade os aguardam.É um privilégio para nós não sermosapenas espectadores, mas, sim, pro-tagonistas no palco do sacerdócio.

O Presidente Wilford Woodruffdeclarou: “Todas as organizações dosacerdócio têm poder. O diácono

tem poder, graças ao sacerdócio quepossui. O mesmo se dá com o mestre.Eles têm o poder de procurar oSenhor e de verem suas oraçõesserem ouvidas e atendidas da mesmaforma que o Profeta. ( . . . ) É pormeio desse sacerdócio que os homensrecebem ordenanças, seus pecadoslhes são perdoados e eles são redimi-dos. Para esse propósito ele foi reve-lado e selado sobre nossa cabeça”.1

Certa vez ouvi um diáconorecém-ordenado dizer, logo após terrecebido o Sacerdócio Aarônico:“Esta é a primeira vez que vou dis-tribuir o sacramento. Não vejo ahora. Sei que é uma ordenançamuito sagrada, por isso a tratareicom respeito. Tenho verdadeiro tes-temunho do sacerdócio e espero irlogo para a missão.”

Gostaria de ler para vocês, estanoite, uma carta que recebi algumtempo atrás, escrita por um maridoque parou de servir e de cumprirseus deveres do sacerdócio. Ela sim-boliza o apelo de muitos de nossosirmãos. Ele escreveu:

“Caro Presidente Monson:Eu tive tanto e agora tenho tão

pouco. Estou infeliz e sinto como setivesse falhado em tudo o que fiz. Oevangelho nunca saiu do meu cora-ção, embora tenha saído de minhavida. Peço suas orações.

Por favor, não se esqueça de nósque estamos aqui fora — os santosdos últimos dias que se perderam. Seionde fica a Igreja, mas às vezes achoque preciso de alguém para me mos-trar o caminho, encorajar-me, afastarmeu medo e prestar-me testemunho.”

Enquanto lia essa carta, lembrei-me de uma visita que fiz a uma das

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grandes galerias de arte do mundo, afamosa Victoria and Albert Museumem Londres, na Inglaterra. Láencontrei uma obra de arte, primo-rosamente enquadrada, pintada em1831 por Joseph Mallord WilliamTurner. A pintura mostrava nuvenscarregadas e a fúria de um mar tur-bulento, pressagiando perigo emorte. Ao longe, cintilava a luz deuma embarcação em dificuldades.Em primeiro plano, sacudido violen-tamente pelas ondas espumantes,havia um grande barco salva-vidas.Os homens remavam com todo ovigor enquanto o barco precipitava-se na tempestade. Na praia, via-seuma mulher e duas crianças, molha-das pela chuva e engolfadas pelovento. Elas olhavam aflitas para omar. Em minha mente, abreviei onome da pintura: para mim, passoua chamar-se “Ao Resgate”.

Em meio às tempestades da vida,o perigo está à espreita; e homens,como barcos, vêem-se desampara-dos e fitam de perto a sua ruína.Quem socorrerá esses homens, dei-xando para trás o conforto do lar eda família, e sairá em seu resgate?

O Presidente John Taylor aler-tou-nos: “Se não magnificarem seuschamados, Deus os responsabilizarápor aqueles que poderiam ter sal-vado, caso houvessem cumprido seudever”.2

Irmãos, nossa tarefa não éintransponível: Estamos a serviço doSenhor, assim sendo, temos o direitode contar com Sua ajuda. Devemostentar. Da peça teatral Shenandoah,tiramos as seguintes palavras inspi-radoras: “Se não tentarmos, nãofaremos; e se não fizermos, entãopor que razão estamos aqui?”

Quando o Mestre ministrouentre os homens, conclamou os pes-cadores da Galiléia a abandonaremsuas redes e segui-Lo, dizendo: “Euvos farei pescadores de homens”.3 Eassim o fez. Esta noite, Ele estende anós o mesmo chamado: “Vamosmarchar!” 4 O Senhor dá-nos oplano de batalha, com a seguinteadvertência: “Portanto agora todohomem aprenda seu dever e a agirno ofício para o qual for designadocom toda diligência”.5

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Gosto muito da admirável pala-vra dever. Atentemos para o vívidolembrete na epístola de Tiago:“Sede cumpridores da palavra, e nãosomente ouvintes”.6

Uma música antiga, da minhaépoca, chamava-se: “Wishing WillMake it So” (“Se Desejar, Aconte-cerá”). Não é verdade. Só o desejonão faz as coisas acontecerem. OSenhor espera que pensemos.Espera que trabalhemos. Esperanosso testemunho e nossa dedica-ção. Infelizmente, alguns se desvia-ram do caminho do sacerdócio.Vamos ajudá-los a voltar para aestrada que conduz à vida eterna.Edifiquemos uma base sólida doSacerdócio de Melquisedeque queserá o alicerce do crescimento e daatividade na Igreja. Será o pilar quefortalecerá todas as famílias, lares equóruns em todos os lugares.

Irmãos, podemos visitar aquelespor quem somos responsáveis etrazê-los à mesa do Senhor para quese banqueteiem com as palavras deCristo e desfrutem da companhia doEspírito Santo e “já não [sejam]estrangeiros, nem forasteiros, masconcidadãos dos santos, e da famíliade Deus”.7

A passagem do tempo não alte-rou a capacidade do Redentor de

mudar a vida dos homens — a nossavida e a vida daqueles com quemtrabalhamos. Como disse a Lázaro,já morto, assim Ele nos chama:“[Saiam] para fora”. 8 Saiam dodesespero da dúvida. Saiam dassombras do pecado. Saiam da mortecausada pela descrença. Venhampara uma vida nova. Venham.

Veremos que aqueles a quem ser-vimos, que sentiram por intermédiodo nosso trabalho o amor doSalvador, por alguma razão não con-seguem explicar a mudança queocorreu em sua vida. Eles têmdesejo de servirem fielmente, deserem humildes, de viverem demodo mais semelhante ao Salvador.Por estarem mais sensíveis aoEspírito e terem vislumbrado as pro-messas da eternidade, eles ecoam aspalavras do cego, a quem Jesus res-taurou a visão que disse: “Uma coisasei, é que, havendo eu sido cego,agora vejo”.9

Como podemos ser responsáveispor esses milagres? Como se explicaque homens anteriormente adorme-cidos estejam agora ativos espiritual-mente? Um poeta, falando sobre amorte, escreveu: “Deus o tocou, eledormiu”.10 Agora, digo eu, falandodesse renascimento: “Deus os tocou,e eles acordaram”.

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Há duas razões básicas que sãoem grande parte responsáveis poressas mudanças de atitude, de hábi-tos e comportamento. Primeiro, foimostrado a esses homens o seupotencial eterno, e eles decidiramalcançá-lo. Os homens não sedetêm na mediocridade por muitotempo ao verem que a excelênciaestá ao seu alcance.

Segundo, outros homens segui-ram a admoestação do Salvador,amaram a seu semelhante como a simesmos e ajudaram a concretizar ossonhos e o desejo de realização doseu próximo.

O catalisador desse processo foi econtinua sendo o princípio do amor.

Outro princípio da verdade quenos guiará em nosso propósito é o deque meninos e homens podemmudar. Lembro-me das palavras dodiretor de uma prisão que ensinouesse princípio. Um crítico que conhe-cia os esforços do diretor Duffy emreabilitar os prisioneiros disse: “Vocênão sabe que não dá para tirar asmanchas dos leopardos?”

O diretor respondeu: “Mas eunão trabalho com leopardos, eu tra-balho com homens, e os homensmudam todos os dias”.

Há muitos anos, antes de ir paraa sede da Missão Canadense emToronto, Ontário, fiz amizade comum homem chamado Shelley quemorava dentro dos limites da ala,mas não aceitava o evangelho,embora sua mulher e filhos tivessemsido batizados. Shelley fora conhe-cido como o homem mais durão dacidade quando era jovem. Era umperfeito pugilista. Suas lutas, porém,não se travavam dentro do ringue,mas em outros lugares. Por mais queeu tivesse tentado, não conseguimudar em nada a atitude de Shelley.Parecia inútil. Com o passar dotempo, Shelley e sua família muda-ram-se da ala.

Depois de ter voltado do Canadáe ter sido chamado como Apóstolo,recebi um telefonema de Shelley noqual ele disse: “O senhor poderiaselar-me à minha esposa e minhafamília no Templo de Salt Lake?”

Respondi hesitante: “Shelley,para isso você primeiro terá que ser

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batizado e tornar-se membro daIgreja”.

Ele riu e respondeu: “Ah, eu járesolvi isso enquanto você estava noCanadá. Meu mestre familiar eraguarda de trânsito e ajudava ascrianças a atravessar a rua em frenteà escola e, todo dia, quando eu oencontrava na rua, conversávamossobre o evangelho”.

Realizamos o selamento; a famíliafoi unida e todos ficaram felizes.

Abraham Lincoln deu este sábioconselho que certamente se aplicaaos mestres familiares: “Se quiserque alguém fique do seu lado, pri-meiro convença-o de que você é umverdadeiro amigo”.11

Um amigo faz mais do que umasimples visita mensal para cumprirsua obrigação. Está mais preocupadoem ajudar do que em ganhar crédi-tos pela visita. Um amigo preocupa-se com a pessoa, ama, escuta e tentarealmente ajudar.

Em todas as alas, há irmãos queparecem ter o dom de quebrar bar-reiras invisíveis e atingir o coraçãodas pessoas. Raymond L. Egan, queserviu como meu conselheiro no

bispado, era assim. Ele adorava darboas-vindas e ativar na Igreja o paide uma família, e dessa forma tra-zer também para o rebanho aesposa e os preciosos fi lhos docasal. Esse fenômeno extraordiná-rio ocorreu muitas vezes até o seufalecimento.

Há também outras formas pelasquais uma pessoa poderia servir eedificar o próximo. Certa ocasião,estava conversando com um exe-cutivo aposentado que conheci hámuito tempo. Perguntei-lhe: “Ed, oque você está fazendo na Igreja?”Ele replicou: “Tenho o melhor chamado da ala. Minha responsabi-lidade é a de ajudar homens desem-pregados a encontrar um empregoestável. Este ano ajudei dozeirmãos a conseguirem um bomemprego. Nunca me senti tão felizem minha vida.” De baixa estatura,“Edinho” , como costumávamoschamá-lo carinhosamente, naquelanoite pareceu mais alto, tinha umbrilho nos olhos e a voz embargada.Ele mostrou seu amor, ajudando osnecessitados. Restaurou a digni-dade humana. Abriu as portas para

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aqueles que não sabiam como fazê-lo por si mesmos.

Acredito que aqueles que têm acapacidade de ajudar e elevar osoutros encontraram a fórmula des-crita pelo irmão Walter Stover, quepassou a vida a serviço do próximo.No funeral do irmão Stover, seugenro homenageou-o com asseguintes palavras: “Walter Stovertinha o dom de ver Cristo na face detodas as pessoas que encontrava etratava-as com amor cristão”. Seusatos de compaixão e sua capacidadede elevar as pessoas são proverbiais.A luz que o guiava era a voz doMestre dizendo: “Quando o fizestesa um desses meus pequeninos ( . . . ),a mim o fizestes”.12

Aprendam a linguagem doEspírito. Ela não se aprende nos livrosescritos por homens eruditos nem pormeio de leitura ou memorização. Alinguagem do Espírito é dada àquelesque buscam de todo o coraçãoconhecer a Deus e guardar Seus man-damentos divinos. A proficiêncianessa “língua” permite que a pessoadestrua barreiras, transponha obstá-culos e chegue ao coração humano.

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Fundo Perpétuo para EducaçãoPresidente Gordon B. Hinckley

“Onde existir a pobreza espalhada entre nosso povo, precisamos fazertudo a nosso alcance para ajudá-los a erguerem-se e estabelecerem umavida alicerçada na auto-suficiência que resulta do treinamento. O estudoé a chave da oportunidade.”

Numa época de perigos e adversi-dades, tal conhecimento, esperançae compreensão trazem consolo àalma transtornada e ao coraçãoaflito. As sombras do desespero sãodesfeitas por raios de esperança; atristeza dá lugar à alegria e a sensa-ção de estar perdido na multidãodesaparece com a certeza de quenosso Pai Celestial Se preocupa comcada um de nós.

Para encerrar, volto à pintura deTurner. Na realidade, aquelas pessoasdesamparadas, dentro da embarcaçãoque o mar bravio lançava de um ladopara o outro na tempestade, sãocomo muitos jovens — e velhos tam-bém — que esperam pelo resgate quenós podemos fazer, por termos a res-ponsabilidade do sacerdócio de tripu-lar o barco salva-vidas. O coraçãodessas pessoas anseia por ajuda. Mãese pais oram por seus filhos. Esposas efilhos imploram aos céus que o pai eoutros sejam ajudados.

Esta noite, oro para que todos nósque possuímos o sacerdócio perceba-mos quais são as nossas responsabili-dades e juntos, como um todo,sigamos nosso Líder, sim, o SenhorJesus Cristo e Seu profeta, oPresidente Gordon B. Hinckley, aoresgate.

Em nome de Jesus Cristo. Amém. �

NOTAS1. Brian H. Stuy, editado, Collected

Discourses Delivered by President WilfordWoodruff, His Two Counselors, the Twelve Apostles, and Others, 5 volumes(1987–1992), 2:87.

2. Deseret News Semi-Weekly,6 de agosto de 1878, p. 1.

3. Mat. 4:19.4. “Somos os Soldados”, Hinos, nº 160.5. D&C 107:99.6. Tiago 1:22.7. Ef. 2:198. João 11:43.9. João 9:25.10. Alfred, Lord Tennyson, In

Memoriam A. H. H., seção 85, estrofe 5,linha 4; grafia atualizada.

11. The Collected Works of AbrahamLincoln, editado por Roy P. Basler, 8 volumes (1953), 1:273.

I

12. Mat. 25:40.

rmãos, antes de iniciar meu dis-curso quero parabenizar sincera-mente este coro do Sacerdócio de

Melquisedeque, composto de homensde muitas origens, todos cantandojuntos com o coração pleno do teste-munho dos hinos de Sião. Irmãos,muito, muito obrigado.

Agora, busco a inspiração doSenhor ao falar rapidamente a res-peito do que considero ser umassunto muito importante.

Começarei levando-os de volta a1849. Naquela época, nossos ante-passados enfrentaram um problemasério. Nosso povo chegara ao Valedo Lago Salgado dois anos antes. Osmissionários nas Ilhas Britânicas ena Europa continuavam a reunir ascentenas e centenas de conversos

que se filiavam à Igreja. Ao serem

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batizados, ansiavam por reunir-seem Sião. Sua força e habilidadeseram necessárias aqui, e o desejo devirem para cá era enorme. Mas mui-tos deles eram extremamente pobrese não tinham dinheiro para comprara passagem. Como chegariam aqui?

Sob a inspiração do Senhor, umplano foi elaborado. Estabeleceu-se oque ficou conhecido como o FundoPerpétuo para Emigração. Nesseplano financiado pela Igreja, apesarda grande pobreza por que passavana época, emprestava-se dinheiroaos que tinham bem pouco ou nada.O acordo previa que, quando osconversos aqui chegassem, encontra-riam emprego e, assim que lhes fossepossível, pagariam o financiamento.O dinheiro reembolsado seria entãoemprestado a outros, permitindo queimigrassem também. Era um recursorotativo. Foi verdadeiramente umFundo Perpétuo para Emigração.

Com o auxílio desse fundo,estima-se que cerca de 30.000 con-versos tenham vindo para Sião, tor-nando-se uma grande força detrabalho aqui. Alguns deles possuíamhabilidades e outros desenvolveram-nas pois, seriam necessárias para aconstrução, realizando um trabalhonotável na construção de edifícios,inclusive na construção do Templo edo Tabernáculo de Salt Lake e nodesempenho de outras tarefas queexigiam conhecimento. Vieram paracá em carroças e carrinhos de mão.Apesar da terrível tragédia com os

carrinhos de mão em 1856, quando
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Os participantes da conferência povoam as praças e escadas do Centro deConferências, vistos do Edifício dos Escritórios da Igreja, nas proximidades.

cerca de 200 pessoas morreram nasplanícies do Wyoming devido ao frioe às doenças, viajaram em segurançae tornaram-se uma parte importanteda família da Igreja nestes valesentre as montanhas.

Por exemplo, James Moyle eraum operário que lavrava pedras emPlymouth, na Inglaterra ao ser bati-zado aos 17 anos de idade. A res-peito da ocasião escreveu: “Fiz,então, um convênio com o Senhorde que O serviria, independente doque as pessoas falassem de mim. Foi o momento decisivo de minhavida, pois manteve-me afastado da companhia do mal”. (Gordon B.Hinckley, James Henry Moyle,[1951], p. 18)

Apesar de sua experiência comopedreiro, tinha pouco dinheiro. Fezum empréstimo no Fundo Perpétuopara Emigração e deixou a Inglaterraem 1854, navegou para a América,atravessou as planícies e quase queimediatamente conseguiu empregocomo pedreiro na construção daLion House a três dólares por dia.Economizou seu dinheiro e, quandotinha setenta dólares, a quantia deseu débito, pagou o Fundo paraEmigração e disse: “Considerei-me,então, um homem livre”. (Moyle, p. 24.)

O Fundo Perpétuo para Emigraçãofoi extinto ao deixar de ser necessá-rio. Creio que muitos dos que meouvem hoje são descendentesdaqueles que foram abençoados poresse fundo. Hoje vocês são próspe-ros e têm estabilidade devido ao quefoi feito por seus antepassados.

Ora, irmãos, enfrentamos umoutro problema na Igreja. Temosmuitos missionários, tanto rapazesquanto moças, que são chamadospara servirem em seus países de ori-gem e que servem honrosamente noMéxico, na América Central, doSul, nas Filipinas e em outros luga-res. Eles têm bem pouco dinheiro,mas contribuem com o que têm. Sãoamplamente sustentados pelo FundoGeral Missionário para o qual mui-tos de vocês contribuem — e somosprofundamente gratos por isso.

Eles tornam-se excelentes missio-nários trabalhando lado a lado com

os élderes e as sísteres enviados dosEstados Unidos e do Canadá.Enquanto estão em missão, aprendema respeito do funcionamento daIgreja. Crescem no entendimento doevangelho. Aprendem a falar umpouco de inglês. Trabalham com fé ededicação. Então chega o dia deserem desobrigados. Voltam para casacom grandes esperanças; mas muitosdeles enfrentam enormes dificuldadespara encontrar trabalho, por nãoterem nenhuma qualificação. Voltamimediatamente para o fosso dapobreza de onde haviam saído.

Devido a habilidades limitadas, épossível que não se tornem líderesna Igreja. O mais provável é queprecisem da ajuda do bem-estar.Irão casar-se e constituir famílias

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que prosseguirão no mesmo cicloque tanto conhecem. Seu futuro émesmo desalentador. Há outros quenão saíram em missão, mas que seencontram nas mesmas circunstân-cias situação no que diz respeito adesenvolver suas habilidades parasair da pobreza.

Em um esforço para corrigir essasituação, propomos um plano; umplano que acreditamos ser inspiradopelo Senhor. A Igreja está estabele-cendo um fundo com doações, emsua maioria feitas por santos dosúltimos dias fiéis que contribuíram e que continuarão a contribuir com esse propósito. Somos profun-damente gratos a eles. Baseado em princípios semelhantes aos doFundo Perpétuo para Emigração,

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iremos chamá-lo de Fundo Perpétuopara Educação.

Dos dividendos desse fundo, serãofeitos empréstimos a rapazes e moçasempreendedores, em sua maioria ex-missionários, para que freqüentem aescola. Quando estiverem qualifica-dos para o mercado de trabalho,espera-se que devolvam o que lhesfoi emprestado com uma baixa taxade juros, que servirá como incentivopara que saldem a dívida.

Espera-se que freqüentem aescola em sua comunidade. Podemmorar na própria casa. Temos umexcelente programa do institutoorganizado nesses países e eles pode-rão manter-se próximos à Igreja. Osdiretores dos institutos estão familia-rizados com as oportunidades educa-cionais em sua própria cidade. Noinício, a maior parte desses alunosfarão cursos em escolas técnicas,onde estudarão matérias como ciên-cia da computação, engenharia derefrigeração e outros tipos de espe-cialização exigidos no mercado epara os quais podem qualificar-se. Oplano poderá, mais tarde, estender-se a cursos que exijam nível superior.

Espera-se que esses rapazes emoças freqüentem o instituto, ondeo diretor poderá manter-se a par deseu progresso. Os que quiserem par-ticipar do programa poderão candi-datar-se com o diretor do instituto.Ele os aprovará depois de consultaro bispo e o presidente de estacalocal, para determinar se são dignos

e se necessitam de ajuda. Os nomese o valor estipulado dos emprésti-mos serão, então, enviados para SaltLake City, onde o pagamento seráefetuado, não à pessoa, mas à insti-tuição que estará cursando. Assimnão haverá a tentação de se utilizaro dinheiro para outras finalidades.

Teremos uma junta forte eatuante, que administrará o pro-grama aqui em Salt Lake e um dire-tor do programa, que será umaAutoridade Geral emérita, umhomem de comprovada experiênciatécnica e administrativa e queaceite essa responsabilidade comovoluntário.

Não se constituirá uma novaorganização nem haverá novos fun-cionários, exceto o diretor voluntá-rio e um secretário. Essencialmente,o custo para administrá-la será zero.

Iniciaremos de maneira modestano último trimestre deste ano.Podemos vislumbrar a época em queo programa beneficiará um númerosubstancial de jovens.

Com boa capacitação profissional,esses rapazes e moças sairão dapobreza que eles e as gerações que osprecederam viviam. Poderão darmelhor sustento à família. Servirão naIgreja e suas responsabilidades e lide-rança crescerão. Pagarão seu emprés-timo para possibilitar que outrossejam tão abençoados quanto elesforam. O fundo será rotativo. Comomembros fiéis da Igreja, pagarão seusdízimos e ofertas e a Igreja se tornará

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muito mais forte devido à presençadeles na área onde residirem.

Há um velho ditado que diz quese derem um peixe a um homem, eleterá uma refeição. Mas se o ensina-rem a pescar, ele se alimentará pelorestante da sua vida.

Bem, é uma iniciativa arrojada,mas cremos em sua necessidade eno sucesso que trará. Ela será consi-derada um programa oficial daIgreja com tudo o que isso acarreta.Irá tornar-se uma bênção nas vidasque tocar — para rapazes e moças,para família e para a Igreja, que seráabençoada com o fortalecimento desua liderança local.

É um programa viável. Temosdoações suficientes para custear seufuncionamento inicial. Será bem-sucedido porque seguirá as linhas dosacerdócio e porque sua operaçãoserá local. Tratará de habilidadespráticas e de campos de especializa-ção necessários. O envolvimentonesse programa não carregaránenhum estigma, mas acarretará umcerto orgulho pelo que estiver ocor-rendo. Não será um trabalho debem-estar apesar deste, ser umesforço louvável, mas uma oportuni-dade educativa. Os beneficiários doprograma devolverão o dinheiro e,ao fazê-lo, desfrutarão de uma sensa-ção de liberdade, porque terãomelhorado sua vida, não por meio deuma bolsa de estudos ou de um pre-sente, mas devido a um financia-mento que terão pago. Podemmanter sua cabeça erguida com espí-rito de independência. A probabili-dade de permanecerem fiéis e ativosdurante sua vida será muito elevada.

Já temos, em áreas limitadas, umserviço de empregos subordinado aoprograma de bem-estar da Igreja,que consiste basicamente em escri-tórios que indicam vagas existentesno mercado de trabalho. A áreaeducativa será de responsabilidadedo Fundo Perpétuo para Educação.O funcionamento dos centros deemprego será responsabilidade doprograma de bem-estar. Esses cen-tros ocupam-se de homens e mulhe-res que procuram emprego e têmcapacitação profissional, mas queprecisam de referências adequadas.

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Vista aérea do Templo de Salt Lake e da Praça do Templo, com o Tabernáculo à direita e o Assembly Hall mais acima e à esquerda.

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Presidente James E. FaustSegundo Conselheiro

Presidente Thomas S. MonsonPrimeiro Conselheiro

Presidente Gordon B. Hinckley

Boyd K. Packer L. Tom Perry David B. Haight Neal A. Maxwell Russell M. Nelson Dallin H. Oaks

Jeffrey R. Holland Henry B. EyringRobert D. HalesRichard G. ScottJoseph B. WirthlinM. Russell Ballard

PRESIDÊNCIA DOS SETENTA

QUÓRUM DOS DOZE

PRIMEIRA PRESIDÊNCIA

Autoridades Gerais de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

Marlin K. Jensen Ben B. Banks Dennis B.Neuenschwander

L. Aldin Porter Earl C. Tingey David E. SorensenD. Todd Christofferson

Julho de 2001

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Lynn A. Mickelsen

Angel Abrea Carlos H. Amado Neil L. Andersen Merrill J. Bateman William R. Bradford Monte J. Brough

Sheldon F. Child L. Whitney Clayton Gary J. Coleman Spencer J. Condie Gene R. Cook Quentin L. Cook

John B. Dickson Charles Didier Vaughn J.Featherstone

Christoffel Golden Jr. Walter F. González John H. Groberg

Bruce C. Hafen Donald L. Hallstrom F. Melvin Hammond Harold G. Hillam F. Burton Howard Jay E. Jensen

L. Lionel Kendrick W. Rolfe Kerr Yoshihiko Kikuchi Cree-L Kofford John M. Madsen Richard J. Maynes

Glenn L. Pace Rex D. Pinegar Carl B. Pratt

Dieter F. Uchtdorf Francisco J. Viñas

Richard C. EdgleyPrimeiro Conselheiro

H. David BurtonBispo Presidente

Keith B. McMullin Segundo Conselheiro

Lance B. Wickman W. Craig Zwick

Ronald A. Rasband Lynn G. Robbins Cecil O. Samuelson Jr.

John K. Carmack

Claudio R. M. Costa

Kenneth Johnson

Steven E. Snow

BISPADO PRESIDENTE

PRIMEIRO QUÓRUM DOS SETENTA SEGUNDO QUÓRUM DOS SETENTA

Robert K.Dellenbach

Richard D. Allred Athos M. Amorim E. Ray Bateman L. Edward Brown Douglas L. Callister Val R. Christensen

Richard E. Cook Keith Crockett Adhemar Damiani Duane B. Gerrard H. AldridgeGillespie

J. Kent Jolley Dale E. Miller Earl M. Monson Merrill C. Oaks Robert C. Oaks Robert F. Orton

Stephen B. Oveson Wayne S. Peterson Bruce D. Porter H. Bryan Richards Ned B. Roueché Dennis E. Simmons

Robert R. Steuer David R. Stone H. Bruce Stucki Jerald L. Taylor D. Lee Tobler

Richard B. Wirthlin Ray H. Wood

Gordon T. Watts

Stephen A. West

Keith K. Hilbig

Donald L. Staheli

Robert J. Whetten Richard H. Winkel Robert S. Wood

Darwin B.Christenson

Wayne M. Hancock

R. Conrad Schultz

H. Ross Workman

Ronald T.Halverson

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Acima, à esquerda: O Presidente Gordon B. Hinckley. Acima, à direita: O Presidente Gordon B. Hinckley e oPresident Thomas S. Monson, Primeiro Conselheiro na Primeira Presidência chegam para a sessão da conferência.Acima: O Coro do Tabernáculo, sob a regência de Craig Jessop, canta durante uma das sessões da conferência.As Autoridades Gerais e os líderes gerais da Igreja preenchem cinco fileiras de poltronas no púlpito.

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A claridade do entardecer ilumina a silenciosa elegância do interior do Centro de Conferências.

Um é o fundo educativo rotativo quetorna a capacitação profissional possí-vel. O outro é a colocação de homense mulheres que já têm a capacitaçãonecessária em empregos melhores.

O Presidente Clark costumavadizer-nos nas reuniões gerais dosacerdócio, que não havia nada queo sacerdócio não pudesse realizar, setrabalhasse em conjunto para levaradiante um programa estabelecidopara abençoar as pessoas. (Ver J. Reuben Clark Jr., in ConferenceReport, abril de 1950, p. 180.)

Que o Senhor nos conceda avisão e o entendimento para fazer-mos as coisas que ajudarão nossosmembros não apenas espiritual, mastambém materialmente. Temos umagrande responsabilidade sobre nos-sos ombros. O Presidente Joseph F.Smith disse, há quase cem anos, queuma religião que não ajudasse a vidado homem, não faria muito por elena vida após a morte. (Ver “Truthabout Mormonism”, revista OutWest, setembro de 1905, p. 242.)

Onde existir a pobreza espa-lhada entre nosso povo, precisamosfazer tudo a nosso alcance paraajudá-los a erguerem-se e estabele-cerem uma vida alicerçada naauto-suficiência que resulta do trei-namento. O estudo é a chave daoportunidade. Esse treinamentodeve ser realizado nas áreas em queresidem e será direcionado para asoportunidades existentes nesseslocais. Ele custará muito menosnesses lugares do que se fosse realizado nos Estados Unidos, noCanadá ou na Europa.

Não é um sonho vazio. Temos osrecursos graças à bondade e genti-leza de amigos generosos e maravi-lhosos. Temos a organização. Temoso potencial humano e servos dedica-dos do Senhor para alcançarmosêxito. É um trabalho totalmentevoluntário e que não custará prati-camente nada à Igreja. Oramos,com humildade e gratidão para queDeus abençoe este empreendimentoe que ele traga bênçãos ricas emaravilhosas sobre a cabeça demilhares da mesma forma comoocorreu com o programa anterior, oFundo Perpétuo para Emigração,

que reverteu em bênçãos incontá-veis na vida dos que fizeram uso desuas oportunidades.

Como disse, já recebemos somassubstanciais que formaram o investi-mento principal e cujos lucros serãoutilizados para atender às necessida-des. Mas precisamos de muito mais.Convidamos a outros que desejaremcontribuir que o façam.

Prevemos que haverá falhas noque se refere ao pagamento dosempréstimos. Mas confiamos que amaior parte fará o que se esperadeles e que gerações serão abençoa-das. Prevemos que as gerações futu-ras terão as mesmas necessidades,pois Jesus disse: “Os pobres sempreos tendes convosco”. (João 12:8)Deve, portanto, ser um fundo rotativo.

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É nosso dever solene, é nossa responsabilidade indiscutível, meusirmãos, “[socorrer] os fracos, [erguer]as mãos que pendem e [fortalecer]os joelhos enfraquecidos”. (D&C81:5) Precisamos ajudá-los para que se tornem auto-suficientes ebem-sucedidos.

Acredito que o Senhor nãoqueira ver Seu povo condenado aviver na pobreza. Creio que Eledeseje que o fiel desfrute as boascoisas da Terra. Ele quer que faça-mos essas coisas para auxiliá-los. Eirá abençoar-nos se agirmos assim.Oro humildemente pelo sucessodesse empreendimento, pedindosua participação, sua fé, suas ora-ções e atenção para tal. E faço-oem nome do Senhor Jesus Cristo.Amém. �

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Nascer de NovoPresidente James E. FaustSegundo Conselheiro na Primeira Presidência

“Os benefícios completos do perdão dos pecados por intermédio da Expiação do Salvador começam com o arrependimento e depois se expandem até o recebimento do Espírito Santo.”

Sessão da Manhã de Domingo1º de abril de 2001

Queridos irmãos, irmãs e ami-gos, a responsabilidade defalar a todos vocês é motivo

de grande preocupação para mim.Oro para que me compreendam.

Meu batismo nesta Igreja foi umevento muito significativo emminha vida. Eu tinha oito anos deidade. Meus pais ensinaram a mim ea meus irmãos a importância dessagrandiosa ordenança. Minha mãedisse-me que, após o batismo, euseria responsável pelas coisas quefizesse de errado. Lembro-me clara-mente do dia do meu batismo. Fuibatizado na pia batismal doTabernáculo na Praça do Templo.As pessoas que seriam batizadas usa-vam macacões brancos e, uma poruma, eram conduzidas gentilmentepelos degraus da escada até a água.

Uma das crianças batizadas naqueledia não fora totalmente imersa naágua; por isso a ordenança foi repe-tida. Isso se fez necessário porque,como mostram as escrituras, “obatismo simboliza a morte, o sepul-tamento e a ressurreição, e só podeser realizado por imersão”.1 Elesegue também o modelo deixadopelo Salvador que foi batizado norio Jordão, onde havia muita água.Conforme registrado em Mateus:“E, sendo Jesus batizado, saiu logoda água”.2

Embora eu tivesse apenas oitoanos de idade, as palavras da oraçãobatismal penetraram-me profunda-mente a alma. Depois de dizer omeu nome, o Irmão Irvin G.Derrick, que me batizou, declarou:“Tendo sido comissionado por JesusCristo, eu te batizo em nome do Paie do Filho e do Espírito Santo.Amém”.3

Desde que fui batizado, mais de11 milhões de pessoas foram batiza-das na Igreja de Jesus Cristo dosSantos dos Últimos Dias de maneirasimilar e pela mesma autoridade.Foram batizadas em lagos congela-dos, no mar e em piscinas (algumasdelas construídas para este propó-sito). Um desses locais tem umgrande significado histórico. Em1840, Wilford Woodruff, na épocaum dos Doze Apóstolos, estava servindo como missionário naInglaterra e sentiu que deveria ir aum distrito rural perto de Ledbury.Lá encontrou John Benbow, que

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possuía uma grande fazenda e umpequeno lago. John apresentou-o auma congregação chamada IrmãosUnidos, que estava ansiosa paraouvir a mensagem do evangelho.Posteriormente, ele registrou em seudiário o que fez, sem contar com aajuda de ninguém em 7 de março de1840: “Passei a maior parte do ( . . . )dia limpando um pequeno lago epreparando-o para o batismo, poisvi que muitos receberiam a orde-nança. Pouco depois, batizei seiscen-tas pessoas naquele local”.4

O Salvador ensinou-nos quetodos os homens e mulheres devemnascer de novo. Nicodemos, prín-cipe dos judeus, foi secretamentefalar com o Salvador à noite e disse:“Rabi, bem sabemos que és Mestre,vindo de Deus; porque ninguémpode fazer estes sinais que tu fazes,se Deus não for com ele.

Jesus respondeu, e disse-lhe: Naverdade, na verdade te digo queaquele que não nascer de novo, nãopode ver o reino de Deus”.5

Nicodemos ficou confuso e inda-gou: “Como pode um homem nas-cer, sendo velho? Pode, porventura,tornar a entrar no ventre de suamãe, e nascer?”

Jesus explicou que estava falandosobre nascer espiritualmente, edisse:

“Na verdade, na verdade te digoque aquele que não nascer da água edo Espírito, não pode entrar noreino de Deus.

O que é nascido da carne écarne, o que é nascido do Espírito éespírito.6”

Todos nós precisamos nascerespiritualmente, tenhamos 8 ou 80 anos, ou mesmo 90. Quando airmã Luise Wulff, da RepúblicaDemocrática Alemã, foi batizada em1989, ela exclamou: “Com noventae quatro anos, nasci de novo!”7

Nosso primeiro nascimento ocorrequando nascemos na mortalidade.O segundo nascimento começaquando somos batizados na água poralguém que possua o sacerdócio deDeus e completa-se quando somosconfirmados e “[recebemos], então,a remissão de [nossos] pecados pelofogo e pelo Espírito Santo”.8

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As vozes femininas do Coro do Tabernáculo cantam sob a regência de Barlow Bradford.

Há alguns anos, Albert Peterscontou uma experiência que ele eseu companheiro tiveram com umhomem que nasceu de novo. Umdia, foram à cabana de Atiati, na vilade Sasina, na Samoa. Lá encontra-ram um homem barbado, sujo einválido deitado numa cama. Elepediu que entrassem e se apresentas-sem. Ficou contente em saber queeram missionários e quis ouvir suamensagem. Eles deram a primeirapalestra, prestaram testemunho eforam embora. Enquanto caminha-vam, conversaram sobre a situaçãode Atiati. Ele tivera poliomielite 22anos antes, o que o deixara incapazde usar os braços e as pernas. Assim,como poderia ser batizado se eracompletamente inválido?

Quando visitaram o novo amigono dia seguinte, ficaram surpresosao verem a mudança em Atiati. Eleestava feliz, limpo e barbeado; até acama estava feita. “Hoje”, disse ele,“começo a viver novamente porqueontem minhas orações foram aten-

didas e vocês vieram até mim. ( . . . )

Espero há mais de vinte anos quealguém me diga possuir o evangelhoverdadeiro de Cristo.”

Durante várias semanas, os doismissionários ensinaram a essehomem sincero e inteligente osprincípios do evangelho, e ele rece-beu um grande testemunho da ver-dade e da necessidade do batismo.Ele pediu que jejuassem com elepara que tivesse forças para entrarna água e ser batizado. A pia batis-mal mais próxima ficava a 13 quilô-metros. Eles colocaram-no numcarro, levaram-no até a capela esentaram-no num banco. O líder dodistrito iniciou a reunião, prestandoum vigoroso testemunho a respeitoda sagrada ordenança do batismo.Depois, o élder Peters e seu compa-nheiro pegaram Atiati e carregaram-no até a pia batismal. Ao fazeremisso, Atiati pediu: “Por favor,ponham-me no chão”. Eles hesita-ram, e Atiati disse novamente:“Coloquem-me no chão”.

Enquanto estavam ali, confusos,

Atiati sorriu e exclamou: “Este é o

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evento mais importante de minhavida. Sei, sem dúvida alguma, queeste é o único caminho para a salva-ção eterna. Não serei carregado paraa minha salvação!” Os missionárioscolocaram Atiati no chão. Depoisde um grande esforço, ele tentoulevantar-se. O homem que estiveraconfinado a uma cama por mais de20 anos sem se mover, agora estavade pé. Vagarosamente, um passovacilante de cada vez, Atiati entrouna água, onde o missionário, per-plexo, estendeu-lhe a mão e batizou-o. Depois, Atiati pediu que ocarregassem da pia batismal até acapela onde ele foi confirmadomembro da Igreja.

Atiati continuou a progredir atéque desenvolveu a capacidade decaminhar amparado por uma ben-gala. Ele disse ao élder Peters quesabia que seria capaz de andar namanhã de seu batismo. “Como a féconsegue remover uma montanhaobstinada”, disse ele, “nunca tivedúvidas de que poderia consertar

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minhas pernas e meus braços”.
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O Élder M. Russell Ballard, do Quórum dos Doze Apóstolos conduz suaesposa, Barbara. Atrás deles, a irmã Elisa Wirthlin, esposa do ÉlderJoseph B. Wirthlin, do Quórum dos Doze Apóstolos.

Acho que podemos dizer que Atiatirealmente nasceu de novo!

Como Atiati, quando somos bati-zados, nascemos espiritualmente deDeus e somos dignos de receber Suaimagem em nosso semblante.10

Devemos passar por uma vigorosamudança de coração11 para que nostornemos “novas criaturas”12 e exer-çamos fé na redenção de nossoSenhor e Salvador, Jesus Cristo, afim de manter nosso padrão de dig-nidade. Os padrões de dignidadepessoal exigidos para o batismo naIgreja são claros:

“Todos aqueles que se humilha-rem perante Deus e desejarem serbatizados e se apresentarem com ocoração quebrantado e o espíritocontrito; e testificarem à igreja queverdadeiramente se arrependeram detodos os seus pecados e estão dispos-tos a tomar sobre si o nome de JesusCristo, tendo o firme propósito deservi-lo até o fim; e realmente mani-festarem por suas obras que recebe-ram o Espírito de Cristo para aremissão de seus pecados, serão rece-bidos pelo batismo na sua igreja.”13

O batismo por imersão na água

é “a ordenança introdutória do

evangelho e deve ser seguido pelobatismo do Espírito para ser com-pleto”.14 Como disse o ProfetaJoseph Smith certa vez: “Tanto fazbatizar um saco de areia ou umhomem, se seu batismo não tem porfinalidade a remissão dos pecados eo recebimento do Espírito Santo. Obatismo na água não é senão meiobatismo, e nada vale sem a outrametade, ou seja, o batismo doEspírito Santo”.15

Os benefícios completos do per-dão dos pecados por intermédio daExpiação do Salvador começamcom o arrependimento e depois seexpandem até o recebimento doEspírito Santo. Como disse Néfi, obatismo é a porta “e recebereis,então, a remissão de vossos pecadospelo fogo e pelo Espírito Santo”.16 Aporta do batismo abre o caminhopara outros convênios e bênçãos pormeio do sacerdócio e das bênçãosdo templo.

O extraordinário dom do EspíritoSanto, bem como a condição demembro d’A Igreja de Jesus Cristodos Santos dos Últimos Dias, é concedido pela confirmação por

imposição das mãos por quem pos-

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sua autoridade. Paulo deixou issoclaro para os Efésios quando per-guntou: “Recebestes vós já oEspírito Santo quando crestes? Eeles disseram-lhe: Nós nem aindaouvimos que haja Espírito Santo.

Perguntou-lhes, então: Em quesois batizados então? E eles disse-ram: No batismo de João.

Mas Paulo disse: CertamenteJoão batizou com o batismo do arre-pendimento, dizendo ao povo quecresse no que após ele havia de vir,isto é, em Jesus Cristo.

E os que ouviram foram batizadosem nome do Senhor Jesus.

E, impondo-lhes Paulo as mãos,veio sobre eles o Espírito Santo ( . . . )”.17

Se forem dignos, os que possuemesse dom espiritual poderão usufruirde mais compreensão, luz e orienta-ção em tudo o que fizerem na vida,tanto material como espiritual-mente. O Espírito Santo presta tes-temunho da verdade e grava emnossa alma um testemunho da reali-dade de Deus, o Pai, e de Seu Filho,Jesus Cristo, de maneira tão inequí-voca que nenhum poder ou autori-dade terrena pode tirar-nos talconhecimento.18 Na verdade, não tero Espírito Santo é como ter umcorpo sem um sistema imunológico.

Cremos que todos os homens emulheres recebem o Espírito deCristo.19 Não é a mesma coisa que odom do Espírito Santo.

O Profeta Joseph Smith ensinouque “existe uma diferença entre oEspírito Santo e o dom do EspíritoSanto”.20 Muitas pessoas fora daIgreja receberam revelação pelopoder do Espírito Santo, conven-cendo-os da veracidade do evange-lho. Por intermédio desse poder,pesquisadores sinceros adquirem umtestemunho do Livro de Mórmon edos princípios do evangelho antesdo batismo. Entretanto, as manifes-tações do Espírito Santo são limita-das sem o dom do Espírito Santo.

Aqueles que recebem o dom doEspírito Santo após o batismo e sãoconfirmados podem receber mais luze testemunho. Isso ocorre porque odom do Espírito Santo é “uma teste-

munha permanente e um dom
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espiritual maior do que a simplesmanifestação do Espírito Santo”.21 Éum dom espiritual maior porque odom do Espírito Santo pode agir comoum “agente purificador” que limpa esantifica a pessoa de todo o pecado”.22

Como o batismo pela água e obatismo do espírito são essenciaispara a salvação completa, na natu-reza eterna das coisas todos os filhosde Deus precisam ter essa oportuni-dade, inclusive aqueles que viveramhá séculos. A doutrina do batismodos vivos pelos mortos realizado notemplo era compreendida e prati-cada na igreja cristã primitiva.Paulo, em seu grande debate a res-peito da Ressurreição, apresentou o seguinte racioc ínio: “Doutramaneira, que farão os que se bati-zam pelos mortos, se absolutamenteos mortos não ressuscitam? Por quese batizam eles então pelos mor-tos?”23 Fazer algo tão vital por aque-les que não podem ser batizados porsi mesmos é mostra de verdadeirocristianismo. Ao dar Sua vida paraexpiar os pecados da humanidade,Jesus fez por nós o que não podería-mos fazer por nós mesmos. O pro-feta Malaquias referiu-se a esseconceito quando falou acerca davinda do profeta Elias, que “[con-verteria] o coração dos pais aos

filhos, e o coração dos filhos a seuspais; para que [o Senhor] não[viesse] e [ferisse] a terra com mal-dição”.24 Isso se cumpre em largaescala por intermédio do trabalhovicário.

Nenhuma outra organização nomundo cumpre melhor a promessade Malaquias do que a Igreja. Àcusta de grandes despesas e esforço,a Igreja é guardiã do maior tesourode registros de família do mundo. A Igreja hoje possui 660 milhões de nomes no site FamilySearch™ naInternet.25 Esses registros estão à inteira disposição de qualquer pes-soa que deseje pesquisá-los.

Como já vivi muitos anos desdemeu batismo na água, tenho valori-zado os dons espirituais do EspíritoSanto provenientes do batismo doEspírito. Fui confirmado há 72 anospor uma pessoa que possuía autori-dade, Joseph A. F. Everett, amigoíntimo dos meus pais e um homemmuito distinto.

Oro humildemente para que oEsp írito do Senhor confirme aimportância das coisas sobre asquais falei. Testifico que não pode-mos ser completamente convertidosaté que “andemos em novidade de vida” 26 e nos transformemos interiormente numa nova pessoa,

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“[purificados] dos [nossos] antigospecados”.27 Isso só ocorre quandonascemos de novo da água e doEspírito pelo batismo e recebemos odom do Espírito Santo. Dessa forma,recebemos o perdão divino porintermédio do qual podemos saberem nosso coração que recebemos aremissão de nossos pecados.28 Seique isso é verdade e assim testifico.Em nome de Jesus Cristo. Amém. �

NOTAS1. Bible Dictionary, “Baptism,” p. 618;

ver também Mat. 3:16; Atos 8:37–39;Rom. 6:1–6; Col. 2:12; D&C 20:72–74;128:12–13.

2. Mat. 3:16.3. Ver D&C 20:73.4. Matthias F. Cowley, conforme citado

em Wilford Woodruff: History of His Lifeand Labors (1964), p. 117.

5. João 3:2–3.6. João 3:4–6.7. “Nasci de Novo aos 94 Anos”,

A Liahona, junho de 1994, p. 24.8. 2 Né. 31:17.9. Ver Albert Peters, “Um Passo

Vacilante de Cada Vez”, A Liahona, junhode 1995, p. 30.

10. Ver Alma 5:14.11. Ver Alma 5:14.12. Mosias 27:26.13. D&C 20:37.14. Bible Dicitionary, “Baptism,” p. 618.15. Ensinamentos do Profeta Joseph

Smith, seleções de Joseph Fielding Smith(1976), p. 306.

16. 2 Né. 31:17; ver também D&C19:31.

17. Atos 19:2–6.18. Ver 2 Né. 31:18.19. Ver D&C 93:2.20. Ensinamentos do Profeta Joseph

Smith, p. 199.21. James R. Clark, compilação,

Messages of the First Presidency of TheChurch of Jesus Christ of Latter-day Saints,6 volumes (1965–1975), 5:4.

22. Bible Dictionary, “Holy Ghost”, p. 704.

23. I Cor. 15:29.24. Mal. 4:6; ver também D&C

138:47; JS — H 1:39.25. Ver www.familysearch.org.26. Rom. 6:4.27. II Ped. 1:9.28. Ver Mosias 4:3.

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“Lavrar com Esperança”Élder Neal A. MaxwellDo Quórum dos Doze Apóstolos

“Recorrendo à Expiação, podemos ter acesso aos dons do Espírito Santoque nos ‘[enchem] de esperança e perfeito amor’”. (Morô. 8:26)

Sabemos que o mundo está “emcomoção”, mas o Reino estáavançando como nunca! (Ver

D&C 88:91; 45:26.) As diferençasestão definidas mais claramente porcausa das tendências adversas domundo, no qual os valores tradicio-nais, sem as firmes escoras daRestauração, estão rapidamentesendo removidos de seu lugar. (VerD&C 105:31.)

O resultado disso é uma misturacontraditória em que, por exemplo,tédio pode mesclar-se com violên-cia. Alguns simplesmente existem,“não tendo esperança, e sem Deusno mundo”. (Ef. 2:12; ver tambémAlma 41:11) A dificuldade de ser-mos membros da Igreja em nossosdias reside em vivermos num mundohostil em que há culturas que não sedecidem quanto aos limites de com-portamento a serem estabelecidos,sendo que elas próprias não reco-

nhecem tais limites!

É verdade que temos meiosnunca antes vistos de comunicaçãoe entretenimento de massa, mastambém vemos uma multidão depessoas solitárias. As associaçõespromovidas pela tecnologia deforma alguma substituem a família.

Por mais que eu lamente essacomoção atual e futura, existe algode útil nela. Por meio dessas coisaspodemos ser disciplinados espiritual-mente, porque “( . . . ) se o Senhornão castiga seu povo com numero-sas aflições, ( . . . ) dele não se lem-bram”. (Hel. 12:3) O Senhor estásempre refinando Seu povo fiel,individualmente, mas haverá even-tos que iluminarão os caminhosmais elevados de Deus e Seu Reino.(Ver D&C 136:31.)

No entanto, vivemos em condi-ções muito difíceis. Existem muitospais assoberbados, casamentos des-feitos e famílias desestruturadas.Sentimos constantemente o impactodas conseqüências destrutivas dasdrogas, violência e pornografia.Verdadeiramente “o desespero vempor causa da iniqüidade”. (Morô.10:22) Como o adversário “procuratornar todos os homens tão miserá-veis como ele próprio”, é dele oplano de infelicidade. (2 Né. 2:27;ver também v. 18.)

Mas os valentes dentre nósseguem adiante, a despeito de tudo,porque sabem que o Senhor os ama,mesmo que não “[conheçam] o sig-nificado de todas as coisas”. (1 Né.11:17) Quando vemos os valentesvencer severas e inexoráveis prova-ções, nós os aplaudimos e alegramo-nos com sua crescente força e

benignidade. Mas o restante de nós

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treme diante do preço exigido parao desenvolvimento de tão excelentecaráter, tendo a esperança de nãofracassarmos, caso tenhamos deenfrentar uma situação semelhante!

Talvez seja tarde demais para res-gatar algumas comunidades, mas nãopara ajudar aqueles indivíduos efamílias que estão dispostos a seremresgatados. Não é tarde demais paraque alguns se tornem discípulos pio-neiros de sua família e região, ou paraque alguns se tornem pacificadoreslocais, em um mundo desprovido depaz. (D&C 1:35) Se os demais nãocontam com bons exemplos, elespodem tornar-se esses exemplos.

Josué foi capaz de dizer “porémeu e a minha casa ( . . . )”, masmesmo as pessoas que atualmentenão têm uma família completapodem dizer “porém eu ( . . . )” eviver de modo a tornarem-se dignosde tudo que o Senhor preparou paraeles. (Ver Josué 24:15.) O discípulo,portanto, “permanece firme” (D&C9:14), “[conserva-se] fiel até o fim”(D&C 6:13), e “persevera em [seu]caminho” (D&C 122:9), mesmonum mundo conturbado.

No entanto, tolerância e submis-são, na verdade, não são de modoalgum atitudes passivas, mas asse-melham-se mais àquelas demonstra-das por quem possui suficientecoragem de apresentar-se para tare-fas mais pesadas, quando ainda trazno corpo, humilde porém vitoriosa-mente, as marcas e cicatrizes daúltima peleja.

Que importa sofrer um pouco deescárnio agora, se o discípulo fiel, nofinal, saberá o que significa ser“envolvido pelos braços de Jesus”?(1 Né. 8:33; Mór. 5:11)

Pouco importam algumas pala-vras de zombaria hoje, se mais tardeouviremos as gloriosas palavras:“Bem está, servo bom e fiel ( . . . )”.(Mat. 25:21)

Enquanto isso, Paulo insta-nos a“lavrar com esperança”. (I Coríntios9:10)

Portanto, precisamos desespera-damente de uma perspectiva pano-râmica, a esperança do evangelho.O que hoje parece rebaixar-nos

será então visto como algo que irá
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elevar-nos amanhã, no plano de feli-cidade de Deus. (Ver Alma 42:8, 16)

Já que o Senhor deseja um povo“provado em todas as coisas” (D&C136:31), como exatamente ele seráprovado? Em relação a Seu povo, Elediz que irá “[provar] sua paciência esua fé”. (Ver Mosias 23:21.) Uma vezque a fé na escolha que o Senhor fazdo momento certo pode vir a ser pro-vada, devemos aprender não apenas adizer “seja feita a tua vontade”, maspacientemente também dizer: “Queas coisas aconteçam no momento queTu escolheres, Senhor”.

A esperança banqueteia-se nas

palavras de Cristo, “pela paciência econsolação das Escrituras” que“para nosso ensino [foram escritas]”(Romanos 15:4), reforçada por“todos estes testemunhos”. (Jacó4:6; ver também 2 Néfi 31:20.) A féconsiste na “certeza de coisas que seesperam” e na “prova das coisas quese não vêem”. (TJS, Hebreus 11:1;ver também Éter 12:6.) Portanto,por menor que seja a nossa tarefa,devemos “lavrar com esperança” (I Cor. 9:10) até, por fim, desenvol-vermos “um perfeito esplendor deesperança”. (2 Néfi 31:20; ver tam-bém Alma 29:4.)

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Mas muitos daqueles que não se dedicaram plenamente, comoNaamã, esperam que o Senhor nos peça “alguma grande coisa”,recusando-se a cumprir Suas peque-nas tarefas. (II Reis 5:13) Depois deter sido corrigido e tornar-se humilde,não somente a carne de Naamã setornou como a de um menino, mastambém o seu coração (Ver II Reis5:14–15.) Se deixarmos de servir oMestre nas pequenas coisas, iremosafastar-nos Dele. (Ver Mosias 5:13.)

Contudo, aqueles que “lavramcom esperança” não apenas com-preendem a lei da colheita, mastambém o significado de cada umadas estações. É bem verdade quemesmo aqueles que possuem a ver-dadeira esperança podem vir a expe-rimentar revezes e dificuldades navida, mas devido à sua fé, conse-guem discernir que isso não acon-tece ao acaso, mas que tudo fazparte de um propósito divino.(Alma 5:15)

A esperança final, evidente-mente, está relacionada a Jesus e àgrande Expiação, com sua dádivagratuita da ressurreição universal e aoferta do “maior de todos os dons”de Deus, a vida eterna. (VerMorô. 7:40–41, Alma 27:28; D&C6:13; 14:7.)

Várias escrituras descrevem a essência dessa gloriosa e salvadoraexpiação, inclusive um pungenteversículo autobiográfico que nosconfidencia ter Ele “[desejado] nãoter de beber a amarga taça e recuar”.(D&C 19:18) Como a “expiaçãoinfinita” exigia um sofrimento infi-nito, o risco de recuar estava pre-sente! (2 Né. 9:7; Alma 34:12) Todaa humanidade estava à mercê docaráter de Cristo! Felizmente, Elenão recuou, mas “[terminou Seus]preparativos para os filhos doshomens”. (D&C 19:19)

Mas a singular submissão deCristo sempre se manifestou nomomento certo. Na verdade, Ele“[se submeteu] à vontade do Pai emtodas as coisas desde o princípio” (3 Néfi 11:11), observando atenta-mente Seu Pai:

“( . . . ) Na verdade, na verdadevos digo que o Filho por si mesmo

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não pode fazer coisa alguma, se onão vir fazer o Pai; porque tudoquanto ele faz, o Filho o faz igual-mente. (João 5:19)

Esse versículo contém implica-ções de coisas grandiosas que aindaestão por acontecer e que nos sãoincompreensíveis.

No doloroso processo da expia-ção, Jesus permitiu que Sua vontadefosse “absorvida pela vontade doPai”. (Mosias 15:7) Por sermos livrespara escolher nossos atos, nossa sub-missão à vontade do Senhor é amaior forma de utilizarmos nossolivre-arbítrio. Essa é a única rendi-ção que também é uma vitória! Aodespojar-nos do homem natural,torna-se possível vestirmos toda aarmadura de Deus, que simples-mente não nos serviria antes disso!(Ver Ef. 6:11, 13)

Jesus, nosso Redentor, “derramousua alma até a morte”. (Mosias14:12; Ver também Isaías 53:12; verD&C 38:4.) Ao “derramarmos”nossa alma em súplica pessoal e aesvaziarmos, abrimos mais espaçopara ser preenchido pela alegria!

Outra escritura fundamental des-creve que Jesus pisou o lagar “do furorda ira do Deus Todo-Poderoso”.(D&C 88:106; ver também D&C76:107; 133:50.) Os outros podem edevem encorajar-nos, animar-nos,orar por nós e consolar-nos, masainda somos nós que devemos carre-gar nossa própria cruz. Em vista do“furor” que Cristo enfrentou pornossa causa, não podemos esperarque o discipulado nos seja inteira-mente fácil. Ao buscarmos o perdão,por exemplo, o arrependimento podeser um processo árduo de se enfrentar.E não devemos fazer o mesmo quecertas pessoas, que confundem a con-seqüência dos erros que elas mesmascolocaram sobre seus ombros com asverdadeiras provações e dificuldadesque teremos de enfrentar na vida!

De modo singular em SuaExpiação, Jesus “desceu abaixo detodas as coisas, no sentido de quecompreendeu todas as coisas ( . . . )”.(D&C 88:6; ver também D&C122:8) Quão profunda e imensadeve ter sido essa descida ao deses-pero! Ele fez isso para salvar-nos e

para compreender o sofrimentohumano. Portanto, não devemosressentir-nos com as experiênciasque podem ensinar-nos a desenvol-ver ainda mais a nossa empatia. (VerAlma 7:11-12) Um coração indo-lente não é aceitável, tampouco umcoração ressentido. Para participar-mos plenamente da “comunicaçãode suas aflições” é preciso que acei-temos tudo que é exigido do verda-deiro discípulo. (Filip. 3:10; vertambém I Coríntios 1:9)

Além disso, Jesus não apenastomou sobre Si os nossos pecadospara expiá-los, mas também nossasenfermidades, dores e sofrimentos.(Alma 7:11–12; Mat. 8:17.) Portanto,Ele conhece pessoalmente tudo porque passamos e como estender-nosSua perfeita misericórdia — e tam-bém como socorrer-nos. Sua agoniaé ainda mais assombrosa ao pensar-mos que Ele pisou no lagar “sozi-nho”. (D&C 133:50)

Às vezes o Deus do Céu chora(Ver Moisés 7:28.) Assim, podemospensar na agonia da infinita Expia-ção de Jesus e no que o Pai sentiupor Seu Filho e por nós. Não háuma escritura que explique clara-mente o que Deus realmente sentiu,mas não há como deixarmos de ima-ginar o que Ele deve ter sentido emrelação ao sofrimento de Seu Filho.

Se como o Salvador, não “recuar-mos”, precisaremos então prosseguirno rigoroso caminho do discipulado,obedecendo a tudo que as doutrinasdisciplinadoras do Mestre exigirem denós. Caso contrário, podemos cami-nhar com Jesus até certo ponto, masdepois não poderemos acompanhá-Lo. (Ver João 6:66.) Recuar incluiparar, bem como dar meia-volta.

Quanto mais conhecermos Jesus,mais O amaremos. Quanto maisconhecermos Jesus, mais confiare-mos Nele. Quanto mais conhecer-mos Jesus, mais desejaremos sercomo Ele e estar com Ele, tornando-nos o tipo de pessoa que Ele desejaque sejamos (Ver 3 Né. 27:27),vivendo aqui “felizes”. (2 Néfi 5:27)

Portanto, com a ajuda do EspíritoSanto, podemos glorificar Cristo,arrependendo-nos, e assim alcançaras bênçãos de Sua assombrosa

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Expiação, que Ele realizou por nós aum preço tão alto! (Ver João 16:14.)Portanto, irmãos e irmãs, tendo emvista que Jesus morreu por nós, esta-remos dispostos a viver com as pro-vações que nos foram designadas?(Ver Alma 29:4, 6) É natural e com-preensível que às vezes nos sintamosamedrontados diante do que tere-mos de enfrentar.

Há muitos meios específicos pelosquais podemos “aplicar a nós” essasescrituras essenciais a respeito deJesus e da Expiação, mas eles estãotodos incluídos neste versículoabrangente: “Tomai sobre vós o meujugo, e aprendei de mim”. (Mat.11:29) De fato, não há outra maneirade aprendermos profundamente!(Ver 1 Néfi 19:23.) A Expiação infi-nita é tão imensa e universal, mas nofundo, é extremamente pessoal!Felizmente, por meio da Expiação,podemos ser perdoados, e muitoimportante, podemos saber quefomos perdoados e sentir essa defini-tiva e feliz libertação do erro.

Recorrendo à Expiação, podemoster acesso aos dons do EspíritoSanto que nos “[enchem] de espe-rança e perfeito amor”. (Morô.8:26) Nenhum de nós pode dar-seao luxo de ficar sem a necessáriaesperança e amor ao enfrentarmosas dificuldades e obstáculos emnossa vida!

Em resumo, na jornada do disci-pulado que nos foi reservada, temosde vencer o mundo (Ver I Jo. 5:3–4);terminar o trabalho que nos foi pes-soalmente designado; ser capazes debeber da taça amarga sem nos tor-narmos amargos; experimentar oderramamento de nossa alma; deixarnossa vontade ser cada vez maisabsorvida pela vontade do Pai; reco-nhecer por meio de árduas prova-ções disciplinadoras que realmente“todas essas coisas [nos] servirão deexperiência e serão para o [nosso]bem”, perseverando em lavrar nossaseara até o fim.” (D&C 122:7)Sempre a glorificá-Lo, usando osincomparáveis dons que Ele nosconcedeu, inclusive, um dia, tudo oque Ele tem. (D&C 84:38)

No sagrado nome de Jesus Cristo.Amém. �

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Um Convite com PromessaBispo Keith B. McMullinSegundo Conselheiro no Bispado Presidente

“Não basta ser apenas membro da Igreja, tampouco fazer alguma coisamecanicamente.”

Para aqueles que anseiam pelaverdade espiritual, algumascoisas tornam-se evidentes

por si mesmas. Presto testemunhodelas. Deus está nos céus. Nós,mortais, somos Sua progênie espiri-tual. Jesus é nosso Redentor.Joseph Smith foi um profeta deDeus e Gordon B. Hinckley é Seuprofeta hoje. Recebemos revela-ções hoje como as recebíamos nopassado. O reino de Deus, que é AIgreja de Jesus Cristo dos Santosdos Últimos Dias, está novamentesobre a Terra.

Satanás existe e também está naTerra. Ele e suas legiões estão cau-sando uma grande devastação entreos filhos dos homens. Ele não fala averdade, não sente amor, não pro-move o bem, mas, sim, danos propo-sitais e destruição.

Assim sendo, hoje falo com “vozde advertência”.1 É um lembreteurgente e sério, bem como um con-vite aos homens e mulheres de bemde todos os lugares. Ouçam estaspalavras reveladas em 1º de novem-bro de 1831:

“Portanto eu, o Senhor, conhe-cendo as calamidades que adviriamaos habitantes da Terra, chameimeu servo Joseph Smith Júnior efalei-lhe do céu e dei-lhe manda-mentos; ( . . . ) Porque não façoacepção de pessoas e desejo quetodos os homens saibam que o diarapidamente se aproxima; ainda nãoé chegada a hora, mas está perto,em que a paz será tirada da Terra e odiabo terá poder sobre seu própriodomínio”.2

O Senhor fala de calamidadesque acontecerão aos habitantes daTerra. As calamidades ocorrem devárias formas. De tempos em tem-pos, há desastres naturais e somosseriamente afetados por seus pode-res destrutivos.

Ainda mais devastadoras, porém,são as forças desastrosas do mal quenos cercam continuamente. Deacordo com a profecia de 1831, a pazagora foi tirada da Terra, e o diabo tem poder sobre seu domínio.Seus métodos enganadores estão hip-notizando as pessoas. A tentação estápor toda parte. A vulgaridade e acompetição tornaram-se um meio devida. O que antes era consideradoterrível, hoje é normal; o que a prin-cípio desperta curiosidade é estimu-lante, logo cativa e depois destrói.

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Essa calamidade continuará aespalhar-se até que “o mundo todo( . . . ) [gema] ( . . . ) sob o jugo dopecado”.3

Esta, portanto, é a “voz de adver-tência”:

• Cuidado com a luxúria. Ela esti-mula os sentidos, mas escraviza aalma. Aqueles que são pegos na rededa sensualidade descobrem que nãoé fácil desvencilhar-se dela.

• Cuidado com as riquezas domundo. As promessas são tentado-ras, mas sua felicidade é uma mira-gem. O Apóstolo Paulo escreveu:“O amor ao dinheiro é a raiz de todaespécie de males”.4

• Cuidado com as preocupaçõesmundanas com o ego. As recompen-sas são forjadas; os fracassos, deses-peradores. Encontramos o amor, abondade, a realização pessoal e a genuína valorização de si mesmono serviço a Deus e aos nossossemelhantes, não na satisfação própria.

Em meio aos perigos, há umporto seguro. Da revelação citadaanteriormente, extraímos a seguintedeclaração:

“E também o Senhor terá podersobre seus santos e reinará em seumeio e descerá para julgar Iduméia,ou seja, o mundo.”5

Há segurança em ser um santo.Os membros da Igreja de JesusCristo são conhecidos hoje comosantos dos últimos dias. Além de sera designação que o Senhor deu àqueles que pertencem à Sua Igreja,esse título também serve como con-vite para que tenham um tipo devida melhor.

Isso se tornou claro para mim hámuitos anos, quando eu era um paijovem e precisava comprar algumasroupas do templo. Ao entrar na loja,minha atenção voltou-se imediata-mente para uma placa no balcão quedizia: “Somente para Santos dos Últi-mos Dias”. Fiquei surpreso com oque li. Uma pergunta veio-me àmente: “Por que a placa dizia ‘Somentepara Santos dos Últimos Dias’?”, pen-sei. “Por que não dizia algo como ‘ParaMembros da Igreja que Já Passarampelo Templo”? Por que salientar ‘paraSantos dos Últimos Dias’?”

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Os anos cuidaram de acalmarmeu temperamento impulsivo.Aquela experiência controvertidade tempos atrás foi na verdade ummomento precioso e esclarecedor.A experiência ensinou-me que nãobasta ser apenas membro da Igreja,tampouco fazer alguma coisa meca-nicamente, numa época como a dehoje, de cinismo e descrença. Aespiritualidade e a vigilância sãoessenciais para os santos.

Ser santo significa ser bom, puroe correto. Para uma pessoa assim,as virtudes não ficam só na teoria,mas são praticadas. Para os santosdos últimos dias, o reino de Deus,ou a Igreja, não é colocado emsegundo plano; antes é o centro e aessência de sua vida. O lar é um“pedaço do céu”, não uma simplesmoradia.6 A família não é apenasuma entidade social, legal ou bio-lógica. É a unidade básica e eternado reino de Deus, na qual o evan-gelho de Jesus Cristo é ensinado evivido. De fato, os santos dos últi-mos dias empenham-se para torna-rem-se um pouco melhores, um

pouco mais bondosos e mais nobresno dia-a-dia.

O Senhor mostrou como ocorreesse progresso quando declarou:

“Portanto não busqueis as coisasdeste mundo, mas procurai primeiroedificar o reino de Deus e estabele-cer sua justiça. ( . . . )” 7

Seguindo esse caminho, os santosdos últimos dias têm condições deevitar os traiçoeiros recifes do mun-danismo. Vivendo dessa forma, osmembros da Igreja poderão tornar-se o povo do convênio do Senhor.Para a época atual, temos a seguinteorientação profética do PresidenteHinckley sobre como isso pode serfeito. Cito suas palavras:

“Somos um povo de convênios.Sinto que se encorajarmos nossopovo a viver três ou quatro convê-nios, tudo o mais se resolverá. ( . . . )

O primeiro desses convênios é o do sacramento, por meio do qualtomamos sobre nós o nome doSalvador e concordamos em guardarSeus mandamentos com a promessade que Ele nos abençoará com SeuEspírito. ( . . . )

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O segundo é o convênio do dízimo.( . . . ) A promessa ( . . . ) é a de queEle repreenderá o devorador eabrirá as janelas do céu e derramarábênçãos de tal magnitude que nãohaverá espaço suficiente pararecebê-las. ( . . . )

Terceiro, os convênios do templo.Sacrifício: A disposição de sacrifi-car-se pela obra do Senhor. Inerenteà lei de sacrifício está a própriaessência da Expiação. ( . . . )Associada ao sacrifício, a consagra-ção, que é a disposição de doartudo, se necessário, para ajudar noprogresso desta magnífica obra.Além disso, um convênio de amor elealdade um com o outro nos laçosdo matrimônio, da fidelidade, dacastidade e da moralidade.

Se nosso povo aprendesse a viverpelo menos esses convênios, tudo omais se resolveria, tenho certeza.”8

A luxúria perde sua atraçãoquando o santo sacramento assumeseu devido lugar em nossa vida. Esseconvênio permite que os fiéis seconservem “limpos das manchas domundo”.9

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Sacrifício — UmInvestimento EternoIrmã Carol B. ThomasPrimeira Conselheira na Presidência Geral da Moças

“O sacrifício é um princípio surpreendente ( . . . ). Pode desenvolver emnós um amor genuíno uns pelos outros e por nosso salvador, Jesus Cristo.”

As riquezas do mundo deixam deser perigosas quando deliberada-mente pagamos o dízimo do Senhor.Devolver a Ele um décimo de tudo oque Ele nos dá produz no doadoramor a Deus acima de todas as coisas.O dízimo introduz a pessoa obedienteà uma lei maior de doar espontanea-mente. O jejum e as ofertas de jejumestão interligados e permitem quesejam soltas as ligaduras da impiedadee desfeitas as ataduras do jugo, que osmenos afortunados sejam abençoadose fortalecidos os laços familiares.10 Oconvênio do dízimo aparta o fiel doamor ao dinheiro e dos atrativos queo acompanham.

As preocupações mundanas com oego rendem-se ao sacrifício, à consa-gração e aos outros convênios sagra-dos do templo. Como o Redentor domundo fez tudo para que pudésse-mos ser salvos, esses convênios per-mitem-nos dar o melhor de nós parao cumprimento dos propósitos do PaiCelestial para Seus filhos.

Portanto, não tenham medo. Ascoisas que o mundo considera fracasdestroem os males que aparentam sertão grandes e terríveis. Homens justosfalam em nome do Senhor Deus. A féestá aumentando na Terra. Os convê-nios eternos florescem na vida dossantos dos últimos dias. A plenitudedo evangelho de Jesus Cristo é pro-clamada por preceito e exemplo atéos confins da Terra, e o povo do con-vênio do Senhor está preparando estaTerra para a Sua Segunda Vinda.11

Esse é o nosso dever. Que o Senhornos apóie nele. É a minha oração, emnome de Jesus Cristo. Amém. �

NOTAS1. D&C 1:4.2. D&C 1:17, 35.3. D&C 84:49.4. I Tim. 6:10.5. D&C 1:36.6. David O. Mackay, no Relatório

de Conferência, abril de 1964, p. 5.7. TJS, Mat. 6:38; ver Mat. 6:33;

nota de rodapé a.8. Ensinamentos de Gordon B. Hinckley

(1997), pp. 146–147, grifo do autor.9. D&C 59:9; ver também vv. 10, 12–13.10. Ver Isa. 58:6–11.

11. Ver D&C 1:19–23.

Como mãe, acredito que umadas histórias mais emocio-nantes do Velho Testamento

seja a de Abraão, quando o Senhorlhe pediu que oferecesse o filho,Isaque, em sacrifício. Sara devia terpelo menos 100 anos de idadequando Isaque foi levado ao monte.Por consideração a ela, acho queAbraão nem lhe deve ter contado oque pretendia fazer. E isso quer dizerque ele teve de suportar esse grandeteste de fé sozinho.

O Presidente Lorenzo Snow dissecerta vez: “Nenhum homem mortalpoderia ter feito o que Abraãofez( . . . ) a menos que fosse inspi-rado e tivesse a natureza divina den-tro de si para receber essainspiração”. (Teachings of LorenzoSnow, p. 116, citado no livro 100

Gospel Topics, p. 303.)

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Desde Adão, todos os profetas doVelho Testamento cumpriram a lei dosacrifício. O sacrifício é parte inte-grante da lei celestial, apontando parao sacrifício mais glorioso de todos, ode nosso Salvador, Jesus Cristo.

O Presidente Gordon B. Hinckleydefiniu com rara beleza o sacrifícioao afirmar: “Sem sacrifício não há averdadeira adoração a Deus. ( . . . )‘O Pai deu Seu Filho e o Filho deuSua vida’, e não adoramos a menosque doemos — doemos de nossosrecursos, ( . . . ) nosso tempo, ( . . . )nossa energia, ( . . . ) nosso talento,( . . . ) nossa fé, ( . . . ) [e] nosso tes-temunho”. (Ensinamentos de GordonB. Hinckley [1997], p. 565)

Irmãos e irmãs, a lei do sacrifícioé uma das coisas que nos separa dorestante do mundo. Somos um povodo convênio, abençoado com opor-tunidades de adorar e de doar, masserá que estamos plenamente con-vertidos ao princípio do sacrifício?Lembro-me do jovem rico, ensinadopelo Salvador, perguntar: “Que mefalta ainda?” (Ver Mateus 19:20)Respondeu-lhe Jesus: “Se queres serperfeito, vai, vende tudo o que tens( . . . ) e vem, e segue-me”. (Mateus19:21)

Falemos de três formas pelas quaiso sacrifício pode ajudar-nos a seguir oSalvador: ensinar nossa família, aju-dar os pobres e necessitados e doarde nós mesmos na obra missionária.

Primeiramente, como podemosensinar nossa família a fazer sacrifí-cios? Meu avô, Isaac Jacob, foi um

grande exemplo para mim. Ele era
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Os membros fazem fila na calçada do lado leste do Centro de Conferências.

um criador de ovelhas que enviouquatro filhos para a missão. Duranteo período da Grande Depressãonorte-americana, surgiu a oportuni-dade para minha mãe servir numamissão e ela recebeu o chamadopara o Canadá.

A situação de meu avô tornou-secrítica quando foi chamado aobanco para explicar para onde iamaqueles cinqüenta dólares sacadosmensalmente para a missão deminha mãe. Ele fizera um emprés-timo e pagava a exorbitante taxa dejuros de 12 por cento. Os banqueirosnão aceitaram e disseram-lhe queminha mãe teria de voltar para casa.

No dia seguinte, meu avô deu-lhes a resposta: “Se essa menina vol-tar para casa, as ovelhas são suas evou trazê-las todas de volta para suaporta”. Isso pegou os banqueiros desurpresa. Eles precisavam de meuavô para administrar outros negó-cios caprinos que possuíam e nãohavia nenhuma outra pessoa paracuidar de tudo aquilo. Minha mãeterminou a missão e o exemplo demeu avô ensinou à sua família aimportância do sacrifício.

Ao ensinarmos esse princípio ànossa família, devemos ensiná-los a sacrificarem-se. Conta-se a histó-ria de Robert E. Lee, general daGuerra Civil, que, ao ser interpeladopor uma mulher no tocante à cria-ção de seu filho, replicou: “Ensine-o

a sacrificar-se”. (Ver Joseph Packard,Recollections of a Long Life [1902],158.)

Evitemos saturar nossos filhos decoisas materiais. Talvez privemosuma criança de divertimento ao lhedarmos demais. Se não permitirmosque almeje algo, ela jamais conhe-cerá o prazer de recebê-lo.

Estamos incentivando nossos filhosa sacrificarem-se instando-os a doarde seu tempo e recursos para ajudarum vizinho solitário ou para fazeramizade com alguém que precise? Aoconcentrarem-se nas necessidadesalheias, suas próprias necessidadestornam-se menos importantes. A ver-dadeira alegria provém do sacrifícioem prol dos outros.

Segundo, podemos dar aos pobrese necessitados com mais generosi-dade. Ao visitar membros da Igreja,fico admirada com a bondade dos fiéissantos dos últimos dias. Um rapaz naColômbia, criado pela avó, possuíavários quiosques de conserto de sapa-tos e servia como zelador da ala. Aoser chamado para a missão, economi-zou não apenas dinheiro suficientepara pagar a própria missão, mas con-tribuiu ainda com fundos extras parasustentar outro missionário.

E quanto a dividirmos nosso ali-mento, nossas roupas e nossa mobí-lia? O Senhor ordena que não nosapeguemos a nossos bens. (Ver D&C19:26.) Em muitos lugares temos a

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bênção de ter as Indústrias Deseret.Podemos ensinar nossos filhos a veri-ficarem seus armários periodicamentee a dividirem suas roupas, enquantoainda estiverem atuais, dando aoutras pessoas a oportunidade detambém vestirem-se na moda.

Recebemos muitas recompensasao compartilharmos nossos bensmateriais. O rei Benjamim chamounossa atenção para isso quandoensinou: “Para conservardes aremissão de vossos pecados, dia adia, a fim de que andeis sem culpadiante de Deus ( . . . ) [reparti] vos-sos bens com os pobres, ( . . . ) ali-mentando os famintos, vestindo os nus, visitando os doentes e aliviando-lhes os sofrimentos”.(Mosias 4:26) Podemos todos buscarem nossa vida as muitas oportunida-des de doar e compartilhar.

A terceira área do sacrifício é ada obra missionária. Como parte denossa designação de visitar alas eramos por toda a Igreja, notamos aenorme necessidade de casais mis-sionários. Não podem imaginar obem extraordinário que fazem aoamarem os missionários e ensinarema doutrina e a cultura da Igreja aosmembros locais.

Recentemente, o PresidenteHinckley visitou uma conferênciade estaca numa área abastada ondeapenas quatro casais idosos serviamcomo missionários. A fim de inspirarmais membros a servirem numa mis-são, prometeu-lhes que os filhos e osnetos nem sentiriam falta delesdurante sua ausência. Com a inven-ção do correio eletrônico, cartaspodem ser enviadas e recebidas porcasais missionários praticamentetodos os dias.

Seus anos de experiência abençoa-rão outras pessoas e vocês descobrirãocomo elas são verdadeiramente mara-vilhosas. As missões do mundo preci-sam de vocês! Orem para imbuírem-sedesse espírito de aventura e do desejode servir como missionários. Será algomuito mais estimulante do que viajarnum trailer ou ficar sentados emcadeiras de balanço.

Jovens, espero que se sintam entusiasmados em relação à obramissionária. Semana passada, cada

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“Suas PalavrasRecebereis”Élder M. Russell BallardDo Quórum dos Doze Apóstolos

“É algo grandioso, meus irmãos e irmãs, termos um profeta de Deus emnosso meio. As bênçãos que advêm à nossa vida ao ouvirmos a palavra doSenhor que nos é dada por intermédio dele são grandes e maravilhosas”.

moça da Igreja recebeu o convite de trazer outra moça para a atividadeplena. Que bom seria se os rapazestambém unissem forças nesse trabalho.

Muitos de vocês estão fazendo coi-sas notáveis. Megan orou durantemuitos meses por duas amigas que nãoeram membros da Igreja. Conseguiuque uma delas se matriculasse noseminário e convidou a outra parareceber as palestras dos missionários.Recentemente essas duas jovensforam batizadas. A Igreja precisa devocês. O Presidente Hinckley nãopode caminhar pelos corredores desua escola e ensinar seus amigos, masvocês podem e o Senhor conta comvocês. Estamos muito orgulhosos dacoragem que vocês demonstram aocompartilhar seu amor pelo evangelhocom seus amigos.

O sacrifício é um princípioextraordinário. Ao doarmos liberal-mente de nosso tempo, talentos etudo o que possuímos, ele torna-seuma de nossas formas mais verdadei-ras de adoração. O sacrifício desen-volve dentro de nós um amorprofundo uns pelos outros e pornosso Salvador, Jesus Cristo. Pormeio do sacrifício, nosso coraçãopode mudar. Vivemos mais perto doEspírito e desejamos menos as coisasdo mundo.

O Presidente Hinckley ensinouuma grande verdade ao dizer: “Nãoé sacrifício viver o evangelho deJesus Cristo. Nunca é um sacrifícioquando recebemos mais do que doa-mos. É um investimento, ( . . . ) omaior investimento de todos. ( . . . )Seus dividendos são eternos e ines-gotáveis”. (Teachings of Gordon B.Hinckley, pp. 567–568)

É reconfortante saber que oSenhor não espera que façamos esseinvestimento sozinhos. ComoAbraão na antigüidade, nós tambémtemos algo de divino dentro de nóspara receber inspiração por meio dospoderes do céu. Irmãos e irmãs, oropara que ao fazermos essas coisas nostornemos mais convertidos ao prin-cípio do sacrifício e que esse princí-pio grandioso nos aproxime doSalvador. Em nome de Jesus Cristo.Amém. �

Irmãos e irmãs, vocês já passarampela experiência de percorrer decarro as ruas de uma cidade com

o motorista dizendo: “Sei onde fica;tenho certeza de que consigo encon-trar”? Por fim, frustrado, ele pára epede informações a alguém. Sei quevocês, irmãs, já passaram por isso. Émuito mais fácil encontrar o cami-nho certo quando seguimos as ins-truções de alguém que sabe comochegar ao nosso destino.

Muitos de nós nos vemos emsituações parecidas ao trilharmos oscomplicados caminhos da vida. Ostempos atuais são difíceis, e ospadrões culturais e sociais do mundoquanto ao que é adequado, honesto,íntegro e politicamente corretoestão constantemente mudando.Basta achar que conhecemos a

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fórmula da felicidade e da paz e logosurge uma nova ideologia que podeguiar-nos por um caminho que vaisomente aumentar a confusão eintensificar a angústia. Nessas oca-siões, bem podemos perguntar:“Existe alguma voz clara, límpida eimparcial com a qual sempre possa-mos contar? Existe uma voz quesempre nos dará instruções claraspara encontrarmos o caminho noconfuso mundo de hoje?” A respostaé sim. Essa voz é a voz dos profetas eapóstolos vivos.

Quando A Igreja de Jesus Cristodos Santos dos Últimos Dias foiorganizada há 171 anos nestemesmo mês, o Senhor deu umarevelação aos membros da Igreja porintermédio de Seu Profeta, JosephSmith Jr. Referindo-se ao Presidenteda Igreja, o Salvador instruiu osmembros da Igreja a “[dar] ouvidosa todas as palavras e mandamentosque ele vos transmitir à medida queele os receber, andando em todasantidade diante de mim;

“Pois suas palavras recebereiscomo de minha própria boca, comtoda paciência e fé”. (D&C 21:4–5)

O Senhor então fez uma pro-messa magnífica àqueles que sãoobedientes:

“Porque, assim fazendo, as portasdo inferno não prevalecerão contravós; sim, e o Senhor Deus afastaráde vós os poderes das trevas e farátremerem os céus para o vosso bem e para a glória de seu nome.”(D&C 21:6)

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Um ano e meio depois, o Senhoracrescentou a essa expressiva pro-messa a enérgica advertência: “Obraço do Senhor será revelado; echegará o dia em que aqueles quenão ouvirem a voz do Senhor nem avoz de seus servos nem atenderemàs palavras dos profetas e apóstolosserão afastados do meio do povo”.(D&C 1:14)

“O que eu, o Senhor, disse estádito e não me desculpo; e ainda quepassem os céus e a Terra, minhapalavra não passará, mas será todacumprida, seja pela minha própriavoz ou pela voz de meus servos, é omesmo.” (D&C 1:38)

É algo grandioso, meus irmãos eirmãs, termos um profeta de Deus emnosso meio. As bênçãos que advêm ànossa vida ao ouvirmos a palavra doSenhor que nos é dada por intermé-dio dele são grandes e maravilhosas.Ao mesmo tempo, saber que oPresidente Gordon B. Hinckley é oprofeta de Deus também nos confereresponsabilidades. Quando ouvimoso conselho do Senhor expresso pormeio das palavras do Presidente daIgreja, nossa reação deve ser positivae imediata. A história demonstra quehá segurança, paz, prosperidade efelicidade quando se responde aoconselho profético como fez Néfi naantigüidade: “( . . . ) Eu irei e cum-prirei as ordens do Senhor ( . . . )”. (1 Né. 3:7)

Conhecemos a experiência deNaamã, que era leproso e quequando finalmente conseguiu comu-nicar-se com o profeta Eliseu foi ins-truído: “( . . . ) Vai, e lava-te setevezes no Jordão, e a tua carne serácurada e ficarás purificado”. (II Reis5:10)

A princípio, Naamã não queriaseguir o conselho de Eliseu. Nãoconseguia compreender aquilo quelhe fora solicitado fazer — lavar-sesete vezes no rio Jordão. Em outraspalavras, o orgulho e a obstinaçãoimpediam-no de receber a bênçãodo Senhor por meio de Seu profeta.Com gratidão, ele finalmente des-ceu, e mergulhou no Jordão setevezes, “( . . . ) conforme a palavrado homem de Deus; e a sua carne

tornou-se como a carne de um

menino, e ficou purificado”. (II Reis5:14)

Como Naamã deve ter-se sentidohumilde ao perceber quão pertoesteve de permitir que o próprioorgulho e a falta de interesse emouvir o conselho do profeta o impe-dissem de receber uma bênção tãoextraordinária e purificadora. Quãolamentável é ver como muitos denós podem estar perdendo as gran-des e maravilhosas bênçãos que nosforam prometidas porque não ouvi-mos e, por conseguinte, não fazemosas coisas relativamente simples queo nosso profeta diz que devemosfazer hoje em dia.

No ano passado, por exemplo, oPresidente Hinckley fez três discur-sos memoráveis sobre fortalecer afamília e especialmente os jovens ejovens adultos da Igreja. Primeiroele falou de modo muito diretosobre o assunto para as mães durantea reunião geral da Sociedade deSocorro. Depois se dirigiu aos pais elíderes do sacerdócio durante a ses-são do sacerdócio da conferênciageral. Pais, estão lembrados? Ele osfez, pais e mães, recordar que“foram co-participantes com nossoPai Celestial no processo de proveruma experiência mortal aos filhos efilhas Dele. Eles são filhos Dele esão seus filhos também, sangue deseu sangue, pelos quais Ele [os] con-sidera responsáveis”. (“Seu MaiorDesafio, Mãe”, A Liahona, janeirode 2001, p. 113)

E então, em novembro passado,deste mesmo púlpito, o PresidenteHinckley falou a todos os jovens daIgreja. Ensinando com franquezaalgo que será lembrado por muitotempo, ele desafiou os jovens daIgreja a estabelecerem metas pes-soais de serem gratos, inteligentes,puros, fiéis, humildes e de orarem sem-pre. Os seis princípios abordadospelo Presidente Hinckley são umareferência maravilhosa para todos ossantos dos últimos dias. Ele repetiuesses princípios para as moças nareunião delas na semana passada, eacredito que eles aplicam-se às mãese pais tanto quanto aos jovens ejovens adultos solteiros. Como pais

e líderes da juventude, não podemos

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esperar que nossos jovens sejam pro-fundamente tocados pelas coisasque o profeta lhes diz se nós mesmosnão nos mostrarmos dispostos aseguir os conselhos dele em nossaprópria vida.

É importante lembrar que oPresidente Hinckley suplicou aoSenhor em favor de nossos jovens.Disse ele: “Quero que saibam quepassei muito tempo ajoelhadopedindo ao Senhor que me aben-çoasse com as forças, a capacidade e as palavras que viessem a pene-trar-lhes o coração”. (Conselhos eOração do Profeta para os Jovens, ALiahona, abril de 2001, p. 30)

Na sessão do sacerdócio, oPresidente Hinckley disse: “Esperoque [seus filhos e filhas] possamdividir o fardo com vocês, pais emães. Espero que vocês ouçam, quesejam pacientes e compreensivospara que assim consigam atraí-lospara perto de vocês e os consolem efortaleçam em sua solidão. Orempedindo orientação. Orem pedindopaciência. Orem para terem força eamor, ainda que o pecado tenha sidograve. Orem suplicando compreen-são e bondade e, acima de tudo,sabedoria e inspiração”. (“A Paz deTeus Filhos Será Abundante”, ALiahona, janeiro de 2001, p. 67)

Será que estudamos seus conse-lhos e identificamos as coisas queprecisamos evitar ou fazer de mododiferente? Conheço uma moça dedezessete anos que pouco antes dodiscurso do profeta havia perfuradoas orelhas pela segunda vez. Ela vol-tou para casa depois do serão, reti-rou o segundo par de brincos e disseaos pais: “Se o Presidente Hinckleydiz que devemos usar apenas um parde brincos, isso me basta”.

O fato de usar dois pares de brin-cos talvez nem tenha conseqüênciaseternas para essa jovem. Mas a suadisposição de obedecer o profetaterá. E se ela o obedece agora, emalgo relativamente simples, serámuito mais fácil segui-lo em ques-tões mais importantes.

Será que estamos escutando,irmãos e irmãs? Será que estamosouvindo as palavras do profeta a

nós como pais, como líderes da
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juventude e como jovens? Ou seráque estamos deixando-nos cegar,como fez Naamã no princípio, peloorgulho e obstinação, que podemimpedir-nos de receber as bênçãosresultantes da obediência aos ensi-namentos do profeta de Deus?

Faço-lhes uma promessa hoje. Éuma promessa simples, mas verda-deira. Se escutarem o profeta e osapóstolos vivos e derem ouvidos aonosso conselho, vocês não se desvia-rão do caminho.

Agora, meus irmãos, irmãs ejovens da Igreja, por favor, não per-cam a oportunidade de sentarem-sejuntos como família e conversaremsobre os conselhos dados peloPresidente Hinckley. Pais, ensinem-se uns aos outros e a seus filhos nasnoites familiares e conselhos defamília. Líderes, saibam e ensinem

Portadores do sacerdócio aguardamConferências, antes da sessão do sa

esses princípios nas aulas e reuniõesde liderança e conversem nas reu-niões de conselho da ala e estacasobre como abençoar a vida dosmembros, tanto jovens como adul-tos. Todos os três discursos doPresidente Hinckley, juntamentecom as mensagens de seus conselhei-ros para os jovens, foram publicadosnas revistas Ensign e A Liahona. “OPresidente Gordon B. Hinckley Falaaos Jovens e aos Pais” agora está dis-ponível em vídeo e constitui ummaravilhoso recurso para a noitefamiliar e para os serões do bispocom os jovens. Bispos, não enviamosessas fitas a vocês para que fiquemguardadas. Bispos, por favor, façamcom que os jovens de sua ala ovejam de novo, compreendam e secomprometam a viver conforme aorientação do Presidente da Igreja.

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em fila do lado de fora dos portões docerdócio.

Falo agora diretamente aosjovens da Igreja sobre esse impor-tante assunto que é seguir o profeta.Ao viajar por toda a Igreja nestesúltimos meses, notei que muitosestão seguindo seu conselho comentusiasmo. Muitos já tomaram adecisão de cuidar bem da aparência,ainda melhor do que já o faziam.Muitos estão esforçando-se commais diligência para evitar o lingua-jar profano, escolher sabiamente asamizades, afastar-se da pornografia edrogas ilegais, não ir a shows impró-prios e festas perigosas, respeitar o corpo e manter-se moralmentelimpos de todas as maneiras. Paraaqueles que ainda não ouviram,advirto-os para que não sejam indi-ferentes aos conselhos do Presidenteda Igreja. Ele falou a vocês de modobem claro. Estudem as palavras dele

lado sudoeste do Centro de

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O Milagre da FéPresidente Gordon B. Hinckley

“A fé é a base do testemunho; é a base da lealdade à Igreja. A férepresenta sacrifício, feito com alegria para que a obra do Senhorprossiga.”

e empenhem-se a obedecê-las. São verdadeiras e vêm de Deus.Incentivamos aqueles que necessi-tam arrepender-se a prosseguiremcom fé e a tornarem-se limposperante o Senhor. Cada um de vocêsestá preparando-se agora para serlíder na Igreja no futuro, e é necessá-rio que sejam puros, fiéis e verdadei-ros ao Senhor.

Nunca se esqueçam de como sesentiram ao ouvir o PresidenteHinckley orar por vocês. Sentiramcomo são estimados quando eleorou: “Abençoa-os para que se por-tem de maneira aceitável perante Ti,como Teus filhos queridos. Cada umdeles é filho Teu, com capacidade derealizar coisas grandiosas e nobres”.(A Liahona, abril de 2001, p. 41)

Agora, queridos irmãos e irmãs,rogo que prestem atenção às coisasensinadas pelos líderes da Igrejadurante esta conferência geral.Coloquem em prática os ensina-mentos que ajudarão vocês e suafamília. Que todos nós, indepen-dentemente das circunstânciasfamiliares, levemos para casa osensinamentos dos profetas e apósto-los para fortalecer o nosso relacio-namento uns com os outros, comnosso Pai Celestial e com o SenhorJesus Cristo. Prometo a vocês emnome do Senhor que, se ouvirem,não apenas com os ouvidos mastambém com o coração, o EspíritoSanto lhes manifestará a verdadedas mensagens transmitidas peloPresidente Hinckley, por seus con-selheiros, pelos Apóstolos e poroutros líderes da Igreja. O Espíritoindicará o que devem fazer indivi-dualmente e em família a fim deseguirem nosso conselho para que oseu testemunho seja fortalecido evocês tenham paz e alegria.

Irmãos e irmãs, testifico-lhes queo evangelho eterno de Jesus Cristo,em sua plenitude, foi restaurado naTerra por meio do Profeta JosephSmith. Hoje temos a bênção de ser-mos guiados pelo profeta de Deus, oPresidente Gordon B. Hinckley. Queouçamos e façamos as coisas que elenos ensinar. É minha humilde ora-ção. Em nome de Jesus Cristo.Amém. �

A

gradeço ao coro pela belís-sima apresentação. Apesarde ter utilizado parte do meu

tempo, vou relevar; pois a música foisimplesmente maravilhosa.

Queridos irmãos e irmãs, sintoimenso amor e compaixão por vocêsonde quer que estejam nesta manhãde domingo. Sinto grande afinidadecom todos os membros d’A Igreja deJesus Cristo dos Santos dos ÚltimosDias. Amo este trabalho e ficomaravilhado com sua força e cresci-mento e com a forma como toca avida das pessoas no mundo inteiro.Sinto-me profundamente humildeao falar-lhes hoje. Implorei aoSenhor que guiasse meus pensamen-tos e palavras.

Acabamos de voltar de uma via-gem a Montevidéu, Uruguai, ondededicamos um templo, o 103º tem-plo em funcionamento da Igreja.Esta é uma época de grande alegriapara os membros daquele país.

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Milhares de pessoas reuniram-senaquele lindo e sagrado edifício,bem como em capelas próximas.

Um dos oradores, uma irmã, con-tou uma história semelhante a tan-tas outras que vocês já ouviram.Pelo que me recordo, ela falou a res-peito da época em que os missioná-rios bateram à sua porta. Ela nãofazia a mínima idéia do que elesensinavam, contudo, convidou-ospara entrar, e ela e o marido ouvi-ram sua mensagem.

A história era para eles inacredi-tável. Contaram sobre um rapaz que vivia no Estado de Nova York.Ele tinha quatorze anos quando leuno livro de Tiago a seguinte passa-gem: “E, se algum de vós tem faltade sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada”.(Tiago 1:5)

Como desejasse sabedoria, pois osvários credos alegavam possuir averdade, o jovem Joseph decidiu ir aum bosque e orar ao Senhor.

Feito isso, teve uma visão em res-posta à sua súplica. Deus, o PaiEterno, e Seu Filho, Jesus Cristo, oSenhor Ressuscitado, apareceramdiante dele e conversaram com orapaz.

Seguiram-se outras manifesta-ções. Entre elas, recebeu placas deouro num monte perto de sua casa,as quais traduziu pelo dom e poderde Deus.

Mensageiros celestiais aparece-ram a Joseph, conferiram-lhe as cha-ves do sacerdócio e a autoridadepara falar em nome de Deus.

Como alguém poderia crer nessahistória? Parecia absurda. No

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entanto, aquela senhora e sua família acreditaram quando a ouvi-ram. Eles tiveram fé para aceitar oque lhes fora transmitido. Foi ummilagre; um dom de Deus. Muitosnão conseguem acreditar, mas elesacreditaram.

Após o batismo dessa família, seuconhecimento da Igreja aumentou.Aprenderam mais sobre o casamentono templo e a união da família para aeternidade sob a autoridade do santo

sacerdócio. Estavam decididos areceber essa bênção, mas não havianenhum templo nas imediações.Foram econômicos e pouparamdinheiro. Quando juntaram o sufi-ciente, viajaram do Uruguai até Utahcom os filhos para serem seladoscomo família nos laços do casamentoeterno. Hoje ela é assistente da dire-tora do Templo de MontevidéuUruguai. Seu marido é conselheirona presidência do templo.

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Não me surpreende o fato de quepoucos, dentre o grande número depessoas com as quais os missionáriostêm contato, se filiem à Igreja. Háfalta de fé. Por outro lado, ficoadmirado com a quantidade de pes-soas que o fazem. É maravilhoso esurpreendente que milhares sejamtocados pelo milagre do EspíritoSanto, que acreditem, aceitem e setornem membros. Eles são batiza-dos. A vida de cada um deles será eternamente influenciada parao bem. Ocorrem milagres. Umasemente de fé é plantada em seu coração. Ela cresce enquantoaprendem. Eles aceitam princípiosobre princípio até adquirirem todasas bênçãos concedidas àqueles que andam com fé n’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últi-mos Dias.

É a fé que converte. A fé é o professor.

Tem sido assim desde o princípio.Fico maravilhado com o elevado

caráter dos homens e mulheres queaceitaram o testemunho de JosephSmith e entraram para a Igreja.Isso inclui homens como BrighamYoung, os irmãos Pratt, WillardRichards, John Taylor, WilfordWoodruff, Lorenzo Snow, suas res-pectivas esposas, e muitos outros.Eles eram pessoas de excelentecaráter. Muitos deles eram cultos.Foram abençoados pelo Senhorcom fé para aceitar a histór ia que ouviram. Quando receberam a mensagem, quando o dom da fétocou sua vida, foram batizados.Os irmãos interromperam de bomgrado o que estavam fazendo e,com o apoio da família, aceitaramo chamado de cruzar o mar paraensinar o que haviam aceitadocom fé.

Outro dia, li novamente o relatode Parley P. Pratt a respeito de sualeitura do Livro de Mórmon e decomo se filiou à Igreja. Ele disse oseguinte:

“Abri ansiosamente o livro e li afolha de rosto. Depois, li o depoi-mento de várias testemunhas sobrea forma como o livro fora encon-trado e traduzido. Em seguida,comecei a lê-lo em seqüência. Li o

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dia inteiro. Era um suplício ter quecomer; eu não tinha a mínima fome.Quando anoitecia, dormir tambémera um fardo, pois eu preferia ler adormir.

Durante a leitura, o Espírito doSenhor envolveu-me, e eu soube ecompreendi que o livro era verda-deiro, de modo tão claro e evidentequanto um homem sabe que estávivo.” (Autobiografia de Parley P.Pratt, editado por Parley P. Pratt Jr.[1938], p. 37)

O dom da fé tocou-lhe a vida.Ele jamais conseguiria retribuir aoSenhor o que recebera e passou orestante de seus dias no serviço mis-sionário. Parley P. Pratt morreucomo mártir desta grande obra ereino.

Magníficos novos templos estãoem construção em Nauvoo, Illinois,e Winter Quarters, Nebraska. Elesservirão de testemunho da fé e fide-lidade de milhares de santos dosúltimos dias que construíramNauvoo, e depois tiveram de aban-doná-la, e atravessaram com grandesofrimento o que hoje é o Estado deIowa até sua moradia temporária emCouncil Bluffs e Winter Quarters,bem ao norte de Omaha.

A área do templo de WinterQuarters é contígua ao terreno ondeforam enterradas muitas pessoas quemorreram por esta causa, por consi-derarem-na mais preciosa do que aprópria vida. Sua jornada ao vale doGrande Lago Salgado é um épicosem paralelo. O padecimento que suportaram e os sacrifícios que

fizeram foram o preço que pagarampor sua crença.

Tenho em meu escritório umapequena estatueta de um pioneiro,meu próprio avô, enterrando aolado da estrada, sua mulher e oirmão dela, que morrera no mesmodia. Depois pegou seu filho, aindabebê, e trouxe-o até este vale.

Fé? Sim, sem dúvida. Quandosurgiram incertezas e ocorreram tra-gédias, sentiram a doce influênciada fé na serenidade da noite, tãoclara e reconfortante como as estre-las do céu.

Foi essa misteriosa e extraordiná-ria manifestação de fé que trouxerenovada confiança, que lhes inspi-rou certeza, que veio como um domde Deus a respeito desta grandeobra dos últimos dias. São literal-mente inumeráveis as histórias sobrefé na época dos pioneiros da Igreja.Mas elas não cessaram.

Elas continuam hoje. Esse pre-cioso e admirável dom da fé, quenos é concedido por Deus, o PaiEterno, ainda é a força deste traba-lho e o fundamento de sua mensa-gem. A fé é a base e a essência detudo. A fé para ingressar no campomissionário, para viver a Palavra deSabedoria ou pagar o dízimo é amesma. É a fé que existe em nós quese torna evidente em tudo o quefazemos.

Os críticos não conseguementender isso. Como não entendem,atacam. Se perguntassem com tran-qüilidade e tivessem um desejomaior de compreender o que está

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por trás disso tudo, eles nos enten-deriam e nos admirariam.

Perguntaram-me numa entrevistacoletiva, certa ocasião, como conse-guíamos fazer com que homens dei-xassem seu trabalho e seu lar paraservir na Igreja.

Respondi que simplesmente per-guntávamos a eles se o fariam, masjá sabíamos que a resposta seria afirmativa.

Essa veemente convicção de quea Igreja é verdadeira é algo fantás-tico. Esta é a obra sagrada de Deus.Ele dirige Seu reino e a vida de Seusfilhos e filhas. Esta é a razão do cres-cimento da Igreja. A força destacausa e reino não se deve ao seupatrimônio material, por maior queseja. Deve-se ao coração do seupovo. Por isso ela é forte e cresce. Épor isso que consegue realizar todasessas coisas maravilhosas. Tudoderiva da fé, concedida pelo Todo-Poderoso a Seus filhos que não duvi-dam nem temem, mas seguem emfrente.

Recentemente, fui a uma reuniãoem Aruba. Tenho quase certeza deque a maioria das pessoas que estãome ouvindo não sabe onde ficaAruba nem tem idéia de que tallugar exista. Essa ilha, na costa daVenezuela, é um protetorado dosPaíses Baixos e um lugar que chamapouco a atenção neste vasto mundo.Havia cerca de 180 pessoas na reu-nião. Na primeira fileira estavamsentados oito missionários — seisélderes e duas sísteres. Na congrega-ção havia homens e mulheres,meninos e meninas de várias raças.Falou-se pouco em inglês, muito emespanhol e um pouco em outras línguas. Ao fitar o rosto daquelaspessoas, pensei na fé que elas repre-sentavam. Elas amam esta Igreja.Apreciam tudo o que ela faz.Erguem-se e prestam testemunho darealidade de Deus, o Pai Eterno, ede Seu Filho Amado Ressurreto, oSenhor Jesus Cristo. Elas testificama respeito do Profeta Joseph Smith edo Livro de Mórmon. Servem ondesão chamadas a servir. São homens emulheres de fé que abraçaram oevangelho vivo e verdadeiro doMestre, e nesse meio estavam os

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Gratidão e ServiçoÉlder David B. HaightDo Quórum dos Doze Apóstolos

“Que tenham um sentimento cálido no coração. Que possam sentir o quesinto hoje, que esta obra é verdadeira e que é nossa a responsabilidade deproclamar o plano eterno de salvação e exaltação.”

Sessão da Tarde de Domingo1º de abril de 2001

oito missionários. Tenho certeza queo lugar devia ser solitário para eles,no entanto, eles estão fazendo, porcausa de sua fé, o trabalho que lhesfoi pedido. As duas jovens erambonitas e alegres. Ao olhar para elas,disse para mim mesmo: “Dezoitomeses é bastante tempo para se ficarneste lugar tão distante”. Mas elas não reclamam. Falam da grandeexperiência que estão tendo e daspessoas maravilhosas que já conhe-ceram. Em todo o seu trabalhoreflete-se a renovadora fé acerca daveracidade da obra que estão reali-zando e do serviço que estão ofere-cendo a Deus.

Isso é o que acontece a todos osmissionários que servem, seja aquiem Salt Lake City ou na Mongólia.Eles iniciam o trabalho e servemcom fé. É um fenômeno extraordiná-rio. O Espírito sussurra: “Esta causaé verdadeira” e sentimo-nos na obri-gação de servir a qualquer custo.

As pessoas têm enorme dificul-dade para compreender como milha-res de rapazes e moças inteligentes ecapazes privam-se de vida social,interrompem os estudos e abnegada-mente vão a qualquer lugar paraonde forem mandados pregar oevangelho. Eles vão pelo poder da fée ensinam com esse poder, plan-tando uma semente de fé aqui, outraali, que germina e cresce, resultandoem conversos fiéis e capazes.

A fé é a base do testemunho; é abase da lealdade à Igreja. A fé repre-senta sacrifício, feito com alegriapara que a obra do Senhor prossiga.

O Senhor ordenou que tomásse-mos “o escudo da fé com o qual[poderemos] apagar todos os dardosinflamados dos iníquos”. (D&C27:17)

Com a mesma fé sobre a qualfalei, testifico que esta é a obra doSenhor, que este é o Seu reino res-taurado na Terra em nossa época,para abençoar os filhos e filhas deDeus de todas as gerações.

Ó Pai, ajuda-nos a ser fiéis a Ti ea nosso glorioso Redentor, para ser-vir-Te em verdade, para fazer denosso serviço a expressão do nossoamor. É minha humilde oração. Emnome de Jesus Cristo. Amém. �

Meus queridos irmãos eirmãs, oro para que asbênçãos do céu estejam

comigo nos poucos momentos emque falarei nesta tarde. Queroexpressar algumas palavras de grati-dão e reconhecimento às pessoasque influenciaram minha vida.

Imaginem o dia primeiro de maiode 1890. Um rapaz e uma moça deuma pequena cidade do interior, acerca de quatrocentos quilômetrosdo Templo de Logan, resolveramcasar-se. Auto-estradas — nenhuma.Boas estradas — nenhuma. Trilhasque cortavam os campos áridoscobertos de artemísias e trilhas paracarroções — sim.

Devem ter levado cerca de seisou sete dias para fazerem a viagem.Maio é época de chuvas no sul

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do Estado de Idaho e de Utah.Imaginem viajar em uma pequenacharrete com todas as suas roupas— levando mais algumas coisasjunto, creio que para os cavalos eum pouco de comida em algunspacotes pequenos. Boas roupas, roupas para frio — não tinhamnenhuma. Sacos de dormir —nenhum. Lanternas ou fogareiros —nenhum. Com certeza, tinham fós-foros e precisavam encontrar arte-mísias secas para fazer uma fogueirae preparar o alimento.

Apenas imaginem, visualizem essaimagem por alguns instantes e pen-sem na gratidão que sinto e nas bên-çãos que vieram para minha vida pelofato de eles viajarem até um local tãodistante para se casarem. Seria incon-veniente? Isso não era problema; eleso fariam. E pensem no que vem acon-tecendo nos últimos anos com oPresidente Hinckley — sua inspira-ção e orientação na construção detemplos por todo o mundo. Pensemno quanto era difícil a poucos anos àspessoas irem a um templo.

Essas bênçãos chegaram à minhavida por meio de meus pais, dos paisdeles e de outros que a influencia-ram — professores e boas pessoascom quem me relacionava.

Quando estava com mais oumenos 11 anos de idade, um homemchegou à nossa cidadezinha paraensinar na escola da Igreja. Eletocava um pouco de violino, e fazia bastante tempo que ninguémtocava violino para nós. Minha mãe

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ficou impressionada e comprou umpequeno violino, acho que emalgum bazar de caridade, e resolveuque eu deveria aprender a tocá-lo.

Muito embora eu jamais tivessevisto alguém tocar violino empúblico, ele foi até a nossa casa ecomeçou a dar-me algumas aulasbásicas de violino. Eu até que jáestava saindo-me relativamente bemna época em que me formei na escolaprimária. Então, pediram-me queapresentasse um solo de violino nacerimônia de formatura que seria rea-lizada no prédio da escola secundária.

Ensaiei cuidadosamente umapequena peça chamada Trau-merei, ainda lembro o nome. Minhairmã, quatro anos mais velha do queeu e, na época, uma das garotas maisbonitas da escola secundária, seria apianista. Na cerimônia de formatura,Connie McMurray, por ter sido amelhor aluna, seria a oradora daturma. As meninas são melhores naescola do que os meninos. Ao ladodo local em que fazia o discurso dedespedida, havia uma mesinha comum jarro de água para os professorese diretores. Eles estavam sentados àfrente, juntamente com o nossopequeno grupo de formandos daoitava série.

Enquanto Connie chegava aofinal de seu famoso discurso de des-pedida, notamos que a toalhinhacolocada sob o jarro deslizava lenta-mente sobre a mesa até, então, cairno chão! Connie McMurray des-maiou na hora.

Em meio à correria para enxugara água do chão e organizar as cadei-ras, anunciaram o solo de violino deDavid Haight. Fui para o lado davelha pianola, e minha irmã entrou.Tirei aquele violino simples da caixade madeira enquanto minha irmã sesentava ao piano. Ela tocou um Lá eeu disse-lhe: “Comece a tocar”.

Ela retorquiu: “David, é melhorafinar o violino.”

Repliquei: “Não, não, afinei-ocom a ajuda do piano em casa”.T ínhamos um velho piano emcasa. Vocês sabem, nas casasdaquela época, um piano e livros eratudo o que uma família precisava.Eu havia afinado cuidadosamente

as cordas apertando-as nas crave-lhas de ébano do violino, mas nãosabia que nem todos os pianos sãoiguais. Então minha irmã disse: “Émelhor afiná-lo.” Eu respondi:“Não, não, está afinado. Afinei-oem casa”.

Ela começou a tocar a introdu-ção, e eu toquei a primeira nota.Estávamos desafinados em cerca dedois tons.

Passou a tocar mais lentamente, eeu falei: “Continue tocando”, poisnão conseguia imaginar que alguémdeixasse uma platéia tão importantecomo a que me ouvia tocar espe-rando — as 100 pessoas que seachavam naquele pequeno auditórioda escola secundária. Ninguémmanteria o Carnegie Hall esperandoenquanto afinava o violino! Issodeveria ser feito nos bastidores paraque, quando a apresentação come-çasse, estivesse pronto para tocar.

Ela reduziu a velocidade, e eudisse novamente: “Continuetocando”. Tocamos até o final, e ela

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não falou comigo durante dias apósaquela apresentação.

Quero homenagear a cidadezinhaem que morei com meus pais, ondefui criado e onde foram gentis ebondosos para comigo. Sou gratopelo conhecimento que recebi dosmeus pais amorosos.

Sou grato por minha esposa,Ruby, ter entrado em minha vida,por nossos filhos, pelos filhos dosnossos filhos, pelos nossos bisnetos e pelas pessoas que são parte de minha vida hoje e que a influen-ciam. Espero que eu tenha sidoalguma boa influência na vida deles.

Lembram-se do relato de JoãoBatista falando a João, discípuloamado, e a André na ocasião emque o Salvador os encontrou. E JoãoBatista comentou: “Eis aqui oCordeiro de Deus”. (João 1:36) Edepois de tê-los conhecido — JoãoBatista, João, o Amado e André —Ele disse: “Que buscais?”

E na conversa que é narrada, um

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deles perguntou-Lhe: “Ondemoras?” (João 1:38)

E o Salvador respondeu: “Vinde,e vede”. (João 1:39)

Eles seguiram o Salvador e, deacordo com esse breve relato, fica-ram com Ele até quase a horadécima. Talvez tenham passado anoite juntos, mas não se sabe ondeEle ficou ou que tipo de acomoda-ção tinha.

João e André ficaram com oSalvador por várias horas. Apenasimaginem estar em Sua presença epoder sentar e olhar nos Seus olhosou ouvi-Lo explicar quem era e porque viera à Terra e ouvir a modula-ção de Sua voz ao descrever o quedeve ter falado àqueles jovens.Devem ter apertado Sua mão, eobservado sua personalidade pre-ciosa e maravilhosa enquanto oouviam falar.

Depois desse encontro, o relatodiz que André foi encontrar oirmão, Simão, porque tinha queconversar com alguém. Ao nos reu-nirmos nesta grande conferência econversarmos a respeito do evange-lho, de nossa responsabilidade e daoportunidade que temos, imaginemse tivesse acontecido a qualquer umde nós, ter estado na presençadaquela personalidade divina e pre-ciosa e tê-Lo ouvido e apertado Suamão, ter olhado em Seus olhos eouvido o que Ele dizia.

Quando André encontrou oirmão Simão, disse-lhe: “Achamos oMessias”. (João 1:41) Provavel-mente falou: “Estivemos em Suapresença. Percebemos que pessoaEle é. Sabemos que o que Ele nosdisse é verdadeiro”. Sim, Andrétinha que compartilhar tal aconteci-mento com alguém.

É isso que fazemos ao comparti-lharmos o que conhecemos e o queentendemos. E sou grato peloconhecimento que tenho de queDeus vive, que Ele é nosso Pai epelo entendimento que tenho denosso Pai Celestial e de Seu Filho,Jesus o Cristo, nosso Salvador e oRedentor de toda a humanidade.

Recebi uma carta, há poucos dias, de um homem em Edimburgo,

na Escócia. Seu nome é George

Stewart. Ele provavelmente ficarásurpreso ao ouvir-me falar dele, masna carta, ele queria agradecer-meporque, quando tinha quinze anosde idade (cerca de 40 anos atrás), eupresidia a missão na Escócia. Queriaagradecer-me pelos missionários queforam à sua casa em Thornliebank,uma das áreas de Glasgow. Ele e amãe afiliaram-se à Igreja.

Contou-me que, ao desenvolverum testemunho do Livro deMórmon, ao começar a lê-lo e aocontinuar com a leitura, não conse-guia mais parar, porque sabia queera verdadeiro. Continuou a ler e adesenvolver um testemunho doevangelho quando jovem. Contoucomo costumava ir até a casa damissão e como éramos gentis comele e que sempre passávamos algumtempo com os jovens, pois iam aMutual, um programa que estáva-mos iniciando nos ramos.

Contou, então, das bênçãos querecebeu em sua vida quando aindajovem. Contou que conhecera suanamorada naquele pequeno ramo —sua esposa — e que eles haviamcasado e tido quatro filhos: um filhoque há pouco terminara a missão naMissão Washington D.C.; um filhoque servira na Missão InglaterraLeeds; uma filha que se casara notemplo e uma que estava esperandopela volta de um missionário.Expressou gratidão por todas as bên-çãos derramadas sobre a sua vida e avida de seus filhos que serviramcomo missionários e a vida das filhas.

Durante os últimos quarentaanos, já serviu como bispo quatrovezes em quatro unidades diferen-tes, e a esposa serviu como presi-dente da Sociedade de Socorro emtrês ocasiões. Atualmente é um dosconselheiros na presidência daEstaca Edimburgo. Disse-me: “Eestou para me aposentar em breve.Tive sucesso profissionalmente e,minha esposa e eu, planejamos ser-vir numa missão juntos”.

Então disse-me o seguinte: “EstaIgreja maravilhosa é responsável poruma série de milagres em nossavida.” Vou repetir: “Esta Igrejamaravilhosa é responsável por uma

série de milagres em nossa vida.”

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E ele prosseguiu dizendo que oevangelho passou a fazer parte desua vida, da esposa, dos filhos e dosnetos. Os netos são ativos na Igreja,e ele e a esposa tem agora um grandedesejo de pregar ao mundo assimque se aposentarem.

Quando se pensa na majestadedesta obra, no impacto que ela temsobre o mundo e na orientação espi-ritual que ela lhe oferece, e que seupropósito é alcançar todos os ospovos do mundo, é emocionanteapenas observar o que se reveladiante de nós.

Um irmão chamado Andrus e aesposa, em Walnut Creek, na Cali-fórnia, depois de servirem em qua-tro missões, receberam o chamadopara servir no Zimbábue e foramdesignados para o distrito deBulawayo. Foi a quinta missãodeles.

Ao narrarem as coisas maravilho-sas que fizeram ao reativar as pessoas,ela contou que havia um pequenoórgão portátil na capela e que come-çou a ensinar alguns dos meninos emeninas de Bulawayo a tocar órgão.Havia também um pequeno tecladoem uma das salas ao lado, e ela utili-zava as duas salas para dar aulas.

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A Lei do JejumÉlder Joseph B. WirthlinDo Quórum dos Doze Apóstolos

“O jejum acompanhado de fervorosa oração tem muito poder. Pode envolvernossa mente com as revelações do Espírito. Pode fortalecer-nos contra osmomentos de tentação”.

Dava aulas de orgão às criançasquando voltavam da escola. Con-taram que iniciaram um curso de pre-paração para o templo no processo de reativação e, antes de partirem,conseguiram colocar 28 pessoas noônibus que ia de Bulawayo para otemplo de Joanesburgo, há cerca de1.040 quilômetros de distância —dois dias e uma noite de viagem.Comentaram: “Contávamos às pes-soas como nos sentíamos com maisde setenta e cinco anos de idade —nós dois, velhos, vagando pela Áfricae vivendo a melhor época de nossavida, a situação mais emocionantepor que já passamos”.

Pensem no Dr. Alan Barker, queaposentou-se da Clínica Salt Lake,um cardiologista maravilhoso aqui emSalt Lake que, junto com a esposa,aceitou um chamado missionário paraservir nas Filipinas. Enquanto lá ser-viam, realizaram um trabalho maravi-lhoso ao ajudar a corrigir um graveproblema de saúde. Ele permaneceuna região o suficiente para ajudar aencontrar a solução do problema econseguir o equipamento médico e amedicação necessários.

Esses são exemplos de um serviçomaravilhoso realizado. por casaismissionários em diversas partes domundo.

Deixo com vocês meu amor, meutestemunho, meu testemunho de queDeus vive, de que Sua obra é verda-deira. Vocês não conseguirão encon-trar a palavra aposentadoria na Bíblia.Não creio que encontrem essa pala-vra no Guia de Estudo das Escrituras.Não é interessante pensar no quepode acontecer à nossa vida hoje eque possibilidades se abrem diante denós se acreditarmos, entendermos,assumirmos um compromisso e dedi-carmo-nos a viver os princípios doevangelho de Jesus Cristo e a aben-çoar a vida e outras pessoas?

Que sejam abençoados dessamaneira. Que tenham um senti-mento cálido no coração. Que pos-sam sentir o que sinto hoje, ou seja,que esta obra é verdadeira e que énossa responsabilidade proclamar oplano eterno de salvação e exalta-ção. Em nome de Jesus Cristo.Amém. �

M

eus amados irmãos eirmãs, da mesma formaque vocês, sinto que o

Élder David B. Haight é uma inspi-ração para toda a Igreja e para tan-tos outros.

Há dois mil anos, pela areia epelas pedras da Galiléia caminhouum homem que poucos reconhece-ram como quem Ele realmente era:o Criador de mundos, o Redentor, oFilho de Deus.

Um doutor da lei foi até Ele e perguntou: “Qual é o grande mandamento?”

Jesus respondeu: “Amarás oSenhor teu Deus de todo o teu cora-ção, e de toda a tua alma, e de todoo teu pensamento.

Este é o primeiro e grande mandamento.

E o segundo, semelhante a este,é: Amarás o teu próximo como a timesmo.

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Destes dois mandamentos depen-dem toda a lei e os profetas”.1

Por meio do Profeta Joseph Smitho Senhor restabeleceu a Sua Igrejaentre os homens. A Igreja de JesusCristo dos Santos dos Últimos Dias,restaurada na Terra nestes últimosdias, centraliza-se nos mandamentosque o Salvador declarou serem osmaiores: Amar nosso Pai Celestial eamar nosso semelhante. O Salvadorafirmou: “Se me amares, servir-me-ás e guardarás todos os meus manda-mentos”.2 Uma forma de mostrarmosnosso amor é pelo cumprimento dalei do jejum. Essa lei baseia-se numprincípio básico porém muito impor-tante, uma prática bem simples que,se observada com o devido espírito,irá ajudar-nos a aproximar-nos denosso Pai Celestial e a fortalecernossa fé, ao mesmo tempo que aju-dará a suavizar o fardo de outraspessoas.

Na Igreja de Jesus Cristo dosSantos dos Últimos Dias, os mem-bros são incentivados a jejuar sem-pre que sua fé precisar de umfortalecimento especial e a jejuarregularmente todos os meses, no diade jejum. Nesse dia, ficamos semcomer nem beber por duas refeiçõesconsecutivas, permanecemos emcomunhão com nosso Pai Celestial efazemos uma oferta de jejum paraajudar os pobres. A oferta deve serpelo menos de valor igual ao do ali-mento que teríamos ingerido.Geralmente, o primeiro domingo decada mês é designado comodomingo de jejum. Nesse dia, osmembros fisicamente aptos sãoincentivados a jejuar, orar, prestar

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As escadas ao lado dos portões do lado sul do Centro de Conferênciasconduzem ao nível do balcão e seus jardins e praças.

testemunho da veracidade do evan-gelho e fazer uma oferta generosade jejum. “A lei do jejum”, ensinouo Élder Milton R. Hunter, “talvezseja tão antiga quanto a famíliahumana. ( . . . ) Na antigüidade, oslíderes e profetas deram muitasvezes aos membros da Igreja o man-damento de seguir a lei do jejum eoração.”3

Observamos que nas escrituras, ojejum está quase sempre ligado àoração. Sem a oração, o jejum nãoestá completo, sendo apenas umperíodo em que passamos fome. Sequisermos que nosso jejum seja maisdo que isso, precisamos elevar nossocoração, mente e voz em comunhãocom o Pai Celestial. O jejum acom-panhado de fervorosa oração temmuito poder. Pode envolver nossamente com as revelações doEspírito. Pode fortalecer-nos contraos momentos de tentação.

O jejum e a oração podem desen-volver em nós a coragem e a con-fiança. Podem fortalecer nossocaráter e edificar nossa autodisciplinae autocontrole. Em geral, quandooramos, nossas orações e pedidos jus-tos têm maior poder. O testemunhocresce. Amadurecemos espiritual-mente e santificamos a alma. Todavez que jejuamos, adquirimos umpouco mais de controle sobre os ape-tites e as paixões humanas.

O jejum e a oração podem aju-dar-nos em nossa família e em nossotrabalho diário. Podem ajudar-nos amagnificar nossos chamados naIgreja. O Presidente Ezra TaftBenson ensinou: “Se quiserem rece-ber o espírito de seu ofício e cha-mado como novo presidente dequórum, novo sumo [conselheiro]ou novo bispo [ou diria em uma pre-sidente da Sociedade de Socorro],tentem jejuar por algum tempo. Nãose trata apenas de abster-se de umarefeição e depois comer o dobro naseguinte. Refiro-me a um verdadeirojejum e oração durante esse período.Isso será mais eficaz para proporcio-nar-lhes o espírito real de seu ofícioe chamado e permitirá que oEspírito aja mais por meio de vocêsdo que de qualquer outra coisa queconheça”.4

O Profeta Joseph Smith ensinou:“Que isso seja um exemplo paratodos os santos, e jamais haveráfalta de pão: Quando os pobres esti-verem famintos, aqueles que têm osuficiente para suas necessidadesdevem jejuar por um dia e doar oque teriam consumido para o bispo,a fim de que seja dado aos pobres, etodos terão em abundância pormuito tempo. ( . . . ) Enquanto ossantos viverem esse princípio com

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um coração alegre e um rosto feliz,sempre haverá abundância”.5

Os profetas do Livro de Mórmonensinaram a Lei do Jejum. “Ora,então aconteceu que o povo de Néfise alegrou imensamente porque oSenhor tornara a livrá-lo das mãosde seus inimigos; portanto renderamgraças ao Senhor seu Deus; sim,jejuaram e oraram muito e adorarama Deus com grande alegria.”6

A vigorosa combinação do jejum

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e oração foi exemplificada pelos quatro filhos de Mosias, que enfren-taram revezes extremos, mas realiza-ram milagres, levando milhares delamanitas ao conhecimento da ver-dade. Eles relataram qual foi osegredo de seu sucesso. Examinaramas escrituras e “haviam-se devotadoa muita oração e jejum”. Qual foi o resultado? “Tinham o espírito deprofecia e o espírito de revelação; equando ensinavam, faziam-no compoder e autoridade de Deus.”7

Quando jejuamos, irmãos eirmãs, sentimos fome. Dessa forma,por um breve período, literalmentenos colocamos na situação dofaminto e do necessitado. Ao fazê-lo, adquirimos maior entendimentodas privações que eles estão pas-sando. Quando doamos ao bispouma oferta para amenizar o sofri-mento alheio, não apenas fazemosalgo sublime para o próximo, mastambém realizamos algo maravi-lhoso para nós mesmos. O reiBenjamim ensinou que, quandodoamos o que temos para os pobres,conservamos “a remissão de [nos-sos] pecados, dia a dia”.8

Outro profeta do Livro deMórmon, Amuleque, explicou quemuitas vezes nossas orações não têmpoder por termos dado as costas aos

necessitados.9 Se sentirem que o PaiCelestial não está ouvindo seuspedidos, perguntem a si mesmos sevocês estão ouvindo os lamentosdos pobres, enfermos, famintos eaflitos à sua volta.

Alguns contemplam a imensapobreza que existe no mundo e pen-sam: “O que posso fazer de significa-tivo?”

Vou dizer-lhes claramente algoque podem fazer. Podem viver a leido jejum e fazer uma generosa ofertade jejum.

As ofertas de jejum são usadaspara um único propósito: Abençoara vida dos necessitados. Todo cen-tavo doado ao bispo como oferta dejejum é usado para auxiliar ospobres. Quando as doações exce-dem as necessidades locais, elas sãotransferidas para atender às necessi-dades de outra parte.

Como Apóstolo do Senhor JesusCristo, viajo pelo mundo testifi-cando Dele. Estou diante de vocêshoje para prestar-lhes outro testemu-nho: o testemunho do sofrimento epobreza de milhões dos filhos denosso Pai Celestial. Um númeroextremamente grande de pessoas nomundo hoje — milhares e milharespassam necessidade a cada dia.Passam fome. Tremem de frio.

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Sofrem enfermidades. Angustiam-sepelos filhos que jamais aprenderão aler. Lamentam-se pela falta de segu-rança da família. Essas pessoas nãosão estrangeiras nem forasteiras,mas, sim, filhos de nosso PaiCelestial. São nossos irmãos e irmãs.São “concidadãos dos santos, e dafamília de Deus”.10 Suas fervorosasorações sobem ao céu pedindo alíviode seus sofrimentos. Neste exatomomento, há membros da Igrejaorando por um milagre que lhes per-mita sobrepujar o sofrimento que osenvolve. Se tivermos os meiosnecessários mas não tivermos com-paixão por eles e não nos apressar-mos para auxiliá-los, corremos orisco de sermos incluídos entreaqueles a quem se referiu o profetaMorôni ao dizer: “Pois eis que amaiso dinheiro e vossos bens e vossostrajes finos ( . . . ) mais do que amaisos pobres e os necessitados, os doen-tes e os aflitos”.11

Lembro-me muito bem de meupai, que era bispo de nossa ala,enchendo meu pequeno carrinhovermelho com alimentos e roupas edepois instruindo-me, como diá-cono da Igreja, a puxar o carrinho e visitar a casa dos necessitados da ala.

Com bastante freqüência,quando o fundo de ofertas de jejumestava vazio, meu pai tiravadinheiro do próprio bolso para pro-ver aos necessitados de seu rebanhoo alimento que os impediria de pas-sar fome. Isso foi na época daGrande Depressão, quando muitasfamílias passavam necessidades.

Lembro-me particularmente deuma família que visitamos: a mãeenferma, o pai desempregado edesanimado, e cinco filhos de rostopálido, todos abatidos e famintos.Lembro-me da gratidão que brilhouno rosto deles quando chegamos atéà sua porta com meu carrinho quasetransbordando de suprimentosnecessários. Recordo como as crian-ças sorriram. Lembro-me de como amãe chorou. Lembro-me de como opai ficou de cabeça baixa, sem sabero que dizer.

Essas impressões e muitas outrascriaram em mim um grande amor

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pelos pobres, o amor por meu paique servia como pastor de seu reba-nho, e o amor pelos membros daIgreja, fiéis e generosos, que tanto sesacrificavam para ajudar a aliviar osofrimento alheio.

Irmãos e irmãs, em certo sentido,vocês também podem levar um car-rinho cheio de esperança para umafamília necessitada. Como? Fazendouma oferta de jejum generosa.

Pais, ensinem seus filhos as ale-grias de um jejum adequado. Comofazê-lo? Da mesma forma que qual-quer outro princípio do evangelho:Permitindo que vejam seu exem-plo, vivendo-o. Depois, ajudem-nos a cumprir a lei do jejum por simesmos, pouco a pouco. Elespodem jejuar e depois pagar umaoferta de jejum, se assim o deseja-rem. Ao ensinarmos nossos filhos ajejuar, podemos prover-lhes opoder de resistir às tentações queenfrentarão em sua jornada davida.

Quanto devemos doar comooferta de jejum? Meus irmãos eirmãs, o valor de nossa oferta paraabençoar os pobres é uma forma dese medir a nossa gratidão ao PaiCelestial. Será que nós, que fomostão abundantemente abençoados,podemos dar as costas aos quenecessitam de nosso aux í l io? A oferta de jejum generosa quefazemos é uma forma de se medir a nossa disposição em consagrar-nos a fim de aliviar o sofrimentoalheio.

O irmão Marion G. Romney, queera o bispo da minha ala quando fuichamado para servir numa missão, eque mais tarde tornou-se membroda Primeira Presidência da Igreja,admoestou-nos: “Sejam generososem suas doações, para que possamcrescer. Não dêem somente embenefício dos pobres, mas para seupróprio bem-estar. Doem o sufi-ciente para poderem fazer jus aoreino de Deus pela consagração deseus recursos e tempo”.12

Os diáconos da Igreja têm asagrada obrigação de visitar a casade todos os membros para coletar asofertas de jejum para os pobres. OPresidente Monson contou-me a

respeito de uma ocasião em que ele,quando era um jovem bispo, perce-beu que os jovens diáconos de suaala estavam reclamando por teremque acordar muito cedo para coletaras ofertas de jejum. Em vez de cha-mar os rapazes para a tarefa, o sábiobispo levou-os para a Praça do Bem-Estar, em Salt Lake City.

Ali, os rapazes conheceram umasenhora deficiente que trabalhavana mesa telefônica. Viram umhomem cego colocando rótulos naslatas e um irmão idoso abastecendoas prateleiras.

Em conseqüência do que presen-ciaram, contou o PresidenteMonson, “um grande silêncio aba-teu-se sobre os rapazes ao testemu-nharem o resultado final de seuempenho em coletar os sagradosfundos que auxiliavam os necessita-dos e proporcionavam emprego paraaqueles que de outra forma ficariamsem trabalho”.13

Como membros da Igreja, temosa sagrada responsabilidade de auxi-liar os necessitados e de ajudar a ali-viar-lhes o fardo. O cumprimento dalei do jejum pode ajudar todas aspessoas de todas as nações. OPresidente Gordon B. Hinckley per-guntou: “O que aconteceria se osprincípios do dia do jejum e dasofertas de jejum fossem fielmenteobservados em todo o mundo? Osfamintos seriam saciados, os nus,vestidos, os sem-teto, abrigados. Oaltruísmo e um renovado interessepelo próximo cresceriam no coraçãodas pessoas de toda parte”.14

O jejum feito com o devido espí-rito e à maneira do Senhor irá revi-gorar-nos espiritualmente, fortalecernossa autodisciplina, encher nossolar de paz, iluminar nosso coraçãocom alegria, fortificar-nos contra atentação, preparar-nos para osmomentos de adversidade e abrir asjanelas do céu.

Prestem atenção nas ricas bên-çãos profetizadas para aqueles quevivem a lei do jejum: “Então clama-rás, e o Senhor te responderá; grita-rás, e ele dirá: Eis-me aqui. ( . . . ) OSenhor te guiará continuamente, e fartará a tua alma em lugares ári-dos, e fortificará os teus ossos; e

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serás como um jardim regado, ecomo um manancial, cujas águasnunca faltam”.15

Ao vivermos a lei do jejum, nãoapenas nos aproximamos de Deuspor meio da oração, mas tambémalimentamos os famintos e cuidamosdos pobres. Toda vez que o fazemos,cumprimos os dois grandes manda-mentos dos quais “dependem toda alei e os profetas”.16

Sei que Jesus, o Cristo, vive. Seique o Presidente Gordon B.Hinckley é nosso profeta, vidente erevelador. E presto solene testemu-nho dessa verdade. Também testi-fico de que Ele, que tem compaixão“pelo menor de seus pequeninosirmãos”17, cuida com amor e com-paixão de todo aquele que hoje“socorre os fracos, ergue as mãosque pendem e fortalece os joelhosenfraquecidos”.18

Elevo minha voz em testemunhoe promessa, juntamente com osgrandes Apóstolos que nos precede-ram, para declarar que aqueles quevivem a lei do jejum com toda cer-teza descobrirão as ricas bênçãosque acompanham este santo princí-pio. Disso presto solene testemu-nho, em nome de Jesus Cristo.Amém. �

NOTAS1. Mat. 22:37–40.2. D&C 42:29.3. Will a Man Rob God?, (1952)

pp. 207–208.4. The Teachings of Ezra Taft Benson,

(1988), pp. 331–332.5. History of the Church, 7:413.6. Alma 45:1.7. Ver Alma 17:2–3.8. Mosias 4:26.9. Ver Alma 34:28.10. Efé. 2:19.11. Mór. 8:37.12. “The Blessings of the Fast”, Ensign,

julho de 1982, p.4.13. “The Ways of the Lord”, Ensign,

nov. de 1977, p. 8.14. “The State of The Church”, Ensign,

maio de 1991, pp. 52–53.15. Isa. 58: 9, 11.16. Mat. 22:40.17. Mat. 25:40.18. D&C 81:5.

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Unidos em Amor e Testemunho Élder John K. CarmackDos Setenta

“Os membros da Igreja estão unidos a Cristo por meio do amor e dotestemunho. O caminho desta dispensação que conduz a nosso Salvadorpassa por Joseph e o Livro de Mórmon”.

Há dezessete anos, durante a sessão da manhã dedomingo da Conferência

Geral, cumpri a designação querecebi do Presidente Hinckley, derepresentar os seis Setentas recém-chamados na aceitação de nossochamado. Ao aguardar minha vezde falar na metade da sessão, fiqueiao lado de dois grandes Apóstolos:os Élderes Marvin J. Ashton e BruceR. McConkie. Senti seu amor eapoio enquanto contemplavaapreensivo a congregação de santosreunidos no Tabernáculo. O ÉlderAshton, percebendo como me sen-tia, sussurrou: “Sei que é uma visãoimpressionante, mas eles são todosseus amigos”. Ao levantar-me parafalar pela primeira vez, senti-metotalmente envolvido pelo amor dos

santos. Desde aquela época, emtodos os lugares do mundo a que asdesignações têm-nos levado, Shirleye eu sentimos o mesmo amor e ten-tamos retribuí-lo.

A união dos santos é única eextraordinária. Tenho-a visto e sen-tido em praticamente todos os con-tinentes e ilhas do mar. Essaunidade é um dos principais motivosdo progresso da Igreja. Sem elaseríamos fracos. Como Jesus expli-cou: “( . . . ) toda a cidade, ou casa,dividida contra si mesma não subsis-tirá”.1 A discórdia e as contendasinfestam o mundo, mas estamos“juntos, sempre juntos, sempre emunião”.2 Temos essa unidade devidoà direção espiritual do nosso profeta.Nossa fortuna, posição social ou corda pele não importa. O banquete doevangelho é gratuito e está aoalcance de todos os que desejarempartilhar de suas iguarias. Jesus dissea Seus discípulos: “Muitos virão dooriente e do ocidente, e assentar-se-ão à mesa com Abraão, e Isaque, eJacó, no reino dos céus”.3 A Igrejaprogride constantemente num cres-cendo, como uma grande orquestrasinfônica aproximando-se do clí-max, fortalecendo as comunidadesenquanto cresce.

Desfrutamos dessa união pormeio do amor. Não podemos com-prá-la nem impô-la. Nosso métodoconsiste em persuadir, “[dar conse-lhos] com amor”, mas jamais “[for-çar] os filhos”.4 Quando agimos demaneira diferente, diminuímos

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nosso direito de sermos reconheci-dos como discípulos de Cristo.“Nisto todos conhecerão que soismeus discípulos, se vos amardes unsaos outros.”5

Esse amor unificador está ligadoao nosso testemunho individual.Quase todo membro poderia confir-mar isso e o faria, caso fosse cha-mado a prestar testemunho nestaconferência. Sim, estamos unidosem amor e testemunho.

Meu testemunho está edificadona firme convicção de que o Livrode Mórmon é verdadeiro e de queJesus é nosso Salvador. Esse alicerceespiritual tem-me ajudado a superaras tempestades das provações e dadúvida. Comecei a ler o Livro deMórmon ainda jovem e prossegui,aprendendo e saboreando seu espí-rito cada vez que o estudava.

Como um dos integrantes de umgrande grupo de missionários cha-mados antes que a convocação paraa Guerra da Coréia desviasse nossosjovens para o serviço militar, partici-pei de cerca de cinco dias de treina-mento na Casa da Missão de SaltLake, na Rua do Estado. Um denossos instrutores foi Bryant S.Hinckley, líder proeminente e exce-lente professor. Ele pediu aos missio-nários lá reunidos que expusessemas razões que tinham para acreditarque o Livro de Mórmon era verda-deiro. Fiquei impressionado com avariedade de motivos apresentados.Naquela ocasião, mencionei quealém do testemunho do EspíritoSanto, o número de nomes únicosque identificavam as pessoas, luga-res, animais e coisas no Livro deMórmon me haviam marcado.

Cinqüenta anos depois ainda ficoimpressionado com esses nomes sin-gulares. Quando pesquisadoresinformaram ter descoberto pedrasno sul do deserto da Arábia com onome “Naom” inscrito nelas, fiqueiatento. Essas inscrições parecemdatar de 700 a.C. Lemos que Ismaelfoi enterrado num local chamadoNaom. Naom era um dos nomes queme haviam marcado.

As provas da autenticidade doLivro de Mórmon continuam aacumular-se. Durante sua missão na

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Alemanha, Jack Welch encontrouversículos no Livro de Mosias queclaramente formavam um quiasmoou uma configuração em forma deX. Essa descoberta provou que suaautoria é antiga e não moderna.Estudiosos continuam a encontrar epublicar novas idéias quanto ao queo livro diz e como o diz. Um ilustreprofessor de literatura publicou,recentemente, um livro com oestudo que fez do Livro de Mórmondurante sua vida, detalhando umavariedade espantosa de formas lite-rárias.6 Estatísticos encontraram evi-dências do fato de o livro ter váriosautores diferentes. Embora essasprovas tenham aumentado meu tes-temunho, o testemunho vigorosooriginal do Espírito Santo perma-nece inabalável e inalterado. E essetestemunho tem-se confirmado inú-meras vezes.

Também me questiono se aprecia-mos plenamente o valor e a forçados depoimentos das testemunhaspublicados no Livro de Mórmon.Oliver Cowdery, David Whitmer eMartin Harris viram as placas e oanjo. E Joseph também mostrou asplacas de ouro a outros oito homensque as viram e usando suas própriaspalavras, as “seguraram.”7 Eles nuncanegaram esse testemunho e seudepoimento publicado jamais foiposto em dúvida. De fato, as oitotestemunhas adicionais testificaram:“Sim, vimos e seguramos as placas.Joseph as tinha”. As testemunhassão importantes para mim. O Senhordisse a Joseph que as declaraçõesdessas testemunhas provam “aomundo que as santas escrituras sãoverdadeiras e que Deus inspira oshomens e chama-os para sua santaobra, nesta época e nesta geração,assim como em gerações passadas”.8

Depois de descobrirmos que oLivro de Mórmon é verdadeiro, pre-cisamos perguntar-nos: “Qual é asua mensagem?” Alma — e a propó-sito, o professor Welch diz que elesdescobriram recentemente o uso naantigüidade da palavra Alma —Alma, ao falar ao povo de Gideão,ressaltou a mensagem central dolivro. Ele disse: “( . . . ) muitas coisasestão para vir; e eis que há uma

coisa mais importante que todas as outras — pois eis que não estálonge o tempo em que o Redentorviverá e estará no meio de seupovo”.9 É claro Alma — a vinda deJesus e Sua Expiação ocorrida noGetsêmani e na cruz são maisimportantes do que todos os outros conhecimentos que uma pes-soa possa adquirir. E o livro deMórmon é “Outro Testamento deJesus Cristo” como seu subtítulo proclama.

Antes mesmo de ler o Livro de Mórmon, eu tinha um testemu-nho quando criança a respeito deJesus. Tive minha primeira noção dequem era Jesus quando vovóCarmack, uma artista relativamenteconhecida em sua comunidade,mostrou-me a beleza do pôr-do-soldo Arizona e indagou: “John Kay,

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quem fez este lindo mundo?”Respondendo à sua própria per-gunta, explicou: “Jesus fez estemundo. Sim, Ele o fez”. Minha avócertamente tinha razão. Jesus, oFilho de Deus, criou mundos sob adireção do Pai.10 A propósito, osavós nunca devem subestimar suainfluência na vida dos netos.

A Expiação de Cristo é a dou-trina central, mas ainda de maiorconsolo e benefício, é ver como Suamisericórdia e ajuda têm sido tãomaravilhosamente acessíveis e pes-soais para mim. As seguintes pala-vras, tão conhecidas, traduzemmeus sentimentos a respeito desseimportante aspecto da influência edo ministério de Jesus:

“Na vida ou na morte, no fausto ou na dor,

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Enriquecer NossaExperiência no TemploÉlder L. Lionel KendrickDos Setenta

“Há uma diferença entre apenas freqüentar o templo e ter uma intensaexperiência espiritual.”

Quer pobres ou ricos, tereis o seuamor.

No mar ou na terra, em todo lugar,De todo o perigo, ( . . . ) vos há de

livrar.”11

Durante os momentos caóticospor que todos passamos — quandoestamos ansiosos ou desesperados,quando somos mal compreendidos emenosprezados — de todo o perigo oSalvador pode e nos há de livrar,amparando-nos nos momentos denecessidade. Seu auxílio traz-nospaz. Não foi Ele que disse: “Nomundo tereis aflições,” mas “em mim[tereis] paz”?12 Oh, como tenhonecessidade de paz! E ela esteve ameu alcance em todas as situações,sempre que dela precisei.

Para concluir, quero dizer que osmembros da Igreja estão unidos aCristo por meio do amor e do teste-munho. O caminho desta dispensa-ção que conduz a nosso Salvadorpassa por Joseph e o Livro deMórmon.13 Assim podemos ter cer-teza de que o relato do NovoTestamento a respeito de Jesus é ver-dadeiro. Jesus é nosso Senhor eRedentor. Em toda oportunidadedevemos proclamar: “Aleluia, gran-dioso és Tu!”

O Presidente Hinckley é Seuprofeta na Terra. Esta é a SuaIgreja. Que nossa união demonstreao mundo que somos Seus discípu-los. Em nome de Jesus Cristo.Amém. �

NOTAS1. Mat. 12:25.2. “Com Valor Marchemos”, Hinos,

nº 162.3. Mat. 8:11.4. “A Alma É Livre”, Hinos, nº 149.5. João 13:35.6. Richard, Dilworth Rust, Feasting on

the Word: The Literary Testimony of the Bookof Mormon, (1997).

7. “Depoimento de Oito Testemunhas,”Livro de Mórmon.

8. D&C 20:11.9. Alma 7:7.10. Ver Heb. 1:1–2.11. “Que Firme Alicerce”, Hinos, nº 42.12. João 16:33.13. D&C 5:10.

U

ma das grandes bênçãos quedesfrutamos hoje é a oportu-nidade de freqüentar o tem-

plo. Com o número sempre crescentede templos, as bênçãos do temploestão ao alcance de uma parcela cadavez maior de membros da Igreja.

Essas bênçãos não devem serencaradas com indiferença. OSenhor ordenou que não “[tratásse-mos] com leviandade as coisassagradas”. (D&C 6:12) O templo eas ordenanças são, de fato, sagradase devemos ser espiritualmente sensí-veis em relação a elas. É uma bên-ção sagrada freqüentar o templopara adorar ao Senhor.

Há uma diferença entre apenasfreqüentar o templo e ter umaintensa experiência espiritual. Asbênçãos reais do templo provêm-nosao tirarmos o máximo proveito das

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experiências que nele tivermos. Parafazê-lo, precisamos sentir um espí-rito de reverência pelo templo e terum espírito de adoração.

O ESPÍRITO DE REVERÊNCIATodos os que freqüentam o tem-

plo devem lembrar-se do seguinteconselho do Senhor: “meu santuárioreverenciareis”. (Lev. 19:30) A reve-rência é uma expressão de profundorespeito, honra e adoração peloSenhor. Significa ter reverência porSeu nome, por Suas palavras, porSuas ordenanças e convênios, porSeus servos, por Suas capelas e porSeus templos.

É uma indicação externa de umsentimento interior que dedicamos aEle. Devemos lembrar sempre que épor causa de Seu convite que vamosà Sua casa santa, o templo doSenhor. Devemos atender a esseconvite sendo dignos, estando pre-parados e considerando o templouma prioridade em nossa vida.Chegando lá, devemos agir como seestivéssemos em Sua santa presença.

Reverência não é apenas sentar-se calado. Envolve ter consciênciado que está ocorrendo. Pressupõeum desejo divino de aprender e deser receptivo aos sussurros doEspírito. Implica em um esforço parareceber mais luz e conhecimento. Airreverência não é apenas um ato dedesrespeito pela Deidade, masimpossibilita o Espírito de ensinar-nos as coisas que devemos saber.

Devemos falar de maneira reve-rente no templo. A reverência não é

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O Centro de Conferências visto da North Temple Street.

algo sem importância ou corri-queira. Tem inúmeras conseqüên-cias e deve ser considerada algo denatureza divina. Para sermos reve-rentes no templo precisamos sentirque é um local puro e santo.

Local puro. O templo é um localpuro. É de suma importância quemantenhamos o templo puro esanto. O Salvador prometeu:

“E se meu povo me construir umacasa em nome do Senhor e não permi-tir que nela entre qualquer coisaimpura, ( . . . ) minha glória descan-sará sobre ela;

Sim, e minha presença lá estará,porque entrarei nela. ( . . . )” (D&C97:15–16)

Os que entram no templo devempreparar tanto o coração quanto amente. Devem poder responder afir-mativamente às perguntas feitas porAlma, quando indagou:

“( . . . ) Podereis naquele diaolhar para Deus com um coraçãopuro e mãos limpas? Pergunto-vos:Podereis levantar os olhos, tendo aimagem de Deus gravada em vossosemblante?” (Alma 5:19)

Quando somos reverentes notemplo, ajudamos a mantê-lo puro e

santo, livres das distrações e ofensasao Espírito. Devemos lembrar-nosde não dizer nem fazer nada que sejaofensivo ao Senhor.

O Presidente David O. McKayaconselhou: “( . . . ) ao adentraremum edifício da Igreja, estão che-gando à presença de nosso PaiCelestial; e esse pensamento deveser incentivo suficiente para prepa-rar seu coração, sua mente e mesmoseus trajes, de modo a assentarem-seconveniente e adequadamenteperante Ele.” (Improvement Era,julho de 1962, p. 509)

A reverência envolve pensar,falar, sentir e agir como o faríamosna presença do Senhor.

Local santo. O templo é um localsanto. É o lugar mais sagrado esanto da Terra e deve ser tratadocom o maior grau de reverência erespeito. A reverência na casa doSenhor é a forma de demonstrarmosao Senhor que a consideramossagrada e que reconhecemos que é,de fato, Sua casa santificada.

O ESPÍRITO DE ADORAÇÃOO templo é um local de adora-

ção. A reverência é uma forma

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celestial de adoração. É a forma deadoração encontrada no reino celes-tial. Na visão dos graus de glóriadada ao Profeta Joseph Smith, essaadoração celestial foi descrita comas seguintes palavras:

“E assim vimos a glória doceleste, ( . . . ) onde Deus, sim o Pai,reina sobre o seu trono para todo osempre;

Diante de cujo trono todas ascoisas curvam-se em humilde reve-rência e dão-lhe glória para todo osempre.” (D&C 76:92–93)

Nossa adoração no templo é umapreparação para vivermos na pre-sença de nosso Pai Celestial e deSeu Filho. Devemos adorá-Los emespírito de humildade e reverência.

A verdadeira adoração ao Senhorem Sua casa santa significa quedevemos procurar enriquecer nossaexperiência no templo. Podemos teruma rica experiência espiritual notemplo fazendo o seguinte:

Primeiro, precisamos deixar omundo para trás ao entrarmos notemplo.

Segundo, devemos buscar maisluz e conhecimento.

Deixar o mundo para trás. Ao

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adentrarmos o templo devemos deixar o mundo para trás. Devemostentar imaginar como será quandoestivermos na presença de Deus.Podemos analisar os pensamentosque deveríamos ter diante de Suapresença santa. Se conseguirmosvislumbrar esse possível aconteci-mento, isso nos ajudará a prepa-rarmo-nos para postar-nos dianteDele e deixar o mundo para trás aoentrarmos em Seu templo.

1. PensamentosAo pisarmos no terreno do tem-

plo, devemos deixar os pensamentosdo mundo de lado e concentrar-nosnas responsabilidades sagradas ligadasa nosso serviço na casa do Senhor.

Nossos pensamentos devem serde natureza espiritual. Precisamoslembrar que o Senhor conhece nos-sos pensamentos. Ele disse aEzequiel: “Quanto às coisas que vossobem ao espírito, eu as conheço”.(Eze. 11:5)

2. ComunicaçõesO Salvador deu-nos um conselho

notável no tocante à forma decomunicarmo-nos no templo. Eleensinou:

“Portanto, cessai todas as vossasconversar levianas, todo riso, ( . . . )todo orgulho e frivolidade . ( . . . )”(D&C 88:121)

Assim como deixamos para trásos pensamentos do mundo ao pisar-mos no templo, devemos tambémpôr de lado as conversas sobre osassuntos do mundo. Não convémfalar no templo sobre negócios, lazerou notícias.

Não apenas o que falamos notemplo é importante, mas também aforma como falamos. Devemos usartons suaves e serenos em todas asdependências do templo. É assimque deve ser nossa voz no templo.

Deve reinar o silêncio nas áreasde ordenanças sagradas do templo,exceto para as comunicações neces-sárias para a realização das cerimô-nias. Essas áreas são sagradas e nãodevem ser usadas para conversassobre assuntos do mundo.

O Salvador deu-nos um conselhoamoroso que nos ajudará a enrique-cer nossa experiência no templo aodeixarmos o mundo de lado:

“E em verdade eu te digo quedeverás deixar as coisas destemundo e buscar as coisas de ummelhor.” (D&C 25:10)

Talvez seja oportuno recordartambém a repreensão do Salvador aDavid Whitmer:

“Mas tua mente tem estado maisnas coisas terrenas do que nas coisasque vêm de mim, teu Criador, e( . . . ) não deste ouvidos ao meuEspírito, ( . . . )

Portanto o que te resta é recorrera mim . ( . . . )” (D&C 30:2–3)

Buscar mais luz e conhecimento.Adquirir mais luz e conhecimentonão é um processo passivo. Exigeque nos concentremos nas coisas do Espírito e procuremos aprenderas lições espirituais. O Salvadorensinou:

“E se vossos olhos estiverem fitosem minha glória, todo o vosso corpose encherá de luz e em vós nãohaverá trevas; e o corpo que é cheiode luz compreende todas as coisas.”(D&C 88:67)

O Espírito Santo é o mestre notemplo. Ensina-nos princípios designificado eterno. É durante essas

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instruções que vemos a relaçãoentre o terreno e o eterno.Precisamos lembrar que o Espíritoensina apenas aos que estão em sin-tonia. Se entrarmos no templo bus-cando mais luz e conhecimento,podemos aprender e entender algode novo durante a experiência notemplo. O Salvador prometeu:

“Aquilo que é de Deus é luz; eaquele que recebe luz e perseveraem Deus recebe mais luz; e essa luzse torna mais e mais brilhante, até odia perfeito.” (D&C 50:24)

CONCLUSÃOOro para que venhamos a melho-

rar nossa experiência no templocom um espírito de reverência, tra-tando-o como um local puro esanto. Que enriqueçamos nossaexperiência no templo com um espí-rito de adoração, deixando o mundode lado e buscando mais luz econhecimento. Se fizermos essascoisas o Senhor nos abençoará eestaremos preparados para viver emSua santa presença. Disso testificono sagrado nome de Jesus Cristo.Amém. �

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Edificar o ReinoÉlder Bruce D. PorterDos Setenta

Desde o seu início, a Igreja vem sendo edificada por homens comuns que magnificaram seus chamados com humildade e devoção.

Há quase 25 anos, nossafamília morava em Massa-chusetts, onde eu fazia pós-

graduação. Meu programa de estudoera bastante rígido, o que me dei-xava pouco tempo livre. Umdomingo na Igreja, a Presidente daPrimária veio falar comigo e pediuque eu substituísse um professor daPrimária por duas semanas. APrimária era realizada num dia desemana à tarde, e eu sabia que seriadifícil encaixar um horário naminha agenda para ensinar as crian-ças. Mas depois de hesitar umpouco, concordei.

Chegou o dia de dar a aula naPrimária. Naquela tarde, eu estavana biblioteca da universidade,absorto na leitura de um livro depolítica internacional. O assuntoque eu estava estudando pareciamais importante do que a aula daPrimária; por isso, quando faltavamapenas 30 minutos para o início da

aula é que comecei a preparar alição que eu deveria ensinar. Depois,fui andando da biblioteca até àcapela que ficava ao lado do campusda universidade. Minha atituderelutante deve ter concorrido paraque eu diminuísse o ritmo da cami-nhada, pois cheguei alguns minutosatrasado. Ao entrar na sala daPrimária, as crianças tinham come-çado a cantar o hino de abertura.Nunca ouvira aquele hino antes,mas a melodia e a letra tocaram-meprofundamente:

“Amai-vos uns aos outros Como Eu vos amo; Este é o novo mandamento. Por isto saberão Que sois Meus discípulos, Se vos amardes Uns aos outros.”(“Amai-vos Uns aos Outros”,

Hinos, nº 197)

Enquanto eu estava ali, à porta dasala, fascinado pelo hino, o Espíritoprestou testemunho de que euestava presente à aula mais impor-tante a ser realizada em Cambridge,Massachusetts naquele dia.

De volta à universidade, emdezenas de salas de aula e laborató-rios, estudiosos dedicados buscavamsolução para os problemas domundo. Por mais valiosos que fos-sem tais esforços, a universidadenão tinha nem poderia ter as respos-tas fundamentais para um mundoconturbado. A resposta do Senhorestava diante de mim: a tranqüilaedificação de Seu reino na Terrapelo ensino do evangelho de JesusCristo. O que estava acontecendo

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na Primária naquele dia era umapequena parte de um plano de salvação revelado de maneira divinaa um mundo decaído.

Em outubro de 1831, o Senhor,referindo-Se à Restauração, decla-rou: “As chaves do reino de Deusforam confiadas ao homem na Terrae daí rolará o evangelho até os con-fins da Terra, como a pedra cortadada montanha, sem mãos, rolará atéencher toda a Terra”. (D&C 65:2)A Igreja de Jesus Cristo dos Santosdo Últimos Dias é esse reino cujodestino é encher toda a Terra. Deacordo com a miraculosa sabedoriado Todo-Poderoso, a edificação do reino de Deus nos últimos diasocorrerá de maneira tão clara e sim-ples como a que testemunhei naPrimária naquele dia.

Alegramo-nos ao ouvir falar dostemplos que estão sendo construídosem todas as partes do mundo e dospaíses longínquos que estão abrindoas portas ao evangelho. Edificada sobo alicerce de apóstolos e profetas, aIgreja do Senhor está sendo levada atodo o mundo por missionários queforam chamados para proclamar Suapalavra. Às vezes, talvez tenhamos atendência de achar que a edificaçãodo reino é algo que ocorre em lugaresmuito distantes daqui, longe de nossaala ou ramo. Mas na verdade, a Igrejacresce tanto em número de membrosquanto no fortalecimento dos que jáfazem parte dela. “Pois Sião devecrescer em beleza e em santidade;suas fronteiras devem ser expandidas;suas estacas devem ser fortalecidas.”(D&C 82:14)

Não precisamos ser chamados paraservir longe de nossa casa nem estarem posição proeminente na Igreja ouno mundo para edificar o reino doSenhor. Fazemo-lo em nosso própriocoração, ao procurarmos ter oEspírito de Deus em nossa vida.Fazemo-lo em nossa família, ajudandonossos filhos a desenvolver fé; e tam-bém por intermédio das organizaçõesda Igreja, ao magnificarmos nossoschamados e partilharmos o evangelhocom nossos amigos e vizinhos.

Enquanto os missionários traba-lham nos campos já prontos para aceifa, há os que trabalham em casa

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para fortalecer o reino na ala e na comunidade onde residem.Desde o seu início, a Igreja vemsendo edificada por homens comunsque magnificaram seus chamadoscom humildade e devoção. Nãoimporta para qual trabalho somoschamados, apenas que trabalhemos“com toda diligência”. (D&C107:99) Nas palavras de revelaçãomoderna: “Não vos canseis de fazero bem, porque estais lançando o ali-cerce de uma grande obra. E depequenas coisas provém aquilo queé grande”. (D&C 64:33)

O Presidente Joseph F. Smithobservou certa vez que “as grandescausas não são vencidas em uma única geração”. (Doutrina doEvangelho, p. 106) Mais do que emqualquer outro lugar, é na família, no tranqüilo santuário do lar, que

gerações se unem para a edificação do reino de Deus. Criar filhos é umprivilégio sagrado. A PrimeiraPresidência tem exortado os pais arealizar a noite familiar e fazer a ora-ção familiar, estudar o evangelho emcasa e passar algum tempo realizandoatividades salutares com os filhos.Quando os pais e mães ensinam aosfilhos as verdades eternas que um dialhes foram transmitidas, passam atocha da verdade para outra geração,e o Reino fortifica-se.

Colocaste em nossa guarda o Teu farol.

(“Por Teus Dons”, Hinos nº 17)

Quando eu era jovem, meu paicostumava iniciar conversas sobre oevangelho à mesa do jantar. Só como passar dos anos — agora que olho

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para trás — é que me dou conta decomo aqueles momentos em famíliacontribuíram para meu testemunho.Alegro-me com a profecia de Isaíasde que virá o tempo em que “sobretodo o lugar do monte de Sião”haverá “uma nuvem de dia ( . . . ), eum resplendor de fogo flamejante denoite” (Isa. 4:5), quando o Espíritodo Senhor habitará no lar de Seupovo continuamente.

O reino do Senhor abrange nãoapenas a Igreja e a família, mas tam-bém o coração e a mente de Seupovo. Conforme o Salvador ensinoudurante Seu ministério mortal: “Oreino de Deus está [dentro de] vós”.(Lucas 17:21) Se realmente quiser-mos contribuir para a grande obrados últimos dias, nossos olhos deve-rão estar fitos na glória de Deus,nossa mente iluminada pelo “teste-munho de Jesus” (Apoc. 19:10) enosso coração, puro e consagrado.A oração pessoal, o estudo e a medi-tação são fundamentais para a edifi-cação do reino em nossa alma. É nosmomentos calmos de reflexão ecomunhão com o Todo-Poderosoque O conhecemos e amamos comonosso Pai.

Presto testemunho de que oreino de Deus foi restaurado naTerra e de que daqui jamais sairá.Sob a direção do Pai Eterno, JesusCristo é o Autor e Aperfeiçoadordesta obra, a principal pedra deesquina da Igreja, e o Santo deIsrael. Na força e poder do Senhor,que edifiquemos o reino de Deus naTerra para que ela esteja preparadapara receber o reino do céu na Suavinda. Inspiremo-nos com as pala-vras de um hino de combate, quetambém é um hino da Restauração:

O clarim que chama os justos àbatalha já soou

Cristo à frente de Seu povo, multi-dões já conquistou,

O inimigo em retirada, seu furorpatenteou.

Vencendo vem Jesus! (“Já Refulge a Glória Eterna”,

Hinos nº 180)

Em nome de Jesus Cristo. Amém. �

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Enfoque e PrioridadesÉlder Dallin H. OaksDo Quórum dos Doze Apóstolos

A informação disponível sabiamente empregada é muito mais valiosa doque uma quantidade imensa de informações que não seja aproveitada.

Ao aproximarmo-nos do tér-mino desta maravilhosaconferência, seria bom per-

guntar-nos em que iremos nos esfor-çar para tornar-nos por causa dascoisas que ouvimos dos servos doSenhor.

Somos responsáveis pelo modocomo usamos o que recebemos, eseremos julgados por isso. Esse princí-pio eterno aplica-se a tudo o que nosé concedido. Na parábola dos talentos(Mat. 25:14–30), o Salvador ensinouesse princípio com respeito ao uso denossas propriedades. O princípio daresponsabilidade também se aplicaaos recursos espirituais conferidos nosensinamentos que nos são dados e àspreciosas horas e dias concedidos acada um de nós na mortalidade.

Gostaria de analisar como esseprincípio da responsabilidade seaplica a nosso uso do tempo extra eda maior quantidade de informaçõesde que dispomos em nossos dias.

Devido ao aumento da expecta-tiva de vida e dos modernos equipa-mentos para poupar tempo queestão à nossa disposição, muitos denós temos bem mais tempo livre doque os nossos antepassados. Somosresponsáveis pelo modo como usa-mos esse tempo. “Não desperdiçarásteu tempo” (D&C 60:13) e “cessaide ser ociosos” (D&C 88:124),foram mandamentos do Senhor aosprimeiros membros e missionários.“Veloz nos foge o tempo”, cantamosem um hino muito popular. “Nãohá como o reter. Eterno em seuavanço, quem o fará volver? Sealertas não estamos, nossa vez seperderá; a vida logo passa, um diasó será!” (“Prolongue os BonsMomentos”, Hinos, no. 152)

A quantidade do tempo livre deque dispomos foi grandemente multi-plicada pela moderna tecnologia deprocessamento de dados. Tanto parao bem quanto para o mal, recursoscomo a Internet e os CD’s colocaramao nosso alcance um incrível manan-cial de informações, idéias e imagens.Da mesma forma que as lanchonetesdo tipo fast food, temos agora rápidoacesso a comunicações e fatos. Oefeito desses recursos em algumaspessoas parece cumprir a profecia deDaniel a respeito dos últimos dias deque “o conhecimento se [multiplica-ria]” e “muitos [correriam[ de umaparte para outra”. (Dan. 12:4)

Com o grande aumento dotempo livre e uma quantidade imen-samente maior de alternativas paraseu uso, é prudente analisarmos osprincípios fundamentais que devemguiar-nos. As circunstâncias mate-riais podem mudar, mas as leis e

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princípios eternos que devem guiarnossas escolhas nunca mudam.

I.Há uma história interessante que

contém uma advertência. Gostodesse relato porque ele pode serfacilmente traduzido para diferenteslínguas e culturas.

Dois homens fizeram uma socie-dade e montaram uma pequena bar-raca à beira de uma estradamovimentada. Compraram umcaminhão e foram até o campo deum fazendeiro, onde carregaram ocaminhão de melões, pagando umdólar por melão. Dirigiram o cami-nhão carregado de volta para a bar-raquinha, onde venderam os melõesa um dólar cada. Voltaram para ocampo do fazendeiro e compraramoutro carregamento de melões,pagando um dólar por melão.Transportaram-nos até a estrada enovamente os venderam por umdólar cada. Quando voltavam para ocampo do fazendeiro a fim de apa-nharem outro carregamento, um dossócios disse para o outro: “Não esta-mos ganhando muito dinheiro nessenegócio, estamos?” “Não, não esta-mos”, respondeu o outro. “Será queprecisamos de um caminhão maior?”

Nós também não precisamos deum carregamento maior de informa-ções. Tal como os sócios na minhahistória, nossa maior necessidade é ade um enfoque mais claro sobrecomo devemos valorizar e utilizar oque já possuímos.

Devido à tecnologia moderna, oconteúdo de imensas bibliotecas eoutras fontes de dados estão aoalcance de muitos de nós. Algunsdecidem passar horas incontáveisnavegando sem rumo certo pelaInternet, assistindo a programas tri-viais na televisão ou vasculhandoenormes pilhas de informações. Mascom que objetivo? Aqueles que seempenham nessas atividades sãocomo os dois sócios de minha histó-ria, correndo de um lado para ooutro, carregando cada vez maismelões no caminhão, mas deixandode perceber a verdade essencial deque não teremos lucro em nossosesforços se não compreendermos o

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verdadeiro valor do que já temos ànossa disposição.

Um poeta descreveu essa ilusãocomo um “ciclo sem fim” que traz “oconhecimento de palavras, mas aignorância da Palavra”, na qual a“sabedoria” “se perde em meio aoconhecimento” e o “conhecimento”“se perde em meio à informação”.(T. S. Eliot, “Choruses from ‘TheRock’ ”, in The Complete Poems andPlays, 1909–1950 [1962], p. 96)

Temos milhares de vezes maisinformações à nossa disposição doque tinham Thomas Jefferson ouAbraham Lincoln. Quem de nós,porém, se consideraria mil vezesmais instruído ou mais capaz de servir a nossos semelhantes do que eles? A sublime qualidade do que esses dois homens nos deixaram, incluindo a Declaração de Independência e o Discurso de Gettysburg, não pode ser atri-buída às grandes fontes de informa-ção de que dispunham, porque suasbibliotecas eram bem pequenas se comparadas aos nossos padrões.Eles fizeram uso sábio e inspiradodas limitadas informações de que dispunham.

A informação disponível sabia-mente empregada é muito maisvaliosa do que uma quantidadeimensa de informações que não sejaaproveitada. Tive de aprender essalição tão óbvia quando era estu-dante de direito.

Há mais de 45 anos, foi-me mos-trada uma biblioteca de direito comcentenas de milhares de livros.(Hoje uma biblioteca assim incluiriamilhões de páginas a mais, disponí-veis para acesso eletrônico.)Quando comecei a preparar um tra-balho que me fora designado, passeimuitos dias pesquisando centenasde livros para encontrar o materialde que necessitava. Logo aprendi aóbvia verdade (já bem conhecidapelos pesquisadores mais experien-tes) de que jamais terminaria o tra-balho que me fora designado amenos que concentrasse minha pes-quisa no início e interrompesse apesquisa enquanto ainda tivessetempo de analisar meus achados e

elaborar minhas conclusões.

Diante de um excesso de informa-ções dos maravilhosos recursos quenos foram concedidos, precisamoscomeçar com o enfoque certo ouprovavelmente nos tornaremos comoaqueles da conhecida profecia a res-peito das pessoas dos últimos dias:“Aprendem sempre, e nunca podemchegar ao conhecimento da ver-dade”. (II Tim. 3:7) Necessitamostambém de tranqüilidade e fervorosareflexão ao procurarmos transformara informação em conhecimento e oconhecimento maduro em sabedoria.

Também precisamos de enfoquepara evitar as coisas prejudiciais. Asinformações abundantes e as ima-gens que podem ser acessadas pelaInternet, exigem um enfoque pre-ciso e controle para evitarmos oacesso à pornografia que se tem tor-nado uma praga cada vez maior emnossa sociedade. Conforme o jornalDeseret News observou em um edi-torial recente, “as imagens que cos-tumavam ser escondidas em balcõesque ficavam fora da vista, podemhoje ser acessadas com um simplesclique do mouse”. (21–22 de feve-reiro de 2001, p. A12.) A Internettornou possível o acesso à pornogra-fia quase sem nenhum esforço e, fre-qüentemente, sem que as pessoastenham de sair da privacidade deseu lar ou quarto. A Internet tam-bém facilitou a atividade predatóriade adultos que usam seu anonimatoe fácil acesso para seduzir criançascom propósitos malignos. Pais ejovens, tomem cuidado!

No tocante ao evangelho, exis-tem muitas implicações relacionadasa esse fácil acesso a tamanhovolume de informações. Por exem-plo, nosso site da Igreja agora ofe-rece acesso a todos os discursos daconferência geral e outros materiaisdas revistas da Igreja dos últimos 30anos. Os professores podem fazer odownload de uma quantidade imensade informações sobre qualquerassunto. Quando o enfoque é pre-ciso, uma apostila pode enriquecermuito a aula. Mas apostilas emdemasia podem atrapalhar nossatentativa de ensinar os princípios doevangelho com clareza e testemu-

nho. Pilhas de material suplementar

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podem empobrecer, em lugar deenriquecer a aula, porque distrai aconcentração do aluno nos princí-pios designados e o desvia da buscafervorosa da aplicação prática dessesprincípios em sua própria vida.

Néfi ensinou: “( . . . ) Banque-teai-vos com as palavras de Cristo;pois eis que as palavras de Cristo vosdirão todas as coisas que deveisfazer”. (2 Né. 32:3) Isso é enfoque.Néfi também disse, referindo-se aoensino com uso das escrituras: “( . . . )apliquei todas as escrituras a nós,para nosso proveito e instrução”. (1 Né. 19:23) Isso significa aplica-ção prática pessoal.

Como ilustração adicional danecessidade de enfoque na utilizaçãoe no ensino das grandes fontes deinformações do passado, comparemo valor que teria atualmente umconselho dado por Brigham Young auma congregação há 140 anos com oque o Presidente Hinckley e outrosservos do Senhor estão nos dizendo,hoje mesmo, nesta conferência. Oucomparem o valor que teria paracada um de nós outros fatos ou con-selhos do passado distante, com oque nosso presidente de estaca nosdisse na última conferência de estacaou com o que o bispo nos aconse-lhou no domingo passado.

Acima de tudo isso, está a impor-tância do que o Espírito nos sussur-rou, ontem à noite ou hoje pelamanhã, a respeito de nossas própriasnecessidades específicas. Todosdevemos tomar cuidado com essaimensa enxurrada de informaçõespara que não nos ocupem tão com-pletamente o tempo a ponto de nãopodermos concentrar-nos no queouvimos e darmos ouvidos à vozsuave e mansa que está à nossa dis-posição para guiar-nos em meio aosnossos próprios problemas atuais.

Espero que essas advertênciassobre a necessidade de enfoque nãosejam compreendidas como umaaversão ao uso seletivo da nova tec-nologia, que coloca rapidamente ànossa disposição tamanha riqueza deinformações. Nesse sentido, repito oque Brigham Young declarou:

“Toda descoberta científica ou

artística realmente verdadeira e útil
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A pequena fonte, no interior do Centro de Conferências, atrai a atençãode alguns membros que vieram à conferência.

para a humanidade foi dada por meiode revelação direta de Deus. ( . . . )Devemos tirar proveito de todas essasgrandes descobertas ( . . . ) e propor-cionar a nossos filhos o benefício detodo ramo de conhecimento útil, afim de prepará-los para seguiremadiante e realizarem eficazmente asua parte neste grandioso trabalho”.(Deseret News, 22 out. 1862, p. 129)

II.Também precisamos de priorida-

des. As prioridades determinam oque buscamos na vida. A maiorparte do que foi ensinado nesta con-ferência refere-se a prioridades.Espero que demos ouvidos a essesensinamentos.

Jesus ensinou a respeito de priori-dades quando disse: “Não busqueisas coisas deste mundo, mas procuraiprimeiro edificar o reino de Deus eestabelecer sua justiça e todas essascoisas vos serão acrescentadas”. (TJSMat. 6:38; Mat. 6:33, nota de rodapéa) “Procurai primeiro edificar o reinode Deus” significa colocar Deus eSua obra como prioridade principal.O trabalho de Deus é levar a efeito avida eterna de Seus Filhos (verMoisés 1:39), bem como tudo o queisso implica com respeito ao nasci-mento, criação, ensino e selamentodos filhos de nosso Pai Celestial.Tudo o mais tem menor prioridade.Pensem nessa verdade ao pondera-rem alguns ensinamentos e exemplosreferentes a prioridades. Comoalguém disse: se não escolhermos oReino de Deus em primeiro lugar, alongo prazo não fará diferença o quetivermos escolhido em lugar dele.

Quanto ao conhecimento, a maisalta prioridade do conhecimentoreligioso é aquele que recebemos notemplo. Ele é adquirido por meiodos ensinamentos explícitos e sim-bólicos da investidura e dos sussur-ros do Espírito que recebemos aodesejarmos buscar e ser receptivospara ouvir a revelação que está anosso dispor naquele lugar sagrado.

Quanto à propriedade, Jesus ensi-nou que “a vida de qualquer não con-siste na abundância do que possui”.(Lucas 12:15) Conseqüentemente,

não devemos juntar “tesouros na

terra, onde a traça e a ferrugem tudoconsomem, e onde os ladrões miname roubam”. (Mat. 6:19) Em outraspalavras, os tesouros de nosso cora-ção, ou seja, nossas prioridades, nãodevem ser o que as escrituras cha-mam de “riquezas ( . . . ) [e] coisasvãs deste mundo”. (Alma 39:14) As“coisas vãs deste mundo” incluemtoda combinação deste quartetomundano: propriedade, presunção,proeminência e poder. A respeito detodas essas coisas, as escrituras adver-tem-nos, dizendo: “não podes car-regá-las contigo”. (Alma 39:14)Devemos buscar o tipo de tesouroque as escrituras prometem aos fiéis:“grandes tesouros de conhecimento,sim, tesouros ocultos”. (D&C 89:19)

Em toda parte vemos bons exem-plos daqueles que procuram tesourospermanentes, que “têm fome e sedede justiça” (Mat. 5:6) e que colocamo reino de Deus em primeiro lugarem sua vida. Dentre os mais eviden-tes desses exemplos estão os homense mulheres que deixaram de lado a busca de coisas mundanas e atédespediram-se da família para servirem uma missão para o Senhor.Dezenas de milhares deles sãojovens missionários. Além disso,quero prestar tributo pessoal aos queservem numa missão na maturidade,alguns como líderes de missão eoutros a que chamamos de casaismissionários. Seu extraordinário

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serviço é uma evidência de suas prioridades, o impressionante exem-plo que dão é um guia para a famíliae para todos os que os conhecem.

Nossas prioridades evidenciam-sena maneira como usamos nossotempo. Alguém disse: “Três coisasjamais voltam: A flecha arremes-sada, a palavra proferida e a oportu-nidade perdida”. Não podemosreciclar nem armazenar o tempo quenos é concedido a cada dia. Em rela-ção ao tempo, temos apenas umaoportunidade de escolha, e depoisela se vai para sempre.

As boas escolhas são de particularimportância em nossa vida familiar.Por exemplo: como os membros desua família passam seu tempo livrejuntos? É necessário que passemalgum tempo juntos, mas não é sufi-ciente. As prioridades devem reger oprecioso tempo que dedicamos aonosso relacionamento familiar.Comparem o impacto do tempo des-pendido na mesma sala como merosespectadores de televisão, com o sig-nificado do tempo que passamoscomunicando-nos uns com os outrosindividualmente e em família.

Para citar outro exemplo: Quantotempo a família passa aprendendo oevangelho pelo estudo das escriturase pelo ensino dos pais, em contrastecom o tempo que os membros da família passam assistindo a com-petições esportivas, programas

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Adeus Mais uma VezPresidente Gordon B. Hinckley

“Estas conferências são realizadas ( . . . ) para fortalecer o testemunhoque temos desta obra, fortificar-nos contra a tentação e o pecado, elevarnossos objetivos e dar-nos instruções.”

de entrevistas ou novelas? Creio quea maioria de nós vive com excesso de entretenimentos e carente do pãoda vida.

Em relação às prioridades de cadadecisão importante (como os estu-dos, o emprego, o local de residên-cia, o companheiro de matrimônioou os filhos), devemos perguntar anós mesmos qual será o impactoeterno dessa decisão. Algumas deci-sões que talvez pareçam desejáveispara a mortalidade, carregam con-sigo um risco inaceitável em termosde eternidade. Em todas essas esco-lhas precisamos ter prioridades inspi-radas e aplicá-las de modo queproporcionem bênçãos eternas paranós e nossos familiares.

Então, depois de termos feitotudo o que pudemos fazer, devemoslembrar-nos do sábio conselho econsolo dados pelo rei Benjamim,que ensinou: “E vede que todas estascoisas sejam feitas com sabedoria eordem; porque não se exige que ohomem corra mais rapidamente doque suas forças o permitam”( . . . ).(Mosias 4:27)

A maior prioridade dos santos dosúltimos dias tem duas partes. Em pri-meiro lugar: procurar entender nossorelacionamento com Deus, o PaiEterno, e Seu Filho Jesus Cristo eassegurar esse relacionamento pormeio das ordenanças de salvação e documprimento de nossos convêniospessoais. Em segundo lugar: procurarentender nosso relacionamento comos membros de nossa família e assegu-rar esse relacionamento por meio dasordenanças do templo e do cumpri-mento dos convênios que fizermosnaquele lugar sagrado. Esses relacio-namentos, assegurados do modo queexpliquei, proporcionam bênçãoseternas que não podem ser consegui-das de nenhuma outra forma.Nenhuma combinação de ciência,sucesso, propriedade, presunção,proeminência ou poder pode propor-cionar essas bênçãos eternas!

Testifico que isso é verdade. Epresto testemunho de Deus, o Pai,cujo Plano estabeleceu o caminho ede nosso Salvador, Jesus Cristo, cujaExpiação tornou tudo isso possível.

I

Em nome de Jesus Cristo. Amém. �

rmãos e irmãs, tivemos uma con-ferência maravilhosa. Os discur-sos foram inspiradores. As

orações dos discursantes que os pre-pararam e as daqueles que os ouvi-ram foram respondidas. Todos fomosedificados. Bem, antes de meu dis-curso de encerramento, gostaria dedar-lhes uma pequena explicação.As pessoas estão perguntando-sepor que é que estou andando com aajuda de uma bengala. Isso tornou-se o centro dos comentários destesúltimos dias. Ora, sei que BrighanYoung usava bengala. John Taylorusava bengala assim como WilfordWoodruff e o Presidente Grant usoubengala quando envelheceu. Vi os Presidentes McKay e Kimballusando bengalas, então só estou pro-curando andar na moda.

O fato é que tenho sentido verti-gens. Fico um pouco tonto ao caminhar e os médicos ainda não

descobriram a razão. Mas estão me

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examinando e espero sentir-memelhor dentro de um ou dois dias.

Bem, todos nós fomos edificadosnesta grande conferência. Agora, aoencerrarmos a conferência, devemosestar mais determinados a viver emretidão do que quando aqui nos reu-nimos ontem pela manhã.

Fico sempre maravilhado comessas reuniões grandiosas realizadassemestralmente. Ouvimos 26 orado-res nestes dois dias. É um númerobastante elevado. Cada um é infor-mado a respeito do tempo de quedisporá para discursar. Mas ninguémrecebe uma designação quanto aoque falar. E ainda assim todos os dis-cursos parecem harmonizar-se umcom o outro, cada um represen-tando um fio numa linda e magní-fica tapeçaria. Acho que quasetodos que são parte desta vastaaudiência mundial, podem falar,neste momento a respeito de um oumais discursos: “Isso foi dito espe-cialmente para mim. Era exata-mente o que eu precisava ouvir”.

Esta é a razão, eu poderia dizer,por que estas conferências são reali-zadas: para fortalecer o testemunhoque temos desta obra, fortificar-noscontra a tentação e o pecado, elevarnossos objetivos e dar-nos instruçõessobre os programas da Igreja e nossaconduta na vida.

Muitas igrejas, é claro, têm gran-des reuniões, mas não conheçonenhuma que se compare a estasconferências realizadas a cada seismeses, ano após ano. São verdadei-ramente conferências mundiais.

Esta obra está cheia de vida e éextremamente importante ao pros-

seguir por comunidades grandes e
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pequenas em todo o mundo. O espí-rito desta obra fundamenta-se nosmissionários que ensinam em “luga-res distantes de nome estranho” enos conversos que aceitam essesensinamentos. Quando tenho aoportunidade de viajar, gosto devisitar esses locais, ou seja, os ramospequenos e, em geral, desconheci-dos e isolados onde a grande obrapioneira segue adiante.

Agora, irmãos e irmãs, saiamosdesta conferência com uma determi-nação renovada de vivermos oevangelho, sermos mais fiéis, melho-res pais, mães, filhos e filhas, de ser-mos totalmente leais uns aos outros

como família e totalmente leais à Igreja como membros.

Esta é a obra sagrada de Deus. Édivina em sua origem e doutrina.Jesus Cristo está à frente. Ele é onosso Salvador e Redentor imortal.A revelação que Dele provém é afonte de nossa doutrina, nossa fé,nossos ensinamentos e, na reali-dade, o modelo sobre o qual nossavida está alicerçada. Joseph Smithfoi um instrumento nas mãos doTodo-Poderoso para levar a efeitoesta restauração. E o elementoessencial da revelação está na Igrejahoje assim como estava nos dias de Joseph.

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O testemunho individual quetemos dessas verdades é a base denossa fé. Precisamos nutri-lo.Precisamos cultivá-lo. Não podemosjamais renunciar a ele. Não deve-mos jamais ignorá-lo. Sem ele nãotemos nada. Com ele temos tudo.

Ao retornarmos para casa, quesintamos o fortalecimento de nossafé nessas verdades eternas e imutá-veis. Que haja amor e paz em nossolar e abundância das boas coisas doscéus e da Terra. É minha humildeoração ao despedir-me de vocêspelos próximos seis meses. Nosagrado nome de Jesus Cristo.Amém. �

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Seu Guia CelestialSharon G. LarsenSegunda Conselheira na Presidência Geral das Moças

“Quando vocês oram com freqüência e procuram conhecer a vontade doSenhor como Néfi fazia, o Senhor irá mostrar-lhes o caminho.”

Reunião Geral das Moças24 de março de 2001

Neste momento em sua vida,vocês provavelmente játiveram a experiência de

tentar desempenhar uma tarefa quepareceu muito difícil e além de suacapacidade ou conhecimento. E,possivelmente, enquanto tentavamrealizar essa tarefa que lhes pareciaquase impossível, algumas pessoas,talvez até amigos, tentaram desen-corajá-las, constrangê-las e menos-prezá-las. Os desafios são diferentespara cada uma de nós, mas a Fontede ajuda é a mesma. Vamos analisara experiência de Néfi.

Ele cresceu em um deserto. Nãosabemos se vira um navio antes que oSenhor lhe pedisse para construir um— uma tarefa que parecia impossível!Mas Néfi tinha fé que o Senhor o ajudaria. Disse que o Senhor mos-trava-lhe de “tempos em tempos”

(1 Né. 18:1) como deveria construí-lo. Néfi nos conta que não o cons-truiu como os homens constroemnavios. Construiu-o “pelo método”que o Senhor mostrara a ele (1 Néfi18:2). Então nos mostra como o fez.“Orava freqüentemente ao Senhor;por isso o Senhor me mostrou gran-des coisas”. (1 Né. 18:3)

Quando vocês oram com fre-qüência e procuram conhecer a von-tade do Senhor como Néfi fazia, oSenhor irá mostrar-lhes o caminho.Mas estejam certas de que ao tenta-rem ser o mais obedientes possível,talvez enfrentem uma séria oposiçãodos que querem desencorajá-las edissuadi-las. Os opositores de Néfieram seus próprios irmãos. Pensemcomo isso deve ter sido difícil!

Talvez sintam que estão tendouma experiência semelhante à deNéfi. O Senhor não pediu que cons-truam um navio, mas que cons-truam sua vida. Vocês ainda nãosabem como será a vida mortal, masseu Pai nos Céus sabe e pode guiá-las passo a passo. Ele pede que cons-truam sua vida de acordo com asdiretrizes que estabeleceu, porquefoi quem as criou e quer que estejampreparadas para retornar para casaalgum dia para viver com Ele. ComoNéfi, talvez encontrem caluniadorese opositores que tentarão obrigá-lasa mudar de curso ou pelo menosretardar seu progresso.

Mas vocês têm acesso ao mesmosistema de comunicação que Néfiutilizava. Muito antes dos correioseletrônicos e dos faxes, dos celulares

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e dos discos de satélites, dos compu-tadores e da Internet, essa comunica-ção com seu Pai Celestial já existia.Ela antecede todo tipo de invençõesde redes dos dias de hoje. Seu poderse estende por todo o universo.

O Pai Celestial deu-lhes o dom doEspírito Santo para ajudá-las sempreque O buscarem sinceramente.Como Néfi, podem saber o que fazerpara construir de acordo com o planodo Senhor para vocês. Desejarão essepoder para ajudá-las a navegar pelosdesafios da mortalidade até que che-guem em casa seguras.

Não é necessário nenhum equi-pamento ou experiência especial,nenhuma posição social ou dinheiropara que o Espírito Santo as guie.Da próxima vez que renovarem seuconvênio batismal ao tomarem osacramento, escutem a promessa:quando recordarem sempre doSalvador e guardarem Seus manda-mentos, terão sempre Seu Espíritoconsigo. [Ver D&C 20:77,79.]Pensem nisso! Com um dom tãomagnífico, por que nos oporíamos atal orientação?

Quando nossa filha era pequenae estudava piano, sugeri a ela quetocasse a composição musical cincovezes mais para estar preparada paraa aula.

Ela disse -me: “Não, mamãe.Cinco vezes é demais”.

Respondi-lhe: “Então decida dequantas vezes você precisa”.

Ela disse: “Não. Você decide —mas cinco não!”

Agimos sempre dessa formaquando o Espírito nos inspiraquanto ao que fazer e é algo que nãoé nem confortável nem popular?Dizemos a Ele: “Por favor, fale nova-mente. Quero ser obediente, masdiga-me alguma coisa mais fácil — emais divertida”. Pode ser perigosotentar agradar a nós mesmas.

Lembro-me de quando tinha maisou menos a sua idade e desejava queo Espírito me falasse algo diferente.Cresci em uma cidadezinha doCanadá. Éramos dez formando-nosno curso secundário. E fui uma dasmelhores, pois formei-me entre os dezmelhores alunos da turma! Certanoite, minha irmã Shirley e eu íamos

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para a mesma festa na casa de umamigo. Mamãe e papai nos adverti-ram para que voltássemos para casalogo depois da festa. Shirley era umano mais nova que eu e foi junto comseus amigos e eu fui com os meus.Após a festa Shirley foi direto paracasa, uma indicação óbvia de que afesta havia terminado. Eu, porém,não fui tão sábia. Meus amigos e eufomos passear pelos lugares de quemais gostávamos na cidade — os ele-vadores que transportavam grãos e ocemitério!

Com o passar do tempo tive umaforte sensação de que deveria ir paracasa. Mas como poderia ser a pri-meira a dizer: “Preciso ir para casa”?Então não o fiz. Fiquei com meusamigos rindo e fingindo que estavame divertindo. A sensação de quedeveria ir para casa ficou cada vezmais forte. Finalmente, ri e comen-tei com meus amigos: “Se virem umcarro azul à frente, é apenas meu paiprocurando por mim”. Tão logodisse isso lá estava o carro azul emeu pai parado, em pé, no meio daestrada (não havia muito trânsito),acenando para que parássemos.

Papai foi até à porta do carro,abriu-a e disse calmamente:“Sharon, é melhor que venha paracasa comigo”. Eu queria rastejar

para baixo do tapete do carro e ficarlá para sempre! Como é que meupai podia ser tão cruel e insensível epor que minha irmã não ficou espe-rando por mim fora de casa para quemamãe e papai não soubessemquando a festa terminara? Converseicom minha irmã recentemente aesse respeito e ela disse: “Espereifora de casa até quase ficar conge-lada”. Mas, na época, eu achava quetodos eram culpados por eu ter sidohumilhada diante dos meus amigos!

Através das lentes do tempo e darealidade, percebo com clareza oque realmente aconteceu. Fui inspi-rada e admoestada várias vezes —não por uma legião de anjos nemmesmo por um anjo, mas por umavoz mansa e delicada. Na realidadefoi somente uma sensação. Foi tãosutil, tão calma que eu pude ignorá-la com facilidade e fingir que nãoestava realmente lá — enquantoque meus amigos estavam!

Fracassei em algo que era espe-rado de mim. Escolhera ser popularcom meus amigos em lugar de agra-dar meus pais e o Senhor. Masmesmo quando resolvi desobedecerdeliberadamente, o Espírito aindaficou lá me inspirando. Não se podefazer algo errado e sentir-se bem.Fingir que o Espírito não as está

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inspirando quando na verdade está,é como escolher a opção errada emuma prova quando sabe qual é a res-posta certa.

Haverá ocasiões em que oEspírito achará difícil ajudá-las por-que talvez não estejam pedindo Suaajuda em oração, ou por não esta-rem escutando ou, ainda, talvez por-que a resposta não consiga serouvida devido ao som muito alto damúsica, do rádio ou vídeo.

Kirstin disse: “Por experiência pes-soal, se escutarmos o Espírito, nossavida não será tão complicada e cheiade tentações”. (Carta no arquivo doEscritório da Organização dasMoças.) Lamã e Lemuel recusaram-se a escutar tantas vezes, que final-mente “[perderam] a sensibilidade”àquela inspiração sagrada. (1 Né.17:45)

Talvez queiram se perguntar:“Como posso discernir se é o EspíritoSanto que me está ensinando e nãominhas emoções ou circunstâncias?”Lembrem-se de uma ocasião em quetenham sentido o Espírito doSenhor. Talvez tenha sido durante areunião de testemunhos em umacampamento ou quando estavamjuntas com a família ou lendo asescrituras ou orando. Talvez emalgum momento durante esta reu-nião, ao escutarem a música ououvirem o profeta falar, sintamaquele calor no coração. É o EspíritoSanto prestando testemunho avocês. Lembrem-se, lembrem-se dasensação que tiveram ao sentirem oEspírito. Usem essa experiência paraajudá-las a identificar o Espíritonovamente e novamente.

O Espírito Santo irá ensinar-lhesde formas diferentes em ocasiõesdiferentes. Néfi teve que aprenderisso. Aprendam como o Senhor Secomunica com vocês: “Certo diaestava sentada no seminárioouvindo o ‘Discurso do Plano deSalvação’ que já ouvira um milhãode vezes, mas repentinamente, algoestalou. De certo modo, podia vê-loem minha mente e percebi comotudo se encaixava. Pude então sen-tir o [espírito do] Espírito Santocomigo e soube que tudo no evange-lho era verdadeiro”. (carta)

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Desenvolver NossoTalento para aEspiritualidadeCarol B. ThomasPrimeira Conselheira na Presidência Geral das Moças

Espiritualidade é aprender a escutar o Espírito e, então, deixar que elegoverne nossa vida.

Algumas vezes a inspiração nadamais é do que uma sensação incô-moda. Uma jovem disse: “Senti umasensação estranha no estômago e algoinstava-me a dizer ´não´e afastar-me”.

Carolani estava passando por ummomento particularmente difícil. Ela contou-me: “Perguntei a mimmesma: ‘O que o Pai Celestial querque eu faça?’ Tive a sensação de quedeveria ler a minha bênção patriar-cal, e foi o que fiz. Derramei lágrimasde alegria por saber que era amada eque tinha valor”. (carta)

Moças, vocês são amadas e têmvalor, valem até a vida de seuSalvador. Vi uma prova desse amorem um pequeno ramo da ColúmbiaBritânica, no Canadá. Reunimo-nosem uma pequena casa para a confe-rência do ramo e no porão para areunião das Moças. O pôster com oTema estava pendurado na parede.Uma toalhinha e flores enfeitavama mesinha circundada por quatrocadeiras. Lá estavam a presidentedas Moças do ramo, a presidentedas Moças da estaca, uma líder daOrganização Geral das Moças euma jovem chamada Hawley. Ainfluência e o poder do EspíritoSanto também estavam presentes.Aprendi uma lição naquele exatomomento — que o Senhor Se preo-cupa tanto com uma jovem preciosaquanto Se preocupa com milharesde vocês.

A prioridade máxima do PaiCelestial é Seus filhos. Se é impor-tante para vocês, é importante paraEle. Seja o que for que as preocupe,preocupa-O também. Seja qual for apergunta que tenham o Senhor sabea resposta. Seja o que for que as dei-xou tristes, Ele sabe como se senteme aliviará sua dor. Ele sabe o que sig-nifica sentir-se completamente sozi-nho e as consolará.

Se o Pai Celestial me conhecia aocrescer em uma cidade tão pequenaque mal estava no mapa, então Eleas conhece. Se conhece uma jovemem um ramo distante na ColúmbiaBritânica, então Ele as conhece —onde quer que estejam. Aprendi essaverdade por mim mesma e presto-lhes este testemunho. Em nome deJesus Cristo. Amém. �

Q

uantas de vocês já quiseramdesenvolver um novotalento? Já tiveram aulas de

piano ou praticaram futebol? Hojefalarei a respeito de desenvolvermosum talento — não um talento qual-quer, mas um talento muito especiala respeito do qual, aposto, jamaissequer pensaram. Gostaria de con-versar com vocês a respeito dedesenvolverem seu talento para aespiritualidade.

Já consideraram a espiritualidadeum talento? O Élder Bruce R.McConkie do Quórum dos DozeApóstolos disse certa vez: “Acima de todos os talentos, ( . . . ) superiorentre todas as investiduras —encontra- se o talento para a

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espiritualidade”. (The MillennialMessiah [1982], p. 234) Espirituali-dade é aprender a escutar o Espíritoe, então, deixar que ele governenossa vida.

Então como aprendemos a escutaro Espírito? Bem, em primeiro lugar,precisamos entender o que é oEspírito. Segundo, conversaremos arespeito de algumas jovens que apren-deram a reconhecer o Espírito. Comomembros da Igreja, foram-nos dadosdois dons espirituais: a Luz de Cristodada a todas as pessoas quando de seunascimento e o dom especial doEspírito Santo dado a vocês após obatismo. Ele permite que “vivamospelo poder do Espírito Santo que é opoder de revelação e ( . . . ) testemu-nho”. (Bruce R. McConkie, Doctrinesof the Restoration: Sermons and Writingsof Bruce R. McConkie, ed. Mark L.McConkie, [1989], p. 93.) Uma vezque saibamos o que é o Espírito, comoreconhecemos que o estamos sen-tindo? Essa é a parte difícil.

Quando tinha quatorze anos deidade, lembro-me de perceber pelaprimeira vez o que era o Espírito.Adorava ir à Igreja, especialmente àreunião sacramental. Sentia-mesempre tão bem e em paz. Esse era oEspírito. Não estou certa se sabia oquão importante era. Apenas sabiaque fazia com que me sentisse bem.Agora que sou uma pessoa madura,aprendi que não apenas faz com quenos sintamos bem, ele também nos

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ensina, purifica e limpa de nossospecados.

Algumas jovens encontram difi-culdade para identificar o Espírito.Certa jovem escreveu: “Ainda nãotive nenhuma experiência com oEspírito Santo e isso é em grandeparte minha culpa por não vivercomo deveria. Mas estou esfor-çando-me e espero ter, em breve, aoportunidade de sentir [a influênciaconsoladora do] Espírito Santo”.(Carta no arquivo do escritório daOrganização das Moças)

Tais sentimentos são normais.Essa jovem talvez não saiba, mas oEspírito Santo está provocando nelao desejo de sentir Sua influência. OEspírito nem sempre nos transmitesentimentos ternos e agradáveis. Amaior parte do tempo, a voz de ins-piração é uma voz calma, uma vozmansa e delicada.

Lembro-me do que o Salvadorfalou aos nefitas fiéis quando visitouo Novo Mundo: “Percebo que soisfracos, que não podeis compreendertodas as [minhas] palavras. ( . . . )Ide para vossas casas, meditai sobreas coisas que eu disse e pedi ao Pai( . . . ) que as possais entender”. (3 Né. 17:2–3).

As palavras do Salvador foramescritas para nós. Não importa quesejamos fracos, desde que não per-maneçamos fracos e que façamosalgo a respeito. Katie é uma jovemque fez exatamente isso. Vou ler-lhes sua história.

“Toda minha vida quis ser boa,mas cheguei a um ponto em quepensei: ‘Como é que alguém poderealmente saber se a Igreja é verda-deira?’ Aceitei o desafio de Morônie, durante cinco meses, orei e li asescrituras todos os dias. Certa noiteestava sentada em minha cama,quase chorando e desistindo.Resolvi orar e disse: ‘Pai Celestial,por favor, apenas ajuda-me a saberse estás aí. Tenho feito o que Tu dis-seste a respeito da Igreja e real-mente preciso saber. ’ Senti,imediatamente, como se alguém meenvolvesse em seus braços. Nãoouvi uma voz forte nem vi um anjo,mas senti o Pai Celestial dizendo:‘Doce Katie, você sempre o soube’.

Foi como se um pai estivesse conso-lando sua filhinha.” (Carta)

Uma das principais funções doEspírito Santo é a de testificar a ver-dade. O Espírito testificou-lhe que oevangelho era verdadeiro. Elapagara o preço. Como o Salvadortinha dito, fora para casa, estudaraSuas palavras e orara — por cincomeses inteiros. Katie está desenvol-vendo seu talento para a espirituali-dade e pode utilizar esse dom paragovernar sua vida.

Os talentos existem para quesejam compartilhados. Ao aprende-rem a tocar piano, vocês podem aben-çoar outras pessoas com sua música.Ao desenvolverem seu talento para aespiritualidade, podem usar esse dompara abençoar a família. Sabiam quesão em parte responsáveis pela felici-dade de sua família? Não é somentetrabalho de sua mãe ou de seu paimanter a família feliz. Vocês podemajudar também. Escutem o que

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Brooke fez ao compartilhar seutalento para a espiritualidade.

“Minha irmã de oito anos morriade medo que estranhos entrassemem casa. Certa noite, ela foi ao meuquarto e tentei explicar-lhe que nãoestava ouvindo ninguém cami-nhando pela casa. Lembrei-me deque meu professor do semináriodesafiou-nos a tentarmos sempre tero Espírito do Pai Celestial conosco.Então orei em meu coração paraque fosse ajudada e não fracassasse.Um versículo veio imediatamente àminha mente. Abri as escrituras epedi a ela que o lesse para mim.Prestei-lhe então meu testemunho arespeito do Espírito Santo e de quese queria sentir paz e se ajoelhasse,orasse o Espírito viria. Deu-me umabraço e um beijo e voltou para acama. Lembrei-me então da minhairmã de dez anos que estava naparte de cima do beliche. Ela medisse que não sabia que se quisesse

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algo semelhante poderia orar e oEspírito lhe traria paz. Sei que oEspírito Santo inspirou-me quandofalei aquilo.” (carta)

Há inúmeras formas de abençoarsua família. Brooke fez três coisasimportantes: prestou seu testemu-nho, orou pela irmã e foi um exem-plo para a outra irmã na partesuperior do beliche. Isso tambémfortaleceu sua espiritualidade.

O Salvador convida-nos a pres-tarmos testemunho. Ele disse: “Idepor todo o mundo, pregai o evange-lho a toda criatura”. (D&C 68:8)

Muitos de vocês adoram prestartestemunho no acampamento dasmoças. Bem, não precisam esperarpelo acampamento. Podem prestartestemunho à sua família com fre-qüência e de formas simples.

Quando meus netos vieram parauma visita e vimos uma foto doPresidente Hinckley, disse-lhes: “Amoo Presidente Hinckley. Sou tão gratapor ter um profeta vivo na Terrahoje”. Só demorou trinta segundos,mas isso ensinou meus netos e aju-dou-nos a sentir o Espírito.

Prestamos testemunho todos osdias por meio de nosso exemplo. Nomês passado enquanto preparavaeste discurso, minha filha Jill foi atéem casa, preparou o jantar e lavouos pratos alegremente. O doce espí-

rito que ela tem no coração abençoanosso lar. Sei que ama Jesus pelaforma como demonstra seu amorpor mim. Outra forma de demons-trarmos nosso amor por Jesus é porintermédio da oração. O PresidenteHinckley disse: “Todas as famíliasdesta Igreja devem reunir-se paraorar juntos”. (Teachings of Gordon B.Hinckley [1997], p. 216.) “As con-versas diárias que tiver com Ele tra-rão paz a seu coração e alegria à suavida e não poderiam brotar de outrafonte.” (Teachings of Gordon B.Hinckley, p. 216.)

Ajudem sua família a lembrar-sede orar. A oração é como umguarda-chuva nas tempestades davida. Quando eu era uma mãeocupada com sete filhos em casa,ficava tão agradecida quando um demeus filhos avisava: “Esquecemosda oração familiar”. Algumas vezesparávamos na porta dos fundos decasa e orávamos quando as criançasse apressavam para ir à escola. Issosempre fortaleceu a espiritualidadeem nosso lar.

Vocês podem orar por sua famí-lia. Se houver contenda, orem porum espírito de paz. Não importa oquê, o Pai Celestial as abençoarácom paz no coração. A oração é ummilagre; pode ajudar a desenvolvera espiritualidade em seu lar.

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Recentemente, nosso profeta, oPresidente Hinckley, orou pelajuventude da Igreja. Foi uma expe-riência que jamais será esquecida.

Já imaginaram que maravilhososeria saber que Jesus ora por nós?Quando estava entre os nefitas, “ele( . . . ) se ajoelhou e eis que orou aoPai. ( . . . ) Ninguém pode calcular aextraordinária alegria que nosencheu a alma na ocasião em que ovimos orar por nós ao Pai”. (3 Né.17:15, 17)

Poderia acontecer com você omesmo que ocorreu com as criançasnefitas? Quando o Salvador minis-trou a elas, “soltou-lhes a língua; edisseram grandes e maravilhosascoisas ( . . . ) maiores até do que asque ele revelara ao povo”. (3 Né.26:14)

Com o poder do Espírito, vocêstambém podem falar coisas grandese maravilhosas à sua própria família.

Aquelas crianças “viram ( . . . )anjos descendo dos céus, como seestivessem no meio de fogo; e elesdesceram e cercaram aqueles peque-ninos ( . . . ) e os anjos ministraramentre eles”. (3 Né. 17:24)

Talvez nunca vejam anjos desce-rem dos céus, mas posso prometer-lhes que, ao prestarem testemunhoe orarem com sua família, anjosinvisíveis irão ministrar-lhes. Aocompartilharem seu talento para aespiritualidade, sentirão o calor e opoder do Espírito governando suavida.

Os profetas estão certos. Vocês,moças, “são parte da mais notávelgeração que jamais tivemos”.(Teachings of Gordon B. Hinckley, p.718.) Podem ter uma forte influên-cia em sua família. É um princípioverdadeiro que o Senhor age porintermédio das famílias.

Agora que aprenderam como oEspírito trabalha e, que, comomoças, podem usá-lo para abençoarsua família, é nossa oração que aespiritualidade se desenvolva emvocês. O Pai Celestial está ansiosopor conceder esse grande poder.Que o Espírito as abençoe à medidaque desenvolvem seu talento para aespiritualidade. Oro em nome deJesus Cristo. Amém. �

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Um Consolador, UmGuia, Um TestificadorMargaret D. NadauldPresidente Geral das Moças

“Pelo dom e poder do Espírito Santo, vocês podem ser guiadas em suaviagem pela vida.”

Lembram-se da música quecomeça assim: “Eu gosto deler que o meu bom Jesus,

quando veio na Terra habitar, comternura as crianças nos braçostomou. Eu quisera entre elas estar”.(“Eu Gosto de Ler sobre Jesus”,Músicas para Crianças, nº 35)Tentem imaginar como seria se Jesuscolocasse as mãos em sua cabeça eas abençoasse como as escriturascontam que Ele fez quando esteveaqui na Terra.

Pensem e ponderem, de fato, arespeito de estarem próximas doSalvador. Imaginem serem amadas,curadas, abençoadas e guiadas porEle como as crianças foram naquelaépoca. Quando Ele esteve na Terraos membros de Sua Igreja amavam-No, dependiam Dele e seguiam-No.Podem imaginar como ficaram

tristes só em pensar que os deixaria,mas Ele prometeu: “E eu rogarei aoPai, e ele vos dará outro Consolador,para que fique convosco para sem-pre. ( . . . ) O Consolador ( . . . ) [é]o Espírito Santo”. (João 14: 16, 26)Ele deu-lhes, então, o dom inestimá-vel do Consolador para ser seu com-panheiro depois que Ele Se fosse.

O Senhor também as ama, assimcomo amava os discípulos da anti-guidade. Ele as ama mais do quejamais saberão. Quer que tenhamêxito na missão de sua vida! Vocêsnão precisam enfrentar as experiên-cias desta vida sozinhas, nem foramenviadas para cá para fracassar.

Por essa razão um dom sagradofoi-lhes dado por ocasião do seubatismo e confirmação, quandocolocaram as mãos sobre sua cabeçae disseram: “Recebe o EspíritoSanto”. É como se o Pai Celestialtivesse lhe dado um presente paracomemorar sua entrada oficial emSeu reino na Terra. O Espírito Santopode estar sempre com vocês e guiá-las de volta a Ele, mas para desfrutardos benefícios desse dom sagrado,vocês precisam verdadeiramenterecebê-lo; precisam utilizá-lo em suavida. Como seria triste receber essedom tão precioso e então colocá-lode lado e nunca utilizá-lo. Gostariade falar-lhes a respeito de apenastrês das coisas que o Espírito Santopode fazer. Ele pode consolar, guiar etestificar.

Em primeiro lugar, concentremo-nos no poder consolador do EspíritoSanto. Quando eu era bem pequena,

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fiquei gravemente enferma. A cadadia a doença ficava mais e maisséria. Nada do que o médico reco-mendava me ajudava. Naquelaépoca a temida poliomielite alas-trava-se em proporções quase epidê-micas pelo mundo. A doençaceifava a vida de muitos e os quenão morriam, muitas vezes ficavamaleijados. A pólio era o maior temordas pessoas naquela época.

Certa noite, meu estado ficou crí-tico e papai e vovô abençoaram-mecom óleo consagrado por meio dopoder do santo Sacerdócio deMelquisedeque, que possuíam dig-namente, pedindo a Deus pela cura,por ajuda, orientação e consolo. Eentão, meus pais levaram-me aomédico de outra cidade que nosenviou imediatamente para SaltLake City — há duas horas e meiade distância — com a advertênciade que se apressassem. Ouvi omédico sussurrar que estava segurode que era a pólio.

Quando finalmente chegamos aohospital em Salt Lake, a equipemédica nos aguardava. Separaram-me imediatamente de meus pais elevaram-me para longe deles. Semuma despedida ou explicação, fomosseparados. Fiquei completamentesozinha e achei que fosse morrer.

Depois de exames dolorosos paradiagnosticar a doença, incluindoexame do líquido da medula espi-nhal, levaram-me para uma sala deisolamento do hospital, onde eu per-maneceria sozinha com a esperançade que não contagiasse ninguémmais pois, de fato, eu estava compólio.

Recordo-me de como fiqueiassustada. Estava escuro e sentia-metão doente e tão sozinha. Meus pais, porém, ensinaram-me a orar.Levantei-me e ajoelhei-me ao ladoda minha cama hospitalar pedindoque o Pai Celestial me abençoasse.Lembro-me de que estava cho-rando. O Pai Celestial ouviu minhaoração, muito embora eu fosse ape-nas uma criança. Ele a ouviu. O PaiCelestial enviou Seu poder consola-dor que me envolveu com um amorsereno. Senti o poder do EspíritoSanto e soube que não estava só.

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Vou contar-lhes outra experiên-cia. Conheço uma jovem preciosaque necessita de consolo devido aum problema que a faz sofrer. Elapreocupa-se com a situação da famí-lia e da desarmonia entre os pais. Étriste e muito preocupante para elae para seus irmãos e irmãs. É a filhamais velha e pensa no que podefazer a respeito desse problema sériona família. Talvez encontrem-se emsituação semelhante. Embora nãohaja uma solução fácil, nem umafórmula que funcione para todosque sofrem ou têm uma preocupa-ção, há Alguém que Se importamuito com sua situação e sabe o quedevem fazer. É o seu Pai no Céu. EleSe importa muito com sua vidacomo se estivesse bem a seu lado epudesse conversar face a face comvocês. Ele conhece os sentimentosdo coração dessa garota e conheceos sentimentos de seu coração tam-bém. Para abençoá-las, foi-lhes dadoo dom da paz que o Espírito Santotraz. Jesus disse: “Deixo-vos a paz, aminha paz vos dou; não vo-la doucomo o mundo a dá. Não se turbe ovosso coração nem se atemorize”.

Moças, líderes e mães reúnem-se no

(João 14:27) Moças, orem por con-solo, e esse dom virá até vocês.

Meu segundo ponto é, o EspíritoSanto tem o poder para guiar. Umajovem de 15 anos de idade sentiaque precisava encontrar novos ami-gos. Já se sentiram desse modo? Elaescreve: “Não sei se alguma vez jásentiu que precisava mudar de ami-gos, mas honestamente foi a coisamais dif ícil que tive de fazer” .Decidiu que colocaria seu problemanas mãos do Senhor e tambémaconselhou-se com os pais. Contaque, depois de vários meses,“estava pronta para desistir”. Certatarde, ao conversar casualmentecom o professor do seminário, confidenciou-lhe o problema. Ele então disse-lhe: “Não sei real-mente por que estou fazendo estapergunta, mas você conhece essasjovens?” Indiquei-lhe que sim. Ao que replicou: “Já pensou emtornar-se amiga delas?”

Respondi-lhe que não havia jeitode eu ser aceita por elas. Então per-guntou-me se poderia falar comuma delas. Concordei, desde queprometesse não me constranger.

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Centro de Conferências para a Reuniã

No dia seguinte recebi a ligaçãode uma das jovens. Agora, vocês pre-cisam entender que essa garota per-tencia ao grêmio estudantil e, odeiousar este termo, mas era ‘muito,muito conhecida’. Perguntou-me segostaria de ir ao jogo de basquetecom ela à noite. Foi uma das noitesmais divertidas e tranqüilas da minhavida. No dia seguinte, na escola,apresentou-me a duas outras jovens.Tornamo-nos amigas imediatamente.Esse acontecimento tranformou-me.”

Ela conclui dizendo: “Não seiquanto a vocês, mas eu realmenteprefiro que o Senhor, que conhece osresultados de tudo, dirija minhavida, do que eu, que apenas vejo ascoisas como são naquele momento.Ele está bem ao nosso lado, cami-nhando conosco pela vida, mesmoquando nos sentimos muito sozi-nhas”. (Carta encontrada no arquivodo Escritório da Organização dasMoças).

O Senhor nos promete que “amansidão e a humildade resultamna presença do Espírito Santo, oConsolador, que nos enche de espe-rança e perfeito amor, amor que se

o Geral das Moças.

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conserva pela diligência na oração”.(Morô. 8:26)

Seu Pai Celestial as ajudará aencontrar o caminho correto a serseguido ao buscarem Sua orienta-ção. Lembrem-se, contudo, quedepois de orarem, precisam levan-tar-se e começar a fazer algo posi-tivo; tomar o rumo correto! Eleenviará pessoas pelo caminho que asajudarão, mas precisam tambémfazer sua parte. Pelo dom e poder doEspírito Santo, vocês podem serguiadas em sua viagem pela vida.

Terceiro ponto, o Espírito Santo étambém um testificador. Ele podeajudá-las a realmente entender, pro-fundamente, a maior verdade jamaisconhecida, a de que Jesus Cristo é oSalvador do mundo e que, por causaDele, cada um de nós, que já viveu,voltará a viver novamente. E, porcausa Dele, podemo-nos arrependerde nossos erros e retornar ao cami-nho que nos levará de volta aonosso Pai Celestial. É isso que signi-fica a Expiação. O Espírito Santotestificará essa verdade em nossocoração à medida que a procurar-mos, e Ele testificará dela a outraspessoas ao prestarmos nosso teste-munho dessas verdades a elas.

O Élder Jeffrey R. Holland ensinaque quando prestamos nosso teste-munho a outros, eles não “estãoapenas ouvindo nosso testemunhode Cristo, mas estão ouvindo ecosde testemunhos passados, incluindoseu próprio testemunho a respeitoDele”, pois estavam entre os valoro-sos que decidiram, na vida pré-mor-tal, seguir a Cristo e não a Satanás.O Élder Holland diz: “Quandoouvem outras pessoas prestarem testemunho da missão expiatória de Cristo, eles têm um sentimentofamiliar; um eco da verdade que eles próprios já conhecem”. Alémdisso, ao prestarem testemunho damissão de Cristo, “vocês invocam opoder de Deus o Pai e do EspíritoSanto”. (Ver “Missionary Work andthe Atonement”, Ensign, março de2001, pp.11–12.) Em Morôni, capí-tulo 10 versículo 5, é-nos prometidoque “pelo poder do Espírito Santopodeis saber a verdade de todas ascoisas”. Queridas jovens irmãs,

esforcem-se por adquirir um teste-munho da missão de Cristo. Entãocompartilhem seu testemunho eprestem-no com freqüência.

O Espírito Santo é um consola-dor, um guia, um testificador. Quemembro notável e sagrado da Dei-dade. E vocês têm o direito à Suainfluência e inspiração! Como vocêssão abençoadas e amadas! Agora,por terem recebido muito, tambémdevem partilhar. Então, esta noite,com isso em mente, gostaria defazer-lhes um pedido muito especial.É realmente um convite e espera-mos que o aceitem e entrem emação. Estão prontas? O convite é oseguinte:

Poderiam estender sua mão e tra-zer outra jovem de volta à plena ati-vidade na Igreja durante este ano?Certamente cada uma de vocêsconhece uma jovem menos ativa,uma recém-conversa ou uma quenão seja membro. Pedimos queestendam a mão e compartilhem oevangelho de Jesus Cristo com outramoça, para que ela também possadesfrutar das doces bênçãos do céu arespeito das quais falamos esta noite.

Pensem em quantas vidas seriamabençoadas, em quantas moçaspoderiam ser consoladas, guiadas eter um forte testemunho. Há hojemais de meio milhão de moças naIgreja. Apenas pensem, se cada uma

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de vocês aceitar o convite paraestender a mão e trazer apenas uma;no próximo ano, o número demoças ativas na Igreja será o dobro!Deixem que o Espírito Santo asoriente. Seus pais e líderes irão tam-bém ajudá-las a saber o que e comofazer. Aguardaremos ansiosas paraouvir a respeito de suas experiênciase de seu sucesso. Em minha mensa-gem a vocês, não utilizei históriapara ilustrar o terceiro ponto destediscurso, que é o de testificar, por-que essa história será a experiênciade vocês ao aceitarem nosso con-vite. Espero que comecem essa his-tória ainda hoje.

Inicei com uma música que fezcom que recordássemos os dias emque o Salvador viveu na Terra entreos homens. Concluirei agora com aspalavras de um hino que nos lembreque, embora esteja longe de nossosolhos, nosso Redentor, o SenhorJesus Cristo ainda vive para aben-çoar-nos com Seu amor: “Que vivepara me alentar. A minha angústiasossegar; Meu turvo coração calmar.E novo alento inspirar”. (Eu Sei queVive Meu Senhor, Hinos, nº 70)Testifico que Ele faz isso por meio dodom e do poder do Espírito Santo.Oro para que recebamos e utilize-mos esse sagrado dom de Deus, nosanto nome de nosso amadoSalvador, Jesus Cristo. Amém. �

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Como Posso Tornar-mea Mulher que SempreQuis Ser?Presidente Gordon B. Hinckley

“[Vocês] são filhas do Todo-Poderoso. Ilimitado é o seu potencial.Magnífico é o seu futuro, se assumirem o controle dele.”

Agradeço a vocês pela belís-sima música. Agradeço suasorações; agradeço sua fé;

agradeço por tudo o que vocês são.Jovens da Igreja, muito obrigado.Obrigado a vocês; irmã Nadauld,irmã Thomas e irmã Larsen pelosdiscursos maravilhosos que proferi-ram esta noite.

Que maravilhoso é ver vocêsneste Centro de Conferências estanoite. Outras centenas de milharesacham-se reunidas em todo omundo e irão ouvir-nos em mais devinte idiomas. Os discursos serãotraduzidos para sua língua nativa.

É uma enorme responsabilidadefalar a vocês. E, ao mesmo tempo,uma grande oportunidade. Oro para

que tenha a direção do Espírito, oEspírito Santo, sobre o qual ouvimosmuitas coisas esta noite.

Apesar das diversas nacionalida-des, vocês são todas parte de umagrande família. São filhas de Deus.São membros da Igreja de JesusCristo dos Santos dos Últimos Dias.Por serem jovens, falam a respeitodo futuro, que é cheio de promessas.Falam de esperança, fé e realização.Falam de bondade, amor e paz.Falam de um mundo melhor quenunca conhecemos.

São criaturas da divindade, poissão filhas do Todo-Poderoso.Ilimitado é o seu potencial. Magní-fico é o seu futuro, se assumirem ocontrole dele. Não permitam quesua vida corra sem rumo e sem sentido.

Outro dia, alguém deu-me umacópia do meu anuário da escolasecundária. Parece que quando aspessoas não querem mais seus livrosvelhos, enviam-nos a mim. Passeiuma hora olhando, página porpágina, as fotos dos meus amigos declasse em 1928, há 73 anos.

A maior parte dos que se encon-tram naquele anuário já faleceu.Alguns parecem ter levado umavida sem propósito. Outros tiveramgrandes realizações.

Olhei para o rosto dos meninosque foram meus amigos e conheci-dos meus. Eles eram jovens, inteli-gentes e ágeis. Os que permanecem

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vivos estão agora enrugados e sãolentos ao caminhar. Sua vida aindatem sentido, mas não são tão impor-tantes como no passado. Observei orosto das garotas que conhecianaquele anuário. Muitas delas jáfaleceram e o restante vive nas som-bras da vida. Mas ainda são lindas efascinantes.

Lembro daqueles rapazes e moçasde minha juventude. De modogeral, formávamos um grupo bemalegre. Apreciávamos a vida. Creioque éramos ambiciosos. A GrandeDepressão econômica que varreu aTerra só aconteceria no anoseguinte. O ano de 1928 foi umaépoca de grandes esperanças e desonhos esplêndidos.

Em nossos momentos mais cal-mos, somos todos sonhadores. Osrapazes sonham com montanhas aserem escaladas e com carreiras aserem seguidas. As meninas sonhamem ser como sua mãe.

Ao pensar nisso, concluí que otítulo do meu discurso para estanoite seria: Como Posso Tornar-me aMulher que Sempre Quis Ser?

Meses atrás falei a vocês e aosrapazes da Igreja. Sugeri que devemfazer seis “lições de casa”. Achamque poderíamos mencioná-las jun-tos? Vamos tentar. Sejam Gratos,Sejam Inteligentes, Sejam Puros,Sejam Fiéis, Sejam Humildes, OremSempre.

Não tenho a menor dúvida deque esses padrões de comporta-mento resultarão em sucesso, felici-dade e paz. Recomendo-os a vocêsnovamente, com a promessa de quese os seguirem, sua vida produziráótimos frutos. Acredito que serãobem-sucedidos em seus esforços. Aoenvelhecerem, creio que olharãopara trás com gratidão pela formacomo decidiram viver.

Esta noite, ao falar a vocês, moças,mencionarei algumas dessas mesmascoisas sem repetir a mesma lingua-gem. Elas são dignas de repetição erecomendo-as a vocês novamente.

No anuário de que falei, encon-tra-se a foto de uma jovem. Ela erainteligente, ativa e muito bonita.Todos a conheciam. A vida para ela poderia resumir-se em uma só

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palavra—diversão. Saía com osrapazes e passava a vida dançando edivertindo-se, estudando um poucomas não muito, apenas o suficientepara que se formasse. Casou-se comum rapaz muito parecido com ela. Oálcool passou a dominar sua vida.Não conseguia abandonar o vício.Tornou-se escrava dele. Seu corposucumbiu a suas amarras traiçoeiras.Lamentavelmente sua vida desvane-ceu-se sem qualquer realização.

Há uma foto de outra jovemnaquele anuário. Não era particular-mente linda, mas tinha uma aparên-cia saudável e virtuosa, com umbrilho nos olhos e um sorriso estam-pado no rosto. Ela sabia por queestava na escola: estava lá paraaprender. Sonhava com o tipo demulher que queria tornar-se e mol-dou sua vida de acordo com essesonho.

Também sabia divertir-se, massabia quando parar e como voltarsua mente para outras coisas.

Na época, havia na escola umrapaz, que viera de uma cidadezinhado interior e tinha bem poucodinheiro. Trazia seu almoço em umsaco de papel e lembrava um poucoa fazenda de onde viera. Não havianada de especialmente bonito ou deatraente nele. Era um bom aluno etinha uma meta, que era muito ele-vada e, por vezes, parecia quaseimpossível alcançar.

Os dois se apaixonaram. As pes-soas diziam: “ O que ele vê nela?”Ou, “O que ela vê nele?” Cada umdeles viu no outro algo maravilhosoque ninguém mais havia visto.

Casaram-se logo depois de se for-marem na universidade. Economi-zaram o mais que puderam etrabalharam. O dinheiro era escasso.Ele começou a fazer pós-graduação,e ela continuou a trabalhar por maisalgum tempo; então os filhos come-çaram a chegar. A atenção dela vol-tou-se para eles.

Poucos anos atrás, estava em umavião vindo do leste dos EstadosUnidos. Era tarde da noite, e come-cei a caminhar pelo corredor doavião na penumbra. Vi uma mulherque dormia com a cabeça no ombrodo marido. Ela acordou quando me

aproximei. Reconheci imediata-mente a garota que conhecera naescola secundária há tanto tempo.Reconheci também o rapaz.Estavam envelhecendo. Ao conver-sarmos, ela explicou que os filhoshaviam crescido e que eram avós.Com orgulho, contou-me que esta-vam voltando do leste onde ele foradar uma palestra acadêmica. Elefora homenageado por seus colegasde profissão de todo o país em umagrande convenção.

Fiquei sabendo que eram ativosna Igreja, servindo em todos os car-gos a que eram chamados. Eram

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bem-sucedidos, sob todos os aspec-tos. Haviam realizado as metas queestabeleceram para si próprios.Eram admirados e respeitados ehaviam feito uma importante con-tribuição à sociedade da qual faziamparte. Ela tornara-se a mulher quesonhara. Havia até mesmo excedidoo sonho.

Voltei para o meu lugar no avião,pensei nas duas jovens de quem faleiesta noite. A vida dela se resumia auma palavra de oito letras D-I-V-E-R-S-Ã-O. Ela vivera sem propó-sito, sem estabilidade, sem uma con-tribuição à sociedade, sem ambição.

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Uma jovem num momento de reflexão. Atrás dela pode-se ver, pelavidraça, a queda d’água do lado sul do Centro de Conferências.

Terminou em sofrimento, dor emorte prematura.

A vida da outra fora difícil.Significara muita economia.Significara trabalho e esforço para irem frente. Significara alimentaçãosimples, roupas comuns e um apar-tamento muito humilde nos anosem que o marido se esforçava parainiciar o trabalho em sua profissão.Mas, do que parecera ser um ter-reno estéril, uma planta havia cres-cido, sim duas plantas, lado a lado,que brotaram e floriram de maneiralinda e maravilhosa.

Esses lindos brotos falavam deserviço ao semelhante, de altruísmoum para com o outro, de amor, res-peito e fé no companheiro, de felici-dade ao atenderem as necessidadesdos outros nas diversas atividadesque seguiam.

Ao ponderar a conversa comaqueles dois, determinei-me a ser um pouco melhor, a ser umpouco mais dedicado, a estabelecermetas mais elevadas, a amar um

pouco mais minha esposa, a ajudá-la, a apreciá-la e a cuidar mais dela.

Então, minhas queridas jovensamigas, esta noite, tenho o sincerodesejo de dizer-lhes algo muitoimportante, que as ajudará a torna-rem-se a mulher que idealizam ser.

Para começar, deve haver pureza,porque a imoralidade arruinará suavida e deixará uma cicatriz quenunca desaparecerá totalmente. Énecessário que haja um propósitoem sua vida. Estamos aqui para rea-lizar algo, para abençoar a sociedadecom nossos talentos e nosso apren-dizado. Pode haver diversão, sim.Mas deve haver a admissão do fatode que a vida é séria, que os riscossão grandes, mas que vocês podemsobrepujá-los caso se disciplinem ebusquem a força inesgotável doSenhor.

Em primeiro lugar, deixem-meassegurar-lhes de que se houver umerro, se estiverem envolvidas em umcomportamento imoral, nem tudoestá perdido. A recordação do erro

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provavelmente permanecerá, mas ofeito poderá ser perdoado e poderãodeixar o passado para trás para vive-rem uma vida totalmente aceitávelpara o Senhor, se houver arrependi-mento. Ele prometeu que perdoaráseus pecados e não Se lembrará maisdeles. (Ver D&C 58:42.)

Ele preparou com pais e líderesum plano que as ajudará em suasdificuldades. Podem deixar para trásquaisquer pecados em que estiveremenvolvidas. Podem seguir adiantecom uma esperança e aceitaçãorenovadas para um modo de vidamuito melhor.

Mas permanecerão cicatrizes. Amelhor forma, a única forma paravocês é evitar qualquer armadilhado mal. O Presidente George AlbertSmith costumava dizer: “Fiquem dolado da linha em que está oSenhor”. (Sharing the Gospel withOthers, selecionado por PrestonNibley [1948], p. 42) Dentro devocês existem instintos poderosos eterrivelmente persuasivos, instando-as a ceder e experimentar umapequena aventura. Não o façam.Não podem fazê-lo. Vocês são filhasde Deus com um enorme potencial.Ele tem grandes expectativas paravocês como para outros. Não podembaixar a guarda nem por um minutosequer. Não podem entregar-se a umimpulso. Deve haver disciplina,força e firmeza. Fujam da tentação,como José fugiu dos artifícios damulher de Potifar.

Não há nada em todo estemundo tão magnificente quanto avirtude. Ela brilha infinitamente. Élinda e preciosa. É inestimável. Nãopode ser comprada nem vendida. Éo fruto do autodomínio.

Vocês moças passam muitotempo pensando nos rapazes. Podemdivertir-se com eles, mas nuncaatravessem a linha da virtude.Qualquer rapaz que convide, incen-tive, ou exija que vocês se envolvamem qualquer comportamento sexualé indigno de sua companhia. Tire-ode sua vida antes que tanto a suavida quanto a dele seja arruinada.Se puderem se disciplinar, ficarãoagradecidas enquanto viverem. Amaioria de vocês irá casar-se e seu

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casamento será muito mais felizdevido ao auto- controle que tive-ram enquanto eram jovens. Serãodignas de irem à Casa do Senhor.Não existe substituto adequado paraessa bênção maravilhosa. O Senhordeu um mandamento divino. Eledisse: “Que a virtude adorne teuspensamentos incessantemente”.(D&C 121:45) Esse se torna ummandamento a ser seguido com dili-gência e disciplina. E está ligado àpromessa de bênçãos incríveis emaravilhosas. Ele disse para as pes-soas que vivem virtuosamente:

“Então tua confiança se fortale-cerá na presença de Deus. ( . . . )

“O Espírito Santo” — de quefalamos esta noite — “será teu com-panheiro constante, e teu cetro, umcetro imutável de retidão e verdade;e teu domínio será um domínioeterno e, sem ser compelido, fluirápara ti eternamente.” (D&C 121:45–46)

Poderia haver uma promessamaior ou mais bela que essa?

Encontrem um propósito para asua vida. Escolham as coisas quegostariam de fazer e eduquem-separa serem mais eficazes em suabusca. Para a maioria é muito difícildecidirem-se por uma vocação.Vocês têm esperança de que se casarão e que tudo dará certo.Atualmente, uma jovem precisaestudar. Ela precisa ter meios de sus-tentar-se caso venha deparar-se comuma situação em que isso sejanecessário.

Estudem suas opções. Ore aoSenhor sinceramente pedindoorientação. Então siga seu caminhocom determinação.

Todas as oportunidades de desen-volvimento estão abertas agora àsmulheres. Não há nada que nãopossam fazer se estiverem decididas.Podem incluir em seu sonho o tipode mulher que querem tornar-se, oretrato de uma pessoa qualificadapara servir a sociedade e fazer umacontribuição significativa para omundo de que fará parte.

Outro dia, passei algumas horasno hospital. Aproveitei para conver-sar com minha enfermeira que era,

por sinal, muito animada e eficiente.

Ela é o tipo de mulher cujo exemplovocês, jovens, poderiam seguir.Quando era jovem decidiu que que-ria ser enfermeira. Estudou tudo oque era exigido para atingir o nívelmais elevado da profissão. Exerceusua profissão e tornou-se especialistanela. Casou-se e teve três filhos.Agora trabalha quando e o quantoquer. Há tanta procura por pessoascom suas habilidades que ela podefazer quase tudo o que quiser. Elaserve na Igreja. Tem um bom casa-mento e uma vida estável. É o tipode mulher cujo exemplo pode serseguido.

O céu é o limite para vocês,minhas queridas jovens amigas.Podem ser excelentes de todas asformas. Podem ser as melhores. Nãohá necessidade de serem inferiores.Respeitem-se. Não sintam pena desi mesmas. Não se preocupem comcomentários cruéis que outros pos-sam fazer de vocês. Não prestematenção especialmente ao quealgum rapaz possa dizer para humi-lhá-la. Ele não é melhor do quevocês. De fato, ele mesmo tornou-seinferior devido às suas ações.Melhore e aperfeiçoe os talentosque o Senhor lhes deu. Sigamadiante com um brilho nos olhos eum sorriso no rosto, mas com umpropósito firme e grandioso no cora-ção. Tenham amor à vida, procuremas oportunidades que ela oferecesejam sempre fiéis para com a Igreja.

Jamais se esqueçam de que vie-ram à Terra como filhas do Paidivino, com um pouco de divindadeem sua personalidade. O Senhornão as enviou aqui para fracassarem.Ele não lhes deu a vida para a des-perdiçarem. Ele deu a vocês o domda mortalidade para que adquiramexperiências — boas, maravilhosas esignificativas —que as levarão paraa vida eterna. Ele deu a vocês estagloriosa Igreja, a Sua Igreja, paraguiar e orientar; ensinar e encorajarcada uma de vocês; dar-lhes oportu-nidades para crescer e adquirirexperiência; abençoá-las com ocasamento eterno e estabelecer comcada uma um convênio que as farãoSuas filhas especiais, a quem Ele

olhará com amor e desejo de ajudar.

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Que Deus derrame numerosas egrandiosas bênçãos sobre vocês,minhas jovens queridas, filhas mara-vilhosas do Pai Celestial.

Naturalmente encontrarão pro-blemas ao longo do caminho.Haverá dificuldades a serem sobre-pujadas. Mas elas não durarão parasempre. Ele não esquecerá de vocês.

Se da vida as vagas procelosas sãoSe com desalento julgas tudo vãoConta as muitas bênçãos, dize-as

de uma vezE verás surpreso quanto Deus já fez

( . . . )Quando defrontares os conflitos teus,Não te desanimes, mas espera em

DeusSeu divino auxílio minorando o malTe dará consolo sempre até o final.(“Conta as Bênçãos”, Hinos,

nº 57)

Vejam o lado positivo das coisas.Saibam que Ele as está protegendo eque Ele ouve suas orações e as res-ponderá, que Ele as ama e manifes-tará esse amor a vocês. Esforçem-separa tornarem-se o tipo de mulherideal. Vocês conseguirão. Vocês têmamigos e entes queridos que irãoajudá-las. E Deus irá abençoá-las aobuscarem seu caminho. Esta éminha promessa e humilde oraçãopor vocês. Em nome do SenhorJesus Cristo. Amém. �

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Eles Falaram para Nós

Relatório para as crianças da Igreja sobre a 171ª Conferência GeralSemestral de 31 de março e 1º de abril de 2001.

Presidente Gordon B. Hinckley:Sejamos pessoas boas. Sejamos amáveis. Sejamos bons vizinhos.Sejamos tudo o que os membros daIgreja de Jesus Cristo dos Santos dosÚltimos Dias devem ser.

Presidente Thomas S. Monson,Primeiro Conselheiro na PrimeiraPresidência: Um amigo está maispreocupado em ajudar do que emganhar créditos pela visita. Umamigo preocupa-se com a pessoa,ama, escuta e tenta realmente ajudar.

Presidente James E. Faust, SegundoConselheiro na Primeira Presidência:Nosso primeiro nascimento ocorrequando nascemos na mortalidade. Osegundo nascimento começa quandosomos batizados na água por alguémque possua o sacerdócio de Deus ecompleta-se quando somos confirma-dos e “[recebemos], então, a remis-são de [nossos] pecados pelo fogo epelo Espírito Santo”. (2 Néfi 31:17)

Presidente Boyd K. Packer,Presidente Interino do Quórum dosDoze Apóstolos: Todos cometemos

erros. Às vezes, prejudicamos a nósmesmos e ferimos gravementeoutras pessoas de um modo que nãopodemos remediar sozinhos.Quebramos coisas que não podemosconsertar. ( . . . ) É nesse momentoque o poder curador da Expiação iráajudar-nos.

O Senhor declarou: “Pois eis queeu, Deus, sofri essas coisas portodos, para que não precisem sofrercaso se arrependam”. (D&C 19:16).

É lder Neal A. Maxwell, doQuórum dos Doze Apóstolos: Quantomais conhecermos Jesus, mais Oamaremos. Quanto mais conhecer-mos Jesus, mais confiaremos Nele.Quanto mais conhecermos Jesus,mais desejaremos ser como Ele eestar com Ele.

É lder M. Russell Ballard, doQuórum dos Doze Apóstolos: Faço-lhes uma promessa hoje. É uma pro-messa simples, mas verdadeira. Seescutarem o profeta e os apóstolosvivos e derem ouvidos ao nosso con-selho, vocês não se desviarão docaminho.

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É lder Joseph B. Wirthlin, doQuórum dos Doze Apóstolos: O jejumacompanhado de fervorosa oraçãotem muito poder. Pode envolvernossa mente com as revelações doEspírito. Pode fortalecer-nos contraos momentos de tentação.

Élder Jeffrey R. Holland, do Quórumdos Doze Apóstolos: Certamente nãoexiste mensagem missionária maisgrandiosa que possamos transmitir aomundo do que o exemplo de umavida SUD amorosa e feliz.

Élder John H. Groberg, dos Setenta:Se formos humildes e tivermos asmãos, o coração e a mente limpos epuros, nada que seja justo seráimpossível. Diz um antigo ditadooriental: “Se o homem leva umavida pura, nada pode destruí-lo”.

Élder L. Lionel Kendrick, dosSetenta: Reverência não é apenas sen-tar-se calado. Envolve ter consciênciado que está acontecendo. Pressupõeum desejo divino de aprender e de serreceptivo aos sussurros do Espírito.Implica um esforço para receber maisluz e conhecimento.

Sydney S. Reynolds, PrimeiraConselheira na Presidência Geral daPrimária: Deus realmente dividiu oMar Vermelho e deu-nos o Livro deMórmon. Ele pode livrar-nos de nos-sos pecados e pode e irá abençoar-nos, Seus filhos, em nossa vida diária.Sei que Ele vive e nos ama e que Eleé hoje um Deus de milagres. �

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Presidência Geral das Auxiliares

Élder Robert K. DellenbachPresidente

Élder F. Melvin HammondPrimeiro Conselheiro

Élder John M. MadsenSegundo Conselheiro

Élder Marlin K. JensenPresidente

Élder Neil L. AndersenPrimeiro Conselheiro

Élder John H. GrobergSegundo Conselheiro

Irmã Mary Ellen W. SmootPresidente

Irmã Virginia U. JensenPrimeira Conselheira

Irmã Sheri L. DewSegunda Conselheira

Irmã Margaret D. NadauldPresidente

Irmã Carol B. ThomasPrimeira Conselheira

Irmã Sharon G. LarsenSegunda Conselheira

Irmã Coleen K. MenlovePresidente

Irmã Sydney S. ReynoldsPrimeira Conselheira

Irmã Gayle M. CleggSegunda Conselheira

RAPAZES

ESCOLA DOMINICAL

SOCIEDADE DE SOCORRO

MOÇAS

PRIMÁRIA

Ensinamentos para os NossosDias, 2001

A s reuniões do Sacerdócio deMelquisedeque e da Sociedade de

Socorro do quarto domingo do mês de-vem ser dedicadas à aplicação de“Ensinamentos para os Nossos Dias”.Todos os anos, a Primeira Presidênciadetermina 10 assuntos assim como osrecursos designados para serem utiliza-dos nessas reuniões. Seguem os assuntose os recursos para o ano 2001. Outrosdois assuntos devem ser escolhidos pelapresidência da estaca ou do distrito.

Deve-se utilizar nas reuniões doquarto domingo do mês um ou dois re-cursos que melhor se adaptem às neces-sidades e circunstâncias dos membrosdo quórum e do grupo. Os professoresnão precisam utilizar todos os recursos.Os líderes e professores são incentiva-dos a realizar debates nessas reuniõesem vez de aulas e apresentações. Elesdevem considerar maneiras de incenti-var os membros do quórum e do grupo aaplicar os princípios discutidos no deba-te. Sugestões para a preparação e reali-zação dos debates do quórum e dogrupo são encontradas em Ensino, NãoHá Maior Chamado e Guia de Ensino.

1. O Papel das Escrituras naConversão de Nossa Própria Família

Dt. 11:18–19, 21; II Tm. 3:14–17;2 Né. 25:21–23, 26; Mosias 1:3–7.

Boyd K. Packer, “Ensinar asCrianças” A Liahona, maio de 2000,pp. 14–23.

Henry B. Eyring, “A Força daDoutrina”, A Liahona, julho de 1999,pp. 85–88.

Dallin H. Oaks, “Nutrir o Espírito”,A Liahona, agosto de 2001.

“O Aprendizado do Evangelho emNosso Lar”, lição 32 do Manual Básicoda Mulher SUD, Parte A, pp. 242–250.

Ensinamentos para os Nossos Dias, 2002

A lista de assuntos e recursos designadospara “Ensinamentos para os Nossos Dias”

para o ano 2002 aparecerá em muitasidiomas no web site oficial da Igreja(www.lds.org) em julho de 2001.

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2. A Importância das Escrituras naVida de Nossos Antepassados

Dt. 31:10–13; Jo. 5:39; 1 Né.3:1–4, 19–20; Mosias 1:2–7.

James E. Faust, “Sementes e Solos”,A Liahona, janeiro de 2000, pp. 54–57.

L. Tom Perry, “Ensinar-lhes comToda a Diligência a Palavra de Deus”,A Liahona, julho de 1999, pp. 6–9.

“As Escrituras“, capítulo 10 dePrincípios do Evangelho, pp. 52–56.

3. Devemos Seguir os LíderesMt. 7:15–23; D&C 21:1–6;

43:1–7; 124:45–46.M. Russell Ballard, “Acautelai-vos

dos Falsos Profetas e Falsos Mestres”,A Liahona, janeiro de 2000, pp. 73–76.

David B. Haight, “Apoio aosProfetas”, A Liahona, janeiro de 1999,pp. 41–43.

“Devemos Seguir os Líderes”, lição13 do Manual Básico da Mulher SUD,Parte B, pp. 104–114.

4. Nosso Refúgio contra a TempestadeIs. 41:10; Alma 36:3, 27; D&C

58:2–4; 121:1–8; 122.James E. Faust, “Esperança, uma

Âncora para a Alma”, A Liahona, janeiro de 2000, pp. 70–73.

Joseph B. Wirthlin, “Encontrar umPorto Seguro”, A Liahona, julho de2000, pp. 71–74.

Robert D. Hales, “Eis que Temospor Bem-aventurados os que[Perseveram]”, A Liahona, julho de 1998, pp. 83–86.

“Provações, Adversidades eAflições”, lição 15 do Manual Básicoda Mulher SUD, Parte B, pp. 123–129.

5. Buscar a Orientação do EspíritoSanto

Jo. 14:16–17, 26; 2 Né. 32:2–5;Morô. 10:5–7; D&C 8:2–3.

Boyd K. Packer, “LínguasRepartidas como que de Fogo”, A Liahona, julho de 2000, pp. 7–10.

Jeffrey R. Holland, “ ‘Não Rejeiteis,Pois, a Vossa Confiança’ ”, A Liahona,junho de 2000, pp. 34–42.

Richard G. Scott, “Ele Vive”, A Liahona, Janeiro de 2000, pp.105–108.

“O Dom do Espírito Santo”, lição30 de Deveres e Bênçãos do Sacerdócio,Parte A, pp. 221–227.

6. Os Verdadeiros DiscípulosEnsinam o Evangelho

Mt. 5:16; D&C 4; 18:14–16;88:81.

Gordon B. Hinckley, “Encontremas Ovelhas e Apascentem-nas”, A Liahona, julho de 1999, pp.118–124.

M. Russell Ballard, “Em que PéEstamos?”, A Liahona, julho de 2000,pp. 37–40.

Henry B. Eyring, “A Voz deAdvertência”, A Liahona, janeiro de 1999, pp. 37–40.

“A Obra Missionária”, capítulo 33 de Princípios do Evangelho,pp. 211–217.

A L I A H O N A

118

7. Fortalecer a JuventudeI Tm. 4:12; Alma 37:35; 38:2;

41:10; Regras de Fé 1:13.Gordon B. Hinckley, “Conselhos

e Oração do Profeta para os Jovens”, A Liahona, abril de 2001,pp. 30–41.

Gordon B. Hinckley, “Seu MaiorDesafio, Mãe”, A Liahona, janeiro de2001.

Gordon B. Hinckley, “A Paz de Teus Filhos Será Abundante”, A Liahona, janeiro de 2001.

O folheto Para o Vigor da Juventude(item nº 34285 059).

“Pureza Moral”, lição 34 de Deverese Bênçãos do Sacerdócio, Parte A, pp. 248–253; “Pureza dePensamento”, lição 9 do Manual Básicoda Mulher SUD, Parte B, pp. 71–77.

8. Tornar-se Puro diante do SenhorIs. 1:18; Mosias 4:10–12; D&C

19:16–20; 58:42–43.Thomas S. Monson, “Sua Viagem

Eterna”, A Liahona, julho de 2000, pp. 56–59.

Henry B. Eyring, “Não Deixem para Depois”, A Liahona, janeiro de2000, pp. 38–41.

Boyd K. Packer, “Purificados”, A Liahona, julho de 1997, pp. 9–10.

“Arrependimento”, capítulo 19 dePrincípios do Evangelho, pp. 122–128.

9. A Santidade da Mulher Pv. 31:10–31; Ef. 5:25–28, 31;

Jacó 2:28–35.James E. Faust, “O que Significa

Ser uma Filha de Deus”, A Liahona,janeiro de 2000, pp. 120–124.

Richard G. Scott, “A Santidade daMulher”, A Liahona, julho de 2000,pp. 43–45.

Russell M. Nelson, “Nosso DeverSagrado de Honrar as Mulheres”, A Liahona, julho de 1999, pp. 45–48.

“A Mulher Santo dos ÚltimosDias”, lição 14 do Manual Básico daMulher SUD, Parte A, pp. 98–107.

10. GratidãoSl. 100; Lc. 17:11–19; Mosias

2:19–22; D&C 78:19.Gordon B. Hinckley, “Agradecemos

ao Senhor Suas Bênçãos”, A Liahona,julho de 1999, pp. 104–105.

Thomas S. Monson, “Gratidão”, A Liahona, maio de 2000, pp. 2–9.

“Como Desenvolver a Gratidão”,lição 35 do Manual Básico da MulherSUD, Parte B, pp. 303–311. �

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Guia de RecursosPara Ser Utilizado em 2001,Manual do Sacerdócio Aarônico 2,Lições 26–50

Os seguintes recursos poderão serutilizados para complementar

as lições encontradas no Manual doSacerdócio Aarônico 2. Esses recursosnão devem substituir as lições domanual, mas atualizar e aprimorar as aulas. (A= O Amigo)

Lição 26: Pensamentos Puros Gordon B. Hinckley, “Palavras do

Profeta Vivo”, A Liahona, agosto de1999, pp. 14–15.

Boyd K. Packer, “O Espírito deRevelação”, A Liahona, janeiro de2000, pp. 26–29.

Richard G. Scott, “PerguntasSérias, Respostas Sérias”, A Liahona,setembro de 1997, pp. 28–32

Obs.: O filme estático Boa Música,Bons Pensamentos, mencionado nessa lição, não se encontra mais à disposição.

Lição 27: A Lei de Saúde do SenhorBoyd K. Packer, “Revelação

Pessoal: O Dom, o Teste e aPromessa”, A Liahona, junho de 1997,pp. 8–14.

L. Tom Perry, “ ‘Correrão e Não Se Cansarão’ ”, A Liahona, janeiro de1997, p. 39.

Zoltán Soltra, “Qual Será o FardoMais Pesado?”, A Liahona, abril de1999, p. 29.

Lição 28: O Dia do SenhorEarl C. Tingey, “Santificar o Dia do

Senhor”, A Liahona, fevereiro de1999, p. 48.

H. David Burton, “Época deOportunidades”, A Liahona, janeirode 1999, pp. 9–12.

D. Kelly Ogden, “Lembrar-se doDia do Senhor”, A Liahona, maio de1998, pp. 16–23.

“Sê Bem-Vindo, Dia Santo”, Hinos,nº 174

Lição 29: O Propósito da VidaJoseph B. Wirthlin, “Um Tempo

de Preparação”, A Liahona, julho de1998, pp. 14–17.

Keith B. McMullin, “Bem-Vindosao Lar”, A Liahona, julho de 1999, pp. 93–95.

Duane B. Gerrard, “O Plano deSalvação”, A Liahona, janeiro de1998, p. 89.

“Prolongue os Bons Momentos”,Hinos, nº 152.

Lição 30: CaridadeJames E. Faust, “Um Padrão de

Amor”, A Liahona, dezembro de 1999,pp. 2–5.

Stephen A. West, “ ‘De PequenasCoisas’ ”, A Liahona, julho de 1999,pp. 32–34.

“Revestir-se de Caridade”, ALiahona, novembro de 1999, p. 25

“Amai-vos Uns aos Outros”, Hinos,nº 197.

Lição 31: PerdãoAurora Rojas de Álvares, “Unidos

pelo Perdão”, A Liahona, outubro de1999, pp. 44–46.

Patricia H. Morrell, “Por Favor,Perdoe-me”, A Liahona, setembro de 1998, p. 7.

J U L H O D E 2 0 0 1

119

Roderick J. Linton, “Cultivar oPerdão”, A Liahona, junho de 1998,pp. 28–33.

Lição 32: Cultivar os Dons do Espírito

Mensagens de professoras visitan-tes, as edições de A Liahona publica-das no ano de 1997 (com exceção das de janeiro e de julho).

Lição 33: Procurai ConhecimentoGordon B. Hinckley, “Pensamentos

Inspiradores”, A Liahona, junho de1999, pp. 2–7.

Gordon B. Hinckley, “UmaConversa com os Adultos Solteiros”,A Liahona, novembro de 1997, pp. 16–24.

Darrin Lythgoe, “As Recompensasdo Aprendizado”, A Liahona, novembro de 1999, p. 48.

Lição 34: O Poder do ExemploHenry B. Eyring, “A Voz da

Advertência”, A Liahona, janeiro de 1999, pp. 37–40.

Richard M. Romney, “VôosElevados”, A Liahona, outubro de 1999, pp. 10–17.

Lisa M. Grover, “Com SeusPróprios Pés”, A Liahona, março de 1998, pp. 34–39.

“Sempre que Alguém Nos Faz o Bem”, Hinos, nº 145.

Lição 35: Obedecer, Honrar e Manter a Lei

M. Russell Ballard, “Defender aVerdade e a Justiça”, A Liahona,janeiro de 1998, p. 43.

L. Tom Perry, “Jovens de NobreEstirpe”, A Liahona, janeiro de 1999,pp. 86–89.

Mauro Properzi, “Estou Pronto?”,A Liahona, agosto de 1997, pp. 32–33.

Lição 36: Em Tudo Dai GraçasJames E. Faust, “Um Coração

Agradecido”, A Liahona, novembro de 1998, A5.

Gordon T. Watts, “Gratidão”, ALiahona, janeiro de 1999, pp. 99–100.

“Gratidão”, A Liahona, agosto de1999, p. 25.

“Pela Beleza do Mundo”, Hinos, nº 49.

Lição 37: Compreender o Papel da Mulher

Gordon B. Hinckley, “Palavras doProfeta Vivo”, A Liahona, março de1997, pp. 16–17.

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Jeffrey R. Holland, “ ‘Porque Ela É Mãe’ ”, A Liahona, julho de 1997, p. 38.

Virginia U. Jensen, “Aprimora-mento Pessoal, Familiar e Doméstico”,A Liahona, janeiro de 2000, pp. 114–117.

“A Família: Proclamação ao Mundo”, A Liahona, outubro de 1998, p. 24.

Lição 38: Viver Dignamente num Mundo Iníquo

M. Russell Ballard, “Acautelai-vos dos Falsos Profetas e FalsosMestres”, A Liahona, janeiro de 2000, pp. 73–76.

“Como Posso Neutralizar asInfluências Negativas que Tenho na Vida?”, A Liahona, novembro de 1998, pp. 38–41.

Jack H. Goaslind, “Atender aoChamado”, A Liahona, agosto de1997, pp. 10–15.

Lição 39: Coragem MoralGordon B. Hinckley,

“Pensamentos Inspiradores”, A Liahona, novembro de 1998, pp. 2–7.

James E. Faust, “Honestidade —Uma Bússola Moral”, A Liahona,janeiro de 1997, p. 44.

Vaughn J. Featherstone, “Haverá Sempre um Elo”, A Liahona, janeiro de 2000, pp. 15–18.

Lição 40: Evitar e Sobrepujar a Tentação

Gordon B. Hinckley, “Os Pastoresdo Rebanho”, A Liahona, julho de1999, pp. 60–67.

Boyd K. Packer, “O Espírito deRevelação”, A Liahona, janeiro de2000, pp. 26–29.

Richard G. Scott, “PerguntasSérias, Respostas Sérias”, A Liahona,setembro de 1997, pp. 28–32.

Lição 41: O Sacramento: EmLembrança do Filho

Dallin H. Oaks, “O SacerdócioAarônico e o Sacramento”, ALiahona, janeiro de 1999, pp. 43–46.

“Como Sei Se Estou Tomando oSacramento Dignamente?”, ALiahona, abril de 1999, pp. 22–24.

“Recordá-Lo Sempre”, A Liahona,maio de 1999, p. 39.

“Assombro me Causa”, Hinos, nº 112.

Lição 42: Seguir os LíderesBoyd K. Packer, “O Bispo e Seus

Conselheiros”, A Liahona, julho de1999, pp. 71–74.

Henry B. Eyring, “A SegurançaAdvinda de Um Conselho”, ALiahona, julho de 1997, pp. 24–26.

Virginia U. Jensen, “ ‘Vinde aoProfeta Escutar’ ”, A Liahona, janeirode 1999, pp. 13–15.

“Vinde ao Profeta Escutar”, Hinos,nº 10.

A L I A H O N A

120

Lição 43: Preparar-se Espiritual-mente para a Missão Agora

Dallin H. Oaks, “O Ensino doEvangelho”, A Liahona, janeiro de2000, pp. 94–98.

F. Onyebueze Nmeribe, “ElesDecidiram com Antecedência”, A Liahona, setembro de 1999, pp. 10–13.

Brian Lewis, “O Propósito daPrimária”, A Liahona, fevereiro de 1999, pp. 46–47.

“Chamados a Servir”, Hinos, nº 166.

Lição 44: Preparação para oCasamento no Templo

Gordon B. Hinckley, “Viver deModo a Serem Dignos da Moça comquem Se Casarão”, A Liahona, julhode 1998, p. 55.

Richard G. Scott, “Receber asBênçãos do Templo”, A Liahona, julhode 1999, pp. 29–31.

“Casamento Celestial”, A Liahona,outubro de 1998, p. 25.

Lição 45: Ensino Familiar EficienteThomas S. Monson, “Ensino

Familiar — Um Trabalho Divino”, A Liahona, janeiro de 1998, p. 53.

Russell M. Nelson, “Pastores,Ovelhas e Mestres Familiares”, ALiahona, abril de 1999. pp. 42–48.

Kellene Ricks Adams, “ComoTornar-se um Mestre Familiar ouProfessora Visitante Melhor”, ALiahona, setembro de 1998, pp. 34–45.

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Lição 46: Evitar a InfluênciaDegradante dos Meios de Comunicação

M. Russell Ballard, “Como umaChama Inextinguível”, A Liahona,julho de 1999, pp. 101–104.

Harold Oaks, “Vigilância contra aViolência”, A Liahona, maio de 1998,p. 24.

Lisa M. Grover, “BemSintonizado”, A Liahona, maio de 1997, pp. 32–33.

Lição 47: Linguagem Limpa e Adequada

Gordon B. Hinckley, “Viver deModo a Serem Dignos da Moça comquem Se Casarão”, julho de 1998, p. 55.

Robert. S. Wood, “ ‘A Língua dosAnjos’ ”, A Liahona, janeiro de 2000,pp. 101–102.

“Como Posso Impedir quePalavrões Me Venham a Mente?”, ALiahona, fevereiro de 1997, pp. 25–27.

Lição 48: Manter os Padrões ElevadosJames E. Faust, “Pioneiro do

Futuro: ‘Não Temas, Crê Somente’ ”,A Liahona, janeiro de 1998, p. 49.

M. Russell Ballard, “Defender aVerdade e a Justiça”, A Liahona,janeiro de 1998, p. 43.

James M. Paramore, “ ‘O Coração e uma Mente Solícita’ ”, A Liahona,julho de 1998, p. 46.

“Deve Sião Fugir à Luta?”, Hinos,nº 183.

Lição 49: Honestidade e IntegridadeSheldon F. Child, “Uma Pessoa de

Palavra”, A Liahona, julho de 1997, p. 32.

Robert J. Matthews, “ ‘Não DirásFalso Testemunho’ ”, A Liahona,novembro de 1998, pp. 14–21.

Richard D. Draper, “ ‘NãoFurtarás’ ”, A Liahona, outubro de 1998, pp. 26–31.

“A Verdade o Que É?”, Hinos, nº 171.

Lição 50: Dar Valor e Incentivo aos Portadores de Deficiências

Elizabeth Quackenbush, “Eu Era a Resposta que Ela Buscava”, ALiahona, junho de 1999, pp. 36–37.

Bart L. Andersen, “BatismoInesperado”, A Liahona, outubro de1997, pp. 6–7.

Lorjelyn Celis, “O que Eu Aprendicom o Cego”, A Liahona, outubro de1997, pp. 38–39. �

O

Guia de RecursosPara Ser Utilizado em 2001,Manual das Moças 2, Lições 25–49

s seguintes recursos poderão ser utilizados para complementar

as lições encontradas no Manual dasMoças 2. Esses recursos não devemsubstituir as lições do manual, mas atualizar e aprimorar as aulas.(A= O Amigo)

Lição 25: A Lei do SacrifícioJames E. Faust, “Abrir as Janelas

do Céu”, A Liahona, janeiro de 1999,pp. 67–70.

Robert L. Backman, “Fé a CadaPasso”, A Liahona, fevereiro de 1997,pp. 14–21.

Marvin K. Gardner, “ ‘A Um deuma Cidade, e a Dois de umaFamília’ ”, A Liahona, abril de 1999, pp. 36–41.

“Aonde Mandareis Irei”, Hinos, nº 167.

Lição 26: O SacramentoHenry B. Eyring, “Para que

Sejamos Um”, A Liahona, julho de 1998, p. 73.

“Como Sei Se Estou Tomando o Sacramento Dignamente?”, ALiahona, abril de 1999, pp. 22–24.

Melissa Ransom, “Assombro MeCausa”, A Liahona, abril de 1999, pp. 8–9.

Lição 27: Fortalecer o Testemunhopor meio da Obediência

James E. Faust, “O Preço de Serum Discípulo”, A Liahona, abril de1999, pp. 2–6

Kenneth Johnson, “ ‘Pela MesmaDoutrina Conhecerá’”, A Liahona,junho de 1999, pp. 11–15.

“A Alegria de Seguir ao Senhor”, A Liahona, outubro de 1999, pp. 44–48.

“Creio em Cristo”, Hinos, nº 66.

Lição 28: Livre-ArbítrioRichard G. Scott, “O Poder da

Retidão”, A Liahona, janeiro de 1999,pp. 79–81.

Joseph B. Wirthlin, “A Escolha ÉSua”, A Liahona, novembro de 1998,pp. 46–48.

Sharon G. Larsen, “Arbítrio —Uma Bênção ou um Fardo”, ALiahona, janeiro de 2000, pp. 12–14.

“Faze o Bem, Escolhendo o Que

É Certo”, nº 148.

J U L H O D E 2 0 0 1

121

Lição 29: ExaltaçãoJames E. Faust, “ ‘Sonda-me, ó

Deus, e Conhece o Meu Coração’ ”, A Liahona, julho de 1998, p. 17.

Richard G. Scott, “Jesus Cristo,Nosso Redentor”, A Liahona, julho de 1997, p. 65.

Richard J. Maynes, “Uma ConexãoCelestial com os Anos deAdolescência”, A Liahona, janeiro de 1998, p. 34.

“Ó Meu Pai”, Hinos, nº 177.

Lição 30: Fortalecer o TestemunhoServindo ao Próximo

Robert J. Whetten, “OsVerdadeiros Seguidores”, A Liahona,julho de 1999, pp. 34–36.

H. David Burton, “Vai e Faze da Mesma Maneira”, A Liahona, julho de 1997, p. 86.

Jeanie McAllister, “ ‘A CaridadeNunca Falha” ’, A Liahona, fevereirode 1999, pp. 26–31.

“Neste Mundo”, Hinos, nº 136.

Lição 31: A Lei do PaísM. Russell Ballard, “Defender

a Verdade e a Justiça, A Liahona,janeiro de 1998, p. 43.

L. Tom Perry, “Jovens de NobreEstirpe”, A Liahona, janeiro de 1999,pp. 86–89.

Mauro Properzi, “Estou Pronto?”,A Liahona, agosto de 1997, pp. 32–33.

Lição 32: A Importância da VidaRussell M. Nelson, “Somos Filhos

de Deus”, A Liahona, janeiro de 1999,pp. 101–104.

Arthur R. Bassett, “‘Não Matarás’”,A Liahona, setembro de 1998, pp. 18–23.

Patricia P. Pinegar, “Cuidar doBem-Estar Espiritual das Crianças”, A Liahona, julho de 1997, p. 12.

“Sou um Filho de Deus”, Hinos, nº 193.

Lição 33: O Poder Sagrado da Procriação

“O que os Profetas Ensinam a Respeito de Castidade e daFidelidade”, A Liahona, outubro de 1999, pp. 26–29.

Jeffrey R. Holland, “PurezaPessoal”, A Liahona, janeiro de 1999, pp. 89–92.

Richard G. Scott, “PerguntasSérias, Respostas Sérias”, A Liahona,setembro de 1997, pp. 28–32.

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Lição 34: Permanecer Fiel aos Padrões do Senhor

Gordon B. Hinckley, “PensamentosInspiradores”, A Liahona, novembrode 1998, pp. 2–7.

L. Aldin Porter, “ ‘Nós, Porém, Nãolhes Demos Atenção’ ”, A Liahona,abril de 1999, pp. 30–34.

Shannon D. Jensen, “Servir deTestemunha”, A Liahona, agosto de1999, pp. 8–9.

Lição 35: Escolhas SábiasRichard G. Scott, “O Poder da

Retidão”, A Liahona, janeiro de 1999,pp. 79–81.

Joseph B. Wirthlin, “Um Tempo de Preparação”, A Liahona, julho de 1998, p. 14.

Neil L. Andersen, “Profetas e Grilos Espirituais”, A Liahona,janeiro de 2000, pp. 18–20.

Lição 36: HonestidadeJames E. Faust, “Honestidade —

Uma Bússola Moral”, A Liahona,janeiro de 1997, p. 44.

Sheldon F. Child, “Uma Pessoa de Palavra”, A Liahona, julho de 1997,p. 32.

Robert J. Matthews, “ ‘Não DirásFalso Testemunho’ ”, A Liahona,novembro de 1998, pp. 14–21.

Lição 37: Guardar a Castidade por meio da Retidão

Jeffrey R. Holland, “PurezaPessoal”, A Liahona, janeiro de 1999,pp. 89–92.

Vanessa Moodie, “A Bênção daCastidade”, A Liahona, maio de 1999,pp. 26–27.

Terrance D. Olson, “Verdadesacerca da Pureza Moral”, A Liahona,outubro de 1999, pp. 30–39.

Lição 38: Saúde FísicaRussell M. Nelson, “Somos Filhos

de Deus”, A Liahona, janeiro de 1999,pp. 101–104.

L. Tom Perry, “ ‘Correrão e Não Se Cansarão’ ”, A Liahona, janeiro de 1997, p. 39.

Zoltán Soltra, “Qual Será o FardoMais Pesado?”, A Liahona, abril de1999, p. 29.

Lição 39: Prevenção de DoençasLauradene Lindsey, “Auto-

Suficiência”, A Liahona, outubro de 1997, pp. 22–24.

Lição 40: AutodomínioBoyd K. Packer, “O Espírito

de Revelação”, A Liahona, janeiro de 2000, pp. 26–29.

Richard J. Maynes, “Uma Conexão Celestial com os Anos da Adolescência”, A Liahona, janeiro de 1998, p. 34.

“Buscar o Autocontrole”, A Liahona, junho de 1999, p. 25.

“Sê Humilde”, Hinos, nº 74.

Lição 41: OtimismoJames E. Faust, “Esperança, uma

Âncora para a Alma”, A Liahona,janeiro de 2000, pp. 70–73.

Joe J. Christensen, “Uma Razãopara Sorrir”, A Liahona, setembro de 1998, pp. 28–31.

Shane R. Barker, “Seu Dia EstáRuim?”, A Liahona, outubro de 1999,p. 43.

“Deixa a Luz do Sol Entrar”,Hinos, nº 153.

Lição 42: Gratidão e ApreçoThomas S. Monson, “Lembrar

e Agradecer”, A Liahona, janeiro de 1999, pp. 20–23.

James E. Faust, “Um CoraçãoAgradecido”, A Liahona, novembro de 1998, A5.

“Gratidão”, A Liahona, agosto de 1999, p. 25.

“Pela Beleza do Mundo”, Hinos, nº 49.

Lição 43: O Uso Adequado do Tempo de Lazer

Gordon B. Hinckley, “As Obriga-ções da Vida”, A Liahona, maio de1999, pp. 2–7.

Joseph B. Wirthlin, “Um Tempo de Preparação”, A Liahona, julho de 1998, p. 14.

“Há Algo Errado em Assistir aNovelas de Televisão?”, A Liahona,fevereiro de 1996, pp. 25–27.

Lição 44: Desenvolver TalentosMarissa D. Thompson e Janna

A L I A H O N A

122

Nielsen, “Descobrir e DesenvolverTalentos”, A Liahona, maio de 1999,pp. 40–41.

Anne Billings, “Correr, Mas SemCansar”, A Liahona, setembro de1999, pp. 20–23.

Marcelino Fernández RebellosSuárez, “Uma Prece a Ele”, A Liahona,março de 1998, pp. 28–29.

Lição 45: Participar das ArtesJeanne P. Lawler, “Nosso ‘Quase’

Coro do Tabernáculo”, A Liahona,dezembro de 1998, pp. 36–37.

Beth Dayley, “ ‘Com os Olhos Fitosna Glória de Deus’ ”, A Liahona,agosto de 1997, p. 48.

Tamara Leatham Bailey e ChristieGiles, “O Poder da Música”, ALiahona, março de 1996, pp. 40–41.

Lição 46: Responsabilidade FinanceiraRonald E. Poelman, “O Privilégio

de Conhecer e Viver a Lei do Dízimo”,A Liahona, julho de 1998, p. 87.

“Guardar a Lei do Dízimo”, ALiahona, dezembro de 1998, p. 25.

Theodor G. Baalman, “Pôr à Provaa Promessa do Senhor”, A Liahona,dezembro de 1998, pp. 26–27.

Lição 47: Um Ambiente EdificanteJack H. Goaslind, “Atender ao

Chamado”, A Liahona, agosto de1997, pp. 10–15.

Anya Bateman, “ ‘Ótimo . . .Exceto Aquela Parte’ ”, A Liahona,junho de 1999, pp. 22–24.

“Como Posso Fazer com que MeuLar Seja Mais Feliz e Espiritual?, ALiahona, agosto de 1998, pp. 26–29.

Lição 48: A Comunicação na Liderança

Brad Wilcox, “Ajudar os Jovens a Sentirem-se Aceitos”, A Liahona,junho de 1999, pp. 42–47.

Marissa D. Thompson, “Seja Amigo”,A Liahona, março de 1999. p. 48.

Janet Thomas, “Diversão comPropósito”, A Liahona, fevereiro de 1999, pp. 18–22.

Lição 49: Valorizar e IncentivarPessoas Deficientes

Joe J. Christensen, “O SalvadorConta com Você”, A Liahona, janeirode 1997, pp. 42–44.

Linda A. Peterson, “Minha Heroína”,A Liahona, dezembro de 1999, pp. 34–35.

Elizabeth Quackenbush, “Eu Era a Resposta que Ela Buscava”, A

Liahona, junho de 1999, pp. 36–37. �
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Élder L. WhitneyClaytonDos Setenta

Élder ChristoffelGolden Jr.Dos Setenta

Novas AutoridadesGerais

Quando o Élder L. WhitneyClayton, novo membro do

Quórum dos Setenta, freqüentava aUniversidade de Utah e pensava napossibilidade de servir como missio-nário de tempo integral, o que o aju-dou a tomar a decisão de servir foi oexemplo de ex-missionários no cam-pus. “Não foi exatamente o quediziam, apesar de muitos terem ditocoisas que me ajudaram”, lembraele. “Era a forma com que se porta-vam, ou seja, sua maneira de agir.Havia algo neles que os distinguiade todos os rapazes que eu conhecia.E, certamente, isso era a missão.”

Ele foi chamado para servir naMissão dos Andes, no Peru, em1970, e a experiência que lá adqui-riu o ajudou a estabelecer bases fir-mes para outros serviços na Igreja.Um acontecimento que fortaleceu

seu testemunho ocorreu duranteuma visita do Élder Boyd K. Packer,do Quórum dos Doze Apóstolos, àmissão. “Quando o Élder Packerprestou seu testemunho em umareunião de missionários em Lima”,disse o Élder Clayton, “eu percebi que ele sabia que o evangelho eraverdadeiro.”

O Élder Clayton nasceu em SaltLake City no dia 24 de fevereiro de1950, filho de L. Whitney ClaytonJr. e Elizabeth T. Clayton. Ele cresceu em Whittier, no Estado daCalifórnia, nos Estados Unidos, gra-duou-se em Finanças na Universi-dade de Utah e formou-se emdireito na Universidade de Pacifica,na Califórnia. Após ter trabalhadoem diversos escritórios de advoca-cia, em maio de 1981, ele e o sócioabriram o próprio escritório emNewport Beach.

Casou-se com Kathy Ann Kippem 3 agosto de 1973 em Salt LakeCity, e tiveram sete filhos.

Os chamados anteriores do ÉlderClayton incluem: presidente da mis-são da estaca, líder do grupo desumos sacerdotes, presidente deramo, bispo, sumo conselheiro daestaca, conselheiro do presidente damissão, representante regional eSetenta-Autoridade de Área.

Grato pela oportunidade de ser-vir que esse novo chamado lhe oferece, o Élder Clayton diz: “O tes-temunho que tenho é o centro deminha vida. É um grande incentivopara eu fazer as coisas certas, servire abençoar e ajudar pessoas ondequer que estejam da forma quepuder”. �

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Tive sempre um grande amor peloSalvador. Cresci lendo a Bíblia e

fazendo orações diariamente”, diz oÉlder Christoffel Golden Jr. “Eutinha 20 anos de idade quandominha mãe abriu a porta para osmissionários. Jamais me esquecerei.Todos acreditamos em sua mensa-gem e fomos batizados.”

O Élder Golden nasceu no dia 1ºde junho de 1952 em Joanesburgo, naÁfrica do Sul, filho de Christoffel eMaria Oosthuizen Golden. Em 1971,ainda jovem, completou nove mesesde serviço militar. De 1977 a 1979,serviu na missão Joanesburgo Áfricado Sul. Seus estudos na Universidadeda África do Sul levaram-no a for-mar-se em ciências políticas em 1986e, mais tarde, fazer pós-graduação empolítica internacional em 1990.

Depois da missão, encontrou suafutura esposa, Diane NormaHulbert, que se formara em optome-tria. Ele terminou a faculdadeenquanto ela servia na missãoJoanesburgo. Casaram-se no dia 12de dezembro de 1981 e são hoje paisde quatro filhos — o mais jovem de11 e o mais velho de 17 anos.

“Nossa vida, desde o princípio,foi centrada no Senhor”, disse ele.“Não há dúvidas de que nos regozi-jamos em apoiar o Senhor, o profetae os Doze.”

Um executivo de sucesso, o ÉlderGolden trabalhou na área bancária e

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farmacêutica. Teve a oportunidadede ser promovido e mudar-se paraParis, na França; entretanto, decidiupermanecer na África do Sul. Maistarde, deu início a um negócio rela-cionado ao comércio óptico.

Em junho de 1996, começou atrabalhar para o Sistema Educa-cional da Igreja como diretor deárea. “Muitos dos jovens aqui nãotêm pais na Igreja”, diz o ÉlderGolden, que fala tanto o inglêscomo o africaner. “É por meio doseminário e instituto que podemosensinar uma cultura voltada para oevangelho.”

O Élder Golden, cujos chamadosna Igreja incluem presidente dosRapazes, líder da obra missionáriada ala, bispo e presidente de estaca,serviu como Setenta-Autoridade deÁrea durante seis anos antes de serchamado ao Primeiro Quórum dosSetenta.

“Meu amor por Jesus Cristoacompanha-me desde pequeno”, diz.“Este novo chamado é outra oportu-nidade que tenho de servi-Lo.” �

Élder Walter F.GonzálezDos Setenta

Élder Steven E.SnowDos Setenta

OLivro de Mórmon foi o ins-trumento da minha conver-

são. Sinto um imenso amor por ele”,diz o Élder Walter F. González.

Nascido em 18 de novembro de

1952, cresceu em Montevidéu, no

Uruguai. Aos doze anos de idade,estudava inglês em um ônibus certodia quando dois missionários viram-no e perguntaram-lhe: “Você falainglês?”

Nesse primeiro contato, o jovemWalter recebeu uma cópia do Livrode Mórmon. Seis anos depois,quando começou a lê-lo disse: “Sabiaque era verdadeiro após ter lido ape-nas as primeiras páginas de 1 Néfi”.Os pais, Fermin e Victoria González,ensinaram-lhe valores cristãos queajudaram-no a reconhecer e recebero evangelho restaurado.

Ele estudou direito na Universi-dade de La Republica no Uruguai,estudou economia na Universidadede La Fraternidad na Argentina, for-mou-se técnico de administração deempresas no Instituto CEMLAD e posteriormente, estudando por correspondência recebeu o diplomade Bacharel pela Universidade deIndiana em Bloomington, nosEstados Unidos.

Um ano depois de seu batismo,conheceu a esposa, Zulma, em umaconferência regional de jovens.Casaram-se em 28 de fevereiro de1975 em Montevidéu e foram sela-dos no Templo de Washington D. C.em 1979. Têm três filhos e uma filha.

“Adoro ensinar. Adoro a associa-ção com os alunos. Eles fazem comque eu permaneça jovem”, diz. OÉlder González trabalha desde 1975para o Sistema Educacional. Suacarreira como professor e adminis-trador já o levaram e à família parao Equador e para a Colômbia.

Desde o batismo, o Élder Gonzálezdiz que o Senhor o tem abençoadocom muitas responsabilidades e opor-tunidades para servir. Seu primeirochamado há 30 anos foi de conse-lheiro do superintendente do Mutual.Serviu em um bispado, foi presidentede estaca, presidente de missão noEquador, representante regional ediretor de assuntos públicos de área.Servia como Setenta-Autoridade de Área quando foi chamado aoPrimeiro Quórum dos Setenta.

“Acredito em uma vida equili-brada”, diz o Élder González.

“Precisamos encontrar tempo para

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nos aproximarmos do Senhor e daesposa e dos filhos”. No que serefere a outras atividades, ele acres-centa com um sorriso. “É tambémimportante para mim dedicar algumtempo para os esportes. Gosto espe-cialmente de futebol.”

O Élder González ensina constan-temente aos membros que “sigam osprofetas. Eles nos guiarão até Cristo.A melhor apólice de seguros para onosso bem-estar espiritual é a deseguir o profeta.” �

OÉlder Steven E. Snow e aesposa, Phyllis Squire Snow,

sabiam que teriam muito o que fazerno verão. Só não tinham idéia doquanto.

O casal irá celebrar seu trigésimoaniversário de casamento em junhopróximo, mas não pensaram muitona comemoração devido à prepara-ção do casamento de três dos quatrofilhos em maio, julho e agosto.

Então as coisas se tornaram real-mente complicadas quando o IrmãoSnow foi chamado para servir noPrimeiro Quórum dos Setentadurante a conferência. “Chamadospara servir nem sempre acontecemem um momento conveniente”, disseo Élder Snow, “mas são sempre umprivilégio. Estou ansioso por desem-

penhar este serviço de tempo integral
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Élder Keith K.HilbigDos Setenta

ao Senhor. Acordar todas as manhãssabendo que estou fazendo a coisacerta é um sentimento maravilhoso.”

Nascido em 23 de novembro de1949, filho de Greg E. Snow e VidaJean Goates Snow, o Élder Snowdedicou muito de sua vida a servir.Foi sumo conselheiro de estaca,bispo, presidente de estaca, presi-dente da Missão Califórnia SãoFernando e Setenta-Autoridade deÁrea na Área Utah Sul. Quandojovem fez missão na Alemanha,onde diz que adquiriu seu forte tes-temunho do evangelho.

Por meio de seu serviço, o ÉlderSnow desenvolveu grande amor pelaspessoas. “Ao nos prepararmos paranossa nova designação, estou ansiosopara conhecer novas pessoas, parti-cularmente as de origens diferentes.Meu interesse pelas pessoas propor-ciona-me muita alegria e felicidade.”

Seu amor pelas pessoas se desen-volveu enquanto crescia em St.George, Utah. “Meus avós possuíamuma loja de móveis”, diz ele, “equando os clientes entravam, euficava observando meu avô conver-sar com eles. Ele gostava tantodisso, que vovó tinha que lembrá-losempre que estava no trabalho.”

O Élder e a irmã Snow casaram-se no Templo de St. George, Utah ecriaram a família em uma cidadepróxima, Washington, Utah. Ele é um dos principais sócios do escri-

Os membros reúnem-se do lado de forprincipal do Centro de Conferências.

tório de advocacia Snow Nuffer e

trabalha como promotor públicoassistente do Condado de Wash-ington. Formou-se como bacharelem contabilidade na UniversidadeUtah State e em direito pela Uni-versidade Brigham Young. �

a de uma das entradas do nível

Realmente acredito na declaraçãodo Presidente J. Reuben Clark

de que na Igreja ninguém busca nemrecusa uma posição, e não importaonde se serve, mas como”, diz oÉlder Keith Hilbig, recentementechamado ao Segundo Quórum dosSetenta. “Isso é um fato em todas as

oportunidades de servir na Igreja.”

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Os sentimentos do Élder Hilbig arespeito do serviço na Igreja come-çaram a desenvolver-se na infância.Ele nasceu em 13 de março de 1942em Milwaukee, Wisconsin, nosEstados Unidos, filho de Karl eMildred Hilbig. O exemplo dos paise de outros membros na aceitaçãode chamados foi um fator-chave emseu desenvolvimento espiritual.Recorda-se que vê-los servir, mol-dou sua atitude quanto à Igreja equanto às coisas espirituais.

O Élder Hilbig serviu como mis-sionário de tempo integral na MissãoCentral Alemã, então recebeu umgrau de bacharel na UniversidadePrinceton e formou-se em direito naUniversidade Duke. Depois de traba-lhar como advogado em Los Angeles,na Califórnia, nos Estados Unidos,abriu seu próprio escritório. Em abrilde 1998 tornou-se o ConsultorJurídico Internacional para a Igreja.Nessa posição trabalhou nas Áreas daEuropa Ocidental e Europa Central.

Casou-se com Susan Rae Logie noTemplo de Salt Lake em 1º de junhode 1967. Têm seis filhos e oito netos.A respeito da influência da esposa, oÉlder Hilbig comenta: “Ela tem sidoum exemplo maravilhoso para mimno estudo e na aplicação do evange-lho. Eu a observo e aprendo com ela”.

Antes de seu chamado aoSegundo Quórum dos Setenta, oÉlder Hilbig foi chamado em 1995como Autoridade de Área e em1997 como Setenta-Autoridade deÁrea. Ele também serviu como pro-fessor de Doutrina do Evangelho,presidente dos Rapazes, presidentedo quórum de élderes, bispo, presi-dente de estaca e presidente daMissão Suíça Zurique.

Tenho um testemunho da divin-dade do Salvador e fico cada vezmais admirado com a Restauração ecom a obra que vem sendo realizadapor intermédio do Espírito atual-mente”, observa o Élder Hilbig. “Émaravilhoso olhar para trás e ver oquanto foi realizado e olhar parafrente e contemplar o quanto aindavai acontecer. Estes são temposmaravilhosos para vivermos e fazer-

mos nossa contribuição.” �
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Élder Robert F.OrtonDos Setenta

Élder Wayne S.PetersonDos Setenta

Não me recordo de tempo algumem minha vida que não sou-

besse que Deus vive”, diz o ÉlderRobert F. Orton de Salt Lake City.Esse testemunho fortaleceu-se como passar dos anos por meio deestudo das escrituras — muitasvezes estudando-as à noite quandonão conseguia dormir. “Quandoacordo, em lugar de ficar lá dei-tado, estudo as escrituras”, diz. Elesente que esse estudo pessoalintenso será bené f ico para seunovo chamado no SegundoQuórum dos Setenta.

O Élder Orton nasceu em 24 deagosto de 1936, sendo filho de H.Frank e Gwen Riggs Orton e cres-ceu em Panguitch, Utah. Os paiscasaram-se no templo, mas poucodepois o pai tornou-se menos ativona Igreja. Foi somente depois que ojovem Robert completou 12 anosque o pai decidiu retornar à plenaatividade na Igreja. “Isso ocorreudepois de muitos anos de esperança,orações e súplicas”, conta o ÉlderOrton. “Ele sempre fora um bompai, mas passamos a sentir paz eserenidade em nosso lar devido aorelacionamento que existia entremeu pai e o restante da família.”

Uma outra pessoa que influenciouo Élder Orton profundamente foi aavó, Mildred Riggs, que viveu com afamília após a morte do marido. Ela

estabeleceu um exemplo de retidão

pessoal e de autodisciplina, ao lerdiariamente as escrituras e a decidirservir numa missão quando já tinhaquase setenta anos de idade.“Quando chegou a hora de pensarem servir em uma missão, comeceia lembrar-me da vovó e do tipo depessoa que ela fora”, recorda-se oÉlder Orton. “Finalmente disse paramim mesmo: Se a vovó Riggs podefazê-lo, você pode e deve fazê-lo.” OÉ lder Orton serviu na MissãoFrancesa, uma experiência queaprofundou seu amor pelo evange-lho restaurado.

O Élder Orton recebeu o grau de bacharel pela UniversidadeBrigham Young e formou-se emdireito pela Universidade de Utah.Em 13 de junho de 1963 casou-secom Joy Dahlberg no Templo deSalt Lake. Eles têm seis filhos enove netos.

Os numerosos chamados doÉlder Orton incluem: bispo, conse-lheiro em presidência de estaca epresidente de missão. �

Uma corneta levou Wayne S.Peterson a uma de suas primei-

ras experiências espirituais. Eleaprendeu a tocar o instrumentoquando era adolescente em Roy,Utah. Fazia parte do Coro dos

Meninos de Utah e do Coro de

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Trombetas, um grupo que foi convidado a apresentar- se naConvenção Internacional Kiwanisem Atlantic City, Nova Jersey, nosEstados Unidos. Como parte da via-gem para o leste americano, osmeninos também tiveram a oportu-nidade de visitar o Bosque Sagradoe o monte Cumora, perto de Pal-myra, Nova York.

“Foi um dos pontos determinan-tes da minha vida”, lembra-se oÉlder Peterson. “O Espírito quesenti lá, a certeza do que lá ocor-rera, penetraram meu coração pro-fundamente.”

Esse testemunho pessoal perma-neceu com o É lder Petersondurante sua vida. Ele foi missioná-rio na Austrália, bispo duas vezes,sumo conselheiro de estaca duasvezes, presidente de estaca, presi-dente da Missão Califórnia Oak-land e representante regional.Servia desde 1995 como Autoridadede Área para a Área Utah Norte aoser chamado como membro doSegundo Quórum dos Setenta.

O É lder Peterson nasceu emRoy, Utah em 6 de outubro de1939, f i lho de Rulon e NaomiSkeen Peterson. Ele e a esposa,Joan Jensen Peterson, estão casadoshá 39 anos, criaram seis filhos econsideram isso uma experiênciavaliosa e gratificante. Um ano apósterem se casado no Templo deLogan, a primeira filha, Linda, nas-ceu com espinha bífida. A expe-riência levou o casal rapidamente auma grande maturidade. Sua féaumentou ao verem suas oraçõesrespondidas e pequenos milagresocorrerem na vida da filha. Lindaserviu em uma missão, ensinou noCentro de Treinamento Missio-nário, formou-se pela UniversidadeBrigham Young, casou-se no temploe tem dois filhos.

O É lder Peterson tem umbacharelado e um mestrado emAdministração de Empresas pelaUniversidade de Utah, onde foipresidente do corpo discente.Profissionalmente ele trabalhacomo agente de desenvolvimento

imobiliário em Salt Lake City. �
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Élder R. ConradSchultzDos Setenta

Élder Robert R.SteuerDos Setenta

OÉlder R. Conrad Schultz apre-cia o basquete desde pequeno,

então foi uma surpresa para todos— inclusive para si mesmo —quando deixou a equipe da escolasecundária em seu último ano. “Naépoca não sabia porque precisavasair da equipe”, conta ele. “Masagora eu sei.”

Um dia depois de ter saído daequipe da escola, um amigo convi-dou-o para jogar no time da ala.Embora não fosse membro da Igrejana época, o jovem Conrad concor-dou e ajudou a levar o time às finaisdo torneio da Igreja em Salt LakeCity. Ficaram entre as melhores equi-pes do torneio e, posteriormente,participaram de um banquete onde oorador convidado era o PresidenteJoseph Fielding Smith, o Presidentedo Quórum dos Doze Apóstolos.

“Quando voltei para casa após otorneio, queria aprender mais a res-peito da Igreja”, diz o Élder Schultz.“Então recebi as palestras missioná-rias.” Enquanto jejuava e orava, rece-beu um testemunho de que JosephSmith foi um profeta e que o Livrode Mórmon era a palavra de Deus.Foi batizado pouco depois, em 1956.Dois anos mais tarde, em junho de1958 começou o trabalho missioná-rio na Missão Estados do Golfo.

Nascido em North Bend,

Oregon, nos Estados Unidos, em 11

de março de 1938, o Élder Schultzé filho de Ralph Conrad Schultz ede Dorothy Bushong Schultz. Elemorou em seu estado natal a maiorparte da vida. Recebeu um grau de bacharel e de doutor em juris-prudência pela Universidade deOregon, praticando direito em suacarreira profissional. Em junho de1961, casou-se com Carolyn Lakeno Templo de Salt Lake. Têmcinco filhos e oito netos. Ele e afamília gostam de acampar, pescare assistir a eventos esportivos jun-tos. “Não posso expressar o quantoa unidade familiar é importante”,diz ele. “É algo fabuloso em nossavida.”

Antes de seu chamado para oSegundo Quórum dos Setenta, oÉlder Schultz serviu como bispo,presidente de estaca e presidente daMissão Colorado Denver Sul. “Aobra missionária é a pedra de toquedo meu coração”, diz ele. “É muitoimportante para mim pela formacomo abençoou minha vida.” �

OÉlder Robert R. Steuer lem-bra-se de como os membros

eram “gentis e atenciosos” quandoele batizou-se na Igreja aos noveanos de idade. Por meio do exemplode amigos da vizinhança, ele come-

çou a freqüentar a Primária e entrou

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em contato com o evangelho. Aindapequeno, aprendeu em primeiramão a importância de ser amigo egentil para com as outras pessoas.

Aos 14 anos, Robert aprendeumais uma vez pelo exemplo a neces-sidade de “amar sinceramente epreocupar-se com as outras pes-soas”. Ele se recorda de um de seuscompanheiros das visitas de mestrefamiliar, um homem com mais de 80anos de idade, que foi um grandeexemplo para ele. “Sua idéia de fazervisitas como mestre familiar”, contao Élder Steuer, “era a de ir e pintar avaranda e a casa da viúva”.

Nascido em 6 de dezembro de1943, em Milwaukee, Wisconsin, nosEstados Unidos, filho de HuldaHanel e Fritz Steuer, o jovem Robertpassou sua juventude em Salt LakeCity, Utah e em Las Vegas, Nevada.Recebeu um diploma de bacharel e formou-se em medicina pelaUniversidade de Minnesota. Depoisde formar-se, exerceu medicina e trabalhou na área de pesquisamédica, tornando-se, ao final, médicoespecialista em diagnóstico. Foi o fun-dador e o presidente de uma clinicade diagnósticos médicos.

Devido à sua experiência na pro-fissão médica, o Élder Steuer diz que“o Espírito inspira não apenas emassuntos espirituais, mas tambémem assuntos seculares.” Diz que éemocionante ver a mão do Senhorna pesquisa médica.

O Élder Steuer e a esposa,Margaret Black, de Ogden, Utah,casaram-se em 21 de junho de 1971no Templo de Logan Utah. Residemem Pleasant View, Utah e têm cincofilhos e cinco netos. A esposa e afamília “têm sido uma fonte de forçapara mim”, diz ele.

Seus chamados na Igreja incluembispo, presidente da missão daestaca e presidente da Missão BrasilSão Paulo Norte.

O Élder Steuer diz que as expe-riências da vida ensinaram-no que hámuitos momentos em nossa vida emque “recebemos uma inspiraçãoserena”. Como novo membro doSegundo Quórum dos Setenta, ele

incentiva os membros a “encontrarem
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esses momentos serenos em seu larpara refletirem nas necessidades decada membro da família”. �

Élder H. RossWorkmanDos Setenta

Pessoas dirigem-se à conferência, cruzando a North Temple Street entre o Centro de Conferências e a Praça do Templo.

Aos 19 anos de idade, H. RossWorkman estava preparando-se

para o casamento e não planejavaservir em uma missão de tempo inte-gral. Então, certo domingo pelamanhã, o presidente da estaca foi atéele e disse: “Fui inspirado a chamá-lopara uma missão. Você irá?” Pego desurpresa, mas sentindo a influênciaconfirmadora do Espírito Santo, ojovem Ross disse: “Sim”. Quandocontou à noiva, uma garota quenamorara na escola secundária e dequem ficara noivo no dia da forma-tura, ela chorou, mas concordou emapoiá-lo e adiar o casamento.

Os compromissos assumidosnaquele dia foram o ponto crucial desua vida. Nasceu a 31 de dezembrode 1940 em Salt Lake City, filho deHarley e Lucille Ramsey Workman.Depois da missão nos Estados doSul, casou-se com Katherine EvelynMeyers, sua namorada da escolasecundária, no Templo de LoganUtah. Têm quatro filhos e setenetos. Formou-se em química edireito pela Universidade de Utah etrabalha há mais de 28 anos comoadvogado de patentes. Em seus cha-

mados na Igreja ele trabalhou com

os jovens durante muitos anos e ser-viu em vários bispados, no sumoconselho de estaca e como bispo.Servia como presidente da MissãoHavaí Honolulu quando foi cha-mado para o Segundo Quórum dosSetenta.

O Élder Workman considera queo treinamento de liderança querecebeu enquanto servia no bispadode uma ala de estudantes “deu-me a visão desta obra”. Ele relembra o chamado de bispo como sendouma das grandes experiências de sua vida. Entre os momentos

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bem-sucedidos que testemunhoucomo presidente de missão estava o crescimento notável da fé dos missionários e o estabelecimento daIgreja nas Ilhas de Natal emQuiribati, onde o ramo crescera eestava com mais de 114 membros.

“Sei que Deus fala ao homem porintermédio da orientação doEspírito Santo”, testifica o ÉlderWorkman. “O Senhor apoiou-medurante toda a minha vida. Aprendique Jesus Cristo vive e que Ele émeu Salvador. Dedico-Lhe profundagratidão. Ele é o Cristo vivo.” �

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Fotografia Panorâmica da State Street, de Al RoundsEssa ampla vista da antiga Salt Lake City é, na verdade, um panorama histórico. À direita, o cruzamento da South Temple com a State Street tal como se apresentava no final da década de 1850, com o Eagle Gate estendendo-se em arco sobre a State Street. Na esquina, A Beehive House, construída pelo Presidente Brigham Youngentre 1850 e 1860, aparece ao lado da Lion House tal como era no final da década de 1890. O Templo de Salt Lake, uma quadra ao oeste, foi dedicado em 1893.

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Fotografias da conferência

geral: Líderes da Igreja, o Coro

do Tabernáculo e a congregação

que se levanta para cantar (à

frente); o Centro de Conferências

(acima), bem cedo pela manhã

antes da sessão, visto da praça em

frente ao Templo de Salt Lake.

RELATÓRIO DA 171ª CONFERÊNCIA GERAL ANUAL 31 DE MARÇO – 1º DE ABRIL DE 2001