13
A LINHA DOS MARINHEIROS A Linha dos Marinheiros da Umbanda engloba espíritos que trabalham no auxílio a encarnados e desencarnados, a partir do seu magnetismo aquático e de seus conhecimentos sobre a manipulação do Mistério das Águas. Nela se apresentam espíritos que em últimas encarnações foram marinheiros de fato, navegadores, oficiais, pescadores, povos ribeirinhos, canoeiros, ex-piratas etc. É o arquétipo do homem litorâneo, daquele que sobrevive do mar e dos rios. A Linha dos Marinheiros tem a Regência direta dos Orixás Yemanjá e Omolu. Yemanjá rege “a parte de cima” do mar e Omolu rege “a parte de baixo”. Yemanjá rege o mar (“calunga grande”) e dá sustentação e amparo aos espíritos que nele viveram de forma positiva, extraindo de suas águas recursos para alimentar vidas. Omolu rege a terra (“calunga pequena”) e sustenta o eterno vai-e-vem das águas. Mas também atrai para os seus domínios os espíritos que se utilizaram do mar de forma negativa, alimentando apenas seus instintos inferiores.

A Linha Dos Marinheiros

  • Upload
    ximto

  • View
    25

  • Download
    2

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: A Linha Dos Marinheiros

A LINHA DOS MARINHEIROS

 

A Linha dos Marinheiros da Umbanda engloba espíritos que trabalham no auxílio a encarnados e desencarnados, a partir do seu magnetismo aquático e de seus conhecimentos sobre a manipulação do Mistério das Águas.

 

Nela se apresentam espíritos que em últimas encarnações foram marinheiros de fato, navegadores, oficiais, pescadores, povos ribeirinhos, canoeiros, ex-piratas etc.

 

É o arquétipo do homem litorâneo, daquele que sobrevive do mar e dos rios.

 

A Linha dos Marinheiros tem a Regência direta dos Orixás Yemanjá e Omolu.

 

Yemanjá rege “a parte de cima” do mar e Omolu rege “a parte de baixo”.

 

Yemanjá rege o mar (“calunga grande”) e dá sustentação e amparo aos espíritos que nele viveram de forma positiva, extraindo de suas águas recursos para alimentar vidas.  

 

Omolu rege a terra (“calunga pequena”) e sustenta o eterno vai-e-vem das águas. Mas também atrai para os seus domínios os espíritos que se utilizaram do mar de forma negativa, alimentando apenas seus instintos inferiores.

 

Esta Linha de Trabalho é também chamada de “Povos da Água” e está relacionada a outras Mães das Águas: Oxum (águas doces), Nanã (lagos e lagoas), Yansã (água da chuva), Oyá-Tempo (água do sereno). Mas sua principal Regente é Yemanjá.

 

Os Marinheiros trabalham ainda sob influência das Forças Naturais que enfrentam no mar, tais como: as calmarias (Mistério de Oxalá); os raios (Mistério de Xangô); os tufões (Mistério de Yansã); os ciclones (Mistério de Oyá-Tempo); os bancos de areia (Mistério de Omolu); os recifes de corais (Mistério de Obá); os sargaços (Mistério de Oxóssi); as correntes marinhas (Mistério de Ogum).

Page 2: A Linha Dos Marinheiros

 

Para lidar com essas energias, os Marinheiros precisam do conhecimento e da licença dos Orixás Regentes.

Portanto, ser um Marinheiro de Umbanda requer “preparo”!...

 

Nos Terreiros, a chegada dos Marinheiros traz uma alegria contagiante. Abraçam a todos, brincam com um jeito maroto, gingando pra lá e pra cá, PARECENDO embriagados.

 

Mas NÃO estão embriagados, como se poderia pensar. É o seu magnetismo aquático que os faz ficar “balançando”.

 

Cada elemento tem o seu magnetismo. E os espíritos que se manifestam naquela Irradiação têm magnetismo idêntico.

 

O que faz o mar ondular é o magnetismo característico de Mãe Yemanjá, Regente Divina dessas águas e da Linha dos Marinheiros. Logo, os Marinheiros têm esse magnetismo “ondulante”.

 

Ao incorporar em seu médium, o Marinheiro “bambeia”, ele se movimenta como quem se equilibra no tombadilho de um navio ou de um barco em alto mar. Desta forma, ele libera energias em formas onduladas, é através dos seus “balanços” que lembram os movimentos de uma pessoa embriagada. (Se ficarmos algum tempo no mar, vamos entender melhor isso: ao voltar para terra firme, sentiremos estar “balançando”, “bambeando”, ainda sob o efeito do movimento ondulante do mar.)

 

Os “balanços” dos Marinheiros liberam ondas de forte magnetismo aquático que desagregam acúmulos negativos de origem externa e interna, equilibram nosso emocional e mental e nos dão condições de gerar coisas positivas em nossas vidas. Vale lembrar que as águas simbolizam as nossas emoções e estão ligadas à origem da vida.

 

Nas Giras de desenvolvimento o magnetismo dos Marinheiros é um potente equilibrador emocional do médium, colaborando de forma essencial no processo.

Page 3: A Linha Dos Marinheiros

 

A Linha atua preferencialmente na diluição de cargas trevosas e em trabalhos voltados para a cura emocional do consulente, muitas vezes com a ajuda de seres Elementais da Água que são atraídos com tal propósito. O contato com esses seres realiza uma potente limpeza em nosso campo magnético, uma verdadeira “explosão” de energia equilibradora.

 

Os Marinheiros são Magos dos Mistérios Aquáticos. Atuam de forma única dentro da Umbanda, na manipulação de energias que nos libertam de bloqueios íntimos e nos dão equilíbrio emocional. Pode parecer pouco, mas hoje a própria ciência analisa e admite os efeitos dos distúrbios emocionais como geradores de várias enfermidades. De modo que a cura emocional é o primeiro grande passo para outras conquistas.

 

Os Marujos lidam com os consulentes de forma simpática e extrovertida, “quebrando o gelo” e deixando o assistido muito à vontade, o que facilita a recepção dessas energias equilibradoras e curadoras.

 

Sua linguagem é bastante simbólica:

 

●“o mar”― expressão que usam significando a nossa vida. Quando falam que “o mar tá bravo”, é porque o médium ou o consulente está com dificuldades na vida por não saber lidar com as emoções;

 

●“barco”― maneira pela qual nos designam (é o próprio médium, é o consulente);

 

●“Capitão Maior/Capitão do Navio”― expressões para se referirem a Deus.

 

Além dos trabalhos de descarrego e quebra de magias negativas, dão consultas e passes. Costumam ir direto ao ponto, sem rodeios. Mas sabem como falar aos consulentes sem criar um clima desagradável ou de medo.

 

Page 4: A Linha Dos Marinheiros

São amigos, trazem uma mensagem de esperança e força. Sempre nos alertam para agir com fé e confiança e desbravar o desconhecido, seja do nosso interior ou do mundo que nos rodeia.  

 

Algumas vezes, ao incorporar, os Marinheiros precisam tomar alguma bebida alcoólica para não prejudicar o físico do médium. Como se explica isso?

 

Acontece que o nosso organismo queima ou consome energia; e o álcool produzido pelos amidos que ingerimos sustenta essa queima.

 

No caso, sem ingerir a bebida, o magnetismo da Entidade absorverá muito do álcool do corpo do médium, prejudicando suas funções.

 

Quando espíritos regidos por magnetismos densos (água, terra e fogo) incorporam, eles precisam ingerir alguma bebida alcoólica, para não consumir aquele álcool do corpo do médium. Caso contrário, irão paralisar o organismo do médium em algumas de suas funções.

 

O uso da bebida dá fluidez e volatilidade às vibrações desses espíritos, expande seus campos magnéticos e possibilita a estabilização e o equilíbrio nas incorporações.

 

Como os Marinheiros vivem na irradiação aquática do mar, quando incorporam, parece-lhes que é o solo que está se movendo. Daí, com funções inversas, o álcool lhes dá estabilidade e equilíbrio para ficarem parados e darem atendimento às pessoas.

 

O álcool tira o equilíbrio de uma pessoa. Mas, assim como o veneno de cobra é o único antídoto contra picadas de cobras, com os Marinheiros a ingestão de bebida alcoólica lhes dá estabilidade. Porém, esse consumo precisará ser controlado e restrito a uma dose mínima!

 

Dentro de um trabalho espiritual, o excesso de bebida nunca se justifica. O Guia é um espírito que se preparou e obteve a permissão da Lei Divina para vir nos ajudar; é um mago que sabe como manipular os elementos e usa o mínimo necessário, pois não

Page 5: A Linha Dos Marinheiros

precisa de “quantidade”. Quando há excesso, isso se dá pela ignorância (despreparo), ou então pela vaidade do médium.

 

(FONTE: “Arquétipos da Umbanda”, Rubens Saraceni, Madras Editora, 2007, páginas 113/115.)

 

Nomes simbólicos: Martim Pescador, Marinheiro das Sete Praias, João das Sete Ondas, Capitão dos Mares, João da Praia, Zé do Mar, Zé Pescador, João da Marina, Zé da Maré, Antonio das Águas, Zé da Jangada, Seu Antenor, Seu Jangadeiro, João Canoeiro, Zé dos Remos, João do Rio etc.

 

Dia da semana:  A 2ª feira, dia associado à Lua e ao Orixá Yemanjá. Também a 6ª feira, regida por Netuno, planeta relacionado a Yemanjá.

 

Campo de atuação: Quebra de bloqueios emocionais; equilíbrio das emoções; limpeza energética; quebra de magias negativas.

 

Ponto de força: A beira-mar; beira dos rios.

 

Saudação: Salve a Marujada!

 

Cor: Azul claro e branco.

 

Elementos de trabalho: Pedras, conchas, búzios, estrelas do mar, caramujos, velas, fitas e linhas, areia, arroz, cebola branca. 

 

Ervas: Alfazema, erva-cidreira, anis estrelado, rosa branca, camomila, manjericão, erva de Santa Maria, mentruz, hibisco (flor), manjerona, mulungu (casca e raiz), noz moscada, margarida, sensitiva, arroz, erva de bicho, buchinha do norte, casca de alho, casca de cebola.

 

Page 6: A Linha Dos Marinheiros

Fumos/defumação: Charuto; cigarrilha; fumos diversos feitos de ervas enroladas na palha.

 

Incenso: Rosas brancas, alfazema, anis estrelado.

 

Pedras: As pedras azuis. Exemplos: Água-Marinha, Topázio Azul, Calcedônia, Quartzo Azul. Também as pedras pretas, quando o trabalho é para uma limpeza pesada. Exemplos: Vassoura da Bruxa, Turmalina Preta. (Fonte: Angélica Lisanty, “Os Cristais e os Orixás”, Madras Editora, 2008, página 84.)

 

Bebidas: Suco de pera e de melão; água de coco; leite com mel; cerveja clara; conhaque com mel; rum; pinga com mel; vinho branco.

 

Frutas: Melancia, melão, pêra, pêssego, laranjas, figo, maçãs, uvas verdes, carambola. Também as frutas de polpa branca em geral.

 

Flores: Cravo branco, palmas brancas, rosas brancas; as flores brancas em geral; hortênsia.

 

Oferenda ritual: Velas, pembas, fitas e linhas de cor branca e azul claro; cravos bran-cos; frutas variadas; bebidas: rum, aguardente ou cerveja branca.

 

Cozinha ritualística:

 

1-Moqueca mista: 5oo g de camarão, postas de peixe, sal, pimenta, 2 colheres (sopa) de suco de limão, 2 colheres (sopa) de dendê, 1 colher (sopa) de azeite de oliva, 2 cebolas raladas, 5 tomates sem pele picadinhos, 1 pimenta vermelha picada sem sementes, 1 pimentão amarelo picadinho,  cheiro-verde picado, meia xícara de leite de coco. Temperar o peixe e o camarão com sal e limão. Colocar o dendê numa panela, aquecer e refogar ligeiramente a cebola, o tomate, o pimentão e a pimenta, com o sal. Juntar o camarão e o peixe e levar ao fogo brando por uns 20 minutos. Adicionar o cheiro-verde e o leite de coco. Servir com arroz branco ou com acaçá.

 

Page 7: A Linha Dos Marinheiros

2-Arroz branco com camarão. Refogar uma porção de camarão no azeite de oliva com cebola, alho, sal, tomate, pimentão amarelo picadinho e temperos frescos a gosto. Cozinhar o arroz e decorar com o camarão.

 

3-Abobrinhas recheadas com arroz- Cozinhar arroz branco com os temperos comuns. Quando começar a secar, abaixar bem o fogo, juntar um pouco de leite de coco, mexer e esperar terminar o cozimento. Em separado, lavar e cortar algumas abobrinhas, no sentido do comprimento, retirando parte da polpa (fazer um buraco para colocar o recheio). Polvilhar um pouco de sal nas abobrinhas e cozinhá-las em banho-maria, cuidando para que não amoleçam. Rechear as abobrinhas com o arroz e decorar com cheiro-verde e temperos a gosto. Regar com um fio de azeite de oliva. [A mesma receita pode ser feita com batatas grandes: tirar uma tampa; remover parte da polpa com uma colher, abrindo um buraco para o recheio. Cozinhar e depois rechear. Podem-se acrescentar camarões pequenos temperados com sal e limão e refogados em azeite, tanto no arroz quanto nas batatas.]

 

4-Peixe na cerveja- Lavar alguns filés de pescada (ou outro peixe de água salgada), depois espremer sobre eles um pouco de suco de limão e tornar a lavar. Salgar os filés e colocá-los de molho por cerca de 1 hora numa mistura de cerveja branca, batatinha em rodelas finas, alho, cebola e tomate bem picadinhos. Em seguida, levar para cozinhar em fogo bem baixo, com cuidado, para não quebrar os filés. Podemos intercalar: camadas da batata em rodelas finas; molho; peixe. [Observação: Esse peixe também pode ser assado. Ou pode ser empanado em farinha de trigo e frito e neste caso refogamos a batata, a cebola, o alho e o tomate num pouco de azeite de oliva e colocamos essa mistura sobre o peixe já frito.]

 

5-Frutas aquosas, tais como: melancia, melão, pêra, pêssego, laranjas, figo, maçãs. Também as frutas de polpa branca em geral. Colocar num prato de papelão forrado com ervas (erva-doce fresca, capim cidrão etc.) ou então num “barco” feito com a casca da melancia ou do melão. Decorar com pétalas de flores brancas.

Os marinheiros na Umbanda

Aos poucos eles desembarcam de seus navios da calunga (mar) e chegam a Terra. Com suas gargalhadas, abraços e apertos de mão. São os marujos que vêm chegando para trabalhar nas ondas do mar. Os Marinheiros são homens e mulheres que navegaram e se relacionaram com o mar. Que descobriram ilhas, continentes, novos mundos.

Enfrentaram o ambiente de calmaria ou de mares tortuosos, em tempos de grande paz ou de penosas guerras. Os Marinheiros trabalham na linha de Iemanjá e Oxum (povo d'áqua), e trazem uma mensagem de esperança e muita força, nos dizendo que se pode lutar e desbravar o desconhecido, do nosso interior ou do mundo que nos rodeia se tivermos fé, confiança e trabalho unido, em grupo.

Seu trabalho é realizado em descarrego, consultas, passes, no desenvolvimento dos médiuns e em outros trabalhos que possam envolver

Page 8: A Linha Dos Marinheiros

demandas. Em muito, seu trabalho é parecido com o dos Exus. Dificilmente um leigo irá notar a diferença entre alguns marinheiros e os Exus na ora da gira, pois alguns Exus vêm com todos os trejeitos dos Marinheiros e com outros nomes, é quase imperceptível.

Linha ou falange dos marinheiros tem sua origem na linha de Iemanjá e são chefiados por uma entidade conhecida por Tarimá. São espíritos de pessoas que em vida foram marinheiros.São muito brincalhões e normalmente bebem muito durante os trabalhos, por esse motivo a sua evocação não é muito freqüente, o plano espiritual superior os evoca para descarga pesada do templo, desta forma a eles podemos pedir coisas simples, eles não são muito dados a falar ou dar consultas.

A descarga de um terreiro uma vez efetuada será enviada ao fundo mar com todos os fluidos nocivos que dela provem. Os marinheiros são destruidores de feitiços, cortam ou anulam todo mal e embaraço que possa estar dentro de um templo, ou ainda, próximo aos seus freqüentadores.

Nunca andam sozinhos, quando são solicitados para um trabalho, unem-se em legiões, fazendo valer o principio de que a união faz a força, o que os torna imbatíveis nesse sentido. Alguns representantes mais conhecidos: Maria do Cais, Chico do Mar, Zé Pescador, Seu Marinheiro Japonês, Seu Iriande, Seu Gererê, Seu Martim Pescador

Da linha do Povo D'água ou de Iemanjá, geralmente baixam para beber e brincar podem-lhe ser pedidos coisas simples. Não é muito aconselhável a incorporação dessas entidades, devido à quantidade de bebida que ingerem. Com doutrinação, porém, eles não bebem em excesso.

Vêm com seus bonés, calças, camisa e jaleco, em cores brancas de marinheiros e azul marinho de capitães de barco. Cores essas votivas da linha do mar.

Nunca se oferece a eles conchas, estrelas do mar ou outros objetos do mar, pois como Marinheiros que são, consideram que ter objetos pertencentes ao mar traz má sorte, a exceção dos búzios (que não consideram como adornos, e sim como símbolo de dinheiro). Este povo recebe as oferendas na orla do mar em lugar seco sobre a areia.

A gira de marinheiro e bem alegre e descontraída. Eles são sorridentes e animados, não tem tempo ruim para esta falange. Com palavras macias e diretas eles vão bem fundos na alma dos consulentes e em seus problemas. A marujada coloca seus bonés e, enquanto trabalham, cantam, bebem e fumam. Bebe Whisky, Vodka, Vinho, Cachaça, e mais o que tiver de bom gosto. Fumam charuto, cigarro, cigarrilha e outros fumos diversos.

Em seus trabalhos são sinceros e ligeiramente românticos, sentimentais e muito amigos. Gostam de ajudar àqueles e àquelas que estão com problemas amorosos ou em procura de alguém, de um "porto seguro". A gira de marinheiro, em muito, parece uma grande festa, pela sua alegria e descontração, mas também, existe um grande compromisso e responsabilidade no trabalho que é feito.

Seus integrantes se apresentam com a aparência de marinheiros e pescadores, gente acostumada a navegar. Representa o homem do mar, bebedor, mulherengo, que gosta de beber com os amigos nos bares e cantar alguma canção. São alegres e encaram os problemas de um ponto de vista simples. Caminham balançando-se de um lado para o outro, como se estivessem mareados. Bebem de tudo, pois na hora de beber nada recusam, fumam também de tudo: cigarros de palha, cigarros, cigarrilhas e até cachimbo.

Relacionam-se com os amores ilícitos, passageiros e encontros esporádicos com amantes. Também se pede a eles que nos protejam nas viagens pelo mar e que

Page 9: A Linha Dos Marinheiros

nada de mal nos ocorra. Como quaisquer outras entidades de umbanda dão conselhos.

As mulheres deste povo representam as mulheres que trabalham nas cercanias dos portos servindo bebidas nos bares, onde se juntavam para beber os Marinheiros, Malandros e Ciganos, realizando seus negócios e muitas vezes comprando o contrabando trazido nos barcos.

MARINHEIROS NO CATIMBÓ

São também grandes Mestres da jurema e possuidores de um grande ensinamento. São em geral marinheiros, marujos, navegadores e pescadores que na maioria tiveram seus desencarne nas águas profundas do mar. São comandados e chefiados pelo Mestre Martim Pescador, grande catimbozeiro e que trabalha com as energias das águas do mar.

Em comum não são possuidores de giras próprias e se fazem presentes nas giras do Catimbó. Em algumas regiões são conhecidos como marujeiros. Quase sempre se apresentam alegres, e tem em suas danças o balanço das ondas do mar. Suas cores são o branco e azul, vem quase sempre vestidos de marujos, tem no peixe o seu símbolo máximo, comem todos os tipos de frutos do mar e bebem também a cerveja e a cachaça. Sua saudação é TRUNFÊ, TRUNFÁ TRUNFÁ REÁ, A COSTA MARUJADA!!!

Quando dão consultas, essa Falange costuma ir direto ao ponto, sem rodeios, mas também sabem como falar aos consulentes sem criar um clima desagradável ou de medo. Assim, conseguem atingir fundas as almas dos aflitos que costumam procurá-los em busca de auxilio e de esperança.

Carregam consigo um sentimento profundo de amizade. Nas consultas, gostam muito de ajudar àquelas pessoas que se apresentam com problemas amorosos. Seus conselhos são sempre fiéis e certeiros, têm uma grande responsabilidade e assumem o compromisso de um trabalho bem-feito.

Todas as pessoas têm uma idéia muitas vezes distorcida desta linha de trabalho. Os marinheiros são em sua grande maioria espíritos que milita a Umbanda para dar sustento no campo da diluição de cargas negativas, outros atuam como elementos de sustentação de trabalhos voltados a curas, atraindo os poderes elementais dos quais estes espíritos de alto grau espiritual, trazem consigo.

Na realidade estes abnegados servidores da lei são verdadeiros “magos que atuam nos mistérios aquáticos” e com uma forma de atuação única dentro dos domínios da Umbanda. Como magos, trazem para nós, a possibilidade de nos libertar-mos de nossos entraves, com uma forma bem simpática lidam com os consulentes de forma extrovertida, deixando o assistido muito à-vontade com trejeitos peculiares desta linha maravilhosa da umbanda.

Muito diferente do que imaginamos estes irmãos do astral não são e não estão embriagados, como muitos se mostram na realidade sua forma de balanço é uma maneira de liberar suas ondas energéticas se utilizando do próprio médium.

Como isso ocorre?

Em torno do médium existe um campo de energia sustentado por seus centros de força e, além da energia gerada a partir da energia corpórea, existe um campo espiritual que se reflete em todo o ambiente. Os guias quando incorporado em seus médiuns, dançam, giram, balançam, gesticulam, etc.… desta forma os guias liberam não só a energia que se desprende do médium, mas também libera de forma salutar o poder de seu mistério através de ondas magnéticas que são liberadas dentro do campo espiritual do médium e do templo. É desta forma que os marinheiros fazem, em formas onduladas, ou através de seu balanço, que mais

Page 10: A Linha Dos Marinheiros

parece de uma pessoa embriagada, é que este irmão na luz faz seu trabalho redentor dentro dos campos da Umbanda.

É importante que os médiuns e principalmente os assistidos, saibam de tal fato, para que estes não deturpem e não dêem um mal sentido aos trabalhos de Umbanda.

Os marinheiros são sustentados pelo poder de nossa Mãe Iemanjá e sua cor de atuação é a mesma desta mãe Divina, que é o azul claro. Podemos sempre que necessitar, atirar o poder destes servidores da lei em nossa vida, acenda sua vela e faça uma prece, pedindo para eles abrirem seus caminhos e protegê-los. É maravilhoso.

Todos devem estar sempre com os pensamentos voltados ao Pai Celestial, para que assim a fé interior esteja sempre renovada. Que todos tenham a consciência de que a mudança só serão possíveis se partirem primeiramente de vosso íntimo e acreditar, lutar pelas vossas idéias. A busca do sucesso depende de vosso próprio esforço, dedicação e merecimento. Portanto, não pare no tempo, cruzando os braços a espera de milagres. Levantem-se, tenham fé, renovem suas esperanças, acreditem no poder do Pai Maior e corram atrás de seus objetivos.

Alimentem vosso espírito com muito amor, esperança e fé para assim projetar a verdadeira essência divina a todos os vossos semelhantes. Vossa mente tem um poder grandioso. Use-a para exercitar o bem, com o objetivo de unirmos nossas forças para estarmos cada vez mais ligados a Deus, receba de braços abertos à energia de todos os Orixás, dos vossos marinheiros que estão o tempo todo a vos ajudar quando solicitados.

Sejam positivos em qualquer situação.

Se você quer o melhor para sua vida, comece fazendo uma reflexão de seus próprios atos, pois muitas pessoas reclamam de determinados acontecimentos em suas vidas, mas esquecem de que tudo tem um porque. Portanto, reflitam sobre vossos pensamentos e atitudes para que não sofra conseqüências negativas.

A vida é um espelho. Vigie-a sempre. E lembre-se de que tudo pode quando trazemos “Deus” em nossos corações.