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MARCELO ALVES CARRERA A LOGÍSTICA EMPRESARIAL VISTA COMO ESTRATÉGIA COMPETITIVA UM ESTUDO DE CASO SOBRE A LOGISTÍSCA REVERSA DA DHL 2008

A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

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MARCELO ALVES CARRERA

A LOGÍSTICA EMPRESARIAL VISTA COMO ESTRATÉGIA COMPETITIVA

UM ESTUDO DE CASO SOBRE A LOGISTÍSCA REVERSA DA DHL

2008

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CESD – CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE DRACENA Faculdade de Ciências Gerenciais

A LOGÍSTICA EMPRESARIAL VISTA COMO ESTRATÉGIA COMPETITIVA

UM ESTUDO DE CASO SOBRE A LOGISTÍSCA REVERSA DA DHL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração, Departamento de Administração.

Aluno: Marcelo Alves Carrera Professor Orientador: Marcelo Plens, Dr.

Dracena 2008

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AGRADECIMENTOS

Muitas foram as pessoas que me apoiaram para que este trabalho se

concretizasse ao qual agradeço, em especial:

Aos amigos e colegas , por todos os momentos bons e difíceis que

passamos juntos nestes quatro anos de aprendizado. Vocês tornaram esta fase

da minha vida muito especial e agradável.

A todos os professores e funcionários do Centro de Ensino Superior

de Dracena, pelos ensinamentos, dedicação e amizade.

Em especial, ao Professor Dr. Marcelo Plens , pela atenção

desvelada, orientação segura, e principalmente, pela confiança depositada em

meu trabalho.

À Professora Karoline Ferreira Kinoshita , pelas sugestões sempre

valiosas durante o desenvolvimento deste trabalho.

Ao Professor Leandro Pessoa de Lucena , pela disposição em

participar na defesa desta pesquisa.

Ao Professor Marco Antonio Costa da Silva , pela amizade que

conquistamos no decorrer destes anos, pelos ensinamentos em sala de aula e,

sobretudo, por aceitar analisar este trabalho.

Ao Professor Roberto Musatti , pelas discussões sempre proveitosas

em sala de aula.

À amiga Clarisse Alfena Zago , sem o seu incondicional incentivo essa

vitória não se concretizaria.

A todos, enfim, que direta ou indiretamente contribuíram para a

realização desta conquista, o meu MUITO OBRIGADO!

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Dedico esta pesquisa a Deus pelo dom da vida, força, luz e coragem

em superar as dificuldades na elaboração deste trabalho. À esposa Maria

Angélica, mãe dedicada, amiga e companheira que sempre me tem dado apoio

em todos os momentos da minha vida. Aos filhos amados, Gabriel, Daniel e

Raquel, que apesar de pequenos, compartilharam comigo esta nova conquista. A

vocês peço perdão pela ausência paterna ao me dedicar a este estudo.

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“A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho

original.”

Albert Einstein

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RESUMO A função da logística empresarial até pouco tempo atrás resumia-se na busca por redução de custos pelas empresas que dela faziam uso. Atualmente o conceito difundido no meio empresarial objetiva a logística como uma ferramenta de integração que gerencia toda cadeia de suprimentos, cujo principal objetivo consiste em apoiar as empresas em suas decisões estratégicas, buscando atender de forma eficiente às necessidades do consumidor final. É através do gerenciamento das ferramentas logísticas que empresas estão fidelizando seus clientes, criando barreiras à entrada de novos competidores, e principalmente desenvolvendo serviços específicos a cada necessidade que as asseguram maior competitividade. Notadamente tem-se percebido que o ciclo de vida dos produtos está diminuindo e o serviço logístico reverso aplicado a serviço das organizações poderá desencadear o que se denomina “vantagem competitiva”, tanto ao prestador de serviço, quanto às empresas que dela fazem uso, uma vez que, aos produtos retornáveis ao seu ciclo produtivo de origem, seja por defeito, assistência técnica, reciclagem, descartabilidade, dentre outros fatores, possibilitará agregar algum tipo de valor que resultará em ganhos financeiros, ecológicos e sociais. Neste contexto, o presente estudo busca analisar através do Estudo de Caso da DHL o uso das ferramentas logísticas a serviço da organização, bem como identificar na logística reversa a possibilidade de se obter um diferencial competitivo. Palavras-chave: supply chain management (cadeia de suprimentos), logística empresarial, logística reversa, vantagem competitiva.

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ABSTRACT

The function of logistics business until recently summed up in the search for cost savings by companies that were using it. Currently, the concept widespread in the business environment objective logistics as a tool of integration that manages whole supply chain, whose main objective is to support companies in their strategic decisions, to meet efficiently the needs of the final consumer . It is through the management of logistics tools that companies are making its customers faithful, creating barriers to the entrance of new competitors, especially developing specific services to each need, which ensure greater competitiveness. Remarkably, it has been noticed that the life cycle of products is decreasing and the reverse logistics service applied in benefit of organizations can unleash what is called "competitive advantage", both to the provider, of service and the companies that make use of it, since, products that return to its production cycle of origin, either by default, technical assistance, recycling, among other factors, will be add some kind of value that will result in financial gain, ecological and social. In this context, this study attempts to analyze, through the review of the Case Study of DHL, the use of the logistics tools on benefit of the organization, as well as identify in reverse logistics the possibility of obtaining a competitive differential. Key-words: supply chain management, business logistics, reverse logistics, competitive advantage.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 2.1 - MODELO DE GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS........... 16

FIGURA 2.2 - FLUXOS LOGÍSTICOS ................................................................ 32

FIGURA 2.3 - ESCOPO DA LOGÍSTICA EMPRESARIAL.................................. 34

FIGURA 2.4 – ELEMENTOS DA LOGÍSTICA .................................................... 46

FIGURA 2.5 – ÁREAS DE ATUAÇÃO DA LOGÍSTICA ...................................... 47

FIGURA 3.1 - FLUXOS REVERSOS DE PRODUTOS PÓS-VENDA................. 52

FIGURA 3.2 - FOCO DE ATUAÇÃO DA LOGÍSTICA REVERSA....................... 57

FIGURA 3.3 - ATIVIDADES TÍPICAS DO PROCESSO LOGÍSTICO

REVERSO.................................................................................... 64

FIGURA 4.1 - ORGANOGRAMA DA DPWN....................................................... 69

FIGURA 4.2 - EXPANSÃO GLOBAL DA DHL .................................................... 72

FIGURA 4.3 - ELEMENTOS DA MARCA DHL ................................................... 74

FIGURA 4.4 - ESCRITÓRIOS DHL GLOBAL FORWARDING NO BRASIL ....... 75

FIGURA 4.5 - ESCRITÓRIOS DHL EXEL SUPPLY CHAIN NO BRASIL ........... 76

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LISTA DE TABELAS

TABELA 2.1 - NÍVEIS DE DECISÃO NO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO......35

TABELA 2.2 - CRESCIMENTO DE ATIVIDADE NAS CADEIAS PRODUTIVAS..49

TABELA 3.1 - MOTIVOS ESTRATÉGICOS DE CANAIS REVERSOS.................55

TABELA 3.2 - TAXAS DE RETORNO: PÓS-VENDA E PÓS-CONSUMO............61

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SUMÁRIO RESUMO ............................................................................................................ 05 1 INTRODUÇÃO................................................................................................. 10

1.1 Objetivo ............................................................................................... 11 1.2 Metodologia......................................................................................... 11 1.3 Justificativa.......................................................................................... 12 1.4 Estrutura do trabalho........................................................................... 12

2 SUPPLY CHAIN MANAGEMENT (GERENCIAMNTO DA C ADEIA DE SUPRIMENTOS).............................................................................................. 14

2.1 Entendendo a cadeia de suprimentos ................................................ 14 2.2 Do supply chain management à logística empresarial........................ 23

3 LOGÍSTICA REVERSA ................................ ................................................... 50 3.1 Ciclo reverso dos produtos ................................................................. 50 4 ESTUDO DE CASO......................................................................................... 67 4.1 Objetivos do estudo de caso............................................................... 67 4.2 Metodologias utilizadas para o desenvolvimento do estudo de caso . 67 4.3 Descrições da empresa ...................................................................... 68 4.4 Visão................................................................................................... 69 4.5 Missão ................................................................................................ 69 4.6 Produtos e/ou serviços vendidos ........................................................ 71 4.7 Dados históricos da DHL .................................................................... 71 4.8 Desempenho global da DHL............................................................... 77 4.8.1 Dados da DHL no Brasil ............................................................ 79 4.8.2 Principais concorrentes no Brasil e no mundo .......................... 83 4.9 Logística reversa da DHL ................................................................... 86 4.10 Perspectivas futuras para a DHL........................................................ 89 4.11 Conclusões para o estudo de caso..................................................... 94 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................. ................................................ 97 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS........................ ..........................................101 7 BIBLIOGRAFIA ..................................... ..........................................................105 ANEXO 1 - COMPARAÇÃO DE OPERADORES LOGÍSTICOS NO BRASIL ............................................................................................106 ANEXO 2 – COMPARAÇÃO DE OPERADORES LOGÍSTICOS NO BRASIL ............................................................................................107 ANEXO 3 - COMPARAÇÃO DE OPERADORES LOGÍSTICOS NO BRASIL ............................................................................................108

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1 INTRODUÇÃO

A busca das organizações por vantagem competitiva neste “mercado

globalizado” tem levado empresas a elaborem melhores estratégias buscando

maior eficiência em seus negócios. Porém, a vantagem competitiva só ocorrerá se

houver melhor relacionamento entre todos os elementos que compõem a cadeia

produtiva de um produto ou serviço.

Uma alternativa possível para criar vantagem competitiva é a gestão

do supply chain management. Neste sentido, uma gestão eficiente melhora as

relações estratégicas entre empresas, fornecedores e clientes; o relacionamento

a longo prazo auxilia o desempenho tanto do fabricante, quanto dos fornecedores.

Daí, a importância do relacionamento entre parceiros de negócios ser o melhor

possível, pois contribuirá positivamente para a coordenação de ações entre

ambos.

As ferramentas do supply chain management podem contribuir para

que as empresas proporcionem aos seus clientes produtos e serviços de uma

forma rápida, com maior qualidade e competência, gerando maiores lucros, e

principalmente, minimizando seus custos operacionais.

Na atualidade, o supply chain management é considerado pelas

organizações uma estratégia que engloba toda a cadeia produtiva, com fatores

que, além de gerarem vantagem competitiva, contribuem para agregar valor e

satisfação ao cliente.

A logística tradicional é entendida como parte do supply chain

management, pois ela auxilia a cadeia de suprimentos através dos fluxos de

informações, apoiando-o de forma decisiva em todos os processos de negócios,

seja através do planejamento, implementação, controle e armazenamento

eficiente e econômico de matérias-primas ou materiais semi-acabados. Dentro da

estratégia do supply chain management ela possui importante papel no

gerenciamento do fluxo direto ou tradicional dos produtos, contribuindo para que

estes cheguem mais rápidos aos consumidores finais através dos canais de

distribuição.

Entretanto, produtos que necessitam de alguma assistência técnica,

(produtos danificados, defeituosos, recicláveis, descartáveis, etc.), geram fluxos

inversos, ou seja, existe uma necessidade de retorno desses produtos do

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consumidor final até o seu fornecedor. Esta atividade é denominada como

logística reversa, entendida como uma atividade responsável pelo planejamento e

gerenciamento do fluxo contrário de produtos e materiais.

Atualmente os canais de distribuição reversos (CDRs) têm sido pouco

estudados e explorados pelas empresas, contribuindo para a inexistência de

informações sobre eles na literatura especializada. Daí a importância do meio

acadêmico em buscar mais informações sobre a sua administração e,

posteriormente, difundi-la com eficiência no meio organizacional.

Considerando estes aspectos, se faz necessário o planejamento de

toda a movimentação dos produtos na cadeia de suprimentos e também o

gerenciamento do fluxo reverso. Operadores logísticos têm desempenhado bem

essa função e estão se tornando eficientes nesta nova área da logística

empresarial.

O entendimento da importância da logística reversa no meio

empresarial como vantagem competitiva é visto sobre várias ópticas diferentes,

por isso, houve a necessidade do estudo sobre a sua origem e a sua importância

para a logística empresarial como forma de agregar valor aos bens que retornam

pelo canal reverso à cadeia de suprimentos.

1.1 Objetivo

a) Por meio do levantamento bibliográfico buscou-se identificar o papel

da logística reversa na competitividade empresarial, especificamente no que se

refere ao serviço logístico de pós-venda.

b) Através de um Estudo de Caso procurou-se diagnosticar o uso da

logística empresarial e reversa como ferramenta competitiva, identificando a

agregação de valor aos produtos que fazem parte da cadeia reversa.

1.2 Metodologia

A pesquisa realizada pode ser definida como uma pesquisa

exploratória - segundo Vergara (1998) - uma vez que se buscaram elementos em

uma área ainda pouco explorada e com carência de dados bibliográficos.

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Através da pesquisa utilizada por meio de livros, artigos, revistas,

periódicos, sites específicos de empresas logísticas, e também de empresas que

fazem consultoria em logística, tentou-se fundamentar a teoria com a prática

vivenciada através do Estudo de Caso por um operador logístico, que se utiliza da

logística reversa como diferencial competitivo.

1.3 Justificativa

O estudo da logística é de suma importância no âmbito das estratégias

empresariais, pois a mesma faz com que se tenha uma integração entre as

atividades relacionadas ao longo da cadeia de valores: no caso dos produtos, da

geração de matéria-prima, passando pelos serviços até chegarem ao cliente final.

Hoje ela deixa de ter enfoque meramente operacional e passa a ter um

enfoque estatístico. É dramático o quadro da “guerra” para assegurar parcelas de

participação de mercado. Nenhuma empresa, em qualquer setor ou indústria,

pode afirmar categoricamente possuir clientes cativos e receitas asseguradas.

Neste sentido, a logística empresarial e reversa vem sendo encarada

pelas empresas como estratégias organizacionais na busca de vantagem

competitiva, assegurando às organizações alcançarem maior market share (fatia

do mercado), contribuindo assim para lucratividade.

1.4 Estrutura do trabalho

No Capítulo 1, que corresponde à apresentação do trabalho são

mostrados: a introdução ao trabalho, a metodologia utilizada na pesquisa, o

objetivo central do trabalho e a justificativa.

No Capítulo 2, através de um referencial teórico buscou-se colher

informações que contribuíssem para o entendimento sobre o gerenciamento da

cadeia de suprimentos (supply chain management), sua importância como modelo

gerencial, estratégico e competitivo, por meio das quais, empresas entregam

produtos e serviços a seus consumidores através de redes de organizações

interligadas. Buscou-se também identificar a diferença existente entre supply

chain management e a logística empresarial abordado por alguns autores,

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identificando na logística a sua importância nos dias atuais, o seu uso como forma

estratégica para se obter vantagem competitiva.

No Capítulo 3, é apresentada a fundamentação teórica sobre a logística

reversa, seu uso pelas empresas como redução de custos, serviços de pós-

vendas ao cliente, suporte de peças de reposição, embalagem, reaproveitamento,

armazenagem, descartabilidade, remoção de refugo e administração de

devoluções como vantagem competitiva. Ela será analisada sobre as ópticas

financeiras, ambientais e sociais.

No Capítulo 4, por meio do Estudo de Caso, buscou-se fundamentar

todas as teorias até aqui encontradas sobre a logística, dando ênfase à utilização

da logística reversa como diferencial competitivo nos dias atuais. A companhia

utilizada foi a DHL, uma empresa líder mundial em serviços logísticos, que tem

em sua carteira de clientes a empresa HP, que se utiliza dos serviços logísticos

da companhia e principalmente da logística reversa para atender a alta demanda

dos seus clientes, seja por peças de reposição, ou seja, por manutenção corretiva

em seus produtos.

No Capítulo 5 são apresentadas as considerações finais levantadas

com base no desenvolvimento do trabalho, que servem de contribuição do mesmo

para o estudo do tema escolhido e, por fim, as recomendações para estudos

futuros.

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2 SUPPLY CHAIN MANAGEMENT (GERENCIAMENTO D A CADEIA DE

SUPRIMENTOS)

2.1 Entendendo a cadeia de suprimentos

Neste capítulo, inicialmente, para que se possa entender a evolução da

logística ao longo da história, se faz necessário que primeiro se tenha um

entendimento sobre supply chain management (gerenciamento da cadeia de

suprimentos), seu conceito teórico abordado por alguns autores, surgimento e

evolução histórica, bem como os elementos que a compõem.

Na atualidade, as empresas necessitam estar atentas aos impactos que

a administração da cadeia de suprimentos tem causado nelas, em seus

processos e na sociedade.

Melhorar a cada dia os produtos e serviços oferecidos aos seus clientes

e maximizar seus lucros tornou-se um fator importante para as organizações no

atual mercado competitivo. Por isso a importância de se fazer uma boa estratégia

no processo de abastecimento da cadeia de suprimentos.

Segundo Ballou (2001), na atualidade o gerenciamento da cadeia de

suprimentos é um termo que compreende a essência da logística integrada e

inclusive a ultrapassa, pois ela destaca as interações logísticas que ocorrem entre

as funções de marketing, logística e da produção no âmbito de uma organização.

É difícil dizer que a cadeia de suprimentos seja uma evolução da

logística, pois esta definição não é consenso no mundo. Uma visão mais moderna

para supply chain management estabelece uma ligação entre a logística moderna

e a sua função estratégica dentro da cadeia de suprimentos.

A logística moderna passa a ser a maior preocupação dentro das empresas. Ela deve abranger toda a movimentação de materiais, interna e externa à empresa, incluindo chegada de matéria-prima, estoques, produção e distribuição até o momento em que o produto é colocado nas prateleiras à disposição do consumidor final. A logística dever ser interface entre as áreas responsáveis por essas atividades. É dessa integração que surge o supply chain, o moderno conceito de logística integrada que permite o sincronismo entre as estratégias das diversas áreas da empresa e de seus fornecedores (CHING, 1999, p. 18).

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A cadeia de suprimentos abrange todas as atividades relacionadas

com o fluxo e transformação de mercadorias, desde o estágio da matéria prima

(extração), até o usuário final, bem como os respectivos fluxos de informação. Ela

apresenta um conjunto de atividades funcionais inerentes a estratégias logísticas,

repetindo-se por várias vezes, ao longo do processo em que matérias-primas

transformam-se em produtos acabados.

Supply chain é todo esforço envolvido nos diferentes processos e atividades empresariais que criam valor na forma de produtos e serviços para o consumidor final. A gestão do supply chain é uma forma integrada de planejar e controlar o fluxo de mercadorias, informações e recursos, desde os fornecedores até o cliente final, procurando administrar as relações na cadeia logística de forma cooperativa e para o benefício de todos os envolvidos (CHING, 1999, p.67).

A gestão de cadeia de suprimentos melhora as relações estratégicas

entre empresas de manufatura e seus fornecedores, em que o relacionamento a

longo prazo auxiliará no desempenho tanto do fabricante quanto de seus

fornecedores. Existe assim, a necessidade do relacionamento entre parceiros de

negócios ser o melhor possível, pois contribuirá positivamente para a

coordenação de ações entre ambos.

A gestão do supply chain é conceito mais amplo e estrategicamente mais importante, que se inicia na saída de matérias primas dos fornecedores , passa pela produção, montagem e termina na distribuição dos produtos acabados aos clientes finais. Inclui considerações estratégicas que passam por focalizar a satisfação do cliente; formular e implementar estratégicas baseadas na retenção dos clientes atuais e obtenção de novos, e gerenciar a cadeia de forma eficaz (CHING, 1999, p.68).

O conceito de supply chain management surgiu face à necessidade dos

fabricantes gerenciarem de forma eficiente o movimento de seus produtos,

serviços e informações do ponto de início até o consumidor final. Sendo assim, o

supply chain management é considerado pelas organizações uma estratégia que

engloba toda a cadeia produtiva, com fatores que, além de gerarem vantagem

competitiva, contribuem para agregar valor ao cliente e a sua satisfação (Ching,

1999).

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FIGURA 2.1 – MODELO DE GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS

FONTE: Lambert & Cooper (2000, p. 1)

Lambert & Cooper (2000 apud ASSUMPÇÃO, 2008, p.1) consideram

três elementos para a gestão da cadeia de suprimentos: processos de negócios,

componentes de gestão e estrutura.

A figura 2.1 apresenta vários elementos da cadeia produtiva que

auxiliam a prática do supply chain management. Os componentes de gestão

potencializam o uso da estrutura do supply chain management quanto a sua

eficácia nos processos de negócios, enquanto que, os recursos tecnológicos

limitam os níveis de eficiência nos fluxos de informação e físico e,

consequentemente, o nível de sucesso dos negócios entre a cadeia.

Segundo Ching (1999), supply chain management depende de quatro

fatores importantes na integração da cadeia logística na busca da vantagem

competitiva pelas empresas. São eles:

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a) Capacidade de resposta às demandas dos serviços.

b) Qualidade de produtos e serviços.

c) Velocidade, qualidade e timing (tempo) de inovação dos produtos.

d) Efetividade dos custos de produção, de entrega e utilização de

capital.

O gerenciamento da cadeia de suprimentos é a prévia da distribuição

física, e a sua característica compreende em auxiliar as organizações a

identificarem melhores fornecedores e distribuidores, aumentando assim

diretamente a sua produtividade e consequentemente a lucratividade.

A distribuição física expandiu-se para o conceito mais amplo de gerenciamento da cadeia de suprimentos (SCM – supply chain management). O gerenciamento da cadeia de suprimentos começa antes da distribuição física: tenta suprir os insumos corretos (matérias-primas, componentes e bens de capital), converte-os eficientemente em produtos acabados e os despacha ao destino final. A perspectiva de cadeia de suprimentos pode ajudar a empresa a identificar os melhores fornecedores e distribuidores, além de aumentar a produtividade destes – o que em última instância reduz os custos da própria empresa (KOTLER & KELLER, 2006, p. 519-520).

As ferramentas do supply chain management têm contribuido para que

as empresas proporcionem a seus clientes produtos e serviços de uma forma

rápida, com maior qualidade e competência, gerando maiores lucros e

principalmente minimizando seus custos operacionais (Kotler & Keller, 2006).

Um conceito mais amplo do supply chain management é entendido de

forma diferente e nem sempre correta por acadêmicos, executivos e consultores,

fenômeno natural em uma área de conhecimento ainda em construção.

Há diferentes interpretações do conceito de supply chain management.

Assim, denota-se uma idéia de que o supply chain é uma evolução da logística, e

que, estas definições não são consensos no mundo.

Essa idéia culminou com a percepção de que o processo logístico não

começa e nem termina nos limites da própria empresa. Na verdade, o início se dá

na correta escolha e no estabelecimento de parcerias com fornecedores, além

disso, exigindo que o canal de distribuição esteja apto a atender plenamente às

necessidades e expectativas do cliente final.

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Segundo Kotler & Keller (2006), a prática do supply chain management

se propaga a uma velocidade que supera a capacidade das pessoas de

compreender sua definição, vantagens, desvantagens, abrangência e limitações.

Há interpretações como sendo o supply chain management sinônimo

de logística. Encontram-se ainda outros conceitos sobre supply chian

management por empresas de consultoria e tecnologia de informação como

sendo um mecanismo que estimula as vendas de softwares (programas) e

automação do fluxo de informações entre empresas (Fleury, 1999).

Muitas empresas vêm empreendendo esforços para organizar uma

rede integrada e realizar de forma eficiente e ágil o fluxo de materiais, que se

inicia nos fornecedores até atingirem os consumidores finais, garantindo a

sincronização com o fluxo de informações que acontece no sentido contrário.

Com agregação de valor, essas empresas estão conseguindo maior

confiabilidade e flexibilidade, melhorando o desempenho de seus produtos e

lançando novos produtos em menores intervalos de tempo.

Conforme Fleury (1999), supply chain management consiste no

estabelecimento de relações de parcerias de longo prazo, entre os componentes

de uma cadeia produtiva, que passarão a planejar estrategicamente suas

atividades e partilhar informações de modo a desenvolverem suas atividades

logísticas de forma mais integrada.

Supply chain management objetiva reduzir as atividades táticas,

ampliando ainda mais a ação estratégica, haja vista a cadeia de suprimentos ser

hoje diferentemente de ontem (Fleury, 1999).

A logística, a distribuição física, a gestão de materiais, dentre outros,

são nomes que têm sido aplicados no desenvolvimento histórico do campo do

supply chain management, e independente da questão do rótulo, atualmente

supply chain management é uma área vital para o gerenciamento de qualquer

empresa, seja ela do setor industrial ou de serviços (Fleury, 1999).

O conceito de supply chain management teve seu desenvolvimento nos

primórdios dos anos 90, e que, numa abrangência de conceito internacional são

poucas organizações que conseguiram implementá-lo com sucesso, haja vista

alguns profissionais entenderem nele uma extensão da logística integrada (Fleury,

1999).

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As empresas que têm implementado o gerenciamento da cadeia de

suprimentos estão conseguindo significativas reduções de estoque, otimização

dos transportes e eliminação das perdas, principalmente aquelas que acontecem

nas interfaces entre as empresas e que são representadas pelas duplicidades de

esforços (Fleury, 1999).

Na década de 50, o conceito de marketing era pouco desenvolvido e a

segmentação de mercado era pouco explorada pelas organizações, tornando as

estruturas dos canais de distribuição mais enxutos, contribuindo para que

membros desse principal setor fossem distantes um dos outros, tornando-os cada

vez mais conflituosos (Fleury, 1999).

Nesta época, as organizações começaram a dar importância à gestão

da cadeia de suprimentos. Ela tornou-se um diferencial cada vez mais importante,

com destaque ao alcance das vantagens competitivas pelas empresas, cuja

principal expectativa relacionada ao seu desempenho na cadeia produtiva tornou-

se a integração fornecedor/empresa, objetivando o consumidor final.

Segundo Christopher (1997), uma das definições do principal órgão

internacional nesta área, o CSCMP - Council of Supply Chain Management

Profissionals (antigo Council of Logistics Management) - considera que a logística

vem adquirindo papel de alta relevância estratégica, contribuindo assim,

decisivamente para a competitividade empresarial e principalmente combater a

idéia de que logística e supply chain management são sinônimos.

A gestão do supply chain management vem contribuindo positivamente

para que as empresas alcancem melhores padrões de competitividade, uma vez

que alguns indicadores de desempenho do supply chain são considerados como

ferramentas fundamentais para que haja um melhor controle dos resultados

empresariais, principalmente em qualidade e inovação dos produtos e/ou

serviços, possibilitando alcançar resultados positivos nos processos logísticos e

um controle em custos mais adequado para as empresas (Christopher, 1997).

Uma visão mais ampla é designada ao supply chain management em

relação à logística. Enquanto a logística trata de todas as atividades de

movimentação e armazenagem, facilitando o fluxo de produtos na cadeia

produtiva, o supply chain management abrange uma visão mais ampla da

logística, participando plenamente do planejamento e gerenciamento de toda

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cadeia produtiva, incluindo aí um novo conceito de logística, caracterizada como a

reversa.

Para Bowersox & Closs (2001), supply chain management compreende

o planejamento e gerenciamento de todas as atividades envolvidas com a

aquisição, conversão e o gerenciamento logístico. Incluem-se, principalmente, a

coordenação e colaboração com os parceiros dos canais, que podem ser

fornecedores, intermediários, provedores de serviços terceirizados e clientes. Em

suma, o supply chain management integra o gerenciamento do suprimento e da

demanda internamente e ao longo da cadeia de suprimentos. Torna-se claro que

a logística não é supply chain management, e sim, ela apenas integra a cadeia de

suprimentos, minimizando o relacionamento entre toda a cadeia.

Gerenciar uma cadeia de suprimentos consiste em uma tarefa mais

complexa, difícil e desafiadora, pois todos os componentes do sistema, bastante

mais numerosos, estão inter-relacionados de forma que a alteração em uma parte

pode causar mudanças em todas as demais.

A natureza dinâmica do ambiente de negócios requer das organizações

um gerenciamento mais eficiente na busca de avaliar e monitorar o desempenho

da cadeia de suprimentos regular e freqüente (Bowersox & Closs, 2001).

Quando essas metas de desempenho não são alcançadas, seja qual

for o motivo que contribuíram para o resultado negativo do desempenho, o

gerenciamento deve buscar alternativas mais claras e avaliá-las na busca de

programar mudanças mais adequadas.

Segundo a Bowersox & Closs (2001), o supply chain management

tornou-se vital para todos os segmentos empresariais, dado que a maior ou

menor eficiência pode ser decisiva na busca da vantagem competitiva.

Empresas líderes privilegiam estratégias de relacionamentos e também

parcerias efetivas em suas cadeias de suprimentos, compartilhando informações

de diversas naturezas e também coordenando os fluxos de materiais e de

produtos em sua rede operacional, reduzindo ineficiências e melhorando o

atendimento de seus clientes diretos e finais – o supply chain management (Leite,

2003).

Conforme Leite (2003), algumas organizações enxergaram na cadeia

de suprimentos uma visão sistêmica de foco no cliente, e consequentemente uma

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forma competitiva de atuar no mercado. Existem três fases funcionais pela qual o

desenvolvimento do supply chain torna-se vital para perpetuação das empresas:

1. Fase funcional: nesta fase as empresas caracterizam-se pela

departamentalização, com funções específicas nas suas áreas de

atuação (departamento de compras, produção, marketing), visando

à otimização de seus objetivos, resultando conflitos nos

objetivos das organizações, inexistindo o que autor considera como

consciência dos ganhos compensados trade-off (troca) de uma

visão sistêmica.

2. Fase sistêmica interna: o cliente é visto como o principal objetivo

das organizações. Isto faz com que cada área agregue valor

perceptível para o cliente, objetivando a melhoria dos processos, a

criação de estratégias matriciais que valorizam o processo de

criação do projeto até a entrega ao consumidor final, permitindo

assim o que o autor considera como a visualização dos ganhos

compensados (trade-off) dentro da empresa.

3. Fase sistêmica em cadeia empresarial (supply chain management):

para Leite (2003, p.25) “é nesta fase que as empresas possuem

visão sistêmica interna e externalizam essa estratégia para sua

rede de operações”, o que caracteriza elos entre a cadeia

suprimentos, buscando otimizar as operações e os fluxos logísticos

desse sistema.

O resultado acima se caracteriza pelas alterações de mercado que têm

influenciado e exigido um alto nível de competitividade cada vez mais crescente

nas organizações para que estas possam manter-se firmes no mercado que

atuam, buscando inovações constantes, flexibilidade nos seus negócios,

resultando numa melhora nos seus resultados operacionais e de seus clientes,

estabelecendo assim laços de relacionamento cada vez melhor e a longo prazo.

Supply chain management tornou-se uma abordagem mais sistêmica,

altamente interativa e complexa exigindo das empresas uma expansão nas

fronteiras organizacionais, e que, uma estratégia competitiva desenvolvida para

capturar e maximizar as oportunidades da cadeia de suprimentos integradas

Page 23: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

exige que todas as empresas participantes trabalhem em perfeita sintonia numa

estrutura de redes dinâmicas (Leite, 2003).

Os resultados que se esperam da utilização de sistemas que

automatizem o supply chain management referem-se à redução dos custos, ao

aumento da eficiência objetivando maximizar os lucros, a melhora nos tempos dos

ciclos da cadeia de fornecimento e no desempenho do relacionamento entre

clientes e fornecedores obtendo assim, o produto certo, no lugar certo, na

quantidade certa e com o menor custo e mantendo o menor estoque possível

(Leite, 2003).

O gerenciamento da cadeia de suprimentos é agora visto como uma

estratégia que abrange desde os pedidos de insumos dos fornecedores até a

entrega do produto ao consumidor final, cujo objetivo consiste em agregar valor,

buscando superar as expectativas do cliente e melhorando o relacionamento

entre toda a cadeia de valor (Leite, 2003).

A logística tradicional é parte do supply chain management, pois ela

auxilia a cadeia de suprimentos através dos fluxos de informações, apoiando-a de

forma decisiva em todos os processos de negócios, seja através do planejamento,

implementação, controle e armazenamento eficiente e econômico de matérias-

primas e de materiais semi-acabados (Leite, 2003).

O conceito de logística está diretamente ligado ao conceito de supply

chain management. Neste sentido, entende-se que as empresas que pretendem

otimizar seus processos logísticos buscam também adicionar valor aos produtos e

serviços ofertados aos seus fornecedores e clientes, aumentando assim sua

participação de mercado (Leite, 2003).

Devido a sua importância no atual cenário competitivo empresarial, a

partir do próximo tópico será aprofundada a contextualização sobre logística,

alguns conceitos históricos, e as principais atividades primárias e secundárias que

a envolvem.

Page 24: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

2.2 Do supply chain management à logística tradici onal

Foi possível constatar que o supply chain management integra todo o

gerenciamento do suprimento e da demanda, compreendendo todo o

planejamento e gerenciamento de toda atividade que envolve a cadeia produtiva,

seja na aquisição, conversão ou no gerenciamento logístico.

Neste sentido, evidencia-se a importância da logística dentro da

estratégia do supply chain management, pois ela possui papel determinante no

que se refere à competitividade e sobrevivência de uma empresa, seja

executando atividades como recebimento, armazenamento, separação de

pedidos e até mesmo na expedição propriamente dita.

Na essência, seu objetivo inclui principalmente a coordenação e

colaboração com os parceiros dos canais, que podem ser fornecedores,

intermediários, provedores de serviços terceirizados, provedores logísticos e

principalmente o cliente final.

A seguir serão abordados alguns conceitos sobre a logística

empresarial, sua importância específica dentro do planejamento estratégico do

supply chain management, sua origem histórica, seus conceitos e práticas nos

dias atuais, sob uma visão diferente de cada autor.

Há um entendimento de que o tratamento das atividades logísticas nas

empresas classifica-se em várias fases de acordo com o grau de relacionamento

existente entre os diversos agentes da cadeia.

A logística é vista como sendo uma das mais antigas atividades

humanas em relação à disponibilidade de gerar bens e serviços para a sociedade,

evoluindo consideravelmente de uma simples área de guarda de materiais a uma

área estrategicamente empresarial (Bowersox & Closs, 2001).

Se por um lado existe uma visão do que é logística, por outro lado é

imprescindível o entendimento de cada um dos elementos que compõem a cadeia

logística, as suas caracterísiticas, inter-relações, custos e a forma de como são

agrupados.

A logística deve ser vista como um processo abrangente que integra o

fluxo de materiais desde a fase de projeto e planejamento de um produto,

desenvolvimento de fornecedores, recebimento de matérias-primas e

Page 25: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

componentes, produção, armazenagem, distribuição e transporte, de forma a

atender as necessidades do cliente (Bowersox & Closs, 2001).

Um conceito mais amplo de logística consiste no processo de gerenciar

estrategicamente a aquisição, movimentação e armazenagem de materiais, peças

e produtos acabados (e os fluxos de informações correlatas) através da

organização e seus canais de marketing, de modo a poder maximizar a

lucratividade presente e futura por meio do atendimento dos pedidos a baixo

custo (Bowersox & Closs, 2001).

A logística é singular: nunca pára! Está ocorrendo em todo o mundo, 24 horas por dia, sete dias por semana, durante 52 semanas do ano [...] a logística tem como objetivo principal tornar disponíveis produtos e serviços em locais onde necessários, no momento em que são desejados (BOWERSOX & CLOSS, 2001, p. 19).

A logística existe para satisfazer as necessidades do cliente, facilitando

as operações relevantes de produção e marketing, utilizando-se de uma política

de qualidade por meio da competência operacional, cujo desafio consiste em

equilibrar as expectativas de serviços e os gastos de modo a alcançar os

objetivos propostos.

Segundo Bowersox & Closs (2001) o processo estratégico logístico de

uma empresa é estabelecido pela integração de diversas áreas, divididas

geralmente em:

Logística de suprimentos (fornecimento): cuida da provisão dos

bens necessários através da configuração e fluxo de informação

entre os fornecedores e tomadores internos. Tarefas essenciais:

prontidão para entrega interna (de acordo com a demanda);

externa (protegendo a prontidão do fornecedor); flexibilidade;

qualidade; economia e minimização da alocação de capital.

Logística de produção (ou de apoio à manufatura): esta área cuida

do planejamento, controle e monitoramento do fluxo de material e

informação do estoque de compras para o estoque de vendas.

Tarefas essenciais: planejamento e criação de um fluxo de fábrica;

planejamento grosseiro; controle e planejamento de produção

Page 26: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

(material, capacidades, tempo e datas); planejamento fino;

sequenciamento; transporte e estocagem.

Logística de distribuição: administra a transferência de bens e

informações da produção para o cliente. Tarefas essenciais:

planejamento, disposição e relatório de demanda; processo de

pedidos (prognóstico de demanda, transmissão de ordens, status

das ordens; anúncio de entregas, faturamento); controle de

estoque e armazenamento; comissionamento; ordens de entrega;

planejamento de transporte e despacho.

Logística reversa: administra o retorno de restos internos e

externos do produto ou do processo de produção. Reciclagem de

recursos. Tarefas essenciais: evitar desperdícios; redução de

desperdícios; reciclagem; remoção de restos; transporte e

desperdício de restos; coleta e/ou seleção de restos e organização,

e operação do fluxo de contêiner vazio.

De acordo com Bowersox & Closs (2001), para que haja uma eficaz

integração ao gerenciamento do sistema logístico, as empresas devem atingir

simultaneamente pelo menos seis objetivos operacionais diferentes,

determinantes no desempenho logístico: (1) resposta rápida, (2) variância mínima,

(3) estoque mínimo, (4) consolidação da movimentação, (5) qualidade e (6) apoio

ao ciclo de vida. Cada objetivo será tratado resumidamente a seguir:

Resposta rápida decorre da habilidade das empresas de

satisfazerem as exigências de serviços ao cliente em tempo hábil.

A variância é ocasionada por qualquer acontecimento inesperado

que perturbe o desempenho do sistema.

O objetivo de estoque mínimo envolve o comprometimento de

ativos e a velocidade de rotação dos estoques.

A consolidação da movimentação é uma forma de reduzir o custo

de transporte, considerados por muitos como sendo um dos custos

mais significativos na área logística. Através da adoção de

programas inovadores possibilita-se o agrupamento de cargas

pequenas e, consequentemente, uma movimentação consolidada

mais eficiente.

Page 27: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

O objetivo logístico consiste no aperfeiçoamento contínuo da

qualidade. O gerenciamento da qualidade total tornou-se vital para

as organizações que buscam competitividade.

O objetivo do projeto logístico deve ser o apoio ao ciclo de vida dos

produtos e serviços. Dar suporte de logística integral significa ir

além da logística reversa e da reciclagem, ou seja, garantir a

possibilidade de serviços pós-venda. Poucos produtos e serviços

são vendidos sem alguma garantia de desempenho no decorrer de

um período específico.

Ao passar dos anos novas exigências para atividades logísticas no

Brasil e no mundo passam pelo maior controle e identificação de oportunidades

de melhorias, relacionadas com alguns objetivos concretos, como as que Pozo

(2002) considera importante:

a) Redução de custos.

b) Redução nos prazos de entrega e aumento da qualidade no

cumprimento do prazo.

c) Disponibilidade constante dos produtos.

d) Programação das entregas.

e) Facilidade na gestão de pedidos e flexibilização da fabricação.

f) Análises de longo prazo com incrementos em inovação

tecnológica.

g) Novas metodologias de custeio, novas ferramentas para

redefinição de processos e adequação dos negócios.

Segundo Pozo (2002), a logística empresarial é tida como uma área

atraente que vem se propagado e ganhando seu espaço como uma das mais

importantes ferramentas para a alta administração, não sendo este o cenário há

20 anos atrás.

Até a década de 50 a atividade logística não existia, não havia uma

filosofia dominante para conduzi-la. As empresas dividiam as atividades-chave da

logística sob responsabilidade de diferentes áreas. As forças armadas

americanas, por intermédio de seus estrategistas, foram as primeiras

organizações a utilizar as atividades logísticas de forma abrangente e como um

Page 28: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

todo dentro de sua estrutura. Esses estrategistas sabiam da importância de uma

atitude coordenadora integrada das atividades logísticas (Pozo, 2002).

Um exemplo excepcional da ação logística dos militares americanos foi

a invasão da Normandia, na Segunda Guerra Mundial. Naquela época, foi

denominada a mais bem planejada e sofisticada ação de logística da história da

humanidade (Pozo, 2002).

Dentre as atividades logísticas utilizadas nas décadas de 40 e 50 pelas

organizações, incluíam-se as atividades de compras e aquisições, armazenagem,

especificações e codificações, transportes e distribuição, planejamento e

administração global (Pozo, 2002).

Foi em meados da década de 50 que as idéias e metodologias

logísticas passaram a fazer parte de estudos acadêmicos e as universidades

começaram a oferecer cursos nessa área; muitos livros-textos foram editados e

as empresas começaram a oferecer cursos nessa área (Pozo, 2002).

A logística sempre foi administrada pelas empresas e grande parte do

seu aperfeiçoamento gerencial apareceu após o reagrupamento de todas as

atividades empresarias (Pozo, 2002).

Outro conceito muito difundido por especialistas em logística refere-se

a chamada “logística empresarial”, uma vez que ela basicamente estuda como a

administração pode prover melhor nível de rentabilidade nos serviços de

distribuição aos clientes e consumidores através do planejamento, organização e

controle efetivo para as atividades de movimentação e armazenagem que visam

facilitar o fluxo de produtos.

O desempenho histórico da logística empresarial desmembrou-se em

três eras: antes de 1950, 1950-1970, e após 1970 e que, nesta época o transporte

era encontrado frequentemente sob o comando gerencial da produção; os

estoques eram responsabilidades de marketing, finanças ou produção; e o

processamento de pedidos era controlado por finanças ou vendas (Ballou, 1993).

Com a proliferação das variedades de produtos, um maior número de

itens em estoque e consequentemente uma maior demanda dos consumidores

tornando-os mais exigentes quanto aos serviços prestados, fizeram com que as

empresas buscassem, através dos computadores, ferramentas que pudessem

auxiliá-las no desempenho das suas atividades logísticas (Ballou, 1993).

Page 29: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

A partir dos anos 50 e 60, as empresas começaram a se preocupar

com a satisfação do cliente. Foi então que surgiu o conceito de logística

empresarial, motivado por uma nova atitude do consumidor.

O clima econômico geral dos anos 50 era instrumental para fomentar o interesse em logística. Houve crescimento econômico substancial após a Segunda Guerra, seguido de recessão e um período de prolongada pressão nos lucros. Períodos recessivos tipicamente forçam os administradores a procurar maneiras de melhorar a produtividade. Os novos conceitos logísticos ofereciam esta oportunidade. Por outro lado, os setores de produção da maioria das firmas já haviam sido bem examinados durante muitos anos pelos engenheiros de produção e as atividades promocionais e de vendas não se rendiam muito bem às tentativas de incremento da produtividade (BALLOU, 1993, p. 31).

A administração enxergava a logística como a “última fronteira” para

redução dos custos nas empresas. Em meados dos anos 50, poucas

organizações tinham uma idéia clara de quanto eram seus custos logísticos. As

atividades logísticas nesta época eram administradas pelas empresas. Este

período representava a época da decolagem para a teoria e a prática da logística

no ambiente organizacional (Ballou, 2003).

Com o advento dos anos 70 a logística empresarial não estava sendo

utilizada com freqüência por muitas organizações, porém seus princípios básicos

sim, principalmente porque algumas empresas estavam obtendo resultados

significativos com o seu uso. Algumas empresas da época estavam mais

preocupadas na geração de lucros do que no controle dos custos (Ballou, 1993).

Nessa época, devido ao momento econômico (estagflação1) o qual os

Estados Unidos vinham enfrentando, as funções logísticas foram afetadas

consideravelmente, influenciando de maneira negativa as organizações e

tornando os assuntos logísticos relevantes para a alta administração.

As áreas de maiores interesses dessas organizações passaram a ser

as atividades de custos, produtividade e controle de qualidade, devido essas

empresas controlarem seus fluxos de mercadorias importadas. Com a influência

do preço do petróleo os custos de transportes foram afetados diretamente e

conseqüentemente os custos de manutenção de estoques. Os princípios e

1 Processo caracterizado por baixo crescimento e encarecimento do custo de vida.

Page 30: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

conceitos formulados durante anos de desenvolvimento passaram a ser utilizados

com grande sucesso pelas organizações neste exato momento (Ballou, 1993).

Foi no início dos anos 80 que ocorreu a evolução da logística

empresarial nas organizações, decorrente da globalização, da alteração estrutural

da economia mundial e do desenvolvimento tecnológico que pairava nesta

década, segmentando ainda mais a logística empresarial (Ballou, 1993).

O computador acabava de realizar sua estréia no mundo dos negócios.

Ao mesmo tempo, incrementava-se o uso de modelagem matemática, pois

modelos que podiam tratar dos problemas logísticos de forma eficaz foram

rapidamente sendo desenvolvidos (Ballou, 1993).

A programação linear e a teoria do controle de estoques passaram a

ser consideradas valiosas ferramentas para os profissionais da área. Estes

poderiam agora lidar mais efetivamente com problemas como localizar depósitos,

alocar clientes a depósitos, controlar estoques em múltiplos locais e roteirizar e

programar veículos (Ballou, 1993).

O interesse gerencial por estas técnicas científicas foi despertado nas

organizações porque elas poderiam auxiliar na identificação de economias

significativas em áreas-problema da logística, que antes só podiam ser

encontradas usando-se métodos intuitivos (Ballou, 1993).

Segundo Ballou (1993), quatro importantes fatores contribuíram para

que a logística fosse mais aproveitada e desenvolvida dentro das organizações,

sem dizer nas condições econômicas e tecnológicas da época:

1. Alterações nos padrões e atitudes da demanda dos consumidores.

2. Pressão por custos nas indústrias.

3. Avanços na tecnologia de computadores.

4. Influência do trato com a logística militar.

Durante os anos de formação da logística empresarial existiram

mudanças populacionais com substancial impacto nos custos logísticos,

ocorrendo migração das áreas rurais direcionadas aos centros urbanos já

estabelecidos (Ballou, 1993).

Simultaneamente populações começavam a migrar do centro das

cidades para os subúrbios circundantes. Varejistas acompanharam a população

para os subúrbios adicionando mais pontos de venda, ocasionando a manutenção

Page 31: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

de grandes estoques, e consequentemente, incrementando o custo da

distribuição, porém os padrões de distribuição em si começaram a mudar.

Onde antes o varejista caracteristicamente carregava estoques

substanciais, passou a dar manutenção de estoque para seus fornecedores ou

para as centrais de distribuição mais especializadas.

Essa migração da população das áreas rurais para os grandes centros

urbanos americanos fez com que as empresas seguissem a população criando

pontos de vendas adicionais. O intuito era servir uma maior demanda possível e

consequentemente reduzir os custos da distribuição muito altos para os padrões

da época (Ballou, 1993).

Antes mesmo das organizações atentarem para a utilização da

logística nos processos da cadeia de suprimentos, os militares já estavam

organizados no planejamento das operações logísticas, disponibilizando as

organizações bases de experiências importantes no desenvolvimento da logística

empresarial (Ballou, 1993).

A organização com que a área militar americana desempenhava suas

funções com o auxilio da logística contribuíram para que as empresas

reconhecessem nela uma importante ferramenta no auxilio às suas atividades

organizacionais na busca da eficiência e competitividade.

De acordo com Ballou (1993), a experiência militar para as

organizações foi de suma importância, pois foi através dessa experiência que as

empresas encontraram atividades essenciais para sua gestão, tais como

aquisição, estoque, definição de especificações, transporte e administração de

estoques.

Após a Segunda Guerra houve crescimento econômico substancial,

seguido de recessão e um período de prolongada pressão nos lucros. Isso forçou

os administradores a buscarem maneiras de melhorar a produtividade. Os novos

conceitos logísticos ofereciam esta oportunidade. Por outro lado, os setores de

produção da maioria das empresas já haviam sido bem examinados durante

muitos anos pelos engenheiros de produção e as atividades promocionais e de

vendas não estavam atingindo os resultados esperado, face às tentativas de

incremento da produtividade (Ballou, 1993).

A evolução da logística como atividade empresarial trouxe às

organizações oportunidades para a implantação de novas tecnologias produtivas

Page 32: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

às empresas industriais, decorrentes de acontecimentos que influenciavam cada

vez mais a logística (competição mundial, a falta de matéria-prima, a súbita

elevação de preços do petróleo e o aumento mundial da inflação) (Ching, 1999).

Com isso, houve mudança na filosofia da logística que passou de

estímulo da demanda para melhor gestão dos suprimentos. Os princípios e

conceitos logísticos formulados durante anos de desenvolvimento passaram a ser

utilizados com grande sucesso pelas organizações. O superior estado de

interesse acabou induzindo à logística integrada, que começava a ser entendida

dentro do contexto mais amplo da administração de materiais (Ching, 1999).

Nunca se falou tanto no termo logístico empresarial como nas últimas

duas décadas. Notadamente, no transcorrer dos anos 90, de forma crescente, o

assunto aportou nos meios acadêmicos, empresariais e no setor público,

objetivando a logística como fator de diferencial competitivo empresarial (Ching,

1999).

A importância da logística no atual contexto empresarial é crescente,

haja vista o grande valor que ela tem demonstrado para as organizações que dela

fazem uso, ganhando dimensões estratégicas na busca do diferencial competitivo.

Para Ballou (1993), a logística caracteriza-se pelo planejamento,

implementação e controle do fluxo direto e reverso, a estocagem de bens, os

serviços e as informações entre o ponto de origem e o ponto de consumo (criando

um relacionamento a longo prazo entre todos os participantes da cadeia

produtiva).

Uma das principais funções da logística refere-se à criação de valor –

valor para os clientes e fornecedores da empresa – e valor para aqueles que têm

nela interesses diretos. Esse valor é manifestado em termos de tempo e lugar,

pois produtos e serviços não têm valor, a menos que estejam em poder dos

clientes (Ballou, 1993).

O aumento da concorrência, a busca pela eficiência e a rentabilidade a

curto prazo têm obrigado as empresas a investirem não somente em novas

marcas, como também na diversificação de seus produtos.

Afinal, todas essas inovações acabam provocando uma grande

mudança em toda operação logística, fazendo com que a criatividade e as

inovações tecnológicas sejam usadas para que se cumpra o lema: entregar o

produto certo, na hora certa, no local certo, com o menor custo possível.

Page 33: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

Uns dos focos da logística consiste em maximizar e tornar realidade as

potenciais sinergias entre as partes da cadeia produtiva, de forma a atender o

consumidor final mais eficientemente, tanto através da redução dos custos, como

através da adição de valor ao produto final.

Toda a responsabilidade pelas atividades de movimentação e

armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da

matéria-prima até o ponto de consumo final, é atribuída à logística, assim como

seus fluxos de informações que colocam os produtos em movimento com o

propósito de obter níveis de serviços adequados aos clientes a um custo razoável

(Ballou, 2001).

A figura 2.2 possibilita esse entendimento, identificando como os fluxos

se relacionam com toda a cadeia (fornecedor, empresa e cliente).

FIGURA 2.2 – FLUXOS LOGÍSTICOS

FONTE: Ballou (2001). NOTA: Adaptado.

A integração na figura acima estabelece a existência de um fluxo que

deve ser planejado, implementado e controlado. Torna-se possível perceber não

somente um fluxo de material, mas também um fluxo de pessoas e um fluxo

financeiro que devem ser administrados de maneira efetiva para que se alcancem

níveis de competitividade na busca de maximizar seus resultados.

É de fundamental importância o conhecimento de todos os fluxos

logísticos pelas empresas, pois na medida em que se consegue controlar

adequadamente esses fluxos existentes, possibilita-se a redução dos prazos

envolvidos nas diferentes atividades logísticas, gerando maiores vantagens

competitivas. Com isso, melhoram o desempenho conjunto pela busca de

Page 34: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

oportunidades implementada em toda a cadeia, e pela redução de custos para

agregar mais valor ao cliente, atendendo toda e qualquer demanda positiva

(Ballou, 2006).

Assim, evidencia-se a grande preocupação estratégica que a área

logística tem diante do processo organizacional, principalmente pela

responsabilidade que ela tem dentro do processo integrado, através do

gerenciamento eficiente de todos os recursos nos quais as empresas estão

envolvidas.

Segundo Ballou (2006), a logística é considerada a essência do

comércio, pois ela contribui decisivamente para melhorar o padrão econômico de

vida, uma vez que as atividades logísticas estabelecem um elo entre os locais de

produção e os mercados separados por tempo e distâncias. A logística deverá ser

considerada também como bens materiais e bens de serviços; esta última com

oportunidades de crescimento na atualidade.

Outro fator relevante sobre a importância da logística diz respeito ao

importante processo de planejamento que ela tem para a disponibilização de bens

e serviços aos consumidores, quando e onde estes quiserem adquiri-los. Isto

implica que a logística é uma parte do processo do supply chain management, e

não o processo inteiro (Ballou, 2006).

A logística também é vista como sendo um conjunto de atividades

funcionais (transportes, controle de estoques, etc.) que se repetem inúmeras

vezes ao longo do canal pelo qual matérias-primas vão sendo convertidas em

produtos acabados, agregando valor as mesmas, uma vez que as fontes destes

bens, fábricas e pontos de venda em geral não têm a mesma localização. Então,

as atividades logísticas se repetem à medida que os produtos usados são

transformados a montante no canal logístico (Ballou, 2006).

A figura 2.3 apresenta bem a integração da administração com a

distribuição física, o escopo da logística empresarial. Observa-se que as

atividades inerentes às duas grandes etapas do processo logístico são

praticamente as mesmas, diferindo-se pelo fato do suprimento físico tratar da

matéria-prima, e a distribuição física tratar dos produtos acabados.

Ressalta-se que nem todos os sistemas produtivos e seus respectivos

produtos e matérias-primas requerem todas as atividades enumeradas.

Page 35: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

FIGURA 2.3 – ESCOPO DA LOGÍSTICA EMPRESARIAL

Logística empresarial

Suprimento físico Distribuição física (Administração de materiais)

•Transporte • Transporte • Manutenção de estoque • Manutenção de estoques • Processamento de pedidos • Processamento de pedidos • Obtenção • Programação de produção • Embalagem protetora • Embalagem protetora • Armazenagem • Armazenagem • Manuseio de materiais • Manuseio de materiais • Manutenção de informações • Manutenção de informações

FONTE: Ballou (1993). NOTA: Adaptado.

O mundo globalizado e a internacionalização das indústrias, em todas

as partes, ficarão pesadamente dependentes de desempenho e custos logísticos

à medida que as empresas forem intensificando uma visão mais internacional de

suas operações (Ballou, 2006).

Criar valor ao cliente tem sido um diferencial competitivo das

organizações. É por isso que qualquer produto ou serviço perde quase todo seu

valor quando não está ao alcance dos clientes no momento e lugar adequados ao

seu consumo, considerando que as empresas criam quatro tipos de valores em

produtos e serviços (forma, tempo, lugar e posse), uma vez que a logística

controla dois desses valores: tempo e lugar (Ballou, 2006).

Uma visão mais estreita e que pode causar a perda de inúmeras

oportunidades de negócios é limitar a logística em termos de transporte e

armazenamento de um produto físico num cenário de produção (Ballou, 2006).

Fornecedores

Fábricas Clientes

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A área de atuação de um planejamento logístico não se restringe

somente ao serviço de estoques, transporte e armazenamento como muitos

enxergam na logística e sim, ela torna-se muito mais abrangente.

A tabela 2.1 apresenta as áreas de maior importância da logística bem

como a seleção do melhor planejamento que Ballou (1993) os chama de “níveis

de decisão”.

TABELA 2.1 – NÍVEIS DE DECISÃO NO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Níveis da decisão Área da decisão

Estratégia Tática Operacional

Transportes Seleção de modal Leasing de equipamento

periódico Roteamento, despacho

Estoques Localização de estoques e normas de controle

Níveis dos estoques de segurança

Quantidade e momento de reposição

Localização das instalações

Quantidade, área e localização de armazéns,

plantas e terminais

Processamento de pedidos

Projeto do sistema de entrada, transmissão de

pedidos e processamento

Processamento de pedidos, atendimento de pedidos pendentes

Serviços aos clientes

Padrões de procedimentos

Regras de priorização dos pedidos de clientes

Preparação das remessas

Armazenagem Seleção do material de

deslocamento, leiaute da instalação

Escolhas de espaços sazonais e utilização de

espaços privados

Separação de pedidos e reposição de

estoques

Compra Desenvolvimento de relações fornecedor-

comprador

Contratação, seleção de fornecedores, compras

antecipadas

Liberação de pedidos e apressar das compras

FONTE: Ballou (1993). NOTA: Adaptado.

Empresas gastam determinado tempo buscando alternativas para

diferenciar suas ofertas de produtos e serviços em relação aos disponibilizados

pela concorrência. A partir do momento que essas empresas identificam na

logística um diferencial competitivo, ela passa a afetar uma significativa parcela

dos custos da empresa e o resultado das decisões tomadas quanto aos

processos da cadeia de suprimentos proporcionam diversos níveis de serviços ao

Page 37: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

cliente, possibilitando uma importante condição de penetrar de maneira eficaz em

novos mercados (Ballou, 1993).

Sendo assim, a logística assume uma importância maior no âmbito da

empresa, uma vez que os custos, especialmente os de transporte, vão crescendo

de proporção na estrutura total de custos, e através de um bom planejamento

logístico que ocorrerão as mudanças tecnológicas e sistêmicas, condições

básicas para o sucesso de qualquer área que procure melhoria contínua da

qualidade.

Existe uma outra visão de que a logística começou a despertar real

interesse dentro das organizações no início dos anos 90, quando ela passou a

exercer uma ação integradora entre o controle de pedidos de vendas, materiais,

planejamento do processo produtivo, suprimentos, distribuição e informação, cujo

objetivo era aperfeiçoar os recursos materiais e humanos, reduzindo

significativamente os interesses pessoais de cada departamento.

Foi na década de 90 que a logística passa a ser considerada um

campo competitivo e exploratório muito importante dentro das organizações, a

partir do momento que ela auxilia as empresas a otimizarem seus recursos de

suprimentos, estoques e distribuição dos produtos, tornando-a uma ferramenta

vital para o sucesso de uma organização (Pozo, 2002).

Entende-se a necessidade de cada vez mais empresas buscarem

novas formas de atender a alta demanda dos clientes, seja por produtos ou

serviços, agregando valor a estes e disponibilizando no mercado produtos que

atendam cada vez mais as necessidades específicas dos clientes.

A logística é vital para o sucesso de uma organização. Ela é uma nova visão empresarial que direciona o desempenho das empresas, tendo como meta reduzir o lead time2 entre o pedido, a produção e a demanda, de modo que o cliente receba seus bens ou serviços no momento que desejar, com suas especificações predefinidas, o local especificado e, principalmente, o preço desejado (POZO, 2002, p. 13-14).

É certo de que nos últimos anos empresas buscam desempenhar

ações com o propósito de otimizar e reduzir custos de seus processos internos.

No atual ambiente dos negócios, o setor de serviços tem demonstrado como

Page 38: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

sendo a maior atividade de uma empresa na busca da diferenciação e também na

redução dos custos.

Neste sentido, Pozo (2002) entende que a logística é esse “diferencial

competitivo”, pois é através das atividades logísticas que empresas planejam

seus objetivos estratégicos na “guerra” pela competitividade travada entre si. As

atividades logísticas dividem-se em duas grandes ações: atividades primárias e

atividades de apoio.

Nas atividades primárias as organizações utilizam-se da logística na

obtenção dos objetivos logísticos de custo e nível de serviço que o mercado

deseja, contribuindo necessariamente para o cumprimento da missão da

organização, e paralelamente, com o custo total da logística, sem dizer na

coordenação e cumprimento das tarefas logísticas. Encontram-se inseridas nesta

área, as seguintes atividades:

Transportes.

Manutenção de estoques.

Processamento de pedidos.

O transporte tem sido o grande diferencial nas estratégias logísticas,

pois é através dele que ocorre toda a movimentação dos produtos desde os

fornecedores até o consumidor final. A atividade de transporte é considerada uma

das mais importantes atividades dentro da logística, principalmente porque ela

requer 1/3 dos custos logísticos; até porque nenhuma organização consegue

movimentar matérias-primas, produtos e serviços até seus consumidores finais

sem o uso desta atividade (Pozo, 2002).

As organizações se utilizam de cinco sistemas de transportes para o

escoamento de seus produtos, sendo eles: aeroviário, rodoviário, ferroviário,

hidroviário e o dutoviário, este último muito utilizado para o transporte de gás da

Bolívia para o Brasil (Pozo, 2002).

Já a atividade de manutenção de estoque consiste em um agente

amortecedor entre a oferta e a demanda dos produtos. O seu uso como regulador

de demanda, resulta no fato de que, em média, ele passa a ser responsável por

aproximadamente 1 a 2/3 dos custos logísticos (Pozo, 2002).

2 Palavra em inglês que na tradução quer dizer tempo de ressuprimento. É o tempo de compra mais o tempo de transporte

Page 39: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

Enquanto o transporte adiciona valor de lugar ao produto, o estoque

agrega valor de tempo, e a maior preocupação das organizações tem sido em

manter seus níveis de estoque o mais baixo possível para redução de custos e ao

mesmo tempo atender a demanda de seus clientes.

E por último, o processamento de pedidos, cuja importância para o

autor, deriva do fato de ser um elemento crítico em termos de tempo necessário

para levar os produtos e serviços até os consumidores finais.

Segundo Pozo (2002), para que as atividades primárias auxiliem a

logística na sua eficiência, existe a necessidade de apoio de outras atividades, ou

seja, aquelas que dão suporte ao desempenho das atividades primárias na busca

do sucesso organizacional, contribuindo para a satisfação total dos clientes e

também dos acionistas da empresa. Consideram-se assim, seis principais

processos de apoio às atividades primárias logísticas:

1. Armazenagem.

2. Manuseio de materiais.

3. Embalagem.

4. Suprimentos.

5. Planejamento.

6. Sistema de informação.

Na logística, o sistema de armazenagem contribui com soluções para

os problemas de estocagem de materiais, possibilitando uma melhor integração

entre o suprimento, a produção e a distribuição.

Já o processo de armazenagem consiste em manter os materiais

estocados, podendo ser internamente ou mesmo em locais fora da empresa, ou

seja, mais próximo ao consumidor final, considerando-se os fatores como

localização, dimensionamento de área, arranjo físico, equipamentos de

movimentação, recuperação de estoques, projeto de docas ou baias de

atracação, necessidades de recursos financeiros e humanos, dentre outros

(Pozo, 2002).

O manuseio de materiais está ligado com a armazenagem e também à

manutenção dos estoques. Esta atividade envolve a movimentação de materiais

no local de estocagem, que pode ser tanto estoques de matéria-prima, como dos

produtos acabados. Ela poderá acontecer quando ocorrer uma transferência de

Page 40: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

materiais do estoque para um departamento de produção, de produtos acabados,

ou mesmo de um depósito para o outro (Pozo, 2002).

Resguardar o estado físico dos produtos é a função do processo de

embalagem, auxiliando a garantia da perfeita e econômica movimentação dos

produtos dentro do processo logístico.

Existe uma crescente tendência de análise da embalagem, pois ela é

parte de um sistema logístico total, com a responsabilidade de minimizar o custo

de entrega bem como maximizar as vendas.

A logística quando estudada na identificação das etapas de todo o

processo do canal de distribuição configura-se em uma ferramenta do

planejamento estratégico do supply chain management e das políticas de

marketing da organização (Pozo, 2002).

O processo de planejamento é visto como a base de informação na

programação de produção dentro da fábrica. Este fator é considerado o evento

que possibilitará o cumprimento dos prazos exigidos pelo mercado.

O sistema de informação é a função que permitirá o sucesso da ação

logística dentro de uma organização, contribuindo para que ela possa operar

eficientemente dentro da cadeia logística (Pozo, 2002).

Contudo, deverá ser através de uma base bem estruturada de

informações importantes sobre clientes, vendas, padrões de entregas, níveis de

estoques, disponibilidades físicas e financeiras que um sistema de informação

auxiliará uma empresa na sua eficiência e eficácia das atividades primárias.

É aí que a logística passa a ter uma função mais estratégica dentro das

organizações, dando sentido ao verdadeiro escopo da logística empresarial que é

o planejamento, a implantação e o controle, pois ela permite que as funções

administrativas e as ferramentas de marketing interajam entre si, através de um

processo de planejamento para o oferecimento de um produto ao menor custo

possível, dentro das expectativas do cliente no menor tempo possível.

Atividades consideradas como de responsabilidade exclusiva da

produção ou do marketing deverão ser agrupadas objetivando o planejamento da

capacidade, do controle de qualidade e da programação de processo dentro da

cadeia logística.

Page 41: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

Todas estas etapas do processo logístico podem ser enfocadas com

um objetivo fundamental: satisfazer as necessidades e preferências dos

consumidores finais.

A visão da logística para Fontana & Aguiar (2001 apud CAIXETA-

FILHO & MARTINS, 2001), é de que ela passou a ser considerada como a última

fronteira na administração, sendo que, através do seu uso, as organizações estão

alcançando significativas economias e reforçando sua competitividade

empresarial.

Segundo Fontana & Aguiar (2001 apud CAIXETA-FILHO & MARTINS,

2001), a administração de materiais e a distribuição física são as peças

fundamentais na logística empresarial, sendo que ambas trabalham com o

processamento de pedidos, transportes e controle de estoques, porém, se diferem

entre si na origem dos fluxos analisados.

A administração física, segundo os autores, opera com o produto final

de uma empresa, e a administração de materiais opera com suas matérias-primas

necessárias para a fabricação deste produto.

Fontana & Aguiar (2001 apud CAIXETA-FILHO & MARTINS, 2001)

diferencia a distribuição física da administração de materiais da seguinte forma:

A distribuição física possui a finalidade de atender a demanda

pelos produtos e/ou serviços disponibilizados pela empresa,

reunindo todas as etapas necessárias para este processo.

A administração de materiais está voltada para o abastecimento da

empresa, onde consegue envolver todas as atividades necessárias

para tal finalidade.

De acordo com Fontana & Aguiar (2001 apud CAIXETA-FILHO &

MARTINS, 2001), a logística tem como objetivo específico garantir a

disponibilidade de produtos e materiais nos mercados e pontos de consumo com

a máxima eficiência, rapidez e qualidade, através de custos controlados e

conhecidos pela organização.

O conceito de logística integrada começou a surgir dentro das

organizações adquirindo um novo status nas empresas, desempenhando papel

estratégico no planejamento, no controle dos fluxos de materiais e todas as

informações relacionadas à cadeia de suprimentos.

Page 42: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

Atualmente ela é entendida como a integração tanto da administração

de materiais como a distribuição física. Entretanto, esta integração aproxima a

produção da operação, estreitando em alguns casos esta ligação, permitindo que

no futuro próximo a produção e a logística se relacionem muito mais em conceito

e prática.

Outra visão mais moderna e entendida por Kotler & Keller (2006)

refere-se à logística de mercado, considerando que as estratégias de logística

não devem simplesmente basear-se em considerações de custos, mas sim, em

estratégias com foco na lucratividade.

As empresas têm se utilizado dos serviços logísticos como ferramenta

competitiva, criando barreiras à entrada de novos competidores, buscando

organizar o fluxo de produtos a partir de iniciativas de ressuprimento enxuto com

seus clientes e fornecedores, através de serviços logísticos específicos que

asseguram maior conectividade na troca de informações entre empresas (Kotler &

Keller, 2006).

Devido às constantes mudanças das necessidades dos clientes, torna-

se importante que uma organização disponha de várias estratégias logísticas na

busca de satisfazerem seus clientes.

Essas organizações estão interessadas em entregas no prazo, rapidez,

disposição dos fornecedores em atender suas necessidades emergenciais,

cuidados específicos com suas mercadorias na hora do transporte,

disponibilidades dos fornecedores em receberem de volta produtos que

apresentaram defeito e que possam fazer a reposição com maior rapidez possível

para atender suas demandas (Kotler & Keller, 2006).

Estabelecer e transmitir informações entre as partes da cadeia é o

papel do sistema logístico, utilizando-se de metas objetivas e padrões de

atendimentos que envolvam toda a complexidade logística (fornecedores,

sazonalidade de vendas, pulverização de clientes, as diferentes datas de validade

dos produtos, necessidade específicas de entrega, fidelização de clientes,

necessidades específicas de abastecimento, entre outros itens).

Segundo Kotler & Keller (2006), um planejamento logístico de mercado

compõe-se de quatro etapas:

Page 43: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

1. Decisão sobre a proposta de valor da empresa para seus clientes.

(Que padrão de pontualidade de entrega deve ser oferecido? Que

níveis de precisão e cobrança devem ser atingidos?).

2. Decisão sobre o melhor sistema de canal e estratégia de rede para

chegar ao cliente. (A empresa deve atender o cliente diretamente

ou por meio de intermediários? Que produtos devem ser fornecidos

e a partir de quais instalações? Quantos depósitos são necessários

manter em quais localidades?).

3. Desenvolvimento de excelência operacional na previsão de

vendas, gestão de depósitos, transporte e materiais.

4. Implementação da solução com os melhores sistemas de

informação, equipamentos, políticas e procedimentos.

Os sistemas de informações possuem papel fundamental no

gerenciamento da logística de mercado, principalmente os computadores, os

terminais de pontos de venda, os códigos uniformes de produtos, o rastreamento

por satélite, a troca eletrônica de dados e a transferência eletrônica de fundos

(Kotler & Keller, 2006).

Será através dos sistemas de informações que as organizações

minimizarão o tempo de ciclo de pedidos, o número de funcionários

administrativos e o índice de erros nos documentos, possibilitando ainda um

maior controle sobre as operações logísticas (Kotler & Keller, 2006).

Conforme Kotler & Keller (2006, p. 521) “muitas empresas definem seu

objetivo para a logística de mercado como levar os produtos certos aos lugares

certos, no prazo combinado, com o mínimo custo”. Esta definição proporciona

pouca orientação prática, pois nenhum sistema logístico de mercado por mais

excelente que seja não consegue simultaneamente maximizar o atendimento aos

clientes e ao mesmo tempo minimizar os custos de distribuição ora despendidos.

Kotler & Keller (2006) descrevem quatro importantes decisões que

devem ser tomadas em relação à melhor estratégia logística de mercado:

1. Processamento de pedidos: Quanto maior o tempo do ciclo do

processamento de pedido maior será a insatisfação do cliente.

Através de padrões de pedidos as empresas passarão a gerenciar

o processamento de pedidos, minimizando o ciclo de etapas do

Page 44: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

pedido-pagamento, ou seja, encurtando o recebimento do pedido, a

entrega e o pagamento.

2. Armazenagem dos produtos: Centralizar o estoque de seus

produtos tem sido um diferencial na redução dos custos de

armazenagem, por outro lado, aumentando o número de locais de

estocagem, significa mais rapidez na entrega aos seus clientes.

3. Estocagem: Os níveis de estocagem representam decisões

importantes na logística de mercado, porém, com altos custos.

Políticas de tomada de decisão são de suma importância no

processo de estocagem, pois se devem avaliar os custos de

processamento de pedidos com os custos de manutenção de

estoque. As empresas estão reduzindo seus custos de manutenção

de estoque, tratando cada item do estoque de forma diferente,

baseando-se no risco e oportunidade de mercado.

4. Transporte dos produtos: O item transporte contribui intensamente

na elevação do custo dos produtos e no atendimento pontual ao

cliente, além de interferir nas condições físicas deste produto em

chegar até seu destino final, o que contribui para a insatisfação dos

clientes. Os critérios como velocidade, freqüência, confiabilidade,

capacidade, disponibilidade, rastreabilidade e custo, precisam ser

considerados e avaliados pela equipe de expedição, verificando-se

os objetivos da organização, tanto pelo lado financeiro (custo),

como pela qualidade operacional (satisfação do cliente).

Atualmente são gastas pelas empresas quantias significativas na

busca da rapidez na entrega expressa.

Para cada decisão acima haverá uma estratégia diferente a ser tomada

pela organização, sendo que todas farão parte decisiva do processo estratégico

da cadeia de abastecimento. Uma boa elaboração do planejamento estratégico

torna-se fundamental na identificação pelas organizações das variáveis que as

cercam (Kotler & Keller, 2006).

A elaboração de uma visão é o primeiro passo de um processo de

planejamento estratégico, estabelecendo objetivos claros e de fácil alcance,

acompanhados de indicadores de desempenho. Essa visão trata de estabelecer

Page 45: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

na teoria o salto para o futuro, enquanto a estratégia define os meios para dar

esse salto (Kotler & Keller, 2006).

A logística tornar-se neste momento uma ferramenta importante na

busca desta vantagem, contribuindo para minimizar os custos operacionais,

controlando a produção, auxiliando nas tomadas de decisões e fazendo com que

as organizações busquem conhecimento no processo de informação, contribuindo

assim para a eficiência na cadeia de suprimentos, maximizando o lucro e

fidelizando clientes (Kotler & Keller, 2006).

A logística envolve a integração de informações, transporte, estoque,

armazenamento, manuseio de materiais e embalagem. Todas essas áreas que

envolvem o trabalho logístico oferecem ampla variedade de tarefas estimulantes.

Combinadas, essas tarefas tornam o gerenciamento integrado da logística uma

profissão desafiante e compensadora (Bertaglia, 2003).

Quando o estoque é corretamente posicionado, facilitando as vendas, a

logística agrega valor, envolvendo alto custo logístico. Num contexto central, a

logística tem por finalidade atingir um nível desejado de serviço ao cliente pelo

menor custo total possível, cuja missão é satisfazer às necessidades do cliente,

facilitando as operações relevantes de produção e de marketing (Bertaglia, 2003).

Do ponto de vista estratégico, os executivos de logística têm por

finalidade atingir uma qualidade pré-definida de serviços ao cliente por meio de

uma competência operacional, equilibrando as expectativas de serviços e os

gastos de modo a alcançar os objetivos do negócio.

As empresas passaram a utilizar os serviços logísticos como

ferramenta competitiva, criando barreiras à entrada de novos competidores,

buscando organizar o fluxo de produtos a partir de iniciativas de ressuprimento

enxuto entre seus clientes e fornecedores, através de serviços logísticos

específicos que asseguram maior conectividade na troca de informações entre

empresas (Bertaglia, 2003).

Segundo Bertaglia (2003), essa iniciativa iniciou-se entre as décadas

de 70 e 80 com a implementação de diversas técnicas em logística denominadas

Programas de Respostas Rápidas - PRRs. A seguir são apresentados os

principais PRRs, implantados à época, bem como seus principais objetivos

específicos:

Page 46: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

ECR – Efficient Consumer Response: trata-se do comprometimento

dos fabricantes em atenderem às crescentes necessidades dos

consumidores finais ao menor custo possível.

QR – Quick Response: objetiva a integração entre fornecedores e

varejistas, através de planejamento e controle de reposição dos

estoques.

CRP – Continuous Replenishment Program: visa criar maior

controle sobre os níveis de estoque no varejo e permitir maior

liberdade das políticas de reposição.

VMI – Vendor Monaged Inventory: o fornecedor responsabiliza-se

exclusivamente sobre as decisões de reposição.

JIT II – Just in Time II: o fornecedor disponibiliza um funcionário

para trabalhar junto ao cliente, identificando as necessidades de

consumo presentes e futuras e acompanhando tendências de

mercado.

CPFR – Collaborative Planning Forecasting and Replenishment:

fabricantes e varejistas compartilham sistemas, planejamentos e

processos de previsão de vendas em determinado produto e em

determinada região geográfica.

Os programas mencionados apresentam diversos pontos em comum,

tanto no que diz respeito aos objetivos organizacionais e seu escopo decisório,

quanto à organização do fluxo de produtos e recursos necessários para sua

viabilização.

Uma boa administração logística traz para as organizações uma

vantagem competitiva em termos de serviços, redução de custos e respostas

rápidas às necessidades de mercado, pois essas organizações também precisam

ser competitivas em preço, qualidade e diferenciação (Bertaglia, 2003).

Existe um crescimento significativo no setor logístico brasileiro,

acompanhado de incrementos tecnológicos que possibilitam novas oportunidades

de crescimento para as empresas que se preocupam em otimizar seu setor

logístico. Dentre os principais ganhos na eficiência e competitividade que as

empresas podem ter, Bertaglia (2003) considera sete:

Page 47: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

Entregas mais rápida de acordo com a demanda.

Redução dos custos operacionais.

Aumento da produtividade.

Aumento no giro de mercadorias e redução de estoques.

Redução de perdas.

Melhor aproveitamento da área interna da empresa.

Compartilhamento dos dados de venda com toda a rede.

A logística pode ser entendida como uma das mais antigas e inerentes

atividades humanas na medida em que sua missão principal é a de disponibilizar

bens e serviços gerados por uma sociedade, nos locais, no tempo, nas

quantidades e na qualidade em que são necessários aos utilizadores.

Embora muitas vezes decisiva em operações militares históricas, a sua introdução como atividade empresarial tem sido gradativa ao longo da história empresarial, de uma simples área de guarda de materiais a uma área estratégica no atual cenário empresarial. (LEITE, 2006, p.1).

Através da figura 2.4 identifica-se a sinergia dos elementos que

compõem a logística.

FIGURA 2.4 – ELEMENTOS DA LOGÍSTICA

FONTE: Leite (2003).

NOTA: Adaptado

Page 48: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

Segundo Leite (2003), quatro importantes áreas da logística devem ser

observadas com bastante atenção pelas empresas que se utilizam dela como

ferramenta competitiva: logística de suprimentos, logística de apoio à manufatura,

logística de distribuição e a logística reversa. A figura 2.5 a seguir auxilia na

identificação dessas áreas através de uma forma integrada.

FIGURA 2.5 – ÁREAS DE ATUAÇÃO DA LOGÍSTICA

FONTE: Leite (2003). Nota: Adaptado.

É importante entender que existe um conjunto de atividades de

suprimento de insumos, distribuição de produtos acabados e alguns fluxos

reversos relacionados aos processos produtivos em geral que vem sendo tratado

de forma cada vez mais ampla pelo que se está chamando de logística e supply

chain management.

Estas atividades se utilizam de estratégias baseadas preferencialmente

em transporte, estoque e informação. A lógica é o foco no serviço ao cliente com

base no projeto e escolha de canais de suprimentos e de distribuição adequados

e na estratégia de rede utilizando recursos de transporte, estoque, informação e

apoiado pelas diferentes funções nas organizações.

Uma das funções importantes da logística consiste em disponibilizar

informações aos clientes e consumidores finais, através de um eficiente

planejamento e também de um sistema organizado, tendo à disposição um

controle seguro de toda atividade que envolve a cadeia logística (Leite, 2006).

O tratamento das atividades logísticas nas empresas pode ser

classificado em várias fases, de acordo com o grau de inter-relação existente

entre os diversos agentes da cadeia (Leite, 2006).

ORGANIZAÇÃOMERCADO

FORNECEDORMERCADO

CONSUMIDOR

LOGÍSTICA DE SUPRIMENTOS

LOGÍSTICA DE APOIO À

MANUFATURA

LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO

REINTEGRAÇÃO AO CICLO DE NEGÓCIOS

OU PRODUTIVO

LOGÍSTICA REVERSA

PÓS-VENDA PÓS-CONSUMO

Page 49: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

Este relacionamento inicia-se na fase em que a empresa trata dos

problemas logísticos somente em sua óptica interna, passando em seguida pelos

primeiros passos rumo à integração empresa-cliente, progredindo posteriormente

em direção ao tratamento integrado empresa-fornecedor, atingindo então a fase

da logística integrada, despertando interesse ao novo campo da logística, o ciclo

reverso.

Ao longo dos anos, a área da logística tem aplicado esforços no estudo

dos fluxos de mercadorias e informações dentro da cadeia de suprimentos,

enfocando o fluxo produtivo direto, ou seja, desde o fornecimento da matéria-

prima até a disponibilização do produto final ao consumidor. Por isso a logística é

considerada por muitos como a arte de comprar, receber, armazenar, separar,

expedir, transportar e entregar o produto/serviço certo, na hora certa, no lugar

certo, ao menor custo possível (Leite, 2006).

Um fato que contribuiu muito para o desenvolvimento da logística no

Brasil a partir de 1990 foi a abertura do mercado e a redução de tarifas de

importação em diversos setores econômicos, o que proporcionou maior

internacionalização do país, alterando o panorama empresarial nacional (Leite,

2006).

Alguns fatores foram decisivos para que o setor logístico brasileiro

crescesse na década de 90, principalmente pela estabilização da moeda.

A partir de 1994 com a estabilização da moeda, que se observa o verdadeiro “boom” logístico no país, pelo expressivo desenvolvimento e aumento de transações empresariais em diversos elos das cadeias industriais e agropecuárias, pela percepção dos valores de estoques envolvidos, pela presença marcante de operadores logísticos internacionais atuando no Brasil, pelas privatizações realizadas na área de ferrovias, portuária e hidroviária, e certamente pela maior participação no cenário internacional (LEITE, 2006, p. 1).

Este processo de internacionalização desencadeou um processo de

crescimento significativo das atividades logísticas em diversas cadeias produtivas,

tanto nas existentes como naquelas de novos produtos, que colocam em

evidência a contribuição da logística no seu equacionamento. A tabela 2.2

apresenta claramente esta evolução.

Page 50: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

TABELA 2.2 – CRESCIMENTO DE ATIVIDADE NAS CADEIAS PRODUTIVAS

FONTE: Leite (2006). NOTA: Adaptado.

O aumento das pressões internas e externas por maior conscientização

empresarial acerca da competitividade, o foco nos custos de transporte e

estoques, exigências cada vez maiores de respostas rápidas e também a busca

por profissionais mais qualificados no atual mercado competitivo, evidenciam o

crescimento da logística empresarial no país (Leite, 2006).

Segundo Leite (2006, p.1) “vivenciamos uma indiscutível ânsia pelo

lançamento de novos produtos e novos modelos em todos os setores

empresariais”, e o aumento no uso de embalagens e produtos descartáveis têm

demonstrado grande preocupação com os processos de reciclagem, onde

grandes partes destes produtos consumidos e depois descartados podem passar

por um processo de reciclagem.

Diante deste contexto surge à logística reversa, uma nova área da

logística empresarial que atua de forma a gerenciar e operacionalizar o retorno de

bens e materiais após a sua venda e consumo, às suas origens, por meio dos

canais de distribuição, possibilitando às empresas agregar valor a esses produtos.

Produto Ano 1994 Ano 2002 UnidadesMonitor de computador 1,44 4,67 Milhões de unidadesVendas pela Internet 4 866 Milhões de dólaresTelefone celular 0,12 13,3 Milhoes de unidadesFralda descartável 1,8 16,57 unid./habitanteSoja 25,1 52,2 Milhões de ton.Exportação de boi 250 96,5 Mil ton.Exportação de frango 481 1967 Mil ton.Petróleo 38,8 86,9 Milhões de m³

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3 LOGÍSTICA REVERSA

3.1 Ciclo reverso dos produtos

É importante ressaltar a crescente preocupação do departamento de

marketing das empresas em não somente disponibilizarem seus produtos nos

pontos de venda no tempo certo, mas também reforçar a imagem da sua marca

através dos serviços de pós-venda, através da oferta completa de serviços de

reparos e assistência técnica de qualidade.

Isto resulta do reconhecimento de que o processo de devolução de um

produto, nos casos de defeitos de fabricação ou de erros no processamento do

pedido, provoca grande incômodo ao consumidor.

Pensando na fidelização de seus clientes e no valor de suas marcas,

essas empresas passaram a se preocupar com a aceleração do ciclo reverso dos

produtos e na comodidade do cliente neste processo, procurando transformar um

consumidor frustrado em um cliente satisfeito.

O avanço tecnológico impulsionado pela globalização e a grande

concorrência entre as empresas têm contribuído para a redução do ciclo de vida

dos produtos, principalmente na área da informática e eletroeletrônico, sem dizer

em setores que gerenciam produtos de alto valor agregado o que gera constantes

inovações em suas linhas de produção (Bowersox e Closs, 2001).

Neste contexto, destacam-se aquelas organizações que possuem em

seu portifólio de serviços a logística reversa, se posicionando como solução

comercial adequada aos processos de pós-consumo ou de pós-venda,

contribuindo para agregar valor aos produtos que já possuem uma política clara

de devolução, por razões comerciais, legais (código de defesa do consumidor),

operacionais (erros de processamento dos pedidos ou avarias no transporte) ou

ambientais (descarte adequado).

Chama a atenção atualmente a existência de uma política voltada para

questões ambientais que esteja responsabilizando as empresas a terem um

controle mais rigoroso e adequado sobre o ciclo de vida de seus produtos, ou

seja, não somente a responsabilidade direta sobre o serviço de entrega, mas

também sobre o que fazer quando um produto precisa ser descartado pela

sociedade ou mesmo passar por um processo de manutenção.

Page 52: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

Com o propósito de aumentar cada vez mais o seu market share em

um mercado cada vez mais exigente, objetivando conquistar vantagem

competitiva, empresas estão buscando esforços no sentido de manterem seus

negócios utilizando-se de estratégias empresariais focada sempre na tríade:

satisfação, valor agregado e relacionamento.

A capacidade de liderança em custos e serviços através do fator

“diferenciação” contribui para que organizações alcancem vantagem competitiva

frente aos seus concorrentes (Christopher, 1997).

Conforme Kotler & Keller (2006), a vantagem competitiva surge

fundamentalmente do valor que uma empresa consegue criar para seus clientes,

ultrapassando o seu custo de fabricação e diferenciação, identificando através da

cadeia produtiva uma ferramenta estratégica que possibilite agregar valor a seus

produtos.

Essa cadeia de valor é identificada por atividades estrategicamente

relevantes: a logística interna (levar material para dentro da empresa) caracteriza-

se como a atividade principal; a logística externa (marketing e vendas) trata da

comercialização dos produtos e por fim a chamada atividade de apoio, que trata

da aquisição, desenvolvimento de tecnologia, gerenciamento de todos os

recursos e infra-estrutura da empresa, auxiliando diretamente essas empresas no

seu objetivo final (Kotler & Keller, 2006).

Neste sentido, as atividades que viabilizam uma série de vantagem

competitiva às empresas em geral, tornam-se relevantes devido à sua importância

em estabelecer um relacionamento mais focado no cliente, e a logística reversa

se destaca como uma dessas atividades que deve ser mais bem estudada e

compreendida pelas organizações que dela fazem uso (Kotler & Keller, 2006).

A logística reversa torna-se uma ferramenta de diferenciação e

complementar da logística empresarial, contribuindo essencialmente para o

desenvolvimento sustentável. Já a logística reversa de pós-venda trata do

planejamento, da operação e o controle de todo o fluxo de retorno dos produtos

de pós-venda devolvidos por motivos diversos (Leite, 2003).

Através da figura 3.1 observam-se os diversos destinos dados a uma

parcela dos produtos que retornam através da cadeia reversa; ora são

encaminhados para mercados primários e/ou secundários, ora para o desmanche

ou mesmo para a reciclagem industrial.

Page 53: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

FIGURA 3.1 – FLUXOS REVERSOS DE PRODUTOS PÓS-VENDA

FONTE: Leite (2003).

NOTA: Adaptado

Os canais de distribuição reversos (CDRs) têm sido pouco estudados

até o momento, contribuindo para a inexistência de informações sobre eles na

literatura especializada. Enquanto a logística tradicional trata do fluxo de saída

dos produtos, a logística reversa tem a preocupação em administrar o fluxo de

devolução e/ou substituição (Leite, 2003).

Na década de 80, o conceito de logística reversa ainda era prematuro,

limitado somente a um movimento contrário ao fluxo direto de produtos na cadeia

de suprimentos. A evolução do conceito de logística reversa se deu na década de

90 impulsionado pelo aumento da preocupação com questões ambientais,

decorrentes da pressão exercida pela legislação e órgãos fiscalizadores (Leite,

2003).

Outro fator importante foi a constante busca pela redução de perdas

por parte das empresas e distribuidores. Embora existisse nessa década uma

visão organizacional equivocada de que a logística era simplesmente o

gerenciamento do fluxo dos produtos do ponto de aquisição de matéria-prima até

Fases reversas

Desmanche

Reciclagem industrial

Fluxo de

caixa

Mercado secundário de produtos

Mercado secundário

componentes

Remanufatura

Fornecedor

Seleção e destino

Produtos de pós-venda

Fabricante

Distribuidor

Varejo

Consumidor

Consolidação

DESTIN

Coleta

Page 54: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

o consumidor final, por outro lado, empresas descobriram a existência de um

canal logístico reverso que necessitava ser igualmente administrado (Leite, 2003).

Foi a partir de 2001 que a logística reversa passou a ser vista como

uma etapa importante do supply chain management, principalmente por questões

ambientais que os produtos e os materiais provocam ao meio ambiente,

contribuindo para a modificação das relações de mercado e justificando de

maneira crescente as preocupações estratégicas das empresas, do governo e da

sociedade em geral (Leite, 2003).

Devido ao crescente interesse empresarial por pesquisas relacionadas

à área da logística em todo o mundo, são encontradas diversas definições e

citações de alguns autores que diferem entre si sobre o verdadeiro foco da

logística reversa.

Para Stock (1998, apud LEITE, 2003), em uma perspectiva de

negócios, a logística reversa refere-se ao retorno de produtos, redução na fonte,

reciclagem, substituição e reúso de materiais, disposição de resíduos, reforma,

reprodução e remanufatura.

O ciclo reverso dos produtos pode ocorrer decorrente do contrato de

garantia e/ou qualidade; erro de expedição; substituição de algum componente

danificado por outro; produto danificado no transporte; assistência técnica, dentre

outros.

Conforme Rogers & Tibben-Lembke (1999, apud LEITE, 2003), a

definição de logística reversa do Council Of Logistics Management (CLM) define a

logística reversa como sendo um processo de planejamento, implementação e

controle da eficiência e custo efetivo de matéria-prima, estoques em processo,

produtos acabados, bem como administra todas as informações correspondentes

do ponto de consumo para o ponto de origem com o propósito de recapturar o

valor ou destinar à apropriada disposição.

A logística reversa é um amplo termo relacionado às habilidades e

atividades envolvidas no gerenciamento de redução, movimentação e disposição

de resíduos de produtos e embalagens, através de um processo de planejamento,

implementação e controle de todas as atividades relacionadas no supply chain

management, cuja visão abrange áreas novas de atuação, incluindo o

gerenciamento dos fluxos reversos.

Page 55: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

Para Dornier et al (2000, apud LEITE, 2003) a definição atual de

logística reversa engloba maior amplitude de fluxos do que no passado.

Tradicionalmente, as empresas incluíam a simples entrada de matérias-primas ou

o fluxo de saída de produtos acabados em sua definição de logística. Hoje, no

entanto, essa definição expandiu-se e inclui todas as formas de movimentos de

produtos e informações.

A logística é entendida como um processo de planejamento,

implementação e controle do fluxo de matérias-primas, estoque em processo,

produtos acabados do ponto de consumo até o ponto de origem, objetivando

recuperar o valor do produto ou mesmo o seu descarte em definitivo (Lacerda,

2002).

Existem variantes com relação ao tipo de reaproveitamento que os

materiais podem ter, dependendo das condições em que estes são introduzidos

no sistema de logística reversa (Lacerda, 2002).

Alguns materiais podem retornar ao fornecedor quando houver acordos

neste sentido, ou mesmo podem ser revendidos se ainda estiverem em condições

adequadas de comercialização (Lacerda, 2002).

Às vezes, podem ser recondicionados, desde que haja justificativa

econômica, ou mesmo reciclados, se não houver possibilidade de recuperação,

porém, todas estas alternativas geram materiais reaproveitados, que entram de

novo no sistema logístico direto. Em último caso, o destino pode ser o seu

descarte final (Lacerda, 2002).

A logística reversa é uma nova área da logística empresarial que tem

como preocupação o equacionamento da multiplicidade de aspectos logísticos de

retorno ao ciclo produtivo dos diversos tipos de bens industriais, dos materiais

constituintes dos mesmos e dos resíduos industriais por meio de reutilização

controlada do bem e de seus componentes ou da reciclagem dos materiais

constituintes, dando origem à matéria-prima secundária que irá se reintegrar ao

processo produtivo (Leite, 2003).

O uso da logística reversa nos canais de distribuição tem se tornado

uma constante nas últimas décadas, despertando um crescente interesse nas

empresas em administrarem os fluxos reversos. Esta prática é comum nos

fabricantes de bebidas, que gerenciam todo o retorno de embalagens (garrafas)

dos pontos de venda até os centros de distribuição (Leite, 2003).

Page 56: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

No setor siderúrgico grande parte dos insumos utilizados na produção

industrial é proveniente de sucatas geradas por seus clientes. Este setor conta

com avançados centros coletores que cuidam exclusivamente do fluxo reverso

desses insumos, enquanto que a indústria de alumínio tem se tornada uma

referência quando se trata em reaproveitamento de matéria-prima reciclada, haja

vista a inovação na forma de coleta de latas descartadas (Leite, 2003).

A grande preocupação que as organizações têm tido no momento, seja

pela necessidade de novos produtos ou pela conscientização ecológica relativa

aos impactos que esses novos produtos provocam ao meio ambiente, tem

obrigado essas empresas a buscarem constantemente um investimento em novas

estratégias com relação aos canais de distribuição reversos (CDRs),

considerados por ele como canais pós-consumo e de pós-venda (Leite, 2003).

O uso estratégico da capacidade logística aumenta os custos de

mudança de fornecedores. Este aumento no nível de serviço fortalece a cadeia de

valor de uma empresa que, se bem configurada, reforça sua vantagem

competitiva. Considerando a sua importância, a logística reversa pode ser

utilizada estrategicamente por fornecer outras oportunidades, dentre elas as

adequações quanto às questões ambientais muito difundidas na atualidade.

A tabela 3.1 demonstra claramente o percentual de participação da

logística reversa no planejamento estratégico organizacional.

TABELA 3.1 – MOTIVOS ESTRATÉGICOS DE CANAIS REVERSOS

MOTIVO ESTRATÈGICO PORCENTAGEM DE EMPRESAS

RESPONDENTES

Aumento de competitividade 65,2 %

Limpeza de canal – estoques 33,4%

Respeito às legislações 28,9%

Revalorização econômica 27,5%

Recuperação de ativos 26,5%

FONTE: Leite (2003, p. 24). NOTA: Adaptado.

Para Leite (2003), esse interesse estratégico varia muito em função

das características do produto, do setor industrial, da posição da empresa na

cadeia de suprimentos, das legislações existentes, das exigências do cliente

Page 57: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

(produtos e serviços customizados), dos riscos à imagem da empresa, da atitude

de responsabilidade empresarial, dentre outras.

A logística reversa trata do retorno dos bens de pós-venda e de pós-

consumo ao ciclo de negócios ou ciclo produtivo, através dos canais de

distribuição reversos (CDRs), agregando-lhes valor de diversas naturezas:

econômico, ecológico, social e de imagem corporativa, dentre outros.

Portanto, a logística reversa, por meio de sistemas operacionais diferentes em cada categoria de fluxos reversos, objetiva tornar possível o retorno dos bens ou de seus materiais constituintes ao ciclo produtivo ou de negócios. Agrega valor econômico, ecológico, legal e de localização ao planejar as redes reversas e as respectivas informações e ao operacionalizar o fluxo desde a coleta dos bens de pós-consumo ou de pós-venda, por meio dos processamentos logísticos de consolidação, separação e seleção, até a reintegração ao ciclo (LEITE, 2003, p.17).

A logística também trata das questões ambientais, seja em reciclagem,

embalagem, transporte de materiais perigosos ou mesmo a reforma de produtos

para venda complementar; sempre haverá profissionais de logística envolvidos.

Muito se fala em reciclagem e reaproveitamento dos materiais

utilizados. Um dos focos dado à logística reversa refere-se ao reaproveitamento

de refugo feito logo após o processo produtivo.

Ao contrário do processo convencional, o processo reverso possui um

nível de incerteza bastante alto. Questões como qualidade e demanda tornam-se

difíceis de controlar.

Conforme Leite (2003) há uma tendência da logística reversa na

melhoria da eficiência dos canais de distribuição reversos (CDRs) de pós-

consumo e de pós-venda. A figura 3.2 apresenta alguns dos focos de atuação da

logística reversa, com destaque para os canais reversos de produtos pós-venda,

possibilitando identificar a interdependência existente entre esses fluxos reversos,

do ponto de consumo até o ponto de origem, que precisam ser administrados.

Page 58: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

FIGURA 3.2 - FOCO DE ATUAÇÃO DA LOGÍSTICA

REVERSA

FONTE: Leite (2003, p. 211).

NOTA: Adaptado

Um planejamento logístico num cenário ambiental não é diferente

daquele necessário nos setores de manufatura e/ou serviços, porém, podem

existir casos em que surgem complicações adicionais, como a regulamentação

imposta pelos governos, que tornam a logística mais caro para um determinado

produto ao ampliar o canal de distribuição (Leite, 2003).

A legislação ambiental caminha no sentido de tornar as organizações

cada vez mais responsáveis pelo ciclo de vida de seus produtos, porém, ela não

esclarece claramente qual a responsabilidade dessas organizações em relação

aos produtos vendidos aos seus clientes que possuem um ciclo de vida útil menor

(Lacerda, 2002).

Essa preocupação constante das organizações em relação às

questões ambientais desencadeou um novo conceito de green marketing ou

marketing ambiental, cujo objetivo é desenvolver os chamados produtos verdes, e

Bens de pós-venda

Comerciais Garantia/qualidade Substituição de componentes

Contratuais Não contratuais Validade de produtos Conserto

reforma

Remanufatura de componentes

Retorno ao ciclo de negócios

Mercado primário de

bens

Mercado secundário

de bens

Remanufatura de produtos

Desmanche

Mercado secundário

de componentes

Mercado secundário de matérias- primas

Reciclagem

Disposição final

Page 59: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

com isso, projetar a imagem da empresa como orientada para a produção

sustentável. Para que haja um bom planejamento dos recursos logísticos, é

fundamental o entendimento da logística reversa sobre pontos de vista

importantes numa abordagem sistêmica: financeira e ambiental.

Do ponto de vista financeiro, fica evidente que além dos custos de compra de matéria-prima, de produção, de armazenagem e estocagem, o ciclo de vida de um produto inclui também outros custos que estão relacionados a todo o gerenciamento do seu fluxo reverso. Do ponto de vista ambiental, esta é uma forma de avaliar qual o impacto de um produto sobre o meio ambiente durante toda a sua vida. Esta abordagem sistêmica é fundamental para planejar a utilização dos recursos logísticos de forma contemplar todas as etapas do ciclo de vida dos produtos (LACERDA, 2002, p. 1).

Dois aspectos importantes devem ser observados no que diz respeito

às questões ambientais para que a logística reversa seja praticada com eficiência:

legislação ambiental e ecológica.

Existe uma clara tendência de que a legislação ambiental caminhe no sentido de tornar as empresas cada vez mais responsáveis por todo ciclo de vida de seus produtos. Isto significa ser legalmente responsável pelo seu destino após a entrega dos produtos aos clientes e do impacto que estes produzem no meio ambiente. Um segundo aspecto diz respeito ao aumento de consciência ecológica dos consumidores que esperam que as empresas reduzam os impactos negativos de sua atividade ao meio ambiente. Isto tem gerado ações por parte de algumas empresas que visam comunicar ao público uma imagem institucional “ecologicamente correta (LACERDA, 2002, p. 1).

A conscientização sobre a conservação ambiental não pode ser vista

somente como uma questão modista, e sim, uma reorientação da produção e do

consumo para o crescimento sustentável, sem dizer na criação de uma política

voltada para a educação ambiental tanto no ambiente interno como no externo

das organizações.

Segundo a Constituição Federal (1988 apud CLT SARAIVA E

CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 2007, p. 76), “promover a educação e a

conscientização pública para a preservação do meio ambiente incumbe ao Poder

Público”, porém, cabe a cada cidadão e principalmente às empresas uma

conscientização do dever de cada um em fazer a sua parte para vivermos em um

Page 60: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

mundo cada vez melhor e que todos têm direito ao meio ambiente

ecologicamente equilibrado.

Vale lembrar que os primórdios da logística reversa no âmbito das

empresas foram exatamente vinculados à “logística verde”, o que contribui para o

desenvolvimento de legislação específica em diversos países.

Para Fontana & Aguiar (2001, apud CAIXETA-FILHO & MARTINS,

2001), a logística reversa tem papel importante para as empresas na questão do

planejamento estratégico, pois possibilita as mesmas estabelecerem programas e

regras de gestão de resíduos sólidos e propiciando a melhoria dos canais

reversos, contribuindo de forma a evitar ou minimizar o efeito negativo de um

produto sobre o meio ambiente.

De acordo com Fontana & Aguiar (2001, apud CAIXETA-FILHO &

MARTINS, 2001), a vida útil dos bens de consumo é determinada, sendo

descartados após esse período, ocasionando assim um aumento significante dos

resíduos descartados, fazendo com que o processo da distribuição reverso torna-

se uma alternativa importante para minimizar o impacto ambiental gerado pelos

mesmos.

Outro fator importante diz respeito ao papel que o governo tem nesta

questão ambiental, podendo fazer uso da padronização de alguns itens, como a

emissão de poluentes pelos veículos, índices de ruídos e necessidade de

reciclagem no âmbito federal. Financiar pesquisas neste sentido se torna outro

ponto bastante relevante, pois elas geram incentivos para que as empresas se

adequem às questões da legislação ambiental em vigor.

A sociedade precisa compreender a necessidade de reduzir e reciclar seus resíduos, pois dessa maneira reduz-se a utilização de matérias-primas virgens, que em alguns casos começarão a apresentar uma situação de escassez no próximo século e também a capacidade finita dos aterros e incineradores, que em muitos casos apresentam inconvenientes (FONTANA & AGUIAR, 2001, apud CAIXETA-FILHO & MARTINS, 2001, p. 218).

A logística reversa representa para as organizações uma nova

ferramenta competitiva, relacionada com todas as atividades da logística

integrada, com o objetivo de redução de custos, reciclagem, substituição, reúso

Page 61: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

de materiais e a disposição final, considerando que os aspectos ambientais

possuem um profundo impacto no trabalho logístico.

Leite (2003) considera importante uma análise da logística reversa

como fator social, haja vista ela proporcionar às empresas uma maior

responsabilidade social, possibilitando novas atividades econômicas, novos

empregos e nova renda familiar, sem dizer no importante incentivo à pesquisa de

desenvolvimento de tecnologias de materiais, de reúso e reciclagem.

O interesse da logística reversa varia em função das características do

produto, do setor industrial, da posição da empresa no supply chain management,

de legislações existentes, dos riscos à imagem das empresas e pela garantia

dada ao produto após a sua venda.

A preocupação com os conceitos da logística reversa é crescente nas

últimas décadas em decorrência da função de transformar a consciência

ambiental dos consumidores e das organizações num contexto mais amplo (Leite,

2003).

Outro foco positivo da logística reversa para as organizações é o fato

de que, através do fluxo reverso dos produtos as empresas conseguem trabalhar

com uma quantidade de estoques menores, principalmente em empresas que

trabalham com uma linha de produtos modistas (Leite, 2003).

Um exemplo bem conhecido nos dias atuais refere-se às empresas que

comercializam seus produtos através do chamado comércio eletrônico. Devido

baixo volume de estoque e ao elevado volume de retorno dos produtos pós-venda

através do e-commerce, têm-se exigido das empresas que trabalham neste

segmento maior empenho em estabelecer parcerias com redes logísticas

reversas que contam com tecnologias idênticas àquelas adotadas na logística de

distribuição direta.

Denominamos de logística reversa de pós-venda a específica área de atuação da logística reversa que se ocupa do planejamento, da operação e do controle do fluxo físico e das informações logísticas correspondentes de bens de pós-venda, sem uso ou com pouco uso, que por diferentes motivos retornam aos diferentes elos da cadeia de distribuição direta, que constituem uma parte dos canais reversos pelos quais fluem esses produtos (LEITE, 2003, p. 206).

Page 62: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

A logística reversa torna-se uma ferramenta importante no processo de

destinação dos resíduos, pós-consumo e pós-venda, em combinação com

recursos como a reciclagem, podendo reduzir o uso de aterros e incineradores de

resíduos, representando um grande impacto ambiental.

As quantidades de produtos que fluem nos canais reversos de pós-

venda variam de acordo com cada tipo de produto, ou seja, características como

sazonalidade, ciclo de vida útil, giro de estoques, sistemas de comercialização

estabelecida entre as partes, obsolescência, impacto do retorno no resultado

operacional e condições tecnológicas de remanufatura ou reforma (Leite, 2003).

A tabela 3.2 revela alguns exemplos de taxas de retorno de produtos

de pós-venda e pós-consumo, e o reaproveitamento desses produtos que além de

cumprir legislação específica, gera retorno financeiro para as organizações.

TABELA 3.2 – TAXAS DE RETORNO: PÓS-VENDA E PÓS-CONSUMO

Ramo de Atividade Porcentagem média de Retorno

Revistas em bancas 50% Livros 20% - 30% Computadores 10% - 20% Vendas pela internet 30% (USA) e 5% (BRA) Fabricantes de CD-Roms 18% - 25% Peças na Indústria Automotiva 4% - 6% Média do varejo 4% - 5% Embalagens de latas de alumínio 90% (BRA) e 60% (média mundial) Embalagens descartáveis (exceto latas alumínio) 15% (BRA) e 70% (ALE) Metais em geral 80% a 100% Bateria de automóvel 80% a 100%

FONTE: Leite (2006, p.1). NOTA: Adaptado.

Na tabela acima verifica-se que as taxas de retorno são bastante

variáveis por indústria e que, em algumas delas, como na venda pela internet, o

gerenciamento eficiente do fluxo reverso é fundamental para o negócio, bem

como as iniciativas decorrentes dos objetivos econômicos têm contribuído para

consideráveis retornos às empresas que fazem uso da logística reversa, seja na

utilização de embalagens retornáveis ou como reaproveitamento de materiais

para produção (Leite, 2006).

O objetivo econômico na implementação de programas de logística

reversa traduz-se pela obtenção de retorno financeiro no reaproveitamento de

produtos, de seus componentes ou de seus materiais constituintes. A eficiência

Page 63: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

em termos de quantidades aproveitadas, está diretamente relacionada com a

capacidade da cadeia reversa em remunerar as diversas fases reversas,

iniciando-se pela coleta dos produtos, seguindo-se às consolidações ou

armazenagens geográficas e quantitativas, pela decisão do que fazer com os

produtos retornados, e pela sua reintegração ao ciclo de negócios ou produtivo

(LEITE, 2006).

A logística reversa é motivada pelos objetivos ecológicos,

caracterizando responsabilidade social, cidadania, garantia de passivos

ambientais adequados, exigências das normas ISO 14.000 (Gestão Ambiental),

ou mesmo quando existe risco a imagem ou reputação da organização (Lacerda,

2002).

A natureza do processo reverso, ou seja, quais atividades de

manutenção que serão realizadas, dependem dos tipos de materiais e dos

motivos pelos quais estes entraram no sistema. No caso de produtos, os fluxos

reversos se darão pela necessidade de reparo, reciclagem, ou porque

simplesmente os clientes os retornam.

O fluxo reverso de produtos também pode ser usado para manter os estoques reduzidos, diminuindo o risco com a manutenção de itens de baixo giro. Esta é uma prática comum na indústria fonográfica. Como esta indústria trabalha com grande número de itens e grande número de lançamentos, o risco dos varejistas ao adquirir estoque se torna muito alto. Para incentivar a compra de todo o mix de produtos algumas empresas aceitam a devolução de itens que não tiverem bom comportamento de venda. Embora este custo da devolução seja significativo, acredita-se que as perdas de vendas seriam bem maiores caso não se adotasse esta prática (LACERDA, 2002, p.1).

Atualmente, alguns fatores como o crescimento do poder de consumo,

novas tecnologias, homogeneização dos produtos, produtos mais baratos,

diminuição do ciclo de vida dos produtos, têm contribuído consideravelmente para

o aumento da descartabilidade dos produtos nos últimos anos e esse aumento é

proporcional à medida que a vida útil do produto torna-se limitada.

Para Lacerda (2002) existem seis fatores críticos que influenciam o

desempenho do processo de logística reversa, onde dependendo de como esse é

planejado e controlado, ocorrerá uma maior ou menor eficiência:

Page 64: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

1. Bons controles de entrada.

2. Processos mapeados e formalizados.

3. Ciclo de tempo reduzido.

4. Sistema de informações acurados.

5. Rede logística planejada.

6. Relações colaborativas entre clientes e fornecedores.

Conforme Lacerda (2002) não devemos pensar em logística somente

como gerenciamento do fluxo de materiais que compreende a sua aquisição até o

seu consumo final. Existem também os chamados de fluxos logísticos reversos,

que envolvem desde o consumidor até o ponto de origem, que necessariamente

precisam ser gerenciados:

a) Tendência de redução de estoques nos Pontos de Vendas (PDVs),

que proporcionam um aumento de pedidos expressos.

b) Terceirização de atividades logísticas.

c) Desconcentração das indústrias em busca de incentivos fiscais e

redução de custos de mão-de-obra (o que as distanciam dos

consumidores finais).

Há uma preocupação muito grande do setor varejista no que se refere

à política de pós-venda, principalmente relacionados a questões sobre garantia

dos produtos vendidos, troca, devolução de mercadorias por motivos de falhas de

funcionamento, arrependimento ou erro de pedido e/ou assistência técnica,

gerando uma demanda positiva à chamada logística reversa (Lacerda, 2002).

Do contrário, empresas que não possuem um fluxo logístico reverso

perdem clientes decorrentes da falta de uma política que lide com questões sobre

devolução e substituição de produtos e também relacionados à assistencia

técnica, sendo este último de grande valor competitivo no atual mercado

globalizado.

Assim, empresas se organizam através dos chamados canais reversos

para o retorno dos materiais e/ou produtos acabados. Isso ocorre para que os

produtos tenham uma melhor destinação.

Page 65: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

Existe uma demanda constante no nível de descartabilidade dos

produtos em geral, decorrente da redução do ciclo de vida dos produtos e

também do maior giro dos estoques

Algumas vezes, determinados produtos necessitam de peças de

reposição ou mesmo apoio técnico e nestes casos o fornecedor deve ter um

excelente serviço de atendimento do pós-venda, pois do contrário, todos os

esforços despendidos na logística de suprimento, produção e distribuição não

servirão para nada.

A figura 3.3 apresenta o conjunto de atividades que uma empresa

realiza através do reaproveitamento para realizar a revenda ou o descarte final

dos produtos.

FIGURA 3.3 – ATIVIDADES TÍPICAS DO PROCESSO LOGÍSTICO REVERSO

FONTE: Lacerda, (2002, p.1).

As fases de distribuição direta (lado direito) contribuem

significativamente como fontes de retorno dos produtos entre os elos da cadeia

reversa, e a esquerda, têm-se às fases reversas após a disponibilização dos

produtos como pós-venda, o que possibilita aos produtos retornados diversos

destinos: envio para mercados primários e secundários dos próprios produtos,

remanufatura no caso da impossibilidade de seu reaproveitamento integral,

desmanches e reciclagem (Lacerda, 2002).

Oferecer serviços de qualidade, diferenciação e assistência técnica de

pós-venda aos clientes tornam-se determinantes àquelas empresas que buscam

Page 66: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

diferenciar-se no mercado em que atuam, alcançando melhores posições frente

aos seus concorrentes em um mercado cada vez mais competitivo.

É por isso que a logística reversa de pós-venda é entendida como uma

área específica da logística que se ocupa com o planejamento, operação e o

controle do fluxo físico e informações logísticas de bens pós-venda, dando

suporte necessário às organizações na política de retorno de seus produtos

(Lacerda, 2002).

Existem diversos fatores sociais, econômicos e concorrenciais que, ora

combinados, contribuem para o crescente interesse das organizações pelas

questões relacionadas à logística reversa de pós-venda, contribuindo para que

haja uma diferenciação perante seus concorrentes na busca da satisfação e ao

mesmo tempo a fidelidade de seus clientes (Figueiredo, 2002).

Obter o maior proveito do tempo de vida útil dos produtos

compensados pela compra é um diferencial do serviço de pós-venda, o que

contribui para a relação dos benefícios proporcionados pelo produto adquirido

com o custo do valor pago por este produto (Figueiredo, 2002).

Caso o produto apresente defeito, outra função do serviço de pós-

venda consiste em proporcionar ao cliente um serviço de reparo, disponibilizando

peças de reposição ou mesmo a substituição por um novo produto.

Determinados produtos exigem suporte especializado na hora que

estes apresentam qualquer tipo de problema. É o caso dos produtos

eletroeletrônicos como os computadores, televisores e os celulares. Nestes casos

o serviço de pós-venda contribui com um suporte na reparação confiável dos

produtos adquiridos.

As pressões inflacionárias elevam o custo de reparos dos produtos.

Algumas empresas preferem a substituição de determinados produtos que

apresentam defeito ao invés da prestação de serviços de assistência técnica, haja

vista o alto custo desses serviços. Existe a necessidade por parte dessas

empresas de uma política de preços competitivos que compense os custos

dispensados na prestação desses serviços de pós-venda (Figueiredo, 2002).

No próximo capítulo abordar-se-á a utilização da prática da logística

reversa na prestação de serviço de pós-venda por um prestador de serviço

logístico, a DHL, que possui uma parceria com a empresa Hewlett-Packard (HP)

Page 67: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

na operação de todo fluxo reverso de seus produtos e componentes eletrônicos,

que retornam através do canal de distribuição reverso por algum motivo técnico.

Page 68: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

4 ESTUDO DE CASO

4.1 Objetivos do estudo de caso

Através do Estudo de Caso buscou-se fazer um levantamento das

principais ferramentas logísticas utilizadas pelas organizações e empreender uma

análise que venha contribuir significativamente para a sua utilização por empresas

que buscam obter vantagem competitiva na prestação do serviço logístico.

Operadores logísticos vêm desenhando uma forma de redes logísticas

integradas, apoiadas não somente em fluxos de informações e de materiais, mas

também em fornecedores e clientes, buscando a todo custo ampliar e reformular

suas estratégias de mercado, aumentando sua competitividade, conquistando

novos clientes e atendendo essa nova demanda de forma a agregar benefícios

aos seus clientes.

Com o estudo de caso apresentado, procurou-se aduzir o

desenvolvimento das práticas logísticas desenvolvidas pela DHL, uma empresa

especializada em serviços de entregas expressas internacionais e atualmente

reconhecida no âmbito nacional como um dos mais importantes parceiros

logísticos de empresas que fazem uso das importações e exportações expressas.

Para ganhar mercado e ter um diferencial competitivo, operadores

logísticos oferecem aos seus clientes uma gama de serviços customizados, que

vão muito além de transporte, armazenagem e distribuição de carga.

4.2 Metodologias utilizadas para o desenvolvimento do estudo de caso

Para o desenvolvimento do presente estudo, realizou-se um

levantamento bibliográfico através de revistas e sites (páginas eletrônicas)

específicos em logística, livros, artigos, reportagens ligadas à logística na

atualidade, pesquisas sobre empresas que tenham envolvimento com a área

logística, como também o estudo de caso da companhia DHL, uma empresa

multinacional que atua fortemente neste market share (fatia de mercado).

Buscou-se também pesquisar junto ao site da DHL dados que

forneçam subsídios para a fundamentação teórica, contribuindo para a

interpretação da metodologia da pesquisa utilizada.

Page 69: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

4.3 Descrições da empresa

Com uma forte presença global em todos os principais mercados,

inclusive o brasileiro, a DHL busca estar bem posicionada para apoiar todas as

necessidades de seus clientes em termos de transporte rodoviário, aéreo,

marítimo e ferroviário de mercadorias.

A companhia possui uma rede mundial para diversas necessidades de

transporte de carga por via aérea, com serviços garantidos e em tempo definido, e

com o apoio das principais transportadoras nacionais e internacionais. A DHL

busca disponibilizar aos seus clientes ligações normalizadas e horários fixos em

todas as principais vias, com capacidade para integrar um vôo comercial ou optar

por um vôo charter (fretado).

O principal objetivo da DHL no Brasil é oferecer um serviço único e

integrado totalmente focado nas necessidades do negócio; um serviço

proporcionado por um só fornecedor, que ofereça transporte de mercadorias e

envios de diferentes características, armazenamento estratégico, assessoria

sobre procedimentos de alfândega e soluções adequadas às necessidades dos

clientes (DHL, 2008).

Na área logística, a globalização está criando cadeias de suprimentos

ainda mais complexas. A combinação entre o alcance global e o conhecimento

local da DHL tornou-se uma ferramenta competitiva chave para a companhia.

A empresa também oferece aos seus clientes uma ampla variedade de

serviços, bem como, soluções industriais customizadas, compreendida como a

única forma de fazer serviço de entrega com elevado nível que seus clientes

globais necessitem.

Com experiência global em soluções de transporte expresso de

encomendas aéreas, marítimas e terrestres, a DHL combina a cobertura mundial

com um conhecimento profundo dos mercados locais.

Conforme a DHL (2008), a companhia conta com uma rede composta

com cerca de 4,2 milhões de clientes, unindo mais de 220 países e territórios em

todo o mundo, contando com aproximadamente 285.000 funcionários dedicados

em fornecer serviços expressos com alto padrão de qualidade e confiança que

ultrapassam as expectativas dos clientes em 120.000 destinos em todos os

continentes.

Page 70: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

A empresa DHL atualmente busca ser líder de mercado na indústria de

transporte aéreo expresso internacional e consultoria em logística, oferecendo a

seus clientes soluções inovadoras e personalizadas, desde uma só origem.

Combinam a cobertura global com o conhecimento das especificidades locais,

disponibilizando soluções expressas por ar, mar e terra. A eficácia da DHL

aumentou consideravelmente com as sinergias provenientes do processo de

integração e a partilha de recursos e informação, tornando-a ainda mais fortes.

A DHL tornou-se 100% propriedade da Deutsche Post Word Net

(DPWN). Atualmente, a companhia possui cerca de 500.000 empregados em todo

o mundo e opera com três grandes marcas: Deutsche Post, DHL e Postbank.

FIGURA 4.1 – ORGANOGRAMA DA DPWN

FONTE: DPWN (2008, p.1).

4.4 Visão

Os clientes confiam na DHL como seu parceiro global expresso e

logístico.

4.5 Missão

A DHL agrega valor aos negócios dos nossos clientes oferecendo

entregas expressas e soluções logísticas baseadas em uma sólida expertise

(experiência, conhecimento apurado) local combinada com uma extensa rede

global.

Page 71: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

A DHL atrai, desenvolve e procura manter em seus quadros pessoas

excepcionais criando um ambiente de trabalho verdadeiramente global, e

valorizando nossa herança multi-cultural.

A DHL dá retornos excelentes a seus clientes fornecendo qualidade e

soluções superiores.

A DHL é uma responsável empresa cidadã em todos os países em que

opera, levando em consideração as necessidades sociais e ambientais de nossos

funcionários, das comunidades locais e do público geral.

A seguir, encontram-se algumas informações globais da DHL que

demonstram porque a companhia é considerada por especialistas em logística

como uma das maiores redes mundiais em transporte expresso e logístico no

mundo:

Razão Social: DHL Logistics (Brasil) Ltda.

Nome fantasia: DHL.

Ano de fundação: 1969.

Principal Acionista: Deutsche Post Word Net.

Faturamento anual: aproximadamente € 24 bilhões.

Segmento/setor de mercado: serviços de transporte aéreo

expresso e de logística.

Nº. de funcionários: aproximadamente 285.000 em todo mundo.

Nº. de escritórios/instalações: aproximadamente 6.500.

Nº. de armazéns e terminais: mais de 450.

Nº. de Gateway (portais) : 240.

Número de clientes: 4,2 milhões.

Nº. de aviões: 420 (linhas próprias e estrangeiras).

Nº. de veículos: 76.200.

Nº. de países e territórios de atuação: mais de 220.

Envios por ano: mais de 1,5 bilhão.

Destinos cobertos: 120.000.

Soluções e serviços integrados:

Operações nos cinco continentes.

Presença em 220 países.

Instalações em mais de 3.000 localidades.

Page 72: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

Mais de 150.000 colaboradores diretos no mundo.

Líder de mercado em soluções de contratos logísticos.

Principais Concorrentes no Brasil e no mundo: Correios, AGV

Logística, FedEx, Ceva Logistics, UPS.

Liderança: a DHL é líder em entregas expressas internacionais,

market share, logística expressa, tecnologia de rastreamento em

tempo real, certificação ISO 9002.

Participação de mercado : no mundo a DHL tem uma participação

de 37.5% e é líder no segmento logístico.

4.6 Produtos e/ou serviços vendidos

Existe uma integração entre as diversas áreas de negócios da DHL,

proporcionando aos seus clientes um conjunto de soluções e serviços,

possibilitando o desenvolvimento de projetos customizados que traduzem em

diferencial competitivo, agregando valor à sua cadeia de suprimentos. Com

presença nos cinco continentes, a companhia busca oferecer soluções

customizadas, a saber:

a) Serviços expressos: serviço de entrega expressa nacional e

internacional, porta a porta, com tempo de entrega definido.

b) Logística: agenciamento de fretes, armazenagem, distribuição,

transporte, logística reversa e gerenciamento da cadeia de

suprimentos.

c) Ferramenta de envio: ferramenta de gestão, de envio e de controle

(rastreamento).

d) Serviço de Correio: soluções de correio comercial no mundo inteiro,

entrega de publicações, marketing direto (ferramenta que procura

atingir o mercado de forma segmentada e obter respostas diretas e

mensuráveis), entrega de mercadorias.

4.7 Dados históricos da DHL

As letras DHL são as primeiras dos sobrenomes dos três fundadores

da companhia, Adrian Dalsey, Larry Hillblon e Robert Lynn. A empresa foi

Page 73: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

fundada em 1969 nos Estados Unidos e já em 1988 estava presente em 170

países e tinha 16.000 funcionários (DHL, 2008).

Segundo a DHL, a eficácia da empresa aumentou consideravelmente

com as sinergias provenientes do processo de integração, a divisão de recursos e

informações, tornando-a ainda mais forte. A seguir, têm-se um panorama

histórico do que foi e o que é, na atualidade, a companhia DHL.

FIGURA 4.2 – EXPANSÃO GLOBAL DA DHL

FONTE: DHL (2008).

NOTA: Adaptado.

Em 1969 a DHL começou sua expansão logística no mundo, tornando-

se a parceira confiável de muitas companhias. Foi em 1971 que a companhia

expandiu sua rede, chegando ao Extremo Oriente e Região do Pacífico. No ano

seguinte os serviços foram introduzidos em Hong Kong, Japão, Singapura e

Austrália (DHL, 2008).

Em 1974 a DHL contava globalmente com 3.052 clientes e 314

funcionários. Foram abertos escritórios na América Latina, África e Oriente Médio

no período de 1976 a 1978, sendo que no ano de 1979 a companhia estendeu

seu serviço, antes exclusivamente de documentos, à entrega de pacotes.

Page 74: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

Com a expansão da empresa, em 1983, a DHL alcança lugar

privilegiado e consegue o primeiro lugar como agente de transporte aéreo

expresso a atender países do Leste Europeu.

Segundo a DHL (2008), em 1986, buscando ganhar mercado

internacional, a companhia realiza joint venture (empresa fundada por duas

outras, previamente existentes, com objetivo de realizar um empreendimento que

não seria possível isoladamente) com a República Popular da China e posiciona-

se como a primeira companhia de correio expresso ativa no país. A figura 4.2

apresenta a evolução da DHL em todo o mundo, bem como os respectivos anos.

A primeira aliança celebrada pela companhia ocorreu em 1990 com as

empresas Lufthansa, Japan Airlines e Nissho Iwai e, em 1993 a DHL investiu

cerca de US$ 60 milhões em novas instalações para um hub (centro de coleta)

em Bahrain/Golfo Pérsico (DHL, 2008).

O grande acontecimento da companhia ocorreu em 1998 quando a

então Deutsche Post Word Net tornou-se a principal acionista da DHL adquirindo

100% das suas ações, gerando grandes investimentos em TI (Tecnologia da

Informação) em todo mundo, principalmente em Kuala Lumpur (DHL, 2008).

A companhia passa a tornar-se a nova marca para os negócios de

correio internacional da Deutsche Post Word Net, concentrando cerca de 4.000

funcionários ao redor do mundo trabalhando para a DHL Global Mail, unindo todo

o transporte expresso e a logística em nível mundial (DHL, 2008).

Com esse resultado, duas das outras principais companhias

pertencentes ao grupo, a Danzas e a Euro Express, unificaram-se sobe a marca

DHL Solutions e DHL Express, respectivamente.

Em 2003 a companhia passou a focar seus investimentos na Europa,

sendo que em 2004 o alvo da empresa foi o mercado interno americano, inclusive

com aquisição de outras empresas pelo grupo. Já no ano de 2005 o alvo da

companhia tornou-se os mercados emergentes, formados principalmente por

Brasil, Índia, Rússia e China em decorrência do alto crescimento das importações,

onde no Brasil, suas operações passaram a dominar praticamente 50% na região

da América Latina (DHL, 2008).

Foi em 2005 que a DHL adquiriu a Exel, uma empresa especializada

em soluções logísticas, e com esta aquisição a empresa incorpora mais 110.000

funcionários espalhados em todo o mundo.

Page 75: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

A figura 4.3 retrata a marca atual da DHL, bem como as suas divisões

que aumentaram consideravelmente com as sinergias provenientes do processo

de integração da rede.

FIGURA 4.3 – ELEMENTOS DA MARCA DHL

FONTE: DHL (2008).

NOTA: Adaptado.

Com uma abordagem orientada para o cliente e, principalmente com a

aquisição da Exel pela DHL, a companhia busca reforçar sua capacidade logística

possibilitando arquitetar uma nova forma de atuação, abrangendo todas as

necessidades em termos de serviços. Atualmente, a DHL opera em três divisões

especiais no Brasil.

A divisão DHL Express oferece um portifólio de produtos e serviços

para transporte expresso porta a porta, entregas nacionais e internacionais, envio

de documentos, operacionalização do processo de importação e ainda

ferramentas web (rede mundial de computadores) e por e-mail (correio eletrônico)

que facilitam o gerenciamento de envios e faturas. A divisão Express realiza

transporte expresso de encomendas por todo mundo, cobrindo um número

superior a 4.000 escritórios e mais de 120.000 destinos atendidos (DHL, 2008).

No Brasil, os escritórios da DHL Express se localizam no Amazonas,

Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Minas Gerais, Pará, Paraná,

Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

Page 76: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

A divisão DHL Global Forwardin consiste em um departamento de

transporte aéreo e marítimo; é considerado o mais moderno e sofisticado

operador logístico da companhia, oferecendo soluções customizadas,

concentrando produto aéreo, marítimo, rodoviário, desembaraço aduaneiro,

seguros, armazém e distribuição e o gerenciamento de cargas em um único

provedor logístico.

A figura 4.4 apresenta todos os escritórios da divisão DHL Global

Forwarding existente no Brasil, localizados no Amazonas, Bahia, Minas Gerais,

Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São

Paulo.

FIGURA 4.4 – ESCRITÓRIOS DHL GLOBAL FORWARDING NO BRASIL

FONTE: DHL (2008, p. 1)

A divisão DHL Exel Supply Chain coloca à disposição do mercado de

terceirização de serviços logísticos, em toda a cadeia de suprimentos, sua

capacidade e experiência global somadas ao conhecimento específico de cada

região em que atua, apresentando soluções inovadoras em logística que

proporcionam vantagem competitiva aos seus clientes (DHL, 2008).

A DHL Exel Supply Chain gerencia cadeia de suprimentos buscando

otimização de processos, redução de lead time (tempo de ciclo total) e

rastreamento de produtos.

Page 77: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

A figura 4.5 apresenta todos os escritórios da divisão DHL Exel Supply

Chain existente no Brasil, cujo escritório central, denominado Central Office,

localiza-se em Campinas/SP.

FIGURA 4.5 – ESCRITÓRIOS DHL EXEL SUPPLY CHAIN NO BRASIL

FONTE: DHL (2008, p.1).

Tida como uma vantagem competitiva pela DHL, a divisão DHL Exel

Supply Chain permite uma flexibilidade à empresa de operar em instalações de

clientes, centros de distribuição dedicados ou compartilhados, campus, vendor

hubs (centros vendedores) parques de fornecedores ou ainda em centros de

consolidação e desconsolidação.

Para apoiar as atividades comerciais da DHL, a empresa conta com

quatro companhias aéreas próprias:

A Transporte Aéreo Europeu que tem sua base em Bruxelas, na

Bélgica, com capacidade para atender a rede Européia da DHL,

assim como para viagens de longa distância para o Oriente Médio e

África usando os aviões Boeing 757SF/PF e o Airbus A300B4.

A companhia aérea DHL Air UK é a mais recente aquisição e tem a

sua base no aeroporto das East Midlands, no Reino Unido. A

companhia aérea fornece serviços na Rede Européia da DHL

usando o avião Boeing 757SF.

Page 78: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

A companhia aérea do Oriente Médio da DHL tem a sua base no

Aeroporto Internacional de Bahrein e serve uma grande variedade

de destinos dentro do Oriente Médio incluindo Afeganistão e Iraque,

usando uma série de aviões regionais.

A companhia aérea Latino-Americana tem a sua base na Cidade do

Panamá e faz serviços em muitos destinos da América Central e

América do Sul usando um avião Boeing 727.

A rede internacional da companhia, que tem sede em Bruxelas

(Bélgica), reúne mais de 220 países e territórios ao redor do mundo.

Aliado aos seus mais de 285.000 funcionários, a DHL possui um

potente suporte tecnológico, o que garante um serviço rápido e

confiável a mais de 120 destinos, realizando mais de 1 bilhão de

despachos por ano.

4.8 Desempenho global da DHL

Aqui se terá uma noção do que a DHL representa no contexto mundial

de transporte, seus investimentos no cenário nacional e internacional e,

principalmente, como sua gestão serve de benchmarking (processo de

comparação de uma empresa com outras do mesmo setor) para as suas

concorrentes.

Para uma análise do desempenho empresarial da DHL nos últimos

anos, se faz necessário o conhecimento das últimas notícias da companhia

vinculadas à mídia que retrata a sua participação no cenário logístico nacional e

internacional, haja vista a empresa estar investindo consideravelmente na

América Latina e principalmente no Brasil.

A multinacional alemã DHL prevê a aceleração do seu volume de seus negócios no Brasil, atingindo um crescimento de 40% em 2005, ante 2004, afirma Andréa Fracassi, gerente de soluções a clientes da empresa. Controlada pela Deutsche Post World Net, a DHL tem faturamento mundial de R$ 63 bilhões ao ano. Especializada no transporte rodoviário de cargas secas entre Brasil, Argentina, Chile e Uruguai, a DM Transportes e Logística Internacional também espera fechar o ano com crescimento de 40% em relação a 2004, o que representa faturamento de R$ 77 milhões (DIÁRIO COMÉRCIO INDÚSTRIA, 2005 apud INTELOG, 2005, p.1).

Page 79: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

A especialização na entrega de serviços expressos internacionais

rendeu à DHL um crescimento no ano de 2004 em torno de 30% maior que o

exercício de 2003, o que contribuiu para que a companhia apostasse na conquista

de novos mercados e principalmente fidelizar novos clientes. Enquanto que as

exportações cresceram 45% em relação ao exercício anterior, em apenas um ano

houve um crescimento de 400% na receita com clientes corporativos, como HP,

Fiat e Bosch, entre outros (Tecnologística, 2004a).

A empresa cresceu em 2005 em relação a 2004 58%, optando por

maiores investimento futuros no Brasil. Nos últimos dois anos, a empresa duplicou

de tamanho no Brasil e espera, até 2009, quintuplicar suas operações no país,

principalmente com o crescimento no mercado doméstico (DHL, 2008).

A DHL aproveita esta oportunidade de crescimento e busca além do

reconhecimento como um dos maiores operadores logísticos, ampliar seus pontos

de venda no mundo e agora no Brasil, investindo em novos serviços e

ferramentas eletrônicas para garantir valor agregado a seus clientes.

Na busca de atender vários nichos de mercado e consequentemente

agregar valor aos serviços prestados, a companhia cada vez mais aposta em

soluções completas e personalizadas.

De acordo com Carta de Logística (2005), a DHL deverá crescer até

26% em volume de negócios no país este ano. A empresa planeja dobrar a

receita em 2006, com a ampliação de cobertura nos Estados da Bahia e Sergipe,

além de oferecer soluções customizadas para segmentos expressivos na região

como petroquímico, calçadista e tecnológico.

Outro fator importante diz respeito à incorporação da Excel ao grupo

Deustsche Post, em que os primeiros resultados alcançados recentemente pelo

operador logístico vem sendo analisados pela empresa como positivos, ou seja, a

Excel passou a incrementar o lucro da companhia (DHL, 2008).

Graças às operações da Exel, a divisão de logística do Deutsche Post

registrou turnover (giro) em torno de € 9,9 bilhões de Euros. No ano anterior a

divisão não havia ultrapassado os € 3,6 bilhões de Euros. Desse resultado, € 5,7

bilhões de Euros correspondem ao excelente desempenho da Excel (Guia

Marítimo, 2006).

Page 80: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

4.8.1 Dados da DHL no Brasil

A DHL empenha-se em oferecer serviços que atendam às

necessidades de seus clientes, buscando seu market share (fatia de mercado)

através do conceito on stop shop (palavra em inglês que na tradução quer dizer

em loja de parada), em que a empresa desenvolve soluções customizadas para

seus clientes. Além disso, a empresa vem desenvolvendo um programa de

fidelização na sua carteira de clientes.

A divisão DHL Connect oferece um software de gerenciamento das

remessas no qual o cliente pode realizar uma série de serviços como preparar

conhecimentos aéreos, faturas comerciais, solicitação de materiais de envio,

solicitação de coletas, rastreamento de remessas, produção de relatórios, dentro

outros atributos (DHL, 2008).

Para a DHL (2008), o serviço E-Billing consiste em uma ferramenta

eletrônica que propicia aos seus clientes o acesso às informações financeiras,

dados de envios, faturas, ou seja, uma ferramenta imprescindível de auxilio ao

cliente, de forma que este possa gerenciar sua conta pela internet (rede de

computador).

Outro serviço customizado que a companhia oferece aos seus clientes

é o E-commerce Fullfilment. Trata-se de uma série de ferramentas que

automatizam, via web, o fluxo de informações logísticas para lojas virtuais, em

que o cliente pode validar o local de entrega, calcular o valor do frete, calcular o

tempo de trânsito de uma encomenda e rastrear suas remessas (DHL, 2008).

Dentre os principais parceiros em e-commerce (comércio eletrônico) no

Brasil e no mundo estão: Flores Online, Submarino, Amazon Books, Bothanica

Noviça, Assinaflor, Samello e Wine Market. Como o mercado brasileiro tornou-se

uma estratégia da DHL, a companhia vem investindo há mais de uma década na

reestruturação de suas operações no Brasil e na construção de novas instalações

(DHL, 2008).

No biênio 99/2000 a companhia investiu cerca de US$ 10 milhões na

atualização de sua operação no Brasil, ampliando de 300 para 1.100 as cidades

atendidas pela empresa, renovando sua frota, sistemas, estrutura nos aeroportos

e outros equipamentos (DHL, 2008).

Page 81: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

Sua nova sede na Lapa em São Paulo foi construída a um custo de

US$ 3 milhões, com uma área aproximada de 3.810 m², sem opções de

crescimento. Dentre as principais linhas de produtos e serviços oferecidos pela

companhia no Brasil, conforme a DHL (2008), a empresa disponibiliza aos seus

clientes em seu portifólio:

Serviço Internacional de Encomendas ou Amostras (WPX).

Serviço Internacional de Documentos (DOX).

Serviço Doméstico de Encomendas, Amostras ou Documentos

(DMX).

Domestic Express Document (DED) - “Ligeirinho”- serviço

doméstico de documentos até 250 g.

Express Document (EXD) - serviço internacional de documentos

até 250 g.

Advantage (OVN) - remessa de documentos em 24h para as

principais cidades do Continente Americano, e em 48h para a

Europa.

Jumbo Box (JBW ou JBI) - caixa reforçada exclusiva da DHL para

remessas internacionais de amostras, encomendas ou

documentos, de 25 a 50 kg.

Jumbo Box Jr. (JJW ou JJI) - caixa reforçada exclusiva da DHL

para remessas internacionais de amostras, encomendas ou

documentos, de 10 a 20 kg.

Heavyweight (HWX) - serviço internacional porta-a-porta de

documentos, amostras e encomendas, com ou sem valor

comercial, com pesos superiores a 10 kg e até 250 kg.

Exportação Formal (WXF) - remessa de qualquer valor com

cobertura cambial, que exceda a regulamentação do mercado

courier, mantendo, entretanto, a característica do serviço porta-a-

porta.

Importação Formal (WIF) - importação de amostras com valor

superior ao permitido pela Lei Courier, mantendo, entretanto, a

característica do serviço porta-a-porta.

Import Express (IMP) - Conta internacional que permite que o

cliente pague o frete de remessas originárias do exterior.

Page 82: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

Hot Shipment (HOT) - serviço em que a DHL envia um funcionário

acompanhando a remessa em todo seu trajeto, e a entrega

pessoalmente ao destinatário no horário combinado.

Worldwide Express Logistics (WXL) - serviço expresso de logística

global. Domestic Express Logistics (DXL) - serviço expresso de

logística doméstica.

Thermo Box (TBX) - Caixa especial para envio de produtos

perecíveis. Conserva por quatro dias a uma temperatura entre -5ºC

e -20ºC.

O grande diferencial que a empresa oferece aos seus clientes em

relação aos serviços oferecidos por outras companhias é a conveniência do

cliente em poder contar com um único provedor para armazenagem e distribuição;

um provedor que atenda toda a América Latina, ou seja, uma empresa

especialista em distribuição expressa (DHL, 2008).

Segundo a DHL (2008), a companhia possui uma capacidade de

armazenagem muito grande em seus prédios localizados em cidades

estratégicas:

Prédio da Lapa/GRU com 3.810 m² sem opções de crescimento.

Prédio do Rio de Janeiro com 90 m² e possibilidade de

crescimento.

Prédio HP Barueri/SP com 1.600 m² sem possibilidade de

crescimento.

Em sua carteira de clientes encontra-se uma gama de clientes

especiais, como a General Motors (GM), SGI (Silicon Graphics), Apple, Avaya,

EMC2, Siemens, Citibank, Compaq, Philips, Tess, MRE, HP, Cia Vale do Rio

Doce, Embraer e Nestlé, Nike, Asea Brown Boveri (ABB), Alcate, dentre outras

principais empresas transnacionais do mundo (DHL, 2008).

A DHL iniciou em 2004 a reestruração do seu armazém na Vila

Augusta, em Guarulhos, cujo investimento chegou à cifra de aproximadamente R$

1 milhão, tornando o complexo da Vila Augusta como o maior centro de

operações em território nacional da empresa.

Page 83: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

A DHL Solutions, um dos principais operadores logísticos do Brasil, começou uma reestruturação em seu armazém na Vila Augusta, em Guarulhos. O complexo todo corresponde a 48 mil metros quadrados, sendo o maior centro de operações da DHL Solutions no território brasileiro. [...] O processo de implantação durou três meses, para desmontar a antiga estrutura e implantar um novo modelo para armazenagem. A política de estoque sofreu alterações positivas e passou a contemplar, além da armazenagem, a venda do cliente. Os investimentos em equipamentos, instalações e pessoal consumiram R$ 1 milhão. As empilhadeiras têm maior poder de alcance e trafegam dentro e fora dos corredores e não mais sob trilhos (empilhadeiras trilaterais). O resultado geral foi um ganho significativo de espaço (NETMARINHA, 2004a, p. 1).

Conforme a DHL (2008), a companhia possui no mundo uma

participação de mercado em torno de 37,5%; sendo considerada a empresa líder

no segmento logístico e de transporte. Dentre os prêmios conquistados pela

companhia no Brasil e no mundo, encontra-se disponibilizado no site da empresa:

No Brasil, a DHL tem recebido por seis anos sucessivos (desde

1995), o Global Awards como melhor empresa “Air Express” do

Brasil.

Em 2000, a DHL recebeu em Paris o International Multimídia

Award, na 13ª Edição do Grand Prix Customer Service Award

(considerado o “Oscar do Telemarketing”), cujo objetivo é avaliar o

nível dos Serviços de Atendimento ao Consumidor (SAC). Além

deste prêmio máximo, a DHL também recebeu seis prêmios

regionais: dois prêmios Diamond, pelo seu desempenho na

Holanda e Singapura, dois prêmios Gold, pelo desempenho no

Brasil e Argentina, e dois Silver, pela Finlândia e Itália.

Prêmio Trade and Transport 2000 - melhor empresa de carga

aérea.

No ano 2000 pelo quarto ano consecutivo a DHL foi considerada

com serviço acima da qualidade mundial pelos relatórios da

INSEAD, órgão que realizou a comparação da aptidão competitiva

das empresas mundiais de 2001. Os critérios incluem planejamento

e inteligência, inovação, desempenho, recursos técnicos,

orientação para os clientes e comércio eletrônico.

Page 84: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

A DHL foi eleita no ano de 2.000 a melhor empresa de cargas

expressas pela Trade and Transport.

Prêmio Expo Cargo pela atuação no comércio internacional com a

movimentação, armazenagem e terminais de carga, transporte e

logística.

Prêmio TAPA - Emea 2002 – A DHL foi eleita a empresa mais

segura pela movimentação e transporte de equipamentos com alto

valor agregado.

Prêmio “As 100 mais ligadas do país” Informação Exame 2002 – A

DHL foi considerada uma das 100 empresas que mais investem em

TI no Brasil.

4.8.2 Principais concorrentes no Brasil e no mundo

O atual momento econômico apresenta-se com duas características

importante para os prestadores logísticos: tendência de aquecimento da demanda

por melhores serviços e ingresso de concorrentes no mercado.

Baseado nessas duas tendências, empresas do segmento logístico

estão otimistas com relação ao aquecimento do mercado nacional para os

próximos anos, buscando adequar-se às necessidades que podem surgir

decorrentes desse aquecimento.

No entanto, as demandas por serviços logísticos passam por um

processo de transformação e exigência, pois se vive um momento em que o

mercado busca por empresas que ofereçam não só operações de transporte, mas

também um gerenciamento mais completo e eficiente de todo o processo

logístico.

Essa exigência do mercado faz com que as empresas agreguem valor

através da melhoria contínua da qualidade dos serviços, possibilidades de

otimização dos custos totais das operações logísticas, melhoria contínua no

relacionamento entre os elos da cadeia logística, capacidade de inovação

tecnológica e processos mais ágeis e simples.

No Brasil, a DHL se depara com grandes players (jogadores) mundiais

no seguimento de entrega expressa - FedEx, Ceva logistics (TNT), AGV Logística,

dentre outras - mas nada se compara com a concorrência forte impulsionada

Page 85: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

pelos ECT – Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, que segundo os

Correios (2008), detém 50% do mercado de entrega expressa; uma empresa que

no ano de 2007 obteve um lucro recorde de R$ 830 milhões, segundo

informações do atual Presidente da ECT, Carlos Henrique Custódio.

A divisão logística da TNT Logistics passou a operar no mercado

mundial sob nova marca. A tradicional cor laranja dos três arcos agora dá lugar à

pirâmide bordô do logotipo que traz o novo nome da multinacional logística: CEVA

Logistics (Tecnologística, 2006).

Conforme a CEVA Logistics (2008), a multinacional já leva a nova

marca nos 26 países onde atua, onde é gerado um volume de negócios da ordem

de 3,5 bilhões de Euro, empregando 38 mil pessoas e gerenciando mais de 7,4

milhões de armazéns em todo o mundo.

A companhia possui no Brasil aproximadamente cinco mil funcionários

e 815.000 m² de área de armazenagem gerenciada, presente em todo território

nacional com 42 filiais.

Para a FedEx (2007), a companhia é reconhecida mundialmente pela

sua eficiência na aérea de transporte de carga, com 650 operações aéreas em

mais de 220 países e territórios e 46 centros de tele-atendimento recebendo

500.000 chamadas diariamente.

Atualmente a empresa emprega mais de 136.000 pessoas, incluindo

43.500 couriers, que entregam mais de 3,3 milhões de pacotes a cada dia. A

competitividade da FedEx tem se tornado um diferencial dentro do contexto

mundial dos operadores logísticos, tamanha a grandeza da empresa.

A FedEx opera uma frota de mais de 650 aviões de carga com

especialistas altamente treinados para o manuseio de mercadorias perigosas. Por

isso, seus embarques de mercadorias perigosas viajam sempre em boas mãos.

Segundo a AGV Logística (2008), a empresa é um operador logístico

integrado, com mais de 10 anos de experiência no mercado. Possui vinte filiais e

três operações “in house” (no local), no território nacional.

Com um crescimento contínuo, tanto no número de clientes como na

diversidade de serviços oferecidos, a AGV Logística vem expandindo seus

negócios para atender as necessidades de seus clientes.

A principal estratégia da empresa consiste em oferecer aos seus

clientes flexibilidade aliada a excelência operacional, oferecendo soluções

Page 86: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

logísticas que agreguem valor aos seus clientes, com foco na personalização, na

qualidade dos serviços prestados e no relacionamento de longo prazo.

Fundada em 1917 como uma empresa de mensageiros nos Estados

Unidos, a UPS se transformou em uma corporação de US$ 42,6 bilhões, focando

claramente o objetivo em permitir o comércio no mundo inteiro.

Para a UPS Supply Chain Solutions (2008), hoje a marca UPS é

mundialmente reconhecida e admirada como a maior empresa do mundo em

transporte expresso e entrega de pacotes; considerada também como um

fornecedor líder em transporte especializado, logística e serviços de e-commerce,

com uma operação em mais de 200 países e territórios no mundo inteiro.

A UPS Supply Chain Solutions é uma organização eficiente que

fornece serviços logísticos de frete internacional, financeiros e de envio de

documentos e correspondências para aprimorar o desempenho comercial de seus

clientes e também melhorar sua cadeia de suprimentos globais.

Vale ressaltar que a FedEx, UPS e DHL já há algum tempo vêm

contestando a inconstitucionalidade do monopólio dos Correios sobre os serviços

postais no Brasil, com o objetivo claro de se tornarem altamente competitivas no

mercado brasileiro.

Observa-se que essas empresas defendem que os serviços postais

possuem uma natureza econômica, não podendo ser exercidos em caráter de

monopólio pelos Correios. Assim sendo, o monopólio garantido aos Correios

estaria violando preceitos constitucionais sobre a livre iniciativa, a liberdade do

exercício de qualquer trabalho e a livre concorrência.

Percebe-se que essas empresas estão de olho em um setor que

movimenta 496 bilhões de correspondências e 5 bilhões de encomendas/ano,

movimentando uma receita na ordem de US$ 200 bilhões em todo o mundo, com

perspectiva de crescimento na casa dos 5% ao ano, segundo o Ministério das

Comunicações (2008).

Com a DHL não é diferente, ou seja, de olho no mercado dos Correios

no Brasil, a companhia pretende crescer pelo menos 10% no próximo ano por

meio da bandeira Express, para abocanhar uma fatia do mercado doméstico de

cargas dominado até então pela ECT.

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Líder mundial em transporte expresso e consultoria de logística e comércio exterior, a alemã DHL, do grupo Deutsche Post World, detentor de 60,5 bilhões de Euros em 2006, pretende crescer pelo menos 10% no próximo ano no Brasil por meio da bandeira Express, para abocanhar uma fatia do mercado doméstico de cargas expressas dominado até então pelos Correios. Em meio aos planos ousados para o próximo ano, a DHL, que além da Express, comanda no Brasil a DHL Global Forwarding e a DHL Exel Supply Chain - especializadas em transporte e planejamento logístico-, chega pela primeira vez ao topo de a mais admirada por empresários e executivos ouvidos pelo DCI em reconhecimento a corporação mais admirada do setor de logística (REVISTA PORTUÁRIA, 2007, p. 1).

Têm-se aí um panorama resumido dos atuais concorrentes da DHL no

Brasil e no mundo, e através dos anexos 1, 2 e 3, observou-se que, quase todos

os operadores logísticos possuem os mesmos serviços oferecidos para seus

clientes, o que caracteriza uma concorrência muito acirrada no mercado logístico

interno e global, ou seja, aquele operador que apresentar serviços mais

personalizados às necessidades do cliente e que agreguem valor certamente

sairá ganhando vantagem competitiva frente aos demais concorrentes.

Ressalta-se que no caso dos Correios não foram encontradas

informações para que pudessem ser inseridas nos anexos.

Com o breve resumo de cada concorrente direto da DHL não se

buscou exaurir todo o conhecimento dessas empresas, somente serviu para

demonstrar a real dificuldade em se operar em um mercado bastante competitivo,

como é o caso do Brasil.

4.9 Logística reversa da DHL

A logística reversa como ferramenta estratégica vem despertando

interesse dentro do contexto organizacional, porém ainda de uma forma muito

tímida e o gerenciamento sobre o ciclo de vida dos produtos requer das

organizações um domínio mais eficaz do canal reverso dos produtos de pós-

venda.

A DHL tem buscado desenvolver soluções de logística reversa para

seus clientes contribuindo com estes para um bom planejamento, implementação

das diretrizes reversas, controle do fluxo de materiais, gerenciamento das

Page 88: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

informações correlatas, e apoiando de forma permanente a cadeia de

suprimentos.

Neste caso, a empresa assistida recaptura os valores antes

despendidos na comercialização dos seus produtos e, consequentemente

possibilita a estas empresas assegurarem o conserto confiável dos produtos, bem

como reciclá-lo ou descartá-lo se houver necessidade.

Segundo a DHL (2008), inclue-se na logística reversa disponibilizada

pela companhia a recuperação de produtos linha branda não operacionais ou

obsoletos, tais como refrigeradores, além da remoção de mobília usada mediante

a entrega da nova ou produtos substituídos. Na DHL Express, a companhia

disponibiliza os seguintes serviços de logística reversa:

Gerenciamento de carregamento, desinstalação de produtos

acabados no local do cliente.

Gerenciamento de devoluções, recepção, separação, verificação e

gerenciamento de produtos devolvidos.

Entrega expressa e troca de produtos entregues com problemas.

Recentemente em 2003, a DHL fechou com a HP um projeto piloto

para a América Latina e Brasil na busca do gerenciamento de toda a cadeia

logística da empresa, incluindo o serviço de reparo dos equipamentos,

movimentando cerca de US$ 20 milhões por ano (Tecnologística, 2004b).

A DHL buscou com essa parceria além da lucratividade a enorme

oportunidade de aprimoramento dos seus serviços logísticos, principalmente

porque a demanda dos serviços prestados à HP é bastante complexa, exigindo da

DHL um alto nível de eficiência, tornando-se um aprendizado constante para a

companhia (Tecnologística, 2004b).

A DHL Express Logistics foi o parceiro escolhido pela HP, assumindo

esta, todo o controle e administração do warehouse (armazém) e a distribuição

dos itens, além também do processo de logística reversa das peças devolvidas

pelos clientes da HP, o que contribuiu para que houvesse uma redução de 15%

nos custos mundiais da empresa (Tecnologística, 2004).

A DHL Express investiu estrategicamente em um novo centro de

distribuição em Barueri/SP, dedicado exclusivamente para atender às peças de

reposição da HP Services core competence (centro de competência), cuja área

Page 89: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

desse centro de distribuição possui cerca de 4.680 m² e com capacidade para 200

mil peças (Tecnologística, 2004b).

Vale ressaltar que os estoques nos pontos avançados de distribuição

serão sempre mínimos e o centro de distribuição de São Paulo é tido como o CD

principal para entrega das peças em todo o Brasil. Esse centro de distribuição é

considerado pela HP como o principal ponto de armazenagem de toda a operação

logística, o que possibilita o abastecimento também das áreas de estocagem de

menor porte que a HP possa instalar em outros pontos estratégicos do país

(Tecnologística, 2004b).

Toda a operação de coleta é desencadeada sempre que um cliente

aciona o serviço de pós-venda da HP. Isso é feito por meio do call center (centro

de atendimento) da HP, que é dividido por determinado tipo de produto, e

comunica o problema aos agentes da cadeia de pós-venda, que posteriormente

geram uma ordem de serviço que orientará os procedimentos de reposição da

peça necessária.

Esses agentes têm por objetivo fazer com que a ordem de serviço

chegue até a DHL Express, via sistema, que posteriormente irão movimentar a

distribuição dessas peças aos seus destinos finais.

As operações de recebimento dessas peças, segundo a DHL Express,

obedecem três padrões distintos: peças importadas, peças nacionais e logística

reversa. Em ambos os casos o recebimento envolve conferência física da carga e

da documentação fiscal, o registro e o input (análise de entrada) nos sistemas da

DHL e HP, que por sinal mantém sob sua responsabilidade a gestão estratégica

dos itens armazenados e o processo de estocagem (Tecnologística, 2004b).

Vale ressaltar que a HP Services enxerga todo o seu estoque

disponibilizado no CD da DHL Express. As peças envolvidas na logística reversa

são recolhidas durante o processo de entrega de uma peça nova, em que a DHL

Express passa a aplicar os procedimentos adequados para o correto disposing

(método padrão) incluindo programas de reciclagem das peças que não são

reaproveitadas, uma vez que já identificou a destinação final dessas peças.

A distribuição das peças na logística reversa por opção da HP é feita

exclusivamente pelo modal rodoviário. A DHL Express será a encarregada de

enviar essa peça defeituosa, seja para a HP ou mesmo para o exterior, sendo

neste último a DHL, responsável também pelo processo de exportação

Page 90: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

temporária, uma vez que esta peça voltará para o estoque depois de reparada ou

destruída quando houver necessidade (Tecnologística, 2004b).

Os ganhos com a logística reversa pela HP, operacionada pela DHL

Express são muito grandes, haja vista a logística reversa estar inserida na

estratégia total da distribuição da empresa, uma vez que ela exerce papel direto

no ciclo de reposição dos estoques. Assim como os itens novos, as peças da

operação reversa também são recebidas, separadas e armazenadas no CD da

DHL Express e disponibilizadas para a HP (Tecnologística, 2004b).

Todo o processo operacional (armazenamento e distribuição) passa

por uma análise de eficiência, auferido por um sistema de medida métrica, ou

seja, instrumento de medição de desempenho e competência, previamente

estabelecida pela HP Services durante as fases de definição e implementação do

projeto. Através dessa métrica é possível fazer com que a HP controle e defina

um processo estabelecendo um target (objetivo) de 99%, graças à eficiência na

execução pela DHL Express (Tecnologística, 2004b).

Além dos ganhos da redução de custos, o principal benefício

proporcionado pela terceirização da logística reversa, foi ter permitido à HP focar-

se na suas competências. Com um modelo de outsourcing (terceirização) a

empresa eliminou diversos fornecedores da cadeia que administravam as

diferentes necessidades do atendimento, que iam desde a importação e

nacionalização de peças ao armazenamento e distribuição (Tecnologística,

2004b).

Já para a DHL Express a operação tornou-se uma enorme

oportunidade de aprimoramento dos seus serviços, principalmente por ser a HP

um cliente extremamente especial, demandando uma operação bastante

complexa, nervosa e extremamente afinada, exigindo do operador logístico um

alto nível de eficiência nos serviços prestados (Tecnologística, 2004b).

4.10 Perspectivas futuras para a DHL

Atualmente o fluxo de informações está ser tornando uma ferramenta

de gestão na área logística, o que tem contribuído cada vez mais para a melhoria

contínua no desenvolvimento das atividades logística das empresas.

Page 91: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

Com uma perspectiva de crescimento, a companhia avalia que o

momento está muito bom para o setor e a empresa continua investindo em novos

serviços, como ferramentas para auxiliar as exportações dos clientes, em especial

os de pequeno e médio porte. Para estimular o crescimento da empresa, a DHL

tem como propósito basear-se na informação, tanto que nos últimos anos tem

investido constantemente em Tecnologia da Informação, objetivando melhorar a

sua cadeia logística nacional e internacional (Tecnologística 2004a).

Fazendo uso contínuo da Tecnologia da Informação (TI), a DHL

investiu recentemente em um software que prepara e gerencia o envio de

remessas dos clientes com emissão de conhecimento aéreo. Além disso, a

companhia se responsabiliza pelo agendamento de endereços, arquivamento de

banco de dados, impressão de etiquetas e emissão de relatórios (Intelog, 2005a).

Para o cenário nacional, segundo a Intelog (2005b), a DHL espera para

2005 um crescimento expressivo de seus negócios da ordem de 53% em relação

ao mesmo período do ano passado, destacando-se a região Nordeste e uma

tendência para a região Sul do país.

Este crescimento é o resultado dos investimentos que a companhia

tem feito em infra-estrutura e TI (Tecnologia de Informação) em todas as regiões

do Brasil no ano de 2005, destacando a região do Nordeste que tem apresentado

resultados financeiros expressivos nos seus negócios, decorrentes do

fechamento de grandes contratos como os da Unilever e Petrobrás.

[...] Todas as regiões do Brasil foram foco da empresa este ano. Destaca a região Nordeste, que expandiu as operações e apresentou um crescimento expressivo nos negócios - reflexo do fechamento de grandes contratos como Unilever e Petrobrás. Em Recife (PE), a empresa conta com um Centro de Distribuição de 9 mil m² e 40 funcionários. Para suportar a demanda de grandes clientes atendidos na região, como Braskem, Condor e Philips, a DHL Solutions investiu em tecnologia e sistematizou processos envolvendo armazenagem e distribuição de mercadorias. Como resultado, registrou um desempenho 83% superior em 2004. Já na região Centro-Oeste, importante para o setor farmacêutico, promoveu investimentos da ordem de R$ 11 milhões em um CD localizado em Anápolis (GO) (INTELOG, 2005b, p.1)

A empresa tem buscado como estratégia de negócios o lançamento no

Panamá de um novo hub (aeroporto onde é feita a maioria das conexões), que

contribuirá para a melhoria da eficiência das operações logística da empresa,

Page 92: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

pois a companhia entende que o momento é positivo para a DHL, principalmente

em decorrência do aumento das importações, uma vez que ela vem registrando

uma movimentação muito forte nos últimos anos neste setor (Intelog, 2005a).

Com um crescimento de 24% em 2005 no segmento de carga

expressa, a DHL projeta para o próximo ano um aumento de 18% no mercado de

exportação contra 22% no mercado de importação. Além dos investimentos que a

companhia fez em TI (Tecnologia de Informação) em 2005, a DHL anunciou uma

missão desafiadora para o ano 2006, pois através de investimentos que serão

feitos em novos centros de distribuição localizados em pontos estratégicos no

Brasil, a companhia espera aumentar seus negócios em torno de 110% em

relação ao mesmo período de 2005 (Intelog, 2005b).

Outra perspectiva futura da DHL refere-se à aquisição de 49% da Polar

Air Cargo por US$ 150 milhões. Deste total, US$ 75 milhões de dólares serão

pagos na assinatura do contrato e os outros US$ 75 milhões em duas parcelas. A

Polar Air Cargo opera no Brasil e no mundo e teve uma receita no ano de 2005

em torno de US$ 556 milhões. Com isso a empresa espera ganhar maior

competitividade frente às duas maiores concorrentes, FedEx e UPS (AVIAÇÃO

BRASIL, 2006).

A DHL tem diferenciado seus serviços com relação aos da

concorrência em virtude do uso contínuo da tecnologia em seus serviços. A mais

recente tacada da companhia foi à adoção da tecnologia da Motorola para

América Latina e Caribe. O sistema será usado na coleta, registro e distribuição

de pacotes da carteira de clientes (Newscomex, 2007).

Com o objetivo de realizar 90% dos pedidos de coleta de forma

eletrônica no ano de 2006, a DHL investiu em ferramentas eletrônicas para

melhorar seu aperfeiçoamento de serviços expressos e de logística. Nos últimos

dois anos, a DHL Express investiu cerca de R$ 10 milhões em TI para facilitar a

cadeia logística tanto no mercado nacional quanto no internacional. Foram novas

ferramentas eletrônicas – DHL Connect3, Easyship4 e E-AWB (ferramenta

exclusiva do comércio eletrônico) - permitindo que quase 70% dos pedidos de

coleta sejam realizados de forma eletrônica (Newscomex, 2007).

3Software para gerenciamento e controle de envios. 4Ferramenta de gestão para empresas que trabalham com grandes volumes.

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A DHL, especializada em entrega expressa e logística, anuncia a adoção de uma tecnologia de transmissão de dados sem fio da Motorola por seus couriers. Os dispositivos contratados foram da linha HC700. "Esta tecnologia nos capacita para a troca de informações rapidamente e de maneira mais eficiente com nossa própria rede. Isso permite um rastreamento de pacotes veloz e com mais transparência para os consumidores”, explica German Valencia, CEO da DHL Américas. O sistema Motorola HC700 combina tecnologia WiFi5 com habilidades de comunicação Bluetooth6. O dispositivo também permite o escaneamento de código de barras, além da captura de imagens e de assinatura eletrônica, possibilitando aos couriers da DHL receber e transmitirem informações em tempo real (NEWSCOMEX, 2007, p.1).

Outro serviço já disponibilizado pela companhia refere-se ao envio de

mensagens SMS para o celular dos clientes, com informações de coleta e/ou

entrega, procedimento que também pode ser feito para os couriers em trânsito.

Isto diminui o tempo de checagem dos envios de cerca de quatro horas para 15

minutos (Newscomex, 2007).

A DHL também anunciou investimentos em tecnologia para

monitoramento da temperatura via satélite para cargas refrigeradas. Serão

lançadas ainda embalagens refrigeradas para químicos e fármacos, que mantêm

a temperatura entre 2 e 8ºC ou 20ºC negativos (Revista Portuária, 2007).

A empresa ainda espera investir no mínimo cerca de R$ 20 milhões em

novos projetos e produtos para atender principalmente o setor de importação que

vem ganhando novos horizontes no Brasil, e principalmente equilibrar o peso das

operações internas e externas, que chegam hoje em torno de 20% e 80%,

respectivamente, para meio a meio (Revista Portuária, 2007).

Dentro das perspectivas de ampliação das operações no Brasil, a DHL

aposta na inauguração de lojas próprias. Hoje a empresa atende

aproximadamente 1,2 mil localidades brasileiras e conta com cerca de 700

funcionários na divisão DHL Express, divididos nas principais capitais brasileiras

(Revista Portuária, 2007).

Pensando nisso, a DHL planeja até 2009 duplicar o seu investimento

no Brasil, objetivando um crescimento nesse mercado doméstico, no qual o

primeiro feito da companhia foi o anúncio da abertura de novos hubs e novas

5 Dispositivo de rede sem o uso de fios. 6 Especificação industrial para áreas de redes pessoais sem fio.

Page 94: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

filiais no país, anunciando a efetivação da mudança de seu Gateway (máquina

intermediária geralmente destinada a interligar redes) de Viracopos, Campinas/

SP, para o aeroporto de Guarulhos, próximo à capital paulista (Revista Portuária,

2007).

Esse investimento será expandido principalmente para a região Sul do

país, principalmente depois que o impacto causado pela valorização do real

afetou as operações de exportações da empresa (Intelog, 2007).

A região Sul é atrativa para a DHL pela quantidade de pequenas e

médias empresas com potencial de exportação no modal aéreo. A empresa

acredita que será necessário investir em novos aeroportos e rotas para desafogar

o tráfego aéreo em São Paulo. O investimento visa atender de forma mais

completa consumidores em geral e as pequenas e médias empresas, através de

serviços expressos nacionais e internacionais (Intelog, 2007).

Após um período de retração, a DHL está voltando a aumentar a sua capacidade de investimento no país. O impacto causado pela valorização do real nas exportações afetou as operações da transportadora. [...] Em 2008, a empresa planeja investir US$ 2 milhões na expansão de seus armazéns localizados em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Porto Alegre. (Luiza Piffero) (INTELOG, 2007, p.1).

A companhia tem buscado antecipar-se ao crescimento econômico

estimado para a região da América Latina, lançando em 2007 a construção de 15

novos centros de tratamento de objetos expressos no Brasil, e está considerando

a possibilidade de inaugurar vôos diretos entre Brasil e China.

A DHL transformou seu escritório em Buenos Aires (Argentina) na sede

de seus negócios para oito países de língua espanhola: Chile, Uruguai, Paraguai,

Bolívia, Peru, Equador, Venezuela e Colômbia, esperando obter uma receita em

torno de US$ 300 milhões de dólares nesses países, incluindo os US$ 40 milhões

realizados no próprio mercado argentino. Além desses investimentos na América

Latina, a companhia está se aliando à Lufthansa, através de um joint venture para

o gerenciamento do transporte aéreo de carga.

A operação entrará em funcionamento em 2009 e contará com a

expertise (especialização) da DHL e da filial de carga da companhia aérea. Essa

Page 95: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

parceria tem por finalidade negociar um novo tipo de operação conjunta entre as

duas empresas no segmento de cargas expressas (Intelog, 2006).

DHL Global Forwarding e a Lufthansa Cargo anunciaram a formalização de uma parceria de segurança de carga. As bases do acordo são desenvolver a padronização de procedimentos operacionais que atendam às exigências sobre segurança tanto dos clientes como dos governos. Tais procedimentos criarão um ambiente mais controlado e seguro para os funcionários da DHL e da Lufthansa Cargo que movimentam cargas de altos risco e valor agregado (INTELOG, 2006, p.1).

Diante das notícias vinculadas à DHL, percebe-se que a companhia

possui uma gestão focada para o futuro, pois através de investimentos

personalizados a empresa vem ganhando mercado externo e agora o mercado

interno, principalmente por criar produtos customizados e altamente inovadores

com base nas tendências da logística moderna.

Foi possível constar que a DHL tem dado um grande passo à frente

dos seus concorrentes diretos no processo de consolidar sua marca como

principal fornecedor de logística do mercado mundial, oferecendo serviços

expressos altamente tecnológicos para atender toda a cadeia do supply chain de

seus clientes.

4.11 Conclusões do estudo de caso

Através do estudo de caso constatou-se a importância da aplicação

dos conceitos logísticos diante do atual cenário competitivo, a utilização das

ferramentas logísticas e gerenciais e, principalmente, a disposição da DHL em

oferecer aos seus clientes serviços tecnológicos, eficientes e customizados.

Com o advento do controle sobre o ciclo de vida dos produtos,

verificou-se que a logística reversa vem ganhando dimensões importantes dentro

de um cenário empresarial, principalmente por questões ambientais, onde

começa a despertar no consumidor a concepção do “ecologicamente correto”.

Sendo assim, gera-se conseqüências positivas dentro da cadeia de suprimentos,

exigindo mais responsabilidade por parte de todos os envolvidos no ciclo de vida

dos produtos.

Page 96: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

Dentre o portifólio de produtos e serviços que a DHL disponibiliza aos

seus clientes, entende-se aqueles que geram direta ou indiretamente vantagem

competitiva frente aos seus concorrentes os seguintes itens:

Logística integrada (armazenagem, transporte e distribuição).

Logística reversa.

Rastreabilidade global com localização exata da remessa.

Etiquetas de código de barras inteligentes, que identificam dados

do cliente, frete, seguro, dentre outros. Todas as informações estão

disponíveis ao cliente em 3 minutos após a coleta.

Agendamento da coleta pelo cliente.

Possibilidade de importação e/ou exportação de mercadorias.

Parceria com transportadoras.

Certificações ISO 9002/14001.

Flexibilidade na característica dos objetivos transportados.

Infra-estrutura eficiente nos transportes aéreos e rodoviários.

A DHL pertence ao correio alemão, Deutsche Post Word Net, que

faz da companhia uma eficiência em entregas internacionais,

principalmente na Europa.

A DHL disponibiliza aos seus clientes aconselhamento sobre

regulamentos e documentações tanto em envios nacionais e/ou

internacionais.

Constatou-se que a grande estratégia de negócio da DHL Express será

fortalecer sua participação no mercado nacional e buscar implantar serviços

diferenciados no Brasil, pois a empresa tem nos Correios um forte concorrente

direto que possui alta aprovação dos brasileiros e grande participação de

mercado em todos os municípios brasileiros.

Como deficiência competitiva e possibilidades de melhorias,

enumeram-se:

1. Algumas fragilidades no serviço logístico reverso, uma vez que

existem produtos que não são devolvidos no canal reverso da

companhia;

2. Terceirização dos serviços de entrega, frota limitada em

determinados países.

Page 97: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

3. Pouca abrangência nacional, tendo como alguns Estados pontos

estratégicos da empresa.

4. Preços atrelados ao Dólar, o que dificulta a política de preço da

companhia.

5. Baixa capilaridade no mercado nacional brasileiro.

6. Deficiência no fretamento Broker (marítimo).

7. Forte concorrência das pequenas transportadoras.

Verificou-se que o setor logístico tende a acompanhar os avanços

tecnológicos dos meios de comunicação, a dinamicidade tecnológica em geral e a

evolução do marketing a serviço das empresas prestadoras de serviços logísticos,

que geram novas exigências dos clientes e principalmente racionam os custos da

cadeia logística dessas empresas, melhorando significativamente a velocidade da

prestação dos serviços, assim como a qualidade dos produtos.

Page 98: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Entender o funcionamento da cadeia logística é de suma importância

para as empresas que sonham em sobreviver num ambiente altamente

competitivo como é o campo da logística. Elas necessitam estar totalmente

preparadas para a alta competição, pois somente assim poderão alcançar seus

objetivos estratégicos e ao mesmo tempo manter um bom relacionamento com

seus clientes.

Através do segundo capítulo podemos observar que supply chain

management é uma ferramenta de gestão imprescindível no campo da logística,

considerado por especialistas como um sistema que integra todos os processos

relacionados aos elementos que compõem a cadeia produtiva, cujo objetivo

consiste em promover informações, produtos e serviços, adicionando valor às

empresas e clientes que dele fazem uso.

Identificou-se também que a diferença entre supply chain management

e logística é notória, pois cada ciência possui características diferentes uma das

outras na sua aplicação.

Enquanto que no supply chain management as organizações

identificam o conjunto das operações que levam o produto da origem até o

consumidor final, utilizando-se das ferramentas logísticas de transporte,

armazenagem, movimentação de material, estoques e principalmente da

informação, a logística é identificada como uma ciência que tem por objetivo

principal fazer chegar o produto certo, na quantidade certa, no lugar certo, no

tempo certo, nas condições estabelecidas entre as partes da cadeia produtiva

objetivando o menor custo possível, melhorando o relacionamento entre os elos

da cadeia e gerando vantagem competitiva às partes que dela fazem uso.

É através da logística que se verifica a integração dos elementos que

compõem a cadeia de suprimentos, identificando o relacionamento que acontece

entre os produtores e consumidores finais, de maneira seqüenciada, envolvendo

toda operação através de um gerenciamento estratégico que permita avaliar e

monitorar todo o fluxo logístico existente entre os canais.

Diante dos últimos acontecimentos negativos ocorridos ao meio

ambiente caracterizado pela diminuição do ciclo de vida dos produtos, baseados

na tríade “compra-uso-descarte” adotada pelos consumidores, têm-se observado

Page 99: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

que grande parte das empresas mundiais têm implantado ações que as levam a

enquadrar-se nas Legislações Ambientais existentes, reduzindo os impactos

negativos que os produtos descartados causam ao meio ambiente.

O termo sustentabilidade virou uma tendência do momento e tem sido

usado com freqüência em todos os meios de comunicação, inclusive os

empresariais. Os caminhos estratégicos sem tal tendência podem levar,

drasticamente falando, a conseqüências graves para gerações futuras e algumas

delas já vivenciadas na atualidade como, por exemplo, as mudanças climáticas, a

fome e a falta d'água em alguns países.

Neste sentido, através do terceiro capítulo identifica-se o importante

papel que a logística reversa possui na área da logística empresarial, atuando de

forma a gerenciar e operacionalizar o retorno de bens primários e secundários

após sua venda e consumo, às suas origens, contribuindo para o

desenvolvimento sustentável, e possibilitando agregar valor aos produtos

retornáveis ao seu ciclo reverso.

Fica evidenciado que a logística reversa é analisada pelas

organizações sobre três ópticas: econômica, ambiental e social. Através da óptica

econômica observa-se que ela tem contribuído positivamente para a redução dos

custos logísticos, proporcionando ganhos financeiros através da reutilização de

embalagens retornáveis ou pelo reaproveitamento dos produtos retornados

através do fluxo reverso, contribuindo assim ao estímulo de novas iniciativas.

Do ponto de vista ambiental verificou-se que a logística reversa

ameniza os prejuízos que os produtos descartados pela sociedade têm causado

ao meio-ambiente, contribuindo para o desenvolvimento sustentável de um país e

por melhores condições de vida para a sociedade.

Observou-se que o uso da internet ajudou a proliferar a aquisição de

determinados produtos customizados, contribuindo para os chamados produtos

descartados, porém, há escassez de empresas especializadas na política de pós-

venda para dar suporte necessário às demandas existentes.

Sobre a óptica social, a logística reversa tem auxiliado diretamente a

estruturação dos canais reversos e principalmente na geração de novos postos de

trabalho, gerando novas fontes de rendas para as famílias que trabalham direta

ou indiretamente na sua aplicação. Além disso, a logística reversa também tem

contribuído concomitantemente com as empresas que dela fazem uso,

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melhorando sua imagem institucional, ajudando a gerenciar o fluxo reverso dos

produtos que apresentam algum tipo de defeito ou àqueles descartados pela

sociedade.

Muitos clientes só utilizam do serviço de assistência técnica no período

de garantia dos produtos adquiridos. Neste sentido, entende-se que a logística

reversa do serviço de pós-venda é tida como uma estratégia competitiva,

necessitando de um bom planejamento das atividades logísticas objetivando

atender toda demanda existente na atualidade dos serviços de assistência técnica

dos chamados pós-venda, buscando assim fidelizar os clientes finais do produto.

Fica evidenciado que as empresas que possuem processos

estruturados e administrados com eficiência através da logística reversa têm

alcançado significativa vantagem competitiva no mercado em que atuam seja

através de um atendimento eficiente e diferenciado de seus concorrentes ou

mesmo na prestação de serviço de redes.

Observou-se então que a logística reversa moderna engloba vários

fatores essenciais para a estratégia empresarial, ou seja, fatores que vão desde o

retorno de fluxos de peças a serem reparadas, de embalagens e seus acessórios,

de produtos vendidos e devolvidos até os produtos usados e/ou consumidos a

serem reciclados.

Constatou-se também que a DHL utiliza-se das mais modernas e

variadas ferramentas logísticas que se encontram disponibilizadas no mercado

atual, atuando eficientemente através de centros de distribuição modernos e

amplos, entregas expressas personalizadas, gerenciamento de devoluções

através da logística reversa, recepção, separação, verificação e gerenciamento de

produtos devolvidos por algum problema técnico, dentro outros.

Embora o serviço logístico reverso da DHL seja competitivo em relação

aos seus concorrentes, nota-se a existência de uma carência a ser administrada

pela empresa em virtude da falta de um planejamento para aumentar a gama de

produtos e/ou serviços a serem gerenciados e prestados através do canal

reverso.

Ficou claro através do estudo de caso que a companhia desempenha

muito bem o seu papel quando se trata da eficiência logística em um contexto

geral. Isso foi comprovado através da parceria que a companhia possui com a

empresa HP, evidenciando que a vantagem competitiva não se resume somente

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em um produto ou serviço, e sim no conjunto de todos os elementos que fazem

parte do processo estratégico de uma empresa para o alcance dos objetivos

propostos.

Conclui-se então que o propósito do trabalho foi realizado a contento,

principalmente porque foi identificado na prática o uso da logística reversa, bem

como mostra-se claramente que, através da sua utilização poderá desencadear

um diferencial competitivo às empresas que dela fazem uso. Em um contexto

mais amplo, destaca-se que o planejamento através da logística contribui

significativamente para organizações que buscam vantagens competitivas no

atual mercado em que atuam e a logística reversa passa a servir de base para

empresas que pretendam inserir em seu portifólio um serviço diferenciado.

Aos profissionais da área de Administração e o meio Acadêmico

sugere-se que a busca pelo conhecimento na área da logística reversa seja uma

constante, pois há um mercado extremamente crescente e de pouco

conhecimento, caracterizado pela inexistência de profissionais especializados.

Page 102: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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7 BIBLIOGRAFIA

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Page 107: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

ANEXO 1 - COMPARAÇÃO DE OPERADORES LOGÍSTICOS NO BRASIL

Em

pres

a

Tem

po d

e m

erca

do

Orig

em

de

func

ioná

rios

Cer

tific

açõe

s

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rasi

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m

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Cre

scim

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da

rece

ita

2005

/200

6

Esc

ritór

io p

rópr

io

no e

xter

ior

AGV Logística 9

anos Operador logístico 720 S 51

Akzo Nobel, Merial Saúde

Animal e Schering Plough

Alimentícia, bebidas, cosméticos,

farmacêutica e produtos veterinários

77,4 11,80% N

Ceva Logistics (antiga TNT)

10 anos

Operador logístico 5.600 S 25 General Motors,

Fiat e Philips

Automobilística, eletrônica, gráfica e editorial, instituições

financeiras e bancárias e

telecomunicações

408 5,40% S

DHL Exel Supply Chain

9 anos

Operador logístico 6.000 S 100 NF

Alimentícia, automobilística,

eletroeletrônicos, farmacêutica e

higiene e limpeza

NF NF S

UPS Supply Chain Solutions

12 anos

Freight forwarader e post sales

logistics 377 S NF NF

Eletroeletrônicos, informática, médico-hospitalar, partes e

peças e telecomunicações

NF NF S

(NF) Dados não fornecidos pela empresa (S) sim (N) não FONTE: Tecnologística (2008).

NOTA: Adaptado

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ANEXO 2 - COMPARAÇÃO DE OPERADORES LOGÍSTICOS NO BRASIL

Área de Armazenagem em m² Número total de

armazéns

Volume total produtos

gerenciados

Raio de atuação no

território nacional

Em

pres

a

Pró

pria

Clie

ntes

(in

ho

use)

Alfa

ndeg

ada

Ref

riger

ada

Pát

io

Tot

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Pró

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De

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(in

ho

use)

Em

Iten

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Em

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)/an

o

Arm

azen

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Dis

trib

uiçã

o

Fro

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rópr

ia d

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ansp

orte

AVG 86.750 14.000 0 11.920 52.700 482.120 17 2 70mil 600 mil

Todo o território nacional

Todo o território nacional

S

CEVA 53.700 431.500 0 0 357.000 842.200 7 37 NF 1,8 milhão

Todo o território nacional

Todo o território nacional

S

DHL 490.000 250.000 0 15.000 0 750.000 20 27 NF NF Todo o território nacional

Todo o território nacional

N

UPS 8.000 2.000 0 0 0 10.000 7 1 NF NF Todo o território nacional

Todo o território nacional

S

(NF) Dados não fornecidos pela empresa (S) sim (N) não FONTE: Tecnologística (2008).

NOTA: Adaptado

Page 109: A Logistica rial Vista Como Estrategia Compeitiva Um Estudo de Caso Sobre a Logistica Reversa Da Dhl

ANEXO 3 - COMPARAÇÃO DE OPERADORES LOGÍSTICOS NO BRASIL

Roteirizadores Frota

Tecnologia de Rastreamento Via

satélite Via

Rádio Frota Frota

Serviços Oferecidos

Em

pres

a

Pró

pria

Ter

ceiri

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Pró

pria

Ter

ceiri

zada

Pró

pria

Ter

ceiri

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Arm

azen

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Con

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M

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AGV S S S S S S S S S S S S S S S S S S S CEVA S S S S S S S S S S S S S S S S S S S DHL N S N S N S S S S S S S S S N S N S S UPS N N S S S S S S S S S S S S S S S S S

Serviços Oferecidos

Transporte Tecnologias Empregadas

Em

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o

Por

ta-a

-Por

ta

Tra

nsfe

rênc

ia

Milk

Run

Ger

enci

amen

to In

term

odal

Software de

simulação e

otimização

WMS TMS ERP Consulta

pela Internet

AGV S S S S S S S S S S S S S S S S S S S CEVA S S S S S S S S S S S S S S S S S S S DHL S S S S S S S S S S S S S S S S S S S UPS S S S S S S S S S S S S S S S S N S S

(S) sim (N) não FONTE: Tecnologística (2008).

NOTA: Adaptado