22
ANÁLISE DE UM PROJETO DE PARA- RAIOS DE 5 kA COM BASE NA TAXA DE FALHAS A. M. M. Diniz, M. L. B. Martinez, E. T. Wanderley Neto, A. A. Nunes, A. M. Nóbrega H. R. P. M. de Oliveira, J. Uchôa

A. M. M. Diniz, M. L. B. Martinez, E. T. Wanderley Neto, A. A. Nunes, A. M. Nóbrega H. R. P. M. de Oliveira, J. Uchôa

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: A. M. M. Diniz, M. L. B. Martinez, E. T. Wanderley Neto, A. A. Nunes, A. M. Nóbrega H. R. P. M. de Oliveira, J. Uchôa

ANÁLISE DE UM PROJETO DE PARA-RAIOS DE 5 kA COM BASE

NA TAXA DE FALHAS

A. M. M. Diniz, M. L. B. Martinez,E. T. Wanderley Neto, A. A. Nunes, A. M. Nóbrega

H. R. P. M. de Oliveira, J. Uchôa

Page 2: A. M. M. Diniz, M. L. B. Martinez, E. T. Wanderley Neto, A. A. Nunes, A. M. Nóbrega H. R. P. M. de Oliveira, J. Uchôa

SUMÁRIO

Introdução

Objetivos Taxa de falhas

Perfil das correntes Suportabilidade de corrente

Ensaios

Considerações finais

2

Page 3: A. M. M. Diniz, M. L. B. Martinez, E. T. Wanderley Neto, A. A. Nunes, A. M. Nóbrega H. R. P. M. de Oliveira, J. Uchôa

INTRODUÇÃO

Os para-raios são equipamentos cuja principal função é proteger o sistema elétrico contra sobretensões;

Os mais modernos são formados basicamente pelo empilhamento de varistores e apresentam característica V x I altamente não-linear;

Normalmente, são produzidos para-raios com valores de corrente de descarga nominal de 5 kA, 10 kA e 20 kA;

3

Page 4: A. M. M. Diniz, M. L. B. Martinez, E. T. Wanderley Neto, A. A. Nunes, A. M. Nóbrega H. R. P. M. de Oliveira, J. Uchôa

INTRODUÇÃO

No Brasil, é prática comum utilizar nas redes de distribuição para-raios de corrente de descarga nominal de 10 kA;

Estudos permitem afirmar que para-raios de 5 kA apresentam suportabilidade adequada para a grande maioria das redes de distribuição;

No intuito de verificar os requisitos atribuídos a suportabilidade dos varistores/módulos frente a surtos, foi realizada uma sequência adaptada de ensaios com base nas normas vigentes.

4

Page 5: A. M. M. Diniz, M. L. B. Martinez, E. T. Wanderley Neto, A. A. Nunes, A. M. Nóbrega H. R. P. M. de Oliveira, J. Uchôa

OBJETIVOS

Apresentar o risco relacionado à utilização de para-raios de 5 kA no sistema de distribuição através da estimativa da taxa de falhas.

Estimar o número de para-raios que irá falhar;

Permitir melhor planejamento para as concessionárias de energia.

5

Page 6: A. M. M. Diniz, M. L. B. Martinez, E. T. Wanderley Neto, A. A. Nunes, A. M. Nóbrega H. R. P. M. de Oliveira, J. Uchôa

TAXA DE FALHAS

A análise da taxa de falhas do projeto de para-raios envolveu: O perfil dos níveis das correntes de

descarga; A análise da suportabilidade de

corrente.

6

Page 7: A. M. M. Diniz, M. L. B. Martinez, E. T. Wanderley Neto, A. A. Nunes, A. M. Nóbrega H. R. P. M. de Oliveira, J. Uchôa

TAXA DE FALHAS

Perfil das correntes:

Foram utilizados aproximadamente 9.000 para-raios de SiC com centelhadores retirados de campo;

Os para-raios foram retirados de 15 regiões de concessão da AES Sul;

Foi utilizada uma técnica denominada “etchings comparisons”.

7

Page 8: A. M. M. Diniz, M. L. B. Martinez, E. T. Wanderley Neto, A. A. Nunes, A. M. Nóbrega H. R. P. M. de Oliveira, J. Uchôa

TAXA DE FALHAS

8

Corrente +

Perc

ent

60300

99,9

99

90

50

10

1

0,1

Corrente +

Perc

ent

100,0010,001,000,100,01

99,9

99

90

50

10

1

0,1

Corrente + - Threshold

Perc

ent

100,0010,001,000,100,01

99,9

99

90

50

10

1

0,1

Corrente +

Perc

ent

100,00010,0001,0000,1000,0100,001

99,9

90

50

10

1

0,1

Goodness of Fit Test

P-Value = *

ExponentialAD = 33,074 P-Value < 0,003

NormalAD = 41,344 P-Value < 0,005

LognormalAD = 0,668 P-Value = 0,080

3-Parameter LognormalAD = 0,539

Probability Plot for Corrente +Normal - 95% CI Lognormal - 95% CI

3-Parameter Lognormal - 95% CI Exponential - 95% CI

1 2 5 10 20 30 40 50 60 70 80 90 95 98 99Probabilidade [%]

0.01

0.1

1

10

100

Am

pli

tud

e d

a C

orr

ente

de

Des

carg

a [k

A]

Corrente(+) lognormalMédiaLimite InferiorLimite Superior

Page 9: A. M. M. Diniz, M. L. B. Martinez, E. T. Wanderley Neto, A. A. Nunes, A. M. Nóbrega H. R. P. M. de Oliveira, J. Uchôa

TAXA DE FALHAS

9

1 2 5 10 20 30 40 50 60 70 80 90 95 98 99Probabilidade [%]

0.01

0.1

1

10

100

Am

plit

ud

e d

a C

orr

ente

de

Des

carg

a [k

A]

GeralNegativoPositivo

µ = 0,54 kA σ = 1,57 kA

Page 10: A. M. M. Diniz, M. L. B. Martinez, E. T. Wanderley Neto, A. A. Nunes, A. M. Nóbrega H. R. P. M. de Oliveira, J. Uchôa

TAXA DE FALHAS

10

Suportabilidade de corrente

Definição dos valores máximos de correntes impulsivas suportadas pelo para-raios;

Análise de suportabilidade em sistemas elétricos Modelo estatístico de Weibull.

Correntes suportáveis consideradas:40, 65 e 100 kA.

1ln

39,11 %50

5,01

xx

p

p: função distribuição acumulada (Weibull);x: grandeza sob análise, neste caso, a corrente de descarga;x50%: Valor crítico da grandeza sob análise;: Desvio padrão da grandeza sob análise;: Constante da distribuição de Weibull simétrica.

Page 11: A. M. M. Diniz, M. L. B. Martinez, E. T. Wanderley Neto, A. A. Nunes, A. M. Nóbrega H. R. P. M. de Oliveira, J. Uchôa

TAXA DE FALHAS

11

Taxa de Falhas

Probabilidade de ocorrência de determinados valores de corrente de descarga Probabilidade de falha do para-raios diante de um valor específico de descarga;

Cálculo da taxa de falha:

A taxa de falhas corresponde a área definida pelo produto entre as duas funções Ocorrência de descargas e Probabilidade de falha.

dIISIDR PRPSfalha )()(Rfalha: Risco de falha do pára-raios;DPS(I): Função densidade de probabilidade das descargas elétricas;SPR(I): Função probabilidade de suportabilidade do para-raios;

Page 12: A. M. M. Diniz, M. L. B. Martinez, E. T. Wanderley Neto, A. A. Nunes, A. M. Nóbrega H. R. P. M. de Oliveira, J. Uchôa

TAXA DE FALHAS

12

Sobreposição das curvas de probabilidade e curva correspondente ao cálculo da taxa de falhas.

Page 13: A. M. M. Diniz, M. L. B. Martinez, E. T. Wanderley Neto, A. A. Nunes, A. M. Nóbrega H. R. P. M. de Oliveira, J. Uchôa

TAXA DE FALHAS

13

Resultados:

Para raios de 5 kA Suportabilidade de 40 kA:

1,56 %;

Para-raios de 5 kA Suportabilidade de 65 kA:

0,67 %;

Para-raios de 10 kA Suportabilidade de 100

kA: 0,23 %.

Page 14: A. M. M. Diniz, M. L. B. Martinez, E. T. Wanderley Neto, A. A. Nunes, A. M. Nóbrega H. R. P. M. de Oliveira, J. Uchôa

ENSAIOS

Foram realizados ensaios em varistores e módulos (parte ativa) dos para-raios;

Os varistores foram organizados de acordo com a seguinte tabela:

14

Fabricantes e modelos dos varistores

Fabricantes Modelos dos

varistoresFabricante 1 A1, A2 e A3

Fabricante 2 B1 e B2

Fabricante 3 C1 e C2

Fabricante 4 D1, D2 e D3

Page 15: A. M. M. Diniz, M. L. B. Martinez, E. T. Wanderley Neto, A. A. Nunes, A. M. Nóbrega H. R. P. M. de Oliveira, J. Uchôa

ENSAIOS

Sequência de impulsos realizada nos varistores e nos módulos:

(i)Varistores: 1,5 kA, 2,5 kA, 5,0 kA e 10 kA; Módulos: 1,5 kA, 3,0 kA, 5,0 kA e 10 kA.

(ii)Varistores: 75 A e 150 A; Módulos: 150 A e 250 A.(iii)Ensaio realizado apenas nos varistores.

15

Ordem Medição Características

01(i) Impulsos 8 x 20 µs Cinco impulsos: 1,5 kA, 2,5 kA, 3,0 kA, 5,0 kA e 10 kA.

02 Impulsos 4 x 10 µs Dois impulsos de 40 kA.

03(ii) Impulsos de longa duração (2 ms)

Cinco impulsos: 75 A, 150 A e 250 A.

04(iii) Impulso 4 x 10 µs Dois impulsos de 65 kA.

Page 16: A. M. M. Diniz, M. L. B. Martinez, E. T. Wanderley Neto, A. A. Nunes, A. M. Nóbrega H. R. P. M. de Oliveira, J. Uchôa

RESULTADOS DOS ENSAIOS

16

Amostras

Número de varistores que falharam

10 kA 40 kA75 A

150 A 65 kA

(8 x 20 µs)

(8 x 20 µs) 2ms 2ms

(8 x 20 µs)

A1 0 1 0 0 0

A2 0 0 0 0 0

A3 0 0 0 0 0

B1 0 1 0 0 3

B2 0 0 0 0 1

C1 0 0 0 0 0

C2 0 1 0 3 0

J2 0 0 0 0 1

J3 0 0 0 0 1

K5 0 1 0 0 0

Page 17: A. M. M. Diniz, M. L. B. Martinez, E. T. Wanderley Neto, A. A. Nunes, A. M. Nóbrega H. R. P. M. de Oliveira, J. Uchôa

RESULTADOS DOS ENSAIOS

17

20

40

60

100 1.000 10.000

Tens

ão r

esid

ual (

kV)

Corrente (A)

15 A

15 B

15 C

15 D

15 E

Característica Tensão versus Corrente em módulos de para-raios a óxido metálico (fabricante 4)

Page 18: A. M. M. Diniz, M. L. B. Martinez, E. T. Wanderley Neto, A. A. Nunes, A. M. Nóbrega H. R. P. M. de Oliveira, J. Uchôa

18

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados deste trabalho puderam ser usados como justificativa para desenvolver de forma adequada um projeto de para-raios de 5 kA e avaliá-lo através de uma sequência adaptada de ensaios;

Através dos impulsos de curta duração foi possível avaliar a suportabilidade dos varistores assim como nível de proteção contra impulsos atmosféricos. Foram obtidos valores de tensão residual entre 27 kV e 56 kV;

Page 19: A. M. M. Diniz, M. L. B. Martinez, E. T. Wanderley Neto, A. A. Nunes, A. M. Nóbrega H. R. P. M. de Oliveira, J. Uchôa

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através dos impulsos de longa duração foi possível avaliar a capacidade de absorção de energia dos varistores. Foram obtidos valores iguais a 28 kV e 32 kV.

O número de falhas causadas por impulsos de longa duração foi superior ao número de falhas causadas pelos impulsos de curta duração;

19

Page 20: A. M. M. Diniz, M. L. B. Martinez, E. T. Wanderley Neto, A. A. Nunes, A. M. Nóbrega H. R. P. M. de Oliveira, J. Uchôa

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Não foram verificados indícios de descarga disruptiva externa, trincas ou perfurações nos varistores do fabricante 4 após a sequência de ensaios;

No que se refere a taxa de falhas, foi observado que o aumento do risco referente ao para-raios de 5 kA e suportabilidade 40 kA é compensado pelo custo associado ao investimento na compra dos para-raios, assim como no grande número de substituição de para-raios de 10 kA retirados do sistema por operação do desligador automático, mas ainda em boas condições operacionais.

20

Page 21: A. M. M. Diniz, M. L. B. Martinez, E. T. Wanderley Neto, A. A. Nunes, A. M. Nóbrega H. R. P. M. de Oliveira, J. Uchôa

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Além disso, esse risco é significativo apenas para correntes de descarga elevadas, em torno de 40 kA.

Para valores inferiores de corrente, a degradação do para-raios ocorre de maneira contínua, levando à atuação do desligador antes da sua falha completa.

Estes resultados são indicativos da suportabilidade do projeto que está sendo desenvolvido e, portanto, garante a viabilidade da instalação de para-raios de 5 kA no sistema de distribuição do Brasil.

21

Page 22: A. M. M. Diniz, M. L. B. Martinez, E. T. Wanderley Neto, A. A. Nunes, A. M. Nóbrega H. R. P. M. de Oliveira, J. Uchôa

OBRIGADO PELA ATENÇÃO!!!

Arimatéa A. [email protected]

Aellfclêniton M. M. [email protected]

Manuel Luís Barreira [email protected]

22