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AMatemáticae
asArtes
atravésdasMídias
HermesRenatoHildebrand
e
JoséArmandoValente
Sumário
IntroduçãoProcessodeAbstraçãoMatemático
Capítulo01‐ConceitosBásicos
1.1 ALinguagemnasArtesenaMatemática1.1.1 AEtnomatemática1.1.2 Aspectosrelativosàtopologiadasimagens1.1.3 Aspectosrelativosàsproduçõesdeimagens1.1.4 Aspectosrelativosàlógicadasimagens1.1.5 MatematizaçãodasCiênciasnaContemporaneidade1.1.6 ArteeMatemáticanaEraMaterialistaIndustrialOcidental
1.2 ConceitosBásicosdeProgramação
1.2.1 OqueéumAlgoritmo;1.2.2 Comoresolverumproblemacomputacional:
entenderoproblema; elaborarumplanoderesolução; executaroplano; avaliaroplanoe corrigiroplano(senecessário).
1.3 Processing1.3.1 OqueéProcessing;1.3.2 Primeirosconceitosdeprogramação;1.3.3 PalavraseElementosReservados;1.3.4 ConceitosdeCores–RGBeCMYK.
1.4 Atividades–ConceitosBásicos:
1.4.1 Atividades1‐FazeremSaladeAula‐Desenharretas,elipsesutilizandooconceitoderotaçãoetranslação‐Exercíciododesenhoemsequencial; Proposta: Solução:
1.4.2 Atividades2‐FazeremCasa‐DesenharcomoProcessingumCenário2D(EstiloMarioBros); Proposta: Solução:
Capítulo02–ConceitosdaMatemáticaDiscreta2.1 Osnúmeros,simetriaseregularidades
2.1.1 OAtodeContar2.1.2 SimetriasnasArtesenaMatemática2.1.3 AsRegularidadeseumaVisãoOrgânicaeSistêmica.
2.2 ConceitosdeProgramação
2.2.1 SistemaCartesiano;2.2.2 SistemaLógico;2.2.3 VariáveiseFunções(conceitodefunção),AritméticaseLógicas;2.2.4 Trigonometria–Seno,CossenoeTangente;2.2.5 AcessoRandômico;2.2.6 If,ElseeFor.
2.3 Atividades–Série02–MatemáticaDiscreta
2.3.1 Atividade01‐DesenharumaMandala; Proposta: Solução:
INTRODUÇÃO
A Matemática e as Artes são conhecimentos complexos e, obviamente,
relacionam‐se entre si. A Matemática sempre foi considerada a ciência dos
números; das representações do espaço e do tempo; dos fundamentos
metodológicos para as ciências; dos padrões de representação de entidades
aritméticas,algébricas,geométricas,lógicasetopológicas.Hoje,podemosdizerque
elaéumaciênciaqueestudaosmodelosepadrõesabstratosdasrepresentações
humanasdanaturezaedacultura.
Porseulado,asArtesrelacionam‐seàsatividadeshumanasatravésdesuas
característicasestéticas.O conceitodeobjetoartístico tratadoqueé “belo”edo
que é “admirável”. Segundo a Teoria Semiótica de Charles Sanders Peirce, a
Estética é uma ciência abstrata que fornece princípios para as ciências menos
abstratas:aÉticaeaLógica.Astrêsformamas“CiênciasNormativas”que,segundo
o filósofo e matemático que elaborou a Teoria Semiótica, são aquelas voltadas
“para a compreensão dos fins, das normas, e ideais que regem o sentimento, a
conduta e o pensamento humanos.” (SANTAELLA, 1994, p. 113). Assim, os
conceitos artísticos e estéticos que pretendemos abordar neste texto, que foram
inicialmenteformuladosporPlatãoeAristóteles,estãoemconstantemodificação,
chegandoaosnossosdiasapresentandoumagrandevariedadedepossibilidades
de padrões estéticos. E, para melhor compreender a evolução histórica destes
conceitos,énecessáriodizerqueaEstéticadeveserobservadapelosparadigmas
deseutempoeéfrutoderelaçõescultura,sociais,econômicasepolíticas.
Também analisaremos as Mídias que, aqui, serão consideradas como
artefatos, suportes materiais, interfaces físicas que criamos para apresentar os
signos. O processo de elaboração de conhecimento estrutura‐se através das
Linguagenseapresenta‐seatravésdasMídias.Noentanto,elas,antesdetudo,são
meios que, por si só, não geram significados, mas determinam os limites e
estruturasdoquequeremostransmitir.
Artes, Matemática e Mídias, em determinados momentos históricos,
definem princípios sintáticos, semânticos, linguagens e paradigmas que se
relacionam entre si e com todas as outras formas de conhecimento. A primeira
característicaqueobservamosentreelaséqueseestruturampelalinguagemesão
signosque representamobjetosdanaturezaeda cultura.AsArteseMatemática
são linguagens que possuem fins específicos e bem determinados, e como tal,
precisamdosmeiosdecomunicaçãoparaestrutura‐lasemseusconteúdos.Defato,
elassãodeterminadaspelasMídiase,comodeclaraMarshallMcLuhan,“omeioéa
mensagem” e, assim, destacamos a impossibilidade de separar mídia de seu
conteúdo.AsArteseMatemática,enquantolinguagem,produzemconteúdoenão
podemserobservadasindependentedasMídiasqueasgeram.
.
Oprocessodeabstraçãomatemático
Iniciemos esta pesquisa pelaMatemática. Os interesses apresentados por
ela, historicamente, nunca foram os mesmos. Na Babilônia, em 2.100 a.C., os
matemáticos estudavamosnúmeros e as relaçõesdeordem, grandeza emedida
dos elementos da natureza. Estudavam aritmética, álgebra, geometria, técnicas
para medir, contar e calcular tudo que era possível de ser quantificado;
observavamosperíodosdetempoeasquantidadesdechuvadasenchentesdoRio
Nilo.Defato,nestemomento,nossoolharparaossignosmatemáticosnãoeraem
suas características abstratas, mas sim, pelas relações discretas que produziam
comosnúmerosecomasrepresentaçõesespaciaisetemporaisequeserviampara
quantificarascoisasaonossoredor.
Umdosprimeirospensadoresarefletirsobreosmodelosderepresentação
matemático e geométrico foi Euclides. Em 300 a.C. ele publicou 13 livros
denominados “Os Elementos” que abordavam conceitos, postulados (axiomas),
teoremasedemonstraçõesmatemáticasque,demodoconsistente, formulavamo
quehoje conhecemos como sendo aGeometriaEuclidiana.Os textosdeEuclides
definiam os conceitos de ponto, reta, plano, ângulos e ângulo reto. E, por este
último,éramosencaminhadosdiretamenteaoconceitoderetasparalelas, figuras
planas, sólidos, teoria dos números, proporções, enfim, a um conjunto de
proposições matemáticas que, hoje, sabemos que estudam as representações
numéricaseespaciaisatravésdométodoaxiomático.
Nascia assim, um dos primeiros modelos abstratos de representação da
linguagemMatemáticaque,emsuagênese,observaosfenômenosreaisdomundo,
mas, que logo a seguir, excluiu a possibilidade de relação destes elementos com
qualquertipodeexperiênciadarealidade.EstemodelodeuorigemàGeometriade
Euclides que, até omomento, define conhecimentos importantes para as nossas
representações espaciais. Para Samuel Y. Edgerton, em "TheHeritage of Giotto's
Geometry" são três as condições que a Europa, a partir do século XII, dispunha
para realizar a gênese damoderna ciência. A primeira, de caráter religioso, traz
consigooconceitoéticode"leinatural",noqual,omodeloéfixado"apriori"por
padrõesmoraisestabelecidosporumúnico"Deus".Asegunda,decaráterpolítico,
se traduz na rivalidade entre os estados‐cidades e uma economia baseada no
Sistema Capitalista Mercantilista Burguês. A terceira, de caráter lógico e
matemático, tratava do Sistema Geométrico Euclidiano que permitiu tanto ao
artistaquantoaocientistaconstruirnossosmodelosderepresentaçãodomundo,
através de uma ordem "natural", finita, mecânica, suscetível de demonstração
atravésdededuçõeslógicasmatemáticas.(EDGERTON,1991,p.12).
Este momento histórico vem marcado pelos valores materiais e de
racionalidade e os registros deixados pelos pensadores da época, consagram o
caráter histórico da civilização e os valoresmateriais apoiados namatéria e na
razão que, apesar de unir duas vertentes de pensamento, a grega e amedieval,
tambémpossuicaracterísticasindividuaisenquantomomentohistórico.Essesdois
fundamentosquesãoformadoresdopensamentorenascentistapermanecemvivos
atéosdiasdehojee,deumaformasintética,modelamohomemdamodernidade.
Nocapítulo"Geometria,ArteRenascentistaeaCulturaOcidental",notexto
deEdgerton,encontramosdiretrizesquenos levamacompreenderestecicloem
suatotalidade.NoséculoXVII,osfilósofosnaturalistas:Kepler,Galileu,Descartes,
FrancisBaconeNewtontinhamqueaGeometriaPerspectivaestabeleciaconceitos
óticosbaseadonoprocessofisiológicodapercepçãovisualhumana.Dessaforma,
rompiam com o princípio medieval de uma "Geometria Divina" que permitia
representar, através das Artes, a essência da realidade e, assim, ao visualizar as
obrasdeArtesestaríamosrevivendoomomentodivinodaCriaçãodoUniverso.
Este método, até hoje, permite representar as coisas ao nosso redor e
traduzir,emmedidas,osobjetoseoshomens.Defato,elenãosórepresentanossa
percepção do presente, mas torna‐se uma ferramenta para reproduzir o futuro,
simulando‐o.AciênciamodernadevemuitoàGeometriaestruturadaporEuclides,
atalpontoque,AlbertEinstein,emdefesadesuateoriadarelatividadeebaseado
nas geometrias não‐euclidianas, chamou, a primeira de uma das maiores
realizaçõesdetodosostempos.(EDGERTON,1991,p.12).
A Geometria Euclidiana produz figuras e imobiliza asmáquinas com seus
procedimentos de representação, mas somente a álgebra formula e explica os
fundamentos mecânicos dessa mesma máquina, afirma o cientista e historiador
MichaelMaloney e, assim, a álgebra e amatemática são igualmente importantes
comociências,paraasarteseparaosprincípiosque formulamqueouniversoe
todasascoisasoperammecanicamente.
Hoje,baseadonomodelorenascentista,podemosafirmarqueaMatemática
desenvolve‐seno interiordopensamentohumano, comoummodelomental. Ela
nasceapoiadaemsignoscriadospelarazãohumanae,assim,éaciênciaquetira
conclusões lógicasdequalquer tipodeconjuntoderegraspré‐estabelecidas,não
dando importância às relaçõesdestes signos comos seusobjetos e comos fatos
naturaisdomundo,apesardeestarintimamenterelacionadacomosfenômenosde
mesmanaturezaqueela.
Além de ser reconhecida como a linguagem dos números, a Matemática
tambémauxilianasreflexõessobreacogniçãohumanaeoprocessodecriaçãoe
deelaboraçãodeconhecimento.Elapermiteconstruirmodelos lógicosqueestão
baseados na percepção dos fenômenos, e se apresentam através das
representações lógicas,gráficasementaisque,aoseremvisualizadasatravésdas
imagens, gráficos, esquemas e diagramas, permitem observar a estrutura dos
modeloslógico‐matemáticos.Pitágoraseseusseguidoresafirmavamquedevemos
construir modelos lógico‐matemáticos para explicar os fenômenos que
observamosnomundo.JáofilósofoematemáticoCharlesSandersPeirce,emseu
texto sobre a "Consciência da Razão", publicado em "The New Elements of
Mathematics",afirmavaque
as expressões abstratas e as imagens são relativas ao tratamentomatemático. Não há nenhum outro objeto que elas representem. Asimagenssãocriaçõesdainteligênciahumanaconformealgumpropósitoe, um propósito geral, só pode ser pensado como abstrato ou emcláusulas gerais. E assim, de algummodo, as imagens representam outraduzem uma linguagem abstrata; enquanto por outro lado, asexpressões são representaçõesdas formas.Amaioriadosmatemáticosconsidera que suas questões são relativas aos assuntos fora daexperiência humana. Eles reconhecem os signos matemáticos comosendo relacionados com o mundo do imaginário, assim, naturalmenteforadouniversoexperimental. (...)Todaa imageméconsideradacomosendo a respeito de algo, não como uma definição de um objetoindividualdesteuniverso,masapenasumobjetoindividual,destemodo,verdadeiramente, qualquer um é de uma classe ou de outra. (NEM 4,1976,p.213).
Aênfasedas reflexõesdePeirceestãona imagemmental,na imagemque
permiteestabelecer formas,quepossuemaspectosdiagramáticosedefine‐senas
expressõesmatemáticas, cujoenfoqueestána relaçãoentreoselementosqueas
estruturam.Amatemática traz em si umaperspectiva de percepção que sempre
esteve presente nosmodelos e nas formas de produzir conhecimento dos seres
humanos: nós sempre utilizamos os signos visuais para representar os
pensamentos.
QuandoobservamosestesconceitosverificamosqueaMatemáticatemuma
abordagem altamente complexa e, dada a sua íntima relação com a Lógica,
podemosafirmar,assimcomoPeirce,queasduassãociênciasdemesmanatureza
edeterminamasformasdeorganizaçãodoconhecimentohumano,semquestionar
deondeelevem.Porprincípio,aMatemáticaéumaciênciaquenadatemavercom
qualquer fato real, a não ser com fatos abstratos que extraem de si própria. E,
dessemodo,confirmandonossahipóteseinicialarespeitodopensamentohumano
ematemáticoe,baseadonafilosofiasemióticadePeirce,encontramosnaspalavras
de Lúcia Santaella, uma resposta para esta formulação. Para ela e para esse
pensadoramericano,
é verdade que as ideias, elas mesmas, podem ser sugeridas porcircunstânciasmuito especiais;mas amatemática não se importa comisso.Elaé,assim,comoacontemplaçãodeumobjetobelo,excetoqueopoeta o contempla sem fazer perguntas, enquanto o matemáticopergunta quais são as relações das partes de suas ideias umas com asoutras.(1993,p.158).
A principal atividade daMatemática é descobrir as relações internas dos
sistemas, sem identificar o objeto a que ela se refere.Por isso, ospesquisadores
sempre estiveram preocupados com todos os tipos de representações que
comportam a Matemática, em particular, com as relações entre os signos no
interior de sua própria estrutura, preocupando‐se com os estímulos visuais e
mentais recebidos.As imagenssãorepresentaçõesdosmodelosqueconcebemos
mentalmente, isto é, são signos visuais que exteriorizam o comportamento de
nossasideiasabstratas,porisso,são“signosvisuais”querealizamnossas“imagens
mentais”.
Nesta reflexão sobre aMatemática e as Artes damos ênfase aos aspectos
visuaisediagramáticosdasimagensedasexpressõesmatemáticas,cujosenfoques
estãonasrelaçõesentreosdiversoselementosqueasestruturam.AMatemáticaé
umsistemadesignos,cujagramáticasemprefundamentouodiscursoracionalista
tecno‐científicodaculturaocidental.OmatemáticoBrianRotman,deacordocom
esta afirmação, diz que as normas, diretrizes e leis deste discurso sempre
estiveramprofundamentemarcadaspelosprincípioseestruturasmatemáticasem
umnívelsimbólicoelinguístico(1988)e,ainda,complementandoestaafirmação,
Peirce diz, que também em um nível diagramático. (1983, p. 42) De fato, nossa
escolha recai sobre os valores da cultura ocidental, porque é dela que emanam
nossas crenças e percepções do mundo. Podemos evoluir em nosso raciocínio
tentandocompreenderoutrasculturas,mas,obviamente,nuncadeixaremosdever
esteobjetodeestudocombasenoparadigmadepercepçãoocidental.
CAPÍTULO01–CONCEITOSBÁSICOS
1.1 ALinguagemnasArtesenaMatemática
Amatemáticaéumalinguagemqueestárelacionadaàcogniçãohumanae
ao processo de elaboração de conhecimento. Através dos desenhos, imagens,
gráficos, diagramas e esquemas, verificamos que nossa percepção visual é
carregada de princípios abstratos, lógicos e matemáticos. Deste modo
encontramos muitos pontos de similaridades entre Artes e Matemática,
especialmente, quando observamos estas duas áreas de conhecimento sendo
modificadopelasmídiasquecriamosaolongodahistória.
1.1.1AEtnomatemática
Oenfoquequepretendemosdaraestetextotembasenaculturaocidental,
noentanto,iniciaremosnossareflexãoporaspectosqueconsideramosapartirde
outras culturas e etnias. Ubiratan D’ Ambrósio (1990), com a noção de
“Etnomatemática”,afirmaqueoconhecimentomatemáticoestápresenteemtodas
as formas culturais e que, ao manejar números, quantidades, medidas, relações
geométricas, imagens gráficas, padrões de representações e os conceitos
matemáticos, estamos fazendo “Etnomatemática”. Para ele, este conhecimento
situa‐senumatransiçãoentreamatemáticaconvencionaleaantropologiacultural.
Eassim,asraízesdenossoconhecimento
é na verdade uma etnomatemática que se originou e desenvolveu naEuropa,tendorecebidoalgumascontribuiçõesdascivilizaçõesindianaeislâmica e que chegou à forma atual nos séculos XVI e XVII, e entãolevada e imposta a todo o mundo a partir do período colonial. Hojeadquire um caráter de universalidade, sobretudo em virtude dopredomíniodaciênciaedatecnologiamodernas,desenvolvidasapartirdoséculoXVIInaEuropa.(D´AMBROSIO,2000,p.112).
Observemosentãoa“Etnomatemática”aplicadaaosaspectosdaculturanão
ocidental relativa à topologia das imagensproduzidasnas pinturas rupestres, às
produções dos chapéus côncavos e convexos da cultura Chilkat e relativa aos
padrõeslógicosqueformamastramasdascarteirasdepalhadaculturaafricana.
1.1.2Aspectosrelativosàtopologiadasimagens
Oregistrodopensamento,emalgumtipode imagem,sobrealgumtipode
suporte,vemsendorealizadopeloshomensdesdeapré‐história.Juntocomestas
representações temos a necessidade de determinar parâmetros para realizá‐las.
SãoconhecidasasimagensdostourosgravadasnaspedrasdacavernadeLascaux,
naFrança,com5metrosdecomprimento.E,parece fácilcompreenderque,para
realizá‐las, sempre foi necessário um conhecimento técnico e um procedimento
lógico‐matemático espacial a fim de conceber representações tão grandes, com
suasdevidasproporções.Parautilizaróxidomineral, ossos carbonizados, carvão
vegetal e o sangue dos animais abatidos na caça com a intenção de representar
imagensnaspedras,ohomemnecessitouplanejarestatarefa,assimcomo,também
planejoualógicadesuasrepresentações.
Amodelagemlógicadasimagensdostourosexigiuumprincípiotopológico
de representação que, por sua vez, era a forma imagética para fixar uma
representação,umdesenhos,ouainda,eraaformaxamânica,místicaoureligiosa
paradominarosanimais,facilitandosuacaça.(SOGABE,1996,pp.59‐64)
Os homens da pré‐história acreditavam que as imagens serviam para
delinearasaçõesdodiaadia.Desdeosprimeirosregistrosasimagensjápossuíam
acaracterísticadeseremcientíficas.Alémdeestabeleceremas formasdenossos
modelos de representação, através de regras de proporcionalidade, também
serviamparacontabilizaraspessoas,osanimaiseascoisasdocotidiano.Assim,o
homem se mostrava científico desde a pré‐história. Primeiro rudimentarmente
comseusregistrosnaspedrasedepois,comrepresentaçõesmaisdetalhadasdas
imagensdasplantas,daanatomiahumanaeanimal,atribuindoacaracterísticade
serumregistrodoolhar,istoé,aimagemésemelhanteaoolhar(SOGABE,1996).
Inicialmente, as imagense as estruturas geométricasqueorganizavamasnossas
representações em desenhos e pinturas, eram executadas somente com técnicas
artesanaisemanuais.
Os estudos preparatórios dos elementos utilizados em suas pinturas[Leonardo da Vinci], comoos das pesquisas de plantas para ‘Leda andthe Swan’ (Meyer, 1989), foram os resultados de uma observaçãoapuradadanaturezaedeumregistroprecisodasplantas,nosmínimosdetalhes. Esses registros, buscando uma fidelidade maior com o real,iniciam também a necessidade de um olhar mais minucioso sobre anaturezarevelando,emconsequência,novosconhecimentos.(SOGABE,1996,p.62).
É trivial deduzir que as imagens encontradas desde a pré‐história até
recentemente, passando pelos egípcios, babilônios e gregos, possuem
características topológicas e a capacidadede representar quantidades,mensurar
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expõemaidentidadesexualdosdoisatoresesuarelaçãosexual.Asrochasquesão
os suportes destas pinturas mostram que as figuras humanas são desenhadas
como se estivessem na superfície do solo, na qual as duas pessoas interagem
sexualmente.
OestudodosgrafismosdeaçãodaTradiçãoNordestepermiteconstatarque, segundo as modalidades estilísticas, os autores recorrem àsdiversassoluçõesparaestabelecerasrelaçõesdeprofundidadeentreoselementosda composiçãopictural.Vemosvárias formasde tratamentodoespaçoedarepresentaçãodeprofundidadeentreoscomponentesdoagenciamento pictural. Um destes procedimentos consiste nasuperposição de diferentes planos paralelos horizontais aos quais sãodispostos componentes de uma representação, de tal sorte que pareceachatado sobre o plano bidimensional, a percepção da profundidadeexige do observador um ato imaginário de destacamento da figura. Apartirdestaoperaçãodebase,osprocedimentosutilizamosrecursosdeobliquidadequecontribuemparaproduzirumaverdadeirapercepçãodeprofundidade, pois significaumcrescendoedecrescendo,domomentoqueévisto,comoumdesvioouaproximaçãogradualdaposiçãoestáveldaverticalidadeehorizontalidade.(PESSIS,1987,p.69).
Nestas formas de representação gráfica podemos constatar claramente as
estruturas lógico‐matemáticas de caráter topológico que são necessárias para
elaborarestesdesenhos.Apesardeelasseremrealizadassobreaspedras,quesão
suportes tridimensionais, podemos vê‐las como representações bidimensionais
que,facilmente,seriamrealizadasemfolhasdepapel.Elasexigemumaconcepção
doespaçotopológicoque,certamente,temdimensionalidadeeproporcionalidade.
Estas são características das estruturas lógicas e matemáticas destas imagens.
Estes registros cravados nos diversos tipos de suportes usados na pré‐história
possuem estruturas topológicas e, portanto, lógicas e matemáticas, ao serem
elaborados.
Na figura a seguir observamos uma das mais belas representações com
imagens de homens, animais e muitas formas repetidas, mostrando as noções
topológicas nas quais identificamos a espacialidade corporal e sistemas de
contagemequantificação. Esta imagem,realizadanaTocadoBoqueirãodoSítio
daPedraFurada,emSãoRaimundoNonato,noParqueNacionalSerradaCapivara,
foi produzido por Marcelo da Costa Souza, que utiliza recursos computacionais
paradigitalizá‐la.Oprocessodeobtençãodestaimagemeseutratamentográfico,
através dos meios de produção eletro‐eletrônicos, suscitam uma série de
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porém, alguns procedimentos lógicos,matemático e topológico, semelhantes aos
utilizados nas imagens rupestres, são necessários na construção destas peças
artesanais.
Deixando de lado estas representações que foram realizadas de forma
independente dos rigores matemáticos da cultura ocidental, vamos retomar o
pensamento de Ubiratan D´Ambrosio e constatar que emmuitas civilizações do
passado,comoasdosastecas,dosmaias,dosincas,dasquehabitaramasplanícies
daAméricadoNorte,daAmazônia,daÁfricasubequatorial,dosvalesdosIndus,do
Ganges, do Yang‐Tsé e da Bacia do Mediterrâneo, desenvolveram importantes
princípios no campo da matemática. Introduzindo o próximo aspecto que
queremosanalisarnestetexto;sãoasquestõeslógicasdosmodelosmatemáticos.
A civilização egípcia, que à cerca de 5.000 AP (antes do presente), deu
origemaconhecimentosutilitárioseespeciaisnamatemática(D´AMBROSIO,2000,
p.34),estábaseadaemrepresentaçõesquetratavamdasmedidasdasterrasede
aspectosrelativosàastronomia.OsegípciosconstataramqueasinundaçõesdoRio
NiloocorriamdepoisqueSirus,aestreladocãoqueapareciaa leste, logoapóso
nascerdoSol(BOYER,1974,p.9).Após365dias,estasituaçãodealagamentodas
terrasdoEgito,voltavaaacontecere,assim,osegípcioselaboraramumcalendário
solarqueavisavasobreasinundações.Elesutilizaramprocedimentosmatemáticos
deregistrodotempoepraticavamumamatemáticautilitária,assimcomoospovos
damargemsuperiordoMediterrâneo,osgregos,tambémusavamamatemáticada
mesmaforma.Noentanto,
ao mesmo tempo, desenvolveram um pensamento abstrato, comobjetivos religiosos e rituais. Começa assim um modelo de explicaçãoque vai dar origem às ciências, à filosofia e à matemática abstrata. Émuito importante notar que duas formas de matemática, uma quepoderíamoschamardeutilitáriaeoutra,matemáticaabstrata(outeóricaou de explicações), conviviam e são perfeitamente distinguíveis nomundogrego(D´AMBROSIO,2000,p.35).
Nossoobjetivoaoabordaraspectosmatemáticosdemomentosprecedentes
aosdaculturaocidentaledeculturasdiferentesdanossa,nãoédereconstruira
história da matemática ocidental, mas simplesmente, de apresentar algumas
reflexões sobre as imagens e as matemáticas produzidas por estas culturas.
Poderíamos,ainda,estardestacandoaspectosmatemáticosdaGréciaedeRoma,
no tempo de Platão eAristóteles, ou analisar profundamente “Os Elementos”de
Euclides,ouainda,tecercomentáriossobreostrabalhosrealizadosporPitágorase
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1.1.4A
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lógicosquedefinemosmodospossíveisdeconstruçãodasformasgeométricasdas
carteiras, são elaborados diante do ato de se tramar as próprias produções
realizadasemtecelagem.
Verificamos que a série de figuras gerada através dos paralelogramos
dentadoséequivalenteaoitoportreze,ouseja,oitotirasoblíquas,sendocadauma
delas composta por treze quadrados. Isto forma um período fixo no qual os
desenhos produzidos se repetem e, assim, as formas são confeccionadas nas
possibilidades desta estrutura. Gerdes e Bulafo elaboraram a classificação lógica
das formas geométricas apresentadasnas carteiras, naqual é possível distinguir
seteclassesdistintasdepadrões.Segundoestesdoisautores,asfitaspodemser:
1) Padrões‐de‐fita que apresentam ao mesmo tempo uma simetria vertical, uma
horizontaleumarotacionalde180graus;
2) Padrões‐de‐fita que apresentam ao mesmo tempo uma simetria vertical, uma
simetriatranslacional‐refletidaeumarotacionalde180graus;
3) Padrões‐de‐fitaqueapresentamaomesmotempoumasimetriavertical;
4) Padrões‐de‐fitaqueapresentamaomesmotempoumasimetriahorizontal;
5) Padrões‐de‐fitaqueapresentamumasimetriarotacionalde180graus;
6) Padrões‐de‐fita que são apenas invariantes sob uma reflexão translada (ou sob
umatranslaçãorefletida);
7) Padrões‐de‐fita que são apenas invariantes sob uma translação e que não
apresentamnenhumaoutrasimetria(Gerdes;Bulafo,1994,pp.79‐80).
Anoçãodesimetriageradaporestesistemaderepresentaçãogeométrico
dascarteirasdeMoçambiqueéummodelodeterminadologicamentepelastramas
dasfitasdepalha.E,defato,osaxiomaslógicosquedefinemosmodospossíveisde
construção das formas geométricas das carteiras, são elaborados pelo ato de se
tramaredeseperceberasconsistênciasdaprópriaestruturadatecelagem.
Verificamos que a série de figuras gerada através dos paralelogramos
dentadoséequivalenteaoitoportreze,ouseja,oitotirasoblíquas,sendoqueelas
são compostas por treze quadrados. Isto forma um período fixo no qual os
desenhos produzidos se repetem e, assim, as formas são confeccionadas nas
possibilidadesdestaestrutura.Nafiguraaseguirpodeseverificaraestruturasdas
tramasquefazemoscesteiros.
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para os quadrados horizontais e verticais. Já em outro livro, "Explorations in
ethnomathematicsandethnoscienceinMozambique"(1994),organizadoporPaulus
Gerdes,vamosencontrarváriosautoresrefletindosobreasquestõesmatemáticas
eeducacionaisrelativasàsciênciasnasproduçõesafricanasdoséculo21.Todosos
textosabordamaciência"etnomatemática"easpectosmatemáticosdalinguagem
e da aritmética mental dos africanos, em especial, sobre a cultura realizada em
Moçambique.
1.1.5 Amatematizaçãodasciênciasnacontemporaneidade
Aqui, nosso objetivo é realizar uma abordagem dos signos artísticos e
matemáticos atravésdasmídiasdandoênfase àsquestões lógicasdavisualidade
que são relativas ao contexto contemporâneo. E, de fato, contribuir para atingir
outros níveis de complexidade e observar emergências através das análises que
realizaremos.ParaSantaellaeNöth,fundadosnospensamentosdePeirce,todasas
ciênciascaminhampara
aumentaremgradualmente seu nível de abstração até se saturaremnamatemática,querdizer, a tendênciade todasas ciênciasé se tornaremciências matemáticas. O conglomerado de ciências, que hoje recebe onomedeciênciacognitiva,pareceestarnocaminhodecomprovaressasugestão.(1998,p.90).
Hoje, as imagens digitais existem durante o tempo de processamento e de
exposiçãoatravésdasmídias.Elassãoconstruídase,emseguida,destruídaspara
darem lugar às imagens que as substituíram. Nossos sistemas de percepção são
“imagensemprocesso“ou“imagensvirtuais”quesãogeradasapartirdemodelos
lógicosligadosàsmídias,porissoatotaldependênciaconceptualquecarregamde
seussuportes.
As“ImagensMatemáticas”(HILDEBRAND,2001)sãoconcepçõesvisuaisem
processo que adquirem valores diferenciados quando são compreendidas
relacionadasàs linguagensqueasgeramcombasenosprincípiose fundamentos
domomentohistóricoemquesãoconcebidas.Observaressesaspectosassociados
às tecnologias emergentes1 nos levou a conectar três realidades aparentemente
1 As Tecnologias Emergentes são aquelas que nascem a partir dos meios de comunicação e
informação no mundo contemporâneo. A curto prazo (próximos doze meses) considera‐se TecnologiaEmergente aquela que é utilizada para produção e distribuição de conteúdonos ambientes colaborativos,participativosesociaisequeutilizammídiasatuais;amédioprazo(2‐3anos)sãoasquetrabalhamcomosconteúdosabertosedispositivosmóveisea longoprazo(quatrooucincoanos)sãoossistemasquelidamcom as “coisas”. O foco desta pesquisa concentra‐se em desafios a curto emédio prazo, em particular, as
disti
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mate
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odelos, dia
magens me
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atravésdas
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acional da
tosmentai
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riativo, exp
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agens sem
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s obrigado
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que quer
o de elab
esboços, e
ue possibi
stoMorto,Giotto,deVic68,p.22‐23.
epelarevol
ejartudoa
perspectiva
locativas. De
ologia, biotecnial.
põem
agem
sários
s dos
ectos
ico, e
ticos.
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ciado
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mpre
ãodo
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ar o
emos
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nfim,
litem
tor
lução
oseu
as fez
e modonologia,
com que tivéssemos a capacidade de representar, numa superfície plana,
elementosgeométricossimulandotrêsdimensões.
Comecemosentãopelaobservaçãodasrepresentaçõesartísticasdofinalda
Idade Média e do começo do Renascimento, mais especificamente, as pinturas
realizadasporAmbrogiottoBondone,conhecidocomonomedeGiotto,quenasceu
porvoltadoséculoXIII.Asobrasdesteartistacomeçamaconsagrarummodelode
representação visual e lógicomatemático realizado por volta do século III AC: a
geometria euclidiana. Hoje, a obra de Euclides de axiomatização dos elementos
matemáticoséconsideradaaprimeiratentativadesistematizaçãonamatemática.
Estaformadeelaboraçãogeométricapodeservisualizadanaspinturasrealizadas
porGiotto.Claroquenestemomento,aspinturasnãoadotavamprocedimentosde
perspectivatãoelaboradoscomoiremosvernasobrasdoRenascimento.
Comestemodelo,apartirdoséculoXIII,conseguimossimulareplanejaros
ambientesreaiseimagináriosutilizandoimagenscombasenomodeloeuclidiano.
SegundoSamuelY.Edgerton,emseutexto"TheHeritageofGiotto'sGeometry‐Art
and Science on the Eve of the Scientific Revolution", três são os aspectos que
modificam nosso paradigma de percepção neste momento: um político, um
religiosoeummatemático.Paraele,osfatoresquecontribuíramparaasgrandes
mudanças a partir do período renascentista foram: a política de rivalidade nos
estados‐cidadessustentadaporumaeconomiacapitalistaburguesamercantilista;
o conceito ético religioso de "leis naturais” concebidas a partir de um modelo
fixado "apriori"queadmitiaaexistênciadeum"Deus"únicoe, finalmente,uma
filosofiaparaapintura,queadotavaprincípiosbaseadosnaestruturaaxiomáticae
matemáticadageometriaeuclidiana.(1991,p.12).
Escolhemos o ciclo materialista industrial ocidental, obviamente, porque é
dele que emanam nossos valores, fundamentados na matéria e na forma de
produzirdaculturaocidental, assim,omodeloqueadotamosparaanalisarestes
signosestãoapoiadosnosmeiosdeproduçãopré‐industrial,industrialmecânicoe
industrial eletro‐eletrônicos e digital, que analisaremos a seguir. Não seguimos
rigorosamente uma segmentação histórica, uma vez que entendemos que as
mudançasdepadrõeseparadigmasnãoocorreminstantaneamente,nemdeixam
de existir na passagem de um ciclo a outro, verificamos que tudo deve ser
estruturadodemaneiraorgânica,não comoummundo comvaloresque tenham
tidomomentosdeascensão,apogeuedecadência.
De fato, ainda hoje, nossa cultura está impregnada pelo paradigma
cientificista sustentado no modelo cartesiano, que tem como principais
fundamentaçõesteóricasospensamentosdeDescartes,NewtoneBacon.Paraeles,
qualquersistema,pormaiscomplexoquefosse,poderiasercompreendidoapartir
das propriedades das partes e, automaticamente, a dinâmica do todo se
explicitaria. Acreditamos hoje numa evolução e que nossos sistemas são como
“holarquias”(LAURENTIZ,1991),onde
parteetododeixamdetersentidosisoladosepassamacomporumsistemaúnico,íntegroecoeso....Omododepensaroriental,com sua maneira intuitiva de estabelecer valores, aponta namesmadireçãoquandoafirmaque"ocaminhoecaminhantesãofundamentalmenteumacoisaúnica formandoum todo,ondeoprimeiro não existe isolado do segundo, e muito menos esselongedoprimeiro.(HILDEBRAND,1994,p.14).
Cadacicloaquicitadofazpartedaevoluçãodeummodeloque,antesdeser
determinado, é um processo de investigação científica, onde acreditamos no
caminhopercorridoembuscadasverdadesmaisdoqueemsuadefiniçãoabsoluta.
Quandodaelaboraçãodenossadissertaçãodemestrado,tínhamosemmenteum
princípiofragmentárioclaramentecartesiano,sabíamosserdifícilabandoná‐lopor
completo, uma vez que nossos princípios eram frutos deste modelo. Hoje, não
totalmente desvinculados das formulações de Descartes, acreditamos em um
modelo com valores mais harmônicos baseado na obra e filosofia de Charles
SandersPeirce.
1.1.6.1Ociclopré‐industrial
Ascidadescomeçamacrescer.Alémdasmuralhasqueprotegemosburgos
ainda se pode ver, no horizonte, o infinito, o irreconhecível, o imponderável, o
místico: a IdadeMédia.Umanovavida se abre coma expansãomarítima, coma
economia comercial e monetária e com o gradativo abandono dos castelos
medievais.Oscentrosculturaisdeslocam‐sedocampoparaascidades.
A população está em constante movimento: os cavaleiros através das
cruzadas,osmercadoresqueandamdecidadeemcidade,oscamponesesdeixam
suasterrasparavirarcomerciantes,osartistaseartesãosvagueiamembuscade
trabalhoenfim,omundomove‐seeohomempercebeessemovimento.
Os princípios estabelecidos pela fé começam a cair por terra diante de
duas formas de conhecimento: a teologia e a filosofia. A Igreja como uma
instituição soberana permanece viva ditando normas, regras e valores, em
particular, estabelece um conceito éticomoral de "lei natural" definido por algo
superioraos sereshumanos. (EDGERTON,1991,p.14).De fato,nossas reflexões
começam na Idade Média, num momento em que tínhamos uma percepção
relacionada aos valores místicos da cultura medieval e à crença que tudo era
orientadopor leis naturais estabelecidaspor algo superior anós; acreditávamos
emumDeusonipotenteeonipresente.
Deoutrolado,tínhamosacrençaque,osistemageométricoconhecido,combases
nateoriadomatemáticoEuclides, fosseumsistema lógicodivinoorganizadopor
leisdanaturezaedopensamentohumano.Nossossensoreseramapenasnossos
órgãos sensitivos. Os nossos olhos, mãos e mentes estavam a produzir
conhecimentoscalcadosnasparticularidadesdosindivíduos.Avidadocamponos
fazia conviver com as forças da natureza e para suportá‐las éramos obrigados a
respeitá‐las,admitindo‐lhesumcarátermístico.
Nas artes plásticas a perspectiva linear com apenas um ponto de fuga
resumiaumasituação,naqualaobradearteéumapartedouniverso,comoeleera
observado, ou, pelo menos, como deveria ser observado, na percepção de um
indivíduo,istoé,apartirdeumpontodevistasubjetivo,nummomentoparticular.
Dürer,parafraseandoPieroDellaFrancesca,afirmavaque“primeiroéoolhoque
vê; segundo, o objeto visto; terceiro, a distância entre um e outro"
(PANOFSKY, 1979, p. 360). No final deste período, haviam sido construídas três
formasde sepensar a ciênciadoespaçoedosnúmeros, todas elasbaseadasem
uma visão geométrica intuitiva fundada na observação, isto é, numa percepção
matemáticaeuclidianaespacial.
Aproduçãoartesanalimprimiaasmarcasindividuaisdoprodutornoobjeto
criado. Percebemos também que todas as teorias matemáticas olhavam para os
seus objetos de estudo pelo aspecto geométrico e euclidiano com bases na
obse
utiliz
instr
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hum
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prop
hum
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Estávamosdiantede formasde representaçõesbaseadasno sistemaperspectivo
lineareosensocomumeraasimetria,oequilíbrio,aordenaçãoeamensuração.
A matemática, na tentativa de estabelecer uma projetividade espacial,
operava sobre conceitos semelhantes aos dos artistas, isto é, apesar de tentar
representar as formas geométricas de maneira espacial, não ia além de uma
convenção planimétrica do espaço, concebendo assim, um sistema de ordem e
medidacalcadonadeformaçãodosobjetoseemsuaprojeçãosobreumplano.Para
GilesGastonGranger,omatemáticoDesarguestinhaummétododeprojeçãoede
construção perspectiva que era uma transformação e que permitia passar do
espaço ao plano. Porém, de fato, era apenas uma deformação particular dos
comprimentos.Poroutrolado,aindasegundoGranger,
omatemáticoDescartesdiziaque"osproblemasdegeometriafacilmentepodem ser reduzidos a termos tais que, depois disso, só haverianecessidade de conhecer o comprimento de algumas linhas retas parapoderconstruí‐los.(GRANGER,1974,p.64).
É evidente que quando Desargues e Descartes referiam‐se a comprimento,
importam‐se apenas com as distâncias que se desdobravam em duas direções,
comprimentoelargura;remetendo‐nosdefinitivamenteaoplano.Severificarmos
as obras destes dois autores, como também dos outros matemáticos
contemporâneos a eles, nós notaremos que a percepção espacialmatemática da
épocaera fundamentalmentebidimensional.Elesdefiniamconceitoseoperavam
com modelos que tinham suas bases em signos geométricos extraídos da
antiguidade clássica. A geometria e suas projeções, tanto na arte quanto na
matemática, eram de concepção euclidiana; a única forma conhecida de
representaromundoatravésdasimagensvisuaisnaspinturasedeinterpretaros
espaçosmatemáticos.
1.1.6.2Ocicloindustrialmecânico
O homem deixava de ser passivo e iniciava um processo imposição de
relações lógicas ao universo que o cercava. O sistema artesanal de produção
gradativamente dava lugar à produção em série, imprimindo cada vez mais
velocidadeaonossosistemaprodutivoeconsequentementeànossapercepção.
Nossos sensores, antes baseados na díade olho‐mão, passam a estar
apoiadosagoranadíadehomem‐máquina.Dividíamoscomasmáquinasaautoria
dosprodutoscriados.Apartirdesseciclo,fomosobrigadosaespecializar‐nosem
áreas de conhecimento, já que, somente assim, acreditávamos poder conhecer o
universoquenoscercava.Nestemomento,segmentávamostudo,oconhecimento
sefaziapelacompreensãodasparteseauniãodelasnoslevariaacompreensãodo
tododenossosistemaprodutivo.Fragmentávamose imprimíamosvelocidadeao
conhecimento,aproduçãoeapercepção.
Poroutrolado,aracionalidadelevadaaoextremoproduziaumpensamento
calcado no inconsciente humano. Num primeiro instante, isso parecia ser
contraditório, porém, passávamos a não ficar nada surpresos, ao admitir que os
sonhos diziam muito mais ao nosso respeito do que poderíamos perceber
conscientemente. O homem via que a máquina lentamente passava a ser um
importantemeiodeproduçãoeassim,conformeWalterBenjamin,consolidava‐se
a industrialização mecânica como período da "reprodutibilidade técnica"
(BENJAMIN,1987,p.170).Aoimplantar‐seonovoprocessodeproduçãodebens,
onde o trabalho das máquinas acrescenta velocidade ao sistema produtivo,
redirecionamos nossas percepções e ações no mundo. Os produtos eram
executados um a um, para um determinado patrono e ganhavam novas
características, assim; a civilização industrial introduzia a serialidade em seu
sistemaprodutivo.
Nas artes podemos verificar que Pieter Bruegel estava preocupado com a
vida dos povos humildes e os costumes populares. Já Caravaggio colocava São
Mateus como cobrador de impostos dentro de uma taberna, tratando os temas
sagrados cotidianamente. David retratava Marat, chefe político da revolução
francesa,assassinadodentrodeumabanheiraporsuasecretária.Goyaexpunhaa
família de Carlos IV a uma situação de deboche, pintava todos os membros da
família real como se fossem um bando de fantasmas e ainda, destacava o rei,
dando‐lheacaradeavederapina.Ingres,comomesmorealismodeDavid,pintava
oburguêsLouisBertinemumatelacomgrandeprofundidadepsicológica.Eassim,
vemos que todos os artistas plásticos estavam a mudar e inovar em suas
produções.
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Voltando nossa atenção para a matemática, verificamos que ela estava
preocupada com a teoria das probabilidades, refletindo as certezas e incertezas
desteuniverso,que,apartirdestemomento,passaaserpercebidaemconstante
movimento e diante de uma infinidade de contradições. A teoria das incertezas
observava os eventos pelas repetidas vezes que eles ocorriam, traduzindo em
quantidades numéricas as possibilidades de ocorrência de um fenômeno. Ao
analisarmos estas questões na probabilidade e no cálculo diferencial e integral
éramos conduzidos ao seio da percepção sistêmica na matemática, uma das
principais questões da modernidade. Esse conceito, se levado às últimas
consequências,mostrava‐nosadialéticatomandocorpo,também,namatemática.
Aanálisediferenciale integral,desenvolvidanestaépoca, fundamentavao
pensamento de quase todos os matemáticos, inclusive do físico Newton. A
matemática chega a uma consistência sistêmica tão profunda, que o Euler, com
apenasumafórmula,conseguiucompatibilizarquasetodaamatemáticaconhecida
atéaquelemomento.Estaexpressãoalgébricareuniuemseuinteriorprincípiosdo
cálculodiferencialeintegral,dateoriadasprobabilidades,dateoriadasséries,da
teoria das funções, da álgebra e também da filosofiamatemática. (DAVIS, 1985,
p.232).
ei=cos+i.sen=‐1ouei+1=0
Todos os ramos do conhecimento matemático, de algum modo, eram
expressos nessa fórmula. Além disto, ela possuía uma áurea misteriosa muito
grande,poisconseguiaabrigaremseuinteriorarelaçãoentreascincoconstantes
mais importantesde todaa análisematemática: e, , i,0e1 (GRANGER,1974,p.88).Nestemomento,paramelhorcompreenderoprincípiosistêmicoquetoma
contadoraciocíniomatemáticoeabuscadeumaunidadeestruturalemtodaesta
ciência,observemosahistóriadageometriaeuclidianaedeseuscincoaxiomas.Ela
conta‐nos que, desde Euclides e de sua axiomatização da geometria em “Os
Elementos” os matemáticos procuravam esta mesma estrutura para as outras
formasdeproduçãodeconhecimentonomundodosnúmeros.
Desdeosgregos,osestudosrealizadossobreoscincoaxiomasdeEuclides,
sempre confirmaram a consistência deste sistema. Isto perdurou até o final do
séculoXIX.OquintoaxiomadeEuclides,omaisconhecidodeles,definiaoconceito
de retas paralelas. Podendo ser enunciado sem nenhum rigor matemático, do
seguinte modo: duas retas são paralelas quando se encontram no infinito. Os
axiomasde1a4sãotriviais,intuitivosetratamdeconceitosgeométricosdefácil
percepção.Nãoformulamquestõesmaisprofundassobreageometriaeuclidiana.
Porém, o quinto axioma, o das retas paralelas, sempre despertou o interesse de
todososmatemáticos,principalmentenoséculoXIX,que,natentativadededuzi‐lo
logicamenteapartirdosanteriores,fazemnascerageometrianão‐euclidiana.Isto
é,abuscadeprovaraconsistênciasistêmicadestageometria levariaohomema
descobrirnovoscaminhosfundamentadosnaestruturaaxiomáticadestemomento
emdiante,fundamentalnodesenvolvimentodoconhecimentonamatemática.
Conhecida como geometria imaginária, e atribuída ao matemático russo
Nicolai Lobachevsky, as geometrias não‐euclidianas surgem a partir da tentativa
de demonstração do último axioma de Euclides. Na impossibilidade de realizar
essa dedução lógica encontram‐se outros espaços topológicos matemáticos,
conhecidoshojecomo:geometriashiperbólicaeelíptica.Elassão,respectivamente,
atribuídasaLobachevskyeaJanosBolyaieG.F.B.Riemann.
Próximo ao começo do século XX, com procedimento semelhante ao que
gerou as geometrias não‐euclidianas, vamos encontrar outra contradição que,
junto com o paradoxo das paralelas, irá reformular os princípios matemáticos
conhecidos até este instante.GeorgCantor, trabalhandona teoriados conjuntos,
emparticularsobrea“cardinalidade”dosconjuntosfinitoseinfinitos,nosconduz
ànoçãodeinfinidadesemmatemáticaeaoconceitodeconjuntosnão‐cantorianos.
Estaquestão, queveremos commaiordetalheno corpodeste trabalho,deve ser
observada intimamente relacionada à noção de quantidade de elementos em
conjuntose,maisprecisamente,deveserassociadaaoconceitodevizinhançaem
matemática.
Os elementos de uma sériematemática infinita podem ser classificados e
ordenados, isto é, podem ser colocados uns ao lado dos outros, criando uma
seqüência infinita de números, determinando assim, a cardinalidade desta série.
Aoconstruirestemodeloestamosenumerandoosconjuntosdenúmerosinfinitos.
Com a introdução destes princípios, na geometria e na teoria dos números,
constatamosqueosmatemáticos,assimcomoosartistas,substituemaconcepção
intuitiva do espaço euclidiano, aceita há séculos, por uma concepção onde a
intuição é primitivista, topológica de caráter sensível. Para omatemático Henry
Poincaré,osaxiomasdageometriasãoconvenções,istoé,
sãoescolhas feitasentre todasasconvençõespossíveisquedevemserorientadas pelos dados experimentais, mas que permanecem livres,sendolimitadasapenaspelanecessidadedeevitarqualquercontradição.(PIRSIG,1990,p.251).
A partir da negação do quinto axioma de Euclides e da introdução do
conceito de conjuntos não‐cantorianos, podemos desvincular nossa percepção
espacial matemática das geometrias e, assim, auxiliados pela teoria axiomática,
somos levados a operar matemática e geometricamente num patamar onde as
generalizações são nossa principal ferramenta. A matemática deixa de ser
construídapormodelosquepossuemcaracterísticasfortementeintuitivasepassa
a ser fundamentada nas teorias axiomáticas e no conceito vetorial que nos
permitemconstruirmodelosabsolutamenteabstratosetotalmentedesvinculados
domundo real. Eles sãobaseados em signos, operações e estruturas, namaioria
dasvezes,impossíveisdeseremassociadosàscoisasdapercepçãointuitiva.
Poroutrolado,olhandoasartesplásticas,verificamosqueduasformasde
expressões sobressaiam. A primeira estabelecia relações com o mundo do
inconsciente, e tinha, no seu principiar, expoentes como, Henri Matisse, Gustav
Klimt e Oskar Kokoschka e suas pinturas retratando o "fin‐de‐siècle", suas
angústias e distorções. Esta forma de conduta podia ser reconhecida no
movimentoartísticodadaístaque, atravésdadeformaçãodeliberadadosobjetos
representados, determinavam uma forma de protesto contra a civilização
industrial.Omovimentosurrealistaacreditavaquesuasproduçõeseramrelativas
às percepções do psiquismo e que poderiam exprimir o verdadeiro processo do
pensamento. Para eles, isto ocorria, independente do exercício da razão e de
qualquer finalidade estética ou moral atribuída aos trabalhos (HAUSER, 1972,
p.662).
A segunda forma expressiva, denominada de arte abstrata, era expressa
pelas correntes cubista, construtivista, futurista, suprematista, neoplasticista e
concretista.OseuexpoenteinicialfoioartistaCézannequeacreditavaqueaarte
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falamos, foi fundamentalmente desenvolvido na Inglaterra e nos EstadosUnidos
através da pop‐art. Ele vai ser o primeiro de uma série de outros movimentos,
marcadoporumacontinuidadedosprincípiospsíquicoseabstracionistas,dofim
do período industrialmecânico. De fato, a partir destemomento, surgem vários
caminhosparaaarte.Efetivamentevamosverobrassendoproduzidasparaaop‐
art, a arte conceitual, a arte‐objeto, os happenings, as instalações, a video‐art, a
sky‐art, enfim, uma infinidade de linhas de pensamento artístico, definidas de
maneira bem particular em relação as suas formas de representação. Todos em
buscadeumavisualizaçãodaunicidadeorgânicadadapelalinguagemsobreaqual
estávamosaproduzirconhecimento.
Assim, vamos encontrar Picasso, com um grande número de obras que
explicitaram suas metamorfoses e sua fecundidade inesgotável e ininterrupta
(PAZ, 1977, p. 7), apresentando uma das características marcantes da
modernidade. Encontraremos a serialidade nas diversas formas de produção,
inclusivenasobrasartísticas.Duchamp,poroutrolado,consideradoporPazcomo
autor de uma única obra, nega a pintura moderna fazendo dela uma ideia, um
conceito, não concebendo a pintura como uma arte apenas visual. Segundo
observou Octávio Paz, em seu livro "O castelo da pureza", a pintura‐ideia e os
ready‐made constituíam‐se em "algunsgestoseumgrande silêncio" (1977, p. 8);
paraeleeramasverdadeseosconceitos,nosquaisDuchampenfatizavasuacrítica
asociedadeemqueviviaeelaboravaasuanegaçãoàpinturanamodernidade.
1.1.6.3Ocicloindustrialeletro‐eletrônicoedigital
O homem descobre a energia elétrica e com ela nosso paradigma de
percepção altera‐se novamente. Agora, apoiados nos meios eletro‐eletrônicos e
digitais de produção, somos atingidos em nossos pensamentos pelas diversas
formas de energia, em particular pela energia elétrica que nos encaminha em
direçãoàluzeàsvelocidadeseoselementosqueelanosfazperceber.
Aenergiaestápresenteemtudoquefazemosoupensamos:nageraçãoda
forçamecânica através das bobinas, na eletricidade que consumimos em nossas
casas, no armazenamento dos dados através dos suportes magnéticos, na
transmissão e recepção de informações do mundo digital, enfim, em todas as
partículas do universo onde o elétron, o próton e o nêutron estãopresentes.De
fato, a velocidade de processamento a que somos submetidos, unidos aos
mecanismosdearmazenamentodainformação,nosexpõeàsnovascaracterísticas
e novos paradigmas. A partir de agora, velocidade, conhecimento e decisão são
elementos primordiais do processo produtivo e estão incorporados aos novos
meios de produção. Detém o poder quem detém as informações, e detém as
informaçõesquemdetémodomíniosobreossoftwaresehardwares.
Para melhor compreendermos o estágio que nos encontramos, ainda em
formação, é necessário relembramos que, a memória embutida em nossos
equipamentos,aliadaàautomaçãodenossasmáquinas,acrescentavelocidadeao
quefazemos,permitindomaiorrapidez,eficiênciaeexpondoahumanidadeauma
intensa troca cultural. Logicamente estas modificações perceptivas não
aconteceramdeumasóvez,nemseconfiguraminstantaneamente,asmudançasde
paradigmafazempartedeumprocessodeobservaçãoeelaboraçãoquedefineeé
definido através do uso das diversas linguagens. Assim, para compreendê‐lo, é
necessárioqueretomemosvaloresepensamentosdahistóriadasartesplásticas,a
fimdeobservarmososprocessosdemudançaque interferem significativamente
emnossoatualparadigmadepercepção.
Nos Estados Unidos vamos encontrar a action painting destacando os
trabalhosdeJacksonPollocksobretelas,eleutilizavaosgestoseoacasoparacriar
seustrabalhos,assimcomoDuchamp,quandoincorporouaoseu“GrandeVidro”,a
quebracasualdeumadesuaspeçascentraismodificandoainterpretaçãodaobra.
O artista americano, Pollock, foi um dos principais representantes da pintura
gestual e afirmava que, no chão, se pintava à vontade; ali ele se sentia mais
próximo da pintura; fazia parte dela; trabalhava em seus quatro lados e,
literalmente,estavadentrodapintura.
Sem dúvida, nestes dois relatos vamos encontrar as marcas da energia
humanaedanaturezasendoincorporadasaostrabalhosdeartedoperíodoeletro‐
eletrônico. O ato de pintar telas no chão e os vidro quebrado do trabalho de
Duchamp, estão repletos de ação, movimento e vitalidade. Pintar para Pollock
significavaobservarsuaelaboraçãonosváriosângulospossíveiseestandoa tela
no chão isto erapossível.Destacando aqui, apenas a action‐painting e apop‐art,
doismovimentosbasicamenteamericanosdeartesplásticas.Enfim,estádecretada
a maioridade internacional da arte americana (JANSON, 1977, p. 664), pois, o
pode
quan
signi
parti
imag
socie
antim
qual
seus
exem
socie
cara
emt
obtin
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sãol
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criaç
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ificativame
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Podemo
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stóriasem
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atural.
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le,assim,a
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elabora seus signos artísticos, dando novas formas e novos significados às suas
produções.Tudose transformaemmeiosde comunicação.Todosos sistemasde
representação são possíveis e os objetos permitem que, deles, possamos extrair
todas as interpretações possíveis e imagináveis. Hoje osmeios de produção são
observadoscomolinguagemdecomunicação,noqualosdiferentesdiscursossão
possíveis. Concordando com Lucia Santaella, afirmamos, que toda e qualquer
interpretaçãodependedos referenciais que sustentamopensamentodequemo
interpreta(1990,p.58).
Aqui, vamos apresentar a ligação que existe entre a nossa dissertação de
mestrado(HILDEBRAND,1994)enossatesededoutorado(HILDEBRAND,2001).
Observamos que, entre as possíveis interpretações que poderiam ser realizadas,
identificamos aquelas relacionadas às estruturas lógicas de organização das
linguagensvisuaisesuaspossíveisrelaçõescomalinguagemmatemática.Segundo
ArlindoMachado,acodificaçãoeletrônicadaimageméfeitasatravésdepontose
retículas de informações básicas de cor, tonalidade e saturação que aos nossos
olhos aparentam realidade, mas o mundo real externo é mais que isto e nós
sabemos.Eleaindaafirma,queas“articulaçõesdeníveisabaixodaimagem”(1984,
p. 157), que são os píxeis das telas de televisão e dos computadores, não
apresentam omundo real, por mais próximos que pareçam dele estar. A lógica
matemática, em particular a desenvolvida por Boole, estrutura nossas imagens
digitais através dos bytes e de um sistema numérico binário, onde 0 e 1
representam a passagem ou não da energia pelos circuitos dos computadores,
demonstrando que a visualidade gerada pelas novas mídias eletrônicas está
totalmentevinculadaàlógicadosmodelosmatemáticos.
Istonosconduzdiretamenteaomundodosnúmerosedosespaçosque,ao
refletirsobreométodoaxiomático,conhecidodesdeEuclides,definitivamenteestá
àsvoltascomdiscussõesabstrataselógicas.KarlWeierstrass,GeorgeCantor,H.E.
Heine, J.W.R.Dedekind emuitos outrosmatemáticos estão formulando sobre a
álgebra abstrata, a arimetização damatemática, ométodo hipotético‐dedutivo, a
teoria dos espaços de Riemann, a geometria diferencial e a evolução da lógica.
Hilbert,embuscadeelucidaranaturezadoinfinito,propõeaconsistênciatotaldos
nossosmodelos.Noentanto,o“TeoremadaIncompletude”deKurtGödelmostra
que isto não era possível de ser realizado.Osmodelos tornam‐se inconsistentes
quandotentamosgeneralizá‐losemsuasinfinidades.
Apartirdestademonstração,Gödel encerra comapropostadeHilbertde
encontrarumalinguagemeumalógicaquesirvamdeformalizaçãoparatodasas
teoriasmatemáticas.Eefetivamenteamatemáticarende‐seàlógica.Nesteinstante
surgemprofundasreflexõessobreopensamentológicoesobreumanovapostura
referente à natureza da matemática. Frege e Peirce introduziram uma fértil
discussãonamatemática.Oprimeiroacreditavaquepoderiadeduziramatemática
dalógicae,assim,tentoumostrarquetodasasexpressõesaritméticas,portantoa
matemática,poderiaserdefinidaemtermoslógicos.Paraisto,eleencaminhouum
raciocínioquepretendia“mostrarquetodasasexpressõesaritméticassignificamo
mesmoqueumaexpressãológica”(PEIRCE,1983,p.183).Jáparaofilósofo,lógico
ematemáticoCharlesSandersPeirce
averdadeiralógicaestábaseadanumaespéciedeobservaçãodomesmotipodaquelasobreaqualsebaseiaamatemática,eessaéquaseaúnica,ou senão a única ciência que não necessita de auxílio algum de umaciênciadalógica"(PEIRCE,1975,p.21).
Comisso,alógicadefinitivamenteocupaseuespaçonomundomatemáticoe
Tarski,Turing,Church,Zermeloemuitosoutros,vãoiniciarumadiscussãoqueaté
hojepermaneceentrenós,equepretendemosabordarnestetrabalho,qualseja:o
objeto matemático refere‐se a algo no mundo real? De fato, contatamos que a
lógica e os modelos abstratos tomam conta das reflexões nesta ciência e,
pensadores como Cauchy, Abel e Weierstrass, discutem os fundamentos de
edificaçãodestaciência,tratandodeencontrarapoiossólidosparaaaritmética,a
álgebra,ocálculodiferencial,ocálculointegral,enfim,todaaanálisematemática.O
método axiomático é o caminho lógico para a arimetização da análise, onde, a
noção de espaço vetorial transforma nosso modo de perceber, operar e pensar
sobre as geometrias. A "dissociação entre objetos e operadores" passa a ser o
principalaspecto"paraaconstituiçãodeumaestruturavetorial"(BOYER,1974,p.
94).Riemannafirmaquedevemospensarageometriasemserporpontose isso
nos leva “à curvatura dos espaços riemannianos”, sem a qual a teoria da
relatividade de Einstein não poderia ter existido. Por outro lado, o famoso
“conceito de Cortes de Dedekind” estabelece uma separação entre a análise
matemáticaeageometriae,então,passamosaformularnossasteoriascombases
realmenteabstrataselógicas.
Devemoslembrar,ainda,da“teoriadascatástrofes”deRenéThom,quecom
seus modelos estabelece a projeção do descontínuo sobre o “real”, um espaço
imaginário que reflete sobre os modelos e sobre o princípio da continuidade.
Operando sobre espaços integralmente abstratos, na teoria axiomática e nos
procedimentos da lógica, os Bourbakis, grupo de matemáticos que elaboraram
trabalhosembuscadeuma formalizaçãodoconhecimentonestaciência,desejou
substituir os cálculos matemáticos por ideias. E assim, afirmaram que “o que o
métodoaxiomáticofixacomoobjetivoprincipaléexatamenteoqueoformalismo
lógicoporsinãopode fornecer,ouseja, a inteligibilidadeprofundamatemática.”
(BOYER,1974,p.457).
Na matemática, algo semelhante está ocorrendo, os conceitos e
fundamentosmodernosdaálgebra,aliadosàstopologias,aosespaçosvetoriaiseà
teoria axiomática, geram a álgebra homológica que “é o desenvolvimento da
álgebraabstrataquetrataderesultadosválidosparamuitasespéciesdiferentesde
espaços.”(BOYER,1974,p.457).
Sabendoclaramentequenãoesgotamostodososfundamentos,conceitose
conhecimentos matemáticos da atualidade, e nem o pretendemos fazer, dada a
extensão desta área de conhecimento. Voltaremos a estes conceitos com mais
profundidadeno corpodenossa tesededoutorado.Noentanto, ao concluir este
resumo sobre a nossa dissertação de mestrado, devemos destacar que, hoje,
encontramos inúmeras formas lógicas de proceder: a lógica clássica, a lógica
difusa,alógicaparacompleta,alógicaparaconsistentedesenvolvida,entreoutros,
pelobrasileiroNewtonCosta.Enfim,encontramos inúmerosmodelos lógicosque
nospermitemmostrarainfinidadedeinterpretaçõespossíveisqueestãodiantede
nós,inclusivediantedaquiloqueacreditávamosserúnica:alógica.
Tanto na matemática, quanto nas artes plásticas, nossos sistemas e
linguagens, de agora diante, colocam‐se diante de uma "crise de representação"
generalizada,portam‐secomoseestivessemesfacelados,mas,naverdade,apenas
deixam claro que, através de nossa percepção, os fenômenos naturais e
culturalmenteconstruídosorganizam‐sesegundomodelosqueàsvezesnãoestão
totalmente determinados para os nossos sentidos, contudo, possuem
características quepossivelmente se estruturarama partir de novosmodelos de
observação que concebemos, num processo contínuo de produção de
conhecimento;umametodologiadeinvestigaçãocientífica.
Os novos meios de comunicação geram novos signos, que, por sua vez,
abrem novas possibilidades de significação, e, assim, se pretendemos viver
intensamente os dias de hoje, devemos estar em busca da compreensão dos
significados desses signos que cada vez mais abrem suas portas à interação do
homem com tudo aquilo que está ao seu redor, principalmente o que pode ser
concebidoemsuamente.Entreessesmeios,destacamosaqueleque,hoje,maisnos
atingem,istoé,asnovasmídiascomseus“códigosdebaixonível”,seuspíxeis,sua
lógica binária ordenada segundo Boole, estruturando logicamente modelos,
algoritmos e princípiosmatemáticos irremediavelmente incorporados aos atuais
meiodecomunicação.As imagensdacomputaçãográficasimulandoobjetos,que
emrealidadenãoexistem,atravésdascodificaçõesmatemáticas, conduzindo‐nos
aosnovosparadigmasdepercepçãodoperíodoeletro‐eletrônico.Esteprocessode
elaboraçãodeconhecimentopermite‐nosuniraproduçãoeoconsumodestemeio,
numprincípio único, simulando, através destasmáquinas eletrônicas, ambientes
que estão relativamente próximos àqueles estabelecidos pelo nosso sistema
nervosocentral(MCLUHAN,1964,p.391).
Hoje,olhandoparanossasproduçõescomoelosdeumprocessocognitivo
único,ondementeemundo fazempartedeummesmoecossistema,verificamos
queconvivemos,intimamente,comalógicabináriaecomomundodigitale,assim,
as artes e a matemática unem‐se em busca de suas similaridades. O perfil
produtivo do momento em que vivemos, está apoiado nos conceitos e
procedimentos lógicos matemáticos de nossos equipamentos digitais e está
associado aos novos modos de representação, que as diferentes linguagens de
comunicação permitem. Os signos matemáticos, cada vez mais, fazem parte e
organizam os fundamentos lógicos de todas as outras formas de linguagem do
homem.
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uma das características de nosso tempo, evidencia um grande número de
similaridadesentreessasduaslinguagens.
Apartirdeagora,vemosqueestessignosestãorelacionadosàsquestõesda
visualidadedas representações concebidasdiantedasnovas tecnologiasque, em
suas características fundamentais, estão intrinsecamente ligados aos objetos
matemáticos.Estasformasdelinguagens,porqueestãoestruturadasemaxiomas,
conceitoseprincípioslógicos,utilizadosnamatemática,sãosemelhantesaela.E,
de fato, o foco deste nosso artigo foi analisar quanto de matemático há nestas
representações humanas, em particular, quanto de matemática há nos signos
visuaisgeradospelosartistas.
Encontramos vários autores analisando as imagens geradas pelas novas
mídias eletrônicas como sendo: “imagens sem olhar” (SOGABE, 1996, p. 113),
aquelas que se concretizam a partir de processamentos numéricos dos
computadores; “imagenssintéticas”,herdeirasaomesmotempodamatemáticae
daarte(POISSANT,1997,p.89),imagensquegeramuma“ordemvisualnumérica”
(COUCHOT, 1982, p. 42), ou ainda, “imagens empotencial” e “imagens sínteses”,
todas elas dando ênfase ao caráter abstrato, lógico e virtual destes modelos de
representação.Apesardograndenúmerode textosque tratamdeste tema,pelos
diferentes ângulos de percepção e interpretação, verificamos em nossa pesquisa
bibliográfica que existem pouquíssimos estudos discutindo as imagens, tendo
comofocoosaspectosmatemáticosetopológicoscomoabordamosnesteartigo.
As novas tecnologias de comunicação trazem embutidas em sua lógica de
construção, o conhecimento que, fundamentalmente, está presente na ciência
matemática (HILDEBRAND, 1994, p. 137). Os computadores iniciaram
processandoinformaçõesapartirdeumalógicabinária,que,emúltimainstância,
pode ser olhada como representações numéricas de impulsos elétricos, onde o
zerorepresentaoinstantequenãopassaenergianoscabosecircuitosdenossas
máquinas e o um representa o oposto disto. De fato, estamos observando um
princípio lógico que dá suporte às novasmídias eletrônicas em seu nascimento,
oriundasdomesmouniversosimbólicoqueéamatemática.
Verificamos algumas modificações nestes princípios, depois da
demonstraçãodo“TeoremadasQuatro‐Cores”edo“TeoremadeClassificaçãodos
GruposFinitosSimples”devemosestaratentosaosváriostiposdecomputaçãonão
convencionaisquecomeçamatomarcontadasnossasformasdeprodução.Estes
novosprocessamentos lógicos baseados emoutros princípios que sãodiferentes
da lógica clássica, assim como, a lógica fuzzy, a paraconsistente, a quântica e a
computação baseada no DNA, modificam nossos paradigmas. Entre os mais
recenteschoquescognitivos,dosquaisnosfalaMarcus,equeanalisaremosneste
trabalho,vamosencontraraquelequeresultadamarginalizaçãodaenergiaatravés
da informação, este processo vem sendo desenvolvimento pela teoria da
informaçãodoalgoritmo,porKolmogoroveChaitin(MARCUS,1997,p.7).
Hoje podemos dizer que, diante das novasmídias e dos vários princípios
lógicos que podem ser elaborados pelos nossos softwares, passamos a conviver
com a possibilidade de criar novos ambientes de percepção, nunca antes
vivenciados.E,assim,atravésdoscomputadores,dasnovas lógicasna linguagem
de programação e de uma grande variedade de formas de visualizar ambientes
virtuais, podemos simular situações com as imagens sintéticas impossíveis de
seremconstruídaslongedesteuniversodigital.
Aoanalisarestas imagens sabemosestar lidandocomumavastagamade
conhecimento e, assim, finalizando os aspectos que queremos ressaltar neste
estudo,devemoscomentarque,aindademaneiravagae intuitiva,sabemosestar
observandofenômenosquepossuemumníveldecomplexidademuitoelevadoe,
com características bem mais abrangentes do que podemos estabelecer neste
artigo.Noentanto,nossoobjetivo foi ode realizarumaabordagemsemióticado
signo matemático dando ênfase às questões lógicas da visualidade diante dos
novos meios de produção. Assim, contribuir para atingir novos níveis de
complexidade através das análises que realizaremos das representações visuais
dos modelos matemáticos. Pretendemos, também, verificar neste estudo a
tendência que todas as ciências tem a matematização. Para Santaella e Nöth,
fundadosnospensamentosdePeirce,todasasciênciascaminhampara
aumentaremgradualmente seu nível de abstração até se saturaremnamatemática,querdizer, a tendênciade todasas ciênciasé se tornaremciências matemáticas. O conglomerado de ciências, que hoje recebe onomedeciênciacognitiva,pareceestarnocaminhodecomprovaressasugestão.(1998,p.90).
Assim, as imagens computacionaisque são construídas e, emseguida, são
destruídas para darem lugar às outras imagens que as substituíram, pois elas
existemduranteotempodeprocessamentoedeexposiçãoemnossossistemas
depercepção,são“imagensemprocesso“ou“imagensvirtuais”demodeloslógicos
intrinsecamenteligadosàsnovasmídias.Finalizandoosaspectosquepretendemos
analisar neste texto, devemos ressaltar que, de maneira secundária, mas não
menosimportante,devemoslembrardasimagensfractais,osgrafosdemodogeral
e os grafos existenciais de Peirce que nos conduzem às belezas explicitadas nas
formaseraciocínioslógicoseaestéticadestasformas.
As ImagensMatemáticasqueabordamosemnossa tesededoutorado, são
concepçõesvisuaisemprocessoqueadquiremvaloresdiferenciadosquando são
compreendidasrelacionadasàslinguagensqueasgeram.Observaressesaspectos
associados às novas tecnologias, nos levam a conectar três realidades
aparentementedistintas:primeiroaquestãodavisualidadedestas imagens,que,
através do processo criativo, expõem características diagramáticas, em segundo
lugar,aquestãooperacionaldaconstruçãoda linguagemmatemáticaemsie,em
terceiroosaspectosmentaisesimbólicosnecessáriosnarealizaçãodestetipode
conhecimento.
1.2ConceitosBásicosdeProgramação
Arealizaçãodeumprogramaparacomputadortemcomoobjetivoresolver
problemas, com isso, precisamos de uma linguagem que permita dialogar com
estas máquinas eletrônicas. Além da linguagem também necessitamos de um
métododeresoluçãodeproblemaquepermitaproduzirumalgoritmoqueajudea
resolveroproblema.
Naanálisedoproblemadevemosbuscarencontrarumcaminhodesolução
que seja viável a partir de uma determinada linguagem escolhida e,
principalmente, elaborar um algoritmo através desta linguagem do assunto que
trataoproblema.Defato,devemosbuscarummodelomatemáticodisponívelpara
a solução do problema e como realizar a implementação de um procedimento
lógicoquepermitasolucionaresteproblema.
Devemosterumprocedimentosistêmicoeumavisãodinâmicaqueabranja
os recursos da linguagem e omodelomatemático escolhido para a solucionar o
problema, ou seja, podemos encontrar ummodelomatemático que seja inviável
para a solução do problema, como também, podemos não encontrar recursos
disponíveisnalinguagemqueresolvaoproblema,comotambémapessoaqueestá
buscandoresolveroprogramanãotenhaconhecimentosuficienteparatal.
1.2.1OqueéumAlgoritmo
Pararesolverumproblemadevemoselaborarumalgoritmo.Umalgoritmo
nadamais é do que um procedimento passo a passo que ajude a resolver uma
tarefa.Devemosresponderapergunta“comofazer?”.Emtermosmaistécnicos,um
algoritmo é uma sequência lógica, finita e definida de instruções que devem ser
seguidaspararesolverumproblemaouexecutarumatarefa.
Nodiaadianãopercebemos,massempreestamosutilizandoalgoritmosde
forma intuitiva e automática para executar tarefas comuns. Como, em geral, são
atividades simples que dispensam muita reflexão para elaborar as instruções
necessárias,oalgoritmopresentenelaacabapassandodespercebido.
1.2.2Comoresolverumproblemacomputacional
Quando analisamos um problema é necessária uma metodologia. O
cientista,GeorgePólyadesenvolveu,umametodologiaquepermitequeum“leigo”
possaterosmesmosrecursosmentaisqueum“expert”paraacriaçãodasolução
de um problema. Ele com sua obra “How to Solve It ‐ A New Aspect of
MathematicalMethod”(noBrasilfoitraduzidoporAArtedeResolverProblemase
foi editadopelaEditora Interciência).Para ilustrara ideia, vejamosumesquema
pararesolverumproblema,apartirdosestudosdePólya:
1ªEtapa–Entenderoproblema
Nesta etapa é essencial para a compreensão do problema que algumas
perguntas sejam respondidas: Qual é a incógnita? Embora esta pergunta possa
parecerespecíficaparaaresoluçãodeproblemasmatemáticos,podemosampliaro
seucontextoconsiderando‐adaseguintemaneira:
a)Oquedeveserresolvido?
b)Oquedevesercalculado?
c)Queaçãodeveserexecutada?
d)Quaissãoosdados?
Estas perguntas envolvem a compreensão das informações contidas no
contexto do problema, separando os aspectos essenciais dos supérfluos. Qual a
condicionante?Entreas informações,devemosprocurar aquelasque fornecemo
ponto chave para a resolução; como o próprio nome diz, as informações que
estabelecemascondiçõesouapresentamrestriçõeseimposiçõesparaasolução.
2ªEtapa–Elaborarumplanoderesolução
Nestaetapairemossistematizarasrelaçõesentreosdadoseasincógnitase
aproveitar para buscar uma relação entre o problema atual e algum outro
problemaquejáestejaresolvidoequepossaservirdeguiaparaasoluçãodoatual.
Se existir esse problema, analisar os caminhos percorridos até a sua solução, e
verificar quais as adaptações serão necessárias fazer para resolver o problema
atual.Senãoocorrernenhumproblemasimilar,dividaoproblemaatualempartes,
concatenandoaincógnitaeosdadoscorrespondentes,inclusivecriandoincógnitas
auxiliares para cada parte. Faça desenhos, esquemas, utilize notações próprias e
elaboreumplanoderesolução.
3ªEtapa‐Executaroplano
Sigapassoapassooplanoelaboradonaetapaanterior.Casoocorraalguma
coisa errada, será necessário voltar à etapa anterior ou até mesmo à primeira
etapaereformularoplano.
4ªEtapa–Avaliaroplano
Nestaetapaverificaremosoresultado,respondendoàseguintepergunta:“A
solução encontrada satisfaz o problema proposto?”. Há várias maneiras de se
responder a esta pergunta, dependendo do tipo de problema que estivermos
lidando. Se o problema for de tipo numérico, podemos substituir a solução e
verificar se existe coerência no resultado. Se o problema for de tipo conceitual,
devemosverificarseasoluçãonãocontrariaalgumteoremapreexistente.Existem
outras formas de problemas que exigem outras abordagens de verificação de
soluçãooubuscandooutroscaminhosdesoluçãoecomparandoosresultadosou
simplesmente fazendoumasimulaçãoda solução.Oesquemaacimaégenéricoe
servedeguiaquandonãoexistirnenhumoutroesquemaquepossaserutilizado.
Tambémnãoé rígido,podeedevesermudadodeacordocomoproblemaa ser
resolvidoporvocê.Encorajamosvocêa criaro seupróprio esquema,praticando
assimaHeurística.Considerandoestesconceitosnasoluçãodenossosproblemase
tendo emmente a solução computacional do problema, temos que abordar dois
aspectos que estão relacionados diretamente: estrutura de dados e algoritmo.
Estesdoisaspectossãofundamentaisparasechegaraumasolução.Sabemosque
iremostrabalharcomdadosnaentrada,nasaídaenoprocessamento;essesdados
devem estar armazenados em um recipiente adequado que permita a sua
manipulação pelo algoritmo, portanto, o algoritmo será construído a partir do
modelomatemáticodasoluçãoeestaráintimamenteligadoàestruturadedados.É
difícilsepararoquevemprimeiro,poisumaestruturadedadosinadequadatorna
difícileatéimpossívelaconstruçãodoalgoritmoeumalgoritmoinadequadonão
podeutilizarumadeterminadaestrutura.Devemosfazerumesforçomentalpara
que, dinamicamente, possamos pensar em estrutura de dados e algoritmos de
formasimultânea.
5ª.Etapa‐Corrigiroplanosefornecessário
Nesta etapa final retornamos e verificamos o resultado. Respondendo
novamente a pergunta: “A solução encontrada satisfaz o problema proposto?”.
Casoarespostasejanegativaretomamosoproblema.
1.3Processing
1.3.1OqueéProcessing
Processingéumalinguagemdeprogramaçãodesenvolvidaparaambiente
compartilhadoProcessingeparticipativoon‐line.Desde2001,elevempermitindo
desenvolverprogramasparaasartesvisuais.Inicialmentefoicriadoparapermitir
desenvolver esboço de software e para ensinar os fundamentos básicos de
programaçãonumcontextovisual.Oprocessamentoevoluiuparaumaferramenta
dedesenvolvimentoparaprofissionais.Hoje,existemmuitosestudantes,artistas,
designers, pesquisadores e amadores que utilizam o Processing para
aprendizagem, realizaçãodeprotótipos, eprodução.Ele éumsoftware livreque
podeserbaixado.Éopensource.Permitedesenvolverprogramasinterativospara
2D, 3D e PDF. Tem integração com o OpenGL para aceleração 3D. Ele foi
desenvolvidoparaserexecutadoemambienteLinux,MacOSXeWindows.Possui
maisde100bibliotecasparaatenderaosoftwarecentral.
OProcessingrelacionaconceitosdeprogramaçãoparaprincípiosdeforma
visual,movimento e interação. Ele integra uma linguagemde programação, com
um ambiente de desenvolvimento e metodologia de ensino em um sistema
unificado.OProcessingfoicriadoparaensinarfundamentosdaprogramaçãode
computadores dentro de um contexto visual, para servir como um software de
desenho, e para ser usado como uma ferramenta de produção para contextos
específicos.Osestudantes,artistas,profissionaisdedesignepesquisadoresusam
paraaaprendizagem,prototipagemeprodução.
OProcessing é uma linguagem de programação do tipo texto projetado,
especificamente, para gerar e modificar imagens. O Processing permite um
equilíbrio entre processamento simples e recursos avançados. Iniciantes podem
escreverseusprópriosprogramasdepoisdeapenasalgunsminutosdeinstrução,
mas os usuários mais avançados podem escrever a partir de bibliotecas, com
funções adicionais. Ele permite trabalhar com computação gráfica, técnicas de
interaçãocomdesenhovetorial,ebitmap(raster),processarimagens,modelosde
cores , utilizar mouse e teclado, eventos, comunicação de rede e programação
orientada a objetos. Com as bibliotecas podemos ampliar a capacidade de
processamento para gerar som, enviar e receber dados em diversos formatos e,
porfim,importareexportararquivos2Dearquivo3D.
1.3.2 Primeirosconceitosdeprogramação
ParaescreverumprogramaemlinguagemProcessingutilizamosapenasos
caracterespoucoscaracterescomorecursoparaaconstruçãodecódigosque,após
oprocessodecompilação,produzemaplicativosquevãodesdecontroladoresde
processos industriais até sofisticados sistemas multimídia. Da combinação de
letrassurgemaspalavrasreservadas,identificadores,funçõesdebiblioteca,etc.;os
caracteresnuméricosfornecemanecessáriarepresentaçãodequantidades, tanto
em um contexto interno (formatação, parâmetros de inicialização, etc), quanto
externo(entradaesaídadedadosnuméricos)equantoaossímbolos(*{}/%^$
()[] ;#...)elestemusosvariados,sejaparaorganizarotextodoprogramapara
definiraocompiladoraprioridadedeexecuçãodeumarotinaoudeterminarofim
de uma linha de comando. Alguns símbolos são utilizados como operadores e o
compiladordeterminaoseusignificadodeacordocomocontexto.
1.3.3 PalavraseelementosreservadosAs palavras reservadas, em qualquer linguagem, representam tipos,
modificadores, especificadores, diretivas e caracterizam a sintaxe da linguagem.
Tendo um significado particular dentro da linguagem, as palavras reservadas
indicamao compilador ações específicas que o sistemadeverá executar. Como a
linguagem Processing é sensível à caixa alta ou baixa (maiúscula/minúscula)
todososcomandosdevemserescritosemcaixabaixaenãopodemserutilizadas
comoutrospropósitos.Todososcomandosda linguagemseresumemaalgumas
palavrasreservadas.
Porexemplo:
EXPRESSÕES
Comentários://,/**/
ExpressõeseAfirmações:“;”,“,”
ComandodeConsole:print(),println();
COORDENADASEPRIMITIVAS
TamanhodasTelas:size();
FigurasPrimitivas:point(),line(),triangle(),quad(),rect(),ellipse();
ParâmetrosdeDesenho:background(),fill(),stroke(),noFill(),noStroke();
AtributosdeDesenho:smooth(),noSmooth(),strokeWeight(),
strokeCap(),strokeJoin();
ModosdeDesenho:ellipseMode(),rectMode();
VARIÁVEIS
Com as variáveis podemos manipular dados, numéricos ou alfanuméricos,
desdeaentrada,comsuatransformaçãoatravésdoprocessamento,atéasaídados
dados transformados, o que é a essência do que desejamos fazer. Vejamos com
maisdetalhesessetipos:
boolean–1bitcomvalorlógicotrueoufalse;
byte‐8bits‐128to127;
char‐16bits0to65535;
int‐númerointeironafaixade‐2.147.483.648a+2.147.483.64732bytes;
float ‐ um número racional na faixa de 32 bits 3.40282347E+38 até
3.40282347E+38;
true:verdadeiro;
false:falso;
color:32bits16,777,216colores.
EXPRESSÕESARITMÉTICASEFUNÇÕES
+(soma),‐(subtração),*(multiplicação),/(divisão),%(módulo);
()(parenteses),++(incrementar),‐‐(decrementar),+=(adicionareatribuir),
‐=(subtraireatribuir);*=(multiplicareatribuir),/=(dividireatribuir),
‐(negação),round()(arredondamento),min()(mínimoentrenúmeros)e
max()(máximoentrenúmeros).
TRANSFORMAÇÕES
Função translate() ‐A função translate()moveaorigemda figuradocanto
superior esquerdo da tela para outro ponto. Ela tem dois parâmetros. O
primeiroéacoordenadaxeosegundoéacoordenaday.Asintaxedafunção
translateétranslate(x,y). Osvaloresdosparâmetrosxeysãoadicionadosa
quaisquer formasdesenhadasapósa função ser executada. Se10éutilizado
como parâmetro para x e 30 é utilizado como parâmetro para y, um ponto
desenhadoemcoordenadas(0,5),serádesenhadoemcoordenadas(10,35).
Funçãorotate() ‐A funçãorotate()girao sistemadecoordenadasdemodo
queformaspodemserdesenhadasnatelaemumdeterminadoângulo.Eletem
um parâmetro que define a quantidade de rotação conforme um ângulo. A
funçãorotaçãoassumequeoânguloéespecificadoemradianos.Asformassão
sempregiradasemtornodasuaposiçãoemrelaçãoàorigem(0,0)sendoqueo
positivoésentidohorário.Talcomoacontececomtodasastransformações,os
efeitosderotaçãosãoacumulativos.Sehouverumarotaçãodeπ/4radianose
outra de π/4 radianos, o objeto será desenhado com uma rotação de π/2
radianos.
às re
espe
segu
fill(v
valor
quev
Solu
1.3.4
Ascores
espectivas
ecíficas.Ass
uinte forma
valor1, valo
r2, valor3,
variamde
1.4 A1.4.3 F
d Propo Soluç
uçãodoEx
//Exercíc//Definiçsize(500,5backgrou//noStroksmooth()rectMode//quadra
Conceito
snoProces
sintaxes. P
sim,aousa
a: backgrou
or2, valor3
alpha), on
0a255eo
AtividadeFazernaSalderotaçãoeosta:ção:
xercícioAu
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çãoáreadetr500);nd(200);ke();;e(CORNER);
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fill(150,190);strokeWeight(8);rect(100,100,300,300);line(300,100,450,100);line(450,100,450,0);line(0,250,500,250);line(250,0,250,500);//quadrado2fill(150,127);rotate(‐PI/16);translate(‐53,45);strokeWeight(6);rect(100,100,300,300);line(300,100,450,100);line(450,100,450,0);line(‐5,250,505,250);line(250,‐5,250,505);//quadrado3fill(150,63);rotate(‐PI/16);translate(‐53,45);strokeWeight(3);rect(100,100,300,300);line(300,100,450,100);line(450,100,450,‐10);line(‐25,250,525,250);line(250,‐25,250,525);fill(150,25);rotate(‐PI/16);translate(‐53,45);strokeWeight(1);rect(100,100,300,300);line(300,100,450,100);line(450,100,450,‐20);line(‐55,250,555,250);line(250,‐55,250,555);1.4.4 FazeremCasa‐DesenharcomoProcessingumCenário2D(Estilo
MarioBros);
CAPÍTULO02–CONCEITOSDAMATEMÁTICADISCRETA
2.1 Osnúmeros,simetriaseregularidades
Não podemos afirmar com precisão quando começa a produção do
conhecimento matemático como conhecemos hoje. No entanto, conseguimos
identificarcomoessaciênciaevoluiuaolongodahistóriaecomoelasempreesteve
ligada a produção de imagem.O homem começou a representar omundo que o
cercava elaborando imagens que auxiliavam a compreender tudo ao seu redor.
Desenhos,mapas,diagramas,esquemaseacriaçãodosnúmerossempreajudaram
acontar,medirearepresentarasquantidades.
Por outro lado, muitos elementos e conceitos matemáticos podem ser
visualizadosatravésdas imagensenasproduçõesartísticasrealizadasnasArtes.
Quando estudamos aMatemática, nos primeiros anos escolares, iniciamos pelas
operações básicas: somar, subtrair, multiplicar, dividir, potência, raiz quadrada,
enfim, aprendemos a fazer contas e lidar com os números através de suas
características discretas. Neste caso, os números são signos abstratos que
permitemrealizaroperaçõesbemdefinidas.
Aorefletirsobreestesconceitossentimosanecessidadedevisualizarestas
entidades e, assim, a fim de melhor compreendê‐las, produzimos, gráficos,
diagramas, esquemasemodelos imagéticosquenos ajudama concretizar signos
queimaginamoseelaboramosmental.E,assim,nascemasrepresentaçõesgráficas,
geométricas,doespaçoetempo.
Oshomens criaramelementosque representamos conceitosabstratosna
Matemática.Criamosozero,umeinfinito;osistemadecimaleocódigobinário,o
conceitode limite, derivadaede infinito, enfim, criamos representaçõesque são
organizadas na Matemática. Neste processo de elaboração de conhecimento a
noçãodeabstraçãoéfundamental,porqueelapermiteoprocessodegeneralização
por redução de conteúdo quando observamos um fenômeno,
conceitoouinformação. Utilizamos estes princípios para reter informações
relevantesemrelaçãoaumdeterminadopropósito.Aabstraçãoéumprocessode
pensamento onde a ideia distancia‐se do objeto. É uma operação mental e
intelectual, portanto, lógica, que pressupõem a existência de procedimentos que
permitemisolaroselementoseproduzirgeneralizaçõesteóricassobreproblemas,
afimderesolvê‐los.Noprocessodeabstraçãousamosestratégiasdesimplificação
ondeosdetalhesdesnecessários,ambíguos,vagosouindefinidossãoabandonados,
etratamosapenasdoqueéessencialparaomodeloqueestamosobservando.
No processo de abstração é importante a interação com amaterialidade,
com as mídias, com as linguagens e, consequentemente, com os signos que
permitemaelaboraçãodoraciocínio.Quandoplanejamosalgo,nuncaconseguimos
observar o fenômeno em sua totalidade, os aspectos que consideramos em
qualquer tipo de abstração nos fazem elaborar imagens visuais oumentais que
irãoauxiliarnoplanejamentodasações.
2.1.1 Oatodecontar
VejamosesteprocedimentonaMatemática.Quandocomeçamosaestudar
esta ciência reconhecemososnúmeros e verificamosque elespermitem realizar
operações que concretizam conceitos abstratos. Isso evolui da seguinte forma:
primeiroconsideramosoconjuntodosnúmerosnaturais,depoisverificamosque,
sesomarmosdoisnúmerospertencentesaesteconjunto,temoscomorespostaum
elemento domesmo conjunto. Dizemos que o conjunto dos números naturais é
fechadoemrelaçãoàoperaçãodasoma.Emseguida,verificamosqueesteconjunto
também é fechado em relação à operação de multiplicação. De fato, se
multiplicarmosdoisnúmerosnaturais,teremossemprecomorespostaumnúmero
natural.
Aoaprofundarosestudossobreoconjuntodosnúmerosnaturais,notamos
uma série de propriedades que são válidas para este conjunto. Verificamos que
valem as propriedades comutativas, associativas, elemento neutro e elemento
inverso.Aíintroduzimosumnovoconceitoabstratoqueirádarmuitaconsistência
ao conjunto dos números naturais, é a “noção de grupo em matemática” que
permite relacionar várias estruturas matemáticas. Mais adiante, neste texto,
trataremos destes conceitos para a ciência damatemática e verificaremos que o
fatodeumconjuntoser“grupo”,elepossuiestruturasabstratamuitointeressante.
Continuandonossoraciocínio,apartirdesteprincipiocomeçamosarealizar
diversas operações com estes números, buscando entendê‐los melhor. Criamos
entãoasoperações inversasdasomaedamultiplicação,ouseja, a subtraçãoea
divisão,enotamosquearespostaparaestasoperaçõesnemsempreéumnúmero
natural. Por exemplo, quando subtraímos um número natural de outro, onde o
primeiro émenor que o segundo, verificamos que a resposta não é um número
natural. Assim, sentimos a necessidade de criar um novo conjunto de números
pararepresentarestasituaçãoedarcontadestaresposta.Oconjuntodosnúmeros
naturais não é fechado para a subtração e assim concebemos o conjunto dos
númerosinteirosquepossuinúmerospositivosenegativose,destemodo,torna‐se
fechadoparaasubtração.
Emseguidapassamosaobservaaoperaçãodadivisãoeverificamosqueela
também não é fechada em relação ao conjunto dos números naturais e nem ao
conjunto dos números inteiros. Com isso somos conduzidos a criar um novo
conjunto de números: os números racionais. De fato, o conjunto dos números
racionais é fechado para a operação de divisão. Assim, sucessivamente vamos
criandoconjuntoaconjuntoatéque,finalmente,criamosoconjuntodosnúmeros
reais.
Ao operar com o conjunto dos números reais verificamos que algumas
operações não são fechadas em relação aos números reais, por exemplo, a raiz
quadrada de número negativo não obtém resposta dentro do conjunto dos
números reais. Com isso, sentimos novamente a necessidade de criar um novo
conjunto de números que permitiram dar a resposta a essa operação. Aqui
passamos a perceber a existência de relações entre a Matemática Discreta e a
TeoriadosConjuntos.
Nessemomentopassamosaperceberas relaçõesentreasváriasáreasde
conhecimentodentrodamatemáticae,percebemosasrelaçõesentreosconjuntos
e a geometria. Verificamos que um número do conjunto dos números complexo
podeserrepresentadoatravésdaraizquadradademenosum,ouseja,osnúmeros
complexospodemserdecompostoseumaparterealeoutra imaginária.Eassim,
construímosarelaçãodoconjuntodosnúmeroscomplexoscomoplano.
Criamososparesordenados.Elessãoidentificadospelasimbologia(a,b)e
(x,y)ondeaexsãoaspartesreaisebeysãoaspartesimaginárias.Estesnúmeros
tambémrepresentamo“plano”quepodeserorganizadograficamenteatravésde
dois eixos – X e Y que se cortam perpendicularmente num ponto que pode ser
identificadopelopar(0,0)queéaorigemdosdoiseixos.
Obviamente que ao tratar destes conceitos e modelos matemáticos não
estamossendorigorososemrelaçãoaosprocedimentoseprincípiosmatemáticos,
atéporque,tornaríamosestareflexãodemasiadamenteextensaesemsentidopara
osnossospropósitos.
Assim, agora podemos introduzir a noção de vetor e de coordenadas
polares.Identificamosquetodoovetorpodeserrepresentadoapartirdopontode
origemdoseixosXeY,istoé,apartirdoparordenado(0,0)temosumadimensão
e umadireção do vetor que é dado pelo par ordenado final do vetor e por uma
direção.Assim,aorelacionarosdoiseixosXeY identificamosoconjuntoR2,R3,
R4 que são as representações do Plano, do Espaço – a Terceira Dimensão, da
QuartaDimensãoeassimpordiante.
Matematicamentepodemos operar nas dimensões espaciais que vão além
dadimensãotrêsequenãopodemosperceber,nomundoemquevivemos,porque
vivemosemtrêsdimensões.Naverdade,essessignossãoapenasrepresentações
dosobjetosespaciaisque,abstratamente,representamoseoperarmoscomeles.A
noçãodeQuartaDimensãocomosendoarepresentaçãodoTempo,possibilitouo
nascimento da Teoria de Relatividade de Albert Einstein. Ele modificou os
conceitos de espaço e tempo, que antes eram observados através da Teoria
deNewtoncomoentidadesindependentes,pelaideiadeespaço‐tempocomouma
grandeza unívoca e geométrica. O espaço‐tempo na Relatividade pode ser
consideradocomoumarepresentaçãodaquartadimensões, trêsespaciaiseuma
temporal,noentanto,integradadefinindoumconceitoúnico.
Na ciênciamoderna porGalileuintroduz o princípio da relatividade. Para
ele, o movimento, ou pelo menos omovimento retilíneo uniforme, só tem
significado quando é comparado com algumoutro ponto de referência. Segundo
Galileu,não existe sistema de referência absolutoonde o movimento possa ser
medido.Elereferia‐seàposiçãorelativadoSol(ousistemasolar)edasestrelas.As
“TransformaçõesdeGalileu”,comoficaramconhecidas,eramcompostasdecinco
leissobreomovimento.GalileueNewtonnãoconsideravamparaseuscálculosa
propagação eletromagnética porque aluz era tida como algo instantâneo, sem
movimento. Os fenômenos demovimento da luz e do som tornavam‐se visíveis
quando eram observados a longas distâncias, e assim, em fins doséculo XIX,
exigiampadrõesdeobservaçãoespecíficoseumateoriadotempo.
Em relação aos Postulados da Relatividade dois pontos devem ser
destacados. O Princípio da Relatividade que afirma que as leis que governam as
mudanças de estado em quaisquer sistemas físicos tomam a mesma forma em
quaisquer sistemas de coordenadas inerciais. Para Einstein, existem os sistemas
cartesianos de coordenadas que é denominado de sistemas de inércia. Podemos
dizer que: dado uma proposição K em um sistema de inércia, qualquer outro
sistema K em movimento de translação uniforme relativo a K, é também um
sistemade inércia.O segundopostulado relativoaBorhque tratada invariância
davelocidadeda luzafirmaque ela é igual a cem relação aqualquer sistemade
coordenadasinercial.Ouseja,a luznãorequerqualquermeio(comooéter)para
se propagar. Através dastransformações de Lorentzpode‐se demonstrar o
segundopostulado.
Defato,o“ParadoxodosGêmeos”ou“ParadoxodeLangevin”na“Teoriada
Relatividade” de Albert Eistein apresentam a seguinte proposição. Se
considerarmosdoisgêmeos,eseumdelesfosseparaoespaçoemumaaeronave,
navelocidadeda luz,eles ficariamcomidadesdiferenteumemrelaçãoaooutro.
Doisaspectospodemserconsiderados:oprimeiro,apartirdamecânicaclássica,
afirmaqueadilatação temporalnãoexiste, oque levariao gêmeoqueviajouna
nave estranhar a disparidade dos tempos decorridos experimentados. O gêmeo
queviajoupelouniversopróximoavelocidadeda luzpodealegarqueaTerra é
quesemoviacomvelocidadepróximaàdaluz.Noentanto,amelhorcompreensão
dessefenômenohoje,équeanavepercorreuumatrajetóriamaior,considerando‐
seatrajetórianoespaço‐tempo.
2.1.2SimetriasnasArtesenaMatemática
Ohomempassaaterconsciênciadeseupassadoevaiàantiguidadeclássica
em busca dos ideais gregos, querendo retomar os valores daquela cultura,
obviamenteligadoàideiadorenascimentodeumNovoImpérioRomano.Porém,
emvezdetrazerànovaeraumaantiguidaderenascida,contribuidefinitivamente
paraaformaçãodohomemmoderno.
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e são
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estatutoseumgrandepodereconômicoepolíticoquenãopodemserdeixadasde
ladoaocomporamecânicadeelaboraçãodessemomento.
Todos esses agrupamentos estruturados a partir de profissões ou
princípios corporativos religiosos carregam em seu interior uma unidade de
pensamento que consiste numa verdadeiramente mudança estrutural na
sociedade. Eles ajudam a construir a visão moderna da economia na qual, uma
novaorganizaçãodotrabalhodeformaracionalestáporvir, istoé,adivisãopor
interesses em categorias profissionais. Esse raciocínio se for levado às últimas
consequênciasnostrazasideiasmarxistasdeclassessociais.
A história pode ser concebida como um processo contínuo em que
transformações ocorrem lentamente. Observamos que características da Idade
Média, que é tida como uma sociedade orgânica, estável e conservadora, atinge
tambémoRenascimentoe,porquenãodizer,aModernidade.Assimé impossível
determinarrigidamentecadamomento.
Estamos em um momento que o homem começa a compreender e
mensuraromundomaterialqueocerca.Eassim,tentamedirlongitudinalmenteo
globoterrestre,eisso
tornou‐sepossível quando a posiçãoda Lua entre as estrelas pôde serprevista pela teoria lunar de Newton e, assim obteve‐se o tempoaparentedomesmofenômenoceleste,medidoemdoislugares.Apartirdaí, os vastos espaços marítimos puderam ser “controlados” e asprojeções nosmapas puderam ser feitas comprecisão cada vezmaior.(MATOS,1990,p.285).
Enfim, encontramos o espírito e a matéria sendo ordenados e medidos
com precisão e rigor, mas sempre subordinados as leis naturais universais
estabelecidas pelo cristianismo. A “Matemática Universal” de René Descartes
denominadade “CiênciaUniversaldaOrdemedaMedida”está calcadana razão
humana e em tudo aquilo que pode ser matematicamente planejado,
diferenciando‐sedascoisasdamemóriaedossonhos,pois,paraDescartes,estes
fenômenos são fontes de incerteza, erro e ilusão. Esses princípios serão
definitivamenteincorporadosanossaculturaapartirdosséculosXVIIeXVIIIcom
a visãomecanicista desse filósofo ematemático e o pensamentomaterialista do
físico IssacNewtonqueprofundamente influenciarãonossapercepçãoocidental,
atéosdiasdehoje.
Descartesdiziaqueapercepçãoédeterminadapelarazãodemodoqueela
não gera dúvidas, pois, se assim o fizer, será descartada como uma percepção
enganosa. Nas palavras do fundador da filosofia moderna, em "Meditação
Primeira",sobrenossapercepção,
tudooquerecebiatépresentemente,comoomaisverdadeiroeseguro,aprendi‐o dos sentidos ou pelos sentidos: ora, experimentei algumasvezesqueessessentidoseramenganososeédeprudêncianuncasefiarinteiramente em quem já nos enganou uma vez. Mas, ainda que ossentidosnosenganem,énelesquedevemosbasearnossaspercepçõeseem diversos casos, deles, não se pode razoavelmente duvidar. (1983,p.85‐86).
Assim, ele encontrava nos sentidos a principal fonte de percepção e
compreensão do mundo, apesar de considerar o sonho como algo distante da
racionalidade. Descartes afirmava que sonhar é iludir‐se, em suas próprias
palavras:
tenhoocostumededormir...esonhar,duranteanoite,queestavanestelugar, que estava vestido, que estava junto ao fogo, embora estivesseinteiramentenuemmeuleito?...oqueocorreunosononãoparecesertãoclaronemtãodistintoquantotudo...,maspensandocuidadosamentenisso,lembro‐medetersidomuitasvezesenganado,quandodormia,porsemelhantesilusões.(DESCARTES,1983,pp.85‐86).
Elepercebeaexistênciadeumaúnicasaídaparaasuperaçãodadúvidae
eladevesertrilhadasegundoamesmaestradaqueasua“MatemáticaUniversal”.
Nelavamosencontrara“ordemdasrazões”ea“ordemdasmatérias”e,segundo
suas reflexões, estas ordens devem ser edificadas com a clareza da evidência
matemáticaeestruturadacomacoerênciaperfeitadeumademonstração.
No“DiscursodoMétodo”elemostraqueoúnicocaminhoparaconhecera
verdade,éodadedução,respaldado,evidentemente,pelaintuição.Quatrosãoos
princípiosquenoslevamàlógicadarazãohumana,esãoeles:
1. Jamaistomaralgocomoverdadeiroquenãosereconheçacomotal;
2. Dividir cada uma das dificuldades a serem examinadas em tantas
parcelas quanto possível e em quantas forem necessárias, a fim de
resolvê‐las;
3. Ordenar os pensamentos pelos objetos mais simples, até o
conhecimentodosmaiscomplexos;eporfim,
4. Fazerenumerações tãoextensase revisões tãogeraisdemodoa ter
certezaquenadaomitiu.(DESCARTES,1983,p.37‐38).
Opensamentodesse filósofomarcouahistóriadesseperíodoeestabelece
umuniversounivocamentedeterminadoequedeve serdivididoempartespara
sercompreendidoeasomadaspartesconfiguramotododenossacompreensão.
O mundo ocidental começa dividido quando o homem deixa de produzir
paraseuconsumopróprioecomeçaasegmentarosprodutosparacomercializá‐
los, temos uma economia que começa a se estrutura de forma financeira,
gradualmentevaiexterminandocomosvaloreseprincípiosfeudais.Aogeraruma
produção excedente, estimulada pelas viagens das cruzadas, o homem
apercebesse‐sedapossibilidadedetrocaraquiloqueeraproduzidoalémdesuas
necessidadesdeconsumo.
Daí, os burgueses, aproveitando‐se desse lapso da economia feudal,
começamapensaremumsistemabaseadono“capital”;natrocadeprodutospor
moedasparaatenderàsnecessidadesbásicas.Estemesmosistemagera também
novas necessidades que se alimentamdos desejos humanos e, assim, notamos a
separação entre a produção e o consumo. Obviamente, essa forma produtiva
possuía características bastante afastadas do método abstrato da produção
capitalistamoderna, segundo a qual, asmercadorias passam por intermediários
antesdechegaraoconsumidorfinal.(HAUSER,1972,p.271)
Iniciamos um processo de pensar nossas vidas em pedaços, porém ainda
substancialmente ligadoaosvaloresorgânicosedeterminadospela IdadeMédia.
Osprofissionaisespecializadosatribuemaobemproduzidoumconceitode“valor
mercadológico”quedá,aoshomens,umarelativaliberdadedecriarnovosvalores
para antigos objetos, sem produzir novas mercadorias. Este fato, unido às
necessidades de troca dos bens culturais, gera no mundo burguês a
obrigatoriedade de quantificação dos valores dos objetos. Precisamos criar
características de particularização de nossas mercadorias com a finalidade de
atribuir‐lhesvalor. Issomarcaráprofundamenteasnossas formasde significar e
comunicar,criandoumcaráterdeprazernassingularidadesena individualidade
estimuladospelafragmentaçãoeracionalidadedonossomundo.
Já em plena Idade Média pudemos sentir essa individualidade,
fragmentação e busca da racionalidade, porque, ao homem medieval coube a
verdadeiramudançadeparadigma.Abandonamosasconcepçõestranscendentais
baseadas em uma sociedade de economia natural estruturada sob o domínio da
Igreja Católica Cristã e passamos para uma economia monetária urbana que
propunha a emancipação da burguesia, no entanto, ainda estruturada pela
ideologiacristã.
Na Filosofia surgem sinais de reconhecimento da individualidade e
segmentação.No“humanismoindividualista”vamosencontrarohomemembusca
daafirmaçãodesuapersonalidade,embuscadoseueu,tendocomobaseatomada
de consciência da própria espécie. Para isso ele proclama contra a autoridade
estabelecida em busca de uma nova ordem.Hauser diz que o individualismo da
Renascença é novo apenas no sentido emque o homem toma consciência desse
fenômeno(1972,pp.361‐362).Aunidadetotalitáriaestabelecidapelafémedieval,
gradualmentedá lugaràdualidadeentreacrençaeoconhecimento,entrea fée
ciência, entre a autoridade e a razão, entre um mundo orgânico e outro
fragmentário;éumanovaordemquecomeçaadespontar.
As obras de arte que antes eram produzidas para os reis e para o clero
passamaserencomendadaspelaburguesia.Eles,comasmudançasnadinâmicada
economia,vão,gradativamente, introduzindoseusvaloreseprincípiosnomundo
europeuocidental.Ascamadassociaisque,atéentão,eramrigidamentedefinidas,
aospoucosvãodandolugaraumespíritomaisdinâmicoeflexível.AindanaIdade
Média temos uma visão religiosa unicamente determinada. Porém,mais adiante,
encontramososelementosdeordem,grandezaeo cientificismodefinindonosso
pensamento combaseno cristianismo.A diferença entre as produções artísticas
dessesdoisperíodosqueantecedemaRevoluçãoIndustrialestána formadever
essarealidade.Oprimeirorepresentaomundopercebidode"modonatural",jáo
segundo faz dele um "estudo de proporções" baseado na Geometria Perspectiva
Linear estruturadamatematicamente pelos princípios de Euclides de Alexandria
queviveuporvoltadoséculoIV.
NoentendimentodeEdgerton,comojávimos,aterceirapartedotripéque
dá sustentação à revolução científica no mundo ocidental é exatamente a
possibilidade de se estabelecer uma filosofia para a pintura possível de ser
demonstrada através de deduções matemáticas estruturadas pela geometria
euclidiana.Paraele,aartedoperíodopré‐industrialinfluenciouváriasculturasno
mundo, não porque foram impostas, mas sim porque teve um trabalho mais
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rigidez das construções urbanas. O movimento de tridimensionalidade passa a
estar diante de nossos olhos. Nas obras plásticas do final da Idade Média e do
Renascimento vamos encontrar representadas as formas arquitetônicas, a partir
do que os gregos haviam elaborado. As ordens, como o dórico, o jônico ou o
coríntio,sãoreutilizadas,aocomporospalácios,asigrejas,ascasasdosburgueses
e as telas dos artistas plásticos que nesse instante utilizam constantemente os
elementosdearquiteturaparacomporoscenáriosdesuasobras.
Apesar de não ser nosso objetivo tratar das obras de arquitetura, é
importante citar a descriçãoda reconstruçãodaCapela‐MordaAbadia de Saint‐
DenisdoAbadeSugereotratadosobreaHarmoniaUniversalpublicadoem1.525
porFrancescoGiorgiqueestabeleceregrasparaaconstruçãodaCatedraldeMilão.
O primeiro demonstra o valor matemático que se atribuía a produção
artísticaemgeral.Essaobra trazconsigoaverdadeira forçaespiritualematerial
das proporções e razões utilizada em toda arte visual do ocidente europeu, em
especial a produzida sobre o patrocínio do Abade Suger. Ele salienta nesta
descriçãoqueovalormaisalto,realizadononovoedifícioéa“Harmonia”‐istoé,
"aperfeitarelaçãodaspartes,emtermosdeproporçõesourazõesmatemáticas‐
queéa fontedetodaabeleza,poisexemplificaas leissegundoasquaisa“razão
divina”construiuouniverso."(JANSON,1977,p.285).
O segundo em seu tratado une a teoria neoplatônica com o cristianismo
reforçandoacrença,jáexistentenaeficáciadarazãonumérica.ParaaCatedralde
Milão, Giorgi sugere um sistemaglobal demedidas que relacionaproporções do
“Homem Vitruviano” com as “Harmonias Cósmicas” de Platão e Pitágoras.
(PENNICK,1980,p.110).
As ordens arquitetônicas ajudam a interpretar o homem e seu meio
ambienteatravésdasmedidas.Adimensãototaldafigurahumanaéexpressaem
frações ordinárias e o homem, agora dividido em partes, serve para definir o
tamanhodasnavescentraisdascatedraisconstruídasnesseperíodo.Naverdadea
fração ordinária é o único signo matemático que representa precisamente a
relaçãoentreduasquantidadesmensuráveis.
Comoverificamos,ousodateoriadasproporçõeseautilizaçãodecânones
geométricassempreestevepresentenasartesvisuais.Verificamostambémquehá
diferenças fundamentais entre o método dos egípcios, o método de Policleto
consideradooformuladordaantropometriaclássicagrega,ométodoutilizadona
IdadeMédiaeodeLeonardodaVinci.Porém,tentandoestabelecerumadefinição
única para o que possa ser a “teoria das proporções,” somos levados ao texto
"Significado nas Artes Visuais" de Erwin Panofsky e de lá extrairmos que essa
teoriaé
um sistema de estabelecer as relações matemáticas entre as diversaspartes de uma criatura viva, particularmente dos seres humanos namedida em que esses seres sejam considerados temas de umarepresentaçãoartística.(Panofsky,1979,p.90).
Aofragmentaremmódulosossereshumanoseoespaçoocupadoporeles,
vemos introduzidos outros dois conceito que irão marcar significativamente os
períodospré‐industrialeindustrialmecânica.
O conceito de individualidade da produção e o conceito de medida do
produto finalizado serão importantes para a compreensão do mundo burguês.
Mensurar as obras de arte como igualmente se fazia com as mercadorias é
característicamarcantedohomem‐produtor‐artísticodessemomentohistórico.
Os artistas têmno suportemóvel suamercadoria, comumvalor de troca
determinado pela individualidade de cada produtor. Agora, ele não é mais um
artesão e sim, um intelectual da arte que emprega em sua produção profundos
conhecimentosmatemáticosaplicadosaanatomiaeageometriaespacial.Issotraz
individualidadeàscriaçõeshumanasonde,omeiodeproduçãoaindaéartesanale
oprodutorelaboraseuprodutoporcompleto.
Osesboços,ostraçadoseosdesenhosnãosãopreservadosnotempoassim
comoéaobradeartefinal.Elesrepresentamapenasafragmentaçãodoprocesso
de trabalho do artista plástico, isto é, o que importa é a pintura final; o quadro
realizado.
Apartirdeentãoastelasaóleotornam‐seavedetedaproduçãoartísticae
junto comelas seusprodutores.Umexemplodissoé anomeaçãodeGiottopara
diretordasobrasdacatedraldeFlorença,umahonraeresponsabilidadeatéentão
reservadaaarquitetoseescultoresenuncaapintores.Essegrandeartistaplástico
afirma que a pintura era superior à escultura, e assim dizendo, colocava‐a no
patamarmaiselevadode todasas formasdeexpressãoartística. (JANSON,1977,
p.325).
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De fato,o “númeropuro,” “número‐divino, “ou”número‐ideia”éomodelo
idealdo“número‐científico,”este“consideraremosgeralmentecomonúmero;pois
a causa do mundo material são as formas ‐ que dependem de quantidade,
qualidadeedisposições‐aúnicacoisapermanenteéaestruturadascoisas‐cópia
domodelopercebidoemlogo‐esuaúnicarealidadeéoarquétipodiretordetodo
ouniversocriado, (GHYKA,1968,p.22)Aquiencontramosocaráterorgânicoda
Idade Média presente na matemática onde o “número‐divino” e o “número‐
científico”fazempartedeumúnicouniversodepercepção.
Outroaspectoquedeveserdestacadonessemomentoéaintuitivanoçãode
quantificaçãodomundoreal,de fácilverificaçãonos textosdematemáticanesse
instantequeprecedeaRevoluçãoIndustrialnaCivilizaçãoOcidental.Notamosisso
quando lemos o que Oresme, ao generalizar a teoria das proporções de
Bradwardine, escreve: “Tudo que é mensurável ... é imaginável na forma de
quantidade contínua.” (BOYER, 1974, p. 192) Ele, ao medir a distância que um
corpo percorre quando se move com aceleração constante em um determinado
tempo e ao traçar um gráfico de velocidade e tempo com esses dados, realiza a
verificaçãogeométricadaregradedistânciapercorrida.
Richard Suiseth, “O Calculator”, também nos mostra o processo de
quantificaçãodomundoocidental,quandoformulaoproblemasobrelatitudedas
formas,cujoenunciado,éassimdescrito:
Se durante a primeira metade de tempo dado, uma variação continuacomumacertaintensidade,duranteaquartaparteseguintedointervalocontinua com o dobro da intensidade, durante a oitava parte seguintecom o triplo da intensidade e assim ad infinitum; então a intensidademédia para o intervalo todo será a intensidade de variação durante osegundosubintervalo.(BOYER,1974,p.192).
Hoje ela é traduzida pela série infinita, a qual foi demonstrada de modo
geométrico, por Oresme, pois Calculator não conhecia os modos gráficos de
demonstração.A ciênciadosnúmeros começaa tomar impulso significativo com
Regiomontanus considerado o matemático mais influente do século XV e que
conhecia grego, portanto, entrou em contato com o conhecimento científico e
filosóficodaantiguidade.Nestemomento,jáexistiamalgumasboastraduçõespara
o latim do trabalho de Euclides, e sua "noção de grandeza geométrica tal como
aparece,progressivamenteformalizada,emdiferenteslivrosdosElementos."Gilles
GastonGrangerdefiniuessanoçãodegrandezanageometriadeixandoexplícitoa
relaçãoentreelementonuméricoegeométrico,doseguintemodo.Paraele,
aintuiçãoingênua‐pelomenosparaanossa,jáeducadaporséculosdeprática social das operações de medida ‐ a grandeza geométrica nãocolocaproblemas,istoé,aideiadenúmeroéespontaneamenteaplicadaàintuiçãodeumsegmentodelinha,eatédeumfragmentodesuperfície.(GRANGER,1974,p.37)
Já a Euclides coube estabelecer a ligação do ser geométrico com o
aritmético, o que foi plenamente realizado em “Os Elementos” e assim, a
matemática está preparada para uma aritmética do incomensurável que se
realizaráplenamentenesseperíodotrazendonoseuinteriorparâmetrosqueserão
marcantesparaamodernidadeouseja,anoçãodialéticadosnúmerosirracionais.
Esses números não podem ser expressos na forma de razão ou fração e
causaram dificuldades maiores em sua compreensão “porque, não são
aproximáveis por números positivos, mas a noção de sentido sobre uma reta
tornou‐osplausíveis”.(BOYER,1974,p.210),assim,
a questão não é inventar um método particular para superar taldificuldade de medida, mas encontrar princípios gerais que permitamajustar o sistema dos números e a noção aindamuito intuitiva de sergeométricolinear.(GRANGER,1974,p.37).
Esse ajuste irá se realizar com os espaços topológicosmatemáticos numa
baseeuclidianaenanoçãosistêmicamatemáticaunivocamentedeterminadapelas
teorias de Descartes com sua álgebra geométrica, de Fermat com sua álgebra
analíticaedeDesarguescomsuageometriaprojetiva.
A álgebra, a geometria e a trigonometria são os temas centrais do
desenvolvimento matemático no período em questão pelo seu caráter de
mensuraçãoeordenação.Todasasobrasmatemáticas,aquiexpostas,culminaram
comsistemasbaseadosnageometriaeuclidiana,enessavisãointuitivadoespaço
matemático, podemos observar também que as visões de Descartes, Fermat e
Desargues, individualmente concebidas, para efeito sintético, determinam a
produçãoeascaracterísticasdessemomentohistórico.
Tomemos inicialmente a álgebra geométrica deRenéDescartes, que além
dematemáticocontribuiudeformadefinitivaparaoconhecimentohumanonesse
período.Suaobra,emespecialamatemática, começaa tomarcorpono iníciodo
renascimento através da resolução algébrica de equações cúbicas associada a
respectivademonstraçãogeométricaemtermosdesubdivisãodocubo.Estanoção
de resolução de problemas matemáticos através das noções geométricas está
presente em toda produção desse momento. Podemos encontrá‐la também nos
Livros IVeVIdeálgebradeRafaelBombelli; eles tinhamdiversosproblemasde
geometriaresolvidosdemaneiraalgébrica.
Descartesdiziaqueparafazermatemáticadevemos,porumlado,reterdo
objeto apenas o que ele possui de mensurável e redutível ao número puro da
álgebra,edeoutro,guardaraordem.(GRAGER,1974,p.37)Estesdoisconceitos
podemsergeneralizadospor todoomundomatemático,eporquenãodizer,por
todoomundoPré‐Industrial onde tudo é concebido emduaspartes: a primeira,
tratadamatériae,portanto,devesermedida;omaisimportanteaquiémensurar.
Asegundatratadaorganizaçãodamatériae,portanto,desuaordenação.Assim,
estamosdiantededois fenômenosquemarcamoperíodoinicialdaeconomiado
sistemaburguêsdetroca:amedidaeaordem.
Opaidafilosofiamodernatransfereanoçãointuitivado“objetogeométrico
imaginado” e “a confusa complexidade fenomenológica da figura” para um
problemadeálgebra.Istoé,segundoDescarteseleseservedeummétodoonde
tudo o que cai na consideração dos geômetras se reduz a ummesmogênerodeproblemas,queéodeprocurarovalordasraízesdealgumaequação,julgar‐se‐áquenãoédifícilfazerumaenumeraçãodetodasasviaspelasquaispode‐seencontrá‐las.(GRANGER,1974,p.65).
Assim,oobjetomatemáticoé emgeralumaconstruçãogeométrica, enão
necessariamenteareduçãodageometriaàálgebra.Ofundamentalnãoéresolver
os problemas de álgebra através da geometria, mas "consiste justamente em
definir a inteligibilidade da extensão pela medida e em considerar a Geometria
comoaciênciaqueensinageralmenteaconhecerasmedidasdetodososcorpos."
(GRANGER,1974,p.64).
Já Girard Desargues retomando a Antiguidade, preserva as ideias de
Regiomontanusnatrigonometriae,assim,elaboraumbelotrabalhodegeometria
compostopor vinte edois livros sobre “Elementosde cônicas” traduzindodesse
modo,paraolatim,osestudossobrecônicasdeEuclides.Esseéoimpulsoinicial
para o “Brouillonprojetd'uneatteinteauxévénementsdes rencontresd'un cone
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Finalizando,observemosaobradePierredeFermat,quecomomuitosde
suaépoca,dedicava‐seàrecuperaçãodeobrasperdidasdaantiguidadecombase
em informações encontradas nos tratados clássicos, e assim, os trabalhos
traduzidosparao latimaumentavamdia apósdia e umaparcela significativado
conhecimentohumanotemsuaorigemnostextosclássicos.Entreessestrabalhos
encontramos a reconstrução dos Lugares Planos deApolônio, que possuía como
subproduto o “princípio fundamental da geometria analítica”, qual seja: “sempre
que numa equação final encontram‐se duas quantidades incógnitas, temos um
lugar,aextremidadedeumadelasdescrevendoumalinha,retaoucurva”(BOYER,
1974,p.253)eassimestamosnovamentediantedarelaçãoentreosnúmerosea
geometria.
Essematemáticodoperíodopré‐industrial, juntocomDescartes, foioque
maisseaproximoudevisualizaroutrasdimensões,alémdoplano.Fermatemseu
métodoparaacharmáximosemínimosmanipulalugaresdadosporequaçõesque
hojesãoconhecidascomoasparábolasdeFermatequeoperavamem“geometria
analíticadecurvasplanasdegrausuperior”eintroduziuoconceitodeoperações
emmaisquetrêsdimensões,porém,opaidageometriaanalíticasetinhaissoem
mentenão foialémdesseponto.Ea teoriabaseadaemtrêsdimensões teriaque
esperaratéoséculoXVIII,antesdeserdefinitivamentedesenvolvida.Defato,esses
procedimentoslevaramomatemáticoFermataummétodoparaachartangentesa
curvay=x,queporconsequêncianosdeuoteoremasobreasáreasdelimitadapor
essascurvas,istoé,primeiropassoparaa“análiseinfinitesimal.
DomesmomodoqueDescartes,Desargues e todos seus contemporâneos,
inclusive Fermat, tinham uma concepção euclidiana dos espaços matemáticos e
tratava‐osdemaneiraplanimétrica.Eassim,criouasuageometriaanalíticaeseu
método de máximos e mínimos que, entre outras coisas, introduziu o cálculo
diferencial e integral e a percepção dos “valores vizinhos” que é a essência da
“análise infinitesimal”. Como todas as outras teorias, estamos em busca da
consistência entre os seres geométricos e os seres numéricos, estamos tentando
estenderasproposiçõessobreosnúmerosàgeometria,demodoaunificá‐losna
idéiadeumcálculogeométrico,eassim,conceberamatemáticacomoumsistema
único.(GRANGER,1974,p.87)
Aperspectiva comapenasumpontode fuga “resumeuma situaçãoque a
própria ‘perspectiva focalizada’ ajudará a formar e perpetuar: uma situação na
qualaobradeartesetornaráumsegmentodouniverso,comoesteéobservado‐
oupelomenos,comopodiaserobservado‐porumindivíduoparticular,apartirde
umpontodevistaparticular,nummomentoparticular. “Primeiroéoolhoque
vê;segundo,oobjetovisto;terceiroadistânciaentreumeoutro”,dizDürer,
parafraseandoPieroDellaFrancesca (PANOFSKY,1979,p. 360).A teoriade arte
desenvolvidanaRenascençapretendiaajudaroartistaachegaraumacordocoma
realidade numa base observacional; os tratadosmedievais de arte, ao contrário
limitavam‐sequasesempre,aoenunciadodecódigose regrasquepoupariamao
artistaotrabalhodeobservardiretamentearealidade.
Essa característica de particularidade, a que se refere Dürer, pode ser
levadaàmatemáticase tomarmosque,no finaldesteperíodo, temosconstruídas
trêsformasdesepensaraciênciadosnúmeros.Todaselasbaseadasnumavisão
geométrica intuitiva observacional do entematemático; uma visão euclidiana de
espaço, cada qual com característica específica de seus criadores. Duas delas
levavamemcontaosprocedimentosalgébricosestendidosàgeometriae,porisso,
são chamadas de álgebra geométrica ou geometria analítica, desenvolvidas por
DescarteseFermat.
Aprimeiraexperiência,decarátermetafísico,olhavaparaomundoatravés
da filosofia, e assim, a álgebra geométrica cartesiana tinha como finalidade
encontrarum“métodopararaciocinarbemeprocuraraverdadenasciências”.Já
asegunda,nãotãoabrangente,contribuiu fundamentalmenteparaamatemática,
umavezqueseuautor,apesardenadaterpublicadopossuíaumaexposiçãomuito
mais didática e sistemática do que o primeiro. Por fim, a terceira teoria, com
característicaspróprias,eessencialmentesimples,voltadasàscoisadocotidiano,é
denominada de geometria projetiva arguesiana, é construída a partir de termos
tomadosdanatureza,emespecialdabotânica.Desargues,seuautor,atribuíaasua
geometrianomescomo:“nós”,“ramos”,“raiz”eoutrostomadosdodiaadia,para
assuasdefiniçõeseosseusconceitos.Asecçãodecônicasédenominadade“golpe
de rolo”, porque faz referência a um rolo de amassar, e é desse modo que a
geometriaarguesianavêatransformaçãodacircunferênciaemelipse;umamassa
circularque,setrabalhadacomumrolo,podeviraumaelipse.
A produção artesanal imprime “as marcas individuais” do produtor, no
objetocriado,fundamentalmentenociclopré‐industrial.Percebemostambémque
todasasteoriasolhavamparaoobjetomatemáticopeloseuaspectogeométricoe
euclidiano, que se fundamentanuma teoria combases observacionais, na qual o
espaçotopológicoutilizadosustenta‐senumamétricaplanadadaapartirdenossa
percepçãopuraesimples,semquaisquerinstrumentosauxiliares.
Demodoque,nesseperíodoumadassimilaridadesquepodemosdestacar,
dessesdoissegmentosdoconhecimentohumano,éavisãosistêmicadosespaços
topológicosmatemáticos e artísticos, dados pela percepção intuitiva do homem,
sem mecanismos de observação, que não os seus próprios olhos e a sua
individualidade.Oshomenseseusobjetosaoredorsãorepresentadosnumavisão
planimétrica tirada da perspectiva monocular de observação, baseada na
geometria euclidiana e que trazia à percepção de cada produtor um modo
particulardeenxergaromundo.
OsartistasquemaislongelevaramessasideiasforamMiguelangeloeDürer.
Um,aoelaborarojuízofinal,dásuaopiniãoarespeitodessetemasagrado,dentro
doseiodaprópriaigrejacatólica,contrariandoomododepensardessa.Ooutro,
através de seu autorretrato, desenhando‐se com feições semelhantes ao Cristo,
“encarava suamissão de reformador artístico”, (JANSON, 1977, p. 464) como já
destacamosanteriormente,mostrandoassim,queomundodependiadeleedesua
“genialidade”.
Retomando Dürer, ele fala sobre o terceiro elemento, isto é, a distância
entreoolhodoobservadoreoobjetoobservado,eaí,encontramosoutroelemento
que irá marcar significativamente as produções artísticas e matemáticas desse
periodo. A questão da mensuração e ordenação tão fortemente buscadas nesse
mundo,pretensamenteracional.Aarteémedidaeordem.Nosmomentosemque
estabelece as relações de proporcionalidade usadas para construção das figuras
humanas, estabeleceumaordemapartirdeumsistemaperspectivo figurativoe
estabelece também a ordenação das formas representadas e construídas sob os
olhosdasordensarquitetônicas:dórica,jônicaecoríntia.Osensocomumpassaa
serasimetria,oequilíbrio,aordenaçãoeamensuração.
Amatemática,natentativadeestabelecerumaprojetividadeespacial,opera
sobre um conceito semelhante aos artistas. Isto é, apesar de tratar as formas
geométricasdemaneiraespacial,nãovaialémdeumaconvençãoplanimétricado
espaçorepresentado,concebendoassim,umsistemadeordememedidacalcado
nadeformaçãodosobjetos,emumaprojeçãosoboplano.Tomaremosemseguida,
duasconsideraçõesdeGilesG.Grangerquenosmostraaformadepensardedois
matemáticos,arespeitodageometriautilizada:
Do método de projeção de Desargues temos a acrescentar que sua
construçãoperspectivaéuma “transformação”,quepermitepassardoespaçoao
plano", assim, é apenas "uma deformação particular dos comprimentos". De
Descartes podemos ver que “os problemas de geometria facilmente podem ser
reduzidos a termos tais que, depois disso, só há necessidade de conhecer o
comprimentodealgumaslinhasretasparaconstruí‐los.”(GRANGER,1974,p.78)é
evidenteque,quandoessesmatemáticosfalamdecomprimentoestãopercebendo
o espaço‐suporte de seus sistemas inserido num contexto onde só interessa a
distância desdobrada em duas direções, comprimento e largura; nos remetendo
definitivamenteaoplano.
Seenveredarmospelasobrasdessesdoisautores,comotambémdosoutros
matemáticos contemporâneos a eles, verificamos cada vezmaisque apercepção
espacialmatemáticadesseshomenserafundamentalmentebidimensional,apesar
de Descartes e Fermat visualizarem outras dimensões. Eles definem conceitos,
operando‐oscombaseemumcódigogeométricoextraídodaantiguidadeclássica;
o método de Euclides. A geometria e suas projeções, tanto na arte quanto na
matemática, era de concepção euclidiana, única geometria conhecida nesse
momento.
Aperspectivalineartraduzumavisãomonoculardomundo,criaailusãoe
deformaçãodoelementoprofundidadeaoserrepresentadanatelabidimensional.
O plano está organizado segundo um código de representação que achata a
espacializaçãodosobjetosassimcomoumrolodeamassar.Aperspectivaajudaa
mensuraçãodosobjetosnaturaisnomundo;arealidadepercebidaétraduzidaem
umsuporteúnico:oplano;oquadrobidimensionalquepodesertiradodaparede,
transforma‐seemmercadorianumsistemaeconômicopré‐capitalista.
Os artistas do início do período pré‐industrial não conseguem levar para
suasrepresentaçõesgráficasadiferençaentreo“campovisual”eo“mundovisual“,
nas palavras de Edward T. Hall. Para ele “o homem ocidental não fizera ainda
distinções entre o ‘campo visual’ ‐ a verdadeira imagem retiniana ‐ e o “mundo
visual”, que representa o percebido, pois," ele é “...representado não como
registradonaretina,mascomopercebido‐emtamanhonatural.”(1977,p.81).
Como vimos, somente Rembrandt modificará esse modo de representar,
utilizando‐se do artifício das sombras e pintando "um campo visual estático, em
vezdomundovisualconvencionalretratadopelosseuscontemporâneos"imprime
emsuastelasatridimensionalidadese"observadasdedistânciaadequadas‐que
tem de ser determinadas experimentalmente" (HALL, 1977, p. 81) e aí estamos
percebendoconceitosqueirãocaracterizaramodernidade.
2.2 ConceitosdeProgramação2.2.1 SistemaCartesianoSistemaLógico2.2.2 VariáveiseFunções(conceitodefunção),Aritméticas
eLógicas2.2.3 Trigonometria–Seno,CossenoeTangente2.2.4 AcessoRandômico2.2.5 If,ElseeFor.
2.3 Atividades–Série02–MatemáticaDiscreta:
2.3.1 Atividade01‐DesenharumaMandala; Proposta: Solução: