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A Matinta Pereira é uma ave de vida misteriosa e cujo assobio nunca se sabe de onde vem. Dizem que ela é o Saci Pererê em uma de suas formas. Aparece de noite nas vilas, cidades, povoados, atravessando o espaço com seu grito arrepiante. Ninguém sabe onde a Matinta mora. É crença entre paraenses e amazonenses que existem velhas com o poder de transformar-se em Matintas. Assim, ouvindo seu grito os moradores prometem, em voz alta, fumo. Pela manhã, é quase certo que uma velha mendiga irá aparecer pedindo esmolas. É a Matinta que vem cobrar a promessa feita[2]. Outras vezes assume a forma de uma velha vestida de preto, com o rosto parcialmente coberto. Prefere sair nas noites escuras, sem lua. Quando vê alguma pessoa sozinha, ela dá um assobio ou grito estridente, cujo som lembra a palavra: "Matinta Perêra..." Para os índios Tupinambás esta ave[3], era a mensageira das coisas do outro mundo, e que trazia notícias dos parentes mortos. Era chamada deMatintaperera. Para se descobrir quem é a Matinta Pereira, a pessoa ao ouvir o seu grito ou assobio deve convidá-la para vir à sua casa pela manhã para tomar café. No dia seguinte , a primeira pessoa que chegar pedindo café ou fumo é a Matinta Pereira. Acredita-se que ela possua poderes sobrenaturais e que seus feitiços possam causar dores ou doenças nas pessoas. Em alguns lugares , se apresenta como um velho, a cabeça amarrada com um pano ou lenço, como se fosse uma pessoa doente, indo de porta em porta, também a pedir tabaco. Um ponto em comum em todas as versões encontradas, é que se trata de um indivíduo nômade, que anda a gritar, ou com seu assobio de pássaro, ou a tocar uma flauta, sempre a pedir tabaco. No Tupi encontramos Mata como significado de coisa grande, e mati para coisa pequena. No nosso caso da Matinta-Pereira , o mati significa um ente misterioso, nem ave, nem quadrúpede, nem serpente, mas tendo de todos estes alguma coisa. Mora nas ruínas, junto com onças, corujas e cobras. Há na região Norte , sociedades secretas femininas chamadas de Tapereiras , que o povo chama de Mati-taperereiras . Às vezes usam do medo que provocam na população para obterem vantagens. Conta-se que garotos de 10 a 14 anos, como serventes e nas noites sem luar, saem a gritar imitanto a Matinta- pereira . O povo assustado fecha as portas e janelas, e todos se calam para não atrair o "demônio" para suas casas. Nos dias seguintes a essa noite , todos sabem que durante o dia chegará às suas portas uma velha a pedir tabaco. Nesse caso é melhor dar, ou charutos, e mais alguma coisa para comer. Insatisfeita tentará entrar na casa; Satisfeita ela irá embora sem causar mal algum. Informações Complementares:

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A Matinta Pereira é uma ave de vida misteriosa e cujo assobio nunca se sabe de onde vem. Dizem que ela é o Saci Pererê em uma de suas formas. 

Aparece de noite nas vilas, cidades, povoados, atravessando o espaço com seu grito arrepiante. Ninguém sabe onde a Matinta mora. É crença entre paraenses e amazonenses que existem velhas com o poder de transformar-se em Matintas. Assim, ouvindo seu grito os moradores prometem, em voz alta, fumo. 

Pela manhã, é quase certo que uma velha mendiga irá aparecer pedindo esmolas. É a Matinta que vem cobrar a promessa feita[2]. 

Outras vezes assume a forma de uma velha vestida de preto, com o rosto parcialmente coberto. Prefere sair nas noites escuras, sem lua. Quando vê alguma pessoa sozinha, ela dá um assobio ou grito estridente, cujo som lembra a palavra: "Matinta Perêra..." 

Para os índios Tupinambás esta ave[3], era a mensageira das coisas do outro mundo, e que trazia notícias dos parentes mortos. Era chamada deMatintaperera. 

Para se descobrir quem é a Matinta Pereira, a pessoa ao ouvir o seu grito ou assobio deve convidá-la para vir à sua casa pela manhã para tomar café.

No dia seguinte, a primeira pessoa que chegar pedindo café ou fumo é a Matinta Pereira. Acredita-se que ela possua poderes sobrenaturais e que seus feitiços possam causar dores ou doenças nas pessoas. 

Em alguns lugares, se apresenta como um velho, a cabeça amarrada com um pano ou lenço, como se fosse uma pessoa doente, indo de porta em porta, também a pedir tabaco. 

Um ponto em comum em todas as versões encontradas, é que se trata de um indivíduo nômade, que anda a gritar, ou com seu assobio de pássaro, ou a tocar uma flauta, sempre a pedir tabaco. No Tupi encontramos Matacomo significado de coisa grande, e mati para coisa pequena. No nosso caso da Matinta-Pereira, o mati significa um ente misterioso, nem ave, nem quadrúpede, nem serpente, mas tendo de todos estes alguma coisa.Mora nas ruínas, junto com onças, corujas e cobras. 

Há na região Norte, sociedades secretas femininas chamadas deTapereiras, que o povo chama de Mati-taperereiras. Às vezes usam do medo que provocam na população para obterem vantagens. Conta-se que garotos de 10 a 14 anos, como serventes e nas noites sem luar, saem a gritar imitanto a Matinta-pereira. O povo assustado fecha as portas e janelas, e todos se calam para não atrair o "demônio" para suas casas. 

Nos dias seguintes a essa noite, todos sabem que durante o dia chegará às suas portas uma velha a pedir tabaco. Nesse caso é melhor dar, ou charutos, e mais alguma coisa para comer. Insatisfeita tentará entrar na casa; Satisfeita ela irá embora sem causar mal algum.

Informações Complementares:

Nomes comuns: Matinta Pereira, Matinta, Mati-tapereira, Matim-taperê, Maty-Taperê, etc. 

Origem Provável: Mito que ocorre no Sul, Centro, Norte e Nordeste do Brasil. Para alguns é uma variação da lenda do Saci. 

Esse pássaro, chamado de Mati-taperê, ou Sem-fim, ou Peitica, como é conhecido no Nordeste, cujo canto melancólico, ecoa em todas as direções, não permitindo sua localização, é a figura que encarna o mito. 

Na linguagem selvagem, o Nome Maty-Taperê, significa "O Pequeno que vive nas Ruínas, ou Taperas". Para eles, o Maty-Taperê é um gênio maléfico, refugiado nas aldeias abandonadas, e que perseguia a quem, imprudente, delas se aproximava. Acreditavam que o Maty-Taperê tomava a forma de um pequeno pássaro, como uma andorinha, e assim se disfarçava. 

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Na região Norte, especialmente Pará, a Matinta Pereira, seria um pequeno índio, de uma perna só e com um gorro vermelho na cabeça, semelhante ao Saci, que não evacua nem urina, sujeito a uma horrível velha, a quem acompanha às noites de porta em porta, a pedir tabaco. A velha que o acompanha canta, ao som do canto de um pássaro noturno chamado Matin-ta-perê. 

Em Pernambuco, na localidade de Porto de Galinhas, no litoral daquele estado, há uma referência a uma ave noturna, cujo canto se assemelha a um grito, muito temido por todos, por ser considerado de mau agouro. É a mesma Matinta, mas esta parece dizer: "Saia-Dela". 

Esta é provávelmente uma adaptação da lenda do Saci. Inclusive o pássaro no qual ela se transforma, chamada Matin-ta-perê, que além de ser preta tem o costume de andar pulando numa perna só, é a mesma que entre os Tupinambás, com o tempo se transformou no moleque Saci.

Poluição é uma palavra originada do latim, que significa manchar, poluir. São poluentes como substâncias, resíduos ou sons que estão em excesso no ambiente, causando desconforto, doenças,

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estresse, diminuição da qualidade de vida, do ar, das águas, ou seja, do ambiente em geral, além de provocar sérias ameaças de extinção para os seres vivos.

O crescimento da população e, consequentemente, das indústrias, das cidades e do consumo, os avanços científicos e tecnológicos, geram poluição. Poluição de rios, lagos, mares, poluição do ar, afetando o clima e aumentando o índice de doenças respiratórias, a poluição visual, com banners, faixas, outdoors, fotos e mensagens espalhadas em ônibus, nas ruas, sejam fixos ou ambulantes, estão nos principais pontos das cidades.

Os ouvidos, por serem também receptores das comunicações, são alvo de muita propaganda, além dos barulhos de carros, motos e ônibus, as conversas simultâneas, o telefone fixo e o celular. E, como os ouvidos são utilizados também para o lazer, como ouvir as músicas prediletas, as pessoas tentam fugir dos incômodos barulhos das cidades por meio de um ipod, celular ou aparelhos MP3, mas, na maioria das vezes, no maior volume possível, prejudicando muito a audição.

A poluição sonora vem aumentando a cada propaganda exagerada vista nas ruas, aquele comerciante, o ambulante, o feirante, na intenção de chamar a atenção para seus produtos, grita, fala alto, adquire objetos que provocam sons diferentes para atrair a curiosidade, principalmente das crianças. Os alto-falantes instalados em praças e comércios, sons automotivos, sons presentes em motos ou bicicletas, tudo isso afeta o meio ambiente, causando a poluição sonora. Acrescido a estes sons, dentro de casa, a televisão, o forno micro-ondas, a geladeira, o liquidificador, a batedeira são exemplos de eletrodomésticos que causam excesso de sons.

Esses barulhos são inconvenientes para a saúde e, dependendo do volume e da frequência com que são utilizados, podem causar danos irreversíveis aos nossos sentidos. A soma destes sons é que prejudicam ainda mais os organismos. Por isso, existem leis e normas para evitar altos níveis de ruídos em diferentes ambientes da cidade e também nas áreas de proteção ambiental (APA) a fim de minimizar o estresse causado nos animais por alguma visitação.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o ouvido humano tem limite de 65 decibéis (dB) e após este valor o organismo sofre estresse. Ruídos acima de 85 dB aumentam o risco de comprometimento auditivo. É interessante saber que sons acima de 130 dB chegam a provocar dor. E para se ter um parâmetro, um secador de cabelo atinge 85 a 90 dB, enquanto a turbina de um avião é de aproximadamente 130 dB. Por isso, quem trabalha em aeroportos e também em locais com nível de ruído acima do permitido devem usar proteção auricular.

Os efeitos da poluição sonora no organismo são muitos e dependem do tempo de exposição, da intensidade sonora e da suscetibilidade de cada indivíduo. Pode ocorrer perda auditiva temporária ou permanente, zumbido, intolerância a sons, estresse, ansiedade, dores de cabeça, problemas circulatórios, tonturas, taquicardia, alterações do sono e apetite, liberação de hormônios, insônia. Por isso, é bom evitar ouvir sons muito altos, pois nossos ouvidos necessitam de repouso e descanso. É muito importante utilizar as tecnologias de controle de ruídos existentes, principalmente nas indústrias, utilizados para verificação, identificação, análise e controle dos ruídos. Evitar fazer barulhos desnecessários também é uma medida profilática.

Por Giorgia Lay-AngGraduada em BiologiaEquipe Brasil Escola