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IND STRIA 76 Grande tendência de TI, computação em nuvem enfrenta o desafio da segurança dos dados, mas oferece solução flexível e economicamente viável para pequenas e médias empresas e municípios da A moda e o medo Cloud Computing Danilo Sanches • [email protected]

A moda e o medo da cloud Computing

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Reportagem para revista FH (ed. 189)

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Grande tendência de TI, computação em nuvem enfrenta o desafio da segurança dos dados, mas oferece solução flexível e economicamente viável para pequenas e médias empresas e municípios

da

A moda e o medo

CloudComputing

Danilo Sanches • [email protected]

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Foto: Divulgação

Sei, da Dell: Dúvidas sobre segurança e custo-benefício emperram evolução da cloud na saúde

Disponibilidade é a moeda da vez. O mercado avan-ça no sentido da chamada

cloud computing (computação em nuvem, em tradução livre) e colo-ca na ponta das listas de prioridades dos executivos a possibilidade de acesso aos dados de seus negócios a qualquer tempo, lugar ou através de dispositivos cada vez mais portáteis e eficientes. Este é o retrato de um mundo onde as informações não es-tão alocadas em hard disks ou em mídias digitais, mas espalhadas em grandes data centers em todo o mun-do. As informações estão nas nuvens. O Gartner a define como um es-tilo de computação onde os re-cursos de TI, com escalabilida-de e elasticidade, são fornecidos como serviço para clientes exter-nos usando tecnologias de internet. O termo computação em nuvem se refere ao fato de os dados não esta-rem alocados fisicamente num lugar definido, o que dá a ideia de que as informações estejam flutuando e pos-sam ser acessadas de qualquer ponto do globo pela rede. E isso é uma re-alidade em muitos mercados e tem saltado posições nas listas de priori-dades dos maiores CIOs do mundo a uma velocidade impressionante. Só quem não se impressiona são os grandes fabricantes de tecnologias e infraestrutura. As previsões para o mercado de armazenamento remo-to de dados e aplicações fornecidas via web são animadoras. O estudo mais recente da IDC aponta que a receita mundial de servidores para nuvens públicas e privadas deve-rá somar US$ 9,4 bilhões em 2015. Segundo o estudo, atualmente os gastos com cloud computing repre-sentam apenas 2% dos investimen-tos em TI, em 2015, serão 20%. Mas a saúde ainda olha de longe para esta oferta e faz uso rudimentar das ferramentas disponíveis, segundo

A definição de computAção em nuvem tAmbém é guiAdA por AlgumAs cArActerísticAs como:

Fornecimento baseado em interfaces de serviçoO contato entre cliente e fornecedor se dá através de uma interface de serviço;

Escalabilidade e elasticidadeDiz respeito ao aumento ou redução de recursos ou capacidade de acordo com a demanda (estes recursos são compartilhados e geram uma economia em escala);

Medição pelo usoOs serviços são monitorados com métricas de uso para permitir que múltiplos modelos de pagamento;

Tecnologias de internetOs serviços são fornecidos através de identificadores, formatos e protocolos de internet.

Fonte: Gartner

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Henrique Sei, diretor de Vendas de Soluções da Dell Brasil. O executivo afirma que o segmento já avançou no sentido do atendimento da demanda do cliente, quando passou a disponibilizar o acesso a resultados de exames e agendamento de consultas online.Porém, este não é um passo consistente na direção que o conceito de cloud computing propõe, uma vez que o acesso aos dados mantém a relação de “pre-sença”, ou seja, os dados dos pacientes ainda estão armazenados nos servidores das próprias instituições.“O mercado de saúde ainda tem uma utilização tí-mida da nuvem”, afirma Sei. “Alguns fatores como segurança, custo-benefício e o próprio conhecimento sobre a tecnologia justificam este posicionamento.”Segundo o executivo, o uso de armazenamento de dados e utilização de aplicações em bases virtuais é mais comum entre usuários individuais. O mercado corporativo é o principal desafio para as empresas que fornecem este tipo de tecnologia. E a segurança, neste caso, é a principal questão.A Dell entrou fortemente no mercado de saúde após a aquisição da norte-americana Perot Syste-ms, em 2009. À época, mais de 50% da receita da companhia adquirida era proveniente do segmen-to de saúde. No Brasil, buscando um espaço maior no segmento a fabricante tem a saúde como um dos principais pilares de atuação, junto com educação. A maturidade do mercado de TI para atender a deman-das dos diversos mercados já é um fato. Grandes bancos ou entidades governamentais ostentam sistemas que são referência neste quesito há vários anos.“O desenvolvimento deste tipo de tecnologia no segmen-to de saúde depende de maturidade e desenvolvimento

de padrões”, afirma o diretor de Vendas para Educação, Saúde e Governo da Dell Brasil., Ricardo Menezes. “Hoje, o Brasil é um dos países mais avançados do mun-do em tecnologia e segurança para o segmento financei-ro, por exemplo, e a diferença é a padronização.”Por outro lado, a questão do custo-benefício está diretamente ligada à demanda por investimentos em sistemas seguros o bastante para armazenar informações críticas, como laudos de pacientes e informações médicas.Sei afirma que a segurança é um dos principais pon-tos a serem mitigados antes que o mercado desponte como um grande consumidor destas tecnologias.“O principal ponto na ampliação do uso da nuvem no mercado de saúde é a segurança”, explica Sei. “Do ponto de vista da infraestrutura, o mercado de TI está extremamente preparado para atender à demanda das instituições de saúde.”Segundo ele este é um cenário que não foge ao pa-drão. “Segurança é um problema, mas a adoção de qualquer nova tecnologia gera medo”, completa.Sei explica que até 2010, cerca de 85% dos principais executivos de TI das empresas (CIOs) se preocupa-vam principalmente com segurança. Hoje são 55%.Um estudo recente do Gartner aponta que os CIOs das principais empresas de saúde ouvidas pela entidade ainda recomendam cautela no uso de cloud computing.Segundo o levantamento, o principal desafio aponta-do é o gerenciamento de informações protegidas dos pacientes. “As instituições de saúde devem limitar seu envolvimento inicial com cloud computing as inicia-tivas que não envolvam informações protegidas de

pacientes”, conclui o documento do Gartner.Segundo Sei, há diversos fatores que compõem a discussão do setor de saúde para que adoção destas tecnologias seja uma re-alidade no país, como a padro-nização, a legislação e a matu-ridade do mercado. A questão da padronização segue a antiga discussão a respeito do prontuá-rio eletrônico.“Outro ponto a ser definido é o tipo de nuvem que seria usada, por exemplo”, afirma Sei. “Os clientes, principalmente os corpo-rativos, tendem a querer os benefí-cios de custo de uma nuvem públi-ca com a segurança e o controle de uma nuvem privada.”

DemanDaHá uma possibilidade de econo-mia significativa no uso das tec-nologias provenientes do modelo. Tanto o armazenamento puro de aplicações na nuvem quanto a uti-lização de softwares como Serviço (SaaS, na sigla em inglês), é possí-vel perceber na prática o efeito do uso sob demanda e escalável e fle-xível da cloud computing.“Em todos os casos, o maior apelo é o custo”, afirma Gustavo Perez, CEO da MTM Tecnologia. “As economias podem ser significati-vas em alguns cases. Cada perfil de cliente tem que identificar aonde a adoção de nuvem pode ajudar de forma inclusive a começar a se ambientar com a tecnologia.”Perez exemplifica que, se um grande hospital disponibiliza uma biblioteca digital para seus médi-cos mantendo-a em seus próprios servidores, o acervo vai onerar o hospital, que terá de investir em in-fraestrutura, investimentindo em servidores com maior capacidade

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