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A MORTE PARA O VERDADEIRO CRISTÃO – LIÇÃO 03 INTRODUÇÃO: “Não se morre mais como antigamente”: a mudança nos rituais fúnebres. A morte, “domesticada” no passado graças a uma série de costumes, torna-se vergonhosa e objeto de interdição. Tentamos esquecê-la ou minimizá-la mediante sua vulgarização (filmes e programas policiais). Tudo em vão. Ela continua lá, no mundo real, assustando-nos. As instituições hospitalares, funerárias e cemitérios atuais tornam a morte algo impessoal. A prática da cremação não pode apenas ser afirmada pelo viés econômico, ecológico ou higiênico, mas também como uma tentativa de fazer “desaparecer” o morto, abolindo desta forma as peregrinações aos cemitérios, a veneração diante das sepulturas, o retrato esmaltado etc. A cultura urbana faz desaparecer as manifestações oficiais representativas da morte: expressões sociais, desfile de pêsames, trajar luto etc. A morte, no entanto, é um fato tão comum em nossa existência quanto o nascimento, a sexualidade, o riso, a dor. É preciso falar sobre ela. I – O QUE É A MORTE 1- Conceito: Quatro bases formam o conhecimento ocidental sobre o mundo que no rodeia e elas também devem ser consultados sobre a morte: conhecimento vulgar (ou empírico), conhecimento filosófico, conhecimento científico e conhecimento teológico. No conhecimento vulgar ou empírico a morte é vivenciada em estreita relação com a cultura popular vigente. Desta forma, superstições e práticas fúnebres devem ser consideradas como legítimas por aqueles que a praticam. Formas religiosas diversas são bastante influentes nestes momentos. No conhecimento filosófico, o momento da morte ou a discussão sobre ela possibilita a reflexão sobre a vida. Schopenhauer (1788-1860), um

A Morte Para o Verdadeiro Cristão

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A MORTE PARA O VERDADEIRO CRISTÃO – LIÇÃO 03

INTRODUÇÃO:

“Não se morre mais como antigamente”: a mudança nos rituais fúnebres. A morte, “domesticada” no

passado graças a uma série de costumes, torna-se vergonhosa e objeto de interdição. Tentamos esquecê-la ou

minimizá-la mediante sua vulgarização (filmes e programas policiais). Tudo em vão. Ela continua lá, no

mundo real, assustando-nos. As instituições hospitalares, funerárias e cemitérios atuais tornam a morte algo

impessoal.

A prática da cremação não pode apenas ser afirmada pelo viés econômico, ecológico ou higiênico, mas

também como uma tentativa de fazer “desaparecer” o morto, abolindo desta forma as peregrinações aos

cemitérios, a veneração diante das sepulturas, o retrato esmaltado etc.

A cultura urbana faz desaparecer as manifestações oficiais representativas da morte: expressões sociais,

desfile de pêsames, trajar luto etc.

A morte, no entanto, é um fato tão comum em nossa existência quanto o nascimento, a sexualidade, o riso, a

dor. É preciso falar sobre ela.

I – O QUE É A MORTE

1- Conceito: Quatro bases formam o conhecimento ocidental sobre o mundo que no rodeia e elas

também devem ser consultados sobre a morte: conhecimento vulgar (ou empírico), conhecimento filosófico,

conhecimento científico e conhecimento teológico.

No conhecimento vulgar ou empírico a morte é vivenciada em estreita relação com a cultura popular

vigente. Desta forma, superstições e práticas fúnebres devem ser consideradas como legítimas por aqueles

que a praticam. Formas religiosas diversas são bastante influentes nestes momentos.

No conhecimento filosófico, o momento da morte ou a discussão sobre ela possibilita a reflexão

sobre a vida. Schopenhauer (1788-1860), um dos mais ilustres pensadores alemães do século 19, chega ao

ponto de afirmar: "A morte é a musa da filosofia, e por isso Sócrates a definiu como preparação para a

morte. Sem a morte, seria mesmo difícil que se tivesse filosofado". Todas as grandes correntes da filosofia

debateram este tema relacionando-o diretamente com a noção de vida ou sentido da vida.

No conhecimento científico prevalece a morte sendo entendida como a cessação das atividades

superiores do cérebro. Esta definição é de caráter ético e não científico de fato, pois muitas questões ainda

podem ser levantadas (quando morre uma criança anencéfala, por exemplo?). De fato, existem

procedimentos já especificados pelo Conselho Federal de Medicina desde 1997, embora os críticos sempre

acusem tais critérios de estarem voltados muito mais para os transplantes do que para a própria definição de

morte. É a total ausência de atividades das ondas cerebrais. Quatro critérios são enumerados para uma

pessoa ter morte celebral:

- (1ª) FALTA DE RECEPTIVIDADE DE REAÇÃO;

- (2ª) AUSÊNCIA DE MOVIMENTOS OU RESPIRAÇÃO;

- (3ª) AUSÊNCIA DE REFLEXOS; e

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- (4ª) ELETROENCEFALOGRAMA.

- A mais completa definição de morte física parece ser uma perda irreversível das funções vitais. Esta

morte, assim, é definida como o estado no qual a ressurreição física é impossível.

Eutanásia: Eutanásia (do grego ευθανασία - ευ "bom", θάνατος "morte") é a prática pela qual se abrevia a vida de um enfermo incurável de maneira controlada e assistida por um especialista. A eutanásia pode ser dividida em dois grupos: a "eutanásia ativa" e a "eutanásia passiva".

A "eutanásia ativa" conta com o traçado de acções que têm por objectivo pôr término à vida, na medida em que é planeada e negociada entre o doente e o profissional que vai levar e a termo o acto.

A "eutanásia passiva" por sua vez, não provoca deliberadamente a morte, no entanto, com o passar do tempo, conjuntamente com a interrupção de todos e quaisquer cuidados médicos, farmacológicos ou outros, o doente acaba por falecer. São cessadas todas e quaisquer acções que tenham por fim prolongar a vida. Não há por isso um acto que provoque a morte (tal como na eutanásia activa), mas também não há nenhum que a impeça (como na distanásia).

Distanásia: Distanásia é a prática pela qual se prolonga, através de meios artificiais e desproporcionais, a vida de um enfermo incurável. Também pode ser conhecida como “obstinação terapêutica”.

Ortotanásia: Ortotanásia é o termo utilizado pelos médicos para definir a morte natural, sem interferência da ciência, permitindo ao paciente morte digna, sem sofrimento, deixando a evolução e percurso da doença. Portanto, evitam-se métodos extraordinários de suporte de vida, como medicamentos e aparelhos, em pacientes irrecuperáveis e que já foram submetidos a suporte avançado de vida.[1] A persistência terapêutica em paciente irrecuperável pode estar associada a distanásia, considerada morte com sofrimento.

No conhecimento teológico bíblico, a Bíblia descreve a morte como um a consequência do pecado, descrevendo-a como a separação da alma e do corpo, ou seja, a separação da parte espiritual da parte material do homem. A Bíblia possui, de forma simbólica, muitas expressões para referir-se a morte:

- (1) - DORMIR (Dt 31:16; Mc 5:39; Jo 11:11; At 7:60);

- (2) - DESFAZER DA CASA TERRESTRE DESTE TABERNÁCULO (II Cor 5:1)

- (3) - DEIXAR ESTE TABERNÁCULO (II Pe 1:14);

- (4) - DEUS PEDINDO A ALMA (Lc 12:20);

- (5) - SEGUIR O CAMINHO POR ONDE NÃO TORNARÁ (Jó 16:22)

- (6) - SER CONGREGADO AO SEU POVO (Gn 49:33)

- (7) - DESCER AO SILÊNCIO (Sl 115:17)

- (8) - EXPIRAR (At 5:10)

- (9) - TORNAR-SE EM PÓ (Gn 3:19)

- (10) - FUGIR COM A SOMBRA (Jó 14:2)

- (11) - PARTIR (Fp 1:23)

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II – A VIDA APÓS A MORTE

1 - O QUE DIZ O ANTIGO TESTAMENTO

E Abraão expirou, morrendo em boa velhice, velho e farto de dias; e foi congregado ao seu povo - Gênesis 25:8 : o corpo retorna ao pó – a alma é congregada às pessoas queridas desta que faleceram. “Congregado” implica em uma reunião de espíritos, não meramente uma desintegração do corpo.

Acabando, pois, Jacó de dar instruções a seus filhos, encolheu os pés na cama, e expirou, e foi congregado ao seu povo - Gênesis 49:33: Jacó ainda estava na cama naquela ocasião, de modo que estas palavras não podem referir-se ao sepultamento de seu corpo.

E aconteceu que, saindo-se-lhe a alma (porque morreu), chamou-lhe Benoni; mas seu pai chamou-lhe Benjamim - Gênesis 35:18: a sugestão é que a alma estava saindo para um outro lugar, pois se isto significasse a destruição ou aniquilamento da alma o texto teria dito. Esta é a melhor definição de morte do ponto de vista teológico e deve ser diferenciada de morte clínica, que é determinada pelos índices de funcionamento orgânico.

Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. E depois de consumida a minha pele, contudo ainda em minha carne verei a Deus - Jó 19:25-26: embora este texto se refira à ressurreição corpórea (física), também abrange a noção de imortalidade depois da morte. Não há indicação da não-existência ou inconsciência da alma entre a morte e a ressurreição, somente a certeza de que Jó viverá eternamente por causa do seu Redentor.

Pois não deixarás a minha alma no inferno, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção. Far-me-ás ver a vereda da vida; na tua presença há fartura de alegrias; à tua mão direita há delícias perpetuamente - Salmos 16:10-11: aqui Davi fala de uma alegria consciente na presença de Deus depois da morte; no entanto, a ressurreição de Cristo, que ele antevê (ver At. 2:26,27: Por isso se alegrou o meu coração, e a minha língua exultou; E ainda a minha carne há de repousar em esperança. Pois não deixarás a minha alma no inferno, Nem permitirás que o teu Santo veja a corrupção), não ocorreu durante outro milênio. Na realidade, a ressurreição final é descrita em outras passagens como tendo lugar nos últimos dias (E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno - Daniel 12:2; Disse-lhe Marta: Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último dia - João 11:24). Em conformidade com isto, a alma deve estar em felicidade consciente antes de reunir-se com o corpo, pois ela deverá ter a felicidade

Quem sabe que o fôlego do homem vai para cima, e que o fôlego dos animais vai para baixo da terra? - Eclesiastes 3:21: a implicação é que enquanto o espírito de um animal perece com o seu corpo, o espírito humano sobrevive à morte (Como também quando temerem o que é alto, e houver espantos no caminho, e florescer a amendoeira, e o gafanhoto for um peso, e perecer o apetite; porque o homem se vai à sua casa eterna, e os pranteadores andarão rodeando pela praça; Antes que se rompa o cordão de prata, e se quebre o copo de ouro, e se despedace o cântaro junto à fonte, e se quebre a roda junto ao poço, E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu - Eclesiastes 12:5-7)

Porque o homem se vai à sua casa eterna, e os pranteadores andarão rodeando pela praça - Eclesiastes 12:5 : o espírito existe depois da morte, na presença de Deus, e vive com ele para sempre

Observações gerais sobre a morte no A.T.: a teologia hebraica do A.T. sobre uma vida além-túmulo era insipiente. Embora os judeus tivessem algum espécie de conceito de alma, não nos é dito claramente qual a sorte desta alma. Leituras em sentido contrário devem ser vistos muito mais como interpretações cristãs do que a interpretação judaica de fato.

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A palavra Seol (Sheol) que aparece 65 no A.T. tanto indica um abismo no literal na terra como sugere também sepultura. É o uso homógrafo do termo. O desenvolvimento da teologia judaica fará com que nenhum profeta tenha o Seol como sepultura posteriormente. No N.T., com o desenvolvimento da teologia após a vinda de Cristo, existe a nítida diferenciação, sendo uma palavra para sepultura (Gr. Mnoimion) e outra para mortos (Gr. Hades). Não há no Pentateuco uma noção de céu, embora exista o entendimento da existência de Deus e de seus anjos. A Bíblia deve ser entendida como uma revelação em progresso.

2 – O QUE DIZ O NOVO TESTAMENTO

E eis que lhes apareceram [a Pedro, Tiago e João] Moisés e Elias, falando com ele [Jesus] - Mateus 17:3 : Moisés e Elias, cujos corpos haviam desaparecidos havia séculos (e Moisés tinha morrido – ver Dt. 34), apareceram e conversaram com Jesus. Eles estavam em uma forma espiritual, desencarnada, e consciente.

E, acerca da ressurreição dos mortos, não tendes lido o que Deus vos declarou, dizendo: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó? Ora, Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos - Mateus 22:31-32: Uma vez que Abraão ainda não havia ressuscitado, mas foi mencionado como “vivo”, Jesus deve estar querendo dizer que a sua alma está viva, entre a morte e a ressurreição.

E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado. E no inferno [Hades], ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio - Lucas 16:22-23 : esta passagem retrata não somente a felicidade consciente das almas salvas e desencarnadas, mas também o lamento consciente das não-salvas. Observe que os nomes verdadeiros (como Lázaro) jamais são usados em parábolas, e as parábolas são normalmente introduzidas por termos que indiquem tratar-se de parábolas (ex.: “E falou-lhe de muitas coisas por parábolas, dizendo:” - Mateus 13:3).

E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso - Lucas 23:43 : O corpo do homem estaria na sepultura, mas a sua alma estaria com Cristo no mesmo dia, no paraíso, o mesmo visitado por Paulo (2 Co. 12:1-4), como um lugar de felicidade surpreendente, indescritível e inexprimível, na presença do próprio Deus. Não parece haver indicação, tanto na fala de Cristo como na de Paulo, que seja um lugar de almas inconsciente. A tradução feita pelas testemunhas de Jeová sobre esta passagem é espúria, não sendo aceita por praticamente todas as traduções aceitáveis existentes. A palavra usada para hoje (Gr. Semeron) sempre aponta para o cumprimento de Deus no presente e faz sentido com outras expressões usadas no N.T.

E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isto, expirou - Lucas 23:46 ; E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito - João 19:30: o entregar o espírito indica estar com o Pai de forma consciente entre a morte e a ressurreição (ver: “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai” - João 14:12)

Mas ele [Estevão], estando cheio do Espírito Santo, fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus, e Jesus, que estava à direita de Deus; E disse: Eis que vejo os céus abertos, e o Filho do homem, que está em pé à mão direita de Deus [...] E apedrejaram a Estevão que em invocação dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito - Atos 7:55-56, 59: Isto mostra que o espírito (1) é separado do corpo, (2) sobrevive à morte, e (3) estará com o Senhor. Observe que no momento da morte de Estevão, o Senhor estava no céu para receber o seu espírito.

Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho - Filipenses 1:21 : não existe sentido razoável em que a morte possa ser ganho, se a pessoa é aniquilada (desligada da existência) ou separada da consciência no momento da morte.

Mas de ambos os lados [vida e morte] estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor.Mas julgo mais necessário, por amor de vós, ficar na carne - Filipenses 1:23-24 : esta passagem deixa pouca dúvida de que Paulo ensinou que o homem espiritual, separado da sua carne, irá

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sobreviver à morte e estará com Cristo em um estado consciente. Além disto, a inconsciência entre a morte e a ressurreição dificilmente pode ser descrita como uma condição “muito melhor”.

E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? - Apocalipse 6:9-10 : João chama a estes mártires desencarnados de “almas” no céu. Eles não apenas estavam conscientes, mas estavam interessadas no plano de Deus sobre a terra.

Resposta às objeções a respeito da consciência depois da morte:

Jesus disse que Lázaro dormia (Jo. 11:11). Paulo usou a mesma palavra para referir-se aos entes queridos falecidos. Este dormir não implica um estado de inconsciência da alma?

Resposta: primeiro, a Bíblia, na sua revelação progressiva, nunca mostra a alma como dormindo, mas em um estado de consciência depois da morte. Segundo, somente o corpo morre, e, portanto somente o corpo pode ressuscitar. Jesus referiu-se à ressurreição do corpo como o despertar de um sono (Jo. 5: 28,29; cf. 11:11,14). Terceiro, considerando que Jesus disse, “estar morto” e “dormir” significavam a mesma coisa (cf. Jo. 11:11,1); o corpo está morto, mas a alma não. Quarto, “dormir” é uma figura de linguagem apropriada sobre a morte, uma vez que ambas têm a mesma postura; ambas são temporárias, e ambas são seguidas por um despertar e um levantar-se novamente (cf. Mt. 27:52. Quinto, tal linguajar pode ser encontrada nas recomendações paulinas acerca da reverência com a Ceia do Senhor, quando afirma que muitos estão a “dormir”, referindo-se a uma morte espiritual (ou mesmo física) (“Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem” - 1 Coríntios 11:30 ).

Refutação da teoria adventista:

Os adventistas afirmam que, depois da morte, somos reduzidos ao silêncio. Que morte é morte mesmo, incluindo a própria alma. Ao morrer, o homem deixa realmente de existir (EG White; “O Grande Conflito”; Editara Casa Publicadora, 1981, pág. 539, 540). Mas será isso correto de acordo com a Bíblia?

Refutação:

a. O espírito não morre nem dorme na morte do homem. Dormir se refere ao corpo – Mt 27.52 e não à alma – Dt 34.5-6, comparado com Mt 17.1-3;

b. O espírito se separa do corpo na hora da morte e continua a viver consciente de si mesmo e com todas as suas faculdades depois da morte, seja ímpio ou justo. Quando é cristão vai estar com Cristo no céu: 2 Co 5.6-8; Fp 1.21-23; Lc 23.43; At 7.59; 2 Co 12.2-4 c.c. At 14.19; Hb 12.23; Ap 6.9-11. Se é ímpio vai para o Hades estar em tormento – Lc 16.22-25; 2 Pe 2.17.

c. Para provar que não procede afirmar que o espírito do homem é o seu fôlego de vida ou o ar que respiramos e que é reintegrado à atmosfera por ocasião da morte física, basta substituir a palavra espírito nas referências bíblicas pela palavra fôlego ou sopro e ver o resultado: o texto fica sem sentido — Mc 2.8; 8.12; At 17.16; Jo 13.21; 2 Co 7.1; 1 Pe 3.4; Mt 26.41.

III – MORTE, O INÍCIO DA VIDA ETERNA

O céu é um lugar de bem-aventurança para os espíritos que partiram (“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também” - João 14:1-3).

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O céu é um lugar muito melhor que a terra (“Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor” - Filipenses 1:23; “Mas temos confiança e desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor” - 2 Coríntios 5:8)

O céu é um lugar onde não há tristeza (“E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas” - Apocalipse 21:4)

O céu um lugar onde não há maldição (“E ali nunca mais haverá maldição contra alguém; e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão” - Apocalipse 22:3)

O céu é um lugar onde todas as nossas aflições passarão (“Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” - Romanos 8:18; “E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor” - Apocalipse 21:4) etc.