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Revista Eletrônica Gestão e Negócios – Volume 3 – nº 1 - 2012
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A Motivação dos Alunos e Profissionais das Ciências Contábeis na escolha dessa Profissão: Um Estudo de Caso com os Alunos da Primeira
Turma de Contabilidade da FAC São Roque
Fernanda Federighi de Almeida 1 Natasha Young Buesa 2
Resumo Neste trabalho foi realizado um estudo sobre o que motivou os alunos da primeira turma de Ciências Contábeis da FAC São Roque, a escolher e concluir o curso, bem como se permanecem nessa área até os dias atuais. Será interessante descobrir como estão esses alunos em suas vidas profissionais após dez anos de conclusão de curso e saber se estão atuando na profissão contábil. Ao longo deste trabalho realizou-se uma pesquisa de campo através de formulários com os formandos da primeira turma de Ciências Contábeis da FAC São Roque. Paralelamente também foi realizada uma pesquisa bibliográfica através de estudos em livros, artigos de revistas e internet, entre outras fontes. O levantamento dos dados da pesquisa foi realizado no mês de maio de 2011. A pesquisa foi realizada com vinte e sete dos trinta e dois formandos. Observa-se, diante dos principais resultados, que a maioria dos formandos optou pela Contabilidade, em função de já atuar na área. E atualmente a grande maioria não exerce a função de contador, pois no decorrer dos anos mudaram de área de atuação.
Palavras-chave: Motivação, Evolução da Contabilidade, Contabilidade no Brasil, Profissão
Contábil, Perfil do Contador.
Introdução
Este trabalho acadêmico tem como objetivo principal realizar um estudo sobre o que
motivou os alunos da primeira turma de Ciências Contábeis da Fac São Roque, a escolher e
concluir o curso.
Outro ponto importante da pesquisa é descobrir como estão esses alunos em suas vidas
profissionais após 10 anos de conclusão do curso e se estão atuando na profissão contábil.
1 Bacharel em Ciências Contábeis pela Fac São Roque. 2 Pós-graduada em Controladoria pela Associação Educacional Nove de Julho (Uninove) e graduada em Ciências Contábeis pela Faculdade de Administração e Ciências Contábeis de São Roque. Autora do livro ¡Usted! Curso de Español para Brasileños, professora de castelhano e língua portuguesa e professora de Ensino Superior. E-mail: [email protected]
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Também pretendeu-se confrontar essas informações com o novo perfil do contador e o
mercado de trabalho atual.
Este tema foi pensado com o intuito de ampliar o conhecimento sobre o que leva as
pessoas a escolher o curso de Ciências Contábeis e a permanecer nessa área. Que fatores
internos e externos as levaram a concluir o curso e desenvolver suas atividades como
contadores diariamente.
Acredito que é fundamental conhecer o que está motivando as pessoas a escolher o
curso de Contabilidade na atualidade, descobrir o que as cativa para concluir o curso e
trabalhar na área.
Serão levantadas nesta pesquisa questões como: o que motivou os alunos da primeira
turma de Ciências Contábeis da Fac São Roque a escolher o curso? Como estão esses alunos
em suas vidas profissionais após 10 anos de conclusão do curso? Estão eles atuando na
profissão contábil?
Pode-se supor que muitos desses formandos escolheram o curso de Ciências Contábeis
porque já tinham um curso técnico em Contabilidade, outros porque já atuavam na área, e
outros por já terem algum parente Contador que os tenha motivado a escolher o curso.
É possível que muitos dos formandos da primeira turma de Ciências Contábeis da Fac
São Roque estejam trabalhando em escritórios de Contabilidade, como colaboradores ou
proprietários, ou estejam trabalhando em empresas da região como gerentes, controller,
auditores internos, dentre outros cargos ou até é provável que atuem como professores.
Ao longo deste trabalho será realizada uma pesquisa de campo através de formulários
com os formandos da primeira turma de Ciências Contábeis da Fac São Roque. Paralelamente
também será realizada uma pesquisa bibliográfica através de estudo em livros, artigos de
revistas e internet, entre outras fontes.
1. Referencial Teórico
1.1 A Motivação e sua Importância na Vida das Pessoas
“Vamos definir motivação como o processo responsável pela intensidade , direção e
persistência dos esforços de uma pessoa para o alcance de determinada meta” (ROTTER,
1980, apud SETEPHEN, 2005, p. 132, grifo meu).
As três palavras grifadas são palavras-chave nessa frase. A palavra Intensidade vem
com o sentido de expressar o quanto a pessoa está se esforçando, porém todo esse esforço
precisa ser canalizado, e por isso a palavra Direção também está grifada, pois mesmo que haja
intensidade é preciso uma direção que beneficie a pessoa. No entanto é importante saber
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quanto tempo uma pessoa consegue manter-se esforçado em direção, avaliando assim a
terceira palavra grifada da frase, a Persistência.
A motivação é de suma importância na vida das pessoas, pois segundo a Teoria das
Necessidades de McClenlland (1995, apud SETEPHEN, 2005), as pessoas têm três tipos de
necessidades básicas:
Necessidade de Realização: de buscar pelo sucesso seja na vida pessoal ou profissional que
será mais o foco deste trabalho.
Necessidade de Poder: de ter influência e controlar a vida de outras pessoas.
Necessidade de Associação: desejo de se relacionar com os demais, viver em um espírito
mais cooperativo.
Caso uma dessas necessidades não seja suprida, a pessoa poderá se tornar
desmotivada, sem ânimo para alcançar determinadas metas que ela se propôs a realizar.
Existem muitas razões que explicam uma simples ação. Grande parte desses determinantes residem no interior das pessoas, tais como os seus traços de personalidade, suas predisposições e emoções, as suas atitudes, bem como suas crenças, e assim por diante. Isso torna o estudo da motivação bastante complexo, ao contrário daquilo que, com freqüência, se conclui, tomando-se por base explicações legais geralmente adotadas no dia-a-dia da convivência humana. (BERGAMINI, 1997, p. 26)
O que se pode perceber é que existe uma diversidade de interesses diferentes sobre
uma mesma meta, deixando bem claro que as pessoas não fazem a mesma coisa pela mesma
razão. Um exemplo disso é que provavelmente os trinta formandos de Ciências Contábeis da
turma de 2000 da Fac São Roque, tenham realizado e concluído esse curso por várias razões
diferentes que serviram de motivação.
1.2 A Evolução da Contabilidade
Muitos historiadores dizem que a Contabilidade surgiu há quatro mil anos antes de
Cristo com o aparecimento da escrita, mas para outros, como Sá (2006, p. 16) “o registro
elementar contábil, todavia nasce na pré-história e a escrita comum dela se derivou muito
tempo depois na Suméria”.
Na Suméria foram descobertas placas de argila onde estavam desenhados vários
símbolos antigos, difíceis de serem decifrados. Nessas placas, por exemplo, era escriturada a
quantidade de ovelhas, as ânforas de bebidas que os sumérios tinham, dentre outros
elementos, ficando entendido que já era praticada uma Contabilidade rudimentar naquele
momento.
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Segundo Iudícibus (2004) a Contabilidade desenvolveu-se de forma lenta até a criação
da moeda, pois os comerciantes somente trocavam uma mercadoria por outra, anotando suas
obrigações, seus direitos e bens sem quantificá- los monetariamente, faziam somente um
inventário simples.
Em termos do entendimento da evolução histórica da disciplina, é importante reconhecer que raramente o “estado-da-arte” se adianta muito em relação ao grau de desenvolvimento econômico, institucional e social das sociedades analisadas, em cada época. O grau de desenvolvimento das teorias contábeis e de suas práticas está diretamente relacionado, na maioria das vezes, ao grau de desenvolvimento comercial, social das sociedades, cidades e nações. (IUDÍCIBUS, 2004, p. 35, grifo meu)
Lendo esse trecho é possível entender porque a Contabilidade se desenvolveu nas
cidades Italianas de Veneza, Florença, Pisa entre outras. Nos séculos XII e XIII o
renascimento do comércio possibilitou o reaparecimento da moeda, dos bancos, dos
instrumentos de crédito, ampliando assim o comércio de feiras e mercados. O comércio à
longa distância (grandes navegações) voltou a ser realizado por intermédio de várias rotas
internacionais, principalmente a rota italiana Veneza-oriente, que transformou o Mediterrâneo
em um dos eixos econômicos mais importantes da história. (MELLO e COSTA, 1999).
A Contabilidade passou a ser divulgada no século XV com a obra do Frei Luca
Pacioli, com grande disseminação das doutrinas da escola italiana em toda a Europa. Muitos
estudiosos dizem que a Contabilidade como ciência estava nascendo (é nesse momento que a
Contabilidade passa a se aprofundar num estudo sobre as necessidades e as reais
complexidades das sociedades). Grandes estudiosos, como Fábio Besta e Giusseppe Cerboni,
no fim do século XIX e no início do século XX Gino Zappa, começam a propagar as suas
teorias sobre a Contabilidade e assim disseminaram várias correntes, que na época causaram
discussões calorosas entre os adeptos. (IUDÍCIBUS, 2004, p. 36).
A escola italiana trazia consigo um culto excessivo às ‘personalidades’. Os mestres
das escolas eram mais importantes que o próprio estudo da Contabilidade. Dava-se muita
ênfase a trabalhos teóricos, não os colocando em prática.
Ainda segundo Iudícibus 3 foram cinco defeitos que fizeram o domínio da escola
européia chegar ao fim e a doutrina norte-americana ter ganhado ascensão.
3 Ibidem
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1) A devida falta de pesquisa indutiva (relativa à indução: operação de estabelecer
uma preposição geral com base em fatos singulares).
2) Preocupação demais em mostrar que a Contabilidade é ciência, sem se ater às reais
necessidades dos usuários das informações contábeis e da criação de um modelo
ou sistema contábil de informação adequado;
3) Ênfase na teoria das contas, isto é, uso exagero de partidas dobradas chegando até
a inviabilizar a flexibilidade, necessária na Contabilidade Gerencial;
4) Falta de aplicação de muitas teorias que eram expostas;
5) A queda do nível de algumas faculdades italianas pelo grande número de
estudantes e pelo salário baixo que era pago aos professores.
Esse conjunto de fatores foi só aumentando e em 1920, com a ascensão econômica e
cultural norte-americana, a escola anglo-saxã foi ganhando força.
Os Estados Unidos se tornaram um campo fértil para o avanço das teorias e das
práticas contábeis, sustentando sua evolução, portanto, num sólido embasamento, como
segue:
1. o grande avanço e o refinamento das instituições econômicas e sociais; 2. o investidor médio é um homem que deseja estar permanentemente bem informado, colocando pressões não percebidas no curtíssimo prazo, mas frutíferas no médio e a longo prazo, sobre os elaboradores de demonstrativos financeiros, no sentido de que sejam evidenciadores de tendência. 3. o governo, as universidades e os institutos de contadores empregam grandes quantias para pesquisas para princípios contábeis; e 4. o Instituto dos Contadores Públicos Americanos é um órgão atuante em matéria de pesquisa contábil, ao contrário do que ocorre em outros países; 5. mais recentemente, a criação do Financial Accounting Standards Board (Fasb) e, há muito anos, do Securities and Exchange Commission (SEC) ‘a CMV deles’, têm proporcionado grandes avanços na pesquisa sobre procedimentos contábeis. (IUDÍCIBUS, 2004, p. 38)
Nos textos americanos existe uma predominância de preocupação com os usuários da
informação contábil, pois a Contabilidade norte-americana está voltada para sempre
apresentar algo de útil na tomada de decisões.
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Mas, assim como a escola italiana, a anglo-saxã também tem defeitos, a saber4: pouca
preocupação em sistematizar o plano de contas; a exposição dos tópicos de livros de forma
não ordenada, dificultando assim, o discernimento do tema mais importante; e poucas
considerações, por parte dos regulamentadores, na edição das normas contábeis.
Segundo Carvalho, Lemes e Costa (2006, apud COSTA, CAMPOS e AMARAL,
2009, p. 79), em 1929 com a quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, os EUA passaram
por uma forte crise econômica e financeira se expandido também para o resto do mundo,
fazendo com que os grandes administradores e acionista que estavam ligados às empresas que
faliram, estudassem mais o setor contábil dessas organizações, descobrindo assim, que um
dos motivos para a quebra da bolsa de Nova Iorque foi a ineficácia das informações
fornecidas pela Contabilidade, sendo que esta manipulava as informações para fornecer
resultados favoráveis da empresa e assim iludir os possíveis investidores. Surgiu então, a
necessidade da criação de princípios e normas que regularizassem os padrões a serem
utilizados.
1.3 A Contabilidade no Brasil
Conforme Iudícibus (2004) a ‘escola brasileira’ de Contabilidade teve uma grande
influência da escola italiana. As paixões e as discussões sobre as correntes doutrinárias
italianas como a reditualista, contista e patrimonialista foram tão intensas aqui quanto na
Itália. Possivelmente poucos autores brasileiros leram ou meditaram profundamente sobre os
autores italianos salvo uma exceção notável: Francisco D´Auria.
Possivelmente a primeira escola especializada no ensino da Contabilidade no Brasil
foi a Escola de Comércio Álvares Penteado, criada em 1902, que formou grandes professores
de Contabilidade no Brasil como Francisco D´Auria, Frederico Herrmann Jr., entre outros.
Porém, foi com a fundação da Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da USP,
em 1946, com o curso de Ciências Contábeis e Atuariais, que surgiu o primeiro núcleo de
pesquisa, embora modesto. Os professores realizavam pesquisas nos moldes norte-
americanos, isto é, com dedicação integral ao ensino e à pesquisa, produzindo grande
quantidade de artigos científicos e teses acadêmicas de grande valor. Lembrando que vários
professores da Álvares Penteado participaram desse núcleo semeando seus conhecimentos
para que novos talentos nascessem.
4 Ibidem
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Ainda segundo o mesmo autor (2004) Francisco D´Auria foi sem dúvida o professor
mais ‘brasileiro’ de Contabilidade, pois foi ele que gerou o embrião de uma autêntica escola
brasileira. Como pode-se perceber a Contabilidade se desenvolveu sob a influência da escola
italiana, mas sem perder traços de uma escola brasileira até que algumas firmas de auditoria
anglo-americanas começaram a dar cursos de treinamentos em Contabilidade e Finanças em
grandes empresas, como a BTC General Electric, trazendo dessa forma uma grande
influência da Contabilidade anglo-americana para as escolas do Brasil.
Verifica-se, a partir, de 1964, uma modificação substancial no ensino de Contabilidade na Faculdade de Ciências Econômicas Administrativas da USP. Na disciplina Contabilidade Geral, na regência de cátedra do Prof. José da Costa Boucinhas, adota-se, pela primeira vez, o método didático norte-americano, baseado no livro de Finney & Miller, Introductory Accounting, com importantes adaptações à realidade brasileira, consubstanciadas pela abordagem do problema da Contabilidade em face da Inflação. Como conseqüência desse trabalho, surge, em 1971, o livro Contabilidade Introdutória, de uma equipe de professores da USP, livro hoje amplamente adotado nas faculdades de todo o Brasil. (IUDÍCIBUS, 2004, p. 42)
Segundo Niyama (2005, apud COSTA, CAMPOS e AMARAL, 2009) tornou-se
necessária a padronização das normas contábeis, de forma que todos os países utilizassem o
mesmo método de avaliação, já que a entrada de investimentos começou a não ser tão
confiável em seu conjunto e um dos motivos era a mensuração dos resultados patrimoniais de
países distintos, pois cada um mensurava de acordo com as suas regras e normas.
O Brasil também vem passando pelo processo de convergência das normas contábeis.
Por isso, foi aprovada em dezembro de 2007, pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
a nova Lei Contábil n.º 11.638 que regulamenta a Contabilidade de acordo com os padrões
internacionais. (ALVES, 2008, apud COSTA, CAMPOS e AMARAL, 2009).
Hoje a Contabilidade Brasileira é regida por dois grandes órgãos brasileiros, sendo
eles, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), e a Comissão de Valores Mobiliários
(CVM), lembrando que abaixo do CFC existe o Conselho Regional de Contabilidade (CRC).
(IUDÍCIBUS, 2004).
1.4 O Estudo e a Profissão Contábil no Brasil
A primeira regulamentação contábil no Brasil veio através do Decreto Imperial n.º
4.475 no ano de 1870, sendo assim reconhecida oficialmente a Associação dos Guarda-Livros
da Corte. (CAVALCANTE, 2009).
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Conforme Sá (2006) com o reflexo do avanço da ciência e da tecnologia a
Contabilidade foi forçada a evoluir. A função de guarda- livros ficou para trás sendo
substituída pela de orientar o gestor.
Hoje os profissionais que ainda tiverem o pensamento que a Contabilidade nada mais
é que um sistema de partidas dobradas na qual deve-se debitar e creditar, sem agregar nenhum
valor à empresa, estarão fora do mercado. A Contabilidade vem com a proposta de dar
assistência gerencial às empresas através de seus relatórios e não mais só atender ao Fisco.
Portanto, o profissional contábil terá que começar a se preparar para não ficar mais apenas
debitando despesas, calculando impostos, mas sim ser o profissional que estará trabalhando
junto com os administradores de empresas (CONSENZA, 2001, apud AVELINO et al.,
2010).
O Contador de nossos dias deve ter formação cultural humanista bem forte e uma cultura volvida a saber pensar. O perfil do profissional de nossos dias exige que o ensino prepare um intelectual que tenha condições de orientar as empresas para a prosperidade, para a eficácia da riqueza. Como a informação ficou absorvida, em quase sua totalidade, pelo recurso dos computadores, a valorização do Contador está em saber explicar os informes e em oferecer modelos de comportamentos aos empresários e gestores de riquezas públicas. Saber analisar, conhecer a razão do porque ocorrem os fatos e indicar os caminhos para o uso racional da riqueza das células sociais é a missão do profissional da atualidade. (SÁ, 2001, p. 02)
Hoje o mercado de trabalho é muito vasto para o profissional contábil podendo atuar
em diversas áreas do seu ramo de conhecimento:
a contabilidade é muito rica e possui diversas áreas de atuação, mas o profissional tem que ser versátil, dinâmico, atualizado, disciplinado e organizado para cuidar de todo o controle do patrimônio e da movimentação dos recursos empresariais. (GIROTTO, 2009, p. 21)
Conforme Marion (2005) em seu artigo Contabilidade uma profissão empolgante, o
profissional contábil pode atuar:
• Na empresa: como planejador tributário, analista financeiro, contador geral, em cargos
administrativos, como auditor interno, contador de custo, contador gerencial e atuário.
• De forma independente (autônomo): como auditor independente, consultor,
empresário contábil, perito contábil e investigador de fraude.
• No ensino: como professor, pesquisador, escritor, parecerista e conferencista.
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• No Órgão Público: como contador público, agente fiscal de renda, no tribunal de
contas, como oficial contador e diversos outros cargos púbicos.
É fundamental que o profissional contábil tenha um estudo continuado depois da
graduação, adquirindo assim novos conhecimentos para buscar novos desafios nessa profissão
que só cresce.
O Diário Oficial da União divulgou as Diretrizes Curriculares Nacionais que terão
que ser adotas pelas Faculdades que têm em suas grades de cursos a graduação em Ciências
Contábeis. De acordo com o Parecer ES/CNE 10/2004 (sítio do CRC – Conselho Regional de
Contabilidade), o curso de Ciências Contábeis deve adotar um perfil profissional que levará
os profissionais da área contábil a terem responsabilidade social, atuação técnica e
instrumental, e saber trabalhar com os demais ramos do saber, tendo assim competências inter
e multidisciplinares.
E para que os cursos de Ciências Contábeis viessem a se adequar ao novo perfil do
contador foi elaborada uma grade curricular nova que atenda aos seguintes eixos interligados
de formação:
(I) conteúdos de formação básica: estudos relacionados com outras áreas do conhecimento, sobretudo, Administração, Economia, Direito, Métodos Quantitativos, Matemática e Estatística; (II) Conteúdos de formação profissional: estudos específicos atinentes às Teorias da Contabilidade, além de suas relações com a Atuaria, a Auditoria, a Controladoria e suas aplicações peculiares ao setor público e privado; (III) conteúdos de formação teórica e prática: Estágio Curricular Supervisionado, Atividades Complementares, Estudos Independentes, Conteúdos Optativos, Prática em Laboratório, utilizando softwares atualizados para Contabilidade. (MAGALHÃES e ANDRADE, 2006, apud AVELINO et al., 2010, p.66).
Como se pode perceber as instituições de ensino superior têm uma grande
importância no desenvolvimento das habilidades exigidas pelo mercado de trabalho aos
estudantes de Ciências Contábeis.
Preocupados com a convergência das normas contábeis, como é o caso do Conselho
Internacional dos Princípios Contábeis (IASB – International Accounting Standard Board),
da Federação Internacional dos Contadores (IFAC – International
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Federation of Accountants), e da Organização Internacional das Comissões de Valores
(Iosco – International Organization of Securities Commissions) entre outros, a formação dos
contadores tem-se constituído em objeto de estudo por esses organismos5.
A Contabilidade Internacional dever ser considerada uma disciplina muito importante
no Curso de Ciências Contábeis, pois as práticas e as normas contábeis estão em processo de
convergência internacional.
Segundo Leite (2004, apud AVELINO et al., 2010, p. 67-68):
a globalização dos mercados econômicos vem influenciando o processo de harmonização internacional da contabilidade a partir de investimentos diretos estrangeiros, dos blocos econômicos, dos empreendimentos multinacionais e, principalmente, do mercado de capitais. Com isso, percebeu-se uma necessidade urgente de a academia brasileira discutir esse assunto nos cursos de graduação em Ciências Contábeis por meio de uma disciplina chamada Contabilidade Internacional.
A profissão contábil registrava em 2005, conforme o Conselho Federal de
Contabilidade (CFC), 334.158 profissionais de Contabilidade (incluindo os bacharéis e os
técnicos) e 63.358 empresas de serviços contábeis. Havia cerca de 750 Faculdades de
Ciências Contábeis, com mais de 250.000 estudantes que hoje já são profissionais da
contabilidade. Existem em média, sessenta empresas para cada contabilista (técnico +
contador) ou cento e trinta e cinco empresas para cada contador (bacharel em Ciências
Contábeis). (MARION, 2005)6.
Como pode-se ver a profissão e os cursos de Ciências Contábeis vêm crescendo no
país, ganhando espaço nas faculdades e no mercado de trabalho. Marion (2005, par. 22) diz:
“... Caro estudante e profissionais que estão investindo na Contabilidade. Pode aumentar sua
auto-estima, pois você escolheu uma das melhores (quem sabe a melhor) profissão da virada
do milênio...”.
Portanto, se o contador desenvolver todas as suas habilidades e competências
multidisciplinares e tiver conhecimento sobre o processo de convergência das novas normas
contábeis, terá uma carreira promissora no mercado.
2. Estudo de caso
2.1 História da FAC São Roque
5 Ibidem
6 Artigo: Contabilidade uma profissão Empolgante
Revista Eletrônica Gestão e Negócios – Volume 3 – nº 1 - 2012
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Segundo o sítio da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis de São Roque, o
Município de São Roque há muito tempo necessitava oferecer ensino superior, já que
precisava atender à demanda da cidade e dos municípios vizinhos. Os jovens que estavam
concluindo o ensino médio também desejavam continuar seus estudos ingressando no ensino
superior sem que precisassem se deslocar para outra cidade.
Para que fosse criada uma instituição de ensino superior em São Roque, a
Administração Municipal constituiu uma aliança com lideranças que criaram a Sociedade
Civil de Ensino Superior de São Roque, a qual se comprometeu a formar uma instituição de
Ensino Superior, com o apoio do município.
Várias autoridades como o poder Executivo e Legis lativo, e outras autoridades de
diferentes setores da cidade e da região, apoiaram e viabilizaram o processo para a criação da
instituição.
A Câmara Municipal aprovou o projeto de lei de origem do Executivo que outorgou concessão administrativa de uso do prédio número 30 da Padre Marçal à Sociedade Civil de Ensino Superior de São Roque, para que, como mantenedora, instalasse a Faculdade de Administração e Ciências Contábeis de São Roque, inclusive com a obrigação por esta de atribuição de bolsas de estudo para alunos do Município. A autorização de instalação do curso de Administração se deu por decreto presidencial de 27 de março de 1995, publicado no D.O.U., seção 1, nº 60, de 28 de março de 1995, página 4. A autorização do curso de Ciências Contábeis se deu por decreto presidencial publicado no D.O.U. em 17 de novembro de 1995 (Site da FAC São Roque, par. 13).
O primeiro vestibular da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis de São
Roque foi realizado em 21 de janeiro de 1996. Foram realizadas 363 inscrições de candidatos
de toda a região, incluindo além de São Roque, Alumínio, Araçariguama, Cotia, Ibiúna,
Itapevi, Jandira, Mairinque, Osasco, Pilar do Sul, Sorocaba, Vargem Grande Paulista e
Votorantim.
A FAC São Roque se tornou a primeira instituição particular de ensino superior em
São Roque, que tem como objetivo o desenvolvimento de várias competências intelectuais,
como ciências, letras, filosofia, artes e como principal, a formação de profissionais de nível
universitário, bem como a preservação e promoção do bem comum.
Hoje, segundo o Professor Adilson Souza de Deus (coordenador dos cursos de
Ciências Contábeis e Administração) a FAC São Roque tem um total de 1.200 alunos que
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estão divididos nos cursos de Administração, Ciências Contábeis, Direito, Gestão de Recursos
Humanos e Gestão da Tecnologia da Informação.
2.2 Metodologia
Para desenvolvimento deste estudo de caso, foi realizada uma pesquisa de campo. O
delineamento da pesquisa caracterizou-se como estudo exploratório. Segundo Andrade (2002,
apud AVELINO et al., 2010, p. 68) o estudo exploratório tem quatro finalidades substanciais:
1) acumular maiores informações a respeito do assunto; 2) facilitar a delimitação do tema da
pesquisa; 3) ajudar na fixação de objetivos; e 4) Descobrir enfoques dados ao assunto. Para
que se chegasse a tal objetivo foram realizados formulários com os trinta e dois formandos da
primeira turma de Ciências Contábeis da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis
de São Roque. O formulário foi aplicado em maio de 2011, sendo que dos trinta e dois,
formulários dezenove foram respondidos por telefone, quatro por e-mail e quatro
pessoalmente, totalizando vinte e sete formulários respondidos. Cinco formulários não foram
respondidos, pois não consegui entrar em contato com quatro formandos e uma das formandas
faleceu.
A primeira parte do formulário dispõe de seis questões, com finalidade de descobrir se
foi difícil conseguir uma posição no mercado dentro de sua área, se o curso proporcionou um
leque de disciplinas que possibilitou escolher as várias áreas dentro da contabilidade, bem
como qual a percepção dos alunos em relação ao curso e à profissão contábil. As questões
foram elaboradas com base na escala Likert, conforme o modelo de Rensis Likert (1932).
Os respondentes foram solicitados não só a concordarem ou a discordarem das
questões, mas também a informarem o seu grau de concordância/discordância. A cada célula
de resposta é atribuído um número (numa escala de 1 a 5 pontos), que reflete a direção das
respostas em cada afirmação.
A segunda parte do formulário é composta por cinco questões com respostas fechadas
e semi-fechadas, com o intuito de descobrir o que motivou os alunos da primeira turma de
Ciências Contábeis da FAC São Roque a escolher o curso, bem como a manter-se na
profissão, além de descobrir se foi realizado algum curso de pós-graduação, qual percepção
que os formandos têm do perfil do contador na atualidade e a faixa salarial de mercado na
região.
2.3 Resultados
Revista Eletrônica Gestão e Negócios – Volume 3 – nº 1 - 2012
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A seguir, estão apresentados os resultados obtidos com a pesquisa realizada com os
alunos da primeira turma de contabilidade da FAC São Roque.
Primeiramente, apresenta-se o perfil dos alunos pesquisado para, em seguida, se
demonstrarem as respostas referentes à percepção dos alunos em relação ao curso e à
profissão, além de saber o que os motivou a concluir o curso de Ciências Contábeis.
2.3.1 Perfil dos alunos entrevistados
Na primeira questão buscou-se identificar o perfil dos alunos da primeira turma de
Ciências Contábeis da FAC São Roque. Obteve-se o seguinte resultado como se observa nos
gráficos 1, 2 e 3.
Gráfico 1 – Perfil dos Entrevistados
30%
70%
Feminino Masculino
Fonte: elaborado pela autora.
Gráfico 2 – Fatores de Influência
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14
14%
38%
9%
15%
15%
9%
Já tinha o técnico Já atuava na área
Algum parente ou amigo já atvam na área A falta de opção de cursos na região
O mercado de trabalho promissor Outros
Fonte: elaborado pela autora.
Como se observa no Gráfico 1, a turma de Ciências Contábeis de 2000 é composta por
mais homens do que mulheres, sendo assim, 70% e 30% respectivamente.
Quanto aos fatores que influenciaram na escolha do curso (Gráfico 2), observou-se,
que o fator com maior porcentagem, mostra que já atuavam na área 38%. Isso demonstra o
interesse dos alunos em aprimorar o conhecimento que já tinham na prática. Os entrevistados
que responderam por outros fatores que não constavam nas alternativas foram: por gostarem
da disciplina e para aprimoramento da fo rmação acadêmica. Nessa questão quatro formandos
responderam mais de uma alternativa.
Gráfico 3 – Atuação na Profissão
60%19%
9%
6%6%
Não Sim, em empresas privadas Sim, como autônomo
Sim, no ensino Sim, no órgão público
Fonte: elaborado pela autora.
Gráfico 3.1 - Dos 60% que não atuam na área:
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15
47%
13%
Nunca exerceram a profissão contábil
Já aturam como contadores, mas atualmente não exercem mais a profissão
Fonte: elaborado pela autora.
Também foi perguntado se ainda atuavam na área depois de 10 anos de conclusão do
curso (Gráfico 3). Identificou-se que 60% dos formandos não atuam na área atualmente,
desses 60% (Gráfico 3.1), 47% nunca exerceu a profissão contábil e 13% já atuou, mas por
motivos de doença, oportunidade de crescimento profissional em outro ramo ou porque já se
aposentou não exerce mais a profissão. Entretanto como demonstra o (Gráfico 3) 40%
trabalha em diversas áreas de atuação da Contabilidade, sendo que quase a metade (19%) atua
em empresas privadas. Nessa questão 5 alunos escolheram mais de uma opção.
2.3.2 Percepção dos alunos quanto ao curso de ciências contábeis
Visando identificar a percepção dos formandos com relação ao curso de Ciências
Contábeis, primeiramente questionou-se sobre a variedade de disciplinas relacionadas às
várias áreas de atuação do contador, e se elas possibilitaram escolher dentre as várias áreas de
atuação da Contabilidade.
Gráfico 4 – O curso de Bacharel em Ciências Contábeis lhe trouxe uma grande
variedade de disciplinas que possibilitou escolher dentre as várias áreas de atuação da
Contabilidade.
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16
8%
12%
4%
40%
36%
Não concordototalmente
Não concordo Indiferente Concordo Concordototalmente
Fonte: elaborado pela autora.
Como mostra o Gráfico 4, a maioria (76%) dos pesquisados (sendo que 40% responde
que concorda e 36% que concorda totalmente), tem conhecimento da diversidade de
disciplinas que o curso oferece e acredita que estas possibilitam escolher entre as várias áreas
de atuação. Constatou-se que apenas 20% dos alunos que não concordam com a afirmação.
Gráfico 5 – Sua formação foi suficiente para a inserção no mercado de trabalho.
18%22%
4%
45%
11%
Não concordototalmente
Não concordo Indiferente Concordo Concordototalmente
Fonte: elaborado pela autora.
Ainda, buscando identificar a percepção dos alunos concluintes do curso de Ciências
Contábeis, fez-se a seguinte afirmativa: “sua formação foi suficiente para a inserção no
mercado de trabalho”. De acordo com o gráfico 5, observa-se que a maioria (56%) concorda
que a formação em Bacharel em Ciências Contábeis foi suficiente para sua entrada no
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17
mercado de trabalho, mostrando assim que o curso teve uma importância expressiva na vida
profissional dos formandos. No entanto, considera-se significativo o percentual de 40% dos
formando que não concordam com a afirmação.
2.3.3 Percepção dos alunos quanto à profissão
2.3.3.1 Mercado de trabalho
Gráfico 6 – Quando você iniciou sua carreira foi difícil uma posição no mercado.
48%
8%4%
22%18%
Não concordototalmente
Não concordo Indiferente Concordo Concordototalmente
Fonte: elaborado pela autora.
Procurou-se identificar as percepções dos formandos do Curso de Ciências Contábeis
sobre a profissão contábil. Dessa forma, a primeira afirmativa foi referente à colocação
profissional no mercado (Gráfico 6).
A maioria dos entrevistados (56%) não encontrou dificuldade para conseguir uma
posição no mercado, até porque como pode ser observado no Gráfico 2, 38% dos formandos
já atuavam na área. Entretanto 40% encontrou dificuldade de conseguir uma posição no
mercado na área contábil. Esse pode ser um dos motivos de 60% dos formandos não estarem
atuando na área atualmente (Gráfico 3).
Gráfico 7 – Afirmação de um professor de contabilidade "...Caro estudante e
profissionais que estão investindo na Contabilidade. Pode aumentar sua auto-estima,
pois você escolheu uma das melhores (quem sabe a melhor) profissão da virada do
século...".
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18
0%
15%
4%
48%
33%
Não concordototalmente
Não concordo Indiferente Concordo Concordototalmente
Fonte: elaborado pela autora.
Questionados sobre a Contabilidade ser uma das melhores profissões da virado do
século (Gráfico 7), a grande maioria (81%) concorda que a Contabilidade é uma das melhores
profissões no mercado atual, demonstrando que esses valorizam a profissão. Observou-se que
apenas 15% respondeu que não concorda e 4% é indiferente.
Gráfico 8 – Segundo o mesmo autor do gráfico anterior o curso de Ciências
Contábeis vem crescendo no país ganhando espaço nas faculdades e no mercado de
trabalho.
11%
0%4%
26%
59%
Não concordototalmente
Não concordo Indiferente Concordo Concordototalmente
Fonte: elaborado pela autora.
Ainda fez-se a seguinte afirmativa no formulário aplicado: “... o curso de Ciências
Contábeis vem crescendo no país. Ganhado espaço nas faculdades e no mercado de trabalho”.
Como resposta a essa afirmação, conforme o Gráfico 8, tem-se observado que os
entrevistados acreditam que o mercado de trabalho vem crescendo para os contadores, pois
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19
85% concordou. No entanto 11% não acredita que a Contabilidade vem ganhando espaço no
cenário acadêmico e no mercado de trabalho brasileiro e 4% desconhece a questão.
2.3.4 Destaque da profissão contábil
Gráfico 9 – A profissão contábil é uma profissão que tem destaque em nossa
sociedade, assim como o Direito e Medicina.
22%19%
0%
22%
37%
Não concordototalmente
Não concordoparcialmente
Indiferente Concordoparcialmente
Concordototalmente
Fonte: elaborado pela autora.
Sobre o destaque da profissão contábil, fez-se a seguinte afirmativa os respondentes:
“a profissão contábil é uma profissão que tem destaque em nossa sociedade, assim como o
Direito e Medicina”. Nessa questão os pesquisados responderam conforme o Gráfico 9.
Os formandos, em sua maioria (59%), estão valorizando a profissão contábil,
afirmando que ela tem destaque em nossa sociedade. Por outro lado, um porcentual muito
significativo (41%) não concorda com a afirmativa, declarando, portanto, que a profissão não
tem o mesmo destaque daquelas citadas como exemplo. É necessário mostrar mais para a
sociedade o trabalho do contador e quais as suas contribuições, para que seja mais valorizado.
2.3.5 Salário do profissional
Gráfico 10 – Média Salarial do Contador da Região
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20
23%
38%
23%
8%8%
R$ 1000,00 a R$ 2.000,00 R$ 2001,00 a R$ 4.000,00 R$ 4001,00 a R$ 6.000,00
R$ 8001,00 a R$ 10.000,00 R$ 14.000,00 a R$ 18.000,00
Fonte: elaborado pela autora.
Ao se buscar identificar a média salarial dos formandos que atuam na área foi
elaborada uma questão com várias faixas salariais, e de acordo com as respostas foi feito o
Gráfico 10, com a média salarial do contador na região (já que muitos dos formandos moram
e trabalham em cidades da região, sendo elas São Roque, Ibiúna, Mairinque, Vargem Grande
Paulista, Sorocaba e Alphaville). Observou-se que o primeiro lugar com 38% ganha em média
de R$ 2.001,00 a 4.000,00. Já o segundo lugar com 23% está empatado com os salários entre
R$ 1.000,00 a R$ 2.000,00 e R$ 4.001,00 a R$ 6.000,00. E em terceiro lugar com 8% estão os
salários de R$8.001,00 a R$ 10.000,00 e R$ 14.001,00 a R$ 18.000,00. Isso significa que a
maioria dos entrevistados ganha de R$ 1.000,00 a R$ 6.000,00.
2.3.6 O perfil do contador na atualidade
Gráfico 11 – Perfil do Contador na atualidade
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8%
92%
O Contador trabalha exclusivamente registrando dados na Contabilidade e atendendo aoFisco
O Contador vem com a proposta de dar assistência gerencial às empresas através de seusrelatórios enão mais só para atender ao Fisco
Fonte: elaborado pela autora.
Buscou-se identificar qual a visão dos formandos sobre o perfil do Contador na
atualidade. Para isso foram realizadas duas afirmativas: 1) “O contador trabalha
exclusivamente registrando dados na Contabilidade e atendendo ao Fisco” e 2) “O contador
vem com a proposta de dar assistência gerencial às empresas através de seus relatórios e não
mais só para atender ao Fisco”.
Como se pode observar no Gráfico 11, a grande maioria (92%) dos pesquisados
demonstra ter conhecimento de que o trabalho dos profissionais contábeis vai além dos
registros de dados.
2.3.7 Educação continuada
Gráfico 12 – Especializações
64%
20%
8%8%
Não M.B.A Mestrado Outos
Fonte: elaborado pela autora.
Revista Eletrônica Gestão e Negócios – Volume 3 – nº 1 - 2012
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Buscou-se conhecer, também, se os formandos depois de terem concluído o curso de
Ciências Contábeis na Faculdade de Administração e Ciências Contábeis de São Roque –
FAC São Roque, realizaram algum tipo de especialização. Como se observa no Gráfico 12, a
maioria (64%) dos estudantes não realizou nenhum tipo de especialização. Entretanto 20%
realizou M.B.A. (a maioria em Controladoria) e apenas 8% realizou mestrado e outro tipo de
especialização, como cursos de atualizações e complementação para outro segmento de
estudo, no caso, complementação em matemática. Nessa questão dois alunos responderam
mais de uma alternativa.
2.4 Apanhado Geral
Vários foram os fatores que motivaram os formandos da primeira turma de Ciências
Contábeis da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis de São Roque a escolherem o
curso, mas o motivo mais marcante foi porque já atuavam na área, mostrando assim o
interesse desses profissionais em se especializar na área em que já atuavam.
Após dez anos de conclusão de curso identificou-se que a maioria dos formandos
(60%) não atua na área e desses, a maioria (47%) nunca chegou a exercer a profissão de
contador.
Quanto à percepção dos formandos sobre a variedade de disciplinas relacionada às
várias áreas de atuação do contador, e se elas possibilitaram escolher dentre as várias áreas de
atuação da Contabilidade, a maioria dos formandos tem conhecimento sobre essas disciplinas
e afirma que ajudaram na escolha entre as várias áreas de atuação da Contabilidade.
Quando perguntados se a formação acadêmica foi suficiente para a inserção no
mercado de trabalho a maioria concorda com a afirmação, mas um percentual significativo
(40%) discorda da afirmação. Talvez esse seja um dos motivos de 60% dos formandos não
estarem atuando na área hoje em dia.
Dois dados importantes que se observam nessa pesquisa são: primeiro que a grande
maioria dos pesquisados acredita que a Contabilidade vem ganhando espaço no cenário
acadêmico e no mercado de trabalho brasileiro. Segundo, quando questionados sobre a
Contabilidade ser uma das melhores profissões da virada do século, a grande maioria dos
pesquisados também concordou com a afirmação reafirmando assim o crescimento da
profissão no país.
No que se refere ao destaque da profissão contábil na sociedade, a maioria concorda
que a profissão contábil tem destaque na sociedade, entretanto um percentual significativo
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discorda que ele exista. É preciso mostrar a importância do trabalho do contador, trazendo
valorização para a área.
Muitas mudanças afetaram a profissão contábil, fazendo expandir a área de atuação e
as atividades desenvolvidas pelo contador. A antiga função de “registrador de dados” e
“apurador de impostos” foi substituída pela função de “gestor de Informação”, isto é aquele
que gera as informações e auxilia na tomada de decisões da empresa. Verificou-se ao
questionar os formandos sobre qual dos dois perfis citados acima era do contador da
atualidade, a grande maioria afirmou que hoje o contador está enquadrado na segunda função
e apenas 8% ainda acredita que o contador seja só um “registrador de dados” e um “apurador
de impostos”.
Quanto à educação continuada, há um dado preocupante que pode ser observado: 64%
dos formandos não realizou nenhum tipo de especialização e nem cursos de atualização.
Considerações Finais
De modo geral, vários foram os ensejos que motivaram os formandos a realizarem o
curso de Ciências Contábeis, mas em primeiro lugar constatou-se que foi porque já atuavam
na área e em segundo pelo mercado promissor. Apesar de o primeiro motivo reafirmar uma
das hipóteses levantadas no início do artigo, o segundo o refuta, já que não foi levantada essa
questão.
No caso da segunda hipósete, a constatação que a maioria dos formandos não está
atuando na área (60%) a refuta, embora 40% esteja atuando nas diversas áreas citadas no
começo do artigo como, por exemplo, sendo professores, colaboradores e proprietários de
empresa privada. É também importante divulgar que os pesquisados têm conhecimento sobre
o novo perfil do contador, sobre sua função gerencial dentro da organização, bem diferente da
visão antiga que o contador era tido como mero “apurador de impostos”, assim como, é
relevante demonstrar que os formandos sabem que a profissão contábil vem crescendo no
país, que o contador está começando a ser valorizado tanto no meio acadêmico, como no
mercado de trabalho, pois 81% dos pesquisados acredita que e a Contabilidade é uma das
melhores profissões no mercado atual.
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