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CLÁUDIABERNHARDTDESOUZAPACHECO A Multinacional Americana das Drogas Av. Rebouças 3819 · 05401-450 São Paulo Tel. (11) 3032-3616 · Fax. (11) 3815-9920 www.editoraproton.com.br [email protected] www.trilogia.ws

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CLÁUDIABERNHARDTDESOUZAPACHECO

A MultinacionalAmericana

das Drogas

Av. Rebouças 3819 · 05401-450 São PauloTel. (11) 3032-3616 · Fax. (11) 3815-9920

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Capa:Ângela Stein

Assistente de RedaçãoJosé Ortiz de Camargo Neto

Revisão da 3ª ediçãoJosé Ortiz de Camargo Neto, Regina Pacheco

Maria Regina T. Weckwerth

Ilustrações:Angela Stein e Sandra Segurado

Diagramação:Ricardo Montanari

Fotocomposição:Mara Lúcia Szankowski

Impressão e acabamentos:Gráfica Energética Ltda.

Copyright © 2009 Proton Editora LtdaTodos os direitos reservados.

ISBN 978-85-7072-060-3

Tiragem: 3ª edição, Novembro de 2009 (1000 exemplares)

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“Dedico este dossiê a todos os indivíduos quederam a vida pelo combate à corrupção, bem como àscrianças, que merecem ter uma vida melhor do que asociedade lhes oferece.”

Cláudia Bernhardt de Souza Pacheco

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“Agradeço ao jornalista José Ortiz de CamargoNeto pela contribuição dada na pesquisa dos dadoscontidos neste dossiê.”

Cláudia Bernhardt de Souza Pacheco

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ÍNDICE

Apresentação ............................................................................. 7

Explicação (datada de outubro de2007) ............................................ 15

1ª Parte – A Multinacional Americana das Drogas ................................... 25

Tio Sam depende totalmente das drogas,psicológica e economicamente considerando ................... 27

Drogas: A arma do sistema (“establishment”)para adormecer a consciência social ................................. 31

Amultinacional americana das drogas .................................... 37

As bases militares: uma possível conexão do tráfico ................ 53

A Cia e o poder americano controlam as mentesatravés das drogas .............................................................. 65

O tráfico da morte em Portugal .......................................... 75

2ª Parte – A Dimensão Mundial do Negócio das Drogas ........................ 85

As drogas através da História .............................................. 87

Quem são os responsáveis pelo tráfico da morte? .................... 103

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A“lavagem" do dinheiro .......................................................... 119

A guerra das multinacionais da drogacontra os que se opõem ao narcotráfico .............................. 131

A promoção subliminar (e direta)das multinacionais das drogas ............................................ 145

Soluções propostas para o problema das drogas ...................... 157

Libertação, o poder e as drogas ................................................. 165

Sugestões de Leitura .......................................................... 172

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APRESENTAÇÃOO Projeto do Dossiê

Multinacional Americana das Drogas(o sonho em Lisboa)

Na noite do dia 26 para 27 de abril do ano de 1990, épocaem que eu estava trabalhando em Lisboa, tive um sonho reveladorno qual recebi interiormente uma “ordem”: pesquisar mais, escrever,falar, conscientizar o maior número possível de pessoas sobre asituação do narcotráfico no mundo.

Desse sonho nasceu o dossiê Multinacional Americana dasDrogas publicado em inglês, francês e português e que mudoutotalmente o conceito de milhares de europeus a respeito doproblema do narcotráfico.

Após a publicação desse dossiê, as mídias francesas e outrasfizeram uma série de programas e publicaram livros mostrando a conexãoda CIA e dos Serviços Secretos com o tráfico de narcóticos.

A seguir a carta que enviei para Martha e José Ortiz1, comquem eu trabalhava proximamente.

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[1] José Ortiz de Camargo Neto, jornalista que colaborou nas pesquisas ena redação deste dossiê.

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Lisboa, 27 de Abril de 1990

Caros Martha e Ortiz,

Esta noite, tive um sonho que mostrava a mim mesmaprevenindo (conscientizando) as famílias em Portugal, na Françae em todos os locais onde existe ISAT2, quanto ao perigo queronda as suas casas com relação aos traficantes de drogas. Euacordei e escrevi aqui o que eu percebi, com muita lucidez, e quedeve ser divulgado.

Esses criminosos de alta periculosidade se infiltram nascomunidades e órgãos públicos como governos, justiça, polícia,igrejas, escolas, empresas, principalmente nos postos de podereconômico e poder público. Que eles são muito mais perigososdo que as drogas que eles distribuem.

Eles são os psicóticos e psicopatas descritos no livro “ALibertação dos Povos – Patologia do Poder” (de Keppe, Pacheco e outrosautores), que agem como demônios, destruindo a civilização.

Eles agem, se insinuam, mentem, corrompem, ameaçam,atacam, matam, mutilam crianças, jovens, adultos inteligentes eprodutivos, cientistas, artistas — eles trituram os seres humanosna máquina de fazer dinheiro chamada: tráfico das drogas.

Eles matam de várias maneiras:

a) através das drogas que vendem;

b) através do “enxugamento” da economia das nações – elessugam todo o dinheiro que está nas mãos do povo –acabando com a produção construtiva de uma nação, poisretiram-lhe a riqueza (o capital), retendo-a em suas enormesfortunas privadas;

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[2] Sociedade Internacional de Trilogia Analítica.

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c) assassinando todos os que põem resistência a sua marchadeterminada e desenfreada de destruição.

Esses indivíduos não são somente problema da polícia e dejuízes e de promotores públicos são o nosso problema, são “o”problema do povo:

a) primeiro, porque muitos dos juízes, policiais e promotores jáse corromperam e ingressaram na milionária máquina daMORTE favorecendo os traficantes no seu trabalho;

b) segundo, porque se resistem à tentação da corrupção, caemno problema do medo. Eles temem ser assassinados ou versuas famílias dizimadas, caso resistam e se oponham aoscriminosos.

c) e terceiro, porque a luta é desproporcional:

1. há muito mais pessoas envolvidas no tráfico de drogas, comtodo o poder nas mãos e toda a estrutura organizada para oataque (são fortalezas bem armadas);

2. há muito mais indivíduos dependentes da droga que podematé matar para poder adquiri-las;

3. do que o pequeno grupo de indivíduos que, heroicamente,doam suas vidas para a erradicação deste mal.

Por isso Keppe e Pacheco foram atacados nos EUA, Brasil, esofrem perseguição e sabotagem de grupos secretos, infiltrados portoda a parte nos países onde há sedes da Sociedade Internacional deTrilogia Analítica.

É necessário que o povo, o indivíduo “leigo”, o pai e mãe defamília, o(a) irmão(ã), o(a) filho(a), o(a) namorado(a), o marido(mulher) que vivem o drama da toxicomania, mesmo sem o desejar,ou que ainda não o vivem, mas temem a qualquer momento seratingidos pelo problema, que ajudem a esse pequeno exército de

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indivíduos corajosos e idealistas, que amam a vida e ainda esperamver nascer uma humanidade melhor.

A responsabilidade pelo futuro da humanidade está nas mãosde todos os seres humanos – do povo – e não só de seus governantes.

Os próprios governos estão contaminados por esse proble-ma, e é necessário que a população acorde para essa realidade. Asituação é grave: o mal já foi longe demais e, mesmo osgovernantes honestos que se propõem atualmente a realizar essaguerra já não poderão abater o inimigo sozinhos.

Inclusive – e o que é mais importante – é justamentedentro da estrutura de poder – público e econômico – que osmaiores assassinos das drogas se infiltram formando as milionáriasmáfias modernas: as Multinacionais das Drogas.

O problema é mais difícil do que se apresenta; ele é a pontade um iceberg enorme, pois as multinacionais das drogas sãocomo fantasmas que não se mostram à luz da verdade – elas semascaram, se escondem dos olhos do povo e agem às escuras,pelas costas.

Se pudéssemos designá-las com um sinônimo, o ideal seria:são demônios.

A influência americanaOutro ponto extremamente importante é que o mundo

parece estar adormecido para o grande dragão das drogas queatua dentro e através dos Estados Unidos.

Primeiro, “ele” disseminou as drogas nos Estados Unidoslevando-o ao caos da destruição econômica, educacional, política,humana, moral – destruição esta que pouco a pouco aparecepara o resto do mundo. Depois, tem sido a própria naçãoamericana que, basicamente, se encarregou de disseminar esse

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mesmo "dragão" de fogo que espalha a morte e decadência noplaneta assim:

1º) através da promoção que fazem de seus hábitos e filosofiade vida com seus filmes de cinema, TV, livros, revistas,escolas, música etc, que propagam a violência, o abuso dasdrogas, a promiscuidade, a decadência cultural, ética,profissional. Promovem os “psicologismos” alienantes e asfilosofias “liberalizantes”, que pregam que "tudo pode serfeito”, seja o bem ou o mal;

2º) através da política econômica imperialista, que obrigouvários países do terceiro mundo, estrangulados e sugadosem suas fontes reais de riqueza, naturais e advindas dotrabalho, a optar por “economias alternativas” de produçãode matéria-prima para as drogas (coca, maconha, papoulaetc.) para poderem sobreviver. (É o caso da Colômbia, queé riquíssima em ouro, pedras preciosas, café etc., mas que ésugada pelos americanos, e o povo optou pelo plantio dacoca para terem o que comer.)

3º) e, muito importante, através da rede internacional americanada produção, distribuição e vendas de entorpecentes queestá atuante, muitíssimo bem organizada, e camuflada, emtodos os países aonde ela tem acesso.

Obs.: O grande problema com relação à Multinacional Americanadas Drogas é que seus agentes são, praticamente,desconhecidos do mundo. Eles se escondem atrás de umafalsa imagem, construída profissionalmente, através dapromoção especializada. Eles vestem a camisa de soldadosque lutam contra o tráfico na espalhafatosa “Guerra contraas Drogas” desencadeada por Ronald Reagan, e seguidaatualmente por Bush3.

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Essa guerra, mais parece uma grande produção deHolywood, mais uma farsa promocional. Como cita FredericFilloux, jornalista (correspondente de New York) do periódicofrancês Liberation, no artigo do dia 19 de Abril de 1990,referindo-se às medidas adotadas pelo Promotor Geralamericano Dick Thornburgh com relação à lavagem do dinheirodo tráfico através de bancos americanos: “Mais cette action dejustice ressemble surtout a un coup de pub. Ce dont a bien besoin1’administration Bush au moment où la lutte contre le trafic de drogueapparaît comme un échec jusque dans la capitale fédérale”4.

Os demais americanos são vistos como vítimas do vício,como consumidores, mas nunca o mundo os viu ou vê comoconcorrentes dos colombianos, brasileiros e mesmo europeus nomercado internacional de morte!

O maior perigo é sempre o que está escondido de nossapercepção. Uma vez detectado um problema, ele pode ser erra-dicado – com esforço, dedicação e amor, mas a conscientização deum problema já é 50% do caminho andado em direção a suasolução.

Tudo isso eu percebi esta noite, e de madrugada redigi esteapelo aos nossos futuros amigos. Digo futuros amigos porque seique poderá ser formada uma resistência ou um exército mesmo,decidido a acabar de uma vez por todas com esse terror queatormenta e persegue não só a Keppe e Pacheco, mas a todas ascriaturas de Deus.

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[4] “Mas esta ação de justiça parece, sobretudo um golpe publicitário. Doqual a administração Bush tem tanta necessidade atualmente onde aluta contra o tráfico de drogas aparece como um fracasso até na capitalfederal.” (traduzido pela Luciara Avelino, professora de francês daEscola de Línguas Millennium - São Paulo.)

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Eu peço a vocês que tornem público este apelo, que odivulguem ao máximo, e rapidamente, pois não temos muitotempo.

Estamos num estrangulamento final: desde junho emdiante ou o exército de indivíduos verdadeiros se ergue paraacabar com esse “Dragão da Morte” (o poder econômico geradopelo tráfico de entorpecentes) ou seremos, todos, fatalmente egradativamente liquidados.

Com muita esperança saúdo-os,

Cláudia Bernhardt de Souza Pacheco

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"As multinacionais das drogas são como fantasmasque não se mostram à luz da verdade – eles semascaram, se escondem dos olhos do povo e agem àsescuras, pelas costas, amordaçando os jornalistas paraque não os denunciem."

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EXPLICAÇÃO(datada de outubro de 2007)

Preparamos este dossiê na França, no início dos anos 90,com a finalidade de mostrar o lado oculto do narcotráfico,justamente o mais perigoso, porque inconscientizado. Do mesmomodo que na psicanálise o restabelecimento do cliente advém deconscientizar o que rejeita ver, na sociedade é também a visão exatados problemas ocultados que poderá trazer um reequilíbrio social.

Naquela época, não poderíamos imaginar quanto sepropagaria o tráfico da morte dali a dez ou quinze anos, até serconscientizado. Em 2007, após cuidadosa pesquisa, notamos que ashipóteses contidas neste dossiê se comprovaram inteiramentecorretas – e nunca, como hoje, há tanta necessidade deconscientizarmos definitivamente este problema, para chegarmos auma solução almejada por todos.

Para que o leitor possa situar-se melhor, fizemos inicial-mente uma comparação entre dados atuais e os do início de nossapesquisa – este é, em suma, o conteúdo desta apresentação.

EUA, o maior produtor mundial de marijuana“Os Estados Unidos tornaram-se sem dúvida, o mais importante

produtor de marijuana do mundo, e esta planta é, certamente, a 2ª ou 3ªcultura da Califórnia” , declarou o prêmio Nobel de economiaMilton Friedman ao jornal Le Figaro (19/05/90), quandoescrevíamos este dossiê na França. E atualmente como estaria asituação?

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“A produção de marijuana se multiplicou por 10 nos EstadosUnidos desde 1981; é a cultura que mais gera dinheiro no país, acima dasplantações como milho e trigo combinados”, segundo estudo divulgadopela BBC (BBC.mundo.com) dia 19/12/2006.

“É o cultivo mais rentável em 12 estados do país, um dos três quegera mais dinheiro em 30 estados e um dos cinco primeiros em 39estados”, informa o estudo divulgado pela BBC, apresentado pelaCoalizão para a Reclassificação da Cannabis, “baseado em cifrasoficiais do governo dos EUA”.

Segundo o documento, “o valor anual da produção é de 35bilhões de dólares” (compare o leitor com a cifra de 18,6 bilhões em1985, divulgada pelo jornal USA Today, de 10/01/86), e “aprodução de marijuana se tem convertido em uma parte onipresente enão erradicável da economia nacional”.

De acordo com a notícia da BBC, "um porta-voz da AgênciaAntidrogas dos Estados Unidos disse que (...) esta é a droga de que maiscomumente se abusa no país”.

Nos Estados Unidos 45 bilhões de pés de maconha (cannabis)foram cultivados no ano de 2006, ou seja, 8.942 toneladas,afirma Wálter Fanganiello Maierovitch, colunista da revistaCarta Capital e presidente do Instituto Giovanni Falcone, em artigointitulado “Maconha fatura mais que milho e soja nos EUA”, dequinta-feira, 21/12/2006, (www.ibgf.org.br).

Segundo ele, “O levantamento (a que se refere a notícia daBBC) foi realizado pelo pesquisador Jon Gettman, conhecido nos EUAcomo especialista respeitado nos estudos e pesquisas sobre o fenômeno dedrogas pesadas”.

Do artigo de Fanganielo deduz-se que a marijuana éplantada nas barbas da Casa Branca, ou seja, na própria capitaldos Estados Unidos, Washington, onde “o plantio de marijuanarendeu 591 milhões de dólares”. “A Califórnia – chamada de GoldenState (Estado de Ouro) – é o maior produtor”, e os cultivos atravessam

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os Estados Unidos de ponta a ponta, “são encontrados da Costa doPacífico à Costa Atlântica”.

A “guerra” teatral do governo dos EUAcontra as drogas

Por que o governo norte-americano não combate aprodução, tráfico e lavagem do dinheiro das drogas dentro deseu próprio país, se está em “guerra contra as drogas”? Por essemotivo, inúmeros autores aqui citados afirmavam já nos anos 90que essa “guerra” era “teatral”, ou “golpe publicitário” (paraacobertar suas verdadeiras atitudes e intenções, dizemos nós). Eatualmente, como pensam os analistas?

“Os EUA recorrem ao protecionismo para resguardar seus“narcoprodutores” da competição externa. Utiliza desfolhantes contra ocultivo de marijuana no México, para favorecer seu desenvolvimento naCalifórnia;(...); guerreia contra os cultivadores latino-americanosauxiliando seus velhos sócios do sudeste asiático”, afirma no artigo “OComércio das Drogas Hoje”, o historiador Osvaldo Coggiola, prof.dr. do Departamento de História da USP e autor de diversoslivros sobre história econômica (revista De Olho na História n° 4,2003 – Revista de História Contemporânea da UniversidadeFederal da Bahia).

“Se os EUA tivessem vontade política de combater o narcotráficopoderiam (...) agir contra os bancos norte-americanos que lavam osnarcodólares. (...) Por que não fazê-la contra os produtores californianosde maconha, que depois de substituir a Colômbia no primeiro lugar dofornecimento dessa droga, colocaram os EUA entre os três primeirosprodutores mundiais?” indaga ele.

A “guerra contra as drogas” do governo dos EUA é apenasum combate do narcotráfico “institucional”, realizado pelosagentes norte-americanos, contra o “não institucional”, praticadopor quadrilhas que não fazem parte do esquema, diz o jornalista

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mexicano Mário Menéndez Rodriguez, do periódico Por Esto! –ou seja, um ataque seletivo aos traficantes concorrentes (tese,aliás, que aventamos na 1ª edição deste dossiê).

“O preço da droga é fixado pela DEA (agência norte-americanaantidrogas) em conivência com as máfias”, disse Menéndez ementrevista a Luciano Alzaga (www.rebelion.org) em 16/06/2007.“O narcotráfico institucional serve para garantir e controlar o setor daeconomia norte-americana em que estão envolvidos 25 milhões deviciados. Porém, outra gente começa a meter droga por outros pontos dafronteira dos Estados Unidos, (...) e assim inundam o mercado. A DEAsabe que ocorre isso quando há excesso de droga nos EUA. O preço vemabaixo, portanto há competição com os institucionais, e essa concorrênciaé que eles combatem. Quando se lê: “Grande Campanha Contra oNarcotráfico”, é contra o não institucional, no institucional não se toca.”

Declarou ainda o jornalista: “A droga segue a rota (...) e seentrega na fronteira dos EUA à DEA, que não suja as mãos para nada.Os países pelos quais percorre a droga são os que fazem o trabalho sujo.Por isso nada denuncia o tráfico institucional. E por que o governo doMéxico aceita tudo isto? Porque é ordem dos Estados Unidos e existeuma dependência absoluta com o governo norte-americano”.

Também a perseguição aos envolvidos é seletiva, segundoo prof. de Sociologia na UNISUL, Mauri Antonio da Silva: “Asprisões dos Estados Unidos, as mais povoadas do planeta, estão cheias dejovens drogados, pobres e negros. Na América Latina, milhares de jovensestão morrendo na guerra do narcotráfico. Até agora, nenhum banqueirofoi preso.” (Artigo “A lavagem do dinheiro sujo nos Estados Unidos”).

O papel dos bancos como sócios do narcotráfico“O narcotráfico (...) favorece principalmente o sistema financeiro

mundial”, afirma o prof. Osvaldo Coggiola, já citado. (...) “Todos osbancos de envergadura, desde o Boston até o Credit Suisse, participamdesta operação. Pelas somas envolvidas, a “lavagem” seria impossível

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sem a cumplicidade dos banqueiros que intermedeiam a legalização dodinheiro sujo e a sua conversão em ativos, empresas ou imóveis.(...) Estaassociação entre mafiosos e banqueiros se apoia, em última instância, nosigilo bancário”.

“Mais de 95% do rendimento gerado pelo contrabando dosopiáceos vai para o crime organizado e instituições bancárias efinanceiras”. (...) “O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima quea lavagem global de dinheiro se situa entre os USD 590 bilhões e 1,5trilhão de dólares ao ano. (...) Uma grande fatia da lavagem (...) estárelacionada com o comércio de narcóticos”, escreveu MichelChossudovsky, professor de economia na Universidade deOtawa, autor do livro America’s “War On Terrorism” (GlobalResearch, 2005) no artigo “Quem beneficia com o negócio do ópioafegão” (24 /10/ 2006).

“Na última década os bancos estadunidenses “lavaram” em tornode 2,5 a 5 trilhões de dólares de dinheiro “sujo”, que passou a fazer partedo circuito financeiro dos Estados Unidos, servindo de suporte paraequilibrar o déficit da balança de pagamentos dos Estados Unidos daAmérica do Norte”, escreveu no artigo “A lavagem de dinheiro “sujo”nos Estados Unidos”, o professor de Sociologia da UNISUL MauriAntonio da Silva, citando o sociólogo James Petras, que, em seumais recente livro “Império e Políticas Revolucionárias na AméricaLatina", destaca “a magnitude e o âmbito da “lavagem” de dinheiropelos grandes bancos estadunidenses e europeus".

Segundo ele, “ (...) “Os cerca de 500 bilhões de dólares dedinheiro ‘sujo’ que entram anualmente neste país superam osrendimentos líquidos de todas as companhias de computação dosEstados Unidos e certamente seus lucros” (...)“Os maiores bancosestadunidenses, Bank Of America, J.P. Morgan, Chase Manhatan eCitibank , estão obtendo altos lucros com a gestão de dinheiro de origemcriminosa.”

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“O Citibank, o primeiro em “lavagem” de dinheiro é o maior bancodos Estados Unidos, com 180 mil empregados em todo o mundo, com 700bilhões de dólares em depósitos conhecidos e mais de 100 bilhões de dólaresem contas particulares secretas; realiza operações de private bank, que é ogerenciamento de contas milionárias de 1 milhão de dólares no mínimo, comtaxa de rendimento de 20 a 25% ao ano, em mais de 30 países,constituindo-se no banco privado de maior presença global.”

As novas guerras do ópioAtualmente, fala-se muito em “guerras do petróleo” como

o ex-presidente do Federal Reserve (banco central americano),Alan Greenspan, disse em sua autobiografia, que a guerra doIraque foi devida ao petróleo – artigo : Greenspan: sede de petróleodos EUA provocou guerra no Iraque – Washington AFP,16/09/2007, 04h20). Porém, poucos conscientizaram as“guerras das drogas”, que estão por trás de conflitos modernos.

“Há poderosos interesses financeiros e de negócios por detrás dosnarcóticos. Deste ponto de vista o controle geo-político e militar das rotasda droga é tão estratégico como o petróleo e os condutos de petróleo.”(“Quem beneficia com o negócio do ópio afegão?” Michel Chossudovsky,artigo citado.)

Muitos dos conflitos modernos lembram a Guerra do Ópio(1840-60), vencida pela Inglaterra contra a China, “resultante dapostura da Inglaterra como promotora do tráfico de ópio na China doséculo XIX, bem como das plantações deste mesmo narcótico emterritório indiano. A Inglaterra (...) auferia lucros exorbitantes (...) com otráfico de ópio para a cidade chinesa de Lintim.. (...) Tudo isso aconteciacom a aprovação declarada, e documentalmente registrada, doparlamento inglês, que por inúmeras vezes manifestou os inconvenientesda interrupção de um negócio tão rentável”. (“O comércio das drogashoje”, Osvaldo Coggiola, artigo citado.)

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AfeganistãoNo ano 2000–2001, os Estados Unidos passaram por uma

crise econômica muito séria, noticiada em todos os jornais domundo. Com a economia em queda livre, buscava-se saber acausa. E então houve a invasão do Afeganistão.

A BBC BRASIL, em 19 de janeiro de 2004, noticiou que“O regime do Talebã no Afeganistão (deposto pela invasãonorte-americana em 2001) teve a política mais eficaz de combate àsdrogas dos tempos modernos. (...) resultou numa redução de 65% naquantidade de heroína que circulava no mundo.” – ou seja, reduziuem quase dois terços o milionário fluxo de dinheiro quealimentava os grandes bancos norte-americanos. (Artigo “Talebãtinha o regime mais eficaz do mundo contra drogas, diz estudo – Regimeafegão reduziu produção mundial de heroína em 65%).

“Em 2001, de acordo com os dados da ONU, a produção do ópiocaiu para 185 toneladas. Imediatamente após a invasão levada a cabopelos EUA em outubro de 2001, a produção aumentou substancialmente,recuperando níveis históricos”, escreveu Michel Chossudovsky noartigo “Quem beneficia com o negócio do ópio afegão?” já citado. "(...)Está amplamente documentado o papel central da CIA no desenvolvimentodo triângulo da droga latino-americano e asiático”, disse ele.

“Afeganistão atinge recorde na produção de ópio, diz ONU”,publicou a Folha Online, (com France Presse e Associated Press),dia 27/08/2007. “A colheita de ópio no Afeganistão aumentará 34%e chegará a mais de 8.000 toneladas em 2007. Trata-se do maiorvolume de ópio já colhido no Afeganistão, principal produtor da drogano mundo.”

Segundo esta notícia, “O ópio afegão representa 93% docultivo mundial, contra 92% em 2006. Nenhum outro país produzianarcóticos em escala semelhante desde a China no século 19“, fazendojá a relação com a Guerra do Ópio movida pela Inglaterra.

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Esta tabela, divulgada pela ONU é bem ilustrativa:Plantação da papoula do ópio no Afeganistão

Ano Plantação(hectares)

Produção(toneladas)

1994 71,470 3,4001995 53,759 2,3001996 56,824 2,2001997 58,416 2,8001998 63,674 2,7001999 90,983 4,6002000 82,172 3,3002001 7,606 1852002 74,000 34002003 80,000 36002004 131,000 42002005 104,000 38002006 165,000** 6100**

http://www.unodc.org/pdf/afg/afghanistan_opium_survey_2004.pdf Nações Unidas . ** Estimativa

Como se vê, o comércio de heroína no país não só foirestabelecido, mas atingiu níveis de produção nunca dantesalcançados.

“Com base na estrutura inglesa dos preços de retalho da heroína, o totaldos lucros do mercado da heroína afegã andará à volta dos USD 124,4 bilhões(...) a USD 194,4 bilhões de dólares. (...) A movimentação anual de narcóticosao nível mundial é estimada pelas Nações Unidas em USD 400-500 bilhões.Oque não é mencionado é o fato de mais de 95% do rendimento geradopor este contrabando lucrativo ir para as organizações de negócios,para o crime organizado e para as instituições bancárias e

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financeiras.” (http://globalresearch.ca.index.php?context=viewArticle&code=CO200609212articleld=3294ONU)

“O Afeganistão já não exporta ópio bruto, mas diretamenteheroína, refinada em laboratórios afegãos" noticiou AntonioPimenta, do jornal Hora do Povo no artigo “ONU: Afeganistãoocupado torna-se o centro da produção de heroína” (19.07.2007).“Após cinco anos de ocupação, sob proteção armada de marines esoldados da Otan, e suporte do governo fantoche, (...) alcançou o nívelrecorde de 6.100 toneladas de ópio. (...) Nada menos de 37 mil soldadosnorte-americanos e da Otan bancam essa transformação do país em umafábrica de entorpecentes.”

KosovoEm 1999, se inicia a guerra dos Estados Unidos e da Otan no

Kosovo, com um brutal ataque aéreo contra a República Federativa daIugoslávia, à margem do Conselho de Segurança da ONU. O terrívelbombardeio ocorreu para garantir que a província do Kosovo setornasse independente, como queriam grupos albaneses armados.Bush deu total apoio ao ingresso imediato da Albânia na Otan e suadecisão de exigir a independência da província do Kosovo. Acusada deempreender um genocídio contra a população albanesa, a Sérvia foibombardeada pela OTAN, em nome dos direitos humanos. Nobombardeio, foram testadas novas bombas de grafite, destruídoscomplexos químicos para provocar deliberadamente poluição, e nãoforam poupados alvos civis. Agora, findo esse espetáculo tenebroso deguerra, como está a situação?

“Desde a intervenção da OTAN e da ONU no Kosovo, em1999, este tornou-se a capital européia do crime. O comércio de escravossexuais ali floresce. A província transformou-se na placa giratória dadroga para a Europa e a América do Norte e o cúmulo é que a maiorparte das drogas provém de um outro país “libertado” pelo Ocidente: oAfeganistão. Os membros do UÇK, que foi desmobilizado mas não

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desmantelado, participam tanto nesse tráfico como no governo. A políciada ONU prende alguns dos implicados nesse tráfico e entrega-os a umajustiça permeável, aberta à corrupção e às pressões” (artigo:“Bombardeamos o lado errado”, afirma o ex-comandante da NATO noKosovo“ por Lewis Mackenzie). 5.

“O Comércio da droga do Crescente Dourado (...) foi usado parafinanciar e equipar o Exército Muçulmano Bósnio (no príncípio dos anos 90) e oExército de Libertação do Kosovo (KLA)" (artigo: Osama Bin Laden: unguerrero de la CIA, por Michel Chossudovsky, Professor de economia naUniversidad de Ottawa).

Nesse mesmo artigo, afirma que “Os principais líderes rebeldes daChechênia, Shamil Basayev e Al Khattab foram treinados e doutrinados emacampamentos patrocinados pela CIA no Afeganistão e Paquistão (...) Oprincipal oleoduto da Rússia passa pela Chechênia e Daguestan. (...) Osbeneficiados indiretos da guerra chechena são os conglomerados petrolíferosanglo-estadunidenses que estão lutando pelo controle dos recursos petrolíferos e oscorredores de oleodutos.”

Deixamos que os leitores sigam lendo a respeito destaimportante revelação feita há quase vinte anos, a ser conscientizada portodos os povos a fim de melhor preservarem a si mesmos, suas famíliase as suas comunidades.

O Dragão do Narcotráfico já calou, envolveu ou corrompeupraticamente a todos os governos e polícias do mundo. Caberá agoraaos cidadãos mais honestos tomarem providências a respeito epassarem adiante as informações contidas neste dossiê.

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[5] O autor comandou tropas em Gaza, Chipre, Vietnã, Cairo, América Central. EmSarajevo, durante a guerra civil, foi o responsável pelos contingentes de 31 nações.Atualmente na reforma, trabalha como comentador de assuntos internacionais para oNational Post e para cadeias de televisão americanas. O original encontra-se em TheNational Post , 06/Abr/04. Tradução de MJS. Este artigo encontra-se emhttp://resistir.info .

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1ª PARTE

A MultinacionalAmericana das Drogas

“A separação entre paísesconsumidores e produtores já não é válida

(...) nos países consumidores há umaprodução crescente de droga

para o consumo próprioe para o estrangeiro”.

Phillip Shenon, The New York Times

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ESPECIAL

Tio Sam depende totalmente dasdrogas psicológica e

economicamente considerandopor Norberto Keppe

“Somente neste ano de 1990 é que conscientizei que os EstadosUnidos como nação é inteiramente dependente do Tráfico da Morte, eprincipalmente das drogas – não só no sentido de ingeri-las, maseconomicamente.” (*)

Em 1984 quando me mudei para os Estados Unidos,fiquei horrorizado ao constatar a orientação totalmente errôneada sua economia; as fábricas estavam desativadas, a agriculturatotalmente abandonada, grande parte da população vivia doseguro social, os estudantes pouco sabiam – e, pior ainda, haviaum clima de agressão, de descontentamento (e de alegria loucade outro lado). Realmente não estava no país que haviaidealizado e, ao mesmo tempo, contemplava com estupefação,um ex-artista de cinema (Reagan) representando o tempo todo,mentindo e seguindo uma política de plena especulação. Via que

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a nação caminhava para a sua destruição, repetindo o mesmo errode 1920 e década de 30.

Hoje sei que aquela nação é inviável, pois só se recuperouquando entrou na 2ª Guerra Mundial (e partiu para a produção dearmamentos), retornando ao pleno emprego, quando a situaçãoeconômica da Europa entrou em colapso. Portanto, Hitler foi quema “recuperou”. Mais tarde, a União Soviética deu-lhe incrível forçainternacional, levando-a a continuar produzindo armas e a colocarseus exércitos em todo o mundo ocidental, com suas empresasmultinacionais a explorar os outros países.

Quando fizemos manifestações em Nova York, Boston,Washington, Filadélfia, não entendíamos por que o povo não sejuntava a nós para recuperar o país. Pouco a pouco fuipercebendo que tinha havido uma verdadeira “mutação” namentalidade daquele povo, como se todo ele tivesse entrado emuma psicose coletiva. O pior de tudo era esse grupo de traficantesde drogas imiscuído no governo que nos perseguia.

Somente neste ano de 1990 é que conscientizei que osEstados Unidos como nação é inteiramente dependente doTráfico da Morte, e principalmente das drogas – não só nosentido de ingeri-las, mas economicamente. Desde que terminousua fase industrial, agrícola, e agora com a cessação dashostilidades internacionais, sua fonte de divisas principal passoua ser esse tipo de fabuloso lucro; afinal eles são o país de maiorconsumo.

Quando viajamos pelo interior do país encontramos otempo todo proibições de sair fora das estradas; a vigilância dapolícia rodoviária era extrema, demonstrando que o Governonão quer realmente que o povo saiba o que se passa dentro daqueles9 e 1/2 milhões de quilômetros quadrados — e sabemos queexistem enormes plantações de marijuana, provavelmenterefinarias para o fabrico de cocaína etc. A revista Vida Soviética,de fevereiro de 1990, página 4, publicou o seguinte:

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“Os Estados Unidos pretendem passar por grandes campeões da lutacontra o tráfico de drogas, a ponto de “justificar” a invasão do Panamá.

“No entanto, as zonas de Afeganistão controladas pelos EstadosUnidos produzem 600 toneladas de droga por ano.

“Hoje o Afeganistão é um novo centro mundial de droga, disse-nosAkmed.”

Como o leitor está vendo, o Governo Americano jamaispoderia gostar de nós, que prometíamos recuperar grandenúmero de drogados, e conscientizar o povo de que ele estavaservindo a multinacional das drogas; éramos uma enorme pedrano sapato do Tio Sam.

(*) Texto de um livro em elaboração por Norberto Keppe,sobre sua experiência nos Estados Unidos da América.

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“Os habitantes da Terra gastam mais dinheiro em drogas ilícitas

do que em alimentação. Mais do que gastam com moradia, roupas,

educação, assistência médica ou qualquer outro produto ou serviço. A

indústria internacional de narcóticos é a de maior crescimento no mundo.

Sua renda anual excede meio trilhão de dólares — três vezes o valor de

toda a moeda circulante nos Estados Unidos, mais que o Produto

Interno Bruto de todos os países industrializados, exceto meia dúzia

deles. Para imaginar a vastidão de tal riqueza, considere o seguinte: 1

milhão de dólares em ouro pesa o equivalente a um homem grande. Meio

trilhão de dólares pesaria mais que a população inteira de Washington,

D.C.

“Os lucros da indústria de entorpecentes, secretamente depositados

em países competidores do ramo, rendem juros que excedem os 3 milhões de

dólares por hora. Com que finalidade esse dinheiro será posteriormente

empregado? Qual seu efeito final?” (James Mills, Império Subterrâneo,

Edi. Best Setter, São Paulo, 1989, página 13).

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DROGAS:A arma do sistema

(“establishment”) para adormecera consciência social

A juventude que se droga faz isso pensando que assim está indo contrao “establishment”. Que grande engano! Os únicos beneficiados diretos com oseu vício são justamente aqueles que detêm o poder econômico (traficantes,banqueiros, políticos) e que são os indivíduos mais mal intencionados entretodos.

Não existe qualquer pessoa, qualquer setor da sociedade queaprove a tóxico-dependência, a não ser os que comercializam adroga e têm interesse econômico direto no seu consumo.

Nem sequer os viciados estão contentes com o seu vício; e ospróprios barões da droga não ficariam satisfeitos se vissem seusfilhos morrerem intoxicados ou assassinados em consequência dotráfico.

A droga é como o diabo: ninguém, em sã consciência oaceita, embora a maior parte da humanidade esteja pactuada comele6. Esse é o problema: todos sabem que as drogas matam, mas sedeixam seduzir por elas.

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[6] (*) A origem da palavra droga é da língua persa, que quer dizer demônio.

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Por isso, muitos estudiosos citam que a droga é, indiscuti-velmente, o maior flagelo atual da humanidade. Ela é atuante, maisdo que nunca, no sentido de destruir as consciências humanas.

Sabe-se que os tóxicos sempre interessaram aos sereshumanos em dois níveis:

1. nível do consumidor: o seu uso propicia o anestesiamento daconsciência, a fuga temporária da realidade, da percepção dosproblemas pessoais e sociais; fornece uma falsa sensação deliberdade e poder;

2. nível dos que as comercializam: o consumo de drogas pelopovo oferece-lhes vantagens:

a) de ordem econômica: a droga é o produto que dá a maiormargem de lucro aos que a comercializam. Os narcóticos,muitíssimo mais lucrativos do que o ouro, do que o petróleo,têm um mercado seguro, de dependentes de todas as idades,sexo, raça, religiões etc., que abdicam de qualquer coisa paraadquirirem uma dose de “alívio” passageiro. Deixam decomer, de vestir, de morar decentemente; chegam a matarpara manterem o vício. Nenhum outro produto até hojegarantiu fregueses tão fiéis e renda tão constante;

b) de ordem político-social: a droga vem sendo usada, há tempo(mas nunca tão sistematicamente), pelos poderes interessadosem adormecer a consciência do povo.

Isso já foi feito regularmente na época da revoluçãoindustrial, quando os capitalistas ingleses forneciam ópio para asfamílias pobres dos operários, que as administravam tambémpara seus filhos, com o fito de “abrandar” as durezas de suascondições de vida. Muitas vezes as crianças permaneciamsozinhas por longas horas em casa, enquanto seus pais iam para otrabalho – e como alternativa, os pais as drogavam para quepermanecessem dormindo.

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Nos campos de lavoura do Peru e da maioria dos paísesprodutores de coca, os campesinos mascam as folhas “mágicas” paraobterem forças para trabalhar mais tempo e melhor, com osestômagos vazios por falta de comida.

Na União Soviética, por exemplo, o governo só mantém opovo mais ou menos sob controle porque lhe fornece “mares” devodka. Certa vez, em Leningrado, um artista russo disse-me que se ogoverno colocasse restrições ao consumo de bebida para o povo, aUnião Soviética implodiria.

Foi precisamente injetando milhares de doses de LSD nosjovens americanos que, nos anos 60, a CIA e o poder americanomalévolo conseguiram exterminar a “revolução da consciência”política e social que lá teve início e se chamou “New LeftMovement” (Movimento da Nova Esquerda). Os jovens exigiamjustamente (além do fim da Guerra do Vietnã) muitas mudançassociais e econômicas nos Estados Unidos.

Os anos 60 e 70 foram ricos em movimentos estudantis etrabalhistas na Europa e Américas, que confrontavam a maneirainjusta e anti-humana de viver imposta pelo “establishment”. Desdeque as drogas tomaram conta dos jovens, gradativamente os protestosforam se extinguindo, até chegarmos à situação atual que é a de totalaridez intelectual, de “pseudocalmaria”, de aparente satisfação social econformismo econômico. É o câncer instalado na consciência dospovos, que pararam de se questionar a respeito das coisas.

No entanto, nunca a qualidade de vida para o ser humanoesteve pior – a satisfação que as sociedades atuais podem oferecer épraticamente nula. Jamais houve tanta escassez de pensadores, bonsescritores, de artistas, de cientistas, de bons filmes, de peças de teatro.O ensino nas escolas e universidades a cada dia está pior; odesemprego e as condições de trabalho e de vida nas cidades dia a diasão mais desumanas e saturantes.

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O estilo de vida “trabalhar para consumir e pagar contas” éextremamente desgastante, árido e insatisfatório. Temos de convirque a sociedade de consumo organizada pelo poder econômico é umgrande fracasso.

Na TV e cinema, os filmes são geralmente de violência,perversão e nos intervalos somos bombardeados pela propagandaque nos obriga a consumir e gastar.

Os governos retiram o apoio às iniciativas culturais e artísticas;a moda é reflexo da mentalidade do lucro: muita quantidade e baixaqualidade. Ninguém questiona mais se o sangue humano vale maisdo que o petróleo ou do que a heroína.

Em casa, dia a dia a vida em família torna-se mais tensa, comoresultado das pressões para a sobrevivência. Nem ar puro podemosmais respirar e, logo, sair às ruas será um suicídio, pois o sol vai atingira Terra com raios mortíferos, devido à destruição das camadas deozônio pelos gases poluentes na atmosfera.

A comida está cada vez mais cara e de pior qualidade; a maiorparte da humanidade morre de fome e a maioria do povo nos países“desenvolvidos” trabalha para conseguir comer o essencial, dormir,vestir-se modestamente, pagar os transportes e ir trabalhar.

O povo economiza o que pode para, uma vez por ano, tirar 15dias de férias. Mas, quão desgastantes são essas viagens, pois, tambémé explorado aonde vai – tudo caro, difícil, há multidões apinhadas emespaços minúsculos – enfim, tudo leva a gastar, consumir, pagar parapoucos. Caso falhe aos “compromissos”, o sistema de repressão estápronto para atacar, prender, punir. Encurralado por todos os cantos,o povo é seduzido mais uma vez: agora pela promessa de ser livreatravés das drogas.

Como podemos culpar os jovens (ou suas famílias e profes-sores) pelo fato de se consumirem drogas?! Uma dose de heroína oude cocaína é vista como a única válvula de escape para essa vidainsuportável que foi organizada por certos doentes mentais que

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atualmente dirigem o destino dos povos e das nações. Porém, até essasuposta válvula de escape serve de benefício a esses mesmos grupos depoder do narcotráfico, pois o povo mesmo, acaba por se escravizarmais depressa com esse vício: destrói o próprio cérebro e gasta o quenão tem em favor de seus exploradores.

Não há a menor possibilidade de haver uma solução para oflagelo das drogas, se não houver uma mudança fundamental naorganização das estruturas sociais e econômicas, bem como nafilosofia de vida. O poder organizou uma vida infernal e agoraentorpece a consciência do povo para que ele não reclame.

Muitos indivíduos que participam dessas estruturas patoló-gicas de poder, estão inconscientes do que se passa. Nem todossabem o que fazer e muito menos imaginam que contribuem para asintenções tão malévolas desse grupo dominante. Felizmente não sãotodos que exploram deliberadamente e que friamente planejam osseus lucros em detrimento de muitos.

E não haverá condições de se continuar com a vida nesteplaneta, se não se brecar, imediatamente, esse mecanismo destrutivono qual se encontra a humanidade. Jamais teremos cientistas,políticos, artistas, educadores de valor para conduzirem os destinosda humanidade se atualmente seus cérebros estão sendo corroídospelos tóxicos. Dia após dia a vida tornar-se-á mais insuportável.

Esse ciclo vicioso precisa ser interrompido o mais rápido pos-sível. Os indivíduos mais lúcidos, que detêm algum poder deinfluência, precisam se conscientizar de que uma grande reformadeverá ocorrer para que possamos salvar as novas gerações e preservaro que resta do que os nossos antepassados construíram.

A humanidade vinha num crescendo contínuo e gradativo deconscientização e de libertação da opressão dos poderes malintencionados. Revolução após revolução, ela foi se encaminhandopara condições mais desenvolvidas, mais democráticas.

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O ser humano caminhava em direção à dignidade e aoprogresso, até que, bruscamente, sua marcha foi interrompida, emgrande parte, pela introdução do uso dos tóxicos. Técnica eficaz foiutilizada pelas inteligências maquiavélicas, detentoras do podereconômico!

Felizmente quase ninguém mais aceita qualquer tipo deviolência. Esse é um legado que ninguém jamais rouba da humani-dade: a consciência de que a violência só pode gerar violência. Mas, asreformas têm de continuar – racionais, conscientes, baseadas no usoda inteligência e do afeto, isto é, na preciosa consciência.

Estamos numa era em que, ou o ser humano se sintoniza comas leis universais, da harmonia, beleza, verdade e bondade que exis-tem no cosmos e organiza uma vida realmente madura e digna deexistência, ou iremos assistir à derrocada total da espécie humana.

Sem dúvida alguma, as drogas têm servido como um dos meiosmais eficazes, senão o mais eficaz, de anestesiar a consciência humanae social e de paralisar o desenvolvimento natural da civilização.

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A MULTINACIONALAMERICANA

DAS DROGASNossa experiência e pesquisa demonstram que a economia

americana atual depende grandemente do milionário “business”internacional dos tóxicos. O imperialismo americano, antes baseado emcertos setores de produção e comércio de produtos, agora gira em torno degolpes financeiros e da máquina do crime em âmbito nacional einternacional, principalmente o “business” do narcotráfico, comércio muitomais lucrativo do que os anteriores.

“De longe, a maior parte do dinheiro da droga é ganha, depositada egasta nos Estados Unidos” (The Economist, 21/7/90, pág. 60)

EUA: uma vítima nas mãos dos traficantes?Um ponto muito importante na situação americana perante a

lucrativa indústria internacional das drogas é que os EUA se colocam“acima de qualquer suspeita” no sentido de exercer tanto a produção,quanto a refinação, a distribuição, a venda e também a lavagem dodinheiro advindo dos entorpecentes.

Embora alguns jornalistas, como Phillip Shenon do The NewYork Times, já tenham levantado dúvidas sobre o assunto, dizendoque “A separação entre países consumidores e produtores já não é válida (...)nos países consumidores há uma produção crescente de droga para o consumopróprio e para o estrangeiro”, a questão não parece estar devidamenteconscientizada. (Artigo “Droga nos Estados Unidos é Sinônimo de

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Corrupção”, de Phillip Shenon, do The New York Times, transcritopelo Diário de Notícias de 8/5/88).

Até agora, o papel representado pela sociedade norte--americana é o de vítima nas garras de traficantes de drogastrazidas do exterior e traficadas na maior parte por estrangeiros.E, o próprio governo, investigadores, máquina judiciária sãoapresentados como absolutamente incorruptíveis e “os grandesheróis mundiais” no combate do tráfico da morte.

Esse “papel” já está sendo questionado, pela imprensaliberal e escritores de alguns países, que qualificam o “combate”ao narcotráfico da Administração Reagan e Bush não só comoum grande fracasso, mas também como um enorme golpepublicitário. (Liberation, 19/4/90)

Pouco a pouco se clarifica a desonesta insistência do governoamericano de lançar os seus crimes em outros povos, numaprojeção paranóide típica dos doentes mentais mais graves,colocando-se como íntegro, e vítima das más ações dos demais.

A economia americana atual baseia-se principalmenteno milionário “business” do narcotráfico

Nossa experiência e pesquisa demonstram que a economiaamericana atual depende grandemente do milionário “business” dostóxicos em escala mundial. Infelizmente, nos países sobre os quais osnorte-americanos têm muita influência, a economia acaba sendobaseada em atividades de corrupção, contrabando, crime, deixandode lado a produção construtiva. Por exemplo: a Colômbia deixou deter a economia baseada em ouro e café, para atualmente ser ummembro da multinacional norte-americana das drogas. O mesmoestá acontecendo com o Brasil, que tem sua economia estagnada e ocontrabando criminoso é o grande “business” do momento. Portugalparece estar em risco de seguir o mesmo caminho. Nos outros países

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onde os Estados Unidos não têm domínio, há contrabando também,mas ele não representa a principal fatia da economia.

Os seguintes fatos ilustram esta tese:

O povo norte-americano é, de longe, o maior consumidor dedrogas do mundo. O fato de querer consumir tantas drogas não éculpa dos outros povos, mas consequência de um grave desequilíbriopsicossocial da nação.

Após a famosa “guerra antidrogas” lançada pela administraçãoReagan e seguida por Bush, a oferta de drogas no mercado dos EstadosUnidos aumentou em volume e em disponibilidade.

“O orçamento para o combate à droga subiu para 2,5 bilhões dedólares no ano fiscal de 1988 (...) Só que este esforço (...) tem se mostradoineficaz ( ..) Nunca o fornecimento da cocaína foi tão grande nas ruas, nuncao preço foi tão baixo e nunca a droga foi tão pura.” (Diário de Notícias,Phillip Shenon, artigo citado).

"Quando o presidente Bush desencadeou sua guerra contra as drogas(...) as drogas estavam sendo vendidas em profusão por toda cidade(Washington) desde os parques que circundam a Casa Branca, até os “guetos”negros da periferia (...) Até o fim de março (um ano depois), a queda no preçodos pacotinhos de cocaína nas ruas da cidade demonstra que os suprimentoscontinuam até mais abundantes do que antes.” (Revista Veja, abril de 90,pág. 63).

O mercado norte-americano das drogas (e o mundial) já estáinvadido por drogas sintéticas, muito mais potentes e nocivas, porpreços irrisórios, fabricadas dentro dos EUA. O “crack”, porexemplo, derivado da cocaína, preparado por eles, está, mais do quenunca, disponível a preços irrisórios (2 ou 3 dólares a dose!) não sónas ruas das grandes capitais, mas de ponta a ponta da nação;

A produção e o comércio de drogas é, de longe, o maislucrativo do mundo. Nos EUA não é exceção. Drogas são a únicacoisa que o americano não pode mais dispensar, mesmo

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empobrecido, devido à dependência adquirida e à sua filosofia devida voltada para o prazer.

Milton Friedman, prêmio Nobel de Economia, diz que osEUA tornaram-se, “sem dúvida o mais importante produtor de marijuanado mundo, e esta planta é, certamente, a segunda ou terceira cultura daCalifórnia” (Le Figaro, 19/5/90). A produção agrícola mais lucrativa naCarolina do Norte, embora ilegal, é a de marijuana, “movimentandoanualmente 1,5 bilhão de dólares”. (Veja, 16 de maio, 1990). Também oJornal USA Today noticiou que a marijuana é a mais lucrativaprodução agrícola dos Estados Unidos, representando um comércio,só em 1985, de 18.6 bilhões de dólares. (USA Today, 10/1/86).

Do mesmo modo, a revista Terceiro Mundo informou que:

“William Proxmire, presidente da Comissão de Bancos do Senadonorte-americano afirma que seis entre cada dez bancos movem contas detraficantes (..) Os dólares dos traficantes circulam livremente pelas veias dosistema financeiro norte-americano (...) O volume de dinheiro ilícito que corróisua estrutura é tão alto que leva a crer que ela ruiria sem os narcodólares”(Terceiro Mundo, jul/86, n° 91, pág. 70).

Não existe mercado mais atraente para os ávidos de podereconômico do que o bilionário e sem concorrentes mercado dasdrogas!

A “lavagem” do dinheiro sujo em Wall StreetPortanto, fica claro que existe um lucro diário no mercado das

drogas em território norte-americano, possivelmente superior ao deWall Street. Para onde vai todo esse dinheiro? Por onde ele passa? Emaviões, “escondido” entre roupas dos passageiros? Certamente quenão! A maior fatia da receita milionária das drogas só pode estarsendo depositada nos bancos americanos, aliás, deve ser muitobem-vinda e apreciada!

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Parte dessas quantias é lavada ilegalmente via bancária fora dosEstados Unidos. Mas a maior parte é aplicada em Wall Street, nomercado imobiliário internacional e na compra de ações do TesouroAmericano. Pelo altíssimo volume de narcodólares aplicado nosEUA, podemos concluir que boa parte das ações do governo já estánas mãos das Máfias de Drogas. Isto equivale a dizer que quemgoverna os EUA são, de fato, as máfias.

“A revista norte-americana Executive Intelligence Review (EIR)aponta a Merril Lynch, uma das firmas de corretagem de valores maisimportantes dos Estados Unidos, como pioneira nas operações de lavagem dedinheiro (...)

De outra fonte:

Uma parte substancial dos (...) lucros da Máfia é “lavada” em contasnumeradas em eurodólares que, como se sabe, são transações contábeis demoeda que fisicamente permanece nos Estados Unidos. Obviamente, a rotada heroína passa por muitos outros países europeus, mas o destino final dosrecursos são invariavelmente os bancos de Wall Street, através do circuito doseurodólares, o eixo Zurique-Nova Iorque.” (apud revista Cadernos doTerceiro Mundo, julho, 1986, página 70).

Importante notar que a Merril Lynch foi denunciada não por“lavar” o dinheiro das drogas, como a maioria dos bancos americanosfaz, mas por ter feito um acordo com o Credit Suisse de Zurique,para dominar o mercado de 140 bilhões de euro-dólares,dinheiro que, em sua maior parte provém do narcotráfico. Talacordo permitiria, obviamente, a evasão de divisas dos EUA paraa Suíça, algo indesejável para o governo americano (foi umaComissão Presidencial sobre o Crime Organizado que, em 1984,acusou a Merril Lynch – deixando outros bancos incólumes).

As leis de segurança bancária nos Estados Unidos quedizem que ninguém pode depositar ou remeter mais do que10.000 dólares para fora do país, sem registrar quem é o seuproprietário, de onde esse dinheiro é proveniente e para onde ele

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se dirige, deveriam ser utilizadas com relação aos bilhões dedólares que advêm da venda de drogas em solo americano e lásão depositados. No entanto, isso não é feito. Provavelmente essalei foi promulgada só para se aplicar aos casos que interessam aogoverno americano: uma perseguição seletiva.

“Neste ano, Dick Thornburgh anunciou o confisco de documentoscorrespondentes a 750 contas bancárias e o congelamento de 684 outrascontas, ordenadas por um juiz de Atlanta (...) mas, no momento, osúnicos confiscos efetivos do FBI e do DEA referem-se a 20 milhões dedólares nas contas de Miami e 15 milhões nos bancos de Nova Iorque.Eles não representam senão 0,03% dos 110 bilhões de dólares (cifrasfornecidas pelo Departamento do Tesouro) gerados pelo comércio dadroga sobre o território americano. A que se deve tão modesto triunfo?”(Liberation, 19/4/90, artigo de Frederic Filloux).

A revista The Economist, de 21/7/90, informa:

“O Sr. Crawley (Eduardo Crawley, editor da Latin AmericanNewsletter) avalia que os ganhos do Peru com a exportação de cocaestão entre 1,3 bilhão e 2,8 bilhões de dólares; os da Bolívia, entre 1,4bilhão e 2 bilhões. Diferentemente deles, os processadores colombianosprecisam importar produtos químicos caros; seus ganhos líquidos deexportação podem estar entre 7 bilhões e 15 bilhões. Ele pensa que areceita líquida das transações nos Estados Unidos é de longe maior: 76bilhões-181 bilhões – suficiente para uma terrível quantidade desubornos e armas para proteger o pessoal das vendas”.

A mesma revista alinha os preços da droga nas diferentesetapas de produção ou comércio:

“Folha de coca: $2,10/kg; Pasta de coca: $875/kg; Base decocaína: (não há); cocaína pura: $11.000/kg; Cocaína na rua:$90.000/kg.”

Nota-se que o grande lucro ocorre com a venda nas ruas domaior país consumidor: EUA.

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Há muitos que dizem que:

“Na verdade, os bancos não só não fogem do dinheiro da drogacomo atiram-se numa concorrência encarniçada para obtê-lo. (...) Nasmenores cidades das zonas de coca, na Bolívia, Peru, Colômbia,encontram-se sucursais de bancos norte-americanos, britânicos, alemães,suíços e franceses. Para que negócios e qual dinheiro, senão o das drogas?(...) Entre os numerosos bancos implicados há muito tempo na lavagemda droga (uma dezena de grandes bancos na Suíça, mais de vinte emMiami) figuram nomes conhecidos como Chase Manhattan, AmericanExpress, o banco Louis Dreifus, o Algemene Bank Nederlande e firmas decorretagem como Merril Lynch”. (Le Monde Diplomatique, 24/4/90,vários textos, artigo de Christian de Brie, já citado).

A maior preocupação desta administração americana é a deque o lucro da venda das drogas permaneça na maior parte possívelem território estadunidense, e que seja lavado pelos bancosamericanos, pela Wall Street e pelo Tesouro dos Estados Unidos.Isto é, essas leis de restrição bancária servem para segurar o dinheirodas drogas dentro dos EUA, para lá ser usado. Não seria atualmenteesse o dinheiro que sustenta os Estados Unidos? Não estaria ogoverno norte-americano mais preocupado com a evasão de divisas,que estariam sendo escoadas, via comércio de drogas, para aColômbia, Suíça, Luxemburgo, Uruguai, Panamá etc.? Não seriaessa a maior rivalidade com Noriega e o motivo principal da lutacontra as máfias colombianas? Pois a administração Reagan/Bushnão deseja que os narcodólares se escoem para outros países?

A luta teatral do governo americano contra ocomércio ilícito de estupefacientes

“Há muito quem pense que o julgamento do general Noriega seriaum ato circense, capaz de rivalizar com o que se via no ColiseuRomano.” (Tony Jenkins, de Nova York para a Revista Expresso de20/1/90, artigo “Noriega: a “lição americana”, em que o jornalista

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mostra que o ditador e traficante panamenho sempre fora agenteda CIA, apoiado desde 1950 pelos sucessivos governosamericanos, inclusive por Bush, quando este era diretor da CIA evice-presidente dos EUA). Comenta-se igualmente que Noriegasaberia demais sobre as operações ilegais de narcotráfico elavagem de dinheiro praticadas pelo governo americano e queesse foi o real motivo da sua prisão.

Por que motivo não legalizaram o uso das drogas nosEstados Unidos até então? Obviamente que não são questõesmorais as que determinam o cenário. Num país onde a explo-ração, o racismo, o fanatismo, a corrupção são absolutamentelivres, como pensar em questões morais? O problema das drogas éo mesmo do álcool na época da Lei Seca – se o governo legalizar asdrogas, os impostos advindos de sua comercialização irãoforçosamente aos cofres públicos e a negociatas de corrupçãoterão fim. Além do que a exportação e distribuição feitas pelosEstados Unidos no mundo todo virá à luz e o planeta saberá oque sustenta a economia americana atualmente.

Há muitos que se debatem no sentido de descriminalizar oconsumo das drogas, como a única maneira de acabar com ummal ainda maior do que o primeiro.

Friedman pergunta: “Onde está a ação criminal nesse caso: comos fornecedores de marijuana ou com os que interditam a sua legalização?”,comentando sobre o perigo do aumento de consumo das drogassintéticas, fornecidas no mercado negro (Milton Friedman,entrevista ao jornal Le Figaro, 19/5/90).

Friedman afirma que: “Se se conseguisse impedir completamentea entrada de drogas nos Estados Unidos, o país seria submerso pelosprodutos de substituição, já fabricados no interior das nossas fronteiras ecomo esses produtos são de qualidade muito inferior, o problema seriaagravado em lugar de ser reduzido.”

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A questão de se legalizar ou não as drogas é um assuntomuito controverso. O uso da droga, em si, é um mal e nenhummal é “legalizável”. Parece que esta discussão ocorre pois há osque querem manter os lucros do crime “oficializando-o”, o que,de acordo com algumas opiniões, poderia agravar o problema.Entretanto, a legalização permitiria que se acabassem as ganguese quadrilhas de traficantes, bem como a lavagem de dinheiropelos bancos, o que é muito benéfico. Talvez o primeiro passodeveria ser a legalização e, concomitantemente, uma intensacampanha de conscientização para que as futuras gerações nãoaceitassem mais se entorpecer com as drogas.

Os Estados Unidos têm uma longa história de lucroatravés da morte e da corrupção. Muitas facetas dessa história sãobastante conhecidas:

• O proveito que tiraram da Segunda Guerra Mundial com adestruição da Europa e a divisão do mundo entregue às duassuper-potências;

• Uma tradição de violência e corrupção no interior do país.“Dizem alguns investigadores que nalgumas comunidades norte--americanas a corrupção entre os agentes da lei – polícias, xerifes,guardas prisionais e até promotores de justiça e juízes – está fora decontrole. ” (Phillip Shenon, artigo citado);

• A indústria bélica usada para defender a exploraçãocapitalista;

• O incentivo aos atritos internacionais para garantir os seusinteresses econômicos e a venda de armas. A própria guerra doVietnã parece ter sido muito ligada à questão das drogas, comose vê no artigo a seguir: “Os Estados Unidos e a CIA favoreceram aformação de exércitos rebeldes no Laos e na Birmânia, (...) controlandoa produção de ópio e de morfina (...) única moeda para compra efornecimento de armas fornecidas pela CIA, cujos aviões transportamde volta a droga. Esse arranjo, feito naquela época, funcionou

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durante toda a guerra do Vietnã, alimentando os GI e hoje perto dametade do mercado mundial de heroína.” (Le Monde Diplomatique,25/4/90, texto de Christian de Brie);

• As máfias de álcool, jogo e prostituição que sempre láproliferaram. “Nós já conhecemos, com a proibição do álcool nosanos 20, um episódio semelhante na história norte-americana. Elaproduzia os mesmos efeitos que a droga: crimes, gangues, mortes dealcoólatras, particularmente após o consumo do álcool traficado” –diz Milton Friedman em sua entrevista ao Figaro;

• O colonialismo capitalista que vive da exploração do trabalhoe da fome dos povos do terceiro mundo;

• E, por que não, agora, as multinacionais das drogas?

Diz Christian de Brie: “O desejo recente dos Estados Unidos dedar fim ao tráfico de drogas deixa dúvidas. Seria preciso muita virtude àsdemocracias para desaprovar a pior forma de capitalismo selvagem quejá existiu e que aliás é triunfante.” (Le Monde Diplomatique, artigocitado).

Ao que nós acrescentamos: não nos parece que virtude sejao mais forte da civilização americana.

Sim, o poder parece ter desenvolvido um plano muito bemarquitetado de obter lucro através das drogas, não só internamentenos EUA, mas, no cenário internacional.

O interesse dos EUA pelo mercado europeuPortugal tem se tornado a principal porta de entrada às

drogas para a Europa. E as ilhas dos Açores são as rotas maisrecentes, mais visadas ultimamente. Não são justamente nestasilhas que se encontram as bases militares americanas?Coincidência? Ou proteção intencional ao tráfico da morte?

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“Estudos recentes mostram que Portugal é o centro de trânsito donarcotráfico internacional vindo do Panamá, Venezuela, Colômbia,Brasil, Bolívia, Paraguai, Marrocos, Nigéria, Espanha, Turquia,Paquistão, India, Suíça e RFA" (a maior parte desses paísescontrolados pelos Estados Unidos, que também é produtordireto – caso do Paquistão) (Revista Expresso, 28/4/90, pág. 46R).Os Açores, onde há bases norte-americanas, constitui grandeplataforma de narcotráfico para a Europa e Estados Unidos.(Revista Semana, Rui dos Anjos, página 24)

Os Estados Unidos vêm demonstrando enorme interesseem penetrar no Mercado Comum Europeu, sem contudo disporde artigos competitivos neste mercado. Tentaram desesperadamentemanter a corrida armamentista em pé, mas fracassaram.

“Durante uma conferência para estudantes, o presidentenorte-americano reafirmou a necessidade para os Estados Unidos de assegurarseu lugar na Europa. (Disse ele:) A América (do Norte) está à procura denovas razões para estar na Europa. Nosso envolvimento não diz respeitoapenas à defesa, deve tornar-se um envolvimento em todas as dimensões dosnegócios europeus. Desejo ver a Otan, a única organização que a América doNorte possui na Europa, tornar-se uma organização política.” (Liberation,6/5/90, página 2, François Sergent).

A consciência da necessidade da paz e da democraciaparece estar crescendo por todas as partes do mundo, menos nogoverno americano. Que produtos, então, poderiam oferecer aoseuropeus, sem concorrência, que não os da indústria da morte?Nisso eles não têm competidores à altura: ninguém como elesconvive e conhece melhor o mercado de drogas.

E outro ponto importante a considerar: os Estados Unidosdispõem de bases militares em vários locais da Europa e domundo; não estariam sendo elas utilizadas como centrosdisseminadores e distribuidores do vício?

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“Nós próprios cultivamos cerca de quatro mil toneladas métricas demarijuana e temos capacidade para produzir em laboratório cocaína e heroínasintéticas, com duas vezes mais potência do que o produto natural.” (SterlingJohnson, promotor público de Nova Iorque para casos de droga,Expresso, 28/4/1990, artigo de Miguel C. Lopes, correspondentede Washington).

Os europeus que ainda têm amor pela vida, que têm ética eesperam construir um futuro melhor e mais decente para seusfilhos, abram os olhos ao perigo vindo dos Estados Unidosenquanto é tempo: estamos pedindo que verifiquem, quepesquisem as atividades dos oficiais do governo americano,militares, soldados, homens de negócios, bancos espalhados pelasnações. Com certeza encontrarão surpresas desagradáveis. Partedessas bases e muitas dessas empresas já devem estar operandosecretamente no campo do crime.

A intenção deles parece ser a de disseminar mundo afora oque experimentam dentro das suas fronteiras: a corrupção e adecadência. As máfias do poder americano, sejam de drogas ou dequalquer tipo de corrupção econômica, podem já ter sugado obastante o mercado americano interno – agora o grande“manjar” é a Europa.

“Meus colegas europeus querem que os Estados Unidos façam parte dofuturo da Europa” – afirmou Bush, tomando todos seus aliados ao pé da letra– (...) “mas a América do Norte deve ser um sócio da parte inteira daComunidade (CEE) e líder do Ocidente” (Liberation, 6/5/90, página 2,François Sergent).

Que espécie de liderança pretendem os americanos exercerna Europa? O mesmo tipo da que têm em outras regiões maispobres do planeta? Por exemplo:

“Nas zonas do Afeganistão controladas pela oposição, com o apoio dosEstados Unidos, produzem-se 600 toneladas de droga por ano.” (Nassir

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Akmed, do Ministério Afegão de Segurança, para a revista VidaSoviética n° 175, Fev./90)

O que os EUA podem exportar hoje é o que maisproduzem internamente: corrupção e decadência

O povo norte-americano já está vivendo em colapso: aviolência atinge níveis recordes (285 crimes violentos por dia sóna cidade de Nova York!), a promiscuidade sexual e o abuso detóxicos já fez da AIDS uma epidemia nacional, a dívida do paíschega perto dos 3 trilhões de dólares, a pobreza e desemprego sãocrescentes, o sistema de ensino faliu, com altos índices de analfa-betismo e de crimes nas escolas, tudo isso insuflado pelo abusoindiscriminado das drogas – desde as mais tenras idades(crianças de 5, 6 anos) aos idosos, de todas as raças, religiões – osEstados Unidos atualmente tornaram-se num grande monstroem estado de decomposição. É necessário que se viva naquelepaís por alguns anos, que se percorram todos os seus Estados, ese pesquisem os dados “in loco” para se perceber bem isso. Osdados oficiais do governo minimizam a gravidade dos fatos, poisa cotação do dólar baseia-se, atualmente, na confiança dos inves-tidores na economia americana.

Assim sendo, os interesses dos comerciantes da mortevoltam-se para mercados mais promissores: principalmente a Europa!

Verifica-se um pacto geral nas mídias e na estruturasócio-econômica e política americana no sentido de abafar aconsciência da situação de colapso em que se encontra a nação.

O jornal USA Today publicou no dia 29 de março de 1990que como o seu mercado interno está saturado, os traficantesconseguem vender a cocaína pelo dobro do preço na Europa:$55.000 por quilo, no mínimo e que o porta-voz da Miami DrugEnforcement Administration, John Fernandes disse:

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“Não há dúvidas de que o mercado europeu está aberto”.

“Nossos esforços de interdição basicamente faliram”, disse DickPowerll, diretor do Vennont’s Alcohol and Drug Abuse Programs. “Cocaínaagora está ao alcance de qualquer um.”

Em seguida, afirma que todo o tráfico é proveniente daColômbia, induzindo o mundo a ver as culpas somente noscolombianos, desviando a atenção de que o tráfico é efetuado pelospróprios americanos – muitos dos quais membros do FBI, da CIA, edo governo dos Estados Unidos.

Essa é a tática de desinformação frequentemente utilizada nãosomente nas questões do tráfico de entorpecentes, mas em relação aqualquer problema: culpar e atacar outros povos para se defender dasacusações de seus erros. E os americanos que estão dispostos a corrigiras suas dificuldades, a levantar suas falhas, não têm a menor hipótesede serem ouvidos. São imediatamente aniquilados pela estrutura desuperpoder já corrompida nas suas bases.

O papel da Casa Branca no narcotráficoA estrutura social americana já atingiu um tal grau de

corrupção que dificilmente indivíduos honestos dentro do paísterão hipótese de sobrevivência; muito menos de reagir paraorganizar algo melhor para seus filhos viverem.

“A história está a precipitar-se rapidamente sobre RonaldReagan. Quinze meses depois de ter cessado funções, rodeado por umaaura de apreço público, é hoje cada vez mais identificado com a ganância,a corrupção e a conspiração.

“A conspiração foi um dos cinco crimes com base nos quais o júricondenou o seu conselheiro de Segurança Nacional, John Poindexter. Ojúri considerou que houve uma conspiração na Casa Branca de Reagan,para esconder a verdade sobre a venda de armas ao Irã e sobre a ajuda aoscontras da Nicarágua. Reagan negou que tenha havido algum esforço

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desse gênero para iludir o Congresso e o povo. O veredito do júri significaou que tal negação era falsa ou que ele não sabia o que se passava: ou eramentiroso ou tolo.

“Consideremos apenas um aspecto: o embarque de mísseis Hawk,americanos, de Israel para o Irã em 1985. A Casa Branca e várias agênciasde segurança estavam envolvidas no negócio. O presidente Reagan sabiadele. (..) Negou ter tido conhecimento prévio do embarque de mísseis Hawk.(...)” (“O Veredito sobre Reagan – Antony Lewis. Exclusivo DN/NewYork Times – Opinião, 7, Diário de Notícias, 1/5/90).

É importante verificar o que estava realmente por trás desseembarque de armas ao Irã. Para isto, veja o texto abaixo, deZiegler, no livro A Suíça Lava Mais Branco:

“O tráfico de armas utiliza geralmente os mesmos canais que otráfico da droga. Os casos de permuta (droga contra armas) sãoinúmeros” (Página 151). “(...) O caso do lrangate, marcado pelacondenação do coronel Oliver North e de seus cúmplices pela justiçanorte-americana em abril de 1989 continua a ocupar os tribunaissuíços. O comércio que North e seus cúmplices desenvolviam era tãosimples quanto lucrativo: entregavam armas de guerra norte- americanase israelitas ao imã Khomeyni. O imã pagava em dólares, mas sobretudoem droga (morfina-base e heroína). Os padrinhos das redes turcas elibanesas instaladas em Zurique passavam a sua cota-parte edepositavam o saldo em contas numeradas, abertas em alguns dosprincipais bancos e sociedades financeiras de Genebra e de Zurique. Porordem de North e de seus cúmplices, os emires (banqueiros) organizavamem seguida a transferência dos fundos para a América Central:financiavam a guerra de sabotagens, de terror e de assassinatos travadapelos bandos de mercenários a partir de Honduras contra a frenteFarabundo Marti no Salvador e contra o governo sandinista naNicarágua.”

Presentemente há suspeitas de que esses fundos desviadospara a América Central e Nicarágua destinavam-se não somente a

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ajudar os “contras” mas a fortalecer – armar – os narco-traficanteslocalizados em El Salvador e outros centros internacionais deprodução e comercialização de entorpecentes.

Pensamos que haverá necessidade de uma conscientizaçãointernacional destes fatos, para que, pelo menos, a multinacionalamericana da corrupção e do tráfico da morte não estenda aomercado europeu as marcas de destruição já deixadas nosEstados Unidos, no Brasil e em outros locais.

“As leis deverão ser feitas para tirar o poder dospoderosos e não contra o povo, e para impedir queindivíduos do povo queiram ter poder.”

Norberto R. Keppe

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AS BASES MILITARESAMERICANAS: UMA POSSÍVEL

CONEXÃO DO TRÁFICO

Se compararmos três mapas: um, das zonas de produção e de lavagemdo dinheiro das drogas; outro, dos locais de onde saem, aonde chegam ou poronde passam os maiores carregamentos de entorpecentes; e um terceiro quemostre as áreas de influência e presença militar americana, verificaremos umacoincidência surpreendente:

Justamente nestas regiões militarizadas pelos EUA, produzem-se,partem, chegam ou passam os maiores carregamentos de drogas. (Videilustração deste capítulo.)

1989: plena guerra da administração Bushcontra o narcotráfico em escala internacional

1989: Portugal, sobretudo, via Açores, torna-se uma dasprincipais portas de entrada das drogas na Europa. Recebecarregamentos maciços de narcóticos provenientes, entre outroslocais, do Paquistão, Índia, Marrocos, Turquia, Espanha, AméricaLatina e Central.

Açores, mais especialmente Lajes, local onde se encontrauma base militar americana, torna-se “rota indispensável no

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narcotráfico”, o que também se passa em outras regiões onde hásuas bases.

Pergunta-se: por que aconteceria isso justamente na épocaem que os Estados Unidos afirma estar em guerra aberta, armada,contra o narcotráfico? Pela lógica, não deveriam ser justamente asregiões de influência e presença militar americana, as mais livresdesse problema? Mas o contrário é o que se observa.

Aliás, o jornal francês Liberation publicou em sua ediçãoespecial intitulada “Drogue – La Guerre Mondiale” (maio de 1990) ummapa-múndi contendo as regiões produtoras de entorpecentes, asrotas de tráfico e as zonas de “lavagem” de dinheiro,demonstrando que muitas das principais delas estavam dentrodos Estados Unidos. É de assinalar que a fonte para a confecçãodesse mapa foi o Ministério da Justiça dos Estados Unidos — oque demonstra que esses detalhes internos do narcotráfico nosEUA são do conhecimento do governo daquele país.

Fatos apontados no mapa:

1. O Estado norte-americano de Oregon é produtor demarijuana;

2. O Estado da Califórnia, além de produtor de marijuana(segunda ou terceira cultura do Estado em ordem deimportância, segundo o economista Milton Friedman), é aprincipal porta de entrada (via Los Angeles) para a cocaínae marijuana provenientes da Colômbia, Equador, Peru,Bolívia e Venezuela e também para o ópio e marijuanavindos respectivamente de Curaçau e Guadalajara, noMéxico;

3. O Texas (famoso Estado onde foi assassinado o presiden-te John Kennedy) é também importador, via Houston, dacocaína e marijuana provenientes da América Latina;

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4. Miami e New York também figuram entre os centrosnorte-americanos receptores e difusores destas drogas;

5. A “lavagem” do dinheiro da droga é feita pelos bancossituados principalmente em Los Angeles, Houston,Miami, New York, Bahamas, Ilhas Cayman.

Pergunta-se: uma vez que tais fatos são do conhecimentodo Ministério da Justiça dos EUA, por que a “guerra total” contraa droga, alardeada pelo governo norte-americano não é movidano interior de seu próprio país? Por que ir tão longe combater osprodutores de droga, se eles estão instalados no interior dospróprios Estados Unidos?

O mapa do Liberation serviu de base aos dois queconfeccionamos, sobre produção, lavagem de dinheiro e tráfico.Como o leitor poderá ver na nossa ilustração, comparando-oscom o terceiro mapa, que mostra onde estão situadas as basesamericanas, ou as suas zonas de influência militar, verificaremos oseguinte: assim como dentro dos Estados Unidos produz-se,trafica-se e importa-se a droga sem grandes problemas (sendo opaís que consome cerca de 60% da droga produzida no mundo)assim também nas regiões militarmente dominadas, controladasou “assistidas” pelos Estados Unidos, a droga prolifera furiosa-mente. As bases militares parecem ser como adubo para asplantações de papoula, marijuana, ou folhas de coca.

Vamos ver os exemplos a seguir:

1. América do Norte

1.1 O Canadá, que tem bases militares norte-americanas,consta como centro de lavagem de dinheiro da droga (emToronto, bem na divisa com os EUA e nas vizinhanças doEstado e da cidade de Nova York);

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1.2 México: (zona de “assistência pessoal em segurança” e de“concentração militar norte-americana”) é produtor de ópio ede marijuana, traficado para a Califórnia;

2. América Central

Os países da América Central, que servem de corredor entreAmérica do Sul e do Norte, apresentam a seguinte situação:

2.1 El Salvador: (zona de “assistência” militar norte-americana,em permanente clima de guerra civil) é rota de tráfico demarijuana entre Medellin e Los Angeles;

2.2 Honduras: (onde há bases americanas e onde são treinadosos “contras” nicaraguenses) é zona de tráfico de cocaína emarijuana, que atravessa o país inteiro em sua rota entreColômbia e EUA;

2.3 Nicarágua: consta como “zona de conflito”; sabe-se que aCasa Branca, com auxílio de Noriega, implantou aí o grupode “contras”, com a suposta finalidade de combater ogoverno nicaraguense e que este grupo militarizado“possibilitou um importante tráfico de cocaína entre a Colômbia e osEstados Unidos, com apoio logístico dos agentes norte-americanos”,conforme o Le Monde Diplomatique, 24/4/90, de Christian deBrie);

2.4 Panamá: contém uma enorme base militar norte- americana,e vive sob total domínio dos EUA; é um centro de tráfico dearmas, de drogas, prostituição, jogo, lavagem de dinheiro,tendo sido o organizador destes crimes o general Noriega,agente da CIA desde 1950, recebendo dos sucessivosgovernos norte-americanos um salário anual de 100 mildólares pelos seus serviços, (conforme artigo “Noriega, a liçãoAmericana”, de Tony Jenkins, Revista Expresso, 20/1/90);

2.5 Costa Rica: Ponto vital das operações da CIA na troca dearmamentos e munições por cocaína. “A “placa giratória”

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do tráfico era uma imensa fazenda situada perto dafronteira norte de Costa Rica, cujo proprietário John Hall,pertence à CIA. Os aviões carregados de cocaína naColômbia pelo Cartel de Medellin faziam lá escala, antes departir em direção a Miami. O dinheiro deste tráfico serviupara comprar centenas de toneladas de armamentos e demunições destinadas ao equipamento dos Contras dafrente sul, baseada na Costa Rica” (Croissance des JeunesNations, n° 5, “Amerique Latine: Le Boom de la Cocaíne”,página 33).

3. América do Sul

Os países da América do Sul, todos sob controle total(econômico, político, militar) norte-americano, apresentam aseguinte situação:

3.1 Colômbia: considerada “zona de assistência militarnorte-americana” é o maior produtor mundial de cocaína(Medellin); produz também ópio na região de Cauca emarijuana em Santa Marta, exportando para os EUA,Canadá e Europa, por mar, ar e terra;

3.2 Equador: também “zona de assistência militar”, produzcoca para os EUA;

3.3 Peru, Bolívia, Paraguai, Uruguai, Argentina e Brasil têmtodos as seguintes características: são “zonas de assistênciapessoal em segurança ou de concentração militarnorte-americana”, foram governados por Washingtonatravés de ditadores ou “amigos” colocados diretamentepela CIA, como Videla, Stroessner, e todos estes paísesestão envolvidos com produção e tráfico ou lavagem dedinheiro da droga. O Peru produz coca que exporta para aColômbia, Equador e EUA; a Bolívia, igualmenteprodutora de coca, é um centro irradiador do produto paraColômbia e EUA, norte, centro-oeste e sudeste do Brasil,

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Argentina e Paraguai; este país (Paraguai) produzmarijuana que exporta para o Brasil e Argentina; esta(Argentina) envia coca para EUA, Canadá e Europa; oUruguai é um centro de lavagem de dinheiro (assim comode contrabando entre EUA e Brasil) via Montevidéu;Brasil exporta cocaína para EUA, Canadá e Europa.

4. Europa

Saindo-se da América para a Europa, vê-se o seguinte:

4.1 O Reino Unido que tem grande base militar norte-americana(e grande pacto político e econômico com os EstadosUnidos) figura não só como centro lavador de dinheiromas também como centro receptor e exportador de ópiopara os Estados Unidos e para a Escandinávia (Suécia,Noruega e Finlândia);

4.2 Os Países Baixos (Holanda e Bélgica) zonas de basesamericanas, são receptadores do ópio e cocaína provenientesdo Líbano, sendo Luxemburgo apontado como centrolavador de dinheiro;

4.3 A República Federal da Alemanha, que tem as maioresbases militares americanas de toda a Europa, é o centroregular importador de ópio e de marijuana proveniente doIrã, Paquistão e do Afeganistão;

4.4 Portugal e Espanha, onde há também bases americanas,estão sendo consideradas pela própria imprensa local,como corredores do tráfico da droga proveniente daAmérica do Sul, EUA, África e Europa.

5. Austrália

A Austrália, país de domínio dos EUA, com basesnorte-americanas lá situadas, é importador de ópio e marijuanaprovenientes da Tailândia e do Cambodja que têm nas proximi-dades um centro de lavagem de dinheiro (Ilha de Vanuatu);

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6. Médio Oriente

6.1 O Paquistão, zona de “assistência militar” norte-americana,forma com o Irã e o Afeganistão o chamado “Croissant D’Or”,centro mundial de produção de ópio, heroína e marijuana. A“assistência militar” dos EUA ao Paquistão é nestes termos:formação de forças militares para fazer oposição ao governo doAfeganistão (espécie de “contras” no Oriente); esta oposiçãocontrola zonas bastante fortificadas.

É nestas zonas que se está produzindo 600 toneladas dedroga por ano, segundo a revista Vida Soviética, de abril de 1990; oIrã, como se pode ver nos outros capítulos, foi o centro doescândalo Irangate, que envolveu a Casa Branca e o governoReagan /Bush, em que a Casa Branca fornecia armas ao governoiraniano, que as pagava com drogas (conforme Jean Ziegler, ASuíça Lava Mais Branco, página 151).

O leitor poderá, comparando os mapas, verificar que amesma “coincidência” (zonas de influência militar dos EUA/zonas ligadas a drogas) repete-se nos demais países (Líbano, Laos,Cambodja, Marrocos etc.).

Tudo isto leva a desconfiar das intenções com que sãoimplantadas as bases militares. A Agência Reuter, inglesa, artigode Bernard Debusmann, noticiou o seguinte:

“No coração da região produtora de coca no Peru, por exemplo, osEUA construíram uma base militar fortificada cujos perímetrosdefensivos, bunkers protegidos com sacos de areia e rampas parahelicópteros fazem recordar os tempos do Vietnã”. (Estas bases serviriam,segundo o artigo, para agentes da DEA e policiais peruanos,utilizando helicópteros, atacar pistas clandestinas e laboratóriosde processamento de cocaína na selva vizinha). Porém, tendo emvista que o fluxo de cocaína para os EUA continua até maisintenso do que antes, pergunta-se acerca da funcionalidade destagigantesca base. Estaria mesmo combatendo o tráfico de drogas?

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Ou estaria lhe dando “apoio logístico”, o mesmo que os agentesamericanos ligados aos “contras” da Nicarágua davam a essemesmo tráfico da cocaína?

O tráfico de drogas pode ter-se tornado umaquestão de “segurança nacional” para os EUAcomo para os países do Terceiro Mundo que paraterem armas e exército sem dinheiro, só mesmorecorrendo aos lucros da cocaína, ópio, heróina eoutros entorpecentes.

É amplamente conhecida a dificuldade econômica que osEstados Unidos enfrentam para sustentar todo o aparato de seupoderio militar: cortes orçamentários na assistência social numpaís onde o índice de pobreza, de analfabetismo, de falta demoradia atingem níveis cada vez maiores. Sem se mencionar ofato de que os EUA tornaram-se o país que mais deve no mundo,logo seguido pelo Canadá, possuindo uma dívida muitas vezessuperior à do Brasil, o maior devedor da América Latina.

Se contarmos os números absolutos do total da dívidainterna e externa dos Estados Unidos (atualmente perto de USD 3trilhões), veremos que os EUA tornaram-se de fato, um país doTerceiro Mundo, endividado, e que para manter seu poderiomilitar (o único, de fato, que o vem sustentando no “ranking” dos 7“grandes”) parece estar lançando mão das mesmas técnicasutilizadas por outros povos do terceiro mundo. Ou seja, para searmarem e sustentarem seus exércitos, ou suas guerrilhas, sãoobrigados a trocar armas por drogas (como é o caso do Afeganistão,Laos, Birmânia, Líbano etc.). Em outras palavras, o tráfico de drogaspode ter-se tornado uma questão de “segurança nacional” para osEUA como para os países do Terceiro Mundo que para teremarmas e exército sem dinheiro, só mesmo recorrendo aos lucros dacocaína, ópio, heroína e outros entorpecentes.

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Indo um pouco adiante no raciocínio: quais seriam os locaismais seguros, mais invulneráveis para se organizarem quartéisgenerais de armazenagem, de transporte, de vendas de drogas do queas bases militares com seus aviões, navios, lanchas, tanques,comboios, e outros veículos, além de pessoal altamente treinado,possuidor de toda a imunidade, toda a segurança e confidencialidadede operações?

É largamente conhecido de todos que os soldados americanosforam viciados em entorpecentes durante a guerra do Vietnã paraconseguirem suportar os rigores do combate, e que essa prática,obviamente, continuou após a guerra. O uso do LSD, por exemplo,foi introduzido pela CIA no exército americano, bem como emoutros setores da defesa e da Inteligência Americana. (Acid Dreams,The Cia, LSD and the Sixties Rebellion, Martin A. Lee e Bruce Shlain).

Atualmente não existem já nações inteiras que têm suaeconomia baseada no narcotráfico? Pois não foram sempre choquesde interesses econômicos os que motivaram as guerras entre asnações? Portanto, a questão do narcotráfico e do narcoterrorismo jáse tornaram uma questão de segurança nacional entre Estados. Aseguinte notícia ilustra bem isso:

“Garcia Meza e a máfia boliviana – Foi divulgado recentementeem La Paz um relatório secreto elaborado por um dos colaboradoresimediatos do ex-presidente Luis Garcia Meza, sobre um plano feito peloentão presidente da Bolívia e pelos mais importantes narcotraficantes dopaís para arrecadar, para o governo, a quantia de 200 milhões de dólarespor ano.

“O relatório revela também que os “exportadores” de cocaínaconcordaram em dar apoio ao ex-presidente com a condição de que estereprimisse os pequenos produtores e garantisse o funcionamento de fábricascom capacidade para produzir cinco toneladas mensais de droga.

“A divulgação do relatório acontece no momento em que o generalGarcia Meza está sendo processado pela Suprema Corte de Justiça, entre

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outras coisas, por sua ligação com os narcotraficantes. ” (Revista TerceiroMundo, n° 91, Jul/86, pág.68).

Somos levados a suspeitar, seriamente,sobre o envolvimento das Forças ArmadasAmericanas nas Multinacionais das Drogas

Se:

1. ... a cúpula da CIA já foi denunciada como participante daprodução e tráfico de drogas e de lavagens de dinheiro (porexemplo, foi a CIA que, nos anos de 1940 e 1950contrabandeou heroína do Triângulo de Ouro no sudesteda Asia e a injetou nos guetos americanos, conforme o livroAcid Dreams, the CIA, LSD and the Sixties Rebellion, de LeeMartin, Crone Weidenfeld, N.Y., 1985);

2. ... posteriormente a CIA controlou durante toda a guerra doVietnã a produção de ópio e de morfina nessa região doTriângulo de Ouro, sendo a droga a única moeda para acompra das armas fornecidas pela agência norte-americana,que a traficava para os Estados Unidos (conforme Le MondeDiplomatique, 25/4/90, artigo de Christian de Brie);

3. ... a administração Reagan foi apontada como envolvidadireta no contrabando de armas para o Irã, pago comdrogas, cujo lucro de revenda foi destinado aos “contras”da Nicarágua, que, por sua vez, têm ligações com o maiortraficante colombiano, “D. Pablo” (Conforme artigos: “OVeredicto Sobre Reagan”, de Antony Lewis, New YorkTimes/Diário de Notícias, 1/5/90; “Quem lucra com o tráficode narcóticos”, de Christian de Brie, Le Monde Diplomatique,25/4/90; e livro A Suíça Lava Mais Branco, de Jean Ziegler,página 151);

4. ... o sr. Bush invadiu o Panamá para prender Noriega(numa das operações mais questionadas do governo

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norte-americano), sendo Noriega por muitos conhecidocomo contratado dele mesmo e da CIA para diversostrabalhos conjuntos (conforme artigo “Noriega, a “liçãoAmericana”, de Tony Jenkins, Revista Expresso, 20/1/90);

5. ... a CIA já foi apontada pela comunicação social comoenvolvida na troca de armas por cocaína no Afeganistão,Burma, e é suspeita de promover essas operações tambémem outras áreas de conflito armado (Dossiê Le Mondesobre drogas, fev. 90, Christian de Brie, página 6);

6. ... o Senado americano (sob a presidência de Ted Kennedy),já revelou uma pequena parte das operações secretas comLSD e muitas outras drogas promovidas pela CIA eapoiadas por vários setores do Governo Americano eaplicadas a milhares de cidadãos, militares, agentes e civis(Conforme livro Acid Dreams, the CIA, LSD and The SixtiesRebellion, Lee Martin, Crone Weidenfeld, N.Y. 1985);

7. ... essas operações secretas se estenderam a outros países daEuropa e do mundo (conforme mesmo livro acima);

8. ... o sr. Bush insiste veementemente em manter suas tropasem solo europeu, sem a menor razão objetiva para tal fato,numa era em que toda a Europa caminha rapidamentepara uma situação de paz e de desarmamento, com issocontrariando a vontade do povo europeu e norte-americano; somos levados a suspeitar, seriamente, sobre ograu de envolvimento das Forças Armadas Americanas nasmultinacionais das drogas.

A seguir, a transcrição de um relato da dra. I. D. médica epsicanalista da SITA, de origem japonesa, que evidencia oresultado de suas pesquisas sobre a atuação dos militaresamericanos no Japão:

“No período de junho a dezembro de 1986, trabalhei na BrittanicaEncyclopaedia como professora de inglês numa das nove escolas pertencentes a

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este grupo no Japão. Trabalhei nessa ocasião com diversos americanos, quetambém lecionavam na mesma escola; em comum vários deles tinham o fatode terem pertencido ao exército e marinha dos Estados Unidos. Meu “chefe”,coordenador dos professores, fora sargento e participara da guerra do Vietnãpor cerca de dois anos. Ele mesmo confidenciou-me que durante a guerra agrande maioria dos soldados e oficiais americanos usavam drogas comoheroína, cocaína e marijuana diariamente; disse que até aquela data (1986)fumava marijuana e que no Japão ainda era um pouco difícil obtê-la. Outroprofessor, que trabalhava comigo na mesma escola em Tiba, contou-me queem San Diego, Califórnia, era não somente viciado em cocaína e marijuanacomo também traficava estas drogas. Havia tido por esta razão problemas comsua família e com a polícia tendo então entrado para a marinha americana etendo por dois anos vivido em bases dos Estados Unidos nas Filipinas eMalásia. As drogas segundo ele, sempre foram lá abundantes. Dizia que noJapão era mais difícil de arranjá-las, mas tinha “contatos” que estavamfacilitando a aquisição delas. Na época comprara uma enorme moto,impossível de ser comprada com o salário que recebíamos na escola, assimcomo várias outras coisas, todas de uma vez, relógio de ouro, jóias para elee sua esposa que também trabalhava na escola. Isso leva agora a crer queele, assim como muitos outros americanos no Japão, estejam vivendo àcusta de tráfico de drogas para aquele país.

“Hoje penso que a escola seria mais de “fachada” para operaçõesde tráfico de drogas, muito mais lucrativas.

“Outro professor na escola Brittanica de Tóquio era ex-militaramericano e conhecido entre os professores como “conseguidor demarijuana”. Era proveniente da Flórida e se havia engajado na marinhaem Miami, pelo que fui informada. É sabido por todos que a ilha deOkinawa (no Sul do arquipélago japonês) tem até hoje uma base militaramericana enorme. Deve ser de grande preocupação para todos osjaponeses conseguir se livrar dessa presença indesejável e perigosa para ajuventude japonesa, ligada ao campo do narco- tráfico. Portanto, torna-seimportante a verificação do tipo de atividades e influências exercidas peloExército e Marinha americanos.”

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A CIA E O PODER AMERICANOCONTROLAM AS MENTES

ATRAVÉS DAS DROGAS

“O objetivo dos indivíduos que trabalham a serviço de certasinternacionais (referindo-se às multinacionais das drogas) é enfraquecer aresistência moral e física das elites ocidentais por intermédio da droga.”

Yann Moncomble, La Pouvoir de la Drogue dans la PolitiqueMondiale, 1990, Paris

O mundo em 1984 – Orwell descreveu profeticamente ofuturo da civilização: os poderes político, econômico e social,unidos numa tríade diabólica, conseguem finalmente o domíniototal das mentes dos cidadãos. A lavagem cerebral, absolutamentevencedora, dá chances, ao poder, de controlar intelectos,espíritos e vontades. A massa descerebrada age com a violência demonstros, de gigantes lobotomizados. O exército zumbi éprogramado no sentido de arrasar qualquer vestígio deconsciência e lucidez que possam brotar dentro da lama cinzentachamada alienação. Dois indivíduos (um homem e uma mulher)contrariam o status quo. O livro discorre justamente sobre a lutano sentido de aniquilar a consciência trazida por esses dois seres,empreendida pelo poder arbitrário e a massa humana comcérebros lavados.

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Os EUA em 1984 – O problema das drogas atinge índicesalarmantes. Grande parte da população já está inutilizada pelovício. Nas grandes capitais como Nova York, nascem 10.000“bebês tóxicos” por ano (ou “crack babies”), filhos de mãesviciadas em “crack” que sofrerão terríveis consequências do víciomaterno; a violência assume níveis apavorantes, assim como apobreza, os doentes e vadios drogados jogados às ruas. Mas, oque é o pior: a população americana parece constituída demilhões de indivíduos que pensam, falam, sentem, agem ecomem da mesma maneira, vão aos mesmos lugares, como robôspré-programados, através de um sistema de lavagem cerebral emmassa. Espantosamente, pensam que os EUA são a melhor naçãodo mundo, com a melhor forma de governo e de vida, a melhoreconomia, estando unidos na defesa dos “bons ideais de seusgovernantes” e de suas leis.

Nesse ano Keppe e eu mudamo-nos para Nova York eficamos terrivelmente chocados com o que percebemos na nação.Pesquisamos detalhadamente e, em 1985 iniciamos um programaintensivo de conscientização em solo americano, sobre o estadocatrastrófico de deterioração da nação e do povo – no sentidopsicológico, econômico, cultural, social, ecológico; em todos osníveis. É o “1984” de Orwell tornado realidade. Era vital acordara população em tempo.

Essa luta desesperada para trazer lucidez ao povo durou 3anos e meio, através da TV, rádio, jornais e revistas publicadospela Sociedade Internacional de Psicanálise Integral (TrilogiaAnalítica) – SITA, palestras, panfletos, contatos nas mídias,remessa de livros às autoridades do país (governadores, prefeitos,deputados, presidente da República...)

Contudo, a tentativa foi fracassada. O povo estava já dema-siadamente descerebrado e não ouviu os gritos de alerta para o grandeperigo. Após uma série interminável de atos de terrorismo contra nós, o “sistema” americano (atualmente se sabe, o sistema criminoso

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americano) nos prende, tenta assassinar-nos, confisca todos os nossosbens, move campanha difamatória e desmoralizadora na imprensacontra nós e nossa obra; literalmente arrasa nós dois e nosso trabalhonos EUA, em 88.

Meio que milagrosamente, Keppe e eu conseguimos fugirà vigilância estreita do FBI e da CIA e escapamos das garras dessepoder diabólico.

Protegidos, em parte, em território europeu, onde ostentáculos do poder maquiavélico ainda não conseguiram adominação, iniciamos o alarme, um grito de urgência para asalvação da consciência humana, em âmbito universal, posto quea lavagem cerebral via consumo de drogas, de filosofiasrobotizantes, do apego excessivo ao dinheiro e da especulaçãomaterialista – o american way of life – já conseguira ganhar adesãode muitos em toda a Europa. Mera coincidência entre a previsãode Orwell e a realidade?

No passado, o poder maquiavélico introduziu-se nos paísescomunistas através da corrupção das ditaduras; nos EstadosUnidos e países capitalistas domina através da corrupçãoeconômica (consumo, exploração e especulação). Ultimamente, o“trust” dos poderosos planeja o domínio planetário através dadisseminação da tóxico-dependência combinada com váriastécnicas de lavagem cerebral.

Esses indivíduos – muitos psicóticos e até psicopatas –ávidos de poder, conseguiram a completa manipulação dasmentes do povo americano e vêm tentando insistentementeintroduzir o mesmo mecanismo nos países de influência dosEUA e, mais recentemente na Europa, ocidental e oriental.

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“Os experimentos da ClA – projetos especiaischamados “Bluebird”, “Artichoke” e outros – foramdirigidos por Ewen Cameron, presidente daAssociação Mundial de Psiquiatria”

Esse plano de dominação através das drogas já vem delonga data; havendo dados concretos que a CIA já financiou edesenvolveu, em 1947, trabalhos tenebrosos com o fito dedescobrir armas secretas para a obtenção do controle doscérebros.

A revista Actuel trouxe a seguinte reportagem (março/89):

“Quando a América queria controlar os cérebros. Em 1947, oOcidente é persuadido de que os russos possuem uma arma secreta quelhes fornece o controle dos cérebros. Para compensar o atraso, a CIAfinanciou durante vinte anos os trabalhos mais incríveis. Numcastelo-hospital de Montreal, a CIA fez experimentos com todos os tiposde drogas, eletrochoques, de isolação sensorial. Experiências e torturascom pessoas que não eram voluntárias.”

Esses experimentos – um projeto especial da CIA,chamado de “Bluebird” ou “Artichoke” – foram dirigidos porEwen Cameron, presidente da Associação Mundial dePsiquiatria.

Com a desculpa de defender o equilíbrio no mundo, aCIA procura criar uma metodologia de modificação docomportamento dos indivíduos definidos por Cameron “comoperigosos para o equilíbrio social de um país: os ansiosos, os frustrados, osespíritos pequenos e estreitos, as neuroses de todos os tipos etc. Indivíduosdos quais seria absolutamente necessário modificar o comportamento sobpena de condenar a democracia à morte”. (Nota: quem se exclui daclassificação acima?!)

Levados até o barbarismo, com o lema de que paraconseguirem os objetivos – “Anything Goes”, utilizaram, além de

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cirurgias cerebrais, barbitúricos e muitas drogas trazidas dosquatro cantos do globo – principalmente cocaína e heroína, estaúltima apreciada pela incrível dependência que ela cria.

A CIA não ocultava seu interesse em descobrir meios demanipular facilmente os espíritos humanos – “técnicas paraacabar com todas as defesas psicológicas dos homens” – que jáseriam do domínio dos russos e dos nazistas, o que na realidade,era um pretexto para a agência norte-americana seguir adianteem seus planos de dominação. O seu ideal: manter o indivíduosuficientemente lúcido para que fale tudo e, ao mesmo tempo,colocá-lo num estado em que seja impedido de compreender oque se passa.

A maior parte dos americanos já se tornou umamassa de zumbis drogados; seres despojados de

consciência, intelecto e vontade própria.O que Norberto Keppe, eu e nossos colaboradores nota- mos

com clareza é ser este exatamente o estado atual do povo americano.O plano que alegadamente visava atingir os inimigos russos, foiestendido a praticamente toda a população como a técnica maiseficaz de mantê-la sob o “controle democrático americano”,suficientemente imbecil para não questionar adequadamente osistema vigente e dócil a todas as suas orientações.

Muitas vezes nós nos perguntávamos como o poder haviaconseguido tornar a civilização americana dos últimos anos amais desagradável do planeta, e ao mesmo tempo, logradoconvencer o povo de que este possuía a melhor qualidade de vidajamais obtida por outra nação! Como era possível o americanonão perceber a situação horrível em que até hoje se encontra, aexistência tão sem liberdade que leva, e ainda defender o seuestilo de vida como o modelo de civilização para o mundo?! Só seconsegue entender o problema quando se percebe que:

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1. a maior parte dos americanos já se tornou uma massa dezumbis drogados; seres despojados de consciência, intelecto, evontade própria; escravos dos poderes patológicos que osgovernam;

2. o consumo de drogas foi a técnica estudada, maquiave-licamente, como a mais eficaz no sentido de obter o desejadodomínio sobre as mentes humanas.

O mais preocupante, contudo, é que o plano desenvolvidopela CIA em 1947, de introduzir a cocaína, a heroína, o LSD noscargos de direção do governo americano, incluindo o Pentágono,foi levado a cabo. O mesmo artigo cita na página 99:

“De fato, estendia-se o jogo a todos os agentes da CIA quepassavam por lá. Um agente de volta de uma missão, um jovem recruta,um veterano passando dizendo bom dia: “Hop”, um uísque borrado deácido. Ao ponto que as “viagens” se tornaram uma ocupação comoqualquer outra à CIA !

“(...) Alarmaram-se francamente assim que um oficial descobriuque eles queriam “borrar” de ácido o suco de frutas durante a festa deNatal da agência. Duas mil e quinhentas pessoas deveriam aícomparecer, entre os quais todos os chefes do Pentágono!

“Faltava, portanto, um estudo sobre as reações donorte-americano médio. Sabia-se que o ácido não poderia ser aplicadocomo arma massiva. O velho fantasma de certos hippies que consistia ementornar hectolitros de LSD nas reservas de água de uma cidade parafazer voar todo o mundo era impossível. O cloro anula os efeitos.”

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Ao consumirem LSD, os jovens julgavam estar seopondo ao “establishment”, quando na verdade,

haviam sido viciados por ele.O artigo a seguir discorre a respeito de experiências aplicadas a

milhares de indivíduos, cobaias involuntárias, e que, também semterem consciência, eram observados e estudados.

Informações mais detalhadas a respeito, e mais chocantes,podem ser obtidas no livro Acid Dreams, the CIA, LSD and the SixtiesRebellion de Martin A. Lee e Bruce Shlain. Os dois jornalistas, quetiveram acesso a certos arquivos da CIA, parcialmente desvendadospelo Senado americano sob a direção de Robert Kennedy, revelamque a CIA, após a Segunda Guerra Mundial, “importou” 600nazistas para que dirigissem os experimentos visando a obtenção docontrole das mentes. As mais bárbaras operações foramdesenvolvidas sob sua orientação, como, por exemplo, lobotomiasefetuadas sem anestesia, ao mesmo tempo em que se administravaLSD para a cobaia humana, para que fosse registrada, a viva voz, orelato das sensações da vítima.

Milhões de indivíduos, principalmente jovens, foram viciadospela CIA nos anos 70 com LSD que a agência distribuíagratuitamente através de psiquiatras, psicólogos, artistas, intelectuaise professores universitários, especialmente contratados para tal tarefa.

Esses indivíduos utilizavam-se de todos os meios parapropagar as maravilhas da droga psicodélica e, em pouco tempo,haviam tornado o LSD a grande bandeira para jovens america-nos da costa leste à oeste – os quais eram induzidos a pensar quecom o consumo da droga estariam contrariando o sistemasócio-político-econômico vigente. Ingenuamente julgavam estarse opondo ao “establishment”, quando, na verdade, estavamsendo viciados por ele.

Numa era de inquietude política, quando jovens etrabalhadores do mundo todo se organizavam através de greves,

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protestos e propostas inteligentes que exigiam uma mudançaradical na organização socioeconômica e cultural vigente – urgiaque alguma providência fosse tomada no sentido de “neutralizar”essas consciências inquietas e calar as vozes de protestospopulares. Nos Estados Unidos, o movimento chamado NovaEsquerda, que protestava, entre outras coisas, contra o ensinouniversitário e a guerra do Vietnã, tornara-se uma grande ameaçapara o governo americano.

Conseguir “governar” um povo à base das drogase levá-lo a esse tipo de “democracia” não foi difícilpara o poder americano. Difícil seria o povo aceitaro sistema político-econômico- social lá vigente,sem estar drogado!

No livro Acid Dreams, Martin Lee, cita nas páginas 284 e285 o seguinte: “A este respeito, o largo uso do LSD contribuiusignificativamente para a extinção da Nova Esquerda porque elesintensificaram o metabolismo do corpo político e aceleraram todas asmudanças que estavam ocorrendo – positivas e negativas, em todas assuas contradições. Nesta condição, a Nova Esquerda conseguiu deporum presidente e impedir um outro de desencadear um ataque nuclear noVietnã do Norte. Estas realizações eram poderosas, certamente, mas omovimento queimou a si mesmo no processo. Ele nunca dominou suaprópria intensidade; nem poderia permanecer na direção e manter-senuma trajetória política sensata.”

Mais adiante, diz claramente: “O uso do LSD entre os jovensnos EUA atingiu o ápice no fim dos anos 60, logo depois que a CIAiniciou as séries de operações secretas planejadas para destruir,desacreditar e neutralizar a Nova Esquerda. Foi isto meramente umacoincidência histórica, ou a Agência realmente promoveu o comércioilícito do ácido?”

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Para tal tarefa utilizaram-se de indivíduos muito inteligentes ecarismáticos, como o literato inglês Aldous Huxley, o psicólogonorte-americano Thimothy Leary7, o poeta Alan Ginsberg, muitosartistas de Hollywood, como Cary Grant, e posteriormente, músicoscomo John Lennon, que tinham livre acesso e total aceitação dapopulação jovem, intelectual e criativa dos Estados Unidos eInglaterra.

Vale a pena citar o que John Lennon disse, pouco antes deser assassinado em 1980: “Você não escuta mais falar sobre isto, mas aspessoas continuam visitando o Cosmos (referindo-se ao uso do LSD).Nós devemos sempre lembrar de agradecer a CIA e as Forças Armadas peloLSD. Isso é que as pessoas esquecem ... Eles inventaram o LSD paracontrolar as pessoas e o que eles fizeram foi dar-nos liberdade. Algumas vezesas coisas operam de maneiras misteriosas para que as maravilhasrealizem-se”.

Que espécie de liberdade será esta obtida por John Lennon epelos indivíduos da geração “psicodélica”, se ele próprio foiassassinado pouco após sua declaração e se toda esse geração foiliteralmente liquidada no aspecto intelectual, de poder detransformação?!

Que liberdade têm, atualmente, os milhões de drogados nomundo? Liberdade de imaginação; de fuga, liberdade para sedestruírem, para consumir, para sustentar o “establishment” semcontestações?

Depois de viciados, dependentes, a manipulação dospovos torna-se simples — a consciência dos indivíduos sendoeliminada, a reprogramação mental torna-se fácil. Conseguir“governar” um povo à base das drogas e levá-lo a esse tipo de“democracia” não foi difícil para o poder americano.!

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[7] Em 1960, Timothy Leary, psicólogo americano, líder da juventude fabricado pelo poder,afirmava com relação ao uso das drogas: "Turn on, turne in, drop it", que quer dizer:"Ligue-se, sintonize-se, solte-se."

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É simplesmente aterrador notar-se que algo semelhantepoderá estar sendo implantado entre os jovens europeus elatino-americanos com resultados avançados. E mais aterradorainda é verificar-se, nos dados revelados pelas mídias atualmente,que grande parte do tráfico internacional da morte ainda épromovida, protegida, financiada pela CIA. O plano, bemsucedido em solo americano se estende, rapidamente, a todos oscontinentes.

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O TRÁFICO DA MORTE EMPORTUGAL

“(...) Os Açores, graças a uma situação geográfica verdadeiramenteprivilegiada, são mesmo, neste momento, ponto obrigatório da tão falada“Rota da Droga”. (Revista Semana.)

Os Estados Unidos – e ultimamente o Brasil – vêmrepetidamente deixando claro o interesse que têm em se manteratuantes na Europa.

A revista Veja (16.05.1990, pág. 95), cita o Secretário deEstado Americano: “Nossos soldados devem ficar aqui para ajudar aEuropa e a Alemanha, o que pode ser interpretado como garantiatranquilizadora e reafirmação de direitos adquiridos”.

Sua presença em Portugal é marcante, porém os investi-mentos norte-americanos e brasileiros nos negócios e atividadesprodutivas não são significativos, comparados com os daInglaterra, Suécia, Alemanha e outros países.

Pergunta-se: qual o interesse do governo dos Estados Unidosem manter estreitas relações com Portugal e, mesmo a contragostodos europeus, impor a presença das suas bases militares em pontosestratégicos da Europa, sendo que, coin- cidentemente ou não, essepontos, na maioria, já se demons- traram centros importantes para otráfico e/ou consumo das drogas? (Portugal, Alemanha, TurquiaEspanha, Itália, Inglaterra ...).

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A seguir transcrevemos uma série de citações colhidas daimprensa portuguesa, pois, através delas, podemos observar oenvolvimento de guardas fiscais, da TAP, das bases americanas,de policiais, empresas de exportação e importação, diplomatas,brasileiros, com o tráfico da morte.

Portugal entra na rota da droga“Alguns dos “barões da droga” escolheram Portugal para seu

campo de ação, como alternativa aos países assolados pela guerra abertaque lhes é feita pela Administração Bush” (Revista Semana, pág. 24).

(Visão ingênua da revista, ao pensar que só os barõescolombianos escolheram Portugal; os norte-americanos jáescolheram este país há muito tempo, haja vista as estranhascargas flutuantes de drogas que são encontradas justamente naspraias das ilhas portuguesas onde os ianques têm suas bases militares,fato que a própria revista mencionará adiante).

“A situação geográfica estratégica do nosso país a par de umalegislação vigente absolutamente caduca, tornam-no um campoprivilegiado para os “barões” agirem. (...) No Norte de Portugal (...)Viana do Castelo (...) conhecida no circuito como “A Princesa do Haxe”,um verdadeiro esquadrão de lanchas rápidas, as chamadas voadoras,funciona como autêntica ponta de lança para a introdução da droga emPortugal e na Europa. Os “barões” assentam arraiais nas encostas deSanta Luzia e, dali, dirigem as suas operações, o seu assalto à Europa eao Mundo” (Revista Semana pág.24).

“Em Portugal o branqueamento ou lavagem de dinheiroproveniente de atividades ilegais como o tráfico de droga não é crimepunível pela lei do País. A necessidade que Portugal tem de divisas é talque qualquer soma de dólares, libras, ou marcos que seja investida emPortugal é bem-vinda e não está sujeita a controle sobre a sua origem”(Revista Semana, página 24.)

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“(...) Bragança: Guardas prisionais detidos e suspensos porvenderem droga aos detidos." (Revista Semana, página 24). “No anofindo aumentou substancialmente entre nós (Portugal) o tráfico de droga”(Público, 9/4/1990, p. 2).

“Na zona da Grande Lisboa, são cada vez em maior número oslocais de venda (...) autênticos supermercados da droga funcionameficientemente.” (Revista Semana, página 24).

Alfândegas dos Aeroportos, Guarda Fiscal,Companhias Aéreas, Diplomatas –todos sócios das máfias das drogas

“É fácil desviar malas com droga na alfândega do Aeroporto”(título).

“Um agente da Polícia Judiciária que prestou depoimentossexta-feira perante o tribunal que julga um processo de tráfico de droga,referiu que “na alfândega há muitas hipóteses de serem desviadas malasque possam conter droga”.

“(...) O processo envolve elementos da Guarda Fiscal ecompanhias aéreas. “(...) Em relação a uma eventual entrada de 800gramas de cocaína provenientes da Índia, o subinspetor afirmou que amesma foi apreendida na Alemanha. O produto terá entrado em Lisboa eenviado na “mala diplomática” para o antigo cônsul português emFrankfurt, Walter Leitão, fato pelo qual já fora condenado,encontrando-se a cumprir pena.

“(...) O processo refere-se a duas estruturas de tráfico: uma daEuropa, via Índia, e outra via América Latina.

“(...) A droga, transportada em malas idênticas às usadas pelatripulação aérea, era desviada no aeroporto de Lisboa, dos circuitosnormais de outras bagagens. (...) O processo envolve um antigo funcionárioda TAP, dois elementos da Guarda Fiscal e, ainda, um antigo pugilista,

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“candidato à direção no Atlético Clube de Portugal” (Correio da Manhã,1/4/90, página 9).

“Aeroporto serve ao tráfico de droga. (...) Uma inspetora queparticipou em várias diligências no Aeroporto de Lisboa referiu, no seudepoimento ao tribunal, que tentativas de passar vários quilos de drogano aeroporto são situações diárias".

“(...) O processo, que envolve vários apensos e 33 arguidos,reporta-se a fatos ocorridos desde 1981 e nele estão acusados, entreoutros, elementos das companhias aéreas TAP e Varig, bem como daGuarda Fiscal”. (Diário de Notícias, abril de 1990. Notícia: “Detidopela PSP no Alto do Pina – Jovem confessou ser traficante mas nãoconsumidor de droga”).

Base Americana das Lajes (Açores)e a Rota da Droga

“(...) Os Açores, graças a uma situação geográficaverdadeiramente privilegiada, são mesmo, neste momento, pontoobrigatório da tão falada “Rota da Droga”. Aqui o produto faz escala nasua viagem para a Europa e principalmente para os Estados Unidos.”(Revista Semana, página 24.)

“(...) Segundo as autoridades, a droga é trazida por alto mar eguardada em bóias ao largo. Aí são recolhidas mais tarde, pelasembarcações que partem para a Europa ou para a América; (...) por vezes(...) as bóias rompem-se e a droga dá à costa, a boiar. No princípio desteano, foram encontrados vários sacos com droga, junto à costa, nas ilhasdo Faial, Flores e S. Miguel. Na costa da Ilha das Flores, foi encontradauma embalagem com 20 quilos de haxixe e no Faial, outra com 10quilos” (Revista Semana, página 24).

Por que a droga iria “das ilhas para os Estados Unidos”? Porque não viria dos Estados Unidos, talvez, via bases militares?

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Aliás, a base norte-americana de Lajes já é bastanteconhecida em Portugal como um centro de contrabando dediversos produtos como nos declarou o jovem português C. J. S.,26 anos, natural de Lisboa, ex-militar miliciano. “Quando do meucumprimento do Serviço Militar, no Exército Português, de 1988 a1989, era fato corrente a compra e venda de materiais de vários tipos,contrabandeados, provenientes da base norte-americana dos Açores,como óculos de sol, aparelhagem eletrônica, máquinas fotográficas, roupasdiversas etc. Se era fácil para eles contrabandear esses produtos, osmesmos canais, é claro, poderiam ser usados para o tráfico de drogasAliás, seria muito mais fácil, pois se uma aparelhagem de som évolumosa, um saquinho de cocaína é muito menor e vale milhões”.

“(...) A vizinha Espanha também não foge à regra, e do Brasil vêmcorreios com droga em quantidades substanciais, que entram em Portugal.Dos 788 quilos de cocaína apreendidos pela Polícia JudiciáriaPortuguesa em 1989, 200 eram provenientes do Brasil por onde passaquase toda a droga produzida na Colômbia, Bolívia e Peru” (RevistaSemana, página 24).

(Notem os leitores: quatro países dominados pelos EstadosUnidos, produtores e distribuidores de narcóticos.)

Os 788 quilos de cocaína apreendidos em Portugal dariamo fantástico lucro de 262 milhões de dólares, pois, de acordocom o jornal Le Monde, 12/10/89, p.13, artigo de BeatriceBontman, cada 3 quilos de cocaína são vendidos por 1 milhão dedólares nas ruas.

Como a quantia apreendida é 10 vezes inferior à circulada,segundo a Polícia Judiciária, o total real da droga traficada seria7,8 toneladas (2,6 bilhões de dólares). Isto só referente à cocaína.

“(...) Açores: Judiciária e F.B.I. desmantelam rede de droga queintroduzia haxixe entre os americanos da Base de Lajes” (RevistaSemana, página 24).

Fato muito importante este. Demonstra que:

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a) os americanos da Base das Lajes usam haxixe;

b) frequentemente, onde há americano há drogas.

Aqui fica uma pergunta: não seria a rede desmantelada umaconcorrente dos traficantes que há dentro da base das Lajes? Não seriaútil às nações européias fazer uma melhor investigação e controledessas bases militares, para ver se delas não sairiam carregamentos dedroga para a Europa (no caso de Açores, via Portugal)?

Prezado leitor: haveria meio mais seguro e eficaz do que seutilizar um esquema já montado que dispõe de aviões, lanchassupermodernas, armas, submarinos, sofisticados sistemas desegurança, radares, comunicação etc., para o tráfico de narcóticos?

Como se explica o fato de, justamente na zona das basesmilitares americanas nas costas de Portugal ter-se verificado oaumento desse tráfico?

O que fez então o governo de Bush, que faz propaganda aosquatro ventos da sua guerra internacional “contra” as drogas? O quefazem os seus militares que não “evitam” esse perigo? Não seriam elesos que querem conservar o monopólio desse comércio?

O tráfico é suportado por gruposde grande poderio econômico

“O crime de gravata é mais lucrativo que a ação da metralhadora; osprotagonistas da fraude econômica do Fundo Social Europeu desviaram maisdinheiro em três anos, e os traficantes de droga num ano, que todos os assaltosa mão armada em uma década.

“(...) Mas é o tráfico da droga (...) o crime mais qualificado eorganizado em matéria de alta delinquência.

“Quanto aos lucros advindos do tráfico de droga, são incalculáveis etransformaram-se numa autêntica economia subterrânea. O seu controlo énulo, pois até o momento, o Estado português não tem medidas legislativas

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que fiscalizem e impeçam o branqueamento de dinheiro “sujo”. Ao contráriode outros países, grandes somas em moeda estrangeira podem entrar nos nossosbancos, sem serem investigadas.

“Na opinião de Gonçalves da Costa, magistrado a exercer funçõesdocentes no Centro de Estudos Judiciários, ‘preocupante, contudo, é a altacriminalidade que já se imiscui na área do poder. Daí o seu tratamentoamável. Um grande especulador dilui de tal forma a sua atuação, que nuncase pode responsabilizar concretamente. Por exemplo, haverá maiorcriminalidade do que lançar quantidades astronômicas de títulos que fazemcair tantos valores? Mas estas pessoas até são muito cumprimentadas. (...) oque define a alta delinquência são os interesses em causa, o grau de actuação ea subtileza dos processos. São casos cuja detecção é muito mais difícil (só umaminoria é que é revelada, a maioria pertence às cifras negras) e, por ironia sãoos mais gravemente punidos’.

“Segundo investigadores do tráfico de drogas, as apreensões policiaisrepresentam apenas um décimo da droga que entra no mercado” (Público,9/4/1990, pág.2).

Nota: O dinheiro assim arrecadado é utilizado pelo podereconômico patológico para financiar a máfia internacional para estase armar, comprar pessoas em todos os países, organizar seu exércitoultramoderno, equipado com sofisticadíssimos aparelhos deespionagem e armas superiores às de alguns países, para espalhartranquilamente a morte e a destruição por entre os pacíficostrabalhadores de todas as nações do mundo. Nunca o crimeorganizado esteve tão poderosamente estruturado! Hoje ele já seencontra infiltrado no governo de nações, e em casos extremos,formando um governo paralelo poderoso, como nos EUA, e assimestabeleceu completo domínio sobre os fatos sociais, políticos eeconômicos de nossos dias, determinando o rumo mundialmentemaléfico da História contemporânea.

“(...) O tráfico de droga é, por excelência, o crime organizado e semfronteiras. Segundo Gonçalves Carvalho, diretor de investigação da droga, otráfico é suportado por grupos de grande poderio econômico.

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"Entre nós, não havendo nomes conhecidos na sua organização, foramjá encontrados grupos economicamente muito fortes, como o que esteve no topoda rede do C. Ventoso, recentemente desmantelada. (...) Muitas das redesportuguesas encontram-se em grupos com interesses na indústria hoteleira e emindivíduos regressados das ex-colônias, que se dedicam preferencialmente aotráfico de heroína, vinda do chamado Triângulo Dourado (Índia e Paquistão).Os países sul-americanos, especialmente o Brasil, são os grandes fornecedoresde cocaína, que, daqui, entra no mercado europeu. (...) Os métodos detransporte são os mais variados, muitas vezes sob a cobertura de firmas de“import-export” (Público, 9/4/1990. página 2).

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2ª PARTE

A Dimensão Mundialdo Negócio das Drogas

“O conjunto do tráfico de estupefacientesgerou em 1988, 500 bilhões de dólares”

(cifras oficiais, muito aquém da realidade).“lsto é o equivalente ao PNB da França em

1985”.

Mohaen Toumi, Science et Vie Economie Magazine,

Novembro de 1989.

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AS DROGAS ATRAVÉSDA HISTÓRIA

Através de pesquisas feitas na história das civilizações sobrea origem das drogas, constatamos que:

Na Ásia Menor, no ano 5000 a.C, o povo sumério, quecriou o alfabeto cuneiforme, incluía referências ao ópio dapapoula nos seus escritos mais antigos.

Em 3000 a.C, já se usava como inalante a mahuang, que eraum arbusto de éfedra encontrada na China, onde também em2737 a.C, foi documentado pelo Imperador Shen Nung, numtratado chinês, que a cannabis sativa poderia ser transformada(fermentada) em chá e usada para propósitos medicinais.

Já no ano 2000 a.C, na Índia, a cannabis foi introduzida, eos hindus podem ter sido o primeiro povo a secá-la e fumá-la.

No Egito antigo, papiros datando de 1500 a.C, documentamtemores provocados por elixires de ópio, por causa dealucinações que ele produzia.

Hipócrates, o pai da Medicina, em cerca de 400 a.C,experimentou preparações medicinais usando o ópio comoingrediente. Desde então, a Medicina nunca mais parou dedanificar o ser humano com drogas perigosas.

Cerca de 100 d.C, os índios astecas do México, construí-ram uma cultura em torno das propriedades mágicas do cacto

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peyote, do cogumelo Psilohybin, ololiuqui, sementes de umasubstância química alucinógena semelhante ao LSD.

Cerca de 1000 d.C, os incas da região que agora éconhecida como Bolívia e Peru, mascavam folhas de coca devidoaos seus efeitos estimulantes.

No século XI, na Pérsia, surgiu a palavra haxixe, onde asdrogas foram pela primeira vez associadas às atividades criminais.Sua origem vem do nome de um líder do culto persa Al-Hansan.Consta que eles consumiam haxixe para entrar em estado deêxtase de visão do paraíso antes de encarar o martírio, e nesseestado intoxicado, eles lançavam ataques suicidas contra seusinimigos (haxixe – mesma origem da palavra assassino).

O narcotráfico já começou no encontro do Velho Mundocom o Novo; as explorações iniciadas por Colombo, descobriram,entre outras coisas, a cocaína da América do Sul, alucinógenosda América Central e tabaco da América do Norte.

Essas drogas foram levadas de volta para as corteseuropéias e recebidas com bastante receptividade, devido àinversão psicológica de se ver grande vantagem na alienação.

O intercâmbio de drogas tornou-se completo, quando oseuropeus introduziram nas Américas bebidas alcoólicas destiladas,no Chile, em 1545, e a cannabis vinda da Ásia.

Os hindus introduziram o tabaco na Europa. Os navioslevaram suprimentos de folhas e sementes, o que fez com que seespalhasse o cultivo de tabaco.

Na Inglaterra, que controlava a região de tabaco daVirgínia, a loucura pelo tabaco atingiu proporções epidêmicas,apesar do alto preço. A nicotina teve o seu nome devido aJacques Nicot, que a levou para a França em 1560, dizendo queela tinha grande potencial medicinal, o que se revelou, com otempo, ser uma fantasia, como tantas outras da ciência médica.

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Em 1623, Sir Francis Bacon descreveu o hábito de fumartabaco e escreveu: “Aqueles que uma vez se tornam acostumados, daípor diante dificilmente poderão se livrar do vício.”

O uso de ópio mais forte, desenvolveu-se na China em1650. Sua utilização já era conhecida como um sério problemade saúde. A dinastia Manchu tentou restringir a importação doópio a seu povo, mas não funcionou, porque eles não tinhampoder contra a pressão econômica exercida pela “English EastIndia Company”, cujo objetivo era obter lucros e dominar o povopela alienação.

Em 1839, os chineses proibiram a importação do ópio; parase certificar disso, todas as importações trazidas por navios, eramdetidas. O resultado foi a Guerra do Ópio entre China e Inglaterrade 1839-1842 (a qual os ingleses venceram). A segunda Guerra doÓpio foi de 1856-1858.

O uso do ópio tornou-se epidêmico na Europa, no séculoXIX, principalmente na Inglaterra e na América. Tragicamente ouso mais difundido da droga, era nos remédios infantis, queeram vendidos com os nomes de Godfrey´s Cordial, Munn´s Elixire Mother Bailey´s.

O guia caseiro mais popular da época “Beeton’s Book ofHousehold Management” viu-se na obrigação de alertar a populaçãode que certas preparações, constantemente dadas às criançaspelas suas enfermeiras e mães, para fazê-las dormir,frequentemente eram fatais. A pesquisa inglesa de 1842, chamada“The Second Report to the Commisioners”, falava do dilema quelevou as mulheres pobres a drogar as suas crianças com ópio. Jádesde essa época a droga era utilizada para explorar o trabalhoescravo do povo.

O alemão Frederick Engels, no seu livro The condition of theworking class, Inglaterra, 1844, descreveu um arrepiante aumentodo consumo das drogas, devido ao fato de os corpos das crianças

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desenvolverem resistência às substâncias. Por causa das dosescada vez maiores, elas tornavam-se pálidas, fracas, geralmentemorrendo antes de completar 2 anos de idade. O uso deste“remédio” era difundido em todas as grandes cidades e vilarejosdo país.

No século XX, os franceses regulamentaram na Indochinao comércio do ópio e do álcool, e criaram um monopólio decompra, fabricação e venda. Em meados de 1930, existiam 1500casas de álcool e de ópio.

A Ásia Central é o celeiro da droga da União Soviética.Oitenta por cento dos entorpecentes consumidos na UniãoSoviética, provêm das províncias muçulmanas.

Em todos os processos de colonização vemos como asdrogas têm sido uma mercadoria muito destrutiva para o povo emuito rentável para os traficantes. Têm dado esplêndidosingressos ao fisco da metrópole e ao mesmo tempo têm servidopara dominar os povos colonizados. Ao torná-los viciados, aexploração se facilita. A dependência é dupla. Não só a colôniadepende da metrópole, mas seus habitantes dependem da droga.Aí se percebe a fortificação do tráfico. Nos governos imperialistase nas ditaduras, semelhante fenômeno se verifica, devido àcorrupção e política de exploração.

A questão atualSe, no passado, o comércio de entorpecentes foi frequen-

temente realizado, suas proporções eram infinitamentemodestas, em comparação com as do tráfico atual. Na atualidadevemos que o problema de narcodependência e narco- tráficotornaram-se uma epidemia mundial de proporções assustadoras,tendo como país central os EUA, no que se refere tanto aoconsumo das drogas (o maior do mundo) quanto às atividadesdo comércio ilícito e aos lucros dele provenientes.

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A revista Cadernos do 3º Mundo, em seu número 113, traz aseguinte notícia: “Neste final de século, o narcotráfico transformou-se numdos eixos mais importantes nas relações da América Latina com os EstadosUnidos, com expressivas implicações de ordem estratégica e de segurançanacional e coletiva. Por isso, tratar o problema como simples questão policialé uma simplificação grosseira que desconhece sua complexa realidade. Onarcotráfico, na sua verdadeira dimensão, é um problema econômico, sociale político, de significação transnacional, que desequilibra o Estado e asociedade latino-americanos” (Cadernos do Terceiro Mundo, “Drogas, opoder paralelo”, de Manuel Gonzalo C. Alvarez, pág.10).

As verdadeiras e aterradoras dimensões mundiais do tráficoatual são vistas nos outros capítulos, bem como o papel prepon-derante no comércio da morte, daquela que foi até há bem poucotempo a nação líder do Ocidente (Estados Unidos da América).

A dimensão mundial do negócioamericano das drogas

Para se ter uma idéia da grande atração que o mercado europeu dedrogas oferece aos “investidores” americanos: um grama de ouro em Pariscusta de 60 a 70 francos, dependendo da oscilação do mercado (agosto1990). Em contrapartida, o grama de cocaína é vendido por 1000francos – o que dá uma vantagem de perto de 940 francos por grama decocaína vendido!

A droga é o maior negócio mundialda atualidade

De acordo com números oficiais, colhidos pelo escritorJean Ziegler (em A Suíça Lava Mais Branco):

“os lucros da droga representam hoje um mercado fantástico quese cifra (...) entre os 300 e os 500 bilhões de dólares por ano. Vários peritos

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famosos, entre os quais Mr. Kendall, secretário-geral da lnterpol,inclinam-se para o segundo número”.

Números oficiais costumam ser, pelo menos, cinco vezesinferiores aos reais. Porém, mesmo este índice oficial coloca adroga entre os maiores negócios mundiais. Equivale a quase cincovezes a dívida de alguns países do 3º Mundo (o Brasil, porexemplo, que está sendo obrigado a exportar praticamente todosos seus produtos para pagar os juros de uma dívida de 110bilhões de dólares). De acordo com Ziegler, esse meio trilhão dedólares referente ao lucro da droga por ano equivale “às despesasde todos os países ocidentais durante um ano para as suas compras depetróleo.” E representa mais do que três vezes o orçamento daFrança que é de 150 bilhões de dólares!

“O comércio internacional de estupefacientes é uma atividadeeconômica combatida mas também protegida (...) ela é uma dasprimeiras atividades econômicas mundiais” (Le Monde Diplomatique,24/4/90, artigo de Christian de Brie, “Quem lucra com o tráfico dedrogas? Esses banqueiros, cúmplices do tráfico de drogas”).

“O crime organizado é apenas um dos sócios do comérciointernacional de estupefacientes (...) O comércio da droga funciona nabase de uma sociedade entre três participantes: o meio dos traficantes, omeio dos negócios, e o meio político” (Christian de Brie, art. cit.).

Em praticamente todos os países, os banqueiros tornaram-secúmplices do negócio, não só “lavando” o dinheiro proveniente dadroga, mas até mesmo orientando, defendendo, mantendo osegredo das contas, fornecendo advogados e consultores aostraficantes, auxiliando, enfim, a tornar o dinheiro da droga “limpo erespeitável”. Não é segredo para ninguém o notável poder deinfluência dos bancos junto aos governos das sociedades modernas,constituindo-se praticamente na classe dirigente de nossos dias, emmuitos países. Em seu livro Psicanálise da Sociedade, Keppe afirmaque antigamente as cidades construíam-se ao redor das igrejas,

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depois ao redor dos castelos e hoje, em torno dos bancos. Em seuartigo, Christian de Brie afirma que:

“na verdade os bancos não só não fogem do dinheiro da droga, masatiram-se numa concorrência encarniçada para obtê-lo (...) Nas menorescidades das zonas de coca, na Bolívia, Peru, Colômbia, encontram-sesucursais de bancos norte-americanos, britânicos, alemães, suíços,franceses. Para que negócios e para qual dinheiro, senão o das drogas?(...) Entre os numerosos bancos implicados há muito tempo na lavagemda droga (uma dezena de grandes bancos na Suíça, mais de 20 emMiami), figuram nomes conhecidos como o Chase Manhattan,L’American Express, Louis Dreyfus etc.”

Para se ter consciência da dimensão do negócio internacionaldo narcotráfico, ler capítulos “Multinacional Norte-Americana dasDrogas” e “Quem são os Responsáveis pelo Narcotráfico.”

O poder dos traficantes já é maiordo que o de muitos Estados

“A força assassina dos traficantes da droga instala-se como poderconcorrente dos Estados (...) Organizemos, contra eles, a proteção dapessoa humana, atingida nas suas defesas mais íntimas (...) É precisoousar, pensar e dizer que nenhum compromisso é possível com esta cadeiade corrupção, com esses agentes da morte.” (François Miterrand,discurso inaugural do Arco da Fraternidade, Paris, 26/8/89, noLe Monde, 29/8/89.)

“A quem dá lucro o crime? A toda a gente e este é bem o drama. Comolutar contra a corrente, quando as cumplicidades estão por todo o lado e háfocos de infecção numerosos?” (Dossier Le Monde sobre a Droga.)

“Os Estados parecem desarmados diante do problema, incapazesde desferir um golpe mortal no narcotráfico” (mesmo jornal – DossierLe Monde). (Obs.: Há Estados desarmados contra o narcotráfico,

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realmente, mas há Estados promotores do narcotráfico, também,o que não foi comentado no artigo).

Os Estados Unidos são o maior produtor mundialde marijuana e favorecem a produção de ópio,heroína e cocaína através do mundo.

As seguintes zonas geográficas dividem a produção deópio, heroína e cocaína:

1. Oriente Médio: produz ópio e heroína. Países: Afeganistão,Irã, Paquistão (Croissant D’Or), Índia, Nepal e Líbano.

2. Ásia (Sudeste): produz ópio e heroína. Países: Birmânia,Tailândia e Laos (Triângulo de Ouro).

3. América Latina: produz cocaína. Países: Peru, Bolívia,Colômbia, Equador, Brasil.

4. México: produz 50 toneladas de ópio, convertidas em 5toneladas de heroína.

A maioria destas zonas produtoras são controladas diretaou indiretamente pelos Estados Unidos da América, como émostrado a seguir.

Afeganistão, Paquistão

A revista Vida Soviética, de abril de 1990, informou que:

”nas zonas do Afeganistão controladas pela oposição, com apoio doPaquistão e dos Estados Unidos, produzem-se 600 toneladas de droga porano.”

Segundo a revista, os camponeses são incentivados acultivar a papoula que permite produzir ópio; um sistema detransporte via Paquistão assegura a ida do produto aos países daEuropa Ocidental e à América do Norte e que: “são os destacamentosarmados da oposição que transportam a droga para o Paquistão”.

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O Afeganistão é responsável por 1/5 da produção mundialde ópio e pela metade de produção mundial de heroína.

Irã

Estudos efetuados sobre o escândalo Irangate (vendaclandestina de armas de Israel e Estados Unidos ao Irã)demonstram que:

a) essas armas eram pagas com dólares, “mas sobretudo comdroga (morfina-base e heroína)” (de acordo com Jean Ziegler,livro citado, página 151);

b) a Casa Branca participou ativamente da operação; até oex-presidente Ronald Reagan foi acusado, mas alegoudesconhecer o que se passara. Seu Conselheiro Nacionalde Segurança, John Poindexter (braço direito do governo)chegou a ser condenado, mas apenas a seis meses de prisão.As dúvidas sobre o ex-presidente norte-americano aindapersistem (conforme artigo “O Veredicto sobre Reagan”, deAntony Lewis, New York Times/Diário de Notícias, 1/5/90);

c) o dinheiro proveniente da venda de armas (e das drogas, éclaro) era transferido, por ordem do coronel norte--americano Oliver North e outros, para a América Central,para financiar bandos de mercenários contra a frenteFarabundo Marti, em Salvador, e para auxiliar os “contras”da Nicarágua (grupo de oposição ao governo sandinista);

d) “a venda secreta de armas ao Irã serviu para financiar oequipamento dos “contras” nicaraguenses, o que possibilitou umimportante tráfico de cocaína entre a Colômbia e os Estados Unidoscom apoio logístico de agentes norte-americanos” (conforme LeMonde Diplomatique, 24/4/1990, Christian de Brie).

Em julho de 1990, um ex-agente da CIA, RichardBrancke, afirmou o seguinte à televisão estatal italiana (RAI):

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Para quem ficam os lucros das drogas

Entre o plantio e a colheita, nos países do TerceiroMundo, até ser transformada em cocaína pelos laboratóriosda Colômbia, Brasil e outros países, e ser vendida nosmercados internacionais, a folha de coca passa por umprocesso vertiginoso de valorização, no qual os maioresprivilegiados sãos os traficantes.

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“O tráfico de armas em favor do Irã era a dívida política deReagan/Bush com Teerã em troca do atraso na libertação dos refénsamericanos da embaixada americana em Teerã, que tinha provocado aderrota de Carter nas eleições presidenciais em novembro” e que “OlofPalmer (Primeiro Ministro da Suécia), teria sido morto (pela LojaMaçônica P2, com apoio da CIA) porque estava ao par do tráfico ilegalde armas à época da guerra Irã-Iraque”.

Triângulo de Ouro (Birmânia, Tailândia e Laos)

Os Estados Unidos e a CIA criaram “exércitos rebeldes” noLaos e na Birmânia, controlando, com base no Triângulo deOuro, a produção de ópio e de morfina, única moeda paracompra e suprimento de armas fornecidas pela CIA, cujos aviõestransportavam, de volta, a droga. Esse arranjo funciona até hoje,alimentando perto de metade do mercado mundial de heroína(conforme Le Monde Diplomatique, 24/4/90, artigo de Christiande Brie).

Obs.: De acordo com o dossiê Le Monde sobre a droga, aprodução mundial de heroína está em torno de 106 toneladas porano (números oficiais). Tendo em vista que – segundo esse dossiê– o Afeganistão produz 50 toneladas por ano (na partecontrolada pelos EUA) e o Triângulo de Ouro (sob controle daCIA) 45 toneladas por ano, concluímos que os Estados Unidos(Casa Branca, agências, governo) participam diretamente daprodução de praticamente a totalidade de heroína traficada nomundo (inclusive a heroína vendida na própria América doNorte).

América Latina

Conforme o artigo do Le Monde citado, a organização dos“contras” da Nicarágua pelos Estados Unidos (CIA e Noriega)possibilitou um importante tráfico de cocaína entre a Colômbiae os Estados Unidos, com apoio logístico de agentes americanos.

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É consabido que, de modo geral, os regimes ditatoriais naAmérica Latina foram implantados pela CIA. Generaisbrasileiros da época da ditadura, por exemplo, mantinham umaconta secreta no Banco Migros (suíço) onde eram depositadosregularmente um milhão de francos suíços por semana,proveniente do tráfico de drogas pela rede brasileira. O dinheirocambiado no Banco Migros era depositado semanalmente naconta n° 13.277.201, do Banesto Banking Corporation em NovaYork (conforme livro de Jean Ziegler, citado, págs. 71-72).

O general Noriega, que organizou os “contras” daNicarágua e apoiava o cartel de Medellin na Colômbia, sempre foiagente da CIA, desde 1950, e recebia 100 mil dólares por anopelos seus serviços – pagos regularmente tanto por RonaldReagan como pelo atual presidente norte-americano (conformeartigo “Noriega, “a lição” americana”, de Tony Jenkins, RevistaExpresso, 20/1/90). Bush só mandou prendê-lo, depois que oditador panamenho deixou de interessar aos EUA.

As seguintes zonas geográficas dividem a produção demarijuana:

1. Estados Unidos da América (maior produtor mundial,segundo Le Figaro, 19/5/90);

2. Ásia (Índia, Tailândia e Nepal);

3. Médio Oriente (Líbano, Paquistão, Afeganistão, lenen);

4. África (Marrocos e Quênia) – Como se vê, além de osEstados Unidos da América serem o maior produtor dadroga (“A marijuana é certamente a segunda ou terceira culturada Califórnia”, de acordo com Milton Friedman, prêmioNobel de Economia, em entrevista ao Le Figaro de19/5/90), países utilizados pelos norte-americanos paraproduzir ópio e heroína, “coincidentemente” estãotambém entre os produtores mundiais de marijuana(Tailândia, Paquistão, Afeganistão ...).

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Como o narcotráfico ameaça a EuropaO jornal USA Today do dia 29 de Março de 1990 trouxe a

seguinte notícia: “Traficantes transportam para a Europa o excedente daU. S. cocaína”, onde se afirma o seguinte:

“Os traficantes de droga nos Estados Unidos estão agoratransportando seus excedentes para a Europa, para achar novos mercados. (...)A quantidade de cocaína vinda para os Estados Unidos é maior do que a queestá sendo usada. (...) Os vendedores de cocaína saturaram o mercadonorte-americano ao preço que eles querem vendê-la, então agora eles sãoforçados a transportar (a droga) para o exterior (...) Os preços da EuropaOcidental são o dobro dos vigentes nos Estados Unidos (...) Não há qualquerdúvida que o mercado europeu está aberto. Os agentes federais dizem que elesestão captando mais carregamentos de cocaína indo diretamente da Colômbiapara a Europa – e carregamentos para a Europa Oriental crescerãorapidamente (...) Agora que as barreiras serão eliminadas, isso abrirá as portaspara os traficantes oportunistas diz Frank Shultz, da DEA em Washington”.

Como se observa, os norte-americanos estão “de olho” naEuropa, agora que a decadência econômica de seu país reduz osfabulosos lucros advindos do narcotráfico.

É preciso que a Europa acorde para esse perigo, pois há umaincrível coincidência entre as zonas onde há influência americana e asáreas de produção e concentração intensa do narcotráfico.

A ameaça para a Europa é seriíssima.

Na França, por exemplo, o consumo de drogas mais quedobrou, de 1980 a 1987, de acordo com o inquérito “Toxico-manies” do Ministério da Solidariedade da Saúde e da ProteçãoSocial.

Portugal, principalmente nos Açores – (será coincidênciaque lá se situa uma base norte-americana?) é hoje nova rotamundial do narcotráfico, segundo notícias publicadas pelaprópria imprensa portuguesa.

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“Há um número dramaticamente crescente de vítimas da drogana Europa Ocidental. A progressão de politoxicomania, das ligaçõesextremamente preocupantes entre injeção da droga e a SIDA e aassociação entre os grupos de traficantes e os grupos de terroristas é umtriste balanço, que estabelece o relatório anual-1988 do órgãointernacional de controle de estupefacientes da ONU, publicado em12/1 em Viena, na sede desta organização” (conforme Dossier LeMonde sobre a droga).

O mesmo grupo responsável pela introdução maciça dadroga nos Estados Unidos da América – e que vem há tempostentando fazer o mesmo na Europa, mas sem os mesmosresultados – agora volta-se com todas as suas forças para omercado europeu, último reduto ainda capaz de oferecerresistência à invasão. Estamos às portas do conflito final, de umaluta de vida ou morte – ou os traficantes do poder econômicopatológico destroem o mundo, ou nos unimos para salvar acivilização.

Em 1985, como colaboradora no livro A Decadência do PovoAmericano, de Norberto Keppe, escrevi o seguinte:

“Uma pesquisa do New York Times, efetuada em 27/5/1984,mostra que 99% dos colégios internatos do país estavam atingidos pelouso da cocaína, além da marijuana. Perguntando-se a essas crianças porque faziam isso e tentando-se apelar para seus responsáveis, verificou-seque os próprios pais e professores destas crianças também eram viciados.Isto significa que provavelmente 90% da população, pelo menos de NovaYork, já teve ou tem experiências com droga, o que afeta irremediavelmenteas funções cerebrais (dado comprovado cientificamente)”.

São fatos como este que trouxeram o declínio já tãoabertamente comentado para a civilização norte-americana, queprecisam ser evitados a todo custo na nova Europa Unida de1992.

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QUEM SÃO OSRESPONSÁVEIS PELOTRÁFICO DA MORTE?

“O livro de hóspedes (de um dos narco-traficantes da Colômbia) assinala os nomes de váriosministros colombianos e estrangeiros, de chefes doexército e da Polícia.”

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Muitas pessoas já conseguem vislumbrar e sentir amonstruosidade do crime internacional levado a efeito todos os dias, emquase todos os países, pelas quadrilhas multinacionais de narcotraficantes.Mas quem são os responsáveis, não apenas pela produção e refino, maspela movimentação intercontinental do tráfico da morte?

Certos cartéis da droga já foram bem identificados, sendo dedomínio público, por assim dizer, como os citados na notícia a seguir:

“O comércio internacional das drogas ilícitas é um tráficotrilateral. Por três motivos:

“Diz respeito sobretudo a três produtos: heroína, cocaína emaconha.

“É dominado por três grandes organizações criminosas, quecontrolam a transformação, transporte e comércio atacadista: os cartéiscolombianos de Medellin e Cali para a cocaína, as tríades chinesas de HonKong para a heroína do Triângulo de Ouro da Ásia, a Máfia Sicilianapara a heroína do Croissant de Ouro no Oriente Próximo. O mercado demaconha permanece aberto.

“Finalmente, o comércio da droga funciona na base de umasociedade entre três participantes: o meio dos traficantes, o meio dosnegócios e o meio político” (Conforme Le Monde Diplomatique,25/4/90, artigo de Christian de Brie).

O que ainda não é do conhecimento público, é que estasquadrilhas já adquiriram tal poder que se constituem naverdadeira classe dominante de nossos dias. Estão mais do queinfiltradas nos aparelhos de Estado de inúmeros países. Têmaliados entre: ministros de Estado, agentes da lei (policiais juízes,promotores, funcionários de alfândega), diplomatas (cônsules,embaixadores), políticos, funcionários de companhias aéreas e denavegação, forças de segurança (exército, marinha, aeronáutica)jornalistas, funcionários de empresas de comunicações(telefônicas, correios) e, sobretudo, banqueiros.

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“A força assassina dos traficantes da droga instala-se como poderconcorrente dos Estados (...) Organizemos, contra eles, a proteção dapessoa humana, atingida nas suas defesas mais íntimas (...) É precisoousar pensar e dizer que nenhum compromisso é possível com esta cadeiade corrupção, com esses agentes da morte” (François Miterrand,discurso inaugural do Arco da Fraternidade, Paris, 26/8/89, noLe Monde 29/8/89).

A existência de cúmplices nos meios político, burocrático,policial, financeiro é algo inerente à “atividade” do narcotráfico.De características criminosas e repugnantes ao povo, asmultinacionais da droga organizadas e mantidas pelo podereconômico automaticamente montam e ampliam uma redeinternacional de “colaboradores” para conseguir se defender daspessoas idealistas e corajosas que as enfrentam e para garantir aatuação livre e impune na sociedade.

Os “colaboradores” da rede internacional estão infiltrados,quase sempre, nas mesmas categorias profissionais, e têm asseguintes funções:

Policiais Federais e EstaduaisSão necessários para “fazer vistas largas”, avisar os trafi-

cantes de investigações em andamento, salvá-los de flagrantes, eperseguir seus inimigos (até mesmo dentro da própria Polícia).

“Em Miami, (...) o departamento de Polícia é o centro de umagrande investigação federal de corrupção com narcóticos (...) Em julho de1985, 16 agentes atacaram um barco de um contrabandista no rioMiami e roubaram mais de 400 quilos de cocaína, tendo três homensque guardavam o barco, saltado para o rio e morrido afogados.

“O poder dos círculos da droga em corromper e influenciar osagentes da autoridade e as figuras políticas é muito claro.

“A corrupção atingiu (...) agentes do FBI.

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“Segundo o gabinete de investigação da Geórgia (...) já foramimplicados em casos de contrabando de droga, em anos recentes, perto deuma dúzia de xerifes das 159 comarcas do Estado. Os xerifes e seusauxiliares receberam milhares de dólares por noite, para deixar passarlançamentos de droga, feitos pelas centenas de pequenos aviões que ali alevam.

“Nas noites límpidas, os residentes no sul da Geórgia podem estardeitados e ouvir o zumbido dos pequenos aviões, recheados de cocaína emarijuana, a virem das Bahamas, do México, ou da América Central.Um pequeno campo de aviação no conselho rural de Morgan, naGeórgia, tornou-se tão popular junto aos traficantes de droga, que foialcunhado de Kennedy lnternational Airport pela Polícia do Estado.

“Em Nova York (...) 13 agentes do 77º Distrito Policial, no bairrode Bedford-Stuyvesant, em Brooklyn, devassado pelo crime, foramacusados e condenados por ilegalidades, muitas das quais ligadas àdroga” (Artigo “Droga nos Estados Unidos é Sinônimo de Corrupção”,de Philip Shenom, The New York Times, publicado pelo Diário deNotícias, 8/5/88, vários trechos).

Evidentemente, os poucos policiais autuados e presosrepresentam uma ínfima parcela dentro da gigantesca redeimplantada pelos dirigentes mundiais do narcotráfico nasorganizações policiais dos diversos países, sobretudo aquelas quetêm ligações com fronteiras ou estão locadas em espaçosgeográficos chaves para o comércio dos entorpecentes.

Guardas fiscais e de fronteiras,agentes de alfândega

São indispensáveis para ajudar os narcotraficantes naentrada e saída de carregamentos de droga nos diversos países;podem ser usados, também, para prender incômodos oponentesdos contrabandistas.

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“Um agente da Polícia Judiciária que prestou depoimentosperante o tribunal que julga um processo de tráfico de drogas, referiu que“na alfândega há muitas hipóteses de serem desviadas malas que possamconter drogas (...) (o processo) envolve elementos da Guarda Fiscal ecompanhias aéreas. (...) (o processo) refere-se a duas estruturas de tráfico:uma da Europa, via Índia, e outra via América Latina. (...) A droga,transportada em malas idênticas às usadas pela tripulação aérea, eradesviada no aeroporto de Lisboa, dos circuitos normais de outrasbagagens. (...) O processo envolve um antigo funcionário da TAP e doiselementos da Guarda Fiscal” (Correio da Manhã, 1/4/90, página 9,artigo “É fácil desviar malas com droga na alfândega do Aeroporto”).

“A corrupção (relacionada às drogas) atingiu um vasto leque deautoridades da lei — dos serviços de alfândega até xerifes" (Diário deNotícias, 8/5/88, Philip Shenon, artigo citado).

Diplomatas (cônsules e embaixadores)São úteis para ajudar os narcotraficantes nas remessas de

mercadorias sem passar pela alfândega, questões de entrada esaída dos países, obtenção de visas e passaportes, e mesmo comoagentes do tráfico (há cônsules presos por tráfico de drogas), poisos diplomatas têm, além da imunidade, total liberdade deimportar, exportar, transportar mercadorias sem sujeição àsalfândegas de outros países.

“Em relação a uma eventual entrada (em Portugal) de 800gramas de cocaína provenientes da Índia, o subinspetor afirmou que elafoi apreendida na Alemanha. O produto terá entrado em Lisboa eenviado na “mala diplomática” para o antigo cônsul português emFrankfurt, Walter Leitão, facto pelo qual já fora condenado,encontrando-se a cumprir pena (Correio de Manhã, 1/4/90, página 9,artigo citado).

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PolíticosSão úteis para legislar em favor dos narcotraficantes ou

protelar e impedir a aprovação de leis que prejudiquem ocomércio dos entorpecentes; podem ainda oferecer apoio e ajudapolítica em caso de necessidade, para neutralizar oponentes, porexemplo, para nomear indivíduos chaves em funções chaves eusar de poder político para jogos de influência.

“A Suíça não conhece a lei sobre a incompatibilidade entre osmandatos de deputados e de membro de um conselho de administração(de diretor, consultor etc.) de uma empresa privada. Apenas eleitos, umgrande número de legisladores são convidados a juntarem-se ao conselhode administração dos grandes bancos (...) tudo o que os emires (donos debancos) lhes pedem é que votem no Parlamento, de acordo com as suasinstruções” (Jean Ziegler, A Suíça Lava Mais Branco, EditorialInquérito Limitada, Lisboa, página 164).

Nesse livro, o autor desenvolve o tema central da lavagemde dinheiro proveniente de droga pelos bancos suíços, consi-derada por ele a mais importante fatia de depósitos no sistemabancário da Suíça.

O mesmo ocorre também, é claro, em outros países,havendo uma grande quantidade de deputados, senadores,governantes eleitos graças a campanhas financiadas por organi-zações bancárias e grupos de pressão (“lobbies”) de diversos tiposque, posteriormente, é óbvio, exigem a retribuição em leis emedidas que protejam seus interesses. No caso da Suíça, a leiprincipal que se quer manter inalterada é a da inviolabilidade dosegredo bancário, que permite a lavagem, sem problemas, dasvultosas quantias provenientes do tráfico das drogas.

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Funcionários de companhias aérease de navegação

Evidentemente, como o tráfico não é efetuado somentepelas linhas clandestinas e através de aeroportos particulares,mas também por linhas regulares de vôo ou roteiros marítimosnormais, torna-se automática a busca de “colaboração” depilotos, aeromoças, comissários de bordo, capitães de navios etc.,em empresas conhecidas.

“Sete indivíduos, três dos quais funcionários da TAP, que emmaio do ano passado fizeram entrar cinco quilos de cocaína em Lisboa,através do Aeroporto da Portela, foram sentenciados com pesadas penasde prisão (...) Os três funcionários da TAP facilitaram a saída decocaína, proveniente da Venezuela, sem passar no controlo alfandegário(...) Miguel Fernandes Silva, preparador e controlador auxiliar da TAP(...) O operador de rampa (da TAP) Igor Antonio Pires de Souza, de 47anos (...) Sabino Rafael Feion da mesma transportadora (nome doscondenados)”

Forças de Segurança(exército, marinha, aeronáutica)

Em alguns países, há apenas pessoas infiltradas nas forçasde defesa, mas em outros, estas instituições militares estãototalmente nas mãos de um poderoso traficante de drogasinternacional. Exemplo típico deste último caso é o do generalManuel Antonio Noriega que, colocado pela CIA no Panamá,tornou-se o homem forte das forças de segurança panamenhas,utilizando-as para os interesses criminosos dele e dos grupos queo contrataram (prisão e tortura de oponentes, contrabando,tráfico de armas e de drogas etc.)

Em muitos casos, as bases militares situadas em pontosestratégicos são postos ideais para o armazenamento e distribui-

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ção das drogas, dada a sua invulnerabilidade (observando-se umacoincidente e inquietante proximidade, por exemplo, entre basesnorte-americanas estratégicas e zonas de grande intensidade denarcotráfico – como em Açores, Portugal, e Frankfurt, Alemanha,onde foi preso o cônsul Walter Leitão, por tráfico de cocaína).

Aviões, submarinos, lanchas militares são transportadoresideais de entorpecentes como foi o caso dos aviões da força aéreanorte-americana sob comando da CIA que transportavam armasao Laos e Birmânia e voltavam carregados de ópio.

“Os Estados Unidos e a CIA favoreceram a formação de exércitosrebeldes no Laos e na Birmânia, sob a autoridade de comandantes locais(...) controlando a produção de ópio e da morfina (...) única moeda paracompra e fornecimento de armas liberadas pela CIA, cujos aviõestransportam, de volta, a droga. Esse arranjo (...) funcionou durante todaa guerra do Vietnã, alimentando os G.Is. e hoje perto da metade domercado mundial de heroína.” (Le monde Diplomatique, 25/4/90,artigo de Christian de Brie)

Militares brasileiros são outro bom exemplo, como seobserva no texto a seguir:

“Durante anos a rede brasileira funcionara sem obstáculos, demaneira clássica. A droga, transportada por cidadãos latino-americanosdisfarçados de turistas, desembarcava em Genebra-Coitrin. Daí eraencaminhada para Milão, vendida no mercado da Itália do Norte, emFrança e na RFA. Outros brasileiros traziam para a Suíça malascarregadas de capas de livros, de francos franceses, de deutschmarks.

“A rede tinha um banco preferido: o gabinete de câmbio do BancoMigros, no n.° 16, rue do Mont Blanc em Genebra. Foi aí que, durantedois anos, os transportadores esvaziaram as suas malas; somasequivalentes a 500 mil francos eram aí cambiadas duas vezes porsemana. Com uma tranquila regularidade, estas somas eram depositadasna conta n.° 13.277.201 – nome de código de “Austral” – do Banco

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Banesto Banking Corporation em Nova York. O títular da conta? Umasociedade brasileira com o nome de Walter Exprinter.

“É aí que o inquérito se detém: por detrás da Walter Exprinteresconder-se-iam – de acordo com as informações detidas pela justiçaitaliana e a DEA – generais do Exército brasileiro.” (Jean Ziegler, ASuíça Lava Mais Branco, páginas 71 e 72.)

Jornais e JornalistasÉ muito frequente os narcotraficantes contarem com

grande apoio nos meios de comunicação social, devido à forçaeconômica e política de que dispõem, seja junto aos donos dosjornais, emissoras de rádio e de TV, seja junto a alguns jornalistaschaves. Este apoio pode ser direto (construindo, através denotícias bem elaboradas, uma imagem de respeitabilidade parapessoas ligadas ao narcotráfico e difamando através do mesmorecurso, os que se opõem à atuação do narcotráfico) ou indireto(caso da imprensa suíça que, ao defender os impérios bancários,suas contas secretas – que possibilitam o branqueamento dodinheiro da droga – está fornecendo grande apoio aos traficantesde entorpecentes).

Os jornais servem também à promoção subliminar doconsumo de drogas. Os jornalistas mais visados pelos traficantessão, é claro, os correspondentes estrangeiros de menor impor-tância (os correspondentes de peso, jornalistas mais famosos nãosão abordados com facilidade). Aqueles correspondentes, devi-do à facilidade de locomoção, entrada e saída fácil dos países ,são subornados para se tornarem inclusive agentes do narco-tráfico, ou defensores dos narcotraficantes.

O próprio Jean Ziegler, depois que editou em 1976 o livroUma Suíça Acima de Qualquer Suspeita, que denuncia o seuimperialismo secundário contemporâneo e seu papel de recepta-dora dos capitais em fuga, graças ao segredo bancário e à conta

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com número, foi vítima de uma campanha de difamação pelaimprensa. Recentemente sua editora foi processada porEdmundo Safra, devido às denúncias feitas no seu livro.

Promotores públicos e procuradoresSão necessários para não acusar, ou para protelar a

acusação aos traficantes; e, simultaneamente, para abririnquéritos contra pessoas que combatem o uso de drogas;“acusação seletiva”: prendem os que atrapalham – os concorrentes– e protegem os de suas quadrilhas.

Um exemplo de perseguição feroz a pessoas “queatrapalham” o tráfico é o episódio ocorrido com nosso trabalhocientífico em Nova York, quando fomos acusados falsamentepela Promotoria Geral da República do Estados Unidos,justamente numa tentativa de impedir maiores investigações nocampo do narcotráfico, devido às denúncias que fazíamos.

“A corrupção (relativa às drogas, nos EUA) entre os agentes da lei(...) até promotores e juízes – está fora de controle”. (Philip Shenon,“Droga nos Estados Unidos é Sinônimo de Corrupção”, Diário deNotícias, 8/5/88).

JuízesSão importantes para absolver ou protelar processos

contra os mafiosos da droga e, ao mesmo tempo, indispensáveispara condenar duramente seus adversários; responsáveis pelo“julgamento seletivo”.

“Na cidade de Bellinzona (Suíça) inspetores da polícia (...)apreendem um estoque de morfina e heroína (...) que havia saído daTurquia. Sua detenção (...) permitiu que se chegasse aos responsáveispela Shakarchi Trading S.A. poderosa sociedade financeira de Zurique,com capacidade de manejar até 100 milhões de dólares por dia, suspeita

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de ter lavado o dinheiro da organização libanesa. Todos (os responsáveisde Shakarchi) residem na Suíça (...) com a melhor acolhida e espantosaproteção (...) da parte da polícia e da justiça que bloqueiam no mais altonível os pedidos de investigação. O vice-presidente da Shakarchi, HansKopp (...) é marido da Ministra da Justiça. Ele é também advogado deum dos maiores traficantes de armas e de heroína do mundo. Prevenidopela mulher, H. Kopp pede demissão e Shakarchi pode tomar decisões.Nem a firma, nem seu vice-presidente, nem os bancos, serão molestados”(Jean Ziegler, livro citado).

“O meio criminoso conseguiu, ao longo dos anos, tecer sua rede noseio do aparelho do Estado, manter sob ameaça ou chantagem ministros,parlamentares, altos funcionários, prefeitos, juízes, funcionários depenitenciárias, cuidadosamente escolhidos e colocados em postos-chaves ecuja carreira é mantida sob controle” (Le Monde Diplomatique, artigocitado).

Organizações paramilitaresDo tipo CIA norte americana, ou DEA, costumam aliar-se

a notórios traficantes ou corruptos (quando não, colocá-losdiretamente no poder). Por exemplo, a CIA, envolvida, oucausadora de inúmeros casos de corrupção e tráfico de drogasatravés do mundo, colocou no poder no Panamá, o generalNoriega. O “homem forte do Panamá” foi, desde 1950, agentecontratado da CIA recebendo um salário de 100.000 dólaresanuais pelos seus “serviços”. Apoiado pelos sucessivos governosnorte-americanos e diretorias da CIA, desde então, continuou aser pago por Bush quando este era diretor da CIA e durante aAdministração Reagan-Bush, tendo organizado em seu país ojogo, a prostituição, a corrupção política, a tortura, e tornado oPanamá centro estratégico para o contrabando de armas e otráfico de drogas. (Revista Expresso, 20/1/1990, pág. 4R, artigo“Noriega: a “lição” americana”, de Tony Jenkins, Nova York).

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Ziegler também comenta, em seu livro, as ligações de D.Pablo (principal chefe do Cartel de Medellin) com a DEA norte-americana (Jean Ziegler, A Suíça Lava Mais Branco, pág. 77).

Funcionários de Correiose Companhias Telefônicas

São úteis para violar correspondência de oponentes ouajudar na escuta telefônica dos adversários.

Ministros de EstadoMinistros, sobretudo os de Relações Exteriores (que

controlam as embaixadas e os consulados do mundo inteiro) e osministros da justiça (que se encarregam da punição aos crimes denarcotráfico e da chefia da própria Polícia Federal) são muitoprocurados pelos poderosos da economia dirigentes donarcotráfico internacional; são preciosos aliados, quandocomprados ou intimidados. Aliás, o próprio presidente Reaganestá sendo acusado em seu país de envolvimento no narcotráficointernacional (escândalo Irã-Contras), bem como está sendotachado ultimamente de corrupto pela própria mídia estaduni-dense (e está sendo questionado neste dossiê).

Um excelente exemplo do envolvimento de ministros como narcotráfico nos é mostrado nesta passagem do livro de Ziegler,onde o autor descreve o confisco dos castelos e propriedades dosnarcotraficantes do Cartel de Medellin pelo governo colombiano:

“No “Castillon Maroquin” (castelo marroquino) pertencente aCamilo Vapata Vasquez, um dos banqueiros do Cartel, ostelespectadores descobrem três piscinas gigantes, cujos fundos, bordos epranchas estão revestidos de palhetas de ouro. Outra descoberta, maisinquietante: o livro de hóspedes assinala os nomes de vários ministroscolombianos e estrangeiros, de chefes do exército e da polícia”.

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BancosSão apontados em todos os artigos e livros sérios sobre

drogas como os sócios fundamentais dos narcotraficantes; semos bancos, o narcotráfico seria quase impossível.

“Há muito tempo que os bancos lavam e reciclam o dinheiro dafraude fiscal, das transferências ilícitas de capital, do tráfico de armas, detabaco, álcool, de mercadorias, de comissões ocultas, de falsas faturas, defortunas pilhadas por tiranos e ditadores do mundo inteiro. Lavar ereciclar é justamente o problema dos traficantes. Bilhões de divisas,produto da venda, chegam em notas pequenas. É preciso depositá-las (...)transferi-las (...) lavá-las (...) reagrupá-las finalmente (...) tudo isso osbancos sabem fazer. Eles possuem redes mundiais equipadas para essefim. Em resumo os dois sócios (traficantes e banqueiros) têm necessidadeum do outro” (Le Monde Diplomatique, 25/4/90, Christian DeBrie, artigo citado).

Presidentes da RepúblicaO ex-presidente Ronald Reagan é acusado publicamente

de ter participado da venda de armas clandestinas ao Irã(escândalo Irangate). Sabe-se hoje que essas armas, fornecidasdiretamente pela Casa Branca, foram pagas com drogas (“O imãpagava (...) sobretudo em droga (morfina-base e heroína) (Jean Ziegler, ASuíça Lava Mais Branco, página 136).

Sabe-se, também, que “a venda secreta de armas ao Irã (...)serviu para financiar o equipamento dos “contras” nicaraguenses, o quepossibilitou um importante tráfico de cocaína entre a Colômbia e osEstados Unidos com apoio logístico dos agentes americanos. O negóciofoi conduzido na Casa Branca pelo Conselho de Segurança Nacional(...) em ligação com a CIA de William Casey” (Le MondeDiplomatique, 25/4/90, Christian de Brie, artigo citado).

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“Consideremos um aspecto (do escândalo Irangate): o embarquede mísseis Howk, americanos, de Israel para o Irã em 1985. A Casa Brancae várias agências de segurança estavam envolvidos no negócio. O presidenteReagan sabia dele” (Diário de Notícias, 1/5/90, artigo “O Veredicto SobreReagan” Antony Lewis, DN/New York Times).

Do mesmo modo, o presidente norte-americano, George Bushfoi diretor por muito tempo desta mesma CIA tão profundamenteentranhada no narcotráfico internacional. Razão pela qual a suarecente guerra contra o tráfico de drogas tem sido vista como algo semseriedade, mais um golpe publicitário ou ato circense (RevistaExpresso, 20/1/90, Tony Jenkins, artigo citado).

Segundo esse autor, o ditador panamenho Noriega,consabidamente um narcotraficante internacional, foi apoiadodiretamente por Bush, tanto na gestão deste como diretor da CIA,quanto em seu mandato como vice-presidente dos Estados Unidos.Aliás, Noriega (que havia deixado de receber seu salário anual deagente da CIA na administração Carter) foi recontratado exatamentena Administração Reagan.

Com relação ao comprometimento do governo americano eda classe econômica dirigente (banqueira) com o narco-tráficointernacional, as citações a seguir darão ao leitor uma ligeira idéia.

Governo dos Estados Unidosda América

“Os Estados Unidos pretendem fazer-se passar por grandescampeões da luta contra o tráfico de drogas e chegam ao ponto de“justificar” a intervenção do Panamá com o argumento de que se pretendeimpedir este tráfico.

“No entanto, nas zonas do Afeganistão controladas pela oposiçãocom o apoio do Paquistão e dos Estados Unidos, produzem-se seiscentastoneladas de droga por ano. Nassir Akmed, do ministério afegão da

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Segurança, afirmou recentemente que o Partido Islâmico do Afeganistãoe outras organizações antigovernamentais estão intimamente ligadas ao“negócio” e incentivam os camponeses a cultivar a papoula que permiteproduzir o ópio. Hoje o Afeganistão é um novo centro mundial de droga– disse-nos Akmed. Os extremistas e a máfia internacional criaram umsistema de transportes via Paquistão que assegura a chegada do produtoà América do Norte e aos países da Europa Ocidental. São osdestacamentos armados da oposição que transportam a droga para oPaquistão, onde é transformada e depois levada em pequenos barcos atécargueiros de maior porte que a aguardam em águas neutras” (RevistaVida Soviética, abril 1990).

Este artigo mostra que são políticos, mafiosos, militares,paquistaneses e norte-americanos, os responsáveis por mais estecentro mundial de narcóticos. Por que Bush não se mobilizoupara desmantelá-lo? Será que as drogas estão sendo trocadas porarmas, como no caso do Irã? Daria esta atividade lucros aosEstados Unidos? Seria então o desmantelamento da rede daColômbia e do Panamá simples eliminação de concorrentes?

Bancos AmericanosApreensões feitas durante a invasão americana no

Panamá, o interrogatório de Eduardo Martinez – umfinanciador do cartel de Medellin recentemente extraditado paraos Estados Unidos – e finalmente as informações fornecidaspelos governos colombiano, uruguaio, suíço, luxemburguês,canadense, austríaco e britânico levaram (ou obrigaram?) odepartamento da Justiça americana a lançar uma “vasta ofensiva”contra a lavagem dos lucros da droga nos E.U.A. O que se passouentão é descrito pelo jornal Liberation, de 19/4/90:

“O Attorney General Dick Thornburgh anunciou a apreensão dosdocumentos correspondentes a 750 contas bancárias e o congelamento deoutras 684 contas, ordenados por um juiz de Atlanta. A investigação vai

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estender-se por 23 Estados, mas a maior parte dos estabelecimentos emquestão encontra-se em Miami e Nova York, onde as contas suspeitas nosmaiores bancos do país Citibank, Chase Manhattan, Bankers Trust,Morgan Garanty vão ser passados pelo pente fino pelos agentes federais.Estes estabelecimentos, no entanto, não são suspeitos (para o governoamericano) de terem participado conscientemente (com plenoconhecimento) das operações de lavagem. (...)

“Porém esta ação da Justiça parece sobretudo um golpepublicitário (...) Até agora, as únicas apreensões efetivas do FBI e daDEA têm um montante de 20 milhões de dólares nas contas de Miami e15 milhões nos bancos de Nova York. O que representa apenas 0,03%dos 110 bilhões de dólares (cifras fornecidas pelo Departamento doTesouro) gerados pelo comércio da droga no território norte-americano. Oque torna o triunfo bem modesto”. (Liberation, 19/4/90, FredericFillow).

O artigo acima é bom para mostrar vários fatos:

• a participação dos grandes bancos americanos na lavagem ebranqueamento do dinheiro proveniente do narcotráfico;

• o pacto do governo norte-americano com os banqueiros,ao se considerarem os estabelecimentos bancários nãosuspeitos de cumplicidade (presunção de inocência),quando a função do Attorney General seria abrir uminquérito para averiguar se havia ou não participaçãovoluntária e consciente no tráfico de drogas por partedesses bancos;

• o gesto teatral, publicitário, que tem caracterizado as açõesgovernamentais anti-droga nos Estados Unidos; (“golpepublicitário”, segundo o jornalista francês).

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A "LAVAGEM" DE DINHEIRO

“A verdade é que os bancos não apenas não fogem do dinheiro da

droga como também atiram-se numa concorrência encarniçada para

captá-lo”, lembra Christian de Brie.

Os três sócios:

No comércio internacional das drogas há três sóciosigualmente importantes:

Primeiro sócio: as organizações criminosas que controlam atransformação, o transporte e o comércio atacadista, como os agentesda CIA e DEA norte-americana, os cartéis colombianos de Medelline Cali para a cocaína, as tríades chinesas de Hong Kong para aheroína do Triângulo de Ouro da Asia e a máfia siciliana para aheroína do “Crescente de Ouro” no Próximo Oriente;

Segundo sócio: representado pelo meio econômico (bancário efinanceiro). Faz a lavagem e reciclagem do “dinheiro da morte”.

Terceiro sócio: representado pelo meio político que dá suporte àprodução e ao tráfico da droga, à lavagem e reciclagem do dinheiroatravés de inúmeras leis que protegem os narco- traficantes e osegredo bancário (ministros, juízes, parlamen- tares, governadores,presidentes etc.).

“O crime organizado é apenas um dos participantes do comércio deestupefacientes (ao lado dos bancos e dos governos) (...) O comércio da drogafunciona baseado numa sociedade de três participantes: o mundo dostraficantes, o mundo dos negócios e o mundo político (...) A repressão do

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comércio ilícito de estupefacientes até o presente atingiu sobretudoconsumidores e produtores. Portanto, o mercado continua dominado pelocrime organizado e por seus aliados indispensáveis sem os quais não podeprosperar: os bancos e os meios políticos.” (Le Monde Diplomatique,“Quem Lucra com o Tráfico de Narcóticos. Esses Banqueiros,Cúmplices do Tráfico de Drogas”, Christian de Brie, 24/4/90).

O Papel do Segundo Sócio:De acordo com o jornalista do Le Monde Diplomatique, “O

segundo sócio – o mundo dos negócios, incluindo aí a rede bancária efinanceira internacional – é que é difícil de se aceitar que possa colaborarcom o anterior (o mundo do crime) (..) Seu papel real e sua implicação sãomenos conhecidos e, sem dúvida, menos colocados ao público (...) Qualquerque seja a atividade, a partir digamos de um milhão de dólares, nada escapaaos banqueiros (...) Durante séculos, financiou as conquistas coloniais, otráfico de escravos, as guerras, assassinatos. Neste cenário, o tráfico de drogasnão é o mais do que um mercado como outro qualquer”.

O mundo financeiro promove a lavagem e a reciclagem dodinheiro recolhido nas ruas até chegar à sua aplicação em empresasrespeitáveis. O dinheiro das vendas de droga chega em notaspequenas. É depositado como receitas fictícias das mais diversasempresas, ou como depósitos anônimos em contas numeradas,feitos por advogados agentes de câmbio num banco complacente.A seguir o dinheiro vai ser transferido para uma conta aberta numbanco, por uma sociedade respeitável, através do pagamento defaturas ou de um empréstimo aparente. Termina aqui a lavagemdo dinheiro que volta ao seu depositário de origem. Vai ser entãoaplicado nos mais diversos setores: investimentos financeiros,investimentos na indústria (têxtil, de automóveis), compra debônus, no setor imobiliário, como bem explica de Brie:

“Há muito tempo que os bancos lavam e reciclam o dinheiro (...)Lavar e reciclar é justamente o problema dos traficantes. Bilhões de

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dólares, produto da venda, chegam em notas pequenas. É precisodepositá-las em pequenos maços em contas abertas, agrupá-las em outrascontas em nome de intermediários complacentes, advogados, consultores,agentes de câmbio, agentes de serviços, depois transferi- las paraestabelecimentos protegidos pelo segredo, lavá-las por uma circulaçãointerna, transferi-las para múltiplas praças através do mundo,reagrupá-las e finalmente exibi-las dentro de sociedades de fachada, queinvestirão em atividades legais ou que concederam “empréstimos” semdevolução àquele que enviou o dinheiro, o depositário de origem, parafinanciar suas operações. (...) Tudo isso os bancos sabem fazer. Elespossuem redes mundiais equipadas para este fim e gozam de umprivilégio extraordinário: o segredo em relação a terceiros, incluindo-se aí oEstado, sobretudo nos chamados paraísos fiscais, que deveriam ser maisadequadamente denominados paraísos da criminalidade, versão modernadas ilhas e portos onde os piratas acumulavam suas pilhagens” (Chiristiande Brie, Le Monde Diplomatique, 24/4/90).

A eficácia da lavagem relaciona-se diretamente com amultiplicação das contas intermediárias e sua dispersão geo-gráfica. Através do jogo das transferências bancárias, o dinheirodesloca-se por centros como Nova York, Los Angeles, Zurique,paraísos fiscais, e volta para a origem.

Seguir o caminho de volta da lavagem do dinheiro – doinvestimento financeiro feito por uma sociedade respeitável parao dinheiro recolhido nas ruas pelos “dealers” – é quase impossível.São linhas emaranhadas que se cruzam, e há barreirasintransponíveis que são as leis do segredo bancário feitasexatamente para dar essa proteção.

A importância do “segundo sócio”:Para se ter uma idéia da dimensão do envolvimento do

mundo bancário-financeiro e dos negócios no suporte, incentivo

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e incremento do comércio ilícito dos estupefacientes, bastaexaminar alguns textos, a seguir:

“Pascal Auchlin constata: “são milhares de milhões de francossuíços (provenientes do tráfico internacional da droga) que alimentam eapodrecem a economia suíça. A torrente de narco-dólares é o rio quealimenta a terra suíça (...) As vagas arrastam três tipos de dinheiro: odinheiro limpo, fruto das transações normais e lícitas; o dinheiro cinzento,produto da evasão fiscal das classes dirigentes francesa, italiana, alemã,escandinava; ou fruto dos desvios fraudulentos praticados por inúmerosdirigentes do Terceiro Mundo; finalmente o dinheiro negro, ou dinheirosujo, de longe o mais importante. Os emires suíços (donos de bancos)acolhem todos os anos – camuflam, “lavam” e reinvestem – milhares demilhões de dólares, espólio das redes internacionais do tráfico da droga, doarmamento e de outras atividades criminosas” (Jean Ziegler, A SuíçaLava Mais Branco, Ed. Inquérito, Lisboa, 1990, página 15).

“A Suíça e alguns outros paraísos fiscais, são criações artificiais,cuja independência ou autonomia é fictícia. (...) Suas atividadescriminosas só se desenvolvem e perduram pela vontade das grandespotências, do mundo dos negócios e dos bancos, que tiram daí lucrosilícitos. Todas as grandes multinacionais e estabelecimentos financeirostêm aí dezenas de filiais (...) Foi constatando a extraordináriaproliferação nos últimos anos, de bancos de todas as nacionalidades emPalermo, Catane, Sicília, Miami e Los Angeles que investigadoresitalianos e americanos adquiriram a convicção de que essas praçastinham se tornado centros do tráfico de heroína e de cocaína”(Christian de Brie, art. cit.)

Como é feita a “lavagem” do dinheiro:Através de um fluxograma incluído neste capítulo, o leitor

pode ter uma compreensão melhor de como se processa a“lavagem” ou “branqueamento” do dinheiro sujo. À medida que

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for lendo o texto a seguir, o leitor pode ir comparando com ofluxograma, para um entendimento mais claro.

O dinheiro coletado com a venda das drogas na rua (ou nocomércio atacadista e grossista) pode descrever vários caminhos:

1. Ser depositado diretamente numa conta bancária,sendo posteriormente “lavado” pelo banco.

Normalmente, pensa-se que o depósito direto só pode serfeito em alguns países e em certos bancos complacentes.

Ingenuamente, acredita-se que nos Estados Unidos, porexemplo, ninguém se atreveria a depositar os milhões de dólaresprovenientes da venda de drogas, porque existe uma leiestabelecendo que qualquer pessoa para depositar mais do quedez mil dólares, é obrigada a se identificar e a provar a origem legaldo dinheiro.

Ora, tal idéia é uma fantasia, pois, na verdade, o dinheiroilícito pode ser (e é) depositado facilmente, até sob nome falso, emqualquer país do mundo e praticamente em qualquer banco,principalmente nos Estados Unidos.

Neste país, segundo dados oficiais do seu próprioDepartamento do Tesouro, são lavados anualmente na redebancário-financeira um total estimado de 110 bilhões de dólaresprovenientes do comércio ilícito de estupefacientes (o quecorresponde a 1/5 do total estimado mundial).

O que é feito abertamente em países conhecidos como“paraísos fiscais” é feito facilmente, mas camufladamente, nos EUA.

Os bancos têm muitos mecanismos para burlar leisrestritivas às suas operações. Tal fato fica bem esclarecido nodepoimento abaixo, prestado por D.F.M., administrador deempresas, que trabalhou como analista financeiro da diretoria deum conhecido banco, em Nova York, de 1984 a 1988:

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“Desde o início de meu treinamento no banco em Nova York, euouvia o termo “IBF”, que significa International Banking Facilities(Facilidades Bancárias Internacionais).

“As transações feitas através do IBF eram sempre feitas em“eurodólares” ao invés de “Fed Funds” usados em operações normais (...)

“O IBF funciona com seu próprio sistema contábil, não sujeito àfiscalização e controle do Federal Reserve Bank (Banco Central dosEstados Unidos), como se fosse um banco estrangeiro dentro do bancoamericano.

“(...) Isto significa que qualquer pessoa não residente nos EUApode depositar uma grande quantia em dinheiro vivo, tranquilamente,através das operações IBF.

“(Numa operação normal – “Federal Funds” – a pessoa poderiadepositar somente até dez mil dólares no mesmo dia sem ter que reportarisso; ninguém poderia depositar ou tentar depositar mais do que essaquantia sem ser perfeitamente identificado).

“No banco em que eu trabalhava em Nova York, eram vistaspessoas que depositavam largas somas de dinheiro vivo.

“Também no Departamento de Contas Estrangeiras, grandesdepósitos eram feitos por clientes, sempre sob nomes falsos, através do IBF,nunca através das contas gerais do banco ( ..)

“Por causa dessa falta de controle e o contato direto que o IBF temcom os bancos estrangeiros, acredito que é um instrumento extremamenteeficaz para enviar dinheiro das drogas de Nova York para o Exterior.

“(...) A maioria das operações em IBF no banco em que eutrabalhava na ocasião, eram feitas através de agências em Nassau,Bahamas e Granel Cayman, Cayman Islands.

“Isto nada teria demais, se não fosse um pequeno detalhe: estasagências simplesmente não existiam! Em outras palavras, existiam só nopapel.”

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Muitas vezes os depósitos diretos, de quantias superiores a 10mil dólares, são efetuados até mesmo em “Fed Funds”, com o bancoarriscando-se neste caso a, na pior das hipóteses, levar uma multanormalmente irrisória.

“O Bank of America, o segundo dos Estados Unidos, pagou 4,7milhões de dólares, a maior multa registrada até hoje, pela ocultação de 17 mildepósitos superiores a 10 mil dólares. E, já em junho do ano passado, o ChaseManhattan, o Manufacturers Hanover, o Chemical Bank e o Irving Trusthaviam pago multas entre 210 mil e 360 mil dólares pela mesma razão.”(Cadernos do Terceiro Mundo, n° 91, Julho/86, pág.71).

Acerca das operações em eurodólares, a revista comenta oseguinte:

“Uma parte substancial dos vultosos lucros da máfia (italiana) élavada em eurodólares que, como se sabe são transações contábeis de moedaque fisicamente permanece nos Estados Unidos. (...) O destino final dosrecursos são invariavelmente os bancos de Wall Street, através do circuito doseurodólares, o eixo Zurique-Nova York.”

Há, ainda, à disposição dos narcotraficantes, os chamados“paraísos fiscais”, onde podem depositar qualquer quantia, àvontade, sendo inteiramente protegidos pelo segredo bancário. NaSuíça, por exemplo, vários autores comentam que nos doisaeroportos intercontinentais do país em Zurique-Kloten e emGenebra-Cointrin, os principais bancos e casas de câmbiomantêm balcões no hall de partida e na sala de trânsito,permitindo a qualquer pessoa, traficante ou não, efetuar suastransações bancárias sem nunca passar por uma alfândega ou umcontrole policial. Os bancos suíços possuem ainda, no subsolo,amplas garagens para acolher os agentes da morte ou os seusemissários; estes são recebidos à saída do avião e conduzidos numMercedes preto, com as cortinas todas fechadas, ao subsolo dobanco; daí vão para o andar da direção, voltando a sair pelomesmo caminho.

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Normalmente os donos e responsáveis pelos bancos esociedades financeiras alegam desconhecer a origem do dinheiroque depositam. Entretanto, opõem-se encarniçadamente aqualquer projeto de lei que obrigue o depositante a declarar aorigem e o destino do dinheiro depositado ou que tornem claras etransparentes para o Estado e pessoas interessadas, as operaçõesque realizam.

Na prática, se tais medidas fossem adotadas, os criminososseriam facilmente descobertos. Todas as evidências mostram queos banqueiros sabem muito bem quem está depositando e qual é aorigem do dinheiro depositado; por isso mesmo, cercam osdepósitos e as contas dos depositantes de todo o segredo possível.

“A verdade é que os bancos não apenas não fogem do dinheiro dadroga como também se atiram numa concorrência encarniçada paracaptá-lo” lembra de Brie (art. Cit.).

2. Depósitos indiretos com auxilio de um intermediário,como mostra o fluxograma: podem ser feitos através deadvogados agentes de câmbio exterior, ou como receitas fictíciasobtidas em cassinos, companhias distribuidoras de filmes e outrasempresas.

Ziegler, em sua obra já citada, diz que o agente da mortedesejoso de branquear o seu dinheiro na Suíça, dirige-se emprimeiro lugar a um gabinete de advogado, que abre uma conta amandado, fiduciariamente.

Isto quer dizer que só o advogado assina os documentos deabertura da conta em seu próprio nome, ao mesmo tempo em queindica estar atuando a mandado de um cliente. Recusará dizer onome deste cliente, invocando o segredo profissional.

O autor comenta também o fato de muitas vezes osnarcotraficantes utilizarem, para uma espécie de “pré- lavagem”, associedades financeiras, gerentes de fortunas, negociantes dedivisas, fiduciárias.

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Estas sociedades não estão sujeitas a qualquer controle,nem mesmo à simbólica vigilância da Comissão Federal dosBancos, encarregada teoricamente de vigiar as regras mínimas daprática bancária vigentes na lei federal sobre os bancos e ascadernetas de poupança.

“Estes institutos, chamados coletivamente “sociedades financeiras”exercem um grande poder de atração sobre os agentes da morte.Contrariamente aos bancos, não dispõem de infraestrutura tecnológica,da rede mundial de sucursais, dos conhecimentos do sistema decomunicação, do acesso às bolsas etc., indispensáveis à reciclagem dosmilhares de milhões de narcodólares.

A sua função é mais modesta, mas todavia essencial: acolhem opecúlio dos traficantes, procedem a uma primeira lavagem, abrindo em seunome, junto dos bancos – com o dinheiro sujo mas fiduciariamente tratado– depósitos, contas numeradas, cadernetas de títulos, etc. Fornecem destemodo um duplo anonimato ao traficante” (pág. 91).

O agente da morte pode também depositar seu dinheiro“pré-lavado” por um cassino, como se fosse um ganho de aposta,ou por companhias de distribuição de filmes ou outras, como sehouvesse efetuado uma venda com os devidos recibos, àquelacompanhia.

3. Como o banco procede à lavagem: De posse dodinheiro da droga, a instituição bancária pode transferir os fundospara empresas fantasmas (corporações fictícias) “localizadas”sobretudo nos paraísos fiscais como Ilhas Cayman, Bahamas,Nassau e Antilhas Holandesas.

O dinheiro depois retorna, “lavado”, ao depositante, comose fosse retorno de investimento, pagamento de faturas etc., sendoaplicado em nome de uma respeitável companhia, no banco einvestido em títulos imobiliários, títulos do tesouro, indústrias einstituições financeiras.

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Desse modo, o narcotraficante pode justificar ao Estado eperante a lei, a origem perfeitamente limpa e legal de seu dinheiro,proveniente de aplicações em empresas legalmente estabelecidas eem negócios lícitos.

O dinheiro pode ser também encaminhado a umasociedade financeira que depois o “empresta” ao depositante deorigem (dívida que nunca deverá ser paga).

Tendo em vista que os bilhões de dólares provenientes dadroga estão sendo aplicados na compra de Títulos do Tesouro(ações governamentais) isso mostra o quanto muitos governos(EUA) encontram-se literalmente nas mãos das máfias donarcotráfico (dependência econômica).

O mesmo sucede com outros setores da economia.

4. Que bancos estão implicados

No mundo inteiro bancos aceitam o depósito e a retirada demilhões de dólares sob uma conta numerada ou um nomeemprestado. Não se interessam em saber nem a origem nem odestino desse dinheiro.

Fica muito difícil definir quais os bancos que não estãoimplicados, mas entre os mais citados em livros e na imprensaestão: Chase Manhattan, American Express, Banco LouisDreyfus, Algemene Bank Nederlande, Crédit Suisse, Union desBanques Suisses (UBS), Banque de Credit et CommerceInternational (BCCI), Nugan Hand Bank, Banker’s Trust, CityBank, Trade Development Bank, Merril Lynch, ManufacturersHanover, Chemical Bank, Irving Trust, Bank of America, entreoutros.

Segundo o jornal Le Monde (n° 174, fev/90), os principaiscentros de lavagem de dinheiro são:

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Na Europa: Zurique, Lichtenstein, Luxemburgo, Ilha deMan, Jersey, Antilhas Holandesas, Mônaco, Andorra, Gibraltar,Vaticano.

No Pacífico: Hong-Kong, Macau, Tailândia, Singapura.

Nas Américas: Montevidéu, Ilhas Virgens, Panamá, Turkse Caicos, Brasília, Rio de Janeiro, Cayman, Bahamas, Miami,Houston, Los Angeles, Toronto, Nova York.

Acreditamos que a economia americana, atualmente,baseia-se no milionário “business” dos tóxicos em âmbitointernacional. Entidades como a CIA, FBI e DEA teriamparticipação ativa nesse alto negócio.

Christian de Brie (Le Monde Diplomatique, 24/4/90) observaque o Nugan Hand Bank (sede em Sydney), cuja principalatividade é a reciclagem do dinheiro do tráfico de drogas e armas,possui em seu quadro de funcionários um grande número deantigos agentes da CIA. O conselheiro jurídico do banco, WilliamColby, é um dos ex-chefes da CIA.

Durante a guerra do Vietnam, os agentes da CIA vendiamarmas aos exércitos rebeldes do Laos e da Birmânia (quecontrolavam a produção do ópio no Triângulo de Ouro) erecebiam de volta ópio e morfina.

A rede montada na época funcionou durante toda aguerra, e hoje cobre a metade do mercado mundial de heroína. Odinheiro era lavado no Nugan Hand Bank e financiava asatividades clandestinas da CIA pelo mundo.

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A GUERRA DASMULTINACIONAIS

DA DROGA CONTRA OS QUESE OPÕEM AO

NARCOTRÁFICO

“Os barões da droga formam um Estado dentro do Estado. As

suas armas: plata y plombo (prata e chumbo). Quer corrompam, quer

matem.” (Jean Ziegler)

Para atuar livremente e sem punições, as multinacionaisda droga precisam se defender de: 1) concorrentes; 2) pessoasverazes (em qualquer profissão), políticos, policiais corretos,juízes imparciais, pessoas idealistas, isto é, justamente aquelesque têm valor. Ao iniciarem suas atividades, automaticamentedeflagram uma guerra contra estas pessoas. Não há paz possível,pelo simples motivo de que os negócios da droga já constituemum ataque ostensivo à população.

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As multinacionais do crime organizado utilizam duas armas: acorrupção e a violência, como bem expressa Ziegler em seu livro ASuíça Lava Mais Branco:

“Os barões da droga formam um Estado dentro do Estado. As suasarmas: plata y plombo (prata e chumbo). Quer corrompam, quer matem”(Jean Ziegler, A Suíça Lava Mais Branco, pág. 74, Editorial InquéritoLtda., Lisboa, 1990)

Frequentemente, os narcotraficantes usam as duas formasconjuntamente: oferecem dinheiro ao juiz, policial, legislador etc., etambém uma foto de sua família (mulher, filhos) acompanhada deum pequeno caixão. A opção é da pessoa: ou ganha mais e cala-se, ouperdem a vida os seus entes queridos. Muitos calam-se, muitosdemitem-se, outros resistem e são perseguidos e assassinados.

Tal fato está muito bem descrito no livro de Jean Ziegler, jácitado:

“Mônica de Gried, 36 anos (...) é o sexto ministro da Justiça (daColômbia) desde 1986, início do mandato de Barco (presidente colombiano).Um de seus predecessores, Rodrigo Lara Bonnillo, foi assassinado pelossicários; um outro, Enrique Parijo, gravemente ferido. Os outrosministros da Justiça (...) aderem sucessivamente à chantagem: o carteltem o hábito de enviar uma fotografia da família e um pequeno caixão emmadeira negra às suas futuras vítimas. Um a seguir a outro, os ministrosdemitiram-se (...) Depois do assassinato de 18 juízes em dois anos,Mônica organiza “casas-fortes” onde trabalham, vivem com a família (ejulgam) os juízes encarregados dos casos dos narcotraficantes. A 22 desetembro, todavia, Mônica de Grief rende-se: demite-se e refugia-se com afamília nos Estados Unidos.”

A verdade é que com estas armas de sedução e de coerção,as transnacionais da droga conseguiram montar uma redeinternacional de “colaboradores”, entre diversas profissões,como policiais, juízes, promotores, agentes de alfândega,embaixadores, cônsules, ministros (e até presidentes),

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funcionários de companhias aéreas e de navegação e mesmojornalistas, conforme explicamos detalhadamente no capítulo“Quem são os responsáveis pelo tráfico da morte”. Estes aliados sãofrequentemente usados para perseguir oponentes.

Sutileza ou violênciaQuando uma pessoa é incorruptível e corajosa, quando

por idealismo combate abertamente as drogas, de forma pública(revistas, jornais, TV etc.) os cartéis da droga utilizam o recursoda violência, que pode assumir vários graus: ataques apropriedades (explosão de automóveis, incêndio de casas,destruição de uma herdade); ataque físico (espancamento,tortura), ou assassinato puro e simples (preferivelmente porformas brutais.)

“Desde 1982, os barões da droga da Colômbia mandaramassassinar 18 mil pessoas, entre as quais 221 juízes e mais de 2.000polícias”, afirma Ziegler, em seu livro citado, página 74).

Mas os cartéis do narcotráfico também conhecemviolências mais requintadas: a difamação do combatente dadroga pela imprensa paga (através de seus aliados nacomunicação social), ou até por livros (escritores mercenários).Já Konrad Lorenz prêmio Nobel, no seu livro Civilização e Pecado,afirma o seguinte: “Os que tentaram erguer sua voz contra autilização de substâncias tóxicas foram reduzidos ao silêncio edesacreditados de maneira infamante.” (Lorenz, Konrad, CivilizaçãoPecado, Rio de Janeiro, Editora Arte Nova S/A, 1974).

Ou então, corrompem policiais para escutar eletronica-mente e vigiar os passos de seus oponentes; diplomatas, paraajudá-los a perseguir os opositores (negar vistos, difamar etc.);agentes de alfândega, para armar ciladas e prender pessoas sobqualquer acusação falsa; juízes, promotores e advogados paraprendê-los.

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Com isso podem encerrar por 20, 30 anos ou para sempre,na cadeia, justamente aqueles que deviam estar livres paraprendê-los. Além disso, contam com leais funcionários, dentrodas penitenciárias, que podem infligir maus tratos, torturas, e atéassassinar suas vítimas, tudo sob os auspícios da lei.

Onda de mortesOs seguintes fatos ilustram um pouco o que está

ocorrendo em vários países com as pessoas que se opõem à ondamortífera do narcotráfico internacional:

Kempf:assassinado

Na Bolívia, em 1986, o professor Noel Kempf, sábio derenome internacional, foi assassinado em Huanchacha, nosacessos da maior fábrica de cocaína jamais descoberta no país.

“Em setembro de 1988, seu filho denunciou a aparição de umanova fábrica na região, sem que nem as autoridades nem os serviçosanti-droga dos Estados Unidos presentes na Bolívia (DEA) se importassemem verificar esta informação” (conforme revista Croissance des JeunesNations, n° 219, Setembro de 1988, página 21).

Buendía:assassinado pela Polícia Federal mexicana

No México, o conhecido jornalista Manuel BuendíaTellezgirón, autor do livro La Cia en México e de uma longa sériede denúncias sobre atividades de contrabando de armas e tráficode drogas, também terminou sua vida assassinado, em 30 demaio de 1984, fato que a revista The Democratic Journalist, deAbril de 1990, comenta nestes termos:

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“A integridade de Buendía como jornalista permitiu-lhe nãosomente confrontar sua própria morte – ele disse em várias ocasiões quepoderia ser assassinado – mas a levar mais longe seus esforços para lidarcom problemas como corrupção, contrabando de armas, tráfico de drogas,as ameaças estratégicas à paz mundial implementadas pela CIA (...)

“Na introdução de seu livro A CIA no México, ele escreveu que“investigar e trazer à luz o pessoal e as ações da CIA no México é um dosmais importantes deveres em minha vida como jornalista. Nós dividimosa crença que são estrangeiros no México, engajados em espionagem,assassinatos, subversão, fraude e corrupção, então eles são perigososinimigos que devem ser desmascarados, condenados e, se possível,capturados. Com um objetivo em mente: que eles saiam daqui.”

Devido a pressões ininterruptas de associações de direitoshumanos, da União dos Jornalistas Democráticos e da FundaçãoBuendía, depois de cinco anos os presumíveis responsáveis pelocrime foram detidos, em 14 de Junho de 1989.

“O autor do crime não era outro senão José Antonio Zorilla(chefe da Agência de Segurança Federal) e os atuais assassinos erampoliciais sob seu comando” (finaliza a revista).

A cruzada de Bob Kennedycontra o crime organizado

A revista Newsweek, de 9 de maio de 1988, no artigo“Relembrando Bob”, traz a seguinte referência:

“Como ministro da Justiça, Robert Kennedy forçou o FBI adesempenhar um papel mais ativo nos direitos civis e no crimeorganizado. O diretor do FBI, Edgard Hoover, não gostou da novaorientação, mas ele não poderia ignorar um ministro da Justiça que eratambém o irmão do presidente” (Página 43).

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Em suas próprias palavras, o candidato a presidenteassassinado narra assim esse episódio:

“Eu trabalhei de perto com o FBI quando eu era conselheiro para oRackets Comitê do Senado. Depois da reunião (dos chefes do crime) emApalachin (Nova York) ao qual compareceram 70 pessoas, eu requeri asfichas de cada um deles e eles não tinham qualquer informação, eu penso,sobre 40. Talvez alguns recortes de jornais. Mas nada além daquilo. Euenviei o meu requerimento para o Bureau de Narcóticos e eles tinhamalguma coisa sobre cada um deles. O FBI não sabia qualquer coisa,realmente, sobre estas pessoas, que foram os maiores gangsters dosEstados Unidos. (O FBI) tomou a posição de que não havia qualquercoisa como crime organizado nos Estados Unidos. O Bureau deNarcóticos disse que havia.

“Quando eu me tornei ministro da Justiça, eu parti do princípio deque havia tal coisa ... Eu disse: “Isto é no que nós vamos nos concentrar... e eu quero isso feito” (...) Eu disse para que fossem dentro daquilocomo eles foram no Partido Comunista”.

Luther King:outra vítima dos mesmos criminosos

De acordo com esse mesmo livro, o rev. Marthin LutherKing foi morto também em 1968, com dois meses de diferença deBob Kennedy, porque “falou contra o abuso da Máfia no interior daszonas pobres da cidade”.

Colômbia:30 mil mortes em 3 anos

O jornal Le Monde, traz a notícia intitulada “Colômbia. Amorte, indústria florescente e próspera”, na qual se afirma o seguinte:

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“Com 30 mil vítimas estes três últimos anos, o comércio da morteestá em plena expansão (...) 42% dos enterros praticados no sul deBogotá – aqueles dos pobres – provêm de mortes violentas. O InstitutoMédico Legal tem visto seus efetivos passarem de 320 a 840 porque onúmero de mortes para autópsias que ele aceita a cada dia lhe deixamenos trégua e descanso. Bogotá realiza por volta de 20 autópsias por diae Medellin cerca de 25. Nada espantoso que uma verdadeira indústriada morte tenha tomado raiz na Colômbia. A razão de 30 mil vítimas nocurso dos três últimos anos, ela representa um dos negócios lícitos dosmais prósperos.’

O poder à base de ameaçasA revista brasileira Manchete de 8 de janeiro de 1990, trouxe a

seguinte notícia:

“Em 1988, a revista Fortune registrava que um dos chefões do Cartelde Medellin, Gonzalo Rodrigues Coche, movimentava 10 bilhões de dólares,colocando-se, assim entre as 50 maiores corporações do mundo (...) Oinevitável respaldo de tanta riqueza passou a ser o poder político. (...) NaBolívia acredita-se que 20% da força de trabalho, (...) cerca de 1 milhão e 700mil pessoas, vivem da economia clandestina da coca. No Peru a proporção ésemelhante (...) Na Colômbia, 9% de 11 milhões, constavam da folha depagamento dos barões da cocaína (...) Esse império milionário mantém-se àbase de ameaças e de seguidos assassinatos.”

Ministra colombiana:renunciou temendo as ameaças

É ainda da Revista Manchete, citada acima, este comentário:

“Em agosto de 89 o poderio dos barões da coca na Colômbia chegava atal ponto que a ministra da Justiça, Mônica de Grief resolveu abandonar ocargo, dada as ameaças que vinha recebendo.”

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Galan:o candidato a presidente, assassinado

“Na praça principal do burgo rural de Soacha, situada a poucosquilômetros de Bogotá, o senador Luis Carlos Galan, 46 anos, candidato àpresidência da Colômbia, realiza um comício eleitoral, na sexta-feira, 18 deagosto de 1989, no fim da tarde. Galan é um inimigo declarado dos barões doCartel de Medellin. Sobe os poucos degraus. A multidão, alegre, excitada,afetuosa, aplaude-o sem fim, lança-lhe vivas ao som de guitarra. Galan sorri,ergue os braços ... e cai, com o rosto e o corpo trespassado por dezenas de balas.Os assassinos perdem-se na multidão. Pertencem aos serviços ditos desegurança do Cartel de Medellin” (Jean Ziegler, A Suíça Lava Mais Branco,pág. 73, Editorial Inquérito Ltda., Lisboa, 1990).

Olof Palme:morto pela CIA por saber demais sobre o Irangate

Na itália, dois ex-agentes da CIA, em entrevista à RAI (televisãoitaliana) declararam que a loja maçônica P-2 foi financiada pelaagência americana para facilitar o desenvolvi- mento do terrorismo naItália. O jornal francês Liberation noticiou esse fato:

“Richard Brancke (um dos agentes) tinha acusado ultimamenteGeorge Bush no escândalo do Irangate. Tinha remetido ao jornalista da RAIdiversos documentos, entre os quais uma lista de nomes de pessoas operantesnas sociedades que serviam para lavar o dinheiro do tráfico de armas e dedrogas entre os Estados Unidos e a Suíça. (...) As afirmações de IbrahimRazzin (ou outro agente) eram ainda mais rocambolescas. Olof Palme,Primeiro Ministro da Suécia, teria sido assassinado (pela P-2, apoiada pelaCIA) porque estava ao par do tráfico ilegal de armas à época da guerraIrã-Iraque.”

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A tentativa de assassinarKeppe e Pacheco

Os psicanalistas e escritores brasileiros Norberto Keppe eCláudia Pacheco, autora deste dossiê, que vinham fazendo umasérie de denúncias sobre a corrupção do poder econômico e adestruição causada pelas drogas, sofreram uma sequência deataques violentos nos EUA, que culminaram com sua prisãoarbitrária e tentativa de assassinato no presídio, em Nova York, emjunho de 1988. A prisão veio na esteira da publicação de seus livrosA Decadência do Povo Americano e dos EUA (1985) e A Libertação dosPovos – A Patologia do Poder (1987), enviados a todos os políticos eautoridades americanas e, ingenuamente, ao FBI e à CIA. Apóssobreviverem a um envenenamento por tálio na prisão,conseguiram finalmente escapar à fúria de seus perse- guidores(narcotraficantes com ligações nos governos norte- -americano ebrasileiro) abandonando o país e refugiando-se na Europa, ondeprosseguiram seu trabalho de conscientização dos problemas sociaiscausados pela corrupção e pelas drogas. Mesmo em territórioeuropeu continuaram a ser molestados pelos tentáculos damultinacional norte-americana das drogas, tendo que se deslocarvárias vezes de um país a outro para continuar seu trabalho, devidoà perseguição movida contra eles pelo crime organizado.

Difamação, outra arma dos narcotraficantesJean Ziegler, na página 174 de seu livro, A Suíça Lava Mais

Branco, narra como foi difamado e perseguido por setores daimprensa de seu país pelas denúncias que fez acerca do papel dosbancos suíços de receptadores de capitais em fuga:

“uma grande imprensa, dita de informação, excitou ossentimentos mais perturbados de meus compatriotas (...) Esta imprensaatribuira-se uma dupla missão: evitar qualquer debate público sobre asteses expostas no livro e “patologizar” o seu autor.”

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O papel de alguns EstadosExiste uma proximidade entre ações governamentais e

estes atos de violência.

“Abundante documentação, reunida pelo Christic lnstitut mostraque a Administração Reagan se ocupou de uma operação secreta, deoutubro de 84 a outubro de 86, chamada “coca-gate”, que se referia àajuda do Congresso para os “contras” e que envolvia o tráfico de cocaína.A placa giratória do tráfico era uma imensa fazenda situada na fronteirapróxima do Norte da Costa Rica, cujo proprietário, John Hall, pertenciaà CIA. Os aviões carregados de cocaína na Colômbia pelo Cartel deMedellin faziam escala nessa fazenda antes de partir em direção aMiami. O dinheiro desse tráfico servia para comprar centenas detoneladas de armas e munições para (supostamente) os contras da frentesul baseados em Costa Rica. O Departamento de Estado contratou elemesmo traficantes como Michel B. Palmer, condenado na Colômbia,para gerir as operações devido à sua experiência.” (Croissance des JeunesNations, Setembro 1989, página 21)

Não é o primeiro caso em que guerras, golpes de Estado,guerrilhas modernas, repressões ideológicas aparecem associadasao narcotráfico ou aos grupos promotores dele. Só algunsexemplos, que aparecem citados neste dossiê:

• ascensão e queda de Noriega;

• invasão do Panamá;

• guerrilha de El Salvador (frente Farabundo Marti);

• plano atual dos EUA de invasão da Bolívia, Colômbia e Peru;

• Laos/Cambodja (Triângulo de Ouro);

• Vietnã

• Irã-Iraque (guerra)

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• golpes de Estado – América do Sul, Central, Filipinas (ondeFerdinand Marcos dirigiu o contrabando e o tráfico de armas,segundo Ziegler, livro citado, página 116), entre outros.

A respeito do narcoterrorismo estar ligado a muitosEstados, a revista Croissance des Jeunes Nations, setembro de 1989,traz as seguintes notícias:

“De 1968 a 1972, o padrinho marselhês Auguste Ricord, noParaguai, fez entrar mais de cinco toneladas de heroína nos EstadosUnidos antes de ser extraditado pelo seu protetor, o general Stroessner(presidente do país).

“Três presidentes em exercício na América Latina – da Bolívia,Venezuela e da Costa Rica – têm sido acusados de terem sido eleitosgraças ao dinheiro da droga. Os homens fortes do Panamá, do Paraguai,de Belize e do Haiti são periodicamente acusados de ser ligados aotráfico.” (...)

“Os observadores têm estado surpresos de ver que o tema do tráficode droga fazia parte da agenda das discussões entre Castro e Gorbatchev,por ocasião da visita deste último a Cuba, em março último. Talvez arevelação pelo jornal oficial Granma em junho, que um general e váriosoficiais superiores tinham organizado um tráfico de droga com o Cartelde Medellin, explica a posteriori, este interesse dos soviéticos para oassunto.

“Na Bolívia, a produção de cocaína foi organizada pelo governodo general Banzer a partir do ano de 1974.

“A análise do caso colombiano é bastante mais complexa, porque éo país onde a máfia penetra o mais profundamente o aparelho doEstado, combinando o poder do dinheiro com o uso do terror.

“Os homens políticos eleitos graças ao seu dinheiro – por vezessem serem de início informados – poderiam sem dúvida formar umverdadeiro grupo parlamentar.

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Por outro lado, centenas de juízes, policiais, jornalistas têm sidoassassinados por não estarem submetidos às injunções dos traficantes.Este últimos têm sido capazes de organizar um atentado contra umembaixador em um país do Leste e de censurar uma emissão de televisãona França.

“No Peru, as pessoas próximas do primeiro-ministro do presidenteBelaunde, Luis Percovich, protegiam as atividades do “padrinho”Reynaldo Lopez Rodriguez, sem que os agentes da Drug EnforcementAgency (DEA), que estavam informados, julgassem bom intervir. Esteúltimo (o padrinho) tinha acabado por controlar os serviços de lutaantidroga da Polícia de Investigação do Peru (PIP), que ele mesmo haviarepresentado em um congresso internacional de luta contra o tráfico.”

Estas notícias são uma amostra dos terríveis perigos a queestão sujeitas as pessoas que lutam por um mundo melhor,lúcido, consciente e livre das drogas. Perigo de serem perseguidasnão só pelos narcotraficantes em pessoa, mas por órgãos gover-namentais, presidentes de República, ministros, políticos,jornalistas e “agentes da lei”, pois o pacto em torno da corrupçãoe das drogas é geral.

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A PROMOÇÃO SUBLIMINAR(E DIRETA) DAS

MULTINACIONAIS DASDROGAS

As multinacionais das drogas atuaram no sentido de utilizar cantores,

guitarristas, cineastas, atores e escritores, como propagandistas dos

estupefacientes.

Toda a empresa gasta parcelas consideráveis de seuorçamento em promoção, conhecida como “a alma do negócio”.Somas astronômicas são despendidas em publicidade, porque nãoexiste produto que entre no mercado sem ela.

É óbvio que sobretudo um produto novo e temido, como adroga (que já dispõe de uma intensa “contra-propaganda” paradesencorajar seu consumo) necessita de um enorme esforçopublicitário para ser aceito.

Tendo em vista que a toxicomania propagou-se por milhõesde pessoas de ambos os sexos e de diferentes faixas etárias ao redordo mundo – tornou-se realmente pandêmica – conclui-se que pordetrás deste consumo monumental deve haver igualmente umagigantesca estrutura de propaganda, na qual as multinacionais dadroga despendem quantias fantásticas.

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Promoção, por que meios?Mas como este comércio faria promoção de seu produto? É

óbvio que não poderia fazê-lo tão abertamente como acontececom outros negócios, legalmente estabelecidos.

Através de pesquisas verifica-se que predominam as técnicasde promoção indireta ou subliminar, embora às vezes o consumoda droga seja sugerido abertamente (propaganda diretadisfarçada).

Temos comparado o negócio das drogas às multinacionaismodernas. Isto quer dizer que a “indústria da morte” tem umaestrutura operacional semelhante.

De um lado, existe a “cúpula administrativa”, que cuida daorganização, promoção, vendas, contabilidade, relações públicas(para conseguir aliados junto a governos, órgãos de imprensa,formação de “lobbies” no Congresso etc.).

De outro lado, o setor de produção e entrega, que cuida doplantio, refinação, empacotamento, transporte e distribuição, oqual envolve desde os “barões” da droga (feitores) até os milhõesde camponeses a plantar e colher papoula, coca ou marijuana;desde a mão de obra empregada na industrialização, até ascentenas de milhares de traficantes, que transportam os produtosinternacionalmente.

1. A “venda”O objetivo é conseguir novos “clientes” e para isso não se

poupam esforços, reuniões, nem estratégias de “marketing”. Umadas formas mais usadas (comum a todas as multinacionais) é oemprego de “vendedores”. No caso das drogas, os “homens devenda” ficam nas ruas e praças, sobretudo nas portas de escola aoferecer até gratuitamente os entorpecentes a crianças eadolescentes, para torná-las dependentes desde cedo.

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Posteriormente, para conseguir o produto, estas criançastêm que se sujeitar à vontade dos traficantes (roubar, traficar,entregar, distribuir etc.).

A revista brasileira Manchete, de 8 de janeiro de 1990, traza foto de uma menina esfarrapada, com um riso angustiado euma arma na mão, com a seguinte legenda:

“Na guerra das drogas, uma garota nas favelas. Um riso na boca,uma pistola 9mm, 16 tiros na mão. É Carla, a Pixota, 14 anos. Elaapareceu na favela do Vidigal, Rio, numa guerra de quadrilhas, em1987”.

The New York Times publicou em 27 de maio de 1984uma pesquisa demonstrando que 99% dos colégios internatosdo país estavam atingidos pelo uso da cocaína, além damarijuana. Perguntando-se a essas crianças por que faziam isso,verificou-se que os próprios pais e professores destas criançaseram também viciados (conforme o livro A Decadência do PovoAmericano e dos Estados Unidos, de Norberto Keppe, CláudiaPacheco e colaboradores, Proton Editora, Jan. 1985, São Paulo,pág. 178).

2. A propaganda subliminar pela imprensaÉ visto por muitos com estranheza a publicação de artigos

sobre drogas que parecem ter a intenção de incrementar o seuuso: por exemplo, ensinam, com fotos, como preparar a droga,quanto custa cada pacotinho, onde comprar etc. Algumas vezes,tais artigos chegam a provocar reações indignadas dos leitores,como ocorreu recentemente em Portugal. Fernando JorgeQueiroz e Alexandre Ruas, ambos de Cascais, escreveram umacarta à Revista Sábado, do seguinte teor:

“Somos dois jovens em pleno tratamento da toxicodependência. Eficamos chocados ao ver, num artigo sobre “terapias” publicado na vossa

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revista de 11 de abril (de 1990), fotografias ilustrando a preparação e ouso (intravenoso) de drogas duras, tais como a heroína e a cocaína. É queterapias significa tratamento e não utilização”.

O jornalista Yan Moncomble, em seu livro Le Pouvoir de laDrogue Dans Le Politique Mondiale (Paris, 1990, pag. 95 a 98)escreve o seguinte:

“Bob Gutwilling, o vice-presidente da Playboy consegue destinar75 mil dólares a um certo Tom Forcade (...) que utiliza esta soma, com abenção da Play Boy, para lançar a revista High Times (Dos BonsTempos), voz oficiosa dos vendedores de heroína, cocaína e marijuana (...)Estima--se que Forcade era um grande revendedor de drogas.

“O ano de 1971 não foi o primeiro no qual a Playboy inaugurousua intervenção no mercado de drogas. No começo de 1960 Playboypublica um longo artigo intitulado “O Jazz e as Drogas”, que faz reavivaro papel da cocaína, da marijuana e da heroína dentro da opulentasubcultura da música jazz e rock. (...) Seu número de novembro de 1963era quase exclusivamente consagrado a toda uma série de artigos queglorificam a utilização do LSD. (...) O “fórum” da Playboy fazoficialmente lançar um aumento averiguado da droga nos EstadosUnidos.”

Todo o esforço do jornalista nesta parte do livro é paramostrar que a cúpula da Playboy era exatamente a máfia das drogas;a mesma que incutiu na cabeça dos jovens dos anos 60 o lema“sexo, drogas e rock’n roll”, desviando a revolução que ajuventude fazia contra o sistema por um mundo melhor.

Como o narcotráfico consegue tal promoção na mídia? Aexplicação que ocorre é que a imprensa está cada vez mais sujeita àinfluência de indivíduos poderosos economicamente, quedependem do narcotráfico (bancos, meios políticos etc.) paraobter lucros.

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Sem dizer que o próprio crime organizado pode controlarmeios de comunicação como os exemplos da Playboy, High Times,Columbia Pictures etc.

3. A propaganda subliminar pelo cinemaÉ comum haver filmes que transformam os toxicômanos

em heróis românticos e que de muitas formas diferentes e sutisparecem encorajar o uso de drogas (e encorajam mesmo).

Uma das explicações para isto pode ser colhida no fato daligação entre setores da indústria cinematográfica e o crimeorganizado.

O jornalista Yann Moncomble, em seu livro já citado, équem informa o seguinte:

“Em 1978, a New York Times Magazine acusou a CharlesAllen and Company de ser veiculada entre as “Caraibes Connection” dadroga e do jogo. O dinheiro proveniente das operações da Charles Allenand Company foram reciclados (“lavados”) por uma sociedadecinematográfica, a Columbia Pictures”...

Sabe-se que o cinema americano foi frequentementeacusado de estar sob controle da Máfia; e fez realmente apromoção do cigarro, do álcool e do jogo (o herói mais bonito,corajoso e saudável era sempre visto a acender um cigarro após umgrande feito ou a frequentar bares em busca de jogos, mulheres ebebidas) motivo pelo qual a figura romântica do “cow-boy” é atéhoje utilizada para promover o tabaco (por exemplo, o cigarroMarlboro, tem como cenário de propaganda o Texas e vaqueiros,na TV e em cartazes).

Do mesmo modo, comenta-se abertamente o envolvi-mento de muitos atores com a máfia ítalo-americana (La CosaNostra) dos EUA: Frank Sinatra, Samy Davis Jr., Dean Martin e opróprio Ronald Reagan, pelo que compreende-se agora a

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existência de tantos filmes que fizeram a promoção direta ousubliminar das drogas (“Sem Destino”, por exemplo, entre tantosoutros).

4. A propaganda por celebridadesAs multinacionais das drogas atuaram no sentido de utilizar

cantores, guitarristas, cineastas, atores e escritores, comopropagandistas dos estupefacientes. Muitos deles foram induzidosao uso da droga, tornando-se toxicodependentes (inocentes úteis);outros foram pagos para escrever livros ou artigos encomendados(como alguns colaboradores da Playboy, ou o norte-americanoCastañeda, que apregoava os benefícios do uso da mescalina), emuitos grupos de má qualidade artística foram “produzidos” jácom a intenção de difundir o uso das drogas.

No livro Acid Dreams, The Cia, LSD and the Sixties Rebellion,de Martin A. Lee e Bruce Shlain, o leitor poderá ter melhoresinformações sobre como a agência central norte-americanapropagandeou a utilização da droga utilizando pessoas famosas emHollywood (Cary Grant, por exemplo), poetas (Ginsberg), atores,cineastas, escritores, músicos etc.

A esse respeito, a pesquisadora M.C. escreveu o seguinte:

“Existe toda uma conspiração, ou um pacto no sentido deincentivar o uso de drogas, desde a comunicação social (TV, rádio, revistase jornais) até filmes e livros como Hair, Tommy, toda a série de livros doCastañeda, Aldous Huxley e Timothy Leary, bem como muitos outros quenão cabe citar aqui. E isto, na maioria das vezes, é feito de uma formamuito sutil, denunciando a hipocrisia e corrupção do podereconômico-social e colocando a droga como única saída”. Mais adiantediz o seguinte: “De acordo com Susan Newman (filha de PaulNewman), em 1982 foi feita uma pesquisa que dizia que na CBSmostravam a cada 15 minutos alguém comprando bebida alcoólica,bebendo ou tendo um copo de bebida nas mãos. E isto só em uma das

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emissoras que invadem os lares americanos dia e noite (...) O escândaloque foi mostrado em tantas revistas e jornais sobre o fato de Freud usarcocaína e oferecê-la aos amigos, clientes e namorada, funcionou tambémno sentido de dizer: “Olhem, os grandes gênios também usamdrogas. Vocês também podem usá-las” (“Libertação, o poder e asdrogas”, capítulo do livro A Libertação dos Povos – Patologia doPoder, de N. Keppe e colaboradores, Proton Editora Ltda., NewYork, 1986, pág. 265).

Como bem lembrou a autora, quem leu os jornais e revistassobre Freud notou que os artigos não retratavam a psicopatologiado pai da Psicanálise, que, apesar de suas realizações, tinha umaconduta extremamente doentia, terminando sua vida gravementeenfermo e no suicídio.

Vamos dizer que o poder econômico ligado às drogasassenhoreou-se dos meios de comunicação (revistas, cinemas,rádios, TV) e passou a manipular artistas para defender seusinteresses, fabricando uns, financiando outros e “neutralizando”seus opositores.

5. A propaganda subliminarda criação da decadência

Faz relativamente pouco tempo que Paris começou a terseus metrôs, seus prédios, muros e monumentos degradados comriscos de tinta (“graffitis”). Percebe-se que, de um dia para o outro,vários vagões são sujos com letras código, incompreensíveis para aspessoas comuns. Paris torna-se, dia a dia, numa grande NovaYork!

Diversas questões se levantam: essas tintas “spray” sãomuito caras; para se pintar todo um comboio, com vários vagões,de um dia para o outro, requer-se muito dinheiro, habilidade, umprofissionalismo não próprio de adolescentes drogados.

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Surge a dúvida se não seria essa mais uma técnica sub-liminar de promoção do consumo das drogas, executada porprofissionais, pois o resultado atingido é o de criar um ambientede decadência, de ruptura e afronta contra os valores sociais,éticos, morais da civilização, favorável à disseminação de qualquertipo de vício auto ou hetero destrutivo.

Os principais grupos que sujam os muros em Paris são oschamados “zulus” – não são os jovens viciados. Esses grupos,compostos de pretos, brancos, norte-americanos, franceses,árabes, caracterizam-se pela agressividade e pelo culto quepromovem da civilização norte-americana – principalmente dorock metálico, o estilo, roupas e hábitos das “gangs” americanas.Têm o mesmo hábito de carregar aparelhos de som portáteis commúsica em alto volume, criando uma grande poluição sonora – talqual fazem em Manhattan.

A Revista Paris Match de 12 de Julho de 1990 traz, na página60, uma reportagem que ilustra bem quem são os “zulus”: “(Eles)sonham em transformar a capital (Paris) em um novo Bronx (um dosbairros mais sujos, violentos e degradados da cidade de Nova Iorque). (...)Após os “tags”,inscrições que invadem o Metro desde há dois anos, Parisdescobre agora os “grafs”, gigantescos murais muito coloridos, pintadoscom toda a ligeireza a spray (...) Os “tags” e os “grafs” são signos distintivosdos “zulus”, os bandos do arrabalde. (..) Eles têm a mesma aparência:bonés, blusão bomber, jeans largos, tênis Troops, a mesma gíria. (...)Candy me diz: eu venho da América. Mais precisamente de Nova York.(...) “Que é um zulu?” (pergunta o repórter) “Bem é a moda “reggae resta”(música de Bob Marley), os cabelos longos, a droga e tudo o mais. A “shit”(designação de um charro de marijuana) “h” em francês (haxixe).”

Esta reportagem é muito interessante por levantar osseguintes pontos:

a) muitos dos “sujadores” vêm de Nova York;

b) estão ligados às drogas;

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c) querem degradar o ambiente ao nível do Bronx;

d) pintam com ligeireza e tintas caras (profissionalismo);

Resta saber quem os paga e com que intenção, paragastarem o seu tempo nesta atividade.

Já a revista New Look de julho de 1990, traz também umareportagem sobre outro grupo de origem norte-americana, os“Skin-Heads”, que além dos uniformes, blusões de couro pretos,calças de brim, botas de cano longo, tatuagens de inspiraçãonazista, raspam as cabeças e inspiram-se na Klu-Klux-Klan.

“3.000 Skin Heads do White Aryan Resistance (W.A.R.)patrulham as ruas de Chicago e de Atlanta para defender a raça. Eles jámataram. O grito de junção dessa nova falange é “Viva La Muerte”.

Interessante é que eles formam grupos iguais no Brasil (SãoPaulo, Rio), na França (Paris).

Qual a função desses grupos, senão criar um clima deviolência, corrupção, angústia, decadência, medo, rancor,desilusão – exatamente o desespero que leva à busca das drogas?

Se o “business” do consumo de tóxicos não pode utilizaros meios normais para a sua promoção como os demais, entãotem que lançar mão de muitas outras técnicas subliminares, nãomenos eficazes em seus propósitos. Em pouco tempo, as gangs denarcotráfico terão infestado toda a Paris com o “toque” decadentedas suas artes “diabólicas”.

Este é um exemplo, narrado pela médica D.I., japonesaque residiu em Tóquio, de uma técnica de promoção eorganização do narcotráfico levada a efeito no Japão:

“Os “Yakusas”, são mafiosos japoneses que ganham a vidatambém da promoção do jogo, drogas e prostituição. Curioso é que“Yakusa” é o nome japonês para o carro Mustang americano. “Paravocê reconhecer um “Yakusa” é só notar estas características: a) anda

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sempre com carros americanos; b) tatua o corpo; c) faz permanente(ondulações) nos cabelos; d) corta a primeira falange de um dos dedosmínimos, sinal de pacto entre eles; e) faz um culto aos hábitos e modasinspiradas nos americanos.”

6. A propaganda subliminar pelo culto à violênciaA droga prolifera onde o medo, a raiva, a desilusão, a

desesperança se instalam. Quanto mais decadência, violência,sujeira, depressão, angústia – melhor para os traficantes. Quantomenos afeto, amizade, união, e ajuda entre as pessoas – maisjovens sucumbirão ao desespero de procurar o consolo nos “aciddreams” que levam à morte!

Tal fato não parece ser do desconhecimento dos estrategistasda promoção do marketing das drogas. Tanto é assim, que os filmesque mostram violência são feitos com uma regularidadeimpressionante.

No Brasil, país onde a droga e a violência proliferamrapidamente entre a juventude, lê-se o seguinte: “Antes a publi-cidade usava status e apetite para que as pessoas consumissem. Hoje,sexo e violência são as armas”. (Ricardo Van Steen, publicitário).

“A TV provoca uma banalização do terror até o ponto de anularas reações e os sentimentos das pessoas com relação à violência.” (BrunaLombardi, atriz brasileira). (O desejo dos narcotraficantes pareceser exatamente esse: criar indiferença face à destruição e àviolência contra si mesmo ou contra os outros).

Essas declarações estão na Revista Veja (4/07/90), quetrouxe na página 50 a reportagem “Sexo, socos e babás (amas): umapesquisa mostra com quantos tiros e cenas eróticas a televisão cria ascrianças enquanto os pais acham tudo natural.”

Segundo a reportagem, em uma semana, de 28/5 a 3/6, osquatro principais canais de televisão brasileiros apresentaram

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1940 cenas de tiros, 886 explosões, 651 brigas, 233 colisões decarros, 56 facadas e 23 cenas de tortura.

“Não vale o argumento de que as crianças não têm acesso (...)porque as cenas mais fortes são mostradas no horário nobre, das 7 às 10horas da noite e porque as cenas mais chocantes são usadas comochamadas ao longo de toda a programação.

“Uma criança de cinco anos que fique na frente da televisão duashoras por dia, ao fim de um ano terá sido exposta a 1.168 piadas sobresexo, 7.446 cenas de nudez e a mais de 12.600 estampidos de tiros. Atéatingir a maioridade, essa criança teria tomado contato com 15.184anedotas de sexo, 96.798 cenas de nudez e mais de 163.000 tiros.Razoável supor que uma criança mesmo vivendo num país em guerra oufazendo o trajeto entre Sodoma e Gomorra jamais terá oportunidade dechegar a tais números” (antropólogo Gilberto Velho).

“A relação entre violência e televisão foi objeto de uma extensapesquisa do governo americano em 1972, que chegou a conclusõessemelhantes a de um outro estudo, patrocinado uma década depois peloInstituto de Saúde Mental dos Estados Unidos. As pesquisasestabeleceram que o telespectador habitual de violência tende a encarara brutalidade com menos traumas e ele próprio a ser mais violento.”

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SOLUÇÕES PROPOSTAS PARAO PROBLEMA DAS DROGAS

“Só pela renúncia à corrupção é que o ser humano fará algo bom

(inclusive para si)”

Norberto R. Keppe

A solução para o problema das drogas e dos drogadosdepende, a nosso ver, de três pontos:

1 Queda das imunidades (todas) e do segredo bancário (acurto prazo);

2. Intensa campanha de conscientização das causas psicos--sociais da tóxico-dependência, prevenção e tratamentopsicossócioterapêutico para os drogados (a curto prazo);

3. Transformação da presente estrutura social e econômica (amédio prazo).

1. Queda das imunidadesUma proposta interessante a ser considerada seria o

banimento da imunidade e dos direitos especiais de que gozamos diplomatas, os governantes, os políticos, a polícia.

Pela nossa experiência e pelo farto material publicado pelamídia a respeito, grande parte do contrabando é efetuado, ou

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acobertado por essa classe de pessoas que agem destemidamenteno mundo do crime sob “os auspícios da lei”.

Embaixadores, cônsules, oficiais de consulados eembaixadas, senadores, oficiais de alfândega, de imigração,policiais de fronteiras, policiais de investigação e, pelo que seevidencia, as bases militares – são justamente eles que estabelecempontes importantes nessa rede sinistra.

Nós pensamos que a facilidade que a lei de imunidadeconcede às operações ilegais acaba por corromper aquelesindivíduos que, em condições normais, evitariam o crime portemerem as consequências.

Quanto ao segredo bancário, vários autores mencionadosneste dossiê, denunciam o pacto dos bancos (sobretudo osgrandes, os maiores) com os traficantes de droga.

Os bancos prestam-se à lavagem (branqueamento) não sódo dinheiro “cinzento” (proveniente de sonegações e roubos deditadores do mundo todo) mas também – e principalmente –do dinheiro “sujo” (proveniente da droga).

Através das contas numeradas, da lei do segredo bancário,do IBF (International Banking Facilities) e de outros expedientes,protegem o “sigilo” das atividades criminosas destes grupos.Quando autoridades requerem o exame dessas contas, ospedidos são sistematicamente negados.

O povo precisaria romper o pacto geral de corrupção eaumentar ainda mais a pressão sobre os bancos, para que osnegócios bancários (todos eles) sejam feitos às claras, como únicaforma de controlar esse importantíssimo cúmplice dos cartéis donarcotráfico mundial.

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2. Campanha de Conscientização, Prevenção eTratamento para os Drogados

Somente com conscientização de suas verdadeiras causaspsicossociais é que podemos diminuir a demanda das drogas.

Os programas de prevenção e tratamento mais aconse-lháveis são os que não utilizam qualquer forma de medicação,para evitar a transferência de dependência (ao contrário dealguns programas governamentais norte-americanos porexemplo, que usam drogas como a metadona para o “tratamento”e depois passam a traficar a metadona. É isso que todos oscentros de reabilitação norte-americanos faziam enquantoestivemos lá de 1984 a 1988).

O método utilizado pela Psicanálise Integral é o da cons-cientização da psico e sociopatologia.

A pessoa que procura drogas, toma essa conduta por causados problemas psicológicos que já tem. Não se torna doente porutilizar drogas; já é doente por procurá-las. A droga constitui-senuma forma que utiliza, para inconscientizar sua patologia eentrar no mundo da imaginação. Quando o psicoterapeutamostra ao drogado de que ele quer fugir e ajuda-o a aceitar aconsciência da realidade, este acalma-se e, consequentemente,perde a obsessão pelas drogas. Os problemas dos quais osindivíduos viciados querem fugir são os mesmos que todos osseres humanos apresentam em maior ou menor grau.

De acordo com Keppe todo ser humano nasce com umproblema e corrupção no uso da vontade, frequentementeutilizando-a mais no sentido de destruir, sabotar, omitir a reali-dade, o bem, o afeto, a beleza, a consciência e o conhecimento.

Essa patologia é central na personalidade, causando umadiversidade de outros problemas como ódio, inveja, arrogância,preguiça, censura, alienação e, principalmente, a inversão.

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Na inversão (uma das descobertas fundamentais sobre apsicopatologia efetuada por Keppe), o indivíduo inverte todos osvalores, vendo com aversão a honestidade, a bondade, o trabalhoem si, o amor, a dedicação, a disciplina, o conhecimento de seuserros e da realidade em geral.

Busca obter vantagens através da corrupção, da agressão,da preguiça, da fantasia, dos golpes, da alienação, mesmo que ofaça de uma maneira inconscientizada (sem perceber o que estáfazendo).

O ser humano, especialmente o toxicômano e os maisdoentes, retiram grande prazer em estragar a vida. Nesse sentidomanifestam um sério problema no aspecto da ética, opondo-sefortemente ao Criador, preferindo ser “grandes e poderosos”(teomania), na destruição da vida, ao invés de usarem a vontadeno sentido de acatar a consciência, a bondade, a beleza e serem“pequenos” dentro da realidade da criação.

A finalidade do processo analítico integral é o de levar apessoa a conscientizar essa corrupção interna, que se manifesta,entre outras coisas, através do uso das drogas e a perceber osmotivos que a levam a continuar optando pela corrupção(inversão).

O consumidor de tóxico também pensa que com o vícioestá atacando e corrompendo o sistema; é-lhe então mostradoque está, na verdade, dando lucro ao poder econômico e que ospoderosos corruptos desejam que ele seja alienado e drogado.

Desse modo, é necessário que haja uma urgente campanhade conscientização do povo, através de campanhas nacionais,baseadas nestas descobertas científicas. Como dizia o psicanalistainglês Wilfred R. Bion: “só a verdade cura” e os métodos quetratarem dos clientes mostrando-lhes a verdade, estarãocumprindo os seus objetivos. O necessário é solucionarmos estegravíssimo problema psicossocial de nossos dias.

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3. Transformação da estrutura socioeconômicaNão é difícil perceber que há necessidade de se transfor-

marem as leis e as estruturas socioeconômicas tradicionais parase atingir alguma paz e desenvolvimento; que é preciso garantir averdadeira liberdade de iniciativa individual dentro de leismenos corruptas, para a realização do que é bom, belo everdadeiro.

Os artistas, sobretudo, percebem muito bem isso. “Que tallegalizar a lei?” perguntou certa vez o humorista MillorFernandes, mostrando que há uma certa consciência de que asleis, de um modo geral, mesmo que não se tenha a percepçãoclara, são totalmente ilícitas ou imorais. Rousseau tinha a mesmasensação ao dizer que a sociedade (estrutura social) perverte ohomem; só errou ao não ver que o homem também corrompe asi e à sociedade; para ele, o verdadeiro poder de uma nação é olegislativo, sendo o executivo e o judiciário meros desdobramentosdo primeiro; e isto é correto, pois são as leis, que realmente fixamo “modus vivendi” social; são as normas e regras estabelecidasque indicam o que deve ser ensinado nas escolas, como se deveagir em sociedade, para quem vai o dinheiro da produçãoindustrial, agrícola, quem tem poder sobre quem etc.

De um modo geral, as leis, em todos os países, têm sidopromulgadas, basicamente, com os seguintes objetivos:

a) proteger os grupos dominantes;

b) impedir a ascensão dos grupos dominados;

c) para garantir a exploração e a corrupção.

E se as leis estão assim tão erradas, por que não são corrigidas?

As leis deverão ser organizadas no sentido de impedir o podermaléfico (tirânico) dos poderosos sobre o povo e de impedir queindivíduos do povo adquiram excessivo poder, pois ele poderáser usado para corromper, agredir, destruir a sociedade.

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Keppe explica que uma boa parte da corrupção individuale social do ser humano ainda é inconsciente. Algunsantropólogos como Margareth Mead, descreveram que em certassociedades tribais não existe a chamada “crise da adolescência”;que isto é um privilégio das sociedades do chamado mundocivilizado.

Na verdade, esta crise ocorre quando o adolescentecomeça a intuir que terá que se encaixar no terrível mundo que orodeia; pressente que terá que ser um empregado (escravo deterceiros) ou ter uma atividade estéril (especulação, negócios);que se algum poderoso psicótico declarar guerra a outro país, teráque morrer por “causas” escusas, para escapar da pena de morte;sente, que, na guerra, o que é criminoso na paz torna-se“virtuoso” (assassinatos, roubos).

O ser humano precisará conscientizar-se de que age contra ahonestidade, a dignidade, a justiça; que a maior parte dos negóciostornou-se em nada mais do que jogos de golpes; que o sistema deespeculação beneficia-se da riqueza dos que trabalham e são pobres.E os pobres de hoje anseiam pelo poder para fazerem amanhã, omesmo que os poderosos fazem.

Caso o ser humano se conscientize do grau de corrupção quetem no seu interior e na sociedade em que vive, e esteja disposto acorrigir esse mal, a alienação perderá a razão de ser, pois ela é devidaao pacto social que tenta acobertar essa realidade.

Só assim os homens desistirão de se dopar com qualquerespécie de material tóxico.

Legalização: sim ou não?Inúmeros estudiosos referem que as políticas mundiais de

combate às drogas fracassaram – o que é até certo ponto evidentepor si.

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No momento, assistimos por toda parte a uma guerraentre máfias ligadas ao poder econômico internacional pelomercado das drogas, em meio ao terror da população ordeira quetrabalha e estuda; até em lugares que outrora eram verdadeirosparaísos naturais e urbanos da Terra, chacinas são frequentes,tiroteios, balas perdidas que atingem homens, mulheres ecrianças inocentes, toques de recolher, ataques à polícia e àpopulação, sequestros, suborno de autoridades, imposição dehábitos e tarefas, medo, censura, silêncio, gerando um infernoem lugares outrora tão pacíficos e maravilhosos do mundo.

Ou seja: exatamente o mesmo que ocorreu no tempo deAl Capone, quando a Lei Seca proibiu a produção e venda debebidas alcoólicas nos Estados Unidos e imediatamentesurgiram as gangues clandestinas, as máfias, pactuadas comgovernos e autoridades, para produzir em refinarias, que eramquartéis bem armados, e vender a peso de ouro as bebidas, quecontinuaram a ser consumidas pela parte viciada da população.

O dinheiro que vertia para as quadrilhas e alimentava osbancos gerou poder econômico incrível em mãos criminosas,possibilitando os subornos, o controle de cidades inteiras, asguerras entre máfias, as chacinas, o terror da população... Tudoisto somente terminou quando, finalmente, foi liberada aprodução e a venda das bebidas alcoólicas. Com esta medida,não diminuiu o número de pessoas dependentes, viciadas, mas,pelo menos, as destilarias se tornaram visíveis, conhecidas,bebidas passaram a ser vendidas em bares, restaurantes esupermercados, a baixos preços, e o dinheiro advindo (em muitomenor volume) deixou de se concentrar em poucas mãos,retirando o poder dos bancos e dos criminosos. Em outraspalavras, tal fato permitiu ver que a proibição e a criminalizaçãofavorece o tráfico, a criminalidade, e o poder maléfico nahumanidade.

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Assim sendo, a nosso ver, a questão das drogas deveria serabordada em duas frentes, ou até três: uma, e a mais imediata,seria a legalização, para acabar com o tráfico, mortes emonopólios de máfias. Segunda frente: a conscientização doporquê os poderes do mundo e a CIA quiseram introduzir asdrogas: para acabar com as inteligências que se opunham às suasbandidagens. E a terceira frente: conscientizar por que o serhumano quer se drogar: a inversão , a inveja, a alienação etc.Sem isso o combate a esta questão vital para a humanidade ficarácapenga.

Dentre todas essas medidas, a fundamental está naconscientização da inveja e inversão, pois se as pessoas nãoquiserem mais se destruir e se drogar, não haverá quem consigaimpingir-lhes o vício – e todo esse edifício de maldade e crime sedissolverá em nada, para dar lugar ao Reino do Bem, como nafamosa passagem da estátua de Nabucodonosor.

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LIBERTAÇÃO,O PODER E AS DROGAS

(Capítulo de autoria de Martha G. Cruz, extraído do livro A

Libertação dos Povos – A Patologia do Poder, (Keppe, Norberto

R. e colaboradores, São Paulo, Proton Editora Ltda, 1985).

Existem basicamente duas formas de busca de poder,ambas relacionadas ao uso e abuso de drogas: a social, daspessoas que buscam e estão nas posições de comando no mundoeconômico, e a psicológica, que envolve a psique do indivíduoque toma drogas, na crença de que elas lhe trarão o poder delibertação das pressões sociais e psicológicas que sofre.

O socialNo primeiro caso não é tanto uma busca de poder mas, de

fato, um meio de manter o poder que já se tem.

“Um relatório recente sobre o abuso de drogas entre osadolescentes levou alguns especialistas a lançar um alerta de queexistiria uma “bomba-relógio” entre a população estudantil” (U.S. News& World Report, 18 de novembro de 1985).

É interessante notar que o abuso de drogas vemaumentando assustadoramente entre os jovens. Exatamenteentre os jovens que poderiam denunciar, revoltar-se contra todasas injustiças e pressões econômicas e sociais que existematualmente.

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Na revista Psychology Today, de dezembro de 1984, RichardM. Ritter nos diz: “A nossa sociedade super-impregnada de drogas nosencoraja para a busca de meios químicos para resolver muito de nossosproblemas”.

Podemos lançar aqui a hipótese que existe um enormeinteresse por parte das pessoas postadas numa posição de podersocioeconômico em manter o povo e a juventude (principal-mente) totalmente alienados, na crença de que “tudo está bem”.E qual seria a melhor forma para se conseguir isto? Obviamente,através de fazê-los viver num mundo de ilusões e fantasias,através das drogas e álcool.

Atualmente é quase que impossível se viver bem emqualquer lugar do mundo, e principalmente nos EUA, semrecorrer a qualquer tipo de fuga, no caso, através das drogas. Opovo (americano) é totalmente enganado com relação a sualiberdade. É uma crença geral, até mesmo um dogma, de que esteé o país da Liberdade. Mas após viver aqui por mais de 3 anospudemos constatar exatamente o contrário. O que existe aqui éuma pressão insuportável no sentido da massificação, daalienação, do materialismo, de uma busca exasperada de“divertimentos”, para se esconder o enorme vazio que existe navida de cada um, exatamente como consequência desta alienação,deste descontato com nossos valores básicos. O que mais se vêneste país são placas de proibição: proibido entrar, nãoestacione, não toque, propriedades particulares, ao longo detodas as estradas e praias, não se permitem cachorros, proibidoisto, proibido aquilo. Aqui é o país da liberdade para explorar. É oreino dos poderosos economicamente.

Existe toda uma conspiração, ou um pacto no sentido deincentivar o uso de drogas, desde a mídia (TV, rádio, magazines ejornais) até filmes e livros como Hair, Tommy, toda a série de livrosdo Castañeda, Aldoux Huxley e Timothy Leary, bem comomuitos outros que não cabe citar aqui. E isto na maioria das vezes

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é feito de uma forma muito sutil, denunciando a hipocrisia ecorrupção do poder econômico-social e colocando as drogascomo única saída. De acordo com Susan Newman (filha de PaulNewman), em 1982 foi feita uma pesquisa que dizia que na CBSmostravam a cada 15 minutos alguém comprando bebidaalcoólica, bebendo, ou tendo um copo de bebida nas mãos. Eisto é só em uma das várias emissoras que invadem os laresamericanos dia e noite, atingindo crianças, jovens, adultos evelhos.

O escândalo que foi mostrado em tantas revistas e jornaissobre o fato de Freud usar cocaína e oferecê-la a amigos, clientese namorada, funcionou também no sentido de dizer: “Olhem, osgrandes gênios também usam drogas. Vocês também podem usá-las”. Deacordo com a revista U.S. News & World Report, 18.11.85: “Umarecente pesquisa federal revelou 617 mortes devidas ao uso de cocaínaem 1984 e, entre pessoas de todas as idades no país, houve um aumentode 77 por cento no período de um ano”.

Isso mostra um dos vários efeitos da intensa propagandasubliminar que é feita com relação às drogas. No jornal The NewYork Times de maio de 1984 disseram que o uso de cocaína quasetriplicou nos últimos 5 anos; já a revista National Geographic defevereiro de 1985 nos diz que o crime relacionado com heroína éa maior causa de crime em todas as cidades americanas.

Um fato curioso é o grande aumento no uso e abuso dedrogas desde os anos 60, exatamente os anos da revolução dosjovens americanos. De acordo com o Dr. William Pollin, diretordo Instituto Nacional de Abuso de Drogas: “O consumo de todasas drogas aumentou 100 por cento desde 1960”.Dr. Mitch Rosenthal,diretor da Casa Phoenix de N.Y.C., disse: “Hoje mais do que 36 porcento da população já usou alguma droga ilegal.” Ele comentou: “Jánão é mais um fenômeno da minoria, dos pobres, das classes menosprivilegiadas. Durante 20 anos houve de fato uma banalização doconsumo de drogas.”

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No New York Times de março 1983 foi dito: “As tendências noabuso de drogas são mais deprimentes do que encorajadoras. Em 1962menos de 4 por cento da população usou alguma droga ilegal, porémduas décadas mais tarde, 33 por cento de todos os americanos com aidade de 12 e acima relataram terem usado maconha, alucinógenos,cocaína, heroína ou drogas psicoterapêuticas para fins não medicinais. Ealém do aumento do número de pessoas que tomam drogas, a pureza e aforça das drogas também estão aumentando.”

O jornal New York Times de junho de 1984, trazia umartigo que diz: “A maconha de hoje é 5 a 10 vezes mais poderosa eperigosa do que aquela de 10 anos atrás”, e na revista High Times demarço de 1985, foi dito que “a pureza média de amostras da rua decocaína passou de 10 por cento a 33 por cento em pureza no anopassado”. Outro fato assustador é a manchete que saiu no jornalUSA Today em 10 de janeiro de 1986: “Estimativa de colheita demaconha éde $18,6bilhões. Drogas vistas como plantação mais rendosa”– onde dão uma lista de quanto cada Estado americano vendeuem 1984 e 1985 de maconha variando desde $27.8 milhões(Nevada) a $2.55 bilhões (Califórnia). É quase impossível deacreditar que a plantação mais rendosa de 1985 tenha sido amaconha – isto se tratando do primeiro país do mundo.

A questão internaComo disse no início, a segunda forma de poder ligada ao

abuso de drogas é relacionada à patologia de cada um. Duranteos últimos cinco anos em que temos pesquisado na área de uso eabuso de drogas e álcool, baseados na Trilogia Analítica,chegamos à conclusão de que, no que toca ao indivíduo, a buscada liberdade é o fator determinante do vício.

No contato que tivemos com drogados, nas entrevistas equestionários que aplicamos, um fator presente em todos oscasos era a sensação de extrema liberdade e poder quando sob o

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efeito da droga. O jovem S.D. falou o seguinte: “Diante do perigome achava invulnerável, acreditava que a polícia nunca me pegaria, quepoderia ir nos lugares mais perigosos com marginais que nada meaconteceria, me gabava de enganar a polícia, tinha muito orgulho detomar drogas, achava que poderia dirigir o carro tão imprudente- mentequanto quisesse que nada me aconteceria, me achava superior à própriamorte, e passei a acreditar que Deus não existia”. Este é um dos váriosdepoimentos que colhemos, que mostram a falsa sensação deliberdade, enorme fantasia de poder e invulnerabilidade dapessoa que toma drogas.

As pessoas que não conseguem realizar seus sonhos delibertação no domínio econômico-social, recorrem às drogaspara realizá-los no seu mundo imaginário, onde ela é a rainha, adeusa, sempre vitoriosa, comandando tudo e todos. O jovemM.A. dizia: “Eu me achava dono da região, queria fama, pessoas sobmeu comando. Pensava saber tudo a respeito das coisas. Gostava de mecolocar em evidência e sentir-me diferente dos outros”. Um outroexemplo é de J.J. “Sentia meu pensamento veloz, numa velocidadeincrível, podia pensar milhões de coisas num só tempo. Tinha idéia de quenão tinha problemas. Me sentia uma pessoa muito sã, contente,auto-afirmada, alguém assim poderoso, corpo leve, sentidos aguçados”.Este depoimento mostra-nos como as drogas servem aopropósito dos poderosos, que querem que o povo tenha umavida desgraçada e ainda assim se veja como estando bem,saudável e até poderoso em seu “mundinho” – eles têm toda a“liberdade” do mundo para imaginar o que quiserem sobre simesmos, contando que não interfiram no reino dos “verdadeirospoderosos” que comandam.

A jovem C.R. dizia: “Eu me sentia muito ligada, mais elétrica,mais viva, mais popular. Não tinha sono, me sentia agitada. Sentia umaansiedade boa, uma vontade de fazer as coisas (só que não fazia, sóimaginava o que iria fazer). Tinha uma sensação de esperteza, desuperioridade, de descontração. Acreditava ter mais amigos e ser maisalegre. Achava também que as drogas abriam minha percepção.” Aqui

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podemos ver como as drogas abafam a consciência da morte emque as pessoas vivem, de seu marasmo, da sua tristeza, enfim, desua impotência diante da vida como está organizada social eeconomicamente. Em consequência, elas se tornam robôs nasmãos dos poderosos, dizendo amém a todas as restrições que lhesimpingem, desde que tenham o seu mundo de fantasia.

É muito triste ver uma nação assim, que já esteve naposição de mais adiantada do mundo, destruindo desse modotodos os seus valores, todo o seu potencial, e arrasando suafilosofia filantrópica e pragmática, que serviu de exemplo eestímulo a tantos outros países. A jovem K.J. disse: “Eu me achavabacana por tomar drogas. Me achava melhor que as pessoas que nãotomavam porque achava-as covardes. Acreditava que era forte eaventureira. Tinha admiração pelos caras que tomavam droga,admirava a loucura deles. No meu grupo havia uma crença geral de quea pessoa que toma drogas percebe melhor o mundo, “saca” mais as coisascomo filmes, livros, teatros e até músicas.” Parece que os jovensassociam loucura à liberdade e poder. Quanto mais loucas eperigosas as coisas que fazem, mais bacanas se acham. Podemosdizer que eles têm uma paixão pelo medo e um orgulho doperigo. Isto ocorre devido ao fenômeno da inversão. O que érealmente bom, o que tem realmente valor, o esforço, ainteligência, a cultura, o sentimento são considerados ruins, algodo qual se deve ter vergonha. E o que destrói, como as drogas, operigo, a fantasia e a alienação são considerados coisas excelentesque devem ser cultivadas, como se fossem essenciais à vida.

Algumas pessoas recorrem ao uso de drogas para escondera frustração que sentem ao não conseguirem ser tão poderosas narealidade como gostariam, ou se imaginam. Por exemplo,algumas donas-de-casa que gostariam de controlar marido efilhos, em face ao insucesso, tentam se realizar, ou abafar afrustração através de tranquilizantes, anestesiando-sepsicologicamente.

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Outra forma de poder que acredito estar ligada às drogas éo convívio com o mundo artístico, com músicos especialmente.As drogas são como que um passaporte para os camarins. Aliás, éinteressante o fato dos artistas e músicos modernos se envolveremtanto com drogas. Acredito que, devido ao fato de muitos delesnão terem consciência de seu desejo de poder, isto passa adominá-los, e eles se envolvem com as drogas perdendo suacriatividade e capacidade artística, fazendo obras cada vez maismedíocres. Há também o fato da pressão econômica que éexercida sobre os artistas exigindo que eles comercializem a suaarte para que possam sobreviver. Talvez o uso de drogas seja tãogrande no meio artístico para fugirem desta pressão e daconsciência que isto lhes traz – enfim é outra vez uma tentativa vãde buscar uma libertação.

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Sugestões de LeituraNORBERTO R. KEPPE

O Reino Divino1ª Ed., 2008, 135 páginas

Este livro tem a finalidade de conscientizar o leitor sobre a chegadada última e definitiva etapa da humanidade, graças ao desen- volvimento doque denominei de ciência trilógica – que constitui a junção daexperimentação da estética, razão e principalmente da revelação. O leitornotará aí o retorno ao homem universal de priscas eras, que constituiu aautêntica sociedade – que está voltando providencialmente neste último emaravilhoso período em que a civilização está entrando. Estou tentandomostrar aqui como será o mundo do amanhã, que já houve no passadoremoto deixando-nos resquícios através dos monumentos e estátuas gregas eegípcias — e principalmente em nosso interior, que está renascendoverdadeira- mente só agora.

Bíblia Trilógica1ª ed., 2007, 160 págs.

Desde que Agostinho e Tomás de Aquino realizaram a fusão dateologia com filosofia, trazendo enorme desenvolvimento para a civilização,faltava um terceiro elemento para fechar o triângulo divino – que estoutentando agora, incluindo a experimentação científica, que se baseia naestética.

“Note o leitor que esse terceiro elemento, para completar o triângulodivino, constitui o homem universal que na essência (original) é bom,verdadeiro e belo – ESTÉTICA/AMOR/RAZÃO. Portanto, chegamos ao3º Milênio que estava faltando, para formar a tão decantada Parusia,esperada por todos os indivíduos de mente mais aberta.”

O Universo dos Espíritos1ª ed., 2006, 172 págs.

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Nesta obra o psicanalista Norberto Keppe trata das influênciaspsíquicas dos espíritos no ser humano. Sua pesquisa científica neste campotem a finalidade de completar os estudos iniciados por Allan Kardec sobrea vida espiritual.

“A realidade é que habitamos um universo espiritual sem limites, equero conscientizar o ser humano, pela percepção dos elementospatológicos (soberba, inveja e megalomania) que impedem de alcançar todoo bem e a felicidade a que temos direito.”

O Homem Interior1ª ed., 2005, 153 págs.

Segundo o autor, "todas as orientações psicoterápicas têm visto o homemcomo vítima, ou da sociedade, da família, do trabalho, ou até mesmo de forçasestranhas que o levam a cometer desatinos. Em meu trabalho, estou mostrando agoraque o ser humano é muito mais vítima de si próprio, por causa dos seus sentimentos eidéias ruins, que vêm de dentro de sua mente. E a única maneira de resolver suasdoenças, males e guerras é a de conscientizar principalmente sua soberba (teomania),inveja e raiva – inclusive sua etiologia através da metodologia descoberta por Freud."- Traduzido para: sueco.

Terra, o Planeta Ilusório1ª ed., 2003, 175 págs.

“Este livro constitui uma súmula da orientação científica, filosófica erevelatória sobre a civilização humana do nosso planeta. O autor pretendemostrar também um universo incrível no interior do ser humano prontopara ser despertado.”

A Origem da Sanidade1ª ed., 2001, 133 págs.

“O prazer vem dos sentidos, mas a felicidade vem do psiquismo”,afirma Keppe neste livro. Autor de mais de 30 obras sobre Psicanálise (ALibertação, Metafísica Trilógica, A Origem das Enfermidades) ele demonstraneste trabalho por que os seres humanos não conseguem obter equilíbrio esatisfação através da vida sensorial: o pensamento, o amor e o belo vêm doser (e não dos sentidos).” - Traduzido para: sueco.

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A Origem das Enfermidades(Psíquicas, Orgânicas e Sociais)

2ª ed., 2001, 145 págs.

Segundo o autor, “a capa deste livro constitui uma homenagem ao grandepsiquiatra francês Philippe Pinel que no ano de 1798 (9 anos após o início daRevolução Francesa) libertou os doentes mentais das prisões que os amarravamfisicamente às verdadeiras masmorras que eram os hospitais psiquiátricos. Minhaintenção com este livro também é a de libertar os doentes psicológicos de seussofrimentos (ansiedades e angústias), o que constituiria uma realização máxima paraa humanidade – vamos dizer, uma libertação dos grilhões internos que acorrentam oser humano às suas enfermidades.”Traduzido para: Inglês, Sueco, Finlandês

O Homem Universal1999, 155 págs.

A conscientização dos nossos próprios erros leva-nos à possibilidadede elaborar os meios para evitá-los e corrigi-los. O autor leva-nos, neste livro,à conscientização dos erros principalmente da ciência positivista moderna,revelando-nos a correção que se faz necessária. O leitor verificará osresultados obtidos por Keppe ao questionar a validade do método científicona atualidade desligado dos campos que o formaram (teologia e filosofia). Edesse questionamento, chegar-se-á à conclusão de que o ser humano precisaretornar a sua estrutura trinitária “bondade, verdade e ato puro”, única viaque leva à normalidade pessoal e social. - Traduzido para: Sueco.

A Nova Física da Metafísica Desinvertida1996, 155 págs.

As descobertas da física são fundamentais para haver conheci- mentonão só da biologia (com sua genética), mas principalmente da psicologia.Porém, todos esses setores científicos foram inspirados na metafísica deAristóteles (que o escritor deste livro vem estudando há 48 anos –acreditando que em sua estrutura básica, está invertida, tendo levado asciências para idêntico rumo). Norberto R. Keppe mostra aqui a necessidadede unir esses três setores (física, biologia e psicologia), para que sejamentendidos inteiramente, desde que ao mesmo tempo, são complementarese independentes entre si.

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Metafísica Trilógica III– Cura Através das Forças Energéticas

1995, 192 págs.

"O Funcionamento Cerebral e as Energias Curativas." "OVerdadeiro Esoterismo." "As Seitas, as Sociedades Secretas e a DoençaSocial." Estes são alguns dos assuntos abordados neste livro, onde Keppeafirma que “A Saúde advém da conduta interna relacionada com os pensamentoscorretos e sentimentos bons, que formam uma tríade perfeita, captando a energiaescalar (energia essencial) que fornece o equilíbrio suficiente ao organismopsicossomático para funcionar.”

Metafísica Trilógica II– Fenômenos Sensoriais “Transcendentais”1994, 270 págs.

Trata-se de um livro que estuda os fenômenos denominados pelaparapsicologia de transcendentais, perfeitamente explicados por meio daciência física – mesmo que seu funcionamento se estenda ao campo daenergia pura; de qualquer forma, é lá que habitam os seres espirituais. Deoutro lado, é uma nova visão sobre a origem e tratamento das doenças pormeio do campo psicoenergético, que abarca as grandes descobertas, nesteséculo XX, da chamada rainha das ciências (física): Aharonov, Bohm, De LaWarr, Einstein, Heisenberg, Hoaf, Plank e, principalmente, Tesla, com adescoberta máxima sobre a energia escalar. Traduzido para: finlandês

Metafísica Trilógica I– A Libertação do Ser

2ª ed., 2000, 226 págs.

Neste primeiro estudo científico da Metafísica, Keppe baseia-se emAristóteles e nos filósofos aristotélico-tomistas, desinvertendo esse setor eestabelecendo uma relação das doenças humanas e sociais com a negaçãodo ser. Estamos atualmente em condições de libertar o ser de prisõesmilenares, posto que finalmente os conhecimentos da teologia e filosofiaintegraram-se à ciência. A religação à realidade dá-se por meio do ATOPURO (ação boa, bela e verdadeira) que é o caminho de volta à sanidade.Traduzido para: inglês, francês, sueco

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A Libertação da Vontade(A Libertação do Livre Arbítrio)

2ª ed., 2000, 202 págs.

Este livro mostra que a origem da neurose e de todos os maleshumanos e sociais consiste no uso da vontade invertida no homem,ocasionando-lhe todos os prejuízos que vem sofrendo. Daí a importância dese libertar da escravidão desse tipo de “liberdade”, ou seja, em se livrar davontade (errônea). De outro lado, o autor esclarece o valor da filosofiaestoicista do Império Romano, dos mais extensos que a humanidade teve,justamente por causa disso. - Traduzido para: francês, italiano, sueco, finlandês

A Libertação pelo Conhecimento(A Idade da Razão)

2ª ed., 2001, 307 págs.

Neste livro, o 21º de sua obra, Norberto Keppe trata da principalferida do gênero humano: a corrupção – raiz de todas as doenças e detodos os males individuais e sociais. Mostra como a sua conscientização é omais importante de todos os conhecimentos, podendo conduzir ahumanidade a uma liberdade total e o seu consequente desenvolvimento.Keppe propõe uma metodologia científica para que os povos e indivíduos selibertem das emoções e racionalismos que vivem até hoje, causadores detodas as formas de dificuldade (guerras, pobreza, doenças), para finalmenteentrar na idade da Razão. - Traduzido para: inglês e francês

Sociopatologia(Bases para a Civilização do 3º Milênio)

2ª ed., 2002, 299 págs.

Este livro constitui um verdadeiro hino à beleza e às artes nacivilização. O autor analisa o processo doentio da organização socialmostrando suas origens e consequências, bem como uma forma desocioterapia (tratamento da patologia social). Mostra que a ética, a estética eas artes são a base da civilização e da ciência e não a matemática, colocadaerroneamente como base da vida científica e social. Esclarece a unificaçãode todos os campos do conhecimento – e como um elemento não pode

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existir sem outro – ou seja, a unidade existente entre todos osconhecimentos e sentimentos humanos. Traduzido para: francês

Trabalho & Capital2ª ed., 2003, 340 págs.

Confiscado do autor pelo FBI (1988), em Nova York, revela aimportância da dialética entre o trabalho e o capital, colocando o último aserviço do anterior, e neutralizando os grupos daninhos de exploração eespeculação do “establishment” dos países. Mostra, também, como umanação que conseguiu muito poder sobre as outras, através de filosofiaseconômicas corruptas, como os EUA, acaba perigosamente por destruir a simesma, ameaçando a economia internacional. Esclarece o papel daninhodos bancos e especulação capitalista que vivem do trabalho do povo e aindaexplorando-o – o que conduz à destruição de todos.Traduzido para: inglês, francês, alemão, sueco, finlandês

A Libertação dos Povos– A Patologia do Poder

1986, 290 págs.

Livro que serviu de fonte para o trabalho da Perestroika, é umaanálise científica profunda da patologia social. Trata-se de um estudo dopoder econômico-social que passou a dominar todos os outros (inclusive opolítico) colocando a cultura e civilização em perigo. As nações sãodominadas pelos especuladores e banqueiros que criaram as “leis” sociaispara proteger seus negócios – que são ilícitos porque destroem os países.Apresenta uma proposta prática para um novo modelo de economia, deempresas e de residências trilógicas, onde o poder patológico e corrupçãosão denunciados, para que não possam destruir o indivíduo e a sociedade.Traduzido para: inglês, francês

A Decadência do Povo Americano (e dos E.U.A.)1985, 240 págs.

Livro pioneiro, posteriormente muito copiado por outros autores,como Paul Kennedy e Norman Cousins, é a análise das causas psicológicas,filosóficas e econômico-sociais que levaram os EUA à decadência atual,diagnosticada por Keppe com anos de antecedência. Traz vasto materialestatístico e científico que mostra como a orientação filosófica e psicológica

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errônea levou a primeira nação do mundo à derrocada, que só 10 anosdepois (a partir de 1995) a humanidade está constatando. Traduzido para:inglês

O Reino do Homem — Volumes I e II1982, 303 págs.

O autor realiza aqui o estudo da patologia dos filósofos, cientistas eteólogos, bem como os erros que cometeram em seu trabalho por causa daprópria doença; este é o motivo de ter sido organizada uma sociedadeanti-humana, causando problemas para o homem e sua existência. Antes detratar do indivíduo, é necessário haver uma grande mudança social para quea situação seja normalizada, não só do ser humano, mas principalmente daestrutura social.

Contemplação e Ação2ª ed., 2004, 166 págs.

Trata-se de uma análise científica sobre a espiritualidade, dentro daqual o autor demonstra que a teologia não pode estar separada de filosofia eciência – a verdade, sendo uma só, não poderá haver contradição entre umae outra, motivo pelo qual as instituições religiosas vêm perdendo suacredibilidade. Aliás, a única maneira de a humanidade se desenvolver éatravés da aceitação dessa unidade.

A Glorificação2ª ed., 1987, 168 págs.

Este livro já foi denominado na América Central e Rússia comoNova Teologia do 3º Milênio, ou seja, a unificação entre ciência, filosofia eteologia (corrigidas). É constituído de três partes: Revelação (da patologiahumana), Ascensão (tratamento) e Glorificação (do bem, juntamente comDeus). Trata-se de um hino de glória ao Criador e sua criação, bem como aconsciência da participação do ser humano em todo o processo divino.Traduzido para: inglês, sueco, finlandês

A Libertação3ª Ed., 1998, 273 págs.

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A origem da neurose, seu tratamento e o processo de cura do cliente,dentro de uma compreensão psicanalítica nova. Sua leitura é terapêutica emsi, com uma linguagem simples e uma mensagem profunda. É nesta obraque o autor organiza a estrutura metodológica e teórica da TrilogiaAnalítica, sendo o livro básico para a sua compreensão. Traduzido para: inglês,sueco, finlandês

Trilogia1978, 174 págs.

Nesta época, o autor passou a perceber a tríade existente em todos oselementos naturais ou criados pelo homem. Keppe mostra que tanto apatologia individual como a social têm de ser cuidadas conjuntamente, parahaver o autêntico processo de cura – desde que todos os fatores sãointerligados de maneira trina.

A Consciência2ª ed., 2004, 179 págs.

Este foi o primeiro livro que Keppe escreveu sobre suas descobertas arespeito da nova psicopatologia, ou melhor, o que pode ser denominadaverdadeira patologia do homem: sua oposição à consciência. A partir daí,trouxe conceitos fundamentais: doença é a atitude de não querer ver(inconscientização), devido à inversão em que o ser humano vive; não é bemquestão de ter problemas, mas de não querer conscientizá-los. Aliás, a maiordificuldade do homem está no fato de não querer ter consciência.

Auto-Sentimento1977, 228 págs.

Auto-sentimento é um neologismo para dizer sobre a necessidade dapessoa sentir a si mesma, como único meio de entrar em contato com apatologia – desde que a doença está localizada nesse setor (Patós, em grego,significa paixão). O maior problema atual está na alienação que a sociedadetraz para os indivíduos, não permitindo que sintam seu interior, cujoprotótipo é a civilização americana, que coloca fora, projeta todas asdificuldades. Alienação significa estar alheio a si mesmo, distante dospróprios sentimentos.

Psicanálise da Sociedade

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2ª ed., 2004, 384 págs.

Trata-se do estudo da patologia social, mas usando as descobertas deS. Freud e M. Klein. Os leitores que já conhecem o trabalho trilógico,poderão observar que, naquele tempo (1975), Keppe tinha basicamenteidêntico anseio de resolver os problemas sociais: (teomania, egocentrismo,narcisismo, sadismo), com predomínio do desejo de poder (errôneo), queelabora toda espécie de atritos e desavenças sociais). Foi nessa ocasião que aCIA iniciou seu ataque contra o autor, ainda se servindo do ConselhoRegional de Psicologia (que sempre tem sob seu controle).

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De Olho na Saúde1ª ed., 2007, 186 págs.

Em linguagem simples e com ilustrações do artista plástico NelsonColetti, a obra trata de assuntos ligados a saúde e qualidade de vida comorelacionamentos, trabalho, depressão, problemas de obesidade e outrostemas de interesse.

História Secreta do Brasil.O Millennium e o Homem Universal

3ª ed., 2007, 296 págs.

O livro revela a história que não nos contam nas escolas – 2.500anos do mais belo sonho acalentado por nossos ancestrais e continuaentusiasmando até hoje as pessoas idealistas: o de realizar, neste milênio, noBrasil, a Era de Ouro, ou seja, uma sociedade justa, próspera, livre euniversal.

Dossiê América:Caso U.S. Government X Keppe & PachecoCláudia B.S. Pacheco e Márcia R. Bull 1995, 240 págs.

O Dossiê América tem a finalidade de levar ao conhecimento dopúblico em geral o Caso Keppe & Pacheco – resultado de uma armadilha

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perpetrada por agentes especiais do FBI, articulada a nível de altos escalõesda Justiça Americana, em conluio com a Administração e mídias brasileiras,por motivos ideológicos, e com o fito de impedir que ambos levassemadiante no mundo as denúncias sobre crimes de corrupção: tráfico de armase narcóticos que, ao que tudo indica, levaram ao escândalo Irã/Contra eIraque-Gate.

A Cura Pela Consciência – Teomania e Stress4ª ed., 2001, 197 págs.

Aplicação da Ciência Trilógica na Medicina Psicossomática, estelivro mostra que a verdadeira causa do estresse e das doenças psicológicas eorgânicas está no desconhecimento, tanto das atitudes e emoçõespatológicas do indivíduo, como da doença da sociedade. Relata casosclínicos e mostra como o leitor pode curar a si mesmo e aos demais pelométodo de interiorização (conscientização). Leitura indicada para qualquerpessoa, é de grande utilidade a profissionais da área de saúde e psicoterapia.Publicado em 8 idiomas.Traduzido para: inglês, francês, alemão, italiano, sueco, finlandês e russo

As Mulheres no Divã(Uma Análise da Patologia Feminina)1987, 175 págs.

Baseado na experiência com centenas de casos clínicos, a autoraanalisa a realidade social e psicológica das mulheres e de sua luta pela reallibertação, mostrando, em termos práticos, que elas podem obter realizaçãogenuína e felicidade duradoura, através de uma maior percepção das suasatitudes psicopatológicas.Traduzido para: inglês, francês, finlandês

ABC da Trilogia Analítica (Psicanálise Integral)7ª ed., 2003, 150 págs.

Explica os princípios fundamentais da Trilogia Analítica (PsicanáliseIntegral) que unifica ciência, filosofia e espiritualidade. Escrito emlinguagem simples, é dirigido aos interessados na área de psicoterapia,saúde, educação, economia, sociologia, filosofia e a todas as pessoas quedesejam orientação.Traduzido para: inglês, francês, alemão, sueco, finlandês erusso

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OUTROS AUTORES

Por Dentro da MúsicaGilbert Gambucci, 1ª ed., 2000, 115 págs.

Por Dentro da Música é um núcleo de vital conhecimento científiconecessário para a recuperação da arte erudita contemporânea. Este estudorevolucionário pela primeira vez esclarece como idéias equivocadas nafilosofia moderna providenciaram a total derrocada da música eruditacontemporânea (dodecafonia).

Odontologia do 3º Milênio (Trilógica) — Vol. IIMárcia Sgrinhelli e Heloisa Coelho, Supervisão de Cláudia B. Pacheco,

2005, 110 págs.

Experiências e trabalhos das cientistas psicossomáticas Márcia eHeloisa no tratamento do ser humano como um ser integral, um todoenergético, psicossomático (corpo e alma), além de uma avaliação dosrumos da odontologia após o ano 2000 e suas consequências como o usoindiscriminado de medicamentos, antissépticos etc.

Odontologia do 3º Milênio (Trilógica)Márcia Sgrinhelli e Heloisa Coelho, Supervisão de Cláudia B.S. Pacheco,

1998, 190 págs.

O único método de tratamento e prevenção das doenças bucais quevê o cliente como um todo, um ser integral, psicossomático (corpo e alma), étratado neste livro, escrito em linguagem simples, para todos os leigos eprofissionais de saúde que estejam interessados em melhorar a qualidade devida. Ele é bastante elucidativo, porque relata 80 casos clínicos dentre os 8mil clientes atendidos pelas autoras no Brasil, EUA e Europa.

Stop a Destruição do MundoDiversos Autores, 1994, 340 págs.

Este livro, redigido pelo jornalista José Ortiz Neto, professor deRedação da Escola de Línguas Millennium, contém teses elaboradas emgrupo por alunos e professores da Escola Norberto Keppe, as quais foram

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apresentadas no Fórum “STOP a Destruição do Mundo”, em maio de1993, no Palácio Galveias, Lisboa. As teses referem-se à necessidade deconscientização social e individual acerca das causas da destruiçãogeneralizada em nosso planeta, as quais encontram-se na predominânciadoentia do poder econômico sobre todos os setores: educação,comunicação social, saúde e artes, entre outros. O propósito é de que sejamformuladas novas leis mais justas que levarão à realização de um novomundo de paz.

Vida e Obra de Norberto KeppeMarc André da Rocha Keppe, 1990, 206 págs.

Uma análise histórica da vida de Norberto Keppe, criador daTrilogia Analítica. As palestras, artigos nas mídias, participação emcongressos e tudo o que contribuiu para o desenvolvimento desta novaciência, bem como a rede de ataques e intrigas levados a cabo pelos gruposde corrupção, que tentam até hoje impedir a difusão dessa ciênciarevolucionária.

A Origem da TerraMarc André R. Keppe, 1984, 185 págs.

Aplicando a Trilogia Analítica aos campos da história, geologia ebiologia, o autor contesta as teorias evolucionistas de Darwin, mostrandoque cientificamente a teoria evolucionista é uma aberração e não ciência.

Novas Perspectivas na Educação InfantilSuely M. Keppe, 2ª ed., 2007, 245 págs.

Como ensinar a criança a ser sã? O que é a bondade, beleza everdade? Como educar a criança sem interferir na sua individualidade eliberdade de escolha, e sem incorrer no método patologizante deintransigência e censura? Tudo isso a autora esclarece neste livro, demaneira clara e sensata, para os educadores, pais e adultos em geral.

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O Segredo de AlguinoSuely M. Keppe, 1983, 16 págs.

Esta história não foi escrita somente para crianças, mas também,para os pais, que nela encontrarão mensagens muito importantes paraajudá-los a educar seus filhos, resolver problemas e serem felizes.

O Dentinho Porcalhãona Fábrica da MastigaçãoMárcia Sgrinhelli e Maria Silvia Almeida, 2000, 10 págs.

Este livro para colorir tem como objetivo mostrar às crianças e aospais a interrelação existente entre as nossas emoções e a saúde bucal. Ahistória é baseada nas descobertas de Norberto R. Keppe, fundador daSITA–Sociedade Internacional de Trilogia Analítica (Psicanálise Integral),que explica que o aspecto essencial da vida é a ação real, isto é, ação dirigidapela bondade, beleza e verdade, em harmonia com a essência do serhumano. Baseando-se também no livro A Cura pela Consciência – Teomania eStress, de Cláudia B.S. Pacheco, vice-presidente da SITA, esta história ilustraa causa e a prevenção das cáries dentárias numa perspectiva psicológicaúnica, mostrando à criança como obter saúde bucal.

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PROTON EDITORA LTDA.Os temas principais abordados pela editora são: sociedade

(sociologia, ecologia etc.), saúde, ciências naturais e psicanálise, comênfase nas obras de Norberto R. Keppe, psicanalista e criador daEscola de Psicanálise Integral (Trilogia Analítica) e de sua principalassistente Cláudia Bernhardt de Souza Pacheco.

Proton Editora LtdaAv. Rebouças nº 3819 - Jd. PaulistanoCEP. 05401-450 - São Paulo, Brasil

Tel.: 11-3032-3616 - Fax.: 11-3815-9920

www.editoraproton.com.brwww.trilogia.ws

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