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FUNDAÇAO DE ANTONIO FERREIRA DE CARVALHO Diretor- Redator-Chefe: Sebastião A. B. de Carvalho Vice-Diretora: Rosa Maria O.Werneck Rossi de Carvalho Registrado no Cartório de Registro de Títulos e Documentos de Cantagalo: Livro B-2, Fls. 29, N o 959 FUNDADO EM 08/11/1936 1a Fase: 8/11/1936 =Cantagallo Novo 2a: 16/8/1953-1965 =O Novo Cantagalo 3a: 1994/1997=CantagalloNovo. 4a Fase(on line):jan 2012... ANO: 78 CANTAGALO RJ, 8 de outubro de 2015 4 a fase: N o 34 F azendas produtivas no distrito de São Sebastião do Paraíba sempre lhe garantiram um lugar importante na economia de Cantagalo. O nosso Album das Fazendas de Cantagalo, que estamos publicando, em partes, mensalmente, mostra essa realidade, de uma grandeza que está sendo relegada. Agora é só cimento e inundação, numa agressão sem limites ao meio-ambiente... P P P ar ar ar ar ar t t t e de São Sebas e de São Sebas e de São Sebas e de São Sebas e de São Sebas tião do P tião do P tião do P tião do P tião do P ar ar ar ar ar aíba ser aíba ser aíba ser aíba ser aíba ser á á á inundada par inundada par inundada par inundada par inundada par a cons a cons a cons a cons a cons tr tr tr tr tr ução de bar ução de bar ução de bar ução de bar ução de bar r r r ag ag ag ag ag em em em em em Mais uma comunidade brasileira terá seu território semi-destruído em nome do progresso capitalista, que avança, em sua marcha inexorável! Resgatar as histórias das fazendas de Cantagalo é uma tarefa meritória, dada a sua importância na historiografia fluminense. Várias delas pertenceram a condes e barões do Império. Outras, foram de cidadãos igualmente importantes, mas esta Fazenda União pertenceu a um fazendeiro e homem público que por cerca de 40 anos comandou a vida política do município: o Coronel Manoel Marcelino de Paula, presidente do Partido Social Democrático em Cantagalo. Unindo-se a Amaral Peixoto, durante a chamada “Era Vargas”, o Coronel inscreveu- se no rol dos mais importantes vultos da história local. E esta fazenda, que recebeu o nome de Nova União, significa um marco destacado na história de São Sebastião do Paraíba. SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍBA, 4 o Distrito - Criado por ATO do Governo da Província, de 17 de agosto de 1882. Altitude: 120m. Distância da sede: 14km. Este distrito possui extensas e férteis planícies ao longo do Rio Paraíba do Sul, que o separa do Estado de Minas Gerais. Eis a praça central do distrito. Foto CEPEC, 2013 Workshop com professores debate o Rio Paraíba do Sul em Cantagalo Discutir não só a importância do Rio Paraíba do Sul para a economia do estado do Rio de Janeiro, mas, também, a sua relação com o município de Cantagalo. Este foi o objetivo do workshop ‘Nas Águas do Paraíba’, realizado pela Secretaria de Educação de Cantagalo sexta-feira, 28 de agosto, em São Sebastião do Paraíba, quarto distrito do município.. Além de participarem das discussões em reunião realizada nas dependências da Escola Municipal Cel. Manoel Marcelino de Paula, os professores também realizaram trabalho de campo, percorrendo várias áreas do distrito banhadas pelo Rio Paraíba do Sul. Entre as discussões dos docentes, também as temáticas social e ambiental sobre os impactos causados pelo projeto de construção da Usina Hidrelétrica Itaocara (UHE Itaocara), que deverá ter início em janeiro de 2016. Algumas partes do distrito serão inundadas pelo represamento do rio. Como parte dos resultados, algumas sugestões pedagógicas foram analisadas visando o desenvolvimento e ampliação do tema nas salas de aula do segundo segmento do ensino fundamental da rede municipal de ensino. Além dos professores, participaram do evento a chefe do Setor Pedagógico da Secretaria de Educação de Cantagalo, Telma Tolentino; a supervisora de Ensino da secretaria, Cida Nunes. Também participaram a vereadora Emanuela Teixeira, a Manoela do Paraíba, como é mais conhecida, e Matheus Curty, ambos representando a comunidade de São Sebastião do Paraíba. Redação: Gilmar Marques Sede da Fazenda Nova União, de Naltto Fernandes dos Santos, que se conserva bela e produtiva, em São Sebastião do Paraíba. Prefeitura de Cantagalo debate questão da inundação de São Sebastião do Paraíba extraído do ALBUM DAS FAZENDAS DE CANTAGALO - autor: CEPEC - inédito.

a o Parte de São Sebastião do Paraíba será inundada para ... · lado do armazém, às margens do Paraíba, vi os craques da família – os tios Acyr, Walter e Pedro, o Pedrinho

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FUNDAÇAO DE ANTONIO FERREIRA DE CARVALHODiretor- Redator-Chefe: Sebastião A. B. de Carvalho

Vice-Diretora: Rosa Maria O.Werneck Rossi de Carvalho

Registrado no Cartório de Registro de Títulos e Documentos de Cantagalo: Livro B-2, Fls. 29, No 959

FUNDADO EM 08/11/19361a Fase: 8/11/1936 =Cantagallo Novo 2a: 16/8/1953-1965 =O Novo

Cantagalo 3a: 1994/1997=CantagalloNovo. 4a Fase(on line):jan 2012...

ANO: 78 CANTAGALO RJ, 8 de outubro de 2015 4a fase: No 34

Fazendas produtivas no distrito de São Sebastiãodo Paraíba sempre lhe garantiram um lugar

importante na economia de Cantagalo.O nosso Album das Fazendas de Cantagalo, queestamos publicando, em partes, mensalmente, mostraessa realidade, de uma grandeza que está sendorelegada. Agora é só cimento e inundação, numaagressão sem limites ao meio-ambiente...

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Mais uma comunidade brasileira terá seu território semi-destruído em nomedo progresso capitalista, que avança, em sua marcha inexorável!

Resgatar as histórias das fazendas de Cantagalo é uma tarefameritória, dada a sua importância na historiografia fluminense.Várias delas pertenceram a condes e barões do Império. Outras,foram de cidadãos igualmente importantes, mas esta FazendaUnião pertenceu a um fazendeiro e homem público que porcerca de 40 anos comandou a vida política do município: oCoronel Manoel Marcelino de Paula, presidente do PartidoSocial Democrático em Cantagalo. Unindo-se a AmaralPeixoto, durante a chamada “Era Vargas”, o Coronel inscreveu-se no rol dos mais importantes vultos da história local. E estafazenda, que recebeu o nome de Nova União, significa ummarco destacado na história de São Sebastião do Paraíba.

SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍBA, 4o Distrito -Criado por ATO do Governo da Província, de17 de agosto de 1882.Altitude: 120m. Distância da sede: 14km.Este distrito possui extensas e férteis planíciesao longo do Rio Paraíba do Sul, que o separa doEstado de Minas Gerais.Eis a praça central do distrito. Foto CEPEC, 2013

Workshop com professores debate o RioParaíba do Sul em Cantagalo

Discutir não só a importância do Rio Paraíba do Sul para aeconomia do estado do Rio de Janeiro, mas, também, a suarelação com o município de Cantagalo. Este foi o objetivo doworkshop ‘Nas Águas do Paraíba’, realizado pela Secretaria deEducação de Cantagalo sexta-feira, 28 de agosto, em SãoSebastião do Paraíba, quarto distrito do município..Além de participarem das discussões em reunião realizada nasdependências da Escola Municipal Cel. Manoel Marcelino dePaula, os professores também realizaram trabalho de campo,percorrendo várias áreas do distrito banhadas pelo Rio Paraíbado Sul.Entre as discussões dos docentes, também as temáticas social eambiental sobre os impactos causados pelo projeto de construçãoda Usina Hidrelétrica Itaocara (UHE Itaocara), que deverá ter inícioem janeiro de 2016. Algumas partes do distrito serão inundadaspelo represamento do rio.

Como parte dos resultados, algumas sugestões pedagógicas foramanalisadas visando o desenvolvimento e ampliação do tema nassalas de aula do segundo segmento do ensino fundamental da redemunicipal de ensino.Além dos professores, participaram do evento a chefe do SetorPedagógico da Secretaria de Educação de Cantagalo, TelmaTolentino; a supervisora de Ensino da secretaria, Cida Nunes.Também participaram a vereadora Emanuela Teixeira, a Manoelado Paraíba, como é mais conhecida, e Matheus Curty, ambosrepresentando a comunidade de São Sebastião do Paraíba.Redação: Gilmar Marques

Sede da Fazenda Nova União, de Naltto Fernandes dos Santos, quese conserva bela e produtiva, em São Sebastião do Paraíba.

Prefeitura de Cantagalo debate questão dainundação de São Sebastião do Paraíba

extraído do ALBUM DAS FAZENDAS DECANTAGALO - autor: CEPEC - inédito.

Mensagem do Diretor do Cantagallo Novo CANTAGALLO NOVO, outubro de 2015 Página 2

Jornalista Sebastião A.B.de Carvalho

Coluna do

Celso Frauches

Até quando agredir o meio-ambiente?

Já se foi o tempo em que era preciso lutar contra omeio-ambiente adverso, em benefício do progressohumano. Hoje, com o vertiginoso avanço

tecnológico, é ponto pacífico que devemos evitar, a todocusto, intervenções que alterem o rumo normal danatureza. Isso porque os prejuízos para a vida em geralsão de grande monta, variando desde a degradação dosolo até ameaças à fauna, à flora e ao homem.

A fome de energia elétrica, necessária à manutençãoe progresso da vida moderna, e a ganância de lucro dasempresas nacionais e estrangeiras que operam o setor,forçam os governos a permitirem a execução de obrasde grande porte, transposições de rios, barragens, quemodificam o meio-ambiente, agredindo a natureza e ohomem.

Há sempre grande preocupação com as pessoasdiretamente atingidas por essas ações, mas na verdade apreocupação deveria ser muito maior, pois os efeitosnocivos são bem maiores e permanentes!

Também a exploração de recursos minerais causaefeitos desastrosos. Exemplo marcante temos emEuclidelândia, distrito de Cantagalo, onde a exploraçãode calcário e a queima de resíduos já fez da região umacampeã em casos de câncer. Além da degradação domeio-ambiente, parte da população está sendo dizimadapor várias doenças.

Certamente isso não ocorreu aos responsáveis pelosdestinos do município quando os donos das cimenteirasapareceram prometendo mundos e fundos! E a maioriasó pensou nas vantagens econômico-financeiras, queacabaram acontecendo, mas a um preço demasiadamentealto!

A exploração de recursos naturais por grupos quevisam exclusivamente a grandes lucros e poder redundasempre em prejuízo para o meio-ambiente e aspopulações. Cantagalo já é vítima da indústria docimento, mas agora está sendo ameaçado pela indústriada energia elétrica. Querem inundar uma grande área dodistrito de São Sebastião do Paraíba, junto com áreas deoutros municípios vizinhos. E isso quando é consensomundial que devemos priorizar outros meios de obtençãode energia, como a solar, a eólea e o uso de fontes comoos biocombustíveis.

Mas os tentáculos do capitalismo selvagem estão-se firmando. Eles tem pressa em começar as obras darepresa de Itaocara, tendo marcado para 2016 o seu início.A Câmara Municipal de Cantagalo já protestou. Porémnão será apenas uma andorinha que não fará verão?

Segundo leio no site http://uheitaocara.com.br/new/, o ConsórcioUHE Itaocara, formado pelas empresas Cemig Geração e TransmissãoS.A. e Itaocara Energia Ltda (Grupo Light), venceu o leilão promovidopela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), realizado no dia 30 deabril, e obteve a concessão para construir e explorar, por 30 anos, a UsinaHidrelétrica Itaocara I. O empreendimento será construído no rio Paraíbado Sul, na região noroeste fluminense, e vai atingir os municípios de Aperibé(10 km), Cantagalo (24 km), Itaocara (13 km), Santo Antônio de Pádua(8 km) e, em Minas Gerais, Pirapetinga (9 km). Cantagalo e, porconsequência, todo o distrito de São Sebastião do Paraíba, será o maisprejudicado com essa obra. É interessante observar que o Anexo VIII doEdital de Leilão nº 3/2015, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel),registra que “o potencial originalmente concebido nesse trecho do rioParaíba do Sul” foi “considerado inviável ambientalmente pela autoridadecompetente”. Em um passe de mágica o “inviável ambientalmente” passoua ser viável, com recente licença concedida pelo Ibama.

Acompanho, a distância, as questões relativas à Usina Hidrelétricade Itaocara. Agora, por exemplo, o workshop “Nas Águas do Paraíba”,realizado no último dia 28 de agosto, com a participação de professoresde São Sebastião do Paraíba, da vereadora Emanuela Teixeira e de outraspessoas da comunidade, debateu a importância do Rio Paraíba do Sulpara a economia estadual e a sua relação com o município de Cantagalo,em especial, o distrito de São Sebastião do Paraíba, em toda a sua extensãoribeirinha. O site da Prefeitura informa que, além de participarem dasdiscussões, os professores realizaram trabalho de campo, percorrendo asáreas do distrito banhadas pelo Rio Paraíba do Sul e foram abordadastemáticas social e ambiental sobre os impactos causados pelo projeto deconstrução da UHE Itaocara.

Na Coluna de fevereiro último, com o título Paraíba do Sul –“foi um rio que passou em minha vida”, abordei, com rasgos desaudade e, até, nostalgia, as sangrias previstas para o “nosso” rioParaíba do Sul, nascidas das crises hídricas paulistas e com a iminenteconstrução da Usina Hidrelétrica Itaocara I, inundando as regiõesribeirinhas de Cantagalo, ao longo do distrito de São Sebastião doParaíba, cerca de 24 km. A vila de S.S. do Paraíba e as comunidadesde Porto do Tuta e Porto Marinho vão desaparecer. Na minha in-fância, residindo na Fazenda da Serra, não perdia, na Vila, as festasde São Sebastião, realizadas em janeiro. No Porto do Tuta, fiz o antigocurso primário, na escola ali existente, pelas mãos da professora eminha tia Nely, e ali residi por um bom tempo, quando meu pai,Henrique, tinha uma “venda” ou armazém; no campo de futebol, aolado do armazém, às margens do Paraíba, vi os craques da família –os tios Acyr, Walter e Pedro, o Pedrinho – derrotarem equipes daVila, de Cantagalo e das Minas Gerais. No Porto Marinho, estivepresente a casamentos, batizados e outros eventos católicos epagãos; ali nasceu e viveu parte de sua infância o primo e amigoDouglas. Ver toda essa história inundada é desolador.

E os que lá ainda residem? Idosos, como eu, serem obrigadosa abandonar suas casas, suas histórias para habitarem novas moradiasconstruídas em vilas artificiais. Ficam para trás a Igreja, a Capela, ocemitério, as escolas, as casas, as praças, os campos de futebol,toda uma vida, feliz ou sofrida. Esses impactos sociais vêmacompanhados dos ambientais, ambos danosos à Vida, na suaexpressão mais ampla. Tenho a história de minha família, do ramoFrauche/s, umbilicalmente ligada à vila e ao distrito de São Sebastiãodo Paraíba. Ali radicou-se, a partir de 1824, o imigrante suíço JoãoAbrom Frauche ou Jean Abram Frauche, onde casou-se com Anne-Marie Lugon-Moulin. O casal teve catorze filhos, todos criados eeducados na Vila, desenvolvendo no distrito atividades agropastoris.João Abrom Frauche está sepultado no cemitério da Vila. Nas terrasdo Distrito, radicaram-se outras famílias de imigrantes suíços, comoos Bard, Chevrand, Cortat, Cosendey, Curty, Feuchard, Lugon-Moulin,Monnerat, Musy, Periard, Sauerbronn, Vollu, ao lado dos Carvalho,Cordeiro, Costa, Cunha, Figueira, Leitão, Macedo, Monteiro, Oliveira,

Silva, Siqueira, Souza, Teixeira, Veloso, Vieira e tantos outrosconclui na página 7

Paraíba do Sul – “foi um rio que passou emminha vida” – 2

Nº 20 – 6 de outubro de 2015

CANTAGALLO NOVO, outubro de 2015 Página 3

FAZENDAS DE CANTAGALO condensado do álbum inédito, criadopelo CEPEC, contendo 37 fazendas do município. Pesquisas de 1991 e 2013

Este jornal vai publicarresumos de matéria sobre asfazendas de Cantagalo, retiradada obra de Sebastião e RosaMaria Carvalho, sob opatrocínio do Centro deEstudos e Pesquisas Euclidesda Cunha - CEPEC. Leia esteimportante artigo sobre o tema:A FAZENDA CAFEEIRAFLUMINENSE. www.nitcult.com.br/fazcafe.pdfFazenda São Clemente

14 - Fazenda Nova União

Pioneiro na defesa da ecologiana Região Serrana: 1959

Sede da Fazenda Nova União - Foto CEPEC, 2013

Resgatar as histórias das fazendas de Cantagalo é umatarefa meritória, dada a sua importância na historiografiafluminense.Várias delas pertenceram a condes e barões do Império.Outras, foram de cidadãos igualmente importantes, masesta Fazenda União pertenceu a um fazendeiro e homempúblico que por cerca de 40 anos comandou a vida políticado município: o Coronel Manoel Marcelino de Paula,presidente do Partido Social Democrático em Cantagalo.Unindo-se a Amaral Peixoto, durante a chamada “EraVargas”, o Coronel inscreveu-se no rol dos mais importantesvultos da história local. E esta fazenda, que recebeu o nomede Nova União, significa um marco destacado na históriade São Sebastião do Paraíba.Incluídos dados de 1991.Proprietário atual: Naltto Fernandes dos Santos.

Proprietários anteriores: Cel. Manoel Marcelino de Paula,Dudu Pimentel, (bisneto) Cel. Marcelino,Paulo R. Teixeirada Costa, Sebastião Rodrigues de Almeida. Sr. Elmo.Localizada a 36 km de Cantagalo, no distrito de São

Sebastião do Paraíba. Área: 55 alqueires, sendo parte empasto, parte em culturas; parte em matas. Essa propriedadepossuía uma área maior, quando era de propriedade doCel. Marcelino, mas ao passar por herdeiros ela foisofrendo desmembramentos.

Era uma fazenda, mista, produzindo café e outros cereais.Havia criação de gado, porco etc. (Na época em quepertencia ao Cel. Marcelino de Paula). Quando pertenceuao anterior proprietário, este mantinha um haras, com umagrande criação de cavalos de raça (campolino, mangalarga).Atualmente, Nova União é voltada para a criação bovina(cerca de 180 cabeças), produzindo 200 litros de leite pordia. Dedica-se ainda à criação de cavalo campolino, porcos,galinhas. Agricultura, só para consumo: feijão, milho.Há leva de porcos, silos, moinho de fubá, curral e estábulos.A mão de obra é suprida por alguns colonos. Há trator,carro de boi, arado, maquinários específicos para ofuncionamento da fazenda. segue...

O Sr. Naltto, após um dia de trabalho. Foto CEPEC, 2013.

O Sr. Naltto e empregados tocam os bois nelore para o curral, apóstê-los reunido no pasto. Foto CEPEC, 2013.

CANTAGALLO NOVO, outubro de 2015 Página 4

As baias, onde se recolhem os cavalos. Foto CEPEC, 2013.Ao entrarmos nesta propriedade, deparamo-nos com

um belo cenário. Situada entre morros coloridos, uma várzeaentrecortada por uma cachoeira, dá-nos uma sensação deestarmos num lugar irreal. A fazenda Nova União, outroramarco da passagem de um líder político que durante 40anos conduziu uma maioria que se deixava levar pelo seupaternalismo, hoje ainda conserva alguns detalhes físicosdo passado.

A sede foi toda reconstituída, aproveitando-se poucacoisa do antigo. É uma bonita e moderna casa grande,com algumas características que retratam a época doImpério.

Na parte externa, um antigo terreiro de café, ummoinho de milho, 4 silos que juntos armazenam 300toneladas de silagem.

No jardim em frente à sede, visualizamos, além deárvores centenárias, uma cocheira, e onde já funcionou naépoca do ex-proprietário, um haras, com uma criação decavalos campolino.

Outra imagem da sede da fazenda. Foto CEPEC, 2013.

A beleza natural do distrito de São Sebastião do Paraíbaé um incentivo para que seja aproveitado turisticamente.O rio Paraíba do Sul, que o banha, representa umagrande atração, que dá vida a toda essa extensa região.É preciso conservar nossos recursos naturais!

The Arrow and the SongI shot an arrow into the air, It fell to earth, I knew not where;For, so swiftly it flew, the sight could not follow it in its flight.I breathed a song into the air, It fell to earth, I knew not where;For who has sight so keen and strong, That it can follow the flight of asong?Long, long afterward, in an oak I found the arrow, still unbroke;And the song, from beginning to end, I found again in the heart of afriend.

Notes

1] Longfellow wrote: “October 16, 1845. Before church,wrote The Arrow and the Song, which came into my mindas I stood with my back to the fire, and glanced on to thepaper with arrow’s speed. Literally an improvisation.”(Editor, p. 234.)

A Flecha e a CançãoLancei uma flecha direta para o ar, Ela caiu na terra, em algum lugar;Mas tão veloz partiu, que nenhuma visão poderia segui-la em sua direção.Entoei uma canção, sublime, para o ar, Ela caiu na terra, em algum lugar;Mas quem teria aguda, poderosa visão, que pudesse seguir o vôo dacanção?Muito mais tarde, fincada num carvalho, achei, íntegra, a flecha, molhadade orvalhoE a canção, do início ao fim, achei-a, renovada, num coração afim.

The arrow and the song / A flecha e a cançãoHenry Wadsworth Longfellow (1807-1882)

Versão para a Língua Portuguesa:Sebastião A.B. de Carvalho

(Do Cenáculo Fluminense de História e Letras)

Notas

1] Longfellow escreveu: “16 de Outubro, 1845. Diante daigreja, escrevi The Arrow and the Song, que veio à minhamente quando estava de costas para a lareira, e voltei osolhos para o papel com a velocidade da flecha. Literalmenteum improviso .” (Editor, p. 234.)

CANTAGALLO NOVO, outubro de 2015 Página 5

Matéria de nossa coleção de décadas passadas, especialmente as décadas de 1950 e 1960.

www.nitcult.com.brVEJA OS JORNAIS

FEITOS PARA VOCÊ!

Noticiário de interesse público baseado em reportagens daAssessoria de Imprensa da Prefeitura de Cantagalo RJ

Textos adaptados ao formato deste jornal, de material de autoria do jornalistaGilmar Marques, da Assessoria Municipal de Imprensa.

CANTAGALLO NOVO, outubro de 2015 Página 6

Semana de prevenção e captação de Diabetes e Hipertensão temcomo pano de fundo, doenças renais

Trabalho teve inicio com intensificação, mas passará a ser rotina nas unidades de saúde domunicípio, buscando o diagnóstico precoce.

A Secretaria de Saúde de Cantagalo encerrou na sexta-feira, 25 de setembro, a Semana de Prevenção e Captação de Diabetes e

Hipertensão, que mobilizou todas as oito unidadesbásicas de saúde da Estratégia de Saúde da Família(ESF) no município – quatro na cidade e uma emcada um dos demais quatro distritos.

O trabalho tem como pano de fundo odiagnóstico precoce dessas doenças, que sãoresponsáveis por levar a sérios problemas nos rins,o que tem preocupado o sistema público de saúde,que tem registrado um alarmante aumento de casosde insuficiência renal.

Esse trabalho começou com uma palestraministrada no dia 10 de setembro, em Cantagalo,pelo médico Jair Baptista Miguel, doutorando emnefrologia pela Universidade Federal Fluminense(UFF) e que é um dos proprietários de uma clínicaespecializada em tratamento de pacientes renaisem Santo Antônio de Pádua, no Noroeste do estado.A palestra foi acompanhada por profissionaismédicos e enfermeiros de Cantagalo e do vizinhomunicípio de Cordeiro.

Segundo o palestrante, a demanda depacientes com esse tipo de problema girava emtorno de 25 a 30 ao mês há 15 ou 20 anos. “Essarealidade, hoje, é bem diferente, pois estamosbeirando a casa dos 200 pacientes ao mês e comprognóstico nada animador, se analisarmos sob oponto de vista da percepção, já que não temos umdado estatístico para nos mostrar a realidade emnúmeros consistentes”, explicou.

Por isso, esta semana, dando início a umextenso trabalho que será uma rotina em Cantagalo,em cada unidade de saúde, sempre com início às9 horas, a população foi convidada a participar deações como teste de glicemia, pesagem emedição, aferição da pressão arterial, orientaçõesnutricionais, atividades físicas e farta distribuição

de material informativo sobre essas doenças, quesão silenciosas e se transformaram num dos grandesproblemas da vida moderna.

Naquela manhã de sexta-feira, as unidades desaúde Djalma Dantas de Gusmão e Dr. João NicolauGuzzo se uniram num só evento, realizado na PraçaCônego Crescêncio Lanciotti, a Praça do Santuáriodo Santíssimo Sacramento, no Centro da cidade,para mobilizar a sociedade quanto à detecçãoprecoce dessas doenças.

Durante o atendimento, com médicos,enfermeiros e suporte de outros profissionais desaúde, os casos suspeitos, com resultados acimado esperado para ser considerado normal, eramimediatamente encaminhados aos serviços médicospara exames mais específicos e início dotratamento.

No mesmo horário, o mesmo tipo de trabalhofoi desenvolvido na unidade de saúde ManoelFrancisco de Paula Bon (Tatico), que atende à partebaixa do bairro São José, além de Santo Antônio eadjacências, e na unidade Dr. Jorge Roberto Vieirade Barros, na parte alta do São José. Mas o trabalhoteve início segunda-feira, dia 21, e se estendeu portoda a semana nas unidades de saúde dos distritosde Santa Rita da Floresta, Euclidelândia, SãoSebastião do Paraíba e Boa Sorte.

CANTAGALLO NOVO, outubro de 2015 Página 7

CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISASEUCLIDES DA CUNHA - CEPEC

CRIADO em 1958, por Sebastião Antonio Bastos de Carvalho,e oficializado em 1991, o CEPEC vem desenvolvendoestudos e trabalhos sobre o patrimônio natural e cultural daRegião Serrana Fluminense, lutando para sensibilizar aspopulações no sentido de trabalharem pela preservação edesenvolvimento das coisas da Terra.Presentemente, pugna pela criação de um Museu Históricoe Antropológico Regional.

Sebastião Carvalho, jornalista,professor, sociólogo, escritor.

OBRA que desvela pontos importantes da história da Região SerranaFluminense, que se impõem pela prevalência da Verdade.

A Odisseia de Mão de Luva, do sociólogo SebastiãoA.B. de Carvalho, lança luz sobre a vida do célebregarimpeiro Manoel Henriques, que teve sua históriaprejudicada pela irresponsabilidade de escritores que,falhos como pesquisadores, inventaram versõesfantasiosas sobre esse mineiro de Ouro Branco, quearrostou incontáveis perigos para se estabelecer nosSertões do Macacu, onde chefiou um clã que desafiavaas leis de Lisboa e de Vila Rica, acreditando que, naqualidade de brasileiro, podia explorar recursos locaissem contribuir para aumentar a riqueza de estrangeiros.

Manoel Henriques não foi, como afirmaramescritores equivocados, um nobre português, amante darainha Maria I, nem um salteador inescrupuloso, masum homem decidido, corajoso, capaz de penetrar namata, enfrentar feras e índios, deles conquistando aadmiração, inclusive pela sua religiosidade. Trabalhoucom negros escravos, como era comum, na época,mantendo por anos uma comunidade que se bastava eprogredia. www.nitcult.com.br/odisseia.pdf

cantagalenses e paraibanos do sul. São heróis anônimosda construção e do desenvolvimento socioeconômico dodistrito de São Sebastião do Paraíba.

O Paraíba do Sul foi um rio que passou em minhavida e na de milhares de paraibanos, gente simples,deixando marcas indeléveis, que nenhuma usinahidrelétrica poderá apagar de nossas memórias íntimas,mas que terão suas histórias inundadas por umempreendimento altamente questionado em termosambientais, em meio a uma crise hídrica sem paralelo emnossa história.

Como na Coluna de fevereiro findo, reafirmo quenós, os “filhos” do Rio Paraíba do Sul e as populaçõesribeirinhas, só temos a lamentar o crime que as autoridadesbrasileiras estão cometendo contra esse tesouro para aprodução nacional, para a sobrevivência de grande parteda fauna e da flora que tem nesse rio a sua fonte de vida.Infelizmente, não temos o poder de gritar – Basta! – eesse crime parar. A única arma é o nosso voto. Não

votemos, nas próximas eleições, em todos os políticosque estão saqueando ou permitindo esse crime contra o“nosso” Rio Paraíba do [email protected]

Paraíba do Sul – “foi um rio que passou em minha vida” – 2conclusão da página 2

O povo pode, sim. Quando não desiste!

Não é somente votando nas eleições que o povopode fazer valer a sua vontade, que dizemser soberana (“O Povo no Poder”). Há outras

maneiras de fazer com que prevaleça o interessecoletivo. Mas isso não é para os temerosos e osacomodados! E parece que Cantagalo está cheiodisso, pois nada faz esse povo contra os que espalhama poluição mortífera contra Euclidelândia, e nemagora, quando estão querendo inundar o valorosodistrito de São Sebastião do Paraíba! Somentepoliticalha suja e sem valor alguns se ocupam emfazer nas redes sociais. Perguntamos então: “Por quenão se lançam às ruas, em estrondosos protestos, osprejudicados? Por que não lutar pelo bem dapopulação, de si mesmos?” Sem resposta!

Sebastião A.B. de CarvalhoSebastião A.B. de CarvalhoSebastião A.B. de CarvalhoSebastião A.B. de CarvalhoSebastião A.B. de Carvalho

CANTAGALLO NOVO, outubro de 2015 Página 8

ENSINAMENTOS FILOSÓFICOS PARA A NOVA ERAMahabhutani e Indrananda

Inspirados por Bhagavan Sri Ramana MaharshiTrabalho de exposição de ensinamentos da Filosofia Vedanta, escrito por Mahabhutani e Indrananda,

inspirados no excelso Guru Bhagavan Sri Ramana Maharshi.

“EU SEI MEDITAR, ESPERAR E CONFIAR!”

Vem da edição anterior

continuará...

EXCERTOS DA “NOVA DOUTRINA” de Ramana Maharshi

Conheça a NOVA DOUTRINAde Ramana Maharshi: www.nitcult.com.br/nd.pdf

6.10. O estado de beatitude alcançado por um AltoIniciado deve-se à Sabedoria adquirida em sua jornadaespiritual, unida à capacidade de entendimento daimportância de se desprender de todo o invólucro damatéria e, através do Silêncio, ser apenas o Ser.

Não é apenas o conhecimento adquirido na presenteencarnação que capacita o Discípulo a atingir o Samadhi,mas toda a sua bagagem adquirida através do tempo em queperegrinou pelo mundo, vivendo inúmeras vidas...Também o seu Coração tem parte importante e vital, poisnão basta conhecer, é preciso saber...

Conhecer é encontrar o ensinamento; já saber é penetrarno íntimo da doutrina e vivê-la inteiramente.

6.11. O amor é a grande força que pode afastaras diferenças, banir a discórdia, fechar as portas àmaledicência e impulsionar o aspirante à real doaçãode seus dons espirituais ao próximo. Com o amor apenaspela Essência, e não pelas aparências, o Iniciado juntaa seu redor os homens e mulheres de boa vontade, parajuntos realizarem a Grande Obra.

A força do Amor é a maior que pode ser encontradaseja na terra, seja nos céus! É por isso que os Mestresacentuam a necessidade de se preparar para a doação total,através da união de todas as energias no Coração, que é oponto de onde emana todo o sentimento.

Não adianta aferrar-se a processos lógicos, própriosdo intelecto, pois sem o sentimento, não será possível penetrarno Santuário, visto que é exigida uma completa reforma outransmutação que se inicia a nível mental, mas que deveultrapassar os esquemas da mente concreta para atingir aEssência do Ser.

Abrindo seu coração à Nova Doutrina, o Discípuloestá no Caminho certo, direto, que conduz à Sapiência.

6.12. Pessoas heterogêneas, de formaçõesgenéticas, psíquicas, sociais muito diferentes, constituemum tesouro que a raça humana possui, mas não sabeadministrar. Na maior parte das vezes, fixam-se nasdiferenças, com antagonismos que por sua vez provocamdesarmonias, brigas, rixas e até guerras fratricidas. Masquando a Nova Doutrina começa a penetrar nas mentese corações dos estudantes, especialmente dos queanseiam pelo auto-aperfeiçoamento espiritual, — inicia-se uma mudança que redundará, mais cedo ou maistarde, na união de esforços pela paz e pela ascensão aníveis de vida e de relacionamentos tendentes àpromoção efetiva da Felicidade Real, que reside naimersão no Ser Superior, alcançada pela Meditação,que leva ao Samadhi.Todos ansiamos e trabalhamos pela paz, que é o maior domda Humanidade. Mas a paz tem que ser conquistada,

derrotando-se o real inimigo: aquele que está no interior decada um, mostrando-se como excessivo apego à matéria,vaidade, cobiça, enfim,todas as qualidades negativas quedistanciam o indivíduo de sua essência divina. Uma lutaincessante e firme deve ser mantida pelo Discípulo, paraque seus planos de ascensão possam realizar-se plenamente.

Cada um tem a sua missão. E acontecem osencontros de seres que precisam trabalhar unidos pelo idealcomum, muitas vezes perseguido por muitas encarnações.Vê-se portanto que a União em torno de uma missãodeterminada pela Suprema Hierarquia,com base nasqualidades e características cármicas de cada um, constituiponto da maior importância, pelo que resultará em benefícioda Humanidade — com a realização dos sagrados objetivosdos Discípulos.

Analisem seus relacionamentos à luz de uma visãomais abrangente, que conhecerão e compreenderão os fatosque os levam a se unirem, apesar das diferenças e dasdificuldades que se apresentam no Caminho.