A organização da escola pública é pautada na teoria geral da administração

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A organizao da escola pblica pautada na teoria geral da administrao, e recebem influncias das tendncias clssicas, psicossocial e contempornea. O fator produtividade est ligado de forma direta as concepes de eficincia e eficcia. A equipe de trabalho deve apresentar uma liderana capaz de alcanar resultados positivos no mbito de sua atuao. Os gestores devem ser eficazes, pois somente assim so capazes de solucionar problemas e articular idias para dessa forma gerar as modificaes necessrias. A linha de trabalho deve-se dar em cima de um planejamento de aes eficaz, sendo que este planejamento, bem como o oramento deve ser gerado de maneira integrada, para que assim os resultados sejam alcanados. Para o planejamento estratgico devem ser analisados os pontos internos e externos, para que possibilitem a participao mtua e assim haja um comprometimento maior da comunidade em geral com a instituio escolar. No entanto o planejamento estratgico ainda algo novo, apenas algumas escolas se utilizam do mesmo.O Planejamento Estratgico um processo gerencial que tem por objetivo transformar a viso organizacional em realidade. No lida com decises futuras, e sim com o futuro das decises. No uma tentativa de eliminar os riscos, e sim de abordar e administrar os riscos de maneira efetiva (eficiente e eficaz). O planejamento estratgico atravs do PDE, vem sendo orientado e elaborado, levandose em conta que para a elaborao desse planejamento necessrio que as responsabilidades sejam compartilhadas por todos os setores da instituio. Precisa ser traado um Plano Pedaggico onde sejam traados todos os parmetros pedaggicos, ou seja, sejam traados os objetivos que se desejam alcanar. Quanto s experincias educacionais brasileiras de descentralizao, estas ainda so minoritrias, apesar de ter tido incio por volta dos anos 80 e isso deu espao para que a educao fosse pensada a partir da realidade escolar e o cumprimento de planejamentos padronizados foi relaxado. As novas polticas pblicas passaram a contemplar a descentralizao administrativa e gesto escolar participativa de cunho democrtico, com o foco na realidade da escola e de suas comunidades escolar e local. Aps muitos debates e estudos, em 1996 foi estabelecida a gesto democrtica na escola, com isso tem-se testemunhado vrias mudanas na poltica da administrao da educao brasileira. O discurso legal e poltico proporciona mais participao da sociedade, inclusive com responsabilidade financeira. O Estado passa a permitir e incentivar a coexistncia de vrias formas de gerenciamento escolar, aparentemente mais democrticas. Algumas experincias ocorrem com o gerenciamento da escola pblica por entidades privadas. Desse modo, a indicao poltica de diretores escolares perde a primazia e d espao maior participao da comunidade na seleo de diretores escolares e na conduo do nvel de qualidade do processo educacional. A constante melhoria do sistema de ensino e da escola um objetivo perseguido pela administrao da educao. Provavelmente por isso que na dcada de 90 deu-se grande nfase a essa rea do conhecimento como uma possibilidade de atingir o objetivo de preparar cidados dignos e competentes atravs das escolas. As polticas pblicas evoluem, e com elas evoluem os paradigmas gerenciais. Buscamse solues para o gerenciamento e a qualidade educacional mediante a parceria com os

que fazem a educao acontecer no cotidiano da escola. No entanto, se os educadores no se empenharem, poltica e tecnicamente, em prol de uma participao efetiva, a reorganizao das funes administrativas e da gesto da escola na rede pblica continuar ocorrendo com sua ilusria participao nos processos decisrios. A relao que se quer estabelecer entre qualidade e participao no contexto escolar vai muito alm da mera questo da competncia tcnica passvel de ser resolvida pela competncia dos gestores, pais, professores, alunos, funcionrios. Ela envolve questes polticas internas e externas escola e que vislumbram a reduo de gastos e de recursos no desenvolvimento do processo educacional. A sociedade admite a importncia da escola na preparao de cidados com melhor potencial de trabalho e passa a exigir mais competncia, mais flexibilidade e agilidade dos gestores escolares, de modo que a escola possa acompanhar suas solicitaes. Em decorrncia, o potencial criativo da desejada autonomia escolar tem sido discutido amplamente, mas continua pouco exercitado, por falta de experincia nesse exerccio. At mesmo planejadores educacionais comeam a perceber que o exerccio da autonomia pode ser um aliado na busca da qualidade da educao. Contudo, poucos so os lderes escolares que exercem gesto democrtico-participativa e autonomia. A grande maioria dos que compem o escalo superior dos sistemas de ensino discursa sobre a autonomia da escola. Na prtica, eles ainda resistem e cerceiam a autonomia escolar, de certa forma se utilizam de uma pesudoautonomia. A participao no processo educacional condio essencial para uma vivncia democrtica, e para o exerccio pleno da autonomia, o que impe desafios constantes para as comunidades escolar e local. A descentralizao e a democratizao da administrao de escolas pblicas so perseguidas teoricamente, mas com poucos resultados significativos e permanentes. Na maioria da vezes, o eixo central desses processos (autonomia), o indivduo, no ouvido com ateno e suas necessidades e objetivos no so nem percebidos. Inserido na organizao escolar e no sistema de ensino ainda centralizador (supostamente aberto participao), na realidade as polticas educacionais restringem a oportunidade de participao do indivduo apenas mecnica adeso ao j definido. Com o foco no indivduo, a gesto participativa na escola pode trazer benefcios Nao. A dcada de 90 testemunhou a implantao de rgos colegiados na escola pblica, com vrias funes (inclusive zelar pela qualidade do ensino e pela transparncia dos recursos da escola). A implantao de colegiados e conselhos escolares exemplo de iniciativa, quase sempre poltica, que busca incentivar possveis canais de participao representativa na escola pblica. Para que esses pontos se concretizem e realmente levem melhoria da qualidade do ensino, faz-se necessria a implantao de projetos pedaggicos elaborados coletivamente a partir do perfil da unidade escolar, sem perder de vista as condies da rede e a poltica educacional. Tambm faz-se necessrio a constituio de um Conselho Gestor que garanta a participao das comunidades interna e externa, a fim de que assumam o papel de co-

responsveis na construo de um projeto pedaggico que vise ensino de qualidade para a atual clientela da escola pblica. Dessa forma, faz-se necessria uma gesto democrtica como facilitadora do aprendizado do aluno, permitindo-lhe que, atravs das aptides cognitivas, construa sua caminhada ao longo da vida. Neste sentido parece estar implcita a importncia da gesto compartilhada, no apenas como instncia de natureza administrativa, mas como mediao de uma prtica pedaggica e poltica que leve a construo da escola de qualidade, pretendida pela classe trabalhadora.

O processo de autonomia das escolas desenvolve-se num contexto amplo, procurando resolver a crise de governabilidade do sistema de ensino. Essa crise enquadra-se no "governo sobrecarregado" devido ao crescimento exponencial do sistema educativo, a complexidade das situaes geradas pela heterogeneidade dos alunos individual, social e culturalmente, a quebra de confiana na transio entre educao e emprego, as restries oramentais decorrentes da crise econmica, os disfuncionamentos burocrticos do aparelho administrativo do Estado. Para reagir a essa crise, desde o fim da dcada de 80, est havendo uma alterao significativa do papel do Estado nos processos de deciso poltica e administrao da educao, transferindo poderes e funes do nvel nacional e regional para o local, reconhecendo a escola como lugar central da gesto e a comunidade local, particularmente os pais dos alunos, como parceiros essenciais na tomada de deciso. Esse movimento decorre sob o signo da descentralizao e desburocratizao, pois as medidas tomadas fogem do tradicionalismo centralizado/descentralizado e configuram solues mistas e diversificadas, muitas vezes no sentido poltico oposto. A territorializao das polticas e da administrao da educao uma forma mais abrangente para designar as vrias modalidades de descentralizao, re-centralizao, e re-descentralizao que tm caracterizado as medidas tomadas em diversos pases neste domnio. A territorializao usada para significar uma grande diversidade de princpios, dispositivos e processos inovadores, no domnio da planificao, formulao e administrao das polticas educativas que, de um modo geral, vo no sentido de valorizar a afirmao dos poderes perifricos, a mobilizao local dos atores e a contextualizao da ao poltica. O processo de territorializao das polticas educativas no pode ser reduzido dimenso jurdico-administrativa a que o debate relativo transferncia de poderes entre o Estado e o local tem sido confinado, nem muito menos a uma simples modernizao da administrao pblica. A territorializao um fenmeno poltico e implica um conjunto de opes que tm por pano de fundo um conflito de legitimidades entre o Estado e a sociedade, entre o pblico e o privado, entre os interesses individuais e comuns, entre o central e o local, fazendo com que em vrios pases em que tem sido praticada, haja o confronto entre lgicas e objetivos distintos.

Em alguns casos, a territorializao vista como instrumento para introduo de uma lgica de mercado no funcionamento e regulao do sistema educativo, portanto, para outra forma de privatizao da escola pblica. Em outros casos, a territorializao expresso da tendncia das sociedades ps-industriais de transferirem para a periferia a gesto das contradies que o centro no pode resolver, ou forma de manipulao pelo Estado central que financia localmente as polticas que ele sozinho determina. Na descentralizao administrativa, o processo de transferncia de competncias para as autarquias um processo de autolimitao decidido e controlado pelo Estado, com a finalidade de perpetuar seu poder. Forado pela complexidade dos problemas e carncias dos recursos, o Estado devolve as tticas, mas conserva as estratgias, substituindo o controle direto por um controle remoto, baseado nos resultados. A territorializao no somente uma medida tcnico-administrativa para aliviar e modernizar o Estado, e por ele controlada, mas tambm um processo de apropriao, baseada na mobilizao, por uma determinada comunidade, de diversos espaos sociais. Sua finalidade empreenderem uma ao coletiva. As finalidades da territorializao so contextualizar e localizar as polticas e ao educativas, contrapondo homogeneidade das normas e dos processos, a heterogeneidade das formas e situaes; conciliar interesses pblicos e privados; fazer com que na definio e execuo das polticas educativas, a ao dos atores deixe de ser determinada por uma lgica de submisso, para subordinar-se lgica de implicao; passar de uma relao de autoridade no controle vertical, monopolista e hierrquico do Estado, para uma relao negociada e contratual, baseada na desmultiplicao e horizontalizao dos controles centrais e locais. Nesta perspectiva, a territorializao no pe em causa o papel do estado na produo de uma identidade nacional e instncia integradora da coeso social, no domnio da educao, mas permite que esta funo do Estado se faa no respeito pelas identidades locais e das suas autonomias e em parceria com as comunidades locais. A autonomia est etimologicamente ligada ao autogoverno, faculdade que os indivduos ou organizaes tm de se regerem por regras prprias. Se a autonomia pressupe liberdade e capacidade de decidir, ela no se confunde com independncia. A autonomia um conceito relacional. Sua ao se exerce sempre em um contexto de interdependncias e em um sistema de relaes. Ela exprime um grau de relatividade, de ser mais ou menos autnomos, ser autnomos em relao a uma ou mais coisas e no a outras. A autonomia uma maneira de gerir, orientar as diversas dependncias em que os indivduos e grupos se encontram no seu meio biolgico ou social, de acordo com as suas prprias leis. No se deve reduzir a autonomia das escolas dimenso jurdico-administrativa, pois sob esse ponto de vista, a autonomia existe simplesmente para decretarem as competncias que so transferidas da administrao central e regional para as escolas, insuficientes para institurem formas de autogoverno nas escolas. Os normativos tm significado enquanto quadros reguladores ou formas de racionalizao a priori da organizao e ao das escolas, mas s uma viso conceptista

determinista da mudana pode julgar que eles so suficientes para transformar pessoas e estruturas em autnomas. Esses decretos no passam de retrica oficial sistematicamente desmentida pelas normas regulamentadoras bem como as prticas dos diversos atores que na administrao ocupa, lugares de deciso estratgicos em relao ao funcionamento das escolas. Por isso, o desenvolvimento de uma poltica de refora da autonomia escolar, mais que regulamentar, deve criar condies para que ela seja construda em cada escola, de acordo com as especificidades locais e no respeito pelos princpios e objetivos que enformam o sistema pblico nacional de ensino. A autonomia da escola resulta da confluncia de vrias lgicas e interesses. preciso saber gerir, integrar e negociar. A autonomia da escola no autonomia dos professores, pais ou alunos. A autonomia um campo de foras, onde se confrontam e equilibram diferentes detentores de influncia, como o governo, a administrao, professores, alunos, pais e outros da sociedade local. A autonomia afirma-se como expresso da unidade social que a escola e no pr-existe ao dos indivduos. Ela um conceito construdo social e politicamente, pela interao dos diferentes atores organizacionais numa escola. No h autonomia da escola sem o reconhecimento da autonomia dos indivduos que a compem, pois ela o resultado da ao concreta desses indivduos, no uso de sua autonomia relativa. O reforo da autonomia das escolas no pode ser definido isoladamente. Deve-se ter em conta as dimenses complementares de um processo global de territorializao das polticas educacionais. A transferncia de competncias para a escola, para reforar sua autonomia, deve ser articulado com a reorganizao e redefinio funcional do aparelho de estado, a nvel central e regional, com a transferncia de competncias para as autarquias e com a coresponsabilizao da sociedade local na prestao de servio pblico de educao nacional, atravs de mltiplas parcerias scio-educativas. Deve-se ajustar a organizao da administrao central e regional ao desempenho de funes de acompanhamento e regulao, em particular no que se refere ao planeamento, ao apoio e assessoria das escolas e avaliao do sistema. Deve-se transferir para as autarquias competncias no domnio do planeamento, financiamento e gesto de polticas e sistemas locais de recursos educativos, destacando-se a rede escolar, os equipamentos, as atividades de complemento curricular e scio-educativa, de formao profissional e de educao de adultos. Deve-se incentivar parcerias scio-educativas, para formalizar a participao social do local, co-responsabilizando organismos na concretizao de interesses comuns no desenvolvimento de uma poltica educativa local.

A autonomia das escolas sempre relativa, condicionada pelos poderes de tutela, superintendncia do governo e administrao pblica ou pelo poder local no processo de descentralizao. O reforo da autonomia das escolas exige preservao e aumento do papel regulador do Estado e da sua administrao para evitar que os novos espaos de interveno social resultante da autonomia e territorializao se transforme em segmentao e pulverizao do sistema de ensino, pondo em causa a coerncia nacional de seus princpios, a equidade do servio prestado e a democraticidade do seu funcionamento. A autonomia no pode ser uma forma do Estado aligeirar suas responsabilidades, mas sim o reconhecer que mediante certas condies, os rgos representativos da escola pode gerir certos recursos melhor que a administrao central. A transferncia de maiores competncias para as escolas deve realizar-se no processo de mudana sustentada. Portanto, pode-se concluir atravs desse texto de Joo Barroso, que no h autonomia fora da ao autnoma organizada dos seus membros. A poltica destinada a reforas a autonomia das escolas no pode limitar-se produo de um quadro legar que define normas e regras formais para a partilha de poderes e a distribuio de competncias, entre os diferentes nveis de administrao, incluindo o estabelecimento de ensino. Ela deve criar condies e montar dispositivos que permitam libertar as autonomias individuais e dar-lhes em sentido coletivo, na prossecuo dos objetivos organizadores do servio pblico nacional, consagrados na lei fundamental e de que se destacam a equidade do servio prestado e a democraticidade do seu funcionamento. Deve-se reconhecer a autonomia das escolas como um valor intrnseco sua organizao e utilizar essa autonomia em benefcio das aprendizagens dos alunos. a autonomia no constitui um fim em si mesma, mas um meio de a escola realizar seus objetivos de formar crianas e jovens em melhores condies. A poltica de reforo da autonomia da escola no pode se limitar ao quadro legal para a distribuio de poderes, mas deve criar condies para libertar sua autonomia. O reforo da autonomia no pode ser obrigao da escola, mas uma possibilidade que se pretende concretizar no maior nmero de escolas possvel. No se deve impor a autonomia s escolas. preciso que elas, atravs de seus rgos, exprimam a vontade de aceder a um estatuto superior de autonomia. O reforo da autonomia deve ser um meio das escolas prestarem em melhores condies o servio pblico. Para isso, ela necessita de subordinao da autonomia da escola aos interesses da formao das crianas e dos jovens de acordo com os princpios constitucionalmente definidos e em funo das especificidades locais; controle social da escola atravs da participao dos professores, funcionrios, alunos, pais e outros membros da comunidade; respeito pelo campo profissional dos professores, tecnicidade dos seus saberes e responsabilidade que devem ter sobre os meios de produo escolar; reforo do sentido de gesto no governo da escola, o que passa pela utilizao de tcnicas adequadas de planejamento, organizao, coordenao, afetao

de recursos e controle de resultados, pela formao e qualificao dos diferentes intervenientes e desenvolvimento de formas diversificadas de liderana; adequao dos recursos pelo oramento ou por outros meios, s suas condies especficas. A autonomia um investimento nas escolas. Tem custos, baseia-se em compromissos e tem de traduzir-se em benefcios. Por isso, necessrio que seu desenvolvimento seja acompanhado para gerir melhor e criar mais recursos. Deve-se estabelecer uma relao de confiana entra administrao e as escolas uma relao de confiana, compromissada e com objetivos definidos. A autonomia tambm se aprende e essa aprendizagem o primeiro passo para ela se tornar uma necessidade. O reforo da autonomia das escolas implica mudanas culturais profundas, por isso, o processo de reforo da autonomia da escola deve tambm introduzir alteraes nas pessoas e na cultura das organizaes. As escolas de Portugal pesquisadas se encontram em nveis diferentes de autonomia. H escolas na heteronomia absoluta, dependentes totalmente da administrao, subordinando todas as suas decises ao que est regulamentado. Outras esto na anomia, sem nenhuma norma clara e comprometedora. Nem as normas da administrao so cumpridas, nem os responsveis pela gesto so capazes de produzir normas coletivas alternativas. A escola vive no sabor de rotinas e no livre arbtrio individual. Outras se apresentam na autonomia, tentando explorar os espaos de autonomia consagrados. H ainda as autonomias clandestinas, que so infidelidades normativas, atravs das quais os rgos contornam preceitos legais que impedem a tomada de deciso em domnios importantes. Essas infidelidades so mais ou menos consentidas pela administrao, atendendo aos fins visados, mas implica em uma dose de risco para seus autores. A estratgia propostas por Barroso para o processo de autonomia das escolas indutiva, tendo em conta as autonomias que as escolas j dispem; diversificada, prevendo diferentes situaes conforme as condies de cada escola; sustentada, para que possam dispor dos apoios necessrios autonomia e resoluo dos problemas; compensada, para que a administrao possa intervir supletivamente no caso das escolas que no renem condies para o exerccio da autonomia; contratualizada, para ter diversificao de situaes existentes e para se saber das responsabilidades da escola na prestao de servio pblico e avaliada para se aferirem dos seus trabalhos, para poderem ser corrigidas as situaes negativas e ajustados os objetivos. O reforo da autonomia das escolas desenvolve-se primeiramente acessvel a um grande nmero de escolas, com uma autonomia reduzida podendo ser praticada em curto prazo. Depois, acessvel somente s escolas que concluram com xito a primeira fase, com autonomia mais alargada, para ser praticada em mdio prazo.

Para um claro reforo da autonomia, deve-se estabelecer a legitimidade, a participao, a liderana empreendedora, desenvolvendo um sentido de gesto, qualificao e a flexibilidade. KUENZER, Accia Z. As Mudanas no Mundo do Trabalho e a Educao. Novos Desafios para a Gesto. In: Gesto Democrtica da Educao: atuais tendncias, novos desafios. 2 a ed. So Paulo, Cortez. As profundas modificaes que ocorrem no mundo do trabalho trazem novos desafios para a educao. O capitalismo vive um novo padro de acumulao decorrente da globalizao econmica e da reestruturao produtiva, determinando novas relaes Estado-sociedade. Como resposta s exigncias competitivas, a base tcnica de produo fordista que dominou o crescimento das economias capitalistas, foi substituda pela microeletrnica, que flexvel. Estabelecem-se novas relaes sociais, entre trabalho, cincia e cultura. A pedagogia orgnica ao taylorismo/fordismo tem objetivo de atender uma diviso social e tcnica do trabalho marcada pela clara definio de fronteiras entre as aes intelectuais e instrumentais. A globalizao da economia e a reestruturao produtiva responsveis pelo novo padro de acumulao capitalista transformam esta situao, imprimindo dinamicidade s mudanas que ocorreram no processo produtivos. O novo discurso refere-se a um trabalhador de novo tipo, para todos os setores da economia, com capacidades intelectuais permitindo-o adaptar-se produo flexvel. Assim, a nova pedagogia exige ampliao e democratizao da educao bsica. Para atender a todas as mudanas da globalizao, houve a democratizao do acesso ao saber socialmente produzido, transformando em saber escolar para todos os trabalhadores. Assim, os contedos tradicionalmente ensinados para uma camada restrita da populao, que ultrapassa a barreira da seletividade, provocam ampla democratizao, pois so requisitos mnimos para a participao competente em um setor produtivo, que cada vem mais incorpora cincia e tecnologia, exigindo competncias cada vez mais complexas, que necessitam de domnio terico, reflexo, crtica, flexibilidade, autonomia moral e intelectual e capacidade de educar-se permanentemente. Para trabalhadores da unidade produtiva, h a organizao taylorista/fordista, em que predomina a antiga concepo de qualificao. Para as reas automatizadas, os conhecimentos exigidos so mais abrangentes, nas cincias, lnguas estrangeiras, informtica, comunicao, utilizao de teorias para resolver problemas prticos e domnio dos equipamentos operacionais de alto custo. O trabalho escolar seleciona os mais capazes e desenvolve habilidades cognitivas para enfrentar as situaes dinmicas com flexibilidade. Embora o nvel de escolaridade fundamental ou mdia, dada a precariedade do trabalho escolar, o desenvolvimento dos programas de qualidade esbarram das dificuldades de comunicao oral e escrita, da

compreenso e do uso de mtodos cientficos, decorrentes da relao inadequada com o conhecimento na escola. Os excludos precisam se apossar do conhecimento, experincias e domnio do mtodo como condies determinantes de sobrevivncia. A posse de conhecimentos que permite a insero no mundo do trabalho direito dos trabalhadores, por ser estratgica para a sua sobrevivncia e para a construo de seu projeto poltico enquanto classe comprometida com a transformao das relaes de dominao entre capital e trabalho. As transformaes do mundo do trabalho exigem tanto os conhecimentos bsicos dos instrumentos para o domnio da cincia, cultura e comunicao como nos conhecimentos cientficos e tecnolgicos do mundo do trabalho e das relaes sociais contemporneas. Isto implica a extenso do ensino fundamental e mdio para toda a populao, gratuitamente e com qualidade e uma profunda reviso do trabalho pedaggico presente nas escolas, de modo a construir uma nova proposta pedaggica que supere as limitaes identificadas. A proposta fundamenta-se na articulao entre conhecimento bsico e especfico a partir do mundo do trabalho, entre saber para o mundo do trabalho e saber para o mundo das relaes sociais, entre conhecimento do trabalho e das formas de gesto e organizao do trabalho, articulao dos diferentes atores para a construo da proposta de setores organizados, responsveis pela gesto estatal de educao e responsveis pela formao de profissionais de educao. A integrao do conhecimento bsico aplicado s possvel no processo produtivo. A globalizao da economia e a reestruturao produtiva de deram a partir da derrubada das fronteiras no campo da cincia. Os contedos so os mesmos. A forma de trabalhar com eles que diferenciada. Os contedos e habilidades da rea de comunicao passam a ser estratgicos. Os contedos sobre as determinaes sociais, polticas e econmicas que levaram globalizao da economia. reestruturao poltica e s novas relaes entre Estado e sociedade, circunscritos no neoliberalismo, precisam ser apropriados pelos alunos, para que desenvolvam sua capacidade de anlise das relaes sociais e produtivas e das transformaes que ocorrem no mundo do trabalho. As formas metodolgicas construdas pelo taylorismo/fordismo privilegiam a multiplicao de cursos de treinamento fragmentados, para ocupaes bem definidas, de forma desordenada. Assim, o trabalhador coleciona certificados que no constituem uma qualificao orgnica e consistente e que tomam a memorizao de regras bsicas e procedimentos tcnicos especficos. Esse sistema est completamente superado. H a necessidade de definir procedimentos metodolgicos que superem a memorizao. Deve-se substituir a estrutura lgico-formal pela prxis social e produtiva para a seleo e organizao dos contedos. Os enfoques tradicionais devem ser substitudos por transdisciplinares, articulados no pensar e no fazer. As prticas pedaggicas passivas devem ser substitudas por relaes

ativas e intensas entre o educando e o conhecimento, por meio da mediao do professor, organizando experincias significativas de aprendizagem. O ponto de partida para o desenvolvimento do processo pedaggico deve ser o conhecimento e as concepes que o aluno/trabalhador acumulou em sua experincia de vida, educao e trabalho (saber tcito). Com o advento dos novos paradigmas no mbito trabalhista, surgem reflexes no ambiente escola, quanto ampliao dos espaos pedaggicos propiciados pelo avano cientfico e tecnolgico em todas as reas, reduzindo os espaos e tempos nas comunicaes, permitindo acesso imediato a qualquer tipo de informao. O processo de aprender escapa dos muros da escola para realizar-se nas inmeras possibilidades de acesso ao conhecimento presentes na prtica social e produtiva. Surgem novas tecnologias educacionais e novos materiais, diminuindo ou ao menos transformando a importncia da escola e do papel do professor. A cincia vai para o piso da fbrica, aproximando-se do trabalhador pela mediao do engenheiro, que deixa de gerenciar pessoas para gerenciar processos. A escola deve propiciar a apropriao do conhecimento por meio da articulao com seu locus de produo: as relaes sociais e produtivas. Essa articulao a nova funo do professor, que no ensina por meio de relaes interpessoais, mas pela mediao entre eles e a cincia na prtica social e produtiva, gerenciando o processo de aprender, que no mais individual, mas por meio de relaes sociais, articulando uma dimenso individual e coletiva, subjetiva e objetiva, teoria e prtica. As formas de controle passaram por transformaes profundas. O saber do trabalhador passa a ser estratgico para o aumento da produtividade, definindo-se a necessidade de ampliao dos seus conhecimentos. Instala-se a nova pedagogia necessria a internalizao do controle. A escola deve criar novas formas de controle e novos comportamentos que fortaleam o coletivo para se construir uma sociedade mais justa e igualitria. H uma contradio entre discurso e prtica da ampliao generalizada da educao bsica, necessria para a slida formao profissional. O pas atravessando por uma crise econmica, o governo adota polticas definidas pelo Banco Mundial como sendo para os pases pobres, que tm profundos e negativos impactos sobre a educao. Assim, as polticas educacionais no repousam no reconhecimento da universalidade do direito educao em todos os nveis, gratuita nos estabelecimentos oficiais, mas na equidade, tratamento diferenciado segundo as demandas da economia. Com a reduo do emprego e com a crescente excluso, o investimento em educao passa a ser definido a partir da compreenso de que o Estado s pode arcar com as despesas que resultem em retorno econmico. Portando, pode-se concluir com essa pesquisa, que o compromisso do Estado com a educao pblica e gratuita mantm-se no limite do ensino fundamental. A partir deste nvel, a escola mantm financiamento restrito. Assim, os nveis superiores so assumidos progressivamente pela iniciativa privada.

Em concordncia com as transformaes ocorridas no trabalho, as polticas pblicas de educao objetivam a conteno do acesso aos nveis mais elevados de ensino para os poucos includos, respondendo polarizao, desmistificando o falso discurso da necessidade da extenso de oferta de educao bsica e profissional de qualidade para todos, o Estado responde com uma poltica educacional restritiva para os nveis posteriores ao ensino fundamental, para um mercado de trabalho mais restrito, obedecendo lgica capitalista da racionalidade financeira. A nova pedagogia do trabalho perpassada pelas profundas contradies que marcam a relao entre capital e trabalho. As polticas educacionais viabilizam as possibilidades dessa nova etapa para um grupo restrito de trabalhadores, que desempenharo as atribuies de dirigentes/especialistas, responsveis pela gesto, manuteno e criao. O objetivo de todos em relao a essa nova dinmica do trabalho uma escola comprometida com os trabalhadores e os excludos, alm das polticas educacionais das mudanas no trabalho, para construir um novo projeto pedaggico, que rompendo com a racionalidade financeira, formasse os cidados e politicamente comprometidos com a construo da nova sociedade. Gutierrez, Gustavo Luis e Catani, Afrnio Mendes. "Participao e Gesto Escolar: Conceitos e Potencialidades", "Gesto Democrtica da Educao: Atuais Tendncias, Novos Desafios", 1 Edio, Vol. 1, Editora: Cortez, Pgs 59-75, So Paulo, 1998. Este texto tem o objetivo de apresentar um panorama atual das questes discutidas no campo de participao, gesto democrtica e autogesto, contribuindo para a reflexo a respeito da gesto escolar contempornea. Aps a Segunda Guerra, houve profundas mudanas culturais. Em uma anlise marxista, a participao uma seqncia de tipos definidos e evolutivos dentro do processo mais amplo dos conflitos da produo, iniciando-se nas lutas sindicais, passaria pelas comisses de fbrica, conselhos, co-gesto, at a autogesto generalizada. A realidade tornou-se multifacetada e surpreendente. A participao se confunde com todas as formas de organizao possveis, convivendo em uma colcha de retalhos da ps-modernidade. complexo dar conta da conscincia individual do ator chamado a participar, sua verdadeira e ntima vocao, compreendida como disposio pessoal para engajar-se no processo. Essa situao associa o grau de participao com o nmero de membros, induzindo a acreditar que muitos indivduos interferindo fortemente em muitas decises, constituem um sistema bastante participativo. Mas o grande nmero de pessoas expressando suas opinies compromete a qualidade e a eficincia. Participar significa que todos podem contribuir com igualdade de oportunidades nos processos de formao discursiva da vontade, ou seja, participar ajudar a construir comunicativamente o consenso quanto a um plano de ao coletivo. As experincias participativas de gesto democrtica, autogestionrias, economia social, terceiro setor ou cooperativismo de trabalho apresentam uma sucesso de problemas, por isso, a organizao participativa deve se renovar para lidar com aspectos especficos

da globalizao das relaes econmicas, com o aumento de competitividade e desemprego. O maior problema que as experincias de participao enfrentam hoje o da propriedade. O conceito contemporneo de propriedade incorpora uma infinidade de atributos complexos de quantificar, como marcas, patentes, penetrao em mercados cativos, adequao a legislaes especficas, prticas cartoriais ou oligopolsticas, etc. O terceiro setor ou propriedade semipblica, quando faz referncia a formas organizacionais em que o coletivo dos trabalhadores teria autonomia de gesto de servios originais do Estado, como museus, hospitais ou escolas. A propriedade deve ser vista como pragmatismo, que muda com o transcorrer do tempo. Mais importante so as relaes internas, o nvel de transparncia, o grau de autonomia e responsabilidade dos membros e a possibilidade de interferir efetivamente na construo de um plano consensual de ao coletiva. evidente que as pessoas queiram melhores salrios e esse um ponto sensvel de qualquer organizao. As caractersticas individuais tambm so importantes para uma gesto participativa bem-sucedida. A incorporao bem-sucedida de pessoas em qualquer organizao depende da adaptao. O taylorismo, o fordismo e a tecnoburocracia resolve esta questo por coao fsica, psicolgica ou de violncia simblica em funo de suas intenes manipulativas e exploradas. Mesmo com novos mtodos mais democrticos, a adaptao individual s experincias amplamente participativas ainda requerero esforos pessoais e organizacionais na adequao cultura e crtica e superao de uma formao autoritria e burocrtica inculcada pelo meio social em sentido amplo. A proposta de gesto no-convencionais dependem do resgate interno, pressupondo que esta organizao incentive o crescimento pessoal, intelectual e tcnico de cada membro para aumentar a eficincia do coletivo onde todos possuem grande autonomia de ao, procurando trilhar o caminho inverso das organizaes burocrticas, onde a infantilizao dos membros viabiliza o controle heternomo, a manipulao e a alienao. A autonomia universitria a primeira fonte de participao dos diversos segmentos na administrao das universidades pblicas. Autonomia no independncia nem soberania, pois seu exerccio restringe-se a esferas especficas delimitadas pelo ente maior. A universidade possui autonomia nos limites dos objetivos para os quais foi concebida. As universidades pblicas possuem autonomia didtica, cientfica e administrativa. A autogesto ou auto-administrao um mtodo de participao avanada, onde os trabalhadores so os responsveis diretos pela tomada de decises. A escola um universo especfico e a ao de seus atores s podem ser compreendidas com um conhecimento prvio, pois possui interao com a comunidade, lidando com o Brasil real, da fome, misria, pobreza, violncia.

uma relao entre desiguais, onde vamos encontrar uma escola desaparelhada do ponto de vista financeiro para enfrentar os desafios que se apresentam em uma comunidade despreparada para prtica da gesto participativa da escola. Toda organizao que tente implantar prticas participativas vive sob ameaa da reconverso burocrtica e autoritria dos seus esforos. Concluindo, o universo da escola complexo e especfico. O dilogo s frutfero a partir de um esforo de aproximao no qual todos tentem perceber o outro em seu prprio contexto.

CONCEITO DE GESTO ESCOLAR interessante verificar como o conceito evoluiu com o a passar dos anos do que seria gesto escolar e permitir pensar em ges to no sentindo de gerir uma instituio escolar, desenvolvendo estratgias no cotidiano com a fin alidade de uma democratizao da gesto educacional. Conforme apontado por Lck (2000, p. 11), gesto escolar: [...] constitui uma dimenso e um enfoque de atuao que objetiva promover a organizao, a mobilizao e a articulao de to das as condies materiais e humanas necessrias para garantir o avano dos processos socioeducacionais dos estabelecimentos de ensino orientadas para a promoo efetiva da aprendizagem pelos alunos, de modo a torn -los capazes de enfrentar adequadamente os desafios da sociedade globalizada e da economia centrada no conhecimento. Menezes e Santos (2002) definem a Gesto Escolar como a expresso relacionada atuao que objetiva promover a organizao, a mobilizao e a articulao de todas as condies materiais e humana s necessrias para garantir o avano dos processos socioeducacionais dos estabelecimentos de ensino orientados para a promoo efetiva da aprendizagem pelos alunos. Nos dias de hoje podemos ver o perfil do gestor da atualidade, ter a necessidade de repen sar alguns fundamentos na educao, e de como iniciar conceitos sobre a educao, quebrando novos paradigmas, como relao interdisciplinaridade, pedagogia de proje tos, temas geradores de pesquisa em sala de aula, uma construo do conhecimento e habilid ades. Prticas que vem abrindo caminhos para uma reflexo. Segundo W. E. Deming, administrao e liderana no so necessariamente a mesma coisa. Os lideres podem ser quaisquer empregados, de qualquer nvel, que tenham uma viso (ou atendam a viso da organizao) e possam liderar os outros. necessrio, numa escola, embutir nos docentes o 1 axioma de W. E. Deming, ou seja , que eles devem se transformar em lderes dentro da sala de aula. Referindo-se as prticas adotadas h anos passados, podemos di ferenciar com a da atualidade. Perrenoud (1999 apud HENGEMHLE 2004, p. 185). Afirma que o debate atual s possvel porque, h um sculo, os defensores da Escola Nova e das pedagogias at ivas questionam as relaes entre os conhecimentos e as praticas soc iais, o sentindo do trabalho escolar a ausncia de projeto. Quanto mais perto chegamos contemporaneidade que se revela atravs da construo do conhecimento, podemos observar a gesto escolar que o CEA oferece a descoberta individual e no determina o que o aluno tem que fazer, e sim usando instrumento de raciocnio aplicando as verificaes de aprendizagem onde os mesmo reflitam para dar a resposta. [...] As novas idias colocadas pela abordagem social-interacionista sugerem que o aprendiz a parte de um grupo social e deve ter iniciativa para questionar, descobrir e compreender o mundo a partir de interaes com os demais elementos do contexto histr ico no qual est inserido (NEVES et. al, 2000). Com o objetivo de conhecer a melhor forma de gerir uma instituio, a reforma educacional proposta pelo CEA requer alguns instrumentos para uma gesto com sucesso. O plano educacional de trabalho formado com os docentes e a coordenao pedaggic a onde planejam em conjunto as prticas educativas. De acordo com Hengemhle (2004, p. 194) a coordenao pedaggica precisa acompanhar as prticas do docente no como surpevisora, mas como orientadora. Nesse sentido, seu perfil tambm de liderana, consoante com as tendncias pedaggicas contemporneas, para contribuir com subsidio nas prticas do corpo docente. Assim podemos observar que a orientao educacional no pode perder o foco que uma busca de fatores que reflete a gesto

escolar, atravs da coordenao pedaggica, com professores ou com a faml ia, tais fatores podendo ser pessoal ou pedaggico. Mas h uma preocupao no acompanhamento dessa evoluo como diz Mezomo (1994, p.62); Infelizmente a inveno da nova escola nem sempre ocorre, porque a sua necessidade no acompanhada da viso e co rrespondente capacidade dos gestores, que assumem o risco da mudana e preferem manter a mesma estrutura, os mesmos currculos, a mesma filosofia e os mesmos processos, a sair em busca da construo de uma sociedade mais tica e mais livre e libertadora. visto que para um bom desempenho preciso traar estratgias na qual possa dar subsidio ao que as instituies esperam de cada gestor. Construir projetos coletivamente, desenvolver projetos de formao continua, ter um ambiente de promoo do ser e co nviver, do conhecer e fazer. Se na instituio escolar no forem repensadas muitas questes estruturais seu desempenho ser fracassado [...] isso quer diz er que as escolas ainda so muito disciplinares, pois para construir conhecimentos preciso tempo e espao Hengemhle (2004 p. 87). De acordo com Estevo (1999), a importao de um modelo de gesto estratgica vai implicar, como se depreende, que as escolas no fiquem merc das mudanas das polticas educativas nacionais, numa atitude de mera reao s contingncias da sua implementao; pelo contrrio, ela tem que exigir e insistir, alcanando uma margem ampla de autonomia para atuar proativamen te, desafiando os processos tradicionais de gesto em favor de um modelo normativo mais interveniente e de safiador do statu quo; vai implicar ainda que as prprias polticas estimulem este processo oferecendo quadros legais amplos e apoios efetivos e desafia dores construo de identidades organizacionais diferenciadas. A proposta de descentralizao pedag gica na reforma educacional do CEA pressupe um rompimento com a estrutura administrativa anterior, tm a preocupao de usar a formas convenientes com a realidade social no que esta inserida as prticas por ele ado tadas. O processo de descentralizao q ue podemos tambm chamar de empowerment proporciona maior racionalidade na gesto e na utilizao dos recursos, visto que este ser gerenciado diretamente pela instituio, que melhor do que ningum conhece sua r ealidade e, portanto saber a melhor forma d e utilizar. A descentralizao pedaggica tem como objetivo principal trazer para o espao da escola reflexo sobre o ensino e a busca de alternativas para superar o fracasso escolar [...] (COSTA et. al. 1997 p. 46). Conforme a viso de Carvaln (1999 p.153) o processo de descentralizao:

[...] o que era uma administrao e gesto centralizada transformou -se intensivamente em uma gesto descentralizada e vemos que todas as polticas educativas esto voltadas para maior autonomia das escolas, isto , descentralizar a gesto financeira, gesto curricular, a gesto pedaggica propriamente dita, gesto de recursos humanos disponveis etc. [...] alm de exigir mais da e ducao e vincul-la a setores sociais e econmicos, se ainda exige e que seja mais ef iciente no aperfeioamento do processo educativa. Como todo o projeto pedaggico, tambm o perfil do aluno que a escola se prope, h de ser fruto de construo e responsabili dade de todos. Sua definio pode ser desenvolvida a partir da equipe diretiva, a qual prope, para a comunidade escolar interna (alunos, funcionrios e professores) e externa (famlia, associaes de bairro...), um referencial para o perfil que se pretende adota r. Conforme Hengemhle (2004 p. 43). As mudanas so visveis no que d izem respeito s prticas educacionais, as escolas mais globalizadas do aos professores liberdade para levar os alunos a construrem conhecimentos e mostrarem suas diferenas, alunos envolvidos com a escola passam a futuros promissores, pais preocupados c om a escola so futuros colaboradores para a educao em uma sociedade envolvida, isto um pas desenvolvido em educao.

A gesto escolarA gesto educacional passa pela democratizao da escola sob dois aspectos: a) interno que contempla os processos ad ministrativos, a participao da comunidade escolar nos projetos pedaggicos; b) externo ligado funo social da escola, na forma como produ z, divulga e socializa o conhecimento. A partir da anlise de alguns trabalhos recentes (pesquisas realizadas na rea de gesto educacional) o estudo pretende trazer suporte terico para uma reflexo sobre o tema de forma que seja possvel ultrapassar o nvel de entendimento sobre gesto como palavra recente que se incorpora ao iderio das novas polticas pblicas em substituio ao termo administrao escolar. O fato de que a idia gesto educacional desenvolve -se associada a um contexto de outras idias como, por exemplo, transformao e cidadania. Isto permite pensar gesto no sentido de uma articulao consciente e ntre aes que se realizam no cotidiano da instituio escolar e o seu significado poltico e scia. A valorizao da escola privada como soluo para democratizao da educao esto comprometendo algumas conquistas gestadas por ocasio da Constituio C idad de 1988. No h dvida que o movimento de gesto democrtica da educao avanou nas dcadas de 80 at meados da dcada de 90. Hoje, este movimento sofre retrocessos, embora a Lei de Diretrizes e Bases da Educa o 9.394 de 20 de dezembro de 1996 tenh a confirmado a participao no s na gesto da escola, mas tambm na construo do projeto

poltico pedaggico, de acordo com a regulamentao em leis municipais. No entanto esta participao no se consolidou na ges to da educao e muito menos nas propo stas pedaggicas das escolas. Trs motivos explicam esta situao precria da gesto da escola. Primeiro, o projeto poltico conservador que est embutido nas prticas administrativas. A administrao ou excessivamente burocrtica e controladora privile giando a uniformidade, disciplina e homogeneidade dificultando qualquer gesto de criatividade ou incorpora prticas de programas empresariais de qualidade total. Segundo, a falta de forma o tica e poltica dos gestores eleitos privilegiam interesses priv ados em detrimento dos coletivos e pblicos. Terceiro, a confuso estabelecida pelo pragmatismo das polticas neoliberais de privatizao no setor administrativo pblico, de tal forma que nem dirigentes e m seus cargos administrativos nem dirigidos consegue m distinguir mais o que pblico e o que privado. Como construir neste contexto uma participao democrtica na gesto e na construo da proposta pedaggica da escola? Os governos neoliberais entendem que propostas de participao da comunidade na admi nistrao das escolas devam ser atravs de programas como: Amigos da Escola?,Dia da Famlia na Escola?, Escolas de Paz?. Associaes de Apoio Escola? e Organizaes no governamentais?. Os educadores e pesquisadores entendem que no suficiente permanec er na denncia. Isto a mdia o faz muito bem. fundamental lutar para manter as conquistas democrticas constitucionais. preciso ir alm e se comprometer com uma constr uo democrtica cotidiana em diferentes setores da sociedade e do Estado. As prtic as do cotidiano escolar constituem um horizonte para o surgimento, crescimento e consolidao de um projeto democrtico alternativo. A investigao das prticas docentes, administr ativas e culturais este horizonte que aponta uma direo. Afinal, a quem s ervem estas prticas? Que projeto de sociedade e de Estado est embutido no dilogo dos educadores e educandos? Que significado possui a interlocuo entre saberes acadmicos e saberes de experincia feitos? conforme ensinara Paulo Freire? A LDB, em seus artigos 14 e 15, apresentam as seguintes determinaes: Art. 14 Os sistemas de ensino definiro as normas da gesto democrtica do ensino pblico na educao bsica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princpios: I. participao dos profissionais da educao na elaborao do projeto pedaggico da escola; II. participao das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. Art. 15 Os sistemas de ensino assegu raro s unidades escolares pblicas de educao bsi ca que os integram progressivos graus de autonomia pedaggica e administrativa e de gesto financeira, observadas as normas de direito financeiro pblico. Cabe aqui, nesta regulamentao o princpio da autonom ia delegada, pois esta lei decreta a gesto dem ocrtica com seus princpios vagos, no sentido de que no estabelece diretrizes bem definidas para delinear a gesto democrtica, apenas aponta o lgico, a participao de todos os envolvidos. Nesse nterim, o carter deliberativo da autonomia assume uma posio ainda articulada com o Estado. preciso que educadores e gestores se reeduquem na perspectiva de uma tica e de uma poltica no sentido de criar novas formas de participao na escola pblica, tais como ouvi ndo, registrando e divulgando o que aluno s e comunidade pensam, falam, escrevem sobre o autoritarismo liberdade da escola pblica e as desigualdades da sociedade brasileira. tecendo redes de falas e de registros, aes e intervenes que surgiro novos movim entos de participao ativa e cidad. O novo paradigma da administrao escolar traz, junto com a autonomia, a idia e a recomendao de gesto colegiada, com responsabilidades compartilhadas pelas comunidades interna e externa da escola. O novo modelo no s abre espao para iniciat iva e participao, como cobra isso da equipe escolar, alunos e pais. Ele delega poderes (autonomia administrativa e oramentria) pa ra a Diretoria da Escola resolver o desafio da qualidade da educao no mbito de sua instituio. Em certa medida, esta nova situ ao sugere o papel do ltimo perfil de lder mencionado: o que enfrenta problemas "intratveis", cuja soluo no tcnica, mas de engajamento e sintonia com o grupo que est envolvido e que tem muito a ganhar com a superao do desafio. No caso da escola , a qualidade da educao interesse tanto da equipe escolar, quanto dos alunos e de suas famlias (alm do Estado, das autorida des educacionais e da nao como um todo). Sua melhoria depende da busca de sintonia da escola com ela mesma e com seus usurio s. Uma escola de qualidade tem uma personalidade especial, que integra os perfis (aspiraes e valores) de suas equipes internas , alunos, pais e comunidade externa. Desenvolvimento profissional de professores e funcionrios. Estados planejaram investir em programas de capacitao de professores e dirigentes escolares,Incluiu um programa de capacitao em liderana de escolas est aduais inovador baseado na escola. O enfoque da capacitao prtico e no terico. Os programas e seu material de apoio so desenv olvidos por grupo de treinamento central. O objetivo dos estados participantes reforar o contedo de capacitao e desenvolver esc olas para demonstrao. O fator crtico para o alcance do objetivo do estado de descentralizar o processo divisrio das e scolas. Por que incentivar o desenvolvimento dos professores e funcionrios. As duas razes principais para que se tenha uma forte nfase ao desenvolvimento dos funcionrios e professores so: crescimento profissional e desenvolvimento pessoal. Os funcionrios devem se sentir motivados para treinar e aprender mais na rea em que atua, isto vai ser lucro para ambas as partes escola e funcionrio. Os diretores podero crescer mais em seus projetos e desenvolver cada vez melhor seu "perfil", sendo capaz de s olucionar problemas com decises certas. Porque sem este desenvolvimento os diretores tomavam decises baseadas apenas em experincias e muitas vezes sem dinmicas e sem percepo. Estratgias participativas do desenvolvimento de pessoal.Tanto os profess ores como os gestores devem ser envolvidos na concepo de programas de desenvolvimento de pessoal. H cinco elementos chave de urna abordagem participativa de desenvolvimento pesso al. 1 - Consultar o pessoal sobre o que consideram necessrio para promove r o seu prprio crescimento e aprimorar o seu desempenho. 2 - Retribuir eu reconhecer o tempo dedicado participao em atividades de desenvolvimento de pessoal 3 utilizar os quatro princpios de programas de capacitao eficazes. Esses princpios so: a). envolver os participantes na apresentao de concertos, idias, estratgias e tcnicas. b). planejar a aplicao dos conceitos acima. c) Dar aos participantes feedback sobre o uso de novos conceitos. d) Permitir que os participantes aplicassem seus novos conhecimentos. 4 Certificar-se de que o diretor da escola est presente e participar de todos os programas realizados em servios. 5 Acompanhar a utilidade de cada atividade de desenvolvimento profissional, aps a realizao da mesma. O autor pedagogo com habilitao em Administrao escolar, Gesto, e Magistrio, ps graduando em docncia do ensino superior ,

tambm telogo, mestre em cincias da religio, contabilista, e graduando em Direito. Notas e Referncias Bibliogrficas A autonomia da escola pblica - Silva, Jair Milito E o projeto poltico pedaggico Ao usar este artigo, mantenha os links e faa referncia ao autor: A Gesto Escolar publicado 21/04/2007 por

Fonte: http://www.webartigos.com/articles/1509/1/A -Gestao-Escolar/pagina1.html#ixzz1PBiP46Zt

1. Evolo Histrica da Administrao Escolar Produto de longa evoluo histrica, a administrao escolar como concebida hoje traz a marca das contradies e dos interesses polticos em jogo na sociedade especificamente capitalista e sua articulao com os interesses dominantes. Nestes termos a reflexo sobre a teoria da administrao no Brasil tem sido feita a partir de dois tipos de enfoques. Um privilegia o que pode ser chamado de paradigma da empresa e o outro, que se contrape a este, o da formulao da especificidade da escola (OLIVEIRA, 2001, p.115). Para tanto necessrio refletir sobre como a escola sendo uma instituio escolar pode contribuir com sua parcela para a transformao social, e tambm, as definies e rumos das polticas pblicas de educao para gerar o direito escolarizao bsica de qualidade grande maioria da populao. importante lembrar o contexto educacional e as transformaes econmicas e polticas que aconteceram no pas ocorridas quando destes momentos.

1.1 Caminhos Percorridos: Encontros e desencontros da Administrao escolar No Brasil do sculo XX, a poltica percorre dois momentos distintos e marcantes: o primeiro perodo que corresponde ditadura de Getlio Vargas e ao populismo nacionalista, e o segundo perodo, caracterizado pela instaurao da ditadura militar em 1964, at a concluso dos trabalhos da Constituio de 1988. Nesses dois perodos, a poltica brasileira compe e recompe-se, conservando seu carter fragmentrio, setorial e emergencial, sempre sustentada pela necessidade de dar legitimidade aos governos que buscam bases sociais para manter-se. A luta pelas liberdades democrticas; os primeiros grandes movimentos grevistas; o movimento das Diretas j pelo retorno das eleies para governantes; a conquista da liberdade de organizao partidria, entre tantas outras aes no campo trabalhista, poltico e social, configuraram um clima por maior participao e democratizao das vrias esferas da sociedade brasileira, somente no espao democrtico que temos possibilidades de conviver com as diferenas, exercitando o debate fundado no esprito crtico que exige, cada vez mais, novas aprendizagens.

O governo militar iniciado em 1964 caracterizava-se por empreender a perseguio a professores, muitos deles presos e no raro submetidos tortura, e a desmantelar os centros de representao estudantil. Um de nossos mais significativos representantes, Paulo Freire, foi nessa poca preso e depois exilado, entre inmeros outros perseguidos. Segundo ARANHA (1998, p.95) Entre 1968 e 1971, o governo da ditadura realizou de modo autoritrio as reformas do ensino universitrio e mdio, alterando a LDB de 1961 que, apesar dos defeitos, tinha sido antecedida por amplo debate da sociedade civil. Essas reformas, assessoradas por tcnicos norte-americanos caracterizavam-se pelo cunho tecnicista, pelo qual se pretendia viabilizar na escola o modelo empresarial, adequando a educao s exigncias da sociedade industrial e tecnolgica, com vistas ao crescimento econmico. Nesse perodo o ensino mdio transformou-se em profissionalizante, pois queriam fazer-nos acreditar que, dessa forma, conquistaramos uma escola unitria, oferecendo a todos o mesmo tipo de ensino: o ensino voltado ao trabalho. Durante o momento mais cruel da ditadura militar, onde qualquer expresso popular contrria aos interesses do governo era abafada, muitas vezes pela violncia fsica, foi instituda a Lei 4.024: Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional, em 18 de agosto de 1971, que regulamentava a formao educacional com cunho profissionalizante. Esta profissionalizao, entretanto, no passou de uma mentira. O antigo curso normal foi um dos muitos que sofreu uma descaracterizao bastante rude com a reforma. Foram excludas as aulas de Literatura, aglutinadas as de Histria e Geografia, excludas as de Filosofia e criadas s disciplinas de Moral e Cvica, ficando indisfarvel o cunho doutrinador da reforma, uma anttese a qualquer formao integral de qualidade. Os tecnocratas da educao passaram a legislar por decretos-leis, portarias e resolues, procedimentos tipicamente autoritrios, levando ao caos pedaggico e desorientao dos professores. Essa poltica provocou graves efeitos na qualidade de ensino, uma vez que os professores precisaram ampliar o nmero de aulas para poder sobreviver, o que, em ltima anlise, fez diminuir o tempo dedicado preparao das aulas e correo de atividades. As escolas particulares, por sua vez, sobretudo as que apresentavam melhor qualidade, usavam artifcios para no seguir a termo as determinaes da legislao e continuavam oferecendo as disciplinas que garantiam sua clientela o acesso aos cursos superiores. Dessa forma, aumentava o fosso entre o ensino para a elite e o popular. A dcada foi marcada por uma significativa ampliao da rede privada de ensino, tanto no seguimento em nvel superior quanto pelas escolas de nvel mdio. medida que o Estado foi se desobrigando da educao, sucateando a rede pblica e tornando irrisrios os salrios dos professores, desenvolveu-se uma mercantilizao do ensino jamais vista, em que apareceram inmeras escolas particulares com um ensino de nvel duvidoso e pagamentos de salrios igualmente ruins a seus professores.

Enfim, a ditadura militar se desfez por si s. A presso popular e de vrios setores da sociedade foi tamanha, que o processo de abertura poltica tornou-se inevitvel. Em decorrncia destas reivindicaes, principalmente por parte dos movimentos populares e sindicais, perspectivas participativas e democrticas tornaram-se plataformas dos partidos de oposio ao regime militar, que disputaram as eleies a partir de 1982. A escola, ainda hoje, est buscando as mudanas necessrias para que haja espao para a valorizao dos professores, oportunidade de atualizao constante, condies adequadas para o exerccio da profisso, plano de carreira e salrios mais justos e, tambm, uma administrao que no seja centralizadora, que respeite e pratique princpios democrticos. Todos esses elementos somados representam, em outras palavras, uma educao de qualidade.

1.2 Taylor, Fayol e Ford: Conceitos de Administrao incorporados pela educao escolar. Fundamenta-se a administrao escolar na Teoria Geral da Administrao. A partir dos conceitos de administrao cientfica de Taylor e a administrao geral de Fayol. Para Taylor o controle do trabalho era essencial para a gerncia. Produziu uma nova forma de organizao, em que era necessrio um trabalhador responsvel pelo planejamento e controle das atividades. Esse era o administrador que garantia o controle de qualidade e tinha maior poder sobre os demais trabalhadores. J com Fayol temos a Teoria Geral da Administrao, que se desenvolvia sobre: (...) os princpios da diviso do trabalho, autoridade, disciplina unidade de comando, unidade de direo, subordinao de interesses individuais aos interesses gerais, remunerao, centralizao, hierarquia, ordem, eqidade, estabilidade no quadro de pessoal, iniciativa, esprito de solidariedade e lealdade que constituem um dos modelos da estrutura capitalista (HORA, 1994, p. 37). De acordo com estes princpios necessrio que haja uma integrao entre o saber tcnico e forma de organizao desse processo produtivo. Ford visto como um dos responsveis pelo salto qualitativo no desenvolvimento da atual organizao empresarial. Ford lanou um sistema de integrao vertical e horizontal produzindo desde a matria prima inicial at o produto final, finalizando com uma cadeia de distribuio comercial atravs de agncias primrias e graas aos seus mtodos, processos e produtos gerou uma das maiores fortunas do mundo. Atravs da racionalizao da produo, criou uma linha de montagem que permitia a produo em srie, ou seja, fabricar grandes quantidades de um determinado produto padronizado.

Em suas fbricas de automveis, Ford inverteu o processo de montagem: em vez de o operrio se locomover procura da pea, a pea chegava at o operrio. Assim, Ford intensificou a produo, pela reduo do volume de matria-prima e pelo aumento da capacidade de trabalho dos operrios. A partir de 1900 comearam a surgir os primeiros estudos no sentido de melhorar a qualidade e a estrutura das empresas. Entre os percussores da administrao cientfica das empresas, em suas diversas reas, esto Taylor, Fayol e Ford. Taylor, fundador da Administrao Cientfica organizou a primeira tentativa da Teoria da Administrao, iniciando com experincias concretas no trabalho dos operrios. Neste primeiro momento Taylor voltou-se exclusivamente para a racionalizao do trabalho dos operrios, estendendo-se no segundo perodo definio de princpios de administrao aplicveis a todas as situaes da empresa. A organizao racional do trabalho se fundamenta na anlise do trabalho operrio, no estudo dos tempos e movimentos, na fragmentao das tarefas e na especializao do trabalhador. Buscava-se a eliminao do desperdcio, da ociosidade operria e a reduo dos custos de produo. A nica forma de obter a colaborao dos operrios foi o apelo aos planos de incentivos salariais e de prmios de produo, com base no tempo-padro e na convico de que o salrio constitui a nica fonte de motivao para o trabalhador. O desenho de cargos e tarefas enfatizava o trabalho simples e repetitivo das linhas de produo e montagem, que junto com a padronizao assegurariam a eficincia empresarial. Verificou-se que no adiantava racionalizar o trabalho do operrio se o supervisor, o chefe, o gerente, o diretor continuassem a trabalhar dentro do mesmo empirismo anterior. Para envolver esses escales mais elevados, os engenheiros da Administrao Cientfica passaram a se preocupar com os princpios de administrao capazes de delimitar o comportamento dos gerentes e chefes. O pioneiro da Teoria Clssica, Henri Fayol, considerado juntamente com Taylor um dos fundadores da moderna Administrao. Preocupou-se em definir as funes bsicas da empresa, o conceito de Administrao: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar, bem como os chamados princpios gerais de Administrao como procedimentos universais a serem aplicados a qualquer tipo de organizao ou empresa. O processo de trabalho criado por Henry Ford, visando obter maior intensidade, retoma e desenvolve o taylorismo atravs de dois princpios complementares. Os mesmos so definidos pela integrao, por meio de esteiras ou trilhos dos diversos segmentos do processo de trabalho, assegurando o deslocamento das matrias primas em transformao e pela fixao dos trabalhadores em seus postos de trabalho. Deste modo, garantida que a cadncia de trabalho passa a ser regulada de maneira mecnica e externa ao trabalhador, ou seja, a regulao do trabalho coletivo. No fordismo, a segmentao dos gestos do taylorismo torna-se a segmentao das tarefas, o nmero dos postos de trabalho multiplicado, cada um recobrindo o menor nmero de atividades possveis. Fala-se, ento, de uma parcelizao do trabalho que se desenvolver igualmente no setor administrativo.

O sistema taylorista-fordista percebe as organizaes como mquinas e administr-las significa fixar metas e estabelecer formas de atingi-las, organizando tudo de forma racional, clara e eficiente, detalhando todas as tarefas, principalmente as de controle. O sistema educacional no ficou isento de tais teorias, consideradas a base da administrao moderna e, podemos facilmente identificar seus princpios, mesmo nos dias atuais, enraizados na cultura da escola. Muito embora ambos no tenham se comunicado entre si e tenham partido de pontos de vista diferentes e mesmo opostos, o certo que as suas idias constituem as bases da chamada Abordagem Clssica ou Tradicional da Administrao, cujos postulados dominaram aproximadamente as quatro primeiras dcadas deste sculo no panorama administrativo das organizaes. Os princpios de administrao propostos por Fayol, por exemplo, apesar das mudanas que ocorreram em nvel mundial em funo do advento da globalizao, ainda esto presentes na empresa escolar. Essas constataes, ento, vem ao encontro da comprovao de que, Taylor Fayol e Ford, foram homens adiantes de seu tempo e permanecero como marcos da histria da administrao, ainda por muitos anos. Em relao administrao escolar especificamente, ressalta-se a importncia das teorias administrativas no que concerne a organizao, planejamento e coordenao das atividades educacionais. A administrao escolar, no cenrio do sistema capitalista, no , portanto, uma funo que tenha autonomia em relao ao contexto econmico, poltico e social, na medida em que os diretores de escola no participam do planejamento da educao, no organizam as atividades tcnico-pedaggicas, assim como no esto envolvidos na formulao da poltica educacional

Entretanto, so as limitaes que a teoria geral da administrao impe teoria da administrao da educao, submetida condio de cincia aplicada, que exigem dos administradores educacionais urgncia no sentido de promover a retomada crtica de suas bases para (re) descobrir a parcialidade de suas prticas, sentir-se historicamente situada e, de posse dessa conscincia, inserir-se na totalidade e na concreticidade e poder assim desenvolver sua funo crtica de desvelamento do discurso ideolgico e passar do nvel de controle e conformismo, alcanado a marca desejvel de libertadora. (HORA p. 47, 1994). importante perceber as diferenas entre o processo administrativo educacional e o de produo, retomando a especificidade da administrao, vinculada natureza da educao que envolve estas relaes sociais. Necessrio que o administrador escolar compreenda a dimenso poltica de sua ao administrativa, tornando essa ao participativa, o que se traduz no compromisso com uma ao educativa revolucionria que, quer pela transmisso de um saber objetivo,

quer pela promoo de uma conscincia crtica da realidade social, visa precisamente servir de instrumento de superao da dominao e da explorao vigentes na sociedade (PARO, 1990, p. 151-152). Esta questo ser analisada no decorrer da pesquisa.

2. A Evolo Histrica da Administrao Escolar: Razes Histricas Nos anos 70, durante a vigncia da ditadura militar, as liberdades de expresso e de opinio de amplos setores da populao foram sufocadas. O ensino passou a ser censurado e controlado pelas autoridades que estavam no poder, porque os contedos das disciplinas poderiam abordar aspectos sociais, polticos, econmicos e ideolgicos da sociedade brasileira, que no eram interessantes para a formao dos alunos. Os contedos de algumas disciplinas como a de Histria, por exemplo, incomodava aos poderosos de ento com sua contribuio para o despertar da conscincia para o momento que viviam. O resultado de toda essa situao poltica e educacional foi formao de uma gerao de cidados diluda, acrtica e desarticulada. Um dos maiores prejuzos que essa gerao suportou foi, sem dvida, o desestmulo participao nas decises, pois no tinha uma conscincia crtica sobre a realidade em que vivia. A administrao escolar, nesse contexto, contribuiu para que tal ocorresse. Com a adoo da Teoria Geral da Administrao, o taylorismo em particular, coloca-se a tarefa de administrar pessoas como se elas fossem instrumentos, coisas ou recursos destitudos de vontade ou de projeto prprio. Citando Taylor (apud PARO, 1978). Est claro, ento, na maioria dos casos, que um tipo de homem necessrio para planejar e outro tipo diferente para executar o trabalho. O homem, cuja especificidade sob a administrao cientfica planejar, verifica inevitavelmente que o trabalho pode ser feito melhor e mais economicamente mediante diviso do trabalho, em que cada operao mecnica, por exemplo, deve ser precedida de vrios estudos preparatrios, realizados por outros homens. E tudo isso envolve (...) uma diviso eqitativa de responsabilidade e de trabalho entre a direo e o operrio. A administrao da maioria das escolas tinha como objetivo disciplinar o professor, destituir-lhe a autonomia e a iniciativa crtica, exercendo controles inmeros para realizar este intento, atravs da domesticao do comportamento. No dia-a-dia os servios eram governados segundo diferentes variaes do taylorismo e fayolismo. O poder centraliza-se no diretor que controla diretamente a realizao de procedimentos tcnicos buscando o alcance da produtividade, o comportamento formal de funcionrios que eram basicamente o cumprimento de horrio e preenchimento de

relatrios, e a elaborao de programas e de normas reguladoras de conduta profissional, caracterizada pela ausncia de comunicao entre os distintos nveis hierrquicos. O que se aplica um modelo de gesto que almeja mais do que adaptar e moldar sujeitos. Deseja, na realidade, realizar um duplo trabalho: por um lado, assegurar o cumprimento do objetivo primrio de cada organizao e ao mesmo tempo, desestimular os professores e funcionrios a ampliar sua capacidade de reflexo, de cogesto e, em decorrncia, de realizao profissional e pessoal. Este o enfoque de administrao cientfica, em que tanto a organizao como as pessoas que fazem parte dela so vistas como peas de uma mquina que controlada sempre, na qual os problemas que advm so vistos como a falta de dinamizao para no deix-los acontecer. Ao longo do perodo militar, as preocupaes concernentes administrao escolar estiveram, na maioria das vezes, relegadas articulao do sistema nacional de ensino e os vrios rgos que o compem. A administrao da educao ento, por muito tempo, ficou circunscrita gesto e implementao das polticas pblicas no setor. A preocupao com essas questes vai aparecer inicialmente como uma transferncia das teorias administrativas empresariais para o interior da escola. Essa necessidade de se refletir sobre as questes administrativas da escola tomaram maior densidade na medida em que, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional 5.692 de 11 de agosto de 1971, houve uma expanso da rede pblica de ensino no Brasil. Esse sbito crescimento vai obrigar a um aumento da rede fsica que resultar no s num acrscimo considervel do nmero de estabelecimentos de ensino, mas tambm na ampliao dos j existentes. Tal crescimento se deveu, em grande parte, ao alargamento do direito escolarizao de quatro para oito anos aos cidados brasileiros de sete a quatorze anos de idade. Os motivos que levaram o regime autoritrio naquele momento a essa ampliao de direitos no podem ser tomados como uma ddiva certamente, mas devem ser buscadas nas presses que os movimentos sociais exerceram no ps-guerra acerca das demandas educacionais, na necessidade de uma formao especfica de fora de trabalho com fins ao atendimento das demandas do processo de industrializao emergente. Nesse momento, dcada de 70 e incio dos anos 80, a orientao dos programas oficiais para a educao, nos aspectos relativos administrao escolar, centra-se nas orientaes da "Administrao Cientfica do Trabalho", nos princpios do taylorismo e fayolismo. dentro dessa concepo que aparecem os especialistas na organizao do trabalho na escola, produto da diversificao da diviso do trabalho. tambm por essa poca que vo aparecer as habilitaes para orientao, superviso e administrao escolar nos cursos superiores de Pedagogia. Esta diviso do trabalho escolar ser tambm propulsora de um certo esvaziamento do contedo "profissional" do trabalho do professor, que lentamente vai perdendo seu "status" de mestre, de educador e cada vez mais se v inserido em relaes de trabalho organizadas na sua forma capitalista. Relaes que homogenezam e padronizam o

trabalho escolar, transformando-o num trabalho cada vez mais sujeito a um intenso processo de proletarizao. O administrador escolar aparece neste cenrio como o especialista em administrar. O gerente que coordena e controla o trabalho alheio, recolhendo o saber de todos em suas mos. Esse papel atribudo ao diretor de escola, que a partir da assume posio de especialista, contm em sua essncia os princpios tayloristas da gerncia, como aquele que organiza, controla e administra. Aquele que detm a concepo do trabalho, que planeja e controla a execuo do mesmo. Taylor (apud PARO, 1988) afirma que: Na administrao cientifica, a iniciativa do trabalhador (que seu esforo, sua boa vontade, seu engenho) obtm-se com absoluta uniformidade e em grau muito maior do que possvel sob o antigo sistema (...) a gerencia atribuda (...) a funo de reunir todos os conhecimentos tradicionais que no passado possuram os trabalhadores e ento classific-los, tabul-los, reduzi-los a normas, leis ou frmulas, grandemente teis ao operrio para execuo do seu trabalho dirio. Se pensarmos o ato de administrar como a seleo de recursos para se atingir determinados fins, no possvel discutir o papel do administrador escolar sem discutirmos a funo ou os fins determinados para a escola, ou seja, durante o perodo militar, o de limitar o acesso compreenso de cidadania. A administrao na educao brasileira aconteceu tardiamente. A cultura poltica autoritria predominou, intercalada por espasmos de democracia. Nesse quadro, a educao pblica foi se desenvolvendo, administrada por um Estado tutelador, superior ao povo, e a democratizao da educao brasileira continua passando por vrios estgios de compreenso, que vo desde o direito universal ao acesso at o direito de um ensino de qualidade, que requer a participao na gesto das unidades escolares e nos sistemas de ensino. De qualquer forma, chegada a hora do aprendizado conjunto, do compartilhar dessa nova escola que surge, do fazer e responsabilizar-se pela construo da nova educao, onde todos so, ao mesmo tempo, arquitetos e atores do processo de gesto democrtica.

2.1 A organizao do trabalho e nova viso de Administrao No foi por acaso que, durante muitos anos, as escolas adotaram o modelo de administrao cientfica, baseado nos princpios de Taylor, como j visto anteriormente. Na sociedade industrial do incio do sculo XX, predominava com sucesso a administrao cientfica centralizadora e hierarquizada. O sistema administrativo tinha a mesma conformao de pirmide, cujo topo hierrquico era legitimamente ocupado pelo chefe detentor de todo poder de deciso e de mando. Os demais membros desse

conjunto, distribudos por especializaes, eram mais executores de ordens e planejamentos que tomadores de decises. Quanto mais prximos da base da pirmide, menos poder de deciso, menos educao formal e menos respeito social. Essa forma de administrar tomou conta da escola, condicionada pela poltica econmica e a cultura dominante. Na base da pirmide do sistema educacional, cumprir planejamentos pedaggicos superficiais realidade escolar, constitua, provavelmente, o principal alvo das atenes de diretores e professores, conforme a expectativa administrativa de seus superiores. At o incio da segunda metade do sculo XX, a execuo obrigatria desses planejamentos era acompanhada por visitas peridicas de inspetores do Ministrio da Educao (MEC). Essa situao perdurou at a abertura poltica nacional dos anos 80 que deu espao para que a educao fosse pensada a partir de um novo contexto dentro da realidade escolar. Neste momento o cumprimento de planejamentos padronizados foi relaxado, as novas polticas pblicas passaram a contemplar a descentralizao administrativa e a gesto escolar participativa, cujo cunho democrtico, focalizava a realidade da escola e de suas comunidades. Atualmente, a comunidade escolar est sendo chamada a participar na tomada de decises, por vrias razes. Uma delas o processo de democratizao da sociedade, ampliando os canais de participao. E mesmo porque a escola est inserida numa comunidade que tem expectativas e necessidades que necessrio levar em conta. Ao realizar uma gesto democrtica a escola acredita que todos juntos tm mais chance de encontrar caminhos para atender essas necessidades e expectativas. A educao no Brasil at este ponto se desenvolvia por dois caminhos divergentes, o primeiro pregava a democratizao sem se preocupar com a qualidade, o segundo pregava a elitizao do ensino em troca de qualidade. Entende-se claramente que essas duas correntes estavam erradas, porque deve haver ensino de qualidade acessvel a todos. Atualmente o que se busca com as novas mudanas que esto sendo implantadas pela nova Lei de Diretrizes e Bases da Educao 9394/96. O problema que no papel tudo muito bonito. A realidade bem diferente, porque para que essas mudanas ocorressem seria necessrio um preparo antecipado de diretores, professores, alunos e toda comunidade escolar que trabalhariam para chegar a um fim determinado e idealizado por todos. Ao deixar o modelo taylorista de administrao, em todo o seu aspecto empresarial, os sistemas de ensino seriam entendidos como organismos dinmicos como uma rede de relaes com um novo enfoque de organizao. Neste ponto a gesto no vem eliminar a administrao, mas sim dar a ela um novo significado, mais abrangente e mais transformador. (...) a atividade administrativa, enquanto utilizao racional de recursos para realizao de fins, condio necessria da vida humana, estando presente em todos os tipos de organizao social (....) no obstante estar sujeita s mltiplas determinaes sociais que a colocam a servio das foras e grupos dominantes na sociedade, a administrao se constitui num instrumento que como tal, pode articular-se tanto com a conservao do status quo quanto com a transformao social, dependendo dos objetivos aos quais ela posta a servir. (PARO, 1988, p. 123).

A administrao ento no pode ser vista como algo ruim, como soa para muitos. necessrio lembrar ento, segundo Paro (1988) o verdadeiro significado da administrao, ou seja a administrao a utilizao racional de recursos para realizar determinados fins. Necessrio esclarecer que a gesto educacional desenvolve-se associada a outras idias dinmicas em educao, como, por exemplo, a dimenso poltica e social, participao e tantos outros fatores que se desenvolvem num contexto globalizador. , portanto, um novo paradigma que busca encontrar neste processo uma dinamizao na organizao educacional. Essa mudana de paradigma deve ser considerada por todos aqueles que compem a organizao escolar, para que dessa forma possam ser participantes ativos contribuindo para o desenvolvimento total desta organizao, podendo ter a viso do todo e sendo agentes de transformao dentro deste contexto globalizador. Reforando: h bem pouco tempo, dirigir uma escola era considerada uma tarefa rotineira. Cabia ao diretor zelar pelo bom funcionamento da escola, centralizando em si todas as decises, e administrar com prudncia os eventuais imprevistos. Atualmente, essa situao mudou muito. As grandes e contnuas transformaes sociais, cientficos e tecnolgicos passaram a exigir um novo modelo de escola e, consequentemente, um novo perfil de dirigente, com formao e conhecimentos especficos para o cargo de diretor-gestor. A expresso gesto escolar, em substituio administrao escolar, no apenas uma questo de troca de nomes. Ela representa uma mudana radical de postura, um novo enfoque de organizao, um novo paradigma de encaminhamentos das questes escolares, ancorado nos princpios de participao, de autonomia, de autocontrole e de responsabilidade. A gesto no deprecia a administrao, mas supera as suas limitaes de enfoque dicotomizado, simplificado e reduzido, para atender s exigncias de uma realidade cada vez mais complexa e dinmica. (LCK, 2002, p. 11). Este novo enfoque traz tona o conceito de liderana educacional, indispensvel a um bom diretor escolar. Este diretor-gestor procura despertar o potencial de cada participante da instituio escolar. Transformando a escola em um local de trabalho onde todos cooperam, aprendem e ensinam o tempo todo. Assim como a essncia da gesto fazer a instituio operar com eficincia, a eficcia da gesto depende, em grande parte, do exerccio efetivo da liderana. (LCK 2002). Este novo diretor, que hoje gestor e lder estuda para atualizar-se e conhecer mais profundamente os novos enfoques e contribuies de educadores sobre os processos de lideranas e formao educacionais. Gesto Democrtica: A Escola em Ao

Neste terceiro captulo, abordaremos o enfoque de gesto como a busca pela melhoria do sistema de ensino e da escola, pois este tem sido um objetivo constante na administrao em educao. Neste enfoque a consolidao de uma gesto escolar de cunho democrticoparticipativo requer competncia cognitiva e afetiva, respaldada na internalizao de valores, hbitos, atitudes e conhecimentos. (Lck, 2002.) Segundo Luck no contexto da educao brasileira tem sido dedicada muita ateno gesto na educao, o que, enquanto um conceito novo, superador do enfoque limitado de administrao, se assenta sobre a mobilizao dinmica e coletiva do elemento humano, sua energia e competncia, como condies bsicas e fundamentais para a melhoria da qualidade do ensino e a transformao da prpria identidade da educao brasileira e de suas escolas, ainda carentes de liderana clara e competente, de referencial terico metodolgico avanado de gesto, de uma perspectiva de superao efetiva das dificuldades cotidianas, pela adoo de mecanismos e mtodos estratgicos para a soluo dos seus problemas. A gesto escolar constitui uma dimenso e um enfoque de atuao que objetiva promover a organizao, a mobilizao e a articulao de todas as condies materiais e humanas necessrias para garantir o avano dos processos socioeducacionais dos estabelecimentos de ensino, orientados para a promoo efetiva da aprendizagem pelos alunos, de modo a torn-los capazes de enfrentar adequadamente os desafios da sociedade globalizada e da economia centrada no conhecimento. Por efetiva, entendese, pois, a realizao de objetivos avanados, de acordo com as novas necessidades de transformao socioeconmica e cultural, mediante a dinamizao da competncia humana, sinergicamente organizada. Compete a gesto escolar estabelecer o direcionamento e a mobilizao capazes de sustentar e dinamizar a cultura das escolas, de modo que sejam orientadas para resultados, isto , um modo de ser e de fazer caracterizado por aes conjuntas, associadas e articuladas. Sem esse enfoque, os esforos e gastos so dispendidos sem muito resultado, o que, no entanto, tem acontecido na educao brasileira, uma vez que se tem adotado, at recentemente, a prtica de buscar solues tpicas, localizadas e restritas, quando, de fato, os problemas da educao e da gesto escolar so globais e esto interrelacionados. A escola funciona como um lugar essencialmente de comunicao e relao interpessoal, e tambm o lugar da manifestao dos conflitos socioculturais. nela que os alunos vivenciaro em primeira instncia a luta entre o tradicional j institudo e a criao das muitas possibilidades de mudana. nela tambm que o aluno testa o poder institudo na figura do professor e as suas prprias possibilidades de exercer este poder. H necessidade de aprimoramento com base terica e prtica sobre gesto democrtica para que a equipe escolar possa exercer com autonomia pedaggica e administrativa e de gesto financeira. inerente a escola, os conflitos relacionais, sejam eles de ordem do seu papel de interao interpessoal, sejam eles de ordem essencialmente poltica. Aliado aos conflitos inerentes aos processos vividos pela

escola, percebemos o cenrio atual mundial como um universo em crise de valores institudos devido ao avano da globalizao. Assim, a famlia que antes tinha o papel de transmitir valores e pro mover a coeso social, encontra-se em constante mutao e j no podemos falar de um modelo familiar nico, que transmite valores sociais imutveis. A escola, principal parceira da famlia at ento, encontra-se em conflito sobre o seu papel social, j que os modelos antigos tm-se mostrado ineficientes para o enfrentamento desta nova realidade. Como solucionar estes conflitos tem sido um grande desafio para o universo acadmico. Administrar a escola nesse contexto, em permanente mutao exige um administrador que tambm se perceba dentro deste processo de mudana. A esse educador cabe perceber as mudanas, preparar-se, tornar-se competente para implementar o que o novo exige, questionar as mudanas e reter o que bom e construtivo. Ainda deve perceber que a escola no est isolada da sociedade e que para tanto deve ter uma prtica adequada, baseada em pressupostos coerentes. Tudo isso possvel em um contexto de parceria e educao continuada, como afirma Teixeira (1999, p. 114): No h mais lugar para uma viso parcial da unidade escolar com a diviso rgida em seu interior. A abordagem da administrao escolar como cultura no pode ser desprezada, quando se pretende garantir ao pedagogo uma formao slida e unificada que lhe garanta condies para refletir e pesquisar os temas e problemas da educao. Minha percepo a de que, a partir da formao do professor, os novos currculos precisam garantir uma base de conhecimentos tericos e prticos que garanta ao futuro profissional da educao a competncia para atuar como o articulador das atividades pedaggicas dentro e fora do ambiente escolar, o coordenador da educao continuada dos docentes e o pesquisador de novas tecnologias e de sua aplicao nas diferentes reas do currculo escolar. Para tanto, sua formao deve contemplar desde o incio do curso a integrao entre a teoria e a prtica, entre a capacidade de conhecer a realidade e a busca de alternativas para os problemas identificados. A perspectiva burocrtica de organi zao escolar deve dar lugar a uma abordagem que considere as relaes processadas em seu interior. O gestor de uma escola que caminhe com seu tempo necessita de um gestor que realmente se perceba como condutor do processo ensino-aprendizagem, no apenas um gestor burocrtico. Ele deve ser no o especialista, mas o educador que entenda o social e o burocrtico, eu delegue funes e que se dedica ao social, educacional, humano e ao administrativo, no sentido legitimo do termo, ou seja, ele deve conscientizar-se de que deve ser comprometido com a escola em que atua. Como afirma Gadotti (1996, p.69) s as escolas que conhecem, de perto, a comunidade e seus projetos podem dar respostas concretas a problemas concretos de cada uma delas. A este gestor cabe ainda o desenvolvimento de competncias e habilidades que favoream o trabalho coletivo, a liderana de grupos, a tomada de decises, o encaminhamento de solues de problemas educacionais e a construo de uma proposta pedaggica no mbito da educao escolar, numa perspectiva de atuao profissional tica e com responsabilidade social. O administrador deve saber olhar para o futuro e perceber as tendncias de mudana, aprender a investigar, analisar e interpretar os novos desafios que surgem, enfrentando o novo com alguma margem de segurana. neste contexto que se revela a necessidade de um gestor que atue com

clareza e objetividade, que tenha uma boa comunicao com a comunidade escolar, pois se o diretor estiver preparado para ouvir, muitas pessoas podero ajud-lo a no errar tanto. O diretor precisa ter a comunidade escolar como parceiros privilegiados e batalhar diariamente para que esta comunidade tenha as melhores condies de desenvolver seu trabalho em cada funo destinada. neste contexto que se revela a importncia das relaes interpessoais no contexto educacional.

3.1 Fortalecendo as relaes interpessoais na escola A escola, com a adoo do sistema de gesto, como os demais seguimentos empresariais e sociais, vem sofrendo transformaes profundas em nveis organizacionais. Nesse espao de trocas de informaes e conhecimentos, as novas exigncias do mundo globalizado tambm exigem uma dinmica diferente nas relaes. Verifica-se um nvel de superficialidade nas relaes, tal qual ocorre em relao s conquistas idealizadas pelos indivduos, ou seja, o que importante ter hoje, no tem mais importncia amanh. Observa-se que, no novo espao escolar, a afetividade se apresenta de uma forma extrnseca ao trabalho, como que um fator elevado a um segundo plano no rol dos relacionamentos. Graas s pesquisas cientficas realizadas nas ltimas dcadas, h hoje a compreenso de que o emocional exerce grande influncia na produo e relao do trabalho humano e esse um tema que desperta muito interesse. Defender a necessidade de se trabalhar com e para os professores a questo da afetividade, entender o quanto o ser humano precisa estar bem para poder lidar com os problemas das pessoas que fazem parte do seu ambiente. Partindo desse pressuposto, um professor emocionalmente equilibrado consegue intervir de forma adequada nas relaes conflituosas de sua sala de aula, ou seja, sua participao na vida de seus alunos tender a basear-se no respeito e na justia. Dentro de uma sala de aula, no difcil encontrar sentimentos como raiva, medo, tristeza nos alunos, assim como em um grupo de professores no difcil perceber tais emoes. GOLEMAN (1995), reportando Aristteles diz: "qualquer um pode zangar-se. Isso fcil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa no fcil. Essa reflexo demonstra que os maiores problemas no relacionamento humano so causados pela falta de controle emocional. Quando o professor no sabe lidar com seus prprios sentimentos, dificilmente conseguir lidar com os sentimentos de seus alunos, principalmente diante de tantas atitudes que os aborrecem devido a um comportamento indesejado no momento da aula, como a indisciplina, o deboche, as conversas paralelas, o desinteresse pelo contedo q