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A Ovelha Perdida Restaurada
Título original: The Lost Sheep Restored
Por J. C. Philpot (1802-1869)
Traduzido, Adaptado e
Editado por Silvio Dutra
Nov/2016
2
P571
Philpot, J. C. – 1828 -1901 A ovelha perdida restaurada / J. C. Philpot (1802- 1869) Tradução , adaptação e edição por Silvio Dutra – Rio de Janeiro, 2016. 33p.; 14,8 x 21cm Título original: The Lost Sheep Restored 1. Teologia. 2. Vida Cristã 2. Graça 3. Fé. 4. Alves, Silvio Dutra I. Título CDD 230
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“Ovelhas perdidas têm sido o meu povo, os seus pastores as fizeram errar, para os montes as
desviaram; de monte para outeiro andaram, esqueceram-se do lugar do seu repouso.”
(Jeremias 50.6)
Deus o Pai, em Suas designações eternas,
Deus o Filho em Sua obra mediadora, e Deus o
Espírito Santo em seus ensinamentos interiores, traçaram uma eterna linha de
distinção entre o professante caiado e a alma viva. Contudo, os "hipócritas em Sião" podem estar misturados nas igrejas com o povo de
Deus; embora possam professar acreditar nas mesmas doutrinas, contudo há um limite -
nunca a ser cruzado - estabelecido entre eles pela mão do triúno Jeová, uma linha de limite
que nem toda a arte ou sabedoria dos homens nunca pode quebrar.
O filho de Deus tem esse temor filial em seu coração que o professante nominal cristão não
conhece; que tem a retidão diante de Deus, a integridade, a simplicidade e a sinceridade
divina; que deseja ser justo, que teme estar errado, com aquele anseio de coração para
sentir e experimentar e conhecer "o único Deus verdadeiro e Jesus Cristo a quem ele enviou"
(João 17: 3), que deseja viver dia a dia sob os ensinamentos do Espírito abençoado, ter aquela
humildade de alma e quebrantamento de
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coração, aquela ternura de consciência e aqueles outros frutos do Espírito, que de fato
podem ser falsificados e imitados, mas que nunca existem realmente, exceto nos corações
que Deus tocou com Seu dedo.
Portanto, cabe a todos aqueles que Deus tem se
agradado em plantar sobre os muros de Sião como vigias, buscarem as horas de luz e trevas, e proclamarem quando "a manhã vem, e
também a noite" (Isaías 21: 11- 12), para clamarem em voz alta e não pouparem entre o homem
honesto e o ladrão. Os pastores fiéis são chamados a observarem a advertência do
Senhor: "Quanto a vós, ó ovelhas minhas, assim diz o Senhor Deus: Eis que eu julgarei entre
ovelhas e ovelhas, entre carneiros e bodes." (Eze 34:17). Também nunca houve um período em
que os profetas do Senhor fossem mais urgentemente obrigados a separar o precioso
do vil e assim ser manifestado como a boca de Deus (Jer 15:19).
Nos dois versículos que precedem o texto, e no próprio texto tomado em relação a eles, temos
uma descrição pelo Espírito Santo, falando através de Seu servo Jeremias, da maneira pela
qual o Senhor conduz Seu povo. Encontramos escrito pela caneta inerrante da inspiração
divina, o lugar onde Ele os encontra, a causa que os levou para lá, a maneira pela qual eles são
livrados e o local para o qual eles são
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eventualmente trazidos. E, portanto, ao falar com estas palavras, não me confinarei às
palavras do texto, mas o Senhor, ajudando-me, as tomará em conexão com os dois versículos
que imediatamente o precedem. E que o Espírito abençoado condescenda em nos favorecer com
Sua unção e orvalho, sem o qual tudo o que eu falo, e tudo o que você ouve, será como "água derramada sobre a terra".
Como não há nada como um bom começo, esforçar-me-ei por tornar o meu terreno bom
em primeiro lugar, afirmando tão claramente e tão decisivamente quanto eu possa quem são as
pessoas das quais estas coisas são faladas. Eles são chamados no texto pela boca do próprio
Deus de, "Meu povo", e eles são aquele povo peculiar que Deus o Pai escolheu em Cristo
antes da criação do mundo, aquela geração escolhida que Deus o Filho, carrega em sua
natureza em união com Ele, redimida por Seu sangue mais precioso, e aquela nação santa que
Deus, o Espírito Santo, condescende em ensinar, guiar e levar para casa na glória. Esta
parte eleita da raça humana, Deus chama no texto de, "Meu povo", como se Ele dissesse deles,
"Eles são meus por escolha, meus por compra, meus por adoção, eternamente meus,
irreversivelmente meus; apesar do pecado, da morte e do inferno, meus, apesar da carne, do
mundo e do diabo.”
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I. Mas, nossa primeira visão desse povo peculiar estará no lugar onde Deus os encontra. "Meu
povo", diz ele, "são ovelhas perdidas". Eles não se tornam ovelhas por serem encontrados, nem
deixam de ser ovelhas por serem perdidos. Eram ovelhas eternamente na mente de Deus; e a sua
perda não alterou nem destruiu o seu caráter de ovelha, assim como o vaguear de uma ovelha literal e naturalmente do aprisco a transforma
em uma cabra. Pode ser coxa, doente ou fraca; pode se afastar por quilômetros do aprisco; sua
lã pode ser rasgada ou sujada com lama, e toda sua aparência tão alterada que o pastor mal
possa reconhecê-la; mas é uma ovelha ainda, e sempre será uma ovelha, enquanto ela continua
a existir. E assim, os eleitos sendo ovelhas eternamente na mente de Deus, e como tal
possuindo uma eterna união com o Filho de Deus, não poderiam deixar de ser ovelhas ao
caírem em Adão, nem suas quedas pessoais, individuais e transgressões destruiriam seu
caráter original inalterável.
Mas, no lugar onde o Senhor o Espírito as encontra, elas são "ovelhas perdidas",
arruinadas, desfeitas, sem esperança, sem ajuda, sem força, sem sabedoria, sem justiça;
perdidas, de modo a não terem nenhum poder para encontrarem o caminho para a glória;
perdidas, quanto a qualquer expectativa de encontrar aquilo que na criatura Deus possa
olhar com aceitação; perdidas, sem qualquer
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esperança de chegar à costa celestial, exceto sob a imediata orientação do Espírito Santo;
perdidas, quanto a qualquer possibilidade de fazer a menor coisa para propiciar o favor de
Deus, ou ganhar um interesse em Seu amor.
Quando Deus, o Espírito Santo, toma uma alma
na mão, assim como os dedos da mão de um homem escreveram uma sentença de condenação sobre a parede do palácio do rei de
Babilônia, assim faz o Espírito abençoado escrevendo a palavra "Perdido" sobre a
consciência de cada vaso de misericórdia; e quando Ele escreveu esta palavra com poder
sobre as suas consciências, eles ficaram marcados como que por letras de fogo, de tal
modo que a impressão nunca seja apagada, até que seja apagada pelo sangue expiatório do
Mediador.
E assim, nos ensinamentos do Espírito Santo nas consciências da família de Deus, "perdido, perdido, perdido" está escrito em seu coração;
"perdido, perdido, perdido", é o grito de seus lábios; "perdido, perdido, perdido", é o
sentimento profundo de sua alma. E nunca se descobriu quem não tivesse o sentimento
"perdido", escrito mais ou menos profundamente sobre seu coração. E ninguém
foi recolhido nos braços do Pastor celestial; achado nas montanhas e nos outeiros, colocado
sobre os Seus ombros, e trazido para casa com
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alegria; ninguém foi levado a um encontro espiritual com Jesus, a fim de desfrutar a
comunhão com Ele, que não tivesse suspirado, gemido e chorado sob um sentimento de seu
estado perdido, como um pecador culpado diante de Deus.
Ora, quando a alma foi ensinada pelo Espírito Santo a sentir-se como para ver e conhecer-se sem forças para livrar-se da ira vindoura e, por
conseguinte, afundada no desânimo, então é o momento em que o Espírito Santo geralmente
dá-lhe alguma descoberta da misericórdia de Deus na face de Jesus Cristo. Encontramos isso
docemente exposto naquele notável capítulo de Ezequiel 16. O vaso da misericórdia está lá
delineado sob a figura de um bebê recém-nascido, abandonado por sua mãe, e que é assim
descrito: " ninguém se apiedou de ti para te fazer alguma destas coisas, compadecido de ti; porém
foste lançado fora no campo, pelo nojo de ti, no dia em que nasceste." (Ezequiel 16: 5). Quão
abandonada, quão poluída, impotente, e perecendo, tão miserável como um pária é a
alma vivificada. Mas, não é deixada a perecer, pois assim diz o Redentor amoroso: "Então,
passando eu por ti, vi-te, e eis que o teu tempo era tempo de amores; e estendi sobre ti a minha
aba, e cobri a tua nudez; e dei-te juramento, e entrei num pacto contigo, diz o Senhor Deus, e
tu ficaste sendo minha." (Eze 16: 8)
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Parece haver alguma indicação disso nas últimas palavras do texto: "Eles esqueceram o
seu lugar de repouso", o que implica que essas "ovelhas perdidas" tinham sido, até certo ponto,
encontradas e tiveram algum descanso dado a elas em Cristo; que o Senhor o Espírito os
trouxera, uns por um mais profundo, outros por um caminho mais superficial, alguns mais e outros menos surpreendentemente, para
encontrar Jesus como seu descanso, de modo que suas almas perdidas, angustiadas e
perturbadas encontraram uma medida de descanso em Cristo, descanso em Seu sangue,
descanso em Sua justiça, descanso na "aliança eterna, ordenada em todas as coisas e segura" (2
Sam 23: 5).
Mas, o Senhor fala de Seu povo no texto como tendo esquecido "o seu repouso". Agora, se eles
nunca tivessem conhecido o que era um lugar de repouso, não se poderia dizer que eles
tinham esquecido. E isso, se não estou muito enganado, nos dá uma pista do significado do
texto ao falar do povo de Deus como estando perdido nas montanhas através da
instrumentalidade de falsos pastores. É claro que a sua perda em primeiro lugar não poderia
surgir de guias traiçoeiros, como eles foram perdidos em seu primeiro pai, Adão, perdidos
no ventre onde foram concebidos em pecado, e perdidos a partir do ventre, de onde eles se
extraviaram falando mentiras. É antes o
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desgarramento de uma ovelha que havia sido reunida, do que de um nascido nas montanhas,
que nunca tinha conhecido a voz do bom Pastor; a errância do retrocesso, e não dos mortos no
pecado. E assim, corresponde à parábola da ovelha perdida em Lucas 15: 4-6, que descreve o
caso de um retrocesso; e que corresponde ao grito de penitência de Davi, no Salmo 119: 176 "Desgarrei-me como uma ovelha perdida,
procura o teu servo".
II. O Senhor, então, no texto, declara a CAUSA
instrumental, das rebeliões e desvios de Seu povo. Ele a atribui a seus falsos pastores, seus guias enganadores e enganados, que por
ignorância ou malícia os desviaram. "Ovelhas perdidas têm sido o meu povo, os seus pastores
as fizeram errar, para os montes as desviaram; de monte para outeiro andaram, esqueceram-se
do lugar do seu repouso.”
Oh! Que raios de vingança divina são ameaçados
na Palavra de Deus contra falsos ministros - o suficiente para fazer qualquer homem com uma
consciência sensível que se levanta em nome do Senhor tremer da cabeça aos pés! Que terríveis
denúncias da ira de Deus contra os maus pastores: “Ai do pastor inútil, que abandona o
rebanho! a espada lhe cairá sobre o braço e sobre o olho direito; o seu braço será de todo
mirrado, e o seu olho direito será inteiramente escurecido.” (Zac 11:17); os pastores preguiçosos
e egoístas, que recebem a seguinte palavra do
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Senhor: “A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada
não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza.”
(Eze 34.4).“ “Vivo eu, diz o Senhor Deus, que porquanto as minhas ovelhas foram entregues à
rapina, e as minhas ovelhas vieram a servir de pasto a todas as feras do campo, por falta de pastor, e os meus pastores não procuraram as
minhas ovelhas, pois se apascentaram a si mesmos, e não apascentaram as minhas
ovelhas” (Eze 34.8).
Mas, se o povo do Senhor for desviado por estes pastores depois de terem obtido algum
conhecimento de Cristo, podemos estar muito seguros de que os seus guias traiçoeiros virão a
enfrentar a garra da verdade. As doutrinas da graça estavam em seus lábios, mas o engano e a
hipocrisia em seu coração; e assim, sob a máscara da verdade, insinuaram-se nos afetos,
influenciaram o julgamento e seduziram o coração do povo de Deus. Eles vieram com erros
abertos, expuseram de uma só vez seus sentimentos enganosos, se eles, no início,
manifestassem suas vidas ímpias, as ovelhas ficariam alarmadas e não escutariam sua voz
sedutora. Mas, eles entram no aprisco como verdadeiros pastores, os pastores divinamente
comissionados do rebanho, embora entrem nele apenas para quebrar as cercas, e espalhar e
conduzir as ovelhas ao extravio. Nós, a quem o
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Senhor capacita, desmascaramos e suportamos ver alguns desses falsos pastores que vêm em
nome de Cristo, mas que não são ensinados nem enviados por Ele.
1. Alguns destes falsos pastores levam-nos de lado, edificando-nos em doutrinas, sem que a
alma sinta o doce poder e a eficácia viva da verdade; e assim os filhos de Deus se afastam dos suspiros e clamam, e gemem pelo Senhor,
para descansar sobre as doutrinas como doutrinas de fato, com a doçura, unção e poder
abençoado e divino sabor dessas doutrinas sendo comunicados e soprados em seu coração
pela boca do próprio Deus.
Agora, o que quer que leve a alma para longe de seu "lugar de repouso", o que quer que a afaste do conhecimento experimental do Filho de
Deus, tudo o que a seduz, desviando do poder do Espírito para a forma da letra, fere seriamente,
uma alma viva. Por mais verdadeiras que sejam as doutrinas bíblicas, por mais habilmente ditas,
claramente comprovadas ou eloquentemente aplicadas, porém, quando usadas pelos
ministros da injustiça, como frequentemente são usadas, edificam a alma em confiança
presunçosa e se opõem à obra do Espírito Santo. A consciência, afasta as ovelhas do poder do
Espírito e do paladar das realidades divinas, como se faz experimentalmente conhecido, na
letra morta e na forma seca. As doutrinas da
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carta não são senão o esqueleto e os ossos da verdade, sem que os nervos e a carne subam
sobre eles, e a pele que os cobre acima, ou o sopro do Espírito Santo que respira sobre
aqueles que podem viver (Eze 37: 8-9).
Eu apelo às consciências de alguns aqui
presentes, se vocês não foram assim desviados.
Quando o Senhor começou sua obra em sua alma (eu posso falar por mim mesmo), não havia
uma simplicidade, uma retidão misturada com convicções de pecado e desamparo, um anseio
para conhecer Jesus por Suas próprias manifestações? E quando trazido a alguma
medida de fé e esperança nele, não havia uma confiança sincera e infantil sobre o Seu sangue
e justiça? Mas, alguns de vocês não foram levados para longe desta simplicidade e
sinceridade divina, dessa dependência implícita e ansiosa pelos ensinamentos interiores do
Espírito, em uma profissão de verdade seca, fria e dura, muito mais adiantada no conhecimento
da carta, mas o frescor, o sabor, a vitalidade e o poder da verdade diminuíram sensivelmente, e
se encontram como se estivessem secos em suas almas? E qual foi a causa instrumental
dessa substituição da "sabedoria dos homens" pelo "poder de Deus"? Rastreie isso até sua fonte,
e geralmente será encontrado que os falsos pastores foram a causa, que entraram no
aprisco, derrubaram as cercas do temor
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piedoso, e dirigiram ou atraíram o rebanho para longe sobre as montanhas estéreis, levando-o
da montanha para a colina de doutrinas e especulações, com especulações humanas de
palavras, até que em meio a disputas e controvérsias as ovelhas esqueceram seu lugar
de repouso.
2. Ainda; outros desses falsos pastores, que vêm vestidos de verdade, trazem consigo um espírito
antinomista (contra a lei de Deus), que primeiro podem esconder, mas que, depois de um tempo,
inspiraram e infundiram na mente de seus ouvintes. Não são tanto as palavras de um
homem como o seu espírito que devemos observar de perto.
Sempre que um ministro está sobre um povo, e está pregando-lhes continuamente, ele vai
respirar seu espírito neles, infundirá em suas mentes aquilo com que sua própria mente está
cheia. Um ministro, então, virá entre um povo que declara piedade vital, com a verdade em
seus lábios, com as doutrinas da graça e alguma demonstração de experiência, e contudo haverá
um espírito de leviandade e descuido em relação a ele, um espírito de adulteração de
partes da Palavra de Deus, de negligenciar as ordenanças de Sua casa, de aliviar o
funcionamento do temor piedoso e terna consciência, e sem negar absolutamente a
experiência dos santos, pois isso seria
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demasiado desnorteador e poderia prejudicar seu próprio interesse. Eles desprezarão os
suspiros e os clamores de um coração turbado, as lágrimas, os gemidos e as súplicas da alma
vivente. Deixarão de lado estas coisas como sendo legalidade e escravidão, e clamarão em
voz alta pelo que ele chama de liberdade do evangelho e a inabalável segurança da fé. Quando ele os tirou de "olhar para dentro de si,
e olhar por cima de condições pessoais e sentimentos", ou seja, de uma religião sentida,
divinamente ensinada e forjada, infundirá em suas mentes a presunção imprudente e
endurecida, aquele licencioso espírito antinomista, que Satanás soprou nele - um
espírito tão diferente do santo tremor e temor divino reverente, tão distinto como o céu do
inferno, ou Cristo de Belial.
As ovelhas que haviam encontrado algum lugar de repouso em Cristo, que haviam sentido o sabor de Seu nome como unguento derramado,
bebendo gradualmente neste espírito frouxo, e achando quão adequado é às suas luxúrias e
paixões vis, muitas vezes ficam tão intoxicadas com esse Vinho de Sodoma e estas Uvas de
Gomorra, que "esqueceram o seu lugar de repouso"; e sendo "afastados nas montanhas",
andam "de montanha para colina" em confiança presunçosa, e talvez caiam em alguns dos
penhascos íngremes, até que o bom Pastor as
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procure para onde elas foram espalhadas no dia nublado e escuro.
3. Outros desses falsos pastores, que se submetem a uma profissão de verdade,
introduzem sabelianos, arianos e outros erros abomináveis, e ainda assim os envolvem de
forma tão encoberta que enganam os incautos.
4. Mas, há outra classe de falsos pastores de um selo totalmente diferente, que são grandes
zelotes pelos preceitos da Palavra de Deus, e as ordenanças de Sua casa, mas cujo objetivo é
secretamente infundir um espírito de autojustiça - levar o povo até o que eles chamam
de santidade, como se a santidade fosse algo a ser alcançado pelo cultivo diligente; e assim os
retiram de se sentirem como pobres miseráveis pecadores ao pé da cruz, e os levam a apoiar-se
em algo em si mesmos, onde grande desonra é feita ao Espírito Santo, como Guia da igreja de
Deus, e ao Senhor Jesus Cristo, que é a nossa santificação, assim como a nossa justiça. Tudo o
que leva o homem a não descansar ao pé da cruz, no temor piedoso, no temor reverencial e no
tremor sentido da presença de Deus, o que o afasta da comunhão com Jesus, da contrição e da
renúncia, não vem de Deus . Qualquer que seja a linguagem bíblica que se use, qualquer piedade
e santidade que sejam usadas nos traços, modos e roupas do pregador, qualquer que seja o zelo, a
devoção e o fervor que ele carregue consigo,
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sim, embora venha como um anjo de luz, ele e sua mensagem devem ser rejeitados se ele
ensinar qualquer coisa que leve a alma para longe da cruz do Senhor Jesus.
"Se alguma coisa, é fácil ou difícil, ele ensina,
exceto o Cordeiro e Seu sangue." Mas, nos primeiros dias, antes que a alma seja levada profundamente ao mistério do pecado e ao
mistério da salvação, nada mais cai facilmente com a autojustiça arraigada de nossos corações
do que persuasões ardentes à santidade dos lábios de um pregador que parece
embalsamado em todo o odor disto, e em nossos olhos não discernidores os vemos revestidos da
cabeça aos pés na perfeição sem pecado.
Mas, esses pastores ídolos diferem uns dos outros, e em um ponto todos concordam; uma
acusação é feita contra todos eles. "Eles fizeram com que as ovelhas se extraviassem, e as
desviaram para os montes". Eles as afastaram da cruz de Cristo, longe da simplicidade e da
sinceridade divina, longe da ternura da consciência, longe dos caminhos angustiados e
perturbados dos filhos de Deus, longe da mendicância, da falência e da miséria espiritual,
longe de olhar para o Senhor da vida e da glória como a única esperança, força e justiça de suas
almas necessitadas e nuas.
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Nem isto é tudo: "Eles os desviaram para os montes", os levaram para os montes estéreis - os
montes de Gilboa, onde não há orvalho nem chuva, nem comida nem abrigo, onde durante o
dia a seca os consome, e há a geada de noite. Não os conduzem ao vale da humildade, no meio das
pastagens verdejantes, e junto às águas tranquilas, que só podem ser encontradas nos vales; mas os desviam sobre as montanhas de
orgulho e autoexaltação, presunção e estéril especulação. E qual é a consequência? "Eles
passaram de montanha para colina" - de uma esterilidade a outra, vagando, não sabiam onde,
insatisfeitos com cada ponto de onde vinham, mas, ainda incapazes de descer para o vale,
tentando montanha após colina, noção após noção , texto após texto, doutrina após doutrina,
mas, não encontrando descanso e paz em nenhum deles.
As ovelhas vivas que procuram alimento e pasto, por mais que sejam desviadas por um tempo da simplicidade que está em Cristo, nunca se
alimentam de nada a não ser o que o próprio Espírito Santo comunica. Embora o filho de
Deus possa estar continuamente enredado em doutrinas várias e estranhas especulações,
ainda assim ele nunca descansa em nada além da doce comunhão com Jesus; nunca fica
enfastiada com as manifestações divinas de misericórdia de sua alma, a elevação da luz do
semblante do Senhor, os sussurros doces e
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demonstrações de Seu amor eterno e favor discriminante. Mas, isso acontece
continuamente, e creio que tenha acontecido a alguns nessas cidades que, seduzidos por falsos
mestres, a família viva se desvia, anda de montanha a colina, tentando primeiro uma
coisa e depois outra, buscando descanso e não encontrando; inquietos, perplexos, confusos, incapazes de se alimentar do que lhes está sendo
proposto, incapazes de chegar às pastagens, onde se deitam e se alimentam.
III. Mas, chegamos à maneira pela qual o Senhor
livra essas ovelhas que foram assim desviadas - a maneira pela qual Ele cumpre a promessa contida em Ezequiel 34: 10-12: "Assim diz o
Senhor Deus: Eis que eu estou contra os pastores; das suas mãos requererei as minhas
ovelhas, e farei que eles deixem de apascentar as ovelhas, de sorte que não se apascentarão
mais a si mesmos. Livrarei as minhas ovelhas da sua boca, para que não lhes sirvam mais de
pasto. Porque assim diz o Senhor Deus: Eis que eu, eu mesmo, procurarei as minhas ovelhas, e
as buscarei. Como o pastor busca o seu rebanho, no dia em que está no meio das suas ovelhas
dispersas, assim buscarei as minhas ovelhas. Livrá-las-ei de todos os lugares por onde foram
espalhadas, no dia de nuvens e de escuridão."
Assim, o Senhor diz: "Naqueles dias, e naquele tempo, diz o Senhor, os filhos de Israel virão,
eles e os filhos de Judá juntamente; andando e
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chorando virão, e buscarão ao Senhor seu Deus. Acerca de Sião indagarão, tendo os seus rostos
voltados para lá e dizendo: Vinde e uni-vos ao Senhor num pacto eterno que nunca será
esquecido." (Jeremias 50: 4-5)
O Senhor tinha um propósito sábio e gracioso,
permitindo-lhes assim vagar. Ele tinha um fim para conseguir isso. Ele queria ensinar-lhes o vazio de toda a mera profissão, o nada da
criatura, e a depravação de sua natureza caída. Permitindo-lhes assim vagar, perplexos e
confusos. Ele realizou seu próprio propósito secreto, que era fazê-los enfermar de homens,
desmamar a criatura, quebrar o orgulho de seus corações, mostrar-lhes o vazio de toda a sua
própria sabedoria e força, e afastar os seus olhos de contemplar a vaidade.
Ele traz, então, convicções poderosas em suas consciências, e estabelece a linha do
julgamento em seus corações. E isso Ele faz por alguma aflição ou golpe de corte em seus corpos
ou suas famílias, trazendo-os sob um ministério de busca de coração, atirando uma seta secreta
em suas consciências de Sua própria Palavra da verdade, ou lembrando-lhes à mente deles os
sentimentos nos tempos passados, e como eles se recusaram a se separar deles. Isso produz
neles o sentimento descrito em Oseias 2: 7: "Irei e voltarei ao meu primeiro marido, porque
então era melhor para mim do que agora". Há
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um movimento na alma, um ir adiante de coração, um retorno do filho apóstata.
"Naqueles dias, e naquele tempo, diz o Senhor, virão os filhos de Israel, eles e os filhos de Judá,
indo e chorando, irão e buscarão ao Senhor seu Deus". "Eles virão chorando, e com súplicas os
guiarei." Jeremias 31: 9. "Levantar-me-ei", disse o arrependido pródigo, "e vou ter com meu pai" (Lucas 15:18).
Enquanto eles eram enfeitiçados por seus falsos mestres, e embrulhados em doutrinas secas,
não havia choro. Suspiros e gemidos eram contados como a própria escória da legalidade,
que se encaixavam realmente para iniciantes, mas não para crentes assim estabelecidos.
Enquanto o coração se endurecia pelo engano do pecado, não havia quebrantamento e choro.
Ao se inclinarem para a autojustiça e as obras da criatura, não havia choro. Toda a religião que
brota da carne e permanece na sabedoria do homem deixa o coração não impressionado.
Sem contrição, sem dor, sem humildade, sem lágrimas de tristeza, sem confissão honesta,
sem arrependimento diário, sem gemidos à meia-noite, nem súplicas secretas no escabelo
da misericórdia. Ser encontrado no coração que está retirado em ilusões agradáveis da carne.
Mas, quando o Senhor "se levanta para fazer Sua obra, Sua obra estranha, e levar a efeito Seu ato,
Seu estranho ato" - quando "Ele coloca Sua mão
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novamente pela segunda vez para recuperar o remanescente do Seu povo e para reunir os
dispersos de Judá dos quatro cantos da terra" - quando, como um pastor, procura Suas ovelhas
nos montes e nas colinas, Ele feriu a sua consciência e fez sentir dor e aflição, para trazê-
los, para voltarem os rostos para Sião: "Oh!", Diz a pobre alma, sufocada sob essas convicções, "como fui enganado e iludido, como tenho
estado descansando sobre meras doutrinas sem sentir o seu poder, como negligenciei a oração
secreta! Como eu tinha quase esquecido de ler a Palavra de Deus! Como desprezava a obra da
graça na alma, acreditando estar andando na liberdade, quando eu estava na pior escravidão!
Estou pronto para chorar lágrimas de sangue, que eu estivesse assim desviado pelos falsos
pastores sob os quais me submeti."
Convencido de seu erro, ele vira as costas para
os falsos ministros que o seduziram, e volta seu rosto para Sião. Como lemos, "Eles perguntarão
pelo caminho por Sião, com seus rostos ali". O apóstolo nos diz o que é vir a Sião. Hebreus 12:
22-24: "Mas tendes chegado ao Monte Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, a
miríades de anjos; à universal assembleia e igreja dos primogênitos inscritos nos céus, e a
Deus, o juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados; e a Jesus, o mediador de um novo
pacto, e ao sangue da aspersão, que fala melhor do que o de Abel.". "Desde Sião, a perfeição da
formosura. Deus resplandece." (Salmo 50: 2),
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pois "ali o Senhor ordenou a bênção, e a vida para sempre" (Salmo 133: 3). Sião é a sede de
todas as bênçãos do evangelho. "É colocada a salvação para Israel" (Isaías 46:13), o Cordeiro de
Deus está sobre ela (Apo 14: 1), a misericórdia e a glória saem dela. No virar o rosto, então, para
Sião, está implícita a busca de bênçãos do evangelho. É dito, portanto, "que busquem ao Senhor seu Deus", que só pode ser encontrado
em Sião, Sua morada, Salmo 76: 2, e onde o louvor o espera (Salmo 65: 1).
Assim, eles pedem o caminho a Sião com seus rostos, porque sem luz e com espírito insignificante, com certeza absoluta eles nunca
chegariam lá. Eles têm que perguntar pelo caminho, passo a passo, muitas vezes duvidando
e temendo se eles estão no caminho. Tendo sido tantas vezes enganados e iludidos, eles não
ousam mais confiar em seus próprios corações, mas têm de implorar ao Senhor para mostrar-
lhes cada centímetro do caminho. Eles não podem seguir cegamente cada guia presunçoso,
mas têm de clamar ao próprio Senhor para ensinar e conduzir, e vivificá-los no caminho. E,
à medida que vão, choram. Eles lamentam a sua rebelião anterior, os muitos males que
cometeram, a leviandade de espírito que eles têm, a indulgência e mundanismo de espírito, o
orgulho, presunção, hipocrisia, carnalidade, descuido e obstinação de seu coração. Eles vão e
choram de coração partido e espírito
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quebrantado, não descansando em suas lágrimas como evidências, mas buscando o
Senhor seu Deus; buscando as manifestações secretas de Sua misericórdia, as visitações de
Seu favor, o "levantamento da luz de Seu semblante"; buscando uma revelação do amor
de Jesus; para conhecê-lo por uma descoberta espiritual de Si mesmo. Sendo assim, eles não procuram estabelecer a sua própria justiça, eles
não buscam o aplauso do mundo, eles não buscam a boa opinião dos professantes
nominais, eles não buscam os sorrisos dos santos, eles procuram não se tornar cristãos por
seus próprios esforços. Buscam Sua graça, buscam Sua misericórdia, buscam Seu amor,
buscam Sua glória, buscam as doces visitas de Sua presença e poder, procuram-no, lutando
com Ele até que o encontrem como Deus da sua aliança, que cura todas as suas rebeliões.
E, quando o buscam, dizem: "Vinde, juntemo-nos ao Senhor, numa aliança perpétua que não será esquecida". O desejo de alguém que é assim
ensinado e conduzido, e profundamente convencido do vazio e da inutilidade de toda
religião que não se centra no conhecimento experimental do Filho de Deus, é sentir uma
união manifestada com Cristo; para encontrar sua própria alma derramada em comunhão com
Jesus; e, portanto, ele se adianta para juntar-se ao Senhor, para beber em todo o significado
dessas maravilhosas palavras: "Aquele que se
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une ao Senhor é um só espírito com ele" (1 Co 6:17). Diz a si mesmo: "Doutrinas secas flutuando
no cérebro não podem me fazer nenhum bem, o louvor do homem não pode aliviar uma
consciência culpada." "Nada", diz ele, "pode me dar uma paz sólida, uma união manifestada com
Cristo, sentir-me um com Ele, conhecer o poder de Seu amor, a eficácia de Seu sangue e a manifestação de Sua gloriosa justiça."
"Vinde, unamo-nos ao Senhor". Isso implica algum poder na criatura para juntar-se ao
Senhor? Não; mas isso implica que, quando o Senhor nos une a Si mesmo, então nos unimos a
Ele; quando o Senhor leva o crente a uma união manifestada com Ele, então há um salto da alma,
uma saída das afeições, uma união com Ele com propósito de coração, uma crença nele com
todos os poderes da mente, e uma solene renúncia, um afastamento, um pisoteio, uma
rejeição de tudo, menos daquilo que está no poder de Deus, tal como foi dado à alma pelo
Espírito Santo.
Não se fala de maneira presunçosa; "Vinde, unamo-nos ao Senhor". Não indica nenhuma pretensão ousada sobre o Senhor, como se
estivesse agora no caminho de Sião e, possuindo certas evidências, eles pudessem reivindicar a
herança e, por assim dizer, se apressar e se apossar das bênçãos do evangelho; mas aponta
para as ações da fé viva na alma, que sai, quando
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levantada e livrada pelo Espírito abençoado. A vã confiança e avidez imprudente daqueles que
estão à vontade em Sião, é uma coisa muito diferente da fé mansa daqueles que caminham
e choram, pedindo o caminho a Sião, com seus rostos ali, cujos corações são quebrantados pelo
Espírito em contrição e desejo de sentir e provar a doce manifestação do amor de um Senhor moribundo. Estes, sem presunção ou ousada
familiaridade, podem dizer: "Vinde, unamo-nos ao Senhor", com sentimento em suas almas dos
atos daquela fé viva por meio da qual eles se apegam e se inclinam sobre Ele como o único
suporte entre eles e o inferno.
Não havia pretensões nem uma ousada familiaridade com a mulher que estendia a mão para tocar a orla da veste de Jesus, e contudo ela
se uniu ao Senhor ao segurar Suas vestes. O toque da fé viva é uma coisa; a intrusão da
ousada familiaridade é outra. Uma criança pode subir nos joelhos do seu pai; um servo deve
manter sua distância.
"Vinde", dizem eles, com confiança filial, "unamo-nos ao Senhor em uma aliança perpétua"; como querendo sentir o poder
daquela aliança eterna manifestada em suas almas; desejando ver seus nomes escritos no
livro da vida; desejando olhar para Aquele a quem traspassaram, e verem o seu pecado
expiado pelo derramamento do Seu precioso
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sangue; desejando sentir nas profundezas de seu coração partido seu interesse na aliança
eterna "ordenada em todas as coisas e segura". E assim, embora nada tenham em si mesmos,
senão mendicância, falência, miséria e nudez; nada por natureza, senão uma massa imunda de
tudo o que é repugnante e detestável aos olhos de Deus, mas desejando encontrar e sentir-se envolvidos no feixe de vida com o Senhor da vida
e da glória, têm sua consciência aspergida com aquelas gotas amenas do sangue expiatório que
o Espírito Santo aplica para purificá-los de obras mortas e para se alegrarem no Senhor como
toda a sua salvação e todo o seu desejo.
Agora, eu não gostaria de colocar o caminho que
eu tenho fraca e imperfeitamente exposto, como um em que todos os redimidos caminham
sem qualquer variação. Os contornos podem ser os mesmos em todos, mas o preenchimento
pode ser diferente em cada um.
Muitos, por exemplo, não foram induzidos por falsos pastores, mas estiveram sob ministros
sãos desde o início da obra sobre suas almas. Mas, se não forem iludidos por falsos pastores,
eles escaparam aos enganos e delírios de seus próprios corações? Ou se guardados do mal e do
erro externamente, eles foram preservados interiormente? Aqui todos estão nivelados; nem
um pode se vangloriar de outro. Levando isso
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em consideração, vocês não pisaram, cada um na sua medida, nesses caminhos?
Quando o Senhor começou Sua obra de graça em sua alma, não estava a palavra "perdido" escrita em sua consciência? Você não carregou
esse fardo com você onde quer que você foi? Sempre que acordou no meio da noite, a palavra
“perdido” não o encarou no rosto? Embora, você possa procurar afogar suas convicções, pode
apagar a palavra “perdido” em seus ouvidos? Sempre que você ia à igreja, a palavra "perdido"
não parecia escrita diante de seus olhos?
E o Senhor não o conduziu a alguma persuasão
de seu interesse salvador no sangue e no amor do Cordeiro e fez com que, em certa medida, as
esperanças e afeições de seu espírito renovado fluíssem para Ele? Então você encontrou um
lugar de repouso e nunca desejou outro descanso senão o que "permanece para o povo de Deus", até mesmo uma entrada pela fé na
obra consumada de Emanuel. Mas você sempre descansou lá? Se desviado por falsos guias, ou
deixado de lado por seu próprio coração, deixe a consciência honesta, falando como um monitor
fiel no seu seio, testemunhar se não houve alguma saída secreta do Senhor.
Que erro terrível é negar a recaída! Que ignorância manifesta do próprio coração de um
homem! Como isso marca um homem como um
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pervertedor da verdade, e alguém que negocia com o pecado para o desagrado do Altíssimo!
Quem conhece a si mesmo e a idolatria de sua natureza caída ousa negar que ela retrocede
perpetuamente no coração, no lábio ou na vida? Podemos qualquer um de nós aqui negar que
temos nos desviado do nosso primeiro amor? - desviado da simplicidade devida a Cristo e da piedosa sinceridade - recuado da reverência e
do temor divino - recuado da espiritualidade e da mente celestial - recuado das profundezas do
afeto e derramar do coração no seio do Senhor? E se não tivermos sido autorizados a retroceder
em pecado aberto, se o Senhor nos guardou, e não nos permitiu ser lançados no lamaçal, ainda
não temos cometido o mal duplo que o Senhor diz do Seu povo; "Eles me abandonaram, a fonte
das águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas quebradas, que não podem reter a água?" (Jer
2:13).
E o que nós colhemos do retrocesso? - nós colhemos prazer, conforto ou paz? - colhemos
sorrisos de Deus, ou o testemunho solene do Espírito na consciência? Não! Se a consciência
fala em seu peito, o que ela diz? Que cada afastamento do Senhor trouxe aflição e
angústia, para que, tão longe de justificar-se em seu pecado, estivesse pronto quase a chorar
lágrimas de sangue, a ponto de se afastar tão perversamente do Senhor. Foi por misericórdia
de nós que o Senhor não nos entregou à dureza
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de coração e à cauterização de consciência, para que não nos fosse permitido dizer com o Israel
de antigamente: "Sou inocente, não pequei" (Jr 2:35), que Ele nos "levou com choro e súplicas.
Não temos alguns de nós dentro destas paredes
(eu tenho certeza que eu tenho para um) que foram obrigados a "ir e chorar", e dizer ao Senhor
um conto piedoso de retrocesso; como nos afastamos de Seu temor, e pecamos contra Ele,
como estamos dispostos a tomar Seu jugo sobre nós, e andar em Seus preceitos? Não fomos
forçados a dizer a ele que fomos desobedientes e teimosos, imundos e vis, e Ele não nos levou,
em certa medida, a "virar os nossos rostos para Sião" - para virar as costas a todos os falsos
ministros, a todos os pastores ídolos, e a toda a força e sabedoria, e justiça e vontade da criatura,
e nos deu alguma simplicidade, retidão e integridade de coração e consciência, por meio
dos quais temos virado nosso rosto para Sião, procurando uma bênção que venha de Sião, à
procura da graça, à procura da glória? "Assim eu também te enfraquecerei, ferindo-te e
assolando-te, por causa dos teus pecados", diz o Senhor em Miqueias 6:13, aludindo à sensação
de doença produzida por uma ferida.
E essas feridas em nossa consciência não nos fizeram, à nossa medida, doentes do mundo,
doentes da igreja professante, doentes de hipócritas, doentes de nossas rebeliões, doentes
de tudo menos da Palavra de Deus revelada com
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poder, doentes de todos menos do sangue e do amor do Redentor, de todos os ensinamentos,
mas não dos ensinamentos do Espírito Santo, de toda a companhia, menos da companhia dos
filhos de Deus? Você pode dizer tanto? Que você se voltou de tudo somente para Cristo, e para Ele
crucificado? Que se afastou de todas as doutrinas, menos das que se centram no sangue do Cordeiro? Que você se afastou da "caridade
universal" e da "filantropia geral", como substitutos do poder da piedade vital (embora
você deseje amar e servir seus semelhantes como homens), e que suas afeições espirituais
são para com Deus e Seu povo? E tem havido em sua alma qualquer sentimento como Rute teve
quando ela disse: "Seu povo será o meu povo, e seu Deus, meu Deus?" Qualquer doce resposta
em seu seio à voz do Senhor: "Meu filho, dá-me o teu coração?" "Toma, Senhor, tudo o que tenho
e sou!" Algum lançar-se ao pé da cruz, e ali implorar ao Senhor da vida e da glória para falar
de paz à sua alma?
Ora, isto, creio eu, é a maneira pela qual o Senhor conduz mais ou menos as almas de Seus
filhos. Não é dito de fato, como Ele nos conduzirá ao conhecimento de Si mesmo, seja por um
caminho mais longo, ou por um caminho mais curto do que outros de Seus filhos, seja por
coisas terríveis em justiça, ou por um modo menos angustiante; mas Ele certamente trará
todo o Seu povo mais cedo ou mais tarde para
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nada ter - para deixar de lado a sua própria justiça como trapos imundos; mais cedo ou mais
tarde, para obedecer a esse preceito: "Saia do meio deles, e seja separado, e não toque a coisa
imunda". Mais cedo ou mais tarde, o povo peculiar terá de andar nos caminhos da
tentação e do sofrimento; e mais cedo ou mais tarde será levado em doce comunhão com o Senhor da vida e da glória, para ser "satisfeito",
como Naftali, "com graça e cheio com a bênção do Senhor."
Esta religião é o que desejo pregar; para viver e morrer. Pois não há outra que possa satisfazer
uma alma vivificada.
Aquele que não está interessado na eterna eleição de Deus Pai, no sangue expiatório e na justiça justificadora de Deus, no Filho, na obra e
no testemunho de Deus, no Espírito Santo, seja qual for o seu nome, seita, denominação ou
profissão; seja qual for a sua conduta exterior, as doutrinas que professa, ou o credo em que
assina o seu nome, ele morrerá como Esaú morreu, como Balaão morreu, como Saul
morreu, como Judas e Aitofel morreram. Ele nunca verá o Rei em Sua beleza, nunca verá a
terra distante, nunca verá a nova Jerusalém, nem o sangue da aspersão, "que fala coisas
melhores do que o sangue de Abel". Mas toda alma viva que aprendeu com sentimento sua
condição perdida - que conheceu algo de
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repouso em Cristo - que virou as costas para o mundo e para a igreja professante, e foi
chorando em Sião - em cujo coração Deus, o Espírito Santo implantou esses desejos solenes
e (se eu posso usar a expressão) essas solenes determinações sob o ensino divino - não uma
determinação de livre arbítrio, mas a determinação interior de graça fortalecida pelo Espírito de Deus "para unir-se ao Senhor em um
pacto perpétuo que nunca será esquecido" - para que ele viva em Jesus e morra em Jesus -
para que ele sinta Seu poder, experimente Seu amor, conheça Seu sangue, tal alma, como o
Israel do passado, será levada com segurança através deste deserto árido, será levada através
deste vale de lágrimas e levada a gozar de felicidade e glória eternas na presença daquele
que constitui como bem-aventurados seus redimidos. Cada alma pobre, provada, tentada,
será trazida para o gozo pessoal de Cristo aqui embaixo e de Cristo nas alturas, de modo a
desfrutar de um antegozo do céu aqui, e depois banhar-se no oceano de felicidade infinita.