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4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016 A PAISAGEM CULTURAL DE PELOTAS ATRAVÉS DO MICROCINEMA 1 MORELATTO, NATÁLIA B. (1); YUNES, GILBERTO S. (2) 1. Universidade Federal de Santa Catarina. Mestranda, Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo - PósARQ Campus UFSC Trindade, PósARQ/CTC, Caixa Postal 476, 88040-900 Florianópolis SC [email protected] 2. Universidade Federal de Santa Catarina. Professor associado, Departamento de Arquitetura Urbanismo Campus UFSC Trindade, PósARQ/CTC, Caixa Postal 476, 88040-900 Florianópolis SC [email protected] RESUMO A complexidade inerente às cidades e as múltiplas dimensões que constituem a paisagem urbana, revelam a necessidade de aproximações interdisciplinares no sentido de ampliar a sua compreensão enquanto paisagem cultural. Nesse contexto, diferentes abordagens vem sendo incorporadas na investigação em arquitetura e urbanismo, entre elas, a assimilação de filmes, documentais ou ficcionais, como fonte de pesquisa, entendidos enquanto produtos e registros de uma sociedade e de um tempo que os produziu. A representação da cidade no cinema, e os estudos que se dedicam à sua compreensão e interpretação, com intuito de contribuir à reflexão sobre a paisagem urbana, apresentam enfoque, recortes temporais e geográficos diversificados, porém, predominam os estudos sobre paisagens de grandes metrópoles a partir de filmes consagrados ou de grande circulação. O presente trabalho é um desdobramento da pesquisa de mestrado em andamento, que se insere nessa lacuna, e emprega o uso do microcinema realizado em uma cidade de médio porte, Pelotas, Rio Grande do Sul. O microcinema é caracterizado pela curta duração, formatos de baixo custo e/ou linguagem compatível com os circuitos atuais, oferecendo no caso em específico, um recorte possível de revelar o conceito de paisagem cultural e sua relação com o contexto histórico. Para isso, empreende a análise de quatro curtas-metragens realizados em Pelotas a partir de 2010, com intenção de destacar os diferentes setores da cidade utilizados no microcinema, em contrapartida ao patrimônio edificado da área central, já reconhecido e caracterizado especialmente pela arquitetura eclética. Tais filmes evidenciam a paisagem cultural a partir da articulação de elementos materiais e imateriais, culturais e naturais, e contemplam: a área portuária, seus lotes e edifícios ociosos e a apropriação dos mesmos pela população, expressa através de intervenções; e a relação com a borda d’água, tanto pelos canais São Gonçalo e Santa Bárbara, quanto pela Lagoa dos Patos. Palavras-chave: Paisagem cultural; cinema; Pelotas. 1 Este artigo foi desenvolvido com apoio financeiro da CAPES, através de concessão de bolsa.

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4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016

A PAISAGEM CULTURAL DE PELOTAS ATRAVÉS DO MICROCINEMA1

MORELATTO, NATÁLIA B. (1); YUNES, GILBERTO S. (2)

1. Universidade Federal de Santa Catarina. Mestranda, Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e

Urbanismo - PósARQ Campus UFSC – Trindade, PósARQ/CTC, Caixa Postal 476, 88040-900 Florianópolis – SC

[email protected]

2. Universidade Federal de Santa Catarina. Professor associado, Departamento de Arquitetura Urbanismo

Campus UFSC – Trindade, PósARQ/CTC, Caixa Postal 476, 88040-900 Florianópolis – SC [email protected]

RESUMO

A complexidade inerente às cidades e as múltiplas dimensões que constituem a paisagem urbana, revelam a necessidade de aproximações interdisciplinares no sentido de ampliar a sua compreensão enquanto paisagem cultural. Nesse contexto, diferentes abordagens vem sendo incorporadas na investigação em arquitetura e urbanismo, entre elas, a assimilação de filmes, documentais ou ficcionais, como fonte de pesquisa, entendidos enquanto produtos e registros de uma sociedade e de um tempo que os produziu. A representação da cidade no cinema, e os estudos que se dedicam à sua compreensão e interpretação, com intuito de contribuir à reflexão sobre a paisagem urbana, apresentam enfoque, recortes temporais e geográficos diversificados, porém, predominam os estudos sobre paisagens de grandes metrópoles a partir de filmes consagrados ou de grande circulação. O presente trabalho é um desdobramento da pesquisa de mestrado em andamento, que se insere nessa lacuna, e emprega o uso do microcinema realizado em uma cidade de médio porte, Pelotas, Rio Grande do Sul. O microcinema é caracterizado pela curta duração, formatos de baixo custo e/ou linguagem compatível com os circuitos atuais, oferecendo no caso em específico, um recorte possível de revelar o conceito de paisagem cultural e sua relação com o contexto histórico. Para isso, empreende a análise de quatro curtas-metragens realizados em Pelotas a partir de 2010, com intenção de destacar os diferentes setores da cidade utilizados no microcinema, em contrapartida ao patrimônio edificado da área central, já reconhecido e caracterizado especialmente pela arquitetura eclética. Tais filmes evidenciam a paisagem cultural a partir da articulação de elementos materiais e imateriais, culturais e naturais, e contemplam: a área portuária, seus lotes e edifícios ociosos e a apropriação dos mesmos pela população, expressa através de intervenções; e a relação com a borda d’água, tanto pelos canais São Gonçalo e Santa Bárbara, quanto pela Lagoa dos Patos.

Palavras-chave: Paisagem cultural; cinema; Pelotas.

1 Este artigo foi desenvolvido com apoio financeiro da CAPES, através de concessão de bolsa.

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Introdução

Este trabalho busca evidenciar contextos urbanos com potencial para complementar a

configuração da paisagem cultural da cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, frequentemente

associada aos conjuntos arquitetônicos que representam o período de opulência econômica

da cidade. Esses contextos são observados em registros audiovisuais do cinema universitário

local, e podem ser caracterizados como fragmentos capazes de ampliar a compreensão sobre

a paisagem urbana, visto que são portadores de retratos, marcas e indícios significativos do

tempo e da sociedade que os produziu (Nóvoa; Barros, 2012, p.67). Para isso, foram

priorizados os filmes que evidenciam articulações entre elementos culturais e naturais,

materiais e imateriais em diferentes áreas da cidade, passíveis de constituir a paisagem

cultural. Nesse sentido, serão apresentados quatro filmes que abordam aspectos

relacionados à interação do homem com a natureza, ao longo das margens dos canais São

Gonçalo, Santa Bárbara e da Lagoa dos Patos.

Referido em inúmeros estudos e discussões anteriores, o conceito de paisagem cultural ainda

é amplamente discutido em função de sua complexidade, já que trata-se de um sistema que

agrega diversas manifestações entre o homem e o ambiente natural, compreendendo valores

distintos em contextos específicos. Foi institucionalizado enquanto patrimônio mundial,

através da criação da categoria paisagem cultural pelo Comitê de Patrimônio Mundial da

UNESCO em 1992, e em 2009 no âmbito nacional através da criação da chancela da

paisagem cultural brasileira pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Histórico Nacional – IPHAN

(Portaria 127/2009), que assimila diferentes aspectos trabalhados historicamente de maneira

isolada, como culturais e naturais, materiais e imateriais.

A atribuição de valor patrimonial à paisagem amplia as possibilidades de ação dos órgãos de

preservação do patrimônio cultural e ao mesmo tempo impõe desafios, desde a identificação

até sua gestão, visto que as possíveis abordagens devem ser realizadas a partir de um

conjunto abrangente, que compreenda os aspectos constituidores das paisagens e seu

dinamismo, através de todos os seus elementos formadores e transformadores (Mongelli,

2016, p.4), sejam eles sociais, econômicos ou culturais.

Dessa forma, não se pretende discutir a aplicabilidade da chancela ao contexto em questão,

mesmo porque, essa atribuição é conferida aos órgãos de proteção e realizada por uma

equipe multidisciplinar. Mas é evidente que a pauta sobre paisagem cultural se fortaleceu a

partir de seu enquadramento enquanto bem patrimonial, e suscitou aproximações

diversificadas, como a aqui proposta, em que a intenção é ampliar o reconhecimento da

paisagem cultural de Pelotas a qual, comunidade e o meio acadêmico atribuem valor. Assim,

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através de filmes realizados na cidade, será apresentada uma contrapartida à ideia

consagrada da paisagem como patrimônio, geralmente vinculada ao centro fundacional e sua

arquitetura eclética, e às áreas das antigas charqueadas.

O Patrimônio Consolidado

No âmbito de Pelotas iremos abordar inicialmente a ideia de patrimônio cultural que

compreende os conjuntos correspondentes ao século XVIII, XIX, e início do século XX,

expressos pelas charqueadas e pela arquitetura eclética. Estes, reconhecidos como tal, serão

caracterizados brevemente com intuito de evidenciar o conceito dominante em relação à

contrapartida proposta.

Situada na planície costeira no extremo sul do estado brasileiro do Rio Grande do Sul, a

cidade de Pelotas se consolida em decorrência da implantação do polo charqueador

escravista, iniciado nas últimas duas décadas do século XVIII, situado às margens do canal

São Gonçalo e do arroio Pelotas (Gutierrez, 1993, p.4). Diversos fatores possibilitaram a

criação e desenvolvimento desse polo e ''ao longo desse processo, introduziram-se as

fábricas de carne salgada e a infraestrutura necessária à produção e exportação do charque,

comercialização do gado, importação de escravos, etc.'' (Gutierrez, 1993, p. 109).

A partir da acumulação de riquezas desenvolveu-se o assentamento urbano inicial, localizado

nos terrenos entre o canal São Gonçalo e os arroios Santa Bárbara e Pelotas, visto que os rios

eram fundamentais para a atividade charqueadora, que ocorria às suas margens. Delimitado

por esses cursos d´agua, esse assentamento está situado nos terrenos mais elevados de uma

extensa planície (Soares, 2002, p.28,33). O 1º loteamento, de 1813, aonde se ergueu a

capela, foi traçado ortogonalmente, contendo doze ruas no sentido norte-sul e sete no sentido

Leste-Oeste. O 2º loteamento, determinante para a consolidação da morfologia urbana no

que se refere ao seu traçado, constituiu sua primeira ampliação e, assim como o núcleo inicial,

apresenta traçado ortogonal, porém com vias mais largas e um diferencial, o sentido de

crescimento, Norte-Sul. As quadras, por sua vez, foram parceladas de maneira simples e

regular, gerando lotes com áreas semelhantes, testadas estreitas e grande profundidade

(Soares, 2002, p. 33,48).

Em função da prosperidade do comércio do charque, Pelotas representava no século XIX uma

das cidades mais importantes do Rio Grande do Sul, e entre os séculos XIX e XX foram

implantados diversos melhoramentos urbanos, como as canalizações d'água, redes de

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esgoto, iluminação pública, pavimentação das ruas, entre outros. A navegação marítima,

fluvial e lacustre possibilitou, além da exportação do charque e derivados, a chegada de

construtores estrangeiros, sobretudo italianos, que por sua vez, introduziram na região o

ecletismo historicista (Santos, 2007, p. 8). Caracterizado pela utilização de novos materiais e

técnicas de engenharia e arquitetura advindos da industrialização, o ecletismo arquitetônico

atribuía ''grande valor às caixas murais dos prédios através de ornamentações e empregavam

diferentes elementos/fragmentos da arquitetura do passado, de culturas próximas ou

longínquas, para compor suas fachadas'' (Santos, 2007, p.2).

Através do porto fluvio-lacustre chegavam equipamentos urbanos, como os chafarizes

franceses e o reservatório de água escocês, destinados a distribuição de água potável, assim

como elementos ornamentais que ''enriqueceram e deram imponência às edificações,

atenderam ao interesse da classe dominante em exteriorizar as suas ideologias e o seu poder

econômico'' (Soares, 2007, p. 9). O conjunto dessas edificações, localizadas principalmente

no 1º e 2º loteamento, é reconhecido por seu valor arquitetônico, artístico e cultural, tendo

parte integrada ao do Programa Monumenta 2 , destinado à recuperação e fomento às

questões patrimoniais.

Os elementos do contexto natural da região, representam portanto, condições fundamentais

para a implantação da cidade, especialmente devido a associação da configuração de seu

relevo ao sistema hídrico, que atuam como condicionantes, tanto pelos cursos de água e

áreas sujeitas a inundações, quanto pela necessidade de proximidade dos mesmos, para

controle e funcionamento da atividade saladeiril. Posteriormente, também através das águas,

pelo porto fluvio-lacustre, houve a importação da cultura europeia sob os fundamentos da

modernidade, materializada na urbe Pelotense, através dos melhoramentos urbanos e do

ecletismo historicista na arquitetura.

A Paisagem Cultural através do Microcinema

Filmes podem ser caracterizados como fragmentos capazes de ampliar a compreensão sobre

a paisagem, visto que são portadores de retratos, marcas e indícios significativos do tempo e

da sociedade que os produziu (Nóvoa; Barros, 2012, p.67). Esse entendimento associado à

oferta de material, constituído principalmente por filmes independentes, possibilita a

2 O Monumenta é um programa do Ministério da Cultura, que procura conjugar recuperação e preservação do patrimônio histórico com desenvolvimento econômico e social em cidades históricas protegidas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

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realização de uma abordagem diferenciada sobre a paisagem cultural de Pelotas, produzida

por habitantes a partir de sua experiência da cidade, que revelam situações de alteridade

interessantes, em que o passado e o presente, as relações humanas com o ambiente natural

e toda sua complexidade, apresentam uma contrapartida em relação à noção de valor mais

frequentemente atribuída ao conjunto arquitetônico da área central.

A realização cinematográfica em Pelotas reporta ao início do século XX, num contexto em que

os produtores detinham o complexo de exibição. Nesse período destacou-se a Guarany

Fábrica de Fitas Cinematográficas (1912-1914), de Francisco Santos, que indexou cerca de

41 títulos3, entre eles o curta-metragem Os óculos do vovô, a obra de ficção brasileira mais

antiga prospectada (Póvoas, 2009, p. 18,34). Após o encerramento das atividades da

companhia, a produção na cidade ocorre de forma esporádica, até recentemente, quando

verifica-se um incremento a partir da criação de novas produtoras, como a Moviola, e da

abertura do curso de Cinema e Animação na Universidade Federal de Pelotas-UFPel, no ano

de 2007. A cena cinematográfica local apresenta, portanto, etapas de pioneirismo, declínio, e

recente retomada, conforme o escritor e crítico Joari Reis (Rodrigues, 2011).

Durante esse intervalo técnicas e linguagem se transformaram, assim como os modos de

produção, distribuição e exibição cinematográfica. O desenvolvimento de mídias digitais

favoreceu o surgimento de diversas configurações e modalidades, bem como permitiu ampliar

o número de realizadores e a circulação em diferentes canais. A produção cinematográfica

universitária de Pelotas está inserida nesse âmbito, e é referida aqui como microcinema,

conceito que pode ser apropriado a partir de diversas acepções, porém empregado neste

trabalho no sentido de caracterizar produções em formatos de baixo custo, que não são

distribuídos em circuitos convencionais (Bambozzi, 2009, p. 4), independentes e/ou sem fins

institucionais ou comerciais, e ainda, em que a temática é definida pelos realizadores.

O processo de seleção dos filmes utilizados neste trabalho foi realizado a partir de consulta ao

acervo fornecido pelo colegiado do curso de Cinema e Audiovisual da UFPel, que apontou 97

curtas-metragens finalizados e indexados entre 2007 e 20144. Esses títulos foram submetidos

à uma análise individual, que considerou como critério inicial, a possibilidade de observar

espaços públicos de Pelotas, resultando em 47 filmes e 70 locações5 identificadas. Em

seguida foram isolados os filmes realizados no centro histórico, e os demais novamente

3 11 desses títulos ainda precisam ter exibição comprovada. PÓVOAS, Glênio Nicola. Confusões, entraves, desafios na história da Fábrica Guarany. In: GUTFREIND, Cristiane Freitas; GERBASE, Carlos (Org.). Cinema Gaúcho: diversidades e inovações. Porto Alegre: Sulina, 2009. p. 33.

4 O acervo indica um total de 144 curtas-metragens, no entanto, 47 destes são cinema de animação e foram portanto, desconsiderados, resultando em um total de 97 curtas-metragens.

5 Locação no sentido de cena fora do estúdio cinematográfico, e nesse caso, externa em local pré-existente.

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submetidos à uma análise em que o critério foi a possibilidade de observar aspectos que

podem ser relacionado à paisagem cultural, indicando assim, 3 documentários 6

curtas-metragens. Foi adicionado ainda, um quarto título, também produzido por

universitários, mas não vinculado à universidade. Os filmes selecionados estão indicados no

mapa a seguir, em ordem cronológica de realização: Cotada (2010); Manjoada (2011); Barro

Duro (2013); e Debaixo da ponte ou na beira do rio (2016).

Figura 01: Mapa urbano de Pelotas e trecho do distrito Z3, com localização dos curtas-metragens e

centro histórico. Fonte: autores sobre Mapas do III Plano Diretor de Pelotas.

A interpretação desses filmes foi realizada a partir do objetivo da análise, que é evidenciar os

aspectos relacionados à constituição da paisagem cultural. Portanto, serão apresentadas

informações gerais sobre o filme e uma breve análise considerando aspectos externos ao

contexto de sua realização, e também aspectos internos, em seu sentido narrativo e

ideológico, ou seja, a forma como a história é contada, por quem, e qual a mensagem em

relação ao tema abordado (Penafria, 2009, p. 8-9).

6 Considera-se os filmes selecionados enquanto gênero cinematográfico documentário em função da indexação

efetuada por seus realizadores.

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Cotada

Realizado em 2010, o documentário Cotada, foi um projeto coletivo sob orientação da

professora Cíntia Langie (UFPel), e registrou uma atividade de extensão ocorrida no prédio da

antiga Cotada, coordenado pelo professor José Pellegrin (UFPel), que reuniu os projetos Eles

Estão Chegando II e Arte no Porto III. De acordo com depoimento do coordenador no próprio

documentário, esses projetos são oportunidades para que jovens artistas e artistas com uma

trajetória mais consolidada exponham seu trabalho.

No prédio em que a exposição foi realizada funcionava uma fábrica de biscoitos e massas, a

Cotada S.A, que está localizada no Bairro Porto, próximo ao centro da cidade, às margens do

canal São Gonçalo. A área se desenvolveu a partir do estabelecimento do polo charqueador

escravista, e mais tarde, em função do declínio da atividade, iniciou-se a criação de um núcleo

fabril, acompanhado por melhorias na infraestrutura da área (Al-Alam, 2011, pg.86), bem

como a instalação de residências e diversas fábricas, desativadas posteriormente.

Desocupado e deteriorado no momento da realização do documentário, o prédio da Cotada

S.A foi adquirido e reformado pela UFPel e funciona atualmente como centro de engenharias.

Em função de sua localização, em frente a praça Domingues Rodrigues, conhecida como

pracinha do Porto, que é frequentemente utilizada para manifestações artísticas e musicais

(Al-Alam, 2011, pg. 130), foram realizadas diversas intervenções e exposições no edifício

durante o período em que esteve abandonado, assim como ocorreu e vem ocorrendo em

outros edifícios ociosos na área.

O bairro Porto é representativo dos diversos períodos de transformação da cidade,

especialmente por seus edifícios e configuração urbana. Vários desses edifícios, antes

ociosos, foram adquiridos ela UFPel e convertidos em unidades universitárias, o que vem

transformando novamente o caráter do bairro, que vai assumindo as diversas camadas de

tempo. A relação das pessoas com esse espaço, também é expressiva sobre essas

transformações e novas possibilidades, como demonstra o documentário, que registra a

apropriação de um edifício vazio do período industrial, e atribui outro significado a esse

espaço, através da arte.

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Figura 02: Frames do curta metragem Cotada, de 2010. Visuais do Canal São Gonçalo e das

construções portuárias.a partir do edificío Cotada e sua inserção no contexto da praça do Porto.

Manjoada

Manjoada é um documentário curta-metragem realizado em 2011, com direção de Márcio

Costa. O local de gravação é a Colônia Z3, uma sociedade de pescadores profissionais

artesanais fundada na década de 1920, localizada no 2º Distrito da cidade de Pelotas, a 20 km

do centro, que ''se caracteriza por uma relação muito particular entre cultura e natureza já que

se encontra às margens da Lagoa dos Patos'' (Figueira,2009, p.37).

Para Figueira (2009, p.40-41) com o passar dos anos, os diferentes grupos que se

estabeleceram no local se organizaram de maneira particular em um ambiente também

particular, o que confere uma perspectiva única ao lugar, onde se desenvolveram técnicas e

preservaram valores e tradições passadas, como culinária, folclore, mitos, crenças religiosas

e tantos outros, sempre articulados e organizados com base na atividade de pesca artesanal

na Lagoa dos Patos.

No documentário é perceptível a importância dessa atividade para a comunidade de forma

geral, a partir de planos que exibem a rotina de trabalho dos pescadores, fragmentos da

paisagem local e entrevistas com os moradores. Sendo assim, no âmbito do imaterial, a

principal manifestação apresentada no documentário refere-se à pesca artesanal enquanto

modo de fazer/ofício, tanto que, o termo que dá nome ao filme, explicado durante um dos

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depoimentos, refere-se à uma expressão particular utilizada pelos moradores para designar o

ato de colocar a rede de pesca num dia, e retirar no outro.

A dependência da prosperidade da atividade pesqueira, diretamente vinculada aos processos

socioeconômicos da Colônia Z3 faz com que períodos de baixa safra afetem toda a

comunidade. Esse aspecto é apresentado no documentário a partir de depoimentos, em tom

de preocupação e denúncia, sobre o prejuízo para a atividade a medida em que a água doce

predomina sobre a água salgada, consequência de alterações climáticas. Esse prejuízo no

entanto, não gera consequências de ordem econômica apenas, ele afeta a comunidade em

diversos níveis, inclusive na preservação de características próprias que conferem identidade

ao lugar, seus modos de fazer e suas tradições, diretamente relacionadas às águas da Lagoa

dos Patos.

Figura 03: Frames do curta metragem Manjoada, de 2011. Visuais Colônia Z3, com o conjunto das

residências dos pescadores e a partir da Lagoa dos Patos.

Barro Duro

Com direção de Caio Mazzilli, o documentário Barro Duro, nome popular do Balneário dos

Prazeres na Praia do Laranjal, foi realizado em 2013 e apresenta cenas da atividade de pesca

artesanal, da tradicional celebração anual de Iemanjá e Nossa Senhora dos Navegantes e

também, depoimentos dos locais, que contemplam diferentes aspectos.

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Inicialmente referem-se à descrição e constituição do lugar como fruto das relações sociais e

econômicas de um período anterior, de sesmarias e fazendas, seguidas pelas transformações

da natureza, como o problema do assoreamento da Lagoa dos Patos, apresentada a partir de

diferentes pontos de vista, inclusive religioso, atribuído à Iemanjá. Também são feitas

referências à falta de assistência da prefeitura, tanto em função da precariedade da

infraestrutura local, quanto pela falta de fiscalização e controle na destruição da mata nativa e

poluição dos cursos d'água.

Essa praia, contam os moradores entrevistados, era uma área frequentada por negros em

uma época em que negros e brancos não podiam frequentar os mesmos lugares. Toda esse

contexto configura a cultura local, em que são celebrados diversas religiões e festividades,

especialmente de matriz africana, como Iemanjá, juntamente à Nossa Sra. dos Navegantes,

que são exibidas no documentário.

Nesse sentido o Barro Duro, assim chamado pela característica do solo à beira da praia,

constitui um testemunho histórico da cidade, tanto a partir da segregação racial e social,

quanto pelo saber/fazer/ofício tradicional da pesca artesanal, e da religiosidade e festividades

que lá se desenvolveram, fortemente ligadas à presença da água, que se refletem na

configuração paisagem.

Figura 04: Frames do curta metragem Barro Duro, de 2013. Visuais da atividade de pesca artesanal e

da celebração à Iemanjá e Nossa Sra. Dos Navegantes.

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Debaixo da ponte ou na beira do rio

Ainda em fase de finalização, o curta-metragem Debaixo da ponte ou na beira do rio foi

gravado em 2015, dirigido por Andruz Vianna. Diferente dos outros curtas-metragens

utilizados, ele é fruto de uma iniciativa independente que mais tarde obteve financiamento

pelo programa municipal de incentivo cultural, o Procultura. Foi considerado para esse

trabalho por ter sido desenvolvido por universitários e por sua representatividade da paisagem

cultural.

O documentário é realizado a partir da captação de imagens de contemplação e de

entrevistas com a comunidade, em grande parte composta por pescadores artesanais em

estado de vulnerabilidade socioeconômica, instalados às margens do arroio Santa Bárbara.

Próximo à confluência no canal São Gonçalo, logo abaixo da ponte desativada que liga a

cidade de Pelotas à Rio Grande, essa área, de preservação permanente, é atingida pela

degradação ambiental, especialmente pela poluição do canal.

O nome do curta-metragem refere-se a uma pergunta que os realizadores dirigiam à

comunidade, sobre como eles preferiam indicar sua moradia, em baixo da ponte ou na beira

do rio, sendo que foi dada preferência à última. De acordo com os moradores as ocupações

iniciaram ainda na década de 1950, e observam que a tranquilidade do lugar e a relação entre

a comunidade local são fatores positivos.

Nessa área, o rio atua como limite e como sustento da comunidade ali instalada, a ponte como

passagem, através da ligação rodoviária, e como marco visual em função de suas dimensões

e da planície natural do seu entorno. Há uma definição visual clara entre o meio ambiente

natural e a cidade. Acima da ponte, é possível ver no horizonte o contorno dos edifícios em

altura de Pelotas, seguido pelas fábricas e instalações da área portuária, o canal e depois a

vastidão dos campos. É possível também ver abaixo da ponte, uma parcela da população que

está às margens, do rio e da sociedade.

Esse ponto é especial, pois ele possibilita visualizar de forma abrangente os tempos históricos

através da configuração urbana, as relações do homem com o ambiente natural,

especialmente com a água, através do canal, e também os problemas sociais de uma cidade

contemporânea. Ele é representativo da paisagem cultural de Pelotas.

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Figura 05: Frames do curta metragem Debaixo da ponte ou na beira do rio, de 2016. Visuais das

atividades e usos dos espaços no contexto, e abaixo da ponte Alberto Pasqualini, sob o canal São

Gonçalo.

Considerações Finais

As paisagens apresentadas nos curtas-metragens analisados, enquanto paisagens culturais,

tem seu valor reconhecido pela produção acadêmica de áreas como antropologia e geografia,

mas ainda assim, são apresentadas de forma mais específica. Buscou-se através desse

trabalho expor uma possível abertura para a interpretação da paisagem de Pelotas enquanto

paisagem cultural através de registros e impressões produzidas por seus habitantes, a partir

de sua experiência da cidade, que revelam situações de alteridade interessantes, em que o

passado e o presente, as relações humanas com o ambiente natural e toda sua

complexidade, apresentam um contraponto à noção de valor mais frequentemente atribuída

ao conjunto arquitetônico da área central e às charqueadas.

Através dessa abordagem foi possível estender a ideia de paisagem cultural de Pelotas,

assim como apontar um fator comum, imprescindível para a fundação, configuração e

constante transformação da cidade: as águas. Elemento que representava a riqueza da

cidade entre os séculos XIX e XX, através da rede moderna de abastecimento de água e de

esgoto, e dos chafarizes importados da Europa, vieram também através das águas, pelo seu

porto, os costumes, os materiais, as técnicas e os construtores responsáveis pelo

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desenvolvimento da arquitetura eclética historicista, que constitui um conjunto com valor

patrimonial reconhecido.

Já nos curtas-metragens apresentados, a configuração específica das águas no contexto da

cidade é associada à simplicidade, e caracteriza também, a perpetuação de práticas

tradicionais e de conhecimentos adquiridos a partir de gerações anteriores, como a pesca, a

religiosidade e as celebrações. Hoje associada à problemas ambientais que afetam as

comunidades que vivem às margens da Lagoa dos Patos e dos canais São Gonçalo e Santa

Bárbara, que dependem dessa relação para sobreviver e perpetuar seus costumes e valores,

é evidente a indissociabilidade da preservação cultural e ambiental.

Por fim, acrescentamos que para melhor compreensão do trabalho os curtas-metragens

sejam visualizados integralmente, seus links encontram-se disponíveis junto às referências da

filmografia.

Referências

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RODRIGUES, Deco. Cinema em Pelotas – Pioneirismo, Declínio e a Retomada. 2011. Disponível em: <http://www.ecult.com

SANTOS, Carlos Alberto Ávila. O ECLETISMO HISTORICISTA EM PELOTAS: 1870-1931. Disponível em: https://ecletismoempelotas.files.wordpress.com/2011/05/o-ecletismo-historicista-em-pelotas-1870-1931.pdf. Acesso em: 28/07/2016.

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Filmografia

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COTADA. Direção de Projeto Coletivo. Pelotas: Filme Universitário, 2010. (10 min.), Digital, son., color. Disponível em: <http://wp.ufpel.edu.br/curtas/filmes/cotada/>. Acesso em: 08 jul. 2016.

DEBAIXO DA PONTE OU NA BEIRA DO RIO. Direção de Andruz Vianna. Pelotas: Filme em fase de finalização, Digital, son., color. 2016.

MANJOADA. Direção de Márcio Costa. Pelotas: Filme Universitário, 2011. (14 min.), Digital, son., color. Disponível em: <http://wp.ufpel.edu.br/curtas/filmes/manjoada/>. Acesso em: 08 jul. 2016.

OS ÓCULOS DO VOVÔ. Direção de Francisco Santos. Pelotas: Guarany Fábrica de Fitas Cinematográficas, 1913. Película, P&B.