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Ficha de informação A Palavra Mágica Compreensão 1. A acção do conto «A Palavra Mágica» apresenta uma estrutura tripartida. 1.1. Delimita a situação inicial, o desenvolvimento e o desenlace, justificando a tua divisão. 1.2. Identifica as sequências narrativas que constituem o desenvolvimento, preenchendo o quadro que se segue: Sequências narrativas Delimitação (linhas) Palavra utilizada Significado Emissor 30 «Inócuo» pobre diabo Ramos 33 «Inoque» Silvestre 46 «Inoque» não trabalhar; lombeiro; vadio Dois homens 53 «Inoque» bêbado ordinário; vadio Mulher do Paulino 63 «Inoque» trampolineiro; ladrão dos finos Alguém da aldeia 73 «Inoque» devasso; assassino de caçadeira Pessoas da aldeia 86 «Inoque» Perdigão 97 «Noque» nome feio Caldeireiro 100 «Noque» parricida Ajudante do caldeireiro 10ª 110 escroque, souteneur Gente fina 11ª 113 « Inoque» Colega do filho do Gomes 12ª 130 « Noque» ladrão Um queixoso 13ª 139 « Inócuo» Guarda- livros 14ª 145 « Inócuo» que não faz dano, inofensivo Juiz 1.3. Indica o processo de organização das sequências narrativas, fundamentando a tua resposta. R.: Por encadeamento, dado que as peripécias se sucedem cronologicamente. 2. Gerou-se um mal-entendido em torno da palavra «inócuo». 2.1. Qual foi o acontecimento que o desencadeou? Ilustra a tua resposta com elementos textuais. R.: Uma discussão entre o Silvestre e o Ramos da loja acerca dos salários dos trabalhadores: «Ora um domingo, o silvestre ensarilhou-se […] numa disputa colérica com o Ramos da loja.»; «- E eu a ligar-lhe […] Um inócuo é o que você é.» 2.2. Ramos conhecia o verdadeiro significado do termo? Justifica a tua opinião. A Palavra Mágica 1

A palavra mágica

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Ficha de informação

A Palavra Mágica

Compreensão

1. A acção do conto «A Palavra Mágica» apresenta uma estrutura tripartida.1.1. Delimita a situação inicial, o desenvolvimento e o desenlace, justificando a tua divisão.

1.2. Identifica as sequências narrativas que constituem o desenvolvimento, preenchendo o quadro que se segue:

Sequências

narrativas

Delimitação(linhas)

Palavra utilizada Significado Emissor

1ª 30 «Inócuo» pobre diabo Ramos

2ª 33 «Inoque» Silvestre

3ª 46 «Inoque» não trabalhar; lombeiro; vadio Dois homens

4ª 53 «Inoque» bêbado ordinário; vadio Mulher do Paulino

5ª 63 «Inoque» trampolineiro; ladrão dos finos Alguém da aldeia

6ª 73 «Inoque» devasso; assassino de caçadeira Pessoas da aldeia

7ª 86 «Inoque» Perdigão

8ª 97 «Noque» nome feio Caldeireiro

9ª 100 «Noque» parricida Ajudante do caldeireiro

10ª 110 escroque, souteneur Gente fina

11ª 113 « Inoque» Colega do filho do Gomes

12ª 130 « Noque» ladrão Um queixoso

13ª 139 « Inócuo» Guarda-livros

14ª 145 « Inócuo» que não faz dano, inofensivo Juiz

1.3. Indica o processo de organização das sequências narrativas, fundamentando a tua resposta.R.: Por encadeamento, dado que as peripécias se sucedem cronologicamente.

2. Gerou-se um mal-entendido em torno da palavra «inócuo».2.1. Qual foi o acontecimento que o desencadeou? Ilustra a tua resposta com elementos textuais.R.: Uma discussão entre o Silvestre e o Ramos da loja acerca dos salários dos trabalhadores: «Ora um domingo, o silvestre ensarilhou-se […] numa disputa colérica com o Ramos da loja.»; «- E eu a ligar-lhe […] Um inócuo é o que você é.»

2.2. Ramos conhecia o verdadeiro significado do termo? Justifica a tua opinião.R.: Não, porque «também o Ramos não via o fundo ao significado de “inócuo”».2.2.1. Onde o descobriu ele? R.: Num diálogo aceso de folhetim.

2.3. Identifica duas situações cómicas do uso indevido do termo «inóquo».2.3.1. Justifica a tua resposta.

3. Atenta nas personagens.3.1. Caracteriza directamente o Silvestre.«Viúvo, sem filhos, dono de umas leiras herdadas, o que mais parecia inquietá-lo era a maneira de alijar bem depressa os dinheiros das rendas. Semeava tão facilmente as economias, que ninguém via naquilo um sintoma de pena ou de justiça - mesmo da velha -, mas apenas um desejo urgente de comodidade. Dar aliviava. […] As moedas rolavam-lhe, no sítio, a paz.»; «[…] você é um pobre-diabo, silvestre. […] Você é um bom […] anda no mundo por ver andar os outros.»

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3.2. Caracteriza indirectamente o filho do gomes, o advogado e o Juiz.R.: Filho do Gomes: curioso, pois quis saber o significado da palavra; persistente, ao tentar elucidar todas as pessoas do verdadeiro significado de «inócuo»; vingativo, ao querer responder à afronta do colega.Advogado: inicialmente, finge não conhecer o verdadeiro significado da palavra em causa, a fim de defender o cliente; depois, acaba por confessar o contrário.Juiz: justo e imparcial, ao não ceder às pressões dos lesados.

4. Considera o espaço em que decorre a acção.4.1. Faz o levantamento de todos os espaços físicos mencionados no conto.R.: «em casa» (do Paulino); «na aldeia»; «ponte norte da aldeia»; «ponte sul»; «na sozinha, nos trabalhos do campo»; «no colégio da Vila»; «no tribunal da Vila».

4.2. Refere o espaço social predominante no texto. Justifica a tua resposta.R.: Espaço rural (pessoas da aldeia: simples; iletradas).

4.3. Agrupa as personagens intervenientes, de acordo com o estrato social a que pertencem.R.: Juiz e advogado (magistrados); todas as outras personagens pertencem ao povo.

5. O conto abrange um período de tempo indeterminado.5.1. Retira do texto todas as marcas temporais.R.: «um domingo»; «nesse dia»; «tempos depois»; «logo»; «num dia de arraial»; «num dia de feira»; «pela tarde»; «Longos meses»; «um dia»; «uma vez»; «à noite»; «longo tempo»; «mais tarde»; «amanhã»; dias depois»; «nessa noite».

5.2. Na tua opinião, quanto tempo decorreu entre a primeira utilização do vocabulário «inócuo» e o desfecho da acção? Fundamenta a tua resposta.R.: Largo período de tempo, dado que a palavra «inócuo» circulou «longos meses» pela aldeia.

6. Centra-te na figura do narrador.6.1. Classifica-o quanto à:6.1.1. presença.R.: Não-participante [ausente] (heterodiegético).6.1.2. ciência.R.: Omnisciente.6.1.3. posição.R.: Objectivo.

6.2. Justifica a tua opção.R.: O narrador relata os acontecimentos na 3ª pessoa do singular («[…] o Silvestre ensarilhou-se, sem querer, numa disputa colérica com o Ramos da loja.»); conhece todos os factos da história, incluindo os pensamentos, intenções e falas das personagens («Também o Ramos não via o fundo ao significado de «inócuo». Topara por acaso a palavra, num diálogo aceso de folhetim, e gostara logo dela, por aquele sabor redondo a moca grossa de ferro, cravada de puas.»); discurso onde as marcas do narrador são praticamente inexistentes parecendo que os vários eventos se narram a si próprios («Ora tempos depois apareceu na aldeia um sujeito de gabardina, a vender drogas para todas as moléstias dos pobres. Pedra de queimar carbúnculos, unguentos de encoirar, solda para costelas quebradas. Vendeu todo o sortido. Mas logo às primeiras experiências, as drogas falharam. Houve pois necessidade de marcar a ferro aquela roubalheira de gabardina e unhas polidas.»).

7. Relembra os modos de expressão.7.1. Consideras que o texto é predominantemente descritivo ou narrativo. Justifica a tua resposta.R.: Narrativo, porque o texto é dinâmico, isto é, sem momentos de pausa, encontrando-se a maioria dos verbos no Pretérito Perfeito e havendo muitos diálogos.

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8. Agora que conheces melhor o conto, debruça-te sobre o título.8.1. Concordas com o título atribuído? Porquê?8.2. Cria um outro que te pareça sugestivo, fundamentado a tua resposta.

9. Gostaste de ler este conto? Que parte te agradou mais?

Vocabulário

10.Completa os quadros, tendo em vista as indicações que te são dadas:

Vocabulário Significado

Alijar desfazer-se de…Carestia valor elevadoPuas bicos de ferroRefrega discussãoJorna salário diárioTrampolineiro trapaceiro; intrujãoPederasta pedófiloVernácula genuíno; puroEsbaforido sem fôlego; ofeganteAnátema maldição; imprecação

Expressões idiomáticas Significado

«Nunca o Silvestre tinha tido uma pega com ninguém.»

o silvestre era uma pessoa pacata, não sendo conflituoso.

«[…] derretê-lo em vinho […]» gastar todo o dinheiro em vinho«[…] não tem quebreiras de cabeça.»

não ter preocupações

«[…] não o codilhassem por parvo […]»

não o tomassem por parvo

«[…] enfardelou o termo infame […]»

engolir em seco; sem reacção

Funcionamento da Língua

11. O texto é rico nos registos de língua que apresenta.11.1. Preenche o seguinte quadro com expressões textuais:

Níveis de língua Expressões textuais

Corrente

«- Coisas ruins, meu filho. Herege, homem sem religião e mais coisas más.»«- Que importa o que dizem? [..] Podem chamar-me inoque ou «inócuo», que não ligo. Agora sei o que quero dizer.»

Popular«- Lá ver isso, velhinho. O combinado foram cinco tostões.»«- […] Quem lhe encomendou o sermão?»

Cuidado«- Mas há a intenção […]. Há o sentido que toda a gente liga à palavra.»«- Cultive-se o inócuo». Salvemo-lo, para os salvarmos.»

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