Upload
dinhnguyet
View
214
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Palestra 1 . 10.10 – Manhã
A Palavra que se Encarnou
Texto Base: João 1.1-5; 10-14; 16-18
Mesmo com todo conhecimento que temos em relação à Palavra de Deus, podemos ainda
assim usar de maneira errada as palavras. Às vezes as pessoas que amamos precisam de
palavras de ânimo, mas acabam ouvindo palavras duras que no final apenas machucam.
Técnicas, conhecimento e habilidade humanas não poderão ajudar-nos (são ferramentas, mas
não serão usadas se faltar o essencial). Normalmente o que começa com uma discussão acaba
terminando numa série de acusações e recordações de males do passado. Não escutamos para
compreender ou falamos para resolver o problema. O que queremos é vencer e silenciar o
outro como se estivéssemos numa guerra a ser ganha. Isso demonstra uma grande
necessidade espiritual em nossa vida.
A Vinda da Palavra
Qual a solução para isso? Ela vem de Deus. Ele manda seu Filho para viver como homem e se
tornar a grande e maravilhosa mensagem para nós.
O Deus que é o Senhor das palavras, que criou tudo por sua palavra, vem a este mundo como a
Palavra para aqueles que o haviam abandonado. Ele não é apenas o que fala a verdade, ele é a
própria verdade encarnada. Só no Verbo encarnado encontramos a condição de falarmos e
ganharmos a guerra das palavras, falando de acordo como exemplo de nosso Criador. Ele se
encarnou a fim de mostrar que a guerra das palavras não é um problema ligado a
conhecimento ou inaptidão: é uma questão espiritual.
A Verdadeira Razão da Guerra das Palavras
Como dissemos, a razão principal desta batalha constante em nós está no coração humano: é
uma questão espiritual. Cada um de nós tem sido ferido pelas palavras, como também
igualmente ferimos os outros profundamente. É por isso que Paulo registra seu ensino em Ef
6.12 (leia). Igualmente o capítulo 4 desta epístola nos mostra como deve ser nosso linguajar
com os outros. Mas, como conseguir isso? Eis a necessidade do Verbo vivo, Jesus Cristo, que
nos capacita a falar como Deus tem ensinado.
A Vida é uma Guerra
Quando Paulo menciona que estamos em guerra (Ef 6.12) deixa claro que esta não é contra
outras pessoas. Estamos envolvidos numa batalha de nível espiritual. Batalhamos a fim de
vencer os estratagemas do Diabo e seus anjos. Um conflito dramático está acontecendo entre
as forças do Mentiroso e Enganador contra as forças do Senhor da Palavra. Embora Deus
trabalhe para aprofundar em nós sua vida, sua verdade e sua Palavra, Satanás luta dia e noite
para nos arrancar através de mentiras, tramas cruéis e esquemas enganadores.
Esta guerra amplia em nós o conceito da necessidade de que o Verbo se fizesse carne. Ele veio
para ser mediador e Redentor a fim de que pudéssemos ficar firmes no meio deste conflito.
Não podemos vencer estas forças espirituais do mal. Mas, Cristo, como segundo Adão venceu
não se deixando levar pelas mentiras do Diabo – diferentemente do primeiro Adão que deu
ouvidos à mentira. Ele venceu o mal, ele lutou a guerra das palavras e prevaleceu (Mt 4.1-11).
Sua vitória é aplicada a nós de maneira redentora. Ele nos equipa a fim de não mais nos
afastarmos da vida à qual ele nos chamou. E nisso está incluso a capacidade de falarmos de
maneira digna do evangelho. Podemos viver em paz com Ele e uns com os outros. Temos,
agora, os recursos para falarmos como devemos falar.
O Recurso Correto para a Luta
Em Efésios 1.15-23, Paulo mostra quais são os recursos a fim de conseguirmos vencer este mal
que tenazmente nos assedia.
1) A Esperança: A esperança bíblica é a confiança em um resultado que nos é garantido.
Podemos ter metas elevadas em nosso linguajar e nossa comunicação por aquilo que Cristo fez
e tem feito. Assim, é possível crer em mudanças em nós e naqueles que tanto amamos.
Podemos sim, escolher a melhor maneira de falar, como responder com brandura e as
palavras e o momento certo de correção.
2) As Riquezas: Tudo aquilo que necessito para minha vida espiritual, Cristo tem depositado
em meu interior. Não só tem sido me dado tudo o que necessito para a vida eterna, mas
também, para viver uma vida piedosa aqui e agora até o dia final da minha vida. Deus nunca o
colocará numa situação na qual você não saiba o que fazer ou como falar. Se, por exemplo,
você está numa conversação difícil com seu marido, Deus dá a você um depósito guardado no
coração para saber o que dizer em tal situação
3) O Poder: Devido ao poder do Verbo temos poder para vencer a guerra que vitaliza nossas
lutas com as palavras. Afinal, quem tem habilidade para dominar a língua? Nenhum homem
natural. Mas, a vitória de Cristo sobre o pecado, bem como o Espírito Santo que habita em nós,
nos dão condição para que vençamos estas coisas. A língua, que é um instrumento do mal,
pode se transformar, agora, em um instrumento do bem. Portanto, se este poder foi dado,
ninguém pode culpar as pessoas, a personalidade, o passado, a influência de amigos ou de
familiares ou até mesmo suas lutas, nem tampouco os problemas presentes.
4) O Governo de Cristo: Não há nada que esteja fora do controle e governo de Cristo. Ele
governa sobre o universo. Igualmente governa sobre nosso coração, sobre nossa
personalidade e, para o nosso estudo, sobre nossas palavras. Quando usamos nossas próprias
palavras e queremos controlar tudo e todos, passamos a nos apresentar como governantes da
nossa vida, querendo tomar o lugar de Cristo. Quando tentamos manipular os filhos com
ameaças, chantagens ou ira, queremos que tudo saia como nosso desejo, nos tornando no
centro da questão, tentando tomar o lugar de Cristo.
Conclusão
Por que Cristo veio, podemos ter a esperança de seguir as palavras do Grande Orador e não do
Grande Enganador. Podemos usar nossas línguas como instrumento de justiça. Nosso mundo
de palavras não tem que ser um mundo de problemas, porque o Verbo habitou entre nós e
venceu a guerra das palavras.
Palestra 2. 10.10 – Noite
Palavras Idólatras
Texto Base: Lucas 6.43-45, Jeremias 17.9
Muitos dos nossos problemas de comunicação e relacionamento ocorrem porque usamos
palavras idólatras. Ideias que nascem em nossa mente e coração e que não são fruto do amor
de Deus, logo se tornam em palavras de destruição e rancor.
Raiz e Fruto
Jesus usa mão de uma metáfora a fim de estabelecer uma conexão entre nós, nossas palavras
e a árvore e seus frutos. Assim como uma planta que não dá frutos não pode ter seus
problemas resolvidos tratando dos frutos doentes ou que não aparecem e, sim, tratando-se da
raiz ou do caule enfermos, nós também precisamos tratar de nosso interior – lugar de onde
vêm as palavras. Como já dissemos anteriormente, é muito tentador culpar os outros pelas
palavras que usamos e maneira como nos comunicamos. As palavras que usamos revelam, no
final, o que está por detrás do coração. As pessoas e as situações não fazem dizer o que
dizemos, são apenas ocasiões onde revelamos o que está em nosso interior. Quando amamos
apenas a nós mesmos, as palavras que saem de nossos lábios são idólatras, pois nos colocamos
como o centro de todas as coisas, não dando espaço a quem quer que seja. Quando amamos
apenas a nós mesmos, nossas palavras não podem demonstrar amor pelos outros.
Desejos Governantes
Tiago 4.1-10 nos mostra claramente o que são desejos governantes. São palavras que buscam
apenas e tão somente o que é importante para mim. Tiago não está dizendo que o desejo em
si é algo pecaminoso (afinal, podemos desejar boas coisas, coisas edificantes). O problema está
“nas nossas paixões que fazem guerra contra nossa carne”. Há uma guerra em nossos
corações, uma guerra pelo controle. E quando este conjunto de desejos nos domina isto afeta
a maneira pela qual usamos nossas palavras com as pessoas ao nosso redor. Logo, se certo
desejo controla o meu coração, então eu vou querer estar ao lado dos que o atendem e
odiarei aqueles que estorvam o meu objetivo egoísta. Os desejos pessoais batalham por um
espaço no coração que pertencem única e exclusivamente a Deus. Em vez de ser dirigido por
um desejo que busca amar a Deus e ao meu próximo, eu busco aquilo que trará o prazer
egoísta que satisfaz a mim mesmo e, assim, me levanto com ira e palavras duras contra
aqueles que me impedem de alcançar isso.
A Elevação do Desejo
Um coração idólatra produzirá palavras idólatras, palavras que sirvam ao ídolo que o tem
atrapalhado. É difícil para nós escondermos nossos desejos. Eles tendem a tomar uma posição
na qual eles nunca deveriam estar. A situação é esta: um desejo batalha pelo controle até que
possa se tornar em uma demanda. Esta demanda logo se torna em uma necessidade em nosso
coração. Esta necessidade se torna em uma grande expectativa. Quando esta expectativa que
eu crio idolatramente não é satisfeita dá lugar à decepção. Esta decepção demonstra o
adultério espiritual presente em nós, pois tira Deus do centro, a fim de colocar nosso desejo
idólatra em nosso coração. Usar palavras cheias de ira não irá resolver nossa frustração, até
que entendamos que tiramos Deus do seu devido lugar. A solução é clara, portanto: deitar fora
os ídolos do coração e fazer com que o espaço que pertence a Deus seja usado totalmente por
Ele. Dessa forma nossas palavras refletirão aquele que ali habita – em seu devido lugar.
O Grande Intercâmbio
Romanos 1.25 mostra-nos que o homem pecador tem a clara tendência de trocar o serviço e
adoração ao criador pelo serviço e adoração à criatura. O ser humano é um ser adorador. O
assunto diz respeito a quem ou ao que adoramos. E quando se trata de adoração não há
limites para a idolatria do homem. Isto pode dizer respeito aos desejos de nosso coração e à
maneira como usamos as palavras a partir desta idolatria ególatra. Como exemplo: ouvir um
não da esposa a um convite para jantar fora, por ela estar cansada devido ao trabalho e aos
problemas de casa, pode transformar o nosso desejo em ira e palavras duras contra ela,
porque no fundo é em nós mesmos que estamos pensando e não em nossa esposa.
Colocando a Comunicação no Lugar Correto
Portanto, se queremos ver uma mudança duradoura em nossas palavras, devemos começar
pelo lugar certo: dentro de nós, em nosso coração. Somente ao lidar com a idolatria de nossos
corações poderemos nos livrar das palavras idólatras. Deus é o dono das nossas palavras e elas
devem ser usadas para sua glória. Quando não fazemos isso somos idólatras. Em Mateus
23.37-40 vemos o ensino de Cristo que mostra o dever de amar a Deus acima de todas as
coisas e o próximo como a si mesmo. Há uma ordem de importância nesse ensino, ou seja,
Deus vem em primeiro lugar. O amor a Deus é o fundamento de todos os demais. Qualquer
falta de amor para com o próximo reflete nossa falta de amor a Deus. Isso também acontece
com nossa comunicação. E aqui está um erro muito comum que impede a cura no problema
do uso das palavras: nossa tendência é acreditar que isto está relacionado ao segundo
mandamento e não ao primeiro. As palavras que edificam meu próximo e que estão de acordo
com a Palavra de Deus começam com um coração que ama ao Pai acima de todas as coisas e,
usa palavras de amor com o seu próximo.
Mas, não se desanime. Qual de nós está completamente apto a isto? Estamos em processo e
Ele nos dá as ferramentas a fim de que nosso coração deixe de ser idólatra. Se seu coração se
convence deste ensino e de que deve estar cheio de Deus e de suas Palavras, você é um filho
de Deus amado, que no final de tudo obterá a vitória que Cristo conquistou para você.
Soberania de Deus e Nossas Palavras
Texto Base: Romanos 11.33-36, Daniel 4.34-35
Uma vida de comunicação piedosa está ligada a um reconhecimento pessoal da soberania de
Deus na vida. Somente quando me submeto ao governo absoluto e soberano de Deus – afinal
ele tem um plano perfeito e está no controle de tudo – eu poderei começar a viver e falar da
maneira que Ele quer e que edificará a minha vida e dos outros. Só assim a idolatria do coração
poderá ser superada. Só assim o meu egoísmo deixará de tomar conta de meus planos e do
meu desejo pecaminoso de controlar tudo. Quando meu desejo busca algo da criação e não ao
Criador, eu buscarei o controle do meu mundo para conseguir aquilo que eu quero. Nesse caso
mostramos o quanto não confiamos na soberania de Deus controlando todas as coisas. Deus é
o Rei! Se não nos submetemos ao seu governo soberano, desejamos a soberania que pertence
a Ele em nossas mãos e é aí que começa a guerra das palavras. Por isso, aprendamos um
pouco sobre a soberania de Deus.
1. O Reinado Soberano de Deus é Sem Igual no Universo
Deus é o Senhor do Universo, o Rei dos reis. Todas as coisas funcionam segundo o conselho da
sua vontade. Ninguém ensinou qualquer coisa a Deus e nem lhe deu conselho. Sua vontade
sempre prevalece. Isto significa que nunca estarei em uma situação, lugar ou relação na qual
Ele não esteja reinando. Cada momento da minha vida são seus momentos. Cada palavra que
pronuncio deve reconhecer o controle Dele. Minha função é submeter-me ao governo de Deus
e fazer sua vontade. No que diz respeito às palavras, meu dever é o de falar de tal maneira que
agrade Àquele que reina sobre o momento no qual estou falando. Tendo esta certeza – pela fé
–eu posso prestar atenção ao que Deus me ordena a fazer e posso viver e falar de uma
maneira que aponte para sua glória.
.
2. Deus Reina sobre Todas as Coisas para a Igreja
O reinado de Deus tem uma direção e propósito: o benefício redentor de seu povo (1 Pe 2.9).
Não para atender nossos caprichos, mas para atender-nos em nossa redenção. Ela é aplicada
em nós não apenas para o futuro, mas a fim de que em todas as coisas sejamos mais que
vencedores. Se entendemos isto como uma verdade que diferença fará em nossa
comunicação? Pense como a vida é cheia de queixas sobre momentos difíceis que temos que
enfrentar: contas, filhos rebeldes, esposos distantes e frios, esposas incompreensivas,
impostos, o carro que quebra e que não podemos arrumar. Esta lista poderia ser ainda maior.
A soberania de Deus nos faz lembrar que Ele está no controle até nos momentos mais difíceis.
Isso nos faz pensar e usar melhor as palavras que saem de nossos lábios.
3. Deus Controla Até os Detalhes da Nossa Vida
O reinado de Deus não é apenas global, mas também individual. Isto pode ser notado na vida
de personagens da Escritura. Cada detalhe na vida de cada ser humano está sob seu controle
(At 17.26-27). Ele nos chama a pensar, orar, planejar e viver vidas ordenadas e controladas,
mas sobre um fundamento que reconhece e descansa em seu reinado. Ele está usando até os
detalhes da nossa vida, não para que firamos os outros com nossas palavras, mas para
completar sua obra em nós.
4. Deus Reina sobre Cada Aspecto de Nossa Salvação
Eis a pá de cal sobre qualquer orgulho humano. Reconhecer a graça soberana e absoluta de
Deus em nossa salvação é reconhecer nossa limitação e insuficiência (Ef 1.4-6). Somos o que
somos pela sua misericórdia e poder. O objetivo de Deus em nós é que o orgulho que em nós é
destruído, se transforme em louvor para sua glória (1 Co 1.31). Se isto é verdade e se
reconhecemos isto, nossa comunicação será para engrandecê-lo e para edificar as vidas ao
nosso redor. Por isso, nossas palavras sempre expressarão adoração, infelizmente, nem
sempre adoração a Deus.
5. Deus Reina sobre as Circunstâncias para Nossa Santificação
Deus está agindo para que tenhamos a imagem de seu Filho Jesus Cristo (Rm 8.28-29). Neste
trabalho todas as coisas cooperam para o nosso bem. Principalmente as dores e sofrimentos
da vida. Quando murmuramos contra este tipo de coisa, estamos, na verdade, reclamando da
ação de Deus ao moldar nosso caráter. A resposta que Deus deseja de nossos lábios, mesmo
nessa situação, são os louvores que emanam de um coração que conhece a Ele e o seu poder
soberano. As provações são incidentes e exemplos para nós (1 Co 10.11), revelando nossos
corações e expondo nossas reações às provas.
6. Deus Reina sobre as Relações para Nossa Santificação
As pessoas na nossa vida não estão ali por acaso. São instrumentos nas mãos de Deus. Por
meio delas Ele continua a obra que tem começado em mim. Isto é descrito poderosamente
quando Paulo fala acerca da Igreja (Ef 2.14-16; 19-22; 4.16; 1 Co 12.12-13, 18-20, 27). Ele é
soberano, também, sobre meus relacionamentos com as pessoas. Foi Ele que as colocou em
minha vida para que, de alguma forma, venhamos a amadurecer. Nós pensaremos mais antes
de falar mal sobre alguém se lembrarmos que são instrumentos nas mãos de Deus para que
cresçamos em santidade.
7. Deus Reina sobre Todas as Coisas para Sua Glória
Isto é o mais importante que a Escritura ensina sobre a soberania de Deus. Tudo o que ele faz
é, antes de tudo, para sua glória. A história é o desenrolar dos grandiosos e gloriosos feitos do
Deus soberano. Somos sua possessão. Todos nossos dons, graça e habilidades pertencem a
Ele. Tudo vem dele, é para ele, para sua glória. Ele trabalha em nós para que vejam a sua luz a
sua glória. Quando falamos como se tivéssemos o controle ou nos gloriamos a nós mesmos, ou
quando nos queixamos das coisas que Deus tem posto em nossas vidas, estamos combatendo
contra seu propósito supremo sobre nós. Nossas palavras devem, portanto revelar a glória
Dele e mostrar a glória dele aos outros.
A guerra das palavras é uma guerra pela soberania. Quem dirige seu coração? Quem quer que
seja, também controlará sua língua.
Palestra 3. 11.10 – Manhã
Seguindo ao Rei Por Motivos Errados
Texto Base: João 6. 22-27
Em determinados momentos nos encontramos em situações que nos fazem perguntar o
porquê estamos seguindo a Deus. Nossa vida de oração, presença nos cultos, aprendizado da
Bíblia parecem não servir para nosso descanso. Casamento, filhos, trabalho tudo parece ser
um peso sobre nossos ombros o qual somos incapazes de carregar. Nosso coração parece em
guerra com Deus. Se não seguimos o rei pela razão correta teremos amargura e frustração em
nossa vida que se transformarão em palavras de destruição.
1. Meus Sonhos ou os Planos Dele?
No texto base vemos o povo seguir a Cristo. Eles vão atrás dele por causa da própria satisfação
que eles queriam. Eles não seguiram a Jesus, seguiram o que Ele poderia dar, queriam aquilo
que interessava ao seu coração egoísta. O sinal que Cristo fez servia para apontar para Ele (um
sinal, afinal indica um caminho, onde se quer e deve chegar). Mas, eles não viram a
multiplicação dos pães e peixes como um sinal, mas como um simples milagre para atender
aos seus caprichos.
Não podemos nos gabar de ser diferentes daquelas pessoas. Muitos de nós seguem a Cristo
apenas para satisfazer o seu próprio coração, de ver os sonhos particulares serem atendidos.
Ele é – segundo os que pensam assim – o atalho para conquistar as coisas deste mundo.
Quando Deus, então, não atende os nossos caprichos ou desejos egoístas, logo nossas palavras
de adoração se tornam em murmuração. Nosso louvor se transforma em queixa. Para evitar
isso temos que nos perguntar: o sonho de quem estou perseguindo?
2. Pão Físico e Engano Espiritual
A luta entre o pão físico e o pão espiritual esta no cerne da luta da vida cristã. O Enganador e
Mentiroso quer que creiamos que a vida consiste apenas do pão físico. As coisas espirituais são
secundárias e sem importância. Somos bombardeados por este tipo de mensagem o tempo
todo através da TV, jornais, revistas, internet. Afinal só se vive uma vez, logo, deve-se viver
atendendo-se todo o nosso desejo. Esta mesma luta é descrita em vários momentos na Bíblia:
Quando Satanás tenta a Jesus; quando Judas é tentado e vende a Jesus por trinta moedas de
prata. É uma maneira pela qual o adorador adora a criatura ao invés de adorar ao Criador.
Jesus adverte contra este comportamento ao proferir a parábola do rico insensato (Lc 12.13-
21). É a luta apresentada por Paulo quando registra o que está escrito em 2 Co 4.16-18. O
Enganador não descansa: ele deseja que nos deixemos levar por aquilo que a comida que
perece possa nos dar, fazendo-nos abandonar a comida que subsiste para a vida eterna. Veja
como ele age sutilmente ensinando-nos 4 mentiras:
a) As Coisas Físicas São Permanentes: A Bíblia, a Palavra da Verdade, nos ensina o contrário: 1
Jo 2.17; 2 Co 4.16; Sl 73.18-20; Lc 12.33.
b) O Pão Físico É o Único Pão: a tendência do homem pecador é de deificar a criação e aceita-
la como mais importante que o Criador. Igualmente, abandonar a busca pelo Deus invisível
para buscar o acúmulo das coisas visíveis no mundo visível. Por isso o crente é chamado a viver
como peregrino, como estrangeiro, como nômade longe da sua verdadeira pátria (Lc 12.20).
c) O Êxito Humano se Mede Pela Quantidade de Pão Físico que Possui: Qual de nós nunca
sonhou em ganhar mais dinheiro para, supostamente, ser mais feliz? Qual de nós nunca
pensou em adquirir aquilo que as propagandas anunciam com o intuito de sermos mais
felizes? Para estes pensamentos a Escritura nos responde o que está em Mateus 16.26 e Lucas
12.15. Jesus define o êxito humano em dois conceitos fundamentais: Mt 22.37-49. Viver assim
é ser verdadeiramente rico.
d) A Vida se Encontra no Pão Físico: Esta é a grande mentira entre todas as outras. A ideia de
que a vida pode ser encontrada fora de uma relação verdadeira com Deus – o autor e
sustentador da vida. Esta foi a mentira dita pelo Enganador no princípio e continua a ser
afirmada por ele em todos os dias da história humana e, também, na vida dos crentes. O pão
físico sacia por alguns instantes e dará fome novamente, mas alimentar-se de Jesus – o Pão
Vivo que desceu dos céus – é garantia da vida eterna e do saciar a fome permanentemente (Ef
2.1-10).
Como é fácil nos redermos à ideia de que a vida se encontra na aceitação humana, na posição
que temos ou desejamos. Quando buscamos essas coisas ou coisas semelhantes a elas,
deixamos de buscar a Cristo, deixamos de ter prazer na oração e na Bíblia, deixamos a
comunhão com os irmãos e a adoração e o alimento no culto público. Alimentamo-nos do pão
do mundo e não do Pão Vivo que é Cristo. E nossa vida inteira será determinada pelo alimento
que buscamos: o Criador que verdadeiramente nos sustenta, ou as coisas passageiras e
transitórias que nunca saciarão a nossa fome.
3. O Que Eu Quero ou o Que Cristo Quer?
Considere neste momento a sua própria vida. Seu casamento, trabalho, amigos, filhos, Igreja.
O que você quer de Cristo? Os sonhos de quem você traz adiante dele? Seu sonho é a sua
definição pessoal de paraíso? Sonhamos com uma esposa perfeita. Sonhamos com filhos
perfeitos. Sonhamos com um patrão perfeito, uma igreja perfeita, um pastor perfeito. Esta
maneira de olharmos as coisas não nos tem feito pessoas infelizes (veja 1 Pe 1.3-9)? Pedro está
dizendo que Deus está disposto a afetar tais coisas em nossa vida a fim de produzir em nós
algo muito maior do que qualquer uma delas: uma fé genuína e producente. Ele está
trabalhando em nós. Por isso, ao invés de ter palavras de reclamação e ofensa, devo ser capaz
de dizer: obrigado por estar trabalhando em mim, Senhor. As lutas não são um erro ou
esquecimento de Deus. São a maneira pela qual Ele trabalha em nós e nossa fé. Elas não
devem nos levar a duvidar do amor do Rei: deve nos levar mais perto dele.
4. Reconhecendo os Sinais
Temos que entender que as bênçãos de Deus em nossa vida (família, trabalho, igreja, amigos)
têm a intenção de fazer algo em nós mesmos: mostrar e fazer Cristo crescer em nós. Ele é a
vida e não nosso cônjuge, filhos, casa, carro. Cristo é a vida abundante! É o pão de que tanto
necessitamos. Por isso, muitas coisas nos são tiradas para nos regozijarmos nele e nele termos
pleno prazer. Em João 6 Jesus se apresenta como o “Pão da Vida”. De qual pão eu realmente
tenho fome? Qual pão eu verdadeiramente busco? Não estou dizendo que as coisas físicas são
inconsequentes ou que não devemos buscar o melhoramento de nossas vidas (casamento,
trabalho, igreja), mas não se pode perder o ponto principal que é Cristo.
Semelhantemente ao povo que vimos, podemos buscar os milagres, mas perder de vista o
sinal que aponta para Cristo. Podemos aproveitar os empregos, as amizades restauradas, as
contas pagas, mas não desejar as bênçãos espirituais que são representadas pelas provisões
físicas. O povo não queria Jesus como Rei, e sim como Mordomo a servir suas mesas. Muitos
de nós vêem a Jesus da mesma forma, querendo apenas que Ele atenda nossos sonhos e
quando isso não acontece ficamos decepcionados. Se vivemos pelo pão físico, quando ele
faltar teremos profunda decepção. Mas, se vivemos pelo pão espiritual cada luta da vida será
um momento de oportunidade para nos satisfazermos nele.
As palavras são afetadas quando as pessoas passam a buscar a Cristo e se comprometem com
Ele. Elas expressarão louvor, adoração e glória. Elas fortalecerão, animarão e trarão unidade
em todas as esferas. Quando abrimos mão de nossos sonhos egoístas experimentamos a
alegria da unidade do Espírito. É um tamanho contraste com aqueles que só buscam o pão
físico e os seus sonhos egoístas, que acabam destruindo a si mesmos e aos que estão ao seu
redor, pois, nunca o pão que tiverem adquirido será o suficiente.
5. Discípulos Desiludidos
Quando Jesus se proclamou como o pão vivo que desceu dos céus, muitos de seus discípulos o
abandonaram (Jo 6.53, 60 e 66). Afinal, o homem natural não pode aceitar o fato de que Cristo
deve ser o centro de suas ambições e satisfação. O que nossas palavras revelam a respeito do
verdadeiro amor de nosso coração? Qual é a fome pela qual você vive a fim de satisfazê-la?
Conseguiremos enfrentar cada obstáculo da vida com alegria, se entendermos que foi nosso
Pai celestial que os colocou ali para nosso bem. Se não colocarmos toda nossa fonte de alegria
e esperança no evangelho e no amor de Deus não encontraremos a satisfação que tanto
procuramos.
Quais palavras proferimos quando nossos sonhos não são alcançados? Revoltamo-nos e
ficamos cheios de autocomiseração? Culpamos aos que nos rodeiam? Duvidamos da bondade,
amor e fidelidade de Deus?
6. O que Ocorre Quando o Sonho se Acaba?
Habacuque - no AT - orou a Deus, pois não podia suportar a maldade no meio do seu povo.
Deus respondeu dizendo que mandaria os caldeus para castigá-los. O profeta não pode
entender aquela resposta. Ele desejava uma transformação no coração do povo. O livro
prossegue num verdadeiro debate entre ele e Deus, até que o profeta conclui aquilo que está
registrado em seu livro no capítulo 3.17-19. Embora tudo tenha sido perdido ele ainda
encontra motivos para se alegrar no Senhor. Você poderia repetir tais palavras mesmo em
meio às lutas e sofrimento da vida? Que sejamos pessoas capazes de acordar a cada manhã e
encontrar – ainda que tudo combata contra isso – razões para ter palavras de louvor e alegria
em nossa vida.
Palestra 4. 11.10 – Noite
Falando pelo Rei
Texto Base: 2 Co 5.11-21
Vivemos na era da informação. Câmeras, vídeos, internet, revelam cenas desde as mais
simples até as mais pitorescas que se podem imaginar. Quem poderia pensar, por exemplo,
que um dia veríamos o poder devastador de um tsunami destruindo toda uma cidade e
matando milhares de pessoas? E se alguém pudesse filmar toda a vida de cada um de nós? O
que pensariam a nosso respeito? Para quem diriam que estou vivendo? Qual seria a conclusão
sobre o motivo da minha vida? O que diriam sobre minhas palavras, sobre a maneira que eu
trato as pessoas? Minhas palavras mostrariam a quem sirvo? Tratemos da missão de Deus
para nossos lábios. Se Ele é o Rei e Criador das palavras, deve, também, ser o Senhor da nossa
língua.
1. Devemos Falar Entendendo que Somos Embaixadores de Cristo
O embaixador é alguém que é chamado para sair de sua terra natal e viver em um país
estrangeiro a fim de representar a mensagem e os métodos de seu líder. No texto de 2 Co
Paulo afirma que somos chamados a ser embaixadores do Rei. Deus nos põe no exato lugar em
que deseja que o representemos. Se vou falar o que quer seja, tenho que entender minha
posição de embaixador. Nossa velha vida egoísta já passou. Agora somos chamados por Deus a
fim de, reconciliados com Ele, termos um novo ministério que é fazer a sua vontade, o
ministério da reconciliação.
Com nossas palavras não somos livres para fazer prevalecer nossos próprios interesses. Nossa
comunicação sempre deve ter a agenda da nossa embaixada (a missão, o método e o caráter
do Rei). Mas, assim como em outras situações da vida, temos aqui também a luta entre nossos
próprios interesses e os interesses de nosso Senhor. É fácil nos desviarmos do propósito de
Deus e dirigirmo-nos até o nosso. Não podemos ser embaixadores de meio-período: estamos
onde estamos, em período integral, por que o Rei nos colocou ali para trabalhar pelos
interesses dele.
A ideia de sermos seus embaixadores tem algo ainda mais profundo a ser ensinado: temos que
representar ao Rei de maneira que ele possa encarnar em nós (ser visto em nós). Temos que
ser a personificação dele nesse mundo. É uma posição de honra, majestosa, dada a homens
pecadores como nós. Somos suas mãos, olhos, ouvidos e lábios neste mundo. Sua vontade,
caráter e planos são conhecidos através de nós. Como fez Jesus ao se encarnar agindo para
que através das suas obras o Pai fosse conhecido e glorificado, assim também devemos fazer
(Jo 14.5-14), para que Jesus seja visto em nós.
Falar como um embaixador significa que estamos embaixo da (1) missão dele, ou seja, sua
vontade e propósitos; (2) dos seus métodos, usando a palavra como Ele mesmo usaria para
com as outras pessoas e; (3) ligados ao seu caráter, tendo as atitudes corretas e que remetem
nossos ouvintes a Ele (Cl 3.12-14)
2. Devemos Entender a Missão do Rei
Por que você está aqui na terra? O que você tem feito? Qual a sua missão? Paulo diz que os
crentes que vivem já não vivem para si, mas sim, para aquele que morreu e ressuscitou por
eles (2 Co 5.15). O enfoque de Deus está em nossos corações e em nossa tendência à idolatria,
onde o maior ídolo somos nós mesmos. Cada pecador tem o desejo que o mundo e as pessoas
funcionem segundo a sua vontade. Jesus viveu, morreu e ressuscitou com o intuito de livrar-
nos deste ídolo. Sua meta é que deixemos de viver para nós mesmos e vivamos por meio da
sua graça e, então, adorá-lo e servi-lo. A medida que mudamos, mais e mais seremos com ele é
e, portanto, capazes de representá-lo, falando segundo seus propósitos, contribuindo na vida
das outras pessoas que estão ao nosso redor. Um coração idólatra, que não tem o espaço
adequado para Cristo, não será usado por ele para cumprir a missão que Ele mesmo deseja.
Deus sabe que somente quando ele possui nossos corações sem desafios, nos relacionamos
com o mundo da maneira como Ele ordena. Por isso, Deus está preocupado não somente em
mudar o nosso problema momentâneo, mas na mudança duradoura em nosso coração.
Quando nossas palavras fazem mais mal do que bem, muito provavelmente estamos falando
contra os propósitos do rei. Muito provavelmente estamos falando segundo os propósitos
egoístas de nosso coração e não segundo a sua agenda redentora. Nosso coração revela seus
intentos através de nossas palavras.
3. O Método do Rei
Os embaixadores de Deus devem falar de acordo com os métodos do rei. Um embaixador é
chamado não somente a dizer o que o rei diria (conteúdo) como também da maneira como ele
diria (forma). Seu caráter e propósitos devem estar bem presentes na maneira pela qual
falamos. Nossa maneira de falar deve refletir a maneira como Deus se relaciona conosco.
Quando falamos asperamente produzimos ira e não conseguimos mudança ou simpatia ao que
queremos falar (Provérbios 15.1), pelo contrário, os que nos ouvem se fecham para qualquer
palavra que dirigirmos a eles. No texto de 2 Co 5 que lemos, Paulo mostra o que o impulsiona
às mudanças: o amor de Cristo. Este amor nos afasta do “eu” egoísta e nos motiva a viver para
Ele. Nossos gritos ou grosserias não mudarão ninguém, mas o amor de Cristo em nossas ações
e também palavras, mudarão.
No entanto, nossa tendência é não bendizer aos outros (Rm 12.14); não perdoar aos outros (Lc
17.3-4); não pagar o mal com bem (Rm 12.21); não ser paciente, humilde e perseverante
quando me provocam (Ef 4.2). Prefiro ser procurado pelo que me ofendeu quando, na
verdade, deveria procurá-lo primeiro (Mt 18.15-17). Quero lembrar-me das ofensas e ficar
irado contra meus ofensores (Ef 4.26-27 - ver também Tg 1.20; Pv 15.28).
Somos chamados a colocar as armas ineficientes do mundo e tomar das armas de Deus (2 Co
10.4)
Chegando ao Destino
Texto Base: 2 Co 5.11-21
Depois de tudo o que foi dito até agora, precisamos de métodos práticos que possam nos
ajudar a vencer a Guerra das Palavras. Vejamos como reconstruir o mundo de nossa
comunicação através do uso correto das nossas palavras.
1. Não Comece a se Lamentar
É fácil começar a se lamentar e ficar cheio de remorso. É fácil ficarmos paralisados por aquilo
que deveríamos ter feito e não fizemos. Tenha algumas coisas importantes em mente:
a) Deus é um conselheiro maravilhoso – Sendo o maior mestre do universo, Deus sabe
exatamente o que precisamos saber, quando e o quanto podemos saber. Deus sempre revela
sua verdade no momento apropriado. Ele nunca erra no tempo em que trabalha conosco.
Descanse em sua sabedoria divina.
b) Deus Restitui os Seus – As Escrituras prometem que Deus nos restituirá “os anos perdidos”
(Joel 2.25). É importante saber que o Deus que perdoa também restaura, reconstrói e
reconcilia. Ao vivermos sobre as novas coisas que Ele nos tem ensinado experimentamos
restauração em lugares que julgávamos perdidos. Viver sua Palavra, quando passamos a
conhecê-la, é contar com o cuidado de Deus sobre o dano feito no passado.
2. Abrace a Esperança do Evangelho
Não podemos nos permitir ver a guerra da comunicação como um gigante que não pode ser
vencido (2 Tm 1.7). Nos sentimos oprimidos, temerosos e covardes quando nos esquecemos
quem é Cristo e quem somos nele.
Primeiro devemos lembrar da graça divina que é abundante em relação ao nosso pecado.
Nosso pecado pode nos confundir, mas não confundirá nosso Salvador. Esta graça está
disponível para nós em cada situação e relacionamento da nossa vida (Rm 6.14). Em segundo
lugar, não podemos achar que os problemas significam que Deus nos abandonou. O salmo 46
nos ensina que Deus é nosso socorro e auxílio na tribulação. Não estamos sem um lugar de
proteção e sem alguém que nos fortaleça nos momentos difíceis. Em terceiro lugar, Deus sabe
que nossa condição de pecadores é desesperadora e seu chamamento é muito alto, a ponto
de acharmos que o perdão concedido não seria o suficiente. Por isso, seu Espírito Santo habita
em nós (Ef 3.20), de maneira que seu poder não só habita, mas opera em nós e por nós.
Portanto, ele não nos chamará a fazer algo sem nos dar as condições de realizarmos o seu
querer.
3. Examine os Seus Frutos
Quais são os frutos produzidos por suas palavras? Faz com que os outros se sintam animados,
esperançosos e amados? Conduzem ao perdão, reconciliação e paz? Emanam sabedoria e
força? Ou levam elas ao desânimo, divisão, condenação, amargura e descontrole?
A mudança começa quando começamos a entender o resultado daquilo que semeamos. Não
são os outros responsáveis pelas nossas palavras. Nós mesmos produzimos bênção ou
maldição pelo que falamos (Gl 6.7). Examine os frutos de suas palavras e mude sua
comunicação. É aqui que começa a principal mudança.
4. Examine as Suas Raízes
Lembre-se que nossas palavras são emitidas a partir daquilo que está em nosso coração (Lc
6.45). Examinar onde temos problemas com as palavras revelará os problemas de nosso
coração. Não são as pessoas e as situações que nos levam a falar determinadas coisas. Nossos
corações controlam nossas palavras. As situações e as pessoas apenas nos dão a ocasião para
que o coração se expresse livremente. Saber disso e confessar a Deus como pecado nos dá
condições para sermos transformados pelo amor, perdão e poder de Deus (1 Jo 1.9)
5. Busque o Perdão
A confissão é um bem para a alma. Quão certo é isto. Se confrontado pela verdade, nosso
coração se aquieta diante do pecado do mau uso da palavra e nos deparamos com duas
situações: ou confessamos nosso pecado e nos colocamos sob a graça perdoadora de Cristo ou
levantamos um sistema de autojustificação diante do erro que nos faz aceitar, em nossa
consciência, aquilo que Deus chama de pecado (culpamos a situação, a dor, os outros,
reformulamos a situação para que não se veja erro algum em nós - veja Pv 28.13). Pergunte-se:
que pecado específico no campo da comunicação Deus está me chamando a confessar a Ele e
também aos outros. Ao fazer-se esta pergunta você ouve a voz do Espírito que está
trabalhando a fim de que você tenha a imagem de Jesus e possa produzir seus frutos (Gl 5.16-
26).
6. Conceda Gratuitamente o Perdão
Há dois aspectos no que diz respeito ao perdão a ser concedido gratuitamente. O primeiro
deles trata do perdão judicial em que devemos submeter a Deus qualquer direito de vingança
ou justiça contra o mal que recebemos (Rm 12.19). O segundo aspecto é o perdão relacional
no qual eu devo ter disposição de perdoar qualquer um que venha me procurar pedindo
perdão (Ef. 4.32). A falta de perdão é um dos principais motivos para a falta de mudança, pois
passamos a pelejar contra o próprio Deus quando, na verdade, ao perdoar, nos submetemos a
Ele. Pelejar contra Deus, no final, faz com que pelejemos uns contra os outros.
7. Mude as Regras
Você deve assumir determinadas regras que sejam novas em sua maneira de se comunicar,
abrindo espaço para que aquele com quem você se comunica possa alertá-lo quando não
respeitá-las. Isso deve ser específico e deve responder às perguntas: Em que Deus deseja que
eu mude a minha comunicação? Que novas maneiras de falar devem substituir as antigas?
Ao estabelecer esta nova maneira, entre em acordo com a outra parte (amigo, filhos, esposa,
marido) para que um chame a atenção do outro quando a regra for quebrada. Portanto, a
confissão e o arrependimento deve ser seguido de um compromisso claro e específico de
mudança na maneira de falar (2 Pe 1.3-9).
8. Busque Oportunidades
Aqui nos deparamos com uma mudança de perspectiva. As situações que antes eram motivo
de se proferir palavras grosseiras, discussões e gritarias, se transformam agora em
oportunidade de exercitar a nova maneira de comunicar-se.
Quando deixamos de nos lamentar, abraçamos o evangelho, enfrentamos nosso pecado
buscando o perdão, obtemos uma nova visão para uma vida de comunicação. Agora, cada
momento é uma oportunidade dada por Deus para experimentarmos as coisas maravilhosas
que Deus tem planejado para seus filhos (Pv 28.1). Use as oportunidades que Deus concede a
fim de redimir as palavras que você usa.
9. Escolha as Palavras
Provérbios 15.28 mostra que é o ímpio quem usa as palavras sem refletir. Ao nos depararmos
com as oportunidades que Deus nos concede, temos que refletir e pensar antes de pronunciar
qualquer palavra. Só assim elas serão pronunciadas com sabedoria. Que triste é saber que
muitas pessoas não apenas falam irrefletidamente, como criam desculpas para agir assim (é o
meu jeito, eu não consigo controlar a minha língua, etc). Deus nos deu dois caminhos pelos
quais as palavras devem passar: um é a sua glória ou outro a edificação do meu próximo. O
chamado de Deus é que escolhamos as palavras que trilhem perfeitamente por estes dois
caminhos.
10. Confesse Sua Fraqueza
Cristo veio por nós, devido nossa debilidade e fraqueza diante do pecado. Precisamos aceitar
isso. Por mais que venhamos a obedecer, sempre careceremos de sua graça. Ter esta
consciência é sinal de maturidade espiritual. Quanto mais andamos com o Senhor, quanto
mais entendemos sua Palavra, mais nos certificamos de que débeis e pecadores (2 Co 12.9). O
poder de Deus é para aqueles que reconhecem sua debilidade e dependência. Isso diz respeito
também ao uso das palavras em nossa vida. Portanto, corra à única fonte de graça e força para
vencer na guerra das palavras.
11. Não Dê Oportunidade ao Diabo
Quando Paulo fala de nossa comunicação em Efésios 4, diz que não devemos dar lugar ao
diabo. Satanás é um mentiroso e embusteiro. Ele vem para dividir e destruir. É o inimigo de
tudo quanto é bom e reto. Ele espalha a semente da dúvida, rebelião e desespero. Odeia a fé
viva. Busca nos afastar de Deus e nos fazer lutar um contra os outros. Sendo assim, devemos
ser sábios e não permitir que ele encontre espaço para nos derrotar. Para isso devemos fazer
duas coisas: 1) Comprometermo-nos com uma honestidade valiosa – o compromisso com a
verdade amorosa é uma maravilhosa proteção contra a obra destrutiva do inimigo. 2)
Comprometermo-nos com uma humildade receptiva – fechamos as portas na cara de Satanás
quando nos comprometemos a dizer a verdade com uma abertura humilde para escutá-la.
Conseguindo a Ajuda Necessária
Texto Base: 2 Sm 12
Todos nós temos que realizar tarefas que não são prazerosas, mas que, mesmo assim precisam
ser feitas. Talvez, nos que diz respeito à confrontação, isso também seja assim. Imaginamos
que para fazê-la, temos que arregalar os olhos, alterar a voz e enrijecer o dedo na face do
outro. Se eu disser que irei à sua casa a fim de admoestá-lo, você ficará feliz? De maneira
alguma. Mas, a Bíblia nos ordena a admoestar uns aos outros e, portanto, devemos fazê-lo,
entendendo que a admoestação faz parte do plano de Deus para nossas palavras.
1. Por que Temos Dificuldades da Confrontação?
A maneira mais fácil de responder a esta questão é que, na verdade, nosso pecado nos faz
escondermo-nos, desculparmo-nos e culpar aos outros pelo nosso pecado. A Escritura diz que
os homens amaram mais as trevas do que a luz (Jo 3.19). Isto é verdade! Preferimos ver a
palha no olho do outro do que a trave em nosso próprio olho.
Outro problema é confundir nosso próprio plano com o plano de Deus na confrontação:
1) Quando Nossa Ira e Irritação Pessoal é Confundida com o Propósito de Deus: A
confrontação deve ocorrer quando alguém se desvia da Palavra de Deus, ofendendo e
pecando contra o seu irmão na fé. Mas, nós desviamo-nos do foco que precisa ser tratado
trabalhando com ira e tentando descarregá-la sobre aquele que nos ofendeu.
2) A Falta de Dados Transforma os Fatos em Suposições Prejudicando a Confrontação: O
primeiro passo importante na confrontação é o recolhimento de dados exatos e corretos.
Temos que ter certeza de que estamos vendo o assunto com exatidão. Precisamos saber se a
pessoa é culpada do erro de que está sendo acusada, caso contrário, a confrontação ficará
prejudicada.
3) O Juízo dos Motivos Arruína a Confrontação: nos momentos de confrontação não falamos
apenas do que a pessoa fez, mas tendemos a supor os motivos pelos quais ela fez. Isso faz com
que a correção fique prejudicada, pois a pessoa admoestada se fecha para nos ouvir.
4) O Uso de Palavras de Condenação, Linguajar Acalorado e Tom Emocional Prejudicam a
Confrontação: O momento de confrontação está carregado de tenção. Normalmente falamos
como juízes e deixamos de lado o amor ligado à firmeza que a Escritura nos ordena. Nestas
situações a pessoa abandonará a mensagem e recordará apenas da maneira como falaram
com ela.
5) A Confrontação se Torna Um Encontro de Inimigos e não Um Momento de Preocupação
Amorosa com o Faltoso: Na confrontação não podemos esquecer de quem somos. Não
podemos esquecer que, não fosse a graça de Deus, estaríamos na mesma posição do faltoso.
Esquecemos que existe um verdadeiro inimigo, que não a pessoa que está sendo confrontada.
O propósito da confrontação não é de se levantar contra a pessoa, mas, sim, o de levá-la de
volta a Cristo em arrependimento, confissão e desejo de mudança.
6) Na Confrontação a Escritura é Usada como um Porrete ao Invés de Ser Usada como um
Instrumento de Mudança: O uso mais importante da Escritura no momento da admoestação
não é o do castigo, mas mostrar o que a pessoa é na realidade para que ela possa confessar
seu pecado e mudar.
7) Na Confrontação Muitos Confundem a Expectativa Humana com a Vontade de Deus: O
propósito da confrontação não é fazer com que a pessoa aja como você quer, aceite sua
interpretação e siga o seu plano. O propósito da confrontação é a submissão à vontade de
Deus.
8) A Confrontação é Realizada Em Um Contexto de Distanciamento: Normalmente as partes
envolvidas na admoestação estão distantes entre si. Antes de começar, a confrontação já está
prejudicada. Portanto, para acontecer dentro do modelo bíblico, a confrontação deve estar
envolvida em relacionamentos de amor e de confiança entre as partes.
9) Muitos Esperam que a Confrontação Traga Resultados Imediatos: Queremos ver resultados
imediatos e humanos nas pessoas confrontadas. Não desejamos uma ação do Espírito Santo
nelas. Nada há na Escritura que diga que isso deve acontecer dessa forma. Antes, a
confrontação deve ser vista como o início de um processo de mudança a ser executado no
coração do confrontado.
2. Por que Devemos Confrontar o Pecado?
Apesar de todas as dificuldades que vimos, o pecado deve ser confrontado. No texto de 2 Sm
12, vemos Natã confrontando o rei Davi. O pecado deve ser confrontado, principalmente pelo
fato dele ser difícil de admitir. Nós somos capazes de conviver com determinadas atitudes
contra Deus e o próximo como se nada tivesse acontecido. Somos salvos, somos embaixadores
do reino de Deus, mas estamos em processo de santificação, de maneira que nossa
conversação deve ter como propósito a redenção. Na comunhão dos santos, tendo como base
a santificação, a confrontação deve ser um estilo de vida que visa nosso crescimento e
transformação. Portanto, não devemos sequer discutir se a admoestação faz parte da nossa
vida, mas devemos saber como devemos admoestar.
a) A Confrontação Revela Nosso Pecado Interior: Leia Hb 3.12-15. Esta passagem de Hebreus
nos dá uma noção da obra que temos em nossas mãos. A batalha é árdua, e em virtude disso,
somos chamados a ajudar e receber ajuda. Somos peregrinos cujo coração é propenso a se
desviar do caminho que conduz ao reino. Quando nos iramos contra nosso filho, contra nosso
cônjuge, quando abandonamos nossas convicções bíblicas a fim de sermos favorecidos em um
negócio e em uma posição; quando nos entregamos à impureza sexual, nos afastamos deste
caminho. No texto de Hebreus notamos que ele se dirige aos “irmãos em Cristo”, alertando
sobre um coração duro, mal, distante e incrédulo. É uma referência a uma vida que começa a
se distanciar de Deus progressivamente. E todos nós estamos propensos a isso. Afinal,
enxergamos muito bem o pecado nos outros, mas somos incapazes de enxergá-lo em nós
mesmos. É justamente por isso que precisamos da ajuda uns dos outros a fim de
abandonarmos o pecado que nos assedia.
b) Para Ajudarmos uns aos Outros: Na passagem de Hebreus não há espaço para presunção
ou arrogância. Há, sim, uma chamada a um ministério interdependente e de ajuda mútua,
sendo todos, no final, servos de Deus. Somos pessoas que auxiliam e que também precisam de
ajuda. Servir e ser servido. Reconhecer quem somos e qual a nossa necessidade é que nos
habilita a ajudar aos outros. Não é um chamado apenas ao pastor, mas, sim, a todos os
membros do corpo. Não é apenas enquanto estamos na igreja, mas para todos os dias e que
exige comunhão e convivência cristãs.
- Com Frequência: A ideia do texto de Hebreus é que todos os crentes ministram uns aos
outros, todos os dias. Quando reconhecemos nossa necessidade espiritual de crescimento e
santificação, ao mesmo tempo, de mortificação do velho homem, nos esforçamos para juntos
(marido e mulher, pais e filhos, irmãos em Cristo) nos admoestarmos em amor.
- Com Espírito de Humildade: No evangelho a magnitude de nosso pecado e a grandeza da
graça de Deus são reveladas. Isso impede qualquer jactância da nossa parte. Paulo sabia disso
(1 Tm 1.15-17). O ministério de intervenção pelo outro nasce pela constatação de que não há
nada que eu dê e que eu mesmo não precise. Posso ter conhecido a Deus há muito tempo,
mas não há nada hoje que eu não precise, tanto quanto precisava no começo. Enfim, a
humildade reconhece que se pode oferecer uma coisa para ajudar: Jesus Cristo.
- Com uma Mensagem: Nossa mensagem ao outro não é de acusação, ou apenas de
confrontação, mas, especialmente, de ânimo. Somos chamados a animar um ao outro para
vencer a batalha contra o pecado até obtermos a completa vitória. Afinal, todos nós
desanimamos quando o tempo parece longo, tudo parece muito difícil, fazendo com que
sentimos vontade de desistir.
- Com a Devida Análise: Lembre-se que na admoestação (1) devemos levar em conta nosso
chamado de embaixadores e, portanto, de levar as pessoas a conhecerem as razões de Deus;
(2) devemos levar em conta a forma como falamos, ou seja, sem arrogância, mas levando as
pessoas a mudar; (3) devemos lembrar que somos tão pecadores quanto as demais pessoas -
assim teremos paciência em esperar as devidas mudanças; (4) devemos usar palavras sábias
com a ajuda de Deus e não nossas próprias palavras pecaminosas; (5) devemos nos preparar
para escutar a fim de que a admoestação seja interativa; (6) devemos esperar que o Espírito
Santo realize as mudanças; (7) devemos animar com o Evangelho desafiando ao
arrependimento e animando com a graça infinita de Deus.