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A PANDEMIA QUE REFORÇA DESIGUALDADES 3
COVID-19 e atividades veterinárias designadas como
essenciais
5
Gerenciamento de riscos à saúde pública na interface
homem-animal-ambiente
6
Importância da interface saúde animal / humana em
emergências potenciais de saúde pública de interesse
internacional nas Américas
7
Patógenos de morcegos pegam a estrada: mas qual? 11
Ano Internacional do Morcego 17
Coronavírus 23
SARS-COV 25
MERS-COV 29
SARS-COV-2 32
COVID 19 afetando todos os Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável
38
Vírus Nipah (NiV) 39
Vírus HENDRA (Hev) 47
Vírus Ébola (DVE) 50
Doença do vírus de Marburg (MVD) 57
Artigos do Jornalista HELIO GUROVITZ
O caminho que trouxe os vírus dos moregos até nós. 66
Por que perdemos as batalhas para os vírus 67
Sem vírus em nosso DNA morreríamos no útero. 68
Era gripe,apenas uma gripe. 69
Uma narrativa assustadoramente real – e irrestível. 70
Placar da Vida em 29/06/2020 71
Referências Bibliográficas 72
Leituras Recomendadas 76
Notas do Autor 78
3
çO ex-presidente José Sarney lembra-se de uma reunião do INTER ACTION COUNCIL em
1994, em Xangai, onde se discutiam os desafios futuros do mundo. Vários dirigentes
falaram da guerra nuclear, bomba de hidrogênio e assim por diante. Até que Helmut
Schmidt (Chanceler da Alemanha de 1974/1984) pegou a palavra e disse que os grandes
desafios seriam as PANDEMIAS e a IMIGRAÇÃO DESCONTROLADA.
Em dezembro de 2019 as autoridades chinesas relataram um surto inicial de
coronavírus em Wuhan, que foi associado a um mercado de animais,
principalmente vivos, para consumo humano, sugerindo que o vírus tenha sido
inicialmente transmitido de animais para os humanos e se espalhou rapidamente
com uma velocidade de propagação fantástica, afetando outras partes da China,
caracterizando uma “EPIDEMIA” (definida quando um surto acontece em
diversas regiões). Em um mundo globalizado os casos foram logo detectados em
todos os continentes (exceto Antártica) e de forma significativa em países da
Europa e da América. A Organização Mundial de Saúde (OMS) elevou, em 11 de
março de 2020, o estado da contaminação da doença ao estágio de
“PANDEMIA” (acontece quando uma epidemia se espalha por diversas regiões
do planeta simultaneamente e não pela sua gravidade).
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE prevê uma
recessão mundial de 6% para 2020 caso a pandemia de coronavírus permaneça sob controle
e uma retração de 7,6% no ano em caso de segunda onda, de acordo com as perspectivas
econômicas em relatório publicado pela entidade. "A pandemia da Covid-19 provocou a
recessão econômica mais grave em quase um século e enormes prejuízos para a saúde,
o emprego e o bem-estar das pessoas", destaca o relatório publicado em 09/06/2020.
Segundo as estimativas da OCDE, o Brasil deve encolher 7,4% em 2020 e crescer
4,2% em 2021; mas, se houver uma segunda onda de surto, a contração pode
chegar a 9,1% este ano, com crescimento de 2,4% no próximo.
A projeção da OCDE para o Brasil é mais pessimista que a do mercado brasileiro,
que prevê uma queda de 6,48% do PIB do Brasil em 2020, segundo a pesquisa Focus
do Banco Central. Também é pior que as feitas pelo Banco Mundial e pelo FMI, que
estimaram queda de 5,2% e 5,3% no PIB brasileiro este ano, respectivamente.
"À medida que as medidas de bloqueio são facilitadas e a atividade recomeça, a
economia deverá recuperar lenta e parcialmente, mas alguns empregos e
empresas não serão capazes de sobreviver. o desemprego atingirá máximos
históricos antes de recuar gradualmente", destacou a OCDE, observando a
pandemia ainda está se espalhando rapidamente no Brasil.
"Em todas as regiões, o confinamento reforçou as desigualdades entre os trabalhadores,
já que os mais qualificados tiveram condições de recorrer ao teletrabalho e os mais
jovens e menos qualificados estão com frequência na linha de frente na luta contra a
pandemia", constatou a economista-chefe da OCDE Laurence Boone.
"Os governos têm que aproveitar esta oportunidade para conceber uma
economia mais justa e duradoura, tornar mais inteligentes a concorrência e as
4
regulamentações, modernizar a tributação, os gastos e a proteção social",
continua a economista.
As ilusões perdidas por bilhões de habitantes do planeta, além do impacto psicológico,
que não pode ser menosprezado, em decorrência do isolamento social, onde atônitos,
assustados e temerosos a tudo isso, entre eles os 210 milhões de brasileiros, adultos de
todos os gêneros, idades, cores, credos e classes sociais que deparam com uma certeza
inédita, a impossibilidade de prever como será a saída ao fim das restrições sociais
impostas pelos governantes. Até o fim de 2020, a pandemia de COVID-19 pode levar
cerca de 86 milhões de crianças no mundo à pobreza. O alerta foi feito pela ONG Save
The Children e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
No Brasil, a democracia tem demonstrado resistência após dois impeachments, algumas
crises econômicas e investidas pontuais do petismo, demonstrando a fortaleza das
instituições colocadas à prova nesta mortífera pandemia. Os Poderes e a Imprensa se
mantiveram atuantes.
Com certeza, vamos sair substancialmente mais pobres ao fim desta pandemia. Sim
teremos milhões de pobres a mais, e esse será um desafio gigantesco, pois não temos
termômetros bons suficientes para dar uma dimensão da crise econômica, devido ao
impacto social e sua complexidade, pois o Brasil precisará pensar diferente, desde o
comportamento individual ao papel do Estado, pois teremos que reconstruir, pois tudo
vai mudar. Lembre-se que o que não te desafia, não te transforma.
O desemprego, segundo a Fundação Getúlio Vargas, no melhor cenário, de 18,7% e, no
pior, de 21,2 %. Isso significa um total de desempregados de 19,7 milhões a 22,4
milhões no fim da pandemia. O Estado na reconstrução deve ter foco na recuperação
dos pequenos negócios e na geração de empregos, frente a esta projeção negativa para
o nosso Brasil. Mantida a dinâmica anêmica da economia brasileira observada antes da
crise, o país levará 20 anos para gerar os postos de trabalho para ocupar esse
contingente de pessoas!
Com relação à ciência que não conseguiu nos proteger do vírus, mas detectou sua
presença em nosso organismo, e essa é uma dádiva da ciência que precisamos usar,
necessitando de apoio para pesquisa e desenvolvimento diferente dos moldes atuais.
Tem que ter investimento público que tenha como paradigma a competividade, não
impedindo o investimento privado em prol dos nossos cientistas e da indústria nacional.
Por último, o problema crônico do país, e que há muitos anos ocupa o primeiro lugar na
lista de reclamações dos brasileiros, a Saúde e que nesta pandemia, que ficamos por um
período, sem um Ministro da Saúde, apesar do evento depender das bases do nosso
Sistema Único de Saúde – SUS, que apesar de falho, proporciona uma ampla rede de
proteção que poucos países oferecem e que neste momento denúncias de tantos casos
de corrupção acontecem contra governantes nas suas compras superfaturadas e na
montagem dos hospitais de campanha. Acredito firmemente que a boa saúde está
enraizada na equidade, universalidade, solidariedade e inclusão, e o SUS pode e deve
ser fortalecido em prol de todos os brasileiros.
Claudio Sergio Pimentel Bastos no isolamento social Rio de Janeiro, 29 /06/2020.
5
No contexto da pandemia de COVID-19, a Organização Mundial de Saúde
Animal (World Organisation for Animal Health -OIE) e a Associação Mundial de
Veterinária (World Veterinary Association - WVA) chamam a atenção em
conjunto para os papéis e responsabilidades da profissão veterinária em Saúde
Pública. Eles destacam atividades veterinárias específicas que são essenciais para
garantir a continuidade da segurança alimentar, prevenção de doenças e
gerenciamento de emergências.
Os (as) veterinários (as) são parte integrante da comunidade global de saúde.
Além de atividades relacionadas à saúde e bem-estar animal, elas desempenham
papel fundamental na prevenção e manejo de doenças, incluindo as
transmissíveis ao homem, e para garantir a segurança alimentar das populações.
Na situação atual, é crucial que entre suas muitas atividades, sejam necessárias as
necessárias para garantir que:
Os serviços nacionais e regionais de inspeção e regulamentação
veterinária podem supervisionar a integridade da Saúde Pública;
Somente animais saudáveis e seus subprodutos entram no suprimento
de alimentos para garantir a segurança alimentar das populações;
Situações de emergência podem ser tratadas;
Medidas preventivas, como vacinação contra doenças com impacto
significativo na saúde pública ou na economia, são mantidas;
As atividades prioritárias de pesquisa continuam.
Ao executar seu trabalho, os (as) veterinários (as) têm a responsabilidade de
proteger sua saúde, a saúde daqueles com quem trabalham e a saúde de seus
clientes. Portanto, eles devem garantir que níveis adequados de biossegurança
sejam implementados, que seu pessoal esteja protegido com o equipamento
necessário e que os donos dos animais sejam informados das medidas de
precaução em vigor.
É responsabilidade de cada indivíduo garantir que os comportamentos
apropriados sejam respeitados na estrutura dessas atividades, para evitar a
disseminação adicional do COVID-19.
Paris, 18 de março de 2020.
6
Os seres humanos coexistem em um relacionamento complexo e interdependente com
o companheiro, a produção e os animais selvagens dos quais dependemos para nossa
alimentação, meios de subsistência e bem-estar, bem como com os ambientes em que
vivemos e trabalhamos juntos.
A interface entre humanos, animais e os ambientes que compartilhamos também pode
ser uma fonte de doenças que afetam a saúde pública e o bem-estar social e econômico
da população mundial. Tais doenças, transmissíveis de animais para seres humanos por
contato direto ou através de alimentos, água e meio ambiente, são comumente
chamadas de "zoonoses".
Uma breve visão geral dos fatores que impulsionam o surgimento de uma doença, a fim
de definir o cenário de um vírus emergente proveniente de um reservatório de vida
selvagem ou de animais domésticos até provocar infecções humanas, e os seus
caminhos científicos para a identificação do agente causador da doença. O
reconhecimento da fonte da infecção e o caminho do reservatório da vida selvagem
para os seres humanos e que considerará o provável surgimento desse vírus em outros
locais no globo terrestre.
Assim temos que analisar :
1. As atividades de seres humanos que impulsionam o surgimento de
doenças. Isso varia de fatores históricos, como a domesticação de
animais, ao impacto de novas tecnologias, como viagens aéreas e a
intensificação agrícola em resposta ao crescimento populacional;
2. As propriedades do vírus que lhes permitem se adaptar a novos
hospedeiros, particularmente pulando entre as espécies;
3. As atividades dos próprios animais que contribuem para o
surgimento da doença.
As zoonoses compreendem uma grande porcentagem de todas as doenças infecciosas
recentemente identificadas, bem como as doenças infecciosas existentes. A resistência
antimicrobiana em patógenos humanos é outra grande ameaça à saúde pública, que é
parcialmente impactada pelo uso de antibióticos na pecuária e na agricultura.
A colaboração intersetorial é essencial para entender e gerenciar os riscos à saúde
pública na interface homem-animal-ambiente e melhorar a segurança global da saúde.
A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) determinou que a saúde humana e a
saúde animal são interdependentes e vinculadas à saúde dos ecossistemas em que
existem, no conceito de Saúde Única (One Health). Artigo publicado aponta que cerca
de 60% das enfermidades que acometem humanos são zoonoses e 75% das doenças
conhecidas como emergentes e reemergentes são de origem animal.
Esses dados indicam que a atuação do Médico (a) Veterinário (a) está ligada também à
saúde humana. O profissional está presente na inspeção de produtos de origem animal,
na saúde do meio ambiente, a fim de evitar a proliferação de doenças como a
leishmaniose, assim como no tratamento e prevenção das zoonoses.
7
No mundo globalizado de hoje, as doenças têm o potencial de transcender as fronteiras
geopolíticas por meio de viagens e comércio internacionais. Entende-se agora que as
economias e os meios de subsistência de toda a comunidade internacional podem ser
afetados por uma única crise de saúde em um país. Com esse conceito, uma versão
revisada do Regulamento Sanitário Internacional (RSI) da Organização Mundial da
Saúde (OMS) foi estabelecida em 2005 (a partir de 15 de junho de 2007) para "ajudar a
comunidade internacional a prevenir e responder a riscos agudos de saúde pública
potencial para atravessar fronteiras e ameaçar pessoas em todo o mundo. Este
instrumento jurídico vinculativo abrange 194 países em todo o mundo, incluindo todos
os Estados Membros da OMS, e visa proteger a saúde pública através da prevenção da
propagação de doenças.
Para esse fim, e como parte da implementação do RSI, os Estados Membros da OMS
estão comprometidos em fortalecer sua vigilância e capacidade de detectar, avaliar,
notificar e relatar rapidamente possíveis emergências de interesse público em saúde
internacional (Public Health Emergency of International Concern - PHEICs), de acordo
com esses regulamentos. Um PHEIC é um evento extraordinário que foi determinado,
conforme previsto nos RSI) "constituir um risco de saúde pública para outros Estados
através da disseminação internacional de doenças" e "potencialmente exigir uma
resposta internacional coordenada".
8
Os eventos são identificados como potenciais PHEICs e relatados aos seis Pontos de
Contato Regionais do RSI da OMS (2005) quando cumprem pelo menos dois dos quatro
critérios a seguir:
1) suspeita de um evento grave de saúde pública;
2) o evento é considerado incomum ou inesperado;
3) existe um risco significativo de disseminação internacional; e
4) o evento representa um risco significativo para viagens ou comércio
internacional.
Para a região das Américas, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) foi
encarregada de realizar certas atividades para apoiar os países na detecção e avaliação
dessas possíveis emergências de saúde pública.
Os eventos que foram relatados ou detectados como potenciais PHEICs são inseridos
em um banco de dados conhecido como Sistema de Gerenciamento de Eventos (EMS),
que é administrado pela OMS e usado pelos seis Pontos de Contato Regionais da OMS
IHR (2005), bem como pelos Escritórios Nacionais da OMS. em cada região. O EMS é o
repositório eletrônico central de informações relacionadas a potenciais PHEICs e fornece
armazenamento cronológico de dados clínicos, epidemiológicos, laboratoriais e outros
tipos de dados usados na avaliação de riscos e na principal tomada de decisão
operacional para gerenciar o evento.
Até o momento, 61% dos patógenos humanos em todo o mundo foram classificados
como zoonoses, um subgrupo que compreende 75% de todos os patógenos
emergentes da última década. Existe uma crença crescente? ecoaram na estrutura
estratégica "Um mundo, uma saúde", endossada pela Organização para Agricultura e
Alimentação (FAO), Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), OMS, Fundo das
Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Coordenação do Sistema das Nações Unidas
para a Influenza (UNSIC) e o Banco Mundial - que uma abordagem integrada dos
eventos de saúde pública é mais eficaz e eficiente com a colaboração entre médicos,
veterinários e outras disciplinas relacionadas à saúde.
As inúmeras condições demográficas e socioeconômicas existentes nos países das
Américas implicam amplos desafios relacionados à interface saúde animal / humana. A
região abriga cerca de 1 bilhão de pessoas (80% nas áreas urbanas) distribuídas em 48
países e territórios, com populações nacionais variando de 40.000 (em São Cristóvão e
Nevis) a 300 milhões (nos Estados Unidos), e renda nacional bruta baseada na paridade
do poder de compra que varia de aproximadamente US $ 1.000 a US $ 44.000 per capita
por ano.
Além disso, as Américas contêm uma ampla gama de ambientes ambientais
caracterizados por diversas plantas e animais. Por exemplo, a região amazônica
compreende 60% das florestas tropicais remanescentes da Terra, com 45.000 espécies
de plantas, 1.300 espécies de peixes de água doce, 1.000 espécies de pássaros, 150
espécies de morcegos, 1.800 espécies de borboletas, 163 espécies de anfíbios, 305
espécies de cobras e 311 espécies de mamíferos.
9
Esta flora e fauna interage sinergicamente com a população humana para criar um
ambiente único e rico que é muito importante para o planeta. Por outro lado, essa rica
sinergia pode representar uma ameaça em potencial, formando um ambiente no qual
patógenos / doenças podem surgir e se espalhar pela interface animal / humano,
afetando o turismo, o comércio e outros setores econômicos importantes para a região.
Uma análise mais aprofundada dos eventos registrados pelo SGA e um estudo de suas
probabilidades de serem finalmente verificados como PHEICs podem ser valiosos para o
desenvolvimento de políticas, bem como orientação técnica de atividades institucionais
relacionadas à vigilância, prevenção e resposta rápida.
O objetivo principal desta análise é identificar, quantificar a importância e analisar
doenças comuns a animais e humanos em eventos registrados pelo SGA para a região
das Américas, em um esforço para produzir uma base de evidências para futuras
recomendações sobre como abordar e reduzir o risco de doenças infecciosas na
interface saúde animal / humana.
No contexto dos RSI, um "evento" é uma manifestação da doença ou uma ocorrência
que cria um potencial para a doença (1). Neste estudo, os eventos foram classificados
na interface saúde animal / humana com base em informações da terceira edição da
publicação da OPAS "Zoonoses e doenças transmissíveis comuns ao homem e aos
animais Pedro N. Acha & Boris Szyfres" que descreve 174 infecções transmissíveis que
variam de doenças bacterianas. , origem viral e parasitária àquelas que envolvem
agentes não convencionais. Embora esta publicação não abranja todas as doenças
transmissíveis, os autores do presente estudo não consideraram as lacunas de dados
resultantes uma limitação significativa da pesquisa, pois o presente estudo foi
desenvolvido para melhorar a cooperação técnica e não para fins acadêmicos.
Todos os eventos registrados no SGA recebem uma categoria relacionada a um risco
potencial ("animal", "químico", "desastre", "segurança alimentar", "infeccioso", "produto"
ou "indeterminado"). Essas mesmas categorias foram aplicadas no presente estudo
desde que fossem consideradas suficientes para discernir a interface de saúde animal /
humana. Quando não eram, para os propósitos deste estudo, foram criadas novas
categorias relacionadas aos perigos descritos no SGA. Com base nas categorias
atribuídas, os eventos foram classificados em quatro grupos, um dos quais (Grupo 1) foi
dividido em quatro subgrupos com base na dinâmica da transmissão da doença :
Grupo 1: Zoonoses e doenças transmissíveis comuns a seres humanos e
animais :
o Subgrupo 1a Zoonose, uma doença ou infecção transmissível cujo agente
é transmitido diretamente de animais vertebrados para humanos;
o Subgrupo 1b - Doença transmissível comum a humanos e animais nos
quais a transmissão de vetores ocorre e os animais são hospedeiros
essenciais no ciclo de vida do patógeno;
o Subgrupo 1c - Doença transmissível comum a humanos e animais
relacionados à segurança alimentar, com transmissão pela cadeia
alimentar e abastecimento de água;
10
o Subgrupo 1d - Doença transmissível comum a seres humanos e animais
nos quais os animais são hospedeiros eventuais no ciclo de vida do
patógeno.
Grupo 2: Doenças transmissíveis não comuns aos animais (ou seja, doenças nas
quais não há transmissão direta entre animais e humanos e os animais não agem
como "reservatórios" e não estão envolvidos no ciclo de vida do patógeno);
Grupo 3: Síndromes sem etiologia conhecida (doenças que não estão claramente
definidas e para as quais os sintomas podem estar presentes, mas nenhuma
etiologia foi identificada);
Grupo 4: Relacionado ao produto e "outros" (preocupações de saúde pública que
não são consideradas doenças transmissíveis e são atribuídas a um produto,
produto químico ou outro material).
A detecção precoce é essencial para o controle de doenças infecciosas emergentes,
reemergentes e novas, de ocorrência natural ou intencional. A contenção da
disseminação de tais doenças em um mundo profundamente interconectado requer
vigilância ativa para sinais de surto, reconhecimento rápido de sua presença e
diagnóstico de sua causa microbiana, além de estratégias e recursos para uma resposta
adequada e eficiente. Embora essas ações sejam frequentemente vistas em termos de
saúde pública humana, elas também desafiam as comunidades de saúde vegetal e
animal, ocorrendo naturalmente ou introduzido intencionalmente.
A contenção da disseminação de tais doenças em um mundo profundamente
interconectado requer vigilância ativa para sinais de surto, reconhecimento rápido de
sua presença e diagnóstico de sua causa microbiana, além de estratégias e recursos
para uma resposta adequada e eficiente.
Os Veterinários trabalham para garantir a vigilância adequada de doenças
de origem animal para reduzir os riscos.
Os Serviços Veterinários desempenham um papel
na prevenção de eventos de transbordamento
através da vigilância cuidadosa da vida selvagem e
do comércio da vida selvagem.
11
As evidências atuais sugerem que as mudanças ambientais e as interações entre animais
selvagens, gado e seres humanos contribuem para a disseminação de agentes
infecciosos de morcegos para outros hospedeiros. Um número crescente de estudos
que investigam a diversidade e dinâmica de infecção de patógenos de morcegos foi
publicado recentemente; no entanto, como esses agentes infecciosos são transmitidos
tanto na população de morcegos quanto para outros hospedeiros, incluindo humanos,
muitas vezes permanece desconhecido. Aqui, resumimos o conhecimento atual sobre as
rotas de transmissão direta e indireta de agentes infecciosos de morcegos de interesse
para a saúde pública. Embora os morcegos sejam reconhecidos como os principais
hospedeiros de doenças infecciosas emergentes, destacamos que uma lacuna
significativa de conhecimento sobre os mecanismos de transmissão permanece e
precisa de mais exploração.
ç
Embora as mordidas de morcegos
possam ser a principal via de
transmissão que vem à mente, a
transmissão de patógenos envolvendo
mordidas de morcegos foi documentada
principalmente para o vírus da raiva
(Rhabdoviridae).
O morcego hematófago comum
(Desmodus rotundus) pode, por
exemplo, transmitir naturalmente
a raiva a outras espécies ao
morder para se alimentar de
sangue, particularmente ao gado
e, às vezes, ao homem. O
micoplasma (Histoplasma
capsulatum) também foi
detectado no sangue e na saliva
comuns de morcegos vampiros e
pode ser transmitido entre
morcegos, por exemplo, durante
comportamentos agressivos.
12
Os morcegos obrigatórios que se alimentam de sangue são, no entanto, restritos à
América Central e do Sul e representam apenas uma proporção muito pequena da
diversidade de espécies de morcegos (<0,005%; 3 / 1.200). A maioria das espécies de
morcegos não morde naturalmente os humanos, a menos que ocorram contatos
intencionais (por exemplo, profissionais de medicina veterinária, de biologia e outros
envolvidos no campo para captura e manuseio de morcegos para pesquisas, pessoas
tentando remover morcegos das casas.
O contato com fluidos corporais de morcegos (saliva, urina e fezes) é cada vez mais
reconhecido como um importante mecanismo de transbordamento de patógenos para
os seres humanos. A invasão humana em habitats de morcegos, bem como o aumento
da urbanização, o que facilita a criação de morcegos em estruturas artificiais, que
provavelmente aumentarão o contato com os fluidos corporais do morcego.
Por exemplo, os casos de infecção humana pelo vírus Nipah (Paramyxoviridae) relatados
em Bangladesh foram associados ao consumo de seiva bruta de palmeiras
contaminadas com saliva e urina de morcego de frutas.
No caso do vírus Marburg (Filoviridae), estudos experimentais indicam que a
transmissão morcego a morcego pode ocorrer via saliva e aerossóis, sugerindo que o
vírus possa ser transmitido a outros hospedeiros por um mecanismo semelhante .Essa
hipótese é apoiada por investigações que revelam que a maioria dos humanos
infectados pelo vírus Marburg havia entrado em cavernas de morcegos (Rousettus
13
aegyptiacus) antes de adoecer e relatado contatos regulares com morcegos ou suas
secreções.
A infecção de animais selvagens, como macacos, macacos e antílopes com agentes
infecciosos transmitidos por morcegos, também pode desempenhar um papel na cadeia
de transmissão para seres humanos, como o vírus Ebola.
No caso do coronavírus da síndrome respiratória aguda grave (SARS), as civetas
(Paguma larvata) foram infectadas com um vírus circulando em morcegos-ferradura
(Rhinolophus sp.) E, então, agiam como um hospedeiro amplificador intermediário . A
predação natural de morcegos por outros animais (por exemplo, macacos, gatos
domésticos) e suas conseqüências na transmissão de agentes infecciosos são pouco
documentadas, mas também podem favorecer oportunidades de transbordamento para
outros hospedeiros.
Além dos animais selvagens, o papel do gado como hospedeiro intermediário e
amplificador entre animais selvagens e humanos foi claramente demonstrado em vários
surtos, como o Filovírus e o Henipavírus. De fato, na Malásia, o crescimento de fazendas
comerciais de porcos com árvores frutíferas na fazenda criou um ambiente em que os
morcegos poderiam soltar frutas parcialmente comidas contaminadas pelo vírus Nipah
nos chiqueiros de porcos.
Masked palm civet by Denise Chan
from Hong Kong, China
No caso do coronavírus da síndrome
respiratória aguda grave (SARS), as civetas
(Paradoxurus hermaphroditus) foram infectadas
com um vírus circulando em morcegos-
ferradura (Rhinolophus sp.) E, então, agiam
como um hospedeiro amplificador
intermediário. Como curiosidade vale lembrar
que o café mais caro do mundo (100 a 300
dólares/lb) Kopi Luak vem de fezes de civeta
"Tem um sabor rico e pesado, com toques de
caramelo e chocolate. Também é
é terroso e mofado. Tem um corpo de xarope e muito
liso", os críticos do portal. A análise científica do processo
sugere que o que dá esse sabor único é a fermentação
parcial produzida pelos ácidos estomacais e enzimas
digestivas da civeta, que só come os grãos de melhor
qualidade, ou seja, os vermelhos e mais maduros. Em https://www.nationalgeographic.es/animales/el-perturbador-
secreto-tras-el-cafe-mas-caro-del-mundo
14
Em contraste com os eventos de transbordamento rápido e de curto prazo, também
pode ocorrer a circulação prolongada e silenciosa de vírus nos animais antes da
transmissão aos seres humanos, como é fortemente suspeito do surto em curso da
síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS).
Uma grande diversidade de artrópodes, como mosquitos, ácaros, moscas, pulgas e
carrapatos, pode ser encontrada em habitats ocupados por morcegos, particularmente
em sistemas de cavernas. Alguns ectoparasitas de morcego (por exemplo, pulgas e
carrapatos) podem acidentalmente morder seres humanos , mas a transmissão mediada
por ectoparasita de agentes infecciosos transmitidos por morcegos para humanos é
difícil de demonstrar e tem sido especulada, como a transmissão do vírus Ebola.
Embora os morcegos provavelmente sejam uma fonte de coronavírus do tipo MERS,
os camelos (Camelus bactrianus) e dromedários (Camelus dromedarius) atuam como
o hospedeiro natural do reservatório no qual o coronavírus MERS (Betacoronavirus)
poderia ter circulado por mais de 30 anos antes de sua primeira detecção em seres
humanos.
Outros animais, como lhamas (Lama glama) e javalis
(Sus scrofa), mostraram suscetibilidade à infecção
por coronavírus MERS, sugerindo uma grande
variedade de espécies hospedeiras. O coronavírus
humano endêmico 229E também pode constituir um
descendente de vírus associados aos camelídeos e
ainda apóia que o gado desempenha um papel
fundamental no estabelecimento de longo prazo de
vírus transmitidos por morcegos em humanos.
15
No entanto, a presença da bactéria Bartonella mayotimonensis, o agente etiológico da
endocardite em humanos, tanto no sangue de morcego quanto em pulgas, sugere que
a transmissão ao ser humano por picadas de pulgas ou seus excrementos fecais pode
ocorrer. Com o avanço das tecnologias metagenômicas, uma grande diversidade de
bactérias potencialmente zoonóticas (por exemplo, Rickettsia, Bartonella) foi descrita em
ectoparasitas de morcegos, mas essas investigações permanecem escassas para outros
agentes infecciosos, como parasitas, hemosporídeos (são parasitos heteroxenos
obrigatórios cujos hospedeiros vertebrados pertencem às classes dos anfíbios, répteis,
aves e mamíferos e possuem como vetores os insetos dípteros hematófagos (Insecta:
Diptera) e vírus emergentes de importância Veterinária e de Saúde Pública.
O vírus da dengue (DENV) foi recentemente detectado simultaneamente em moscas de
morcego (Streblidae) e em seu hospedeiro (Desmodus rotundus), embora a transmissão
de DENV de moscas de morcego para humanos nunca tenha sido relatada [27]. Até o
momento, o papel dos artrópodes que alimentam o sangue no transbordamento de
patógenos para os seres humanos permanece, portanto, altamente especulativo.
A transmissão ambiental ou indireta através da contaminação de habitats utilizados por
hospedeiros infectados tem sido descrita como um mecanismo importante na
epidemiologia de doenças da fauna silvestre. Para agentes infecciosos de morcegos, um
número limitado de estudos experimentais e de campo foi realizado para avaliar sua
persistência no ambiente.
Os henipavírus podem persistir em líquidos e em superfícies sólidas por vários dias sob
condições de laboratório e filovírus por várias semanas. Leptospira transmitida por
morcegos pode ser uma fonte de contaminação para outros hospedeiros, pois esse
gênero bacteriano é conhecido por persistir em ambientes úmidos.
A transmissão também pode ocorrer por guano de morcego (ou seja, acúmulo de
excremento de morcego no ambiente). De fato, o guano dos morcegos que habitam as
cavernas é comumente usado na agricultura como fertilizante em todo o mundo.
Relatos de infecção humana por guano de morcego geralmente são restritos à
histoplasmose, também conhecida como "doença das cavernas", uma infecção
pulmonar causada por um fungo (Histoplasma capsulatum).
A detecção do RNA do coronavírus no guano de morcego já foi demonstrada, embora
não houvesse evidência de manutenção prolongada de partículas virais infecciosas pelo
isolamento do vírus. É necessária uma amostragem longitudinal de material ambiental
(água, guano e solo) exposto a secreções de morcegos para a detecção, quantificação e
isolamento de agentes infecciosos para melhor avaliar o risco associado a essa rota de
transmissão.
A transmissão de agentes infecciosos é altamente dinâmica em morcegos e está
associada a alterações significativas na estrutura da população de morcegos (por
exemplo, pulso de nascimento em colônias de maternidade).Demonstrou-se que
16
períodos de alta prevalência de morcegos infectados com os vírus Hendra e Marburg
coincidem com o tempo de transbordamento de agentes infecciosos para outros
hospedeiros. Embora vários estudos tenham focado nesses aspectos, ainda falta uma
avaliação precisa da diversidade de rotas de transmissão envolvidas na epidemiologia
da doença em morcegos, principalmente quando se considera a extrema diversidade de
espécies de morcegos e características ecológicas e biológicas associadas. Essas
informações não são apenas relevantes de uma perspectiva fundamental, mas podem
fornecer informações importantes para o desenvolvimento de medidas de
biossegurança, limitando, portanto, o risco de emergência.
Embora a comunicação e a educação sobre o risco associado aos patógenos
transmitidos por morcegos tenham aumentado na última década, os benefícios dos
morcegos nas funções do ecossistema (por exemplo, polinização, fertilização do solo e
controle de pragas das culturas) tendem a ser desconsiderados. Obter conhecimento
sobre epidemiologia de doenças e ecologia de morcegos é fundamental para avaliar
completamente os desafios associados à saúde humana e à conservação de morcegos.
Nesse contexto, a implementação das abordagens One Health parece essencial e
benéfica para um desenvolvimento sustentável, principalmente para populações que
vivem em locais críticos de emergência de doenças transmitidas por morcegos.
çComo resultado da crise causada pela pandemia do COVID-19, a
população em condições de extrema pobreza na América Latina e
no Caribe poderá atingir 83,4 milhões de pessoas em 2020, o que
implicaria um aumento significativo dos níveis de fome, devido à
dificuldade que essas pessoas enfrentarão no acesso a alimentos,
disseram hoje (16/06/2020) a Comissão Econômica para a América
Latina e o Caribe (CEPAL) e a Organização das Nações Unidas para a
Alimentação e Nutrição. Agricultura (FAO) em Santiago do Chile.
17
Presentes na Terra há pelo menos 50 milhões de anos, os morcegos estão em todos os
continentes, exceto nas regiões polares, e apresentam alta diversidade de cores,
tamanhos, hábitos alimentares e no tipo de abrigos que utilizam. A menor espécie de
morcego, restrita à Tailândia, pesa pouco mais de 3 gramas e é um dos menores
mamíferos do mundo, enquanto a maior espécie, encontrada na Indonésia, pode
ultrapassar um quilo e meio, alcançando 1,7 m de envergadura. Esta grande diversidade
aumenta a importância ecológica dos morcegos, pois eles interagem com milhares de
outras espécies animais e vegetais. Morcegos são importantes polinizadores de flores,
dispersores de sementes e predadores de insetos assim como de outros animais,
vertebrados ou invertebrados.
Várias espécies com as quais os morcegos interagem têm importância econômica e, de
graça, eles prestam serviços ambientais que, se cobrados, custariam uma fortuna para
nós humanos. Numa única noite, algumas espécies de morcegos podem dispersar mais
de 60 mil sementes, enquanto outras conseguem comer mais que seis vezes o seu
próprio peso em insetos, tendo um importante papel no controle de algumas pragas
agrícolas e de insetos de importância na saúde pública. São as sementes dispersadas
por morcegos que ajudam no processo de recuperação de áreas desmatadas ou na
regeneração da vegetação de morros e encostas.
Hoje são conhecidas cerca de 1330 espécies de morcegos em todo o mundo, segundo
Bat Conservation International – BCI são o segundo maior grupo de mamíferos da Terra,
o que equivale dizer que eles respondem por cerca de uma em cada quatro espécies de
mamíferos.
Em uma justa homenagem a um grupo animal dos mais diversos, menos conhecidos
e mais mal compreendidos do planeta, o Programa das Nações Unidas para o Meio
Ambiente (PNUMA/UNEP) elegeu 2011-2012 como o Ano Internacional dos
Morcegos.
18
Certamente as espécies brasileiras também exercem serviços ambientais em nossos biomas, mas
ainda negligenciamos e desconhecemos esse tema no Brasil. Estimar a importância econômica
de morcegos nos sistemas agrícolas brasileiros é um desafio. O Brasil é um dos seis maiores
mercados de agrotóxicos do mundo e existem dados que apontam o potencial dos morcegos
como prestadores de serviço de predação e, portanto, controle de pragas em ecossistemas
agrícolas do Cerrado brasileiro. Porém, mais pesquisas qualitativas e quantitativas
abordando esse aspecto são necessárias, mas ainda negligenciamos e desconhecemos
esse tema no Brasil.
O Código Florestal Brasileiro (Lei nº 4771, de 15 de setembro de 1965) passou por
significativas mudanças no Congresso Nacional no ano de 2011. As propostas
legislativas de redução e descaracterização das Áreas de Preservação Permanentes e
Reservas Legais trarão impactos na ecologia, riqueza, diversidade e serviços prestados
pela fauna no Brasil.
Outro efeito prejudicial do Decreto aos morcegos é a homogeneização de paisagem,
com a conversão de remanescentes vegetais em plantações agrícolas. Em várias regiões
do país, como no Cerrado e na Mata Atlântica, os remanescentes vegetais em meio às
matrizes agrícolas representam importantes pontos de abrigo e forrageio para
morcegos e estas áreas frequentemente agem como facilitadores da conectividade
Das 182 espécies de morcegos brasileiras, 112 são
insetívoras, 40 são frugívoras, 14 nectarívoras, três
hematófagas, duas piscívoras, duas carnívoras e
uma onívora. O Brasil ocupa o segundo lugar em
riqueza de espécies no mundo, ficando atrás
apenas da Colômbia. A riqueza de espécies e de
interações alimentares faz com que os morcegos
participem tanto de processos ecológicos de
controle descendente (top-down) quanto
ascendente (bottom-up), interagindo com um
amplo número de outras espécies e prestando
serviços ambientais para o homem, na predação
de pragas, dispersão de sementes e polinização.
Por exemplo, uma única colônia de 150 morcegos
(Eptesicus fuscus) pode comer quase 1,3 milhões
de insetos a cada ano, possivelmente contribuindo
para a interrupção dos ciclos de população de
pragas agrícolas. Em artigo publicado
recentemente na revista Science, Boyles et al.
(2011) estimaram o valor dos serviços de supressão
de pragas fornecido pelos morcegos em cerca de
US$ 12 a US$ 173/acre em cultura de
algodão,indicando que valor dos morcegos para o
setor agrícola é de aproximadamente US$ 22,9
bilhões/ano.
19
(stepping stones) entre áreas florestadas, como visto para Lonchophyla dekeyseri em
áreas desmatadas de Cerrado. A perda e conversão em áreas agrícolas destes
remanescentes vegetais poderá intensificar o isolamento entre populações,
comprometendo o fluxo gênico não apenas entre os morcegos, mas também das
espécies vegetais para as quais eles são importantes polinizadores e dispersores de
sementes.
As propostas legislativas de redução e
descaracterização das Áreas de Preservação
Permanentes e Reservas Legais trarão impactos na
ecologia, riqueza, diversidade e serviços prestados
pela fauna no Brasil. Por conta da dieta baseada
principalmente em frutas e por seus voos
noturnos, os morcegos são importantes
polinizadores e dispersores de sementes.
Cumprem esse papel de forma mais eficiente que
as aves. “Isso é essencial para garantir a saúde e a
diversidade da flora e da fauna”. “São as sementes
dispersadas por eles que ajudam no processo de
recuperação de áreas desmatadas ou na
regeneração da vegetação de morros e encostas”,
esclarece Ludmilla Aguiar, do Departamento de
Zoologia da Universidade de Brasília - UnB.
20
Como animais silvestres e autóctones, morcegos deveriam gozar de proteção de acordo
com a legislação vigente no Brasil, por exemplo, Lei nº 5197, de 3 de janeiro de 1967
(Lei de Proteção à Fauna) ou pela Constituição Federal, artigo 225, parágrafo 1º, inciso
VII. Entretanto, há uma forte pressão para que estes animais sejam tratados como
pragas urbanas e rurais, alvo de empresas “exterminadoras de pragas”.
Não podemos esquecer a importância das
cavernas e cavidades naturais que desempenham
um papel fundamental para a proteção de
populações de morcegos, e a legislação brasileira
referente à proteção de cavernas baseava-se no
Decreto n° 99556, de 1º de Outubro de 1990, que
determinava em seu:
Artigo 1°: As cavidades naturais
subterrâneas existentes no território
nacional constituem patrimônio
cultural brasileiro, e, como tal, serão
preservadas e conservadas de modo
a permitir estudos e pesquisas de
ordem técnico-científica, bem como
atividades de cunho espeleológico,
étnico-cultural, turístico, recreativo e
educativo.
Garantindo sua pesquisa dentro de condições que
assegurassem sua integridade física e a
manutenção do respectivo equilíbrio ecológico.
Entretanto, o Decreto nº 6640, de 7 de Novembro
de 2008, alterou a redação do primeiro,
classificando as cavidades naturais brasileiras
quanto ao seu grau de relevância em “máximo,
alto, médio ou baixo”.
Esta classificação deveria ser determinada pela
análise de atributos ecológicos, biológicos,
geológicos, hidrológicos, paleontológicos, cênicos,
histórico-culturais e socioeconômicos, avaliados
sob enfoques regionais e locais, mas despertou
ceticismo quanto à sua efetividade . Em março de
2009, uma Ação Direta de Inconstitucionalidade
(ADI 4218) foi proposta pela Procuradoria Geral da
União, questionando o Decreto, mas em outubro
de 2011, o Supremo Tribunal de Justiça considerou
a ADI improcedente, reduzindo a proteção das
cavernas brasileiras, apenas as de “máxima
relevância” passam a contar com a prerrogativa
de proteção integral.
21
A INSTRUÇÃO NORMATIVA IBAMA nº 141 , de 19 de dezembro de 2006 (Regulamenta
o controle e o manejo ambiental da fauna sinantrópica nociva) indica que populações
de espécies podem ser declaradas nocivas pelos órgãos federais ou estaduais do meio
ambiente ou, ainda, pelos órgãos da Saúde e Agricultura, quando assim acordado com
o órgão do meio ambiente.
Apesar da enorme importância ecológica e econômica, morcegos infelizmente gozam
de uma péssima imagem junto à população em geral. Injustamente, eles são acusados
de serem pragas, de provocarem a morte de quem os toca, ou mesmo de trazerem azar.
Por preconceito e desinformação, morcegos são perseguidos e mortos
indiscriminadamente. As consequências são ruins para os animais e para o ambiente e
há espécies de morcegos ameaçadas de extinção no Brasil e no mundo.
Salvo iniciativas locais e pontuais, não existem em nível nacional programas específicos
de Educação Ambiental focados em morcegos. Iniciativas como a divulgação de
informações qualificadas sobre estes animais pela internet, tais como: Casa dos
Morcegos em https://casadosmorcegos.wordpress.com/, Sociedade Brasileira para o
Declara ainda que, observadas a legislação e as
demais regulamentações vigentes, morcegos são
espécies passíveis de controle por órgãos de
governo da Saúde, da Agricultura e do Meio
Ambiente, sem a necessidade de autorização por
parte do IBAMA somente em áreas urbanas e
peri-urbanas, e para Desmodus rotundus em
regiões endêmicas para a raiva e em regiões
consideradas de risco de ocorrência para a raiva,
a serem caracterizadas e determinadas por
órgãos de governo da Agricultura e da Saúde, de
acordo com os respectivos planos e programas
oficiais.
O efeito acumulativo em longo prazo das más práticas destas empresas sobre os
morcegos é desconhecido, e pode expor populações ao risco real de extinções locais.
Também são desconhecidas as conexões indiretas que a mortandade de espécies
insetívoras urbanas pode ter sobre, por exemplo, o aumento do número de insetos
prejudiciais à saúde humana. O papel dos morcegos hematófagos na transmissão de
Lyssavirus causadores da raiva é bem conhecido, entretanto, mais recentemente,
morcegos passaram a receber maior atenção pela constatação que eles estão
envolvidos na transmissão dos agentes de outras doenças emergentes, como os vírus
Nipah, Hendra, Ebola, Marburg, ou de coronavirus do tipo SARS (FAO 2011).
A mobilidade dos morcegos, associada à plasticidade no uso de abrigos, e à
diversidade de hábitos e itens alimentares indicam que eles podem transportar
material viral para várias outras espécies em várias localidades por unidade de tempo.
Excluindo-se a raiva, ainda há uma grande lacuna no conhecimento do papel dos
morcegos na transmissão de doenças emergentes no Brasil.
22
Estudo de Quirópteros –SBEQ em https://www.sbeq.net/, Morcegos do Brasil em
https://morcegosdobrasil.blogspot.com/, Morcegos do Pantanal em
https://morcegosdopantanal.webnode.com.br/), são bastante louváveis, necessárias e
devem ser replicadas.
Entretanto, para a mudança da percepção da população brasileira sobre a importância
dos morcegos e a necessidade de protegê-los precisaremos de muito mais esforços,
coordenados, estruturados e focados especificamente para morcegos. Por meio de
iniciativas de conservação, pesquisa e educação, a população do Brasil e do mundo
poderá conhecer um pouco mais sobre estes fascinantes, importantes e mal
compreendidos animais.
A Síndrome do Nariz
Branco (WNS) é uma doença
fúngica que matou milhões
de morcegos na América do
Norte desde que foi
descoberta pela primeira vez
em uma única caverna em
Nova York em 2007. O fungo
cresce nos tecidos da pele de
morcegos que estão
hibernando, repetidamente
despertando-os da
hibernação e fazendo com
que eles consumam suas
reservas de gordura de
inverno e morram de fome
antes da primavera.
ç
A crise global de saúde
provavelmente começou com
um morcego da espécie
Rhinolophus ferrumequinum
infectado pelo coronavírus na
China. Foto Paulo Talhadas dos
Santos https://www.casadasciencias.org/image
m/6017
Espécie com Estatuto de Conservação
VU (Vulnerável), segundo o Livro
Vermelho dos Vertebrados de Portugal
(Cabral et al., 2005). Animalia; Chordata;
Mammalia; Chiroptera; Rhinolophoidae.
Foz do Coa - Portugal (2008).
23
Os são uma grande família de vírus que podem causar doenças
em animais ou humanos. Em humanos, vários coronavírus são conhecidos por causar
infecções respiratórias que vão desde o resfriado comum até doenças mais graves,
como síndrome respiratória do Oriente Médio (SMS) e Síndrome Respiratória Aguda
Grave (SARS). O coronavírus descoberto mais recentemente causa doença coronavírus
COVID-19. Conhecidos desde os anos 1960, são comuns em muitas espécies de animais,
incluindo camelos, dromedários, lhamas, gado, gatos e morcegos.. Ou seja, são
zoonóticos.
Há sete coronavírus humanos (HCoVs) conhecidos:
Alpha Coronavírus 229E
Alpha Coronavírus NL63.
Beta Coronavírus OC43
Beta Coronavírus HKU1
: Causa Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG ou SARS).
Identificado na China do Final de 2002, foi transmitido aos humanos partir do
“gato civeta (Paradoxurus hermaphroditus)”. Existe uma demanda crescente
por café civeta (também conhecido como 'Kopi Luwak' na Indonésia), um café
de luxo produzido a partir dos frutos do cafés que foram consumidas e
parcialmente digeridas pelos civetas.
: Middle East Respiratory Syndrome (Síndrome Respiratória do
Oriente Médio), identificado em abril de 2012 na Arábia Saudita e espalhando
para outros países do Oriente Médio e alguns países da Europa e África.
Imagem de Gerd Altmann
24
: Causa a doença COVID-19. As evidências atuais sugerem
que o SARS-CoV-2 emergiu de uma fonte animal. Os dados da sequência
genética revelam que o SARS-CoV-2 é um parente próximo de outros CoV
encontrados circulando em populações de morcegos Rhinolophus (morcego
em ferradura). No entanto, até o momento, não há evidências científicas
suficientes para identificar a fonte do ou para explicar a rota
original de transmissão ao ser humano (que pode ter envolvido um
hospedeiro intermediário). O surto inicial em Wuhan foi associado a um
mercado de animais, principalmente vivos, para consumo humano, sugerindo
que o vírus tenha sido inicialmente transmitido de animais para os humanos e
se espalhou rapidamente com uma velocidade de propagação fantástica,
afetando outras partes da China, caracterizando uma “epidemia” (definida
quando um surto acontece em diversas regiões). Em um mundo globalizado
os casos foram logo detectados em todos os continentes (exceto Antártica) e
de forma significativa em países da Europa e da América. A Organização
Mundial de Saúde (OMS) elevou, em 11 de março de 2020, o estado da
contaminação da doença ao estágio de “pandemia” (acontece quando uma
epidemia se espalha por diversas regiões do planeta simultaneamente e não
pela sua gravidade).
25
O SARS foi inicialmente detectado na província de Guangdong, China, em novembro de
2002 e, subsequentemente, disseminou-se para mais de 30 países. Esse surto diminuiu e
não foram identificados novos casos desde 2004. Presumiu-se que a fonte imediata
fossem os gatos-almiscarados (civetas) vendidos como alimento em um mercado de
animais vivos e que provavelmente teriam sido infectados pelo contato com morcegos
antes de serem capturados para venda. Os morcegos são hospedeiros frequentes do
coronavírus.
A doença se espalhou para mais de duas dúzias de países na América do Norte, América
do Sul, Europa e Ásia antes da contenção do surto global de SARS em 2003.
Atualmente, não há transmissão SARS conhecida em nenhum lugar do mundo. Os casos
humanos mais recentes de infecção por SARS-CoV foram relatados na China em abril de
2004 em um surto resultante de infecções adquiridas em laboratório.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), um total de 8.098 pessoas em
todo o mundo adoeceram com SARS durante o surto de 2003. Destes, 774 morreram.
Nos Estados Unidos, apenas oito pessoas tiveram evidências laboratoriais de infecção
por SARS-CoV. Todas essas pessoas haviam viajado para outras partes do mundo onde
a SARS estava se espalhando. A SARS não se espalhou mais amplamente na
comunidade nos Estados Unidos. Veja uma atualização sobre casos de SARS nos
Estados Unidos e no mundo em dezembro de 2003.
Em geral, o SARS começa com febre alta (temperatura superior a 38,4 °C). Outros
sintomas podem incluir dor de cabeça, uma sensação geral de desconforto e dores no
corpo. Algumas pessoas também apresentam sintomas respiratórios leves desde o
início. Cerca de 10% a 20% dos pacientes têm diarréia. Após 2 a 7 dias, os pacientes
com SARS podem desenvolver tosse seca. A maioria dos pacientes desenvolve
pneumonia.
A principal maneira pela qual a SARS parece se espalhar é pelo contato pessoal
próximo. Pensa-se que o vírus que causa a SARS seja transmitido mais rapidamente por
gotículas respiratórias (propagação de gotículas) produzidas quando uma pessoa
infectada tosse ou espirra. A disseminação de gotículas pode ocorrer quando as
gotículas da tosse ou espirro de uma pessoa infectada são lançadas a uma curta
distância (geralmente até 1 m) pelo ar e depositadas nas mucosas da boca, nariz ou
olhos de pessoas próximas. O vírus também pode se espalhar quando uma pessoa toca
uma superfície ou objeto contaminado com gotículas infecciosas e, em seguida, toca
sua boca, nariz ou olho (s). Além disso, é possível que o vírus da SARS se espalhe mais
26
amplamente pelo ar (propagação aérea) ou por outras formas que não são conhecidas
atualmente.
No contexto da SARS, contato próximo significa cuidar ou viver com alguém com SARS
ou ter contato direto com secreções respiratórias ou fluidos corporais de um paciente
com SARS. Exemplos de contato próximo incluem beijar ou abraçar, compartilhar
utensílios para comer ou beber, conversar com alguém a um metro e tocar diretamente
alguém. O contato próximo não inclui atividades como caminhar por uma pessoa ou
sentar-se brevemente em uma sala de espera ou escritório.
Ligue para o seu médico o mais rápido possível. Ligue com antecedência e
alerte o médico antes de sua visita, para que sejam tomadas precauções para
não expor outras pessoas;
Cubra a boca e o nariz com um lenço de papel ao tossir ou espirrar;
Cuidado para não expor os outros. Se você foi exposto à SARS e ficou doente
com algum sintoma, limite suas atividades fora de casa. Evite o transporte
público (por exemplo, ônibus, táxi). Não vá para o trabalho, escola, creche fora
de casa, igreja ou atividades em outras áreas públicas até que lhe digam que
não possui SARS;
Siga quaisquer outras instruções fornecidas pelas autoridades de saúde locais.
,
Siga as instruções fornecidas pelo seu médico.
Limite suas atividades fora de casa, exceto quando necessário para
atendimento médico. Por exemplo, não vá para o trabalho, escola ou áreas
públicas. Se você precisar sair de casa, use uma máscara, se tolerado. Não use
transporte público;
Lave as mãos frequentemente e bem, principalmente depois de assoar o nariz;
Cubra a boca e o nariz com um lenço de papel quando espirrar ou tossir;
Se possível, use uma máscara cirúrgica quando estiver perto de outras pessoas
em sua casa. Se você não pode usar uma máscara, os membros da sua família
devem usar uma quando estiverem perto de você;
Não compartilhe talheres, toalhas ou roupas de cama com ninguém em sua
casa até que esses itens tenham sido lavados com sabão e água quente;
Certifique-se de que as superfícies (balcões, mesas, maçanetas, louças
sanitárias, etc.) que foram contaminadas pelos fluidos corporais (suor, saliva,
muco ou mesmo vômito ou urina) sejam limpas com um desinfetante
doméstico usado de acordo com as instruções do fabricante;
27
Certifique-se de que a pessoa que limpa as superfícies use luvas descartáveis
durante todas as atividades de limpeza. Luvas descartáveis devem ser jogadas
fora após o uso e não devem ser reutilizadas;
Siga estas instruções por 10 dias após a febre e os sintomas respiratórios
desaparecerem ou até que a unidade de saúde diga que você pode voltar às
atividades normais.
Certifique-se de entender e poder ajudar o paciente com SARS a seguir as
instruções do médico para medicamentos e cuidados;
Certifique-se de que todos os membros da sua família estejam lavando as
mãos freqüentemente com sabão e água quente ou usando um sabonete à
base de álcool;
Use luvas descartáveis se você tiver contato direto com fluidos corporais de um
paciente com SARS. No entanto, usar luvas não substitui uma boa higiene das
mãos. Após o contato com fluidos corporais de um paciente com SARS,
remova as luvas, jogue-as fora e lave as mãos. Não lave ou reutilize as luvas;
Incentive a pessoa com SARS a cobrir a boca e o nariz com um lenço de papel
ao tossir ou espirrar. Se possível, a pessoa com SARS deve usar uma máscara
cirúrgica durante contato próximo com outras pessoas em casa. Se a pessoa
com SARS não puder usar uma máscara cirúrgica, outros membros da família
deverão usar uma quando estiverem na sala com essa pessoa;
Não use talheres, toalhas, roupas de cama, roupas ou outros itens que tenham
sido usados pela pessoa com SARS até que esses itens tenham sido lavados
com sabão e água quente;
Limpe as superfícies no quarto do paciente e nos utensílios de banheiro
usados diariamente pelo paciente, com um desinfetante doméstico usado de
acordo com as instruções do fabricante. Ao limpar, use luvas descartáveis e
descarte-as após o uso. Ou use luvas de uso doméstico;
Limite o número de pessoas na casa àquelas que são essenciais para o suporte
ao paciente. Outros membros da família devem ser realocados ou minimizar o
contato com o paciente em casa. Isso é particularmente importante para
pessoas em risco de complicações graves da SARS (por exemplo, pessoas com
doença cardíaca ou pulmonar subjacente, diabetes mellitus, idade avançada).
Pessoas não expostas que não têm uma necessidade essencial de estar em casa
não devem visitá-lo;
Siga estas instruções por 10 dias após a febre e os sintomas respiratórios do
doente desaparecerem ou até que o departamento de saúde diga que o
paciente com SARS pode retornar às atividades normais;
Durante 10 dias após a sua última exposição à pessoa com SARS, esteja atento
a febre (ou seja, meça sua temperatura duas vezes por dia), sintomas
respiratórios e outros sintomas iniciais da SARS. Os sintomas iniciais comuns
incluem calafrios, dores no corpo e dor de cabeça. Em alguns pacientes, dores
no corpo e dores de cabeça podem aparecer 12 a 24 horas antes da febre.
28
Diarréia, dor de garganta e coriza também podem ser sintomas iniciais da
SARS;
Se você não tiver nenhum desses sintomas, não precisará limitar suas
atividades fora de casa. Você pode ir para o trabalho, escola, creche fora de
casa, igreja ou atividades em outras áreas públicas;
Siga quaisquer outras instruções fornecidas pelas autoridades de saúde locais;
Se você começar a sentir-se doente, especialmente se desenvolver febre,
sintomas respiratórios ou outros sintomas precoces da SARS, entre em contato
com seu médico imediatamente e informe-o de que teve contato próximo com
um paciente com SARS.
Isolamento;
Se necessário, oxigênio;
Às vezes, é necessário um ventilador para ajudar na respiração.
Se os médicos desconfiarem de que uma pessoa tem SARS, a pessoa é isolada em um
quarto com um sistema de ventilação que limita a transmissão de micróbios no ar. No
primeiro e único surto de SARS, esse isolamento impediu a transmissão do vírus e
acabou por eliminá-lo.
Pessoas com sintomas leves não precisam de tratamento específico. Aquelas com
dificuldade respiratória moderada podem precisar receber oxigênio. Algumas pessoas
com dificuldade respiratória grave podem precisar de ventilação mecânica para
poderem respirar.
.
29
A Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS) é uma doença causada por
um vírus (mais especificamente, um coronavírus) chamado Coronavírus da
Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV). A maioria dos pacientes
com MERS desenvolveu doença respiratória grave com sintomas de febre, tosse e
falta de ar. Cerca de 3 ou 4 em cada 10 pacientes relatados com MERS morreram.
Todos os casos estão ligados à Península Arábica
As autoridades de saúde notificaram a doença pela primeira vez na Arábia
Saudita em setembro de 2012. Por meio de investigações retrospectivas
(retrospectivas), eles posteriormente identificaram que os primeiros casos
conhecidos de MERS ocorreram na Jordânia em abril de 2012. Até agora, todos
os casos de MERS foram vinculados por meio de viajar para ou residir em países
da Península Arábica e nas proximidades. O maior surto conhecido de MERS fora
da Península Arábica ocorreu na República da Coréia em 2015. O surto foi
associado a um viajante que retornava da Península Arábica.
Pessoas com MERS podem espalhá-lo para outras pessoas
O MERS-CoV se espalhou de pessoas doentes para outras pessoas por meio de
contato próximo, como cuidar ou viver com uma pessoa infectada.
MERS pode afetar qualquer pessoa. Os pacientes com MERS variaram de idade
entre 1 e 99 anos.
O CDC continua a monitorar de perto a situação da MERS globalmente. Estamos
trabalhando com parceiros para entender melhor os riscos desse vírus, incluindo
a fonte, como ele se espalha e como prevenir infecções. O CDC reconhece o
potencial do MERS-CoV se espalhar ainda mais e causar mais casos em todo o
mundo e nos EUA. Fornecemos informações aos viajantes e estamos trabalhando
com departamentos de saúde, hospitais e outros parceiros para se preparar para
isso.
ç
A maioria das pessoas que confirmou a infecção por MERS-CoV teve doença
respiratória grave com sintomas de: Febre; Tosse; Falta de ar.
Algumas pessoas também tiveram diarréia e náusea / vômito. Para muitas pessoas com
MERS, complicações mais graves se seguiram, como pneumonia e insuficiência renal.
Cerca de 3 ou 4 em cada 10 pessoas relatadas com MERS morreram. A maioria das
pessoas que morreram tinha uma condição médica preexistente que enfraqueceu seu
sistema imunológico ou uma condição médica subjacente que ainda não havia sido
descoberta. Às vezes, as condições médicas enfraquecem o sistema imunológico das
pessoas e as tornam mais propensas a ficar doentes ou a ter doenças graves.
30
As condições pré-existentes entre as pessoas que receberam MERS incluíram: Diabetes ;
Câncer; Doença pulmonar crônica; Doença cardíaca crônica; Doença renal crônica.
Algumas pessoas infectadas apresentaram sintomas leves (como sintomas de resfriado)
ou nenhum sintoma.
Os sintomas da MERS começam a aparecer cerca de 5 ou 6 dias após a exposição da
pessoa, mas podem variar de 2 a 14 dias.
O MERS-CoV, como outros coronavírus, provavelmente se espalha das secreções
respiratórias de uma pessoa infectada, como por meio da tosse. No entanto, não
entendemos completamente as formas exatas de propagação.
O MERS-CoV se espalhou de pessoas doentes para outras pessoas por meio de contato
próximo, como cuidar ou viver com uma pessoa infectada. As pessoas infectadas
espalharam o MERS-CoV para outros em ambientes de saúde, como hospitais.
Pesquisadores que estudam o MERS não viram nenhuma disseminação contínua do
MERS-CoV na comunidade.
Todos os casos relatados foram vinculados a países da Península Arábica e nas
proximidades. A maioria das pessoas infectadas viveu na Península Arábica ou viajou
recentemente da Península Arábica antes de adoecer. Algumas pessoas conseguiram o
MERS após ter contato próximo com uma pessoa infectada que havia viajado
recentemente da Península Arábica. O maior surto conhecido de MERS fora da
Península Arábica ocorreu na República da Coréia em 2015 e foi associado a um viajante
que retornava da Península Arábica.
As agências de saúde pública continuam a investigar grupos de casos em vários países
para entender melhor como o MERS-CoV se espalha de pessoa para pessoa.
ç
Atualmente, não existe vacina para proteger as pessoas contra a MERS. Mas os
cientistas estão trabalhando para desenvolver um.
Você pode ajudar a reduzir o risco de contrair doenças respiratórias:
1. Lave as mãos frequentemente com água e sabão por pelo menos 20 segundos e
ajude as crianças a fazer o mesmo. Se não houver água e sabão, use um
desinfetante para as mãos à base de álcool;
2. Cubra o nariz e a boca com um lenço de papel quando tossir ou espirrar e depois
jogue o lixo no lixo;
3. Evite tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas;
4. Evite o contato pessoal, como beijar, compartilhar xícaras ou utensílios de
cozinha, com pessoas doentes;
5. Limpe e desinfete as superfícies e os objetos tocados com frequência, como
maçanetas.
31
Não há tratamento antiviral específico recomendado para a infecção por MERS-CoV.
Indivíduos com MERS geralmente recebem assistência médica para ajudar a aliviar os
sintomas. Para casos graves, o tratamento atual inclui cuidados para apoiar as funções
vitais dos órgãos.
ç
Se você está confirmado para ter ou está sendo avaliado por uma infecção por MERS-
CoV, siga as etapas de prevenção abaixo até que um médico ou departamento de saúde
local ou estadual diga que você pode voltar às suas atividades normais.
Ficar em casa. Você deve restringir as atividades fora de sua casa, exceto para
obter assistência médica. Não vá para o trabalho, escola ou áreas públicas e não
use transporte público ou táxi.
Separe-se das outras pessoas em sua casa. Tanto quanto possível, você deve
ficar em uma sala diferente das outras pessoas em sua casa. Além disso, você
deve usar um banheiro separado, se disponível.
Ligue antes de visitar seu médico. Antes de sua consulta médica, ligue para o
médico e diga a ele que você tem ou está sendo avaliado quanto à infecção por
MERS-CoV. Isso ajudará o escritório do profissional de saúde a tomar medidas
para impedir que outras pessoas sejam infectadas.
Usar uma máscara. Você deve usar uma máscara facial quando estiver na
mesma sala com outras pessoas e quando visitar um médico. Se você não pode
usar uma máscara, as pessoas que moram com você devem usar uma enquanto
estão na mesma sala que você.
Cubra a boca e o nariz quando tossir ou espirrar. Cubra a boca e o nariz com
um lenço de papel quando tossir ou espirrar, ou você pode tossir ou espirrar na
manga. Jogue lenços usados em uma lata de lixo forrada e lave imediatamente as
mãos com água e sabão por pelo menos 20 segundos.
Lave as mãos. Lave as mãos frequentemente e com bastante água e sabão por
pelo menos 20 segundos. Você pode usar um desinfetante para as mãos à base
de álcool se não houver água e sabão e se as mãos não estiverem visivelmente
sujas. Evite tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
Evite compartilhar itens domésticos. Você não deve compartilhar pratos,
copos, xícaras, utensílios de cozinha, toalhas, roupas de cama ou outros itens
com outras pessoas em sua casa. Depois de usar esses itens, lave-os bem com
água e sabão.
Monitore seus sintomas. Procure assistência médica imediata se sua doença
estiver piorando (por exemplo, dificuldade em respirar). Antes de ir à sua
consulta médica, ligue para o médico e diga a ele que você tem ou está sendo
avaliado para infecção por MERS-CoV. Isso ajudará o escritório do profissional de
saúde a tomar medidas para impedir que outras pessoas sejam infectadas. Peça
ao seu médico para ligar para o departamento de saúde local ou estadual.
32
Algumas informações complementares em relação ao evento pandemico do virus:
1. No final de dezembro de 2019, as autoridades de saúde pública chinesas
relataram vários casos de síndrome respiratória aguda na cidade de Wuhan,
província de Hubei, China. Cientistas chineses logo identificaram um novo
coronavírus como o principal agente causador. Agora, a doença é chamada de
doença de coronavírus 2019 ( ), e o vírus causador é chamado de
Síndrome Coronariana Aguda 2 da Síndrome Respiratória Aguda (
). É uma nova cepa de coronavírus que não foi previamente identificada em
humanos;
2. O Comite Internacional de Taxionomia de Vírus – ICTV, nomeou oficialmente o
novo coronavírus responsável pelo surto em Wuhan, de “doença do coronavírus
2019 – COVID 19” e o agente etiológico como “coronavírus 2 da sindrome
respiratória aguda grave – SARS-CoV-2”; que passou a ser conhecido
mundialmente como “coronavírus de Wuhan”;
3. O surto inicial em Wuhan se espalhou rapidamente, afetando outras partes da
China. Os casos foram logo detectados em vários outros países. Desde então,
foram observados surtos e aglomerados da doença na Ásia, Europa, Austrália,
África e Américas;
4. É de conhecimento geral que os coronavírus infectam mamíferos e aves, como
cães, galinhas, bois, porcos, gatos, pangolins e morcegos. Os dados da sequência
genética (existem mais de mil) revelam que o SARS-CoV-2 é um parente próximo
de outros CoV encontrados circulando em populações de morcegos Rhinolophus
ferrumequinum (sendo o tipo A - 96% idêntico ao genoma do coronavírus de
morcegos). Nos pangolins (animal mamifero que se “enrola quando ameaçado"
da ordem Pholidota - coberto de escama - que vivem em zonas tropicais da
Asia e da Africa), a semelhança com o SARS-CoV-2 é menor (de 85 a 92%). Esses
dois animais tem sido associados ao inicio da pandemia. Outro aspecto e que
não se sabe ate agora como o vírus chegou ate o primeiro paciente humano. Os
virologistas estão conduzindo estudos para prever quais espécies são os
reservatórios mais prováveis.
5. A cientista chefe da European Food Safety Authorithy - EFSA, Marta Hugas,
disse: “Experiências de surtos anteriores de coronavírus relacionados, como
coronavírus da síndrome respiratória aguda grave ( ) e coronavírus
da síndrome respiratória do Oriente Médio ( ), mostram que a
transmissão pelo consumo de alimentos não ocorre. No momento, não há
evidências que sugiram que o coronavírus seja diferente a esse respeito.
”Cientistas e autoridades de todo o mundo estão monitorando a propagação do
vírus e não houve relatos de transmissão através de alimentos”;
6. O European Centre for Disease Prevention and Control – ECDC, afirmou que,
embora os animais na China sejam a provável fonte da infecção inicial, o vírus
33
está se espalhando de pessoa para pessoa - principalmente gotículas
respiratórias que as pessoas espirram, tossem ou expiram.
7. Medidas gerais de prevenção e controle de infecções para o
devido à probabilidade de transmissão de vírus por pessoas com poucos ou
nenhum sintoma, os estabelecimentos de saúde devem garantir que as medidas
de distanciamento físico sejam implementadas por funcionários, visitantes e
pacientes, principalmente em ambientes com ampla transmissão comunitária. O
uso de máscaras cirúrgicas pelos profissionais de saúde para proteção pessoal e
controle de fonte pode ser considerado como uma medida para reduzir a
transmissão nos ambientes de saúde. Estratégias ótimas não foram definidas,
mas qualquer estratégia precisa levar em consideração a disponibilidade de
máscaras cirúrgicas, a extensão da transmissão comunitária e outras medidas em
vigor. Alguns estabelecimentos de saúde exigem que todos os profissionais de
saúde usem uma máscara cirúrgica durante o trabalho. Em áreas com
transmissão comunitária, o uso de máscaras cirúrgicas ou respiradores FFP2, se
disponíveis, deve ser considerado - além das precauções padrão, como a prática
de higiene meticulosa das mãos por todos os profissionais de saúde que prestam
atendimento aos pacientes.
8. Fora do ambiente intracelular, os vírus são inertes, podendo ser destruídos -
removendo a capa de lipídio (gordura) que o envolve - pelo calor, compostos
tensoativos ou surfactantes e produtos para limpeza e desinfecção de superfícies
(saneantes), a exemplo de: álcool (produzido a base de etanol, na forma liquida
ou em gel na concentração de 70%), além de hipoclorito
de sódio, ácido peracético, quaternários de amônia e fenólicos. Para a
higienização bucal e nasal: cloreto de cetilpiridínio (CPC – quaternário de
amônio) a 0,05%; gluconato de clorexidina a 0,12% ou o peróxido de hidrogênio
10 vols. - água oxigenada.
9. Os vírus (do latim "veneno” ou "toxina") são agentes infecciosos
submicroscópicos (a maioria com 20-300 nm de diâmetro, apesar de existirem
vírus gigantes (0.6 a 1.5 m). Eles são desprovidos de metabolismo próprio que
se multiplicam somente no interior de células vivas hospedeiras, no caso
especifico, no corpo humano. São os únicos organismos acelulares da Terra atual.
Apresentam genoma constituído de uma ou varias moléculas de acido nucleico
(DNA ou RNA). Os ácidos nucleicos dos vírus geralmente apresentam-se
revestidos por um envoltório proteico formado por uma ou varias proteínas, que
pode ainda ser revestido por um complexo envelope formado por uma bicamada
lipídica. A capacidade de sofrer mutações genéticas e uma das características que
os vírus tem em comum com os seres vivos. No caso do SARSCoV-2, quase 200
mutações genéticas já ocorreram ate a primeira semana de abril, o que é uma
evidencia de como ele pode estar evoluindo a medida que se dissemina nas
pessoas (Instituto de Genética do University College de Londres). Um grupo de
pesquisadores do Laboratório Nacional Los Alamos estudou 14 mutações do
coronavírus - SARS-CoV-2, sendo que uma delas, batizada como D614G, se
34
tomou dominante em várias partes do mundo, inclusive na Itália onde se
mostrou mais contagiosa do que a original que circulou em Wuhan, na China.
10. Segundo informações mais recentes do Ministério da Saúde, da Sociedade
Espanhola de Medicina Preventiva, Saúde Pública e Higiene e a Agência
Espanhola de Medicamentos e Produtos de Saúde (AEMPS), um estudo confirma
que o coronavírus permanece nas superfícies de cobre, papelão, aço inoxidável e
plástico por 4, 24, 48 e 72 horas, respectivamente, a 21-23 ºC e a 40 % de
umidade relativa, enquanto em outra investigação, a 22 ºC e 60% de umidade, o
vírus não era mais detectado após três horas na superfície do papel (impressão
ou tecido), após um ou dois dias na madeira , roupas ou vidro e mais de quatro
dias em aço inoxidável, plástico, notas de dinheiro e máscaras cirúrgicas.
Os sintomas da COVID-19 podem variar de um simples resfriado até uma pneumonia
severa. Sendo os sintomas mais comuns: Tosse , Febre, Coriza, Dor de garganta,
Dificuldade para respirar.
A transmissão acontece de uma pessoa doente para outra ou por contato próximo por
meio de: Toque do aperto de mão; Gotículas de saliva; Espirro; Tosse; Catarro;
Objetos ou superfícies contaminadas, como celulares, mesas, maçanetas, brinquedos,
teclados de computador etc.
O diagnóstico da COVID-19 é realizado primeiramente pelo profissional de saúde que
deve avaliar a presença de critérios clínicos:
Pessoa com quadro respiratório agudo, caracterizado por sensação febril ou
febre, que pode ou não estar presente na hora da consulta (podendo ser
relatada ao profissional de saúde), acompanhada de tosse OU dor de
garganta OU coriza OU dificuldade respiratória, o que é chamado de
Síndrome Gripal;
Pessoa com desconforto respiratório/dificuldade para respirar OU pressão
persistente no tórax OU saturação de oxigênio menor do que 95% em ar
ambiente OU coloração azulada dos lábios ou rosto, o que é chamado de
Síndrome Respiratória Aguda Grave. Caso o paciente apresente os sintomas, o
profissional de saúde poderá solicitar exames laboratoriais:
De biologia molecular (RT-PCR em tempo real) que diagnostica
tanto a COVID-19, a Influenza ou a presença de Vírus Sincicial
Respiratório (VSR);
Imunológico (teste rápido) que detecta, ou não, a presença de
anticorpos em amostras coletadas somente após o sétimo dia de
início dos sintomas.
O diagnóstico da COVID-19 também pode ser realizado a partir de critérios como:
histórico de contato próximo ou domiciliar, nos últimos 7 dias antes do aparecimento
dos sintomas, com caso confirmado laboratorialmente para COVID-19 e para o qual não
35
foi possível realizar a investigação laboratorial específica, também observados pelo
profissional durante a consulta.
As recomendações de prevenção à COVID-19 são as seguintes:
Lave com frequência as mãos até a altura dos punhos, com água e sabão, ou
então higienize com álcool em gel 70%.
Ao tossir ou espirrar, cubra nariz e boca com lenço ou com o braço, e não com as
mãos.
Evite tocar olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
Ao tocar, lave sempre as mãos como já indicado.
Mantenha uma distância mínima de cerca de 2 metros de qualquer pessoa
tossindo ou espirrando.
Evite abraços, beijos e apertos de mãos. Adote um comportamento amigável sem
contato físico, mas sempre com um sorriso no rosto.
Higienize com frequência o celular e os brinquedos das crianças.
Não compartilhe objetos de uso pessoal, como talheres, toalhas, pratos e copos.
Mantenha os ambientes limpos e bem ventilados.
Evite circulação desnecessária nas ruas, estádios, teatros, shoppings, shows,
cinemas e igrejas. Se puder, fique em casa.
Se estiver doente, evite contato físico com outras pessoas, principalmente idosos
e doentes crônicos, e fique em casa até melhorar.
Durma bem e tenha uma alimentação saudável.
Utilize máscaras caseiras ou artesanais feitas de tecido em situações de saída de
sua residência. Essa recomendação é baseada nos seguintes pontos:
Estudos recentes mostram que muitos pacientes têm infecção assintomática e
podem transmitir o vírus;
A máscara pode criar uma barreira física e impedir a disseminação de
gotículas no ar;
Trata-se de uma medida de proteção populacional, como uma medida de
saúde pública voluntária para diminuir a disseminação do vírus.
E NÃO negligenciar as medidas básicas de prevenção, como a higiene das
mãos Lave com frequência as mãos até a altura dos punhos, com água e
sabão, ou então higienize com álcool em gel 70%.
Evitar o consumo de produtos animais crus ou mal cozidos e manusear carne
crua ou leite com cuidado, de acordo com as boas práticas usuais de segurança
alimentar.
Caso você se sinta doente, com sintomas de gripe, evite contato físico com outras
pessoas, principalmente idosos e doentes crônicos e fique em casa por 14 dias.
Só procure um hospital de referência se estiver com falta de ar.
Em caso de diagnóstico positivo para COVID-19, siga as seguintes recomendações:
36
Fique em isolamento domiciliar.
Utilize máscara o tempo todo.
Se for preciso cozinhar, use máscara de proteção, cobrindo boca e nariz todo o
tempo.
Depois de usar o banheiro, nunca deixe de lavar as mãos com água e sabão e
sempre limpe vaso, pia e demais superfícies com álcool ou água sanitária para
desinfecção do ambiente.
Separe toalhas de banho, garfos, facas, colheres, copos e outros objetos apenas
para seu uso.
O lixo produzido precisa ser separado e descartado.
Sofás e cadeiras também não podem ser compartilhados e precisam ser limpos
frequentemente com água sanitária ou álcool 70%.
Mantenha a janela aberta para circulação de ar do ambiente usado para
isolamento e a porta fechada, limpe a maçaneta frequentemente com álcool 70%
ou água sanitária.
Caso o paciente não more sozinho, os demais moradores da devem dormir em outro
cômodo, longe da pessoa infectada, seguindo também as seguintes recomendações:
Manter a distância mínima de 1 metro entre o paciente e os demais moradores.
Limpe os móveis da casa frequentemente com água sanitária ou álcool 70%.
Se uma pessoa da casa tiver diagnóstico positivo, todos os moradores ficam em
isolamento por 14 dias também.
Caso outro familiar da casa também inicie os sintomas leves, ele deve reiniciar o
isolamento de 14 dias. Se os sintomas forem graves, como dificuldade para
respirar, ele deve procurar orientação médica.
Até o momento não há tratamentos específicos considerados eficazes para a
COVID-19. Segundo recomendações da OMS, CDC, FDA e ANVISA, nenhum fármaco é
aprovado para o tratamento ou prevenção da infecção por COVID-19. Porém,
considerando o caráter emergencial da pandemia, o FDA e o Ministério da Saúde
liberaram o uso de hidroxicloroquina e cloroquina em situações específicas.
Alguns antivirais (por exemplo, remdesivir, umifenovir, lopinavir/ritonavir, darunavir),
antimaláricos (cloroquina e hidroxicloroquina), antiparasitários (ivermectina e
nitazoxanida) e inibidores de interleucina-6 (tocilizumab) parecem ter atividade in vitro
contra a SARS-CoV-2, porém não há comprovação de eficácia clínica até o momento.
Ética em saúde no COVID-19 : não há melhor
momento para a solidariedade.
37
Um pangolim-comum bebe água de uma poça em um centro de reabilitação no
Zimbábue. Os pangolins são conhecidos por serem portadores de uma variedade de
coronavírus e foi constatado que os pangolins-malaios (nativos do sudeste da Ásia)
são portadores de uma cepa do vírus que apresenta 92,4% de semelhança genética
com o novo coronavírus. Comercializado ilegalmente para consumo humano e
vendas das suas escamas que alegam ter propriedades medicinais.
Foto de Brent Stirton, Getty/National Geographic
https://www.nationalgeographicbrasil.com/animais/2020/04/animais-hospedeiros-
coronavirus-virus-pangolim-morcego-pandemia-covid-19
38
COVID 19 afetando todos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
https://www.ecojesuit.com/wp-content/uploads/2020/04/2020_03_31_Editorial_Photo1.png
39
Muitos dos casos humanos originais da doença pelo vírus Nipah foram
diagnosticados provisoriamente como encefalite japonesa (JE) antes do
isolamento e identificação do recém-descoberto vírus Nipah.
Talvez como resultado de programas de desmatamento, muitas das fazendas da
Malásia afetadas tivessem árvores frutíferas perto de onde os porcos estavam
alojados, o que atraiu os morcegos e, finalmente, aumentou a exposição dos
porcos às excreções de morcegos que continham o vírus.
Nos surtos de 1998-1999 da Malásia e Cingapura, mais de 1 milhão de porcos
foram destruídos para controlar a doença, causando conseqüências econômicas
e sociais devastadoras.
Casos humanos ocorreram no Bangladesh e na Índia em 2003, 2004, 2007 e 2008,
sem surtos aparentes de animais domésticos.
A infecção pelo vírus Nipah em humanos causa uma variedade de apresentações
clínicas, desde infecção assintomática (subclínica) até infecção respiratória aguda
e encefalite fatal.
A taxa de mortalidade de casos é estimada em 40% a 75%. Essa taxa pode variar
de acordo com o surto, dependendo das capacidades locais de vigilância
epidemiológica e manejo clínico.
O vírus Nipah pode ser transmitido aos seres humanos a partir de animais (como
morcegos ou porcos) ou alimentos contaminados e também pode ser
transmitido diretamente de humano para humano.
Os morcegos da família Pteropodidae são o hospedeiro natural do vírus Nipah.
Não há tratamento ou vacina disponível para pessoas ou animais. O tratamento
primário para seres humanos é o tratamento de suporte.
A revisão anual de 2018 da lista de doenças prioritárias da OMS para P&D indica
que há uma necessidade urgente de pesquisa e desenvolvimento acelerados para
o vírus Nipah.
O vírus Nipah (NiV) que pertence à família
Paramyxoviridae (grupo de vírus envelopados
com genoma de RNA simples de sentido
negativo), é um vírus zoonótico (é transmitido
de animais para humanos) e também pode ser
transmitido através de alimentos contaminados
ou diretamente entre pessoas. Em pessoas
infectadas, causa uma série de doenças, desde
infecções assintomáticas (subclínicas) até
doenças respiratórias agudas e encefalites
fatais.
Vírus Nipah
40
O vírus Nipah é um dos exemplos mais impressionantes de um vírus emergente e ilustra
muitos dos caminhos que levam de um reservatório de vida selvagem a infecções
humanas. Antes de 1998, não havia relatos de uma doença da vida selvagem, animais
domésticos ou humanos que posteriormente seriam considerados infecção pelo vírus
Nipah. Apesar do surgimento do vírus relacionado, Hendra, alguns anos antes do vírus
Nipah, não havia nada para anunciar o surgimento repentino desse vírus, o que por si só
é surpreendente, dada a regularidade dos surtos desde que ele apareceu. No entanto, a
caracterização do vírus Hendra abriu caminho para a identificação do agente causador
da doença em porcos da Malásia e trabalhadores agrícolas e ajudou no reconhecimento
da fonte da infecção e do caminho do reservatório da vida selvagem para os seres
humanos.
O vírus também pode causar doenças graves em animais como porcos, resultando em
perdas econômicas significativas para os agricultores. Embora o vírus Nipah tenha
causado apenas alguns surtos conhecidos na Ásia, ele infecta uma grande variedade de
animais e causa doenças graves e morte nas pessoas, tornando-o um problema de
saúde pública.
O vírus Nipah foi reconhecido pela primeira vez em 1999 durante um surto entre
criadores de porcos na Malásia. Não foram relatados novos surtos na Malásia desde
1999.
Também foi reconhecido em Bangladesh em 2001, e surtos quase anuais ocorreram
naquele país desde então. A doença também foi identificada periodicamente no leste
da Índia.
Outras regiões podem estar em risco de infecção, pois evidências do vírus foram
encontradas no reservatório natural conhecido (espécies de morcegos Pteropus) e em
várias outras espécies de morcegos em vários países, incluindo Camboja, Gana,
Indonésia, Madagascar, Filipinas, e Tailândia.
Durante o primeiro surto reconhecido na Malásia, que também afetou Cingapura, a
maioria das infecções humanas resultou do contato direto com porcos doentes ou seus
tecidos contaminados. Pensa-se que a transmissão ocorreu através da exposição
desprotegida às secreções dos porcos ou do contato desprotegido com o tecido de um
animal doente.
Nos surtos subsequentes em Bangladesh e na Índia, o consumo de frutas ou produtos
de frutas (como suco de palma cru) contaminados com urina ou saliva de morcegos
infectados foi a fonte mais provável de infecção.
Atualmente, não existem estudos sobre persistência viral em fluidos corporais ou no
meio ambiente, incluindo frutas.
41
A transmissão humano-humano do vírus Nipah também foi relatada entre familiares e
prestadores de cuidados de pacientes infectados.
Durante os surtos posteriores em Bangladesh e na Índia, o vírus Nipah se espalhou
diretamente de humano para humano através do contato próximo com as secreções e
excreções das pessoas. Em Siliguri, Índia, em 2001, a transmissão do vírus também foi
relatada em um ambiente de assistência médica, onde 75% dos casos ocorreram entre
funcionários ou visitantes do hospital. De 2001 a 2008, cerca de metade dos casos
relatados em Bangladesh foram devidos à transmissão de homem para homem, através
da prestação de cuidados a pacientes infectados.
1. Os morcegos de frutas atuam como
reservatório natural dos vírus Nipah. Os morcegos-frutas com NiV se alimentam da
seiva de palmeiras. O vírus pode sobreviver em soluções ricas em açúcar, a saber,
polpa de frutas. 2. Vírus transmitido ao ser humano através do consumo de seiva de
tamareira. 3. Morcegos de Pteropus spp. que são reservatórios de NiV que visitarem
essas árvores frutíferas e tiveram a oportunidade de derramar naturalmente a gota
contendo vírus na fazenda para contaminar o solo e os frutos da fazenda. 4. Frutas
contaminadas são consumidas por porcos e outros animais. Os porcos agem como
hospedeiros intermediários e amplificadores. A combinação de ambientes próximos
de árvores frutíferas, tamareiras, morcegos, porcos e humanos formam a base do
surgimento e disseminação de novas infecções mortais por vírus zoonóticos, como o
Nipah. 5. A carne de porco infectada com NiV é exportada para outras partes. 6. O
consumo de carne de porco infectada pode atuar como fonte de infecção em
humanos. 7. O contato próximo com o ser humano afetado pelo NiV pode levar à
propagação do NiV a outras pessoas. https://europepmc.org/article/med/31006350
42
As infecções humanas variam de infecção assintomática a infecção respiratória aguda
(leve, grave) e encefalite fatal.
As pessoas infectadas inicialmente desenvolvem sintomas como febre, dores de cabeça,
mialgia (dores musculares), vômitos e dor de garganta. Isso pode ser seguido por
tonturas, sonolência, consciência alterada e sinais neurológicos que indicam encefalite
aguda. Algumas pessoas também podem ter pneumonia atípica e problemas
respiratórios graves, incluindo dificuldade respiratória aguda. Encefalite e convulsões
ocorrem em casos graves, progredindo para coma dentro de 24 a 48 horas.
Pensa-se que o período de incubação (intervalo entre a infecção e o início dos
sintomas) varie de 4 a 14 dias. No entanto, foi relatado um período de incubação de até
45 dias.
A maioria das pessoas que sobrevive à encefalite aguda se recupera completamente,
mas condições neurológicas a longo prazo foram relatadas em sobreviventes.
Aproximadamente 20% dos pacientes ficam com consequências neurológicas residuais,
como distúrbios convulsivos e alterações de personalidade. Um pequeno número de
pessoas que se recuperam posteriormente recidivam ou desenvolvem encefalite de
início tardio.
A taxa de mortalidade de casos é estimada em 40% a 75%. Essa taxa pode variar de
acordo com o surto, dependendo das capacidades locais de vigilância epidemiológica e
manejo clínico.
ç
Os morcegos-frutas, também conhecidos
como "raposas voadoras", do gênero
Pteropus, são hospedeiros naturais dos
vírus Nipah e Hendra. O vírus está
presente na urina do morcego e,
potencialmente, nas fezes, na saliva e nos
fluidos do parto. Talvez como resultado
de programas de desmatamento, as
fazendas de porcos da Malásia onde a
doença se originou tinham árvores
frutíferas que atraíam os morcegos da
floresta tropical, expondo assim os porcos
domésticos à urina e às fezes dos
morcegos.
Pteropus poliocephalus (macho, fêmea e filhote)
43
Pensa-se que estas excreções e secreções iniciaram a infecção em porcos, que foi
seguida por uma rápida disseminação através de porcos criados intensivamente. Além
disso, a transmissão entre fazendas pode ser causada por fomitos - ou transportar o
vírus em roupas, equipamentos, botas, veículos, etc.
Os sinais e sintomas iniciais da infecção pelo vírus Nipah são inespecíficos e o
diagnóstico geralmente não é suspeito no momento da apresentação. Isso pode
dificultar o diagnóstico preciso e criar desafios na detecção de surtos, medidas eficazes
e oportunas de controle de infecções e atividades de resposta a surtos.
Além disso, a qualidade, quantidade, tipo, época da coleta de amostras clínicas e o
tempo necessário para transferir as amostras para o laboratório podem afetar a precisão
dos resultados do laboratório.
A infecção pelo vírus Nipah pode ser diagnosticada com história clínica durante a fase
aguda e convalescente da doença. Os principais testes utilizados são a reação em cadeia
da polimerase em tempo real (RT-PCR) de fluidos corporais e a detecção de anticorpos
por meio de ensaio imunoabsorvente ligado a enzima (ELISA).
Outros testes utilizados incluem o teste da reação em cadeia da polimerase (PCR) e o
isolamento do vírus por cultura de células.
Atualmente, não existem medicamentos ou vacinas específicos para a infecção pelo
vírus Nipah, embora a OMS tenha identificado o Nipah como uma doença prioritária no
Projeto de Pesquisa e Desenvolvimento da OMS. Recomenda-se cuidados intensivos de
suporte para tratar complicações respiratórias e neurológicas graves.
Os morcegos frutíferos da família Pteropodidae - particularmente as espécies
pertencentes ao gênero Pteropus - são os hospedeiros naturais do vírus Nipah. Não há
doença aparente nos morcegos.
Supõe-se que a distribuição geográfica dos Henipavírus se sobreponha à da categoria
Pteropus. Esta hipótese foi reforçada com a evidência de infecção por Henipavirus em
morcegos Pteropus da Austrália, Bangladesh, Camboja, China, Índia, Indonésia,
Madagascar, Malásia, Papua Nova Guiné, Tailândia e Timor-Leste.
Os morcegos africanos do gênero Eidolon, família Pteropodidae, foram considerados
positivos para anticorpos contra os vírus Nipah e Hendra, indicando que esses vírus
podem estar presentes na distribuição geográfica dos morcegos Pteropodidae na África.
ç
44
Houve surtos de infecção pelo vírus Nipah em porcos na Malásia e Cingapura e doenças
humanas na Malásia, Cingapura, Índia e Bangladesh. Também foram encontradas
evidências do vírus sem doença clínica em morcegos frutíferos no Camboja, Tailândia e
Madagascar.
Surtos do vírus Nipah em porcos e outros animais domésticos, como cavalos, cabras,
ovelhas, gatos e cães, foram relatados pela primeira vez durante o surto inicial da
Malásia em 1999.
A infecção natural de cães com NiV causa uma síndrome semelhante à cinomose com
alta taxa de mortalidade (morte).
O vírus é altamente contagioso em porcos. Os porcos são infecciosos durante o período
de incubação, que dura de 4 a 14 dias.
O vírus Nipah em porcos afeta os sistemas respiratório e nervoso. É conhecida como
síndrome respiratória e neurológica porcina, síndrome respiratória e encefalítica porcina
(PRES) e síndrome do porco latindo (BPS). É uma doença altamente contagiosa em
porcos; no entanto, os sinais clínicos variam dependendo da idade e da resposta do
animal ao vírus. Em geral, a mortalidade (morte devido à doença) é baixa, exceto nos
leitões. No entanto, a morbidade (doença da doença) é alta em todas as faixas etárias.
A maioria dos porcos desenvolve uma doença respiratória febril com tosse intensa e
dificuldade em respirar. Embora os sinais respiratórios predominem, a encefalite foi
descrita, principalmente em porcas e javalis, com sinais nervosos, incluindo espasmos,
tremores, fasciculação muscular, espasmos, fraqueza muscular, convulsões e morte.
Alguns animais, no entanto, permanecem assintomáticos.
Um porco infectado pode não apresentar sintomas, mas alguns desenvolvem doença
febril aguda, respiração difícil e sintomas neurológicos, como tremores, espasmos e
espasmos musculares. Geralmente, a mortalidade é baixa, exceto em leitões jovens.
Estes sintomas não são dramaticamente diferentes de outras doenças respiratórias e
neurológicas dos porcos. Deve-se suspeitar do vírus Nipah se os porcos também
apresentarem uma tosse incomum ou se houver casos humanos de encefalite.
O vírus Nipah é uma doença zoonótica. A transmissão para seres humanos na Malásia
e Cingapura quase sempre foi por contato direto com as excreções ou secreções de
porcos infectados. Relatos de surtos em Bangladesh sugerem a transmissão de
morcegos sem um hospedeiro intermediário, bebendo seiva de palma crua
contaminada com excremento de morcego ou escalando árvores cobertas com
excremento de morcego.
45
Em Bangladesh e na Índia, há relatos de uma possível transmissão da doença de homem
para homem, por isso são necessárias precauções para os trabalhadores de hospitais
que cuidam de pacientes infectados. Também devem ser tomadas precauções ao enviar
e manusear amostras de laboratório, bem como em matadouros.
Normalmente, a infecção humana se apresenta como uma síndrome encefalítica
marcada por febre, dor de cabeça, sonolência, desorientação, confusão mental, coma e
potencialmente morte. Durante o surto na Malásia, até 50% dos casos humanos
clinicamente aparentes morreram. Não existe tratamento específico para o vírus Nipah.
Cuidados de suporte é o tratamento geral para esta doença.
ç
As medidas de prevenção e controle concentram-se na erradicação imediata por meio
do abate em massa de porcos infectados e em contato e na vigilância de anticorpos de
fazendas de alto risco para evitar futuros surtos.
Após o abate, os locais de sepultamento são desinfetados com cal clorada. Também é
recomendado o uso de hipoclorito de sódio (alvejante) para desinfetar as áreas e
equipamentos contaminados. Outras medidas importantes de controle foram a
proibição de transporte de suínos nos países afetados, a proibição temporária da
produção de suínos nas regiões afetadas e a melhoria das práticas de biossegurança. A
educação e o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) por pessoas expostas a
suínos potencialmente infectados são altamente recomendados. Além disso, é sugerida
uma melhor higiene nas operações com porcos.
Uma das medidas mais importantes de biossegurança para as áreas afetadas é diminuir
a probabilidade de o reservatório de morcegos entrar em contato com as instalações de
produção de suínos.
Pesquisas sobre o desenvolvimento de vacinas estão em andamento na Austrália e na
França.
ç
Na ausência de uma vacina, a única maneira de reduzir ou prevenir a infecção nas
pessoas é conscientizando-se dos fatores de risco e educando as pessoas sobre as
medidas que podem ser tomadas para reduzir a exposição ao vírus Nipah.
As mensagens educacionais em saúde pública devem se concentrar em:
Reduzindo o risco de transmissão de morcego para humano.
Os esforços para impedir a transmissão devem primeiro se concentrar na
diminuição do acesso dos morcegos à seiva de palma de data e outros produtos
alimentares frescos. Manter os morcegos longe dos locais de coleta de seiva com
coberturas protetoras (como saias de seiva de bambu) pode ser útil. O suco de
palma recém-colhido deve ser fervido e as frutas devem ser cuidadosamente
lavadas e descascadas antes do consumo. Frutas com sinais de picadas de
morcegos devem ser descartadas.
46
Reduzir o risco de transmissão de animal para humano.
Luvas e outras roupas de proteção devem ser usadas ao manusear animais
doentes ou seus tecidos e durante os procedimentos de abate e abate. Tanto
quanto possível, as pessoas devem evitar o contato com porcos infectados. Em
áreas endêmicas, ao estabelecer novas criações de porcos, deve-se considerar a
presença de morcegos na região e, em geral, a alimentação e o galpão devem ser
protegidos contra morcegos, quando possível.
Reduzir o risco de transmissão de humano para humano.
Deve-se evitar contato físico desprotegido com pessoas infectadas pelo vírus
Nipah. A lavagem regular das mãos deve ser realizada após o cuidado ou a visita
de pessoas doentes.
ç
Os profissionais de saúde que cuidam de pacientes com suspeita ou infecção
confirmada ou manipulam amostras deles devem implementar sempre precauções
padrão de controle de infecção
Como a transmissão homem-a-homem foi relatada, em particular nos serviços de
saúde, devem ser usadas precauções de contato e gotículas, além das precauções
padrão. Precauções no ar podem ser necessárias em determinadas circunstâncias.
As amostras colhidas de pessoas e animais com suspeita de infecção pelo vírus Nipah
devem ser manuseadas por pessoal treinado que trabalha em laboratórios
adequadamente equipados.
47
e
A infecção pelo vírus Hendra é uma zoonose emergente grave, e a infecção
humana é adquirida através do contato com cavalos profundamente infectados.
Os reservatórios naturais do vírus Hendra são raposas voadoras do continente
australiano, e os cavalos são infectados após a exposição a secreções de raposas
voadoras.
O número crescente de surtos de equinos e exposições de risco humano
associadas exacerbam as preocupações da comunidade e aumentam a pressão
para abater populações de raposas voadoras.
O uso de uma vacina subunidade de vírus Hendra inativada em cavalos reduz o
potencial de replicação do vírus e, portanto, o risco de transmissão de infecção
para as pessoas.
Melhores procedimentos de controle de infecções e uma maior conscientização
sobre a possibilidade de A infecção pelo vírus Hendra precisa ser mantida para
lidar com cavalos doentes, particularmente aqueles cuja situação vacinal é
incerta.
HeV foi identificado pela primeira vez durante o primeiro surto registrado da doença no
subúrbio de Brisbane em Hendra, Austrália, em 1994. O surto envolveu 21 cavalos de
corrida estáveis e dois casos humanos. Até julho de 2016, foram relatados 53 incidentes
de doença envolvendo mais de 70 cavalos. Todos estavam confinados à costa nordeste
da Austrália. Um total de sete humanos contraíram o vírus Hendra como eventos de
"derramamento" de cavalos infectados, particularmente através de contato próximo
durante o cuidado ou necropsia de cavalos doentes ou mortos.
Embora a infecção pelo vírus Hendra seja rara, a letalidade é alta: 4/7 (57%).
O vírus Hendra (HeV) é um membro da
família Paramyxoviridae, gênero
Henipavirus. HeV foi isolado pela
primeira vez em 1994 de espécimes
obtidos durante um surto de doença
neurológica em cavalos e humanos em
Hendra, um subúrbio de Brisbane,
Austrália. Está relacionado com o vírus
Nipah, outra espécie do gênero
Henipavirus. O reservatório natural do
vírus Hendra foi identificado desde
então como a raposa voadora
(morcegos do gênero Pteropus).
48
A infecção pelo vírus Hendra (HeV) é uma rara zoonose emergente que causa doenças
graves e muitas vezes fatais em cavalos infectados e humanos. A transmissão do HeV
para humanos pode ocorrer após a exposição a fluidos e tecidos corporais ou excreções
de cavalos infectados com o vírus Hendra.
Cavalos podem ser infectados após exposição ao vírus na urina de raposas voadoras
infectadas.
Após uma incubação de 9-16 dias, a infecção pelo vírus Hendra (HeV) pode levar a
doenças respiratórias com sinais e sintomas graves semelhantes à gripe. Em alguns
casos, a doença pode evoluir para encefalite.
Os sintomas da infecção por HeV em humanos variam de doença leve semelhante à
gripe até doenças respiratórias ou neurológicas fatais. Não há tratamento específico
para casos humanos do vírus Hendra. Os cuidados intensivos de apoio são prestados e
o uso de anticorpos monoclonais está sendo investigado. Existe uma vacina animal
Hendra registrada e a vacinação é reconhecida como uma maneira eficaz de reduzir o
risco de os cavalos serem infectados, e reduzir a probabilidade de exposição humana.
Os morcegos frutíferos da Família Pteropodidae conhecidos como "Raposa voadora" da
Austrália (gênero Pteropus) são o reservatório natural do vírus Hendra. Evidências
sorológicas para infecção por HeV foram encontradas em todas as quatro espécies de
raposas voadoras australianas, mas a repercussão do vírus em cavalos está limitada a
regiões costeiras e florestais na Austrália (estados de Queensland e Nova Gales do Sul)
(ver Mapa de Distribuição de Henipavirus).
As pessoas de maior risco são aquelas que vivem dentro da distribuição das raposas
voadoras e com exposição ocupacional ou recreativa a cavalos que tiveram contato
potencial com raposas voadoras na Austrália.
SURTOS DE HENIPAVÍRUS E MAPA DE DISTRIBUIÇÃO DE PTEROPUS
Países com surto relatado de risco com
base em evidências sorológicas ou
detecção molecular em morcegos do
gênero Pteropus
Austrália, Bangladesh, Camboja, China,
Índia, Indonésia, Madagascar, PNG,
Taiwan, Tailândia.
Presença doméstica de morcegos do
gênero Pteropus
Butão, Brunei, China, Índia, Indonésia,
Laos, Madagascar, Mianmar, Nepal,
Filipinas, PNG, Cingapura, Taiwan,
Tailândia, Vietnã.
49
Testes laboratoriais que são usados para diagnosticar o vírus Hendra (HV) e o vírus
Nipah (NV) incluem a detecção de anticorpos por ELISA (IgG e IgM), reação em cadeia
de polimerase em tempo real (RT-PCR) e tentativas de isolamento de vírus. Na maioria
dos países, o manuseio do vírus Hendra precisa ser feito em laboratórios de máxima
biossegurança. O diagnóstico laboratorial de um paciente com histórico clínico de HV
ou NV pode ser feito durante a fase aguda e convalescente da doença usando uma
combinação de testes, incluindo detecção de anticorpos no soro ou fluido
cefalorraquidiano (CSF), detecção de RNA viral (RT-PCR) no soro, CSF ou cotonetes da
garganta, e isolamento do vírus do CSF ou cotonetes da garganta.
A droga ribavirin tem se mostrado eficaz contra os vírus in vitro, mas a utilidade clínica
desta droga é incerta.
Uma terapia pós-exposição com um anticorpo neutralizante Nipah/Hendra, eficaz em
modelos animais está em estágios de desenvolvimento pré-clínico humano na Austrália.
çA ocorrência da doença em humanos tem sido associada apenas à infecção de uma
espécie intermediária, como cavalos. O reconhecimento precoce da doença no
hospedeiro animal intermediário é provavelmente o meio mais crucial para limitar
futuros casos humano.
A infecção pelo vírus Hendra pode ser prevenida evitando cavalos que estejam doentes
ou possam estar infectados com HeV e usando equipamentos de proteção individual
adequados quando o contato for necessário, como nos procedimentos veterinários.
Uma vacina comercial foi recentemente licenciada na Austrália para cavalos e pode ser
benéfica para outras espécies animais e, eventualmente, para os seres humanos.
50
Se contraído, o Ebola é uma das doenças mais mortais que existem. É um vírus
altamente infeccioso que pode matar mais de 90% das pessoas que o contraem,
causando pânico nas populações infectadas.
A doença do vírus Ebola (DVE), anteriormente conhecida como febre
hemorrágica do Ebola, é uma doença rara, porém grave, geralmente fatal em
humanos.
O vírus é transmitido às pessoas de animais selvagens e se espalha na
população humana através da transmissão de humano para humano.
A taxa média de fatalidade de casos de DVE é de cerca de 50%. As taxas de
mortalidade de casos variaram de 25% a 90% em surtos passados.
O envolvimento da comunidade é essencial para controlar com êxito os surtos.
Um bom controle de surtos depende da aplicação de um pacote de
intervenções, como gerenciamento de casos, práticas de prevenção e controle
de infecções, vigilância e rastreamento de contatos, um bom serviço de
laboratório, enterros seguros e dignos e mobilização social.
As vacinas para proteção contra o Ebola estão em desenvolvimento e têm sido
usadas para ajudar a controlar a propagação de surtos de Ebola na Guiné e na
República Democrática do Congo (RDC).
Cuidado de suporte precoce com reidratação, tratamento sintomático melhora
a sobrevida. Não existe um tratamento licenciado para neutralizar o vírus, mas
estão em desenvolvimento uma variedade de terapias sanguíneas,
imunológicas e medicamentosas.
Mulheres grávidas e lactantes com Ebola devem receber cuidados de suporte
precoce. Da mesma forma, a prevenção de vacinas e o tratamento
experimental devem ser oferecidos nas mesmas condições que para a
população não grávida.
ç
A doença do vírus Ebola (EVD) também é conhecida como febre hemorrágica do Ebola
e é considerada uma doença zoonótica emergente. EVD é uma doença contagiosa grave
que afeta humanos e primatas não humanos(macacos, gorilas e chimpanzés). Pode ser
transmitida aos seres humanos através do contato direto com tecidos, sangue, outros
fluidos corporais e excreções de um humano ou animal infectado. O agente causador é
classificado no gênero Ebolavirus da família Filoviridae.
Existem cinco espécies no gênero Ebolavirus (EBV), quatro das quais podem causar
doenças nas pessoas:
Zaire ebolavirus (EBOV);
Ebolavírus do Sudão (SUDV);
Ebolavírus Bundibugyo (BDBV);
51
Ebolavírus Reston (RESTV) ), conhecido por causar doenças em primatas e
porcos não humanos, mas não em pessoas; e
Ebolavírus da Floresta Taï (TAFV, ebolavírus da floresta Taï, anteriormente
ebolavírus da Costa do Marfim).
Todos foram detectados apenas na África, além do RESTV. O RESTV foi isolado em
1989-90 em Reston, Virgínia (EUA) de macacos importados das Filipinas. Em 2008,
porcos de fazendas de porcos perto de Manilla (Filipinas) também apresentaram
resultados positivos para RESTV.O vírus Marburg relacionado, gênero Marburgvirus, é
morfologicamente indistinguível e induz sintomas semelhantes ao Ebolavírus.
A família de vírus Filoviridae inclui três gêneros: Cuevavirus, Marburgvirus e Ebolavirus.
Dentro do gênero Ebolavirus, seis espécies foram identificadas: Zaire, Bundibugyo,
Sudão, Floresta Taï, Reston e Bombali. O vírus que causa o atual surto na RDC e o surto
na África Ocidental de 2014-2016 pertence às espécies de ebolavírus do Zaire.
O vírus Ebola causa uma doença aguda e grave que geralmente é fatal se não for
tratada. A EVD apareceu pela primeira vez em 1976 em dois surtos simultâneos, um no
que é hoje Nzara, no Sudão do Sul, e o outro em Yambuku, na RDC. Este último ocorreu
em uma vila perto do rio Ebola, da qual a doença leva seu nome.
O surto de 2014–2016 na África Ocidental foi o maior surto de Ebola desde que o vírus
foi descoberto pela primeira vez em 1976. O surto começou na Guiné e depois passou
pelas fronteiras terrestres para Serra Leoa e Libéria. O atual surto de 2018-2019 no leste
da RDC é altamente complexo, com a insegurança afetando adversamente as atividades
de resposta à saúde pública.
Pensa-se que os morcegos da família Pteropodidae são hospedeiros naturais do vírus
Ebola. O ebola é introduzido na população humana através do contato próximo com o
sangue, secreções, órgãos ou outros fluidos corporais de animais infectados, como
morcegos, chimpanzés, gorilas, macacos, antílopes da floresta ou porcos-espinhos
encontrados doentes ou mortos ou na floresta tropical.
Com base nas
evidências atuais, os
cientistas acreditam
que o vírus Ebola,
visto aqui em uma
micrografia
eletrônica de
transmissão
colorida, se origina
em animais
(zoonóticos).
52
O Ebola então se espalha pela transmissão de humano para humano através do contato
direto (através da pele ferida ou membranas mucosas) com:
Sangue ou fluidos corporais de uma pessoa doente ou que tenha morrido de
Ebola;
Objetos que foram contaminados com fluidos corporais (como sangue, fezes,
vômitos) de uma pessoa doente com Ebola ou do corpo de uma pessoa que
morreu de Ebola.
Os profissionais de saúde foram freqüentemente infectados durante o
tratamento de pacientes com suspeita ou confirmação de EVD. Isso ocorre
através do contato próximo com os pacientes quando as precauções de
controle de infecção não são rigorosamente praticadas.
As cerimônias funerárias que envolvem contato direto com o corpo do falecido
também podem contribuir na transmissão do Ebola.
As pessoas permanecem infecciosas desde que o sangue contenha o vírus.
As mulheres grávidas que contraem Ebola aguda e se recuperam da doença
ainda podem transmitir o vírus no leite materno ou nos fluidos e tecidos
relacionados à gravidez. Isso representa um risco de transmissão para o bebê
que eles carregam e para outras pessoas. As mulheres que engravidam após
sobreviverem ao Ebola não correm o risco de portar o vírus.
Se uma mulher amamentando que está se recuperando do Ebola deseja
continuar amamentando, ela deve ser apoiada para fazê-lo. O leite materno
precisa ser testado para o Ebola antes que ela possa começar a amamentação.
Em algumas áreas da África, a infecção foi documentada por meio do contato
com chimpanzés, gorilas, morcegos frutívoros, macacos, antílopes selvagens e
porcos-espinhos contaminados encontrados mortos ou doentes na floresta
tropical.
O período de incubação, ou seja, o intervalo de tempo entre a infecção pelo vírus e o
início dos sintomas, é de 2 a 21 dias (período de incubação). Uma pessoa infectada com
o Ebola não pode espalhar a doença até desenvolver sintomas. Alguns pacientes podem
ainda apresentar erupções cutâneas, olhos avermelhados, soluços, dores no peito e
dificuldade para respirar e engolir.
Os sintomas da EVD podem ser repentinos e incluem: Febre, Fadiga, Dor muscular, Dor
de cabeça, Dor de garganta.
Isto é seguido por: Vômito, Diarréia, Erupção cutânea, Sintomas de insuficiência renal
e hepática. Em alguns casos, sangramento interno e externo (por exemplo, exsudação
das gengivas ou sangue nas fezes). No estágio final da doença, o paciente apresenta
hemorragia interna, sangramento pelos olhos, ouvidos, nariz e reto, danos cerebrais e
perda de consciência.
Os achados laboratoriais incluem baixa contagem de glóbulos brancos e plaquetas e
enzimas hepáticas elevadas.
53
Pode ser difícil distinguir clinicamente a DVE de outras doenças infecciosas, como gripe,
dengue hemorrágica, malária, febre tifóide e meningite. Muitos sintomas da gravidez e
da doença do Ebola também são bastante semelhantes. Por causa dos riscos para a
gravidez, idealmente, as mulheres grávidas devem ser testadas rapidamente se houver
suspeita de Ebola.
A confirmação de que os sintomas são causados pela infecção pelo vírus Ebola é feita
usando os seguintes métodos de diagnóstico:
ensaio imunossorvente ligado a enzima de captura de anticorpos (ELISA);
testes de detecção de captura de antígeno;
teste de neutralização sérica;
ensaio de reação em cadeia da polimerase com transcriptase reversa (RT-PCR)
microscópio eletrônico;
isolamento de vírus por cultura celular.
Deve-se considerar cuidadosamente a seleção de testes de diagnóstico, que levam em
consideração especificações técnicas, incidência e prevalência de doenças e implicações
sociais e médicas dos resultados dos testes. É altamente recomendável que os testes de
diagnóstico submetidos a uma avaliação independente e internacional sejam
considerados para uso.
Os testes atuais recomendados pela OMS incluem:
Testes de ácido nucleico (NAT) automatizados ou semi-automatizados para
gerenciamento de diagnóstico de rotina.
Testes rápidos de detecção de antígeno para uso em configurações remotas
onde os NATs não estão prontamente disponíveis. Esses testes são
recomendados para fins de triagem como parte das atividades de vigilância;
no entanto, testes reativos devem ser confirmados com NATs.
As amostras preferidas para diagnóstico incluem:
O sangue total coletado em ácido etilenodiaminotetracético (EDTA) de
pacientes vivos exibindo sintomas.
Médicos Sem Fronteiras https://www.msf.org.br/o-que-fazemos/atividades-medicas/ebola
54
Amostra de fluido oral armazenada em meio de transporte universal coletado
de pacientes falecidos ou quando a coleta de sangue não é possível.
As amostras coletadas dos pacientes representam um risco extremo de risco biológico;
testes de laboratório em amostras não inativadas devem ser conduzidos sob condições
máximas de contenção biológica. Todas as amostras biológicas devem ser embaladas
usando o sistema de embalagem tripla quando transportadas nacional e
internacionalmente.
Os sintomas da doença pelo vírus Ebola (EVD) são tratados à medida que aparecem.
Quando usadas precocemente, intervenções básicas podem melhorar significativamente
as chances de sobrevivência. Esses incluem:
Fornecimento de líquidos e eletrólitos (sais corporais) através de infusão na
veia (intravenosa);
Oferecendo oxigenoterapia para manter o status de oxigênio.
Uso de medicamentos para apoiar a pressão arterial, reduzir vômitos e diarréia
e controlar febre e dor;
Tratar outras infecções, se ocorrerem.
Medicamentos antivirais
Atualmente, não existe nenhum medicamento antiviral licenciado pela Food and Drug
Administration (FDA) dos EUA para tratar EVD em pessoas.
Durante o surto de 2018 no leste da República Democrática do Congo, inicialmente
estavam disponíveis quatro tratamentos para o tratamento de pacientes com Ebola
confirmado. Para dois desses tratamentos, chamados regeneron (REGN-EB3) e mAb114,
a sobrevida global foi muito maior. Atualmente, esses dois medicamentos antivirais
permanecem em uso em pacientes com Ebola confirmado.
Drogas que estão sendo desenvolvidas para tratar o trabalho de EVD, impedindo que o
vírus faça cópias de si mesmo.
A Food and Drug Administration (FDA) dos EUA aprovou a vacina contra o Ebola rVSV-
ZEBOV (nome comercial "Ervebo") para a prevenção de EVD. Verificou-se que a vacina
rVSV-ZEBOV é segura e protetora contra apenas as espécies de ebolavírus Zaire
ebolavírus.
A terapia de apoio pode continuar desde que sejam utilizadas as vestimentas de
proteção apropriadas até que amostras do paciente sejam testadas para confirmar a
infecção.
O fim de um surto de Ebola apenas é declarado oficialmente após o término de 42 dias
sem nenhum novo caso confirmado.
55
Mulheres grávidas e lactantes com Ebola devem receber cuidados de suporte precoce,
como a população em geral. Da mesma forma, o tratamento experimental deve ser
oferecido nas mesmas condições que para a população não gestante.
ç
Nos Estados Unidos, a doença pelo vírus Ebola (EVD) é uma doença muito rara que só
ocorreu devido a casos adquiridos em outros países, eventualmente seguidos por
transmissão de pessoa para pessoa. EVD é mais comum em partes da África
Subsaariana, com surtos ocasionais ocorrendo em pessoas.
Nessas áreas, acredita-se que o vírus Ebola circule a taxas baixas em certas populações
de animais (enzoóticas). Ocasionalmente, as pessoas ficam doentes com o Ebola após
entrar em contato com esses animais infectados, o que pode levar a surtos de Ebola,
onde o vírus se espalha entre as pessoas.
Ao morar ou viajar para uma região onde o vírus Ebola está presente, existem várias
maneiras de se proteger e impedir a propagação de EVD:
Contato com sangue e fluidos corporais (como urina, fezes, saliva, suor, vômito,
leite materno, sêmen e fluidos vaginais) de pessoas doentes;
Contato com sêmen de um homem que se recuperou de EVD, até que o teste
verifique se o vírus se foi do sêmen;
Itens que podem ter entrado em contato com o sangue ou fluidos corporais de
uma pessoa infectada (como roupas, roupas de cama, agulhas e equipamentos
médicos);
Rituais funerários ou funerários que exigem manipulação do corpo de alguém
que morreu de EVD;
Contato com morcegos e sangue, líquidos ou carne crua de primatas não
humanos preparados a partir desses animais (carne de animais selvagens);
Contato com a carne crua de fonte desconhecida.
Em outubro de 2016, MSF encerrou seu último projeto de resposta ao maior
surto de Ebola da História. A lenta resposta internacional à epidemia, que
teve início em março de 2014, teve um alto custo humano: 28.700 pessoas
foram infectadas e 11.300 homens, mulheres e crianças morreram.
Mesmo depois de curadas, as pessoas infectadas sofreram não apenas com
o estigma e problemas de saúde mental, mas também com problemas
oftalmológicos, neurológicos e nas juntas. Por esse motivo, MSF instalou
clínicas para o tratamento dos sobreviventes de Ebola em Guiné, Libéria e
Serra Leoa, três dos países mais afetados pela epidemia.
Página atualizada em fevereiro de 2018.
56
Esses mesmos métodos de prevenção se aplicam quando se vive ou viaja para uma área
afetada por um surto de Ebola. Depois de retornar de uma área afetada pelo Ebola,
monitore sua saúde por 21 dias e procure atendimento médico imediatamente se
desenvolver sintomas de EVD.
57
ç
A doença do vírus de Marburg (MVD), anteriormente conhecida como febre
hemorrágica de Marburg, é uma doença grave e muitas vezes fatal em
humanos.
Rousettus aegyptiacus, morcegos da família Pteropodidae, são considerados
hospedeiros naturais do vírus Marburg. O vírus Marburg é transmitido às
pessoas a partir de morcegos de fruta e se espalha entre os seres humanos
através da transmissão de humano para humano.
O vírus Marburg causa febre hemorrágica viral grave em humanos.
A taxa média de fatalidade de casos de MVD é de cerca de 50%. As taxas de
mortalidade de casos variaram de 24% a 88% em surtos anteriores,
dependendo da cepa do vírus e do gerenciamento de casos.
O envolvimento da comunidade é essencial para controlar com êxito os surtos.
Cuidado de suporte precoce com reidratação, tratamento sintomático melhora
a sobrevida. Ainda não existe um tratamento licenciado para neutralizar o
vírus, mas atualmente estão em desenvolvimento uma variedade de produtos
sangüíneos, imunoterapias e medicamentos.
O vírus Marburg é o agente causador da doença pelo vírus Marburg (MVD), uma
doença com uma taxa de mortalidade de casos de até 88%. A doença pelo vírus de
Marburg foi detectada inicialmente em 1967 após surtos simultâneos em Marburg e
Frankfurt na Alemanha; e em Belgrado, Sérvia, levou ao reconhecimento inicial da
doença.
Os vírus Marburg e Ebola são ambos membros da família Filoviridae (filovírus). Embora
causadas por vírus diferentes, as duas doenças são clinicamente semelhantes. Ambas as
doenças são raras e têm capacidade para causar surtos dramáticos com altas taxas de
mortalidade.
Dois grandes surtos que ocorreram
simultaneamente em Marburg e Frankfurt, na
Alemanha, e em Belgrado, Sérvia, em 1967,
levaram ao reconhecimento inicial da doença. O
surto foi associado ao trabalho de laboratório
usando macacos verdes africanos
(Cercopithecus aethiops) importados do
Uganda. Posteriormente, foram relatados surtos
e casos esporádicos em Angola, República
Democrática do Congo, Quênia, África do Sul
(em uma pessoa com histórico recente de
viagens ao Zimbábue) e Uganda.
58
Em 2008, dois casos independentes foram relatados em viajantes que visitaram uma
caverna habitada por colônias de morcegos Rousettus aegyptiacus (Egyptian Fruit Bat)
em Uganda.
Em 2008, dois casos
independentes foram
relatados em viajantes que
visitaram uma caverna
habitada por colônias de
morcegos Rousettus
aegyptiacus (Egyptian
Fruit Bat) em Uganda.
Os morcegos Rousettus
aegyptiacus são
considerados hospedeiros
naturais do vírus Marburg.
Não há doença aparente
nos morcegos. Como
resultado, a distribuição
geográfica do vírus
Marburg pode se
sobrepor à variedade de
morcegos Rousettus.
Morcegos africanos (Rousettus aegyptiacus) empoleirados dentro de uma
caverna em Uganda. https://www.cdc.gov/vhf/marburg/exposure/index.html
59
Inicialmente, a infecção por MVD humana resulta da exposição prolongada a minas ou
cavernas habitadas por colônias de morcegos Rousettus.
Marburg se espalha pela transmissão de humano para humano através do contato
direto (através de pele ou membranas mucosas) com o sangue, secreções, órgãos ou
outros fluidos corporais de pessoas infectadas e com superfícies e materiais (por
exemplo, roupas de cama, roupas) contaminados com esses fluidos .
O período de incubação do vírus que causa a doença – intervalo entre o momento em
que a pessoa contrai o vírus e a manifestação da doença – é estimado entre três e dez
dias. A fase aguda da enfermidade se dá entre sete e 15 dias após os primeiros
sintomas.
Os profissionais de saúde foram freqüentemente infectados durante o tratamento de
pacientes com suspeita ou confirmação de MVD. Isso ocorreu através do contato
próximo com os pacientes quando as precauções de controle de infecção não são
rigorosamente praticadas. A transmissão via equipamento de injeção contaminado ou
por ferimentos por picada de agulha está associada a doenças mais graves, deterioração
rápida e, possivelmente, maior taxa de mortalidade.
Os rituais funerários dos pacientes que falecem em decorrência das doenças também
colaboram para a transmissão do vírus em algumas comunidades africanas. Os contatos
com certos animais contaminados, como macacos e antílopes, infectados ou mortos são
outra fonte de infecção.
Por isso, instruir as comunidades atingidas pela febre sobre a doença e as precauções
para reduzir o risco de contaminação é fundamental. As pessoas permanecem
infecciosas desde que o sangue contenha o vírus.
A transmissão do vírus de Marburg via sêmen infectado foi documentada até sete
semanas após a recuperação clínica. São necessários mais dados e pesquisas de
vigilância sobre os riscos de transmissão sexual e, particularmente, sobre a prevalência
de vírus viáveis e transmissíveis no sêmen ao longo do tempo. Enquanto isso, e com
base nas evidências atuais, a OMS recomenda que:
Todos os sobreviventes de Marburg e seus parceiros sexuais devem receber
aconselhamento para garantir práticas sexuais mais seguras até que o sêmen
tenha testado duas vezes negativo para o vírus de Marburg;
Os sobreviventes devem receber preservativos;
Os sobreviventes masculinos de Marburg devem ser matriculados em
programas de teste de sêmen quando receber alta (começando com
aconselhamento) e oferecer testes de sêmen quando estiverem mental e
fisicamente prontos, dentro de três meses após o início da doença;
Os sobreviventes de Marburg e seus parceiros sexuais devem:
abster-se de todas as práticas sexuais, ou
60
adotar práticas sexuais mais seguras através do uso correto e
consistente do preservativo até que o sêmen tenha testado duas vezes
sem detecção (negativa) do vírus Marburg.
Após o teste negativo (não detectado), os sobreviventes podem retomar com
segurança as práticas sexuais normais com risco minimizado de transmissão do
vírus Marburg;
Homens sobreviventes da doença do vírus de Marburg devem adotar práticas
sexuais e de higiene mais seguras por 12 meses, desde o início dos sintomas
ou até que o sêmen teste duas vezes negativo (sem ser detectado) para o vírus
de Marburg;
Até que o sêmen tenha sido testado duas vezes negativo para Marburg, os
sobreviventes devem praticar boas práticas de higiene pessoal e das mãos
lavando imediata e completamente com água e sabão após qualquer contato
físico com o sêmen, inclusive após a masturbação. Durante esse período, os
preservativos usados devem ser manuseados e descartados com segurança, de
modo a impedir o contato com fluidos seminais;
Todos os sobreviventes, seus parceiros e famílias devem demonstrar respeito,
dignidade e compaixão.
O período de incubação (intervalo entre a infecção e o início dos sintomas) varia de 2 a
21 dias.
A doença causada pelo vírus Marburg começa abruptamente, com febre alta, dor de
cabeça intensa e mal-estar grave. Dores e dores musculares são uma característica
comum. Diarréia aquosa grave, dor e cólicas abdominais, náuseas e vômitos podem
começar no terceiro dia. A diarréia pode persistir por uma semana. A aparência dos
pacientes nessa fase foi descrita como apresentando traços "fantasma", olhos
profundos, rostos inexpressivos e extrema letargia. No surto europeu de 1967, a
erupção cutânea sem coceira foi uma característica observada na maioria dos pacientes
entre 2 e 7 dias após o início dos sintomas.
Muitos pacientes desenvolvem manifestações hemorrágicas graves entre 5 e 7 dias, e
casos fatais geralmente apresentam algum tipo de sangramento, geralmente de várias
áreas. Sangue fresco em vômitos e fezes é frequentemente acompanhado por
sangramento do nariz, gengivas e vagina. Sangramento espontâneo nos locais de
punção venosa (onde é obtido acesso intravenoso para dar líquidos ou obter amostras
de sangue) pode ser particularmente problemático.
Durante a fase grave da doença, os pacientes têm febre alta. O envolvimento do sistema
nervoso central pode resultar em confusão, irritabilidade e agressão. Ocasionalmente,
foi notificada orquite (inflamação de um ou dos dois testículos) na fase tardia da doença
(15 dias).
Em casos fatais, a morte ocorre com mais frequência entre 8 e 9 dias após o início dos
sintomas, geralmente precedida por severa perda de sangue e choque.
61
ç ç
Sabe-se que o vírus Marburg persiste em locais com privilégios imunes em algumas
pessoas que se recuperaram da doença pelo vírus Marburg. Esses locais incluem os
testículos e a parte interna do olho.
Nas mulheres que foram infectadas durante a gravidez, o vírus persiste na placenta, no
líquido amniótico e no feto. Nas mulheres que foram infectadas durante a
amamentação, o vírus pode persistir no leite materno.
A doença sintomática por recaída na ausência de reinfecção em alguém que se
recuperou da MVD é um evento raro, mas foi documentado. As razões para esse
fenômeno ainda não estão totalmente esclarecidas.
Pode ser difícil distinguir clinicamente a MVD de outras doenças infecciosas, como
malária, febre tifóide, shigelose, meningite e outras febres hemorrágicas virais. A
confirmação de que os sintomas são causados pela infecção pelo vírus Marburg é feita
usando os seguintes métodos de diagnóstico:
ensaio imunossorvente ligado a enzima de captura de anticorpos (ELISA);
testes de detecção de captura de antígeno;
teste de neutralização sérica;
ensaio de reação em cadeia da polimerase com transcriptase reversa (RT-PCR)
microscópio eletrônico;
isolamento de vírus por cultura celular.
As amostras coletadas dos pacientes representam um risco biológico extremo e os
testes de laboratório em amostras não inativadas devem ser conduzidos sob condições
máximas de biossegurança (contenção máxima). Todas as amostras biológicas devem
ser embaladas usando o sistema de embalagem tripla quando transportadas nacional e
internacionalmente.
Os morcegos Rousettus aegyptiacus são considerados hospedeiros naturais do vírus
Marburg. Não há doença aparente nos morcegos. Como resultado, a distribuição
geográfica do vírus Marburg pode se sobrepor à variedade de morcegos Rousettus.
Macacos verdes africanos (Cercopithecus aethiops) importados de Uganda foram a
fonte de infecção por seres humanos durante o primeiro surto de Marburg. Foram
relatadas inoculações experimentais em porcos com diferentes vírus Ebola e mostram
que os porcos são suscetíveis à infecção por filovírus e eliminam o vírus. Portanto, os
porcos devem ser considerados como um potencial hospedeiro amplificador durante
surtos de Marburg Hemorrhagic Fever (MHF). Embora nenhum outro animal doméstico
tenha sido confirmado como tendo associação com surtos de filovírus, como medida de
62
precaução, eles devem ser considerados potenciais hospedeiros até provas em
contrário.
Medidas de precaução são necessárias em fazendas de porcos na África para evitar que
os porcos sejam infectados pelo contato com morcegos. Essa infecção pode
potencialmente disseminar o vírus, e causar ou contribuir para surtos de Marburg
Hemorrhagic Fever (MHF).
Infelizmente, não existe tratamento específico contra a doença, o que a torna fatal em
grande número de casos (50 a 90%).
Os tratamentos de apoio (combate à desidratação, tratamento empírico para infecções
associadas) e de conforto podem ser úteis e melhoram a sobrevida. A única forma de
prevenção existente é o isolamento dos doentes e a utilização de trajes específicos para
aqueles com risco de contaminação.
Normas rígidas de proteção têm de ser tomadas: os pacientes são isolados, a equipe
médica deve usar macacões impermeáveis, luvas e máscaras. Áreas de descontaminação
são instaladas entre o isolamento dos pacientes e o ambiente exterior. É igualmente
importante refazer a cadeia de contatos dos pacientes para examinar os potenciais
indivíduos contaminados e avaliar se há necessidade de isolar essas pessoas.
Ainda não existe tratamento comprovado disponível para MVD. No entanto, uma
variedade de tratamentos em potencial, incluindo produtos sangüíneos, terapias
imunológicas e medicamentosas, estão sendo avaliados atualmente.
ç
Um bom controle de surtos depende da aplicação de um pacote de intervenções, como
gerenciamento de casos, vigilância e rastreamento de contatos, um bom serviço de
laboratório, enterros seguros e dignos e mobilização social. O envolvimento da
comunidade é essencial para controlar com êxito os surtos. Aumentar a conscientização
sobre os fatores de risco para a infecção por Marburg e as medidas de proteção que os
indivíduos podem adotar é uma maneira eficaz de reduzir a transmissão humana.
As mensagens de redução de risco devem se concentrar em vários fatores:
Redução do risco de transmissão morcego-humano decorrente de exposição
prolongada a minas ou cavernas habitadas por colônias de morcegos-
frutíferos;
Durante atividades de trabalho ou pesquisa ou visitas turísticas em minas ou
cavernas habitadas por colônias de morcegos, as pessoas devem usar luvas e
outras roupas de proteção apropriadas (incluindo máscaras);
Durante os surtos, todos os produtos de origem animal (sangue e carne)
devem ser bem cozidos antes do consumo;
63
Reduzir o risco de transmissão de humano para humano na comunidade,
resultante do contato direto ou próximo com pacientes infectados,
principalmente com seus fluidos corporais. Deve-se evitar contato físico
próximo com pacientes de Marburg. Luvas e equipamentos de proteção
individual adequados devem ser usados ao cuidar de pacientes doentes em
casa. A lavagem regular das mãos deve ser realizada após a visita de parentes
doentes no hospital, bem como após o cuidado de pacientes doentes em casa;
As comunidades afetadas por Marburg devem fazer esforços para garantir que
a população esteja bem informada, tanto sobre a natureza da própria doença
quanto sobre as medidas necessárias de contenção de surtos;
As medidas de contenção de surtos incluem o enterro imediato e seguro dos
mortos, identificando pessoas que podem estar em contato com alguém
infectado com Marburg e monitorando sua saúde por 21 dias, separando os
saudáveis dos doentes para evitar uma maior disseminação e mantendo uma
boa higiene e higiene. ambiente limpo precisa ser observado;
Reduzindo o risco de possível transmissão sexual. Com base em uma análise
mais aprofundada de pesquisas em andamento, a OMS recomenda que os
sobreviventes do sexo masculino do vírus de Marburg pratiquem sexo e
higiene seguros por 12 meses desde o início dos sintomas ou até o sêmen
apresentar resultados negativos para o vírus de Marburg por duas vezes. O
contato com fluidos corporais deve ser evitado e a lavagem com água e sabão
das mãos é recomendada;
A OMS não recomenda o isolamento de pacientes convalescentes masculinos
ou femininos cujo sangue foi testado negativo para o vírus Marburg.
ç
Os profissionais de saúde devem sempre tomar precauções padrão ao cuidar de
pacientes, independentemente do diagnóstico presumido. Isso inclui higiene básica das
mãos, higiene respiratória, uso de equipamentos de proteção individual (para bloquear
Médicos Sem Fronteirashttps://www.msf.org.br/o-que-fazemos/atividades-medicas/febre-de-marburg
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respingos ou outro contato com materiais infectados), práticas seguras de injeção e
práticas seguras e dignas de enterro.
Os profissionais de saúde que cuidam de pacientes com suspeita ou confirmação do
vírus Marburg devem aplicar medidas extras de controle de infecção para impedir o
contato com o sangue e fluidos corporais do paciente e superfícies ou materiais
contaminados, como roupas e roupas de cama. Em contato próximo (a menos de 1
metro) dos pacientes com DVM, os profissionais de saúde devem usar proteção facial
(máscara facial ou máscara médica e óculos de proteção), um vestido de mangas
compridas limpo e não estéril e luvas (luvas estéreis para alguns procedimentos).
Os trabalhadores de laboratório também estão em risco. As amostras colhidas de seres
humanos e animais para investigação da infecção por Marburg devem ser manuseadas
por pessoal treinado e processadas em laboratórios adequadamente equipados.
A Febre Hemorrágica de Marburg é uma doença humana muito rara. No entanto,
quando ocorre, ele tem o potencial de se espalhar para outras pessoas, especialmente a
equipe de saúde e os membros da família que cuidam do paciente.
65
Portanto, é fundamental aumentar a conscientização nas comunidades e entre os
profissionais de saúde dos sintomas clínicos de pacientes com febre hemorrágica de
Marburg.
Historicamente, as pessoas de maior risco incluem familiares e funcionários do hospital
que cuidam de pacientes infectados pelo vírus Marburg e não usaram técnicas
adequadas de proteção na enfermagem. Ocupações particulares, como médicos
veterinários, trabalhadores de laboratórios ou de quarentenas que lidam com primatas
não humanos da África, também podem estar em risco aumentado de exposição ao
vírus Marburg.
Uma melhor conscientização pode levar a precauções anteriores e mais fortes contra a
propagação do vírus Marburg nos membros da família e nos prestadores de cuidados
de saúde. Melhorar o uso de ferramentas de diagnóstico é outra prioridade.
Com meios modernos de transporte que dão acesso até a áreas remotas, é possível
obter testes rápidos de amostras em centros de controle de doenças equipados com
Laboratórios de Biossegurança Nível 4, a fim de confirmar ou descartar a infecção pelo
vírus Marburg.
66
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71
In Brazil, from Feb 26 to 3:15pm CEST, 29 June 2020, there have been 1.313.667 confirmed cases of COVID-19
with 57.070 deaths.
https://covid19.who.int/region/amro/country/br
PARA OS NOVOS TEMPOS CULTIVAR A FÉ.
SEMEAR A ESPERANÇA.
PRATICAR A CARIDADE.
72
OCDE prevê recessão mundial https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/06/10/ocde-preve-recessao-mundial-de-pelo-
menos-6-em-2020.ghtml
World Organisation for Animal Health
https://rr-americas.oie.int/en/news/veterinary-activities-designated-as-essential/
Maria Cristina Schneider; Ximena P. Aguilera; Ryan M. Smith; Matthew J.
Moynihan; Jarbas Barbosa da Silva Jr.; Sylvain Aldighieri; Maria Almiron
Vigilância em Saúde e Prevenção e Controle de Doenças, Organização Pan-
Americana da Saúde, Washington, DC, Estados Unidos da América. Envie
correspondência para: Cristina Schneider, [email protected] em
https://www.scielosp.org/article/rpsp/2011.v29n5/371-379/
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Acha & Boris Szyfres https://www.paho.org/hq/dmdocuments/2017/Acha-
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Alerta foi feito pela ONG Save The Children e UNICEF
https://observatorio3setor.org.br/noticias/ate-fim-de-2020-pandemia-pode-
levar-86-milhoes-de-criancas-a-pobreza/
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Sociedade Brasileira para o Estudo de Quirópteros –SBEQ em
https://www.sbeq.net/
Morcegos do Brasil em https://morcegosdobrasil.blogspot.com/
Morcegos do Pantanal em https://morcegosdopantanal.webnode.com.br/
European Food Safety Authorithy – EFSA
https://www.efsa.europa.eu/en/news/coronavirus-no-evidence-food-source-or-
transmission-route
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https://www.ecdc.europa.eu/en
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hospedeiros-coronavirus-virus-pangolim-morcego-pandemia-covid-19
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73
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“APONTAMENTOS, REFLEXÕES E ESPERANÇA” Durante o Isolamento
Social do Dr. Med. Vet. Jose Carlos de Andrade Moura Professor Titular
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Medicina Veterinária. Arquivo em pdf.
El perturbador secreto tras el café más caro del mundo https://www.nationalgeographic.es/animales/el-perturbador-secreto-tras-el-cafe-mas-
caro-del-mundo
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Diretrizes para o Diagnóstico e Tratamento da COVID 19
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Telesaúde UFRGS Existe algum tratamento específico
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Telesaúde UFRGS uso de máscaras pela população
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World Small Animal Veterinary Association www.wsava.org
Preguntas y respuestas del Covid-19: OIE – World Organisation for Animal
Health https://www.oie.int/es/nuestra-experiencia-cientifica/informaciones-
especificas-y-recomendaciones/preguntas-y-respuestas-del-nuevo-coronavirus-
2019/
76
77
ç
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Compilado por
CLAUDIO SERGIO PIMENTEL BASTOS
Médico Veterinário Sanitarista
CRMV RJ 0182 AMVERJ cadeira nº 5
https://ovigilantesanitario.wordpress.com/
21 99984-5024
https://simverj.wordpress.com/
21 96718-6634
nasceu em 04/03/1946 na cidade de
Venda das Flores-RJ (atualmente distrito de Miracema), graduando-se em Medicina
Veterinária na antiga Escola Nacional de Veterinária (atual Universidade Federal Rural
do Rio de Janeiro) - Seropédica - RJ, em 21 de dezembro de 1969.
Empreendedor por 30 anos na Clínica Veterinária de Nova Iguaçu-RJ;
Chefe do Diagnóstico da Raiva no Instituto Veterinária Jorge Vaistman da
Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro – PCRJ;
Chefe de Serviços de Vigilância e Fiscalização Sanitária – PCRJ;
Chefe da Seção de Clínica e Cirurgia do Serviço de Veterinária da Divisão de
Zoologia do Jardim Zoológico da Diretoria de Parques e Jardins – PCRJ;
Superintendente do Jardim Zoológico do Rio de Janeiro- PCRJ;
Membro do Conselho de Curadores da Fundação Rio Zoo – PCRJ;
Membro do Conselho de Segurança Alimentar do Município do Rio de Janeiro -
CONSEA-RIO;
Membro da Comissão Carioca de Proteção e Defesa dos Animais da Secretaria
Especial de Promoção e Defesa dos Animais – SEPDA;
Coordenador da Fiscalização e Vigilância Sanitária da Superintendência de
Controle de Zoonoses, Vigilância e Fiscalização Sanitária – PCRJ;
Inspetor Regional de Fiscalização Sanitária – PCRJ na AP 5.0;
Atualmente Médico Veterinário na Coordenação de Fiscalização Sanitária – CFS
(área de alimentos) no Complexo da Zona Sul da Subsecretaria de Vigilância
Sanitária da 5ª Inspetoria Regional de Fiscalização Sanitária - PCRJ.
No exercício da profissão recebeu inúmeras homenagens, por relevantes serviços
prestados à Medicina Veterinária, tanto no âmbito estadual como no municipal,
cabendo ressaltar:
79
Moção Honrosa da ALERJ Deputado Marcos Abraão – PSL;
Páreo Comemorativo do CRMV RJ no Dia do Médico Veterinário;
Medalha Zenóbio da Costa da Guarda Municipal do Rio de Janeiro;
Em 2014, o Secretário Municipal de Saúde Dr. Daniel Soranz homenageia o
servidor pelo Programa de Valorização do Servidor por Tempo de Serviço
pelo exemplo de profissionalismo, desempenho, dedicação e carinho nesses
40 anos de exercício na Secretaria;
Destaque-se, ainda, entre suas relevantes atividades como palestrante da
Associação Brasileira de Profissionais de Vigilância Sanitária – ABPVS de temas
fundamentais da Vigilância Sanitária e da Segurança de Alimentos nos
“Encontros Internacionais dos Profissionais em Vigilância Sanitária, em
diversos anos a partir de 2004.
Disponibiliza diversas cartilhas referentes a temas ligados a Capacitação de
Manipuladores de Alimentos, Transportadores de Alimentos, Manipuladores no Food
Truck, Noções Básicas de Higiene na Manipulação de Alimentos, Exposição ao Frio
Ocupacional, Boas Práticas de Fabricação conforme RDC 216/04 ANVISA, Comida de
Rua, Comida de Rua e seus Riscos na Cidade do Rio de Janeiro, Em defesa da Vida,
suicídio, Não! , no blog O Vigilante Sanitário (https://ovigilantesanitario.wordpress.com/).
Atual presidente do SINDICATO DOS MÉDICOS VETERINÁRIOS DO RIO DE JANEIRO-
SIMVERJ (quatro triênios) e atual Diretor da Região Sudeste da FEDERAÇÃO
NACIONAL DOS MÉDICOS VETERINÁRIOS – FENAMEV (até 2022) Florianópolis-SC,
Delegado da Confederação Nacional das Profissões Liberais - CNPL, Brasília-DF. No
blog do SIMVERJ (https://simverj.wordpress.com/) disponibiliza cartilhas sobre o
Código de Ética do CFMV, Bem Estar Animal – Respeito e Responsabilidades e outros.
Membro da ACADEMIA DE MEDICINA VETERINÁRIA NO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO - AMVERJ, ocupando a Cadeira nº 5 Domingo Abes.
Rio de Janeiro, 4 de março de 2020.
Claudio Sergio Pimentel Bastos Médico Veterinário Sanitarista
CRMV RJ 0182 AMVERJ cadeira nº 5
80
No contexto da pandemia de COVID-19, a Organização Mundial de
Saúde Animal (World Organisation for Animal Health - OIE) e a
Associação Mundial de Veterinária (World Veterinary Association -
WVA) chamam a atenção em conjunto para os papéis e
responsabilidades da profissão veterinária em Saúde Pública. Eles
destacam atividades veterinárias específicas que são essenciais para
garantir a continuidade da segurança alimentar, prevenção de
doenças e gerenciamento de emergências.
Os veterinários (as) são parte integrante da comunidade global de
saúde. Além de atividades relacionadas à saúde e bem-estar animal,
elas desempenham papel fundamental na prevenção e manejo de
doenças, incluindo as transmissíveis ao homem, e para garantir a
segurança alimentar das populações.
Na situação atual, é crucial que entre suas muitas atividades, sejam
necessárias as necessárias para garantir que:
Os serviços nacionais e regionais de inspeção e
regulamentação veterinária podem supervisionar a
integridade da saúde pública;
Somente animais saudáveis e seus subprodutos entram no
suprimento de alimentos para garantir a segurança
alimentar das populações;
Situações de emergência podem ser tratadas;
Medidas preventivas, como vacinação contra doenças com
impacto significativo na saúde pública ou na economia, são
mantidas;
As atividades prioritárias de pesquisa continuam.
Ao executar seu trabalho, os (as) veterinários (as) têm a
responsabilidade de proteger sua saúde, a saúde daqueles com
quem trabalham e a saúde de seus clientes. Portanto, eles devem
garantir que níveis adequados de biossegurança sejam
implementados, que seu pessoal esteja protegido com o
equipamento necessário e que os donos dos animais sejam
informados das medidas de precaução em vigor. É responsabilidade
de cada indivíduo garantir que os comportamentos apropriados
sejam respeitados na estrutura dessas atividades, para evitar a
disseminação adicional do COVID-19.
Ç