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A PARTIR PEDRA http://a-partir-pedra.blogspot.pt/ Colectânea de textos Maçónicos Blogue sobre Maçonaria escrito por Mestres da Loja Mestre Affonso Domingues ANO 2006 ANO 2006

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A PARTIR PEDRA

http://a-partir-pedra.blogspot.pt/

Colectânea de textos Maçónicos

Blogue sobre Maçonaria escrito por Mestres da Loja Mestre Affonso Domingues

ANO 2006ANO 2006

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Contents

Negligência ou algo mais? 1

A reserva de identidade do maçon 5

Cinco anos depois 8

Maçonaria, M.Soares e uma notícia triste. 11

Novo Venerável Mestre na Loja Mestre AffonsoDomingues

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Foto de Família ! 18

7º Campo de Trabalho da Amnistia Internacional 20

Vigilantes 22

Gastronomia Maçónica 25

Exposição na Escudero - Galeria de Artes e Letras 26

Vamos levar isto a sério ? 29

"Lugar ao Sul" 35

Gastronomia Maçónica - 3 37

Gastronomia Maçónica - 2 40

Gastronomia Maçónica - 7 42

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Gastronomia Maçónica - 6 44

Gastronomia maçónica - 5 45

Gastronomia maçónica - 4 48

Notícias cá do burgo 52

Notícias do Brasil 54

Léxico maçónico: Ágape 56

Uma rádio só para maçons (mesmo!) 59

Uma rádio só para maçons (mesmo!) - 2 61

Maracaju News - Maracaju já tem os mais belos idosos 64

Carta aberta às cunhadas 66

Carta aberta às cunhadas - A resposta! E a réplica... Eainda a tréplica!

70

THIS IS... MUSIC ! 77

O processo iniciático maçónico 80

Sítio de fotografias de temática maçónica 85

Templo maçónico em marfim e osso 88

Maçonaria e Religião - 2 90

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Maçonaria e Religião 93

A MALAPOSTA 95

Um olhar para a "concorrência" 100

Primavera no Outono 102

César Romero na Escudero - Galeria de Artes e Letras 106

O "Bancário Padeiro" ou o "Padeiro Bancário" ? 108

Livraria Maçónica na Rede 112

Portal maçónico 114

Vídeo de promoção da Maçonaria 116

Regresso à Malaposta 117

E que tal uma "suecada maçónica"? 119

Do Zénite ao Nadir 121

Sabedoria 123

Força 126

MIA COUTO e o mendigo Sexta-Feira 129

Beleza 134

Livro sobre Municipalismo 137

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A Maçonaria da Esperança 139

Tópicos Históricos 145

A Maçonaria Hoje 148

O MUSEU DO SILVA 153

QUEREMOS MAIS SANGUE!!! 157

Maçonaria e Maçonarias 162

Obreiros 169

Salpicando Poesia 174

As Respeitáveis Lojas 176

Do Verão de S. Martinho à doação de sanguezinho 181

Os Altos Graus 185

Hangar de Sonhos - Odes Brancas 188

A Grande Loja Legal de Portugal/GLRP 190

Tolerância 194

Tolerancia - parte 2 202

Jornal da Madeira, Fernando Pessoa, Municipalismo emais coisas...

203

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Como prosseguir 206

A quarta coluna 211

Os Landmarks 214

Primeiro Landmark 216

100 anos de vida 221

Segundo Landmark 225

Terceiro Landmark 228

Selo da Grande Loge Nationale Française 232

Quarto Landmark 234

Seis meses!!! 236

Quinto Landmark 240

Eleiçoes na Maçonaria 243

O Regressado ... 247

Exposição Colectiva Beneficente de Pintura eEscultura

252

Há Máfias e Máfias 254

Sexto Landmark 257

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Sétimo Landmark 261

Justos de entre as Nações. 264

TEERÃO Dezembro/2006 269

Oitavo Landmark 273

Mãos Limpas 276

O Pai Natal é maçon!!! 278

Eleições na Maçonaria (2) 282

DIA 19 HÁ FESTA !!! 284

Eleiçoes na Maçonaria (3) 286

Leilão a favor de José Torres, O Gigante (Bom...) 288

Conflito de Religiões 290

O sucesso dos eventos da GLRP/GLLP 297

Nono Landmark 299

Especial Natal - Coroa de Espinhos 303

BOAS FESTAS!!! 307

Décimo Landmark 308

Lupa maçónica 311

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Undécimo Landmark 314

Duodécimo Landmark 317

Bom ano de 2007! 321

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Negligência ou algo mais?

September 08, 2006

O jornal 24 Horas de ontem publicou, com título e enorme fotografia na primeira página, a notícia de que um conhecido político tinha sido "expulso" da Maçonaria. No interior do jornal, a notícia foi desenvolvida e procedeu-se à publicação de uma lista de algumas dezenas de indivíduos que tinham também sido "expulsos da Maçonaria", entre os quais mais alguns políticos. Publicou-se ainda uma mais reduzida lista de nomes de indivíduos cuja "admissão na Maçonaria" teria sido rejeitada. Nada tenho a apontar ao jornal com esta publicação: um jornal existe para descobrir e publicar notícias! Mas considero inadmissível que o jornal tivesse tido acesso aos elementos que lhe pemitiram publicar essa notícia. Compreendo que a "Maçonaria" seja mais notícia do que um grupo excursionista ou um clube desportivo e que, portanto, haja interesse em publicar a notícia de que figuras públicas tinham sido excluídas da "Maçonaria", por falta de pagamento de quotas, ao

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passo que dificilmente seria notícia idêntica exclusão, por idênticos motivos, de grupo excursionista ou clube desportivo. Preciamente por essa razão é que a Organização que excluiu alguns indivíduos por falta de pagamento de quotas não deveria ter permitido que essa informação passassse para o domínio público! No caso, quem excluiu foi o GOL (Grande Oriente Lusitano), a mais antiga Organização de tipo maçónico actualmente existente em Portugal, embora não internacionalmente reconhecida como detendo a Regularidade Maçónica. O GOL existe desde há muitos anos, está perfeitamente organizado e a "passagem" desta informação para o exterior ou ocorreu por grosseira negligência - o que é grave!, - ou deliberadamente - o que é pior! É um dos princípios básicos da Maçonaria o de que nenhum maçon expõe outro maçon, isto é, divulga publicamente a identidade de outro maçon, a não ser que o mesmo tenha, ele próprio, divulgado essa condição, ou que tenha já falecido. No caso, o GOL, ou alguém no seu seio, cometeu uma grave infracção a esse princípio. Nem mesmo o facto de se tratar de pessoas excluídas (e não expulsas: a expulsão ocorre por indignidade; a exclusão, por mera falta de cumprimento de obrigações, como a de pagar as quotas devidas; o elemento expulso não pode ser readmitido, salvo se

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previamente reabilitado; o excluído pode ser readmitido, se manifestar interesse nisso e regularizar o pagamento das quotas) justifica a divulgação: o maçon, ainda que excluído, continua a sê-lo e mantém o seu direito a não ver o seu nome divulgado como maçon, a não ser que ele próprio proceda a essa divulgação. No caso concreto, acresce que a "passagem" da informação "cheira" a vingançazinha rasteira contra figuras públicas que, quiçá, se desinteressaram do GOL (eles lá saberão porquê...) e, por isso, decidiram deixar de pagar quotas e de se integrar em tal organização... Pior ainda, verificou-se um "dano colateral" absolutamente grotesco: a divulgação da identidade de pessoas que terão solicitado a sua admissão como maçons e que terão visto esse propósito recusado pelo GOL. O GOL tem o direito de recusar quem muito bem entender; o que não tem é de divulgar que não aceitou A, B ou C. Ao fazê-lo, ou ao ter permitido que essa divulgação tivesse ocorrido, traiu o dever de reserva que se garante a quem pede para ser admitido maçon, isto é, traiu quem se quis juntar a si! É por estas e por outras que, em Portugal, a única organização maçónica internacionalmente reconhecida como tal, isto é, como Regular, é a Grande Loja Legal de Portugal/GLRP... É por estas e por outras que o rico e antigo GOL é internacionalmente considerado irregular, isto é, não reunindo as condições para ser considerado uma verdadeira Organização

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Maçónica. Mais uma vez, infelizmente parece que, por aquelas bandas, nãose pratica Maçonaria, antes se busca, e se faz, simplesmente,Política sob a capa de pseudo-maçonaria. E porque o que ali se faze se busca é política é que se fazem jogadas políticas como a queresultou na notícia em causa... Rui Bandeira

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A reserva de identidade do maçon

September 09, 2006

No texto anterior, aflorei a questão da reserva de identidade domaçon, assunto sobre o qual me sinto particularmente à vontade,pois eu próprio decidi deixar pública a minha condição de maçon e,por isso, assino todos os meus textos com o meu nome e apelidocompletos. Faço-o, obviamente, porque posso fazê-lo: a minhaactividade profissional de Advogado e a forma como a exerço, emprofissão liberal, em escritório próprio, liberta-me deconstrangimentos com patrões ou superiores hierárquicos queporventura me pudessem prejudicar pela assunção da minhaintegração na Ordem Maçónica. Muitos outros, porém, não podemrevelar publicamente a sua condição de maçons, por receio derepresálias de quem ainda vê na Maçonaria um bicho de setecabeças...

A reserva de identidade do maçon é uma das mais antigas regras da Maçonaria e, no fundo, traduz-se na simples regra que todo o maçon jura cumprir: não revelar a profanos a identidade de um seu irmão. Note-se: não há nada de secreto na condição de maçon. Cada qual pode assumir-se como maçon e pode e deve fazê-lo quando entenda que tal assunção não o prejudica, nem à sua

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família, pois um maçon sente-se honrado em sê-lo.

A reserva de não identificação de seu Irmão como maçon advémdo facto de, durante muito tempo, e em função, quer das guerrasreligiosas, quer, pura e simplesmente, dos fundamentalismosreligiosos (quem não se lembra da Santa Inquisição e das guerrasentre Católicos e Protestantes que durante dezenas e dezenas deanos sangraram a Europa, com a inutilidade de cada lado matar osdo lado oposto... em nome do mesmo Deus?), não ser seguro paraum maçon divulgar essa sua condição. Com efeito, desde sempreque, nas Lojas Maçónicas, se praticou a total abertura e tolerânciareligiosa. Pode ser maçon o crente de qualquer religião, ou atémesmo o crente não vinculado a uma religião particular. Basta queseja Homem Livre e de Bons Costumes e que creia no Criador,chame-lhe o nome que chamar. E nenhuma distinção é feita entremaçons em função da religião de cada qual. De facto, até paragarantir que nunca nenhuma dissensão entre maçons possa surgirem virtude de diversas opções religiosas, a Religião é um dos doistemas cuja discussão não é admitida em Loja (o outro é a Política)!

É claro que em tempos de guerras e fundamentalismos religiosos, atolerância e a protecção mútua entre elementos de diferentesreligiões não era bem vista; pior, não era sequer admitida. Para osfundamentalistas de qualquer dos lados, o Maçon era sempre o tipoque privava com o "inimigo", que o protegia. E, se assim era,também não era de confiança ou era, mesmo, também um inimigo,que devia ser abatido, imolado pelo fogo ou passado a fio deespada... A reserva da condição de maçon era, pois, umaverdadeira questão de sobrevivência!

Claro que nos dias de hoje o problema já se não coloca nosmesmos termos: ninguém é abatido por ser maçon.

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Mas, ainda hoje, há muitos preconceitos à solta contra a Maçonariae os maçons. Em parte, também por culpa desta e destes, verdadeseja dita... Esperamos que o preconceito vá desaparecendo. Paratal, sabemos que também nós próprios, maçons, temos decontribuir para ajudar a esse desaparecimento, dando-nos aconhecer, e aos nossos ideais e propósitos, enfim, afastando afama de mistério que ainda rodeia a Maçonaria (e é evidente que oDesconhecimento gera Desconfiança, se não mesmo Temor...).Este blogue é uma pequenina contribuição para isso.

Mas, por enquanto, e infelizmente, persistem ainda motivos para areserva pública quanto à identidade de muitos maçons. É pena queassim seja, mas contra factos não há argumentos. E, portanto, adecisão da revelação da condição de maçon é exclusivamenteindividual e é e deve ser pelos demais integralmente respeitada.

Foi por isso que me indignei com a fuga de informação que motivoua exposição pública da condição de maçons ainda que "expulsos"ou excluídos). E que me indignei ainda mais com a exposição daidentidade de pessoas que, tendo pretendido ser admitidosmaçons, foram rejeitados.

Rui Bandeira

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Cinco anos depois

September 11, 2006

Passaram já cinco anos, 1.826 dias e 1.826 noites, considerando que um desses anos foi bissexto, mas a recordação do horror permanece tão nítida que nos custa a crer que cinco anos tenham já decorrido. Hoje, é dia de homenagear as vítimas, mas também de reflectir sobre esta barbárie e as suas consequências. O 11 de Setembro constituiu o aparecimento de uma até então inexistente estratégia de terrorismo global. Pouco importa quem é vitimado, onde caem as vítimas. O que importa é destruir e matar de forma brutal, mas sobretudo espectacular, fazendo crer a todos a cada um que pode estar entre as próximas vítimas, esteja onde estiver, faça o que fizer. Aos aviões do 11 de Setembro, seguiram-se os comboios de Atocha e o metropolitano e o autocarro de Londres (sempre a dia 11...), só para falar do Ocidente; mas também a discoteca da Indonésia e oa atentatos na Turquia, na Índia, no Paquistão, em Marrocos e por aí fora, em macabra pontuação do mapa do planeta. Esta estratégia de terrorismo global , seguida por extremistas de

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que nem sequer conseguimos entender devidamente as linhas de pensamento, se é que estes energúmenos também pensam, obriga-nos a todos a reflectir e a evitar o erro de reagir epidermicamente. Em primeiro lugar, temos de ter a Lucidez de entender que os Muçulmanos e a religião muçulmana não têm nada a ver com esta patética estratégia de terror. Este Terror deve-se a extremistas que invocam abusivamente a religião islâmica, mas que, ao invés de a seguirem, a atraiçoam e violam os seus princípios. Porque, ao contrário do que estes sectários assassinos invocam, a religião islâmica é uma religião de Paz e Tolerância, não o acervo de violência, terror, intolerância e malvadez que esta cambada de sociopatas proclama. Basta ler o Corão para o perceber. Em segundo lugar, temos de ter a Firmeza de exigir que as necessidades de Segurança sejam sempre compatibilizadas com a Democracia e a Liberdade. A necessidade de nos defendermos destes bandos de psicopatas pseudo-religiosos pode implicar, e necessariamente que implica, a adopção de medidas de Segurança, de Controlo, de Investigação, que são excepcionais e que, de alguma forma ponham entre parentesis as Liberdades Civis. Mas importa que fique sempre salvaguardado que a Segurança não revoga a Liberdade. Pode ser necessário derrogá-la em situação de emergência, por períodos e por forma limitados. Mas todas as medidas tomadas devem ser, seguidamente, sujeitas ao escrutínio de um Tribunal e por ele validadas ou, se for caso disso, revogadas. Prioridade à Segurança quando tal se mostre necessário. Mas, passada a crise, retomam-se as regras normais

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de controlo e de garantia das Liberdades Civis (incluindo o direitode defesa, mesmo de quem integre essas cáfilas de trogloditas).Porque nós não somos iguais a eles. Porque entendemos anecessidade de Segurança, mas não prescindimos da Liberdadenem da Democracia. Porque não admitimos, nem nuncaadmitiremos que, pela via indirecta da nossa capitulação, aquelasquadrilhas de bárbaros vençam! Em terceiro lugar, não podemos prescindir nunca da Esperança deque, no fim, a Democracia, a Liberdade e o Progresso acabarão porvencer e estes vermes infra-humanos não conseguirão impor assuas grotescas hipóteses de ideias. Devemos isso às vítimas do Terror e a nós próprios! Rui Bandeira

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Maçonaria, M.Soares e uma notícia triste.

September 11, 2006

Maçonaria - Ex-Presidente da República foi iniciado em frança Soares adormecido Mário Soares é, neste momento, um maçon adormecido, expressão utilizada para os membros da maçonaria que deixaram de ter actividade em lojas maçónicas. Iniciado na Grande Loja de França nos anos 60, quando esteve exilado em Paris, o ex-Presidente da República terá sido, segundo apurou o CM junto de várias fontes, irradiado daquela obediência por ter deixado de pagar quotas, num processo semelhante à expulsão de 31 membros do Grande Oriente Lusitano (GOL) em 2004, entre os quais aparecem nomes conhecidos como António Vitorino, Vitalino Canas, ambos deputados do PS, e Torres Couto, ex-secretário-geral da UGT. “Ele foi iniciado maçon na Grande Loja de França nos anos 60, mas depois, quando regressou a Portugal, abandonou, nunca se transferiu [para uma loja em Portugal] e nunca mais pagou [quotas]”, disse ao CM uma fonte próxima de Mário Soares. “Se não pagou as quotas à obediência onde foi iniciado, as regras são muito claras: é decretada a irradiação”, frisa uma fonte conhecedora do meio maçónico.“Antes do 25 de Abril, a maçonaria era um núcleo de liberdade política. Depois [com a Revolução dos Cravos], ele passou a ter uma vida política muito activa e não precisava disso”, explica uma outra fonte próxima. E outra figura próxima de Mário Soares conclui: “Ele tem amigos íntimos nesses quadrantes, mas nunca foi membro activo em Portugal.”António Reis, grão-mestre do GOL, atribui a expulsão de membros por “desinteresse para continuarem a trabalhar lá dentro

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[da loja]”. Se pedirem o reingresso, pagarem as quotas e justificarem a falta de pagamento, os irradiados poderão ser reintegrados. Vitalino Canas, um dos visados, escusou-se a fazer comentários. Em Portugal, existem duas obediências: o GOL e a Grande Loja Legal de Portugal (GLLP). Enquanto a GLLP exige uma crença num princípio, por exemplo Deus, o GOL não exige uma crença.

Esta notícia foi publicada, tal qual, no “Correio da Manhã” de 08/09/2006. RBandeira já publicou alguns comentários sobre uma notícia de teor próximo desta, publicada no “24Horas”. Esta, do “CM”, é particularmente elaborada porque junto do título “Soares adormecido”, a vermelho, publica-se uma foto de M.Soares com M.Barroso, em cerimónia aparentemente pública e ambos, também aparentemente, adormecidos. Ora, de aparentemente em aparentemente, não me parece que esta montagem da notícia tenha, seja o que fôr, de aparentemente inocente. A notícia tem a ver com a ligação M.Soares/Maçonaria. A foto não tem qualquer relação com a ligação M.Soares/Maçonaria.

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Aparecem juntas, certamente, porque o jornalista não encontrou outra foto de M.Soares mais adequada, o que se percebe bem já que não há muitas fotografias de M.Soares. Foi sempre um sujeito fugídio e raramente permitiu ser fotografado nas rarissimas aparições públicas dos últimos 40 anos !... Vamos lá ver as 2 questões que se sobrepõem nesta pseudo-notícia. 1- A utilização conjunta daquele título com aquela fotografia tem a intenção clara de chamar a atenção dos leitores para o facto de M.Soares adormecer em público, durante reuniões, assembleias, congressos... É lamentável, sob todos os aspectos a utilização deste truque baixo para denegrir a imagem de M.Soares, Presidente da República durante 10 anos, 1º Ministro deste País durante vários governos, principal responsável pela recuperação de duas bancas-rotas, principal responsável pela integração de Portugal na Europa e, mais do que tudo isso, principal responsável pela reposição da Democracia em Portugal após 26 de Abril/74. Não sou “Soarista”, recuso-me inteiramente a ser qualquer “ista” e a aderir a qualquer “ismo”. Tive em tempo oportuno a minha “deriva” política e fiquei curado, e vacinado, dessa doença. Mas sou Português, considero a Democracia o menor dos males e portanto tento defendê-la, e vou mantendo as memórias do que se passa no meu País. E tento não ser mal-agradecido. E os portugueses devem muito a M.Soares, gostem ou não, queiram ou não. É uma situação de facto ! E M.Soares sempre soube mais a dormir que a grande maioria dos jornalistas acordados. Há quantos anos M.Soares adormece em público ? há quantos anos todos sabemos

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desse “pecadilho” de M.Soares (e os jornalistas sempre sabem antes do público em geral) ? Porquê agora esta brincadeira de mau gosto ? É que de acordo com a minha interpretação além de mau gosto é cobardia. 2- A outra questão tem a ver com o teor da notícia e com a relação M.Soares/Maçonaria. Fica bem claro que quem escreve a notícia está a tentar apalpar um terreno que não conhece. Não sabe sobre o que está a escrever. Não sei quem é o jornalista, não o conheço, e provavelmente é um senhor muito estimável, mas “esticou-se” desta vez. Não há maçons irradiados e “estar adormecido” maçónicamente não tem nada a ver com ser irradiado de qualquer obediência maçónica. Os Maçons podem ser suspensos e/ou excluidos, mas não irradiados. É conceito que não existe em Maçonaria. Porquê esta insistência na relação da Maçonaria com a política e com os “lobis” políticos ? A notícia refere apenas nomes de políticos, e é claro que quanto mais sonantes forem, maior é a “gulodice” do jornalista. Tentemos esclarecer uma coisa. A Maçonaria não é um antro de vilões, de golpistas ou de interesseiros em jogadas de bastidores. Como em todas as grandes organizações também a Maçonaria tem bons e maus Maçons. Cumpridores e desleixados. Tristes e alegres. Altos e baixos. Gordos e magros. ... Mas então esperar-se-ia outra coisa ? Que raio de ideia !... Queremos que os maçons sejam todos exemplares, como homens, como profissionais, como cidadãos, mas às vezes não são ! E então ? vem daí o mal do mundo ? A tradição da Maçonaria em Portugal é a de se manter na

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clandestinidade, ainda sob o efeito da estupidez salazarista debraço dado com uma Igreja de Roma retrógrada, completamentedesajustada da realidade e do tempo. E o desconhecimento do quese passa origina que a imaginação produza imagenscompletamente desviadas da verdade do que é ser Maçon. Porquase todo o mundo a qualificação de Maçon é uma honraria quese ostenta publicamente, inclusivé no cartão de visita. De factodeve significar que quem está autorizado a apresentar talqualificação é pessoa de Bem, confiável nas suas atitudes perantea vida e os homens. Por cá ainda há muito secretismo que não temsido fácil ultrapassar. Como sempre, lá chegaremos. A Grande Loja Legal de Portugal/Grande Loja Regular de Portugal,obediência maçónica onde a Respeitável Loja Mestre AffonsoDomingues se integra (a notícia do CM refere-se a uma outraobediência), é campo de todo o ecumenismo, livre, aberto, fraterno,no qual todas as crenças religiosas e políticas, todas as raças econvicções se encontram e convivem aberta e livremente, semquaisquer complexos ou diferenças, com a obrigação única deaceitar como objectivo a luta pela paz, pela fraternidade, pelaliberdade de todos os homens.“Senhores fazedores de opinião”deixem-se de invenções e principalmente de truques. (Quando fui "postar" este texto constatei que RBandeira resolveuavançar com outra lição sobre a mesma matéria. Aconselhovivamente a que não percam os 2 textos anteriores da autoria deRBandeira.) JPSetúbal

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Novo Venerável Mestre na Loja Mestre AffonsoDomingues

September 12, 2006

No passado fim de semana ocorreu a cerimónia de Instalação na Cadeira de Salomão, isto é, da tomada de posse, do novo Venerável Mestre da Loja Mestre Affonso Domingues, PauloFR, que também já tem publicado textos neste blogue. PauloFR fora eleito em Julho, por unanimidade de votos, para o exercício da função. Esteve presente no acto o Grão-Mestre da Grande Loja Legal de Portugal/GLRP, Alberto Trovão do Rosário.

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A cerimónia foi conduzida pelo Vice-Grão-Mestre, Mário MartinGuia. Seguidamente, PauloFR deu, de imediato, posse aos elementosque designou para o exercício das demais funções na Loja. Um dos elementos a quem PauloFR conferiu posse foi o assíduocolaborador deste blogue JPSetúbal, que assumiu as funções de1.º Vigilante. Um abraço a todos os empossados, mas em especial a estes doisco-blogueiros, manifestando a esperança de que o exercício,sempre absorvente, das funções que lhes foram confiadas e queestão agora a exercer não os impeça de continuarem a partilharconnosco os seus textos. Rui Bandeira

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Foto de Família !

September 13, 2006

Tenham paciência, não tenho pachorra para tantos temas sérios... Ficaria mal disposto para o resto da vida se deixasse passar esta ! A boa disposição é o sal da vida !

Já agora, sabem porque é que a equipa do Benfica anda toda torcida ? Oh pá, então com 6 milhões de torcedores... muito aguentam eles.

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JPSetúbal

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7º Campo de Trabalho da Amnistia Internacional

September 13, 2006

A Amnistia Internacional Portugal irá realizar entre os dias 5 e8 de Outubro o seu 7º campo de Trabalho. O Campo detrabalho tem como objectivo educar os mais jovens (15-18anos) em matéria de Direitos Humanos. Temas como a Pena deMorte, A Violência Sobre as Mulheres, serão debatidos duranteestes dias de uma forma lúdica e educativa. Caso estejainteressado ou conheça alguém que esteja interessado, juntoenviamos a ficha de inscrição e o programa do evento. O preçoda inscrição inclui todos os dias de alojamento e alimentação.Pedimos a todos os participantes que se façam acompanharde saco-cama. Se já não tem idade para participar no evento,poderá sempre ajudar na divulgação reenviando este emailpara os seus contactos.

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EM NOME DA AMNISTIA INTERNACIONAL PORTUGAL....OBRIGADO!Fernando MarquesAmnistia Internacional PortugalCoordenação e Gestão de Projectos / Project CoordinatorTelf:21 386 16 52Fax 21 386 17 82e-mail:

Tentemos tornar o mundo melhor, mais justo, mais humano.Aqui fica para quem se interessar por estes temas e puderparticipar.

JPSetúbal

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Vigilantes

September 13, 2006

Anéis de 1.º e de 2.º Vigilante, com as iniciais das designaçõesem língua inglesa: Senior Warden e Junior Warden)

Os membros das Lojas Maçónicas estão divididos em trêscategorias, Aprendiz, Companheiro e Mestre, segundo a suaantiguidade e a sua evolução na tarefa deauto-aperfeiçoamento que constitui o desiderato maçónico.

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Os Vigilantes são os elementos das Lojas que têm a função deacompanhar, orientar e auxiliar, os Companheiros (1.ºVigilante) e os Aprendizes (2.º Vigilante), quer na suaintegração na Loja, quer no conhecimento e compreensão dosprincípios e valores maçónicos, instrumentos para opretendido auto-aperfeiçoamento pessoal, ético e moral.

Esta tarefa é sobretudo individual, pelo que os elementos queas Lojas designam para acompanhar esses obreiros não têmcomo função ensinar, antes auxiliar, estar atentos àsnecessidades e ao desenvolvimento de cada elemento a seucargo, em suma, estar de vigília junto dos elementos que tem aseu cargo, em ordem a poderem, sempre que e quandonecessário, intervir, sugerir, esclarecer e, assim, auxiliar adesejada evolução de cada um deles. Daí a designação deVigilantes.

Constituindo a principal tarefa de uma Loja Maçónica oauto-aperfeiçoamento, constante e contínuo dos seusmembros, com o auxílio do grupo (tarefa nunca finda),obviamente que se tem especial cuidado com os elementosmais recentes, que é suposto serem os que mais necessitamdesse apoio. Assim, os Vigilantes são, imediatamente após oVenerável Mestre, os elementos que exercem as funções demaior responsabilidade da Loja. Normalmente, são designadospara as funções de Vigilantes maçons experientes, queexerceram já diversas funções em Loja e que, por isso, aconhecem bem. Procura-se assim auxiliar a rápida e frutíferaintegração dos novos elementos no grupo e nos seusPrincípios, Valores e Ideais.

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O 1.º Vigilante simboliza a Força (fortaleza de carácter, forçamoral, mas tembém a força concreta das acções, no sentidoem que toda a obra, toda a construção, humana só persiste setiver força para se manter, por si só); o 2.º Vigilante simboliza aBeleza (beleza das virtudes morais, mas também a beleza quese deve procurar imprimir em todos os nossos actos e em tudoo que construímos; "forte e feio" é, manifestamente, menosperfeito que "forte e belo").

Ao conjunto constituído pelo Venerável Mestre e pelosVigilantes é costume dar-se a designação de "Luzes da Loja",pois que a iluminam com as três qualidades que devem norteartodos os actos e obras de um maçon: Sabedoria, Força eBeleza.

Todas as decisões relativas à Loja que necessitem de sertomadas entre reuniões são tomadas em conjunto por estestrês elementos.

Rui Bandeira

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Gastronomia Maçónica

September 14, 2006

Procurei na net em varias linguas e nao encontrei nada,excepto uma referencia a um livro em espanhol.

Ja mandei um mail para ver se o consigo.

Mas deixo aqui um repto

Criar um receituário próprio.

A Ideia é cada um de vós e eu proprio ir propondo receitas queachem que possam ter a ver com a MAçonaria ou pelo menoscom um bom repasto.

Depois poderemos marcar um dia para uma prova das ditas ( aser organizado com alguma antecedencia) e finalmente criaruns menus tipo.

Abraços

JoseSR

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Exposição na Escudero - Galeria de Artes e Letras

September 14, 2006

A ESCUDERO - Galeria de Artes e Letras apresenta neste

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momento, e até 30 de Setembro, de segunda-feira a sábado, entre as 15 e as 20 horas, a exposição de pintura intitulada Hymne à la vie, da pintora Corinne Le Ciclé. Segundo a própria se define, "meu estilo se afirmou sob diversas formas: o abstrato, o naif e o expressionismo. Gosto de trabalhar a cor que fornece vida, e as formas, notadamente as mais simples como o círculo e o traço que evocam a doçura e o rigor, o feminino e o masculino. A simetria engendra o ritmo e, como os países e as pessoas que me inspiram, vou ao essencial". Uma curiosidade: Corinne Le Ciclé é autora de uma das vacas que presentemente (ainda) se encontram nos espaços públicos de Lisboa, no âmbito da iniciativa Cow Parade. Com efeito, é de sua autoria a decoração da Family Cow.

Quem quiser dar uma vista de olhos na obra da pintora - o que certamente motivará para ir mesmo ver "ao vivo e a cores" a exposição - pode visionar um razoável número de obras da pintora aqui . Rui Bandeira

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Vamos levar isto a sério ?

September 15, 2006

Ontem resolvi romper um pouco com a seriedade (?) deste cantinho “blogosférico e postei umas larachas que me saltaram à cabeça para tentar pôr a população do blog pelo menos, a sorrir, e hoje tive a alegria de constatar o regresso do nosso JoseSR às lides. Óh José, não foi por causa da piada ao Benfica, foi? Claro que não foi, e esta referência vem pouco a propósito deste tema porque nesta fase aqueles palhaços não conseguem fazer rir ninguém, a não ser os “patriotas” daquela nação lá do norte, carago... Acontece entretanto que uma mensagem de uma “velha” e querida Amiga me fez descobrir um sítio que, considerando interessante, compartilho convosco.

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http://www.algebrica.pt/deFrente/Default.asp?qp=54 Aqui podemos encontrar entrevistas interessantes, com gente interessante, e uma das últimas tem a ver com o estudo do “sorriso”, o que é, que consequências tem (ou não tem) e por aí fora, feito por um português excelentíssimo, Prof. Freitas Magalhães. Quem me conhece sabe bem que este assunto me é muito caro, entendendo eu que, se há terapias que resolvam problemas, então são com certeza as que actuam com o sorriso. Pode não ser suficiente, mas é necessário ! (como nos bons tempos da matemática...) Estava nestas conjecturas quando na RTP1 apareceu a sessão de hoje do, sistemáticamente extraordinário, “contra-informação”. Meus amigos, não percam o de hoje. Se não viram tentem apanhar a repetição no compacto de Sábado. Garanto que vale a pena ! É que neste País (teimoso eu, continuo a escrever “este País” com maiúscula !) o que se passa com muitas coisas só mesmo a rir pode ser suportado. A alternativa é o choro, e essa é pior. Deixo só um cheirinho..., aparecem o Loureiro Boss e o Pinto Boss ! Agora vejam no Sábado.

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Regressando ao sorriso, sugiro então uma voltinha pelo “DeFrente” e a leitura da entrevista com o Prof. Freitas-Magalhães para poderem verificar como é importante sorrir. Creio que no protocolo de Quioto as sapientissimas excelências que produziram o texto final, (aquele tal para o qual o Tio Sam se está ... poluindo (!)) não consideraram o sorriso como coisa que valesse a pena, e no entanto quanta poluição se evitaria se sorrissemos um pouquinho mais, só um pouquinho... Garanto que pelo menos os espíritos andariam bem menos poluídos ! E para acicatar mais um pouco o V. interesse aqui vai um parágrafo da entrevista (o resto fica procurarem no sítio) acompanhado de um cheirinho de Neruda. ......................................................................................... Extracto da entrevista de Freitas Magalhães ao “DeFrente” - O que é o sorriso? - O rosto está no topo da lista da autoconsciência humana e o sorriso é uma fonte poderosa de recompensas interpessoais. É o sorriso – essa curva simples que tudo pode endireitar – que dá movimento e dinâmica ao rosto. O sorriso é considerado uma das primeiras expressões da criança, a par da facilidade de alimentação, profundidade do sono e aceitação da ausência

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da mãe. O fenómeno do sorriso não é apenas identificado pela retracção das comissuras labiais para trás e para cima. O sorriso é definido em dois eixos fundamentais: o eixo muscular e o eixo da funcionalidade. Quanto ao primeiro, para a exibição do sorriso no palco do rosto, é imprescindível o exercício concreto dos músculos que circulam a boca do indivíduo, designadamente os orbiculares oris e os zigomaticus. Quanto ao segundo, e essa a minha preocupação científica corrente, refere-se à função do fenómeno no desenvolvimento do psiquismo humano no contexto das interacções sociais. O sorriso contribui, decisivamente, para o desenvolvimento afectivo e cognitivo do indivíduo como sinal de meta-comunicação que é." Tira-me o pão, se quiseres, tira-me o ar, mas não me tires o teu riso. Não me tires a rosa, a lança que desfolhas, a água que de súbito brota da tua alegria, a repentina onda de prata que em ti nasce. A minha luta é dura e regresso com os olhos cansados

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às vezes por ver que a terra não muda, mas ao entrar teu riso sobe ao céu a procurar-me e abre-me todas as portas da vida. Meu amor, nos momentos mais escuros solta o teu riso e se de súbito vires que o meu sangue mancha as pedras da rua, ri, porque o teu riso será para as minhas mãos como uma espada fresca. À beira do mar, no outono, teu riso deve erguer sua cascata de espuma, e na primavera, amor, quero teu riso como a flor que esperava, a flor azul, a rosa da minha pátria sonora. Ri-te da noite, do dia, da lua, ri-te das ruas tortas da ilha,

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ri-te deste grosseiro rapaz que te ama, mas quando abro os olhos e os fecho, quando meus passos vão, quando voltam meus passos, nega-me o pão, o ar, a luz, a primavera, mas nunca o teu riso, porque então morreria Pablo Neruda JPSetúbal

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"Lugar ao Sul"

September 17, 2006

Desde há anos (não sei quantos!) que regularmente ouço a Antena1, aos Sábados de manhã. A razão desta fidelidade tem a ver com o programa que, tenho para mim, é o melhor programa da rádio portuguesa, de todas as rádios portuguesas, da autoria de um extraordinário radialista, de seu nome Rafael Correia, que faz o “Lugar ao Sul”. Este “Lugar ao Sul” tem sido um tanto maltratado ao longo dos anos pelos responsaveis da programação da Antena1, com horários a mudarem com frequência excessiva e algumas vezes atirando o programa para a madrugada de Sábado (das 7 às 8 da manhã), hora imprória para consumo. Mas por agora está bem colocado no período das 9 às 10, e é bom que assim se mantenha, porque os portugueses mais urbanos tem o direito (ou será o dever ?), de conhecerem o seu País a sério, com os seus poetas, os seus músicos, as suas pequenas e grandes estórias que Rafael Correia inscreve semanalmente na história contemporânea de Portugal.

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Esperemos que a Direcção da estação pública tome asdecisões necessárias à protecção desta informação,coleccionada ao longo de anos e que é preciosa e irrepetível. Por portas e travessas descobri que há um grupo na “Net”dedicado à música portuguesa tradicional e à poesia,especialmente referente aos amigos do “Lugar ao Sul”:http://www.grupos.com.br/ e depois clicar sucessivamente em“Artes & Entretenimento” e “Rádio”, e aí estamos com os“Amigos do Lugar ao Sul” (só não entendo porque teve de serusado um endereço brasileiro). Queridos “blogueiros” ouçam a Antena 1, ao Sábado (das 9 às10 da manhã), e depois digam-me se vale a pena.

JPSetúbal

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Gastronomia Maçónica - 3

September 18, 2006

Pois é !! Estou de acordo com quase tudo o que o Rui diz. Também creio que não há gastronomia Maçonica, que para comer uns petiscos com uns gajos porreiros não é preciso grande coisa, etc. Mas só estou de acordo com quase tudo. Não espirito que aguente um estomago vazio. Mas um estomago não se deve encher sem preceito. E é aqui que penso que entra a Maçonaria. Criar um preceito para que os estomagos nos agapes se encham com a mesura do comedimento que deve ter um Maçon. Não estou aqui a dizer que temos que ter um repasto frugal, tipo uma folha de alface , meio rabanete, um tomate Cherry com uma azeitona espetada num palito. ( com um pouco de vinagre balsamico, azeite de qualidade uma pitada de sal e uma volta de moinho de pimenta fica um "amuse bouche" simpatico) Mas um repasto após uma sessão em que tentamos elevar a nossa espiritualidade, tem que permitir que no final quando vamos para casa sobre alguma coisa (dessa espiritualidade). Não é por acaso que existem Brindes rituais e sobretudo não é

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por acaso que o ultimo "brinde" ( nao tanto brinde mas reflexão ou mesmo talvez desejo) nos alerta para os nossos Irmaos por esse mundo fora. Ora chegar a um restaurante, abancar e comer sem mais ( é bom claro que sim ) mas acaba com qualquer espiritualidade. Lembro-me que nos idos de sei lá quando no Seculo passado, quando jantavamos naquele restaurante no beco dos passarinhos, o jantar era quase invariavelmente Bacalhau à Bras e Entrecosto no Tacho . Todos comiam a mesma coisa ( ou quase todos porque o Entrecosto por razoes varias não era de aceitaçao Universal), e não eramos menos felizes por isso. Acho que se compartia mais o Agape. Talvez seja impressao minha mas os nossos agapes nos " Pregos" são bem mais simpaticos que os outros, talvez porque todos comam a mesma coisa ( bem ha sempre uns que querem a carne mal passada e outros que a querem para la de muito passada mas....) e bebam a mesma coisa. Aliás no nosso almoço do Solsticio de Inverno ha sempre o cuidado de ter um Menu que seja igual para todos. A Gastronomia MAçonica pode nao existir, admito que apresentar um bife em esquadro com um Ovo em compasso pode ser dificil, mas poderemos fazer com que exista.

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E com isso passar aos agapes ( talvez nao todos porqueentendo que é dificil arranjar espaço) uma espiritualidadediferente, estabelecendo preceito de Agape. Bem sei que este assunto não para tratamento geral. Agora umas receitinhas !!!! E se para mais nada servirem, serviram para aguçar o vossoengenho criativo. JoseSR

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Gastronomia Maçónica - 2

September 18, 2006

No seu texto sobre este tema, que nos deixou aqui há dias, oJoséSR mencionou que, na Net, apenas encontrara, apropósito de gastronomia maçónica, a referência a um livro emespanhol. Provavelmente será "La cocina masónica", de JoseJuan Iglesias del Castillo, referenciado aqui .

Posso ainda mencionar um outro livro, este em francês: "Lacuisine des francs maçons", de Edmond Outin, editora Dervy,205 páginas, custo em França, € 25,00, mencionado nestelocal .

Posto isto, devo frisar que, na minha modesta opinião,"gastronomia maçónica" é coisa que não existe. Não existem,que eu saiba, pratos especificamente maçónicos. Aliás,parece-me que o livro em espanhol será uma tentativa de"construir" algo em torno do tema, mais do que recensão dealgo que exista...

Há cerca de dois milénios, alguém proferiu uma frase que ainda hoje é frequentemente utilizada: "a César o que é de César, a Deus o que é de Deus". Parece-me que podemos

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lembrar esta frase a propósito deste tema: Maçonaria respeitaao espírito, gastronomia respeita, claramente, à matéria...

É claro que os maçons sabem a importância do ágape(refeição tomada em conjunto por maçons, em regra depois,ou imediatamente antes, das reuniões de Loja) no cimentar dasrelações fraternais. Mas o que importa é, não o que se come,mas o convívio, o contacto, entre maçons.

De resto, tenho para mim que a internacionalmente sublinhadagrande importância do ágape em maçonaria é particularmenteacutilante na cultura anglo-saxónica, de matriz individualista eem que cada um foi educado a meter-se só nos seus assuntose a deixar em paz os outros. Cá pelas nossas bandas, com onosso gregarismo de matriz mediterrânica, o problema éconseguir que não se metam nos nossos assuntos.

Ou dito de outra forma: para os anglo-saxões, é importanteestimular o convívio e levar os maçons a estabelecê-lo,sentando-se em conjunto à mesa; cá pelos nossos lados (efelizmente!), o problema nunca será sentar à mesa, será o deconseguir que o pessoal se levante dela!

Por aqui, não há cá "gastronomia maçónica", há"gastronomia" e ponto final.

No nosso canto, não é preciso ser maçon para apreciar unsbons petiscos e uns bons copos (na conta certa...), nacompanhia de uns tipos porreiros...

Rui Bandeira

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Gastronomia Maçónica - 7

September 19, 2006

Ao Setimo POST ( sera acaso) posso dizer que AFINAL EXISTE GASTRONOMIA MAÇONICA - eu sabia !!!!!! Descobri este blog de um Maçon Frances. http://latelier.rmcinfo.fr/ E para prova imediata aqui fica uma das receitas do dito, que poderá ser a do jantar mencionado no post anterior Le Gigot D'agneau de 7 Heures dit du ( Maitre Maçon). (RECETTES) posté le vendredi 28 juillet 2006 14:10 INGREDIENTS : 1 GIGOT DE "KG, 3 CAROTTES, 3 BRANCHES DE THYM , 3 PETITES TETES D'AIL , 3X5CL DE VIN BLANC , 3X5X7 GR DE BEURRE, 3X5X7 CL DE BOUILLON DE BOEUF , 5 FEUILLES DE LAURIER , 7 TOMATES , 7 OIGNONS , 7X3 CL D'HUILE D'OLIVE. TEMPS DE PREPARATION: Apprentissage : 3° , Compagnonnage : 5 ° , Maitrise 7 ° TEMPS DE CUISSON : 7 heures PREPARATION : Desosser et garder l'os pour la réalisation du

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fond . Piquer le gigot de languettes d'ail . Faire chauffer lebeurre et l'huile dans une braisiére , bien dorer le gigot surtoutes les faces ,puis l'envelopper dans un chiffon humide etbien le ficeler.Dans la braisiére , faire revenir les os du gigot etles parures. Ajouter les oignons et les carottes en gros dés .Quand les légumes sont dorés , ajouter 3 verres de vin blanc et7verres de bouillon. Placer le gigot dans une grande cocotteovale puis verser dessus le contenu de la braisiére .Ajouter lestomates concassées, 3 brins de thym , 5 feuilles de laurier , 3cuilléres à café de gros sel , 3 puis 5 puis 7 grains depoivre.Porter à ébullition, puis ajouter suffisament d'eaubouillante pour couvrir le gigot. Poser le couvercle sur lacocotte et le lutter avec de la farine malaxée avec un peu d'eauafin de le rendre hermétique JoseSR

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Gastronomia Maçónica - 6

September 19, 2006

Certo concordamos que não Há.

Mas quero que venha a haver é essa a diferença. Quanto aospratos talvez nao tao sofisticados, mas para os doisCo-blogueiros Rui Bandeira e JPSetubal e só mesmo para elesporque o trabalho de escrita deve ser recompensado, ( e vai terque ser so para eles porque na minha mesa so cabem 4pessoas) eu proponho-me a preparar um jantar, durante o qualdiscuteremos o Inicio da Gastronomia Maçonica.

JoseSR

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Gastronomia maçónica - 5

September 19, 2006

Meu caro JPSetúbal, não quero que te falte nada! A cunhada Patrícia certamente que explicaria melhor, mas não quis deixar de procurar esclarecer as tuas dúvidas e... fui procurar na Net!

Quanto ao "pavão com aipo", presumo que não tenhas qualquer dúvida quanto ao pavão, simpático bichinho que nos acostumámos a ver, com a sua bela plumagem, e que nos esquecemos que ... também é comestível e que, na Idade Média, não estavam para esquisitices... Admito então que a tua dúvida esteja no aipo, pelo que transcrevo este texto, que encontrei aqui , acompanhado de imagem do dito cujo: As pessoas em regime alimentar (dieta) geralmente comem

bastante aipo, uma vez que ele contém baixas calorias até mesmo para os padrões geralmente

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verificados em vegetais. Dois talos contêm menos de 10 calorias. No entanto, seu alto teor de fibras dá a sensação de saciedade. O aipo ainda é uma boa fonte de potássio, contribui também com pequenas quantidades de vitamina C e uma boa quantidade de folato e vitamina A. Embora não contenha muitos nutrientes, o aipo acrescenta um sabor especial a uma variado número de receitas - desde sopas e guisados a saladas e recheios de aves. As folhas de aipo não são geralmente aproveitadas, embora constituam a parte mais nutritiva da planta, pois contêm mais cálcio, ferro, potássio e vitaminas A e C do que os talos. As folhas devem ser utilizadas em sopas e saladas por seu sabor. Passando agora à "perdiz trimolette", aprendi aqui que se trata de um prato medieval (pois...!), e que a receita é a seguinte (tradução minha do inglês, desculpem lá...): Preparar as perdizes, assá-las no espeto até estarem quase

prontas, retirá-las do espeto, p arti-las ou deixá-las inteiras (a gosto) e colocá-las num tacho, em lume brando. Cortar cebolas tão finas quanto se conseguir, fritá-las num pouco de gordura, colocá-las sobre as perdizes, mexendo o tacho frequentemente. Pegar em alguns fígados de frango e num pouco de pão, assá-los bem na grelha,

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embebê-los num caldo de carne, depois filtrar através de umagaze de algodão, e colocar no tacho das perdizes.Seguidamente, pegar em pó de canela, um pouco de gengibre,alguns dentes de alho inteiros, grãos de pimenta (emquantidade um pouco mais generosa) e pimenta em pó eempapar tudo em bom vinho. Feito isto, colocar tudo no tacho,polvilhar com um pouco de acúcar e tapar o tacho muito bem,para que nenhum vapor escape. Quando quiser retirar o tachodo lume, juntar apenas um pouco de vinagre, mas não o deixeferver. E pronto, estamos todos esclarecidos! Só falta saber quem é ovoluntário para cozinhar o petisco... Para terminar: interessante como se vai no quinto texto acercade uma coisa que todos concordam não existir... Rui Bandeira

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Gastronomia maçónica - 4

September 19, 2006

É o que se poderá dizer com propriedade que também quero meter a colherada ! O nosso JoséSr levantou uma “lebre” (a propósito de gastronomia...) que me pôs a pensar (gaita, alguma vez havia de ser !) e a procurar informação sobre a questão das comidas

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e das bebidas dos maçons. Em boa verdade não me parece que os maçons sejam, ou alguma tivessem sido, de grandes comezainas e de grandes sofisticações alimentares. Os ágapes são por definição uma extensão dos trabalhos em Loja, portanto com muito mais de espiritual do que de “carnal” no verdadeiro sentido do termo, e mesmo os ágapes comemorativos, fora dos dias de sessão de trabalho em Loja, são sempre levados à condição de trabalho maçónico, muito mais importantes como ocasião de convívio humano do que como oportunidade de empaturramento. E como diz o JoséSR, os brindes definem o sentido da reunião. Pensemos um pouco, meus caros JoséSr e RBandeira. Qual de Vocês, após um dia a carregar e a partir pedras, a endireitá-las, pô-las à forma necessária, assentá-las, ... estaria com estaleca para grandes repastos, molhos esquisitos, sabores variados ? Mais ainda com a certeza de que no dia seguinte teriam dose idêntica, e depois mais outra, e já na véspera havia sido assim... Claro que há que contar com o dia de descanso, mas não me parece mesmo assim que a preocupação destes obreiros se virasse para os cozinhados, e realmente não encontrei até agora qualquer referência a receitas, pratos ou coisa parecida que se pudesse relacionar especificamente com a maçonaria. Sem esta relação estabelecida e apenas a título de exemplo do que encontrei sobre os primórdios da gastronomia organizada, deixo para experiência, o menu que Guillaume Tirel (Taillevent) preparou para Monsenhor d’Estampes em “1300 e troca o

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passo” (morreu em 1395, portanto teve de ser antes !): - 1º Serviço Capão em caldo de canela; Galinhas com ervas; Couves novas e ervilhas de caça. - 2º Serviço Assado excelente; Pavões com aipo; Pâté de capão. - 3º Serviço Perdizes à trimolette; Pombos estufados; Pâté de caça; Gelatina e lesches - 4º Serviço Bolo; Creme frio; Pâtés de peras; Amêndoas em açúcar; Nozes e peras cruas.

É mesmo uma "refeição e peras". Não há referência às bebidas, mas acredito que não fossem grande coisa. Afinal ainda não haviam os “Alentejos” nem os “Dão” !!! Desta “coisa” fica-me uma curiosidade danada... como será aquela treta das “perdizes à trimolette” e dos “pavões com aipo” ? Sugestão final, perguntar pelo assunto à cunhada Patrícia. Ela

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é especialista ! JPSetúbal

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Notícias cá do burgo

September 20, 2006

Nas minhas deambulações noticiosas vou apanhando asminhas surpresas, e esta é uma delas.O Cinema Português começou pela mão de um maçon !Recordê-mo-lo então.

Porto não assinala morte do pioneiro do cinema portuguêsJoana de Belém

O pioneiro do cinema português faleceu há 75 anos mas o Porto, cidade onde Aurélio da Paz dos Reis nasceu e morreu, não organizou qualquer iniciativa para assinalar a data. A autarquia não tem programado nenhum evento nem recebeu qualquer pedido de apoio relacionado com a passagem, hoje, dos 75 anos da morte do primeiro cineasta português, disse fonte da Câmara contactada pela agência Lusa."É incrível, é uma anormalidade que já passa a ser normal no Porto", disse ao DN Manoel de Oliveira. "Foi um feito notável [ter sido o primeiro realizador português pouco depois da invenção do

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cinema pelos irmãos Lumière] e é lamentável, muito triste,esquecerem-se das pessoas com tal mérito", acrescentou ocineasta.Aurélio da Paz dos Reis, que nasceu a 28 de Julho de1862 e morreu a 19 de Setembro de 1931, foi um activorepublicano que se destacou em áreas tão diversas como apolítica, a floricultura, a fotografia e o cinema.Em 1896, apenasum ano após a exibição de La Sortie de La Usine Lumièrepelos irmãos Lumière, compra em França uma máquina defilmar e projectar que utiliza para a realização de pequenosfilmes. Saída do Pessoal da Fábrica Confiança, guardado pelaCinemateca Portuguesa desde 1982, marca o nascimento docinema português.Captados no Porto e Braga, os filmes de Pazdos Reis ostentam títulos hoje impensáveis, como CortejoEclesiástico Saindo da Sé do Porto no Aniversário daSagração do Eminentíssimo Cardeal D. Américo e Chegada deUm Comboio Americano a Cadouços. Mercado do Porto, RioDouro, Costumes da Aldeia, Jogo do Pau, Azenhas no Rio Ave,Feira de Gado na Corujeira, O Zé-Pereira na Romaria de SantoTirso, Torre de Belém, Marinha no Tejo - Saída de Dois Vaporese A Rua do Ouro integram o espólio de 33 fitas realizadas peloportuense.Liberal e maçon, participou na revolta do Porto, a 31de Janeiro de 1891, e foi um grande defensor da República,desempenhando funções na Câmara do Porto (1914-1922)como vice-secretário e vice-presidente do Senado.

JPSetúbal

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Notícias do Brasil

September 20, 2006

Pois como de costume cá estou a desestabilizar...

Desta vez por causa do "léxico" maçónico (!) temos aqui umassugestões cheia de piada.

Mesmo à brasileira !

Em sessão branca, que uniu todas as lojas maçônicas de Santa Maria, a Revolução Farroupilha foi relembrada Ranice Pedrazzi Homens pilchados, peões e prendas e um clima festivo. Assim começou a primeira sessão branca da Maçonaria em homenagem aos 171 anos do início da Revolução Farroupilha, um movimento idealizado pela sociedade secreta da qual fazia parte Bento Gonçalves da Silva. Realizada na Estância do Minuano, a sessão foi presidida pelo venerável da Loja Luz e Trabalho, Tarcísio Moro, que destacou que todos os anos, as lojas realizam sessões especiais fechadas na semana farroupilha, mas este ano, a exemplo do que já acontece na semana do aniversário do município, as lojas se uniram para realizar a sessão aberta ao público. A sessão seguiu o cerimonial de uma sessão branca, mas com uma importante adaptação. Todo o texto foi alterado, com a

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utilização de expressões características do modo de falarsul-riograndense. Assim, o Grande Arquiteto do Universo foichamado Grande Patrão da Estância Universal e o início dostrabalhos foi anunciado com a frase “vão iniciar as lidas dorodeio”.Houve uma retomada da história da RevoluçãoFarroupilha, com destaque para o episódio da tomada de PortoAlegre e proclamação da República pelo general Antonio Neto.

JPSetúbal

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Léxico maçónico: Ágape

September 20, 2006

Nos vários textos anteriores, foi várias vezes mencionado otermo "ágape", aliás num deles definido como refeição tomadaem conjunto por maçons, em regra depois, ou imediatamenteantes, das reuniões de Loja.

Em circunstâncias ideais, as instalações onde decorremreuniões de Lojas devem estar preparadas para ter uma sala,de tamanho adequado e devidamente mobilada, onde possaser servida e consumida a refeição, e ainda local para aconfecção desta.

Durante um ágape, são efectuados pelo menos sete brindes,dedicados ao Presidente da República, a todos os Chefes deEstado que protegem a Maçonaria, ao Grão-Mestre, aoVenerável Mestre da Loja, aos demais Oficiais da Loja, aosVisitantes (ou, nos ágapes brancos, às senhoras presentes) e atodos os Maçons, onde quer que se encontrem.

O ágape branco é um ágape em que estão presentes nãomaçons, em regra familiares e amigos. No ágape branco, ocerimonial é aligeirado ao mínimo, mantendo-se apenas osbrindes.

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O ágape ritual é considerado o prolongamento dos trabalhosem Loja. Nele, os Aprendizes e Companheiros têmoportunidade de exprimir as suas opiniões, relativamente aosassuntos debatidos em Loja (já que, em sessão de Loja, osAprendizes e Companheiros devem observar a regra dosilêncio, para mais concentradamente poderem dedicar a suaatenção ao que vêm e ouvem) ou colocados em discussão nopróprio ágape.

Quando existem condições de privacidade que o permitam, oVenerável Mestre, no início do ágape, informa qual o temasobre o qual todos os elementos presentes devem emitir assuas considerações, pela forma que entenderem.Seguidamente, cada um dos elementos presentes deve, à vez,levantar-se, apresentar-se e proferir uma alocução breve sobreo tema indicado. Esta rotina possibilita o melhor conhecimentomútuo de todos os membros de uma Loja (pois cada umexpõe, em plena liberdade e perante a atenção silenciosa dosdemais os seus pontos de vista), facilita a integração dosmembros mais recentes (que verificam a prática da igualdadeentre maçons e a aceitação das diferenças de opinião entreeles) e contribui para a superação do receio de falar empúblico de que sofrem algumas pessoas.

Quando existem condições para a refeição ser preparada econsumida nas instalações da Loja, por regra é nomeado umelemento da Loja, que fica com a responsabilidade de dirigir apreparação da refeição e do local onde a mesma vai serconsumida.

Quando não existem as condições de privacidade entendidas necessárias, o ritual do ágape reduz-se aos brindes ou é,

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mesmo, eliminado, servindo a refeição apenas (e já é bom!)para possibilitar a sã convivência entre os elementos da Loja.

Os ágapes em muito contribuem para a criação e ofortalecimento dos laços de amizade e solidariedade entre osmaçons.

Rui Bandeira

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Uma rádio só para maçons (mesmo!)

September 22, 2006

Está em funcionamento 24 horas por dia, sete dias por semana, uma rádio via Internet destinada exclusivamente a maçons, a Rádio Temple. Trata-se de uma rádio de língua francesa, que usa como frase de apresentação a expressão "Radio Temple, il est toujours midi quelque part " (Rádio Templo, é sempre meio dia em qualquer lado). Para aceder à emissão desta rádio, é necessário pagar uma contribuição anual de 25 euros e comprovar a qualidade de maçon. Para tal, o interessado terá de enviar uma mensagem de correio electrónico para o endereço [email protected], com as seguintes informações: nome, morada, número de telefone, endereço de correio electrónico, identificação da Obediência maçónica em que se está filiado, Oriente da mesma, Loja em que se está integrado, grau do maçon e dias de reunião da sua Loja. Após a necessária verificação destes elementos (junto da Loja ou da Grande Loja) por parte dos responsáveis pela rádio, o

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interessado receberá uma mensagem de correio electrónico deconfirmação, acompanhada de um código de acesso à audiçãoda emissão. A Rádio Temple tem por objectivo informar e divertir os seusouvintes, acolhendo as contribuições voluntárias de todos osque as desejem prestar, num espírito de respeito mútuo,fraternidade e tolerância. Emite programas de debate,entretenimento, reportagens e crónicas, além de informaçõespráticas e música clássica, francófona e jazz. Mais informações aqui . Rui Bandeira

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Uma rádio só para maçons (mesmo!) - 2

September 25, 2006

No último texto, dei notícia da existência da Rádio Temple, sem comentários (é assim que eu gostava que a imprensa procedesse sempre: separar a notícia do comentário, para que o leitor percebesse sem dificuldade o que é facto e o que é opinião...). Hoje, apetece-me comentar o assunto. A minha opinião é que não concordo com esta ideia de uma rádio só para maçons. Pela mesma razão de que não concordaria com um blogue só para maçons.

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Uma das razões que faz muita gente desconfiar, temer, imaginar mundos e fundos acerca da Maçonaria e dos maçons é, precisamente, esta fama - e, em muitos casos, como neste se vê, o proveito - de secretismo, de espírito de seita. Na minha modesta opinião, a única coisa que deve ser exclsivamente reservada aos maçons é o que é transmitido e o que é tratado em Loja. Fora de Loja, nada há que justifique este secretismo, esta discriminação de quem não é maçon. Obviamente que em nenhum debate transmitido na Rádio Temple se vão divulgar modos de reconhecimento mútuo... E não percebo porque não há-de um não maçon ouvir a transmissão de uma versão da Flauta Mágica, ou uma peça de jazz, na Rádio Temple... Acho que este encerrar da Rádio Temple a ouvidos de quem não seja maçon, para além de estulto e, na prática, irrealizável (ou será que o maçon subscritor do serviço da Rádio Temple tem que se encerrar num qualquer cómodo esconso e à prova de som para ouvir a dita rádio? Não se está mesmo a ver que, em muitos casos, e com toda a naturalidade, haverá muito bom maçon que ouvirá a Rádio Temple na presença de sua mulher?), é um verdadeiro tiro no pé. A ideia de uma rádio de matriz maçónica é uma excelente ideia,

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até para divulgar o nosso ideário. Perder todas virtualidadesde um poderoso meio de comunicação, como continua a ser arádio (e como creio que cada vez mais será a rádio pelaInternet, com verdadeiro alcance global) é, creio, deitar foramais de metade do interesse da boa ideia. Mas, enfim, os promotores da dita rádio lá sabem... Nós, aqui, gostamos muito de ter este blogue lido por maçonse por não maçons! Rui Bandeira

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Maracaju News - Maracaju já tem os mais belos idosos

September 26, 2006

Este último post do RBandeira levou-me a postar uma notícia chegada do Brasil onde o exemplo de participação cívica é claro. Neste caso trata-se de intervenção da Maçonaria Feminina, que por cá também existe mas ainda mais escondida do que as obediências masculinas, mas para o caso tanto faz. Interessa ver como a Maçonaria existe e é participante activa em acções de caracter social. Não procuramos a ribalta (a luz dos holofotes aquece demasiado...) mas convém que a sociedade perceba que pode e deve contar connosco. Aqui fica a notícia. Segunda-feira, 25 de Setembro de 2006 10:06 O Projeto Conviver de Maracaju, através da Secretaria de Assistência Social, realizou, no último sábado, 24 de setembro, na sede social da AABB – Associação Atlética Banco do Brasil, o Concurso da mais bela e mais belo idoso do projeto Conviver de Maracaju e Distrito de Vista Alegre. Os jurados do concurso foram: o Gerente da Uems de Maracaju José Fernando Campos, a representante da Bella Idade Syra Corrêa,

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o Secretário de Saúde, José Marcondes, a Empresária Fabianade Carvalho Lima, o Vereador Édio Antônio Resende deCastro, a Escrevente Judicial Valéria do Couto, o AuditorNelson Gerotti, a Presdidente do Lions Club de Maracaju,Edilamar Krutul, a Secretária de Educação Martha Krolow, aChefe de Gabinete Mariema Michelleto, o empresário Kadi e arepresentante da Maçonaria Elvirana Lucchiari.O Mais BeloIdoso da terceira idade escolhido pelo corpo de jurados foi:Walfrido Garcia Pereira e a mais bela idosa Ramona CoutoAdão, que estarão representando Maracaju no concursoestadual e a Miss Simpatia foi para Nair Barbosa Ferreira. Naseqüência houve um baile animado pela dupla Elvis e Júnior. OPrefeito Dr. Maurílio e a primeira dama Leila GonçalvesAzambuja, o vice- prefeito Nenê da Vista Alegre, a Secretáriade Assistência Social Ilca Barbosa Torquato, o Secretário deDesenvolvimento Econômico e Meio Ambiente, Paulo Koster, oGerente de Transporte Vanderlei Roque e o vereador ValdenirPortela, prestigiaram o evento, que contou com a participaçãode cerca de 600 pessoas.APMM JPSetúbal

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Carta aberta às cunhadas

September 27, 2006

(Os maçons tratam-se entre si por Irmãos; assim sendo, asmulheres dos maçons são por estes coloquialmente referidaspor "cunhadas")

Queridas e nunca suficientemente exaltadas companheiras denossas vidas:

Bem sabemos nós que vós, luzes de nossos olhos, apreciais anossa companhia - quase tanto como nós apreciamos a vossa.

Bem sabemos nós que vós, calores de nossos corações,desejaríeis que nós não nos apartássemos de vosso regaçopara participar nas nossas reuniões, para assegurar ocumprimento das tarefas que a Loja nos confia.

Asseguramo-vos que muitas vezes a nossa alma nos pesa pelanecessidade daquele nosso apartamento de vós para ocumprimento de nossas obrigações maçónicas.

Perguntais então, certamente, vós, regaço de nossocontentamento: se assim é, porque vos apartais de nossacompanhia?

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A resposta, para além de nosso zelo no cumprimento denossas obrigações, como Homens de Honra que nos prezamosde ser - uma das razões, aliás, porque merecemos a ventura dovosso afecto... -, é porque também vós, centro de nossasvidas, beneficiareis de nossos trabalhos maçónicos!

O propósito da Maçonaria é possibilitar, auxiliar, potenciar oaperfeiçoamento de seus cultores. Aperfeiçoamento espiritual,mas também social, pessoal e profissional.

Com a ajuda de seus Irmãos e com a prática de seus trabalhos,o Maçon busca ficar melhor marido, melhor pai, melhor filho,melhor profissional, enfim, melhor pessoa.

Dedicamo-nos com zelo a nossos trabalhos maçónicos,mesmo com sacrifício de algumas horas na vossa desejadacompanhia, porque desejamos, buscamos, atingir essamelhoria.

E dela também vós, criaturas de nossos sonhos realizados,consequentemente beneficiareis.

Ou seja, se, para realizar nossos trabalhos, nos apartamos devós, enlevos de nossas almas, também é por vós e por Amorde vós, deleites de nossas existências, que o fazemos. Docesacrifício que gostosamente vos dedicamos!

Porém, dirá talvez vosso espírito crítico, sempre tão aceradoem relação a nós: se assim é, porque não sois então melhores,que os não vemos ser?

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Se isto assim o disser, ó musas inspiradoras de nossaexistência, vosso espírito demasiado crítico ferir-nos-ádolorosamente com a injustiça de tal afirmação! E o amargo felde tal injustiça só é atenuado por nossa certeza de que talaleivosia tem origem no Amor que vós, consolo de nossostrabalhos, nos dedicais, que vos fez idealizar nossa imagem aoponto de crerem ser impossível que nós sejamos algum diamelhores do que vós, mel de nossa existência, nos julgásteisser!

Porém, asseguramo-vos que é verdade que procuramos nossoaperfeiçoamento e que aspiramos a que, focada vossa atençãopara este nosso propósito, vós, luar que ilumina nossasnoites, consigais ver os porventura pequeninos, quiçá ínfimos,progressos que vamos conseguindo e que connoscocompartilheis nossa esperança em, talvez após longo tempo -mais do que nosso voluntarismo gostaria, mas na medida quenossas fraquezas nos impõem -, seja visível e gratificantenossa melhoria.

Uma última objecção vosso amoroso espírito porventura fará:se é tão demorado o caminho, se tantos sacrifícios e durantetanto tempo o mesmo implica, para quê percorrê-lo, se vós,flores de nossa Primavera, nos amais com nossos defeitos?

A resposta a esta legítima pergunta é que o Homem, se não busca aperfeiçoar-se, se não luta para se sublimar a caminho do mais perto da Perfeição que suas capacidades lhe permitirem, infelizmente vê sua fraca natureza arrastá-lo em suave, mas sempre descendente, declínio. E, se as duras

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realidades da Vida nos mostram que o declínio físico éinevitável, o declínio moral e espiritual, esse, pode e deve e éevitado com nosso trabalho.

Tal como a criança que se diverte andando em sua bicicleta, separar, cai, também nós, se cessássemos nossa jornada paramelhorarmos, pioraríamos.

E, se tal ocorresse, desgraçadamente poderíamos sofrer amais dura das punições: a perda de vosso Amor!

Portanto, ó Sóis de nossas vidas, ficai cientes que, se nosapartamos de vós para nossos trabalhos maçónicos, ofazemos também, mesmo principalmente, para continuar amerecer vossas graças e vosso Amor por nós!

E portanto, perdoai-nos estes momentos de necessárioafastamento, apoiai-nos no cumprimento de nossos deveres e,muito justamente, beneficiai, ao longo do tempo, dos nossosesforços para sermos melhores, esforços que a vós, faróis denossa jornada, dedicamos.

É isto que, em nome de todos os seus Irmãos da Loja MestreAffonso Dominguas apeteceu escrever a

Rui Bandeira

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Carta aberta às cunhadas - A resposta! E a réplica... Eainda a tréplica!

September 28, 2006

Meu querido cunhado, Em meu nome (mas certamente as minhas queridas cunhadas subscrevem) agradeço as tuas doces palavras. Modéstia à parte, mas nós, vossas “musas inspiradoras” sabemos que tudo o que vocês, nossos inestimáveis maridos, fazem, é sempre, sempre por nós e para nós. Muito obrigado! Sei também, ó amores das nossas vidas, que se não conseguem ser tão pontuais aos compromissos familiares, como são às

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sessões, é apenas porque pretendem que nós, vossas dedicadas esposas, aperfeiçoemos à nossa capacidade de espera e a nossa tolerância... muito obrigado! Sabemos também, nossos amados esposos, que é para vós um tremendo sacrifício, abdicarem da nossa agradável companhia, para irem às sessões... é com certeza um fardo pesado de suportar! Sabemos que preferiam passar um agradável serão em casa a dar banho aos nossos rebentos...a dar-lhes jantar...a aturar as suas adoráveis birras...a ler a história antes de dormir...a arrumar o nosso doce lar...e a fazer todas aquelas tarefas tão agradáveis que tão carinhosamente nos deixam fazer sozinhas. Muito obrigado! Nossos queridos maridos, nós, vossas companheiras e “centro das vossas vidas” reconhecemos que vocês, nossos mais-que-tudo, não são perfeitos...mas para nós, que vos amamos com todo o nosso ser (e mais algum!!!), vemos apenas virtudes e...algumas (pequenas?!) imperfeições! Obviamente que vocês, ó cactos do nosso deserto, podem contar sempre com o nosso apoio e com toda a nossa compreensão...assim como nós, flores da vossa Primavera, estamos certas que podemos contar sempre, sempre convosco para tudo (?). Bem hajam nossos amados eternos! Um beijo grande para todos e um especial para ti Rui. Na caixa de comentários ao texto "Carta aberta às

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cunhadas", a PatBR (ou, mais simplesmente, a Patrícia) colocou esta notável, inteligente e estimulante resposta. Qualquer administrador de blogue que se preze só pode, pois, fazer o que aqui faço: colocar esta pérola de engenho, arte e ironia no corpo principal do blogue, para que não passe despercebido. Posto isto, é tempo de replicar! Patrícia, minha nunca suficientemente admirada cunhada: Foi com indizível prazer que li a resposta que te dignaste dar ao pobre amontoado de palavras que, sem grande talento, mas com o propósito de as tornar minimamente dignas de vós, ínclitas cunhadas, consegui laboriosamente alinhavar. E, antes do mais, tenho que cometer o puro acto de justiça de eu, Mestre Maçon, humildemente me inclinar perante ti, Mestra da Ironia! Porém, algumas pequenas imprecisões, quais sinais de beauté, salpicam tua admirável prosa. Perdoa-me que tenha a ousadia de tas apontar. Em primeiro lugar, tua inenarrável condescendência perante nós fez-te afirmar algo que, hélas, não

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corresponde à realidade dos factos: infelizmente, não é exacto que nós, simples maçons percorrendo humildemente a via da superação de nossos defeitos, tenhamos já logrado superar o nosso lusitano defeito da falta de pontualidade e que sejamos pontuais às sessões. Asseguro-te que a nossa falta de pontualidade é igual em todo o lado... E se e quando, porventura, começares a notar uma melhoria da pontualidade do teu mais-que-tudo aos seus compromissos familiares, então aí está: começa a notar-se - finalmente!- um passo dado na dura vereda da busca da melhoria! Em segundo lugar, equivocas-te quando duvidas do nosso apego a "um agradável serão em casa a dar banho aos nossos rebentos...a dar-lhes jantar...a aturar as suas adoráveis birras...a ler a história antes de dormir...a arrumar o nosso doce lar...e a fazer todas aquelas tarefas tão agradáveis que tão carinhosamente nos deixam fazer sozinhas". Tudo isso são actividades que cada vez mais apreciamos, símbolos da singela vida em família. E asseguro-te que, se muitas vezes as deixamos para vós, é apenas com o intuito de vos permitir o deleite de sua execução. (Não, por quem és, não agradeças, não é preciso, nós somos assim, amamo-vos...) Em terceiro e último lugar, fiquei um pouco estupefacto

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com a bela imagem, a nós aplicada de "cactos do vosso deserto". Que quis tua nobre reflexão dizer com tão inesperada mensagem? Será que pretendeste dizer que... picamos? Se assim for, garanto-te que vamos urgentemente providenciar para que o escanhoado de nossa barba seja mais perfeito, para evitar tão inditoso inconveniente! Ou será que somos "cactos do vosso deserto" porque, no meio da desolação e do calor, saciais vossa sede em nós? Se assim for, é mui mais gentil essa ideia... Enfim, pequenas correcções que espero que te não enfades que as tenha ousado fazer! ----------------------------------XXXX-------------------------------- Agora a sério, minha cara. Concede-me o direito de exibir o defeito do meu autoritarismo e toma nota. Com esta acutilante resposta taco a taco, a frescura de tua prosa e o brilho de tua ironia, não mais te é permitido que te limites a ler os textos que aqui colocamos. ESTÁS INTIMADA A EXERCER A FUNÇÃO DE

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COMENTADORA OFICIAL DO BLOGUE!!!! E não ouses deixar de comentar! Um beijo! Rui Bandeira

PatBR disse...

Querido cunhado, Aceito com humildade as tuas correcções, mas julgo serem necessárias algumas explicações... Em primeiro lugar, e no que respeita à pontualidade, devo então um pedido de desculpas - julguei-vos todos, meus queridos cunhados, pelo comportamento do meu muito amado marido... pelo que sei (ou julgo saber!!!) ele costuma ser pontual às sessões! Feita a primeira exlicação passo então à segunda... Nada a comentar...tens razão! Somos umas sortudas! Só não agradeço novamente porque disseste para não o

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fazer!!!... Terceira e última explicação... o cacto do nossodeserto... Oh meu muito querido cunhado, deviasenvergonhar-te de, numa primeira análise, teres interpretado tão injustamente asminhas palavras. Senti-me verdadeiramente aliviada, por perceber noparágrafo seguinte que tinhas percebido, finalmente, o verdadeiro significado daimagem que quis transmitir. Até porque nós, vossas dedicadas esposas,gostamos de tudo em vós, até do “escanhoado” de vossa barba!!! Por último, agradeço os teus rasgados elogios e retribo em dose dobrada... óh Mestredos Mestres da Ironia! Beijos

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THIS IS... MUSIC !

September 30, 2006

A meus muito queridos Manos; A minhas muito amadas Cunhadas; A todos os nossos apaixonados leitores; 2006 – Ano extraordinário de comemorações musicais, grandes nomes da música universal de sempre, de cá e de lá, são lembrados, comemorados, trabalhados, tocados e ouvidos durante este ano (claro que nos outros, também !). Vem este apontamento na sequência dos textos misteriosos, verdadeiramente cifrados, “maçonicamente” codificados que meus queridos, amados, apaixonados, idolatrados irmão RB e cunhada PatBR têm vindo a postar, animando “musicalmente” este “A PARTIR PEDRA”. Em 2006 temos: - 250 anos do nascimento de Mozart; - 150 anos da morte de Schumann; - 100 anos do nascimento de Lopes Graça; - 100 anos do nascimento de Armando José Fernandes; - 100 anos do nascimento de Luis Sousa Rodrigues - 100 anos do nascimento de Dimitri Chostakovitch - 20 anos da morte de Ruy Coelho; - 25 anos de carreira dos GNR; - 40 anos de carreira de “5 minutos de Jazz”, programa de rádio de José Duarte; - ... (mais alguns !)

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Matutei, matutei, ... e encontrei ! Está aqui a explicação, é oano da música !!! Pus as minhas capacidades em campo e com a ajuda dealguns amigos “paperazzi” consegui o que nem os própriossonham, a foto dos dois (RB e PatBR) em plena função,codificando toda a informação que desde há 2 dias vão“blogando” dia e noite. Então, aqui os apresento em 2 momentos dos ensaios,dando-nos música:

APRESENTAÇÃO NOS MANIQUES

NO PALCO DOS CASTIÇOS

A primeira foto foi conseguida durante um ensaio no palco emprestado pelos “Castiços da Lourinhã” e na segunda os nossos dois artistas estão em ensaio geral no “Grupo JET7 dos Maniques da Linha”. Esta modestíssima homenagem ao V. lirismo não chega nem

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às antevésperas das Vs. melodiosas sonoridades, nãoouvidas, mas lidas, quiçá com muito maior vantagem para osnossos duros canais auditivos (mais ainda com a vantagem denão perturbarem a tranquila paz do “cãozinho” do José quecertamente muitos sinais de alegre jovialidade transmitiria atodos os felizardos do prédio onde vive, perante sons tãosuaves e bem timbrados). Por isso, e por tudo isso, eu Vos agradeço, na certeza de quecomigo estará a grande maioria dos que penosamente vãolendo os dislates das nossas corriqueiras e nada buriladasletras (excepção feita, pois naturalmente à orgia literária dosúltimos 2 dias), a trabalheira que tiveram na codificação parasuporte escrito das melodias extraordinárias com que a V.enorme musicalidade quis brindar estes pobres mortais, nadadados a tão etéreas artes. Como diria o poeta, “é música, é música !”.

Do V. tão modesto, lento e australopithecus admirador e, apartir de agora também, embevecido servo.

PS – Fazem favor não se ponham a puxar por mim comcomentários e comentários aos comentários, porque euesgotei aqui o meu latim todo !

JPSetúbal

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O processo iniciático maçónico

October 03, 2006

Os maçons não discutem Religião em Loja. No entanto, naMaçonaria Regular, apenas são admitidos maçons homenslivres e de bons costumes, sendo um desses,obrigatoriamente, a crença num Criador.Para a Maçonaria e para os maçons, é absolutamente indiferente que nome cada um dá à Divindade em que crê: Deus, Jeovah, Alá (aliás, consabidamente, três nomes para a mesma Entidade), Brahma ou Tao. O que importa é a real existência da crença, porquanto só a partir dela e com ela se pode percorrer o caminho esotérico que leva ao aperfeiçoamento espiritual individual, segundo o método maçónico de confrontação, percepção e estudo dos símbolos e utilização da sua compreensão como bases ou patamares sucessivos para a comprensão de realidades e conceitos sucessivamente mais complexos, na busca da Luz, ou seja, a compreensão do Divino e, assim, do significado da Vida e da

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Morte física, do nosso papel no Mundo e na Criação, da nossa relação com o Criador. O processo iniciático maçónico aglutina, assim, a Crença e a Razão, o Conhecimento Empírico e a Experimentação, a Observação e a Especulação, e é um processo sempre individualmente realizado, pelos caminhos e pela forma de cada um, segundo as suas capacidades, necessidades e disponibilidade, mas também sempre com o auxílio, a força, a cumplicidade, a disponibilidade do grupo em que se insere, a Loja. Trata-se, assim, de um processo simultaneamente baseado na Crença e na Razão, no individual e no colectivo, que conduz ao aperfeiçoamento espiritual e, por via dele, ao aperfeiçoamento moral e social. Pela sua natureza e pela complexidade dos conceitos a intuir, muitas vezes mais do que compreender, é um processo demorado e, sobretudo, em que não é realmente possível queimar etapas. Cada passo é essencial para pisar terreno que permita o passo seguinte. Pretender saltar ou efectuar acrobacias, ainda que vistosas, só tem como resultado a queda no abismo do Erro, conducente ao vale da Ignorância. Em Maçonaria nada se diz, nada se ensina, tudo se sugere, tudo se simboliza, assim tudo se aprende, cada um segundo a sua real necessidade e através das suas capacidades. E assim cada um segue o seu caminho, este intuindo isto, aquele algo

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de diverso, como peregrinos que vão fazendo cada um o seu caminho, embora todos desejando chegar ao mesmo santuário. O grupo, a Loja, fornece a cada um a escolha dos meios de transporte, aponta a direcção, ajuda a organizar a jornada, mas é exclusivamente a cada um que cabe escolher o seu caminho - se é que porventura não será o Caminho que se abre a cada um... Cada um estará no seu estágio de aperfeiçoamento e seguirá no seu ritmo. Simbolicamente (cá está, em Maçonaria o símbolo é - quase - tudo!), cada um se situa em graus de evolução diferentes, uns ainda Aprendizes, outros Companheiros, outros já Mestres. Os Aprendizes ainda dependem, quase totalmente, do apoio e suporte da Loja, pois ainda estão a procurar reconhecer o mapa, a procurar descobrir a direcção, a aprender a ler os sinais indicadores e a reconhecer os enganos. Os Companheiros já sabem para onde querem ir, que direcção seguir, mas dependem do auxílio dos mais experientes para decidir quais os percursos que mais lhes convêm e como os percorrer. Os Mestres, esses, já conseguem saber, por si, como e quando e por onde devem prosseguir sua caminhada, já conseguirão corrigir erro na determinação da via e têm capacidade para retomar sua orientação. Mas sempre verão com satisfação o auxílio de seus Irmãos na busca que realizam, ao mesmo tempo que cumprem seu dever de auxiliar e orientar todos os seus Irmãos, qualquer que seja o seu Grau ou Qualidade. Não nos enganemos, porém: o grau "administrativo" que cada

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Loja atribui a cada um de seus Obreiros é apenas simbólico, ilustrativo. Por se ser Mestre de uma Loja, não se quer dizer que se seja realmente Mestre no Caminho Iniciático Maçónico. E alguns Aprendizes ou Companheiros de Loja sinto que percorrem bem mais seguramente seu caminho do que alguns Mestres como tal definidos na Loja... Grande erro seria confundir o Grau que ao maçon é "administrativamente" atribuído em Loja (afinal dependendo do decurso do tempo, temperado com alguma assiduidade e a execução de alguns trabalhos não demasiadamente exigentes...) com o grau de evolução que realmente esse maçon apresenta: afinal seria cometer o erro mais básico que o mais jovem Aprendiz pode cometer (e que, naturalmente, é normal e expectável que cometa), o de confundir o Símbolo com a Realidade que esse símbolo simultaneamente oculta e revela! Resumindo: ser maçon não é só reunir em Loja, usar avental e luvas brancas, ter preocupações sociais e tratar os demais como e por Irmãos; é, claro, também tudo isso, mas é muito mais do que isso, é percorrer o tal caminho, buscar, pelo seu modo e a seu jeito, a sua Luz, assim, a pouco e pouco, se reconciliando com a Vida e, sobretudo, com a inevitabilidade da Morte física. Não será exactamente, como escreveu Camões, se ir "das leis da Morte libertando", mas talvez esse percurso permita, em paz connosco e com tudo o que nos rodeia, libertarmo-nos do medo da dita.

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A cada um que foi iniciado maçon foi reconhecido por umaLoja maçónica a capacidade, a virtualidade, a potencialidade,para seguir esta via iniciática, através do método maçónico. Se o fará ou não, é com cada um. Se o quiser fazer, quando ofará, ainda é com cada qual. Uma Loja maçónica é, antes domais, um espaço de liberdade ("um Maçon livre, numa Lojalivre" é um inalienável princípio básico na Maçonaria) e apenasdisponibiliza o seu auxílio, nada impõe, a ninguém critica. Mas, pelo menos, vai sempre lembrando, para que cada umpossa ouvir quando quiser ouvir, entender quando puderentender, aceitar quando lhe apetecer aceitar, que (sempre!) oCaminho faz-se caminhando. Rui Bandeira

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Sítio de fotografias de temática maçónica

October 04, 2006

Jean-Luc Adde é um fotógrafo parisiense que, como muitos outros profissionais da fotografia, tem o seu sítio pessoal na Net, onde exibe alguns dos seus trabalhos. Até aqui, nada de especial. Quem tiver a curiosidade de visitar o seu sítio, aqui , terá a possibilidade de visualizar vários trabalhos do fotógrafo de indesmentível - e esperada! - qualidade. Poderá mesmo baixar para o seu disco rígido as imagens que pretender. Mas atenção ao aviso expresso de que as imagens estão sujeitas ao regime legal de protecção dos direitos de autor. Podem vê-las, podem guardá-las para as ver quando quiserem. Não podem utilizá-las sem autorização do seu autor. Daí que tenha escolhido para ilustrar este texto, não uma das fotografias de Jean-Luc Adde, mas uma imagem de promoção de uma sua exposição em Bruxelas, que razoavelmente entendo ser de presumir de utilização autorizada em menções de divulgação

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do sítio e do trabalho deste fotógrafo. A menção deste sítio neste blogue não se fundamenta, porém, no exclusivo interesse de divulgação do mesmo (pese embora a sua evidente qualidade). Em bom rigor, se aqui fosse dar conta de todos os interessantes sítios na Net de todos os fotógrafos, à razão de um por dia, levaria vários anos a fazê-lo - e possivelmente este seria um forte candidato ao blogue mais monótono do mundo... A referência a este sítio justifica-se por outra razão: é que Jean-Luc Adde, para além do seu interessante sítio profissional tem ainda um outro sítio , bem mais discreto, no qual disponibiliza um conjunto de notáveis fotografias de temática maçónica. Esta é a imagem de abertura desse sítio:

Ao contrário do seu sítio profissional, as fotos aqui

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disponibilizadas, quando se clica para as copiar para o nossodisco rígido, não apresentam a advertência de que estãoprotegidas por copyright. Presumo, aaim, que Jean-Luc Addepermite a livre utilização das mesmas, designadamente parailustrar pranchas maçónicas. A qualidade das imagens rivalizacom a das do seu sítio profissional. A sua temática é, para osmaçons, mais interessante. Este é um bom exemplo de como um profissional sabe separara sua actividade profissional da sua vida maçónica,distinguindo bem os diferentes planos de uma e de outra. Uma última chamada de atenção para as ligações que o sítioproporciona a diferentes sítios de temática maçónica. Entre asmais de 100 imagens e estas ligações, este sítio ganhou odireito à entrada na minha lista de favoritos - e talvez tambémde quem ler este texto... Rui Bandeira

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Templo maçónico em marfim e osso

October 07, 2006

Esta imagem, como outras que o mostram de outro ângulo ou focam diversos detalhes, é a da reprodução, em marfim e osso, da representação de um templo maçónico. Descobri-a no sítio http://www.lecurieux.com, onde está à venda. A peça representada é definida como uma "excepcional interpretação de um templo maçónico em marfim e osso muito finamente esculpida, à maneira dos templos de amor muito em voga na viragem do século XVIII para o século XIX" e referida

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como estando em muito bom estado, com uma ligeira falhanuma das frisas da base. A altura total da peça são 30 cm e a sua base mede 16,7 cm por12,5 cm. Aponta-se a sua confecção como originária de Inglaterra, cercade 1810. No sítio não é mencionado o preço de venda. O vendedor é o antiquário parisiense Serge Davoudian. Nosítio mencionado estão referenciados o seu endereço econtactos telefónicos e de correio electrónico. Rui Bandeira

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Maçonaria e Religião - 2

October 09, 2006

Reforçando o Post do Rui Bandeira aqui fica a transcrição do que está escrito na Pagina da Grande Loja Unida de Inglaterra, tida como o referencial máximo da Maçonaria Regular Mundial. Freemasonry: Your Questions Answered Q Aren't you a religion or a rival to religion? A Emphatically not. Freemasonry requires a belief in God and its principles are common to many of the world's great religions. Freemasonry does not try to replace religion or substitute for it. Every candidate is exhorted to practise his religion and to regard its holy book as the unerring standard of truth. Freemasonry does not instruct its members in what their religious beliefs should be, nor does it offer sacrements. Freemasonry deals in relations between men; religion deals in a man's relationship with his God. Q Why do you call it the VSL and not the Bible? A To the majority of Freemasons the Volume of the sacred Law is the Bible. There are many in Freemasonry, however, who are not Christian and to them the Bible is not their sacred book and they will make their promises on the book which is

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regarded as sacred to their religion. The Bible will always be present in an English lodge but as the organisation welcomes men of many different faiths, it is called the Volume of the Sacred Law. Thus, when the Volume of the Sacred Law is referred to in ceremonies, to a non-Christian it will be the holy book of his religion and to a Christian it will be the Bible. Q Why do you call God the Great Architect? A Freemasonry embraces all men who believe in God. Its membership includes Christians, Jews, Hindus, Sikhs, Muslims, Parsees and others. The use of descriptions such as the Great Architect prevents disharmony. The Great Architect is not a specific Masonic god or an attempt to combine all gods into one. Thus, men of differing religions pray together without offense being given to any of them. Q Why don't some churches like Freemasonry? A There are elements within certain churches who misunderstand Freemasonry and confuse secular rituals with religious liturgy. Although the Methodist Conference and the General Synod of the Anglican Church have occasionally criticised Freemasonry, in both Churches there are many Masons and indeed others who are dismayed that the Churches should attack Freemasonry, an organisation which has always encouraged its members to be active in their own

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religion. Q Why will Freemasonry not accept Roman Catholics asmembers? A It does. The prime qualification for admission intoFreemasonry has always been a belief in God. How that beliefis expressed is entirely up to the individual. Four GrandMasters of English Freemasonry have been Roman Catholics.There are many Roman Catholic Freemasons.

Queiram desculpar por ser em Inglês, mas o nosso Governotem como plano por todos a falar inglês e por isso aqui fica aminha modesta contribuição.

JoseSR

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Maçonaria e Religião

October 09, 2006

A Maçonaria NÃO É uma religião.A Maçonaria não aconselha, ou impõe, ou favorece, a práticade qualquer religião em particular.

A Maçonaria Regular nem sequer pretende que os seusmembros pratiquem qualquer religião. Basta-lhe que os seusmembros sejam crentes num Criador, qualquer que seja aforma como se corporiza tal crença (ver artigo "O processoiniciático maçónico, de 3 de Outubro).

A Maçonaria não pretende substituir-se à religião.

A Maçonaria Regular convive com todas as religiões e todas asrespectivas estruturas de enquadramento e a todas aceita erespeita.

A Maçonaria Regular promove o convívio, a aceitação e orespeito mútuo de crentes de todas as religiões, incluindo ossimplesmente crentes no Criador, ainda que não se revejamem nenhuma religião estabelecida.

As Lojas da Maçonaria Regular reunem sempre na presença do Livro Sagrado ou dos Livros Sagrados das religiões professadas pelos seus membros (por exemplo: presentemente são membros da Loja Mestre Affonso

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Domingues, para além de crentes não ligados a religião emparticular, crentes da religião católica, crentes de igrejascristãs nascidas da Reforma e crentes da religião judaica;consequentemente, a Loja reune na presença da Bíblia, LivroSagrado para os católicos e demais cristãos, e da Torah, LivroSagrado do Judaísmo).

A Maçonaria viabiliza um processo de aperfeiçoamento eevolução espiritual dos seus membros, tendo como base departida a crença de cada um.

Sendo assim, porque é a Maçonaria por vezes diabolizada,atacada, por Igrejas religiosas?

Porque a religião organizada exclui onde a Maçonaria inclui.Isto é: para algumas religiões, a salvação é exclusiva para osseus crentes; para as respectivas igrejas, tal salvação só podeocorrer em relação aos que se acolhem no seu seio; os demaissão "infiéis", insusceptíveis de salvação. Não admira, assim,que essas estruturas não vejam com bons olhos umaorganização que entende que TODOS os crentes são dignos,são iguais e são igualmente aptos a cresceremespiritualmente.

Para a Maçonaria, nenhuma religião ou Igreja é um problema.Pelo contrário, a crença religiosa, organizada ou não, é a basedo trabalho que o maçon deve realizar para se aperfeiçoar.

A Religião baseia-se na Fé. A Maçonaria aceita qualquer Fé etrabalha-a com a Razão.

A Maçonaria Regular considera-se assim complementar e nãoconflitual com a religião.

Rui Bandeira

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A MALAPOSTA

October 10, 2006

À entrada de Odivelas, quem entra pelo lado do Carriche ou da Póvoa Sto. Adrião, díficilmente deixa de reparar na Malaposta, agora Teatro (ou melhor, Casa de Cultura de todas as artes), antes local de recolha das Mala-Postas, das mudas de cavalos, rápidas porque a carga da carruagem não podia esperar ou mais sossegadas porque os ocupantes, cansados de jornada longa, resolviam ali descansar, comendo e muitas vezes pernoitando, aproveitando alguma companhia garrida que por ali estivesse disponivel. É um belo espaço, orgulho dos "Odivelenses", no qual muita história (e muitas estórias) se mostra, e se conta, e se dança, e se canta... Em exposição que estará disponível a partir do próximo dia 17,

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serão os próprios funcionários e colaboradores da casa a mostrarem as Suas habilidades, eles também artistas de corpo inteiro, e pelo que se verá, artistas de grande mérito, aos quais só falta mesmo o reconhecimento do público ou talvez melhor, o conhecimento do público. Em boa verdade não se pode reconhecer (avaliar) o que não é conhecido ! Pois a partir de 17 p.f. (15 horas) venham até Odivelas, à Malaposta, ver uma exposição diferente, porque constituida pelos trabalhos dos que, habitualmente, só trabalham nos bastidores.

MALAPOSTA

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A voz dos artistas toma o lugar na viagem que o destino lhe comete. Viaja, essa voz, através da voz das actrizes e dos actores, ou das telas pintadas ou através das melodias cantadas e dos palcos pisados ao sabor da palavra e da literatura ou ao sabor do voo dos corpos dançantes. Num edifício feito de três casas unidas por um delta morou desde sempre a alma de quem entrega a mensagem. De quem sabe fazer chegar a carta onde mora o sonho e a vertigem da vida. Esqueceremos o tempo em que foi de morte o cheiro destas pedras que pisamos. Destes palcos que admiramos e pisamos. E destas cadeiras onde nos sentamos. A alma do holocausto dos animais perdoará a fraqueza do homem não artista. Lembraremos para todo o sempre o longínquo passado das Mala-Postas correndo pelas estradas dos campos, entre as árvores, levando de terra em terra, de cidade em cidade, a mensagem que tem de ser lavada e entregue. E lembraremos o presente erigido pelos amantes da arte. Pelos artistas que servem a arte apenas porque por ela apaixonados desde o berço.

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O futuro da Malaposta (sem hífen, agora) é o sorriso das estrelas e a harmonia de cada coração. É D. Dinis a entrar pelos portões e a perguntar onde fica o auditório onde irá fazer o seu recital de cantigas de amor e de amigo. O futuro deste edifício de três casas unidas por um delta assenta nos poetas e nos músicos. Nos bailarinos e nos pintores. Naqueles que esculpem a pedra e em todas as actrizes e actores que pisam os palcos para levarem a mensagem ao público como antigamente o correio-mor levava as cartas dos amantes e dos sonhadores. A voz de um artista é a voz do coração da sua arte. E a junção de todas as artes dá forma e substância ao grande coração da vida: onde cantam as vozes sublimes de cada modo de ser artista e arte. As Mala-Postas de outros tempos são a herança antiga que queremos receber, a memória que gostamos de contar. A Malaposta dos nossos dias, dias de todas as artes dentro de uma casa com arte, é a memória, como herança, que queremos deixar ao futuro.

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MÁRIO MÁXIMO

Por antecipação aqui Vos deixo um "cheirinho" do queencontrarão os que forem até à Malaposta a partir de dia 17.

JPSetúbal

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Um olhar para a "concorrência"

October 10, 2006

Aqui no A Partir Pedra procuramos estar atentos a tudo o quese relacione com a Maçonaria.E obviamente que vamos estando atentos à "concorrência".

Também com assento no blogspot.com, mas oriundo doBrasil, é interessante ir dando uma olhada no Blog do Maçom .

Não tem tanta frequência de actualização como o nosso APartir Pedra ( na altura em que escrevo, o seu último texto é de28 de Setembro, o anterior de 17 de Setembro e o anterior aeste de 8 do mesmo mês), mas trata-se de um blogue deevidente interesse, tanto mais que permite fazer o contrapontosobre como se vê esta coisa de um blogue sobre temasmaçónicos em ambos os lados do Atlântico.

Tem textos deliciosos de humor (o do churrasco do ponto devista feminino eu já conhecia; a "carta de um profano a outro"é de gargalhadas) e textos que procuram tratar com seriedadetemas que são caros aos maçons.

Para aguçar a curiosidade, eis os títulos dos últimos textos:

"O que é um Churrasco ?" "Um Poema de Chaplin" "Carta de um Profano a Outro" "O Palácio e o Templo"

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"A Marca que Deixamos nas Pessoas" "Carta de um Maçom a seu Filho" "Prece de um Maçom" "E Afinal o que é Ser Maçom" "A Sabedoria do Fogo" "As Sete Lágrimas de um Maçom"

Este blogue merece indubitavelmenyte a nossa atenção e,atento o ritmo de actualização, uma espreitadela uma ou duasvezes por mês.

Rui Bandeira

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Primavera no Outono

October 11, 2006

Como muitos dos urbanos dos tempos actuais, o meu primeirocontacto diário com as notícias do dia ocorre através do rádiodo automóvel, durante o percurso matinal casa-escola dacriança-trabalho. Muitas vezes, é um hábito que me deixa umsabor amargo, pois vou ouvindo má notícia atrás de mánotícia, num deprimente encadeado das feridas que aHumanidade se vai inflingindo pelo globo fora.Mas hoje foi a excepção que confirma a regra! De umaassentada, uma sucessão de boas notícias carregou-me asbaterias do moral para o dia todo, espero.

I - Assinatura do protocolo MIT - Universidades e Politécnicosportugueses

Para além da boa notícia em si, a estação de rádio passou declarações do Ministro da Ciência e do Ensino Superior, centradas exclusivamente na exposição das possibilidades de

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evolução, melhoria e qualificação das instituições de EnsinoSuperior portuguesas, e de dois responsáveis de EscolasSuperiores, expondo os projectos que iam desenvolver nassuas escolas, os objectivos fixados e a melhoria qualitativaprocurada. Ou seja, nem um, nem outros, se puseram em bicosde pés, ninguém se pôs com lamúrias, todos mostraram a suaconfiança na capacidade para evoluir, a saudável e realistahumildade de reconhecer o benefício da cooperação com umdos expoentes do avanço científico e tecnológico no planeta.Discursos optimistas, mas realçando que o Futuro se ganhacom Dedicação, Trabalho e Competência.

1 a 0!

II - Empresa de consultoria divulga estudo de reestruturaçãoda PSP, em que propõe a redução do número de Comandospara metade.

Um jornalista da estação de rádio anuncia que vai passar o comentário de um responsável da Associação Sindical dos Oficiais da Polícia. Encolho-me todo no carro! Lá vem a cassette sindicalista do costume... Receio infundado: sim senhor, todos reconhecem que é necessária uma reorganização da PSP, no quadro da reorganização das Forças de Segurança, ainda não conhecem o projecto em concreto, mas, logo que a ele tenham acesso vão estudá-lo e colaborar com os responsáveis políticos, no sentido de ser encontrada e fixada a melhor organização estrutural da PSP, que possa corresponder às necessidades das populações que a PSP serve, aos interesses da PSP e expectativas dos seus elementos. Mais uma vez sem lamúrias e com uma postura de realismo, interesse e cooperação. Olho para o painel do rádio:

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a estação emissora é portuguesa, as palavras foram ditas emportuguês.

2 a 0!

III - Escola António Sérgio no Cacém integra alunos de 18nacionalidades

Diz o jornalista que a escola é exemplar na integração deestudantes de todas as proveniências. Presentemente, temalunos de 18 nacionalidades. Todos falam portugês.Entrevistam alguns, vários africanos dos PALOP, um chinês,um romeno, uma ucraniana. Reconhecem-se diferenças nossotaques, mas... todos falam português escorreito. A jornalistapergunta à estudante ucraniana como aprendeu a falar tão bemportuguês. Resposta: "com a ajuda dos professores e doscolegas". Simples... A jornalista entrevista uma professora,que refere ser a integração de alunos de todas asproveniências uma das prioridades da escola, que se faz essaintegração evitando encapsulamentos de grupos da mesmaorigem, distribuindo os alunos das diferentes origens pelasturmas, que o sucesso da integração permite que todos seenriqueçam, através do contacto com as diversasexperiências, usos e tradições, e realça os bons resultadosescolares conseguidos. Outra vez sem lamúrias, todosorgulhosos do trabalho que vão fazendo.

3 a 0!

Há dias assim! Nem parecia que estava em Portugal. Ou melhor, afinal, a pouco e pouco, talvez Portugal se vá, finalmente, convencendo que não é a lamúria, a estreiteza de espírito, a mesquinhez, o medo e a inércia que resolvem os nossos problemas: são o Trabalho, a Visão, a Cooperação, a

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Disciplina e a Grandeza de Espírito que nos levarão aondequeremos!

Talvez três andorinhas não cheguem para fazer umaPrimavera. Mas estas três notícias positivas, todas seguidasnum noticiário radiofónico, deram-me um libertador eperfumado ar de Primavera neste Outono.

E, afinal, 3 a0 já dá para ir à fase final e discutir o título. Viu-seontem...

Um bem disposto e optimista abraço do

Rui Bandeira

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César Romero na Escudero - Galeria de Artes e Letras

October 12, 2006

César Romero nasceu em Feira de Santana, Baía, no ano de 1950. Autodidacta, iniciou-se em artes plásticas no ano de 1967. Vive em Salvador desde 1966. Participou em várias exposições internacionais a convite ou através de Salões: Washington, Hannover, Colónia, Berlim, Barcelona, Madrid, Bilbao, Lisboa, Caynne, Fort-de-France, Santiago, Buenos Aires, Paris, Granada e Marsailhes. Possui trabalhos em vinte e oito museus brasileiros. Realizou cartazes e marcas para empresas e eventos nacionais e internacionais, projectos visuais para capas de discos e livros, estampas para tecidos de várias etiquetas, ilustrações para contos, livros, novelas, poemas e jornais. Teve trabalhos seus integrados em projectos de decorações e

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cenários para vinte novelas e alguns programas especiais daRede Globo de Televisão. Desde ontem, e até 31 de Outubro, entre as 15 e as 20 horas,todos os dias excepto Domingo, uma exposição comemorativados seus 40 anos de actividade artística (mais ou menos, jáque só em 2007 perfará esse tempo...), intitulada "BRamante"está aberta ao público na nossa galeria de arte preferida, aEscudero - Galeria de Artes e Letras, na Avenida Maria HelenaVieira da Silva, n.º 37 - B, Quinta do Lambert, em Lisboa. A imagem acima reproduz uma das obras expostas e esperoque sirva de motivação para uma visita à exposição. Rui Bandeira

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O "Bancário Padeiro" ou o "Padeiro Bancário" ?

October 13, 2006

Queridos visitantes-leitores interessados nas nossas notícias. Hoje recebi por "mail" uma carta curiosa, bem escrita e com um conteúdo que sendo óbvio para a maioria, passa ao lado das preocupações de quase todos nós. O texto foi dirigido, segundo consta, ao BES, mas podem fazer cópias e enviar a todos os bancos porque acertam sem dúvida. Se não fôr no padeiro será no merceeiro. Vale o mesmo ! Farei a transcrição tal qual e depois, se tiverem encontrado alguma surpresa, não arrepelem os cabelos (se forem carecas é uma preocupação a menos ...), nem tratem mal o cão que, coitado, não é banqueiro. CARTA ABERTA AO BES Exmos Senhores Administradores do BES Gostaria de saber se os senhores aceitariam pagar uma taxa, uma pequena taxa mensal, pela existência da padaria na esquina da v/. rua, ou pela existência do posto de gasolina ou da farmácia ou da tabacaria, ou de qualquer outro desses serviços indispensáveis ao nosso dia-a-dia. > Funcionaria desta forma: todos os meses os senhores e todos os usuários, pagariam uma pequena taxa para a manutenção dos serviços (padaria, farmácia, mecânico, tabacaria, frutaria, etc.). Uma taxa que não garantiria nenhum direito extraordinário ao utilizador. Serviria apenas para enriquecer os proprietários sob a alegação de que serviria para manter um serviço de alta qualidade ou para amortizar investimentos. Por qualquer

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produto adquirido (um pão, um remédio, uns litros de combustível, etc.) o usuário pagaria os preços de mercado ou, dependendo do produto, até ligeiramente acima do preço de mercado. Que tal? Pois, ontem saí do meu BES com a certeza que os senhores concordariam com tais taxas. Por uma questão de equidade e de honestidade. A minha certeza deriva de um raciocínio simples. Vamos imaginar a seguinte situação: eu vou à padaria para comprar um pão. O padeiro atende-me muito gentilmente, vende o pão e cobra o serviço de embrulhar ou ensacar o pão, assim como, todo e qualquer outro serviço. Além disso, impõe-me taxas. Uma "taxa de acesso ao pão", outra "taxa por guardar pão quente" e ainda uma "taxa de abertura da padaria". Tudo com muita cordialidade e muito profissionalismo, claro. Fazendo uma comparação que talvez os padeiros não concordem, foi o que ocorreu comigo no meu Banco. Financiei um carro. Ou seja, comprei um produto do negócio bancário. Os senhores cobraram-me preços de mercado. Assim como o padeiro cobra-me o preço de mercado pelo pão. Entretanto, de forma diferente do padeiro, os senhores não se satisfazem cobrando-me apenas pelo produto que adquiri.> Para ter acesso ao produto do v/. negócio, os senhores cobraram-me uma "taxa de abertura de crédito" - equivalente àquela hipotética "taxa de acesso ao pão", que os senhores certamente achariam um absurdo e se negariam a pagar. > Não satisfeitos, para ter acesso ao pão, digo, ao financiamento, fui

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obrigado a abrir uma conta corrente no v/. Banco. Para que isso fosse possível, os senhores cobraram-me uma "taxa de abertura de conta". Como só é possível fazer negócios com os senhores depois de abrir uma conta, essa "taxa de abertura de conta" se assemelharia a uma "taxa de abertura da padaria", pois, só é possível fazer negócios com o padeiro, depois de abrir a padaria. Antigamente, os empréstimos bancários eram popularmente conhecidos como "Papagaios". Para gerir o "papagaio", alguns gerentes sem escrúpulos cobravam "por fora", o que era devido. Fiquei com a impressão que o Banco resolveu antecipar-se aos gerentes sem escrúpulos. Agora ao contrário de "por fora" temos muitos "por dentro". Pedi um extracto da minha conta - um único extracto no mês - os senhores cobraram-me uma taxa de 1 EUR . Olhando o extracto, descobri uma outra taxa de 5 EUR "para a manutenção da conta" - semelhante àquela "taxa pela existência da padaria na esquina da rua". A surpresa não acabou: descobri outra taxa de 25 EUR a cada trimestre - uma taxa para manter um limite especial que não me dá nenhum direito. Se eu utilizar o limite especial vou pagar os juros mais altos do mundo. Semelhante àquela "taxa por guardar o pão quente". Mas, os senhores são insaciáveis.> A prestável funcionária que me atendeu, entregou-me um desdobrável onde sou informado que me cobrarão taxas por todo e qualquer movimento que eu fizer.> Cordialmente, retribuindo tanta gentileza, gostaria de alertar que os senhores se devem ter

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esquecido de cobrar o ar que respirei enquanto estive nasinstalações do v/. Banco. Por favor, esclareçam-me uma dúvida: até agora não sei secomprei um financiamento ou se vendi a alma? Depois que eupagar as taxas correspondentes, talvez os senhores merespondam informando, muito cordial e profissionalmente, queum serviço bancário é muito diferente de uma padaria. Que av/. responsabilidade é muito grande, que existem inúmerasexigências legais, que os riscos do negócio são muitoelevados, etc, etc, etc. e que apesar de lamentarem muito enada poderem fazer, tudo o que estão a cobrar estádevidamente coberto por lei, regulamentado e autorizado peloBanco de Portugal. Sei disso. Como sei, também, que existemseguros e garantias legais que protegem o v/. negócio de todoe qualquer risco. Presumo que os riscos de uma padaria, quenão conta com o poder de influência dos senhores, talvezsejam muito mais elevados. Sei que são legais. Mas, também sei que são imorais. Por mais que estejamprotegidos pelas leis, tais taxas são uma imoralidade. O cartelalgum dia vai acabar e cá estaremos depois para cobrar damesma forma. E agora... não fiquem com o fim de semana estragado ! JPSetúbal

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Livraria Maçónica na Rede

October 13, 2006

A Télélivre é uma livraria belga que utiliza a Rede para efectuarvendas dos seus produtos - livros. Até aqui nada de novo, paraquem se habituou a digitar www.amazon.com e aceder aomaior supermercado virtual de livros.A novidade é que a Télélivre criou uma Livraria VirtualMaçónica, que autonomizou em sítio próprio, a La Cale Sèche(nome curioso; traduzido, quer dizer "A Doca Seca"), cujologotipo aqui se reproduz.

Para quem utilizar confortavelmente a língua francesa (masnão só; encontrei referência a um livro em castelhano, porexemplo), este sítio é um local cómodo para pesquisar eencomendar livros sobre a temática maçónica, exclusiva aqui.

Presentemente, estão referenciados 1.350 títulos, com avantagem adicional de o sítio os ter agrupado em váriossub-temas, facilitando a pesquisa do que nos interesse.Clicando, na parte superior esquerda do sítio, em "Livres(1350)", abre-se uma página que apresenta diversascategorias. Por exemplo, Esoterismo (17 livros), Ensaisos (54),Religiões (25) ou, simplesmente, Maçonaria (1212 livros; aqui aajuda não é muito grande...).

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Um sítio para ter referenciado, para quando se quiser procurarum livro de temática maçónica.

Rui Bandeira

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Portal maçónico

October 17, 2006

Já com mais de um milhão de visitas, o Portal Maçónico é umlocal de divulgação e porta de entrada para um significativonúmero de páginas na Rede que se reclamam do ideário ou detemática maçónica.Criado por iniciativa particular, este Portal não efectuaqualquer discriminação entre organizações, seja em termos deregularidade ou irregularidade, seja em termos de antiguidadeou de origem. Creio ser esta uma postura correcta deindependência e equidistância.

O Portal referencia, assim, quer o GOL, quer a GLLP/GLRP,quer as suas dissidências GLRP ou GLNP. Referenciaorganizações que se reclamam de mçaónicas, masculinas,femininas e mistas. Referencia organizações que se reclamamde maçónicas situadas um pouco por todo o Mundo.

Tem o que me parece ser o mais completo directório em línguaportuguesa de organizações ligadas ou que se reclamam damaçonaria, organizado por estricta ordem alfabética. Só parase ter a noção, estão referenciadas 172 Grandes Lojas de todoo Mundo, entre as quais, naturalmente, a GLLP/GLRP. Nacategoria Lojas, estão referenciados sítios de 81 Lojas, entreas quais o da RL Mestre Affonso Domingues.

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Também o A Partir Pedra está referenciado neste portal, nascategorias Esoterismo e Boletins on line, à míngua daexistência de uma categoria específica para blogues. Umamelhoria a fazer...

Aspecto negativo é a permeabilidade a inscrições abusivas demenções de cariz publicitário, situação merecedora decorrecção num aperfeiçoamento técnico a fazer ao Portal.

Para além do directório, o Portal tem uma secção de Artigos ePranchas, um Forum Maçónico, uma secção de postaisvirtuais, um Livro de Visitas e capítulos em que procurainformar o que é a Maçonaria, as suas origens, a suaorganização, símbolos, landmarks, graus do Rito EscocêsAntigo e Aceite, etc.. Realmente muita informação, acessível aqualquer visitante.

O Portal Maçónico é, sem dúvida, um local valioso paraconsultar elementos relativos à maçonaria.

Rui Bandeira

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Vídeo de promoção da Maçonaria

October 18, 2006

A Maçonaria americana é realmente outra coisa!

O vídeo que podem ver abaixo é um eficaz aproveitamento dasvirtualidades da tecnologia do som e imagem.

Numa sociedade em que tudo se anuncia, tudo se divulga,porque não divulgar a Maçonaria?

É um vídeo longo e em inglês, mas vale a pena vê-lo!

Rui Bandeira

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Regresso à Malaposta

October 19, 2006

Volto à Malaposta para Vos re-desafiar a ir até lá ver aexposição dos belos trabalhos dos Funcionários-Artistas, quecom grande entusiasmo pela oportunidade, apresentam osseus trabalhos.E na maioria das obras é evidente a sensibilidade e acapacidade criadora dos seus autores.

"Magic Flute" de Zycu e Tapeçaria da colecção particular daautora, Helena Leitão

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"My Sun" - Acrílico sobre tela de Deedee

Trago-vos 3 belos exemplos dos trabalhos expostos.

A não perder.

Além de tudo o mais é de borla, grátis, gratuito... daqueles quemesmo que queiram pagar, não conseguem !

JPSetúbal

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E que tal uma "suecada maçónica"?

October 19, 2006

Pois é, meus caros, já podem jogar ás cartas com cartas dejogar decoradas com a representação daquele lugar que vai doOcidente ao Oriente e do Zénite ao Nadir.Cada baralho de cartas custa seis euros, mais portes de envio.

Descobri esta oferta no sítio da loja na Rede Masonic Art que,apesar da sua designação em inglês, é uma empresa alemã.

O sítio pode ser consultado em alemão, inglês e francês e éexclusivamente dedicado à venda de mercadorias relacionadascom a Maçonaria e organizações para macónicas(Rosa-Cruzes, Cavaleiros Templários), incluindo umaorganização para-maçónica alemã que esteve em vogaaquando da febre do Código da Vinci: os Illuminati.

O sítio apresenta uma vasta panóplia de objectos de algumaforma decorados com motivos relacionados com a Maçonariae a para-maçonaria.

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Mas eu cá gostei foi dos baralhos de cartas: pelo menos,aumenta-se as hipóteses de não haver discussões por causado jogo... Afinal, quem vai ousar perder a calma à sombra dotemplo?

Rui Bandeira

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Do Zénite ao Nadir

October 20, 2006

O local onde os maçons se reúnem é por estes designado deTemplo.Embora tal não seja absolutamente necessário, por regra esselocal está profusamente recheado (decorado, dizem osmaçons) de objectos e referências que constituem símbolos. Aobservação desses símbolos, a atribuição do seu significado ea elaboração sobre o mesmo é uma permanente tarefa domaçon.

O Templo físico, o local de reunião é, no entanto, muito maisdo que apenas isso.

Como em quase tudo em Maçonaria, o que é aparente escondeum outro significado, que por sua vez pode revelar umterceiro.

Assim, o Templo físico é simultaneamente o local de reunião, apenas entre maçons, mas também simboliza todo o Universo. Por isso dizem os maçons que as suas dimensões vão do Ocidente ao Oriente e do Zénite (o ponto mais alto das alturas) ao Nadir (o ponto mais profundo das profundezas). Simboliza assim todo o Espaço, afinal o local onde existe e vive e

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trabalha e produz e evolui toda a Humanidade em geral e omaçon em particular. Tal como o maçon deve ter uma impolutaconduta dentro do Templo / local de reunião , deve mantê-laem qualquer local onde se encontre, pois, onde quer queesteja, está em local que é produto da Criação, ou seja, ondequer que o maçon se encontre, está dentro do TemploUniversal criado pelo Grande Arquitecto do Universo.

Mas ainda um terceiro significado simbólico existe no Templo:este é o local físico de reunião dos maçons, simboliza todo oUniverso, mas também - e principalmente - simboliza o que omaçon permanentemente deve construir: o seu próprio TemploInterior, local apto a condignamente albergar a partícula deDivindade que, se lograr descobrir a Luz, verá brilhar dentro desi.

Esse templo interior deve ser construido com base nas trêscolunas da maçonaria: a Sabedoria, a Força e a Beleza, pilaresde sustentação do mesmo.

Por isso, nos Templos maçónicos estão, além do mais,presentes três colunas, a cada uma se atribuindo um dessessignificados (ver imagem).

Rui Bandeira

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Sabedoria

October 23, 2006

Não é Conhecimento. Há, por esse mundo fora, muitoanalfabeto mais sabedor que muito doutor.

Não é também Cultura. Há por aí muito intelectual supercultoque, apesar da pose, destila muita erudição, mas demonstramuito pouca sabedoria.

Não é ainda Inteligência. Há à nossa volta muito bem dotadode células cinzentas que esbanja as suas capacidades comuma ingenuidade arrepiante.

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Sabedoria é um pouco de tudo isso, com um nada de aquilo eum pó de aqueloutro, para ser muito mais do que tudo isso.

Sabedoria é a capacidade de fazer o que se deve, quando sedeve. A virtude de tomar a decisão certa, na hora adequada,para a situação asada.

Sabedoria é intuir quando é hora de aguardar e quando é omomento de agir.

Sabedoria é sentir quando se deve elogiar e quando se impõecriticar.

Sabedoria é concordar com naturalidade e discordar comelegância.

Sabedoria é prudência corajosa temperada com arrojo medido,misturada com acerto racional envolvido em intuição educada.

O objectivo do maçon é pautar todos os seus actos, dotartodas as suas obras, da virtude da Sabedoria. É um equilíbriodifícil de atingir, para o timorato e para o arrojado, para o novoe para o velho, para o intelectual e para o prático.

Para conseguirmos dotar as nossas decisões de Sabedoria,temos de estar constantemente alerta e no uso de todas asnossas capacidades. Em cada momento é mister temperarmoso nosso impulso com a razão, mas não abafando a nossaintuição, antes completando-a com o resultado de nossaanálise.

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Agir com Sabedoria não é ganhar sempre; é, por vezes, saberperder, porque a nossa derrota é menos prejudicial do que avitória sobre outrem; é entender que é preciso conceder avitória a outrem hoje para vencer amanhã.

Actuar de modo sabedor é lograr atingir, em cada situação, omaior Bem possível, causando o menor Mal que se puder.

Procurar praticar a Sabedoria é uma tarefa de hoje, sempre edurante toda a vida.

Não se é sabedor. Procura-se conseguir agir sabiamente emcada instante.

É uma tarefa de vida. Mas quando se consegue executá-la comêxito, vislumbra-se uma poalha do brilho da Divina Perfeição.

Só procurando utilizar todas as nossas capacidades e todo onosso esforço no sentido de agir com Sabedoria somosdignos da nossa Humanidade.

Eis porque a Sabedoria é uma das colunas de suporte donosso Templo Interior!

Rui Bandeira

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Força

October 24, 2006

A obra humana, para ter valia, deve estar dotada de Força. Aacção do maçon deve beneficiar da Força.

Não é de força física que aqui se trata. Ao mencionar estacaracterística de que devem estar dotados os maçons e ocomportamento e as obras destes, quer-se, em primeiro lugar,fazer referência à Força de Carácter que deve ser apanágio domaçon. Força de carácter para seguir o, por vezes estreito eacidentado, caminho da virtude.

Em segundo lugar, Força de Vontade. Força de vontade paracombater o vício, isto é, para combater e anular, se possível,os defeitos que, infelizmente, todos nós temos.

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Mas a Força não respeita apenas às características intrínsecasdo Homem, refere-se igualmente às das suas obras.

E, neste plano, a Força de que aqui se fala respeita à Eficáciadas acções humanas. Pode agir-se com muita boa vontade,mas se a nossa actuação for estéril, se a nada conduzir, se donosso acto nada nascer, nada frutificar, nada mudar, nenhumefeito se obtiver, então mais valia ter estado quieto e poupadoo esforço absolutamente inútil... Quando nada de útil se podefazer, então manda o bom senso (a Sabedoria de que ontemfalava...) que nada se faça. O Homem deve agir, deve actuar,mas deve fazê-lo com eficácia, de forma a que dos seus actosresultem efeitos, especialmente os efeitos pretendidos, quedevem melhorar o que existia antes de se actuar.

Também no plano das características de que devem estardotadas as obras humanas, a Força é sinónimo deDurabilidade. Pouca utilidade tem a construção que sedesmorona ao mais leve sopro de vento ou que, ao jeito deconstrução na areia, é destruída logo que a maré sobe... Nestesentido, o Homem prudente procura que aquilo que constróiseja durável, que seja utilizável com proveito enquanto sejaútil. E com isto, tanto nos podemos estar a referir à construçãode um edifício ou de uma ponte, como à edificação da relaçãoque partilhamos com a nossa companheira de vida ou àquelaque temos com os nossos filhos, ou ainda aos laços deamizade que tecemos ao longo de nossas vidas.

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A obra humana, seja física, seja relacional, deve, à imagem doseu autor, estar dotada de Força, isto é, deve corresponder aoque se pretende dela (eficácia) por todo o tempo que sedestinar a durar (durabilidade), no limite para toda a nossa vidae, se possível, para além dela.

Para os maçons, é importante, mas não basta, que os seusactos estejam dotados de Sabedoria; é imperioso que tenhamtambém a Força que os faça valer a pena.

É assim que a Força é outra coluna de suporte do Templo queinteriormente cada um de nós deve edificar.

Rui Bandeira

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MIA COUTO e o mendigo Sexta-Feira

October 25, 2006

O mendigo Sexta-Feira jogando no Mundial"(...)

O que me inveja não são esses jovens, esses fintabolistas,todos cheios de vigor. O que eu invejo, doutor, é quando ojogador cai no chão e se enrola e rebola a exibir bem alto assuas queixas. A dor dele faz parar o mundo. Um mundo cheiode dores verdadeiras pára perante a dor falsa de umfutebolista. As minhas mágoas que são tantas e tãoverdadeiras e nenhum árbitro manda parar a vida para meatender, reboladinho que estou por dentro, rasteirado que fuipelos outros. Se a vida fosse um relvado, quantos penalties eujá tinha marcado contra o destino? (...)"

(Mia Couto, in O fio das Missangas)

Mia Couto é um dos nomes enormes da escrita de língua portuguesa e este texto que me chegou via mão amiga, é mais um terrível soco no estômago, só possível por quem tenha experiência deste pugilato da vida. Diàriamente chegam-nos notícias assustadoras sobre a sensibilidade que os agentes políticos (que têm a responsabilidade de encontrar as soluções) mostram na abordagem aos vários temas reflectidos no texto.

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O que vemos como propostas de solução para as inquietações que Mia Couto nos propõe ? Na parte que toca aos futebolistas vemos o estatuto de excepção, absolutamente imoral, de que gozam e cujos dirigentes defendem com unhas e dentes, mostrando todo o desprezo com que olham para o mundo à volta e todo o embevecimento com que olham para o umbigo próprio. Podemos pôr em equação a questão do tempo de vida profissional, o facto das situações mais chocantes serem uma minoria no “universo” do número de jogadores em actividade, e mais as razões extraordinárias que um político, dos actuais, apontou esta semana dizendo que “coitados dos jogadores a quem não são ensinados hábitos de poupança e que têm de deixar a escola muito cedo”, considerando a partir daí muito bem que os impostos que eu pago todos os anos com o fruto de muitas, muitas, muitas horas de trabalho sirva para compensar os “coitadinhos dos jogadores de futebol”. Todas estas razões podem ser equacionadas porque o resultado final da incógnita será sempre a imoralidade total com que são gastos a maior parte dos muitos milhões que se gastam naquela actividade. E quanto a estes aspectos é preciso que se afirme que a maior parte dos beneficiados são gente mal formada, péssimos desportistas, sem qualquer espécie de respeito pelos companheiros de profissão, que encaram calmamente e impunemente como inimigos a abater. E não vale a pena contar a estória da “saída da escola” e mais

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uma centena de razões muito válidas para os defensores desse “status quo”, porque isso não pode justificar a forma como se tratam uns aos outros. Ao menos isso. Há uma ou duas semanas cantaram-se umas loas em homenagem a Jorge Costa que abandonou a actividade profissional de futebolista. Reafirmo a minha opinião de há muitos anos. Jorge Costa, como vários outros (João Pinto, Petit, Sá Pinto,...) são personagens que nunca deveriam ter pisado um campo desportivo (qualquer que fosse) porque nunca souberam merecer a condição de desportistas. Outras notícias que nos chegam dão-nos conta do agravamento generalizado das condições de vida para os mais desprotegidos da sociedade. Sob a capa do aperto financeiro em que o país se encontra estamos a assistir a um verdadeiro assalto aos mais fracos. As últimas notícias falam dos aumentos dos lucros dos bancos (38%, 46% ...), enquanto o ministro das finanças anuncia que até ao fim do ano os bancos continuarão, legalmente, a não ter de pagar uns tantos milhões de imposto que seriam devidos se a Administração Fiscal tivesse actuado em tempo util. Por outro lado deixa uma vaga promessa (esta classificação de “vaga” é muito subjectiva, mas é a minha interpretação !) de que a partir do próximo ano começará a aproximação da forma de tributação das “empresas bancos”, ao tipo de tributação das outras empresas (aquelas que não desviam lucros para as

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Ilhas Cayman ou outras parecidas). Continua a ser interpretação pessoal mas a minha expectativaé a de que essa aproximação, se alguma vez existir, será feitamuito lentamente, muito lentamente, tão lentamente que ao fimde um ano ou dois já ninguém se lembrará nem falará doassunto que de tão lento que evolui ficará definitivamenteparado sem ninguém dar por nada, a não ser claro osbeneficiados directos. Dentro do mesmo princípio irão aumentar os descontos sobreos recibos verdes, tal como já aumentaram os descontos paraos funcionários do Estado e para os reformados. Na saúde os utentes passam a comparticipar mais nasdespesas em que já comparticipavam e passam acomparticipar em outras onde isso ainda não acontecia. Usando a pena de Mia Couto, “o que me dói doutor, é nãopoder haver uma ilha Cayman para cada português receber aío seu salário, a sua pensão, e assim deixar, legalmente, depagar impostos cuja utilização tem sido feita em favor dos quenão pagam, dos que se consideram merecedores de todas asbenesses, legalmente e sempre, sempre com boa-fé já se vê”. O mendigo Sexta-Feira assinala os penalties contra o destino. Mas o responsável pela batota do jogo não é o destino. São homens, e são homens com nome, com identidade, comresidência, com localização possível e fácil. Então porque se não marcam esses penalties ?

Na vida, como no futebol, a maior parte dos árbitros estácomprada.

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JPSetúbal

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Beleza

October 26, 2006

O maçon procura revestir-se da característica da beleza. Não é,obviamente, a física que importa. Até porque essa nãodepende de si, antes da carga genética que lhe foi transmitidapor seus ascendentes. A beleza de que o maçon se procurarevestir é a interior, resultante da pureza de princípios, dafirmeza de carácter, do aprumo moral e da tolerância para comos os outros que deve ser seu apanágio.

Pureza de princípios que constitui o pano de fundo de toda a actuação do Homem. Quem tiver adquirido e os viver como integrantes do seu ser os princípios básicos do respeito para com o Outro, que constituem os fundamentos da Civilização não cometerá agressões contra o seu semelhante. O respeito pela Vida, pela Integridade, pela Liberdade, pela Democracia,

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pela Igualdade são meros e naturais corolários dessesprincípios básicos, tão naturais como a faculdade de respirar!

Firmeza de carácter para moldar sua personalidade,combatendo suas fraquezas, mas também para arrostar comas inevitáveis dificuldades que a vida sempre coloca, semnunca pôr em causa nem incumprir os princípios básicos quedevem nortear sua conduta.

Aprumo moral como ferramenta para distinção entre o Bem e oMal, em todas as suas manifestações e circunstâncias, emespecial quando umas ou outras os tornam de difícil destrinça.

Tolerância para com os outros como contrapartida danecessidade de dos outros vermos toleradas nossas própriasimperfeições.

Quem interiorizar estas simples, mas tão exigentes, regras,poderá ser fisicamente horrível, mas acabará por serreconhecido como Belo por todos aqueles que sabem ver paraalém das meras e efémeras aparências.

Mas o maçon não procura apenas ter a Beleza em si, procura que as suas obras sejam dotadas dessa característica. Isto é, suas acções, suas criações, suas obras, não basta que sejam sábias e fortes, devem também ser belas. É a beleza que aproxima da perfeição o que se construiu com Sabedoria e Força. Entre dois edifícios, ambos igualmente perfeitamente projectados e edificados, com o recurso a todos os

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conhecimentos da arte de construir, ambos firmes, fortes eduráveis, qualquer de nós preferirá o que é esteticamentebonito, agradável ao que não possua essa característica.

Buscar dotar as nossas obras de Beleza não é uma futilidade.É uma procura da perfeição possível na actividade humana.

O Belo é divino!

O Templo do maçon é assim sustentado também por estaterceira coluna, a da Beleza.

E assim, buscando nós próprios dotar-nos e dotar nossasacções de Sabedoria, de Força e de Beleza nos aproximamostanto quanto ao Homem é possível, da Divina Perfeição.

Rui Bandeira

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Livro sobre Municipalismo

October 27, 2006

José Oliveira Dias, um estudioso da política autárquica que faz o favor de ser nosso amigo, vai efectuar o lançamento nacional de um livro de que é autor, intitulado "O Municipalismo, em Portugal, Brasil e Cabo Verde", na próxima terça-feira, dia 31 de Outubro. O lançamento terá lugar no Centro de Saúde de São Vicente, na Ilha da Madeira. E que melhor lugar para lançar um livro sobre este tema? É a descentralização levada à prática! Impossibilitado de comparecer, por compromissos profissionais noutro ponto do País, não quero deixar de aqui divulgar esta iniciativa.

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Para quem ainda tem uns restos de férias para gozar e asqueira aproveitar em semana de feriado, é um bom pretextopara ir até à Madeira! Para quem não puder ir, mas se interesse pelo tema, podeencomendar o livro (custo: 15 euros) directamente ao seuautor, através do seguinte endereço de correio electrónico:[email protected] . E pronto! Numa semana em que decidi colocar no bloguevários textos sobre símbolos maçónicos, hoje achei por bemacabar com um texto que não tem nada a ver com maçonaria! É que na maçonaria também se aprende que, como em tudo navida, o equilíbrio é muito saudável e os excessos acabam porfartar. E, afinal, se é certo que em Maçonaria Regular não sediscute política, isso não quer dizer que um maçon não seinteresse pela Coisa Pública! E ler estudos sérios é uma boamaneira de manter sempre atento o nosso espírito cívico. Rui Bandeira

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A Maçonaria da Esperança

October 30, 2006

Desde sempre que o Homem, por razões que a Genética poderá explicar, é impelido a valorizar-se, a aperfeiçoar-se, a procurar o mais e a tentar o melhor. Depois de procurar a valorização no mundo material, e de ter concluído que por essa via só daria pequenos passos, olhou mais longe, para além dos limites que sentia e imaginou como poderia libertar-se e ganhar novos horizontes. Estruturou religiões, burilou filosofias, amparou-se em crenças. Todas datadas, todas caracterizando melhor as angústias e os desejos dos homens do que apontando soluções e tranquilidades.

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Há milhares de anos que assim sucede. Consciente de que sozinho não poderia ir muito longe, o homem juntou-se a outros homens e procurou, racionalmente, encontrar vias seguras por si escolhidas que o conduzissem para os mundos onde vivem as transcendências. Uma via foi escolhida por homens que foram somando saberes oriundos de muitas áreas e de muitas paragens. Dos seus primeiros passos nenhuma História reza; podemos só imaginar como foram colocadas as primeiras pedras do Templo que queriam construir. E isto ocorreu, seguramente há muitas centenas – ousam alguns apontar milhares - de anos. Grande é o espólio ao qual podemos ir buscar datas, factos, conceitos. Mais difícil é separar as pedras que, de facto, foram utilizadas na construção do Templo das que nós imaginamos ou gostaríamos que tivessem sido utilizadas. Tendo esta via, a que chamamos desde há muito Maçonaria, transitado, como afirmamos hoje, de uma fase operativa para uma fase especulativa, é natural que, no afã de tudo justificarmos, inclusivamente pela via simbólica, entrelacemos as muitas achegas que nos chegam para que o edifício seja cada vez mais sólido e coerente. Assim, podemos ir buscar raízes - para além das que são procuradas em textos incluídos ou não em livros sagrados – em corporações romanas, em ordens religiosas militares (e

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aqui julgo que é atribuído um protagonismo excessivo, dequase exclusividade, aos Templários), em associações declasse, como em documentos que vão de um ManuscritoRégio, que terá tido origem no final do século XIV, noManuscrito Cook, do século seguinte, na “Old Charges”(Antigos Deveres), não falando já noutras, bem mais antigasque podem ser chamadas à colação como éditos de NumaPompílio ou Sérvio Túlio, etc. etc. Este acervo deconhecimentos foi sendo progressivamente harmonizado evazado em formas simbolicamente dramatizadas. Importa porém salientar que esta transição da MaçonariaOperativa para a Maçonaria Especulativa não define umaruptura entre situações distintas; bem longe disso, já que noprimeiro período muito do que se fazia tinha carácter efundamento especulativo e no segundo também o inverso severificou e verifica.

Porque só é entendivel o percurso feito se associarmos o gesto laborioso do pedreiro que colocava uma pedra na parede da catedral aos conceitos defendidos pelo catolicismo medieval maçónico e só se justifica a nossa acção actual se os estudos ritualísticos que promovemos se traduzirem em acções que, para além do aperfeiçoamento espiritual, se traduzam em formas concretas de beneficiar cultural e socialmente a humanidade de que fazemos parte. A especificidade da cultura assim, criada, e permanentemente burilada, com a rigorosa apreciação e introdução de conhecimentos oriundos de paragens diversas e de saberes

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distintos, originou uma nova forma de intervenção nasociedade, com características que a tornaram uma figuraímpar que não andava com o passo rotineiro e inquestionadodas figuras pares. E é justamente o facto da Maçonaria impelir os seus Obreiros abuscarem o aperfeiçoamento sem terem a ousadia insensatade julgarem que um dia alcançarão a perfeição que osdiferencia dos seguidores de certezas monolíticas. Olhada por uns com grande esperança e por outros comnegras suspeições, consoante queriam avançar com destemorna busca da justiça social, do livre conhecimento e datolerância ou queriam parar, fechando as portas e as janelascom o receio de que novos tempos e novas ideiasameaçassem estatutos, privilégios e velhas construções feitasde toscas ideias. Essa esperança e essas suspeições, permanecem vivas, aindaque assumam dimensões e expressões diferentes de país parapaís e até de região para região.

E de outro modo não podia ser, tão específicos são os passados históricos, as culturas, as economias e as formas de olhar o mundo. E é daqui que temos de partir: somos uma Ordem Iniciática, criada pelos méritos e pelos defeitos dos homens que, independentemente do local onde vivermos e dos meios de que dispusermos, continua a lutar, coerente e

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persistentemente, pelos princípios que sempre respeitou. A Maçonaria da esperança cresceu porque trouxe consigo formas de justiça social, independências de jugos ancestrais, e uma forte e pura articulação espiritual com formas culturais que até então estiveram muito dependentes de outras sedes. É gritante, por exemplo, a profunda transformação sofrida na música onde os grandes temas todos de índole religiosa foram substituídos por grandes temas profanos por influência de compositores maçons. E aqui não resisto a evocar e a sugerir uma ponderada reflexão sobre um texto lapidar que ilustra este contraste e que foi escrito pelo actual Santo Padre, então Cardeal Ratzinger, na sua “Introdução ao Espírito da Liturgia”: “Ouvindo Bach ou Mozart na igreja – ambos nos fazem sentir de um modo magnífico o significado de gloria Dei – glória de Deus: nas suas músicas encontra-se o infinito mistério da beleza, deixando-nos, mais do que em muitas homilias, experimentar a presença de Deus de forma mais viva e genuína – todavia, aqui já se anunciam, perigos, embora o subjectivo e a sua paixão ainda disponham de docilidade (...). Mas as ameaças da virtuosidade e da vaidade do talento já se manifestam; elas já não expõem as suas faculdades ao serviço do todo, querendo elas próprias avançar para o primeiro plano”. Creio que se todo este texto merece muito atenta leitura, é o final, com uma clara condenação do abrir das asas que suscita maior interesse nesta abordagem que fazemos.

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Também durante séculos e em especial na taça que primeiromodelou o Império Romano e depois acolheu o Cristianismoque daí irradiaria para o Mundo, os textos escritos obedeciamaos ditames da religião dominante; só pouco a pouco e comlarga influência de maçons – não tão evidente como na música– se alastraram para temas profanos. Se de mais provas e exemplos precisássemos, iriam buscá-losa paragens como a pintura ou a escultura onde as aberturasverificadas seguiram passos semelhantes. Isto é: só por teimosia poderíamos insistir em interpretaçõesparcelares, quando todas estas transformações foram de factosó uma. E, se nem sempre foi determinante a intervenção dosmaçons, ela esteve sempre presente e, na larga maioria dascircunstâncias, com inegável coerência. (Excerto do artigo "A actualidade da Maçonaria", da autoria doMui Respeitável Grão Mestre da Grande Loja Legal de Portugal/GLRP, Alberto Trovão do Rosário, originalmente publicado em"O Aprendiz", Revista da Grande Loja Legal de Portugal /GLRP - Nova Série, Ano 6, n.º 25; este é o primeiro de noveexcertos que serão aqui publicados; o próximo terá o título"Tópicos históricos") Rui Bandeira

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Tópicos Históricos

October 31, 2006

Após terem sido apontados os seus objectivos, após teremsido laboriosa e persistentemente apurados os conceitos e ospadrões que deveriam ser respeitados e após terem sidocoligidos, burilados e aperfeiçoados os textos rituais queserviriam de referência e apoio, a Maçonaria foi estruturando,com a prudência que as evoluções da História sugeriam,formas de organização próprias.

Como se esperaria, os diversos poderes olharam-na com preocupação e desde há muito optaram por uma de duas atitudes: a hostilidade, que foi traduzida em perseguições, prisões, suplícios e até penas de morte, e a complacência desconfiada que levou, em especial no norte da Europa, a que várias cabeças coroadas se tivessem intitulado protectoras da Maçonaria e tenham, directamente ou através de familiares, desempenhado as funções de Grão-Mestres, de modo a melhor

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acompanharem e controlarem uma instituição que olhavammais com desconfiança do que com apreço.

Se os poderes políticos bolinavam entre estas duas margens,os poderes religiosos ficavam sempre amarrados à margemdonde a Maçonaria era vista com absoluta intolerância einquietação.

A atitude dos poderes religiosos era de um necessário distanciamento, aliás a única que se poderia aguardar, e que se deveu a um alargado conjunto de circunstâncias: a Maçonaria falava em aperfeiçoamento espiritual, tema e prática que eram exclusivos dos que definiam o caminho a seguir pelas religiões; a Maçonaria apregoava livres formas de pensar, o que muito contrariava quem respeitava monólitos de certezas; a Maçonaria usava como usa, muitos conhecimentos, criteriosamente seleccionados e simbolicamente entrosados, contidos em livros sagrados, o que, para além de ser visto como um abuso sacrílego, poderia induzir interpretações e versões afastadas dos cânones; a Maçonaria, ainda que tal não estivesse de acordo com os seus princípios, poderia ser, e não poucas vezes o foi, ponte entre as forças dominantes da sociedade, competência que as instituições religiosas, também ao arrepio dos seus objectivos, muitas vezes utilizaram; a maçonaria cultivava formas de secretismo, para melhor se proteger, proteger os seus membros e as suas práticas, o que muito incomodava as forças da intolerância que assim tinham maior dificuldade em situar os seus elementos e calar as suas actividades, em particular quando estas se relacionavam com a luta contra injustiças sociais que eram ignoradas, quando

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não estimuladas, pelas estruturas que usavam as religiõescomo máscara, a exemplo do que sucede hoje ainda em muitasparagens.

Do trajecto feito, das lutas travadas e dos resultados obtidosoutros textos poderão falar com mais a propósito.

São no geral bem conhecidos e sobre eles se debruçaramestudiosos de diversas áreas do conhecimento comohistoriadores, sociólogos, políticos, filósofos e religiosos.

(Excerto do artigo "A actualidade da Maçonaria", da autoria doMui Respeitável Grão Mestre da Grande Loja Legal de Portugal/GLRP, Alberto Trovão do Rosário, originalmente publicado em"O Aprendiz", Revista da Grande Loja Legal de Portugal /GLRP - Nova Série, Ano 6, n.º 25; este é o segundo de noveexcertos que serão aqui publicados; o anterior foi publicadoem 30/10/2006, sob o título "A Maçonaria da Esperança"; opróximo terá o título "A Maçonaria hoje").

Rui Bandeira

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A Maçonaria Hoje

November 02, 2006

Depois de ouvirmos e de lermos muitas opiniões sobre aMaçonaria, grande parte das quais elaboradas sobrepreconceitos, em especial num País como o nosso ondedurante décadas não foram consentidas instituições ondepudessem germinar ideias avessas ao poder dominante,formámos também as nossas opiniões. Estas eram,naturalmente as resultantes das informações tendenciosastransmitidas pelos meios que nos estavam mais próximos eeram, novamente, de esperança ou de suspeição, Se algunsimaginavam que a Maçonaria era uma escola de cidadãosperfeitos, outros garantiam que, quem nela entrasse tinhagarantida a entrada no inferno com as mais vivas brasas.

Se os segundos se mantiveram, para tranquilidade dos seusvotos, afastados da Ordem, alguns dos outros ousaramfranquear as portas do Templo.

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Aqui chegados, mantiveram as posturas que na vida profanavinham já adaptando: os que procuravam o aperfeiçoamento,estudaram, valorizaram-se, tornaram-se mais exigentesconsigo próprios e tolerantes com os outros; perceberam queos textos rituais são inesgotáveis fontes de ensinamentosainda que não entendessem facilmente todas as lições nelescontidas. Os que, na vida profana se acomodavam e usavam acrítica como escudo, prosseguiram, apesar dos exemplos dosseus Irmãos, na mesma senda; e, porque lhes escasseia acapacidade para polirem a própria pedra olham com azedumea forma como os seus irmãos cuidam das suas. Nada dão de sipróprios já que colocam à frente de quaisquer conceitos adefesa dos seus próprios interesses. E, o que não pode deixarde ser motivo de reflexão, estes que entraram, sem respeito,no Templo, viram as portas franqueadas pelos que já seencontravam no seu interior; buscavam favores profanos e, oque nos entristecia, em muitos casos, o reconhecimentoobtido com a mais rica decoração de um avental quecompensava uma vida profana apagada e triste.

Uns e outros, como que esquecidos de que são todos filhos damesma sociedade levados por um imaginário que a Históriaajudou a construir e que não podemos desprezar, vieram parao nosso convívio, na expectativa de, num mundo diferente,encontrarem modelos culturais e sociais diferentes.

E novamente aqui a dicotomia se manifestou: os que sabem, e sentem, o que é a Maçonaria, encontraram muitas das respostas que procuravam; para tal estudaram, para tal trabalharam, para tal confiaram nos seus Irmãos, a tal se

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deram na percepção plena de que, efectivamente a Maçonariaé muito mais do que parece e de que, tudo o que nos podeoferecer é o resultado do trabalho de muitos que já não estãoconnosco e do trabalho solidário, fraterno e consciente decada um de nós.

Naturalmente, e poderei dizer felizmente, para os que entramcom a intenção de muito receberem sem quase nada darem, aMaçonaria não é a instituição que gostariam de encontrar. Umainstituição que, pela sua forma discreta de viver pelas relaçõesnacionais e internacionais que possui, poderia constituir umveículo útil. De entre estes muitos afastam-se, enquanto outrospermanecem, apaticamente, lendo mecanicamente rituais semos entenderem, participando de iniciativas sem entusiasmo, nodesejo de que algum Irmão os possa apoiar na vida profana oude que as aparências o satisfaçam com aventais, colares,medalhas, diplomas, etc. etc. Ficarão sempre na convicção deque a Maçonaria é pouco, sem perceberem que eles são muitopouco.

Porque, quando falamos em aperfeiçoamento espiritual, efazemo-lo sem reticências, sabemos que a pedra não é polidapor outros: é polida, laboriosamente por cada um de nós, coma fraterna ajuda dos outros.

Na certeza de que cada Maçon está a trabalhar num momento em que a humanidade, cercada por angústias e incertezas, espera que ele cumpra a sua missão. Porque hoje, e verificamo-lo todos os dias, o homem deixou de confiar em muitos dos apoios a que se agarrou durante séculos e, numa

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deriva de confusões, em que se vê obrigado a correr no meiode uma turba sem saber para onde nem porquê, tenta evitarsituações de desregulação psicossocial onde a esperança nelee nos outros já não existirá.

As agências de controlo social, a quem vinha entregando aresponsabilidade de definir o que se deve fazer e o que não sedeve fazer, no que devemos acreditar e no que não devemosacreditar, e às quais não eram feitas perguntas que nãocontivessem já as respostas acopladas, foram perdendo afunção de bússola, impotentes que se foram mostrando faceàs novas avalanches de dúvidas e de contestações.

A Família já não representa o que representava, o Estado jánão tem o poder que tinha, não se sabendo onde começa eonde acaba, desempenhando um papel crescentemente difuso,a Escola não logra emparelhar-se com a sociedade, a Religião,ainda que cada dia mais plurifacetada não é já respeitada nemtemida como já foi, a Justiça perdeu credibilidade...

Mas o Homem, com as suas fragilidades carece, como semprecareceu, de se segurar em esperanças, pelo que é tentado adeitar a mão ao primeiro bote que passar desde que pareçasólido. Cedo se está a dar conta de que estes botes nenhumaconfiança merecem e de que, afinal, é bem mais seguroprocurar a segurança dos princípios, com outros homens, emlugares onde seja ouvido e respeitado.

E a Maçonaria oferece, de forma que continua a ser ímpar, a possibilidade de progredirmos espiritualmente sem perdemos

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o direito de pensarmos livremente. É um caminho bem difícilmas é, para nós, o que nos permite sermos melhores sem queseja menosprezada a nossa responsabilidade.

(Excerto do artigo "A actualidade da Maçonaria", da autoria doMui Respeitável Grão Mestre da Grande Loja Legal de Portugal/GLRP, Alberto Trovão do Rosário, originalmente publicado em"O Aprendiz", Revista da Grande Loja Legal de Portugal /GLRP - Nova Série, Ano 6, n.º 25; este é o terceiro de noveexcertos que serão aqui publicados; o anterior foi publicadoem 31/10/2006, sob o título "Tópicos históricos"; o próximoterá o título "Maçonaria e Maçonarias").

Rui Bandeira

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O MUSEU DO SILVA

November 03, 2006

Alguma vez ouviram falar no “Val Pequeno” ? Pois é um lugar no concelho da Amadora, freguesia de S. Brás, à beira da estrada de ligação Pontinha-Caneças que separa os concelhos de Odivelas para um lado e Amadora para outro. Val Pequeno calhou do lado da Amadora ! Ora bem... Val Pequeno vem à conversa porque quem segue estrada fora, se mantiver alguma atenção aos letreiros (mais que muitos), verá uma placa surpreendente, indicando o “Museu do Silva” ! Assim tal qual, “Museu do Silva”. Fui até lá com a dúvida existencial que me acompanha desde que o AJJ se referiu ao Sr. Silva, na expectativa de que, finalmente havia descoberto o Silva... Não foi assim, não acredito que seja este o tal Silva do AJJ.

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O Museu do Silva é um espectacular repositório de recordações de um Casal que tendo nascido em Jales, Trás-os-Montes, trouxe para a grande cidade as recordações de infância e do tempo de trabalho no campo e nas minas, que sendo as suas recordações são simultâneamente parte da história do povo português, profundo como alguém costuma dizer de tudo o que não se refira a Lisboa ou Porto.

Albano Teixeira da Silva tem investido todo o tempo que lhe resta para além do emprego diário para alimentar a arte extraordinária de miniaturista, que “nocturnamente” desenvolve na sua mini-oficina ao canto do museu (50 m2 de arte das miniaturas), construindo as peças, os ambientes, os edifícios que marcaram a sua memória da vida em Jales. Os moínhos, as máquinas de tratamento do centeio, do algodão, as minas de ouro, a escola onde aprenderam a ler, os animais que ajudaram ao trabalho na terra, fontanários, a igreja, a casa da tia,... os pormenores da vida da aldeia, a que existiu e a que ainda resiste.

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Aconselho vivamente a visita.Vão ver que vale a pena ser recebido pelo artista, Sr. Silva, oupela esposa, companheira das recordações e da conservaçãodeste museu da vida.

A visita ao museu, que é gratuita, é a única paga que o casalrecebe pela disponibilização deste espaço de cultura a quemse lhes apresenta à porta.

Porque de resto tudo corre por conta dos próprios, semsubsídios, sem rendas, sem bilhetes de entrada.

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Rua do Casal de Branco, 39Casal da Mira - S. BrásTel. 214 939 330

Sábado e Domingo está aberto todo o dia.Durante a semana convém marcar.

JPSetúbal

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QUEREMOS MAIS SANGUE!!!

November 03, 2006

Não, não é nenhum apelo à violência, pelo contrário!

Como se pode ver pela simpática imagem aqui ao lado, a ideia é efectuar mais uma acção de doação de sangue. Como de costume, não se esqueçam que não custa nada, não paga imposto nem taxa moderadora e contribui para salvar vidas! Façam o favor de reservar JÁ na vossa agenda a manhã de sábado, dia 11 de Novembro. Entre as 9 e as 12,30 horas, lá vos esperamos, como habitualmente nas instalações do Instituto Português de Sangue, no Parque da Saúde, Av. do Brasil, Lisboa. Quem já deu, já sabe que por mero e automático efeito da sua doação de sangue, fica incluído no Grupo de Dadores de

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Sangue Mestre Affonso Domingues (basta ter o cuidado de mencionar pretender essa inclusão no preenchimento da sua ficha) e, assim, imediatamente beneficiário, para si e sua família dos depósitos de sangue que todos os membros do grupo vêm fazendo. Quem ainda não deu, fica a saber e vai dar! Quem já deu uma vez e der pela segunda vez em menos de um ano, vai receber em casa um elegante cartão de dador de sangue, emitido pelo IPS, com o respectivo grupo sanguíneo inscrito. Para além disso, fica oficialmente autorizado a usar no peito um emblema com a frase "Eu não pago taxas moderadoras!" ou, se preferir a nova versão, disponível a partir de 2007, pode optar pela frase "Ó Campos, eu não pago taxas por operações nem internamentos!". Como vêem, cá connosco é só mimos! Em tom (um pouco) mais sério, convém lembrar que esta acção NÃO É RESTRITA a membros da Loja Mestre Affonso Domingues, nem sequer a maçons. TODOS são bem-vindos! O que importa é recolher dádivas de sangue, que muita falta faz! Assim, os caros visitantes do blogue que quiserem aparecer e contribuir estendendo os respectivos bracinhos à simpática agulhinha dos não menos simpáticos enfermeiros e enfermeiras do IPS, não se acanhem e apareçam! Como bónus, ainda têm oportunidade de conhecer uns quantos indivíduos, tidos por misteriosos, que costumam chamar-se reciprocamente por "Irmãos" - só não vão ver é os famosos

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aventais, que nós, nestas coisas, costumamos andar à civil... Todas as pessoas saudáveis e sem comportamentos de risco, entre os 18 e os 60 anos, podem dar sangue, SEM QUALQUER PREJUÍZO PARA A SAÚDE. Aliás, previamente à doação, cada pessoa beneficia de uma consulta médica e faz uma análise rápida ao nível de hemoglobina e, à mínima dúvida de que a doação possa causar qualquer problema ou risco, é o próprio médico do IPS que declara não dever ocorrer a doação. Assim, no sábado 11 de Novembro esperamos o vosso SANGUE!!! ATENÇÃO: ao contrário do que muitos pensam, NÃO É NECESSÁRIO, NEM SEQUER ACONSELHÁVEL, ir em jejum. Deve-se apenas ter o cuidado de não consumir gorduras nem álcool nas horas anteriores à doação. Portanto, já sabem: tomem o leitinho e comam um pãozinho (sem manteiga...) ao pequeno almoço, para evitar quebras de tensão... UMA ÚLTIMA NOTA: a fim de evitar grandes esperas, seria conveniente que se tivesse antecipadamente (até dia 8) uma noção do número de dadores que vão comparecer, para, em caso de necessidade, o IPS reforçar a sua equipa. Para o efeito, os membros da Loja devem avisar o Venerável Mestre de quantas pessoas do seu círculo familiar e social vão comparecer. Os caros visitantes deste blogue que nos quiserem dar o gosto da sua presença e solidariedade, podem fazer o favor de avisar para o endereço de correio electrónico

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[email protected]. Para acabar em beleza: é importante que venham e que avisem! Este ano esmerámo-nos a negociar com o IPS e, se conseguirmos garantir, até ao dia 8, um mínimo de 100 doações naquela manhã, temos direito a TRATAMENTO VIP . Qual é ele? Não digo, mas só para terem uma ideia, quando o tratamento é VIP, o reforço de enfermeiras é particularmente cuidado. Ora vejam lá:

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E, para não haver injustas acusações de machismo, meninas esenhoras dadoras, o tratamento VIP, se a ele tivermos direito,também abrange especial cuidado no reforço de enfermeiros,como também podem ver...

Rui Bandeira

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Maçonaria e Maçonarias

November 06, 2006

Quer no mundo profano quer por vezes no próprio seio daMaçonaria surgem algumas perplexidades, criadas pela autoanunciada existência de grupos que se consideram maçons eque vão, num ou noutro ponto, dando origem a confusões dediversa índole.

Há que, a este propósito reflectir um pouco, no respeito pelanossa cultura, pelos nossos princípios e por quantorepresentamos.

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De dois pontos devemos partir: por um lado, não nosconsiderarmos detentores da verdade única e sermostolerantes, por outro, devemos ser rigorosos e exigentes.

Por outras palavras: devemos respeitar todos os que de boafé, respeitam os mesmo princípios que nós e não devemosnem podemos respeitar os que, sem pudor, se aproveitam donome da Maçonaria, erguido laboriosa e persistentemente pormuitos ao longo de séculos, colocando-o ao serviço deridículas vaidades pessoais ou de desígnios menos claros.

Em linhas gerais, há em Portugal, duas grandes OrdensIniciáticas Maçónicas: o Grande Oriente Lusitano e a GrandeLoja Legal de Portugal/GLRP.

Como é sabido, ainda que por vezes, tal seja escamoteado, omundo maçónico, em 1877, afastou da sua convivência oGrande Oriente de França por este pretender seguir por umavia que, por ser ateia, antagonizava os próprios Landmarks daMaçonaria. O facto da principal corrente maçónica portuguesade então ter secundado a atitude do GOF fez com que tanto umcomo outro fossem a partir de então – até hoje – consideradosirregulares.

Só no decurso da década de oitenta, na esteira da aberturaintroduzida em 1974 pelo movimento de 25 de Abril, seintensificaram os esforços que levariam ao restabelecimentoda Maçonaria Regular em Portugal, que culminariam com aconsagração da Grande Loja Regular de Portugal em 1991.

Hoje, a Maçonaria Regular Internacional, que se estimarepresentar bem mais de noventa por cento de toda aMaçonaria Internacional, reconhece a GLLP/GLRP comolídima, e única representante da Regularidade em Portugal.

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Como em muitos outros períodos, os interesses individuais, eaté, naturais diferenças de opinião e de postura, deram origema algumas secessões; destas a que deixou cicatrizes maisfundas foi a da chamada “Casa do Sino” tendo permanecidona facção então criada diversos Obreiros iniciados entre nós,vários dos quais já regressaram ao nosso convívio.

Uma ou outra vez ouvimos algumas vozes clamar pela unidadede todos os maçons portugueses. Ainda que por detrás daproposta haja muitas intenções sãs, devemos atentar em que:

A fusão entre as duas grandes potências maçónicasportuguesas – e só no caso destas tal se poderiaconjecturar – seria sempre um acto contra natural. Se umadas Ordens mostrasse – ou mostre – interesse na fusão,reconheceria que abdicava das suas convicções, abjuravaos juramentos feitos e, implicitamente, admitia aderir aosprincípios pela outra Ordem respeitados; também de formabem implícita aceitava que se encontrava numa fase dedeclínio ou de confusão institucional e que desistia dasformas de luta que vinha adoptando.

Porém, e repetindo o já muitas vezes dito, a nossa coerência e a nossa tolerância, determinam que abramos as portas do nosso Templo aos que estão convictos de que merecem o título nobre de maçons desde que, naturalmente, se apresentem um a um – nunca em grupo – se encontrem nas condições impostas pelos Regulamentos da GLLP/GLRP e sejam aceites no seio de uma R:.L:. Foi

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esta situação já vivida diversas vezes, devendo acentuar-seque nunca houve qualquer tipo de aliciamento ou convitenascido na nossa Ordem. Tal seria abusivo, condenável eassumiria até formas próximas do não entendimento do quesão valores maçónicos.

Por maior força de razão, esta atitude vem sendo adoptada,e continuará a sê-lo, para com os elementos dos outrosgrupos que se auto intitulam maçons.

A nossa Ordem não pode agir de outro modo, já que tal setraduziria no não cumprimento dos nossos deveres e ,eventualmente, no risco de vermos negado oreconhecimento internacional, a que vimos fazendo jus.

As muitas sugestões que chegam às nossas RR:. LL:. paraa realização de encontros e reuniões com membros deinstituições que actuam em áreas próximas da nossa, masnão são reconhecidas, deve ser encarada, como claramenteos Regulamentos o determinam, com toda a prudência e,obviamente, nunca poderão assumir qualquer expressãoritual.

A imprudência suscitada pela nossa tolerância unicamentepoderia trazer benefícios aos autores das sugestões, sejam ounão estas formuladas desinteresseiramente.

Numa perspectiva adjacente, devemos recordar que as Ordens Iniciáticas que se reclamam da Regularidade respeitam todas

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elas, inclusivamente para merecerem, o reconhecimentointernacional das suas pares, as mesmas Regras que sãoconsideradas desde há muito imutáveis.

Determinam, entre outras disposições, que “A Maçonaria éuma Ordem, à qual só podem pertencer homens livres e debons costumes...” e, mais adiante que “Os Maçons só devemadmitir nas suas Lojas homens de honra...”.

Não é assim consentida a presença feminina nos Templos nemnos Trabalhos Rituais.

Todavia não deve tal ser entendido como sinal de menorrespeito pelas mulheres nem pelas instituições em que seagrupam e que tenham relação cultural com os nossos valorese objectivos, como sucede no tocante à Grande Loja Feminina.

Todas estas questões, como muitas outras relacionadas com alegitima integração dos maçons numa vastíssima família,transportam-nos, naturalmente para um outro plano: o daMaçonaria Internacional, para as suas regras e exigências.

E aqui, bem ao contrário do que por vezes se anuncia, o quadro é mais claro do que poderíamos conjecturar: toda a Maçonaria visa os mesmos objectivos, toda obedece aos mesmo princípios, toda se rege pelas mesmas normas. Não há por parte das potências maçónicas internacionais nem vontade nem legitimidade para intervirem na vida interna das suas Irmãs. Unicamente, e a sabedoria maçónica o determinou, há a possibilidade de aceitarem que se sentem à mesma mesa

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os que respeitam os mesmos princípios e as formas de osobservarem, assim como de rejeitarem, a presença dosrestantes.

A aceitação é tanto maior quanto mais se reveste dedignidade; as rasteiras subserviências não são obviamentetoleradas neste cenáculo de homens livres que representamoutros homens livres.

Algumas interrogações levantadas em Ordens estrangeiras,levadas a hesitações quanto ao reconhecimento daGLLP/GLRP, suscitadas pela secessão de 1996, foramrespondidas com o uso da única forma que a Maçonariareconhece nestes casos: com a verdade, a persistência e adiscrição.

Os laços que têm sido estabelecidos ou reforçados com asOrdens estrangeiras que podemos e devemos reconhecer sãohoje sólidos e traduzem-se em acções nas quais participamnão só os seus mais altos representantes como em acçõesque conduzem a geminações entre RR:.LL:. de paísesdiferentes, desde que, naturalmente, suscitem a concordânciados respectivos Grão-Mestres. Não esqueçamos também aimportância de que se reveste a visita que individualmentemuitos maçons fazem a RR:.LL:. estrangeiras, para o quedevem ser portadores do necessário passaporte maçónico.

Para o reforço destes laços, têm contribuído, e mais contribuirão, com o seu trabalho os Irmãos que são Garantes de Amizade, ou Grandes Representantes junto de ordens

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estrangeiras irmãs.

(Excerto do artigo "A actualidade da Maçonaria", da autoria doMui Respeitável Grão Mestre da Grande Loja Legal de Portugal/GLRP, Alberto Trovão do Rosário, originalmente publicado em"O Aprendiz", Revista da Grande Loja Legal de Portugal /GLRP - Nova Série, Ano 6, n.º 25; este é o quarto de noveexcertos que serão aqui publicados; o anterior foi publicadoem 2/11/2006, sob o título "A Maçonaria hoje"; o próximo terá otítulo "Obreiros").

Rui Bandeira

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Obreiros

November 07, 2006

A Grande Loja é o reflexo de que as Lojas são e tem o que asLojas lhe dão. E as Lojas são o que os seus Obreiros forem etêm o que os seus Obreiros lhes derem, em fraternidade, emsolidariedade, em trabalho, em valorização cultural, emvontade de servir e na sua permanente luta pela superação.

Os obreiros são diariamente desafiados por si próprios aserem e agirem na qualidade de maçons: de homens honradoscom uma iniciação, que lhes conferiu responsabilidades novasque os impele a lutarem contra os pobres e redutores hábitosprofanos, os quais, instintivamente os conduziriam sempre,rotineira e mecanicamente, por uma senda de cinzentos eresponsáveis comodismos.

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Os maçons sentem, com plena naturalidade, que só poderãoprosseguir, ou seja, valorizar-se espiritualmente, seaprenderem a cultivar as expressões mais nobres do respeitopelos outros e por si próprios.

E, com a mesma naturalidade, aceitarão os aumentos desalário que são atestados que comprovam aumento deconhecimento e de capacidade para assumirem maioresresponsabilidades, sem caírem no logro profano de seenvaidecerem com avanços que são, unicamente, simbólicos,na convicção de que todos, exactamente todos, estãoconscientes da sua ignorância..

Por isso, é com constrangimento e tristeza que assistem àexibição de decorações ou ao enunciado de cargos, e degraus, que patenteiam mediocridades que ferem os ideaismaçónicos.

Os Obreiros sabem bem que, independentemente dascircunstâncias históricas, culturais e sociais de cada tempo, aMaçonaria deve ser discreta; passou o muito longo período emque fomos forçados a ser secretos mas, de acordo com o atrásdito, importa-nos, sempre, muito, o ser e nada o parecer.

Por estes, e por muitos outros motivos conhecidos dos maçons, a criteriosa selecção dos candidatos a Obreiros da Ordem deverá sempre ter em consideração que pretendemos que os iniciados sejam homens de bem, independentemente do estrato a que pertençam no mundo profano. Ainda devo acrescentar, para maior clarificação que, se não devemos

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impedir a entrada no Templo de um operário também, nãodevemos impedir a entrada de um ministro. O critério é outro ebem outro.

A formação dos Obreiros, à qual se podem em diversos casosapontar lacunas, é como sabemos, da responsabilidade detoda a Loja, em especial do Venerável Mestre, do 1º e do 2ºVigilantes.

Tarefa bem difícil, de todas a que melhor traduz a luta pelatransformação da pedra bruta em pedra polida, encerra umimenso desafio: os maçons são filhos e foram moldados pelasociedade que eles querem transformar através da sua própriatransformação.

Será, a este respeito muito em breve editado pela GLLP/GLRPum livro elaborado pela R. ..L... Pisani Burnay onde a nossaOrdem Maçónica Regular e os seus objectivos são levados aoconhecimento dos iniciados.

Para que a valorização se torne possível, é necessário que omaçon seja persistente, seja paciente, saiba suportar aincompreensão e a intolerância dos outros. E seja capaz, o quese reveste também de grandes dificuldades, de encarar, comisenção, o significado que deve atribuir à tolerância.

Se, como disse, devemos suportar, e em muitos casos compreender, a intolerância alheia, sempre oriunda da ignorância e da insegurança, não podemos usar da mesma bitola quando olhamos para nós e para os nossos Irmãos. O

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grau de exigência deve ser muito maior; não ignoremos que aquase totalidade dos problemas com que nos defrontamos sãocriados por nós próprios. Porque somos discretos, nosassociamos e interagimos local, nacional einternacionalmente, muitos nos olham como um descuidadoveículo para quem tem ambições pessoais sejam de carácterprofissional ou envolvam necessidades de afirmação e de nósse quer servir.

E, quando surgirem dúvidas relativamente às proporções danossa tolerância para com os que nos antagonizem,lembremo-nos que só uma atitude devemos tomar,consentânea com a cultura que nos especifica: não insultarquem nos insulta, não guerrear com quem guerreou, muitomenos no Templo, mostrando que somos capazes de travar odiálogo e que partimos para este sempre mostrando quequeremos ouvir os outros e, o que muito reforça moralmente anossa posição, que estamos disponíveis para melhorarmos osnossos conhecimentos pela aceitação dos argumentos alheiosse estes se mostrarem mais sólidos.

Porque a beleza da nossa cultura nasce do facto de estarmosmais interessados em aprender do que em ensinar, com acoragem intelectual de quem quer ter opinião fundada numaopinião livre e consciente.

(Excerto do artigo "A actualidade da Maçonaria", da autoria do Mui Respeitável Grão Mestre da Grande Loja Legal de Portugal /GLRP, Alberto Trovão do Rosário, originalmente publicado em "O Aprendiz", Revista da Grande Loja Legal de Portugal /

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GLRP - Nova Série, Ano 6, n.º 25; este é o quinto de noveexcertos que serão aqui publicados; o anterior foi publicadoem 6/11/2006, sob o título "Maçonaria e Maçonarias"; opróximo terá o título "As Respeitáveis Lojas").

Rui Bandeira

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Salpicando Poesia

November 08, 2006

Amanhã, dia 9 de Novembro, no Grémio Literário, na Rua Ivens(ao Chiado), em Lisboa, pelas 18 h 30 m, o Dr. Miguel Roza (depé, na fotografia, proferindo uma palestra a convite do ElosClube de Lisboa) procede ao lançamento do seu novo livro,Salpicando Poesia.Miguel Roza já anteriormente publicara uma bem humorada colectânea de narrativas, De médico e de louco de tudo um pouco e um livro a propósito de Fernando Pessoa, Encontro Magick: Fernando Pessoa / Aleister Crowley, com os quais partilhou com os leitores a sua experiência em dois aspectos distintos da sua vida: a sua carreira profissional de médico e o seu parentesco com Fernando Pessoa, de quem é sobrinho. Agora lança um livro de poesia. Publicado por um sobrinho do maior expoente da Poesia portuguesa do século XX, só pode provocar interessada expectativa.

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Por mim, tenciono estar amanhã no Grémio Literário! Nãoperderá o seu tempo quem como eu fizer. Rui Bandeira

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As Respeitáveis Lojas

November 09, 2006

As Respeitáveis Lojas são a célula donde brota a vidamaçónica. Não há em Maçonaria estrutura mais determinante,mais padronizadora de saberes e de comportamentos. É naLoja que se aprende, é na Loja que se convive, é na Loja quenos assumimos, é na Loja que podemos, se para tanto o nossoengenho e a nossa arte o permitirem, transformar quem somosem quem queremos ser.

Respeitando os mesmos princípios que os restantes Irmãos, percebemos que lhes devemos oferecer, todos os dias, no Templo e fora do Templo, a nossa fraternidade; que o nosso pobre egoísmo ficou, com as nossa pobres vaidades, esquecido fora da Loja, numa atitude que – e há que o

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acentuar vivamente – não é só fruto da cultura, como dainteligência, como da maturidade que alguns percebem, comoda inteligência, como da maturidade que alguns percebem quenão é desprendimento pela vida mas amor à vida e ao que elaencerra de mais nobre e mais digno.

Tudo isto pode ser percebido, sentido e interiorizado em Lojapelo estudo que vivamente se aconselha dos nossos rituais edos muitos textos que nos podem enriquecer mas serãosempre limitados os resultados se não houver um esforço desuperação consciente e persistente.

Não são as Lojas estruturas isoladas. Mau sinal seria seproporcionassem a fraternidade entre os Obreiros de cadauma e não a fomentassem entre os Obreiros que trabalham emdiferentes Lojas. Esse risco nem sempre é ultrapassado porLojas que, embora trabalhando muito bem, se esquecem deque o Movimento Maçónico, (o Mundo Maçónico, a FamíliaMaçónica) não é um arquipélago constituído por ilhas queignoram a vida das restantes mas é um todo cuja eficácia éresultante do somatório dos trabalhos dos seus membros.

Os Regulamentos existentes, quer o da GLLP/GLRP que osdas RR. ..LL. .., corolários daquele, não são mais de umconjunto de normas que servem de referência para o trabalhoconcreto mas que devem ser sempre vistos como umaemanação dos nossos princípios e dos nossos “Landmarks”.

Não há, e é importante que tal seja plenamente assumido e entendido, uma estrutura maçónica inspirada em estruturas ou

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códigos profanos, tenham eles origem cultural, política ousocial. Como não há uma hierarquia dependente da decoraçãodos aventais; a decoração dos aventais, salvo no tocante à quecaracteriza o grau de cada Obreiro é um indicativo deresponsabilidades assumidas durante um período de tempo, enunca um objectivo que permite a satisfação de vaidadespuramente profanas. Cada nova responsabilidade assumidaem Loja, inclusive no seu Quadro de Oficiais tem de serencarada como estímulo para um maior aperfeiçoamento comoacontece, ainda com maior exigência, quando da iniciação dapassagem a Companheiro e da elevação a Mestre. Pela mesmaordem de razão não são toleráveis os falsos argumentosfreudianos que alijam responsabilidades que são claramentedas RR. ..LL. .. para outras estruturas da GLLP/GLRP.

Daqui a estupefacção que sentimos por vezes quando somosconfrontados com a ideia, nascida da ignorância, de que “asRR...LL. .. devem cumprir o programa da Grande Loja”.

Como é de todos sabido são promovidas, em especial desde há poucos anos, diversas iniciativas de que podem participar Irmãos de todos as Lojas, nomeadamente no âmbito cultural. Mas estas participações são sugeridas, nunca impostas, e têm a intenção de enriquecer a formação dos Obreiros não se pretendendo, bem pelo contrário, desmotivar a acção das Lojas, que deverá partir sempre da sensibilidade, das circunstâncias e da capacidade de trabalho e de organização de cada R. ..L... na convicção que todos temos de que esta é fonte criadora do livre pensamento. E este, aberto à vida e à verdade, pesquisa, investiga, estuda, respeitando os que

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sabem mais mas procurando sempre caminhos próprios.

Aos Órgãos da Grande Loja compete coordenar, estimular e senecessário intervir se os nossos documentos fundamentaisnão estiverem a ser respeitados; para além do cumprimentodas atribuições que lhe estão naturalmente cometidas.Também lhes compete colaborar na criação de melhorescondições de trabalho como vem sucedendo no tocante àconsagração de novos Templos; e catalizar apoiosfavorecendo, por exemplo, o levantamento de colunas oureinício da actividade de várias RR. ..LL. ... Como se percebe, ébem preferível seguir este caminho de verdade do que criarnovas RR. ..LL. .. só com a intenção de nos vangloriarmos como seu número.

Tem sido bem visível o aumento do grau de exigência dasRR...LL. .., nomeadamente no que diz respeito ao rigorosocumprimento dos rituais. Por aí teremos de prosseguir, comoterá de continuar a ser prestado apoio pela RR. ..LL. .. commaior número de obreiros e maior dinamismo às suas Irmãs.Também por este caminho de entreajudas se tornará maislímpida a diferença entre o fundamental e o acessório; o graude exigência seguido em cada R. ..L... é testemunho da formacomo sabem encarar duas virtudes que não nos cansamos deapontar: a dignidade e a verdade. São virtudes visadas nomundo profano que nós, numa Ordem Iniciática, que respeitavalores espirituais, por maior força de razão deveremos,sempre respeitar.

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(Excerto do artigo "A actualidade da Maçonaria", da autoria doMui Respeitável Grão Mestre da Grande Loja Legal de Portugal/GLRP, Alberto Trovão do Rosário, originalmente publicado em"O Aprendiz", Revista da Grande Loja Legal de Portugal /GLRP - Nova Série, Ano 6, n.º 25; este é o sexto de noveexcertos que serão aqui publicados; o anterior foi publicadoem 7/11/2006, sob o título "Obreiros"; o próximo terá o título"Os Altos Graus").

Rui Bandeira

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Do Verão de S. Martinho à doação de sanguezinho

November 10, 2006

Ele aí está, indiferente às propaladas alterações climáticas, o Verão de S. Martinho! Hoje, em Lisboa, o céu é azul, a cidade brilha com a luminosidade que lhe é característica, a temperatura é amena. As previsões meteorológicas indicam que assim continuará a ser amanhã, 11 de Novembro, o dia de S. Martinho. As chuvas torrenciais e as inundações são já recordação de há alguns dias, daqui por uns tempos vai voltar a chover e o frio vai aparecer, mas, por agora, todo o portuga que se preza levanta o rosto em direcção ao Sol e goza, deliciado, esta pausa na invernia que o Povo de há muito crismou de Verão de S. Martinho. É curioso como efectivamente, na maior parte dos anos, há,

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por volta de 11 de Novembro uma melhoria, por vezes acentuada, do tempo. Não é, realmente, só impressão decorrente de este ano o tempo estar bom agora. Há factos e datas que nos marcam e eu, pessoalmente, sempre prestei muita atenção ao S. Martinho, porque foi num dia de S. Martinho, era eu ainda criança de escola primária, que o meu pai teve um grave acidente de trabalho. Desde então, sempre tive especial atenção a esta data, ao dito Verão de S. Martinho e venho, ao longo de mais de quatro dezenas de anos , efectivamente verificando que existe, no nosso país, uma melhoria de tempo por estes dias do ano e que os anos em que tal não sucede são excepções. Para mim, portanto, confirma-se a justeza da sabedoria popular quando fala - e não é de agora, é de gerações que se perdem na bruma do tempo... - no Verão de S. Martinho. Reza a lenda que S. Martinho, garboso cavaleiro, certo dia tempestuoso, de grossa chuva e vento gélido, deparou com um pobre desgraçado que, meio morto de frio, apenas dispunha de rotos farrapos para se cobrir e que o Santo, com a sua espada, cortou a sua capa ao meio e deu ao desafortunado metade dela para que se pudesse aquecer, reservando para si a outra metade, para poder, ele também, arrostar com a intempérie e com o frio. Feito isto, o milagre aconteceu: em reconhecimento do acto de misericórdia e solidariedade do Santo, o Omnipotente de imediato fez cessar a tempestade, afastou o vento e as nuvens e o Sol brilhou, aquecendo aquelas paragens e, especialmente, impedindo que o Santo,

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agora só com metade da capa, sofresse com a fúria dos elementos. E, em homenagem àquele acto de solidariedade, desde então, no dia que viria ser dedicado a S. Martinho, a Divina Providência se encarregaria de agraciar, não sei se a Humanidade toda, se só os que vivem neste cantinho, com uma melhoria de tempo, popularmente reconhecida como o Verão de S. Martinho. O dia de S. Martinho é, então, uma data que alude à solidariedade humana. Melhor dia não haverá, então, para manifestar essa solidariedade com um gesto simples e alguns minutos do nosso tempo: IR DAR SANGUE! Não se esqueçam: amanhã, dia de S. Martinho, aproveitem o bom tempo para, durante a manhã, ir ao Instituto Português do Sangue, no Parque da Saúde, Av. do Brasil, Lisboa, dar sangue, no âmbito da acção organizada pelo Grupo de Dadores de Sangue Mestre Affonso Domingues. Até as castanhas e o vinho novo ou a água pé vos vão saber melhor! Todos ganham! (O desenho que ilustra este texto é da autoria de Ana Patrícia Gonçalves Barbosa, que, em 10 de Novembro de 2004, frequentava o 3.º ano de escolaridade na EB 1 de Campo,

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Campo do Gerês, Terras do Bouro. Uma ternurinha, sópossível de descobrir e apreciar, porque, em boa hora, e noâmbito do programa "Internet na Escola Básica Inicial", aquelaEscola Básica tem um interessante sítio na Rede . Abençoadochoque tecnológico...) Rui Bandeira

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Os Altos Graus

November 13, 2006

Os Altos Graus integrados por Obreiros da GLLP/GLRP e porestas reconhecidos, oferecem meios de aprofundamentoespiritual específicos de cada Rito, no prosseguimentoharmonioso do trabalho em Loja que continuará a ser a baseonde assentará a vida maçónica.

O muito que lhes deve a Maçonaria Regular advém em larga medida do perfeito entendimento que tem existido, assente no respeito mútuo, entre a GLLP/GLRP e cada uma das estruturas representativas dos Altos Graus. A unanimidades de posições, nomeadamente quando do relacionamento com potências estrangeiras, muito tem contribuído para que a Maçonaria

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Regular Portuguesa goze da imagem de rigor e de coesão quetanto a prestigia. As diferenças pontuais com que interpretamas formas que a cultura maçónica assume não traduzemcontradições mas propostas de enriquecimento, tendo plenajustificação a aprendizagem levada a cabo por Obreiros que,trabalhando em diferentes Altos Graus, contrastam versões einterpretações que mais não são do que perspectivas de umamesma obra, belamente dramatizada.

Não tem sido esquecido que os caminho percorridos oferecemmaiores e mais embelezadas formas de progressão mas nãopodem substituir a solidez do tronco donde brotam nem asraízes implantadas na sociedade, uma e outras oferecidaspelas RR. ..LL. .. azuis.

Justifica bem uma referência o facto de que os estudosaprofundados feitos nos Altos Graus, com rigor e exigênciacientifica, muito podem contribuir para que sejamdesmitificados muitos livros, documentos e filmes, hoje tantona moda, nos quais, despudoradamente, são tratados de formaoportunista temas que merecem o nosso respeito.

(Excerto do artigo "A actualidade da Maçonaria", da autoria doMui Respeitável Grão Mestre da Grande Loja Legal de Portugal/GLRP, Alberto Trovão do Rosário, originalmente publicado em"O Aprendiz", Revista da Grande Loja Legal de Portugal /GLRP - Nova Série, Ano 6, n.º 25; este é o sétimo de noveexcertos que serão aqui publicados; o anterior foi publicadoem 9/11/2006, sob o título "As Respeitáveis Lojas"; o próximoterá o título "A Grande Loja Legal de Portugal / GLRP").

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Rui Bandeira

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Hangar de Sonhos - Odes Brancas

November 14, 2006

É o título do livro que Mário Máximo agora publica, através daeditora Sete Caminhos, e que vai ser apresentado amanhã, 15de Novembro, pelas 18 h 30 m, na Livraria Bertrand do Vascoda Gama, em Lisboa. A apresentação será efectuada peloescritor Ernesto de Melo e Castro.

Mário Máximo nasceu em 19 Setembro de 1956, na cidade de Lisboa. A sua vida repartiu-se por Olival Basto (até aos sete anos), Lisboa (até aos trinta e cinco) e Odivelas, onde reside há cerca de uma década. Desde bastante cedo ligado às questões da literatura e da criatividade literária, deram os jornais a conhecer muitos dos seus poemas, mas também o conto e a crónica. O guionismo para televisão tem sido outra das suas ocupações. Em 1986 publicou o primeiro livro: um livro de poemas. Desde então, sucederam-se mais cinco livros de poemas e um romance: Um Milhão de Anos, editado por Perspectivas & Realidades em 1986 – Poesia; Meridiano Agreste, editado por Tertúlia Editora em 1991 – Poesia; Hedonista, editado por Tertúlia Editora em

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1994 – Poesia; Paisagens da Utopia, editado por TertúliaEditora em 1996 – Poesia; A Ilha, editado por Hugin Editores –Romance; Arte Real, editado por Hugin Editores – Poesia;Oração Pagã, editado por Hugin Editores – Poesia. Mário Máximo exerce presentemente as funções de Presidentedo Conselho de Administração da Odivelcultur, empresamunicipal que assegura a gestão de três equipamentosculturais no concelho de Odivelas, distrito de Lisboa, oconhecido Centro Cultural da Malaposta, o Centro de Artes eOfícios e o Auditório Municipal da Póvoa de Santo Adrião. Homem de cultura, mas também homem da vida prática, dagestão de equipamentos culturais, tem vindo regularmente apublicar a sua poesia. O lançamento deste seu último volume é, assim, pretexto paraconhecer e contactar com o poeta gestor. Uma boaoportunidade a aproveitar por quem se puder deslocar àBertrand do Vasco da Gama. Rui Bandeira

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A Grande Loja Legal de Portugal/GLRP

November 15, 2006

A nossa GLLP/GLRP atravessa uma fase de sereno e coerentecrescimento.

Qualquer análise esclarecida tem de assentar em quem somose nas circunstâncias que nos marginam e o ponto de partidasó pode ser um: todo o nosso trabalho visa a construção deum Templo que as nossas humanas limitações não permitemque possamos concluir e não, como com ignorância profanapoderíamos conjecturar, utilizar um Templo, por belo que sejana construção do qual não participámos, isto é, na parede doqual não colocámos nenhuma pedra por nós polida laboriosa econscientemente. Iniciámos, formalmente, a nossa vidacolectiva há década e meia; honramo-nos todavia, e, pelosmotivos que apontei com toda e legitimidade, de um passadolongo e que tão fundas marcas deixou na História daHumanidade.

Muitos são os que têm prosseguido o trabalho feito pelos que nos antecederam. A todos devemos reconhecer o mérito do seu labor e se alguns nomes caíram no esquecimento tal

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ter-se-á ficado a dever à discrição com que actuaram, o quemais realça a sua coerência maçónica e o seu desapego aridículas vaidades.

Entre outros temas sobre os quais adiante ensaiarei algumasconsiderações um há que, na sua aparente linearidadeesconde uma dúvida que nalgumas potências estrangeirasvem merecendo aturada reflexão: deverá a Maçonaria dofuturo, e portanto a nossa Grande Loja, preocupar-se maiscom o Templo ou com a Loja?

Noutras áreas do conhecimento este duelo de cumplicidadesentre a Teoria e a Praxis é resolvido com a procura desimbioses. Creio que assim não deverá acontecer no que nosdiz respeito. Continuo a crer, firmemente, e nesse sentidotenho actuado, que embora cuidemos do que é feito, este deveser sempre descendente directo do porque é feito.

Se dermos importância de protagonista à nossa acção,torna-nos-emos, e muitos são os cantos das sereias que no-losugerem, um grupo de homens mais ou menos bons que sededicam a causas mais ou menos boas, como tantos e tantosoutros grupos. Seremos menos agredidos pelos intolerantes, écerto, mas, é bem preferível que sejamos agredidos por termosuma cultura própria que determina e margina o que fazemos anavegarmos em mares bonançosos que não são os nossos.

Justamente por isso, têm sido várias as actividades culturaisque temos promovido acompanhados do convite àparticipação dos Obreiros.

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Tem de ser este, só pode ser este, o nosso percurso. Os frutoscomeçam a ser bem visíveis sendo estimulante verificar quevárias são as RR. ..LL. .. interessadas em dar sequência aosexemplos dados, promovendo actividades diversas,inclusivamente a publicação de cadernos como em boa hora aR...L... Astrolábio começou a fazer há alguns anos – estãopublicados 32!-.

É a colina dos saberes que fomos reunindo que determinará oque viermos a fazer não sendo razoável admitir que o nossoaperfeiçoamento espiritual dependa mais dos fins do que dosmeios. A título de exemplo, aponta-se a beneficência: asacções, e muitas são, que promovemos neste domínio, nãosão um fim em si mesmas, são a natural consequência danossa formação maçónica.

Estamos pois a crescer, tendo sempre presente que só nosinteressa crescer para sermos melhores, não para, cedendo ainteresses pessoais ou de grupo, sermos maiores e mais aptospara conquistarmos lantejoulas ou cifrões. A nossa meta está,só pode estar, muito para além e muito para cima de taispobres objectivos.

O que estamos a fazer é conseguido com discrição, com prudência e, em especial, com a coerência imposta pelos princípios que seguimos, da Maçonaria Regular. Estes são princípios padronizados pela crença em Deus, Grande Arquitecto do Universo, que todos sentimos, ainda que a possamos viver de formas diferentes. Por isso é com a maior naturalidade que respeitamos as Religiões e os seu

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representantes, não existindo, da nossa parte, qualquerreticência que possa empanar um relacionamento quepretendemos que seja claro e assente no respeito mútuo.

Também no tocante a outras obediências maçónicas,reconhecidas ou não, recusamos qualquer forma de agressãoou de colisão. A Maçonaria, como a entendemos nós, osmaçons Regulares, é trabalho de construção própria, nunca ode destruição do trabalho alheio.

(Excerto do artigo "A actualidade da Maçonaria", da autoria doMui Respeitável Grão Mestre da Grande Loja Legal de Portugal/GLRP, Alberto Trovão do Rosário, originalmente publicado em"O Aprendiz", Revista da Grande Loja Legal de Portugal /GLRP - Nova Série, Ano 6, n.º 25; este é o oitavo de noveexcertos que serão aqui publicados; o anterior foi publicadoem 13/11/2006, sob o título "Os Altos Graus"; o próximo, eúltimo, terá o título "Como prosseguir").

Rui Bandeira

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Tolerância

November 16, 2006

Hoje é o Dia Internacional da Tolerância.

Mau sinal, quando se cria um dia internacional de qualquercoisa: quer dizer que é preciso chamar a atenção para ela,sobretudo para a sua falta...

A Tolerância não é a descuidada postura que deriva de umcomplexo de superioridade em relação ao outro.

Pelo contrário, a Tolerância deriva do reconhecimento dasnossas próprias imperfeições, dos nossos próprios defeitos,das nossas próprias deficiências. É reconhecendo que nãosomos perfeitos, que muito temos a melhorar, que entendemosque temos de aceitar os defeitos, as imperfeições dos outros.Porque, afinal, eles também têm de lidar com os nossosdefeitos, com as nossas imperfeições...

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O maçon tem a estrita obrigação de praticar a tolerância, denão estigmatizar a diferença, de, pelo contrário, conviver comela e com ela aprender e se enriquecer, ao mesmo tempoenriquecendo o outro.

O maçon não necessita, pois, de um Dia Internacional daTolerância. Mas pode, e deve, aproveitar esse dia para chamara atenção para a sua necessidade.

O Dia Internacional da Tolerância foi criado em 16 deNovembro de 1995, através da proclamação e assinatura, noâmbito da UNESCO (organização das Nações Unidas para aeducação, a ciência e a cultura), da

Declaração de Princípios sobre a Tolerância

Decididos a tomar todas as medidas positivas necessáriaspara promover a tolerância nas nossas sociedades, pois atolerância é não somente um princípio relevante, masigualmente uma condição necessária para a paz e para oprogresso económico e social de todos os povos,

Declaramos o seguinte:

Artigo 1º - Significado da tolerância

1.1 A tolerância é o respeito, a aceitação e o apreço da riqueza e da diversidade das culturas de nosso mundo, de nossos modos de expressão e de nossas maneiras de exprimir nossa

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qualidade de seres humanos. É fomentada pelo conhecimento,a abertura de espírito, a comunicação e a liberdade depensamento, de consciência e de crença. A tolerância é aharmonia na diferença. Não só é um dever de ordem ética; éigualmente uma necessidade política e jurídica. A tolerância éuma virtude que torna a paz possível e contribui para substituiruma cultura de guerra por uma cultura de paz.

1.2 A tolerância não é concessão, condescendência,indulgência. A tolerância é, antes de tudo, uma atitude activafundada no reconhecimento dos direitos universais da pessoahumana e das liberdades fundamentais do outro. Em nenhumcaso a tolerância poderá ser invocada para justificar lesões aesses valores fundamentais. A tolerância deve ser praticadapor indivíduos, pelos grupos e pelo Estado.

1.3 A tolerância é o sustentáculo dos direitos humanos, dopluralismo (inclusive o pluralismo cultural), da democracia edo Estado de Direito. Implica a rejeição do dogmatismo e doabsolutismo e fortalece as normas enunciadas nosinstrumentos internacionais relativos aos direitos humanos.

1.4 Em consonância ao respeito dos direitos humanos, praticar a tolerância não significa tolerar a injustiça social, nem renunciar às próprias convicções, nem fazer concessões a respeito. A prática da tolerância significa que toda pessoa tem a livre escolha de suas convicções e aceita que o outro desfrute da mesma liberdade. Significa aceitar o facto de que os seres humanos, que se caracterizam naturalmente pela diversidade de seu aspecto físico, de sua situação, de seu

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modo de expressar-se, de seus comportamentos e de seusvalores, têm o direito de viver em paz e de ser tais como são.Significa também que ninguém deve impor suas opiniões aoutrem.

Artigo 2º - O papel do Estado

2.1 No âmbito do Estado, a tolerância exige justiça eimparcialidade na legislação, na aplicação da lei e no exercíciodos poderes judiciário e administrativo. Exige também quetodos possam desfrutar de oportunidades económicas esociais sem nenhuma discriminação. A exclusão e amarginalização podem conduzir à frustração, à hostilidade a aofanatismo.

2.2 A fim de instaurar uma sociedade mais tolerante, osEstados devem ratificar as convenções internacionais relativasaos direitos humanos e, se for necessário, elaborar uma novalegislação a fim de garantir igualdade de tratamento e deoportunidades aos diferentes grupos e indivíduos dasociedade.

2.3 Para a harmonia internacional, torna-se essencial que osindivíduos, as comunidades e as nações aceitem e respeitem ocarácter multicultural da família humana. Sem tolerância nãopode haver paz e sem paz não pode haver nemdesenvolvimento nem democracia.

2.4 A tolerância não pode ter a forma de marginalização dos grupos vulneráveis e de sua exclusão de toda participação na

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vida social e política, nem a da violência e da discriminaçãocontra os mesmos. Como afirma a Declaração sobre a Raça eos Preconceitos Raciais, "Todos os indivíduos e todos osgrupos têmo direito de ser diferentes" (art.1.2).

Artigo 3º - Dimensões sociais

3.1 No mundo moderno, a tolerância é mais necessária do quenunca. Vivemos uma época marcada pela mundialização daeconomia e pela aceleração da mobilidade, da comunicação,da integração e da interdependência, das migrações e dosdeslocamentos de populações, da urbanização e datransformação das formas de organização social. Visto queinexiste uma única parte do mundo que não seja caracterizadapela diversidade, a intensificação da intolerância e dosconfrontos constitui ameaça potencial para cada região. Nãose trata de ameaça limitada a esse ou aquele país, mas deameaça universal.

3.2 A tolerância é necessária entre os indivíduos e também noâmbito da da família e da comunidade. A promoção datolerância e a aprendizagem da abertura do espírito, daaudição mútua e da solidariedade devem realizar-se nasescolas e nas universidades, por meio da educação nãoformal, nos lares e nos locais de trabalho. Os meios decomunicação devem desempenhar um papel construtivofavorecendo o diálogo e debate livres e abertos, propagandoos valores da tolerância e ressaltando os riscos da indiferençaà expansão das ideologias e dos grupos intolerantes.

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3.3 Como afirma a Declaração da UNESCO sobre a Raça e osPreconceitos Raciais, medidas devem ser tomadas paraassegurar a igualdade na dignidade e nos direitos dosindivíduos e dos grupos humanos em todo lugar onde issoseja necessário. Para tanto, deve ser dada atenção especialaos grupos vulneráveis social ou economicamentedesfavorecidos, a fim de lhes assegurar a protecção das leis eregulamentos em vigor, sobretudo em matéria de habitação, deemprego e de saúde e respeitar a autenticidade de sua culturae de seus valores e de facilitar, em especial pela educação, suapromoção e sua integração social e profissional.

3.4 A fim de coordenar a resposta da comunidade internacionala esse desafio universal, convém realizar estudos científicosapropriados e criar redes, incluindo a análise pelos métodosdas ciências sociais das causas profundas desses fenómenose das medidas eficazes para enfrentá-las, e também a pesquisae a observação, a fim de apoiar as decisões dos Estadosmembros em matéria de formulação política geral e acçãonormativa.

Artigo 4º - Educação

4.1 A educação é o meio mais eficaz de prevenir a intolerância.A primeira etapa da educação para a tolerância consiste emensinar os indivíduos quais são os seus direitos e suasliberdades a fim de assegurar seu respeito e de incentivar avontade de proteger os direitos e liberdades dos outros.

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4.2 A educação para a tolerância deve ser considerada comoimperativo prioritário; por isso, é necessário promovermétodos sistemáticos e racionais de ensino de tolerânciacentrados nas fontes culturais, sociais, económicas, políticase religiosas da intolerância que expressam as causasprofundas da violência e da exclusão. As políticas e programasde educação devem contribuir para o desenvolvimento dacompreensão, da solidariedade e da tolerância entre osindivíduos, entre os grupos étnicos, sociais, culturais,religiosos, linguísticos e as nações.

4.3 A educação para a tolerância deve visar contrariar asinfluências que levam ao medo e à exclusão do outro e deveajudar os jovens a desenvolver a sua capacidade de exercerum juízo autónomo, de realizar uma reflexão crítica e deraciocinar em termos éticos.

4.4 Comprometemo-nos a apoiar e a executar programas depesquisa em ciências sociais e de educação para a tolerância,para os direitos humanos e para a não violência. Porconseguinte, torna-se necessário dar atenção especial àmelhoria da formação dos docentes, dos programas de ensino,do conteúdo dos manuais e cursos e de outros tipos dematerial pedagógico, inclusive as novas tecnologiaseducacionais, a fim de formar cidadãos solidários eresponsáveis, abertos a outras culturas, capazes de apreciar ovalor da liberdade, respeitadores da dignidade dos sereshumanos e de suas diferenças e capazes de prevenir osconflitos ou de resolvê-los por meios não violentos.

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Artigo 5º - Compromisso de agir

Comprometemo-nos a fomentar a tolerância e a não violênciapor meio de programas e de instituições no campo daeducação, da ciência, da cultura e da comunicação.

Artigo 6º - Dia Internacional da Tolerância

A fim de mobilizar a opinião pública, de ressaltar os perigos ede reafirmar nosso compromisso e nossa determinação de agirem favor do fomento da tolerância e da educação para atolerância, proclamamos solenemente o dia 16 de Novembrode cada ano como o Dia Internacional da Tolerância.

Há uns milhares de anos, alguém proclamou: "Amai-vos unsaos outros". Comecemos por um mais modesto, masindispensável, objectivo: toleremo-nos uns aos outros!

Rui Bandeira

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Tolerancia - parte 2

November 17, 2006

Eis-me de volta. Muliplos afazeres, algumas questoes desaude, muita falta de tempo, temperado com uma inspiraçãofalha fizeram-me ficar fora do mundo virtual por algum tempo.

Tolerancia, pois eu sou da opinião contrarai à do Rui Bandeira.Tolerancia não é um valor Universal por muito que se lhe façaum dia ou uma declaraçao de Principios.

Aconselho os leitores a procurarem o livro seguinte

Autor: Patrick Thierry Título: Tolerância – SociedadeDemocrática, Opiniões, Vícios e Virtudes.Tradução: Sara TravassosEditora: InquéritoNº de páginas: 132Ano da Edição: 2003ISBN: 972-670-418-9

e a lê-lo. Sao 132 paginas em formato bloco de notas e que selêm muito depressa. Depois de lidas voltem a reler adeclaraçao dos principios da Tolerancia e meditem.

Josesr

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Jornal da Madeira, Fernando Pessoa, Municipalismo emais coisas...

November 18, 2006

Pessoa e Municipalismo na Bienal de São Vicente

Durante o dia de ontem foram discutidos em São Vicentetemas tão variados como o esoterismo de Fernando Pessoa,como o municipalismo na actualidade portuguesa.Apesar da contenção de despesas, a Câmara Municipal de SãoVicente realizou ontem a primeira Bienal Literária Vicentina. Nasessão de abertura, que contou com a presença de diversaspersonalidades ligadas à literatura, o presidente da autarquialocal, Humberto Vasconcelos, focou a importância deste tipode evento e acrescentou o facto da cultura ser das áreas maisprejudicadas quando são feitas restrições orçamentais. «Asáreas mais sujeitas à diminuição de verbas são precisamenteaquelas que se contêm no domíno da cultura, da recreação edo lazer». Apesar de tudo, adiantou o autarca, «o município deSão Vicente tem feito um esforço o sentido de manter asapostas culturais por entender ser um dever para odesenvolvimento das populações». Na qualidade derepresentante do presidente do Governo Regional, o secretárioregional do Turismo e Cultura, João Carlos Abreu, realçou aimportância da defesa da identidade cultural, fazendoreferência à irreversibilidade da globalização. A ideia — frisouo governante — «é projectarmos no mundo e tornarmostambém maiores nesse mundo».

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O lado esotérico de Fernando Pessoa

Um dos convidados para esta primeira bienal foi o sobrinho deFernando Pessoa, o médico Luís Miguel Rosa Dias. Sob o tema“O percurso esotérico de Pessoa”, o orador deu a conhecer o“outro lado” do poeta português. «O meu tio deixou imensoslivros sublinhados e estudados sobre astrologia, maçonaria,espiritismo e magia. Como tenho esses livros e como meinteresso por esse percurso, resolvi fazer uma espécie depalestra porque eu sei que algumas pessoas só conhecem oFernando Pessoa como poeta e pouco mais.

Ainda durante a parte da manhã foi apresentado o livro deAntónio Dias, “O Municipalismo em Portugal, Brasil e CaboVerde”. Fazendo uma comparação com os municípios docontinente português, o autor do livro fez referência à Região,enaltecendo o trabalho que aqui tem sido feito, referindo-se àfigura de Alberto João Jardim como sendo uma pessoa que oinspirou na realização deste livro. «O Dr. Alberto João Jardimfoi uma inspiração para este livro na medida em que a minhatese de licenciatura abordou exactamente as regiõesadministrativas do continente. Como o presidente do GovernoRegional foi o meu professor e falou do tema, quando vim cá àMadeira acompanhado por colegas de curso, vim com espíritoaberto para ver quais as diferenças das autarquiasmadeirenses com as autarquias do continente. Na realidade,aqui vê-se muito mais obra ao nível dos municípios do que sevê no continente», adiantou.

( em Jornal da Madeira 16/11/2006)

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Com uma notícia sobre temas tão brilhantes só posso mesmonão comentar. JPSetúbal

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Como prosseguir

November 20, 2006

A sabedoria, a força e a beleza dos princípios que nos movemimpelem-nos a caminhar, com passo sereno e seguro pelasenda que escolhemos. Não se antolha nenhum motivo paraos substituirmos ou para os modificarmos.

São, ao mesmo tempo, a nossa segurança e a nossa liberdade;porque nos apoiamos em conceitos apurados durante séculospor homens que respeitaram a moral e a ética e porque nosensinaram a ouvirmos e a vermos como os nossos ouvidos ecom os nossos olhos.

É com alguma apreensão que ouvimos desmoronarem-se ànossa volta edifícios de grande solidez aparente, enquantooutros são construídos com a argamassa do ódio.

A tentação, que muitas vezes nos ataca de desistirmos, de enfileirarmos comodamente em bandos onde a única responsabilidade exigida é a de acatar submissamente as

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ordens dos transmissores de pobres certezas, é vencida pormuitos, entre os quais queremos estar sempre.

Continuamos a acreditar que juntos poderemos ir mais longe;que palavras como solidariedade, fraternidade , respeito pelopróximo, tolerância, justiça social e liberdade são expressõesvivas que se vão decantando como consequência do nossoaperfeiçoamento espiritual.

E, se como atrás nestas notas soltas referi, importa respeitaros princípios, a forma como estes são em Maçonaria seguidose difundidos deve ser objecto de atenta e profunda reflexão.Porque, se a Maçonaria visa o aperfeiçoamento de cadahomem, visa o aperfeiçoamento deste integrado num grupoque por sua vez integra a sociedade toda.

Porque o maçon sabe que, se tem deveres para com os seusIrmãos, não pode esquecer os deveres para com todos os seussemelhantes que fazem parte de um tecido vivo empermanente transformação.

A Maçonaria deve pois adequar o modo como age aosmodelos culturais e sociais de cada episteme.

Se dentro do Templo, com os nossos Irmãos, aprofundamossaberes iniciáticos, devemos fora do Templo utilizá-los edifundi-los sem os deturpar de forma a que sejam entendidos erespeitados.

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Num tempo próximo em que, como em poucos outros, asvariáveis serão em muito maior número do que as constantes,em que conceitos racionais, que só racionais, transportamideias materialistas, que só materialistas, para o mundo dastecnologias e gritam triunfos onde só são conseguidosdesencantamentos e desumanizações. Como Fernando Pessoae tantos outros teriam pena de quem se acocora dentro dasmáquinas com medo de olhar mais longe...

As tecnologias todavia deverão, naturalmente, ser utilizadas,como pontualmente já sucede para transmitirmos o quepensamos, para dizermos quem somos, o que já fizemos abem da humanidade e o que estamos disposto a fazer.

Sem escancararmos as portas do Templo, sem exibirmos(como já irresponsavelmente foi feito) o âmago da nossacultura iniciática, devemos aproveitar melhor os meios quehoje estão ao nosso alcance, e que de certa maneira nos sãoimpostos, para apontarmos criteriosamente valores eobjectivos. Se tal não suceder, a ocupação de todos oscentímetros e de todos os segundos pelos que propagandeiamoportunismos e toscas formas de marcantilismodeixar-nos-iam numa remota e ignorada penumbra onde foramvazados os que foram e já não são.

Para agudizar a premência do acerto da passada pelas formas sem esquecer conceitos, uma realidade surge de forma avassaladora e numa pressa vertiginosa: a globalização. Não temos tempo para coçar a cabeça cogitando no que ela poderá ser; porque quando acabássemos o gesto ela já cá estava,

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imponente depois de entrar por todos os poros e interstícios.O tema, muito bem tratado por vários oradores no CongressoInternacional da Maçonaria Regular em boa hora organizadopela GLLP/GLRP, tem pois de ser encarado dentro do Templo.

Com a preocupação de o entender e de, na coerência dasnossas formar de intervenção, estudarmos como o devemosolhar e como ele pode influenciar o nosso trabalho.

De uma certeza podemos partir: a cultura maçónica não émonolítica e visa, como sempre, colaborar na criação de maisjustos e livres modos de vida, para todos. Está aberta, nasegurança dos seus princípios, para ser aperfeiçoada, parapoder aperfeiçoar cada homem, para que a humanidade, sejacada vez mais só uma, mais justa e mais livre de todas asamarras.

E sabemos que a Maçonaria prosseguirá na mesma luta, nãoconstruindo na utopia mas no mundo em que vivemos umTemplo diferente de todos os outros, em permanenteaperfeiçoamento, procurando dar, com o respeito pelosmesmos princípios de sempre, respostas às angústiassentidas em cada época.

Numa perspectiva adjunta, a Maçonaria só ensina osconhecimentos que os homens lhe oferecem, só é o que oshomens puderem ser, só tem o que o homens lhe derem.

Sempre com a esperança de se tornarem melhores.

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Assim tem sido, com a liberdade de pensar e de criar que estána origem de toda a obra da Maçonaria, repelindo um olharúnico e não esquecendo que cada tempo formulou as suasperguntas, deu as suas respostas e confrontou os maçonscom a sua coragem de dialogar com a transcendência.

Em proféticas palavras que continham uma definição mastambém um aviso para o futuro, o pastor Anderson disse que“um maçon nunca será nem um ateu estúpido nem umlibertino irreligioso”.

(Excerto do artigo "A actualidade da Maçonaria", da autoria doMui Respeitável Grão Mestre da Grande Loja Legal de Portugal/GLRP, Alberto Trovão do Rosário, originalmente publicado em"O Aprendiz", Revista da Grande Loja Legal de Portugal /GLRP - Nova Série, Ano 6, n.º 25; este é o nono e último denove excertos que foram aqui publicados; o anterior foipublicado em 15/11/2006, sob o título "A Grande Loja Legal dePortugal / GLRP". A imagem que ilustra este excerto é afotografia do autor, a quem os colaboradores deste blogueagradecem a autorização dada para a publicação dos textos).

Rui Bandeira

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A quarta coluna

November 21, 2006

Coloquei aqui anteriormente (23, 24 e 26 de Outubro) trêstextos sobre as três colunas que, nas reuniões do primeirograu do Rito Escocês Antigo e Aceite de uma Loja maçónica seencontram na zona central da sala onde decorre a reunião eque simbolizam a Sabedoria, a Força e a Beleza. Essas trêscolunas estão dispostas nas posições de três dos quatrovértices de um rectângulo. O quarto vértice nada tem.

Nada tem? Não é bem assim...

Esse quarto vértice é o local de uma quarta coluna, invisívelporque imaterial, que simboliza a ligação espiritual entre oHomem e o Criador.

É, portanto, a coluna do Espírito, que não é a Mente, embora ailumine, que não é mero Instinto, apesar de o guiar, que, nãosendo a Inteligência, só por esta pode ser, fugazmente,entrevisto.

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Tal como as demais qualidades que devem estar presentes nasobras e acções humanas, também o Espírito, ou o que deledimana e se projecta nos actos humanos, chame-se-lhe garraou vontade ou ainda elevação, aí deve estar representado.

De que vale uma obra ou acção humana, ainda que sábia,mesmo que forte, porventura bela, se dela nada de elevado, dedigno do Livre Arbítrio que à Humanidade foi concedido, sevislumbrar? O acto humano deve, com efeito, ser digno desseLivre Arbítrio, da Condição Humana, deve elevar-se para alémda simples materialidade. Só assim o Homem é algo mais doque um primata com um intelecto hiper-desenvolvido...

A Condição Humana só atinge a nobreza que lhe é inerentequando temperada com a dimensão de espiritualidade queespecificamente lhe é alcançável.

A obra humana, o acto do Homem, distingue-se do resultadoda actividade meramente animal em face da marca do Espíritoque o anima e que se alberga dentro de nós.

A quarta coluna, a que aparentemente não existe, porqueimaterial e, por isso, invisível, simboliza o Espírito do Homem,a mais nobre qualidade que este recebeu do Criador.

Não se vê, não se sente, não se toca materialmente, mas é,porventura, a mais importante das quatro colunas.

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E eis como o maçon é tão embrenhado nos símbolos e nosseus significados que até é capaz de extrair significado de umsímbolo... que não existe materialmente!

Rui Bandeira

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Os Landmarks

November 22, 2006

Em inglês, "Land" significa "terra" e "mark" traduz-se por"marca", "alvo". "Landmark" é, assim, a marca, o sinal, naterra, e, mais especificamente, os sinais colocados nosterrenos para assinalar a sua delimitação em relação aosterrenos vizinhos. Em suma, "landmark" é, em português, omarco, no sentido de marco delimitador de terreno.Fazendo a transposição para a Ordem Maçónica, Landmarkssão, correspondentemente, os princípios delimitadores daMaçonaria, isto é, os princípios que têm em absoluto de serintransigentemente seguidos para que se possa considerarestar-se perante Maçonaria Regular.

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Ou seja, os Landmarks são o conjunto de princípiosdefinidores do que é Maçonaria. Só se pode verdadeiramenteconsiderar maçon quem, tendo sido regularmente iniciado,seja reconhecido como tal pelos outros maçons e observe osprincípios definidores da Maçonaria constantes dosLandmarks.

Porque definidores do que é Maçonaria Regular, os Landmarkssão imutáveis.

Os Landmarks são doze. Nos próximos tempos, aqui serãoapresentados e comentados, um por um.

Rui Bandeira

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Primeiro Landmark

November 23, 2006

A Maçonaria é uma fraternidade iniciática que tempor fundamento tradicional a fé em Deus, GrandeArquitecto do Universo.

Este primeiro Landmark define a essencialidade da Ordem Maçónica. O seu texto esclarece, mostra, as quatro características fundamentais da Maçonaria: a Maçonaria é uma fraternidade; é iniciática; baseia-se na tradição; baseia-se na fé no Criador. A Maçonaria é uma fraternidade, isto é, é uma instituição em que as relações internas entre os seus membros se processam similarmente às relações entre irmãos. Sendo uma

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fraternidade, tem como pressuposto essencial a Igualdade entre os seus membros, a qual não é prejudicada por eventuais e transitórios estatutos conferidos a algum membro. Numa família, os irmãos mais novos devem reconhecer o maior desenvolvimento do irmão mais velho, pela simples razão de o ser e, portanto, ter tido oportunidade de viver mais e de aprender mais, mas tal não obsta a que todos os irmãos tenham um estatuto essencial de igualdade. Até porque, a seu tempo, todos chegarão à idade adulta e todos serão autónomos. Assim na Maçonaria, embora existam graus (Aprendiz, Companheiro e Mestre), em razão da diferente evolução, decorrente da diferente antiguidade, dos seus membros, tal não ofusca a igualdade fundamental entre os maçons, independentemente do seu grau, por isso que todo o Aprendiz pode, a seu tempo, chegar a Companheiro, todo o Companheiro pode, na sua altura, elevar-se a Mestre e todo o Mestre deve ter a consciência de que é e será sempre um Aprendiz na tarefa do seu aperfeiçoamento. A fraternidade pressupões ainda a plena Liberdade de relacionamento entre os seus membros. Todos podem e devem dar o seu contributo, a sua opinião, a sua razão e os contributos, as opiniões, as razões de todos e de cada um, livremente expressas, são importantes para a deliberação final, resultante dos contributos e dos argumentos de todos, por todos sopesados e analisados. A Maçonaria é iniciática, isto é, os conhecimentos (os mistérios...) que cada um adquire são faseadamente obtidos, requerendo-se uma iniciação num determinado nível de

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conhecimentos para ser possível passar ao nível seguinte. Decorre tal facto de a Maçonaria não ser, em rigor, ensinada, antes ser aprendida, ou seja, cada um, pela observação, pelo raciocínio, pela informação que obtém vai tirando as suas conclusões e cada conclusão a que chega é um patamar, um ponto de partida para novas observações que é agora capaz de fazer, novas informações que pode agora processar, novos raciocínios que a sua inteligência pode então efectuar, e assim chegar a novas conclusões e... recomeçar o processo. Iniciática também porque, assim sendo, dependendo o Conhecimento obtido de um indispensável trabalho individual, não é possível transmiti-lo integralmente a quem não tenha efectuado esse trabalho (eis, assim, a essência, do "famoso" segredo maçónico...). A Maçonaria fundamenta-se na Tradição. Os nossos antecessores efectuaram suas observações, seus raciocínios, seus estudos, com isso chegaram a suas conclusões e com elas efectuaram seus trabalhos, que legaram a seus sucessores. Estulto seria repetir indefinidamente sempre os mesmos esforços, não aproveitando o património de base constituído pelos resultados dos trabalhos legados pelos antecessores (rituais, normas de funcionamento e de comportamento, bases de interpretação simbólica, optimização de organização, etc.). Todo esse rico acervo, muito dele oralmente transmitido ou pessoalmente observado, de geração em geração constitui um precioso património para o maçon que, trilhando o caminho aberto por seus antecessores, sem necessidade de o desbravar ou desmatar,

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por ter esse trabalho sido já feito, pode, se for diligente, se for constante, se tiver vontade para tal, ir um pouco mais longe e desbravar mais um pedaço de caminho, que constituirá o seu legado para os vindouros. Todo esse acervo constitui a Tradição maçónica, que se respeita, que se observa, que se transmite, não por ser Tradição mas por ser o fruto do trabalho de gerações passadas que enriquece as gerações presentes e que temos obrigação de transmitir às futuras. Finalmente - e os últimos são os primeiros, assim diz o Povo... - a Maçonaria Regular baseia-se na fé no Criador que, na nossa cultura é chamado de Deus e, para que se possa atender a todas as culturas e religiões, os maçons chamam de Grande Arquitecto do Universo. Sem essa fé, sem essa crença, o trabalho de aperfeiçoamento do maçon seria vão e sem sentido. Não é o animal homem que beneficia desse trabalho é a sua centelha divina, o Espírito recebido através do sopro de Vida conferido pelo Criador, que beneficia desse trabalho e desse aperfeiçoamento, na medida em que dele resulta o melhor auto-conhecimento de quem o efectua, a consciência integral de si, em todas as suas dimensões e a noção da integração num Valor muito mais vasto, que dá sentido à nossa existência, à nossa passagem por este mundo e ao fim dela. Sem esta fé, sem esta crença, pode-se ser bem intencionado, pode-se procurar melhorar a Sociedade, pode-se ser justo e bom, pode-se intitular de maçon, mas não se é Maçon Regular, por falta da essencial dimensão espiritual inerente a essa condição.

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Rui Bandeira

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100 anos de vida

November 24, 2006

Quantos da minha geração (1940 e próximos) não"descobriram" o "OH2" (agora é "H2O", mas vale o mesmo), o"CO2", a "densidade" e a "pressão", os estados da matéria e asua constituição,.... através de Rómulo de Carvalho ?

E quantos da minha geração não cantaram, disseram ousimplesmente leram a poesia de António Gedeão ansiosa,como nós na época, pela liberdade espiritual dos homensnuma terra e numa época de opressão física e de sentido únicoespiritual ?

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Faria 100 anos hoje, 24 de Novembro, e é por esta via que Lhedeixo a certeza de que a Sua obra em prole dos portugueses jáficou na história do País que ele ajudou a construir pela formamais díficil, mas mais firme e consistente que é possíveldesenvolver, ensinando a "pescar" em vez de distribuir o"peixe".

Ensinou gerações de jovens a serem homens e mulheres,cidadãos de cidadania activa, e que a vida vale a pena servivida em conjunto, em fraternidade com outros homens emulheres nossos irmãos.

Pedra Filosofal Eles não sabem que o sonho é uma constante da vida tão concreta e definida como outra coisa qualquer, como esta pedra cinzenta em que me sento e descanso, como este ribeiro manso em serenos sobressaltos, como estes pinheiros altos que em verde e oiro se agitam, como estas aves que gritam em bebedeiras de azul. eles não sabem que o sonho é vinho, é espuma, é fermento, bichinho álacre e sedento, de focinho pontiagudo,

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que fossa através de tudo num perpétuo movimento. Eles não sabem que o sonho é tela, é cor, é pincel, base, fuste, capitel, arco em ogiva, vitral, pináculo de catedral, contraponto, sinfonia, máscara grega, magia, que é retorta de alquimista, mapa do mundo distante, rosa-dos-ventos, Infante, caravela quinhentista, que é cabo da Boa Esperança, ouro, canela, marfim, florete de espadachim, bastidor, passo de dança, Colombina e Arlequim, passarola voadora, pára-raios, locomotiva, barco de proa festiva, alto-forno, geradora, cisão do átomo, radar, ultra-som, televisão, desembarque em foguetão na superfície lunar. Eles não sabem, nem sonham,

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que o sonho comanda a vida, que sempre que um homem sonha o mundo pula e avança como bola colorida entre as mãos de uma criança. In Movimento Perpétuo, 1956

Em 1969 este poema extraordinário apareceu no ZIP-ZIP e comele a descoberta de uma esperança que teimava emesconder-se.

O agradecimento também a Manuel Freire que o cantou, econtinuou a cantar, como mais ninguém.

A fraternidade porque trabalhamos é o sonho que comanda avida e que põe o mundo a pular e a avançar como bolacolorida, a caminho do Amor, da Paz e da Alegria que ascrianças encarnam por inteiro, para a lição que a grandemaioria dos homens teima em não aprender.

Certo é, que é o sonho que comanda a vida !

Já agora e a despropósito (será ?) arrisco em ter a certeza queRómulo de Carvalho aceitaria de bom grado ser avaliado e comalegria estaria presente em todas as aulas de substituição quefossem necessárias.

JPSetúbal

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Segundo Landmark

November 27, 2006

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A Maçonaria refere-se aos "Antigos Deveres" e aos"Landmarks" da Fraternidade, especialmente quanto aoabsoluto respeito das tradições específicas da Ordem,essenciais à regularidade da Jurisdição.

Os "Antigos Deveres" (Ancient Charges of a Free Mason)foram compilados nas Constituições de Anderson de 1723

Respeitam a seis temas: I - De Deus e da Religião; II - DosMagistrados Civis, Supremo e Subordinados; III - Das Lojas; IV- Dos Mestres, Vigilantes, Companheiros e Aprendizes; V - DaDirecção da Ordem no Trabalho; VI - Do Comportamento.

Ainda hoje as suas regras devem ser seguidas e cumpridas.Os Antigos Deveres não possuem, porém, a característica deimutabilidade dos Landmarks. A sua redacção tem sido, assim,alterada, quer em função da evolução semântica da língua,quer em função da evolução da Sociedade. As alteraçõesefectuadas são essencialmente de forma, de redacção. A suanatureza mantém-se intocada.

Na sua versão actual, os Antigos Deveres (agora Antient e nãona grafia orifginal Ancient) estão publicados no sítio da UnitedGrand Lodge of England , mais precisamente aqui , em ficheiro.pdf das "Craft Rules", e devem ser lidos pelo Secretário daLoja ao Venerável Mestre Eleito imediatamente antes dainstalação deste na cadeira de Salomão (tomada de posse dafunção), nas Lojas sob jurisdição da Grande Loja Unida deInglaterra.

O rigoroso cumprimento dos Landmarks e dos Antigos Deveres é condição essencial para uma estrutura maçónica,

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qualquer que ela seja (Grande Loja ou Grande Oriente, Loja ouTriângulo) seja considerada Regular.

Rui Bandeira

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Terceiro Landmark

November 28, 2006

A Maçonaria é uma ordem, à qual não podem pertencersenão homens livres e de bons costumes, que secomprometem a pôr em prática um ideal de paz.

A primeira noção que o terceiro Landmark nos transmite é a da masculinidade da Maçonaria Regular. Esta regra possibilita a crítica de que a Maçonaria seria misógina, na medida em que exclui a possibilidade de integração de pessoas do sexo feminino. Apontam ainda os críticos que, se se percebe a adopção desta regra no século XVIII e antes, não tem ela já

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cabimento nos dias de hoje, com a emancipação da mulherinerente à evolução da sociedade (de tipo ocidental, digo eu, jáque, infelizmente, por esse mundo fora, em muitos locais não ébem assim...).

Não está, porém, caduca nem anacrónica esta regra. Nemrevela a mesma qualquer misoginia. A masculinidade daMaçonaria Regular resulta de uma constatação que se afiguraevidente: a diferença na forma de pensar e sentir entre ossexos. É comum ouvir-se e ler-se a frase de que "os homenssão de Marte, as mulheres de Vénus", a qual pretende,precisamente, ilustrar essa diferença entre os sexos. Essarealidade é incontornável: os homens e as mulheres sãodiferentes, reagem diferentemente, e isto independentementedas diferenças causadas pelas influências sociais ou deeducação (que também contribuem, e muito, para acentuar asdiferenças entre sexos).

Buscando a Maçonaria Regular o aperfeiçoamento individualdos seus membros, todas as normas de conduta, todos osensinamentos, todas as formas de estímulo a esseaperfeiçoamento têm em conta a mentalidade masculina, asreacções masculinas. Não são, assim, adequados ao génerofeminino que não seria por eles motivado.

Vi já escrito - com uma inteligente ironia, reconheça-se - que, assim sendo, então estaria demonstrada a misoginia dos maçons, que considerariam que só os homens são susceptíveis de aperfeiçoamento. Também esta crítica não é justa. Poder-se-ia devolver a ironia, retorquindo que isso sucedia porque os maçons reconheciam serem as mulheres já perfeitas... Mas, de ironia em ironia, ganharia o debate da

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questão em humor o que perdia em seriedade. A razão dainjustiça dessa crítica é outra. Ao defender-se que aorganização e a forma de funcionamento e de interacção entreos maçons está dirigida a influenciar a mentalidade masculinano sentido do aperfeiçoamento do indivíduo, não se está aextrair a consequência da impossibilidade de aperfeiçoamentodas mulheres. Afirma-se apenas que o aperfeiçoamento depessoas do sexo feminino deve ser induzido, influenciado, pordiferentes formas de estímulo. Tão só.

Daí que, reclamando os Maçons Regulares para si amasculinidade da Maçonaria, não deixam estes de respeitar esaudar estruturas semelhantes que as mulheres criaramdestinadas a idêntico objectivo e que são designadas porMaçonaria Feminina. Que, naturalmente, é interdita aoshomens... Sem que isso autorize considerar tais estruturascomo viciadas de feminismo e antagonismo ao géneromasculino...

Uma corrente de pensamento criou o que chama de Maçonariamista, o Direito Humano, isto é, uma estrutura integrandohomens e mulheres e destinada ao seu aperfeiçoamento. Oobjectivo é respeitável, ainda que, pessoalmente, me permitaduvidar da eficácia da utilização do "mínimo divisor comum"entre ambos os sexos para a obtenção de tal desiderato. Mastal não é Maçonaria, muito menos Maçonaria Regular. Seráalgo de semelhante, algo de aparentado, seguramenterespeitável, mas tão só.

Mas este terceiro Landmark não estipula apenas a masculinidade da Maçonaria. Expressamente menciona que a Maçonaria integra homens livres. Originalmente, esta

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expressão excluía os escravos. que não dispunham deliberdade em sua pessoa. Hoje, abolida a escravatura, amenção respeita à liberdade de determinação dos membros daMaçonaria. Que devem, consequentemente, abster-se de todosos actos que afectem essa liberdade de determinação,designadamente o consumo de substâncias que a prejudiquemou alterem.

Têm ainda os maçons de serem "de bons costumes", isto é,em especial de serem honestos, mas também que terem umcomportamento socialmente aceitável, até porque só poderáinfluenciar a sociedade o maçon aperfeiçoado que pelasociedade seja aceite... Há quem entenda que esta menção aosbons costumes visa a exclusão da Maçonaria doshomossexuais. Não irei tão longe. Digo apenas que, onde forsocialmente aceitável a homossexualidade, não existeexclusão; onde for socialmente inaceitável, ela existe.

Finalmente, este Landmark afirma expressamente que aMaçonaria é reservada aos que se comprometem a pôr emprática um ideal de paz. Esta afirmação não exclui o acesso àMaçonaria dos militares. Embora profissionalmente sepreparem para fazer a guerra, se necessário, tal não exclui quepretendam assegurar e garantir a Paz e que, muitas vezes,sejam necessários para a assegurar.

Este Landmark implica assim um permanente trabalho dosmaçons em prol da Paz e da resolução dos problemas entrehomens e sociedades por via pacífica, isto é, no seio daLegalidade Democrática.

Rui Bandeira

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Selo da Grande Loge Nationale Française

November 29, 2006

Assinalando a VIII Conferência Mundial das Grandes Lojas Regulares, foi acordado entre a Grande Loge Nationale Française (GLNF) e os Correios de França a emissão por estes de um selo dedicado àquela Grande Loja (imagem junta). O primeiro dia de circulação será o próximo dia 1 de Dezembro, sexta-feira. Nesse dia, ocorrerá a venda de sobrescritos com o selo com o carimbo de primeiro dia, uma popular variante da filatelia, no Museu da GLNF, sito em 12, rue Christine de Pisan, 75017 Paris. Aí será instalado um posto de correios destinado especificamente a esse fim, entre as 10 e as 17 horas. O artista criador do selo, Jean-Paul Cousin , estará igualmente presente entre as 10 e as 13 horas, para autografar o selo. A edição do selo é acompanhada de documentos de interesse para os filatelistas: Document philatélique officiel e Notice 1er jour. Exemplares destes documentos poderão ser obtidos aqui , a partir do dia do lançamento. A Grande Loge Nationale Française (GLNF) é a Grande Loja

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mãe da GLLP / GLRP . Rui Bandeira

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Quarto Landmark

November 30, 2006

A Maçonaria visa ainda, pelo aperfeiçoamento moral dosseus membros, o da humanidade inteira.

Este Landmark postula o objectivo essencial daMaçonaria e dos Maçons Regulares.

Constitui pedra de toque na distinção entre a MaçonariaRegular e a maçonaria irregular ou liberal.

Conforme faz notar Luís Nandin de Carvalho , PastGrão-Mestre da GLLP / GLRP, in A Maçonaria Entraberta,

Para um maçon "regular" a sociedade só será mais perfeita se isso decorrer do processo de aperfeiçoamento individual, de cada um, enquanto para um maçon "irregular", o essencial é ser ele o agente da transformação da sociedade. Isto é, passa o maçon em vez de ser o destinatário das suas reflexões e consciência, para procurar o auto aperfeiçoamento, a considerar-se o agente de transformação e da perfeição da sociedade. Bem se compreende que esta atitude possa gerar desde

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logo, a quebra de harmonia entre os maçons.Ultrapassada a intimidade de cada um, em que só cadaqual é juiz de si próprio, e de acordo com os parâmetrosda sua autodefinição, sendo portanto responsável pelasua própria consciência, os maçons irregularesconfrontam-se exteriormente sobre as várias actividadesque poderão contribuir para transformação eaperfeiçoamento da sociedade...e estas serão tantasquantas as percepções do que é a perfeição dasociedade.

O maçon deve procurar o seu aperfeiçoamento e, pelasua transformação, dar o exemplo e actuar no mundoprofano, contribuindo, por essa via, para oaperfeiçoamento geral da sociedade.

Rui Bandeira

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Seis meses!!!

December 04, 2006

Este blogue teve o seu primeiro texto publicadoexactamente há seis meses. Vale a pena um brevebalanço e algumas curiosidades:

• Em seis meses publicámos 196 textos, em médiamais de um por dia, superando o compromisso depublicar pelo menos um texto por cada dia útil,excluindo férias.

• Foram publicados textos de sete autores (RuiBandeira, JPSetúbal, JoséSR, PauloFR, Fernão deMagalhães, Erato e Templuum Petrus, por ordem de"produtividade"), além de um texto do MuiRespeitável Grão Mestre da GLLP / GLRP, divididoem nove excertos, tendo-se conseguido o objectivode obter variedade de estilos e de temas.

• Entre Julho e Novembro praticamente duplicámos onúmero total de visitas mensais.

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• Embora, como é natural, o maior número de visitasseja oriundo de Portugal, cerca de um quarto do totalde visitas chega-nos do Brasil; aliás, o motor debusca que mais visitas originou ao blogue foiprecisamente o Google do Brasil.

• Recebemos visitas oriundas de 25 países: Portugal,Brasil, França, Suíça, Canadá, Alemanha, Argentina,México, Bélgica, Itália, Peru, Reino Unido, Angola,Espanha, Noruega, Austrália, Grécia, Índia, EstadosUnidos, Japão, Venezuela, Chile, Vietnam, Colômbia eLituânia (por ordem de número de visitas).

• O número de visitantes vindos de visitas ao sítio daLoja Mestre Affonso Domingues e do Blog do Maçompraticamente equivalem-se (ligeira vantagem para aprimeira).

• Excluindo os arquivos mensais (naturalmente osmais consultados), os três textos directamente maisvisitados são, por ordem: MIA COUTO e o mendigoSexta-feira, publicado em 25 de Outubro porJPSetúbal, Maçonaria e Maçonarias, um dos excertosdo texto do Mui Respeitável Grão Mestre da GLLP /GLRP, publicado em 6 de Novembro, e Vídeo dePromoção da Maçonaria, publicado em 18 de Outubropor Rui Bandeira.

Agradecemos a todos os nossos visitantes. Manifestamos o propósito de continuar a publicação do

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blogue, com textos de tanta qualidade quanta formoscapazes. Cremos estar cumprindo os propósitosenunciados nos dois primeiros textos, que vale a penarelembrar: CHEGÁMOS ! Com Alegria, Fraternidade, Justiça e Amorcá estamos prontos a dar início a um recanto dablogosfera destinado à discussão das ideias, àapresentação de trabalhos, ao anúncio dos progressosdos Homens que, connosco, quiserem participar naconstrução de um Mundo, uma Sociedade, mais justa emais perfeita. Procuraremos que a Alegria permaneçanos corações, que a Paz se espalhe sobre a Terra.ParaBem da Humanidade.Para Felicidade dos Homens.JPSetúbal E

APRESENTAÇÃO

Este espaço é colectivo. Todos os que nele colaborarem são maçons e integram a Loja Mestre Affonso Domingues. No entanto, este espaço não é, não quer ser e não vai ser, um "blogue maçónico". É, quer ser e vai ser, simplesmente, um blogue feito por maçons. Este espaço não é, não quer ser e não vai ser, um meio

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de proselitismo. É, quer ser e vai ser, simplesmente, umespaço onde os seus colaboradores exprimem livre, masresponsavelmente, as suas opiniões sobre qualquertema, maçónico ou não. Este espaço não se destina a ser lido por maçons - nemsequer assim poderia ser, pois quando se publica umblogue a ele acede quem quiser e esta é uma dasgrandes virtudes deste ambiente de Liberdade que é ablogosfera! Este espaço destina-se a ser lido por quemquiser fazê-lo. Tudo o que aqui for escrito é, obviamente, susceptívelde ser comentado, com a mesma liberdade e exigênciade responsabilidade que os colaboradores reivindicampara si próprios. Esperamos que quem aqui aceder goste do conteúdo ese habitue a voltar! Rui Bandeira

A todos um bem hajam por nos visitarem. Esta é umacasa às vossas ordens!

Rui Bandeira

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Quinto Landmark

December 05, 2006

A Maçonaria impõe a todos os seus membros a práticaexacta e escrupulosa dos ritos e do simbolismo, meiosde acesso ao conhecimento pelas vias espirituais einiciáticas que lhe são próprias.A preparação do maçon, a sua evolução, a aquisição dosconhecimentos que lhe servirão de utensílios para o seuesforço de aperfeiçoamento não é realizada através deaulas, lições, conferências ou estudos.

O maçon trabalha praticando, repetindo situações etextos que, por essa repetição prática, vão abrindohorizontes.

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Quantas vezes, ao revermos um filme nãodescortinamos detalhes, significados, que nos tinhamescapado da(s) vez(es) anterior(es)? Ou ao relermos umpoema, tantas vezes lido e lembrado, se nos ressaltauma réstea de beleza, que anteriormente nunca noscaptara a atenção? Ou ainda, ao ouvirmos a nossamúsica favorita pela enésima vez, damos conta de umasnotas tocadas em fundo por um instrumento, que melhorcompletam a Harmonia da peça musical?

O método maçónico baseia-se assim numa forma oral detransmissão de elementos, repetida, permitindo a cadaum que, daquilo em que assiste e participa, vá retirandoo que, na ocasião, lhe é útil retirar. A própria evoluçãodo maçon lhe permitirá descortinar novos significadosno que antes apenas um caminho lhe abria.

Os maçons trabalham, pois, segundo um ritual, textosde há muito estabelecidos, que exaustiva, escrupulosa epormenorizadamente repetem. E disso beneficiam,assim aprendem, assim evoluem.

Uma das minhas frases preferidas, quanto à Maçonaria,é a de que a Maçonaria não se ensina, aprende-se. Eaprende-se por esta tão particular via.

Os ritos (há mais do que um, sendo cada Loja livre deutilizar o que entender) são textos carregados designificados simbólicos que, pela via da repetição, vãosendo naturalmente entrevistos pelo maçon.

Esta é a via, o modo de trabalhar, aprender e evoluir, que é característica da Maçonaria e que, portanto, não pode ser modificada ou abandonada. Se o fosse, estar-se-ia a

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realizar uma actividade porventura meritória, mas quenão seria já Maçonaria.

Maçonaria é, pois, um método de aperfeiçoamentoatravés da prática de ritos dotados de significadossimbólicos, que são descobertos e apreendidos atravésda repetição cuidada dos rituais.

Rui Bandeira

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Eleiçoes na Maçonaria

December 06, 2006

Podemos dizer com quase total propriedade que todas as Grandes Lojas elegem o seu Grão Mestre. Eventualmente elegem também outros Irmãos para outros cargos, mas a unica eleição que é transversal a todas é de facto a do Grão Mestre. Os métodos e os regulamentos são os mais diversos e por isso podemos dizer que não há uma tese unica quanto à forma de eleição de um Grão Mestre. As que conheço são : Eleição directa e universal ou quase - porque só os membros com o grau de Mestre podem votar e nalguns casos mesmo de entre estes apenas os que o sejam há pelo menos um certo tempo. Estas restriçoes à Universalidade vêm de questões rituais e iniciaticas em que apenas os Mestres têm direito a falar e consequentemente emitir opinião e votar. Quanto ao facto de nem todos os mestres votarem a questão prende-se essencialmente com o momento de referencia dos cadernos eleitorais. Eleição por Colegio - Existem varios tipos de colégios possiveis constituidos por Grandes Oficiais, representantes das Lojas ou outras Inerencias Rituais. Estes Colégios podem assumir varias formas e

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constituiçoes, sendo mais ou menos "democraticos" consoante tenham mais ou menos representantes das Lojas. Da minha experiencia pessoal conheci já Colegios inteiramente nomeados pelo Grao Mestre e colégios constituidos por Inerencias nomeadas e representantes das Lojas. Esta ultima versão pode ainda ter alternativas pois pode ou não haver limitaçoes ao numero de Inerencias. Eleição por Inerencia - pode parecer um paradoxo, mas na verdade o caso mais paradigmatico deste tipo de eleição é a Grande Loja Unida de Inglaterra - que como sabemos é a Grande Loja mais antiga - em que o Grão Mestre é o REI ( quando este é Maçon - o que não falhou até agora). Ora actualmente o Rei não é Rei é Rainha e como foi já explicado em Post anterior a Ordem é Masculina. Por isso o GM de GLUI é o Duque de Kent ( primo da Rainha) que é eleito e re-eleito para o mandato. Um outro caso de Inerencia é a Suécia em que o GM é sempre o Rei. A Eleição de um Grao Mestre é sempre um assunto de relevo na vida das Organizações Maçónicas, pois representa a escolha de um lider para um periodo mais ou menos longo ( dependendo dos regulamentos) e com poderes bastante vastos. Os poderes de um Grao Mestre podem ir para além dos regulamentos pois estão-lhe também acometidos poderes rituais especiais.

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Pela Natureza simbolica associada à escolha de um lider de uma organização como a Maçonaria o acto em si reveste-se de uma caracteristica quase esoterica. Mas é também um acto interno e interior. É o assegurar a continuidade das tradições e o progresso da ordem, assuntos que em primeiro lugar dizem respeito apenas aos membros da Obediencia. Como tal devem em minha opinião ser tratados internamente e com a reserva necessária à manutenção da discreção, mesmo que possam haver divergencias internas. Não sendo um assunto comum, e sobretudo não estando a base eleitoral noutro sitio que a propria instituição maçónica ( independentemente do tipo de eleição) tenho alguma dificuldade em entender o uso de Mass Média para derimir questões eleitorais, ou mesmo outras questões internas quaisquer que elas sejam. Creio que a Instituição, e as pessoas que a compõem, têm que ser respeitadas. A Maçonaria tem internamente formas de resolver todas as questões e tem resposta para todas as questões, mesmo que em ultima analise a unica resposta possivel seja " se a Instituição já não corresponde as suas aspirações pode sempre optar por sair", pelo que e nos anos que levo ( 15 ) sempre me ative às normas que escolhi ( de livre vontade) respeitar. Estamos em periodo eleitoral. Tanto quanto sei decorre com toda a normalidade, não fosse a vontade de alguns

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de quererem parecer mais que o que são e com issoterem manchado por 2 vezes este processo, que seadivinhava pacifico, com investidas nos Media. Mas a Maçonaria e em particular a GLRP / GLLPprevalecerão uma vez eleito o novo Grão Mestre, pois aestabilidade de uma vasta maioria não será seguramenteposta em causa por uma minoria que apesar de andarpor cá há muito tempo, ainda não conseguiu combateros seus vicios nem aplacar as suas paixões. Resta-nos ajudá-los a encontrarem o seu caminho,qualquer que ele seja, que se aparte quer se junte. JoseSR

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O Regressado ...

December 06, 2006

Queridíssimos visitantes, tenho andado muito por outras bandas, em termos de ocupação do tempo e das preocupações, certinho como estou que o nosso Rui Bandeira com uma inesgotável capacidade de partilhar, muito bem, o saber, muito, que tem, mantém diàriamente, ou quase, a chama viva do "A PARTIR PEDRA". Acontece que estou a aterrar de novo e é bom que tomem isto como uma ameaça ! Para já resolvi que não posso deixar de "blogar" aqui, para Vocês partilharem, dois textos que me chegaram por mãos mais do que Amigas. Infelizmente não posso, agora, pôr aqui os nomes dos mandantes, mas certamente algum dia eles próprios o farão. De qualquer forma só mesmo gente muito boa tem preocupações destas. Então aí ficam para a "posteridade" ( e isto é verdade, não é só publicidade...) : 1 - "Redacção" A professora do ensino básico Ana Maria pediu aos alunos que fizessem umaredacção sobre o que gostariam que Deus fizesse por eles. Ao fim da tarde, quando corrigia as redacções, leu uma

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que a deixou muitoemocionada. O marido, que nesse momento acabava de entrar, viu-a a chorar e perguntou: - "O que é que aconteceu ?" Ela respondeu: -"Lê isto." Era a redacção de um aluno. "Senhor, esta noite peço-te algo especial: transforma-me num televisor. Quero ocupar o lugar dele. Viver como vive a TV da minha casa.Ter um lugar especial para mim e reunir a minha família à volta....Ser levado a sério quando falo... Quero ser o centro das atenções e serescutado sem interrupções nem perguntas. Quero receber o mesmo cuidado especial que a TV recebe quando não funciona. E ter a companhia do meu pai quando ele chega a casa, mesmo quando estácansado. E que a minha mãe me procure quando estiver sozinha e aborrecida, em vez deme ignorar. E ainda que os meus irmãos se peguem para estar comigo. Quero sentir que a minha família deixa tudo de lado, de vez emquando, para passar alguns momentos comigo. E, por fim, faz com que eu possa diverti-los a todos.Senhor, não te peço muito...Só quero viver o que vive qualquer televisor !" Naquele momento, o marido de Ana Maria disse:

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- "Meu Deus, coitado desse miúdo! Que pais"! E ela olhou-o e respondeu : - "Essa redacção é do nosso filho". PS- Talvez valha a pena ler outra vez... ...................................................................... 2 - "O Professor" Um professor, diante da sua classe de filosofia, sem dizer uma só palavra, pegou um pote de vidro, grande e vazio, e começou a enchê-lo com bolas de golf. Em seguida, perguntou aos seus alunos se o frasco estava cheio e imediatamente todos disseram que sim. O professor então pegou uma caixa de bolas de gude e esvaziou-a dentro do pote. As bolas de gude encheram todos os vazios entre as bolas de golf. O professor voltou a perguntar se o frasco estava cheio e voltou a ouvir dos seus alunos que sim. Em seguida, pegou uma caixa de areia e esvaziou-a dentro do pote. A areia preencheu os espaços vazios que ainda restavam e ele perguntou novamente aos alunos, que responderam que o pote agora estava cheio. O professor pegou um copo de café (líquido) e derramou-o sobre o pote humedecendo a areia. Os estudantes riam da situação, quando o professor disse: -'Quero que entendam que o pote de vidro representa as nossas vidas.As bolas de golf são os elementos mais importantes, como Deus, a família e os amigos. São com

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as quais as nossas vidas estariam cheias e repletas de felicidade. As bolas de gude são as outras coisas que importam: o trabalho, a casa bonita, o carro novo, etc... A areia representa todas as pequenas coisas. Mas se tivéssemos colocado a areia em primeiro lugar no frasco, não haveria espaço para as bolas de golf e para as de gude. O mesmo ocorre com as nossas vidas. Se gastamos todo o nosso tempo e energia com as pequenas coisas nunca teremos lugar para as coisas realmente importantes. Prestem atenção nas coisas que são primordiais para a vossa felicidade. Brinquem com os vossos filhos, saiam para se divertir com a família e com os amigos, dediquem um pouco de tempo a vocês mesmos, busquem a Deus e creiam nEle, busquem o conhecimento, estudem, pratiquem o vosso desporto favorito... Sempre haverá tempo para as outras coisas, mas ocupem-se das bolas de golf em primeiro lugar. O resto é apenas areia.' Um aluno levantou-se e perguntou o que representava o café. O professor respondeu: -'que bom que me fizestes essa pergunta, pois o café serve apenas para demonstrar que não importa quão ocupada esteja a nossa vida, sempre haverá lugar para tomar um café com um amigo'. "Ainda tomaremos um café juntos". Vamos todos fazer bom uso destes textos, valeu... ?

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JPSetúbal

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Exposição Colectiva Beneficente de Pintura eEscultura

December 07, 2006

Hoje, a partir das 18 horas, um "Porto de Honra"assinalará, na Escudero - Galeria de Artes e Letras(Avenida Maria Helena Vieira da Silva, nº 37 - B, na Altade Lisboa - Metro: Quinta das Conchas), a inauguraçãode uma exposição colectiva de pintura e escultura, cujareceita reverterá para as Obras Sociais da Real Ordemde Santa Isabel.A Real Ordem de Santa Isabel é uma Ordem Honoríficafundada em 4 de Novembro de 1801 por D. João VI e éadministrada pela Casa de Bragança. D. Duarte Pio deBragança e sua esposa, D. Isabel Herédia, estarãopresentes na inauguração.

Com o costumado bom gosto de Manuela Neto e Vítor Escudero, a exposição será certamente um êxito. Vale a pena passar - hoje ou mais tarde - por lá, admirar as obras expostas e, se se puder, adquirir uma delas. Além de levar Beleza para nossa casa, tem-se ainda a certeza

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de que o dinheiro que nos custa a obra adquirida temum destino meritório.

Rui Bandeira

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Há Máfias e Máfias

December 11, 2006

É verdade ! Quem julgava que a a verdadeira Máfia era um produto Italiano pois que se desengane. Não é. É um produto Portuense ( não confundir com português) com duas variantes - em Italia há a Camorra e a Siciliana - que são a Portista e a Gondomarense. Em Italia durante o ano de 2006 foi julgado o caso Calcio Caos que envolvia clubes de Futebol e dirigentes. Os pobres coitados não fizeram nada de muito grave, compraram uns arbitros viciaram uns resultados, ganharam uns dinheiritos numas apostas, enfim o trivial para uma situação análoga e veja-se lá o desplante das autoridades foram condenados. É indamissivel que o tivessem sido, coitados foram despromovidos, começaram os campeonatos com pontos negativos, tiveram que vender uns jogadores a preço de saldo, etc.... Cá no nosso canto - mais propriamente na região da Naçon Portista ( que fique aqui claro que eu sou da Nação Portuguesa) - andam as investigaçoes a correr ha mais de 2 anos com Nomes muito mais poeticos - Apito Dourado ( Calcio CAOS é muito mais objectivo) - e até

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agora nada. Ficamos inclusivamente a saber de fonte aparentemente segura e publica , resultado de um livro publicado por Uma Senhora de publicos vicios e eventuais virtudes privadas que privou intimamamente com o Chefe da Familia Portista ( e talvez com mais um ou outro membro da mesma familia) como eram as coisas feitas. Na verdade eu entendo que não haja punição, pois se em Italia foi uma injustiça o que fizeram à Juventus e ao Milan, aqui por se comprarem uns arbitros, viciarem uns jogos, ganhar uns dinheiritos nas apostas, dar ensaios de porrada ( se fosse mesmo um enxerto de porrada, mas foi só um ensaio) nos vereadores, vigiar Magistrados não pode haver castigo. Aliás não vai haver castigo, o que sustenta a minha tese que a verdadeira Mafia é Portuense e não Italiana. Ou então estou enganado e aos agentes da justiça cá do burgo, falta-lhes as bolas para jogarem e por isso é que ainda estão nos balnearios a mudar de equipamento e a pensar na melhor estrategia ALTERNativa. Mas enfim, as vezes nos meus momentos de Delirio, sonho que a equipa da justiça entra em campo com as bolas e que arrasa a Naçon Portista e a Gondomarense por inequivoco resultado.

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Mas pronto todos nós temos o direito de sonhar com umMundo melhor. JoseSR

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Sexto Landmark

December 11, 2006

A Maçonaria impõe a todos os seus membros o respeito das opiniões e crenças de cada um. Ela proíbe-lhes no seu seio toda a discussão ou controvérsia, política ou religiosa. Ela é ainda um centro permanente de união fraterna, onde reinam a tolerante e frutuosa harmonia entre os homens, que sem ela seriam estranhos uns aos outros. Este preceito resume as regras de convivência entre maçons.

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Desde logo, avulta o respeito absoluto pelaindividualidade dos demais. As opiniões de cada umdevem ser, e são, absolutamente respeitadas por todosos outros. Pode-se discordar de uma opinião emitida poroutro maçon, mas a manifestação dessa discordânciadeve ser feita fundamentadamente e sem hostilizar,escarnecer ou por qualquer forma apoucar o seu autor.Pelo contrário, a crítica ponderada e fundamentadapossibilitará um diálogo sereno, susceptível de permitirverificar os pontos de discordância, mas tambémaqueles em que se concorda, as razões do desacordo ea validade delas. Assim procedendo, não se criticampessoas, analisam-se opiniões e, no limite, será possívelque uma ou ambas as posições evoluam e, quiçá, o quecomeçou por uma clara divergência poderá terminarnuma convergência de pontos de vista. Mas, se assimnão suceder, não é nenhuma tragédia: cada um tem odireito de manter o seu ponto de vista e, mesmodiscordando do outro, ficará a saber o conteúdo e asrazões do diferente pensamento discordante; poderãoambos não concordar, mas, pelo menos - e não é pouco!- compreender-se-ão.

Quanto às crenças de cada um, estas nem sequer sediscutem: reconhecem-se e respeitam-se. Buscam-se ospontos de entendimento, a base ética comum que subjaza toda a crença religiosa. E tanto basta!

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Por isso, em Loja não se discute Política nem Religião.Esta, porque sendo do foro íntimo da cada um, não fazsentido discuti-la. Aquela, porque sendo susceptível degrandes paixões poderia cavar insanáveis conflitosentre Irmãos. Ademais, reconhecendo cada maçon noseu Irmão um homem livre e de bons costumes, graveatentado a essa liberdade seria não lhe reconhecer odireito à sua crença religiosa e ao seu entendimentopolítico. Não quer isto dizer que um maçon não possa ounão deva afirmar a sua convicção religiosa ou a suaposição política. Pode este, pode aquele, podeaqueloutro, podem todos. Mas, isto feito, mais além nãose vai. Cada um crê no que crê, pensa como pensa,ponto final! Não há lugar para discussões sobre se estacrença é melhor do que aquela ou se aqueleentendimento político é mais ou menos adequado doque aqueloutro.

É por isso que os maçons - e particularmente os maçons de cada Loja entre si - constroem laços especialmente fortes de amizade e consideração mútua. Porque, tal como os irmãos de sangue não têm de pensar da mesma forma para fraternalmente se amarem, também os maçons consideram e respeitam e criam laços fraternos com os demais maçons, independentemente das crenças ou opiniões políticas de cada um. Com esta postura, a Loja é um lugar em que cada um pode estar sem desconfianças, um oásis de harmonia, que permite descansar das, por vezes, duras e amargas lutas do dia a dia, e cada maçon vê no seu Irmão um homem sério e

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honrado, que poderá dele discordar, mas que nunca otrairá.

Rui Bandeira

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Sétimo Landmark

December 12, 2006

Os Maçons tomam as suas obrigações sobre um volume da Lei Sagrada, a fim de dar ao juramento prestado por eles o carácter solene e sagrado indispensável à sua perenidade. Este Landmark reforça o carácter deísta da Maçonaria. Só quem é crente atribui significado ao "carácter solene e sagrado" de um juramento! É também através deste preceito que apreendemos que o ateu ou o agnóstico não pode integrar a Maçonaria Regular. Este é, pois, um dos Landmarks que distingue a Maçonaria Regular da dita maçonaria irregular ou liberal. Para o maçon regular, o assumir dos seus

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compromissos é um acto solene, daí que tal assunção se faça pela forma do mais sagrado dos juramentos, o que é proferido sobre um volume da Lei Sagrada. Porque o cumprimento dos seus compromissos tem uma alta importância para um maçon, tal inevitavelmente que se reflecte na sua vida profana, no seu dia a dia. Deve, consequentemente, o maçon, entre outras coisas, distinguir-se pelo cumprimento da sua palavra, constituindo exemplo de lealdade e seriedade para todos aqueles com quem lida. O juramento é prestado sobre "um volume da Lei sagrada". Não diz o preceito qual seja e compreende-se porquê: o maçon deve ser crente, mas é indiferente qual a religião que pratica. O juramento deve, pois, ser prestado sobre o Livro da Lei Sagrada da religião praticada pelo autor de tal compromisso. Seguindo à risca esse entendimento, e atendendo às orientações religiosas dos membros que actualmente a integram, na Loja Mestre Affonso Domingues estão disponíveis a Bíblia, Livro Sagrado para os católicos e protestantes, e a Torah, Lei Sagrada para os Judeus. Estando assumido e interiorizado que a escolha religiosa individual só ao próprio diz respeito e que todas as opções religiosas são respeitáveis, a prática que naturalmente se estabeleceu nesta Loja é a de que TODOS os seus membros prestam os seus juramentos

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sobre AMBOS os volumes da Lei Sagrada. Rui Bandeira

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Justos de entre as Nações.

December 13, 2006

O exterminio do povo Judeu pelo regime Nazi foi uma realidade. Se foram exatamente 6 milhões de Judeus ou 5.999.999 ou 6.000.001 é pouco relevante. Foi esta a ordem de grandeza. O Campo de Treblinka "processou" isto é gaseou e cremou cerca de 1 milhao de Judeus num ano, antes de ser integralmente destruido. Birkenau ( Aushwitz) não tem conta. Mas no meio da Barbarie surgiram os Justos de Entre as Nações, pessoas, que a perigo da sua vida e da vida das suas familias, ajudaram Judeus ( nem que fosse um) a sobreviver. O Estado de Israel, através da Instituição Yad Vashem - Museu do Holocausto, decidiu na Decada de 60 distinguir estas pessoas e por cada caso comprovado foi plantada uma arvore in Memoriam, aparecendo assim um Jardim chamado Alameda do Justos. Estes Justos, hoje mais de 20 000 têm as mais diversas origens e historias que poderão ser lidas aqui . De entre estes Justos há um Português. Este homem a

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sacrificio da sua carreira e da sua familia e fortuna salvou algumas dezenas de milhares de pessoas, muitas delas judeus. De seu nome Aristides Sousa Mendes ( de boa memória) , e o resumo da historia é como segue: ( as minhas desculpas por ser em Ingles) (fonte site do Yad Vashem http://www.yadvashem.org/ ) Aristides de Sousa Mendes June 2000 marked the 60th anniversary of a massive rescue operation which took place in Bordeaux, France, and was orchestrated by Aristides de Sousa Mendes. He was born in 1895 into an aristocratic Portuguese family. His father was a Supreme Court judge. Aristides chose for himself a diplomatic career. After filling posts in various capitals (the United States and Europe), he became the Portuguese consul-general in Bordeaux, France. In May 1940, with the onset of the German invasion of France and the Low countries, thousands of refugees headed for Bordeaux, hoping to cross into Spain, in advance of the conquering German army. Included among the many who feared the wrath of the Nazis because of previous anti-Nazi political stances, were to be counted thousands of Jews who hoped to transit via Spain and Portugal, in the hope of reaching a

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safe haven across the seas, far from the Germans and their pronounced antisemitic policies. At this critical juncture, the Portuguese government, headed by dictator Antonio Salazar (who also filled in as Foreign Minister), forbade the issuance of Portuguese transit visas to all refugees, and particularly to Jews. This virtually also closed the Spanish border to the refugees. Against the grim background of France on the verge of collapse, and with the Germans within striking distance of Bordeaux, in mid-June 1940, Consul-General Mendes came face-to-face with the fleeing Jews, who pressured him to urgently issue them Portuguese transit visas. Rabbi Haim Kruger, one of the refugees, told Mendes: “If we should be trapped here, I don’t know what will happen to us.” The rabbi rejected Mendes’ initial offer to issue visas only to the rabbi and his family, insisting that visas also be issued to the thousands of Jews stranded on the streets of the city. After further reflection, Mendes reversed himself and decided to grant visas to all persons requesting it. “I sat with him a full day without food and sleep and helped him stamp thousands of passports with Portuguese visas,” Rabbi Kruger relates. To his staff, Mendes explained: “My government has denied all applications for visas to any refugees. But I cannot allow these people to die. Many are Jews and our constitution says that the religion, or politics, of a foreigner shall not be used to deny him refuge in Portugal. I have decided to follow this principle. I am going to issue a visa to anyone who asks for it –

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regardless of whether or not he can pay... Even if I am dismissed, I can only act as a Christian, as my conscience tells me.” It was an unseemly sight as people of all ages, including pregnant women and sick persons, waited in line to have their passports stamped with the Portuguese visa. The reaction of the Portuguese government was not long in waiting. Two emissaries were dispatched to accompany home the insubordinate diplomat. On their way to the Spanish border, the entourage stopped at the Portuguese consulate in Bayonne. Here too, Mendes, still the official representative of his country for this region, issued visas to fleeing Jewish refugees, again in violation of instructions from Lisbon. It is estimated that the number of visas issued by Mendes runs into the thousands. To his aides, he stated: “My desire is to be with God against man, rather than with man against God.” Upon his return to Portugal, Mendes was summarily dismissed from the diplomatic services and a disciplinary board also ordered the suspension of all retirement and severance benefits. He countered with appeals to the government, the Supreme Court and the National Assembly for a new hearing of his case – but to no avail. Bereft of any income, and with a family of 13 children to feed, Mendes was forced to sell his estate in Cabanas de Viriato. When he died in 1954, he had been reduced to poverty. Two of his children were helped by the Jewish welfare organization Hias to relocate to the

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United States. In 1966, he was posthumously awardedthe title of “Righteous Among the Nations,” by YadVashem, and a tree planted in his name in the Avenue ofthe Righteous. In 1987, President Mario Soares ofPortugal awarded Mendes the Order of Liberty, andpublicly apologized to his family for the injustice againstthe man perpetrated by the previous government.Finally, in March 1988, Aristides de Sousa Mendes wasofficial restored to the diplomatic corps by unanimousvote in the Portuguese National Assembly. Recently, thePortuguese government decided to create a memorialand learning center in the name of Mendes, and ordereddamages to be paid to his family. In 1988, Mendes wasawarded the Israeli commemorative citizenship, and in1998, his name and picture appeared, together with otherdiplomats recognized by Yad Vashem as Righteous, on aspecial stamp issued by the Israel Philatelic service. After his dismissal, Mendes reportedly told Rabbi Kruger(whom he met again in Lisbon): “If thousands of Jewscan suffer because of one Catholic (i.e., Hitler), thensurely it is permitted for one Catholic to suffer for somany Jews.” He added: “I could not have actedotherwise, and I therefore accept all that has befallen mewith love.” JoseSR

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TEERÃO Dezembro/2006

December 13, 2006

A fina flôr do entulho juntou-se em Teerão, em reuniãodita "Conferência sobre o holocausto".

Segundo as notícias que nos chegaram tratou-se de uma"Conferência (?)", de facto, sobre o "não holocausto"que juntou vários dos cérebros mais negros da históriada humanidade (Pinochet já não conseguiu passagem atempo !) e entre eles, brilhando, o "campião" daKuKluxKlan, David Duke.

Tudo gente fina portanto.

Esta piratagem (a rapaziada do "nacional renovadorismo" teria estado representada, ou nem para isso servem ?) quer provar à viva força que o holocausto não aconteceu, que Auschwitz é um ce

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nário para filmes e que Hitler foi "um gajo porreiro".

Estive em Auschwitz há cerca de 1 ano, e o espectáculoaterrador que lá se encontra é de molde a convidar, sejaquem fôr, pensar no Ser, a pensar no Humano, a pensarno Pensar.

Não é descritível, sem um novo arrepio, a lembrança dosítio, dos edifícios, dos passeios externos rodeados decercas de arame farpado, dos candeeiros penduradosagredindo, não iluminando, dos interiores de celas de1m2 e menos, sem qualquer entrada de ar ou luz, ascâmaras onde milhares de seres foram "testados" com ofamoso ZyklonB, os fornos, os carris para os comboiose para os carros que carregavam os corpos...

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Creio que ao fim de 70 anos ainda se conseguem ouviros gritos e sentir o cheiro... absolutamente terrível (seexiste "absoluto" ele está aqui!) de corpos, de suor, degases, de fumo... de morte.

E estes gajos querem-me convencer que não existiu,que não foi verdade, que tudo isso é invenção.

Vi pessoas, em visita turística, que não resitiram àcomoção do sentimento que salta vivo, naquele templode morte, tal como vi pessoas que simplesmente nãoforam capazes de passar do meio da visita.

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E estes gajos querem-me convencer que não existiu,que não foi verdade...

JPSetúbal

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Oitavo Landmark

December 14, 2006

Os Maçons juntam-se, fora do mundo profano, nas Lojasonde estão sempre expostas as três grandes luzes daOrdem: um volume da Lei Sagrada, um esquadro, e umcompasso, para aí trabalhar segundo o rito, com zelo eassiduidade e conforme os princípios e regras prescritaspela Constituição e os Regulamentos Gerais deObediência.

A unidade fundamental da Maçonaria é a Loja, um conjunto autónomo de maçons utilizando o mesmo rito, isto é, o mesmo conjunto de textos e actos pelo qual se busca a concentração dos presentes e que é utilizado como fonte de significados simbólicos a serem apreendidos e desenvolvidos pelos maçons, como forma e método do seu aperfeiçoamento moral. A Loja é um espaço de união e de liberdade. Cada um sabe o que nela tem de fazer como contribuição para o grupo, como se comportar, como colaborar com os demais. Cada um, respeitando esses princípios, é livre de pensar como entender, de se expressar em

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conformidade com o seu pensamento, de agir como entender, em consonância ou dissonância com os demais. A essência da Maçonaria, neste aspecto, pode ser resumida numa frase: "O maçon é um homem livre numa Loja livre". A Loja, enquanto estrutura que integra e enquadra cada maçon individualmente, assume assim a indicada característica de fundamentalidade, de centro da vida maçónica dos maçons que a integram, de espaço de fraternidade, solidariedade e união entre todos os seus membros e de meio essencial para o aperfeiçoamento de cada um e, por essa via, da melhoria colectiva da própria Loja. Cada Loja maçónica é diferente das outras, ainda que praticando o mesmo rito, ainda que seguindo os mesmos princípios, porque cada Loja tem um percurso, resultante dos laços entre os seus membros, da interacção entre eles, do respectivo desenvolvimento, das vitórias e dos fracassos de cada um e de todos, que a diferencia de todas as demais. É por isso que a Ordem Maçónica encoraja os seus membros a, além de participarem nos trabalhos de sua Loja, visitarem outras Lojas, como forma de se aperceberem das semelhanças e das diferenças que, naturalmente, se vão estabelecendo entre as diferentes estruturas, através dos respectivos processos evolutivos. Naturalmente que só uma sólida aceitação e prática dos princípios fundamentais da Maçonaria e um total cumprimento das regras e regulamentos maçónicos possibilita que essas diferentes evoluções não sejam de tal forma divergentes que passem a ser

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realidades completamente diversas. Dentro daMaçonaria impõe-se o estrito cumprimento dosprincípios fundamentais e das regras e regulamentos,mas , assegurado este, há um vasto campo de evolução,de diferenciação, de estudo, mesmo de experimentação,que permite que cada Loja evolua segundo as suaspróprias características e os percursos dos seusmembros. Essencial é que as reuniões de Loja decorram semprena presença do que os maçons denominam as trêsgrandes luzes da Ordem: o volume da Lei sagrada, oesquadro e o compasso. O volume da Lei Sagrada (ouos volumes, se as opções religiosas dos membros daLoja o impuserem), como testemunho de que todo otrabalho realizado decorre tendo como pano de fundo acrença de todos os maçons num Criador e símbolo daequidade e da sabedoria; o esquadro, símbolo, além domais, da matéria e da rectidão; o compasso, quesimboliza, designadamente, o espírito e a justiça. Rui Bandeira

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Mãos Limpas

December 15, 2006

Mãos limpas foi o nome dado a uma operação anticorrupção e anti máfia levado a cabo no final da decadade 80 inicio da decada de 90 do seculo XX, em Itália

Os rostos mais emblemáticos desta operação foram osMagistrados Falcone e Borsellino, ambos assassinadospela Mafia em 1992 com 2 meses de intervalo e damesma maneira - bomba na estrada que explodiu àpassagem dos respectivos carros.

Nesta operação ( mais detalhes aqui ) foraminvestigados politicos, empresarios, etc.

Não exactamente igual a esta coisa que cá temos que sechama Apito Dourado mas respeitadas as escalas ...

Na ultima semana e fruto de uma biografia de uma tal deCarolina surgem factos e revelações relacionados comeste caso do Apito que dura vai para mais de 2 anos, eque nem as mais aturadas investigaçoes da PJ e doDIAP de Gondomar conseguiram deslindar.

Eis que, qual D. Sebastião ( bem talvez Sebastiã), nosaparece das brumas a Procuradora Maria Jose Morgadopara combater a Máfia Portuense ( tal como já ficoudemonstrado em post anterior).

Será que é desta ?

Ou caberá aqui uma celebre frase de Eça, devidamenteadaptada ao Procurador Pinto Monteiro,

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- Eis mais um pinto aos pés de uma que se disputa.

JoseSR

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O Pai Natal é maçon!!!

December 15, 2006

Persistentes, difíceis e demoradas investigaçõespermitem finalmente confirmar uma notícia de quealguns suspeitavam desde há muito tempo.Não, não é a notícia de que o Pai Natal existe! Essa,qualquer criança de três anos conhece!

Este autêntico "furo" jornalístico - que nos faz mesmosonhar com a possibilidade um Prémio Pulitzer... - é aconfirmação, prova provada, à vista de todos, para quevejam com aqueles dois que a terra há-de comer, deque... O PAI NATAL É MAÇON!

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A iomagem que acompanha este texto é inequívoca:nela, o simpático e obeso idoso de barbas brancas eroupa garrida ostenta, sorridente e orgulhosamente, oavental que todos os maçons devem usar em Loja, nocaso um avental usado no grau de Aprendiz.

As nossas investigações não lograram (ainda) apurar seo uso do avental neste grau resulta de o Pai Natal,também conhecido por Santa Claus e Père Noel, ter sidoiniciado recentemente e, portanto, ainda se encontrar noestágio inicial do seu processo de aperfeiçoamento, ouse, como muitos esclarecidos maçons por vezes fazem,ostenta o avental neste grau para evidenciar a todos queum maçon esclarecido se considera sempre umAprendiz, independentemente do grau e da antiguidadeque possua.

Mas estamos em crer que será esta última a hipótesecorrecta, já que observamos que, ao contrário do que énormal, o Pai Natal usa o avental, não sobre um sóbriofato preto ou, pelo menos, escuro, mas sobre o seugarrido fato de trabalho. Ora, como o nosso JoséSR vemrepetiidamente ensinando, esta prerrogativa de utilizar,em vez de fato escuro, a roupa de trabalho,familiarmente conhecida por "exceptio pelicanum", só éconcedida a maçons com alguma antiguidade, e mesmoassim apenas em Lojas mais tolerantes e descontraídas,como é o caso da Mestre Affonso Domingues...

Para mais informações e imagens comprovativas da ligação do Pai Natal à nossa Augusta Ordem, podem ir aqui .

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ULTIMÍSSIMA HORA: CORRECÇÃO DA NOTÍCIA Após leitura do comentário - oportuno, como sempre! - do JoséSR, cumpre corrigir e discordar: 1. Com efeito, o Pai Natal não está usando uma avental da Aprendiz, mas sim o de Companheiro (a minha visão está cada vez pior...). Assim sendo, das duas, uma: ou está no segundo período de aperfeiçoamento, o que inculca que a sua iniciação ocorreu já no século XXI, em circunstâncias normais, ou, a exemplo das representações do esquadro e compasso destinadas a serem vistas por profanos, foi propositada a sua escolha do uso do avental deste grau. Continuo a inclinar-me para a segunda hipótese. 2. Entende o JoséSR que a "exceptio pelicanum" é exclusiva da Loja Mestre Affonso Domingues, assim tacitamente reivindicando para esta o exclusivo da tolerância e descontracção. Permito-me aqui discordar do meu nunca suficientemente elogiado Amigo e Irmão: não me parece que a minha assiduidade nas sessões da Loja Mestre Affonso Domingues seja tão reprovavelmente baixa que não tenha dado conta da iniciação e do aumento de salário do Pai Natal!!!! Creio, assim, poder dizer, com certeza certa, que o Pai Natal (embora com pena minha e, sobretudo , das minhas filhas...) não integra o quadro da Loja Mestre Affonso

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Domingues. Logo, a "exceptio pelicanum" há-de vigorar,pelo menos na Loja onde está integrado o Pai Natal. Anão ser que, lá na Lapónia, as regras quanto ao traje autilizar pelos maçons sejam diferentes. Mas entãopoderíamos dizer que em toda a Lapónia vigorava a"exceptio pelicanum"...

Rui Bandeira

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Eleições na Maçonaria (2)

December 17, 2006

A 6 p.p. o nosso querido Blogueiro JoséSR falou e explicou as eleições na Maçonaria. Pois bem, o período eleitoral chegou ao fim, foi feita a eleição, os maçons votaram e escolheram e desde ontem há um novo Grão-Mestre eleito que se sentará na "cadeira de Salomão" no próximo equinócio da Primavera. Como esperàvamos o dia de ontem foi um dia longo em Tomar, com alguma emoção mas muita, principalmente, muita fraternidade ! Os maçons presentes mostraram a vitalidade da Maçonaria Regular/Maçonaria Legal em Portugal, que o presente está firme e que o futuro está assegurado, na continuidade da estabilização da obediência regular, a única legalmente reconhecida internacionalmente pelas Maçonarias Regulares do Mundo, que tem tido no Irmão Alberto Trovão do Rosário um Grão-Mestre de enorme saber e que com grande serenidade tem conduzido nos

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últimos 2 anos a nossa Respeitável Ordem, mau gradoas tentativas de desestabilização que têm vindo a serpublicadas em alguma (pouca) comunicação social.

Não percam a leitura do post do Rui Bandeira, de 20 de

Novembro passado, "C

omo prosseguir".Depois daquele texto, cá temos, como prosseguir.Dos 2 candidatos que se apresentaram à eleição umobteve maior número de votos e será Grão-Mestre, ooutro teve menor número de votos e não foi eleito !Exactamente como devia ser, para prosseguir !!!No final ambos se mantiveram fraternalmentedisponíveis para continuar, sem qualquer hesitação, atrabalhar pela Paz, pela Solidariedade, pela melhoriamaterial e espiritual do Homem.

De todos os Homens, por todo o lado onde existeHumanidade, sempre a prosseguir... com Beleza, comForça e com Sabedoria, tal qual como deve ser !

Pode ser que seja um defeito... mas é assim a MaçonariaRegular.

JPSetúbal

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DIA 19 HÁ FESTA !!!

December 18, 2006

Aqui está o Convite.

É só aceitar e não faltar, dia 19 é terça-feira e as criançasda CERCIAMA são fabulosas e agradecem comoninguém a presença de todos os Amigos que queiramver as coisas maravilhosas que sabem fazer e quedisponibilizam, GRATUITAMENTE, para alegria de todos.

Em nome da Beleza, da Fraternidade, e daSolidadriedade que nos orienta, vamos à Amadora naterça-feira.

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Aceitem este convite que é tão lindo...

JPSetúbal

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Eleiçoes na Maçonaria (3)

December 19, 2006

Aqui há um tempo expliquei os vários métodos eleitorais que conheço. Há 2 dias o JPSetubal informou que tinha havido um vencedor e um vencido e que a ordem Prosseguia. O processo que teve início em 30 de Setembro com o anuncio das Candidaturas terminou no sábado 16 com o escrutínio dos votos. Apesar dos pesares mencionados no meu post anterior, e que se centraram em acções que extravasaram para a imprensa, o processo decorreu sem perturbações de maior. Tendo já a noticia sido publicada no Site da GLLP/GLRP, é chegado o momento de dar aqui expresso esse mesmo resultado. Concorreram ao cargo Mario Martin Guia e Fernando Ferrerro Marques dos Santos. cada um com o seu programa, assente nas suas convicções pessoais e visão de futuro para a Maçonaria Regular em Portugal. Os votos reflectindo a vontade dos Maçons ditaram que o próximo Grão Mestre da Maçonaria Regular em Portugal será Mário Martin Guia, estando a posse

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aprazada para Março de 2007. Está desta forma assegurada a continuidade natural deuma politica de serenidade e crescimento interno deforma consolidada. Ao Mário Martin Guia os desejos de um mandatoprofícuo.

JoseSR

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Leilão a favor de José Torres, O Gigante (Bom...)

December 20, 2006

JOSÉ Torres descobriu aos 61 anos, quando foi «meter os papéis» para a reforma, que passou uma vida inteira enganado no futebol. Entrou no mundo do trabalho aos 15 anos, como aprendiz de serralheiro, depois foi jogador profissional até aos 42, dos quais 12 no Benfica, e ainda fez mais meia dúzia de épocas como treinador e seleccionador nacional. Mas, na Caixa, os únicos descontos em seu nome remontam à adolescência. Agora, apenas receberá uma pensão porque foi agraciado com duas comendas. (Expresso em 1/5/1999) A Federação Portuguesa de Futebol revelou que vai leiloar no seu site a escultura Memória que pensa, José Torres o Bom Gigante, de José Coelho. O dinheiro arrecadado será entregue ao ex-Magriço, que sofre de doença prolongada. A peça pode ser apreciada na Casa Pedro Álvares Cabral/Casa do Brasil, em Santarém. O leilão tem o seu início na quinta-feira e termina no dia 5 de Janeiro, no

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site www.fpf.pt. José Coelho espera que o leilão consiga recolher «ummontante elevado para suprir as dificuldades financeirase de saúde» de José Torres. (DiárioDigital em20/12/2006)

Esta notícia surgiu, na comunicação social de hoje(infelizmente apenas a vimos no Diário Digital), e éresultado de um movimento "Pró Bom Gigante" queapareceu na NET há alguns meses, num rebate dasconsciências que durante anos saltaram nas bancadasdos estádios do mundo, braços no ar e gargantasescancaradas com os "GOOOOOOOOOOOO...LOs" queo "Zé Torres" marcava e dava a marcar, no Benfica e naSelecção Nacional.

Que este movimento não seja uma esmola porque o ZéTorres não merece esmolas !

O Zé Torres merece, sim, a solidariedade franca, aberta,simples e honesta de todos os portugueses que sejamcapazes de sentir que o desporto português Lhe devealguma coisa.

É uma dívida que se está a pagar, e com grande atraso !

Infelizmente a entidade-origem desta iniciativa não é demolde a dar-nos esperança de algum resultado bom,muito menos excelente, mas enfim, "a ver vamos" o quevai sair daqui.

JPSetúbal

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Conflito de Religiões

December 20, 2006

Em Junho passado no ambito do Congresso MaçónicoInternacional proferi esta alocução.

Nela abordo varios temas, de forma não exaustiva umavez que a apresentaçao se destinava a ser debatida , oque aconteceu.

O texto foi escrito para ser Dito, pelo que quando lidopode não resultar.

É o que é.

1º Congresso Internacional da Maçonaria CCB, 25 de Junho de 2006 Intervenção no tema: O Conflito de Religiões Como pode a Maçonaria, no seu Universalismo e Tolerância, contribuir para o Amor, a Fraternidade e a Paz entre os Homens, no respeito de cada um pelo seu Deus e pelo Deus dos outros? No mote para esta sessão aparecem algumas noções que, na minha opinião, merecem ser clarificadas e com isso tentarei expressar a minha opinião enquanto

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Homem de fé Judaica. O conflito de religiões é na minha perspectiva um falso problema. É certo que a fé é usada como argumento para o conflito, mas a fé não está no centro do problema. Não pelo menos nos tempos que correm. Os conflitos em nome de Deus, têm sempre como motivo fundamental questões económicas, sociais, demográficas e politicas. Muito pouco de religião. No entanto o Marketing é tudo. Quem daria a primeira página a um conflito que não se arvore como em Nome de Deus. Quem conseguiria levar para frente de batalha homens sem os motivar em Nome de Deus. Difícil aceitar, para nós verdadeiros crentes, que pseudo Crentes manipulem o conceito de Deus para prosseguirem os seus objectivos comezinhos e terrenos. A segunda noção é “Seu Deus e o Deus dos outros”. Deixando de lado outras fés que não as comummente chamadas Monoteístas, então esta afirmação não faz sentido. As 3 religiões do Livro, Judaísmo, Cristianismo e Islamismo, quando se referem a Deus referem-se claramente a UM e Único Deus, o mesmo.

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Isto leva-nos a que uma ofensa ao “Deus dos outros” seja uma ofensa ao nosso próprio Deus, pois Ele é Um e Único, pelo que o não respeito do “Deus dos outros” é uma falta de respeito ao “seu Deus”. A terceira noção presente é a Tolerância. A tolerância tão apregoada pela Maçonaria, é em minha opinião, um conceito perigoso. Perigoso por duas razões essenciais: Não é paritário ; Não é mensurável. Tolerar alguém, ou algo é uma relação de superioridade para com esse alguém ou esse algo. Numa relação de Tolerância há o Tolerante e o Tolerado, é certo que cada qual pode ser as duas coisas simultaneamente, mas o mais normal é cada um de nós aplicar o conceito de tolerância quando a coisa não correu conforme o esperado. Não é mensurável, pois não é possível definir até onde se deve ou se pode ser Tolerante. E como dizia Fernando Teixeira “ o limite da tolerância é a estupidez “. Temos então que:

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Não havendo Conflito de Religiões mas sim Conflitos por outras causas. Havendo apenas UM e Único Deus. Sendo a tolerância um conceito perigoso O tema aparentemente fica vazio. Mas apenas aparentemente. No meio de tudo está o Homem. O Homem é o factor decisivo. Decisivo porque tem a mais poderosa dádiva Divina - O Livre Arbítrio. O homem tem a possibilidade de Amar ou Odiar, de respeitar ou desrespeitar, de pacificar ou guerrear, de ser fraterno ou inimigo. O Homem essa criatura perfeita dentro da Imperfeição. É com os homens que teremos que resolver as nossas diferenças, e com eles que teremos que avançar para a solução dos conflitos. O respeito pelos outros, essencialmente pela diferença é a chave da questão. E Então que pode a Maçonaria fazer.

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A Maçonaria pretende ser e têm sido uma escola. Usando uma via iniciática que de Per Si não serve para nada pois se for interpretada Strictu sensu é mais um ritual e nem sequer consegue substituir o religioso. No entanto a interpretação desse ritual, conjuntamente com a Acção na Sociedade e não apenas com uma caridade aqui ou outra ali, mas com intervenção politica e social, coerente e fundamentada, pode permitir aos homens Maçons fazerem progredir a sociedade. Ao contrário do que se prega pelas lojas da nossa obediência, a Maçonaria não é apolítica. O que não permite é que em sessão ritual se discuta politica. Mas na intervenção na sociedade as Grandes Lojas têm que ser parceiros políticos. Parceiros políticos, não quer dizer apoiar o partido A ou B ou o candidato X, mas sim pensar a politica, acercar-se dos meios políticos e apresentar a Maçonaria como uma Ferramenta de Prossecução de fins. E temos que nos meter em todos os assuntos? É claro que não, mas temos que ter uma palavra em muitas áreas da política, eventualmente começando pela política social, criando estruturas de apoio ou redes de

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contactos. É também evidente que em assuntos de politica internacional as Grandes Lojas devem trocar entre elas as informações relevantes para que o seu contributo para o mundo em que vivemos seja tido em conta pelos respectivos Governantes locais. Termino com dois exemplos: Um de acção politica e um outro sobre o primado do homem Em 1839 / 1840 surge um problema na Síria em que membros de uma confissão religiosa são acusados de assassinar “ritualmente” um sacerdote jesuíta e o seu acólito. O problema internacionaliza-se e a França e a Inglaterra, potências dominantes na altura tomam o assunto em mãos, enviando para resolver o problema os Sr. Adolphe Cremieux e Sir Moses Montefiore. Estes dois emissários eram ilustres Maçons no seu tempo, sendo que Montefiore era Embaixador e Cremieux chegou a ser Ministro de França. E eles com a sabedoria dos Maçons resolveram o problema evitando assim uma crise internacional.

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Quanto ao primado do Homem, há uns dias atrás o PapaBento XVI em visita a Auschwitz – Birkenau perguntou“Onde estava Deus nestes dias?” O Rabino Henry Sobel de São Paulo no Brasil escreveuentão o seguinte: “Antes de perguntarmos "onde está Deus", cabe-nosformular a outra pergunta: "Onde está o homem?" O queestá fazendo o homem com o mundo que Deus lhedeu?” Concluindo com a seguinte resposta: “Com todo o respeito, permito-me responder ao SumoPontífice: Deus estava onde sempre esteve, esperandoque os homens assumissem o seu dever.” A Maçonaria como organização de Homens Livres e deBons Costumes tem um poder imenso na prossecuçãodos desígnios da PAZ, AMOR e RESPEITO dos Homenspelos Homens e consequentemente dos Homens porDeus. Assim nos ajude o Grande Arquitecto do Universo

JoseSR

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O sucesso dos eventos da GLRP/GLLP

December 21, 2006

Os nossos “blogueiros” mais habituais têm referido, nas oportunidades, os bons resultados que sistematicamente surgem das iniciativas que a GLRP/GLLP tem realizado, sejam reuniões, congressos, conferências, sendo que a última (terminou no fim de semana passado) foi o processo eleitoral para o próximo Grão-Mestrado que terminou com a Assembleia Eleitoral e a Sessão de Grande Loja de Sábado. Ora acontece que a organização destes eventos recai, do ponto de vista administrativo, sobre duas pessoas, sempre as mesmas duas pessoas, que trabalham, trabalham, trabalham (parecem aquelas pilhas que nunca mais acabam…), e sobre as quais sempre se passa como se tudo acontecesse de forma automática, sem intervenção humana. Bom, mas não é assim naturalmente, o que ocorre é que até parece… tal a maneira como as duas senhoras que garantem o secretariado da GLRP/GLLP tratam das coisas e preparam os eventos, à minúcia, garantindo o bom andamento, sem falhas, dos trabalhos. Chega a meter raiva… não falha nada ! Estão as cópias…, estão os decretos…, estão as publicações…, estão os papeis…, estão os convites, estão… TUDO !!! Gaita, é chato, não falha nada !

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Pois bem, entendi que o “A-PARTIR-PEDRA” deviadeixar também uma referência a estas trabalhadoras,que se mantém nos bastidores, mas que são da maiorimportância para o sucesso das realizações. A Milu e a Sandra são fundamentais para estesresultados. Só temos que Lhes agradecer a enorme dedicação e oesforço sempre disponível e sempre com sorrisos !Como dizia a minha avó… “gabo-lhes a paciência !” Obrigado.

JPSetúbal

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Nono Landmark

December 22, 2006

Os Maçons só devem admitir nas suas lojas homensmaiores de idade, de perfeita reputação, gente de honra,leais e discretos, dignos em todos os níveis de serembons irmãos e aptos a reconhecer os limites do domíniodo homem e o infinito poder do Eterno.

Este nono Landmark define, com precisão evidente, as características de quem está em condições de ser admitido maçon. Tal só pode ocorrer relativamente a homens - o que exclui a admissão, na Maçonaria Regular, de mulheres e a existência de Lojas mistas; conferir, a este respeito, o comentário que elaborei a propósito do terceiro Landmark. Esses homens têm de ser maiores de idade, isto é,

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adultos. A maioridade afere-se, desde logo, pela lei civil que vigora no país onde funciona a Loja. Mas o preceito, correctamente interpretado, exige mais: exige a maioridade de pensamento, isto é, a maturidade necessária para compreender o que implica ser maçon e a capacidade e vontade de palmilhar o caminho do aperfeiçoamento. Têm ainda tais homens de ser de perfeita reputação. Não basta ser sério e honesto, impõe-se que seja tido e reputado como tal no seu ambiente social. O maçon, por o ser, deve impor-se à consideração geral. Dificilmente o consegue quem não tiver angariado por si e suas acções tal reputação. Não seria a aquisição da qualidade de maçon que melhoraria a sua reputação. Pelo contrário, seria a mácula na sua reputação que mancharia a Maçonaria. Tem de ser gente de honra, ou seja, que dá valor à sua palavra e a cumpre, que sabe o valor, a importância e a responsabilidade da sua honra e age em conformidade. Devem os maçons ser leais, condição essencial para integrarem uma Fraternidade em que todos em si vão confiar. Devem ser discretos, porque o é a Maçonaria. Note-se: não secreta, mas discreta! No sentido em que preserva a intimidade e a identidade dos seus membros e da sua

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actividade. No sentido de que não alardeia nem publicitao que faz, a quem ajuda, o que contribui, seguindo opreceito de que, no vero homem de bem, nem sequer amão esquerda tem de saber o que deu a mão direita. Têm de ser dignos de serem bons irmãos, porque sóassim podem integrar a Fraternidade Maçónica. Têm de ter a capacidade de reconhecer os limites dohomem, porque só assim podem reconhecer o seu papelno Universo e procurar aproximar-se o mais possíveldesses limites, sem a pretensão de serem mais do quesão: humanos. Finalmente, têm de ter a capacidade de reconhecer oinfinito poder do Eterno, isto é, de serem crentes numCriador Todo Poderoso. Quem acusa a Maçonaria de ser uma elite... tem razão!Poucos estão ainda em condições de ser admitidosmaçons, efectivamente! Mas um dos objectivos dotrabalho maçónico é a construção do Templo Colectivo,isto é, o aperfeiçoamento geral da sociedade, através daintervenção e do exemplo dos maçons. Esperamos quecada vez mais estejam em condições de vir a seradmitidos maçons! Rui Bandeira

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Especial Natal - Coroa de Espinhos

December 23, 2006

Imaginem que, por acaso só por acaso (isto é conversade poeta...), tropecei com uma bela prancha, e onde ?...pois foi no "Correio da Beira Serra" que se publica emOliveira do Hospital, assinada por Carlos Ramos.Não conheço este nosso Irmão, nem sei qual a Suaobediência, mas só posso agradecer-Lhe este texto enão resistir à Sua transposição para o nossoA-Partir-Pedra.Aqui fica.

Especial Natal - Coroa de Espinhos As margens do rio que corre aos pés da minha aldeia serrana, enfeitam-se de flores amarelas mal a Primavera acorda de meses de sono revigorante. De menino lhe soube o enfeite e o aroma, perto do Urtigal, mas nem precisava de percorrer os caminhos enviesados que ainda nos levam àquele pedaço de paraíso, porque à porta da minha casa, do outro lado da rua, o panorama é exactamente igual, sobretudo agora, com a quinta do Chiado votada ao abandono, a Mimosa encontrou terra fértil e cresce sem rei nem roque. Selvagens ou não, pouco me importa, gosto daqueles cachos de um amarelo vivo, e só eu sei como me atraem no tempo próprio; depois, sim, as árvores desfeiam no tom verde-escuro e não lhes dou atenção. A Mimosa, pelo que sei, tem no Homem um inimigo acérrimo, e não

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é para menos: ela escorre por montes e vales, invade propriedades menos cuidadas, e se não houver tento, é bem capaz de, ilegitimamente, fecundar terra de cultivo. Portanto, o Homem, no seu estimado interesse, mata-a mal começa a crescer aqui e ali, a medo, com duas folhinhas rendilhadas à procura do Sol que as fará crescidas na direcção das estrelas. Uma das variedades da família das Acácias, oriunda da Austrália, pelo que dizem os entendidos em Botânica, a Mimosa que conheço desde sempre, a dada altura passou a fazer parte da minha vida pela simbologia que trouxe ao imaginário dos rituais Maçónicos, com um deles, segundo a lenda, eternamente ligado à morte do Mestre Hiram Abif. Sem mais pormenores que não vêm a propósito, fica, pelo menos, a assunção daquilo que sou, para que se entenda que há conhecimento mais lato… Na busca do que é justo e perfeito, fiz da expressão grega Akakia código de namoro, visto ser usada (a expressão) para definir qualidade moral, inocência e pureza de vida, e juntei-lhe a portuguesa Mimosa para reforçar a sensibilidade e a ternura do encantamento, como também é a festa sempre anunciada do nascimento de Jesus - em si mesmo um acto de Amor, intenso e unânime. A criança que "está para nascer" vai ter a sua existência nefastamente ligada a uma das seiscentas espécies existentes, a acácia espinhosa,

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segundo alguns historiadores, que acreditam ter sido a coroa de espinhos com que os romanos coroaram Cristo antes da sua morte, feita de um ramo desta árvore, considerada sagrada pelos egípcios e outros povos. A Bíblia é, aliás, rica em alusões à madeira da acácia; por ser dura e duradoura talvez tenha servido para construir a Arca (de Noé) e a Mesa da Última Ceia de Cristo… Li bastante sobre o tema, daí a liberdade com que me arrogo para especular: sendo a acácia considerada árvore sagrada, como interpretar então o gesto dos soldados romanos em relação a Cristo? Um acto de crueldade, de sentido burlesco, ou será que alguém, conhecedor do simbologia da acácia, induziu a soldadesca a usar este tipo de ornamento? A coroa de espinhos foi colocada na cabeça de Jesus com a intenção de fazer troça, como a Igreja Católica salienta? Esta relação entre a acácia espinhosa e Jesus Cristo talvez tivesse mais sentido lá para Abril, a propósito da Páscoa. Mas se a Ressurreição é a festa do "renascimento" de Jesus, não é de todo descabido associar "o nascimento e a morte do Rei dos Judeus" num texto de jornal, que nem croniqueta é – apenas um devaneio, a que me propus. Agora, o que importa é o tom de festa pela alegria do nascimento de Jesus Cristo e não repetir o que se julga saber sobre o seu prematuro desaparecimento do mundo dos vivos, para que

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pudesse ser cumprido o desígnio de Deus - o SupremoArquitecto do Universo - de acordo com as Escrituras.Entre hossanas e cânticos pagãos, o Natal, sem termosmuito bem a consciência como isso é possível, é, na suaessência, um tempo de paz e fraternidade que nos tocade perto, mesmo aos não crentes na História de ummenino que, pela sua conduta, revolucionou aHumanidade. A interpretação simbólica e filosófica da Acácia, naMaçonaria, lembra o lado espiritual que existe dentro denós, que jamais pode morrer - daí esta associação deideias e ideais, face aos "mistérios", onde me revejo semambiguidades. Quanto às flores com que me deleito,espero pelo seu "nascimento", lá para Março. Carlos Ramos 22-Dez-2006

Copiado de "Correio da Beira Serra", publicado em22/12/2006.

JPSetúbal

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BOAS FESTAS!!!

December 24, 2006

FELIZ NATAL!

Rui Bandeira

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Décimo Landmark

December 26, 2006

Os Maçons cultivam nas suas Lojas o amor da Pátria, asubmissão às leis e o respeito pelas autoridadesconstituídas. Consideram o trabalho como o deverprimordial do ser humano e honram-no sob todas asformas.

Este Landmark estipula o carácter intrinsecamente legal da Maçonaria Regular. O Maçon deve ser patriota e amar sua Pátria. O maçon respeita as leis em vigor no seu País e no país onde se encontre. O maçon respeita a Legalidade Democrática e, portanto, as autoridades que a exercem.

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A Maçonaria Regular integra-se, pois, perfeitamente na Sociedade Democrática e só pode livremente funcionar em Democracia. A Maçonaria Regular não patrocina, nem prepara, nem apoia revoluções ou conspirações. A Maçonaria Regular não tem intervenção política. A Maçonaria Regular é uma organização patriota, democrática, pacifista e respeitadora da Legalidade. O mesmo exige aos seus membros. Em resumo, a Maçonaria Regular respeita e coopera com as Instituições Democráticas, não as combate. A Maçonaria Regular aspira à melhoria da Sociedade através da melhoria dos seus membros e do exemplo por eles transmitido, não fomenta "saltos mortais da História", isto é, não decreta, prevê, aprova ou favorece pretensas melhorias voluntaristas através de alterações políticas de qualquer índole. Cada maçon professa as ideias políticas que entende, dentro do respeito da Pátria, da Democracia e da Legalidade. Os maçons consideram o trabalho a actividade nobre por natureza do ser humano e, portanto, contam com o esforço do seu trabalho para atingir os seus propósitos individuais. Os maçons respeitam o seu trabalho e os dos demais. Respeitam igualmente o trabalho físico e o intelectual, porque ambos enobrecem o Homem e ambos são úteis,

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devendo cada qual executar o tipo de trabalho para quetenha mais capacidade e em que seja mais útil, nãohavendo trabalho mais ou menos nobre. Rui Bandeira

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Lupa maçónica

December 27, 2006

Este objecto foi descoberto neste sítio . Trata-se de umsítio de arte popular e de objectos curiosos. Esta lupaestá catalogada nesta última categoria.

Trata-de de um objecto em bronze dourado, com a forma de um prumo, decorada nas duas faces. Numa, tem a representação de colunas, uma escada, uma pá de pedreiro, um prumo , três candelabros, esquadro e compasso e a inscrição "Glory be to God 1756" (Louvado seja o Senhor 1756), devendo os algarismos corresponder ao ano do fabrico da lupa.

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Na outra face, pode apreciar-se a letra "G" no interior de um esplendor de cinco pontas, um malhete, o Sol, a Lua, a abóbada celeste, um anjo, o maná celestial, uma mão armada de uma espada e um aperto de mãos. A lupa tem inscrito o nome "Mk Audley" (Mark Audley?), possivelmente o do seu fabricante ou o da pessoa que o encomendou e foi seu proprietário. É uma peça do século XVIII, com a largura de 5,4 cm. Este sítio, que divulga a venda em leilão de objectos curiosos, antigos ou simplesmente representativos de

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diversas profissões e actividades, crenças e costumes eobjectos do quotidiano, entre outros, permite visualisarum conjunto de objectos diversificado e, clicando sobrea fotografia de cada um deles, verificar a sua descrição,mais ou menos pormenorizada. Um sítio interessante para coleccionadores, onde nãopodia faltar um objecto de matriz maçónica. Rui Bandeira

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Undécimo Landmark

December 28, 2006

Os Maçons contribuem pelo exemplo activo do seucomportamento são, viril e digno, para o irradiar daOrdem no respeito do segredo maçónico.

Este Landmark fixa o objectivo de cada maçon perante a Sociedade: constituir, pelo seu comportamento de Homem que fez e faz um contínuo esforço de aperfeiçoamento, um exemplo para a Sociedade e todas as pessoas. Menciona-se aqui, consequentemente, o objectivo de, além da construção do Templo Interior (o

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aperfeiçoamento individual), colaborar na construção do Templo Universal (o aperfeiçoamento global da espécie humana). O comportamento do maçon deve ser são, isto é, saudável, isento de vícios que prejudiquem a saúde e o seu desempenho. Deve ser viril, digno de um homem que o é e sabe sê-lo. Deve ser digno, porque a dignidade é uma qualidade essencial para qualquer indivíduo. Ao comportar-se de forma a ser um exemplo para os demais, o maçon contribuirá mais para o irradiar, o crescimento, da Ordem Maçónica do que com mil actos propagandísticos ou um milhão de palavras. Faz como eu faço: esta a mensagem que o maçon deve implicitamente transmitir. E esta é a melhor forma de contribuir para o aperfeiçoamento geral. O maçon deve guardar o segredo maçónico (desde logo, a identidade de seus irmãos e as formas de reconhecimento mútuo). Não necessita de o desvendar para exercer uma boa influência sobre os demais. Mais, o desvendar desse segredo em nada contribuiria para beneficamente os influenciar. Em resumo: o melhor comportamento que um maçon pode ter é... comportar-se como um maçon, aplicando as qualidades que treina, evitando os defeitos que

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combate. Rui Bandeira

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Duodécimo Landmark

December 29, 2006

Os Maçons devem-se mutuamente, ajuda e protecçãofraternal, mesmo no fim da sua vida. Praticam a arte deconservar em todas as circunstâncias a calma e oequilíbrio indispensáveis a um perfeito controle de sipróprio.

O último Landmark da Maçonaria Regular começa por enfatizar os deveres de fraternidade dos maçons. Fecha-se assim o círculo: relembremos que o primeiro Landmark define a Maçonaria como uma fraternidade iniciática. Após a referência inicial ao conceito de Fraternidade, os

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Landmarks como que se dedicam a outros temas e delimitações, não desenvolvendo o conceito. Mesmo no sexto Landmark, a única relação que se pode fazer com o conceito de Fraternidade é de ordem omissiva: os Irmãos Maçons respeitam as opiniões e crenças de cada qual e, portanto, devem omitir todos os actos que possam afectar a harmonia fraterna entre eles. Ficou reservado para o último Landmark, como que assinalando que o terreno da maçonaria Regular ficava assim integralmente delimitado, regressando-se ao ponto de partida, o desenvolvimento de como devem os maçons agir para preencher o conceito de Fraternidade: devem-se mutuamente ajuda e protecção, não de qualquer tipo, mas fraternal, ou seja, o tipo de ajuda e protecção que cada um de nós deve a seu irmão. Embora não irmãos de sangue, os maçons são Irmãos na Ética, na Busca do Aperfeiçoamento, na Prática da Virtude e no Combate ao Vício! Para tudo isso, para o fácil e para o difícil, para as boas e para as más horas, com os ventos bonançosos e arrostando com a borrasca, cada maçon deve, SEMPRE, e sem hesitação, ajudar e proteger seu Irmão. Este dever de ajuda e protecção não é, porém, ilimitado: basta atentar no décimo Landmark para se ter presente que a ajuda e a protecção devem ser prestadas sempre com submissão às leis e respeito às autoridades constituídas.

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O dever de ajuda e protecção permanece até e mesmo no fim da vida. Cada maçon deve auxiliar seu Irmão a viver com dignidade até ao fim da vida, para que a sua morte ocorra com igual dignidade. Perante a aproximação da morte, o auxílio de um Irmão que lembre que ambos acreditam que a morte não é um fim, mas apenas uma passagem - para o Oriente Eterno, dizem os maçons... - será porventura útil para auxiliar o moribundo a viver seus últimos momentos calma, serena e confiantemente e a morrer de forma tão digna como viveu! E, ocorrida a Passagem ao Oriente Eterno de um maçon, devem seus Irmãos aos seus restos mortais o respeito que em vida lhe consagraram e a homenagem devida a quem procurou com firmeza seguir os sãos princípios da Fraternidade Maçónica! Finalmente, este último Landmark aponta o essencial meio para que seja possível ao maçon proficuamente trilhar o caminho de seu aperfeiçoamento: deve ele procurar manter sempre o perfeito controle de si próprio e, para tal, mister é que aprenda, que se esforce, que consiga, em todas as circunstâncias, manter sempre a calma e o equilíbrio para enfrentar qualquer situação. O simples enunciado deste dever dá-nos a noção de quão difícil de atingir ele é! Mas também a certeza da indispensabilidade da obtenção desse desiderato e da necessidade de envidar todos os esforços para, em todos os momentos, em todas as ocasiões, manter a

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calma e o equilíbrio. E os que, progressivamente, oconseguem, que enorme vantagem passam a ter sobreos demais! Os Landmarks da Maçonaria Regular são, não só oestabelecimento dos limites entre o que é MaçonariaRegular e o que é outra coisa, mas também preciososensinamentos e princípios para serem por todosseguidos ao longo de suas vidas. Este duodécimo eúltimo Landmark é bem o espelho disso! Rui Bandeira

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Bom ano de 2007!

December 31, 2006

Que a Paz impere em 2007!

Que cada um se realize em Liberdade!

Que se caminhe para uma vera Igualdade deoportunidades!

Que o espírito de Fraternidade ilumine os homens!

Que todos e cada um vivam 2007 com saúde!

Que o Grande Arquitecto do Universo ilumine oscorações da Humanidade!

Rui Bandeira