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A Patrulha é um grupo de amigos - cld.pt · • Quais os pontos positivos e pontos negativos? • Como podemos melhor da próxima vez? Como saber se estás a ir bem? 5 Existem inúmeras

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1A Patrulha é um grupo de amigos

É na Patrulha que a aventura de ser escuteiro acontece na realidade. A Patrulha é um grupo de amigos, que enfrentam desafios em conjunto, vivendo em equipa, crescendo e tomando decisões. A Patrulha oferece uma estrutura organizada, onde os escuteiros a integram livremente e de uma forma voluntária. Possui uma identidade própria, tem projectos co-muns, jogam e acampam, e se divertem juntos. Cada um tem um papel importante no funcionamento do todo.Como grupo de amigos, a Patrulha não tem necessidade de se reunir única e exclusivamente na Sede, mas pode encontrar-se na escola, no ci-nema, para passear, andar de bicicleta ou para jogar em casa de qualquer um dos seus membros.A tua principal função, como Guia de Patrulha, é fazer com que a tua Patrulha nunca deixe de ser uma Patrulha, amiga e unida. Aproveita ao máximo a oportunidade para viver com intensidade o Escutismo, diverte-te e aprende com os teus amigos da tua Patrulha.

2O que esperam de ti, Guia de Patrulha?

“O Guia de Patrulha é responsável pela eficiência e aprumo da sua Patrulha. Os escuteiros desta cumprem as suas ordens, não com receio de castigo, como muitas vezes acontece com a disciplina militar, mas porque constituem um todo que joga em conjunto e que apoia o seu Guia para honra e êxito da Patrulha”.

(Baden-Powell, Escutismo para Rapazes, p. 32, 1908)

Os teus amigos na Patrulha e os teus chefes esperam básicamente, o seguinte:

• Que sejas exemplo dos valores propostos pela Promessa e pela Lei Escutista.

• Conheças cada um dos membros da tua Patrulha.• Tomes a iniciativa nas acções realizadas pela Patrulha. O Guia nunca

diz “faz”, diz “façamos”.• Presidas ao Conselho de Patrulha.• Representes a tua Patrulha no Conselho de Guias.• Mantenhas os membros da Patrulha informados quanto às decisões

do Conselho de Guias e transmitas as informações dos Chefes.• Desempenhes um papel fundamental na organização das reuniões e

actividades da Patrulha, conduzindo e avaliando as suas actividades.• Coordenes a organização da Patrulha nas actividades

fora da sede, tais como excursões e acampamentos.• Incentives os membros da Patrulha para a obtenção de

especialidades e os auxilies na sua progressão pessoal.• Envolvas os membros da Patrulha nos cargos, na sede

e no campo.

3• Estejas em constante treino, procurando a ajuda dos Dirigentes

para aprender coisas novas e melhorar a tua actuação como Guia de Patrulha.

• Envolvas e motives os membros da tua Patrulha na participação nas actividades.

• Recrutes novos membros para manter a Patrulha completa.• Auxilies e facilites a integração dos novos membros na Patrulha,

dando-lhes as informações iniciais sobre o seu funcionamento, bem como os orientando quanto à realização das actividades do Grupo.

• Sejas um bom exemplo e tenhas uma atitude positiva. Sejas alguém que represente o “Espírito de Patrulha”.

• Dediques o tempo necessário e sejas organizado para ser um líder eficiente.

• Trabalhes com os outros Guias de Patrulha para fazer o Grupo avan-çar.

• Escutes os membros da tua Patrulha.

O que podes esperar dos Dirigentes?

• Disponibilidade para te ajudar, respondendo às tuas dúvidas e ensi-nar-te coisas novas.

• Orientação, treino, suporte e oportunidades de liderança para o teu crescimento.

• Que ouçam as tuas ideias e incentivem as tuas boas iniciativas.• Que sejam justos e honestos.• Que sejam bons exemplos e dignos de confiança.• Que te orientem quanto às decisões que devem ser

tomadas.

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Como Guia de Patrulha vais-te deparar com diversas situações. Às vezes a actividade é excelente, com muito sol, uma aragem agradável, boas aventuras, comida deliciosa e em quantidade. No entanto, existirão mo-mentos dificeis, onde tudo parece estar errado, e o desânimo poderá abater-se sobre os membros da Patrulha. Em qualquer dos casos, tanto nos momentos bons como nos maus, o melhor indício de que estarás a desempenhar bem o teu papel é o teu esforço em dar o teu melhor. Utiliza todos os teus conhecimentos e recursos que tens disponíveis para ajudar a tua Patrulha a encontrar soluções para os desafios que forem surgindo. Não te esqueças de manter o bom humor e o sorriso estam-pado no rosto. Desta forma darás um bom exemplo aos outros, afinal “O Escuteiro tem sempre boa disposição de espírito”. A liderança surge nos momentos mais dificeis, e no Movimento Escutista não é diferente.Procura sentar-te à mesa com a Patrulha e fazer uma breve avaliação sobre os acontecimentos e actividades mais recentes. Aprende-se muito escutando os outros e também ouvindo as críticas construtivas. Fazer a avaliação da actuação da Patrulha é uma boa forma de ter um bom re-torno quanto à tua actuação como Guia de Patrulha. Na hora de avaliar considera as seguintes perguntas:

• Como foi o nosso planeamento da actividade?• Como foi a participação dos membros da Patrulha?• O que aprendemos durante a actividade?• Quais os pontos positivos e pontos negativos?• Como podemos melhor da próxima vez?

Como saber se estás a ir bem?

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Existem inúmeras formas para se ser um bom Guia de Patrulha, mas nenhuma delas é mágica. Ao longo do tempo vais adquirindo prática e descobrindo por ti mesmo como lidar com as mais diversas situações que irão surgindo. Tentativas e erros são bons instrumentos de aprendi-zagem. Os Dirigentes podem auxiliar dando “dicas” e ensinando técni-cas de liderança. Tudo leva o seu tempo, mas seguem abaixo algumas “dicas” iniciais:

Mantém a tua palavra: não faças promessas ou gere expectativas que não possas cumprir depois.

Sê justo com todos: um bom líder não elege favoritos; trata os membros da Patrulha por igual.

Comunica: um bom líder sabe como obter e dar informações de maneira com que todos entendam. Não é necessário falar ou gritar alto para se ser um bom líder. Saber escutar os outros também ajuda a compreender melhor e a formular os seus próprios pensamentos, ideias e soluções. Uma boa prática é escutar todos antes de expressar a sua opinião.

Sê flexível: acampamentos, excursões e outras actividades da Patru-lha nem sempre correm da forma como planeamos. Imprevistos po-dem ocorrer. Está aberto a eventuais adaptações do plano original e procura sempre ter um “Plano B”.

Sê organizado: gasta tempo preparando as activida-des, reuniões de Patrulha e Conselhos de Patrulha. Quanto maior for o tempo destinando ao planea-mento, menores serão os imprevistos e problemas durante a actividade. Procura registar as decisões to-

“Dicas” para começar

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Capacita e delega: um dos pontos fortes do líder é a sua disposição para capacitar as pessoas. A maioria das pessoas gosta de desafios, portanto motiva os membros da tua Patrulha a fazerem coisas no-vas, a aumentar a sua confiança e a assumirem responsabilidades que nunca tenham experimentado antes. Conhecer os pontos fortes de cada um é fundamental para saber delegar e obter os melhores resultados da Patrulha.

Dá o exemplo: lidera pelo exemplo das tuas atitudes. As pessoas costumam basear-se no líder e imitar o que este faz. Lembra-te: “A palavra induz, mas o exemplo arrasta!”.

Tem segurança nas decisões: o líder deve ser firme nas suas deci-sões e não mudá-las a cada momento. Reflecte bem antes de decidir, procurando observar os diversos aspectos da situação. Desta forma, os membros da tua Patrulha serão mais propensos a seguir a tua liderança.

Reconhece o trabalho: um reconhecimento honesto como “bom trabalho” ou “parabéns” é um óptimo incentivo. Os bons líderes sa-bem que não trabalham sózinhos e reconhecem as boas iniciativas. Mas nunca os deixes perceber que tu os elogias, simplesmente por elogiar, apenas por dever de ofício, pois o teu elogio perderá todo o valor e cairás em descrédito.

Pede ajuda: Não tenhas vergonha de perguntar! Quando questionado sobre algo que não tens a certe-za, ou simplesmente alguma situação com a qual tu

madas em cada reunião, bem como os problemas ocorridos na ac-tividade e observados durante a avaliação. Uma avaliação bem re-alizada ajuda bastante para que as outras actividades sejam ainda melhores.

7não sabes como lidar, procura alguém que saiba. Os Dirigentes são boas fontes de aconselhamento nestas situações.

Diverte-te: aprender a ser um bom líder é parte da aventura do Escutismo! Torna a tua liderança como sendo algo divertido. A tua alegria e entusiasmo devem contagiar os outros e a criar «energia positiva» na Patrulha.

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9O que é o Espírito de Patrulha

Independente da função que assumas dentro do Escutismo, viver de acordo com a Lei e Promessa Escutista são requisitos fundamentais. São elas que permitem que os escuteiros sigam em frente, com entusiasmo, e superem qualquer obstáculo. O “Espírito de Patrulha” baseia-se funda-mentalmente nestes dois factores. Este sentimento contribui para que os membros da Patrulha ampliem a sua visão do mundo, as suas boas atitudes e proatividade. Através da união, a Patrulha dispõe do seu tem-po e da sua energia para apoiar o seu Grupo e a sua comunidade, mos-trando que colectivamente somos ainda mais fortes.Dos Guias de Patrulha, espera-se que que o “Espírito de Patrulha” seja mostrado aos outros e que a Patrulha trabalhe realmente unida para alcançar os seus objectivos. Como líder da Patrulha, poderás ajudá-la a conseguir qualquer coisa, utilizando e incentivando a sua união. O “Espírito de Patrulha” é moldado pelas experiências que tu e os outros membros da Patrulha trazem consigo “na mochila”. Cada pessoa possui um conjunto de qualidades e cabe a ti, Guia de Patrulha, explorar estes pontos para que a Patrulha construa a sua história.Mesmo as desventuras podem ser úteis, pois através da superação das dificuldades a Patrulha torna-se mais forte e coesa. São nesses momentos que as experiências que o Escutismo proporciona que se tornam valiosas para todos. São ensinamentos para o futuro.Além das experiências colectivas, a Patrulha terá inúme-ras oportunidades para construir o “Espírito de Patrulha”. Utilizamos algumas ferramentas para fortalecer este espí-rito, tais como: o nome da Patrulha, a sua bandeirola, o canto de Patrulha, o grito de Patrulha, as suas tradições e muito mais.Através do que fazemos e como o fazemos, reflectimos e fortalecemos o “Espírito de Patrulha”.

10Como fortalecer o Espírito de Patrulha?

Através da estrutura da Patrulha• O Guia e o Subguia de Patrulha devem conduzir a Patrulha de forma

democrática e dar o exemplo pessoal da Promessa e Lei Escutista.• O Conselho de Patrulha deve reunir-se regularmente (no mínimo

quinzenalmente) para organizar as actividades da Patrulha e abordar questões importantes.

• Deve realizar, de preferência semanalmente, a sua reunião ou activi-dade de Patrulha.

• Cada um dos membros da Patrulha deve ter um cargo e desempenhá--lo satisfatóriamente.

Através das formas com as quais os seus membros se relacio-nam• Trabalho em equipa.• Solidariedade e capacidade de cuidar uns dos outros.• Relação afectuosa livre de agressões.• Respeito e capacidade de ouvir os outros.• Iniciativa e capacidade de propor ideias e actividades para realizar

com a Patrulha e o Grupo.• Confiança.• Diálogo.• Amizade sincera e fraternidade com as outras Patru-

lhas, Grupos e Agrupamentos Escutistas.• Colaboração para alcançar os objectivos.

11Através das coisas que a Patrulha possui• O Canto de Patrulha, devidamente decorado, limpo e cuidado cons-

tantemente.• O equipamento e material de acampamento, utilizado com cuidado

e em bom estado.

Através das tradições da Patrulha• Um nome que identifica a Patrulha e mostra uma parte do que ela é.• Um lema que inspira a Patrulha e está relacionado com o que ela

quer ser.• Um grito, forma de representação da Patrulha, sinal

do estado de ânimo e do reconhecimento mútuo en-tre os seus membros.

• Uma bandeirola, criada pelo seus membros, cujas co-res e desenho simbolizam a Patrulha.

12• Um livro de Patrulha devidamente actualizado, onde está escrita parte

da história e algumas das aventuras vividas pela Patrulha.• Uma canção que fala sobre a Patrulha e entoada em ocasiões espe-

ciais, como por exemplo o Fogo de Conselho.• Uma oração que expressa a forma como que a Patrulha se relaciona

com Deus.

Através das actividades que realizamos

• Celebrações próprias da Patrulha: aniversário da Patrulha, entrada de novos elementos.

• Actividades. excursões e saídas.• Reuniões de Patrulha.• Fogos de Conselho e actividades artísticas onde a Patrulha canta, dan-

ça e faz as suas apresentações.• Actividades e projectos que respondam a curiosidades e interesses da

Patrulha.• Orações e reflexões.• Avaliações do que a Patrulha tem realizado.• Momentos de avaliação da progressão pessoal, um espaço onde a Pa-

trulha partilha as suas conquistas e esforços.• Através dos espaços de participação: Conselho de Unidade, Conselho

de Patrulha e Conselho de Guias.• Deixando os locais que a Patrulha utiliza nas suas ac-

tividades, em melhores condições do que as encontra-ram.

Em todos os espaços, ocasiões e momentos; através da-quilo que a Patrulha faz e como faz as coisas, ela mostra

13e exercita o “Espírito de Patrulha”.O Movimento Escutista valoriza a fraternidade, amizade e auxílio ao pró-ximo. Não é possível sustentar a possibilidade da inimizade entre Gru-pos, Patrulhas, Agrupamentos ou qualquer outra pessoa. Tais condutas só servem para denegrir a nossa imagem e fomentar a discórdia, o que vai contra os Princípios Escutistas. Assim, cuidados para não cair em exage-ros quanto à defesa do “Espírito” da tua Patrulha, pois o excesso também pode gerar conflitos desnecessários.

O nome da PatrulhaUm bom nome define a Patrulha e faz com que os seus membros se re-conheçam de uma forma especial. Em Portugal, temos Patrulhas antigas, que foram passando as suas tradições de geração para geração de escutei-ros. Em Grupos mais recentes, os seus membros podem escolher o nome que melhor os caracterizam, e no qual se sintam mais confortáveis, de acordo com as normas escutistas.Desde os primórdios escutistas, as Patrulhas têm procurado utilizar no-mes de animais (normalmente terrestres, aquáticos e aves).Os membros da Patrulha devem conhecer as características pelas quais lhe dá o nome, bem como os seus membros podem receber designações específicas, como por exemplo: Castor Sorridente, Búfalo Valente, etc. - isto é o Tótem Pessoal.

Distintivo de PatrulhaAo ser definitivamente integrado no Grupo, incorporan-do-se numa Patrulha, ou se for transferido de uma Pa-trulha para outra, o escuteiro receberá do seu Guia de Patrulha o distintivo que o identifica como membro da Patrulha.

14É constituído por um triângulo de 4 cm de lado, com os cantos arredondados, tendo a si-lhueta a negro do animal-totem ao centro e as cores convencionais correspondentes dispostas em duas faixas verticais; este distintivo é co-locado na manga esquerda da camisa, com o canto inferior virado para baixo e os dois supe-riores a tocarem na costura do ombro.

Bandeirola de PatrulhaA Bandeirola é um dos principais símbolos da Patrulha. Ela deve respei-tada e querida, porém não se deve transformar em objecto de veneração extrema, pois mais importante que a bandeirola em si é a coesão e o “Espírito Escutista” demonstrado pela Patrulha.A bandeirola deve ficar à imaginação da mesma, no que diz respeito à forma e reprodução gráfica (tendo que obedecer no entanto às dimensões máximas de 25 x 40 cm), fazendo sempre referência ao animal-totem, sendo colocada na vara do Guia de Patrulha, na qual poderão estar mar-cadas informações relevantes da história da Patrulha, nomes dos antigos Guias da Patrulha, flâmulas de actividades e acampamentos, medidas pessoais dos membros, medidas em centímetros, etc.. Recomenda-se que o seu tamanho gire em volta dos 1,60 m.Enfim, onde estiver a Patrulha, lá estará a sua bandeirola.

15Grito da PatrulhaDurante as actividades escutistas é muito comum escutar o grito entu-siasmado e os brados das Patrulhas.Cada Patrulha deve ter um grito característico. Faz com que o grito da tua Patrulha seja curto, e que tenha relação com o nome e sua identi-dade. Paródias que exaltem as qualidades e pontos fortes da Patrulha também se tornam cativantes.O grito é utilizado para dizer que a Patrulha está pronta, está presente, venceu um jogo ou acampamento, ou superou um desafio específico.Quando o fizeres, faz com entusiasmo, com plenos pulmões, mas não te esqueças de que as pessoas precisam de compreender o que está a ser dito, portanto, grite compassadamente. É muito comum escutarmos gri-tos dos quais não se consegue entender nada. Lembra-te que o objectivo do grito é passar uma mensagem. E para isso, todos devem compreendê--lo e o ouvir.

O Canto de PatrulhaÉ recomendável que a Patrulha tenha um local somente seu, íntimo, onde se possa reunir e guardar os materiais da Patrulha. É o que chama-mos de Canto de Patrulha.É normal que este espaço seja na própria sede do Grupo, ou em alter-nativa em casa de um dos membros da Patrulha (garagem, sótão, etc.), quando na sede não houver espaço suficiente para o Canto. Normal-mente é um espaço pequeno, fechado, suficiente para que todos se sen-tem em bancos ou cadeiras e fiquem bem acomodados.O Canto reflecte o estilo da Patrulha. A sua decoração deve ser discutida pelo Conselho de Patrulha, que irá de-finir tudo conforme o gosto da maioria. Evita exageros, afinal o Canto não é uma galeria de arte. Nas suas pare-

16paredes podem estar pendurados os troféus da Patrulha, fotos, bandeiro-las antigas, quadro de avisos, quadro de honra, e tudo o que tenha mais significado para a Patrulha.Nesse Canto também será guardado a Caixa da Patrulha, com todos os equipamentos e materiais. Também é importante ter um baú ou armá-rio, onde sejam guardados o Livro de Patrulha, os documentos, livros de jogos, as fichas, estojo de primeiros socorros, etc.

A limpeza deste local é fun-damental. É importante que todos tenham o hábito de manter o canto limpo e organizado. Não basta es-conder o pó “debaixo do ta-pete”, pois com o tempo irá aparecer novamente...Outro aspecto que deve ser também levado em conside-

ração é a economia. O Canto deve ser simples e deve ser custar o menos possível. Não façam compras exageradas e na medida do possível façam vocês mesmo os objectos.Quando a Patrulha acampa, este espaço próprio deve-se reflectir na es-colha dos campos de Patrulha, que deverão ser o suficientemente inde-pendentes uns dos outros, de preferência sem que exista comunicação directa de um campo de Patrulha para os outros, permitindo assim identidade e vida própria. É neste canto de Patrulha, em campo, que a Patrulha dorme, cozinha as suas refeições, guarda o material e mantém os padrões de higiene e limpeza.Em resumo, o Canto de Patrulha, quer seja na sede ou no campo, reflecte a formação e dedicação dos jovens, e a qualidade do tempo e do amor que oferecem à Patrulha.

17Equipamentos da PatrulhaUma boa Patrulha que se preze possui os seus próprios equipamentos e materiais de campo. Adquiri-los e mantê-los em bom estado de conser-vação é tarefa da Patrulha.No caso da tua Patrulha ainda não ter o seu próprio material, deverá providenciá-lo aos poucos. Uma boa forma de começar é através de ofertas e ou comprando-o com os próprios recursos da Patrulha obtidos através de campanhas financeiras que possam ser realizadas pela Patru-lha, consultando sempre a Chefia, sobre o tipo de campanhas que não ponham em causa o bom nome do Movimento Escutista.O ideal é que este material seja identificado e guardado no Canto de Pa-trulha. Para marcar o material vocês podem utilizar tintas com as cores da Patrulha, carimbos ou mesmo pirografar a madeira. Vamos, como sugestão, fazer uma descrição do material considerado importante para a Patrulha.

Material de campo: • Tenda para 4 a 6 pessoas com prumos e estacas. Tapete de chão e

duplos tectos. No caso da Patrulha ser mista, deve haver uma tenda para rapazes e outra para raparigas.

• Candeeiro a petróleo, a gás ou a pilhas;• Panos impermeáveis para toldos (abrigos);• Panos de chão para resguardos e latrinas; • Sacos de lona para transporte de material.

Utensílios: • Dois machados com resguardo;• Pá ou enxada; • Picareta; • Serra ou serrão para madeira;

18• Trado; • Lima triangular;• Pedra de afiar; • Pedra de óleo; • Maço de madeira ou borracha dura; • Rolos de sisal; • Ferramentas diversas como pontas diferentes para o trado, martelo,

fita métrica, alicate universal, arame, espias e cordas, formão, grosa, etc.

Material de cozinha: • Cantina completa;• Duas frigideiras;• Baldes de lona ou bidões para água; • Faca de cozinha;• Concha;• Escumadeira; • Garfo de fritar; • Duas colheres de madeira; • Abre-latas;• Saca-rolhas; • Pegas; • Várias caixas de plástico para acondicionar farinha,

café, açúcar, sal, etc; • Fogão a gás (a melhor alternativa é “o Palheirão”);• Toalha de mesa; • Sacos de lona para transporte;

19• Diversos: alguidares para lavagem, fósforos, jornais, palha-de-aço, es-

fregões, panos da loiça, etc.

Material de higiene e saúde:• Papel higiénico;• Saboneteira com sabão;• Alguidar de Plástico ou lona; • Sacos para o lixo.

Primeiros socorros: • Bolsa, bornal ou caixa;• Água oxigenada; • Álcool a 70°;• Solução de iodopovidona; • Desinfectante cutâneo de base alcoólico;• Algodão, ligaduras e compressas esterilizadas e simples; • Gaze gorda;• Gaze iodada; • Tesoura, pinça, alfinetes de dama, agulhas e linhas;• Suturas adesivas;• Termómetro;• Adesivos e pensos rápidos (diversos) • Alguns medicamentos: analgésicos, antipiréticos, anti-

-inflamatórios, anti-diarreicos, protectores gástricos, anti-heméticos e anti-histamínicos.

Material Técnico: • Cartas topográficas e bolsa de protecção;• Bússolas e escalímetro;

20• Duplo decímetro, compasso de bicos e curvimetro; • Lápis preto e de cores;• Prancha de desenho, papel e pioneses; • Grelha para panorâmicas;• Cordas e espias;• Bandeirolas de sinalização; • Chave de Código Morse;• Diversos: apito, apara-lápis, x-acto, transferidor, régua de milésimos.

Material para Fogos de Conselho: • Tecidos de cores diversas; • Fios para fabricar barbas, bigodes e cabeleiras;• Cartão e papel para máscaras;• Caixa de maquilhagem (batons, lápis, base, tintas faciais…); • Caixa de costura (agulhas, linhas, botões, alfinetes…); • Instrumentos musicais: flautas, pandeiretas, harmónicas, tan-tan, tam-

bor, guitarra, etc;• Agrafador.

Material para especialização: Exemplos:• Espeleologia - Capacetes, escadas, candeeiros... • Montanhismo - Cordas, Pitons, martelos, piolets, mosquetões ... • Mergulho - Garrafa, coletes, barbatanas, mascaras, cintos...

Material para jogos: Este é constituído em função dos jogos que mais gostam e da idade dos participantes. Grande parte deste material também pode ser fabricada, pelos próprios elementos.

21• Jogos de pista: lápis de cores, giz, carvão, papelinhos de carnaval, areia

ou gesso, vassoura, seixos, sapatos com pregos ou bengala ferrada… • Jogo de prisão: bandeirolas, lenços, números de cartão ou tecido,

cartolinas… • Jogos nocturnos: apitos, lanternas, bandas reflectoras, relógio desper-

tador… • Jogos desportivos: bolas grandes e pequenas, corda para tracção, ban-

deirolas para marcações, rede de voleibol...

Património do Canto de Patrulha: • Mesa e bancos;• Armários Prateleiras;• Quadros;• Arca ou Baú;• Vareiro;• Painel; • Candeeiro; • Rádios;• Varas;• Bandeirolas; • Diversos: Livro, material de escritório, pequenas ferramentas, recor-

dações, prémios...Os materiais devem ser mantidos sempre em bom estado, limpos e ordenados. O Guarda-Material da Patrulha é res-ponsável pela manutenção e por manter o controlo geral do material, mas todos os outros membros da Patrulha devem colaborar nesta tarefa: por exemplo, os produtos da caixa de primeiros socorros são da resposabilidade do Socorrista, enquanto que os materiais de cozinha são da

22responsabilidade do Cozinheiro.Uma forma de controlar é com a utilização de uma ficha simples em que se reporta o estado do material, as necessidades de reparação, de compra, de renovação, etc..

Material Estado Data de Verificação Observações

Candeeiro Vidro partido 12/03 Vidro partido(comprar)

“Palheirão” OK 12/03Pedir ao pai do

Afonso uma verguinha

Tenda das raparigas OK 18/08

Faca de Cozinha Mau estado (não corta) 26/09 Afiar

O Livro de Patrulha (ou de Ouro)É nele que se registam as coisas importantes que se passam na Patrulha e com os seus membros. Por outras palavras, no Livro da Patrulha está escrita a história da Patrulha.O que ocorre no Conselho de Patrulha também é parte dessa história, e por este motivo o Secretário toma nota no livro, dos assuntos que conversaram e das decisões que foram tomadas durante o Conselho de Patrulha.

23Para que serve o Livro de Patrulha?• Para contar as histórias e passagens mais divertidas, icluindo os acam-

pamentos, excursões, etc.;• Para conservar as fotos importantes das actividades e dos membros

da Patrulha;• Para registar as saudações e assinaturas de visitantes e amigos da Pa-

trulha;• Para saber exactamente quais as decisões tomadas; para que os que es-

tiveram ausentes se informem sobre as discussões e decisões tomadas;• Para que não se voltem a discutir aqueles assuntos sobre os quais já

foi tomada uma decisão;• Para que o Guia de Patrulha o leve ao Conselho de Guias e o use

como auxiliar de memória;• Para ter um registo, uma memória dos assuntos que a Patrulha discu-

tiu e decidiu, podendo usá-lo como um «banco de ideias».

Para que manter o Livro de Patrulha, actualizado?• Para ter recordações dos bons momentos passados em conjunto: pelo

prazer de relembrar, alguns meses ou anos depois, aquela excursão, aquele projecto que tanto trabalho deu, mas que foi um sucesso!, as cerimónias de promessas, os acampamentos... Ainda que o tempo passe, os grandes momentos da Patrulha ficarão para sempre regista-dos nessas páginas.

• Para apresentar a história da Patrulha a um novo mem-bro: que melhor carta de apresentação do que um li-vro que conte a história da Patrulha, os seus símbolos e tradições, que fale do que fazemos juntos? Quanto mais se conhece a história da Patrulha,

24mais rapidamente se vai querer fazer parte dela.• Para aprender com as experiências: para tirar novas ideias de velhas

actividades, relembrar locais e acampamento e excursões nas quais a Patrulha tenha participado; para não começar do zero, nem “inventar a roda” novamente; para não cair outra vez em erros já cometidos.

• Para expressar os sentimentos: que tenham vontade de contar, de partilhar com os companheiros. Pode ser contudo um desenho, uma foto, um texto...

Escrever é uma forma de expressar os nossos sentimentos e emoções, como desenhar, cantar, dançar ou conversar. Ajuda-nos a nos conhecer melhor e a expressar a necessidade que todos temos de contar o que sabemos e o que aconteceu. Arrisca-te a escrever! Com o tempo e a expe-riência os teus textos serão cada vez melhores.

As Reuniões de PatrulhaÉ a ocasião em que a Patrulha se junta para realizar as suas próprias actividades. Além das actividades que reali-zam em conjunto com as outras Patrulhas, cada Patrulha deve organizar as suas próprias reuniões, em momentos diferentes das reuniões do Grupo. Diferente do Conselho

25lho de Patrulha, não se trata de um momento formal, mas sim uma grande oportunidade de todos se divertirem em conjunto e aprenderem.

Quem participa?Na reunião de Patrulha participam todos os membros da Patrulha. Caso a Patrulha assim o decida, pode convidar outras pessoas, inclusivé outra Patrulha. Mas sempre que possível, deve ralizá-la só com os membros da Patrulha, pois isso ajuda a desenvolver a autonomia e fortalece o “Es-pírito de Patrulha”. O Guia de Patrulha é o grande responsável por trans-formar este momento numa oportunidade de valorizar a participação de todos os membros da Patrulha, cabendo também, aos outros, auxiliar na motivação para que todos estejam sempre presentes na reunião.

O que se faz numa reunião de Patrulha?Bom, em princípio tudo aquilo que a Patrulha queira e possa fazer. Como por exemplo:• Ajudarem-se mutuamente na progressão pessoal.• Conversar sobre temas que lhes interessem.• Festejar, comemorar aniversários e outras datas especiais.• Receber novos elementos.• Treinar técnicas da vida ao ar livre, comunicações, primeiros socor-

ros, cozinha, expressão dramática, etc.• Realizar projectos de Patrulha.• Planear actividades.• Preparar as apresentações para os Fogos de Conselhos.• Fazer a manutenção do material de Patrulha.

26• Idealizar as saídas, excursões e acampamentos.• Confeccionar maquetes.• Preparar materiais para a reunião de Grupo.• Jogar, praticar desportos,• Fazer lanches e cozinhar.• Ver vídeos, ouvir músicas, ensaiar canções.• Realizar actividades de serviço.• Escrever o Livro de Patrulha...

Onde se reunir?Depende do espaço que disponha cada Patrulha. Normalmente as Patru-lhas reunem-se nos Cantos de Patrulha, na casa de algum dos membros da Patrulha, praça e parques, ou num lugar que reúna as condições apro-priadas para a actividade que desejam realizar.

Com que frequência?As reuniões devem ter uma frequência semanal, mas isto também de-pende do desejo e das possibilidades dos membros ou das actividades que tenham sido planeadas para um determinado trimestre.Em termos gerais, ajuda muito ao bom funcionamento da Patrulha, que esta tenha pelo menos uma reunião a cada 15 dias.

Planear a actividade detalhadamentePara que uma Reunião de Patrulha seja boa, é necessário um planeamento cuidadoso. O principal responsável pela preparação e desenvolvimento das reuniões é o Guia de Patrulha, porém todos os membros participam activa-

27mente.O que fazer em cada reunião será determinado pelas actividades que o Conselho de Patrulha decidiu realizar, as que foram informadas no Conselho de Unidade e as que devem ser preparadas à medida que apro-xima a data programada para a sua realização. Ao preparar o tema da reunião deve ter sempre que se levar em conta a decisão do Conselho de Patrulha, onde cada um expressou o que tem vontade de fazer, conver-sou, debateu e entre todos decidiram que actividades irão realizar.Também se devem considerar as observações efectuadas no Conselho de Unidade ou no Conselho de Guias, as quais irão permitir melhorar as actividades da Patrulha.

Durante a Reunião de Patrulha• Respeitar sempre os horários de início e do fim da reunião.• As actividades que se realizem devem ser seguras e nunca colocar em

risco os membros da Patrulha.• O Guia de Patrulha coordenará o desenvolvimento da reunião e deve

incentivar, portanto, a participação de todos os membros da Patrulha.• Uma boa reunião é aquela na qual todos se divertem e aprendem

alguma coisa.• Em algumas ocasiões podem-se convidar os Pioneiros ou os Cami-

nheiros que tenham sido membros da Patrulha, ou quem sabe, os pais ou irmãos mais velhos, para que ajudem em algum tema ou ac-tividade. Considera também a hipótese de convidar jovens que estão na “passagem” de uma Secção para a outra. É uma excelente forma de integrá-los na nova Patrulha!

• No fim da reunião, deve-se deixar o local em melhores condições do que o encontraram.

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Guia para programar uma reunião

Actividade é melhor que inactividade;

Acções falam mais alto que as palavras;

Participar é melhor que observar;

Ar livre é melhor que a sede;

Inesperado é melhor que o usual;

Misterioso é mais interessante que o óbvio;

Real é melhor que o substituto;

Bastante alegria, risos, bom humor e prazer de trabalhar em conjunto;

Boa ordem, disciplina voluntária, mas acompa-nhada de cortesia é imprescindível quando as pessoas jogam ou trabalham em conjunto.

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As actividades especiais de PatrulhaAs atividades de Patrulha são aquelas que uma Patrulha realiza sem ter, necessariamente, relação com as outras Patrulhas. Isto também é válido para as actividades fora da sede.De acordo com o calendário estabelecido, cada Patrulha realiza as suas actividades com autonomia, sob a coordenação do Guia de Patrulha, com o apoio dos Chefes e supervisão do Conselho de Guias.As actividades de Patrulha articulam-se com as activida-des de Grupo, por vezes, sucessivamente e, em outras oca-siões, simultâneamente. Servem para fortalecer o “Espírito e Patrulha”. mas também como oportunidades de treino técnico ou desenvolvimento de um programa de interes-ses dos seus membros.Para que a Chefia do Grupo e a Direcção do Agrupamen-to autorizem uma actividade de Patrulha fora da sede, ela

30deve ser adequadamente planeada e organizada.Isto significa que além da actividade estar inserida no Calendário do Grupo, e autorizada pelo Conselho de Guias, alguns itens devem ser submetidos à análise e aprovação da Chefia, tais como:

• Programação, incluindo os horários, responsáveis e material necessá-rio;

• Informações sobre as condições do local, autorizações de utilização e indicações de como lá chegar;

• Meios de transporte e questões de segurança durante o trajecto;• Alimentação;• Autorização dos pais.

Uma actividade de Patrulha é, antes de tudo, uma demonstração de confiança - dos jovens em si mesmos e no que aprenderam; dos chefes na responsabilidade e lealdade dos jovens; e dos pais, no Movimento Escutista.É responsabilidade do Guia de Patrulha fazer o acompanhamento e orien-tações necessárias para todos os aspectos de planeamento da actividade (local, materiais, responsáveis, transporte, horários, etc.). Em caso de difi-culdade, seguramente os Dirigentes poderão auxiliar-te nas tuas dúvidas.

Competições entre PatrulhasA Patrulha é um grupo de amigos, uma verdadeira equipa. Como equipa é natural que ela teste as suas habilidades para superar desafios e disputar acérrimamente jogos. As actividades entre as Patrulhas, que acontecem nas activi-