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3. O que você vai fazer? Considere os seus amigos: tem tido conflitos com eles? Eles têm tido conflitos com você? Não?! Então há mecanismos de defesa funcionando aí, e vocês estão deixando de cumprir a função de verdadeiros amigos que afiam e são afiados! 3.1. Pense em cada um de seus amigos: eles estão tendo atitudes, falando ou fazendo coisas de um modo diferente do que Deus planejou para eles? Se você é amigo deles, deve cumprir a função de afiá-los. Respire fundo e fale, insista, exorte, como está escrito: "E consideremos uns aos outros para nos 'incentivarmos ao amor e às boas obras. " Hebreus 10:24, e também, "Cuidem que ninguém se exclua da graça de Deus; que nenhuma raiz de amargura brote e cause perturbação, contaminando muitos; " Hebreus 12: 15. 3.2. E você? Quando foi a última vez que você teve alguém apontando suas falhas e lhe corrigindo? Como vai melhorar se ninguém lhe ajudar? Você é capaz de se afiar sozinho? Se ninguém tem coragem de limá-lo, pode ser porque não está facilitando isso. Fale com seus amigos, incentive-os a afiarem você. Peça opiniões sinceras, deseje as críticas, os conselhos. Deseje que seus amigos se intrometam em sua vida, abra-se para isso! Viva amizades verdadeiras. Nem sempre agimos como adultos, pessoas maduras, capazes de afiar e sermos afiados, olho no olho, deixando que nossos erros sejam tratados, e sendo usados por Deus para tratar dos erros de outrem. Freqüentemente elegemos dois outros tipos de comportamento que aprendemos durante nossa vida. Lembramos da infância e agimos como crianças, nos divertindo com os erros de nossos amigos ou nos recusando a sermos corrigidos por nossos erros, fazendo malcriação, tendo "ataques" de temperamento, respondendo mal, errando escondido ou mentindo sobre nossos erros. Também nos lembramos do comportamento de nossos pais e agimos assim, ralhando com os outros como se fossem crianças, infantilizando, tratando de seus erros como se fossem incapazes de atitudes responsáveis, inclusive sofrendo desnecessariamente por eles. Ainda agindo como pais, não admitimos ser corrigidos, exigimos respeito e diminuímos em importância as pessoas que querem nos ajudar. Chamamos isso de jogos psicológicos. Como os mecanismos de defesa, representam grandes obstáculos para vivermos bons e produtivos relacionamentos como Deus planejou para nós! A PAZ E AS NOSSAS AMIZADES Leitura Bíblica: Provérbios 27:12 "Assim como aferro afia aferro, o homem afia o seu companheiro. " Deixamos de fazer e dizer muitas coisas para "não perder o amigo". Estamos sempre muito receosos de dizer coisas que poderiam magoar os amigos, e por isso fechamos os olhos para certas coisas que não são muito boas. Fazemos de conta que não vemos nem ouvimos nada, e assim a amizade segue em paz. Será

A Paz e as Nossas Amizades

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Page 1: A Paz e as Nossas Amizades

3. O que você vai fazer?

Considere os seus amigos: tem tido conflitos com eles? Eles têm tido conflitos com você? Não?! Então há mecanismos de defesa funcionando aí, e vocês estão deixando de cumprir a função de verdadeiros amigos que afiam e são afiados!

3.1. Pense em cada um de seus amigos: eles estão tendo atitudes, falando ou fazendo coisas de um modo diferente do que Deus planejou para eles? Se você é amigo deles, deve cumprir a função de afiá-los. Respire fundo e fale, insista, exorte, como está escrito: "E consideremos uns aos outros para nos 'incentivarmos ao amor e às boas obras. " Hebreus 10:24, e também, "Cuidem que ninguém se exclua da graça de Deus; que nenhuma raiz de amargura brote e cause perturbação, contaminando muitos; " Hebreus 12: 15.

3.2. E você? Quando foi a última vez que você teve alguém apontando suas falhas e lhe corrigindo? Como vai melhorar se ninguém lhe ajudar? Você é capaz de se afiar sozinho? Se ninguém tem coragem de limá-lo, pode ser porque não está facilitando isso. Fale com seus amigos, incentive-os a afiarem você. Peça opiniões sinceras, deseje as críticas, os conselhos. Deseje que seus amigos se intrometam em sua vida, abra-se para isso! Viva amizades verdadeiras.

Nem sempre agimos como adultos, pessoas maduras, capazes de afiar e sermos afiados, olho no olho, deixando que nossos erros sejam tratados, e sendo usados por Deus para tratar dos erros de outrem. Freqüentemente elegemos dois outros tipos de comportamento que aprendemos durante nossa vida. Lembramos da infância e agimos como crianças, nos divertindo com os erros de nossos amigos ou nos recusando a sermos corrigidos por nossos erros, fazendo malcriação, tendo "ataques" de temperamento, respondendo mal, errando escondido ou mentindo sobre nossos erros. Também nos lembramos do comportamento de nossos pais e agimos assim, ralhando com os outros como se fossem crianças, infantilizando, tratando de seus erros como se fossem incapazes de atitudes responsáveis, inclusive sofrendo desnecessariamente por eles. Ainda agindo como pais, não admitimos ser corrigidos, exigimos respeito e diminuímos em importância as pessoas que querem nos ajudar. Chamamos isso de jogos psicológicos. Como os mecanismos de defesa, representam grandes obstáculos para vivermos bons e produtivos relacionamentos como Deus planejou para nós!

A PAZ E AS NOSSAS AMIZADES

Leitura Bíblica: Provérbios 27:12 "Assim como aferro afia aferro, o homem afia o seu companheiro. "

Deixamos de fazer e dizer muitas coisas para "não perder o amigo". Estamos sempre muito receosos de dizer coisas que poderiam magoar os amigos, e por isso fechamos os olhos para certas coisas que não são muito boas. Fazemos de conta que não vemos nem ouvimos nada, e assim a amizade segue em paz. Será que isso é bom? Será que esse é o plano de Deus? Será que tolerar a injustiça e a maldade é uma forma aceitável de achar a paz? Este texto nos ensina que uma paz verdadeira entre amigos cobra um significativo preço. Você precisa estar disposto a investir para ter paz.

1. O que o texto diz?

O texto diz que em uma amizade verdadeira um amigo afia o outro. Você conhece essa ilustração porque, certamente você Já viu um açougueiro afiando um facão. Afiar uma espada de ferro com uma lima, ilustração que o autor provavelmente tinha em mente, produz ainda mais barulho e um bocado de faíscas. Para compreendermos esse texto é necessário abrirmos nossos sentidos para essa ilustração. Procure ver as faíscas, ouvir o som, sentir o cheiro e o tato do metal: há preciosas informações e alguns princípios fundamentais embutidos nessa ilustração:

1.1. Princípio das capacidades diversas - Um afia e o outro é afiado. Nada impede que esse seja um caminho de mão dupla, às vezes um afia, outras vezes ele mesmo é afiado, mas o fato é que em determinada situação cada um deve cumprir uma dessas funções dentro da amizade.

1.2. Princípio da natureza idêntica - Outros materiais poderiam ser usados para afiar, principalmente pedras, mas o autor prefere dizer que em uma amizade é como um ferro afiando outro, ou seja, cumprem funções diversas mas tem a mesma natureza, são feitos do mesmo material.

1.3. Princípio do contato intenso - afiar é uma ilustração de contato intenso, em que há muito barulho, faíscas e perda de material. Não há espaço aqui para a idéia de uma convivência morna, sem conflitos. O autor enfatiza o atrito, ao oferecer essa ilustração para o relacionamento entre amigos.

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1.4. Princípio do resultado em foco - ainda que haja atrito, é um atrito que produz resultado, fazendo com que um ferro fique mais afiado, e possa desempenhar melhor sua função. Como um afiador se aproxima de outro ferro com o propósito de deixá-lo mais afiado, assim um amigo deve se aproximar de seu companheiro para deixá-lo melhor.

1.5. Princípio da habilidade dirigida - Qual a diferença entre bater um ferro contra o outro, estragando-lhe o fio e, de outro lado, realmente melhorar o corte afiando-o? Habilidade, técnica, saber como fazer, essa é a diferença. A ilustração que o autor escolheu é uma que pressupõe grande habilidade, assim deve ser o atrito entre os amigos, deve-se usar de habilidade para produzir resultados.

O que o texto quer?

O texto quer que o leitor se prepare para uma amizade verdadeira, que se utiliza do conflito para melhorar os amigos. O texto não quer deixar seus leitores terem uma amizade bucólica e pacata, que não muda a vida do outro, não o melhora, nem o aperfeiçoa. Ao recebermos essa Palavra de Deus, somos impulsionados a nos prepararmos para uma amizade transformadora. Devemos nos dispor a que nossa vida seja usada para melhorar a vida do amigo.

Quando o amigo quer fazer algo errado, quando diz algo que não convém, quando tem hábitos reprováveis, quando faz planos em desacordo com Deus, quando administra mal seus recursos, se somos amigos verdadeiros abriremos a boca para falar, agiremos com firmeza, limando aquilo que não está bom, para que o outro seja aperfeiçoado, melhorado e possa cumprir seu propósito, o plano de Deus para sua vida. Para que esse texto se cumpra em nossa vida temos que admitir o atrito, os conflitos.Mas isso produz aflição e angústia. Não queremos o atrito, o conflito é indesejável, e se não agirmos por fé aceitando que, em uma verdadeira amizade, um amigo deve afiar o outro como ferro afia ferro, vamos abrir nossos mecanismos de defesa. Todos os mecanismos de defesa podem aparecer aqui para evitar que entremos em conflito com o amigo para afiá-lo.

Os mecanismos de defesa são os comportamentos que assumimos para evitar a angústia de situações de conflito. Alguns mecanismos são:

a) Repressão: calcamos os problemas em uma área do inconsciente, "depois eu penso nisso".

b) Racionalização: damos longas e complexas explicações para tomar aceitável o problema sem precisar enfrentá-lo.

c) Compensação: reagir intensamente sobre parte do problema para evitar uma outra parte pior;

d) Projeção: projetar nos outros nossa tensão, dizendo que eles é que estão com o problema;

e) Levar o assunto na brincadeira;

f) Desviar a atenção: pode-se estabelecer uma grande batalha em outro campo para não ter tempo de tratar do problema;

g) Sublimação: espiritualizando com um "vou orar sobre isso".

h) Negação: o principal deles é a negação. Negação é a tentativa de não aceitar na consciência um fato que nos perturba. Alguém que chamamos de amigo está sendo sistematicamente corrupto e mentiroso e dizemos que é apenas um deslize, uma fase, logo ele vai se acertar.

Em todos esses comportamentos estamos tentando proteger a nós mesmos do atrito.Quando damos lugar aos mecanismos de defesa não confrontamos nosso amigo, não o afiamos, e a amizade segue como está, sem conflitos, mas falsa e enganosa. Esse não é o plano de Deus para nós!

Semelhantemente há o momento em que somos nós que devemos ser limados. E como é difícil nos submetermos a isso! É como foi para Pedro deixar que Jesus tirasse a sujeira de seus pés, e nós poderíamos ouvir o mesmo que Jesus disse a Pedro: se você não se deixa afiar, você não é um amigo!