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A Pequena Grande Década:
Crise, Cenários e a Nova Classe Média
The Little Big Decade: Crisis, Scenarios
and the New Middle Class
Centro de Políticas Sociais Fundação Getulio Vargas
(CPS/FGV)
Coordenador: Marcelo Cortes Neri
Apoio:
2
Os artigos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores. As opiniões neles
emitidas não exprimem, necessariamente, o ponto de vista da Fundação Getulio Vargas.
A Pequena Grande Década: Crise, Cenários e a Nova Classe Média / Marcelo Côrtes
Neri (Coord.). - Rio de Janeiro: FGV, CPS, 2010.
[131] p.
1. . Desigualdade 2. Classes Econômicas 3. Nova Classe Média 4. Mobilidade Social 5. Crise internacional I. Neri, M.C
© Marcelo Neri 2010
3
Centro de Políticas Sociais
Fundação Getulio Vargas
Coordenação:
Marcelo Cortes Neri
Equipe do CPS:
Luisa Carvalhaes Coutinho de Melo
Samanta dos Reis Sacramento Monte
André Luiz Neri
Lucas Moreira
Ana Lucia Salomão Calçada
Celine Blotta
Marlus Pires
4
ÍNDICE
I. VERSÃO EM PORTUGUÊS
1. PÓS ESCRITO – ARTIGO “DEPOIS DA CRISE (D.C.)” PUBLICADO NA REVISTA CONJUNTURA ECONÔMICA
2. SUMÁRIO EXECUTIVO
1. Motivação
Parte I: Crônica da Crise e Composição de Classes
2. 2009: Crise e a Revolução 360o
3. Crise e Riscos Individuais
Parte II – Cenários de Crescimento de Classes
4. A Pequena Grande Década
5. Cenários de Consistência
6. O retrovisor e o para-brisas
Parte III– Outros Indicadores Diversos
7. PME em Bases Semanais
8. Geração de Empregos Formais
9. Indicadores Subjetivos
3. TEXTO PRINCIPAL
1. Introdução
2. Deslocamentos de Classes Econômicas
3. Movimentos Individuais entre Classes Econômicas
4. Outros Indicadores
PME em Bases Semanais
Geração de Empregos Formais
Indicadores Subjetivos
5. Conclusões
6. Bibliografia
ANEXO I: BANCO DE DADOS
ANEXO II: EVOLUÇÃO DAS CLASSES DE RENDA CAPITAIS X PERIFERIAS
ANEXO III: MOBILIDADE SOCIAL
7. Slides
II. MATERIAL IN ENGLISH
1. POST SCRIPTUM – ARTICLE – AFTER THE CRISIS (A.C.)
2. EXECUTIVE SUMMARY
5
Pós-escrito
Depois da Crise (D.C.)
Marcelo Cortes Neri
“A crise não foi nem marolinha, nem tsunami mas ressaca tão forte quanto
passageira.”
“2009, ano da crise foi uma parada súbita mas todos indicadores já voltaram a
crescer ao ritmo pré-crise 2003 a 2008.”
“Completamos um ano depois dos efeitos da instabilidade partirem do bolso do
brasileiro: o Ano I depois da crise (D.C.).”
“Estamos para experimentar a desigualdade mais baixa de nossas séries históricas
que se iniciam no Censo de 1960.”
A nossa pesquisa um retrospecto das principais mudanças dos movimentos no
bolso dos brasileiros durante o período da crise em termos macro (a floresta, ou seja a
sociedade brasileira como um todo), meso (os bosques, isto é setores específicos como
indústria X financeiro, capitais x periferias etc.) e indivíduos (as árvores – leia-se a
mobilidade de cada pessoa). Olhando para os grandes da floresta tupiniquim na crise.
Começamos janeiro de 2009 com forte deterioração de todos os indicadores baseados
em renda per capita seguida de paulatina recuperação de tal sorte que terminamos o ano
num nível similar ao do ano anterior. Este empate com muitos gols acontece para uma
vasta gama de indicadores: média (-0,3%) e desigualdade de renda (0%), participação
das classes AB (2%), C (-0,4%), D (1,4%) e E (-1,5%), este último equivalente a
proporção de pobres. Apesar da restrição da cobertura geográfica e de fontes de renda
dos dados ao trabalho nas seis principais metrópoles brasileiras, a PME (Pesquisa
Mensal do Emprego) é um bom previsor da PNAD (Pesquisa Nacional de Amostras ao
Domicílio). Esta aderência não se deve apenas por cobrir 80% das rendas PNAD mas
pelo fato da renda de programas sociais e aposentadoria ter acompanhado de perto nos
últimos anos o boom trabalhista. A PME permite a partir de amostras de mais de 100
mil entrevistados a cada mês antecipar em 18 meses a divulgação das estatísticas
pnadianas.
6
Inflexão - Volto à análise da conjuntura social, não por falta de assunto mas pela
inflexão observada mas estatísticas já em 2010: ao compararmos fevereiro de 2010 com
fevereiro de 2009 encontramos resultados bastante distintos da comparação entre
dezembro de 2009 e dezembro de 2008, apesar de haver sobreposição de 10 meses nas
séries comparadas. Conforme o gráfico demonstra voltamos ao ritmo de melhora das
séries expressas em termos de crescimento anualizado, similar ao do período pré-crise
compreendido entre dezembro de 2002 e dezembro de 2008. Senão vejamos: a classe E
cai num ritmo um pouco maior agora (-8,7% agora contra -8,2%) assim como a classe D
que cai mais agora (-4,9% contra -2,39%). Olhando mais ao topo da distribuição, a
Classe C sobe a uma velocidade menor agora (2,4% contra 3,8%) mas a classe AB mais
rápido (7,2% contra 4,2%). Ou seja, saímos do marasmo da crise para o ritmo da
pequena grande década ocorrida entre 2003 e 2008. Se colocarmos a comparação entre
janeiro de 2009 e 2010 com 11 meses de sobreposição com as outras duas dezembro de
2008 e 2009 e fevereiro de 2009 e 2010, ela se parece mais com a última. Toda
diferença provém de trocar a passagem entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009
quando a crise chegou com a força de uma ressaca as nossas séries pela de dezembro de
2009 para janeiro de 2010. Neste sentido estamos completando um ano depois dos
efeitos da instabilidade partirem do bolso do brasileiro. Recém-completamos o Ano I
depois da crise (D.C.).
Classes Econômicas, Média e Desigualdade de Renda – Variação Anualizada
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
7
A crise não foi nem marolinha, nem tsunami mas ressaca tão forte quanto
passageira. Do estouro da crise lá fora em 15 de setembro de 2008 até a chegada nas
séries da PME demorou três meses e meio, defasagem similar ao da chegada da crise
asiática de setembro de 1997 às mesmas séries. A diferença é que o efeito da última
persistiu por cinco anos em nossas séries e o da crise recente começou a ser revertido
um mês depois.
Mas o que explica a melhora recente? A similaridade dos movimentos agregados
da média e da desigualdade dos últimos 12 meses com o anterior são ainda mais
próximas. A renda per capita que sobe 3,9% nos últimos 12 meses contra 3,8% do
período pré-crise. A desconcentração de renda medida pelo índice de Gini varia os
mesmos -1,5% nos dois períodos. O índice de Gini piorou em janeiro de 2009 (+2,5%) e
depois cumpriu à risca o script de empate com variação nula de dezembro 2008 a
dezembro 2009, sofre variação de -1,5% na comparação dos últimos 12 meses em ritmo
idêntico a de -1,5% ao ano do boom anterior, conhecido aqui e alhures como da queda
da desigualdade brasileira.
Como cada medida de desigualdade encerra julgamento de valor específico associado à
função bem estar social da qual ela é derivada, convém checar a robustez dos resultados.
O índice de Theil-T, mais sensível a mudanças ocorridas na cauda inferior da
distribuição de renda, cai 3,2% ao ano entre dezembro de 2002 a dezembro de 2008
enquanto de fevereiro de 2009 e 2010 o mesmo cai 6,2%, indicando aceleração da
queda de desigualdade brasileira. Este ponto merece destaque pois talvez a maior
inovação brasileira na década passada foi a desconcentração da renda. Os dados do
período pós-crise sugerem continuidade desta tendência equalizadora de resultados de
renda.
Educação - A fim de detalhar o papel da evolução da educação neste processo usamos
uma metodologia do tipo Lego que divide (e integra) em pedaços os diversos elementos
clássicos trabalhistas na evolução da média da renda do trabalho da média da população
e dos 20% mais pobres afim de captar os efeitos distributivos. Usamos como referência
o período 2003 a 2008 que é o período de redução da desigualdade brasileira com volta
do crescimento que denominamos em artigo recente publicado neste espaço de pequena
grande década. Usamos a população em idade ativa medida pela Pesquisa Nacional de
8
Amostras a Domicílio (PNAD). O primeiro passo é medir quanto mudou a renda média
dos indivíduos: 5,52% ao ano da média contra 9,22% do quintil mais pobre. O segundo
é decompor em pedaços o papel desempenhado por cada ingrediente trabalhista. Nos
dois casos educação desempenha papel central explicando 42,7% do crescimento da
média de renda contra 58,8% nos mais pobres. O restante é explicado por mudanças na
taxa de desemprego (1,02%;1,4%), na taxa de participação no mercado de trabalho
(0,82%; -0,21%), na jornada de trabalho (-0,5%; -0,79%), no retorno da educação
(1,48%; 1,73%) e pela renda de aposentadorias e programas sociais (0,12%; 1,49%). Só
pelo efeito direto emanado pelo aumento da escolaridade a renda média deveria subir
2,23% ao ano e na dos mais pobres a renda do grupo deveria crescer 5,22% ao ano, isto
só pelo efeito educacional.
Complementarmente, a análise da importância da variável anos completos de
estudo sobre a variância de renda não deixa dúvidas. Em 2008, o poder explicativo
líquido só da variável educação é 14,7% maior do que a soma de outros atributos como
gênero, idade, raça, migração e geografia. Em 2001, esta mesma estatística era ainda
maior 48,7% e esta queda indica o papel do aumento da escolaridade sobre a queda de
desigualdade de renda observada no período. Desculpem-me, os céticos mas educação é
fundamental.
Futuro - Agora se educação é fundamental, o que esperar dela no futuro? As séries de
nível e desigualdade de anos de escolaridade plantadas no passado que constituem os
melhores previsores da distribuição de renda disponíveis. Estes dados sugerem colheitas
de resultados trabalhistas mais equânimes no futuro, conforme os gráficos 2 e 3
ilustram:
9
Gráfico 2 - Média de Anos Completos de Estudo - População com 25 Anos ou mais
de Idade
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PNAD/IBGE
Gráfico 3 – Desigualdade (Gini) de Anos Completos de Estudo - População com 25
Anos ou mais de Idade
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PNAD/IBGE
Ainda aos céticos pelo baixo nível da quantidade e da qualidade educacional
brasileira e pela alta desigualdade ainda vigente: o que importa ao crescimento são as
melhoras obtidas. A única vantagem de um país distante das fronteiras de equidade e de
eficiência é a capacidade de progredir, sem dilemas. Estamos para experimentar o nível
mais baixo de desigualdade de nossas séries históricas que se iniciam com o Censo de
10
1960. À luz das evidencias internacionais, temos ainda marcada insuficiência
educacional e um excesso de desigualdade, sem dúvida, mas aí justamente reside o
nosso diferencial de capacidade de fazer a vida dos brasileiros melhorar.
11
A Pequena Grande Década:
Crise, Cenários e a Nova Classe Média
Sumário Executivo 1. Motivação
Tsunami ou marolinha? Eis a questão que muitos se perguntaram nos últimos 16
meses acerca dos efeitos no Brasil da crise internacional de setembro de 2008. Afinal,
qual foi o impacto da crise no bolso dos brasileiros? Qual é o balanço completo até
dezembro de 2009, dos indicadores sociais baseados em renda? A pobreza e a
desigualdade já se recuperaram da ressaca de janeiro do ano que passou? E a nova
classe média brasileira continuou crescendo, estagnou ou submergiu? E o risco
individual de cair da classe alta já voltou aos padrões pré-crise? Quem perdeu mais com
a crise? Os da indústria, os mais educados ou os da periferia? Finda a tempestade
externa o que o que se pode esperar em 2010? E no horizonte mais longo até 2014,
repetiremos as conquistas sociais do período 2003 a 2008? Estamos diante de uma nova
pequena grande década1?
O presente trabalho é o epílogo de uma série de pesquisas intitulada "crônica de
uma crise anunciada" que monitora os efeitos da turbulência externa através dos
microdados da PME/IBGE para as seis principais regiões metropolitanas brasileiras. O
capítulo inicial que deu origem à série evidenciou que até dezembro de 2008 não havia
sinal de retrocesso em nossas séries sociais. A segunda crônica ilustrou o período crítico
da crise: a ressaca de janeiro de 2009 quando a crise chegou com força, erodindo parte
dos ganhos sociais passados. Estudos posteriores mostraram mais do mesmo até agosto:
tendência a recuperação da maioria dos indicadores sociais. Mas agora findo o
calendário gregoriano de 2009, o ano da crise, onde de fato estamos? E para onde
vamos? Na segunda parte da pesquisa deixamos o retrovisor da história estatística de
lado para nos aventurarmos na bruma do futuro à frente do Brasil e dos brasileiros.
Realizamos cenários de consistência nacionais até 2014 traçados a partir da
PNAD/IBGE. Vamos além das nossas tradicionais projeções de pobreza vinculadas a
primeira meta do milênio, abarcando a composição de classes (E, D, C e AB) e seus
determinantes próximos como o crescimento da média e da desigualdade de renda. 1 Referimos aqui às melhorias de renda do período 2003 a 2008, depois das chamadas décadas perdidas, inspirado pela "A Era da Incerteza" onde o Eric Hobsbawm denomina o período entre a primeira e o final da segunda grande guerra mundial de pequeno século XX.
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Parte I: Crônica da Crise e Composição de Classes
2. 2009: Crise e a Revolução 360o
Findo 2009, a pobreza, a nova classe média e seus determinantes desigualdade e
média de renda se recuperaram da ressaca de janeiro, voltando ao pico pré-crise
Classes Econômicas
A classe ABC estava em dezembro de 2009 no recorde histórico 69,21%, apesar de
seus componentes não estarem individualmente no ápice.
A diferença da classe ABC é ínfima 0,1% frente ao segundo melhor ponto da série,
69,14% de dezembro de 2008.
Dezesseis meses após a chegada da crise, já há uma visão mais clara dos seus
efeitos no bolso dos brasileiros nas seis maiores metrópoles do país. Começamos pela
composição da sociedade brasileira em termos de classes econômicas baseadas em
renda domiciliar per capita do trabalho para aqueles entre 15 e 60 anos de idade. Mesmo
aqueles da classe AB em famílias ganham rendas domiciliares, expressas em termos
totais mais de 4800 reais por mês que tinha perdido mais com a crise (-2,7% só em
janeiro, tendo iniciado sua perda já em setembro de 2008 após atingir o seu ápice
histórico de 15,72% em agosto de 2008), está hoje 2% acima dos níveis de um ano
atrás. Hoje, 15,63% da população estão na classe AB, contra 15,33% em dezembro de
2008. A Classe C imediatamente abaixo da anterior (renda domiciliar total entre R$
1115 e R$ 4808) por sua vez não tinha sido atingida até a ressaca de janeiro de 2009.
Embora a classe C esteja no segundo ponto mais alto das séries mensais com 53,58% da
população em dezembro de 2009 está com saldo negativo de -0,4% em relação a
dezembro de 2008, o seu pico histórico de 53,72%. Curiosamente, a soma das classes
ABC se encontra no maior nível histórico em dezembro de 2009 com 69,21%, apesar de
seus componentes não estarem individualmente no seu ápice. Entretanto, a diferença é
ínfima 0,1% frente ao segundo melhor ponto da série, os 69,14% de dezembro de 2008,
o nosso outro ponto de referência.
13
Classes Econômicas - 6 Principais Metrópoles Brasil Classe ABC Classe AB Classe C Classe D Classe E
dez/02 55,22 12,00 43,22 15,24 29,54
dez/03 53,65 10,66 42,99 16,41 29,95dez/04 59,23 11,66 47,57 15,50 25,27dez/05 59,90 13,18 46,72 16,60 23,50
dez/06 64,05 14,07 49,98 14,86 21,09dez/07 66,64 14,76 51,88 14,14 19,22
ago/08 67,69 15,72 51,97 13,57 18,74set/08 68,58 15,43 53,15 13,52 17,90out/08 68,85 15,64 53,21 13,31 17,84
nov/08 68,72 15,35 53,37 13,47 17,82dez/08 69,14 15,33 53,81 13,18 17,68jan/09 67,55 14,91 52,64 13,58 18,87
fev/09 67,51 14,84 52,67 13,67 18,82mar/09 67,55 15,03 52,52 13,75 18,70
abr/09 67,10 14,38 52,72 13,97 18,92mai/09 67,74 14,40 53,34 13,67 18,60jun/09 67,98 14,79 53,19 13,70 18,32
jul/09 68,17 14,97 53,20 13,51 18,32ago/09 68,71 15,34 53,37 13,45 17,84
set/09 68,23 15,70 52,53 13,66 18,10out/09 68,67 15,52 53,15 13,71 17,62nov/09 68,91 15,48 53,43 13,86 17,23
dez/09 69,21 15,63 53,58 13,37 17,42 Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
O gráfico a seguir traça a trajetória mês a mês da Classe ABC até chegar ao seu
pico histórico em dezembro de 2009, mas não muito maior que dezembro de 2008.
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
14
Apresentamos no corpo do texto tabelas com médias anuais dos diversos anos.
Preferimos centrar a análise nas tabelas de dezembro por serem indicativos mais
recentes do estado das classes econômicas, assim como para evitar a operação de
“efeitos carry-over” implícitos em médias anuais que tornam obscuras o tempo das
mudanças. O texto principal apresenta também médias dos meses dos diversos anos
cujos padrões são próximos aos apresentados.
Se esta manutenção do status quo da distribuição de renda em dezembro pode
ser considerado um bom resultado em época de crise. Por outro lado, ele esconde uma
parada súbita da melhora prévia dos indicadores: de dezembro de 2003 a dezembro de
2008, a Classe AB cresceu 43,8%, a classe C subiu 25,2%, a conjunção delas - ou seja,
a classe ABC - subiu 28,9%. O gráfico abaixo sintetiza as mudanças observadas de
todas as classes econômicas na comparação entre dezembro de 2009 em relação a
dezembro de 2008 e deste em relação ao início do ciclo expansivo em dezembro de
2003.
Variação das Classes Econômicas Pré versus Pós-Crise
28,9%43,8%
25,2%
‐19,7%
‐41,0%
0,1% 2,0%
‐0,4%
1,4%
‐1,5%
‐55,0%
‐45,0%
‐35,0%
‐25,0%
‐15,0%
‐5,0%
5,0%
15,0%
25,0%
35,0%
45,0%
Classe ABC Classe AB Classe C Classe D Classe E
dez03 a dez08 dez08 a dez09
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
15
Pobreza (Classe E)
A pobreza caiu 41% entre dezembro de 2003 e 2008, cai mais 1,5% entre dezembro de
2008 e 2009 quando atinge 17,42% da população.
Olhamos agora para o outro extremo das classes econômicas, a classe E que em
nossa metodologia equivale aos pobres. Função disso, a análise de classe E com renda
domiciliar total até 804 reais equivale à tradicional análise de pobreza. A proporção de
pobres caiu 41% entre dezembro de 2003 e 2008, cai 1,5% na comparação do mesmo
mês do ano anterior com o último ponto em dezembro de 2009, quando a mesma atinge
17,42%. Mais uma vez, o aumento da taxa de pobreza de 6,7% observado na passagem
de 2008 para 2009 foi revertido ao longo de 2009, resultando numa queda de -1,5% que
talvez constitua o melhor resultado positivo neste cenário de pontos quase sempre
equivalentes em dezembro dos dois últimos anos.
Desigualdade
O índice de Gini sai do mínimo histórico em dezembro de 2008 (0,5778), recupera-se
da piora de janeiro de 2009 (sobe 2,5%), voltando em dezembro de 2009 a 0,5779.
As mudanças da estrutura de classes econômicas ocorridas nestes períodos
devem-se às mudanças nos seus determinantes próximos, leia-se média e desigualdade
de renda per capita. Começando pela última, a desigualdade medida pelo índice de Gini
que se encontrava no seu valor mínimo em dezembro de 2008 (0,5778), recupera-se da
deterioração observada em janeiro de 2009 (quando sobe 2,5%), com quedas na direção
contrária atingindo em dezembro de 2009 praticamente o mesmo valor um ano antes
(0,5779). O índice de desigualdade de Theil que é mais sensível às mudanças na cauda
da distribuição mostra movimento um pouco diferente sendo o de dezembro último o
menor nível da série histórica. Todos os indicadores de desigualdade indicam forte
deterioração em janeiro seguida por movimento em direção contrária nos meses
seguintes.
16
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Desigualdade de Renda do Trabalho - 6 Principais Metrópoles Brasil Níveis do Indice de Gini
Per Capita Individual
dez/02 0,6317 0,7457
dez/03 0,6180 0,7322
dez/04 0,6049 0,7161
dez/05 0,5920 0,7059
dez/06 0,5904 0,6998
dez/07 0,5836 0,6897
ago/08 0,5843 0,6867
set/08 0,5848 0,6853
out/08 0,5808 0,6804
nov/08 0,5824 0,6837
dez/08 0,5778 0,6823
jan/09 0,5922 0,6979
fev/09 0,5878 0,6927
mar/09 0,5870 0,6916
abr/09 0,5907 0,6922mai/09 0,5843 0,6879
jun/09 0,5830 0,6845
jul/09 0,5815 0,6838
ago/09 0,5834 0,6847
set/09 0,5863 0,6880
out/09 0,5859 0,6878
nov/09 0,5838 0,6852
dez/09 0,5779 0,6796
Variações do Indice de GiniPer Capita Individual
dez03 a dez08 -6,50% -6,81%
dez08 a dez09 0,01% -0,39%
Pós Criseset08 a dez08 -1,2% -0,4%
dez08 a jan09 2,5% 2,3%
jan09 a set09 -1,0% -1,4%
out09 a dez09 -1,4% -1,2% Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
17
Renda Média
Entre 2008 e 2009 queda de -0,4% na renda média, mais uma vez próxima da
constância, uma parada súbita dos avanços anteriores, mas não retrocessos.
O conceito habitual ou normal suaviza flutuações transitórias da renda tal como
aquela advinda do décimo terceiro salário, do bônus de férias e de horas extras feitas de
maneira excepcional. O conceito de renda efetiva, também pesquisado pela PME,
apresenta marcadas flutuações sazonais na passagem de cada ano como os gráficos
ilustram, mas fora estes picos as séries de dados são relativamente próximos2. Optamos
ao longo deste trabalho por trabalhar com o conceito habitual de renda, pois elimina
flutuações erráticas que viesam para cima as medidas de mobilidade a serem discutidas
mais a frente. Uma vantagem deste conceito é a de ser também usado pela PNAD
permitindo comparabilidade direta dos resultados com a principal base de dados do
sistema de pesquisas domiciliares brasileiras.
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
2 Neri (1996) detalha as diferenças entre os dois conceitos a partir da comparação entre a PME coletada entre 1980 e idos de 1982 antes da primeira reformulação. Um outro ponto é que o conceito habitual tende a estar vinculado ao mês em curso da pesquisa enquanto o efetivo ao mês anterior. Neste sentido o conceito efetivo seria mais adequado como indicador líder da PNAD. Por outro lado, o conceito efetivo de renda é o que se adéqua as séries da PME entre 1982 e 2002, antes da segunda reforma.
18
Em termos de variação, a taxa de crescimento acumulada no período de
Dezembro de 2003 a Dezembro de 2009 de renda per capita, portanto já descontando o
crescimento populacional, é de 36,3%, ou seja, 5,3% ao ano. Se isolarmos em dois
momentos distintos, sendo o primeiro até dezembro de 2008, observamos que a taxa
acumulada de crescimento da renda é pouco superior (36,8%). Ou seja, entre dezembro
de 2008 e dezembro de 2009, observamos uma ligeira redução de -0,4%, mais uma vez
próxima da constância no último ano, configurando uma parada súbita dos avanços
anteriores, mas não retrocessos.
Variação da Renda Domiciliar Per Capita Pré versus Pós-Crise
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Resumo da Ópera
Observamos em todas séries sociais mais do mesmo: um empate com muitos gols ao
longo de 2009, com fortes perdas em janeiro e recuperação já desde fevereiro.
Observamos em todas as séries mais do mesmo: um empate com muitos gols ao longo
de 2009, com fortes perdas em janeiro e recuperação já desde fevereiro. O resultado e
que dezembro de 2009 e dezembro de 2008 independentemente da operação de efeitos
sazonais são o picos das séries, como cristas de ondas.
19
Evolução Meso: Capitais versus Periferias
Há convergência espacial, o crescimento da classe ABC foi 33,9% nas periferias
contra 25,8% das capitais durante os últimos seis anos.
A manutenção do tamanho agregado da classe ABC na crise esconde progressão de
1,08% na periferia e regressão de 0,55% nas capitais.
As diversas series acima discutidas monitoram os movimentos macro das series
sociais passamos agora a análise dos movimentos meso das series, acompanhando as
flutuações de sub-grupos específicos. Na seção seguinte vamos para os movimentos
micro que acompanha as trajetórias dos mesmos indivíduos ao longo do tempo.
Discutimos, a seguir, a evolução das capitais e periferias metropolitanas. Apesar dos
maiores níveis de renda apresentados pelas primeiras (791 reais contra 495 reais nas
periferias), quando consideramos os últimos seis anos há marcada redução das
diferenças das classes ABC entre os dois tipos de áreas. O crescimento da classe ABC
foi 33,9% nas periferias contra 25,8% ao das capitais. Restringindo a análise ao último
ano que capta os impactos da crise, notamos uma taxa de crescimento de 1,08% nas
periferias e uma queda de -0,55% nas capitais. Ou seja, a manutenção do tamanho
agregado da classe ABC esconde progressão na periferia e regressão nas capitais. Esta
convergência de status entre capital e periferia no pós-crise foi até menor que aquele
observado antes da crise.
Apresentamos no anexo do texto principal a série de estatísticas para as capitais
e periferias, incluindo as demais classes econômicas, pobreza, média e desigualdade de
renda e no link http://www3.fgv.br/ibrecps/c2010/PME_CLASSEMEDIA/index-br.htm
Apresentamos que ampliamos o espectro de variáveis de corte meso tais como gênero,
escolaridade, idade entre outras. O leitor está convidado a analisar tais informações de
acordo com seus interesses particulares.
20
3. Crise e Riscos Individuais
A pobreza e a riqueza são estados e não atributos fixos. A analise da trajetória
individual nos permite ver que a pessoa não é pobre, mas que está na pobreza.
O aspecto longitudinal dos microdados de renda domiciliar per capita do
trabalho da PME/IBGE também nos fornecerá a evidência empírica básica sobre o
padrão de mobilidade entre classes, observados na prática. Para identificar a trajetória
individual, precisamos concatenar os dados das mesmas pessoas e de suas famílias ao
de diferentes instantes de tempo que apesar de pouco utilizada a PME permite. A
principal lição desta análise é que uma pessoa não é pobre (ou de elite), mas sim ela
está na pobreza (ou na elite econômica). Inicialmente quantificamos a magnitude das
quedas das classes econômicas mais altas em diversos sub-períodos. Medimos a
evolução do risco de queda das classes mais altas dos indivíduos, depois de maneira
controlada pelos atributos de cada um. Num terceiro estágio desta análise de transição
identificamos as características pessoais mais associadas com vulnerabilidade dos
grupos de elite em relação à crise tais como setor de atividade, educação entre outras.
Senão vejamos:
Risco de Elite
Nos 12 meses ate dezembro de 2009, 14,4% dos que estavam na classe mais alta
caíram, menos que os 25% do inicio de 2009, o ponto crítico da crise.
A análise de transição de estados complementa as de séries de tempo que
mostram qual a parcela de cada classe de renda na população, determinando a
magnitude dos riscos envolvidos, ou seja, a pergunta do quanto à crise recente afetou
risco de queda de classe. Por exemplo, como vimos a parcela na classe AB mudou
pouco entre os dois últimos meses de dezembro (passou de 15,33% para 15,63%,
aumento de 2%). Entretanto, uma calmaria dos grandes números pode esconder
pequenas grandes tormentas na vida de alguns indivíduos como a perda de emprego. É
preciso diferenciar situações onde os números macro e micro pouco mudam daquelas
onde há quantidades similares de pessoas se movendo em direções opostas suavizando
os movimentos das séries agregadas. O ponto explorado aqui é avaliar os riscos de
quem chegou às classes mais altas de regredir. Por exemplo, dos mesmos indivíduos
21
observados em dezembro de 2008 e em dezembro de 2009, 14,38% caíram da classe
mais alta. Agora isto é pouco ou muito? Se compararmos com dezembro dos demais
anos o risco de regressão econômica só é maior que os de 2007 e de 2006 com 8,87% e
13,32%, respectivamente. Por outro lado, os 14,38% de queda da classe ABC
observados até dezembro de 2009 é inferior aos dos mesmos 12 meses terminados em
2003 (34,22%), 2008 (19,41%, já terminando em plena crise recente) e 2004 (17,13%).
A guisa ainda da comparabilidade com os demais meses da crise recente os 14,38% de
risco de queda da classe ABC dos dados de dezembro de 2009 são inferiores aos dados
de 11 dos últimos 12 meses do ano, sendo o outro período de menor risco o
imediatamente adjacente terminado em novembro de 2009 com a taxa de 12,78%. O
pior período da crise é aquele terminado em plena ressaca de janeiro de 2009 quando
atinge 24,97%. Incidentalmente este é o mês mais distante do ultimo ano quando a crise
chegou as nossas series. Ambos os resultados parecem indicar que como vimos na
seção, não só a classe AB se recuperou no seu tamanho agregado dos choques externa
da qual foi a primeira vítima preferencial logo ao início da crise, como em termos dos
indivíduos, o risco de queda também se normalizou, indicando a superação do período
mais crítico da crise.
Crise? Que Crise?
Após setembro de 2009, a probabilidade de quem estava na classe ABC baixar o
status caiu não só em relação à crise, mas em relação ao pré-crise.
No estágio seguinte elaboramos um modelo estatístico que possibilita a análise
de transição de pessoas com os mesmos atributos para for das Classes ABC tomadas
conjuntamente. O modelo mostra que a chance de cada uma cair da classe ABC no
período de 12 meses depois de setembro de 2008 (crise) foi 5% maior que a apresentada
no período imediatamente antes da crise iniciado em janeiro de 2007.
Dando um passo adiante decompomos o período que chamamos inicialmente de
crise compreendido entre setembro de 2008 e dezembro de 2009 em dois períodos. As
chances de queda da classe ABC durante o período findo em setembro de 2009 foram
3,6% maiores do que no período que vai do inicio de 2007 a setembro de 2009, mas no
22
período terminado entre outubro e dezembro de 2009 foram 5,48% menores do que no
período pré-crise. Ou seja, após a crise completar um ano de ocorrência em setembro de
2009, a probabilidade de quem estava inicialmente na classe ABC cair de status caiu
não só em relação à crise operante nos 12 meses anteriores, mas em relação ao pré-crise.
O dispositivo disponível em http://www3.fgv.br/ibrecps/C2010/sim_pme/index.htm
permite a cada um simular os impactos da crise sobre pessoas com os seus atributos
próprios ou de interesse.
Quem sofreu mais com a crise?
Quem perdeu mais status com a crise foram os mais educados (24% a mais), os da
indústria (11% a mais) mas não os do setor financeiro
Os servidores públicos gozam de mais estabilidade sócio-economica, a crise afetou a
todas as posições na ocupação de forma a manter a posição de risco relativa pré-crise.
Esta parte identifica e isola os efeitos dos atributos de quem caiu da classe ABC
durante a crise. Notamos que: i) os ocupados na indústria sofreram quedas relativas em
relação ao padrão dos demais setores (11% maiores). Já os indivíduos inicialmente
ocupados no setor financeiro não sofreram deslocamentos vis a vis a sua posição
relativa inicial. ii) os mais educados sofreram relativamente mais que os sem instrução o
que contradiz a maior parte das recessões usuais onde os não qualificados são os
primeiros em geral a ficar desempregados. A chance de queda daqueles com pelo menos
o segundo grau completo vis a vis aos sem instrução sobe 23,7% mais. iii) os
funcionários públicos e empregadores possuem em geral maior estabilidade na classe
ABC, mas a crise afeta a todas as pessoas em posições na ocupação e na desocupação
de forma balanceada. iv) Finalmente, a crise afeta mais as capitais do que as periferias
metropolitanas assim como em termos de países a crise afetou mais o centro do que a
periferia do capitalismo.
23
Parte II – Cenários de Crescimento de Classes
4. A Pequena Grande Década
Usamos originalmente o período de 2003-08, aqui denominado pequena grande década, como base para o cenário pós-crise de 2010 a 2104 da próxima seção.
Início de ano, hora de se olhar para trás e para frente, fazer balanços e projeções.
No caso de 2010, esse exercício ganha ares de início de década e de epílogo do governo
Lula além de ser o ano I depois da crise (D.C.). Doze meses após 15 de setembro de
2008, praticamente todas as séries indicadores trabalhistas e de classes econômicas
brasileiras disponíveis voltaram ao mesmo ponto pré-crise, isto é: se não regredimos,
também não avançamos. Se a comparação for, em relação aos demais países, a
estagnação brasileira de 2009 é de causar inveja aos olhares estrangeiros, à exceção de
China, Índia e Coréia. Mas não sentiremos um pingo orgulho, na comparação com o
nosso período de 2003 a 2008, aqui denominada pequena grande década3. Traçamos
nesta seção projeções para os próximos cinco anos extrapolando o que ocorreu nesses
cinco anos de 2003 a 2008 quando grandes mudanças nas medidas de bem estar social
baseadas em renda ocorreram, fruto de uma rara combinação em terras tupiniquins de
crescimento sustentado com redução de desigualdade.
Décadas
A década passada foi a da redução da desigualdade, assim como a anterior foi da
estabilização. Será a nova década a da qualidade da educação?
3 A exemplo do pequeno século XX situado entre a primeira e o final da segunda grande guerra mundial do historiador Eric Hobsbawm em “A Era da Incerteza”, Roberto Campos em seu bibliográfico “Lanterna na Popa” escreveu: “Já vivi três quartos de século e vivi mais que um século. Pois este século XX começou tarde e terminou antes do tempo. Começou a rigor em 1917, ano em que nasci, quando tonitruavam os canhões na Champagne e em Flandres e desabava mundialmente a velha ordem, com a eclosão da revolução comunista. Terminou em 1989, com a queda do muro de Berlim e o colapso do marxismo-leninismo. Está por surgir uma nova ordem, cujos contornos não são ainda discerníveis na bruma da história.” Nosso Luís Fernando Veríssimo aplica a imagem reversa disso no que chama de "eterno século XVIII" brasileiro pela manutenção de características de uma sociedade arcaica, patrimonialista e desigual.
24
Antes de voltarmos ao futuro, destrinchamos o passado à luz da análise das
sucessivas décadas. As décadas de 1960 e 1970 foram as do Milagre Econômico, do
crescimento, mas também da ditadura. Nos anos 70, houve brutal redução da pobreza,
caiu de 67% para 39%, mas trouxe, no seu bojo, a demanda por democracia, o que
caracteriza a década seguinte. A década de 80 foi a da redemocratização, a principal
conquista da época, mesmo para nós economistas. A década termina em 1989,
paradigmaticamente os nossos recordes históricos de inflação e de desigualdade, que de
alguma forma pontuam as duas décadas seguintes. A década de 80 foi também a da
instabilidade: institucional, inflacionária e da renda nos ensinando que o reaprender a
ser democracia gera década perdida na economia.
A década de 1990 foi a da estabilização. Em 1994, Fernando Henrique auxiliado
pelos seus fiéis escudeiros fincou a lança no coração do dragão da inflação. A partir daí
começamos - na primeira pessoa do plural - a planejar nosso futuro. Longe das
incertezas e das ilusões monetárias passamos a ter uma agenda real. A revolução do
presidente com nome de príncipe não está na realeza, mas no sentido de realidade
propiciado pela moeda estável. A partir desse choque de realidade, começamos a
engendrar numa agenda educacional, de colocar mais intensamente as crianças na
escola, começamos a medir o desempenho das crianças, o SAEB data de 1995 e, de
alguma forma, essas duas revoluções, na inflação e na escola entregaram parte das
inovações da década de 2000. À medida que essas pessoas que passaram na escola
começaram a entrar no mercado de trabalho, e que se começou a redistribuir uma moeda
estável através de programas de transferência de renda, a desigualdade começou a cair.
Após a recessão de 2003, o emprego com carteira voltou a florescer.
Será a nova década a da qualidade da educação? Desde 2007, as bússolas tanto
do Ministério da Educação como sociedade civil através do Índice de Desenvolvimento
da Educação Básica (IDEB) e do movimento Todos pela Educação apontam para o
norte da qualidade da educação. São metas prospectivas vigentes até o começo da
próxima década em 2021, para que os dois séculos da independência o Brasil possa ser
comemorado de fato. São metas objetivas traçadas a partir de exames de proficiência
escolar que captam a qualidade da educação apreendida pelas crianças, sem voz ou
voto, para além do curto prazismo dos mandatos dos políticos. Qual é a meta? O Brasil
tem uma nota inicial de 3.8, de 0 a 10, a meta é se tornar 6 até 2021. 6 é a média da
OCDE, hoje. A gente quer virar, em 2021, o que a OCDE é hoje. A nota 6 também é a
média das escolas privadas brasileiras, ou seja, é verdadeira Belíndia brasileira, na
25
escola privada, onde quem tem dinheiro coloca seu filho, a média é 6, nas escolas
públicas a média é 3.6. As metas estão no centro da agenda da geração de economistas
que faço parte, revolucionar a educação de qualidade na próxima década4.
Medidas
A diferença acumulada em 5 anos entre renda Pnad e PIB foi de 8,8 pontos de
porcentagem. Isso representa mais dois anos em cinco anos.
O elemento fundamental para traçarmos o futuro de todas as classes de A a E é o
comportamento da desigualdade, a verdadeira jabuticaba brasileira.
Antes de entrarmos nas incertezas futuras, vamos encarar as incertezas das
medições passadas. A magnitude da retomada do crescimento do período 2003-08
depende sobremaneira da base de dados utilizada, nas óticas das contas nacionais e do
seu produto mais popular, o PIB. Mesmo após as sucessivas revisões para cima,
enxergamos 3,78% em termos per capita ao ano, velocidade de expansão mais modesta
que a da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) que é de 5,26% por ano
também descontando o crescimento populacional e a inflação. A diferença acumulada
em 5 anos entre renda Pnad e PIB foi de 8,8 pontos de porcentagem. Isso representa
mais dois anos em cinco anos. Se usarmos essas taxas como parte de um exercício de
futurologia mais elástico de 25 anos, a diferença acumulada de crescimento por
brasileiro subiria para 108 pontos de porcentagem. No curso desses 25 anos a renda per
capita teria cresceria nesse ritmo153% pelo cenário PIB e 261% pelo cenário pnadiano.
É verdade que a discrepância entre estas taxas tende a desaparecer ao longo do tempo.
Por exemplo, no período 1995 a 2008 a diferença acumulada é de 2,13 pontos de
porcentagem favorável ao PIB. Agora a questão é: havendo ajuste nos próximos anos, o
que puxa o que: o PIB puxa a Pnad para baixo, ou a Pnad puxa o PIB para cima.
O relatório da comissão comandada por Amartya Sen e Joseph Stiglitz divulgado
em setembro de 2009 constata fortes discrepâncias entre as pesquisas domiciliares e os
PIBs mundo afora, sendo as taxas de crescimento do PIB em geral superiores. O
relatório argumenta pelo uso das pesquisas domiciliares como medida de performance
4 Vide palestra proferida no aniversário de 40 anos do caderno de economia de O Globo (http://www3.fgv.br/ibrecps/videos/globo_40/globo_40.2.wmv ).
26
de uma dada sociedade. Outra vantagem da Pnad é permitir olhar a distribuição dos
frutos do crescimento. O elemento fundamental para traçarmos o futuro é o
comportamento da desigualdade, a verdadeira jabuticaba brasileira. A primeira década
do século XX nos trouxe, ano após ano, quedas de desigualdade de renda, usaremos a
Pnad como parâmetro.
5. Cenários de Consistência
De 2010 e 2014 a pobreza cairia 50% e a classe AB aumentaria 50%; 14,5 milhões de pessoas sairiam da pobreza e 36,1 milhões se juntariam às classes ABC.
Dado o desfecho da crise e o período de boom social dos anos pregressos a ela, o
que será que será nos próximos anos? Vamos inicialmente focar no período 2003-08,
usando-o como base para o cenário de crescimento pós-crise de 2010 a 2104. Agora
quão razoável seria esta prospecção do futuro baseada no passado? A análise por fonte
de renda mostra um crescimento da renda do trabalho no período 2003-08 tão forte
quanto as demais fontes de renda, o que sugere alguma sustentabilidade do processo
pregresso de crescimento com redistribuição, interrompido, mas não revertido com a
crise. A tendência das séries de anos de estudo, fundamental tanto para a literatura de
crescimento como de desigualdade dão suporte tanto em nível como dispersão a
continuidade da trajetória de melhora. Nesse aspecto há que se lembrar dos problemas
de qualidade de educação - que aqui representam oportunidades de avançar que é o que
importa quando se fala em taxas de crescimento. Hoje há aferição de proficiência por
escola pública. A possibilidade de saltos em direção à fronteira de uma sociedade mais
razoável exemplificado pela queda da desigualdade de renda desde 2001, e quiçá
futuramente da qualidade da educação, é a base do otimismo condicionado deste artigo.
Vou centrar inicialmente num cenário de prazo mais longo encerrado em 2014.
Projetaremos para frente o crescimento e a redução de desigualdade do período 2003-
08. Esse cenário é possível de ser quantificado usando como aproximação a
desigualdade observada no Espírito do Santo em 2008. Nesse quadro é possível obter
uma redução de pobreza à metade, 50,32% dos níveis de hoje, isto é caindo de 16,02%
da população em 2008 para 7,96% em 2015. Ora, 2014 é a véspera da data final das
metas do milênio. Nós já cumprimos a primeira meta do milênio de fazer a pobreza cair
à metade em metade do tempo. Isso significa cumpri-la de novo em cinco anos ao invés
27
de 25 anos. A consequência desse movimento em termos das demais classes é o
seguinte: queda da classe D de 18,28% (de 24,35% para 19,9%), aumento da classe C
de 14,75% (de 49,2% para 56,48%) e aumento proporcional da classe AB de 50,3% (de
10,48% para 15,66% da população). Ou seja, o cenário auspicioso mostra que se a
pobreza cai à metade, a classe AB aumenta em 50%. Em termos absolutos 14,5 milhões
de pessoas sairiam da pobreza contando o acréscimo de 10 milhões na população
previsto desde 2008 até 2014 quando a população chega a 199,5 milhões de pessoas. Já
a união das classes ABC seriam incrementadas, e cerca de 36,1 milhões de brasileiros
incorporados aos mercados consumidores.
Vamos ilustrar o impacto da desigualdade em cenários assumindo um
crescimento similar, mas balanceado - uma situação onde a desigualdade nem aumenta
nem cai. A proporção de pobres cairia 33,3% em cinco anos nesse cenário de
crescimento neutro contra 50,3% ajudado pela redução da desigualdade. Ou seja, a
pobreza cai pouco mais de 50% a mais se a redistribuição dos últimos anos retornar.
E 2010?
Há fatores expansionistas no radar, basta 2010 seguir a tradição dos anos eleitorais
da nova democracia brasileira, com expansão da renda dos programas sociais
O efeito "carry-over", a redução de estoques e do emprego fruto de um excesso de
pessimismo empresarial, que jogaram contra em 2009, jogarão a favor em 2010.
Se ancorarmos o próximo ano no cenário traçado para 2014 de crescimento com
redução da desigualdade dos últimos cinco anos as séries grosso modo percorrem em
um ano cerca de um quinto do trajeto previsto. A pobreza cairia cerca de 10% em 2010.
Se olharmos todos os possíveis limitadores da nossa expansão de curto prazo, inflação,
déficits público e externo, não há restrições à vista. O desaquecimento da economia
mundial tem sido compensado pelo crescimento do mercado interno impulsionado pela
redução do hiato mais brasileiro de todos, a desigualdade. Se não há fatores restritivos
para além da restrição dos mercados externos, no curtíssimo prazo há fatores
expansionistas no radar. O efeito estatístico denominado "carry-over" que jogou contra
em 2009, ano de desaceleração, irá jogar a favor no ano seguinte. A redução
generalizada de estoques ocorrida em 2009 sugere que os empresários previram uma
recessão pior que a ocorrida e essa queda de estoques atuará como fator expansionista
28
no futuro. O mesmo efeito ocorreu com o emprego formal que já revela a partir de
outubro de 2009 sua face expansionista. Finalmente, se 2010 seguir a tradição de todos
os anos eleitorais da nova democracia brasileira (na verdade desde 1981), há que se
esperar ganho em todas as fontes de renda e nas transferências públicas em particular. A
virada do ano será o momento crucial de 2010.
A Grande Década
Se o período 2010 a 2014 constituir de fato uma nova pequena grande década, como
a de 2003 a 2008, então os 11 anos de 2003 a 2014 serão uma grande década.
Voltando a metáfora das décadas, talvez devesse deixar de lado o calendário
gregoriano, já que os pontos de inflexão substantivos das inovações centrais de cada
uma das décadas não foram no início de cada uma delas, mas coincidentemente em anos
terminados em quatro: 1964 (início do governo militar), 1974 (início da distensão
política depois do choque do petróleo), 1984 (Diretas-Já), 1994 (Plano Real) e 2004
(início da retomada do crescimento com aceleração no emprego quando ocorreu a maior
queda da desigualdade da década). Seguindo nesta tradição o que 2014 nos reservaria,
para além da Copa do Mundo e das eleições? Coroaria dois períodos de cinco anos de
crescimento inclusivo, iniciados depois do fim da recessão de 2003 e da crise global de
2009? Se o período 2010 a 2014 constituir de fato uma nova pequena grande década,
então. Os 11 anos de 2003 a 2014 serão uma grande década.
6. O retrovisor e o pára-brisas
A pobreza cairia a 1/7 em 7 anos, apenas se a redução de desigualdade fosse 39,7%
além do recorde histórico e a renda crescesse 15% a cada ano.
Dada desigualdade, o crescimento necessário para zerar a pobreza extrema seria
infinito. Há núcleo duro de pobreza onde nem o mercado, nem o Estado chegam.
Motivado pela mudança de ano e de década, no dia 29 de dezembro escrevi na
minha coluna no Jornal Valor Econômico artigo intitulado “Cenários de crescimento,
desigualdade e pobreza” que traçava projeções para 2014 desta trinca de indicadores
29
sociais baseados em renda, estendida na seção anterior. A estrutura básica do nosso
olhar prospectivo foi projetar no futuro o que aconteceu no período 2003 a 2008 em
termos de evolução do crescimento e da redistribuição de renda. Como vimos, a união
harmoniosa desses vetores teria como resultante prospectiva a queda da pobreza à
metade nos próximos cinco anos. Este cenário tão simples quanto determinista,
denominamos “otimista condicionado”, pois projeta para frente o desempenho
excepcional do período pré-crise de 2003 a 2008, ainda visível no espelho retrovisor
tupiniquim. No dia 12 de janeiro o IPEA, instituição com longa tradição no cálculo de
indicadores sociais, divulgou um “comunicado da presidência” assumindo exatamente a
mesma estrutura de projeção por nós proposta, replicando a nossa réplica do que houve
no período 2003 a 2008 para também traçar cenários futuros de pobreza. O estudo
projeta até 2016, quedas espetaculares de pobreza em sete anos para menos de 1/7 do
valor inicial. Já a pobreza extrema cairia à zero, ainda segundo eles. Obviamente, a
diferença de opiniões é bem vinda, como parte intrínseca do ato de imaginar, debater e
planejar o futuro. A dúvida, neste caso, é como ao replicar para frente à mesma
trajetória passada chegamos a projeções tão díspares em relação ao futuro. Hipóteses
equivalentes aplicadas ás mesmas bases já coletadas deveriam, a princípio, levar a
resultados similares. A análise de consistência dos cenários futuros de pobreza é o
objeto da presente seção.
Cabe lembrar que a primeira meta do milênio proposta pela ONU é reduzir a
pobreza à metade em 25 anos e que poucos países já a atingiram nos 20 anos
transcorridos. No nosso cenário, o Brasil atingiria isto em cinco anos, fato
internacionalmente memorável. Há que se notar a diferença de horizontes de projeção
entre os dois exercícios de previsão: os cinco anos até 2014, ano da copa, no nosso caso
e sete anos para 2016, ano olímpico, no caso deles. Ao estendermos para sete anos o
ritmo do nosso cenário, a pobreza cairia a 61,77% dos valores iniciais. Ou seja,
assumimos mais dois anos de invencibilidade do crescimento sustentado forte com
redução de desigualdade até 2016. Este é o número a ser cotejado para compararmos
laranjas com laranjas. De qualquer forma, a queda de pobreza de 61,77%, reflexo de
políticas sociais emergentes e de vento internacional a favor do período, é bem menor
aos 86,11% e 100% previstos pelo IPEA para as respectivas quedas de pobreza e de
pobreza extrema. Segundo, as linhas de pobreza internacionais de um e dois dólares dia,
a pobreza caiu respectivamente 43,05% e 47,38% no período 2003 a 2008. Ou seja, a
pobreza caiu no cenário de referência mais com a linha mais alta, e não menos. Em
30
todos os casos, a pobreza não cai mais da metade em nenhuma das medidas
consideradas na prática no período 2003 a 20085.
Se o passado não foi a base para o futuro, qual seria a combinação de
crescimento e de redução de desigualdade implícita no cenário futuro de redução de
pobreza traçado? Eis a segunda questão. Há na literatura de pobreza um teorema: “se
soubermos a média e a distribuição de renda captada pela curva de Lorenz, sabemos
necessariamente a medida de pobreza para dados seus demais parâmetros como a linha
de pobreza”. O IPEA explicitou redução total de desigualdade medida pelo Gini de
3,1% superior a dos últimos anos. A diferença é mais do que a maior queda anual já
observada do Gini. A queda do índice de Gini deles, na verdade, equivaleria a dez e não
a sete anos do ritmo inédito de redistribuição de renda assumido entre 2003 a 2008. A
fim de aproximar esta redução turbinada do Gini do estudo deles por uma curva de
Lorenz consistente escolhemos a transformação da desigualdade do Brasil na do seu
estado mais igualitário: o de Santa Catarina (média de 2001 e 2003). A queda da
proporção de pobres consistente com esta equalização de renda e com o crescimento
observado entre 2003 e 2008 seria em torno de 65,3%, não diminuindo muito a
discrepância dos cenários de redução de pobreza.
Mas qual seria o cenário de crescimento necessário para se chegar à queda de
pobreza de 86,1%. Para se chegar lá o bolo de renda brasileiro teria de crescer
acumulado 145% em sete anos, cerca de 15% ao ano em termos totais ou 13,6% ao ano
em termos per capita. Esta cifra é 158% maior que o crescimento da PNAD entre 2003 e
2008 e 260% a mais que o crescimento do PIB per capita, observados no mesmo
período de bonança pregressa. Em suma, no cenário do comunicado da presidência do
IPEA todos os componentes de redução de pobreza estão necessariamente bem acima
daqueles observados no excepcional período de 2003 a 2008. Isto não significa que a
pobreza não possa cair 86,1% em sete anos, mas que para isso seja consistente, a
redução de desigualdade teria de ser 39,7% maior que a maior queda observada na
nossa história estatisticamente documentada, além disso, o crescimento da renda
brasileira teria de ser 15% ao ano por sete anos. Por outro lado, dado cenário de redução
de desigualdade proposto, a taxa de crescimento necessária para zerar a pobreza
5 Para quem quiser botar a mão na graxa da mecânica das medições explicitando linhas, deflatores regionais e etc, desenvolvemos anexo técnico a esta seção (wwww.fgv.br/cps/cenários), com dicas simples do tipo: se os vidros dianteiros e traseiros estão molhados e embaçados, utilize o Pára-Brisas!
31
extrema seria literalmente infinita. Na prática, há sempre um núcleo duro de pobreza
onde nem o mercado, nem o Estado através de suas políticas sociais conseguem chegar.
Parte III– Outros Indicadores
7. PME em Bases Semanais
Na última semana do ano, 17,74% da população estava na classe E e 67,7% na ABC
com viés de piora em relação à totalidade do ultimo mês.
A entrada do ano novo será crucial para o desempenho social em 2010, como foi no
ano que passou .
Nesta seção, abrimos a pesquisa mensal em bases semanais para melhor traçar a
cronologia da crise indo até a última semana de dezembro de 2009. Centramos nossa
análise na última semana das séries, encarando os últimos meses como indicador
antecedente não viesado da tendência de curto prazo futura. Fechada a última semana do
ano, temos 17,74% da população total na classe E e 67,7% na ABC. Assinalamos nos
gráficos os indicadores referentes à última semana do ano o que indicaria viés de piora
de curto prazo em relação à totalidade do mês de dezembro de 2009.
Como vimos na parte anterior ha uma serie de fatores expansionistas de retomada de
crescimento em operação. A entrada do ano novo será crucial para o desempenho social
em 2010, como foi no ano que passou .
8. Geração de Empregos Formais
Apesar da queda de dezembro, os 995 mil novos postos de trabalho de 2009 se
destacam frente a maioria dos países que destruíram postos de trabalho
A despeito da retomada de tendência ascendente o balanço e tremores nas séries
sociais ainda não são águas passadas
O passo final foi analisar a evolução do emprego formal no país. Esta
informação é particularmente importante, já que o emprego com carteira assinada é uma
32
das aspirações mais da nova classe média. Em geral, observamos sazonalidade na série,
que apresenta as maiores destruições de postos de trabalho em dezembro de cada ano. A
fim de corrigir isso e suavizar a série, optamos por apresentar também as médias móveis
de 12 meses. Nesse sentido os dados são mais animadores apontando certa recuperação
no final do segundo semestre do ano.
Geração Liquida de Emprego Formal - Mensal (jan 2000 a Dez 2009)
Fonte: CPS/FGV a partir dos dados do CAGED / M T E.
O saldo líquido no final do ano 2009 é de 995 mil novos postos de trabalho.
Talvez esse não seja um resultado ruim no contexto da crise internacional quando a
maioria dois países destruiu postos de trabalho.
9. Indicadores Subjetivos
De 0 a 10: onde você espera estar daqui a 5 anos?”, nenhum país ganha do Brasil
com média de 8.78, seguido por Dinamarca, Irlanda e Jamaica de Usain Bolt
A capa da The Economist do Cristo Redentor decolando como um foguete sugere o
que os brasileiros já esperavam desde 2006. Agora quão sustentável é este vôo?
As pesquisas domiciliares como PME e PNAD permitem captar a evolução de
diversos aspectos da sociedade brasileira ao longo do tempo bem como analisar a sua
distribuição entre diferentes grupos definidos por renda. Agora elas não nos permitem
33
diretamente contrastar diferenças tupiniquins frente à de outros países.
Complementarmente, elas antes e acima de tudo fornecem medidas de variáveis
objetivas tal como informadas pelas pessoas. Se quisermos realmente conhecer as
particularidades brasileiras vis a vis as de outras nações, temos de olhar para dados
internacionais. Medidas subjetivas de condições de vida, tais como as exploradas na
literatura emergente de felicidade ainda não fazem parte da tradição IBGEana. A partir
do processamento de microdados internacionais de 132 países, contrastamos as
particularidades do brasileiro em relação ao presente e as futuro, seu e do país. O
brasileiro acredita que será o ser mais feliz do mundo daqui a 5 anos. A pergunta para
132 países do mundo: “Dá uma nota de 0 a 10: onde você espera estar daqui a 5 anos?”,
nenhum país ganha do Brasil - nossa média é 8.78 acompanhado da Dinamarca, Irlanda
e Jamaica de Usain Bolt. O lanterninha é Zimbábue com 2,79 de felicidade futura.
Dissonância
Somos 9o em 128 países em dissonância entre expectativa individual e coletiva. Como
um país ser tão bom pra cada um, e não ser um país tão bom pra todos?
A mesma pesquisa do Gallup, quando pede para os brasileiros darem uma nota
para o país daqui a cinco anos, a nota média é 6.84, bem abaixo da Irlanda com 8,14,
mas acima de Zimbábue com 2,79. Somos número 43 em 128 países do ranking
mundial de avaliação coletiva. O resultado é que somos o nono em 128 países em
dissonância entre expectativa individual e coletiva. Como é que pode um país ser tão
bom pra cada um, e não ser um país bom pra todos?
Esta dissonância também pode ser explicada nos termos da Fábula de La
Fontaine: Somos mais cigarras do que formigas, esperando um futuro melhor. Mas, ao
contrário das formigas, não somos os melhores seres para viver em coletividade. As
altas taxas de inflação, desigualdade e criminalidade históricas tupiniquins refletem esta
característica, a boa notícia é que estamos melhorando. Mas tal como na fábula, função
do otimismo e individualismo talvez não nos preparemos para o futuro enquanto nação.
Por outro lado, as companhias que desfrutamos no ranking de dissonância são de países
relativamente desenvolvidos tais como França, Holanda, Reino Unido, EUA, Itália,
Costa Rica, Alemanha e Suécia.
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Dissonância entre Expectativas Futuras em 5 anos (Individuais e País)
pais ind
individuo
‐ pais
País País País37 new zealand 6,98 1 zzzbrazil 8,78 1 puerto rico 3,4538 canada 6,97 2 venezuela 8,52 2 trinidad & tobag 2,8239 kuwait 6,96 3 denmark 8,51 3 jamaica 2,5840 benin 6,9 4 ireland 8,32 4 honduras 2,4641 colombia 6,86 5 jamaica 8,25 5 france 2,3642 burundi 6,86 6 united states 8,14 6 netherlands 2,1343 zzzbrazil 6,84 7 canada 8,14 7 united kingdom 2,0644 thailand 6,84 8 new zealand 8,14 8 united states 2,0145 bolivia 6,83 9 australia 8,06 9 zzzbrazil 1,9446 kosovo 6,74 10 panama 8,05 10 italy 1,7947 switzerland 6,72 11 israel 8,03 11 costa rica 1,7748 uruguay 6,71 12 belgium 7,98 12 germany 1,7549 zambia 6,62 13 sweden 7,97 13 sweden 1,6950 nepal 6,62 14 colombia 7,97 14 belgium 1,5851 estonia 6,61 15 norway 7,94 15 australia 1,5752 tanzania 6,56 16 united arab emirates 7,94 16 israel 1,5653 niger 6,54 17 nigeria 7,89 17 poland 1,4954 sri lanka 6,52 18 finland 7,86 18 el salvador 1,4955 afghanistan 6,51 19 costa rica 7,82 19 guatemala 1,4456 togo 6,5 20 switzerland 7,82 20 ethiopia 1,33 :
Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados GALLUP 2006
Mesmo que a crise iniciada em 15 de setembro de 2008 não estivesse no radar
dos respondentes da pesquisa realizada em 2006, o resultado dos brasileiros acaba
revelando alguma sabedoria antes dos fatos hoje conhecidos. O Cristo Redentor, um
ícone do Brasil no mundo especialmente após a escolha das novas sete novas
maravilhas do mundo e da escolha do Rio como sede das Olimpíadas de 2016 não nos
deixa esquecer da máxima de que “Deus é Brasileiro”, ou do “Brasileiro, Profissão
Esperança”. A recente capa da revista The Economist com o Cristo Redentor decolando
como um foguete sugere o que os brasileiros já esperavam desde 2006. A questão é
quão parece sustentável é este vôo.
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10. Conclusões
Impactos da Crise
Se 2009 fosse um jogo de futebol, terminaria com a maioria dos indicadores
agregados em empate técnico em relação ao ano que passou.
O empate macro esconde mudanças meso e micro: as periferias perderam menos na
crise e os da indústria e os qualificados foram as maiores vítimas individuais.
Qual foi o impacto da crise no bolso dos brasileiros? As respostas a esta questão varia
de acordo com o nível de analise. Por exemplo, a pobreza e a desigualdade brasileiras já
se recuperaram da ressaca de janeiro do ano que passou? E a nova classe média
brasileira continuou crescendo ou submergiu? As respostas macro se referem evolução
de séries sociais como a pobreza, a nova classe média, a média e a desigualdade de
renda que sintetizam o comportamento dos grandes agregados, já o nível meso sintetiza
estas para as mesmas estatísticas em grupos específicos da sociedade como setores de
atividade, atributos pessoais ou geográficas tentando no contexto do nosso estudo
responder a questões do tipo: Quem perdeu mais com a crise? Por exemplo, os da
indústria, os mais educados ou os da periferia? Finalmente, o nível micro olha para a
trajetória de cada individuo, avaliando o risco de cada um progredir ou de regredir. Por
exemplo, o risco individual de cair da classe alta já voltou aos padrões pré-crise? Mal
comparando, o nível macro descreve a floresta, o meso detalha os bosques enquanto o
nível micro compara o desenvolvimento de cada arvore ao longo do tempo.
Seguindo a tradicional analogia futebolística, um empate social com muitos gols
descreveria os indicadores macro do ano de 2009. Começamos o ano passado recebendo
uma goleada da crise, mas ao longo do ano fomos, paulatinamente, nos recuperando das
perdas iniciais, equilibrando o placar. Se 2009 fosse um jogo de futebol, terminaria com
a maioria dos indicadores em empate técnico em relação ao ano que passou. Se este
resultado pode ser considerado satisfatório na comparação com os demais países - com
a exceção do seleto grupo formado por China, Índia e Coréia – ele representa uma
parada súbita face ao período de ouro que vai do fim da recessão de 2003 até setembro
de 2008. Além de reprisar os avanços da época de boom, traçamos a cronologia dos
lances mais relevantes do período de crise até dezembro de 2009.
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Ilustrando com o tamanho da classe ABC, simbólico do poder do nosso mercado
doméstico contra a crise, observamos um empate técnico, queda de -0,1% na
comparação dezembro de 2008 a dezembro de 2009. No nível meso identificamos que o
empate agregado guarda grupos perdedores e outros vencedores: uma taxa de
crescimento de 1,08% nas periferias e uma queda de -0,55% nas capitais. Ou seja, a
manutenção do tamanho da classe ABC esconde variações em sinais opostos por área
das metrópoles. Agora mesmo áreas ou grupos que mantiveram o tamanho de suas
classes ao longo da crise, escondem indivíduos que cresceram e outros que
submergiram. É preciso diferenciar situações onde os números micro pouco mudam
daquelas onde há quantidades similares de pessoas se movendo em direções opostas
suavizando os movimentos das séries macro ou meso. Neste caso isolamos os atributos
pessoais e econômicos de quem caiu da classe ABC durante a crise. Notamos que entre
os mais afetados foram em termos setoriais os ocupados da indústria com chances 11%
maiores. Já os indivíduos inicialmente ocupados no setor financeiro não sofreram
deslocamentos vis a vis a sua posição relativa inicial. Os mais educados também
sofreram relativamente mais que os sem instrução com chances de perda de status
23,7% maiores o que contradiz a maior parte das recessões usuais.
As séries de medidas diversas de nível de atividade também apontavam para a
ocorrência de um boom na classe C: casa, carro, computador, crédito e carteira de
trabalho estavam até próximo ao fim do terceiro trimestre de 2008 todos nos seus níveis
recordes históricos. O nosso mercado interno, simbolizado pela nova classe média, foi
fundamental na fase recessiva que a bússola de 99 entre 100 economistas apontava.
Podemos dizer que a demanda doméstica foi o nosso verdadeiro Pelé contra crise,
embora este Pelé tenha se contundido em janeiro de 2009, ele se recuperou depois.
O Caminho do Meio
O Brasil vem trilhando o caminho do meio, nem tanto ao Estado, nem tanto ao
mercado, combinamos programas sociais com respeito às regras do mercado
O Brasil não possui a agilidade dos tigres asiáticos na expansão, somos um país-
baleia mais lentos e com mais gordura para suportar o inverno econômico.
O Brasil vem trilhando o que se pode chamar: o caminho do meio, nem tanto ao
Estado, nem tanto ao mercado, combinamos programas sociais com respeito às regras
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do mercado, com um governo grande, guloso e generoso, mas sem ímpeto reformista.
Como conseqüência, o país não apresentava a agilidade e a velocidade do crescimento
dos tigres asiáticos, mas mais as características de um país-baleia com movimentos mais
lentos. Uma baleia que por ter ficado encalhada durante as duas décadas perdidas, e por
ter desencalhado apenas após 2004 goza de uma certa relutância das autoridades
brasileiras para que não se perdesse o momento de expansão de 2008.
Fora a pujança do mercado consumidor interno e das reservas internacionais, e
do teimoso otimismo oficial, há outros fatores amortecedores dos impactos da crise
externa no Brasil além do impacto da nova classe média emergente dos anos anteriores.
Apesar da abertura externa crescente e do crescimento do crédito prévios o Brasil ainda
se encontrava pouco vulnerável a estes canais de transmissão, pois ainda somos uma
economia relativamente fechada e regulada financeiramente. Ou seja, o que era inépcia
na fase de ouro mundial, se torna virtude em tempos magros.
Nossas ineficiências e iniqüidades atuais se transformam em virtudes
prospectivas se forem combatidas. A nossa carga tributária que vinha crescendo como a
cintura de um cidadão de meia-idade garantia um superávit fiscal primário. A carga
fiscal e o tamanho do estado no Brasil subia quase um ponto de porcentagem por ano
seguindo quase a risca a sina daqueles pós 40 - que não se cuidam – de ganhar um quilo
ou um ponto percentual a mais por ano. Como conseqüência nosso deslocamento de
produto era aquém da de outros países emergentes, mas agora gozamos de capacidade
de não submergirmos durante a tempestade financeira ora em curso. Compramos sem
saber seguro para uma crise não anunciada. Nosso prévio excesso de regulação
financeira se torna uma vantagem comparativa nas circunstancias de crise. A nossa
inflação também apresentava algum sinal de excesso de demanda o que seria
inevitavelmente desaquecido por ação do Banco Central passou depois pela ação da
propagação da crise em curso. Em época de inverno econômico rigoroso as reservas
acumuladas durante o verão econômico de outrora garantiram a sobrevivência nos
tempos de urso. O Brasil que estava fora do padrão de excelência internacional pelas
ineficiências e gorduras localizadas apresentadas se encaixou melhor no modelito
imposto pela crise externa.
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Sítio da Pesquisa
O sítio da pesquisa www.fgv.br/cps/2010 oferece um amplo banco de dados
com dispositivos interativos e amigáveis de consulta aos dados. Através dele, você pode
avaliar a evolução das classes econômicas no conjunto das principais regiões do país,
permitindo uma visão detalhada da mobilidade entre os diferentes estratos de renda,
através de dados longitudinais que acompanham a mesma pessoa ao longo do tempo.
Com informações disponíveis até dezembro de 2010 é possível captar quais foram os
impactos da crise, assim como a evolução dos indicadores já no período pós-crise. As
análises vão desde a evolução das classes econômicas no Brasil, passando por uma
visão detalhada da mobilidade de renda e da desigualdade brasileira.
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A Pequena Grande Década:
Crise, Cenários e a Nova Classe Média
Texto Completo
1. Introdução
Tsunami ou marolinha?, Eis a questão que muitos se perguntaram nos últimos 16
meses acerca dos impactos da crise deflagrada pelo debacle financeiro internacional de
setembro de 2008. E o que vem depois de finda a turbulência externa? Fazemos aqui um
balanço completo da evolução dos indicadores sociais para o ano de 2009, para depois
traçarmos perspectivas para os próximos cinco anos. O presente trabalho encerra uma
série de estudos conjunturais iniciados um ano atrás sobre os impactos da crise no bolso
dos brasileiros e algumas reflexões realizadas sobre os próximos cinco anos. Cobrimos
neste trajeto não só a evolução de pobreza, mas a composição de classes econômicas e
seus determinantes próximos como o crescimento da média e da desigualdade de renda.
O capítulo inicial que deu origem a série de pesquisas “crônica de uma crise
anunciada” evidenciou que passados três meses pelo menos até dezembro de 2008 não
havia sinal de crise em nossas séries de distribuição de renda, pobreza, da composição
de classes sociais e da mobilidade entre. Havia apenas uma pequena reversão na série de
crescimento das classes AB que era a que mais crescia até então. A segunda crônica
ilustrou o período crítico da crise: janeiro de 2008 quando a crise chegou com força em
todas as principais séries sociais, erodindo como uma ressaca parte dos ganhos
passados. Os demais estudos conjunturais posteriores em geral vinculados a outro tema
ligado a nova classe média brasileira mostram mais do mesmo no nosso núcleo de
indicadores sociais baseados em renda: uma recomposição gradual dos efeitos da
ressaca de janeiro de 2008. Neste trajeto observamos gradual recuperação ao longo do
ano até que em dezembro de 2009 nos encontramos num nível muito próximo daqueles
observados em dezembro de 2008. Esta revolução de 360 graus que volta ao ponto
inicial é o que os dados inéditos até o final do ano sugerem como melhor interpretação
ao ocorrido em 2009.
40
O Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (CPS/FGV) revelou
em sucessivos estudos a emergência de uma nova classe média no Brasil: no período de
2003 a 2008, quando 31,9 milhões de pessoas ascenderam às classes ABC
(www.fgv.br/cps/classemedia e www.fgv.br/cps/desigualdade). Após a chegada da crise
externa ao país a partir de setembro de 2008, nossos estudos voltaram-se à crônica da
manutenção, ou não, dos padrões de vida recém-conquistados neste período crítico
(www.fgv.br/cps/crise e www.fgv.br/cps/crise2009). A nova classe média brasileira se
tornou um ativo macroeconômico crucial para compensar a queda de exportação de
nossos produtos fruto da retração global e dos efeitos financeiros da crise sobre a
demanda agregada. Os demais estudos conjunturais posteriores em geral foram
combinados com outros temas mais estruturais ligados à nova classe média brasileira
(microcrédito, microseguro, educação, acesso a bens de consumo e etc.). Damos
seqüência aqui com dados até dezembro de 2009 ao monitoramento da evolução da
composição da população em seus diversos estratos econômicos (isto é, as classes E, D,
C e AB) bem como de seus determinantes próximos como a média e a desigualdade de
renda. O passo seguinte que fizemos foi dando seqüência à tradição de nossas pesquisas
de projetar a pobreza, traçamos cenários para 2014 e para 2010 como parte do trajeto.
Neste aspecto, inovamos na nossa análise pregressa incorporando cenários acerca da
composição de classes, ou seja, estendemos para o futuro a análise da evolução da nova
classe média brasileira e demais classes econômicas. Traçamos nesta pesquisa projeções
para os próximos cinco anos extrapolando o que ocorreu nesses cinco anos entre 2003 e 2008
quando grandes mudanças nas medidas de bem estar social baseadas em renda ocorreram, fruto
de uma rara combinação em terras tupiniquins de crescimento sustentado com redução de
desigualdade.
Plano: Este trabalho apresenta novos dados da evolução da desigualdade, da pobreza,
das classes econômicas no Brasil e da mobilidade de renda Brasileira até Dezembro de
2009. Apresentamos também uma colagem dos trabalhos produzidos durante o ano
sobre os impactos da crise no bolso do brasileiro, suas causas e o debate de proposição
de políticas públicas.
41
2. Deslocamentos de Classes Econômicas
A principal característica da abordagem aqui utilizada é o seu nível de
desagregação em quatro grupos de renda. Olhamos a evolução da participação da
população em cada estrato. Transformando uma longa estória (descrita abaixo) em
números objetivos, temos a seguir os limites das classes econômicas medidas em renda
domiciliar total de todas as fontes, por mês6:
Estendemos, aqui, o período de análise das pesquisas anteriores até dezembro de
2009, destacando o mesmo mês em todos os anos para lidar com as flutuações sazonais
no interior dos anos. Apresentamos também os valores abertos do período após o
agravamento da crise externa, a partir de setembro de 2008, com destaque aos meses
posteriores, indo até dezembro de 2009, o período novo desta pesquisa.
A classe C é a mais numerosa, com mais da metade da população (53,6%),
embora, do ponto de vista de renda, a classe dominante seja a classe AB, onde 15,63%
da população, nesta classe, se apropriam de quase 55% da renda. Apresentamos, na
tabela abaixo, a distribuição entre as diferentes faixas, desde 2002:
6 Os valores são calculados a partir do conceito de renda domiciliar per capita. Quando aplicados a PME
compatibilizadas com o fato da renda ser só do trabalho para a população de 15 a 60 anos.
Definição das Classes Econômicas
Renda Domiciliar Total de Todas as Fontes*
Inferior Superior
Classe E 0 804Classe D 804 1115Classe C 1115 4807Classe AB 4807 -
* atualizado a preços de Dezembro de2008
limites
42
Classes Econômicas - 6 Principais Metrópoles Brasil Classe ABC Classe AB Classe C Classe D Classe E
dez/02 55,22 12,00 43,22 15,24 29,54
dez/03 53,65 10,66 42,99 16,41 29,95dez/04 59,23 11,66 47,57 15,50 25,27
dez/05 59,90 13,18 46,72 16,60 23,50dez/06 64,05 14,07 49,98 14,86 21,09
dez/07 66,64 14,76 51,88 14,14 19,22ago/08 67,69 15,72 51,97 13,57 18,74
set/08 68,58 15,43 53,15 13,52 17,90out/08 68,85 15,64 53,21 13,31 17,84
nov/08 68,72 15,35 53,37 13,47 17,82dez/08 69,14 15,33 53,81 13,18 17,68
jan/09 67,55 14,91 52,64 13,58 18,87fev/09 67,51 14,84 52,67 13,67 18,82
mar/09 67,55 15,03 52,52 13,75 18,70abr/09 67,10 14,38 52,72 13,97 18,92
mai/09 67,74 14,40 53,34 13,67 18,60jun/09 67,98 14,79 53,19 13,70 18,32
jul/09 68,17 14,97 53,20 13,51 18,32ago/09 68,71 15,34 53,37 13,45 17,84
set/09 68,23 15,70 52,53 13,66 18,10out/09 68,67 15,52 53,15 13,71 17,62
nov/09 68,91 15,48 53,43 13,86 17,23
dez/09 69,21 15,63 53,58 13,37 17,42 Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Abrimos os dados da tabela acima em variações calculadas sob duas vertentes,
que abordam os períodos pré e pós-crise, conforme os gráficos abaixo. As comparações
temporais apontam crescimento da classe conjunta ABC, que se encontra no seu recorde
agora em dezembro de 2009, quando comparando ao mesmo mês em cada ano desde
2002 (ou 1992 pela PNAD). As classes D e E se encontram também em seu menor nível
em dezembro da série da PME. A classe E é um pouco menor (-1,5%) em 2009 em
relação ao mesmo mês do ano anterior.
43
Variação das Classes Econômicas Pré versus Pós-Crise
28,9%43,8%
25,2%
‐19,7%
‐41,0%
0,1% 2,0%
‐0,4%
1,4%
‐1,5%
‐55,0%
‐45,0%
‐35,0%
‐25,0%
‐15,0%
‐5,0%
5,0%
15,0%
25,0%
35,0%
45,0%
Classe ABC Classe AB Classe C Classe D Classe E
dez03 a dez08 dez08 a dez09
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Em seguida, abrimos o período pós-crise em variações. No imediato pós-
turbulência, leia-se de setembro a dezembro de 2008 não observamos mudança
qualitativa deste quadro a não ser pela pequena redução acumulada de -0,6% da classe
AB (que representou uma parada súbita, pois, como vimos anteriormente, a classe vinha
crescendo acima das demais). Houve manutenção na dinâmica das demais classes: a
classe C seguiu crescendo, agora a 1,2% no período, e as classes D e E mantendo a
tendência de queda, -2,5% e -1,2%, respectivamente.
Variação das Classes Econômicas no Pós-Crise
0,8%
‐0,6%
1,2%
‐2,5%
‐1,2%
‐2,3%‐2,7%
‐2,2%
3,0%
6,7%
1,0%
5,3%
‐0,2%
0,6%
‐4,1%
0,8% 0,7% 0,8%
‐2,5%
‐1,1%
Classe ABC Classe AB Classe C Classe D Classe E
set08 a dez08 dez08 a jan09 jan09 a set09 out09 a dez09
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
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No mês seguinte (em janeiro), observamos forte reversão da tendência anterior,
com retração dos estratos mais altos: a classe AB cai -2,74% e a classe C - que vinha,
não só se mantendo incólume da queda, como crescendo, cai -2,2%. Apenas em janeiro,
cerca de 760 mil pessoas das classes AB e C de volta às classes D e E. Em
contrapartida, as classes D e E sobem 3,03% e 6,73% em um mês. Ou seja, todas as
tendências observadas se inverteram como se ricocheteassem num objeto sólido. Janeiro
aparece como o ponto crítico do ponto de vista de transição na composição das classes
econômicas. A crise começa nas bolsas lá fora, e aqui no país chega no primeiro mês do
ano ao bolso do cidadão comum.
Em seguida, de janeiro a setembro de 2009, observamos uma reversão desses
resultados anteriores, seguido pelos meses de outubro a dezembro de 2008, onde temos
um perfil semelhante ao primeiro período analisado (à exceção do ligeiro aumento da
classe AB, que confronta com a queda branda no início).
O resultado liquido é: apesar do acontecido na virada do ano, a tendência
acumulada do pós-crise com deslocamento das pessoas dos estratos mais baixos para os
mais altos, resulta num panorama de constância, que remete a índices com patamares
semelhantes aos do pré-crise.
Descrição da Base: PME
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) implantou a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) em 1980. A PME é uma pesquisa de periodicidade mensal sobre mão-de-obra e rendimento do trabalho, e inclui as seis principais áreas metropolitanas do Brasil: Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
A PME é uma pesquisa em painel, e replica o esquema de amostragem da US Current Population Survey (CPS), visando coletar informações do mesmo domicílio por oito vezes durante um período de 16 meses. É realizada em bases rotativas, através de entrevistas mensais às famílias durante quatro meses consecutivos, retirando-as da amostra durante oito meses e em seguida as entrevistando novamente por mais quatro últimos meses. Entre 4.500 a 7.500 famílias são entrevistadas por mês em cada uma das seis áreas metropolitanas, somando, ao todo, aproximadamente 35.000 famílias. Em agosto de 1988, o tamanho da amostra foi reduzido para aproximadamente 30.000 famílias por mês. O aspecto longitudinal da PME – isto é, acompanha as mesmas pessoas ao longo do tempo - permitiria analisar o risco individual ocupacional e de renda. Desde a implantação da PME, ocorreram modificações na pesquisa, com o objetivo de melhor captar as características da população em idade ativa e sua inserção no sistema produtivo. Os temas tornaram-se mais amplos, englobando os efeitos conjunturais e as transformações do mercado de trabalho. Contudo, as questões gerais de demografia e de trabalho são as mesmas desde fevereiro de 1982.
A disponibilidade de informações mensais construídas a partir da Pesquisa Mensal do Emprego (PME) nos permitiria trabalhar com médias anuais, o que evita
45
problemas de sazonalidade, além de permitir uma análise detalhada da dinâmica do processo. A principal restrição da PME, que está na abrangência do conceito de renda utilizado, uma vez que trabalha apenas com a renda proveniente do trabalho.
A PME, assim como a PNAD, permite analisar a evolução da renda e da composição dos grupos populacionais, com a vantagem de realização mensal, tornando-se importante instrumento de monitoramento.
A Revolução de 360o
O gráfico comprova que, no período pós-crise, as tendências dos últimos anos
foram subvertidas: as classes que ganhavam mais participação passaram a perder mais,
e vice-versa. Senão, vejamos: no período pré-crise, há crescimento dos estratos de maior
renda e perda de espaço dos mais pobres: o aumento acumulado de dezembro de 2003 a
dezembro de 2008 das classes AB e C foi de 43,8% e 25,2%, respectivamente, com
correspondente redução da participação das classes D e E, de -19,7% e -41%. Em
seguida, quando tomamos o período até 2009, incluindo o pós-crise (setembro de 2008 a
dezembro de 2009), observamos crescimento de 2,0% acumulado da classe AB, seguido
de uma ligeira queda na classe C (-0,4%). O resultado agregado se traduz em empate
técnico da classe ABC (0,1%). Avaliando agora o que aconteceu com as duas outras
classes de renda, observamos aumento da classe D (1,4% no período) e diminuição da
classe E praticamente na mesma proporção (-1,5%). Podemos chamar o resultado
líquido destes movimentos das classes econômicas de uma revolução de 360º.
Em termos agregados, se calcularmos as variações de renda dos últimos anos
(toda a série até dezembro de 2009), verificamos que houve uma melhora no poder de
compra dos brasileiros nas grandes metrópoles: o aumento acumulado desde dezembro
de 2003 das classes AB e C foi de 46,6% e 24,6%, respectivamente, com
correspondente redução da participação das classes D e E de -18,5% e -41,8%. Esse
movimento, que desloca massa de pessoas da base para o topo da distribuição de renda,
foi, proporcionalmente, mais forte nos extremos da distribuição, com destaque para o
crescimento relativo das classes AB maior do que a da badalada classe C – a nova classe
média emergente e pela redução da classe E, a mais pobre.
46
PME e a Evolução Recente das Condições de Vida A tradição entre as instituições de pesquisa como o IBGE é usar os dados da
Pesquisa Mensal do Emprego (PME) em níveis individuais, e não em níveis domiciliares. Tipicamente, processando indicadores como taxa de desemprego, formalidade e a renda média do trabalho dos ocupados. Entretanto, a PME é uma pesquisa domiciliar comparável à Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) e pode ser usada como tal. Esse ponto merece destaque, pois a avaliação das condições socioeconômicas deve levar em conta o processo de repartição de recursos no bojo dos domicílios. Por exemplo, o fato de a renda do trabalhador adulto poder beneficiar outros membros de sua família, como as crianças. Ou ser beneficiado pela renda do cônjuge o que oferece um seguro social de natureza familiar. Nesse sentido, o conceito mais adequado para auferir o nível de pobreza seria a renda domiciliar per capita dos indivíduos, que corresponde à soma da renda de todas as pessoas dos domicílios dividida pelo número total de moradores. Similarmente, quando queremos quantificar a extensão da chamada classe média para, por exemplo, avaliar o poder de compra de bens familiares, tais como a casa própria, o conceito adequado é a renda total auferida por todos os membros do domicílio. Ambos os conceitos resumem uma série de fatores operantes sobre os membros da família, tais como os níveis de ocupação e de rendimento, auferidos de maneira formal ou informal, mas cujos efeitos sejam rateados ou agregados pelo número total de moradores.
A questão central aqui ensejada é como melhorar o monitoramento das condições de vida da nossa população. Como avaliar o desempenho social e econômico dispondo apenas dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad/IBGE), cujo conhecimento fica, em média, 18 meses defasados em relação dos instantes mensurados? Por exemplo, hoje estamos há 22 meses desde a última fotografia nacional tirada a partir da Pnad. A Pnad foi a campo na primeira semana de outubro de 2008 e irá se tornar conhecida apenas em setembro de 2009 quando os efeitos da crise estarão no seu auge e a colheita de dados será de tempos de bonança O aumento de velocidade é um requisito necessário para poder traçar um sistema de acompanhamento e avaliação de metas sociais operativo. Isto inclui tanto sistemas gerenciais feitos no âmbito das administrações públicas, como o acompanhamento das flutuações da renda apropriada por diferentes segmentos da sociedade. Do ponto de vista das empresas privadas que querem se adequar às flutuações do ciclo de negócios para ajustar a sua produção e para nichar a sua demanda, a urgência requerida não é menor. Função destas necessidades propomos lançar mão do processamento dos microdados da PME, que, graças a sua agilidade, nos permite diminuir a defasagem de um ano e meio da PNAD para pouco mais de um mês e meio aqui (NERI; CONSIDERA,1996).
Apresentamos abaixo gráficos com as séries mensais completas desde março de
2002 para cada classe econômica. Cada gráfico contém os níveis, acompanhados por
outro com as respectivas médias móveis.
47
29
,95
17,6
8
17,2
3
17
19
21
23
25
27
29
31
mar
/02
jun
/02
set/
02
dez/
02
mar
/03
jun
/03
set/
03
dez/
03
mar
/04
jun
/04
set/
04
dez/
04
mar
/05
jun
/05
set/
05
dez/
05
mar
/06
jun
/06
set/
06
dez/
06
mar
/07
jun
/07
set/
07
dez/
07
mar
/08
jun
/08
set/
08
dez/
08
mar
/09
jun
/09
set/
09
dez/
09
Evolução da Classe EPopulação entre 15 e 60 anos
Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual
Crise
18
20
22
24
26
28
30
32
fev/
03
abr/
03
jun/
03
ago/
03
out/
03
dez/
03
fev/
04
abr/
04
jun/
04
ago/
04
out/
04
dez/
04
fev/
05
abr/
05
jun/
05
ago/
05
out/
05
dez/
05
fev/
06
abr/
06
jun/
06
ago/
06
out/
06
dez/
06
fev/
07
abr/
07
jun/
07
ago/
07
out/
07
dez/
07
fev/
08
abr/
08
jun/
08
ago/
08
out/
08
dez/
08
fev/
09
abr/
09
jun/
09
ago/
09
out/
09
dez/
09
Evolução da Classe E - Média Móvel de 12 MesesPopulação entre 15 e 60 anos
Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual
Crise
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
48
16
,41
13
,18
13
,37
13
14
15
16
17
18
19
mar
/02
jun
/02
set
/02
dez/
02
mar
/03
jun
/03
set
/03
dez/
03
mar
/04
jun
/04
set
/04
dez/
04
mar
/05
jun
/05
set
/05
dez/
05
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/06
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/06
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/06
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06
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/07
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/07
set
/07
dez/
07
mar
/08
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/08
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/08
dez/
08
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/09
jun
/09
set
/09
dez/
09
Evolução da Classe DPopulação entre 15 e 60 anos
Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual
Crise
13
14
15
16
17
18
19
fev/
03
abr/
03
jun/
03
ago/
03
out/
03
dez/
03
fev/
04
abr/
04
jun/
04
ago/
04
out/
04
dez/
04
fev/
05
abr/
05
jun/
05
ago/
05
out/
05
dez/
05
fev/
06
abr/
06
jun/
06
ago/
06
out/
06
dez/
06
fev/
07
abr/
07
jun/
07
ago/
07
out/
07
dez/
07
fev/
08
abr/
08
jun/
08
ago/
08
out/
08
dez/
08
fev/
09
abr/
09
jun/
09
ago/
09
out/
09
dez/
09
Evolução da Classe D - Média Móvel de 12 MesesPopulação entre 15 e 60 anos
Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual
Crise
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
49
42,9
9
53,8
1
53,5
8
40
42
44
46
48
50
52
54
mar
/02
jun
/02
set
/02
dez/
02
mar
/03
jun
/03
set
/03
dez/
03
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/04
set
/04
dez/
04
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/05
jun
/05
set
/05
dez/
05
mar
/06
jun
/06
set
/06
dez/
06
mar
/07
jun
/07
set
/07
dez/
07
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/08
jun
/08
set
/08
dez/
08
mar
/09
jun
/09
set
/09
dez/
09
Evolução da Classe CPopulação entre 15 e 60 anos
Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual
Crise
40
42
44
46
48
50
52
54
fev/
03
abr/
03
jun/
03
ago/
03
out/
03
dez/
03
fev/
04
abr/
04
jun/
04
ago/
04
out/
04
dez/
04
fev/
05
abr/
05
jun/
05
ago/
05
out/
05
dez/
05
fev/
06
abr/
06
jun/
06
ago/
06
out/
06
dez/
06
fev/
07
abr/
07
jun/
07
ago/
07
out/
07
dez/
07
fev/
08
abr/
08
jun/
08
ago/
08
out/
08
dez/
08
fev/
09
abr/
09
jun/
09
ago/
09
out/
09
dez/
09
Evolução da Classe C - Média Móvel de 12 MesesPopulação entre 15 e 60 anos
Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual
Crise
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
50
10
,66
15
,33
15
,63
10
11
12
13
14
15
16
mar
/02
jun
/02
set
/02
dez/
02
mar
/03
jun
/03
set
/03
dez/
03
mar
/04
jun
/04
set
/04
dez/
04
mar
/05
jun
/05
set
/05
dez/
05
mar
/06
jun
/06
set
/06
dez/
06
mar
/07
jun
/07
set
/07
dez/
07
mar
/08
jun
/08
set
/08
dez/
08
mar
/09
jun
/09
set
/09
dez/
09
Evolução da Classe ABPopulação entre 15 e 60 anos
Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual
Crise
10
11
12
13
14
15
16
fev/
03
abr/
03
jun/
03
ago/
03
out/
03
dez/
03
fev/
04
abr/
04
jun/
04
ago/
04
out/
04
dez/
04
fev/
05
abr/
05
jun/
05
ago/
05
out/
05
dez/
05
fev/
06
abr/
06
jun/
06
ago/
06
out/
06
dez/
06
fev/
07
abr/
07
jun/
07
ago/
07
out/
07
dez/
07
fev/
08
abr/
08
jun/
08
ago/
08
out/
08
dez/
08
fev/
09
abr/
09
jun/
09
ago/
09
out/
09
dez/
09
Evolução da Classe AB - Média Móvel de 12 MesesPopulação entre 15 e 60 anos
Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual
Crise
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
51
53
,65
59
,23
69
,14
69,2
1
52535455565758596061626364656667686970
mar
/02
jun
/02
set
/02
dez/
02
mar
/03
jun
/03
set
/03
dez/
03
mar
/04
jun
/04
set
/04
dez/
04
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/05
jun
/05
set
/05
dez/
05
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/06
jun
/06
set
/06
dez/
06
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/07
jun
/07
set
/07
dez/
07
mar
/08
jun
/08
set
/08
dez/
08
mar
/09
jun
/09
set
/09
dez/
09
Evolução da Classe ABCPopulação entre 15 e 60 anos
Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual
Crise
52535455565758596061626364656667686970
fev/
03
abr/
03
jun/
03
ago/
03
out/
03
dez/
03
fev/
04
abr/
04
jun/
04
ago/
04
out/
04
dez/
04
fev/
05
abr/
05
jun/
05
ago/
05
out/
05
dez/
05
fev/
06
abr/
06
jun/
06
ago/
06
out/
06
dez/
06
fev/
07
abr/
07
jun/
07
ago/
07
out/
07
dez/
07
fev/
08
abr/
08
jun/
08
ago/
08
out/
08
dez/
08
fev/
09
abr/
09
jun/
09
ago/
09
out/
09
dez/
09
Evolução da Classe ABC - Média Móvel de 12 MesesPopulação entre 15 e 60 anos
Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual
Crise
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
52
Desigualdade
Apresentamos a seguir séries mensais dos índices de Gini e do Theil-T adotando
os conceitos individual e per capita.
Desigualdade de Renda do Trabalho - 6 Principais Metrópoles Brasil Níveis
THEIL GINI THEIL GINI
dez/02 0,8178 0,6317 1,1930 0,7457dez/03 0,7680 0,6180 1,1309 0,7322dez/04 0,7437 0,6049 1,0765 0,7161
dez/05 0,6928 0,5920 1,0366 0,7059dez/06 0,7079 0,5904 1,0359 0,6998dez/07 0,6844 0,5836 0,9955 0,6897
ago/08 0,6860 0,5843 0,9852 0,6867set/08 0,6891 0,5848 0,9854 0,6853out/08 0,6719 0,5808 0,9614 0,6804nov/08 0,6871 0,5824 1,0010 0,6837
dez/08 0,6724 0,5778 0,9854 0,6823jan/09 0,7251 0,5922 1,0594 0,6979fev/09 0,7115 0,5878 1,0323 0,6927mar/09 0,6963 0,5870 1,0030 0,6916
abr/09 0,7201 0,5907 1,0100 0,6922mai/09 0,6906 0,5843 0,9876 0,6879jun/09 0,6848 0,5830 0,9744 0,6845jul/09 0,6807 0,5815 0,9722 0,6838
ago/09 0,6801 0,5834 0,9739 0,6847set/09 0,6870 0,5863 0,9860 0,6880out/09 0,6914 0,5859 0,9909 0,6878nov/09 0,6820 0,5838 0,9782 0,6852
dez/09 0,6603 0,5779 0,9546 0,6796
Renda per Capita Renda Individual
A desigualdade de renda que passou por forte deterioração com o aumento
observado em janeiro quando comeu parte das melhoras dos últimos anos, voltou em
dezembro último aos níveis próximos ao de dezembro de 2008: o Índice de Gini da
renda domiciliar per capita do trabalho passa a 0,5779 no último mês, apenas 0,1%
acima do índice visto um ano antes (0,5778), e, portanto antes da crise aqui aportar. O
índice de desigualdade de Theil que é mais sensível às mudanças na cauda da
distribuição mostra movimento um pouco diferente sendo o de dezembro último o
menor nível da série histórica.
A seguir, os dados de variação para os diversos conceitos da tabela anterior. Os
conceitos mais amplos que incluem rendas nulas tendem apresentar um resultado
próximo da variação nula na comparação de dezembro dos dois anos.
53
Variações rdpc - 15 a 60 (todo
mundo) renda individual - 15 a 60
(total)
THEIL GINI THEIL GINI
dez03 a dez08 -12.4% -6.5% -12.9% -6.8%
dez04 a dez08 -9.6% -4.5% -8.5% -4.7%
dez08 a dez09 -1.8% 0.0% -3.1% -0.4%
ago08 a set08 0.5% 0.1% 0.0% -0.2%
set08 a dez08 -2.4% -1.2% 0.0% -0.4%
dez08 a jan09 7.8% 2.5% 7.5% 2.3%
jan09 a set09 -5.3% -1.0% -6.9% -1.4%
out09 a dez09 -4.5% -1.4% -3.7% -1.2% Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Os gráficos abaixo ilustram as variações do período de Dezembro de 2003 a
Dezembro de 2008 e deste mês até Dezembro de 2009 para o conceito de renda
domiciliar per capita incluindo valores nulos.
Variação da Desigualdade Pré versus Pós-Crise
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
O gráfico a seguir abre o último ano em sub-períodos. Identificando a forte
deterioração em janeiro seguida por movimento em direção contrária nos meses
seguintes:
54
Variação da Desigualdade Pós-Crise
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Quando analisamos os gráficos das médias móveis observamos claramente a
influencia do resultado do início do ano, que mostra a inversão da queda observada
desde o início da série. Resultado que foi revertido nos últimos meses conforme as
séries abaixo ilustram.
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
55
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
56
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Renda Média
O conceito habitual ou normal suaviza flutuações transitórias da renda tal como
aquela advinda do décimo terceiro salário, do bônus de férias e de horas extras feitas de
maneira excepcional. O conceito de renda efetiva, também pesquisado pela PME,
apresenta marcadas flutuações sazonais na passagem de cada ano como os gráficos
ilustram, mas fora estes picos as séries de dados são relativamente próximos7. Optamos
ao longo deste trabalho por trabalhar aqui com o conceito habitual de renda, pois além
de eliminar flutuações erráticas o que pode viesar para cima as medidas de mobilidade a
serem discutidas mais a frente. Uma vantagem deste conceito é a de ser também usado
pela PNAD permitindo comparabilidade direta dos resultados com a principal base de
dados do sistema de pesquisas domiciliares brasileiras.
7 Neri (1996) detalha as diferenças entre os dois conceitos a partir da comparação entre a PME coletada entre 1980 e idos de 1982 antes da primeira reformulação. Um outro ponto é que o conceito habitual tende a estar vinculado ao mês em curso da pesquisa enquanto o efetivo ao mês anterior. Neste sentido o conceito efetivo seria mais adequado como indicador líder da PNAD. Por outro lado, o conceito efetivo de renda é o que se adéqua as séries da PME entre 1982 e 2002, antes da segunda reforma.
57
Fonte: CPS/ FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
Os gráficos em média móveis permitem isolar melhor as tendências. A média de
renda dá continuidade à trajetória de expansão já observada do fim da recessão de 2003,
como já os dados mensais acima já sugeriam.
Fonte: CPS/ FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
58
Na tabela a seguir é possível observar os níveis de renda média nos meses de
dezembro desde o ano 2002. Apresentamos todos os meses desde agosto de 2008 para
melhor entender os efeitos da crise no nível de renda do brasileiro.
Renda Per Capita - 6 Principais Metrópoles Brasil Renda Efetiva Renda Habitual
dez/02 545,61 529,52 dez/03 506,24 484,14 dez/04 560,20 528,78 dez/05 621,15 564,70 dez/06 646,97 603,93 dez/07 668,69 627,22 ago/08 651,61 652,00 set/08 665,04 666,61 out/08 666,31 666,41 nov/08 665,39 665,82 dez/08 708,55 662,47 jan/09 828,58 659,59 fev/09 640,22 644,30 mar/09 639,65 645,75 abr/09 639,66 643,12 mai/09 638,55 640,67 jun/09 646,19 648,29 jul/09 647,20 648,32
ago/09 659,01 662,15 set/09 665,10 665,72 out/09 666,50 667,50 nov/09 669,63 671,27 dez/09 706,48 659,75
Fonte: CPS/ FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
Em termos de variação, a taxa de crescimento acumulada no período de
Dezembro de 2003 a Dezembro de 2009 da renda per capita, portanto já descontando o
crescimento populacional, é de 36,3%, ou seja, 5,3% ao ano. Se isolarmos em dois
momentos distintos, sendo o primeiro até dezembro de 2008, observamos que a taxa
acumulada de crescimento da renda é pouco superior (36,8%). Ou seja, entre dezembro
de 2008 e dezembro de 2009, os resultados não mudam muito (o que notamos é uma
ligeira redução de -0,4%).
59
Variação da Renda Domiciliar Per Capita Pré versus Pós-Crise
Fonte: CPS/ FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
Evolução da Renda: Capitais versus Periferias
Apresentamos, a seguir, a evolução da renda nas capitais e periferias
metropolitanas. Apesar dos maiores níveis apresentados pelas primeiras (791 reais
contra 495 reais nas periferias), quando consideramos os últimos seis anos há
diminuição das diferenças entre as duas. O crescimento de 43,39% renda das periferias
é 16 pontos de porcentagem maior que o das capitais.
De maneira geral, o ano de 2006 foi o que apresentou maior crescimento de
renda per capita (6,28% no total). Neste período, as capitais também apresentaram seu
recorde de aumento relativo (6,10%), enquanto que o ano de 2008 pode ser considerado
o ano das periferias (7,80% de aumento). Restringindo a análise ao último ano (período
pós-crise), notamos o menor crescimento total da renda com apenas 1,55%, sendo
2,43% nas periferias e 1,05% nas capitais.
60
Apresentamos no anexo, uma série de estatísticas para as capitais e periferias,
incluindo mudanças de classes econômicas e renda. Essas informações também estão
disponíveis para os meses de dezembro de cada ano e no site ampliamos o espectro de
variáveis para gênero, escolaridade, idade etc. O leitor está convidado a analisar tais
informações de acordo com seus interesses particulares.
3. Movimentos Individuais entre Classes Econômicas
O aspecto longitudinal dos dados de renda familiar per capita do trabalho nos
fornecerá a evidência empírica básica sobre o padrão de mobilidade entre classes,
observado na prática. A principal lição desta análise é que uma pessoa não é pobre (ou
de elite), mas sim ela está na pobreza (ou na elite econômica). Esta análise de transição
de estados complementa as de séries de tempo que mostram qual a parcela de cada
classe de renda na população determinando a magnitude dos riscos envolvidos, ou seja,
a pergunta do quanto a crise recente afetou risco de queda de classe, na seção seguinte
respondemos a pergunta de quem de quem sofre mais este risco.
61
Risco de Queda da Classe AB
Comecemos pela primeira questão. Por exemplo, como vimos, a parcela na
classe AB passou de 15,33% para 15,63% entre os dois últimos meses de dezembro. O
ponto aqui é avaliar os riscos de quem chegou a uma determinada classe de progredir,
permanecer onde esta ou de regredir. Por exemplo, peguemos o último dos grupos
analisados cujos indivíduos começaram a ser observados em dezembro de 2008 que
foram observados novamente em dezembro de 2009, o último mês da pesquisa. A
probabilidade de manutenção de status de classe de uma mesma pessoa entre estes dois
meses foi de 85,65%, Neste caso como não há a possibilidade de progressão, pois estão
batendo com a cabeça no nosso teto de classes, o restante 14,38% caíram
necessariamente entre dois meses, um ano a parte. Agora para saber se isto é pouco ou
muito precisamos de uma base de comparação. Se compararmos com dezembro dos
demais anos, vemos que este risco de regressão econômica só é maior que os
observados nas janelas de 12 meses terminadas em dezembro de 2007 e em dezembro
de 2006, quando os riscos atingiram as taxas de 8,87% e 13,32%, respectivamente. Por
outro lado, os 14,38% de queda da classe ABC observados até dezembro de 2009 é
inferior aos dos mesmos 12 meses terminados em 2003 (34,22%), 2008 (19,41% já
terminando em plena crise recente) e 2004 (17,13%).
A guisa ainda da comparabilidade com os demais meses da crise recente os
14,38% de risco de queda da classe ABC dos dados de dezembro de 2009 são inferiores
aos dados de 11 dos últimos 12 meses do ano, sendo o outro período de menor risco o
imediatamente adjacente terminado em novembro de 2009 com a taxa de 12,78%. O
pior período da crise é aquele terminado em plena ressaca de janeiro de 2009 quando
atinge 24,97%. Incidentalmente este é o mês mais distante do ano analisado. Ambos os
resultados parecem indicar que como vimos na seção, não só a classe AB se recuperou
no seu tamanho agregado dos choques externa da qual foi a primeira e principal vítima
no início da crise, como em termos o risco de queda também se normalizou, indicando a
superação do período mais crítico da crise para o grupo da elite de renda.
Saindo da análise do último mês da série, mas generalizando para todos as
janelas de 12 meses finalizadas em 2009, o ano de chegada da crise recente, vis a vis a
média dos demais anos. 2009 é o terceiro pior ano da série iniciada em 2003: 22,73 em
cada cem que estavam inicialmente na classe AB terminou este período fora dela. O
62
pior ano da série é o da recessão de 2003 quando 35,12% decaíram da classe AB e o
menos arriscado o de 2007 quando 18,66% percorreram a trajetória descendente.
A PME usa a metodologia de painel rotativo que busca colher informações nas
mesmas residências nos meses t, t+1, t+2, t+3, t+12, t+13, t+14, t+15, perfazendo um
total de oito entrevistas distribuídas ao longo de um período de 16 meses. A abordagem
inicial usada aqui consiste em calcular as probabilidades de transição para dentro e para
fora dos quatro grupos da sociedade, bem como de não transição entre estes grupos,
entre pares de observação das mesmas pessoas doze meses a parte, iniciados em março
de 2002. O último dos grupos analisados termina em dezembro de 2009. O aspecto
longitudinal dos dados de renda familiar per capita do trabalho nos fornecerá a
evidência empírica básica sobre o padrão de mobilidade social observado na prática.
Nas matrizes a seguir, abrimos os destinos das transições de cada estrato
econômico por ano. Na última linha da tabela, apresentamos as informações mais
recentes (transição entre 2008 e 2009), que já estão disponíveis até o mês de dezembro.
Primeiramente, apresentamos essas estatísticas de forma agregada anualmente, para
depois abrir mensalmente, o que pode nos fornecer os possíveis impactos da crise na
transição entre as classes.
Os dados anuais mostram que os anos 2004 e 2008 se destacam nas estatísticas,
com apenas 59,5% e 59,91% da classe E que continuam classe E, um ano após a
primeira observação (coletada em 2003 e 2007, respectivamente). No último ano
disponível para análise (2009), observamos o terceiro melhor resultado. Observamos
aumento de 0,5 ponto de porcentagem no contingente dos que continuam classe E
(60,38%), frente ao mesmo período um ano antes.
Matriz de Transição da Classe E
6 Principais Regiões Metropolitanas
Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)
Mobilidade Anual
Período Final (1 ano depois)
Classe E Classe D Classe C Classe AB
2002 61.47 16.80 18.18 3.55
2003 59.50 18.64 18.34 3.52
2004 61.16 19.07 17.12 2.65
2005 64.10 18.00 16.07 1.83
2006 63.31 18.48 16.12 2.09
2007 59.91 17.60 19.00 3.49
Per
íodo
Ini
cial
2008 60.38 18.42 18.39 2.82
63
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE Tecnicamente empatada (-0.5 pontos de percentagem), quando comparado ao
mesmo período de 2008, a permanência na classe C continua acima dos 81%. Em 2009,
81,27% da população inicialmente C se mantém nessa classe (era 81,67% no ano 2008).
Na classe D a taxa de permanência, cresce 0,8 p.p. no último ano.
Matriz de Transição da Classe C
6 Principais Regiões Metropolitanas
Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)
Mobilidade Anual
Período Final (1 ano depois)
Classe E Classe D Classe C Classe AB
2002 12.310 12.180 70.260 5.250
2003 7.99 9.61 76.02 6.38
2004 6.46 10.20 77.01 6.33
2005 5.52 7.83 80.14 6.51
2006 5.18 7.15 81.51 6.15
2007 4.86 7.07 81.67 6.40
Per
íodo
Ini
cial
2008 5.52 7.17 81.27 6.04
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Matriz de Transição da Classe D
6 Principais Regiões Metropolitanas
Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)
Mobilidade Anual
Período Final (1 ano depois)
Classe E Classe D Classe C Classe AB
2002 32.31 36.49 30.45 0.75
2003 23.31 39.93 36.15 0.62
2004 21.54 43.33 34.56 0.57
2005 18.92 41.49 38.91 0.68
2006 16.54 45.20 37.70 0.55
2007 16.17 43.18 40.03 0.63
Per
íodo
Ini
cial
2008 17.66 44.04 37.74 0.57
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Quando analisamos o extremo superior da distribuição, a taxa de permanência na
classe AB, apresenta de forma agregada o seu melhor resultado entre 2006 (observação
inicial) e 2007 (final). Com quedas nos anos seguintes, chega em 2009 com taxa de
permanência de 77,27%, ou seja, a proporção de pessoas que se mantêm AB, entre 2008
e 2009 (medidos até dezembro).
64
Matriz de Transição da Classe AB
6 Principais Regiões Metropolitanas
Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)
Mobilidade Anual
Período Final (1 ano depois)
Classe E Classe D Classe C Classe AB
2002 8.500 1.15 25.47 64.88
2003 5.38 0.75 20.21 73.66
2004 2.77 0.47 17.06 79.70
2005 3.16 0.47 16.26 80.11
2006 2.96 0.39 14.32 82.34
2007 3.20 0.43 16.93 79.44
2008 3.86 0.40 18.47 77.27
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
O passo seguinte é abrir as transições dessa classe de renda para os níveis
mensais desde o início da crise para entender quando as mudanças foram mais
expressivas. Em relação à proporção de indivíduos que continuam na classe AB,
observamos níveis mais altos no final do ano 2009. Entre novembro e dezembro deste
ano, cerca de 90,12% das pessoas que são inicialmente AB continuam na mesma
situação um mês depois.
Matriz de Transição da Classe AB 6 Principais Regiões Metropolitanas
Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA) Mobilidade Mensal Part (%) Período Final (1 mês depois)
Pop Total Classe E Classe D Classe C Classe AB
nov/09 3251932 1.50 0.22 8.16 90.12 out/09 3270295 1.74 0.10 9.11 89.05 set/09 3303552 2.30 0.12 10.36 87.21 ago/09 3487189 1.65 0.06 8.62 89.66 jul/09 3235738 1.63 0.17 10.49 87.72 jun/09 3175435 1.37 0.32 9.77 88.55 mai/09 3105576 1.69 0.22 10.02 88.06 abr/09 3158298 1.81 0.16 11.70 86.34 mar/09 3123727 1.84 0.19 10.26 87.70 fev/09 3147326 2.19 0.54 10.38 86.88 jan/09 3097937 2.36 0.23 10.66 86.75 dez/08 3446103 1.74 0.35 11.83 86.09 nov/08 3295400 1.78 0.36 9.63 88.23 out/08 3403720 1.91 0.53 12.15 85.40 set/08 3223068 1.68 0.11 10.64 87.57
Per
íodo
Ini
cial
ago/08 3526534 1.37 0.25 12.84 85.54 Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
65
Analisamos aqui a transição para dentro e para fora dos quatro grupos de renda.
O leitor está convidado a analisar as mudanças de classes sociais em períodos pré- e
pós-crise através das matrizes anteriores ou por diferentes grupos sócio demográficos,
no Panorama de Mobilidade Social disponível no site da pesquisa.
Panorama de Mobilidade
Disponibilizamos no site da pesquisa um Panorama de Mobilidade Social que permite
obter a proporção de indivíduos que entram e saem de cada classe econômica, por
diferentes características sócio-econômicas. As informações geradas na tabela permitem
obter as probabilidades de transições. Para isso, escolha o período (anual ou crise) e a
classe inicial de análise. Para comparar mais de um período, utilize a tecla Ctrl.
Análise de Transição Multivariada
A análise multivariada visa proporcionar um experimento mais bem controlado
que a análise bivariada. Seu objetivo é captar o padrão de correlações parciais entre as
variáveis de interesse e as variáveis explicativas. Isto é, isolar a variável que estamos
analisando das demais variáveis explicativas. Nos exercícios abaixo, captamos as
correlações entre diferentes características populacionais, uma a uma, e a permanência
na classe ABC que é o conjunto de pessoas situadas nas classes mais abastadas (ou
66
menos pobres). O simulador abaixo visa tornar mais amigável o uso dos modelos
estatísticos multivariados aqui analisados.
Simulador de Mobilidade Social
Ferramenta que permite simular as probabilidades de permanecer em
determinado grupo de renda, através da combinação de suas características. Com este
dispositivo disponível em http://www3.fgv.br/ibrecps/c2010/sim_pme/index.htm e no
site da pesquisa, é possível obter as probabilidades de continuar na classe ABC. Basta
selecionar as informações de acordo com seus atributos ou aqueles que deseja analisar.
Depois de preencher o formulário, clique em Simular.
O gráfico gerado com a probabilidade apresenta duas barras. Uma das barras
representa o Cenário Atual, com o resultado segundo as características selecionadas; a
outra, o Cenário Anterior apresenta a simulação anterior.
Apresentamos, no apêndice, o detalhamento dos exercícios sobre os
determinantes das probabilidades de transição entre classes sociais extremas, onde a
interpretação é mais simples e direta controlada por atributos, tais como educação, sexo,
raça, idade, tamanho de família e região. A pergunta-chave aqui é se houve uma piora
relativa durante o período de crise de pessoas com características iguais em alguns
setores críticos ou níveis de educação vis-à-vis os demais. Os modelos estimados estão
detalhados no apêndice e foram acoplados no simulador que permite a cada uma testar o
impacto de características sobre algumas transições, em particular, a transição entre as
classes mais altas (Classe ABC) em direção às classes mais baixas, que apareceu como
um dos principais efeitos colaterais da crise.
67
No primeiro modelo logístico binomial apresentamos informações entre janeiro
de 2007 até dezembro de 2009, captadas com intervalos de 12 meses entre elas, ou seja,
comparamos as mesmas pessoas no período inicial e depois observamos esse mesmo
indivíduo 1 ano após. A fim de medir os impactos da crise na permanência das pessoas
na classe ABC, incluímos no modelo uma dummy de tempo identificados como o
momento da segunda observações do indivíduo: pré-crise (janeiro de 2007 a setembro
de 2008), crise (outubro de 2008 a dezembro de 2009). Os resultados mostram que a
chance de um indivíduo permanecer na classe ABC no período de crise foi 5% menor
que a apresentada antes da crise. A última coluna de razão de chances é mais fácil de
interpretar se os valores são menores que um, no caso da crise a chance de permanecer
na classe média é 4,059% menor (100% - 95,041%).
Regressão Logística Período Janeiro2007 a Dezembro de 2009 – Observações Individuais 12 meses a parte
15 a 60 - Era classe ABC no primeiro período e Continua Modelo Geral
Parâmetro Categoria Estimativa Erro
Padrão Qui-Quadrado sig Razão
condicional
crise Crise -0.0509 0.0135 14.21 ** 0.95041
crise zNao crise 0.0000 0.0000 . 1.00000* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% .
** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% . Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE
Em seguida, realizamos um segundo exercício, decompondo o período após
setembro de 2008 até dezembro de 2009 em dois períodos. Os resultados são robustos e
mostram novamente menores chances de permanência na classe ABC durante a crise
(3,6% menores), que foi depois não só recuperada no pós-crise, quando as chances de
permanência no extremo mais alto da distribuição se tornam 5,48% maiores que no
período inicial, antes da crise. Ou seja, após a crise completar um ano de ocorrência, a
probabilidade de quem era classe ABC manter o status aumentou.
Regressão Logística Período Janeiro2007 a Dezembro de 2009 – Observações Individuais 12 meses a parte
15 a 60 - Era classe ABC no primeiro período e Continua Modelo Geral
Parâmetro Categoria Estimativa Erro Padrão Qui-Quadrado sig Razão condicional
crise2 Crise -0.0367 0.0146 6.30 ** 0.96401
crise2 Pós-Crise 0.0534 0.0222 5.80 ** 1.05483
crise2 Pré-Crise 0.0000 0.0000 . 1.00000* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% .
** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% . Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE
68
Agora, replicamos os mesmos exercícios anteriores incorporando algumas
variáveis interativas para tentar captar quais os grupos que perderam ou ganharam
durante o período de crise. A primeira delas é a educação. Decidimos novamente
apresentar um modelo binomial para entender se isso afetou a permanência das pessoas
na classe ABC.
Escolaridade: Iniciando nossa análise por características educacionais, avaliamos os
sinais da crise para pessoas de diferentes níveis de instrução. Notamos que, de forma
geral, a educação está positivamente correlacionada com níveis mais altos de
permanência nas classes de renda mais altas (no caso classe ABC). Conforme podemos
ver abaixo, as chances normais de uma pessoa com mais de onze anos de estudos que
está no momento inicial na classe ABC e continuar nesta faixa um ano depois em geral
é 3 vezes maior que outro sem instrução (ou com ate 1 ano). Agora nos voltando as
variáveis interativas, as chances dos mais educados diminuem em termos relativos. Ou
seja, pessoas de níveis mais altos de instrução perderam parte de sua vantagem relativa.
Notamos isso através dos sinais negativos da parte interativa do modelo abaixo. A
chance de uma pessoa continuar ABC, durante a crise, é relativamente menor para
aqueles que são mais educados (24,6% menores para os que tem 11 anos ou mais de
estudos em relação aos sem instrução).
Regressão Logística Período Janeiro2007 a Fevereiro de 2009 – Observações Individuais 12 meses a parte
15 a 60 - Era classe ABC no primeiro período e Continua Modelo Geral + interação (educação * crise)
Parâmetro Categoria EstimativaErro
Padrão Qui-Quadrado sig Razão
condicional
anoest De 1 a 3 anos de estudo 0.1852 0.0809 5.24 ** 1.20352
anoest De 4 a 7 anos de estudo 0.3894 0.0698 31.10 ** 1.47609
anoest De 8 a 10 anos de estudo 0.6535 0.0701 87.00 ** 1.92231
anoest 11 ou mais anos de estudo 1.1039 0.0689 256.81 ** 3.01598
anoest Sem instrução e menos de 1 ano de estudo
0.0000 0.0000 . 1.00000
crise Crise 0.2007 0.0974 4.24 ** 1.22227
crise zNao crise 0.0000 0.0000 . 1.00000
anoest*crise De 1 a 3 anos de estudo -0.1544 0.1170 1.74 0.85696
anoest*crise De 1 a 3 anos de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000
anoest*crise De 4 a 7 anos de estudo -0.2613 0.1014 6.64 ** 0.77001
69
Parâmetro Categoria EstimativaErro
Padrão Qui-Quadrado sig Razão
condicional
anoest*crise De 4 a 7 anos de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000
anoest*crise De 8 a 10 anos de estudo -0.2408 0.1012 5.66 ** 0.78602
anoest*crise De 8 a 10 anos de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000
anoest*crise
11 ou mais anos de estudo -0.2695 0.0994 7.35 ** 0.76377
anoest*crise 11 ou mais anos de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000
anoest*crise Sem instrução e menos de 1 ano de estudo
0.0000 0.0000 . 1.00000
anoest*crise Sem instrução e menos de 1 ano de estudo
0.0000 0.0000 . 1.00000
* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% . ** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% .
Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE
Setor: Seguimos nossa análise de impactos da crise com um corte setorial separando
setores que estão a princípio mais expostos aos canais de transmissão da crise como a
instabilidade no sistema financeiro e a retração de demanda nos países desenvolvidos
contraindo as nossas importações industriais. Sinteticamente, os resultados mostram
que: i) as pessoas as quais trabalham no setor financeiro com as demais características
observáveis equivalentes têm 11,81% mais chances de se manterem na classe ABC,
quando comparadas a pessoas iguais nos demais setores. Na indústria o resultado não é
estatisticamente diferente ao dos demais setores. iii) Por outro lado, as chances dos
ocupados inicialmente na indústria de manter a classe econômica durante a fase de crise
recente foi 10% menor. Já os inicialmente ocupados no sistema financeiro não foram
mais afetados (isto é, não rejeitamos estatisticamente esta hipótese).
Regressão Logística Período Janeiro2007 a Fevereiro de 2009 – Observações Individuais 12 meses a parte
15 a 60 - Era classe ABC no primeiro período e Continua Modelo Geral + interação (setor * crise)
70
Categoria EstimativaErro
Padrão Qui-Quadrado sig Razão
condicional
Financeira 0.1114 0.0344 10.46 ** 1.11781
Industria 0.0465 0.0302 2.37 1.04765
Outro 0.0000 0.0000 . 1.00000
Crise -0.0356 0.0154 5.37 ** 0.96504
zNao crise 0.0000 0.0000 . 1.00000
Financeira -0.0116 0.0466 0.06 0.98849
Financeira 0.0000 0.0000 . 1.00000
Industria -0.1054 0.0398 6.99 ** 0.89998
Industria 0.0000 0.0000 . 1.00000
Outro 0.0000 0.0000 . 1.00000
Outro 0.0000 0.0000 . 1.00000
* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% .
** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% . Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE
Posição na Ocupação (ou na Desocupação)
Analisamos a seguir os impactos da crise por posição na ocupação (conta
própria, empregador, empregados com carteira, empregados sem carteira, funcionários
públicos) e na desocupação (desempregados e inativos). Conforme esperado
empregadores e funcionários públicos apresentam maior estabilidade nos segmentos de
renda familiar mais altos, mesmo quando controlamos pela maior escolaridade entre
outros atributos desta classe. Agora não captamos nenhum efeito estatisticamente
diferente de zero nos impactos relativos da crise.
71
Regressão Logística Período Janeiro2007 a Fevereiro de 2009 – Observações Individuais 12 meses a parte
15 a 60 - Era classe ABC no primeiro período e Continua Modelo Geral + interação (Posição na ocupação * crise)
Parâmetro Categoria EstimativaErro
Padrão Qui-Quadrado sig Razão
condicional
CPOSOCUP1 Conta própria -0.0695 0.1380 0.25 0.93290
CPOSOCUP1 Desocupado com idade acima de 9 anos -0.2086 0.1425 2.14 0.81169
CPOSOCUP1 Empregador 0.5554 0.1498 13.74 ** 1.74263
CPOSOCUP1 Empregados - com carteira 0.0276 0.1368 0.04 1.02798
CPOSOCUP1 Funcionários Públicos – militar etc 0.6029 0.1443 17.45 ** 1.82747
CPOSOCUP1 Empregados - sem carteira -0.1597 0.1385 1.33 0.85243
CPOSOCUP1 Inativo -0.2335 0.1366 2.92 0.79172
CPOSOCUP1 Trabalhadores não remunerados de membro da unidade domiciliar que era conta própria ou empregador
0.0000 0.0000 . 1.00000
crise Crise 0.2550 0.2046 1.55 1.29045
crise zNao crise 0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1*crise Conta própria -0.3204 0.2077 2.38 0.72584
CPOSOCUP1*crise Conta própria 0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1*crise Desocupado com idade acima de 9 anos -0.3796 0.2141 3.14 0.68413
CPOSOCUP1*crise Desocupado com idade acima de 9 anos 0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1*crise Empregador -0.1938 0.2235 0.75 0.82384
CPOSOCUP1*crise Empregador 0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1*crise Empregados - com carteira -0.3214 0.2060 2.44 0.72510
CPOSOCUP1*crise Empregados - com carteira 0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1*crise Funcionários Públicos – militar etc -0.4048 0.2151 3.54 0.66712
CPOSOCUP1*crise Funcionários Públicos – militar etc 0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1*crise Empregados - sem carteira -0.2625 0.2085 1.58 0.76912
CPOSOCUP1*crise Empregados - sem carteira 0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1*crise Inativo -0.2851 0.2062 1.91 0.75194
CPOSOCUP1*crise Inativo 0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1*crise Trabalhadores não remunerados de membro da unidade domiciliar que era conta própria ou empregador
0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1*crise Trabalhadores não remunerados de membro da unidade domiciliar que era conta própria ou empregador
0.0000 0.0000 . 1.00000
* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% .
** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% . Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE
72
4. Outros Indicadores
a. PME em Bases Semanais
Nesta seção, abrimos a pesquisa mensal em bases semanais para melhor traçar a
cronologia semanal da crise e pós-crise, indo, portanto até a última semana de dezembro
de 2009. Inicialmente, apresentamos a média móvel de quatro semanas da participação
das classes extremas do nosso espectro analisado, quais sejam as classes E a ABC ao
longo dos últimos 24 meses. Centramos nossa análise nas últimas semanas das séries,
encarando os últimos meses como indicador antecedente não viesado da tendência de
curto prazo futura. Os resultados mostram que na primeira semana de dezembro de 2009
alcançamos o menor nível dos últimos dois anos na proporção de pessoas na classe E.
Seguindo na mesma linha positiva a classe ABC que perdeu um pouco no início do ano,
apresenta melhoras, e chega também no mês de dezembro (terceira semana) no seu
recorde. Fechada a última semana do ano, temos 17,74% da população total na classe E
e 67,7% na ABC. Assinalamos nos gráficos os indicadores referentes à última semana
do ano o que indicaria viés de baixa em relação à totalidade do mês de dezembro de
2009, sendo esta a informação a última disponível até o momento.
17,74
17.0
17.5
18.0
18.5
19.0
19.5
20.0
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008)
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m 3
Evolução da Classe E - Média Móvel de 4 SemanasPopulação entre 15 e 60 anos
Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
73
67,7
63.564.064.565.065.566.066.567.067.568.068.569.069.570.0
Jane
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008)
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Evolução da Classe ABC - Média Móvel de 4 SemanasPopulação entre 15 e 60 anos
Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
b. Geração de Empregos Formais
O passo final foi analisar a evolução do emprego formal no país. Esta
informação é particularmente importante, já que o emprego com carteira assinada é uma
das fortes características da classe média. Nesse contexto, as informações mais recentes
não são tão animadoras. Apesar de a situação estar melhor do que a apresentada em
dezembro de 2008, foram destruídos agora em dezembro de 2009, -415 mil empregos.
Em geral, observamos sazonalidade na série, que apresenta as maiores destruições de
postos de trabalho em dezembro de cada ano. A fim de corrigir isso e suavizar a série,
optamos por apresentar também as médias móveis de 12 meses. Nesse sentido os dados
são mais animadores apontando certa recuperação no segundo semestre do ano.
74
Geração Liquida de Emprego Formal - Mensal (jan 2000 a Dez 2009)
Fonte: CPS/FGV a partir dos dados do CAGED / M T E.
O saldo líquido no final do ano 2009 é de 995 mil novos postos de trabalho.
Talvez esse não seja um resultado tão ruim, se olharmos num contexto de crise
internacional e, principalmente, pelas tendências apresentadas no segundo semestre do
ano que apresentou o maior número de postos de trabalho criados comparado ao mesmo
período em anos anteriores.
Geração Liquida de Emprego Formal – Acumulado no Ano (2000 a 2009)
Fonte: CPS/FGV a partir dos dados do CAGED / M T E.
75
Geração Liquida de Emprego Formal – Semestral (2000 a 2009)
Fonte: CPS/FGV a partir dos dados do CAGED / M T E.
c. Indicadores Subjetivos
O Sonho Brasileiro Antes mesmo da discussão de quem é a nova classe média no Brasil surgir, o estudo da FGV dizia que ia lançar uma medida subjetiva de classe média. Classe média seria um estado de espírito de que a vida vai melhorar no futuro. Mostramos na pesquisa “Jovens, Educação, Trabalho e o Índice de Felicidade Futura” que entre 132 países, o brasileiro é aquele que apresenta maior expectativa de felicidade daqui a 5 anos. Numa escala de 0 a 10 reportada diretamente pelos entrevistados a nota media para a satisfação com a vida em 2011 era 8,78 no Brasil superando inclusive aos Estados Unidos (9º do ranking) e Dinamarca, líder mundial de felicidade presente, mas 3º do ranking de felicidade futura. O lanterninha é Zimbábue na África.
Futuro
brazil 8,78venezuela 8,52denmark 8,51ireland 8,32jamaica 8,25canada 8,14
Felicidade Futura (em cinco anos)População Total
Fonte: CPS/FGV Processando os Microdados do Gallup World Poll 2006 – Projeto BID pela FGV
Mais
zimbabwe 4,04
cambodia 4,86paraguay 5,04haiti 5,10
bulgaria 5,13ethiopia 5,22uganda 5,31
Futuro
Felicidade Futura (em cinco anos)População Total
Fonte: CPS/FGV Processando os Microdados do Gallup World Poll 2006 – Projeto BID pela FGV
Menos
76
Nota Média de Felicidade Futura dos jovens ︵de 0 a 10, daqui a 5 anos ︶
4.5 - 6, 56.5 - 7.57.5 - 8.58.5 - 99 - 10No Data
FELICIDADE FUTURAJOVENS 15 A 29 ANOS
Fonte: CPS/FGV Processando os Microdados do Gallup World Poll 2006 – Projeto BID pela FGV
Dissonância
O uso de medidas de qualidade de vida extraídas da nova linha de surveys como
o Gallup World Poll, o similar da IPSOS, cuja uma das vantagens é a alta
comparabilidade internacional por aplicar o mesmo questionário a um número grande
de países. Esta vantagem também é compartilhada por surveys feitos em bases
regionais, o Latino Barômetro na América Latina e o Euro Barômetro no velho
continente. Em particular, propomos o uso de medidas diretas, tais como a expectativa
de felicidade daqui a cinco anos em comparação com o nível de felicidade presente. Isto
é feito através de perguntas onde a pessoa atribui diretamente nota subjetiva de 0 a 10
sobre a sua respectiva satisfação com a vida.
Além do Índice de Felicidade Futura (IFF) desenvolvido por nós em projeto para
o Banco Inter-Americano de Desenvolvimento (BID) a partir de uma amostra de mais
de 132 países cobertas pelos microdados do Gallup World Poll de 2006. O que podemos
antecipar é que os dados indicam que a classe média no Brasil medida pelo Índice
Futuro de Felicidade é alta vis-à-vis outros países, embora a avaliação subjetiva da
situação agregada futura de cada país seja dois pontos abaixo:
77
Percepção Futura (País) x Felicidade Futura
População Total
FelicidadeFutura
Percepção País
Brasil 8,78 6,84
Fonte: CPS/FGV Processando os Microdados do Gallup World Poll 2006 – Projeto BID pela FGV
Índice de Satisfação Futura (Individual x União)
y = 0.6101x + 2.1748
R2 = 0.304
0.00
1.00
2.00
3.00
4.00
5.00
6.00
7.00
8.00
9.00
0.00 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00 6.00 7.00 8.00 9.00
Brasil
Índice de Satisfação Futura - Dissonância (Individual - União)
Fonte: CPS/FGV Processando os Microdados do Gallup World Poll 2006 – Projeto BID pela FGV
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
4.0
1 pu
erto
rico
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inid
ad&
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ago
3 ja
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5 fr
ance
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jan
127
rwan
da
128
cam
bodi
a
78
5. Conclusões
Agenda de Pesquisa
Nossa estratégia foi a cada atualização das nossas séries tradicionais, incorporar
inovações, e uma nova dimensão à análise da nova classe média: Acesso a Bens de
Consumo, Empreendedorismo e Microcrédito, Educação de Qualidade entre outros,
explorando a cada pesquisa uma nova ótica. Posteriormente, impactados pelos riscos
emanados do estouro de bolhas financeiras, exploramos a demanda de mecanismos de
seguro pela população de baixa renda e pelos segmentos recém-promovidos a novos
estratos econômicos. Microsseguros é uma agenda que emerge só agora no mundo, tal
como o microcrédito floresceu nas últimas duas décadas. São sequências naturais de um
mesmo processo, se microcrédito possibilita as pessoas subirem na vida, o microsseguro
impede estas mesmas pessoas sucumbam a choques adversos relacionados a
desemprego, doenças, acidentes, roubo, morte, entre outras. Isto é, microsseguro impede
que uma situação crítica se torne crônica. Durante a melhora da distribuição de renda
dos últimos anos demos os pobres aos mercados consumidores, já a agenda de
empreendedorismo, crédito produtivo e da demanda de microsseguro abordados em
pesquisas anteriores, de educação de qualidade de próximas pesquisas, visa dar o
mercado aos pobres produtores. Tratar os pobres como protagonistas de suas vidas,
integrar o aspecto econômico ao social, explorar as interações público/privada
compõem a nova geração de políticas públicas para a próxima década.
Impactos da Crise
Seguindo a tradicional analogia futebolística, um empate social com muitos gols
descreveria o ano de 2009. Começamos o ano passado recebendo uma goleada da crise,
mas ao longo do ano fomos paulatinamente nos recuperando das perdas iniciais,
equilibrando o placar. Se 2009 fosse um jogo de futebol, terminaria com a maioria dos
indicadores em empate técnico em relação ao ano que passou. Se este resultado pode ser
considerado satisfatório na comparação com os demais países - com a exceção do seleto
grupo formado por China, Índia e Coréia – ele representa uma parada súbita face ao
período de ouro que vai do fim da recessão de 2003 até setembro de 2008. Além de
reprisar os avanços da época de boom, traçamos a cronologia dos lances mais relevantes
do período de crise até dezembro de 2009.
79
Prescrições de Políticas
As séries de outras medidas de nível de atividade também apontavam para a
ocorrência de um boom na classe C: casa, carro, computador, crédito e carteira de
trabalho estavam até próximo ao fim do terceiro trimestre de 2008 todos nos seus níveis
recordes históricos. O nosso mercado interno, simbolizado pela nova classe média, foi
fundamental na fase recessiva que a bússola de 99 entre 100 economistas apontava antes
da crise. O livro de Keynes de 1936 foi inspirado não no caso geral, mas numa
economia em depressão, onde o lado curto era a demanda. Agora entre o abrir e o tapar
buracos que fazem a macroeconomia mover, citados por Keynes, pode-se enterrar canos
provedores de saneamento básico. Como favorecer hoje o investimento, a acumulação
de capital e a produção dos segmentos mais pobres? Olhando para a demanda agregada
há algumas partes mais e outras menos interessantes do ponto de vista de eficiência e de
equidade, na perspectiva tanto de curto como de longo prazo.
Como dizia Keynes entre a taça e os lábios há vários percalços. Dependendo do
cenário creditício, o copo de demanda tragado nos mercados reais, estará meio cheio, ou
meio vazio. Há que se reverter a contração de crédito não só rápida mas sabiamente a
fim de se evitar a ressaca futura do cenário recessivo presente. O costume de se falar
mais de falhas de política do que de mercado, deverá dar lugar a escolhas públicas que
levem o crédito mais para áreas de financiamento de investimentos produtivos mais
estranguladas, mas que deixem impactos sociais de prazo mais longo. O Brasil dispõe
de seu Grameen Bank, representado pelo programa CrediAmigo que atua hoje ainda só
no nordeste mas detém fatia de mais de dois terços do mercado nacional de
microcrédito. Da mesma forma que nos últimos anos observamos a ascensão do
microcrédito no mundo em desenvolvimento, culminando no Premio Nobel concedido a
Muhamad Yunus e a seu Grameen Bank de Bangladesh, estaremos de agora em diante
mais voltados ao microseguro. Mal comparando, o microcrédito é uma espécie de
trampolim que idealmente faz as pessoas superarem a linha de pobreza em época de
crescimento, enquanto o microseguro são as redes de proteção que impedem que as
pessoas caiam abaixo desta linha em época de decadência de renda.
O Bolsa Família representa um seguro social particularmente capilar e valioso
em épocas de turbulência como as que temos pela frente. Qual o país do mundo que
dispõe de uma rede de proteção social na escala e no desenho similar ao Bolsa Família?
Mais do que injetar poder de compra e moeda nas mãos dos segmentos mais pobres do
80
Brasil. Por exemplo, na ocasião da elevação ocorrida a alguns meses do preço dos
alimentos pudemos reajustar a renda de quem tem menos, numa decisão administrativa
de execução simples e imediata.
O Brasil vem trilhando o que se pode chamar: o caminho do meio, nem tanto ao
Estado, nem tanto ao mercado, combinamos programas sociais com respeito às regras
do mercado, com um governo grande, guloso e generoso, mas sem ímpeto reformista.
Como conseqüência, o país não apresentava a agilidade e a velocidade do crescimento
dos tigres asiáticos, mas mais as características de um país-baleia com movimentos mais
lentos. Uma baleia que por ter ficado encalhada durante as duas décadas perdidas, e por
ter desencalhado apenas após 2004 goza de uma certa relutância das autoridades
brasileiras para que não se perca o momento de expansão. Mesmo após o agravamento
da crise internacional todas as declarações das autoridades no Brasil têm sido no sentido
de não perder a inércia que passou incólume aos mais de um ano de crise internacional
que se avizinhava. As reservas externas brasileiras funcionam como uma gordura a mais
que pode ser queimada.
Fora a pujança do mercado consumidor interno e das reservas internacionais, e
do teimoso otimismo oficial, há outros fatores amortecedores dos impactos da crise
externa no Brasil além do impacto da classe média. Apesar da abertura externa
crescente e do crescimento do crédito recentes o Brasil ainda se encontra pouco
vulnerável a estes canais de transmissão, pois ainda somos uma economia relativamente
fechada e regulada financeiramente. Ou seja, o que era inépcia na fase de ouro mundial,
passa se tornar virtude em tempos magros.
Nossas ineficiências e iniqüidades atuais se transformam em virtudes
prospectivas se forem combatidas. A nossa carga tributária que vinha crescendo como a
cintura de um cidadão de meia-idade garantia um superávit fiscal primário. A carga
fiscal e o tamanho do estado no Brasil subia quase um ponto de porcentagem por ano
seguindo quase a risca a sina daqueles pós 40 - que não se cuidam – de ganhar um quilo,
ou no caso um ponto de percentagem, a mais por ano. Como conseqüência nosso
deslocamento de produto era aquém da de outros países emergentes, mas gozamos de
capacidade de não submergirmos durante a tempestade financeira. Compramos sem
saber seguro para uma crise não anunciada. Nosso prévio excesso de regulação
financeira se torna uma vantagem comparativa nas circunstancias atuais. A nossa
inflação também apresentava algum sinal de excesso de demanda o que seria
inevitavelmente desaquecido por ação do Banco Central o foi pela ação da propagação
81
da crise em curso. Em época de inverno econômico rigoroso as reservas acumuladas
durante o verão econômico de outrora garantem a sobrevivência nos tempos de urso. O
Brasil que estava fora do padrão de excelência internacional pelas ineficiências e
gorduras localizadas apresentadas se encaixou melhor no modelito imposto pela crise.
82
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88
ANEXO I: BANCO DE DADOS
A pesquisa dispõe de sistemas interativos e amigáveis de informação voltados
aos cidadãos comuns, com produtos em linguagem acessível, tais como: panoramas
geradores de tabulações ao gosto do usuário, e simuladores de probabilidades
desenvolvidos a partir de modelos estatísticos estimados. O sítio da pesquisa permite
aos cidadãos traçar o panorama da extensão e evolução dos diferentes indicadores
sociais baseados em renda. Senão, vejamos:
Panorama da Evolução das Classes Econômicas
Disponibilizamos, no site da pesquisa, um panorama completo das classes
econômicas. É possível obter também a proporção do grupo na população total, assim
como detalhar a média de renda per capita e o total domiciliar.
As informações estão disponíveis para os quatro grupos.
Link: http://www.fgv.br/ibrecps/c2010/PME_CLASSEMEDIA/index-br.htm
89
Conteúdo do Panorama:
Período de analise:
Anuais: você pode escolher analisar a evolução através das médias anuais
(lembrando que em 2002 os dados estão disponíveis a partir de março e em 2008 até
abril);
Crise: dividimos os anos 2007, 2008 e 2009 em períodos pré e pós-crise.
Períodos específicos: é possível escolher qual mês ou conjunto de meses
atualiza (ex: Dezembro, Janeiro a Setembro, Outubro a Dezembro, ...)
Grupo populacional:
Escolha entre as classes aquele grupo que você quer analisar.
Análise:
Além da População (número de pessoas), você também pode escolher:
Taxa: proporção de indivíduos do respectivo grupo na população total.
Vertical: permite obter um perfil desse grupo escolhido por diferentes
características sócio-econômicas.
Média: permite avaliar a evolução da renda dos diferentes grupos. Ao selecionar
essa opção, um novo menu irá aparecer, para que você indique o tipo de conceito de
renda (domiciliar, individual ou per capita).
Panorama de Mobilidade
Disponibilizamos no site da pesquisa um Panorama de Mobilidade Social que
permite obter a proporção de indivíduos que entram e saem de cada classe econômica,
por diferentes características sócio-econômicas. As informações geradas na tabela
permitem obter as probabilidades de transições para diferentes classes econômicas. Para
isso, escolha o período (anual ou crise) e a classe inicial de análise. Para comparar mais
de um período, utilize a tecla Ctrl.
90
Link: http://www.fgv.br/ibrecps/c2010/PME_CRITICO/index_empilhado-br.htm
91
ANEXO II: EVOLUÇÃO DAS CLASSES DE RENDA CAPITAIS X PERIFERIAS
1. Estatísticas para os meses de Dezembro Renda Média
Total ‐ Dezembro ‐ Média ‐ Renda Per Capita ‐ Total
Capitais x Periferias
Categoria dez/03 dez/04 dez/05 dez/06 dez/07 dez/08 dez/09
Total 484,14 528,78 564,7 603,93 627,22 662,47 659,75
Capital 592,84 652,38 694,28 748,57 759,82 796,50 808,76
Periferia 351,25 378,90 407,89 430,62 469,26 502,95 486,49
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Total ‐ Dezembro ‐ Variação ‐ Renda Per Capita ‐ Total
Capitais x Periferias
Categoria dez09/dez03 dez04/dez03 dez05/dez04 dez06/dez05 dez07/dez06 dez08/dez07 dez09/dez08
Total 36,27% 9,22% 6,79% 6,95% 3,86% 5,62% ‐0,41% Capital 36,42% 10,04% 6,42% 7,82% 1,50% 4,83% 1,54% Periferia 38,50% 7,87% 7,65% 5,57% 8,97% 7,18% ‐3,27% Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Classe ABC
Total ‐ Dezembro ‐ Taxa % ‐ Classe ABC
Capitais x Periferias
Categoria dez/03 dez/04 dez/05 dez/06 dez/07 dez/08 dez/09
Total 53,65 59,23 59,9 64,05 66,64 69,14 69,21
Capital 57,32 63,00 64,27 68,41 70,26 72,51 72,11
Periferia 49,15 54,66 54,61 58,82 62,34 65,13 65,83
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Total ‐ Dezembro ‐ Variação ‐ Classe ABC
Capitais x Periferias Categoria dez09/dez03 dez04/dez03 dez05/dez04 dez06/dez05 dez07/dez06 dez08/dez07 dez09/dez08 Total 29,00% 10,40% 1,13% 6,93% 4,04% 3,75% 0,10% Capital 25,80% 9,90% 2,01% 6,45% 2,70% 3,21% ‐0,55% Periferia 33,92% 11,21% ‐0,09% 7,72% 5,98% 4,47% 1,08% Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Classe E
Total ‐ Dezembro ‐ Taxa % ‐ Classe E
Capitais x Periferias
Categoria dez/03 dez/04 dez/05 dez/06 dez/07 dez/08 dez/09
Total 32,50 28,64 27,40 24,75 21,10 20,06 19,35
Capital 28,59 23,37 21,01 18,75 18,02 16,11 16,45
Periferia 31,60 27,56 26,52 23,90 20,66 19,55 18,55
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Total ‐ Dezembro ‐ Variação ‐ Classe E
Capitais x Periferias Categoria dez09/dez03 dez04/dez03 dez05/dez04 dez06/dez05 dez07/dez06 dez08/dez07 dez09/dez08 Total ‐40,45% ‐11,90% ‐4,31% ‐9,67% ‐14,75% ‐4,95% ‐3,50% Capital ‐42,47% ‐18,27% ‐10,10% ‐10,78% ‐3,89% ‐10,58% 2,11% Periferia ‐41,31% ‐12,77% ‐3,79% ‐9,87% ‐13,58% ‐5,37% ‐5,11% Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
92
Classe D Total ‐ Dezembro ‐ Taxa % ‐ Classe D
Capitais x Periferias
Categoria dez/03 dez/04 dez/05 dez/06 dez/07 dez/08 dez/09
Total 16,41 15,50 16,60 14,86 14,14 13,18 13,37
Capital 14,09 13,63 14,72 12,84 11,73 11,38 11,44
Periferia 19,24 17,77 18,87 17,27 17,00 15,33 15,62
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Total ‐ Dezembro ‐ Variação ‐ Classe D
Capitais x Periferias
Categoria dez09/dez03 dez04/dez03 dez05/dez04 dez06/dez05 dez07/dez06 dez08/dez07 dez09/dez08
Total ‐18,53% ‐5,55% 7,10% ‐10,48% ‐4,85% ‐6,79% 1,44% Capital ‐18,81% ‐3,24% 8,01% ‐12,77% ‐8,67% ‐2,99% 0,51% Periferia ‐18,80% ‐7,64% 6,17% ‐8,46% ‐1,56% ‐9,83% 1,90% Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Classe C
Total ‐ Dezembro ‐ Taxa % ‐ Classe C
Capitais x Periferias
Categoria dez/03 dez/04 dez/05 dez/06 dez/07 dez/08 dez/09
Total 42,99 47,57 46,72 49,98 51,88 53,81 53,58
Capital 42,42 46,51 45,91 49,27 50,62 52,28 51,04
Periferia 43,69 48,85 47,70 50,83 53,38 55,62 56,53
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Total ‐ Dezembro ‐ Variação ‐ Classe C
Capitais x Periferias
Categoria dez09/dez03 dez04/dez03 dez05/dez04 dez06/dez05 dez07/dez06 dez08/dez07 dez09/dez08
Total 24,63% 10,65% ‐1,79% 6,98% 3,80% 3,72% ‐0,43% Capital 20,31% 9,64% ‐1,29% 7,31% 2,76% 3,27% ‐2,38% Periferia 29,40% 11,81% ‐2,36% 6,58% 5,01% 4,20% 1,64% Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Classe AB
Total ‐ Dezembro ‐ Taxa % ‐ Classe AB
Capitais x Periferias
Categoria dez/03 dez/04 dez/05 dez/06 dez/07 dez/08 dez/09
Total 10,66 11,66 13,18 14,07 14,76 15,33 15,63
Capital 14,90 16,49 18,35 19,14 19,63 20,23 21,08
Periferia 5,46 5,81 6,91 7,99 8,96 9,50 9,29
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Total ‐ Dezembro ‐ Variação ‐ Classe AB
Capitais x Periferias
Categoria dez09/dez03 dez04/dez03 dez05/dez04 dez06/dez05 dez07/dez06 dez08/dez07 dez09/dez08
Total 46,62% 9,38% 13,04% 6,75% 4,90% 3,86% 1,96% Capital 41,42% 10,64% 11,31% 4,29% 2,56% 3,06% 4,18% Periferia 70,07% 6,37% 18,95% 15,59% 12,15% 6,05% ‐2,22% Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
93
2. Estatísticas Médias Anuais Renda Média
Média ‐ Renda Per Capita ‐ Anual
Capitais x Periferias
Categoria 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Total 496,65 514,85 545,59 579,83 607,53 644,71 654,72
Capital 620,06 636,78 675,13 716,32 742,65 782,95 791,16
Periferia 345,17 367,16 390,85 418,24 448,23 483,18 494,93
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Variação ‐ Renda Per Capita – Anual
Capitais x Periferias
Categoria 2009/2003 2004/2003 2005/2004 2006/2005 2007/2006 2008/2007 2009/2008
Total 31,83% 3,66% 5,97% 6,28% 4,78% 6,12% 1,55%
Capital 27,59% 2,70% 6,02% 6,10% 3,68% 5,43% 1,05%
Periferia 43,39% 6,37% 6,45% 7,01% 7,17% 7,80% 2,43%
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Classe ABC
Taxa % ‐ Classe ABC – Anual
Capitais x Periferias
Categoria 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Total 53,59 58,99 59,69 63,92 66,13 68,9 68,93
Capital 57,56 62,86 63,96 68,01 69,65 72,35 71,93
Periferia 48,72 54,31 54,56 59,08 62,00 64,84 65,43
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Variação ‐ Classe ABC ‐ Anual
Capitais x Periferias
Categoria 2009/2003 2004/2003 2005/2004 2006/2005 2007/2006 2008/2007 2009/2008
Total 28,62% 10,08% 1,19% 7,09% 3,46% 4,19% 0,04%
Capital 24,97% 9,21% 1,75% 6,33% 2,40% 3,89% ‐0,58%
Periferia 34,28% 11,48% 0,46% 8,27% 4,95% 4,59% 0,90%
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Classe E
Taxa % ‐ Classe E ‐ Anual
Capitais x Periferias
Categoria 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Total 30,17 27,6 24,49 22,78 20,7 18,46 18,23
Capital 28,06 25,75 22,25 20,74 19,02 16,85 17,06
Periferia 32,76 29,84 27,16 25,20 22,68 20,34 19,61
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Variação ‐ Classe E ‐ Anual
Capitais x Periferias Categoria 2009/2003 2004/2003 2005/2004 2006/2005 2007/2006 2008/2007 2009/2008 Total ‐39,58% ‐8,52% ‐11,27% ‐6,98% ‐9,13% ‐10,82% ‐1,25% Capital ‐39,21% ‐8,24% ‐13,59% ‐6,78% ‐8,28% ‐11,40% 1,20% Periferia ‐40,14% ‐8,89% ‐8,98% ‐7,21% ‐10,00% ‐10,32% ‐3,61%
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
94
Classe D Taxa % ‐ Classe D ‐ Anual
Capitais x Periferias
Categoria 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Total 16,35 16,41 17,03 15,68 14,9 14,02 13,66
Capital 14,07 14,01 14,86 13,46 12,90 12,08 11,71
Periferia 19,15 19,32 19,64 18,31 17,26 16,30 15,94
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Variação ‐ Classe D ‐ Anual
Capitais x Periferias
Categoria 2009/2003 2004/2003 2005/2004 2006/2005 2007/2006 2008/2007 2009/2008
Total ‐16,45% 0,37% 3,78% ‐7,93% ‐4,97% ‐5,91% ‐2,57% Capital ‐16,73% ‐0,42% 6,07% ‐9,40% ‐4,14% ‐6,42% ‐3,01% Periferia ‐16,79% 0,89% 1,64% ‐6,75% ‐5,77% ‐5,56% ‐2,21%
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Classe C Taxa % ‐ Classe C ‐ Anual
Capitais x Periferias
Categoria 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Total 42,36 44,4 46,08 48,23 50,25 52,32 53,03
Capital 42,04 43,97 45,60 47,40 48,95 50,82 51,19
Periferia 42,74 44,93 46,65 49,22 51,77 54,06 55,18
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Variação ‐ Classe C ‐ Anual
Capitais x Periferias
Categoria 2009/2003 2004/2003 2005/2004 2006/2005 2007/2006 2008/2007 2009/2008
Total 25,19% 4,82% 3,78% 4,67% 4,19% 4,12% 1,36% Capital 21,76% 4,58% 3,72% 3,94% 3,27% 3,82% 0,73% Periferia 29,11% 5,11% 3,85% 5,49% 5,19% 4,42% 2,08%
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Classe AB
Taxa % ‐ Classe AB ‐ Anual
Capitais x Periferias
Categoria 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Total 11,12 11,59 12,4 13,3 14,15 15,2 15,08
Capital 15,83 16,27 17,29 18,40 19,12 20,25 20,04
Periferia 5,35 5,91 6,54 7,27 8,29 9,30 9,28
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Variação ‐ Classe AB ‐ Anual
Capitais x Periferias
Categoria 2009/2003 2004/2003 2005/2004 2006/2005 2007/2006 2008/2007 2009/2008
Total 35,61% 4,23% 6,99% 7,26% 6,39% 7,42% ‐0,79%
Capital 26,61% 2,81% 6,26% 6,38% 3,96% 5,86% ‐1,01%
Periferia 73,54% 10,61% 10,67% 11,06% 13,99% 12,28% ‐0,27%
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
95
ANEXO III: MOBILIDADE SOCIAL
MATRIZES DE TRANSIÇÃO
CLASSE E inicialmente
Matriz de Transição da Classe E
6 Principais Regiões Metropolitanas Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)
Mobilidade Anual Part (%) Período Final (1 ano depois)
Pop Total Classe E Classe D Classe C Classe AB
dez/02 211094 56.74 17.33 20.55 5.38 dez/03 369904 57.44 14.44 22.98 5.14 dez/04 307418 70.46 14.89 11.42 3.23 dez/05 307580 62.93 17.43 13.90 5.74 dez/06 275294 78.35 9.17 10.65 1.84 dez/07 263438 67.50 11.11 14.85 6.54 P
erío
do I
nici
al -
(D
ezem
bro)
dez/08 235811 61.21 22.29 11.65 4.86 Fonte:CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Matriz de Transição da Classe E 6 Principais Regiões Metropolitanas
Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA) Mobilidade Mensal Part (%) Período Final (1 ano depois)
Pop Total Classe E Classe D Classe C Classe AB
dez 235811 61.21 22.29 11.65 4.86 nov 227226 68.44 16.73 10.22 4.61 out 199322 65.09 17.58 13.71 3.62 set 229052 62.67 14.94 17.79 4.60 ago 250508 64.83 15.62 16.40 3.15 jul 236504 67.92 13.42 15.24 3.42 jun 247933 69.84 15.63 12.65 1.88 mai 268333 70.77 16.55 10.51 2.16 abr 260800 69.99 13.65 11.41 4.95 mar 296453 67.07 14.07 13.92 4.95 fev 262909 64.67 14.37 15.41 5.55
Per
íodo
Ini
cial
- e
m 2
008
jan 253109 59.63 11.84 24.07 4.46 Fonte:CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
96
CLASSE D inicialmente
Matriz de Transição da Classe D 6 Principais Regiões Metropolitanas
Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA) Mobilidade Anual Part (%) Período Final (1 ano depois)
Pop Total Classe E Classe D Classe C Classe AB
dez/02 87303 28.81 19.88 50.20 1.10 dez/03 141598 14.44 50.00 35.56 0.00 dez/04 146303 15.50 62.66 21.44 0.41 dez/05 185252 13.22 46.97 39.81 0.00 dez/06 173943 14.41 52.72 32.43 0.45 dez/07 146971 12.15 54.19 33.66 0.00 P
erío
do I
nici
al -
(D
ezem
bro)
dez/08 126769 12.15 56.65 31.19 0.00 Fonte:CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Matriz de Transição da Classe D 6 Principais Regiões Metropolitanas
Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA) Mobilidade Mensal Part (%) Período Final (1 ano depois)
Pop Total Classe E Classe D Classe C Classe AB
dez 126769 12.15 56.65 31.19 0.00 nov 150443 13.17 59.00 26.78 1.04 out 134536 15.19 53.49 28.45 2.87 set 132873 16.62 52.80 29.58 1.00 ago 152363 18.17 50.04 31.26 0.54 jul 159800 22.18 45.12 31.68 1.02 jun 180500 17.99 47.77 34.24 0.00 mai 182376 13.20 60.08 26.73 0.00 abr 184046 10.17 60.98 28.41 0.44 mar 134706 13.16 52.84 34.00 0.00 fev 141828 19.24 48.27 32.49 0.00
Per
íodo
Ini
cial
- e
m 2
008
jan 139631 17.54 50.34 32.12 0.00 Fonte:CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
97
CLASSE C inicialmente
Matriz de Transição da Classe C
6 Principais Regiões Metropolitanas Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)
Mobilidade Anual Part (%) Período Final (1 ano depois)
Pop Total Classe E Classe D Classe C Classe AB
dez/02 260050 15.57 14.60 60.39 9.43 dez/03 501521 7.86 7.29 78.47 6.39 dez/04 628007 4.39 10.06 80.77 4.77 dez/05 582092 4.47 6.24 84.10 5.19 dez/06 696116 3.74 6.61 83.07 6.58 dez/07 640060 2.50 3.59 88.41 5.50 P
erío
do I
nici
al -
(D
ezem
bro)
dez/08 624763 3.51 4.67 84.63 7.19 Fonte:CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Matriz de Transição da Classe C 6 Principais Regiões Metropolitanas
Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA) Mobilidade Mensal Part (%) Período Final (1 ano depois)
Pop Total Classe E Classe D Classe C Classe AB
dez 624763 3.51 4.67 84.63 7.19 nov 637115 4.37 5.59 84.66 5.38 out 582274 5.83 4.22 84.80 5.15 set 588857 4.88 6.42 82.26 6.44 ago 594475 3.87 4.03 87.37 4.73 jul 563985 3.94 5.44 84.06 6.57 jun 601456 3.19 6.53 85.00 5.28 mai 565393 2.77 6.26 86.61 4.36 abr 602016 3.15 5.79 87.64 3.41 mar 690661 4.43 7.12 84.18 4.26 fev 661245 4.30 4.51 85.96 5.23
Per
íodo
Ini
cial
- e
m 2
008
jan 681056 4.35 4.37 84.69 6.59 Fonte:CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
98
CLASSE AB inicialmente
Matriz de Transição da Classe AB 6 Principais Regiões Metropolitanas
Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA) Mobilidade Anual Part (%) Período Final (1 ano depois)
Pop Total Classe E Classe D Classe C Classe AB
dez/02 66426 16.42 1.84 15.96 65.78 dez/03 153602 4.62 3.76 13.92 77.70 dez/04 180957 1.97 0.00 15.16 82.87 dez/05 238816 2.97 0.00 10.36 86.68 dez/06 273054 2.48 0.20 6.19 91.13 dez/07 235226 4.69 0.45 14.27 80.59 P
erío
do I
nici
al -
(D
ezem
bro)
dez/08 255433 4.39 0.37 9.62 85.62 Fonte:CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Matriz de Transição da Classe AB 6 Principais Regiões Metropolitanas
Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA) Mobilidade Mensal Part (%) Período Final (1 ano depois)
Pop Total Classe E Classe D Classe C Classe AB
dez 255433 4.39 0.37 9.62 85.62 nov 258063 2.54 0.00 10.24 87.22 out 316015 3.81 0.00 14.95 81.24 set 317118 3.22 0.20 15.02 81.56 ago 301898 3.11 0.00 11.46 85.43 jul 248319 3.76 0.00 16.86 79.38 jun 218067 1.47 0.33 15.93 82.28 mai 198205 5.91 0.00 16.65 77.44 abr 234030 3.77 0.30 15.52 80.41 mar 214964 4.16 0.61 14.06 81.17 fev 250641 4.10 0.00 11.06 84.84
Per
íodo
Ini
cial
- e
m 2
008
jan 231781 4.32 0.00 20.65 75.03 Fonte:CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
99
MODELOS MULTIVARIADOS
1. ANÁLISE TEMPORAL: Crise x Não Crise
Regressão Logística
Período Janeiro2007 a Dezembro de 2009 – Observações Individuais 12 meses a parte 15 a 60 - Era classe ABC no primeiro período e Continua
Modelo Geral
Parâmetro Categoria Estimativa Erro
Padrão Qui-Quadrado sig Razão
condicional
Intercept 0.5390 0.1225 19.36 ** .
SEXO Homem 0.2077 0.0155 178.90 ** 1.23087
SEXO Mulher 0.0000 0.0000 . 1.00000
COR Amarela 0.0898 0.0969 0.86 1.09398
COR Branca 0.3916 0.0243 258.92 ** 1.47934
COR Indígena 0.0969 0.1827 0.28 1.10171
COR Parda 0.1063 0.0241 19.42 ** 1.11217
COR Preta 0.0000 0.0000 . 1.00000
fxage 15 a 19 0.3126 0.0360 75.49 ** 1.36698
fxage 20 a 24 0.1620 0.0338 22.95 ** 1.17581
fxage 25 a 29 0.1493 0.0318 22.07 ** 1.16106
fxage 30 a 35 0.1276 0.0301 17.98 ** 1.13609
fxage 36 a 39 0.1828 0.0326 31.43 ** 1.20060
fxage 40 a 44 0.2468 0.0303 66.24 ** 1.27990
fxage 45 a 49 0.3449 0.0306 127.26 ** 1.41185
fxage 50 a 54 0.2707 0.0302 80.44 ** 1.31093
fxage 55 a 59 0.0000 0.0000 . 1.00000
anoest 11 ou mais anos de estudo 1.0029 0.0504 395.65 ** 2.72612
anoest Anos de estudo não determinados 0.3354 0.1640 4.18 ** 1.39850
anoest De 1 a 3 anos de estudo 0.1097 0.0585 3.52 1.11596
anoest De 4 a 7 anos de estudo 0.2643 0.0507 27.13 ** 1.30248
anoest De 8 a 10 anos de estudo 0.5507 0.0511 116.14 ** 1.73444
anoest Sem instrução e menos de 1 ano de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000
CONFAM Agregado 0.5266 0.2100 6.29 ** 1.69322
CONFAM Cônjuge 0.2717 0.0195 193.44 ** 1.31216
CONFAM Filho 0.0510 0.0237 4.61 ** 1.05230
CONFAM Outro Parente -0.0100 0.0407 0.06 0.99004
CONFAM Principal Responsável 0.0000 0.0000 . 1.00000
NPES 1 Morador 0.5598 0.0391 205.36 ** 1.75035
NPES 2 Moradores 0.4547 0.0363 156.89 ** 1.57563
NPES 3 Moradores 0.2498 0.0380 43.20 ** 1.28380
NPES 4 Moradores 0.0000 0.0000 . 1.00000
REG Belo Horizonte -0.1363 0.0208 43.01 ** 0.87258
REG Porto Alegre -0.1919 0.0220 76.31 ** 0.82538
REG Recife -0.9025 0.0259 1214.43 ** 0.40555
REG Rio de Janeiro 0.3833 0.0219 305.96 ** 1.46707
100
Parâmetro Categoria Estimativa Erro
Padrão Qui-Quadrado sig Razão
condicional
REG Salvador -0.2377 0.0260 83.63 ** 0.78848
REG zSão Paulo 0.0000 0.0000 . 1.00000
financ Sim 0.1304 0.0241 29.18 ** 1.13934
financ zNão 0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1 Conta própria -0.2036 0.1034 3.88 ** 0.81577
CPOSOCUP1 Desocupado com idade acima de 9 anos -0.3758 0.1065 12.45 ** 0.68675
CPOSOCUP1 Empregador 0.4850 0.1116 18.88 ** 1.62413
CPOSOCUP1 Empregados - com carteira -0.1153 0.1027 1.26 0.89106
CPOSOCUP1 Empregados - militar 0.4256 0.1073 15.72 ** 1.53045
CPOSOCUP1 Empregados - sem carteira -0.2688 0.1037 6.72 ** 0.76429
CPOSOCUP1 Inativo -0.3506 0.1023 11.74 ** 0.70430
CPOSOCUP1 Trabalhadores não remunerados de membro da unidade domiciliar que era conta própria ou empregador
0.0000 0.0000 . 1.00000
crise Crise -0.0500 0.0135 13.74 ** 0.95125
crise z Pré-Crise 0.0000 0.0000 . 1.00000
* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% .
** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% . Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE
101
Regressão Logística Período Janeiro2007 a Fevereiro de 2009 – Observações Individuais 12 meses a parte
15 a 60 - Era classe ABC no primeiro período e Continua Modelo Geral + interação (educação * crise)
Parâmetro Categoria EstimativaErro
PadrãoQui-
Quadrado sig Razão
condicional
Intercept 0.4237 0.1308 10.50 ** .
SEXO Homem 0.2086 0.0155 180.15 ** 1.23195
SEXO Mulher 0.0000 0.0000 . 1.00000
COR Amarela 0.0888 0.0969 0.84 1.09282
COR Branca 0.3920 0.0243 259.35 ** 1.47999
COR Indígena 0.1007 0.1830 0.30 1.10598
COR Parda 0.1066 0.0241 19.52 ** 1.11250
COR Preta 0.0000 0.0000 . 1.00000
fxage 15 a 19 0.3130 0.0360 75.65 ** 1.36749
fxage 20 a 24 0.1628 0.0338 23.19 ** 1.17685
fxage 25 a 29 0.1501 0.0318 22.29 ** 1.16196
fxage 30 a 35 0.1281 0.0301 18.12 ** 1.13665
fxage 36 a 39 0.1835 0.0326 31.66 ** 1.20141
fxage 40 a 44 0.2480 0.0303 66.88 ** 1.28147
fxage 45 a 49 0.3463 0.0306 128.23 ** 1.41383
fxage 50 a 54 0.2719 0.0302 81.11 ** 1.31247
fxage 55 a 59 0.0000 0.0000 . 1.00000
anoest 11 ou mais anos de estudo 1.1323 0.0688 270.68 ** 3.10289
anoest Anos de estudo não determinados 0.7559 0.2569 8.66 ** 2.12946
anoest De 1 a 3 anos de estudo 0.1811 0.0809 5.01 ** 1.19848
anoest De 4 a 7 anos de estudo 0.3913 0.0698 31.42 ** 1.47889
anoest De 8 a 10 anos de estudo 0.6667 0.0700 90.64 ** 1.94784
anoest Sem instrução e menos de 1 ano de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000
CONFAM Agregado 0.5274 0.2101 6.30 ** 1.69453
CONFAM Cônjuge 0.2717 0.0195 193.38 ** 1.31215
CONFAM Filho 0.0508 0.0238 4.57 ** 1.05206
CONFAM Outro Parente -0.0111 0.0407 0.07 0.98899
CONFAM Principal Responsável 0.0000 0.0000 . 1.00000
NPES 1 Morador 0.5606 0.0391 205.89 ** 1.75167
NPES 2 Moradores 0.4560 0.0363 157.80 ** 1.57774
NPES 3 Moradores 0.2507 0.0380 43.51 ** 1.28498
NPES 4 Moradores 0.0000 0.0000 . 1.00000
REG Belo Horizonte -0.1370 0.0208 43.42 ** 0.87198
REG Porto Alegre -0.1922 0.0220 76.54 ** 0.82511
REG Recife -0.9048 0.0259 1217.03 ** 0.40461
REG Rio de Janeiro 0.3811 0.0219 301.60 ** 1.46397
REG Salvador -0.2401 0.0260 85.06 ** 0.78657
REG zSão Paulo 0.0000 0.0000 . 1.00000
102
Parâmetro Categoria EstimativaErro
PadrãoQui-
Quadrado sig Razão
condicional
setores Financeira 0.1225 0.0248 24.39 ** 1.13036
setores Industria -0.0310 0.0216 2.07 0.96945
setores Outro 0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1 Conta própria -0.2053 0.1034 3.94 ** 0.81443
CPOSOCUP1 Desocupado com idade acima de 9 anos -0.3828 0.1066 12.90 ** 0.68194
CPOSOCUP1 Empregador 0.4845 0.1116 18.84 ** 1.62335
CPOSOCUP1 Empregados - com carteira -0.1129 0.1027 1.21 0.89324
CPOSOCUP1 Empregados - militar 0.4197 0.1074 15.27 ** 1.52152
CPOSOCUP1 Empregados - sem carteira -0.2702 0.1037 6.79 ** 0.76320
CPOSOCUP1 Inativo -0.3575 0.1024 12.19 ** 0.69945
CPOSOCUP1 Trabalhadores não remunerados de membro da unidade domiciliar que era conta própria ou empregador
0.0000 0.0000 . 1.00000
crise Crise 0.1983 0.0974 4.14 ** 1.21929
crise z Pré-Crise 0.0000 0.0000 . 1.00000
anoest*crise 11 ou mais anos de estudo -0.2653 0.0994 7.13 ** 0.76698
anoest*crise 11 ou mais anos de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000
anoest*crise Anos de estudo não determinados -0.7792 0.3349 5.41 ** 0.45879
anoest*crise Anos de estudo não determinados 0.0000 0.0000 . 1.00000
anoest*crise De 1 a 3 anos de estudo -0.1500 0.1170 1.64 0.86071
anoest*crise De 1 a 3 anos de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000
anoest*crise De 4 a 7 anos de estudo -0.2595 0.1014 6.55 ** 0.77144
anoest*crise De 4 a 7 anos de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000
anoest*crise De 8 a 10 anos de estudo -0.2378 0.1012 5.52 ** 0.78834
anoest*crise De 8 a 10 anos de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000
anoest*crise Sem instrução e menos de 1 ano de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000
anoest*crise Sem instrução e menos de 1 ano de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000
* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% .
** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% . Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE
103
Regressão Logística Período Janeiro2007 a Fevereiro de 2009 – Observações Individuais 12 meses a parte
15 a 60 - Era classe ABC no primeiro período e Continua Modelo Geral + interação (tipo de cidade * crise)
Parâmetro Categoria Estimativ
a Erro
PadrãoQui-
Quadrado sig
Razão condiciona
l
Intercept 0.4637 0.1229 14.23 ** .
SEXO Homem 0.2118 0.0156 185.11 ** 1.23588
SEXO Mulher 0.0000 0.0000 . 1.00000
COR Amarela 0.0838 0.0969 0.75 1.08743
COR Branca 0.3892 0.0244 255.18 ** 1.47574
COR Indígena 0.0881 0.1829 0.23 1.09210
COR Parda 0.1189 0.0242 24.22 ** 1.12623
COR Preta 0.0000 0.0000 . 1.00000
fxage 15 a 19 0.3324 0.0360 85.08 ** 1.39433
fxage 20 a 24 0.1835 0.0339 29.33 ** 1.20139
fxage 25 a 29 0.1670 0.0319 27.50 ** 1.18179
fxage 30 a 35 0.1421 0.0301 22.23 ** 1.15268
fxage 36 a 39 0.1988 0.0327 37.06 ** 1.21996
fxage 40 a 44 0.2569 0.0304 71.59 ** 1.29288
fxage 45 a 49 0.3524 0.0306 132.55 ** 1.42244
fxage 50 a 54 0.2737 0.0302 82.07 ** 1.31481
fxage 55 a 59 0.0000 0.0000 . 1.00000
anoest 11 ou mais anos de estudo 0.9725 0.0505 370.94 ** 2.64458
anoest Anos de estudo não determinados 0.3272 0.1641 3.98 ** 1.38714
anoest De 1 a 3 anos de estudo 0.1114 0.0585 3.63 1.11789
anoest De 4 a 7 anos de estudo 0.2620 0.0508 26.65 ** 1.29958
anoest De 8 a 10 anos de estudo 0.5366 0.0511 110.07 ** 1.71012
anoest Sem instrução e menos de 1 ano de estudo
0.0000 0.0000 . 1.00000
CONFAM Agregado 0.4890 0.2102 5.41 ** 1.63072
CONFAM Cônjuge 0.2780 0.0196 201.73 ** 1.32043
CONFAM Filho 0.0405 0.0238 2.90 1.04128
CONFAM Outro Parente -0.0314 0.0407 0.59 0.96910
CONFAM Principal Responsável 0.0000 0.0000 . 1.00000
NPES 1 Morador 0.5471 0.0391 195.89 ** 1.72817
NPES 2 Moradores 0.4507 0.0363 154.05 ** 1.56937
NPES 3 Moradores 0.2470 0.0380 42.20 ** 1.28016
NPES 4 Moradores 0.0000 0.0000 . 1.00000
REG Belo Horizonte -0.1173 0.0209 31.63 ** 0.88931
104
Parâmetro Categoria Estimativ
a Erro
PadrãoQui-
Quadrado sig
Razão condiciona
l
REG Porto Alegre -0.1333 0.0224 35.51 ** 0.87518
REG Recife -0.8695 0.0261 1113.27 ** 0.41916
REG Rio de Janeiro 0.4031 0.0220 335.16 ** 1.49644
REG Salvador -0.2810 0.0262 114.81 ** 0.75505
REG zSão Paulo 0.0000 0.0000 . 1.00000
setores Financeira 0.1055 0.0249 18.01 ** 1.11126
setores Industria -0.0081 0.0217 0.14 0.99197
setores Outro 0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1 Conta própria -0.2160 0.1034 4.36 ** 0.80574
CPOSOCUP1 Desocupado com idade acima de 9 anos -0.3846 0.1065 13.03 ** 0.68075
CPOSOCUP1 Empregador 0.4733 0.1116 17.99 ** 1.60524
CPOSOCUP1 Empregados - com carteira -0.1182 0.1027 1.33 0.88851
CPOSOCUP1 Empregados - militar 0.4106 0.1074 14.62 ** 1.50770
CPOSOCUP1 Empregados - sem carteira -0.2764 0.1037 7.11 ** 0.75847
CPOSOCUP1 Inativo -0.3634 0.1024 12.60 ** 0.69530
CPOSOCUP1 Trabalhadores não remunerados de membro da unidade domiciliar que era conta própria ou empregador
0.0000 0.0000 . 1.00000
crise Crise -0.0989 0.0192 26.55 ** 0.90580
crise zNao crise 0.0000 0.0000 . 1.00000
capital Sim 0.1492 0.0198 56.89 ** 1.16092
capital zNão 0.0000 0.0000 . 1.00000
crise*capital Crise 0.0949 0.0270 12.39 ** 1.09952
crise*capital Crise 0.0000 0.0000 . 1.00000
crise*capital z Pré-Crise 0.0000 0.0000 . 1.00000
crise*capital z Pré-Crise 0.0000 0.0000 . 1.00000
* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% .
** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% . Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE
105
1. ANÁLISE TEMPORAL: Crise x Pré-Crise x Pós-Crise
Regressão Logística
Período Janeiro2007 a Dezembro de 2009 – Observações Individuais 12 meses a parte 15 a 60 - Era classe ABC no primeiro período e Continua
Modelo Geral
Parâmetro Categoria Estimativ
a Erro
PadrãoQui-
Quadrado sig Razão
condicional
Intercept 0.5656 0.1155 23.97 ** .
SEXO Homem 0.1768 0.0154 131.05 ** 1.19336
SEXO Mulher 0.0000 0.0000 . 1.00000
COR Amarela 0.1676 0.0966 3.01 1.18250
COR Branca 0.4343 0.0242 320.80 ** 1.54383
COR Indígena 0.0883 0.1827 0.23 1.09230
COR Parda 0.1116 0.0241 21.44 ** 1.11805
COR Preta 0.0000 0.0000 . 1.00000
fxage 15 a 19 0.1526 0.0353 18.75 ** 1.16490
fxage 20 a 24 0.1774 0.0338 27.56 ** 1.19411
fxage 25 a 29 0.1767 0.0317 30.99 ** 1.19332
fxage 30 a 35 0.1417 0.0300 22.23 ** 1.15218
fxage 36 a 39 0.1821 0.0326 31.26 ** 1.19968
fxage 40 a 44 0.2445 0.0303 65.20 ** 1.27701
fxage 45 a 49 0.3378 0.0305 122.40 ** 1.40191
fxage 50 a 54 0.2682 0.0302 79.12 ** 1.30763
fxage 55 a 59 0.0000 0.0000 . 1.00000
anoest2 De 4 a 7 anos de estudo 0.1923 0.0306 39.51 ** 1.21201
anoest2 De 8 ou mais anos de estudo 0.7616 0.0293 675.76 ** 2.14162
anoest2 Ignorado 0.2646 0.1591 2.76 1.30286
anoest2 Sem instrução e menos de 3 ano de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000
CONFAM Agregado 0.5291 0.2100 6.35 ** 1.69745
CONFAM Cônjuge 0.2688 0.0195 189.68 ** 1.30833
CONFAM Filho 0.0954 0.0237 16.25 ** 1.10011
CONFAM Outro Parente 0.0029 0.0407 0.01 1.00291
CONFAM Principal Responsável 0.0000 0.0000 . 1.00000
NPES 1 Morador 0.5869 0.0390 225.95 ** 1.79844
NPES 2 Moradores 0.4726 0.0363 169.63 ** 1.60410
NPES 3 Moradores 0.2632 0.0380 47.98 ** 1.30105
NPES 4 Moradores 0.0000 0.0000 . 1.00000
REG Belo Horizonte -0.1409 0.0208 46.07 ** 0.86854
REG Porto Alegre -0.2157 0.0219 96.89 ** 0.80594
REG Recife -0.8781 0.0258 1154.42 ** 0.41558
REG Rio de Janeiro 0.3782 0.0219 298.54 ** 1.45971
REG Salvador -0.2129 0.0259 67.49 ** 0.80821
106
Parâmetro Categoria Estimativ
a Erro
PadrãoQui-
Quadrado sig Razão
condicional
REG zSão Paulo 0.0000 0.0000 . 1.00000
financ Sim 0.1666 0.0240 48.04 ** 1.18129
financ zNão 0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1 Conta própria -0.1946 0.1033 3.55 0.82319
CPOSOCUP1 Desocupado com idade acima de 9 anos -0.3347 0.1064 9.90 ** 0.71553
CPOSOCUP1 Empregador 0.5367 0.1115 23.17 ** 1.71037
CPOSOCUP1 Empregados - com carteira -0.0736 0.1026 0.51 0.92908
CPOSOCUP1 Empregados - militar 0.5394 0.1072 25.34 ** 1.71496
CPOSOCUP1 Empregados - sem carteira -0.2405 0.1036 5.38 ** 0.78624
CPOSOCUP1 Inativo -0.3555 0.1022 12.09 ** 0.70083
CPOSOCUP1 Trabalhadores não remunerados de membro da unidade domiciliar que era conta própria ou empregador
0.0000 0.0000 . 1.00000
crise2 Crise -0.0352 0.0146 5.82 ** 0.96541
crise2 Pós-Crise 0.0552 0.0221 6.21 ** 1.05674
crise2 z Pré-Crise 0.0000 0.0000 . 1.00000
* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% . ** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% .
Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE
107
Regressão Logística Período Janeiro2007 a Dezembro de 2009 – Observações Individuais 12 meses a parte
15 a 60 - Era classe ABC no primeiro período e Continua Modelo Geral + interação (educação * crise)
Parâmetro Categoria Estimativ
a Erro
PadrãoQui-
Quadrado sig Razão
condicional
Intercept 0.4715 0.1202 15.37 ** .
SEXO Homem 0.1780 0.0155 132.64 ** 1.19485
SEXO Mulher 0.0000 0.0000 . 1.00000
COR Amarela 0.1669 0.0966 2.98 1.18162
COR Branca 0.4352 0.0243 321.93 ** 1.54521
COR Indígena 0.0930 0.1829 0.26 1.09742
COR Parda 0.1123 0.0241 21.71 ** 1.11885
COR Preta 0.0000 0.0000 . 1.00000
fxage 15 a 19 0.1533 0.0353 18.91 ** 1.16572
fxage 20 a 24 0.1783 0.0338 27.82 ** 1.19517
fxage 25 a 29 0.1773 0.0318 31.17 ** 1.19399
fxage 30 a 35 0.1417 0.0301 22.23 ** 1.15225
fxage 36 a 39 0.1823 0.0326 31.33 ** 1.19995
fxage 40 a 44 0.2455 0.0303 65.70 ** 1.27824
fxage 45 a 49 0.3392 0.0305 123.36 ** 1.40389
fxage 50 a 54 0.2695 0.0302 79.83 ** 1.30927
fxage 55 a 59 0.0000 0.0000 . 1.00000
anoest2 De 4 a 7 anos de estudo 0.3093 0.0490 39.84 ** 1.36254
anoest2 De 8 ou mais anos de estudo 0.8659 0.0457 358.90 ** 2.37712
anoest2 Ignorado 0.5372 0.2763 3.78 1.71114
anoest2 Sem instrução e menos de 3 ano de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000
CONFAM Agregado 0.5289 0.2100 6.34 ** 1.69699
CONFAM Cônjuge 0.2686 0.0195 189.41 ** 1.30814
CONFAM Filho 0.0949 0.0237 16.06 ** 1.09951
CONFAM Outro Parente 0.0013 0.0407 0.00 1.00132
CONFAM Principal Responsável 0.0000 0.0000 . 1.00000
NPES 1 Morador 0.5880 0.0390 226.77 ** 1.80043
NPES 2 Moradores 0.4743 0.0363 170.86 ** 1.60691
NPES 3 Moradores 0.2643 0.0380 48.41 ** 1.30258
NPES 4 Moradores 0.0000 0.0000 . 1.00000
REG Belo Horizonte -0.1417 0.0208 46.57 ** 0.86785
REG Porto Alegre -0.2160 0.0219 97.05 ** 0.80577
REG Recife -0.8811 0.0259 1158.68 ** 0.41432
REG Rio de Janeiro 0.3755 0.0219 293.29 ** 1.45573
REG Salvador -0.2160 0.0260 69.22 ** 0.80570
REG zSão Paulo 0.0000 0.0000 . 1.00000
setores Financeira 0.1558 0.0247 39.77 ** 1.16861
108
Parâmetro Categoria Estimativ
a Erro
PadrãoQui-
Quadrado sig Razão
condicional
setores Industria -0.0418 0.0215 3.75 0.95910
setores Outro 0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1 Conta própria -0.1956 0.1034 3.58 0.82234
CPOSOCUP1 Desocupado com idade acima de 9 anos -0.3429 0.1065 10.37 ** 0.70971
CPOSOCUP1 Empregador 0.5369 0.1115 23.18 ** 1.71073
CPOSOCUP1 Empregados - com carteira -0.0694 0.1026 0.46 0.93299
CPOSOCUP1 Empregados - militar 0.5322 0.1072 24.64 ** 1.70275
CPOSOCUP1 Empregados - sem carteira -0.2412 0.1037 5.41 ** 0.78570
CPOSOCUP1 Inativo -0.3638 0.1023 12.64 ** 0.69502
CPOSOCUP1 Trabalhadores não remunerados de membro da unidade domiciliar que era conta própria ou empregador
0.0000 0.0000 . 1.00000
crise2 Crise 0.1388 0.0578 5.76 ** 1.14886
crise2 Pós-Crise 0.1700 0.0891 3.64 1.18535
crise2 z Pré-Crise 0.0000 0.0000 . 1.00000
anoest2*crise2 De 4 a 7 anos de estudo -0.1956 0.0654 8.94 ** 0.82235
anoest2*crise2 De 4 a 7 anos de estudo -0.1535 0.1001 2.35 0.85773
anoest2*crise2 De 4 a 7 anos de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000
anoest2*crise2 De 8 ou mais anos de estudo -0.1814 0.0603 9.04 ** 0.83411
anoest2*crise2 De 8 ou mais anos de estudo -0.1133 0.0929 1.49 0.89284
anoest2*crise2 De 8 ou mais anos de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000
anoest2*crise2 Ignorado -0.5766 0.3450 2.79 0.56183
anoest2*crise2 Ignorado 0.5335 0.6794 0.62 1.70488
anoest2*crise2 Ignorado 0.0000 0.0000 . 1.00000
anoest2*crise2 Sem instrução e menos de 3 ano de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000
anoest2*crise2 Sem instrução e menos de 3 ano de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000
anoest2*crise2 Sem instrução e menos de 3 ano de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000
* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% . ** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% .
Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE
109
Regressão Logística Período Janeiro2007 a Dezembro de 2009 – Observações Individuais 12 meses a parte
15 a 60 - Era classe ABC no primeiro período e Continua Modelo Geral + interação (tipo de cidade * crise)
Parâmetro Categoria Estimativ
a Erro
PadrãoQui-
Quadrado sig Razão
condicional
Intercept 0.4764 0.1161 16.85 ** .
SEXO Homem 0.1827 0.0155 139.12 ** 1.20041
SEXO Mulher 0.0000 0.0000 . 1.00000
COR Amarela 0.1566 0.0967 2.62 1.16954
COR Branca 0.4298 0.0243 313.38 ** 1.53694
COR Indígena 0.0760 0.1829 0.17 1.07894
COR Parda 0.1253 0.0241 26.99 ** 1.13354
COR Preta 0.0000 0.0000 . 1.00000
fxage 15 a 19 0.1810 0.0353 26.21 ** 1.19840
fxage 20 a 24 0.2009 0.0339 35.20 ** 1.22255
fxage 25 a 29 0.1955 0.0318 37.77 ** 1.21592
fxage 30 a 35 0.1573 0.0301 27.32 ** 1.17038
fxage 36 a 39 0.1993 0.0326 37.35 ** 1.22060
fxage 40 a 44 0.2553 0.0303 70.89 ** 1.29086
fxage 45 a 49 0.3464 0.0306 128.41 ** 1.41400
fxage 50 a 54 0.2711 0.0302 80.70 ** 1.31147
fxage 55 a 59 0.0000 0.0000 . 1.00000
anoest2 De 4 a 7 anos de estudo 0.1883 0.0306 37.84 ** 1.20724
anoest2 De 8 ou mais anos de estudo 0.7327 0.0294 621.53 ** 2.08075
anoest2 Ignorado 0.2564 0.1592 2.59 1.29231
anoest2 Sem instrução e menos de 3 ano de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000
CONFAM Agregado 0.4856 0.2102 5.34 ** 1.62512
CONFAM Cônjuge 0.2762 0.0196 199.46 ** 1.31809
CONFAM Filho 0.0820 0.0237 11.98 ** 1.08549
CONFAM Outro Parente -0.0211 0.0407 0.27 0.97911
CONFAM Principal Responsável 0.0000 0.0000 . 1.00000
NPES 1 Morador 0.5707 0.0391 213.28 ** 1.76943
NPES 2 Moradores 0.4667 0.0363 165.29 ** 1.59475
NPES 3 Moradores 0.2590 0.0380 46.42 ** 1.29559
NPES 4 Moradores 0.0000 0.0000 . 1.00000
REG Belo Horizonte -0.1213 0.0208 33.90 ** 0.88574
REG Porto Alegre -0.1522 0.0223 46.50 ** 0.85882
REG Recife -0.8429 0.0260 1050.35 ** 0.43047
REG Rio de Janeiro 0.3989 0.0220 328.74 ** 1.49012
REG Salvador -0.2620 0.0262 100.26 ** 0.76947
REG zSão Paulo 0.0000 0.0000 . 1.00000
setores Financeira 0.1361 0.0248 30.19 ** 1.14575
110
Parâmetro Categoria Estimativ
a Erro
PadrãoQui-
Quadrado sig Razão
condicional
setores Industria -0.0157 0.0216 0.52 0.98444
setores Outro 0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1 Conta própria -0.2100 0.1033 4.13 ** 0.81062
CPOSOCUP1 Desocupado com idade acima de 9 anos -0.3484 0.1065 10.71 ** 0.70584
CPOSOCUP1 Empregador 0.5202 0.1115 21.77 ** 1.68237
CPOSOCUP1 Empregados - com carteira -0.0790 0.1026 0.59 0.92401
CPOSOCUP1 Empregados - militar 0.5154 0.1072 23.11 ** 1.67429
CPOSOCUP1 Empregados - sem carteira -0.2515 0.1036 5.89 ** 0.77761
CPOSOCUP1 Inativo -0.3726 0.1023 13.27 ** 0.68892
CPOSOCUP1 Trabalhadores não remunerados de membro da unidade domiciliar que era conta própria ou empregador
0.0000 0.0000 . 1.00000
crise2 Crise -0.0726 0.0207 12.30 ** 0.92999
crise2 Pós-Crise 0.1022 0.0322 10.10 ** 1.10766
crise2 z Pré-Crise 0.0000 0.0000 . 1.00000
capital Sim 0.1921 0.0227 71.88 ** 1.21177
capital zNão 0.0000 0.0000 . 1.00000
crise2*capital Crise 0.0712 0.0291 5.97 ** 1.07382
crise2*capital Crise 0.0000 0.0000 . 1.00000
crise2*capital Pós-Crise -0.0920 0.0443 4.31 ** 0.91207
crise2*capital Pós-Crise 0.0000 0.0000 . 1.00000
crise2*capital z Pré-Crise 0.0000 0.0000 . 1.00000
crise2*capital z Pré-Crise 0.0000 0.0000 . 1.00000
* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% . ** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% .
Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE
A Pequena Grande Década:Crise, Cenários e a Nova Classe Média
Centro de Políticas SociaisFundação Getulio Vargas
(CPS/FGV)
Coordenador: Marcelo Cortes Neri
I-Crônica da Crise e Composição de Classes Econômicas
•Tsunami ou marolinha? Afinal qual foi o impacto
da crise no bolso dos brasileiros?
•Qual é o balanço completo até dezembro de
2009, dos indicadores sociais baseados em renda?
•A pobreza e a desigualdade já recuperaram da
ressaca de janeiro de 2009? E a nova classe média
continuou crescendo, estagnou ou submergiu?
•Finda a tempestade externa o que vem depois?
II - Cenários de Crescimento de Classes
•Finda a tempestade externa o que vem
depois?
•O que se pode esperar em 2010? E no
horizonte mais longo até 2014,
repetiremos as conquistas sociais do
período 2003 a 2008?
•Estamos na eminência de uma nova
pequena grande década? (?Hobsbawm)
Definição das Classes Econômicas
Renda Domiciliar Total de Todas as Fontes*
Inferior Superior
Classe E 0 804
Classe D 804 1115
Classe C 1115 4807
Classe AB 4807 -
* atualizado a preços de Dezembro de 2008
limites
Classes Econômicas - 6 Principais Metrópoles Brasil Classe ABC Classe AB Classe C Classe D Classe E
dez/02 55,22 12,00 43,22 15,24 29,54dez/03 53,65 10,66 42,99 16,41 29,95dez/04 59,23 11,66 47,57 15,50 25,27dez/05 59,90 13,18 46,72 16,60 23,50dez/06 64,05 14,07 49,98 14,86 21,09dez/07 66,64 14,76 51,88 14,14 19,22ago/08 67,69 15,72 51,97 13,57 18,74set/08 68,58 15,43 53,15 13,52 17,90out/08 68,85 15,64 53,21 13,31 17,84nov/08 68,72 15,35 53,37 13,47 17,82dez/08 69,14 15,33 53,81 13,18 17,68jan/09 67,55 14,91 52,64 13,58 18,87fev/09 67,51 14,84 52,67 13,67 18,82
mar/09 67,55 15,03 52,52 13,75 18,70abr/09 67,10 14,38 52,72 13,97 18,92mai/09 67,74 14,40 53,34 13,67 18,60jun/09 67,98 14,79 53,19 13,70 18,32jul/09 68,17 14,97 53,20 13,51 18,32
ago/09 68,71 15,34 53,37 13,45 17,84set/09 68,23 15,70 52,53 13,66 18,10out/09 68,67 15,52 53,15 13,71 17,62nov/09 68,91 15,48 53,43 13,86 17,23dez/09 69,21 15,63 53,58 13,37 17,42
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
53,6
5
59,2
3
69,1
4
69,2
1
52535455565758596061626364656667686970
mar
/02
jun/
02
set
/02
dez/
02
mar
/03
jun/
03
set
/03
dez/
03
mar
/04
jun/
04
set
/04
dez/
04
mar
/05
jun/
05
set
/05
dez/
05
mar
/06
jun/
06
set
/06
dez/
06
mar
/07
jun/
07
set
/07
dez/
07
mar
/08
jun/
08
set
/08
dez/
08
mar
/09
jun/
09
set
/09
dez/
09Evolução da Classe ABC
População entre 15 e 60 anosRenda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual
Crise
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
52535455565758596061626364656667686970
fev
/03
abr/
03
jun/
03
ago/
03
out/
03
dez/
03
fev
/04
abr/
04
jun/
04
ago/
04
out/
04
dez/
04
fev
/05
abr/
05
jun/
05
ago/
05
out/
05
dez/
05
fev
/06
abr/
06
jun/
06
ago/
06
out/
06
dez/
06
fev
/07
abr/
07
jun/
07
ago/
07
out/
07
dez/
07
fev
/08
abr/
08
jun/
08
ago/
08
out/
08
dez/
08
fev
/09
abr/
09
jun/
09
ago/
09
out/
09
dez/
09
Evolução da Classe ABC - Média Móvel de 12 MesesPopulação entre 15 e 60 anos
Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual
Crise
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
28,9%43,8%
25,2%
-19,7%
-41,0%
0,1% 2,0%
-0,4%
1,4%
-1,5%
-55,0%
-45,0%
-35,0%
-25,0%
-15,0%
-5,0%
5,0%
15,0%
25,0%
35,0%
45,0%
Classe ABC Classe AB Classe C Classe D Classe E
dez03 a dez08 dez08 a dez09
Variação das Classes Econômicas Pré versus Pós-Crise
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
0,8%
-0,6%
1,2%
-2,5%
-1,2%
-2,3%-2,7%
-2,2%
3,0%
6,7%
1,0%
5,3%
-0,2%
0,6%
-4,1%
0,8% 0,7% 0,8%
-2,5%
-1,1%
Classe ABC Classe AB Classe C Classe D Classe E
set08 a dez08 dez08 a jan09 jan09 a set09 out09 a dez09
Variação das Classes Econômicas no Pós-Crise
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
29,9
5
17,6
8
17,2
3
17
19
21
23
25
27
29
31
mar
/02
jun
/02
set/
02
dez/
02
mar
/03
jun
/03
set/
03
dez/
03
mar
/04
jun
/04
set/
04
dez/
04
mar
/05
jun
/05
set/
05
dez/
05
mar
/06
jun
/06
set/
06
dez/
06
mar
/07
jun
/07
set/
07
dez/
07
mar
/08
jun
/08
set/
08
dez/
08
mar
/09
jun
/09
set/
09
dez/
09
Evolução da Classe EPopulação entre 15 e 60 anos
Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual
Crise
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
18
20
22
24
26
28
30
32
fev
/03
abr/
03
jun/
03
ago/
03
out/
03
dez/
03
fev
/04
abr/
04
jun/
04
ago/
04
out/
04
dez/
04
fev
/05
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05
jun/
05
ago/
05
out/
05
dez/
05
fev
/06
abr/
06
jun/
06
ago/
06
out/
06
dez/
06
fev
/07
abr/
07
jun/
07
ago/
07
out/
07
dez/
07
fev
/08
abr/
08
jun/
08
ago/
08
out/
08
dez/
08
fev
/09
abr/
09
jun/
09
ago/
09
out/
09
dez/
09
Evolução da Classe E - Média Móvel de 12 MesesPopulação entre 15 e 60 anos
Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual
Crise
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Desigualdade de Renda do Trabalho - 6 Principais Metrópoles Brasil Níveis
THEIL GINI THEIL GINI
dez/02 0,8178 0,6317 1,1930 0,7457dez/03 0,7680 0,6180 1,1309 0,7322dez/04 0,7437 0,6049 1,0765 0,7161dez/05 0,6928 0,5920 1,0366 0,7059dez/06 0,7079 0,5904 1,0359 0,6998dez/07 0,6844 0,5836 0,9955 0,6897ago/08 0,6860 0,5843 0,9852 0,6867set/08 0,6891 0,5848 0,9854 0,6853out/08 0,6719 0,5808 0,9614 0,6804nov/08 0,6871 0,5824 1,0010 0,6837dez/08 0,6724 0,5778 0,9854 0,6823jan/09 0,7251 0,5922 1,0594 0,6979fev/09 0,7115 0,5878 1,0323 0,6927
mar/09 0,6963 0,5870 1,0030 0,6916abr/09 0,7201 0,5907 1,0100 0,6922mai/09 0,6906 0,5843 0,9876 0,6879jun/09 0,6848 0,5830 0,9744 0,6845jul/09 0,6807 0,5815 0,9722 0,6838
ago/09 0,6801 0,5834 0,9739 0,6847set/09 0,6870 0,5863 0,9860 0,6880out/09 0,6914 0,5859 0,9909 0,6878nov/09 0,6820 0,5838 0,9782 0,6852dez/09 0,6603 0,5779 0,9546 0,6796
Renda per Capita Renda Individual
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Variação da Desigualdade Pré versus Pós-Crise
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Variação da Desigualdade Pós-Crise
Desigualdade de Renda do Trabalho - 6 Principais Met rópoles Brasil
NíveisRDPC - 15 a 60
(pop. total)RDPC - 15 a 60 (renda positiva)
renda individual - 15 a 60 (pop. total)
renda individual - 15 a 60 (renda positiva)
THEIL GINI THEIL GINI THEIL GINI THEIL GINI
dez/02 0,8178 0,6317 0,6809 0,5776 1,1930 0,7457 0,5977 0,5389dez/03 0,7680 0,6180 0,6294 0,5612 1,1309 0,7322 0,5445 0,5185dez/04 0,7437 0,6049 0,6458 0,5642 1,0765 0,7161 0,5632 0,5256dez/05 0,6928 0,5920 0,5955 0,5503 1,0366 0,7059 0,5317 0,5127dez/06 0,7079 0,5904 0,6117 0,5491 1,0359 0,6998 0,5455 0,5097dez/07 0,6844 0,5836 0,5877 0,5413 0,9955 0,6897 0,5178 0,4997ago/08 0,6860 0,5843 0,5951 0,5447 0,9852 0,6867 0,5168 0,4996set/08 0,6891 0,5848 0,6006 0,5464 0,9854 0,6853 0,5286 0,5032out/08 0,6719 0,5808 0,5829 0,5418 0,9614 0,6804 0,5104 0,4983nov/08 0,6871 0,5824 0,5958 0,5425 1,0010 0,6837 0,5462 0,5016dez/08 0,6724 0,5778 0,5796 0,5368 0,9854 0,6823 0,5281 0,4981jan/09 0,7251 0,5922 0,6240 0,5488 1,0594 0,6979 0,5752 0,5097fev/09 0,7115 0,5878 0,6068 0,5423 1,0323 0,6927 0,5412 0,4979mar/09 0,6963 0,5870 0,5895 0,5404 1,0030 0,6916 0,5081 0,4940abr/09 0,7201 0,5907 0,6116 0,5437 1,0100 0,6922 0,5132 0,4941mai/09 0,6906 0,5843 0,5859 0,5384 0,9876 0,6879 0,4979 0,4907jun/09 0,6848 0,5830 0,5835 0,5385 0,9744 0,6845 0,4900 0,4879jul/09 0,6807 0,5815 0,5787 0,5366 0,9722 0,6838 0,4921 0,4890
ago/09 0,6801 0,5834 0,5802 0,5397 0,9739 0,6847 0,4968 0,4919set/09 0,6870 0,5863 0,5873 0,5429 0,9860 0,6880 0,5071 0,4963out/09 0,6914 0,5859 0,5909 0,5421 0,9909 0,6878 0,5152 0,4976nov/09 0,6820 0,5838 0,5842 0,5410 0,9782 0,6852 0,5082 0,4964dez/09 0,6603 0,5779 0,5598 0,5333 0,9546 0,6796 0,4875 0,4889
Renda Per Capita - 6 Principais Metrópoles Brasil
Renda Efetiva Renda Habitual
dez/02 545,61 529,52dez/03 506,24 484,14dez/04 560,20 528,78dez/05 621,15 564,70dez/06 646,97 603,93dez/07 668,69 627,22ago/08 651,61 652,00set/08 665,04 666,61out/08 666,31 666,41nov/08 665,39 665,82dez/08 708,55 662,47jan/09 828,58 659,59fev/09 640,22 644,30mar/09 639,65 645,75abr/09 639,66 643,12mai/09 638,55 640,67jun/09 646,19 648,29jul/09 647,20 648,32
ago/09 659,01 662,15set/09 665,10 665,72out/09 666,50 667,50nov/09 669,63 671,27dez/09 706,48 659,75
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Variação das Classes Econômicas Pré versus Pós-Crise
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Média - Renda Per Capita - Anual
Capitais x Periferias
Categoria 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Total 496,65 514,85 545,59 579,83 607,53 644,71 654,72
Capital 620,06 636,78 675,13 716,32 742,65 782,95 791,16
Periferia 345,17 367,16 390,85 418,24 448,23 483,18 494,93
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Variação - Renda Per Capita - Anual
Capitais x Periferias
Categoria 2009/2003 2004/2003 2005/2004 2006/2005 2007/2006 2008/2007 2009/2008
Total 31,83% 3,66% 5,97% 6,28% 4,78% 6,12% 1,55%
Capital 27,59% 2,70% 6,02% 6,10% 3,68% 5,43% 1,05%
Periferia 43,39% 6,37% 6,45% 7,01% 7,17% 7,80% 2,43%
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Renda Média
Total - Dezembro - Taxa % - Classe ABC
Capitais x Periferias
Categoria dez/03 dez/04 dez/05 dez/06 dez/07 dez/08 dez/09
Total 53,65 59,23 59,9 64,05 66,64 69,14 69,21
Capital 57,32 63,00 64,27 68,41 70,26 72,51 72,11
Periferia 49,15 54,66 54,61 58,82 62,34 65,13 65,83
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Total - Dezembro - Variação - Classe ABC
Capitais x Periferias
Categoria dez09/dez03 dez04/dez03 dez05/dez04 dez06/dez05 dez07/dez06 dez08/dez07 dez09/dez08
Capital 29,00% 10,40% 1,13% 6,93% 4,04% 3,75% 0,10%
Capital 25,80% 9,90% 2,01% 6,45% 2,70% 3,21% -0,55%
Periferia 33,92% 11,21% -0,09% 7,72% 5,98% 4,47% 1,08%
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Classe ABC
Taxa % - Classe ABC - Anual
Capitais x Periferias
Categoria 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Total 53,59 58,99 59,69 63,92 66,13 68,9 68,93
Capital 57,56 62,86 63,96 68,01 69,65 72,35 71,93
Periferia 48,72 54,31 54,56 59,08 62,00 64,84 65,43
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Variação - Classe ABC - Anual
Capitais x Periferias
Categoria 2009/2003 2004/2003 2005/2004 2006/2005 2007/2006 2008/2007 2009/2008
Total 28,62% 10,08% 1,19% 7,09% 3,46% 4,19% 0,04%
Capital 24,97% 9,21% 1,75% 6,33% 2,40% 3,89% -0,58%
Periferia 34,28% 11,48% 0,46% 8,27% 4,95% 4,59% 0,90%
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Classe ABC
A Pequena Grande Década
• “Usamos originalmente o período de 2003-08, aqui
denominado pequena grande década, como base
para o cenário pós-crise de 2010 a 2014.”
• Mesmo após as sucessivas revisões para cima, enxergamos 3,78% a.a. no Pib per capita, mais modesta que a da Pnad 5,26% por ano
• No curso desses 25 anos a renda per capita teria cresceria nesse ritmo153% pelo cenário PIB e 261% pelo cenário pnadiano. (8,8% em 5 anos)
• relatório da comissão Sen & Stiglitz
Metáfora das Décadas,
1960s e 70s – Crescimento e Ditadura
1980s – Redemocratização e Instabilidade
1990s – Estabilização e Acesso Escolar
2000s - Queda Desigualdade e Emprego Formal
2010s? – Qualidade da Educação e Acesso a
Mercado dos Pobres (e não apenas o contrário)
Metáfora das Décadas,
Os pontos de inflexão substantivos em anos terminados em quatro:
• 1964 (início do governo militar),
• 1974 (início da distensão política depois do choque do petróleo),
• 1984 (Diretas-Já),
• 1994 (Plano Real)
• 2004 (início da retomada do crescimento com aceleração no emprego quando ocorreu a maior queda da desigualdade da década).
Cenários de Consistência
• “O elemento fundamental para traçarmos o futuro de todas as classes de A a E é o
comportamento da desigualdade, a
verdadeira jabuticaba brasileira.”
• “De 2010 e 2014 a pobreza cairia à metade e a classe AB dobraria; 14,5 milhões de pessoas
sairiam da pobreza e 36,1 milhões se
juntariam às classes ABC.”
cenário 2014 - crescimento e a redução
de desigualdade do período 2003-08.
= Nova Pequena Grande Década
• desigualdade observada no Espírito do Santo em
2008.
• redução de pobreza (classe E) à metade, 50,32% dos
níveis de hoje, de 16,02% para 7,96% em 2014.
• queda da classe D de 18,28% (24,35% para 19,9%),
• aumento da classe C de 14,75% (49,2% para 56,48%)
• aumento da classe AB de 50,3% (10,48% para 15,66%
da população).
Risco de Elite – a pessoa não é pobre
mas está pobre.
• Diferenciar situações quando há fluxo de pessoas se movendo em direções opostas suavizando as séries agregadas.
• Quais os riscos dos mesmos indivíduos regredir da classe AB entre dezembro de 2008 e de 2009? 14,38% caíram de classe.
• Maior 2007 (8,87%). O Pior foi 2003 (34,22%). • Os 14,38% são inferiores aos dados de 11 dos últimos
12 meses de 2009, ano de crise . O pior período da crise é a ressaca de janeiro de 2009 : 24,97%.
• Ambos resultados indicam que a classe AB se recuperou.
Crise? Que Crise? (experimento
controlado)
• A chance de cair da classe ABC no período de 12 meses depois de setembro de 2008 crise foi 5% maior que a apresentada no período imediatamente antes da crise iniciado em janeiro de 2007.
• As chances de queda da classe ABC até setembro de 2009 foram 3,6% maiores mas no período terminado entre outubro e dezembro de 2009 foram 5,48% menores do que no período e 2007 a setembro de 2009.
Quem perdeu mais com a crise?
• Ocupados a indústria sofreram quedas relativas em relação ao padrão dos demais setores 11% maiores. Setor financeiro
• os mais educados sofreram relativamente mais. A chance de queda daqueles com pelo menos o segundo grau completo vis a vis aos sem instrução sobe 23,7% mais.
• A crise afeta a todas as pessoas em posições na ocupação e na desocupação de forma balanceada.
• Finalmente, a crise afeta mais as capitais do que as periferias metropolitanas assim como em termos de países a crise afetou mais o centro do que a periferia do capitalismo.
Mobilidade AnualPart (%)
Pop Total Classe E Classe D Classe C Classe AB
dez/02 66426 16,42 1,84 15,96 65,78dez/03 153602 4,62 3,76 13,92 77,70dez/04 180957 1,97 0,00 15,16 82,87dez/05 238816 2,97 0,00 10,36 86,68dez/06 273054 2,48 0,20 6,19 91,13dez/07 235226 4,69 0,45 14,27 80,59dez/08 255433 4,39 0,37 9,62 85,62
Fonte:CPS/FGV a partir dos microdados da PM E/IBGE
Pe
río
do
Inic
ial -
(D
eze
mb
ro)
Matriz de Transição da Classe AB6 Principais Regiões Metropolitanas
Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)
Período Final (1 ano depois)
http://www3.fgv.br/ibrecps/c2010/sim_pme/index.htm
Simulador de Mobilidade Social
Regressão LogísticaPeríodo Janeiro2007 a Fevereiro de 2009 – Observações Individuais 12 meses a parte
15 a 60 - Era classe ABC no primeiro período e ContinuaModelo Geral
Parâmetro Categoria EstimativaErro
PadrãoQui-
Quadrado sigRazão
condicionalcrise2 Crise -0.0367 0.0146 6.30 ** 0.96401
crise2 Pós-Crise 0.0534 0.0222 5.80 ** 1.05483
crise2 Pré-Crise 0.0000 0.0000 . 1.00000
* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% . ** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% .
Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE
Regressão LogísticaPeríodo Janeiro2007 a Fevereiro de 2009 – Observações Individuais 12 meses a parte
15 a 60 - Era classe ABC no primeiro período e ContinuaModelo Geral + interação (educação * crise)
Parâmetro Categoria EstimativaErro
Padrão Qui-Quadrado sigRazão
condicionalanoest De 1 a 3 anos de estudo 0.1852 0.0809 5.24 ** 1.20352anoest De 4 a 7 anos de estudo 0.3894 0.0698 31.10 ** 1.47609anoest De 8 a 10 anos de estudo 0.6535 0.0701 87.00 ** 1.92231anoest 11 ou mais anos de estudo 1.1039 0.0689 256.81 ** 3.01598anoest Sem instrução e menos de 1 ano de
estudo0.0000 0.0000 . 1.00000
crise Crise 0.2007 0.0974 4.24 ** 1.22227crise zNao crise 0.0000 0.0000 . 1.00000anoest*crise De 1 a 3 anos de estudo -0.1544 0.1170 1.74 0.85696anoest*crise De 1 a 3 anos de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000anoest*crise De 4 a 7 anos de estudo -0.2613 0.1014 6.64 ** 0.77001anoest*crise De 4 a 7 anos de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000anoest*crise De 8 a 10 anos de estudo -0.2408 0.1012 5.66 ** 0.78602anoest*crise De 8 a 10 anos de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000anoest*crise 11 ou mais anos de estudo -0.2695 0.0994 7.35 ** 0.76377
anoest*crise 11 ou mais anos de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000anoest*crise Sem instrução e menos de 1 ano de
estudo0.0000 0.0000 . 1.00000
anoest*crise Sem instrução e menos de 1 ano de estudo
0.0000 0.0000 . 1.00000
* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% . ** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% .
Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE
Regressão LogísticaPeríodo Janeiro2007 a Fevereiro de 2009 – Observações Individuais 12 meses a parte
15 a 60 - Era classe ABC no primeiro período e ContinuaModelo Geral + interação (setor * crise)
Categoria Estimativa Erro
Padrão Qui-Quadrado sig Razão
condicional
Financeira 0.1114 0.0344 10.46 ** 1.11781
Industria 0.0465 0.0302 2.37 1.04765
Outro 0.0000 0.0000 . 1.00000
Crise -0.0356 0.0154 5.37 ** 0.96504
zNao crise 0.0000 0.0000 . 1.00000
Financeira -0.0116 0.0466 0.06 0.98849
Financeira 0.0000 0.0000 . 1.00000
Industria -0.1054 0.0398 6.99 ** 0.89998
Industria 0.0000 0.0000 . 1.00000
Outro 0.0000 0.0000 . 1.00000
Outro 0.0000 0.0000 . 1.00000
* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% . ** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% .
Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE
Parâmetro Categoria Estimativa Erro
Padrão Qui-Quadrado sig Razão
condicional
CPOSOCUP1 Conta própria -0.0695 0.1380 0.25 0.93290
CPOSOCUP1 Desocupado com idade acima de 9 anos -0.2086 0.1425 2.14 0.81169
CPOSOCUP1 Empregador 0.5554 0.1498 13.74 ** 1.74263
CPOSOCUP1 Empregados - com carteira 0.0276 0.1368 0.04 1.02798
CPOSOCUP1 Funcionários Públicos – militar etc 0.6029 0.1443 17.45 ** 1.82747
CPOSOCUP1 Empregados - sem carteira -0.1597 0.1385 1.33 0.85243
CPOSOCUP1 Inativo -0.2335 0.1366 2.92 0.79172
CPOSOCUP1 Trabalhadores não remunerados de membro da unidade domiciliar que era conta própria ou empregador
0.0000 0.0000 . 1.00000
crise Crise 0.2550 0.2046 1.55 1.29045
crise zNao crise 0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1*crise Conta própria -0.3204 0.2077 2.38 0.72584
CPOSOCUP1*crise Conta própria 0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1*crise Desocupado com idade acima de 9 anos -0.3796 0.2141 3.14 0.68413
CPOSOCUP1*crise Desocupado com idade acima de 9 anos 0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1*crise Empregador -0.1938 0.2235 0.75 0.82384
CPOSOCUP1*crise Empregador 0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1*crise Empregados - com carteira -0.3214 0.2060 2.44 0.72510
CPOSOCUP1*crise Empregados - com carteira 0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1*crise Funcionários Públicos – militar etc -0.4048 0.2151 3.54 0.66712
CPOSOCUP1*crise Funcionários Públicos – militar etc 0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1*crise Empregados - sem carteira -0.2625 0.2085 1.58 0.76912
CPOSOCUP1*crise Empregados - sem carteira 0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1*crise Inativo -0.2851 0.2062 1.91 0.75194
CPOSOCUP1*crise Inativo 0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1*crise Trabalhadores não remunerados de membro da unidade domiciliar que era conta própria ou empregador
0.0000 0.0000 . 1.00000
CPOSOCUP1*crise Trabalhadores não remunerados de membro da unidade domiciliar que era conta própria ou empregador
0.0000 0.0000 . 1.00000
Regressão LogísticaPeríodo Janeiro2007 a Fevereiro de 2009 – Observações Individuais 12 meses a parte
15 a 60 - Era classe ABC no primeiro período e ContinuaModelo Geral + interação (Posição na ocupação * crise)
* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% . ** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% .
Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE
Geração Liquida de Emprego Formal - Mensal (jan 2000 a Dez 2009)
Fonte: CPS/FGV a partir dos dados do CAGED / M T E.
Geração Liquida de Emprego Formal - Acumulado no Ano (2000 a 2009)
Fonte: CPS/FGV a partir dos dados do CAGED / M T E.
N o t a M é d i a d e F e l i c i d a d e F u t u r a d o s j o v e n s
(
d e 0 a 1 0 , d a q u i a 5 a n o s
)4 . 5 - 6 , 56 . 5 - 7 . 57 . 5 - 8 . 58 . 5 - 99 - 1 0N o D a t a
FELICIDADE FUTURAJOVENS 15 A 29 ANOS
Percepção Futura (País) x Felicidade Futura
População Total
FelicidadeFutura
Percepção País
Brasil 8,78 6,84
111
Post-Scriptum
After the Crisis (A.C.) “The crisis was not a ripple, nor a tsunami but an undertow as strong as
temporary”
“2009, the year of the crisis was a sudden stop but all indexes have returned to the
pre crisis 2003 to 2008 growth rhythm”
“Completing one year after the effects of instability left Brazilian pockets: Year I
after the Crisis (A.C.).”
“We are about to experience the lowest inequality of our historical records that
begun with the 1960’s census”
The research made a retrospect of the main changes of movements in Brazilian budgets
in macro terms (the forest, the Brazilian society as a whole), meso terms (the woods,
specific sectors, such as industry X finance, capitals X suburbs, etc) and individuals (the
trees – this is, tracking each person’s movements across time). Looking at the big trends
of the Brazilian forest, we started in January 2009 with strong deterioration of all
indexes based on per capita income followed by gradual recovery which by chance
resulted in finishing the year at a similar level as the previous year. This “tie with many
goals” happens to a wide range of indexes: average (-0.3%) and income inequality
(0%), shares of social classes AB (2%), C (-0.4%), D (1.4%) and E (-1.5%), the last one
equivalent to the proportion of the poor. Despite the geographic coverage and source of
income data restrictions to its work in the six main capitals of Brazil, PME (Monthly
Employment Survey) is a good predictor to PNAD (National Survey of Household
Samples). This adherence is not just for covering 80% of PNAD income, but for the fact
that income from social initiatives and retirement has followed closely the boom
observed in the labour market. Through samples of over 100 thousand people
interviewed each month, PME allows an average 18 month anticipation before the
release of PNAD data.
Inflexion – Returning to the analysis of social conjuncture, not due to the lack of other
interesting subjects but because of the inflexion already observed in the begin of 2010:
if we compare February 2010 with February 2009, we find very distinct results from the
comparison of December 2009 with December 2008, despite having overlap of 10
112
months in the compared series. As the graph below demonstrates, in annual growth
terms, we are back at the rhythm of improvement of the expressed series, similar to the
pre-crisis period, between December 2002 and December 2008. Otherwise: class E is
reducing in a slightly faster rhythm now (-8.7% against -8.2%) like class D, which is
showing a bigger reduction (-4.9% against -2.39%). Looking at the top of distribution,
Class C is rising at a slower speed now (2.4% against 3.8%) but class AB faster (7.2%
against 4.2%). This means we are out of the inertia of the crisis to the rhythm of the
great little decade that occurred between 2003 and 2008. If we portrait the comparison
between January 2009 and 2010, with 11 months of superposition against the other two,
December 2008 and 2009, and February 2009 and 2010, it looks more like the latter.
The difference is granted by exchanging the passage between December 2008 and
January 2009, when the crisis hit with the strength of an undertow, to the December
2009 to January 2010 series. This way we are completing a year after the instability
effects have left the Brazilians’ pockets. We just completed Year One after the crisis
(A.C.).
Economic Classes (%), Mean Income and Income Inequality – Annual Variation
3,8% 4,2% 3,7%
‐2,4%
‐8,2%
3,8%
‐1,5%
‐3,2%
0,1%
2,0%
‐0,4%
1,4%
‐1,5%‐0,4%
0,0%
‐1,8%
3,4%
7,2%
2,4%
‐4,9%
‐8,7%
3,9%
‐1,5%
‐6,2%
Classe ABC Classe AB Classe C Classe D Classe E (poor)
Average
income Gini THEIL
dec02 a dec08 dec08 a dec09 feb09 a feb10
Source: CPS/FGV using micro data from PME/IBGE
The crisis was not a ripple, nor a tsunami, but an undertow as strong as temporary. From
the international start of the crisis on September 15th 2008 until its arrival on the PME
113
series took three and a half months, a similar gap to the arrival of the Asian crisis of
September 1997 to the same series. The difference is that the effect of the latter lasted
for five years in our series and the one from the recent crisis started to revert after one
month. But what explains the recent improvement? The similarity of the aggregates
movements of the average and inequality of the last 12 months with the previous are
even closer. The per capita income rises 3.9% on the last 12 months against 3.8% of the
pre-crisis period. The decentralization of income measured by the Gini index varies the
same -1.5% on both periods. The Gini index is worse in January 2009 (+2.5%) and later
followed the script of the tie, with no variation from December 2008 to December 2009,
a -1.5% variation on the comparison of the last 12 months in identical rhythm to the -
1.5% observed between 2003 to 2008, known here and elsewhere as the period of
falling Brazilian inequality.
As each measure of inequality incorporates specific judgment values associated to the
social welfare state function from which it was derived, it is suitable to check the
robustness of the results. The Theil-T index, a measure more sensitive to changes
occurred in the bottom tail of the income distribution, drops 3.2% yearly between
December 2002 to December 2008 meanwhile from February 2009 to 2010 the same
drops 6.2%, indicating acceleration of the fall of Brazilian inequality. This point
deserves to be highlighted because perhaps the biggest Brazilian innovation on the past
decade was income equalization. The data of the post-crisis period suggests this
equalizing trend of income results continues.
Education – In order to specify the part of the evolution of education in this process we
use a Lego type method that divides in pieces (and integrates) the various classical
labour ingredients into the evolution of the average of labour income of the whole
population and the poorest 20% in order to capture the distributional effects. We use as
a reference the period between 2003 and 2008 which is the period of inequality
reduction in Brazil with the return of growth, we named this period of time the great
little decade in a the research. We use the population in active age by the National
Survey of Household Samples (PNAD). The first step is to measure how much the
income of individuals has changed: 5.52% in the year of the average against 9.22% of
the poorest quintile. The second step is to divide in pieces the roles taken by each labour
ingredient. In both cases education plays a main role explaining 42.7% of the average
114
income growth against 58.8% on the poorest quintile. The rest is explained by changes
in the unemployment rate (1.02%; 1.4%, respectively), the participation rate in the job
market (0.82%; -0.21%), working time (-0.5%; -0.79%), the return to education (1.48%;
1.73%) and the income from retirement and social initiatives (0.12%; 1.49%). Just by
the direct effect caused by the rise in schooling the average income should rise 2.23%
yearly and for the poorest quintile, income should rise 5.22% yearly, this just due to the
educational effect.
Complementarily, the analysis of the importance of the variable complete years of study
on the variance of income does not leave room for doubt. In 2008, just for the variable
education, the net explanatory power is 14.7% bigger than the sum of all other attributes
such as gender, age, ethnic group, migration and geography. In 2001, the same statistic
was even bigger 48.7% and this drop indicates the part of the improvement of schooling
on the inequality drop observed in this period. Forgive me the sceptics, but education is
essential.
Future – Now, if education is essential, what to expect from it in the future? The series
of level and inequality of years of schooling planted in the past that constitutes the best
available predictors of income distribution. This data suggests gain of more equal labour
outcomes to be harvested in the future, as graphs 2 and 3 illustrates:
115
Graph 2 - Average of Complete Years of Study - Population with 25 years of age or
more
Source: CPS/FGV using micro data from PNAD/IBGE
Graph 3 – Inequality (Gini) de of Complete Years of Study - Population with 25
years of age or more
Source: CPS/FGV using micro data from PNAD/IBGE
Still, to the sceptics due to Brazilian education’s low levels of quantity and quality and
the high inequality still present: what matters to growth trends is the relative
improvement obtained. The only advantage for being a country away from equity and
efficiency borders is the potential to progress fast forward, without dilemmas. We are
about to experience the lowest level of inequality of our historical records that begun
116
with the 1960’s Census. In light of international evidence, we still have highlighted,
without doubt, educational insufficiency and an excess of inequality, but that is exactly
where the distinguished capacity for making improvements in Brazilians lifes resides.
117
The little big decade
Crisis, Scenario and the New Middle Class
Executive Summary
Tsumany or ripple? That is the question that many have asked themselves in the last 16
month regarding the effects in Brazil of the international crisis of September 2008. After
all, what was the impact of the crisis on the purse of Brazilians? What is the complete
balance up to December 2009 of the social indicators based on income? Has poverty
and the inequality have recovered from the undertow of January 2009? And the new
Brazilian middle class continued to grow, stagnated or went under? And the individual
risk of falling from the higher class has returned to the pre-crisis standards? Who
suffered a greater loss with the crisis? Was it those of the manufacturing sector, the ones
with a higher education or those that live in the outskirts of the big cities? After the
external storm what can be expected of 2010?. And in the longer horizon period up to
2014 will we repeat the social conquests of the 2003 up to 2008 period? Are we facing
the prospects of a new little big decade?
The present work is an epilog of a series of researches titled “chronicle of an
announced crisis” that monitored the impacts of the external shocks through the
microdata of the PME/IBGE for the six major metropolitan Brazilian regions. The
initial chapter that was at the origin of the series, showed that up to December 2008
there were no signs of impacts in our series. The second chronicle illustrated the critical
period of the crisis: the undertow of January 2009 when the crisis arrived strongly,
eroding part of the previous social gains. Later studies showed more of the same, up to
August: a trend of recovery of the majority of the social indicators. But now at the end
of the Gregorian calendar of 2009, the year of the crisis, where are we in fact? And
where are we going to? In the second part of the research we leave the rear-view mirror
of statistical history to venture into the mist of the future facing Brazil and the
Brazilians. We worked with national consistency scenarios up to 2014, traced from the
PNAD/IBGE. We go beyond our traditional poverty projections bound to the first
118
Millennium Development Goal (MDG), encompassing the classes ( E, D, C and AB)
composition and its close determinations, like mean growth and income inequality.
Part 1: Chronicle of the Classes and Class Composition
2. 2009: Crisis and the 360 Degrees Revolution
Ended 2009, poverty, the new middle class and its determining factors, inequality and
income average recovered from the undertow of January, returning to the pre-crisis
peak.
Economic Classes
The ABC classes in December 2009 were at the historical record of 69,27% despite the
fact that its components individually were not at the apex.
The difference of the ABC class is negligible, 0,1% compared to the second best of the
series, 69,34% of December 2008.
Sixteen month after the arrival of the crisis there is already a clearer vision of its effects
in the purse of the Brazilian in the six largest metropolis of his country. We start by the
composition of the Brazilian society in terms of economic classes, based on per capita
household income between the ages of 15 to 40 years. Even of those of the AB classes
families earn household incomes of more than R$480 per month in total terms, that had
suffered bigger losses during the crisis (-2,7% in January, having started their losses
already in September 2008 after reaching its historical apex of 15,72% in August 2008)
is 2% above the one year ago index. Today 15,63% of the population is in the AB
classes, compared to 15,33% in December 2008. The C class, immediately under the
upper class (total household income from R$1115 and R$4808)had not been hit until the
January 2009 hangover. Despite the fact that the C class is in the second highest point of
the monthly series with 53,58% of the population, in December 2009 has a negative
balance of -0,4% compared to December 2008 its historical apex of 53,72%. Curiously
the sum of classes ABC is at its highest level in December 2009 with 69,21%, despite
119
its components not being individually at its peak. However, the difference is a trifling
0,1% compared to the series second best point, the 69,14% of December 2008 our other
reference point.
Economic Classes – 6 main Brazilian metropolis
Class ABC Class AB Class C Class D Class E
dec/02 55.22 12.00 43.22 15.24 29.54 dec/03 53.65 10.66 42.99 16.41 29.95 dec/04 59.23 11.66 47.57 15.50 25.27 dec/05 59.90 13.18 46.72 16.60 23.50 dec/06 64.05 14.07 49.98 14.86 21.09 dec/07 66.64 14.76 51.88 14.14 19.22 aug/08 67.69 15.72 51.97 13.57 18.74 sep/08 68.58 15.43 53.15 13.52 17.90 oct/08 68.85 15.64 53.21 13.31 17.84 nov/08 68.72 15.35 53.37 13.47 17.82 dec/08 69.14 15.33 53.81 13.18 17.68 jan/09 67.55 14.91 52.64 13.58 18.87 feb/09 67.51 14.84 52.67 13.67 18.82 mar/09 67.55 15.03 52.52 13.75 18.70 apr/09 67.10 14.38 52.72 13.97 18.92 may/09 67.74 14.40 53.34 13.67 18.60 jun/09 67.98 14.79 53.19 13.70 18.32 jul/09 68.17 14.97 53.20 13.51 18.32
aug/09 68.71 15.34 53.37 13.45 17.84 sep/09 68.23 15.70 52.53 13.66 18.10 oct/09 68.67 15.52 53.15 13.71 17.62 nov/09 68.91 15.48 53.43 13.86 17.23 dec/09 69.21 15.63 53.58 13.37 17.42
Source: CPS/FGV from the PME/IBGE micro-data
The following tables shows the month by month trajectory of ABC classes until it
reaches its historical peak in December 2009, but not much higher than December 2008
Variation of the Economic Class (ABC) (%)
Source: CPS/FGV from the PME/IBGE micro-data
120
In the text charts are shown covering annual averages of the several years. Preferably
the analysis is centered on December tables, being the most recent indicative of the
estates of the economic classes as well as to avoid the “carry-over effects” implicit in
averages that make the time of changes obscure. The main text also presents the
standard average of the months for several years that are complementary to the ones
presented in the text,
If the maintenance of the “status quo” of income distribution in December can be
considered a good result in a period of crisis. On the other hand, it hides a sudden stop
of the previous improvement of the indicators: from December 2003 up to December
2008, the AB classes grew 43,8%, the C class grew 25,2%, the conjunction of them –
ABC classes – grew 28,9%. The graph below synthesizes the observed changes of all
economic classes in the comparison of December 2009 with December 2008 and its
relation to the start of the expansionary cycle in December 2003.
Variation of the Economic Classes % Pre versus Post-Crisis
Source: CPS/FGV from the PME/IBGE micro-data
121
Poverty (Class E)
Poverty declined 41% from December 2003 to 2008 and declines a further 1,5% from
December 2008 to 2009, when it reaches 17,42% of the population.
Looking at the other extreme of the economic classes, the E class in our methodology is
the equivalent to the set of poor individuals. In our methodology the E class analysis
with a total household income of up to R$804 is the same as the traditional analysis of
the poor. The proportion declined 41% from December 2003 up to 2008, declines a
further 1,5% from the previous year with the last point in December 2009, when it
reaches 17,42%. Once again, the 6,7% increase in the poverty rate observed from 2008
up to 2009 was reverted as 2009 went by, resulting in a 1,5% decline, that perhaps is the
best positive result in this nearly always equivalent points in December of the last two
years.
Inequality
The Gini index starts from historical low in December 2008 (0,5778), recovers from
the worsening of January 2009 (when it increases 2,5%), coming back to 0,5779 in
December 2009.
Gini Index – Per Capita Household Income Population between 15 and 60 years
Labor Income Inequality – 6 Major Brazilian Metropolis – Gini´s Index Levels
Source: CPS/FGV from the PME/IBGE micro-data
122
Gini Index – Household Income Per Capita Population between 15 and 60 years
Per Capita Individual
dec/02 0.6317 0.7457 dec/03 0.6180 0.7322 dec/04 0.6049 0.7161 dec/05 0.5920 0.7059 dec/06 0.5904 0.6998 dec/07 0.5836 0.6897 aug/08 0.5843 0.6867 sep/08 0.5848 0.6853 oct/08 0.5808 0.6804 nov/08 0.5824 0.6837 dec/08 0.5778 0.6823 jan/09 0.5922 0.6979 feb/09 0.5878 0.6927 mar/09 0.5870 0.6916 apr/09 0.5907 0.6922 may/09 0.5843 0.6879 jun/09 0.5830 0.6845 jul/09 0.5815 0.6838
aug/09 0.5834 0.6847 sep/09 0.5863 0.6880 oct/09 0.5859 0.6878 nov/09 0.5838 0.6852 dec/09 0.5779 0.6796
Variation
dec03 - dec08 -6.50% -6.81%
dec08 - dec09 0.01% -0.39%
sep08 - dec08 -1.2% -0.4%
dec08 - jan09 2.5% 2.3%
jan09 a sep09 -1.0% -1.4%
oct09 - dec09 -1.4% -1.2%
Source: CPS/FGV from the PME/IBGE micro-data
In terms of variation, the accumulated growth of per capita income rate from the
December 2003 and December 2009 period, hence already discounting the population
growth, is of 36,3%, that is 5,3% per annum. If we isolate two distinct moments, the
first being up to December 2008, we can observe the accumulated income is growth is
trifle superior (36,8%). Therefore, between December 2008 and December 2009, a
slight -0,4% reduction is shown, once again near the last year constant, configuring a
stoppage in the previous advancements, but not a regression.
123
Gini´s Index Variations
Source: CPS/FGV from the PME/IBGE micro-data
The changes in the structure of economic classes occurred in this period is due to
changes in the near determinants , i.e. average and inequality of per capita income.
Starting from the latter the inequality measured by the Gini index, that was at the
minimum value in December 2008 (0,5778) in January 2009 recovers from the observed
deterioration (when increases 2,5%) with declines in the opposite direction reaching in
December 2009 in practice the same value of the previous year (0,5779). The Theil
inequality index that is more sensitive to changes in the lower end of the distribution
shows a slightly different movement being of the last December the lesser level of the
historical series. All the indicators of inequality show a strong deterioration in January
followed by an opposite movement in the opposite direction in the following months.
Mean Income
Drop of 0,4% of mean income between 2008 and 2009, again near the constant, a
sudden stoppage of previous advancements, but not a retrocession.
The habitual or normal concept smoothes transitory income fluctuations, like the one
that occurs from the thirteen salary, vacation bonus and extra working hours. The
124
concept of effective income also researched by the PME, shows remarkable seasonal
fluctuation in the elapsing of each year as is shown by the graphs, but apart from these
peaks, the data series show that they are relatively close8. In this task we opted to work
with the habitual income concept, as it eliminates the erratic fluctuations that distort
upwards the mobility measures that will be discussed further along. An advantage of
this concept is that is also used by the PNAD, allowing direct comparison with the
results with the main data basis of the Brazilian household surveys system.
Per Capita Household Labor Income Population between 15 and 60 years
Source: CPS/FGV from the PME/IBGE micro-data
On the other hand, the effective income concept is the adequate for the PME series
between 1982 and 2002, before the second reformulation.
8 Neri 1996 details the differences between the two concepts from the comparison between the PME
collected 1980 and the far gone 1982, before the first reformulation. Another point is that the habitual
concept tends to be linked to the course of the researched month, whilst the effective to the previous. In
this case the effective concept would be the proper as leader indicator of PNAD.
125
Per Capita Household Income Variation Pre versus Post Crisis
Source: CPS/FGV from the PME/IBGE micro-data
The Summing Up
More of the same is observed in all social series: a draw with many goals along 2009,
with strong losses in January and recovery from February onwards. The result is that in
December 2009 and December 2008, independent of operations of seasonal effects are
the peaks of the series, like waves crests.
Meso Evolution: Capitals versus Outskirts
There is a spatial convergence, the growth of ABC classes in the outskirts was of 33,9%
versus 25,8% in the capitals, in the last six years.
The aggregated size of ABC classes during the crisis hides a progression of 1,08% in
the outskirts and a regression of 0,55% in the capitals.
The several series above discussed, monitors the macro movements of the social series.
Now we go to an analysis of the meso movements of the series, accompanying the
126
fluctuations of specific sub-groups. In the following sector we go to the micro
movements that follows the trajectory of individuals along times. Following, we discuss
the capitals and metropolitan outskirts. Despite the fact that the afore have a bigger
income (R$791 versus R$495) when we consider the last six years, there is a marked
reduction in the difference of the ABC classes, between the two types of areas. The
growth of the ABC classes in the outskirts was of 33,9% versus 25,8% in the capitals.
Restricting the analysis to the last year that captures the impact of the crisis, a growth of
1,08% in the outskirts and a drop of 0,55% in the capitals. Therefore the maintenance of
the aggregated size of the ABC classes hides the progression of the outskirts and
regression in the capitals. This status convergence between capital and outskirts in the
post-crisis was even smaller that the one observed before the crisis.
In the annex of the principal text a series of statistics for the capital and outskirts is
presented, including the other economic classes, poverty and income inequality and in
the following link: http:www3.fgv.br/ibrecps/2010pme_CLASSEMEDIA/index-br.htm
We enlarged the spectrum of variables of meso cut like genre, level of education, age,
amongst others. The reader is invited to make an analysis of such information according
to its own private interests.
3. Crisis and Individual Risks
Poverty and richness are states and not fixed attributes. The analysis of the individual
trajectory allows us to see that the person is not poor, but is in poverty.
The longitudinal aspect of the per capita domicile income micro-data of the PME/IBGE
data will also give us the empirical basic evidence as regards the standards of mobility
between classes, w need to correlate the data of the same person and family to the
different instant of time, that PME allows, despite the fact that is seldom used. The
principal lesson of this analysis is that a person is not poor (or of the elite) but that he is
in poverty (or of the economic elite). Initially we quantify the magnitude of the fall of
the higher economic classes on several sub-periods. We measure the evolution of the
falling risks of the individuals of the higher classes and later in a controlled manner, the
attributes of each one. In a third stage of this transitional analysis we identify the
127
personal characteristics closer associated to the vulnerability of the elite groups in
relation to the crisis, such as activity area, education amongst others. Let’s see:
The Elite Risks
The analysis of the states transition complements those of the time series that show
which is the portion of income by each class of the population, determining the
magnitude of the risks involved. For example, as we have seen the AB classes suffered
little change in the two months in December (went from 15,33% to 15,63% an increase
of 2% ). However, a lull in the big numbers can hide big little storms in the life of some
individuals such as loss of job. We must differentiate situations where micro and macro
figures change very little from those where similar quantity is moving in opposite
directions, smoothing of aggregated series. Here the explored matter is to evaluate the
risks of who has reached the higher classes to recede. Per example, the same individuals
observed in December 2008 and in December 2009 falling from an upper class. Now, is
it a few or many? If we compare to December of other years the economic regression is
only bigger than of 2007 and 2006, 8,87% and 13,32 respectively. On the other hand,
the 14,38 regression of classes ABC observed up to December 2009 is lower than the
same 12 months ended in 2003 (34,22%), 2008 (19,41% ending during the recent crisis)
and 2004 (17,13%). The worse period of the crisis is the one that ended in plain January
2009 hangover when it reaches 24,97%. Incidentally, the furthers of last year when the
crisis reached our series. Both results seem to indicate that as we have seen in the in the
section, not only AB classes recovered in its aggregated size of the external shocks of
which it was the first preferential victim at the start of the crisis, as well as in
individuals terms, the risk of decline also normalized, indicating the overcome of the
most critical period of the crisis.
Crisis? What Crisis?
After September 2009, the probability of who was in the ABC classes lower its status
dropped not only in relation to the crisis, but in relation to pre-crisis.
In the following stage we devised a statistical model that allows the transition analysis
of individuals with the same attributes to fall from the ABC classes, taken as a whole.
128
The model shows that the chance of falling after September 2008 (crisis) was 5% bigger
than the one of the immediate period before the crisis started in January 2007.
Going forward we decompose the period initially called the crisis comprising
September 2008 and December 2009 into two periods. The chances of fall from the
ABC classes between September during the period ended in September was 3,6%
bigger than the period that goes from the outset of 2007 to September 2009, but in
October to December 2009 period was 5,48% less than the pre-crisis period. That is,
that after the crisis completed one year from the occurrence in September 2009, the
probability of who was initially in the ABC classes falling from status, dropped not only
in relation to the occurring crisis in the 12 previous months but in relation to the pre-
crisis. The available device in WWW3.FGV.BR/IBRECPS/C2010/SIM-
_PME/INDEX.HTM, allows the simulation on persons with own attributes or of
interest.
Who Suffered Most With the Crisis?
Who lost more status with the crisis was the well educated (+24%), the industry (+11%)
but not the financial sector.
The civil servants that enjoy greater social stability, the crisis affected all occupying
positions in a form that maintained the relative position in relation to the pre-crisis.
This part identifies and isolates the affects of the attributes of those who fell from ABC
classes during the crisis. We note that: i) the ones working in the industry suffered a
relative fall in relation to the pattern of the other sectors (11% more). Yet individuals
employed in the financial sector did not suffer displacement vis a vis their position on
stage. ii) the most educated have suffered relatively more than the uneducated which
contradicts most of the usual recession where the unskilled are the first to be
unemployed. The chance to drop those with at least high school vis a vis the uneducated
rises 23.7% more. iii) public officials and employers generally have greater stability in
the ABC class, but the crisis affects all persons in the occupation and unemployment.
Iv) Finally, the crisis effects more capital than the metropolitan peripheries and in terms
of countries the crisis has effected more the center than the periphery of capitalism.
129
Part II – Scenarios of economic class growth
4. Little big decade
We originally used the period 2003-08, here called little big decade, as the basis for the
post-crisis 2010 to 2104 the next section.
Beginning of year, time to look back and forth, making statements and projections. For
2010, this year gained an air of early decade and epilogue of the Lula government and is
the years after the crisis I (DC). Twelve months after September 15, 2008, virtually all
series indicators of labor and economic classes available in Brazil returned to the same
pre-crisis point, that is, if not regressed, did not advance. If the comparison is in relation
to other countries, the stagnation in Brazil 2009 is the envy of foreign eyes, except for
China, India and Korea. But not to feel an ounce of pride, in comparison with the period
2003 to 2008, here called little big decade. We draw these forecasts for the next five
years by extrapolating what happened in those five years from 2003 to 2008 when
major changes in measures of welfare based on income occurred, the result of a rare
combination in Brazilian lands of sustained growth with reduced inequality.
Decades
The past decade was the period of reduction of inequality, as well as the former was
stabilization. Is the new decade the one of quality of education?
Before turning into the future, let’s unravel the past in the light of the analysis of
successive decades. The 1960 and 1970 were those of the Economic Miracle, growth
but of dictatorship. In the seventies there was brutal in terms of poverty that fell from
67% to 39%, but brought in its wake, a demand for democracy, which characterizes the
next decade. The eighties, the time of democratization, the main achievement of the
time, even for us the economists. The decade ending in 1989, paradigmatically our
records for inflation and inequality, that somehow punctuate the next decade two
decades. The eighties was also the instability of the institutional inflation and income
teaching that relearn to democracy generates lost decade in the economy.
130
The 1990 was stabilization. In 1994, Fernado Henrique aided by his faithful squire stuck
the spear in the heart of the dragon of inflation. From there we started – the first person
plural – to plan the future. Away form uncertainty and monetary illusions we have a real
calendar. The revolution of the president with the name of the prince is not royalty, but
the sense of reality brought about by the currency stable. From this reality shock, we
begin to device and educational agenda, to put more intensely children in school, we
began to measure the performance of children, SAEB in 1995 and, somehow, these two
revolutions , inflation and school, integrated people that went through school started
to enter the labor market and as we redistribute a stable currency trough through a
program of income transfer, inequality began to fall. After recession of 2003, formal
employment has blossomed again. Is the new decade the one of quality of education?
Since 2007, that compasses both the Ministry of Education and civil society through the
Index of Development of Basic Education (IDEB) and Education for All movement
point to the north of the quality of education. Goals are forward-looking force by early
next decade in 2021, so that two centuries of independence for Brazil be celebrated.
Objective goals are drawn from school proficiency tests that capture the quality of
education perceived by children, without voice or vote, in addition to short-termism of
the mandate of the mandates of politicians. What is the goal? Brazil has an initial note
of 3,8, -from o to 10- the goal is to become 6 by 2021. 6 is the average of the OECD
today. We want to turn in 2021, which the OECD is today. Note 6 is also the average of
private school in Brazil, that is the real “Belindia” for private school where who has
money places the son, the average is 6, whilst in public school the average is 3,6. The
goals are central to the agenda of the generation of economists to which I belong, to
revolutionize quality education in the next decade.
Measures
The cumulative difference in five years between PNAD income and GDP was 8.8
percentage points. This represents more than two years in five years.
The key element in shaping the future of all classes A to E is the behavior of inequality,
the Brazilian “jabuticaba” ( a fruit that only grows in Brazil).
131
Before going further into further uncertainty, we must face the uncertainties of previous
uncertainties. The magnitude of the resumption of growth in the period 2003-2008
depends crucially on database used in the optics of the national accounts and its most
popular product, GDP. Even after the successive upward revision, we see 3,78% on a
per capita per annum rate of more modest expansion of the National Household Sample
Survey (PNAD), which is 5,26% per year also cashing growth population and inflation.
The cumulative difference in five years between PNAD income and GDP was 8,8%.
This represents more than two years in five years. If we use these rates as part of an
exercise in futurology more elastic than 25 years, the cumulative difference in growth
would be 108% per capita. During a 25 years course the per capita would have grown
153% by the GDP scenario and 261% by the PNAD scenario. It is true that the
discrepancy between these rates tend to fade over time. For example, in the period 1995
to 2008 the cumulative difference is 2,13% in favor of the GDP. Now the question is:
there being adjustments in the coming years what pulls what: the GDP pulls PNAD
down or or PNAD pulls GDP upwards?
The committee report led by Amartya Sen and Joseph Stiglitz released in September
2009 noted strong difference between household surveys and the GDP figures around
the world, with growth rates of GDP generally above. The report argues for the use of
household surveys as a measure of performance of a given society. Another advantage
of PNAD is to look at the distribution of the fruits of growth. The key element in
shaping the future is the behavior of inequality, the Brazilian real jabuticaba. The first
decade of the twentieth century has brought us, year after year, falling income
inequality, that we use as parameter
5. Scenario Consistency
The 2010 to 2014 poverty would fall 50% and class AB 50%, 14,5 million people out of
poverty and 36.1 million would join the ABC classes.
Given the outcome of the crisis and the period of boom years of social previous history
to it, what that will be in the coming years? We will initially focus on the period 2003-
08, using it as a basis for the scenario of post crisis growth from 2010 to 2014. Now,
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how this would be a reasonable prospect of the future based on the past? The analysis
by income source shows an increase in labor income in the period 2003-08 as strong as
the other sources of income, suggesting some sustainability of the prior history of
growth with redistribution, interrupted but not reversed by the crisis. The trend of the
series of years of study, fundamental for the literature for the growth and inequality
support both on dispersion and the continuing trend of improvement. In this regards
one must remember the problem of quality education – here represent opportunities to
advance, that is what matters, when it comes to growth rates. Today there are
benchmarks of proficiency in public schools. The possibility of jumping toward the
border of a more reasonable society exemplified by the fall in income inequality since
2001, and perhaps the future quality education is the basis for optimism conditioning of
this article. We will focus initially on a scenario of longer term ended in 2014.
Protruding growth and reduced inequality in the period 2003-08. This scenario can be
measured using in its approximation inequality observed in Espirito Santo (an estate) in
2008. In this frame work it is possible to obtain a reduction of poverty by half from
50,32% of today´s level , that is from 16,02% of the population in 2008 to 7,96% in
2015. However, 2014 is the day before the end of the millennium goals. We have
fulfilled the first millennium goal of making poverty dropped by half in half the time.
That means carry it again in five years instead of 25 years. The consequence of this
movement in terms of other classes is the following: drop the class D of 18,28% (from
23,35% to 19,9%) increase in class C 14,75% (from 39,2% to 56,48%) and proportional
increase 50,3% in class AB (10,48% to 15,66%) of the population. That is, the
promising scenario shows that poverty fell by half, the class AB increases by 50%. In
absolute terms, 14,5 million people got out of poverty counting the additional 10 million
in population anticipated from 2008 until 2014 when the population reaches 199.5
million people. The union of classes ABC would be incremented, and approximately
36,1 million Brazilians incorporated to the consumers market.