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A política angolana

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INTRODUÇÃO

Angola é um dos mais extensos países de África. Tem uma superfície de

1.247.000,00 Km² e uma costa marítima de 1.650 Km. Estima-se que a sua população seja da

ordem de 18.000.000 de habitantes, distribuída por 18 províncias, sendo Luanda, a mais populosa.

A altitude média do solo angolano situa-se em torno de 1000 a 1500 metros, limitado por uma

estreita faixa de terra baixa na região costeira. O regime político vigente em Angola é o

presidencialismo, em que o Presidente da República é igualmente chefe do Governo, tem ainda

poderes legislativos e nomeia o supremo tribunal, de modo que o princípio da divisão entre

poderes legislativo, executivo e judiciário, fundamental para um sistema democrático, está abolida.

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ANGOLA

O interior do solo angolano contém reservas dos mais variados recursos

minerais (35 dos 45 minerais mais importantes do comércio mundial), dentre os quais se destacam

o petróleo, gás natural, diamante, fosfato, ferro, magnésio, ouro e rochas ornamentais.

Antes da independência, o sistema político de Angola assentava em grande

medida nas políticas que a potência colonial (Portugal), como metrópole, traçava para as suas

colónias (territórios ultra marinas). A República de Angola tornou-se uma nação independente em

11 de Novembro de 1975, após cerca de 500 anos de colonização portuguesa.

Ela teve uma Lei Constitucional, datada de 1975 com base no pensamento

político monolítico de feições comunistas, onde era ainda realçada a propriedade socialista sobre

os meios de produção. A mesma vinha sofrendo algumas alterações substanciais e oportunas,

devido a implementação do sistema democrático e pluripartidário, dos direitos e das liberdades

fundamentais dos cidadãos e dos princípios da economia de mercado. Em Janeiro de 2010,

Angola adoptou uma nova Lei Constitucional que deu assim início a terceira República, com um

sistema político, totalmente diferente dos antecessores.

O SISTEMA POLÍTICO ANGOLANO

Depois da independência, Angola adoptou um sistema político de orientação

marxista-leninista, com maior incidência no conceito de proletariado, centralização da economia e

dos meios de produção e mono partidarismo (partido – estado).

Nos dois anos seguintes a proclamação da independência, a Constituição de

Angola sofreu duas revisões de vulto, ou sejam a alteração das competências específicas do

Presidente da República, da composição e atribuições do Conselho da Revolução, o equivalente

a Assembleia Nacional (nos dias de hoje).

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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Angola é uma República soberana e independente, baseada na dignidade da

pessoa humana e na vontade do povo angolano, que tem como objectivo fundamental a

construção de uma sociedade livre, justa, democrática, solidária, de paz, igualdade e progresso

social. Art.º 1.º C.R.A

ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO

A República de Angola é um Estado Democrático de Direito que tem como fundamentos a soberania popular, o primado da Constituição e da lei, a separação de poderes e

interdependência de funções, a unidade nacional, o pluralismo de expressão e de organização política e a democracia representativa e participativa.

A República de Angola promove e defende os direitos e liberdades fundamentais

do Homem, quer como indivíduo quer como membro de grupos sociais organizados, e assegura o respeito e a garantia da sua efectivação pelos poderes legislativo, executivo e judicial, seus órgãos e instituições, bem como por todas as pessoas singulares e colectivas. Artigo 2.º C.R.A

SOBERANIA

A soberania, una e indivisível, pertence ao povo, que a exerce através do sufrágio universal, livre, igual, directo, secreto e periódico, do referendo e das demais formas estabelecidas pela Constituição, nomeadamente para a escolha dos seus representantes.

O Estado exerce a sua soberania sobre a totalidade do território angolano,

compreendendo este, nos termos da presente Constituição, da lei e do direito internacional, a extensão do espaço terrestre, as águas interiores e o mar territorial, bem como o espaço aéreo, o solo e o subsolo, o fundo marinho e os leitos correspondentes.

O Estado exerce jurisdição e direitos de soberania em matéria de conservação, exploração e aproveitamento dos recursos naturais, biológicos e não biológicos, na zona contígua, na zona económica exclusiva e na plataforma continental, nos termos da lei e do direito

internacional. Artigo 3.º

EXERCÍCIO DO PODER POLÍTICO

O poder político é exercido por quem obtenha legitimidade mediante processo eleitoral livre e democraticamente exercido, nos termos da Constituição e da lei.

São ilegítimos e criminalmente puníveis a tomada e o exercício do poder político

com base em meios violentos ou por outras formas não previstas nem conformes com a Constituição. Artigo 4.º

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O sistema legal baseia-se no português e na lei do costume mas é fraco e

fragmentado. Existem tribunais só em 12 dos mais de 140 municípios do país. Um Supremo Tribunal serve como tribunal de apelo. Um Tribunal Constitucional com poderes de revisão judicial

nunca foi constituído apesar de existir autorização estatutária.

ORGANIZAÇÃO DO PODER DO ESTADO, PRINCÍPIOS GERAIS, ÓRGÃOS DE SOBERANIA

São órgãos de soberania o Presidente da República, a Assembleia Nacional e

os Tribunais.

A formação, a composição, a competência e o funcionamento dos órgãos de soberania são os definidos na Constituição.

Os órgãos de soberania devem respeitar a separação e interdependência de funções estabelecidas na Constituição. Artigo 105.º

DESIGNAÇÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA E DOS DEPUTADOS À

ASSEMBLEIA

NACIONAL

O Presidente da República e os Deputados à Assembleia Nacional são eleitos

por sufrágio universal, directo, secreto e periódico, nos termos da Constituição e da lei. Artigo 106.º

ADMINISTRAÇÃO ELEITORAL

Os processos eleitorais são organizados por órgãos de administração eleitoral independentes, cuja estrutura, funcionamento, composição e competências são definidos por lei.

O registo eleitoral é oficioso, obrigatório e permanente, nos termos da lei. Artigo 107.º

PRESIDENTE DA REPÚBLICA, CHEFIA DO ESTADO E PODER EXECUTIVO

O Presidente da República é o Chefe de Estado, o titular do Poder Executivo e o Comandante-em-Chefe das Forças Armadas Angolanas. Artigo 108.º

O Presidente da República exerce o poder executivo, auxiliado por um Vice -Presidente, Ministros de Estado e Ministros.

Os Ministros de Estado e os Ministros são auxiliados por Secretários de Estado

e ou Vice-Ministros, se os houver.

O Presidente da República promove e assegura a unidade nacional, a independência e a integridade territorial do País e representa a Nação no plano interno e

internacional.

O Presidente da República respeita e defende a Constituição, assegura o cumprimento das leis e dos acordos e tratados internacionais, promove e garante o regular

funcionamento dos órgãos do Estado.

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CONCLUSÃO

A base do actual sistema político é a Constituição aprovada pela Assembleia

Nacional em 27 de Janeiro de 2010, mudando várias das regras políticas do país. Os candidatos a Presidente e Vice-Presidente, nos termos do artigo 113/2 da Constituição, estão sujeitos a um

limite de 2 (dois) mandatos, sendo eleitos como cabeça e segundo na lista do partido que for mais votado nas Legislativas. O cargo de Vice-Presidente é igualmente uma figura nova e substitui a do Primeiro-Ministro; dentro da nova ordem constitucional, o Presidente José Eduardo dos Santos

nomeou, no dia 4 de Fevereiro de 2010, Fernando da Piedade Dias dos Santos (que já tinha sido Primeiro-Ministro e que era até então Presidente da Assembleia Nacional) para o cargo de Vice-Presidente de Angola.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Constituição da República De Angola, edição revisada 2010

Comerford, G,( 2005), O Rosto Pacifica de Angola. Biografia de um processo de paz (1991-2002). John Meinert Prnting, Windhoek.