A Possibilidade de Responsabilização Internacional Do Estado Por Dano Ambiental

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  • 7/25/2019 A Possibilidade de Responsabilizao Internacional Do Estado Por Dano Ambiental

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    UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE

    FACULDADE DE DIREITO, CINCIAS ADMINISTRATIVAS E ECONMICAS

    CURSO DE DIREITO

    Markeline Fernandes Ribeiro

    A POSSIILIDADE DE RESPONSAILI!A"#O INTERNACIONAL DO ESTADO

    POR DANO AMIENTAL

    $o%ernador Valadares&'((

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    MAR)ELINE FERNANDES RIEIRO

    A POSSIILIDADE DE RESPONSAILI!A"#O INTERNACIONAL DO ESTADOPOR DANO AMIENTAL

    Monografia apresentada Faculdade deDireito, Cincias Administrativas eEconmicas da Universidade Vale do RioDoce, para oten!"o do grau de ac#arelem Direito$

    %rientador& Douglas 'enel#u de Areu'uil#erme

    $o%ernador Valadares&'((

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    MAR(E)*+E FER+A+DE R*-E*R%

    A .%*-)*DADE DE RE.%+A-*)*/A01% *+2ER+AC*%+A) D% E2AD%.%R DA+% AM-*E+2A)

    Monografia apresentada Faculdade deDireito, Cincias Administrativas eEconmicas da Universidade Vale do RioDoce, para oten!"o do grau de ac#arelem Direito$

    'overnador Valadares, 3333 de 33333333333 de 4566$

    -anca E7aminadora&

    33333333333333333333333333333333333333333333333333.rof$ Douglas 'enel#u de Areu 'uil#erme 8 %rientador

    Universidade Vale do Rio Doce

    33333333333333333333333333333333333333333333333333.rof$ Convidado 6

    Universidade Vale do Rio Doce

    33333333333333333333333333333333333333333333333333.rof$ Convidado 4

    Universidade Vale do Rio Doce

    33

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    Dedico a Deus e a meus pais, 9ue sempre me

    incentivaram, coraram e educaram com todo o

    amor e dedica!"o poss:veis e imposs:veis,

    proporcionando a mim e a meus irm"os uma

    cria!"o impec;vel, nos ensinando 9ue para

    alcan!ar nossos son#os, asta nos dedicarmos$

    44

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    A$RADECIMENTOS

    Agrade!o ao meu orientador, .rofessor Douglas 'enel#u de Areu 'uil#erme, por

    aceitar me nortear, orientando

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    A naturea n"o fa nada em v"o$

    Aristteles

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    RESUMO

    A presente pes9uisa aorda a possiilidade de responsailia!"o internacional doEstado por dano amiental, em como a utilia!"o das responsailidades o=etivaou su=etiva para verificar a responsailidade internacional por dano ao meioamiente, oservando 9ual tipo de responsailidade potencialmente mais efica narepara!"o do dano$ .ara tanto, realiam

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    ASTRACT

    2#is researc# approac#es t#e possiilit of international responsailiation of t#etate for environmental damage, suc# as t#e utiliation of t#e su=ective ando=ective responsiilit to verif t#e international responsailiation for environmental#arm, oserving H#ic# tpe of responsailiation is potentiall more efficient in t#ereparation of t#e damage$ 2o ac#ieve t#at purpose, Hill e made someconsiderations concerning t#e *nternational Environmental )aH #istorical, e7posingt#e principles of it, later on, go Hit#in t#e central su=ect, t#e internationalresponsiilit of t#e tate for environmental damage, dissecting t#e concept,c#aracteristics, elements, analing t#e illicit e7cludes, after accentuate t#esu=ective and o=ective responsiilities, oserving t#at in t#e field of t#e international

    responsiilit of t#e tates for environmental damage, t#e o=ective t#eor is moresafe, approac#ing et, a rief stud aout damage reparation$ E7#iits et t#e fontsof t#e Environmental *nternational )aH, analing itc# one individuall, oserving t#edirect connection Hit# t#e international responsailiation of t#e tate forenvironmental damage, finaliing Hit# a conclusion of t#e e7istence of t#e possiilitof international responsailiation of t#e state parts for environmental damage, suc#as t#e ma=or efficient of t#e o=ective responsailiation compared to t#e su=ectiveH#en it is aout #arm to t#e environmental$

    )e.*/ords- Responsiilit$ *nternational$ tates$ Damage$ Environmental$

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    SUM0RIO

    ( INTRODU"#O$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$65

    & DIREITO INTERNACIONAL AMIENTAL$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$6I

    4$6 -REVE ?*2JR*C% D% D*RE*2% *+2ER+AC*%+A) AM-*E+2A)$$$$$$$$$$$$$$$$$$$6I

    4$4 .R*+CK.*% D% D*RE*2% *+2ER+AC*%+A) AM-*E+2A)$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$6L

    1 A RESPONSAILIDADE INTERNACIONAL DO ESTADO POR DANO

    AMIENTAL $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$6

    I$6 C%+CE*2% DE RE.%+A-*)*DADE *+2ER+AC*%+A)$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$6I$4 CARAC2ERK2*CA DA RE.%+A-*)*DADE$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$45

    12&2( Pro3e45o di6lo783i+a$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$44

    I$I E)EME+2% DA RE.%+A-*)*DADE *+2ER+AC*%+A)$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$4N

    1212( A3o Il9+i3o$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$4N

    1212& Res6onsabilidade 6or ab:so$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$4L

    12121 Ne;o +a:sal o: de i76:3abilidade$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$4O

    1212< Dano$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$4I$N RE.%+A-*)*DADE U-BE2*VA$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$4P

    I$L RE.%+A-*)*DADE %-BE2*VA$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$I6

    I$O EQC)UDE+2E DE RE.%+A-*)*DADE$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$II

    I$ A RE.ARA01% D% DA+%$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$IP

    < FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL AMIENTAL$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$N

    N$6 C%+VE+0SE *+2ER+AC*%+A* T2RA2AD%$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$N

    N$4 C%2UME *+2ER+AC*%+A)$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$NPN$I .R*+CK.*% 'ERA* D% D*RE*2% REC%+?EC*D% .E)A +A0SE

    C*V*)*/ADA$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$L6

    N$N DEC*SE BUD*C*A*$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$LI

    N$L E+*+AME+2% D% D%U2R*+AD%RE UA)*F*CAD%$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$LO

    N$O RE%)U0SE DA %+U$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$L

    N$ A SOFT LAWS$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$L

    = CONCLUS#O$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$O5

    REFERNCIAS$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$OI

    APNDICE$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$OP

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    ( INTRODU"#O

    % tema aordado na presente monografia de e7trema relev>ncia para a

    sociedade como um todo, de influncia direta no futuro da #umanidade$

    A metodologia utiliada neste traal#o ser; a pes9uisa cient:fica por meio de

    doutrina de autores renomados, pes9uisa por meio eletrnico utiliando a internet,

    em como peridicos, artigos e traal#os cient:ficos, em um te7to e7egtico do

    material coletado$

    Desde os primrdios tempos da industrialia!"o, passando pela gloalia!"o,at o desenvolvimento cient:fico e tecnolgico atuais, lado a lado com a cada ve

    mais crescente capacidade comercial dos Estados, corou

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    A escol#a do tema =ustifica

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    a impossiilidade de n"o admitimito da

    Responsailidade *nternacional do Estado, em como n"o se pretende analisar a

    Responsailidade Criminal, 9ue emora recon#ecidamente significante, n"o foi

    o=eto deste traal#o, e7imindo

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    & DIREITO INTERNACIONAL AMIENTAL

    4$6 -REVE ?*2JR*C% D% D*RE*2% *+2ER+AC*%+A) AM-*E+2A)

    % Direito *nternacional Amiental surge ao longo do sculo QQ,

    desenvolvendo

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    %serva

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    amiental, ocorreu em 6P4, na cidade de Estocolmo, ucia, 9uando foi realiada a

    primeira Conferncia das +a!Ges Unidas sore o Meio Amiente ?umano, motivada

    pelo clamor da sociedade diante de uma srie de acidentes ecolgicos de grandes

    propor!Ges ocorridos em diversas partes do mundo, desde os idos dos anos I5,

    como famoso Caso da Fundi!"o 2rail, 9ue aorda

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    a princ:pio da coopera!"o internacional para a prote!"o do meio amiente`

    princ:pio da preven!"o do dano amiental transfronteiri!o`

    c princ:pio da responsailidade e repara!"o de danos amientais`

    d princ:pio da avalia!"o do impacto amiental`

    e princ:pio da precau!"o`

    f princ:pio do poluidor

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    conforme +ascimento ilva T4554 Xtem sempre o dever de proteger outros Estados

    contra atos in=uriosos praticados por indiv:duos dentro de sua =urisdi!"o,

    confirmando a e7istncia de uma origa!"o de repara!"o por parte de um Estado

    diante de um dano causado a outro$

    Adentrando

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    1 A RESPONSAILIDADE INTERNACIONAL DO ESTADO POR DANO

    AMIENTAL

    I$6 C%+CE*2% DE RE.%+A-*)*DADE *+2ER+AC*%+A)

    Como em elenca Reis T4565, XA responsailidade pode ser definida como o

    dever de reparar o dano causado a terceiros, por atos il:citos culposos ou dolososY,

    vislumrando tal defini!"o no >mito do direito interno, ele pode ser aplicado no

    plano internacional, sendo tal responsailidade um instituto =ur:dico no 9ual umEstado 9ue pratica um ato culposo ou doloso, no >mito do Direito *nternacional,

    pre=udicando outro Estado, deve a este uma repara!"o$

    A defini!"o de para a responsailidade internacional do Estado fi7ada

    conforme Ramos T455N, p$ N&

    Z$$$[ a responsailidade internacional do Estado uma rela!"o =ur:dica,9ualificada como sendo institui!"o, princ:pio geral do direito, origa!"o=ur:dica ou mesmo situa!"o =ur:dica pela doutrina e =urisprudncia, na 9ual o

    Direito *nternacional =ustamente reage s viola!Ges de suas normas,e7igindo a preserva!"o da ordem =ur:dica vigente$

    +"o e7iste autoridade suprema no plano internacional, portanto, os Estados,

    con=untamente e em p de igualdade, s"o os 9ue editam tais normas, e, devido a

    esse fato, muitas vees a repara!"o pelo il:cito, ainda 9ue configurado, fica

    inviailiada, oservando Reis T4565, p$ II&

    Z$$$[ responsailidade internacional do Estado relaciona

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    um grupo terrorista assassinou um mediador e um oservador franceses, aps o

    estaelecimento do Estado de *srael$ Como diversos outros agentes internacionais

    sofreram severos danos pessoais, foi apresentada uma reclama!"o %+U, na 9ual

    se solicitou um parecer Corte *nternacional de Busti!a, 9ue opinou afirmando 9ue a

    reclama!"o da organia!"o internacional n"o poderia ser confundida com a

    apresentada pelas v:timas, e 9ue a %+U, um su=eito de direito internacional,

    possuindo personalidade =ur:dica distinta, detin#a o poder de oferecer uma

    reclama!"o internacional$

    % professor oares T455I oserva, no entanto, 9ue a Comiss"o de Direito

    *nternacional da %+U TCD* =; apontava em sua agenda de traal#os desde 6PNN

    uma programa!"o de estudos de normas 9ue tratassem de responsailidadeinternacional do Estado, at 9ue, finalmente em 6PLL, o .rofessor 'arcia Amador

    iniciou o estudo tratando, em seis relatrios, de 9uestGes relacionadas

    responsailidade dos Estados por danos a pessoas ou ens estrangeiros$ Esses

    traal#os foram suspensos durante um tempo, devido aos posicionamentos

    divergentes sore o tema, 9ue se ateve a apenas tratar dos danos causados a

    estrangeiros, oservando 9ue esses s"o uma :nfima parte dos casos em 9ue a

    responsailidade internacional surge, sendo nomeado, ent"o, em 6POI, o relator daComiss"o, .rofessor Roert Ago$

    Foi ele 9uem fi7ou as ases dos futuros pro=etos sore responsailidade

    internacional, em oito relatrios, sendo estes aceitos pela CD*, constituindo a

    primeira parte do pro=eto sore responsailidade internacional dos Estados$ %utros

    sete relatrios foram apresentados pelo sustituto de Roert Ago, ]illem Rip#agen,

    9ue e7aminou a segunda e terceira partes do pro=eto original, redigindo os cinco

    primeiros artigos da segunda parte, tamm adotados pela CD*$ Depois, seusustituto, 'aetano Aran=o

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    responsailidade internacional oservando a aplica!"o de san!Ges e dispositivos em

    geral, sendo 9ue, no caso da responsailidade internacional por danos causados por

    atos n"o proiidos, a CD* a tem em sua agenda como tema priorit;rio, resultando de

    tal agenda uma proposta sore o assunto com II artigos$

    ^ importante frisar, no entanto, 9ue o pro=eto 9ue fala especificamente sore a

    responsailidade internacional do Estado por ato l:cito foi aprovado em 4556,

    dependendo, porm de assinaturas e adesGes$

    Atualmente, verifica

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    normas prim;rias s"o formadas por origa!Ges de direito internacional 9ue,

    descumpridas, geram origa!Ges de repara!"o ou aplica!"o de san!Ges, formando

    esta a origa!"o secund;ria, oservando 9ue o sentido final da origa!"o

    secund;ria o de sustituir a origa!"o prim;ria, ou se=a, reparar os danos

    causados ou a aplica!"o de pena 9ue inie o Estado infrator a se precaver e n"o

    cometer o ato novamente$

    2al posi!"o, no entanto, oposta ao posicionamento de (elsen T6P 9ue

    discorda do conceito de normas prim;rias e secund;rias, entendendo 9ue a no!"o

    de regra =ur:dica vista como um princ:pio operante de cone7"o de um ato de

    coer!"o a uma situa!"o material, sendo assim, a conse9uncia =ur:dica ser; nica,

    somente a san!"o, conforme (elsen T6P, p$ 64&

    e o Direito conceido como ordem coercitiva, uma conduta apenas podeser considerada como o=etivamente prescrita pelo Direito e, portanto, comocontedo de um dever =ur:dico, se uma norma =ur:dica liga conduta opostaum ato coercitivo como san!"o$ Z$$$[$ A afirma!"o de 9ue um indiv:duo =uridicamente origado a uma determinada conduta idntica afirma!"o&uma norma =ur:dica prescreve uma determinada conduta ligando condutaoposta um ato coercitivo como san!"o$

    Ainda segundo Reis T4565, em rela!"o s origa!Ges secund;rias, e7istem

    trs posicionamentos doutrin;rios diversos$ En9uanto a doutrina cl;ssica considera9ue o descumprimento da origa!"o prim;ria gera a origa!"o de repara!"o pelos

    danos causados, outra corrente se ampara na possiilidade de ado!"o, pelo Estado

    lesado, de medidas coercitivas a fim de oter o cumprimento da origa!"o, en9uanto

    uma terceira corrente defende 9ue a viola!"o de uma origa!"o internacional d;

    origem ao direito do Estado ofendido oter repara!"o ou impingir uma puni!"o$

    +a atualidade, a tendncia do direito internacional restringir o direito do

    Estado ofendido em escol#er san!Ges, emergindo o entendimento de 9ue arepara!"o preceda a san!"o, ainda 9ue esta se=a, teoricamente, permitida$

    Alm dessas, uma das principais caracter:sticas da responsailidade

    internacional do Estado 9ue ela se opera sempre de Estado para Estado, ainda

    9ue a v:tima se=a um indiv:duo ou o ato causador do dano ten#a sido praticado por

    uma pessoa, sendo necess;rio 9ue o Estado da v:tima endosse a reclama!"o, e,

    por meio desse endosso, o Estado se torna parte da lide, sustituindo o indiv:duo$

    +ecess;rio frisar

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    internacionais, oservando Reis T4565, p$ NL&

    Z$$$[ a liera!"o do acesso do indiv:duo s cortes internacionais semnecessidade de endosso do Estado favorecer; em muito a prote!"o do

    meio amiente, na medida em 9ue este considerado um direito #umanofundamental e o livre acesso do indiv:duo para reclamar sua prote!"o evitaa ocorrncia de entraves urocr;ticos e pol:ticos Z$$$[

    Ressaltando tal evolu!"o, oares T455I adiciona 9ue a possiilidade do

    desaparecimento da necessidade de endosso estatal para 9ue a reclama!"o do

    indiv:duo c#egue s cortes ou triunais aritrais internacionais real, corroorada

    por e7emplos como o direito dos indiv:duos na Comunidade Europeia reclamarem

    diretamente Corte da Comunidade pedindo anula!"o de medidas tomadas pela

    Comunidade Europeia 9ue contrariem seus direitos, entre outros$

    12&2( Pro3e45o Di6lo783i+a

    Conforme e7posto, o indiv:duo n"o possui personalidade =ur:dica para propor

    reclama!"o internacional, portanto necess;rio 9ue o Estado endosse suareclama!"o, tornando

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    esgotado todos os recursos internos poss:veis e dispon:veis para a garantia de seus

    direitos e n"o ter agido com culpa ou colaorado para o evento danoso$ 2al medida

    necess;ria para uma prote!"o maior das rela!Ges =ur:dicas internacionais,

    conferindo ao nacional o direito de interpor uma reclama!"o com o intuito de reparar

    o dano em seu prprio ordenamento =ur:dico, evitando assim, uma imediata

    interposi!"o de reclama!"o internacional, 9ue pode ser desgastante para as

    rela!Ges entre os Estados$

    Em rela!"o matria de meio amiente, Reis T4565 afirma 9ue a

    fle7iilia!"o da regra do esgotamento dos recursos internos pode ocorrer em

    alguns casos, como por e7emplo, 9uando os recursos internos do Estado se

    mostrem inoperantes, inacess:veis ou flagrantemente fal#os ao su=eito lesado,ficando em casos assim, permitido ingresso com a reclama!"o via diplom;tica$

    +esses casos, e7iste um artigo na Conven!"o sore Responsailidade *nternacional

    por Danos Causados por %=etos Espaciais, 9ue garante aos Estados o direito de

    apresentar pedido de indenia!"o sem 9ue se esgotem previamente os recursos

    =ur:dicos locais para tal satisfa!"o$

    uanto ao 9uesito relacionado nacionalidade da v:tima, como dito

    anteriormente, em regra geral deve ser pessoa f:sica ou =ur:dica nacional do Estadoreclamante, e em caso de polipatria, 9ual9uer dos Estados de 9ue se=a nacional

    poder; proporcionar

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    reclama!"o, sendo vencida pelo fato da Corte recon#ecer a naturalidade do

    indiv:duo, e sua legitimidade para apresentar a a!"o$

    I$I E)EME+2% DA RE.%+A-*)*DADE *+2ER+AC*%+A)

    +a doutrina, n"o e7istem divergncias 9uanto ao il:cito internacional e o ne7o

    de causalidade entre o il:cito praticado e o ente estatal serem, os elementos

    constitutivos da responsailidade internacional do Estado$ .orm, 9uanto

    necessidade de ocorrncia do dano, diverge

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    ocasiGes em 9ue necess;rio um elemento ligado conduta por um ne7o de

    causalidade$

    +ota

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    Apesar de teoricamente se vislumrar aplic;vel no plano internacional, o

    estaelecimento da certea de 9ue #ouve uso ausivo de um direito 9uando n"o

    e7istem regras provindas de uma autoridade central muito dif:cil, ainda mais

    9uando os agentes sumissos ao estaelecimento ou n"o da responsailidade s"o

    os prprios Estados$

    Accioll e ilva T4554 apontam saiamente 9ue Xo 9ue caracteria auso de

    direito , precisamente, o referido e7erc:cio ausivo das competncias possu:das

    pelo EstadoY, aludindo 9ue o 9ue se considera il:cito n"o s"o os atos dos Estados

    realiados dentro de seus territrios 9ue seriam fonte de responsailidade do

    Estado, mas seu e7erc:cio desptico$

    A admiss"o de responsailidade por auso de direito no >mito do direitointernacional se encontra na e7istncia ou n"o de uma regra prim;ria 9ue limite o

    e7erc:cio de direitos pelo Estado, proiindo seu uso ausivo, sendo 9ue,

    recon#ecida esta regra, a responsailidade surgir; da viola!"o da regra prim;ria,

    9ue limita o e7erc:cio de direitos pelo Estado, e n"o do uso ausivo do direito

    propriamente dito$

    +o cen;rio atual do direito internacional, conforme Reis T4565 e7pGe, de se

    oservar a e7istncia maior de tratados multilaterais 9ue estaele!am direitos edeveres entre os atores internacionais, alm do fortalecimento de alguns locos,

    como, por e7emplo, o aparecimento da Uni"o Europeia, a teoria do auso do direito

    e7tremamente aplic;vel$

    12121 Ne;o +a:sal o: de i76:3abilidade

    Conforme elenca Reis T4565, o ne7o de causalidade ou imputailidade Xo

    v:nculo =ur:dico 9ue liga o il:cito ao seu causadorY$

    Conforme e7posto anteriormente, o il:cito composto de um elemento

    o=etivo, 9ue pode ser caracteriado pela conduta, e de um elemento su=etivo, 9ue

    pode ser caracteriado na e7istncia de um su=eito de direito internacional a 9uem

    tal conduta possa ser atriu:da$

    +o direito interno, para 9ue e7ista atriui!"o da conduta necess;ria a

    presen!a de su=eito capa, a realia!"o material do elemento o=etivo do delito por

    262

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    meio de conduta omissiva ou comissiva e a e7istncia de uma XculpaY, a 9ual est;

    relacionada entre o dano a um direito su=etivo e o causador do dano$ % elemento

    culpa oviamente um elemento puramente psicolgico, portanto, comple7a a

    aordagem ao se falar em culpa 9uando o causador do dano uma entidade

    astrata, um su=eito de direito internacional$

    +o entanto, ao aordar tal assunto, Mello T455N esclarece 9ue o alcance da

    imputailidade est; diretamente ligado ao conceito de soerania estatal, portanto, o

    Estado deve e pode responder por alguns atos como soerano, uma ve 9ue os atos

    este=am diretamente ligados a sua soerania, como nos casos em 9ue o Estado

    permitiu ou n"o reprimiu a pr;tica de algum ato 9ue levou a ocasionar o dano$

    .ortanto, a no!"o de culpa, apesar de ter caracter:sticas psicolgicas, n"o sefunda na atitude psicolgica do Estado 9ue descumpriu a origa!"o =ur:dica, ela se

    funda na transgress"o da norma em si, e tal transgress"o para 9ue ten#a como

    respons;vel o Estado, origatoriamente dever; ser a se9uela de uma culpa ou

    negligncia 9ue ofendam uma origa!"o internacional$ Conforme em elencam

    Acciol e ilva T4554 XZ$$$[ resulta, naturalmente, de ato ou omiss"o 9ue possa ser

    atriu:do ao Estado, em virtude de seu comportamentoY$ Devido a tal conflito e

    comple7idade da atriui!"o de culpa ao Estado, o pro=eto da CD* n"o utilia ae7press"o culpa$

    ^ e7tremamente importante a e7clus"o da culpa pelo pro=eto da CD*, pois, tal

    medida representa um avan!o na luta pela prote!"o dos direitos individuais$ Apesar

    de ainda n"o estar concretiado, o pro=eto representa o pensamento de renomados

    =uristas 9uanto aos princ:pios e regras gerais da responsailidade do Estado e a

    evolu!"o de tal pensamento em rela!"o ao Direito *nternacional, pois, en9uanto no

    campo do direito interno a aferi!"o de culpa n"o representa perigo no!"o deigualdade entre as partes, no >mito do direito internacional, a aferi!"o de culpa

    9uando se fala em apurar a responsailidade de Estados, n"o e7iste igualdade, pois

    tal figura n"o e7iste entre eles, e, 9uando se oserva a responsailidade

    internacional, especialmente 9uando ela est; relacionada ao meio amiente, os

    interesses em =ogo n"o s"o somente o de particulares do direito interno, mas, muitas

    vees, o de toda a comunidade internacional$

    Ainda aordando o tema, Reis T4565 aponta 9ue Xpara 9ue #a=a a

    responsailidade internacional, o ato il:cito deve ser imputado ao Estado na

    condi!"o de su=eito de direito internacionalY$ 2al posicionamento se fi7a na idia de

    272

  • 7/25/2019 A Possibilidade de Responsabilizao Internacional Do Estado Por Dano Ambiental

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    9ue, para 9ue #a=a imputailidade, necess;rio tamm 9ue o ato il:cito se=a

    atriu:do ao Estado na condi!"o de su=eito de direito internacional, notando 9ue,

    atualmente a personalidade =ur:dica recon#ecida pelas organia!Ges

    internacionais, e pode

  • 7/25/2019 A Possibilidade de Responsabilizao Internacional Do Estado Por Dano Ambiental

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    .ara Reis T4565, a CD*, ao n"o incluir o dano como elemento do il:cito,

    mesmo assim arange as situa!Ges em 9ue a transgress"o da norma internacional

    mesmo 9ue n"o ten#a se9uelas patrimoniais diretas, ocasionem dano moral$ Como

    por e7emplo, no caso de 9uestGes amientais, 9uando um Estado n"o implementa

    medidas de prote!"o amiental previstas em conven!"o ou tratado internacional,

    sua n"o implementa!"o, em um primeiro momento, n"o acarreta nen#um dano

    material, porm, no entanto, pode ocasionar dano moral, ense=ando a

    responsailia!"o estatal$

    ^ importante lemrar, no entanto 9ue o simples acontecimento do dano n"o

    configura o desencadeamento da responsailidade estatal se tal dano n"o

    derivado de conduta il:cita e n"o est; elencado nos casos 9ue envolvemresponsailidade por risco, como por e7emplo, aponta Ree\ T455, 9ue 9uando

    um Estado pro:e o funcionamento de indstrias poluentes, e tal proii!"o pre=udica

    danosamente investimentos estrangeiros, apesar do dano econmico, nesse caso a

    esse Estado um il:cito internacional n"o poder; ser imputado$

    I$N RE.%+A-*)*DADE U-BE2*VA

    Apesar de ser admitida a responsailidade do Estado por danos derivados de

    atos l:citos, a responsailidade internacional do Estado tem em s:ntese o

    fundamento de 9ue ser; aseada em atos il:citos, n"o astando somente sua

    pr;tica, mas a e7istncia do elemento volitivo, dolo ou culpa, n"o sendo o Estado

    respons;vel at a comprova!"o da ocorrncia de negligncia, imprudncia ou dolopara a concretia!"o do dano$ Ao incidir tal fundamento, ense=a a discuss"o sore a

    responsailidade o=etiva tamm c#amada de teoria do risco e su=etiva, con#ecida

    como teoria da culpa, oservando Reis T4565 Xo il:cito internacional composto de

    um elemento su=etivo e de um elemento o=etivoY$

    +o caso do elemento su=etivo, conforme oserva Reis T4565, sua

    concep!"o est; aseada no entendimento cl;ssico de 9ue n"o e7iste

    responsailidade sem culpa, sendo o Estado respons;vel por atos il:citos dos seus

    memros, deve ele estar relacionado a um su=eito =ur:dico internacional ao 9ual se

    possa atriuir a conduta il:cita, e necess;ria, alm da ocorrncia de infra!"o de

    292

  • 7/25/2019 A Possibilidade de Responsabilizao Internacional Do Estado Por Dano Ambiental

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    uma origa!"o ou norma =ur:dica internacional pelo Estado, a ocorrncia de culpa ou

    dolo, como condi!"o para imputa!"o do il:cito

    Dessa forma, a responsailidade internacional do Estado seria resultado de

    um ato culposo ou doloso estatal, n"o astando a pr;tica do il:cito para configurar a

    responsailidade, mas tamm a comprova!"o de 9ue o Estado agiu com culpa ou

    dolo, conforme oserva Mello T455N, p$ IL&

    A Responsailidade *nternacional u=etiva o instituto 9ue tem como fatogerador um ato comissivo ou uma asten!"o Telemento o=etivo,9ualificados como il:citos atriu:veis ao Estado Telemento su=etivo, 9ues"o a causa de uma origa!"o de reparar Z$$$[

    %riginariamente, de acordo com Reis T4565, o instituto da responsailidade

    internacional aseou

  • 7/25/2019 A Possibilidade de Responsabilizao Internacional Do Estado Por Dano Ambiental

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    de 9ue o Uruguai violara um tratado ilateral entre os dois pa:ses, origando a

    consulta prvia de um ao outro antes de permitir 9uais9uer oras 9ue afetassem o

    rio$

    +a decis"o final, a Corte concluiu 9ue, apesar dos argumentos da Argentina

    n"o autoriarem a suspens"o da constru!"o das f;ricas de celulose, o Uruguai

    torna

  • 7/25/2019 A Possibilidade de Responsabilizao Internacional Do Estado Por Dano Ambiental

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    +uclear, em .aris desde 6PO5, muito emora outros autores considerem o =;

    mencionado caso da Fundi!"o 2rail como a primeira manifesta!"o sore o tema

    responsailidade internacional o=etiva dos Estados por dano amiental$

    % autor enumera, no entanto, 9ue relutante a aplica!"o da responsailidade

    por risco no >mito da responsailia!"o internacional dos Estados, posicionamento

    9ue acompan#ado por Ree\ T455 Xn"o se admite em direito das gentes uma

    responsailidade o=etiva, independente da verifica!"o de 9ual9uer procedimento

    faltoso, e7ceto em casos especiaisY$

    %utros autores defendem a eventual responsailia!"o do Estado, utiliando

    o critrio o=etivo, diante da pr;tica de um il:cito e independentemente de elementos

    internacionais 9ue o regulem, conforme aponta Ramos .ereira T4555, p$ 65

  • 7/25/2019 A Possibilidade de Responsabilizao Internacional Do Estado Por Dano Ambiental

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    avan!o positivo na responsailia!"o o=etiva do poluidor no >mito internacional,

    ainda 9ue somente e7ista 9uando prevista em tratados$

    +"o #avendo tal previs"o, o sistema adotado, ainda 9ue se trate de dano ao

    meio amiente, a responsailidade su=etiva, 9ue fica su=eita an;lise de culpa, e,

    apesar da CD* #aver e7clu:do culpa como elemento do il:cito, o pro=eto ainda n"o se

    encontra em vigor, n"o sendo um instrumento origatrio, prevalecendo

    internacionalmente a responsailidade su=etiva, inclusive com o elemento culpa

    como 9uesito para configura!"o do il:cito$

    A CD* adotou um Draft4 de artigos em rela!"o preven!"o de danos

    transfronteiri!os decorrentes de atividades perigosas, tendo por ase o conceito de

    preven!"o e minimia!"o de danos 9ue ven#am a decorrer delas, oservandooares T455I, p$6$

    *nteressante consignar o posicionamento da CD* no 9ue se refere ao temada responsailidade por risco$ Relemrencia 9uando mais n"o fora, no sentido de colocarordem na situa!"o catica das normas, na maioria, de origem costumeira e

    =urisprudencialZ$$$[

    Conforme Reis T4565 oserva, apesar da =urisprudncia contr;ria, a teoria

    o=etiva definitivamente fornece maior seguran!a =ur:dica no campo das rela!Ges

    internacionais, em especial 9uando se fala de dano ao meio amiente, ponderando a

    realidade contempor>nea, na 9ual e7iste grande comple7idade e os eventos s"o

    ocasionados por fatores e agentes diversos, colocando grandes empecil#os na

    averigua!"o e comprova!"o de culpa e desta forma, dificultando a repara!"o$

    I$O EQC)UDE+2E DE RE.%+A-*)*DADE

    E7istem situa!Ges 9ue e7imem o Estado de responder pelos danos causados

    a outros Estados$ Essas circunst>ncias se d"o em casos de leg:tima defesa,

    repres;lias, prescri!"o lieratria, caso fortuito ou for!a maior, estado de

    2Draft a denomina!"o da l:ngua inglesa para rascun#o, minuta, eso!o$ A CD* utilia o termo pelofato de ainda n"o ser um pro=eto completamente pronto, mas 9ue serve de guia en9uanto o pro=eton"o finaliado$

    333

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    necessidade, renncia do indiv:duo lesado, consentimento do estado pre=udicado e

    culpa da v:tima$

    +o entanto, apesar disso, arangendo

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    concreto para a aplica!"o ou n"o de e7cludente de ilicitude$

    Encontrando fundamento dentro do artigo L6 da Carta da %+U 9ue garante

    ao Estado seu direito de leg:tima defesa individual ou coletiva em caso de ata9ue

    armado, tratando

  • 7/25/2019 A Possibilidade de Responsabilizao Internacional Do Estado Por Dano Ambiental

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    portanto, a e7cludente s e7iste se #ouverem dois Estados em confronto, n"o

    podendo ser invocada contra um terceiro Estado 9ue se=a eventualmente

    pre=udicado pelo confronto dos outros dois$

    Reis T4565 aponta 9ue, ao colocar tal e7cludente em termos amientais,

    Xdeve

  • 7/25/2019 A Possibilidade de Responsabilizao Internacional Do Estado Por Dano Ambiental

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    elenca Reis T4565, a alega!"o de crise econmica ou pol:tica n"o =ustifica o

    deslei7o do Estado em rela!"o a suas origa!Ges amientais, e, o prprio artigo 4I

    e7clui a aplica!"o dessa e7cludente se a situa!"o de for!a maior for uma se9uela

    independente ou cominada com outros fatores, de uma conduta estatal 9ue ten#a

    provocado o dano, ou 9uando o prprio Estado assume o risco$

    %utra e7cludente o estado de necessidade, prevista no artigo 4L do Draftda

    CD*, e tal artigo dispGe 9ue o estado de necessidade n"o pode ser evocado por um

    Estado como causa de e7cludente de ilicitude de um ato violador de suas origa!Ges

    internacionais, a menos 9ue se=a o nico meio de resguardar um interesse essencial

    do Estado contra um perigo iminente e n"o pre=udi9ue interesses essenciais de

    outro Estado$^ uma e7cludente 9ue utiliada apenas em casos e7cepcionais, pois,

    diversamente do 9ue ocorre com repres;lias ou legitima defesa, o estado de

    necessidade n"o e7ige 9uais9uer atos prvios do Estado ofendido, afetando

    Estados inocentes$

    Apesar da cautela com a 9ual deve ser aplicada, tal e7cludente inclusive tem

    =urisprudncia internacional, as 9uais algumas s"o citadas no Draft, para mel#or

    compreens"o de sua utilia!"o$Reis T4565 ao comentar a e7cludente, cita inclusive um caso constante no

    Draft, diretamente ligado ao meio amiente, no 9ual, por tr;s do interesse amiental,

    alegado por essencial, podiam

  • 7/25/2019 A Possibilidade de Responsabilizao Internacional Do Estado Por Dano Ambiental

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    Conforme instrui a doutrina, um particular pode adicar ao amparo

    diplom;tico de seu pa:s em um contrato estaelecido com um governo estrangeiro,

    dando privilgios ao Estado com o 9ual contratou, sendo assim, os outros Estados$

    .ontuam Acciol e ilva T4554, 9ue essa renncia a c#amada doutrina

    Calvo, criada em 6O por Carlos Calvo, ministro das rela!Ges e7teriores da

    Argentina$

    De acordo com esse posicionamento, o su=eito pode, em um negcio =ur:dico,

    incluir uma cl;usula na 9ual adica da prote!"o diplom;tica de seu Estado patrial,

    no caso de surgirem discussGes 9uanto ao referido negcio, dessa forma, os

    Estados estrangeiros deveriam negar prote!"o diplom;tica, ainda 9ue re9uisitado,

    ao seu nacional, sendo os triunais locais os nicos com competncia para analisarcontrovrsias no negcio =ur:dico$

    A cl;usula Calvo amplamente criticada por parte da doutrina pelo fato da

    prote!"o diplom;tica ser um direito do Estado e n"o do indiv:duo, 9ue portanto n"o

    poderia renunciar a algo 9ue n"o seu, porm, a cl;usula foi efica tanto na pr;tica

    9uanto na =urisprudncia internacionais, sendo aplicada em contratos de concess"o

    firmados, nos 9uais estrangeiros renunciam prote!"o diplom;tica de seus

    respectivos pa:ses, comprometendo

  • 7/25/2019 A Possibilidade de Responsabilizao Internacional Do Estado Por Dano Ambiental

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    na grande maioria das vees, n"o se limitam esfera local, ad9uirindo dimensGes

    gloaisY$

    De tal forma, ainda 9ue um Estado permita 9ue o outro prati9ue atos de

    ilicitude 9ue ten#am por conse9uncia a degrada!"o amiental, n"o #aver;

    e7cludente de ilicitude, se=a diante do Estado ofendido ou perante a comunidade

    internacional, 9uando se tratar de ;rea 9ue ten#a import>ncia gloal$

    .or fim, a e7cludente da culpa da v:tima, 9ue, conforme aponta Reis T4565

    uma e7cludente, na 9ual a responsailidade do Estado arandada ou at mesmo

    e7clu:da 9uando o lesado d; causa ao dano 9ue sofreu, n"o sendo aplic;vel ao se

    aordar 9uestGes amientais, pois a comina!"o de fatores 9ue levam

    deteriora!"o amiental e do interesse gloal presente, a 9uantidade de v:timas ecausas pre=udicam a aplica!"o da e7cludente em 9uestGes relacionadas ao meio

    amiente$

    I$ A RE.ARA01% D% DA+%

    Conforme al#ures e7posto, ao se verificar a e7istncia de responsailidade

    internacional, o Estado ofendido tem direito repara!"o do dano por parte do

    Estado ofensor, conforme aponta Reis T4565, no plano internacional, a repara!"o

    do dano pode ocorrer por meios diplom;ticos, pol:ticos, =urisdicionais ou por

    aritragem, no entanto, na pr;tica, a forma como ocorrer; a repara!"o depende da

    naturea e gravidade do dano, das condi!Ges econmicas, pol:ticas e sociais tanto

    do Estado ofendido, como do ofensor$Em geral, os Estados acordam em repara!"o monet;ria, pois, diversas vees,

    ainda 9ue a repara!"o das coisas no estado em 9ue se encontravam se=a dese=ada,

    tal artif:cio torna

  • 7/25/2019 A Possibilidade de Responsabilizao Internacional Do Estado Por Dano Ambiental

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    ser acrescida de =uros de mora, o=etivando atingir um montante 9ue compense pelo

    menos parte da e7tens"o do dano sofrido, sen"o um todo$ Em rela!"o aos lucros

    cessantes, devido s dificuldades em estimar

  • 7/25/2019 A Possibilidade de Responsabilizao Internacional Do Estado Por Dano Ambiental

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    amiente, 9ue demonstra um dos principais o=etivos das normas internacionais de

    prote!"o amiental, ou se=a, evitar o dano impreterivelmente$

    ^ importante ressaltar 9ue a cessa!"o do comportamento il:cito n"o tem por

    o=eto e7tinguir as conse9uncias do ato il:cito, seu o=eto o il:cito em si, portanto

    a origa!"o do Estado ofensor de cessar a conduta il:cita e cumprir a regra prim;ria

    de Direito *nternacional n"o est; ligada a 9ual9uer tipo de reclama!"o do Estado

    pre=udicado, ou se=a, a cessa!"o da conduta n"o ir; arandar um poss:vel pedido de

    indenia!"o, por e7emplo$

    2amm, conforme aponta Reis T4565, em alguns casos, alm da cessa!"o

    da conduta, e7iste a possiilidade de a mesma a!"o constituir tamm a restitui!"o

    em sentido estrito, 9ue ser; e7posta posteriormente$)ocaliada na al:nea XY do artigo I5 do Draft da CD*, as seguran!as e

    garantias de n"o repeti!"o apontam 9ue o Estado respons;vel por um il:cito

    internacional tem a origa!"o de oferecer as seguran!as necess;rias e garantias

    contra a n"o repeti!"o, se as circunst>ncias re9uererem$

    Apontadas por Reis T4565 como propensas a restaelecer a confian!a entre

    os Estados envolvidos no il:cito, est"o fundadas na pretens"o de continuar a

    rela!"o, ainda 9ue esta ten#a sido afetada pelo dano, sendo re9ueridas na maioriadas vees, =untamente com a satisfa!"o, visando preservar o futuro de uma rela!"o

    aalada pelo il:cito$

    Aplicando tal modalidade no Direito Amiental, tais seguran!as e garantias de

    n"o repeti!"o, s"o um importante instrumento na repara!"o do dano, pois garantem

    9ue uma origa!"o referente ao meio amiente, ainda 9ue ten#a sido violada, n"o

    ser; desoedecida novamente$

    A repara!"o em sentido estrito, tamm con#ecida como stri$to sensu ourestitutio in inte%rum Trestitui!"o na :ntegra uma das formas de repara!"o em

    sentido amplo, sendo ela a mais tradicional forma de medida repressiva por infra!"o

    de uma norma internacional adotada pela doutrina do Direito *nternacional das

    responsailidades, constando no pro=eto da CD*$ E7istem duas correntes

    doutrin;rias 9ue e7plicam esse tipo de repara!"o$

    .ara uma parte, encae!ada por oares T455I, a restitui!"o em sentido

    estrito alude o restaelecimento do 9ue e7istia antes do dano$ .ara outra corrente,

    da 9ual Ree\ T455 compartil#a o entendimento, a repara!"o em sentido estrito

    o restaelecimento da situa!"o 9ue e7istiria se o dano =amais #ouvesse ocorrido$

    414

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    eguir uma ou outra posi!"o de relev>ncia singular, ao avaliar 9ue a

    posi!"o 9ue defende a repara!"o de forma 9ue se restaele!a a situa!"o de forma

    a restaurar o amiente lesado como se o dano n"o #ouvesse ocorrido, consideram

    os lucros cessantes, atriuindo repara!"o em sentido estrito uma 9ualidade

    compensatria$

    Em termos de Direito Amiental, como em elenca Reis T4565, a repara!"o

    integral ou n"o do meio amiente depende da ado!"o de uma posi!"o ou outra$ ^

    saido 9ue na maioria das vees, a simples restitui!"o da situa!"o passada n"o

    ser; suficiente para reparar o dano, =; 9ue o meio amiente est; sempre em

    constante transforma!"o e um dano amiental, dependendo de suas propor!Ges,

    poder; interferir permanentemente em alguma situa!"o futura, 9ue n"o teriaocorrido caso o dano n"o tivesse acontecido, como por e7emplo, no caso de

    polui!"o transfronteiri!a de rios 9ue cause a morte da fauna$ % simples ato de

    despoluir o rio n"o ir; reparar inteiramente o dano causado, portanto, caeria uma

    restitui!"o compensatria, nesse caso$

    +o artigo IL do pro=eto da CD* sore responsailidade internacional do

    Estado, a posi!"o adotada a mais restrita, na 9ual a restitui!"o consiste em

    restaurar a situa!"o 9ue e7istia antes da provoca!"o do dano, desde 9ue talrestaura!"o n"o se=a materialmente imposs:vel e n"o envolva nus desproporcional

    ao enef:cio advindo da restitui!"o em ve da compensa!"o$

    2al op!"o por uma posi!"o mais restrita tem a vantagem de concentrar

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    9ual os dois Estados entraram em lit:gio devido ao 2ratado de -ran

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    ten#a sido autor, ou das rela!Ges =ur:dicas entre o Estado autor e um ou mais

    Estados$

    Um e7emplo claro de restitui!"o =ur:dica, o =; citado caso da situa!"o entre

    +icar;gua e El alvador, pois o recon#ecimento do direito de El alvador implicou

    em altera!Ges no 2ratado de -ran

  • 7/25/2019 A Possibilidade de Responsabilizao Internacional Do Estado Por Dano Ambiental

    45/72

    +a verdade as dificuldades em conceder os lucros cessantes prendem

  • 7/25/2019 A Possibilidade de Responsabilizao Internacional Do Estado Por Dano Ambiental

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    de #umil#ar o Estado ofensor$

    2al modalidade d; a entender 9ue o dano 9ue l#e d; causa tem ra:es de

    ordem pol:tica ou =ur:dica, apontando o .rofessor oares T455I 9ue alguns

    doutrinadores consideram 9ue a implica!"o de uma nomenclatura moral seria

    imprpria ao se referir a danos sofridos na ordem internacional por um Estado,

    afirmando ainda 9ue a satisfa!"o uma das formas mais t:picas de repara!"o

    9uando se fala em dano no Direito *nternacional$

    Ao se tratar de meio amiente, conforme aponta Reis T4565, tal modalidade

    se mostra ter import>ncia pol:tica em con=unto com a opini"o plica, 9ue ocorre

    9uando um Estado recon#ece 9ue cometeu uma infra!"o a uma origa!"o

    internacional, sendo um mecanismo importante, nas palavras de oares T455I, apulicidade do comportamento perante a comunidade internacional, ainda 9ue e7ista

    o pagamento de uma 9uantia simlica, 9ue pode parecer inefica 9uando se

    considera o dano causado, na 9uest"o da repara!"o do dano amiental, no sistema

    da responsailidade internacional su=etiva do Estado, verifica

  • 7/25/2019 A Possibilidade de Responsabilizao Internacional Do Estado Por Dano Ambiental

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    < FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL AMIENTAL

    De acordo com Roessing +eto T455O a classifica!"o tradicional do Direito

    *nternacional pode ser usada para organiar as fontes do Direito *nternacional

    Amiental, encontradas no artigo I do Estatuto da Corte *nternacional de Busti!a,

    9ue s"o&

    a conven!Ges *nternacionais Ttratados`

    costume internacional`

    c decisGes =udiciais`

    d ensinamentos dos doutrinadores 9ualificadose princ:pios gerais do direito recon#ecidos pelas na!Ges civiliadas$

    Essas fontes tornaram

  • 7/25/2019 A Possibilidade de Responsabilizao Internacional Do Estado Por Dano Ambiental

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    Regras e7pressamente estaelecidas recon#ecidas pelos Estados em9uest"o, as conven!Ges internacionais ou tratados representam a maisclara forma de origa!"o legal entre os Estados$ .ortanto, vem sidosugerido 9ue a e7istncia de um tratado relacionado a 9ual9uer assunto emparticular ir; normalmente providenciar uma afirma!"o mais clara e

    conclusiva dos direitos e deveres dos Estados

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    de direito costumeiro, tornando

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    alm do surgimento de outros prolemas, como o aordado nessa pes9uisa,

    tornando comple7a a utilia!"o de um costume internacional uniforme, em um

    mundo dividido em mais de 6P5 Estados, sendo atualmente uma fonte secund;ria$

    +o entanto n"o se pode dier 9ue, 9uando uma conven!"o internacional ou

    tratado, al#ures aordado, se torna costume internacional, ele se=a utiliado como

    fonte secund;ria para a eventual aplica!"o da responsailidade internacional

    amiental, pois realmente se torna a e7ce!"o regra 9uando se di respeito ao

    mundo gloaliado da atualidade$

    Utiliando tal fonte, podemito de incidncia, polui!Ges

    transfronteiri!as advindas de acidentes nucleares$ A solu!"o poss:vel seria aplicar

    normas n"o escritas do Direito *nternacional e da Agncia *nternacional de Energia

    Atmica, 9ue n"o regulam temas concernentes responsailidade dos Estados$

    e tal tratado poca dos fatos fosse costume internacional, poderia ser

    aplicado na situa!"o, porm, de acordo com o e7posto, #ipottica situa!"o seria

    dif:cil de ocorrer, dado ao fato da necessidade de tempo para 9ue um tratado t"o

    impactante para os interesses econmicos estatais se torne costume internacional$

    +a recente cat;strofe =aponesa, onde um terremoto causou danos s usinas

    505

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    nucleares da9uele pa:s, ocasionando vaamento radioativo, pode

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    +o entanto, apesar de n"o serem utiliados sempre, considerando 9ue s"o

    secund;rias, interpretam um importante papel no Direito *nternacional Amiental,

    como un\in, %ng e ]ig#t T4556, p$ N

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    N$N DEC*SE BUD*C*A*

    A ocorrncia de alguns desastres ecolgicos ao longo dos tempos

    transformou

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    organismos internacionais alm de seis triunais internacionais, dos 9uais trs s"o

    permanentes, os =; citados Corte .ermanente de Aritragem e Corte *nternacional

    de Busti!a, em como o 2riunal .enal *nternacional, alm de outros trs

    tempor;rios, o 2riunal *r" < Estados Unidos, o 2riunal .enal *nternacional para a

    e7< *ugosl;via e o 2riunal Especial para o ):ano$

    A seguir, ser; feita uma reve e7plana!"o sore alguns casos 9ue foram de

    fundamental import>ncia para a evolu!"o do tema da responsailidade internacional

    amiental, e7tra:dos das oras de oares T455I e Reis T4565, os 9uais esclarecem

    9ue tais casos contriu:ram para com o progresso do Direito *nternacional Amiental,

    se=a por suas caracter:sticas transfronteiri!as ou pelos interesses internacionais

    envolvidos, tendo alguns deles, no entanto, nem c#egado a ser apreciados pelasCortes, sendo solucionados aritralmente ou internamente$

    Alm do caso da Fundi!"o 2rail, em rela!"o polui!"o atmosfrica,

    emlem;tico o caso de duas pessoas =ur:dicas de direito privado, uma francesa, a

    ?ouillres Du -assin de )orraine e o propriet;rio de casas para temporada e de um

    restaurante na regi"o do arre, fronteira da Replica Federal Alem" com a Fran!a,

    o r$ .oro$ A empresa francesa passou, a partir de 6PLI, a 9ueimar grandes

    9uantidades de carv"o, causando danos propriedade do r$ .oro, tornando

  • 7/25/2019 A Possibilidade de Responsabilizao Internacional Do Estado Por Dano Ambiental

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    Coopera!"o no 2rato com a .olui!"o do Mar do +orte por Jleo, em como a

    Conven!"o *nternacional sore Responsailidade Civil sore Danos Causados por

    .olui!"o por Jleo e da Conven!"o *nternacional relativa *nterven!"o em Alto

  • 7/25/2019 A Possibilidade de Responsabilizao Internacional Do Estado Por Dano Ambiental

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    do mundo, especialmente pelo fato 9ue os res9u:cios do desastre ainda contaminam

    e poluem o len!ol fre;tico da regi"o$

    2ais casos cumprem a fun!"o de traer lu as lacunas e7istentes no Direito

    *nternacional 9uanto responsailia!"o dos Estados em 9uestGes amientais$ e=a

    por 9uestGes de soerania ou pelo alcance da vigncia dos tratados, assim como a

    dificuldade em restringir o Estado infrator a cumprir determina!Ges internacionais,

    representando marcos no fortalecimento do instituto da responsailidade em Direito

    *nternacional Amiental$

    N$L E+*+AME+2% D% D%U2R*+AD%RE UA)*F*CAD%$

    De acordo com Roessing +eto T455O, e7iste uma tendncia na Corte

    *nternacional de Busti!a de n"o procurar a doutrina, entendendo 9ue

    pronunciamentos da Corte *nternacional em si seriam mais influentes do 9ue

    opiniGes de autores, por mais 9ualificados 9ue fossem, oservandoncia a esses

    ensinamentos, adu Roessing +eto T455O, p$65&

    Z$$$[ grande parte do traal#o doutrin;rio Tao menos da9ueles consideradoscomo mais importantes realiada por institui!Ges como a Comiss"o deDireito *nternacional da %+U, o *nstituto de Direito *nternacional, aAssocia!"o de Direito *nternacional, a Comiss"o Mundial para o MeioAmiente e o Desenvolvimento Z$$$[

    Apesar de alguns doutrinadores serem, ainda 9ue muito dificilmente,

    recon#ecidos como influncia nas Cortes *nternacionais, dentro do Direito

    *nternacional Amiental essa influncia n"o foi nem parcialmente sentida, de acordo

    com un\in, %ng e ]ig#t T4556, p$ N&

    +o direito internacional geralmente, os traal#os pulicados de algunsescritores acadmicos e artigos de corpos internacionais, como a Comiss"ode Direito *nternacional, tem sido recon#ecidos por corpos nacionais e

    internacionais como indicativos de lei em como a forma 9ue a lei desenvolvida$ eu impacto no desenvolvimento do direito internacionalamiental, no entanto ainda est; para ser sentido$

    565

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    %servancia maior dos pronunciamentos da Corte *nternacional de Busti!a$

    N$O RE%)U0SE DA %+U

    % Estatuto da Corte *nternacional de Busti!a n"o inclui as resolu!Ges da %+U

    como fontes do Direito *nternacional, pois para alguns doutrinadores, os Estados tm

    origa!"o de cumprir as resolu!Ges pelo fato delas terem car;ter origatrio,conforme oserva Roessing +eto T455O, p$65&

    Z$$$[ ainda 9ue as Resolu!Ges da %+U n"o possam ser consideradas,formalmente, como fontes de Direito *nternacional, tendo em vista 9ue,9uando muito, elas representam somente o recon#ecimento de uma regrapree7istente, elas servem como elementos de press"o pol:tica e podemservir como elementos de coer!"o moral$

    .ortanto, apesar do Estatuto n"o considerar as Resolu!Ges da %+U fontes do

    Direito *nternacional, e7iste controvrsia, pois, as diversas Resolu!Ges da %+U s"oimportantes como uma forma de compelir os Estados a sentirem

  • 7/25/2019 A Possibilidade de Responsabilizao Internacional Do Estado Por Dano Ambiental

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    Z$$$[ documentos derivados de foros internacionais, 9ue tm fundamento noprinc:pio da oancia, mas 9ue por seu car;ter eimport>ncia para o ordenamento da sociedade gloal Z$$$[ acaam porproduir repercussGes no campo do direito internacional e tamm para o

    direito interno dos Estados$

    *nternacionalmente n"o #; a possiilidade de uma autoridade suprema, 9ue

    ten#a o poder de se impor aos demais Estados, como funciona internamente com os

    mesmos, elaorando leis e os origando a cumpri

  • 7/25/2019 A Possibilidade de Responsabilizao Internacional Do Estado Por Dano Ambiental

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    emitidos pelo #omem na atmosfera s"o os 9ue causam o a9uecimento gloal,

    en9uanto outros 9uatro pa:ses n"o emitiram nen#uma opini"o$

    Roessing +eto T455O e7plica 9ue apesar de n"o serem coercitivas, as regras

    de soft law contriuem para 9ue, a longo prao, os Estados passem a respeit;ncia no comportamento pol:tico entre os Estados, sendo recon#ecidas,

    conforme em pontua Roessing +eto T455O Xpor tomadores de decis"o como

    detentores de um importante efeito catal:ticoY, ou se=a, a utilia!"o de elementos

    normativos como regras legais$

    595

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    = CONCLUS#O

    A presente monografia teve como o=etivo estudar o instituto da

    responsailidade internacional dos Estados, oservando em 9ue circunst>ncias

    e7iste a possiilidade de responsailia!"o estatal por dano amiental, alm da

    averigua!"o da forma mais interessante para o meio amiente de se aplicar essa

    responsailia!"o, su=etiva ou o=etivamente$

    Adentrando no o=eto do estudo 9ue se pretendeu averiguar, ou se=a,

    identificar os elementos caracteriadores da responsailidade internacional do

    Estado por dano amiental, o traal#o se dividiu em trs cap:tulos$% instituto da responsailidade internacional do Estado se torna ainda mais

    importante 9uando acrescenta

  • 7/25/2019 A Possibilidade de Responsabilizao Internacional Do Estado Por Dano Ambiental

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    momento, oserva

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    tecnolgicos, 9ue traem consigo o con#ecimento e instrumentos necess;rios para

    evitar o desenvolvimento descaido e irrespons;vel s custas do meio amiente,

    aprendendo a utiliar o desenvolvimento sustent;vel, respeitando a naturea para

    desfrutar dela$

    Assim como os avan!os tecnolgicos traem consigo a alternativa de um

    desenvolvimento menos agressivo ao meio amiente, o con#ecimento cient:fico

    ad9uirido com a evolu!"o das cincias se=am elas iolgicas, e7atas ou #umanas,

    tamm possiilita #umanidade uma nova forma de encarar a sociedade$

    Desde Bo"o em 2erra com a Carta Magna, passando por todas as atal#as

    e revolu!Ges 9ue permearam os sculos passados, atravessando pelo advento do

    iluminismo 9ue inspirou a Revolu!"o Francesa, culminando na primeira Declara!"odos Direitos do ?omem, percorreu

  • 7/25/2019 A Possibilidade de Responsabilizao Internacional Do Estado Por Dano Ambiental

    63/72

    REFERNCIAS

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    ME+E/E, ]agner$ Direi3o in3erna+ional no +en8rio +on3e76orKneo$ 6 ed$Curitia& Buru;, 455I$M*A)?E, Borge )ui$ Direi3o A7bien3al e Direi3os :7anos- Considera4Hessobre a Di7ens5o A7bien3al dos Direi3os :7anos e o Direi3o Inor7a45o noMer+os:l2 Dispon:vel em& kHHH$uscalegis$ufsc$rrevistasfiles=ournals4articlesII4POpulicII4PO

  • 7/25/2019 A Possibilidade de Responsabilizao Internacional Do Estado Por Dano Ambiental

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    RAM%, Andr de Carval#o$ Res6onsabilidade In3erna+ional 6or %iola45o dedirei3os :7anos- se:s ele7en3os, a re6ara45o de%ida e san4Hes 6oss9%eis

    3eoria e 6r83i+a do direi3o in3erna+ional$ 6 ed$ Rio de Baneiro& Renovar, 455N$

    RAM% .ERE*RA, )ui Cesar$ Ensaio sobre a res6onsabilidade in3erna+ional doEs3ado e s:as +onse:n+ias no direi3o in3erna+ional- a saGa dares6onsabilidade in3erna+ional do Es3ado2 6 ed$ "o .aulo& )2R, 4555$

    RE*, Alessandra de Medeiros +ogueira$ A Res6onsabilidade In3erna+ional doEs3ado 6or Dano A7bien3al$ 6 ed$ "o .aulo& Campus Bur:dico, 4565$

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  • 7/25/2019 A Possibilidade de Responsabilizao Internacional Do Estado Por Dano Ambiental

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    E*2E+FU, Ricardo` VE+2URA, Deis$ In3rod:45o ao Direi3o In3erna+ionalP>bli+o$ I ed$ .orto Alegre& )ivraria do Advogado, 455I$

    %ARE, 'uido Fernando ilva$ Direi3o In3erna+ional do Meio A7bien3e-e7erGn+ia, obriGa4Hes e res6onsabilidades$ 4 ed$ "o .aulo& Atlas, 455I$

    %U/A, Bo"o oares de$ Res6onsabilidade In3erna+ional dos Es3ados 6or DanoA7bien3al De+orren3e de Pol:i45o 3ransron3eiri4a- as6e+3os des3a+adosDispon:vel em& #ttp&siaii56$univali$rpdfBoaoj45o aresj45dej45oua$pdfAcesso em& 5 de$ 4565$

    U+(*+, Maurice, %+', David M$, ]*'?2, Roert$ 'ourceboo3 on EnvironmentalLaw$6 ed$)ondon& Cavendis#, 4556$

    2E)ER, Marga *nge -art# O Valor do Dano A7bien3al Dispon:vel em&k#ttp&HHH$ea#$com$ro

  • 7/25/2019 A Possibilidade de Responsabilizao Internacional Do Estado Por Dano Ambiental

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    APNDICE

    696

  • 7/25/2019 A Possibilidade de Responsabilizao Internacional Do Estado Por Dano Ambiental

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    .ER.EC2*VA D% *M.AC2% E 2RA2AD% AM-*E+2A*

    %s impactos dos prolemas 9ue ocorrem no planeta referente aoesgotamento dos recursos naturais, e7tin!"o da fauna e flora, em como em alguns

    pontos do planeta, a escasse de ;gua, en9uanto em outros, inunda!Ges

    decorrentes de c#uvas, alm do famigerado a9uecimento gloal cada ve mais

    fre9uentes, s"o sentidos diariamente, em todas as partes do mundo, se=a nos

    c#amados pa:ses desenvolvidos, se=a nos pa:ses sudesenvolvidos$

    Conforme estudos apresentados pelos climatologistas ?arris e 'oodess

    T455O, o a9uecimento gloal causado pelos gases t7icos 9ue emitidos nossaatmosfera por f;ricas, automveis e termeltricas e mais uma amea!a ao futuro

    do planeta$ De acordo com a climatologista, um estudo da Administra!"o +acional

    Espacial e Aeron;utica T+AA, revela 9ue a temperatura mdia suiu 6b C no ltimo

    sculo, sendo 9ue metade disso ocorreu somente nos ltimos trinta anos, e, apesar

    de parecer pouco, um grau o astante para provocar os transtornos clim;ticos

    cada ve mais presentes em todo o planeta$

    % relatrio estima 9ue a 2erra ten#a sua temperatura elevada entre 4b C e Nb

    C at o ano de 45L5, estimando

  • 7/25/2019 A Possibilidade de Responsabilizao Internacional Do Estado Por Dano Ambiental

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    % meio amiente vem sofrendo agressGes de toda espcie e em grandevolume, ense=ando um dese9uil:rio significativo 9ue poder;, a curto prao,comprometer a vida da pessoa #umana e de todos os outros seres, comotamm a e7istncia do prprio planeta$

    % c#amado imprio norte

  • 7/25/2019 A Possibilidade de Responsabilizao Internacional Do Estado Por Dano Ambiental

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    indstrias consideradas mais poluidoras adotem mecanismos de comercialia!"o de

    limites de polui!"o$

    Atualmente, conforme analisa Reis T4565, o governo norte