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1.0 A PRISÃO PERPETUA SEM TRABALHOS FORÇADOS NA LEI MOSAICA 1.1 EVOLUÇÃO (ETAPAS) DA LEGISLAÇÃO HEBRAICA Fazendo-se um recorte histórico, pode-se afirma que a evolução da legislação penal hebraica per passa por três períodos ou etapas, se preferir. Em um primeiro momento, conhecido como pré-mosaico, a vingança tinha cunho estritamente privado, ou seja, caberia a vitima, ou par, a responsabilidade por aplicar a devida “sanção” ao agressor. Não havia ainda, nesta época, uma “visão” social da pena. Um fato curioso, a ser destacado, era que qualquer dessas penas, seja por adultério, assassinato, furto entre outras, poderia atingir até a quarta geração da família. Em um primeiro momento, essas sanções eram aplicadas a todos os membros do clã, contudo, posteriormente, esta se tornou mais individual. O segundo período da legislação penal hebraica se dá com o advento da era mosaica. Moisés viveu XVII antes da era cristã. Tendo em vista as legislações correntes na época, a sua pode ser considerada muita avançada. A principal característica dessa legislação foi, talvez, a adoção da Lei de Talião, que, segundo diversos historiadores, pode ter sido inspirada no Código de Hamurabi. Todavia, ainda há nesta legislação outras inovações, como por exemplo, a troca da amputação pela multa, igualdade de todos perante a lei, inclusive de escravos e estrangeiros. Um estágio posterior a Moisés advém, com a acumulação de informações penais e também processuais. Ocorre, neste momento, a criação, ou melhor, compilação, da Talmud. Esse que é, considerado por muitos autores, como a origem de toda a tradição judaica atual. Também significou um grande avanço em diversos campos do direito penal. Com a Talmud, crimes antigamente punidos com a pena capital, tiveram a pena abrandada, com o surgimento da prisão perpetua sem trabalhos forçados.

A Prisão Perpetua Sem Trabalhos Forçados Na Lei Mosaica

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Page 1: A Prisão Perpetua Sem Trabalhos Forçados Na Lei Mosaica

1.0 A PRISÃO PERPETUA SEM TRABALHOS FORÇADOS NA LEI MOSAICA

1.1 EVOLUÇÃO (ETAPAS) DA LEGISLAÇÃO HEBRAICA

Fazendo-se um recorte histórico, pode-se afirma que a evolução da legislação penal hebraica per passa por três períodos ou etapas, se preferir.

Em um primeiro momento, conhecido como pré-mosaico, a vingança tinha cunho estritamente privado, ou seja, caberia a vitima, ou par, a responsabilidade por aplicar a devida “sanção” ao agressor. Não havia ainda, nesta época, uma “visão” social da pena. Um fato curioso, a ser destacado, era que qualquer dessas penas, seja por adultério, assassinato, furto entre outras, poderia atingir até a quarta geração da família. Em um primeiro momento, essas sanções eram aplicadas a todos os membros do clã, contudo, posteriormente, esta se tornou mais individual.

O segundo período da legislação penal hebraica se dá com o advento da era mosaica. Moisés viveu XVII antes da era cristã. Tendo em vista as legislações correntes na época, a sua pode ser considerada muita avançada.

A principal característica dessa legislação foi, talvez, a adoção da Lei de Talião, que, segundo diversos historiadores, pode ter sido inspirada no Código de Hamurabi. Todavia, ainda há nesta legislação outras inovações, como por exemplo, a troca da amputação pela multa, igualdade de todos perante a lei, inclusive de escravos e estrangeiros.

Um estágio posterior a Moisés advém, com a acumulação de informações penais e também processuais. Ocorre, neste momento, a criação, ou melhor, compilação, da Talmud. Esse que é, considerado por muitos autores, como a origem de toda a tradição judaica atual. Também significou um grande avanço em diversos campos do direito penal. Com a Talmud, crimes antigamente punidos com a pena capital, tiveram a pena abrandada, com o surgimento da prisão perpetua sem trabalhos forçados.