A produção do espaço_ entre dominação e apropriação. Um olhar sobre os movimentos sociais

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    Men principal ndice de Scripta

    ScriptaNovaREVISTAELECTRNICADE GEOGRAFAY CIENCIASSOCIALES

    Universidadde Barcelona.ISSN: 1138-9788.

    DepsitoLegal: B. 21.741-98Vol. XI, nm. 245 (15), 1 de agostode 2007

    [Nuevaseriede GeoCrtica. CuadernosCrticosde GeografaHumana]

    Nmeroextraordinariodedicadoal IX Coloquiode Geocritica

    A PRODUODO ESPAO: ENTREDOMINAOE APROPRIAO. UM OLHARSOBRE OS MOVIMENTOSSOCIAIS

    AlvaroFerreiraPontifciaUniversidadeCatlicado Rio de JaneiroUniversidadedo Estadodo Rio de [email protected]

    A produodo espao: entre dominaoe apropriao. Um olharsobre os movimentossociais (Resumo)

    Partimosdo pressupostode que o capitalismo tem escapadode suas crises de sobreacumulaoatravs da produodo espao. Para tanto, percebetilizaode uma srie de estratgiasque se realizam no mbito do lugar, contudo, na maioriadas vezes, so gestadasem cidades bem distantes specificamentenos escritriosdas grandesempresas. Se a produodo espaose realizaatravs da tenso entre os diferentesagentes sociais, faz-se nece

    que os movimentossociaistornem-se instrumentosde transformao. nesse sentidoque caminhanossotrabalho; acreditamosque as mudanasna apropdo espao dar-se-o atravsda transformaodos ativismosem movimentossociaisde carter mais amplo, que agrupemlutas mais especficas dasminorias associando-as a umalutade mbitoglobal.

    Palavras-chave: produodo espao; espaosocial; ativismos; movimentossociais; utopia

    The productionof the space: betweendominationand appropriation. An overviewabout the socialmovements(Abstract)

    We argue that capitalismhas escaped its overaccumulationcrisisvia the creation of space. We perceive the use of a seriesof strategiesthat come abouarticularplacebut are created most of the times in very distantlocations morespecificallyin the offices of largecorporations. If the productionof spacelacethrough the tensionbetweenthe differentsocialagents, socialmovementsshould become meansof transformation. This is the directionwe take i

    work. We believe that the changes in the appropriationof space will materializethrough the transformationof collectiveactioninto socialmovementroaderscopethat bringtogethermorespecificandindependentfights- of the so calledminorities- into a broaderand globalstruggle.

    Keywords: productionof space; socialspace; collectiveaction; socialmovement; utopia.

    Negar la sucesintemporal, negarel yo,negar el universoastronmico, son

    desesperacionesaparentesy consuelossecretos.El tiempoes la substanciade que estoyhecho.

    El tiempoes un ro que mearrebata, pero yo soyel ro;es un tigre que me destroza, pero yosoyel tigre;

    es un fuegoque me consume, pero yo soy el fuego.El mundo, desgraciadamente, es real;

    yo, desgraciadamente, soyBorges.

    Jorge LuisBorges.nicialmente preciso esclarecerque estaremostrabalhando, no que concerneao mtodo, a partir daquilo que denominamosmaterialismohistricogeogr

    Procuramos deixar isso bem claro, pois grande parte dos artigos cientficos produzidos sobre as cidades e o urbano (como realidades socioespanfluenciadospelo denominadodiscurso ps-moderno, tem fugido do, dito ultrapassado, debate marxista e de sua associaocom o reconhecimennteressesde classe. Se o resultadodissoforamtrabalhosfocados apenasno favorecimentodo objeto local semqualquerpreocupaocom a totalidadebandonodas metanarrativas, por outro lado, a anteriorperspectivada economiapolticada urbanizaohavia tornadoa anlisedemasiadamentesimpasear-se, apenas, no ambienteconstrudoem vezde ocupar-se do espaosocial.

    Acreditamosque relaessociaisso sempre espaciaise existem a partir da construode certas espacialidades. Aqui, trataremos de considerar, pararabalho, a espacialidadeefetivamentevividae socialmentecriada; ao mesmo tempo concreta e abstrata, sendo, inclusive, o rebatimentodas prticasso

    Assim, a espacialidaded conta do espao socialmenteconstrudo. Nesse contexto, ao debruar-nos sobre as diferentes fraes do espao urbano, estbservandoum espaosocialassociadoa uma prticaespacialque se expressaatravsde sua formade uso. Contudo, no nos podemosequivocaracredi

    que as formas espaciaisexpressamapenas transformaeseconmicas, sociais, polticase culturais, temos de ter em conta que uma forma espacial cont

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    ransparecersua total imbricao. Dessa maneira, corroboramos com Lefbvre (1994) quando de sua afirmaoquanto a (re)produodo espao, poenmenossocioespaciaisso simultaneamenteprodutos e produtores.

    Entrea ocultaoe a revelaoa partirdo espao

    Convmafirmarmosque o espaocomo constructosocial, ou seja, socialmenteproduzido, refere-se estrutura, que define as determinaesdo modroduo, mas refere-se tambm, simultaneamente, aodosagenteslocaisem associaocomgruposde ao, muitasvezes de mbitoglobal. Nessesen espaoproduzidopode contribuirmaispara ocultardo que revelar. Isso porque, em geral, no desvelaimediatamenteo processode sua produo(tal q

    mercadoria). necessrioque investiguemosas inmerascodificaessobre as quais se assenta o espaoproduzidoe como os agentesprodutores colabimultaneamente, para ocultarsua decodificao. A afirmaode que o espao socialmenteconstrudono significaa negaode que ele estejacentra

    materialidadedo mundo, ou seja, isto afasta-nos da dicotomiaobjetividade-subjetividade. Importa perceber que o pensamentodialticoenfatizaa compredos processose das relaes, para a partir de ento entender os elementos, a estruturae os sistemasorganizados. Por isso, argumentaHarvey (1996, p.5dialticanos forasemprea questionar seja em relaoa uma coisa ou a um evento qual processo constituio objeto a analisare como ele sustenApenasatravsda compreensodosprocessose relaesque o objeto internaliza possvelentenderos seusatributosqualitativose quantitativos.

    A constataode que toda realidadese reveste de forma e contedo leva Lefebvre a acreditar que o espaosocial apresenta, tambm, metodologicameoricamente, as trs categorias gerais: forma, funo e estrutura. Ademais, a articulaometodolgicadas trs noes permite desvelar um conocioespacialque se encontraoculto, posto que dissimuladonas formas, funese estruturasanalisadas.

    ArgumentaLefbvre(1994, p. 32) que com o capitalismo, a relaoentrea reproduodas relaessociaisde produo aquelasconstitutivasdo capita e a prpriareproduoda famliase complexificam. Assim, introduzum terceirotermoaos doisanteriores a reproduoda forade trabalho e paens-los como inter-relacionados. AcreditamLimonade Lima (2003, p. 17) que "para Lefebvre, justamente a partir do reconhecimentode que o esocialcontmuma multitudede representaesespecficasdesta triplainteraodas relaes sociaisde reproduo socialque emergea trade conceiturticasespaciais, das representaesdo espaoe dos espaosde representao".

    A cidadedeveriaser percebidacomo uma relaosuperadoradessatrade qualse referiuLefbvre(1994, p. 42-45) ao refletirsobre a noode espaoongoda exposio, introduzaindaos termospercebido, concebidoe vivido. Adverte-nos Lefbvre(1994, p. 32) que ao mesmotempoem que o espaocaonsigosimbolismosexplcitosou clandestinos representaesdas relaesde produo prpriosdo cotidiano, do particular, do vivido, transmite, tams mensagenshegemnicasdo poder e da dominao representaesdas relaessociaisde produo, expressesdo geral, do concebido.

    Algunsautorestm procuradotrabalharcoma trade espacialdeLefebvreatravsde uma transposiodireta, o que tem trazidoalgunsproblemasjque autor, habituado utilizaodo mtododialtico, separavaos trs termosapenasno momentoda anlise. Prticasespaciais, representaesdo espao e e

    de representaes(acompanhadosdos termosreferentes: percebido, concebidoe vivido) realizam-se simultaneamente, confundindo-se, sobrepondo-se. LimLima(2003, p. 19), acreditandoqueestavamunindoos trs termos, afirmamque

    lugarse configuracomoa expressomais ntidade uma ordemlocal, encaradacomo aquelaque se define sobretudopelasrelaesde proximidade, peresena, por um cotidianocompartilhado, enfim, por um feixe de relaesque se organizano espao vivido (...) e corresponderia escalada habita

    brigo, do lar. J a reproduoda forade trabalhoe dosmeiosde produoseriammediadospelo espaopercebidodas prticasespaciaise regidaspelo eoncebidodas representaesdo espao, que corresponderiam, por sua vez, respectivamente escalado lugar, do territrioe do global. Entrelaam-se, am sua abordagem[de Lefebvre] os trs momentosda reproduosocial, muitasvezes abordadosde modofragmentadopor outros autores permitindordemprximae a ordemdistanteemerjamsimultaneamente.

    Acreditamosque no sejapossveldefinir os taistrs momentos, pois de fatoocorrem simultaneamente. Naquiloque Limonade Lima(2003) identificamugar, por exemplo, encontramosdiversas territorialidades, configurando-se em um jogo de foras em que possvelidentificaro percebido, o concebidivido. No intuitode esclarecerum pouco maisnossaargumentao, procuramoscaminharemdireoda noode espaosocial.

    Seriaseguroafirmarque o espao contmas relaessociais, mas, almdisso, segundoLefbvre(1994, p. 41), contm tambmcertas representaesdelaessociaisde (re)produo. Estariao autor enaltecendoo fato de tais relaespoderem ser pblicas, ou seja, declaradasou, por outro lado, oclandestinas, reprimidase, por isso, capazesde conduzira transgresses. Postodessa forma, possvelcompreendero motivopelo qualLefbvre(1994) a

    que as representaesdo espaotm considervelpeso e influnciana produodo espao, principalmentelevandoem conta corresponderema um sisteignos, smbolose cdigosde representaodominantesem umasociedadee que estorelacionadosao exercciodo podere conformaodo espaoabst

    Trataremos, agora, de enunciarnosso objeto: as possibilidadesde mudanasna apropriaodo espaoatravsda transformaodos ativismosem movimociaisde carter mais amplo.Ao pensarmosnosso objeto, dirigimo-nos para a relaoentre espaoabstratoe espaosocialcomo forma de elucidaransformaesda metrpolecarioca. Estamosentendendoespaoabstrato, como a exteriorizaode prticaseconmicase polticasque se originamclassecapitalistae com o Estado. fragmentado, homogneoe hierrquico. No que concerne ao espao social[1], trata-se do espao dos valores-droduzidospela complexainteraode todas as classesno cotidiano. Nesse sentido, podemos afirmarque a tensoentre valor-de-uso e valor-de-trocroduz o espaosocialde usos, produzindo tambm, simultaneamente, um espaoabstratode expropriao. Ou seja, o espao socialincorpora as ociais, as aes dos sujeitos tanto individuaiscomo coletivos... (Lefbvre, 1994, p. 33). Objetivamosenfocar apenas ligeiramentecomo os agentes[2roduzemo espaourbano da cidadedo Rio de Janeiro o fazem a partir de deslocaes, desativaese redistribuiesde firmas e residnciasno interidade, quase sempredesconsiderandoos anseios dos cidadosenvolvidos. Contudo, tais processos encontram-se ligados atuaodos agentesa parelaesconstrudasem escalaslocal-locale local-global[3].

    O que estamostentandodeixarclaro que vivenciamosum conflitoentre interessesengendradosemtorno do espaosocial local dosvaloressociaisdedo desdobramentode relaessociais no espao e em torno do espao abstrato enquanto espao de desenvolvimentoimobilirioe adminis

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    overnamental, por exemplo. A tensoentre espaoabstratoe espaosocialtemproduzidoefeitosde fragmentao, criandoguetoshierarquizadosrepresenom sua espacialidadea hierarquiaeconmicae social, setores dominantese subordinados. Nesse sentido, concordando com Gottdiener(1997, p. 13

    hegemoniada classecapitalista renovadaatravsda segregaoespaciale atravsdos efeitosda fora normatizadorada intervenoestatalno espao.

    O espaoalmde ser umprodutosocial, e comotal, criadopara ser usado, para ser consumido, tambmum meiode produo; e comomeiode produodeser separadodas forasprodutivasou da divisosocialdo trabalhoque lhed forma, ou do Estadoe das superestruturasda sociedade. Contudo, Lef1979, p. 52) avanaao afirmarque maisque isso, o espaodeve ser consideradocomo umadas foras produtivas. O domniodo espaoconfereuma poa estruturaeconmica, por isso afirmaque "mesmoquando uma parte do espaono tem contedo, seu controle pode gerarpoder econmico, porqueer preenchidocomalgoprodutivo, ou porquepode precisarser atravessadopor produtores".

    Assim, afirmarque o espao umafora produtivaimplicadizerque parteessencialdo processo.

    O capitalismo, como modo de produo, sobreviveupela utilizaodo espao como reforador das relaes sociaisnecessriasa essa sobrevivncia. H2003; 2002; 2000; 1981), influenciadopor Lefbvre(1994), afirmaque o capitalismoconseguiuescapardascrisesde sobreacumulaoatravsda produspao. Obviamenteno se referiaapenas a novos espaos, j que a refuncionalizaotambm tem que ser considerada. E a produodo espaose rambmnessa relao dialticaentre valor-de-uso e valor-de-troca. Ou seja, caminhamospara almda percepode, apenas, espao de consumo paraonsumodo espao(Carlos, 2005; 2001; 1999; 1994); dito de outra maneira, almde considerarmosapenaso espaode consumo, devemosconsiderartam prprioespaocomo objetode consumo.

    Entrea apropriaoe a dominaodo espao

    Ao analisaro espaourbanodevemos consider-lo como produto, condioe meiodo processode reproduodas relaessociais. Portanto, conforme C1994, p. 24), "se de um ladoo espao condiotanto da reproduo do capitalquantoda vidahumana, de outro ele produto e nessesentido tra

    materializado. Ao produzirsuas condiesde vida, a partirdas relaescapital-trabalho, a sociedadecomo um todo, produz o espaoe com ele um mo

    ida, de pensar, de sentir".

    Sendo assim, a produo espacialmostra-se desigual, posto que o espao urbano encontra-se associado produo social capitalistaque se (re)pdesigualmente. O Rio de Janeiro um exemploclarodessa reproduodesigual, pois temoscondomniosde luxoem contraposios favelase s perifque contamcominfra-estruturaurbanabastanteinferiorem relaoaos bairrosnobres da cidade.

    levandoessedebateem conta que perceberemoso espao, tambm, comoa histriade comoos homens, ao produziremsua existncia, o fazem como eda produo, da circulao, da troca, do consumo, da vida(Carlos, 1999, p. 64, 1994, p. 36). Logo, convm-nosadmitirque cada vezmais o espaourbaartirda subordinaoaceleradada apropriaoe das maneirasde uso ao mercado, destinado troca. Percebemos, ento, o predomniodo valor de obre o valorde uso, contudo, nopodemosdeixar de afirmarquevalorde usoe valorde troca ganhamsignificadoatravsda relaoentre si. Lefbvre(nfatizatal afirmaoao indicarque um s e mesmoobjetoapresentadois aspectos, onde um excluio outro e, no obstante, um implicao outro. Na qua

    de valor de uso, deseja-se, prefere-se, utiliza-se e consome-se o objeto. Na qualidadede valor de troca, o artigo desejado apenas pelo dinheiroirtualmentecontido. Essacertezaleva Carlos(2001, p. 38) a afirmarque "o compradorde um terreno ou de umacasa na cidadecontinuacomprandoum

    de uso; apesarde a casaser mercantilizada, o valorde usoe o valorde troca se encontramem umarelaodialticaemque nenhumdos plosdesaparece"

    Pormenorizando, Marx (1996, p. 44) enalteceo fato de que cada mercadoriatem duplo aspectode expressona sociedadecapitalista, ou seja, valorde alorde troca. Assimsendo, um valor de uso tem valor somenteem uso, realizando-se no processode consumoe servediretamentecomo meiode exist

    Quando Marx volta-se parao valor de troca, afirmaque, inicialmente, aparececomo a proporopela qual valoresde uso so trocadospor outros. Concreditaque a criaode valorde trocaencontra-se no prprioprocessosocialde aplicaode trabalhosocialmentenecessrioparagerarmercadoriasutileloser humano. Enaltece, ento, que a mercadoria um valorde uso, mas comomercadoria, ela em si simultaneamenteno valor de uso; ou seja, no

    mercadoriase fossevalorde usoparaaqueleque a possusse. Isto, paraquem a possui novalor de uso, porma mercadoriatem que se tornar vasoparaos outros. Postoisso, possvelconcluircomMarx (1996, p. 48) que " paratornarem-se mercadoriascomvaloresde usoelas devemser inteiralienadas; devem entrar no processo de troca; a troca, contudo, relacionadameramentecom seu aspecto, como valores de troca. Daqui que, someealizandocomovaloresde trocapodemelas realizar-se como valoresde uso".

    Dessa forma, segundoHarvey (1980, p. 133), Marx coloca o valor de uso e o valor de troca em relaodialtica entre si atravs da forma qussumemna mercadoria. Nessesentido, percebemossimultaneamenteaproximaoe afastamento, j que em qualquersociedadefundadana troca, o pro

    ncontra-se isoladoe, no entanto, ligadoaos outros por intermdiodo mercado(Lefbvre, 1983). justamentea sobredeterminaodo valor de uso em relaoao valor de troca, no que concerne cidade(vistacada vezmais claramentecomo mercadque tornaaindamais evidenteeste momentoem que o capitalismotem sobrevividoa suascrisesde sobreacumulaoatravsda produodo espao. Pormasrie de transformaesso impostas cidade, submetendo-a a umafuncionalizaoque sirva reproduodo capital. Nessesentido, o citadinoencoe cada vez mais vivenciandoum espaode dominao. Dominaoque, em geral, acaba no sendo percebidaenquantotal, passandoa ser vista comoatural. Esseobscurecimento que d sustentaoao no questionamentoda propriedadeprivada; alisa produocapitalistano pode permitira destruinstituioda propriedadeprivada, poissua prpriaexistnciaest fundamentadana propriedadeprivadadosmeiosde produo.

    A apropriaoda cidadepelocidadoest ligadaao valor de usoe quiloque Lefbvre(1991) denominouordem prxima; a dominaoencontra-se o valorde troca e, tambm, ordem distante. na ordemprxima e atravsdela que a ordem distantepersuadee completaseu poder coator. entido, argumentaLefbvre(1991, p. 46) que "a cidade uma mediaoentreas mediaes. Contendoa ordem prxima, ela a mantm; sustentarelaroduoe de propriedade; o local de sua reproduo. Contidana ordemdistante, ela se sustenta; encarna-a; projeta-a sobre um terreno (o lugar)[4] e

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    m plano, o planoda vidaimediata.

    exatamentea partirdessatensoentre ordemprximae ordemdistanteque ganhamimportnciaos movimentossociais.

    Entreativismose movimentossociais: aes paratransformaodo espao?

    O CongressoNacional, aps muitasnegociaese adiamentos, aprovou o Estatuto da Cidade, lei que regulamentao captulo de polticaurbana (emmserosdoiscaptulos) daConstituioFederalde 1988. Constanas diretrizesdo Estatutoque os planosdiretoresdevemcontarcoma participaoda popu

    de associaesrepresentativasdos vriossegmentoseconmicos.

    Em um momento em que boa parte dos pesquisadores(principalmenteos ligadoss cinciassociais) aplaudea aprovaodo Estatutoda Cidade no B

    mportafazermos algumasobservaes. Raquel Rolnik, ao pronunciar-se sobre a importnciado Estatuto, afirmou que boa parte dos instrumentos sobrs urbansticos dependedos PlanosDiretorese outros de legislaomunicipalespecficaque apliqueo dispositivona cidade; afirmou ainda que os cidm o direitoe o dever de exigirque seusgovernantesencaremo desafio de intervirconcretamentesobreo territrio, na perspectivade construircidadesustase belas. A esperanade transformao, para Rolnik, estavabaseadana implementaodo Estatutoda Cidadeque, por sua vez, baseia-se no precearantiada funosocialda propriedade.

    mportarefletirmosat que pontoo direitoe o dever do cidadono estariacorrendoo riscode ser, utilizandoa expressocunhadapor Souza (2006, p.domesticado; ou seja, at que ponto o discurso em defesa dos oramentosparticipativos, a participaono mbito de institucionalidadescomo conestoresno acabariapor desarmar os ativismos? Anteriormente, Souza(2005, p. 288) jse mostravapreocupadocomo descolamentodos objetivosori

    que o dito planejamentoalternativopoderia causar s mobilizaes. Contudo, muitoantes da aprovao do Estatuto da Cidade, RIBEIRO(1990, pevantavaa importnciade percebermosa reforma urbanapara muitoalmdos planosdiretores; visopremonitora, j que presenciamosuma homogene

    dos planos diretores, indicandoa sua prpria mercadificao. AfirmaSouza (2005), ainda, que algumaslideranasde movimentospopularesem crise estquerendocompensara desmobilizaoda base socialcomavanos no plano tcnicoe poltico-burocrtico: qualificaode lideranasassociativaspara diolticaspblicas, crenanospoderes redentoresde um planodiretorprogressista".

    Em temposde ativismosisolados[5], que procuram reinvindicarquestesextremamenteparticularessemnenhumoutro desdobramento, temospor exemindicalismode resultadose as associaesde moradoresextremamenteparoquiaise, muitasvezes, refens do clientelismo. Ao analisarmosa atuaodos ag

    que (re)produzemo espaourbano do Rio de Janeiro, possvelperceberque os usuriosproprietriosde moradiaestorelacionadoscom os valoresde uasa, mas no devemos esquecer que o valorde troca est colocadoquando nela realizamosmodificaescom a inteno de valoriz-la ou, ainda, qucorrem manifestaesdos moradores contra o tombamentode imveisem bairrosnobres da cidade (Leblon, Ipanema, JardimBotnico, por exemplo)cabampor desvalorizaro patrimniodaquelesque tiveramseus imveistombados; ao mesmotempo, os proprietriosvizinhostiveramseus imveisvalori

    Maisumavez temosaqui um exemplodeativismoligadoa um particularismo.Estamosfalandoda incapacidadede passarda lutade bairropara a lutaa parairro; ou, por exemplo, de uma luta de um sindicatoque no tem como refernciauma crtica socialmais ampla. Alis, aindahoje h aquelesque acre

    que a revoluo se far atravs do proletariado; ora a classetrabalhadorano luta porque existe, ao contrrio, ela existe porque luta e, nesse sentidustamenteparanegar-se enquantoclasseexplorada. Importapensarem novasformas de associaoentre os vriosativismosna busca de uma transform

    maisabrangente. Nessesentidoestamosnos remetendoquiloque HARVEY(1996; 2000) apresentoucomo o embate entreparticularismosmilitantesede ambioglobal.

    Portanto, preciso escapardas armadilhasque propostas, inicialmentevistas comograndeavano, podemrepresentar. A associaocapital-Estadousao ede forma a asseguraro controle dos lugaresatravs da homogeneizaodo todo e a segregaodas partes. Assim, a organizaoespacial represhierarquiado poder. Acreditamos, iluminadospor Lefebvre(1955, 1976, 1979, 1981, 1991, 1994, 1999), que o conceitode espao socialsintetizariao nau seja, o quadro fsico, mas tambmo mental(as representaesdo espaoe os espaosde representao) e o socialcom sua prticaespacial. Seriacofirmarque as representaesdo espao tratar-se-iam de abstraes, mas, simultaneamente, tomam parte nas prticassociaisao estabelecerrelaes ormas e pessoasatravs da lgica capitalistade produodo espao. Aqui, a incorporaodessa lgica, pelas prticasespaciais, ao cotidiano, rearbana, dentrodo espaopercebido, fazcomque vivenciemosum espaode sobredeterminaodo valorde trocaem relaoa valorde uso. Por isso, poompreendermosporque Seabra(1995) acreditaque "compreender a problemtica do espao implicacompreend-lo criticamente. Isto implicaem relacioivido, o percebido e o concebido. Uma crtica do espao deveria modificar muito o espao de representao dos habitantes, poderia fazer parte integranrticasocial. Mas como no existetal crtica, o usador do espao, o habitanteou morador tende a fazer abstraode sua prpria prtica com e no espao.convivecom a fetichizaodo espao".

    Contudo h de ficar claro que o espao a forma socialmenteconstruda; no vivido, extremamenteligados funes e estruturas, esto as formas[6]. Assis prticas espaciais forem concebidas pelos moradores do lugar, so postos abaixo os fetiches, pois o espao carrega em si a dominao por meio das fosto exigeque a luta tome outra dimenso, porque o ato de habitarno se restrigeao espaoprivado; envolve, como argumenta Carlos (2005), uma relaos espaos pblicos, como lugares do encontro, reunio, reivindicao e sociabilidade. Estamos fazendo meno, exatamente, tenso entre apropriaominao, pois a propriedade privada fundante da segregaoao determinaras possibilidadesde uso dos lugares da cidade. Assim, corroboramos com C2005) ao afirmarmosque a cidade revelaos conflitosda produo do espao.

    Retomando o debate acerca do Estatuto da Cidade, convm afirmar que mesmo tendo na proposta (e na aposta) da participao popular sua fora, mantreso s racionalidadestcnicas e s associaesentre o Estado e os proprietriose investidores, j que o direito cidade aparece como bem argum

    Carlos(2005) atravs da realizaoda funo social da propriedadee no na sua negaocomo fundamento da segregaona cidade.

    Alm disso, at mesmo um exemplo enaltecidopor todos como o oramento participativo(em Porto Alegre), que tem dinamizadoa sociedade civil, de alorma contribui simultaneamentepara a manter presa a uma agenda que determinada pelo Estado; e isso grave, pois faz a sociedade acreditar queterminaestem partido dela, quando de fato no tem.

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    Talvez o mais importantecaminho parabuscar a transformao, o verdadeirodireito cidade e a justia social tenha de ser percorrido guardando mscalas espaciais e temporais de ao. No que tange s escalas espaciais, preciso costurar os particularismosmilitantes, ativismos sem pretenesmplas (mas de grande importncia para aqueles que quilo reivindicam) com aes de mbito global; ou seja, que levem em conta no apenas os probonjunturais, mas tambm os problemas ligados estrutura. Embora os movimentos sociais tenham seu nascedouro a partir de problemas que acontecemugar, necessriobuscar as conexes com escalasespaciaismais amplas, em um movimento do lugar ao mundial e de volta ao lugar. Esse movimento obos a, tambm, pensarmos em escalastemporais de ao diferenciadas; ou seja, estaremos trabalhando com aes de curto e longo prazo. Souza (2005, p. emetendo-se a Certeau, fala-nos em utilizaode tticas e estatgias, em que as tticas estariamligadasao curto prazo, ao cotidiano e aos oprimidos, ao ue as estratgiasestariamligadasao longo prazo, ao mbitoglobale quelesque exercem o controle e a dominao.

    Acreditamos que tticas e estratgiasdevem ser usadas simultaneamentepor aqueles que buscam a verdadeirarevoluo, a justiasocial. necessriassemos a pensar simultaneamente, e de forma interligada, em aes de curto prazo (tticas) e de longo prazo (estratgias).

    Temos, desde h muito l se vo dez anos falado da importncia de resgatar a utopia. O que importa na utopia justamente o que no utpicorocesso de sua busca. Esta mesma certeza levou Souza (2005, p. 331) a resgat-la, afirmando ser a utopia aquilo que ainda no existe em lugar algumue pode vir a existir. (...) Sem um horizonte radical-utpico, sem fantasia emancipatria, as melhorias possveis aqui e agora no passam de

    eproduo do presente, em vez de serem uma ajuda para construo do novo .

    verdade que, muitas vezes, por mais que nos empenhemos nunca teremos absoluta certeza a que resultado chegaremos, e isso acaba sendo um enormee imobilizao. Resgatando Harvey (2000, p. 254), a fuga da incerteza acaba fazendo com freqncia que demos preferncia aos males conhecidos em vuscarmos refgio noutros males ignorados. Ora, preciso resgatar o pensamento utpico para transformar, afinal, aquilo a que Marx deu o nome

    movimento real que vai abolir o estado de coisas atual est sempre por ser feito e por ser apropriado.

    A soluono est no curto prazo e nele mesmo inalcanvel mas comea nele. preciso compreender que ns no veremos a revoluo, mas quo motivo para no inici-la. Alm do mais, parafraseandoMarx, afirmou Lefbvre (1991, p. 145) que "a humanidade s levanta problemas que ela meode resolver, escreveu Marx. Atualmente, alguns acreditam que os homens s levantam problemas insolveis. Esses desmentem a razo. Todavia, xistamproblemas fceis de serem resolvidos, cuja soluo est a bem perto, e as pessoas no levantam".

    Nossa concordncia no poderia ser maior.

    Notas

    1] Estamos trabalhando, atualmente, em um artigo que procura desenvolver com mais profundidade a noo de espao social a partir da trade espacial de Henri Lefebvre prspaciais, representaesespaciais e espaos de representao(com as relaesentre percebido, concebido evivido) associada s noesde espao abstrato eespao relacional, emqerta forma, procuramosdesmistificaro tal erro de interpretaoque algunspesquisadores inferema Harvey(1994, 1987) quando de sua leiturada obra de Lefbvre(1994).

    2] Ampla discusso acerca dos agentesque produzem o espao foi travadana Geografiae nas Cincias sociaisde forma geral, dando origem a um grande nmero de publicaes; las importamencionar Capel (1974), Harvey(1980; 1982) e Corra(1995).

    3] Em Santos (1996) possvel apreciarimportante debate acerca dessa relaoa partirdaqueleque esse autor denominou A forado lugar.

    4] Grifonosso.

    5] No que tange ao debate acerca dos ativismos, Souza (2006) proporciona-nos aprofundamento importanteda temtica. Apresenta uma tipificao entre ativismos(em sentido fracentido forte) e movimentos sociais (emsentido fracoe em sentido forte).

    6] Em uma proposta como essa de um artigo curto no aprofundamos a discusso acerca das categoriasforma, funo e estrutura, contudo vale indicara leitura de Lefbvre (antos (1985) e Ferreira(2003).

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