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A PRODUÇÃO MUNDIAL DE ENERGIA E A ENERGIA NO BRASIL Prof.ª Renata M. Rodrigues email: [email protected] geo-educacao.blogspot.com.br PARTE II

A produção mundial de energia e as fontes de energia no brasil parte ii

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A PRODUÇÃO MUNDIAL DE ENERGIA

E A ENERGIA NO BRASIL

Prof.ª Renata M. Rodriguesemail: [email protected]

geo-educacao.blogspot.com.br

PARTE II

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ENERGIA ELÉTRICA

É produzida principalmente em usinas termelétricas, hidrelétricas e termonucleares.

Nos diferentes tipos de usinas, o que difere é a energia primária utilizada para mover as turbinas.

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ENERGIA HIDRELÉTRICA

O uso da energia hidráulica foi uma das primeiras formas de substituição do trabalho animal pelo mecânico, particularmente para bombeamento de água e moagem de grãos.

Entre as características energéticas mais importantes, destacam-se as seguintes: disponibilidade de recursos, facilidade de aproveitamento e, principalmente, seu caráter renovável.

Ao contrário das demais fontes renováveis, já representa uma parcela significativa da matriz energética mundial e possui tecnologias devidamente consolidadas.

Atualmente, é a principal fonte geradora de energia elétrica para mais de 30 países e representa cerca de 20% de toda a eletricidade gerada no mundo.

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No Brasil, água e energia têm uma forte e histórica interdependência, de forma que a contribuição da energia hidráulica ao desenvolvimento econômico do país tem sido expressiva.

Seja no atendimento das diversas demandas da economia – atividades industriais, agrícolas, comerciais e de serviços –, ou da própria sociedade, melhorando o conforto das habitações e a qualidade de vida das pessoas.

Também desempenha papel importante na integração e desenvolvimento de regiões distantes dos grandes centros urbanos e industriais.

Representa cerca de 15% do consumo energético total. Cerca de 73% da energia elétrica do país provém de usinas hidrelétricas.

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A Figura ilustra o potencial técnico de aproveitamento da energia hidráulica no mundo. Como se observa, os maiores potenciais estão localizados na América do Norte, antiga União Soviética, China, Índia e Brasil. O Continente Africano é o que apresenta os menores potenciais.

Fonte: Elaborado a partir de IJHD, 2000.

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O potencial hidrelétrico brasileiro é estimado em cerca de 260 GW, dos quais 40,5% estão localizados na Bacia Hidrográfica do Amazonas.

O potencial hidráulico do país é considerado o terceiro do mundo, após o da Rússia e da China.

Entre as demais bacias, destacam-se a do Paraná, com 23% desse potencial, a do Tocantins (10,6%) e a do São Francisco (10%).

As bacias do Uruguai e do Atlântico Leste representam cerca de 5% cada uma e as demais (Atlântico Sudeste e Atlântico Norte/Nordeste) somam juntas apenas 5% do referido potencial.

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Quanto ao uso regional da energia hidrelétrica...

O Centro-Sul consome mais de 80% do total nacional, seguido da região Nordeste.

A bacia hidrográfica mais aproveitada é a do Paraná (onde cerca de 40 000 MW de seu potencial eram utilizados em 2005).

Isso de deve à sua proximidade dos maiores centros consumidores de eletricidade do país.

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VANTAGENS

Esse tipo de energia apresenta uma série de vantagens em relação às usinas termelétricas e às atômicas.

A água não se esgota, embora existam períodos de secas fluviais. Seu custo operacional é menor que das usinas termelétricas, além de ser menos poluente.

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DESVANTAGENS

O espaço que ocupa com o lago artificial imposto pela construção da usina.

Ocasionam um grande impacto ambiental e social: com perda de bons solos agricultáveis, de flora e faunas locais, necessidade de remoção das populações ribeirinhas.

O Caso de Itaipu e Amazônia.

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Resquícios da cachoeira aparecem quando o nível de água da usina está baixo.

Salto de Sete Quedas – Rio Paraná

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A USINA HIDRELÉTRICA DE BELO MONTE

O projeto de construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte surgiu há mais de trinta anos, ainda no período de ditadura militar;

O projeto foi engavetado em 1989, sob pressões de grupos indígenas;

A construção da hidrelétrica ocupará as regiões dos municípios paraenses de Altamira, Anapu, Brasil Novo, Senador José Porfírio e Vitório do Xingu.

O lago gerado pela usina terá 516 km² de área, inundando 51.600 hectares de floresta, deixará submerso parte do Xingu (Volta Grande) e um terço de Altamira.Estima-se que a hidrelétrica de Belo Monte produzirá 11.233 MW de energia em épocas de cheias, que compreendem a quatro meses ao ano, e 4.000 MW nas épocas de baixa.

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A obra gerará sérias consequências...

Segundo a professora Sônia Barbosa Magalhães, da Universidade Federal do Pará, em análise crítica ao Estudo de Impacto Ambiental (EIMA-RIMA) de Belo Monte, a obra gerará sérias consequências: Inundação constante dos igarapés de Altamira, no lugar da

inundação sazonal; Redução da vazão da água e bloqueio do transporte fluvial até o

Rio Bacajá; Remanejamento de famílias locais; Alteração do regime do rio relacionado aos meios bióticos e

socioeconômicos.

Segundo a ONG WWF , a construção da hidrelétrica de Belo Monte poderia ser substituída pela repotencialização das usinas já existentes no país, pela redução do desperdício no sistema de distribuição elétrica, além de investimentos em fontes limpas de energia.

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CRISE – SETOR ELÉTRICO

1968–1973 – época do “milagre econômico”: grande crescimento econômico exigiu mais energia elétrica;

1974 – recesso econômico, com taxas de desenvolvimento econômico inferiores às da evolução demográfica (limitou a demanda por eletricidade);

CONSEQUÊNCIAS DA FALTA DE INVESTIMENTOS: 1995 – processo de privatização do setor elétrico com a venda

de inúmeras empresas estatais; 2001 – economia voltou a crescer, crise de energia elétrica no

país: Racionamento de energia elétrica; Encargo de Capacidade Emergencial – APAGÃO (2002-

2005) 2005 – projetos do governo para a criação de 17 novas usinas

hidrelétricas; 2009 – APAGÃO (18 estados dos país).

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Usinas hidrelétricas (UHEs) em

operação no País - situação em

setembro de 2003

Fonte: Elaborado a partir de AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA - ANEEL. Banco de Informações de Geração - BIG. 2003. Disponível em: www.aneel.gov.br/15.htm. Acesso em: 04 mai. 2012.

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TERMELETRICIDADE

Usina termelétrica é uma instalação industrial usada para geração de energia elétrica/eletricidade a partir da energia liberada em forma de calor, normalmente por meio da combustão de algum tipo de combustível renovável ou não renovável.

EXEMPLOS: Carvão mineral; Petróleo; Gás Natural; Biomassa (bagaço de cana, lenha etc.).

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A queima do bagaço de cana-de-açúcar é uma das alternativas mais atraentes para complementar o fornecimento de energia elétrica no País.

Turbogerador com potência de 25 MW instalado na destilaria JB, em PE.

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Veja como funciona a co-geração de energia com o bagaço da cana:

1. O bagaço de cana abastece o forno responsável pelo aquecimento da caldeira;

2. A água em ebulição produz vapor saturado sob pressão, que é conduzido por uma tubulação até a turbina elétrica;

3. A turbina é movimentada pelo vapor sob pressão, fazendo com que o gerador produza energia;

4. A energia gerada deve abastecer a rede elétrica, pois não pode ser armazenada.

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VANTAGENS

A construção de uma usina desse tipo requer investimentos menores que a de uma hidrelétrica;

A localização da usina é determinada pelo mercado consumidor e não pelo relevo e hidrografia;

O gás natural pode ser usado como matéria-prima para gerar calor, eletricidade e força motriz, nas indústrias siderúrgica, química, petroquímica e de fertilizantes, com a vantagem de ser menos poluente que os combustíveis derivados do petróleo e o carvão.

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DESVANTAGENS

A obtenção de energia elétrica pela termeletricidade é feita com maiores custos e com maior impacto ambiental.

O alto preço do combustível é um fato desfavorável. Enquanto a fonte primária das usinas hidrelétricas é a água, disponível no local onde é instalada, a das termelétricas tem de ser extraída e transportada, o que encarece o produto final: a energia elétrica.

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Necessidade de diversificar a matriz energética no Brasil

Resumo da Situação Atual dos Empreendimentos

Fonte de energia SituaçãoPotência

Associada (kW)

 44 empreendimento(s) de fonte Termelétrica em construção 6.320.197

1547 empreendimento(s) de fonte Termelétrica em operação 33.429.193http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/capacidadebrasil/FontesEnergia.asp?. Acesso em 04 mai.

2012

Na busca por maior diversidade na nossa matriz energética, pretende-se, com o incentivo à instalação de termelétricas, evitar novas crises.

As usinas hidrelétricas, que produzem energia mais barata, permanecem prioritárias no abastecimento, mas as termelétricas podem ser acionadas em períodos de pico no consumo, quando é necessário preservar o nível de águas nas represas.

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ENERGIA NUCLEAR

A energia nuclear é proveniente da fissão do urânio em reator nuclear. Apesar da complexidade de uma usina nuclear, seu princípio de funcionamento é similar ao de uma termelétrica convencional, onde o calor gerado pela queima de um combustível produz vapor, que aciona uma turbina, acoplada a um gerador de corrente elétrica.

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Na usina nuclear, o calor é produzido pela fissão do urânio no reator (urânio-235), cujo sistema mais empregado (PWR – Pressurized Water Reactor) é constituído de três circuitos, a saber: primário, secundário e de refrigeração.

1) No primeiro, a água é aquecida a uma temperatura de aproximadamente 320°C, sob uma pressão de 157 atmosferas.

2) Em seguida, essa água passa por tubulações e vai até o gerador de vapor, onde vaporiza a água do circuito secundário, sem que haja contato físico entre os dois circuitos.

3) O vapor gerado aciona uma turbina, que movimenta o gerador e produz corrente elétrica [Eletronuclear, 2001].

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Fonte: Eletronuclear, 2001.

Figura – Diagrama esquemático de uma usina termonuclear

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A energia nuclear no contexto do setor elétrico internacional

Os choques internacionais do petróleo, nos anos 1970, e a crise energética subsequente levaram à busca de fontes alternativas de geração de eletricidade.

Nesse contexto, a energia nuclear era vista como a alternativa mais promissora, recebendo a atenção de muitos analistas e empreendedores, assim como vultosos investimentos.

Em pouco mais de duas décadas, passou de uma participação desprezível (0,1%) para 17% da produção mundial de energia elétrica, ocupando assim o terceiro lugar entre as fontes de geração(1) [Eletronuclear, 2001].

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No fim da década de1960, o governo brasileiro começou a definir o Programa Nacional Brasileiro, destinado a implantar no país a produção de energia atômica.

Com o argumento de que faltaria energia elétrica por volta de 2000, em virtude do esgotamento do potencial hidrelétrico, em 1973 o governo propôs, por meio da Eletrobrás, um plano de construir oito usinas nucleares até 1990.

Em 1974 foi criada a Nuclebrás (Empresas Nucleares Brasileiras S.A.), que ficou responsável pela execução desse plano.

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A primeira dessas usinas, Angra I (que foi adquirida à empresa Westinghouse, dos EUA), com potência de 625 MW, começou a funcionar em 1981, mas em seguida foi paralisada por problemas técnicos. Apenas no fim de 1983 seu funcionamento foi retomado em forma de testes e a usina ainda não entrou em operação permanente com capacidade total. Seu custo, orçado inicialmente em 300 milhões, acabou ficando em 1,2 bilhão.

Usinas de Angra I (o cilindro) e Angra II (a cúpula), instaladas na cidade de Angra dos Reis (RJ). Os problemas que cercam a primeira usina nuclear doo Brasil (Angra I) são numerosas: tecnologia cara e obsoleta; construção em local inadequado (há ali uma falha geológica que pode originar instabilidade); problemas técnicos que frequentemente paralisam o funcionamento da usina (daí ela ter sido apelida de pisca-pisca); ausência de um plano seguro de retirada da população local no caso de um acidente grave.

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As usinas Angra II e Angra III, também localizadas na cidade de Angra do Reis (RJ), deveriam funcionar a partir de 1983 e 1984, mas Angra II só entrou em operação em 2000, com potência de 1309 MW, e Angra III até hoje não funciona.

As restantes, duas das quais seriam instaladas no litoral de São Paulo, não tiveram continuidade.

CRÍTICAS E RISCOS (PESQUISAR SOBRE...)

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Reservas, extração e beneficiamento de urânio no Brasil

Com cerca de 30% do território prospectado, o Brasil possui atualmente a sexta maior reserva de urânio do mundo. As reservas nacionais são estimadas em 309.200 toneladas. Desse total, 46% estão localizados no município de Santa Quitéria (mina de Itataia), no Ceará, e 33%, no Estado da Bahia, nos municípios de Lagoa Real e Caetité.

O urânio é um metal branco-níquel, pouco menos resistente que o aço, encontrado nas rochas da crosta terrestre.

Sua principal aplicação comercial é a geração de energia elétrica, como combustível para reatores nucleares de potência. Para isso, passa por uma série de estágios e processos, dentre os quais a mineração, o beneficiamento e a produção do elemento combustível, composto por pastilhas de dióxido de urânio (UO2) [INB, 2001].

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O primeiro complexo mínero-industrial de urânio no Brasil foi instalado em 1982, no município de Caldas, no sul de Minas Gerais [INB, 2001].

Segundo a referida fonte, desde o início de sua operação, a unidade de Caldas produziu cerca de 1.300 toneladas de concentrado de urânio (U3O8) – o suficiente para o suprimento de Angra I e de programas de desenvolvimento tecnológico.

A extração de urânio nas reservas de Caldas já não é mais viável economicamente, de modo que foi transferida para a unidade de Lagoa Real, permanecendo em Caldas apenas o beneficiamento. A produção de elementos combustíveis é feita em Resende-RJ, onde há duas unidades produtoras.

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Fonte: INB, 2001.

Reservas nacionais de urânio, unidades de extração, beneficiamento e produção de elementos combustíveis e usina termonuclear de Angra dos Reis

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O futuro da energia nuclear

Contudo, o futuro da energia nuclear não é muito promissor, em virtude dos problemas de segurança e dos altos custos de disposição dos rejeitos nucleares.

Com exceção de pouquíssimos países, dentre os quais a França e o Japão, a opinião pública internacional tem sido sistematicamente contrária à geração termonuclear de energia elétrica.

Nos últimos anos, o número de centrais nucleares em operação tem sido radicalmente reduzido, sendo comparável àquele dos anos 1960, quando teve início o desenvolvimento da indústria de energia nuclear.

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ENERGIA SOLAR

Quase todas as fontes de energia – hidráulica, biomassa, eólica, combustíveis fósseis e energia dos oceanos – são formas indiretas de energia solar.

Além disso, a radiação solar pode ser utilizada diretamente como fonte de energia térmica, para aquecimento de fluidos e ambientes e para geração de potência mecânica ou elétrica.

Pode ainda ser convertida diretamente em energia elétrica, por meio de efeitos sobre determinados materiais, entre os quais se destacam o termoelétrico e o fotovoltaico.

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A energia solar chega à Terra nas formas térmica e luminosa.

Segundo o estudo sobre Outras Fontes constante do Plano Nacional de Energia 2030, produzido pela Empresa de Pesquisa Energética, sua irradiação por ano na superfície da Terra é suficiente para atender milhares de vezes o consumo anual de energia do mundo.

Essa radiação, porém, não atinge de maneira uniforme toda a crosta terrestre. Depende da latitude, da estação do ano e de condições atmosféricas como nebulosidade e umidade relativa do ar.

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A tecnologia para o uso da energia solar encontra-se ainda em estágio incipiente, mas é bastante pesquisada nos países desenvolvidos (especialmente nos Estados Unidos).

O uso mais frequente da energia solar nos dias de hoje, especialmente no Brasil, é para aquecimento de água e habitações.

Placa coletora de energia solar.Fonte: Stock.XCHNG (www.sxc.hu).

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Impactos socioambientais

Uma das restrições técnicas à difusão de projetos de aproveitamento de energia solar é a baixa eficiência dos sistemas de conversão de energia, o que torna necessário o uso de grandes áreas para a captação de energia em quantidade suficiente para que o empreendimento se torne economicamente viável.

Comparada, contudo, a outras fontes, como a energia hidráulica, por exemplo, que muitas vezes requer grandes áreas inundadas, observa-se que a limitação de espaço não é tão restritiva ao aproveitamento da energia solar.

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ENERGIA EÓLICA

A energia eólica é, basicamente, aquela obtida da energia cinética (do movimento) gerada pela migração das massas de ar provocada pelas diferenças de temperatura existentes na superfície do planeta.

Não existem informações precisas sobre o período em que ela começou a ser aplicada, visto que desde a Antiguidade dá origem à energia mecânica utilizada na movimentação dos barcos e em atividades econômicas básicas como bombeamento de água e moagem de grãos.

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A geração eólica ocorre pelo contato do vento com as pás do cata-vento, elementos integrantes da usina. Ao girar, essas pás dão origem à energia mecânica que aciona o motor do aerogerador, que produz a eletricidade.

A quantidade de energia mecânica transferida – e, portanto, o potencial de energia elétrica a ser produzida – está diretamente relacionada à densidade do ar, à área coberta pela rotação das pás e à velocidade do vento.

A exemplo do que ocorre com outras fontes, como a hidráulica, a obtenção da energia eólica também pressupõe a existência de condições naturais específicas e favoráveis.

A avaliação destas condições – ou do potencial eólico de determinada região – requer trabalhos sistemáticos de coleta e análise de dados sobre a velocidade e o regime dos ventos.

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Potencial e produção de energia eólica no Brasil

O Brasil é favorecido em termos de ventos, que se caracterizam por uma presença duas vezes superior à média mundial e pela volatilidade de 5% (oscilação da velocidade), o que dá maior previsibilidade ao volume a ser produzido.

Além disso, como a velocidade costuma ser maior em períodos de estiagem, é possível operar as usinas eólicas em sistema complementar com as usinas hidrelétricas, de forma a preservar a água dos reservatórios em períodos de poucas chuvas.

Sua operação permitiria, portanto, a “estocagem” da energia elétrica.

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No Brasil, a participação da energia eólica na geração de energia elétrica ainda é pequena. Em setembro de 2003 havia apenas 6 centrais eólicas em operação no País, perfazendo uma capacidade instalada de 22.075 kW.

Entre essas centrais, destacam-se Taíba e Prainha, no Estado do Ceará, que representam 68% do parque eólico nacional.

Central eólica outorgada em Camocim, Potência (kW) 249.900.

Eólica de Prainha, Aquiraz – CE, Potência (kW) 10.000

Eólica de Taíba, São Gonçalo do Amarante – CE, Potência (kW) 5.000

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Parque eólico de Praia Formosa - Camocim

Parque eólico de Praia Formosa, em Camocim, tem 50 aerogeradores, com capacidade instalada de 104,1 megawatts.

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A BIOMASSA, OS BIOCOMBUSTÍVEIS E OUTRAS ALTERNATIVAS

ENERGÉTICAS Do ponto de vista da geração de energia, o

termo biomassa abrange os derivados recentes de organismos vivos utilizados como combustíveis ou para a sua produção. Do ponto de vista da ecologia, biomassa é a quantidade total de matéria viva existente num ecossistema ou numa população animal ou vegetal. Os dois conceitos estão, portanto, interligados, embora sejam diferentes.

Na definição de biomassa para a geração de energia excluem-se os tradicionais combustíveis fósseis, embora estes também sejam derivados da vida vegetal (carvão mineral) ou animal (petróleo e gás natural), mas são resultado de várias transformações que requerem milhões de anos para acontecerem. A biomassa pode considerar-se um recurso natural renovável, enquanto que os combustíveis fósseis não se renovam a curto prazo.

Desde a década de 1980, a utilização da biomassa tem crescido como fonte de produção de energia elétrica ou biocombustíveis, como o biodiesel e o etanol (álcool).

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Biocombustíveis

São fontes de energia renováveis originadas de produtos vegetais como cana-de-açúcar, plantas oleaginosas e resíduos agropecuários e florestais, entre outros.

Os biocombustíveis apresentam muitas vantagens ambientais. Entre elas estão a diminuição das emissões de gás carbônico (CO2) e menor geração de partículas poluentes.

PESQUISAR SOBRE O PLANO NACIONAL DE AGROENERGIA (2005)

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ÁLCOOL (IMPORTANTE) Criado em 1975, o Programa Nacional do Álcool (Proálcool) foi

uma tentativa brasileira de desenvolver fontes alternativas de energia que substituíssem o petróleo, pelo menos parcialmente. A alternativa escolhida pelo governo foi principalmente o álcool de cana (o etanol ou álcool etílico), empregado em veículos automotivos tanto misturado a gasolina (22%) para motores comuns, quanto na forma hidratada para os veículos fabricados especialmente pra usarem álcool.

Subsídios fornecidos pelo governo e a fabricação dos veículos a álcool expandiu o consumo. Em 1991 cerca de 60% dos 10 milhões de veículos do país era movidos a álcool, porém com a queda do preço do petróleo o governo federal deixou de subsidiar o álcool combustível.

Aspectos negativos do Proálcool: ocupação de grandes extensões de terras que produziam gêneros alimentícios (pelo cultivo de cana-de-açúcar), o que contribui para a elevação dos preços dos gêneros agrícolas básicos. Seria melhor produzir metanol (álcool metílico) a partir do eucalipto, pois essa planta pode ser cultivada em solos mais pobres e por ser menos poluente que o etanol. Uma minoria da população de beneficiou do uso do álcool como combustível em substituição a gasolina.

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A retomada... Em março de 2003 pelo alto preço do petróleo a indústria

automobilística retomou a utilização intensiva do álcool como combustível, passando a equipar parte de seus veículos com motores flexíveis.

Em 2005 mais da metade de veículos leves já era produzida com esse tipo de motor (motor flex, total flex).

Com as novas técnicas de cultivo e correção de solos, não é mais necessário que a cana-de-açúcar ocupe terras de boa qualidade.

O bagaço da cana-de-açúcar utilizada na produção de etanol é aproveitado para geração de energia elétrica. Uma parte dessa energia move as usinas e o restante é comercializado.

Em mais de 25 anos de história de utilização do etanol em larga escala, o Brasil desenvolveu tecnologia de motores e logística sem precedentes no mundo.O setor da cana produz hoje uns 3,5% do PIB. Exporta US$ 8 bilhões. Gera toda a energia elétrica que consome e ainda vende excedentes. A indústria de São Paulo contrata cientistas e engenheiros para desenvolver máquinas e equipamentos mais eficientes para as usinas de álcool. As pesquisas, privada e pública, na área agrícola (cana, laranja, eucalipto etc.) desenvolvem a bioquímica e a genética no país.

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IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS Desde seu primeiro ciclo no século dezesseis, até hoje, a produção

da cana-de-açúcar conserva algumas características marcantes. Subvencionada pelo Estado; exploradora de mão de obra escrava; concentradora de grandes porções de terra; agressora do meio ambiente.

Apesar da roupagem moderna e ecologicamente correta divulgada pelo marketing da indústria automobilística, é das senzalas do corte de cana de açúcar que mais se libertam trabalhadores em situação de trabalho escravo.

A safra 2008/09 da cana-de-açúcar terminou com uma série de impactos socioambientais negativos, como violações aos direitos trabalhistas, degradação ambiental e desrespeito aos direitos de populações indígenas. 

Os problemas trabalhistas se concentram no excesso de jornada e em más condições de segurança, higiene e alimentação. As violações em termos laborais não envolvem apenas pequenos produtores.

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Precárias condições de trabalho...

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BIOGÁS

Biogás é uma mistura gasosa composta principalmente de gás metano (CH4) e é obtido pela digestão anaeróbia (em ausência de oxigênio) de matéria orgânica, onde microrganismos atuam em um ecossistema balanceado com limites de temperatura, pH, nutrientes e teor de umidade.

A produção de biogás pode ocorrer de forma natural, como nos aterros sanitários ou com a implantação de uma usina de biogás (Biodigestor e Biofermentador), cujo processo é totalmente limpo, eficaz e sustentável.

O biogás é considerado um combustível gasoso que possui um conteúdo energético muito elevado, um alto poder calorífico, semelhante ao do gás natural. Sendo o metano o principal constituinte do biogás, este não tem cheiro, cor, nem sabor, mas o biogás apresenta um leve odor desagradável devido alguns gases presentes em sua composição.

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Matéria orgânica A matéria orgânica utilizada na alimentação dos

biodigestores anaeróbicos pode ser derivada de vários tipos de resíduos orgânicos: produção animal: suinocultura, pecuária e

avicultura (dejetos e rejeitos); produção vegetal (restos de cultura); atividade humana (esgoto, resíduos domésticos

orgânicos); vinhaça; amido; efluentes industriais com elevada carga

orgânica, entre outros

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Biodigestor

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Biodiesel (IMPORTANTE)

Biodiesel é uma alternativa aos combustíveis derivado do petróleo. Pode ser usado em carros e qualquer outro veículo com motor diesel.

Fabricado a partir de fontes renováveis (girassol, soja, mamona, dendê, babaçu, amendoim, qualquer oleaginosa), é um combustível que emite menos poluentes que o diesel. Pode ser usado puro ou misturado ao diesel. O diesel do petróleo é um combustível não renovável, o petróleo leva milhões de anos para se formar.

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VANTAGENS É energia renovável. No Brasil há muitas terras cultiváveis que podem

produzir uma enorme variedade de oleaginosas, principalmente nos solos menos produtivos, com um baixo custo de produção.

O biodiesel é um ótimo lubrificante e pode aumentar a vida útil do motor.

O uso como combustível proporciona ganho ambiental para todo o planeta, pois colabora para diminuir a poluição e o efeito estufa.

O biodiesel é uma fonte limpa e renovável de energia que vai gerar emprego e renda para o campo, principalmente nas regiões mais carentes como o Norte, o Nordeste e o Semiárido.

DESVANTAGENS Os grandes volumes de glicerina previstos (subproduto) só poderão ter

mercado a preços muito inferiores aos atuais; todo o mercado de óleos-químico poderá ser afetado. Não há uma visão clara sobre os possíveis impactos potenciais desta oferta de glicerina.

No Brasil e na Ásia, lavouras de soja e dendê, cujos óleos são fontes potencialmente importantes de biodiesel, estão invadindo florestas tropicais, importantes bolsões de biodiversidade. Embora, aqui no Brasil, essas lavouras não tenham o objetivo de serem usadas para biodiesel, essa preocupação deve ser considerada.

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ENERGIA E MEIO AMBIENTE

Fazer leitura do texto “ENERGIA E MEIO AMBIENTE” no blog.