A promoção do interesse e da relevância do ensino da ciência através da discussão de controvérsias sócio-científicas

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    A promoo do interesse e da relevncia do ensino da cincia atravs da discussode controvrsias sociocientficas

    La promocin del inters y de la relevancia de la enseanza de la ciencia a traves dela discusin de controversias sociocientficas

    Ceclia Galvo1, Pedro Reis21,2

    Centro de Investigao em Educao da Faculdade de Cincias da Universidade de Lisboa, Portugal2Escola Superior de Educao do Instituto Politcnico de Santarm, Portugal

    [email protected],

    [email protected]

    ResumoEsta comunicao apresenta os resultados da realizao de uma das actividades de discusso de controvrsias

    sociocientficas includas no site BioQuest. Estes resultados foram obtidos a partir da anlise de narrativas

    produzidas por dois grupos de professores que realizaram a actividade no mbito da formao ps-graduada da

    Faculdade de Cincias da Universidade de Lisboa. A realizao desta actividade pretendeu contribuir para a

    construo de uma interpretao crtica das interaces entre a cincia, a tecnologia, a sociedade e o ambiente.

    IntroduoNos ltimos 30 anos, o sloganCincia-Tecnologia-Sociedade (CTS) tem congregado os esforos de educadores

    de todo o mundo em torno do objectivo de alterar o status quoda educao em cincia (Aikenhead, 2003; Ziman,

    1994). Em resposta aos contextos sociais especficos de cada poca e de cada pas, este slogantem assumido

    diferentes formas e significados. Contudo, independentemente da designao utilizada e de algumas diferenas

    de objectivos e de abordagens, todas as diferentes formas deste sloganpretendem desencadear a substituio

    do currculo convencional de cincia (centrado na preparao para cursos universitrios e considerado pouco

    interessante e relevante pelos alunos) por um currculo centrado no desenvolvimento de conhecimentos,

    capacidades e atitudes teis para a vida diria dos alunos e preocupado com a responsabilidade social em

    processos colectivos de tomada de deciso sobre assuntos relacionados com cincia e tecnologia.

    A maioria dos currculos CTS apresenta quatro objectivos comuns: a) aumentar a literacia cientfica dos

    cidados; b) despoletar o interesse dos alunos pela cincia e pela tecnologia; c) estimular o interesse pelas

    interaces entre a cincia, a tecnologia e a sociedade; e d) desenvolver nos alunos capacidades de

    pensamento crtico, raciocnio lgico, resoluo criativa de problemas e, especialmente, de tomada de decises

    (Aikenhead, 1994; Solomon, 1993). Frequentemente, a preparao dos alunos para a aco social, ou seja, o

    desenvolvimento e a concretizao de planos de aco relativos a questes sociocientficas, apontada como o

    objectivo mais importante dos currculos CTS (DeBoer, 2000). Num currculo de cincias CTS, os contedos

    cientficos so integrados no mundo dos alunos, de acordo com os seus interesses e necessidades, com o

    objectivo de os ajudar a compreender os objectos e acontecimentos com que se deparam no seu dia-a-dia.

    Desta forma, procura-se aumentar o interesse dos alunos pela cincia e pela actividade cientfica e o seu nvel

    de literacia cientfica e de envolvimento em processos de discusso e avaliao de questes sociocientficas.

    Na opinio de Ziman (1994), a compreenso da cincia e, consequentemente, a literacia cientfica pode ser

    alcanada atravs de mltiplas abordagens, de natureza complementar, nomeadamente: a) a abordagem

    transdisciplinar; b) a abordagem histrica; c) a abordagem epistemolgica; d) a abordagem sociolgica; e) a

    abordagem problemtica. Esta ltima abordagem tem sido amplamente proposta em virtude das suas eventuaispotencialidades na motivao e na preparao dos alunos para uma participao activa, informada, crtica e

    responsvel em processos decisrios relativos a questes sociocientficas actuais (Reis, 1997, 2004; Zeidler,

    2003). Parte-se do pressuposto de que o recurso a problemas actuais e relevantes suscita o interesse e a

    participao activa dos alunos, no desenvolvimento das competncias necessrias resoluo dessas situaes

    problemticas, e promove a construo de uma ideia mais humana dos empreendimentos cientfico e

    tecnolgico. Vrios estudos tm evidenciado as potencialidades educativas da discusso de controvrsias

    sociocientficas na estimulao do interesse dos alunos, na construo de conhecimentos cientficos, na

    compreenso do papel da cincia e da tecnologia na sociedade e no desenvolvimento cognitivo, social, poltico,

    moral e tico dos alunos (Levinson, 2006; Reis, 1997, 2008; Sadler, 2004; Zeidler, 2003). A importncia da

    discusso de controvrsias sciocientficas actuais tambm reconhecida pelos currculos de cincia

    portugueses. Por exemplo, as orientaes curriculares para o 3 Ciclo do Ensino Bsico, relativas rea

    disciplinar de Cincias Fsicas e Naturais (Galvo, 2001; Galvo e Abrantes, 2005; Galvo e Freire, 2004),reconhecem as potencialidades desta metodologia na promoo da literacia cientfica dos cidados.

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    O BioQuestO site BioQuest (disponvel em http://nonio.eses.pt/bioquest/), desenvolvido pelo Centro de Competncia NnioSec. XXI da ESE de Santarm, pretende contribuir para a construo de uma interpretao crtica do mundoactual nas suas dimenses cientfica e tecnolgica, evidenciando aspectos ambivalentes da cincia e datecnologia e as suas interaces profundas com a sociedade e o ambiente. Para tal, prope actividades dereflexo e discusso sobre controvrsias sociocientficas actuais (por exemplo, empreendimento de fins mltiplos

    de Alqueva, clulas estaminais, clonagem, estaes elicas). Atravs da anlise e discusso de casos reais(relevantes para a sociedade portuguesa) procura-se estimular o desenvolvimento de uma literacia cientficabaseada na compreenso das dimenses sociais, econmicas, polticas, ticas, cientficas e tecnolgicas dequestes controversas actuais e na promoo de conhecimentos, capacidades de pensamento crtico e deatitudes e valores que facilitem o envolvimento activo, construtivo e responsvel dos cidados na evoluo dasociedade.A escolha da discusso como veculo de aprendizagem reflecte, de forma explcita ou implcita, concepessobre a natureza do conhecimento, a importncia da autonomia intelectual e da colaborao social, bem comovalores polticos relacionados com a construo de uma sociedade democrtica (Parker e Hess, 2001; Reis,2004, 2008). Em primeiro lugar, a discusso pode ser considerada a base do pensamento (Doise, Mugny ePerret-Clermont, 1975; Vygotsky, 1978). Segundo esta concepo epistemolgica interaccionista, os sujeitosconstroem os seus instrumentos sociocognitivos a partir da interiorizao de experincias e progridemintelectualmente atravs de interaces com outros indivduos. Desta forma, os nossos conhecimentos edecises tm uma origem externa, formando-se a partir dos intercmbios de linguagem estabelecidos nosmltiplos contextos do dia-a-dia: em casa, na rua, nos programas de televiso, nos jornais, na rdio, nas salas deaula, nas reunies formais e informais, entre outros. O nosso discurso sobre conhecimentos e questes pblicas influenciado pelos dilogos ou discusses em que participmos ou a que assistimos previamente. A discussoalarga o nvel de compreenso individual pelo contacto com as interpretaes e a experincia de vida dos outros.Em segundo lugar, a discusso no eticamente neutra: est associada aos valores da democracia, do respeito,da tolerncia. Logo, o BioQuest assume a discusso como um veculo potencial para a promoo destesvalores. A discusso sustenta a democracia e a cidadania (Bridges, 1988), constituindo a base da soberaniapopular, o processo no-violento de tomada de decises atravs do reconhecimento e da superao dedivergncias e a forma de promover a coeso dos grupos em torno de objectivos ou problemas comuns.O BioQuest surge no seguimento de uma linha de investigao e de interveno, centrada na utilizao dadiscusso de controvrsias sociocientficas no ensino das cincias, iniciada em 1995. Desde essa data, o

    conjunto de investigaes realizadas evidenciou potencialidades deste tipo de actividades na construo deconhecimentos sobre a cincia (substantivos, processuais e epistemolgicos) e no desenvolvimento cognitivo,social, afectivo e tico dos alunos (Reis, 1997, 1999, 2001). Alguns destes estudos revelaram, tambm: a) aexistncia de concepes estereotipadas e deturpadas sobre os empreendimentos cientfico e tecnolgico e afalta de conhecimentos sobre os processos e a epistemologia da cincia entre os alunos; e b) a ausncia, entreos professores, do conhecimento de contedo e didctico necessrios ao ensino explcito da natureza da cincia,nomeadamente atravs da realizao de actividades de discusso de questes sociocientficas (Reis, 2004,2008; Reis e Galvo, 2004a,b; Reis, Rodrigues e Santos, 2006). Estes resultados sugeriram a pertinncia de uminvestimento duplo na construo, avaliao e divulgao de materiais educativos com sugestes de actividadesde discusso de questes sociocientficas e no apoio (prolongado e contextualizado) dos professores durante aconcepo e implementao deste tipo de actividades nas suas aulas.No ano de 2007, o BioQuest foi eleito pela EuropeanSchoolnet como um dos 100 Melhores Sites Educacionais

    da Europa (eLearning Awards 2007).

    O Estudo

    O estudo realizado de natureza interpretativa, com recurso anlise de narrativas dos alunos como processode recolha de dados. A narrativa faz parte da nossa vida, pois atravs do que contamos que interagimos comos outros, partilhamos acontecimentos e somos mediadores num processo de resignificao das experinciasvividas que, segundo Bruner (1991), no s retrata, mas constitui a prpria realidade. A narrativa apresenta,deste modo, mltiplas potencialidades como mtodo de investigao e como processo de reflexo pedaggica ede formao (Galvo, 2005). Os estudos com base na anlise narrativa tm hoje uma aceitao cada vez maior,uma vez que trazem luz, de uma forma bastante profunda, a experincia relatada e interpretada por algum,num processo de reflexo que enriquece o acontecimento primrio. Considerando o domnio da escola, anarrativa permite aceder ao conhecimento profissional do professor em determinada fase do seu percurso edesenvolvimento (Freitas e Galvo, 2007; Galvo, 1998; Galvo e Freire, 2002; Rosa e Galvo, 2006). ummtodo til tambm para recolha de narrativas de alunos, nomeadamente histrias de fico cientfica, a partir

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    das quais se podem analisar concepes sobre cincia e sobre a natureza da cincia, bem como identificar

    possveis razes para essas concepes (Reis e Galvo, 2004a, 2006, 2007; Reis, Rodrigues e Santos, 2006). A

    narrativa, aliada a outros mtodos de natureza etnogrfica, constitui um bom recurso de descrio de casos de

    educao ambiental, ou de interveno cvica tendo o ambiente como alvo, uma vez que estamos perante

    relatos muito ricos de situaes reais, muitas vezes crticas, interpenetradas com valores sociais e associadas a

    mudana de atitudes (Galvo, 2007).

    No estudo apresentado neste artigo, a narrativa representa um elemento forte de recolha de dados, trazendo nos a perspectiva metodolgica, mas tambm a reflexo sobre as potencialidades da estratgia levada a cabo, em

    que a discusso constitui uma componente importante. A actividade, desenvolvida com os professores

    formandos da disciplina de Trabalho de Projecto dos cursos de Mestrado em Educao da Faculdade de

    Cincias da Universidade de Lisboa, centrou-se na anlise de uma situao do site BioQuest, O

    empreendimento de fins mltiplos de Alqueva.

    Os resultados do estudo pretenderam trazer, de um modo mais esclarecedor, as potencialidades educativas que

    os alunos atribuem discusso de controvrsias sociocientficas, tal como proposta no site BioQuest. Foram

    envolvidas duas turmas de mestrado de dois anos diferentes perfazendo um total de 29 professores formandos.

    O estudo envolveu a anlise das 29 narrativas elaboradas pelos professores. Contudo, neste artigo, apenas se

    apresenta uma sntese da anlise global.

    Resultados

    A anlise do conjunto das narrativas redigidas pelos professores revela alguns dados interessantes. Foi com

    alguma surpresa que constatmos nos relatos dos professores a confirmao do desconhecimento real sobre as

    implicaes do empreendimento de fins mltiplos do Alqueva. Vrias afirmaes revelam como a actividade de

    discusso lhes permitiu conhecer diversos aspectos/dimenses deste empreendimento de que nunca se haviam

    apercebido, apesar de conhecerem a situao em discusso recente no nosso pas. Esta situao evidencia

    algum alheamento destes professores das vrias discusses em torno do empreendimento de fins mltiplos de

    Alqueva divulgadas pelos media.

    Para se pronunciarem positiva ou negativamente quanto ao empreendimento, os professores analisaram todas

    as informaes disponibilizadas pelo BioQuest, contrapondo os argumentos de diversos intervenientes na

    discusso pblica. Esta anlise permitiu-lhes conhecer dimenses da controvrsia que desconheciam at ento.

    Apesar de todos os conhecimentos apropriados, muitos professores no se sentiram capacitados para uma

    tomada de posio. Curiosamente, a dificuldade aumentava medida que interpretavam os textos e asinformaes se tornavam mais completas. Cada novo argumento vinha perturbar possveis decises alcanadas,

    impedindo ou dificultando uma tomada de posio clara. Perante as listas extensas de vantagens e

    inconvenientes, os professores formandos revelaram grandes dificuldades em assumir uma posio. Muitos

    sentiram necessidade de um contacto directo com o empreendimento que permitisse a obteno de mais

    informao (nomeadamente, sobre as repercusses na vida dos habitantes locais) e de informao em primeira-

    mo, surgindo ento propostas de visitas aos locais afectados ou de desenvolvimento de projectos escolares

    sobre esta controvrsia.

    Algumas narrativas revelavam algum sentimento de impotncia pessoal e colectiva perante controvrsias deste

    tipo. Esta uma dimenso extremamente importante e a que nem sempre damos o devido valor, na nsia de

    demonstrar o efeito positivo da participao dos cidados. Subjacente s discusses pblicas de assuntos

    controversos, existe a ideia de que a interveno dos cidados (informando-se, discutindo e tomando posio,

    por exemplo, atravs de manifestao ou do voto) interfere com decises polticas. Mas, at que ponto realesta ideia? At que ponto a complexidade destas controvrsias poder comprometer o envolvimento dos

    cidados na sua discusso? As preocupaes de alguns professores formandos, surgidas nas narrativas,

    desencadearam algum desconforto relativamente s nossas eventuais pr-concepes sobre o assunto.

    Na opinio dos professores que nela participaram, a actividade realizada evidencia a importncia da discusso

    de assuntos sociocientficos, pelo confronto de argumentos contrastantes, pela oportunidade de construo e

    aprofundamento de conhecimentos e por constituir um contexto e um pretexto para novas pesquisas e

    actividades educativas. Os assuntos sociocientficos, como a construo da barragem de Alqueva, envolvem

    uma dimenso social extremamente forte com a qual as pessoas se identificam, facilitando a discusso e a

    compreenso da Cincia e da Tecnologia associadas e das suas mltiplas interaces com a Sociedade e o

    Ambiente. Com a discusso deste tipo de assuntos, no se pretende promover a aceitao cega da Cincia e da

    Tecnologia, nem combat-las com argumentos obscurantistas. Pretende-se sim, promover a compreenso dos

    seus aspectos controversos e a anlise dos argumentos apresentados por diferentes intervenientes. Desta

    forma, o aluno no confrontado com um discurso moralista ou faccioso sobre, por exemplo, problemticas

    ambientais. Pelo contrrio, confrontado com uma diversidade de informaes, argumentos e opinies perante

    as quais dever construir uma opinio (e, eventualmente, tomar uma deciso) fundamentada. Decide em funo

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    daquilo que considera ser melhor para todos e no apenas para si prprio, havendo uma dimenso colectiva na

    discusso de assuntos sociocientficos que preciso realar, mesmo no caso do colectivo no dispor de um

    poder poltico real to forte como partida podemos ser levados a pensar.

    A Narrativa evidenciou a possibilidade de se entender o modo de apropriao do que foi discutido, de como a

    controvrsia foi vivida e analisada por cada participante. A Narrativa trouxe-nos de um modo diferenciado

    porque pessoal , os sucessivos patamares de entendimento da situao problemtica, permitindo ir mais longe

    na projeco que cada um faz na sua prpria realidade profissional. O processo de reflexo inerente aopensamento sobre um acontecimento e sua narrao, implica uma maior conscincia dos impactos dos

    assuntos, das experincias, das memrias, dos percursos pessoais, na pessoa de hoje (aquela que pensa e

    escreve sobre determinada problemtica). Estamos convictos de que se trata de um processo de

    desenvolvimento pessoal extremamente forte com repercusses no desenvolvimento profissional.

    Consideraes FinaisAs potencialidades da discusso de assuntos sociocientficos ficaram bem evidentes nas narrativas dos

    professores formandos. O sentimento da relevncia e da importncia da cincia para todos pode ser reforado

    atravs de actividades como a que descrevemos. Estas actividades fornecem um contexto no qual os

    conhecimentos cientficos assumem um maior sentido e onde, simultaneamente, se estimula a necessidade da

    construo de mais conhecimento e se desenvolvem competncias indispensveis a uma aprendizagem ao

    longo da vida. Conforme referia uma das professoras participantes neste estudo, aproxima[m] os alunos da

    cultura cientfica e ajuda[m] os alunos a atriburem significados e valor s aprendizagens que podem desenvolver

    ao frequentarem a escola (Adriana).

    A narrativa trouxe-nos a dimenso da apropriao dos professores formandos sobre a actividade em si e as

    potencialidades educativas da discusso das controvrsias sociocientficas que, de outro modo, teramos muita

    dificuldade em obter com tanta clareza. Paralelamente, a narrativa constituiu um mtodo de desenvolvimento

    profissional de todos os envolvidos: tanto daqueles que reflectiram e escreveram os professores formandos

    como daqueles que leram e reflectiram os professores investigadores.

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