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1 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO VEZ DO MESTRE PSICOMOTRICIDADE A PSICOMOTRICIDADE E A FISIOTERAPIA PREVENTIVA PROMOVENDO SAÚDE AS OPERADORAS DE TELEMAR- KETING Por: Thereza Carolina Dias Ramos Orientador: Profº. Ms. Nilson Guedes de Freitas Rio de Janeiro Julho de 2004

A PSICOMOTRICIDADE E A FISIOTERAPIA PREVENTIVA … CAROLINA DIAS RAMOS.pdf · Considerando saber qual a importância da movimentação e da Ergonomia na prevenção e melhora da qualidade

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO VEZ DO MESTRE

PSICOMOTRICIDADE

A PSICOMOTRICIDADE E A FISIOTERAPIA PREVENTIVA

PROMOVENDO SAÚDE AS OPERADORAS DE TELEMAR-

KETING

Por: Thereza Carolina Dias Ramos

Orientador: Profº. Ms. Nilson Guedes de Freitas

Rio de Janeiro

Julho de 2004

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO VEZ DO MESTRE

PSICOMOTRICIDADE

A PSICOMOTRICIDADE E A FISIOTERAPIA PREVENTIVA

PROMOVENDO SAÚDE AS OPERADORAS DE TELEMAR-

KETING

Por: Thereza Carolina Dias Ramos

Trabalho apresentado em cumprimento às exigências para a obtenção do grau de especialista no curso de Pós-graduação em Psicomotricidade da U-niversidade Cândido Mendes, Projeto A Vez do Mestre.

Rio de Janeiro

Julho de 2004

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha mãe Rita de Cássia, a minha tia

Luzia, a minha prima Fabiana, a diretoria da E.M.

Profº Ary Quintella, as minhas amigas Viviane e Ta-

tiana e a todos os outros que tiveram paciência e

me dedicaram todo apoio e ajuda durante a produ-

ção desta Monografia. Agradeço ao meu Profº e O-

rientador Nilson Guedes de Freitas, sem o qual não

seria possível a confecção de uma Monografia tão

bem produzida. E a Deus por ter me dado inteli-

gência e tornar possível a realização deste projeto.

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DEDICATÓRIA

Dedico esta Monografia a todos aqueles que se in-

teressarem pelo assunto aqui abordado, e aos

meus pais, familiares e amigos que sempre acredi-

taram em mim, me dando todo apoio para chegar

até a Pós-Graduação.

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EPÍGRAFE

“O que realmente somos, em primeiro lugar, é todo o

nosso corpo. Embora o corpo seja revestido por pele – eu sou

capaz de diferenciar minha parte externa da interna –, meu

corpo não pode existir exceto em uma determinada espécie de

ambiente natural. Obviamente ele requer ar, e este ar deve es-

tar em uma determinada temperatura; ele requer nutrição, re-

quer que esteja em um certo tipo de planeta, próximo a uma

certa espécie de estrela que gira regularmente de maneira rít-

mica e harmônica, de forma que a vida possa se manter. Tal

arranjo é essencial à existência do meu corpo, bem como à de

todos os meus órgãos internos – meu coração, meus pulmões

e assim por diante. Dessa maneira não há como separar-me,

enquanto o corpo físico, do ambiente natural em que vivo”.

Alan Watts

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RESUMO

Através da pesquisa bibliográfica, onde os assuntos abordados foram baseados em autores como Iida (1990), Verdussen (1978), Grandjean (1998) e Rasch e Burke (1987), iremos mostrar a importância da integração da Psicomotricidade e da Fisiote-rapia Preventiva (Ergonomia), que irão analisar, intervir e combater o que estiver incorreto em relação às funções, posturas e atitudes, que as Operadoras de Tele-marketing adotam durante a jornada de trabalho, além do mobiliário e as caracterís-ticas ambientais locais, a fim de prevenir através das séries de exercícios laborais e do tratamento psicomotor o aparecimento de doenças ocupacionais, podendo até mesmo tratá-las. As profissionais que trabalham no serviço de atendimento ao con-sumidor assumem vícios posturais e atitudes repetitivas e incorretas que são agra-vadas por serem do sexo feminino, estarem na faixa dos 25 aos 35 anos e terem outros afazeres além das atividades profissionais (como cuidar da casa e estudar). Neste trabalho, iremos abordar a necessidade de se observar as profissionais glo-balmente (mente/corpo/ambiente), a capacidade delas se adequarem ao meio (na maioria das vezes, erradamente), a importância da movimentação, o prazer do mo-vimento como terapia através da Ergonomia juntamente com a Psicomotricidade, o esclarecimento às Operadoras de Telemarketing sobre os risco das doenças ocupa-cionais, análise das profissionais em relação ao seu ambiente de trabalho para que tenham um melhor desempenho profissional, as relações entre as más posturas e o que trazem como conseqüências para as profissionais e as orientações sobre ações preventivas, técnicas e tratamentos psicomotores que resultarão em uma melhor qualidade profissional e de vida.

Palavras-Chave: Fisioterapia Preventiva. Doenças Ocupacionais. Psicomotricidade. Ações Preventivas. Tratamento Psicomotor.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................... 08

1. A FISIOTERAPIA PREVENTIVA (ERGONOMIA)

E A PSICOMOTRICIDADE................................................................................ 11

2. DOENÇAS OCUPACIONAIS......................................................................... 17

3. A CONSCIENTIZAÇÃO CORPORAL E O DESEMPENHO PROFISSIO-

NAL................................................................................................. 24

4. A RELAÇÃO ENTRE AS MÁS POSTURAS E ATITUDE E SUAS CONSE-

QUÊNCIAS NOS DISTÚRBIOS PSICOMOTORES.............................. 30

5. AS AÇÕES PREVENTIVAS E ORIENTAÇÕES GERAIS PROPORCIO-

NANDO UMA MELHOR E MAIOR CAPACIDADE PROFISSIO-

NAL................................................................................................. 37

CONCLUSÃO..................................................................................................... 55

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................... 58

ANEXOS............................................................................................................ 61

ÍNDICE............................................................................................................... 62

FOLHA DE AVALIAÇÃO.................................................................................... 64

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INTRODUÇÃO

Com as mudanças ocorridas nas empresas, a vida do homem moderno, está

cada vez mais voltada a enfrentar situações críticas para sua subsistência, todas

elas, situações geradoras de estresse. O objetivo deste trabalho é apresentar a ad-

ministração destes estresses, através da intervenção da Fisioterapia Preventiva em

conjunto com a Psicomotricidade, esclarecendo às Operadoras de Telemarketing

sobre o trabalho preventivo e curativo, onde os exercícios laborais e o tratamento

psicomotor são mostrados como ferramentas vitais na construção de uma nova

conscientização de administração empresarial, minimizando assim os efeitos dos

estresses e prevenindo o surgimento de possíveis doenças ocupacionais já que

comprovadamente, há melhorias dos níveis de qualidade de vida pessoal e profis-

sional. Dentro deste enfoque, os exercícios laborais em conjunto com o tratamento

psicomotor têm ganhado destaque no Brasil, sendo ferramenta importante dentro do

conjunto de medidas que visam prevenir o aparecimento de distúrbios osteomuscu-

lares relacionados ao trabalho e lesões pó esforços repetitivos.

Considerando saber qual a importância da movimentação e da Ergonomia na

prevenção e melhora da qualidade de trabalho e vida das Operadoras de Telemar-

keting, esta pesquisa foi realizada com base na literatura, onde se buscaram diferen-

tes autores como Pereira (1999), Iida (1990) e Nascimento e Moraes (2000), visando

identificar, analisar e intervir nas manifestações clínicas das patologias resultantes

das más posturas e atitudes incorretas, tentando prevenir ou solucionar estas mani-

festações.

O interesse em desenvolver este tema surgiu devido às Operadoras de Tele-

marketing ficarem tão absorvidas em suas atividades profissionais (principalmente

pelo uso de computadores e radfones), que nem conseguem parar um pouco para

perceberem o próprio corpo, sendo esta a causa da maioria dos casos de doenças

ocupacionais, que poderiam ser prevenidas se fossem detectadas com antecedên-

cia.

A Fisioterapia Preventiva atuando em conjunto com a Psicomotricidade visa a

promoção de saúde para as Operadoras de Telemarketing globalmente e não com

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uma visão segmentada apenas nos distúrbios osteomusculares, podendo estes re-

cursos serem usados também em suas atividades da vida diária, melhorando a qua-

lidade de vida dentro e fora da empresa como um todo. Os exercícios laborais são

criados, especialmente para trabalhar a carência dos movimentos que são pouco

executados, se tratando de profissionais que passam o tempo todo sentadas, tendo

a atenção focada na região da coluna vertebral (principalmente regiões cervical e

lombar), cintura escapular, membros superiores (extensores de punho e dedos),

podendo ainda ocorrer alterações circulatórias em membros inferiores, pela longa

permanência na posição sentada, além de desarranjos de ordens psicomotoras

Quanto à aplicação da Psicomotricidade junto com a Fisioterapia Preventiva

pode-se dizer que ocorrem em três estágios, sendo eles: a necessidade de um ama-

durecimento psicomotor para o entendimento dos exercícios fisioterapêuticos e para

possibilidade de execução, atuação direta da Psicomotricidade como técnica fisiote-

rapêutica e a prática fisioterapêutica com respostas psicomotoras no paciente.

Pelo fato das profissionais serem do sexo feminino, estarem na faixa etária

compreendida entre os 25 e 35 anos, e trabalharem como Operadoras de Telemar-

keting no Serviço de Atendimento ao Consumidor, onde já estão sujeitas a sofrerem

as conseqüências dos vícios e incorreções das posturas, por vezes tem suas jorna-

das de trabalho duplicadas pelas tarefas domésticas e pelos estudos que exigem

delas atitudes posturais repetitivas e na maioria das vezes incorretas, levando ao

aparecimento de sintomas que se não tratados, poderão até acarretar no afastamen-

to de suas atividades.

Para alcançar o nosso objetivo, procuramos mostrar no primeiro capítulo, a

importância da movimentação e do prazer no movimento como terapia através da

Ergonomia junto com a Psicomotricidade, e a atuação da Ergonomia no contexto

preventivo e curativo, mostrando como é realizado o processo de adequação do

ambiente profissional em função das Operadoras de Telemarketing, segundo Iida

(1990).

Procurando em seguida, no capítulo dois, esclarecer às Operadoras de Tele-

marketing sobre os riscos das doenças ocupacionais, Verdussen (1978) sugeriu que

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se não forem respeitados os limites de fadiga, outras conseqüências como insônia,

estresse e ritmo alimentar irregular, podem acabar surgindo.

No capítulo três, de acordo com Nascimento e Moraes (2000), procuramos

analisar a profissional e seu ambiente de trabalho, conscientizando-as sobre as suas

atitudes corporais a fim de melhorar seus desempenhos profissionais.

Chegando no capítulo quatro, iremos apresentar a relação entre as más pos-

turas e seus conseqüentes distúrbios psicomotores, visando o aprimoramento e a

otimização das atividades mecânicas geradas pelos músculos, que irão favorecer o

equilíbrio nas diversas posturas e atitudes, como diria Couto (2000).

Finalizando com ações preventivas e orientações gerais, que serão dadas no

capítulo cinco, segundo Iida (1990), onde levarão a reduções de fadiga, tensões

musculares, níveis de ansiedade e estresse, melhorando assim a qualidade de vida

profissional e pessoal das Operadoras de Telemarketing.

Assim, podemos concluir que, quanto mais precocemente se intervêm nas

doenças ocupacionais, trabalhando de forma preventiva, mais se aumenta o nível de

consciência corporal, ficando mais fácil o processo de prevenção e reabilitação.

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1. A FISIOTERAPIA PREVENTIVA (ERGONOMIA) E A PSI-

COMOTRICIDADE

“A Ergonomia visa preservar o maior patrimônio da natureza: o homem, se ela

preserva o homem é também uma ciência ecológica”. (VOLPI, 2001, p.1)

O movimento é sempre a expressão de uma existência, a manifestação vital

da pessoa humana, envolvendo o ser no mundo, sendo assim, não há a possibilida-

de de se ter uma visão mecanicista da motricidade, principal instrumento de trabalho

do fisioterapeuta, desta forma, a utilização de protocolos na reabilitação dos pacien-

tes que procuram uma assistência fisioterapêutica tornam-se assim agressivos, difi-

cultando o processo de reabilitação e até mesmo de prevenção.

De acordo com o que foi dito acima, fica fácil perceber o quanto é importante

a utilização da Fisioterapia Preventiva (Ergonomia) juntamente com a Psicomotrici-

dade no combate e na prevenção das Doenças Ocupacionais que são os DORT

(que são os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho) e as LER (lesões

por esforços repetitivos).

A Fisioterapia Preventiva é composta por uma série de exercícios variados e

executados no próprio ambiente de trabalho, elaborados distintamente para cada

tipo de atividade profissional, e a Psicomotricidade participa com o carácter lúdico

das atividades, que são realizadas em grupo (humaniza a relação interpessoal, gera

espírito de equipe, além de aumentar o nível de consciência corporal, facilitando as-

sim a identificação precoce das doenças ocupacionais). Juntas estas duas terapias

tem o objetivo de melhorar a capacidade profissional e até mesmo pessoal dos fun-

cionários (neste caso, especificamente das Operadoras de Telemarketing), intervin-

do nos fatores desencadeantes das doenças ocupacionais.

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1.1. Principais estruturas psicomotoras envolvidas no processo de

reabilitação e de prevenção

As principais estruturas psicomotoras envolvidas neste processo preventivo e

de reabilitação são: o corpo, o movimento, as cores, a expressão corporal, o corpo

vivido, conhecimento das partes do corpo, esquema e imagem corporal, orientação

espaço-corporal, a postura, a respiração, a música, o jogo, a lateralidade, estrutura

espacial, orientação temporal, noção de contrastes, coordenação motora, equilíbrio,

ritmo, integração sensorial, linguagem, relaxamento, e a relação que o indivíduo es-

tabelece consigo mesmo e com o próximo. Estas estruturas, quando usadas em con-

junto ou separadamente, vão ajudar na construção de uma nova consciência corpo-

ral e de novas posturas que irão ser adotadas pelas Operadoras de Telemarketing,

facilitando as ações de reabilitação e de prevenção no combate as Doenças Ocupa-

cionais (DORT/LER).

O Corpo é um volume organizado pela coordenação motora, é matéria quee

tem forma e movimento orientador, é o modo como cada ser se coloca na vida.

Movimento é a expressão de uma existência, significação expressiva e inten-

cional, é a manifestação vital da pessoa humana. O movimento envolve o ser no

mundo.

As cores influenciam as nossas atitudes e sentimentos. Nós entramos em

contato com as cores através dos nossos sentidos e as interpretamos da forma co-

mo reagimos a ela.

A Expressão Corporal é a linguagem através da qual o ser humano expressa

sensações, emoções, pensamentos e sentimentos com seu corpo, integrando assim

às outras linguagens como a fala, o desenho e a escrita. Pode ser dividida em: corpo

vivido (percepção global do corpo, domínio sobre os movimentos), conhecimento

das partes do corpo (tomada de consciência de cada segmento corporal), esquema

corporal (é o resultado das experiências e sensações provenientes do corpo. Pro-

move o equilíbrio muscular e regula a posição das diferentes partes do corpo uma

em relação às outras, adquirindo a possibilidade de expressar-se por meio dele),

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imagem corporal (é a própria experiência pessoa/corpo. É a configuração do corpo

em nossa mente, é a formação da auto-imagem), orientação espaço-corporal (é a

junção dos componentes corporais aos diversos objetos da vida cotidiana, diferentes

posições que cada parte do corpo assume no espaço, o indivíduo reconhece as par-

tes do corpo, a disposição e as posições no espaço, podendo movimentar-se).

A Postura é o conjunto de estruturas anatomo-funcionais que se destinam à

manutenção das relações corporais com o próprio corpo e o espaço. Dividem-se em

postura de segurança (unidades estáveis e equilibradas) e postura de bem-estar (in-

divíduo reagrupado sobre si mesmo).

A Respiração é um importante aspecto da nossa consciência corporal. Quan-

do estamos assustados ou ansiosos, nossa respiração se torna bastante superficial,

desta maneira perdemos grande parte de nossa capacidade física. Conter a respira-

ção parece ser uma proteção, uma contenção do eu.

A Música é um conjunto de sons estruturados de uma determinada forma, que

podem ser produzidos com o próprio corpo, com a voz e objetos. O som depende do

movimento. A música é parte da vida humana e surge espontaneamente no decorrer

desta, se tornando um valioso instrumento terapêutico devido a naturalidade com

que se processa o contato com o indivíduo, permitindo a expressão livre de emoções

e interferência no comportamento.

No Jogo existe um conjunto de operações coexistentes interativas, integrado

pelos estímulos da realidade e da fantasia. É provedor da sensação contínua de ex-

ploração e descoberta.

Na Lateralidade verifica-se a noção de dominância lateral (predominância la-

teral do indivíduo, determina qual o lado, direito ou esquerdo, que oferece precisão

aos movimentos) e lateralização (conhecimento e domínio dos termos esquerda e

direita, só é possível após uma dominância lateral bem definida).

Na Estruturação Espacial há a percepção das posições no espaço e relações

espaciais. É a orientação do mundo exterior em relação ao eu referencial, depois a

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outros objetos ou pessoas em posição estática ou em movimento (dentro/fora, em

cima/em baixo, perto/longe, atrás/na frente).

A Orientação Temporal é composta por sucessão (antes, depois, durante,

primeiro, último...), duração dos intervalos (tempo longo/tempo curto, ritmo regu-

lar/irregular-aceleração/freada, cadência rápida/lenta) e carácter irreversível do tem-

po (noção de envelhecimento,fato que já passou).

A Noção de contrastes está dividida em intensidade (som/silêncio, cla-

ro/escuro, forte/fraco...), grandeza (alto/baixo, longo/curto, largo/estreito...), velocida-

de (rápido/lento) e direção (para cima/para baixo).

A Coordenação Motora é dividida em coordenação motora ampla, que é a

sensório-motora, condutas motoras de base, capacidade de interação, pensamento

e ação, e a coordenação motora fina, compreendida em manual, pedal e facial.

O Equilíbrio pode ser estático (controle motor nas posturas neuro-evolutivas)

e dinâmico (controle motor nas diversas atividades).

O Ritmo é composto por movimentos simétricos e ordenados, baseados ou

não numa reprodução sonora e de interação entre ação e inibição.

A Integração sensorial é o conjunto das percepções visual, auditiva, olfativa,

gustativa e tátil, isto é, composta pelos órgãos dos sentidos.

A Linguagem é a expressão verbal, escrita e corporal, que é formada através

da retenção, da criação e verbalização de informações.

O Relaxamento pode ser segmentar ou do corpo como um todo.

E finalizando as estruturas psicomotoras, vem a relação que o indivíduo esta-

belece consigo mesmo (alegre, calmo, desanimado...) ou com o próximo (cooperati-

vo, amigo, troca de favores ou sentimentos...), que é de suma importância em todo o

processo reabilitativo e preventivo, pois à partir desta estrutura é realizada a monta-

gem dos grupos para a execusão das séries de exercícios laborais (preventivos).

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1.2. A Ergonomia (Fisioterapia Preventiva) no contexto preventivo e

curativo

Segundo Iida (1990), ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho ao ho-

mem. É, portanto, uma ciência que tem como finalidade pesquisar, estudar, desen-

volver e aplicar regras e normas a fim de melhorar a qualidade profissional dos indi-

víduos (das Operadoras de Telemarketing).

O objetivo da Ergonomia é fazer uma adaptação entre o ser humano e seu

ambiente de trabalho, adequando o ambiente às condições do homem, solucionando

assim problemas da relação entre homem, máquina, equipamento,ferramentas, pro-

gramação de trabalho, instruções e informações, resolvendo os conflitos entre o ho-

mem e a tecnologia aplicada ao seu trabalho.

Devemos assim, valorizar a importância da Ergonomia, tendo em vista que a

maior parte da vida da maioria dos seres humanos está envolvida com o desenvol-

vimento de sua atividade profissional.

Com o processo de industrialização e com suas implicações técnicas, econô-

micas e sociais, a mentalidade empresarial, que até então era alheia aos problemas

de seus profissionais, e que só se preocupavam exclusivamente com o aspecto do

rendimento imediato do trabalho, sempre achando meios de produzir sempre mais,

através da metodização das tarefas e dos movimentos, na busca de um ritmo sem-

pre mais rápido, e na máxima utilização da capacidade do trabalho humano, adap-

tando o homem à máquina ou à função, sem que se fosse levado em conta os fato-

res fisiológicos, suas características individuais ou consequências decorrentes de

condições inadequadas de trabalho, tiveram de se adaptar e introduzir a Terapia da

Prevenção (Ergonomia) em suas empresas.

A busca de um melhor aproveitamento do potencial do homem-máquina, sen-

do o homem-ser deixado em segundo plano teve que ser abolida, ficando compro-

vada a melhoria do rendimento do profissional e da qualidade de vida do mesmo,

além de ser mais barato para o patrão a prevenção do que a cura (que na maioria

das vezes resulta em afastamento do profissional do seu trabalho).

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Devido o exposto acima, foi criada a Fisioterapia Preventiva, que tem o seu

conceito amplamente divulgado na Medicina Moderna, de que prevenir é o melhor

remédio. Doenças ou disfunções associadas ao trabalho sempre existiram, mas as

necessidades empresariais atuais, associadas às tensões da vida moderna levaram

estas disfunções a níveis que exigiram uma tomada de posição por parte das em-

presas, sendo a saída a Fisioterapia Preventiva.

A aplicação da Ergonomia (Fisioterapia Preventiva) contribui efetivamente pa-

ra uma visão mais ampla do trabalhador onde percebemos o indivíduo de forma glo-

bal, integrando mente-corpo-ambiente.

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2. AS DOENÇAS OCUPACIONAIS

As Doenças Ocupacionais, compreendidas pelos distúrbios osteomusculares

relacionados ao trabalho e pelas lesões por esforços repetitivos, são os tipos de do-

enças de maior prevalência entre as que estão relacionadas ao trabalho em nosso

país. De acordo com o INSS, são a segunda causa de afastamento do trabalho no

Brasil.

A denominação mais citada e reconhecida pela sociedade é LER (lesão por

esforço repetitivo), que foi substituída por DORT (distúrbios osteomusculares rela-

cionados ao trabalho), em razão de que ficava subentendido que a doença ocupa-

cional tinha como causa única o esforço repetitivo, esquecendo-se de que a doença

é também causada pela postura incorreta, mobiliário inadequado e outros fatores, e

sendo este um dos motivos do não sucesso da maioria dos tratamentos de portado-

res de doenças ocupacionais.

No Brasil, só foi reconhecida como doença ocupacional em 1987, como “Ten-

dinite do Digitador”. Em 1993, foi instituído pelo INSS o nome de “Lesões por Esfor-

ço Repetitivo” (LER). Em 1998, a nomenclatura e norma do INSS foram alteradas

para “Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho” (DORT).

Durante as últimas décadas, os países industrializados testemunharam um

aumento significativo no número de casos de DORT, devido a vários fatores como: a

mecanização e informatização do trabalho, intensificação da natureza do ritmo das

atividades, redução da flexibilidade do tempo, aumento da pressão pela produtivida-

de, repetição e constância na execução dos movimentos, avanço das técnicas diag-

nósticas, reconhecimento dos sintomas e das afecções de DORT pela população e

pelos profissionais de saúde, dentre outros.

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2.1. Conceito

Os DORT podem ser compreendidos como um conjunto de manifestações

dos sistemas neuro-músculo-esquelético de origem ocupacional. São afecções que

podem acometer tendões, sinóvias, nervos, fáscias, ligamentos, músculos e articula-

ções, isolados ou associados, atingindo principalmente, mas não apenas os mem-

bros superiores, região escapular, pescoço e coluna, resultando em dor, fadiga e

declíneo do desempenho profissional. Tem origem ocupacional, decorrente de forma

combinada ou não de diversos fatores, como por exemplo: uso repetitivo de grupa-

mentos musculares, solicitações cumulativas do aparelho locomotor, manutenção de

postura inadequada prolongada, manejo de movimentos ergonomicamente inade-

quados, tensão, temperatura, vibração e outros fatores que acabam desencadeando

o processo inflamatório.

O repouso inadequado, o descondicionamento do aparelho locomotor e cardi-

ovascular, além do alto grau de estresse e insatisfações nos ambientes de trabalho,

familiar e social, são outros fatores implicados na gênese ou perpetuação da sinto-

matologia clínica.

Os sintomas e os padrões clínicos que expressam o DORT são variados, fre-

quentemente vagos e inespecíficos. Várias estruturas musculares, esqueléticas e

nervosas podem estar comprometidas e muitas vezes as queixas podem não tradu-

zir a magnitude das lesões.

O princípio do acometimmento baseia-se principalmente em quatro fatores:

força, repetição, postura e falta de repouso. A combinação destes fatores produz

vários níveis de desconforto e limitações nos profissionais acometidos pelo DORT.

Segundo Verdussen (1978), se não forem respeitado os limites da fadiga que

se torna uma condição básica para se detectar tensões antes da dor se instalar, tra-

rá como consequência outros problemas como: insônia, ritmo alimentar irregular,

estresse e outros. Componentes estes podem alterar o metabolismo e a própria vida

do indivíduo, tornando-se importante ficar atento aos primeiros sintomas de descon-

forto, para evitar problemas futuros e também reorganizar a sua jornada de trabalho,

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através de fatores básicos comuns como: alternância de tarefas, ritmo e intervalos e

também a aplicação de exercícios, que serão abordados num próximo capítulo.

O DORT pode causar o afastamento temporário, repetitivo ou definitivo, de-

pendendo do seu grau e intensidade, atingindo o trabalhador no auge de sua produ-

tividade, sendo uma das categorias mais afetadas as Operadoras de Telemarketing

(que devido a seu tipo de trabalho, onde passam o maior tempo sentadas, com a

musculatura toda retesada e com postura inadequadas, somada ao fator sexo femi-

nino, que tem duas vezes mais propensão às lesões, devido a terem os ligamentos e

tendões menos resistentes que os homens).

2.2. Quadro Clínico

A intensidade da dor, inflação, fadiga e incapacidade funcional que caracteri-

zam o DORT dependem da interação de vários fatores representados principalmente

pelo tempo de evolução da doença, estruturas envolvidas, manutenção dos meca-

nismos geradores das lesões, emprego de procedimentos terapêuticos inapropriados

e não adesão às propostas reabilitacionais.

A sintomatologia do DORT pode decorrer de fatores relacionados direta ou

indiretamente com as alterações morfofuncionais das estruturas músculo-

esqueléticas e nervosas, representadas pela tendinite, tenossinovite, sinovite, peri-

tendinite, (em particular dos ombros, cotovelos, punhos e mãos), epicondilites, te-

nossinovite estenosante de Quervain, contratura de Dupuytren, dedo em gatilho, cis-

to sinovial, síndromes dolorosas miofaciais, neuropatias conpressivas e traumáticas

como a síndrome do túnel do carpo, síndrome de compressão do nervo ulnar do co-

tovelo, síndrome do desfiladeiro torácico, distrofia simpático-reflexa, cervicalgia, etc.

A dor no DORT pode ser localizada, referida ou generalizada, superficial ou

profunda, de origem somática ou psicogênica (raramente manisfesta-se nos doentes

com LER). Entretanto, anormalidades psicoafetivas contribuem significativamente

para o agravamento, a manutenção e os desvios da expressão verbal ou comporta-

mental da dor.

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De acordo com a duração do episódio da dor pode ser classicado como agu-

do ou crônico. A dor aguda ocorre na fase inicial da doença, podendo ser conse-

quente a tendinopatias, sinovites e mialgias, funcionando como alerta biológico à

presença de fatores irritativos, pontencialmente lesivos ou lesão tecidual propriamen-

te dita. Associa-se o quadro inflamatório agudo, representado por sinais e sintomas

flogísticos como calor, rubor, tumor e dor. A dor crônica é definida como aquela que

persiste além do tempo esperado de resolução da condição clínica que provocou a

sua ocorrência, gerando incapacidade para atividades profissionais, sociais e familia-

res.

Além dos achados habituais em doentes com afecções músculo-esqueléticas

representadas pela limitação da amplitude articular, alterações neurovegetativas e

sinais flogísticos, os sinais de comprometimentos neurológicos são frequentes. Os

déficits sensitivos motores, fasciculações, hiperreflexia e alterações neurovegetati-

vas, como a hiperidrose, vasodilatação, a palidez cutânea e outros, também, podem

estar presentes com pacientes com DORT.

Podemos observar que o DORT é fruto de uma série de fatores agregados,

que levam a degradação do bem estar, refletindo diretamente na saúde das Opera-

doras de Telemarketing, podendo levar a infuncionalidade para o trabalho, tarefas do

lar, lazer, enfim podendo tornar o indivíduo um ser incapaz.

2.3. Síndromes Clínicas mais comuns nos DORT

Os DORT acometem várias estruturas do aparelho locomotor, sendo a u-

nidade músculo-esquelética (formada pelo conjunto tendão-músculo-osso) mais fre-

quentemente acomedita do que as articulações, estruturas nervosas e vasculares.

No DORT, diversas afecções integram-se em um ciclo de dor, inflamação, es-

pasmos, dor, podendo induzir, perpetuar ou agravar os sinais e sintomas.

As síndromes clínicas mais comuns nos DORT são:

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• Bursite: acomete mais frequentemente os ombros, caracterizando-se

pelo processo inflamatório que acomete as bursas (onde os tecidos são submetidos

à fricção, nas proximidades das inserções tendinosas e articulações). Caracteriza-se

por dor nos ombros, principalmente durante a realização e alguns movimentos como

abdução, rotação lateral e flexão de membro superior. Quando não tratadas ade-

quadamente, a dor irradia-se para região escapular ou braços e gera grave incapa-

cidade funcional, resultando às vezes no aparecimento do ombro congelado (capsu-

lite adesiva) ou na síndrome ombro-mão (distrofia simpático-reflexa).

• Tenossinovite: Os músculos comprometidos funcionalmente geram

tensão em arrancamento nas junções miotendinosas, com consequente reação in-

flamatória, sensibilização e alterações anatomofuncionais locais e à distância, ge-

rando tendinites, tenossinovites, epicondilites e microrrupturas miotendinosas. À me-

dida que aumenta o trabalho muscular, há diminuição da perfusão sanguínes e, con-

comitantemente, ocorre deformação e perda da capacidade de tensão dos tendões

do que resulta maior fragilidade e predisposição às lesões tendinosas.

Esforços repetitivos e prolongados com períodos de recuperação insuficientes

são condições normalmente relatadas pelos doentes com DORT. O traumatismo de

tendões está relacionado à tensão, comprenssão, estresses por arrancamento e de-

formação do tendão. Os músculos e os tendões trabalham como uma unidade fun-

cional única, portanto, na maioria dos casos onde há tendinite o músculo estará

comprometido.

• Tendinite do Supra-Espinhoso e Biciptal: Caracteriza-se pela ocorrência

de dor localizada e sensação de peso, sendo a dor exacerbada por movimentos re-

petitivos e localizando-se nas proximidades da pequena tuberosidade do úmero e na

face anterior do braço, podendo irradiar-se para todo menbro superior. As tendinites

do tendão do supra-espinhoso e as dos tendões do biciptal constituem a grande

maioria das incapacidades por afecções dos tecidos moles na articulação do ombro.

São importantes fatores de rotura desses tendões os exercícios excessivos, as pos-

turas inadequadas, traumatismos locais e atividades repetitivas do braço.

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• Tenossinovite de Quervain: É decorrente de espessamento do ligamento

anular do carpo no primeiro compartimento dos extensores por onde trafegam dois

tendões: o longo abdutor e o curto extensor do polegar. Evolui com processo inflma-

tório que, com o tempo, atinge tecidos sinoviais peritendinosos e tecidos próprios

dos tendões, caracterizando-se pela ocorrência de dor localizada ao nível da apófise

estilóide do rádio, acompanhada de fenômeno inflamatórios. Pode irradiar-se para o

polegar e acenturar-se com os seus movimentos.

• Tendinite dos Flexores/Extensores de Punho de Dedos: Normalmente a-

companhadas de outras afecções inflamatórias do membro superior, de localização

distal, com prejuízo funcional, principalmente do punho, das metacarpofalangianas e

dedos.

• Síndrome Dolorosa Miofascial (SDM): É uma afecção álgica do aparelho

locomotor, que acontece músculos, tendões, fáscias e ligamentos. Caracteriza-se

pela ocorrência de dor e aumento de tensão dos músculos afetados. É uma disfun-

ção muscular localizada, secundária a contração isométrica prolongada, repetição de

movimentos, posturas inadequadas e estresses psíquicos. Podem estar secundari-

amente relacionadas a outras afecções músculo-esqueléticas, inflamatórias, infec-

ciosas e metabólicas como diabetes mellitus e hipotireodismo, entre outras.

• Cervicalgia: a cervicalgia pode ser devido à degeneração do disco inter-

vertebral cervical, artrose das articulações uncovertebrais cervicais e se desenvolve

a partir de uma combinação de hereditariedade constitucional e causas ambientais.

Na maioria dos doentes, porém, a dor é desencadeada não pelas artropatias

ou discopatias, mas sim, por comprometimentos de SDM da musculatura cervical e

da cintura escapular. Dores no pescoço e entre as escápulas constituem uma queixa

comum entre os paciente com cervicalgia, podendo estar relacionado ao retesamen-

to do músculo trapézio.

• Síndrome do Túnel do Carpo: Decorre da compressão do nervo mediano

no carpo, pelo espessamento do ligamento anular do carpo. Devido ao estreitamento

do compartimento do túnel do carpo, ocorrendo aumento de resistência ao livre trân-

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sito dos flexores dos dedos que por ali passam, com consequente aumento do atrito

entre os tendões e os ligamentos, resultando no desenvolvimento de tendinite e te-

nossinovite. Ocorre dor, parestesias e impotência funcional, que atingem principal-

mente a face palmar dos 1º, 2º e 3º dedos e região tenar.

• Distrofia Simpático-Reflexa: O quadro correspondente à distrofia simpáti-

co-reflexa é definido como SCDR (síndrome complexa da dor regional) quando não

há lesão nervosa. Caracteriza-se pela ocorrência de dor, queimação, latejamento ou

peso e sensação de choques ou pontadas associadas a hiperestesia e hiperalgesia,

comprometimento da função motora, amiotrofia, atrofia de pêlos, anexos, ossos e

articulções, retrações músculo-tendinosas e fixações articulares.

• Contratura de Dupuytren: Consiste na fascite palmar fibrosante que, ao

cronificar-se, gera verdadeiros cordões palmares na direção dos dedos, comprome-

tendo a extensão dos mesmos. É respectivamente encontrada nos anulares, míni-

mos, médios, indicadores e, por último, nos polegares. Ocorre nos trabalhadores

sujeitos a microtraumatismos ou vibrações constantes, além dos movimentos repeti-

tivos.

• Dedo em Gatilho: Consiste na impossibilidade na extensão do dedo após

a sua flexão máxima. Quando há tentativa de extensão do dedo forçada contra o

obstáculo, ocorre sensação de ressalto, a seguir o dedo pode ser estendido nova-

mente. Decorre da constrição da polia dos flexores, resultando em dificuldade para a

passagem dos tendões devido ao aumento do atrito entre a polia e os tendões, re-

sultando em reação inflamatória localizada.

• Lombalgia: Geralmente decorrente de posturas inadequadas sendo carac-

terizado como desconforto crônico nas costas, sendo a dor difusa nas regiões média

e inferior das costas, sendo aliviada pelo repouso ou pela manutenção de uma pos-

tura correta.

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3. A CONSCIENTIZAÇÃO CORPORAL E O DESEMPENHO

PROFISSIONAL

O indivíduo nasce e a partir deste momento inicia-se o seu desenvolvimento

sóciocultural, primeiramente no meio familiar, onde tem que entender e se fazer en-

tendido. Esta relação vai se expandindo, gradativamente, à medida que o indivíduo

vai tomando conhecimento do mundo, motivando novas formas de interação com os

vizinhos, colegas, escola, atividades extras-escolares... O tempo passa e vem o tra-

balho, namoro, casamento, filhos, enfim, estamos sempre passando por novas adap-

tações. O nosso comportamento, personalidade e até a nossa expressão corporal

serão frutos das experiências vividas dentro dos grupos sociais de que participamos,

sofrendo total influência delas. Este processo ocorrerá por toda a vida, onde estare-

mos sempre adquirindo novas experiências.

O indivíduo, ao se apresentar em uma empresa para realizar determinada

função, trás consigo suas aspirações, desejos, motivações, necessidades psicológi-

cas, tudo relacionado à sua história. Isto faz com que cada indivíduo tenha caracte-

rísticas únicas e pessoais. Os indivíduos, quando conseguem seus empregos e são

admitidos, geralmente, não tem os itens citados anteriormente respeitados nem le-

vados em consideração, fazendo com que tal realidade, gere conflitos resultantes

das dificuldades em lidar com tão complexas interações (jornada de trabalho de oito

ou mais horas diárias, mobiliário nada adequado aos seus padrões corporais, usam

microcomputadores que não se adequam ergonomicamente a eles..., não tendo

tempo para atividades de alongamento nem relaxamento. Muitas vezes, associam

trabalho com trabalho ou trabalho com estudos, sendo o repouso insuficiente, soma-

do a isto, os problemas familiares, o trânsito caótico, sedentarismo, competitividade

do mercado de trabalho...), refletindo diretamente na saúde dos mesmos, uma vez

que o equilíbrio corpo/mente/meio sócioeconômico-cultural vai estar degradado, po-

dendo gerar estresse, que é uma resposta inespecífica do organismo a uma deter-

minada solicitação, que é avaliada pelo mesmo como uma ameaça ou algo que exi-

ge dele esforço e que pode por em perigo o seu bem-estar.

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Tendo em vista que as pessoas passam em média um terço de suas vidas no

trabalho e com o aumento do trabalho informatizado, as Operadoras de Telemarke-

ting tendem a permanecer com o corpo quase estático durante horas, realizando

operações de digitação repetitivas e posturas corporais inadequadas, muitas altera-

ções podem vir a comprometer estas trabalhadoras como por exemplo: fadiga visual,

dores musculares, alterações posturais, inflamações tendinosas dos membros supe-

riores, alterações circulatórias, além de alterações psicomotoras como distúrbios

sensorias, do esquema corporal, da estrutura espacial, da lateralidade, do equilíbrio,

etc, podendo transformar-se em doenças ocupacionais, levando-as a uma incapaci-

dade funcional e consequentes perturbações psicomotoras.

As lesões atingem as Operadoras de Telemarketing no auge da sua produti-

vidade e experiência profissional sendo a maior incidência de acometimento na faixa

etária que vai dos 25 aos 35 anos.

Existem diversos fatores de risco como: o ambiente de trabalho, mobiliário e

equipamentos que obrigam a adoção de posturas incorretas durante a jornada de

trabalho, condições ambientais impróprias, a má iluminação, a temperatura inade-

quada, ruídos, vibrações e fatores psicossociais (estresse no ambiente de trabalho).

As Operadoras de Telemarketing tem como característica principal o fato de

permanecerem sentadas durante longos períodos de tempo, em postos individuais

que, na maioria das vezes possuem uma pequena metragem, onde realizam a fun-

ção de digitação e de atendimento aos consumidores através dos hadfones. Essas

funções são classificadas como primária e secundária respectivamente, com a digi-

tação sendo sua atividade principal e a secundária o uso dos hadfones, que irão

causar a descompensação da postura.

De acordo com esse perfil, foi realizada uma análise sobre as alterações que

o ambiente irá causar sobre estas profissionais, visto que estas são diretamente a-

tingidas, durante a execução das suas funções, por diversos agentes intrínsecos e

extrínsecos a elas.

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Algumas dessas alterações estão ligadas ao modelo postural que compreen-

de ativamente todos os gestos elaborados pelo nosso corpo, nele mesmo e sobre os

objetos exteriores. Podemos a partir desta observação, perceber que para a manu-

tenção de uma postura adequada, todo o nosso corpo deve estar harmonioso tanto

mentalmente quanto fisicamente.

Na maioria das vezes, a permanência dessas profissionais na postura senta-

da não resulta num relaxamento corporal, e nem o torna um trabalho mais fácil e

confortável, pois essas condições favoráveis somente serão alcançadas nesta postu-

ra, quando seu posto de trabalho atender a todos os requisitos ergonômicos, exigi-

dos para a execução da tarefa profissional, respeitando suas características anatô-

micas. Portanto, é tão relevante que o indivíduo se sinta bem consigo mesmo quan-

do se tem todo o mobiliário, ambiente e posturas favoráveis ao bom desenvolvimen-

to profissional.

Podemos verificar que dentro do universo das Operadoras de Telemarketing,

muitos são os distúrbios que afetam o sistema osteo-muscular, sendo possível tam-

bém observarmos que o estado emocional também muito influencia na função moto-

ra como um todo.

A proposta terapêutica torna-se mais eficaz e mais prazerosa através do uso

da Psicomotricidade junto com a Ergonomia, tendo uma melhor aceitação, propor-

cionando uma melhor conscientização corporal, integração e relação interpessoal,

promovendo a harmonização psico-corporal no ambiente de trabalho, sendo que

esta deve ser adaptada às características biomecânicas e funcionais das Operado-

ras de Telemarketing, assim como adequação do mobiliário nele existente.

3.1. Conscientização Postural

Conscientizar as Operadoras de Telemarketing quanto as posturas que elas

devem adotar diante do mobiliário e na execução de suas tarefas diárias.

A conscientização postural pode ser feita através de palestras (na qual vão

ser tratados os assuntos como ergonomia, DORT, cuidados posturais, a importância

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da atividade física, dentre outras, estas palestras podem ser feitas periodicamente

junto com os demais profissionais da área de saúde, que atuam na segurança de

saúde interna das empresas), intervenções nos postos de trabalho, aplicação de sé-

ries de exercícios laborais e distribuição de impressos informativos sobre o assunto.

3.2. Avaliação postural

Geralmente o indivíduo adota posturas inadequadas durante o seu dia de tra-

balho, levando a alterações musculares e articulares, daí a importância desta avalia-

ção de forma preventiva, evitando que o trabalhador sofra maiores alterações.

Para maior eficiência no desenvolvimento do trabalho preventivo, o Fisiotera-

peuta deverá executar a avaliação postural do empregado com o objetivo de associ-

ar as alterações posturais e desequilibrios musculares constatados com os cons-

trangimentos posturais exigidos durante a execução da tarefa. A avaliação postural

deverá ser realizada de forma estática (avaliação postural propriamente dita, onde o

terapeuta estará de posse de um chek-list, com os dados a serem pesquisados) e

dinâmica (esta avaliação é realizada com o empregado no seu posto de trabalho,

realizando suas tarefas diárias).

O Fisioterapeuta com conhecimento em Ergonomia poderá executar a avalia-

ção do posto de trabalho na qual a preocupação será com o mobiliário e o ambiente

propriamente dito (som, iluminação...), verificando se o uso está sendo adequado.

3.3. Forma de atuação do Fisioterapeuta nas empresas

Nas empresas, a atuação do fisioterapeuta pode ser desenvolvida de duas

formas: preventiva e curativa.

Ao iniciar um trabalho preventivo em uma empresa, os fisioterapeutas deve-

rão atuar com um determinado grupo de profissionais, incentivando-os a novos hábi-

tos de vida, desenvolvendo nas empresas uma nova cultura saudável de consciên-

cia corporal e postural, que venha a gerar um bem-estar físico e emocional no ambi-

ente de trabalho. Deveremos aplicar um questionário, através do qual colheremos

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informações que definam os pontos prioritários de intervenção preventiva que esta-

belecerá o primeiro contato.

Neste questionário deverá constar perguntas sobre os pontos específicos de

dores relacionados às patologias do trabalho, os movimentos mais realizados pelos

funcionários durante suas jornadas de trabalho, mobiliário utilizado pelo empregado,

entre outras. De posse destes dados, poderemos então iniciar o trabalho preventivo.

Deve-se lembrar que todo esse trabalho depende de uma eficaz orientação

para que se possa ter uma conscientização do programa preventivo, sendo esta a

mais importante etapa, que implicará nas mudanças de hábitos e na aquisição per-

ceptiva do “certo e errado” no dia a dia das profissionais.

Em relação às ações curativas, a equipe da Fisioterapia (se na empresa exis-

tir um ambulatório de Fisioterapia), vai atuar oferecendo seus serviços aos empre-

gados que apresentarem alguma patologia osteomuscular de origem diversa, inclu-

sive ocupacional.

Com a existência dos ambulatórios nas empresas, é proporcionado às traba-

lhadoras, uma maior interação entre o tratamento e o trabalho, visto que o mesmo

será realizado no próprio ambiente profissional, trazendo maiores e melhores condi-

ções de recuperação, sendo evitado o deslocamento das profissionais à lugares

mais distantes, e também as dificuldades em iniciar ou concluir o tratamento (por

falta de tempo, transporte difícil, clínicas afastadas de casa ou do trabalho e outros).

3.4. Atitudes das empresas em relação às funcionárias melhorando

o desempenho profissional

A atitude mais importante antes de tudo é respeitar o ser humano, que é a

verdadeira razão do funcionamento do todo, sendo, portanto, fundamental compre-

ender que o “Ser” é BIO (corpo), PSICO (mente), SOCIAL (meio sócioeconômico-

cultural), e para que haja saúde entre corpo/mente/meio sócioeconômico-cultural é

preciso equilíbrio entre os mesmos.

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Cada indivíduo tem suas necessidades pessoais, que devem ser satisfeitas

no local de trabalho, a fim de melhorar o desempenho profissional. A valorização do

trabalho individual, o clima de confiança, programas de carreira, promoções, oportu-

nidade de desenvolvimento para todos, políticas claras e obedecidas, transparência

nas decisões, saúde preservada e a segurança no trabalho, irão causar um clima de

satisfação no trabalho, fazendo com que aumente a auto-estima dos empregados,

aumentando o desempenho profissional dos mesmos.

A ocorrência de manifestações de doenças em um meio de trabalho é um fa-

tor importante para se verificar o nível de saúde desse meio, não somente em ter-

mos higiênicos e sanitários, mas também em termos de saúde social, que pode

comprometer o indivíduo biologicamente, diminuindo o seu potencial profissional.

Por tudo isso concluímos que, são necessárias ações preventivas e vivências

psicomotoras por parte da empresa, objetivando estimular seus empregados a de-

senvolver atividades que lhe tragam melhores qualidades não só profissionais como

de vida.

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4. A RELAÇÃO ENTRE AS MÁS POSTURAS E ATITU-

DES E SUAS CONSEQUÊNCIAS NOS DISTÚRBIOS PSICO-

MOTORES

As posturas corporais no trabalho e aplicação de suas forças constituem um

reflexo de uma série de imposições das atividades a serem realizadas, sendo um

suporte à atividade gestual do trabalho e um suporte às informações obtidas visual-

mente. As posturas são influenciadas pelas características antropométricas do traba-

lhador e também as características formais e dimensionais do posto de trabalho.

Segundo Pereira (2001), na tarefa das Operadoras de Telemarketing a postu-

ra é condicionada à oscilação do volume de trabalho, isto é, em períodos ociosos a

alternância postural servirá como escape a monotonia, reduzindo a fadiga da mes-

ma, diferentemente dos períodos mais conturbados, onde a postura será condicio-

nada pela exploração visual e execução dos gestos.

4.1. Más posturas frequentes no posto de trabalho

Durante uma jornada de trabalho, as Operadoras de Telemarketing assumem

a postura sentada, onde sofrem uma grande sobrecarga na musculatura da coluna

cervical, da cintura escapular, da coluna dorsal, da musculatura abdominal, da colu-

na lombar, dentre outras.

A anteropulsão da cabeça causa sobrecarga na musculatura da coluna cervi-

cal, devido estar abaixada e projetada para frente, esta posição é provocada e acen-

tuada pelo posicionamento do monitor do computador fora do ângulo de conforto

visual. Segundo Couto (2000), o ato de concentrar a atenção durante muito tempo

no brilho do monitor, causa diminuição significativa no piscar de olhos, sendo obser-

vada algia nos mesmos, pois a superfície da córnea resseca, resultando em irrita-

ção, vermelhidão e cansaço dos olhos, piorando ainda mais o efeito de cansaço e

sobrecarga da musculatura da cervical.

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A anteropulsão da cintura escapular ocorre pelo mau posicionamento do te-

clado e do mouse, devido o apoio inadequado na bancada da mesa para a região do

antebraço.

Além de causar malefícios para a região da coluna cervical, o mau posicio-

namento do monitor juntamente com o uso de cadeiras com encostos inadequados

ou mal ajustados também causam hábitos posturais incorretos e encurtamento da

musculatura peitoral (causando alterações respiratórias com convergência das cos-

telas superiores), ocasionando uma limitação da amplitude de movimento, levando a

uma hipercifose dorsal.

A fraqueza da musculatura abdominal normalmente ocorre devido à longa

permanência na postura sentada, que levará a região a receber poucos estímulos de

contração, acarretando a protusão abdominal, pela projeção das vísceras.

Devido à ausência de espaço nas cadeiras, para a preservação da curvatura

lombar, surgem as hiperlordoses lombares, responsáveis pelas tão famosas dores

lombares, que levam a um desequilíbrio lombopélvico (principalmente pela fraqueza

dos abdominais, já descrita, glúteos e encurtamento de psoasilíaco e paravertebrais

lombares), acelerando o processo de degeneração dos discos intervertebrais, pela

pressão assimétrica dos mesmos. Em casos mais avançados, a degeneração dos

discos intervertebrais, faz com que os mesmos percam sua rigidez, acontecendo um

achatamento e até extravasamento da massa viscosa interna do disco, sendo a ex-

plicação para esse fato de que ao sentar a bacia é rodada para trás, provocando

uma alteração da coluna, no sentido de uma cifose, conduzindo a um aumento de

pressão nos discos intervertebrais da coluna lombar.

Segundo Rasch e Burke (1987), alguns segmentos corporais se mantém de-

salinhados por tanto tempo, com determinadas partes suportando um peso excessi-

vo, enquanto outras quase não suportam nada, com alguns músculos se alongando

e seus antagonistas se encurtando, que a postura defeituosa passa a ser a normal

(em relação ao esquema corporal adotado pelo indivíduo), e a postura correta é in-

dentificada como anormal.

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A postura sentada é ainda mais agravada pelo uso do mobiliário inadequado

e por fatores determinantes das posturas (exigências visuais e de precisão de movi-

mentos, espaços de atuação das Operadoras de Telemarketing e o ritmo de execu-

ção das tarefas), pois cada elemento do trabalho das Operadoras de Telemarketing

tem repercussões na postura, o conforto delas é muito precário, apesar de estarem

sentadas, passam muito tempo nesta postura, podendo sofrer dores fortes e locali-

zadas naquele conjunto de músculos solicitados na manutenção desta postura.

4.1.1. Trabalho dinâmico e estático das posturas

“O conhecimento sobre as duas formas de trabalho muscular citadas é de

grande importância para evitarmos consequências do tipo: fadiga, desconforto, le-

sões musculares, lesões articulares, alterações circulatórias, lesões tendinosas, le-

sões da coluna vertebral e baixa produtividade”. (NASCIMENTO e MORAIS, 2000, p.

87)

O trabalho estático exige contração constante de grupos musculares durante

a manutenção da postura, não permitindo que esses se alonguem, produzindo força

durante um longo período.

O trabalho dinâmico pode ser expresso como produto do encurtamento dos

músculos, sendo menos fatigante do que o trabalho estático, pois alterna as contra-

ções com o relaxamento muscular.

De acordo com Grandjean (l998), entre o trabalho estático e o dinâmico en-

contram-se diferenças fundamentais. No trabalho estático, os vasos sanguíneos são

pressionados pela pressão interna contra o tecido muscular, não deixando fluir mais

sangue para o músculo, diferentemente do trabalho dinâmico onde ocorre o contrá-

rio, a contração expulsa o sangue dos músculos, agindo como uma bomba sobre a

circulação sanguinea. No relaxamento subsequente o influxo de sangue é favoreci-

do e renovado. Por este mecanismo, a circulação de sangue é aumentada em várias

vezes, fazendo com que o músculo receba de 10 a 20 vezes mais sangue do que

em repouso. O músculo vai receber um grande fluxo de sangue, obtendo assim o

açúcar de alta energia e o oxigênio, enquanto que os resíduos são levados embora.

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Em contraste, o músculo que faz uma grande parte do trabalho estático, não recebe

açúcar nem oxigênio do sangue, tendo que usar suas próprias reservas, sendo isso

talvez o maior prejuízo, pois os resíduos não são retirados, acumulando-se e cau-

sando a dor aguda e a fadiga do músculo.

É importante enfatizar que o trabalho dinâmico e o estático agem simultâ-

neamente, não podendo ser separados. Podemos exemplificar isto observando a

Operadora de Telemarketing executando a tarefa de digitação, onde seus ombros e

braços executam predominantemente um trabalho estático, enquanto suportam as

mãos em uma determinada poseção no teclado, enquanto os dedos batem nas te-

clas, executando um trabalho dinâmico.

4.2. As lesões e consequências da má postura no trabalho

As más posturas causam lesões de progressão lenta, são muito incapacitan-

tes e acometem as Operadoras de Telemarketing quando estas não respeitam o li-

mite de seus corpos, resultando em fadiga e estresse muscular. As consequências

que essas lesões trazem são: varizes, cansaço muscular, lombalgias, dorsalgias,

degeneração dos discos da coluna vertebral, fraqueza muscular, bursites, tendinites,

tensões nos músculos do pescoço, dentre outras.

De acordo com Verdussem (1978), se não for respeitado os limites da fadiga,

que se torna uma condição básica para se detectar tensões antes da dor se instalar,

trará como consequência outros problemas, tais como: insônia, ritmo alimentar irre-

gular, estresse. Componentes estes que podem alterar o metabolismo e a própria

vida do indivíduo. Torna-se importante ficar atento aos primeiros sintomas de des-

conforto, a fim de se evitar problemas futuros e também reorganizar a jornada de

tarbalho através de fatores básicos comuns, como: alternância de tarefas, ritmo e

intervalos/pausas, e a aplicação de exercícios.

Em geral, os indivíduos não percebem as alterações corporais antes do apa-

recimento da dor, mas sim diante de alguns sinais como: sensação de peso, ardor,

queimação, rigidez, pontos de tensão, fadiga visual e alterações circulatórias, que se

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não forem respeitados e devidamente tratados podem evoluir para um quadro de

DORT/LER.

Um dos aspectos mais importantes desta síndrome é a má postura corporal,

que está associada também às posturas de vida, que tem como maior e principal

causa o fator emocional/psicológico.

4.3. O estado emocional influenciando nas posturas

A atitude emocional influencia no estado de exaltação, confiança e satisfa-

ção, que ajudam na manutenção da postura ereta. Uma boa atitude emocional é da

mesma forma manifestada por uma postura ereta e alerta, enquanto que a atitude

emocional deprimida é refletida por uma postura desleixada. Os aspectos psicológi-

cos têm importância, isto é, as pessoas tensas, deprimidas e ansiosas têm maior

propensão à doença.

Em muitas das vezes todo mobiliário poderá estar ergonomicamente perfeito

para realização do trabalho, as condições ambientais estarão favoráveis para melhor

obtenção de rendimento profissional, mas por diversos fatores psicossociais (seja

financeiro, familiar ou profissional), esse ser passa a sentir algias em algumas regi-

ões do corpo. Tudo isso acontece porque cada ser tem muitas personas (papel que

ele desenvolve na sociedade). A pessoa ao mesmo tempo em que é profissional tem

que ser esposa, mãe, filha e etc., e quando ela não desenvolve com eficácia esses

papéis, gera um transtorno psicológico que irá refletir na parte motora, ocasionando

pontos de tensão localizados, principalmente em coluna cervical e lombar. Em con-

seqüência dessas algias, o ser adotará uma posição antálgica, alterando as curvatu-

ras fisiológicas da coluna vertebral e essa profissional terá uma péssima relação

com seu centro de gravidade, com consequentes perturbações de equilíbrio. Esses

distúrbios de equilíbrio certamente não serão de forma extremamente perceptíveis,

mas somando-se a outros elementos psicomotores que estarão alterados, contribui

ainda mais para a desarmonia dessas profissionais.

Como já foi relatado anteriormente, a característica principal dessa profissio-

nal é de permanecer durante um longo período de tempo a frente do computador,

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sendo obrigada a manter um ritmo acelerado de trabalho com ausência de pausas,

em um espaço de pequena metragem, repetindo determinada coordenação tantas

vezes, que o ato se torna inconsciente e mecanicista, ao ponto dessa pessoa perder

o dinamismo para a realização de determinadas tarefas tanto durante a jornada de

trabalho quanto no seu dia a dia. O seu corpo torna-se limitado, comprometendo os

movimentos de grande amplitude, realizado pelas articulações mais proximais (lem-

brando a Segunda lei da motricidade, que diz que o desenvolvimento motor ocorre a

partir do eixo corporal, indo gradativamente atingir a porção distal dos membros, re-

gendo as habilidades manuais e podais). Com isso o ser terá alterações de coorde-

nação motora ampla e fina, influenciando no pleno desenvolvimento de suas ativida-

des.

Tendo em vista a alteração do centro de gravidade ocasionada pela má pos-

tura no trabalho ou até por problemas psicológicos, o ser terá uma desorientação de

sua imagem corporal. A figuração do corpo na mente é muito dificil de ser modifica-

da, portanto o indivíduo ainda terá a imagem corporal de quando ele ainda estava

íntegro. A estruturação espaço corporal depende do esquema corporal organizado,

de uma imagem visual do corpo, associadas às sensações táteis e cinestésicas cor-

respondentes. Se em algum plano não houver a interação acima citada o indivíduo

não terá uma boa relação com seu corpo (desestruturação espaço-corporal) na dis-

posição do mesmo no seu ambiente de trabalho.

Todos os ítens anteriormente descritos são fatores que levam o indivíduo a

uma desarmonia psico-corporal, impedindo o mesmo de ter uma boa relação consi-

go mesmo, com o mobiliário e com todas as outras pessoas com quem ele convive

no seu ambiente de trabalho.

Para ter um bom rendimento do trabalho, é essencial que a equipe de profis-

sionais estabeleçam uma boa integração e relação entre eles, tendo em vista que

um ambiente agradável, com uma boa relação com o próximo, motiva ainda mais o

indivíduo a querer trabalhar e ter prazer naquilo que faz, aumentando a produtivida-

de, a qualidade do trabalho e consequentemente trazendo mais lucro para a empre-

sa.

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4.4. Condições desfavoráveis no ambiente de trabalho que interfe-

rem no rendimento profissional

Existem algumas condições no ambiente de trabalho, além das más posturas

e atitudes ergonômicas incorretas, que muita das vezes pode acabar atrapalhando o

bom desempenho profissional, tal como: acústica, iluminação e temperatura.

As condições acústicas são desfavoráveis quando são produzidos sons muito

intensos tipo ruídos estridentes e constantes, que venham a provocar o aumento da

sensação de cansaço e de desgaste. Estes tipos de ruídos podem além de incomo-

dar, levar à perda da audição, à irritação, distração, e um maior número de acidentes

de trabalho.

A iluminação inadequada dificulta a leitura dos documentos, levando a uma

diminuição de produção, prejuízo na qualidade de trabalho, aumento de falhas, fadi-

ga visual, levando a um desgate emocional.

A temperatura no ambiente de trabalho é de suma importância para o anda-

mento do profissional. O ambiente excessivamente quente leva ao cansaço e a so-

nolência, induzindo a diminuição da atividade profissional, enquanto que no ambien-

te excessivamente frio, há uma vasoconstricção da circulação periférica (pela ação

da diminuição da temperatura do corpo) e uma contração muscular ocasionada pela

tensão do frio, dificultando as trocas metabólicas nos músculos, favorecendo o apa-

recimento dos DORT/LER, além de induzir a diminuição da concentração, tornando

os movimentos mais lentos.

O ambiente de trabalho esperado é aquele que se encontra dentro dos pa-

dões estabelecidos, para melhor atender as profissionias em questão (esses pa-

drões serão citados no capítulo 5).

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5. AS AÇÕES PREVENTIVAS E ORIENTAÇÕES GERAIS

PROPORCIONANDO UMA MELHOR E MAIOR CAPACIDA-

DE PROFISSIONAL

Hoje, a maioria das empresas preocupa-se em investir em programas de pre-

venção, pois ficou entendido que ações neste sentido significam maior e melhor qua-

lidade de vida, onde profissionais saudáveis são sinônimos de bons negócios.

A estratégia é incetivar as profissionais através da Fisioterapia Preventi-

va/Psicomotricidade a uma nova cultura de vida e hábitos saudáveis, isto vai gerar

um melhor condicionamento físico tornando-as capazes de realizar melhor as suas

atividades diárias, tanto na vida profissional quanto familiar e no lazer, sobrando ain-

da reservas suficientes de energia para enfrentarem eventuais necessidades físicas

extras.

Percebemos então, o quanto é importante a atuação da Fisioterapia Preventi-

va (Ergonomia) junto com a Psicomotricidade nas ações preventivas. Essas ações

são divididas em fases de prevenção primária, secundária e terciária, devidamente

realizadas pela equipe de Fisioterapeutas.

A fase primária é aplicada antes da instalação da doença, sendo dirigida à

prevenção e promoção da saúde. A fase secundária é voltada ao período patológico,

enquanto a doença ainda está progredindo, visando a prevenção da evolução da

doença, enquanto que na fase terceária a intervenção visa atenuar e promover o

ajuste da paciente às condições irremediáveis, sendo visto que nesta fase a doença

já está instalada. É importante enfatizar a presença indispensável do Fisioterapeuta

na fase primária, onde iremos adotar uma importante função, que é a de incentivar

as profissionais a observarem mais seus corpos, adquirindo assim maior consciência

corporal e postural, que irá gerar um bem-estar físico e emocional.

O Fisioterapeuta que desenvolve trabalhos com intervenção na fase primária

da prevenção é capaz de tornar o trabalhador apto a prevenir, perceber e reconhe-

cer o aparecimento de quaisquer alterações patológicas no seu corpo, e ainda identi-

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ficar o mecanismo de lesão no seu posto de trabalho ou durante a execução de suas

tarefas.

5.1. Orientações ergônomicas/preventivas para o posto de trabalho

das Operadoras de Telemarketing

“O posto de trabalho deve envolver o operador como uma vestimenta bem

adaptada, em que ele possa realizar o trabalho com conforto, eficiência e seguran-

ça.” (IIDA, 1990, p. 148)

O estudo ergonômico do posto de trabalho tem como finalidade reduzir as e-

xigências biomecânicas e cognitivas, proporcionando asssim um melhor replaneja-

mento, através da implantação de modificações do mesmo, sendo esta a solução

mais eficiente, procurando proporcionar às Operadoras de Telemarketing melhores

movimentações e posturas, situando os objetos e comandos dentro do alcance dos

movimentos corporais, diminuindo os pontos de concentração de tensões que ten-

dem a provocar dores nos músculos e tendões, facilitando desta forma a percepção

das informações, de modo que elas possam realizar as tarefas com muito mais con-

forto, facilidade, segurança, agilidade e destreza.

Com o aumento do trabalho informatizado, as trabalhadoras tendem a perma-

necer com o corpo quase estático durante horas, realizando operações de digitação

repetitivas. Devido a isto, muitas alterações podem vir a comprometer estas profis-

sionais. A fim de se evitar esta situação, algumas orientações devem ser cuidado-

samente aplicadas na prevenção e alívio de sintomas do DORT/LER.

A iluminação é a condição essencial para o desenvolvimento das tarefas, in-

fluenciando no conforto a na eficiência das profissionais, devendo ser adequada,

natural ou artificial, geral ou suplementar, apropriada à natureza da atividade. A ilu-

minação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa, para evitar reflexos

(principalmente no monitor do computador) e ofuscamentos. A iluminação insuficien-

te leva a diminuição de produção, levando a um prejuízo na qualidade do trabalho e

também um aumento das falhas na execução das tarefas. Por outro lado, a ilumina-

ção exagerada proporcionará reflexos pertubadores, sombras pronunciadas e con-

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trastes exagerados. Segundo Barros (1991), para se obter uma boa iluminação é

importante que se aproveite sempre que possível a iluminação natural, evitando-se a

incidência direta da luz solar sobre superfícies envidraçadas, as janelas devem ficar

na altura das mesas.

As cores são respostas subjetivas aos estímulos luminosos, e exercem influ-

ência sobre o estado emocional, a produtividade e a qualidade das tarefas. O plane-

jamento das cores no local de trabalho proporciona um aumento na produtividade,

reduz o consumo de energia e aumenta a sensação de bem-estar. O ideal é que as

paredes, os pisos e todo o mobiliário tenham cores foscas e claras, evitando-se re-

flexos, e trazendo paz e equilíbrio para o ambiente.

A temperatura adequada varia entre 20°C e 23°C no inverno, e 25°C e 26°C

no verão. O ar condicionado é importante em setores onde a temperatura ambiente

seja quente e cause desconforto. No entanto, as temperaturas muito baixas, produ-

zidas por equipamentos de ar condicionado com defeito ou mal ajustados, favore-

cem o aparecimento de dores articulares. Já a umidade relativa do ar deve oscilar

entre 30% e 70%, evitando-se descargas elétricas e estáticas, e também o resseca-

mento da pele e das mucosas. A manutenção da rede de ventilação do ambiente

deve ser feita constantemente, para se evitar a saturação de gases que induzam ao

desconforto físico e mental.

Os ruídos muito intensos ou constantes tendem a produzir dificulade de con-

centração, estresse, cansaço e fadiga. O ideal é que o ambiente seja o mais calmo e

silencioso possível, sendo sabido que as próprias Operadoras de Telemarketing já

produzem muito barulho, devido ao atendimento aos consumidores pelos hadfones e

do som dos teclados dos computadores.

O mobiliário e todo o equipamento de trabalho deve ser estruturado e ajusta-

do de acordo com quem vai fazer uso dele.

As mesas devem ter a altura, dimensões e cores apropriadas. A altura da me-

sa (da mesa até o chão), para quem realiza o trabalho sentado é de 70/80cm, as

dimensões devem ser suficientes para comportar o computador e que possibilitem o

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posicionamento e a movimentação adequada dos segmentos corporais, devem pos-

suir cores claras e os bordos dos tampos das mesas devem ser arredondados (evi-

tando-se desta forma compressões nas estruturas moles do antebraço, melhorando

assim a circulação e diminuindo o atrito sobre músculos e tendões, evitando possí-

veis inflamações).

Os computadores devem ser posicionados sobre as mesas, numa altura em

que os monitores fiquem adequados à altura dos olhos das usuárias, proporcionan-

do um campo de visão confortável, no qual a linha imaginária dos olhos das usuárias

é traçada até a parte superior do computador. O monitor posicionado muito alto ou

muito baixo, favorece a instalação de fadiga e dores musculares. A distância ade-

quada entre a tela e os olhos das usuárias também deve ser levada em considera-

ção, variando entre 50 e 70cm, ficando a cabeça bem alinhada ao tronco das mes-

mas. O teclado e o mouse não devem ser esquecidos. O teclado deve ser indepen-

dente e ter mobilidade, permitindo que se façam os ajustes necessários para mantê-

lo na frente do monitor e à frente do corpo das usuárias (atualmente são encontra-

dos teclados divididos em duas partes, facilitando assim o manuseio e a postura ide-

al dos punhos na realização das tarefas). O mouse deve estar posicionado em rela-

ção ao corpo junto ao plano horizontal inferior do teclado, como se fosse uma conti-

nuação do mesmo, evitando-se grandes deslocamentos ou elevação do braço para

alcançá-lo, as mãos devem estar pousadas suavemente sobre o mouse, evitando-se

tensões nos dedos e inclinações laterais do punho, e deve-se sempre que possível

alternar a mão que vai estar utilizando o mouse, com o objetivo de se evitar sobre-

carga na mão direita. É importante lembrar que existe um acessório fundamental que

visa minimizar agressões sobre os tendões dos punhos e dedos que é a almofada

para apoio de punhos.

Outra mobília, que faz um grande diferencial no bom desempenho e realiza-

ção das tarefas das Operadoras de Telemarketing é a cadeira. A mesma deve ser

estofada em tecido absorvente para amenizar o efeito da transpiração, ter o bordo

anterior do assento arredondado para evitar compressões na região posterior da co-

xa (o que pode causar alterações circulatórias como varizes, inchaços nos pés, do-

res nas pernas...), a altura deve ser regulada de acordo com o tamanho da usuária e

de maneira que permita o braço formar um ângulo de 90° com o antebraço para evi-

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tar o aparecimento de lesões músculo-tendinosas em membros superiores e região

cervical (tendinites, bursites, cervicalgia, torcicolos), ter o encosto firme, mas que

permita uma discreta inclinação, no local onde se apoia a coluna lombar, deve-se ter

um espaço livre na região inferior do encosto da cadeira, se não existir este espaço,

se faz necessário o uso de uma almofada ou de um rolo de espuma, para melhor

acomodar a região da coluna lombar, e também devem existir braços nas cadeiras

para o relaxamento e o repouso dos membros superiores (mas, se os braços das

cadeiras dificultarem a aproximação do corpo das usuárias até as mesas, é indicada

a retirada dos mesmos, utilizando assim as próprias mesas como apoio para os bra-

ços).

Na postura sentada é importante lembrar que os pés devem estar muito bem

apoiados no chão, sendo que as vezes se faz necessário o uso de apoio para os

pés, em casos de profissionais de baixa estatura ou de cadeiras mal reguladas em

relação à altura (que ficam com os pés suspensos ou apoiados sobre os rodízios das

cadeiras). Tal acessório traz como benefício o melhor posicionamento postural e fa-

cilitação da circulação sanguínea.

5.2. Exercícios Laborais e o Tratamento Psicomotor para os

DORT/LER

Os exercícios laborais junto com o tratamento psicomotor são os recursos uti-

lizados para prevenir ou tratar as doenças ocupacionais, dependendo da fase em

que elas se encontrem. Os mesmos são considerados sinônimos de qualidade de

vida no trabalho, pois dizem respeito ao fato de serem atividades coletivas ou/e indi-

viduais, com enfoque fisioterapêutico para a prevenção dos DORT/LER, e também

tem ótimos resultados em outros estados relacionados com o trabalho (estresse,

hipertensão, depressão) por provocarem relaxamento mental, integração e elevação

da auto-estima, através de técnicas de aquecimento, relaxamento, alongamento e

fortalecimento muscular, além da Psicomotricidade e da ludoterapia.

O enfoque psicomotor associado com os exercícios laborais na ação preven-

tiva é de fundamental importância, pois favorece alguns pontos importantes no am-

biente profissional, como: integração das equipes, estabelecimento de uma melhor

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relação corporal consigo mesmo e com o próximo (através da harmonização do cor-

po), promoção e aceitação do ritmo próprio e individual, adaptação da coordenação

de movimentos para realizar ações, além de proporcionar o movimento (expressão e

manifestaçao vital dos seres).

5.2.1. Os Exercícios Laborais na prevenção dos DORT/LER

As séries de exercícios laborais, são produzidas especificamente para aten-

der às necessidades da atividade profissional desenvolvida na empresa pelas Ope-

radoras de Telemarketing. Essas atividades podem ser desenvolvidas em grupo ou

individualmente, visando trabalhar o corpo como um todo, dando ênfase nas regiões

mais sobrecarregadas durante a jornada de trabalho.

Os exercícios laborais ajudam a evitar o estresse osteomuscular das estrutu-

ras corporais, onde são trabalhados alongamentos, fortalecimentos, equilíbrio, ritmo,

coordenação, relaxamento e outros. É importante que estas séries de exercícios se-

jam diversificadas, a fim de manter o interesse e a satisfação das profissionais en-

volvidas, promovendo a elas o prazer através do movimento. Podemos também utili-

zar a música como instrumento enriquecedor na execução dos exercícios.

O objetivo da realização desses exercícios é proporcionar um bem-estar físico

e mental às Operadoras de Telemarketing, além de trazer benefícios como a redu-

ção dos níveis de ansiedade e estresse, o aumento da flexibilidade, redução das

tensões musculares (através de relaxamentos), ativação da circulação, favorecimen-

to da conscientização corporal, melhora no desempenho do trabalho, favorecimento

do equilíbrio nas posturas e atitudes e principalmente na diminuição do risco do

DORT/LER.

Os exercícos devem ser inicialmente de alongamento e conscientização cor-

poral e postural, seguidos por distensionamento muscular e de lubrificação articular,

e posteriormente de fortalecimento muscular (principalmente das musculaturas mais

exigidas durante a realização da tarefa), preparando as Operadoras de Telemarke-

ting para suportar atitudes e posturas inadequadas, e até uma eventual sobrecarga

de trabalho, evitando assim a prédisposição ou o surgimento dos DORT/LER. E a-

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través da realização destes exercícios e das mudanças comportamentais, é possível

até alcançarmos a cura de algumas doenças ocupacionais existentes entre as pro-

fissionais.

A seguir, serão apresentadas algumas séries de exercícios laborais, feitas

especificamente para atender as necessidades das Operadoras de Telemarketing,

que assumem a posição sentada durante toda a jornada de trabalho, além de séries

de exercícios para relaxamento (especificamente dos músculos faciais, dos olhos,

das mãos e dedos, e dos pés), socialização e antiestresse.

Devemos sempre começar a realização dos exercícios posturando as profis-

sionais (estejam elas individualmente ou em grupo, de pé ou sentadas no próprio

posto de trabalho), e posteriormente trabalharemos a respiração, para depois dar-

mos início aos exrecícios propiamente ditos.

As séries de exercícios laborais são iniciadas depois das profissionais esta-

rem devidamente posicionadas e posturadas. Desde então, começaremos a traba-

lhar a respiração, solicitando que encham os pulmões (inspire) juntamente com a

elevação dos ombros, e que posteriormente soltem todo o ar (expire) de uma só vez,

relaxando os ombros. Este exercício de respiração também deve ser realizado no

término da realização da série, podendo sofrer algumas alterações na sua forma de

ser executado, como exemplo: ao invés de inspirar ou expirar o ar de uma só vez,

realiza-se esse ciclo respiratório em tempos, que podem ser de um tempo inspirató-

rio para três expiratórios, dois inspiratórios para dois expiratórios, e por aí vai, utili-

zando-se o fisioterapeuta da sua criatividade e do objetivo que ele deseje alcançar.

É importante lembrar que, o número de repetições da execução dos movimentos nos

exercícios e o tempo de duração das posições solicitadas vão variar de acordo com

o tempo oferecido para a realização das séries.

Se as séries forem realizadas individualmente, os exercícios serão os mes-

mos dos realizados em grupo, porém adaptados, pois quem vai executar o trabalho

é o fisioterapeuta, manipulando os exercícios nas profissionais. Estes exercícios po-

derão ser realizados no próprio posto de trabalho.

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Nas séries realizadas em grupo, os exercícios começam sempre com uma

boa espreguiçada, como se estivéssemos avisando ao corpo que é necessário acor-

dar, se movimentar. Após isso será solicitada às profissionais, que fiquem de pé,

com o corpo ereto e os joelhos levemente semiflexionados, sendo este o posiciona-

mento inicial de todas as séries e de todos os exercícios.

Após toda esta preparação, seguem-se as séries:

1ª Série de exercícios laborais:

1) A profissional estará de pé, com os cotovelos flexionados a 90°, então, so-

licitaremos que rode os punhos para dentro e para fora. Na mesma postura, ela irá

realizar o desvio ulnar e depois o desvio radial dos punhos, depois vai relaxar os

braços e as mãos, através do balanço dos mesmos. Ainda com os cotovelos na

mesma posição, mas com discreta abdução de escápulo umeral, a profissional irá

abduzir e estender ao máximo os dedos das mãos e em seguida, relaxar. Com os

ombros levementes abduzidos e os cotovelos flexionados a 90°, iremos solicitar que

encostem palma com palma das mãos, com os punhos em extensão, forçando um

pouco os cotovelos para baixo. Partindo da posição anterior, a profissional rodará a

mão para baixo, forçando levemente os cotovelos para cima.

2) Será solicitado que as profissonais elevem os ombros, mantendo-os por

um tempo nesta posição e posteriormente, irão relaxar totalmente.

3) Depois do relaxamento, voltarão à posição inicial. Flexionarão o braço direi-

to inclinando o tronco lateralmente para a esquerda, forçando o braço para esse la-

do. Após tantas repetições, o mesmo exercício será realizado para o lado contra-

lateral.

4) Com as pernas levemente afastadas irão semiflexionar os joelhos, flexio-

nando o tronco a 90º e esticarão os braços à frente do corpo. Partindo desta posi-

ção, soltarão os braços e o tronco fazendo pequenos balanços, e em seguida esten-

derão o tronco vagarosamente (lembrando sempre que o pescoço é a última estrutu-

ra a retornar a posição inicial).

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5) Serão solicitadas que flexionem e estendam os pescoços, em seguida in-

clinarão os mesmos para o lado direito e puxarão suavemente a cabeça com a mão

direita, e posteriormente para o lado esquerdo puxando a cabeça suavemente com a

mão esquerda.

6) As profissionais flexionarão levemente a articulação coxo-femural e farão

rotações com os tornozelos, alternadamente.

2ª Série de exercícios laborais:

1) Partindo da posição inicial, solicitaremos que entrelacem os dedos atrás da

cabeça, mantendo os cotovelos abertos para os lados e a parte superior do corpo

ereta, forçando as escápulas uma em direção a outra, criando assim uma tensão na

região superior das costas.

2) Irão flexionar a articulação escápulo-umeral bilateralmente, estendendo os

punhos e, depois, flexionando-os.

3) Agora estando com a articulação escápulo-umeral flexionada a 90ª bilate-

ralmente, solicitaremos que encostem a região anterior dos punhos, estenda-os, gi-

rando os braços para ambos os lados.

4) Solicitaremos que formem duplas, e estando uma de frente para outra com

as pernas posicionadas uma à frente da outra, flexionar o joelho da perna da frente,

mantendo a de trás esticada. Simultaneamente, flexionar a articulação escápulo-

umeral bilateralmente a 90ª, encostando as palmas das mãos com os punhos em

extensão. Partindo da posição anterior, alternar o posicionamento das pernas, fa-

zendo uma rotação externa da articulação escápulo-umeral, girando as palmas das

mãos para fora e para baixo.

5) Continuando as duplas, só que agora estando uma ao lado da outra, leve-

mente afastadas, irão segurá as mãos, flexionando o braço oposto e inclinando o

tronco lateralmente, tentando unir as mãos acima da cabeça.

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6) Agora individualmente, será solicitado que rodem a cabeça para a direita e

posteriormente para a esquerda, lembrando que deve ser um movimento bem lento,

a fim de não proporcionar tonteiras.

7) Após este movimento, será solicitado que estando com as pernas estica-

das, encaixem o quadril, elevem os braços, esticando-os para cima, mantendo os

punhos na posição neutra. Em seguida, relaxar os braços e a postura.

3ª Série de exercícios laborais:

1) Partindo da posição inicial, rodar os ombros para trás e para frente, após,

fazer circundução da articulação escápulo-umeral com os braços esticados, rodan-

do-os em sentidos opostos, para depois rodá-los simultaneamente para trás.

2) Abduzir os ombros, fazendo pequenas pausas durante a realização do mo-

vimento, em direção ao teto, como se fossem ponteiros do relógio. Durante as pau-

sas, rodar os punhos e flexionar os dedos. Em seguida, relaxar os punhos e conti-

nuar o exercício. Quando as duas mãos, alcançarem o nível mais alto, será o retorno

do movimento, com a adução da articulação escápulo-umeral, realizando as mes-

mas pausas e movimentos dos punhos.

3) Posicionar a perna esquerda à frente do corpo, encostar o calcanhar no

chão e dorsiflexionar o tornozelo da mesma. Simultaneamente, estender os punhos.

Trocar de perna, e realizar o que foi anteriormente dito, só que com flexão dos pu-

nhos.

4) Afastar as pernas, colocando as mãos na cintura e realizando movimentos

circulares com os quadris.

5) Flexionar a articulção escápulo-umeral, trançando as mãos acima da cabe-

ça, rodando-as para um lado e para o outro.

6) Entrelaçar os dedos na altura do peito, estando com a articulação escápu-

lo-umeral estendida a 90ª, girar a palma das mãos para fora, abaixando a cabeça.

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7) Com os joelhos semiflexionados, flexionar o tronco a partir dos quadris.

Subir como se estivesse desenrolando, onde a cabeça é a última a se levantar. Des-

cer expirando e subir inspirando.

4ª Série de exercícios laborais:

1) Segurar com a mão direita o braço esquerdo, logo acima do cotovelo, e su-

avemente empurrar o cotovelo na direção do ombro oposto. Após alternar com o

outro braço.

2) Segurar o cotovelo esquerdo com a mão direita e suavemente puxar o co-

tovelo por trás da cabeça. Após alternar com o outro braço.

3) Com o antebraço em supinação, flexionar a articulação escápulo-umeral

até 90ª, alcançando esta angulação, pronar o antebraço, rodar a articulação escápu-

lo-umeral internamente e abduzi-la. Após, relaxar e aduzi-la.

4) Estender a articulção coxo-femural, flexionar o joelho, segurar o dorso do

pé e puxar o calcanhar em direção ao centro das nádegas. Após retornar, alternar

com a outra perna.

5) Posicionar uma perna a frente da outra e manter os pés apontados para

frente. Semiflexionar o joelho da perna da frente e manter a perna da frente esticada

com o calcanhar no chão. Após retornar, e alternar com a outra perna.

6) Flexionar levemente a articulação coxo-femural e fazer flexo-extensão de

tornozelo, alternando com rotações do mesmo.

5ª Série de exercícos laborais:

1) Com o auxílio do bambolê, estender os braços a 90ª, fazendo movimentos

circulares para a direita e depois para a esquerda.

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2) Segurar o bambolê, com ambas as mãos, mantendo os braços acima da

cabeça, inclinar o tronco para o lado direito, retornar ao meio e depois inclinar para a

esquerda. Repetir o movimento alternando o lado.

3) Segurar o bambolê com uma mão em cima e a outra embaixo, manter o

quadril fixo e girar o tronco para o lado esquerdo, retornar ao meio e girar para o la-

do oposto. Repetir o movimento alternadamente.

4) Segurar o bambolê atrás das costas, fazendo extensão da articulação es-

cápulo-umeral.

5) Segurar o bambolê com uma mão em cima e a outra embaixo, levando-o

para o lado esquerdo. Simultaneamente fletir articulação coxo-femural e o joelho,

mantendo o pé na linha neutra. Tentar manter-se em equilíbrio por algum tempo.

Repetir alternando o lado.

6ª Série de exercícios laborais:

1) Estando posicionadas em duplas, uma de frente para a outra, fazer gancho

com todos os dedos da colega, com as duas mãos simultaneamente, tracionando-

os.

2) Estando individualmente novamente, colocar as mãos trançadas atrás da

nuca, e rodar o tronco para um lado e depois para o outro, mantendo o quadril fixado

a frente.

3) Puxar e balançar suavemente cada dedo de ambas as mãos, e após girá-

los suavemente, alongando-os.

4) Pegar um elástico, colocar no polegar e passar para cada dedo, fazendo

um movimento de abdução dos dedos.

5) Esticar bem os dedos e após fazer movimento tipo garra e tipo pinça.

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6) Flexionar os cotovelos a 90ª, encostar palma com palma da mão, estando

com os punhos em extensão, forçando os mesmos primeiramente para um dos la-

dos, e depois para o outro.

7) Estando com a articulação escápulo-umeral levemente abduzida bilateral-

mente, flexionar os cotovelos a 90ª, e encostar palma com palma das mãos estando

com os punhos em extensão, forçando um pouco os cotovelos para cima. Partindo

desta posição, rodar a mão para fora e para baixo, forçando levemente os cotovelos

para baixo.

8) Abduzir a articulção escápulo-umeral a 90ª, bilateralmente, encostar as

mãos nos ombros, e girar os cotovelos para frente e para trás alternadamente.

9) Rodar os punhos para dentro e para fora.

10) Massagear as próprias mãos.

Série de exercícios de relaxamento muscular facial e dos olhos:

Na realização destes exercícios, as profissionais poderam estar sentadas no

próprio local de trabalho.

1) Forçar o sorriso e relaxar.

2) Fazer bico e relaxar.

3) Abrir bem a boca e depois relaxar.

4) Elevar a sombrancelha e arregalar os olhos, depois relaxar.

5) Com olhos fechados, imaginar que está observando um objeto bem próxi-

mo, e em seguida imaginar que ele está se afastando.

6) Elevar as sombrancelhas, arregalar os olhos, abrir bem a boca e colocar a

língua para fora.

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7) Com a face bem relaxada, olhos abertos, direcioná-los para o lado direito.

Depois centralizar o olhar e direcioná-los para o lado esquerdo. Depois centralizar o

olhar e direcioná-lo para cima e depois para baixo.

Série de exercícios para o relaxamento dos pés:

Na execução destes exercícios, as profissionais poderam estar de pé ou sen-

tadas.

1) A profissional vai estar descalça, tentará arquear o pé, sem tirar os dedos e

o calcanhar do chão.

2) Estenderá e flexionará todos os dedos simultaneamente, sem arquear a so-

la do pé.

3) Abrir e fechar o primeiro pododáctilo.

4) Abrir e fechar o quinto pododáctilo.

5) Rolar uma bolinha de tênis na sola do pé. Iniciar pelo calcanhar e trazer até

os dedos.

6) Pressionar a bolinha de tênis sob o calcanhar, a região central do pé e re-

gião metatarsiana.

7) Colocar duas bolinhas de tênis nos calcanhares, uma em cada pé. Flexio-

nar os joelhos e realizar pequenos saltos nas bolinhas. Deixar o corpo solto (balan-

çando os braços), tirar as bolinhas, andar e observar os apoios.

Nestes exercícios para os pés, podem ser utilizados outros tipos de materiais

como bastões, cabos de vassoura, garrafas plásticas cheias com areia... Vai da cria-

tividade e dos recursos disponíveis para o fisioterapeuta trabalhar.

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Séries de exercícios de socialização e antiestresse

É sugerida que as técnicas a seguir sejam realizadas, uma a cada dia, no final

da série de exercícios laborais. Devemos solicitar às profissionais que formem uma

fila indiana, facilitando o processo de aplicação das massagens, uma nas outras.

1) Massagem manual nas costas realizadas em grupo: devem-se aplicar as

técnicas de deslizamento superficial (escorrega-se as mãos nas costas, fazendo

uma leve pressão), percussão (com as mãos fechadas dar leves soquinhos) e a-

massamento (simula como se estivesse amassando uma massinha de modelar).

2) Massagem nas costas com auxílio de uma bolinha de tênis: aplicar suave

pressão e realizar movimentos circulares com a bolinha nas costas.

3) Automassagem: realizar com as próprias mãos, movimentos de amassa-

mento nos dedos, antebraços, braços, ombros (um de cada vez), região cervical e

lombar.

Os exercícios propostos podem ser realizados com o auxílio de música e de

materiais lúdicos como bambolês, bolas (de gás, de tênis, de futebol, dos mais vari-

ados tamanhos), bastões e outros, que venham enriquecer o trabalho realizado,

proporcionando às profissionais o prazer pelo movimento.

5.2.2. O Tratamento Psicomotor nos DORT/LER

Os exercícios aqui propostos se prestarão à parte curativa (é uma reeducação

corporal com fins terapêuticos) e à parte reabilitacional (com o intuito de reorganizar

as disfunções instaladas). É imprescindível que saibamos que, as profissionais atin-

gidas pelas doenças ocupacionais estão psicologicamente fragilizadas e amedronta-

das diante da perspectiva real de perder sua função dentro da empresa. Cabe então

a nós, fisioterapeutas a grata tarefa de proporcionar a estas profissionais um trata-

mento que seja tanto funcional, quanto prazeiroso como é a reeducação psicomoto-

ra, ajudando-as a recuperar-se do processo doloroso.

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O tratamento psicomotor também tem exercícios de flexibilidade, de fortaleci-

mento, de equilíbrio e de agilidade, mas com o objetivo de ajudar as profissionais a

perceberem melhor seus corpos, a dominar seus movimentos melhorando assim

suas expressões corporais. Os jogos psicomotores trabalham com a conscientização

das potencialidades corporais, com os descontroles sinérgicos, alterações neuromo-

toras, perda da propriocepção articular, da coordenação gestual (memória cinestési-

ca) dentre outros.

O Tratamento Psicomotor tem como objetivos proporcionar o prazer no movi-

mento como terapia, o aprimoramento e a otimização da atividade mecânica gerada

pelos músculos, recuperar a expansibilidade, a força e resistência à fadiga, a cons-

cientização do esquema corporal como um todo, incentivar a responsabilidade do

paciente pelo seu próprio corpo, treinar percepção proprioceptiva em alinhamento

postural, obter bom equilíbrio, coordenação e habilidade para possibilitar as profis-

sionais a reagir rapidamente sem sobrecarregar o corpo e trabalhar a consciência da

dinâmica respiratória.

Existe uma sequência importante à ser seguida no tratamento psicomotor,

que é a seguinte: começa com os exercícios motores, depois passa aos exercícios

sensoriomotores, acabando nos exercícios perceptomotores. Os exercícios motores

são os que o corpo desloca e o sujeito percebe as diferentes noções de maneira in-

terna. Nos exercícios sensoriomotores são preconizados que através da manipula-

ção de objetos é possível a percepção de diversas noções. E os exercícios percep-

tomotores são aqueles em que as atividades em que as manipulações são mais su-

tís e a percepção visual é muito importante e domina as outras partes, possibilitando

análises profundas das funções intelectuais motoras, tais como a análise perceptiva,

a precisão da representação mental e a determinação de pontos de referência.

As atividades de reeducação devem ter uma determinada duração, e tem que

ser um momento que proporcione sensação de felicidade e prazer, e até uma liber-

dade de ação entre a profissional tratada e o seu terapeuta.

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A seguir, citaremos alguns tratamentos psicomotores usados nos distúrbios

encontrados com maior frequência nas Operadoras de Telemarketing, de algumas

funções psicomotoras.

Para começar, iremos trabalhar o Equilíbrio, solicitando às profissionais que

fiquem de pé, depois pediremos que fiquem nas pontas dos pés, em seguida irão

ficar com apenas um dos pés apoiados no chão, alternando esta postura com o ou-

tro pé.

Após, trabalharemos o Esquema Corporal com a ajuda do espelho, pedindo

que as profissionais contraiam várias musculaturas, nomeando-as, percebendo as-

sim os seus corpos.

Tendo trabalhado o equilíbrio e o esquema corporal, passaremos à Coorde-

nação Motora Ampla e Fina, as quais trabalharemos através de artigos lúdicos, co-

mo lançar uma bola no ar e solicitar que a profissional a alcance e lance de volta

para o fisioterapeuta, encaixe objetos menores em objetos maiores, una cartões de

papel com o auxílio de linha e agulha, e outros exercícios, que podem parecer tolos

mas são de grande valia no treino psicomotor.

5.3. Orientações Gerais para um melhor rendimento profissional

De acordo com as alterações encontradas nesta pesquisa, e baseado no pro-

jeto a ser implantado para dar melhores condições de trabalho às Operadoras de

Telemarketing, devemos fornecer algumas orientações, visando melhor atuação pre-

ventiva no controle das Doenças Ocupacionais.

As profissionais devem ser conscientizadas sobre a importância das adapta-

ções ergonômicas dentro de seus setores, além dos pontos prioritários da interven-

ção da mesma, como as alterações detectadas na avaliação postural que irá de-

monstrar a postura errada adotada pelo seu corpo, associando-a com a postura ado-

tada no ambiente de trabalho e em suas atividades da vida diária. Devemos dar ori-

entações individualisadas para as profissionais.

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Quanto à organização do trabalho, é necessária que haja diversificação na

execução de tarefas, com o intuito de proporcionar ao corpo posturas e movimentos

que estimulem o organismo a se manter alerta, ativo, sendo importantíssimo a exis-

tência de pausas durante a execução das tarefas (onde as profissionais deverão a-

proveitar para se alongar).

Devemos aconselhar e estimular as Operadoras de Telemarketing para que

realizem exercícios o máximo de tempo e de vezes possíveis, começando pelos e-

xercícios laborais oferecidos pelas empresas, incluindo-os em suas rotinas diárias, e

as atividades físicas realizadas fora do ambiente de trabalho, que deverão ser bem

orientadas. As atividades recomendadas são a natação, a hidroginástica, a cami-

nhada, a ginástica localizada, dança de salão, capoeira, lambaeróbica, os alonga-

mentos e outros, pois são atividades que favorecem o ritmo, a integração corporal, o

condicionamento físico e saúde mental para as profissionais em questão. Devemos

lembrar que, nenhuma atividade física deve ser começada, sem antes a profissional

passar por uma avaliação médica.

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CONCLUSÃO

A intenção, no início deste estudo, foi buscar respostas através de pesquisas

bibliográficas de autores conhecidos de como as Operadoras de Telemarketing de-

vem agir a fim de se prevenir e evitar o aparecimento e a instalação das doenças

ocupacionais.

Como foi visto no capítulo 2, as atividades profissionais sem um perfeito equi-

líbrio entre o sistema Homem/Máquina, podem determinar verdadeiras cicatrizes no

corpo do trabalhador. A fim de se evitar essas cicatrizes, é preciso que se invista

neste ambiente de trabalho, melhorando-o e adaptando-o às necessidades dos tra-

balhadores.

Com isso, lançamos o problema que foi a base desta pesquisa: Qual a impor-

tância da movimentação e da Ergonomia na prevenção e melhora da qualidade de

trabalho e vida das Operadores de Telemarketing? Partindo do pressuposto que a

hipótese presente no projeto de pesquisa sugere a criação de uma nova conscienti-

zação corporal e a prevenção de doenças ocupacionais, gerando uma melhor quali-

dade de vida profissional e pessoal, a partir dos exercícios propostos às Operadoras

de Telemarketing. Podemos então afirmar que através do uso da movimentação, da

ergonomia e dos nossos conhecimentos técnicos como fisioterapeutas, podemos

estar atuando nas diversas fases desse processo de melhora da conscientização

corporal, desde a fase de implantação e aplicação de um programa de ergonomia,

até o processo preventivo e curativo das doenças ocupacionais.

Sendo assim, realmente podemos validar e ter a certeza de que a nossa pes-

quisa, onde a aplicação da fisioterapia preventiva junto com a psicomotricidade nas

empresas, contribui efetivamente para uma visão mais ampla do trabalhador (no ca-

so, as Operadoras de Telemarketing), onde percebemos o indivíduo de forma global,

integrando mente-corpo-ambiente.

Podemos verificar que dentro do universo das Operadoras de Telemarketing

muitos são os distúrbios que afetam o sistema osteomuscular, mas também obser-

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vamos que o estado emocional muito influencia na função motora como um todo,

como vimos no capítulo 4.

Sabendo que o Homem não pode ser alterado em sua força ou tamanho, a-

pesar de ter uma grande capacidade de adaptação, sendo que esta pode trazer sé-

rias conseqüências às funções do organismo, às quais, solicitadas em condições

anormais, deterioram-se, podendo ser atingidas de maneira irreversível com reper-

cussões diretas sobre a saúde do trabalhador e a produtividade da empresa, fica

confirmada a necessidade de ser criada uma nova conscientização corporal, evitan-

do-se assim o desenrolar dessas conseqüências.

Cabe também ressaltar, como foi visto no capítulo 5, que, de um tempo para

cá, as empresas perceberam que rentável investir na prevenção, sendo base da es-

tratégia incentivar as profissionais através da Fisioterapia Preventiva junto com a

Psicomotricidade à uma nova cultura de vida e hábitos saudáveis, gerando um me-

lhor condicionamento físico, fazendo com que as atividades profissionais e pessoais

sejam realizadas mais facilmente e de forma mais prazerosa.

Como propostas para novas pesquisas, tendo como base este estudo que

nos permitiu uma reflexão sobre como a Psicomotricidade integrada com a Fisiote-

rapia Preventiva podem atuar e intervir em outras classes como, por exemplo, em

relação à terceira idade, relacionando os déficits e distúrbios psicomotores com as

atitudes preventivas que podemos adotar, a fim de termos uma velhice com mais

saúde.

Cabe também ressaltar a importância da Psicomotricidade junto com a Fisio-

terapia Preventiva, atuando no controle e correção de posturas e atitudes dos espor-

tistas dentro das academias de ginástica, que devido a não terem um acompanha-

mento específico, muitas das vezes sofrem lesões desnecessárias ao realizarem

exercício incorretamente.

Também podemos buscar a atuação da Psicomotricidade e da Fisioterapia

Preventiva num trabalho em conjunto com a Gineco-Obstetrícia que será realizado

junto ao grupo de gestantes, sendo a pesquisa baseada em toda a movimentação e

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prevenção, que são de suma importância se pensarmos no período pré, durante e

pós-gestação.

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www.sylviavolpi.com.br

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ANEXOS

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO................................................................................................... 08

1. A FISIOTERAPIA PREVENTIVA (ERGONOMIA) E A PSICOMOTRICIDA-DE....................................................................................... 11

1.1. Principais Estruturas Psicomotoras envolvidas no processo de reabili-tação e de prevenção........................................................................... 12

1.2. A Ergonomia (Fisioterapia Preventiva) no contexto preventivo e cura-tivo.......................................................................................................... 15

2. DOENÇAS OCUPACIONAIS......................................................................... 17

2.1. Conceito.................................................................................................. 18

2.2. Quadro Clínico........................................................................................ 19

2.3. Síndromes Clínicas mais comuns nos DORT......................................... 20

3. A CONSCIENTIZAÇÃO CORPORAL E O DESEMPENHO PROFISSIO-NAL................................................................................................. 24

3.1. Conscientização Postural....................................................................... 26

3.2. Avaliação postural................................................................................... 27

3.3. Forma de atuação do Fisioterapeuta nas empresas.............................. 27

3.4. Atitudes das empresas em relação às funcionárias melhorando o de-sempenho profissional............................................................................... 28

4. A RELAÇÃO ENTRE AS MÁS POSTURAS E ATITUDE E SUAS CONSE-QUÊNCIAS NOS DISTÚRBIOS PSICOMOTORES.............................. 30

4.1. Más posturas freqüentes no posto de trabalho....................................... 30

4.1.1. Trabalho dinâmico e estático das posturas..................................... 32

4.2. As lesões e conseqüências da má postura no trabalho......................... 33

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4.3. O estado emocional influenciando nas posturas.................................... 34

4.4. Condições desfavoráveis no ambiente de trabalho que interferem no rendimento profissional.................................................................................. 36

5. AS AÇÕES PREVENTIVAS E ORIENTAÇÕES GERAIS PROPORCIO-NANDO UMA MELHOR E MAIOR CAPACIDADE PROFISSIO-NAL................................................................................................. 37

5.1. Orientações ergônomicas/preventivas para o posto de trabalho das Operadoras de Telemarketing....................................................................... 38

5.2. Exercícios Laborais e o Tratamento Psicomotor para os DORT/LER.... 41

5.2.1. Os Exercícios Laborais na prevenção dos DORT/LER................... 42

5.2.2. O Tratamento Psicomotor nos DORT/LER...................................... 51

5.3. Orientações Gerais para um melhor rendimento profissional................. 53

CONCLUSÃO..................................................................................................... 55

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................... 58

ANEXOS............................................................................................................ 61

ÍNDICE............................................................................................................... 62

FOLHA DE AVALIAÇÃO.................................................................................... 64

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Pós-Graduação “Lato Sensu”

Título do livro: A PSICOMOTRICIDADE E A FISIOTERAPIA PREVENTIVA PRO-

MOVENDO SAÚDE AS OPERADORAS DE TELEMARKETING

Data da Entrega: ____/____/____.

Auto Avaliação: Como você avaliaria este livro?

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___________________________________________________________.

Avaliado por:__________________________________Grau:__________.

__________________, _______ de ______________de ______