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FACULDADE REDENTOR CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO MARCELO SILVA VITOR AMARAL A QUALIDADE COMO FATOR DE REDUÇÃO DE ACIDENTES NO TRABALHO Itaperuna 2013

A QUALIDADE COMO FATOR DE REDUÇÃO DE ACIDENTES … · Roberto Shinyashiki . RESUMO O presente trabalho tem como objetivo avaliar a qualidade como fator de redução de acidente

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Page 1: A QUALIDADE COMO FATOR DE REDUÇÃO DE ACIDENTES … · Roberto Shinyashiki . RESUMO O presente trabalho tem como objetivo avaliar a qualidade como fator de redução de acidente

FACULDADE REDENTOR

CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

MARCELO SILVA VITOR AMARAL

A QUALIDADE COMO FATOR DE REDUÇÃO DE ACIDENTES NO

TRABALHO

Itaperuna

2013

Page 2: A QUALIDADE COMO FATOR DE REDUÇÃO DE ACIDENTES … · Roberto Shinyashiki . RESUMO O presente trabalho tem como objetivo avaliar a qualidade como fator de redução de acidente

MARCELO SILVA VITOR AMARAL

A QUALIDADE COMO FATOR DE REDUÇÃO DE ACIDENTES NO TRABALHO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Redentor, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia de Produção.

Orientador: M.Sc. Niander Aguiar Cerqueira

Itaperuna

2013

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FOLHA DE APROVAÇÃO

Autor: MARCELO SILVA VITOR AMARAL

Título: A QUALIDADE COMO FATOR DE REDUÇÃO DE ACIDENTES NO

TRABALHO

Natureza: Trabalho de conclusão de curso (TCC)

Objetivo: Título de Bacharel em Engenharia de Produção

Instituição: Faculdade Redentor

Área de Concentração: Engenharia de Produção

Aprovado em:____/_____/______

Banca Examinadora:

___________________________________________

Prof. M.Sc. Niander Aguiar Cerqueira

Instituição: Faculdade Redentor

___________________________________________

Prof. M.Sc. Ana Karina M. de Souza

Instituição: Faculdade Redentor

____________________________________________

Prof. Esp. Luiz Gustavo Xavier Borges

Instituição: Faculdade Redentor

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Dedico este trabalho à minha família,

pelo apoio incondicional em minha

vida acadêmica.

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AGRADECIMENTOS

Ao finalizar este trabalho, agradeço a todos aqueles que de alguma forma

contribuíram para sua efetivação. Em especial, agradeço...

...à Deus, por ter me dado a oportunidade, força, motivação, novos horizontes para

que aqui chegasse neste momento de grande conquista pessoal.

...aos meus pais Valdelúcia e Artur, meus irmãos Geraldo Vítor, Maurício, Marta,

Mariana e Rose, à minha filha Luanna Amaral e a toda minha família pelos momentos

de aconchego, compreensão nas diversas oportunidades em que me ausentei por

motivos de estudo, planejamento, tentando concluir mais uma etapa em minha vida.

...à minha esposa, Poliane Rocha, que sempre me apoiou, incentivou e esteve ao meu

lado, sendo compreensiva em meus momentos de ausência devidos ao estudos para

que eu pudesse concluir esta jornada!

... ao Professor Diretor Acadêmico André Raeli que dedicou seu tempo e esforço para

que nosso curso hoje se tornasse realidade.

...ao Professor Coordenador Luiz Gustavo Borges pela dedicação, pela garra e

determinação em dirigir os trabalhos de nosso curso.

...ao amigo e Professor Orientador Niander Cerqueira que se comprometeu nesta

difícil tarefa de me orientar para a elaboração deste TCC.

...aos Professores que compartilharam seus conhecimentos no decorrer deste curso,

pela paciência e incentivo, em especial aos professores: Alber Neto, André Raeli, Ana

Karina, Cláudia Paes, Danielle Pussiareli, Jorge Matos, Livison Miranda, Luiz Gustavo,

Maurício Ferraz, Muriel de Oliveira, Niander Cerqueira e Sandro Reis, por me

auxiliarem em diversos momentos, sanando dúvidas que surgiam para continuar

completando os planejamentos.

...a todos os colegas de curso que nunca deixaram de lutar para conquistar esse

grande objetivo, em especial ao Alex de Oliveira e Adilson Júnior pelo grande

companheirismo, amizade em todas as etapas desta caminhada, pelos trabalhos

juntos realizados, pelas brincadeiras, pelo respeito, pela força e incentivo nos

momentos decisivos.

Page 6: A QUALIDADE COMO FATOR DE REDUÇÃO DE ACIDENTES … · Roberto Shinyashiki . RESUMO O presente trabalho tem como objetivo avaliar a qualidade como fator de redução de acidente

“Não confunda derrotas com fracasso nem vitórias com sucesso.

Na vida de um campeão sempre haverá algumas derrotas, assim

como na vida de um perdedor sempre haverá vitórias. A

diferença é que, enquanto os campeões crescem nas derrotas,

os perdedores se acomodam nas vitórias.”

Roberto Shinyashiki

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RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo avaliar a qualidade como fator de redução de acidente no trabalho, trazendo assim como resultado uma maior produtividade e lucratividade para a empresa, além de proporcionar um ambiente seguro no trabalho, proporcionando o bem-estar e a qualidade de vida aos colaboradores. Para isso, utilizou-se de revisão bibliográfica e pesquisa qualitativa e quantitativa através de questionário online junto à empresas. Através do estudo realizado, conclui-se que a NBR ISO 9001, as ferramentas da qualidade, o ciclo PDCA e o programa 5s se constituem, de forma significativa, como fatores concretos para a redução de acidentes no trabalho.

Palavras-chave: acidente no trabalho, ferramentas da qualidade, ISO 9001, PDCA.

Page 8: A QUALIDADE COMO FATOR DE REDUÇÃO DE ACIDENTES … · Roberto Shinyashiki . RESUMO O presente trabalho tem como objetivo avaliar a qualidade como fator de redução de acidente

ABSTRACT

The present work aims to evaluate the quality as an work accident reduction tool, which will result in a greater productivity and profitability to the company, besides implementing a safe work environment, promoting employees welfare and life quality to them. For this, it was applied a qualitative and quantitative on line questionnaire in some companies. Through this research, it is concluded that the NBR ISO 9001, quality appliance , PDCA cycle and the 5s program are fundamental tools for work accident reduction.

Keywords: accident at work, quality tools, ISO 9001, PDCA.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Pirâmide de Bird ................................................................................................. 14

Figura 2: Ciclo PDCA ......................................................................................................... 33

Figura 3: Modelo conceitual dos 5W's e 2H's.......................................................................34

Figura 4: Diagrama de Causa e Efeito ............................................................................... 38

Figura 5: Pontuação por grau de importância...................................................................... 44

Figura 6: Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) ................................ 45

Figura 7: Existência de Sistema de Gestão ISO 9001 ........................................................ 46

Figura 8: Ferramentas da Qualidade implementadas ......................................................... 46

Figura 9: Benefícios do Sistema de Gestão ou das Ferramentas da Qualidade ................. 47

Figura 10: Fatores que influenciaram no investimento em qualidade ................................... 48

Figura 11: Grau de importância da necessidade de implantação da Ferramenta 5S ........ 48

Figura 12: Grau de importância das Ferramentas da Qualidade .......................................... 49

Figura 13: Grau de importância do Brainstorming ................................................................ 50

Figura 14: Grau de importância da Qualidade na melhoria das condições de segurança e

higiene. .............................................................................................................. 51

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 10

1 CONCEITUALIZAÇÃO ..................................................................................................... 13

1.1 INCIDENTE E ACIDENTE ..................................................................................... 13

1.2 AS PRINCIPAIS CAUSAS DE ACIDENTES DE TRABALHO................................. 15

1.3 OS ACIDENTES DE TRABALHO NOS VÁRIOS SEGMENTOS EMPRESARIAIS . 18

2 QUALIDADE .................................................................................................................... 20

2.1 BREVE HISTÓRICO DA EVOLUÇÃO DO CONCEITO DA QUALIDADE .............. 20

2.2 FERRAMENTAS DA QUALIDADE COMO FATORES DE REDUÇÃO DE

ACIDENTES DE TRABALHO...................................................................................... 28

2.2.1 O Programa 5S ........................................................................................ 28

2.2.2 O significado dos 5S ................................................................................ 29

2.2.3 O Ciclo PDCA ........................................................................................... 32

2.2.4 5W’s e 2H’s .............................................................................................. 34

2.2.5 FMEA....................................................................................................... 35

2.2.6 Diagrama de Causa e Efeito ou Diagrama de Ishikawa ........................... 37

2.2.7 Diagrama de Pareto ................................................................................. 38

2.2.8 Brainstorming............................................................................................ 39

2.2.9 Poka-Yoke...................................................................................................40

3 A IMPORTÂNCIA DO SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE ISO 9001 E AS

FERRAMENTAS DA QUALIDADE COMO FATORES DE REDUÇÃO DE ACIDENTES DE

TRABALHO ........................................................................................................................ 41

4 PESQUISA QUALITATIVA E QUANTITATIVA..................................................................44

4.1 RESULTADO E DISCUSSÕES...............................................................................44

CONCLUSÃO...................................................................................................................... 52

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 54

APÊNDICE A .........................................................................................................................56

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10

INTRODUÇÃO

A confiabilidade nas novas tecnologias, complexas ou simples, onde a falta de

treinamento ou qualificação, assim como o não comprometimento e envolvimento de

todos representam fatores importantes para a ocorrência de acidentes de trabalho.

Mesmo nos parques industriais onde se tem sistemas de automação

extremamente avançados, a participação humana nesses sistemas são de suma

importância, pois não se pode esquecer que a tecnologia de ponta é o resultado da

criatividade do homem e que os erros ou até as disfunções técnicas, em última análise,

têm sua origem nas atividades humanas.

O acidente de trabalho é súbito, inesperado e muitas vezes imprevisível, sendo

importante estudar as variáveis que ocasionam esses acidentes.

Os diferentes segmentos da sociedade envolvidos com os acidentes de

trabalho, - os empresários, governantes, trabalhadores, engenheiros e técnicos em

segurança -, procuram explicar o acidente de trabalho, por uma razão ou outra, como

consequência de comportamento ou ações dos próprios trabalhadores e atribuem isso

a brincadeiras, desatenção, despreparo ou incapacidade, esquecendo que em muitos

casos a falta de conscientização da importância de se usar os EPI – equipamentos de

proteção individual, a não qualificação necessária para a utilização de determinada

máquina, peça e etc e, ainda a falta de investimento na área de segurança da

organização são também fatores concretos cuja falta trazem como resultado os

acidentes de trabalho.

Sempre o agente que sofre a ação, aqui o trabalhador e ação entendida como

acidente, é o trabalhador que sofre em seu corpo e mente as consequências de um

acidente de trabalho, e é nele que se deve investir para evitar o mesmo.

O investimento para a prevenção ou ainda para a efetiva não ocorrência de

acidentes de trabalho é de suma importância, pois é através dele que o resultado

esperado acontece, ou seja, a não ocorrência de acidentes de trabalho.

A falta de investimento e o aumento da concorrência fazem com que as

empresas se preocupem com prazos de entrega, acabar com os gargalos da produção

a qualquer custo, com o marketing de seus produtos e esquecem o mais importante:

promover a segurança a todos os trabalhadores.

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11

Esses investimentos são na ordem de capacitação, treinamento e qualificação

para os trabalhadores para que efetivamente saibam utilizar a ferramenta, máquina

ou equipamentos colocados ao seu dispor para a realização de suas atividades, na

aquisição de EPIs e principalmente na conscientização da importância do uso dos

mesmos e ainda a necessidade de se estabelecer ações baseadas em qualidade,

como a implantação de um sistema de gestão da qualidade baseado na NBR ISO

9001 buscando a Qualidade Total, na utilização de ferramentas da qualidade como

5W2H, FMEA, Diagrama de Causa e Efeito ou Diagrama de Ishikawa, entre outras,

métodos como Programa 5Ss e o Ciclo PDCA.

O processo de segurança e prevenção de acidentes de trabalho dentro da

organização deve ser entendido como uma atividade cooperativa e não competitiva

entre as várias áreas ou setores que a compõem. O comprometimento e o

envolvimento de todos para que o número de acidentes de trabalho sejam

minimizados é essencial para se obter resultados positivos. Tanto o comprometimento

assim como o envolvimento de todos é a premissa básica de um sistema de gestão

da qualidade, por isso a necessidade de se implementar ações baseadas na

qualidade.

Hoje, segurança no trabalho é sinônimo de maior produtividade, melhor

qualidade e menor custo para as organizações e os empresários devem saber o

quanto desembolsam ao deixar de investir em segurança e saúde nos locais de

trabalho. Ao mensurar o custo-benefício gerado por acidentes e morte dos

trabalhadores, os gestores e donos de empresas se empenhariam em adotar medidas

de prevenção.

Ações para evitar acidentes de trabalho devem ser entendidas não como uma

reivindicação dos trabalhadores nem como uma concessão do empresário ou ainda

como uma imposição do governo, mas como uma necessidade de qualquer setor

produtivo, como um direito de todo ser humano que se dedica ao trabalho.

Para a elaboração do presente trabalho estabeleceu-se como objetivo geral

demonstrar que a qualidade pode ser um fator na redução de acidentes de trabalho.

Para se alcançar o objetivo geral, estabeleceram-se objetivos específicos que

são:

- Definir o que é risco e acidente de trabalho.

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- Analisar as causas do número elevado de acidentes de trabalho que ocorrem no

Brasil em seus vários setores, entre eles o da Construção Civil, na indústria, enfim

naqueles onde se observa a maior ocorrência dos mesmos.

- Definir o que é qualidade e sua evolução ao longo do tempo e o que é sistema de

gestão da qualidade.

- Demonstrar que a gestão da qualidade baseada na NBR ISO 9001, assim como suas

ferramentas assim como o método 5S, o ciclo PDCA e outras podem ser fatores de

redução de acidentes de trabalho.

Para a elaboração deste trabalho buscou-se variadas leituras desde autores

tradicionais, artigos e ainda em fontes disponíveis em livros de referências que tratam

desse tema que possibilitaram a obtenção de informações referentes ao enfoque aqui

trabalhado. Pesquisa realizada entre vários autores sobre a importância da qualidade

como fator para evitar acidentes de trabalho subsidiou o estudo aqui transcrito e

contribuíram profundamente para que este artigo fosse levado a termo.

A metodologia fundamentou-se na pesquisa bibliográfica e pesquisa qualitativa

e quantitativa, através de questionário, APÊNDICE A, para se mostrar todos os

aspectos relacionados à importância de ações de qualidade na organização, a eficácia

de suas ferramentas para evitar e/ou prevenir acidentes de trabalho, avaliando-se ao

final de maneira global os benefícios que essas ações traz para a organização.

O trabalho está estruturado em 3 capítulos. No capítulo primeiro é feita uma

revisão de literatura, enfocando os conceitos básicos de incidente e acidente de

trabalho para um melhor entendimento do objetivo principal desse estudo que é

demonstrar que a qualidade pode ser um fator de redução de acidentes de trabalho.

Ainda no Capitulo 1 se faz uma análise das principais causas do número

elevado de acidentes de trabalho que ocorrem no Brasil em seus vários setores, entre

eles o da Construção Civil, na indústria, enfim naqueles onde se observa a maior

ocorrência dos mesmos.

O capitulo 2 apresenta o que é qualidade, sua evolução ao longo do tempo e o

que é um sistema de gestão da qualidade.

Ainda neste capítulo se abordará o que é um sistema de gestão da qualidade

baseado na NBR ISO 9001, assim como suas ferramentas, entre elas método 5 Ss,

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FMEA, o ciclo PDCA e outras, que atuam como fatores de redução de acidentes no

trabalho.

O capitulo 3 mostra a importância da qualidade e suas ferramentas como fator

de redução de acidentes de trabalho.

Na conclusão ou considerações finais são expostos os resultados finais do

estudo empreendido.

1 CONCEITUALIZAÇÃO

1.1 INCIDENTE E ACIDENTE

É importante saber a diferença entre incidente e acidente. Incidente pode ser

entendido como sendo um acontecimento não desejado ou não programado que

venha a deteriorar ou diminuir a eficiência operacional da empresa. Já um acidente é

o evento não desejado que tem por resultado uma lesão ou enfermidade a um

trabalhador ou um dano a propriedade, conforme Dela (2004).

Ao se adotar as providências necessárias para prevenir e controlar os

incidentes, diretamente se está protegendo a segurança física dos trabalhadores, dos

equipamentos, dos materiais e também do ambiente.

Assim, o incidente é a ocorrência inesperada que não gera nenhum dano

material ou qualquer tipo de lesão. Para se entender melhor: uma pessoa está

andando em um shopping, onde o piso está sendo lavado, ela escorrega, mas não cai

e não sofre nenhum tipo de lesão, se tem um incidente. Se ao escorregar, a pessoa

cai e se machuca (lesão) se tem um acidente.

A busca pela eliminação ou o controle de todos os incidentes deve ser a

preocupação principal das empresas. Portanto, “os incidentes podem ou não serem

acidentes, entretanto todos os acidentes são incidentes” (DELA, 2004, p. 18).

Segundo Monteiro & Bertagni (2004), um dos maiores estudiosos sobre

incidentes e acidentes de trabalho e suas causas foi Frank Bird, que seguindo o

raciocínio de que os acidentes de trabalho acontecem quando situações não são

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adequadamente controladas propiciam a ocorrência dos mesmos, Bird apresentou um

modelo piramidal para representar a evolução dos incidentes para os acidentes com

graves danos para os trabalhadores.

Segundo este modelo, incidentes ocorrem num determinado número.

Teoricamente, poderia ter havido acidentes em cada um deles. De fato alguns se

constituem em acidentes com perdas materiais. Uma quantidade menor gera

acidentes com consequências humanas leves e um número ainda menor leva a

acidentes com danos de maior gravidade em pessoas, conforme Monteiro & Bertagni

(2004).

Isso significa que em média, 600 incidentes geram 30 acidentes com perdas

materiais e 10 com lesões humanas das quais uma é grave e isso acontece mesmo

nas empresas que demonstram uma grande preocupação com a segurança dos seus

trabalhadores.

Com o passar do tempo, foi acrescentado à base da pirâmide de Bird as ações

e procedimentos das pessoas que contribuem de forma significativa para a ocorrência

dos acidentes de trabalho.

Pirâmide de Bird ou de Acidentes

Figura 1 – Pirâmide de Bird Fonte: www.potencialpnl.com.br

Os acidentes no trabalho em geral, por se constituírem em acontecimentos

altamente complexos possuem um número enorme de variáveis que os provocam, por

isso a necessidade de se entender muito bem o que eles significam.

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Acidente de trabalho é um evento inesperado e indesejável que surge diretamente da situação do trabalho, isto é, de um equipamento defeituoso ou de um desempenho inadequado de uma pessoa, podendo ou não causar danos pessoais e danificar o equipamento (DELA, 2004, p.21).

O acidente do trabalho é aquele que ocorre durante a realização de uma

atividade dentro da empresa que resulta em uma lesão corporal ou perturbação

funcional que podem ocasionar a morte ou a perda, permanente ou temporária, da

capacidade para o trabalho, conforme mostra Dela Coleta (2004).

1.2 AS PRINCIPAIS CAUSAS DE ACIDENTES DE TRABALHO

No ano de 2011, conforme dados do INSS 1 , aconteceram no Brasil

711.164 acidentes de trabalho. Isso significa que a cada 15 minutos acontecem 14

acidentes, numa jornada normal de trabalho em uma empresa.

São várias as causas desse número significativo de acidentes. Entre elas:

- Negligência

Uma pessoa negligente é aquela que não toma os devidos cuidados para

executar uma determinada tarefa, conforme Negrini (2010).

Essa é uma das maiores causas de acidentes de trabalho. Atualmente significa,

segundo Negrini (2010), toda ação, consciente ou não, que pode provocar algum dano

aos trabalhadores, ou a máquinas, materiais e equipamentos, diretamente

relacionadas à falha humana, ou seja, quando os trabalhadores não tomam as devidas

precauções, podendo comprometer não só a sua segurança, mas da equipe inteira. .

Algumas situações que caracterizam essa causa: trabalhos em altura, sem o

uso do cinto de segurança; brincadeiras e correria no local de trabalho; uso de EPIs

de forma inadequada ou o não uso dos mesmos por vontade própria do trabalhador;

1 Fonte: TEM/RAIS e MPS/AEPS

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16

uso de bebidas alcoólicas ou algum tipo de droga no ambiente de trabalho, entre

outros, conforme mostra Negrini (2010).

- Condições Inseguras

Os acidentes decorrentes dessa causa são consequência da falta de

preocupação com o ambiente de trabalho que pode colocar em risco a integridade

física ou mental dos trabalhadores. São próprias do ambiente de trabalho, e

geralmente acontecem alheios a vontade do trabalhador, segundo Negrini (2010).

Situações que caracterizam essa causa segundo essa autora: máquina sem

proteção; não utilização de vestuário apropriado para a realização da tarefa;

gambiarras em máquinas, equipamentos ou em ferramentas; a falta de treinamento

para o correto uso do equipamento, ferramenta ou maquinário; falta de EPIs, entre

outras várias.

Como essas situações estão nos locais de trabalho, pode-se deduzir que foram

instaladas por decisão ou mau comportamento de pessoas, que permitiram situações

de risco a aqueles que lá executam suas atividades.

- Investimentos

A falta de preocupação com a integridade física e mental do trabalhador é uma

das maiores causas de acidentes de trabalho. Essa integridade deveria ser uma

prioridade para as empresas, não só pela importância social, mas também pela

economia que pode ser gerada, conforme mostra Negrini (2010).

Atualmente a segurança para os trabalhadores é vista pelos empresários como

um item que gera despesas para a empresa, através do qual não se obtém lucros.

Isso tem que ser percebido justamente ao contrário, pois a empresa que investe na

segurança evita os acidentes de trabalho. Com isso a empresa ganha quando não

tem empregados afastados, gerando dias não produtivos, quando não há necessidade

de remanejamento de pessoas para suprir a lacuna de um acidentado e ainda os

Processos Judiciais na esfera Trabalhista e Cível, que geram altos custos, segundo

Ayres &Correia (2011).

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17

- Não fornecimento de Equipamento de Proteção Individual aos trabalhadores

“O Equipamento de Proteção Individual - EPI é todo dispositivo ou produto, de

uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado a proteção contra riscos capazes

de ameaçar a sua segurança e a sua saúde” (AYRES & CORREIA, 2011, p.64).

O fornecimento gratuito e o uso obrigatório dos EPIs estão formalmente

descrito na Norma, nos seus itens 6.3 e 6.6-subitem b respectivamente. Esses

equipamentos devem ser adequados ao risco e devem estar em perfeitas condições

de uso, conforme Manual de Legislação (2010).

Quando os EPIs não são utilizados pelos empregados, estes não tem proteção

para a manutenção de sua saúde física e ainda a proteção contra os acidentes de

trabalho, fator este que contribui muito para as causas dos mesmos.

Entretanto, é importante ressaltar que não basta o fornecimento do EPI ao

empregado pela empresa. Ela tem que supervisionar e obrigar que o equipamento

seja utilizado. Para tanto tem que existir conscientização e treinamento.

- Treinamento

Para que seus empregados realizem suas atividades conforme o planejado,

devem estar devidamente qualificados para isso. Mas, não adianta se ter o produto

final em conformidade com o definido, se ao longo do processo produtivo aconteceram

acidentes de trabalho.

Uma das mais importantes causas de acidentes de trabalho está centrada na

falta de treinamento e conscientização a respeito da utilização dos equipamentos de

proteção individual, de como e quando cada um deve ser usado, assim como da

necessidade de se seguir as normas de segurança, segundo Ayres & Correia (2011).

Como foi visto anteriormente, é obrigação da empresa em fornecer os EPIs

necessários para a realização das atividades a serem executadas durante a jornada

de trabalho a ser cumprida pelo empregado. A empresa também é responsável pela

utilização dos mesmos e isso só acontece quando a empresa investe em treinamentos

e conscientização sobre a necessidade da utilização dos mesmos, conforme mostram

Ayres & Correia (2011).

Page 19: A QUALIDADE COMO FATOR DE REDUÇÃO DE ACIDENTES … · Roberto Shinyashiki . RESUMO O presente trabalho tem como objetivo avaliar a qualidade como fator de redução de acidente

18

1.3 OS ACIDENTES DE TRABALHO NOS VÁRIOS SEGMENTOS EMPRESARIAIS

Ao se fazer um levantamento, ano base 2010, sobre os segmentos empresarias

que mais apresentam acidentes de trabalho, pode-se observar o seguinte:

- Indústria de Transformação – produtos alimentícios e bebidas é a campeã em

acidentes de trabalho. No ano de 2010, nesse segmento ocorreram 59.9762 (aqui

enquadrados acidentes na própria empresa e os de acidente de trajeto).

- Construção Civil = 54.6643 : é o segundo colocado em número de acidentes de

trabalho. Nesse setor há necessidade do empresário entender que quando um

empregado seu sofre um acidente, ele passa a ter estabilidade no emprego, por um

período de um ano e não pode ser demitido.

Nesse ramo, é prioridade introduzir programas de treinamento para o

cumprimento de normas e de procedimentos preventivos, como medida de segurança.

Hoje, percebe-se que os próprios empregados da Construção Civil estão priorizando

a implementação dessas ações, pois entendem que essas medidas representam

garantia e qualidade de vida, segundo Negrini (2010).

- Transportes, Armazenamento e Correios = 51.9344: é um segmento que apresenta

um número significativo de acidentes de trabalho.

Segundo Monteiro & Bertagni (2004), nesse ramo os maiores problemas são o

machismo, a vaidade e o desconforto que impedem os funcionários desse segmento

a usar os equipamentos e seguir as normas de segurança.

“[...] hoje esses números estão caindo drasticamente em função da nova legislação previdenciária de 24/07/2001 que dita que o empregador além de fornecer e obrigar os funcionários a utilizarem os EPIs e seguir as normas de segurança pode ainda responsabiliza-lo judicialmente caso o funcionário sofra um acidente de trabalho e não

2 Fonte MTE/RAIS e MPS/AEPS 3 id 4 id

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19

esteja com a devida proteção ou não cumprindo uma norma de segurança (MONTEIRO & BERTAGNI, 2004, p. 121).

- Metalúrgica: em 2010 ocorreram 10.4375 acidentes de trabalho nesse setor. Muitas

são as causas, mas as principais são a não utilização de EPIs e por falta de sistemas

de gestão, quer seja de qualidade ou de Segurança e Saúde no Trabalho.

- Indústria de Petróleo = 8.6446: ao se comparar esse número de acidentes ao número

dos que ocorrem na Construção Civil percebe-se que é extremamente inferior.

Justifica-se, talvez, porque as empresas desse ramo há muito tempo se preocupam

com programas de qualidade, que com certeza reduzem os mesmos.

Analisando esses números, percebe-se que na sua quase totalidade as

empresas não se preocupam em informar e educar seus colaboradores para a

necessidade de seguir todas as normas de segurança e ainda da importância da

utilização do equipamento de proteção individual ou de equipe. Isso só é possível

quando os empresários investirem em programas de qualidade, em treinamentos, e

aplicação de ferramentas da qualidade que podem de forma definitiva amenizar o

número de acidentes de trabalho em suas empresas.

5Fonte TEM/RAIS e MPS/AEPS 6 id

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20

2 QUALIDADE

2.1 BREVE HISTÓRICO DA EVOLUÇÃO DO CONCEITO DA QUALIDADE

Para que se possa entender o valor da Gestão da Qualidade para uma

empresa, primeiramente, deve-se entender a evolução deste conceito, o significado

de qualidade a partir de seus tributos e o impacto que causa nas atividades das

empresas e em seus colaboradores.

Analisando-se as palavras de Paladini (2009) pode-se dizer que qualidade em

seu significado original era entendida como inspeção, pois quase tudo era fabricado

por artesãos e artífices e transmitido de pai para filho e assim por diante. Através da

inspeção – que era o ato de comparar manualmente e somente de forma visual - as

peças produzidas. Estando parecidas, tinham qualidade e podiam ser colocadas no

mercado.

Seguindo ainda o mesmo raciocínio de Paladini (2009) que com o surgimento

da produção em massa percebe-se a necessidade de se ter um controle preciso do

que era fabricado. Qualidade então passa a significar controle estatístico. Mesmo

assim, na época, percebeu-se que não adiantava fazer controle estatístico somente

durante a produção dos produtos. Havia sim a necessidade de se ter uma maneira de

monitorar o processo. Qualidade então passou a significar controle de processo feito

por amostragens.

Com a Segunda Guerra Mundial a indústria entendeu a necessidade de colocar

em prática ações que realmente fizessem com que o seu produto final fosse aquilo

que se havia projetado, sem um número enorme de produtos com defeitos e em

função destas ações não tivessem desperdício de tempo e de materiais.

Para Robles (2004) é nesse instante que surge então a garantia da qualidade,

que pela primeira vez volta-se não somente para a produção, mas também para o

processo – no início, durante e ao final do mesmo.

A qualidade deve ser gerenciada a partir do processo produtivo. Este, sem dúvida, é o primeiro e mais elementar princípio de produção com qualidade, para qual convergem os esforços de todos que se

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21

empenham em determinar formas adequadas para produzi-la. (PALADINI, 2009, p.17).

Com todos esses conceitos e práticas, as empresas começam a ter uma nova

visão e seus executivos começam a entender a importância da qualidade para o seu

negócio.

Qualidade passa a ser associada à lucratividade, definindo-a de acordo com

as expectativas dos clientes e deixa de ser uma tarefa de alguns e passa a ser de

todos, principalmente da Alta Direção da empresa que entende que qualidade significa

gestão.

Atualmente, um número cada vez maior de empresas passou a ter uma nova

visão, onde gerenciar pela qualidade significa incorporar mudanças profundas na

cultura da empresa, onde o colaborador é visto como o principal patrimônio da mesma

e é justamente por isso que a segurança no trabalho começa a ter outro significado,

ou seja, quanto maior a segurança menos acidentes de trabalho, consequentemente

menos custos. Isso se constitui em uma gestão com qualidade. Mas, ela só acontece

se houver o efetivo comprometimento e envolvimento com as questões da qualidade

por todos que fazem parte da organização quando o assunto é segurança no trabalho,

segundo Garvin, (2004).

“[...] observa-se então que atualmente que um número maior de empresários começa a demonstrar uma nova visão, que incorpora um notável desvio de perspectiva. Pela primeira vez, diretores a nível de presidência e diretoria executiva expressam interesse pelas mudanças culturais, apresentam outra visão sobre seus empregados, e lançam um novo olhar sobre as questões relacionadas a segurança no trabalho, que culmina com o cultivo da qualidade, passando a perceberem a qualidade como uma arma agressiva de concorrência. (GARVIN, 2004, p. 3)”

Atualmente um dos mais utilizados sistema de gestão da qualidade é o baseado

na NBR ISO 9001 – Sistema de gestão da qualidade - Requisitos, que pode ser

utilizada pela organização para aplicação interna, para certificação ou para fins

contratuais. Essa norma é focada na eficácia do sistema de gestão da qualidade para

atender aos requisitos do cliente, segundo Mello et al (2009).

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“A NBR ISO 9001 – Sistemas de gestão da qualidade – Requisitos é a norma

para finas contratuais usada para avaliar a capacidade de uma organização em atingir

os requisitos dos clientes e os regulamentares aplicáveis para, assim, satisfazer esses

clientes” (MELLO et al, p.5).

Observa-se aqui que as normas de segurança estão incluídas na ISO 9001,

quando se lê “que os requisitos regulamentares aplicáveis” devem ser seguidos.

[...] podemos definir um Sistema de Gestão da Qualidade ISO 9001 como sendo a estrutura, responsabilidades, procedimentos, processos e recursos envolvidos na sua implantação. Esse sistema de gestão aplica-se a todas as atividades relativas à qualidade do produto ou serviço, interagindo com os mesmos. Ele envolve todas as fases, desde a identificação inicial até a satisfação final dos requisitos e expectativas do cliente (Honda & Viveiro, 2008, p. 7-8).

Quando a Alta Direção de uma organização percebe que sua lucratividade

diminuiu em função de custos com acidentes de trabalho, de imediato entende a

necessidade de estabelecer ações padronizadas de prevenção para os mesmos.

Define então que mudanças comportamentais devem ocorrer e buscam introduzir no

seu meio, ações de qualidade.

Mas, como descreve Seleme et al. (2008) isso já são indícios importantes, mas

representam parte do todo, pois para a organização qualidade deve ir além do pensar.

Deve ser introduzida de forma concreta e eficaz para se garantir no mercado de

trabalho e ainda possuir um diferencial frente a seus concorrentes.

Em função do exposto questiona-se afinal, o que é qualidade e como a

organização deve atuar para implementá-la no seu meio.

Qualidade é tudo o que alguém faz ao longo de um processo para garantir que um cliente, fora ou dentro da organização, obtenha exatamente aquilo que deseja – em termos de características intrínsecas, custo e atendimento (LOBOS, 1991, p.16).

Ao se analisar este conceito percebe-se que qualidade hoje no ambiente

empresarial não é uma questão de modismo, mas sim uma ferramenta extremamente

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23

importante para o êxito da empresa e mais importante ainda possuir uma gestão

voltada para a qualidade.

Como cita Mello et al., (2009, p.11) “[...] a Gestão da Qualidade tornou-se

fundamental para a liderança e para o aperfeiçoamento contínuo de todas as

organizações”.

A Gestão da Qualidade ISO 9001 é importante porque significa que uma

organização tem o seu sucesso frente a seus concorrentes justamente por ter a

possibilidade de produzir seus produtos com maior qualidade e com um preço mais

competitivo em função do ganho que tem quando não ocorrem acidentes de trabalho.

Para Slack et al (2003) quando o Sistema de Gestão da Qualidade ISO 9001 é

a chave para o sucesso da empresa, ela consegue acompanhar e atender às

expectativas tanto do cliente quanto do mercado.

Ao se analisar as principais causas de acidentes de trabalho, observa-se que

uma das principais é falta de investimento para ações de segurança. A ISO 9001

contempla em seu item 6 – Gestão de Recursos, sub item 6.1 “A organização deve

determinar e prover recursos necessários para a) implementar e manter o sistema de

gestão da qualidade e melhorar continuamente sua eficácia, e b) aumentar a

satisfação dos clientes mediante o atendimento aos seus requisitos” (NBR ISO 9001,

2008, p. 6).

Quando a alta direção tem a responsabilidade de prever recursos para todas

as ações relacionadas a qualidade, nesses recursos estão inseridos os destinados a

segurança no trabalho, através de programas como:

- PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (NR 9).

O objetivo desse programa é estabelecer uma metodologia de ação que

garanta a preservação da saúde e integridade dos trabalhadores frente aos riscos dos

ambientes do trabalho, segundo Mello et al (2009).

O PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) foi estabelecido pela

Secretaria de Segurança e Saúde do Trabalho, do Ministério do Trabalho, por meio

da Norma Regulamentadora NR 9, Portaria 3214/78, da Portaria 3214/78, com

objetivo de definir uma metodologia de ação para garantir a preservação da saúde e

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integridade dos trabalhadores face aos riscos existentes nos ambientes de trabalho,

conforme mostra Paulo (2003).

Paulo (2003) mostra que o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

contribui para que a empresa promova treinamentos e busque educar os

trabalhadores para a utilização das metodologias estabelecidas para evitar acidentes

de trabalho através da conscientização em relação a riscos e agentes existentes no

ambiente do trabalho.

Uma das mais importantes contribuições desse programa é a indução dos

trabalhadores a eliminar improvisações e a esquecer do “se dá um jeitinho”,

principalmente este último que pode concorrer para de forma significativa para a

ocorrência de acidentes de trabalho.

O PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais é um conjunto de ações visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. (PAULO, 2003, p.112).

Portanto, o PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais segue as

seguintes etapas, conforme Paulo (2003):

- Avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;

- Antecipação e reconhecimento dos riscos;

- Estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;

- Implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia;

- Monitoramento da exposição aos riscos;

- Registro e divulgação dos dados.

A legislação do trabalho brasileira torna obrigatório a instituição do PPRA em

todas as empresas, independentemente do número de empregados e do ramo de

atuação e ainda exige que seja elaborado um documento onde devem ser registradas

todas as ações referentes a esse programa.

Segundo Paulo (2003), entre essas ações, devem ser registradas:

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- definição da estratégia e metodologia de ação;

- forma do registro, manutenção e divulgação dos dados;

- planejamento anual com estabelecimento de metas e prioridades;

- levantamento dos riscos;

- periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA (Programa de

Prevenção de Riscos Ambientais)

- cronogramas que demonstrem o monitoramento das ações tomadas.

PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (NR 7).

Esse programa monitora, através de anamnese e exames laboratoriais, a

saúde dos trabalhadores, conforme Mello et al (2009).

O objetivo do PCMSO é estabelecer um sistema de detecção precoce de

doenças relacionadas ao trabalho.

O PCMSO requer os seguintes exames médicos: os pré-admissionais, onde a

empresa tem um panorama geral da saúde do colaborador que vai iniciar suas

atividades laborais; os exames periódicos; quando há o retorno ao trabalho em função

de afastamento do funcionário; quando há uma mudança de função e ainda os

demissionais, quando o colaborador deixa de pertencer ao quadro funcional da

empresa, conforme Paulo (2003).

Outros exames fazem parte desse programa, entre eles laboratoriais,

audiométricos, radiológicos, entre outros.

Segundo Paulo (2003), do ponto de vista processual, quase tão importante

quanto a elaboração dos diagnósticos, é o arquivo e a guarda dos documentos

referentes ao PCMSO, pois podem ser necessários num processo trabalhistas ou

mesmo previdenciários muitos anos após o desligamento do funcionário.

CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (NR 5).

Tem por objetivo prevenir acidentes e melhorar a qualidade do ambiente de

trabalho, seguindo Mello et al (2009).

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A empresa quando constitui a CIPA, deve observar os seguintes itens:

a) A CIPA será composta de representantes do empregador, por ele designado, e dos representantes dos empregados eleitos. b) Todo estabelecimento que não se enquadrar no Quadro I da NR-5, deverá designar um responsável pelo cumprimento da norma. (PAULO, 2003, p. 165).

A CIPA tem todo um processo eleitoral que deve ser seguido e registrado pela

empresa. Só pode fazer da CIPA funcionários efetivamente registrados pela mesma

e cada setor ou área deve ter um representante.

As principais atribuições da CIPA, através dos seus representantes, são:

divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalhado

e promover o cumprimento das normas regulamentadoras; participar ativamente no

desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA; buscar a realização da

semana interna de prevenção do trabalho – SIPAT, entre outras, segundo Paulo

(2003).

Esses procedimentos, quando implementados na empresa e embora não sejam

auditáveis quando do processo de certificação, são essenciais para que as metas

estabelecidas sejam alcançadas, principalmente no que se refere a lucratividade, pois

evitar acidentes de trabalho traz lucro para a empresa.

No item 6 (sub itens) da NBR ISO 9001, observa-se a preocupação que a

empresa deve ter com relação a treinar e conscientizar seus funcionários com relação

a seguir a metodologia definida para que os mesmos realizem suas atividades de

forma segura.

6.2.2 Competência, conscientização e treinamento.

A organização deve:

[...] b) onde aplicável, prover treinamento ou tomar outras ações para atingir a competência necessária [...] d) assegurar que o seu pessoal está consciente quanto à pertinência e importância de suas atividades e de como elas contribuem para a atingir os objetivos da qualidade[...].(NBR ISO 9001:2008, 2008, p.6).

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O sub item 6.3 – Infra Estrutura, da mesma norma, mostra a importância que a

organização deve ter com o bem estar do colaborador, inclusive com a sua segurança.

6.3 Infraestrutura

A organização deve determinar, prover e manter a infraestrutura necessária para alcançar a conformidade com os requisitos do produto. A infraestrutura inclui, quando aplicável [...]equipamentos de processo (tanto materiais e equipamentos) [...] (NBR ISO 9001:2008, 2008, p.6).

No outro sub item - 6.4 – Ambiente de Trabalho, a ISO 9001:2008 também demonstra sua preocupação com segurança.

6.4 Ambiente de trabalho

A organização deve determinar e gerenciar o ambiente de trabalho para alcançar a conformidade com os requisitos do produto. (NBR ISO 9001:2008, 2008, p.7).

O Sistema de Gestão da Qualidade baseado na ISO 9001 faz parte dos vários

sistemas existentes na empresa, como o Sistema de Informação, Sistema Financeiro,

Sistema de Vendas e a sua implantação oferece a empresa, além de ampliar

mercados, um conjunto de vantagens: padronização dos processos, aumento do nível

de organização interna, o controle eficaz da administração e da produtividade e a

redução de custos, estando essa diretamente relacionada à prevenção de acidentes

de trabalho, segundo Mello et al (2009).

A ISO 9001 é aplicável a qualquer produto ou serviço e a qualquer tamanho da

organização e é compatível com outros sistemas de gestão e por requerer o

cumprimento da legislação vigente, em concordância com o ramo de atividade da

organização, que essa norma torna-se um forte fator de redução de acidentes de

trabalho, justamente porque padroniza todos os seus processos, realiza ações de

conscientização e treina seus colaboradores para realizarem suas atividades diárias

da melhor maneira possível permeados por ações de segurança laboral.

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2.2 FERRAMENTAS DA QUALIDADE COMO FATORES DE REDUÇÃO DE ACIDENTES DE TRABALHO

As empresas devem padronizar suas atividades, descrever seus principais

processos e a interelação entre eles assim como estabelecer indicadores para

monitorá-los, possuir efetivo controle sobre seus projetos e definir autoridades e

responsabilidades para as questões da qualidade. Essas ações são efetivadas pelos

métodos estabelecidos. Para que esses métodos se concretizem é de suma

importância lançar mão das ferramentas da qualidade, conforme Stadler (2008).

Muitas são as ferramentas da qualidade utilizadas hoje na empresa. Todas têm

por objetivo encontrar soluções para problemas que aparecem no ambiente

empresarial sejam de cunho produtivo, pessoal, financeiro ou relacionados a

segurança dos trabalhadores, conforme mostra Stadler (2008).

Cada uma delas tem sua maneira própria de aplicação, mas todas precisam

ser muito bem entendidas por quem vai utilizá-las ou orientar a sua aplicação,

principalmente quando se objetiva prevenir acidentes de trabalho.

Antes de se falar propriamente nas ferramentas da qualidade convêm

descrever dois mecanismos que são extremamente utilizados quando se quer buscar

soluções para problemas relacionados a acidentes de trabalho. São eles: Programa

5Ss e o Método PDCA. O primeiro porque “arruma a casa” primeiro para depois se

implantar ações da qualidade e o segundo porque pode ser utilizado

concomitantemente com qualquer ferramenta da qualidade. Para Seleme & Stadler

(2008, p. 25) “ [...] método e ferramentas trazem uma soma sinergética, já que a

composição método + ferramenta traz resultados muito maiores do que simplesmente

somas matemática”.

Dentre tantas ferramentas, para o objetivo desse trabalho, foram escolhidas as

mais utilizadas hoje. São elas: 5W2H, FMEA, Diagrama de Causa e Efeito ou

Diagrama de Ishikawa, Diagrama de Pareto e Brainstorming.

2.2.1 O Programa 5S

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O Programa 5S quando aplicado na organização prepara as pessoas para

serem mais objetivas e diretas fazendo assim que obtenham os resultados

estabelecidos com maior eficácia e segurança.

Para a empresa que pensa em prevenção de acidentes de trabalho, esse

programa é fundamental para alcançar esse objetivo.

O Programa 5S é de origem japonesa e surgiu logo após a 2ª Guerra Mundial.

Como o Japão foi o 1º país a introduzir nas empresas a ideia sobre qualidade pois

logo após o término da mesma era grande a desorganização e a sujeira não só nas

empresas, mas no país como um todo, buscando reestruturar o país, colocou em

prática esse programa e o sucesso foi tamanho que difundiu-se para o mundo todo.

O cenário econômico mundial tem se alterado muito rapidamente, e na era da competitividade determinados valores, relegados a um segundo plano, por sua simplicidade, estão sendo resgatados como elemento diferenciador de competitividade, Dentre eles está o Programa 5S, que na verdade não é tão novo assim, principalmente para o mundo oriental, pois o Japão já o utiliza desde a década de 60 (COLENGHI, 2003, p.138).

Segundo Colenghi (2003), no Brasil a utilização desse programa teve início em

1991. As empresas brasileiras visualizaram, através da aplicação do mesmo, um meio

para otimizar custos através da redução de desperdícios, uma maneira de aumentar

a produtividade e ainda, de uma forma muito superficial, prevenir acidentes de

trabalho.

2.2.2 O significado dos 5S

Como a origem é japonesa, convêm verificar como ficaram estes Ss quando da

tradução para o português, conforme WERKEMA, 2004, p. 31).

Seiri = Senso de Utilização

Seiton = Senso de Organização

Seisou = Senso de Limpeza

Seiketsu = Senso de Saúde

Shitshuke = Senso de Autodisciplina

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- 1º S = SEIRI

As pessoas que trabalham num ambiente desorganizado sentem uma

sensação de mal-estar que interfere no estado emocional do funcionário que pode já

estar perturbado por outros problemas. Esse estado psicológico poderá afetar o

relacionamento dos trabalhadores e expô-los a acidentes de trabalho. Como fatores

de ambiente desorganizado, entre outros, citam-se: passagens obstruídas com

caixas, produtos acabados, obstáculos que impedem a passagem normal das

pessoas entre máquinas ou corredores ou que podem causar facilmente tropeço ou

escorregões que podem causar graves acidentes de trabalho, conforme Osada

(2004).

O primeiro S, no Brasil, significa utilização, descarte e seleção. Para sua

aplicação o colaborador deve ser induzido a raciocinar sobre o que é útil para a

realização do seu trabalho daquilo que não o é. Significa retirar do seu ambiente de

trabalho tudo, desde móveis, ferramenta, caixa e até papéis que sejam dispensáveis

para a realização normal das atividades. “Desse modo, há, efetivamente, uma clareza

de pensamentos e ações, voltados para os elementos constantes no trabalho e do

trabalho, evitando, assim, desperdícios e acidentes de trabalho” (SELEME &

STADLER, 2008, p. 37)

- 2º S = Seiton

Na tradução para o português denominou-se senso de organização, mais

precisamente sistematização, ordenação e arrumação. Neste momento, o

colaborador deve certificar-se como estão dispostas as ferramentas de trabalho,

devendo organizá-las numa ordem lógica e sequencial, segundo as atividades que

irão realizar, com o objetivo de ter “à mão” todos os elementos necessários para a sua

realização. Sabendo exatamente onde encontrar, como e onde utilizar determinada

peça, as chances de ocorrer uma acidente de trabalho são minimizadas, segundo

Osada (2004).

O segundo S implica que, além de serem úteis, os elementos e as ações devem estar nos locais apropriados. Se então o colaborador necessita de

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uma determinada ferramenta para a execução de uma ação, não deve precisar procurá-la no local de trabalho. (Seleme & Stadler, 2008, p.37).

- 3º S = Seisou

Mostra Osada (2004), que no ambiente de trabalho muitos fatores de ordem

física exercem influências no psicológico dos funcionários, interferindo de forma

positiva ou negativa no comportamento humano. Nesse contexto, a ordem e a limpeza

constituem um fator de influência positiva no comportamento do trabalhador.

O terceiro S significa senso de Limpeza, que diz que o colaborador deve manter

seu local de trabalho extremamente limpo e cabe a todos contribuir para que a

empresa também se mantenha sempre limpa, independentemente do nível

hierárquico. Através do senso de limpeza a organização terá um ambiente saudável e

seguro onde a possibilidade de acidente é mínima.

Além da abordagem tradicional de visualização do ambiente, esse senso permite que sejam monitorados elementos que, ao se mostrarem sujos, indicam problemas, como no caso de equipamentos com vazamento que podem provocar um acidente de trabalho (Seleme & Stadler, 2008, p.37).

- 4º S = Seiketsu

Sua tradução para o português foi o senso da Saúde que é a de preocupação

que cada colaborador deve ter com relação à sua saúde. São as condições de higiene

que a organização deve oferecer por meio de palestras educativas, conscientização

sobre as normas de higiene, pois o asseio de todos irá refletir positivamente no

ambiente de trabalho.

Segundo Colenghi, 2003, p. 139 “esse senso traduz as condições de higiene

que a empresa deve ofertar objetivando proporcionar saúde aos seus empregados

[...], pois tendo saúde não haverá stress, depressão, fadiga [...] fatores importantes no

combate a acidentes de trabalho”.

- 5º S = Shitshuke

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É o senso da autodisciplina, educação e comprometimento. Através dele,

espera-se que o colaborador esteja comprometido com os processos, com as normas

instituídas pela organização. Espera-se com a aplicação desse senso pessoas mais

participativas e preocupadas com a sua segurança.

O quinto S (Shitshuke) vai além das ações realizadas, fazendo com que os funcionários agora transfiram para si próprios a postura do cotidiano de trabalho obtida com os 4 Ss anteriores. Esse senso é aquele que consolida os outros quatro, propiciando, assim, um ganho permanente a organização (Seleme & Stadler, 2008, p.38).

A aplicação dos 5S deve seguir a ordem apresentada, onde primeiramente se

retira do local de trabalho objetos que não são utilizados rotineiramente e os objetos

restantes devem ser analisados e colocados em áreas onde realmente são usados no

dia a dia, tendo-se assim um espaço de circulação seguro. Após isto, cada área deve

identificar todos os seus elementos para uma fácil localização, evitando correrias e

tropeços na busca de uma ferramenta ou equipamento que não estando identificado

e limpo pode ocasionar um acidente de trabalho, conforme Seleme & Stadler (2008).

Estando os pisos, equipamentos e postos de trabalhos limpos a saúde do

colaborador estará preservada e com isto, com a junção de tudo que foi visto sobre

os sensos, a empresa estará constantemente em processo de melhoria com relação

a bons resultados para si e para o ambiente de trabalho, contribuindo concretamente

para que acidentes de trabalho sejam evitados.

2.2.3 O Ciclo PDCA

O Ciclo PDCA foi idealizado por Shewhart e divulgado por Deming e é um dos

métodos mais difundidos e utilizados na Gestão da Qualidade. Tem por objetivo tornar

mais claros e ágeis os processos envolvidos na execução da Gestão da Qualidade.

Promove, nas organizações, mudanças direcionadas à melhoria contínua dos seus

processos, incluindo a melhoria do ambiente de trabalho como fator de prevenção de

acidentes de trabalho.

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Conforme Werkema, 2004, p. 17, “ [...] o Ciclo PDCA é um método gerencial de

tomada de decisões para garantir o alcance das metas necessárias à sobrevivência

de uma organização.”

CICLO PDCA

Figura 2: Ciclo PDCA Fonte: Seleme e Stadler (2008, p. 26)

Para Seleme & Stadler (2008), o ciclo PDCA se constitui em:

P = Plan: planejar. É utilizado para que os objetivos a serem alcançados sejam

definidos e as metas estabelecidas sejam alcançadas.

D = Do: fazer, executar. É onde as atividades devem ser realizadas exatamente

como foram planejadas.

C = Check: verificar. Aqui se verifica os resultados das atividades executadas,

comparando-se as medições realizadas com os objetivos definidos. Procede-

se aqui a análise em direção à melhoria.

P

D

P

C

P

A

P

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A = Action: agir. Em função da análise anterior (etapa de verificação) essa

etapa compreende a definição e realização das correções dos desvios

apresentados em relação aos objetivos.

O Ciclo PDCA é um método de gestão que representa o caminho a ser seguido

para que as metas estabelecidas sejam atendidas, incluída aqui a redução ou

eliminação dos acidentes de trabalho. Para tanto, há necessidade do monitoramento

do processo, seja ele qual for, desde o seu planejamento e durante sua realização.

Há necessidade da verificação sobre os resultados obtidos e caso estes estejam não

conformes deve-se agir corretivamente para identificar a causa do problema e

estabelecer novas linhas de ações.

2.2.4 5W’s e 2H’s

A ferramenta 5W’s e 2H’s se utiliza de perguntas (elaboradas na língua inglesa)

por isso se iniciam com W e H, que podem ser compreendidas no quadro abaixo. É

também conhecida como a técnica dos porquês e as perguntas têm por objetivos

desencadear respostas que mostrem o problema a ser resolvido.

Figura 3: Modelo conceitual dos 5W’s e 2H’s. Fonte: Seleme e Stadler (2008, p. 40)

Pergunta Significado Pergunta instigadora Direcionador

WHAT? O quê? O que deve ser feito? O objeto

WHO? Quem? Quem é o responsável? O sujeito

WHERE? Onde? Onde deve ser feito? O local

WHEN? Quando? Quando deve ser feito? O tempo

WHY? Por quê? Por que é necessário fazer? A razão/motivo

HOW? Como? Como será feito? O método

HOW MUCH? Quanto custa? Quanto vai custar? O valor

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35

Segundo Werkema (2004), essa ferramenta pode ser aplicada quando da

ocorrência de um incidente ou um acidente de trabalho. É só direcionar os porquês

para responder questões relativas à segurança e se obterá as causas dos acidentes

assim como as soluções corretivas e/ou preventivas que devem ser tomadas.

Para cada problema encontrado, quando do planejar das atividades, deverá ser definido O QUE (WHAT) será feito, QUEM (WHO) fará, QUANDO (WHEN) será feito, PORQUE (WHY) será feito, COMO (HOW) será feito e QUANTO (HOW MUCH) isso custará (WERKEMA, 2004, p.33).

Esta ferramenta é utilizada quando se faz uma análise do problema encontrado

com o objetivo de identificar a causa do mesmo.

Percebe-se que é uma ferramenta bem fácil de aplicar onde as perguntas

buscam esclarecer a causa do problema. Após o esclarecimento do ocorrido as

demais perguntas devem ser feitas, pois para o estabelecimento da ação corretiva, se

definirão quem fará, por que será feito, como e quanto vai custar.

Achar a verdadeira causa do acidente de trabalho se torna simples, pois através

dessa ferramenta estrutura-se o pensamento, permitindo assim o direcionamento para

a ação que efetivamente encontrará a causa e solucionará o problema.

2.2.5 FMEA

A ferramenta FMEA (Failure Mode and Effect Analysis) significa a Análise dos

Modos de Falha e Efeitos e possui as seguintes funções: para a previsão de

problemas, para o desenvolvimento e execução de projetos, processos e serviços e

ainda se constitui numa forma de proceder o monitoramento dos mesmos, ao início,

durante e ao final para que se possa prevenir acidentes de trabalho.

Como ferramenta, o FMEA é uma das técnicas de baixo risco mais eficientes para a prevenção de problemas e identificação das soluções mais eficazes em termos de custos, a fim de prevenir esses problemas (PALADY, 2007, p. 5).

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36

Essa ferramenta, sempre que possível, deve ser aplicada em equipe, pois é ela

que dará suporte ao técnico ou engenheiro responsável pelo projeto no sentido de

auxiliá-lo na identificação dos possíveis problemas que ele talvez não tenha

percebido.

O desenvolvimento e a manutenção do FMEA é uma ação de prevenção. Fica

claro que quando a organização a utiliza para prevenir acidentes de trabalho consegue

desenvolver sistemas eficazes de prevenção conseguindo identificar as falhas de

segurança que devem ser abordadas. Através disso consegue salvaguardar a

repetição das mesmas no futuro, segundo Palady (2007).

Com a aplicação dessa ferramenta a organização terá muitos benefícios, entre

eles: economia nos custos e tempo de desenvolvimento, auxilio no desenvolvimento

de sistemas eficazes de manutenção preventiva e ações que previnem acidentes no

trabalho.

Para Palady (2007) o FMEA exige tempo e dinheiro, mas com certeza o retorno

desse investimento será substancial tanto para o cliente quanto para a empresa no

que diz respeito a redução de custos advindos das falhas e de acidentes no trabalho.

A FMEA é uma ferramenta cuja aplicação baseia-se no estudo das falhas, aqui

entendidas quando o(s) componente(s) de um sistema executa(m) inadequadamente

uma função ou deixam de executá-la. Esse componente pode ser um equipamento,

uma ferramenta ou o próprio homem, porque esses são os elementos ativos de

qualquer sistema, segundo Palady (2007).

Através de um paralelo é possível perceber que as falhas são fatores de risco

e a maioria dos acidentes de trabalho ocorrem como consequência de algum tipo de

falha, conforme Palady (2007).

Seguindo ainda o que mostra esse autor, dentro do processo de controle de

riscos um determinante importante é a identificação das possíveis falhas que podem

ocorrem durante a realização de uma atividade e o estabelecimento de ações

preventivas e/ou corretivas com o objetivo único de eliminá-las, reduzir a frequência

das mesmas e ainda a de neutralizar os seus efeitos se ajustam as características da

FMEA sendo portanto, uma das mais completas ferramentas para à análise das

ocorrências anormais.

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37

A análise completa consiste em identificar o modo e o tipo da falha, os agentes promotores e inibidores, a fase do ciclo de vida do componente ou o sistema em que a falha ocorreu e a fase geradora, ou seja, quando os agentes promotores foram introduzidos (PALADY, 2007, p. 6).

A FMEA é muito útil na fase de planejamento da prevenção de acidentes de

trabalho, pois o conhecimento das prováveis falhas que podem ocorrer, permite a

eliminação ou sua minimização e assim evitam as consequências que delas podem

advir.

2.2.6 Diagrama de Causa e Efeito ou Diagrama de Ishikawa

O diagrama de causa e efeito, também conhecido como diagrama de Ishikawa

ou ainda de espinha de peixe é uma ferramenta utilizada para apresentar a relação

existente entre o problema a ser solucionado – o efeito – e os fatores – as causas- do

processo que podem provocar o problema e ainda fornece subsídios necessários para

analisá-los.

Essa ferramenta além de reduzir as possíveis causas dos problemas, entre elas

os acidentes de trabalho, também atua como um guia para a identificação da(s)

causa(s) fundamental do problema e para a definição das ações que devem ser

tomadas para eliminar o problema.

É importante destacar que as causas relacionadas no diagrama de causa e efeito devem ser reduzidas por meio da eliminação das causas menos prováveis. Essa redução pode ser feita com base nos resultados obtidos da análise crítica das mesmas (WERKEMA,2004, p. 69).

Para a aplicação dessa ferramenta é utilizada uma representação gráfica bem

parecida com uma espinha de peixe, daí o nome, onde a coluna central, representada

por uma seta, aponta para o EFEITO ou consequência e as suas ramificações

representam as CAUSAS que afetam o processo, segundo Werkema (2004).

Diagrama de Causa e Efeito ou de Ishikawa ou espinha de peixe

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38

Figura 4: Diagrama de Causa e Efeito Fonte: Colenghi (2003, p.179)

Para elaboração e aplicação dessa ferramenta deve-se primeiramente

descrever o acidente de trabalho a ser analisado, depois levantam-se as causas mais

prováveis que causaram o acidente e coloca-se esses dados no esquema conforme

a Figura 4.

Durante a realização dessas ações pode-se utilizar a ferramenta 5W’s e 2H’s

pois assim se terá respostas para as questões que causaram o acidentes.

Para Colenghi (2003, p. 180) “[...] estabelecer as perguntas contidas no 5W’s e

2H’s ajudará a descobrir as causas que impedem que o processo tenha melhor

desempenho. A partir daí, estas causas serão eliminadas”.

2.2.7 Diagrama de Pareto

Essa ferramenta foi introduzida inicialmente por Pareto e depois remodelada

por Deming e se constitui em ações que partem da premissa de que existe um número

pequeno de causas, num universo de 100% pode-se dizer em torno de 20%, mas que

podem gerar, neste mesmo universo, 80% dos problemas ou acidentes de trabalho

que afetam a empresa e se descobertas a tempo podem ser erradicados.

Para Werkema, 2004, p. 69 “O diagrama de Pareto permite a visualização de

quais são as poucas causas vitais que deverão ser bloqueadas para que a meta de

melhoria possa ser atingida.”

MÃO DE

OBRA

MATERIAIS MEIO

AMBIENTE

MERCADO

MÁQUINAS E

EQUIPAMENTOS POLITICAS MÉTODOS MEIOS DE

COMUNICAÇÃO

EFEITOS OU

ANOMALIAS

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39

O diagrama de Pareto permite que sejam identificados e classificados aqueles problemas de maior importância e que devem ser corrigidos primeiramente. Ao solucionar o primeiro problema, um segundo se torna mais importante, permitindo que se dediquem maiores esforços na resolução daqueles mais importantes, o que possibilita à organização um adequado uso de seus recursos em direção à melhoria da qualidade do processo e do produto (SELEME & STADLER, 2008, p. 88).

2.2.8 Brainstorming

O Brainstorming traduzido para o português significa tempestade ou explosão

de ideias. Esta ferramenta consiste em reunir um grupo de colaboradores da empresa

com o objetivo de gerar, expor ideias e emitir opiniões sobre os diversos assuntos

vivenciados na organização, entre eles os acidentes de trabalho.

O Brainstorming é uma ferramenta utilizada em reuniões nas quais os integrantes tem liberdade total de expor suas ideias, por mais absurdas que pareçam, sem se preocuparem uns com os outros, dos quais recebem ou não influência. Tais ideias são classificadas e avaliadas de acordo com as expectativas da organização (Seleme & Stadler, 2008, p. 56).

As fases para a realização dessa ferramenta seguem o seguinte esquema. O

primeiro passo é definir quem será o coordenador da equipe. Esse coordenador deve

incentivar o grupo a expor ideias e sugestões sobre o acidente ocorrido e registra

todas que surgirem do grupo por mais espantosa que pareça. Após isso, os registros

devem ser colados num painel onde as ideias repetidas são retiradas e as que ficam,

analisadas no sentido de se achar a melhor solução para o problema apresentado.

Depois é emitido um relatório onde se descreve as causas levantadas e as propostas

apresentadas para a solução das mesmas. Este relatório deve ser encaminhado para

a diretoria da empresa para análise e após aprovação devem ser colocadas em

prática, conforme mostra Seleme & Stadler (2008). Esses autores dizem ainda que as

ideias remanescentes ainda podem ser estocadas em um banco de ideias da

organização para uso posterior.

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40

É uma ferramenta de fácil aplicação que pode identificar ideias para prevenir

acidentes dentro da empresa ou induzir a soluções inovadoras de soluções de

problemas.

2.2.9 Poka-Yoke

Poka-Yoke é uma das mais antigas ferramentas utilizadas na qualidade

industrial no mundo, a qual foi desenvolvida e implementada pelo japonês Shigeo

Shingo em 1961, na Toyota Motor Corporation. Poka-Yoke significa à prova de erros,

onde Yokeru significa “Prevenir” e Poka “erros por desatenção”, ou seja, é uma

ferramenta ante erro, uma técnica de controle da qualidade, que tem como objetivo

evitar falhas humanas e, que os erros se tornem defeitos, através da eliminação de

suas causas. Sua aplicabilidade na indústria representa uma inspeção de 100% já que

as causas dos erros são detectadas pelos dispositivos implementados, o que garante

uma produtividade com qualidade nos produtos e também um ambiente seguro de

trabalho, o que está relacionado a um menor índice de acidentes.

Poka-Yoke significa à prova de erros. Um processo ou produto deve ser projetado de forma a eliminar qualquer possibilidade prevista de defeito. Assim, por exemplo, um conjunto que tenha duas possibilidades de montagem, uma correta e outra incorreta deve ser reprojetado. Equipamento automáticos de teste pode ser programado a interromper a produção sempre que ocorrer um defeito, evitando que a peça defeituosa prossiga para a operação seguinte. (MARTINS/LAUGENI,2005, pg.478).

A operacionalização da ferramenta Poka-Yoke quanto à regulagem está

baseado em dois métodos: Método de controle, que ao ser ativado, a máquina ou

linha de processamento para até que o problema seja solucionado e, o Método de

Advertência que ao ser acionado um alarme soa ou uma luz sinaliza, visando alertar

o trabalhador, resultando em qualidade do produto e, principalmente na segurança

contra acidentes no trabalho.

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41

3 A IMPORTÂNCIA DO SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE ISO 9001 E AS FERRAMENTAS DA QUALIDADE COMO FATORES DE REDUÇÃO DE ACIDENTES DE TRABALHO

As organizações possuem hoje diversas normas para sistemas de gestão que

abrangem requisitos relacionados com a qualidade, ao meio ambiente, a saúde e

segurança ocupacional, responsabilidade social entre outras.

As empresas podem estabelecer e buscar certificação de reconhecimento do

seu Sistema de Gestão através da série da família ISO 9000, quando quer ter

reconhecida sua capacidade de produzir ou prestar serviços com qualidade – ISO

9001, quando quer ter mecanismos de preservação do meio ambiente – ISO 14.001

e se busca garantir que há procedimentos para segurança e saúde no trabalho

incorpora os preceitos da OHAS 18.001. Se for da sua vontade ter todos os requisitos

acima expostos, isso é possível através de um único Sistema de Gestão, conhecido

como Sistema de Gestão Integradas, segundo Mello et al (2009).

Atualmente, o Sistema de Gestão Integrado utilizado pelas empresas

compreendem o da qualidade, o de segurança e saúde e o do meio-ambiente

seguindo os preceitos das normas NBR ISO 9001, da OHSAS 18001 e da NBR ISO

14001, respectivamente.

A implementação de ações de qualidade voltadas para prevenir acidentes de

trabalho em uma organização representa uma estratégia concreta para o processo de

mudança da cultura organizacional, segundo Slack et al (2003).

Quando se observa a estrutura tradicional de uma empresa percebe-se que os

itens de segurança que objetivam evitar acidentes de trabalho não são levados a

sérios nem pelos empresários assim como os próprios empregados, conforme Negrini

(2010).

Atualmente, talvez pelo avanço tecnológico, a necessidade de mudanças

constantes no comportamento dos gestores empresariais e colaboradores estão

fazendo com que percebam a importância de valorizar e incentivar a introdução no

seu dia a dia, das normas de segurança existentes, da utilização dos EPIs necessários

e ainda promover treinamento e conscientização a todos da empresa. E isso é

possível através da implementação da ISO 9001que através de seus requisitos impõe

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42

que a segurança e saúde dos colaboradores da empresa sejam levadas a sério e que

as ferramentas da qualidade são instrumentos excelentes para prevenir acidentes de

trabalho, pois elas fornecem dados suficientes para analisa-los, identificar a causa dos

mesmos e ainda fornecem subsídios para estabelecer ações corretivas e preventivas,

segundo Mello et al (2009).

Através das ferramentas da qualidade pode-se identificar a causa do acidente

e com isso, após estabelecerem ações para prevenir estarão evitando que haja a

reincidência do mesmo.

Quando a organização opta por estabelecer um Sistema de Gestão da

Qualidade ISO 9001e trabalha constantemente com as ferramentas da qualidade, com

os métodos PDCA e o 5S, ela está assegurando a satisfação de todos os que fazem

parte dos diversos processos da empresa: gestores, parceiros e empregados,

segundo Negrini (2010).

O papel da direção é primordial para a real efetivação das ações acima citadas,

pois é ela que demonstra o comprometimento, a confiança, promove o alinhamento e

convergência de ações dentro da empresa. É através dela, com parceria com os

demais, que é estabelecido um propósito desafiador buscando resultados reais e

positivos, principalmente nas questões relativas a prevenir acidentes de trabalho,

conforme Ayres & Correia (2011).

Quando, no meio empresarial, as ações são definidas e seguidas baseadas na

qualidade, percebe-se que existe um elo entre a Alta Direção e seus colaboradores

propiciando a todos o envolvimento e o comprometimentos com as mesmas, o que

trará para todos também, a segurança necessária para obterem juntos o sucesso

almejado.

Através dessa parceria, há a definição das autoridades e responsabilidades

dentro da empresa e isto fortalece decisões, motiva os colaboradores e ao final

vivencia-se o compromisso de todos com os resultados, segundo Mello et al (2009).

As ações da qualidade assim como suas ferramentas, possibilitam para as

organizações mecanismos de vendas objetivando além da sobrevivência, o lucro,

estabelecendo uma integração adequada entre pedidos, estoques, crédito,

atendimento, embalagem, entrega. Se um dos processos falhar em função de um

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acidente de trabalho, todos os outros também falharão e consequentemente haverá

custos para as mesmas, conforme mostra Negrini (2010).

Quando a organização lança mãos das ferramentas da qualidade para

solucionar seus problemas e falhas, investigar a causa de um acidente de trabalho,

que podem ocorrem no início, durante e ao final do processo, tem por objetivo acabar

com os mesmo visando assim a melhoria contínua necessária para o seu êxito no

mercado, segundo Mello et al (2009).

Pode-se afirmar que o meio empresarial que tem suas ações efetivadas através

da ISO 9001, do PDCA, programa 5S e ainda das ferramentas da qualidade, além de

conhecer a organização como um todo, dão importância as pessoas que fazem parte

da empresa sabendo que elas são primordiais para o resultado positivo da mesma, a

estarão conduzindo para o sucesso e para a durabilidade dos negócios através

dessas ações.

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44

4 PESQUISA QUALITATIVA E QUANTITATIVA

Foi realizado uma pesquisa qualitativa e quantitativa com 11 empresas e/ou

indústrias, através de um questionário online, conforme descrito no Apêndice A,

utilizando a Ferramenta Web SurveyMonkey, a qual tem como endereço eletrônico

https://pt.surveymonkey.com, tendo como público alvo empresas e indústrias de

variados segmentos, como Instituição de Ensino Superior (RJ e MG), Indústria de

produtos químicos (RJ), Empresa Multinacional de Produção e exploração de Petróleo

e Gás (RJ), Companhia de Águas de Santo Antônio, na Cidade de Santo Antônio de

Pádua – RJ, Indústria de freios para veículos automotores (RJ), Rede de

Supermercados (MG) e Empresa Multinacional em armazenamento, transferência,

mistura e embalagem de fluidos de petróleo (RJ), com o objetivo de verificar o quanto

à implantação e implementação do Sistema de Gestão da Qualidade ISO 9001 e/ou

uso das Ferramentas da Qualidade, entre elas o Ciclo PDCA, o Brainstorming, os 5S

atuam na melhoria contínua na qualidade dos processos e produtos e na redução do

índice de acidentes no trabalho.

A pesquisa contou com questões acerca do grau de importância do uso ou

benefícios das ferramentas da qualidade, sendo considerado a pontuação das

respostas, de acordo com a figura abaixo:

Classificação Pontuação

Muito importante 5

Importante 4

Pouco importante 3

Sem importância 2

Indiferente 1 Figura 5: Pontuação por grau de importância. Fonte: Própria.

4.1 RESULTADO E DISCUSSÕES

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45

Figura 6: Classificação Nacional de Atividade Econômica – CNAE. Fonte: Própria

Através do gráfico na Figura 6, demonstra-se a Classificação Nacional de

Atividade Econômica – CNAE das empresas entrevistas através do questionário

online. Dentre as empresas entrevistadas, que autorizaram a divulgação de seus

nomes, estão a Companhia de Água Santo Antônio, em Santo Antônio de Pádua - RJ

e Supermercados Miranda, em Carangola – MG e, dentre das quais não autorizaram

a exposição do nomes, pertencem à indústria de petróleo e gás, educação, indústria

de produtos químicos, indústria de freios para veículos de transporte e indústria de

alimentos.

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46

Figura 7: Existência de Sistema de Gestão ISO 9001. Fonte: Própria.

Por este gráfico, na Figura 7, observa-se o percentual das empresas

entrevistadas que possuem o Sistema de Gestão ISO 9001.

Figura 8: Ferramentas da Qualidade implementadas. Fonte: Própria.

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O gráfico, da Figura 8, representa as ferramentas da qualidade que são

utilizadas entre as empresas entrevistadas. Observa-se que 75% dos entrevistados

utilizam as ferramentas: Brainstorming, Diagrama de Causa e Efeito – Ishikawa, o

Ciclo PDCA e o Fluxograma e que 50% utilizam as ferramentas: Cartas de Controle,

Diagrama de Pareto e 5S e, por fim, 25% dos entrevistados utilizam as Ferramentas:

Análise de Árvore de Causa, FMEA, Histograma e Poka Yoke.

Figura 9: Benefícios do Sistema de Gestão ou das Ferramentas da Qualidade. Fonte: Própria.

Através do gráfico na Figura 9, verifica-se junto às empresas entrevistadas os

benefícios que o Sistema de Gestão da Qualidade e/ou as Ferramentas da Qualidade

trouxeram para seus processos, sendo que 100% do entrevistados confirmam que a

qualidade é um fator de redução de acidentes no trabalho e que o decréscimo de

recursos desperdiçados, a padronização dos procedimentos e o aumento da

satisfação e confiabilidade dos clientes internos e externos são contribuições

importantes da qualidade no ambiente de trabalho.

75%

100%

100%

75%

50%

100%

75%

0% 20% 40% 60% 80% 100% 120%

Decréscimo de recursos desperdiçados

Padronização dos procedimentos

Diminuição do número de acidentes

Melhoria na capacidade de comunicação

Melhoria no conforto e bem estar dos colaboradores

Aumento da satisfação e confiabilidade dos clientes…

Fortalecimento da imagem da empresa

Quais os benefícios que o Sistema de Gestão da Qualidade ou uso da(s) Ferramentas da Qualidade trouxeram para a

empresa?

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48

Figura 10: Fatores que influenciaram no investimento em qualidade. Fonte: Própria.

O gráfico na Figura 10, analisa os fatores que influenciaram no investimento

em qualidade, sendo os fatores: Melhoria no processo e Organização e

competitividade as intenções de maior relevância.

Figura 11: Grau de importância da necessidade de implementação da Ferramenta 5S. Fonte:

Própria.

Neste gráfico da Figura 11, podemos apontar que o grau de importância da

necessidade de implementação da Ferramenta 5S atinge um alto percentual, o que

demostra sua grande eficácia para a organização, padronização e higiene

100%

100%75%

50%

50%

25% 0% 0

Como a empresa viu a necessidade de investimentos na implantação do Sistema de Gestão da Qualidade e uso de suas

ferramentas?

Melhoria no processo Organização e competitividade

Exigência do mercado - (Sobrevivência) Investimento

Melhoria de vida aos colaboradores Custo

Não há necessidade Outro (especifique)

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49

organizacional, que consequentemente melhora as condições de vida do trabalhador

e a segurança ambiental, agindo desta forma na redução de índices de acidentes no

trabalho.

Figura 12: Grau de importância das Ferramentas da Qualidade. Fonte: Própria.

Conclui-se através do gráfico da Figura 12, o grau de importância das

Ferramentas da Qualidade na identificação do problema, no controle estatístico, na

priorização e organização do processo e no ambiente, sendo de suma importância no

controle dos riscos ambientais, tendo como resultado a diminuição do índice de

acidentes no trabalho.

Page 51: A QUALIDADE COMO FATOR DE REDUÇÃO DE ACIDENTES … · Roberto Shinyashiki . RESUMO O presente trabalho tem como objetivo avaliar a qualidade como fator de redução de acidente

50

Figura 13: Grau de importância do Brainstorming. Fonte: Própria.

O gráfico da figura 13 demonstra a grande importância da Ferramenta

Brainstorming em melhorias de qualidade, organização e otimização, criando um

ambiente agradável e seguro, que através de reuniões com todos os envolvidos

discutem ações para melhoramento dos processos internos, resultando em maior

interação entre os colaboradores e chefias, melhorando a comunicação interna, sendo

fatores indispensáveis para melhor produtividade e conscientização de todos quanto

aos riscos ambientas existentes para a devida proteção.

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51

Figura 14: Grau de importância da Qualidade na melhoria das condições de segurança e

higiene. Fonte: Própria.

Temos, na Figura 14, o gráfico que nos mostra um grande índice de importância

quanto á importância da qualidade para a melhoria das condições de segurança e

higiene ocupacional que, através de suas ferramentas e/ou sistema de gestão,

identificam os riscos ambientais de forma a controlá-los de forma a garantir um

ambiente que assegure segurança aos colaboradores.

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52

CONCLUSÃO

A prevenção de acidentes de trabalho não se faz de uma hora para outra. É

importante trabalhar este objetivo diária e constantemente para chamar a atenção de

cada colaborador sobre os riscos de acidentes, estabelecendo medidas para redução

destes riscos e investigando a causa de problemas mais complexos. As medidas de

segurança no trabalho podem ser efetivadas de forma concreta se houver

comprometimento e persistência dos gestores e dos próprios empregados em busca

do índice zero de acidentes.

Os acidentes de trabalho se constituem no maior agravo à saúde dos

trabalhadores, pois eles não são eventos acidentais ou fortuitos, mas sim fenômenos

previsíveis e passiveis de prevenção.

Desde 1970, quando começaram os registros sistemáticos em âmbito

nacional, mais de 30 milhões de acidentes foram notificados, provocando mais de 100

mil mortes evitáveis entre jovens produtivos.

O que se constata é que o trabalho de conscientização da comunidade

trabalhadora sobre os riscos de acidentes a que está exposta assim como propiciar o

conhecimento das formas de prevenção de acidentes, são contribuições

imprescindíveis na tarefa de prevenir acidentes de trabalho. A prevenção efetiva é

muitas vezes uma atividade complexa, mas na maioria das vezes, é produto de um

conjunto de medidas simples, tais como, a conscientização da importância do uso de

equipamentos de proteção tais como luvas, máscaras, chuveiros e lava-olhos,

protetores de máquinas, iluminação e ventilação adequadas, corrimãos, manutenção

de extintores e mangueiras contra incêndio, entre outros.

Analisando-se dados sobre acidentes de trabalho observa-se que o número

dos mesmos tende, ano a ano, a subir e isso se dá por dois motivos: o aumento da

dimensão e capacidade de produção, à elevação da complexidade dos processos

industriais resultante do desenvolvimento tecnológico e pelo fato de não se evidenciar

sistemas de gestão da qualidade ISO 9001 nas organizações, não utilização das

ferramentas da qualidade assim como do Ciclo PDCA e ainda a implementação do

programa 5S como elementos gerenciais para a prevenir acidentes de trabalho.

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Estudos têm demonstrado que em organizações que possuem sistema de

gestão da qualidade ISO 9001 e utilizam as ferramentas da qualidade para reduzir

seus números de acidentes de trabalho conseguiram seu intento através desses

mecanismos.

As empresas, através da aplicação do Ciclo PDCA e do programa 5S, assim

como das demais ações citadas acima, perceberam que todas elas, juntas ou de forma

isolada, mas implementadas e entendidas como elementos decisivos para a redução

de acidentes de trabalho, são uma poderosa ferramenta gerencial que, quando bem

utilizadas, pode leva-las a ganhos na produtividade e lucratividade.

Intervenções de prevenção nas organizações têm sido introduzidas,

procedimentos de segurança são implementados de forma rígida, mas o almejado

índice zero de acidentes de trabalho ainda está longe de ser alcançado porque uma

das principais causas dos mesmos ainda reside no comportamento humano, ou seja,

no modo de agir dos colaboradores da empresa e somente através de uma ação

gerencial mais efetiva sobre esses comportamentos é que acontecerão as mudanças

necessárias.

Em função da ISO 9001, que traz um item inteiro sobre a necessidade de

treinamento e conscientização, os empresários buscam minimizar essa situação

através de palestras motivacionais, treinamentos específicos sobre segurança e

saúde do trabalho buscando promover mudanças nesse comportamento.

Os acidentes do trabalho revestem-se de grande importância por diversos

fatores, que vão desde o grande número de pessoas expostas até a possível

gravidade dos mesmos, resultando em incapacidade funcional temporária,

permanente ou mesmo na morte do trabalhador o que acarreta para a empresa altos

custos sociais como indenizações, aposentadorias precoces, entre outros.

Através da aplicação das diversas ferramentas da qualidade junto a força de

trabalho consegue-se fazer com que a política de segurança e os procedimentos

sejam entendidos e cumpridos em sua maioria, o que contribui de forma significativa

para a redução do número dos acidentes de trabalho.

Através do estudo realizado, conclui-se que a NBR ISO 9001, as ferramentas

da qualidade, o ciclo PDCA e o programa 5s se constituem, de forma significativa,

como fatores concretos para a redução de acidentes de trabalho.

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APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO