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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A PREVIDÊNCIA SOCIAL X PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
PRIVADA:
A QUEM ELAS BENEFICIAM DE FATO
Por: Maria Sandra Carneiro Pinheiro
Orientador: Prof. Jorge Tadeu
Rio de Janeiro
2008
Universidade Cândido Mendes
2
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A PREVIDÊNCIA SOCIAL X PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
PRIVADA:
A QUEM ELAS BENEFICIAM DE FATO
Apresentação de monografia à Universidade
Cândido Mendes como condição prévia para a
conclusão do Curso de Pós Graduação “Lato
Sensu” em Finanças e Gestão Corporativa.
Por: Maria Sandra Carneiro Pinheiro
3
AGRADECIMENTOS
A todos aqueles que direta ou indiretamente,
colaboraram para que fosse possível realizar
este trabalho.
4
SUMÁRIO
1. Introdução 05
2. Previdência Social no Brasil: Antecedentes, Evolução e Situação Atual 06
2.1. Antecedentes e Evolução 07
2.2. Situação Atual 09
3. Previdência Complementar Privada no Brasil 18
3.1. Antecedentes, estrutura e tipos de planos 18
3.2. Aspectos técnicos legais da previdência complementar privada 22
3.2.1 . Entidades abertas de previdência complementar 22
3.2.2. Entidades fechadas de previdência complementar 26
3.3. As principais alterações mais recentes na legislação sobre previdência
complementar privada 33
3.3.1 . As leis 108 e 109/2001 33
3.3.2 . Órgão regulador normativo da previdência complementar privada 33
4. A previdência social pública e previdência complementar privada 34
4.1. Aspecto populacional brasileiro 34
4.2. Previdência Pública e Previdência Complementar Privada: a quem elas
beneficiam 39
Conclusão 45
Referências 48
Índice 50
Folha de Avaliação 51
5
1. Introdução
A previdência social ou pública é um tema de reconhecida importância por
sua repercussão sobre diversos segmentos da sociedade, num momento em que o
sistema previdenciário encontra-se sob intenso questionamento em todo o mundo
capitalista.
No caso da Previdência Social brasileira a situação é bastante complexa,
resultado das especificidades do país relacionadas ao seu modelo de
desenvolvimento excludente e gerador de graves distorções sociais e econômicas e
às relações do Estado com a sociedade.
A proteção social pública para os que não dispõem de meios de
subsistência é crucial para o bem-estar dos cidadãos e suas famílias, para a coesão
social e o bom funcionamento da economia. Isto porque além da dignidade e
independência que a previdência possibilita aos seus beneficiários, os recursos por
ela distribuídos são importantes para a manutenção da capacidade de consumo.
A previdência pública incorpora atualmente um grande contingente de
pessoas, sejam aquelas que em algum momento para ela já contribuíram – situando-
se entre 6 ou 7 milhões de pessoas - ou as que nunca para ela contribuíram – cerca
de 14 milhões de pessoas. Estas últimas contribuem para o desequilíbrio das contas
da previdência pública, que vem sofrendo constantes reformas nos últimos anos.
É neste contexto que ganha impulso a previdência complementar privada
no país, tema desta monografia, que objetiva absorver a camada da população que,
a cada nova reforma da previdência pública, vê dilapidar-se sua renda futura de
aposentadoria.
6
Para a abordagem do tema estruturou-se a presente monografia em
capítulos. Após a presente Introdução, no segundo capítulo são apresentados os
antecedentes históricos da previdência social pública, um breve resumo sobre sua
atual situação, e os fatores que a cada ano vêm contribuindo para a elevação de
seus déficits.
O terceiro capitulo aborda a previdência complementar privada,
apresentando um breve histórico sobre a mesma e alguns aspectos relacionados à
sua estrutura e funcionamento operacional, técnico e legal.
No quarto e principal capítulo da monografia, apresenta-se a distribuição
da população brasileira segundo faixas de idade e de renda, para em seguida avaliar
os que potencialmente encontram-se cobertos pela previdência social pública, e
somente a ela podem recorrer em sua aposentadoria; e aqueles que estão buscando
a previdência complementar privada como forma de manter, ao menos em parte, sua
renda na aposentadoria.
Diante destes aspectos, sem pretender quantificar os potenciais
participantes dos dois tipos de previdência, a presente monografia procura
responder a seguinte indagação a quem se destina a previdência complementar
privada e para quem a previdência pública é a única saída no momento em que
pararem de trabalhar e forem pensar em aposentar-se.
2. Previdência Social no Brasil: Antecedentes, Evolução e Situação Atual
Este capítulo apresenta um breve resumo histórico relativo ao surgimento
e evolução da previdência social no Brasil, e destaca algumas causas responsáveis
pela crise em que hoje se encontra.
7
2.1 – Antecedentes e Evolução
No Brasil, o primeiro esforço no sentido de instituir a Previdência Social
ocorreu à época do Império. Em 1 de outubro de 1821, o príncipe regente, D. Pedro
de Alcântara, assinou um decreto concedendo aposentadoria aos mestres e
professores aos 30 anos de serviço, e assegurando aos que continuasse em
atividade um abono de 25% sobre os vencimentos correspondentes. Além da
aposentadoria por tempo de serviço, registram-se dois outros fatos: o benefício é
concedido a uma categoria profissional, bem como possibilita o aposentado voltar à
atividade.
A primeira instituição de previdência criada no Brasil, em 10 de janeiro de
1835, foi o Montepio Geral de Economia dos Servidores do Estado - MONGERAL,
proposto pelo Barão de Sepetiba, então Ministro da Justiça. Seu propósito original
era patrocinar seus associados, servidores do Estado, mediante contribuições, um
conjunto de benefícios de natureza previdenciária.
Entre o final do século XIX e o início da década de 1920, o
desenvolvimento da Previdência no Brasil foi eminentemente privado e centrado nas
empresas. A organização previdenciária se dava pela ação dos empregados de uma
mesma empresa, através de um fundo mútuo ou pela ação da empresa, através de
caixas beneficentes mantidas pelas contribuições, nem sempre voluntárias, dos
empregados.
A Previdência Social no Brasil somente viria se estabelecer formalmente
em janeiro de 1923, com a aprovação da Lei Elói Chaves, que criou as Caixas de
Aposentadoria e Pensão (CAP). As CAP’s mais importantes congregavam
empregados do governo ou de empresas prestadoras de serviços públicos, sendo,
em todos os casos, sociedades civis independentes do governo. A partir de 1933,
com a criação do Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Marítimos (Decreto n.º
22.872, de 29/6/1933), inicia-se a transformação do sistema. A congregação dos
trabalhadores no plano previdenciário deixa o âmbito da empresa empregadora e
passa para a categoria profissional. A consolidação dessa organização corporativista
8
se dá através da Constituição Federal promulgada em 1934. Entretanto, pelos
interesses públicos dominantes, o corporativismo ficou submetido ao controle do
Estado.
O sistema previdenciário era mantido por contribuições do trabalhador, da
empresa e do Estado. As duas primeiras contribuições eram definidas como
percentual dos salários, enquanto a do Estado era residual, isto é, quanto fosse
necessário para cobrir as despesas do Instituto. Nesse sistema, o regime de gestão
é o de repartição; isto é, a receita arrecadada é usada para cobrir as despesas com
os benefícios distribuídos, bem como as despesas com a administração do Instituto.
Em 1947, o Legislativo retoma o problema da uniformização do sistema
previdenciário, através do projeto da Lei Orgânica da Previdência Social. Esta lei
viria a ser aprovada em 1960, juntamente com o Regulamento Geral da Previdência
Social. A Lei Orgânica estende a participação no sistema previdenciário aos
trabalhadores autônomos, profissionais liberais e empregadores, esses últimos de
forma compulsória.
Em 1966, a Lei Orgânica da Previdência Social foi completamente
alterada pelo Executivo através de dois decretos-lei. Os seis institutos de
aposentadoria e pensão então existentes foram reunidos em um único instituto, o
Instituto Nacional de Previdência e Assistência Social (INPS). A extensão da
proteção aos trabalhadores rurais, iniciada timidamente em 1963, é ampliada em
1968. Porém, sua efetiva implementação somente ocorreu em 1971, através da Lei
Complementar nº 11, que instituiu o Programa de Assistência ao Trabalhador Rural
(Prorural).
Destaca-se que a Previdência Social a cada reforma tornava-se mais
abrangente, tanto em termos de trabalhadores segurados, como de funcionários por
ela empregados e do volume de recursos por ela administrado.
Em 1960, o Ministério do Trabalho passou a denominar-se Ministério do
Trabalho e da Previdência Social. Posteriormente, em 1974, a previdência e a
assistência social foram destacadas num ministério próprio: o Ministério da
Previdência e Assistência Social (MPAS), que absorveu o INPS, a Central de
9
Medicamentos (CEME), a Empresa de Processamento de Dados da Previdência
Social (DATAPREV), a Fundação Legião Brasileira de Assistência (LBA), a
Fundação Nacional para o Bem-Estar do Menor (FUNABEM) e a Fundação Abrigo
do Cristo Redentor.
O MPAS passou a ser o órgão responsável pela elaboração e execução
das políticas nacionais de previdência e assistência social na sua concepção mais
ampla. Em 1977, através da Lei nº. 6.349, foi criado o Sistema Nacional de
Previdência e Assistência Social (SINPAS) e também duas novas autarquias: o
Instituto de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), como único
provedor de assistência médica do sistema; e o Instituto de Administração
Financeira da Previdência e Assistência Social (IAPAS), como gestor financeiro da
Previdência Social.
Em 1990, no governo Collor, o MPAS foi extinto e dividido entre os
Ministérios do Trabalho, da Saúde e da Ação Social. Com essa reforma o novo
Ministério do Trabalho e da Previdência Social absorveu o IAPAS e o INPS,
formando o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que até a atualidade é o
responsável pela previdência social no país.
2.2 – Situação Atual
“A previdência é, entre nós, como na maior parte das nações, o complexo orgânico de expressão mais relevante, que vai até agigantando-se à medida que evolui na direção da seguridade social. E por seguridade social se há de entender, conforme síntese de eminentes doutrinadores, o conjunto de medidas obrigatórias, cujo objetivo é proteger, indistintamente, a todo individuo e sua família, das conseqüências de uma inevitável calamidade socioeconômica, como implícito na declaração universal dos direitos do homem" (Moreira e Lustosa, 1977, p.15).
A previdência social objetiva garantir renda aos seus contribuintes no
momento em que não possam trabalhar, por motivo de: saúde; velhice, morte de
segurado, que deixa pensão para o dependente; e, acidente que torne o trabalhador
10
incapaz ao trabalho. A previdência evita, assim, a falta de recursos (penúria) e a
pobreza involuntária da classe trabalhadora.
No Brasil, o sistema de previdência social pública funciona em “regime de
caixa”, com as contribuições ao INSS destinando-se a um fundo comum, do qual
sairá a renda de aposentadoria de cada brasileiro.
Segundo dados no sistema de previdência oficial não há equilíbrio entre
as contribuições pagas e a renda mensal de aposentadoria que o contribuinte irá
receber no futuro. Caso existisse no país uma proporção de, por exemplo, cinco
trabalhadores contribuintes para cada aposentado, a contribuição paga ao INSS
seria suficiente para garantir uma aposentadoria digna aos brasileiros. Porém as
contribuições não crescem no mesmo ritmo do montante de benefícios que devem
ser pagos. De acordo como o MPAS (Ministério da previdência e assistência social)
há um número cada vez menor de contribuintes para um número cada vez maior de
segurados, sendo hoje esta proporção de quase um para um (Gráfico 1).
Gráfico 1
Relação Contribuinte/Beneficiário do Setor Privado (1950 – 2002)
11
Gráfico 2: Evolução da Despesa com Benefícios Previdenciários e Assistenciais emrelação ao PIB ( 1996 a 2005 )
Em paralelo à queda na relação contribuinte/beneficiário, houve um
aumento dos gastos com benefícios, considerando-se tanto o número de
beneficiários quanto o valor médio por eles recebido. Nos últimos nove anos
ocorreram sucessivos aumentos nos gastos previdenciários, elevando a participação
destes em relação o PIB, que atingiu 8,5%, em 2005 (Gráfico 2).
De acordo com os dados do MPAS, as mudanças na Constituição Federal
de 1988 elevaram o total de benefícios pagos pelo governo, que se expandiu em
cerca de 40%, elevando-se de R$ 16,5 milhões, em 1996, para R$ 23,1, em 2004. O
Gráfico 3 a seguir apresenta o resultado previdenciário e as receitas e despesas
com benefícios previdenciários, no período 1995/2002, que demonstram um
descompasso entre a arrecadação líquida e as despesas receitas.
12
Em 2006, o déficit previdenciário atingiu R$ 42 bilhões, sendo o resultado da
subtração entre a arrecadação com contribuições sobre a folha de salários e o gasto
com o pagamento de benefícios.
Em contraposição, a professora Denise Gentil, do Instituto de Economia
da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, argumenta que esta não é a
maneira correta de se calcular o resultado previdenciário. Isto porque o ministério
não leva em conta a arrecadação de contribuições destinadas à Seguridade Social
como Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), CSLL
(contribuição sobre o lucro liquido) e CPMF (contribuição provisória sobre a
movimentação financeira)1, da qual a Previdência é parte constituinte, juntamente
1 Considere-se, ainda, o fato de que a Previdência perde arrecadação por conta de isenções concedidas pelo governo a alguns setores da economia, tais como: pequenas empresas, entidades filantrópicas e exportadores.
13
com a Assistência Social e a Saúde Ao elaborar seus cálculos considerando estas
receitas, Gentil chega a um superávit da Seguridade Social de R$ 1,25 bilhões, em
2006.
Em medida contraditória ao propagado déficit da Previdência, o Executivo
enviou ao Congresso Nacional a Proposta de Emenda Constitucional - PEC n°
50/2007, que prorroga até o final de 2011 a Desvinculação das Receitas da União-
DRU. A DRU é uma medida que permite ao governo federal utilizar para outros fins -
geralmente para manutenção do superávit primário das contas públicas e o
pagamento de juros da dívida pública - 20% da arrecadação previdenciária. Isto
significa que o governo é incoerente já que ele mesmo retira da Previdência recursos
para alocar em outros fins.
Diante do déficit do previdenciário surgiram propostas para contê-lo,
entre elas a redução do valor dos benefícios e o aumento das alíquotas de
contribuição que incidem tanto sobre o trabalhador como sobre o empregador.
A primeira alternativa seria muito impopular e de difícil negociação
política. Já em relação à segunda proposta, existiria um limite para o aumento das
alíquotas, que projetaria o crescimento do mercado informal a partir de uma
determinada contribuição máxima. O aumento das alíquotas em um modelo de
repartição tende a ter um efeito na arrecadação cada vez mais reduzido, podendo
até agravar o déficit da Previdência.
A partir da Constituição Federal de 1988, além de cuidar das
aposentadorias e pensões a Previdência passou a ser a gestora de um amplo
programa de renda mínima e de transferências diretas de renda a pessoas que, em
última instância, acabam sendo custeados com recursos do Tesouro Nacional.
Como observa-se no Gráfico 4, nos últimos anos vem ocorrendo um
aumento contínuo dos benefícios previdenciários, tanto da classe urbana quanto da
classe rural, merecendo ser destacado o aumento dos benefícios relacionados à
assistência social.
“Em fevereiro deste ano, o MPAS mudou a forma de cálculo do resultado previdenciário para incluir na soma das receitas do INSS o que deixa de ser arrecadado por conta das isenções. Por este critério, o déficit cai pela
14
Fonte: Anuário Estatístico da Previdência Social – AEPS; Boletim Estatístico da Previdência
Social – BEPS Elaboração: SPS/MPS Dos atuais 20 milhões de aposentados e pensionistas do INSS,
excetuando-se os 6 milhões que efetivamente contribuíram para usufruir dos
benefícios previdenciários; 2 milhões estão escritos na Lei Orgânica da Assistência
Social (LOAS); 6 milhões são pobres urbanos que jamais contribuíram para a
Previdência Social e que participam de algum tipo de programa de renda mínima; e,
os restantes 6 milhões, são beneficiários de aposentadorias rurais, para as quais
também jamais contribuíram. (Fonte: INSS, 2004)
Este cenário tende a agravar-se ainda mais devido às seguintes razões:
- aumento na expectativa de vida dos brasileiros, o que levará a
um aumento do número de aposentados;
metade". (Magalhães, em Correio da Cidadania, jul.2007).
15
Tabela 1
Expectativa de Vida por Idade - Brasil
1930 - 1940 1970 - 1980 1980 - 1995 2000 Idade
Homem Mulher Homem Mulher Homem Mulher Homem Mulher
0 39 43 55 60 65 71 64 72
10 45 48 53 57 58 65 58 65
20 38 40 45 48 49 55 48 55
40 24 26 29 32 32 36 31 36
50 18 20 22 24 24 28 23 27
55 16 17 19 21 20 24 19 23
60 13 14 16 17 17 20 16 19
65 11 11 13 14 14 16 13 15
70 8 9 11 11 11 13 10 12
Fonte: Previdência em Dados 1930/1940, 1970/1980 e 1980/1995. PNAD 2000 - IBGE
- queda do índice de natalidade no país, o que levará à diminuição
do número de futuros contribuintes;
Tabela 2
Taxa brasileira de fecundidade total - Brasil
Década 1930/40 1940/50 1950/60 1960/70 1970/80 1980/91 2000
Taxa de fecundidade total
6,20 6,16 6,28 5,76 4,35 2,60 2,3
Fonte: Anuário Estatístico do IBGE
16
- ampliação da economia informal e do desemprego, que
provocam redução do número de contribuintes.
- tendência de ampliação do número de trabalhadores que vêm
sendo remunerados pelas empresas com um menor salário fixo e, em compensação,
obtendo uma maior participação nos lucros através de gratificação, bônus, comissão
e etc.. Isso ocorre sem que haja a incidência de contribuição previdenciária tanto
sobre empregado quanto sobre o empregador.
- elevação considerável da participação das mulheres no mercado
de trabalho. As mulheres podem se aposentar 5 anos mais cedo do que os homens
(65 anos de idade). Em paralelo, como demonstra a Tabela 1, a expectativa de vida
das mulheres é superior a dos homens. Logo, o déficit atuarial é maior nas
aposentadorias e pensões das mulheres que na dos homens.
Diversas causas explicariam as dificuldades por que passa o regime de
repartição. No caso brasileiro, estas se referem aos efeitos perversos para o sistema
previdenciário acarretado pelas mudanças demográficas e do mercado de trabalho,
neste último caso com o aumento da informalidade, e pelo baixo crescimento da
economia.
Os efeitos negativos das mudanças demográficas podem ser verificados
com o auxílio da relação entre o número de contribuintes ativos do Regime Geral da
Previdência Social e o número de beneficiários inativos. Essa relação era de 2,5 em
1990 e, em 2002, apenas doze anos depois, a mesma havia declinado para 1,2,
conforme apresentado no Gráfico 1.
O crescimento do desemprego está associado, entre outras causas, ao
fraco desempenho da economia brasileira nos últimos anos. Um longo período de
baixas taxas de crescimento do PIB, particularmente influenciada pelo desempenho
do setor industrial, acarretou uma redução no emprego e, portanto, do número de
contribuintes ativos da Previdência. Isto também acarretou um maior uso do seguro-
desemprego, cujas contas encontram-se entrelaçadas com as da seguridade social.
17
Por outro lado, como para a empresa cada real pago como salário
corresponde outro pago como encargo trabalhista, ocorreu a substituição de postos
de trabalho por máquinas e equipamentos. Essa substituição foi ainda incentivada
pelos benefícios fiscais concedidos pelo governo aos investimentos realizados pelas
empresas.
A conjugação dessas forças reduziu de forma expressiva o percentual de
trabalhadores formais – que recolhem contribuições previdenciárias – no total da
força de trabalho. A informalidade atinge diretamente o equilíbrio do sistema
previdenciário, já que trabalhadores informais, por definição, não são contribuintes
da Previdência.
O sucessivo déficit acumulado pela Previdência Social fez com que esta
tomasse medidas injustas em relação a quem contribui a vida inteira para garantir
sua aposentadoria, como por exemplo: fixar um teto máximo para o pagamento de
benefícios (10 salários mínimos); conceder aumentos distintos para quem ganha o
salário mínimo (acima da correção da inflação) e para quem ganha mais do que o
mínimo (somente a correção da inflação); aumentar a faixa etária para a
aposentadoria integral e vinculá-la ao tempo de contribuição (de 60 para 65 anos no
caso dos homens e de 55 para 60 anos no caso das mulheres, concomitantemente à
exigência de 35 e 30 anos de contribuição para os homens e mulheres,
respectivamente).
Estes fatores fizeram com que segmentos da população que possuíssem
recursos disponíveis passassem a se preocupar com o futuro a partir da
aposentadoria, levando-os a aderir cada vez mais ao sistema de previdência
complementar privada.
18
3 – A Previdência Complementar Privada no Brasil
3.1 – Antecedentes, estrutura e tipos de Plano da Previdência Complementar
Privada no Brasil
O marco inicial da previdência privada no Brasil se deu em 16 de abril de
1904, com a fundação da Caixa Montepio dos Funcionários do Banco do Brasil,
precursora da atual Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil –
PREVI.
Dada a dificuldade em prover uma aposentadoria segura e que
mantivesse o nível e qualidade de vida semelhante ao momento em que os
trabalhadores não mais estivessem na ativa, impulsionou-se o desenvolvimento de
novos instrumentos de proteção de natureza previdenciária.
“A expressão previdência privada, no sentido usado no Brasil, objetivou identificar o espaço não coberto pela previdência social, de forma a proporcionar ao participante um benefício adicional ao oferecido pela previdência social pública, visando manter sua renda nos mesmos níveis de quando estava em plena capacidade laborativa." (Martins, 2006, pág. 14).
Entretanto, no passado recente, a inflação corroía o valor real dos
benefícios, o que impedia a manutenção do padrão de vida dos trabalhadores após
a aposentadoria. Destaca-se, ainda, a deficiência técnica de alguns planos privados
de benefícios, o que acabava tornando-os insustentáveis financeiramente, bem
como a ocorrência de uma série de fraudes em montepios, envolvendo aplicações
em ativos de solvência duvidosa ou empreendimentos inviáveis.
Pelos motivos expostos, o governo federal interveio no mercado através
da Lei n° 6.435, de 1977, que regulamentou a previdência privada no Brasil. Até
então, a previdência complementar privada no país era incipiente, merecendo
destaque os fundos contábeis criados por algumas poucas empresas para
complementar a aposentadoria e pensão de seus empregados, e os chamados
19
Estrutura da Previdência
Complementar
Aberta EAPP
Fechada EFPP
Fundos de Pensão (sem fins lucrativos)
Sociedades Anônimas
(com ou sem fins)
montepios, instituições abertas que ofereciam planos individuais de complementação
das aposentadorias públicas.
Objetiva-se com a regulamentação da Previdência Complementar Privada
no país estruturar um sistema que acumule recursos que possam garantir no futuro
uma renda mensal após a aposentadoria que permita ao trabalhador manter o
padrão de vida da ativa.
Num primeiro momento esta era vista como uma poupança extra, mas
como o beneficio da previdência oficial, conforme já visto, tende a reduzir-se cada
vez mais, muitos trabalhadores têm adquirido um plano privado como forma de
garantir sua renda ao fim de sua carreira profissional.
Tecnicamente falando, o processo de previdência privada consiste de
duas fases: na primeira, o poupador acumula durante certo período um capital,
através de depósitos mensais ou de aporte de capital e, durante todo esse período,
este capital receberá rendimentos; na segunda fase, cujo início coincide com a
aposentadoria na previdência oficial, o trabalhador passará a receber os benefícios
da previdência complementar correspondente ao capital acumulado.
Há dois tipos de previdência complementar no Brasil, definida através da
Lei n° 6.435, de 1977: a fechada, que é da competência do Ministério da Previdência
Social; e a aberta, que é da alçada do Ministério da Fazenda.
20
A previdência complementar fechada é destinada aos profissionais
ligados a empresas, sindicatos ou entidades de classe. O trabalhador contribui com
uma parte mensal do salário durante certo período e a empresa banca o restante do
valor, que normalmente é dividido em partes iguais. Contudo, há casos raros de
empresas que bancam toda a contribuição. Acrescenta-se, ainda, que o regime de
previdência fechado ou fundo de pensão não visam a distribuição de seus lucros.
Uma vantagem imediata desse tipo de previdência é a possibilidade do
participante deduzir 12% da renda bruta na declaração anual do Imposto de Renda.
Estima-se que as empresas de previdência complementar possuam cerca de 130 mil
participantes que já desfrutem de seus benefícios.
O regime de capitalização sobre o qual se acham organizados os Fundos
de Pensão é que lhes dá grande vitalidade e eficiência, comparativamente ao regime
da Previdência Social Pública, que é o de repartição simples. No primeiro caso, o
participante durante o período laborativo é responsável pelo total de recursos que
garantirão seus benefícios futuros. Já o segundo consiste no custeio por uma
geração dos benefícios concedidos à geração que a antecedeu.
Em face da acumulação de poupança, os Fundos de Pensão, além da
atividade-fim, que é nitidamente social, possuem uma função econômica relevante
como investidores. Eles são hoje no Brasil o sustentáculo do mercado de ações e
do mercado imobiliário e estão aptos a alavancar muitos outros segmentos
econômicos, oferecendo-lhes financiamento de longo prazo.
Os Fundos de Pensão brasileiros adquiriram grande maturidade
conceitual e institucional. Estão aptos a oferecer à totalidade dos trabalhadores do
país a proteção efetiva contra as incertezas futuras, ao mesmo tempo em que cria
uma massa de novos consumidores de grande importância para a formação do
mercado interno brasileiro.
Por sua vez, a previdência aberta é oferecida por seguradoras ou por
bancos. Um dos principais benefícios dos planos abertos é a sua liquidez, já que os
21
depósitos podem ser sacados a cada dois meses. O número total de participantes de
planos abertos é atualmente estimado entre 5 e 6 milhões de pessoas.
Ambas as entidades operam em regime de capitalização individual ou
coletiva, e nas abertas os planos são sempre de capitalização individual, ou seja,
através da aplicação dos recursos arrecadados sob a forma de contribuição de seus
integrantes, visando à formação de um capital que garantirá o pagamento de
benefícios futuros. Nas entidades fechadas, todo o rendimento das aplicações se
reverte, necessariamente, aos participantes. Já nas entidades abertas sem fins
lucrativos, o patrimônio que se forma é exclusivamente de propriedade dos
participantes. Nas entidades abertas com fins lucrativos, o excedente sobre as
reservas matemáticas é geralmente apropriado pelos acionistas, e não pelos
participantes. Mais recentemente, repartir os excedentes vem se tornando regra
entre os planos ofertados pelas entidades abertas, sendo usualmente revertido ao
participante metade ou alguma fração pré-acordada.
Um plano de benefícios previdenciários baseia-se na acumulação de
contribuições do participante e da patrocinadora, acrescida de rendimentos, para
posterior pagamento de benefícios (rendas ou pecúlios). Esses planos classificam-
se nos seguintes tipos:
Benefício definido - modalidade em que, a priori, a regra de cálculo do
valor do benefício a ser pago é, geralmente, função da idade, do tempo de serviço
ou da remuneração. No âmbito dos Fundos de Pensão, o valor exato do benefício
somente será possível de ser determinado na época de seu requerimento. Este
benefício é pouco previsível quando da entrada de um novo participante no plano.
Contribuição definida - modalidade em que, a priori, se estabelecem os
patamares contributivos do participante e da patrocinadora. O valor do benefício
dependerá do montante de contribuições, que são preponderantemente
influenciadas pela rentabilidade alcançada pelos investimentos da entidade.
Misto - modalidade híbrida que conjuga características da contribuição
definida às aposentadorias programadas. O benefício de risco (aposentadoria por
22
invalidez ou pensão por morte) comporta-se como um benefício definido, sendo
coberto pela patrocinadora e, eventualmente, pelos participantes.
3.2. Aspectos técnicos e legais da Previdência Complementar Privada
A previdência complementar compreende duas modalidades, que são
atendidas pelas Entidades Abertas de Previdência Complementar (EAPCs) e pelas
Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPCs).
No caso brasileiro, as entidades fechadas têm participação
substancialmente maior, tanto em número de participantes, quanto em volume de
ativos. A dimensão relativamente pequena do segmento aberto decorre da escassa
tradição da previdência privada como opção voluntária de poupança. Porém, mais
recentemente, o setor vem registrando crescimento acentuado.
Por sua vez, as entidades fechadas, sobretudo as patrocinadas por
empresas estatais ou de economia mista, sempre atraíram grande interesse,
motivado, entre outros fatores, pelas fortes contribuições da patrocinadora, pela
possibilidade de acesso a financiamentos imobiliários e pela garantia concreta de
complementação da aposentadoria.
3.2.1 - Entidades Abertas de Previdência Complementar Privada
As Entidades Abertas de Previdência Complementar funcionam como
administradoras de poupanças de pessoas físicas, as quais podem aderir livremente
aos planos, ao contrário do que acontece com os fundos de pensão, onde somente
os empregados das empresas patrocinadoras podem dele participar. Nos planos
abertos, prevalece o sistema de contribuição definido e as instituições que os
oferecem podem auferir lucro, com a ressalva de que "... não poderão distribuir
lucros ou quaisquer fundos correspondentes às reservas patrimoniais, desde que
essa distribuição possa prejudicar os investimentos obrigatórios do capital e reserva,
de acordo com os critérios estabelecidos na presente Lei" (Lei 6.435/1977, art. 18).
23
Cabe aos participantes uma parte residual do lucro total, remunerada a juros
atuariais, que será incorporada ao fundo.
A previdência privada aberta é constituída por sociedades civis, com ou
sem fins lucrativos, e por companhias seguradoras. Estas últimas detêm a maior
participação relativa do setor 2004 (94,02%), como indica a Tabela 1. A
administração dos investimentos dos fundos constituídos pelas entidades, pode ser
por elas próprias realizadas ou delegada a instituições financeiras habilitadas pelo
Banco Central.
TABELA 1 PARTICIPAÇÃO DOS DIFERENTES TIPOS DE ENTIDADES ABERTAS DE PREVIDÊNCIA
COMPLEMENTAR – DEZ/004 Entidades Participação
Entidades Abertas com Fins Lucrativos 0,05% Entidades Abertas sem Fins Lucrativos 5,93% Seguradoras 94,02% Fonte: Susep, Internet,
Atualmente, o tipo de plano mais comum segundo a Associação Nacional
da Previdência Privada - ANAPP, é o chamado Plano Geral de Benefícios Livres
(PGBL), regulamentado pela Resolução nº 006 do CNSP (Conselho Nacional de
Seguros Privados), de novembro de 1997.
Nesta modalidade, o participante pode decidir sobre o perfil das
aplicações do fundo constituído para financiar seus benefícios individuais, bem como
optar por contribuições mensais, bimestrais, semestrais ou anuais.
O benefício pode ter a forma de renda vitalícia ou temporária, sendo
também possível o resgate do saldo acumulado. O valor do benefício é calculado ao
término do período de contribuições, com base no valor do saldo da reserva
matemática de benefícios a conceder acumulado pelo participante (Item 24, do
Regulamento Anexo à Resolução CNSP 25/1994; e art.16, §1º e art. 1º,
Regulamento Anexo à Resolução CNSP 0006/1997.
24
O crescimento significativo nos últimos anos se deve a estabilização
monetária posterior ao Plano Real e à possibilidade, a partir de 1996, de dedução
das contribuições a esses planos até o limite de 12% da renda bruta anual declarada
à Receita Federal para fins de tributação. (FENAPREVI, disponível em
http://www.fenaprevi.org.br/Site/secao/729).
A Tabela 2 a seguir evidencia a carteira de investimentos da Previdência
Privada Aberta no Brasil, entre os anos de 1998 e 2004.
TABELA 2 – RECEITA E CARTEIRA DE INVESTIMENTOS DA PREVIDÊNCIA PRIVADA ABERTA NO BRASIL – 1998 a 2004
Anos Receita de Planos Previdenciários
Variação (%)
Carteira de Investimentos
Variação (%)
1998 3.185 47,20 8.376 33,92 1999 3.803 19,42 12.72 51,93 2000 5.093 33,91 16.557 30,11 2001 7.344 44,19 24.220 46,26 2002 9.426 28,34 32.012 32,17 2003 14.615 55,05 48.473 51,42 2004 18.779 28,49 65.988 36,13
Fonte: ANAPP
A regulamentação e a fiscalização das entidades abertas de previdência
complementar no Brasil são de responsabilidade da Superintendência de Seguros
Privados - SUSEP. Os fundos de investimento constituídos em seus planos, bem
como as instituições financeiras que os administram, são fiscalizados pelo Banco
Central. Os bens garantidores das reservas são custodiados e não podem ser
alienados ou agravados sem prévia autorização oficial. Alterações nas tabelas e
disposições regulamentares dos planos dependem do consentimento dos órgãos
normativos e são vedadas operações comerciais ou financeiras com os dirigentes,
seus familiares e empresas de que participem.
25
Os investimentos das entidades abertas de previdência complementar
estão regulamentados pela Resolução do Conselho Monetário Nacional nº 2.286, de
junho de 1996, alterada pela Resolução nº 2.639, de agosto de 1999. De acordo
com esta resolução, os recursos garantidores das reservas técnicas não
comprometidas das entidades podem ser aplicados da seguinte forma:
- até 100% em títulos de emissão do Tesouro Nacional ou do Banco
Central do Brasil;
- até 80% em instrumentos de renda fixa: títulos públicos estaduais ou
municipais, depósitos a prazo, cadernetas de poupança, fundos de investimento,
ouro, fundos de investimento no exterior, debêntures de emissão pública, letras de
câmbio, letras hipotecárias e certificados de privatização, entre outros;
- até 50% em investimentos de renda variável: ações ou quotas em
fundos mútuos de investimento em ações;
- até 30% em imóveis urbanos ou em quotas de fundos de investimento
imobiliário;
- até 10% em empréstimos concedidos a participantes.
A parcela comprometida dos recursos garantidores das reservas pode ser
aplicada de acordo com os seguintes limites:
- até 100% em títulos de emissão do Tesouro Nacional ou do Banco
Central do Brasil;
- até 60% em instrumentos de renda fixa: depósitos a prazo, cadernetas
de poupança, letras de câmbio, letras hipotecárias, fundos de investimento, ouro e
fundos de investimento no exterior;
- até 50% em investimentos de renda variável.
São permitidas, ainda, as aplicações em derivativos, dentro de condições
especificadas pela SUSEP.
Existem limites para o investimento em títulos, ações, debêntures ou
fundos de investimento de uma única instituição financeira, empresa ou unidade da
federação. É vedada a aplicação em empresas coligadas ou nas quais os
26
administradores ou seus parentes até o segundo grau possuam participação
superior a 10%. As entidades abertas de previdência complementar não podem
atuar como instituição financeira, concedendo empréstimos ou adiantamentos a
pessoas físicas ou jurídicas, ressalvadas as exceções previstas nesta
regulamentação. É proibida a aplicação dos recursos fora do país, a não ser por
meio dos fundos de investimento no exterior.
3.2.2 - Entidades Fechadas de Previdência Complementar Privada
As Entidades Fechadas de Previdência Complementar, também
denominadas fundos de pensão, são entidades sem fins lucrativos, com adesão
somente permitida a empregados de uma empresa ou grupo de empresas,
denominada(s) patrocinadora(s). Há, portanto, a necessidade legal de vínculo
empregatício e de contribuições da empresa patrocinadora, conforme condições
contratuais. Tais entidades recebem contribuições dos empregados e da empresa, e
realizam investimentos com a finalidade de garantir aos participantes o pagamento
de benefícios complementares aos da previdência social pública. Neste segmento,
predomina o sistema de benefício definido, embora haja tendência crescente de
migração para modelos de contribuição definida, especialmente em fundos
patrocinados por empresas privadas. As entidades fechadas são fiscalizadas pela
Secretaria de Previdência Complementar, do Ministério da Previdência e Assistência
Social (SPC/MPAS).
Os fundos de pensão são formadores de um sistema endógeno de
poupança interna e se caracterizam como detentores de poupança de longo prazo.
O desenvolvimento do setor pode contribuir favoravelmente para a expansão da taxa
de poupança interna, fator fundamental para viabilizar os investimentos necessários
à sustentação do crescimento econômico. A exemplo do que ocorre com os
investidores institucionais em outros países, os fundos de pensão efetivamente têm
27
assumido importância crescente na economia brasileira, com significativa expansão
de seus ativos. A proporção desses recursos em relação ao PIB avançou
rapidamente ao longo da década, atingindo R$ 321,6 bilhões em 2005, valor
equivalente a 16,5% do PIB (MPAS, disponível em: http://www.mpas.gov.br/spc). A
evolução dos ativos dos fundos de pensão em relação ao PIB está representada na
Tabela 3 a seguir.
TABELA 3 – ATIVOS DE FUNDO DE PENSÃO DE 1996 a 2005
Ano Ativos dos Fundos de Pensão (R$ Bilhões)
Ativo / PIB (%)
1996 74,7 11,1 1997 90,9 11,6 1998 93,3 11,1 1999 126,0 12,9 2000 144,3 13,1 2001 170,0 14,3 2002 188,0 14,1 2003 239,7 15,4 2004 281,8 15,9 2005 321,6 16,5
Fonte: Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Privada (ABRAPP)
Em abril de 2001, havia 361 entidades fechadas de previdência
complementar, as quais contavam com 2,3 milhões de participantes, dos quais 1,7
milhões de ativos e 539 mil inativos.
Os grandes fundos das empresas estatais têm mantido a administração a
cargo de equipes próprias, mas aumentou nos últimos anos a opção pela
terceirização da gestão dos recursos, que pode envolver a entrega direta de
recursos, aplicações em fundos exclusivos ou gestão compartilhada.
Esse processo foi iniciado pelos fundos de pensão patrocinados por
empresas multinacionais com base no modelo adotado em seus países de origem,
28
sendo seguido pelos fundos menores, que têm dificuldades para arcar com os
custos de uma equipe própria.
Por serem investidores de longo prazo e por administrarem recursos de
terceiros, os fundos de pensão realizam suas aplicações de acordo com o princípio
básico de minimização do risco. A Tabela 4 apresenta a distribuição e a evolução
desses investimentos.
TABELA 4 – DISTRIBUIÇÃO DOS ATIVOS DAS ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR – 1998 a 2005 (%)
Discriminação 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005*
Ações 19,2 26,3 23,6 18,5 15,8 19,0 20,0 20,3 Imóveis
10,7 8,8 8,0 6,8 6,7 5,4 4,5 4,2 Depósitos à Prazo
9,7 4,6 3,2 3,1 2,3 1,2 0,9 1,1 Fundos – Renda Fixa
22,8 31,6 36,7 40,4 41,0 44,6 46,6 46,4 Fundos – Renda Variável
10,2 12,2 11,4 10,5 11,9 10,0 10,1 10,4 Empréstimos a Participantes
1,9 1,6 1,8 1,8 1,9 1,8 1,9 1,9 Financiamento Imobiliário
4,4 3,4 2,9 2,5 2,0 1,6 1,2 0,8 Debêntures
3,6 2,5 2,0 2,1 2,2 1,7 1,4 1,2 Títulos Públicos
6,5 6,3 6,6 11,3 13,3 12,7 11,7 12,1 Outros 2,6 2,6 3,6 2,9 2,7 2,1 1,7 1,6
Operações com Patrocinadoras 8,4 0,1 0,2 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0
Fonte: ABRAPP
* Dados de Setembro-2005
29
Pode-se notar substancial aumento da participação das aplicações em
renda fixa e decréscimo relativo da importância dos investimentos em imóveis e do
financiamento imobiliário.
As modificações observadas decorrem da evolução do cenário
econômico-financeiro e, também, do direcionamento das aplicações realizado
através de legislação específica.
Inicialmente, os fundos de pensão estavam sujeitos às exigências de
limites mínimos de aplicação em determinados ativos, o que implicava a
compulsoriedade destes investimentos. A Resolução 460, de 1978, consolidada na
Resolução CMN 1.362, de 1987, fixou percentuais mínimos de aplicação para as
diversas modalidades de investimentos, a maioria até então pouco utilizada pelos
fundos, que foram compelidos a diversificar sua carteira. Percebe-se nesta
legislação uma preocupação com a excessiva concentração das carteiras das
entidades de previdência.
Adicionalmente, a Resolução 460 estabeleceu limites para o
relacionamento dos fundos com as empresas patrocinadoras, visando impedir que
estas subordinassem as entidades de previdência privada aos seus interesses. A
norma também vedou às entidades o controle acionário de qualquer empresa,
restringiu a atuação dos fundos ao território nacional e estabeleceu que no mínimo
75% da carteira dos fundos deveriam ser constituídas por papéis emitidos por
empresas nacionais.
O processo de diversificação das carteiras dos fundos previdenciários
privados beneficiou-se do desenvolvimento verificado nos mercados financeiros
nacionais e internacionais. As entidades passaram a contar com novos instrumentos
financeiros, alguns dos quais capazes de expô-las a níveis elevados de risco. A
Resolução CMN 2.109, de 1994, foi editada nesse contexto, estabelecendo limites
máximos para as aplicações, ao invés de definir limites mínimos, e fixando restrições
à aplicação dos recursos no mercado de derivativos.
A Resolução CMN 2.206, de 1995, introduziu outras restrições à
alavancagem de recursos por meio de derivativos. Essa norma limitou a proporção
30
do valor total dos ativos que podem ser aplicados a descoberto nesses mercados,
procurando induzir os fundos de pensão a atuar nos mercados de derivativos como
hedgers (segurança) e não como especuladores. Para que os fundos se
qualificassem para participar do Programa Nacional de Desestatização - PND,
exigiu-se que as aplicações em ações fossem realizadas exclusivamente em
companhias de capital aberto. Esse dispositivo permitiu participação intensa dos
fundos de pensão mais capitalizados no PND.
As aplicações no exterior dos fundos de pensão foram possibilitadas pela
Resolução 2.109, de 1994, que permitiu investimentos na área do MERCOSUL.
A partir da Resolução 2.114, de 1994, foram também permitidas
aplicações de recursos em fundos de investimento no exterior. Já a Resolução CMN
2.324, de 1996, introduziu alterações nos limites de aplicações dos fundos de
pensão:
- redução do limite máximo dos empréstimos pessoais aos participantes,
de 7% para 3% dos ativos;
- redução do limite máximo dos financiamentos imobiliários aos
participantes, de 10% para 7% dos ativos;
- redução do limite para aplicações em imóveis, de 20% para 15% dos
ativos;
- redução do limite para compra de terrenos, de até 5% para até 2% dos
ativos;
- redução do limite para aplicações em ações de uma única companhia,
de 25% para, no máximo, 20% do capital da mesma;
- redução do limite para aplicações em cotas de fundos mútuos de
investimento em empresas emergentes, de 50% para 5%, sendo que essas
aplicações não podiam exceder 20% do patrimônio líquido do fundo de investimento;
- redução do limite para aplicações em fundos de investimento imobiliário,
de 50% para 10%, não podendo exceder 20% do patrimônio líquido do fundo de
investimento;
31
- redução do limite máximo de empréstimos às patrocinadoras, de 30%
para 10% dos ativos;
- aplicações em ações e bônus de subscrição de ações de uma única
companhia não podiam exceder 5% dos recursos, nem representar mais de 20% do
capital votante ou do capital total da mesma;
- aplicações em cotas de um único fundo de investimento imobiliário ou
fundo mútuo de investimento em empresas emergentes foram limitadas a 20% do
patrimônio líquido do fundo.
A Resolução 2.720, de 24 de abril de 2000, restringiu ainda mais as
operações com imóveis e entre os fundos e suas patrocinadoras, e manteve a
exigência de rentabilidade nas aplicações realizadas pelos fundos.
Prevaleceu o cuidado com a exposição ao risco, verificada tanto ao
estipular limites máximos prudenciais para a posse dos ativos, como por contemplar
a utilização de derivativos em busca de proteção (hedge) contra a posição de risco
dos demais investimentos. Uma inovação foi a introdução do segmento especial,
que compreendia investimentos em projetos de infra-estrutura nas áreas de energia
e saneamento e em ações ou debêntures de companhias abertas em processo de
reestruturação.
A Resolução 2.720 foi suspensa pelas Resoluções 2.791, de novembro
de 2000, e 2.810, de dezembro do mesmo ano, "... até que concluídos os estudos
relativos à revisão das disposições da referida Resolução..." (Resolução 2.791/2000,
art. 1), voltando a vigorar a Resolução 2.324, de 1996.
A nova regulamentação referente às aplicações dos fundos de pensão foi
estabelecida pela Resolução 2.829, de março de 2001, que prevê investimentos em
quatro segmentos: renda fixa, renda variável, imóveis e empréstimos e
financiamentos. Cada segmento deve ser administrado de forma independente,
como se fosse um fundo de investimento distinto.
Essas diretrizes reforçam tendências verificadas nas resoluções
anteriores, entre as quais: estipulação de limites prudenciais para os diversos
segmentos de aplicações; restrições às operações com a patrocinadora e com
32
imóveis, incluindo a redução gradual dos investimentos imobiliários e a eliminação, a
partir de 2005, dos investimentos em terrenos; e exigência de rentabilidade mínima
em aplicações nos segmentos de imóveis e de empréstimos e financiamentos.
Entre as principais novidades, vale destacar o incentivo ao investimento
em ações de empresas que estejam em conformidade com as práticas requeridas de
governança corporativa, por meio da fixação de limites máximos mais elevados para
as aplicações em tais companhias. As entidades fechadas de previdência
complementar devem também manter contrato com serviço de auditoria
independente e agente custodiante, incumbido do controle e movimentação dos
títulos e valores mobiliários, da liquidação financeira das operações e da
documentação e das informações relativas às aplicações em renda fixa e em renda
variável.
Os administradores dos fundos passam a responder "... por ação ou
omissão, pelos danos ou prejuízos que causarem à entidade fechada de previdência
privada, inclusive em razão da não observância da política de investimento de seus
recursos, ou pela utilização de critérios inconsistentes de avaliação de risco"
(Resolução 2.829, Art. 54).
O Decreto 3.721, de janeiro de 2001, alterou a idade mínima para a
concessão de aposentadoria nos fundos de pensão. Esse limite mínimo, que era de
55 anos, será estendido em seis meses a cada ano, nos planos de contribuição
definida, até alcançar 60 anos, em 2010. Para os demais planos, a idade mínima
será estendida no mesmo ritmo, porém, até 2020, atingindo 65 anos. De acordo com
a Secretaria de Previdência Complementar, em janeiro de 2001, 51,7% dos planos
de previdência complementar fechada já adotavam idades mínimas para
aposentadoria iguais ou superiores a 60 anos. Entre esses planos, encontravam-se
86,4% dos planos com patrocinadoras estrangeiras e 52,4% dos planos com
patrocinadoras privadas nacionais, mas apenas 5,1% dos planos patrocinados por
empresas públicas federais (Ministério da Previdência e Assistência Social, 2000,
págs. 5 e 6).
33
3.3. Principais alterações mais recentes na legislação sobre a Previdência
Complementar Privada
3.3.1 - As Leis 108 e 109/2001
Em 30 de maio de 2001, foram sancionadas as Leis 108 e 109 que
dispõem sobre o regime de previdência complementar no país.
A Lei 108 trata das relações entre os fundos de pensão dos órgãos
públicos e seus patrocinadores, determinando a paridade entre as contribuições dos
patrocinadores e dos participantes, inibindo o controle dos fundos pelos
patrocinadores e estabelecendo quarentena para os administradores dos fundos ao
deixarem seus cargos.
A Lei 109 define as normas gerais para o funcionamento das entidades
fechadas de previdência complementar. Uma das principais novidades é o
estabelecimento de normas para a implantação dos institutos do benefício
proporcional diferido (vesting) e da portabilidade. O benefício proporcional diferido
consiste no direito, facultado ao participante, de ao abdicar do vínculo com a
patrocinadora antes de adquirir o direito ao benefício pleno, usufruir um benefício de
aposentadoria proporcional ao tempo de participação no plano (Lei 109, art. 13).
A portabilidade, por sua vez, refere-se à possibilidade de transferência,
pelo participante, das reservas constituídas em seu nome, por ele e pela
patrocinadora, para outra entidade de previdência complementar, aberta ou fechada.
3.3.2. Órgão Regulador e Normativo da Previdência Complementar Privada
As entidades fechadas de previdência privada (EFPPs) foram
consideradas complementares ao sistema oficial de previdência e assistência social.
A constituição depende da autorização da Secretaria de Previdência Complementar
(SPC), sendo esta subordinada ao Ministério da Previdência e Assistência Social
34
(MPAS). O órgão normativo do sistema é o Conselho de Gestão da Previdência
Complementar (CGPC) e o órgão executivo é a SPC.
Já as entidades abertas de previdência privada (EAPPs) foram integradas
ao Sistema Nacional de Seguros Privados (SNSP), que é subordinado à
Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), e ambos vinculados ao Ministério
da Fazenda. O órgão normativo é o CNSP e o executivo é a SUSEP.
As atribuições dos órgãos normativo e executivo, tanto das EFPPs quanto
das EAPPs, são bastante semelhantes. Aos órgãos normativos cabe fixar diretrizes
e normas; regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização;
estipular as condições de custeio e investimento; estabelecer as características
gerais para planos de benefícios e as normas gerais da atuária e contabilidade;
entre outras atribuições.
Os órgãos executivos são responsáveis por processar os pedidos para
autorização, constituição, funcionamento, fusão, incorporação, grupamento,
transferência de controle e reformas de estatutos das entidades, bem como por
fiscalizarem a execução das normas fixadas pelos órgãos normativos e a política de
investimentos fixada pelo CMN, inclusive aplicando as penalidades previstas na
própria lei no caso de constatação de alguma irregularidade.
4. Previdência Social Pública e Previdência Complementar Privada
4.1 – Aspecto populacional brasileiro
O último censo populacional brasileiro realizado pelo IBGE foi no ano de
2000, censo este que ocorre de dez em dez anos, apontou que o Brasil possui
aproximadamente 169.799.170 habitantes. A população brasileira nas últimas três
décadas é mostrada na tabela abaixo:
35
Tabela 1: números da população total brasileira
População Homens Mulheres Zona Rural Zona Urbana
1980 119.002.706 49,68 50,32 32,41 67,59 1990 146.825.475 49,36 50,64 24,41 75,59 2000 169.799.170 49,22 50,78 18,75 81,25
Fonte: IBGE
Em janeiro de 2004, a população brasileira ultrapassou os 180 milhões de
habitantes, segundo projeções do IBGE. Na última década o crescimento
populacional brasileiro ficou na marca de 1,6%, ou seja, houve uma redução no ritmo
de crescimento da mesma, devido a queda na taxa de natalidade, ao avanço da
mulher no mercado de trabalho e a massificação da utilização de métodos
contraceptivos.
Outra característica da população brasileira é o fato de ser composta em
sua maioria por mulheres, em números absolutos o excedente feminino foi de 2,5
milhões em 2000 e a tendência é de esse número só aumentar com o passar dos
anos, como notamos ao analisar a tabela 1.
Dos 180 milhões de habitantes que o País possuía em 2004, 81,25%
encontravam-se na zona urbana (algo em torno de 146 milhões) e 18,75% na área
rural (em torno de 34 milhões de pessoas). Podemos visualizar na tabela 1 na qual
demonstra que o percentual da população da zona rural vem diminuindo a cada
década, ou seja, com o passar dos anos mais pessoas vão para a zona urbana.
A população brasileira também vem mudando o seu perfil em relação a
sua composição etária. Podemos representar a estrutura da população em forma de
pirâmide classificada em base larga da pirâmide, corpo afunilado e o ápice da
pirâmide. A base larga da mesma corresponde às pessoas com faixa etária entre 15
e 64 anos, representando 65% da população, o corpo afunilado da pirâmide
corresponde aos jovens do país, indivíduos com faixa etária de 0 a 14 anos, que
representam aproximadamente 30% da população brasileira e o ápice da pirâmide
corresponde às pessoas com idade superior a 65 anos, perfazendo 5% da
36
população. Nas últimas décadas houve uma mudança nessa estrutura etária que foi
decorrente de vários fatores, como a queda das taxas de natalidade e mortalidade e
elevação da expectativa de vida, provocando um acréscimo no crescimento
vegetativo.
Tabela 2: População por faixa etária e tipo de zona Faixa etária População Zona Urbana Zona Rural
10 – 14 17.348.067 13.530.190 3.817.877
15 – 19 17.939.815 14.403.539 3.536.276
20 – 24 16.141.515 13.352.132 2.789.383
25 – 29 13.849.665 11.570.969 2.278.696
30 – 39 25.290.473 21.244.667 4.045.806
40 – 49 19.268.235 16.222.640 3.045.595
50 – 59 12.509.316 10.221.654 2.285.662
60 em diante 14.536.029 11.825.829 2.710.200
Fonte: IBGE, Censo Demográfico de 2000.
A base larga da pirâmide, que engloba a população com faixa etária de 15
a 64 anos, corresponde à população que está apta para trabalhar ou
economicamente ativa para o mercado de trabalho. População economicamente
ativa (PEA) compreende o potencial de mão-de-obra com que pode contar o setor
produtivo, isto é, a população ocupada e a população desocupada, que podemos
definir assim: população ocupada são aquelas pessoas que num determinado
período de referência, trabalharam ou tinham trabalho. As pessoas ocupadas
dividem-se em empregados, aqueles que trabalham por conta própria,
empregadores e os não remunerados (assistência social). Já a população
desocupada são aquelas pessoas que não tinham trabalho, num determinado
período de referência, mas estavam dispostas a trabalhar, e que para isso, tomaram
alguma providência efetiva (consultando pessoas, jornais, ou seja, correndo atrás).
37
A taxa de participação mede a pressão da oferta de trabalho sobre o
mercado de trabalho. Essa taxa resulta da relação entre a PEA e a população em
idade ativa (PEA/PIA) indicando, portanto, a proporção de pessoas com dez anos ou
mais que fazem parte do mercado de trabalho, como ocupadas ou desempregadas.
No Brasil, considera-se a idade de 10 anos como limite inferior de idade
para demarcar a população economicamente ativa. Visualiza-se, no gráfico 1, a
distribuição da população economicamente ativa por faixa de idade.
Gráfico 1: População Economicamente ativa 2004
Fonte: IBGE (PNAD 2004)
Observa-se que a faixa inicial agrupa o menor índice de pessoas
ocupadas (faixa de 10 a 14 anos), enquanto o auge de pessoas ocupadas encontra-
se na faixa etária de 30 a 39 anos.
A reorganização econômica, caracterizada pelo processo de globalização,
provocou alterações nas estruturas produtivas da economia brasileira e,
consequentemente, mudanças no mercado de trabalho. Essas mudanças refletiram-
se nas características setoriais de emprego, trazendo uma grande preocupação
quanto às relações de trabalho e a crescente taxa de desemprego. A reorientação
38
do modelo de desenvolvimento, que transitou de proteção ao setor industrial para
uma economia aberta com estabilidade de preços, a partir de 1993, originou
profundas mudanças no mercado de trabalho brasileiro. Os postos de trabalho no
setor primário e secundário foram reduzidos, enquanto que, no setor terciário houve
aumento dos empregos, mas não suficiente para absolver todos os trabalhadores
liberados dos demais setores. A participação dos trabalhadores no mercado informal
no ano de 2004 representou cerca de 54% da população economicamente ativa,
dado este que nos leva o concluir que a proporção de trabalhadores na
informalidade é superior a quantidade de trabalhadores no mercado formal2.
Com os dados citados, podemos perceber que o mercado de trabalho no
Brasil apresenta muitos problemas, que se agravam com o nível de qualificação dos
trabalhadores, que é deficiente, com pessoas com baixo nível de escolaridade e que
não possuem cursos de qualificação profissional. Os dados da tabela 3 sobre os
rendimentos da população por faixas de rendimentos refletem esses problemas. A
população ocupada brasileira (população esta que junta as pessoas que trabalham
no mercado formal e informal) concentra-se na faixa salarial de até dois salários
mínimos que chega a alcançar a incrível marca de 67% da população ocupada
(considerando as pessoas que não possuem rendimento), enquanto as pessoas que
possuem qualificação e elevado grau de instrução concentram-se na faixa salarial de
mais de cinco salários mínimos, faixa esta que não chega a atingir 11% da
população brasileira.
2 Mercado formal engloba as pessoas que trabalham com carteira assinada, militares e estatutários e o mercado informal os empregados sem carteira assinada, os trabalhadores por conta própria
39
Tabela 3: População ocupada por faixa de rendimento
Por faixa Salarial População Percentual sobre o total
Até 1 salário mínimo 23.355.490 27,61
Mais de 1 a 2 salários 24.116.435 28,51
Mais de 2 a 5 salários 17.778.233 20,97
Mais de 5 a 10 salários 5.551.794 6,56
Mais de 10 salários 3.119.752 3,69
Sem rendimento 9.444.814 11,16
Sem declaração 1.269.776 1,50
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD, IBGE, 2004.
4.2 – Previdência Pública e Previdência Complementar Privada: a quem elas
beneficiam
Analisando os dados anteriores, referentes à PEA, nível de renda, tipo de
área onde mora, é possível tirar algumas conclusões em relação às pessoas que
fazem adesão a um plano de previdência complementar privada, o que no país
refere-se a poucas pessoas, ou seja, um conjunto a que se pode chamar de
privilegiado.
A tabela 1 mostrou que o país possui uma maioria de pessoas do sexo
feminino. As mulheres, segundo a ANAPP, não eram o alvo do mercado de
previdência privada por ser o homem o chefe da casa, sendo ele que tomava a
frente dos investimentos e aplicações da família. Essa mentalidade veio mudando
nos últimos anos com a intensificação da presença feminina no mercado de trabalho,
em algumas vezes chegando a receber salários maiores que dos homens. Dessa
forma, as operadoras de previdência privada começaram a buscar maneiras de atrair
as mulheres para um de seus planos.
(autônomos), os empregados domésticos e os trabalhadores não remunerados.
40
Outro aspecto importante a ser levado em conta é com relação ao tipo de
área em que as pessoas residem. De acordo com os dados da tabela 1, o país
possui 18,75% de sua população na área rural, o que representa aproximadamente
34 milhões de pessoas. Essa população não faz parte da previdência privada por
vários motivos: não detêm informações sobre esse assunto; e também não possuem
renda para aderir a um plano deste e, em grande parte, não contribuem nem mesmo
para a previdência pública porque trabalham com agricultura ou pecuária, não
possuindo carteira assinada e, além disso, o trabalho é sazonal, ou seja, tem um
período em que iram trabalhar e outros que ficaram sem o que fazer, e por este
motivo não consegue contribuir para a previdência social. Não ficarão descobertos
quanto chegarem à idade de se aposentarem, pois o governo criou planos na
previdência pública para dar um salário mínimo a essas pessoas.
Agora olhando a tabela 3, que divide a PEA por faixa de rendimento,
notamos que 27% das pessoas ocupadas no mercado de trabalho brasileiro
recebem até um salário mínimo. Essas pessoas não podem nem sonhar em aderir a
um plano de previdência complementar, talvez nem saibam do que se trata, pois sua
renda só lhe permite pensar em como fazer para pagar suas contas e alimentar-se.
Para esta população que ocupa essa faixa de rendimento, a previdência pública é a
única saída, se for pensar no futuro, até porque ela é obrigatória.
Na segunda faixa da tabela 3, que integra as pessoas que recebem mais
de um salário até dois salários mínimos, esta faixa chega a atingir quase 29% das
pessoas ocupadas. Podemos concluir que essas pessoas também se encontram
fora da previdência complementar, apesar de já terem ouvido falar ou conhecerem
superficialmente. O fato é que sua renda não lhe permite fazer a adesão a um plano
de previdência complementar. Esta camada da população também é coberta,
integralmente, pela previdência pública.
Temos de olhar ainda a faixa da mesma tabela que expõe a população
que se encontra sem rendimento, que chega a marca de 11% das pessoas que
podem trabalhar, ou seja, podemos inferir que esta população encontra-se
desempregada ou por algum motivo não consegue trabalho. As pessoas que esta
41
faixa engloba estão fora da previdência complementar e ao mesmo tempo estão fora
da previdência pública por não possuírem renda, porém esse grupo de pessoas não
ficará sem renda quando alcançarem à idade mínima para se aposentarem, pois o
governo irá proteger essa camada da população através dos planos assistenciais da
previdência social, plano este que como vimos no capítulo 1 vem crescendo com o
passar dos anos.
As pessoas que possuem rendimentos na faixa salarial de mais de dois
salários até cinco salários mínimos, como demonstra a tabela 3, é equivalente a 21%
da população ocupada. Nesta camada, todas as pessoas estão cobertas pela
previdência pública (por coberta, entende-se que contribuem para a mesma) e como
sabem que a previdência social vem passando por dificuldades e que a cada nova
reforma limita ainda mais o teto máximo de aposentadoria, elas começam a buscar
alternativas para que possam manter sua renda ao aposentarem-se e recorrem à
previdência complementar. Mas dentro desta camada da população não são todos
que irão poder aderir a um plano deste, pois sua adesão dependerá de uma série de
fatores, dentre os quais: se há recursos disponíveis em seu orçamento familiar
mensal, do número de pessoas que daquela renda dependem; do nível de
informação que possuem sobre a previdência privada, o que segundo a ANAPP está
geralmente associado ao grau de instrução que as pessoas possuem; e
principalmente da cultura de cada pessoa em pensar no futuro, o que, no caso
brasileiro, ainda é muito pequena. Porém, de todos os fatores listados acima, o que
realmente irá pesar é o fato de sobrar ou não recursos no orçamento mensal, já que
as operadoras de previdência privada, já preocupadas em atender a uma faixa mais
baixa da população, oferecem planos a partir de cinqüenta reais por mês.
Do pessoal que ocupa a faixa da tabela 3, que compreende quem ganha
mais de cinco salários a dez salários mínimos, estamos falando de 6,56% da
população ocupada brasileira, faixa esta que é coberta pela previdência pública e
que também é disputada pela previdência complementar, este é o publico que as
operadoras de previdência privada estão buscando no momento. Essas pessoas
contribuem para a previdência pública, mas já enxergam que terão problemas no
42
futuro quanto forem requerer sua aposentaria pelos motivos já citados no capitulo
anterior, logo a manutenção do padrão de vida que essas pessoas detinham fica
seriamente comprometido e é nessa insegurança com relação ao futuro que terão é
que entra a previdência complementar. Esta é encarada, para essa população, como
uma maneira de manter seu padrão de vida quando do recebimento dos benefícios
da previdência pública. Abaixo temos algumas simulações de quanto é necessário
pagar por mês, por quanto tempo, para produzir seus rendimentos futuros, nesta
simulação consideraremos que o beneficiário quer manter uma renda de dez salários
mínimos (R$ 3800,00) por mês e levando em conta que o teto máximo do INSS é de
R$ 2800,00 (aproximadamente) ele precisaria buscar R$ 1000,00 reais no mercado
privado de previdência.
Simulação para a população que ganha mais de 5 a 10 salários
Contribuição
Mensal
Idade Atual Idade de
Aposentadoria
Reservas
Acumuladas
Renda Mensal
Estimada
51,53 18 65 153.900,00 1000,00
80,28 25 65 153.900,00 1000,00
111,50 30 65 153.900,00 1000,00
157,16 35 65 153.900,00 1000,00
226,46 40 65 153.900,00 1000,00
337,76 45 65 153.900,00 1000,00
Fonte: Icatu Hartford *considerando que a contribuição seja feita mensalmente e que a rentabilidade anual seja de 6% * que o tipo de renda seja vitalícia * e que não seja feito nenhum tipo de aporte de capital durante o período
Para a população que ganha mais de dez salários mínimos, que como
mostra a tabela 3 corresponde a 3,69% da população ocupada (algo em torno de
três milhões e duzentas mil pessoas) a previdência complementar privada é,
praticamente, uma obrigação porque esta camada da população ultrapassa o teto
máximo de concessão de beneficio do INSS, logo terão seus rendimentos reduzidos
43
e para não terem reduzido o seu padrão de vida, recorrem à previdência
complementar. Abaixo segue algumas simulações sobre a previdência privada para
que possamos ter uma noção de quanto ela é importante para a complementação da
renda das pessoas desta faixa. Nesta simulação levaremos em conta que ao se
aposentarem, essas pessoas queiram receber uma renda equivalente a quinze
salários mínimos (R$ 5700,00) levando em conta que R$ 2800,00 viriam da
previdência pública eles teriam de buscar algo em torno de R$ 2900,00 na
previdência complementar.
Simulação para a população que ganha mais de 10 salários
Contribuição
Mensal
Idade Atual Idade de
Aposentadoria
Reservas
Acumuladas
Renda Mensal
Estimada
232,82 25 65 446.310,00 2900,00
323,35 30 65 446.310,00 2900,00
455,76 35 65 446.310,00 2900,00
656,74 40 65 446.310,00 2900,00
979,51 45 65 446.310,00 2900,00
1548,03 50 65 446.310,00 2900,00
Fonte: Icatu Hartford *considerando que a contribuição seja feita mensalmente e que a rentabilidade anual seja de 6% * que o tipo de renda seja vitalícia * e que não seja feito nenhum tipo de aporte de capital durante o período
Complementando esta análise, muitos jovens que hoje ingressam no
mercado de trabalho e que já enxergam as dificuldades que a previdência social tem
de manter o padrão dos benefícios e que também recebem remuneração que lhe
proporciona a retirada de uma quantia fixa por mês destinada a esse fim recorrem à
previdência complementar até porque, quanto mais cedo aderirem ao plano, mais
barato será o prêmio a ser pago e mais cedo ele poderá usufruir dos benefícios da
mesma.
44
Há também pessoas com faixa etária considerada já avançada para aderir
a um plano de previdência complementar (de 45 anos em diante) que já o fazem,
mas é claro são pessoas que no momento atual estão com a sua vida financeira
equacionada e possuem uma ocupação que lhe proporciona remuneração que lhes
permite possuir uma reserva de valor suficiente para fazer adesão a um plano de
previdência privada, pois o mesmo vai fazer com que ele pague um prêmio mensal
bastante elevado ou que faça um aporte de capital no seu plano, para que possa vir
a ter uma boa remuneração mensal no futuro.
45
Conclusão
Em face dos dados apresentados no decorrer desta monografia, viemos a
confirmar a importância da previdência pública para a quase totalidade da população
brasileira, pois a previdência vem proteger uma grande camada da população que
não conseguiria obter recursos suficientes para que pudessem vir a manter o padrão
de vida que os mesmos levavam na época em que estavam ativos no mercado de
trabalho. A previdência pública brasileira possui a especificidade, a qual já citada no
capitulo 2, de além de proteger economicamente as pessoas que contribuíram para
a mesma, protege também as pessoas que nunca contribuíram para ela.
Porém, também vimos que ela vem passando por dificuldades que levam
a mesma a tomar medidas que não são justas com quem contribuiu a vida inteira:
dificuldades estas como benefícios definidos em regime de repartição, as altas e
crescentes taxas sobre a folha de pagamento, o mau emprego de recursos públicos,
oportunidades perdidas de aumento de poupança a longo prazo, inexistência de
redistribuição aos grupos de baixo rendimento, crescimento de uma grande dívida
publica previdenciária oculta e implícita e a inviabilidade fiscal, isso fez-se
necessário buscar novas formas de previdência que possam gerar melhorias e
sustentação do padrão de vida após a aposentadoria já que a previdência pública já
não é mais capaz de garantir.
Os benefícios da Previdência Social, em qualquer parte do mundo, não
permitem que a família, ao cessar a atividade laboral do seu chefe e provedor,
disponha da mesma renda. O fato de parar de trabalhar é uma angustiante
perspectiva. Quanto maior é o rendimento, maior será a queda. Esse risco é gerador
de intranqüilidade; é a preocupação diante das incertezas e inseguranças do
amanhã.
Como alternativa para a manutenção da renda dessa camada da
população surgiu à previdência complementar privada que é um instituto de grande
importância e de absoluta necessidade para um País moderno e urbano como o
46
Brasil, que apresenta uma classe média que vem crescendo novamente, cujos níveis
de bem estar extrapolam os limites da cobertura da previdência pública.
Assim como, o mecanismo de poupança e investimento da previdência
complementar, como já citado anteriormente, é um precioso instrumento de política
econômica capaz de prestar uma valiosa contribuição ao processo de
desenvolvimento do País.
A Previdência Privada é hoje o maior investidor institucional no Brasil. Seus
ativos financeiros estão a serviço da economia nacional, fortalecendo as atividades
produtivas e servindo à política econômica, direcionadas que são suas aplicações
pelos órgãos governamentais. Aplicando compulsoriamente volumosas parcelas em
títulos públicos, ações de companhias e outras modalidades financeiras, a poupança
gerada pela Previdência Privada é o mais forte capitalizador de longo prazo da
empresa nacional e instrumento de regulagem da política econômica.
A previdência privada no Brasil tem como característica principal o fato de
complementar a renda das pessoas que alcançam o teto máximo de benefícios do
INSS e dessa forma criar uma alternativa para que as pessoas possam vir a
desfrutar de uma aposentadoria decente e digna do padrão de vida que gozaram a
vida inteira.
Acredita-se que nos próximos anos, em virtude não só da nova estrutura
do mercado de trabalho, como também das dificuldades e reformas constantes que
passa a previdência pública, a previdência complementar privada crescerá ainda
mais, tanto pelo setor fechado, a partir da criação da figura do instituidor e da
imposição de teto de benefícios para o funcionalismo público (caso o governo crie
fundos complementares para os respectivos funcionários), quanto para o segmento
aberto, em virtude da crescente flexibilização das relações trabalhistas e confiança
no setor por parte do público em geral.
No entanto, para que todas essas vantagens se materializem, é
indispensável que a previdência complementar brasileira se encontre assentada em
bases financeiras sólidas, para o que se requer, no cenário nacional, uma inteligente
regulamentação e uma adequada fiscalização da atividade, tanto nas entidades
47
abertas quanto nas fechadas, uma política realista e uma administração austera dos
benefícios, uma determinação atuarialmente correta e uma cobrança eficiente das
contribuições e por fim uma gestão racional e honesta de seus ativos.
Com isso, podemos concluir que as duas formas de previdência são
necessárias para que um País, como o Brasil, possa garantir a sua população uma
vida honrosa no momento em que decidem parar de trabalhar, porém a previdência
pública tem que passar por uma reforma que leve em conta o bem estar do cidadão,
uma melhor gestão e não permita que se desvinculem recursos que são destinados
a este fim.
48
Referências Bibliográficas
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Fundamentos da Previdência Complementar: da atuária à contabilidade. São Paulo:
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Anos 90. Rio de Janeiro: BNDES, ed., 1ª edição 1999.
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http://www.abrapp.org.br/ppub/pef.dll?pagina=servscript&QUALS=estatisticas/estatis
49
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em: http://www.icatu-hartford.com.br/PortalIh/main.asp?View=43995CF0-76F4-
4616-B1B1-2E00AD16ECBD?id=simvgbl. Acesso em 01 de Novembro de 2007.
50
ÍNDICE
5. Introdução 05
6. Previdência Social no Brasil: Antecedentes, Evolução e Situação Atual 06
6.1. Antecedentes e Evolução 07
6.2. Situação Atual 09
7. Previdência Complementar Privada no Brasil 18
7.1. Antecedentes, estrutura e tipos de planos 18
7.2. Aspectos técnicos legais da previdência complementar privada 22
3.2.1 . Entidades abertas de previdência complementar 22
3.2.2. Entidades fechadas de previdência complementar 26
7.3. As principais alterações mais recentes na legislação sobre previdência
complementar privada 33
3.3.1 . As leis 108 e 109/2001 33
3.3.2 . Órgão regulador normativo da previdência complementar privada 33
8. A previdência social pública e previdência complementar privada 34
8.1. Aspecto populacional brasileiro 34
8.2. Previdência Pública e Previdência Complementar Privada: a quem elas
beneficiam 39
Conclusão 45
Referências 48
Índice 50
Folha de Avaliação 51
51
FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PROJETO A VEZ DO MESTRE
Pós-Graduação “Lato Sensu”
Título: PREVIDÊNCIA SOCIAL x PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
PRIVADA
A QUEM ELAS BENEFICIAM DE FATO
Data da Entrega: 02/10/2008
Avaliado por: Jorge Tadeu Vieira Lourenço Grau: _____________ Rio de Janeiro, ______ de ___________ de 2008.