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A Regulação das Infraestruturas de
Transportes Terrestres Rodoviários
Fernando Barbelli Feitosa
Brasília - 14.03.2014
Ciclo de Palestras
“Regulação Setorial: os modelos regulatórios brasileiros”
Sumário
I. Marco Legal dos Transportes Terrestres
II. Configuração Física dos Terminais
III. Remuneração dos Terminais
IV. Modelos de Concessão
V. A Exploração Sustentável dos Terminais
VI. Principais referências bibliográficas utilizadas
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I. Marco Legal
Marco Legal: conjunto de normas que regulamenta determinado serviço público prestado por agentes privados
• Identificação da legislação pertinente
• CRFB, Leis, Decretos, Normas infra-legais (Resoluções)
• Atribuir responsabilidades pelo desenvolvimento e fomento do serviço público
• Terminais de Transporte Terrestre: multiplicidade normativa
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I. Marco Legal
Marco Legal do Transporte Rodoviário e dos Terminais
• art. 21, XII, “e” da CRFB - o serviço de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros (União)
• art. 30, V da CRFB - os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo (Município)
• art. 25, § 1º da CRFB – competência residual (Estados)
• Terminais de Transporte Terrestre: competência residual – Estados: relevância regional (Rodoviária das Capitais)
– Municípios: interesse local
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I. Marco Legal
Marco Legal do Transporte Terrestre
• Lei nº 10.233/2001 e Decreto nº 2.521/1998 - transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros
• Terminais de Transporte Terrestre: cada localidade tem a sua norma. P. ex. DF: LODF, Lei DF nº 4.143/2008 e Decreto nº 34.290/2013
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I. Marco Legal
Marco Legal da Outorga – Terminais
• Art. 175 da CRFB – incumbe ao Poder Público a prestação do serviço público – Concessão ou Permissão
• Lei nº 8.987/1995 – lei de outorgas – A rigor (arts. 2º, III e 4º): concessão
• Art. 37, XXI da CRFB e Lei nº 8.666/93 - licitação
• Terminais Rodoviários – a rigor: concessão
*Serviço Público: prestados diretamente ou por delegados da Administração para satisfazer
necessidades essenciais ou secundárias da coletividade (Meirelles)
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I. Marco Legal
Marco Legal do Transporte e Sistema Nacional de Viação
• art. 22, IX e XI da CRFB – compete à União legislar sobre: – diretrizes da política nacional de transportes; e
– o trânsito e o transporte
• Lei nº 12.379/2011 - Sistema Nacional de Viação (SNV) – construção e ampliação estratégica da malha viária nacional; e
– Integração física dos sistemas e facilitação do transporte
• Terminais de Transporte Terrestre: não incluídos!
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II. Configuração Física dos Terminais
Sistemas de Transportes: elementos
• as linhas (que indicam os fluxos).
• nós (centros ligados pelas linhas).
• hinterlândias (zonas de tributação)
• hierarquias (categorização dos nós)
• processo de transporte
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II. Configuração Física dos Terminais
No núcleo dos nós figuram os terminais rodoviários
• Mudança das linhas afeta a importância do nó - importância conforme acessibilidade ao sistema (força atrativa)
• Nó deve abranger estrutura logística suficientes para o processamento de passageiros e cargas
• Orientação da Infraestrutura de transporte terrestre pode alavancar a economia de toda a região
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II. Configuração Física dos Terminais
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Fluxo do terminal de transporte terrestre (área embarcada e desembarcada)
III. Remuneração dos Terminais
Regulação econômica - formas
• Taxa interna de retorno* (custo fixo)
• Preço-teto (price-cap)*
• Regulação por incentivos
• Yardstick competition ou Benchmarking
* O Terminal de transportes compõe, a rigor, um monopólio natural, que geralmente são regulados por preço-teto de tarifa e pagamento de outorga.
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III. Remuneração dos Terminais
Regulação econômica de Terminais Terrestres
• Tipos de receitas: de operações, do varejo ou de projetos
• Receitas tarifárias X Receitas alternativas, complementares, acessórias ou de projetos associados (modicidade tarifária – art. 11 da Lei nº 8.987/95)
• Abordagem single till e dual till – subsídio cruzado interno
• Hibrid single till – uma tendência
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III. Remuneração dos Terminais Receitas Tarifárias
• Tarifa de Embarque - passageiro
• Tarifa de Utilização ou acostamento – transportadora
• Tarifa de gerenciamento de encomendas – transportadora
* Na maioria dos terminais de transportes terrestres vige uma tarifa única, cobrada dos passageiros.
** Reajuste dessa tarifa: Índice de correção, Fator X (produtividade) e Fator Q (qualidade)
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III. Remuneração dos Terminais Múltiplas possibilidades Receitas não tarifárias
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1.Atividades acessórias 2. Atividades auxiliares 3. Atividades
complementares
4. Projetos associados
1.1 estacionamento de
longa duração
2.1 estadia 3.1 gerenciamento de
bagagens
4.1 compartilhamento de
infraestruturas
1.2 comércio para
alimentação
2.2 armazenagem 3.2 gerenciamento de
encomendas
4.2 rede de integração
logística
1.3 comércio de varejo 2.3 capatazia 3.3 oficina mecânica 4.3 serviços públicos
1.4 comércio de
entretenimento
2.4 carregamento de
bagagens
3.4 ponto de táxi 4.4 correios
1.5 serviços para os
usuários
2.5 acostamento 3.5 abastecimento com
combustível
4.5 centro de
convenções
1.6 agenciamento de
viagens
2.6 limpeza de veículos 3.6 buffet 4.6 aluguel de salas de
escritórios e reuniões
1.7 locação de
automóveis
2.7 locação de armazéns 3.7 locação de estandes 4.7 mídia
1.8 hotelaria 4.8 telefonia
1.9 transporte local 4.9 teatro, cinema,
espetáculos
1.10 guarda-volumes 4.10. outros
IV. Privatização - modelos
Vantagens
• o aumento da eficiência operacional;
• o desenvolvimento de receitas adicionais de operação;
• a melhoria das facilidades disponibilizadas aos clientes;
• o maior uso de critérios econômico-financeiros na
administração da infraestrutura, em detrimento dos
políticos; e
• o pagamento de valor de outorga.
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IV. Privatização - modelos
• A CRFB prevê a concessão ou permissão para a outorga do serviço público (art. 175) e, ainda, autorização para atividades econômicas (art. 21, XII)
• A delegação de serviço público precedido da execução de obra pública se dá por concessão (art. 2º, III da Lei nº 8.987/1995)
• Terminais não voltados a serviço público podem ser privatizados por outras formas.
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IV. Privatização - modelos
• Autorização – terminais voltados para uso próprio ou transporte não regular
• Contrato de Administração – notório operador
• Venda do Terminal
• Arrendamento das atividades de varejo (parcial)
* existência de parâmetros seguros para a exploração da infraestrutura é essencial para o sucesso do serviço.
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V. A Exploração Sustentável dos Terminais
• Os terminais de transportes terrestres são pontos gravitacionais de atração de pessoas e negócios
• Considerando o público obrigatório, o terminal pode ser utilizado como: – centro de fornecimento de produtos e de prestação de serviços; e
– ponta logística, para oferta de bens e serviços ligados ao transporte
• Gestão empresarial das outorgas e equilíbrio das receitas devem ser previamente delineados (orientação pública)
* 15 milhões de passageiros partiram dos três terminais rodoviários de São Paulo, somente no primeiro semestre de 2012.
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V. A Exploração Sustentável dos Terminais
• Conceito de terminal-shopping (Goiânia)
• Serviços pessoais e rápidos ou contínuos
• Ponta logística de baixo custo – bagageiros dos ônibus (conectividade)
• Possibilidade de organização industrial associada (cross-docking)
* Vantagens ao Estado: Serviços públicos menos onerosos e de maior qualidade, além da redução do custo regulatório.
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V. A Exploração Sustentável dos Terminais
• Foco que irradia desenvolvimento regional
• Fluxo contínuo de pessoas trazendo riqueza à região
• Indução da Integração de Agentes
• Geração de interações internas e relações com agentes exteriores
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V. A Exploração Sustentável dos Terminais
Desenvolvimento racional: Técnicas
• Aproveitamento Energético – placas fotovoltaicas
• Reciclagem de água (cinza) e captação de água azul
• Coleta seletiva de lixo para reciclagem
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VI. Principais referências bibliográficas
• KASARDA, John D. e LINDSAY, Greg. Aerotropole – o modo como viveremos no futuro. São Paulo: DVS, 2012.
• MCKINSEY. Estudo do Setor de Transporte Aéreo do Brasil: Relatório Consolidado. Rio de Janeiro: McKinsey & Company, 2010.
• ORTIZ, Gaspar Ariño. Princípios de Derecho Público Económico: modelo de Estado, Gestión Pública, Regulación Económica. Bogotá: Universidad Externado de Colombia, 2008.
• GONÇALVES, Odair; BALBINOTO NETO, Giácomo. A Regulação de Estação Rodoviária: Teorias e Evidências Para O Caso Gaúcho No Período 1997–2007. UFRGS, 2008. In http://www.ufrgs.br/PPGE/pcientifica/2008_03.pdf.
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