177
A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA

Prof. Giácomo Balbinotto NetoECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS

UFRGS

Page 2: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

2

Bibiografia Recomendada

Holmstrom (1979)*MS & PC (2001, caps. 2 e 3)Bolton & Dewatripont (2005, cap.1 & 4)Salanié (2005, cap. 5)*Ricketts (1986)*Molho (1997, parte 3)*MWG (1995)

Page 3: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

3

A teoria econômica dos teoria dos contratos

Over the course of the past thirty years, the “contract” has become a central notion in the economic analysis, giving rise to three principal fields of study: “incentives”, “incomplete contracts” and “transaction costs”. This opened the door to a revitalizatioon of our understanding of the operation of market economies ... and of the practioners’s “toolboox”.

Brousseau & Glachant (2002, p.2)

Page 4: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

4

A teoria econômica dos teoria dos contratos

Para um economista, um contrato é um acordo sob o qual duas partes fazem comprometimentos recíprocos em termos de seu comportamento – um arranjo bilateral de coordenação.

Brousseau & Glachant (2002, p.3)

Page 5: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

5

A origem da teoria dos contratos [cf. Salanié (2005, cap.1)]

Segundo Salanié (2005, cap.1) a moderna teoria dos contratos surge no início da década de 1970 como uma crítica a teoria do equilíbrio geral.

Page 6: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

6

A origem da teoria dos contratos [cf. Salanié (2005, cap.1)]

Críticas:

- restrições ao comportamento estratégico dos indivíduos;- a interação entre os agentes se dá somente através do sistema de preços;- ausência de instituições e organizações que governam as relações econômicas;- as firmas são modeladas como sendo apenas um conjunto de produção – é difícil explicar as firmas dentro de um modelo de equilíbrio geral, pois todas as interações têm lugar através do sistema de preços nestes modelos.

Page 7: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

7

A origem da teoria dos contratos [cf. Salanié (2005, cap.1)]

- os modelos de equilíbrio geral desconsideravam os problemas de assimetria informacional.

Contudo, segundo Salanié (2005), as assimetrias de informação são penetrantes nas relações econômicas: os consumidores sabem mais sobre seus gostos do que as firmas; as firmas sabem mais sobre os seus custos do que o governo e todos os agentes tomam ações que são, em parte, não observáveis.

Page 8: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

8

Quando uma situação pode ser caracterizada como sendo de moral

hazard?[cf. Salanié (2005, p.119)]

Quando o agente toma uma decisão (uma ação) que afeta a sua utilidade e a do principal;

- Quando o principal somente observa o resultado, um sinal imperfeito da ação tomada;

- A ação que o agente iria escolher espontaneamente não é Pareto-ótima.

- Visto que a ação não é observável, o principal não pode forçar o agente a uma ação que é Pareto-ótima. Ele somente pode influenciar a escolha da ação pelo agente condicionado a utilidade do agente a única variável que é observável: o produto.

Page 9: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

9

A teoria dos contratos sob informação assimétrica

A teoria dos contratos e, de um modo mais geral, o que é chamado de economia da informação, são instrumentos e ferramentas analíticas usados para analisar e explorar as implicações referentes a economia das informações assimétricas.

Page 10: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

10

A teoria dos contratos sob informação assimétrica

A teoria dos contratos sob informação assimétrica é uma teoria que analisa as características de contratos ótimos e das variáveis que influenciam estas características, de acordo com o comportamento e as informações das partes no contrato.

Page 11: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

11

A teoria dos contratos sob informação assimétrica

O objetivo da teoria dos contratos sob informação assimétrica é identificar as características da relação contratual, especialmente aquelas relevantes para a distribuição da informação que pode ser relevantes para analisar o formato do contrato que correspondem a cada situação em particular.

Um dos mais importantes objetivos da economia da informação é a de caracterizar os contratos ótimos entre o principal e o agente.

Page 12: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

12

A teoria dos contratos sob informação assimétrica

Segundo MS & PC (2001, p.20), um contrato é um documento que especifica as obrigações dos participantes e as transferências que devem ser feitas sob diferentes contingências.

Um contrato é uma promessa confiável feita por ambas as partes na qual as obrigações de cada uma, para todas as possíveis contingências são especificadas.

Os contratos incluem os mecanismos de pagamento sob as quais o agente será compensado.

Page 13: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

13

A teoria dos contratos sob informação assimétrica – a verificabilidade das

variáveis

A fim de que um contrato seja válido, ambas as contingências e os termos do contrato devem ser verificáveis.

Uma variável é verificável quando o seu valor é observável e pode ser provado ante uma corte de justiça.

Page 14: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

14

A teoria dos contratos sob informação assimétrica – a verificabilidade das

variáveis

É muito importante que um contrato seja baseado somente sobre variáveis observáveis (que possam ser medidas, verificadas por uma terceira parte).

Em outras palavras, os termos de um contrato somente podem depender de variáveis que podem ser checadas por um árbitro independente, visto que isto garante o pleno cumprimento do contrato.

Page 15: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

15

A teoria dos contratos sob informação assimétrica – a verificabilidade das

variáveis

O uso de variáveis verificáveis no contrato permite que ambas as partes apresentem um caso as cortes com uma prova da quebra ou do não cumprimento do contrato a fim de que a ordem de demanda seja plenamente cumprida.

Page 16: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

16

Economia da Informação [cf. Milgrom (1985)]

Seleção adversa

Sinalização

Screening

Moral Hazard

Contratos

Incentivos

contratoPré-contratual Pós-contratual

Page 17: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

17

O modelo básico de agente-principal [MS & PC (2001, cap.2)]

os pressupostos da análise

- nós assumimos existir uma relação bilateral na qual uma parte contrata uma outra para realizar algum tipo de ação ou tomar algum tipo de decisão;

- nós nos referimos ao contratante como sendo o principal e o contratado como sendo o agente;

Page 18: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

18

O modelo básico de agente-principal [MS & PC (2001, cap.2)]

os pressupostos da análise

- o objetivo de um contrato é que o agente execute as ações de interesse do principal;

- o contrato firmado por ambas as partes irá especificar os pagamentos que os principais irão passar aos agentes;

Page 19: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

19

O modelo básico de agente-principal [MS & PC (2001, cap.2)]

os pressupostos da análise

- aqui é assumido que será sempre o principal que estrutura o contrato e, então o oferece ao agente, que após ter estudado os termos do mesmo, deve decidir se o assina ou não;

- o agente irá aceitar o contrato proposto pelo principal sempre que a utilidade obtida for maior do que a utilidade que o agente iria obter se não assumisse o contrato. Nós nos referimos a este nível de utilidade como utilidade reserva;

Page 20: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

20

O modelo básico de agente-principal [MS & PC (2001, cap.2)]

os pressupostos da análise

Nós excluímos, aqui, a situação na qual o agente faz uma contra-proposta ao principal, pois caso contrário, teríamos uma barganha bilateral.

Portanto, assumimos existir uma situação na qual o principal tem todo o poder de barganha e é este que decide sobre os termos de contrato e da relação contratual, enquanto o agente limita-se a aceitar ou não os termos oferecidos no contrato;

Page 21: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

21

O modelo básico de agente-principal [MS & PC (2001, cap.2)]

os pressupostos da análise

- se o agente não assina o contrato, a relação não ocorre e o problema acaba;

- se o agente aceita a oferta contratual, ele deve tomar ações para a qual ele for contratado.

Page 22: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

22

Situações Típicas de umaRelação Agente-Principal

SubordinadoAdministrador

CEOAcionista (Shareholder)

AdvogadoLitigante

AgentePrincipal

Page 23: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

23

Problemas de Agência

Principal fica com o valor criado pelo agente menos o pagamento feito ao agente.

O agente considera o seu pagamento menos o esforço feito para gerar o benefício para o principal.

O conflito surge se não há um mecanismo para alinhar os interesses das duas partes.

Page 24: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

24

Mecanismos para resolver os conflitos de agência

Há vários mecanismos usados para alinhar os interesses dos empregados com os do empregador:

Bônus; Aumentos salariais; Profit sharing Stock options; Promoções futuras; Demissão.

Page 25: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

25

O modelo básico de agente-principal [MS & PC (2001, cap.2)]

os pressupostos da análise

P estrutura um contrato

A aceita (ou rejeita)

A oferta um esforço não verificável

N determina o estado do mundo

Resultado e pay-offs

Page 26: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

26

O modelo básico de agente-principal [MS & PC (2001, cap.2)]

os pressupostos da análise

P A1

A2 N

contratorejeita

aceita

Esforço não observado

alto

baixo

Page 27: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

27

Agente

Resultado

Principal

ProcessoEsforço

Alto

Baixo

Bom

Ruim

Eventos aleatórios

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.2] – os pressupostos da análise

Page 28: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

28

O modelo básico de agente-principal [MS & PC (2001, cap.2)]

os pressupostos da análise

Dos elementos acima, podemos ver que o objetivo do agente está em conflito com o do principal.

O custo para um é a receita do outro: o salário pago é uma renda para o agente e um custo para o principal, enquanto o esforço do agente favorece o principal, mas é caro para o agente.

Page 29: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

29

O modelo básico de agente-principal [MS & PC (2001, cap.2)]

os pressupostos da análise

O problema de principal-agente é um tipo de problema que envolve um esforço que não pode ser monitorado e medido pelo principal e, portanto, não pode ser diretamente recompensado.

A solução para este tipo de problema, como veremos, está em se requerer algum tipo de alinhamento de interesses de ambas as partes [principal e o agente].

Page 30: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

30

Exemplo de problema principal-agente: acionistas e administradores

Os proprietários de uma firma são os acionistas que adquiriram ações como um investimento ou simplesmente investidores que adquiriram participações em fundos mútuos ou pensionistas que investiram em firmas.

A maioria dos investidores está interessada na maximização do valor se seus investimentos, o qual se traduz na maximização de suas renda [valor da ação e dividendos].

Page 31: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

31

Exemplo de problema principal-agente: acionistas e administradores

É razoável assumirmos os administradores estão interessados no desempenho da firma visto que sua reputação será influenciada pelos altos lucros da firma e por um aumento no preço das ações.

Assim, se tanto os administradores quanto os acionistas preferissem o mesmo resultado, eles iriam partilhar dos mesmos interesses. Se este fosse o caso, o problema de agente principal iria desaparecer e nós iríamos concluir que os incentivos estavam alinhados e que eles iriam agir no melhor interesse dos acionistas, pois o que seria bom para um seria bom para o outro, também.

Page 32: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

32

Exemplo de problema principal-agente: acionistas e administradores

O problema é que os administradores podem ter outros objetivos em mente que não somente maximizar o valor da empresa.

Que outros objetivos seriam estes?

Page 33: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

33

Exemplo de problema principal-agente: acionistas e administradores

[cf. Byrd et al (1998)]

a) minimização do esforço;b) maximização da segurança do emprego;c) evitar a falência;d) aumentar a sua reputação enquanto administrador;e) aumentar suas oportunidades de emprego;f) consumo de mordomias [perquisites] e o uso e ativos;g) pagamentos;h) horizonte.

Page 34: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

34

Exemplo de problema principal-agente: acionistas e administradores

[cf. Byrd et al (1998, p. 15-16)]

a) esforço – os administradores podem exercer um esforço muito menor do que as expectativas dos stockholders, uma vez que os administradores não possuem a propriedade da companhia.

Maiores lucros geralmente dependem de um maior esforço, mas como obter maior esforço se os lucros resultantes do maior esforço vão para os acionistas e não para os administradores?

Page 35: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

35

Exemplo de problema principal-agente: acionistas e administradores

[cf. Byrd et al (1998)]

b) maximização da segurança do emprego – muitas decisões envolvem riscos, mas que, também estão acompanhados por elevados retornos. Os executivos podem estar desincentivados da fazer escolhas arriscadas que podem colocar em risco seus empregos e cargo.

Os executivos tem sua riqueza concentrada no sucesso e sobrevivência da empresa e, deste modo, seriam muito mais avessos ao risco do que os acionistas que podem diversificar com maior facilidades e menores custos sua riqueza.

Page 36: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

36

Exemplo de problema principal-agente: acionistas e administradores

[cf. Byrd et al (1998)]

c) evitar a falência – os executivos podem ser remunerados pelo bom desempenho e penalizados por maus resultado. Se projetos arriscados são implementados, eles serão recompensados se os resultados forem favoráveis e penalizados e sua reputação “arranhada” se eles forem desfavoráveis.

Assim, geralmente os executivos acreditam que os maus resultados são muito mais noticiados e têm maiores repercussões do que os bons resultados, o que os faz excessivamente cautelosos e não inclinados a correr riscos.

Page 37: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

37

Exemplo de problema principal-agente: acionistas e administradores

[cf. Byrd et al (1998)]

d) melhorar a reputação enquanto executivo - Fama (1980) argumentou que o mercado de trabalho gerencial pode ajudar a controlar os problemas de agência através de um processo no qual é avaliado o seu desempenho passado. A idéia aqui é que se o desempenho corrente afeta as oportunidades de emprego futuro, o administrador (agente) têm um incentivo para refrear a busca do auto-interesse as custas dos acionistas (stockholders).

Page 38: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

38

Exemplo de problema principal-agente: acionistas e administradores

[cf. Byrd et al (1998)]

e) aumentar as oportunidades de emprego – Fama e Jensen (1983) aplicaram a noção de mercado de trabalho externo para os diretores e argumentaram que quanto maiores forem as considerações sobre sua reputação no mercado de trabalho, mais vigilantes eles irão ser nas atividades de monitoramento, reduzindo os problemas de agência.

Page 39: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

39

Exemplo de problema principal-agente: acionistas e administradores

[cf. Byrd et al (1998, p. 17-18)]

f) consumo de mordomias – [cf. como exemplo Barbarians at the Gate] – os executivos podem alocar os bens e recursos da empresa de forma indevida e que não geram aumento de valor para a firma (jatinhos, escritórios luxuosos, staff numeroso, obras de arte, doações de caridade, emprego de parentes ou pessoas favorecidas etc.)

As mordomias podem gerar utilidade para o administrador, mas aumentam os custos e reduzem o payoff líquido dos acionistas.

Page 40: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

40

Exemplo de problema principal-agente: acionistas e administradores

[cf. Byrd et al (1998)]

g) pagamentos – os administradores trabalham

por pagamentos e, com nós veremos, tanto o

nível como a estrutura dos pacotes de

compensação tornam-se uma parte importante

da teoria do agente-principal.

Page 41: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

41

Exemplo de problema principal-agente: acionistas e administradores [cf. Byrd et al

(1998, p. 16)]

h) horizontes temporal - os executivos tendem a ter um horizonte de prazo muito menor para realizar os resultados de seus investimentos do que os acionistas, visto que para eles a firma teria uma vida infinita, enquanto que para os executivos a permanência na firma é finita. Em outras palavras os executivos e os acionistas possuem diferentes taxas de preferência intertemporal.

Um exemplo deste problema são as decisões sobre quanto a firma deveria investir em pesquisa e desenvolvimento.

Page 42: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

42

Exemplo de problema principal-agente: acionistas e administradores

[cf. Byrd et al (1998, p. 17-18)]

Os custos de agência podem resultar do mau uso ou do consumo pessoal dos ativos da firma pelos administradores. Visto que um administrador típico faz face somente a uma parte dos custos de tais gastos, mas recebe todos ou a maior parte dos benefícios, os administradores tem fortes incentivos para alocar recursos em mais mordomias do que os acionistas iriam desejar.

Page 43: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

43

Exemplo de problema principal-agente: acionistas e administradores

[cf. Byrd et al (1998)]

Isto os levaria a adotar ações que visassem os lucros e as medidas de desempenho de curto prazo que afetassem sua remuneração e não os interesses de longo prazo dos acionistas. Em outras palavras os executivos e os acionistas possuem diferentes taxas de preferência intertemporal.

Indústrias na qual os ciclos de desenvolvimento do produto são longo ou envolvem algum tipo de segredo são muito vulneráveis a este tipo de problema.

Page 44: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

44

O conflito principal-agente e sua resolução

PRINCIPAL AGENTE

MECANISMOS DE GOVERNANÇA

CONTROLES EXTERNOS

DESEMPENHO

Page 45: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

45

Mecanismos que reduzem os problemas de principal-agente

Mecanismos que reduzem os problemas de principal agente

a) externos

b) internos

1) Mercado de aquisição hostil

2) Mercado de trabalho competitivo para executivos

3) Relatórios contábeis fiscalizados externamente

1) Conselho de administração

2) Sistema de remuneração

3) Estrutura de propriedade

Page 46: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

46

Mecanismos que reduzem os problemas de principal agente

1) mercado de aquisição hostil - (takeover treats) – segundo Molho (1997, p.126), este mecanismo está relacionado com o conceito de mercado de controle corporativo no qual equipes de administradores competem pelo direito de controlar a firma.

Equipes de executivos eficientes são aquelas que maximizam o valor dos acionistas e substituem as ineficientes.

Page 47: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

47

Mecanismos que reduzem os problemas de principal agente

Assim o valor de mercado da empresa atrai a atenção de compradores potenciais que acreditam que podem realizar lucros na aquisição da empresa, modificando sua estratégia, melhorando a alocação dos recursos e eficiência operacional e eliminando desperdícios – enfim aumentando o valor da firma para os acionistas.

Se este mercado existir e funcionar, os administradores irão trabalhar duro para não serem substituídos e perderem seus empregos.

Page 48: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

48

Mecanismos que reduzem os problemas de principal agente

2) mercado de trabalho competitivo para executivos – o desempenho dos executivos na companhia atual pode afetar as oportunidades futuras de emprego em outras firmas ou conselhos. Isto cria um incentivo para que os administradores aumentem o valor da firma para os acioniostas e limitem o comportamento oportunista (self-serving). Este argumento foi desenvolvido originalmente por Eugene Fama (1980).

Page 49: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

49

Mecanismos que reduzem os problemas de principal agente

Fama e Jensen (1983) aplicaram a noção acima ao mercado de trabalho para os diretores externos e argumetaram que quanto mais os diretores externos estejam preocupados com suas reputações no mercado de trabalho (porque eles desejam mais prestigio e poder numa outra instituição), mais vigilantes eles irão exercer suas posições e atividades de monitoração.

[Para evidêcias empíricas, confira Gilson (1989), Canella, Fraser & Lee (1995), Kaplan & Reishus (1990)]

Page 50: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

50

Mecanismos que reduzem os problemas de principal-agente

3) relatórios contábeis fiscalizados e transparentes (disclousure)

Transparency and disclosure are integral to corporate governance. Higher transparency and better disclorure reduce the information asymmetry, between a firm’s management and financial stakeholders – equity and bond holders, mitigating the agency problems in corporate governance.

Patel, Balic & Bwakira (2002, p.326)

Page 51: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

51

Por que a Transparência Contábil é Importante?

Escândalos Corporativos

Page 52: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

52

Mecanismos que reduzem os problemas de principal-agente

Disclosure laws are part of the fundamental legal foundation of financial markets. The purpose of a disclorure law is to make issuers of securities criminally liable for commiting fraud by withholding fact that are material to the pricing of their securities. In absence of credible penalties for failing to disclore material facts, investitors will be wary od issuing firms and will, therefore pay less for securities issues. This is an unecessary component of the normal adverse selection discount (or lemon discount) on securities issues discussed ... Obviously, them, discloruse rules do not mainly benefit investitors (who, on average, receive an expected return commensurate with risk, including risk of fraud), but rather help good firms to credibly signal that they are good. When the law fails to provide penalties for fraudulent disclosure, it makes the cost of capital for good firms unnecessarilly high.

Bein & Calomiris (2001, p. 218)

Page 53: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

53

Mecanismos que reduzem os problemas de principal-agente

A regulamentação do governo para aumentar a informação – o governo tem um incentivo para tentar reduzir o problema de moral hazard criado pela informação assimétrica.

Todos os governos têm leis para forçar as firmas a aderirem a princípios de contabilidade padrões que facilitam a verificação de lucros.

- princípios contábeis para verificação dos lucros;

- leis contra fraudes;

Page 54: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

54

O controle dos problemas de moral hazard – mercado financeiro

A regulamentação do governo para aumentar a informação – o governo tem um incentivo para tentar reduzir o problema de moral hazard criado pela informação assimétrica.

Todos os governos têm leis para forçar as firmas a aderirem a princípios de contabilidade padrões que facilitam a verificação de lucros.

- princípios contábeis para verificação dos lucros;

- leis contra fraudes;

Page 55: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

55

A Hierarquia das Fontes de Financiamento e os Problemas de Assimetria de

Informação

Venture Capital

Mercados de Capitais

Bancos

Firmas jovens, pouco conhecidas no mercado, com poucos ativos tangíveis e projetos arriscados.

Firmas já estabelecidas no mercado, relativamente conhecidas, com ativos tangíveis e projetos indivisíveis.

Firmas maduras, com grandes ativos, histórico de crédito estabelecido.

Page 56: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

56

Mecanismos que reduzem os problemas de principal agente

4) Conselho de administração - têm a função de representar os interesses dos acionistas e cuja responsabilidade primeira seria a de ratificar ou aprovar as decisões gerenciais tomadas pelos pelos executivos e monitorar a implementação de suas decisões

[cf. Fama & Jensen (1983)].

Page 57: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

57

Mecanismos que reduzem os problemas de principal agente

5) estrutura de propriedade (posse de ações pelos gestores e conselheiros) - quando o agente (executivo) possuir uma fração significativa de sua riqueza como ações da firma, ele estaria mais comprometido em trabalhar duro e alinhado com os interesses dos acionistas, bem como tendo um horizonte muito maior de investimentos e na tomada de decisões quanto aos investimentos arriscados;

Page 58: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

58

Mecanismos que reduzem os problemas de principal agente

Vários estudos empíricos, principalmente para os EUA, idicaram existir uma relação positiva entre a propriedade de ações pela alta administração e o desempenho da firma. Entretanto, tal relação náo e monotônica.

[cf. Morck, Schleifer & Vishny (1988), Hermalin e Weisbach (1991), e McConnell e Servaes (1990); Kaplan (1989) e Smith (1990]

Page 59: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

59

Mecanismos que reduzem osproblemas de principal agente

6) sistema de remuneração e compensação - os contratos de incentivo e remuneração são mecanismo que buscam alinhar os interesses dos executivos e dos acionistas, especialmente quando os executivos tomam muitas decisões cujo custo de monitoração, medição e desempenho são de difícil execução por parte dos acionistas e do conselho de administração.

Page 60: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

60

Mecanismos que reduzem osproblemas de principal agente

[cf.Byrd et. al(1995,p. 19)]

Compensations contracts are a crucial mechanism for aligning the interests of managers and stockholders. An effective compensation contract will provide managers with incentives, at the lowest possible costs to stockholders, to make the decisions that stockholders would prefer them to make. Effective contracts are specially important in firms where managers make a lot of decisions that cannot be easily monitored by the board or investors. For example, monitoring the identifications and development of new products or markets is inherently more difficult than monitoring the management of projects that are already in place. Managers of rapidly growing firms tend to have more opportunities to make poor decisions or to take self-serving actions than do managers of mature firms. A lack of timely reliable information makes evaluating the quality of managerial decisions in growing firms difficult.

Page 61: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

61

Mecanismos que reduzem os problemas de principal agente

Componentes básicos de um sistema de RemuneraçãoPor incentivos

1) Salário base;

2) Bônus atrelado ao desempenho; contábil;

3) Stock options;

4) Planos de incentivos de longo prazo baseados na contabilidade em vários anos

Page 62: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

62

Mecanismos que reduzem os problemas de principal-agente

Hall e Liebman (1998) encontraram fortes

evidências entre a compensação de executivos

[CEO – Chief Executive Officer] e o desempenho

das firmas.

Segundo Jensen & Murphy (1990), para cada

$1.000 de mudança na riqueza dos acionistas, o

salário dos CEOs se altera em torno de 2 centavos.

Page 63: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

63

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.2] – os pressupostos da análise

o problema do principal

O problema principal-agente refere-se a uma classe

especial de problemas onde o bem-estar de um (o

principal) depende das ações de outro (agente) no

qual o esforço (realizado pelo agente) não pode ser

monitorado e medido pelo principal, e portanto,

não pode ser diretamente compensado.

Page 64: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

64

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.2] –

os pressupostos da análise do problema do principal

As soluções deste problema, como veremos, irão requerer algum alinhamento de interesses das duas partes.

Deste modo, mesmo se o principal não puder ver, medir ou monitorar o que o agente estiver fazendo, o principal ainda pode se assegurar do que é bom e desejável para o agente e para o principal.

Page 65: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

65

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.2] – os pressupostos da

análise

- no problema de agente principal, assumimos aqui que há apenas dois indivíduos na economia: (i) o acionista que é o proprietário legal da firma e (ii) o administrador, que tomas as decisões que fazem a firma funcionar no “dia a dia”.

O acionista é o principal e o administrador é o agente.

Page 66: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

66

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.2] – os pressupostos da

análise

O problema de moral hazard surge no contesto de principal-agente porque o principal não pode observar as ações tomadas pelo agente – neste caso, ele não pode observar o esforço que o agente coloca no trabalho.

O acionista (o principal) somente observa os lucros brutos da firma. O acionista fornece ao administrador um pacote de remuneração em retorno ao esforço de ele tocar a firma para ele e fica com o que é deixado dos lucros brutos.

Page 67: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

67

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.2] – os pressupostos da

análise

- a relação bilateral entre os agentes: aqui, nós iremos considerar uma relação bilateral na qual os participantes (o agente e o principal) estabelecem uma relação através de um contrato.

- a relação entre o principal e o agente permite que seja obtido um resultado cujo valor monetário será referido como sendo igual a x.

- X é o conjunto de todos os resultados possíveis, isto é, X = { x1, x2,..., xn}.

Page 68: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

68

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.2] – os pressupostos da

análise

- o resultado final obtido depende do esforço que o agente dedica a tarefa, a qual iremos denotar por (e), além de uma variável aleatória(va) para os quais ambos os participantes tem a mesma distribuição a priori.

Yi = f (ei,va)

Page 69: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

69

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.2] – os pressupostos da

análise

- visto que os resultados (Yi) dependem não somente do esforço do agente mas também de um componente aleatório, o resultado (Xi) é também uma variável aleatória.

Page 70: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

70

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.2] – os pressupostos da

análise

- se o conjunto de resultados é finito, então nós podemos escrever que a probabilidade dos resultados xi como sendo condicionados ao esforço realizado pelo agente, isto é:

P [x = xi/e] = pi (e) para todo o i {1, 2 , ... , n}

n

Se X = {x1,x2,...,xn} temos que pi (e) = 1 i= 1

É assumido que pi(e) > 0 para todo ei.

Page 71: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

71

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.2] – os pressupostos da

análise

- É assumido, no modelo básico, que tanto o agente como o principal tem a mesma informação referente ao componente aleatório que afeta os resultados.

Isto significa que ambos tem a mesma distribuição a priori sobre o conjunto de possíveis resultados ou estados da natureza. Portanto, a informação que ambos possuem é estabelecida é a mesma para cada um deles.

Page 72: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

72

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.2] – os pressupostos da

análise

- visto que existe incerteza no modelo, nós devemos considerar como os participantes reagem ao risco.

As preferências com relação ao risco são expressas por suas funções de utilidade.

Aqui, nós usamos o conceito de utilidade esperada, ou em outras palavras, nós assumimos que a função de utilidade é do tipo VNM.

Page 73: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

73

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.2] – os pressupostos da

análise

- o principal é o contratante. Ele recebe toda a produção e deve pagar ao agente pelo esforço que este aloca na produção e na tomada de decisão.

B () – é a função utilidade do principal, a qual representa as suas preferências.

Page 74: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

74

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.2] – os pressupostos da

análise

- o objetivo do principal é a de maximizar os lucros de sua firma;

- o comportamento do principal depende de sua função utilidade, B (x - w), onde:

x = é o produto observável;

w = é o pay-off do agente.

B’ > 0 e B’’ < 0 – estas hipóteses implicam que a função utilidade do principal é crescente e côncava.

Page 75: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

75

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.2] – os pressupostos da

análise

- A função de lucros B () não depende diretamente do esforço do agente (ou do estado da natureza), mas somente do resultado da tarefa que o agente que foi contratado.

Page 76: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

76

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.2] – os pressupostos da

análise

- o agente recebe um resultado monetário líquido por sua participação na relação e ele oferta um esforço o qual implica algum custo para ele. Assumimos que a função utilidade do agente é aditiva e separável. Um grande esforço significa um grande desutilidade. É assumido também que a desutilidade não é decrescente, portanto, temos que:

U (w, e) = u(w) – v(e)

u’ (w) > 0 v’(e) > 0 ; u’’ (w) > 0 v’’(e) 0

Page 77: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

77

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.2] – os pressupostos da análise O conflito de interesses entre o principal e o

agente

Dadas as funções objetivo do principal e do agente, vemos que há um conflito de interesses entre o principal e o agente.

Page 78: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

78

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.2] – os pressupostos da análise O conflito de interesses entre o principal e o

agente

O conflito entre o agente e o principal é devido a três elementos básicos:

1) enquanto o principal está interessado no resultado, o agente não está diretamente preocupado com este aspecto;

2) o principal não está diretamente interessado no esforço, mas o agente está, pois ele é caro [(v(e)];

3) existe a idéia de que quanto maior for o esforço.

Page 79: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

79

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.2] – os pressupostos da análise O conflito de interesses entre o principal e o

agente

O contrato é um meio pelo qual o principal e o agente podem conciliar os seus objetivos divergentes e torna-los compatíveis.

Assim, o salário [w] que o principal paga ao agente, o compensa pelo esforço que o principal demanda. Deste modo, parte do que o principal ganha “acaba no bolso do agente”;

Page 80: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

80

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.2] – os pressupostos da análise

a utilidade reserva (p.20)

Aqui assumimos que o principal oferece ao agente um contrato e que os termos do mesmo não estão sujeitos a uma barganha. A única alternativa aberta ao agente é aceitar ou rejeitar o contrato pelo principal;

Se ele rejeitar o contrato oferecido pelo principal, ele terá que considerar as outras oportunidades que o mercado lhe oferece. Estas outras oportunidades por comparação, determinam o limite para a participação no contrato.

Page 81: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

81

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.2] – os pressupostos da análise

a utilidade reserva (p.20)

A utilidade esperada que as oportunidades externas oferecem ao agente é o que nós denominamos de utilidade reserva e é denotada por Ur;

Se o contrato permitir ao agente ganhar ou obter uma utilidade esperada que não seja menor do que a sua utilidade reserva, ele aceita o contrato e oferta um determinado esforço (e). Neste caso, o principal e o agente estarão ligados por uma união legal que é o contrato (que nada mais é do que uma lei entre as partes contratantes);

Page 82: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

82

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.2] – os pressupostos da análise contratos com informação simétrica – modelo

básico

Nos contratos com informação simétrica é assumido que toda a informação relevante é verificável tanto pelo agente como pelo principal e que ambos possuem o mesmo conjunto de informações relevantes antes e depois do contrato.

Page 83: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

83

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.2] – os pressupostos da análise

o problema do principal

O problema do principal é o de estruturar um contrato no qual o agente irá aceitar uma situação na qual ambos tem a mesma informação.

Page 84: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

84

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.2] – os pressupostos da análise

o problema do principal

O resultado da relação entre o principal e o agente é uma variável aleatória e que o contrato pode depender de todas as variáveis observáveis.

Neste contexto, o principal deve decidir tanto o esforço (e) requerido do agente como os salários que ele deverá pagar ao agente {w(xi)}i=1,...,n de acordo com os resultados alcançados.

Page 85: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

85

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.2] – os pressupostos da análise

o problema do principal

O principal deve ofertar ao agente um contrato

que seja aceitável pelo agente, dado o esforço

demandado, e então, escolher, entre os

contratos que obtenha o esforço desejado,

aquele que seja o de menor custo.

Page 86: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

86

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.2] – os pressupostos da análise

o problema do principal

n

Max pi (e) B [xi – w(xi)] [e, {w(xi)}i=1,..., n] i=1

n

s.a pi (e) U [w(xi)] – v (e) Ur

i=1

Utilidade reserva

Esforço desejado

Probabilidade de ocorrer

o esforço

Condição de participação

Contrato

Page 87: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

87

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.2] – os pressupostos da análise

o problema do principal

O problema estabelece que o principal maximiza o excedente que ele obtém da relação, sob a restrição de que o agente está disposto a aceitar o contrato. Esta condição é conhecida como condição de participação.

Aqui, visto que assumimos que há informação simétrica, temos que o principal pode medir e verificar o esforço do agente, dado que (e), o esforço, é verificável.

Page 88: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

88

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.2] – os pressupostos da análise

a solução do problema

O cálculo do contrato ótimo é obtido através do uso do teorema de Kuhn-Tucker, obtendo-se as condições de 1° ordem para o problema com respeito aos salários em diferentes contingências.

O problema acima corresponde a um ótimo de Pareto no sentido usual do termo.

Aqui nós estamos maximizando a utilidade de um participante [o principal], sob a restrição de que o outro participante [o agente] recebe, no mínimo, um dado nível de utilizada, Ur.

Page 89: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

89

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.2] – os pressupostos da análise

a solução do problema

L/w(xi) [w(xi), e,] = - pi(e) B’[xi - w(xi)] + pi(e) u’ [w(xi)] = 0

= B’ [xi - w(xi)] / u’ [w(xi)]

> 0

Page 90: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

90

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.2] – os pressupostos da análise

a solução do problema

= B’ [xi - w(xi)] / u’ [w(xi)] = constante

A razão das utilidades marginais do principal [B’] e do agente [U’] deve ser constante, qualquer que seja o resultado final.

Esta é a familiar condição de equalização das taxas marginais de substituição que caracteriza as situações Pareto-eficientes.

Esta condição é conhecida como condição de Arrow-Borch [cf. Lafont (1989)]

Page 91: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

91

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.2] – a representação gráfica do

problema Ricketts (1986) & MS & PC (2000)

- nós podemos representar o problema graficamente quando existem apenas dois resultados possíveis, x1 e x2, onde x1 < x2

utilizando o diagrama da caixa de Edgeworth.

As dimensões da caixa são os resultados das duas contingências, isto é x1 e x2 (isto é dos eventos que podem ocorrer, por exemplo, roubo e não roubo do seu automóvel).

Page 92: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

92

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.2] – a representação gráfica do

problema Ricketts (1986) & MS & PC (2000)

Oa

Op

x2

x2

x1 x1

ad

f

d1

f1

Ua Ub

b

Espaço Contratual

c

c’

Page 93: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

93

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.2] – a representação gráfica do

problema Ricketts (1986) & MS & PC (2000)

Qualquer ponto na caixa representa um contrato, isto é, a divisão do payoff total entre o agente [A] e o principal [P] para cada possível resultado.

A convexidade da curva de indiferença A implica que A é avesso ao risco. Já P é assumido ser, aqui, neutro ao risco.

Dadas as diferentes avaliações marginais ao risco,eles iriam firmar um contrato ao longo de CC’.

Page 94: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

94

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.2] – a representação gráfica do

problema Ricketts (1986) & MS & PC (2000)

Como o principal é neutro ao risco e o agente avesso, o primeiro deveria arcar com todo o risco e segurar o segundo contra qualquer variação no resultado.

O ponto [a] é refere do como a situação inicial.

Um movimento do ponto [a] para o ponto [b] iria representar uma melhoria no sentido de Pareto.

Page 95: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

95

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.2] – a representação gráfica do

problema Ricketts (1986) & MS & PC (2000)

Oa

Opx2

x2x1 x1

E

Page 96: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

96

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.2] – a representação gráfica do

problema Ricketts (1986) & MS & PC (2000)

Oa

Opx2

x2x1 x1

E

Page 97: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

97

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.2] – a representação gráfica do

problema Ricketts (1986) & MS & PC (2000)

A condição de participação do agente pode pode

ser explicada pelo fato de que somente os

contratos que são aceitáveis para ele são

aqueles que estão localizados sobre ou acima da

curva de indiferença Ur.

Page 98: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

98

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.2] – a representação gráfica do

problema Ricketts (1986) & MS & PC (2000) - implicações

(i) a principal conclusão obtida no modelo básico é que o pay-off do agente é determinado por uma distribição ótima dos riscos entre os participantes;

(ii) se o principal é neutro ao risco e o agente avesso ao risco, a eficiência requer que o agente deveria receber um salário fixo por participar numa relação contratual.

Este salário seria independente das características do trabalho a ser feito e do esforço demandado;

Page 99: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

99

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.2] – a representação gráfica do

problema Ricketts (1986) & MS & PC (2000) - implicações

(iii) quando o agente é neutro ao risco e o principal é avesso ao risco, então o contrato ótimo é um contrato de franchising, no qual o agente paga um montante fixo ao principal e em retorno recebe o resultado da relação.

Page 100: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

100

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.2] – a representação gráfica do

problema Ricketts (1986) & MS & PC (2000) - implicações

(iv) no caso de ambos os participantes

serem avessos ao risco, o contrato irá

estabelecer que a distribuição dos riscos

entre eles será de acordo com seus graus

relativos de aversão ao risco.

Page 101: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

Exemplo – P & R (cap.17, ex. 10)Incentivos importam (Lazear)

Page 102: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

102

Exemplo – P & R (cap.17, ex. 10)Incentivos importam (Lazear)

- A receita ( R ) de curto prazo de uma firma é dada por:

2R = 10e – e

e = nível de esforço de um trabalhador típico. Todos os trabalhadores são assumidos serem idênticos.

Page 103: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

103

Exemplo # 1 – P & R (cap.17, ex. 10)Incentivos importam (Lazear)

- A receita ( R ) de curto prazo de uma firma é dada por:

2R = 10e – e

e = nível de esforço de um trabalhador típico. Todos os trabalhadores são assumidos serem idênticos.

Page 104: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

104

Exemplo # 1 – P & R (cap.17, ex. 10)Incentivos importam (Lazear)

Um trabalhador escolhe o seu nível de esforço a fim de maximizar seu salário líquido.

Max [wb – e*] e*

O custo unitário do esforço é assumido ser igual a 1.

Page 105: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

105

Exemplo # 1 – P & R (cap.17, ex. 10)Incentivos importam (Lazear)

Caso #1 – salário fixow=2 para e 1w = 0 caso contrário

Aqui não há incentivo para o trabalhador prover um nível de esforço que exceda a 1, pois o salário recebido pelo trabalhador sempre será igual a 2.

O lucro do principal será igual a: 2

= R – w = [10(1) –1 ] – 2 = 7

Page 106: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

106

Exemplo # 1 – P & R (cap.17, ex. 10)Incentivos importam (Lazear)

caso #2 – [w=R/2] – participação nos resultados 2

w-e = {[10e – e ]/2} – e 2 = 4e – 0,5 e

(w-e)/e = 4-e = 0

e*= 4

Page 107: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

107

Exemplo # 1 – P & R (cap.17, ex. 10)Incentivos importam (Lazear)

com e*=4, temos que: 2

w= (R/2) = [10(4) – 4 ]/2 = 12

w* = 12

O lucro do principal será igual a: 2

* = R – w = [10(4) – 4 ] – 12 = 12

* = 12

Page 108: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

108

Exemplo # 1 – P & R (cap.17, ex. 10)Incentivos importam (Lazear)

Caso #3 [R-12,5] – franchise contract 2

w-e = {[10e – e ] – 12,5} - e 2 = 9e – e - 12,5

(w-e)/e = 9 – 2e = 0

e*= 4,5

Page 109: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

109

Exemplo # 1 – P & R (cap.17, ex. 10)Incentivos importam (Lazear)

com e*=4,5 temos que: 2

w= (R-12,5) = [10(4,5) – 4,5 ] – 12,5 = 12,25

w* = 12,25

O lucro do principal será igual a: 2

* = R – w = [10(4,5) – (4,5) ] – 12,25 = 12,50

* = 12,50

Page 110: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

110

Incentivos importam ! (Lazear)

Page 111: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

Exemplo #2 - Kreps (p.580-585)

Page 112: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

112

Exemplo #2 - Kreps (p.580-585)

Ur= 9 [utilidade reserva do agente]

U (w,e) [função utilidade do agente]ei [eh = 5 ; el = 0] – níveis de esforço exercidos pelo agenteU (w,e) = w - e [função utilidade de um indivíduo avesso ao risco;(y1/eH =5) = 270(y2/el=0) = 70

Possíveis resultados obtidos pelo principal sob alternativos níveis de esforço do agente

Page 113: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

113

Exemplo #2 - Kreps (p.580-585)

– o agente não se esforça

Se o agente se esforçar, o principal deve lhe oferecer um salário suficiente para compensa-lo e que seja maior ou igual a sua utilidade reserva, isto é:

U (w,e) Urw - e 9

w 9w 81

Page 114: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

114

Exemplo #2 - Kreps (p.580-585)

O agente não se esforça

Se o agente ofertar el= 0 temos que o produto que o principal irá obter é igual a $ 70 e o seu lucro líquido será igual a $ - 11.

B [y (y1/el)-w] = 70 – 81 = -11

Page 115: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

115

Exemplo #2 - Kreps (p.580-585)

Se o agente pode ser persuadido a alocar um alto esforço, então o principal deve oferecer ao agente um salário suficientemente alto, que satisfaça a seguinte condição de participação:

w - 5 9 w 14 w 196

Page 116: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

116

Exemplo #2 - Kreps (p.580-585)

Visto que o principal valoriza o emprego ou o trabalho feito com um elevado nível de esforço pois obtêm $270, temos que o seu lucro líquido será igual a:

B(y1-w) = 270-196

B(y1-w) = 74

Implicação: o principal irá demandar um alto esforço do agente, pois o seu lucro líquido neste caso será igual a 74 > - 11.

Page 117: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

117

O modelo de agente-principal e o problema de moral hazard [MS & PC,

cap.3]

O esforço despendido pelo agente [e], num contexto de informação assimétrica (hidden action), não é uma variável verificável pelo principal e que não pode ser incluída nos termos do contrato.

A idéia básica é resolver o jogo mostrado na figura abaixo. O conceito natural para a solução deste problema é um equilíbrio perfeito de subjogo.

Page 118: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

118

O modelo de agente-principal e o problema de moral hazard [MS & PC,

cap.3]

P A1

A2 N

contratorejeita

aceita

Esforço não observado

alto

baixo

Page 119: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

119

O modelo de agente-principal e o problema de moral hazard [(MS & PC,

cap.3)]

O estágio final do jogo implica que o agente irá escolher o esforço que:

n

e* arg Max { pi(ê) u [w(xi)] – v(ê)} i=1

Esta condição é o que nós chamamos de restrição de incentivos ou restrição de compatibilização de incentivos.

Page 120: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

120

O modelo de agente-principal e o problema de moral hazard [MS & PC, cap.3] – a restrição de

compatibilidade de incentivos

n

e* arg Max { pi(ê) u [w(xi)] – v(ê)} i=1

A restrição de incentivos reflete o problema de moral hazard uma vez que o contrato tenha sido aceito e visto que o esforço não é verificável (ele não é incluído nos termos do contrato), o agente irá escolher que o nível de esforço que maximiza sua função objetivo.

Page 121: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

121

O modelo de agente-principal e o problema de moral hazard [MS & PC, cap.3] – a restrição de

compatibilidade de incentivos

A notação argmax denota o conjunto de argumentos que maximiza a função objetivo.

A restrição de compatibilidade de incentivos reflete a restrição de que o principal pode observar o resultado mas não a ação.

Page 122: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

122

O modelo de agente-principal e o problema de moral hazard [MS & PC, cap.3) – a restrição de

compatibilidade de incentivos

Incentive compatibility captures the fundamental positivist notion of self-interested behaviour that underlies almost all economic theory and application. It has proven to be an organizing principle of great scope and power. Combined with modern theory of mechanism design, it provides a framework in which to analyse such diverse topics as auctions, central planing, regulation of monopoly, transfer pricing, capital budgeting and public enterprise managemet. Incentive compatibility analysis provides a basic constraint on the possibilities for normative analysis. As such it serves as the fundamental interface between what is desiderable and what is possible in a theory of organization.

Ledyard (1988, p.150)

Page 123: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

123

O modelo de agente-principal e o problema de moral hazard [MS & PC, cap.3]

No segundo estágio do jogo, dado o esforço que ele irá exercer e os termos do contrato, o agente decide se aceita ou não o contrato que o principal propõe.

Formalmente temos que a restrição de participação é dada por:

n

s.a pi(e) U [w(xi)] – v(e) Ur i=1

Page 124: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

124

O modelo de agente-principal e o problema de moral hazard [MS & PC, cap.3]

n

s.a pi (e) U [w(xi)] – v(e) Ur i=1

Esta é a equação de restrição de participação ou também chamada de condição de racionalidade.

Esta equação reflete o fato de que o agente sempre pode rejeitar o contrato se o que ele obtém assinando-o não é, ao menos, igual ao que ele poderia obter de outras alternativas de mercado.

Page 125: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

125

O modelo de agente-principal e o problema de moral hazard [MS & PC, cap.3]

Assim, temos que, no primeiro estágio do jogo, o principal estrutura um contrato que antecipa o comportamento do agente.

Page 126: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

126

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.3] – os pressupostos da análise o problema do principal

n

Max pi(e) B [xi – w(xi)]

[e, {w(xi)}i=1,..., n] i=1

n

s.a pi(e) U [w(xi)] – v(e) Ur i=1

n

e* arg Max { pi(ê) u [w(xi)] – v(ê)} i=1

Restrição de participação

Restrição de compatibilidade de incentivos

Função objetivo

Page 127: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

127

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.3] – os pressupostos da análise

o problema do principal

A função objetivo do principal – nos problemas de moral hazard é assumido que o principal é o proprietário do projeto e estrutura um contrato, buscando maximizar uma determinada função objetivo.

Page 128: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

128

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.3] – os pressupostos da análise

o problema do principal

A restrição de participação [ou restrição da racionalidade individual] – a utilidade reserva representa o valor que o agente pode obter trabalhando e se esforçando fora da firma. Esta restrição representa a idéia de que a relação principal – agente não existe num vácuo, visto que o agente possui alternativas sobre o que ele pode fazer, sendo que ele somente irá firmar o contrato com o principal se o mesmo for melhor ou igual ao que ele pode obter em outras firmas.

Quanto maior for a utilidade reserva do agente, menor será a utilidade do lucro líquido do principal.

Page 129: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

129

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.3] – os pressupostos da análise

o problema do principal

A restrição de incentivos - é a maneira formal de levar em contra a informação privada e compatibilizar os incentivos através de um contrato.

Page 130: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

130

O modelo de agente-principal e o problema de moral hazard [MS & PC, cap.3]– os pressupostos da análise o problema do principal

- aqui iremos assumir que o agente pode escolher somente dois níveis de esforço: alto (eh) e baixo (el);

e {eh, el}

- a desutilidade do esforço é grande quando o agente trabalha duro ao invés de quando ele faz corpo mole (shirk), isto é:

v(eh) > v(el);

Page 131: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

131

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.3] – os pressupostos da análise o problema do principal

- nós ordenamos o conjunto de resultados X do pior para o melhor, isto é:

x1 < x2 <x3 < …< xn (conjunto de resultados possíveis)

- X é o conjunto de todos os resultados possíveis, isto é, X = { x1, x2,..., xn}

Page 132: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

132

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.3] – os pressupostos da análise o problema do principal

pih = pi (eh) – é a probabilidade de que o resultado irá ser xi quando o agente oferece um alto esforço para todo o i {1, 2, 3,…, n};

pil = pi (el) é a probablidade de que o resultado irá ser xi quando o agente oferce um baixo esforço;

pih > 0 e pil > 0

Page 133: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

133

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.3] – os pressupostos da análise o problema do principal

- nós assumimos também que o principal é neutro ao risco e que o agente é avesso ao risco – este pressuposto simplifica a análise e nos permite determinar o efeito da informação assimétrica sobre a forma dos contratos ótimos, visto que, sob informação simétrica os contratos ótimos são um pagamento fixo ao agente.

Portanto, qualquer desvio desta forma contratual [salário fixo] é devida a existência do problema de moral hazard ;

Page 134: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

134

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.3] – os pressupostos da análise o problema do principal

- nós assumimos que o principal prefere um alto esforço ao um abaixo esforço, pois isto irá afetar seus lucros.

Page 135: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

135

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.3] – os pressupostos da análise o problema do principal

- é óbvio que se o principal demanda um baixo esforço, então não existe um problema de moral hazard. Neste caso seria necessário apenas pagar ao agente um montante fixo, o mesmo que seria pago sob informação simétrica a fim de garantir para ele o seu nível de utilidade reserva, e o agente irá escolher el.

O contrato ótimo sob informação simétrica para el, temos que ofercer ao agente um salário fixo.

Page 136: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

136

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.3] – os pressupostos da análise o problema do principal

Se o principal demanda eh (um alto esforço), temos que qualquer pagamento fixo irá gerar por parte do agente um comportamento el.

A fim de que o agente escolha eh (alto esforço), nós precisamos encontrar e estabelecer um contrato sob o qual seu pay off dependa do resultado final alcançado.

Page 137: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

137

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.3] – os pressupostos da análise o problema do principal

Interpretação: o agente irá escolher o nível de esforço eh se o ganho de utilidade esperada com seu esforço for maior do que o implícito no aumento de custos (desutilidade).

Page 138: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

138

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.3] – os pressupostos da análise o problema do principal

n

Max pih B [xi – w(xi)] [e, {w(xi)}i=1,..., n] i=1

n

s.a pih U [w(xi)] – v (eh) Ur

i=1

n

[pih – pil] u [w(xi)] v(eh) – v(el) i=1

Page 139: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

139

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.3] – os pressupostos da análise o problema do principal

n

[pih – pil] u [w(xi)] v(eh) – v(el) i=1

Ganho de utilidade esperada.

Diferença nas utilidades dos esforços alto e baixo.

O agente irá escolher o nível de esforço eh se o ganho de utilidade esperada de seu esforço for maior do que o implícito no aumento de custos.

Page 140: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

140

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.3] – os pressupostos da análise o problema do principal

Os contratos que são candidatos para a solução do problema são aqueles que satisfazem as condições de Kuhn-Tucker do problema.

[cf. Chiang (1982, p. 20.2)]

Page 141: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

141

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.3] – os pressupostos da análise o problema do principal

L [w(xi), , ] = n

pih [xi – w(xi)] + i= 1

n

{ pih U [w(xi)] - v(eh) Ur} + i= 1

n

{ [pih – pil] u [w(xi)] v(eh) – v(el)} i= 1

Page 142: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

142

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.3] – os pressupostos da análise o problema do principal

Derivando o Lagrangeano com respeito ao salário w (xi) para todo o i=1, 2, …, n, temos que as condições para um máximo são dadas por:

- pih + pih u’ [w(xi)] + [pih – pil] u’ [w(xi)] = 0 (5)

para todo i= 1, …n.

Page 143: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

143

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.3] – os pressupostos da análise o problema do principal

Somando-se as equações (5) de i=1 a i=n e levando em conta o fato de que:

n pih = pil =1i= 1

nós obtemos que:

n = [pih / u’ [w(xi)] > 0 i= 1

Page 144: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

144

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.3] – os pressupostos da análise o problema do principal

Portanto, a condição de Kuhn-Tucker com respeito ao multiplicador da restrição de participação requer que 0 e nós mostramos que a restrição de participação é satisfeita.

Page 145: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

145

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.3] – os pressupostos da análise o problema do principal

As propriedades de um contrato ótimo podem ser mais facilmente dedutíveis se nós reescrevermos as condições de primeira ordem da seguinte maneira:

1/u’ [w(xi)] = + [1 – (pil/pih)]

para todo o i= 1,…, n

> 0; > 0;

Page 146: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

146

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.3] – os pressupostos da análise o problema do principal

> 0

As condições de Kuhn-Tucker impõe que o multiplicador associado com o incentivo de compatibilidade deva ser não negativo.

Portanto é estritamente positivo.

Page 147: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

147

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.3] – os pressupostos da análise o problema do principal

O fato de que > 0 significa que a existência do problema de moral hazard implica num custo estritamente positivo para o principal.

Os lucros do principal são estritamente maiores quando a informação sobre o esforço é simétrico do que quando ele faz face a uma situação de moral hazard.

Page 148: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

148

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.3] – os pressupostos da análise o problema do principal – likelihood ratios

[pil/pih] = razão de probabilidades

A razão de probabilidades indica a precisão com a qual o resultado xi sinaliza que o nível de esforço foi eh.

Page 149: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

149

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.3] – os pressupostos da análise o problema do principal – likelihood ratios

Quanto menor for a razão, ou seja, quanto maior pih, com respeito a pil, temos que o sinal do esforço usado foi eh é forte.

Em outras palavras, temos que uma redução na razão de probabilidades implica num aumento na probabilidade de que o esforço foi eh quando o resultado xi é observado.

Portanto, temos que a taxa de salário (xi) deve ser maior se nós desejamos que o agente exerça um esforço elevado.

Page 150: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

150

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.3] – os pressupostos da análise o problema do principal – likelihood ratios

Fixando-se a ação ótima, visto que todos os multiplicadores > 0 e a função [1/u’(•)] é crescente, o salário wj irá tender a ser mais elevado quando menor fora a razão [pil/pih].

Intuitivamente temos que o principal irá dar ao agente um alto salário quando ele observa um resultado que o leva a inferir que a ação tomada é ótima; por outro lado ele irá dar ao agente um baixo salário se o resultado o torna muito improvável que o agente escolha uma ação ótima.

Page 151: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

151

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.3] – os pressupostos da análise o problema do principal – likelihood ratios

w(xi) = (1/u’) (1/) + [1 – (pil/ pih)]

decrescente > 0 ; > 0

O salário será maior quanto menor for a razão (pil/pih).

Quanto menor for a razão do quociente, ou seja, quanto maior pih com respeito a pil, maior a certeza de que o sinal do esforço usado foi eh é forte.

Page 152: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

152

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.3] – os pressupostos da análise o problema do principal – likelihood ratios

O significado de que > 0 significa que um contrato ótimo depende da medida de desempenho somente se o esforço afetar o resultado.

Holmstrom (1979) mostra que esta condição têm uma analogia estatística, isto é, se nós vemos o resultado x como uma variável randômica de um parâmetro que nós tentamos estimar, o termo [(pil/pih)] reflete o certeza de que um resultado seja plausível.

Page 153: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

153

O modelo básico de agente-principal [MS & PC, cap.3] – os pressupostos da análise

o problema do principal – likelihood ratios

- se pil = pih w(xi) = (1/u’)(1/ ) = wm

- se [pil/pih] > 1 w (xi) < wm

- se (pil/pih) <1 temos que é mais provável que o esforço [e] seja e = eh, de modo que w(xi) > wm

Page 154: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

154

Fatores que favorecem os pagamentos por incentivo

[cf. BSZ(2000, cap. 15)]

1 - quando o valor do produto é sensível ao esforço do empregado ou ao esforço adicional;

2 - quando o agente não é muito avesso ao risco;

3 - quando o risco que está fora do controle do agente é alto;

4 - quando as respostas dos agentes ao aumento dos incentivos é elevada;

5 - o produto do agente pode ser medido a um baixo custo.

Page 155: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

155

Fatores que favorecem os pagamentos por incentivo [cf. BSZ (2000, cap. 15)]

1 - quando o valor do produto é sensível ao esforço do empregado ou ao esforço adicional;

Quando o produto for sensível ao esforço, temos que os pagamentos por incentivo são efetivos porque os benefícios do esforço motivador do agente são elevados.

Page 156: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

156

Fatores que favorecem os pagamentos por incentivo [cf. BSZ (2000, cap. 15)]

2 - quando o agente não é muito avesso ao risco;

Uma elevada aversão ao risco por parte do agente implica num elevado custo com relação a divisão dos riscos e reduz, portanto o uso de pagamentos por incentivos.

Page 157: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

157

Fatores que favorecem os pagamentos por incentivo [cf. BSZ (2000, cap. 15)]

3 - quando o risco que está fora do controle do agente é alto;

Quando o nível de risco é baixo, o produto é determinado principalmente pelo esforço dos empregados e faz sentido, então, pagar elevados níveis de salário em termos de compensação por incentivos.

Contudo, quando o risco é elevado, a compensação por incentivos impõe elevados custos para a divisão ineficiente dos riscos.

Page 158: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

158

Fatores que favorecem os pagamentos por incentivo [cf. BSZ (2000, cap. 15)]

4 - quando as respostas dos agentes ao aumento dos incentivos é elevada;

se o agente não responde ao aumento dos incentivos, altos incentivos impõe maiores riscos sobre o agente e ao mesmo tempo induzem a um baixo esforço adicional. Portanto, haveria pouca razão para prover elevados incentivos ao agente.

A resposta aos pagamentos por incentivos dependem dos custos pessoais para os agentes exercerem um esforço adicional.

Page 159: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

159

Fatores que favorecem os pagamentos por incentivo [cf. BSZ (2000, cap. 15)]

5 - o produto do agente pode ser medido a um baixo custo.

Quanto mais caro for medir o produto, menor será a probabilidade de que será oferecido um pagamento por incentivos.

Page 160: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

160

As formas de pagamento por incentivos

Pagamentos por incentivo referem-se a quaisquer mecanismos que busquem relacionar qualquer contrato compensatório (explicito ou implícito) e que recompense os agentes por um bom desempenho e os puna por uma pobre performance.

Page 161: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

161

As formas de pagamento por incentivos - exemplos

- pagamento por peça (piece rate);- comissões;- prêmio por vencer competições- revisões salariais baseadas no desempenho;- promoções por bom desempenho;- stock options;- profit sharing;- compensação defasada;- demissão.

Page 162: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

162

A solução do problema de um contrato ótimo num contexto de moral hazard a abordagem de primeira ordem

A abordagem de primeira ordem para resolver problemas do tipo agente principal foi justificada entre outros por:

Mirless (1974, 1979);Rogerson (1985)Jewitt (1988)Holmstron (1979)

Page 163: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

163

A solução do problema de um contrato ótimo num contexto de moral hazard a abordagem de primeira ordem

O problema do principal num contexto de moral hazard implica numa dupla maximização, a qual causa muitas dificuldades técnicas, visto que uma das restrições da equação (restrição de incentivo) é um segundo problema de maximização, aparecendo numa forma não manejável.

Page 164: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

164

A solução do problema de um contrato ótimo num contexto de moral hazard a

abordagem de primeira ordem

Nos primeiros modelos de moral hazard, este problema foi superado substituindo-se o problema de maximização do agente por sua condição de primeira ordem [Holmstrom (1979)].

Este procedimento passou a ser chamado de - first-order approach.

Page 165: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

165

A solução do problema de um contrato ótimo num contexto de moral hazard a abordagem de primeira ordem

A idéia fundamental é a de substituir a restrição de participação no problema pela condição de maximização de primeira ordem da restrição, isto é:

n

pi’ (e) U [w(xi)] – v’ (e) = 0 i=1

Page 166: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

166

Solução usando a abordagem de primeira ordem

Quando a abordagem de primeira ordem é correta, o problema de maximização do principal é dado pelas seguintes equações:

Page 167: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

167

Solução usando a abordagem de primeira ordem

Fazendo com que os multiplicadores das restrições de participação e incentivo sejam positivos, a condição de primeira ordem do Lagrangeano com relação aos salários w(xi) nos mostram que:

Esta é a condição necessária que um contrato ótimo deve satisfazer, sendo ela suficiente para um máximo local.

- Pi (e) + pi (e) u’ [w(xi)] + p’i (e) u’[w(xi)] = 0

Page 168: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

168

Solução usando a abordagem de primeira ordem

Reescrevendo a condição de primeira ordem, nós otbemos a seguinte igualdade:

Se > 0, isto implica que existem um problema de moral hazard.

(9)1/u’ [w(xi)] = + [p’i (e)/ pi (e)]

Page 169: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

169

Solução usando a abordagem de primeira ordem – implicações quando > 0

Quando > 0, isto é. Quando há o problema de moral hazard, a condição de ótimo para a divisão de riscos associados com a informação simétrica não é satisfeita. Isto é, os salários irão depender dos resultados obtidos .

Além disso, os salários dependem da forma da função pi’(e) / pi(e).

Page 170: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

170

Solução usando a abordagem de primeira ordem – implicações quando > 0

Assumindo que pi’ (e)/ pi(e) é crescente em i, temos que o lados direito da eq. (9) também cresce com i. Portanto, o mesmo deve deve ocorrer com o lado esquerdo.

Dada a característica da função utilidade do agente, isto implica que w(xi) e crescente em i.

Page 171: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

171

Solução usando a abordagem de primeira ordem – implicações quando >

0

A condição de que a razão de probabilidades seja crescente significa que um bom resultado é um sinal de que, com uma elevada probabilidade, foi exercido um esforço elevado, ou em outras palavras, é mais provável que quando o esforço é alto, o resultado obtido seja também bom.

Page 172: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

172

O esforço demandado sob um contrato ótimo

(10)

A eq. (10) mostra o trade off entre lucros e salários [custos].

Page 173: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

173

O valor de caso #1 [ = 0]

Se = 0, o problema do agente-principal se reduz a um problema simples de divisão ótima de riscos na solução first best.

Page 174: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

174

O valor de

Se o principal é neutro ao risco e = 0, a compensação do agente será um salário fixo, o qual torna sua compensação independente do resultado e do seu esforço.

Neste tipo de contrato (com salário fixo) o agente não têm incentivos para trabalhar duro e se esforçar e assim, prove o mínimo de esforço. Portanto, ela não pode ser uma solução ótima.

Page 175: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

175

O valor de

caso #2 - > 0

Neste caso temos que o contrato ótimo se desvia dos contratos ótimos de divisão de riscos e passa a depender da magnitude de (pil’ / pih).

Milgrom (1991) mostrou que o termo [pi’(e)/p(e)], pode ser interpretado em termos da inferência estatística clássica.

Page 176: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

176

Concluindo[cf. Holmstrom (1979)]

Principal-agent relationships are prevalent in economic organizations. The analysis presented here improves our understanding of the funtioning of this basic organizational form. In view ou our result that essentially any imperfect information about actions or states of nature can be uses to improve contracts, we have na explanation of the observed complexity of real contracts (as evidenced for instance in insurance arrangements). ... Our analysis also provides a basis for studying the design of contracts and information systems in more specific contexts.

Page 177: A RELAÇÃO PRINCIPAL-AGENTE NOTAS DE AULA Prof. Giácomo Balbinotto Neto ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS

A TEORIA ECONÔMICA DOS CONTRATOS E O PROBLEMA DE MORAL HAZARD

NOTAS DE AULA

Prof. Giácomo Balbinotto Neto

Economia dos Recursos Humanos

UFRGS