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APRESENTAÇÃO Este módulo faz parte da coleção intitulada MATERIAL MODULAR, destinada às três séries do Ensino Médio e produzida para atender às necessidades das diferentes rea- lidades brasileiras. Por meio dessa coleção, o professor pode escolher a sequência que melhor se encaixa à organização curricular de sua escola. A metodologia de trabalho dos Modulares auxilia os alunos na construção de argumen- tações; possibilita o diálogo com outras áreas de conhecimento; desenvolve as capaci- dades de raciocínio, de resolução de problemas e de comunicação, bem como o espírito crítico e a criatividade. Trabalha, também, com diferentes gêneros textuais (poemas, histórias em quadrinhos, obras de arte, gráficos, tabelas, reportagens, etc.), a fim de dinamizar o processo educativo, assim como aborda temas contemporâneos com o ob- jetivo de subsidiar e ampliar a compreensão dos assuntos mais debatidos na atualidade. As atividades propostas priorizam a análise, a avaliação e o posicionamento perante situações sistematizadas, assim como aplicam conhecimentos relativos aos conteúdos privilegiados nas unidades de trabalho. Além disso, é apresentada uma diversidade de questões relacionadas ao ENEM e aos vestibulares das principais universidades de cada região brasileira. Desejamos a você, aluno, com a utilização deste material, a aquisição de autonomia intelectual e a você, professor, sucesso nas escolhas pedagógicas para possibilitar o aprofundamento do conhecimento de forma prazerosa e eficaz. Gerente Editorial A relação entre as palavras e a produção de sentidos

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APRESENTAÇÃO

Este módulo faz parte da coleção intitulada MATERIAL MODULAR, destinada às três

séries do Ensino Médio e produzida para atender às necessidades das diferentes rea-

lidades brasileiras. Por meio dessa coleção, o professor pode escolher a sequência que

melhor se encaixa à organização curricular de sua escola.

A metodologia de trabalho dos Modulares auxilia os alunos na construção de argumen-

tações; possibilita o diálogo com outras áreas de conhecimento; desenvolve as capaci-

dades de raciocínio, de resolução de problemas e de comunicação, bem como o espírito

crítico e a criatividade. Trabalha, também, com diferentes gêneros textuais (poemas,

histórias em quadrinhos, obras de arte, gráficos, tabelas, reportagens, etc.), a fim de

dinamizar o processo educativo, assim como aborda temas contemporâneos com o ob-

jetivo de subsidiar e ampliar a compreensão dos assuntos mais debatidos na atualidade.

As atividades propostas priorizam a análise, a avaliação e o posicionamento perante

situações sistematizadas, assim como aplicam conhecimentos relativos aos conteúdos

privilegiados nas unidades de trabalho. Além disso, é apresentada uma diversidade de

questões relacionadas ao ENEM e aos vestibulares das principais universidades de cada

região brasileira.

Desejamos a você, aluno, com a utilização deste material, a aquisição de autonomia

intelectual e a você, professor, sucesso nas escolhas pedagógicas para possibilitar o

aprofundamento do conhecimento de forma prazerosa e eficaz.

Gerente Editorial

A relação entre as palavras e

a produção de sentidos

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© Editora Positivo Ltda., 2013Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio, sem autorização da Editora.

DIRETOR-SUPERINTENDENTE: DIRETOR-GERAL:

DIRETOR EDITORIAL: GERENTE EDITORIAL:

GERENTE DE ARTE E ICONOGRAFIA: AUTORIA:

ORGANIZAÇÃO: EDIÇÃO DE CONTEÚDO:

EDIÇÃO:ANALISTA DE ARTE:

PESQUISA ICONOGRÁFICA:EDIÇÃO DE ARTE:

ILUSTRAÇÃO:PROJETO GRÁFICO:

EDITORAÇÃO:CRÉDITO DAS IMAGENS DE ABERTURA E CAPA:

PRODUÇÃO:

IMPRESSÃO E ACABAMENTO:

CONTATO:

Ruben FormighieriEmerson Walter dos SantosJoseph Razouk JuniorMaria Elenice Costa DantasCláudio Espósito GodoyRobson Luiz Rodrigues de LimaRobson Luiz Rodrigues de LimaFernanda Rosário de Mello / Maria Josele Bucco CoelhoRosana Fidelix / Jeferson FreitasTatiane Esmanhotto KaminskiSabrina Ferreria / Mayara YoneyamaAngela Giseli de SouzaDekoO2 ComunicaçãoSinal Gráfico / Bettina Toedter Pospissil / Arowak© Thinkstock/Getty Images; © Shutterstock/Valua Vitaly; © Shutterstock/Franck Boston; © Shutterstock/Slavoljub Pantelic; © Shutterstock/ajt; © Shutterstock/ilker canikligil; P. Imagens/Pith; © iStockphoto.com/Dean Mitchell PhotographyEditora Positivo Ltda.Rua Major Heitor Guimarães, 17480440-120 Curitiba – PRTel.: (0xx41) 3312-3500 Fax: (0xx41) 3312-3599Gráfica Posigraf S.A.Rua Senador Accioly Filho, 50081300-000 Curitiba – PRFax: (0xx41) 3212-5452E-mail: [email protected]@positivo.com.br

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@POR963Conceito e exemplos

sobre as funções da

linguagem

@POR963

Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP)(Maria Teresa A. Gonzati / CRB 9-1584 / Curitiba, PR, Brasil)

L732 Lima, Robson Luiz Rodrigues de.Ensino médio : modular : língua portuguesa : a relação entre as palavras e a

produção de sentidos / Robson Luiz Rodrigues de Lima ; ilustrações Deko. – Curitiba : Positivo, 2013.

: il.

ISBN 978-85-385-7364-7 (livro do aluno)ISBN 978-85-385-7365-4 (livro do professor) 1. Língua Portuguesa. 2. Ensino médio – Currículos. I. Deko. II. Título.

CDU 373.33

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SUMÁRIO

Unidade 1: Interjeição e advérbio

Interjeição 10

Advérbio 15

Uso das reticências 23

Palavras denotativas 30

Unidade 2: Conjunção, preposição e mecanismo de coesão

Mecanismos de coesão: o texto em pauta 38

Preposição 48

Crase 50

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"Foi a arte, e apenas ela, que me reteve. Ah, parecia-me impossível

deixar o mundo antes de ter dado tudo

o que ainda germinava em mim."

Ludwig van Beethoven

Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u200.jhtm>. Acesso em: 22 nov. 2010.

Interjeição e advérbio1

A relação entre as palavras e a produção de sentidos4

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1. Alguém da turma não gosta de música? Por quê?

2. Que tipo de música você prefere? O que o atrai nesse tipo de música?

3. Você é fã de algum músico ou de alguma banda? Qual? Por quê?

4. Você toca algum instrumento musical? Qual?

5. O que se aprende nas aulas de música?

6. Já ouviu falar em música clássica ou erudita?

7. O que você sabe sobre música erudita?

Ensino Médio | Modular 5

LÍNGUA PORTUGUESA

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O texto acima é o trecho inicial da mundialmente conhecida 5.ª Sinfonia de Ludwig van Beethoven, um dos mais importantes compositores da história da música universal.

O texto a seguir discute o trabalho de composição da 5.ª Sinfonia, que demorou anos para ficar pronta.

A parceria entre Osesp e Biscoito Fino lança CD com as Sinfonias número 5 e 7 de Beethoven, interpretadas pela Orquestra, com regência do maestro John Neschling.

Ludwig van Beethoven – Sinfonias n.º 5 e 7

SINFONIA N.º 5 EM DÓ MENOR, OP. 67 Beethoven começou a escrever sua Quinta Sinfonia em 1805, imediatamente após ter

terminado a Terceira. Entre as duas há uma óbvia afinidade expressiva, um sentimento de exaltação usualmente descrito pelo termo ‘heroico’ que, por isso mesmo, Beethoven associou à Terceira. A ideia central da Quinta é tão poderosa e avassaladora que é difícil entender como Beethoven conseguiu interromper a composição e deixá-la de lado durante todo o ano de 1806, para só retomá-la em 1807. Felizmente, no início de 1808 a obra estava pronta. O que teria levado Beethoven a interromper a composição da Quinta? A primeira hipótese é que Beethoven parou a Quinta para escrever a Quarta, uma obra mais leve e bem humorada. A mais óbvia possibilidade foi um envolvimento afetivo justamente naquele ano. É ainda possível que Beethoven tivesse realmente hesitado sobre os caminhos a que a Quinta o estaria levando. Essa sinfonia nos parece hoje tão familiar que não nos damos conta da novidade que ela representou no seu tempo. Não há introdução lenta, nem fanfarra de abertura, como era costume. Começamos em plena ação dramática. O motivo inicial da Quinta é provavelmente a ideia musical mais conhecida de toda a história da música. A beleza dessa poderosa interjeição musical cresce na proporção direta de sua ambiguidade. Nesta obra Beethoven utiliza pela primeira vez três trombones em suas sinfonias. Mas o verdadeiro ‘ovo de Colombo’ de Beethoven foi perceber que esse motivo conciso, uma vez submetido a sucessivas transformações, prestar-se-ia à construção de um discurso musical inteiramente baseado na sua repetição obsessiva. Não só o primeiro movimento é construído a partir do motivo inicial, mas, a rigor, todos os quatro. Embora o impacto inicial do primeiro movimento fique indelevelmente fixado na nossa memória, o ponto culminante da obra está no último, que também utiliza uma derivação do ritmo original. Dentre os quatro movimentos, é o mais longo e o mais elaborado, o que apresenta as sonoridades mais poderosas. O primeiro movimento expressa o sentimento de conflito e luta, enquanto os seguintes progridem gradativamente para sua superação, culminando no sentimento de exultação e vitória do final. FELIX, Alexandre. Sinfonia n.º 5 em dó menor. Disponível em: <http://www.biscoitofino.com.br/bf/cat_pro-duto_cada.php?id=224#>. Acesso em: 23 ago. 2010.

Core

l.

6A relação entre as palavras e a produção de sentidos

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1. Com base na leitura do lide do texto, é correto afirmar que se trata, essencialmente:

a) da importância da música erudita na vida das pessoas. Isso pode ser comprovado pelo destaque que o texto dá a um dos mais importantes compositores de todos os tempos: Ludwig van Beethoven.

b) da vida de Ludwig van Beethoven, um dos maiores compositores da história da música.

c) da história do processo de composição da 5.ª Sinfonia de Beethoven, regravada em um CD, em uma parceria realizada entre a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) e a gravadora Biscoito Fino.

d) da composição demorada da 5.ª Sinfonia de Beethoven, que teve início em 1805 e só ficou pronta em 1808.

e) das aventuras amorosas que impediram Beethoven de terminar sua composição.

2. Pode-se afirmar que a principal estratégia utilizada pelo autor do texto para atingir seu objetivo foi:

a) falar do lançamento de um CD de música erudita, já que esse gênero é o mais consumido no Brasil.

b) mencionar a importância da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) para a gravação de um CD de música erudita.

c) citar a gravadora Biscoito Fino, já que ela é especializada na produção e divulgação de música erudita no país.

d) contar um pouco sobre a vida de Beethoven e o processo de produção da 5.ª Sinfonia, para chamar a atenção do público para a regravação da obra feita pela Osesp.

e) publicar o lançamento no site da gravadora Biscoito Fino, pois é o mais acessado por especialistas em música erudita e até por quem nunca ouviu esse tipo de música.

3. De acordo com o texto, quais são as prováveis hipóteses para que a 5.ª Sinfonia não se tornasse a 4.ª, na ordem das composições de Beethoven?

4. De acordo com o texto, o que a 5.ª Sinfonia representou para o início do século XIX?

5. Com base no trecho “Mas o verdadeiro ‘ovo de Colombo’ de Beethoven foi perceber que esse motivo con-ciso, uma vez submetido a sucessivas transformações, prestar-se-ia à construção de um discurso musical inteiramente baseado na sua repetição obsessiva”, pode-se inferir que:

a) Beethoven, assim como Cristóvão Colombo, descobriu que a repetição poderia ser uma ideia obsessiva.

b) a grande ideia de Beethoven foi perceber que um motivo conciso poderia construir um discurso musical inteiramente baseado na sua repetição obsessiva, submetida a sucessivas transformações.

c) o discurso musical construído por Beethoven se assemelha à lendária tentativa de Cristóvão Colombo de fazer com que um ovo parasse em pé.

d) assim como o grande descobridor Cristóvão Colombo, Beethoven descobriu que seria um erro basear todo um discurso musical na repetição obsessiva de um único motivo musical, mesmo que esse motivo passasse por sucessivas transformações.

e) a expressão “ovo de Colombo” é uma metáfora usada pelo autor do texto para expressar o equívoco de Beethoven ao utilizar apenas um motivo conciso para a construção da 5.ª Sinfonia.

Ensino Médio | Modular

LÍNGUA PORTUGUESA

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6. Toda a sinfonia é dividida em 4 movimentos (partes com começo, meio e fim). De acordo com o texto, de que forma os movimentos da 5.ª Sinfonia podem ser interpretados?

Leia o texto a seguir e responda às questões propostas.

HIGIENE E SAÚDE – 15 ANOS: O PRIMEIRO “TCHAN”

A palavra gilete consta como verbete. Segun-do o “Dicionário Houaiss da Língua Portugue-sa”, ela designa “qualquer lâmina descartável de barbear”. Mas nem sempre foi assim. Esse é um típico exemplo de marca pioneira que se torna si-nônimo do objeto. Lançada em 1908, a marca Gillette é o sobrenome do inventor e fabricante dos primeiros aparelhos de fazer a barba, o americano King Camp Gillette (1855-1932). Hoje, a marca está avaliada em US$ 54 bilhões.

Maisena é outro exemplo de marca-objeto. Puxe pela memória: na lista de super-mercado, em alguma ocasião a marca já deve ter substituído o produto amido de milho.

A categoria aparelho de barbear fez uma única participação no Top of Mind, em 2004.

Prestobarba, nome de um dos modelos mais antigos de Gillette.Resultado de um esforço de investimentos constantes, a exposição da marca é ape-

nas um dos recursos para mantê-la forte. Somente para ficar no histórico das últimas décadas, Gillette sempre investiu em mídia televisiva.

Mas, nos últimos cinco anos, as promoções nos pontos de venda também têm sido outro alvo com produtos novos e antigos próximos. “Nós continuamos fazendo marketing da Prestobarba, que tem mais de 30 anos”, exemplifica Alexandre Toledo, gerente de produtos Gillette.

No decorrer dos anos, a maneira de se comunicar com o público-alvo também passou por adaptações. Hoje em dia, os atores escolhidos para as campanhas são mais jovens, com cerca de 20 anos. Antes, a marca mostrava homens com mais de 30 anos, como o jogador de futebol Tostão, que fez comerciais de televisão para a Gillette na década de 70.

Seu slogan nunca mudou: “Gillette, o melhor para o homem”. E essa é a assinatura que tem acompanhado a marca na liderança do setor – Gillette domina 80% do mer-cado de lâminas.

Algumas campanhas impactantes ajudaram-na a chegar aonde está.Um sucesso nos anos 80, aquela que dizia “A primeira faz tchan, a segunda faz tchun

e tchan, tchan, tchan”, é lembrada até hoje. (KY E KM)HIGIENE e saúde – 15 anos: o primeiro “tchan”. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/especial/ 2005/topofmind/fj1810200530.shtml>. Acesso em: 11 maio 2011.

© Wikimedia Commons/Evan Amos

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8A relação entre as palavras e a produção de sentidos

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Em relação ao texto, é correto afirmar que:

(01) o tema do texto é a importância da higiene e da saúde. Todos sabem que fazer a barba é um hábito que deve ser seguido pelos homens e, por isso, o texto enfatiza essa necessidade.

(02) o texto explora a relação metonímica que há entre a marca e o produto. Hoje, muitas pessoas vão à farmácia e, em vez de pedirem por um aparelho de barbear, pedem direto pela marca: “O senhor pode me vender uma Gillete?”

(04) atores mais jovens são escolhidos para fazer os comerciais, para atingir um público-alvo mais jovem.

(08) o sucesso da marca Gillette se dá pela constante mudança de slogan. Todos os anos a empresa investe em novos slogans para atingir um novo público consumidor.

(16) a empresa Prestobarba é a maior concorrente da empresa Gillette no mercado de aparelhos de barbear.

(32) a campanha publicitária dos anos 80 que dizia: ”A primeira faz tchan, a segunda faz tchun e tchan, tchan, tchan” estabelece uma relação intertextual com a introdução da 5.ª Sinfonia de Beethoven, no intuito de comparar o resultado do barbear com Gillette à surpreendente abertura da sinfonia.

Somatório:

Em relação à tirinha, são feitas as afirmações a seguir.

I. Patty Pimentinha está habituada a frequentar concertos. Isso pode ser comprovado pelo fato de ela saber que se trata de um concerto para a juventude.

II. Patty acha que um maestro não tem função nenhuma em uma orquestra.

III. Marcie está habituada a frequentar concertos, pois sabe que, nesse tipo de evento, sempre que o maestro entra é de praxe aplaudi-lo.

IV. no terceiro quadrinho, o termo “Psiu!!”, usado por Marcie, tem a intenção de fazer com que Patty faça silêncio.

Está(ão) correta(s):

a) a afirmativa IV. b) as afirmativas I e II.

c) as afirmativas III e IV. d) as afirmativas II e III.

e) a afirmativa I.

Leia a tirinha abaixo:

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SCHULZ, Charles M. Snoopy e sua turma. Porto Alegre: L&PM, 2007. n. 1. p. 32.

LÍNGUA PORTUGUESA

9Ensino Médio | Modular

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Interjeição

A interjeição pertence a uma classe de palavras invariáveis que exprimem emoções, sensações, estados de espírito, sem que seja preciso a elaboração de construções linguísticas mais complexas. Na tirinha, é possível notar que, ao utilizar a interjeição “Psiu!!”, Marcie pede silêncio sem precisar utilizar um enunciado mais longo, como na ilustração abaixo.

Você poderia, por favor, fazer silêncio,

pois o maestro está entrando.

As interjeições podem expressar:

Há também expressões que exercem a função de interjeição. Essas expressões são chamadas de locução interjetiva. São exemplos de locuções interjetivas: Ora bolas! Cruz credo! Puxa vida! Valha--me Deus! Se Deus quiser! Macacos me mordam! Quem me dera!

O significado da interjeição depende do contexto em que ela é usada. Por exemplo:

Alegria: oh! ah! oba! viva!

Advertência: alerta! cuidado! alto lá! calma! olha! fogo!

Dor: ai! ui!

Alívio: ufa! uuuu! ainda bem! menos mal!

Estímulo: vamos! eia! avante! upa! firme! toca!

Espanto, surpresa: uau! oh! ah! ih! opa! céus! puxa! gente! hem?! meu Deus! uai! caramba! nossa!

Chamamento: olá! alô! ô! oi! psiu! psit! ó! ei!

Medo: uh! credo! cruzes! Jesus! ai!

Desejo: tomara! oxalá! queira Deus! quem me dera!

Pedido de silêncio: psiu! calado! quieto! bico fechado!

Dek

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011.

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ital.

10A relação entre as palavras e a produção de sentidos

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Nesse caso, “psiu” expressa um pedido de silêncioNesse caso, “psiu” expressa um chamamento

Considerando as informações sobre interjeição, justifique a metáfora utilizada na afirmação: “O motivo inicial da Quinta é provavelmente a ideia musical mais conhecida de toda a história da mú-sica. A beleza dessa poderosa interjeição musical cresce na proporção direta de sua ambiguidade”.

Psiu! Você se lembra de

mim?

Psiu! Eu não consigo me concentrar com

tanto barulho!

Dek

o. 2

011.

Dig

ital.

A música é uma das linguagens mais exploradas do mundo. Ela está presente em comerciais de TV, nas ruas, nos celulares, nos automóveis, no ciberespaço, em quase todo lugar. Todo mundo tem uma música que marcou sua vida e que o faz lembrar algo ou alguém.

Como toda linguagem, a música tem características próprias, signos musicais que podem ser lidos para que essa linguagem seja compreendida e produzida. As músicas populares são, na maioria, compostas de som e letra (texto verbal) e, geralmente, a letra ganha um destaque maior, já que pode ser lida, ouvida e compreendida por qualquer falante.

LÍNGUA PORTUGUESA

11Ensino Médio | Modular

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Musicoterapia

O profissional A musicoterapia é a terapia que utiliza a música como elemento mobilizador. Música no seu sentido mais am-

plo, até os sons não estruturados, sons de todos os tipos são utilizados para ajudar pacientes com deficiências físicas, mentais, distúrbios da personalidade ou problemas psicológicos.

O musicoterapeuta através do som e do movimento restabelece o equilíbrio, tanto físico quanto emocional, do paciente. Ele é o maior estudioso e pesquisador da relação desenvolvida entre o homem e o som e deste estudo surgem métodos e técnicas de trabalho.

O mercado de trabalho “O mercado de trabalho é amplo, pois a profissão é nova e existem poucas escolas. Aqui, em Ribeirão Preto,

nossos estudantes começam a estagiar e trabalhar com muita facilidade. Desenvolvemos trabalho em sanatórios; em hospitais, com doentes crônicos; em clínicas, com drogados. Também trabalhamos com deficientes auditivos, através da vibração sonora.

O trabalho do musicoterapeuta é longo, não obtemos resultados a curto prazo. Por isso, o profissional deve ser dedicado, atencioso e ter muita facilidade de relacionamento interpessoal.”

O cursoO curso tem a duração de quatro anos, e é importante que o estudante tenha conhecimentos musicais. Entre

as disciplinas que vai estudar: anatomia, fisiologia, musicoterapia, sociologia, desenvolvimento rítmico, estudo de um instrumento, improvisação, corpo e objeto sonoro, dinâmica de grupo.

Professor Wagner Horta. Guia 2001: Guia Oficial do Ensino. Disponível em: <http://educaterra.terra.com.br/educacao/profissoes/ 2000/09/30/033.htm>. Acesso em: 29 nov. 2010.

Música erudita

O profissi

Existem três definições para a música erudita, ou mú-sica clássica.

A primeira delas, utilizada por muitos dicionários de música, define a música erudita como sendo música “séria” em oposição à música popular, música folclórica, música ligeira ou de jazz. Essa definição talvez não seja a melhor a se fazer, se considerarmos que a música para ser séria não precisa, necessariamente, ser música erudita.

A segunda definição, que serve apenas para a música clássica, afirma que essa música seria qualquer música em que a atração estética resida principalmente na clareza, no equilíbrio, na austeridade e na objetividade da estrutura formal, em lugar da subjetividade, do emocionalismo exa-gerado ou da falta de limites de linguagem musical.

Nesse sentido a música clássica implica a antítese da música romântica feita em fins do século 17 e início do século 19, em que a ênfase recaía sobre os sentimentos, as paixões e o exótico, em lugar da razão, da contenção e de esteticismo da arte clássica.

O problema, nesse caso, é que os primeiros tra-ços do Romantismo, que seria a música contrária à música clássica, podem ser apreciados nas obras de Beethoven e Schubert, e, em um período mais adiante, nas de Brahms, Wagner e Liszt. Assim, hoje o termo música clássica, para a grande maioria das pessoas, abrangeria

estes nomes como compositores de música clássica ou erudita. Ninguém em sã consciência afirmaria hoje que Beethoven seria a antítese da música clássica.

Assim sendo, essa também não é uma boa definição para o termo.

Uma terceira definição afirma que música erudita seria a música feita durante o período de 1750 a 1830, em especial a de Haydn, Mozart e Beethoven. Podemos dizer que nesse período a música mais representativa e mais mencionada é a da Escola Clássica Vienense, refletindo a importância de Viena como capital musical da Europa nesse período.

A Escola Clássica de Viena seria responsável pelo de-senvolvimento da sinfonia, do quarteto de cordas e do con-certo e assistiu ao triunfo final da música instrumental sobre a música coral. Entre suas mais importantes e duradouras realizações está a introdução e o estabelecimento da “forma sonata” – estrutura musical que se desenvolveu durante a segunda metade do século XVIII nas sonatas, sinfonias, concertos, aberturas, quartetos, árias, etc.

Suas origens são complexas e só se tornarão conheci-das como formato padronizado após serem definidas por Reicha, em 1826, e depois por Czerny, em seu compêndio “Escola Prática de Composição”, em 1848.

As principais características das “formas sonatas” estão nos primeiros movimentos de Haydn, Mozart e Beethoven.

12A relação entre as palavras e a produção de sentidos

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O padre [2] José Maurício Nunes

Garcia nasceu no Rio de Janeiro, no dia 22 de setembro de 1767, e fa-leceu na mesma cidade em 18 de abril de 1830.

José Maurício Nunes foi um compositor bra-sileiro de música sacra que teve maior fama e importância durante o

reinado de D. João VI e viveu a transição entre

o Brasil Colônia e o Brasil Império.

Quando D. João VI voltou para Portugal, D. Pedro I, apesar de

gostar muito de música (até compôs o Hino da Independência), cortou

o salário e os bene-fícios do padre José

Maurício, que, decep-cionado e esquecido,

adoeceu e morreu em pouco tempo. Uma de

suas principais obras é a “Missa de Réquiem”

(1816), inspirada no Réquiem de Mozart.

As principais mudanças que essas “formas sonatas” trouxeram para a música estão nas violentas oposições de vários tons, no contraste entre várias ideias temáticas diferentes, que, por sua vez, aumentam substancialmente o aspecto dramático da música e na articulação da estrutura através da instrumentação. [...]

Porém, segundo grandes estudiosos da música e de teoria musical, o termo que melhor representa a música dos grandes compositores é música de concerto, o que demonstra a impossibilidade de classificá-la, pois, como afirma Ênio Squeff, “Beethoven não tem nada de erudito, nem Villa-Lobos. A música de concerto é aquela inqualificável. É a gênese da atividade musical”.

No BrasilA Música Erudita, ou Clássica, ou de Concerto, no Brasil dos primeiros séculos de colonização

portuguesa, vinculava-se estritamente à Igreja e à catequese. Com o passar do tempo, irmandades de música, salas de concerto e manuscritos brasileiros vão traçando o perfil de uma atividade crescente no país, onde pontificaram nomes como [1] António José da Silva, cognominado “O Judeu”, José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita, Caetano de Mello Jesus, entre outros.

Com a chegada de D. João VI, no Brasil, tivemos também um grande impulso às atividades mu-sicais e [2] José Maurício Nunes Garcia destacou-se como o primeiro grande compositor brasileiro.

Mas mesmo com todas as obras feitas por estes compositores, ainda no século 19, falar em mú-sica erudita brasileira era motivo de riso, num período totalmente dominado pelos mestres italianos (com esporádicas contribuições de alemães e franceses).

Foi somente com Villa-Lobos que a música nacionalista no Brasil introduziu-se e consolidou--se pra valer.

Nessa época, ignoravam-se compositores como [3] Alberto Nepomuceno e [4] Brasílio Itiberê da Cunha, exatamente por causa da excessiva brasilidade de suas composições, e admitia-se Carlos Gomes graças ao sucesso europeu.

É a partir de [5] Villa-Lobos que o Brasil descobre a música erudita e o país passa, desde então, a produzir talentos em série: Lorenzo Fernandez, Francisco Mignone, Radamés Gnatalli, Camargo Guarnieri, Guerra-Peixe, Cláudio Santoro e Edino Krieger são alguns desses expoentes.

Mas mesmo hoje, o Brasil ainda é um país que não percebeu o devido valor da música clássica ou erudita ou de concerto, talvez por causa de nossa história ou de nossa situação político-econômica. Os músicos eruditos e os artistas em geral são, como na opinião do professor Koellreutter, “uma espécie de Quixotes, que lutam contra os moinhos de ventos”. ROSCHEL, Renato. Música erudita. Disponível em: <http://almanaque.folha.uol.com.br/musicaerudita.htm>. Acesso em: 3 dez. 2010.

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[4] Brasílio Itiberê da Cunha nasceu em Paranaguá (PR) no dia 1.o de

agosto de 1846 e faleceu em Berlim (Alemanha) em 11 de agosto de 1913.

Iniciou sua carreira como pianista desde criança, incentivado pelos pais.

Formou-se em Direito e logo foi indi-cado como diplomata por D. Pedro II.

Morou em diversos países da Europa, onde compôs diversas obras de teor

nacionalista com temas folclóricos brasileiros. Itiberê travou contato com

diversas personalidades da música mundial como “o mago do piano” Franz Liszt, que, segundo contam,

tocou a rapsódia intitulada A sertaneja (1869), composta por Brasílio, uma

honra para qualquer músico.

[3] Alberto Nepomuceno

nasceu em Fortaleza, no dia 6

de julho de 1864 e faleceu no Rio

de Janeiro, no dia 16 de outubro de 1920. Nepomuceno foi compositor,

pianista, organista e regente brasileiro. Participou dos mais importantes

movimentos musicais de seu tempo, entre eles o nacionalismo musical, e defendeu abertamente as causas

republicanas e abolicionistas. Entre suas principais obras, pode-

-se destacar O garatuja (1904).

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[5] Heitor Villa- -Lobos nasceu no

Rio de Janeiro, no dia 5 de março de 1887 e faleceu

nessa mesma cidade no dia 17 de novembro de 1959. Villa-Lobos foi um maestro

e compositor brasileiro que, incorporando elementos folclóricos e populares, conquistou

uma identidade bem brasileira para suas composições, sendo um dos principais nomes do nacionalismo e do modernismo brasileiro.

Dentre suas principais obras, pode-se destacar “As Bachianas brasileiras”, um conjunto de nove composições feitas entre 1930 e 1945,

que faz referência ao grande compositor alemão Johann Sebastian Bach.

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[1] António José da Silva, “O Judeu”,

nasceu no Rio de Janeiro, no dia 8 de

maio de 1705, e morreu queimado em Lisboa,

no dia 18 de outubro de 1739. Foi dramaturgo e compositor de oito

óperas em parceria com o padre Antônio

Teixeira.

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1. Qual a intenção do texto Música erudita?

2. Qual a primeira tentativa de definição para música erudita? Segundo o autor, essa não é uma boa definição. Explique o porquê.

3. De acordo com o texto, qual é o problema para que a segunda tentativa de definição de música erudita seja validada?

4. De acordo com o texto, qual é a terceira tentativa de definição de música erudita?

5. Para os estudiosos de música e teoria musical, qual a melhor expressão que representa a música dos grandes compositores? Justifique sua resposta.

6. Em relação aos primeiros séculos da música erudita no Brasil, é correto afirmar que:

a) não havia música erudita no Brasil.

b) D. João VI foi um dos primeiros compositores do Brasil Colonial.

c) “O Judeu” foi a primeira peça musical produzida no Brasil, composta por António José da Silva.

d) com a chegada de D. João VI, a música erudita sofreu um processo de estagnação.

e) a música erudita estava vinculada à Igreja.

7. Em relação à história da música erudita no Brasil, não está correto afirmar que:

a) a influência da música erudita europeia era tão forte no século XIX que não havia espaço para a música erudita brasileira.

b) o compositor brasileiro Carlos Gomes fazia sucesso na Europa.

14A relação entre as palavras e a produção de sentidos

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c) Alberto Nepomuceno e Brasílio Itiberê da Cunha eram exaltados devido à excessiva brasilidade de suas obras.

d) com Villa-Lobos, a música erudita brasileira se consolidou.

e) ainda hoje a música erudita brasileira não tem o devido valor.

8. O professor Koellreutter afirma que os músicos eruditos, no Brasil, são “uma espécie de Quixotes, que lutam contra os moinhos de ventos”. Explique essa afirmação.

9. Leia o fragmento abaixo:

“A segunda definição, que serve apenas para a música clássica, afirma que essa música seria qualquer música em que a atração estética resida principalmente na clareza, no equilíbrio, na austeridade e na objetividade da estrutura formal, em lugar da subjetividade, do emocionalismo exagerado ou da falta de limites de linguagem musical.”

O termo em destaque no fragmento indica:

a) que a atração estética reside somente na clareza.

b) que além de "na clareza, no equilíbrio, na austeridade e na objetividade da estrutura formal” [...], atração estética pode residir em outros fatores.

c) que o único lugar onde reside a atração estética é “na clareza, no equilíbrio, na austeridade e na objetividade da estrutura formal [...]”

d) que o principal objetivo da clareza e do equilíbrio é a atração estética.

e) que não pode haver “clareza, equilíbrio, austeridade e objetividade da estrutura formal” quando há atração estética.

Advérbio

Na questão anterior, o advérbio “principalmente” modifica a leitura do verbo “residir”. Repare que, segundo o texto, “a atração estética” não reside apenas nas características, como clareza, equilíbrio, austeridade e objetividade da estrutura formal, mas reside, principalmente, nessas características, podendo, assim, residir em outras não citadas pelo texto, de modo menos acentuado. Assim, o advérbio “principalmente” indica o ponto de vista do enunciador acerca do modo como ocorre a atração estética, enfocando seus locais de incidência.

Assim como as notas musicais podem ser alteradas de acordo com a vontade do compositor, os sentidos das palavras também podem ser modificados, de acordo com a intenção do produtor do texto. Um dos recursos para alterar o sentido das palavras e também das frases é o uso do advérbio.

Advérbio é a palavra que modifica o sentido de palavras (como o verbo, o adjetivo e o próprio advérbio) e enunciados, indicando circunstâncias de tempo, modo, lugar, negação, dúvida, afirmação e intensidade. Por exemplo:

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O advérbio, além de modificar o sentido de verbos, adjetivos, outros advérbios e enunciados, pode também acompanhar e modificar o sentido de substantivos.

a) Acompanhando substantivos (construção rara)

Leia atentamente o trecho a seguir.“As principais mudanças que essas ‘formas sonatas’ trouxeram para a música estão nas

violentas oposições de vários tons, no contraste entre várias ideias temáticas diferentes, que, por sua vez, aumentam substancialmente o aspecto dramático da música e na articulação da estrutura através da instrumentação.”

Agora, explique de que forma o advérbio “substancialmente” modifica o sentido do verbo “aumentar” e qual a contribuição dessa mudança para a construção dos sentidos do texto como um todo.

SCHULZ, Charles M. Snoopy posso fazer uma pergunta, professora? Porto Alegre: L&PM, 2007. n. 5. p. 57-58.

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16A relação entre as palavras e a produção de sentidos

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1. No primeiro quadrinho, Paty Pimentinha se depara com um cartaz ambíguo. Explique qual é essa ambiguidade e a influência dela sobre a frase dita por Paty.

2. O que chamou a atenção de Paty Pimentinha no programa do concerto? Justifique sua resposta.

3. Ao longo de outros quadrinhos, Paty brinca com os advérbios que precedem os substantivos próprios, no caso, os nomes de grandes compositores da música universal. Explique o efeito de sentido que cada advérbio agrega ao substantivo que acompanha.

4. No penúltimo quadrinho, Marcie pede silêncio para Paty, utilizando um determinado recurso de linguagem. Esse recurso é:

a) locução verbal; b) ironia; c) interjeição;

d) onomatopeia; e) verbo no imperativo.

5. Em relação ao último quadrinho, pode-se inferir que:

a) Paty Pimentinha fica feliz.

b) Paty fica contrariada, pois a advertência da amiga Marcie faz com que ela se sinta infantil, retomando uma ideia apresentada no primeiro quadrinho.

c) Paty fica ansiosa, pois o concerto vai começar. Isso pode ser notado pela expressão facial da personagem.

d) a expressão facial de Paty revela cansaço, pois suas construções sintáticas que exploram a influência do advérbio nos substantivos próprios tinham terminado.

e) pela expressão facial de Marcie, ela se arrependeu de ter repreendido a amiga.

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b) Acompanhando adjetivos

BROWNE, Dik. Hagar o horrível. Porto Alegre: L&PM, 2009. n. 1. p. 53.

Tipos de advérbioO advérbio pode ser representado por uma palavra, uma locução adverbial ou uma oração (construção

em torno de um verbo) com valor de advérbio, chamada de oração adverbial. Repare como isso acontece:

a) Advérbio – Uma palavra que modifica a leitura de um verbo, substantivo, adjetivo, outro advérbio ou, ainda, do enunciado no todo.Exemplo: “A música erudita, ou clássica, ou de concerto, no Brasil dos primeiros séculos de coloni-

zação portuguesa, vinculava-se estritamente à Igreja e à catequese.”Explique como o advérbio “estritamente” altera o sentido do verbo “vincular”.

1. Qual é a ambiguidade presente no último quadrinho e como ela é construída?

2. A afirmação feita no segundo quadrinho é verdadeira ou falsa? Justifique sua resposta.

c) Acompanhando advérbios

Analise o fragmento a seguir e explique de que forma o advérbio “talvez” modifica a leitura do advérbio “não”.

“Essa definição talvez não seja a melhor a se fazer, se considerarmos que a música para ser séria não precisa, necessariamente, ser música erudita.”

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18A relação entre as palavras e a produção de sentidos

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BROWNE, Dik. Hagar o horrível. Porto Alegre: L&PM, 2008. n. 3, p. 86.

b) Locução adverbial – é o conjunto de duas ou mais palavras que tem o valor de um advérbio.Exemplo: “Nessa época, ignoravam-se compositores como Alberto Nepomuceno e Brasílio Itiberê

da Cunha”. Explique como a locução adverbial de tempo altera o sentido do verbo “ignorar”.

c) Oração adverbial – É uma oração que tem o valor de um advérbio.

Leia a tirinha abaixo:

1. No segundo quadrinho, há uma oração que funciona como advérbio modificando o sentido do ver-bo “ponha” (pôr). Qual é essa oração? Que tipo de modificação ela provoca no sentido do verbo?

2. Explique a importância dessa modificação para a produção do humor da tirinha.

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Classificação dos advérbiosDe acordo com o valor semântico que agrega ao verbo, o advérbio pode ser classificado em:

Tipo de advérbio

Exemplo de usoExplique o efeito de

sentido produzido pelo advérbio

Outros exemplos de advérbios e locuções adverbiais

de modo

Leia esse trecho do texto Música erudita:“Nessa época, ignoravam--se compositores como Alberto Nepomuceno e Brasílio Itiberê da Cunha, exatamente por causa da excessiva brasilidade de suas composições, e admi-tia-se Carlos Gomes graças ao sucesso europeu.”

O advérbio de modo apresenta uma ideia de como se realiza a ação.Outros advérbios de modo: bem, mal, assim, de-vagar, pacientemente, depressa, melhor, pior, etc.Locuções adverbiais de modo: em silêncio, a custo, às pressas, de bom grado, à toa, à vontade, às avessas, às claras, às direitas, às escuras, ao acaso, a torto e a direito, ao contrário, a sós, de cor, de má vontade, em geral, em vão, etc.

de tempo

Leia esse outro trecho do texto Música erudita:“Mas mesmo hoje, o Bra-sil ainda é um país que não percebeu o devido valor da música clássica ou erudita ou de concerto” [...]

O advérbio de tempo apresenta uma ideia de quan-do foi realizada a ação.Outros advérbios de tempo: ontem, sempre, logo, afinal, agora, amanhã, amiúde (de vez em quando), etc.Locuções adverbiais de tempo: à noite, de dia, à tarde, às vezes, de manhã, de noite, de quando em quando, de vez em quando, de tempos em tempos, em breve, por vezes, no século XXI, no fim de semana, mês passado, etc.

de negação

Observe o exemplo:“[...] a música para ser séria não precisa, necessaria-mente, ser música erudita.”

O advérbio de negação refuta a ação realizada pelo verbo, mas, dependendo da posição que ocu-pa, pode afirmá-la. Exemplo: Fernando não levou Camila ao cinema.Exemplo: Não, Fernando levou Camila ao cinema.Sempre analise o contexto!Outros advérbios de negação: nunca, tampouco, etc.Locuções adverbiais de negação: de jeito ne-nhum, de forma alguma, de maneira nenhuma, de modo algum.

de lugar

Continuando o estudo cri-terioso do texto Música erudita, observe este outro trecho:“Foi somente com Villa- -Lobos que a música nacio-nalista no Brasil introdu-ziu-se e consolidou-se pra valer.”

Observe como o advérbio de lugar apresenta uma ideia de onde foi realizada a ação.Outros advérbios de lugar: acima, lá, aqui, al-gures (em algum lugar), alhures (em outro lugar), nenhures (em nenhum lugar), dentro, embaixo, longe, perto, etc.Locuções adverbiais de lugar: por dentro, por fora, por perto, à direita, à esquerda, à distância, ao lado, ao largo, de cima, de dentro, de fora, de longe, de perto, em cima, para dentro, para onde, por ali, por aqui, no Brasil, em Brasília, no fundo do quintal, atrás da porta, etc.

20A relação entre as palavras e a produção de sentidos

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de dúvida

Veja o que ocorre neste outro trecho:“o Brasil ainda é um país que não percebeu o devido valor da música clássica ou erudita ou de concerto, talvez por cau-sa de nossa história ou de nossa situação político- -econômica.”

Agora, o advérbio apresenta uma dúvida quanto à reali-zação da ação expressa pelo verbo.Outros advérbios de dúvida: quiçá (quem sabe), possi-velmente, acaso, porventura, etc.Locuções adverbiais de dúvida: quem sabe, ao acaso, por acaso, etc.

de afirmação

Observe como o advérbio de afirmação é usado no texto Música erudita:“Foi somente com Villa--Lobos que a música na-cionalista no Brasil intro-duziu-se e consolidou-se pra valer.”

Desta vez, o advérbio apresenta uma afirmação quanto à ação descrita pelo verbo.Outros advérbios de afirmação: sim, certamente, certo, decerto, decididamente, efetivamente, realmente, indu-bitavelmente, afirmativamente, deveras (realmente), etc.Locuções adverbiais de afirmação: pra valer, sem dúvida, de fato, por certo, com certeza, pode crer, etc.

de intensidade

Repare como o advérbio de intensidade é utilizado neste trecho:“O problema nesse caso é que os primeiros traços do Romantismo, que seria a música contrária à mú-sica clássica, podem ser apreciados nas obras de Beethoven e Schubert, e, em um período mais adiante, nas de Brahms, Wagner e Liszt, ou seja, hoje a expressão “música clássica”, para a maioria das pessoas, abrangeria estes nomes como compo-sitores de música clássica ou erudita.”

O advérbio intensifica a ação descrita pelo verbo.Outros advérbios de intensidade: assaz (bastante, su-ficientemente), bastante, demais, menos, muito, quanto, quão, quase, tanto, pouco, tão, meio, etc.Locuções adverbiais de intensidade: em excesso, de todo, de muito, por completo.Cuidado!Não confunda o advérbio de intensidade “muito” com o pronome indefinido “muito”.Exemplo: Ele saiu muito cedo de casa. (advérbio de in-tensidade, pois muito intensifica o quanto era cedo, que é outro advérbio)Exemplo: Ele tem muito o que aprender. (pronome inde-finido, pois indefine a quantidade do que ele tem que aprender)Assim, muito será advérbio quando tiver sentido de in-tensidade e será pronome indefinido quando tiver sentido de quantidade.

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Atenção!

Como o advérbio é invariável, meia não cansa! Quem cansa é o dono da meia, quando faz uma longa caminhada. Portanto, cuidado com construções do tipo:

Exemplo: Estou meia cansada hoje, porque saí meia apressada do colégio para comprar meias novas.

Prefira comprar meias respeitando a invariabilidade do advérbio – elas caem muito melhor nos pés de estudantes do Ensino Médio:

Exemplo: Estou meio cansada hoje, porque saí meio apressada do colégio para comprar meias novas.

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Alguns advérbios, classificados tradicionalmente como de modo, de afirmação, de negação, de dúvida, de intensidade, referem-se, na verdade, ao enunciado como um todo, e não apenas ao verbo, ou ao adjetivo, ou a outro advérbio. São os chamados advérbios modalizadores. Observe:

Ninguém saiu machucado do acidente, felizmente!Talvez Bianca venha aqui mais tarde.Eduardo certamente vai negar tudo o que me disse ontem.

Os advérbios destacados nas frases acima fazem referência às orações e não a palavras isoladas, exprimindo um juízo pessoal da pessoa que fala, uma visão particular, uma opinião. Em uma frase como “O discurso do rei ” foi o melhor filme do ano, indiscutivelmente. O advérbio destacado não modifica o sentido de nenhuma palavra isolada, mas é uma avaliação por parte de quem fala a respeito daquilo que está sendo enunciado, podendo a frase ser parafraseada por: Sem dúvida alguma, na minha opinião, o filme O discurso do rei foi o melhor filme do ano.

Advérbio e pontuação Os termos de valor adverbial podem ser isolados por vírgulas quando estiverem no início, no meio

ou no final de uma frase, para dar ênfase ao que está sendo dito.

Exemplo 1:“Com o passar do tempo, irmandades de música, salas de concerto e manuscritos brasileiros vão traçando o perfil de uma atividade crescente no país, onde pontificaram nomes como António José da Silva, cognominado ‘O Judeu’, José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita, Caetano de Mello Jesus, entre outros.”

“Com o passar do tempo” é uma locução adverbial de tempo e está no início da frase, portanto pode vir isolada por vírgula.

Exemplo 2: “Suas origens são complexas e só se tornarão conhecidas como formato padronizado após serem definidas por Reicha, em 1826, e depois por Czerny, em seu compêndio “Escola Prática de Composição”, em 1848.”

Repare que a locução adverbial “em 1826”, como está no meio da frase, é isolada com uma vírgula antes e uma vírgula depois. Já a locução adverbial “em 1848” que aparece no final é isolada com uma vírgula antes. Esses isolamentos por vírgula dão um destaque especial aos termos adverbiais, como se o autor estivesse convidando o leitor a notar a força de sentido que nasce dessas construções.

22A relação entre as palavras e a produção de sentidos

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No entanto, em alguns casos, para não quebrar a linearidade da leitura, a vírgula para isolar o advérbio é dispensada. Veja o exemplo:

“No contraste entre várias ideias temáticas diferentes, que, por sua vez, aumentam subs-tancialmente o aspecto dramático da música e na articulação da estrutura através da instru-mentação”.

O advérbio “substancialmente” não foi isolado por vírgula porque o autor do texto não quis dar destaque ao termo, já que o destaque estava no “contraste entre as várias ideias temáticas diferentes”; ou simplesmente porque o autor achou que haveria um excesso de vírgulas no parágrafo, já que há três vírgulas antes do advérbio e isso quebraria a linearidade da leitura.

Uso das reticências

As reticências têm uma função suspensiva

quando:a) se omite parte de um texto para se destacar parte dele.

Exemplo: A música é essencial para a compreensão do mundo, [...] de como o som pode manifestar os sentimentos que, em forma de pauta, se tornam vida.

Nesse caso, as reticências devem vir entre colchetes.

b) se deixa um pensamento em suspenso para que outro o complete.Exemplo: – Eu tenho que ir embora, mas... – Mas quer ficar e me dar um beijo, não é?Exemplo: Eu gosto muito de você, mas... (será que é mais um namoro que chega ao fim?).

As reticências têm uma função expressiva quando:

indicam hesitação, medo, tristeza, reflexão, pensar consigo mesmo, diferentes situações emo-tivas.Exemplos: Não sei se fico ou se vou embora... não sei... As flores... as flores não fazem nada a não ser florir...

Deve-se usar letra maiúscula depois das reticências?Depende. Se a ideia da frase for concluída com as reticências, ou seja, se as reticências

puderem ser substituídas por um ponto-final, pode-se usar letra maiúscula na palavra seguinte. Exemplo: Estou cansado... (ou ponto-final) Acho que vou para casa.

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BROWNE, Dik. Hagar o Horrível. Porto Alegre: L&PM, 2008. n. 3, p. 106-107.

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Leia a tirinha a seguir.

1. No primeiro quadrinho, explique o que Hagar quis dizer ao usar a expressão: “braço direito forte”?

2. No segundo quadrinho, Hagar usa a expressão: “Você?!”. Explique o efeito de sentido construído pelo uso concomitante dos pontos de interrogação e exclamação.

24A relação entre as palavras e a produção de sentidos

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3. Considere as afirmativas abaixo feitas a respeito do terceiro quadrinho, e marque V para verdadeiro e F para falso:( ) Na frase “Você é um homem de decisão?”, o termo em destaque é uma locução adverbial de modo.( ) Na frase “Você é um homem de decisão?”, o termo em destaque é uma locução adjetiva.( ) Na frase “Você é um homem de decisão?”, o termo em destaque é uma locução adverbial de

modo. Poderia ser reescrita, sem que houvesse alteração de sentido, da seguinte forma: “Você é um homem decidido?”

( ) Na frase “Um homem capaz de dizer rapidamente ‘sim ou não’?”, o advérbio “rapidamente” está se referindo ao modo de dizer, enquanto as palavras “sim” e “não” são advérbios de afirmação e negação respectivamente.

4. Explique por que os quadrinhos 4, 5, 6 e 7 não apresentam nenhuma fala.

5. O que o balão do último quadrinho revela sobre Eddie, o Sortudo, o personagem que fala?

Quando usar os pontos de interrogação e exclamação?

!: O ponto de exclamação é um recurso muito utilizado em textos literários, HQs, devendo ser usado com bastante critério em textos jornalísticos e raramente em textos científicos. Isso se explica porque a exclamação é um sinal de pontuação que si-naliza as impressões pessoais do enunciador diante do que está sendo dito. Dessa forma, os textos que permitem a presença de marcas subjetivas dos enunciadores são aqueles em que o sinal de exclamação mais vai ocorrer (os textos literários e as HQs, por exemplo). Já os textos que priorizam a objetividade pos-sibilitam o uso de exclamações com alguma restrição (como nos textos jornalísticos) ou mesmo permitem seu emprego apenas em casos muito específicos (os textos científicos, por exemplo).

O ponto de exclamação é usado para expressar espanto, surpresa, alegria, entu-siasmo, etc.

Que música maravilhosa! Só pode ser Bach!

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?: O ponto de interrogação tem a função de produzir uma pergunta ou manifestar uma dúvida. Na língua espanhola, além do ponto de interrogação no fim de uma frase interrogativa, há o uso de um ponto de interrogação de ponta-cabeça (¿) no início dela. Já na língua inglesa, além do ponto de interrogação no fim da frase interrogativa, há recursos como o uso do auxiliar “Do” no início dela. Por outro lado, em língua portuguesa não há esses recursos (ponto de interrogação de ponta-cabeça ou auxiliar “Do” no início da frase) para se compreender uma frase como interrogativa; conta-se apenas com o ponto de interrogação no fim dela. Sendo assim, ao ler uma frase desse tipo, pode-se inicialmente confundi-la com uma afirmativa, o que pode prejudicar a entonação de interrogação pretendida.

Notas de leitura: a música antiga e a nova segundo Nietzsche Provavelmente não existe leitura mais saborosa que a de livros de aforis-

mos. Você se sente descompromissado em seguir qualquer ordem. Vagueia pelos textos curtos, para onde quer. Desfruta de um livre arbítrio exemplar como leitor.

Os aforismos são textos curtos, às vezes de uma frase só, outras um ou dois parágrafos. Claro que esta não é uma arte para qualquer um. Raros são os que se notabilizaram no manejo dessas miniaturas que parecem conter um mundo inteiro de significado e abrangência. A tradição é longa e ilustre. O filósofo Friedrich Nietzsche, o jornalista vienense Karl Kraus e o filósofo e musicólogo Theodor Adorno são alguns dos mais brilhantes cultores desta forma literária e ensaística dificílima.

O caso de Nietzsche é um dos mais interessantes. Filósofo que fez da música núcleo central de toda a sua reflexão, cunhou talvez o mais conhecido aforismo sobre o tema: “A vida sem música seria um erro”. Pois a Companhia das Letras acaba de lançar “Humano, Demasiado Humano II”, de Nietzsche, em primorosa tradução de Paulo César de Souza.

Juro que não procurei os aforismos sobre música. Mas, de cara, topei com este, que cai como uma luva no nosso assunto: “Poder saborear também o contrário. – Para fruir uma obra do passado como seus contemporâneos a percebiam, é preciso ter no paladar o gosto então vigente, em relação ao qual ela se destacou”.

Ora, como bem apontou o dublê de musicólogo e pianista Charles Rosen, perdemos a capaci-dade de apreciar com justeza a arte de Haydn, por exemplo. Só o vemos como versão preliminar da turbulência de Beethoven. Quase isso acontece também com Mozart. Perdemos a referência da intensa dramaticidade de suas últimas sinfonias, por exemplo, quando as ouvimos com ouvidos beethovenianos. Por isso, é fundamental a dica de Nietzsche: “Devemos ter no paladar o gosto então vigente”, para então, e só então, detectar em que “ela se destacou”.

O livro divide-se em duas partes: “Opiniões e sentenças diversas” e “O andarilho e sua sombra”. O filósofo também foi músico e compositor, venerou e depois renegou Wagner, trocando-o por Bizet em seu altar pessoal. Na segunda parte dedica alguns aforismos a compositores, do n.º 149 a 169. De Bach, diz que ao ouvirmos sua música “temos a impressão de estar presentes quando Deus criou o mundo”. Não é um elogio, como parece, porque ele acrescenta: “sentimos que algo grande está ali se formando, mas ainda não é: a nossa grande música moderna [...] Bach está no limiar da música europeia (moderna), mas daí volta o olhar para a Idade Média”. Prefiro ficar com o sentido do privilégio de presenciarmos a criação do mundo quando ouvimos Bach – uma sensação que me

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© Wikimedia Commons/Gustav-Adolf Schultze

Informações

sobre a música

clássica

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26A relação entre as palavras e a produção de sentidos

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1. O tema desse artigo é (são):

a) os aforismos relacionados à música presentes no livro Humano, demasiadamente humano II, de Nietzsche, publicado pela Companhia das Letras.

b) a importância de Schubert para a história da música erudita.

c) a música de Bach e a proximidade dessa música com a perfeição divina.

d) a turbulência da música de Beethoven em oposição à música de Schubert.

e) o excesso de sentimentalidade na música moderna.

2. No início do primeiro parágrafo, há uma comparação entre tipos de leitura. Explique como se constrói essa com-paração.

3. De acordo com o texto, o que é aforismo?

dá, por exemplo, ao assistir Glenn Gould em DVD interpretando as “Variações Goldberg” ou as cantatas na versão de John Eliot Gardiner.

O aforismo “Beethoven e Mozart” é exemplar. O primeiro faz “música sobre música”: “numa canção de mendigos e crianças na rua, nas monótonas toa-das de italianos erradios, na dança de uma taberna da aldeia, [Beethoven] juntava-as como uma abelha, captando ora aqui ora ali um som, uma

-vidas. Está com Mozart e não abre: “Mozart tem relação bem diferente com suas melodias: ele não acha suas inspirações ao ouvir música, mas ao olhar a vida, a agitada vida meridional: ele sempre sonhava com a Itália, quando não estava lá”.

Sobre Schubert, é certeiro: “Se pudermos chamar Beethoven de o ouvinte ideal de um menestrel, Schubert

terá o direito de considerar-se o menestrel ideal”. Na página 238, no aforismo “Sen-timentalidade na música”, ele explica por que a música nova é rejeitada: “quase toda música só começa a encantar ali onde

nela ouvimos falar a linguagem do próprio passado: de modo que para o leigo toda música antiga parece

cada vez melhor, e toda aquela recente parece ter pouco valor:

disse, é o mais essencial elemento de felicidade na música, para todo aquele que não consegue fruir puramente como artista essa arte.” Touché.

COELHO, João Marcos. Notas de leitura: a música antiga e a nova segundo Nietzsche. Disponível em: <http://www.concerto.com.br/textos.asp?id=62>. Acesso em: 14 mar. 2011.

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Glenn Gould foi um pianista canadense

considerado o maior intérprete das

obras de Johann Sebastian Bach de

todos os tempos. As “Variações Goldberg”,

interpretadas por Glenn, são

consideradas uma das grandes riquezas da música ocidental do

século XX.

John Eliot Gardiner é um maestro inglês

especialista em música barroca.

Entre suas grandes contribuições para a

música erudita estão as cantatas de Johann

Sebastian Bach, por ele regidas.

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4. Ao longo do texto, são citados alguns autores que se dedicaram à escrita de aforismos. Quais são esses autores? Qual deles tem o maior destaque?

5. Leia o aforismo abaixo, escrito por Nietzsche:“Poder saborear também o contrário. – Para fruir uma obra do passado como seus contemporâneos a

percebiam, é preciso ter no paladar o gosto então vigente, em relação ao qual ela se destacou.”Utilizando suas habilidades de leitura e os dados oferecidos pelo texto, explique esse aforismo e ilustre

sua explicação com exemplos que não estejam no texto em análise.

6. Leia este outro aforismo, escrito por Nietzsche:“De Bach, diz que ao ouvirmos sua música ‘temos a impressão de estar presentes quando Deus criou o

mundo’.”Utilizando suas habilidades de leitura e os dados oferecidos pelo texto, explique esse aforismo.

7. De maneira sintética, explique como Nietzsche diferencia a música de Mozart e de Beethoven e, de acordo com a leitura do texto, responda qual dos dois seria o compositor predileto de Nietzsche. Justifique sua resposta.

8. De acordo com Nietzsche, por que a música nova é rejeitada? Explique sem usar trechos do texto.

9. No final do texto, o autor, João Marcos Coelho, utiliza a expressão “Touché”, palavra de origem francesa, utilizada pelos esgrimistas quando tocam com um golpe o adversário. Pode-se dizer que o autor fecha seu texto com a palavra Touché para:

a) dizer que as afirmações de Nietzsche sobre música estão equivocadas e por isso ele perde a razão sobre o que diz.

b) mostrar que Nietzsche toca seus leitores da mesma maneira que um esgrimista toca seu adversário, de forma contundente. Isso revela que suas afirmações sobre música são muito pertinentes.

c) evidenciar que na discussão entre o autor do texto, João Marcos Coelho, e o autor dos aforismos, Nietzsche, quem leva a melhor é João, pois ele vence o autor dos aforismos ao apresentar argumentos mais consistentes sobre música.

d) revelar que João Marcos Coelho, além de jornalista, é esgrimista, por isso usa uma expressão relacionada ao mundo da esgrima.

e) retomar a afirmação do parágrafo inicial, fechando, assim, muito bem a sua tese.

28A relação entre as palavras e a produção de sentidos

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Flexão do advérbio Os advérbios fazem parte das classes de palavras ditas invariáveis, ou seja, aquelas que não

apresentam flexões. Contudo, alguns advérbios podem variar em grau; por exemplo: Hoje em dia, as pessoas leem pouco. Hoje em dia, as pessoas leem muito pouco.Hoje em dia, as pessoas leem pouquíssimo.

Os advérbios, de forma semelhante aos adjetivos, podem apresentar flexões nos seguintes graus:

Comparativo de igualdade: Você mora tão perto da escola quanto eu. de superioridade: Você mora mais perto da escola que eu. de inferioridade: Você mora menos perto da escola que eu.

Superlativo analítico: Você mora muito perto da escola. sintético: Você mora pertíssimo da escola.

Pesquise outros aforismos de outros autores e traga-os para a sala de aula. Durante a aula, cada aluno deve escolher um aforismo que encontrou e ler para a turma. Com base nessa leitura, deve-se fazer uma reflexão a respeito das ideias presentes no aforismo.a

Atenção!O grau dos advérbios apresenta algumas curiosidades interessantes. Veja:

Em alguns casos, o superlativo sintético pode ser construído com o emprego do sufixo -inho ou -zinho. Exemplos:Você mora muito perto da escola.Você mora pertinho da escola.

Vou dormir, porque amanhã vou levantar muito cedo. Vou dormir, porque amanhã vou levantar cedinho.

Cheguei muito tarde da festa e entrei em casa bem devagar para não acordar ninguém!Cheguei muito tarde da festa e entrei em casa devargarzinho para não acordar ninguém!

O superlativo sintético de bem e mal não se constrói pelo acréscimo de -íssimo. Exemplos:Eduardo dirige muito bem qualquer tipo de veículo.Eduardo dirige otimamente qualquer tipo de veículo.

Alguns profissionais trabalham muito mal, sem responsabilidade, sem compromisso...Alguns profissionais trabalham pessimamente, sem responsabilidade, sem compromisso...

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Palavras denotativas

Algumas palavras e expressões se assemelham aos advérbios, mas não são classificadas gra-maticalmente como tais. Geralmente, essas palavras se referem a elementos aos quais os advérbios não se referem e só é possível compreender seu sentido quando se analisa a relação entre frases em um texto. São as chamadas palavras denotativas, ou seja, conectores que expressam ideias de:

Adição – ainda, além disso, ademais, etc.

Exemplo: Ouço música erudita em casa toda semana; além disso, estudo violino às quartas-feiras.

Afastamento – embora.

Exemplo: O maestro foi embora.

Afetividade – ainda bem, felizmente.

Exemplo: Ainda bem que há pessoas que mantêm a música erudita sempre viva.

Aproximação – quase, aproximadamente, lá por, bem, uns, cerca de, por volta de, etc.

Exemplo: Lá por 1840 o Romantismo atingiu seu auge na música erudita.

Continuação – bem, ora, etc.

Exemplo: Ora, depois de tudo o que foi dito, resta o teu silêncio na sala.

Designação – eis.

Exemplo: Eis a maior obra de Beethoven.

Exclusão – apesar, somente, só, salvo, unicamente, exclusive, exceto, apenas, menos, etc.

Exemplo: Ele só fez isso porque você o provocou.

Explicação – isto é, por exemplo, a saber, quer dizer, etc.

Exemplo: A música faz parte da nossa condição humana, isto é, nossa alma musicada.

Inclusão – até, ainda, além disso, mesmo, também, inclusive, etc.

Exemplo: Ele estava presente no concerto, inclusive.

Realce – cá, lá, mas, ainda, é que, só, é porque, que, etc.

Exemplo: Mas que coisa é essa?

Retificação – aliás, ou melhor, ou antes, etc.

Exemplo: Aliás, eu a convidei para o concerto de final de ano.

Situação – então, se, agora, afinal, etc.

Exemplo: Então, ela aceitou o convite.

1. Considerando o texto Notas de leitura: a música antiga e a nova segundo Nietzsche, explique o efeito de sentido construído pelo uso das palavras ou expressões denotativas nos trechos a seguir:

a) “Ora, como bem apontou o dublê de musicólogo e pianista Charles Rosen, perdemos a capacidade de apreciar com justeza a arte de Haydn, por exemplo”.

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b) Só o vemos como versão preliminar da turbulência de Beethoven.

c) Quase isso acontece também com Mozart.

d) Perdemos a referência da intensa dramaticidade de suas últimas sinfonias, por exemplo, quando as ouvimos com ouvidos beethovenianos. Por isso, é fundamental a dica de Nietzsche: “devemos ter no paladar o gosto então vigente”, para então, e só então, detectar em que “ela se destacou”.

2. Na época em que Dunga ainda era técnico da seleção brasileira de futebol, a seguinte informação foi noticiada na imprensa:

49% dos brasileiros apoiam o Dunga.

A expressão 49% pode ser interpretada de maneiras diferentes a depender das palavras denotativas de aproximação que sejam usadas para representar esse valor. Assim, duas leituras são possíveis:

a) Quase a metade dos brasileiros apoiam o técnico Dunga.

b) Menos da metade dos brasileiros apoiam o técnico Dunga.

Aponte as interpretações possíveis para esses enunciados, salientando a força argumentativa de cada um deles.

3. (IFTO) Assinale a alternativa em que o termo destacado tem o valor de advérbio.

a) Considerei-o meio cabisbaixo, triste.

b) Nós jantamos no meio do pátio.

c) Ela presenteou os amigos com um meio sorriso.

d) A comerciante somente necessita de meio metro daquele tecido.

e) Há meio de conquista dos objeti vos com dignidade.

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4. (UEPA)

“O assassinato do índio pataxó Galdino José dos Santos foi um dos muitos crimes cometidos por jovens de classe média que mais chocaram o Brasil. Em 1997, cinco rapazes de Brasília tocaram fogo no índio que dormia num ponto de ônibus. ‘A gente só queria dar um susto em um mendigo, não sabíamos que era índio, disse na época A.N.V., filho de um juiz. Foi preso com os amigos M.R.A, E.R. de O., T.O. e G.O. de A., por incendiar o pataxó. Galdino teve 95% do corpo queimado e morreu. ‘Eles nunca ficaram em celas enquanto esperavam o julgamento’, diz a promotora Maria José Miranda. Segundo ela, ocupavam a biblioteca da penitenciária, tinham banho quente e computador, entre outros privilégios.

Os rapazes foram julgados e condenados a 14 anos de prisão em 2001 e deveriam ter permanecido pelo menos nove anos em regime fechado. Não foi o que aconteceu. Em 2003, A.N. e N.M., enteado de um ex-ministro do TSE, foram flagrados tomando cerveja num bar. Em 2004, estavam todos soltos. Para sair da cadeia, disseram que queriam trabalhar e estudar. ‘Nenhum estudava antes de ser preso’, diz o promotor Maurício Miranda. ‘O rico, depois que entra na cadeia, vai para a faculdade para se beneficiar com o saidão‘. Hoje levam uma vida discreta.”(Assis Filho e Eliane e Lobato. Comportamento: marginais de classe média. Revista ISTOÉ, 04 julho de 2007)

Na frase “[…] Eles nunca ficaram em celas enquanto esperavam o julgamento [...]”, o termo gri-fado expressa:

a) conformação da promotora com as leis brasileiras.

b) satisfação da promotora com o rumo do processo encaminhado pelos juízes responsáveis.

c) decepção da promotora com o desenvolvimento do processo contra os jovens delinquentes.

d) aceitação da promotora por serem os jovens de classe média.

e) o desejo das autoridades de oportunizar uma chance aos jovens infratores.

(UFPA) As questões de 5 a 8 referem-se ao texto a seguir:

Mercado de pulgasMuita cidade tem o seu “mercado de pulgas” – ou das pulgas –, uma área afastada do centro, onde não são

vendidas pulgas – era só o que faltava... –, e sim objetos expostos no estado em que se encontram, uma tralha de coisas caducas. Nada de embalagens vistosas e sofisticadas instalações. Tudo despojado, à avaliação de possíveis interessados. Seu precursor foi o Marche aux puces de Saint-Ouen, nos subúrbios de Paris.

Mas o que as pulgas têm a ver com isso? É que boa parte das peças à venda é de vestuário, e frequen-temente infestadas de pulgas. Esses prolíficos bichinhos sifonápteros – uma fêmea pode gerar 20 pulgas! – adoram acomodar-se em macios bolsos de ternos, bainhas de calça e outros sítios igualmente aconchegantes.

Um dos maiores mercados de pulgas do mundo é o El Rastro, de Madri, para onde acorrem sôfregas mul-tidões todo domingo. O mesmo acontece na feira de San Telmo, em Buenos Aires, nos famosos Flea Markets de Londres e Nova York, e onde mais exista boa pechincha que desperte curiosidade e velhos anseios...Márcio Cotrim. Revista Língua Portuguesa, n. 24, outubro de 2007. (Texto adaptado)

5. O propósito comunicativo do texto Mercado de pulgas é, sobretudo:

a) divulgar os produtos vendidos em mercados de pulgas.

b) informar quais são os principais mercados de pulgas do mundo.

c) explicar o que significa “prolíficos bichinhos sifonápteros”.

d) esclarecer o significado da expressão “mercado de pulgas”.

e) criticar os vendedores que atuam em mercados de pulgas.

32A relação entre as palavras e a produção de sentidos

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6. A ideia expressa pela palavra em destaque está corretamente indicada, entre colchetes, na alterna-tiva:

a) “Muita cidade tem o seu ‘mercado de pulgas’[...]” (linha 1) [quantidade total]

b) “Tudo despojado, à avaliação de possíveis interessados.” (linhas 3 e 4) [quantidade aproximada]

c) “É que boa parte das peças à venda é de vestuário, e frequentemente infestadas de pulgas.” (linhas 5 e 6) [dúvida]

d) “Esses prolíficos bichinhos sifonápteros – uma fêmea pode gerar 20 pulgas!” (linha 6) [obrigato-riedade]

e) “[...] adoram acomodar-se em macios bolsos de ternos, bainhas de calça e outros sítios igual-mente aconchegantes.” (linha 7) [comparação]

7. Sobre o emprego dos sinais de pontuação, julgue as afirmativas abaixo:

I. No trecho “[...] uma área afastada do centro, onde não são vendidas pulgas – era só o que faltava [...] –, e sim objetos expostos no estado em que se encontram [...]” (linhas 1 e 2), os travessões separam uma observação à parte feita pelo autor.

II. No trecho “Esses prolíficos bichinhos sifonápteros – uma fêmea pode gerar 20 pulgas! – ado-ram acomodar-se em macios bolsos de ternos [...]” (linhas 6 e 7), os travessões separam uma explicação.

III. No enunciado “Mas o que as pulgas têm a ver com isso?” (linha 5), o ponto de interrogação marca um enunciado em que o autor expressa surpresa.

IV. No trecho “É que boa parte das peças à venda é de vestuário, e frequentemente infestadas de pulgas.” (linhas 5 e 6), a vírgula é um recurso pelo qual se pôs em destaque uma ideia.

Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s):

a) I, somente. b) II, somente. c) I e III. d) I, II e III. e) I, II e IV.

8. Por meio da linguagem figurada o autor expressa um julgamento negativo sobre o mercado de pulgas em:

a) “Muita cidade tem o seu “mercado de pulgas” – ou das pulgas –, uma área afastada do centro...” (linha 1)

b) “[...] objetos expostos no estado em que se encontram, uma tralha de coisas caducas [...]”(linhas 2 e 3).

c) “Nada de embalagens vistosas e sofisticadas instalações.” (linha 3).

d) “Tudo despojado, à avaliação de possíveis interessados.” (linhas 3 e 4).

e) “Seu precursor foi o Marché aux puces de Saint-Ouen, nos subúrbios de Paris.” (linha 4).

9. (EAFA – ES) Em todas as alternativas há dois advérbios, exceto em:

a) Ela permaneceu muito calada.

b) Amanhã, não iremos a Brasília.

c) As meninas, ontem, nasceram deslumbradamente.

d) Tranquilamente, realizou-se, hoje, o parto das gêmeas.

10. (EAFA – ES) Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas das frases abaixo:

“Perguntei ao João .......... ia e......... ficaria e ......... eu poderia encontrá-lo.”

a) aonde – onde – onde. b) onde – aonde – aonde.

c) aonde – onde – aonde. d) onde – aonde – onde.

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Conjunção, preposição e mecanismo de coesão

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Leia o texto a seguir e conheça um pouco mais o comportamento na sociedade contemporânea.

Por que as canções de amor estragam seu relacionamento

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A relação entre as palavras e a produção de sentidos34

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Pense rápido: quantas músicas você conhece que tenham, na letra, “preciso de você” (serve “I need you” também), “I can’t live without you” e afins? Confesso que não sou a pessoa mais român-tica do mundo, aliás, não sou nem um pouco romântica. Meu gosto musical oscila entre Metallica e Tchaikovsky – parece pegadinha, eu sei, e tanto parece que já escrevi sobre isso para o Oi tudo em cima? no Dia Mundial do Rock – então, não vou enganar ninguém e já digo, de início, que “love songs” não estão mesmo entre as minhas favoritas.

Independente do gosto musical, vamos aos fatos. As letras de músicas de amor são assustadoras. Algumas falam que um está viciado no outro, que um não vive sem o parceiro, que não respira sem o dito cujo e que, sem ele, não quer mais viver (de Ke$ha a César Menotti e Fabiano é assim). Agora vamos pensar que as pessoas cantem isso repetidamente porque toca na rádio, porque gostam da música ou, simplesmente, porque ela grudou na cabeça. Não é preciso ser nenhuma universidade de Cambridge ou Harvard para imaginar que não é saudável ouvir e repetir (cantarolando) isso com frequência.

O motivo é óbvio. Esse tanto de “eu lírico” que precisa dos outros e morre, esperneia, chora e dramatiza por qualquer coisa mostra o pior modelo de relacionamento, o que envolve dependência amorosa. E as pessoas ouvem, absorvem e, aos poucos, assimilam, acham normal, até chegar ao ponto de achar bonito e incorporar. Sinceramente, não sei por que os compositores gostam tanto de expressar justamente esse lado das coisas. O “eu lírico” dessas músicas é dependente, não sabe lidar com seu poder pessoal, não tem lá muito amor-próprio e deve detestar a própria companhia, caso contrário, não precisaria do outro. Em vez disso, gostaria de ficar junto, de compartilhar mil coi-sas, de trocar, viver experiências, conhecer lugares, aprender junto… mas “precisar”? Verbo infeliz e muito diferente de “querer”, “gostar” ou “amar”. As pessoas precisam é de se manter centradas e aprender a respeitar a si e o outro.

Vamos agravar o quadro. Imagine que muitas pessoas associem músicas a pessoas e também que existem aqueles casais que querem ter a “nossa música”. Imagino a dor da separação de um casal que elegeu uma dessas “preciso desse amor” como trilha sonora. Ou que, ainda que não tenha mú-sica nenhuma, aceitou esse padrão difundido pelas músicas como real, como se fosse muito normal as pessoas dependerem uma das outras nesse nível. É muito sofrimento dar conta disso tudo! As pessoas não dão conta nem delas mesmas, como dar conta dela, do outro e de uma relação de dependência desse nível?

Mas, apaixonados, existem canções de amor legais. O meu amor, do Chico Buarque, é uma delas. Ok, para não ficar na elite da MPB, vamos dar um giro de 180º. Alguém já ouviu Save me from myself, da Christina Aguilera? Ou, novo giro de 180º, Nothing Else Matters, do Metallica?

Opções existem e recomendo, como boa fã de rock, que as pessoas optem por parar de ouvir esse povo que faz leilão com o coração e ouçam letras mais saudáveis. Mas, falando sério, o que recomendo de verdade é que cada um ouça o que quiser, no estilo que preferir, mas que saiba rir das letras de dependência amorosa e saiba, também, que elas não foram feitas para ser levadas a sério. Cante, se expresse, faça drama, desabafe, mas ria depois, por favor. Não gaste mais do que 30 minutos nessa brincadeira. Faz mal.

Para não parecer que eu sou de pedra e não ouço nada nhenhenhém informo que minha canção melosa favorita é Space Dye Vest, do Dream Theater. Ela é exagerada, dramática e ridícula tanto quanto várias outras (atenção para o fato de que eu tenho consciência do quão ridícula ela é), mas ela tem um trecho que diz muito do que deveria ter em outras letras: respeito ao outro enquanto indivíduo.

“He wants you for possession something to look at like a painting or an ivory box. He only wants you to own and to display. He doesn’t want you to be real, to think or to live. He doesn’t love you, but I love you and I want you to have your thoughts, ideas and feelings even when I hold you in the arms”.(em tradução livre: “Ele te quer como posse, algo para admirar como uma pintura ou uma caixa de marfim. Ele só te quer para possuir e ostentar. Ele não quer que você seja uma pessoa real, pense ou viva. Ele não te ama, mas eu te amo e quero que você tenha seus próprios pensamentos, ideias e sentimentos mesmo quando estiver em meus braços”).OLIVEIRA, Manoella. Por que as canções de amor estragam seu relacionamento. Disponível em: <http://www.maistato.com.br/2010/08/31/musica-cancoes-amor-estragam-relacionamento/>. Acesso em: 2 dez. 2010.

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1. O tema do texto lido é:

a) letras de música que pregam a dependência amorosa podem estragar um relacionamento.

b) o perigo de se ouvir músicas, pois elas estragam um relacionamento, já que podem marcar uma história de amor e, quando a história acaba, ouvir essa música pode levar as pessoas ao sofrimento e à depressão.

c) a importância da música para unir casais e mostrar a eles que um precisa do outro para viver.

d) músicas que falam de amor marcam um relacionamento e trazem lembranças.

e) o medo que as pessoas têm de se entregar ao amor e se deixar levar pela necessidade do outro.

2. No início do texto, a autora utiliza a expressão “Pense rápido:” para:

a) alertar o leitor que é mais lento na leitura para que ele pense rápido para entender melhor o texto.

b) tornar a conversa com o leitor semelhante a um bate-papo descontraído, trazendo para o texto marcas do discurso oral.

c) revelar ao leitor que ele dispõe de pouco tempo para defender seu ponto de vista, por isso é preciso pensar rápido.

d) avisar aos leitores que pensam lentamente que, para entender o texto, é preciso pensar mais rápido.

e) tornar o texto mais formal e, assim, aproximar mais o leitor do assunto que será tratado.

3. De acordo com a autora do texto, as letras de músicas de amor são assustadoras. Que argumentos a autora utiliza para defender esse ponto de vista?

4. Como a autora define o “eu lírico” das letras de músicas de amor?

5. No final do terceiro parágrafo, a autora afirma: “Em vez disso, gostaria de ficar junto, de compartilhar mil coisas, de trocar, viver experiências, conhecer lugares, aprender junto… mas “precisar”? Verbo infeliz e muito diferente de “querer”, “gostar” ou “amar””. Você concorda com essa afirmação? Justifique sua resposta.

36A relação entre as palavras e a produção de sentidos

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6. No quarto parágrafo, a autora marca o uso de duas ironias pelo emprego de aspas. Explique o efeito de sentido construído por essas duas ironias.

7. No sexto parágrafo, a autora faz uma intertextualidade com uma música. Que música é essa e qual o efeito de sentido criado por essa relação intertextual?

8. Ainda no sexto parágrafo, a autora introduz um novo período com a expressão:“Mas, falando sério”. Em relação à expressão em destaque, é correto afirmar que ela tem a função de:

a) invalidar o que foi dito anteriormente, já que, após essa expressão, se falará sério.

b) alertar o leitor a respeito de que tudo o que foi dito antes era sério e o que será dito após a expressão em destaque será uma brincadeira.

c) abrandar a brincadeira feita no período anterior, sem desmenti-la totalmente, e chamar a atenção do leitor para a seriedade sobre o que será dito em seguida.

d) desmentir o que foi dito anteriormente e alertar o leitor para o fato de que é preciso ouvir coisas mais saudáveis.

e) reforçar o que foi dito anteriormente e revelar ao leitor que o que será dito em seguida não pode ser levado a sério.

9. No final do sexto parágrafo, a autora aconselha: “Não gaste mais do que 30 minutos nessa brincadeira. Faz mal.” A qual brincadeira ela se refere? Justifique sua resposta.

10. No último parágrafo, a autora cita um trecho da música Space Dye Vest, do Dream Theater. Esse trecho no final do texto tem a intenção de:

a) mostrar o quanto a autora é melosa e dependente de letras que falem de amor.

b) revelar o lado “ridículo” da autora, o que contraria tudo o que ela criticou no texto, já que a música usada como exemplo é melosa e exagerada.

c) ser um exemplo de música a ser ouvida, pois não apresenta nenhum aspecto negativo criticado pela autora ao longo do texto.

d) revelar o lado meloso da autora e, ao mesmo tempo, reforçar o que fora dito ao longo do texto, pois o trecho escolhido acaba sendo um resumo do artigo.

e) demonstrar que a banda Dream Theater só faz música ridícula.

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Mecanismos de coesão: o

texto em pauta

Para que uma música seja harmônica e agradável, é necessário que as notas musicais, os compas-sos e os andamentos estejam ligados de forma coesa e organizada. Se qualquer componente estiver solto na música ocorre uma dissonância, que é bem-vinda em alguns casos (MPB, por exemplo), mas muito desagradável em outros.

Com o texto, ocorre algo semelhante. Para que ele seja agradável e harmônico, é preciso que pala-vras, expressões, frases, períodos e parágrafos estejam ligados de forma organizada e coesa. Se algum componente textual estiver solto, pode haver incoerência ou ambiguidades que serão bem-vindas em alguns casos (desde que propositais), mas totalmente indesejáveis em outros.

A esse tipo de harmonia, dá-se o nome de coesão textual. A coesão marca o “movimento do texto” e pode ser:

1) Coesão referencialÉ um mecanismo capaz de fazer referência a um termo já mencionado no texto ou a um termo

que será mencionado. A coesão referencial é estabelecida por meio do uso de anáforas (retomada de termos já mencionados), catáforas (antecipação de termos que serão mencionados) e elipses.

Anáforas no texto “Por que as canções de amor estra-gam seu relacionamento” – O movimento das retomadas

a) “As letras de músicas de amor são assustadoras. Algumas falam que um está viciado no outro.”O pronome indefinido “algumas” está retomando um termo que foi mencionado anteriormente, para evitar a repetição. Qual é esse termo?

b) “Sinceramente, não sei por que os compositores gostam tanto de expressar justamente esse lado das coisas.”Analisando o mecanismo anafórico do pronome demonstrativo “esse”, explique a qual “lado das coisas” a autora está se referindo.

Titulo da música:Compositor:Intérprete:Ano da gravação:Gravadora:Estilo musical:Letra:Análise da letra:

Para testar a tese da autora do texto Por que as canções de amor estragam seu relacionamento, selecione algumas canções de amor que revelam dependência amorosa do “eu lírico” e tente encontrar algumas em que o “eu lírico” expresse seu amor sem se tornar dependente da pessoa amada. Para isso, organize os dados da sua pesquisa da seguinte forma:

Depois de coletados os dados e feita a análise, traga a música para a sala de aula e apresente à turma o resultado da sua pesquisa. Siga as instruções do seu professor.

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Exemplos de

anáforas

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c) “É muito sofrimento dar conta disso tudo!”Explique a que se refere a expressão “disso tudo”.

d) “O meu amor, do Chico Buarque, é uma delas.”Apreciando ainda o movimento de retomadas do texto, explique a que expressão o termo “delas” se refere.

Catáfora no texto “Por que as canções de amor estragam

seu relacionamento” – O movimento das antecipações

a) “Imagine que muitas pessoas associem músicas a pessoas e também que existem aqueles casais que querem ter a “nossa música”.Explique a que se refere o pronome demonstrativo “aqueles”.

Elipse no texto “Por que as canções de amor estragam

seu relacionamento” – O movimento das omissões

a) “E as pessoas ouvem, absorvem e, aos poucos, assimilam, acham normal, até chegar ao ponto de achar bonito e incorporar.”Saber qual termo foi omitido por elipse nesse trecho é fundamental para compreendê-lo. Retorne ao texto e explique o que as pessoas “ouvem, absorvem e, aos poucos, assimilam, acham normal, até chegar ao ponto de achar bonito e incorporar”.

b) “O “eu lírico” dessas músicas é dependente, não sabe lidar com seu poder pessoal, não tem lá muito amor-próprio e deve detestar a própria companhia, caso contrário, não precisaria do outro.”Explique quem é que, de acordo com o texto, “não sabe lidar com seu poder pessoal, não tem lá muito amor-próprio e deve detestar a própria companhia, caso contrário, não precisaria do outro.”

c) “Não gaste mais do que 30 minutos nessa brincadeira. Faz mal.”Para encerrar o movimento das ausências, repare que na última frase há um termo em elipse. Saber qual é esse termo é vital para entender o que é que faz mal. Retomando o texto, explique o que é que faz mal.

2) Coesão lexicalÉ um mecanismo que assegura a coesão entre os termos de um texto, por meio de palavras que

por repetição (no caso de ênfase) ou substituição (palavras com o mesmo valor) fazem retomadas sem que seja necessário usar diversas vezes o mesmo termo.

Repetição

Exemplo 1: “Ela é exagerada, dramática e ridícula tanto quanto várias outras (atenção para o fato de que eu tenho consciência do quão ridícula ela é), mas ela tem um trecho que diz muito do que deveria ter em outras letras: respeito ao outro enquanto indivíduo.”

Exemplo 2: “Ele te quer como posse, algo para admirar como uma pintura ou uma caixa de marfim. Ele só te quer para possuir e ostentar. Ele não quer que você seja uma pessoa real, pense ou viva. Ele não te ama, mas eu te amo e quero que você tenha seus próprios pensamentos, ideias e sentimentos mesmo quando estiver em meus braços.”

Exemplo 3: Algumas falam que um está viciado no outro, que um não vive sem o parceiro, que não respira sem o dito cujo e que, sem ele, não quer mais viver.

Exemplos de

catáforas

@POR1745

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3) Coesão frásicaÉ a unidade entre os diferentes elementos que constituem uma frase, como: a ordem que as pa-

lavras ocupam no texto, a concordância entre as palavras e a regência das preposições. Por exemplo:“Por que as canções de amor estragam seu relacionamento”

Pode-se dizer que o título do artigo apresenta coesão frásica, porque a ordenação das palavras e a concordância entre o sujeito e o verbo proporcionam a harmonia do sentido construído pela autora. Se o título não apresentasse essa harmonia, seu sentido poderia ser comprometido.

Explique a diferença de sentido provocada pela quebra proposital da coesão frásica do título do artigo de Manoella Oliveira:

a) Por que o amor das canções estraga seu relacionamento.

b) Por que as canções estragam o amor de seu relacionamento.

Explique o sentido estabelecido pelo uso das con-junções em destaque:

a) “Agora vamos pensar que as pessoas cantem isso repetidamente porque toca na rádio, por-que gostam da música ou, simplesmente, por-que ela grudou na cabeça.”

b) “Ou que, ainda que não tenha música nenhu-ma, aceitou esse padrão difundido pelas músicas como real, como se fosse muito normal as pes-soas dependerem uma das outras nesse nível.”

c) “Esse tanto de eu lírico que precisa dos outros e morre, esperneia, chora e dramatiza por qual-quer coisa mostra o pior modelo de relaciona-mento, o que envolve dependência amorosa.”

d) “Meu gosto musical oscila entre Metallica e Tchaikovsky – parece pegadinha, eu sei, e tanto pa-rece que já escrevi sobre isso para o Oi tudo em cima? no Dia Mundial do Rock – então, não vou en-ganar ninguém e já digo, de início, que love songs não estão mesmo entre as minhas favoritas.”

e) “[...] o que recomendo de verdade é que cada um ouça o que quiser, no estilo que preferir, mas que saiba rir das letras de dependência amorosa e saiba, também, que elas não foram feitas para ser levadas a sério.”

f) “Ele não te ama, mas eu te amo e quero que você tenha seus próprios pensamentos, ideias e sentimentos mesmo quando estiver em meus braços.”

4) Coesão interfrásicaProcesso que promove a articulação entre frases e parágrafos por meio de conjunções coorde-

nativas ou subordinativas e outros conectores.As conjunções não apenas unem as frases, mas também agregam sentidos a essa união. Veja

um exemplo de coesão interfrásica utilizada no texto Por que as canções de amor estragam seu relacionamento:“Cante, se expresse, faça drama, desabafe, mas ria depois, por favor.”

Repare que a conjunção “mas” une duas ideias:

a) Cante, se expresse, faça drama, desabafe. +

b) Ria depois, por favor.O uso da conjunção “mas”, além de unir as duas frases, marca a relação de adversidade existente

entre elas, ou seja, uma ideia de contraste entre dois momentos distintos – o de tristeza, desespero e indignação – e a volta da felicidade perdida.

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As conjunções podem ser classificadas em:

Coordenativas Conjunções que ligam duas orações sintaticamente independentes.

Aditivas: estabelecem a ideia de adição entre as orações que unem. Podem ser: e, nem, não só, mas também, etc.

Exemplo: Ficou preocupado. Ligou para saber o que tinha acontecido. (duas orações independentes)Ficou preocupado e ligou para saber o que tinha acontecido. (duas orações unidas aditivamente)

Adversativas: estabelecem uma relação de contraste, de oposição entre as orações. Podem ser: mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto.

Exemplo: Queria ir ao cinema. Não tinha dinheiro. (duas orações independentes)Queria ir ao cinema, mas não tinha dinheiro. (duas orações unidas adversativamente)Obs.: A conjunção “e” pode ter valor adversativo se marcar a oposição de ideia e não a adição.Exemplo: Queria ir ao cinema e não tinha dinheiro.

Alternativas: estabelecem uma relação de exclusão de uma possibilidade. Uma relação de escolha. Podem ser: ou, ou/ ora, ora/ quer, quer.

Exemplo: Você vai para o colégio. Você vai para biblioteca. (duas orações independentes)Você vai para o colégio ou você vai para a biblioteca. (duas orações unidas alternativamente)Ora você vai para o colégio, ora você vai para a biblioteca. (duas orações unidas alternativamente)

Explicativas: estabelecem uma relação em que a segunda oração explica o que foi afir-mado pela primeira. Podem ser: que, porque, pois, porquanto.

Exemplo: Juliana ouve música o dia todo. Juliana não vive sem música. (duas orações indepen-dentes)Juliana ouve música o dia todo, porque não vive sem música. (duas orações unidas explicati-vamente)

Conclusivas: estabelecem uma ideia de conclusão. A segunda oração apresenta a conclusão quanto ao que foi afirmado pela primeira. Podem ser: logo, portanto, assim, por conseguinte, por isso, etc.

Exemplo: Juliana ouve música o dia todo. Juliana não vive sem música. (duas orações indepen-dentes)Juliana ouve música o dia todo, porque não vive sem música. (duas orações unidas explicati-vamente)Obs.: a conjunção “pois” pode também ser conclusiva, quando estiver no final da oração. Exemplo: Juliana não vive sem música, pois.

Subordinativas

Conjunções que ligam duas orações com valores sintáticos diferentes dentre as quais há uma oração principal e outra

que é dependente da principal subordinando-se a ela.As conjunções subordinativas podem ser:

Causais: ligam uma oração subordinada a outra oração (principal) conferindo a ela uma circunstância de causa. Podem ser: porque, como, visto que, já que, uma vez que, etc.

Exemplo: Você canta tanto essa música, porque ela grudou na sua cabeça.Você canta tanto essa música (oração principal) +ela grudou na sua cabeça. (oração subordinada)

A conjunção “porque” une as orações de modo que a oração subordinada desempenhe o papel de apresentar a causa do que ocorre na oração principal.

Temporais: ligam uma oração subordina-da a outra oração (principal) conferindo a ela uma circunstância de tempo. Podem ser: antes que, quando, até que, depois que, até, etc.

Exemplo: Eu ouvia muito sertanejo universitário, quando estava namorando.Eu ouvia muito sertanejo universitário (oração principal) +quando estava namorando. (oração subordinada)

A conjunção “quando” une as orações de modo que a oração subordinada desempenhe o papel de apresentar o tempo em que ocorre o que fora relatado na oração principal.

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Comparativas: ligam uma oração subordi-nada a outra oração (principal) conferindo a ela uma circunstância de comparação. Podem ser: como, mais que, menos que, maior que, menor que, melhor que, pior que, tanto quanto, assim como, etc.

Exemplo: Patrícia ouve rock´n roll como quem ouve ópera.Patrícia ouve rock´n roll (oração principal) +quem ouve ópera. (oração subordinada)

A conjunção "como" une as orações de modo que a oração subordinada desempenhe o papel de apresentar uma comparação quanto ao que ocorre na oração principal.

Finais: ligam uma oração subordinada a outra oração (principal) conferindo a ela uma finalidade, ou seja, a oração intro-duzida por esse tipo de conjunção vai apresentar uma finalidade para o que foi afirmado na oração principal. Podem ser: para que, a fim de (que), etc.

Exemplo: Eu aumentava o som no meu quarto para que você pudesse ouvir o que é música de verdade.Eu aumentava o som no meu quarto (oração principal) +você pudesse ouvir o que é música de verdade. (oração subordinada)

A locução conjuntiva “para que” une as orações de modo que a oração subordinada desempenhe o papel de apresentar a finalidade da ação ocorrida na oração principal.

Proporcionais: ligam uma oração subor-dinada a outra oração (principal) estabe-lecendo com ela uma relação de propor-cionalidade. Podem ser: à medida que, à proporção que, enquanto, etc.

Exemplo: Vamos nos acostumando com uma música à medida que a ouvimos com frequência.Vamos nos acostumando com uma música (oração principal) +a ouvimos com frequência. (oração subordinada)

A locução conjuntiva “à medida que” une as orações de modo que a oração subordinada desempenhe o papel de apresentar uma ideia de proporcionalidade quanto à ação descrita na oração principal.

Consecutivas: ligam uma oração subor-dinada a outra oração (principal) estabele-cendo com ela uma relação de consequên-cia, ou seja, as orações iniciadas por essas conjunções apresentam o efeito do fato expresso na oração principal. São elas: a conjunção que + advérbios de intensi-dade (tanto, tamanho, tão, tal, etc.), de modo que, de forma que, etc.

Exemplo: Ouvimos muitas canções de amor que causam dependência de forma que nos tornamos reféns dos sentimentos veiculados por essas letras.Ouvimos muitas canções de amor que causam dependência (oração principal) +nos tornamos reféns dos sentimentos veiculados por essas letras. (oração subordinada)

A locução conjuntiva “de forma que” une as orações de modo que a oração subordinada apresenta o efeito do que foi afirmado na oração principal.

Conformativas: ligam uma oração su-bordinada a outra oração (principal) esta-belecendo com ela uma relação de con-formidade, ou seja, as orações iniciadas por essas conjunções apresentam uma espécie de obediência ao que foi expresso na oração principal. Podem ser: segundo, como, conforme, etc.

Exemplo: Nosso gosto musical se transforma conforme vamos experimentando novos ritmos.Nosso gosto musical se transforma (oração principal)+vamos experimentando novos ritmos. (oração subordinada)

A conjunção “conforme” une as orações fazendo com que a oração subordinada apresente uma conformidade com o que foi afirmado na oração principal.

42A relação entre as palavras e a produção de sentidos

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Cuidado!Não confunda a conjunção coordenativa adversativa com a conjunção subordinativa

concessiva.

a) Adversativa: a conjunção que une as orações tornando-as opostas. Assim, a ação descrita na segunda oração pode modificar o sentido do que foi afirmado na primeira.Exemplo: Juliana queria sair, mas não tinha dinheiro. (então ela pode ter desistido de querer

e ter ficado em casa, logo a ação de querer foi modificada)

b) Concessiva: a conjunção que une as orações tornando-as contrárias. Entretanto, essa con-tradição não modifica o que está sendo dito.Exemplo: Juliana queria sair, embora não tivesse dinheiro. (ela continua querendo, logo a

ação de querer sair não foi modificada)

Condicionais: ligam uma oração subor-dinada a outra oração (principal) de modo que a oração subordinada seja uma con-dição para que aconteça o que foi dito na oração principal. Podem ser: a não ser que, caso, desde que, contanto que, a menos que, se, etc.

Exemplo: Nosso gosto musical tende a ir se apurando, desde que estejamos abertos às novidades.Nosso gosto musical tende a ir se apurando (oração principal) +estejamos abertos às novidades. (oração subordinada)

A locução conjuntiva “desde que” une as orações fazendo com que a oração subordinada apresente uma condição para que o que fora predito na oração principal possa acontecer.

Concessivas: ligam uma oração subor-dinada a outra oração (principal) de modo que a oração subordinada expresse um fato contrário ao expresso na oração prin-cipal, mas sem força para modificá-lo. Po-dem ser: ainda que, embora, conquanto, apesar de, por mais que, etc.

Exemplo: Ele adora música, embora não toque nenhum instrumento musical.Ele adora música (oração principal) +não toque nenhum instrumento musical. (oração subordinada)

A conjunção “embora” une as orações fazendo com que a oração subordinada expresse um fato contrário ao expresso na oração principal, mas não impede que a ação, nela descrita, possa ser alterada.

Integrantes: unem a oração principal a uma oração subordinada, sem que isso expresse alguma circunstância adverbial, como expressam as conjunções anteriores. Podem funcionar como conjunções inte-grantes as palavras “que” e “se”.

Exemplos: Eu só sei que vou aproveitar muito as férias!Eu só sei (oração principal)+que vou aproveitar muito as férias! (oração subordinada) Eu não sei se vou viajar no fim de ano.Eu não sei (oração principal)+se vou viajar no fim de ano. (oração subordinada)As conjunções “que” e “se” iniciam orações que funcionam como objeto direto do verbo “saber”.

Quando duas ou mais palavras formam uma expressão com valor de conjunção, tem-se uma locução conjuntiva. Por exemplo:Desde que vocês terminem todas as obrigações, poderão ir embora.

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1. Una as frases abaixo de modo a dar a ideia sugerida nos parênteses:a) Os meninos dormem. Sua mãe os observa. (adição)

b) Cheguei muito cansado do colégio. Quero dormir. (conclusão)

c) Estava feliz. Terminou o namoro. (tempo)

d) Estudou muito. Não passou no vestibular. (concessão)

e) Assistiu a tanto filme de terror. Não conseguiu dormir. (consequência)

f) Lutou muito. Acabou perdendo. (adversidade)

g) O cansaço aumentava. Andava. (proporcionalidade)

h) Ter a permissão de seus pais. Viajar com você. (condição)

i) João ouve rock. Fernanda ouve rock. (comparação)

j) Deu tudo certo. Nós combinamos. (conformidade)

k) Foi mais cedo para a escola. Queria estudar para a prova. (finalidade)

l) Casa comigo. Terminamos o noivado. (alternativa)

2. Analise as duas frases a seguir:

Embora tenha sido em legítima defesa, Lúcio matou uma pessoa.

Lúcio matou uma pessoa, embora tenha sido em legítima defesa.

A princípio, trata-se de duas frases semelhantes. Entretanto, do ponto de vista discursivo e argu-mentativo, são dois enunciados bastante distintos. De que maneira a ordenação das orações e o emprego das conjunções destacadas interferem nas possibilidades de sentido desses enunciados?

44A relação entre as palavras e a produção de sentidos

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3. (UTFPR)

A economia brasileira caminha para completar cinco anos de crescimento ininterrupto. Esse crescimento, embora oscilante e de ritmo moderado, vem se traduzindo, conforme seria de esperar, numa melhora progres-siva do mercado de trabalho em geral. Para a população jovem, no entanto, a melhora tem sido muito menos pronunciada.

Dentre as várias causas do alto desemprego entre os jovens brasileiros, a falta de qualificação profissional é reconhecidamente uma das mais importantes. (____) os cursos públicos de educação profissional técnica, elogiados por sua qualidade, continuam a padecer de uma deficiência grave. Segundo estimativas do Ministério da Educação, citadas no estudo do IPEA, a oferta de vagas atende a apenas 11% da demanda potencial. (Folha de S.Paulo, p. A2, 24/05/2008)

No texto de referência, a lacuna entre parênteses deve ser preenchida com uma conjunção que estabeleça uma relação adversativa entre o primeiro e o segundo períodos. Assinale a alternativa em que as três conjunções podem exercer essa função.

a) Mas, porém, portanto.

b) Ademais, porém, entretanto.

c) Entretanto, já que, no entanto.

d) Posto que, apesar de, embora.

e) Entretanto, porém, todavia.

4. (UEPG – PR)

Perigo no ar – Eles medem poucos milímetros, são feios de doer e implacáveis na busca por sangue hu-mano. Para esses predadores, somos seis bilhões de presas. [...] A reprodução é o único motivo pelo qual os mosquitos picam e, portanto, apenas as fêmeas procuram o sangue humano. As da espécie Culex, por exemplo, atacam durante a noite e, muito provavelmente, são elas que fazem aquele zumbido agudo que perturba o seu sono.(Superinteressante, n.175, abr. 2002)

Assinale as alternativas em que os vocábulos destacados do texto se referem a mosquitos.

(01) implacáveis (02) predadores

(04) elas (08) sono

(16) eles Somatório:

5. (UEPG – PR) Para ser grande, sê inteiro: nadaTeu exagera ou exclui.Sê todo em cada coisa. Põe quanto ésNo mínimo que fazes.Assim em cada lago a lua todaBrilha porque alta vive.(Fernando Pessoa. Odes de Ricardo Reis)

Em relação aos elementos de coesão textual, assinale o que for correto:

(01) A substituição do ponto final pelo conectivo “e” não altera o sentido do 3.º verso. (02) A substituição do vocábulo “ou” por “mas” não altera o sentido do 2.º verso. (04) O vocábulo “pois” substitui em igual sentido o vocábulo “porque”. (08) É correta a substituição do vocábulo “assim” pela expressão “do mesmo modo que”.(16) O vocábulo “que” equivale a “porque”.

Somatório:

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6. (ITA – SP)

As coisas mudaram muito em termos do que achamos necessário fazer para manter nossos filhos seguros. Um exemplo: só 10% das crianças americanas vão para a escola sozinhas hoje em dia. Mes-mo quando vão de ônibus, são levadas pelos pais até a porta do veículo. Chegou a ponto de coloca-rem à venda vagas que dão o direito de o pai parar o carro bem em frente à porta na hora de levar e buscar os filhos. Os pais se acham ótimos porque gastam algumas centenas de dólares na segurança das crianças. Mas o que você realmente fez pelo seu filho? Se o seu filho está numa cadeira de rodas, você vai querer estacionar em frente à porta. Essa é a vaga normalmente reservada aos portadores de deficiência. Então, você assegurou ao seu filho saudável a chance de ser tratado como um inválido. Isso é considerado um exemplo de paternidade hoje em dia.

A palavra “isso”, na última linha do texto, retoma o fato de:

a) as crianças americanas hoje não irem sozinhas à escola.

b) pais americanos tratarem seus filhos saudáveis como inválidos.

c) apenas 10% das crianças americanas irem sozinhas para a escola.

d) venderem vagas para os pais pararem o carro em frente à porta da escola.

e) os pais levarem e buscarem seus filhos até a porta do ônibus que os leva à escola.

7. (UEMS)

Os emergentes pedem passagem

As “indústrias velhas” dos EUA e da Europa – como siderúrgicas, ferrovias, cervejarias – serão dominadas pelos emergentes. Marcel Telles, que já é sócio de ferrovia nos EUA (a maior da costa leste do país) e de cervejaria na Bélgica (a InBev), a maior do mundo, tem desenvolvido essa hipótese com alguns interlocutores. Ele avalia que, embora relativamente simples de administrar, esses são negócios com péssima gestão no Primeiro Mundo – e, apesar disso, lucrativos. Para ele, os jovens americanos mais capacitados não querem saber de trabalhar nesse tipo de indústria – os jovens lá de fora estão basicamente voltados para o setor de tecnologia. Por isso, abre-se uma enorme janela para brasileiros, mexicanos, indianos, sul-africanos e outros emergentes.Lauro Jardim. Veja, 07/05/2008, p. 51.

A palavra em destaque no fragmento “Marcel Telles, que já é sócio de ferrovia nos EUA (a maior da costa leste do país) e de cervejaria na Bélgica (a InBev), a maior do mundo, tem desenvolvido essa hipótese com alguns interlocutores.”, refere-se a:

a) emergentes. b) ferrovia e cervejaria. c) maior do mundo.

d) Marcel Telles. e) interlocutores.

8. (UNIOESTE – PR)

“É empobrecedor ignorar a revolução cultural da internet. Como toda inovação tecnológica abrangente, a civilização digital ampliou o léxico de muitos idiomas, entre eles o português. E o fez, basicamente, pela incorporação de palavras em inglês (site, download, hardware). Essas adições causam horror aos puristas da linguagem. Bobagem. A maior fonte de enriquecimento dos idiomas em todos os tempos é a incorporação de vocábulos oriundos de línguas estrangeiras e de revoluções tecnológicas. O português cresceu muito enquanto

o português medieval tinha perto de 15 000 vocábulos. Em meados do século XVI, com a expansão marítima, o

(Riqueza da Língua – Revista Veja, de 12 de setembro de 2007.)

Em “E o fez”, o pronome retoma:

a) o português. b) ampliou o léxico. c) a civilização digital.

d) a revolução cultural. e) inovação tecnológica.

46A relação entre as palavras e a produção de sentidos

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Por que algumas músicas grudam na cabeça?Mente vazia, além de ofício do Diabo, é lugar ideal para

abrigar músicas grudentasO sujeito acorda, boceja e, sem mais nem menos, ouve um: “Bota a mão na cabeça que vai come-

çar”, vindo do seu cérebro. O tempo passa, ele escova os dentes, toma um café e: “O Rebolationtion, o rebolation / o rebolation-tion”. Já era. A música grudou. Esse fenômeno irritante, que faz com que fiquemos repetindo mentalmente músicas, é chamado de earworm (“minhoca de ouvido”), termo criado

pelo professor James Kellaris, da Universidade de Cincinnati. Quando estamos desocupados ou distraídos, basta pensar rapidamente numa música para o fenômeno

acontecer. O que se forma, então, é algo parecido com uma coceira cerebral. O jeito de amenizar o incômodo é repetir mentalmente a música ad infinitum.

Para descobrir isso, pesquisadores da Universidade Dartmouth, nos EUA, colocaram voluntários para ouvir música. Sem aviso, a música parava. Quando a melodia era conhecida do ouvinte, o córtex auditivo continuava trabalhando, relembrando a melodia. Quando a

música era desconhecida, a mente do sujeito ficava vazia. Para ocupar esse espaço, o cérebro começava a repetir o que tinha acabado de ouvir. Estranhamente, mulheres

são mais suscetíveis ao fenômeno – só não se sabe ainda por quê.O professor Kellaris diz que qualquer canção pode entrar em looping.

“Mas músicas simples, repetitivas e com mudanças inesperadas têm mais probabilidade de grudar”, diz. São aquelas formadas por refrões, frases marcantes ou oscilações na voz... Isso te lembra algo? “O Rebolation é bom, bom / O Rebolation é bom, bom, bom.” ROCHA, Davi. Por que algumas músicas grudam na cabeça? Disponível em: <http://super.abril.com.br/cotidiano/algumas-musicas-grudam-cabeca-573452.shtml>. Acesso em: 19 maio 2011.

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1. Qual o objetivo do texto lido?

2. Na sua opinião, há músicas que realmente “grudam”? Isso já aconteceu com você? Justifique sua resposta com exemplos de músicas que “grudam” na cabeça.

3. Em relação ao subtítulo da reportagem: Mente vazia, além de ofício do Diabo, é lugar ideal para abrigar músicas grudentas, é correto afirmar que:

I. mente vazia é oficina do Diabo.

II. mente vazia é ideal para abrigar músicas grudentas.

III. é construído a partir do ditado popular: “Mente vazia é ofício do Diabo”.

IV. mente vazia não é ofício do Diabo, mas o lugar ideal para abrigar músicas grudentas.A única alternativa que traz todas as afirmativas corretas é:

a) I, II e III. b) III e IV. c) II e III. d) I e IV. e) Todas estão corretas.

4. No início do texto, o repórter utiliza uma estrutura que remete a um outro gênero textual. Esse gênero é:

a) carta. b) reportagem. c) notícia. d) conto. e) poema.

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5. De acordo com o professor James Kellaris, quando ocorre o fenômeno chamado de earworm?

6. Leia o seguinte trecho: “earworm (“minhoca de ouvido”), termo criado pelo professor James Kellaris, da Universidade de Cincinnati.”. No trecho lido, as palavras em destaque têm respectivamente as seguin tes funções:

a) Ligar alguém a alguma instituição, ligar o criador a algo por ele criado, ligar uma instituição a algum lugar.

b) Ligar uma instituição a algum lugar, ligar o criador a algo por ele criado, ligar alguém a alguma instituição.

c) Ligar o criador a algo por ele criado, ligar uma instituição a algum lugar, ligar alguém a alguma instituição.

d) Ligar o criador a algo por ele criado, ligar alguém a alguma instituição, ligar uma instituição a algum lugar.

e) Ligar alguém a alguma instituição, ligar uma instituição a algum lugar, ligar o criador a algo por ele criado.

7. De acordo com o texto, o que se parece “com uma coceira cerebral”?

8. De acordo com o texto, que características uma música precisa ter para “grudar” na cabeça?

Preposição

Releia o trecho abaixo:“‘Bota a mão na cabeça que vai começar’, vindo do seu cérebro. O tempo passa, ele escova os

dentes, toma um café e: ‘O Rebolationtion, o rebolation / o rebolation-tion’. Já era. A música grudou.”Repare que a palavra na une palavras dentro de uma mesma oração, de modo que o sentido da

primeira é completado pela segunda. Exemplo: Bota a mão........cabeça = Bota a mão onde? Na cabeça.As principais preposições são: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante,

por, sem, sob, sobre, trás, etc. Dependendo do contexto em que forem empregadas, as preposições podem ligar palavras, agregando a essa união ideias, dentre outras, de:

Lugar: “Bota a mão na cabeça que vai começar.”

Finalidade: “basta pensar rapidamente numa música para o fenômeno acontecer.”

Ausência: “Sem aviso, a música parava.”

Delimitação: “O cérebro começava a repetir o que tinha acabado de ouvir.”

Presença: “repetitivas e com mudanças inesperadas.”

48A relação entre as palavras e a produção de sentidos

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Locução prepositivaLeia o seguinte trecho do texto Por que algumas músicas grudam na cabeça?:

“Mente vazia, além de ofício do Diabo, é lugar ideal para abrigar músicas grudentas”

Repare que a expressão “além de” é formada por mais de uma palavra e exerce a função de prepo-sição, agregando uma nova informação ao que já fora mencionado. Esse tipo de construção é chamado de locução prepositiva. As principais locuções prepositivas são: abaixo de, acima de, acerca de, a fim de, além de, a par de, apesar de, antes de, depois de, ao invés de, diante de, em fase de, em vez de, graças a, junto a, junto com, junto de, à custa de, defronte de, através de, em via de, de encontro a, em frente de, em frente a, sob pena de, a respeito, ao encontro de.

O último termo de uma locução prepositiva sempre será uma preposição.

Combinação e contraçãoLeia o seguinte trecho do texto Por que algumas músicas grudam na cabeça?:

“Quando estamos desocupados ou distraídos, basta pensar rapidamente numa música para o fenômeno acontecer.”

Note que a preposição “numa” é formada pela contração de duas outras palavras: em + uma = numa. Dessa forma, as preposições podem ser compostas de duas maneiras:

a) Combinação: Processo em que não há redução na formação da preposição. É o que ocorre, por exemplo, com a preposição a e o artigo definido (a ou o): a + o = “ao” e a + a = “à”.

b) Contração: Processo em que há redução na formação da preposição. As palavras se contraem para dar origem a outra preposição e outro sentido.Exemplo 1: “[...] professor James Kellaris, da Universidade de Cincinnati.”

Repare que essa preposição é formada pela contração das palavras de + a (da). As palavras são contraídas e há a redução de um elemento. Exemplo 2: “[...] termo criado pelo professor James Kellaris [...]”. Repare que essa preposição é

formada pela contração das palavras per* + o (pelo).

Outras formas de contração:

a) A (preposição) + onde (advérbio) = aonde.

b) Com (preposição) + mim, ti, si, nós, vós (pronomes) = comigo, contigo, consigo, conosco, convosco.

c) De (preposição) + ele, esse, este, isto (pronomes) = dele, desse, deste, disto.

d) Em (preposição) + a, o (artigo) = nas, nos.

e) Em (preposição) + ele, essa, isso, algum, outro (pronomes) e um, uma (artigos) = nele, nessa, nisso, nalgum, noutro, num, numa.

* forma antiga de por.

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Crase

Você notou que, quando a preposição “a” se une ao artigo “a”, aos pronomes demonstrativos “aquela”, “aqueles”, “aquilo” e ao pronome relativo “a qual” e “as quais”, há um tipo especial de contração, marcada por um acento grave. Essa contração especial chama-se crase.

Regras de uso da crase

Regra geral

Crase é a fusão da preposição “a” com o artigo feminino “a”. Sendo assim, só pode ocorrer crase diante de palavra feminina, já que nenhuma palavra masculina pode ser acompanhada por artigo feminino. Para verificar se ocorre ou não crase em determinadas expressões, podem ser utilizadas algumas “dicas”:1. Caso seja possível substituir a expressão iniciada pelo “a” por outra equivalente masculina iniciada por “ao”,

emprega-se a crase: Exemplos: Irei à biblioteca – Irei ao cinema (a troca foi possível; usa-se a crase). Mandarei a carta amanhã – Mandarei ao bilhete amanhã (a troca não foi possível; não se usa crase).2. Em casos com o verbo “ir” e expressões indicativas de lugar, deve-se substituir o verbo “ir” pelo verbo “voltar”.

Nessa troca, caso ocorra a expressão “voltar da”, emprega-se a crase: Exemplos: Fui a Brasília – Voltei de Brasília (não há crase). Fui à Bahia – Voltei da Bahia (há crase).

Deve-se empregar a crase

Não se deve empregar a crase

O emprego da crase é facultativo

diante de locuções adverbiais femininas:Às vezes, é difícil tomar decisões.

diante de locuções prepositivas femi-ninas:Preciso me controlar. Estou à beira da loucura.

diante de locuções conjuntivas femininas:

À medida que os filhos crescem, aumentam nossas preocupações.

diante de palavras masculinas:Queria te convidar para assistir a um espetáculo de dança comigo.

diante de verbos:Temos muito trabalho a fazer.

diante de pronomes que não admitem artigo, como os pronomes pessoais, de tratamento, demonstra-tivos, indefinidos e relativos:Por favor, dê esse recado a ela com urgência.Não sou favorável a essa situação.Nunca contava seus planos a ninguém.

Observação: com os pronomes relativos “a qual”/“as quais” pode ocorrer crase: Essa não é a questão à qual me referia.

diante da palavra “casa” quando não estiver de-terminada:Quando você chegar a casa, já estará muito tarde.Quando você chegar à casa de seus pais, já estará muito tarde.

diante de palavra no plural, caso o “a” esteja no singular:O livro não faz referência a situações dessa natureza.

diante de locuções formadas por palavras repe-tidas:Só vou tocar nesse assunto quando estiver cara a cara com ela.

diante do artigo indefinido “uma”:Percebi que não se pode oferecer ajuda a uma pessoa como você!

diante de locuções adverbiais femininas de instrumento:Quando sair, feche a porta à chave.

Quando sair, feche a porta a chave.

diante de pronomes possessivos femininos:Ofereci apoio a minha prima.

Ofereci apoio à minha prima.

depois da preposição “até”:Foi até a farmácia.Foi até à farmácia.

diante de nome próprio feminino:Preciso informar a Bianca todas as etapas do processo.Preciso informar à Bianca todas as etapas do processo.

Observação: embora sejam duas constru-ções possíveis, há uma leve diferença entre elas. O emprego da crase nos casos de nome próprio feminino revela que está sendo usado, diante da expressão, o artigo “a”. Estilisti-camente, empregar artigos diante de nomes próprios sugere uma relação mais próxima, mais íntima com a pessoa citada.

50A relação entre as palavras e a produção de sentidos

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Leia o texto abaixo sobre algumas curiosida-des do mundo da música:

Do LP ao CD

Até 1948, os amantes de música tinham que se contentar com os discos de 78 rotações e que possuíam apenas 4 minutos de duração. Para se ouvir o Concerto para Piano n.° 2, de Brahms, por exemplo, eram necessárias 11 tro-cas de disco.

Inconformado, o americano Peter Goldmark resolveu melhorar essa situação e utilizou um material novo no mercado, o vinil, para criar os long playing. Além de sulcos menores, os LPs tinham apenas 33 rotações e possibilita-vam muito mais tempo de gravação.

No Brasil, os LPs demoraram quase duas dé-cadas para chegar: só em 1964 as 78 rotações foram aposentadas.

A empresa Philips foi responsável pela grande revolução do mercado fonográfico em 1979. Ela lançou o compact-disc-system, um toca--discos que utilizava raios laser no lugar de agulhas para “ler” as músicas.

Os novos disquinhos eram feitos com um plástico especial, que evitava arranhões e não desgastava como os vinis. Seu tamanho foi definido com base na Nona Sinfonia de Beethoven, que dura exatamente 72 minutos. Isso determinou que a bolacha teria 12 cen-tímetros de diâmetro. Em abril de 1986, foi lançado o primeiro disco em formato CD lan-çado no Brasil: Garota de Ipanema, de Nara Leão em parceria com compositor e violonista Roberto Menescal.

DO LP ao CD. Disponível em: <http://www.guiadoscuriosos.com.br/categorias/1802/1/do-lp-ao-cd.html>. Acesso em: 19 maio 2011.

1. Usando seu poder de observação e leitura, diga quantos minutos dura o Concerto para Piano n.° 2, de Brahms.

2. Leia o trecho a seguir: “Inconformado, o ame-ricano Peter Goldmark resolveu melhorar essa situação e utilizou um material novo no mer-cado, o vinil, para criar os long playing. Assi-nale a expressão que pode substituir a prepo-sição para, sem alterar o sentido do texto:

a) Como. b) Sobre.

c) No intuito de. d) Ao contrário de.

3. Explique por que o americano Peter Goldmark estava inconformado.

4. Observe o trecho a seguir:

“Os novos disquinhos eram feitos com um plásti-co especial, que evitava arranhões e não desgastava como os vinis. Seu tamanho foi definido com base na Nona Sinfonia de Beethoven, que dura exatamente 72 minutos. Isso determinou que a bolacha teria 12 centímetros de diâmetro.”

A expressão em destaque pode ser substi-tuída, sem alterar o sentido do texto, por:

a) Com apoio da. b) Juntamente com.

c) Depois da. d) Antes da.

e) A partir da.

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No ritmo das curiosidades sobre a história da música e suas histórias, leia as informações abaixo.

Histórias das músicas[...]Cálice (Gilberto Gil e Chico Buarque)

Composta em uma Sexta-Feira da Paixão, durante a ditadura militar. Naquele dia, Gil estava pensando sobre a letra de uma nova música quando associou a dificuldade de compor com o sofrimento de Jesus Cristo no Monte das Oliveiras, pouco antes de seu julgamento e sua crucificação. Levou, então, a Chico a ideia de usar a frase “Pai, afasta de mim esse cálice de vinho tinto de sangue”. A letra também estava associada ao momento político que vivia o Brasil. A palavra “Cálice” também podia ser lida como “cale-se”, em uma referência à censura.

Cio da terra (Milton Nascimento) O compositor mineiro se inspirou nos cantos das mulheres cam-

ponesas do Vale do Rio Doce para fazer Cio da Terra. Estes lamentos eram entoados durante o trabalho de colheita de algodão.

Fácil (Jota Quest) A canção foi feita atendendo aos pedidos da mãe do vocalista Rogério

Flausino. Ela sugeriu que fosse composta uma música com o refrão “fácil, extremamente fácil” para que todas as pessoas pudessem cantar juntas.

Menino do Rio (Caetano Veloso) O menino do Rio em questão é o surfista Peti, um amigo de

Caetano. Baby do Brasil, que também o conhecia e o achava lindo, pediu ao músico que fizesse uma canção sobre o rapaz. Caetano não apenas cumpriu a promessa, mas o fez conversando com o próprio surfista.

O vencedor (Los Hermanos) Marcelo Camelo escreveu a canção assistindo ao reality show Big Brother Bra-

sil. Era noite de eliminação e o candidato que deixou o programa foi recebido pela família com a frase: “Você é um vencedor”. A necessidade das pessoas de serem vitoriosas inspirou o compositor.

Sozinho (Peninha) Uma conversa pelo telefone de sua filha com o namorado levou Peninha a fazer

a canção, que se tornou um grande sucesso na voz de Caetano Veloso. HISTÓRIAS das músicas. Disponível em: <http://www.guiadoscuriosos.com.br/categorias/1724/1/historias-das-musicas.html>. Acesso em: 19 maio 2011.

1. Quando ouve uma música, você analisa a letra ou só dança? Justifique sua resposta.

2. Escreva o trecho de uma letra que você acha interessante.

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3. Em relação ao trecho que fala sobre a canção “Cálice”, considere as seguintes afirmativas:

I. Pode ser considerada uma música de protesto contra a censura.

II. Faz intertextualidade com a Bíblia.

III. No trecho: “Levou, então, a Chico a ideia de usar a frase ‘Pai, afasta de mim esse cálice de vinho tinto de sangue’”, o primeiro a é uma preposição e o segundo a é um artigo definido.

IV. O emprego da crase no final do texto está errado, já que não se usa crase diante de palavras femininas, como censura.

Pode-se afirmar que:

a) a afirmativa I está correta.

b) a afirmativa IV está correta.

c) as afirmativas I e II estão corretas.

d) as afirmativas I, II e III estão corretas.

e) as afirmativas I, II e IV estão corretas.

4. Em relação ao trecho: “Ela sugeriu que fosse composta uma música com o refrão ‘fácil, extremamente fácil’ para que todas as pessoas pudessem cantar juntas.” O termo em destaque pode ser considerado:

a) um pronome relativo, já que retoma o pronome “Ela”, promovendo uma coesão referencial.

b) uma conjunção final, pois revela que a finalidade era a sugestão.

c) uma conjunção adverbial, pois acrescenta uma ideia de circunstância ao verbo sugerir.

d) uma conjunção integrante, pois não liga o verbo “sugerir” a nenhuma circunstância, apenas faz a ligação do verbo com a ideia que o completa.

e) um artigo definido, pois define como será composta a música.

5. Sobre o trecho: “O menino do Rio em questão é o surfista Peti, um amigo de Caetano. Baby do Brasil, que também o conhecia e o achava lindo, pediu ao músico que fizesse uma canção sobre o rapaz.” É correto afirmar que os termos em destaque fazem referência:

a) ao Brasil; b) a Peti;

c) a Caetano; d) à canção;

e) ao rio.

6. Qual a sua opinião a respeito do tema escolhido por Marcelo Camelo para a composição da música O vencedor? Será que as pessoas realmente sentem necessidade de serem vitoriosas? Justifique sua resposta.

Traga para a sala de aula as letras das músicas mencionadas e, em equipes, elaborem um estudo mais detalhado da letra para, a partir do texto, validar a história de composição de cada uma delas.

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1. (UNCISAL – AL)

Invenções de Orfeu

Agora, escutai-meque eu falo de mim;ouvi que sou eu,sou eu, eu em mim;tocai esses cravosjá feitos pra mim,suores de sangue,pressuados sem poros,verônica herdada,sem face do ser.Embora; escutai-me,que eu falo com a vozinata que dizque a voz não é essaque fala por mim,talvez minha falasaída de ti.

Jorge de Lima

Os termos agora e embora, que iniciam cada uma das duas estrofes, indicam, respectivamente, ideia de:

a) adição e adversidade.

b) adição e concessão.

c) tempo e conclusão.

d) tempo e concessão.

e) conclusão e adversidade.

2. (UESPI)

Os tiranos e os autocratas sempre compreenderam que a capacidade de ler, o conhecimento, os livros e os jornais são potencialmente perigosos. Podem insuflar ideias independentes e até rebeldes nas cabeças de seus súditos. O governador real britânico da colônia da Virgínia escreveu em 1671: “graças a Deus não há escolas, nem imprensa livre; e espero que não [as] tenhamos nestes [próximos] cem anos; pois o conhecimento intro-duziu no mundo a desobediência, a heresia e as seitas, e a imprensa divulgou-as e publicou os libelos contra os melhores governos. Que Deus nos guarde de ambos!” Mas os colonizadores norte-americanos, compreen-dendo em que consiste a liberdade, não pensavam assim. Em seus primeiros anos, os Estados Unidos se van-gloriavam de ter um dos índices mais elevados – talvez o mais elevado – de cidadãos alfabetizados do mundo.

Atualmente, os Estados Unidos não são o líder mundial em alfabetização. Muitos dos que são alfabetiza-dos não conseguem ler, nem compreender matérias escritas mais complexas, – como um artigo científico, um manual de instruções, o documento de uma hipoteca ou um programa eleitoral.

As rodas dentadas da pobreza, da ignorância, da falta de esperança e baixa autoestima se engrenam para criar um tipo de máquina do fracasso perpétuo que esmigalha os sonhos de geração a geração. Nós todos pa-gamos o preço de mantê-la funcionando. O analfabetismo é a sua cavilha.

Ainda que endureçamos os nossos corações diante da vergonha e da desgraça experimentada pelas vítimas, o ônus do analfabetismo é muito alto para todos os demais – o custo das despesas médicas e da hospitalização,

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o custo de crimes e prisões, o custo de programas de educação especial, o custo da produtividade perdida e de inteligências potencialmente brilhantes que poderiam ajudar a solucionar os dilemas que nos perseguem.

Frederick Douglas ensinou que a alfabetização é o caminho que vai da escravidão para a liberdade. Há muitos tipos de escravidão e muitos tipos de liberdade. Mas saber ler ainda é o caminho. SAGAN, Carl. O caminho para a liberdade.

“Que Deus nos guarde de ambos! Mas os colonizadores norte-americanos, compreendendo em que consiste a liberdade, não pensavam assim”. O segmento sublinhado expressa um sentido de:

a) oposição. b) condição. c) comparação.

d) causalidade. e) concessão.

3. (UFV – MG)

“Disposta a trabalhar como escrava para que a próxima geração alcance uma vida melhor.”

A conjunção para que estabelece uma relação de:

a) finalidade. b) consequência.

c) condição. d) causa.

4. (EAFA – ES) Nas orações abaixo, observe o que está destacado: a) As pessoas vão para a praça porque ela está iluminada. b) O carrossel gira com os meninos e eles se sentem felizes. c) Nhozinho França chama Volta Seca para que ele venda os ingressos.

A relação estabelecida entre as orações é, respectivamente, de:

a) causa – adição – finalidade.

b) causa – adversidade – finalidade.

c) explicação – adição – fim.

d) explicação – adversidade – fim.

5. (UNEMAT – MT) Na frase “Enquanto a alguns é legitimado o direito de possuir, a outros, como consequência, é negado o direito animal de comer, beber, etc. [...].”, a conjunção enquanto pode ser substituída, sem prejuízo de sentido, por:

a) ainda que. b) sempre que.

c) mas. d) porém.

e) todavia.

6. (FUVEST – SP)

Belo Horizonte, 28 de julho de 1942.

Meu caro Mário,Estou te escrevendo rapidamente, se bem que haja muitíssima coisa que eu quero te falar (a respeito da Conferência, que acabei de ler agora). Vem-me uma vontade imensa de desabafar com você tudo o que ela me fez sentir. Mas é longo, não tenho o direito de tomar seu tempo e te chatear.Fernando Sabino.

No texto, o conectivo “se bem que” estabelece relação de:

a) conformidade. b) condição. c) concessão.

d) alternância. e) consequência.

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Anotações