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235 A RESERVA DA BIOSFERA DA MATA ATLÂNTICA COMO REFERÊNCIA NA INSTITUIÇÃO E ZONEAMENTO DA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DO VACACAÍMIRIM/RS Dalvana Brasil do Nascimento¹ Eliane Maria Foleto² Introdução A instituição de áreas protegidas é uma das estratégias adotadas a nível mundial visando proteger, preservar, conservar e restaurar ambientes que ainda apresentam significativa importância na manutenção da vida e no resguardo das paisagens³. No Brasil, temos o Plano Nacional de Áreas ProtegidasPNAP (Decreto 5.758/2006), possuindo entre seus objetivos e estratégias a imprescindível consolidação de um sistema abrangente de áreas protegidas no país até o ano de 2015, salientando a criação dessas áreas no âmbito do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da NaturezaSNUC (Lei nº 9.985/2000). Dentre as categorias de Unidades de Conservação (UCs) que tal sistema estabelece a Área de Proteção Ambiental (APA) faz parte do grupo de UCs de Desenvolvimento Sustentável, objetivando proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais (BRASIL, 2000). Além das categorias de UCs, o SNUC versa sobre as Reservas da Biosfera reconhecidas pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), como modelos de gestão integrada, participativa e sustentável dos recursos naturais. Nesse contexto, destacase a realidade local quanto à temática, pois em meados do ano de 2005, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) apresentou através de seus representantes do Escritório Regional de Santa Maria um projeto visando à criação da APA do VacacaíMirim, na bacia hidrográfica do Rio VacacaíMirim à montante da Barragem do DNOS (Departamento Nacional de Obras de Saneamento), nos municípios de Santa Maria e Itaara. Esta proposta é retomada em 2009, por conseguinte, as discussões no meio político, social e acadêmico também, parecendo que desta vez a APA será instituída e passará a ¹ Mestranda em GeografiaPPGGEO/UFSM: [email protected] ² Orientadora, Profª. do Departamento de Geociências/UFSM: [email protected] ³ Tomando como referência Bertrand (1972, p. 02) entendese por paisagem não apenas a adição de elementos geográficos em uma determinada porção do espaço, mas o resultado da combinação dinâmica e instável de elementos físicos, biológicos e antrópicos. Portanto, não se trata de uma paisagem “natural” e sim de uma paisagem total, integrando todas as implicações da ação humana.

A RESERVA DA BIOSFERA DA MATAATLÂNTICA COMO …w3.ufsm.br/ppggeo/files/ebook01/Art.14.pdf · da ação humana. 236 Areserva da biosfera da mata atlântica como referência na instituição

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A RESERVA DA BIOSFERA DA MATA ATLÂNTICA COMO REFERÊNCIA NAINSTITUIÇÃO E ZONEAMENTO DA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DO

VACACAÍ­MIRIM/RS

Dalvana Brasil do Nascimento¹Eliane Maria Foleto²

Introdução

A instituição de áreas protegidas é uma das estratégias adotadas a nível mundialvisando proteger, preservar, conservar e restaurar ambientes que ainda apresentamsignificativa importância na manutenção da vida e no resguardo das paisagens³.

No Brasil, temos o Plano Nacional de Áreas Protegidas­PNAP (Decreto nº5.758/2006), possuindo entre seus objetivos e estratégias a imprescindível consolidação deum sistema abrangente de áreas protegidas no país até o ano de 2015, salientando acriação dessas áreas no âmbito do Sistema Nacional de Unidades de Conservação daNatureza­SNUC (Lei nº 9.985/2000).

Dentre as categorias de Unidades de Conservação (UCs) que tal sistema estabelecea Área de Proteção Ambiental (APA) faz parte do grupo de UCs de DesenvolvimentoSustentável, objetivando proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo deocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais (BRASIL, 2000).Além das categorias de UCs, o SNUC versa sobre as Reservas da Biosfera reconhecidaspela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura),como modelos de gestão integrada, participativa e sustentável dos recursos naturais.

Nesse contexto, destaca­se a realidade local quanto à temática, pois em meados doano de 2005, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis(IBAMA) apresentou através de seus representantes do Escritório Regional de Santa Mariaum projeto visando à criação da APA do Vacacaí­Mirim, na bacia hidrográfica do RioVacacaí­Mirim à montante da Barragem do DNOS (Departamento Nacional de Obras deSaneamento), nos municípios de Santa Maria e Itaara.

Esta proposta é retomada em 2009, por conseguinte, as discussões no meio político,social e acadêmico também, parecendo que desta vez a APA será instituída e passará a¹ Mestranda em Geografia­PPGGEO/UFSM: [email protected]² Orientadora, Profª. do Departamento de Geociências/UFSM: [email protected]³ Tomando como referência Bertrand (1972, p. 02) entende­se por paisagem não apenas a adição de elementos geográficosem uma determinada porção do espaço, mas o resultado da combinação dinâmica e instável de elementos físicos, biológicose antrópicos. Portanto, não se trata de uma paisagem “natural” e sim de uma paisagem total, integrando todas as implicaçõesda ação humana.

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existir no espaço e não apenas nos discursos e projetos. A partir de pesquisas emreferenciais sobre os temas apresentados, o presente trabalho visa utilizar o argumento daexistência da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica como referência na instituição ezoneamento da possível APA.

O contexto do objeto de estudo

As propostas existentes para a abrangência da APA do Vacacaí­Mirim compreendemparte dos territórios municipais de Santa Maria e Itaara, estes, pertencentes à mesorregiãogeográfica Centro Ocidental Rio­Grandense (IBGE, 2009).

Inicialmente propunha­se como APA a bacia hidrográfica do Rio Vacacaí­Mirim àmontante da barragem do DNOS, responsável por 40% da água que é tratada para oconsumo de Santa Maria (RODRIGUES, 2006, p. 23). Esta primeira projeção lançada em2005 pelo IBAMA, que em 2009 participou da retomada das discussões referentes à efetivacriação desta UC, sugerindo a ampliação de sua área levando em consideração aimportância de seus remanescentes florestais.

Diante disto, Nascimento (2010) traz uma sugestão de ampliação da área a serprotegida, baseada em critérios que privilegiam os atributos naturais existentes, como avegetação, o relevo e os recursos hídricos. Esta proposição está em redefinição,apontando para outra provável ampliação da APA. Na figura 1, a localização do objeto deestudo.

Situado na zona de transição entre o Planalto das Araucárias e a Depressão CentralGaúcha (IBGE, 2006), encontra­se no contato entre essas unidades de relevo, no Rebordodo Planalto, caracterizado por derrames basálticos fissurais, por possuir solos rasos emdeclividades acentuadas, apresentando escarpas e morros testemunhos, como por seroriginalmente coberto por florestas subtropicais de grande porte (NASCIMENTO, 2009, p.103).

A cobertura vegetal está inserida nos biomas Mata Atlântica e Pampa (ou CamposSulinos). O primeiro com formações florestais subtropicais na encosta sul do planalto,ocorrendo em áreas de acentuada declividade (Rebordo do Planalto), com grandeconcentração de umidade no ar, onde ocorrem nevoeiros frequentes e menor insolaçãodevido à posição voltada para o sul. O segundo predominante na depressão, comformações herbáceas rentes ao solo e arbustos. Estes campos são herança de um climamais seco e hoje estariam sujeitos ao avanço da selva e do pinhal, não fosse a intervençãohumana (RAMBO, 1956 apud COSTA; MOREIRA, 1995, p. 51).

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Sobre a devastação das matas, Costa e Moreira (1995) apontam que nas primeirasdécadas do século XIX Santa Maria chegou a exportar madeira para Montevidéu, noUruguai. Neste início do século XXI nota­se a regeneração desta mata no Rebordo doPlanalto, sendo tão significativa que é tombada como Reserva da Biosfera da MataAtlântica pela UNESCO. A figura 2 demonstra parte da érea sugerida para integrar a APAdo Vacacaí­Mirim.

Figura 1 ­ Localização da APA do Vacacaí­Mirim. Proposta com 6.415,50 ha de áreaFonte: NASCIMENTO, 2010 (modificado).

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Devido às características ambientais existentes, os planos diretores de Santa Maria eo de Itaara apresentam artigos e políticas municipais dedicadas à proteção ambiental,principalmente pela presença da Mata Atlântica. Citando o caso de Santa Maria, existe umapolítica urbana municipal que objetiva o manejo sustentável da área de influência daReserva da Biosfera da Mata Atlântica, promovendo a cidade com o “Portal Sul da Reservada Biosfera da Mata Atlântica” (SANTA MARIA, 2005).

Além das questões referentes à APA, em 2009 também se tratou sobre ReservasParticulares do Patrimônio Natural (RPPNs), outra categoria presente no SNUC. Em SantaMaria foi aprovado um projeto de lei motivado pela manifestação da Igreja EpiscopalAnglicana do Brasil em criar uma RPPN numa propriedade ao sul da Barragem do DNOS,próxima ao território sugerido para a APA do Vacacaí­Mirim.

Em Itaara também existe a discussão sobre RPPNs, que foi lançada pelo desejo deuma organização não­governamental em instituir a “RPPN da Fundação MO’Ô em suapropriedade neste município. A Fundação MO’à Estudos e Pesquisas para a Proteção e oDesenvolvimento Ambiental recebeu auxílio financeiro do Programa de Incentivo às RPPNsda Mata Atlântica, coordenado pelas ONGs Fundação SOS Mata Atlântica, ConservaçãoInternacional e The Nature Conservancy, sendo o seu projeto o único aprovado no RioGrande do Sul, em dezembro de 2009 (FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA, 2010).

A área a ser criada faz parte da zona núcleo5 da Reserva da Biosfera, somando aoanseio da fundação à verdadeira necessidade de conservação do local.

Figura 2­ Vista da Barragem do DNOS, em Santa Maria, a partir do Monumento ao Ferroviário.Tal monumento encontra­se em um morro testemunho4 também pertencente à área proposta para aAPA.Fonte: Trabalho de campo, em agosto de 2008.

4 Conforme Costa e Moreira (1995, p. 31), morros testemunhos “são produtos da erosão e indicam que a linha de escarpaestendia­se bem mais para o sul”.5 As zonas da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica serão tratadas com maior detalhamento nesse trabalho em um itemposterior.

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Conceituando... áreas protegidas

O termo “áreas protegidas” é utilizado muitas vezes de modo ambíguo, seja emdiscussões primárias na academia, em eventos sobre o meio ambiente para público diversoe até mesmo em publicações científicas. Isto acaba dificultando o diálogo no meio político,por exemplo, como o entendimento dos interessados sobre a temática.

Essa persistente confusão existe no âmbito mundial a tempo, pois cada país criavadiversos tipos de áreas protegidas e não havia padronização de definições e conceitos,então foi necessário organizar e homogeneizar as diversas tipologias existentes.

Em 1948, na França, 130 delegados de 18 países criaram a União Internacional para aProteção da Natureza­UIPN, atual IUCN, que tem como atribuição fundamental orientar acriação de tais áreas em todo o mundo e assistir os países em desenvolvimento noplanejamento e administração dessas áreas (UNESCO, 2003, p. 34). Desde então, estasorientações têm sido seguidas na formulação das políticas para o meio ambiente, inclusiveno Brasil.

Medeiros (2006) contribui para nosso esclarecimento quando escreve que as áreasprotegidas não devem ser equivocadamente reduzidas à terminologia “Unidade deConservação”. O referido autor não menospreza as Unidades de Conservação e simdemonstra que a terminologia áreas protegidas é abrangente, abarcando outras categoriase tipologias, como as Áreas de Preservação Permanente e a Reserva Legal, previstas peloCódigo Florestal Brasileiro (Lei n° 4.771/1965), as Terras Indígenas, tipologia presente noEstatuto do Índio (Lei nº 6.001/1973), e as próprias Unidades de Conservação,estabelecidas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC­Leinº 9.985/2000).

Nesse trabalho adota­se a conceituação de área protegida da União Mundial para aNatureza (The World Conservation Union ­ IUCN):

Uma superfície de terra ou mar especialmente consagrada à proteçãoe preservação da diversidade biológica, assim como dos recursosnaturais e culturais associados, e gerenciada através de meios legaisou outros meios eficazes (SCHERL, 2006, p. 7).

O conceito é atual e contempla não apenas os recursos naturais, a beleza cênica daspaisagens e a diversidade biológica, mas também os recursos culturais associados ao serhumano. A partir dessa exposição abarcamos as Reservas da Biosfera e a Área deProteção Ambiental como “áreas protegidas”.

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As reservas da biosfera e a mata atlântica

Da Conferência sobre a Biosfera, que ocorreu em Paris­França no ano de 1968patrocinada pela UNESCO, resultou o programa “O Homem e a Biosfera” (MaB), lançadoem 1971 como um programa mundial de cooperação científica internacional sobre asinterações do humano e seu meio.

A partir de 1976 foram criadas as Reservas da Biosfera, desempenhando umimportante papel na conservação de ecossistemas e buscando estancar o ritmo cada vezmais rápido da extinção de espécies. Também, almejando solucionar problemas cotidianosdas populações residentes e circunvizinhas de áreas protegidas, assim, sem desprezar apresença humana (CORRÊA, 1996, p. 30). As reservas possuem três funções básicas: aconservação da biodiversidade do ecossistema; a promoção do desenvolvimentosustentado em suas áreas de abrangência; a pesquisa científica, educação emonitoramento permanente.

Em 1993 o MaB efetua o tombamento completo da Reserva da Biosfera da MataAtlântica no Brasil. Atualmente, o território brasileiro possui Reservas da Biosfera nosecossistemas da Mata Atlântica, do Cerrado, do Pantanal e da Amazônia, totalizando1.300.000 km² de área ou 15 % do território nacional (CONSELHO NACIONAL RESERVADA BIOSFERA DA MATA ATLÂNTICA, 2004).

O domínio da Mata Atlântica sofreu grande interferência do processo de ocupação doterritório brasileiro. Darcy Ribeiro (1995 apud MELO; FURTADO, 2006, p. 18) afirma que oBrasil já nasceu como uma civilização urbana, cabendo complementar:

Como a ocupação urbana no Brasil se deu inicialmente no mesmoterritório de domínio da Mata Atlântica, esse processo desencadeoupaulatinas formas de destruição desse bioma em proporções maisvelozes e graves na medida em que as técnicas e a tecnologia assimo proporcionaram (MELO; FURTADO, 2006, p. 18).

A industrialização fez a urbanização acentuar­se em nosso país na segunda metadedo século XX, na atualidade, a maior concentração urbana encontra­se na faixa litorânea,onde se encontra (ou encontrava­se) o domínio da Mata Atlântica.

Em 2000 foi publicado um estudo intitulado “Avaliação e ações prioritárias para aconservação da biodiversidade da Mata Atlântica e Campos Sulinos”, pelo Ministério doMeio Ambiente, versando sobre a necessidade de um fortalecimento do controle ambientale do estímulo à adoção de práticas sustentáveis pela sociedade, como da criação econsolidação de uma rede de áreas protegidas.

Segundo este, o Brasil é detentor de 15 a 20% do número total das espécies doplaneta Terra. A figura 3 demonstra as áreas prioritárias para a conservação com destaque

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para o estado do Rio Grande do Sul. Os Campos Sulinos também ganham destaque nessadiscussão porque assim como a Mata Atlântica, possui altos índices de endemismo.

Observando a região central do estado nesta figura, entende­se o porquê dotombamento como Reserva da Biosfera, pois são muitas as áreas com extrema, muito altae alta importância na prioridade para a conservação.

A área da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica sofreu alterações desde o seutombamento, isto devido ao caráter dinâmico das reservas, sempre revisadas, adquirindonovas delimitações. No caso desta, as revisões foram feitas em seis fases, realizadasentre 1992 e 2008. A figura 4 mostra a abrangência da reserva em sua fase V (2002),como a ampliação gerada na fase VI (2008), a delimitação mais atual da mesma.

Figura 3- Áreas prioritárias para a conservação na Mata Atlântica e Campos Sulinos. Observar aregião central do Rio Grande do Sul.Fonte: NASCIMENTO, 2010.

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As alterações realizadas justificam­se por alguns critérios, como os listados a seguir,segundo consta na publicação sobre a Fase VI da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica(CONSELHO NACIONAL DA RESERVA DA BIOSFERA DA MATA ATLÂNTICA, 2008, p.123):

­ Refinamento da delimitação a partir da elaboração de cartografia digitalizada e domapeamento de áreas definidas como prioritárias para a conservação pelo estado e peloMinistério do Meio Ambiente;

­ Criação de novas UCs de Proteção Integral, terrestres e costeiras­marinhas,consideradas como zonas núcleo, com suas respectivas zonas de amortecimento e transi­ção;

­ Criação de novas zonas núcleo em áreas de preservação permanente e de altarestrição de uso como topos de morros, matas ciliares, estuários e remanescentesflorestais em estágio avançado de recuperação;

­ Ampliação significativa de zonas de amortecimento em terras indígenas, em áreasdelimitadas e priorizadas para formação de corredores de matas ciliares e costeiros­marinhos, em campos de altitude e em áreas definidas como de extrema prioridade paraconservação pelo estado e Ministério do Meio Ambiente;

Figura 4- Ampliação e abrangência da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica no RS.Fonte: Montagem realizada a partir do material publicado sobre a Fase VI da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica(CONSELHO NACIONAL DA RESERVA DA BIOSFERA DA MATA ATLÂNTICA, 2008, p. 122).

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­ Ampliação significativa de área na região costeira e marinha incluindo zonas núcleo,de amortecimento e de transição em áreas consideradas de alta e extrema prioridade paraconservação;

­ Inclusão de remanescentes, como zonas de amortecimento e transição, visando àconectividade e a formação de corredores ecológicos entre UCs e na divisa do estado deSanta Catarina;

­ Ampliação de zona de amortecimento e transição em área de interação dos biomasMata Atlântica e Pampa.

Perante todas as informações apresentadas certifica­se a expressiva importância dacriação de áreas protegidas, como UCs, para garantir a conservação da riqueza dosatributos bióticos e abióticos presentes na região. A Reserva da Biosfera identifica áreasimportantes e estimula o cuidado com o meio ambiente, sendo que as UCs podemconsolidá­lo.

Área de Proteção Ambiental­ APA

A categoria APA foi criada através da Lei nº 6.902, em 1981, para assegurar o bem­estar das populações humanas e conservar ou melhorar as condições ecológicas locais.Restrições à implantação de loteamentos eram um grande empecilho para a aprovaçãodesta lei, porém, houve uma alteração em sua redação que tirou a referência explícita aessa proibição, impedindo qualquer movimentação de terra que pudesse causar erosão,assoreamento e alteração das condições ecológicas existentes no local.

Dessa forma ocorreu a aprovação da lei e na ocasião os grupos favoráveis à criaçãode APAs entenderam que elas propiciariam a conservação da natureza e a melhoria daqualidade de vida. Tais fatores valorizariam a terra (IBAMA, 2001, p. 17). O Art. 15 doSNUC, atual legislação que versa sobre APA, define:

A Área de Proteção Ambiental é uma área em geral extensa, com umcerto grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos,estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade devida e o bem­estar das populações humanas, e tem como objetivosbásicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo deocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais(BRASIL, 2000).

A APA é uma UC de Uso Sustentável, que busca compatibilizar a conservação danatureza com o uso direto e sustentável de parcela de seus recursos naturais. No Art. 2º do

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SNUC o uso direto é aquele que envolve coleta e uso, comercial ou não dos recursosnaturais; já que o uso sustentável permite exploração do ambiente de maneira a garantir aperenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo abiodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa eeconomicamente viável (BRASIL, 2000).

É válido destacar a existência de APAs municipais no Rio Grande do Sul, pois em 1992o governo do estado criou o Sistema Estadual de Unidades de Conservação (SEUC), que éimplementado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA) por meio doDepartamento de Florestas e Áreas Protegidas (DEFAP), sendo que a Divisão de Unidadesde Conservação (DUC) administra estas unidades (SECRETARIA ESTADUAL DO MEIOAMBIENTE, 2009).

Em janeiro de 2009 a DUC organizou e divulgou o cadastro das UCs municipaisintegrantes do SEUC, elaborado com a cooperação dos demais órgãos públicos federais,estaduais e municipais, bem como com a coletividade (RIO GRANDE DO SUL, 1998).

Neste cadastro encontram­se seis APAs que possuem como órgão responsável asprefeituras municipais, são elas: APA Osório, em Osório, criada em 1994, possui 6.896,75ha; APA de Caraá, em Caraá, criada em 1998, possui 8.932,00 ha; APA Riozinho, emRiozinho, criada em 1998, possui 10.000,00 ha; APA Lagoa Itapeva, em Torres, criada em1999, 436,99 ha; APA dos Arroios Doze e Dezenove, em Carlos Barbosa, criada em 2000,possui 2.500,00 ha; APA Guajuviras, em Canoas, criada em 2005, possui 558,46 ha.

Uma grande vantagem da categoria APA é aliar o desenvolvimento à conservação,para tanto, trabalha­se sim com o conceito de recurso, admitindo o elemento natural comofonte de matéria para o homem (SANTOS, 2004, p. 28). Esta vantagem também seconfigura como um grande desafio, já que a proteção ambiental deve estar à frente dosinteresses econômicos.

A reserva da biosfera da mata atlântica como referência ao zoneamento daAPA do Vacacaí­Mirim

Como percebemos no decorrer desse trabalho, a área tombada como Reserva daBiosfera da Mata Atlântica mostra­se como justificativa à criação de uma APA em SantaMaria e Itaara.

Tanto na fase de planejamento anterior a sua instituição, quanto após estabelecimentoda mesma, necessita­se pensar no Plano de Manejo, documento técnico fundamentado nosobjetivos da UC, que estabelece normas de uso da área, assim como o seu zoneamento(BRASIL, 2000). Enfocamos aqui o zoneamento, que conforme Santos e Silva (2004) é:

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... a identificação e a delimitação de unidades ambientais em umdeterminado espaço físico, segundo suas vocações e fragilidades,acertos e conflitos, determinadas a partir dos elementos que compõemo meio planejado. Seu resultado é a apresentação de um conjunto deunidades, cada qual sujeita a normas específicas para odesenvolvimento de atividades e para a conservação do meio(SANTOS; SILVA, 2004, p. 227­8).

Especificamente sobre a APA do Vacacaí­Mirim, lançamos como proposta ao seuzoneamento ambiental6 tomar as zonas da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica comoreferencial. Isto, devido à própria existência da reserva, fornecendo como base os critériosde delimitação de suas zonas ao planejamento das unidades ambientais que poderãocompor o território interno à APA.

Referente às citadas zonas, todas as Reservas da Biosfera tombadas pela UNESCOdevem possuir três, denominadas zona núcleo, zona de amortecimento e zona detransição. Estas são especificadas na sequência, onde se destaca apenas os critérios dedemarcação que podem ser utilizados no zoneamento do objeto de estudo, emconsonância ao estabelecido na publicação do Conselho Nacional da Reserva da Biosferada Mata Atlântica, em 2008:

­ Zona Núcleo (ZN) ­ tem por objetivo a conservação da biodiversidade e dos demaisrecursos naturais. As zonas núcleo são áreas legalmente protegidas e claramentedelimitadas no território, como: Áreas de Preservação Permanente efetivamenteconservadas e com limites oficialmente reconhecidos, por zoneamento, projeto, ounormativa de conservação; Áreas de nascentes ou mananciais quando efetivamenteconservadas, devidamente protegidos pela legislação (Código Florestal, Lei da MataAtlântica, Lei de Mananciais ou Zoneamento Municipal) e claramente identificados atravésde memoriais descritivos.

­ Zona de Amortecimento (ZA) ­ o objetivo é minimizar os impactos ambientaisnegativos sobre as zonas núcleo e promover a qualidade de vida das populações quenelas habitam, especialmente as comunidades tradicionais. As zonas de amortecimentosão estabelecidas no entorno das zonas núcleo ou entre elas, promovendo suaconectividade. Toda zona núcleo deve ser envolta por uma zona de amortecimento. Noentanto, nem toda zona de amortecimento deve obrigatoriamente ter uma zona núcleo emseu centro, desde que contorne ou conecte outras zonas núcleo.

As zonas de amortecimento são constituídas, entre outros, por: áreas naturaistombadas (quando não incluídas como zonas núcleo); áreas de mananciais oficiais quenão se enquadrarem como zona núcleo; áreas prioritárias para conservação da MataAtlântica que sejam oficialmente consideradas de prioridade "muito alta" ou "extremamente6 Santos (2004) explica que o zoneamento ambiental foi estabelecido pela Lei nº 6.938/1981, prevendo a preservação,reabilitação e recuperação da qualidade ambiental, visando o desenvolvimento socioeconômico condicionado à manutençãodos recursos naturais, como a melhoria das condições de vida do ser humano.

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alta" e que não se enquadrem nos critérios de zona núcleo; na sua delimitação deve­seprocurar a coincidência com outros zoneamentos já existentes (Planos Diretores dosMunicípios, etc.) e preferencialmente seguindo referências permanentes e de fácilidentificação (rios, divisores de água, estradas, linhas de transmissão de energia elétrica,dutos, etc.).

­ Zona de Transição (ZT): as zonas de transição envolvem todas as zonas deamortecimento e, consequentemente, todas as zonas núcleo. São elas que definem o limiteexterno da Reserva da Biosfera e suas dimensões. Embora na definição do zoneamento daUNESCO as ZTs não têm necessariamente limites fixos, o Conselho Nacional da Reservada Biosfera da Mata Atlântica estabeleceu que, elas também devem ser delimitadas comprecisão.

As ZTs destinam­se prioritariamente ao monitoramento, à educação ambiental e àintegração da reserva com seu entorno, onde predominam áreas urbanas, agrícolas eindustriais de uso e ocupação intensos. Tais zonas podem ser constituídas por: áreas quecontenham remanescentes florestais de “alta” ou “muito alta” prioridade para conservação,que tenham proximidade física e influência ambiental nas demais zonas da reserva;assentamentos humanos dispersos e de baixo impacto socioambiental, bem como sítiosturísticos em iguais condições; áreas agrícolas consolidadas, de baixo impacto ambiental.

As zonas núcleo e de amortecimento predominam na área indicada para a criação daAPA (ver figura 4), porém há ocupação urbana e rural na mesma, o que é compatível aoprevisto para esta categoria de UC, mas seria adequada apenas para a zona de transiçãoda Reserva da Biosfera. Este fato é um exemplo que traz a tona um ponto que tem sidodiscutido no âmbito da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica: incluir ou não áreas deintensa ocupação urbana na reserva?

Pode­se inferir que a resposta está no caminho da flexibilidade, pois já existe umprojeto chamado “Florestas Urbanas”, aprofundando a questão em algumas áreas­piloto,buscando implementar o conceito de Reserva de Biosfera nas cidades: A Reserva daBiosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo (SP), a Ilha de Santa Catarina(Florianópolis/SC), a cidade do Rio de Janeiro (RJ) e o conjunto de áreas protegidas (Colarde UCs) na Região Metropolitana de Recife (PE). Tais áreas irão contribuir com conceitos ecritérios a serem estendidos para os demais casos no país (CONSELHO NACIONAL DARESERVA DA BIOSFERA DA MATA ATLÂNTICA, 2008, p. 53).

Destaca­se que o propósito da demarcação da Reserva da Biosfera da Mata Atlânticana APA do Vacacaí­Mirim não busca somente mapear esta no território da UC, mas utilizaressa informação no planejamento da APA, principalmente em se tratando da classificaçãode zonas de proteção mais restritivas, que provavelmente coincidam com as zonas núcleoda Reserva da Biosfera, no Rebordo do Planalto e seus remanescentes florestais.

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Considerações Finais

A instituição da APA do Vacacaí­Mirim é coerente às políticas que incentivam eorientam a criação de áreas protegidas no Brasil, seja na esfera federal, estadual oumunicipal. Na última vimos o destaque das legislações municipais de Santa Maria e Itaaraao tratarem da presença da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica em seus territórios.

Essas municipalidades possuem vocações que seriam beneficiadas com o efetivoestabelecimento de uma APA, como a promoção da educação ambiental, da pesquisacientífica e do ecoturismo. A primeira, contribuindo para a melhor qualidade de vida dasociedade local. A segunda e a terceira, colaborando com as atividades que movem osmunicípios: o setor de ensino em Santa Maria e o turismo de balneários em Itaara.

Sobre a utilização das zonas da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica comoreferência no zoneamento da APA do Vacacaí­Mirim, acreditamos ser uma proposta capazde orientar adequadamente às discussões que surgirão a respeito dos critérios a seremutilizados no mesmo. Deste modo, as zonas da APA poderão ser planejadas prezando pelaconservação dos remanescentes de Mata Atlântica, além de fornecer maior detalhamentosobre a abrangência da Reserva da Biosfera na região.Referências

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