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Ano XI • nº 32 • 2018 A REVISTA DO SANEAMENTO SETOR DE SANEAMENTO PROPÕE AJUSTES À MP PROPOSTA PELO GOVERNO FEDERAL QUE ALTERA A LEI Nº 11.445/2007 MEDIDA PROVISÓRIA FÓRUM MUNDIAL DA ÁGUA BRASIL SEDIARÁ O EVENTO PELA PRIMEIRA VEZ DE 18 A 23 DE MARÇO DE 2018

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Ano XI • nº 32 • 2018

A REVISTA DO SANEAMENTO

SETOR DE SANEAMENTO PROPÕE AJUSTES À MP PROPOSTA PELO GOVERNO FEDERAL QUE ALTERA A LEI Nº 11.445/2007

MEDIDA PROVISÓRIA FÓRUM

MUNDIAL DA ÁGUA

BRASIL SEDIARÁ O EVENTO PELA

PRIMEIRA VEZ DE 18 A 23 DE

MARÇO DE 2018

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Desejamos que....

A única escassez seja a de tristezas;

A melhor companhia seja a de pessoas queridas;

O bem mais precioso seja a união de todos;

A maior preservação seja a da paz em seu lar;

O melhor ecossistema seja uma mesa

rodeada de família e amigos felizes.

A equipe Aesbe agradece sua parceria em 2017

e deseja que você tenha todos os recursos possíveis

para criar uma vida feliz, de partilha e solidariedade,

pois só assim renovaremos a esperança em um

futuro justo e harmonioso para todos.

Que 2018 seja um ano de muito sucesso

e conquistas, e que nossa parceria

se fortaleça ainda mais!

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3Sanear

Editorial

Saneamento no Brasil nunca teve a prioridade devida. Nunca aparece nos cartazes em pro-testos de rua e muito menos entra no topo

das discussões nas campanhas eleitorais. Talvez por conta da falta de consciência e dos baixos níveis de educação do nosso povo, não tenhamos ainda evolu-ído como sociedade para mudar essa realidade. Hoje a ameaça não se dá pela nossa ignorância. A ameaça se reveste num simples artigo presente numa minuta de Medida Provisória gestada pelo Governo Federal para revisar o Marco Regulatório do Saneamento, a Lei nº 11.445/2007, que estabeleceu diretrizes nacio-nais para o saneamento básico: o Artigo 10-A.

Que o marco regulatório precisa ser modificado, não temos dúvidas. Tem sido pauta permanente da Aesbe pelo menos nos últimos 5 anos. Precisamos principalmente dar segurança jurídica ao setor, ter padrões na regulação, simplificação na legislação ambiental aplicada ao saneamento, diminuir a bu-rocracia na obtenção de financiamento e aumentar a participação do setor privado para conseguirmos a tão sonhada universalização. Acontece que não se precisa destruir o que existe para construir tudo de novo. Não se pode, com uma pretensa bandeira de modernidade, desestruturar o sistema existente e aumentar ainda mais as desigualdades.

O artigo 10-A incluído na minuta de Medida Pro-visória sem maiores discussões pretende obrigar os municípios a perguntarem previamente à iniciativa privada se eles têm interesse na concessão, antes de renovar um Contrato de Concessão atualmente válido, independentemente do serviço ser bem pres-tado ou da universalização ter sido atingida. Essa possibilidade de consultar o setor privado já existe atualmente, mas torná-la obrigatória para 5.570 municípios ferirá de morte o já combalido setor de saneamento, por quebrar a economia de escala e o subsídio cruzado das tarifas, que permitem que os resultados obtidos pela Concessionária em um conjunto de municípios rentáveis viabilizem investi-mentos em municípios não rentáveis, inclusive com uma mesma tarifa.

Ou seja, em linguagem popular, pretende-se “se-parar o filé do osso”. Caso o privado tenha interesse num determinado município, ele estaria proibido de contratar com a empresa estadual e teria que licitar. Por outro lado, caso o privado não tenha interesse, por ser deficitário, por necessitar de muito investi-mento ou por qualquer outra razão, esse município ficaria com a empresa estadual ou teria que ser ope-rado diretamente pelo próprio município. Num país que precisa de tanto investimento, incentivar que

o privado entre de forma pulverizada e desprezar a economia de escala é o sinal de que não se pretende universalizar o saneamento, mas apenas abrir mer-cado para empresas privadas que visarão unicamen-te o lucro, sem compromisso com a função social do saneamento.

Outra controvérsia prevista na proposta de medi-da provisória diz respeito à titularidade dos serviços de saneamento. O modo como esse assunto é tratado nos artigos 8-A e 8-B gerará um enorme risco de judicialização, pois o proposto na minuta de Me-dida Provisória vai de encontro à interpretação do Supremo Tribunal Federal (STF), na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) nº 1842, que trata da competência para a prestação dos serviços de saneamento em Regiões Metropolitanas e Sistemas Integrados.

Por essas razões, a Aesbe vem se posicionando contrária à proposta de medida provisória e reco-menda a exclusão sumária do artigo 10-A e alte-rações nos dispositivos que tratam da titularidade dos serviços, entre outras questões. Esse assunto foi tratado no último seminário nacional realizado pela Aesbe. Na ocasião, foi dito aos representantes da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental (SNSA) que a Aesbe e suas associadas se mobilizarão em defesa do saneamento, em bases que levem em conta o interesse do país.

Para reforçar essa questão, esse assunto está sendo tratado nesta edição da Revista Sanear, assim como o seminário que explanou esse tema. A edição traz, ainda, os preparativos para o 8º Fórum Mundial da Água, além da atuação das Companhias Estaduais de Saneamento na ampliação e melhoria dos servi-ços pelo país.

Postos os temas, esperamos mais uma vez que esta edição contribua com os debates e reflexões sobre o setor. Oportunamente, informamos que, em 2018, ano eleitoral, a Aesbe atuará de forma mais incisiva na construção de uma agenda que traga avanços ao setor.

No primeiro trimestre estaremos procurando os presidenciáveis e vamos construir uma agenda com cada um deles. Vamos mostrar a eles do que o sanea-mento precisa e dizer também quais são as questões que não podemos aceitar. Vamos exigir programas de governo específicos para o saneamento. Não acei-taremos mais retrocesso numa pauta tão importante para a população.

Boa Leitura!

Roberto Cavalcanti TavaresDiretor-presidente da Aesbe

“Que o marco regulatório precisa

ser modificado, não temos dúvidas.

Tem sido pauta permanente da

Aesbe pelo menos nos últimos 5 anos.

Precisamos principalmente dar segurança

jurídica ao setor, ter padrões

na regulação, simplificação na legislação

ambiental aplicada ao saneamento,

diminuir a burocracia na obtenção de

financiamento e aumentar a participação

do setor privado para conseguirmos

a tão sonhada universalização.”

Desejamos que....

A única escassez seja a de tristezas;

A melhor companhia seja a de pessoas queridas;

O bem mais precioso seja a união de todos;

A maior preservação seja a da paz em seu lar;

O melhor ecossistema seja uma mesa

rodeada de família e amigos felizes.

A equipe Aesbe agradece sua parceria em 2017

e deseja que você tenha todos os recursos possíveis

para criar uma vida feliz, de partilha e solidariedade,

pois só assim renovaremos a esperança em um

futuro justo e harmonioso para todos.

Que 2018 seja um ano de muito sucesso

e conquistas, e que nossa parceria

se fortaleça ainda mais!

RISCO DE DESESTRUTURAÇÃO NO SETOR DE SANEAMENTO

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Sumário

06 OpiniãoOs reveses da segurança jurídica do setor de saneamento

07 Aesbe em AçãoAesbe contribui para a revisão do Plano Nacional de Saneamento Básico

Espaço Câmaras TécnicasCâmaras Técnicas da Aesbe contribuem para melhorias no Setor de Saneamento

09

Seminário NacionalSeminário Nacional da Aesbe reuniu representantes das empresas estaduais de saneamento e de demais entidades do setor

10

Medida ProvisóriaAesbe discorda de Medida Provisória que altera a Lei do Saneamento

13

16 Fórum Mundial da ÁguaPerspectivas para o Fórum Mundial da Água

22 Saneamento e TurismoAberto para visitação, Parque Estadual Pico do Marumbi preserva história do saneamento do Paraná

18 InvestimentosEmbasa garante economia de R$ 17 milhões com energia elétrica

20 Seminário SocioambientalCompesa e Sanepar promovem evento nacional sobre educação e responsabilidade socioambiental

27 Realização

4 Sanear

24 ConsciênciaEm tempos de escassez, economize água para não faltar!

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5Sanear

DA REDAÇÃOA redação da revista Sanear convida você,

caro leitor, a participar da elaboração desta

publicação a partir do envio de comentários, críticas, sugestões de

pauta ou de textos que você gostaria de ver

neste espaço. Para isso, disponibilizamos este

canal para que você nos contate, pelo e-mail

[email protected], ou, ainda, pelo telefone

(61) 3022-9612.

AGESPISA – Rosalina Sousa Ferreira PeixotoBRK Ambiental – Guilherme OliveiraCAEMA – Rafaela Mota LimaCAERD – Newton Sérgio VicenteCAERN – Ana Luiza Costa CardosoCAERN – Paulo Eduardo Freire SegundoCAERN – Ligia Maria CortezCAERR – Kátia Soares BezerraCAESA – Cássio AlbuquerqueCAESB – Adriana Rodrigues M. TavaresCAESB – José Carlos Camapum BarrosoCAGECE – Dalviane Maria Pires CoelhoCAGECE – Tatiana Carneiro Brígido MendesCAGEPA – Fábio Cabral BernardoCAGEPA – Felipe MattosCASAL – Diego Henrique Barro MeloCASAL – Rejane Mércia F. MedeirosCASAN – Samuel RodriguesCEDAE – Karen RussoCESAN – Genivaldo CottaCESAN – Marcia Christina de BritoCESAN – Raquel Cotta D’AvilaCOMPESA – José Edson de Lucena CisneirosCOPASA – Delano Wagner Laine PereiraCOPASA – Estefânia Lilian Schneedorf Ferreira da SilvaCORSAN – Angélica RitterCOSANPA – Andréa CunhaDEPASA – Jaqueline Telles FernandesDESO – Wendell Gomes BarbosaEMBASA – Debora Bezerra Ximenes de VasconcelosSABESP – Adriano StringhiniSANEAGO – Luiz Carlos Novo ÁlvaresSANEPAR – Francisco de AssisSANESUL – Larissa Almeida SANESUL – Flávio César Mendes de Oliveira

Câmara Técnica de Comunicação e Imprensa

PublicidadeAesbe – Contato: Luciana Melo CostaTel: (61) 3022-9604 – e-mail: [email protected]

Fale conoscoSCS Quadra 1, Bloco H, Ed. Morro Vermelho, 16º andar – Brasília-DF – 70.399-900.Telefone: (61) 3022-9612E-mail: [email protected]

As análises e as opiniões dos artigos assinados na revista Sanear são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente a posição da Aesbe.

Coordenação EditorialUbiratan Pereira da Silva

EditorasLuciana Melo Costa (MT – 2492/DF)Rhayana Araújo (0527/RR)

PesquisaJoaquim Souza

FotosMarcos OliveiraRhayana Araújo

Revisão de textosLavínia Design

DiagramaçãoLavínia Design

ImpressãoGráfica Coronário

Tiragem10.000 exemplaresISSN: 1983-7461

Diretor-PresidenteRoberto Tavares (Compesa/PE)

Diretores Vice-Presidentes RegionaisCarlos Fernandes de Melo Neto (Deso/SE) Danque Esbell da Silva (Caer/RR)Jerson Kelman (Sabesp/SP)Luiz Carlos da Rocha Lima (Sanesul/MS)Marcelo Toscano (Caern/RN)Mounir Chaowiche (Sanepar/PR)

Conselho FiscalMaurício Luduvice (Caesb/DF)Flávio Presser (Corsan/RS)

Expediente

A Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe) é uma entidade civil sem fins lucrativos que, há mais de 30 anos, representa as empresas estaduais de água e de esgoto do país. Juntas, essas companhias atendem 4.030 municípios, ou seja, 74,2% da população urbana brasileira. Tem sede no Distrito Federal e dentre seus objetivos está o de zelar pelo interesse de suas associadas, promovendo o contínuo aperfeiçoamento técnico, por meio do intercâmbio de experiências, além de elaborar e divulgar estudos e trabalhos diversos. São associadas à Aesbe:

AGESPISA - Águas e Esgotos do Piauí S.A.BRK AMBIENTAL CAEMA - Companhia de Saneamento Ambiental do MaranhãoCAERR - Companhia de Águas e Esgotos de RoraimaCAERD - Companhia de Águas e Esgotos de RondôniaCAERN - Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do NorteCAESA - Companhia de Água e Esgotos do AmapáCAESB - Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito FederalCAGECE - Companhia de Água e Esgoto do CearáCAGEPA - Companhia de Água e Esgotos da ParaíbaCASAL - Companhia de Saneamento de AlagoasCASAN - Companhia Catarinense de Águas e SaneamentoCEDAE - Companhia Estadual de Águas e Esgotos

CESAN - Companhia Espírito Santense de SaneamentoCOMPESA - Companhia Pernambucana de SaneamentoCOPASA - Companhia de Saneamento de Minas GeraisCORSAN - Companhia Riograndense de SaneamentoCOSANPA - Companhia de Saneamento do ParáDEPASA - Departamento Estadual de Pavimentação e SaneamentoDESO - Companhia de Saneamento de SergipeEMBASA - Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A.SABESP - Companhia de Saneamento Básico do Estado de São PauloSANEAGO - Saneamento de Goiás S.A.SANEPAR - Companhia de Saneamento do ParanáSANESUL - Empresa de Saneamento do Mato Grosso do Sul S.A.

A Aesbe

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Opinião

Sanear

“A proposta do governo desorganiza

bastante o setor, abrindo espaço a implicações

fiscais que podem ser geradas pela possibilidade de

estoque de dívidas e uma perspectiva

de déficit crescente.”

Por Ubiratan Pereira da Silva – Secretário Executivo da Aesbe

Desde a implementação da Lei nº 11.445/2007, o setor tem buscado aprimorar a segurança jurídica nos negócios. Mas os esforços para

a realização de tal objetivo são constantemente ameaçados, seja pela falta de conhecimento sobre o setor, seja por interesses que se distanciam das necessidades da população ou das metas de uni-versalização dos serviços de saneamento.

O setor está constantemente à mercê de leis, próprias ou não, que interferem na respectiva atuação. Por vezes essas interferências podem ser positivas. Como exemplo desse fato, podemos citar a incidência da Lei 13.303/2016 no saneamento.

Ainda em 2016, o setor foi impelido à adoção de regras de compliance. Tais regras objetivam conferir às empresas públicas, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, no âmbito da União, dos Estados e dos Municípios, redução de custos, aumento de competitividade, aumento de eficiência e maior integração entre as áreas institucionais das empresas.

Com isso, espera-se que as estatais adotem prá-ticas de governança e de controle proporcionais à relevância, à materialidade e aos riscos do negócio. Para isso, foi determinado a essas empresas divulgar anualmente carta com os objetivos de políticas públicas, além de dados operacionais e financeiros que evidenciem os custos da atualização. Essas práticas, quando integradas, reduzem redundân-cias nos processos e elevam a transparência dos negócios, a resistência a crises, entre outros fatores.

Nem bem usufruímos dos efeitos da Lei 13.303/2016 no setor e outra iniciativa, de con-sequência contrária, começa a pairar sobre o saneamento.

No ano passado, o setor viu ganhar força a pro-posta de revisão do marco regulatório do setor de saneamento. O que parecia ser um grande passo à evolução da prestação dos serviços de abaste-cimento de água e de coleta e de tratamento de esgotos tornou-se um desastre à estruturação da prestação desses serviços.

Sob a forma de medida provisória, o governo federal tenta privilegiar a participação privada em detrimento à pública. Para isso, o governo pre-tende tornar obrigatório o chamamento público. Isso já existia em lei, mas com a nova proposição, o município fica obrigado a buscar a iniciativa privada no ato das renovações das respectivas concessões dos serviços de saneamento.

Mas os riscos desse normativo não se limitam apenas a esse fato. No geral, a proposta do governo desorganiza bastante o setor, abrindo espaço a im-plicações fiscais que podem ser geradas pela pos-sibilidade de estoque de dívidas e uma perspectiva de déficit crescente. Do ponto de vista legal, a proposta de medida provisória extrapola a com-petência da União. Ela discorda da interpretação do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre titulari-dade dos serviços, entre outras implicações.

Por coincidência ou não, esses fatos alternam--se no cotidiano do saneamento. Isso fragiliza a concretização de um ambiente e de relações segu-ras necessárias à prestação dos serviços de sane-amento, além de comprometer a participação da iniciativa privada que naturalmente acontece em conjunturas equilibradas, como o esperado pelos prestadores públicos dos serviços de saneamento, sem a necessidade de iniciativas forçosas e de re-sultados com pouco alcance.

Excesso e alternância de normas geram instabilidade e estagnação do setor de saneamento

OS REVESES DA SEGURANÇA JURÍDICA DO SETOR DE SANEAMENTO

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7Sanear

Aesbe em Ação

AESBE CONTRIBUI PARA A REVISÃO DO PLANO NACIONAL DE SANEAMENTO BÁSICOPor Luciana Melo Costa e Rhayana Araújo – Assessoria de Comunicação da Aesbe

Entidades do setor de saneamento básico se reuniram em setembro passado para dar início ao processo de revisão do Plano Nacional de

Saneamento Básico (Plansab). O plano prevê que a cada 4 anos o texto do documento seja revisto. A Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Sa-neamento (Aesbe), representada por seu presidente, Roberto Tavares, esteve presente na ocasião.

Na oportunidade, Roberto Tavares pontuou algu-mas bases necessárias à melhoria do Plansab, como: adoção de um cenário econômico mais conservador, conforme a apresentado nos últimos 4 anos, além da perenidade de recursos para investimentos no setor.

O presidente da Aesbe destacou ainda a necessi-dade de maior segurança jurídica para o saneamento de modo que essa promova a oferta dos recursos também pelos bancos privados. Ao tratar deste tema, Roberto Tavares destacou que essa segurança

AESBE PARTICIPA DE REUNIÃO QUE TRATA SOBRE A MEDIDA PROVISÓRIA QUE REVISA A LEI Nº 11.445/2007

Em novembro passado, o Ministério das Ci-dades realizou uma reunião para mostrar às en-tidades que representam o setor de saneamento as mudanças propostas na Medida Provisória que visa alterar a Lei nº 11.445/2007. Na ocasião, to-dos os representantes das instituições presentes puderam fazer suas considerações sobre a mu-dança. O presidente da Aesbe, Roberto Tavares, representou a entidade e expôs aos presentes os riscos que a medida provisória pode trazer para o setor. Ele enfatizou que a minuta da medida provisória não foi efetivamente discutida com os operadores e suscita diversas preocupações quan-to ao enfrentamento dos maiores problemas do setor, chegando a trazer mais insegurança para o sistema atual.

Para a Aesbe, vários dispositivos, do ponto de

jurídica deve ser estendida também aos aspectos institucionais do saneamento. Segundo o presidente da Aesbe, o setor precisa enfrentar a questão da titu-laridade dos serviços – atualmente um dos maiores gargalos à prestação dos serviços.

Para Roberto, essa questão deve ser equaciona-da, pois não é eficiente negociar a concessão dos serviços com milhares de municípios e milhares de agências reguladoras. “Entendemos que a compe-tência compartilhada entre estados e municípios, com amplo controle social, poderá dar mais segu-rança jurídica, facilitando novas linhas de finan-ciamento e maior participação do setor privado em parceria com o setor público.”, concluiu o presidente da Aesbe.

No dia seguinte à reunião, a Aesbe protocolizou no Ministério das Cidades as contribuições por escrito.

Divulgação Aesbe

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8 Sanear

Aesbe em Ação

vista legal, extrapolam a competência da União, afetando o já combalido Pacto Federativo, ao promover a interferência da Lei Federal em diversos assuntos de competência dos estados e do município. Em razão desses e de outros fatos relevantes, a Aesbe propôs ao governo federal que a alteração do marco legal do saneamento seja realizada por meio de processo legislativo ordinário, com ampla discussão pela socieda-de e pelos diversos atores envolvidos no setor. Uma carta com o posicionamento da Aesbe por escrito foi protocolada no Ministério das Cidades.

ASSEMBLEIAS GERAIS ORDINÁRIAS E EXTRAORDINÁRIAS

Anualmente, a Aesbe realiza Assembleias Gerais Ordinárias e Extraordinárias (AGOE) – oportuni-dade em que a diretoria da entidade e os presidentes e representantes das empresas estaduais de sanea-mento se reúnem para que que sejam tomadas me-didas que contribuam para um melhor desenvolvi-mento do setor de saneamento. Em 2017, ocorreram três AGOE.

A primeira foi no mês de julho, em Curitiba (PR), oportunidade em que discutiram, entre outros temas, novidades nos critérios de seleção pública de projetos com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Os novos critérios, além de manterem a linha de crédito para obras nos sistemas de água e esgoto, agora possibilitam a obtenção de financiamento para outras demandas do saneamento básico, como para o segmento de resíduos sólidos, controle e recuperação de perdas e elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico.

O segundo encontro ocorreu em Florianópolis (SC), no mês de agosto, durante o Congresso Cata-rinense de Saneamento (Concasan). O ponto prin-cipal desta segunda reunião foi a apresentação do Parecer Técnico, um Manual de Contabilidade, que foi executado pela Câmara Técnica de Contabilidade e Finanças. O Parecer apresenta critérios que possi-bilitam às empresas do setor desenvolver um único discurso em relação à forma de apuração dos seus tributos, tanto do ponto de vista legal, quanto juris-prudencial. Cada membro participante da AGOE recebeu um exemplar do Manual.

A terceira e última AGOE ocorreu em São Paulo (SP), no mês de outubro, durante a 28ª Feira Na-cional de Saneamento e Meio Ambiente (Fenasan). Entre outros temas discutidos nesta reunião, os par-ticipantes debateram sobre a revisão do Plano Na-cional de Saneamento Básico (Plansab). Ainda neste encontro, houve a eleição para o cargo de vice-presi-dente Regional Nordeste I, em que foi eleito Marcelo Saldanha Toscano, presidente da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte. O período de vigência é junho de 2018.

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9Sanear

Espaço Câmaras Técnicas

Arquivo pessoal

Para um melhor desempenho dos trabalhos desenvolvidos pelas Empresas Estaduais de Saneamento, a Aesbe possui em sua estrutu-

ra 10 Câmaras Técnicas, cujo membros se reúnem periodicamente para discutir assuntos pertinentes ao saneamento e que tragam contribuições ao setor.

Cada Câmara Técnica possui um tema específico. São elas: Gestão Empresarial (CTGE), Controle da Qualidade da Água (CTCQ), Comercial (CTC), Co-municação e Imprensa (CTCI), Recursos Hídricos e Meio Ambiente (CTRHMA), Jurídica (CTJ), De-senvolvimento Operacional (CDO), Contabilidade e Finanças (CTCF), Logística, Suprimentos e de Materiais (CTLSM) e de Regulação (CTR).

Nesta edição, a Revista Sanear apresentará os tra-balhos executados em 2017 pela Câmara Técnica de Contabilidade e Finanças (CTCF).

CÂMARA TÉCNICA DE CONTABILIDADE E FINANÇAS

Composta por 55 membros das áreas financei-ras e contábeis das 25 Companhias Estaduais de

Saneamento, a CTCF foi criada em 2006 e desde a implementação este grupo tem contribuído para a modernização das empresas do segmento.

Em 2017, a CTCF se reuniu por duas vezes – ju-lho e outubro. Foi nesse ano que a referida Câmara criou o Parecer Técnico que apresenta critérios que proporcionam às empresas do setor desenvolver um único discurso em relação à forma de apuração dos seus tributos, tanto do ponto de vista legal, quanto jurisprudencial.

Ainda em 2017, a Câmara iniciou o trabalho de execução do Manual de Alocação dos Custos In-diretos de Produção e Despesas Estruturais e Cor-porativas para as Atividades de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário. O objetivo é orientar os usuários nas práticas de contabilidade de cus-tos nas empresas estaduais de saneamento básico, especificamente com relação a técnicas, critérios e procedimentos de alocação das receitas, com base nas diretrizes da Lei de Saneamento 11.445 de 2007. O trabalho será concluído no primeiro trimestre de 2018 e entregue às empresas associadas à Aesbe.

“Como membro e coordenador, vejo a CTCF como um espaço de discussão e troca de experiências das principais temáticas que envolvem as áreas contábil e financeira das empresas associadas à Aesbe.

A partir dessas discussões, em 2017 foram elaboradas as estratégias para o desenvolvimento de trabalhos como o “Manual de Alocação de Custos e Despesas” e o “Parecer Técnico sobre impostos e contribuições”. Entendo que as reuniões proporcionam de forma mais rápida e eficaz a troca de experiências. Consequentemente, com

esse benchmarking, os processos das empresas passam por melhorias a um baixíssimo custo se comparados com a contratação de consultoria.

Foi durante os nossos encontros anu-ais que constatamos que as empresas de saneamento básico desempenham a mesma atividade social, porém, a des-peito de todas as semelhanças, divergem em muitos aspectos na apuração do Imposto de Renda – IRPJ, Contribuição sobre o Lucro Líquido – CSLL e, espe-cialmente, Contribuição ao PIS e Confins.”

EDMAR ZORZAL - COORDENADOR DA CTCF GERENTE FINANCEIRO DA COMPANHIA ESPIRITO SANTENSE DE SANEAMENTO (CESAN)

CÂMARAS TÉCNICAS DA AESBECONTRIBUEM PARA MELHORIAS NO SETOR DE SANEAMENTOPor Rhayana Araújo – Assessoria de Comunicação da Aesbe

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O tema principal do evento foi a MP do governo federal que pode alterar a Lei nº 11.445/2007Por Gustavo Noblat

SEMINÁRIO NACIONAL DA AESBEREUNIU REPRESENTANTES DAS EMPRESAS ESTADUAIS DE SANEAMENTO E DE DEMAIS ENTIDADES DO SETOR

Abertura do Seminário Nacional contou com a presença de autoridades do setor de saneamento

Foram dois dias e meio de encontros e debates com a participação de mais de 200 representan-tes de companhias que fazem parte da Associa-

ção Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe). Reunidos no final de novembro em um hotel de Brasília para o Seminário Nacional “Governança e Parcerias: oportunidades para o Saneamento”, eles ou-viram especialistas, autoridades públicas e se ouviram. Entre os diversos assuntos discutidos, teve destaque a questão da Medida Provisória que pode alterar a Lei nº 11.445/2007, que trata de saneamento.

As mudanças põem em risco a tarifa única de água e esgoto que é cobrada em cada estado. No encerra-mento do seminário, o presidente da Aesbe, Roberto Tavares, foi categórico ao afirmar que, se for preciso, “vai unir as forças trazendo os governadores e as bancadas estaduais” contra essa proposta. No dis-curso de abertura, Tavares já havia mandado o reca-do ao novo ministro das Cidades, Alexandre Baldy, que acompanhava o seminário, ao dizer que, “no tocante à obrigatoriedade de que o município con-sulte primeiro o setor privado para depois renovar

Divulgação Aesbe

Seminário Nacional

10 Sanear

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11Sanear

um contrato de concessão de serviço de saneamento, isso vai trazer uma desestruturação tarifária e vai afetar o subsídio cruzado”, enfatizou Roberto.

Hoje, o que permite a cobrança de uma única tarifa em todo o estado é a possibilidade de cobrir o déficit de um município de menor poder aquisitivo com os lucros advindos de um município superavi-tário e, portanto, com maior poder econômico. Isso é chamado de subsídio cruzado. O plano do governo de obrigar que cada município busque como achar melhor um parceiro na iniciativa privada abrirá ca-minho para que municípios vizinhos com sistemas integrados de água e esgoto tenham diferentes tari-fas, ponderou Tavares.

A MP que ameaça as tarifas únicas também foi tema do deputado federal João Paulo Papa, que esteve no seminário para falar da Agenda do Sanea-mento no Parlamento. Membro da Subcomissão de Saneamento Básico da Câmara, ele se mostrou sur-preso por não ter sido consultado pelo governo antes de se formatar a MP. “Nós, deputados, não fomos consultados e, do jeito que está o texto dessa medida provisória, o governo vai criar mais problemas do que ajudar, e não é essa a intenção”, afirmou Papa.

O deputado também se queixou de governos que não tratam o investimento em saneamento como prioridade e lembrou que “onde há saneamento, há crescimento”. Segundo Papa, o “saneamento faz o turismo se desenvolver, saneamento traz valorização imobiliária, saneamento gera emprego, saneamento é um setor carregado de inovação e crescimento do PIB”, defendeu o parlamentar.

O presidente da Caixa e ex-ministro das Cidades, Gilberto Occhi, que esteve na abertura do seminá-rio, foi mais um a apontar problemas com a MP que pode fragmentar a prestação do serviço de sanea-mento de um estado entre várias empresas privadas. “Pela estrutura de todo o processo de saneamento no país, essa seria uma mudança abrupta e danosa”, pontuou Occhi ao deixar o seminário.

A MP que pode desestruturar o setor de sanea-mento foi um dos assuntos mais debatidos no en-contro da Aesbe, mas não foi o único. Segue resumo do que ocorreu no evento:

PRIMEIRO DIAAbertura do seminário com o presidente da Ae-

sbe, Roberto Tavares; o vice-presidente da Aesbe, Mounir Chaowiche; o ministro das Cidades, Ale-xandre Baldy; o presidente da Abes, Roberval Tava-res; a coordenadora da ANA, Elizabeth Siqueira; o

presidente da Caesb, Maurício Ludovice; a gerente do BNDES, Luciana Campanema e o presidente da Caixa, Gilberto Occhi. Teve também palestra mo-tivacional do psiquiatra Roberto Shinyashiki, que trabalha com atletas olímpicos.

SEGUNDO DIAA manhã começou com palestra de Paulo Sal-

les, presidente da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa). Falou sobre as perspectivas e desafios para o Fórum Mundial da Água, evento internacional que acontecerá em Brasília, em março deste ano.

Depois, foi a vez de José Sylvio Xavier, da Sabesp, empresa de saneamento de São Paulo. O tema do seminário dele foi “Governança: Novo Cenário para as Empresas Estatais”. Tratou de regulação e pontuou assuntos como reajuste tarifário, subsídios tarifários, taxa de remuneração de capital e ativos regulatórios.

A palestra do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Benjamin Zymler, foi um dos desta-ques do segundo dia. Ele abordou a Lei nº 13.303/16, conhecida como a Lei das Estatais. As empresas têm um prazo para se adequar a ela e quem não cumprir com as novas exigências a tempo poderá ser punido pelo TCU, alertou Zymler. “A Lei muda o regime

Presidente da Aesbe Roberto Tavares pontua principais pontos negativos da MP proposta pelo governo federal

Divulgação Aesbe

“no tocante à obrigatoriedade

de que o município consulte

primeiro o setor privado para

depois renovar um contrato de concessão de serviço de

saneamento, isso vai trazer uma desestruturação tarifária e vai

afetar o subsídio cruzado.”

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licitatório nas contratações” e, segundo o ministro, isso pode ser um obstáculo para algumas empresas que tentam se adequar às novas regras. “O gestor que não cumprir com as mudanças poderá ser multado ou até mesmo sofrer inabilitação de 5 a 8 anos para cargos de confiança”, revelou Zymler.

O ministro acredita que a Lei da Estatal é “revo-lucionária” porque inibe a intromissão de políticos nas estatais, mas acha imprescindíveis outras ações como, por exemplo, a reforma política, se quiser mudar o atual cenário de desperdício e desvio de di-nheiro público de parte das estatais brasileiras.

O deputado João Paulo Papa falou das ações do parlamento voltadas ao setor de saneamento. Em se-guida, teve o painel técnico “Experiências de Suces-so nas Empresas de Saneamento”, com o palestrante colombiano León Yepes. Ele abordou como o sanea-mento é tratado com prioridade em Medelín a ponto de não haver nenhuma casa ou até mesmo favela sem serviço de água e esgoto.

Paulo Salles, presidente da Adasa, apresentou as perspectivas e desafios para o Fórum Mundial da Água

Divulgação Aesbe

“Sistemas de Informações Geográficas: Aplica-ções e Utilidades” foi o tema do palestrante Luís Henrique Oliveira, da Compesa, empresa de Per-nambuco. O segundo dia teve ainda a palestra de Romeu Nascimento, que contou como a empresa Cesan, do Espírito Santo, conseguiu “imunidade tributária”.

Arisnandes da Silva e Marcelo Mele, da Sabesp, falaram sobre a interligação das represas Jaguari e Atibainha e explicaram como isso ampliará o forne-cimento de água na Grande São Paulo.

TERCEIRO DIALuciana Capanema, diretora do BNDES, abordou

a questão dos “Desafios e Perspectivas para o Sanea-mento”. Ela destacou as dificuldades que as empresas de saneamento enfrentam para atrair investidores.

Henrique Pires, Secretário Nacional de Sanea-mento, falou sobre as “Tendências do Saneamento no Brasil”.

Vale destacar o painel Perspectivas e Desafios para o Fórum Mundial da Água, que contou com a palestra do presidente da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Fe-deral (Adasa), Paulo Salles. Ele apresentou no 2º dia de seminário a estrutura e os conteúdos do evento internacional que acontecerá em Brasília, de 18 a 23 de março de 2018. Na mesa também estavam pre-sentes o presidente da Caesb, Maurício Ludovice, e o presidente da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), Carlos Fernandes de Melo.

O Fórum Mundial da Água deve reunir cerca de 30 mil representantes de mais de cem países para discutir temas relacionados aos recursos hídricos e promover a maior conscientização coletiva a respei-to dos temas ligados à água. Com o tema “Comparti-lhando Água”, o Fórum ocorre pela primeira vez no hemisfério Sul.

Paulo Salles lembrou que o mundo está enfrentan-do uma crise hídrica e que o setor de Saneamento é um parceiro essencial na busca de soluções. “Todos nós sabemos e estamos sentindo na pele a realidade das mudanças climáticas. A crise da água é global, o que força o mundo a se posicionar”, afirmou.

O presidente da Adasa comentou, ainda, que bus-car a sustentabilidade para a água é um compromis-so com as próximas gerações. “Precisamos preservar o meio ambiente para que as próximas gerações possam ter água na quantidade e qualidade que pre-cisam”, disse.

CUIDAR DA ÁGUA TAMBÉM DEVE SER PRIORIDADE DE TODOS

Seminário Nacional

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AESBE DISCORDA DE MEDIDA PROVISÓRIA QUE ALTERA A LEI DO SANEAMENTOA entidade defende que a mudança do Marco Legal do Saneamento pode desestruturar o setor

Por Gustavo Noblat e Rhayana Araújo

Em novembro passado, o Ministério das Ci-dades realizou uma reunião para tratar sobre a proposta de revisão para o Marco Legal do

Saneamento Básico, com a intenção de alterar as Leis 9.984/2000 – que criou a Agência Nacional de Águas, e 11.445/2007 – que estabelece as diretrizes e a política federal de saneamento básico. O encontro contou com diversas entidades que tratam de saneamento básico no Brasil, dentre elas, a Associação Brasileira das Em-presas Estaduais de Saneamento (Aesbe).

Durante o encontro, foi apresentada a proposta da alteração por meio de uma Medida Provisória (MP) (quadro ao final). A posição da Aesbe é clara: esta MP pode desestruturar o setor de saneamento. Foi com essa afirmação que o presidente da Aesbe, Roberto Tavares, defendeu o posicionamento da Associação, no dia da reunião. “O primeiro ponto preocupante é a maneira que o governo escolheu para revisar a lei que regula o saneamento. Um as-sunto tão importante e essencial para a população

Roberto Tavares durante seu discurso na reunião que debateu a MP que propõe a alteração da Lei do Saneamento

Rhayana Araújo

Medida Provisória

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só deveria ter suas regras alteradas a partir de um debate mais aprofundado nas casas legislativas e não por meio de uma Medida Provisória que sequer passou pelo crivo dos atuais operadores do sistema”, reforçou o presidente.

No ponto de vista da Aesbe, o que se pode antever dessa situação é um risco imenso de judicialização de casos envolvendo saneamento, o que traz ainda mais insegurança para essa área. Vários pontos dessa nova Lei Federal que poderá ser validada a partir de medida provisória extrapolam a competência da União. Estados e municípios é que deveriam legislar sobre isso, como prevê o pacto federativo e como fi-cou decidido pelo Supremo Tribunal Federal ao jul-gar a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) nº 1842, que trata dos serviços de saneamento em regiões metropolitanas e sistemas integrados.

A população que mora em um município mais estruturado e mais forte economicamente e aquela que vive em um lugar com mais escassez e com uma infraestrutura mais deficitária paga o mesmo valor pelo serviço de água e esgoto. A tarifa é uma só em todo o estado. Esse é um compromisso das empresas estaduais de saneamento básico.

Isso ocorre porque o mecanismo, chamado de subsídio cruzado, permite às empresas estaduais operar em dezenas de municípios deficitários, equilibrando suas receitas e atuando também em municípios superavitários – o que evita a cobrança do custo efetivo de operação, permitindo um preço único por metro cúbico em todo o estado. O proble-ma é que agora essa tarifa única e outras diretrizes que regulam o setor de saneamento estão em xeque, devido a esta Medida Provisória.

A mudança mais grave é o dispositivo que obriga o município a procurar empresas privadas que de-sejam operar o sistema de saneamento no lugar da empresa estadual ou municipal. Os municípios mais fortes economicamente serão disputados pela ini-ciativa privada, enquanto os mais carentes sobrarão e terão que ser atendidos pelas companhias estadu-ais que, por sua vez, perderão competitividade ao ter encerrados os contratos com os municípios rentá-veis. Isso afetará diretamente o preço das tarifas para os mais necessitados.

A entrada do setor privado na prestação de ser-viços de saneamento é bem-vinda e precisa ocorrer por meio de parcerias que não ameacem a tarifa única. O setor privado deve entrar no saneamento com uma prestação de serviço regionalizada, o que significa que pode substituir empresas estaduais em

determinados municípios, mas precisa manter uma parceria com essas empresas estaduais para não per-der o subsídio cruzado e ainda ampliar a capacidade de gerar mais benefícios com menores custos.

“Há muito tempo se faz necessário um rearranjo institucional na área de saneamento. Mudanças são positivas, mas o que foi apresentado pelo Ministério das Cidades é extremamente preocupante. Toda uma equação tarifária está em risco e não se pode es-quecer que existe uma função social importante para as empresas que distribuem água e tratam o esgoto. Não é uma área que visa puramente o lucro”, enfati-zou o presidente da Aesbe, Roberto Tavares.

Segundo Tavares, obrigar os municípios a procu-rarem a iniciativa privada sempre que renovarem uma concessão de serviço de saneamento é como dizer para cada cidade que se vire sozinha e procure a sua melhor equação.

Da forma como está na Medida Provisória, serão firmados inúmeros contratos isolados de concessão pública, uma espécie de privatização pulverizada, o que não será positivo para o setor e só beneficiará uma pequena fração de municípios, já que é pouco provável que a iniciativa privada se interesse pelas cidades com menos de 100 mil habitantes.

Municípios vizinhos um a outro, muitas vezes com sistemas de água e esgoto interligados, terão operadoras diferentes e até mesmo tarifas desiguais. Ou seja, as mudanças propostas pelo governo, em especial o artigo 10-A (ver Quadro I), podem de-sorganizar o setor de saneamento e pôr em risco a sustentabilidade das companhias estaduais e das tarifas módicas.

Roberto Tavares ressalta que a Aesbe, como enti-dade que representa as empresas estaduais que aten-dem mais de 75% da população brasileira em mais de 4 mil municípios, manterá sua posição e, junto com as demais entidades, continuará atuando para que esta Medida Provisória seja revista, de modo que o setor não seja desestruturado e a população pre-judicada. “É do entendimento de todos que fazem a Aesbe que a alteração do marco legal do saneamento básico só terá força e eficácia se for debatida pela so-ciedade e se contar com o apoio de quem está envol-vido com o setor. Não se pode ignorar uma discussão mais ampla. O que se espera do governo federal é que escute os amplos segmentos que atuam no sa-neamento e que há muitos anos pedem mudanças. Para esta construção, de um sistema que faça o sa-neamento realmente avançar, a sociedade brasileira pode contar sempre com a Aesbe”, finalizou.

“É do entendimento de todos que

fazem a Aesbe que a alteração do marco legal do saneamento básico só terá

força e eficácia se for debatida

pela sociedade e se contar com o apoio de quem está envolvido com o setor.”

Medida Provisória

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CONFIRA O ARTIGO 10-A, PROPOSTO NA MEDIDA PROVISÓRIA

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O art. 5º da MP dispõe: “O art. 10-A da Lei n.º 11.445, de 5 de janeiro de 2007, entra em vigor um ano após a publicação desta Medida Provisória.”

MEDIDA PROVISÓRIA – CASA CIVILTexto proposto para o Artigo 10-A

LEI Nº 9.984, DE 17 DE JULHO DE 2000

“Art. 10-A - Nas hipóteses legais de dispensa de licitação, antes da celebração de contrato de programa, previsto na Lei nº 11.107, de 2005, o titular dos serviços publicará edital de chamamento público visando a angariar a proposta mais eficiente e vantajosa para a prestação descentralizada dos serviços públicos de saneamento.

.....................................................................................................

§ 1º - O edital de chamamento público a que se refere o caput estabelecerá prazo mínimo de trinta dias para apresentação das propostas, que conterão:

.....................................................................................................

I - o objeto e o prazo de vigência do contrato, compatível com a amortização dos investimentos realizados, incluindo eventual prorrogação;

.....................................................................................................

II - a forma de remuneração e de atualização dos valores contratuais;.....................................................................................................

III - as tarifas a serem praticadas e a metodologia de reajuste, conforme as diretrizes regulatórias do setor de saneamento básico;

.....................................................................................................

IV - o plano e o cronograma de investimentos a serem realizados para a adequada prestação dos serviços públicos de saneamento básico;

.....................................................................................................

V - os índices de qualidade de serviços e as metas parciais e finais a serem atingidas de acordo com o plano e o cronograma propostos; e

VI - o valor estimado do contrato de programa ou do contrato.

.....................................................................................................

§ 2º - O proponente deverá adicionar, à sua proposta de tarifa a ser praticada, percentual mínimo de adicional tarifário que será destinado a fundo de universalização de saneamento básico, instituído por lei estadual, que deverá priorizar o financiamento de investimentos em saneamento básico nos municípios que apresentarem os menores índices de cobertura.

.....................................................................................................

§ 3º - Na hipótese de ao menos um prestador de serviço além do interessado em celebrar contrato de programa demonstrar interesse no chamamento previsto no caput, proceder-se-á a processo licitatório, nos termos do disposto na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, na Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, e na Lei nº 11.079, de 30 de dezembro de 2004.

.....................................................................................................

§ 4º - Na hipótese de não haver o número de interessados previsto no § 2º no chamamento público, o titular poderá proceder à assinatura de contrato de programa com dispensa de licitação, conforme o disposto no inciso XXVI do caput do art. 24 da Lei nº 8.666, de 1993, mantido o disposto no § 2º.” (NR)

.....................................................................................................

§ 5º - O chamamento público previsto no caput não será exigível nas hipóteses de aditamento dos contratos de programa, incluindo-se a prorrogação de seu prazo de vigência, quando esta não for superior a dois anos, por uma única vez.”

Observações

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Fórum Mundial da Água

PERSPECTIVAS PARA O FÓRUM MUNDIAL DA ÁGUABrasil sediará o evento pela primeira vez em 2018

Por Rhayana Araújo – Assessoria de Comunicação da Aesbe

O Fórum Mundial da Água ocorrerá em Brasí-lia de 18 a 23 de março de 2018 e deve reunir cerca de 30 mil representantes de mais de

cem países para discutir temas relacionados aos re-cursos hídricos e promover a maior conscientização coletiva a respeito dos temas ligados à água. Com o tema Compartilhando Água, o Fórum ocorre pela primeira vez no hemisfério Sul.

O evento ocorre a cada três anos com o objetivo de aumentar a participação do tema ‘água’ na agenda

política dos governos, além de promover o apro-fundamento das discussões, troca de experiências e formulação de propostas concretas para os desafios relacionados aos recursos hídricos.

Para aprofundar um pouco mais sobre os avanços e desafios em relação à gestão dos recursos hídricos e sobre os resultados esperados após a realização do Fórum Mundial da Água, a diretora de Planeja-mento da Agência Nacional de Águas (ANA), Gisela Forattini, concedeu uma entrevista à Sanear. Segue:

1. Sanear: A Lei das Águas completou 20 anos em 2017. Você pode fazer uma síntese deste período?

Gisela: Sem dúvida, a instituição da Política Nacional de Recursos Hídricos, por meio da Lei 9.433/1997, conhecida como a Lei das Águas, foi o principal marco para a gestão de recursos hídricos no país. Durante esses 20 anos, o país tem consoli-dado o seu arcabouço institucional e normativo para a aprimorar a gestão desse importante recurso na-tural.

Nesse período, houve a estruturação do Conselho Nacional de Recursos Hídricos como ente central de articulação, deliberação e arbitragem do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;

ENTREVISTA COM GISELA FORATTINI, DIRETORA DE PLANEJAMENTO DA AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA)

Raylton Alves / Banco de Imagens ANA

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a criação, em julho de 2000, da Agência Nacional de Águas – entidade federal responsável pela imple-mentação da Política Nacional de Recursos Hídri-cos, dotada de autonomia administrativa e financei-ra; além de serem estruturados os sistemas estaduais de recursos hídricos e os órgãos gestores de diversos estados, que têm a responsabilidade de gerir as águas de domínio estadual, conforme definido na Consti-tuição brasileira.

2. Quais os principais avanços em relação à

gestão de recursos hídricos no País?Dentre muitos avanços na gestão de recursos hí-

dricos, pode-se citar:• A criação e o fortalecimento dos órgãos gestores de

recursos hídricos;• O fortalecimento dos processos de regularização de

usuários e de emissão de outorga de direito de uso dos recursos hídricos, tanto em nível federal, como nos estados;

• A intensificação das ações de fiscalização dos usos da água, principalmente nas bacias consideradas críticas;

• A elaboração de Planos de Recursos Hídricos nas principais bacias hidrográficas interestaduais e em diversas bacias de rios de domínio dos estados;

• A estruturação de bases de dados em escala nacio-nal, que compilam as principais informações sobre a situação dos recursos hídricos no país;

• O diagnóstico dos sistemas produtores de água para abastecimento da população das sedes urbanas de todos os municípios brasileiros, consolidado no Atlas Brasil de Abastecimento Urbano de Água;

• O diagnóstico dos sistemas de esgotamento sanitá-rio, consolidado na publicação denominada Atlas Esgotos – Despoluição de Bacias Hidrográficas;

• A implantação do instrumento de cobrança pelo uso da água em diversas bacias hidrográficas. 3. E quais os principais desafios na gestão de

recursos hídricos?A variabilidade climática observada nos últimos

anos, que tem provocado secas prolongadas e inten-sas e consolidado o termo “crise hídrica” em regiões como o Nordeste, o Sudeste e o Centro-Oeste, asso-ciada à intensificação dos impactos causados pela poluição hídrica, tem consequências diretas na dis-ponibilidade hídrica e na segurança hídrica de diver-sos setores usuários de água. Essas situações podem

se agravar diante dos efeitos de mudanças climáti-cas globais, com consequências na saúde pública e no desenvolvimento socioeconômico do País. Nesse contexto, um dos desafios para a gestão de recursos hídricos é a adoção de medidas preventivas e adapta-tivas, por meio do planejamento e na implementação das ações planejadas, de forma a antecipar as adversi-dades e seus impactos, fazendo com que as respostas a essas situações se dêem como resultado de um pla-nejamento bem elaborado.

4. Na sua visão, até que ponto o fato de o Fó-

rum Mundial da Água ser realizado no Brasil pode contribuir para resolver os problemas hí-dricos enfrentados hoje pelo País?

O Fórum Mundial da Água é o mais importante evento sobre o tema de recursos hídricos no planeta, e contará com a presença de chefes de Estado e de di-versas delegações de países de todos os continentes. A realização desse evento no Brasil também será uma oportunidade única para mobilizar a grande mídia e a sociedade brasileira em torno das questões hídricas que precisam ser enfrentadas, colocando-se, assim, os problemas hídricos na pauta da agenda política de mais alto nível. Somente com a sensibilização dos atores políticos será possível aprimorar o modelo de governança das águas no País e solucionar crises hí-dricas.

5. Quais os principais legados que o Brasil

herdará por ser o sediador do Fórum Mundial da Água?

Além do compartilhamento das experiências e da disseminação de boas práticas e de políticas bem-su-cedidas, espera-se que o Fórum deixe como legado a construção de uma agenda de aprimoramento do arcabouço jurídico e institucional para a gestão de águas no Brasil. Daí a iniciativa da ANA denomina-da “Projeto Legado” que visa justamente aproveitar o espaço do Fórum para o estabelecimento de compro-missos em torno de propostas de aperfeiçoamento dos marcos constitucional, legal e infralegal para o gerenciamento dos recursos hídricos. A versão final do Documento-Base do Projeto Legado, elaborada após consulta a diversos setores econômicos e seg-mentos da sociedade civil, apresenta 20 propostas ob-jetivas para o fortalecimento do modelo brasileiro de governança de água, o qual deve ser descentralizado, participativo e integrado.

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Investimentos

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EMBASA GARANTEECONOMIA DE R$ 17 MILHÕES COM ENERGIA ELÉTRICAAções de eficientização energética reduzem conta de energia, insumo essencial para a operação dos sistemas de abastecimento e esgotamento

Por Assessoria de Comunicação da Embasa

Mateus Pereira Gov/BA

Detalhe de equipamentos de sistema de abastecimento de água em Rio de Contas, cidade histórica da Chapada Diamantina

Em 2017, ações na área de eficiência energética já renderam uma economia de R$ 17 milhões para a Empresa Baiana de Águas e Saneamen-

to (Embasa). A energia elétrica é responsável pela segunda maior despesa da empresa, atrás apenas da folha de pessoal, já que é um insumo diretamente ligado à operação dos equipamentos dos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Em 2016, esta pesada conta alcançou o montante de R$ 211 milhões. Para obter a economia milionária, a empresa investiu em medidas administrativas e estruturais, visando otimizar e racionalizar o uso do recurso.

Uma das ações foi a migração para o ACL (am-biente de contratação livre) ou mercado livre de energia. No ACL, o consumidor pode escolher seu fornecedor de energia em todo o território nacio-nal, sendo possível negociar preços, quantidades e prazos diretamente com o fornecedor. Além disso, os preço e reajustes anuais são previamente nego-ciados e firmados em contrato.

O valor economizado foi obtido comparando preços da energia adquirida no mercado livre com as tarifas praticadas pela Coelba. “Além dos 15% de desconto nas tarifas de energia concedido às com-panhias de saneamento, a Embasa vem obtendo

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uma economia adicional de 20% com a migração para o mercado livre”, afirma Thiago Ferreira, coor-denador do processo na empresa.

Outra vertente de ação é a atuação no mercado cativo de energia, quando as unidades consumido-ras estão vinculadas a um único fornecedor – no caso, a Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba). Neste mercado, as ações para re-dução das despesas estão diretamente vinculadas a ajustes contratuais, como adequação das demandas contratadas, escolha da melhor opção tarifária, eliminação de penalidades diversas (multas e juros, por exemplo) e análise das faturas buscando identi-ficar cobranças indevidas.

SISTEMAMirando no aprimoramento da racionalização da

energia elétrica, a Embasa criou, no ano passado, o sistema Apolo – software totalmente desenvolvido internamente. “O Apolo permite a sistematização da análise das faturas, tornando o processo mais dinâmico. Ele possibilita o exame e adequação das diversas modalidades tarifárias, além de sinalizar eventuais erros nas faturas emitidas pela concessio-nária de energia. O sistema também disponibilizará módulos de gráficos, destacando pontos críticos que necessitam de uma verificação mais detalha-da pelas unidades regionais”, exemplifica Sandro Campos, gerente do setor de Energia Elétrica na Embasa.

O software Apolo começou a ser utilizado no iní-cio do ano passado e sua construção se deu a partir das informações de um sistema similar já existente

na Embasa, também desenvolvido por equipe in-terna. “Aprimoramos a interface, tornando-a mais amigável, intuitiva e próxima dos sistemas já utili-zados, cuja estrutura é familiar para a maioria dos colaboradores. Também padronizamos os códigos utilizados, o que facilita a manutenção e a imple-mentação de novas funcionalidades”, detalha Fábio Sales, analista responsável pelo desenvolvimento da ferramenta.

Além da vantagem financeira obtida com a eco-nomia de energia elétrica, Sandro Campos destaca o aspecto ambiental envolvido no consumo do recurso. “A utilização racional deste recurso é cada vez mais necessária. Por isso, é importante que os projetos de implantação e ampliação de sistemas sejam rigorosamente criteriosos do ponto de vista da eficiência energética”, aponta.

Detalhes da estrutura de bombeamento movida a energia elétrica, no lago da barragem de Santa Helena, parte do sistema integrado de abastecimento de Salvador

Na Estação Paulo Jackson, é possível observar a Estação de Condicionamento Prévio (ECP) do Rio Vermelho, em Salvador, também movida a energia elétrica

Mateus Pereira Gov/BA

Mateus Pereira Gov/BA

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Seminário Socioambiental

COMPESA E SANEPAR PROMOVEM EVENTO NACIONAL SOBRE EDUCAÇÃO E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTALCompanhias definem que o setor precisa ampliar recursos para ações de educação socioambiental

Por Assessoria de Comunicação da Compesa

Aluísio Moreira

Presidente da Compesa, Roberto Tavares, durante solenidade do Seminário de Educação e Responsabilidade Socioambiental

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“No saneamento precisamos pensar todo o processo de forma integrada, desde o projeto até como nos

relacionamos com o cliente. É preciso

comunicação e diálogo para envolvermos as pessoas e encontramos

multiplicadores que nos ajudem a defender a causa do saneamento”

Ampliar os recursos destinados às ações de educação e responsabilidade socioambiental foi uma das diretrizes apontadas no I Seminá-

rio de Educação e Responsabilidade Socioambiental das Empresas de Saneamento, que foi realizado de 5 a 7 de dezembro, no Recife (PE). O evento, pro-movido pela Companhia Pernambucana de Sanea-mento (Compesa) e Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), reuniu 180 representantes de 15 companhias de saneamento brasileiras – um sinal de que o tema já é valorizado e encarado como funda-mental para o sucesso dos investimentos e atividades do setor.

Para se prestar bons serviços de abastecimento de água e de coleta e tratamento de esgoto, é fun-damental que os trabalhos estejam alinhados com essas questões. Essa e outras propostas foram regis-tradas na Carta de Compromisso que materializa as intenções das companhias para a inclusão de ações sociais e da educação ambiental dentro das estraté-gias corporativas. A carta também prevê a criação de uma Câmara Técnica específica para esse fim junto à Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe) e à Associação Brasileira de En-genharia Sanitária e Ambiental (Abes) – instituições que apoiaram o evento.

“Esse texto foi concebido dentro de uma lógica de governança e transparência. No saneamento precisa-mos pensar todo o processo de forma integrada, des-de o projeto até como nos relacionamos com o cliente. É preciso comunicação e diálogo para envolvermos as pessoas e encontramos multiplicadores que nos ajudem a defender a causa do saneamento”, avaliou o presidente da Aesbe e da Compesa, Roberto Tavares.

“O evento foi pioneiro e colocou um novo para-

digma para as dimensões da ação social e educação ambiental dentro das companhias. Fortalecemos es-ses espaços de articulação, inclusive na perspectiva de buscar mais investimentos para essas áreas”, acres-centou o diretor de Articulação e Meio Ambiente da Compesa, Aldo Santos.

O evento foi encerrado com o plantio simbólico de mudas no Centro Administrativo Governador Eduardo Campos, local do seminário, e teve a parti-cipação de Roberto Tavares, Aldo Santos, Glauco Re-quião, que é diretor de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar, e Clécio Falcão, presidente da Compa-nhia de Saneamento de Alagoas. A segunda edição do seminário também já foi definida: acontecerá daqui a dois anos, em Curitiba, no Paraná, e será coordenada pela Sanepar.

A programação do seminário iniciou com uma palestra do jornalista Ricardo Voltolini, diretor-pre-sidente da consultoria Ideia Sustentável, que abordou os valores da sustentabilidade nas empresas. A soci-óloga Andréa Santini, pesquisadora da Diretoria de Avaliação da Conformidade do Inmetro, apresentou o Programa Brasileiro de Certificação de Responsa-bilidade Social e como essas práticas podem agregar valor e vantagens para as empresas. Mobilização so-cial foi o tema da palestra realizada pelo ambien-talista, educador popular, dramaturgo, cordelista e engenheiro Rodolfo Cascão, que coordena o Grupo Parangolé Arte Mobilização. A programação ainda teve a participação do superintendente da Sabesp e presidente da Abes, Roberval Tavares, que comparti-lhou dois cases de soluções de saneamento – abasteci-mento de água e esgotamento sanitário – executados em áreas de alta vulnerabilidade social na Região Metropolitana de São Paulo.

O Seminário de Educação e Responsabilidade Socioambiental reuniu representantes de 15 companhias de saneamento brasileiras em Recife (PE)

Aluísio Moreira

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Saneamento e Turismo

Thays Poletto

Estruturas e equipamentos de saneamento nos

Mananciais da Serra são parte do primeiro sistema

de abastecimento de água do Paraná

ABERTO PARA VISITAÇÃO, PARQUE ESTADUAL PICO DO MARUMBI PRESERVA HISTÓRIA DO SANEAMENTO DO PARANÁLocal abriga as represas que serviram para o abastecimento de água da cidade de Curitiba desde a primeira metade do século 20

Por Thays Poletto - Assessoria de Comunicação da Sanepar

Além de sua riqueza natural, o Parque Estadual Pico do Marumbi, em Piraquara, também é um dos espaços mais importantes do Paraná

para a preservação da história do saneamento. Ali, em plena Mata Atlântica, estão os primeiros reservatórios de água do estado e trilhas interessantes que levam às primeiras estruturas construídas para o abastecimen-to público de Curitiba e Região Metropolitana. Essas obras iniciaram em 1904 e duraram apenas quatro anos, numa região distante e acidentada, e por mais de 100 anos serviram à população da capital e cidades vizinhas.

Em relação ao abastecimento, a região, conhecida como Mananciais da Serra, ainda é fundamental: mais da metade da água consumida em Curitiba e Região vem daí, onde está a Área de Proteção Ambiental (APA) de Piraquara. A qualidade da água vinda dos Manan-ciais está associada a uma legislação que busca proteger a Mata Atlântica e inibe atividades potencialmente po-luidoras. Criada em 1996, a APA possui 88 km2 perten-centes à bacia hidrográfica do Rio Piraquara.

Para contar a história dessas obras tão importantes e preservar a região de Mata Atlântica, a Sanepar pos-sui um programa de educação ambiental para escolas nos Mananciais da Serra. Em parceria com a Prefeitura de Piraquara, Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e Parque Estadual do Marumbi, a Companhia também mantém um programa de visitas públicas, aberto a toda a comunidade. O programa existe há mais de oito anos, com cerca de 3.000 visitantes ao ano. As visitas públicas são permitidas durante um final de semana a cada mês, de fevereiro a dezembro.

Na APA Piraquara, além da Mata Atlântica, são en-contrados diversos tipos florestais, como araucária, campos nativos, florestas de galerias e várzeas. A fauna apresenta cerca de 70 espécies de mamíferos, 300 aves, 50 peixes e mais de 50 anfíbios e répteis.

Tombamento – As estruturas e equipamen-tos de saneamento nos Mananciais da Serra são parte do primeiro siste-ma de abastecimento de água do Paraná, que con-ta com 17 reservatórios nos Mananciais e uma grande tubulação de 38 km, que levava água até o Reservatório do Alto São Francisco, em Curitiba, e, dali, abastecia parte da população paranaense. Em 2016, a Sanepar e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN-PR) retomaram as tratativas para o tombamento fe-deral desse sistema.

Thays Poletto

Vista do Mirante da Barragem de Piraquara

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Os Mananciais da Serra ficam a cerca de 40 km de Curitiba. As caminhadas nas trilhas têm duração de cerca de uma hora, entre ida e volta. O programa é ideal para passeios em família ou grupos, a pé ou de bicicleta. Recomenda-se que o visitante use roupa e calçados confortáveis, repelente, proteção para sol ou chuva (os passeios realizam-se mesmo com chu-va). É aconselhável levar máquina fotográfica. Na entrada, há espaço para estacionamento de carros e é preciso fazer um cadastro. Recomenda-se também levar lanche e estar sempre hidratado. A visitação é gratuita e aberta a toda a população, mas no local é proibida a entrada de animais, assim como não se deve deixar lixo, nadar, pescar, caçar ou retirar ani-mais e plantas.

TrilhasNos Mananciais, também estarão abertas para a

visitação pública as trilhas do Carvalhinho (500 m), Santuário São Francisco (500 m), do Salto (percurso de 1 km), da Chaminé (1,5 km de extensão) e a Estra-

PASSEIO

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da do Carvalho (2,5 km). As caminhadas têm dura-ção mínima de uma hora, entre ida e volta.

Na Trilha da Chaminé, o caminho é dentro da mata fechada, com muito verde e até alguns trechos de um antigo calçamento. No final, a trilha abre com muita luminosidade e há uma vista linda, com uma chaminé dentro da Barragem de Piraquara I. Os visitantes imaginam que ali havia uma olaria, nas, na verdade, a chaminé era parte do antigo sistema de abastecimento de água.

A Trilha do Carvalhinho leva a um reservatório abastecido pelo Rio Carvalho. É um dos maiores reservatórios, depois do Reservatório do Carvalho, o maior e mais importante da região, hoje já desa-tivado. No total, são 17 reservatórios de água in na-tura, vinda da Serra do Mar, e que foram utilizados no abastecimento de Curitiba entre 1908 e 2004. A Trilha do Carvalhinho possui um percurso de cerca de 500 metros a partir do Reservatório do Carvalho.

A Trilha do Santuário possui um percurso fácil, de menos de um quilômetro a partir do Reservatório do Carvalho e é uma das mais bonitas das visita-ções públicas. Na região de natureza preservada, a Trilha parece iluminada de verde em dias de sol e ao final, junto à fenda de uma grande rocha, pode--se observar a imagem de São Francisco de Assis, considerado pelos católicos como o Padroeiro do Meio Ambiente. A imagem do santo, conhecido pelo seu apreço aos animais e à natureza, foi instalada em 1981, como comemoração dos 800 anos de seu nascimento. No entanto, a Sanepar, que fez a home-nagem, não possui registros sobre o autor da obra. A estátua foi instalada onde os antigos moradores dos Mananciais se reuniam para orações, meditações e confraternizações. A imagem é tão significativa para a proteção ambiental que a Sanepar possui uma réplica dela na entrada de sua sede administrativa.

A proposta da Aesbe é utilizar este espaço para prestigiar todos

os estados do Brasil. Envie sugestões de locais turísticos que envolvam

o saneamento para o e-mail: [email protected].

Thays Poletto

Os passeios nos Mananciais da Serra duram, em média, uma hora

Trilha da Chaminé nos Mananciais da Serra

João Henrique Stahlke

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Consciência

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EM TEMPOS DE ESCASSEZ,

ECONOMIZE ÁGUA PARA NÃO FALTAR!

A escassez de água é um problema que cada vez mais afeta o Brasil, apesar de o país concentrar 12% de toda a água doce existente no mundo. Há vários fatores que motivam a falta de água. Citando os mais comuns, temos: a seca,

a poluição e a má distribuição desse recurso. Quando se fala em má distribuição, refere-se ao fato de que nem sempre a região onde a concentração populacional é maior é aquela que possui mais água.

Por exemplo, a Bacia do Rio Amazonas é a região que concentra mais água no Brasil, mas se encontra na região menos habitada: Norte. E transportar água dessa região para outras seria um processo muito caro e traria um problema ambiental sério. Enquanto isso, muitos estados passam por momento de escassez, devido à falta de chuva que compromete seus reservatórios.

Por isso é tão importante que as pessoas se conscientizem de economizar a água. É um bem que precisa ser preservado e seu uso deve ser racional. A Sanear separou algumas dicas importantes para economizar água dentro da sua própria casa. Além de ajudar o futuro do nosso país, você ainda economizará na sua conta!

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Veja as dicas:

7. Feche a torneira durante intervalosVocê sabia que uma torneira aberta por 5 minutos desperdiça 80 litros de água? Pois é! Então feche a torneira ao escovar os dentes e fazer a barba. Essa atitude pode economizar até 10 litros de água por cada uso.

12. Cuidado com o desperdício na hora de lavar o carro

Quando for necessário, encha um balde de água e use uma esponja. Assim poderá economizar até 300 litros de água. O ideal é não lavar o carro em época de estiagem.

11. Melhor horário para regar o jardimRegue o jardim à noite para evitar perdas por evaporação, e dê preferên-cia aos regadores.

2. Use arejadores

Coloque arejadores nas torneiras e chuveiros; assim, aproveita-se melhor a água e reduz-se o consumo.

1. Vazamentos: evite e confira se existem na sua casaÉ importante �car atento aos vazamen-tos para economizar água e reduzir os valores das suas contas. Periodicamen-te, feche o registro e veri�que se continua contando o relógio para detectar vazamentos. Uma gota vazan-do por segundo são 30 litros de água desperdiçadas por dia.

Diminua o tempo debaixo do chuvei-ro. E não esqueça de fechar a torneira ao se ensaboar. Uma ducha rápida em vez de um banho pode economizar até 150 litros. Olha essa informação importante: uma ducha de 15 minu-tos consome 135 litros de água.

3. Não demore no banho

Água de chuva não é potável, mas pode ser usada em lavagem de quintal, rega das plantas e até em descargas.

4. Aproveite a água da chuva

Reaproveite a água do segundo enxágue das máquinas de lavar roupa e louça (sem adição de produtos químicos) para regar plantas ou lavar quintais.

5. Reaproveite

Plantas como os cactos e as suculen-tas consomem menos água e dão muito menos trabalho, além de não exigirem uso de produtos químicos para sua manutenção. A escolha de plantas nativas também é uma boa opção.

10.Escolha plantas certas para o jardim

Adote o hábito de usar a vassoura, e não a mangueira, para limpar a calçada e o quintal da sua casa. A mangueira ligada por 15 minutos gasta cerca de 280 litros de água.

9. Use a vassoura

Adote descarga de caixa acoplada no vaso sanitário (todas fabricadas a partir de 2001 utilizam 6 litros de água). O vaso sanitário com a válvula e tempo de acionamento de 6 segun-dos gasta cerca de 15 litros. Nunca acione a descarga à toa.

8. Descarga? Quando necessário

Planeje as lavagens. As máquinas de lavar roupa e louça só devem ser ligadas quando estiverem completa-mente cheias. E não esqueça de limpar os restos de comida dos pratos e panelas com esponja e sabão antes de abrir a torneira.

6. Planeje

Piscinas grandes devem ter a água tratada para evitar a troca, e devem ser cobertas com lona se não estive-rem em uso para evitar a evaporação. O aconselhado é manter a linha d’água 10 a 15cm abaixo do nível das margens para evitar transbordamento.

13. Evite desperdício da água da piscina

Não deixe transbordar a água da caixa d’água e mantenha-a tampada.

14. Cuidados com a caixa d’agua

Não jogue óleo de fritura na pia, pois 1 litro de óleo pode contaminar até 400 mil litros de água e é muito nocivo ao meio ambiente. O óleo deve ser depositado em um ponto de recolhimento da sua cidade.

15. Cuidado com o óleo de cozinha

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Consciência

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Seguindo algumas dessas dicas, você já está contribuindo para que as gerações futuras usufruam da água sem escassez. Lembre-se: a água desperdiçada não pode ser aproveitada nem por você, nem pelos outros e nem pelas empresas estaduais de saneamento. Muito mais

do que a economia do bolso, pense na economia do nosso bem mais precioso: a água!

E SE VOCÊ ESTÁ CONSTRUINDO A SUA CASA, OU PENSANDO EM UMA REFORMA, CONFIRA ESSAS DICAS VALIOSAS PARA A ECONOMIA DE ÁGUA!

O consumo de água em casa pode ser reduzido em 45% com:

Uso de grama que requeira menos água em gramados;

Instalação de vasos sanitários que funcionam a seco;

Máquina de lavar roupa e lava-louças que otimizam e

economizam água e energia;

Utilização de um sistema de irrigação por gotejamento nas hortas;

Hoje em dia, já existem arquitetos especializados em bioconstrução – um tipo de construção que aplica medidas, dentre outras, que fazem ainda mais diferença na redução da água e da energia para o consumo doméstico.

Fontes Portais SustentArqui (www.sustentarqui.com.br)

GreenMe (www.greenme.com.br)

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Ascom/Agespisa

ENERGIA SOLAR AUTOMATIZA POÇOS DA AGESPISA NO INTERIOR DO PIAUÍPor Assessoria de Comunicação da Agespisa

Numa experiência inédita nos sistemas de abastecimento operados pela Agespisa (Águas e Esgotos do Piauí S.A.), a companhia está

utilizando a energia solar no processo de automati-zação de poços. A primeira experiência acaba de ser implantada em Uruçuí, a cerca de 500 quilômetros ao sul de Teresina. Com a iniciativa, a Agespisa busca aumentar a oferta no abastecimento para a população, obter maior controle da qualidade da água e aumentar a conservação do manancial subterrâneo.

A automatização dos poços é feita por meio de radiofrequência, cujos transmissores são movidos a energia solar. O objetivo da Agespisa é ganhar mais eficiência no controle operacional e na exploração dos poços, e, consequentemente, ter condições de proporcionar maior continuidade na distribuição de água para a população.

Além disso, vai evitar o extravasamento e des-perdício na reservação de água. “A implantação da tecnologia vai agregar outros benefícios, como a

Energia Solar é utilizada em processo de automatização de poços no Piauí

A Agespisa está implantando ligações intradomiciliares de esgoto e construin-do módulos sanitários em quatro cidades piauienses. O investimento, de R$ 41 milhões, é feito com recursos da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), com contrapartida do governo do estado.

Cerca de quatro mil ligações intradomiciliares e mil módulos sanitários vão fa-vorecer moradores de baixa renda das cidades de Oeiras, Guadalupe, Ilha Grande e Murici dos Portelas. Em Oeiras e Ilha Grande, as obras já estão 70% executadas; em Guadalupe, 90% e em Murici dos Portelas, 20%. A previsão é de que os traba-lhos sejam concluídos em dezembro deste ano.

No total, o projeto prevê a execução de cerca de 26 mil ligações e de quase sete mil módulos sanitários, beneficiando mais de 100 mil pessoas. Os demais mu-nicípios na lista para receber os benefícios são União, Amarante, Madeiro, Joca Marques, Luzilândia, Santa Filomena, Ribeiro Gonçalves, Uruçuí e Floriano.

AGESPISA IMPLANTA LIGAÇÕES PARA REDE DE ESGOTO NO INTERIOR

Realização

redução dos gastos com energia elétrica, visto que haverá um controle mais preciso do funcionamento das bombas dos poços”, afirma o diretor de opera-ções da Agespisa, José Maria de Carvalho Freitas.

O sistema que recebeu a automatização é compos-to por dois poços, com vazões de 45 mil litros/h e 70 mil litros/h, e por dois reservatórios com capacida-des de 200 mil litros e 150 mil litros.

Também a região Sul do Piauí, Floriano, a 247 quilômetros da capital Teresina, é a segunda cidade a receber essa ação. O poço automatizado por ener-gia solar fica no Conjunto Habitacional Filadelfo Freire de Castro, que possui cerca de 550 ligações. “Estamos priorizando os locais onde não há energia elétrica convencional na área dos reservatórios ou em que essa energia seja muito precária”, explicou José Maria de Carvalho Freitas. Ele informou que a Agespisa pretende implantar esse sistema em todos os demais locais onde atua como medida também de redução de gastos.

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Realização

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Ascom/Caerr

EM RORAIMA, 64% DA CAPITAL BOA VISTA É ATENDIDA PELA REDE DE ESGOTODe 55 bairros da capital, a Caerr operacionaliza a rede de esgoto em 41

Por Assessoria de Comunicação da Caerr

No extremo Norte do Brasil, Roraima se des-taca entre os estados da região por ter na sua capital, Boa Vista, a maior cobertura de

esgoto. Segundo o ranking do Instituto Trata Brasil, Boa Vista ocupa a 50ª posição no top 100 das cidades com melhores serviços de saneamento básico do país.

O Governo de Roraima, por meio da Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caerr), segue em ritmo acelerado com as obras de esgotamento sa-nitário. Atualmente, 41, dos 55 bairros da capital, já contam com os serviços total ou parcialmente. A meta é até o fim de 2018, atender a 93% dos bairros. As obras estão sendo realizadas por meio de convê-nio com o Ministério das Cidades. O investimento global será de R$ 628.875.580,11 ao final das seis etapas. Hoje as etapas 4 e 5 estão sendo executadas.

Expandir o esgotamento sanitário atende a pro-posta de gestão da governadora Suely Campos de levar mais saúde para as famílias roraimenses, prote-gendo os lençóis freáticos do estado, com a elimina-ção do uso de fossas sépticas. “Estamos trabalhando para levar mais saúde para a nossa população”, disse a governadora.

Dos 41 bairros atendidos, 22 contam com 100% de rede, outros 19 são atendidos parcialmente e 11 es-tão recebendo obras. Após finalizar as obras, a Seinf repassa a rede para a Caerr, que inicia o trabalho de operacionalização do serviço.

“A abrangente cobertura de esgoto e o forne-cimento de água potável para 98% da população coloca nossa Capital entre as 100 melhores cidades em saneamento básico do país. Se lembrarmos que temos mais de 5 mil municípios no Brasil, estamos muito bem colocados e queremos avançar ainda mais, levando essa infraestrutura também ao inte-rior”, disse Danque Esbell, presidente da Caerr.

Obras da implantação da rede de esgoto em Boa Vista (RR)

ACESSOA Caerr recebeu recentemente as obras de esgo-

tamento sanitário das etapas 3 e 4 e está na fase de encaminhar cartas aos clientes, informando sobre a disponibilidade da rede de esgoto, dando um prazo de 30 dias para a interligação da casa com a rede. Após esse período, a cobrança já começa a ser feita. A Companhia já investiu, de 2015 até o momento, quase R$ 12 milhões em equipamentos como hi-drômetros, bombas de água e esgoto, equipamentos tecnológicos, como totens de autoatendimento, re-novação da frota de veículos e dos equipamentos de informática, entre outros.

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Marco Peixoto

CAESB SUPERA MÉDIA NACIONALDE COLETA E TRATAMENTO DE ESGOTOSDados foram divulgados pela Agência Nacional de Águas

Por Assessoria de Comunicação da Caesb

No mês de setembro de 2017, a Agência Na-cional de Águas (ANA) divulgou o Atlas de Esgotos e Despoluição de Bacias Hidrográfi-

cas, no qual a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) é uma das entidades com os melhores percentuais. O relatório da ANA aponta que os índices de tratamento dos esgotos da Caesb são superiores à média nacional. No Distrito Federal, 83% dos esgotos são coletados e 100% tratado, enquanto que a média de esgotos coletados da região Centro--Oeste é de 48% e, do país, de 39%.

Em 2017, a Companhia investiu cerca R$ 190 mi-lhões em redes, elevatórias e Estação de Tratamento

Relatório da ANA aponta que os índices de tratamento dos esgotos da Caesb são superiores à média nacional

de Esgotos. Segundo seu presidente, Maurício Ludu-vice, “o principal objetivo da Caesb é universalizar e ampliar o atendimento com coleta e tratamento de esgotos para todas as camadas sociais”. Com esse volume de investimentos, a Caesb espera atingir o percentual de 90% de esgotos coletados, em todo o Distrito Federal, até o final de 2018, mantendo-se o percentual de 100% de esgotos tratados.

Para atingir esse grande objetivo, a Companhia concluiu e está realizando obras de saneamento em todo o DF e no entorno. Em junho passado, foram concluídas as obras da Estação Elevatória de Esgotos do Setor Habitacional Ribeirão, em Santa Maria.

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Essa elevatória está atendendo inicialmente 1.800 pessoas e até o início de 2018 atenderá 12 mil pesso-as, com uma vazão máxima de 57 l/s.

Ainda em junho, a Caesb, em parceria com a Sa-neago, inaugurou a primeira Estação de Tratamento de Esgotos de Águas Lindas. A ETE tem capacidade de atender 135 mil habitantes, na primeira etapa, tratando os esgotos com remoções superiores a 90% da matéria orgânica, com uma vazão de 305 l/s, che-gando ao final a 600 l/s. Com o sistema totalmente implantado, serão beneficiados 270 mil moradores.

A implantação do Sistema de Esgotamento Sanitá-rio da cidade de Águas Lindas de Goiás faz-se neces-sária, não só pelo aspecto de melhoria das condições sanitárias na localidade, mas por estar parcialmente inserida na Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio Descoberto, que é responsável pelo abasteci-mento de 62% da população do DF.

Em julho, foi inaugurada a Estação Elevatória de Esgotos do Incra 8, com capacidade para uma vazão de 12 l/s, beneficiando cerca de 6 mil pessoas. O sis-tema de esgotamento sanitário do Incra 8 conta ain-da com 9.900 metros de ramais condominiais e 2.200 metros de redes públicas. Todo o esgoto coletado é enviado até a Estação Elevatória de Brazlândia e tra-tado na Estação de Tratamento de Esgotos da mesma cidade satélite. Cerca de 900 lotes foram atendidos.

A Caesb está realizando obras de esgotamento sanitário na região de Vicente Pires. O sistema de esgoto da cidade está dividido em quatro setores: Centro-Oeste, Centro-Sul, Centro-Norte e Leste, envolvendo cerca de 15.000 lotes. As redes coletoras de esgotos principais e ramais já foram construídas, mas o funcionamento está sendo feito por etapas,

VÁRIAS OUTRAS LOCALIDADES ESTÃO COM OBRAS DE SANEAMENTO EM ANDAMENTO:

• Sistema de Esgotamento Sanitário do Setor Habitacional Sol Nascente;

• Complementação do Sistema de Esgotamento Sanitário do Lago Sul;

• Implantação do Sistema de Esgotamento Sanitário do Setor Habitacional São Bartolomeu;

• Sistema de Esgotamento Sanitário nas Colônias Agrícolas Águas Claras, Bernardo Sayão IAPI e SMPW;

• Sistema de Esgotamento Sanitário do Setor de Mansões Dom Bosco;

• Ampliação do Sistema de Esgotamento Sanitário no Setor de Clubes Esportivos Sul, SCE.

já que existem complementações a serem feitas na rede, bem como a conclusão das estações de bombe-amento que conduzirão os esgotos de cada setor.

Os setores Centro-Sul e Leste (Jockey) dependem da conclusão das estações de bombeamento que vão conduzir os esgotos até a rede existente em Taguatin-ga. O início de funcionamento do sistema está pre-visto para os primeiros meses de 2018. As estações de bombeamento que atendem os setores Centro-O-este e Centro-Norte já estão em funcionamento e já atendem a mais de 6.000 lotes. Porém, mesmo nessa área, existem condomínios (chácaras) cujas redes não estão funcionando, pois dependem de comple-mentações (em geral travessias de um condomínio) que estão sendo negociadas com os moradores.

Marco Peixoto

ETE de Águas Lindas beneficiará 270 mil moradores

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Diego Barros

CASAL INVESTE R$ 20 MILHÕES EM OBRAS NO SERTÃO DE ALAGOASRecursos são oriundos da própria Companhia e do governo do estado para melhorar o fornecimento de água

Por Assessoria de Comunicação da Casal

D iversas obras que vão incrementar o forneci-mento de água para oito municípios do Sertão alagoano já estão em andamento. Outras

tiveram as ordens de serviço assinadas pelo gover-nador Renan Filho e pelo presidente da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), Clécio Falcão. Somadas, as obras de abastecimento no Sertão somam cerca de R$ 20 milhões, oriundos de recursos próprios da Companhia e do governo do estado.

O maior investimento no mesmo município será em Inhapi, onde o novo sistema de abastecimento de água, com captação direta no Canal do Sertão e implantação de adutora e uma Estação de Trata-mento de Água (ETA), deverá receber cerca de R$ 6 milhões. “Dessa forma, o sistema de abastecimento de Inhapi será individualizado e, ao mesmo tempo, a Companhia vai consumir menos energia elétrica para fazer com que o líquido chegue até os morado-res da cidade, pois o Canal do Sertão passa no terri-tório do município”, explicou Clécio Falcão.

“A Companhia adquiriu capacidade de investi-mento com recursos próprios e agora, com apoio do governador, estamos executando um Plano de Investimento para todo o estado, que prevê a apli-cação de R$ 100 milhões”, emendou o presidente da empresa.

Já no município de Canapi, também no Sertão, foi assinada a ordem de serviço para início das obras de recuperação das estações elevatórias de água da região. Os recursos investidos somam cerca de R$ 8 milhões. Em Delmiro Gouveia, será feita a substi-tuição de aproximadamente 5 mil metros de redes de distribuição, com investimento de aproximada-mente R$ 600 mil – recursos próprios da Casal com apoio do governo do estado. Também em Delmiro, a

Governador Renan Filho assina ordem de serviço para início das obras em Inhapi, no Sertão alagoano

Companhia está finalizando as obras dos sistemas de abastecimento de água dos Povoados São José e São Sebastião, com investimento de R$ 126.747,27.

Em Pariconha, foram assinadas duas ordens de serviço: uma para extensão de rede de distribuição de água, com investimento de R$ 31 mil, e outra para melhorias na segurança da ETA do Alto Sertão, com recursos da ordem de R$ 160 mil.

Outras obras para melhorias do abastecimento na região sertaneja são as seguintes: recuperação estru-tural do reservatório de água de Mata Grande, com investimento de R$ 154.423,97; ampliação da rede de distribuição de água em diversos municípios do Sertão, com recursos investidos da ordem de R$ 3,9 milhões; melhorias na Estação Elevatória de Água de Xingó, em Piranhas, com investimentos de R$ 53.780,08.

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Realização

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Divulgação/CASAN

CASAN FAZ SANTA CATARINA AVANÇAR NO RANKING DE SANEAMENTOPor Assessoria de Comunicação da Casan

Em uma região cercada de vegetação junto à primeira unidade de tratamento de esgotos do município de Braço do Norte (SC) foi

inaugurado, no mês de novembro, o sistema que vai proporcionar à cidade mais qualidade de vida e saúde. A cerimônia, prestigiada pelas mais altas autoridades do estado, líderes locais e por dezenas de populares, foi o mais recente capítulo de um conjunto de inaugu-rações que estão mudando o cenário do saneamento de Santa Catarina.

A inauguração no pequeno município do sul do estado é representativa do esforço da Companhia Catarinense de Água e Saneamento (Casan) para elevar a posição de Santa Catarina no ranking na-cional do saneamento. Com um planejamento que prevê R$ 1,6 bilhão somente para obras de esgoto, a Companhia transformou Santa Catarina em um verdadeiro canteiro de obras.

Em mais de trinta cidades catarinenses, frentes de trabalho implantam redes de coleta, estações elevatórias e unidades de tratamento modernas e

eficientes. Tudo para que nos próximos dois anos Santa Catarina passe a ocupar uma das primeiras posições no ranking de saneamento. No início da década, o estado ocupava a indesejada 23ª coloca-ção neste ranking e vai chegar ao final deste verão 2017/18 já na 13ª posição.

O Sistema de Esgotamento Sanitário de Braço do Norte, por exemplo, foi implantado com in-vestimento de R$ 23,5 milhões, financiado junto à Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD). A primeira etapa contempla cerca de 35 quilômetros de rede coletora, 2.351 ligações domiciliares e uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) modelo compacta, com capacidade para tratar até 40 litros por segundo.

“São ações que estão trazendo mais saúde e qua-lidade de vida para os catarinenses, valorizando imóveis e cidades, oxigenando a economia de nosso estado e gerando mais empregos em meio a um período de crise no país”, ressalta o presidente da Casan, engenheiro Valter José Gallina.

Estação de Tratamento de Esgoto do Braço do Norte (SC) tem capacidade para tratar até 40 litros por segundo

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Cosme Aquino / Ascom Cedae

PACOTE DE OBRAS DA CEDAEDE R$ 3,4 BILHÕES AVANÇA NA BAIXADA FLUMINENSE, NO RIO DE JANEIROPor Assessoria de Comunicação da Cedae

A Baixada Fluminense irá ganhar mais uma estação de tratamento de água (ETA), em Nova Iguaçu (RJ), com capacidade de pro-

dução de mais 12 mil litros de água por segundo. Será o maior reservatório da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), com capacidade para 53 milhões de litros de água. Sua construção fará parte da segunda etapa do projeto Novo Guandu. O investimento total do programa é de R$ 3,4 bilhões. A previsão é de que 2,2 milhões de pessoas sejam beneficiadas.

“Este é o maior conjunto de obras de abaste-cimento em execução no país, considerando o

investimento, a área atendida e a ampliação e melhoria do serviço para a população. As obras vão atender demandas históricas da região, além de corrigir desequilíbrios causados pelo cres-cimento desordenado de algumas áreas, e, por isso, o governo do estado e a Cedae tratam este projeto como prioridade”, disse o presidente da Cedae, Jorge Briard.

Iniciadas no segundo semestre de 2015 e com previsão de conclusão em até cinco anos, as obras estão em andamento nos municípios de Duque de Caxias, São João de Meriti, Belford Roxo, Queimados, Nilópolis, Mesquita e Nova Iguaçu.

Obras na Baixada Fluminense vão beneficiar 2,2 milhões de pessoas

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Realização

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ANDAMENTO DAS OBRAS

Nova IguaçuCabuçu Baixo está com 58% dos serviços finaliza-dos, com previsão de conclusão para março de 2018. Vale destacar que este reservatório foi importado dos Estados Unidos e é o primeiro em aço vitrificado da Cedae. O reservatório de Cabuçu Alto, em Nova Iguaçu, já foi concluído.

Nova Iguaçu e Mesquita A obra, com investimento de cerca de R$ 123 mi-lhões, encontra-se com 56% dos serviços executados. A conclusão está prevista para novembro de 2018.

Nilópolis (parte da obra também acontece em Gericinó-RJ) Até o momento, 53% já foram finalizados. O prazo estimado para conclusão é março de 2019.

Belford Roxo Até o momento, 50% dos serviços foram executados. A conclusão da obra está prevista para março de 2019.

Duque de Caxias Com 97% dos serviços executados.

São João de Meriti As obras compreendem o assentamento de aduto-ras, troncos de distribuição, reforma de boosters e reforma e construção de um novo reservatório, com capacidade para 3 milhões de litros. Os tubos da obra já foram adquiridos.

Queimados, Queimados I e Camburí Foram executados 88% dos serviços e a previsão é de que ainda este ano seja entregue o reservatório Queimados I, com capacidade para cinco milhões de litros d’água, e cinco mil novas ligações, com hidrômetros instalados.

O assentamento da complementação da nova adutora principal da Baixada Fluminense está com 98% de sua construção executados. Já as obras de reforço do abastecimento de água de São João de Meriti e Duque de Caxias foram concluídas, inclusive com implantação de adutora interligando o reservatório de Nilópolis, Éden e com a Elevatória de São Mateus. Só esta obra já beneficia um milhão de pessoas, segundo a Cedae.

O projeto completo inclui o assentamento de cerca de 100 km de adutora, implantação e reforma de 17 elevatórias, construção de 17 re-servatórios e reforma de outros oito. Além disso, há o assentamento de 517 quilômetros de troncos de adução e de distribuição de água.

Cosme Aquino / Ascom Cedae

Os serviços de construção da nova ETA da Baixada Fluminense estão em andamento

Cosme Aquino / Ascom Cedae

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Novo sistema fornece mais de 43 milhões de litros de água tratada por dia no Espírito Santo

Fred Loureiro / Secom

ENTREGA DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA REIS MAGOS É COMEMORADA NO ESPÍRITO SANTOPor Assessoria de Comunicação da Cesan

A história do Espírito Santo foi marcada este ano pela entrega do Sistema de Abastecimento de Água Reis Magos, o quinto a ser construído

na Região Metropolitana da Grande Vitória desde 1902. Em resposta à pior crise hídrica que já atingiu o estado nos últimos 80 anos, o governo do estado e a Companhia Espírito Santense de Saneamento (Ce-san) anteciparam os planos e entregam à população no último mês de outubro um novo sistema capaz de fornecer mais de 43 milhões de litros de água tratada por dia, beneficiando diretamente 150 mil moradores de Serra e indiretamente 700 mil habitantes da Região Metropolitana da Grande Vitória.

O ano de 2017 também foi marcante para a em-presa devido à conquista do troféu Ouro, ciclo 2017, do Prêmio Nacional de Qualidade no Saneamento (PNQS). A Cesan foi a única empresa do país a ga-nhar este troféu de forma corporativa. A premiação é promovida pela Associação Brasileira de Engenha-ria Sanitária e Ambiental (Abes) e é considerado o Oscar do saneamento no país.

REIS MAGOSOs investimentos de R$ 70 milhões foram finan-

ciados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O Sistema está insta-lado na zona rural de Serra, em Putiri, e estava plane-jado para ser construído em 2020.

O presidente da Cesan, Pablo Andreão, destacou o caráter inovador da obra do Sistema de Abasteci-mento Reis Magos e a sinergia com outros progra-mas do governo. “Essa foi uma obra realizada pela Cesan com recursos exclusivos do Tesouro do esta-do. Com esse novo sistema, aumentamos a oferta de água tratada para a Região Metropolitana da Grande Vitória. E estamos trabalhando com um conjunto de ações integradas e investimentos para coletar e tratar o esgoto das cidades e recuperar a cobertura vegetal e as nascentes, pelo Programa de Gestão In-tegrada das Águas e da Paisagem, a maior iniciativa

ambiental já realizada no Espírito Santo”, explicou o presidente.

Com equipamentos inteligentes e automatizados que viabilizam operação, manobra e controles a par-tir de sistemas informatizados, o Sistema Reis Magos possui tecnologia de ponta que permite a operação remota, que será monitorada pelo Centro de Con-trole Operacional (CCO) da Cesan em Carapina, Serra.

PRÊMIO OURO O PNQS reconhece as companhias que se desta-

caram pela utilização de boas práticas de gestão e de-sempenho competitivo. Em 2017, a Cesan competiu no nível II, categoria que exige o alcance de 500 pon-tos. A cerimônia de entrega do prêmio aconteceu em Aracaju, Sergipe, em novembro passado.

Este prêmio é mais um reconhecimento à brilhan-te trajetória da empresa, que este ano completou 50 anos, resultado de muita dedicação e foco no cliente. “A empresa avançou muito nos últimos anos com seus resultados e possui um plano estratégico para continuar crescendo e evoluindo”, afirmou o presi-dente da Cesan, Pablo Andreão.

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Realização

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A ETE Tacaimbó trata o esgoto utilizando o método reator anaeróbio de fluxo ascendente (UASB), considerado muito econômico e eficiente

Divulgação/Compesa

EM PERNAMBUCO, OBRAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO CONTRIBUEM PARA A DESPOLUIÇÃO DO RIO IPOJUCAPor Assessoria de Comunicação da Compesa

P ara a Companhia Pernambucana de Sane-amento (Compesa), os investimentos em saneamento vão além da execução de obras de

esgotamento sanitário; eles contribuem diretamente para a melhoria da qualidade de vida da população e da sustentabilidade ambiental. O governo de Per-nambuco, por meio da Compesa, está executando o Programa de Saneamento Ambiental da Bacia Hi-drográfica do Rio Ipojuca (PSA Ipojuca). As ações são realizadas com o montante de US$ 330 milhões, sendo US$ 200 milhões financiados pelo Banco Interameri-cano de Desenvolvimento (BID) e US$ 130 milhões de contrapartida do governo do estado.

O objetivo da iniciativa é implantar Sistemas de

Esgotamento Sanitário (SES’s) nas cidades que mar-geiam a bacia do rio Ipojuca, considerado o terceiro mais poluído do Brasil. A primeira cidade beneficia-da e que já está contribuindo para a despoluição do rio é Tacaimbó, com 8 mil habitantes, localizada no agreste de Pernambuco, distante 150 quilômetros do Recife. O sistema é formado por uma estação de tratamento de esgoto (ETE), com capacidade para tratar 37 litros por segundo, duas estações de bom-beamento, 27 mil metros de rede coletora e ramal condominial, além de 2.200 ligações domiciliares. A ETE trata o esgoto utilizando o método reator anaeróbio de fluxo ascendente (UASB), considerado muito econômico e eficiente.

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Gravatá, Caruaru e Sanharó, cidades localizadas no Agreste pernambucano, e Escada, na Zona da Mata Sul, também estão recebendo investimentos da Compesa que irão contribuir para a despoluição do rio Ipojuca e a melhoria da qualidade de vida na região. As inovações da implantação dos sistemas de esgotamento sanitário estão presentes em três pro-cessos da fase de construção.

A primeira foi o início das obras pela construção da estação de tratamento de esgoto e somente após a elaboração dos projetos dos ramais condominiais e ligações é que foram emitidas as ordens de serviço para o início da implantação da rede coletora. A segunda é que a rede coletora foi iniciada de jusante para montante, proporcionando a imediata ligação dos ramais à rede, beneficiando de imediato a po-pulação enquanto a obra avança. A terceira, e última fase, é a arborização, com o plantio de árvores nas ruas onde a Compesa escavou valas.

GRAVATÁAs obras em execução contemplam 30% da área

urbana da cidade. Ao final, irá beneficiar, até 2036, 35 mil habitantes. O projeto prevê a implantação de 80 mil metros de rede coletora e de ramais condomi-niais, além da conclusão da estação elevatória (uni-dade de bombeamento) e da construção da estação de tratamento de esgoto. Quando estiver em funcio-namento, a ETE removerá 92% da carga orgânica e eliminará, praticamente, 100% de coliformes fecais do esgoto coletado.

SANHARÓEm outubro de 2017, a Compesa iniciou a cons-

trução do Sistema de Esgotamento Sanitário do mu-nicípio. Serão 12 meses de execução da obra e três meses de pré-operação. O sistema será composto por três estações elevatórias, 44 km de rede e ramais de 3,8 mil ligações domiciliares e uma estação de tra-tamento de esgoto.

CARUARUNa cidade, a Compesa está executando uma série

de serviços de saneamento. Está sendo elaborado o projeto de ampliação e modernização do sistema de esgotamento sanitário existente em Caruaru, cuja implantação das obras será dividida em etapas. Entre elas, a recuperação e requalificação de quatro estações elevatórias de esgotos. Com a retomada da operação dessas unidades, cerca de 40 mil imóveis deixarão de lançar seus esgotos no rio Ipojuca, con-

tribuindo diretamente para a despoluição do ma-nancial. Além disso, estão sendo realizados serviços de desobstrução e limpeza dos principais coletores do atual sistema da cidade, com extensão de 2,2 km, e filmagem interna com equipamentos robotizados para diagnosticar as condições físicas das tubula-ções. Outro aspecto importante será a realização do cadastro técnico de cerca de 300 km da rede coletora existente, o que será fundamental para o projeto de ampliação do sistema, em fase de elaboração, e tam-bém para as atividades de operação e manutenção de todo o conjunto.

ESCADAA Compesa iniciou, em agosto de 2017, as obras

de construção da primeira etapa do SES Escada, cujo projeto prevê a implantação de aproximadamente 22.500 metros de ramal condominial, 7.500 metros de rede coletora, construção da estação de trata-mento de esgoto, limpeza de poços e desobstrução, filmagem e cadastramento de toda a rede coletora existente.

Com os recursos do empréstimo com o BID, tam-bém estão sendo elaborados pela Compesa projetos de SES para as cidades de Belo Jardim, Primavera, Poção, Chã Grande, Caruaru, Gravatá (2ª etapa) e Bezerros. Com recursos do governo do estado estão sendo realizadas as obras de implantação dos siste-mas de esgotamento sanitário de Arcoverde e Ventu-rosa, além da construção de uma adutora em Porto de Galinhas e a ampliação da Estação de Tratamento Água (ETA) de Bezerros.

Pacote de obras em andamento no Pernambuco proporciona a despoluição do Rio Ipojuca

Divulgação/Compesa

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Realização

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A Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) está implantando uma parceria-pri-vada (PPP) para universalizar os serviços de

coleta e tratamento de esgoto em nove municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) em até 11 anos. Serão beneficiados cerca de 1,5 milhão de ha-bitantes de Canoas, Alvorada, Viamão, Cachoeirinha, Gravataí, Esteio, Sapucaia do Sul, Guaíba e Eldorado do Sul. Até 2028, a Companhia terá infraestrutura para coletar e tratar 87,3% do esgoto nesse conjunto de cidades.

Dentro do cronograma de ações da PPP, a Compa-nhia promoveu uma audiência pública em Canoas (foto), no fim de novembro. O encontro reuniu representantes das comunidades beneficiadas e cumpriu mais um passo para a efetivação do projeto. A PPP é uma modalidade de concessão de serviços que envolve contraprestação pecuniária do ente pú-blico, podendo ser patrocinada ou administrativa. A Corsan optou pela segunda – na qual os serviços são prestados à administração, o parceiro público figura como usuário direto e a remuneração ao privado é provida pela administração, na forma de contrapres-tação. A concessionária não tem relação nem remu-neração direta com os usuários.

A contratação envolve a operação e a manuten-ção dos sistemas de esgotamento sanitário, com execução de obras de infraestrutura, ampliações e melhorias no prazo da concessão, que é de 35 anos. O parceiro privado constituirá uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) e investirá R$ 1,85 mi-lhão. O valor total do contrato é de R$ 9,4 milhões. O serviço de gestão de obras de responsabilidade da SPE abrangerá o acompanhamento das obras realizadas pela Corsan e integração com as da PPP, minimizando assim possíveis atrasos na execução do cronograma.

De acordo com o diretor-presidente da Compa-nhia, Flávio Ferreira Presser, a priorização dos siste-mas integrados da RMPA segue uma série de razões

estratégicas. “Essa é a região de maior complexidade operacional e de maior concentração populacional do estado, demandando maior planejamento e in-fraestrutura urbana. Além disso, a PPP possibilita à Corsan concentrar esforços nos investimentos e na operação dos serviços nos demais municípios da RMPA e do estado e contribui decisivamente para a revitalização de dois dos rios mais poluídos do Bra-sil: o Gravataí e o Sinos”, finalizou.

Estudos técnicos do Instituto Trata Brasil estimam que o projeto irá gerar 32,5 mil empregos e R$ 2,9 bi-lhões em renda, além de um balanço total de custos e benefícios na ordem de R$ 23,2 bilhões. Entre as externalidades previstas, destacam-se a redução dos custos com saúde, o aumento da produtividade no trabalho e a valorização imobiliária.

As ações da Corsan incluem também uma cam-panha de endomarketing e de comunicação externa sobre a PPP. O próximo passo será a abertura do processo licitatório, que deverá ocorrer até abril de 2018. Na sequência está prevista a assinatura do contrato, até junho de 2018, e posteriormente o acompanhamento da gestão da parceria. Para mais informações, acesse www.parceriacorsan.com.br.

PPP DA CORSAN UNIVERSALIZARÁESGOTAMENTO SANITÁRIO EM NOVE MUNICÍPIOS GAÚCHOSPor Assessoria de Comunicação da Corsan

Audiência Pública em Canoas (RS), quando foi apresentada o projeto sobre a PPP

Assessoria de Comunicação Social/Corsan

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ESTAÇÃO DE TRATAMENTODE ESGOTO SANITÁRIO DE MARABÁ, NO PARÁ, ENTRA EM OPERAÇÃOPor Assessoria de Comunicação da Cosanpa

Coletar dejetos da rede de esgotamento sanitário de residências, tratá-los com um moderno sis-tema sanitário de filtragem de resíduos sólidos

e devolver água limpa à natureza. Este é o tripé que constitui um dos mais novos e ousados projetos volta-dos ao saneamento básico e que foi transformado em realidade com a construção da Estação de Tratamento de Esgoto Sanitário (ETE) da cidade de Marabá, pela Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa).

A primeira etapa do empreendimento custou mais de R$ 117 milhões de reais, parte com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), por meio de empréstimo junto ao FGTS no valor de R$ 78,20 milhões e mais R$ 38,97 milhões do orçamento direto do Tesouro do Estado do Pará.

Segundo a Cosanpa, gestora da obra, a Estação de Tratamento de Esgoto do município tem capacidade para atendimento de 86.000 habitantes, em uma estrutura com 368,75 metros quadrados de área cons-truída. Nesta primeira etapa, foram instalados 35,85 quilômetros de rede coletora, onde estão previstas 1.958 ligações intradomiciliares de esgoto, atendendo cerca de 8.662 habitantes, podendo chegar a 4.237 novas ligações domiciliares. Com a implantação total

das ligações, estima-se que 18,7 mil habitantes sejam contemplados com o serviço de coleta.

É importante deixar claro que esta estação produzi-rá resíduos como o lodo, que poderá ser aproveitado como fertilizante orgânico por empresas de fertiliza-ção ou projetos voltados à agricultura. Todo o trata-mento do efluente também produz gás metano, que será captado e armazenado numa estação de biogás. “É uma obra moderna, que traz no seu bojo toda uma concepção sustentável”, informou o presidente da Cosanpa, Cláudio Conde.

A construção já está pronta e a fase agora é de implantação das ligações intradomiciliares. Alguns bairros beneficiados são Amapá, Novo Horizonte e todo o núcleo da Nova Marabá, o que representa a maior cobertura de esgoto do estado.

Os agentes sociais da Cosanpa estão indo de casa em casa, fazendo a adesão do consumidor de água ao ser-viço de coleta de esgoto. O cálculo da taxa de esgoto é feito com base na conta de água – cobra-se 60% do va-lor da tarifa. Se uma residência consome até 10 metros cúbicos de água, ela paga R$ 19,70. Acrescida a taxa de esgoto de R$ 11,82 (valor que corresponde a 60% do valor dessa tarifa), a conta ficaria em R$ 31,52.

A primeira etapa da ETE Marabá tem capacidade para atendimento de 86.000 habitantes

Andréa Cunha / ACR-Cosanpa

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PNQS 2017COMPANHIA DE SANEAMENTO DE SERGIPE É PREMIADA NA EFICIÊNCIA E QUALIDADE DE GESTÃO EM SANEAMENTOPor Assessoria de Comunicação da Deso

O Prêmio Nacional da Qualidade em Sanea-mento (PNQS), Ciclo 2017, promovido pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária

e Ambiental (Abes), ocorreu em Aracaju em novem-bro passado, com uma vasta programação de apre-sentações. A Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), anfitriã do evento, representada por inúmeros funcionários, foi premiada em várias categorias, sen-do reconhecida pela gestão no setor de saneamento.

Entre as apresentações e premiações, o evento contou com a participação de presidentes de em-presas de saneamento e cerca de 500 profissionais e especialistas do setor – 300 deles vindos de outros estados e 200 sergipanos.

O presidente da Deso, Carlos Melo, falou sobre a satisfação de receber o evento de encerramento do PNQS em Sergipe. “É uma honra para todas as empresas que recebem o prêmio por sua gestão. Graças ao nosso esforço, recebemos dois prêmios da categoria de qualidade. Acompanho esse procedi-mento e a visita dos examinadores; há respeito e lisu-ra. Por isso, o PNQS é muito importante. O trabalho de cada funcionário ajudou nessa conquista para melhorar a gestão e a qualidade de cada companhia”, destacou Melo.

O presidente nacional da Abes, Roberval Tava-res de Souza, ressaltou os pilares de trabalho da Associação. “Tivemos a presença de mais de 300 sanitaristas de fora do estado de Sergipe que vie-ram prestigiar o nosso evento. Esse nosso produto (PNQS), que tem 20 anos, tem levado o saneamento adiante, reconhecendo as empresas que mais avan-çam no nosso setor. Temos muitos entraves para conseguir chegar à universalização. Mas, a adoção do MEG (Modelo de Excelência de Gestão), com certeza ajuda muito nesse caminho. Posso afirmar categoricamente que as empresas que adotaram o modelo estão dois passos à frente daquelas que não adotaram”, ressaltou.

Momento de descontração após premiação do PNQS 2017, em Aracaju-SE

Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes)

PREMIAÇÃO

No Painel I – Busca de Excelência na Gestão, Daíza Valéria So-bral, gerente de Receita da Deso, que conquistou o troféu Quíron, Nível I, Bronze, afirma que a premiação foi uma grata surpresa. “Foi uma grata surpresa poder participar dois anos consecutivos desse processo. Já fomos diplomados no primeiro ano e agora premiados a nível um, e por isso continuamos acreditando que no próximo ano teremos mais inovações e mais melhorias”, disse.

Para José Edson Nunes Portela, gerente Comercial Regional Sertão, que foi premiado com o troféu Quíron, Nível II, Prata, e participou do Painel III – Benefícios do PNQS na Gestão, o cami-nho percorrido é de grandes aprendizados. “Nós queremos ver a empresa crescer com qualidade, os resultados melhorarem – o que é importante para a sociedade em ter qualidade na prestação de serviços, bom para os fornecedores, para o governo do estado como sócio majoritário, ou seja, todos saem ganhando”, disse.

Durante a premiação, também foram reconhecidos com placas de finalistas Nível I, a gerência de Operações Regional Norte - GONO e Nível II, a gerência de Operações Regional Sertão - GOSE.

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A Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Em-basa) investe continuamente na pesquisa e desenvolvimento de novas técnicas de análise

laboratorial que garantem o atendimento às normas regulamentadoras dos padrões de potabilidade da água e dos padrões ambientais para lançamento de efluentes.

Neste ano, a empresa obteve um importante re-conhecimento aos avanços já conquistados com a premiação de trabalhos técnico-científicos no 3° Congresso Internacional da Rede de Saneamento e Abastecimento de Água (Resag), vinculada ao Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec) e ao Mi-nistério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comu-nicações (MCTIC).

Os trabalhos foram desenvolvidos pela equipe da Gerência de Controle de Qualidade da Água e Efluentes da Embasa. Uma das técnicas premia-das foi o desenvolvimento de uma nova técnica de análise dos surfactantes aniônicos, exigência da legislação tanto para análises de água potável quanto para amostras retiradas diretamente de mananciais e efluentes.

Os surfactantes aniônicos são os princípios ativos mais comuns de sabões e detergentes, sendo am-plamente utilizados pelas indústrias cosmética e de produtos de limpeza. A presença excessiva dessas substâncias nos corpos hídricos prejudica a vida aquática e pode gerar forte impacto visual, com a formação de grande volume de espuma na superfície de mananciais.

“A metodologia consegue reduzir em 90% o tempo de análise, além de diminuir em 95% o uso de cloro-fórmio como solvente no teste, minimizando riscos à saúde e ao meio ambiente”, destaca o químico Júlio César Mato Grosso, um dos autores do trabalho, que foi desenvolvido com o apoio da técnica em Química Sandra Novaes.

EMBASA INOVA NA ÁREA DE QUALIDADE DA ÁGUA DA BAHIANovas metodologias de análise garantem qualidade com ganho de tempo e recursosPor Assessoria de Comunicação da Embasa

Laboratório Central de Qualidade de Água da Embasa

Enquanto o método tradicional de análise leva cerca de duas horas para verificar dez amostras, esta técnica agiliza o processo, analisando 25 amostras em meia hora.

O segundo trabalho premiado este ano no Con-gresso traz outra técnica de análise inteiramente desenvolvida no Laboratório Central da Embasa. A substância analisada é o antimônio, cujos níveis são avaliados em amostras de água bruta e tratada.

Para o químico Jorge Tadeu de Freitas – autor do trabalho juntamente com Sandra Novaes e Dalton Blohem –, a técnica anterior utilizava energia elé-trica em larga escala e equipamentos de alto custo. “Dez amostras eram analisadas em três minutos, o que, agora, leva só 30 segundos. Desenvolver uma técnica alternativa nos dá a garantia de que as aná-lises não sejam interrompidas em caso de quebra de um equipamento, conferindo mais segurança para garantir as exigências da legislação”, defende.

Marcos Fonseca/Acervo Embasa

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Realização

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A Sabesp, Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, alcançou o grau máximo do Prêmio Nacional de Qualidade em Sanea-

mento 2017 da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes). Com a premiação, a Companhia reafirmou seu compromisso com a excelência em prestação de serviços de saneamento à população ao conquistar cinco troféus na categoria “As Melhores em Gestão no Saneamento Ambiental”, cinco medalhas na categoria “Inovação de Gestão em Saneamento”, mais duas na categoria “Prêmio da Eficiência Operacional em Saneamento” e alcançar o Nível IV Plus – grau máximo da premiação.

A XX Cerimônia de Premiação do PNQS 2017 foi realizada em novembro, em Aracaju (SE). Na ocasião, o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, representou o governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin.

Os grandes destaques da Sabesp neste ano foram as Unidades de Negócio Leste e Oeste, que alcan-çaram o Nível IV Plus. Elas obtiveram a pontuação máxima nas avaliações, de 1.000 pontos, conquis-tando cada uma um Troféu Rubi. A Diretoria Me-tropolitana conquistou o Troféu Diamante e subiu para o Nível IV, categoria destinada a companhias e organizações que já estão em fase mais avançada. Já as Unidades de Gerenciamento Regional, UGR Billings e UGR Interlagos, também venceram nas suas categorias e conquistaram os troféus Ouro (Ní-vel II) e Platina (Nível III), respectivamente.

Os cases premiados na categoria “Inovação de Gestão em Saneamento” foram: “Fiscal Total”, “GEAR – Gestão de Esgotamento com Atitude e Responsabilidade”, “Gestão Integrada do processo

SABESP LEVA 12 PRÊMIOSE REAFIRMA LIDERANÇA NACIONAL DE QUALIDADE EM SANEAMENTOPremiação da ABES mostra que, além de maior empresa do setor no país, Sabesp também se consolida como a melhorPor Assessoria de Comunicação da Sabesp

de Fiscalização Regulatória”, “Plano de Gestão do Relacionamento” e “Programa Asfalto Rápido”. Já na categoria “Prêmio da Eficiência Operacional em Saneamento”, foram: “Vazamento Zero” e “Gestão Compartilhada de Perdas – Integração e Sinergia”.

PRÊMIO NACIONAL DE QUALIDADE EM SANEAMENTO

Criado em 1997 pela Abes para reconhecer as empresas do setor que se distinguem pela boa gestão dos serviços de saneamento, o PNQS tem como ob-jetivo estimular a aplicação de boas práticas de ges-tão nas empresas do setor de saneamento em todo o país e reconhecer as organizações que se destacam pela utilização desses recursos.

Presidente da Sabesp, Jerson Kelman (à direita), durante a Cerimônia de Premiação do PNQS 2017

Divulgação/Abes

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A Companhia de Saneamento de Goiás S.A. (Saneago) vai executar a integração dos dois principais sistemas de abastecimento de água

da Região Metropolitana de Goiânia, por meio de uma adutora, que interligará a estação de tratamento de água do Sistema Produtor Mauro Borges, que entrou em operação em setembro, à estação de tratamento do Sistema Produtor Meia Ponte. O objetivo é garantir o

INTEGRAÇÃO DO SISTEMA MAURO BORGESAO MEIA PONTE VAI GARANTIR ABASTECIMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA DO GOIÁSPor Assessoria de Comunicação da Saneago

Divulgação/Compesa

abastecimento da Grande Goiânia durante o próximo período de estiagem, mesmo se houver redução na vazão do Rio Meia Ponte, como ocorreu este ano.

Para a execução do projeto, o governo de Goiás vai aportar R$ 300 milhões, que serão destinados também à continuidade das obras das redes de dis-tribuição do Sistema Mauro Borges. O processo de transposição entre as duas estações será feito através

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Realização

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Responsável pelo abastecimento de água de 58% de Goiânia e Região Metropolitana, o Rio Meia Ponte ganhará investimento da Saneago no valor de R$ 2.707.874,81. O recurso será destinado para um projeto de recuperação, que consiste no cercamento e reflorestamento de áreas de nascentes e matas ciliares. O objetivo é reduzir erosões, assoreamento nos cursos hídricos, bloquear acesso de cargas poluidoras ao manancial, melhorar a qualidade e aumentar a quantidade de água da bacia.

SANEAGO INVESTE QUASE R$ 3 MILHÕES NA RECUPERAÇÃO DO RIO MEIA PONTE

O recurso foi viabilizado pela Saneago, por meio de edital do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA), para seleção de propostas voltadas à recu-peração de vegetação nativa de áreas de preservação permanente em bacias hidrográficas degradadas. “A Saneago desenvolveu um projeto para a recupe-ração da sub-bacia do Rio Meia Ponte. Apenas três companhias de saneamento no Brasil conseguiram o recurso”, explicou Wanir José Medeiros Júnior, superintendente de Tecnologia Operacional e Meio Ambiente. Do valor total do recurso, 10% será uma contrapartida da estatal e o valor restante financiado pelo Fundo Socioambiental Caixa. O projeto da Saneago será dividido em três etapas, com expectativa de começar a execução dos serviços em maio de 2018.

• Etapa 1 - Mobilização para seleção dos beneficiá-rios diretos do projeto (agricultores familiares) e assinatura de termos de compromisso;

• Etapa 2 - Elaboração de levantamento, execução de cercamento/plantio nas Áreas de Preservação Permanente - APPs e monitoramento do processo de recuperação das áreas;

• Etapa 3 - Elaboração de plano regional para paga-mento por serviços ambientais (PSA).

Serviço de recuperação do Rio Meia Ponte iniciará em maio de 2018

Antônio Marcos

de uma adutora que terá 13 quilômetros de extensão, 700 milímetros de diâmetro e capacidade de vazão de até mil litros por segundo.

O presidente da Saneago, Jalles Fontoura, explicou que o Reservatório João Leite tem água em abun-dância e a integração das duas bacias flexibilizará o abastecimento. “Se no ano que vem houver alguma queda de vazão inesperada, como aconteceu este ano, nós teremos a solução. Nossa meta é evitar o desabastecimento em 2018”, declarou. Ainda de acordo com Jalles, o projeto será realizado a partir da experiência de transposição feita em Anápolis, do Rio Capivari para o Rio Piancó.

Uma das obras que vai receber parte dos recursos, que vai ajudar neste processo de otimização, é o “Linhão”, trecho Norte, composto de adutoras, reservatórios, elevatórias, redes de distribuição e ligações. Para esta obra é estimado um investimento de R$ 118 milhões.

Os recursos também serão investidos na conclu-são da elevatória na atual ETA Jaime Câmara, em Goiânia, na conclusão das obras de ampliação das redes de distribuição do Sistema Meia Ponte, na região noroeste de Goiânia, divisa com Trindade e Goianira, e contratação das obras de implantação da ligação entre a adutora de água tratada Mauro Bor-ges à região leste de Goiânia.

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A Companhia de Saneamento do Paraná (Sane-par) conquistou mais quatro prêmios de reco-nhecimento nacional no mês de novembro,

em Aracaju (SE). O Prêmio Nacional de Qualidade em Saneamento (PNQS), promovido pela Associa-ção Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), é o maior reconhecimento para o setor no país.

As boas práticas de gestão e os resultados de de-sempenho conferiram pela primeira vez o prêmio a toda a Sanepar. A empresa ainda foi contemplada com troféus distintos para a Gerência Geral Sudoeste e para as unidades regionais de Cascavel e de Pato Branco. Ao todo, 20 unidades de companhias de saneamento do Brasil foram premiadas em Aracaju nesta edição.

Segundo o presidente da Abes, Roberval Tavares de Souza, o prêmio atesta que as empresas estão no caminho para levar os serviços de saneamento a to-dos os brasileiros. “O país sofre com a falta de gestão em todos os setores, inclusive no saneamento. Ter as empresas reconhecidas num prêmio de gestão dentro do setor é muito importante, porque as ganhadoras de

SANEPAR RECEBE MAIS QUATRO TROFÉUS DE QUALIDADE EM SANEAMENTOA mais alta premiação nacional do setor conferiu à companhia paranaense 42 títulos de excelência na gestão do saneamento e na prestação dos serviçosPor Assessoria de Comunicação da Sanepar

hoje, e isso foi comprovado por meio de auditorias, es-tão no caminho correto da universalização”, afirmou.

Para o presidente da Sanepar, Mounir Chaowiche, receber a premiação demonstra competência, dedica-ção e união dos empregados da Companhia em busca de um objetivo comum. “Nós paranaenses temos que nos orgulhar em ter uma empresa que é referência nacional e internacional”.

Melhoria dos serviços - De acordo com a coorde-nadora do PNQS dentro da Sanepar, Maria Angela Sargaço, o sucesso da empresa na premiação se traduz em benefícios para a corporação e para os clientes. “Para o cliente melhora, por exemplo, o serviço que ele recebe no atendimento telefônico ou personalizado, na execução de obras, como em Cascavel. Lá, a empre-sa passou a utilizar uma lona para cobrir a calçada dos clientes quando necessita abrir valas e buracos. É uma ideia simples, mas inovadora. Isso faz diferença por-que mostra que há preocupação não só em executar o serviço, mas fazê-lo sem prejudicar o cliente”, explica Maria Angela.

Maurílio Cheli

Presidente da Sanepar, Mounir Chaowiche, no momento da premiação em Aracaju (SE)

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Realização

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O município de Ponta Porã (MS) está recebendo R$ 62,6 milhões em saneamento básico. Em novembro de 2017, o governo do estado, por

meio da Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul (Sanesul), entregou mais de R$ 19 milhões em obras que garantem a melhoria da qualidade de vida da população.

Com recursos estadual e federal (Programa de Aceleração do Crescimento PAC 2), foram feitas melhorias da Estação de Tratamento de Esgoto Es-toril (ETE), implantação de 88,7 quilômetros de rede coletora de esgoto e 4.486 ligações domiciliares de esgoto.

Outra obra entregue foi a de um novo poço com 649 metros de profundidade e com capacidade de produzir aproximadamente 258.000 litros de água por hora. Esse trabalho foi realizado com recurso federal (PAC 2).

Além disso, o diretor-presidente da Sanesul, Luiz Rocha, e o governador do estado, Reinaldo Azambuja, assinaram ordem serviço para iniciar a perfuração de mais um poço, a construção de três re-servatórios, execução de 18,9 quilômetros de rede de distribuição de água, entre outras obras, totalizando mais de R$ 10 milhões em recursos da Sanesul.

O governo do estado também autorizou a licitação para aquisição de equipamentos com serviços de instalações elétricas de alta e baixa tensão para ativa-ção do sistema de captação de dois poços tubulares profundos, com recursos da Sanesul.

TELEMETRIA EM PONTA PORÃ GARANTE EFICIÊNCIA DO SISTEMA

Quando se trata de telemetria, sistema que per-mite o monitoramento da rede de abastecimento de água e esgotamento sanitário online e em tempo real, por computador, Ponta Porã foi uma das uni-

INVESTIMENTO EM SANEAMENTO BÁSICO SOMA 62,6 MILHÕES NO INTERIOR DO MATO GROSSO DO SULInvestimentos são para ampliação dos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário Por Assessoria de Comunicação da Sanesul

dades pioneiras na Sanesul. E, para melhorar ainda mais a eficiência do sistema na unidade, estão sendo feitas atualizações para incluir os novos poços e ampliar o monitoramento, incorporando também os cerca de 350 mil metros de redes de distribuição da cidade. Tudo para garantir que, em caso de va-zamentos ou parada de um poço, por exemplo, o conserto seja realizado o mais rápido possível, mini-mizando os impactos para a população.

A telemetria permite monitorar em tempo real o funcionamento de estações elevatórias, reserva-tórios, medidores de vazão e demais dispositivos elétricos e hidráulicos do sistema, e ainda armazena e apresenta dados históricos sobre a qualidade do abastecimento e alarma vazamentos, falhas de ope-ração, falhas de equipamentos, valores anormais de níveis, pressões e vazões.

Investimento em saneamento beneficia o município de Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul

Rodolfo Spessato /Acom Sanesul

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