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A SAGA DA CANA · Todavia eu me alegrarei no SENHOR; exultarei no Deus da minha salvação”. Habacuque 3:17-18 cerca de 300 convidados ilustres em Piracicaba/ SP, num jantar em

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www.visaoagro.com.br

editorial

A SAGA DA CANA

Estamos vivendo um cenário meio nebuloso e, neste momento, é preciso olhar em frente, sermos determinados, destemidos e principalmente estratégicos, ou seja, se o Plano A falhar, que tenhamos o Plano B. A edição 52 da Revista Visão da Agroindústria trás em suas páginas, Especial da Fenasucro; matérias relacionadas ao momento crítico em que as indústrias de bens e capitais vem enfrentando, inclusive, a frustração dos repre- sentantes do nosso segmento frente à reunião em Brasilia, nosso etanol e a discórdia entre o setor e a presidenta Dilma. Mediante a tudo isso, o que podemos esperar? O que nos conforta é o perfil de nossos empresários que sempre foram milagreiros e com certeza, conseguirão sair dessa. Por falar em milagres, em meio à turbulên-cia, tivemos o privilégio de reunir

“Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e

nos currais não haja gado;Todavia eu me alegrarei no

SENHOR; exultarei no Deus da minha salvação”.

Habacuque 3:17-18

cerca de 300 convidados ilustres em Piracicaba/SP, num jantar em grande estilo referente ao Prêmio VisãoAgro Paulista 2012, que homena-geou as melhores Usinas e Empresas e Per-sonalidades do setor sucroenergético do Estado de São Paulo. Em seu 6º ano, o evento foi realizado pela Revista Visão da Agroindústria. Na oportunidade, entre as categorias, também homenageamos os Homens mais Influentes de Piracicaba, em especial ao senhor Tarcisio Ângelo Mascarim com o troféu o “Desbrava-dor”. Enquanto aguardamos com fé e afinco a tempestade passar, as usinas investem mais do nunca na valorização de seus funcionários e colaboradores. Enfim, seja valorizando pes-soas, investindo, acreditando, ampliando ou diversificando seus negócios, tais como: migrar para soja e milho; produzir biodiesel de algas marinhas; fabricar butanol de cana; os em-preendedores brasileiros têm a garra de perse-verar não importando as circunstâncias. Como ouvi de um pastor evangélico: “Parar nunca! Re-gredir jamais! Prosseguir sempre! Boa leitura!

Alex RamosJornalista e Editor

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Revista Visão da Agroindústria www.visaoagro.com.br

08 CANAReuniões em Brasília desanimam produtores que já estão migrando para a soja e milho

ETH reúne 200 donos de terras para aumentar plantio de cana

12 USINASUsinas da Noble vão estender moagem até dezembro

Cosan registra perdas de R$ 17 milhões no 1º tri

Usinas adquirem perfil mais global

16 ETANOLEtanol: o vilão na história

Combustíveis: Brasil era exportador e com Dilma passou a importa-dor

20 AÇÚCARISO prevê superávit global “modesto” de açúcar em 2012/13

Receita com exportações de açúcar soma US$ 1,308 bilhão em julho

22 ESPECIALPrêmio VisãoAgro Paulista homenageia em grande estilo os mais influentes do setor sucroenergético

42 BIOELETRICIDADEDesaquecimento da economia salvou Brasil de enfrentar um novo apagão

44 CAPAAuthomathika: um fornecedor diferenciado de produtos e serviços de automação e elétrica

48 AGRICULTURASafra de recuperação e poucos investimentos

52 MEIO AMBIENTEBiocombustíveis colocam o Brasil entre os menores emissores de CO², confirma estudoda União Europeia

Gestão ambiental: Economia Verde

54 AGRONEGÓCIOSInovação tecnológica chega nas caldeiras

Indústria de cana busca competitividade

68 BIODIESELPrimeira usina de biodiesel de algas marinhas será instalada no Brasil

70 NEGÓCIOSDesenvolvendo e valorizando pessoas de norte a sul do país

Rhodia terá fábrica de butanol de cana no país

82 OPINIÃOGoverno inicia interlocução que leva o nada a algum algum

84 REFLEXÃOEmpresas de sucesso condenadas ao fechamento

Ed 52 | ano 9 | Ago - Set 2012Sumário

Diretoria Diretor Presidente - Alex RamosDiretora de Marketing - Marcia RamosRedaçãoEditor Chefe – Alex Ramos - MTB 33422 Reportagem - Jaqueline Stamato [email protected] Editora Artes - Diagramação - Janaina Amorim [email protected] Diretor Comercial - Alexandre Ramos [email protected] Talita Lemos- [email protected] Financeiro e Administrativo Sergio Donizetti Rodrigues - [email protected] Colaborador - Ronaldo Knack - [email protected]

Distribuição Setorial - A distribuição é direcionada aos empresários, executivos e integrantes das unidades produtoras de açúcar e álcool, cooperativas, associações, sindicatos, instituições de pesquisas e empresas fornecedoras de produtos e serviços. - Circulação - Bimestralmente enviados para diretores de usinas e gerentes das áreas industriais, agrícolas e administrativa. Além da circulação regular, a revista também conta com repartes adicionais

distribuídos nos principais eventos do setor sucroenergético do país.

Dúvidas, sugestões, cartas, e outros serviços: Grupo Visão

Rua: Angelo Pignata, 13 / CEP 14177-160 Sertãozinho/SP

Fone: (16) 3041-2002 / 3041-3288 / 3041-5035

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cana Revista Visão da Agroindústria canawww.visaoagro.com.br

Reuniões em Brasília desani-mam produtores que já estão migrando para a soja e milho

Como já era de se esperar, as três reuniões manti-das na semana passada e convocadas pela Casa Civil do Palácio do Planalto com produtores de cana e usineiros não trouxeram nenhum fato novo e o desânimo aumentou fazendo com que se amplie a migração para outras culturas, como a soja e o milho.

A impressão de um dos produtores é que “infelizmente governo a agroenergia e os biocombustíveis estão fora da agenda governamental e reuniões como estas e também as do Plano Brasil Maior não passam de conversa fiada prá boi dormir”. O mesmo produtor acrescenta que “movimentos como o dos prefeitos em Sertãozinho/SP são a única alter-nativa para pressionar o governo”.

Ele se refere ao ‘Encontro dos Prefeitos dos Municípios Canavieiros’, promovidos no último dia 20 de julho no Teatro Municipal de Sertãozinho, onde os usineiros (Unica), os fornecedores de cana (Orplana), a indústria de base (CEISE Br) e os trabalhadores (Força Sindical) defenderam a inte-gração da cadeia produtiva sucroenergética.

“Não há integração nenhuma”, revela fonte ligada à indústria de base “e cada um dos elos puxa a sardinha para o seu lado. A própria Unica está dividida entre grupos de usineiros que representam as petroleiras e companhias de

distribuição de combustíveis e investidores estrangeiros e os gru-pos nacionais. Eles não se enten-dem e não vêem que a saída para a crise é política e não técnica”, afirma.

MIGRAÇÃOEm entrevista ao TV BrasilAgro

o presidente da Orplana, Ismael Perina Junior, revela que já é grande o número de tradicionais produtores de cana que, descapi-talizados e desmotivados, estão migrando para outras culturas, como a soja e o milho. “A seca do meio oeste americano está con-tribuindo para esta migração”.

Perina Junior já havia feito este alerta durante o encontro dos prefeitos em Sertãozinho. “Não há um só sinal emitido pelo governo para resolver a crise que traz sérios problemas para os municípios onde

prefeitos convivem com o drama do desemprego causado pelas deze-nas de milhares de demissões e o aumento da procura por serviços sociais e crescimento vertiginoso de problemas envolvendo a segu-rança pública”, revelou.

INDÚSTRIA DE BASEOutra questão emblemática,

envolve a indústria de bens de capital que atua no setor sucro-energético e que, em média, man-tém ociosidade em torno de 50% e está se desmantelando. Estas indústrias começam a focar suas ações de vendas por encomen-das para a indústria do petróleo e também para a navegação, já que não há mercado para as usinas no mercado e o Brasil também têm perdido competitividade no mer-cado externo.

A se acreditar que no próximo

ano – sim, porque 2012 já está perdido – houvessem ações para a retomada dos investimentos no setor sucroenergético, que necessariamente se iniciaria com recursos para o plantio de cana-de-açúcar, os projetos industriais seriam viabilizados apenas a partir de 2014. Até lá muitas destas indústrias estarão comprometidas com projetos em outros setores ou, o que seria trágico, estarão desativadas.

Não são apenas empregos altamente qualificados que estão ‘derretendo’ e postos de trabalho extintos. É a mais alta tecnologia que o Brasil, como único país do mundo, desenvolveu nas últimas décadas para produzir agroener-gia, biocombustíveis, bioele-tricidade e, mais recentemente, alcoolquímica

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cana Revista Visão da Agroindústria canawww.visaoagro.com.br

ETH reúne 200 donos de terras para

aumentar plantio de cana

Líderes da ETH Bioener-gia se reuniram, em agosto, com proprietários de terra da região durante o 2º Jantar de Negócios, em Presidente Prudente/SP. Uma agenda de palestras apresentou aos empresários o setor de bioe-nergia e os planos da empresa para a região: entre eles, plantar 30 mil hectares de cana-de-açúcar nos próximos dois anos.

“A ETH não compra terras para o cultivo de seus canaviais. Busca-mos parcerias de longo prazo com os proprietários da região para que se tornem arrendatários ou fornecedores de cana”, destaca Vitorio Bredari-ol, superintendente do Polo São Paulo, que reúne as unidades Alcídia e Unidade Conquista do Pontal.

Juntas, as unidades somam mais de 7,5 milhões de toneladas de capacidade instalada de moagem de cana por safra. “Por isso buscamos explicar as oportunidades que o setor de bioenergia representa a es-ses proprietários e o apoio que a ETH oferece no desenvolvimento da região”, explica.

O evento reuniu cerca de 200 proprietários de terras que já são ou não parceiros no fornecimento de cana e arrendamento de terras da ETH na região

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usinas Revista Visão da Agroindústria usinaswww.visaoagro.com.br

Usinas da Noble vão estender moagem até dezembro

A trading de commodities Noble Group informou que deve estender até dezembro sua safra de cana-de-açúcar no Brasil para compensar o fraco começo de ci-clo, quando fortes chuvas atrapa-lharam a operação. A trading é um dos principais players sucroalco-oleiros do país. Tem quatro usinas de açúcar e etanol no Centro-Sul que somam capacidade industrial para processar 17,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar.

A companhia, que atua na cadeia de suprimento global de produtos agrícolas, de energia, metais e minerais, disse que a divisão de produtos agrícolas foi fortemente afetada pela alta volatilidade e pelo clima, mas observou que, com a melhora

climática, “nossas usinas estão posicionadas para compensar a perda de processamento. A expectativa é que operem até dezembro”, informou a empresa.

A divisão agrícola foi a segunda maior responsável pela lucratividade da companhia no segundo trimestre, depois do setor de energia.

A companhia, com sede em Cingapura, informou hoje um aumento de receita de 24% para US$ 24,2 bilhões nos três meses encerrados em 30 de junho e um lucro líquido de US$ 194,8 milhões, 39% maior.

Cosan registra perdas de R$ 17 milhões no 1º tri

O grupo Cosan encerrou o primeiro trimestre do ano fiscal 2012/13 (de abril a junho), com prejuízo líquido de R$ 17 milhões. No mesmo período de 2011/12, foi reportado lucro líquido de R$ 2,3 bilhões, influenciado pela criação da Raízen (joint venture entre Cosan e Shell). Já o lucro líquido ajustado no primeiro trimestre de 2011/12 foi de R$ 167,5 milhões.

Uma média de projeções com-pilada pelo Valor apontava para um resultado negativo de R$ 16,5 milhões. Os dados foram forneci-

dos pelo Bradesco e pelo Deutsche Bank. O HSBC, por sua vez, esti-mava lucro de R$ 144 milhões.

No primeiro trimestre de 2012/13, a receita líquida do grupo foi 18,1% maior, de R$ 6,12 bilhões. No entanto, os custos tam-bém subiram em ritmo semelhante, avançando 22,8%, até R$ 5,65 bilhões. As despesas operacionais, por sua vez, ficaram relativamente estáveis. A estimativa dos relatórios prévios apontava receita líquida média de R$ 6,24 bilhões.

No entanto, uma base de comparação maior no primeiro

trimestre do ano fiscal anterior por causa da associação com a Shell, trouxe maior discrepância entre as linhas finais dos balanços deste exercício e do anterior. Entre abril e junho do ano-safra 2011/12, a Cosan capturou ganhos de R$ 3,31 bilhões com a joint venture. Além disso, operações financeiras contribuíram para mitigar o resul-tado da companhia. A variação cambial trouxe gastos de R$ 198,5 milhões, contra receita de R$ 58,8 milhões doze meses antes. O re-sultado de derivativos também foi negativo, em R$ 314,1 milhões.

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usinas Revista Visão da Agroindústria usinaswww.visaoagro.com.br

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Usinas adquirem perfil mais global A reconfiguração do setor

sucroalcooleiro implicou a trans-formação de usinas em empre-sas globalizadas, com toques de modernização nos campos finan-ceiro, operacional e de recursos humanos. Antes tradicionais, as processadoras de cana passaram a ser geridas à moda contem-porânea.

Exemplo disso são as Usinas Ita-marati, cujo atual diretor-presidente, Sylvio Coutinho, trabalhara na Com-panhia Siderúrgica Nacional (CSN). Foi em 2004 que a herdeira da agroindústria, Ana Claudia de Mo-raes, amargando dívidas, nomeou-o para o cargo. Ela promovia, então, uma “política de profissionalização”, dando posse ao executivo junto de “um grupo que nunca tinha visto um canavial”.

“A principal mudança, desde então, foi de comportamento. Não há como quantificar isso”, diz Coutinho. Sobre resultados, contudo, ele cita a redução de custos (para R$ 20 por tonelada de cana colhida e transportada, ante uma média nacional, em 2011, de R$ 32); aperfeiçoamento das condições de trabalho, para os funcionários; e a implantação de métodos de funcionamento. “Não sei plantar”, admite o empresário, “mas sei gerenciar o plantio, ba-seado em números.”

A multinacional finlandesa Pöyry, dirigida por Jorge Telles, está presente nos bastidores do setor sucroalcooleiro e tem contratos com a Raízen e a Louis Dreyfus Commodities. Atua no gerenciamento de projetos e na

meio ambiente. “Antigamente, os índices de incidentes de trabalho eram muito maiores”, exemplifica o diretor da empresa. “Nas decisões de compra, que antes eram feitas localmente, busca-se contratos grandes e de longo prazo. A Raízen, por exemplo, para seu portfólio de fornecedores, consi-dera as empresas mais robustas, otimizando recursos”, acrescenta.

contratação de fornecedores para estas companhias. “Temos obser-vado, nos últimos dois anos, uma grande profissionalização do setor, que está atrasado em relação a outros mais tradicionais da econo-mia”, disse Telles ao DCI.

A Pöyry oferece meios de tornar mais eficientes recursos hu-manos e materiais, com destaque às áreas de saúde, segurança e

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etanol Revista Visão da Agroindústria etanolwww.visaoagro.com.br

Jaqueline Stamato

com informações de Assessorias de Imprensa

Na primeira semana de agosto, a Petrobras anunciou re-sultado negativo de R$ 1,3 bilhão, o primeiro em 13 anos de opera-ções. A presidente da companhia, Maria das Graças Foster, explicou o resultado negativo e disse que tem extrema confiança de que a estatal alcançará resultados prósperos ao longo dos próximos trimestres e dos próximos anos.

Segundo ela, uma série de fatores influenciou esse resultado negativo. Um deles foi a alta de 10,9% da moeda americana que contribuiu para que o resultado financeiro líquido da Petrobras ficasse negativo em 6,4 bilhões no trimestre, já que a companhia tem dívida e custos expostos à vari-ação cambial.

Foster disse, sutilmente, que as perdas foram provocadas por uma série de razões, algumas que dependem da Petrobras e outras não, e disse que é preciso se con-centrar nas causas que a compa-nhia pode controlar. “A produção, por exemplo, depende de nós, da Petrobras, não depende para nada do governo. Depende de fazer uma boa planificação, de seguir a trilha para planificação que traça-mos. Depende unicamente de nós,

Etanol: o vilão na história

Depois de anunciar prejuízo de R$ 1,3 bilhão, a Petrobras pleiteia uma definição do

governo sobre o aumento da porcentagem de etanol misturada ao combustível e

afirma que a solução é a volta do etanol

Graças Foster, presidente da Petrobras

disse que o resultado negativo foi provocado por várias razões que

dependem da Compa-nhia e outras não

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até 25% para a indústria poder se programar”, defendeu o presidente da Petrobras Biocombustível, Miguel Rossetto dizendo que o ideal é que o anúncio do governo ocorra até o início da próxima safra para o produtor ajustar o mix de produção entre o açúcar e o etanol nas usinas.

Desde outubro de 2011, o Brasil mistura 20% de etanol na gasolina, sendo que antes o percentual era de 25%. A redução no ano passado foi motivada por uma quebra da safra de cana-de-açúcar pelo tempo adverso no Centro Sul e por investimentos insuficientes nos canaviais. No entanto, disse Rossetto, o cenário para o próximo ano indica uma oferta mais folgada no Brasil.

Para a presidente da estatal, a solução é a volta do etanol ao afir-mar que o problema de importação de gasolina deve ser resolvido com o aumento da produção de etanol no País. Embora a Petrobras não possua, neste momento, qualquer projeto que permita uma elevação expressiva da oferta da gasolina no curto prazo, a estatal acredita na melhora da oferta de etanol entre

2013 e 2014 como forma de aliviar as importações da gasolina.

“A forma mais rápida de solu-cionar isso é a volta do etanol. A indústria de etanol é uma indús-tria vigorosa. Tenho certeza que o etanol volta. É uma situação que será resolvida para o bem da indústria sucroalcooleira e da de hidrocarbonetos”, acrescentou.

O vilão na história - E nessa onda de tentativas e erros, o setor sucroenergético mais uma vez deverá ser considerado o vilão na história. De acordo com a Archer Consulting (empresa focada em gestão de riscos em Mercado de Futuros, Opções e Derivativos Agrícolas), para que o país volte a consumir até 60% de etanol nos veículos flex daqui a três anos, isto é, na safra 2015/2016, e para elevar a mistura de anidro na gasolina dos atuais 20% para os habituais 25%, teríamos que moer 830 milhões de toneladas no Brasil.

“Para chegar nesse cenário, seriam necessários investimentos de R$ 95 bilhões nos próximos anos. Sem transparência na formação de preço do etanol, ou

seja, sem regras claras de qual remuneração esse novo investi-mento teria, ninguém se habilitaria a essa aventura. Seria insus-tentável”, acredita Arnaldo Cor-rêa, gestor de riscos e diretor da Archer Consulting.

A questão, segundo ele, é que sem o etanol a situação da em-presa estatal fica mais complicada. “O petróleo mais caro, a desvalori-zação do real em relação ao dólar, a explosão dos preços do milho no mercado internacional e a falta de investimentos no setor desde 2008 parecem se acumular numa só fatura, cujo preço a pagar é muito alto e cujo vencimento já está se aproximando”, arremata.

E15 nos EUA - Em julho, foi inaugurado o primeiro posto com bomba E15, na cidade de Law-rence, Estado do Kansas. Com a inauguração da primeira bomba a oferecer o E15, combustível com 15% de etanol misturado à gaso-lina, além de expandir a oferta de etanol no mercado americano, pode também representar uma oportunidade comercial para o bio-combustível produzido no Brasil.

Segundo a representante da UNICA para a América do Norte, Letícia Phillips, o fim das tarifas de importação impostas ao etanol pe-los EUA e as metas de utilização de etanol no país nos próximos dez anos projetam boas perspecti-vas para os produtores brasileiros no médio prazo. Até 2022, os EUA deverão consumir 136 bilhões de litros anuais de combustíveis renováveis, dos quais 79 bilhões de litros deverão ser de biocom-bustíveis avançados.

Na safra 2011/12, 107 usinas brasileiras exportaram mais de 663 mil litros de etanol para os EUA, tendo a Califórnia como seu principal cliente. Conhecida por sua postura arrojada em questões ambientais, a Califórnia já adota uma normatização diferenciada, o Padrão de Combustível de Baixo Carbono (Low Carbon Fuel Standard), que estabelece normas ambientais mais exigentes do que em outros estados americanos.

da recuperação operacional da bacia de Santos” (sudeste do país), disse.

O governo, acionista majori-tário da Petrobras, é reticente em repassar a alta dos preços internacionais para a gasolina e o diesel, como o fez em junho e julho, para não empurrar a inflação, o que também afetaria o resultado da empresa.

Também cobrou do governo uma definição da mistura de etanol em 2013. “O governo tem que definir este ano se pretende aumentar a mistura do etanol na gasolina de 20% para

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Para o gestor de riscos, Arnaldo Corrêa, o etanol está na mira dos preços da gasolina

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etanol Revista Visão da Agroindústria etanolwww.visaoagro.com.br

Combustíveis: Brasil era expor-tador e com Dilma passou a

importador

Especialista afirma que novas refinarias foram projetadas para produzir mais diesel que gasolina.

De fornecedor de gasolina e etanol para o mercado externo, o Brasil virou cliente. “Con-tinuaremos nessa posição pelos próximos 3 ou 4 anos, quando as novas refinarias entram em operação”, diz o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires. O problema é que as novas unidades foram planeja-das para produzir mais diesel do que gasolina.

Na Refinaria Abreu Lima, que deve começar a funcionar em no-vembro de 2014, 65% da capaci-dade será direcionada à produção de óleo diesel. O Comperj - que não tem data para entrar em

operação - foi desenhado para produzir diesel, querosene, nafta e coque. Para o gerente de abas-tecimento do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustível (IBP), Ernani Filgueiras, é possível que, diante do cenário de escassez, o complexo petroquímico produza gasolina numa segunda fase.

A ideia da Petrobrás, segundo especialistas, era usar as novas unidades para outros combus-tíveis e deixar as antigas refinarias para produção de gasolina. Mas a estatal foi pega no contrapé. “Não há planejamento no mundo que dê conta de um cenário que tinha 100 novas unidades de produção de etanol com alta produtividade e de repente para tudo”, diz uma fonte do governo. O fato, avaliam espe-cialistas, é que a estatal apostou que o biocombustível atenderia a demanda.

“Além disso, refino sempre foi visto como investimento de baixa retorno pelos analistas”, diz o diretor da consultoria Gas Energy, Carlos Alberto Lopes. Mas ele discorda do mercado: “Quem tem matéria-prima tem de fazer o refino. A Exxon, por exemplo, é toda integrada.” O executivo lem-bra que desde a década de 80 a Petrobrás não constrói uma nova refinaria no País.

Para reduzir a dependência de gasolina importada, o governo já ensaiou elevar a mistura de etanol na gasolina, de 20% para 25%. Apesar de exigir aumento na im-portação do biocombustível, have-ria alívio nas contas da Petrobrás, que compra gasolina mais cara no exterior e vende mais barato no Brasil. O rombo no caixa da estatal tem sido preocupante, segundo O Estado de S.Paulo.

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açúcar Revista Visão da Agroindústria açúcarwww.visaoagro.com.br

A Organização Internacional do Açúcar (ISO, na sigla em inglês) prevê superávit ´modesto´ na safra mundial 2012/13 da commodity, que começa em outubro. ´As indicações preliminares confirmam nossa expectativa anterior de um modesto superávit global para a nova safra´, disse a entidade em relatório divulgado.

A organização prevê divulgar sua esti-mativa completa de produção na próxima safra no fim deste mês. Na safra 2011/12, que se encerrará em 31 de setembro, a ISO estimou superávit global da commo-dity em cerca de 6,4 milhões de toneladas, com a produção mundial atingindo 173,8 milhões de toneladas

ISO prevê superávit global

“modesto” de açúcar em 2012/13

Receita com exportações de açúcar soma US$ 1,308 bilhão em julho

Conforme levantamento do MDIC, número representa uma queda de 26,86% na comparação com o mesmo período em 2011.

A receita com as exportações brasileiras de açúcar (bruto e refinado) alcançou US$ 1,308 bilhão em julho, representando uma queda de 26,86% em comparação com US$ 1,789 bilhão em igual mês de 2011, de acordo com os dados divulgados nesta quarta, dia 1º de agosto, pelo Ministério de Desenvolvimento Indústria e Comércio (MDIC). Em relação às exportações de junho passado, quando somaram US$ 881,7 milhões, a receita cambial teve avanço de 48,37%.

Em volume, as comercializações brasileiras de açúcar ficaram em 2,490 milhões de toneladas no mês passado, cifra 18,66% inferior às exportações de julho de 2011, que foram de 3,061 milhões de toneladas, e 50,71% superior aos 1,652 milhão de toneladas embarcadas em junho deste ano. Do total exportado em julho, 1,076 milhão de toneladas foram de açúcar bruto e 232,5 mil toneladas foram de refinado.

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especial Revista Visão da Agroindústria especialwww.visaoagro.com.br

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especial Revista Visão da Agroindústria especialwww.visaoagro.com.br

Evento aconteceu em Piracicaba, interior de SP

Daniele RicciDa redação do Grupo Visão

As personalidades mais influentes do setor sucroenergé-tico do Estado de São Paulo, se reuniram no final do mês de junho, em Piracicaba (SP), para serem homenageados com o Prêmio VisãoAgro Paulista 2012, numa festa em grande estilo, oferecida pela Revista Visão da Agroindús-tria, de Sertãozinho (SP). Pelo 6º ano consecutivo, os melhores do

setor receberam o prêmio, consi-derado um dos mais importantes reconhecimentos do setor.

Uma noite agradável no salão de eventos do Hotel Beira Rio, marcou a festa para 300 convida-dos, entre diretores, presidentes e representantes das maiores empresas, entidades e usinas do setor sucroenergético paulista.

O prêmio, criado há seis anos, é fruto de pesquisa desenvolvida ao longo do ano com usinas e destilarias do estado de São Paulo e revela quais as instituições e personalidades de desempenho

dos mais notáveis no setor. Mais que um troféu, o Prêmio VisãoA-gro é um selo que valoriza as empresas reconhecidas em todos os níveis do segmento, como informa o idealizador, Alex Ramos, diretor-presidente do Grupo Visão. “As mais citadas são convidadas a receber a homenagem.”

Alex Ramos destaca que, nem mesmo as crises recentes do setor desanimam os empresários, que prestigiam o evento dada a importância da união do próprio setor afim de fomentar e incenti-var novos projetos e desenvolver

redes de relacionamento. Essa é a opinião de José Coral,

presidente da Coplacana (Coope-rativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo), para quem o prêmio mostra a crença do Grupo Visão no progresso do setor. “Apesar das dificuldades, estar nessa premiação é prova do prestígio do trabalho desenvolvido pelo setor.”

Outra forte liderança do seg-mento, Luiz Carlos Calil, presi-dente da Caterpillar Brasil, de-fende que o setor sucroalcooleiro é forte pela natureza característica do País. “Numa análise dentro das principais commodities, é um dos mais fortes e sustentáveis. Os-cilações ocorrem em todos os seg-mentos, períodos de turbulência e riscos de recessão, em função de países desenvolvidos. O Brasil vive um momento diferente das crises anteriores, tem condições de administrar por demandas inter-nas e, por suas reservas, o setor tende a crescer”, disse o líder, que pela segunda vez participou da premiação. “Nos sentimos hon-rados pelo reconhecimento por fazermos a diferença para as pes-soas que trabalham conosco e por fornecermos um produto confiável e de qualidade diferenciada.”

O homenageado especial da noite foi o presidente do Simespi (Sindicato Patronal da Indústria) e do Apla (Arranjo Produtivo Local do Álcool), Tarcisio Angelo Mas-carim, que falou sobre o cenário sucroenergético. “É como uma gangorra, mas os empresários estão sempre confiantes por se tratar de um setor estratégico para o País. O governo precisa olhar mais de frente para o setor, elabo-rar políticas públicas, privilegiando esses produtos e visualizando o grande potencial para criação de políticas para alternativas não poluentes.”

Sobre o prêmio, Mascarim – que ilustrou a capa da revista em junho - ressaltou o foco do Grupo Visão na defesa do setor.

Outro homenageado, Rob-erto Dedini, diretor-presidente da Mausa, salientou que a época

Prêmio é referência para o setor

O Prêmio Visão da Agroindústria é desenvolvido em duas fases. A primeira acontece em Piracicaba, com a finalidade de destacar a grande contribuição da cidade ao setor, mesmo em momentos como o atual, de crise na indústria.

O realizador Alex Ramos fala que nesta 6ª edição do prêmio, a continuidade da força de trabalho das pessoas que tornam o Estado de São Paulo no melhor do Brasil em termos de demanda de conquistadores.

Além das homenagens da noite e da oportunidade de net-work, visando novas oportunidades de negócios e parcerias, os participantes se divertiram com a mágica, as piadas e a interação do comediante argentino Alex Magicomedy.

Para o mês de novembro, a Revista Visão da Agroindús-tria coloca suas energias na realização do Prêmio Visão da Agroindústria – BRASIL, em Ribeirão Preto, que chega a sua décima edição, onde consagra o trabalho dos maiores do Brasil no setor.

é ideal para que os protagonistas do setor mostrem seus projetos e aproveitem as oportunidades. “Há décadas não via uma situação tão difícil nesse ramo, faltam incentivos do governo, mas precisamos nos fortalecer e um evento como este é de extrema importância para pro-mover os encontros necessários.”

Ainda como presidente da Acipi (Associação Comercial e Industrial de Piracicaba), Jorge Aversa Junior ressaltou o papel do Simtec (Simpósio Internacional de Tecnologia Canavieira) deste ano, que teve como mis-são outorgar uma carta de Piracicaba com reivindicações do segmento, apresentando as dificuldades e mostrando que o etanol, que deveria ser o grande destaque em combustível verde em todo o mundo, não está recebendo a atenção necessária. “Reivindicamos a redução de tributos, para que se volte a fazer investimentos em tecnologia. Quando afeta a cadeia produtiva, a área comercial também é influenciada, comércio e serviços são afetados”, disse.

Paulo Sérgio Javorski, diretor de mercado da CPFL Brasil, vê a par-ticipação massiva no evento como sinal de reafirmação do setor, mesmo com a economia recessiva. “A qualidade, competitividade e os benefícios aos clientes, ajudam a reativar o movimento ascendente. O setor sofre, mas também busca alternativas.”

Giuliano Dedini Ometto Duarte, presidente do conselho da Dedini Indústrias de Base, falou que o Prêmio VisãoAgro é importante especial-mente porque atende à necessidade de chamar atenção para o setor, que muitas vezes fica esquecido em grandes eventos, como foi o caso da Rio + 20. “O assunto biocombustíveis não ficou nem em segundo plano, embora agregue empresários fortes. O governo precisa acordar, abrir os olhos. A indústria, de maneira geral, vive um momento complica-do, a crise do setor chegou antes mesmo da crise mundial, mas somos otimistas e defendemos que haja vontade política.”

Prêmio VisãoAgro Paulista homenageia em grande estilo os mais

influentes do setor sucroenergético

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Tarcisio Angelo Mascarim - troféu O Desbravador

Belarmino Baptistella Filho - Ge-rente Processos Industriais da Noble Bioenegia - Destaque Os melhores gerentes industriais do estado de São Paulo

Gilmar Galon - Gerente Industrial Da Usina Pitangueiras - Destaque Os me-lhores gerentes industriais do estado de São Paulo

Jorge Donda - Gerente Industrial da Noble Bioenegia - Destaque Os me-lhores gerentes industriais do estado de São Paulo

Lucilena Boschesi - Gerente Industrial Da Usina Itajobi - Destaque Os me-lhores gerentes industriais do estado de São Paulo

Marcos A. Risseti - Gerente Indus-trial Da Grupo Virgolino De Oliveira - Destaque Os melhores gerentes industriais do estado de São Paulo

Oscar Ramiro Carrasques - Gerente Industrial Da Usina Nardini - Destaque Os melhores gerentes industriais do estado de São Paulo

Paulo Henrique Fantinatti - Gerente Industrial Da Usina Ferrari - Destaque Os melhores gerentes industriais do estado de São Paulo

Antônio Carlos de Mendes Thame – Dep. Federal - Destaque Os Homens Mais Influentes De Piracicaba

Alvaro A. T. Vargas – Diretor CIESP - Destaque Os Homens Mais Influentes De Piracicaba

Barjas Negri – Prefeito Municipal de Pi-racicaba - Destaque Os Homens Mais Influentes De Piracicaba

Evaldo Vicente – Diretor Presidente do Jornal A Tribuna - Destaque Os Ho-mens Mais Influentes De Piracicaba

Giuliano Dedini Ometto Duarte – Presidente Conselheiro da Dedini - Destaque Os Homens Mais Influentes De Piracicaba

Jairo Ribeiro Mattos – Presidente do Lar dos Velhinhos - Destaque Os Ho-mens Mais Influentes De Piracicaba

João Manoel dos Santos – Presidente da Camara Municipal de Piracicaba - Destaque Os Homens Mais Influentes De Piracicaba

Jorge Aversa Junior – Presidente da ACIPI - Destaque Os Homens Mais Influentes De Piracicaba

José Coral – Presidente da Coplacana - Destaque Os Homens Mais Influ-entes De Piracicaba

Lorenço Jorge Tayar – Diretor Presi-dente do Jornal Gazeta - Destaque Os Homens Mais Influentes De Piraci-caba

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Luiz Carlos Calil – Presidente Caterpillar - Destaque Os Homens Mais Influ-entes De Piracicaba

Marcelo Batuíra Losso Pedroso – Dire-tor Presidente do Jornal de Piracicaba - Destaque Os Homens Mais Influ-entes De Piracicaba

Roberto Dedini – Presidente da Mausa - Destaque Os Homens Mais Influ-entes De Piracicaba

Roberto Morais – Deputado Estadual - Destaque Os Homens Mais Influentes De Piracicaba

Algar Segurança - Destaque - Se-gurança Patrimonial E Controle De Acesso - Representado Por: Antonio Abreu Neto – Diretor Comercial

Bioagri - Destaque - Consultoria - Gestão Ambiental - Representado Por: Alvaro A. T. Vargas - Diretor Presidente CEO

Bosch Engenharia - Destaque - Engenharia E Construção - Repre-sentado Por: Marcos Rossini - Eng. Implantação

CF Sistemas - Destaque - Sistema – Contra Incêndio - Representado Por: Sebastião José Januário Câmara – Diretor De Engenharia

CPFL Comercialização - Destaque - Comercialização De Energia - Rep-resentado Por: Paulo Sérgio Javorski - Diretor De Mercado Da Cpfl Brasil

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FIAT - Destaque – Frotas: Veículos E Utilitários - Representado Por: Carlos Roberto Reine Junior – Gerente De Vendas Diretas Fiat Automóveis

Ouro Verde - Destaque - Transporte E Logística De Cana - Representado Por: Davi Augusto Olbertz - Diretor Executivo

Paraíso Bioenergia - Destaque - Com-ercialização E Exportação – Etanol - Representado Por: Dario Costa Gaeta - Diretor Presidente

Personality - Destaque - Beneficio Fis-cal - Planejamento Tributário - Repre-sentado Por: Carlos Alberto Reze – Diretor - Alexandre Dias Moreno - Presidente

SICREDI - Destaque - Instituição Finan-ceira - Representado Por: Clair Turazzi Filho – Presidente

SIMESPI - Destaque – Entidades E As-sociações - Representado Por: Tarcí-sio Angelo Mascarim - Presidente

SIMTEC - Destaque - Feiras E Simpó-sios - Representado Por: José Vaz - Diretor

TRUST AGRO - Destaque - Tecnologia Da Informação - Representado Por: Luciano Fernandes - Diretor Comercial

Uniceise - Destaque - Cursos E Trei-namentos - Representado Por: Adézio José Marques - Presidente

Unimed - Destaque - Planos De SaúdeRepresentado Por: Carlos Jousef - Presidente Da Unimed Piracicaba

E-MACHINE - Destaque – Leilões E Comércio De Equipamentos - Representado Por: José Silvio Mar-tinelli – Diretor

AGRHO - Destaque - Recursos Humanos - Consultoria - Represen-tado Por: Renato Fazzolari - Diretor Presidente

Agricorte - Destaque - Disco De Corte Base, Facas Do Corte - Representado Por: Moacyr Luiz Milanez - Gerente De Vendas

Agrolatino - Destaque - Adubos - Orgânicos& Foliares - Representado Por: Nilson Cesar De Carvalho - Diretor Indústrial

Anhembi Borrachas - Destaque - Ar-tefatos De Borracha - Representado Por: Guilherme Barros Gobbetti - Dire-tor Do Departamento De Controle

APAGRI - Destaque - Agricultura De Precisão E GeoprocessamentoRepresentado Por: Leonardo Angeli Menegatti – Diretor

Caterpillar - Destaque - Pás Carrega-deiras - Representado Por: Luiz Carlos Calil - Presidente

Transespecialista - Destaque - Trans-porte E Logística De Açúcar - Rep-resentado Por: José Carlos David - Diretor Comercial E Marcio Roberto Figueiredo - Gerente Com. Coporativo

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Coplacana - Destaque - Comerciali-zação De Fertilizantes - Representado Por: José Coral – Vice-Presidente

EATON - Destaque - Equipamentos Hidráulicos - Representado Por: Os-mar Galvão - Diretor De Vendas

EDRA - Destaque - Tubos & Conexões PRFV E RPVC - Representado Por: Jorge Zanatta – Diretor

GATEC - Destaque - Software De Gestão Agricola - Representado Por: Paulo Lordello Novaes - Diretor Presi-dente

Minercal - Destaque - Calcário E Cor-retivo De Solo - Representado Por: Paulo Salvador De Almeida – Gerente Comercial

Policana - Destaque - Implementos Agrícolas – Peças E Serviços - Repre-sentado Por: Cassio De Castro - Dire-tor Comercial

Quimatec - Destaque - Química: Produtos E Derivados - Representado Por: Fernando Saab Pereira - Diretor Presidente

Quinta Roda - Destaque - Conces-sionárias – Caminhões - Representado Por: Roberto Mota - Diretor Geral

Coopercitrus - Destaque - Revenda De Tratores De Pneu - Representado Por: José Geraldo Da Silveira Mello – Diretor Adjunto Do Depto. De Máqui-nas Agrícolas

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Riberman - Destaque - Colhedoras De Cana – Peças E Serviços - Represen-tado Por: Reginaldo Fernandes Souza – Diretor

Trelleborg - Destaque - Pneus – Tratores - Representado Por: Mauro Oliveira - Diretor De Vendas

Valtra - Destaque - Tratores De PneusRepresentado Por: Paulo Beraldi - Di-retor Comercial

Alusolda - Destaque - Soldas: Locação De Equipamentos - Representado Por: Paulo César Bessa De Lima - Diretor Geral

Bosch Rexroth - Destaque - Motores Hidráulicos / Moendas - Representado Por: Wagner Costa De Mattos - Ger-ente De Aplicações Em Máquinas E Sistemas Engenheirados

Célula Automação - Destaque - Au-tomação: Software - Representado Por: José Edgardo Sanhueza Caceres – Diretor Comercial

Condumax - Destaque – Cabos & Fios Elétricos - Representado Por: Paulo Sergio Da Silva – Gerente De Negócios Condumax

CSJ Metalúrgica - Destaque - Sistema De Limpeza A Seco - Representado Por: Alexandre C. Klefenz - Diretor Comercial

DWYLER - Destaque - Sistema De Carregamento De Etanol - Represen-tado Por: Nelson Nako - Diretor

Equilíbrio - Destaque - Peneiras Rota-tivas - Representado Por: Luís Carlos Mendes Dos Santos Junior - Diretor Comercial

Engclarian - Destaque – Clarificantes De Caldo - Representado Por:Erlon Zanaroti - Gerente Comercial

General Chains Do Brasil - Destaque - Correntes Transportadoras - Repre-sentado Por: Douglas Fischer Fazana-ro - Diretor Administrativo

HENKEL - Destaque - Adesivos E Selantes - Representado Por: Sergio Redondo - Gerente De Negocios Ag. e Richard Piazza - Gerente de Vendas Ag.

HEROM - Destaque - Sopradores De Fuligem - Representado Por: Fabiano Belem - Diretor Comercial

HOWDEN - Destaque - Exaustores E Ventiladores - Representado Por: Antonio Salvador Soares - Diretor De Operações

HPB SIMISA - Destaque – Caldeiras: Inovação Tecnológica - Representado Por: Maurício Moisés – Diretor Com-ercial

DEDINI - Destaque - Difusores: Projeto E Fabricante e Destaque - Planta Industrial – Açúcar, Álcool E Biodiesel- Representado Por: Cezar Faiad Neto – Superintendente De Desenvolvimento De Negócios

Goodyear Correias - Destaque - Cor-reias Transportadoras - Representado Por: Raul Clementino - Gerente Geral Da Linha De Correias Transportado-ras e Richard W. Meyering - Eng. de Vendas

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JDF - Destaque - Centrífugas: As-sessórios & Assistência TécnicaRepresentado Por: Jailson José Da França – Presidente

Mausa - Destaque - Centrífugas De Açúcar - Representado Por: Egon Scheiber - Diretor Comercial

Metágua - Destaque – Tratamento De Água E Efluentes - Representado Por :Vivian Santos - Comercial

Movequip - Destaque - Pontes Rolan-tes - Representado Por: Carlos Vogas – Diretor

Reunion Engenharia - Destaque - Con-sultoria E Projetos: Açúcar E EtanolRepresentado Por: Tercio Marques Dalla Vecchia - Ceo

Sermatec - Destaque - Caldeiras: Pro-jetos E Fabricante - Representado Por: Josué Vitti – Diretor Comercial

SEW EURODRIVE - Destaque - Redu-tores - Representado Por: João Au-gusto F. Mina – Engenheiro De Vendas

Simisa - Destaque – Usinagem Representado Por: Jorge Mantoani - Diretor Comercial

SRS Revisões - Destaque - Transmis-sores De Vazão - Representado Por: Fernanda Cyrillo – Gerente Comercial

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Visão Rolamentos - Destaque - Rola-mentos Industriais - Representado Por: Marcos Teodoro - Diretor Execu-tivo

TGM Transmissões - Destaque – Redutores Planetários - Representado Por: Paulo Vizin – Gerente Comercial De Redutores

TGM Turbinas - Destaque – Turbinas De Alta – Média – Baixa PressãoRepresentado Por: Marcelo Severi – Gerente Comercial De Turbinas

TGM Turbinas - Destaque – Assistên-cia Técnica – Serviços - Representado Por: Mauro Moratelli – Gerente De As-sistência Técnica

W. Burger - Destaque – Válvulas De Segurança - Representado Por: Rob-erto Burger - Diretor Presidente

WEG Cestari - Destaque – Motorredu-tores - Representado Por: Mauro Mendes - Diretor Executivo

Zaraplast - Destaque - Embalagem - Sacarias De Açúcar - Representado Por: Eli Katan – Presidente

Usina Abengoa - Destaque- As Mais Usinas Do Estado De São Paulo e Destaque- Usina Modelo - Represen-tado Por: Rogério Ribeiro Abreu Dos Santos - Diretor Comercial De Energia

Usina Alta Mogiana - Destaque - Mecanização Agrícola - Representado Por: Nazareno Hilário - Diretor Agrícola

Usina Ipê - Pedra AgroindustrialDestaque – Colheita MecanizadaRepresentado Por: Alessandro Andrea C. Gonçalves - Gerente Industrial

Usina Nardini - Destaque – BioenergiaRepresentado Por: Natalin Antonio Natalicio - Diretor Nardini

Usina Noble Bioenergia - Destaque - Gestão Em RH - Representado Por: José Sérgio Fernandes Da Luz – Dire-tor De RH

Usina Pitangueiras - Destaque – Em-preendedorismo E Gestão Administra-tiva - Representado Por: Gilmar Galon - Gerente Industrial

Usina São Martinho - Destaque - Ger-ação E Cogeração De EnergiaRepresentado Por: Roberto Pupulin - Diretor Administrativo

Usina Buriti – Pedra Agroindustrial - Destaque - Automação E Controle De Processo - Representado Por: Ales-sandro Andrea C. Gonçalves - Ger-ente Industrial

Usina São Manoel - Destaque - In-formática E Software Em Logística De Transporte - Representado Por: Thiago Aristides Quintino - Supervisor De Tratos Culturais

Usina Della ColettaDestaque - Gestão AgroindustrialRepresentado Por: Nivaldo José Canal - Gerente Financeiro - Maria Ap. Della Coletta Canal

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O atraso na construção de 35 usinas térmicas outor-gadas a dois grupos com pouca experiência no setor elétrico - a Bertin e a Multiner - só não levou o país a uma crise de abastecimento por causa da forte desaceleração da economia brasileira desde o ano passado. Basta uma olhada rápida nos números para ter ideia da dimensão do problema, segundo o Valor Econômico.

Todas essas térmicas, movidas a óleo ou a gás natural, de-veriam entrar em operação entre janeiro de 2010 e janeiro de 2013. À medida que começassem a funcionar, aumentariam a oferta de energia em até 4.265 megawatts (MW) médios, volume superior à produção somada das hidrelétricas do rio Madeira - Santo Antônio e Jirau -, em Rondônia.

Nada disso obedece ao cronograma estabelecido nos leilões, obrigando o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) a mexer no planejamento do que está ou não disponí-vel para ser acionado. Nas estimativas do ONS, que balizam todos os preços praticados no setor, só 2.497 MW médios (quase 60% de todo o volume efetivamente contratado) real-mente devem sair do papel.

O problema é que, segundo analistas respeitados de mer-cado, essa projeção ainda é bastante otimista. A consultoria PSR calcula que apenas 784 MW médios têm chances reais de entrar em operação. Mesmo assim, mais da metade disso só deve se transformar em oferta de energia a partir de janeiro de 2014, com a conclusão de duas térmicas que foram vendi-das pela Bertin à MPX.

“O Brasil foi salvo pela recessão”, diz Jorge Trinkenreich, diretor da PSR. Como o aumento da demanda tem crescido bem menos do que o esperado, o atraso na construção das usinas gerou menos dor de cabeça e até causou um problema curioso: as distribuidoras ficaram sobrecontratadas, ou seja, o consumo está abaixo do que imaginavam e elas agora têm energia demais em mãos. “Parece que o país gosta de viver perigosamente”, ironiza o especialista, celebrada.

Por incrível que pareça, a revogação das autorizações para a Bertin construir suas térmicas - independentemente da adoção de penalidades pela Aneel - pode até resolver a situação das distribuidoras. Elas continuam sobrecontratadas. Com a revogação, reverte-se em grande parte o problema e abre-se espaço para a realização de um novo leilão de projetos novos (A-3) até o fim deste ano, segundo o diretor da agência Julião Coelho.

Retomando a seriedade em seguida e frisando que a con-fusão não deve ser.

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No entanto, qualquer sistema, para atingir seus objetivos, deve reunir, de forma adequada, todas

as partes que o compõem desde pequenos instrumentos em campo, até grandes controladores de pro-cesso, programas de computador, sistemas de supervisão tudo devi-damente instalado e corretamente preparado para a operação.

Nenhuma corrente é mais forte que seu elo mais fraco; nenhum sistema de automação ou elétrica é mais eficaz, em sua operação geral, que algum elo inadequado dentro da arquitetura de controle utilizada por mais simples que esta seja.

A implantação de sistemas de automação ou elétrica industrial passa, necessariamente, por diver-sas etapas - desde a compreensão

correta dos processos envolvidos (no caso da automação), a per-feita definição das cargas a serem acionadas e suas características (no caso de sistemas elétricos), passando pela definição de tecno-logias mais adequadas, aquisição de partes, elaboração de projetos executivos, configurações, pro-gramações, montagem de painéis, testes dinâmicos, montagem em campo, comissionamento, posta em marcha e, oportunamente, a manutenção preventiva para que se possam assegurar longos períodos de operação sem sobres-saltos ou perda de qualidade de medições e controles.

pecificidades de cada projeto, tais como: inventário de tecnologias pré existentes; adequação da mão de obra disponível na região do projeto; condições ambientais; escalona-mentos futuros dos sistemas sem obsolescência precoce de tecnolo-gia, suporte técnico, relação custo x benefício, dentre outros.

Nem sempre uma solução ótima para um dado cliente/projeto será a melhor para outro cliente, daí a ne-cessidade destes estudos criteriosos e devidamente embasados do ponto de vista técnico e do ponto de vista de investimento, rumo à solução mais adequada para cada caso.

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capa Revista Visão da Agroindústria capawww.visaoagro.com.br

Documentação precisa com análises dos equipamentos, acompanhamento desde a sua retirada do processo, identificação, manutenção e a recolocação em linha

Porque centralizar suas aquisições em um único fornecedor vale a pena.

Um projeto de médio porte para implantação de um sistema de au-tomação industrial envolve, tipica-mente, perto de 100 fornecedores diferentes de partes e serviços, e pode envolver a movimentação de mais de 1.000 itens diferentes.

Ao longo da implantação, deze-nas de profissionais são envolvidos - considerando-se a montagem e instalação dos equipamentos.

Administrar toda a integração entre os sistemas, a logística envolvida e a força de trabalho envolvida foge completamente ao escopo principal (“core business”), por exemplo, de uma usina de açúcar ou de uma planta química.

Ao centralizar o funcionamento

Porque optar pela Authomathika para ser seu fornecedor de sistemas e serviços

A Authomathika é, atualmente, a mais experiente empresa do mercado, quando o assunto é a implantação completa, em regime “turnkey”, de sistemas de au-tomação industrial para plantas in-dustriais do setor sucroenergético.

Nos últimos 5 anos, a Autho-mathika foi responsável pela implantação completa de nada menos que 15 plantas, com for-necimento “turnkey” em projetos “greenfield”, além de participar de ampliações ou fornecimentos parciais em outras 20 unidades

desde então.A empresa mantém todos os

seus compromissos sociais, traba-lhistas e tributários rigorosamente em dia, além de contar com uma equipe incomparável profunda-mente conhecedora dos proces-sos e altamente comprometida com resultados.

O domínio das mais avançadas tecnologias e das melhores práti-cas de engenharia vêm avançando o estado da arte na automação de plantas sucroenergéticas, trazendo novos patamares de qualidade e

confiabilidade ao setor.A todo esse “know-how”, soma-

se nosso excelente suporte pós vendas e técnico, 24 horas por dia, todos os dias por ano, desenvolvi-dos a partir da percepção única que temos, de que nossos cli-entes, se necessário for, precisam ter nosso apoio a qualquer hora, em qualquer lugar - seus proces-sos não podem parar.

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Nós somos apaixonados e en-tusiasmados pelo que fazemos!

em um único fornecedor, o cliente fica liberado destes esforços. Os especialistas do fornecedor, e sua equipe administrativa é que irão se preocupar com as questões técni-cas, compras, entregas, transporte e, até mesmo, com a legislação trabalhista e outras normas aplicáveis em cada região.

Como sistemas de automação, assim como de elétrica, interagem com todas as operações unitárias da planta, seu fornecedor irá, certamente, ajudar até mesmo na construção das partes da planta - seja um projeto “greenfield”, seja uma ampliação ou, ainda, uma modernização de processos e equipamentos.

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Safra de recuperação e poucos investimentos

Com clima bastante adverso e com capital limitado, algumas empresas investem na ampli-

ação de canaviais para aumen-tar a capacidade de produção e também instalam sistema para ter maior reutilização e econo-

mia de água

Estação de tratamento de fuligem, instalada em julho, na Usina Estiva, Novo Horizonte, SP

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Jaqueline Stamato

A perspectiva do setor para 2012 é de uma safra de recuperação. Com poucos investimentos, as empresas têm se limitado, nesta fase, à renovação dos canaviais, aquisições de poucas máquinas e equipamen-tos e na manutenção de maquinário já existentes para evitar perda de capital.

A Usina São José da Estiva, localizada em Novo Horizonte, iniciou em julho a operação da Estação de Tratamento de Fuligem que realiza o trabalho por decantação e filtração. O novo sistema é exclusivo para os lavadores de gases da caldeira e permite melhor qualidade da água e melhor aproveitamento de máquinas e caminhões que fazem a retirada dos resíduos das caixas.

No método anterior, o material saía das caixas para os caminhões com cerca de 90% de umidade. Já no novo sistema de tratamento e secagem de fuligem a umidade é próxima de 50% o que garante dois

ganhos diretos: redução de custo de transporte de fuligem e um ganho ambiental, que é maior por conta da reutilização e economia da água.

Segundo o supervisor do setor, Elias Vicente, “a expectativa era que o sistema começasse a ope-rar no início da safra, mas alguns contratempos fizeram o processo sofrer um pequeno atraso. São pelo menos 600 m³/h de água que circulam pelo circuito fechado na Unidade Termoelétrica. Com essa mudança, a expectativa é que aumente a eficiência do sistema”, disse.

Novo sistema é exclusivo para os lava-dores de gases da caldeira e permite

melhor qualidade da água

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Cada uma das caldeiras, expli-cou Elias, possui lavadores insta-lados que lavam os gases por elas gerados. Estes lavadores arrastam para uma tubulação específica as impurezas, principalmente a fuligem, e todo o material é levado por bombeamento para o sistema. A primeira parada é a peneira, em seguida, vem o decantador que separa a água limpa e a recoloca novamente no sistema.

“A sujeira que fica na peneira segue para o filtro de lama que a remete para a moega, ou seja, a última etapa de todo o processo. É sob a moega que os caminhões fi-cam para fazer o carregamento da fuligem que passou pelo processo e tem apenas 50% de umidade. Dali o material segue para a com-postagem”, detalhou o supervisor.

Outro destaque na Estiva que está chamando a atenção é quanto ao novo método de colhei-ta – o policana. Embora não seja muito recente, o dispositivo aco-plado nas laterais das colhedoras

permite fazer o corte de uma rua a mais de cana, simultaneamente.

Segundo informações da as-sessoria, esse dispositivo atende a canaviais com produtividade mais baixa, com o objetivo de aumentar o rendimento das colhedoras e manter a assiduidade de entrega de cana na usina.

Os benefícios do novo sistema estão relacionados à redução de impurezas minerais, ao abalo da

soqueira e ao pisoteio de solo, pois permite a colheita de mais de uma rua o que diminui o consumo de material rodante. Além disso, possibilita maior produtividade da colhedora por tonelada/hora máquina e economia de combus-tível.

Das 26 colhedoras da unidade, cinco já utilizam esse sistema, com possibilidade de implantar em todas elas.

400 mil hectares plantados de forma 100% mecanizada na ETH Bioenergia

Foto: Arquivo ETH

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Investimento e expansão de canaviais – a Usina Batatais fará até o fim deste ano-safra aporte de R$ 315 milhões para a compra de equipa-mentos agrícolas, área industrial e renovação de canaviais. O mon-tante está sendo dividido entre a Usina Batatais e a Usina Lins, ambas instaladas nas cidades do interior paulista que levam seus nomes.

A unidade do município de Lins receberá investimento de R$ 190,3 milhões, sendo a maior parte, R$ 100,2 milhões, destinada à renovação de canaviais; mais R$ 17 milhões para a compra de equipamentos agrícolas, como colhedoras e tratores.

Na Usina Batatais, o aporte será de R$ 74,6 milhões desti-nados à renovação de canaviais para a aquisição de equipamentos agrícolas até o fim do ano.

A ETH Bioenergia, empresa da Organização Odebrecht que atua na produção e comerciali-zação de etanol, energia elétrica e açúcar, completa cinco anos de atuação com a consolidação de cinco polos produtivos, localiza-dos nos Estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás e, ainda, emprega 15 mil integrantes.

Com a inauguração da nona unidade, em dezembro de 2011, concluindo a primeira fase de um investimento total de R$ 8 bilhões, iniciado em 2007, a ETH é hoje líder em bioenergia e tem capaci-dade para processar 40 milhões toneladas de cana por safra, gerando três bilhões de litros de etanol, 700 toneladas de açúcar e 2.700 Gwh de energia elétrica.

A safra atual representa um marco na história da empresa,

que inicia a maior expansão de canaviais da história do setor, importante passo na estratégia de crescimento da ETH. Com investi-mento de R$ 600 milhões na área agrícola, de um montante de R$ 1 bilhão, a empresa cultivará 115 mil novos hectares de cana-de-açú-car, chegando a 400 mil hectares plantados de forma 100% mecani-zada em áreas próximas aos polos agroindustriais.

Para o presidente da ETH Bio-energia, Luiz de Mendonça, “per-tencemos a uma Organização que tem seus negócios com uma visão de longo prazo. Nesses cinco anos, a ETH consolidou-se como um dos players que mais investe e emprega do setor de bioener-gia brasileiro. Estamos otimistas e continuaremos oferecendo ao Brasil a melhor alternativa em energia limpa renovável”, disse.

Programa de internacionalização - em 2012, a ETH inicia também seu programa de internacionali-zação ao apoiar a implantação da Biocom (Companhia de Bioenergia de Angola), primeira usina desse país que, a partir da sua inaugu-ração prevista para 2013, terá capacidade instalada de processar dois milhões de toneladas de cana por ano e produzir 200 mil tone-ladas de açúcar cristal, volume destinado ao mercado interno angolano.

Com plantio e colheita 100% mecanizados, produção industrial em grande escala e alta eficiência produtiva, a ETH também aposta na valorização das pessoas e fomenta mudanças nas economias das localidades onde as Unidades estão instaladas, contribuindo para melhorar a qualidade de vida dos integrantes e das comunidades.

A Usina Diana, localizada em Avanhandava, SP, também investiu na compra de equipamen-tos e no plantio e recuperação de canaviais. Desde agosto de 2010, a usina reformou e plantou mais de cinco mil hectares de cana-de-açúcar. A previsão, até o final deste ano, é chegar a seis mil hectares, o que significa dizer que a unidade reformou 60% do total da área cultivada com cana.

Mesmo com mais um ano de clima adverso, desta vez foi o ex-cesso de chuva em maio e junho, a Usina estima moagem de um milhão de toneladas de cana nesta temporada. Segundo o consel-heiro da unidade, a programação foi replanejada para atingirem as metas iniciais. “Confirmamos todos os números inicialmente planeja-dos, com a ressalva de que talvez, tenhamos de esticar um pouco o final de safra inicialmente plane-jado”, finaliza Ricardo Junqueira.

Com a surpreendente quebra de safra, na última temporada, cujas perdas chegaram a 10% na moagem, os negócios em torno da cana-de-açúcar estão estagnados por algumas razões já detectadas: clima adverso, crise financeira, canaviais desnutridos, questão tributária, má gestão e logística

Sérgio Prado, representante da UNICA em Ribeirão Preto disse que a indústria

de cana do Centro Sul do Brasil tem capacidade de recuperar o atraso na

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Nova Unidade ETH Água Emendada, de Perolândia, inaugurada em dezem-bro de 2011

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precária. Segundo o representante da

UNICA em Ribeirão Preto, Sérgio Prado, a indústria de cana do Centro Sul do Brasil, região que responde por cerca de 90% da matéria prima para a produção de açúcar e etanol no país, tem ca-pacidade de recuperar o atraso na moagem até o final da temporada 2012/13. “A questão fundamental é intensificar a colheita e con-seguir tirar do campo tudo o que podemos ter”, disse Prado.

A capacidade ociosa da indústria do Centro Sul é de 150 milhões de toneladas, segundo o representante da UNICA, o que em tese também ajuda o setor no cumprimento da estimativa.

Para Oswaldo Alonso, consul-tor técnico agronômico da Asso-ciação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo (Canaoeste), em Sertãozinho, os produtores terão que ‘tirar o sangue’ para superar os proble-mas da safra 2012/13.

“É preciso trabalhar com a máxima qualidade para recuperar as perdas. Não podem existir per-das de até 15% como aconteceu no ano passado (2011). A quanti-dade de tocos de cana jogados fora, assim como cana inteira e pisoteios, é lamentável”, alertou.

Mas, parece que as condições climáticas, na segunda quinzena de julho, resolveram contribuir para o avanço da colheita. O volume de cana-de-açúcar proces-sado pelas unidades produtoras da região Centro-Sul do Brasil so-mou 46,27 milhões de toneladas,

ou seja, obteve um crescimento de 9,66% em relação à quantidade observada na primeira quinzena do mês e aumento de 10,78% comparativamente ao mesmo período da safra 2011/2012.

O presidente interino da UNI-CA, Antonio de Padua Rodrigues, observou que a produtividade agrí-cola avançou significativamente em julho. Na média da região Centro-Sul, o aproveitamento de moagem nos últimos quinze dias do mês superou 86% nas uni-dades tradicionais, contra apenas 78% no ano anterior e cerca de 60% observados em junho deste ano.

“No acumulado desde o início da safra até 1º de agosto, a moagem totalizou 216,84 milhões de toneladas nesta safra, con-tra 260,05 milhões de toneladas verificadas na mesma data de 2011. Portanto, apesar do avanço da colheita em julho, o volume de cana-de-açúcar processado este ano ainda continua 43,20 milhões de toneladas inferior ao registrado na safra 2011/12”, acrescentou o executivo.

Padua explicou que “se essa tendência de aumento de produ-tividade for mantida nos próximos meses, é provável que a quanti-dade de cana disponível para moagem nesta safra fique acima dos 509 milhões de toneladas estimados em abril”.

Quem sabe!!!! Que venham bons ventos! Afinal, este ano será crucial para o Brasil resolver as dúvidas em relação à sua matriz energética....

“Os produtores terão que tirar o sangue para superar os problemas desta safra”,

disse Oswaldo Alonso

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meio ambiente Revista Visão da Agroindústria meio ambientewww.visaoagro.com.br

Biocombustíveis colocam o Brasil entre os menores emissores de CO², confirma estudoda União EuropeiaEstudo da União Europeia

sobre emissões globais de CO² no uso de combustível fóssil e produção de cimento, publicado no dia 18 de julho, mostra que o Brasil está muito bem na foto e colhe os frutos do seu exitoso pro-grama de biocombustível iniciado nos anos 1970 com o Proálcool e diversificado com a implantação do programa brasileiro de biodie-sel, há cinco anos.

O relatório europeu foi elabo-rado com base em dados de consumo de energia de 2009 a 2011. As estimativas são também baseadas nos dados de produção de cimento, cal, amônia e aço, e sobre emissões por países, de 1970 a 2008. A avaliação exclui emissões de CO² derivadas de desflorestamento e queimadas.

Os números brasileiros de emissão absoluta, per capita ou por unidade do PIB, são muito

baixos. O Brasil tem uma das matrizes de energia mais lim-pas do planeta e se destaca no consumo de biocombustíveis, com volume próximo ao alcançado pe-los 27 países da União Europeia. O Brasil consumiu de biocombus-tível (etanol e biodiesel), no uso de transporte terrestre, em 2011, 479.400 TJ. A União Europeia consumiu, no mesmo período, 555.120 TJ. Em termos per capita, o Brasil consumiu 2,44 TJ por ha-bitante, mais que o dobro de 1,13 TJ registrada na União Europeia.

A explicação para esse bom resultado, além da existência do Proálcool, é que, desde meados dos anos 2000, temos o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB). Ao longo de cinco anos de mistura com-pulsória, a produção nacional de biodiesel cresceu a taxas próxi-mas a 25% a.a., saindo de um total de 1,2 milhão de m³ em 2005 para 2,7 milhões de m³ em 2011. Ainda, segundo dados do Balan-ço Energético Nacional - BEN 2012, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética, atualmente o biodiesel representa cerca de 1% do consumo final de energia no Brasil, levando-se em conside-ração a obrigatoriedade da mistura de 5% de biodiesel a todo o diesel fóssil consumido internamente.

Sinalizando para a continui-dade e expansão do PNPB, tem-se atualmente a perspectiva de elevações graduais dos per-centuais dessa mistura até o teor de 10% em 2020, fato este que deverá contribuir ainda mais para

a diminuição das emissões bra-sileiras de gases do efeito estufa.

Em relação às emissões de CO² per capita, derivadas de uso de combustível fóssil e produção de cimento, o Brasil ocupa a an-tepenúltima posição em uma lista de 25 países. Os primeiros dez países que mais emitem CO² per capita, segundo o estudo da União Europeia, são Austrália, EUA, Arábia Saudita, Canadá, Rússia, Coreia do Sul, Taiwan, Alemanha, Países Baixos e Japão.

O Brasil também tem boa clas-sificação - 13º lugar - no ranking de 25 países no que diz respeito a emissões de CO² por país, deriva-das de uso de combustível fóssil e produção de cimento, abaixo de China, EUA, UE (27 membros), Índia, Rússia, Japão, Alemanha, Coreia do Sul, Canadá, Indonésia e Arábia Saudita.

Os cinco principais emissores de CO² no uso de combustível fóssil e produção de cimento são China (participação de 29%), EUA (16%), UE (11%), Índia (6%), Rús-sia (5%) e Japão (4%).

As emissões de CO² por parte dos países da OCDE agora res-pondem por um terço das emis-sões globais, a mesma partici-pação da China e da Índia, onde as emissões aumentaram, respec-tivamente, 9% e 6%, em 2011.

Os biocombustíveis contribuem efetivamente para a redução da emissão de carbono, e o Brasil é um exemplo prático da chamada economia verde e suas externali-dades positivas, segundo informa a Abiove.F

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agronegócio

Inovação tecnológica chega nas caldeiras

Jaqueline Stamato

Um dos principais desafios do setor sucroenergético é retomar o crescimento para atender a demanda crescente por etanol. Inovar é o termo chave para a competitividade de qualquer usina, fornecedor e para o país. Em um mundo cada vez mais tecnológico, a inovação é o principal fator de diferenciação entre líderes e se-guidores, sem a qual não há uma verdadeira satisfação econômica.

Segundo o presidente do Centro de Tecnologia Canavieira

Caldeiras mais modernas, eficientes e de alta pressão para queima de biomassa ganham espaço nas usinas do setor sucroenergético

Caldeira de alta pressão com tecnologia BFB instalada na Usina

Guarani, Unidade Cruz Alta, em Olímpia, SP

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(CTC), Gustavo Leite, em entrevista à UNICA, disse que “precisamos, com urgência, proporcionar um salto de produtividade à indústria da cana, algo que não se viu nas duas últimas décadas. Com o nível ade-quado de investimento em tecnologia, podemos extrair todo o potencial produtivo da cana-de-açúcar, que é substancialmente maior que o das culturas alternativas usadas em outros países, como o milho nos Esta-dos Unidos e a beterraba na União Europeia”.

O uso de caldeiras de alta pressão com tecnologia BFB (Bubling Fluidized Bed ou Leito Fluidizado Borbulhante, em português) é a inovação do momento e tem crescido entre as usinas brasileiras. Entre as que aderiram estão os Grupos Guarani e São ]Martinho. Na São Martinho, em Pradópolis/SP, está sendo erguida uma das maiores cal-deiras com essa característica e o início da operação está previsto para novembro desse ano.

A novidade é que a Usina Caeté, do Grupo Carlos Lyra, do Nordes-te, já está estudando a implantação dessa tecnologia para entrar em operação nos próximos anos.

Usina Caeté estuda investir em qualidade e tecnologia implantando a caldeira desenvolvida pela HPB,

de Sertãozinho, SP

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De acordo com Luiz Magno de Brito, gerente industrial das Uni-dades Caeté do NE, a caldeira de leito fluidizado é uma tecnologia nova para o setor sucroalcooleiro e necessita de um investimento de, aproximadamente, R$ 60 mi-lhões. “A grande vantagem é que ela tem uma eficiência de queima de aproximadamente 3% a mais que outros modelos de caldeira, atualmente, utilizados e permite a utilização de vários tipos de biomassa, inclusive material com até 65% de umidade”, explicou Magno.

A Caeté almeja utilizar outras biomassas existentes na região que custa, em torno de, 15% a mais que a caldeira de grelha ro-tativa. “Pretendemos queimar toda a palha proveniente da colheita mecanizada de cana crua, além de outras biomassas que podemos ter a exemplo do resto da cultura do coco”, comentou o gerente industrial da Caeté.

Magno acredita que essas cal-deiras do tipo BFB vêm ganhando espaço entre as usinas e isso é uma tendência. “Com o aumento do aproveitamento da palha, cal-deiras com essa tecnologia será, com certeza, mais utilizada em projetos novos”, concluiu.

O sistema fornecido pela HPB-Simisa Sistemas de Energia Ltda, de Sertãozinho, SP, é aplicado no

Caldeira do tipo Leito Fluidizado em instalação na Usina Guarani,

Unidade São José, em Colina, SP

Foto: Arquivo HPB Simisa

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Brasil, há quase oito anos, como uma tecnologia de combustão em ambiente de leito fluidizado borbu-lhante e é consolidado em outros segmentos como citros, papel e celulose.

As principais vantagens de aplicação do leito fluidizado em com-paração com a grelha em caldeiras de biomassa são:

Leito fluidizado Grelha

Eficiência de combustão de resíduos de biomassa 99,5 94 a 96

Excesso de ar médio em operação 20 - 25% 35 - 50%

Máxima umidade admitida na biomassa para queima 65 53

Drástica redução da possibilidade de incêndio nas partes pós-caldeira pela inexistência de não queimados

Redução de custos de manutenção pela menor quantidade de material circulante 12 g/Kg Comb. 50 g/Kg Comb.

Ganho final como redução de consumo de combustível 7 a 10%

Emissões de NOx <150 ppm >250 ppm

Emissões de CO <100 ppm >200 ppm

Possibilidade de queima de resíduos de pneus em conjunto com biomassa Sim Não

Possibilidade de queima de resíduos de CDR-Combustível derivado de resíduos (lixo urbano)- em conjunto com biomassa Sim Não

Captura de SO2 Sim Não

Possibilidade de queima de biomassa com vinhaça” Sim Não

Uso de precipitadores eletrostáticos (emissões de pó menores que 30 mg/m3) com menor custo de investimento. Sim Não

Limitação do tamanho da fornalha Não Sim

Segundo o engenheiro, Valter Peruchi, da HPB-Simisa, “mesmo considerando que o CAPEX de implantação do leito fluidizado é superior ao da grelha, os menores custos de operação e manuten-ção aliados à expressiva redução de consumo de combustível, pro-duzem o retorno do investimento no prazo máximo de três anos”.

A consolidação no Brasil se deu no segmento de Papel e

Celulose e tem como princípio a aplicação desta tecnologia em caldeiras de biomassa. No segmento de queima de bagaço de cana a tecnologia foi intro-duzida em 2009 e, atualmente, já conta com quatro unidades em diferentes fases de operação ou implantação.

O sistema pode ser implantado tanto em caldeiras novas como em modernizações de caldeiras

já existentes. E sua instalação requer uso intensivo de engenha-ria especializada. “A HPB Engen-haria se preparou por três anos em treinamentos diversos junto à licenciadora, a empresa ameri-cana ‘The Babcock and Wilcox Company (B&W), empresa com mais de 140 anos de atuação, sendo a mais expressiva com-panhia de geração de vapor do mundo”, garante Valter Peruchi.

Além da modernização nas caldeiras do tipo Leito Fluidizado, outras soluções que irão contribuir na gestão dos processos para aumentar a qualidade da produção industrial de açúcar, etanol e bioeletricidade serão lançados na Fenasucro&Agrocana 2012.

Uma delas é o Rolamento Autocompensador de Rolos Es-féricos Série HPS, desenvolvida pela NSK. Devido a sua avançada tecnologia de fabricação, pro-jeto e materiais, o produto possui elevada capacidade de carga dinâmica e limite de rotação e menor desgaste da gaiola, propor-cionando um aumento considerá--

vel em sua vida útil, mesmo nas aplicações mais críticas. De acordo com especialistas, a quebra de rolamentos em uma usina de álcool e açúcar pode retardar toda a cadeia produtiva, que vai da moagem da cana-de-açúcar ao produto final, chegando ainda a comprometer a logística e a competitividade das empresas.

Já a JW Equipamentos apresenta soluções em aparelhos de des-tilação para produção de álcool hidratado, neutro e extra neutro, de-sidratação para produção de álcool anidro nos modelos Ciclo Hexano, Meg e Peneira Molecular, concentração de vinhaça, Unidades de Fer-mentação e Desaeradores Térmicos.

A Equipalcool, uma das importantes empresas fornecedoras de equipamentos para o setor com 30 anos de mercado, também oferece caldeiras de média e alta pressão, limpadores de cana, equipamentos ambientais e fábricas de açúcar.

A Fenasucro&Agrocana - XX Feira Internacional da Indústria Sucroal-cooleira e X Feira de Negócios e Tecnologia da Agricultura da Cana-de-Açúcar, juntas, trazem todo o universo para implantação e otimização de uma indústria cercada de 500 expositores.

O maior encontro mundial do setor, a Fenasucro&Agrocana expõem o que há de mais moderno em automação e equipamentos industriais, bem como é referência em tecnologia e intercâmbio comercial para as

usinas e profissionais do Brasil e de vários países

Foto: Jaqueline Stamato

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Indústria de cana busca competitividade

Usinas em estados polos sucro-energéticos buscam soluções para desafios tecnológicos e

inovações na fabricação de açúcar e etanol

Instalação industrial da centenária Cansanção de Sinimbu, no município de Jequiá da Praia, em Alagoas

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Jaqueline Stamato

Quebra de safra em decorrência do clima, definição política para a retomada de investimentos e produção com mais vigor e açúcar, foram os assuntos de maior repercussão nacional e internacional nos últimos dois meses.

Em contato com diversas usinas do país para apurar investimentos em novas tecnologias e inovações em equipamentos industriais, é notável que boa parte dos executivos de perfil contemporâneo já não se sentem tão seguros como pareciam estar por conta da insegurança sobre o papel do etanol na matriz energética nacional.

Mas, mesmo com a indefinição do governo e investimentos limitados é possível encontrar alguns grupos tomando medidas preventivas no intuito de reduzir perdas, tonar-se mais competi-tivas e, possivelmente, atender novos merca-dos.

Acompanhem o que algumas usinas dos Es-tados de Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e Nordeste estão assegurando para garantir melhorias:

Automatização das moendas no MT

Javier Enrique Godoy Cac-eres, gerente de manutenção industrial da Usinas Itamarati: investimento de R$ 6 milhões em tecnologia de ponta na au-tomação de 100% do processo de extração de caldo de duas moendas

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A Usinas Itamarati, sediada no sudoeste do Mato Grosso, na cidade de Nova Olímpia, a 200 Km da capital Cuiabá, mesmo sem os incentivos, investiu em novas tec-nologias para diminuir as perdas e conseguir ser competitiva. Este foi o caminho estratégico para sua sobrevivência no setor.

O investimento foi da ordem de R$ 6.000.000, onde foi empregada tecnologia de ponta na automação de 100 % do processo de extração de caldo das duas moendas, compreendendo os processos de descarregamento, preparo, alimentação das moendas e ex-tração de caldo.

Segundo o gerente de ma-nutenção industrial, Javier Enrique Godoy Caceres, foi implantada uma sala de controle central onde

se visualiza e controla todo o processo, comandada através de um sistema supervisório. Neste processo de automação, além da utilização de sistemas de controle com PLC`s, sensores, transmis-sores, válvulas automáticas, inversores de frequência, etc., foi modernizado o sistema de controle das turbinas a vapor permitindo uma estabilidade no processo de extração.

Já no setor de tratamento de caldo foram implementados alguns sistemas de controle (vazão, nível, concentração, entre outros) no processo de sulfitação, decan-tação e dessuperaquecimento do vapor de escape, comple-mentando o sistema de controle já existente no processo de evaporação, atingindo quase na sua totalidade os processos que envolvem o tratamento de caldo.

Sala de Con-trole Central

na Usinas Itamarati

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“A implantação dos novos processos de automação tanto nas moendas como no tratamento de caldo, objetivam um aumento na eficiência destes processos; na ex-tração de caldo à obtenção de re-sultados de extração de pol acima de 96,0% e umidade de bagaço abaixo de 51,0%, como média da safra. No tratamento de caldo uma estabilidade do processo devido ao controle da vazão e nível do caldo extraído nas moendas pos-sibilita uma melhor eficiência na

concentração do caldo”, explicou Javier dizendo que todo o processo já está em plena operação desde abril deste ano.

Sabe-se que para garantir a excelente qualidade do produto (açúcar) e diminuir as perdas, o processo de tratamento do caldo é essencial. E esse foi o motivo pelo qual a Usinas Itamarati fez tal investimento. “Hoje, as grandes empresas para serem competiti-vas, suas decisões estratégicas são baseadas, principalmente, na

diminuição das perdas, sendo mais radical ainda eliminar as perdas”, completou o gerente de manuten-ção industrial.

De acordo com as análises de Javier, quanto ao ganho em produ-tividade, é difícil ter um número exato em vista de muitas variáveis que interferem como a própria ART (quantidade de açúcar que tem na cana). Fazendo um comparativo entre o realizado da extração de caldo da safra (2011) e a meta proposta para esta safra, a Itama-rati tem o seguinte resultado:

COMPARATIVO DA EXTRAÇÃO DE POL (%)

Realizado safra 2011 EXTRAÇÃO (%) 94,04

Meta safra 2012 EXTRAÇÃO (%) 95,8

Plano de Moagem de Cana safra 2012 TON CANA (TN) 5.150.000

Realizado safra 2011 (KG/TN) 148,01

Ganho em Sacos de açúcar (50 Kg) (SC) 264.792

Valor Estimado do Saco de açúcar (50 Kg) (R$) 72,7

Ganho estimado = META (R$) 19.300.000

“O ganho estimado se refere somente à diferença de extração, ou seja, com a diferença de 1,76% na extração de caldo, é possível

observar o grande ganho na produtividade”, comentou.

Fermentação contínua 100% automatizada em GO

A Denusa Destilaria Nova União S/A, uma das pioneiras destilarias de álcool do Estado de Goiás, localizada no município de Jandaia, também apostou em um novo projeto de fermentação contínua 100% automatizado. Com investimento total de R$ 8.500.000,00, somente na au-tomação o investimento foi de R$ 1.500,00.

O processo de fermentação contínua modelo MGS-1000-BR foi instalado nessa safra de 2012/13. Este sistema de fermentação consiste de quatro biorreatores com capacidade de 1220 m³, bem agitados ligados em série com alimentação realizada somente no primeiro biorreator.

De acordo com a gerente de produção industrial, Neusa Aoki, o processo trabalha com reciclo de células utilizando separadoras

centrífugas para separar o fermen-to do vinho. O tratamento ácido é feito em três cubas ligadas em sé-rie com ajuste de pH realizado em um tanque de diluição de creme. “O volume dos biorreatores, assim como seus periféricos, são cal-culados através de modelagem matemática dos biorreatores utilizando modelos cinéticos desenvolvidos, especificamente, para o processo de fermentação alcoólica”, explicou Neusa.

Imagem do projeto de fermen-tação contínua na Denusa, GO

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Imagem do painel na Denusa totalmente automatizado que permite controle efetivo e preciso do processo de fermentação

Foto: Arquivo Denusa

O processo de fermentação contínua baseia-se no conceito de estado estacionário, onde as condições de operação são pratica-mente constantes durante todo o decorrer do processo. Este fato faz com que o microrganismo trabalhe de forma otimizada permitindo que o mesmo tenha desempenho mais adequado, tanto em velocidade de fermentação como de conversão dos açúcares fermentescíveis em etanol, fornecendo como resul-

tado produtividade e rendimentos elevados.

Estes processos são totalmente automatizados, disse Neusa Aoki. Essa planta pode operar com dife-rentes níveis de produção, tendo uma faixa de variação de produção entre 600.000 e 1.000.000 litros de etanol por dia. Para tanto, basta ajustar os níveis das dornas de fermentação. Em breve, a Denusa estará trabalhando com o quinto Biorreator para obter a produção

máxima em etanol pelo projeto.Sendo totalmente automatizada,

a Destilaria tem o controle efetivo de todo o processo de maneira rápida e precisa. “Nesse primeiro momento de implantação nossa expectativa é conseguir três pontos na nossa eficiência industrial. Em longo prazo, vamos conseguir maximizar nossa eficiência indus-trial investindo em mais tecnologias de ponta”, contou a gerente de produção.

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agronegócio Revista Visão da Agroindústria agronegóciowww.visaoagro.com.br

Concentrador de vinhaça no MS

Angélica Agroenergia, do Grupo Adecoagro, sediada no município

de mesmo nome. A nova Unidade em

Ivinhema está por vir com capacidade de

processar 6,3 milhões de toneladas de cana

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A Angélica Agroenergia, integrante do Grupo Adecoagro, considerada uma das mais impor-tantes empresas de agronegócio da América do Sul, também vem realizando uma série de inves-timentos e aumentando a sua participação no mercado brasileiro de commodities agrícolas e sucro-energética.

Para esta safra, instalou uma tecnologia inovadora para concen-tração de vinhaça, cuja solução é totalmente integrada ao processo industrial e reduz o volume de vinhaça.

O objetivo principal deste projeto, disse o engenheiro Luiz Fernando Pereira Alves, também gerente industrial corporativo, foi a otimização da aplicação do potássio contido na vinhaça, como fertilizante, reduzindo significa-tivamente o investimento em

aquisição de adubos químicos. Além de pos-sibilitar a distribuição em toda a lavoura, já que o volume é reduzido em até 12 vezes, permitindo uma maior abrangência e também a alternância na aplicação.

Outro ponto bastante importante é a recupe-ração da água evapo-rada e sua reutilização no processo industrial, reduzindo a necessidade de captação.

Luiz Fernando Pereira Alves, gerente indus-

trial corporativo disse: “o concentrador de

vinhaça reduz significa-tivamente nosso inves-

timento em aquisição de adubos químicos”

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Sabe-se que as usinas utilizam a vinhaça para irrigar e fertilizar as lavouras de cana e que esse pro-cesso gera um gasto significativo de transporte e aplicação. “A vinha-ça concentrada que usamos nos proporciona custos viáveis a longas distâncias e uma aplicação sobre a linha de cana que é uma forma mais eficiente do que a aspersão. Por essa razão, a taxa de retorno deste projeto foi positiva para a tomada de decisão”, explicou Luiz Fernando.

A Angélica Agroenergia possui dois sistemas instalados de forma integrada, fabricados pela Citrotec e pela JW e produz, atualmente,

1.200.000 litros de etanol por dia. Diante dos resultados satisfatórios obtidos até o momento, o Grupo irá instalar a mesma tecnologia na nova Usina Ivinhema, localizada no município de mesmo nome, no MS.

Ainda em fase de planejamento, o gerente industrial corporativo es-pera fazer os primeiros testes com cana este ano, mas a operação comercial deve ser iniciada em abril de 2013. A nova Unidade está prevista para ser implantada em três fases, chegando ao final com capacidade de processamento de 6,3 milhões de toneladas de cana.

Inovação em fabricação de açúcar - A Usina Angélica não para por ai, tem

mais novidades em suas tecnolo-gias. Uma das inovações implan-tadas foi a fabricação de açúcar utilizando tachos contínuos para o cozimento tanto na massa A quanto na massa B. “Essa tecnologia, em operação desde 2010, nos trouxe vários benefícios como consumo de vapor reduzido e constante; utili-zação de vapores de baixa pressão e temperatura; elevado nível de au-tomação; uniformidade no produto final; necessidade reduzida de mão de obra de operação e investimen-to inferior ao da fábrica tradicional de tachos batelada”, descreveu Luiz Fernando.

Fabricação de açúcar de alta qualidade no NE

Luiz Magno de Brito, gerente industrial das Unidades do NE da Caeté, Grupo Carlos Lyra disse: “esta nova tecnologia

nos levará a produzir um açúcar mais branco”

Alguns anos atrás foi intro-duzida no Nordeste a variedade de cana RB 92579. Atualmente, esta cana representa mais de 30% do canavial de Alagoas; Estado que concentra 24 das 554 usinas brasileiras. Esta variedade é ro-busta e apresenta maior produtivi-dade que outras na nossa região. Porém, esta variedade apresenta uma cor do caldo bem mais escura que outras variedades.

Este caldo escuro levou as Usi-nas a ter dificuldade na fabricação e na produção do açúcar com cor abaixo de 150 ICUNSA. De acordo com o gerente industrial das Unidades do NE da Caeté, Grupo Carlos Lyra, Luiz Magno de Brito, “esta nova tecnologia nos levará mesmo com estas variedades de caldo escuro a voltar a produzir um açúcar mais branco. Tanto o cristal quanto o VHP”.

A nova tecnologia para fabri-cação de açúcar de alta qualidade entrará em operação nas Uni-

dades Caeté a partir de outubro deste ano. O fator preponderante que levou o Grupo a aderir essa tecnologia foi a necessidade de produzir um açúcar mais branco para atingir alguns mercados que deixaram de atender.

“O nosso mix de produtos não deve alterar, apenas pretendemos atender a mercados mais exigen-tes em qualidade e podermos plantar novas variedades de cana mais robustas a seca e de maior produtividade sem perder a quali-dade do produto final nos casos de canas com caldo bem escuro”, completou Luiz Magno.

Para ele, o investimento é, rela-tivamente, baixo em equipamentos e o prêmio pago por um açúcar de melhor qualidade compensa os gastos com os produtos químicos utilizados. Assim como a Caeté que já está negociando a compra dessa tecnologia, algumas usinas cooperadas de Alagoas também passarão a utilizá-la em função dos seus benefícios.

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agronegócio Revista Visão da Agroindústria agronegóciowww.visaoagro.com.br

José Raimundo, químico da Prosugar e Meroveu Costa,

superintendente industrial da Usina Santo Antonio ao lado do caldo decantado convencional

com caldo já tratado

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Usina Santo Antonio aderiu à nova tecnologia – Meroveu Costa, superintendente industrial da Usina Santo Antonio (Grupo Maranhão), localizada no município de São Luiz do Qui-tunde, Alagoas, também concorda com as vantagens da nova tecnologia e tem os mesmos interesses do Grupo Caeté.

Com o aumento do corte mecanizado dos canaviais, a dificuldade para remoção da cor no tratamento do caldo e, consequentemente, na produção de açúcar, surgiu a ne-cessidade de pesquisar o escopo da fabricação de açúcar de qualidade.

Foram pelo menos oito anos de pesquisa séria com dedicação de dois engenheiros em tempo integral, bem como a utilização de equipamentos de ponta como LCMS-MS para desenvolver a tecnologia Prosugar.

Embora os produtores de açúcar e etanol estejam aguardando uma sinalização do governo para a retomada de investimentos, Meroveu disse que a Usina Santo Antonio saiu na frente em busca de uma produção com garantia de qualidade a fim de abrir novos mercados, por exemplo, indústria de bebidas.

Caldo decantado convencional ao

lado do caldo pós tratamento

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Ilustração do processo de fabricação de açúcar: Massa A de açúcar (massa tratada e clarificada) com a tecnologia

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“Por sermos um Estado tradicionalmente expor-tador onde 70% da produção de açúcar são expor-tadas, com essa nova tecnologia há duas tendên-cias positivas: agregar valor à produção onde deixamos de exportar uma parte do açúcar como açúcar VHP passando-se a exportar açúcar branco e ter condições de atuar, fortemente, nas unidades fabris consumidoras de açúcar”, descreveu.

O superintendente industrial, Meroveu, jun-tamente com o engenheiro químico e sócio da Prosugar resumiu que esta é uma tecnologia rev-olucionária onde a redução da cor é apenas um dos pontos positivos. “A cor é só um detalhe”, descon-traiu Meroveu.

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Primeira usina de biodiesel de

algas marinhas será instalada no Brasil

Uma usina de biocombus-tível à base de algas marinhas será construída no Brasil no final de 2013, o projeto de maior escala já feito no mundo e que utilizará as emissões de carbono no processo de produção, informou à AFP o chefe do projeto.

A primeira “fazenda de algas” será instalada em Pernambuco (nordeste) em uma plantação de cana-de-açúcar que produz etanol.

Para que a usina de algas funcione, e produza anualmente 1,2 milhão de litros de biodiesel de algas, já testado em motores em laboratórios dos Estados Unidos e da Europa, além dos 2,2 milhões de etanol, é necessário CO2, que será retirado das chaminés da indústria que processa a cana-de-

açúcar, reduzindo as emissões do gás para o meio ambiente.

“O CO2 acelera o processo de fotossíntese das algas, que têm um forte componente oleoso que pro-duz e gera o combustível”, explicou à AFP Rafael Bianchini, diretor da subsidiária brasileira da empresa austríaca SAT, que desenvolveu o projeto.

Bianchini indicou que o objetivo é “transformar o CO2 das indús-trias de um passivo para um ativo”, aproveitando a grande emissão de carbono desperdiçado na produção de etanol de cana.

“Para cada litro de etanol pro-duzido, é liberado um quilo de CO2 para o ambiente. Vamos aprovei-tar este CO2 por meio de um mecanismo para alimentar a nossa fazenda”, acrescentou. Na primeira etapa do projeto, serão usados 5%

das emissões da usina de cana, mas “há previsão de crescimento”.

A fazenda de algas será inaugu-rada no final de 2013 e custará 9,8 milhões de dólares.

“Nossa missão é tentar traba-lhar e chegar a zero de carbono (capturar até 100% do CO2)”, disse ao jornal O Globo Carlos Beltrão, presidente do grupo JB, que com-prou a primeira usina de algas.

Bianchini afirmou que o com-bustível de algas aguarda a au-torização da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

O Brasil é o segundo maior produtor de biocombustíveis no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Produz biodiesel a partir da cana-de-açúcar e da soja e, em menor medida, do milho, da palma, da gordura animal e até mesmo de sementes de linhaça.

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Treinamentos, cursos e outras atividades extracurriculares são propostas de incentivo à

formação profissional voltada aos colaboradores de usinas para terem

excelência educacional e qualificação

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Jaqueline Stamato

Iniciativas educacionais de pequeno e grande alcance, rela-cionadas ao setor sucroenergé-tico, têm sido uma das ações bem sucedidas nas usinas do Brasil. Propostas do tipo treinamentos, cursos, palestras internas em parceria com instituições visam estimular o colaborador a ter quali-ficação e melhores oportunidades de emprego até mesmo na própria Companhia.

Fazendo um paralelo de norte a sul do país, encontramos alguns projetos dignos de serem con-templados. No Maranhão, entre as regiões Norte e Nordeste do Brasil, a Usina Agro Serra, instala-da no município de São Raimundo das Mangabeiras, desde a sua fundação trabalha no desenvolvi-mento de pessoas com seus pro-jetos e estruturações de progra-mas de desenvolvimento dirigido e sempre busca um aproveitamento interno.

A diretoria sempre preconizou a grande quantidade de pes-soas existentes na região e que a

escassez de mão de obra nunca seria dificuldade para a compa-nhia, mas passou a enfrentar a falta de mão de obra qualificada que atendesse a demanda do setor em função do crescimento desordenado. Com isso, a alterna-tiva foi desenvolver pessoas.

Uma das novidades é o Pro-grama de Aproveitamento para Formação de Operadores que tem como participação os colabo-radores de produção de cana, do corte e do plantio. De acordo com o gerente de RH, Gilmar Miranda, os interessados pela formação tornam-se operadores de máqui-nas agrícolas.

“Nos últimos três meses, a nossa necessidade de novos colaboradores para operar máqui-nas vem sendo totalmente suprida por estes profissionais treinados, ou seja, sem a necessidade de contratação no mercado”, disse Gilmar.

Outro exemplo na Agro Serra é o Programa de menores aprendi-zes, pois há necessidade de atender a legislação e, principal-mente, formar jovens com qualifi-cação nas demandas da Usina.

Gilmar Miranda, gerente de RH na Agro Serra, desenvolvendo pessoas na prática

Foto: Divulgação

Desenvolvendo e valorizando pessoas de norte a sul do país

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Em parceria com o SENAI de Balsas, o acordo ajustado para viabilizar tal projeto foi de a Agro Serra ceder o prédio como escola e o Senai conceder o material pedagógico e instrumental. “Em três anos, já conseguimos formar uma turma de técnicos de açúcar e etanol e outras três turmas de mecânicos de motores a diesel. Temos vários outros projetos de desenvolvimento em anda-mento como formação de líderes e formação de multiplicadores”, lembrou o gerente de RH.

O centro de custo do RH na

Agro Serra destina, mensalmente, R$ 30 mil para treinamento e desenvolvimento que vem sendo aplicados nos últimos quatro anos. Além desse investimento, o projeto do Senai alocou verbas no valor de R$ 350 mil, fora os outros pro-jetos que são considerados estra-tégicos e não são contabilizados na verba mensal. “Não medimos esforços para as necessidades de desenvolvimento de seus colabo-radores”, ressaltou Gilmar, dizendo que os resultados têm sido posi-tivos frente às expectativas da empresa e de seus colaboradores.

Segundo ele, os resultados dos aproveitamentos gerados pela boa qualificação de seus talentos hu-manos foram obervados nas me-lhorias de processos de trabalho e redução de custos de operação.

Novos projetos voltados à saúde dos trabalhadores, ginástica laboral, inclusive para cortadores de cana, Projeto Cana Limpa em parceria com a Universidade Estadual de Alagoas, desenvolvi-mento de operadores de máqui-nas estacionárias e formação de mecânicos e eletricistas, já estão em pleno desenvolvimento.

Fundação Raízen forma 500 jovens

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Fachada do núcleo da Fundação da Raízen em Valparaíso, SP

A Raízen, empresa re-sultante da união entre Cosan e Shell, uma das cinco maiores do Brasil em faturamento, oferece nesta safra 2012/13 mais de 665 vagas para jovens de 17 a 30 anos através da sua Fundação. A Fundação da Raízen, antes era chamada de Fundação Cosan, inaugurada em 2002. Com a incor-poração das empresas, consoli-dada no ano passado, sua nomen-

clatura mudou e novos núcleos de atendimentos foram inaugurados em diferentes municípios dos quais vem passando por melhorias e ampliações.

Com 24 usinas ao todo, atualmente, são cinco núcleos no Estado de São Paulo como: Piracicaba, Dois Córregos, Val-paraíso, Igaraçu do Tietê e Jaú. A cidade de Barra Bonita é atendida pelo núcleo de Igaraçu do Tietê e as cidades de Maracaí, Ipaussu e

Guariba são atendidas pelo núcleo móvel.

Fora do Estado de São Paulo, o primeiro núcleo foi em Jataí, GO, inaugurado em fevereiro deste ano. Para a gerente de Respon-sabilidade Social da Raízen, Lúcia Teles, “a expansão de nosso proje-to social para outros Estados onde a companhia atua é resultado do intenso trabalho desenvolvido com as comunidades locais ao longo da última década”.

BARRA Assistente Administrativo Administração de Recursos Humanos DOIS CÓRREGOS Assist. Logística Empresarial Pesponto e Confecção de Brindes MARACAÍ Auxiliar de Mecânico de Manutenção IPAUSSU Assistente Administrativo JATAÍ Auxiliar Administrativo e Excelência no Atendimento PIRACICABA Assistente Administrativo Auxiliar de Logística VALPARAÍSO Auxiliar Adm. e Excelência no Atendimento Auxiliar de Logística e Fundamentos da Logística

CURSOS

Entre os cursos em andamento nas respectivas cidades estão:

Segundo Lúcia Teles, no ano passado foram formados 266 jo-vens e para este ano a previsão é elevar o número para aproximada-mente 500 jovens.

Pela Fundação, os cursos são realizados em parceria com instituições técnicas como SENAI, SENAC, Cebrac, entre outras e, geralmente, são formatados em conjunto com as Secretarias de Trabalho e PAT’s locais, que colo-cam as demandas de formação. Os cursos têm carga horária entre 180 a 200 horas e todos recebem certificado de conclusão.

As aulas são ministradas em instalações próprias onde há núcleos da Fundação e nas cidades que não possuem prédios a Fundação utiliza ‘salas sociais’ que são disponibilizadas por par-ceiros como escolas, prefeituras, entre outras instituições.

Lúcia explica que o objetivo da Fundação é focar em projetos de formação profissional, além de estimular e engajar a população em programas de voluntariado. “Com o trabalho da Fundação, os jovens jataienses podem contar com qualificação profissional e disputar boasvagas no mercado de trabalho. Além disso, terão à disposição excelência educacional e diversas atividades extracurricu-lares”, afirma.

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Início das aulas do núcleo da Fundação

em Jataí, Goiás

A Raízen não oferece somente os cursos da Fundação e sim disponibiliza outros cursos organi-zados pela área de Etanol, Açúcar e Bioenergia (EAB) da empresa. De acordo com a gerente de Respon-sabilidade Social, a expansão do setor, juntamente com a mecani-zação da colheita, acarretou em muitas mudanças no perfil da mão de obra. A profissionalização e a consolidação do setor criaram a necessidade de profissionais téc-nicos para atender as crescentes demandas.

Atenta ao impacto social que a mecanização das lavouras traz, o Grupo iniciou um trabalho de

requalificação dos profissionais do corte de cana, para que eles tenham novas possibilidades de trabalho. “Começamos um pro-cesso estruturado de capacitação destes profissionais em 2008 para que pudessem desempenhar ou-tras funções dentro da companhia”, disse Lúcia Teles.

Desde 2008, a Raízen (na época Cosan) formou e capacitou 1.400 trabalhadores para atuarem como Operadores de Colhedoras e Auxil-iares de Manutenção Automotiva.

Para a atual safra, o objetivo é formar e capacitar 417 trabalha-dores para serem operadores de colhedora e mecânicos automo-

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tivos, bem como capacitar cerca de 400 gestores como líderes.

Os cursos oferecidos, atual-mente, são: Operadores de Colhe-doras, cujo objetivo é formar profis-sionais da empresa para operar máquinas colhedoras de cana. Na safra 2010/11, o programa atendeu 312 trabalhadores. Desses, 232 (74%) foram aproveitados.

Outro curso é para Opera-dores Mantenedores da Colheita Mecanizada que busca capacitar operadores de colhedoras com conhecimentos e habilidades para a execução da manutenção da máquina colhedora. Na safra 2010/11, esse curso capacitou 247 trabalhadores.

Formação de Auxiliar Mecânico de Manutenção é outra alternativa só que por meio da Fundação. A Raízen capacitou jovens da comunidade para atuarem na ma-nutenção das colhedoras de cana. Foram capacitados 268 jovens.

Todos esses cursos são minis-trados nas dependências da em-presa e realizados em duas etapas. A teórica quando o aluno é avaliado pela retenção de seu conhecimento e formação, bem como a parte prática onde o aluno é acompan-hado pelo instrutor de treinamento para aprimorar seu desempenho

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Alunos do curso profissionalizante do núcleo de Igaraçu do

Tietê, SP

no campo. Todos os cursos são abertos para funcionários da companhia oriundos do corte de cana e outras funções e também profissionais do mercado de trabalho.

Além destes programas específicos, a Raízen oferece ainda curso de educação de Jovens e Adultos para o ensino fundamental e médio.

ETH Bioernergia qualifica

Outro grande Grupo do setor que também se preocupa em formar colaboradores com quali-dade é a ETH Bioenergia. Desde sua criação, em 2007, o Grupo desenvolve programas de for-mação e treinamento de profissio-nais das localidades onde as nove unidades estão instaladas, fomen-tando mudanças nas economias dos municípios ao ampliar a quali-ficação das pessoas, a geração de renda e de serviços da região. At-

ualmente, a empresa emprega 15 mil pessoas, já investiu cerca de R$ 10 milhões em programas de capacitação e aposta na formação global dos profissionais da área de bioenergia.

A empresa desenvolve inúmeros programas de trei-namentos, desde a formação de operadores para a área agrícola e industrial até seus líderes, com foco em liderança, aculturamento com a Tecnologia Empresarial Odebrecht, Empresariamento,

formação técnica, Saúde, Segu-rança e Meio Ambiente. Na ETH são 800 líderes de frente, cada um cuidando de 28 pessoas e de um ativo de R$ 6 milhões.

Frequentemente, oferece a seus integrantes e às comuni-dades onde atua cursos com foco na formação e capacitação de operadores de tratores, plantadora e colhedora de cana. Além de treinamentos técnicos, a iniciativa prepara os integrantes da empresa para desenvolver competências

Foto: Arquivo ETHUnidade Água Emendada, no município de Perolândia. Inaugurada em dezem-bro de 2011, esta é a nona unidade produtiva do Grupo

e habilidades empresariais. O programa é composto por módulos que abordam temas como lideran-ça, saúde, segurança do trabalho e meio ambiente, conhecimento técnico, relações trabalhistas e gestão empresarial.

Segundo a assessoria de imprensa, a ideia é que os inte-grantes da ETH possam assumir suas responsabilidades com maior conhecimento sobre gestão e do negócio como um todo, além de propiciar oportunidades de cresci-mento dentro da própria empresa.

O Grupo traz ainda para o setor e para a região práticas trabalhis-tas inovadoras, práticas sociais e humanísticas, além de padrões rigorosos de saúde e segurança no trabalho. Também realiza inicia-tivas para contribuir na formação

de mão de obra local e a quali-ficação profissional contínua de integrantes faz parte da estratégia de crescimento do negócio.

Apenas como exemplo de oportunidade profissional e com-petência, como a ETH opera com plantio e colheita 100% mecaniza-das, ou seja, não possui cortador de cana em suas nove unidades, esses integrantes operam máqui-nas de até R$ 900 mil equipadas com ar condicionado e GPS.

Treinamento técnico para colabora-dores da ETH Bioenergia

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Ruette tem apoio de consultoria

O Grupo Ruette, junta-mente com a consultoria ARON, de Presidente Prudente, busca identificar e desenvolver as competências organizacionais no intuito de traçar Planos de Ação para viabilizarem o desenvolvi-mento destas competências nos diversos níveis de gestão.

As principais razões para esse

investimento são manter o quadro funcional informado das novas demandas da organização, ciente dos seus direitos e oportunidades internas; estabelecer ferramentas e critérios de avaliação e oportu-nidades de carreira para os funcionários e trabalhar a informação e transparência nos processos de remuneração interna e desenvolvi-mento de carreira.

Segundo a gerente de Recursos Humanos, Rosiane de Souza, as perspectivas são melhores oportunidades aos colaboradores. “Destacamos o interesse e motivação pelo crescimento profissional, melhoria do trabalho em equipe buscando resultados positivos e credibilidade da gestão com relação às políticas de remuneração interna”, pontuou.

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A Usina Ruette, em parceria com a Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho, viabilizou a exe-cução de treinamentos de formação de operadores de tratores para a comunidade através do Programa Estadual de Qualificação (PEQ), cuja formatura ocor-reu em dezembro de 2011.

Nesta parceria, a Usina se responsabilizou pelo transporte dos alunos, lanches, condições para a realização das aulas de informática, autorização de participação dos monitores operacionais reforçando

a parte prática do curso e garantiu a participação dos treinandos nos processos seletivos da empresa e efetiva contratação dos aprovados.

Já a Secretaria se responsabi-lizou por todos os custos do trei-namento dado pelo SEST/SENAT e pela bolsa que receberam para estudarem durante os dois meses de curso totalizando 230 horas.

A Usina também participa, junto a outras empresas, do Projeto Via Rápida que ofereceu, no início de 2012, cursos de soldador industrial e produção de açú-car e álcool para 90 funcionários. Para Rosiane de Souza, esse projeto propicia aprimoramento e desenvolvimento profis-sional, aumento do senso de responsa-bilidade e compromisso com a empresa, bem como aumento na participação dos funcionários nas oportunidades de pro-moção internas com crescimento técnico e salarial.

Para os próximos dois anos, a área de RH já possui um Plano de desen-volvimento e alavancagem dos níveis técnicos e de gestão que sustentem as demandas internas por profissionais mais capacitados e alinhados com o negócio da empresa.

Rosiane de Souza, gerente de RH da Usina Ruette disse: “desta-camos o interesse e motivação pelo crescimento profissional”

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Sinimbu inaugura laboratório de cana

Instalações do Laboratório na Usina Cansanção de Sinimbu, Alagoas

Foto: Arquivo Sinimbu

A Usina Cansanção de Sinimbu, localizada no Estado de Alagoas, é uma empresa cen-tenária com ares de modernidade. Sempre busca renovações para acompanhar com competitividade os desafios que o mercado impõe. Após três anos de estudos e planejamento, o projeto idealizado pela diretoria, finalmente saiu do papel e foi inaugurado este ano – o Laboratório Integrado.

As novas instalações do Laboratório ficaram modernas e seguem as normas de segurança e qualidade nas análises sucro-energéticas. A sala de análises de cana-de-açúcar está equipada com os melhores equipamentos do mercado, o sistema de for-mação do valor de ATR está todo automatizado e o acesso ficou restrito, aumentando ainda mais a segurança nos resultados.

De acordo com o gerente ad-ministrativo, Silvano Alves, a sala

de microbiologia projetada para análises destinadas ao controle de fer-mentação para produção do etanol também é outro destaque no Labo-ratório. “O novo laboratório agora possui uma sala ‘quente’, onde foram instalados os equipamentos que trabalham em altas temperaturas, altas pressões e emissão de gases ácidos e básicos”, descreveu Silvano.

Formatura da Usina Ruette com a presença de autoridades do Estado de São Paulo e do Dr. Antonio Celidônio

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Entre os equipamentos de última geração adquiridos foram: desintegrador de cana-de-açúcar utilizado para desfibrar a cana; digestor automatizado destinado às análises de perda de açúcar no bagaço; refratômetro moderno utilizado nas análises de Brix da cana e um espectrofotômetro com infravermelho para análises de cor do açúcar e qualidade das águas de caldeiras.

“Contemplamos e confir-mamos com este investimento quatro pontos fundamentais para a continuidade e sucesso do novo Projeto: ambiente compatível com as boas práticas de qualidade nas análises; ambiente confortável para melhor qualidade de vida dos colaboradores e mais segurança no manuseio com produtos quími-cos; tecnologia adequada à pre-cisão dos cálculos dos materiais analisados (cana, caldo, méis, açúcar, etanol etc.) e, ainda, gerar maior confiança aos fornecedores (matéria-prima) e clientes (produ-tos)”, finalizou Silvano dizendo que “a atitude significa adequação da empresa a um mercado cada vez mais competitivo e que busca a

qualidade com excelência”.

Qualificação à distância - Além das oportunidades que as usinas oferecem quem também tiver con-dições ou interesse em investir em um programa de ensino a distân-cia, uma opção é a ESALQ/USP. O campus em Piracicaba, SP, leva seus cursos de especialização e capacitação para diversos pontos do Brasil. Os MBA’s, Oficinas e Treinamentos da ESALQ podem ser cursados em cerca de 150 polos de ensino credenciados pelo país.

Para o professor Pedro Marques, coordenador do Progra-ma de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas (Pecege), núcleo da ESALQ/USP que gerencia os cursos de espe-cialização, “queremos expandir o conhecimento gerado dentro da instituição para profissionais em todo o país. Cada vez menos es-ses executivos podem se deslocar até nosso campus para realizar os cursos”.

Entre os cursos e progra-mas oferecidos na modalidade a distância estão o MBA em Agron-egócios, MBA em Agroenergia,

Oficina de Defesa Fitossanitária, Oficina sobre Recomendação de Calagem, Gessagem e Adubação de Culturas e Oficina sobre Mer-cados de Derivativos Financeiros e Agropecuários. Para 2013, estão previstos o MBA em Gestão Estra-tégica e o MBA em Administração Pública.

O programa de ensino a dis-tância da ESALQ tem proposta diferenciada, com aulas transmiti-das ao vivo, via satélite (TV). O aluno que deseja fazer o curso em sua casa, empresa ou pro-priedade rural também pode optar pela unidade de ensino on line. “Nossa preocupação é garantir a qualidade do ensino USP a todos os alunos”, afirma o professor Marques.

As aulas são ministradas por professores doutores associados e titulares da ESALQ e de outras unidades da USP, além de profis-sionais de renomada experiência no setor privado. O aluno faz a inscrição no site do Pecege (www.pecege.esalq.usp.br) e assiste às aulas semanais, com duração de três horas. A interação com o professor é feita pela Internet, em tempo real.

Silvano Alves, gerente administrativo disse: “a atitude significa adequação da empresa a um mercado cada vez mais competitivo e que busca a qualidade com excelência”

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negócios Revista Visão da Agroindústria negócioswww.visaoagro.com.br

A WEG-CESTARI apresenta os novos modelos da sua Linha He-limax de engrenagens helicoidais. São redutores com apenas um estágio de redução, para equipa-mentos que exigem velocidades mais altas e grandes capacidades mecânicas, tais como picadores e desfibradores de cana.

Serão fornecidos com reduções de 1:1,12 a 1:5,6, e capacidades de 410 a 20000kW. Apresenta também os redutores dedicados para acionamento de torres de resfriamento, também da linha He-limax, que foram adaptados para atender as exigências específicas desse tipo de aplicação.

Rhodia terá fábrica de butanol de cana no país

A Rhodia, controlada pela belga Solvay, vai construir no Brasil sua primeira fábrica global de bio n-butanol, em parceria com a americana Cobalt. O produto, que será extraído do bagaço da cana-de-açúcar em um processo semelhante ao da produção de etanol de segunda geração, será utilizado em larga escala pela

empresa na produção de solventes, voltados para o segmento de tintas para a indústria automobilística, disse Vincent Kamel, presidente da unidade global de negócios da Rhodia Coatis.

O investimentos desse porte são estimados em até US$ 200 milhões.

Um memorando de entendimento entre as duas companhias foi assinado no fim do ano passado. Agora, as duas empresas vão colocar esse projeto em prática.

A execução será feita em duas etapas. Primeiro, a Rhodia e a Cobalt vão instalar uma unidade-demonstração para a produção de bio n-butanol em São Paulo. Essa minifábrica será instalada ao lado de uma usina de álcool. As empresas não divulgam o nome desse parceiro do setor sucroalcooleiro. As companhias vão utilizar o bagaço da cana dessa usina como matéria-prima. Traduzindo a terminolo-gia: bio, de fonte renovável, e n-butanol, de butanol normal.

Segundo Kamel, essa unidade-demonstração deverá começar a sua produção a partir de 2013. A segunda etapa prevê a construção de uma fábrica para a produção em escala industrial. Essa fábrica, que terá capacidade para até 100 mil toneladas do produto por ano, deverá iniciar a produção a partir de 2015.

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opinião Revista Visão da Agroindústria

Governo inicia interlocução que leva o nada a algum algum

Ronaldo Knack

Como já era esperado, começou mal, muito mal, a tentati-va de retomada da interlocução do governo federal com os produtores de cana, etanol e bioeletricidade. Na verdade, as três reuniões promovidas nos últimos dias não

passaram de jogo de cena em mais uma tentativa do Palácio do Pla-nalto em inibir uma eventual retomada nos investimentos no setor.

Os primeiros a serem ouvi-dos, na semana passada, foram os dirigentes da Unica – União da Indústria de Cana-de-Açúcar. Segundo um dos participantes do encontro, os usineiros mantiveram sua postura de arrogância e joga-ram todas as suas expectativas em ouvir do governo o que não será dito, pelo menos no curto prazo.

Ou seja, não há nenhum projeto e nenhuma disposição da presidente Dilma em lançar qualquer medida para ajudar o setor sucroenergético. Mesmo que isto implique em maiores prejuízos à Petrobras, aumento do desem-

prego (mais de14 mil postos de trabalho extintos), desativação de usinas (só nesta safra foram 30) o que já provoca aumento dos índices de violência e preocupação nos municípios canavieiros.

O presidente interino da Única, Antonio de Padua Rodrigues, vê sua credibilidade e sua reputação se esvaírem na medida em que negou ter sido convocado para a reunião promovida com o segundo escalão da Casa Civil e de alguns ministérios onde os titulares das pastas não têm nenhum prestígio e não mandam nada diferente daquilo que a presidente Dilma quer que façam.

Padua deve estar envergonhado de fazer o papel que lhe exigem parte dos grupos que comandam a Única. E sabe que seu anteces-sor, Marcos Jank, foi expelido da presidência da entidade exatamente por fazer o mesmo papel. E deu no que deu!

Depois de ouvidos os reclames da Unica, foi a vez dos representantes do Fórum Nacional Sucroenergético, que também não puderam acrescentar nada. Na sequência – ambas as reuniões foram promovidas nesses últimos dias em Brasília – foi a vez dos produtores de cana, representados pela Orplana (Centro Sul), Unida (Nordeste) e Feplana.

Aos seus interlocutores, os produtores de cana explicaram que não há magia e que os custos de produção têm crescido em níveis as-sustadores. Logo, não há como reduzir custos sem que haja a contrapartida com a redução dos encargos trabalhistas e a excessiva carga tributária.

Quem foi à Brasília para participar das re-uniões convocadas pela Casa Civil voltou de lá com a certeza de que nada mudou e dificilmente mudará. Para piorar, saíram de lá também com a convicção de que as sugestões elaboradas pelo Plano Brasil Maior não sensibilizaram a presi-dente Dilma.

E, para deixar clara a desarticulação e falta de prestígio da cadeia produtiva, a indústria de bens de capital e os trabalhadores foram esquecidos pelos burocratas de plantão da nossa Capital Federal.

Logo, o que já estava ruim tende a piorar ainda mais...

(Ronaldo Knack é fundador do BrasilAgro, líder absoluto no ranking das mídias do setor sucroenergético, segundo

pesquisa da Junior FEA-RP/Junior)

Logo, o que já estava ruim tende a piorar

ainda mais...

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Empresas de sucesso condenadas ao fechamento

Agradecemos a todos os participantes do Simtec deste ano.

SIMTEC2014Anote na sua agenda de eventos!Quando estudamos

gestão, um dos pontos debatidos é a perpetuação das empresas. Essa é uma premissa básica, a não ser que o seu tempo tenha sido previamente determinado, mas quantas são criadas com data para encerramento?

Na trajetória de um empreendi-mento, alcançando sucesso ou não, podemos vê-lo passar por processo de cisão, e uma parte ser vendida; pode ser incorporado por outra companhia; ou quem sabe integrar uma fusão, compon-do uma operação maior.

Um projeto pode fracassar por causa de recessões, que duramente a afetam a economia mundial ou do país. O desastre pode ocorrer por má gestão, e não só isso. Há, ainda, uma série de fatores que podem provocar a situação, comprometendo o futuro de um empreendimento, apesar de todas as competências técnicas serem atendidas.

Poucos projetos de produtos tecnicamente brilhantes, que conduzem empresas ao sucesso, a perpetuam.

Estranho? Nem tanto!Quando a gasolina era barata

e todo mundo queira carrões, projetos interessantes de carros pequenos fracassaram.

Você acha mais confortável um carro com duas portas ou com quatro portas? Os jovens já rejeita-ram os carros com quatros portas, considerando-os carros para pes-soas velhas.

A moda já foi ter casas enor-mes, hoje, independente da dupla jornada, procuramos conforto, sem exageros.

Há uma situação que traz a raiz da extinção e gestores, apesar de notarem, não a tratam com a devida atenção.

Existem empresas criadas para o mercado, outras criadas pelo produto e dessa forma per-manecem. As segundas é que estão, desde que nasceram, sob risco.

Como ensinam as velhas lições, a indústria do cinema americano sofreu duras perdas até entender que não estava no negócio de filmes para a telona e salas públicas, mas no ramo do entretenimento!

Empresas voltadas ao mercado atendem os desejos e expec-tativas do consumidor, quando não as criam. Por essa razão se adequam, se adaptam, inovam, se renovam, revolucionam.

Empresas voltadas ao produto desenvolvem ações para melhoria do seu foco, o produto. Ocorre que estas ações nem sempre atendem o consumidor, e a obsolescência se apresenta material e estra-tégica.

Mudar o produto é pos-sível, agora, mudar o consumidor quando aceita novos conceitos... hummmm!

O pensamento na empresa po-deria ser mudado, mas o trabalho não é simples, por essa razão, quando gestores negligenciam o conceito de visão, o risco é muito grande. É a visão que conduz à estratégia, portanto a linha que prepara os caminhos do futuro está na raiz.

Uma coisa é debater inovações com pessoas cuja visão é mer-cado, outra é debater com pes-

soas cuja visão é produto. Ainda que esses produtos possam ser revolucionários.

Mudança é um processo doloroso, quando a rejeição ao as-sunto é muito grande, a mudança de foco pode exigir suspender a pessoa e girar o mundo. O esforço ao se mostrar demasiado, leva à desistência. A tecnologia gira o mundo e deixa o homem onde está. Esse giro gera a força de atração, contudo vemos que em alguns o efeito é da rejeição.

A obsolescência é um po-deroso instrumento de eliminação de concorrentes e competidores. Ainda que copiar seja mais barato que desenvolver, o seguidor não costuma obter vantagens competi-tivas com a minimização de erros.

A aceleração do poder de cri-ação provoca o efeito de um pesa-do rolo compressor, esmagando o que encontra pelo caminho em velocidade reduzida.

Dessa forma, uma gama interessante de produtos são natimortos, chegam ao mercado totalmente ultrapassados.

O fato no faz lembrar a velha brincadeira: esse será bom, não foi?

Ivan Postigo Diretor de Gestão Empresarial

Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de

vendasPostigo Consultoria Comunicação e

Gestão

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A SERQUÍMICA é a primeira no Brasil e no mundo a produzir o ÁCIDO FOSFÓRICO GRAU ALIMENTÍCIO, utilizando em seu processo um subprodu to do etano l , patenteado pela empresa. E se orgulha muito disso!

Clarificação de açúcar;Fertilizantes foliares;Alimentos e bebidas;Biodiesel;Tratamento de metais;Nutrição animal.

Principais segmentos de mercado com o uso do Ácido Fosfórico Grau Alimentício:

www.serquimica.com.br |16 - 2105 8222