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1 TEXTOS PRODUZIDOS PELOS ALUNOS DO 1º PERÍODO – PORTUGUÊS JURÍDICO – DE 1996 ATÉ 2014 SOBRE A SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS Sociedade dos Poetas Mortos Só que os poetas mortos são brasileiros A Sociedade dos Poetas Mortos do Brasil Maria Isabel de A. e Silva – 2009-1D Século XXI. E a liberdade já foi alcançada? Tudo continua o mesmo caos de quinhentos anos atrás. Chegou a hora do julgamento final. A grande reunião da Sociedade dos Poetas Mortos do Brasil. Não havia apenas um réu, mas vários: os repressores. Depois de tantas lutas, poemas e evocações, as mentes estavam cada vez mais aprisionadas, estressadas, comprometidas, e onde estava a arte, o viver? Na reunião estavam presentes os grandes nomes da poesia brasileira, que já não vivem na Terra, mas sim em outra dimensão espiritual (a qual não cabe agora descrever ou explicar). João Cabral de Melo Neto fez-se intermediador, pois havia sido o último a deixar a vida terrena. Apresentou para seus colegas a história de um filme que viu na Terra sobre a Sociedade dos Poetas Mortos, que desencadeou o suicídio do jovem Neil, para exemplificar como a poesia, a literatura, as liberdades individuais e coletivas estavam sendo tratadas ainda nos tempos atuais. Manuel Bandeira logo pôs-se de pé e exclamou revoltado e decepcionado: - Meu Deus, como pode isso ainda acontecer? A vida é o dom mais precioso que nós temos. Precisamos aproveitá-la por completo, temos que seguir o caminho pelo qual nosso coração palpita mais forte. Precisamos sentir! Fazermos nossas escolhas pessoais e sugá-las até a última gota! Nenhum homem pode submeter o outro, nem o pai a um filho, nem uma sociedade a um indivíduo. Se não vivermos para o que temos paixão, para o que nos desperta prazer, de que vale viver? Foi então quando o carrancudo e metódico Olavo Bilac tomou a palavra e respondeu: - Para sobreviver! Ora sonhadores frustrados! De nada vale o amor e não ter status

A Sociedade Dos Poetas Mortos Textos de Alunos Revisados 16 Jul 14

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TEXTOS PRODUZIDOS PELOS ALUNOS DO 1º PERÍODO – PORTUGUÊS

JURÍDICO – DE 1996 ATÉ 2014 SOBRE A SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS

Sociedade dos Poetas Mortos Só que os poetas mortos são brasileiros

A Sociedade dos Poetas Mortos do Brasil

Maria Isabel de A. e Silva – 2009-1D

Século XXI. E a liberdade já foi alcançada? Tudo continua o mesmo caos de quinhentos anos atrás. Chegou a hora do julgamento final. A grande reunião da Sociedade dos Poetas Mortos do Brasil. Não havia apenas um réu, mas vários: os repressores. Depois de tantas lutas, poemas e evocações, as mentes estavam cada vez mais aprisionadas, estressadas, comprometidas, e onde estava a arte, o viver? Na reunião estavam presentes os grandes nomes da poesia brasileira, que já não vivem na Terra, mas sim em outra dimensão espiritual (a qual não cabe agora descrever ou explicar). João Cabral de Melo Neto fez-se intermediador, pois havia sido o último a deixar a vida terrena. Apresentou para seus colegas a história de um filme que viu na Terra sobre a Sociedade dos Poetas Mortos, que desencadeou o suicídio do jovem Neil, para exemplificar como a poesia, a literatura, as liberdades individuais e coletivas estavam sendo tratadas ainda nos tempos atuais. Manuel Bandeira logo pôs-se de pé e exclamou revoltado e decepcionado: - Meu Deus, como pode isso ainda acontecer? A vida é o dom mais precioso que nós temos. Precisamos aproveitá-la por completo, temos que seguir o caminho pelo qual nosso coração palpita mais forte. Precisamos sentir! Fazermos nossas escolhas pessoais e sugá-las até a última gota! Nenhum homem pode submeter o outro, nem o pai a um filho, nem uma sociedade a um indivíduo. Se não vivermos para o que temos paixão, para o que nos desperta prazer, de que vale viver? Foi então quando o carrancudo e metódico Olavo Bilac tomou a palavra e respondeu: - Para sobreviver! Ora sonhadores frustrados! De nada vale o amor e não ter status

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social, a disciplina é quem deve reger esse caos em que está a Terra. Se os pais de Neil e dos jovens de hoje agem assim é porque eles sabem que para termos sucesso na vida devemos sacrificar os “prazeres menores” e calcular todos os nossos passos para chegar ao mais próximo possível da perfeição e... Oswald e Mário de Andrade não aguentaram mais tal discurso e tiveram que se manifestar - Ora! Me parece que mesmo depois de 80 anos o “Sapo-boi” continua a coaxar asneiras, - disse Oswald. Mário o apoia e completa: - Devemos refletir sobre o passado e não reproduzi-lo. Em meio à confusão, João Cabral se pronunciou: - Acalmem-se, senhores! Alguém tem mais alguma declaração a fazer? A senhora Cecília Meireles, por exemplo? - Perdi meu pai antes de nascer, minha mãe antes de completar três anos, meu primeiro marido suicidou-se; a morte sempre esteve presente na minha vida e nesta nunca me esforcei para ganhar e nem me espantei por perder, disse Cecília. Em tom de desaprovação protestou Cláudio Manoel da Costa: - A efemeridade da vida é uma coisa certa, mas não é por isso que devemos viver entre “nuvens e espumas”, escondidas. Temos que lutar pelos nossos ideais e pelo que nós acreditamos, mesmo que isso nos custe nossa própria vida, como foi o meu caso. Ratifico tudo o que meu amigo disse! Devemos ser donos da nossa própria vida, senhores, dos nossos corações, vivendo o amor a cada dia como se fosse o último, sem permitir que a nossa existência seja apoderada e controlada pelos “fanfarrões” com que nos deparamos, sejam eles nossos pais, chefes, governantes ou qualquer um. O que há de melhor do que ter o comando de nossa própria vida e poder voltar para casa em meio à calmaria dos campos e dos mansos cordeiros e voar para os braços da amada? Declarou Tomás Antônio Gonzaga. - Palavras, companheiro, palavras! Eu que sempre vivi dividido entre o bem e o mal, sempre vi uma certa beleza na morte. Talvez seja isso que tenha sentido o rapaz da história que João Cabral nos contou! Farras, noitadas, bebidas, mulheres são os prazeres que encontramos enquanto esperamos a morte – fez-se ouvir Álvares de Azevedo, enquanto que de seu rosto rolava uma lágrima melancólica. Gonçalves Dias discordou: - Menino, não diga bobagens! Deus nos pôs no mundo para viver e não para nos exilarmos dele.

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- Temos que nos libertar das correntes das sociedades opressoras, criticar os desmandos sociais, parar de cambalear ao ritmo dos açoites que tentam nos submeter à vontade alheia. Liberdade, essa é a palavra! Completou Castro Alves. Satisfeito Gregório de matos o apoiou: - Aplaudam-no, senhores! Abaixo a opressão! Vamos falar, criticar. Chega de um mundo onde faltam verdade, honra, vergonha; onde os valores governam e os honrados padecem no “paraíso” a que se deixam submeter! Furioso, retrucou Olavo Bilac, o ourives da palavra: - Cala-te “Boca do Inferno”! Que de nada servem tuas divagações. Para alcançarmos o progresso é preciso que tenhamos ordem e muitas vezes necessitamos de alguém que nos leve para o caminho exato! - Não! Assim como na poesia temos que viver nossas emoções de acordo com os nossos corações. É isso que faz a vida valer a pena! Libertinagem, o gozo, a paixão, a liberdade, superemos o tédio e a “vida-besta” de submissão. Avante ó aventura de viver! Toquemos o mundo de acordo com o nosso desejo. Não adianta apenas sobreviver, se não é para sermos felizes. Criamos em nosso meio o nosso próprio objetivo de vida, nossa Pasárgada pessoal e lutemos durante toda nossa existência para alcançá-la! Exaltou Manuel Bandeira, aclamado pela grande maioria dos presentes. Então João Cabral, com ar de contentamento, declarou encerrada a primeira reunião da Sociedade dos Poetas Mortos do Brasil, e finalizou com a seguinte manifestação: - Que os próximos poetas, vivos e os que virão a nascer, espalhem pelo mundo tudo que aqui foi concluído. Que cada ser humano tenha liberdade para fazer suas próprias escolhas e sejam conscientes de que não devemos deixar nosso sangue se esvair pela terra e sim borbulhar vida em nossas veias, para que façamos do mundo um lugar onde prevaleça a justiça entre os homens e a busca da felicidade pessoal e coletiva.

À época escrevi o seguinte: “Invejei teu texto. Já o reproduzi e o espalhei pelo mundo. É uma verdadeira aula de literatura, sem ser chata e direcionada a uma prova”. Explicação para o texto supra: quando iniciei as aulas no Curso de Direito – 1996 – tinha duas aulas na 3ª e três na 5ª. Havia tempo para a exibição de um filme. E como A SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS estava ainda no auge, pois apareceu com sucesso estrondoso na década de 1980 e revolucionou, de uma maneira geral, a visão de sala de aula, aproveitava o filme para pedir aos alunos que reescrevessem o texto, ou através de um único personagem, ou dando vida a um dos alunos participantes da história, após o The End. O que teria acontecido àquele grupo de rapazes entusiastas, que aderiram às ideias do professor Keating? O que teria acontecido ao professor Nolan? Muito bem, um dos textos, entre muitos que

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guardo, é o que está transcrito acima. Façam bom proveito. Não deixem de ver o filme. Há nas Lojas Americanas para comprar. É um verdadeiro aprendizado de primeira grandeza.

A Sociedade dos poetas livres

Yohan/C

Mister Keating, enobrecido pelo gesto dos seus alunos, lhes confidenciou que

sentia orgulho em ver no que eles haviam se transformado, podendo assim apreciar

o verdadeiro sentido da sociedade dos poetas mortos e emocionado ele lembrou

que Neil ficaria orgulhoso de todos eles.

- Mr. Keating, como se atreve? – Berrou Mr. Nolan – Como se atreve a citar o

nome do Mister Perry?

- O senhor é completamente responsável pela tragédia em que aquela família

se encontra. Como o senhor pode lhes ensinar fantasias, Mr. Keating? Eles são

apenas adolescentes em formação, não conhecem nada da vida, eles são

influenciados de uma maneira absurdamente fácil.

Todd olha furioso em direção ao Mr. Nolan, pela primeira vez na vida parece

lhe surgir uma coragem descomunal, os olhos se enchem de água, ele para por um

momento, respira, hesita em falar por um instante, mas diz:

- Mr. Nolan, o senhor se engana. Mr. Keating nunca nos influenciou, sabemos

tomar as nossas próprias decisões, desde o primeiro encontro, desde a primeira

poesia que lemos, não houve sequer uma aparição do Mr. Keating.

- Cale a boca,Todd!!! – Disse Cameron, com um olhar furioso para o colega –

você vai nos prejudicar seu estúpido, não percebe isso?

- Nos prejudicar, Cameron? Assim como você fez com o Nuwanda, que era

seu amigo? Ironizou Knox. Nós fomos influenciados pelo medo, fomos forçados a

assinar um trato patético para jogar a culpa em um homem inocente, Nuwanda, que

foi expulso pela nossa omissão; não nos venha falar em prejudicar alguém, você

mais do que ninguém sabe o que é isso.

- Não me venha com sermões Knox, retrucou Cameron, fizemos o que

precisava ser feito, salvamos nosso pescoço.

- JÁ CHEGA! Berrou mais uma vez Mr. Nolan, E quanto a você, Mister

Keating, o que ainda espera para sair desta sala? Será que o senhor já não fez o

“suficiente por aqui”? Ensinando a esses rapazes a serem verdadeiros arruaceiros, e

a não mais respeitarem os seus pais e os seus professores, seus métodos de ensino

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não são aceitos aqui mister Keating, a Welton Academy não permite esse tipo de

comportamento.

Mister Keating olhou friamente para Mr. Nolan, parecia incrédulo com o que

aquele homem dizia, estava pasmo com tamanha hipocrisia, de repente foi

interrompido em seus pensamentos…

- CAPITÃO? Disse Todd.

Olhou fixamente para Todd, e lhe deu um leve sorriso.

- Walt Whitman, disse o professor. Todd sorriu como uma maneira de

confortar o seu mestre.

- Desde o meu primeiro dia de aula aqui, disse Mr. Keating, eu dei o melhor

de mim, eu quis demonstrar a esses rapazes, o verdadeiro sentido da vida, a

liberdade, os tirar dessa prisão psicológica em que se encontravam, fiz isso para que

eles pudessem fazer as suas próprias escolhas, precisam enfrentar os seus próprios

demônios, e não me arrependo de absolutamente nada que disse. Já faz uma

semana que Neil se foi e não há um dia sequer em que eu não sinta a sua falta.

Agora olhando fixamente para Mr. Nolan, e com lágrimas nos olhos, ele

continuou:

- Mr. Nolan, a vida é muito mais complexa do que o senhor imagina, a vida é

simples, é tomar decisões e não se arrepender, e eu não me arrependo de nada do

que ensinei a esses garotos, ensinei com o coração, com a alma, e no final Mister

Nolan, é isso que importa. Por fim, o mestre colocou o seu casaco, o seu belo

chapéu, olhou para cada um dos rapazes, e lhes deu um sincero sorriso, o mesmo

de quando os viu pela primeira vez.

- Carpe Diem, aproveitem o dia rapazes.

Esta foi a ultima vez que os alunos da Welton Academy o viram. Mas as suas

palavras, a sua generosidade e o seu conhecimento, hombridade e caráter, jamais

serão esquecidos.

A Sociedade dos Poetas Mortos

Diego Vinicius de Lima/G

O filme ‘A Sociedade dos Poetas Mortos’ é revolucionário se pensarmos na

sua época de lançamento, com certeza até hoje ainda o seria, mas, para melhor

entender o filme, acredito que temos que procurar entender sua época e a

mentalidade da sociedade no período descrito, além dos agentes envolvidos, ou

seja, uma sociedade altamente rígida em seus costumes e tratamento, famílias de

classe média alta e que, pelo que observei, mantinham certo nível de afastamento

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de seus filhos, também pelo fato da escola em questão se tratar de uma espécie de

internato.

A escola, pode-se dizer, era um reflexo da própria sociedade, altamente

tradicionalista e rígida, com métodos educacionais arcaicos em determinados

momentos, mas que demonstrava pelos resultados que aquele era o caminho para

os alunos obterem sucesso em suas vidas, demonstração essa amplamente aceita

pelos pais dos alunos.

Acredito que a impressão passada foi de que os alunos eram literalmente

‘programados’; eles copiavam, não criavam, obedeciam, não opinavam, pensar não

era o mais importante, ao contrário, até certo ponto, não era interessante que eles

pensassem, pois não possuíam maturidade suficiente, necessitando do auxílio

escolar para entendimento mundano.

Mostrado o contexto em que o filme se revela, aparece na escola um

determinado professor, com métodos diferentes dos comumente ensinados na

escola que, ao invés de reprimir os alunos, os liberta. Ele não os leva a determinado

lugar, simplesmente aponta o caminho e demonstra como cada um, já que cada

aluno possuía seus próprios ‘monstros interiores’, poderia e deveria enfrentar suas

dificuldades individuais e, como já era de se esperar, o resultado obtido foi o melhor

possível, alunos pensantes e donos de seus próprios destinos. Mas, como dito

antes, eles estavam dentro de uma instituição e principalmente de uma sociedade

que não aceitava tal comportamento, o que gerou determinados conflitos e culminou

na morte de um dos estudantes e na eventual procura de um culpado, o professor.

O filme nos faz refletir sobre nós mesmos, sobre nossos paradigmas e a

sociedade na qual estamos inseridos. Será que estamos aproveitando o melhor que

a vida tem a nos oferecer? Será que estamos ensinando os nossos filhos (nem pai

eu sou, me refiro à sociedade como um todo) a ser o melhor que podem ser? Será

que estamos explorando todo o potencial deles e respeitando suas individualidades?

São reflexões importantes que devem ser feitas por todos os agentes sociais.

Fico feliz em ter a oportunidade de fazer um pouco dessa reflexão agora,

pois acho que esse é o objetivo de quem está lendo e corrigindo esse texto nesse

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momento e o agradeço por isso, não sei se no próximo texto vou errar tanto quanto

neste, mas garanto que não cometerei os mesmos erros, Carpe Diem

A sociedade dos poetas mortos ainda vive

Ervin Cavalcanti Fabel/G

Ao entrar pela última vez naquela sala de aula onde ministrava as melhores

aulas da Academia Welton, o professor John Keating esperava que ela estivesse

vazia, mas para sua surpresa, a turma estava iniciando um novo processo de estudo

com o Sr. Nolan.

— Oh! Capitão, meu capitão — Grande parte dos alunos da sala se despedia

em forma de reverência e gratidão pelos ensinamentos passados por ele. Aquelas

palavras nunca pararam de soar em suas memórias.

Desanimado para traçar novos rumos, o professor Keating, decide voltar à

Inglaterra e retomar suas atividades na escola Chester, em Londres. Sua passagem

pela Chester School foi frutuosa e por isso, em seu retorno, a instituição que era

famosa por promover grandes bailes e festas sazonais, recebeu o professor com

festividades de boas-vindas. Durante seu reencontro com antigos colegas de

trabalho, o diretor o chama para uma conversa particular em seu gabinete:

— Caro amigo John, quanto tempo, não?

— Vejo que o tempo foi mais generoso comigo do que contigo Francis — Os

dois se divertem com uma boa gargalhada.

— Ah! John, infelizmente eu vejo o mesmo. Quando voltou para realizar o

sonho de ensinar na instituição que o formou, eu tinha acabado de assumir a Vice-

Diretoria da Chester; pouco tempo depois eu estava assumindo a Diretoria. Nunca

tive tantos problemas e preocupações, as coisas aqui não andam muito bem... — O

Diretor Francis Mellen respira profundamente esmagando o canto da boca.

— Pois eu também tive uma grande frustração por lá, não fui compreendido,

meus métodos não são tradicionais e isto não foi bem-visto por lá.

— O motivo desta conversa, John, é justamente este, lembro-me muito bem

dos teus métodos, e sei que funcionam mais do que qualquer outro que já vi. Então

vou ser direto, o vice-diretor Simon Schuster passou por alguns problemas de saúde

e por insistência de sua esposa, decidiu se afastar da Chester School. Estou

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precisando renovar nossos métodos de ensino e quero que você seja o Vice-Diretor

desta instituição. O que me diz?

— Bom, Francis, me pegou de surpresa, mas, aceito o desafio, será uma

honra.

Um ano após o inicio do seu trabalho na Chester School, e com a autoestima

recuperada devido ao excelente resultado obtido com as mudanças na metodologia

de ensino, John recebe notícias por um professor amigo da Academia Welton e

descobre que após o incidente de sua saída, o jovem Todd Anderson foi expulso da

instituição por indisciplina e os outros que lhe acompanharam foram submetidos a

trabalhos e aulas extracurriculares. Na mesma hora John vai ao gabinete do Diretor

Francis Mellen e lhe explica a situação do jovem Todd, os dois imediatamente

entram em contato com a família do jovem e oferecem a Todd uma bolsa para

estudar na Chester.

Todd chega a Londres e se adapta facilmente ao local e ao ensino cujo

método ele já conhecia. Durante um pequeno intervalo de aulas, Todd espera todos

os professores saírem e entra rapidamente na sala dos professores onde John

Keating ainda se encontra arrumando a pasta com os materiais para a próxima aula.

Todd aproveita que os dois estão a sós e entrega um embrulho para o professor,

que recebe espantado:

— Bom dia Sr. Anderson, o que é isto?

— Professor, por acaso, o senhor já viu uma pequena cabana abandonada

perto do lago atrás do refeitório? — Os dois se olham sorrindo enquanto John abre o

embrulho que veste o livro “Cinco séculos de poesia”.

A sociedade dos poetas mortos

Júlia Rebeca de Oliveira Nascimento/J

É difícil falar em liberdade, afinal, ela é extremamente relativa. O que é liberdade,

para alguém que está preso em uma cadeia? O que é liberdade, para alguém que está

livre, vivendo em sociedade? Porém, há algo que é comum a todas as concepções

(mesmo que o realizar seja inviável): O Direito de proceder conforme nos pareça.

Ninguém consegue ter uma liberdade plena, temos liberdade em algumas coisas,

mas não em todas. Por exemplo, um adolescente de família tradicional, pode possuir a

liberdade de escolher a escola onde irá estudar, mas não possui a liberdade de

escolher se quer ou não quer estudar.

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Graças a esses limites de liberdade que a sociedade nos impõe, já enraizamos a

crença de que não temos o direito sobre tudo, há coisas que fazemos contra a nossa

vontade, sem sequer, nos questionar.

Porém há um lugar, um único lugar, onde podemos sim, gozar de uma liberdade

plena: em nossos pensamentos, em nossas ideias. Estamos tão aprisionados e

acomodados com a nossa condição de submissão a outrem, que não nos damos esse

direito, mas se não mudarmos a forma de pensar, se não percebermos que o pensar é

necessário para a mudança, não mudaremos nossas condições de meras marionetes

do sistema.

Ao extrair o melhor do filme A SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS, podemos

observar que aquele que estimula o exercício do pensar, aquele que estimula o

pensamento de que somos bons, de que podemos ser os melhores, de que devemos

sair da nossa zona de conforto e conflitar o mundo que nos cerca, esse sim é taxado

de ruim, de maluco.

O senhor Keating deu aos seus alunos, o melhor que eles poderiam receber de

alguém, mostrou-lhes que o sonhar deve ser nossa realidade, que o sonhar, o pensar,

o acreditar, são os nossos combustíveis para a vivência humana. Não devemos apenas

sobreviver, devemos VIVER a vida que nos é dada, gozar da felicidade de ser quem

somos, de poder nos tornar alguém melhor a cada dia que passa. Temos que nos

tornar, todos os dias, uma VERSÃO MELHORADA DE NÓS MESMOS.

Eu poderia até me ousar a continuar o filme, em minha versão, traria o professor

Keating para João Pessoa. Porém, isso não se faz mais necessário, tenho certeza que

ele e o professor Dalri já se encontraram em um vago e vasto lugar das ideias várias

que ecoam nos pensamentos do querido Dalri; e sei bem qual a decisão que eles

tomaram, como discípulos do exercício do pensar, montaram uma estratégia para

divulgar seus métodos, formaram células que se espalharam por toda a terra,

decidiram mostrar a todos o verdadeiro significado da expressão “Sugar a essência da

vida”.

Bom, eu fui uma das agraciadas em conhecer a célula do Professor Dalri, meu

tempo com ele, é curto, tenho apenas um período ao seu lado, mas ele me deixou uma

missão: Formar uma célula, e NUNCA deixar morrer esse projeto de vida!

“Eu fui à floresta porque queria viver deliberadamente, queria viver

profundamente e sugar toda a essência da vida, acabar com tudo que não fosse

vida, para que quando a minha morte chegasse eu não descobrisse que não

vivi”.

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A Sociedade dos Poetas Vivos

Rafael Melo de Farias – 2013 – 1F

Após a saída do professor John Keating (Robin Williams), da Academia

Welton, muitos alunos, que foram ensinados por ele a não serem escravos do rígido

regime escolar e familiar, foram repreendidos pelo diretor da escola na época, mas

nenhum foi expulso, pois tiveram que pedir perdão por subirem em suas carteiras e

desobedecerem às ordens do professor substituto. O sentimento de indignação pela

demissão do amigo professor ainda reinava no pensamento dos estudantes que

faziam parte da Sociedade dos Poetas Mortos. Além de ser demitido, Keating se

tornou o responsável pela morte de Neil Perry (Robert Sean Leonard), pois foi ele

quem colocou as ideias de ser um revolucionário na mente do estudante que

terminou suicidando-se com um tiro em sua própria casa.

Todd Anderson (Ethan Hawke) inconformado com a prisão do seu instrutor

e colega pessoal, que foi sentenciado a quinze anos em regime fechado, resolve se

retirar da escola, mesmo contra a vontade dos pais. Todos os alunos que foram

lecionados por Keating tomam a mesma decisão de Todd. Todd Anderson, com

muita raiva da sua antiga escola tem como objetivo na vida espalhar o ideal do seu

ex-professor e com a ajuda dos seus antigos colegas de classe formam a Sociedade

dos Poetas Vivos, um grupo de pensadores que se reúnem para fazer planos para a

vida e se divertirem; eles deram esse nome ao grupo, pois o pensamento deles era

que os acontecimentos teriam sido essenciais para a ressurreição dos famosos

poetas que estavam mortos e eles eram esses poetas ressuscitados, não mais se

reunindo em uma gruta, mas em uma casa alugada pelo pai do falecido Neil, que se

transforma em um revolucionário após a morte do filho, cujos ex-alunos fundam uma

escola, para a formação de novos pensadores, o Instituto Neil Keating, em

homenagem aos seus antigos amigos que não estavam mais com eles.

Dez anos se passam e John Keating é libertado por bom comportamento.

Recebe a noticia que sua saída prematura da prisão só ocorreu devido à decisão de

um juiz, Knox Overstreet (Josh Charles), que foi seu aluno na época antes da prisão

e que terminou o curso de direito se tornando Juiz no tempo em que Keating estava

preso. John descobre também que o seu antigo colégio no qual ele estudou e

lecionou, a Academia Welton, fechou devido à falta de alunos e dívidas que tinha

com o Estado. Ele se torna professor e assistente de diretor no Instituto Neil Keating,

que tem como ideal os conceitos de Keating, mas não seguia mais a máxima latina

“Carpe Diem” (aproveite o momento) e sim no conceito “Frui Vita” (uma expressão

do latim que significa desfrute a vida), porque segundo os jovens, temos que pensar

no presente, mas não esquecermos do futuro e o conceito de vida não está

relacionado a um só dia, mas sim num geral, não tão rigoroso quanto a Academia

Welton, a escola fundada por ex-alunos de Keating; depois que ganhou o auge na

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época começou a ensinar não apenas literatura, transformando-se em uma

verdadeira escola. Ela aceitava mulheres como alunas e a liberdade não era uma

ideia proibida, mas sim fundamental nas leis da escola.

Depois de fazer muito sucesso, muitos dos “Poetas Vivos” não chegaram

ao séc. XXI, cujos ideais de vida estão formando uma sociedade que não está mais

baseada na rigidez e nos costumes tradicionais.

Rompendo Barreiras

Aline Pinho Lopes / 1C

A morte do jovem sonhador Neil Perry rasgou o véu da tradição que cobria a Academia Welton. Mas este acontecimento também desencadeou uma série de consequências, que afetaram diretamente o professor John Keating e os seus alunos. O Sr. Keating foi levado a julgamento e condenado pela morte de Neil. E neste triste cenário uma doce surpresa aconteceu ao nobre mestre. Os seus jovens alunos, amigos e companheiros da empolgante caminhada rumo à quebra de paradigmas, não se deram por vencidos, afinal a guerra só havia começado, mas a primeira parte dela já estava vencida, desde aquele primeiro dia na “caverna da liberdade", onde o medo e os velhos costumes tinham sido vencidos e não eram mais um inimigo. Então um forte sentimento de coragem e vontade de não ter mais nenhum jugo de tradição sobre os seus ombros, impulsionou-os a defender o Sr. Keating. Essa árdua tarefa foi feita com muita valentia e engajamento. Novas provas foram apresentadas pelos advogados dos pais dos meninos, que sensibilizados se juntaram ao movimento. Depois de um longo ano de luta a vitória estava garantida e o professor Keating estava livre. Logo um turbilhão de emoções tomou o coração e a mente de Todd, que imediatamente teve a ideia de realizar uma grande festa em Welton para a comemoração daquela conquista. Todos concordaram com o jovem Todd e assim partiram para a organização do evento. Na Academia Welton as coisas também mudaram. Todos os que contribuíram para a expulsão e condenação do Sr. Nolan, já não estavam lá, pois o pai de Neil era o novo diretor da instituição. Este renasceu com a morte do filho e não queria desperdiçar a oportunidade que a vida estava lhe dando de braços abertos. Chegado o dia da comemoração todos estavam reunidos, com alegria e agradecimento no auditório da instituição, aliás, nunca tinha acontecido uma confraternização tão especial quanto esta. O professor John Keating era o dono da festa e seria o único a subir ao palco e dar a palavra sobre a experiência que ele tinha passado.

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- “Meu Deus! Quanta felicidade por estar aqui com vocês, meus nobres alunos apaixonados pela arte, poesia, e pela vida! Não tenho palavras para expressar o meu agradecimento ao destino, por me conceder a honra de conhecê-los. Gostaria de agradecer em primeiro lugar à coragem de Neil. Não me entendam errado, mas a morte do nosso jovem artista nos deu vida”. Aqueles que acham a atitude de Neil uma fraqueza peço que não o julguem, pois a decisão da sua vida estava em suas mãos, não nos cabendo concordar ou discordar. Mas uma coisa é certa: ele foi corajoso em defender sua liberdade. Neil nos ajudou a romper com as barreiras de um sistema de ensino arcaico, que não valorizava o verdadeiro conhecimento e insistia em andar na contramão do novo e da transformação. Não estou mais diante de meninos acuados, mas de homens que descobriram o que é viver plenamente. Vocês não são o reflexo dos "poetas mortos", mas são a nova realidade dos "poetas vivos." Assumo que quando entrei pela primeira vez naquela sala de aula, não acreditei que algo bom fosse brotar naquele deserto de costumes e tradição. Mas ainda bem que não desisti! Paguei um alto preço pela minha ousadia e não me arrependo do que fiz porque tudo foi transformado a começar por mim. Obrigado meus alunos que também são os meus professores! Agora eu quero continuar o meu trabalho na Academia Welton apresentando mais e mais o modelo de ensino, que eu acredito ser o caminho para termos um país formado por cidadãos instruídos e conhecedores da arte e da vida!

Sonhos de Outrem

Alynne de Castro Felix / E

É com lágrimas no olhar que ilustro minha opinião sobre o filme. Este é

emocionante, inspirador e intensamente proporcional a quem sonha os sonhos dos

outros.

Sonhar, como sonhar seu próprio sonho se é impedido de viver? Impedido de

viver? Sim, se somos impedidos de revelarmo-nos, desvendarmo-nos e

descobrirmo-nos, como saberemos o sabor de mel que a vida possui!

O filme relata jovens que sonham os sonhos de seus pais, ou melhor, são

verdadeiros funcionários, pois agem, pensam e sonham como seus pais ordenam.

Infelizmente o pior aconteceu com um que queria fazer a diferença, sonhou o seu

próprio sonho e viveu conforme sua realidade. Assim diz “Eu fui à floresta porque

queria viver libertamente, queria viver profundamente e sugar toda essência da vida,

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acabar com tudo que não fosse vida para que quando a morte chegasse, eu

descobrisse que não vivi”. Carpe diem!

A essência da vida

Ana Paula da Silva Santos Roque Turma: P1 Direito F

Sr. Perry se emocionou ao ver Neil apresentando a peça teatral, pois

lembrou-se que nunca teve a coragem que seu filho expressa em seus atos

cotidianos, porque sempre acreditou que quem sabe o que é melhor para os filhos

são os pais, assim foi a criação que seus pais lhe deram; logo Sr. Perry enxugou as

lágrimas e voltou à postura firme diante do seu filho, cumprimentando-o junto com

sermões desnecessários, por fim disse a Neil que ele teria que concluir o seu sonho

de ver o filho formado, não para ele e sim para uma sociedade desprezível da qual

ele participava, mas que era necessário viver nela para sobreviver em um patamar

de postura e reverência, mas por fim parabenizou seu filho pela apresentação,

fazendo o pedido que honrasse sua família com seu diploma e depois ele seguiria o

que desejasse para sua vida; mesmo assim Neil aceitou a retórica do pai.

As aulas do Professor John Keating a cada dia mais interessantes, os

alunos apaixonados pela vida, paixão proporcionada pelos poemas fascinantes

declamados por aquele professor, o tempo foi passando e eles continuavam a se

encontrar na caverna indígena, agora na companhia do professor dando inicio às

reuniões, pronunciando sempre “...Sugar a essência da vida...” a cada encontro uma

nova aventura e aprendizados, assim passaram os anos e chegou a formatura,

concluindo o que tinham ido buscar ali, bem mais do que se esperava posso afirmar,

pois a valorização da Liberdade e a força de coragem de lutar pelos ideais aqueles

jovens aprenderam, saíram preparados para o mundo com visões vastas de uma

sociedade desprezível, assim formados os sonhos das famílias se concretizaram e

começa uma nova etapa de escolhas, tendo sempre duas opções desejo de ser

quem realmente gostaria de ser, ou ser a pura realização dos pais.

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Formando mais uma turma o professor John Keating deixou o colégio e

mudou-se para a caverna indígena, local onde já tinha passado momentos

inesquecíveis. Deixando de ensinar começa a escrever livros de poesias, tendo

sempre a companhia daqueles inesquecíveis alunos que acordaram um dia a

Sociedade dos Poetas Mortos, esperando apenas que sua morte se apresentasse,

afinal o lema da sociedade era “Eu fui à floresta porque queria viver

deliberadamente, queria viver profundamente e sugar toda a essência da vida,

acabar com tudo que não fosse vida, para que quando a minha morte chegasse eu

não descobrisse que não vivi”.

Liberdade, a essência da vida que todos almejam, mas que poucos têm a

coragem de conhecê-la. A liberdade é controvérsia, arisca e confusa; por muito me

pergunto: serei livre um dia?

Espero que sim, porém, no silêncio escuto meus gritos formatando o

significado antes sentido, hoje cassado, embora na essência se apresente como

algo bom, aos olhos de uma sociedade contemporânea, que se camufla junto a uma

“prima pobre” prática e saborosa aos conceitos relativos de um povo desprovido de

sabedoria. Confundida hoje pela libertinagem, dissipada e guiada por modas de TV,

incentivos de amigos ou até mesmo de pais, cultivando mais hábitos e distorcendo o

real valor cujo travesseiro era tão importante quanto o sono, um bom livro tão

importante quanto as palavras.

Sociedade dos Poetas Mortos

Bárbara Sheyse / G

Possuir conhecimento e aprendizagem sobre os princípios da forma como se

ensina, a leitura e a escrita. Devemos aprender a entender as palavras, o mundo de

ideias que não é aquele que é imposto a nós, pois estamos bitolados a ver aquilo

que nos é oferecido e não a procurarmos o que realmente faz tomar os nossos

pensamentos, perceber as coisas de outra maneira, aproveitando cada dia, cada

palavra que é agregada a nossa vida. Desde muitos anos, muitos pais transportam

para seus filhos a sua vontade e esquecem do que eles verdadeiramente

necessitam. O Professor mostra como podemos ultrapassar os limites que até

mesmo criamos quanto à forma como estudamos e os mecanismos que temos para

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alcançarmos a liberdade de fazer do abstrato algo concreto. Ser livre é buscar a

concretização naquilo que pode e deve ser feito, transformar os pensamentos e

sentimentos em pequenos versos que quando lidos por outros, possam trazer a

dupla vontade do querer e poder, sem cair na profundidade do conformismo e da

subestimação do ser. Acredito que experimentar outros horizontes, nos torna

capazes de superar as mudanças, enfrentando e questionando as imposições que

nos são atribuídas ao longo da vida. A morte vem sem sabermos que é chegada a

hora e quando percebemos que levará alguém que amamos, nos sentimos culpados

diante dos atos que executamos na vida.

Levarei comigo essa frase: “Duas estradas se bifurcavam numa floresta e eu

escolhi a menos usada”.

Desistir ou Insistir

Quando estive aqui, pensei em desistir não sabia se este curso era pra mim,

mas algo dentro de mim me fazia insistir, inclusive o professor Dalri

que com seus incentivos e sua maneira de ensinar me deixou encantada pela busca

do estudar com as escritas e pesquisas as quais eu não sabia começar

hoje estou agradecida por um caminho trilhar.

Sociedade dos poetas quase mortos

Bruna Freitas Neves/J

Tradição, honra, disciplina e excelência. Palavras tidas como um “mantra” na

tradicional escola do filme, e é dentro desse regime conservador que se contrapõe

um grupo de meninos, cujos integrantes vão tentar recriar a sociedade dos poetas

mortos, um conjunto formado pelo professor dos rapazes e seus amigos.

A equipe se reunia para fazer, viver, sentir, compreender e demais ações que se

possa fazer com a poesia, olhe que não são poucas, pois ela não se resume à

métrica, ritmo e outras coisas que são ensinadas nas escolas. Mais uma vez tenta-

se confrontar o modelo conservador e progressista de educação, mesmo o filme

tendo sido feito em 1989, ele se adapta perfeitamente aos dias atuais, pois pouca

coisa mudou no sistema de ensino desde então.

Educar é um processo em que se deve levar o discente a descobrir a verdade que

se encontra dentro de si, e o mais importante: vê-la com os próprios olhos, críticos e

sinceros. Lembrar que tudo passa, tudo se acaba, então o mais importante é refletir

a vida, as paixões, os amores, as tristezas, as escolhas e tudo isso que nos torna

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humanos, seres capazes de pensar e não de copiar. Tendo isso em vista o saudoso

professor ensina aos sonhadores: “rapazes: aproveitem o dia! Façam de suas vidas

algo extraordinário”.

O que nos mantém vivos é a felicidade e o amor, os dois insistentemente presentes

na literatura, até mesmo em textos dramáticos podemos ficar felizes, assim como

num sobre o amor, podemos entristecer, pois nunca se sabe o que as palavras têm

a nos dizer, quanto mais a reação que estas trarão.

“carpe diem, quam minimum credula postero”, conselho do autor, Horácio, a sua

amiga. Que diz para colher o dia de hoje e confiar o mínimo possível no amanhã. Ele

segue o pensamento de que a vida é breve e a beleza perecível. Tendo em vista

esse ideal o professor tenta passar para os alunos justamente isso. Mesmo com a

morte do jovem ator, a expulsão de um dos meninos e demissão do docente, a

missão de Keating foi alcançada, pois ele conseguiu verdadeiramente ensinar seus

alunos, não apenas transmitir o conteúdo, mas também fazer os meninos pensarem,

sentirem e serem livres para criar e viver a literatura.

Sei que esse é um mal que afeta muitas escolas, porém eu tive a sorte de não ter

um professor “certinho”, que seguia padrões e só nos falava o que exatamente

estava no papel. Meu professor de Literatura e texto me ensinou a pensar, não como

ele, nem como um poeta. Mas a ver o mundo a partir do meu, assim como Dalri faz,

isso para mim, foi outro golpe de sorte. Na minha antiga escola, tive a liberdade de

participar do teatro, dança, de produzir poesias e outros incentivos culturais. Sou

muito grata por tudo isso e me identifiquei muito com o filme, pois também quis

seguir o rumo das artes cênicas, mas optei pelo Direito, pois sei que posso unir os

dois, ou até desviar do caminho mais para frente. Afinal, tenho uma coisa a meu

favor, a juventude.

O filme me remeteu a uma frase de Charles Chaplin: “A vida é uma peça de teatro

que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente,

antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.”. Estou cantando,

rindo, vivendo intensamente, pois sei a efemeridade da vida e não quero desperdiçar

a minha.

Por fim, as palavras se transformam. Não são mais: tradição, honra, disciplina e

excelência. Abandonaram esse clichê para tornarem-se: Amor, liberdade, paixões e

vícios.

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Carpe diem (colha o dia)

Heldinette Costa dos Santos – E

A Sociedade dos Poetas Mortos é um filme de 1989, cuja história gira em torno da

Academia Welton. Um professor de Literatura chamado John Keating e sete (em

realidade seis) amigos começavam a descobrir os mistérios e grandezas de um

pequeno verso.

Qual era esse verso se me perguntas? Começavam as reuniões do clube com ele,

‘’eu fui à floresta porque queria viver deliberadamente, queria viver profundamente e

sugar toda a essência da vida, acabar com tudo que não fosse vida, para que

quando a minha morte chegasse eu não descobrisse que não vivi. ’’

Pois bem, há várias hermenêuticas que giram em torno deste verso, porém, a que é

apenas minha será dita no final. Antes de mais nada, gostaria de ressaltar que esse

filme não é apenas sobre jovens amigos que começam a se descobrir, mas também,

um filme que aborda de maneira muito diferente o tipo de metodologia que existia na

época naquela Academia e claro, em diversos outros lugares.

A metodologia do prof. Keating ia contra todos os padrões tradicionais e

conservadores da Academia e, portanto, gerou uma grande confusão nesse

ambiente acadêmico. Era um momento importante na vida dos jovens, um momento

de decisão sobre o futuro que queriam planejar e conquistar, mas o futuro era o que

mais os amedrontava, pois não era de fato, deles.

Todos nós pensamos ou pensávamos que um ambiente escolar é aquele onde

devemos apenas nos sentar, assistir às aulas, ler os livros acadêmicos até nos

cansarmos deles. Entretanto, já pensamos sobre onde o nosso senso crítico deve

começar a ser plantado e cultivado? Onde nós devemos começar a construir uma

posição de ser pensante e não apenas aquele que lê tudo apenas por ler, apenas

para fazer uma prova, mas ler tudo que lê por querer ter uma pausa de 10 minutos

ou mais para refletir, pensar, questionar?

Hoje em dia, nós temos uma metodologia escassa, coloquial, pois não vemos a sua

eficiência tanto quanto antes, devido às severas e diversas mudanças na sociedade.

Mas, voltando um pouco no tempo, no tempo do filme, onde vemos o prof. Keating

levando os alunos ao lado de fora, para que soubessem que não aprendemos

sentados entre quatro paredes e uma lousa, mas sim, que a sensação de sermos

livres, nos faz capazes de sentirmos que podemos aprender de tudo e que nada é

impossível, que tudo está ao nosso alcance, que somos donos e donas de nossos

próprios pensamentos e que, portanto, podemos questionar o que nós lemos

independente de por quem foi escrito, pois nós somos e devemos ser seres

pensantes.

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Voltando ao verso antes aqui mencionado, eu disse que falaria qual significado ele

possui para mim. Quando eu o leio, eu penso da maneira mais simples que nós

temos grandes oportunidades em apenas um dia e que devemos aceitá-las por mais

simples que sejam. Que em apenas um dia podemos obter um novo ponto de vista

sobre um determinado assunto, sabendo, portanto, ver e pensar sobre tudo sob os

mais diferentes ângulos de pensamentos. Esse verso coincide com o que muito

dizemos, ‘’se eu posso fazer isso hoje, por que o faria amanhã?’’.

É um verso que nos dá coragem para que possamos fazer tudo aquilo que

desejamos e que está ao nosso alcance hoje, nunca deixar para amanhã, pois

sabemos que um dia nos arrependeremos de não ter feito aquilo que sabemos que

deveríamos ter feito. E sentir então que o nosso tempo de estada no mundo acabou,

sabendo que no fim, não nos sentíamos realmente vivos.

Carpe diem Anna Carolina de Sousa Almeida Brasil - P1, turma C

“Não lemos nem escrevemos poesia porque é bonitinho; lemos e escrevemos poesia porque somos humanos. A raça humana está repleta de paixão.” Acho necessário iniciar meu texto com essa frase, pois já li alguns livros e vi vários filmes, mas poucas frases me marcaram de tal maneira – inspirei-me. A raça humana está cheia de paixão, é verdade! Não, não sou fascinada por poesia; certamente não é o que mais gosto de ler, mas valorizo aquilo que sei que merece. Assim como valorizo este filme a que acabo de assistir. “Mas só nos sonhos pode um homem ser livre.” Perdoe-me, mas prevejo um texto cheio de citações, assim como, permita-me perguntar: o que é ser livre? Deve ter algo a ver com aquilo que chamamos de “fazer aquilo que nos der vontade”, ou melhor, “extrair a essência da vida” da maneira que bem entendermos. Sim, meu texto poderá soar meio redundante – peço desculpas caso venha a ser cansativo – mas inclino-me a dizer que prezo muito pela liberdade, e a liberdade de ensino é uma daquelas que mais desejo que tenha êxito. Ora, porque se deve atribuir certo padrão a algo tão singular como o ensino? Não vejo, jamais, justificativa plausível. Hipocrisia seria dizer que aquelas profissões de prestígio (médicos, advogados, engenheiros, etc.) não são vantajosas ou, até mesmo, que são “detestáveis” – não farei isso; preocupo-me quando fazem parecer que essas são as únicas profissões que existem no mundo. Não são. Há tantas que merecem demasiado prestígio e são, de certa forma, deixadas de lado... Destaco a nossa tão necessária e bela profissão: o mestre, o professor. Então, meu caro, se esse texto fosse destinado a apenas uma pessoa (além do professor Dalri, claro), gostaria que fosse a outros docentes; àqueles bem novos, que estão começando agora nesta jornada tão difícil [a de ensinar]. Por quê? Porque são eles que vão influenciar futuros profissionais; porque eles que têm o poder de auxiliar essas mentes imaturas a seguir um caminho que forme pessoas felizes e satisfeitas com suas escolhas, consequentemente, com suas vidas. Sem mais delongas: inovar é tudo de bom! Sonho, enquanto jovem, por

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um futuro belo – aquele que poderemos modelar e que formará um mundo mais diverso. Um mundo mais igual! Todas as profissões – devidamente exercidas – serão vistas com mesmo prestígio, valorizadas da mesma forma, sem que sejam subestimadas. Uma geração de pessoas felizes está por vir, espero. A história do filme “Sociedade dos Poetas Mortos” é simples: gira em torno de garotos que vivem em uma escola cheia de imposições. E um desses alunos tem um sonho, o sonho de atuar. Eis uma bela forma de expressão, não é? Infelizmente, o desejo de exercer essa arte é, de certa forma, interrompido pelo pai do garoto, que almeja o filho exercendo uma dessas profissões de prestígio que citei anteriormente. Depois, o menino não aguenta seu desejo sendo limitado e seu futuro sendo planejado por outrem [o seu pai], se mata. Se eu pudesse refazer esse filme, mudaria o final de maneira em que o pai do garoto – que ser mais ignorante! – pudesse, ao menos depois de ter visto seu filho atuar, deixar que ele seguisse seu sonho e sua carreira tão desejada na atuação. Eis que seria um belo e feliz final.

Carpe diem

Kézia Nogueira / B

Desde pequenos aprendemos regras. Regras gramaticais, regras

matemáticas, teorias sobre física, química, biologia, etc. Mas sempre me perguntei

quando eu iria aplicar o teorema de Pitágoras no meu dia a dia? Quando irei utilizar

cálculo vetorial no meu cotidiano? Em se tratando de ser uma aluna de direito posso

dizer que tais ensinamentos não me serviram de grande utilidade. Em relação aos

ensinamentos sobre gramática me pergunto: será necessário saber de cor a

conjugação de todos os verbos da língua portuguesa para poder me expressar?

Acredito que o nosso sistema educacional falha no momento em que o

foco é reproduzir o conhecimento, não dando a chance ao aluno de produzi-lo, ou

seja, pensar por si próprio. Pensar e trazer esses conhecimentos para as

experiências da vida podendo reinventar, criar, modificar e evoluir.

A grande maioria dos professores se preocupa em repassar as regras e

fórmulas como receitas de bolo. Mas esquecem de que uma boa receita tem sempre

um ingrediente especial, aquele que por um acaso foi descoberto. É justamente essa

“descoberta” que falta ser proposta pelos mestres aos seus alunos. Dar a

oportunidade e o incentivo ao aluno para aprender pensando por si mesmo,

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descobrindo o conhecimento através de sua visão diferenciada e particular de

mundo.

Descobrindo vamos ampliando nossos horizontes, construímos pontes

que ligam um conhecimento a outro, desafiamos a nossa capacidade mental,

criamos ideias que modificam o meio em que vivemos e assim consequentemente

evoluímos.

Alguém que aprende a pensar por si consegue chegar ao lugar que

deseja. Deixamos de ser apenas humanos programados para repetir aquilo que nos

impõem e nos tornamos detentores de ideias que postas em prática transformam o

mundo. Nos destacamos de certa forma do resto da massa que não se dá ao

trabalho de pensar.

Alguém pode ler esse texto e classificá-lo como mero discurso de uma

“sonhadora”, acreditando que o que deve ser aprendido na escola é o que os livros

tradicionais nos ensinam desde as gerações passadas. Porém tendo em vista a

precariedade da educação brasileira, é notória a necessidade de uma mudança. E

essa mudança só acontece quando nós nos permitimos pensar e fazer algo que

modifique. Em um jogo vence o time que utiliza a melhor estratégia, logo em se

tratando de educação a solução está em mudar o método de ensino.

Agora me direciono aos alunos. Como aluna percebo que obtive muitas

oportunidades que desperdicei por falta de interesse ou por pura má vontade. Nós

alunos deveríamos tirar mais proveito de nossas aulas. Precisamos abrir nossos

olhos e sermos mais atentos em relação à vida.

Estudamos desde cedo com o objetivo de entrar na faculdade. Nos

tornamos universitários e após a formatura enfrentaremos a concorrência do

mercado de trabalho.

Digamos que depois de tanto esforço se alcança o cargo desejado.

Passou-se o tempo e simplesmente percebemos que não modificamos nada com

nossa profissão. A questão é que de nada adianta passar anos de nossas vidas

lutando por um ideal e não deixar o nosso legado.

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Ao assistir ao filme “A sociedade dos poetas mortos” a expressão Carpe

diem citada pelo professor me impactou profundamente. Carpe diem significa

aproveite o dia! Então vamos aproveitar cada aula e tirar proveito dos

conhecimentos produzindo e não apenas reproduzindo. Aproveitar e não deixar para

o fim o que pode ser feito agora.

Para os poetas mortos: gotas do hormônio cortisol

Denise Maria de Farias Dantas/G

Nunca estive plenamente interessada a respeito da política, mas nas poucas

vezes em que parei para ouvir discussões a respeito, em 90% era dito, direta ou

indiretamente, que o nosso governo não estimularia a educação, uma vez que a

ignorância em massa o ajuda na manutenção da corrupção.

Tenho plena certeza de que ainda estou longe de chegar ao pódio da língua

portuguesa, mas estou convicta de que desde o meu primeiro curso superior, onde

comecei a ler e produzir, as ideias fluíam melhor, e porque não tinha opinião própria

formada a respeito de tantas coisas, me encontrei em um conflito de conceitos

contraditórios. Ah! A liberdade!

Em meio a estes pensamentos, eu sinto de forma tão real e profunda este

misto de sentimentos confusos provocados pelo professor John Keating, nos jovens

estudantes da Academia Welton, que pregava quatro valores: tradição, honra,

disciplina e excelência, colocando a tradição em primeiro lugar, uma vez que os

alunos eram condicionados de maneira tradicional a seguir paralelamente

pensamentos que lhes eram impostos. O método de ensino do professor John

Keating veio de maneira conflitante, revolucionando os pensamentos dos

estudantes, ressuscitando os poetas que estavam mortos. Ora, este título me sugere

pensar que a sociedade é feita de “poetas”, que estão mortos ou adormecidos

dentro de nós, clamando por “gotas” do hormônio cortisol para despertar. Em nossos

tempos modernos eu diria que a Academia Welton em vingança ao professor John

Keating, veio de 1989 aos tempos atuais para uma sociedade com a Globo, o

Facebook e toda a mídia manipuladora, que nos condiciona de forma bruta a

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opiniões que favorecem apenas aos que possuem poder – econômico -, como diz o

próprio conceito dado pelo professor Vinícius: “[...] É a probabilidade de impor a

própria vontade numa relação social, mesmo contra resistência, seja qual for o

fundamento dessa probabilidade”.

O professor John jogou não apenas gotas, mas um verdadeiro balde de

cortisol, despertando pensamentos livres, contíguos ao bom senso, sobretudo em

Neil, um dos personagens principais, que se tornou um “revolucionário” e amante da

literatura e da arte dramática, entrando, portanto, no mundo do teatro. Seu pai tem

outros planos para ele, uma vez que é um verdadeiro cético da arte dramática e da

metodologia do professor Keating, pois os civilizados são os médicos, os

engenheiros, os operadores do direito e os homens, isto mesmo, o sexo masculino.

Entre unhas e dentes, Neil, prefere suicidar-se carregando consigo seus próprios

valores, a ter que ceder ao pensamento condicionado de seu pai.

Carpe Diem com amor e sabedoria

Joyce Kelly Baltazar Camêlo de Sousa/G

A melhor forma de aproveitar o dia é amando. Amando a nós mesmos, o que

temos e o que fazemos, pois é o amor o eixo de rotação da humanidade. E Carlos

Drummond de Andrade conseguiu expressar todo este sentimento no poema “Amar”

indagando inicialmente “Que pode uma criatura senão, entre criaturas, amar?”, e na

construção dos seus versos o poeta segue sugerindo “Amar o inóspito, o áspero, um

vaso sem flor, um chão de ferro... Amar a nossa falta mesma de amor”, deixando

claro que esta afeição transcende o amor carnal e se manifesta em todos os

momentos, de diversas maneiras. Este poema que elegi para decifrar o meu mundo

sintetiza a forma como este sentimento irriga a beleza da vida dentro da gente.

Foi justamente a poesia o meio que o revolucionário professor de inglês John

Keating, no filme "Sociedade dos Poetas Mortos", usou para motivar os seus jovens

alunos a viverem intensa e significativamente, ensinou-os a pensar, instigou-os a

fazer o que gostam e a lutarem pelos seus ideais. Ele quebrou paradigmas para

mostrar aos seus alunos que eles são muito mais que seres úteis, capazes de

dominar qualquer ramo da ciência, mas que estão nessa vida efêmera de passagem

e precisam encontrar o real sentido dela. É uma didática heterodoxa que eu tento

trazer para minha vida, por que nascer, crescer e morrer é o roteiro similar entregue

a todos nós, mas o comando da nossa história é intransferível e foge a padrões.

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Para isto nós precisamos pensar, aprender, concordar ou discordar sobre o que nos

é apresentado.

O arrependimento e a frustração são dois elementos que não desejo de forma

alguma carregar na minha bagagem, por isso luto com muita obstinação por tudo o

que almejo, e entre tantos sonhos está o Direito. A estima pelo curso eu já nutria há

um bom tempo, mas foram meu pai e minha mãe, meus verdadeiros Keatings, que

me motivaram, depois de já formada em Jornalismo, a continuar nessa busca

incessante pelo conhecimento e me dignificar através dos estudos. É neles que eu

me espelho convicta de que para me sentir alguém nesta vida só me bastam o amor

e o saber.

Sociedade viva e prudente

Eloísa Maria Ramos de Oliveira/ G

Desde o século 20 é possível perceber os grandes avanços da ciência como

na medicina, na multiplicação de universidades e de intelectuais, porém, é notável a

robotização dos aprendizes os quais se tornam escravos do conhecimento, pois não

conseguem transformá-lo em bem-estar pessoal. Desta forma, demonstrar-se vivo

em uma sociedade assassinada pela falta de liberdade intelectual e pela monotonia

de sempre é um grande desafio. Isto é o que se percebe nitidamente no filme

“Sociedade dos poetas mortos”.

A ousadia de um professor estremeceu as bases de uma tradicional escola.

Rasgar a introdução de um antigo livro de literatura, por exemplo, era um absurdo,

mas, aos olhos daquele homem, era uma necessidade a fim de representar a

revolução que pretendia. Em meio a todos os outros professores cujo objetivo era

apenas transmitir conteúdo, ali estava ele a incentivar as experiências individuais de

seus alunos. Entendia cada um como alguém dotado de habilidades úteis para a

construção do saber. Não ignorava a essência dos discentes, mas simplesmente

extraía e aproveitava a vitalidade daqueles jovens aprendizes para transformá-la em

conhecimento.

Logicamente, o que mais pode fazer uma juventude permanecer em uma sala

de aula senão conteúdos explicitados de forma atrativa e pragmática para a vida?

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Logo, encontrar um docente que pense igual àquele não é algo incomum, mas

conhecer alguém com a mesma coragem, sim, é uma raridade. Aqui em João

Pessoa, em nosso primeiro período de Direito na Unipê, tivemos a sorte de

encontrar um desses que não só têm pretensões ousadas quanto às metodologias

de ensino como também as coloca em prática.

Através da livre manifestação do pensamento que este novo método nos

propõe, quero, por fim, expor opiniões bem pessoais acerca do filme. Não concordo

com a forma que coloca os filhos contra os pais, pois entendo que estes últimos só

querem o bem para eles. No exemplo representado pelo jovem que se suicidou,

creio que a sua atitude não seria a melhor saída caso estivesse em sua pele. Além

do mais, o Carpe diem quando não interpretado com prudência pode nos levar a

atitudes inconsequentes. Juntamente com a nova forma de pensar proposta pelo

filme, pude retirar outras lições: a compreensão precisa estar presente dentro das

famílias; a submissão aos nossos ascendentes é uma questão de respeito; é

possível entrar em acordos em prol do melhor para ambas as partes sem que seja

necessária a perda de uma delas e, por último, precisamos aproveitar a vida com

prudência.

É preciso sugar a essência da vida

Ewerton Dias Lopes da Silva/F

Após ser expulso da Academia, o Professor John Keating não se sentiu triste, nem arrependido por incentivar seus alunos a seguir seus sonhos. Ele por sua vez, abriu sua tão sonhada Academia cujo nome era "Academia dos sonhos", a fila era quilométrica para fazer a inscrição na academia, e a cada ano que se passava a fila aumentava, milhares de jovens foram atraídos pelo revolucionário método de ensino do Professor Keating, também Diretor de sua instituição. Ele sempre atencioso com cada aluno, desde o mais tímido ao mais extrovertido.

A frase mais usada na Academia dos sonhos era "É preciso sugar a essência da vida", seus alunos eram incentivados a pensar, a usar sua imaginação e desta forma, estudavam com alegria e muito prazer. Geralmente as aulas eram dadas ao ar livre, já para os alunos se sentirem livres, para usar e abusar de sua imaginação, e logo, serem inspirados pela linda paisagem ao redor da academia.

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A Academia dos sonhos já era bastante respeitada, era tida como a melhor academia do mundo. Certo dia, o Professor recebeu a visita da Presidente Dilma, logo, se assustou, e então lhe perguntou: A que devo a honra da sua ilustre visita, Senhora Presidente Dilma, que logo respondeu-lhe: venho aqui pedir ajuda ao Sr. Keating, pois vejo que sua forma de ensino é eficaz, e peço-lhe ajuda para adotar tal método de ensino no Brasil, pois vejo que o sistema educacional brasileiro é ineficiente. Logo, o Professor Keating aceitou seu pedido e foi para o Brasil fazer inúmeras palestras a respeito, determinada aos professores da rede de ensino pública. Passados alguns meses, viu-se que a educação no Brasil melhorou, e para agradecer ao Professor John Keating, Dilma mandou fazer uma estátua de John em pleno Palácio do Planalto em forma de agradecimento.

A Sociedade dos Escritores e Poetas Mortos da Paraíba

Giulliana Marques Morais – 03/09/2013 -1º período Turma F

Com o coração partido pela dor da despedida, o professor Keating entra na

sala de aula para pegar seus objetos no armário. Seria o último encontro com

aqueles alunos. Antes de sair, um dos alunos com uma atitude surpreendente, sobe

na carteira e exclama: “Meu capitão!”. Outros o imitam. Keating agradece com

lágrimas nos olhos, pois sabe que algo ficou marcado na vida destes meninos.

Neste momento, sentiu que seu dever estava cumprido.

Havia sido despedido da Academia Welton por usar métodos de ensino

diferentes dos tradicionais, com o objetivo de ensinar uma nova visão, em suas

palavras, ensinar os alunos a “Ver de outro ângulo, por si mesmos”. Ele tinha a

preocupação de fazer com que os estudantes demonstrassem a sua criatividade

diante dos fatos.

Ao sair da Academia, Keating resolve viajar pelo mundo e divulgar sua prática

e seus métodos de ensino. Na América Latina, por acaso seu avião necessita fazer

escala no Brasil, precisamente em uma cidade com um nome estranho para ele:

Cidade da Parahyba. Ainda no aeroporto, em conversa com um rapaz simpático

chamado Ariano Suassuna, ele descobre que seus ideais são partilhados por outras

pessoas e decide conhecer melhor esta cidade que tanto o surpreendeu. Aquele

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jovem rapaz sugere que se encontrem para continuarem a conversa sobre o assunto

que ambos tinham em comum.

Depois de alguns dias, passeando pelas ruas históricas da cidade os dois se

encontrem e Ariano fala para o professor: “Aqui em minha cidade existe uma

sociedade de intelectuais mortos que se reúnem no Parque Arruda Câmara para

discutir questão que muito te interessaria”. No mesmo instante, Keating recebe o

convite para conhecer esta sociedade. Trocam os números de telefones e marcaram

para se encontrar no dia da próxima reunião do grupo.

Alguns dias depois, Keating conhecia os seis grandes nomes da cultura

paraibana, eram eles o jovem Augusto dos Anjos, Bráulio Tavares, Ivan Bichara

Sobreira, Ronaldo Cunha Lima, Pedro Américo e José Lins do Rêgo. Mesmo com

idades tão diferentes, entre 17 a 30 anos, compartilhavam as ideias que Keating

ensinava aos meninos de Welton. Keating iniciou, então, uma grande relação de

amizade com um desses ilustres paraibanos, Pedro Américo, tendo início uma

história maravilhosa de florescimento e discussão de ideias sobre poesia, política,

religião, mulher e o sistema acadêmico que conheciam.

Hoje, o professor John Keating-Dalri leciona em uma instituição privada de

ensino superior (Unipê) onde divulga sua percepção do ensino, da linguagem e do

aprendizado, lecionando Filosofia e Ética. Tem a preocupação de mostrar a

importância do professor na vida do aluno, influenciando e estimulando seus alunos

a se tornarem profissionais na área de Direito.

Sociedade dos Poetas Mortos

Isabel Cristina da Silva Santos - Direito P1 A Noite

O filme nos mostra como o conservadorismo atrapalha a vida das pessoas. O

internato Welton, onde se mantinha uma educação com bases rígidas tradicionais,

proibia seus alunos de expressarem seus sentimentos.

Quando o professor Keating chegou para dar aula no internato os alunos ficaram

surpresos com a metodologia diferente que ele usava. Suas aulas eram atrativas,

diversificadas, os alunos eram levados a pensar, a refletir e a pôr em prática o que

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aprendiam em sala. Passaram a ver a vida com outros olhos e começaram a ser

eles mesmos e não o que seus familiares e a escola queriam que fossem. E isto

custou muito caro para o jovem Neil que começou a colocar seu sonho em prática,

mas foi repelido por seu pai, homem totalmente conservador que não aceitava sua

decisão em se tornar ator. Assim, Neil desesperado por não conseguir realizar seu

sonho tirou sua própria vida.

O professor Keating foi mandado embora do internato por fazer a diferença, ou seja,

foi de encontro aos métodos tradicionais.

Keating passou meses refletindo sobre sua postura frente à sala de aula e se

perguntou várias vezes: onde foi que errei? Será que teria sido melhor se eu fosse

um professor tradicional, não levasse meus alunos a pensar, a refletir sobre o que

eles realmente queriam para suas vidas?

Mas aí ele pensou: se eu não tivesse mostrado a realidade aos meus alunos Neil

não teria tido a chance mesmo que só por um instante, se realizado, fazendo o que

realmente gostava e foi isso que lhe deu forças para melhorar ainda mais o seu

trabalho.

O professor mudou de cidade e procurou emprego em várias escolas e foi chamado

para trabalhar em uma escola onde lecionou com dedicação e muito amor. A direção

daquela escola viu que seu trabalho era diferente e os alunos assistiam a suas aulas

com mais prazer do que as outras aulas e o rendimento dos mesmos era bastante

positivo, chamou-o em particular e lhe perguntou qual o segredo de aulas tão

produtivas? E ele respondeu: eu preparo meus alunos para que eles sejam cidadãos

críticos e criativos para que possam exercer seu papel na sociedade de forma justa

e digna. A diretora encantada com suas palavras convidou Keating para ser o

coordenador pedagógico da escola. E ele fez um belo trabalho com os professores.

O professor Keating termina seus dias de vida trabalhando naquela escola e sentiu-

se realizado por fazer o que sempre quis: formar cidadãos dinâmicos e não alunos

mecanizados.

Keating Emily Silva Farias/L

Depois de dar entrada no hotel, o professor John Keating subiu ao seu quarto,

deixou as malas perto da cama e deitou-se por um instante. Fechando os olhos, não

pôde impedir que as imagens da dolorosa despedida que teve de enfrentar naquela

manhã lhe viessem à cabeça. Os olhares de desprezo do corpo docente da

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Academia Welton tornavam-se em nada quando comparados aos olhares tristes e,

ainda assim, carinhosos dos alunos de John.

Mas agora estava, enfim, sozinho. Levantou-se e foi ao banheiro tomar uma

ducha.

Enquanto a água caía-lhe sobre a cabeça, a dor e o peso dos acontecimentos

dos últimos dias tomou conta do professor. Depois de muito reprimidas, silenciosas

lágrimas começaram a sair lentamente de seus olhos. Em poucos segundos, as

lágrimas tomaram conta da face de Keating, misturando-se à água, seguidas de

penosos soluços e, por vezes, algumas palavras – destacando-se uma: “Neil”.

A cena durou alguns minutos. Ora o professor tentava se controlar, ora rendia-

se à dor, encostado à parede ou apoiando-se em qualquer coisa para somente

chorar e lamentar...

Lamentar exatamente o quê? A demissão precoce? A infelicidade dos

membros da Sociedade? O suicídio de seu aluno? A possível contribuição que ele

teria na tragédia, ideia aterrorizante que, ainda que a princípio parecesse sem

fundamento, veio a tornar-se ao mesmo tempo dúvida e culpa na mente de Keating?

Saindo do banheiro de olhos avermelhados, vestiu a primeira muda de roupas

que encontrou e, já exausto, enfiou-se debaixo das cobertas.

Pegou um de seus livros e começou a folhear à procura de distração. Porém,

quanto mais lia, mais vazio se sentia. Conseguiu ler poucos parágrafos até que as

lágrimas voltassem aos olhos e ele deixasse o livro.

Por que Neil foi fazer aquilo? Por que não pôde simplesmente expressar seus

sentimentos e buscar uma solução, como o próprio John havia proposto? Por que

dar fim à própria vida?

A lembrança do lema da Sociedade dos Poetas mortos foi inevitável. “Eu fui à

floresta porque queria viver deliberadamente, queria viver profundamente e sugar

toda a essência da vida, acabar com tudo que não fosse vida, para que quando a

minha morte chegasse eu não descobrisse que não vivi”. Aquele trecho tão familiar

nunca antes soara tão real. Era como se Neil Perry estivesse sussurrando aquilo.

Mas ainda não parecia o suficiente – nada é suficiente para que se justifique a

morte.

Depois de algumas horas tentando fazer planos, John Keating adormeceu. No

dia seguinte, acordando cedo, pegou seus pertences e seguiu para o aeroporto.

Voltaria a Londres. Reencontraria seus conhecidos e decidiria seu futuro. Buscaria a

felicidade. Um novo começo. Uma redefinição para Carpe Diem.

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O grande aprendizado de Neil – Carpe Diem

Lidiane Tavares Romano – B

Tradição, honra, disciplina, mérito, são os grandes pilares existentes

em algumas escolas de valores tradicionais e conservadoras e, não poderia ser

diferente na renomada academia Welton, escola rígida preparatória para jovens do

sexo masculino.

No ano de 1959, um ex-aluno retornou à academia como professor de

poesia nada ortodoxo. Senhor Keating era um professor de poesia, revolucionário

para os moldes daquela escola. Seu objetivo era inspirar seus alunos a perseguirem

ardentemente seus ideais, suas paixões.

Neil Perry, um dos personagens do filme, era um dos brilhantes alunos

do Sr. Keating. Neil absorveu as ideias do ilustríssimo professor. Sabia que deveria

aproveitar a vida com bastante afinco, pois ela é muito breve. Infelizmente, este

menino possuía pais bastante autoritários. Seu grande sonho era estudar e trabalhar

com artes dramáticas. Mas seus pais não permitiriam.

Foi, assim, que uma inesperada tragédia acometeu a vida de todos

daquela famosa academia. Neil, em um ato de desespero, sai de cena, ceifando

com um tiro seu bem maior, sua vida. É a partir daí que a vida de todos é modificada

completamente, principalmente, a do mestre Keating.

Keating fora demitido, acusado de influenciar seus alunos a buscarem

seus grandes objetivos da vida. Como ato de solidariedade ao excelente professor

Keating, os alunos ficaram em pé em suas carteiras, demonstrando ao professor que

haviam absorvido suas concepções.

E quanto ao jovem Neil Perry? O que aconteceu com o brilhante e

sensível aluno após sua viagem?

Conta-se que Neil penou muito, por anos e anos, no vale das sombras.

Arrependido pelo que fez, pediu clemência e implorou por ajuda. Ele foi resgatado

de um ambiente sombrio, hostil e sujo. Foi socorrido e após sua recuperação, já em

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um ambiente limpo, cheio de luz, com árvores verdes, rios de água límpida,

passarinhos de diversas espécies. Tudo harmonizado traduzia a paz de espírito que

o jovem sentia naquele momento.

Certo dia, às margens de um belo lago, ele encontrou grandes nomes

da literatura mundial, que junto com seus amigos da academia Welton, lia as suas

obras à noite no interior de uma caverna, que era o ponto de encontro dos membros

da “sociedade dos poetas mortos”.

Para sua grande surpresa dois nomes da literatura: Camilo Castelo

Branco, prolífero escritor do romantismo português e Virgínia Woolf, proeminente

escritora britânica do modernismo se aproximaram do local onde estava o jovem

aluno.

Neil estava surpreendentemente feliz. Ali estavam a sua frente dois

escritores que marcaram sua vida na Terra, com as obras: “Amor de Perdição e Mrs.

Dalloway”. Após uma longa conversa, Neil descobriu que os três tinham algo em

comum. Eles ceifaram suas próprias existências na Terra. Camilo Castelo Branco,

em um ato semelhante ao de Neil, cometeu suicídio, devido a uma doença

devastadora que acometera seu corpo físico. Já Virginia Woolf, depois de um

colapso nervoso, também se matou, vestiu um casaco largo, colocou várias pedras

nos bolsos e entrou no rio.

Depois de refletirem sobre o que fizeram com suas vidas no planeta

Terra, aproveitaram o resto do dia em clima de paz e felicidade. Ficou, assim, a

grande lição da expressão latina “Carpe Diem” para todos os habitantes desse

enorme planeta azul – aproveite seu dia, sua vida, não saia de cena por conta

própria, pois nós, enquanto humanos, não temos a autonomia, nem o direito para

um ato tão insano, por mais desesperados que estejamos.

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Aprender a Pensar Refletindo

Mikaely Soares Alves dos Santos – G

No contexto exposto no filme “A Sociedade dos Poetas mortos” pude

observar que mesmo depois de mais de um século passado, a tradicionalidade e o

rigor ultrapassados inclinam os alunos para o lado negativo do ensino, que é a

“decoreba”.

Como disse Gabriel Pensador “...Decoreba, esse é o método de ensino, eles

nos tratam como ‘ameba’, e assim eu não raciocino...” Lado este, que nos ensina a

pensar que o pensamento correto está nas doutrinas, nos doutrinadores, quando se

vai muito além disso. Mas a doutrina não foi o pensamento de alguém? Porque não

nós mesmos sermos formuladores desse pensamento?

É clara a mensagem que o filme nos passa: que devemos pensar a partir de

nossas próprias reflexões. O filme me fez pensar naquilo que posso fazer sem

romper meu limite de regras, afinal quem não é controlado por algum fator nessa

vida? Seja por um pai opressor ou uma rotina predestinada? Todos nós, sem

exceção, temos regras a cumprir, a vida nos exige isso. Mas nem por isto deixemos

nossos objetivos de lado, pois é possível alcançá-los respeitanto as regras.

O Carpe Diem que o filme revela não trata apenas do meio acadêmico ou de

famílias conservadoras, mas de cada passo, de cada escolha feita em nossas vidas.

Esta obra me fez perceber o quão importante é o papel do docente sobre os alunos,

assim como os ensinamentos do senhor, professor Dalrí, a sermos espontâneos e

criativos, deixando, esquecendo e eliminando o desnecessário para realmente nos

tornarmos alguém, utilizando nossos esforços para as conquistas com mérito.

Mudança Naiane Maria Ferreira de Sousa/ L

Sou Todd Anderson. Fui durante toda a minha adolescência um projeto dos meus pais criado para ser igual ao meu irmão. Passei anos da minha vida com este peso sobre minhas costas, de ser uma pessoa sem essência, buscando sempre espelhar-me em outros e nunca realizar meus desejos! Aliás, que desejos? Essa ideia de ser o filho perfeito estava tão impregnada em mim que eu nem sequer

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tinha algo para realizar, minha vida foi traçada por outros que pensavam saber o que era melhor para mim. Não os culpo, pois se não fossem suas interferências em minha vida talvez não tivesse conhecido Neil Perry e John Keating.

Meus pais me fizeram estudar na Academia Welton, mesmo lugar onde o meu irmão estudou. De inicio fiquei um pouco apreensivo, pois sabia que a cobrança seria enorme, assim como as comparações. Porém foi justamente este lugar que mudou minha vida. Conheci meu companheiro de quarto Neil Perry, um rapaz fantástico, disposto a perseguir seus sonhos, e o senhor John Keating, um professor que mudou minha forma de ver o mundo e suas possibilidades, e que me ensinou a importância de descobrir nossa verdadeira essência.

Assim como os meus pais, a família de Neil também exercia sobre ele uma influência negativa muito forte. Éramos vitimas da opressão de nossos pais e de um colégio que não nos deixava pensar com todas aquelas regras e tradicionalismo.

Certo dia entrou em nossas vidas “O Capitão” - era como o senhor Keating gostava de ser chamado. Aquele professor não era como os outros. Ele revolucionou a forma de ensino em Welton, não limitando nossas atividades a decorar as regras de como era feita a poesia. Ele mudou nossa forma de pensar e nos apresentou a sociedade dos poetas mortos - um grupo de jovens formado por ele e seus colegas de sua época estudantil naquela mesma instituição fria. Os membros da Sociedade reuniam-se em uma velha caverna nas proximidades da academia para declamar poesia e expressar seus pensamentos, desejos e sonhos. Naquele local eles podiam agir como os jovens sonhadores que eram, sem o peso do tradicionalismo e das cobranças excessivas que tinham de carregar sobre os ombros.

Neil, que sempre foi um destemido sonhador, encantou-se com a possibilidade de ter algumas horas de liberdade. Com seu entusiasmo encantador ele convidou a mim e outros garotos a criarmos o nosso pequeno mundo de liberdade: saímos para a mesma caverna abandonada pela Sociedade dos Poetas Mortos e lá declamávamos nossas poesias e nossos sonhos. De início, eu apenas assistia aos garotos expressarem seus sentimentos. Por alguns instantes poderíamos ser os jovens que de fato éramos, podíamos pensar e agir como tal.

Aos poucos cada um de nós foi se descobrindo. Porém, sempre que saíamos da caverna deixávamos lá o poeta que estava dentro de cada um, deixávamos nossa liberdade e sonhos, mas Neil não. Ele não conteve sua paixão pela atuação e disse para seu pai que não desperdiçaria sua vida na realização de um projeto que não era o seu. Ele não aceitaria mais seguir a carreira médica planejada pela família, seria ator.

Tamanho foi o desgosto de Neil diante da recusa de seu pai que não houve outra saída para aquele coração desesperado por liberdade e ansioso por existir de forma plena, fazendo seu ser aflorar exatamente como era, sem a interferência da mediocridade de um mundo inerte aos seus desejos e talentos de jovem sonhador. Numa noite fria fui acordado por meus amigos e recebi, incrédulo, a triste notícia: Neil suicidara-se naquela noite.

Após seu sepultamento seus pais pediram para que o colégio investigasse o senhor Keating, pois achavam que ele era o responsável pelo suicídio de seu filho. O nosso Capitão foi expulso da academia Welton, levando na sua mala os sonhos de muitos garotos que pertenciam a esta nova sociedade dos poetas mortos.

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Este fato causou-me tamanha indignação que decidi sair de Welton mesmo contra a vontade de meus pais. E foi só então que eu percebi: finalmente tomei coragem para seguir o meu caminho e ser eu mesmo, não aceitei mais as projeções alheias interpostas em minha vida.

Foi em meio às enormes e intimidadoras paredes frias de Welton, graças a um amigo sonhador, do qual sinto falta todos os dias, e graças a um professor encorajador e sem medo, que eu descobri quem é o verdadeiro Todd Anderson.

Hoje vivo do que escrevo. Faço o que o senhor Keating me ensinou, que é deixar as palavras saltarem da mente para o papel. Ele me ajudou a superar a minha dificuldade de me expressar e descobri a minha verdadeira essência que estava adormecida em mim.

Por isso dedico ao meu Capitão Keating e ao meu sempre querido colega de quarto Neil, minha primeira obra, que tem como tema um dos lemas deste inesquecível mestre: “Carpe diem”!

Ó CAPITÃO! MEU CAPITÃO!

Layane Antunes de Oliveira/ A

Posso estar enganada ao pensar de tal forma, mas tenho comigo a ideia de

que muitos jovens se sentem na mesma situação que aqueles garotos se

encontravam. Não me contentei em assistir ao filme apenas uma vez, não pelo fato

de ter que redigir esse texto, mas por me sentir envolvida pela história contada, a

emoção que é transmitida pelo professor Keating ao tentar de uma forma diferente

enaltecer os conhecimentos dos seus alunos, fugindo do que é padrão, da

normalidade, pois como ele mesmo mencionou “a ideia da educação é fazer

aprender por si só”. A educação ainda – e principalmente nos dias atuais – encontra-

se em estado de pobreza, onde a preocupação nas escolas é tida como o

pensamento do senhor Nolan ao ordenar ao professor Keating “prepare-os para a

faculdade, que o resto aparece sozinho”. É exatamente assim que eu vejo a

educação hoje, tentando apenas preparar os alunos para a faculdade, sem a certeza

de que os alunos entenderam e guardaram consigo o que foi ensinado. Esses

alunos crescem na expectativa apenas de passarem de ano, preocupam-se apenas

com as notas e não com o conhecimento adquirido. Mas eu não culpo apenas as

escolas, nem somente o governo, pois há muitos casos de pais terem culpa de seus

filhos agirem assim, sendo eles exigentes demais, obrigando-os fazerem tudo

exatamente de acordo com a vontade deles. Evidentemente esses jovens se

sentirão aprisionados, vão querer sempre tirar as melhores notas, não apenas por

autoconhecimento, mas para satisfazer a vontade dos pais.

Bem, mas meu enfoque nesse texto é falar sobre o Todd, pois me identifiquei

exorbitantemente com a sua história. Quando o professor fala para a turma que

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Todd acha que tudo nele é desprezível e constrangedor, foi como se eu estivesse

sentada naquela cadeira e o professor estivesse dizendo aquilo sobre mim, Sempre

que eu tinha que fazer um texto, seja da aula de Dalri ou trabalhos de outras

disciplinas, já me sentia numa tarefa quase impossível. Mil pensamentos

preenchiam a minha imaginação, mas na hora de transcrever tudo aquilo para o

papel eu não conseguia, preferia dizer que não ia fazer. Só que hoje eu percebo que

tudo precisa ser treinado, até mesmo o hábito da leitura e da escrita. Nas primeiras

aulas de Português Jurídico eu me questionava de como o professor exigia tanto

das nossas mentes, tendo que escrever tantos textos, me aborrecia às vezes. E

apesar de tão pouco tempo, hoje eu já consigo uma resposta para esse

questionamento, pois vejo que a leitura enriquece os conhecimentos, mas apenas

lendo não compreendemos da mesma forma de quando escrevemos, e fazendo isso

rotineiramente conseguimos desenvolver o conhecimento de uma forma melhor.

Escrevendo a nossa visão e a nossa opinião de tudo aquilo que lemos deixamos de

ser meros leitores e passamos a ser autores também. Hoje tenho sede de um bom

português, me preocupo se estou falando certo ou errado e até desenvolvo melhor

minha escrita. Provas com questões abertas não são mais um assombro para mim,

mas sei que isso é apenas o começo, tenho muito o que aprender ainda. Todd

conseguiu a libertação dos seus pensamentos após conhecer o professor Keating e

eu estou tendo a mesma oportunidade pela honra de estar sendo aluna do professor

Dalri. Preciso agradecer-lhe, obrigada capitão, meu capitão.

O teatro da vida

Rayanna da Costa Nóbrega – 1º B – Noite

Neil não morreu. Planejou cada detalhe, cada passo, movimento por

movimento, era a sua encenação mais aguardada. Estudante da Academia Welton,

onde eram aplicados os métodos mais tradicionais de ensino, onde os pais

colocavam seus filhos com o intuito de encaminhá-los à universidade, para cursar

profissões como Medicina e Direito. Como Neil poderia explicar a seu pai o seu

grande sonho de atuar? Perante a sociedade era uma profissão sem “status”,

inadmissível ser aceito por Mr. Perry.

O jovem não estava só, contava com a ajuda de seus amigos e do

docente Mister Keating, seu maior incentivador que ensinou o Carpe Diem. Teorias?

Regras? Jamais! Apenas “Aproveite o dia”. Faça o que tiver vontade, use a sua

liberdade, imaginação, expresse-se, porém, com responsabilidade. O Capitão, como

era conhecido o educador, abriu a mente dos alunos, fez cada um acreditar que

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todos têm a sua devida importância, pois não estamos aqui por acaso ou ironia do

destino.

Em um dia de aula, levou uma caixa fechada, relatou que dentro desse

compartimento iria conter os componentes da Sociedade dos Poetas Mortos, todos

ficaram loucos para saber o que tinha dentro. Será que eram nomes de pessoas?

Um objeto? Talvez até um animal. Ao abrir se depararam com os seus rostos, sua

face refletida por um espelho. Sem entenderem, questionaram o que era essa

sociedade, e o porquê de encontrarem um espelho não muito sofisticado, tão

simples. O Capitão respondeu com um belo sorriso e disse-lhe:

- Olhem! Percebam! Vocês são capazes! O que vocês enxergam?

Um dos alunos espontaneamente disse:

- Vejo-me! Aliás, um belo rapaz!

O docente fez sinal de positivo e afirmou:

- Perceberam que nem tudo que vemos é o que realmente aparenta

ser? Precisamos aguçar nossos olhos e a nossa mente.

Todos descobriram que a Sociedade dos Poetas Mortos somos nós

mesmos! Crianças, jovens, adultos, idosos, pessoas que estão sempre em busca do

saber. Isso mesmo, de aprimorar os seus conhecimentos, independentemente de

idade, pois o que realmente importa é o ser humano que habita dentro de nós.

Com o término dessa aula, Neil saiu fortalecido, decidido a cumprir seu

plano, planejou atuar a sua própria morte, já que o seu pai já não tinha aceitado o

seu desejo. Recebeu conselhos de seu grande amigo e inspirador: Charles Chaplin,

que afirmou:

- A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante,

chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine

sem aplausos. Que concluiu dizendo:

- Não fique na plateia, assistindo de camarote a sua própria história,

lute por ela, e enquanto estiver em cena, brilhe! Porém, se tropeçar no palco, não se

preocupe, levante a cabeça e continue, pois no dia seguinte a cortina será reaberta.

Feliz, Neil enfrentou a situação. Com a atuação, o seu pai desesperou-

se ao ver seu único filho morto no chão de sua residência, com sua própria arma.

Disse a si mesmo:

- Como não aceitei as decisões do meu próprio filho? Perdi o maior

tesouro da minha vida.

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O jovem imediatamente abraça-o.

Portanto, façamos da nossa própria vida uma peça teatral, sendo os

próprios autores e protagonistas. Que as adversidades sejam apenas obstáculos a

serem superados.

Sociedade do poeta enclausurado

Rômulo Silva Lima – G

Ao assistir ao filme coloquei-me a seguinte indagação, até agora não respondida,

porém secretamente imbuída: Como o professor Keating, com seus métodos de

ensino nada ortodoxos, foi aceito para lecionar em uma escola tão tradicional e com

o ensino tão conservador como a Academia Welton? Qual banca o aprovou?

Escondeu seus talentos inovadores ou passou imperceptível pelo crivo avaliador?

Dúvidas...

Dúvida também que ele fez passar, pelo menos nas primeiras aulas, pelas cabeças

com cabeleiras impecáveis em suas aulas audaciosas e engenhosas. Essas aulas

cativaram os desejos de libertação com a busca pelo Carpem Diem (aproveite o dia)

dos alunos impressionados com aquela metodologia inovadora, principalmente Neil,

um jovem envelopado dentro dos desejos paternos.

Com um professor tão brilhante e inovador, seus discípulos logo percorreram pelas

galerias do colégio em busca de informações, Keating estudara no colégio que ora

leciona, e ao descobrirem seus feitos na vívida juventude, decidem abrir um grupo

de estudos diferente dos que já participavam: “A sociedade dos poetas mortos”, o

mesmo que o professor participou em sua juventude. Um grupo diferente que

estudava em um ambiente secreto, em uma caverna, textos próprios e de grades

autores, envoltos por uma áurea literária – “deuses eram criados”.

Logo, o desejo de libertação aflorou nos jovens aprendizes, a paixão pela literatura,

a busca do novo desmistificar medos. Viver seus sonhos e não os dos pais. O

personagem principal, Neil, desde o início com um grande espírito de liderança, foi

quem iniciou a “Sociedade”, foi o que mais mergulhou no Carpem Diem, foi o que

mais se entregou, até seu bem mais precioso. Assim, como o professor lhes ensinou

a manter suas próprias convicções na frente dos outros, Neil tinha em seu pai o

maior podador de seus “botões de rosas”, seu pai não o deixou colher a sua

maneira. Consternado então, ele resolveu desarraigar sua vida – a única coisa de

que tinha pleno domínio.

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Ensino motivador é aquele que ascende a alma, transpõe a didática usual,

transcende a disciplina estudada. Libertação dos medos, desbravamento de talentos

como aconteceu com Todd Anderson, personificação e realização dos sonhos como

o de Neil; pensadores livres. Preparar o aluno não é apenas despejar em sua mente

o conhecimento necessário, e sim, fazê-lo canalizar esse conhecimento para o que o

motiva, o que valoriza. Aceitar o professor Keating em seu quadro de docentes foi

um passo para mudança de vidas, outrora dissimuladas e vazias, em outra

perspectiva de vida, mesmo com o fim abrupto de uma.

Sociedade dos médicos problemáticos

Arthur Maia Suassuna - C

Era um dia de praxe no Hospital Universitário Princeton-Plainsboro. Situado

na cidade de Princeton no estado de New Jersey, nos Estados Unidos, era muito

reconhecido devido à equipe médica que o compunha, só havia um problema com

passos mancos que manchavam o nome do hospital, o Dr. Gregory House.

Egocêntrico, sem amigos chegados, viciado em drogas medicinais e odiado por

muitos pacientes, o médico era um problema que a diretoria do hospital já tentava

resolver há algum tempo, mesmo assim, o mesmo não deixava de ser um

profissional de altíssima qualidade resolvendo por muitas vezes casos médicos que

desafiam a própria medicina.

Neste dia em questão, o Dr. House chegou para seu plantão muito animado

com um filme que havia assistido na noite anterior na companhia de uma bela dama,

cujo nome era “Sociedade dos Poetas Mortos”. House não parava de falar naquilo

por um só instante, criticando a sociedade por querer manipular as pessoas a

seguirem caminhos determinados, contando a triste história do jovem Neil que no

filme tira sua própria vida para protestar contra a vontade dos seus pais que não o

queriam voltado para as artes cênicas. O médico problemático passou a se

interessar por poesia, passando a andar pelos corredores do hospital recitando

poemas próprios que falavam de sexo e mulheres em sua vida. A obsessão de

House chegou a um ponto tão crítico que o médico passou a perseguir seu

companheiro de hospital, o Dr. James Wilson, apenas por achá-lo fisicamente

parecido com o personagem do filme, o jovem Neil.

Dr. House passou apenas dois meses no hospital após a experiência,

largando a medicina, juntou-se a outros médicos sarcásticos e problemáticos para

protestar contra os métodos da sociedade, passando a viver isoladamente. Quando

foi visto pela última vez estava viciado em ouvir a banda britânica Pink Floyd e

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estava saindo pelas ruas gritando a famosa frase musical: “Hey, Teachers! Leave

them kids alone!”.

SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS Igor Max Pinheiro de Oliveira, E

Alguns dirão que o filme retrata a vida de jovens estudantes da escola

preparatória de Welton, mas, creio que reproduza a sociedade e seus aspectos

socioculturais, políticos e econômicos da época.

Costumes e normas de trato social ainda prevaleciam tanto no âmbito familiar

quanto no escolar, ou social. Um dos quatro pilares é a tradição, isto é, todo o

sistema acadêmico seria baseado no que sempre foi aplicado na escola desde sua

fundação em 1859, tornando, portanto, o método de ensino do professor Keating

assaz ousado. Seu modo de vida baseado no Carpe Diem era inaceitável pela

escola e pela aristocracia.

Abordagens inéditas (sair ao pátio, etc.), tornam seu método divertido e

dinâmico tentando, assim, fazer com que seus alunos pensem por si mesmos, pois

pensar é inerente ao ser humano independente de sua idade. Então, um aluno se

sobressai acima dos outros: Neil Perry. Candidato à vaga de medicina em Harvard e

possuidor de um talento natural para a arte da atuação, mas não tinha livre-arbítrio.

Por quê? Porque seu pai controlava, radicalmente, a sua vida (por mais que achasse

que era o comportamento certo a se ter). Neil tenta de todas as formas integrar-se

no mundo e fazer o que quer (escrever em um jornal e atuar), mas é constantemente

negado. Depara-se com a Sociedade dos Poetas Mortos e, por ser “secreta”,

consegue encontrar sua voz e acender a chama da arte dentro si.

Sempre repreendeu seu desejo de atuar por respeito ao pai, mas após sua

aprovação para personagem principal de uma peça de Shakespeare, uma faísca de

esperança cresce dentro de seu peito pueril. Sua noite foi perfeita, foi aplaudido de

pé! Mas não durou muito. Seu pai estava a sua espera para irem para casa. Neil não

consegue expressar seus sentimentos conversando com o pai, e, momentos depois

que seus pais adormecem, Neil coloca sua coroa e abre a janela para sentir pela

última vez o que Keating já havia falado “um homem só é ele mesmo em seus

sonhos”. Respira fundo e se junta à natureza, onde pertence seu personagem na

peça shakespeariana e sua alma artística eleva-se ao mundo dos sonhos.

Esse ponto é o ápice do filme. Prova que o homem passa,

inevitavelmente, por injustiças durante sua trajetória pessoal e profissional, e que

não foi feito para cumprir metas incompletas, ou fardos deixados por seus genitores.

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Sociedade dos Poetas Mortos

Luiza Miranda Lima – L

“Tradição”, “Honra”, “Disciplina” e “Excelência”. Pela ordem, pode-se dizer

que a primeira palavra é a gênese das demais. Logo, o conservadorismo

institucional é mais que notável.

Professor Dalri, mas que saia justa! Estar contra o professor Keating foi uma

situação mais que complicada! Acusar um exemplo para a minha vida, desde a mais

tenra idade, de induzir um jovem – o menino Neil Perry – ao suicídio... Precisei me

corromper dos meus valores para incorporar (ou pelo menos tentar incorporar) uma

defesa à altura dessa acusação absurda. Fui pontual no elemento supracitado – o

conservadorismo – mesmo sabendo que não era argumento suficiente.

Estamos sujeitos a novas ideias sempre, mas o que abre nossas mentes é a

forma como as ideias são apresentadas. Por que não há uma propaganda sobre

diferença entre “mas” e “mais”? Por que não há um anúncio convidando o cidadão à

biblioteca municipal? Porque isso de nada vale a quem procura investir na ideia – e

não em quem ela está sendo apresentada. Ou seja, não importa a sua ignorância,

contanto que eu venda meu peixe de maneira bem persuasiva.

Mas, quando se tem a sorte de, depois de uma série de fatores, se apaixonar

pelo que estava ao alcance de aprender, o instinto muito raro de plenitude,

satisfação em consequentemente, solidariedade humanas torna o destino da pessoa

algo mais que nobre: ser professor.

Keating é uma das melhores imagens da história do Cinema. Introduz a quem

o vê e quem o escuta um Universo completamente cheio de “tente isso”, “sinta

aquilo”, “e se fosse assim?”, “poderia ser assim também”.... Enfim, cheio de “e se?”.

O que foi feito pode ser resumido em apenas uma palavra: coleta.

Coletando os questionamentos que sempre latejavam na cabeça dos

meninos, espalhando-os num leque de possibilidades e expondo-os a diferentes

situações, o professor John Keating provou assim que até o objetivismo de uma

métrica de um poema pode ser visto da maneira que se deseja, da maneira relativa.

E, com sua técnica, a independência começou a florescer na alma de cada

estudante.

De um por um, todos se arriscaram e procuraram sentir o que se proibiam de

sentir. Buscando um autoconhecimento, de vulnerabilidades e talentos, resolviam

problemas pessoais às suas maneiras.

Porém, dentro desse mar literário, o Sr. Neil Perry encontrou um perigoso

Ultrarromantismo. Todas as sensações ao extremo, todas as frustrações

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enfatizadas, uma atmosfera sombria formada dentro do próprio espírito. Uma das

mortes fictícias mais trágicas.

Culpa de Keating? Culpa dos poetas? Culpa das estrelas? Eu culpo o amor.

Amor por algo alcançável, mas que, em um momento de insanidade, Neil achou que

jamais alcançaria. Sua paixão seria descoberta mais cedo ou mais tarde, e o

aparecimento de aversões a ela chegaria em pouco tempo.

A alma que transparecia nos olhos do encantado professor mostra que o

poder da escrita e da leitura nada mais é do que, como qualquer outro poder,

dependente de quem o almeja.

Depois de me despedir das disciplinas que tanto amava, elas vêm até mim

novamente, me deixando cada vez mais surpresa. Obrigada, professor Dalri, por não

ser diferente de todos os professores de Português maravilhosos com quem tive a

sorte de aprender sobre a vida.

J’ai recherché mon revê

Gisele Bellinati/A

Mais uma vez estava eu, ali, passando pelos corredores daquela escola para

me reencontrar com os meninos. Neil, Todd, Charlie (que se intitula como Nuanda) e

Knox.

Neil havia me escrito naquele verão, me contando que finalmente seguiria seu

sonho: teatro. Não acreditei quando li, pois conhecia seus pais, meus pais os

conheciam, e sabia muito bem o que haviam preparado para o futuro de Neil, que

era um escritório e a advocacia. Mas na carta, Neil estava certo e preparado para

enfrentar todo o tipo de desafio que se colocasse em seu caminho. Escrevi de volta

perguntando como havia chegado e esta conclusão, de que faria teatro, e ele me

contou que havia se inspirado nas aulas de seu professor, Mr. Keating, um mero

educador de literatura.

Perguntei-me naquele momento em que li, como era possível um professor de

literatura fazer tanto? Eu simplesmente não podia acreditar. Sendo assim, marquei

de me encontrar mais uma vez com meus amigos, para descobrir todas as

novidades que estavam acontecendo com eles nessa nova fase estudantil deles.

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Então lá estava eu, passeando no instituto, para esperar que as aulas dos

meninos terminassem – pois menina ali rondando, não era permitido pelas normas

do colégio– quando me deparei com uma cena que nunca havia presenciado antes.

O campo de futsal estava repleto de estudantes, enfileirados, onde cada um tinha

que ler a frase de um pensador em voz alta, para depois chutar a bola em direção ao

gol. Vi aquilo e não pude acreditar. Ao lado dos alunos, estava um Homem mais

velho, que imaginei ser o professor. De repente vi Neil, e entendi do que se tratava:

aquele era senhor Keating! E todos estavam ali para a aula de literatura, não de

educação física.

Me impressionei desde aquele momento, com aquele homem simples.

Tamanha a sua vontade de lecionar e inovar, que estava ali, com novas

metodologias para fazer com o que os alunos se interessassem por algo tão banal

como a literatura. (pois os meninos não viam o sentido de estudá-la)

Não pude me conter, e fiquei até o final da aula, admirando o tão conhecido senhor

Keating. Outras vezes que fui visitar Neil e os outros, me peguei espreitando as

aulas do senhor Keating, e prestar atenção em suas palavras, havia já virado um

hábito pra mim.

Eu, que sou apaixonada pela leitura e literatura, nunca havia tido um

professor como aquele, que inspirava, nos incentivava a fazer mais e buscar aquilo

que sempre sonhamos. A partir dos ensinamentos dele, pude perceber o quanto a

vida se resumia a uma frase: “Carpe Diem”. “Aproveite o dia” era a sua tradução do

latim. Mas eu sabia que seu profundo significado não era meramente aproveitar o

dia, mas cada momento, cada oportunidade dada - isso sim era “aproveitar o dia”.

De longe, sempre espreitando as aulas do senhor Keating quando ia visitar os

meninos, pude me inspirar com ele. Procurei, através de sua metodologia e seus

ensinamentos, ir atrás de meu sonho, assim como fez Neil e Know principalmente. A

frase “J’ai recherché mon revê” significa “Eu busquei meu sonho” – meu sonho de

ser independente, de estudar no exterior e de ser uma boa profissional. Acredito

que não sou a única a ficar impressionada com as diversas façanhas do senhor

Keating. Sei que ele fará ainda muitas pessoas buscarem os seus sonhos.

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Pedaços da minha história

Janielle Costa de Araújo – P1A

Por: Todd Anderson

Subindo naquela cadeira, eu demonstrei o meu total apoio ao Sr. Keating, o nosso

eterno “capitão”, mas naquele instante também me libertei de alguns medos, alguns

fantasmas que me assombravam. O capitão me ensinou que não devo me intimidar

com os olhares que alguns me lançarão, cada vez que eu ousar tomar rumos

inusitados em minha vida, ele me mostrou que devo sim expor meus pensamentos,

minhas ideias, me ensinou que eu devo expor até mesmo, aquelas “loucuras” que de

repente pairam sobre minha cabeça, pois por mais loucas que elas pareçam, no

fundo servirão de apoio a pessoas que tenham o mesmo bloqueio que eu tinha,

antes de conhecer o professor Keating.

Naquele dia após o professor sair e aquela porta se fechar, o diretor enfurecido, por

ter sido contrariado, algo que nunca ocorrera antes e que o pegou de surpresa, ele

esbravejou, xingou-nos, nos humilhou e nos obrigou, a sua maneira, que

esquecêssemos o Sr. Keating e tudo que ele havia nos ensinado em suas aulas,

estas que na verdade para nós nunca foram vistas como simples aulas.

Fiquei na Academia Welton por alguns anos, meus pais não permitiam que eu

saísse de lá, e tentar ser expulso daquele lugar não era uma tarefa tão simples

assim. O meu colega Charles Dalton (ou Luanda, como quis ser chamado por algum

tempo), que por diversas vezes tentou essa expulsão, mas sempre saiu apenas com

hematomas em suas nádegas. Citando o Charles, não pude deixar de lembrar as

amizades que fiz no tempo da Welton; de alguns deles eu tive noticias durantes

alguns anos.

O Knox, aquele eterno romântico e apaixonado conseguiu conquistar o coração da

doce e bela Cris, eles casaram-se, constituíram uma linda família e foram morar em

Veneza. O Charles, esse apesar de muito inteligente, estava mais preocupado com

as “farras” e as mulheres, elas em seu plural mesmo, pois para ele amar e se

dedicar a uma única mulher, era um desperdício ao qual ele não se dispunha a

passar. Cameron, como eu já imaginava, por se tratar de um infiltrado em nosso

grupo e por estar sempre disponível a colaborar com tudo que o diretor pedisse,

tornou-se professor naquela Academia, seguindo sempre a mesma linha deprimente

de ensino de nossa época. Os outros, os quais não citei, foram levados, por sua

imaginação, para lugares que eu desconheço, mas a julgar pela inteligência e

capacidade deles, acredito que devem ter criado ou contribuído para criação de

coisas do tipo: expansão da educação superior privada, expansão da internet nas

universidades do Brasil, etc. O Neil, esse não poderia deixar de citar, pois com ele

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muito aprendi, ele sempre me encorajou, me ajudava sempre quando em minha

porta a tristeza batia. O Neil, dizia por diversas vezes que eu não precisava ser um

reflexo do que foi meu irmão naquela Academia, ele também me incentivou, mesmo

que sem saber, a vencer meus medos, embora ele não vencesse o medo de

enfrentar seu pai e seguir o que realmente queria para sua vida e acredito que por

isso ele tomou aquela terrível decisão.

Por tudo que vivi na Academia Welton, pela triste história do meu amigo Neil, resolvi

deixar livre todas as minhas ideias. Fui em busca do Sr. Keating, ele já debilitado

ouviu com atenção, consegui ver em seus olhos a alegria que ele sentia, quando

lembrava do tempo em que ele era o nosso capitão, após um bom papo expus a ele

minhas ideias e então o convidei, para junto comigo, fazermos um filme. Um filme,

não sobre a Sociedade dos Poetas Mortos, esse já existia, penso até que tem

alguém da nossa época envolvido nessa criação. O nosso filme trataria das

diferentes e mais eficazes formas de ensino, envolveria a história do Neil, envolveria

sonhos e talentos que às vezes não são descobertos por represália. Assim o

fizemos e foi um filme de grande repercussão e sucesso, com ele ficamos

conhecidos por todo o mundo. Algum tempo depois a este sucesso, o Sr. Keating

veio a falecer, senti muito quando isso aconteceu, mas tive também a sensação de

dever cumprindo, pois sei que antes de morrer o Capitão foi feliz por ter contribuído

para a mudança na educação dos jovens; ele partiu sabendo que mesmo após sua

morte ele viveria.

Eu continuei minha vida, fiz tantos outros filmes de sucesso em bilheteria, sempre

deixei que minha imaginação me guiasse na hora da criação das minhas obras. Fui

indicado varias vezes ao Oscar e ganhei algumas delas. Mas minha carreira, no

ramo do cinema, decolou de verdade quando dei vida ao Titanic, com ele ganhei

Oscar em varias categorias como: melhor filme, melhor diretor, melhor direção de

arte, enfim, ganhamos com este filme tudo que poderíamos ganhar. Depois do

Titanic, fiz outros sucessos, mas nada se igualava a esta criação, até que deixei fluir

toda a imaginação que havia dentro de mim, daí fiz o filme Avatar e mais uma vez

sucesso absoluto e Oscar em várias categorias. Posso dizer que conhecer o Capitão

Keating mudou a minha vida, me realizei como homem, fui autor da minha própria

história, segui meu próprio caminho, deixando de lado o que meu irmão foi ou deixou

de ser, me libertei das amarras que me limitavam a vida e voei alcançando os

lugares que sempre sonhei em alcançar.

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ACADEMIA CARPE DIEM Taísa Caldas Dantas – 1D – 2003

A dor da partida era grande. Mister Keating havia sido despedido da Academia Welton por tentar usar métodos de ensino diferentes dos tradicionais, com o intuito de criar nos alunos uma posição crítica diante dos fatos, impedindo que eles fossem meros receptores de um conhecimento já adquirido. Todo o desejo de tornar a vida acadêmica mais dinâmica e produtiva havia sido rejeitada. Enquanto dava os últimos passos em direção à saída, a sua alma indagava se realmente havia valido a pena o seu sonho de transformar a mecânica realidade que o cercava. Mas de repente algo aconteceria que iria recompensar todo o seu trabalho... A atitude ousada daqueles alunos de subirem nas carteiras de estudo diante da presença do diretor, realmente mexeu com o coração do professor. Antes de sair da sala, olhava para os olhos de cada um e via na alma deles a certeza de que O Capitão, nome pelo qual era conhecido entre os alunos, seria inesquecível na mente de cada um daqueles jovens. Ao sair da Academia, Keating ficou meio desiludido com a sua vida, passando por um momento de depressão por sentir-se frustrado. Ele parou de lecionar durante três anos, por achar que estava vivendo em um mundo mais adiantado do que a sua realidade, onde ninguém compreendia a concepção que ele tinha acerca da vida. Ele foi morar em uma casa de campo e foi durante esse tempo em que esteve parado, que Keating escreveu vários livros baseado na sua experiência de vida. O sonho dele de querer transformar a mecânica realidade em que vivia, parecia ser apenas utopia. Certo dia bateu em sua porta um homem que havia se encantado com tudo que o professor havia escrito. Ele nem acreditava, mas este homem era o pai de Neil, o menino que estudara na Academia Welton e que havia cometido suicídio por não ter a aprovação dos pais naquilo que mais almejava na vida: tornar-se ator. Aquele homem chorava na presença do professor e dizia que através dos livros que Keating havia escrito, ele tinha descoberto que a beleza da vida está na realização dos nossos ideais, por mais estranhos que eles possam parecer aos outros. Então aquele pai dolorido pela perda do filho, convidou o professor Keating para ser diretor de uma instituição que ele estava disposto a abrir, cujo nome seria Carpe Diem. Esta seria uma Academia diferente, onde os jovens pudessem trabalhar em busca de seus sonhos. As aulas seriam ministradas não em salas com carteiras dispostas em fila indiana, mas em lugares abertos em que os alunos estivessem mais livres para falar e expor o que estivesse em seu interior; os livros não seriam entregues prontos apenas para ser decorados, mas seriam formulados pelo inter-relacionamento entre alunos e professores, através de pesquisas e discussões; além das matérias básicas, seriam ministradas aquelas responsáveis pela cultura do indivíduo como filosofia, latim, religião, poesia etc.; os professores não seriam meras máquinas de conhecimento, mas deixariam que os alunos formulassem seus próprios conceitos; os exercícios seriam dinâmicos e estimulariam o raciocínio e a capacidade que cada um possui. Assim foi construída a tão sonhada Academia Carpe Diem, que funcionava no estilo de um internato e era destinada, principalmente, à área de artes. Os alunos eram estimulados a expor os dons que possuíam e forçados a aproveitar cada momento do dia. Não existia tempo para tristeza ou raiva, enquanto que o lema da Academia era viver em alegria e trabalhar sempre em união, pois como dizia o

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Capitão: “O sonho é pessoal, porém, para realizá-lo se necessita de uma equipe”. A Sociedade dos Poetas Mortos que existia na Academia Welton, onde os alunos se reuniam em uma gruta para recitar poemas, transformou-se em um programa de televisão formado pelos alunos do Carpe Diem. Nesse programa, os jovens se reuniam para discutir, criar e recitar as suas elaborações artísticas. Dele resultou a divulgação de importantes obras e autores que remontam até os nossos dias. Como se observa, a qualidade educacional da Academia Carpe Diem era bastante satisfatória e talvez única em nossa história. Ela foi a responsável pela formação de vários intelectuais que contribuíram e ainda contribuem bastante com a cultura brasileira. Por ela passaram pessoas importantes como Gregório de Matos, Tomás Antônio Gonzaga, Gonçalves Dias, Castro Alves, Olavo Bilac, Carlos Drummond de Andrade, onde cada um com a sua peculiaridade, construiu um pouquinho da nossa literatura. Mas também passaram pela Carpe Diem homens não tão conhecidos como o professor Dalri, de português, mas que até hoje tenta passar a culta formação que teve, fazendo com que o aluno use sua capacidade de pensar e criar, sem precisar decorar. O brilhante professor Keating morreu aos oitenta anos de idade e junto com ele a Academia Carpe Diem, onde trabalhou até o último suspiro. Mesmo velhinho, a alegria que trazia satisfação era ver os seus alunos criando e difundindo pelo mundo toda a formação que tinham recebido. O sonho do Capitão era que o seu método de educar fosse posto em prática em todas as instituições de ensino e que um dia não mais existissem professores utilizando métodos tradicionais, que impedem o aluno de usar a razão e o seu direito de questionar. Infelizmente o sonho de Keating ainda não foi realizado por completo, pois raros são os educadores que têm a preocupação de fazer com que o estudante exponha a sua criatividade. Aqui deixo o meu voto de admiração ao professor Dalri, por estar seguindo o modo que o Capitão nos deixou, e está dando-me esta oportunidade de criar livremente sem limitações. Acho que o mundo educacional precisa dessa sensibilidade para descobrir que a riqueza de um conhecimento não está no decorar, mas nos descobrir através da razão. A nossa esperança é que o exemplo que o professor Keating nos deixou nunca seja esquecido, para que a partir da singularidade de cada um, possamos transformar o tradicionalismo ultrapassado que ainda nos cerca.

SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS

Mariana Ramalho de Arruda – 1C – 2003

Todos os alunos ficaram em pé em cima das carteiras como uma

demonstração de apoio ao professor, que foi acusado de ter, indiretamente,

influenciado Neil a se matar. Pois o professor, Keating, foi quem ajudou Neil a seguir

aquilo que ele realmente queria para o seu futuro, independente do apoio de seus

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pais. E foi isso que ele fez... Só que Neil não aguentou a reprovação dos pais e não

teve saída a não ser se matar. Por isso que o professor teve, indiretamente, culpa.

Talvez, se ele não tivesse influenciado Neil a seguir seu caminho, nada disso teria

acontecido.

Ao chegar à prisão, Keating se deparou com uma realidade que jamais

pensou que existisse. Foi um choque muito grande ver as pessoas ali dentro

revoltadas, sendo maltratadas, vivendo nas piores condições, comendo das piores

comidas. Sabia que seria difícil adaptar-se a tal realidade, porém não tinha outra

saída. Ele dividia a cela com mais três presos, entre eles Fernandinho Beira-Mar, do

qual ele se aproximou bastante. Com o tempo, durante algumas conversas com ele,

foi conhecendo todo o processo de fabricação das drogas que existia lá dentro,

desde a entrada do material no presídio até a saída da droga já pronta para ser

vendida. Considerado o Rei da Cocaína, Fernandinho, mesmo preso, conseguia

comandar o tráfico de drogas no Brasil, mais especificamente no Rio de Janeiro e

isso era impressionante. Keating ficou abalado também com a grande quantidade de

presos contaminados pelo vírus HIV e sua proliferação através das visitas íntimas a

que tinham direito.

No presídio existia uma revista composta de matérias escritas por presidiários

e, na finalidade de mudar a concepção de mundo dos presidiários, de mostrar para

eles o perigo que estavam correndo, o mal que estavam fazendo para si mesmos

Keating começou a escrever poesias retratando tudo aquilo ali, as consequências do

vírus da AIDS e outras doenças, as mortes ocasionadas por ingestão de drogas. O

Professor queria despertar nos presos um mínimo de sentimento. Suas poesias

chocaram mesmo todos ali dentro, principalmente as poesias direcionadas às

consequências da AIDS e de outras doenças. Todos reconheceram o talento de

Keating e foram influenciados a também escrever o que tinham em mente, nascendo

assim a Sociedade dos Poetas Mortos.

Essa revista saiu do presídio e passou também a circular pela sociedade.

Keating teve seu trabalho reconhecido mais uma vez e passou a escrever, também,

poesias direcionadas às sociedades, com assuntos do seu interesse. O que causou

maior impacto na sociedade foi o processo de formação das drogas que Keating

descreveu em uma das suas poesias. Muitos presos escreviam falando da

esperança que tinham de sair dali e viver junto à família, falavam em Deus

mostrando-se arrependidos, enfim, demonstrando um pouco de sentimento.

Passaram assim a ter um pouco de credibilidade perante a sociedade. Isso os

enchia de esperança ajudando na recuperação de cada um ali dentro por terem um

reconhecimento lá fora.

Keating foi solto, porém continuou dando total atenção aos presos com suas

poesias, persistindo na sua vontade de mudar todos ali dentro, principalmente

Fernandinho, que ficara seu amigo. Vendo que eles estavam servindo para alguma

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coisa, sendo tratados como gente, ajudando a mudar o país, é que deixaram toda

aquela revolta de lado e passaram a fazer sua parte por um mundo melhor.

“É preciso sugar a essência da vida”

Nevita Maria Pessoa de Aquino Franca – 1º D

Era fim do dia. Sigo meu caminho a olhar o alaranjado do céu às cinco e

meia da tarde. As últimas palavras do Professor Keating surgem repentinamente em

minha mente. “É preciso sugar a essência da vida”. Então recordo-me de sua última

lição: após nos mandar rasgar as páginas do livro de literatura, explicou-nos que

poesia não se faz através de métrica, mas através da alma, com paixão. Sim,

paixão. É essa a essência vital do ser humano. O Sr. Keating subiu na mesa e disse-

nos que era preciso olhar à nossa volta, perceber o mundo de outra maneira...

De longe, ao avistar minha casa, mudo de calçada como de costume.

Aproximo-me do portão e, ao entrar, novamente suas palavras abraçam meu

pensamento. Vou ao meu quarto, pego meu diário. Preciso escrever. Dissipar. Uma

melancolia toma conta de mim. Começo a perceber que tudo em minha vida é

formado por coisas já prontas, padrões preestabelecidos, opiniões formadas, gostos,

formas, vontades... tudo já está definido. Noto, então, que há anos venho

percorrendo o mesmo caminho de casa, frequentando os mesmos lugares, vestindo

as roupas da moda, repetindo as palavras da jornalista do noticiário e o meu corte

de cabelo é tal qual o da famosa atriz de cinema. A náusea invade-me. Procuro

dentro de mim a identidade. Identidade? Vem-me a dúvida. Em que tenho me

distinguido dos outros? Onde está minha individualidade, minha pessoalidade, ou

seja, numa linguagem comum, o meu modo de ser? Onde ela está? Onde a perdi?

Deixei-a partir... mas sem ela, quem sou eu? Vejo-me agora simplesmente como

membro de um rebanho. Sou mais um neste mundo marcado pela alienação e

transformei-me num produto, em mais uma mercadoria. Por que a

contemporaneidade roubou o que há de mais solene, mais íntimo e individual da

vida das pessoas? Por que as deixou se transformarem em fantoches, manipulados

pela mídia, pelos hábitos?

Naquela época, eu era jovem e imatura para compreender o verdadeiro

sentido da lição do Sr. Keating. Ele nos falava em aproveitar o dia, o momento. É

uma pena que, só agora, entendo que não era apenas para aproveitá-lo com festas,

diversões passageiras, e sim, com valores enriquecedores, engrandecedores do

espírito. Às vezes é preciso sair da rotina, mudar os hábitos, variar o corte de

cabelo, substituir algumas roupas, decidir-se a aprender a pensar um pouco mais

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para que o dia ganhe um sentido consistente! “Você pode contribuir com apenas um

verso!”, o Sr. Keating, apontando seu indicador para mim, olhou firmemente em

direção aos meus olhos, em sua última aula. Onde está o seu verso?

E essa é a última lembrança que tenho desse grande mestre. Ontem, ao

acordar, li no jornal que ele faleceu. Um grito mudo aliado a um intenso sentimento

de saudade aperta-me o peito. Uma lágrima desce...

O Sr. Keating deixa como legado para os seus alunos a lição da importância

de uma vida “bem vivida”; e a certeza de sabermos que o “capitão” não somente

colheu enquanto pôde seus botões de rosa, como cumpriu a coragem de ser um

plantador de sementes.

Sociedade dos Poetas Mortos – 2

Elise de Araújo Amorim – P1 – D - 2002

Depois de acusado de abuso do cargo de professor, de ter incentivado o

comportamento temerário dos alunos e a obsessão de Neil por representar, o

Senhor Keating foi expulso. Mas as coisas não poderiam ficar assim, porque a

realidade não era esta. Então, o aluno Anderson, liberto de sua timidez e cheio de

coragem e amor pelo seu professor, começou um protesto em prol dele e conseguiu

levar toda a turma consigo.

Este ato inesperado mudou o rumo dos acontecimentos, pois o professor, que

estava servindo de bode expiatório e carregando a culpa que não tinha, foi

readmitido quando toda verdade foi dita. Ao contrário do que muitos pensavam, a

escola, apesar de passar por momentos de dificuldade, não fechou.

O grande John Keating continuou lecionando, não esqueceu seus projetos

nem seus objetivos e, sendo mais cauteloso e menos irreverente, não deixou de

estimular os alunos a considerarem suas maneiras de pensar. Ensinava-os a ver o

mundo de outra maneira, educava-os para a vida sem esquecer das preocupações

nobres necessárias, mostrava que não havia dificuldades em manter suas crenças

diante dos outros. Paulatinamente John foi mudando a mentalidade dos jovens

estudantes.

Passados doze anos, mudanças drásticas ocorreram na autoritária direção

daquela instituição. Com a morte do superior, a maioria dos votos elegeu o Sr.

Keating para ocupar o cargo. O ensino para a vida assumiu o lugar do ensino que

visava apenas à entrada na universidade e não pensem que este ocorrido

desvalorizou a escola. A partir daí o número de alunos triplicou, os pais procuravam

seus serviços loucamente, passou a ser requisitada por pessoas de todo o mundo,

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de todos os lugares. No início de todo ano letivo formavam-se verdadeiros “caracóis”

de estudantes para fazer a matrícula.

A Sociedade dos Poetas Mortos, após todos esses anos, surgiu novamente,

não só uma, mas várias... Compostas por jovens enlouquecidos pelo saber.

O melhor de tudo é que esta mudança foi contagiante, outras escolas dos

Estados Unidos começaram a adotar este método de ensino, que não é mecânico

nem passivo, mas sim construtivo, capaz de gerar evolução.

Hoje, em 2015, já existem escolas iguais àquela gerada por John Keating,

que até passaram pelo mesmo processo e por dificuldades semelhantes, mas ainda

há aquelas que não mudaram, que continuam com o mesmo método precário de

produzir conhecimento. Esperamos que num futuro breve todas mudem e melhorem

seu sistema educacional, pois o ser humano, que é dotado de inteligência, está

sempre sedento de saber.

O que aconteceu a Neil? Neil no céu

Daniel de Barros Patriota Oliveira – C. computação U

Após a morte de Neil, o Sr. Perry, seu pai, passou a sentir uma enorme culpa

por ter impedido o filho em seus anseios de se tornar um ator consagrado, e

considerava-se o maior culpado do suicídio da promissora estrela do teatro.

Descontente da vida, amargurado por causa da distância ao filho, ele resolveu pôr

um fim a sua própria tristeza, e, como o filho, disparou um único tiro no ouvido, fatal,

e partiu para uma outra dimensão. Nossa história começa a partir da chegada de

Neil ao céu.

Ainda atordoado depois do tiro que lhe tirou a vida, Neil chegou em festa ao

céu. Foi recepcionado como uma grande estrela do teatro mundial, todos os anjos o

aplaudiam pela atuação na peça que fora encenada na véspera de sua morte. São

Pedro bonachão veio recebê-lo pessoalmente, e foi logo explicando ao jovem ator o

que se passava.

– Meu jovem rapaz, todos nós aqui do céu assistimos a tua peça, e tua

atuação nos agradou bastante. Assim que soubemos de tua morte – por sinal,

trágica e sem razão, pois o desespero não é motivo para o suicídio -, ficamos

aguardando com ansiedade tua chegada. Gostaríamos de que tu repetisses, para a

imensa plateia do céu, o desempenho que tiveste lá na Terra.

Sem muito entender o que se passava, mas surpreso com a repercussão que

a peça tinha alcançado, Neil aceitou contracenar com a Companhia de Teatro Anjos

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de Deus, grupo de atores que costumava divertir os habitantes da outra dimensão

com remontagens de algumas peças que eram representadas na Terra.

Neil foi levado por São Pedro ao camarim das grandes estrelas que

chegavam ao paraíso e costumavam se apresentar ao público celeste. O jovem ator

sentiu-se lisonjeado pela valorização que lhe davam. Soube que o dia da

apresentação seria dali a uma semana, e os ensaios com a trupe celeste

começaram poucas horas após a chegada de Neil ao paraíso.

Passados os dias, a notícia da apresentação do mais novo ator celeste correu

de boca em boca; todos os anjos tinham acesso livre ao teatro, e a fama que Neil

carregava consigo fez aumentar a procura por cadeiras mais bem localizadas, de

onde se poderia ouvir melhor a peça. A novidade espalhou-se tão rápido e a tão

longe que os habitantes do inferno ficaram sabendo da apresentação. Por mais que

o jovem fosse um bom ator, não faltaram comentários de que era um “atorzinho

medíocre”, “tinha sorte de estar no céu, só porque não praticara o mal...”. Organizou-

se uma caravana para ir assistir à peça – afinal, os infernais podiam ficar nos fundos

do teatro -, apenas para vaiar o “atorzinho”.

Era o dia da apresentação. Neil estava apreensivo, afinal era uma plateia

desconhecida, o teatro estaria lotado de anjos e demônios, uns prontos para

aplaudir, outros, para vaiar, conforme São Pedro havia prevenido. O Senhor já havia

cumprimentado o ator momentos antes, desejando-lhe sorte em sua estreia na casa.

Enquanto aguardava nos bastidores sua entrada, Neil pensou ter visto alguém

especial na plateia: seu pai, de quem não tinha boas recordações. Mas não deu

importância ao que viu, não esperava vê-lo na plateia.

Quando Neil entrou no palco, os olhos dos espectadores estavam atentos

para o jovem, que encarou com muito profissionalismo a desconhecida plateia. No

camarote principal, estava Jesus, sentado à direita do Pai. Enquanto desempenhava

seu papel, só se ouviam, de um lado, as falas de Neil, e, do outro, as vaias dos

infernais, que estavam naquele teatro apenas para vaiar a magistral atuação do

jovem ator. Ao fim da peça, eram ensurdecedores os aplausos ao jovem, que lhes

retribuiu com afeto, enviando beijos a todos que a ele assistiram – até os infernais

haviam reconhecido a boa atuação do jovem.

Enquanto se arrumava no camarim, o mensageiro Gabriel foi avisar a Neil que

alguém especial gostaria de vê-lo. Ele logo mudou a expressão de alegria que

carregava no rosto. “Será que era mesmo meu pai que estava lá?”, pensou o jovem.

Chegou a pedir que não deixassem o pai entrar, mas São Pedro, que acompanhava

Neil no camarim, insistiu para que o homem entrasse. O pai entrou, cumprimentou

os presentes no camarim, e ficou a sós com o filho. Neil não estava radiante como

antes, assim que seu pai entrou.

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O Sr. Perry desejava parabenizar o filho pela brilhante atuação, mostrar-se

arrependido pelos problemas que causara à vida de Neil na Terra; mas o jovem era

irredutível, não acreditava nas palavras do pai, achava que o homem estava ali

apenas para reprimi-lo por continuar com a ideia de ser ator. Disse que não lhe

devia mais explicações, que estava livre para fazer o que quisesse, sem se importar

com a opinião negativa do pai. Foi quando apareceu o Senhor Jesus.

– Neil, meu irmão, não pude deixar de ouvir o que acabaste de dizer a teu pai.

Por acaso achas que ele está mentindo, que o arrependimento não é verdadeiro?

Não se pode negar o mal que ele te fez na Terra, ao impedir-te de realizar teus

sonhos. Mas saiba que também erraste ao cometer o suicídio, desistindo de viver.

Deixaste teus colegas tristes, abalados, tua mãe inconsolável, que logo depois

perdeu teu pai. Neil, o perdão e o amor devem sempre comandar os sentimentos

humanos, ou por acaso achas que eu não fraquejei e quis desistir quando os

homens me maltratavam, me batiam, judiavam de mim, cuspiam em mim?

A essa altura, Neil já tinha o rosto mergulhado em lágrimas, e abraçou o pai

fortemente. O Filho do Homem, vendo aquela cena, teve piedade do Sr. Perry,

reconhecendo que ele estava arrependido e perdoou os males que havia feito ao

filho, autorizando-o a viver no paraíso junto com Neil.

Assim, o pai passou a apoiar o filho em todas as remontagens das peças

terrestres, sendo seu “empresário” e cuidando da sua agenda, que estava sempre

repleta de apresentações. Finalmente, Neil e Sr. Perry puderam, verdadeiramente,

entender o amor que um sentia pelo outro.

Epílogo

Matheus Bandeira Onofre – P1 Direito D - 2002

A História nos mostra como é prejudicial o conservadorismo e o destino dos

que estão à mercê dele. Não há nada que justifique qualquer espírito conservador,

pois, mesmo que existam benefícios decorrentes dele, a liberdade, que é a maior

riqueza que o homem possa ter, é destruída. E foi devido a esse espírito reacionário

que um exímio professor de Literatura e um ator promissor tiveram suas carreiras

destruídas precocemente.

O professor John Keating foi expulso daquela instituição pelo simples fato de

querer mostrar aos alunos uma visão de Literatura diferente daquela que é mostrada

nos grandes manuais. Foi crucificado por dar aos alunos uma visão mais subjetiva e

menos mecânica da poesia. Desempregado, tentou emprego em outras instituições,

mas era sumariamente dispensado logo que anunciava seu nome, levando-o a crer

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que o diretor que o demitira havia feito uma severa campanha contra o seu nome,

dando-lhe más referências. Meses se passaram e suas economias encolhiam.

Passou então a peregrinar na frente das escolas, oferecendo aulas particulares a

preço irrisório, quase que pedindo esmolas, rebaixando-se a um nível social

impossível de se admitir a uma pessoa com aquela formação intelectual. Agora ele

via como era grande a dor de Neil, a dor de não poder fazer o que se ama. Pensava

que seria melhor que tivesse feito como o jovem ator, que por não poder abraçar seu

sonho, abraçou a morte.

John sentia saudades de Neil. Além de excelente aluno, encantara-se

também com sua performance no palco. Nas proximidades do segundo aniversário

de sua morte, John resolveu visitar os pais do jovem ator. Chegando lá, assustou-se

com o que viu. Parecia que os pais tinham envelhecido dez anos, tamanha era a

tristeza ainda sentida pela morte precoce do filho. A pobre mãe chorava

copiosamente, queixando-se que o talento, e principalmente a vida do seu filho,

haviam sido abortados pela intransigência do marido. Já este taxava o filho de

ingrato, por ter se matado e jogado fora todos os dólares que investira na educação

de Neil. O pobre professor passou a lamentar ainda mais a morte do garoto, e ao

mesmo tempo, espelhava-se naquela situação de perda de liberdade que o jovem

passara.

Voltando ao cubículo em que tinha se alojado após ser expulso de sua antiga

escola, o professor passou a sofrer de sérias crises existenciais. Não se conformava

de modo algum pela maneira como foi tratado pelo diretor daquele colégio. Além da

demissão, o diretor praticamente não o deixou exercer sua profissão, já que fora

condenado em todos os colégios. Realmente, ele não merecia tal destino. E esse

turbilhão de ideias passou a perturbá-lo demasiadamente, a ponto de sua mente não

agir mais pela razão. O sentimento de vingança o perseguia, ordenando-lhe que

derramasse o sangue daquele que o deixara naquela situação. Em uma tarde de

outono, resolveu pôr fim a essa situação.

John dirigiu-se ao seu antigo local de trabalho. Passando pelos corredores,

sentia uma grande nostalgia. Lembrava-se com carinho dos intervalos, onde recitava

para os adolescentes. Ao passar pela Sala dos Professores, chorou ao ver seu

antigo armário com o nome daquele que o substituíra. Definitivamente, aquele não

era mais o seu espaço. Sentia-se como um imperador derrotado, lamentando os

territórios de outrora, que agora foram tomados. Encontra-se com Todd e Cameron,

dois ex-membros da Sociedade dos Poetas Mortos. Estes, sabendo do drama vivido

pelo ex-professor, oferecem algumas economias. Porém, já consciente do destino

que o aguarda, John recusa, e caminha até a Diretoria para selar seu destino.

Entra sem fazer alarde, e encontra o Diretor sentado à sua poltrona. Este,

vendo o estado deplorável em que seu desafeto se encontrava, viu que obteve

sucesso em sua investida. Mantendo sua postura ditatorial, ironizou:

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– É este o destino reservado aos que tentam ir contra mim, Keating: a derrota.

Retornou para trabalhar nos jardins?

Consumido pelo ódio, John sacou a pistola que trazia e pronunciou suas

últimas palavras:

– O Sangue de Cristo tem poder. Satanás, és um perdedor!

Com dois tiros, John o matou. Acabou com aquele que acabara com seus

sonhos. Olhando para o cadáver, num ápice de tragédia shakespeariana, o

professor levou o revólver à cabeça e disparou, abraçando a morte que o consumia

lentamente a cada dia.

As palavras não adormecem

Ivna Fonseca Alba – P1 Direito D

“E é como se nós nunca tivéssemos existido, como se o mundo nos achasse

repentinamente e do nosso encontro brotasse uma rosa em chamas”. Sentes agora

o respiro suave do céu a te cobrir com um lenço de brisas? É o que sentimos

quando voltamos ao nada, ao vago poente do nascer. Apenas mais algumas linhas e

me vou.

Através da noite imaginei um universo livre, espalmado nos sonhos e no

amor. Ah, o amor... nunca o vivi. Infelizmente. Gostaria de gozar todos os seus

artifícios, sua magia esplendorosa que vigora e emana de todos os poros.

Passeei por tantas alamedas, por enormes caminhos estreitos e lúgubres.

Atravessei noites e auroras, sobrevivi aos maus bocados do destino e superei meus

temores mais profundos e minhas ânsias pavorosas.

O que fazer depois de perceber a solidão e a saudade? Digo-lhe que nada

dói mais. Nosso vigor é sugado por uma força descomunal, e nos descobrimos

inertes perante as situações mais banais.

O meu coração estancou da primeira vez em que me senti frio. Olhei-me face

a face subitamente e descobri a verdadeira essência da poesia, das idealizações, da

juventude em si; de todos os passos que damos a cada novo pensamento fixo e

desejado.

Quando olhamos para trás e vemos tão escassos castelos realizados,

reconhecemos a precipitação da puberdade e nos lançamos em um turbilhão de

desespero, rasgando as vestes do espírito desencorajado, obrigando a alma a

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sucumbir nas trevas da culpa e da insatisfação. Antes eu despertasse para os

verdadeiros e primeiros raios da perspicácia.

“Se houvesse retorno, eu o faria.”

Ao finalizar a leitura daquela carta, Keating mergulhou na mais profunda

introspecção. Dobrou a missiva, guardou-a na mala e tomou o gole de um café

quente e cheiroso. Nunca presenciou a descrição de um morto sobre a vida, a

morte, os sonhos e o amor. Desatou a fazer perguntas sobre aquela carta.

Mentalmente respondia com o vazio e mais interrogações. Era uma incógnita.

Depois da sua demissão tomara um navio para o Brasil, chegando no mês de

abril em Porto Alegre, onde tomou um trem para a região dos pampas gaúchos.

A locomotiva avançava pelas plagas verdejantes e o vento entrava sem

permissão, invadindo cabines e despenteando belas jovens e respeitáveis senhoras.

O céu explodia em cores fortes e tons primários fundiam-se, mesclando a paisagem

com uma policromia divinamente sedutora. O aroma do café foi subitamente

interrompido por outro de cravos.

Lembrou-se, então, do seu aluno sepultado longe dali. Estaria gelado e

carcomido pelos vermes. Neil morrera na flor da idade. Pensou assim, que as flores

para jovens defuntos deveriam ser as mais belas e não cravos insignificantes e

medíocres, cuja validade apodrece os traços juvenis e marcantes do rosto ainda

intacto pelos fardos do destino.

Como seu aluno morto conseguiu mandar-lhe tal escrito? Somente forças

divinas lhe responderiam.

Enquanto monologava silenciosamente, o trem parou em uma estação

pequena, onde um garoto vendia jornais e revistas. Keating comprou o jornal e

dirigiu-se para o vagão-restaurante da máquina. Havia muitas pessoas risonhas e

falantes.

Observar o mundo é interessante. Como ele gira, como acontecem diversos

episódios e quão diferentes são as pessoas e suas atitudes. Ora riem, ora choram e

bradam contra o céu e o inferno. Nada é tão inconstante quanto o homem. Ao

mesmo tempo em que se acha macambúzio e solitário, embriagado em suas ideias

fúnebres, pessoas como aquelas riam e satisfaziam-se com novidades contadas por

amigos e parentes.

Ao seu lado, no bar, um senhor observava a felicidade alheia. O velho olhou-o

no fundo dos olhos e perguntou:

– Recebeu a epístola?

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Keating levou um choque emocional e depois de alguns segundos de silêncio

e surpresa respondeu de forma titubeante.

– Sim.

– Então?

– Intrigante... ao mesmo tempo surpreendente.

– Realmente, avisei-o que tu não entenderias de imediato. Acertei?

– É, acertaste. Mas, como sabes disso?

– Ora, sei de muitas coisas. Sei por exemplo, que não crês em mim.

– Bem, e era para crer?

– Definitivamente, não!

– Então? Se tu mesmo não confirmas, como haverei de fazê-lo?

– Viraste cético, Keating?

– Não!

– Sim, viraste um cético repugnante. Antigamente, crerias em mim, mesmo

não sabendo minha origem e meus conceitos sobre o mundo.

– Onde queres chegar?

- Na tua descrença na vida. Ele não te escreveu com essa intenção.

– Quem és? Como conheces Neil?

– Estas perguntas foram feitas a ti, não a mim.

– Mentira! Eu as fiz primeiro a ti.

– Mentira? Há dez minutos, antes de leres as palavras do teu ex-aluno,

acreditavas na vida e em toda a energia que brota do universo.

– Quem te garante?

– Conheço tuas ideias e tua personalidade.

– Não fujas das minhas interrogações.

– Tens muitas ultimamente, não achas?

– Não!

– Tu obterás todas as respostas brevemente.

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– Quando?

– Breve.

– Não! Que custa dizeres?

– Muito.

Após muito tempo de diálogo, o senhor com quem Keating conversava

mostrou um artigo no jornal que o professor comprara na estação deixada para trás.

Apontou o escrito e fez uma observação:

– Lê este texto.

– Que ganharei lendo isto?

– Cala-te! Apenas faze o que mando.

– Está bem, lerei. Contudo, não agora.

– Agora sim, pois irei ao banheiro.

Dizendo isso, saiu subitamente, deixando o seu lugar vazio e a mente do seu

companheiro aturdida. Keating começou a ler o escrito. O título indicava o fim: Ponto

final.

“Alguma vez na tua vida deparaste com o ano certo da tua morte”? Com o

final estampado e vivido de tua vã existência? E se sim, qual tua reação? De mim

apoderou-se um temor estranho, relaxante, mas concomitantemente medonho. A

fugacidade sempre nos acompanha. Não importa se cedo, se tarde, o medo do final

da linha chegará, de modo indiscreto e nem um pouco poupador.

Entretanto, beber o cálice do prazer vital avidamente não me parece nada

sensato, porém, inexperiente demais.

Ora, se é degustar o vinho que nos dá a alegria, o gozo de se viver... porque

então entorná-lo breve, embriagando-se e perdendo o mais belo, que é a girândola

de fogos da vida?

Ao terminar de ler, Keating compreendeu a passagem dos homens no mundo.

Visualizou todas as maravilhas e escutou o apito do trem chegando à última

estação. Assim, desceu do trem e ouviu as primeiras notas de uma música suave e

rica em ritmos, além de insinuar a presença constante de uma locomotiva.

Perguntou a um rapaz perto dele quem era o compositor. O rapaz disse-lhe:

– Heitor Villa-Lobos. Trenzinho caipira.

Nunca escutara nada tão sublime. Pensando nessa última palavra, mergulhou

no sossego abstrato e soturno do sono eterno.

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Keating caminhou muito tempo em um plano alvo e vazio. Uma luz forte

cegava-o, mas suas pernas não estancavam, ao contrário, corriam loucas e o

levavam a um destino incerto, onde suas emoções rompiam as barreiras da

obstinação positivista. Subitamente, a venda de luz que cobria seus olhos caiu e viu

a entrada da caverna, onde aconteciam as reuniões da Sociedade dos Poetas

Mortos.

Entrou vagarosamente, receoso de encontrar algo desconhecido e certo. Ao

penetrar no recinto, viu todos os participantes da Sociedade, inclusive Neil e o

senhor com quem conversara no trem. Teve a dura certeza: morrera, cerrara seus

olhos para a humanidade.

Todos os que tomaram parte da Sociedade faleceram. Depois de mortos,

suas almas encontraram-se na mesma caverna de antes. A furna, onde ocorriam as

reuniões dos poetas mortos, que não se achavam sepultados, nem desfalecidos ou

decompostos, mas vivos. Cheios da vida poética e da veia mais cheia de sangue.

Sangue este tão forte e puro, que movimenta a máquina pesada de todos os

dias. Sangue encorpado, rubro, viscoso e quente. Sangue que lateja implorando

pela próxima rima ou verso branco.

17/03/2003

Já havia escrito um bilhete perguntando se o texto era só teu. Porém

lembrei-me da prova feita hoje. Qual o melhor termômetro para averiguar esta

dúvida?

Sim, de fato é teu.

Meus cumprimentos. Quero que digas aos outros, depois, porque

escreves tão bonito e correto, vale?

Sociedade dos poetas Mortos II

Rubiana Galdino Guedes – P1 Direito

Sinopse:

Após os acontecimentos da primeira fase do filme, onde ocorre o suicídio de

um dos melhores alunos da escola, Neil, e depois disso os seus amigos se

revoltaram contra o regime educacional da instituição e apoiaram o professor de

literatura, que tinha uma nova proposta de vida para aqueles jovens.

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Agora iniciaremos a segunda fase da obra, procurando questionar os “quatro

pilares” da escola e redescobrir os verdadeiros valores da vida.

Capítulo I – “A Honra”

Neste capítulo questionaremos o primeiro pilar, a honra. Mas o que vem a ser

esta palavra que desempenha um forte poder sobre nossas vidas e nos faz tomar ou

não certas atitudes.

Tal termo pode designar forma, glória, dignidade, talento. Porém a colocação

mais utilizada é a da glória e fama, pois as pessoas estão cada dia mais ligadas às

aparências. Nos dias de hoje é muito comum vermos alguém ganhar prêmios de

“honra”, ou seja, passou a ser uma forma de exibição. Não é mais utilizado para

mostrar boas ações, caráter ou virtude.

Capítulo II – “O mérito”

O segundo pilar é o mérito, essa palavra nos faz pensar em algo que é de

direito de alguém, por merecimento. Imediatamente relacionamos com a verdade, a

justiça.

Mas será que sempre esse mérito, nos dias de hoje, é justo? Não precisamos

pensar muito para respondermos esta pergunta, uma vez que, vivemos uma

fortíssima fase de injustiças sociais, onde políticos estão cada vez mais

preocupados em manter suas riquezas do que distribuir a renda nacional de forma

honesta. Esses, com raras exceções, não merecem mérito algum e são os que mais

ganham. Por outro lado, vemos trabalhadores que se matam de trabalhar para

manter sua família com míseros e vergonhosos salários. Esses não têm mérito

algum, a não ser no período eleitoral. Muitas vezes são discriminados e

marginalizados.

Capítulo III – “A disciplina”

O terceiro pilar é a disciplina, que é um dos mais importantes não só para a

instituição, mas para a vida. Porém não tem grande êxito quando imposta, o melhor

é que ela seja livremente consentida, sem repressão.

Com organização e responsabilidade conseguimos melhores resultados e

descobrimos a fascinante essência da vida.

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Capítulo IV – “A tradição”

O quarto e último pilar é a tradição. Esse termo designa a cultura, costumes

passados de geração para geração.

Manter a cultura viva é algo essencial para nossas vidas, pois nela está a

nossa história, a construção da sociedade, que foi criada segundo os costumes e

necessidades da população. A sociedade, por sua vez é mantida por valores, dos

quais se originam as leis. Porém, que valores são esses? Será que são respeitados?

Se pensarmos um pouco, como já comentei anteriormente, os valores foram

criados para manter uma sociedade de acordo com os interesses e necessidades e,

como todos já sabem, imperam sempre os interesses daqueles que dominam. Está

aí a palavra chave, dominar, os valores nem sempre são verdadeiros, nem

cumpridos. Os criadores são os primeiros a desrespeitá-los.

Capítulo V – Conclusão

Ao observarmos, atentamente, veremos que a instituição de ensino do filme é

muito semelhante à sociedade, onde reina a falsa honra, tradição e mérito. Mostra-

nos o quanto o meio onde vivemos é hipócrita, cruel e injusto, não nos dá a chance

de sermos nós mesmos e nos faz viver uma eterna guerra de valores.

SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS II (Roteiro)

Mazukyevicz Ramon S. N. Silva – P1 Direito D

1. Sinopse do filme

Sociedade dos poetas mortos II, assim como o I, é um filme de suspense e

drama. A trama do filme gira em torno de três alunos do curso de Direito da

Unipê, que após assistirem ao filme I e buscarem o livro mor da sociedade

dos poetas mortos, tentam, com a ajuda do professor Dalri, mudar os

métodos de ensino e a visão do aluno na atual forma do ensino superior.

2. Objetivos

O objetivo geral do filme é despertar no telespectador uma visão crítica sobre

o atual ensino superior brasileiro; destacando suas falhas, apontando

soluções, e reconhecendo seus pontos positivos. Baseando-se na filosofia

transmitida com Sociedade dos Poetas Mortos I, Sociedade dos Poetas

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Mortos II tenta trazer essa filosofia para uma realidade contemporânea, e

apontar onde ela pode ser útil.

SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS II (Enredo)

1. Parte 1

Todos assistiam atentamente ao filme (Sociedade dos Poetas Mortos I),

quando o professor Dalri deu pause no vídeo, e disse aos alunos que

prestassem bastante atenção, pois as próximas cenas do filme seriam

importantíssimas para o desfecho da trama.

As cenas citadas pelo professor Dalri começam a passar. A morte do

jovem que queria ser ator, e a revolta dos alunos quando sobem nas mesas

para expressarem sua indignação com a expulsão do professor de literatura,

causam um certo impacto aos telespectadores; impacto este expelido em

forma de gritos e baderna, logo controlados por Dalri.

Ao término do filme, Dalri passa uma atividade para a turma. Ele lhes pede

que escrevam um roteiro para um novo filme, continuando a Sociedade dos

Poetas Mortos; após reclamações de praxe sobre o prazo, todos saem da

sala de vídeo, menos Rodrigo.

Ele parece estar desenhando alguma coisa, algo parecido com um círculo,

com vários outros círculos homogêneos dentro, como se os círculos

pequenos formassem um único círculo grande, quando é interrompido por

Joaquim.

Joaquim, sorrindo, pergunta a Rodrigo:

– Tais viajando nêgo? O que é isso? Desde quanto tu deste pra artista?

Rodrigo, também sorrindo, retruca:

– Sei lá cara, por um momento passou umas coisas na cabeça. Eu peguei

o lápis, e saiu isso aqui. Estranho, né?

Os dois passaram mais algum tempo sorrindo dos desenhos, e depois

saíram da sala.

2. Parte II

Durante a semana seguinte ao dia em que assistiu ao filme, Rodrigo ficou

estranho. Passava a maior parte do tempo calado, pensativo, e desenhando.

Dessa vez ele desenhara uma espécie de mapa. O próprio Rodrigo

estranhava seu comportamento, como se buscasse uma resposta para aquilo

que o estava afligindo.

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Certo dia, no meio da aula de metodologia, Rodrigo teve uma visão.

Primeiro ele viu o mapa que havia desenhado, depois o livro, e viu também a

professora de metodologia na porta de uma universidade. Foi quando eu

toquei em seu ombro, tirando-o do transe, e dizendo-lhe:

– Eu já sei, Rodrigo!

Mas ele me interrompeu, e repetiu minha exclamação:

– Eu é que sei, Mazuky! Agora tudo faz sentido! O filme, o livro, o mapa, e

agora a visão da professora de metodologia veio como a última peça do

quebra-cabeças.

Ele me chamou, e chamou Joaquim, que estava a seu lado. Talvez pelo

fato de que Joaquim era a pessoa mais próxima, mas isso não importa. O fato

é que saímos os três. Fomos até a biblioteca, guiados por Rodrigo. Lá ele nos

contou tudo o que estava pensando nos últimos dias. Rodrigo falou que o

filme Sociedade dos Poetas Mortos tinha tocado a sua consciência, e que ao

mesmo tempo o fez refletir sobre a vida, sobre os estudos, sobre o Unipê.

Sem entender nada, eu e Joaquim perguntamos ao Rodrigo:

– Mas o que a Unipê tem a ver com o filme? E com a aula de

metodologia?

E ele nos respondeu sabiamente:

– O filme me mostrou coisas que antes eu não conseguia ver. No filme o

professor de literatura luta por um ensino diferente, por uma nova

filosofia de vida. E hoje na aula de metodologia eu liguei essa filosofia

do filme às palavras da professora Eunice sobre a atual universidade.

No início achamos que o Rodrigo estava maluco, e não demos muito

interesse às suas palavras, mas com o tempo eu e Joaquim juntamos as

ideias e compreendemos o que Rodrigo havia nos dito.

Mas restava uma dúvida. E o mapa? O que será que ele representava nos

nossos pensamentos? Então, foi aí que decidimos procurar o professor Dalri,

ele poderia nos ajudar.

3. Parte III

Nós estávamos certos. Dalri nos ajudou e muito. Depois de algumas

pesquisas, ele deduziu que o mapa desenhado por Rodrigo seria uma

espécie de guia para o livro mor da Sociedade dos Poetas Mortos; aquele

livro que os garotos do filme acharam e que desencadeou toda a trama.

Mas aquilo era ficção, será que o livro realmente existia?

Para nós, e agora também para o professor Dalri, não importava mais

nada, além da resolução completa dos acontecimentos. Embora tachados de

loucos, decidimos procurar pelo livro.

Era uma tarefa quase impossível, mas nada que o nosso super-herói

internet não pudesse realizar. Mandamos um e-mail para os estúdios que

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produziram o filme Sociedade dos poetas Mortos, perguntando se aquele livro

realmente existia, e a resposta foi positiva.

O livro existia sim, tal qual o filme, e os produtores fizeram o alegre favor

de nos enviar uma cópia.

Agora tudo estava mais fácil. De posse do livro, podíamos estudá-lo e

desvendar de vez os sonhos de Rodrigo.

Carpe-Diem, antropofagia, poemas, poemas e mais poemas. O livro era

uma verdadeira máquina de criar dúvidas. Foi então que apareceu novamente

a pessoa do professor Dalri. Ele nos ajudou a identificar o ponto principal do

livro. Novos métodos de ensino e alunos mais valorizados.

Novamente tudo fazia sentido, e mais um desenho de Rodrigo era

esclarecido. Ele trouxe o desenho e nós concluímos a verdade. Os círculos

pequenos seriam os alunos, mais unidos, aos montes, que juntos, e

organizados, formariam um círculo maior, onde seria a universidade, numa

relação de troca mútua, onde os alunos cresciam para formar a universidade,

e por sua vez, a universidade crescia para acolher aos alunos.

O mistério estava esclarecido; o problema identificado. Nos restava agora

botar em prática nossas descobertas. Uma nova Sociedade dos Poetas

Mortos estava surgindo. Uma nova sociedade, formada por mim, Rodrigo,

Joaquim e a supervisão do professor Dalri, sociedade esta, motivada por uma

ideal de melhoria da universidade, e do ensino superior como um todo,

começando pela Unipê.

4. Parte IV

Estávamos agora com um problema, e nenhuma solução. Tínhamos que

primeiro, identificar as raízes dos nossos problemas. Tínhamos que descobrir

cada ponto desfavorável no ensino superior. Vimos que não tínhamos força

suficiente para mudar toda uma estrutura educacional de um país, mas

podíamos dar o exemplo. Podíamos começar por uma coisa menor, a Unipê.

Colocamos num papel, e enumeramos tudo aquilo que, na nossa

concepção, representava um problema na nossa instituição. O primeiro

problema seria o estilo provão (MEC), adotado por alguns professores. O

segundo problema seriam os métodos antiquados de exposição das aulas, e

por fim, o terceiro problema seria a consciência do próprio aluno, que

acostumado com um ensino demolidor, que não dá chances pra o aluno se

manifestar, acomoda-se, e tenta adequar-se a ele, e não transformá-lo.

5. Parte Final

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A tarefa agora era difícil, e apesar de todo o incentivo por parte do

professor Dalri, eu, Joaquim e Rodrigo não fizemos nada. Não movemos uma

palha para mudar os métodos educacionais da Unipê.

Fomos acomodados. Todos aqueles planos idealizados, os sonhos de

Rodrigo, agora estavam perdidos. E a nova Sociedade dos Poetas Mortos,

como a antiga, falece, mesmo antes de começar de verdade.

E agora aqui estou eu, limitado pela minha própria acomodação. Limitado

apenas a escrever o roteiro que o professor havia pedido; roteiro este, que

nem ao menos teve o desenrolar ao que desejava, por acomodação e

preguiça. E assim como em Sociedade dos Poetas Mortos I, mais uma coisa

morre no final; minha utopia de universidade perfeita morreu, enforcada em

algumas palavras espremidas de final de roteiro.

6. Lição

Nunca deixe seus sonhos morrerem pela metade, chegue sempre até o

final, mesmo que eles pareçam impossíveis de se realizar.

Que bonito! Criatividade à flor da pele. Esta é a língua portuguesa, não a

que você decorou na escola anterior.

TRABALHO DE PORTUGUÊS

Marcos José do Nascimento Júnior – C Computação

Acabou a fase em que nós alunos, em sala de aula, não passávamos apenas

de indivíduos passivos que tinham que assimilar tudo que o mestre transmitia sem a

preocupação com o aluno se está ou não concordando com o que está sendo

transmitido.

Hoje o acesso fácil à informação tornou ou forçou o ensino a tomar outras

formas exigindo cada vez mais dos professores, que já são questionados em sala de

aula, transformando a aula mais dinâmica e com uma interação maior entre aluno e

professor, passou a ser uma forma de aprender questionando o porquê das coisas,

de onde vêm tais coisas, gerando uma discussão em sala que se torna muito

simples de reter determinado assunto; hoje está se preparando mentes pensantes

capazes de gerar informações e não só de recebê-las e retê-las para pôr em prática

posteriormente. Professores que estão despreparados e ultrapassados em seus

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64

conceitos irão, de certa forma, ficar sufocados com estudantes que se formam com

essa nova visão do mundo; podemos, por exemplo, citar uma matéria muito

interessante do curso Ciência da Computação que é Introdução à Computação, Esta

matéria diz respeito à origem dos computadores, sua evolução até os dias de hoje,

tendo que falar de assuntos de um passado que não foi vivenciado por grande parte

dos alunos, até os dias mais atuais. Informática é um tema que está em constante

desenvolvimento e pessoas afins desta área tendem a acompanhar este

desenvolvimento, seja via Internet, revistas especializadas ou jornais, então aquele

professor que deixou há um certo tempo de se atualizar é posto para dar aula

referente a esse assunto; ele vai sair da sala sabendo mais do que quando entrou.

Um caso bastante interessante seria a aula de Português, seria interessante que

não deva existir esta coisa de nos fazer decorar formas verbais, que tal palavra se

escreve com SS aquela com Ç e essa com S, deve ser incentivada a leitura com

intuito de se desenvolver o raciocínio para melhor formulação de frases, incentivar a

leitura para que se observe as estruturas das palavras como elas são escritas

tornando o estudo da ortografia menos penoso, e ao precisarmos redigir um texto e

depararmos com uma palavra que duvidamos de como seria sua escrita não seria

necessário procurarmos nos “arquivos” do nosso cérebro a formação de tal palavra,

mas sim recordar de um texto lido que continha uma certa informação com a tal

palavra, e por consequência iríamos nos lembrar a forma de sua escrita.

Nos dias de hoje temos liberdade de expressão, podemos expor nossas ideias e

pensamentos sem que sejamos reprimidos por nossos mestres.

Souvenir

“Chamam-me de Todd”. Todd Anderson. Por quê? Não sei. Desde criança

que me chamam por este nome. Meu pai quem escolheu, sem nenhum motivo

importante. Ele não quis homenagear nenhum cantor famoso, nem político, nem

pensador, ele simplesmente quis que fosse assim. E acho que por esse motivo ele

queria poder escolher todas as outras coisas por mim, sem nem ao menos saber se

eu queria também, se eu gostava daquilo. O importante era que eu fosse à fonte

para realização de todos os seus desejos e vontades. Não, não! Ele nunca quis meu

mal. Pelo contrário, ele sempre quis o melhor para mim. O problema é que o melhor

para ele, nem sempre era para mim. Eu não tinha os olhos abertos para isso até

que, um dia tudo mudou. Venho aqui para falar desse dia. Venho aqui para lhes falar

de dois homens, e de sonhos. Sonhos? Sim. Os tão menosprezados sonhos.

O primeiro homem é Neil Perry. Eu era jovem ainda quando conheci o Neil.

Estudávamos na Academia Welton, ele era meu colega de quarto. O segundo

homem é John Keating. O ‘excêntrico’, assim dito por todos, professor de literatura.

Eu? Eu era aquele garoto tímido, que falava pouco, que tinha vergonha e que

tinha dificuldade em fazer amizades. Aquele jovem que carregava sobre si o peso te

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ter um irmão brilhante, tendo como obrigação ser tão bom quanto ele. Eu tinha

medo. Medo de decepcionar meus pais. Eu não sabia o que era sonhar. Não me

haviam dado permissão pra isso. Até que, ao contrário do que o clássico mito de

Platão nos incita que é busca pela saída da caverna, o Sr. Keating me levou a

adentrar no mundo da caverna. No mundo poético da caverna, onde pensadores de

verdade precisam isolar-se para conseguir buscar e viver a poesia arrebatadora que

existe dentro de nós. Digo ‘mundo da caverna’ porque era em uma pequena caverna

que nos reuníamos. Nós, quem? Quê reunião? Você deve estar se perguntando.

Vou lhe explicar.

O Sr. Keating não queria apenas que decorássemos poemas de autores já

falecidos e consagrados. Ele não queria que apenas reproduzíssemos

conhecimento. Ele não queria apenas nos ensinar a métrica e o ritmo da poesia, ele

queria que sentíssemos a métrica e o ritmo da vida que há na poesia. Com o seu

método diferente, ele queria nos ensinar a pensar, nos ensinar a essência da vida.

Ele via na poesia a melhor forma de se entender a vida, era na poesia em que tudo

fazia sentido. Era na poesia e através dela que nos encontrávamos com nós

mesmos e a partir daí poderíamos ter nossos próprios pensamentos, produzir novos

conhecimentos. Poderíamos sonhar e alçar voo em busca daquilo que chamo de

felicidade. Por isso, ‘O capitão’, era assim que ele queria ser chamado, nos

apresentou a ‘Sociedade dos poetas mortos’. Grupo de jovens, formado por ele e

alguns amigos em sua época de faculdade, que se reuniam em uma caverna para

recitar poemas, para declamar os desejos de jovens que queriam apenas ser eles

mesmos, sem pressões, sem julgamentos, sem imposições, apenas serem livres

para sonhar.

Neil, que teve seus sonhos reprimidos durante toda a vida pelo pai, viu na

‘Sociedade dos poetas mortos’ uma faísca de liberdade e teve a ideia de reabrir a

sociedade. Eu fazia parte da mesma. Íamos para uma caverna próxima à Academia,

e era lá em que líamos poemas e aos poucos fomos descobrindo quem éramos e o

que queríamos de verdade. Aprendemos o significado do Carpe Diem, queríamos

nos embebecer com a essência da vida e viver! O que para nós se tornou algo perto

de um fracasso por completo. Nosso amigo Neil tinha o sonho de ser ator e resolveu

lutar por seu sonho. Decidiu enfrentar seu pai para conseguir atuar em uma peça de

teatro. O que foi inútil, seu pai continuava a não permitir que ele fosse ator.

Frustrado e sem encontrar uma saída para viver o seu sonho Neil se suicida.

Sempre me perguntei o porquê do Neil ter chegado a este extremo. A única

explicação que encontrei foi um tempo depois na frase do grande Novalis que diz: ‘

O mundo se transforma em sonho e o sonho em mundo’. A imagem que tenho de

Neil é de um típico e autêntico romântico do século XVIII, que levando suas

emoções e sentimentos ao extremo não conseguiu mais lidar com a verdade do

vazio mundo que nos cerca e preferiu não viver mais, já que o seu sonho não podia

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ser o seu mundo. Acredito que não seja nem preciso comentar o quanto a morte de

Neil afetou a mim e a meus colegas.

A sociedade foi desfeita. O Sr. Keating foi demitido da Academia acusado,

injustamente, de influenciar Neil a provocar seu suicídio. Sem o Neil, e sem o Sr.

Keating quase tudo voltou a ser como era antes na Academia. Os outros membros

da sociedade logo se esqueceram do que foi vivido e aprendido, mas dentro de mim

algo havia mudado, eu não podia deixar aquilo de lado, era irreversível. Tudo que

tinha acontecido me transformou, me fez enxergar que eu precisava ser quem eu

era de verdade, e não ser uma cópia do meu irmão. Eu precisava ser o Todd

Anderson que havia dentro de mim.

Dentro da Academia era impossível mudar alguma coisa. Então, resolvi sair

de lá, mesmo contra a vontade de meus pais, e cursei Literatura. Eu queria ser

professor. Queria levar para as pessoas aquilo que eu havia aprendido, queria

ensinar para elas o que o Sr. Keating me ensinou, queria contar para elas a

‘Aventura do jovem Neil em busca de um sonho’, queria que elas conhecessem o

quanto antes a essência da paixão pela vida. Lutar contra o tradicionalismo de

ensino norte-americano não era uma tarefa muito fácil, então, decidi vir morar no

Brasil, onde o ensino era mais flexível. Passei todo o resto da minha vida lecionando

a literatura da vida em uma escola bastante renomada em Porto Alegre, Rio Grande

do Sul. Hoje, com 85 anos de idade, apesar das retinas fatigadas, das memórias

embaraçadas e de não lecionar mais, quero deixar pra vocês, que um dia podem

chegar a ler este meu relato, a lição de que nossos sonhos fazem parte daquilo que

de mais importante temos, pois são eles que alimentam a bomba do nosso coração

para ir em busca da felicidade. Acredite em você! Não permita que ninguém tire de

você o desejo de viver. Viver seguindo seu próprio caminho.

Souvenir, palavra de origem francesa, significa lembrança. Esta foi a

lembrança do meu pai sobre uma pequena parte de sua vida. Ele contou tudo isto

pouco antes de morrer para que eu pudesse escrever e repassar sua experiência

para outras pessoas. Perguntei para ele o que havia acontecido com o Sr. Keating

depois que ele saiu da Academia, ele disse que não sabia. Tudo indica que o Sr.

Keating teria desaparecido do mapa sem dar notícias. Quando eu era pequeno meu

pai reproduziu a seguinte frase de Schopenhauer para mim: “Os eruditos são

aqueles que leram coisas nos livros, mas os pensadores, os gênios, os fachos de luz

e promotores da espécie humana são aqueles que as leram diretamente no livro do

mundo”. Na época eu não compreendi completamente a frase, mas hoje percebo

que isto é quase um resumo de tudo o que o Sr. Keating ensinou e do que meu pai

viveu.

Eu via nos olhos do meu pai, enquanto ele contava a história, que ele ainda

era o mesmo jovem cheio de sonhos do passado. Ele contava essa história com

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toda sua alma e emoção, o Carpe Diem ainda estava aceso no seu coração, ele

havia transformado o seu coração em uma pequena caverna de reuniões. Meu pai,

para mim, foi um gênio que leu no livro do mundo, e viveu sua poesia, deixando

como maior ensinamento a arte de viver intensamente.

As Palavras Podem Mudar o Mundo!

Jarleyde Andressa Santos Sales de Oliveira – A

Por John Keating

Eu estava lecionando na renomada Escola de Chester em Londres, quando

recebi um convite especial para compor o quadro de professores da Academia

Welton. Aceitei o convite de imediato e, desde então estive enfrentando momentos

de ansiedade. Eu contava os segundos para vislumbrar o semblante de cada um

dos meus alunos e contemplar junto com eles, novos horizontes.

Este era o pensamento que ecoava em minha mente durante todo o

pronunciamento do Senhor Nolan, diretor da Academia Welton. Pensamento que foi

interrompido ao ouvi-lo perguntar ao grupo de alunos que assistiam a ele, quais

eram os quatro pilares que sustentavam o ensino da instituição.

Eu não podia crer no que estava vendo, os rapazes levantaram-se e

pronunciaram, quase em uníssono: “tradição, honra, disciplina e mérito!”.

Eu realmente fiquei espantado!

Há algumas décadas, eu mesmo tinha pronunciado este lema, com o mesmo

empenho e entusiasmo demonstrado por esses rapazes.

Sim, meu caro leitor! Também fui um aluno da Academia Welton, e me formei

com as devidas honras consideradas pela mesma.

De repente, vi-me sendo aplaudido por alunos, pais e professores. O motivo?

Eles tinham acabado de descobrir que eu seria o novo professor de Literatura da

Academia.

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No dia seguinte à aula inaugural, ainda ansioso, observei meus jovens alunos

entrarem na sala e se acomodarem em suas carteiras. Quando todos haviam se

acomodado, comecei a andar em direção à porta, assobiando uma das minhas

canções favoritas e pedi-lhes que me acompanhassem para o salão principal. A

princípio eles estranharam um pouco, mas seguiram-me.

Quando todos eles chegaram ao salão, iniciei nossa primeira aula falando-

lhes uma famosa citação dirigida a Abraham Lincoln, que dizia “oh! Capitão, meu

Capitão!”. E afirmei-lhes que poderiam me chamar de Sr. Keating e os desafiei

dizendo que se fossem mais ousados me chamariam de “oh! Capitão, meu capitão”.

Nos minutos restantes da aula, fiz questão de conhecê-los por seus nomes e

dei-lhes uma valiosa lição a respeito do tempo que temos em nossa preciosa vida.

Lembro-me como se fosse hoje da expressão esperançosa em seus olhos

quando lhes expliquei o termo “carpe diem” e pedi-lhes que aproveitassem cada dia

de suas vidas da maneira mais extraordinária possível.

Caríssimo leitor você deve estar se perguntando o motivo desta descrição tão

repleta de detalhes de uma pequena história da minha vida. Mas eu posso

assegurar que tem fundamentos, só peço-lhe um pouco de paciência e não se

arrependerá. Eu prometo!

Outro dia, ao iniciar o estudo da poesia pedi que Neil, um dos meus alunos,

fizesse a leitura de uma descrição de um renomado Linguista, a respeito de como

devemos classificar os poemas. Quando Neil terminou sua leitura, falei com toda

franqueza de minha alma que tudo o que ele lera podia ser considerado a

excrementos. Eles ficaram muito espantados, o que só aumentou o espanto, pois o

que veio em seguida os chocou ainda mais. Eu pedi-lhes que rasgassem todas as

páginas de introdução daquele livro. E, apesar de toda relutância, assim eles o

fizeram.

O que achei mais engraçado dessa situação foi ver o Sr. Mcallister entrar na

sala de aula bastante surpreso por vê-los rasgando seus livros. Mais tarde ele

confidenciou-me que achou minha atitude interessante e fascinante, porém

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desencaminhadora, pois na concepção dele, eu estava incentivando meus alunos a

se tornarem artistas.

O leitor pode concordar com o Sr. Mcallister ou pode estar pensando que eu

tinha a mim mesmo em alta conta e que menosprezava aquele Linguista. Posso

afirmar-lhe que isso não procede. O ato de rasgar as referidas páginas daquele livro

representava um modo de externar aos meus alunos que eles poderiam e deveriam

pensar por si mesmos.

A ideia de que as palavras podem ser medidas, tal como uma grandeza

matemática soava repugnante. E eu gostaria que meus alunos percebessem que

seus pensamentos, suas paixões, suas palavras e poemas não podem ser medidos

através de escalas numéricas. Queria que eles acreditassem que ideias podem

mudar o mundo.

Eu sempre fui um amante da educação e das palavras... queria mesmo

passar a essência da vida presente nas poesias e textos que escrevemos, para

meus alunos.

Mais tarde, naquele mesmo dia, enquanto eu andava pelo campus da

Academia, fui surpreendido por meus alunos que me interrogaram a respeito da

“Sociedade dos Poetas Mortos”. Confesso que o interesse deles pela Sociedade me

surpreendeu, pois eu sabia que a direção atual da Academia não a veria com bons

olhos. Mesmo assim confidenciei-lhes o que era a Sociedade e que essa se

destinava a sugar a essência da vida. Expliquei-lhes que as reuniões aconteciam no

interior de uma caverna indígena abandonada e que lá os integrantes da Sociedade

se revezavam para declamarem poesias dos mais diversos poetas e dos próprios

membros do Clube.

Enquanto descrevia as atividades da referida Sociedade, seus olhos

brilhavam na ânsia de conhecer mais. E eu expliquei-lhes esmiuçando os detalhes,

pois bem no íntimo do meu ser eu sabia que eles reativariam a extinta Sociedade.

Na manhã seguinte, minhas impressões se confirmaram e por isso, durante a

aula, declamei alguns poemas de Shakespeare do mesmo modo que fazia há alguns

anos, dentro daquela caverna. Pude perceber nos semblantes de meus alunos que

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estavam adorando a aula e isso me dava uma satisfação indescritível, meu amigo

leitor.

Em uma ocasião posterior, durante uma das aulas de Literatura, eu subi em

minha mesa e falei-lhes que por vezes, na vida, é bom encarar as coisas por outro

ângulo, por outra perspectiva. Então propus que eles fizessem o mesmo. E assim

eles o fizeram.

Estimado leitor, fiz desse ato uma metodologia de ensino para explicar-lhes

que quando realizassem a leitura de um texto, eles considerassem suas próprias

impressões e não apenas as do autor. Em complemento, pedi-lhes que

compusessem um poema para a próxima aula, para ler em voz alta.

Durante todo o semestre letivo eu contemplei verdadeiros milagres em meus

alunos. Não que eles fossem um caso perdido, mas por que eu os vi defenderem

suas paixões pela vida, seus hobbies, seus talentos. Os vi progredirem na escrita e

interpretações de textos.

Sim prezado leitor, eu vislumbrei maravilhosos acontecimentos na Academia

Welton. Lembro-me de um aluno em especial, o Sr. Anderson. Garoto tímido e

totalmente introvertido. Numa manhã de aula pedi-lhe que lesse seu poema para a

classe. Eu vi agonia em seus olhos por prever que passaria vergonha na frente de

todos os seus colegas. Sua resposta pegou-me de surpresa. Seu retraimento fê-lo

responder que não havia escrito poema algum.

Eu sabia que o Sr. Anderson tinha um enorme potencial e queria ajudá-lo a

vencer sua timidez. Então pedi-lhe que ficasse em pé na frente da sala e desse um

brado de libertação. Ele afligiu-se ainda mais.

Que o leitor não pense que minha intenção era perpetuar seu sofrimento. Pelo

contrário, eu gostaria de mostrar para aquele rapaz que não havia nada de

desprezível nele. Que o medo de fracassar o impedia de realizar até mesmo as

tarefas mais simples da vida.

Quando ele conseguiu gritar toda sua frustração, foi como se as palavras

rompessem todo medo, angústia e vergonha. E sabe qual o resultado disso, meu

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caro leitor? Eu respondo: Poesia! Sim, ele declamou uma das mais belas e originais

poesias! Ele conseguira! Eu conseguira! Provei que minha teoria era verdadeira. As

palavras do Sr. Anderson deixaram-me estarrecido de felicidade! Pura e simples!

Pena que nem todos os momentos na Academia Welton foram repletos dessa

felicidade. Houve um trágico suicídio do Neil, um dos meus melhores alunos. Um

jovem sonhador, estudioso e comprometido com a vida. Mas seu pai, autoritário

demais, não compreendia as ânsias do filho. Não apoiava seus dons e talentos.

Durante aquele semestre, Neil foi forçado por seu pai a abandonar o clube de livros

de que tanto gostava. E tudo isso porque seu pai achava que era perda de tempo.

Houve uma vez em que o próprio Neil me procurou para falar-me das aflições

no relacionamento dele com seu pai. Neil tinha sido aprovado na peça de teatro da

Academia e tinha falsificado a assinatura do pai numa declaração que lhe permitia

realizar a peça. Neil segredou-me sua paixão pela encenação e eu pedi-lhe que

contasse a seu pai do mesmo modo que ele havia me falado do seu amor pelo

teatro. Ele me prometeu que faria.

Ele não o fez. Hoje eu sei que ele não teve coragem. Seu pai apareceu de

surpresa durante a peça e retirou o filho da Academia. Levando-o à força para casa.

Neil tirou sua própria vida nesta mesma noite. Ele teve coragem... Neil levara

consigo todas suas paixões e ansiedades.

A Academia Welton responsabilizou-me pela morte de Neil, as acusações se

referiam ao fato de eu incentivar a cada um dos meus queridos alunos a

mergulharem fundo na vida. Por eu ensiná-los a acreditarem em si mesmos e a

desenvolverem suas potencialidades.

Meu companheiro, eu fui expulso da Academia, eles obrigaram a cada um

dos meus alunos a culparem-me pela morte do Neil. Mas a única coisa da qual me

sinto verdadeiramente responsável foi defender o poder das palavras e incentivar

meus alunos a gozarem da vida, toda sua essência.

Eu realmente apreciei escrever esta linda parte da minha história que

aconteceu na Academia Welton e agradeço a companhia. Finalizo reafirmando

que as palavras podem mudar o mundo! Que qualquer um pode escrever. E

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isso significa que nem todos podem se tornar grandes escritores, mas grandes

escritores podem sair de qualquer lugar. Adeus.

FILOSOFIA DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

Suelly Maux/G

Sociedade dos Poetas Mortos – Carpe Diem é um filme que marca o início dos

anos 1990. Dirigido pelo australiano Peter Weir, o filme ganhou o Oscar de melhor

roteiro original e o prêmio César (França) como o melhor filme estrangeiro. O texto a

seguir é livre, pois não houve preocupação em enquadrá-lo num modelo acadêmico,

seja artigo, ensaio ou resenha.

A expressão latina Carpe diem, registra a História, é de autoria de Horácio (65

a.C a 8 a.C), poeta latino e se encontra em sua Ode 1.11. Carpe diem, colha o dia,

aproveite o momento, é o cerne norteador do filme e a proposta de vida do professor

de literatura John Keating (Robin Williams), um poeta e antigo aluno da escola

preparatória Welton, no estado de Vermont (EUA). 1959 é o ano da narrativa fílmica

que se enquadra no gênero comédia dramática.

De tantas angulações e leituras que podem ser feitas, faço, neste texto, uma

digressão no universo metodológico ensaiado pelo prof. Keating tecida pela expressão

Carpe diem. Lecionar é uma arte, sim, uma arte que requer conhecimento, disciplina,

trabalho, paciência, querença pelo artístico ofício de “ensinar”.

O anacronismo histórico e os discursos intelectualóides parecem ser uma

tendência contemporânea de adquirir e filtrar conhecimentos. Esquecemo-nos de ler os

acontecimentos à luz da época acontecida, juntamente com suas diversas e conjuntas

realidades sociais, econômicas, culturais, políticas etc. A didática e a pedagogia do

filme, através do “aproveite o momento,” passam longe do hedonismo histérico que

ronda nosso cotidiano. Ora, uma coisa que aprendemos no decorrer da construção

histórica é que alicerçar a vida nas doutrinas hedonistas que determinam o prazer

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como o bem supremo, quase sempre deixam um sabor amargo. Importante lembrar

que, no filme, o elenco é composto, em média, por 90% de jovens, o que nos faz

observar que em alguns momentos parecem legítimos os arroubos e as infrações a

normas previamente estabelecidas como também as interpretações do que é posto

como novidade, ou nova perspectiva de vida.

Podemos conceituar pedagogia como a forma de ministrar disciplinas, e a

maneira como se explicam as teorias e os conceitos didáticos, conforme o professor

Wellington Pereira em uma aula ministrada no curso de pós-graduação em

Comunicação (mestrado), na UFPB, no dia 17 de março de 2014. Nessa mesma aula,

ele explicou que “o caminho é o método: índice, mapa, rota cognitiva traçada para se

chegar ao objeto a ser interpretado, analisado, transformado em tese, antítese e

síntese: as etapas da viagem do conhecimento em curso.” Partindo dessa afirmação,

aplico esses conceitos aos procedimentos do professor Keating, e esclareço que o

ensino deve ser otimizado desde o primeiro dia de aula no maternal. Precisamos

observar a didática e a pedagogia para construir estudantes pensantes e

independentes, e não meros papagaios.

Carpe diem foi a proposta pedagógico/didática para proporcionar aos alunos da

escola Welton uma autonomia na aprendizagem do que está posto nos bancos

escolares. Os exercícios ao ar livre, a importância de interpretar o que se está lendo,

construir o próprio pensamento, e, como diz o prof. Wellington Pereira, descobrir novos

caminhos metodológicos num movimento dialético (tese, antítese e síntese), foram os

norteadores das aulas do prof. Keating. As experiências propostas em sala de aula e

vividas pelos alunos protagonistas quebraram regras e proporcionaram um saber com

sabor como se refere o psicanalista e educador Rubem Alves.

Estudar e desvendar conhecimentos é um processo doloroso. Quando

aprendemos e apreendemos, nossa visão de mundo tende a se modificar, o que não é

fácil, pois requer serenidade, reflexão e conhecimento para a vivência de novos

paradigmas. Gosto de utilizar uma metáfora de um desenho animado Thundercats,

exibido nos anos 1980, que é uma espada. Quando invocada, ela exibia O Olho de

Thundera, e proporcionava uma “visão além do alcance.” Essa visão é um exercício

que, quase sempre, incomoda, pois faz sair da zona de conforto intelectual e

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dogmática. Carpe diem pode ser O Olho de Thundera que, metodologicamente, pode

nos abrir os olhos para novos horizontes. Didática e pedagogia são elementos

essenciais e norteadores de um professor que também deve ousar e sair de sua zona

de conforto.

Não é fácil inovar, pois é preciso ter conhecimento e tirocínio para administrar o

inusitado em uma sala de aula, seja qual for a disciplina. Aproveitar o momento, colher

as oportunidades que nos apresentam uma situação presente, isto é, Carpe diem,

passa longe de atitudes irresponsáveis e alteradas; é colher o que, no momento, pode

ser aproveitado como ingrediente para o alicerce do conhecimento e de uma salutar

vida futura.

TEXTO BASEADO NO FILME SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS

Simone Gomes Torquato – A

Segundo o dicionário Aurélio, motivar significa:

s.f. Ato ou efeito de motivar. Palavra popularmente usada para explicar por que as pessoas agem de uma determinada maneira. Em psicologia e nas outras ciências do comportamento, a palavra tem uso mais limitado. Alguns cientistas veem a motivação como fator que determina o comportamento, tal como expresso na frase "todo comportamento é motivado".

Inicio minha produção com esta definição por que enquanto assistia, mais

uma vez, ao filme “Sociedade dos Poetas Mortos”, lançado em 1989, refletia do

quão importante e avassaladora é a influência de um professor. Neste filme, da

década de 1950, na Welton Academy, uma ortodoxa escola para homens, o ex-

aluno e professor de Literatura Senhor Keating inicia seu encantamento com uma

turma de jovens heterônoma, submissa aos pais e à sociedade na qual estava

inserida.

O encantamento realizado pelo professor de literatura foi simplesmente

baseado na motivação, caminho de mão dupla, onde há quem queira motivar e

quem queira ser motivado (ou não). A “Sociedade dos Poetas Mortos” nada mais foi

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que um pretexto para mostrar como o mestre deve olhar para seu pupilo,

ultrapassando as fronteiras da instituição de ensino, abarcando detalhes e prazeres

relacionados à vida e à realidade do ser.

Sonhamos com aquele que vai abrir as portas do mundo para nós, que vai

nos mostrar como sermos felizes sem perdermos o foco nas necessidades e

obrigações sociais, que nos fará pessoas “de bem”. Entretanto, o modelo de ensino

atual baseado na concorrência (des)leal e na corrida pelo primeiro lugar no pódio faz

com que abstraiamos a verdadeira razão do ensino que é a formação intelectual e

moral do homem.

Paulo Freire, em sua “ultrapassada” teoria, já afirmava que era necessário

quebrar a dicotomia entre a teoria e a prática, pois as mesmas estão interligadas e

se complementariam. Piaget, também “arcaico”, complementava dizendo que para

haver aprendizado teria que haver mudança do comportamento, através da relação

entre as estruturas internas do indivíduo e os contextos externos. Parece

embromatologia, mas em síntese, o aprendizado mais importante para o homem é

aquele que além de alimentar a mente, alimenta a alma, transforma o ser, o

aperfeiçoa e o melhora.

No filme aqui comentado, o professor Keating se permite doar, quebrando

paradigmas e tradicionalismos alienados para ensinar os seus alunos a pensarem e

a guiarem suas vidas partindo de reflexões e vontades próprias. A autonomia só é

conquistada quando somos capazes de colocar na balança do pensamento o que é

bom e o que é ruim, no presente e projetado ao futuro, nos tornando assertivos em

nossas decisões.

Infelizmente, hoje em dia, no roteiro da vida, somos colocados como

coadjuvantes, nos restando apenas esperar, crentes de existirem professores

capazes de tocar nossa alma, transformando suas coronárias em cordas vocais e

nos motivando como necessitamos. Carpe Diem! Fazer o quê, não é mesmo?

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ABRA A SUA MENTE

Wellyson Alves Dantas/ A

Quando eu assisti a minha primeira aula de português jurídico no UNIPÊ,

conheci um professor – estranho, mas bem competente – chamado Dalri. A

princípio, eu o considerei um professor bem rígido, mas na verdade, percebi que o

objetivo de sua aula é estimular os seus alunos a descobrir os prazeres da leitura e

da escrita. Suas aulas trouxeram muito mais que conhecimento. A sensação que tive

era algo indescritível. No final da aula, fui conversar com ele e perguntei:

- Professor, como consegue dar aulas de uma forma tão atrativa?

- Jovem, se tiver mesmo interesse em descobrir, conheça o meu professor, o

Sr. Keating. – respondeu.

Fiquei curioso para conhecê-lo. Então, me transferi para a academia Welton,

um lugar com doutrinas rígidas, mas com um bom ensino de literatura com o

professor Keating. Conheci algumas pessoas gentis, como o Neil e o Todd. Eu

indaguei aos dois sobre as aulas desse docente tão inspirador. O Neil me

respondeu:

- Presencie uma vez e você sentirá uma “liberdade” a qual jamais tenha

vivenciado.

Isso apenas aumentou a minha ansiedade.

Chegou o dia, e quando o vi se apresentar como “Ó capitão, meu capitão”,

notei que era diferente de qualquer outro professor. A primeira aula teve como tema

o barroco, e o sr. Keating enfatizou o significado do Carpe Diem – aproveite o dia.

Isso me fez enxergar o quanto deixei de aproveitar cada segundo de vida da

maneira a qual eu deveria.

Por isso, mudei de atitude. Comecei a frequentar as reuniões da Sociedade

dos Poetas Mortos, um grupo de estudantes que se reúnem todas as noites numa

caverna indígena afastada da academia. Quem “liderava” era o Neil. Pensei:

- Como queria ter essa “empolgação” para desejar adquirir e transmitir

conhecimento. Desejo ser como o Neil e o Sr. Keating.

Entretanto, a inspiração de Neil tinha um obstáculo: seu pai, cujos

ensinamentos eram conservadores. Neil tinha um sonho de ser ator, mas seu pai o

obrigava a terminar o curso de medicina. No fim, ele tirou a própria vida e o pai se

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desesperou por não ter a capacidade de não compreender o melhor caminho para

direcionar o seu filho.

O diretor da academia, o Sr. Nolan, acusou o professor Keating de ser o

responsável pelo incidente. Nosso querido docente havia sido expulso, e o colega o

qual admirava foi desta para melhor. Duas semanas após a expulsão, soube que o

Sr. Keating morreu por problemas cardíacos junto a uma série de patologias

psicológicas.

Após tudo isso, retornei ao UNIPÊ. O professor Dalri ficou bem triste quando

soube da morte de seu mestre. Ele também percebeu o quanto fiquei abalado com o

suicídio de Neil, e me disse:

- Abra a sua mente! Você tem grande potencial para seguir em frente e

continuar a estrada a qual o Neil começou a construir.

Com isso, hoje sou um aluno mais motivado, com maior interesse na leitura e

na escrita, e quero levar o que aprendi na Sociedade dos Poetas Mortos para toda a

vida.

Viva seus próprios sonhos

Thúlio Spinelli Máximo Lins – 1F

Após a morte do seu filho, Neil Perry, o senhor Perry passou a analisar o que

teria levado o filho a ter tomado a atitude de se matar. E foi procurar o professor

John Keating, em busca de respostas, pois sua cabeça estava a ponto de explodir

só em pensar que ele mesmo poderia ter sido o causador dessa tragédia.

O senhor Keating havia sido expulso da Academia Welton por ter sido

acusado de ter levado o aluno Neil Perry a se suicidar, por isso o senhor Perry foi a

sua procura e após muita busca o encontrou em uma pequena casa nas

proximidades da Academia. Ao chegar lá bateu na porta da residência do senhor

Keating que logo a abre e o recebe. Ele entrou e foi convidado para um chá. A sua

ansiedade não permitiu que ele esperasse muito e foi logo direto ao assunto que o

tinha levado ali. E perguntou: o que você fez com meu filho?

O senhor Keating já esperava essa pergunta e já tinha a resposta pronta e

sem demoras começou a falar:

- seu filho sempre foi um jovem muito inteligente e de sonhos belíssimos e

modéstia à parte ele sempre adorou minhas aulas, pois eram bem dinâmicas. Isso

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fez com que ele se aproximasse de mim. Gerou uma amizade entre nós e em certa

ocasião Neil me procurou para contar que iria participar de uma peça, no entanto

relatou que o senhor tinha ordenado que ele desistisse dessa ideia. Lembro-me da

sua expressão ao me dizer:

- representar é tudo para mim.

Dava para sentir o amor, a paixão com que essas palavras saiam de seus

lábios. Continuando, disse que o senhor estava planejando o futuro dele. Eu não

disse nada, mas me preocupei. Um jovem cheio de sonhos e força para realizá-los

estava limitado a viver os sonhos de outra pessoa. E perguntei se ele já havia falado

com o senhor sobre essa paixão por representar e ele disse que não poderia falar

com o senhor tal assunto. E foi aí que eu disse:

- então você está representando para o seu pai, está fazendo papel do filho

submisso! E disse que ele deveria falar dessa paixão por representar para o senhor.

Neste instante o senhor Perry estava aos prantos, pois nunca foi capaz de

sentar pelo menos uma vez para perguntar ao filho quais eram os seus sonhos, suas

vontades e desejos e que sempre tinha imposto suas vontades a ele.

E o remorso começou a corroer o senhor Perry por dentro, pois sua suspeita

se confirmou: ele teria causado tal tragédia.

Seu filho foi espetacular em sua representação o senhor deveria ter orgulho

dele, um jovem maravilhoso que era. Nunca disse nada para levá-lo a tomar tal

atitude, o que eu quis fazer foi com que ele contasse seus desejos e anseios para o

senhor, não sou culpado.

Nesse momento o senhor Perry se levanta, enxuga o rosto, agradece e pede

desculpa ao professor Keating por ter tomado seu tempo e se vai. Inconformado por

ter sido um carrasco com o próprio filho, por tê-lo feito por muito tempo viver o seus

sonhos. E ao chegar a casa, conta toda história à esposa, que consegue tranquilizá-

lo. À noite o senhor Perry se levanta e refaz os passos do filho, pega a arma e se

suicida.

Após a morte de Neil Perry e de seu pai o senhor Keating escreve um livro

por tema “Viva seus próprios sonhos” destinado a jovens sonhadores incentivando-

os a buscar realizações em suas vidas independente da opinião de outros e

dedicando-o a seu querido aluno Neil Perry.

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O Método de Ensino aplicado e seus resultados

Vinícius de Freitas Albuquerque/A

O filme “Sociedade dos Poetas Mortos” é uma narrativa dramática, sensível,

poética, em que relata a história do professor Keating que se utiliza de métodos de

aprendizagem diferenciados, incentivando seu alunado à criticidade, o poder da

escolha, pensar por si mesmos a partir de seus ideais, superar seus medos e

enfrentar seus problemas.

Em uma Instituição alicerçada nos princípios da tradição, honra, disciplina e

excelência, Keating desafia e rompe os paradigmas de um sistema tradicional para

ensinar o significado da poesia e da literatura. Sua atitude revolucionária, seus

métodos liberais instiga seu alunado, principalmente os jovens Todd, Neil, Charlie e

Gerald que mais tarde formariam a partir do incentivo do mestre a Nova Sociedade

dos Poetas Mortos.

O professor com o lema “Carpe Diem” faz com que os jovens despertem

potenciais características antes despercebidas pelos mesmos, a partir da busca de

seus desejos e realização de seus sonhos.

A influência do professor na vida do jovem Neil muda sua trajetória. Em busca

da realização interior, daquilo que para ele era necessário e satisfatório,

contrariando a vontade e a opressão do pai, não suportando a pressão psicológica

causada pelas ameaças de tirá-lo da escola e colocá-lo em uma academia militar,

vencido pela angústia se suicida.

Esse trágico acontecimento resulta na expulsão de Keating em que após a

mesma é retomada a forma retrógada e arcaica de ensino.

O filme Sociedade dos Poetas Mortos enfatiza um ensino diferenciado que

prima por uma educação humanizada, onde o desejo e sonhos do outro são

elementos essenciais ao seu desenvolvimento, mostra de forma crítica uma

educação tradicional mecanizada em que o professor é o centro das atenções, o

dono da razão e o único detentor do saber.

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Duas vertentes de ensino que se chocam e que até os dias de hoje podem

ser percebidas em algumas Instituições levando-nos a refletir sobre a educação, a

formação e o verdadeiro sentido da aprendizagem. Não basta preparar o estudante

apenas para a formação acadêmica, para a profissão, com o conteúdo puro, seco e

único, é necessário prepará-lo para a sociedade, o enfretamento dos obstáculos que

surgirão no decorrer de sua trajetória, mostrar-lhe que suas opiniões e vontades

também são necessárias para que aconteça a mudança na sociedade na qual está

inserido e na sua própria vida.

O aluno, a sociedade não necessita de transmissores de conhecimentos, que

de forma mecanizada arrotam conteúdos como se isso os formassem, precisam de

PROFESSORES que em sua essência compartilhem saberes e incentivem a busca

incansável pelo conhecimento necessário a partir da vivência e do aprendizado

diário. Necessita-se de professores que mostrem a necessidade do aproveitamento

do dia, a importância da percepção de tudo o que ele oferece.

O método de ensino aplicado faz a diferença, pois dele dependerá o alcance

positivo dos objetivos traçados que servirão como base, edificarão alicerces na

formação educacional, profissional e pessoal.

Educação se faz na aceitação do outro inteiro, com seus anseios, sonhos,

desejos, com a interligação entre o novo e o aprimoramento do antigo.

“Quem é rico em sonhos não envelhece nunca.

Pode até ser que morra de repente. Mas morrerá em

pleno voo...”

Rubem Alves.