A Súmula Vinculante e a Lei Nº 11417

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    tera-feira, 1 fevereiro 2011 | Postado por estadodedireito

    A smula vinculante e a Lei n

    11.417/06

    Autor: Rodolfo Kronemberg Hartmann

    I. Introduo.

    Com o advento da EC n 45/04, que criou o art. 103-A da CRFB-88, o ordenamentojurdico ptrio passou a prever mais uma hiptese de smula de jurisprudnciavinculante,[1] agora oriunda do STF, posteriormente regulamentada pela Lei n11.417/06, que disciplinou o procedimento para a sua edio, reviso e o prpriocancelamento.

    Para incio desta abordagem, torna-se necessrio tecer algumas consideraes, aindaque breves, do sistema jurdico adotado no Brasil, calcado nas premissas estabelecidaspela Civil Law, de origem romano-germnica, que considera como fonte normativa doDireito apenas as Leis, a analogia, os costumes e os princpios gerais, conforme se extraida leitura do art. 5, inciso II, da CRFB-88.[2]

    O positivismo jurdico, que a principal fonte normativa da Civil Law, buscou aimportao do positivismo filosfico para o mundo do Direito, na pretenso de criaruma cincia jurdica com caractersticas anlogas s cincias naturais. Sob esta

    perspectiva, a funo do intrprete do Direito foi relegada a uma atividade meramentedeclaratria em relao legislao, pois, at ento, o sentimento comum era o de querealmente seria possvel decidir todas as questes jurdicas por meio de uma simplesoperao lgica de subsuno da hiptese concreta norma abstrata.[3] Era correta,portanto, a assertiva formulada por Couture, para quem o juiz um homem que semove dentro do Direito, como o prisioneiro dentro de seu crcere.[4]

    No entanto, logo se verificou que o legalismo acrtico e as prprias imperfeiesnormativas[5] serviam de disfarce para autoritarismos de matizes variados, que, maistarde, culminariam pela prpria decadncia do positivismo.[6] Foi neste contexto,portanto, que se passou a se exigir do magistrado, principal depositrio das Leis, umapostura mais ativa no esclarecimento e integrao destas eventuais lacunas no direitocodificado. Assim, foi no exerccio deste especial desiderato que os precedentesjudiciais passaram a ser mais valorizados[7], principalmente se for relevado que autilizao de entendimento j externado por Cortes Superiores acaba garantindo aojurisdicionado no s a observncia de um tratamento isonmico, mas, tambm, aprpria previsibilidade da prestao jurisdicional.[8]

    A smula, cuja origem deriva do latim summula e que significa a sntese de uma

    orientao, surge com a finalidade de auxiliar o magistrado neste processo hermenuticoda busca pelo correto fundamento normativo aplicvel ao caso concreto[9], tendo amesma, a princpio, carter meramente persuasivo, por atuar na qualidade da opinioformada por certo tribunal.[10] Contudo, como no havia obrigatoriedade em sua

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    aplicao, era muito comum a observncia de decises judiciais contrrias aos seustermos, que no s deixavam de velar pelo tratamento igualitrio em situaessemelhantes, como, tambm, geravam uma cadeia quase infindvel de recursos quepostergavam ainda mais a entrega da prestao jurisdicional.[11]

    Com a criao da j mencionada EC n 45/2004, bem como com a sua posteriorregulamentao pela Lei n 11.417/06, ocorreu um substancial reforo em tentar

    minorar estes males, ao se reconhecer que, no Direito ptrio, uma determinada smulatambm pode ter carter vinculante (binding autority), semelhante a uma Lei. Emconseqncia, ao menos neste aspecto, houve uma aproximao a institutos prprios dosistema da Common Law, de origem anglo-saxnica, em que os precedentes, quandoimpositivos, possuem carter fortemente coercitivo (stare decisis et quieta muovere), porestabelecerem uma vinculao no apenas da interpretao do texto normativo mas,tambm, dos prprios fundamentos que utilizou (ratio decidendi).[12]

    No entanto, este pretenso hibridismo consubstanciado na fuso de institutos daCommon Law e da Civil Law pode fomentar diversas crticas, entre elas a constatao

    de no ser da formao do jurista nacional os cuidados para isolar e identificar os fatosque geraram os precedentes, ou seja, o encontro das regras de reconhecimento toutilizadas no modelo norte-americano. Alm disso, parece ser de inteira pertinncia aadvertncia formulada por Lnio Luiz Streck, para quem: no sistema da common law,o juiz necessita fundamentar ou justificar a deciso. J no sistema da civil law, basta quea deciso esteja de acordo com a Lei (ou com a smula) Nessa perspectiva, haverno sistema jurdico brasiLeiro o poder discricionrio da common law sem aproporcional necessidade de justificao Ocorre, assim, um processo dedispositivao da common law.[13]

    De todo modo, no deixa de ser curiosa a tendncia legislativa em no s valorizar osprecedentes judiciais, mas, ao mesmo tempo, de lhes emprestar eficcia vinculante. oque se constata, por exemplo, na recente Lei n 11.418/06, que alterou sensivelmente oprocessamento do recurso extraordinrio. De acordo com a novel legislao (art. 543-B e pargrafos do CPC), quando forem interpostos diversos recursos extraordinriosabordando idntica controvrsia, caber ao tribunal inferior a seleo de apenas umdestes recursos para posterior remessa ao STF, mantendo-se sobrestados osandamentos dos demais at ulterior deciso definitiva do Pretrio Excelso. S que estedispositivo tambm menciona que, aps a deciso daquele tribunal superior, caber aostribunais inferiores (ou mesmo as turmas recursais) exercerem juzo de retratao oumesmo considerarem prejudicados, conforme o caso, os recursos que se encontravamsobrestados para que todas as decises sejam amoldadas aos termos da decisoproferida pelo STF.[14]

    Esta situao, em verdade, no permite uma ampliao subjetiva dos limites da coisajulgada, mas sim que os mesmos fundamentos empregados na deciso que julgou umdos recursos extraordinrios possam ser depois utilizados em todos aqueles que seencontram sobrestados nos juzos inferiores. Contudo, como aparentemente o tribunal

    ou a turma recursal se encontram impedidos de decidir de forma contrria aoprecedente em questo,[15] fatalmente se constata que estar sendo atribuda eficciavinculante a estas decises independentemente da observncia ao art. 103-A da CRFB-88 e a Lei n 11.417/06, ainda que em menor grau, em razo dos seus efeitos serem

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    restritos apenas aos recursos que se encontram sobrestados.

    II. Distino entre a smula vinculante e a smula impeditiva de recursos.

    de extrema clareza a distino e a funo processual de uma smula vinculante e dasmula impeditiva de recursos. Com efeito, a primeira delas, que objeto do presenteestudo, foi a merecedora de todo o raciocnio at agora desenvolvido, sendo de carter

    mais abrangente j que engloba no s o sentido interpretativo e imperativo da smula,mas, tambm (pelo menos o que se espera, de acordo com o sistema americano), osfundamentos invocados para se chegar a ela[16]. Todavia, ainda que o magistradovenha a decidir em igual sentido ao que consta na smula vinculante (o que no podedeixar de fazer, sob pena de o interessado ajuizar reclamao), mesmo assim deverfundamentar esta deciso, no s para atender o art. 93, inciso IX, da CRFB-88, mas,principalmente, para demonstrar que o caso que se encontra sendo examinado coincideexatamente com os fundamentos das decises que autorizaram a criao do verbetesumular.

    J a smula impeditiva de recursos pode eventualmente (j que o seu uso no obrigatrio), ser empregada pelo magistrado para fundamentar a negativa de seguimentode qualquer recurso j interposto que a contrarie, sem gerar qualquer restrio aodireito de recorrer. No se trata, com toda evidncia, de instituto tendente a limitar odireito de recorrer, mas sim de uma tcnica de sumarizao do processamento dorecurso, quando este tiver fundamento contrrio ao de um verbete sumular. Alm disso,deve ser destacado que esta smula, que dispensa qualquer procedimento especial paraa sua criao, ficou em evidncia aps a alterao promovida pela Lei n 11.276/06 aoart. 518 do CPC, que possibilitou a sua aplicao diretamente pelo prprio juiz

    monocrtico, muito embora limitada apenas as smulas do STF e do STJ.[17]

    A smula impeditiva de recursos, no entanto, vem se demonstrado de pouca utilidadeprtica, uma vez que a deciso judicial que a aplica para que no seja recebido orecurso j interposto pode ser impugnada por meio de um novo recurso, conforme seextrai do art. 522 e art. 557, pargrafo 1, ambos do CPC, apenas para citar osexemplos mais usuais, que atestam ser a mesma ineficiente para combater os males daprestao jurisdicional morosa.

    III. Procedimento para criao, modificao e revogao da smula vinculante.

    A Lei n 11.417/06, sancionada em dezembro de 2006 e que j se encontra em vigor,disciplina a edio, a reviso e o cancelamento de enunciado de smula vinculante peloSTF, alm de dar outras providncias. Embora se trate de questo muita nova ademandar uma reflexo mais aprofundada, aparentemente este procedimento paracriao, modificao ou revogao da smula vinculante no decorre do exerccio defuno jurisdicional por parte do STF.[18] que, se assim no fosse, haveria claraofensa ao art. 5, inciso LIV da CRFB-88, que assegura a garantia da observncia dodevido processo legal, j que esta situao implicaria na circunstncia desta deciso

    atingir e, conseqentemente, vincular terceiros que no participaram deste determinadoprocesso. Alm disso, a coisa julgada tambm surgiria como consectrio natural dodesempenho desta suposta atividade jurisdicional, sendo a ao rescisria o instrumentoadequado para afast-la, e no o mecanismo previsto no art. 5 desta mesma Lei. Soessas consideraes, enfim, que sinalizam no sentido de que no se trata de processo

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    judicial e sim mero procedimento instaurado no mbito daquele tribunal superior.

    Para facilitar a compreenso sobre as disposies constantes nesta Lei, cadacomentrio ser realizado aps transcrio do novo dispositivo legal.

    Art. 1o Esta Lei disciplina a edio, a reviso e o cancelamento de enunciado desmula vinculante pelo Supremo Tribunal Federal e d outras providncias.

    O art. 1 apenas esclarece o objetivo da nova legislao, informando que estaLei somente pode ser aplicada em relao aos verbetes sumulares do STF. No entanto,tambm parece razovel estender este raciocnio s smulas do STJ, que, assim como oPretrio Excelso, exerce relevante funo na definio da interpretao mais adequadapara a Lei federal, o que otimizaria e melhoraria a qualidade dos trabalhosdesenvolvidos pelo Poder Judicirio.[19] Contudo, seria necessria a criao deemenda constitucional e de um posterior regramento infraconstitucional para permitiresta possibilidade.

    Art. 2o O Supremo Tribunal Federal poder, de ofcio ou por provocao, apsreiteradas decises sobre matria constitucional, editar enunciado de smula que, apartir de sua publicao na imprensa oficial, ter efeito vinculante em relao aos demaisrgos do Poder Judicirio e administrao pblica direta e indireta, nas esferasfederal, estadual e municipal, bem como proceder sua reviso ou cancelamento, naforma prevista nesta Lei.

    O caput deste art. 2 define a competncia exclusiva do STF para a aprovao desmula vinculante, que pode abranger tanto as novas smulas editadas como tambm asanteriores, desde que observado o procedimento estabelecido nesta Lei.

    Este dispositivo tambm esclarece que somente podero ter eficcia vinculante assmulas que abordarem matria constitucional. Este dado de extrema relevncia, poisnem todos os verbetes criados por esta Corte abordam temas relativos interpretaoda Carta Magna. a hiptese, por exemplo, da smula n 733, que no sentido de que:no cabe recurso extraordinrio contra deciso proferida no processamento deprecatrios, por ser a mesma de natureza eminentemente processual e mesmoadministrativa[20], a evidenciar que esta continuar a ter, no mximo, eficciapersuasiva.

    Por fim, o caput tambm estabelece que a smula ter carter vinculante apenas emrelao aos demais rgos do Poder Judicirio (inclusive o prprio STF, que somentepoder deixar de aplic-la aps rev-la ou cancel-la) e administrao pblica diretaou indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. Pela leitura deste dispositivo e,tambm, pelo que consta no art. 5 desta mesma Lei, que se pode concluir que, aprincpio, apenas o Poder Legislativo, no exerccio de sua funo legiferante, que noficaria vinculado aos termos destas smulas, o que lhe permitiria criar emendaconstitucional ou mesmo Lei contrria aos seus termos. No entanto, nada impede queestas posteriores espcies normativas sejam declaradas inconstitucionais pelo STF, oque, nesta hiptese, tambm acabaria por adstringir o Poder Legislativo, ainda queindiretamente, aos termos da smula vinculante.

    Os particulares, por seu turno, no sero atingidos por esta eficcia vinculante, o que

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    lhes garante, ao menos em tese,[21] a possibilidade de superao do precedente semelhana do que ocorre no overruled, prprio do sistema americano, que permite arevogao da ratio do precedente, situao em que o mesmo perde o seu valor e,conseqentemente, acaba sendo excludo das fontes normativas.[22]

    1o O enunciado da smula ter por objeto a validade, a interpretao e a eficcia denormas determinadas, acerca das quais haja, entre rgos judicirios ou entre esses e a

    administrao pblica, controvrsia atual que acarrete grave insegurana jurdica erelevante multiplicao de processos sobre idntica questo.

    2o O Procurador-Geral da Repblica, nas propostas que no houver formulado,manifestar-se- previamente edio, reviso ou cancelamento de enunciado de smulavinculante.

    3o A edio, a reviso e o cancelamento de enunciado de smula com efeitovinculante dependero de deciso tomada por 2/3 (dois teros) dos membros doSupremo Tribunal Federal, em sesso plenria.

    4o No prazo de 10 (dez) dias aps a sesso em que editar, rever ou cancelarenunciado de smula com efeito vinculante, o Supremo Tribunal Federal far publicar,em seo especial do Dirio da Justia e do Dirio Oficial da Unio, o enunciadorespectivo.

    O primeiro pargrafo, deste art. 2, exige, para a criao da smula vinculante, queexista controvrsia atual que acarrete grave insegurana jurdica alm de relevantemultiplicao de processos sobre idntica questo. A exigncia da repercusso geraltambm se encontra em textos normativos recentes como, por exemplo, no art. 543-Ado CPC, que foi criado pela Lei n 11.418/06, sendo a mesma de intenso cartersubjetivo, assim como ser a definio da atualidade ou no da questo.

    Os demais pargrafos deste artigo no oferecem dificuldades. Com efeito, o segundopargrafo estabelece que o Ministrio Pblico da Unio, neste ato representado peloProcurador-Geral da Repblica, dever se manifestar, na condio de custos legis,neste procedimento tendente a edio, reviso ou mesmo cancelamento da smula,exceto quando o prprio tiver apresentado a proposta neste sentido. J o terceiropargrafo, por sua vez, exige quorum qualificado de 2/3, ou seja, manifestao de oito

    Ministros do STF no mesmo sentido para a edio, reviso ou cancelamento doenunciado sumular, a ser tomada em deciso plenria. E, por fim, o quarto e ltimopargrafo apenas esclarece como ser a publicao destas smulas no Dirio Oficial.

    Art. 3o So legitimados a propor a edio, a reviso ou o cancelamento de enunciadode smula vinculante:

    I o Presidente da Repblica;

    II a Mesa do Senado Federal;

    III a Mesa da Cmara dos Deputados;

    IV o Procurador-Geral da Repblica;

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    V o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

    VI o Defensor Pblico-Geral da Unio;

    VII partido poltico com representao no Congresso Nacional;

    VIII confederao sindical ou entidade de classe de mbito nacional;

    IX a Mesa de Assemblia Legislativa ou da Cmara Legislativa do Distrito Federal;

    X o Governador de Estado ou do Distrito Federal;

    XI os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justia de Estados ou do Distrito Federale Territrios, os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, osTribunais Regionais ELeitorais e os Tribunais Militares.

    O art. 3 enumera quais so os entes que podem deflagrar este procedimentotendente a criao, reviso ou cancelamento da smula vinculante, o que coincide, em

    parte, com os mesmos legitimados para a propositura de ao direta deinconstitucionalidade, conforme se extrai do art. 2, da Lei n 9.868/99, com exceodos incisos VI e XI.[23]

    Certamente ser exigido, de alguns legitimados, o requisito da pertinnciatemtica, de forma semelhante ao que ocorre nos processos objetivos em que se realizao controle concentrado de constitucionalidade, pois, do contrrio, se estaria discutindointerpretao de dispositivos que tratam de matrias que no teriam, em absoluto,nenhuma relevncia para os fins institucionais destes mesmos entes. o que ocorreria,

    por exemplo, naqueles procedimentos instaurados pelas confederaes sindicais,conforme entendimento j pacificado na jurisprudncia do STF.[24] No entanto, emtermos prticos esta exigncia no se justifica, uma vez que o prprio STF poderiainstaurar de ofcio este procedimento aps ter sido noticiado desta controvrsia arespeito da interpretao de matria constitucional por qualquer um destes entes.

    De resto, a necessidade de representante com capacidade postulatria tambm recomendvel, ainda que no se trate de um processo judicial em seu sentido tcnico,diante do que se encontra no art. 133 da CRFB-88 (o advogado indispensvel administrao da justia) e no art. 1, inciso I, da Lei n 8.906/94 (so atividades

    privativas de advocacia: I a postulao a qualquer rgo do Poder Judicirio).[25]

    1o O Municpio poder propor, incidentalmente ao curso de processo em que sejaparte, a edio, a reviso ou o cancelamento de enunciado de smula vinculante, o queno autoriza a suspenso do processo.

    2o No procedimento de edio, reviso ou cancelamento de enunciado da smulavinculante, o relator poder admitir, por deciso irrecorrvel, a manifestao de terceirosna questo, nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.

    O pargrafo primeiro deste artigo permite que esta questo seja suscitadaincidentemente em qualquer processo que o Municpio figurar como parte, semacarretar a sua suspenso. Esta regra guarda semelhana com aquela prevista no art. 6desta mesma Lei, que se aplica aos demais processos que abordam a mesma discusso,

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    independentemente das partes que estejam litigando. Foi afastada por esta Lei especial,portanto, a aplicao da regra prevista no art. 265, inciso IV do CPC, que estabelece asuspenso do processo quando, para a anlise da pretenso, for necessrio aguardar adeciso a respeito da questo prejudicial suscitada em outros autos.

    J o pargrafo segundo, por seu turno, inteiramente salutar por contribuir paraa democratizao da Jurisdio Constitucional, ao permitir a manifestao de terceiros

    (amicus curiae)[26] com vistas a possibilitar um maior debate e aprofundamento nosassuntos tratados.[27] Com efeito, justamente para se evitar que a CorteConstitucional se torne uma instncia autoritria de poder que se torna necessriofomentar a idia de cidadania constitucional, de modo a possibilitar a formao de umasociedade aberta de intrpretes da Constituio, onde todos teriam o direito departicipar ativamente no processo de revelao e definio da interpretaoconstitucional prevalente.[28] , afinal, justamente o que este dispositivo tenciona.

    Possivelmente o STF ir aplicar a sua jurisprudncia relativa a atuao doamicus curiae nos processos objetivos que realizam o controle concentrado de

    constitucionalidade a este novo procedimento, uma vez que, em ambos, a finalidadedesta interveno exatamente a mesma. E, de resto, as questes ainda no decididastambm podero ser solucionadas de acordo com as consideraes trazidas peladoutrina, de modo que, certamente, no haver dificuldades no enfrentamento dematrias como, por exemplo, a necessidade ou no da pertinncia temtica[29], dentreoutros.

    Art. 4o A smula com efeito vinculante tem eficcia imediata, mas o Supremo TribunalFederal, por deciso de 2/3 (dois teros) dos seus membros, poder restringir os efeitos

    vinculantes ou decidir que s tenha eficcia a partir de outro momento, tendo em vistarazes de segurana jurdica ou de excepcional interesse pblico.

    Este dispositivo legal trata modulao dos efeitos oriundos da smula vinculante,guardando relao com o art. 27 da Lei n 9.868/99. No controle concentrado deconstitucionalidade, da tradio brasileira o dogma da nulidade da Lei inconstitucional,fundada na antiga doutrina americana, segundo a qual the inconstitutional statute is notlaw at all. Desta forma, a declarao de inconstitucionalidade de qualquer ato normativoforosamente deveria ter apenas eficcia ex tunc, pois, do contrrio, se estariareconhecendo que determinada Lei inconstitucional poderia acarretar a suspenso

    provisria ou parcial da CRFB-88. No entanto, este dispositivo acima mencionadopassou a admitir a possibilidade de ser conferido efeito ex nunc declarao deinconstitucionalidade, dependendo, para tanto, de severo juzo de ponderao devalores[30] que, tendo em vista anlise fundada no princpio da proporcionalidade, faaprevalecer a idia de segurana jurdica ou outro princpio constitucionalmente relevantemanifestado sob a forma de interesse social preponderante.[31]

    Enfim, como a smula vinculante aborda interpretao de matria constitucional,nada mais natural do que lhe emprestar o mesmo tratamento reservado no controle

    concentrado de constitucionalidade, em especial diante das conseqncias prticas quedela podem advir.

    Art. 5o Revogada ou modificada a Lei em que se fundou a edio de enunciado desmula vinculante, o Supremo Tribunal Federal, de ofcio ou por provocao, proceder

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    sua reviso ou cancelamento, conforme o caso.

    Este dispositivo legal reafirma a idia de que apenas o Poder Legislativo, noexerccio da funo legiferante, que no ficar adstrito aos termos da smulavinculante, tanto que poder criar nova Lei revogando ou modificando aquela que foiobjeto do verbete sumular. O assunto j foi abordado com maior profundidade quandoda anlise do art. 2 desta mesma Lei.

    Art. 6o A proposta de edio, reviso ou cancelamento de enunciado de smulavinculante no autoriza a suspenso dos processos em que se discuta a mesma questo.

    Este dispositivo tambm j foi abordado quando da anlise do art. 3 pargrafoprimeiro, desta mesma Lei, no sendo merecedor de maiores esclarecimentos.

    Art. 7o Da deciso judicial ou do ato administrativo que contrariar enunciado de smulavinculante, negar-lhe vigncia ou aplic-lo indevidamente caber reclamao aoSupremo Tribunal Federal, sem prejuzo dos recursos ou outros meios admissveis de

    impugnao.

    Este dispositivo legal prev a possibilidade do emprego da reclamao para combatera deciso judicial ou ato administrativo que deixar de aplicar o constante na smulavinculante.

    A reclamao, de acordo com a mais recente jurisprudncia do STF, tem naturezajurdica de ao de ndole constitucional, tanto que, para a sua utilizao, necessriacapacidade postulatria do interessado.[32] O seu procedimento se encontra previstona Lei n 8.038/90 e, tambm, no prprio Regimento Interno do STF (artigos 156/162),

    apenas com a ressalva de que a mesma no somente utilizada quando hdescumprimento de smula vinculante, j que o prprio texto constitucional prev o seucabimento em outras hipteses (v.g. art. 102, inciso I, l).

    Da leitura do presente dispositivo e, tambm, do que consta no art. 103 da CRFB-88,o que se extrai que o manejo da reclamao no inibe o emprego de outros recursosou meios de impugnao, concluso esta que, por sinal, ainda mais fortalecida com oque consta no verbete n 734 da smula do STF, segundo o qual no possvelreclamao contra deciso judicial transitada em julgado. Assim, para ser ajuizada a

    reclamao, parece ser intuitiva a necessidade de interpor, concomitantemente, orecurso pertinente para a impugnao daquela determinada deciso, de modo a evitar aformao da coisa julgada. Em consequncia, caso ocorra esta situao (ajuizamento dereclamao e interposio de recurso ou ao autnoma de impugnaosimultaneamente), certamente estes ltimos sero sobrestados aguardando a deciso daCorte Superior relativa a primeira, de modo a se evitar riscos de decises conflitantes.

    Mas h, ainda, um outro detalhe de extrema importncia no estudo da reclamao. que o acrdo que decidir a pretenso nela deduzida certamente ter que fazer umainterpretao no s do que consta no ato decisrio ou administrativo impugnado mas,

    tambm, do teor da prpria smula vinculante que, em tese, no teria sido respeitada. Areside o risco de o STF, ao decidir uma reclamao, acabar conferindo uma novainterpretao ou mesmo restringir o alcance deste verbete sumular, o que, por bvio,no pode gerar eficcia vinculante aos demais rgos do Poder Judicirio e a

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    Administrao Pblica, por ofensa ao procedimento estabelecido nesta Lei n11.417/06. A situao no exatamente nova se assemelha, por exemplo, ao queocorreu no julgamento da ADC n 4, cuja deciso (que tambm tinha carter vinculante)concluiu pela constitucionalidade da Lei n 9.494/97, que restringia a concesso deantecipao dos efeitos da tutela em face da Fazenda Pblica. que, tantas foram asdecises judiciais que descumpriram este julgado em processos envolvendo matriaprevidenciria que o STF, em data posterior, acabou editando a smula n 729 (de

    carter meramente persuasivo), dispondo que os efeitos decorrentes do julgamentoproferido na ADC n 4 no seriam aplicveis nos processos que envolviam este mesmotipo de matria.

    Desta forma, pode-se concluir que, caso seja necessrio complementar ou mesmorestringir o que consta em um verbete de smula vinculante, o procedimento adequadopara tanto a criao de uma nova smula ou mesmo a reviso do enunciadoproblemtico nos moldes preconizados por esta Lei n 11.417/06, uma vez que, comovisto, a deciso proferida em sede de reclamao no ostenta eficcia vinculante aosdemais rgos do Poder Judicirio e a Administrao Pblica em geral.

    1o Contra omisso ou ato da administrao pblica, o uso da reclamao s seradmitido aps esgotamento das vias administrativas.

    2o Ao julgar procedente a reclamao, o Supremo Tribunal Federal anular o atoadministrativo ou cassar a deciso judicial impugnada, determinando que outra sejaproferida com ou sem aplicao da smula, conforme o caso.

    O pargrafo primeiro exige que haja o prvio esgotamento das vias

    administrativas como condio da utilizao da reclamao para impugnar o atoadministrativo. Este dispositivo, que em muito se assemelha a diversos outros (v.g. art.5, inciso I, Lei n 1.533/51 e art. 625-D, CLT), certamente ter a suaconstitucionalidade questionada, sob o argumento de violar o princpio dainafastabilidade (art. 5, inciso XXXV, CRFB-88), por condicionar o exerccio dodireito de ao ao prvio esgotamento das instncias revisoras administrativas. Noentanto, a razo de ser do dispositivo evitar sobrecarregar excessivamente o STF nojulgamento destas reclamaes ainda passveis de recursos administrativos, que bempoderiam anular ou cassar tais atos independentemente da atuao do Pretrio Excelso.Parece, portanto, que, em termos prticos, absolutamente salutar a restrio contida

    neste dispositivo legal, at porque a mesma no est impedindo o regular acesso aoJudicirio mas, quando muito, apenas postergando este momento para o futuro.

    Art. 8o O art. 56 da Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, passa a vigorar acrescidodo seguinte 3o:

    Art. 56. .

    .

    3o Se o recorrente alegar que a deciso administrativa contraria enunciado da smulavinculante, caber autoridade prolatora da deciso impugnada, se no a reconsiderar,explicitar, antes de encaminhar o recurso autoridade superior, as razes daaplicabilidade ou inaplicabilidade da smula, conforme o caso. (NR)

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    Art. 9o A Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, passa a vigorar acrescida dosseguintes arts. 64-A e 64-B:

    Art. 64-A. Se o recorrente alegar violao de enunciado da smula vinculante, orgo competente para decidir o recurso explicitar as razes da aplicabilidade ouinaplicabilidade da smula, conforme o caso.

    Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamao fundada emviolao de enunciado da smula vinculante, dar-se- cincia autoridade prolatora eao rgo competente para o julgamento do recurso, que devero adequar as futurasdecises administrativas em casos semelhantes, sob pena de responsabilizao pessoalnas esferas cvel, administrativa e penal.

    Estes dispositivos legais apenas disciplinam providncias que devem seradotadas no curso de procedimento administrativo instaurado no mbito daAdministrao Pblica Federal (da as suas abordagens em conjunto), tanto pelaautoridade que inicialmente proferiu a deciso como, tambm, pelo prprio rgo

    revisor deste recurso, no sugerindo muitas indagaes de natureza processual.[33]

    Art. 10. O procedimento de edio, reviso ou cancelamento de enunciado de smulacom efeito vinculante obedecer, subsidiariamente, ao disposto no Regimento Internodo Supremo Tribunal Federal.

    Este dispositivo somente determina a aplicao subsidiria do RegimentoInterno do STF para eventuais questes surgidas no decorrer do procedimento deedio, reviso ou cancelamento da smula vinculante.

    Art. 11. Esta Lei entra em vigor 3 (trs) meses aps a sua publicao.

    Por fim, o ltimo artigo apenas fixa em 3 (trs) meses o prazo de vacatio legispara que entre em vigor a Lei n 11.417/06.

    IV. Concluso.

    Aps todas estas consideraes, o que se constata que a inteno do legislador foi ade criar um mecanismo que pudesse melhorar a prestao jurisdicional, tanto sob oprisma da eficincia quanto da segurana jurdica (ao buscar assegurar o tratamento

    isonmico em situaes semelhantes). No entanto, esta tentativa, embora louvvel,certamente no alcanara os resultados pretendidos, pois um Estado extremamenteheterogneo como o brasileiro, que vem atravessando grandes transformaeseconmicas, sociais e culturais, no pode, simplesmente, absorver to rapidamente umsistema estrangeiro inteiramente diverso sem deixar seqelas e sem a devida preparaodos aplicadores do Direito. Pelo contrrio, latente, at por fora do que consta no art.1 da CRFB-88 (de onde se extrai o princpio do Rule of Law), que o sistema da CivilLaw continuar a ser o adotado por estas plagas, apenas com a substituio dofetichismo da Lei escrita pelo fetichismo da smula.

    Em consequncia, se estes foram os objetivos efetivamente pretendidos pelo legislador,a adoo da smula vinculante se constituir, quando muito, em mero paliativo enquantose aguardam reformas mais profundas, que devero focar os pontos mais nefrlgicos dacincia processual, em especial a viglia na tica dos participantes, a restrio ao direito

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    de recorrer em algumas hipteses[34] e melhorias ainda mais amplas na efetivao dasdecises judiciais, sob pena de agravamento deste quadro nocivo que desprestigia nos a imagem das instituies pblicas em geral, mas, tambm, que desrespeita o prpriojurisdicionado.

    V. Bibliografia.

    AZEVEDO, Plauto Faraco de. Mtodo e hermenutica material no direito. PortoAlegre: Livraria do Advogado, 1999.

    BARROSO, Lus Roberto. Conceitos e fundamentos sobre o controle deconstitucionalidade e a jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal in O Controle deConstitucionalidade e a Lei n 9.868, Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2001.

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    BERCH, Michael A.; BERCH, Rebecca White; SPRITZER, Ralph S. Introduction tolegal method and process. St Paul: West Publishing Co., 2 Ed., 1992.

    BINENBOJM, Gustavo. A Nova Jurisdio Constitucional BrasiLeira LegitimidadeDemocrtica e Instrumentos de Realizao. Rio de Janeiro: Renovar, 2001.

    BUENO FILHO, Edgard Silveira. Amicus Curiae: A Democratizao do Debate nosProcessos de Constrole da Constitucionalidade in Revista da Associao dos JuzesFederais do Brasil n 70.

    CAMARGO, Margarida Maria Lacombe. Hermenutica e argumentao, umacontribuio ao estudo do Direito. 2 Ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2001.

    DIDIER JNIOR, Fredie. CUNHA, Leonardo Jos Carneiro da. Curso de direitoprocessual civil 3. Salvador: Editora Podium. 3 Ed. 2007.

    GOMES, Luiz Flvio. Smulas vinculantes. Disponvel em .

    HABERLE, Peter. Hermenutica constitucional. A sociedade aberta dos intrpretes da

    Constituio: Contribuio para a Interpretao Pluralista e Procedimental daConstituio. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 1997.

    MACIEL, Adhemar Ferreira. Amicus Curiae: um instituto democrtico in Revista daAssociao dos Juzes Federais do Brasil n 70.

    MANCUSO, Rodolfo de Camargo. Divergncia jurisprudencial e smula vinculante. 1Ed. So Paulo: RT, 1999.

    MARINONI, Luiz Guilherme. Aes repetitivas e julgamento liminar. Disponvel em

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    MORAES, Guilherme Pea de. Direito constitucional, teoria da Constituio. 2 Ed. Riode Janeiro: Lumen Juris.

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    MUSCARI, Marco Antnio. Smula vinculante. 1 Ed. Coimbra: Coimbra Editora,1993.

    PRUDENTE, Antnio de Souza. A smula vinculante e a tutela do controle difuso de

    constitucionalidade. Revista CEJ, Braslia, n 31, p. 53, edio de outubro/dezembro de2005.

    SLAIBI FILHO, Nagib. Sentena Cvel. 5 Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2000.

    STRECK, Lnio Luiz. Smulas no Direito brasiLeiro. Eficcia, poder e funo. 2 Ed.Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1998.

    __________. As smulas vinculantes e o controle panptico da Justia BrasiLeira.Disponvel em .

    TARANTO, Caio Mrcio Guterres. Efeito vinculante decorrente de recursoextraordinrio: estudo do RE n 418.918-6/RJ e da medida cautelar n 272-9 inRevista da Seo Judiciria do Rio de Janeiro, n 17, agosto de 2006.

    TUCCI, Jos Roberto Cruz e. Precedente judicial como fonte de direito. So Paulo:RT, 1 Ed, 2004.

    [1] Esta possibilidade j era permitida no art. 896, alnea a, da CLT, que determina que possvel interpor recurso de revista quando a deciso proferida pelo TRT derinterpretao a Lei federal diversa daquela constante em smula do TST. Alm disso,tambm o art. 43 da LC n 73/93 trata da edio de smula de carter vinculante nombito da Advocacia Geral da Unio, cujo descumprimento proibido pelo art. 28,inciso II desta mesma Lei.

    [2] MORAES, Guilherme Pea de. Direito constitucional, teoria do Estado. 1 Ed. Riode Janeiro: Lumen Juris, 2006, p. 180.

    [3] TUCCI, Jos Roberto Cruz e. Precedente judicial como fonte de direito. So Paulo:RT, 1 Ed, 2004, p. 198.

    [4] COUTURE, Eduardo apud SLAIBI FILHO, Nagib. Sentena Cvel. 5 Ed. Rio deJaneiro: Forense, 2000, p. 447.

    [5] AZEVEDO, Plauto Faraco de. Mtodo e hermenutica material no direito. PortoAlegre: Livraria do Advogado, 1999, pp. 72-73: a ordem jurdica sem lacunas ouantinomias inveno doutrinria a ordem jurdica, por traduzir contradies dasociedade que tutela, tambm contraditria e relativamente assistemtica, embora

    busque a mxima sistematizao.

    [6] BARROSO, Lus Roberto. Fundamentos tericos e filosficos do novo direitoconstitucional brasiLeiro in Revista da Escola da Magistratura do Estado do Rio de

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    Janeiro, v. 4, n 15, 2001, p. 29.

    [7] TUCCI, Jos Roberto Cruz e. Precedente judicial como fonte de direito. So Paulo:RT, 1 Ed, 2004, pp. 17-18, esclarece que no h uma regra clara de como omagistrado deve se pautar na escolha do precedente que pretende utilizar. Para estedoutrinador, trata-se de uma questo insolvel j que: pode ele tambm atribuir maisimportncia a decises recentes de qualquer tribunal, e no s antigas, bem como

    favorecer as decises tomadas por juzes famosos, e no por juzes medocres.

    [8] MANCUSO, Rodolfo de Camargo. Divergncia jurisprudencial e smula vinculante.1 Ed. So Paulo: RT, 1999, p. 297.

    [9] STRECK, Lnio Luiz. Smulas no Direito brasiLeiro. Eficcia, poder e funo. 2Ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1998, p. 145, esclarece que uma decisojudicial precisa estar de acordo com o texto normativo para ser vlida. No entanto,observa que, no Brasil, basta que esta deciso esteja pautada em smula para legitim-la. Assim, segundo este doutrinador: as smulas so, desse modo, uma metacondio

    de programao e reprogramao de sentido do sistema jurdico. Contudo, so,tambm, condio de fechamento do sistema. Trata-se de um paradoxo, na perspectivaluhmaniana, que resolvido pela unidade que lhe d a posio mpar dos tribunaissuperiores ao editar Smulas para poder auto-reproduzir o sistema.

    [10] TARANTO, Caio Mrcio Guterres. Efeito vinculante decorrente de recursoextraordinrio: estudo do RE n 418.918-6/RJ e da medida cautelar n 272-9 inRevista da Seo Judiciria do Rio de Janeiro, n 17, agosto de 2006, p. 27.

    [11] MARINONI, Luiz Guilherme. Aes repetitivas e julgamento liminar. Disponvelem . Consulta em 22 de maro de 2007, s15:43 hrs: a afirmao da prerrogativa de o juiz decidir de forma diferente doentendimento fixado pelos tribunais superiores, longe de ser algo que tenha a ver com aconscincia do magistrado, constitui um ato de falta de compromisso com o PoderJudicirio, que deve estar preocupado, dentro do seu sistema de produo de decises,com a efetividade e a tempestividade da distribuio da justia. E no s um ato de faltade compromisso com o Judicirio, mas tambm um ato que atenta contra a cidadania,pois desconsidera o direito constitucional razovel durao do processo.

    [12] BERCH, Michael A.; BERCH, Rebecca White; SPRITZER, Ralph S.Introduction to legal method and process. St Paul: West Publishing Co., 2 Ed., 1992,pp. 35-36: The commow law system is derived from judicial decisions. In our system,a judge faced with a controversy first determines the facts of the case once the factshave been determined, the trial judge must decide what the law is or, if no law exist,what it should be. To determine the law, a judge will look to see whether the courts inthe jurisdiction have resolved a smilar controversy. If so, the judge may be bound by thedoctrine of stare decisis, to follow the precedent. If the facts og the case differ, the courtmust be determine whether it should follow the rule announced in the earlier case. If so, it

    will extend the precedent.[13] STRECK, Lnio Luiz. As smulas vinculantes e o controle panptico da JustiaBrasiLeira. Disponvel em . Acesso em 11 de abril de 2007, s08:42 hrs. Alm disso, este mesmo doutrinador sustenta, de forma absolutamente

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    acertada, que: no Direito norte-americano, as decises no so proferidas para quepossam servir de precedentes no futuro, mas antes, so emanadas para solver asdisputas entre os litigantes de um determinado processo.

    [14] Idntica situao, por sinal, tambm se encontra no art. 14, pargrafos 6 e 9 daLei n 10.259/01, relativa aos processos que tramitam no Juizado Especial Federal.

    [15] que seria uma total incoerncia o tribunal inferior ou mesmo a turma recursalinicialmente vislumbrar identidade de matrias a todos os recursos (o que motivaria aaplicao do art. 543-B, CPC e do art. 14 da Lei n 10.259/01) e, logo aps ojulgamento proferido pelo tribunal superior, neg-la ou se recusar a aplicar os mesmosfundamentos empregados pelo STF ou pelo STJ, a quem competem o julgamento finalda interpretao da Constituio ou da Lei Federal. Estas hipteses retratam, semdvidas, tentativa de conferir eficcia vinculante s que apenas a um nico precedentejudicial.

    [16] GOMES, Luiz Flvio. Smulas vinculantes. Disponvel em . Consulta em 19 de maro de 2007, s 17:42 hrs.

    [17] Deve constar que resqucios da smula impeditiva de recursos j eram encontradosem diversos diplomas legais como, por exemplo, o art. 38, da Lei n 8.038/90 etambm no art. 557 do CPC. Este ltimo, por sinal, extremamente mais genrico queos demais, j que sequer estabelece de qual tribunal deve ser a procedncia destesenunciados.

    [18] Para respeitvel doutrina, a atividade de criao desta smula vinculante deixou deser decorrente apenas do exerccio da funo jurisdicional para se assemelhar, emgrande parte, a uma atividade legislativa, o que gerou a origem de um tertium genus,intermedirio entre o abstrato dos atos legislativos e o concreto dos atos jurisdicionais,conforme se observa na leitura de MUSCARI, Marco Antnio. Smula vinculante. 1Ed. Coimbra: Coimbra Editora, 1993, p. 73. Em sentido contrrio, h aqueles queentendem que a atividade do STF mais se assemelha a uma funo legislativa, comoSTRECK, Lnio Luiz. As smulas vinculantes e o controle panptico da JustiaBrasiLeira. Disponvel em . Acesso em 11 de abril de 2007, s08:42 hrs: ningum ignora que at no sistema em vigor ao editarem uma smula, oSTF ou STJ passam a ter o poder maior que o Poder Legislativo. Com o poder

    constitucional de vincular o efeito das smulas e at mesmo das decises de mrito doSupremo Tribunal Federal, o Poder Judicirio, por suas cpulas, passar a legislar, oque, evidncia, quebrar a harmonia e a independncia que deve haver entre osPoderes da Repblica.

    [19] PRUDENTE, Antnio de Souza. A smula vinculante e a tutela do controle difusode constitucionalidade. Revista CEJ, Braslia, n 31, p. 53, edio de outubro/dezembrode 2005. No mesmo sentido: MARINONI, Luiz Guilherme. Aes repetitivas ejulgamento liminar. Disponvel em . Consulta em

    22 de maro de 2007, s 15:43 hrs.[20] BRASIL, Supremo Tribunal Federal. Recurso extraordinrio n 311.487-SP,Relator Ministro Moreira Alves. Publicado em 18/09/2001 no DJ: No cabe recursoextraordinrio contra deciso proferida no processamento de precatrios j que esta

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    tem natureza administrativa e no jurisdicional, inexistindo, assim, causa decidida emltima ou nica instncia por rgo do Poder Judicirio no exerccio de funojurisdicional..

    [21] Embora os particulares no estejam impedidos de propor demandas ou derecorrem sustentado teses contrrias ao verbete sumular, certo , a princpio, que osmagistrados no podero decidir contra estes mesmos precedentes.

    [22] TUCCI, Jos Roberto Cruz e. Precedente judicial como fonte de direito. SoPaulo: RT, 1 Ed, 2004, pp. 16.

    [23] O inciso XI, deste art. 3, at mesmo refora a concluso de que esteprocedimento no decorre da prtica de atos jurisdicionais, pois, do contrrio,estaramos diante da inusitada situao do Poder Judicirio provocar a si prprio paradirimir esta matria.

    [24] BRASIL, Supremo Tribunal Federal. Ao direta de inconstitucionalidade n

    2.482-MG, Relator Ministro oreira Alves. Publicado em 02/10/2002 no DJ: Por faltade pertinncia temtica entre a matria disciplinada nos dispositivos impugnados e osobjetivos institucionais especficos da Confederao autora, o Tribunal no conheceu deao direta ajuizada pela Confederao Nacional das Profisses Liberais CNPLcontra o Provimento 55/2001 que, revogando o despacho normativo que afastara aexigncia de aposentadoria compulsria dos notrios e registradores ao implemento de70 anos de idade, determina que os juzes diretos do foro das comarcas do Estado deMinas Gerais exeram rigorosa fiscalizao do implemento de 70 anos pelos oficiais deregistro e tabelies, bem como expeam ato de declarao de vacncia do servio

    notarial ou de registro, designando o substituto mais antigo para responder peloexpediente do respectivo servio. Precedente citado: ADI 1.792-DF.

    [25] MORAES, Guilherme Pea de. Direito constitucional, teoria da Constituio. 2Ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, p. 227, relembra que, nos processos objetivos em quese realiza o controle concentrado de constitucionalidade, esta capacidade postulatria dispensada para os seguintes legitimados ativos: Presidente da Repblica, das Mesas doSenado Federal, da Cmara dos Deputados, das Assemblias Legislativas e da CmaraLegislativa, dos Governadores de Estado e do Distrito Federal, do Procurador-Geral daRepblica e do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.

    [26] bastante divergente a natureza jurdica da atuao do amicus curiae no processo.BARROSO, Lus Roberto. Conceitos e fundamentos sobre o controle deconstitucionalidade e a jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal in O Controle deConstitucionalidade e a Lei n 9.868, Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2001, p. 256 eBINENBOJM, Gustavo. A Nova Jurisdio Constitucional BrasiLeira LegitimidadeDemocrtica e Instrumentos de Realizao. Rio de Janeiro: Renovar, 2001, p. 155,enxergam, na atuao do amicus curiae, uma espcie de assistncia qualificada. Emsentido contrrio, MACIEL, Adhemar Ferreira. Amicus Curiae: um instituto

    democrtico in Revista da Associao dos Juzes Federais do Brasil n 70, p. 63:esse instituto amicus curiae, por sua informalidade e peculiaridades, no guardasemelhana com a nossa interveno de terceiros, que se desdobra em diversosinstitutos processuais (CPC, arts. 56/80).

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    [27] Esta possibilidade j era permitida nos processos objetivos em que se realiza ocontrole concentrado de constitucionalidade, conforme se observa no art. 7, pargrafo2 da Lei n 9.868/99.

    [28] HABERLE, Peter. Hermenutica constitucional. A sociedade aberta dosintrpretes da Constituio: Contribuio para a Interpretao Pluralista eProcedimental da Constituio. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 1997, pp. 14-

    15.

    [29] BUENO FILHO, Edgard Silveira. Amicus Curiae: A Democratizao do Debatenos Processos de Constrole da Constitucionalidade in Revista da Associao dosJuzes Federais do Brasil n 70, p. 137, entende, por exemplo, que este requisito deveestar presente.

    [30] CAMARGO, Margarida Maria Lacombe. Hermenutica e argumentao, umacontribuio ao estudo do Direito. 2 Ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2001, p. 270,ressalva a importncia da teoria da argumentao na fixao destes valores, ao

    mencionar em sua obra, de forma absolutamente correta, que este ajuste de valores[...] depende de uma instncia argumentativa que tem sido negligenciada.

    [31] BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Agravo de instrumento n 582.280-RJ.Relator Ministro Celso de Mello. Publicao no DJ em 23/02/2007.

    [32] BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Reclamao n 4.987-PE. Publicado no DJem 13/03/2007. Relator Ministro Gilmar Mendes. Neste julgado, constou ainda que: atendncia hodierna, portanto, de que a reclamao assuma cada vez mais o papel deao constitucional voltada proteo da ordem constitucional como um todo. Osvrios bices aceitao da reclamao em sede de controle concentrado j foramsuperados, estando agora o Supremo Tribunal Federal em condies de ampliar o usodesse importante e singular instrumento da jurisdio constitucional brasiLeira. Tambmpartilham deste mesmo entendimento

    DIDIER JNIOR, Fredie. CUNHA, Leonardo Jos Carneiro da. Curso de direitoprocessual civil 3. Salvador: Editora Podium. 3 Ed. 2007, p. 375, acrescentando que,nesta via processual, at mesmo possvel a concesso de tutelas de urgncia eformao de coisa julgada material nas decises proferidas em cognio exauriente.

    [33] DIDIER JNIOR, Fredie. CUNHA, Leonardo Jos Carneiro da. Curso de direitoprocessual civil 3. Salvador: Editora Podium. 3 Ed. 2007, p. 387, ao comentarem estesdispositivos, chegam a mencionar que: as regras so bem interessantes. razovelentender, inclusive, que essas exigncias dispensam as informaes no procedimento dareclamao, providncia prevista no art. 14 da Lei Federal n 8.038/1990, e que, nocaso da reclamao contra ato administrativo que desrespeitou enunciado da smulavinculante, parece ter sido imposta como conduta extrajudicial obrigatria administrao pblica.

    [34] O art. 3, pargrafo 2 desta Lei segue esta tendncia, ao impedir a interposio derecurso para impugnar a deciso que autorizou o ingresso do amicus curiae noprocedimento para adoo, reviso ou cancelamento da smula vinculante.

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    Escrito por: estadodedireitoem 1 de fevereiro de 2011

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