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A Suprema Corte do Reino Unido - AMB Amelia Andrade Alecrim... · 2016-11-16 · A criação da Suprema Corte do Reino Unido marcou notadamente a separação entre os ... profissionalismo,

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Page 1: A Suprema Corte do Reino Unido - AMB Amelia Andrade Alecrim... · 2016-11-16 · A criação da Suprema Corte do Reino Unido marcou notadamente a separação entre os ... profissionalismo,

A Suprema Corte do Reino Unido

Ana Amélia Andrade Alecrim Câmara*

O Reino Unido é uma monarquia constitucional, composta pela Inglaterra, País de Gales, Irlanda do Norte, Escócia e territórios ultramarinos britânicos, onde convivem harmonicamente os Poderes Judiciário, Executivo e Legislativo, exercendo seus papéis distintos e relevantes.

No que diz respeito à organização do Estado, uma das instituições mais tradicionais que o Reino Unido possui é a Câmara dos Lordes, que era a mais alta corte de recurso do Reino Unido, cujos juízes eram nomeados pela rainha.

Por disposição da Reforma Constitucional de 2005, o Comitê de Apelações da Câmara dos Lordes deixou oficialmente de funcionar em setembro de 2009. Em ato contínuo, o mesmo Ato de Reforma Constitucional criou a Suprema Corte do Reino Unido, com sede em Londres.

A criação da Suprema Corte do Reino Unido marcou notadamente a separação entre os poderes e foi concebida para aumentar a transparência do processo judicial, clarificando, portanto, suas funções, em nítida homenagem ao princípio da separação dos poderes.

O Supremo Tribunal ocupa a posição constitucional como o ápice do Poder Judiciário e, consequentemente, é a última instância de recurso para todos os casos civis de todas as partes do Reino Unido e casos criminais da Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte. Todavia, às vezes surge uma questão devoluta na Escócia, onde verifica-se se o Poder Executivo agiu de modo compatível com os Direitos Humanos no decurso de um processo criminal. O Tribunal aprecia, ainda, assuntos que levantam questões de importância constitucional relativamente ao exercício das administrações descentralizadas e dos territórios ultramarinos britânicos.1

Não existe o direito automático de recurso à Suprema Corte do Reino Unido, sendo o recurso apresentado para instância inferior nos casos em que haja um nível de incerteza sobre a aplicação da lei e aos precedentes que os tribunais de instância inferior devem seguir no futuro. Uma vez recebido o recurso, marca-se a sessão para julgamento, podendo as partes, em homenagem ao princípio da cooperação, sugerir, consensualmente, quanto tempo levará o julgamento.

A Suprema Corte, composta por 12 juízes originais do Comitê Judicial da Casa dos Lordes, tem como missão assegurar o cumprimento justo e efetivo das regras de Direito e Administração da Justiça. Quanto aos valores, elegem a imparcialidade, transparência, profissionalismo, responsabilidade, eficiência, acessibilidade e influência. Como objetivos estratégicos destacam-se: a independência dos juízes, de modo a protegê-los de pressões externas e capacitá-los para desenvolvimento das funções; manter e aumentar a confiança na administração da Justiça e executar uma administração eficiente.

Esta visão panorâmica da Suprema Corte denota que, como órgão de cúpula, o Poder Judiciário desempenha papel relevante na interpretação e desenvolvimento das leis, tomando decisões que são relevantes para as vidas dos integrantes do Reino Unido e colônias inglesas, moldando a sociedade em que vivem.

* Juíza de Direito no Estado da Paraíba e especialista em Gestão Jurisdicional e Processo Civil.

1 http://www.supremecourt.gov.uk, acessado em 27 e 28 de junho de 2016.