A Teoria Psicodinamica de Freud

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A Teoria Psicodinamica de Freud

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A Teoria Psicodinmica de Freud

A Teoria Psicodinmica de Freud

No poderamos iniciar nenhum estudo sobre as teorias psicolgicas que do suporte s abordagens em educao sem aprender um pouco com o grande mestre de Viena, Sigmund Freud, atravs de quem a psicologia moderna, envolvendo todas as suas aplicaes, comeou.

Antes da considerao dos aspectos da teoria psicanaltica relacionados com a educao, fazse necessria uma rpida reviso de como se estrutura e como funciona a pessoa humana, segundo este enfoque. Toda a teoria desenvolvida por Freud parte da concepo de um modelo do aparelho psquico e de como este se estrutura.

O que existe no incio o ID, abrangendo a totalidade do aparelho psquico, compreendendo as representaes psquicas dos impulsos inatos e regidos pelo princpio do prazer.Depois, por volta dos primeiros seis a oito meses de vida, com a diferenciao mais especializada, atravs das relaes interhumanas e, ainda, a cultura, a ordem social e a institucionalizao destas duas ltimas, desenvolvese o EGO, regido pelo princpio da realidade. Este surge, portanto, da incapacidade do ID, e funciona como mediador, integrando as exigncias conflituosas do ID, superego e ambiente. , em suma, a sede da conscincia. Para que haja esse desenvolvimento necessrio um substrato biolgico, que se desenvolve paralelamente atravs do sistema nervoso que se especializa, levando o indivduo a interagir para poder diferenciar. O EGO surgiria, ento, como um produto da especializao do ID, desenvolvendose medida que dele se diferencia.

Esta diferenciao vai ocorrendo atravs da aquisio do controle motor, da percepo sensorial, da memria, dos sentimentos, pensamentos etc.. O Ego se constitui, em suma, na sede da conscincia. Notadamente de grande importncia para a diferenciao do EGO o contato do indivduo com seu corpo e o processo de identificao.

Um dos indicadores de quando o EGO comea a se diferenciar do ID so os chamados "GESTALT SIGNAIS": o primeiro o sorriso da criana com a presena da me. A me o primeiro objeto que a integra; o segundo a chamada "angstia dos oito meses", quando a criana se assusta com a aproximao de estranhos. Podemos verificar a uma maior especificao psicolgica, com o surgimento dos objetos ameaadores.

Desta forma, o EGO teria como funes principais:

1. Mediar as relaes entre o ID e o SUPEREGO.

2. Mediar as relaes entre o indivduo e o ambiente.

3. Estruturar os mecanismos de defesa (o Ego a estrutura recalcante)

4. Estruturao do raciocnio, memria etc.

5. Estruturao da linguagem verbal e pr-verbal.

6. Estruturao da motricidade.

7. Ordenao do espao de vida.

8. Regulao dos impulsos do ID.

9. regido pelo princpio da realidade e utiliza processos secundrios.

Por fim, estruturase o SUPEREGO, constitudo para vigiar o EGO, e estabelecer seus limites, opondo-se a todos os impulsos do ID, com base na realidade e proibio.

O aparelho psquico ficaria ento estruturado desta forma:

Modelo Estrutural do Aparelho Psquico

ID Compreende as representaes psquicas dos impulsos. Imediatista e regido pelo princpio do prazer.

EGO Consiste naquelas funes ligadas s relaes do indivduo com seu ambiente. Regido pelo princpio da realidade.

SUPEREGO Abrange os preceitos morais de nossas mentes, bem como nossas aspiraes ideais.

Quanto questo do desenvolvimento, Freud considera que este acontece a partir da organizao da LIBIDO, definida como uma energia vital, de cunho sexual. O desenvolvimento do indivduo estaria ento diretamente ligado ao desenvolvimento sexual. A partir desta premissa, verificou que este desenvolvimento ocorreria nas fases abaixo descritas, sobre as quais teceremos alguns comentrios superficiais:

FASE ORAL (1 ano de vida) A libido est centrada na parte superior do trato digestivo. A energia est, fundamentalmente, disposio do impulso de autopreservao, especialmente ligada necessidade de alimentarse.

FASE ANAL (2 e 3 anos de vida) A energia libidinosa concentrase na atividade anal e reforada pelas exigncias dos pais quanto ao controle dos esfncteres.

FASE FLICA (4 e 5 anos de vida) O interesse libidinoso dirigese para os rgos genitais, iniciandose a masturbao infantil. tambm nesta fase que ocorre o complexo de dipo.

PERODO DE LATNCIA Aparentemente os impulsos do ID so relegados a 2 plano em funo do desenvolvimento intelectual. Este perodo mantmse at eclodir a puberdade, quando se inicia a adolescncia. A, os impulsos sexuais voltam ao, agora reforados pelo desenvolvimento dos rgos genitais.

Neste ponto, podemos ressaltar algumas concepes psicanalticas que influram nas teorias da aprendizagem.

Uma primeira questo a considerar so suas descobertas acerca da ansiedade como elemento que interfere diretamente sobre a aprendizagem, podendo funcionar como elemento inibitrio. Esta ansiedade pode se configurar como medo resultante de uma situao externa real (ansiedade objetiva), de uma situao real, porm com uma exacerbao da reao (ansiedade neurtica), ou da percepo de perigo vindo da conscincia, i.., do Superego. Em ambos os casos a ansiedade mobiliza o sujeito no sentido de estruturar defesas, impedindo-o, portanto, de se dedicar ao processo de aprendizagem.

Outro ponto foi a descoberta de que os lapsos de memria poderiam estar ligados represso, resultantes geralmente de frustrao ou de situaes muito dolorosas para o indivduo. Desta forma, contextos de aprendizagem com contedos ameaadores tendem a ser "expulsos" da conscincia, resultando em dificuldades de aprendizagem.

Um aspecto ainda importante aquele que diz respeito fixao e regresso, quando o indivduo se fixa em uma determinada fase do desenvolvimento ou regride a uma fase anterior, ocorrendo assim bloqueios e dificuldades na aprendizagem.

Por fim, podemos assinalar a relao estabelecida entre a frustrao e a agresso, em que, diante da impossibilidade do atendimento de seus objetivos o indivduo tende para a agresso contra o elemento causador da frustrao (um contedo a ser aprendido ou um professor, por exemplo), ou seu deslocamento para outro objeto quando este for desconhecido ou inacessvel como objeto de ataque.

No entanto, talvez o aspecto a ser mais fortemente considerado no contexto da aprendizagem formal o da transferncia. Em se constituindo o professor em figura de autoridade, o aluno transfere para ele os processos e relaes que mantm com suas figuras parentais. Ao mesmo tempo em que precisa funcionar como espao de integrao e redefinio destes processos e complexos, cabe-lhe a funo de executar a tarefa da educao formal propriamente dita. As implicaes decorrentes da so extremamente complexas, no que sero objetos de um texto especfico._874902684.doc