A Terapia Do Bem Livro

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    Fundao Biblioteca Nacional

    Ministrio da Cultura - Escritrio de Direitos AutoraisCopyright 2010 by

    Raul de Moraes Breves Sobrinho

    Todos os direitos reservados

    Edio pessoal do autor

    Ttulo original da obra:

    Terapia do Bem - A misso dos cristais radinicosNmero do registro:

    483.285 - livro 912 - folha 228

    Capa e projeto grfico:

    Everton Luiz

    Reviso do texto:

    Enelise Arnold

    Impresso:

    Edelbra Grfica

    Holista um projeto Editorial da

    Galeria Marketing e Design

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    A vida arte do encontro emborahaja tanto desencontro pela vida...

    (Vinicius de Moraes)

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    Esfora-te!De nada valem tuas lamentaes.

    A ao atrai ao.A inrcia atrai inrcia.

    O medo atrai o medo.A coragem atrai a fora.

    A vida sorri para quem sorri.A lei de ao e reao atua em tudo.

    Ns somos os donos de nossos pensamentos.E temos o dever de aprender a control-los...

    Depende de ti!

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    PREFCIO

    H uns dez anos atrs, convidei Raul Breves para ministrar aulas no CEATA. Eraum engenheiro eletrnico que resolveu pesquisar a Acupuntura depois de ver asmedies Ryodoraku, obtidas com seu instrumento Acuspointer, e estava aindameio ctico em relao s tcnicas diagnsticas no eletrnicas.

    Gradativamente, ele foi introduzindo nos mtodos de Akabane e EAV, efinalmente no mundo da Radiestesia e Radinica. Nesse universo novo superou-se de vez, quando comeou a acreditar cada vez mais na intuio e criou

    equipamentos avanados de Radinica, com os quais desenvolveu os CristaisRadinicos!

    A respeito do Raul, posso dizer que ele um bom profissional! tambm umgrande filsofo, um excelente amigo, uma pessoa humilde, um pesquisadordedicado e incansvel!

    o escritor mais prolfero entre os acupunturistas, tendo lanados os seguinteslivros: CQSabe (1988), Sade Global (1994), Acupuntura Tradicional Chinesa(1999) e Acupuntura Tradicional Via Radinica (2007). Percebe-se neles que Raul

    sempre valorizou a filosofia e a sade integral. Ele no fica restrito apenas a citaresquemas de tratamento em Acupuntura.

    Sinto-me muito honrado de escrever as frases iniciais deste livro. Os CristaisRadinicos constituem o instrumento mais eficiente e rpido para desativar(neutralizar, diluir... ou algum outro termo) traumas psquicos. Por isso, consideroos Cristais Radinicos o lanamento mais importante em Acupuntura no mundonesta primeira dcada do 3. Milnio! Onde, com certeza, o esprito e a mentetero sua importncia reconhecida acima da alta tecnologia, e o homem ir

    buscar e batalhar pelo seu reequilbrio com a Natureza, o Planeta e o Universo,objetivos da Era de Aquarius.

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    Vou citar alguns trechos do Huang Di Nei Jing (Tratado de Medicina Interna doImperador Amarelo), compilado entre 300 a 500 a.C., que tem muito a ver comeste livro:

    Imperador Amarelo: Como se diferenciam os terapeutas?

    Conselheiro Qibo: O pequeno terapeuta no sabe diagnosticar, s comea a tratarquando a doena j se desenvolveu e a destruio se estabeleceu. um ignorante eincompetente. O grande terapeuta valoriza os primeiros sintomas, diagnostica logoa desarmonia, previne a doena e afasta a destruio. um curador de categoriasuperior.

    Imperador Amarelo: Como aumentar os efeitos das agulhas e moxas, desejo ouvirmais a respeito!

    Conselheiro Qibo: A fim de tornar as agulhas e moxas mais eficientes, deve-securar primeiro o esprito. Em seguida, avaliar os pulsos dos cinco rgos, palparas vrias regies do corpo e definir a desarmonia. Ento, pode-se aplicar asagulhas e moxas.

    Neste livro, escrito num texto fluido e agradvel, acompanhando o estilo emdilogo do Huang Di Nei Jing, fcil de se compreender por qualquer leitor..

    Raul no vai descrever apenas tecnicamente o uso dos Cristais Radinicos em

    pontos de Acupuntura, mas tambm sua conexo com a mente e o esprito.Ensina noes bsicas da Filosofia Oriental, e tambm alguns exercciosteraputicos importantes para ganhar sade e equilbrio, como o Exerccio doSorriso Interior e a Postura da rvore. Todas estas tcnicas eficientes, simples,prticas, e econmicas, pesquisadas por ele, esto agrupadas como A Terapia doBem.

    Raul est oferecendo-a no somente para acupunturistas, mas principalmentepara todas as pessoas do bem!

    *Dr. Wu Tou Kwang

    *Fundador do Centro de Estudos de Acupuntura e Terapias Alternativas (CEATA) em 1981.

    Escola pioneira na introduo, divulgao ou popularizao das tcnicas: Acupuntura,

    Auriculoterapia, Magnetoterapia, Terapia Floral, Cinesiologia Aplicada, Radiestesia, Feng Shui,

    Astrologia Chinesa, Iridologia, Fitoacupuntura, YNSA, Quiropuntura, Cromopuntura, Acutone,

    Stiper, RMA, EAV-Vegatest, Qi Gong, Quiroprtica e Quantec. Organizador nos anos 80 e 90

    dos principais eventos de Acupuntura, Fitoterapia Oriental, Qi Gong, Massoterapia, Cinesiologia

    Aplicada e Florais do pas. Organizador desde 1999 de congressos brasileiros e internacionais de

    Radiestesia, Radinica, Fengshui e Geobiologia. As seguintes instituies se derivaram direta

    ou indiretamente do seu trabalho, ou dele receberam apoio importantssimo: ANAMO,

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    CONBRAC, ABREFLOR, ABRAPHYTO, ABRAD, ABTK, SATOSP, SINATEN, UNITEN,

    CONAT, CONBRAMASSO e COSMOTRON. Especialista em Cirurgia Vascular, Radiologia

    Intervencionista, Medicina do Trabalho e Administrao Hospitalar; dois Prmios

    Ignatz Von Peczely de Pioneirismo em Iridologia da AMI em 1998 e em 2009; Prmio

    Acupunturista Notvel pela AFA Brasil em 2009; Membro Honorrio da ABA e da ABACO;

    Presidente Emrito do SATOSP.

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    SUMRIO

    Prefcio 09

    Introduo 15

    Captulo Um 19

    Captulo Dois 27

    Captulo Trs 33

    Captulo Quatro 37

    Captulo Cinco 43

    Captulo Seis 47

    Captulo Sete 55

    Captulo Oito 61

    Captulo Nove 65

    Captulo Dez 69

    Captulo Onze 77

    Captulo Doze 81

    Cursos da Terapia do Bem 85

    Relatos via Internet 89

    Sobre o Autor 95

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    INTRODUO

    Um novo recurso teraputico est entre ns. Nascido pela generosidadedivina, ele foi o fruto de observaes antigas. Surgiu quando experimentei gravarem pequenas esferas cristais, usadas em auriculoterapia, o mesmo rograma mentalque utilizava em minhas sesses de Acupuntura Tradicional via Radinica*.

    Ainda difcil no me surpreender com os Cristais Radinicos. So tantose admirveis os resultados que eles, inclusive, esto estimulando pesquisas e

    fazendo uma revoluo em vrias ideias acadmicas, principalmente devido aosconceitos que eles contm.

    Como criador, minha preocupao esclarecer e gui-los. Para aqueles queacham que desenvolvi um atalho para o aprendizado de acupuntura, um alerta: um ledo engano imaginar que sem um tempo de maturao consigamos refinarnossos resultados. As escolas sempre sero um celeiro para nossa evoluoteraputica e pessoal, estou abrindo uma porta.

    Razes nos mostram que no interessante analis-los cartesianamente. OsCristais Radinicos se influenciam com o quantum de energia do terapeuta. Sefor um terapeuta com a energia muita baixa (por doena ou conflito emocional) afora dos cristais vai para o terapeuta no momento em que ele o manipula e poderestar-lhe pouca energia. O Terapeuta, no compreendendo isso, vai achar que ocristal no funciona, mas, na verdade, foi quem o neutralizou.

    Pelas aes rpidas em muitos processos e demoradas em outros, compreenda

    que certos pacientes precisam de um momento certo para se livrarem dedeterminadas mazelas. Observaes ensinam que as doenas tambm podem

    ser vistas como lies... Mas, a deciso de aceitarmos tal conceito, uma opopessoal. Como disse Jung: Quem olha para fora sonha, quem olha para dentroacorda. No culpa dos cristais! No culpa do terapeuta! Simplesmente aindano a hora. Da, tratamentos mdicos NUNCA devem ser dispensados.

    Acredito tambm que os Cristais Radinicos esto criando um processopedaggico em seus usurios sinceros. Num futuro no muito distante, esses seronaturalmente dispensados medida que o ser humano evoluir mais. Oxal essetempo chegue logo!

    Como regra inicial proponho: qualquer terapeuta deve sentir primeiro os

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    efeitos nele... Primeiro ele tem de sentir NELE!A primeira constatao de seus efeitos surpreendentes pode ser obtida em

    processos lgicos, j que so impressionantes no tratamento de dores. Mas o maisadmirvel a atuao deles em desequilbrios psquicos. Eles so extremamenteeficientes para cuidar de traumas, ansiedades, medos, preocupaes, desde que sepermita.

    No incio, encontrava-me sozinho. Hoje j somos centenas, amanh, milharesa observ-los. Uma orientao que explica suas atuaes nos doada pelo HuangDi Nei Jing, livro clssico da Acupuntura: Aquele que conhece a energia colocaa agulha com a mo direita e dirige a energia com a mo esquerda. Quem noconhece a energia usa somente a mo direita. Logo, o grande legado dos chinesesno foram as agulhas, foram os pontos de acupuntura e a inteno que se deveimpingir a eles.

    No de hoje que se sabe que o segredo da acupuntura no est na agulha...

    Nesse aspecto, quem coloca um Cristal Radinico num ponto qualquer nota quea inteno induzida no mesmo pretende o equilbrio do paciente com o microe macrocosmos, ou seja, harmoniz-lo consigo mesmo, com sua famlia, com asociedade e com seu destino.

    Quem analisa os resultados v que os Cristais Radinicos indubitavelmentevieram para revolucionar conceitos do psiquismo humano. Pelos efeitosimpressionantemente rpidos, cr-se firmemente que, com eles, o homem darum passo gigantesco nessa direo. Exemplos de tratamentos registrados no final

    deste livro comprovam o que digo.A humanidade precisa urgentemente resgatar esse bem, que, muito mais que

    uma modalidade de re-equilbrio, ensina-nos a repensar e compreender a vidacomo um processo de aprendizado e aprimoramento individual e social. Da afora por detrs deles, aqui denominada por Terapia do Bem.

    Para o pblico geral informo que existem workshopspara experimentarem atcnica somente com profissionais especializados. Aos acupunturistas, peo-lhesque se aprimorem e nos ajudem nessa fase to cheia de conflitos em que vivemos.

    O assunto est em constante desenvolvimento e h todo um esforo de pesquisasem andamento. Novas e intrigantes descobertas esto acontecendo agora, queridoleitor.

    Se, no final da leitura do livro, voc desejar saber mais h muito material naInternet. H vdeos, arquivos, informaes sobre cursos... Mas CUIDADO! Procureentrar no site oficial da Terapia do Bem: www.abrateb.com.br

    J somos um grupo. Venha se unir a ns.

    14/02/2010

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    Raul de Moraes Breves Sobrinho

    * Por Acupuntura Tradicional bom ressaltar que me refiro s razes primeiras desse bem milenar.

    * Radinica uma tcnica que, atravs de equipamentos, nos fornece aptides paranormais..

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    CAPTULO UM

    - As pessoasesto cada vez mais alienadas! - Arthur observava para si.- Como que pode? - Continuava distante e divagava seus pensamentos.- Acorda, Arthur! - Jos reclamou.- Voc chamou? - Ele respondeu como que saindo de um transe.- Faz meia hora que tento falar com voc! - Exagerou o amigo. - Preciso

    saber se voc vai ou no vai conosco na palestra...- claro que sim! - Ratificou. - Que hora comea mesmo?

    - s 20h, antes vamos nos reunir. - Orientou. - Sairemos todos juntos.Para iniciar essa histria, bom voltarmos no tempo. Arthur era um jovem

    que cresceu interessado pelo conhecimento. Talvez pelo fato de que sempre lhetagarelavam: Estude! Se voc no estudar, nunca ser algum! O estudo dignificao homem!

    Tais conselhos fizeram com que se esforasse nos livros. Alicerado pelos seuspais, caminhou assim at os 16 anos quando estes se divorciaram e ele teve quebuscar seu prprio sustento. Segundo confidncias, naquela poca, seus objetivospareciam no ter mais sentido. Mas como tudo nessa vida passa, depois de um

    tempo, incentivado por Jos, um de seus raros amigos, aos 18 anos, mudou-separa Boigi, cidade prxima de So Paulo, para estudar arquitetura e trabalhar namarcenaria dele e de Poleto.

    Terminado o expediente, foi at sua penso, tomou um banho ligeiro, trocou-se, jantou e, num piscar de olhos, dirigiu-se ao ponto de encontro: a padariaNossa Senhora Terezinha. Ela ficava em frente da carpintaria e era praticamenteuma extenso do ambiente de servio. L, acomodou-se em uma das mesinhas epediu um refrigerante. E eis que, passando pela rua, surgiu seu colega de quarto efaculdade.

    - Percival! - Convidou Arthur. - No quer tomar algo?Mediante a gratuidade do convite, ele achegou-se, sentou-se caprichosamente

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    ao lado, e comeou a confidenciar-lhe as novidades.- Rapaz... Tem horas que a gente se desespera!- Como assim, Percival? - O colega no entendeu.- Ontem eu estive no aniversrio do Antnio, em Jacarezinho, lembra-se?- Sim! Voc nos avisou.- Da, como a festa terminou tarde, seus pais nos convenceram a dormir por

    l. No total, ficamos em cinco espalhados pela casa. At a tudo bem, mas quandoeu estava no segundo ronco, l pelas tantas da madrugada, acordamos ouvindomuitos tiros na rua. Vrias pessoas foram assassinadas! Como que pode existirtanta violncia? - Ele indignou-se.

    - Nossa! - Arthur sensibilizou-se.- Na hora, ficamos todos rezando! - Reforou o colega, ainda assustado...Jos chegou na maior alegria e sentou-se ao lado.- Percival! Voc tambm vai conosco na palestra? - Imaginou.- Ainda estou em dvida...

    - Tenho certeza de que vale a pena. O Rodrigo conhece muita genteinteressante... Vamos! - Jos incentivou. - Ou ser que no seu dia-a-dia s existetempo para namoricos?

    - E tem coisa melhor? - Ele comeou a se descontrair.- Pois a Paulinha tambm estar presente... - Ele lembrou.- Hummm... - O rapaz entusiasmou-se. - Vou aproveitar que ela est me

    paquerando e ensinarei o Arthur como que ele tem que fazer para arrumarnamorada...

    E riram.

    - Traga mais um refrigerante! - Jos pediu ao balconista. - A conversa estficando boa...E enquanto Percival e Jos papeavam, este logo notou que Arthur ps-se a

    divagar.- Arthur! Viajando de novo?- Fiquei impressionado com o tiroteio que o Percival presenciou...- Estava inclusive tentando entender como que pode haver tantos

    problemas sociais.- melhor no esquentar a cabea! - Jos observou. - Os problemas de hoje

    se tornaram um buraco sem fundo...

    E desconversaram.O dia j estava terminando. Na praa ao lado, ouviam-se a algazarra dos

    pssaros se recolhendo. As luzes da cidade se misturavam com os ltimos claresda tarde. Os carros ligavam suas lanternas. O frio mido, caracterstico da cidade,fazia-se presente. E a turma se apressou. Pagaram a conta e formaram uma filaindiana, pois era impossvel andar lado a lado nas centenrias caladas de Boigi.Seguiram pela Rua Santa Ceclia e, em passos ligeiros, depois de algumas quadras,subiram a escada de acesso ao Colgio Aliana. O diretor cedeu-lhes uma salapara as palestras. O Rodrigo estava na porta.

    O Sr. Rodrigo, vulgo Rodrigo, era um senhor de meia-idade. Ele, alm delder nato, era um srio pesquisador da natureza humana. Era impressionante o

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    seu conhecimento geral. Para ele, a vida era a maior de todas as universidadese, por isso, rebelava-se contra o ensino convencional. Reunir os amigos parapalestras sempre foi um de seus maiores prazeres. Nesse dia, o pblico se resumiaa cinco senhoras com algumas crias, a Paulinha com sua prima, mais a turma doJos.

    O local era uma tpica sala de aulas. Bem iluminada, cheia de cadeiras,com boa ventilao, uma mesa e um costumeiro quadro negro. Quando seacomodaram, no seu devido tempo, Rodrigo inspirou-se, colocou-se de frentepara todos e fez uma preleo:

    - Meu corao se enche de alegria neste momento. Sinto-me mergulhadonum tnue sentimento de harmonia. Harmonia o termo exato para descrever talestado de conscincia no qual nossa percepo do mundo se expande como seestivssemos subindo uma montanha, vislumbrando a paisagem que se descortinabela e insofismvel. Saibam que, no exato instante em que abro o incio destetrabalho, fico a imagin-los como amigos, lado a lado, tendo a mesma percepo

    de agora- Estamos aqui reunidos para dialogar sobre vrios temas. Neles, almde descobrirem que existe uma enorme ignorncia das leis que regem nossamente, conhecero tambm nossa proposta de soluo para os vrios problemasque atormentam vossas vidas. Creiam-me, por conta dessa ignorncia que,coletivamente, nossos problemas so muitos. Poucos ainda creem ou tm f emalguma coisa. Esgotam-se as reservas de petrleo. H um aumento gigantesco dapopulao e, devido a isso, teme-se a falta de alimentos. A poluio ambientalest diminuindo as reservas de gua potvel. As doenas tecnolgicas crnicas

    proliferam. A automatizao das linhas de produo tira o emprego de milhes...Depois fez uma pausa para observar a ateno do grupo...- Conta-se que, certo dia, houve um incndio na mata. E, no meio daquele

    tumulto, com todos os animais fugindo para se protegerem, percebia-se umbeija-flor lutando sozinho para apag-lo. O tempo todo ele voava de l para c adespejar algumas gotas dgua no fogaru. Todos que o viam trabalhando riam eaconselham-no a se abrigar.

    - Para com isso! Isso perda de tempo! - Era o que ele mais ouvia...No momento em que ele pousou para descansar, um jaboti insistiu:- Por que voc est teimando com essa atitude? No v que todos esto

    caoando de voc? Que voc nunca vai conseguir apagar esse fogo?Ao que ele, ainda resfolegando, respondeu:- Eu estou apenas fazendo a minha parte... - E voltou a tentar.- Com essa histria, deixo claro que ao falarmos de uma sada para vossos

    problemas que a soluo deve partir de vocs mesmos. Isso porque o homemque se desconhece, por foras das circunstncias ou no, quem desrespeitamuitos princpios bsicos para um bem-estar pessoal e coletivo. Da , com muitoorgulho, que apresento-lhes o Sr. Carlos. Em suas palavras, vocs se fortaleceronessa verdade. Tenho certeza absoluta de que nas palestras que se iniciam ele lhes

    ensinar antdotos para uma vida melhor. Espero, sinceramente, que aproveitemao mximo sua presena. Por favor, deem as boas vindas para ele. - E apresentou-

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    lhes o amigo e mestre.O palestrante aparentava uns 60 anos, seus cabelos denunciavam a idade da

    prata. Tinha uma aparncia serena, vestia-se de forma simples e logo comeou:- Muito obrigado pelas presenas e, principalmente, ao companheiro Rodrigo

    que nos criou esta oportunidade. sempre um prazer poder passar um pouco dosconhecimentos que adquirimos. Meu nome Carlos Antero, tambm conhecidocomo Cac. Sou igual a todos, um passageiro deste grande e misterioso barcoque a vida. Como foi adiantado, longe de querermos resolver os problemasdos outros, entendam que fazemos parte de um grupo unicamente mobilizadoem mostrar que somente o conhecimento de ns mesmos possui o poder da

    verdadeira libertao humana. Obras de caridade, agasalhos, comida... Tornam-seobras superficiais daqueles que ostentam o poder, quando eles no priorizam daruma cultura correta para o povo.

    - Compreendam tambm que, para entenderem nosso trabalho, primeiroprecisamos discutir diferentes matrias... Da iremos contar-lhes coisas antigas

    com uma linguagem moderna na tentativa de lhes fornecer peas de um quebra-cabeas que, somadas, permitiro antdotos para suportar as tempestades quevolta e meia nos assolam. Quem caminhar conosco entender melhor essaspalavras iniciais. - Prometeu. - Aviso que a qualquer momento que precisareminterromper com perguntas, que o faam. Fiquem vontade.

    Andou para o lado e prosseguiu...- O tema de hoje ser sobre o objetivo da vida... - E escreveu no quadro

    negro: Qual o objetivo da vida? - Depois, voltou-se novamente para os ouvintes.- Preciso de trs voluntrios! - Escolheu uma criana, uma jovem e uma

    senhora, colocando-as lado a lado, e uma a uma dirigiu-lhes a palavra:- Como que se chama, menina?- Patrcia...- Quantos anos tm?- 7 anos.- E voc minha jovem? - Dirigiu-se moa. Diga seu nome e idade.- Paula... Tenho 27 anos.- E a senhora? Por favor, qual seu nome e idade?- Maria do Carmo, 75 anos.Depois das apresentaes, prosseguiu:

    - Pessoal, a vida uma escola. E estamos diante de trs fases dela: Juventude,mocidade e velhice. O objetivo, ao pedir para a Patrcia, a Paula e a dona Maria

    virem aqui na frente, lembr-los de que a vida se resume a um ciclo inevitvel.Tal como a luz do sol nasce e se pe no final do dia, ns nascemos e caminhamospara o inevitvel - filosofou. - E eis o caminho: Depois do nascimento, passamospela juventude, mocidade e velhice. - Repetiu.

    - Pelas idades, obviamente, a Dona Maria tem muito mais tempo de vida emcomparao com a Paula e a Patrcia. J a Paula possui mais anos em relao aPatrcia. E a Patrcia tem toda uma vida pela frente.

    - Mas tem um detalhe! - Ressaltou: - Nossa mente est em processo deconstante evoluo. Da, em todas as fases de nossa existncia, precisamos vigiar

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    nossos valores, rejeitando aqueles que nos impedem de ter uma vida melhor. -Agradeceu s trs e pediu para se sentarem e prosseguiu o estudo, contando-lhesuma histria:

    A HISTRIA DO SAPO

    Era uma vez uma famlia de sapos que morava num poo abandonado.Ele era escuro e fundo e os isolava do mundo exterior. L todos os costumes econceitos eram limitados pelo ambiente, mas, apesar disto, todos viviam bem.Havia problemas, lgico, pois eles representavam uma famlia comum no dia-a-dia. Assim, todo o conhecimento existente passava de gerao para gerao e avida transcorria normalmente.

    Um dia nasceu um sapinho muito curioso, sempre desejoso de conhecer maise mais. E... Quando, numa bela noite, ele olhou para cima e viu uma estrela,aquilo o fascinou! O que ser aquilo? Perguntou-se a si mesmo... Questionando

    os mais velhos e mais experientes, cada um dizia uma coisa diferente e pior, nemhavia o menor interesse em saber mais a respeito. O tdio era geral! Ningumo incentivava. Aconselhavam-no a no perder tempo com aquilo. Que devia sepreocupar em arrumar sua vida. Enfim, que havia coisas mais importantes.Colocavam mil e uma objees. Todos estavam habituados a morar no fundo dopoo e no havia o menor interesse em mudar seus conceitos e enriquecer suasvidas. A vida material era mais importante, desprezava-se o mundo do saber.

    Mas nada daquilo o afetava. Ele sonhava acordado e passava noites adentrofitando a estrela. Tanto que estava fascinado e desejava ardentemente descobrir o

    mistrio que a envolvia. E, assim, foi por muito tempo. At que... Numa noite dechuva intensa, como nunca se viu, o poo comeou a se encher. E foi quando osapinho, num salto fabuloso, teve a oportunidade de pular para fora...

    Que maravilha! Havia rvores, pssaros a cantar, o calor do sol, a brisasuave e muitas flores. Notou que o mundo era imenso e rico de novas informaes.Foi grande a sua satisfao. A sua noo de mundo se expandiu!

    Depois de um tempo, satisfeita a sua curiosidade, lembrando-se de suafamlia com muitas saudades, resolveu voltar para contar-lhes as boas novas.Dizer-lhes que fora do poo havia um outro mundo.

    E pluft...

    Todos ficaram contentes com o seu regresso. Entretanto, quando o sapinhocomeou a contar-lhes as boas novas, que o mundo era diferente do que estavamacostumados a ver e que era necessrio reformular alguns conceitos de vida,comearam a caoar e a cham-lo de mentiroso.

    - Nessa fbula - continuou o professor, - reside um princpio fundamentalpara o nosso trabalho. importante que pensem e discutam sobre ele nointervalo. - Insistiu. - No se demorem... Depois do caf, voltaremos com outrosdetalhes.

    Levantaram-se e foram para uma rea social. L havia alguns biscoitos, ch ecaf. E, neste clima descontrado, comeou-se alguns dilogos.

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    - O que o Sr. Carlos est querendo dizer? - Iniciou Percival...- No mnimo, quer dizer que temos muito a aprender! - Arthur adiantou-se...- Viu, Percival, voc precisa sair do poo! - Provocou Jos.- Ainda prefiro ficar por aqui. No vejo vantagens l fora. L fora s tem

    formigas, passarinhos e borboletas. Vai l pra fora, vai! Vai l comer mosquitoque eu prefiro ficar com a mulherada. - Percival sorriu.

    - Xi! Eu acho que voc se deu mal nessa, Jos! - Arthur observou.Paulinha estava num canto conversando com sua prima. Como eram belas!

    interessante como a natureza conspira. Tal como uma flor que se abre viosa,atraindo a abelha, a mulher enfeitia e prende a alma masculina. Percival sedirigiu a elas.

    - J tomaram um cafezinho?- Ainda no! - Observaram.- Vamos ento... - Convidou indicando o caminho.No percurso, Percival sorrateiramente afastou Paulinha para um canto.

    - Gostaria de te conhecer melhor!- Voc est maluco!- Podemos nos encontrar mais tarde? - Percival insistiu.- Est bem! - Ela iluminou-se. - Prometi voltar mais cedo. Ligo para seu

    celular daqui a pouco.E voltaram para o grupo a conversar animosidades. Passado uns 10 minutos

    depois que elas se foram, no primeiro repique do telefone, Percival chamou Arthurpara escutar ao fone...

    - No fale meu nome! - Paulinha implorou do outro lado. - Daqui a 5

    minutos estarei naquele lugar.E desligou.- Aprendeu como se faz? - O amigo observou.- Eu no tenho tanta coragem. - Confidenciou Arthur. - No acredito que

    haja uma garota disposta a enfrentar as minhas dificuldades.- Deixa disso, Arthur! O segredo para voc arrumar uma namorada muito

    simples. s voc se arrumar bem, olhar elas com respeito, fazendo-se desensvel, mas meio que malicioso, e estar sempre cantando elas para um encontro.Quanto s suas dificuldades, no se preocupe, elas tambm possuem um monte. -Lembrou.

    - Voc fala isso como se fosse simples, mas, na hora, eu sempre perco a fala...- Xiiii! Voc est mal mesmo! Depois a gente se fala. - E saiu ligeirinhoRodrigo, estranhando a rapidez do rapaz, aproximou-se.- Arthur! Voc sabe a razo de tanta pressa? - Especulou.- S sei dizer que ele teve um compromisso urgente. - Este acobertou.- Hummmm Acho bom voltarmos. - Rodrigo preocupou-se com o horrio.Novamente a postos, o professor deu as ltimas orientaes.- Abreviarei a conversa de hoje para lhes dar a seguinte tarefa: reflitam

    durante a semana sobre o que falamos. - Ordenou. - A histria do sapo demonstra

    que o sucesso ou fracasso depende de nossas escolhas. Que, para melhorarmos navida, devemos estar atentos aos nossos valores... Mas, muito mais importante que

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    estarmos atentos aos nossos valores, DESEJAR melhor-los! - Ressaltou. - Naprxima semana, continuaremos o estudo. - Prometeu.

    E se despediram...

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    CAPTULO DOISNO OUTRO DIA...

    A marcenariaera um lugar singular. Arthur trabalhava com Poleto nasreformas enquanto Jos se encarregava dos clientes. Vez ou outra saam paraconfraternizar na padaria onde normalmente o Rodrigo, vizinho de comrcio,estava no grupo.

    Pelo semblante, via-se nos olhos de Arthur que suas ideias se renovavam.Depois daquela noite, notou a possibilidade de um mundo novo. Inclusive estavanuma saraivada de vrias interrogaes.

    - Jos? - Arthur dirigiu-se ao amigo.- O que foi, Arthur? Que cara de preocupao esta?- A palestra caiu como uma luva para explicar muita coisa! At agora estou

    matutando. Depois de ontem, voc tambm no tem a sensao de que tudo nasociedade est de ponta cabea?

    - Nem tudo assim! - Jos discordou do amigo.- Sei no! Ultimamente s encontro pessoas individualistas. - Ele persistiu. -

    Ser que tais pessoas tm conscincia de que elas esto no fundo do poo? Que necessrio despertar e pensar no coletivo, seno o circo vai pegar fogo?

    Nisso, entrou Rodrigo perguntando de sua cadeira...

    - Rodrigo! - Jos alegrou-se. - Chegou em boa hora! Estvamos conversandosobre ontem. O Arthur inclusive levantou umas questes. - E se afastou para ofundo da oficina.

    - Pois , Rodrigo! A palestra de ontem me deixou intrigado...- O que foi, rapaz?- Se estamos no fundo do poo, como saber reconhecer os valores

    verdadeiros?- Saindo dele e voltando depois, oras! - Este respondeu de pronto.- Mas e para sair dele?

    - Esta histria apenas ilustrativa. Nas prximas palestras falaremos devalores! O importante agora fixar a mensagem: necessrio QUERER despertar

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    para o novo! - Ressaltou.- Confesso que est muito difcil entender...- Com o tempo, ficar mais simples! As palestras vo ajud-lo. - Rodrigo

    incentivou, referindo-se ao que ele sentia. - Individualmente, so raros os queconseguem sair do poo sozinhos. Sua pergunta significa que voc est entrandona primeira etapa para fixar os valores que desejamos.

    - Voc pode dar uma dica? - Arthur pediu.- Agora dar tempo ao tempo! - Rodrigo aconselhou. - Converse mais com

    as pessoas a respeito. Voc pode se surpreender com a sabedoria popular. Muitasvezes, o conhecimento vem de onde voc menos espera.

    E Jos interrompe a conversa trazendo a cadeira.- Nossa! Ficou tima! - Rodrigo elogiou. - Pendure na minha conta. Quanto

    s suas dvidas, Arthur, depois voltaremos nela.E se afastou.

    * * *

    impressionante como o tempo anda rpido. Com servios manuais, ento,ele voa. No final do dia, achegavam-se na padaria para mais um momento definal de expediente.

    - Cad o Poleto? - Rodrigo observou.- Ele foi para So Paulo. - Jos explicou.- Hoje eu pago! - Rodrigo comprometeu-se.- bom mesmo. - Estamos meio fracos de grana. - Jos confessou. - Temos

    vrios mveis prontos, mas ningum veio pegar.- Trabalhar no comrcio assim mesmo. - Ele comeou a anim-los. - Eutambm passei por essa fase. Alis, acho que foi at mais difcil. H 50 anos, asruas nem eram caladas. No havia indstrias como existem hoje. Lavava-se asroupas todas na mo. Meus sapatos tinham que durar uma eternidade. Ostelefones eram rarssimos. Os meios de transporte ento... Precarssimos!

    - Interessante! - Eles gostaram de saber.- Minha bisav dizia que na poca dela era pior. - Rodrigo continuou. - Que

    se vivia no meio do mato que nem bicho. No havia estradas pavimentadas. Emtermos de alimentos, plantava-se hoje para comer amanh. Nos fins de semana, o

    que mais se fazia era encher a cara de cachaa para ver o tempo passar.- Puxa! Observando por este ngulo, estamos num paraso! - Aliviaram-se.- E realmente estamos! - Rodrigo ressaltou. - Voltando na histria do sapo,

    compreendam que estamos continuamente saindo de uma situao para entrarmosem outra. Pode-se, inclusive, dizer que a minha gerao fez a sua partepermitindo a vocs jovens condies para galgarem degraus maiores.

    E eles pararam para pensar.- O que vocs querem tomar? - Rodrigo lembrou.- S um cafezinho. - Jos pediu.

    - Um caf com leite. - Pediu Arthur.Enquanto sorviam um gole e outro, notava-se um alvio nas preocupaes de

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    Jos e Arthur que se maravilharam com a conversa. Num dado instante, Arthurvoltou questo:

    - Mas deve ter algo errado Rodrigo... O que mais se v so pessoas querendolevar vantagens umas sobre as outras. Eu acho que a humanidade est regredindo. No vejo muito lucro com tantos problemas sociais!

    Rodrigo primeiro tomou seu caf, depois respondeu:- Realmente! Por isso que so importantes as nossas escolhas... Parafraseando

    Leonardo Boff, infelizmente a humanidade evoluiu de costas para a naturezaquando deveria faz-lo de joelhos para ela. Mas chega de perguntas por hoje.Muito conhecimento agora pode ceg-lo. Na prxima palestra, aprender mais umdetalhe para a compreenso do que desejamos. O importante agora comearanalisar como as pessoas esto em termos de querer sair do poo. Converse eobserve. Faa a sua parte, Arthur, que j estar contribuindo em muito.- Orientou.- O importante que apenas o amor inspire nossas aes. - Aconselhou.

    - At que enfim! - Jos aliviou-se. - Vamos mudar de assunto... Vejam s

    quem est chegando! - E indicou o outro lado da calada. - Olha s que avio!Uau! Vocs vo ficar perdendo esta viso? Que tal voltarmos para o fundo dopoo?

    Jos se referia Paulinha, que entrou radiante na padaria. Ela realmente eraum espetculo da natureza. Uma pintura estonteante! Seus cabelos; seu vestidoacentuando suas curvas; seu perfume; seu sorriso; o brilho dos olhos; enfim, tudocontribua para chamar a ateno.

    - Vocs viram o Percival? - Ela docemente lhes perguntou.- No! - Rodrigo surpreendeu-se.

    - Se ele aparecer, pede para ele me procurar...- claro! - Jos suspirou.E l se foi ela toda contente.- Percival... Paulinha... Hummm... Sei no! Ser que o rapaz j est de cachos

    novos? - Rodrigo especulou.- Adivinho! - Jos respondeu de pronto.- H! Ento foi por isto que ele saiu correndo logo depois dela?- Voc no sabe nem a metade. - Este sorriu.- ! - Rodrigo admirou-se. - Depois eu quero saber dessa histria -

    ordenou. - Espero que ele agora sossegue. Na idade dele, se eu conhecesse uma

    moa como a Paulinha, no ia querer saber de mais ningum.A noite ia se produzindo. As luzes da cidade permitiam visualizar minsculos

    raios de prata. Era o efeito de uma ligeira garoa que se misturava aos fachos deluz. Jos e Arthur ainda acompanhavam a silhueta da moa que se afastava maise mais.

    - L vem o Pedro! - Jos percebeu a presena do colega do outro lado dacalada.

    Ao dizer isto, todas as atenes se dirigiram para o novo integrante quetambm se reunira ao grupo. Era um momento mgico de confraternizao que se

    misturava com mais um final de trabalho.Depois dos cumprimentos formais, Pedro principiou novo assunto:

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    - A vida tem mais mistrios do que julga nossa v filosofia!- Por que voc diz isto? - Arthur quis saber.- Fiquei sabendo do pai do Miguel. - Ele explicou.- Pai do Miguel?! - Arthur quis saber mais.- Ningum melhor que ele para explicar. - Pedro indica o colega chegando...

    Ao entrar na padaria, Miguel confirmou-lhes que os mdicos ainda nodescobriram a doena dele e que seu pai tem muitas dores pelo corpo e que nopode mais comer qualquer coisa.

    - Srio! - Arthur condoeu-se da angstia do colega.- Tem horas que a vida no fcil! - Miguel resignou-se. - A princpio, os

    remdios ajudavam a aliviar, mas agora eles no funcionam mais. Amanh, eletentar novos exames, mas agora no posso ficar, tenho que ir... Tchau gente!

    - Para que tanta pressa! Fica um pouco mais. - Rodrigo quis ajudar. - Tomapelo menos um cafezinho.

    - Fica pra prxima vez! Preciso encontrar minha namorada. - Explicou-se j

    se afastando.- Ah! Entendi. Est certo! Vai com Deus.Enquanto o colega ia se tornando um vulto, comearam a discutir o

    problema.- Recentemente, conheci a famlia do Miguel. - Arthur observou. - O Sr.

    Manoel sempre foi um homem dinmico e trabalhador, com uma sade invejvel.Espero que descubram um remdio. Seno... Cruz credo! Deixa-me tocar na mesa.- E bateu trs vezes, depois completou. - Que raios de vida! Hoje estamos aquisaudveis, rindo, mas amanh... Quem sabe o dia de amanh?

    E despediram-se. Preocupado, Arthur apressou seu passo, ele havia acabadode sair de um resfriado e no queria pegar outro. Alm disto, estava na hora dojantar.

    A PENSO

    Ela ficava na rua Jos Bonifcio, esquina com a rua Olavo Bilac, num casaroantigo, cheio de cmodos. Arthur compartilhava o seu quarto com Pedro ePercival. A proprietria, dona Cida, uma senhora muito cordata, aceitava apenasuniversitrios. Ela entrou para o ramo depois que um administrador gatuno a fez

    arruinar-se e perder seu hotel em Caraguatatuba. Por conta disso, mudou-se paraBoigi e montou a penso juntamente com dois funcionrios antigos: Dona Mariae Tizinho. Dona Maria, uma mulata forte e trabalhadeira, era encarregada dacozinha e da roupa. Tizinho, um mulato meio desajeitado, era o encarregado daarrumao dos quartos e de servir as refeies dirias.

    Rapidamente, ele pegou uma muda de roupas, uma toalha e correu para obanheiro. Ensaboou-se rpido, enxaguou-se, enxugou-se, vestiu-se, voltou para oquarto e desceu para o refeitrio. O jantar estava sendo posto. O prato da noiteera macarronada. Acompanhava frango mineiro e salada. Pedro e Percival j

    estavam mesa.- Tizinho! Pode me servir?

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    - claro! - E mais que de pronto, ziguezagueando entre as mesas, trouxe amistura.

    - O que vocs faro hoje? - Percival especulou aos amigos.Arthur, entre umagarfada e outra, respondeu:

    - Eu e o Pedro trabalharemos naquele projeto.- Ah! Me esqueci. - Arthur continuou. - A Paulinha procurou voc.- Eu sei! Ns j conversamos.Saciada a fome, os trs se levantaram e foram para o quarto que dava de

    frente para a rua. Nele, havia dois beliches, trs guarda-roupas pequenos e mesasindividuais para estudo. Nas paredes, entre fotos de mulheres desnudas, viam-seprateleiras como forma de aproveitar os espaos. Elas eram uma das invenes dePedro. Havia de tudo nelas: ferramentas, livros, sapatos, biscoitos, e tudo bemarrumado. Exigncias da dona Cida que s permitiu se mantivessem a limpeza.

    Cada um deitou e relaxou.- Vocs no esto com azia? - Arthur reclamou.

    - Eu estou! - Pedro confessou.- Eu tambm! - Percival assustou-se.- estranho, ns estarmos ao mesmo tempo com o mesmo sintoma. - Arthur

    preocupou-se. - Estou desconfiado do molho da macarronada! Toda sexta-feiratem uma caixa de tomate estragando debaixo da pia. De noite eu j surpreendi asduas fazendo o molho da semana.

    - Xi! E agora? - Pedro enojou-se.- Que tal reclamarmos? - Arthur sugeriu. - Se elas no melhorarem a

    qualidade das refeies, a gente come em outro lugar!

    E concordaram.Para aliviar, tomaram sal de frutas. Percival saiu ligeiro e foi encontrar-secom a Paulinha. Pedro e Arthur comearam a mexer no projeto. H seis meseseles estavam pesquisando materiais para casas populares.

    Adaptaram as mesas de estudo para bancadas de desenho e espalharam ospapis do projeto, e comearam a trabalhar.

    - J pensou, Pedro! Se esta ideia se popularizar ficaremos ricos!- Pois , Arthur! Imagine todas as pessoas podendo construir suas casas pela

    metade do preo.E sorriram.

    Depois de trabalhar at tarde, preocuparam-se com Percival. Abriram a janelapara ver se o amigo estava chegando. Havia s uma imensa neblina misturando-se com o silencioso frio da madrugada e dormiram.

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    CAPTULO TRSA GREVE

    No dia seguinte,mesmo cansados, l pelas 7h30min, encaminharam-se parao refeitrio.

    - Ser que est tudo bem com o Percival? - Preocupou-se Arthur pelocaminho.

    Sentaram-se afastados da cozinha e comearam a arquitetar o que iam dizerpara a dona Cida.

    Tizinho, notando a falta de um deles, foi logo perguntando:

    - Cad o homem?- Dormiu fora novamente! - Arthur respondeu.- Pois veja se no d com a lngua nos dentes. Se a sua patroa descobrir vai

    encher o saco! - Pedro lembrou.- Pode deixar, eu sou um tmulo. - Tizinho prometeu.Depois, entre um gole e outro de caf com po e manteiga, os dois

    continuaram.- P! Bem que o Percival podia estar aqui. Em trs a coisa ia ser mais

    convincente. - Arthur pressentiu.- Espera a! - O colega lembrou-se. - Vou ligar para ele. - E pegou seu celular.

    Logo que atendeu, Pedro foi logo bronqueando:- T louco meu!- Chi rapaz, nem te conto. - Percival respondeu.- Devia pelo menos ter avisado! - Pedro reclamou. - Estamos querendo saber

    se vai demorar. Daqui a pouco vamos reclamar do molho.- Xiii!... No vai dar. Mas o que vocs decidirem est bom para mim. Assim

    que puder estarei a. - E desligou.E eles resolveram tomar a iniciativa sem ele. Encheram-se de coragem e

    dirigiram-se at a cozinha. Elas j estavam adiantando o almoo.

    - Com licena, dona Cida! - Arthur comeou cuidadosamente, como quepreparando o terreno. - Podemos conversar?

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    - Claro! - Ela concordou de pronto.- uma questo delicada, e no queremos que a senhora nos leve a mal.

    Podemos ser curto e grosso, mas sem querer ofender?- Pode falar, estamos ouvindo. - As duas se antenaram.- Eu, o Pedro e o Percival ficamos com azia logo aps as refeies e estamos

    desconfiados que ela se acentua quando vocs fazem macarronada. No seria domolho?

    Dona Maria ofendeu-se:- Eu j trabalhei em cozinha industrial e o molho que ns fazemos idntico

    ao que se faz nos melhores restaurantes.- Com os tomates que vocs usam?!!! - Pedro deixou escapar.- Como assim? - Dona Cida quis saber.- Sempre vejo uma caixa de tomates quase estragando em baixo da pia.

    com aqueles tomates que as senhoras fazem o molho? - Arthur ajudou.- Agora vocs esto sendo insolentes! - Agitaram-se as duas.

    - Pois no do nosso molho! - Dona Maria insistiu.- Mas tudo indica que ! - Arthur persistiu.- Vocs devem estar com algum problema - defenderam-se as duas. - Por que

    no passam na farmcia e compram algum sal de fruta? Melhor ainda, por queno consultam um mdico?

    - Se todos na penso estivessem com azia, poderamos at acreditar, mascomo isto no acontece, o problema deve ser de vocs. - Dona Cida argumentou.

    Ao perceberem a impossibilidade de um acordo, eles s viram uma sada:comer em outro lugar, pois tinham certeza do que estava acontecendo...

    - Vocs que sabem. - Elas concordaram meio a contragosto.E saram pensativos. Morar numa penso em p de guerra com a proprietriano era um bom negcio.

    - Eu queria que o Percival estivesse aqui! Periga o chumbo grosso sobrarapenas para ns. - Arthur observou.

    - Por falar nele, olha quem est chegando! - Pedro notou.E Arthur logo foi desabafando.- Percival! Seu malandro! Voc falou que demorava.- O que foi? - Este estranhou a ansiedade do colega.- sobre o molho de tomates! Vamos para o quarto que explicaremos.

    - Tizinho! Voc pode nos acompanhar? - Pedro pediu ao v-lo passar.- Olha l no que vocs esto querendo me meter! - Este amedrontou-se.- S queremos que voc fique a par da conversa para que a dona Cida no

    fique pensando coisas. - Pedro tranquilizou.- Ta bom! Mas seja rpido... Tenho muito servio!- O Tizinho est de prova! - Arthur pediu a este uma confirmao.- Pra mim, vocs se precipitaram! No tinha outro jeito? - Tizinho criticou...- Se tinha, no sabamos. Agora no temos outra sada a no ser provar para

    elas que o problema do molho. - Arthur insistiu.

    - Por mim, tudo bem! - Percival aprovou... - O que vocs resolveram, assinoembaixo!

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    - Que tal comermos uns tempos no restaurante da dona Keiko? - Arthursugeriu... - Vamos gastar o triplo do que gastamos aqui, mas sade no tempreo!

    E se dispersaram. Uma estranha nuvem reflexiva pairava no ambiente.Tizinho aproveitou a deixa e se encaminhou para seus afazeres domsticos.

    Depois de um tempo, Arthur quebrou o silncio.- Onde ser que a histria do sapo se encaixa no que estamos passando?

    Espero que elas estejam to pensativas como ns. - Pediu aos cus.- Disto eu tenho certeza! - Pedro arrematou. - Inclusive j devem estar

    pensando em comprar tomates de melhor qualidade.- Hummmm... Acho que vocs mataram a charada! - Arthur matutou em voz

    alta. - Elas vivem num poo e ns vivemos em outro. Ao que tudo indica, esthavendo um choque de interesses.

    E se acalmaram de vez! No silncio do momento, notavam-se apenas osmovimentos lerdos do ventilador do teto. Vez ou outra se ouvia tambm os

    rudos surdos dos carros que passavam na frente da janela. L pelas 11h30minacordaram e se encaminharam para a dona Keiko. Na sada da penso, passandopelo refeitrio, o momento esteve tenso. Na rua, um alvio sem fim.

    Percival comeou a conversar sobre famlia.- Tem notcias dos seus pais, Arthur?- Faz um bom tempo que no.- Srio! Voc nem telefona? - Assustou-se o amigo.- Eu no tenho assunto...- Por qu? - Quiseram saber.

    - Sei l! Eu sinto uma barreira impedindo. Acho que porque ainda estoumeio atordoado com a separao deles. No tem um dia que eu no me entristeadisso!

    - Como seu pai? - Especulou Percival.- Meu pai uma pessoa muito amargurada. Quando menino, apanhei muito

    dele. Depois que se separou de minha me, ficou pior. Por conta disto, at hoje,no consigo manter um dilogo amigo.

    - E sua me?- Se no fosse por ela, a coisa seria pior. S Deus sabe o esforo dela para

    amenizar as coisas.

    - Vocs so em quantos irmos?- Somos em 5.- O que voc faz nas frias longe da famlia?- Eu sempre ocupo o meu tempo. Se no estou trabalhando, estou estudando.- Voc tem ajuda financeira?- No! Tudo que ganho d apenas para pagar a faculdade e a penso. uma

    luta que s Deus sabe!Pedro admirou-se:- Nossa! Voc um heri!

    Arthur tentou justificar-se:- O meu dilema que cresci com um sonho e acordei para o mundo real.

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    Ainda bem que passo todo o meu tempo trabalhando e estudando. S assim parano pensar nos problemas.

    Diante da espontaneidade do amigo, Percival animou-se...- Em casa, acontece mais ou menos a mesma coisa. Meu pai tem vrias

    amantes e minha me sofre muito com a situao. Ela s no separou por causada fortuna da famlia. Para meu pai, eu tenho que ser engenheiro como ele. O queeu quero realmente estudar msica e isso no interessa para ele.

    Pedro, aproveitando a deixa, tambm faz sua confisso.- Pois eu estou na mesma situao. Eu tambm preciso me formar para dar

    um diploma para a famlia. Meu pai manda o dinheiro, pensando que eu estouestudando, mas no tenho o menor teso no que fao. uma merda! Quando eledescobrir que eu estou dependente de trs matrias, ele me esgana.

    E assim passou o tempo.

    * * *

    Na manh seguinte, pelo barulho dos pingos na janela, via-se que o dia noseria dos mais convidativos. Chovia muito. Arthur trocou-se em silncio e foitomar seu desjejum. Depois, esperou o tempo melhorar... Vendo que ela no davatrguas, j preocupado com o horrio, abriu seu guarda-chuva, despediu-se deTizinho e dona Cida, e foi luta. Sorte que a carpintaria ficava nas proximidadesda penso.

    No caminho, preocupava-se com tarefas corriqueiras: finalizar alguns mveis,receber suas comisses, pagar as contas... Enquanto pensava, ia se esgueirando

    das poas e postes das estreitas caladas de Boigi.- Isto so horas! - Jos bronqueou com o atraso.- Nossa, que temporal! No consegui chegar antes. - Justificou-se este que,

    fechando o guarda-chuva, demonstrou estar pronto para o servio.- ... O dia promete! - Jos relaxou.- Bem que podia melhorar! - Arthur pediu aos cus.E, rapidamente, organizou-se. Vez ou outra, surgia algum assunto extra para

    quebrar a rotina do silncio. At que, inexoravelmente, surgiu um momento. EArthur, no resistindo, especulou sobre o assunto da prxima reunio.

    - O assunto ser sobre educao! - Lembrou Jos - Mas veja se voc se

    concentra no trabalho seno j viu... Voc fica sem grana e ns tambm -desconversou.

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    CAPTULO QUATROINICIANDO A TERAPIA DO BEM

    - Cad o pessoal?- Arthur assustou-se.Das pessoas da primeira reunio, viam-se apenas 7. Rodrigo, que estava do

    lado, explicou-lhe numa frase feita.- Muitos sero chamados, mas poucos os escolhidos...Paulinha, que estava atenta, opinou:- Credo! Isso no preconceito? - Incomodou-se. - Coitados!- Deixe-me esclarecer... - Rodrigo pediu. - Em nossas reunies, existe a

    necessidade de refletir as lies em casa - observou, - mas, infelizmente, poucos ofazem, por isso que muitos desistem.Aproveitando o gancho, o Sr. Carlos assumiu o controle perguntando ao

    grupo se a histria do sapo os ajudou a entenderem os comportamentos daspessoas.

    E Arthur logo foi contando a sua verso.- Observei que, devido a interesses, muitos vivem em mundos diferentes...- Fale um pouco mais a respeito do que observou, Arthur! - O Sr. Carlos

    gostou da iniciativa.- Descobri inclusive que muitos de meus valores precisam ser atualizados,

    principalmente em relao s mulheres. - Ele exemplificou.- Mulheres?! - Os colegas se intrigaram.

    A gargalhada foi geral.- Calma pessoal! - O Sr. Carlos interferiu, percebendo um exagero. - Ser que

    algum conhece tudo sobre o sexo oposto? Vocs sabiam que mesmo Freud, queescreveu mais de 70 livros, no conseguiu decifrar o esprito feminino? - Brincou...

    E eles gradativamente pararam de caoar. Quando o silncio foi total,continuou.

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    A IMPORTNCIA DA EDUCAO

    Havia um sbio num determinado pas que era respeitadssimo pela suaoratria. Ele era muito querido e amado por todos.

    Certo dia, o presidente dessa nao pediu-lhe para fazer um discurso para opovo sobre a importncia da educao.

    Quando ele, depois de uma breve reflexo, pediu um ano para realiz-la,todos ficaram indignados da razo de algum com tamanho poder de oratrianecessitar de tanto tempo para um discurso relativamente simples. Todavia, assimfoi feito. O jeito foi esperar pelo dia marcado.

    Depois de um ano, e no dia combinado, montaram um palanque no centro dapraa. Milhares de pessoas vieram assisti-lo.

    Na hora pretendida, o sbio surgiu com trs gaiolas. Uma continha dois cespastores, a outra continha dois gatos selvagens. A terceira estava vazia.

    O silncio se fez presente! Todos estavam atentos.

    Num determinado instante, ele ordenou para seus ajudantes que misturassemum dos ces com um dos gatos selvagens na gaiola vazia. E presenciaram umabriga de vida e morte.

    Em seguida, misturaram o outro co com o outro gato. O que se viu foi osdois brincando como se fossem os maiores amigos.

    - Compreenderam porque lhes pedi um ano de prazo? - Disse-lhes o sbio. - Arazo foi nica e exclusivamente para eu ter um tempo para educar este co eeste gato selvagem para que os mesmos fossem amigos. Da a importncia daeducao. Sem ela nada seria possvel.

    - Nossa, nem precisa falar mais nada! - Paulinha elogiou.- Que histria interessante! - Arthur completou.Enfim, todos ficaram admirados da forma simples como o professor ia

    tecendo seus ensinamentos. E este aproveitou o momento para concluir:- Todos ns sabemos que estamos no meio de uma tremenda confuso. H

    numerosos problemas: Exaurem-se as reservas do planeta. H muita fome. Apoluio ambiental est piorando... O importante que precisamos ver o mapainteiro e no parcial.

    Em termos de educao, h, porm, um detalhe: o homem precisa se educar

    para proteger a razo primordial da sua vida... Aprender a viver em harmoniaconsigo mesmo. E, para isso, necessrio despertar! - O professor ressaltou.

    PSICOLOGIA MODERNA

    - H milnios acredita-se que o homem, alm de um corpo, possui uma alma,individualidade, ou seja l o nome que se d a ela. E que nosso destino permitira manifestao dessa fora maior. Mas Freud desviou muita gente desse princpioquando fez-nos sobrevalorizar a fora das emoes inconscientes contidas

    principalmente na ambivalncia das relaes precoces entre pais e filhos e da

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    presena, desde o nascimento, de pulses sexuais.Tomou novo flego e prosseguiu.- Estudos modernos comprovam que nossa mente pode ser dividida em

    duas partes: mente consciente e mente inconsciente (subconsciente). Nossamente consciente representada pela parte visvel de um iceberg. J, a menteinconsciente, poderosssima, seria representada pela parte submersa desse. Sabe-sehoje que nossa mente consciente consegue lidar com, no mximo, 6 informaespor segundo, sendo a responsvel por nos manter ligados ao mundo exterior. Jnossa mente inconsciente articula, aproximadamente, 1.500.000 de informaespor segundo. Por isso, alm da funo de memorizao, considerada como adepositria de todas as nossas experincias. Onde consideram-se os dados maisimportantes aqueles que so gravados at os 5 anos, poca em que a qualidadedessas gravaes to forte que criam uma tendncia comportamental. Isso semconsiderar as informaes que registramos ao longo da vida. Afinal estamos emconstante evoluo.

    Fez uma breve pausa para observar a ateno do grupo e prosseguiu.- Agora, se considerarmos a existncia de uma essncia, e que ela devegovernar nossa mente na formao da personalidade, digamos assim, devemos

    valorizar tais conceitos, protegendo-a. Caso contrrio pode ocorrer um processode distoro da personalidade.

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    ENVENENAMENTO MENTAL

    - Acredita-se que, na sociedade atual, a circulao de informaes no planeta tanta, que se dobra o conhecimento nele a cada ano. Consequentemente,estamos diante de srios problemas. Observem como era o mundo antes dosmodernos meios de comunicao. Antigamente, as crianas evoluam menos,mas inegvel que, depois de crescidas, elas possuam mais equilbrio. Nossospais inclusive tiveram melhores condies para serem Eles mesmos, ou seja, demanifestarem suas essncias em todas as fases de suas existncias. claro quehavia muita ignorncia, mas eles viviam num ambiente muito menos agressivo noaspecto mental. Digo isto no sentido de que eram menores, infinitamente menoresem relao hoje. Pois hoje uma criana, normalmente, em 18 anos, v maisde 20.000 cenas de violncia diferentes. E isso est provocando consequnciaimprevisveis.

    - Somente para exemplificar: em 1982, havia no Brasil cerca de 30 milhes

    de crianas sem uma boa estrutura familiar e pouco se fez por esses jovens, a noser aumentar o nmero de policiais para coibir a maioria que se marginalizou.Tanto isso verdade que, em 1990, os crimes na cidade de So Paulo eram tantos,que se conseguissem parar com todos, levaria mais de 10 anos para julgar os que

    j foram cometidos. E, por conta desse descaso, a UNICEF recentemente alertou:anualmente, 6.000 jovens, de 16 e 20 anos, so assassinados no Brasil.

    - Mentalmente, numa estatstica revelada em 1988, soube-se que, na poca,existiam mais de 80 milhes de americanos com transtornos mentais. E, no Brasil,o nmero ultrapassava os 30 milhes. Hoje, segundo dados da OMS, um, entre 4

    dos que procuram clnicos gerais, possui problemas mentais.- Muitos alegam que tais questes so contornveis financeiramente ou que uma dvida social ou que basta destinar verbas para o povo! Ora, soube-seque N. York construiu mais reformatrios entre 1980 e 1990 do que nos 40 anosanteriores. Eis os custos: reformatrios: 35.000 dlares per capta; creches: 3.000dlares per capta; e, apesar disto, 75% das mes americanas ou so sozinhasou so casadas com homens cujos salrios esto abaixo do considerado comopobreza. Em 1990, uma americana de 25 anos tinha 40% de probabilidade de setornar me solteira ou divorciada. E 50% dos homens divorciados nunca mais

    viam seus filhos. Triste homem moderno!

    E a turma parou para pensar.Nesse instante, todos sentiram um aroma agradvel de caf fresquinho. Foi

    um momento de descontrao e o Sr. Carlos liberou a turma para as guloseimasque a dona Maria gentilmente preparou. Na mesa, havia biscoitos, ch e caf.

    Arthur, Jos, Paulinha, Aninha, Rodrigo, Percival, enfim todos os presentes rodearam-na.Arthur, que no perdera o Sr. Carlos de vista, aproximou-se e foi logo

    esticando o assunto.- Nossa! O buraco bem mais embaixo! Agora entendo porque o senhor

    falou que estamos no fundo do poo... Estamos inclusive tremendamente poludos

    mentalmente!

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    - Realmente! - Aninha concordou.- mesmo! - Observou Paulinha que tambm se interessou. - Pelo discurso de

    hoje, parece que no temos mais sada para tantos problemas sociais.- No pensem assim! - O professor discordou. - Julgar desta maneira significa

    menosprezar as capacidades humanas. inegvel a necessidade de educarnossos filhos para viverem em um mundo altamente competitivo. Que tal faz-lopermitindo que eles sejam Eles mesmos? - Sugeriu.

    E eles se surpreenderam- Para o nosso caso, que o que nos interessa, deixo claro que vivemos

    num ambiente tipo Matrix - fez aluso ao primeiro filme da srie, - tanto queem nossos ensinamentos bom adiantar que no devemos colocar esforosexclusivamente no impacto das milhes de informaes a que estamos sujeitoshoje. Tal como a luz elimina as trevas, aqui ensinamos que o nosso foco deveser depositado na ideia que temos uma essncia e que ela precisa se manifestardentro de cada um de ns. Da, se esforcem na ideia que temos uma chama

    interior e que Ela precisa brilhar - repetiu. - Foi por isso que desenvolvemos essaspalestras. Agora inclusive estamos preparados para conhecer a primeira etapade nosso trabalho. - E mostrou-lhes uma cartela contendo minsculas esferas de

    vidro adesivadas. - Esses Cristais Radinicos, quando fixados em certos pontos daorelha, e mesmo no corpo, dentre outras coisas, so excelentes para livr-los depensamentos obsessivos e memrias desagradveis. Mas, para isso, necessriodesejar! Entenderam a razo da histria do sapo antes dessa etapa do trabalho? necessrio DESEJAR melhorar vossos comportamentos - reforou. - Quem vai sero primeiro?

    - Eu quero! - Dona Maria atenta se antecipou. - Eu tenho uma lembrana queme perturba h mais de 20 anos.- A senhora tem certeza que deseja se libertar dessa lembrana? - O professor

    especulou.- claro! - Ela reforou...- Pois fique pensando nela o tempo todo... - Ele pediu.Dito isso, Sr. Carlos adesivou alguns cristais em sua orelha... Passado alguns

    segundos ele especulou:- Consegue pensar na lembrana desagradvel?- Incrvel! Sumiu...

    - At a pouco ela lhe incomodava. E agora? - Ele insistiu...- indescritvel a sensao. Eu me lembro da cena, mas ela no me incomoda

    mais...E a turma se admirou...- Mais algum quer experimentar?E fizeram fila... Depois de demonstrar para todos, preocupou-se com as horas

    e acelerou...

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    O ENIGMA DO PADRE

    Era uma vez um padre catequista que certo dia tornou-se prisioneiro de umatribo indgena. Ela possua um estranho ritual de morte para os seus refns.Explicou-lhe o paj que, ao nascer do sol, ele seria executado. Contudo, poderiaescolher como morrer. Na hora de sua execuo, ele seria chamado para dizersuas ltimas palavras para um conselho. Se ele falasse uma mentira, morreriaflechado.Se falasse uma verdade, seria queimado numa fogueira.

    E o padre, diante de seu drama, depois de uma noite de insnia, chegou nahora da execuo. Ao raiar do sol, todo o conselho indgena que julgaria as suasltimas palavras estava reunido. De um lado estavam arqueiros afiando suasflechas e, do outro, empilhava-se lenha para fazer uma fogueira. Tudo estavapronto para a execuo.

    E o paj imponente ordenou que trouxessem o refm.

    A expectativa era geral. Suspense no ar. Todos os olhos e ouvidos estavamdirigidos para o padre que, depois de um breve instante, disse as suas ltimaspalavras:

    - Eu vou morrer flechado!Todos ficaram estupefatos! Esta frase soou como um rojo, provocando uma

    discusso geral entre os aborgenes.Se o matassem flechado, o que ele afirmou seria uma verdade, e morrer

    flechado era reservado somente para quem dissesse uma mentira.Se o matassem na fogueira, o que ele afirmou seria uma mentira e a fogueira

    era reservada para quem dissesse uma verdade.E diante desse impasse, ele foi solto...

    Terminada a histria, o professor fez um ltimo aviso...- Lembrem-se! Seja l qual for o problema e por mais difcil que o mesmo

    se apresente, sempre existe uma soluo. Na prxima reunio, continuaremos opapo. - Prometeu.

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    CAPTULO CINCOREFLETINDO COMPORTAMENTOS

    Ao sair da reunio, Arthur sentiu que a noite estava com o costumeiro ventofrio. Nas ruas, as poucas pessoas que circulavam confirmavam que a madrugadaprometia ser glida.

    - Como que pode a temperatura cair to rpido? - Impressionou-se. - Eagilizou o passo preocupado em no se resfriar.

    Na penso, tudo j estava em ritmo reduzido. No corredor, encontrou Tizinhocom um cobertor nas costas.

    - Arre! No est com frio no? - Este observou.- Imagina! - Arthur tremia. - Olha s como estou! - E mostrou os pelos dobrao eriados. Por acaso voc no tem um chocolate quente a? - Imaginou.

    - Voc quer? Estou fazendo um...- Joia! Volto j! - E correu para pegar um agasalho. J mais protegido,

    aproximou-se do fogo lenha e, esfregando as mos, serviu-se de uma caneca.- Tizinho! Voc nunca pensou em estudar?- Pobre no tem vez nessa vida, Arthur!- Como assim?- Pobre nasceu s para trabalhar e trabalhar. Sempre foi assim e sempre ser

    assim.Neste meio tempo, Arthur tomou o primeiro gole.- Que delcia!- Est do seu gosto? - Tizinho gostou do elogio.- Est timo! - Reconheceu. - Nada como um chocolate quente numa noite de

    frio.Mais animado, Arthur pensava no que Tizinho lhe confidenciou. Resolveu

    inclusive especular se havia uma conexo com o que aprendera.- Pelo que me disse, creio que voc no acredita na possibilidade de melhorar

    de vida...- Mas claro! - Concordou. - Graas a Deus que encontrei a dona Cida. Se

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    no fosse por ela eu tinha morrido de fome. Tudo eu devo a ela! - Enfatizou.- Mas... Tizinho! Por que voc no aproveita a oportunidade que a dona Cida

    lhe d e faz pelo menos um curso profissionalizante? - Tentou novamente.- Esquece essa ideia de estudar! Minha cabea muito fraca. No ia adiantar

    muito. - Este objetou mais uma vez.- Oras! apenas uma questo de comear! - Arthur insistiu. - Se quiser, eu

    ajudo.- Eu agradeo sua boa vontade, mas tambm no tenho tempo. Minha vida

    trabalhar, trabalhar... E trabalhar...Nisto, ouve-se do quarto.- Ele vagabundo mesmo, Arthur! No adianta teimar com ele! - Dona Cida

    atirou!E ambos riram.- Xiiii! Agora voc se ferrou, meu amigo. Depois desta, eu vou at dormir.

    Boa noite, Tizinho! Boa noite, dona Cida!

    - Boa noite, Arthur! - Responderam.J no quarto, ele encontrou Pedro ainda desperto.- Fala, Pedro! Estudando o qu? - Ele quis saber.- Mecnica de fludos. Ainda bem que voc chegou para eu me distrair um

    pouco! Como foi a reunio?- O Sr. Carlos falou sobre a importncia da educao. - Explicou-lhe.- Como assim?- Eu ainda no entendi direito, mas ele enfatizou sobre a importncia de

    desenvolvermos uma cultura voltada para a harmonia de ns mesmos. Inclusive

    nos apresentou uns cristais. incrvel o que eles fazem! Quer ler um pouco sobreo tema? - Sugeriu Arthur passando a apostila para ele.Enquanto este ia lendo, ele tomou um banho rpido. Depois, ajeitou seu

    beliche com dois cobertores, colocou seu pijama e se enfiou debaixo das cobertas.Neste meio tempo, Pedro, se inteirando do assunto, voltou na conversa.

    - Interessante! Segundo ele nossa mente est cheia de vrus. - Observou.- Realmente! Mas depois a gente continua o papo. - Pediu Arthur. - Estou

    com um sono danado! Desculpe ter atrapalhado seu estudo. Boa noite!No dia seguinte, os dois costumeiramente se encaminharam para o caf

    matinal. Percival continuava a dormir. Para variar, tinha chegado de madrugada.

    No ar, a mesma rotina de sempre, apenas havia a diferena dos pensamentos quegravitavam pela cabea deles. Entre um gole e outro de caf com po e manteiga,os dois continuaram a conversa da noite anterior.

    - Arthur?- Fala, Pedro!- Que raios de estudo o Sr. Carlos est armando?- Conforme lhe disse, ele salientou que devemos nos preparar para a vida com

    valores que nos permitam libertar nossa essncia dos medos, raivas, ansidades,mguas, que acometem nossa mente. Se voc visse o pessoal experimentando os

    Cristais Radinicos, ficaria impressionado! Eu, inclusive, consegui me livrar dealgumas lembranas que me perturbavam.

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    - Pois confesso que fiquei intrigado...E neste papo vai, papo vem, Pedro seguiu com Arthur. Ele tinha que ir para

    a faculdade que ficava no caminho. Ao chegarem carpintaria, eis que se viaacenar da padaria Rodrigo, Poleto e Jos. Era um convite para mais um encontrorpido.

    - Bom dia, meus jovens! Vai um a? - Rodrigo ofereceu um cafezinho.- Opa! Mas claro! - Aceitaram.- O de sempre para eles! - Arthur pediu ao balconista.Pedir o de sempre, s era possvel devido ao fato de que periodicamente

    esta cena se repetia. Qualquer balconista, com o passar dos dias, at adivinhavaos horrios em que eles viriam tomar caf. Funcionava como um cortejo. Umfantstico ritual que a vida reproduz em milhares de cantos. S que, neste grupo,os assuntos se revestiam de magia.

    - Posso fazer uma pergunta? - Arthur aproveitou o momento. - sobreaqueles cristaizinhos... Podemos saber mais?

    - Nas prximas reunies, isso vai ficar mais claro. De imediato, s possodizer que ele uma ferramenta importante para limpar a mente de memriasdesagradveis.

    - Interessante! Pode-se dizer, a princpio, que estou comeando a entender oque vocs esto propondo, mas ainda existem muitas dvidas na minha cabea...

    - Nessa fase, as dvidas so normais, fale mais. - Rodrigo se interessou.- Ontem noite, estive conversando com o Tizinho...- Tizinho? Quem ?- Ele trabalha na minha penso. Ele o ajudante geral.

    - Ah!- Estive especulando porque ele no estuda um pouco para melhorar de vida.- Continue...- Tentei de todas as formas argumentar para que ele fizesse algum curso

    profissionalizante, mas a cada argumento meu ele criava uma desculpa diferente.Depois de um tempo, desisti. Ser que possvel fazer alguma coisa por ele?

    - S se ele quiser sair do poo! - Enfatizou. - Se ele no desejar, nada poderser feito. Melhorar o comportamento humano inclusive nos faz pensar naimportncia dos pais e educadores criarem um ambiente no sentido de permitirems crianas desejarem ser Elas mesmas...

    E eles pararam para pensar.Jos interrompeu.- Que tal um recreio? Vejam s do outro lado da rua.Estavam passando pelo outro lado da calada duas moas. Como eram belas!- Ta vendo s! - E suspiraram. - Se no sou eu vocs ficam a bobeando.- Ainda bem que voc o nosso co de guarda, Jos! - Arthur sorriu.- Lindssimas! - Concordaram.Rodrigo aproveitou o momento.- At entendo esses arroubos da juventude! As mulheres possuem uma aura

    sedutora! Inclusive na idade em que vocs esto, os hormnios so tantos quetais vises deixam qualquer garoto aceso. S que o tempo passa e a vida ensina:

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    o segredo para o sucesso com elas est em vocs aprenderem a utilizar a energiadelas em seu favor. Da a importncia da educao.

    - Que tipo de educao? - Eles interessaram-se.- Oras, somente o corao pode ensinar vocs a se aproximarem delas com

    sabedoria! Em resumo, necessrio saber que se uma garota estiver envolvida porvoc e voc por ela, ela pode aliment-lo, e voc a ela, com uma energia incrvel.- Completou Rodrigo.

    - Nossa! Pelo visto temos muito que aprender. - Observaram.- Realmente! - Rodrigo concordou. - Deem tempo ao tempo. Ao longo das

    palestras, entendero muita coisa, mas vamos trabalhar. Agora tenho que ir paraSo Paulo.

    E foi cada um para o seu lado. Pedro se encaminhou para a faculdade; Jos eArthur foram para a oficina; cada qual com sua interrogao.

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    CAPTULO SEISEXERCCIO PARA A HARMONIA DO EU

    - Silncio, por favor!- Pediu o professor. - Hoje iniciaremos uma tcnicamilenar. Ela contm princpios importantssimos para nosso trabalho. Inclusivese complementa para explicar a terapia dos Cristais Radinicos. - E cobrou ummomento de muita ateno.

    - Vocs j aprenderam que atualmente vivemos mergulhados num universode informaes ruins e que nossa essncia pode ficar sufocada diante delas. Alis,no bem pode, uma grande parcela j se perdeu em suas mazelas.

    E fez sua pausa costumeira para observar a ateno o grupo.- Sabe-se que quem se aventura a dar cultura para o povo, sem uma baseslida, sem alicerar-se no autoconhecimento, holisticamente falando, provocagrandes problemas. Alis, j estamos com enormes dificuldades! Recentemente,a OMS publicou um relatrio alertando as naes para uma epidemia mundial dedoenas crnicas. Hoje, sabe-se que 24.000.000 de pessoas morrem, anualmente,principalmente de cncer, problemas circulatrios e respiratrios, e no ano 2020este nmero vai dobrar.

    - A razo? Qualquer observador da natureza humana descobre a lgica de umprocesso natural que o homem est evoluindo e que somos animais aprendendo a

    amenizar nossos instintos, permitindo a manifestao de nossas essncias. Assim,conclumos sobre a necessidade, que sempre houve de educadores, com grandecompreenso da vida, para indicar-nos o caminho.

    - Nota-se que, no incio dos tempos, as ideias necessrias para desenvolver aessncia individual de cada um sempre existiram. Ns, ocidentais, que, em nossaluta particular, e com nosso esprito de conquistadores egocntricos, limitamo-nosao raciocnio cartesiano. Tanto que, atualmente, a maioria infelizmente s aceitaaspectos cientficos. Aspectos em que, para nossa cultura, podem ser magistrais,mas um ponto de vista em que sabemos, no fundo de nossos coraes, no ser

    tudo.- Mas hoje, devido aos inmeros problemas sociais e graas globalizao,

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    o homem est sendo forado a ampliar seus horizontes. Romper paradigmas...Repensar o passado.

    LUZ DO ORIENTE

    - Acreditem! Somos constantemente bombardeados por efeitos csmicos,ambientais e telepticos. Da, no meio de tantas influncias sutis, se quisermosampliar nossa conscincia da vida humana, podemos faz-lo atravs da MedicinaTradicional Chinesa (MTC).

    - Por que a MTC?- A MTC e toda a filosofia taosta que ela

    representa, considerada como um patrimnio dahumanidade. O objetivo mximo dela ensinar ohomem a viver em harmonia com as energias celestes eterrestres.

    - Para se ter uma ideia da grandiosidade dessaideologia, ao longo de mais de 5000 anos, os mestrestaostas, ao centrarem as atenes na compreenso dasconexes entre as foras do universo exterior e as forasdo corpo humano, notaram que o nosso mundo interior idntico ao mundo exterior. Logo, descobriram quetoda vida humana estruturada e influenciada por umgrupo de estrelas que incluem os planetas e as partculascsmicas. Em outras palavras, eles descobriram que o ser

    humano necessita absorver muito mais que nutrientes.Ele necessita tambm das energias contidas nas estrelas.- Segundo tais preceitos, conclui-se que as foras naturais dos astros e

    da Terra tambm alimentam o nosso sistema nervoso, nossos rgos, nossasglndulas, nossos sentidos... E nossa essncia.

    - No aspecto prtico, duas grandes escolas se sobressaem: A Escola yin-yange a Escola dos 5 movimentos ou 5 elementos.

    ESCOLA YIN-YANG

    - Dizem que foi Fou Hi, 2953 a.C., o formulador da teoria yin-yang. Reza atradio que ele, observando os cus, contemplou as estrelas e, baixando os olhos,

    viu o que acontecia na Terra, percebendo que vivemos em extremos mutveisdenominados de yin e yang. Segundo observaes de Fou Hi, o yin e yangso a causa da produo e do desenvolvimento dos fenmenos manifestados etambm a causa da destruio e desaparecimento deles. No pode haver yin sem

    yang e vice-versa! Dentro do yin existe uma parcela de yang. Dentro do yanguma parcela de yin. Da a noite transformar-se no dia e o dia na noite e assim pordiante. Eis alguns exemplos:

    CU

    TERRA

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    ESCOLA DOS 5 ELEMENTOS

    - Dizem que foi Cheng Nong, 2838 a.C., o fundador da escola dos 5 elementosou movimentos. Apaixonado pela lavoura e criador do arado de madeira, aoobservar a natureza, encontrou o nmero 5 relacionado. Ele notou: Temos5 pontos de referncias: Norte, sul, leste, oeste e centro. Centro porque semuma referncia central os outros 4 pontos cardeais no existem. Predominam5 cores na Natureza: Verde, vermelho, amarelo, branco e preto. H 5 saboresbsicos: Azedo, amargo, picante, doce e salgado. Ouvimos 5 sons bsicos: Grito,gargalhada, canto, choro e gemido. Temos 5 sentidos, 5 rgos e 5 vsceras.

    SADE! MANIFESTAO DO SHEN

    - Dentre outras coisas, para o que nos interessa, a MTC, atravs do Imperador

    Amarelo, ensina-nos a analisar a quanto nossa essncia ou Shen, produto de umShen celestial destinado a uma vida terrena, est atuando nos 5 elementos, nos 12

    YANGYIN

    Terrainterior

    noitesono

    maciogordurosomole

    digesto lentafrio

    Cuexteriordiaatividade

    ocomusculosodurodigesto rpidacalor

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    meridianos principais e, consequentemente em nosso organismo. Vejam a figura.- Para a MTC, no existem

    doenas como as que conhecemosno ocidente. Segundo ela, so

    vrias as causas que provocamas enfermidades: alimentaoinadequada, dormir pouco, muitoesforo fsico, qualquer excesso...Mas nada to intenso quanto odesligamento de nossa essncia.

    Afinal, sem Ela nos perdemos naestrada e ficamos ao lu...

    - Outro detalhe dessa culturamilenar como ela explica a relaoda essncia com a mente. Para ela

    - continuou - nossa mente deveser considerada como uma CPU -orientou.

    - Nela, as memrias inconscientesabrangem um todo, onde os rgos:corao, bao-pncreas, pulmo, rim

    e fgado armazenam e so afetados por cinco emoes. - E especificou cada uma delas.

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    - Detalhe: importante ressaltar que o corao possui a funo de albergara essncia. Logo, o corao o grande imperador - ressaltou. - Os outros rgos:rins, fgado, bao-pncreas, pulmes, so os ministros a servio Dele. Na figura,isso fica bem claro. O sangue, que bombeado para o crebro, sempre estar merc de medos, raivas, tristezas e preocupaes. Emoes estas armazenadas,respectivamente, nos rins, fgado, pulmes e bao-pncreas, caso nossa essnciadeixe de governar.

    - Da o segredo dos Cristais Radinicos! - Ressaltou. - Quando eles socolocados nos pontos auriculares que representam os rgos dos 5 elementos,com o paciente focalizado no problema que deseja se livrar, instantaneamenteeles corrigem a energia desses rgos para padres que somente se encontram emlugares santos... Nesse padro, a essncia volta a brilhar! E por conta Dela queas emoes desagradveis se humanizam... Mas ilusrio imaginar que apenasos cristais, aliviando vossos medos, angstias, raivas, depresses... Sejam por sisuficientes. necessrio aprender a andar no caminho Dela.

    E fez uma breve pausa como que preparando o momento.- O exerccio de agora denominado exerccio do sorriso interior. Feitoregularmente ele ajuda exteriorizar as memrias ruins a que estivemossubmetidos. Auxilia tambm a nos proteger daquelas a que estivermos sujeitos.

    Vejam uma constatao com fotos kirlian.- A foto 1 tirei antes

    de aprender os exercciosque ensinar-lhes-ei.

    - A foto 2 foi depois

    de trs meses de prticasdirias.- A foto 3 foi para

    saber se havia umresultado imediato logoaps o exerccio. Ela foitirada 15 minutos depoisda foto 2.

    A seguir, ele os convocou. Primeiro mandou sentarem na ponta da cadeira,mantendo a coluna ereta. Depois, que colocassem a palma da mo direita sobre

    a palma da mo esquerda, entrelaando-as e repousando-as suavemente sobre ocolo. Completou as prelees avisando:

    - Caso sintam tonturas, vertigens ou algo estranho, dirijam a ateno para assolas dos ps.

    Ressaltou que, concentrando-se nas solas dos ps, o problema logodesaparecia. Finalizou dizendo que sempre que ele pedisse para sorrirem para suasfunes orgnicas, que o fizessem de verdade, tanto interna como externamente.

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    EXERCCIO DO SORRISO INTERIOR

    Concentre-se nas solas dos seus ps... Imagine uma tnue energia da terrasubindo pelos seus ps em direo aos seus joelhos... Permita que a energia quesubiu dos ps para os joelhos se dirija para as suas coxas e depois em direoao seu sexo e pbis... Concentre-se agora na sua bexiga e rins... Permita quea energia que sobe pelos ps e pernas se acumulem nos rins, bexiga e rgossexuais, formando uma imensa bola energtica a... Agora, imagine esta bolaenergtica subindo pela sua coluna em direo ao seu crebro... Permita que aenergia se transfira para o seu crebro via coluna... Relaxe-se e expanda cada vezmais esta energia no seu crebro... Segure esta sensao no crebro.

    Agora visualize o imenso oceano azul na sua frente... Veja as ondas do mar...Oua o mar... Sinta a brisa da praia... Imagine tambm um tnue vapor saindodo mar azul em direo a voc... Imagine este vapor sendo sugado pelos seus

    rins e bexiga, somando-se energia da terra proveniente de seus ps... Sinta estaenergia lhe trazer frescor e bem-estar... Sorria esta energia nos seus rins e alegre-se cada vez mais com essa revigorante energia azul do oceano... Agora conversecom seus rins e veja se existe medo ou insegurana a... Se houver, pinte todomedo e toda insegurana com a energia azul do oceano... Sorria a energia azulnos seus medos e nas suas inseguranas... Ao mesmo tempo, permita que estaenergia centralizada e acumulada nos seus rins se interligue com seu fgado...Sinta o seu fgado ficar repleto com a energia azul do rim...

    Agora visualize uma floresta iluminada pelo sol... Veja o verde... Oua e

    sinta todo o frescor do vento suave da floresta... Permita que a energia verdee refrescante da floresta seja sugada pelo seu fgado... Sorria e alegre-se coma energia da floresta no seu fgado... Sinta o seu fgado recebendo a energiaproveniente do rim juntamente com a energia proveniente da floresta... Conversecom seu fgado e veja se existe raiva ou frustrao nele. Se houver, pinte toda araiva e toda frustrao com a energia verde da floresta... Sorria a energia verdenas suas raivas e frustraes... Espalhe esta sensao para todo o seu corpo,principalmente para o seu corao... Permita que a energia alegre e verde do seufgado passe para seu corao.

    Agora visualize um belo sol nascente... Sinta o calor e a energia vermelha que

    o resplandecente sol nascente lhe trs... Sinta-se mais e mais revigorado... Sorriae permita que seu corao alegre-se sugando os raios vermelhos do sol, transmitaatravs da corrente sangunea esta sensao vermelha de bem-estar para todo oseu corpo... Converse com seu corao e veja se existe alguma emoo forte nele...Lembre-se de que todas as emoes passam pelo seu corao... Se houver, pintetodas essas emoes com a energia vermelha do sol... Agora interligue seu coraocom seu bao e pncreas... Visualize a energia vermelha do corao alimentando oseu bao e pncreas.

    Agora visualize uma fonte de intensa luz dourada, reflexo da luz do sol,

    brotando da terra... Imagine o seu bao e pncreas sugando esta luz dourada da

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    terra... Sorria e sinta o seu bao e pncreas alegrando-se mais e mais com estaluz dourada... Converse com seu bao e pncreas e veja se existem preocupaes a.

    Se houver, pinte todas as preocupaes com a energia dourada... Sorriaa energia dourada da terra nas suas preocupaes... Permita que a sensaode bem-estar do seu bao e pncreas se espalhe para todo o seu corpo,principalmente para seus pulmes... Visualize um alegre canal de interligao

    dourado de seu bao e pncreas com seus pulmes... Permita que a revigoranteenergia amarela do seu bao e pncreas se some energia do ar em seus pulmes.

    Agora se transporte mentalmente para o alto de uma montanha... Veja, ouae sinta o ar branco e cristalino da montanha... Sinta toda a energia que o ar damontanha contm... A cada inspirao, sorria o ar puro e branco da montanha...Sorria e sinta os seus pulmes se revigorarem com ele... Converse com seuspulmes e veja se existe tristeza ou melancolia a... Se houver, pinte toda atristeza e toda a melancolia com a energia branca do ar da montanha... Sorria aenergia branca nas suas tristezas e melancolia.

    Agora, interligue os seus pulmes com os seus rins... Visualize um canal deinterligao de seus pulmes para seus rins... Permita que a energia acumuladanos seus pulmes se transfira para seus rins... Sinta a energia nos seus rins ebexiga aumentarem mais e mais... Finalmente, transfira-as para seu crebro viacoluna...

    Agora, volte-se para o seu crebro e sinta ele se expandir com a energia dosorriso proveniente dos rins... Faa a energia do seu crebro tomar conta de seuambiente... Expanda esta energia por toda a sua casa... Por todo o seu bairro...Pela sua cidade... Pelo seu Estado... Pelo seu pas... Pelo seu continente... Pelo

    planeta Terra... Pelo sistema solar... Pelo universo... Faa uma pausa e sinta-seuma clula no corao do Criador do Universo... Deixe a resplandecente energiado Criador agasalhar voc... Agora, ao seu tempo, recolha a energia expandidapara o universo novamente para voc... Demore-se o tempo suficiente para isto...Finalmente, abra seus olhos sentindo-se muito melhor que antes.

    Terminado a atividade, ensinou armazenarem a energia do sorriso. Para tanto,orientou circularem as mos ao redor do umbigo. Fizeram 36 vezes no sentidohorrio e 24 vezes no sentido anti-horrio - para os homens, - e 36 vezes nosentido anti-horrio e 24 vezes no sentido horrio - para as mulheres. Depois

    pausaram...- Nossa! Que sentimentos de paz! - Paulinha gostou.- Incrvel a sensao! - Arthur elogiou...- Realmente! - Percival concordou.

    * * *

    - Podemos afirmar categoricamente que somos seres de luz governados ouno pela nossa essncia. - Recomeou o professor. - Hoje, depois das teorias da

    fsica quntica, no h a menor dvida. Cientistas afirmam que se tirarmos todosos espaos atmicos do planeta Terra, com 40.000 km de circunferncia, o planeta

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    fica deste tamanho: - Exemplificou gesticulando como se tivesse uma bola defutebol entre as mos. - Agora imaginem o que significa nosso corpo fsico diantedessa premissa. - Sugeriu.

    Naquele momento, tudo que se via eram olhares antenados nas palavras quepouco a pouco davam forma s ideias que o professor desejava transmitir.

    - E dentro deste contexto que temos o significado do que Lao Tse descreveufaz milhares de anos em seu livro Tao Te King: Casas so feitas de paredes; rodasso feitas de aros; vasos so feitos de barro... Enfim, em tudo que h no mundo, oque se v parece ser o mais importante, mas o que realmente importante est noimaterial.

    - Segundo Lao Tse, o mundo das aparncias nem sempre traduz a realidade.Ele alertou a procurarmos no interior das coisas o verdadeiro valor de tudo- aconselhou. - E ningum conhece melhor o caminho que nossa essncia. -Enfatizou.

    - Outro detalhe se refere descoberta de que nosso corpo compe-se de,

    pelo menos, 75% de gua, e que esta armazena em suas molculas a emoo doambiente. - Citou Massaru Emoto.- Da a origem das doenas. Quando permitimos que o medo, a raiva, a

    inveja, a luxria e tantas outras coisas negativas ganhem fora em nossas mentes,a gua contida em nosso organismo deixa de ser metablica.

    Nisso, o Sr. Carlos pausou por alguns instantes para saborearem o momento.Depois, prosseguiu.

    - Em palavras mais objetivas para o momento - continuou, - se quisermosaprender a andar pelas prprias pernas, precisamos permitir a manifestao de

    nossa essncia. E um caminho sorrir para Ela! Como tarefa de casa faam oexerccio do sorriso todos os dias. Tenho aqui alguns CDs gravados. - E entregouuma cpia para cada um.

    - Faam-no pelo menos 3 vezes ao dia. Uma vez ao levantar, outra depois doalmoo e outra antes de dormir. Pratiquem, pratiquem... Pratiquem! - Ordenou.

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    CAPTULO SETECOMEO DAS PRTICAS

    Nos primeiros lampejosda manh, Arthur pegou seu aparelho de som,colocou o fone para no perturbar seus colegas, encaixou o CD com o exercciodo sorriso, sentou-se na ponta da cadeira e seguiu as instrues. Depois foi tomarseu caf matinal.

    Percival e Pedro ainda dormiam.Terminado seu desjejum, despediu-se do pessoal e saiu acelerado para mais

    um dia de trabalho. Pelo seu semblante, via-se que tinha assunto para o dia todo.

    Logo que entrou na carpintaria, cumprimentou Jos e Poleto e ps-se s tarefas.Poleto logo foi cobrando resultados.- Arthur! Este conserto precisa ficar pronto at s 12:00.- Qual o problema dele? - Ele quis saber.- D uma olhada na ficha! Voc no sabe ler? - Reclamou.- que sua letra parece letra de mdico. - Justificou-se.Poleto meio mal-humorado esbravejou.- P! Ta mais que legvel. D uma confirmada, Jos. - Pediu a ele:E ele pegou a ficha...- De... de... O qu? Arre! Impossvel! - Confessou o amigo...

    Para Jos e Arthur, Poleto era como um pai. Ele tinha aprendido a profissocom imigrantes italianos. Tanto que nos seus 30 anos de prtica era reconhecidocomo um dos melhores marceneiros da regio, mas no perdiam a oportunidadepara provoc-lo. Escrever no era seu forte.

    - Viu, Poleto! - Arthur aliviou-se. - Duvido que algum consiga ler.No meio da conversa, eis que chega Rodrigo.- Que risadas foram aquelas? Dava para ouvir at do outro lado da rua...- Quer saber o motivo, Rodrigo? a letra do Poleto. Veja se consegue

    entender o que est escrito aqui? - E Jos entregou-lhe a ficha.

    - Nossa! No estou entendendo nada. - Tambm confessou.A no teve jeito...

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    - Vo se ferrar! - Poleto esquentou pra valer. - Vocs esto querendo me gozar...E haja risadas. Quanto mais o amigo tentava se justificar, mais eles se divertiam.

    At que num dado instante, depois que se acalmaram, ouviu-se o clssico convite:- Que tal um cafezinho?E l foram eles para a padaria. No caminho, Arthur, costumeiramente

    aproveitou a presena de Rodrigo.- Hoje fiz o exerccio do sorriso pela primeira vez.- Muito bem, Arthur! - Ele gostou de ouvir. - Fico feliz que esteja se

    esforando. Voc notou como a alegria importante em nossas vidas? - Observou,referindo-se ao que tinha acabado de ocorrer. - Com alegria no corao, tudo seilumina!

    Na oficina, Arthur pegou o mvel, desparafusou a fechadura, e descobriuna hora o problema. Da, desmontou a fechadura, encaixou a mola e,instantaneamente, abriu e fechou a porta, testando-a. Depois, voltou-se paraPoleto.

    - Pronto! O que fao agora?- Preciso que voc v para So Paulo... - Lembrou. - E deu-lhe uma lista.- O Rodrigo vai daqui a pouco para So Paulo. Que tal pegar uma carona? -

    Jos sugeriu.E Arthur saiu voando para o comrcio do amigo. Rodrigo trabalhava com

    projetos industriais, o que o obrigava a, periodicamente, ir para a capital contatarvrias empresas.

    Mal o carro deu partida, ele puxou assunto.- Interessante as palestras...

    - Est gostando, Arthur?- Muito! Tanto voc como o Sr. Carlos falam de coisas muito srias. comose vocs adivinhassem meus problemas. Questionamentos que para mim notinham soluo comearam a clarear.

    - A vida uma escola, Arthur! E a maior lio que ela ensina para todos ns que sem alegria tudo fica difcil...

    - Estou comeando a compreender isso, mas confesso que ainda estouconfuso.

    - No se preocupe! assim mesmo... Para tudo necessrio um tem