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BOLETIM MENSAL DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTECÇÃO CIVIL / N.º67 / OUTUBRO 2013 / ISSN 1646–9542 67 Outubro de 2013 Distribuição gratuita Para receber o boletim PROCIV em formato digital inscreva-se em: www.prociv.pt Leia-nos através do http://issuu.com/anpc "A TERRA TREME" Exercício público de cidadania © Pedro Santana

A TERRA TREME - Departamento de Proteção Civil – 1193 CNE ·  · 2013-12-08rio de destruição, morte e sofrimento resultante do atenta-do terrorista às Torres Gémeas, em 2001

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BOLETIM MENSAL DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTECÇÃO C IV IL / N .º67 / OUTUBRO 2013 / I S SN 16 46 –9542

67Outubro de 2013

Distribuição gratuitaPara receber o boletim

PROCIV em formato digital inscreva-se em:www.prociv.pt

Leia-nos através do

http://issuu.com/anpc

"A TERRA TREME" Exercício público de cidadania

© Pedro Santana

E D I T O R I A L

P. 2 . P RO C I V

Número 67, outubro de 2013

"Contribuir para a informação, reforçar a resiliência e a preparação da população"

Os cidadãos são, hoje em dia, simultaneamente protagonistas e agentes ativos de proteção civil, no direito à informação sobre os riscos a que estão sujeitos no seu dia-a-dia, e no dever de adoção de medidas preventivas e comportamentos de autoproteção adequados.

Todos estes pressupostos ganham força quando abordamos a problemática do risco sísmico. É neste quadro que a Autoridade Nacional de Proteção Civil concebeu o exercício público de preparação para o risco sísmico - A TERRA TREME.

A comunicação em torno deste exercício não procura uma abordagem propriamente técnica e científica. Não sendo possível prever uma situação de sismo, fenómeno potencialmente ge-rador de elevados impactos no tecido social e económico pela turbulência que gera no normal funcionamento das comunidades afetadas, pretendemos sem alarmismo, o envolvimento dos cidadãos na adoção de comportamentos preventivos e de proteção face a um cenário com essas características.

Independentemente dos níveis de adesão conseguidos no dia 11 de outubro, este trabalho de cooperação entre parceiros envolvidos na conceção do exercício, quer em termos de imagem e comunicação, quer em termos de validação e verificação de conteúdos, gerou uma enorme onda de entusiamo em torno de um projeto assumido por todos como de real interesse públi-co, que por si só já permite uma avaliação francamente positiva deste trabalho coletivo.

Manifesto o meu agradecimento a todas as entidades envolvidas. Uma palavra especial de louvor aos professores e alunos da EPI/ETIC que colaboraram na conceção de toda a imagética associada ao exercício, construção do logo, cartaz, site e filme promocional, inputs criativos hoje essenciais na consolidação de projetos com estas características e que vivem essencial-mente no passar da mensagem ao cidadão.

Estendemos este agradecimento aos voluntários da REDE, na elaboração de conteúdos de informação pública. Ao apoio institucional do Instituto Superior Técnico e do Centro de Es-tudos de Riscos Urbanos. Ainda ao envolvimento da Liga dos Bombeiros Portugueses e da Cruz Vermelha Portuguesa na dinamização no terreno desta ação. A disponibilidade da Sonae Sierra na promoção do evento nos seus espaços comerciais. Ainda, uma palavra de reconhe-cimento para a empresa GCI, que desde o início entendeu amplamente os propósitos deste exercício apoiando toda a estratégia de comunicação e ligação com os media.

Contribuir para a informação, reforçar a resiliência e a preparação da população, cumprin-do os compromissos assumidos do país a nível nacional e internacional, é um dos grandes desafios desta iniciativa.

Termino deixando uma palavra de conforto aos familiares e camaradas dos bombeiros Da-niel Alexandre Preto Falcão e Fernando Manuel Sousa Reis que perderam a vida no cumpri-mento da sua missão ao serviço da proteção das nossas populações, que não nos deixa des-cansar no aperfeiçoamento do nosso trabalho, nomeadamente nas componentes de saúde e segurança dos bombeiros portugueses.

Manuel Mateus Couto

Edição e propriedade – Autoridade Nacional de Protecção Civil Diretor – Manuel Mateus Couto Redação e paginação – Núcleo de Sensibilização, Comunicação e ProtocoloFotos: Arquivo da Autoridade Nacional de Protecção Civil, exceto quando assinalado.Impressão – SIG – Sociedade Industrial Gráfica Tiragem – 2000 exemplares ISSN – 1646–9542

Os artigos assinados traduzem a opinião dos seus autores. Os artigos publicados poderão ser transcritos com identificação da fonte.

Autoridade Nacional de Protecção Civil Pessoa Coletiva n.º 600 082 490 Av. do Forte em Carnaxide / 2794–112 Carnaxide Telefone: 214 247 100 Fax: 214 247 180 [email protected] www.prociv.pt

P U B L I C AÇ ÃO M E N S A L

Projecto co-financiado por:

Manuel Mateus CoutoPresidente da ANPC

"um projeto assumido por todos como de real interes-se público, que por si só já permite uma avaliação francamente positiva deste trabalho coletivo."

B R E V E S

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Visita à ANPC de Delegação da Polícia Militar de Minas Gerais, Brasil

No dia 20 de setembro a Autoridade Nacional de Proteção Civil acolheu a visita de uma delegação da policia militar de Minas Gerais, Brasil, onde assistiram a uma apresen-tação desta Autoridade Nacional, com visita às instalações e ao Comando Nacional de Operações de Socorro. A delega-ção Brasileira visitou também o Serviço Municipal de Pro-teção Civil de Lisboa e o Regimento Sapadores Bombeiros de Lisboa, bem como os diversos organismos do MAI.

Dia Nacional do Bombeiro Profissional

A 6.ª edição deste ano do Dia Nacional do Bombeiro Profis-sional decorreu em Leiria, no dia 11 de setembro. A data foi escolhida, em memória de todos os Bombeiros que perde-ram a vida durante as operações de busca e resgate no cená-rio de destruição, morte e sofrimento resultante do atenta-do terrorista às Torres Gémeas, em 2001. A Força Especial de Bombeiros (FEB) esteve representada nas cerimónias do Dia Nacional do Bombeiro Profissional com a participação do Comandante da FEB, José Realinho, e de um pelotão constituído por 26 elementos na formatura geral.

ANPC recebe visita de delegação timorense

A Autoridade Nacional de Proteção Civil recebeu no pas-sado dia 6 de setembro uma visita técnica de oito depu-tados e três técnicos do grupo Parlamentar da República Democrática de Timor – Leste (Comissão – B de Negócios Estrangeiros, Defesa e Segurança Nacional). Além de um enquadramento sobre a organização, estrutura e funcio-namento do sistema nacional de proteção civil e atribui-ções da ANPC, a comitiva visitou o Comando Nacional de Operações de Socorro desta Autoridade Nacional, onde teve a oportunidade de tomar contacto com as principais ferramentas de apoio à gestão operacional.

ANPC participa em reunião da NATO

Decorreu, em Bruxelas, nos dias 19 e 20 de setembro, a se-gunda reunião ordinária de 2013 do Grupo de Proteção Civil da NATO, na qual a ANPC é a representante nacional no âmbito das suas competências genéricas em matéria de planeamento civil de emergência. A reunião decorreu em dois formatos distintos (restrito aos Aliados e aber-to aos parceiros Euro-Atlânticos) e incidiu sobretudo nos desenvolvimentos recentes da Aliança Atlântica, no âmbi-to do planeamento civil de emergência, com destaque para a atividade do Centro Euro-Atlântico de Coordenação da Resposta a Catástrofes.Ao longo dos dois dias de reunião foram também discuti-dos aspetos relacionados com a cooperação civil-militar, os desafios colocados à receção de assistência internacional, a revisão das Orientações de Budapeste relativas a infor-mação pública e a produção de uma lista de procedimentos para gestão de emergências em eventos de grande visibi-lidade.

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Dois novos quartéis de bombeiros em Leiria

O Distrito de Leiria conta agora com dois novos quartéis de bombeiros, no Bombarral e em Castanheira de Pêra.O novo quartel da Associação Humanitária dos Bom-beiros Voluntários do Bombarral foi inaugurado a 29 de junho pelo Secretário de Estado da Administração Inter-na, Filipe Lobo D’Ávila. Aproximadamente um milhão de euros foram gastos na construção e no equipamento desta unidade, tendo o QREN comparticipado em cerca de 676 mil euros e o município do Bombarral com 150 mil euros além da oferta do terreno. Na cerimónia, foram promovi-dos 22 bombeiros e 38 condecorados com medalhas de de-dicação e assiduidade.A 30 de junho foi inaugurado, pelo Ministro da Adminis-tração Interna, Miguel Macedo, o novo quartel dos Bom-beiros Voluntários de Castanheira de Pêra, em resultado de obras de ampliação e beneficiação. Na ocasião, a Liga dos Bombeiros Portugueses atribuiu o crachá de ouro a José Domingues, comandante deste corpo de bombeiros, ten-do sido ainda condecorados 63 bombeiros e promovidos 14 a bombeiros de 3ª. A cerimónia terminou com o desfile apeado e motorizado pelas ruas da vila, tendo participado nesta cerimónia a fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Figueiró dos Vinhos.

B R E V E S

IDN: Visita do Curso de Defesa para Jovens

A ANPC recebeu no dia 10 de setembro a visita de um grupo de jovens do Curso de Defesa para Jovens, promovi-do pelo Instituto de Defesa Nacional, onde foi dado um en-quadramento do Sistema de Proteção Civil, bem como das atribuições da Autoridade Nacional de Proteção Civil no quadro desse sistema.O Curso de Defesa para Jovens tem por finalidade promo-ver a sensibilização, a valorização e o esclarecimento dos jovens que constituem o universo dos potenciais dirigen-tes ou quadros superiores das estruturas do Estado e da sociedade civil, através do estudo, reflexão e debate sobre os grandes problemas nacionais e internacionais com inci-dência no domínio da segurança e da defesa.

Secretário-geral do PS reúne com Proteção Civil

O Secretário-geral do Partido Socialista, António José Seguro, visitou no dia 5 de setembro a ANPC, em Carnaxide, onde assistiu a um briefing técnico operacional para se inteirar da situação dos incêndios florestais que afetaram o país.Nesta visita ao Comanda Nacional de Operações de Socorro da ANPC, acompanharam o Secretário-geral, o Presiden-te do Grupo Parlamentar do PS, Carlos Zorrinho e o Vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS, José Carlos Mota Andrade.

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B R E V E S / C D O S

Provas de seleção para TAS - CDOS FARO

Decorreram no dia 19 de setembro, nas instalações da Uni-versidade do Algarve, as provas de seleção para o curso de Tripulante de Ambulância de Socorro. Este processo de seleção, promovido pela Escola Nacional de Bombeiros (ENB) em articulação com Comando Distrital de Operações de Socorro de Faro, que envolveu 160 operacionais dos Cor-pos de Bombeiros da Região, deriva da assinatura do con-trato programa entre o Instituto Nacional de Emergência Médica e ENB.

Curso Monográfico de Proteção Civil - CDOS SANTA-RÉM

Realizou-se no dia 22 de setembro o Curso Monográfico de Proteção Civil promovido pelo Corpo Nacional de Escutas (CNE) destinado a Dirigentes membros dos Departamen-tos Regionais e de Núcleo de Proteção Civil, delegados do CNE no Sistema de Proteção Civil e Caminheiros, com vis-ta à obtenção da Especialidade de Proteção Civil. A ação de formação versou essencialmente sobre o siste-ma nacional de proteção civil, os seus agentes e as suas missões. Foi também abordada a tipologia dos riscos para a proteção civil existentes em Portugal, e em particular no distrito de Santarém, tendo-se apresentado o “ciclo da emergência”, como o “sistema” que se encontra na génese de todo o trabalho desenvolvido pela ANPC. Foi igualmen-te abordada a temática da Gestão de Operações, nomeada-mente no que se refere às missões e atribuições do COS e à constituição do Posto de Comando Operacional.A ANPC ministrou, através do Comando Distrital de Ope-rações de Socorro de Santarém os módulos “sistema na-cional de proteção civil – estruturas nacional, distrital e municipal, e os diferentes riscos na Proteção Civil”.

Folhetos de sensibilização pública em braille - CDOS PORTO

A delegação do Porto da Associação de Cegos e Ambliopes de Portugal (ACAPO), em colaboração com o Comando Dis-trital de Operações de Socorro (CDOS) do Porto, elaborou um conjunto de três folhetos de sensibilização pública em Braille. Esta ideia surge do resultado da inexistência de material adaptado a portadores desta deficiência e da necessidade da contínua aposta da Proteção Civil em ma-téria de prevenção de riscos. Os temas escolhidos foram “Sismos”, “Incêndios em casa” e “Espaços Públicos”. A pro-posta de produção destes folhetos ficará a aguardar a sua aprovação em sede de QREN - Quadro de Referência Estra-tégica Nacional.

Contexto e Descrição da AçãoÉ um exercício de preparação para o risco sísmico (ins-

pirado no exercício norte-americano ShakeOut - www.shakeout.org), com a duração de um minuto, pré-definido 11 de outubro de 2013, às 11h10m - durante o qual os cida-dãos, individualmente ou em grupo (famílias, escolas, em-presas, organizações públicas e privadas) são convidados a executar 3 gestos de autoproteção: baixar-se, proteger-se e aguardar.

Objetivos:

Estratégia Internacional para a Redução de Catástrofes Plataforma Nacional para a Redução de Catástrofes

Esta iniciativa vai de encontro às propostas enunciadas no Quadro de Ação de Hyogo subscrita por 168 Estados-Membros da Nações Unidas. No quadro da sua Estratégia Internacional para a Redução de Catástrofes (UNISDR) promovem-se vários projetos e ações tendo como preocu-pação central aumentar a capacidade de resiliência das co-munidades, tendo Portugal criado em 2010, formalmente, a Plataforma Nacional para a Redução de Catástrofes, se-guindo os mesmos princípios e objetivos centrais - “A re-siliência de um grupo, comunidade, ou organização, está dependente das capacidades que em conjunto conseguem desenvolver e que lhes permitam adaptar-se e fazer face a situações de mudança e perturbação, sem grandes danos, nem perda de recursos” (UNISDR, 2005).

Incrementar estas capacidades passa por um progressivo esforço colaborativo entre organismos responsáveis e po-pulações, introduzindo metodologias proactivas como a educação, o planeamento e desenvolvimento da sensibili-zação local para os riscos.

Uma Comunidade Resiliente é composta por cidadãos mais conscientes, mais defendidos, mais esclarecidos, mais ativos e interventivos na sua própria segurança.

Sendo o dia 13 aquele que foi definido pelas Nações Unidas

1º - treinar, individual e coletivamente, os 3 Gestos de Proteção:

BAIXAR-SE – PROTEGER-SE – AGUARDAR2º - divulgar procedimentos de prevenção, autoprote-ção e mitigação face ao risco sísmico: SETE PASSOS (nos quais se inclui os 3 Gestos de Proteção).

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© Ana Livramento

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Exercicio público de cidadania - A TERRA TREME O projeto “A Terra Treme”, promovido pela Autoridade Nacional de Protecção Civil, visa promover a informação e a mo-bilização da sociedade civil na adoção comportamentos adequados de autoproteção em caso de ocorrência de sismo.

"A terra treme, é um facto, sobre-tudo em regiões de risco sísmico. Não sabemos quando nem como, mas sabemos que vai acontecer"

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para celebração desta efeméride, considerou-se que a natu-reza da iniciativa teria maior impacto uma vez realizada num dia útil, tentando que se aproximasse o mais possível da data internacionalmente aceite.

Tema para 2014 lançado pela Estratégia Internacional para a Redução de Catástrofes

O tema deste ano dá destaque à importância do envolvi-mento das pessoas com incapacidades na resposta a situ-ações de catástrofe. Conhecer as diferentes necessidades especiais é determinante para compreender e estabelecer medidas e soluções adequadas às diferentes limitações, também naturalmente no campo da prevenção e resposta a situações de risco coletivo.

Ano Europeu dos CidadãosNeste Ano Europeu dos Cidadãos, a Autoridade Nacional

de Proteção Civil concebe este Exercício Público de Cidada-nia, procurando envolver a nível nacional o maior número de pessoas e organizações na prática de 3 gestos simples de proteção em caso de sismo. Empresas, Serviços Municipais de Proteção Civil, Agentes de Proteção Civil, Organizações Não Governamentais, sociedade em geral, são convidados a participar nesta iniciativa.

A terra treme, é um facto, sobretudo em regiões de risco sísmico. Não sabemos quando nem como, mas sabemos que vai acontecer e são vários os exemplos de ocorrências catastróficas nos últimos anos: Itália 2009 (L’ Aquilla), Haiti 2010 (Port-au-Prince), Japão (Tohoku) 2011, Itália (Emilia-Romagna) 2012.

Como é do conhecimento geral, Portugal, devido à sua localização, está sujeito ao risco sísmico. Exemplos desta situação foram os terramotos ocorridos em 1755 (o maior de sempre registado na Europa) e outros com impactos mais circunscritos, como os de 1909 (Benavente), 1969 (Algarve), 1980 (Terceira) ou 1998 (Faial). Situações de sismos mais re-centes, de baixa intensidade e sem registo de danos, ocor-reram no continente, e facilmente são geradoras de situa-ções de pânico e enorme aflição.

Nestas circunstâncias, cabe também ao cidadão a impor-tante missão de proteger a sua vida e a dos seus próximos.

Os SETE PASSOSA importância deste evento, não se esgota no minuto em

concreto em que promovemos estes 3 gestos: baixar, prote-ger e aguardar.

Procura um contexto mais vasto de divulgação de infor-mação sobre o que fazer antes, durante e depois de um sis-mo, traduzindo-se nos tais 7 PASSOS, nos quais se inclui os 3 GESTOS DE PROTEÇÃO, na base do presente exercício, in-ternacionalmente reconhecidos como os mais adequados, no que respeita à autoproteção e mitigação do risco sísmi-co, ao alcance da generalidade dos cidadãos.

Cada passo organiza algumas ideias simples e acessíveis ao comum dos cidadãos, no sentido de minorar os efeitos de um sismo e melhor responder face a uma situação real.

Em resumo:

Antes do sismo1. Identificar e minimizar riscos em casa

A casa deve estar preparada para uma emergência. Fixe bem às paredes, chão ou teto os móveis, armários, estan-tes, candeeiros, e outros objetos que podem soltar-se e cair. Coloque os objetos pesados, ou de grande volume, no chão ou nas prateleiras mais baixas das estantes . Objetos como espelhos ou quadros pesados não devem ser colocados por cima de lugares como a cama ou o sofá. Não coloque as ca-mas perto das janelas. Tenha um extintor em casa, aprenda a usá-lo e faça as revisões periódicas.

As crianças devem ser ensinadas a fazer frente às emer-gências. Explique de forma tranquila e simples as reco-mendações mais básicas. Elas devem abrigar-se debaixo de uma mesa ou de uma cama e devem proteger a cabeça e os olhos. Uma boa forma de ensinar estas instruções às crian-ças é fazê-lo como se fosse um jogo.

2. Elaborar um plano de emergênciaElabore um plano de emergência para que todos saibam

como agir em caso de sismo. Após um sismo devemos des-ligar a água, a eletricidade e o gás, para evitar curto-cir-cuitos, incêndios ou inundações. Tenha sempre presente os números de emergência, junto do telefone fixo ou no seu telemóvel: 112, Polícia, Bombeiros, Serviços Médicos e da Proteção Civil. Mas lembre-se que em caso de sismo deverá utilizar o telefone unicamente em caso de extrema neces-sidade.

O seu plano de emergência familiar deve ter ainda:– O nome do responsável que verifica os itens essenciais do

Kit de Emergência familiar. – O ponto de encontro da família, fora do local de residên-cia, trabalho ou escola, conhecido de todos o que seguem o seu plano. – Instruções de como se contactarem uns aos outros duran-te a emergência. Incluir o contacto de uma pessoa, fora da sua área de residência, que possa auxiliar.

ANTES:1º Passo: Identificar e corrigir os riscos em casa2º Passo: Plano de emergência Familiar 3º Passo: Preparar Kit de Emergência4º Passo: Conhecer os pontos mais fracos do edifícioDURANTE: Execute os 3 gestos que protegem: Baixar-se, Proteger-se

e AguardarAPÓS:6º Passo: Cuidar de si, dos seus e dos mais vulneráveis7º Passo: Estar atento às indicações das Autoridades

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3. Preparar Kit de EmergênciaTenha em casa uma pequena mochila de emergência

com: rádio a pilhas, lanternas, pilhas de reserva, estojo de primeiros socorros, medicamentos e alguns agasalhos. A mochila deve ficar guardada num lugar fixo que seja conhecido por todos, incluindo as crianças.

4. Conhecer os pontos mais fracos do edifícioConheça, tão bem quanto possível, a estrutura de sua

casa ou do local de trabalho, tentando perceber da existên-cia de estrutura antissísmica.

Durante um Sismo5. Executar os 3 gestos que protegem: Baixar-se, Prote-ger-se e Aguardar

Durante um sismo, os 3 gestos fundamentais que podem salvar vidas são: BAIXAR-SE sobre os joelhos, uma posição que evita a queda durante o sismo. Depois PROTEGER a cabeça e o pescoço com os braços e as mãos, procurando abrigar-se, se possível, sob uma mesa resistente e segurar-se firmemente a ela. Por fim, AGUARDAR até que a terra pare de tremer.Lembre-se ainda:

Em caso de sismo mantenha a calma e ajude a acalmar as pessoas que estão junto a si. Evite ficar no meio da divisão e afaste-se de chaminés, janelas, espelhos, vitrinas ou ob-jetos que possam cair. Procure refúgio num canto da sala, debaixo do vão de uma porta interior, do pilar de uma tra-ve mestra, ou de móveis sólidos, como mesas, camas ou secretárias. Ligue o rádio e fique atento às instruções.

Se estiver na rua, afaste-se de árvores, postes elétricos, muros e edifícios, por causa da possível queda de escom-bros. Não vá para casa. Procure lugares abertos, como pra-ças, descampados ou avenidas amplas. Mantenha-se num local seguro e não circule pelas ruas, deixando-as livres para as viaturas de socorro. Regresse a casa apenas quando as autoridades o aconselharem.

Se estiver a conduzir no momento do sismo, pare a via-tura assim que for possível e permaneça dentro do veículo. Afaste-se de pontes, postes elétricos ou edifícios. Tenha cuidado com os cabos de alta tensão caídos e com os obje-tos que estejam em contacto com eles. Ligue o rádio e fique atento às instruções difundidas.

Colabore com as autoridades. Lembre-se que a utilização simultânea e de forma massiva do telefone bloqueia as linhas, impedindo o bom funcionamento das comunicações, que são imprescindíveis para as operações de socorro. Use o seu telefone unicamente em situações de emergência.

Afaste-se das praias porque é possível que ocorra um tsunami nos instantes seguintes ao sismo. Em caso de alerta das autoridades, vá rapidamente para uma zona alta e afastada da costa. Se estiver numa embarcação dirija-se para o alto-mar.

Após um Sismo6. Cuidar de si, dos seus e dos mais vulneráveis

De acordo com o plano de emergência (passo nº 2) de-vem estar sinalizadas as pessoas com mais dificuldades de mobiliade e que perante uma situação real, deverão ser auxiliadas por quem está mais próximo. Esta informação é igualmente útil para os operacionais que chegam ao ter-reno, no quadro das ações de proteção e socorro.

Se estiver num edifício não se precipite para a saída. Fi-que no seu interior, ajoelhe-se e proteja a cabeça e os olhos, espere que o sismo pare e depois saia com calma. Se ficar preso tente comunicar com o exterior batendo com algum objeto.

Não use o elevador. O sismo pode provocar a sua queda ou cortar a eletricidade, deixando-o preso no interior.

Numa situação de catástrofe é frequente existirem fugas de gás. Após um sismo não acenda fósforos ou isqueiros, nem ligue o interruptor porque pode provocar uma explo-são. Corte imediatamente o gás, a água e a eletricidade. Veja se a casa sofreu graves danos.

Depois de um sismo deve abrir os armários com precau-ção já que alguns objetos podem ter ficado numa posição instável. Se detetar o derrame de substâncias tóxicas ou inflamáveis, deve limpar a zona o mais rapidamente pos-sível. Se existirem destroços deve calçar botas ou sapatos resistentes para se proteger dos objetos cortantes ou pon-tiagudos.

7. Estar atento às indicações das Autoridades. Manter-se atualizado.

A seguir ao sismo avalie o estado em que ficou o edifício onde se encontra porque podem ocorrer réplicas que der-rubem as áreas danificadas. Utilize os telefones apenas em caso de urgência, quando existirem feridos graves, fugas de gás ou incêndios. Se existir a possibilidade de a água es-tar contaminada, consuma apenas água engarrafada. Li-gue o rádio e fique atento às instruções das autoridades.

Núcleo de Sensibilização, Comunicação e Protocolo - ANPC

Número 67, outubro de 2013

Entidades: Coordenação: ANPC Conteúdos: ANPC, Instituto Superior Técnico, REDE – Associação Nacional de Voluntariado de Proteção CivilOperacionalização: Liga dos Bombeiros Portugueses, Cruz Vermelha PortuguesaAvaliação: CERU - Centro Europeu de Riscos Urbanos Imagem e Comunicação: EPI - Escola Profissional de Imagem, GCI Apoio: Sonae Sierra

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T E M A D E S TA Q U E

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©José Fernandes

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FATOR “X” Das Comunidades Resilientes

Parcerias entre o poder central, a administração local, as instituições particulares e a sociedade civil são essenciais para que as comunidades se tornem capazes de diariamen-te gerir o risco. Estas parcerias exigem clareza de responsa-bilidades, flexibilidade por parte das autoridades e incenti-vo, para continuarem a desenvolver respostas às condições do seu contexto particular. Em troca, geram energia que alimenta e fortalece todo o sistema que nele participa.Compreender os fatores determinantes na constituição de comunidades resilientes é o objetivo deste artigo, onde se deve realçar a importância da ciência do relacionamento, em todas as formas, amizade, parcerias ou sociedades. Apresentam-se dois exemplos que constituem casos de sucesso de comunidades efetivas, onde acontecem parce-rias fortes e eficazes, conhecidas no âmbito da iniciativa da ANPC Olhares sobre Proteção Civil.A comunidade Cova da Moura localiza-se na periferia da Amadora e cresceu nas freguesias da Buraca e Damaia com uma população de cerca de 6 000 habitantes, metade da qual jovens com menos de 20 anos de idade. Desde os anos 70, bairro construído pelos moradores, com origens diversas, a maioria de Cabo Verde, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, além de população rural vinda do interior de Portugal e ali fixada, tinham em comum a vontade de sobreviver a guerras longínquas, à pobreza, à adversidade quotidiana. Na sua configuração territorial, tanto lembra uma ilha como um castelo muralhado pelas vias rápidas que o rodeiam. A necessidade de resolver questões coletivas como o sane-amento básico, apoio às famílias e educação foi crescendo uma consciência coletiva feita a par da construção das casas, escola, lojas e hortas. Destaca-se na Cova da Moura a Associação Cultural Moinho da Juventude, Instituição Particular de Solidariedade Social, cuja história simbo-

liza, se apoia e incorpora a comunidade. Constituída em 1987, foi uma iniciativa comunitária com o propósito de dar expressão organizada e sem fins lucrativos ao dever de solidariedade entre a comunidade. Não tendo qualquer ad-ministração do Estado ou da autarquia para prosseguir os seus objetivos sociais, culturais e económicos, tem vindo a desenvolver protocolos de cooperação com o Centro de Emprego e o Fundo Social Europeu, por exemplo, tendo sido distinguida com diversos prémios de reconhecimen-to, como aconteceu em 2007, com o Prémio Direitos Huma-nos da Assembleia da República. Como traves mestras do seu funcionamento, destacamos a aposta em desenvolver a participação ativa de todos, informando-os sobre os pro-cessos em curso e dando-lhes a palavra, e ainda a perseve-

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© R. Santos

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D E S TA Q U E

" p a r t i c i p a ç ã o ativa e criação de laços, são determi-nantes na redução das vulnerabilida-des, na prevenção das catástrofes e na gestão dos riscos. "

rança na criação de laços com a sua cultura, a dos outros e o ambiente. Se olharmos para a Estratégia Internacional das Nações Unidas para a Redução do Risco de Catástrofes, estes fato-res, participação ativa e criação de laços, são determinan-tes na redução das vulnerabilidades, na prevenção das ca-tástrofes e na gestão dos riscos. Em Portugal, a Plataforma Nacional para a Redução do Risco de Catástrofes é a Comis-são Nacional de Proteção Civil, que criou como sua exten-são executiva a Subcomissão para a Redução de Catástro-fes. No plano de ação aprovado para o período 2012-2014, esta Subcomissão lançou diversos projetos entre os quais a criação de “Equipas de Intervenção Local” (EIL), a serem constituídas por população residente, com o objetivo de reconhecer os riscos, reduzir as vulnerabilidades locais e atuar, utilizando o conhecimento para a segurança da sua comunidade.Este projeto está a ser implementado em Nisa, distrito de Portalegre, município vítima da sua interioridade, hoje com uma população inferior a 7500 habitantes, distribuí-dos por 10 freguesias. Escolhido entre muitos dos centros históricos com problemas de conservação e predomínio de residentes idosos, apresenta outras vulnerabilidades que decorrem da pobreza e do abandono, embora o dinamismo dos poderes locais e de algumas associações de iniciativa social prometam parcerias ativas. Foi assim que em dezem-bro de 2012 se apresentou publicamente a intenção de criar, em três das freguesias de Nisa, equipas de cidadãos que, após uma formação mínima adequada, atuarão em com-promisso com as parcerias definidas para o seu funciona-mento. Estas equipas, de caráter local, serão polivalentes nos âmbitos da prevenção e da primeira intervenção.A ANPC é parceira deste projeto tendo apoiado no reco-nhecimento dos principais riscos e vulnerabilidades do concelho, como os acidentes rodoviários e os incêndios florestais, os quais ditaram as ações de prevenção para

a minimização dos principais riscos do concelho. São parcerias de implementação, para além da Câmara Mu-nicipal de Nisa e do Serviço Municipal de Proteção Civil, as Juntas de Freguesia, a Guarda Nacional Republicana, o Corpo de Bombeiros Voluntários, a Administração Regio-nal de Saúde do Alentejo, I.P. e associações locais como a ADN - Associação de Desenvolvimento de Nisa. Para replicar e implementar projetos semelhantes, a ANPC disponibilizará durante o mês de outubro um Manual de apoio à criação de Equipas de Intervenção Local, destinado essencialmente às Camaras Municipais, Juntas de Fregue-sia e seus parceiros.

Núcleo de Gestão e Ordenamento do Território, da Unidade de Planeamento, da Direção Nacional de Planeamento de Emergência - ANPC

P RO C I V . P.11Número 67, outubro de 2013

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©José Fernandes

Nova edição online: Medidas de Autoproteção de SCIE

Está disponível para download no site da ANPC uma nova publicação da Autoridade: “Medidas de Autoproteção de Segurança contra Incêndio em Edifícios – Vol. I – Organi-zação Geral”. Trata-se de um instrumento de apoio à elaboração dos Pla-nos de Segurança Internos de edifícios e recintos, da auto-ria de João Pinheiro, técnico da ANPC no CDOS de Bragança e especialista na área, sendo o primeiro de 3 volumes.Procura apoiar a organização das medidas de reação à pro-babilidade de ocorrência de incêndios, de evacuação e de salvamento dos ocupantes em risco, e a intervenção eficaz e segura dos meios de socorro, de forma a limitar os respeti-vos danos. Compreende, ainda, a organização dos recursos humanos e materiais disponíveis em função da prevenção do risco de incêndio e da redução do impacto de um even-tual acontecimento nas pessoas e no edificado.Este documento, com 236 páginas, encontra-se organizado em diversos capítulos: Organização da Segurança Contra Incêndio em Edifícios, Gestão da documentação das Me-didas de Autoproteção, Medidas de Autoproteção, Medidas de Autoproteção de Edifícios e Recintos de Utilização-tipo Mista ou de Frações de uma Utilização-tipo Exclusiva com gestão diferenciada e Estrutura do Plano de Segurança Interno.

D I V U L G A Ç Ã O

Manual - Técnicas de Escoramentos

A qualidade e a excelência da for-mação ministrada, bem reconhe-cida tanto a nível nacional como internacional, é patente no presente manual , que reúne as diversas téc-nicas relativas aos escoramentos de caráter urgente, não definitivos, des-tinados a evitar a ruína iminente de

qualquer parte da construção em risco de desabamen-to ou de porção de terreno que ameaça desmoronar-se, a que o Sapador Bombeiro pode recorrer em operações de Proteção e Socorro. (Manual elaborado pelo Regimento Sapadores Bombeiros).

Manual do Curso - Controlo de Flashover

Com o objetivo de melhorar as ações de combate aos incêndios urbanos que os profissionais do Regimento de Sapadores Bombeiros (RSB) en-frentam no seu dia-a-dia, a Escola do Regimento (ERSBL), entidade credenciada para ministrar o Curso Controlo de Flashover (nível I) pelo

Corpo de Bombeiros Militares do distrito Federal – cen-tro de Treinamento Operacional – Brasília, Brasil , e pelo “ Groupement Internacional de Formateurs Flasho-ver – Tantad”, elaborou este Manual de apoio , teórico-prático, complementando assim o referido Curso.

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