39
A TRANSCRIÇÃO FONOLÓGICA

A Transcrição Fonológica

  • Upload
    fabiano

  • View
    423

  • Download
    20

Embed Size (px)

DESCRIPTION

A Transcrição Fonológica

Citation preview

Page 1: A Transcrição Fonológica

A TRANSCRIÇÃO FONOLÓGICA

Page 2: A Transcrição Fonológica

“tia”['tiɐ]

['tʃiɐ]

Um fonema pode variar na sua realização. Aos vários sons que realizam o mesmo fonema damos o nome de variantes ou alofones.

Page 3: A Transcrição Fonológica

A análise fonológica consiste em identificar os sons que constituem fonemas e como eles se organizam em um sistema linguístico, para verificar, por exemplo, as posições que os fonemas ocupam, se no início, no meio ou no final da sílaba, com que outros fonemas normalmente se agrupam etc.

Page 4: A Transcrição Fonológica

Diversos processos fonológicos devem ser

verificados ao se realizar a transcrição fonológica, pois os sons exercem influência uns sobre os outros, fazendo surgir alterações no sistema fonológico.

Page 5: A Transcrição Fonológica

/'tia/ - Na realização fonética, teríamos [t] ou [t] diante da vogal [i]. Na transcrição fonológica, transcrevemos o fonema /t/.

EXEMPLOS DE TRANSCRIÇÕES FONOLÓGICAS

Page 6: A Transcrição Fonológica

OS PROCESSOS FONOLÓGICOSUm pouco de prática

Page 7: A Transcrição Fonológica

NEUTRALIZAÇÃO

Page 8: A Transcrição Fonológica

e — /S/

Os fonemas // e //, em final de sílaba, deixam de fazer oposição, pois ao substituirmos um pelo outro não identificamos alteração no plano do significado.

Page 9: A Transcrição Fonológica

Significa que o traço que diferencia os fonemas, no caso o ponto de articulação (um é alveolar ([s]) e outro palatal ([]), deixa de atuar, ou seja, é neutralizado.

NEUTRALIZAÇÃO

Page 10: A Transcrição Fonológica

NEUTRALIZAÇÃO: ARQUIFONEMA / S /

FONEMAS DISTINTOS - Em começo de palavra ou entre vogais : sapata / Zapata chá / já assa /asa/acha/aja  ARQUIFONEMA /S/ - Sem capacidade para distinguir significado, ou seja, são ambientes em que há neutralização entre os fonemas: em final de palavra: luz, ás. em final de sílaba, no interior da palavra: espadas.

Page 11: A Transcrição Fonológica

NEUTRALIZAÇÃO[liv] - [livo] = / livU/

Page 12: A Transcrição Fonológica

Para representar a neutralização de fonemas, utiliza-se, na transcrição fonológica, um arquifonema. Esse elemento corresponde ao resultado articulatório da neutralização, representando os traços distintivos comuns entre os fonemas. É geralmente representado por uma letra maiúscula.

O CONCEITO DE ARQUIFONEMA

Page 13: A Transcrição Fonológica

/U/ - neutralização entre /o/ e /u. /I/ - neutralização entre /i/ e /e/./R/ - neutralização entre /ɾ/ e /R/./S/ - neutralização entre /s/, /z/, /N/ - neutralização entre /n/, /m/, /L/ - neutralização entre /l/ e /u/, que ao acompanhar vogal em sílaba é representado por /w/.

SÍMBOLOS PARA REPRESENTAR

ARQUIFONEMAS:

Page 14: A Transcrição Fonológica

Para representar a neutralização de fonemas, utiliza-se, na transcrição fonológica, um arquifonema. Esse elemento corresponde ao resultado articulatório da neutralização, representando os traços distintivos comuns entre fonemas.

POR QUE USAR ARQUIFONEMAS?

Page 15: A Transcrição Fonológica

OUTROS PROCESSOS FONOLÓGICOS

Page 16: A Transcrição Fonológica

ASSIMILAÇÃO - um som torna-se semelhante a outro que está próximo a ele. Essa assimilação pode ser:

Parcial - a alteração da vogal temática em falei, em que o /a/ passa a /e/ por assimilar a característica de vogal fechada da vogal /i/ que lhe é vizinha.

Total - neste caso, o fonema assimilado se torna idêntico ao assimilador - perigo > /piigU/.

Page 17: A Transcrição Fonológica

HARMONIZAÇÃO VOCÁLICA - nesse processo fonológico, uma vogal pretônica assimila as características da vogal da sílaba tônica.

Exemplo: /kostua/ passa a /kustua/.

Page 18: A Transcrição Fonológica

METAFONIA - modificação do grau de abertura de uma vogal decorrente da influência da vogal ou semivogal que a seguem.

Exemplos: sogro/sogra; este/esta.

Page 19: A Transcrição Fonológica

EPÊNTESE - acréscimo de fonema no interior da palavra. Há casos em que esse acréscimo resulta na formação de um ditongo, temos, então, o processo de ditongação.  Exemplos: boa, pronunciado [bowa]; mês, pronunciado [me]; digno, pronunciado [d].

Page 20: A Transcrição Fonológica

AFÉRESE - queda de fonema no início do vocábulo. Exemplo: teve (por esteve).

SÍNCOPE - queda de fonema no interior do vocábulo.Exemplos: fósfro (por fósforo); abobra (por abóbora); xicra (por xícara).

Page 21: A Transcrição Fonológica

APÓCOPE - queda de fonema no final do vocábulo.

Exemplo: dormi (por dormir).

Page 22: A Transcrição Fonológica

NASALIZAÇÃO - uma vogal oral assimila a característica nasal de um som que lhe contíguo. É processo muito comum em português. Assim, palavras como cama e goma têm a vogal da sílaba tônica nasalizada. Em sílabas pretônicas, essa nasalização é variável, vide as realizações para o vocábulo gramática, com ou sem nasalização.

Page 23: A Transcrição Fonológica

NASALIDADE – (puramente fonética) a não articulação da vogal nasal marca a variação dialetal e não causa diferença de significado. Exemplos: j[a]nela – j[ã]nela (nasaladas ou nasalizadas)

NASALIDADE ≠ NASALIZAÇÃO

Page 24: A Transcrição Fonológica

NASALIZAÇÃO – (opõe-se a não-nasalização – de caráter fonológico). A vogal nasal ocorre, obrigatoriamente, em qualquer dialeto do português. Exemplos: ímã; santo. A não articulação da vogal nasal pode causar diferença de significado.Exemplos: lã/lá; mito/minto; manta/mata; bomba/boba.

Page 25: A Transcrição Fonológica

A INTERPRETAÇÃO DAS VOGAIS NASAIS EM

PORTUGUÊS

Page 26: A Transcrição Fonológica

mata/mantaseda/senda

lida/lindaboba/bombafuga/funga

A interpretação fonológica das vogais nasais em português tem sido sempre objeto de discussão por parte de linguistas.

Page 27: A Transcrição Fonológica

PRIMEIRA HIPÓTESE:“As vogais nasais são entendidas como fonemas distintos das respectivas vogais não-nasais.”Interpretação mais difundida: alguns consideram a existência de vogais com característica nasal em oposição às suas correspondentes orais.

Em que consiste a oposição entre as formas?

Page 28: A Transcrição Fonológica

SEGUNDA HIPÓTESE:“Para Mattoso Câmara, o que temos é a existência de uma vogal oral seguida de um elemento consonântico nasal, [m], [n] ou [], representado pelo arquifonema /N/, devido às variações determinadas pelo contexto em que ocorrem as vogais.”

Page 29: A Transcrição Fonológica

Se as vogais nasais têm capacidade distintiva, pode-se dizer que há, em português, fonemas vocálicos orais e fonemas vocálicos nasais?

Page 30: A Transcrição Fonológica

A vogal nasal é um fonema em português.

 

Vogal nasal é a combinação de 2 elementos: vogal + elemento nasal.

 

Teríamos em português 7 vogais orais e 5 nasais.

 

Page 31: A Transcrição Fonológica

 

Segundo Mattoso Câmara,

a vogal nasal não é um fonema em português.

 

Vogal nasal é formada por um grupo de dois fonemas: vogal oral + elemento consonântico nasal.

Temos, em português, 7 vogais orais.

Page 32: A Transcrição Fonológica

Quando a consoante nasal estiver travando sílaba e precedido por vogal realiza-se como:

 

[m] diante de consoante bilabial;

[n] nos demais ambientes.

Page 33: A Transcrição Fonológica

Não pode haver vogal nasal porque não há o contraste como, por exemplo, em francês, em que há 3 diferentes ocorrências foneticamente:

  beau - ['bo] (vogal oral)

bon - ['bõ] (vogal nasal)

bonne - ['bon] (vogal oral + consoante nasal)

Page 34: A Transcrição Fonológica

Observação:

Em nossas transcrições, consideraremos a existência de vogais nasais em oposição às vogais orais em português.

Page 35: A Transcrição Fonológica

UM POUCO DE PRÁTICA

Qual arquifonema deve ser utilizado para representar o processo fonológicos no par ['bolo] e ['bolu]?

Page 36: A Transcrição Fonológica

UM POUCO DE PRÁTICA

Qual arquifonema deve ser utilizado para representar o processo fonológicos no par ['bolo] e ['bolu]? /U/

/'bolU/ - Neste caso, podíamos ter uma pronúncia com o fonema /o/ ou /u/. Diante da neutralização, emprega-se o arquifonema /U/.

Page 37: A Transcrição Fonológica

UM POUCO DE PRÁTICA

Indique o fenômeno presente no par cantando/cantano.

Page 38: A Transcrição Fonológica

UM POUCO DE PRÁTICA

Os fonemas /n/ e /d/ são consoantes dentais. Por serem produzidas no mesmo ponto ou lugar de articulação, vão sofrer a assimilação.

Assimilação – é a força que tenta fazer com que

dois sons diferentes, mas com algum parentesco, se tornem iguais, semelhantes.

Page 39: A Transcrição Fonológica

Vamos estudar a sílaba.

PRÓXIMA AULA