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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE ECONOMIA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL MODALIDADE A DISTÂNCIA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO A TRANSPARÊNCIA COMO INSTRUMENTO DE COMBATE AOS DESVIOS DE RECURSOS PÚBLICOS: um estudo de caso no município de Campina Grande - PB Helder Luís Henriques Pós-graduando lato sensu em Gestão Pública Municipal - UFPB Débora Gerlane Gomes de Alcântara Professora convidada do Departamento de Economia - UFPB RESUMO A Lei de Responsabilidade Fiscal( LRF), a Lei da Transparência, além dos princípios contidos no artigo 37 da Constituição Federal consagra a transparência da gestão como mecanismo de controle social. É indispensável, demais disto, para a redefinição do papel dos gestores públicos, dirigirem esforços imediatos para o combate à corrupção, uma vez que os desvios de recursos públicos constituem em uma temática que vem a cada dia preocupando a sociedade brasileira. Sendo assim, o presente artigo tem como objetivo geral apresentar os mecanismos de transparência adotados pelo município de Campina Grande, como meio informativo ou de prestação de contas à população, e a sua eficácia no combate aos desvios de verbas públicas. A pesquisa tem caráter descritivo, pois visa descrever a percepção de práticas da transparência na Administração Pública e está baseada em fontes secundárias e primárias. No que diz respeito ao método e a forma, a pesquisa pode ser classificada como qualitativa, pois não faz uso de instrumental estatístico. Os resultados indicam que são aplicados no município alguns importantes mecanismos de transparência impostos na Constituição Federal (CF), na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e na Lei da Transparência, notadamente no que importa a publicidade. O orçamento participativo é apontado como uma das formas mais frequentes de acesso às demandas da sociedade, assim como o Portal da Transparência, onde existe uma ouvidoria virtual, muito embora a participação da sociedade não seja sentida de forma plena e satisfatória. As ações de transparência, levadas a efeito pelo município leva a conclusão de que são importantes ao menos como meio inibidor dos atos de improbidade e principalmente desvios de recursos públicos. Palavras-chave: Lei de Responsabilidade Fiscal. Lei da Transparência. Recursos públicos. Corrupção.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL MODALIDADE A DISTÂNCIA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

A TRANSPARÊNCIA COMO INSTRUMENTO DE COMBATE AOS DESVIOS DE

RECURSOS PÚBLICOS: um estudo de caso no município de Campina Grande - PB

Helder Luís Henriques

Pós-graduando lato sensu em Gestão Pública Municipal - UFPB

Débora Gerlane Gomes de Alcântara

Professora convidada do Departamento de Economia - UFPB

RESUMO

A Lei de Responsabilidade Fiscal( LRF), a Lei da Transparência, além dos princípios contidos

no artigo 37 da Constituição Federal consagra a transparência da gestão como mecanismo de

controle social. É indispensável, demais disto, para a redefinição do papel dos gestores

públicos, dirigirem esforços imediatos para o combate à corrupção, uma vez que os desvios de

recursos públicos constituem em uma temática que vem a cada dia preocupando a sociedade

brasileira. Sendo assim, o presente artigo tem como objetivo geral apresentar os mecanismos

de transparência adotados pelo município de Campina Grande, como meio informativo ou de

prestação de contas à população, e a sua eficácia no combate aos desvios de verbas públicas.

A pesquisa tem caráter descritivo, pois visa descrever a percepção de práticas da transparência

na Administração Pública e está baseada em fontes secundárias e primárias. No que diz

respeito ao método e a forma, a pesquisa pode ser classificada como qualitativa, pois não faz

uso de instrumental estatístico. Os resultados indicam que são aplicados no município alguns

importantes mecanismos de transparência impostos na Constituição Federal (CF), na Lei de

Responsabilidade Fiscal (LRF) e na Lei da Transparência, notadamente no que importa a

publicidade. O orçamento participativo é apontado como uma das formas mais frequentes de

acesso às demandas da sociedade, assim como o Portal da Transparência, onde existe uma

ouvidoria virtual, muito embora a participação da sociedade não seja sentida de forma plena e

satisfatória. As ações de transparência, levadas a efeito pelo município leva a conclusão de

que são importantes ao menos como meio inibidor dos atos de improbidade e principalmente

desvios de recursos públicos.

Palavras-chave: Lei de Responsabilidade Fiscal. Lei da Transparência. Recursos públicos.

Corrupção.

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1 INTRODUÇÃO

A promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, entre

outros princípios da administração pública, trouxe em seu texto o princípio da publicidade,

visando sobretudo a transparência no trato das contas públicas.

Os municípios, após a Constituição Federal (CF), assumiram significativa parcela de

competência em virtude do princípio do pacto federativo, tendo em vista o artigo 30

estabelecer que compete aos municípios instituir e arrecadar os tributos de sua competência,

assim como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar

balancetes nos prazos fixados em lei. Nesse contexto visa o constituinte a transparência das

contas públicas.

Demais disto, todos os atos da Administração Pública direta ou indireta obedecerá ao

princípio da publicidade, conforme elenca o artigo 37 da CF. Nesse horizonte de mudanças de

paradigmas, a nova gestão pública traduziu um novo comportamento no trato dos gastos

públicos sob o pálio da transparência, cujo principal foco reside na participação democrática e

no exercício de cidadania, objetivando o controle dos gastos e combate no desvio de recursos

públicos.

A Constituição Federal, no seu artigo 5º, XXXIII, prescreve que todas as pessoas têm

direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular ou de interesse

coletivo, com exceção das situações resguardadas por sigilo imprescindível à segurança da

sociedade e do Estado. Desta forma, o Brasil está cada vez mais fortalecendo suas instituições

responsáveis no combate à corrupção.

Por seu turno, o controle social, o controle jurisdiconal, além do controle interno,

realizado por órgãos da própria administração, e externo, levado a efeito pelo Parlamento e

pelo Tribunal de Contas na Administração Pública, são de suma importância no sentido de

promover a transaprência e acompanhamento no uso correto das verbas públicas, não obstante

sermos um país que possui uma das mais altas arrecadações de impostos do mundo,

precisando melhorar a fiscalização e mudar velhas práticas corruptas que emperram o nosso

desenvolvimento local, com mais oportunidades e qualidade de vida da população.

A Lei Complementar 101, de 04 de maio de 2000, denominada Lei de

Responsabilidade Fiscal (LRF), consagra a transparência da gestão financeira como

mecanismo de controle social, correspondendo na atualidade importante ferramenta para o

controle e acompanhamento do correto destino dos recursos públicos na seara dos municípios,

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bem como dos demais entes federativos. Sucedeu-se, então, a Lei Complementar 131, de 27

de maio de 2009, conhecida como Lei da Transparência, a qual garante o acesso dos cidadãos

às contas públicas.

Os desvios de recursos públicos constituem em uma temática que vem preocupando a

sociedade brasileira em razão dos maus políticos que comandam a gestão pública. Na

Paraíba, vários municípios tem sido alvo de denúncias por atos de improbidade

administrativa, sendo assim, com o propósito de produzir um estudo de caso, o presente artigo

busca verificar os efeitos da implantação da LRF e a transparência na gestão da coisa pública

em relação ao município de Campina Grande.

Diante dos fatos, questiona-se: os mecanismos de transparência impostos na

Constituição Federal (CF) e na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) estão sendo aplicados

na gestão do município de Campina Grande?

Surge assim, a necessidade de produzir saberes específicos com referência ao combate

à corrupção que assola a administração pública, em particular, nos municípios, que após o

advento da Constituição Federal da República Federativa do Brasil de 1988 cooptaram um

leque de instrumentos jurídico-legais para o desenvolvimento local, mas que, infelizmente,

ainda de pouca repercussão em razão dos elevados índices de corrupção que paira no

panorama sócio-político-econômico.

Nesse contexto, o presente artigo tem como objetivo apresentar os mecanismos de

transparência adotados pelo município de Campina Grande, como meio informativo ou de

prestação de contas à população, e a sua eficácia no combate aos desvios de verbas públicas.

Para alcance deste objetivo geral, traçaram-se alguns objetivos específicos: verificar

como ocorre à disponibilização de informações nos moldes da Lei da Transparência;

identificar os meios de captação das demandas da sociedade, por parte dos gestores públicos;

apontar os meios de divulgação das ações e políticas públicas das respectivas secretarias

pesquisadas; e buscar opiniões dos próprios gestores sobre a atuação da LRF e Lei da

Transparência como instrumento de combate aos atos de improbidade administrativa.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 A Nova Gestão na Administração Pública após o advento da Constituição da

República Federativa de 1988

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Com a chamada nova ordem estabelecida com a abertura política e pelo incremento no

princípio da dignidade da pessoa humana, passou-se a ter mais atenção às condutas

democráticas direcionadas à plena satisfação do cidadão. Além disto, órgãos de fiscalização,

controle e julgamento, passaram a priorizar ações contra a prática hedionda da corrupção.

Nesse contexto, o Tribunal de Contas da União, a Controladoria Geral da União, o Ministério

Público Federal e Estadual, a Advocacia Geral da União, o Conselho Nacional de Justiça, a

Procuradoria Geral da República, a Polícia Federal, a Secretaria da Receita Federal, a Ordem

dos Advogados do Brasil, além dos Tribunais de Contas dos estados e dos municípios, são

órgãos que atuam em conjunto no enfrentamento da corrupção.

Por outro lado, a Constituição Federal conferiu aos municípios importante papel na

nossa Federação como entidade político-administrativa, dotada de autonomia política,

administrativa e financeira, todavia, ao mesmo tempo outorgou várias competências elencadas

no artigo 30, sendo a mais importante para o presente estudo o inciso III no que toca a

competência para instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas

rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes, cuja

imposição legal, na Administração Pública, é um ponto nuclear da República, porque esta se

caracteriza pela comunhão da res publica, no sentido de coisa do povo e para o povo e,

portanto, quem administra a coisa pública tem o dever ínsito de prestar contas ao povo, seu

verdadeiro titular (SILVA, 2011, p.309).

Nesse contexto a Constituição Federal traça as linhas de controle na Administração

Pública, inicialmente o controle interno previsto no artigo 74, caput e § 1º, no qual, assenta

Piscitelli (2011, p. 211) que a constatação de irregularidades ou ilegalidades na gestão

financeira deve ser imediatamente comunicada ao Tribunal de Contas da União, sob pena de

responsabilidade solidária do chefe do Poder que se omita a esse respeito.

Ainda acentua que todas as regras relativas à organização, composição e fiscalização

do Tribunal de Contas da União se aplicam aos Tribunais de Contas dos Estados e aos

Conselhos e Tribunais de Contas dos Municípios, conforme determina o artigo 75 da

Constituição Federal. No que concerne ao controle externo a Constituição Federal prescreve

em seus artigos 70 e 71 que é responsabilidade do Poder Legislativo, auxiliado pelo Tribunal

de Contas, a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da

União e das entidades da administração direta e indireta, no que diz respeito à legalidade,

legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas.

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Convém lembrar, que um importantíssimo mecanismo de democracia é o direito de

petição, inserido no artigo 5º, letra “a”, da Constituição Federal, cujo direito surgiu na

Inglaterra, com o remédio, segundo Pinho (2011, p. 182), denominado right of petition, ou

sendo, os súditos podem encaminhar seus pedidos ao rei. Trata-se de direito de peticionar, de

formular pedidos para Administração Pública em defesa de direitos próprios ou alheios, bem

como para formular reclamações contra atos ilegais e abusivos cometidos por agentes do

Estado. Pode ser por qualquer pessoa, física ou jurídica, nacional ou estrangeira, maior ou

menor, tendo o órgão o dever de prestar esclarecimentos solicitados.

Todavia, pode-se distinguir direito de petição do direito de reclamação. O primeiro

consiste na faculdade de formular pedidos a respeito de informações de interesse particular,

coletivo o geral. Ao passo que o direito de reclamação funda-se na possibilidade de denunciar

atos abusivos cometidos por agentes públicos (PINHO, 2011, p. 182).

Mas o que vemos são direitos de obtenção de informações serem dificultadas pelas

autoridades sob a velha prática burocrática de difícil acesso às informações, devido,

sobretudo, a falta de conhecimento das pessoas quanto ao correto modo de exercer suas

prerrogativas constitucionais no que cabe a sua participação direta no controle dos gastos

públicos.

2.2 Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) – Lei Complementar 101, de 4 de maio de

2000.

Anteriormente à Lei de Responsabilidade Fiscal, predominava na Administração

Pública Brasileira o desequilíbrio fiscal, ou seja, os gastos fiscais sistematicamente maiores

que as receitas fiscais. As consequências para a sociedade foram bastante negativas,

refletindo-se em inflação descontrolada, redução dos investimentos, baixa taxa de crescimento

econômico e perda de bem estar social.

A edição da LRF representa um marco institucional para delimitar a ação dos

governantes e evitar que erros de gestão orçamentária e financeira cometidos no passado

tornem a se repetir. Seus dispositivos aplicam-se a todos os gestores de recursos públicos e a

todas as esferas de Governo, nas diversas ações, destacando-se, em particular, as regras que

visam disciplinar os níveis de endividamento e os gastos com pessoal.

De acordo com Vasconcellos (2007) a Lei consagra a transparência da gestão como

mecanismo de controle social, através dos seguintes instrumentos: a exigência da publicação

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de relatórios; demonstrativos de execução orçamentária; e a presença, em audiência pública

na Comissão Mista de Orçamento – CMO, de autoridades econômicas, de forma a fornecer à

sociedade explicações de política e um quadro mais preciso da utilização dos recursos que são

colocados à disposição dos governantes.

A Lei de Responsabilidade Fiscal contribui para o exercício pleno da democracia, por

obrigar o administrador público – nas esferas federal, estadual e municipal – a decidir seus

gastos com responsabilidade e prover informações sobre a utilização dos recursos;

assegurando o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados

entre receitas e despesas. Dessa forma o grande beneficiário da Lei é o contribuinte, que conta

com a transparência na Administração e a garantia de boa aplicação dos impostos que paga

(ibid.).

Esta Lei Complementar, que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a

responsabilidade na gestão fiscal, com amparo no capítulo II, do Título VI, da Constituição

Federal, veio suprir, em parte, o que determina os artigos 163 e 169, da Constituição Federal.

A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, ou seja, a

atuação responsável pela arrecadação das receitas e pela realização das despesas públicas.

Conforme Vasconcellos (2007) pode-se, assim, afirmar que a LRF está firmada em

dois grandes pilares: as regras da própria Lei, ou seja, em torno de planejamentos e

transparência. Por sua vez, são objetivos da LRF: a prevenção de riscos e a correção de

desvios. Os dois objetivos visam não afetar o equilíbrio das contas públicas; para tanto,

impõe-se algumas regras a serem observadas, primeiramente o cumprimento de metas e

resultados entre receitas e despesas, obediência a limites e condições no que tange a renúncia

de receita, geração de despesas (incluindo pessoal, seguridade social e outras), dívidas

consolidadas e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita,

concessão de garantia e inscrição em restos a pagar.

Referente ao campo de atuação da LRF, segundo Vasconcellos (2007) pode-se dizer

que, aplica-se à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, sendo que, ainda,

deve-se observar o seguinte: à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, estão

compreendidos o Poder Executivo, o Poder Legislativo, nestes abrangidos os Tribunais de

Contas, o Poder Judiciário e o Ministério Público; as respectivas administrações diretas,

fundos, autarquias, fundações e empresas estatais dependentes. Em Tribunais de Contas estão

incluídos o Tribunal de Contas da União, Tribunal de Contas do Estado e, quando houver,

Tribunal de Conta dos Municípios e Tribunal de Contas do Município.

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Apesar do esforço de moralizar a aplicação de recursos públicos, ainda é incipiente a

aplicação da LRF, tendo em vista a existência de certos fatores presentes na sociedade

brasileira. Alguns autores apontam para o fato de que a corrupção já está inserida na tradição

e cultura brasileira; e depois por outras razões como o corporativismo na administração

pública, onde a autoridade pública deixa de exercer seu dever legal de combater a ilegalidade

ou imoralidade que ocorrem no serviço público para tirar certas vantagens; o corporativismo

também existe no Poder Judiciário que deixa de punir em troca de “favores” ou cargos na alta

cúpula deste Poder; outro fator é a posição do Tribunal de Contas que está sujeita as decisões

do Poder Legislativo, as decisões muitas vezes têm que passar por uma reavaliação do Poder

Judiciário, tornando o processo demorado; sem falar nos membros da Corte de Contas, pois o

ministro que vai julgar é escolhido por aqueles que vão ser fiscalizados, Presidente da

República e Poder Legislativo respectivamente; e por último há de considerar-se a própria

falta de aparelhamento necessário à Administração Pública para que possa concretizar as

investigações (FERREIRA FILHO, 2004).

2.3 A Transparência na Administração Pública

A transparência, termo que fez parte do texto da Declaração dos Direitos e do Cidadão

de 1789, preconizando que a sociedade tem o direito de pedir contas a todo agente público

pela administração, atualmente vem sendo o foco principal no tocante ao exercício da

cidadania na fiscalização e participação efetiva nas decisões do poder público.

Neste aspecto, a Administração Pública, de acordo com Moraes (2005), pode ser

definida objetivamente como a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve para a

consecução dos interesses coletivos e subjetivamente como o conjunto de órgãos e de pessoas

jurídicas, aos quais, frise-se, a lei atribui o exercício da função administrativa do Estado.

E de acordo com o Texto Constitucional, passou a ser orientada pelos princípios

informativos da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e o mais recente o da

Eficiência, este último após a Emenda Constitucional nº 19/1998, os quais, segundo Filho

(2011, p.18) revelam as diretrizes fundamentais da Administração, de modo que só se poderá

considerar válida a conduta administrativa se compatível com eles.

Nesse sentido, a LRF estabelece instrumentos pelos quais os cidadãos poderão exercer

o controle das contas públicas, e tal é possibilitado pelas vias da transparência (PISCITELLI,

2011, p. 26).

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A LRF significou um marco na transparência da Administração Pública, pois, em seu

artigo 48, cujo dispositivo foi alterado com a edição da Lei Complementar 131, de 27 de maio

de 2009, mais conhecida como Lei da Transparência, assegura a transparência nas

informações de dois modos:

Em primeiro lugar, nos termos da previsão do caput, pela disponibilização, ao público, em

meios eletrônicos, das versões completa e simplificada das leis orçamentárias, bem como das

prestações de contas e relatórios de execução orçamentária e gestão fiscal. Trata-se de dar

acesso aos cidadãos aos documentos que embasam a realização de despesas públicas e, assim,

possibilidade de controle dos gastos (PISCITELLI, 2011, p. 26).

Acerca do segundo modo de concretização da transparência implementada pela LRF,

acrescenta:

Além de prescrever a acessibilidade de dados orçamentários aos cidadãos, o artigo 48, em seu

parágrafo único, introduzido à LRF pela Lei Complementar 131/2009, ainda garante a

transparência pública por outros meios, como: (i) incentivo à participação popular e realização

de audiências públicas durante a elaboração dos orçamentos; (ii) possibilidade de

acompanhamento da execução orçamentária e financeira, por meios eletrônicos de acesso

público; e (iii) adoção de um sistema integrado de administração financeira e controle, que, nos

termos do artigo 48-A, devera viabilizar o acompanhamento da atividade financeira realizada

pelo ente. Ao lado do artigo 48, o artigo 49 da LRF determina a disponibilização das contas do

Chefe do Poder Executivo por todo o exercício financeiro (ibid.).

Como exemplo desse meio democrático e de exercício de cidadania, cita o sistema

“Siga Brasil”, do Senado Federal, que traz informações simplificadas acerca do orçamento

público, e, ainda, o Portal da Transparência, disponibilizados pela CGU (PISCITELLI, 2011,

pp. 26-27).

A CGU também oferece importante ferramenta, o Manual de Integridade Pública e

Fortalecimento da Gestão, que traz informações para o auxílio dos prefeitos na implantação

de mecanismos de controle interno, de medidas de promoção da ética pública e o incremento

da transparência pública. Nesse pórtico, acerca da transparência como canal de acessibilidade

dos órgãos públicos, dispõe:

Promover transparência é dar condições de acesso a todas as informações sobre a

gestão pública. Uma Administração Pública transparente é aquela que funciona de

maneira aberta, sem nada às escondidas, baseada em princípios éticos e democráticos, em função da facilidade que têm os cidadãos em acessar as informações públicas [...]

Transparência é, portanto, o que permite a qualquer cidadão, saber onde, como e

porque o dinheiro público está sendo gasto (CGU, 2010)1.

Ressalte-se que a transparência se traduz num dever de todos os administradores,

objetivando a moralidade e a eficiência na Administração, nesse sentido, assenta Filho (2011):

1 Disponível em: http://www.cgu.gov.br/Publicacoes/ManualIntegridade/ManualIntegridade2010.pdf. Acesso

22/02/2012.

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A transparência na administração pública é obrigação imposta a todos os administradores públicos, porque atuam em nome dos cidadãos, devendo velar pela

coisa pública com maior zelo que aquele que teriam na administração de seus

interesses privados. Os destinatários da administração, os administrados, têm o direito

à publicidade dos atos estatais e a possibilidade de exercer a fiscalização. O combate à

corrupção é apenas um dos aspectos da transparência, mas sequer o principal. Isto porque o direito dos administrados não se limita a fiscalizar eventual ilegalidade na

gestão pública, mas também verificar se a destinação dos recursos, além de lícita, tem

sido adequada, razoável, moral e eficiente.

Ressalte-se que a noção de transparência é mais abrangente que publicidade, uma vez

que esta, de acordo com a publicidade é o aspecto formal, de dar publicidade às informações

públicas, enquanto a transparência se materializa quando os cidadãos têm acesso e

efetivamente compreendem as informações, nesse contexto, reza o Manual de Integridade

Pública e Fortalecimento da Gestão:

A publicação mera e simples, por exemplo, de informações em linguagem

extremamente técnica, como balanços orçamentários e financeiros, exigidos pela Lei

de Responsabilidade Fiscal, seja na internet, seja em quadro de avisos dos órgãos

públicos, não garante por si só, a transparência se os cidadãos não compreenderem

efetivamente essas informações e não puderem fazer uso delas (CGU, 2010).

Logo, a transparência está voltada à realização da probidade administrativa,

vez que os meios utilizados e os fins almejados devem obrigatoriamente estar premidos para

atender os anseios da coletividade.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A presente pesquisa tem como objeto de estudo as Ações de Transparência Pública no

município de Campina grande. Verificar como vem sendo conduzida as ações de

transparência, propostas no Manual de Integridade Pública e Fortalecimento da Gestão da

CGU(2010), e seus efeitos no combate aos desvios de recursos públicos, constituí-se no

objetivo desta pesquisa, sendo os dados obtidos de forma primária e secundária.

A metodologia apresentada para execução do trabalho segue uma orientação

preconizada de acordo com a taxionomia idealizada por Vergara (2007, p. 46), que qualifica

a pesquisa em relação a dois aspectos: quanto aos fins e quanto aos meios.

Quanto aos fins, a pesquisa será descritiva, pois visa descrever a percepção das

práticas da transparência na Administração Pública, precipuamente na condução das

informações das contas públicas tendo como foco o cidadão. Nesse sentido, corrobora

Vergara (2007, p. 47), a pesquisa descritiva não tem compromisso de explicar os fenômenos

que descreve, embora sirva de base para tal explicação.

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Quanto aos meios, será fundamentadamente bibliográfica e com pesquisa de campo,

configurando-se em um estudo de caso. Bibliográfica, porque para a fundamentação teórico-

metodológica do trabalho baseou-se em livros, artigos científicos e dados estatísticos de

fontes oficiais, a exemplo dos sites da Controladoria-Geral da União (CGU), Tribunal de

Contas da União (TCU), Tribunal de Contas do estado (TCE) e Ministério Público(MP). Para

a coleta de dados primários foi realizada a aplicação de questionários junto às secretarias

municipais de Campina Grande. De um total de 14(quatorze) secretarias existentes, 13(treze)

delas se prontificaram a colaborar com a pesquisa.

No que diz respeito ao método e a forma, a pesquisa pode ser classificada como

qualitativa. De acordo com Richardson et al (apud Zanella, 2009, p.75), a abordagem

qualitativa caracteriza-se pela “não-utilização de instrumental estatístico na análise de dados”.

O conteúdo teórico-analítico faz uma intersecção entre várias ciências na busca da

construção do conhecimento da realidade pesquisada, o que reflete um caráter interdisciplinar,

envolvendo principalmente o Direito e as Ciências Sociais.

4 ANÁLISE DE RESULTADOS

4.1 Caracterização do Município de Campina Grande – PB

O município de Campina Grande, fundado em 11 de outubro de 1864, é a segunda

cidade mais populosa do estado da Paraíba e localiza-se a 125 km da capital. Possuindo um

dos principais polos industriais da Região Nordeste, destacando-se no setor tecnológico nos

setores de calçados, têxtil, softwares e de comércio. Conhecido pela agenda cultural variada,

com destaque nos festejos de São João no mês de junho, chamado de “O Maior São João do

Mundo”, bem como do “Encontro da Nova Consciência”, cujo evento ecumênico é realizado

durante o carnaval, além do “Festival de Inverno”, que acontece todos os anos com dança,

música e teatro.

Ostenta também um dinamismo nas áreas de serviços (saúde e educação), contando

com hospitais de grande porte, além de duas universidades públicas (Universidade Estadual

da Paraíba e Universidade Federal de Campina Grande).

Geograficamente está situada bem ao centro do estado, sendo chamada de a “Rainha

da Borborema”. Grande por natureza, segundo o IBGE (2010), possui 385,276 habitantes,

localiza-se na mesorregião Agreste Paraibano, tendo como municípios limítrofes, ao norte,

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Lagoa Seca, Massaranduba, Pocinhos e Puxinanã; ao sul, Boqueirão, Caturité, Fagundes e

Queimadas; ao leste, Riachão do Bacamarte; e ao Oeste, Boa Vista. Possui uma área de

620,628 km2, com uma densidade de 620,78 hab./km

2, altitude de 560m e clima tropical.

De acordo com Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD

(2000), o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,721. Por sua vez o Produto

Interno Bruto é de R$ 3.457.877,604 mil, ocupando, segundo o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística – IBGE (2008) a 128ª posição no país, e com o PIB per capita de R$

9.065,752.

Seu atual prefeito constitucional é Veneziano Vital do Rêgo Segundo Neto, foi reeleito

para o período de 2009-2012, e o seu vice-prefeito é José Luiz Júnior. O governo de

Veneziano prega a transparência e trabalho como bandeiras de sua administração.

Nas últimas duas décadas a política no município tem-se dividido entre dois

personagens de destaque, o atual Senador Cássio Rodrigues Cunha Lima, ocupante do

executivo nos períodos de 1988-1992, 1996-2000, e em 2001 assumiu pela terceira vez a

Prefeitura, mas em 2002, renunciou para candidatar-se ao cargo de governador, tendo sido

eleito. Quando deixou a Prefeitura, assumiu a vice-prefeita Cozete Barbosa3, a qual teve

governo instável devido às várias denúncias de improbidade administrativa, foi investigada

pelo Ministério Público e acusada por desvios de recursos públicos. Respondendo assim, por

vários processos contra o erário público. Por sua vez Félix Araújo, embora tenha feito uma

discreta passagem pelo executivo, foi o pioneiro do programa “Saúde da Família” e

“Prefeitura na Comunidade”, cujos programas de alcance social levavam investimentos

públicos nas áreas de saúde e infraestrutura4. Contudo, enfrentou denúncias do Ministério

Público e responde a processos perante o TCU5, e também com relação à reprovação de suas

contas perante o Tribunal de Contas do Estado da Paraíba6.

2 Dados constantes no sítio da Prefeitura: http://www.campinagrande.pb.gov.br/ 3 Após pesquisa no site da Justiça Federal Seção Judiciária na Paraíba, verificou-se que existem vários processos

de execução fiscal, danos contra o erário e de improbidade em tramitação em desfavor da ex-prefeita Cozete

Barboza Loureiro Garcia de Medeiros, a qual foi Prefeita de Campina Grande no período de 2002-2004.

Disponível no site http://web.jfpb.jus.br/consproc/resconsproc.asp. 4 http://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%A9lix_Ara%C3%BAjoFilho. 5 http://pbnews.com.br/justica/2010/06/tse-recebe-lista-de-inelegiveis-por-rejeicao-de-conta.html. 6 http://portal.tce.pb.gov.br/wp-content/uploads/2010/09/Contas-Irregulares_2010_Pareceres.pdf

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12

4.2 Investigação sobre as Ações de Transparência Pública

De acordo com o objetivo proposto, buscou-se investigar as ações de transparência na

gestão municipal, sendo as informações coletadas de forma primária diretamente nas

Secretarias do Município de Campina Grande. O município congrega quatorze (14)

secretarias, das quais, apenas a Secretaria Executiva não concedeu resposta ao

questionário. Portanto, participaram da pesquisa as seguintes secretarias: Educação,

Cultura, Saúde, Obras, Administração, Finanças, Serviços Urbano e Meio Ambiente,

Ciência-Tecnologia e Inovação, Desenvolvimento Econômico, Assistência Social,

Esporte-Juventude e Lazer, e Agricultura.

TABELA 1 - PERFIL DOS ENTREVISTADOS DAS RESPECTIVAS SECRETARIAS

QUANTO AO SEXO E A IDADE

SECRETARIAS Masc. Fem. 21 - 30

anos

31 - 40

anos

41 - 50

anos

51 – 60

anos

Mais

de 60

anos

Educação 1 0 0 0 1 0 0

Cultura 0 1 0 1 0 0 0

Saúde 0 1 0 1 0 0 0

Planejamento 1 0 0 0 1 0 0

Obras 1 0 0 0 1 0 0

Administração 1 0 0 1 0 0 0

Finanças 1 0 0 0 0 1 0

Serviços Urb. e Meio

Ambiente

1 0 0 0 0 1 0

Ciência Tec. e

Inovação

1 0 1 0 0 0 0

Desenvolvimento

Econômico

1 0 0 0 1 0 0

Assistência Social 1 0 0 1 0 0 0

Esporte, Juventude e

Lazer

1 0 0 0 1 0 0

Agricultura 1 0 0 0 0 0 1

TOTAL 11

2 1 4 5 2 1

Fonte: Pesquisa de campo realizada em fev./2012

Dentre as pessoas que responderam ao questionário proposto nas Secretarias

pesquisadas (13), apenas (4) eram secretários, ou seja, titulares das Secretarias da Educação,

Planejamento, Serviços Urbano e Meio Ambiente e de Obras, enquanto que, no tocante às

demais Secretarias, os questionários foram respondidos por servidores ocupantes de cargos

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13

variados, a saber: Gerente (Desenvolvimento Econômico), Diretor de Controladoria

(Finanças), Diretor (Administração), Diretor (Saúde), Assessor Técnico (Cultura),

Coordenador (Ciência Tecnologia e Inovação), Gerente de Recursos Humanos (Esporte

Juventude e Lazer), Diretor (Assistência Social) e Diretor Administrativo (Agricultura).

Dentre as Secretarias pesquisadas, os cargos são ocupados em sua maioria por pessoas

do sexo masculino (11), e apenas (2) do sexo feminino - Secretaria de Cultura e Saúde, o que

demonstra que também na Administração Pública, assim como em outros postos do mercado

de trabalho, os cargos mais elevados são timidamente ocupados por mulheres.

Quanto à idade, observou-se que os gestores se concentram na faixa etária de 21- 30

anos e de 41- 50 anos; sendo esta última ocupada pelo maior número (05), esta pode ser

entendida como a faixa de maturidade, onde os gestores já possuem experiências acumuladas

de outras funções e que possuem a confiança e a credibilidade do Prefeito da cidade. Dois (2)

gestores estão com idade entre 51 - 60 anos; e apenas uma pessoa possui mais de 60 anos.

Revelando, assim, que há predominância de uma faixa etária jovem em detrimento de pessoas

idosas.

TABELA 2 - ESCOLARIDADE DOS ENTREVISTADOS

Só Superior Completo 9

Especialização 3

Mestrado 1

Doutorado 0

TOTAL 13 Fonte: Pesquisa de campo realizada em fev./2012

Com relação aos entrevistados, os quais nem sempre foram os titulares ou secretários,

constatou-se que, a maioria possui apenas nível superior, sendo que apenas 1(um) deles

possui mestrado e três(03) possuem cursos de especialização. Considerando estes números,

vê-se a necessidade de uma melhor qualificação, posto que poucos tenham pós-graduação.

Entretanto, considerando os titulares das pastas (secretários), estes possuem as seguintes

formações: Educação (Doutorado), Cultura (Mestrado), Saúde (Especialização), Planejamento

(Mestrado),Obras(Graduado em Direito),Administração(Mestrado),Finanças (Especialização),

Serviços Urbano e Meio Ambiente (Graduado em Engenharia Civil), Ciência Tecnologia e

Inovação (Especialização em Física e Engenharia Nuclear), Executiva (Mestrado), Esporte

Juventude e Lazer (Graduação em Medicina), Agricultura (Graduação em Engenharia

Química). A secretaria de Assistência Social não informou a formação do seu secretário.

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14

De acordo com as tabela 3 e 4 a seguir, pode-se constatar que as secretarias se utilizam

de algumas das modalidades de ações de transparência pública, conforme consta no Manual

de Integridade Pública e Fortalecimento da Gestão da CGU (2010). Tendo sido a ocorrência

maior na modalidade orçamento participativo, com 69% de participação das secretarias

entrevistadas. O orçamento participativo, implantando pelo Decreto- Lei 2.221, de 09 de

junho de 1997, na gestão do então Prefeito Cássio Rodrigues da Cunha Lima, é um

instrumento democrático na gestão pública, através do qual a sociedade participa na discussão

de políticas públicas e estabelece demandas prioritárias para os investimentos sociais em

harmonia com a Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO).

As audiências públicas ficam com a segunda maior participação, 62%. As audiências

públicas propiciam aos particulares trocar informações com o poder público. De

conformidade com a Lei da Transparência, dispõe que será assegurada a participação popular

em audiências públicas no que concerne aos processos de elaboração e discussão dos planos

orçamentários, a exemplo, da LDO e da Lei Orçamentária Anual (LOA).

Nesse prisma as audiências públicas foram eleitas como um meio de transparência no

município, inerente ao orçamento participativo. As audiências públicas são encontros

mantidos entre o poder público e a sociedade civil organizada, visando debater assuntos

estratégicos de interesse da coletividade, como a LOA, bem assim, almejando discutir

problemas que aflijam a comunidade, como o meio ambiente, eletricidade, transporte, usinas

termelétrica, etc. Também é importante a atuação dos conselhos e entidades de representação

de classe que são consultados por 54% das secretarias.

A consulta à sociedade e as pesquisas de satisfação são mencionadas por 25% das

Secretarias. A modalidade ouvidoria aparece como a menos utilizada pela gestão das

secretarias, cuja ferramenta de participação democrática é utilizada na Secretaria de Saúde,

colhendo da coletividade sugestões, reclamações e denúncias. Ressaltando que, no portal da

transparência do município de Campina Grande existe uma ouvidora virtual, na qual são

encaminhadas as opiniões dos internautas, sendo direcionadas para os respectivos órgãos

competentes, gerando-se um protocolo para posterior acompanhamento da medida tomada

pela Administração.

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15

TABELA 3 - AÇÕES DE TRANSPARÊNCIA REALIZADAS PELAS SECRETARIAS

MUNICIPAIS DE CAMPINA GRANDE

SECRETARIAS MUNICIPAIS

AÇÕES DE

TRANSPARÊNCIA ED CU SA PL OB AD FI

SU

e

MA

B

C&

T DE

A

S

EJ

L AG

Audiências públicas

para discussão das

políticas públicas 1 0 0 1 1 1 1 0 0 1 1 1 0

Consulta à sociedade 0 0 0 1 0 0 0 0 1 1 0 0 0 Orçamento

participativo 1 0 1 1 1 1 1 0 0 1 1 1 0

Pesquisa de

satisfação 0 0 0 1 0 0 0 1 0 1 0 0 0

Opiniões e decisões

da população

(através de reuniões,

conselho de

representações locais,

entidades e outros)

1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 1 0 1

Ouvidoria 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0

TOTAL 3 1 3 5 3 2 2 1 1 4 4 2 1 Fonte: Pesquisa de campo realizada em fev./2012

Legenda: (ED) Educação; (CU) Cultura; (SA) Saúde; (PL) Planejamento; (OB) Obras; (FI) Finanças; (SU e

MAB) Serviço Urbano e Meio Ambiente; (C&T) Ciência e Tecnologia; (DE) Desenvolvimento Econômico;

(AS) Assistência social; (EJL) Esporte Juventude e Lazer; (AG) Agricultura.

TABELA 4 – AÇÕES DE TRANSPARÊNCIA REALIZADAS PELAS SECRETARIAS

MUNICIPAIS DE CAMPINA GRANDE EM PERCENTUAL(%) DE OCORRÊNCIA

AÇÕES DE TRANSPARÊNCIA PARTICIPAÇÃO DAS

SECRETARIAS NA REALIZAÇÃO

DAS RESPECTIVAS AÇÕES(%)

Audiências públicas para discussão das políticas

públicas

62%

Consulta à sociedade 25%

Orçamento participativo 69%

Pesquisa de satisfação 25%

Opiniões e decisões da população (através de

reuniões, conselhos de representações

locais,entidades e outros)

54%

Ouvidoria 15%

Fonte: pesquisa de campo realizada em fev/2012

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No que diz respeito aos meios de comunicação e divulgação (ver tabela5), no sítio da

Prefeitura Municipal de Campina Grande é encontrado o Portal da Transparência, o qual

disponibiliza as contas da Administração, inclusive de cada secretaria, cumprindo, em tese,

com o que preconiza a Lei Complementar 131/2009 ou Lei da Transparência. Demais disto, o

site permite que cada secretaria tenha sua própria página com o propósito de divulgar as ações

postas em práticas.

Quanto ao Diário Oficial, a Prefeitura Municipal de Campina Grande possui seu jornal

denominado Semanário Oficial, sendo muito utilizado para a publicação dos atos

administrativos das secretarias municipais. A Imprensa (TV ou Jornal) são veículos de

comunicações importantes para a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e

campanhas dos órgãos municipais, todavia, devem ter caráter educativo, dela não podendo

constar nomes símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou

servidores públicos, segundo dispõe o artigo 37, § 1º, da Constituição Federal.

TABELA 5 - MEIOS DE COMUNICAÇÃO UTILIZADOS PARA DIVULGAÇÃO DAS

POLÍTICAS E RESULTADOS DAS RESPECTIVAS SECRETARIAS

MEIOS DE DIVULGAÇÃO Nº DE SECRETARIAS

Portal da Transparência 9

Diário Oficial 7

Imprensa (TV ou Jornal) 4

Publicação no próprio órgão 5

Outros 1 Fonte: Pesquisa de campo realizada em fev./2012

Quando perguntados sobre a forma de participação dos cidadãos na gestão pública do

município de Campina Grande, a maioria das secretarias (10) apontou o orçamento

participativo, muito embora percebamos que há participação nas audiências públicas para

discussão das Leis orçamentárias, e em reuniões do orçamento participativo, de líderes

comunitários, presidentes de Sociedade de Amigos de Bairros (SAB’s), de Conselhos

Municipais, sindicatos, estudantes, associações e outras entidades civis da comunidade como

a União Campinense de Equipes Sociais que representa as camadas mais carentes do

município.

Por outro lado, a população em geral é quase ausente, inobstante da participação das

entidades mencionadas. Sendo que, seis (06) das secretarias entrevistadas apontaram que a

maioria da população participa através de telefone, rádio, TV, jornal e pesquisa, e quatro (4)

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secretarias apontaram outros meios, a exemplo de Serviços de Atendimento ao Consumidor

(SAC) de empresas públicas ou privadas e internet para fazer reclamações, além de

Ouvidorias que estão presentes em alguns órgãos.

Vale salientar que o orçamento participativo, indicado por dez (10) das secretarias,

depois de discutido por intermédio de representantes governamentais (secretarias e chefe do

executivo) e pelo Conselho Municipal do Orçamento Participativo(COMOP) tem como

finalidade precípua discutir com a comunidade, acompanhar, elaborar e fiscalizar as leis

orçamentárias (PPA, LDO e LOA), conforme prescreve o artigo 1º, do Decreto-lei 2.621/97

(Institui o orçamento participativo de Campina Grande).

A Câmara Municipal, apontada por seis (6) dos entrevistados, é responsável pela

votação das Leis Orçamentárias, após mensagem via Chefe do Executivo, segundo o artigo

5º,§ 1º, da LRF que prevê: “Todas as despesas relativas à dívida pública, mobiliária ou

contratual, e as receitas que as atenderão, constarão da lei orçamentária anual”.

A Lei orçamentária, com quatro (4) das respostas, também é uma forma de

participação democrática quando da discussão de sua aplicação de despesas e receitas. Nesse

prisma, pondera Piscitelli (2011, p. 59), em linhas gerais, o Plano Plurianual (PPA) define o

planejamento das atividades governamentais pelos próximos quatro anos; a Lei de Diretrizes

Orçamentárias (LDO) são metas e prioridades da Administração, constituem a realização mais

direta do PPA, e servem de orientações à elaboração da LOA; e a Lei Orçamentária Anual

(LOA) é composta de três (3) contas: orçamento fiscal, orçamento de investimento e

orçamento de Seguridade Social, e deve ter compatibilidade com a LDO.

TABELA 6 – CANAIS DE CONHECIMENTO DAS DEMANDAS DA SOCIEDADE

POR PARTE DA GESTÃO PÚBLICA

MEIOS DE PARTICIPAÇÃO Nº DE SECRETARIAS

Portal de comunicação via internet,

telefone, rádio, TV, pesquisa, etc.

6

Orçamento participativo 10

Leis Orçamentárias (PPA, LDB, LOA) 4

Câmara Municipal 6

Conselhos Municipais 1

Outros 4 Fonte: Pesquisa de campo realizada em fev./2012

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4.3 Panorama sobre a Corrupção no Âmbito dos Desvios de Recursos Públicos

Após incansáveis buscas de dados, junto a CGU, TCU, TCE e MP, sobre os desvios

de recursos públicos na Paraíba, e particularmente no município de Campina Grande, as

informações obtidas foram um tanto generalizadas, mas não menos importantes, pois se

comprova a existência de atos de improbidade administrativa e até de contas rejeitadas de

gestores e ex-gestores públicos. De acordo com o Ministério Público da Paraíba, 60

municípios passaram por algum tipo de investigação no período de 1998 a 2010. Dentre eles,

o município de Campina Grande com mais de 40 ações.

Segundo o Relatório Anual das Atividades do Fórum Paraibano de Combate à

Corrupção em 2011- FOCCO7, o índice de percepção da corrupção divulgado em 1º de

dezembro de 2011, pela organização alemã Transparência Internacional, o Brasil ocupa a 73ª

posição no ranking de países com maior transparência na Administração Pública, recebendo

nota 3,8 numa escala de 0 (mais corrupto) a 10 (menos corrupto). Para se ter uma ideia, na

América Latina o Chile é o que possui maior transparência com nota 7,2, ocupando a 22ª

posição no ranking global, já Porto Rico, nota 5,6, ocupa a 39ª posição. A Dinamarca obteve

nota 9,4 e Cingapura 9,2, também possuem maiores índices de transparência no setor público.

Por sua vez Somália e Coréia do Norte, com 1,0 são os piores no ranking.

Dados da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – FIESP, divulgados em

agosto de 2011, demonstram que o custo médio da corrupção no Brasil para valor do PIB de

2010, é estimado em 1,38% a 2,3% do PIB, o que equivale a 50,8 bilhões a 84,5 bilhões

(FOCCO, 2011).

Na Paraíba, conforme dados de atuação do Tribunal de Contas do Estado e com dados

de atuação do Tribunal de Contas da União, as condenações à pagamento de multas ou à

ressarcimento de débitos, no ano de 2011, chegaram ao montante de R$ 75.921.030,41 e

envolveram 126 pessoas físicas e 29 empresas particulares (ibid.).

Além disso, de acordo com dados do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba até o

mês de setembro de 2011, o TCE remeteu ao Ministério Público Estadual, para cobrança, 707

acórdãos, importando no valor de R$ 37.787.099,42 (ibid.).

O Ministério Público Federal na Paraíba (MPF), em 2011 concluiu as investigações

em inquéritos civis públicos, instaurados para apurar a prática de irregularidades

administrativas e ajuizou 97 ações por ato de improbidade administrativa contra agentes

7 http://www.foccopb.gov.br/site/wp-content/uploads/2011/12/Relatorio-atividades-Focco-em-2011.pdf. Acesso

em 20/02/2012.

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públicos, dentre eles, gestores, ex-gestores e servidores, além de particulares que se

beneficiaram das irregularidades contra a administração pública. Os ilícitos investigados são

referentes ao período de 1998 a 2010 e ocorreram em 60 municípios paraibanos. Em relação

ao ano de 2010, foram ajuizadas 67 ações, em 2011 houve um aumento de 44,78% no número

de demandas propostas pelas três unidades do MPF no estado.

Na Procuradoria da República da Paraíba, unidade de João Pessoa, foram ajuizadas 34

ações; na Procuradoria da República em Campina Grande, 40 demandas, e na Procuradoria da

República em Sousa, o número chegou a 23 ações (MPF, 2011)8.

O TCU determinou, entre 2003 e 2007, que administradores públicos devolvessem

mais de três bilhões desviados do tesouro nacional, mas só conseguiu recuperar 27 milhões

(menos de 1%). Nos últimos cinco anos, mais de 5.600 processos foram julgados e 7.798

gestores responsabilizados. A Advocacia Geral da União (AGU), por sua vez, executando os

acórdãos do TCU tem índice similar de recuperação (1%). No Ministério Público Federal

(MPF), não há estatística sobre o resultado das ações por ele promovidas (bloqueio, sequestro

e arresto de bens). De qualquer forma, Essa recuperação, no total, não deve ultrapassar os 5%.

Analisando editais de licitação e convênios, o TCU conseguiu evitar, nos dois últimos anos,

treze bilhões de prejuízo à união.

Segundo a AGU, responsável por mover ações de execuções por desvios irregulares de

verbas e de lavagem de capitais para o exterior, houve um crescimento bastante significativo

de recuperação de divisas para o erário, hoje, no patamar de 10%9, o que é uma vitória

importante.

Todavia, as denúncias contra gestores em razão do mau uso das rendas públicas,

pouco mais de 5% chegam ao fim com condenações, o que demonstra a fragilidade do sistema

de fiscalização levada a cabo pelos órgãos competentes.

A Lei de Responsabilidade Fiscal contribui para o exercício pleno da democracia, por

obrigar o administrador público a decidir seus gastos com responsabilidade e prover

informações sobre a utilização dos recursos; assegurando o equilíbrio das contas públicas,

mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas

(VASCONCELLOS, 2007).

8http://www.prpb.mpf.gov.br/news/retrospectiva-mpf-ajuizou-97-acoes-de-improbidade-administrativa-em-2011 . Acesso em: 20/12/2012. 9 Cf. matéria sobre o dia internacional de combate à corrupção levada ao ar pela TV Justiça em data de 11/12, no

programa “TV Justiça Noticias”.

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Ao passo que a Lei Complementar 131/2009 ou Lei da Transparência inovou a LRF

no que tange à transparência da gestão fiscal, a determinar a disponibilização, em tempo real,

de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Quando perguntados sobre o conhecimento sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal e

sobre a Lei da Transparência, as secretarias entrevistadas se comportaram conforme quadro

abaixo. Com destaque para o amplo conhecimento de ambas as leis (10), enquanto que duas

secretarias responderam conhecer apenas a Lei da Transparência e uma (1) disse não conhecer

nenhuma delas.

QUADRO 1

OPINIÃO Nº DE

SECRETARIAS

Conheço apenas a LRF (LC

101/2000)

0

Conheço apenas a Lei da

Transparência(LC131/2009)

2

Conheço a LRF e também da

Lei da Transparência

10

Nenhuma (LRF ou Lei da

Transparência)

1

Fonte: Pesquisa de campo realizada em fev./2012

Indagados ainda sobre os casos de desvios de recursos públicos, comparado à períodos

passados, oito(08) deles disseram ter diminuído bastante, enquanto quatro (4) responderam

que diminuiu pouco(ver quadro 2). Vale aqui ressaltar que o combate à corrupção referente

aos desvios de recursos públicos relaciona-se aos institutos da LRF e da Lei da Transparência,

tendo em vista que o gestor público após a obrigação de manter o equilíbrio fiscal, bem assim

de disponibilizar as informações teme em responder por crimes contra o erário, bem assim

com relação às prisões e outras sanções após condenações.

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QUADRO 2

OPINIÃO Nº DE

SECRETARIAS

Diminuiu bastante 8

Diminuiu pouco 4

Continua da mesma forma 0

Não sei 1

TOTAL 13 Fonte: Pesquisa de campo realizada em fev./2012

Nesse contexto, as ações enérgicas do Ministério Público, Tribunal de Contas e Polícia

Federal, tem se configurado em eficientes operações contra os malfeitores dos recursos

públicos, a exemplo de operações dos órgãos fiscalizadores em relação a alguns escândalos de

corrupção praticados por prefeitos, governadores, empresários, banqueiros, empreiteiros, etc.

Numa breve recapitulação, elencam-se aqui alguns casos que ocorreram em nosso

País: Operação Satiagraha, (desvio de verbas e lavagem de dinheiro, envolvendo o banqueiro

Daniel Dantas, além de outros banqueiros, diretores e investidores); Operação Sanguessuga

(esquema que desviava verbas no Ministério da Saúde na compra de ambulâncias); Operação

Navalha (esquema de superfaturamento de obras do PAC envolvendo o governador Jackson

Lago); Operação Confraria (esquema de licitações irregulares e desvio de verbas na

Prefeitura de João Pessoa-PB); Operação Anaconda (a PF através de escutas telefônicas

captou indícios de criminosos ligados ao Judiciário); Operação Dominó (esquema de

corrupção em desvios de verbas públicas na Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia);

Operação Saúva (que abrangeu vários estados, onde vários investigados pela PF montaram

um esquema de empresa de alimentos para fraudar licitações)10

; e muitas outras.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através dos institutos legais da LRF e da Lei da Transparência, várias ferramentas de

exercício de cidadania surgiram como meio de combate aos desvios dos recursos públicos,

inclusive, com novas práticas democráticas de acesso à informação, tais como Portal de

Transparência, a participação da sociedade na discussão de políticas públicas por meio do

orçamento participativo, audiências públicas, ouvidorias, bem como publicação obrigatória

das contas públicas para acesso à informação pela sociedade.

10 WILKIPEDIA: Listas de escândalos de corrupção no Brasil. Disponível em:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_esc%C3%A2ndalos_de_corrup%C3%A7%C3%A3o_no_Brasil

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No município de Campina Grande observa-se, através do seu Portal da

Transparência, que existe uma ouvidoria virtual, na qual os cidadãos participam, reclamando

e dando sugestões; ademais, os dados das contas públicas são detalhados, permitindo assim

confrontá-los com as Leis orçamentárias, principalmente com a Lei Orçamentária Anual

também divulgada no ambiente virtual.

Vê-se também que o orçamento participativo é uma realidade, uma vez que são

realizadas assembleias entre o poder público e a comunidade, por meio de Conselhos e

entidades representativas na discussão e execução do orçamento.

A LRF vem sendo aplicada no tocante à apresentação dos balancetes mensais, embora

não caminhe no sentido do que preconiza a Lei da Transparência no aspecto da divulgação

das informações em tempo real, bem assim verifica-se a publicação das informações das

contas referentes aos gastos públicos, tanto no Portal quanto no Semanário Oficial, órgão de

publicação do município e ainda na imprensa (TV e Jornal) além de publicarem em seus

próprios órgãos administrativos. Verifica-se que há publicação pormenorizada de dados no

próprio Portal da Transparência, no qual estão disponibilizadas todas as informações acerca

das despesas, receitas, contratos, licitações nos moldes do Portal da Transparência da CGU.

Quanto às ações de transparência no plano das secretarias do município de Campina

Grande evidenciaram-se a participação democrática e de exercício de cidadania, como

exemplos de audiências públicas para discussão das Leis orçamentárias e de assuntos de

interesse da coletividade; do incremento do orçamento participativo como meio de junção dos

vários segmentos sociais na discussão da execução do orçamento, bem assim das necessidades

mais urgentes, e principalmente, direcionando políticas públicas à população mais carente;

além da participação por meio de conselhos municipais, entidades representativas da

comunidade que levam suas demandas ao conhecimento dos gestores.

O orçamento participativo foi apontado com uma das formas mais frequentes de

acesso às demandas da sociedade, muito embora percebamos que a participação da sociedade

não é sentida de forma plena e satisfatória. Poucos representantes de instituições participam,

bem como poucas pessoas das comunidades são esclarecidas sobre o mesmo. Nesse caso,

campanhas educativas, consultas à sociedade, pesquisa de satisfação, audiências públicas com

mais frequência e maior divulgação em canais de fácil acesso, contribuiriam para incrementar

a participação da sociedade no acompanhamento e fiscalização do uso dos recursos públicos.

As ações de transparência levadas a efeito pelo município leva a conclusão de que são

importantes ao menos como meio inibidor dos atos de improbidade e principalmente desvio

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23

de recursos públicos. Os efeitos imediatos em relação a forte pressão que os órgãos

fiscalizadores e a sociedade podem praticar mostram que o exercício constante da

transparência pode levar à redução das práticas corruptas.

Constatou-se, portanto, que são aplicados alguns importantes mecanismos de

transparência impostos na Constituição Federal (CF), na Lei de Responsabilidade Fiscal

(LRF) e na Lei da Transparência, notadamente no que importa a publicidade.

Impõe ainda ressaltar que, o campo de pesquisa é amplo, deixando espaço para que

este ou novos estudos sejam realizados também sob a ótica da sociedade, tendo em vista que o

presente trabalho tratou da visão dos gestores públicos quanto as ações de transparência.

TRANSPARENCY AS A MEANS OF COMBATING DIVERSION OF PUBLIC

FUNDS: a case study in Campina Grande - PB

ABSTRACT

The Fiscal Responsibility Law (LRF), the Law of Transparency, beyond the principles

contained in Article 37 of the Constitution enshrines the transparency of management as a

mechanism of social control. It is essential, too this, to redefine the role of public managers,

directing immediate efforts to combat corruption, since the diversion of public resources

constitute a theme that comes every day worrying Brazilian society. Therefore, this article

aims to present the general mechanisms of transparency adopted by the city of Campina

Grande, informative or as a means of accountability to the population, and its effectiveness in

combating the diversion of public funds. The research is descriptive it aims to describe the

perception of practices of transparency in public administration and is based on secondary and

primary sources. As regards the method and manner, the research can be classified as

qualitative, because it makes use of statistical instruments. The results indicate that the city

apply some important mechanisms of transparency imposed by the Federal Constitution (FC),

the Fiscal Responsibility Law (LRF) and the Law of Transparency, especially in the

advertising matter. Participatory budgeting is considered one of the most frequent access to

society's demands, as well as the portal of transparency, where there is a virtual ombudsman,

although the participation of society is not felt so full and satisfactory. Shares of transparency

carried out by the city leads to the conclusion that they are at least as important means of

inhibiting acts of misconduct and especially deviations of public resources.

Keywords: Fiscal Responsibility Law. Law of Transparency. Public resources. Corruption.

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Complementar n. 101, de 4 de maio de 2000, que estabelece normas de finanças públicas

voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências, a fim de

determinar a disponibilização, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a

execução orçamentária e financeira da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp101.htm.

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ZANELLA, Liane Carly Hermes. Metodologia de estudo e de pesquisa em administração.

Florianópolis: Departamento de ciências da administração / UFSC [Brasília]: CAPES: UAB,

2009.

ANEXOS

QUESTIONÁRIO

Data do preenchimento do questionário: ___/___/___ Horário: ___:___

Data de preenchimento: ___/___/___

Sua opinião sobre as Ações de Transparência no Município de Campina Grande é de grande

importância para o estudo do caso em minha pesquisa de campo realizada para conclusão do

Curso de Especialização em Gestão Pública Municipal. Sendo assim, pedimos que preencha

este questionário, marcando com “X” as possíveis respostas.

1. Sexo

( ) Feminino

( ) Masculino

2. Faixa Etária

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( ) 16 -30 anos

( ) 31 -40 anos ( ) 41-50 anos

( ) 51 -60 anos

( ) acima de 61 anos

3. Escolaridade

( ) Fundamental Incompleto

( ) Fundamental Completo

( ) Ensino Médio Incompleto

( ) Ensino Médio Completo

( ) Superior Incompleto

( ) Superior Completo

( ) Pós Graduação: Especialização ( ) Mestrado ( ) Doutorado ( )

4. Secretaria que ocupa

a ( ) Administração

b ( ) Educação

c ( ) Saúde

d ( ) Finanças

f ( ) Executiva

e ( ) Cultura

f ( ) Planejamento

g ( ) Assistência Social

h ( ) Agricultura

i ( ) Desenvolvimento Econômico

j ( ) Obras

k ( ) Serviços Urbanos e Meio Ambiente

l ( ) Ciência, Tecnologia e Inovação

m( ) Esporte, Juventude e Lazer

n ( ) Outra: ________________

5. Função ou Cargo atual que ocupa

a ( ) Secretário Municipal

b ( ) Secretário Adjunto

c ( ) Coordenador

d ( ) Outro: __________________

6. Quais as ações de transparência que são utilizadas

a ( ) Audiências públicas para discussão das políticas públicas

b ( ) Consulta à Sociedade

c ( ) Orçamento participativo

d ( ) Pesquisa de satisfação

e ( ) Opiniões e decisões da população (através de reuniões, Conselhos de representações

locais, entidades e outros)

f ( ) Ouvidoria

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7. As informações relacionadas à execução orçamentária e financeira (gastos públicos) -

são divulgadas?

a ( ) sim

b ( ) Não

d ( ) Não sei

8. Caso acima for afirmativo (Sim), as informações dos gastos públicos são divulgadas

em linguagem simples e compreensível?

a ( ) Sim

b ( ) Não

c ( ) Não sei.

9. Quais os meios de comunicação utilizados p/ divulgação de tais ações desenvolvidas e

seus resultados?

a ( ) Portal da Transparência

b ( ) Diário Oficial

c ( ) Imprensa (Tevê ou Jornal)

d ( ) Através de publicação no próprio órgão

e ( ) Outros meios: ________________________

10. Como a Secretaria / Órgão Público toma conhecimento das necessidades da

comunidade (políticas públicas necessárias)?

a ( ) Sociedade

b ( ) Orçamento participativo

c ( ) Leis Orçamentárias (PPA, LOA e LDO)

d ( ) Câmara

e ( ) Outros: ____________________

11. Como são realizadas as pesquisas de satisfação com relação às políticas

implementadas?

a ( ) Entrevista via internet

b ( ) Pesquisa realizada por empresa privada

c ( ) Formulário ou questionários

d ( ) Workshops

e ( ) Não existe

f ( ) Outras formas; ________________________

12. Você conhece a Lei de Responsabilidade e Lei da Transparência?

a ( ) Conheço a LRF (Lei Complementar 101/2000)

b ( ) Conheço a Lei da Transparência (Lei Complementar 131/2009)

c ( ) Conheço a LRF e a Lei da Transparência

d ( ) Não

13. Na opinião no que se refere à corrupção e os desvios de recursos públicos

diminuíram em relação a períodos passados?

a ( ) Melhorou bastante

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b ( ) Melhorou um pouco

c ( ) Continua da mesma forma

d ( ) Não sei

14. Existe Órgão responsável pelo SISTEMA CONTROLE INTERNO NO

MUNICÍPIO?

a ( ) Sim

b ( ) Não

Qual?: ________________

15. Caso afirmativo o item 12, existe Lei específica que trata do Sistema de Controle

Interno no âmbito do município de Campina Grande?

a ( ) sim

b ( ) não

C ( ) Não sei

Qual: ____________

16. Existe no âmbito do município de Campina Grande servidor / Assessor de Controle

Interno?

a ( ) Sim existe servidor responsável

b ( ) Sim existe o Assessor de Controle Interno

c ( ) Não existe servidor ou Assessor, pois o controle é realizado apenas pelo Tribunal de

Contas e/ou pelo Poder Legislativo

( ) Não sei

17. No caso afirmativo dos itens 13 ou 14, ou ambos, em sua opinião quais são as

finalidades empregadas no Sistema de Controle Interno entre as assertivas abaixo?

a ( ) AVALIAR O CUMPRIMENTO DAS METAS PREVISTAS NO PPA

b ( ) A EXECUÇÃO DE PROGRAMAS DE GOVERNO

c ( ) AVALIAR RESULTADOS QUANTO À EFICÁCIA E EFICIÊNCIA DA GESTÃO

ORÇAMENTÁRIA, FINANCEIRA E PATRIMONIAL

d ( ) AVALIAR A APLICAÇÃO DE RECURSOS PÚBLICOS POR ENTIDADES

PRIVADAS

e ( ) APOIAR O CONTROLE EXTERNO (PODER LEGISLATIVO, TRIBUNAL DE

CONTAS, ETC)

18. No caso de irregularidades ou ilegalidades na gestão de controle interno, detectada

pelo Secretário ou servidor responsável é dada ciência ao órgão de fiscalização, setor ou

instância competente ou ao Tribunal de Contas (conforme determina o artigo 74, § 1º da

Constituição federal)?

a ( ) Sim, caso existam são imediatamente comunicadas aos órgãos e/ou responsável pelo

controle

b ( ) Sim, caso existam são imediatamente comunicadas ao Tribunal de Contas

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c ( ) Não sei

c ( ) Tenho algo a acrescentar sobre este item 16:

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

19. No processo de controle interno, em sua opinião, há participação direta do cidadão ?

a ( ) Sim

b ( ) Não

c ( ) Não sei

20. Caso afirmativo o item 17, na opinião a participação do cidadão é realizada através

de:

a ( ) Divulgação ampla das gastos e despesas públicas

b ( ) Participação dos Conselhos Municipais

c ( )Fácil acesso nas informações do orçamento público e de fácil entendimento

d ( ) canais de aproximação entre governo e cidadão através de programas de capacitação e

campanhas educativas

e ( ) Campanhas educativas pelos meios de comunicação (Rádio, tevê e jornal) f ( ) Prestação

das contas públicas à Câmara Municipal

g ( ) Portal da Transparência do governo

d ( ) Não sei

21. Na opinião você considera que existe transparência na participação do cidadão no

controle das ações administrativas no Município de Campina Grande?

a ( ) Sim

b ( ) Não

c ( ) Não sei

22 Na opinião o controle interno é no que se refere à corrupção e os desvios de recursos

públicos mudou em relação a períodos passados?

a ( ) Melhorou bastante

b ( ) Melhorou um pouco

c ( ) Continua da mesma forma

d ( ) Não sei