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A TRANSPARÊNCIA DAS CONTAS PÚBLICAS À LUZ DA AVALIAÇÃO DOS PORTAIS ELETRÔNICOS DAS CIDADES NO SUL DA AMAZÔNIA BRASILEIRA Elis Regina Panizzon; Robinson Francino da Costa; Ana Claudia Venturin da Costa; Joelson Agustinho de Pontes; Alex Fabiano Bertollo Santana; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; ÁREA TEMÁTICA: A 8 | Novas Tecnologias de Informação e Comunicação na Contabilidade Pública Palavras-chave: Portal da Transparência. Contas Públicas. Controle Social. Accountability. Acesso à Informação. Metodologia da investigação usada: Método de estudo de caso em consonância com as técnicas observacional e descritiva. Foi realizado um checklist desenvolvido pela Fundação Getúlio Vargas em consonância com o que as leis nacionais de Responsabilidade Fiscal, Transparência e Acesso à Informação determinam. Foram analisados os portais da transparência de 52 cidades, os quais pontuaram por conteúdo, série histórica e frequência de atualização e usabilidade. Esta metodologia desenvolvida permitiu criar um ranking por pontos atribuídos aos portais de todas as cidades pesquisadas, e principalmente detectou os pontos que necessitavam de melhoria.

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A TRANSPARÊNCIA DAS CONTAS PÚBLICAS À LUZ DA AVALIAÇÃO DOS

PORTAIS ELETRÔNICOS DAS CIDADES NO SUL DA AMAZÔNIA BRASILEIRA

Elis Regina Panizzon; Robinson Francino da Costa; Ana Claudia Venturin da Costa; Joelson Agustinho de

Pontes; Alex Fabiano Bertollo Santana;

[email protected]; [email protected]; [email protected];

[email protected]; [email protected];

ÁREA TEMÁTICA: A 8 | Novas Tecnologias de Informação e Comunicação na

Contabilidade Pública

Palavras-chave:

Portal da Transparência. Contas Públicas. Controle Social. Accountability. Acesso à

Informação.

Metodologia da investigação usada:

Método de estudo de caso em consonância com as técnicas observacional e descritiva. Foi

realizado um checklist desenvolvido pela Fundação Getúlio Vargas em consonância com o

que as leis nacionais de Responsabilidade Fiscal, Transparência e Acesso à Informação

determinam. Foram analisados os portais da transparência de 52 cidades, os quais pontuaram

por conteúdo, série histórica e frequência de atualização e usabilidade. Esta metodologia

desenvolvida permitiu criar um ranking por pontos atribuídos aos portais de todas as cidades

pesquisadas, e principalmente detectou os pontos que necessitavam de melhoria.

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A TRANSPARÊNCIA DAS CONTAS PÚBLICAS À LUZ DA AVALIAÇÃO DOS

PORTAIS ELETRÔNICOS DAS CIDADES NO SUL DA AMAZÔNIA BRASILEIRA

No Brasil, como em todo Estado democrático as contas públicas devem ser de completo interesse do povo, a

contabilidade pública e seus demonstrativos são os fios condutores da democracia e da transparência. Os

gestores públicos estão obrigados a realizar ações planejadas e, sobretudo, hodiernamente a divulgar as

informações em tempo real em meios eletrônicos de acesso público. Assim esta pesquisa objetivou investigar os

portais eletrônicos disponíveis nas administrações municipais do Estado de Rondônia, sul da Amazônia

Brasileira, se atendem as leis vigentes em respeito aos princípios democráticos que velam pela fiscalização

social. Utilizou-se do método de estudo de caso em consonância com as técnicas observacional e descritiva. Foi

realizado um checklist desenvolvido pela Fundação Getúlio Vargas em consonância com o que as leis nacionais

de Responsabilidade Fiscal, Transparência e Acesso à Informação determinam. Foram analisados os portais da

transparência de 52 cidades, os quais pontuaram por conteúdo, série histórica e frequência de atualização e

usabilidade. Esta metodologia desenvolvida permitiu criar um ranking por pontos atribuídos aos portais de todas

as cidades pesquisadas, e principalmente detectou os pontos que necessitavam de melhoria. A nota média obtida

pelos municípios analisados indicou que as administrações municipais desta regionalidade atenderam de forma

precária a legislação vigente no Brasil. Evidenciou que a democracia é colocada em risco com uma participação

popular e fiscalidade absolutamente limitada aos métodos mais arcaicos de acesso às contas públicas. A região

investigada apresentou-se abaixo da média nacional de transparência em portais eletrônicos. As novas

tecnologias de informação e comunicação na contabilidade pública ainda não adentraram essa parcela do Brasil

em toda sua plenitude.

Palavras-chave:

Portal da Transparência. Contas Públicas. Controle Social. Accountability. Acesso à Informação.

TRANSPARENCY OF PUBLIC ACCOUNTS BY ANALYSIS OF EVALUATION OF

WEBSITES OF CITIES IN THE SOUTH OF THE BRAZILIAN AMAZON

In Brazil, as in any democratic state public accounts should be full interest of the people, the public accounts and

their statements are the conductors of democracy and transparency. Public managers are required to conduct

planned actions and, above all, in our times to disclose the information in real time on electronic means of public

access. So this study investigated the electronic portals available in the municipal administrations of the State of

Rondonia, southern Brazilian Amazon, if they meet the laws on respect for democratic principles that shall

ensure the social supervision. We used the case study method in accordance with the observational and

descriptive techniques. It conducted a checklist developed by the Getulio Vargas Foundation in accordance with

the national laws Fiscal Responsibility, Transparency and Access to Information determine. portals were

analyzed transparency of 52 cities, which scored for content, historical series and update frequency and usability.

This developed methodology allowed to create a ranking by points awarded to the portals of all the surveyed

cities, and mainly detected the points that needed improvement. The average score obtained by the municipalities

analyzed indicated that local governments this regionality attended precariously current legislation in Brazil. It

showed that democracy is put at risk with a popular participation and taxation absolutely limited to the more

archaic methods of access to public accounts. The investigated region has performed below the national average

of transparency in electronic portals. The new technologies of information and communication in public

accounting has not entered that portion of Brazil in all its fullness.

Keywords:

Transparency Portal. Public Accounts. Social Control. Accountability. Access to information.

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OS PORTAIS DA TRANSPARÊNCIA NO BRASIL

Com o advento de publicação da Lei Complementar nº 101/2000 que estabelece

normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, a União, os

Estados, o Distrito Federal e os Municípios estão obrigados a realizar ações planejadas e

transparentes. A partir de 2009, a Lei Complementar nº 131 passou também a obrigar a

divulgação de informações em tempo real em meios eletrônicos de acesso público e

estabeleceu prazos para o cumprimento das determinações.

Assim, os portais eletrônicos da transparência das administrações municipais do

estado de Rondônia, sul da Amazônia Brasileira, estão em conformidade com a legislação e as

premissas democráticas?

Logo, o objetivo central desta pesquisa consistiu em investigar se os portais

eletrônicos da transparência das administrações municipais do estado de Rondônia, sul da

Amazônia Brasileira, estão em conformidade com a legislação e as premissas democráticas. E

de modo secundário evidenciou-se junto à legislação quais são os principais requisitos para a

implantação e o funcionamento dos portais da transparência; demonstrou-se a importância da

internet como ferramenta para a efetivação da transparência pública e accountability;

destacou-se a importância do portal da transparência como instrumento de controle social;

realizou-se um estudo de caso com aos portais da transparência das prefeituras do estado de

Rondônia e elaboração de quadro classificatório.

Fez-se jus este estudo pela relevância do tema transparência na administração pública,

sobretudo no Brasil que é um país com longo histórico de corrupção e malversação de

dinheiro público. Pois o cidadão por si ou por meio de organizações da sociedade civil passou

a exigir dos governantes a comprovação de como e onde são aplicados os recursos

provenientes da arrecadação federal, estadual e municipal.

TRANSPARÊNCIA PÚBLICA E CONTROLE SOCIAL NO BRASIL

A transparência na gestão pública tem sido vista como um importantíssimo fator de

combate à corrupção, na concepção de Kim et al. (2005 apud CRUZ ET AL. 2012) “a palavra

‘transparência’ traz consigo uma poderosa gama de associações morais e políticas, incluindo

a honestidade, a simplicidade e a abertura” (tradução livre). Muitos são os benefícios quando

o gestor público assume a premissa de ser transparente, Nunes et al. (2013) entendem que “[..]

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com a transparência, o Estado se torna mais atrativo, obtém mais investimentos, aumenta a

arrecadação, a qualidade do gasto (menos e melhor), alcança maior eficiência; e investe no

próprio crescimento e desenvolvimento, além de contribuir para a responsabilidade social”.

Santos e Quelhas (2012) apresentaram uma proposta de diretrizes para a transparência

nas instituições governamentais baseada em evidências apresentadas no conjunto do estudo

obtidas na literatura científica internacional, como E-government, accountability, government

communication e open government:

Transparência Governamental

Figura 05 - Síntese do Conceito de Governo Aberto

No âmbito municipal, a responsabilidade de desenvolver ações voltadas para a

transparência dos atos praticados pelo Poder Público também está a cargo do controle interno,

as quais segundo o Manual de Integridade Pública e Fortalecimento da Gestão (2010, p. 10)

devem:

[...] garantir que os cidadãos disponham de informações relativas à aplicação dos

recursos públicos, assegurar que estejam acessíveis todos os instrumentos

legalmente instituídos como fim de possibilitar a participação popular no controle e

no monitoramento das ações governamentais, e desenvolver canais de comunicação

e de interação com o cidadão.

Nesse sentido, entende-se que a responsabilidade da gestão do portal da transparência

cabe ao controle interno, pois o conteúdo divulgado neste canal de comunicação leva a

qualquer cidadão as informações sobre a forma como estão sendo geridos os recursos

públicos.

Para Ribeiro e Gomes (2012) o fato de o governo divulgar as informações demonstra a

intenção de ser transparente, mas se a forma como estas informações forem apresentadas não

for passível de entendimento pelo cidadão, o ato de divulgar servirá apenas para publicidade

caracterizando-se como transparência nominal.

Os cidadãos poderão participar individualmente, agrupados em conselhos de políticas

públicas ou por meio de organizações da sociedade civil para o desenvolvimento de ações que

atendam ao interesse público e acompanhar a execução destas ações, avaliar seus custos e

Instituições Públicas

Busca ferramentas para a comunicação

Informa o principal das atividades de governo

Desenvolve tecnologias para melhor interação com o cidadão

Presta contas de suas atividades e é passível de responsabilização

Governo

Aberto

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seus benefícios, bem como exigir que sejam divulgados os seus resultados. Nesta perspectiva

o Manual de Integridade Pública e Fortalecimento da Gestão (2010, p. 18) apresenta:

O Controle Social, entendido como a participação do cidadão na fiscalização, no

monitoramento e no controle das ações da Administração Pública, tem a finalidade

de verificar se o dinheiro público está sendo usado de maneira adequada ou se está

sendo desviado para outras finalidades.

Slomski (2007, p. 30) expõe que a relação entre o Estado e o cidadão pode ser

aproximada à perspectiva da teoria dos contratos, considerando que o Estado fornece serviços

ao cidadão. A qualidade dos serviços prestados interfere no dia a dia do cidadão e

consequentemente na avaliação do desempenho do gestor público.

Partindo-se do princípio de que toda execução contratual deve ser fiscalizada, Martins,

Coelho e Almeida (2012), afirmam que o artigo 74 da Constituição Federal, no seu parágrafo

2º, preceitua que o cidadão também é controlador, pois pode e deve denunciar irregularidades

ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas. Função esta reconhecida também no art. 73-A

acrescido na Lei de Responsabilidade Fiscal pela Lei Complementar nº 131/2009.

Para que o cidadão comum exerça a cidadania é de suma importância que ele entenda

as informações disponibilizadas pelos governos, por isso, faz-se necessário que estas sejam

apresentadas em linguagem simples e compreensível. Pinho (2008) alerta que mesmo

dispondo de internet e de informações, se não houver o interesse do cidadão e da sociedade

em tomar conhecimento dos fatos e agirem como fiscalizadores de nada adiantará ter acesso

ao conteúdo administrativo público.

A LEGISLAÇÃO QUANTO A TRANSPARÊNCIA FISCAL E O ACESSO A

INFORMAÇÃO NO BRASIL

Para o governo das leis é primordial a qualidade do legislador, pois está sob o seu

encargo a proposição de leis que orientam as ações governamentais, as quais alcançam

melhores resultados quando aliadas ao bom caráter e ampla visão administrativa do

governante (BOBBIO, 1997 p. 164).

No Brasil os governantes administram mediante a legislação oriunda dos poderes

legislativos federal, estadual e municipal. A última Constituição Federal foi promulgada em

1988, mas o Texto Constitucional deixou algumas situações pendentes para regulamentação

por meio de leis complementares, como por exemplo, o citado no art. 163 inciso I relativo a

finanças públicas.

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Em 5 de maio de 2000 entrou em vigor a Lei Complementar nº 101/2000 conhecida

LRF - Lei de Responsabilidade Fiscal, na qual foram estabelecidas normas de finanças

públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, em consonância com a CF 88.

A introdução de novos conceitos como o da transparência e o da responsabilidade no

uso dos recursos públicos é um dos objetivos desta lei, conforme o art.48:

São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla

divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos,

orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo

parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de

Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos. (grifo dos autores)

Estão sujeitos à Lei de Responsabilidade Fiscal a União, os Estados, o Distrito Federal

e os Municípios.

Por meio da Lei Complementar nº 131/2009, Lei da Transparência, foram promovidas

alterações em dispositivos da LRF no tocante a transparência da gestão fiscal, inseridos novos

mecanismos que ampliam a possibilidade de acompanhamento da administração pública pela

sociedade.

Destacando-se neste momento a alteração do parágrafo único e a inclusão do inciso II

“liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de

informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios

eletrônicos de acesso público”. Também foi incluso o inciso III que trata do sistema integrado

de administração financeira e controle, o qual permitirá a administração das informações que

estarão à disposição do cidadão.

Visando esclarecer quais informações devem ser disponibilizadas, a LC nº 131/2009

incluiu o art. 48-A abaixo transcrito:

Para os fins a que se refere o inciso II do parágrafo único do art. 48, os entes da

Federação disponibilizarão a qualquer pessoa física ou jurídica o acesso a

informações referentes a:

I – quanto à despesa: todos os atos praticados pelas unidades gestoras no decorrer

da execução da despesa, no momento de sua realização, com a disponibilização

mínima dos dados referentes ao número do correspondente processo, ao bem

fornecido ou ao serviço prestado, à pessoa física ou jurídica beneficiária do

pagamento e, quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado;

II – quanto à receita: o lançamento e o recebimento de toda a receita das unidades

gestoras, inclusive referente a recursos extraordinários. (grifo nosso)

As informações pormenorizadas dizem respeito ao detalhamento quanto à despesa e à

receita que deve ser atendido na divulgação das informações. Os elementos mínimos a serem

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divulgados por meio do sistema integrado de administração financeira e controle foram

dispostos no Decreto nº 7.185, de 27 de maio de 2010:

I - quanto à despesa:

a) o valor do empenho, liquidação e pagamento;

b) o número do correspondente processo da execução, quando for o caso;

c) a classificação orçamentária, especificando a unidade orçamentária, função,

subfunção, natureza da despesa e a fonte dos recursos que financiaram o gasto;

d) a pessoa física ou jurídica beneficiária do pagamento, inclusive nos desembolsos

de operações independentes da execução orçamentária, exceto no caso de folha de

pagamento de pessoal e de benefícios previdenciários;

e) o procedimento licitatório realizado, bem como à sua dispensa ou inexigibilidade,

quando for o caso, com o número do correspondente processo; e

f) o bem fornecido ou serviço prestado, quando for o caso;

II - quanto à receita, os valores de todas as receitas da unidade gestora,

compreendendo no mínimo sua natureza, relativas a:

a) previsão;

b) lançamento, quando for o caso; e

c) arrecadação, inclusive referente a recursos extraordinários. (grifo nosso)

A transparência, no entendimento de Souza et al. (2013), “quando exigida para os atos

de gestão da administração pública deve ser enxergada como uma ferramenta importante de

controle, que deve ser utilizada pelos cidadãos, para fiscalizar as ações dos governantes das

três esferas do governo: federal, estadual e municipal”.

Para regular este acesso à informação, em 18 de novembro de 2011 foi publicada no

Diário Oficial da União a Lei nº 12.527 a Lei de Acesso à Informação – LAI, a qual prevê

procedimentos que devem obedecer aos princípios básicos da administração pública e terem

como intuito a publicidade, a disponibilização das informações públicas independentemente

de solicitações, a utilização dos meios de comunicação trazidos pela evolução da tecnologia

da informação, a exposição da administração pública de forma a demonstrar com clareza

como são conduzidas suas ações e a instigação do controle social.

O parágrafo 1º do art. 8º da LAI trata do que deve ser divulgado, no mínimo,

independente de requerimentos:

I – registro das competências e estrutura organizacional, endereços e telefones das

respectivas unidades e horários de atendimento ao público;

II – registros de quaisquer repasses ou transferências de recursos financeiros;

III – registros das despesas;

IV – informações concernentes a procedimentos licitatórios, inclusive os respectivos

editais e resultados, bem como a todos os contratos celebrados;

V – dados gerais para o acompanhamento de programas, ações, projetos e obras de

órgãos e entidades; e

VI – respostas a perguntas mais frequentes da sociedade.

Nos parágrafos 2º e 3º observa-se a obrigatoriedade da divulgação ocorrer em todo e

qualquer meio legítimo que a administração pública dispuser, destacada para a em sítio oficial

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da rede mundial de computadores (internet) que deverá entre outros requisitos possibilitar a

pesquisa de conteúdo, gravação de relatórios e manter atualizadas as informações.

O parágrafo 4º dispensa os municípios com população de até 10.000 (dez mil)

habitantes da divulgação obrigatória na internet, mas mantém a obrigatoriedade de

divulgação, em tempo real, de informações relativas à execução orçamentária e financeira nos

demais meios e instrumentos que estes dispuserem.

Segundo o art. 9º da LAI, o acesso às informações públicas deverá ser garantido pela

criação de serviços de informações ao cidadão e a realização de audiências ou consultas

públicas.

O PORTAL DA TRANSPARÊNCIA E A ACCOUNTABILITY

A criação de portais da transparência é apontada no Manual de Integridade Pública e

Fortalecimento da Gestão (2010, p. 44 e 45) como uma das boas práticas de transparência

pública, desde que apresentem linguagem e navegação fáceis para o entendimento do cidadão.

Neste sentido, Santos et al. (2012) afirmam que “Os meios eletrônicos têm sido os

principais mecanismos de transparência fiscal e que possibilitam à população conhecimento

da realidade da gestão pública, bem como a manifestação de interesses. Entretanto existem

outros meios para divulgação dos atos administrativos".

Com a implantação de portais da transparência de acordo com a legislação vigente no

sentido de transparência e constância dos dados disponibilizados, utilização facilitada e

entendimento do conteúdo pelo usuário e acessibilidade das informações públicas;

minimizam-se os problemas apontados por Batista (2010) em relação à transparência e acesso

a informação pública: dimensão física, dimensão intelectual e dimensão comunicacional.

Medeiros, Crantschaninov e Silva (2013) verificaram que nos artigos estudados, seus

autores expõem como tipos de accountability a vertical e a horizontal. Apresentam

entendimento assemelhado a Akutsu e Pinho (2002) de que a accountability vertical ou

política sofre avaliação e participação popular, ou seja, por meio de eleições, plebiscitos,

referendos, etc., as ações do governante já realizadas e outras de como realizar são colocadas

para deliberação da população em geral. Raupp e Pinho (2012) apoiam o entendimento de

prestação de contas para a accountability a partir do que dispõe o parágrafo único do artigo 70

da Constituição Federal de 1988 “prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública

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ou privada que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores

públicos, [...]”.

No entendimento de Souza et. al. (2013) accountability não seria nem

responsabilização e nem prestação de contas, mas sim um processo iniciado pela prestação de

contas por parte do governante e encerrado somente quando superada a possibilidade de

sanção da mesma, corrobora Pinho (2008). Subentendida sanção como aprovação porque

accountability está intimamente ligada ao comportamento moral, ser correto em seus atos,

agir de acordo com as normas e em benefício da coletividade.

Conforme a Lei nº 131/2009, os governantes estão obrigados a publicar dados de sua

gestão em meios eletrônicos de acesso público. Akutsu e Pinho (2002) já comentariam sobre a

importância das tecnologias da informação para uma sociedade mais democrática em relação

à accountability:

Caso as ponderações dos teóricos da sociedade da informação se confirmem, as

novas TIs – em especial os microcomputadores e a rede internet – possibilitariam o

acesso da sociedade às informações, tornando as ações governamentais transparentes

e permitindo, assim, mudar as características de patrimonialismo e de democracia

delegativa.

Com a maior facilidade de acesso a internet no Brasil observada a partir da década de

90 (MONTEIRO; FANSTONE, 2012) promovida pelo próprio governo, a obrigatoriedade

dos entes públicos em divulgar as informações e a exigência para que sejam passíveis de

entendimento para o cidadão comum; pode-se vislumbrar uma sociedade consciente para

exigir o que realmente considerar mais importante para melhorar a sua qualidade de vida e

avaliar se as ações governamentais para desenvolvimento de seu Município, Estado e País

transcorrem em obediência às regras e com ética.

Raupp e Pinho (2012) ponderam que para um portal eletrônico contribuir com a

construção da accontability, este deve ser idealizado e construído na perspectiva de ser

transparente, prestar contas dos atos administrativos públicos e propiciar a participação do

cidadão.

METODOLOGIA

Para alcançar a finalidade proposta, a pesquisa em relação aos objetivos foi assim

caracterizada quanto à abordagem em qualitativa porque para Oliveira (2010, p. 58) “tenta

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explicar a totalidade da realidade através do estudo dos problemas sociopolíticos, econômicos,

culturais, educacionais”.

Quanto aos fins como exploratória e descritiva. Exploratória porque buscou por

informações sobre o assunto que está sendo pesquisado. Descritiva pela observação,

descrição, análise, classificação e registro de fatos. Para a fundamentação teórica e para a

verificação de estudos realizados anteriormente que fazem frente ao tema, os principais

materiais utilizados foram livros e artigos extraídos de eventos e periódicos, classificando esta

pesquisa como bibliográfica (GIL, 2002) e documental pela análise em leis que versam sobre

o tema transparência fiscal. Quanto aos meios, será adotado o método de estudos de casos

múltiplos, pois de acordo com Yin (2001) “as provas resultantes de casos múltiplos são

consideradas mais convincentes, e o estudo global é visto, por conseguinte, como sendo mais

robusto”.

A realização da pesquisa teve como intuito verificar quais os itens que devem ser

divulgados nos portais da transparência dos municípios do estado de Rondônia. A escolha por

esta região se dá pelo fato de ser a área de abrangência da Universidade Federal de Rondônia

que é a Instituição de proveniência dos pesquisadores, esta região abarca uma população de

1.768.204 pessoas1 distribuídas por 52 cidades.

Assim buscou-se verificar se as administrações municipais estão engajadas em prestar

contas à sociedade. Por isso, para a coleta de dados o instrumento a ser adotado foi um

formulário de observação (checklist) para a categorização dos elementos disponíveis nos

portais da transparência municipais.

A presente pesquisa também utilizou o procedimento metodológico desenvolvido pela

instituição de referência em gestão pública no Brasil que é a Fundação Getúlio Vargas e que é

utilizado pela Associação Contas Abertas2 para obtenção do índice de transparência dos

Estados brasileiros e suas capitais e que consiste basicamente numa análise fundamentada em

três aspectos distintos a seguir: análise do conteúdo que corresponderá à pontuação de 55% do

total; Série Histórica e Frequência de Atualização que corresponderá a 5% do total; e

Usabilidade que corresponderá a 40% dos pontos, assim perfazendo um total de 100%

1Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – sítio eletrônico http://ibge.gov.br/estadosat/perfil.php?sigla=ro

(2016) 2 É uma entidade da sociedade civil, sem fins lucrativos, que reúne pessoas físicas e jurídicas, lideranças sociais,

empresários, estudantes, jornalistas, bem como quaisquer interessados em conhecer e contribuir para o

aprimoramento do dispêndio público, notadamente quanto à qualidade, à prioridade e à legalidade.

http://www.contasabertas.com.br/website/institucional

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atribuídos a avaliação dos portais de transparência conforme Metodologia 2014 – Índice da

Transparência.

Em cada portal foi realizada a observação dos itens requeridos para verificação

conforme o checklist adaptado e nele anotados os dados e observações, bem como foram

realizados print screem das telas que foram trazidos para arquivos do Word vislumbrando a

necessidade de posterior conferência dos dados anotados. Em seguida foi atribuída para cada

município a pontuação em planilhas do Excel. Foram desenvolvidas planilhas para cada um

dos parâmetros e seus itens analisados, bem como o quadro classificatório, os quais receberam

as informações linkadas das planilhas individuais dos municípios visando agrupá-las e assim

facilitar a análise da avaliadora.

A técnica de pesquisa escolhida é a observacional e descritiva, pois visa observação e

anotação de dados no momento da visita aos portais eletrônicos dos sítios dos 52 municípios

do Estado de Rondônia com posterior análise e interpretação dos dados coletados.

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Os resultados da pesquisa estão apresentados de forma descritiva para cada um dos

itens dos parâmetros analisados e por fim o quadro classificatório, o qual trará a ordem de

colocação dos municípios por nota decrescente. Dos cinquenta e dois municípios não foi

possível o acesso aos portais dos municípios de Chupinguaia e Urupá, mesmo com várias

tentativas de acesso. Diante desta impossibilidade ambos os municípios receberam nota Zero

em todas as possibilidades de pontuação, mas os resultados da pesquisa estão descritos em

relação aos cinquenta e dois municípios tendo em vista que a home page de todos foi visitada

e o acesso ao portal localizado.

SOBRE O CONTEÚDO: Quanto à disponibilidade de informações relativas ao “conteúdo”

foram analisadas a execução orçamentária, classificação orçamentária, documento de

empenho, documento de pagamento, beneficiário do pagamento, procedimento licitatório,

convênios, receita, leis e relatórios orçamentários, patrimônio e outros poderes; com

pontuação máxima de 2.750 pontos. Para este parâmetro, o Município de Ji-Paraná obteve a

maior pontuação, 2.030 pontos, seguido por Espigão d’Oeste com 1.960 e Porto Velho com

1.770. Os municípios que obtiveram as menores pontuações foram Parecis, Colorado do

Oeste, Corumbiara, Novo Horizonte do Oeste e Guajará Mirim. Este último obteve apenas

180 pontos dos 2.750 possíveis.

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EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA: Para este item observou-se se haviam abas com

informações sobre valores de dotação inicial, autorizado, empenhado, liquidado, pago, restos

a pagar pagos, total desembolsado e restos a pagar a pagar; com pontuação máxima de 280

pontos. Os municípios de Alto Paraíso, Buritis, Campo Novo de Rondônia, Cujubim, Espigão

d’Oeste, Itapuã do Oeste, Jaru, Ji-Paraná, Machadinho d’Oeste, Ouro Preto do Oeste,

Pimenteiras do Oeste, Presidente Médici e Vale do Paraíso obtiveram a maior pontuação, 140

pontos; pois disponibilizavam informações sobre valores empenhados, liquidados, pagos e

restos a pagar pagos. Enquanto os municípios de Alta Floresta d’Oeste, Cacoal, Castanheiras,

Ministro Andreazza, Nova Brasilândia, Pimenta Bueno, Rio Crespo, Rolim de Moura, São

Felipe d’Oeste, São Miguel do Guaporé, Seringueiras, Theobroma, Vale do Anarí e Vilhena

obtiveram 130 pontos; pois disponibilizavam informações sobre valores da dotação inicial,

empenhados, liquidados e pagos. Sendo atribuída também nota Zero aos municípios de

Ariquemes, Cabixi, Cerejeiras, Colorado do Oeste, Corumbiara, Guajará-Mirim e Novo

Horizonte do Oeste.

CLASSIFICAÇÃO ORÇAMENTÁRIA: Para este item observou-se se haviam abas

disponíveis com informação institucional, funcional programática, natureza da despesa,

detalhamento de pessoal e encargos sociais e por fonte de recursos; com pontuação máxima

de 830 pontos. Tendo os municípios de Alto Paraíso, Cacaulândia, Cujubim, Espigão d’Oeste,

Ji-Paraná, Presidente Médici e Vale do Paraíso obtido 700 pontos; seguidos por Itapuã do

Oeste, Pimenteiras do Oeste e Porto Velho com 580.

CLASSIFICAÇÃO INSTITUCIONAL: As informações institucionais pontuavam por

órgão - 50 pontos e unidade orçamentária - 100 pontos, totalizando 150 pontos. Dos 52

municípios analisados 28,85% apresentavam valores por órgão e unidade, 50% apresentavam

apenas por órgão e 21,15% não apresentavam informações.

CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL-PROGRAMÁTICA: Para atribuição de pontuação ao

subitem funcional programática observou-se a disponibilização de abas com informações por

função, subfunção (mesmo que na mesma aba da função, mas também identificada),

programa, ação e subtítulo; com pontuação máxima de 190 pontos. Neste item os municípios

que mais pontuaram foram 12 e obtiveram 140 pontos, pois informavam as despesas por

função, subfunção, ação e programa. Foram 13 os que receberam 100 pontos, pois

informavam função, subfunção e programa. Houve 16 que informavam função e programa e

obtiveram 70 pontos. Nenhum município informava por subtítulo.

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CLASSIFICAÇÃO DE NATUREZA DA DESPESA: O subitem natureza da despesa foi

pontuado observando-se a disponibilidade de abas com informações por categoria econômica,

grupo de natureza da despesa (GND), modalidade de aplicação, elemento de despesa e sub

elemento de despesa; com pontuação máxima de 190 pontos. Quatorze municípios receberam

150 pontos cada um, pois informavam por categoria econômica, grupo de natureza da despesa

(GND), elemento de despesa e sub elemento de despesa. Outros quatorze municípios

informavam apenas por elemento de despesa e obtiveram 40 pontos cada um. Onze

municípios apresentavam aba com informações sobre a categoria econômica e obtiveram 30

pontos cada um. O município de Porto Velho apresentava apenas por grupo de natureza da

despesa (GND) e obteve 30 pontos. Nenhum dos municípios analisados disponibilizava aba

nominada modalidade de aplicação; alguns traziam despesa por aplicação, mas não havia

informações de valores utilizados em transferências para outros poderes, aplicação direta etc.

Doze não apresentavam informações para avaliação quanto a natureza da despesa.

DETALHAMENTO DE PESSOAL E ENCARGOS: Neste subitem foram observadas as

informações por nome dos funcionários, servidor com/sem vínculo, cargo/função, salário por

cargo/função e todas as informações vinculadas; totalizando 200 pontos. Destacaram-se os

municípios que disponibilizavam as informações sobre a remuneração dos servidores e

consequentemente as informações vinculadas, tendo obtido a pontuação máxima 27

municípios, 19 receberam 80 pontos. Os municípios de Campo Novo de Rondônia, Guajará-

Mirim, Novo Horizonte do Oeste e Ouro Preto do Oeste não apresentavam nenhuma

informação sobre pessoal e encargos.

POR FONTE DE RECURSOS: Apenas os municípios de Alto Paraíso, Cacaulândia, Campo

Novo de Rondônia, Cujubim, Espigão d’Oeste, Itapuã do Oeste, Ji-Paraná, Ouro Preto do

Oeste, Pimenteiras do Oeste, Porto Velho, Presidente Médici e Vale do Paraíso apresentavam

informações de valores por fonte de recursos e receberam 100 pontos para compor a

pontuação da classificação orçamentária e consequentemente do conteúdo.

EMPENHO EMITIDO: Nenhum dos municípios analisados trazia na íntegra o empenho

emitido, apenas detalhes do documento. Guajará-Mirim é o único município que não

disponibilizava informações dos empenhos para consulta. Receberam pontuação máxima os

municípios que disponibilizavam a unidade gestora emitente, a descrição do empenho e de

alguma forma a quantidade e preço dos itens empenhados, sendo Ariquemes, Cabixi,

Cerejeiras, Colorado do Oeste, Corumbiara e Porto Velho. Importe ressaltar que 61,54% dos

portais avaliados traziam informações sobre os itens empenhados.

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DOCUMENTO DE PAGAMENTO: Apenas vinte e quatro dos cinquenta e dois municípios

analisados, 46,15%, apresenta informações sobre o documento de pagamento emitido. Os

nove que mais pontuaram foram Alto Paraíso, Campo Novo de Rondônia, Cujubim, Espigão

d’Oeste, Ji-Paraná, Ouro Preto do Oeste, Pimenteiras do Oeste, Presidente Médici e Vale do

Paraíso que receberam 210 pontos cada um, pois disponibilizavam informação sobre qual

item do empenho estava sendo pago.

BENEFICIÁRIO DO PAGAMENTO: Quatorze municípios apresentava a lista completa

dos beneficiários de pagamento (pessoa física e jurídica) com a possibilidade de visualização

da listagem de empenhos emitidos para o beneficiário selecionado, bem como visualização de

cada um dos empenhos. Vinte e oito apresentavam a lista de forma limitada, ou seja, a lista na

maioria dos casos era por ano e nem sempre conduzia aos empenhos emitidos para o credor

pesquisado. Outros seis municípios obrigavam o usuário a preencher campo com informações

sobre o beneficiário e desta forma se obtinha apenas a listagem com empenhos do pesquisado

e que também nem sempre conduzia a pesquisa por empenho. Os municípios que não traziam

informação sobre os beneficiários de pagamento eram Guajará-Mirim e Novo Horizonte do

Oeste.

PROCEDIMENTO LICITATÓRIO: Para o item observou-se se haviam disponíveis

informações sobre o edital, participantes e contratos; com pontuação máxima de 350 pontos.

Os municípios que mais pontuaram receberam 340 pontos, Porto Velho e São Francisco do

Guaporé, seguidos por Nova Mamoré que obteve 330 pontos. Estes municípios se destacaram

porque apresentavam o edital na íntegra, ata de sessão na qual estavam demonstradas as

informações sobre os participantes do certame e apresentavam também a listagem dos

contratos com os respectivos arquivos em anexo possibilitando que o usuário obtivesse quase

todas as informações sobre os mesmos.

EDITAL: Trinta e um dos municípios analisados disponibilizavam o edital do certame

licitatório na íntegra. Os municípios de Alto Paraíso, Candeias do Jamari, Itapuã do Oeste e

Novo Horizonte do Oeste não apresentavam nenhuma informação sobre procedimentos

licitatórios.

PARTICIPANTES: São quatorze os municípios que nas atas apresentavam informações

sobre os participantes da licitação possibilitando que o usuário soubesse seus nomes, CNPJs

(Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) e valores ofertados por eles. Os municípios de Rio

Crespo, Rolim de Moura e São Felipe d’Oeste apresentavam a razão social e o CNPJ

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15

enquanto os demais municípios não apresentavam nenhuma informação sobre os participantes

dos certames.

CONTRATOS CELEBRADOS: Somente pontuou o município que apresentou listagem de

contratos, independente do conteúdo, por isso trinta e três receberam a nota Zero. Os

municípios de Espigão d’Oeste, Ji-Paraná, Ouro Preto do Oeste, Porto Velho, São Francisco

do Guaporé e Teixeirópolis foram os que mais pontuaram e receberam 90 pontos; estes

municípios não receberam a nota máxima porque, com exceção de Porto Velho, não

informavam a data de publicação do termo. O município de Porto Velho não trazia o

programa de trabalho. Colorado do Oeste, Nova Mamoré, Pimenta Bueno e São Felipe

d’Oeste receberam 80 pontos e os demais 70 ou 60 pontos. Muitos municípios apresentavam

listagem com poucas informações, mas disponibilizavam o arquivo contendo o contrato; neste

caso foi escolhido um ou dois dos contratos aleatoriamente para apreciação.

INFORMES SOBRE CONVÊNIOS CELEBRADOS: Para pontuação relativa aos

convênios foi observado se havia aba disponível com este nome e analisada

independentemente se estavam relacionados os que o município é concedente ou convenente e

do ano de emissão do termo, importante ressaltar que alguns municípios apresentavam as duas

situações. Os municípios que obtiveram maiores pontuações traziam os termos em arquivo

anexo, neste caso foram escolhidos termos aleatoriamente para apreciação. Os municípios de

Cabixi, Monte Negro, Nova União e São Felipe d’Oeste receberam 150 pontos, pois não é

possível obter apenas informações sobre a data de publicação, justificativa e situação

(adimplente/inadimplente/concluído). Seguidos pelo município de Porto Velho que obteve

140 pontos. Vinte e quatro municípios não apresentavam nenhuma informação sobre

convênios.

INFORMAÇÕES SOBRE RECEITAS: Os municípios de Cerejeiras, Colorado do Oeste,

Corumbiara e Guajará-Mirim não apresentavam informações sobre a receita. O Município de

Mirante da Serra obteve 80 pontos porque não apresentava informação sobre a previsão de

valor. Os demais municípios obtiveram a pontuação máxima de 100 pontos.

AS PEÇAS ORÇAMENTÁRIAS: Para analisar o item leis e relatórios orçamentários foi

observado se o município disponibilizava de forma atualizada, em aba própria ou em

publicações, a LOA (Lei Orçamentária Anual), a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), o

PPA (Plano Plurianual), o RREO (Relatório Resumido da Execução Orçamentária) e o RGF

(Relatório de Gestão Fiscal). Dez municípios obtiveram a pontuação máxima de 100 pontos e

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dezesseis não apresentavam nenhum dos itens solicitados. Os demais municípios obtiveram

pontuações entre 20 e 70 pontos.

INFORMES SOBRE O PATRIMÔNIO: Este item foi analisado observando-se se o

município disponibilizava as informações sobre quantitativo, alocação e valores relativos aos

seus imóveis, móveis e/ou imóveis e móveis. Vinte e cinco, ou seja, 48,08%, dos municípios

analisados não pontuaram. Vinte municípios, 38,46%, obtiveram 70 pontos, pois informavam

alocação e valores. Dois municípios, 3,85%, obtiveram 40 pontos, pois informavam valores e

cinco municípios, 9,61% obtiveram 30 pontos, pois informavam alocação. Nenhuns dos

municípios analisados apresentavam informações sobre o quantitativo dos bens.

INFORMAÇÕES SOBRE OUTROS PODERES: Para pontuar no item outros poderes, o

município deveria disponibilizar informações sobre ou direcionar a pesquisa por meio de

ícones ou links para a home page dos órgãos estaduais Ministério Público, Tribunal de

Contas, Judiciário e/ou do municipal Legislativo (Câmara de Vereadores); com pontuação

total de 100 pontos. Somente o município de Itapuã do Oeste apresentava links para todos os

poderes solicitados, mas estão pouco visíveis na aba “publicações”. Seguido pelos municípios

de Buritis, Jaru e Machadinho d’Oeste que obtiveram 90 pontos. Trinta e sete, ou seja,

71,15% dos municípios analisados não apresentavam informações ou direcionavam para a

home page de outros poderes.

SÉRIE HISTÓRICA E FREQUÊNCIA DE ATUALIZAÇÃO: Quanto à disponibilidade

de informações foi analisada a série histórica pontuando entre 4 e 10 anos ou mais e a

atualização da despesa (execução orçamentária); com pontuação máxima de 250 pontos. Para

este parâmetro, os municípios de Cujubim e Ji-Paraná obtiveram a maior pontuação, 200

pontos, seguidos por Pimenta Bueno e Presidente Médici com 180 e Cacaulândia, Espigão

d’Oeste, Itapuã do Oeste, Pimenteiras do Oeste, Rolim de Moura, São Miguel do Guaporé e

Vale do Paraíso com 160. Os municípios de Ariquemes, Cabixi, Cerejeiras, Colorado d’Oeste,

Corumbiara, Costa Marques, Guajará-Mirim e Novo Horizonte do Oeste não pontuaram.

SÉRIE HISTÓRICA: No item série história o município que recebeu maior pontuação foi

Porto Velho, pois disponibilizava informações de mais de dez anos, Cujubim e Ji-Paraná de 6

anos. Os demais municípios que apresentavam execução orçamentária não pontuaram porque

não fechavam uma série de no mínimo três anos, sendo de 3 anos incompletos (2013, 2014 e

2015) 21 municípios, de 2 anos incompletos (2014 e 2015) 5 municípios e 1 ano incompleto

(2015) 1 município.

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FREQUÊNCIA DE ATUALIZAÇÃO: vinte dos municípios analisados, 38,46%,

atualizavam de online a 24 horas as informações relativas a execução orçamentária e

receberam 150 pontos, treze atualizavam de 2 a 7 dias e receberam 100; o município de Jaru

atualizava de 31 a 60 dias e recebeu 10 pontos, enquanto Costa Marques para 2015 tinha

apenas os meses de janeiro e fevereiro, ou seja, a partir de 61 dias, por isso recebeu Zero.

QUANTO À USABILIDADE: Foram analisados a interação, possibilidades de download,

formato de download (banco de dados), delimitação temporal das consultas, facilidade de

navegação e gráficos e auxílios visuais; com pontuação máxima de 2.000 pontos. Para este

parâmetro, os municípios que obtiveram maior pontuação foram Nova Brasilândia d’Oeste,

Pimenta Bueno, Rio Crespo, Rolim de Moura, São Felipe d’Oeste, Seringueiras e Vale do

Anarí com 770 pontos. Seguidos por São Miguel do Guaporé e Theobroma com 730 e

Cacaulândia com 720. Os municípios que menos pontuaram foram Buritis com 370 pontos e

Ariquemes com 330. Os municípios de Guajará-Mirim e Novo Horizonte do Oeste não

pontuaram.

ANÁLISE DE INTERAÇÃO: Para o item interação observou-se se o Portal oferece manual

de navegação, FAQ (Frequently Asked Questions), glossário simples, glossário interativo, fale

conosco - e-mail e fale conosco – telefone; com pontuação máxima de 320 pontos. Apenas

44% dos municípios analisados apresentaram algum ou alguns dos itens solicitados. Os

municípios de Nova Brasilândia d’Oeste, Pimenta Bueno, Rio Crespo, Rolim de Moura, São

Felipe d’Oeste, Seringueiras e Vale do Anarí foram os que obtiveram a maior pontuação, 100

pontos, pois dispunham as abas FAQ e fale conosco – e-mail. Seguidos por oito municípios

que dispunham FAQ e glossário simples. Apenas o município de Porto Velho dispunha o

manual de navegação.

POSSIBILIDADE DE DOWNLOAD: Foi observado se é possível fazê-lo de tudo ou parte

do conteúdo; com pontuação máxima de 250 pontos. Nenhuns dos municípios analisados

permitiam fazer download de tudo e apenas vinte e cinco permitiam o download de parte do

conteúdo e por isso pontuaram 130 pontos.

FORMATO DE DOWNLOAD: Nenhum município permitia download no formato Web

Service e apenas vinte e cinco permitiram no formato texto, os quais obtiveram 100 pontos.

DELIMITAÇÃO TEMPORAL: Foi verificado se o Portal oferecia a possibilidade de

consulta mensal, bimestral, trimestral, semestral e ano (acumulado) em relação à execução

orçamentária; com pontuação máxima de 260 pontos. Destacando que alguns municípios que

ofereciam a possibilidade de consulta para a execução orçamentária por ano também

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ofereciam a consulta diária por empenhos. Vinte e cinco municípios obtiveram a pontuação

máxima; Porto Velho obteve 40 pontos, pois oferecia consulta bimestral; Ariquemes, Cabixi,

Cerejeiras, Colorado do Oeste, Corumbiara, Guajará-Mirim e Novo Horizonte do Oeste não

pontuaram e os demais obtiveram 40 pontos porque ofereciam apenas a consulta por ano.

FACILIDADE DE NAVEGAÇÃO: Foi analisada a disposição do conteúdo, a visualização

do conteúdo e se o acesso ao Portal acontece conforme o modelo

http://transparencia.cidade.uf.gov.br.

DISPOSIÇÃO DO CONTEÚDO: Quanto à disposição do conteúdo observou-se que 18

municípios pontuaram 250 porque os Portais tinham o conteúdo em um único site (sem link) e

30 pontuaram 150 porque o conteúdo estava linkado. Os municípios de Guajará-Mirim e

Novo Horizonte do Oeste não pontuaram.

VISUALIZAÇÃO DO CONTEÚDO: Vinte e três Portais apresentavam codificação HTML

(Hypertext Markup Language), por isso os municípios obtiveram 180 pontos.

ACESSO CONFORME MODELO: Somente o município de Porto Velho tinha acesso ao

Portal da Transparência conforme o modelo solicitado, ou seja,

transparencia.portovelho.ro.gov.br.

GRÁFICOS E AUXÍLIOS VISUAIS: Quatorze municípios, 26,92% dos Portais analisados

possibilitavam a visualização da despesa e da receita por meio de gráficos não interativos.

O Quadro 1 elaborado como resultado da pesquisa traz quatro colunas com

informações oriundas da pontuação obtida pelos municípios: nota, conteúdo, série histórica e

atualização e usabilidade. Nelas está convertida em percentual a pontuação obtida sobre a

pontuação máxima que poderia ser alcançada. Sendo que a nota decorre da pontuação total

que poderia alcançar 5.000 pontos, o conteúdo a 2.750 pontos, a série histórica e frequência

de atualização a 250 pontos e a usabilidade a 2.000 pontos.

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Quadro 1 – Classificação dos Municípios de Rondônia

Fonte: A própria pesquisa com implementação da metodologia da FGV (2015)

POSIÇÃO MUNICÍPIO NOTA CONTEÚDO SÉRIE HIST./ATUAL. USABILIDADE

1ª Ji-Paraná 5,82 7,38 8,00 3,40

2ª Espigão d'Oeste 5,52 7,13 6,40 3,20

3ª Porto Velho 5,14 6,44 4,00 3,50

4ª Presidente Médici 5,10 6,29 7,20 3,20

5ª Alto Paraíso 5,02 6,25 6,00 3,20

6ª Vale do Paraíso 5,02 6,07 6,40 3,40

7ª Cujubim 5,02 6,07 8,00 3,20

8ª São Felipe d'Oeste 4,90 5,75 4,00 3,85

9ª Vale do Anari 4,90 5,56 6,00 3,85

10ª Ouro Preto do Oeste 4,86 6,11 4,40 3,20

11ª Cacaulândia 4,82 5,56 6,40 3,60

12ª Pimenteiras do Oeste 4,78 5,78 6,40 3,20

13ª Vilhena 4,66 5,71 2,00 3,55

14ª Seringueiras 4,66 5,31 4,00 3,85

15ª Pimenta Bueno 4,64 4,98 7,20 3,85

16ª Nova Brasilândia 4,62 5,05 6,00 3,85

17ª Theobroma 4,60 5,49 2,40 3,65

18ª Campo Novo de Rondônia 4,56 5,75 2,40 3,20

19ª Cacoal 4,48 5,16 6,00 3,35

20ª Rolim de Moura 4,46 4,73 6,40 3,85

21ª Rio Crespo 4,44 5,16 1,20 3,85

22ª São Miguel do Guaporé 4,44 4,84 6,40 3,65

23ª Ministro Andreazza 4,38 5,13 4,40 3,35

24ª Castanheiras 4,28 4,80 6,00 3,35

25ª Itapuã do Oeste 4,12 4,58 6,40 3,20

26ª São Francisco do Guaporé 4,06 4,40 6,00 3,35

27ª Nova Mamoré 4,04 4,51 6,00 3,15

28ª Alta Floresta d'Oeste 3,84 4,00 6,00 3,35

29ª Monte Negro 3,76 4,18 4,00 3,15

Nova União 3,72 4,25 4,00 2,95

Teixeirópolis 3,72 4,25 4,00 2,95

31ª Buritis 3,70 5,02 4,00 1,85

32ª Mirante da Serra 3,64 3,82 4,00 3,35

33ª Primavera de Rondônia 3,62 3,96 2,00 3,35

34ª Jaru 3,60 4,87 0,40 2,25

35ª Santa Luzia d'Oeste 3,60 3,85 6,00 2,95

36ª Machadinho d'Oeste 3,58 4,76 1,20 2,25

37ª Alto Alegre dos Parecis 3,52 3,89 4,00 2,95

38ª Governador Jorge Teixeira 3,46 3,49 4,00 3,35

39ª Costa Marques 3,34 3,93 0,00 2,95

40ª Alvorada do Oeste 3,14 3,20 4,00 2,95

41ª Cabixi 3,04 3,96 0,00 2,15

42ª Candeias do Jamari 2,98 3,09 2,00 2,95

43ª Parecis 2,88 2,73 4,00 2,95

44ª Ariquemes 2,68 3,67 0,00 1,65

45ª Cerejeiras 2,52 3,02 0,00 2,15

46ª Colorado do Oeste 2,28 2,58 0,00 2,15

47ª Corumbiara 2,16 2,36 0,00 2,15

48ª Novo Horizonte do Oeste 0,44 0,80 0,00 0,00

49ª Guajará-Mirim 0,36 0,65 0,00 0,00

Chupinguaia 0,00 0,00 0,00 0,00

Urupá 0,00 0,00 0,00 0,00

3,79 4,43 3,84 2,90MÉDIA GERAL

30ª

50ª

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Conforme o quadro classificatório os municípios de Ji-Paraná, Espigão d’Oeste, Porto

Velho, Presidente Médici, Alto Paraíso, Vale do Paraíso e Cujubim foram os que obtiveram

as melhores notas, sendo também os únicos que ultrapassaram a nota 5. Vinte municípios

ficaram entre as notas 4 e 5; quinze entre 3 e 4; seis entre 2 e 3; dois entre 0 e 1 e dois não

obtiveram nota, pois não foi possível acessar seus portais.

A média geral das notas obtidas pelos municípios do Estado de Rondônia é 3,79. O

parâmetro com menor nota é usabilidade com a média de 2,09. Para a série histórica e

frequência de atualização a média é 3,84. Enquanto para o conteúdo atingiu, em média, 4,43.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa teve como objetivo central investigar se os portais da transparência

disponíveis nas administrações municipais do Estado de Rondônia atendem as vigentes, como

a Lei nº 101/2000, 131/2009 e 12.527/2011.

Como limitações deste estudo, destacam-se a dificuldade para a coleta de dados pelo

fato de que os municípios utilizam diferentes formas de composição e apresentação dos

Portais, bem como a sua volatilidade; exigindo maior tempo e atenção.

Em expectativa de pesquisas futuras, sugere-se o estudo da qualidade das informações

disponibilizadas nos Portais, bem como o estudo pormenorizado de todos os parâmetros e

itens pesquisados neste estudo.

Verificou-se que a internet enquanto instrumento de livre acesso é uma forte

ferramenta de transparência pública e accountability que vem de forma ímpar a auxiliar o

gestor público na divulgação de informações relativas às suas ações enquanto representante

dos cidadãos que o elegeram, mas desde que haja no gestor o desejo de ser transparente. E que

este juntamente com sua equipe de trabalho selecione um modelo de portal de fácil navegação

e entendimento pelo cidadão comum e, principalmente que nele exiba todas as informações

que as leis citadas e comentadas neste estudo determinam, bem como agregue muitas outras

que torne robusta a sua prestação de contas à sociedade. Estas colocações surgiram pelo fato

de que para os cinquenta e dois municípios avaliados são apenas seis os tipos de portais

existentes e com isso a avaliadora observou que no caso de tipos diferentes de portal, por

exemplo, para o parâmetro conteúdo, o município que mais pontuou foi Ji-Paraná com 2.030 e

o que menos pontuou foi Guajará-Mirim com 180 pontos.

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21

Quando realizada a comparação com municípios que utilizam o mesmo modelo de

portal, constatou-se que Buritis obteve 1.380 pontos enquanto Parecis obteve apenas 750.

Levando a análise por modelo de portal para o quadro classificatório se verifica que sete dos

dez primeiros colocados utilizam o mesmo modelo de portal para divulgar suas informações

orçamentárias e outras correlacionadas.

Desta forma, percebe-se que a maneira como o gestor encara a transparência de suas

ações na internet para acesso por parte de quaisquer interessados, aponta até mesmo para o

nível e a intensidade com que o controle social deverá atuar, pois quando as informações não

estão à disposição ou se apresentam desatualizadas ou de difícil compreensão é porque há

falha administrativa a se corrigir ou o descumprimento pelo gestor do dever de divulgar tais

informações.

Com o presente estudo foi possível constatar que as todas as administrações

municipais do Estado de Rondônia possuem em sua home page indicação de acesso seja como

portal da transparência, acesso a informação ou apenas o item transparência em local de fácil

visualização; mas foram analisados cinquenta portais no decorrer da pesquisa, pois dois não

ofereceram acesso mesmo com várias tentativas em datas diversas.

O quadro classificatório como produto final da pesquisa revela o município de Ji-

Paraná na 1ª colocação com a nota de 5,82; portanto o mais transparente do Estado de

Rondônia; seguido pelos municípios de Espigão d’Oeste na 2ª com a nota de 5,52; Porto

Velho na 3ª com a nota de 5,14; Presidente Médici na 4ª com a nota de 5,10; Alto Paraíso,

Vale do Paraíso e Cujubim com as 5ª, 6ª e 7ª colocações respectivamente e com a nota 5,02.

O fato de somente sete dos cinquenta e dois municípios apresentarem notas superiores

a 5 demonstra que tanto o primeiro colocado como os outros municípios há muito que se

melhorarem na apresentação dos Portais e principalmente na disponibilização das

informações. Considerando que a nota média obtida pelos municípios do Estado de Rondônia

foi 3,79, conclui-se que os portais das administrações municipais atendem de forma precária a

legislação vigente e que na situação exposta pelo presente estudo o cidadão não tem acesso

pleno às informações nos portais da transparência e por isso tem cessado o seu direito de

exercer o controle social sobre a gestão pública.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO CONTAS ABERTAS – Metodologia 2014. Disponível em:

<http://indicedetransparencia.com/metodologia-2014/>. Acesso em: 30 abr. 2014.

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