A Transportadora Setubalense

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A Transportadora Setubalense, Uma Recordação em Terras de Portugal. Um subsídio para a História.

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MEU CONTRIBUTOEstvamos nos primeiros meses do ano de 1957, fazamos 13 anos de idade. O empregado, Rolando Pedrosa, vinha fazer a parte da manh na Central de Salvaterra de Magos, completando o dia em Benavente. Um dia contactou meu pai, convite que foi confirmado pelo Fiscal Fbio Pedro Branco, ambos tinham transitado da Benaventense (da famlia Anastcio), para a empresa de Joo Cndido Belo & C Ld, trs anos antes. A empresa Transportadora Setubalense precisava de empregados jovens a tempo inteiro, nas vilas ribatejanas de Salvaterra, Benavente e Samora Correia, para as suas Estaes; atendimento de passageiros, e servios de despachos de mercadorias, que funcionavam como Centrais, um contrato com o Caminho de Ferro, que existia h dcadas, atravs de Muge. Um alargamento de carreiras, numa vasta rea do Ribatejo, estava em curso, at porque a ponte Marechal Carmona, sobre o rio Tejo tinha sido inaugurada, em 1951. Os passageiros passaram a viajar directamente de Coruche at Vila Franca de Xira., com benefcio para as localidades perifricas, que passaram a ter a sua carreira diria. Coruche/Mora, dava ligao ao Alentejo, chegando a vora, atravs da ligao empresa Martins, com sede em vora. A cidade de Santarm, tambm recebia ligao atravs da Ribatejana, Ld, em Muge e Coruche, com Almeirim de permeio. Assim, estivemos na Estao de Salvaterra de Magos, at 1969, ano em que deixamos o seu servio. Nesse tempo, j h muito a Setubalense, fazia viagens directas para Lisboa, tendo a sua Estao na Av. Defensores de Chaves * JOS GAMEIRO

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A TRANSPORTADORA SETUBALENSE

Consta que o seu registo foi em 28 de Julho de 1928. Entre os seus antigos colaboradores, dizia-se que foi fruto da persistncia de Joo Cndido Belo, Homem de condio humilde, que amealhou algum peclio, no trabalho rduo, na praia de Setbal, transportando caixas de peixe, numa carroa. Os anos passaram, a histria, continuou a ser divulgada, mesmo que tenuemente e algumas vezes destorcida, mantendo sempre a sua matriz original. Joo Cndido Belo, ao fundar a Empresa Setubalense & C Ld, na rea dos transportes pblicos de passageiros, localizou a sede em Vila Fresca de Azeito (Setbal), no se esquecendo dos seus dois irmos, como associados.O CORTEJO DE AUTOCARROS

Em crnicas, registadas em diversos jornais da poca, trazem-nos a notcia, como a do Dirio de Noticias, que no dia 24 de Outubro de 1948, um dia de sol esplendido, a empresa de Joo Cndido Belo, se incorporou no grande desfile, organizado pelo Grmio dos Industriais de Transportes em Automveis, onde participaram 200 autocarros, de todos os pontos do pas. O encontro, proporcionou a viagem a 7.000 visitantes Grande Exposio de Obras Pblicas, patente no Instituto Superior Tcnico, em Lisboa. O desfile de

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viaturas que chegou a atingir cerca de cinco Kms de cumprimento, teve incio no Campo Grande, passou a Avenida da Repblica, Fontes Pereira de Melo e Liberdade, atravessando o Rossio e o Terreiro do Pao. Subindo a Avenida Almirante Reis, Praa do Chile, at Alameda D. Afonso Henriques, onde os autocarros ficaram estacionados. Foi acima de tudo um acto de propaganda do poder crescente da indstria rodoviria sobre o caminho-de-ferro.O DESFILE E A IMPRENSA

Dois Jeeps da empresa Capristanos e Ferreira abriram o cortejo de 200 autocarros que representavam 107 empresas, desde as mais humildes A.J. Alves & Companhia de Mas de Dona Maria, concelho de Alvaizere, ou a Mrio Ferreira, de Poiares. O jornal o sculo no seu suplemento de 9 de Novembro, completava a notcia, que logo atrs seguia o grosso das viaturas de Joo Clara de Torres Novas, Joo Cndido Belo & C Ld, de Vila Fresca de Azeito. A imprensa portuense, tambm dedicou algumas pginas a este fausto acontecimento. As revistas da especialidade como: o Gita, o Volante e Transportes, dedicaram vrios textos ao acontecimento. Nalguns escritos nos autocarros, encontravam-se relados sobre alguns concessionrios; um sobre Amndio Paraso, da Ponte dos Juncais (Fornos de Algodres), que dizia: O homem que ligou duas cidades. Um outro, sobre

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Antnio Rodrigues de Deus, de Ourm, O homem que ajuda o progresso da sua regio. Um outro ainda sobre Ablio da Costa Moreira, de Vila Nova de Famalico, Um concessionrio aqum o seu distrito muito deve. Foi tambm escrito sobre a Auto -Viao de Espinho, Honra a carreira Porto a Espinho. A Luxuosa de Gondomar, faz 33 carreiras dirias e 44 aos sbados. Amndio de Oliveira, de Garfe (Pvoa de Lanhoso), um homem probo e entusiasta, a Auto Transportes do Fundo, tem o lema Bem servir. Ao entusiasmo dos 7000 excursionistas, juntaram-se milhares de lisboetas, que tambm festejaram o acontecimento, tendo todos assistidos ao concerto pblico, da Banda do Batalho Caadores 5, tendo terminado o dia festivo, com um espectculo intitulado Uma hora de variedades, pela FNAT e Emissora Nacional. Com to este movimento de autocarros vindos de todas as regies de Portugal, do Minho ao Algarve, Apenas um acidente se registou, por despiste, perto do Porto Alto, num autocarro da empresa Martins, de vora, que foi prontamente socorrido, pelos bombeiros voluntrios de Salvaterra de Magos (com sede a uns 15 kms de distncia), tendo a viatura entrado a tempo no desfile em Lisboa.************ Extractos do texto Jos Lus Covita, in TR 36 Fevereiro 2006 Internet

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A SETUBALENSE, NA ZONA DO RIBATEJO Em 1954, Joo Cndido Belo & C Ld, comprou a Empresa de Viao Benaventense, com sede em Benavente, famlia Anastcio. Esta por sua vez, tinha adquirido o alvar Empresa de Viao Salvaterrense, Salvaterra de Magos, de Alfredo Trindade Rodrigues, de alcunha Alfredo Calafate, (1) por ter sido a sua profisso durante muitos anos, nas reparaes dos barcos da vila.

O inicio desta empresa, vinha dos anos 30, da famlia Torroaes, que comeou a explorar uma carreira (via recta do cabo), com uma Diligncia de 10 passageiros, tirantada a dois animais. A viagem de Salvaterra at ao Ponto do Cabo, com ligao ao comboio em Vila Franca de Xira, atravessando os passageiros o rio Tejo de barco, com regresso ao cair da tarde.****** (1) Do Apontamento N 13 Coleco Recordar, Tambm Reconstruir! do Autor

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Uns anos depois, igual percurso e um outro para a Estao de Muge, era feito j em veculo automvel de 12 passeiros. Com a inaugurao da ponte de Vila Franca de Xira, em 1951, a Setubalense, investiu a sua explorao nesta rea do Ribatejo, levando-a melhorar os transportes com algumas carreiras dirias para Vila Franca de Xira, vindas de Coruche, passando por Salvaterra, Benavente e Samora Correia, o que levou todas as terras perifricas, a beneficiarem de uma carreira diria. Fazendo tambm o percurso inverso, pois tinha em mente atravs do Couo e Mora, fazer uma ligao a vora.

Na Estao dos caminhos de ferro, em Muge, ligava com a empresa Ribatejana, at Santarm, ligao que tambm efectuava atravs de Coruche. Em qualquer dos dois percursos, era feita a passagem por Almeirim.

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Naquela remodelao, manteve o escritrio e oficina em Benavente, continuando a recolha dos passageiros, num Jardim prximo (junto aos Bombeiros) da vila.

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Naquele tempo, as carreiras enchiam por completo os autocarros de passageiros, levando a completar com desdobramentos, especialmente aos sbados. Os tejadilhos, quer de pequenos volumes de mercadorias (podiam transitar para todo o pas, atravs de outras empresas), quer das bagagens dos passageiros (onde inclua bicicletas), davam um trabalho rduo aos cobradores de bilhetes, que tinham uma ajuda preciosa dos motoristas, fazendo entre eles uma equipa (um grande elo de ligao e amizade), que muitas vezes durava anos. Com a construo da Auto-estrada Lisboa-Porto, o transito passou a ser directo capital do pas, instalando a sua estao na Av. Defensores de Chaves. O transporte de passageiros, agora para Setbal e vora, estava mais facilitado em percurso directo, quer pelo Montijo, quer por Coruche/Mora. Por volta de 1971, deu-se a grande expanso da Setubalense, com a compra outras empresas da mesma rea de actividade. Comprou a Ribatejana, Ld (Santarm), Camionagem Vilela, Ld (Marinha Grande) e Martins, vora. As zonas operacionais ento usadas pelas empresas adquiridas, foram modernizadas com novas instalaes e outras foram criadas, como: Elvas, Estremoz, Beja, Barreiro, Montijo, Benavente/Coruche. Segundo um lpis, fabricado na Viarco, para publicidade da empresa, na dcada de 50/60, percorria cerca 25 mil kms por dia, por terras de Portugal.

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Em homenagem aos colaboradores da empresa, em Vila Fresca de Azeito, os seus autarcas deram a rua o toponmico: Rua dos Trabalhadores da Empresa Setubalense. A NACIONALIZAO Quando da revoluo de Abril de 1974, a Empresa Setubalense, encontrava-se num dos 4/5 maiores grupos econmicos no pas, na rea da explorao do transporte pblico de passageiros (autocarros).

Com o Dec. Lei N 200-A e C/75, Dirio do Governo N 129, 1 Srie de 5 de Junho de 1971, aquela actividade econmica passou a estar nacionalizada. Criada a Rodoviria Nacional RN, tem inicio de actividade em 1 de Junho de 1976, entre todas as empresas de transportes pblicos de Passageiros, e outras, encontrava-se a Transportadora Setubalense de; Joo Cndido Belo & C Ld, com sede em Vila Fresca de Azeito (Setbal), que inclua todas as empresas anteriormente por si adquiridas, e mantinham o seu registo primitivo. As empresas a que pertenciam ao grupo Joo Cndido Belo, data da nacionalizao, tinham 577 autocarros (incluindo alguns de

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turismo), possuam licena para explorar 306 carreiras, tendo uma carteira de 2179 empregados. Criados na RN, os Servios de Explorao de Passageiros, CEP, os autocarros da Setubalense de Joo Cndido Belo & C Ld, so renumerados, e divididos nas CEP(s) seguintes: CEP 4 Rodoviria do Tejo, SA (RT) com sede em Torres Novas CEP 7 Rodoviria do Sul do Tejo, SA (RT) com sede no Laranjeiro CEP 8 Rodoviria do Alentejo, com sede em Azeito

A PRIVATIZAO Em 1990, foi iniciado processo de Privatizaes, tendo a RN, dado lugar RNIP Rodoviria Nacional, Investimentos e Participaes. J na fase da venda; A CEP 4 - Em 1993 - A Rodoviria do Tejo, adquirida pela AVIC Joalto e Rodoviria do Entre Douro e Minho. A CEP 7 Em 1991 A Rodoviria Sul do Tejo, pertencia RN, tendo em 1995, passado a Transportes Sul do Tejo. Em 1998, passou a pertencer ao grupo Barraqueiro. Em 2001, os servios Pennsula de Setbal, at ento da Belos Transportes, passa para a TST. Em 2003, passa para o Grupo ANIVA, e em

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2010, adquirida pela Deutsche Bahn, empresa alem. Tem garagem no Larangeiro, um sector no Seixal e Sul-Fertegus; Elvas na Cova da Piedade do sector de Almada; Boega c/ sector da Moita; Sesimbra e Setbal. A TST, tem 15 carreiras urbanas, 178 suburbanas e 4 rpidas

A CEP 8 Rodoviria do Alentejo, comprada pelo grupo Barraqueiro, aliada famlia Belos e ETAC (Antnio Cunha Transportes), passando em 1994, a Belos Transportes. Em 31 de Agosto de 1995 A Rodoviria Nacional-RN e a sua sucessora RNIP, estavam extintas, e a fase de privatizao que se iniciou em 1990, foi concluda em 1996

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A NOVA RIBATEJANA - Esta empresa, nasceu em 1 de Maro de 2001, por aquisio da Belos Transportes, SA, sendo agora uma das 7 novas zonas operacionais da Barraqueiro Transportes, SA, tendo o seu Centro Operacional em Coruche e Subcentro em Benavente.

Foto Autocarro Centro Operacional Ribatejana Coruche (Internet)

ANTIGOS EMPREGADOS DA SETUBALENSE, EM CONFRATERNIZAO DE SAUDADE Muitos anos passaram, desde o dia da nacionalizao da empresa A Transportadora Setubalense. Os antigos empregados, sempre com saudades da sua setubalense, onde a camaradagem e amizade era um smbolo,

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vinham pensando em encontrarem-se numa confraternizao que se queria douradora. Quatro encontros fortuitos aconteceram, onde uns quantos colegas queriam alargar a uma permanente confraternizao.

O 5 encontro programado a preceito por um grupo, que se empenharam em zonas bem demarcadas do pas, especialmente no sul do pas, nos contactos realizados conseguiram no dia 22 de Outubro de 2011, num Restaurante em Benavente, a presena de antigos trabalhadores da Setubalense, acompanhados de suas famlias, num conjunto

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de cerca de 240 convivas, muitos deles matando saudades de muitos e muitos anos de desencontros que a vida lhes deu, ficando doravante fixado um encontro anual.

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Fotos da Internet

Capa : Autocarros de Portugal - Carlos Lima Bon extrado da senha- 5 encontro dos antigos colegas da empresa Transportadora Setubalense (Joo Cndido Belo & C Ld) - Azeito FOTOS Autor Jos Gameiro

Pg. 1 Imagens da Internet Pg. 2 Jos Gameiro fardado com 13 anos de idade Pg. 6 - Diligncia, Transporte de Passageiros (Salvaterra Ponto do Cabo) Vila Franca de Xira Pg. 7 - Autocarro N 33 (Empresa Setubalense), oriundo da antiga Benaventense Estacionado na Praa da Repblica, Benavente Pg. 8 Joo Tiago e Jos Gameiro, Empregados da Setubalense * Pg. 7 - Jos Gameiro, no dia da inaugurao das novas instalaes da Estao de Salvaterra de Magos Pg. 9 Salvaterra de Magos - Carreira c/ destino a Coruche, vinda de Lisboa ( Ligao a Mora e vora), com vrios desdobramentos, recebendo passageiros de Foros de Salvaterra * Pg. 9 Logtipo da RN Pg. 10 Nova identificao dos Transportes Belos, aps Privatizao

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Pg. 13 Joaquim Eusbio, Hlder Seabra de Melo e Gonalo Ferreira da Silva * Pg. 14 Joaquim Seabra de Melo, antigo cobrador da Benaventense e Setubalense, com esposa Pg. 15 - * Bolo 5 encontro e chegada para o convivio Pg. 16 e 17 Antigos trabalhadores da Setubalense, com familiares no 5 encontro, realizado no dia 22.out.2011

Bibliografia Internet Autocarros de Portugal, C. F. Lima Internet Rodas de Portugal- O mundo sobre rodas em Portugal, numa coleco de lpis, a setubalense por volta da dcada 50/60, percorria cerca 25 mil kms / dia por terras de Portugal ***************** Blogue: www.historiadesalvaterra.blogs.sapo.pt * Livro: Recordar, Tambm Reconstruir! Apontamento N 13 * I Volume *Pots Os Transportes Pblicos de Passageiros, inserido em 30 de Setembro de 2009 Do Autor: Jos Gameiro(Jos Rodrigues Gameiro)

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