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o militante socialista Tribuna Livre da luta de classes Publicação Mensal 0 2 Página jovem 0 3 editorial: mobilização unida para impedir a aplicação do oe 2015! 0 4 Actividade do mrmT 0 5 Delegação do mrmT reúne-se com CT do metro 6 Defender a escola Pública 8 7 A orientação da nova Direcção do PS 8 o beS foi afundado e lançado para a bancarrota! sionistas e reformados. 9 Justicialismo (in)conveniente 10 Privatização da TAP: crime contra os trabalhadores e o país! 11 “Militante Socialista”: tribuna Livre do movimento operário 12 A crise da União europeia 13 A política da União europeia analisada por seus defensores 14 Pelo levantamento imediato e incondicional do bloqueio a Gaza 15 Actividades em Portugal em defesa da Palestina 16 eUA: o que revela a derrota de obama? 17 brasil: Depois da reeleição de Dilma, combate para a Constituinte continua! 18/19 méxico: Campanha internacional pelo retorno com vida dos 43 estudantes desaparecidos 20 o povo da Catalunha continua a sua luta pela soberania Indice DireCTor: JoAqUim PAGAreTe ANo XVi (ii Série) 111 11 De Dezembro De 2014 1 eUro Mobilização unida para impedir a aplicação do OE 2015! Nem mais um dia este Governo! Sindicatos da CGTP e da UGT fazem a unidade na Segurança Social e na TAP

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o militante

socialista

Tribuna Livre da luta de classes

Publicação Mensal

02 Página jovem

03 editorial: mobilização unida para impedir a aplicação do oe 2015!

04 Actividade do mrmT

05 Delegação do mrmT reúne-se com CT do metro

6 Defender a escola Pública

87 A orientação da nova Direcção do PS

8 o beS foi afundado e lançado para a bancarrota!

sionistas e reformados.9 Justicialismo (in)conveniente

10 Privatização da TAP: crime contra ostrabalhadores e o país!

11 “Militante Socialista”: tribuna Livre do movimento operario

12 A crise da União europeia

13 A política da União europeia analisada por seus defensores

14 Pelo levantamento imediato e incondicional do bloqueio a Gaza

15 Actividades em Portugal em defesa da Palestina

16 eUA: o que revela a derrota de obama?

17 brasil: Depois da reeleição de Dilma, combate para a Constituinte continua!

18/19 méxico: Campanha internacional pelo retorno com vida dos 43 estudantes desaparecidos

20 o povo da Catalunha continua a sua luta pela soberania

Indice

DireCTor: JoAqUim PAGAreTe ANo XVi (ii Série) Nº 111 11 De Dezembro De 2014 1 eUro

Mobilizaçao unidapara impedir aaplicaçao do OE 2015!

Nem mais um dia este Governo!

Sindicatos da CGTPe da UGT fazem a unidade naSegurança Social e na TAP

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Atónica da política dopaís tem sido a decortes, privatizações,ataque aos direitossociais, etc., tudo em

nome de um pretensodesenvolvimento do país. OOE para 2015 expressa estapolítica que há muito tempo érejeitada pelos portugueses e éuma peça-chave nas acções doGoverno e da UE e suasinstituições para salvar osistema capitalista em agonia.Os cortes previstos para osEnsinos Básico e Secundário(704 M€) e para o EnsinoSuperior (14 M€), porexemplo, contrastam com orecente “resgate” do BancoEspírito Santo, como jáocorrera com o BPN e o BPI.Relativamente ao EnsinoSuperior, cujos cortes atingem260 M€ desde 2011(correspondendo a vigência doMemorando da Troika), é dedestacar, além dasconsequências destedesinvestimento (como adegradação generalizada dasinstituições e a precarizaçãodos serviços prestados), quePortugal se encontra entre oscinco países da UE que cobrapropinas a todos os estudantese que menos bolsas concede

(Notícias ao Minuto,19/10/2014).Às previsões orçamentais doOE 2015 para o EnsinoSuperior pode ainda serassociada a recente afirmaçãodo ministro da Educação,Nuno Crato, de que “Oabandono do Ensino Superiorpor puros motivos económicosnão é uma situação que serepita de forma sistemática.Isso não acontece”. Não é esteo resultado do estudo,divulgado no mês deNovembro, sobre aUniversidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em VilaReal, que indica que as causasdo abandono escolar estãorelacionadas com a “privação económica” (Jornalde Negócios, 14/11/2014).Há uma profunda divergênciaentre a política orçamentalpara o Ensino Superior e asnecessidades daqueles que

nele frequentam e trabalham.Se a subserviência do país emrelação à UE e às suasinstituições e a política deestrangulamento levada a cabopelo Governo continuarem,como o próprio OE 2015expressa, a situação tenderá aagravar-se cada vez mais.

manifestação dos estudantesdo ensino Superior a 12 deNovembro

A “Manifestação Nacional doEnsino Superior” ocorreu, a 12de Novembro, em Lisboa.Subscrita por onze AEs (setede Lisboa e quatro do Porto)reuniu, segundo a imprensa,cerca de 200 estudantes econcentrou-se na rejeição aoscortes do Ensino Superiorpúblico previstos no OE 2015.Há convergência entre asDirecções das AEs sobre o

retrocesso que o OE 2015,aprovado em 25 de Novembro,representa para o EnsinoSuperior e sobre o impactodirecto que os constantescortes orçamentais têm sobreas condições de acesso epermanência dos estudantesneste nível de ensino. Mas asacções pontuais desenvolvidaspor algumas AEs (como foiesta manifestação) ou asindividualizadas (como a daDirecção da AAC que afirmaoptar pelos “esforços [parachegar a um acordo] junto daSecretaria de Estado e dosgrupos parlamentares”) têmsido insuficientes para invertera situação neste nível deEnsino.Com esta orientação dasDirecções das AEs, o OE 2015e o consequentedesmantelamento do EnsinoSuperior tendem a continuar oseu curso.Pelo contrário, impedir aaplicação do OE 2015 e fazero Governo recuar nos seusataques ao Ensino Superiorsão reivindicações concretascom base nas quais a unidade(cada vez mais necessária) dasAEs e dos estudantes pode serconstruída. n

Portugal tem quase metade damédia de licenciados da UniãoEuropeia. Enquanto 25% dosalemães são licenciados, apenas17% dos portugueses o são.(…) A educação dos cidadãosde Portugal ou de Espanhadeixou de constar daspreocupações da senhoraMerkel, que subitamente seesqueceu que foi uma dassubscritoras da chamadaAgenda 2020, que estabeleceucomo objetivo para os paíseseuropeus conseguirem ter 40%de licenciados até essa data!

Afirmar agora que Portugalpassou a ter qualificações amais e que não tem direito àambição de proporcionar maisconhecimento à sua população,só pode significar voltar aquerer remetê-lo a um país demão-de-obra barata edesqualificada e a atrasar o seudesenvolvimento.Será naturalmente mais fácilfazer aceitar a quem não teminstrução ou conhecimentos,que o Presidente da ComissãoEuropeia, o senhor Jean-Claude Juncker, seja o ex-

Primeiro ministro de um paísque ajudou centenas deempresas a não pagaremimpostos de milhares demilhões de dólares ao mesmotempo que, enquanto presidentedo Eurogrupo impunha aospaíses do sul da Europa, comoPortugal, uma austeridade fiscalleonina, a redução dos saláriose os despedimentos em massana Função Pública. Tudo emnome da crise. (…) n

(Extractos do artigo, publicado noJornal da Marinha Grande, deMaria João Gomes, vereadora daCM dessa cidade)

Depois de considerarque os portuguesestrabalhavam pouco etinham feriados amais, desta vez a

chanceler Angela Merkel veiobrindar-nos com um novoatestado de menoridade,declarando, contra todos osdados estatísticos, que Portugaltem licenciados a mais.Só em jeito de comparação,

OE 2015 e o estrangulamento do Ensino Superior

Isto de ter doutores, não é para todos os países!

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A plataforma de dozesindicatos, representandotodos os trabalhadores daTAP – quer o pessoal de vooquer o de terra, ligados àUGT, à CGTP eindependentes – decidiu arealização de uma grevegeral na empresa, no períodoentre o Natal e Ano Novo.

O objectivo é travar oprocesso de privatização queo Governo já aprovou emConselho de Ministros.É um passo na construção dafrente única de classe paradefender os interesses dostrabalhadores e do país.Está na hora das CentraisSindicais se juntarem

E d i t o r i a lFicha Técnica

Tribuna livre impulsionada pelo POUS

o militantesocialista

Proprietário: Carmelinda PereiraNIF: 149281919

editor: POUS - Partido Operáriode Unidade SocialistaNIPC: 504211269

Sede: Rua de Sto António da Glória, 52-B / cave C 1250-217 LISBOA

Nº de registo na ERC: 123029

Director: Joaquim Pagarete

Comissão de redacção:Carmelinda PereiraAires RodriguesJosé LopesJoaquim Pagarete

impressão: Imaginação ImpressaRua Braancamp, 15A 1250-049 Lisboa

edição: 150 Exemplares

A nossa história:

O jornal “o militante Socialista”nasceu em 1975, sob aresponsabilidade de militantes doPartido Socialista (PS),pertencentes às Coordenadorasdos núcleos de empresa,organizados na sua Comissão deTrabalho.Nasceu identificado com os ideais da Revolução do 25 de Abril, do socialismo e da democracia.Esses mesmos ideais continuarama ser assumidos pela corrente desocialistas afastados do PS, quefundaram o Partido Operário deUnidadeSocialista (POUS), em conjuntocom a Secção portuguesa da IVª Internacional.Em continuidade com os ideaisque presidiram à publicação dos primeiros “Militantes Socialistas”, o POUSimpulsiona actualmente estejornal, como tribuna livre da lutade classes, aberta a todas ascorrentes e militantes queintervêm democraticamente para defender as conquistas do 25de Abril.A defesa destas conquistas exige o desenvolvimento de uma acção política totalmenteindependente das instituiçõesligadas aos Estados, às religiõesou ao capital – e, por isso, a orientação de “O MilitanteSocialista” identifica-se com a doAcordo Internacional dosTrabalhadorese dos Povos.

ANO XVI ( II Série ) nº 111 de 11 de Dezembro de 2014 - Publicação do

Mobilizaçao unida para impedir a aplicaçao do OE 2015!seu Orçamento para 2015,traduzidos no despedimento de12 mil docentes, namunicipalização imediata dedezenas de Agrupamentos deescolas dos Ensinos Básico eSecundário, de acordo com oGuião de Paulo Portas para aReforma do Estado.- A privatização da TAP, a CP,o Metro e a Carris, despedindomuitos dos seus trabalhadores.- A conclusão da venda do ex-BES, destruindo milhares depostos de trabalho deste banco.- O processo de privatizaçãoda EGF, como já fez comoutras empresas estratégicas,para abrir o caminho àprivatização do sector daÁgua.É um facto que toda aoposição votou contra a versãofinal do Orçamento do Estadopara 2015. Mas ele passou.

e agora?Não tiveram razão osmilitantes do núcleo doMRMT da Marinha Grande,quando se dirigiram aosdeputados da oposição, numacarta subscrita por umacentena de militantes operáriose eleitos municipais, para querecusassem participar naquelavotação, para que em vez dissochamassem o povo a SãoBento para que todos juntospusessem na ordem do dia adissolução da Assembleia daRepública?

Podem esperar até àseleições do ano quevem os 700trabalhadores daSegurança Social que

estão a receber, através de e-mail, a informação de que seuposto de trabalho foi extinto?Podem esperar por elas osrestantes 1300 trabalhadoresda lista a abater, de outrosserviços públicos, conformeestipula o Orçamento doEstado recentementeaprovado?Todas as forças políticas, umasmais antigas outras recém-formadas, falam na suavontade de ganhar as eleiçõesa realizar no princípio doOutono do próximo ano, “deacordo com o calendárioinstitucional” – como afirma oPresidente da República.E daqui até lá? Não é o tempocom que o Governo conta paraconsumar a sua obra dedestruição do país?Se a oposição o permitir, ogoverno PSD/CDS nãodeixará passar um só dia paraimpor as medidas estipuladasno seu Orçamento do Estado,que acabam de receber forçainstitucional da maioria daAssembleia da República e oacordo da Comissão Europeia.

Será o tempo para:- Um profundo golpe naEscola Pública, cortando-lhemais 700 milhões de euros no

Os sindicatos da Função Pública, da UGT e da CGTP, já promoveram várias acções de protesto em defesa da Segurança Social, que culminam na greve conjunta de 4 de Dezembro.

Têm razão os professores,quando afirmam – com aFENPROF – que “amunicipalização do Ensinonão pode passar”, ou ostrabalhadores da TAP quando,em plenário, decidiramreafirmar a sua oposição àprivatização desta empresaestratégica.A vida mostra-nos que ocaminho é os trabalhadoresusarem as suas organizações,para pôr de pé a mobilizaçãounida até o Governo retrocederneste seu plano, inviabilizandoa sua política e garantindo, defacto, o fim do inferno daditadura da Troika.Trabalhar para alargar a redede todos quantos estãodeterminados a influenciar assuas organizações sindicais eas suas Direcções nestesentido, será o melhorserviço que poderá serprestado à luta do povotrabalhador e ao país. n

Carmelinda Pereira

Um primeiro passo foi dadotambém, mobilizando osoutros sectores em luta, até oGoverno anular o decreto deprivatização da TAP e todasas privatizações (já ocorridasou em preparação) eimpedirem todos osdespedimentos (desde já, odos 700 trabalhadores daSegurança Social).

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Delegação do MRMT dialogando com o Secretário-Geral da CGTP, na sequência da entrega do abaixo-assinado.

MRMTActividade do

nacional >>>

“Deputados da Oposição

abandonem a Assembleia da

República”.

Não aconteceu a concretizaçãodesta legítima aspiração, talcomo não tinha acontecido nosanos anteriores.

E, é assim que a maioriailegítima, cobrindo-se com acapa da “democracia”, dáforça institucional aoconcentrado dos ataques que oGoverno vai continuar aimpor, dia após dia, até aolimite da resistência do povotrabalhador.

Numa palavra, a continuaçãodo governo PSD/CDS parapoder consumar todo o seuplano arrasador de Portugal,num ciclo que nada garanteque seja interrompido comnovas eleições.

Mas os trabalhadores estão depé. A sua luta, unindo-se comas suas organizações de classe,pode provocar uma viragem,pode impedir estes ataquesaprovados na Assembleia daRepública de serem levados áprática.

É para ajudar a concretizar osmeios de acção da nossa classecom os sindicatos e CTs que osmilitantes do MRMT vãocontinuar a agir.

Os trabalhadores podem ter aúltima palavra. n

OMRMT (Movimentode Resistência àTroika, ex-Movimento pelaRetirada do

Memorando daTroika, uma vez queo prazo doMemorando terminoumas, a Troika e a suapolítica continuamcá) é umagrupamento demilitantes dediferentes partidos,sindicatos ou semorganização, unidospelo acordo dedesenvolver e alargara rede de todosquantos, como eles,defendem e intervêmna defesa daindependência ereforço dasorganizações dostrabalhadores, base dafrente única de classe,para acabar com apolítica da Troika edo Governo que aaplica. O MS, mesmo sendoda responsabilidadedo POUS, pretendeser um jornal aberto,ao serviço da luta dasclasses trabalhadoras.

É neste contexto, e respeitandoas posições de todos osmilitantes ligados no MRMT,que se publicam, nesta página,algumas informaçõesrelatando actividades desteMovimento.

Após a aprovação do oepara 2015

No dia 25 de Novembro,trabalhadores das zonas deLisboa e de Setúbalconcentraram-se diante daAssembleia da República comos seus sindicatos e a CGTP,no culminar de uma marchafeita durante quatro dias nas

principais cidades do nossopaís. Foi mais um protesto deindignação e de exigência deretirada dos ataques, de

dissolução daAssembleia daRepública e dedemissão dogovernoPSD/CDS.

A concentraçãocoincidiu com avotação finalglobal doOrçamento doEstado para2015.

Bemgostaríamos deter visto osdeputados daoposição desceras escadarias daAssembleia daRepública,envolver-se comtodos osmanifestantes,com osdirigentes edelegadossindicais,tomando apalavra comestes nopalanque daCGTP,

deputados da oposição,declarando o seu abandono, nomomento da votação lá dentro,no hemiciclo da Assembleia,

do Orçamento do Estado anti-trabalhadores, anti-reformados,anti-desempregados eprecários, anti-funções sociaisdo Estado. Se assim tivesseacontecido, eles dariam – comesta sua atitude – um sinal atodo o povo trabalhador, umsinal de que não há nada maisa esperar daquela Assembleiae da sua maioria, há muitoilegítima, senão destruição.

Esta aspiração estava expressanum curto texto, distribuídopor uma delegação demilitantes da Marinha Grande,ligados no MRMT,responsáveis pela suapublicação e difusão entre ostrabalhadores das fábricas edas coletividades daquelacidade.

Eles entregaram-no a ArménioCarlos após a sua intervenção,tendo também um cartaz coma mesma palavra de ordem:

O único factor deordem democráticacapaz de inverter ocurso dosacontecimentos é amobilização unidada classetrabalhadora comas suasorganizações

Ela pode impor adissolução daAssembleia daRepública e o fimda destruição dascondições de vidado povo português

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MRMTActividade do

OMovimento deResistência àTroika (MRMT)escreveu uma Cartaaberta às Direcções

das organizações sindicaisdos trabalhadores da TAP, doMetropolitano, da Carris e daCP, filiados ou não nasCentrais sindicais, bemcomo às suas Comissões deTrabalhadores, ondedeclarava: “É público oempenhamento do Governoem consumar a privatizaçãoda TAP e dos outrostransportes públicos, comtodas as consequênciasgravosas para os seusutentes, para os seustrabalhadores e para asoberania nacional. Paraaqueles que dessas empresaspúblicas se apropriaremficará o lucro.”Eis o relato que um membroda delegação do MRMT àComissão de Trabalhadoresdo Metro de Lisboa fez aoMS sobre esse encontro.

A convicção de que a melhorestratégia, senão a única –para travar o processo dedestruição do país, de todasas conquistas materiais,sociais ou culturais, e daprópria democracia – assentana acção política paradefender a independência e oreforço das organizações dostrabalhadores, condição paraa realização da frente únicade classe com as mesmas, eiso fio condutor que liga todosos militantes no MRMT.

É esta a premissa que levoua CT do Metro de Lisboa areceber, nas suas instalações,uma delegação do MRMT.

Esta tinha sido pedidaatravés de uma carta,assinada por cerca de meiacentena de trabalhadores,expondo a sua vontade de

contribuir para a unidade dostrabalhadores do Metro, daCP, da Carris e da TAP, comtoda a população trabalha-dora, a partir das suasorganizações de classe, demodo a interromper oprocesso de privatizaçãodestas empresas que oGoverno querlevar até ao fim.

Notemos que, nocaso do Metro, oOrçamento doEstado para 2015– que acaba dereceberlegalidadeinstitucional –contem umarubrica com osmilhões de eurosdestinados àindemnizaçãodostrabalhadoresdesta empresa, que oGoverno tenciona despedirantes da sua privatização.

A reunião, realizada nopassado dia 26 deNovembro, saldou-se por umprofícuo debate, entre os trêsmembros da CT – querelataram a situação doMetropolitano de Lisboa edos seus trabalhadores – e adelegação. Os membros doMRMT, além deapresentarem as razões quelevaram a pedir aqueleencontro, contaram a suaexperiência de luta nossectores a que pertencem(Ensino, Função Pública eBanca).

Ficámos a saber, de viva voz,que o Governo se apoia e dáênfase à dívida da empresa(de mais de 4 mil milhões deeuros – passivo esteresultante de obras demelhoramento da rede do

Metro) para dar a entenderque o Metro dá prejuízo, e

assim justificaros despedi-mentos e aprivatização.

Mas a empresadá lucro e écobiçada pelosprivados,sobretudoporque oGovernoapresenta comogarantia (a quem acomprar) ficaro Estado comos encargoscom a dívida.

Trata-se de uma falácia:então, se ficam com estaresponsabilidade, porque éque querem privatizar a suaexploração, aquilo que nãodá prejuízo, e até dá lucro?

Os membros da CT disseramainda:

- Apesar de haver interessesdiferentes entre ostrabalhadores com múltiplascategorias profissionais, éunânime a defesa de todos ospostos de trabalho e o Metrocomo empresa na esferapública.

- Há muitos sindicatos e aCT é o único órgão querepresenta todos ostrabalhadores.

- Há quatro anos que ostrabalhadores do Metrolutam e resistem àprivatização.

- Há a intenção da actual

gestão da Câmara Municipalde Lisboa em ficar a tutelar oMetro e a Carris. Pensamosque, se assim for, não haverádespedimentos. Mas umadecisão destas poderá serrevista, quando estiver outropartido à frente da Câmara.Por isso, a melhor garantiade defender esta empresapública e os seus postos detrabalho é preservá-la naesfera do Estado.

Da parte dos membros dadelegação foram igualmenterelatadas as difíceis situaçõesdos trabalhadores ligados àFunção Pública, da lista dedespedimentos encapotadosneste sector através do enviopara a “requalificaçãoprofissional”, ou dosprofessores que estão a seralvo de uma ofensiva cujasconsequências se abatem, deforma inaudita, na formaçãodas crianças e dosadolescentes. Também foitransmitida a iniciativa queprofessores ligados noMRMT estão a ajudar adesenvolver para invertereste processo.

A reunião terminou com oacordo de ser enviado para aCT do Metro um relatóriosobre a mesma, para que osseus membros o corrigissemantes de ser divulgado, e delhes serem comunicadas asnovas iniciativas do MRMT,nomeadamente a perspectivade um novo Encontronacional. Nessa alturacontam dialogar, de novo,com os membros da CT doMetro para lhes propor quese associem a ela. n

Existem interessesdiversos no conjuntodos trabalhadores doMetro: mas todos elesestão unidos, pararejeitar a privatizaçãoe defender os postosde trabalho

Delegação do MRMT reúne-se com CT do Metro

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nacional >>>

o ataque aos professores eao ensino Público, duranteestes últimos três anos, jálevou a uma redução doorçamento para a educaçãode 6% para 3% do Pib.Na sua última etapa noPoder, o Governo pretendeprosseguir todos os seusataques cortando mais 700milhões de euros nos ensinosbásico e Secundário.Podemos imaginar osmilhares de despedimentosque estão na forja!mas, desta vez, a ofensiva éinserida num golpe muitoespecial sobre a organizaçãodo ensino Público. Trata-seda aplicação do Guião doCDS sobre a “reforma doestado”, para alterar ematriz da escola Pública.Nele está contido o processode municipalização doensino que é o caminhoaberto para a suaprivatização.Travar esta regressãocivilizacional é uma missãode todos sectores dasociedade empenhados nadefesa das conquistas do 25de Abril, de que fazem partea qualificação e a formaçãodemocrática do povo

português.esta convicção levou a que aAssembleia-Geral de sóciosdo SPGL, de 29 de outubro,tivesse aprovado a propostade realização de umainiciativa – destinada abloquear o processo demunicipalização do ensino ea defender a Lei de bases doSistema educativo – queenvolvesse as escolas e outrossectores da sociedade.essa proposta recolheu,posteriormente, a assinaturade duas centenas de docentesem escolas dos concelhos deCascais e de oeiras, onde asnegociações entre o Governocentral e as respectivasautarquias estão a ter lugar,para que estes concelhossejam pioneiros nesseprocesso.Há entre os professores umagrande inquietação. o SPGL/FeNProF está arealizar reuniões nas escolas,sobre o lema: “Derrotar a

Municipalização”.

o MS transcreve nestapágina o relato de umadestas reuniões.

Defender a Escola Pública

Todos somoschamados a participarna mobilização parasalvar o Sistema deEnsino universal,gratuito e de qualidade

Bloqueio das políticas

para fazer uma escola

para os ricos e outra

para os pobres

É preciso travar o processo de Municipalização!Alerta a todos os docentes!

Apedido de algunsdocentes da EscolaBásica dos 2º e 3ºciclos deAlcabideche, teve

lugar uma reunião deprofessores e educadorescom a Direção do SPGL, na

sede do respectivoAgrupamento, no passadodia 19 de Novembro, comum único ponto na ordem detrabalhos: “Debater eclarificar o conteúdo dodocumento decontratualização do

Governo central com asautarquias, no quadro damunicipalização do Ensino”.Foram expressas muitaspreocupações com processoque está já em marcha nosmunicípios de Cascais e deOeiras, entre outros.Eis algumas notas recolhidasno debate:

- Os professores estão agoraa ter conhecimento de umprocesso que está a decorrerentre algumas autarquias e oGoverno, que este procurouque fosse sigiloso. Foiquando os documentosforam transmitidos aosConselhos Gerais dasEscolas que puderam serconhecidos.

- O processo é apresentadocomo tendo a virtude depermitir que as escolaspossam ficar mais perto dopoder de decisão. Mas adecisão não pertence àsescolas, nem visa responderàs necessidades dos alunos.

- Os Conselhos Gerais sãoignorados e as Direções dosAgrupamentos ficam compoderes reduzidos econdicionados. - É aautarquia que vai poderdecidir sobre a rede e 25%do currículo escolares, bemcomo sobre a gestão docorpo docente entre os váriosagrupamentos do respectivoconcelho.

- Esta gestão é assumida deforma a reduzir ainda mais oOrçamento para a EscolaPública, à custa de menoshorários, menos disciplinas,pessoal mais barato e maiordesregulamentação dascondições de trabalho dosdocentes e restantestrabalhadores da Escola.- Entre as responsabilidadesque ficarão a caber àautarquia conta-se aformação de professores.

- O Governo pretende queeste projecto-piloto comece afuncionar a partir dopróximo mês de Janeiro.

- Prevê-se que da redução donúmero de docentesexistente por intervenção domunicípio este receba cercade 12500 euros por cadaprofessor dispensado.

- Admite-se a intervençãodos municípios na gestãopedagógica das escolas.Os docentes, os outrostrabalhadores das escolas eos pais facilmente sedeixarão “levar” por nãoperceberem quanto oprocesso é de grave. Tudoestá pronto a ser posto emprática, a partir de Janeiro de2015. Outros, tendoconsciência da gravidade,pensarão que tudo está jáconsumado. Mas amobilização dos docentespode impedir que esteprocesso avance. É precisodesde já travá-lo. n

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A responsabilidade da oposição, ao Governo, é “desligar-lhe a máquina”.

ANO XVI ( II Série ) nº 111 de 11 de Dezembro de 2014 - Publicação do

Anova Direcção doPS declarou, pelavoz do seuSecretário-Geral,António Costa, no

congresso que acaba de terlugar, pretender romper coma política do governoPSD/CDS e governar – emconjunto ou através deacordos – com partidos daesquerda. Afirmou quequeria “um PS para aspessoas”.Mas estarão os seus actos emsintonia com estasintenções?Recordemos dois recentesfactos marcantes da situaçãopolítica. Nomeadamente, aremodelação do Governo –no seguimento do pedido dedemissão do ministro daAdministração Interna,Miguel Macedo, um dosministros emblemáticos dogoverno PSD/CDS, emresposta a fenómenos decorrupção ao mais alto níveldos órgãos de soberania doEstado, envolvendo o seuMinistério, na atribuição de“vistos dourados” a“investidores” estrangeiros –e a aprovação do Orçamentodo Estado para 2015.Em relação ao primeiro, AnaCatarina Mendes – vice-presidente do Grupo

Parlamentar do PS (daequipa de Ferro Rodrigues,novo líder da bancadaindigitado por AntónioCosta) – comentou, comoporta-voz do PS, a escolhada nova ministra daAdministração Interna doseguinte modo: «o primeiro-ministro deixou o Governo“ligado à máquina” aorecusar fazer umaremodelação “alargada”»,criticando «a opção políticado Governo de se manternuma agonia lenta até aofinal do seu mandato»(Rádio Renascença,18/11/2014). Aliás, outrovice-presidente do GrupoParlamentar do PS, MarcosPerestrello, logo a seguir aoanúncio da demissão deMiguel Macedo, já tinhaanunciado o refrão aoconsiderar que o ExecutivoPSD/CDS «está há já muitotempo ligado à máquina enão tem condições paracontinuar a exercercondignamente as suasfunções» (Jornal deNegócios, 16/11/2014).Por outro lado, em relaçãoao Orçamento do Estadopara 2015 – numaAssembleia da República emque os deputados do PSD edo CDS, apoiantes do

Governo, estão em maioriaabsoluta – os deputados doPS, tal como os dos restantespartidos da oposição (PCP eBE), depois de terem votadocontra a aprovação nageneralidade da Proposta doGoverno (1), entraram noseu jogo apresentando maisde quatrocentas propostas dealteração para serem votadasna especialidade… Osgrupos parlamentares damaioria só aceitaram uma!Se em vez deste jogo depropostas alternativas – queera evidente iriam receberum “não” – tivesse havidoum apelo à mobilização dopovo para impor, de facto, arejeição da proposta deOrçamento do Governo, não seria “desligada amáquina”? n

JP

(1) Proposta que visa dar

continuidade à aplicação do

Memorando de Entendimento com a

Troika (que formalmente já

terminou, mas cujos objectivos os

“credores do Estado português”

exigem que sejam totalmente

cumpridos). Este Memorando já

levou à alienação de sectores

estratégicos da economia portuguesa

por 9300 milhões de euros; apesar

disso e de cortes drásticos em

salários e pensões de aposentação, a

dívida pública, que rondava os 96%

do PIB no final de 2010, já atinge

cerca de 127%. Com este

Orçamento para 2015 o Governo

propõe-se continuar a privatizar

outras empresas públicas,

nomeadamente a TAP, e manter os

cortes que levam ao

desmantelamento dos principais

serviços públicos de Saúde,

Educação e Segurança Social.

Oacontecimento foinoticiado pela TVIdesta forma: “JoséSócrates foi detido nasexta-feira no

aeroporto de Lisboa quandochegava de Paris. É suspeitode crimes de fraude fiscal,branqueamento de capitais ecorrupção.” .«Ninguém está acima da lei»,dizem uns. «É ofuncionamento normal dasinstituições da democracia»,dirão outros. Sem nos

determos aqui sobre osignificado específico de cadauma destas frases – nem nassuspeições e na forma quelevaram à detenção –,perguntamo-nos se será sóisso?Há poucos dias, surgiu nosjornais o caso dos «vistosdourados», o caso BEScontinua a revelar múltiplas«ligações perigosas» e AntónioCosta é agora o dirigente deum PS que tinha, na altura dadetenção de Sócrates,

intenções de voto próximas degarantir uma maioria absoluta(entretanto diminuídas). Aacrescentar a tudo isto, JoséSócrates é apoiante confessode António Costa –confirmado como Secretário-geral do PS no fim-de-semanaseguinte à detenção daquele.Igualmente, as instituições daUnião Europeia continuam aapostar (e a pressionar nessesentido), como sendo a“melhor opção”, em governosde “grande aliança” de que

António Costa não se mostraparticular entusiasta, tendomesmo no recente Congressodo PS sentido a necessidade defazer um discurso “àesquerda”.Nada acontece por acaso esabemos que a burguesia estáhabituada a utilizar todos osmeios ao seu dispor para tentarimpor a sua vontade.Seguramente, novosdesenvolvimentos tenderão aclarificar os contornos exactosdo conjunto da situação. n

JL

A detenção de José Sócrates

A orientação da nova Direcção do PS

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OGrupo EspíritoSanto (GES)implodiu. A gestãofraudulenta do “clã”Espírito Santo levou

as “holdings” do GrupoEspírito Santo – ESI (1), aRioforte (2) e a ESFG (3) àfalência.Para esconder a sua realsituação, as contas da ESI (4),da Rioforte e da ESFG foramfalsificadas!As “holdings” administradaspelos “Espírito Santo”,ocultaram prejuízos,burlaram clientes edepositantes do BES e doBanque Privée EspíritoSanto (Suíça), utilizaram oBES, a Tranquilidade e a PTpara tapar os buracosfinanceiros que criaram nas“holdings” familiares,serviram-se do BES, do BESAngola e da ESCOM (5)para transferir fortunascolossais para contas “off-shore”.Ricardo Salgado e os seuscoadjuvantes cometeram amaior fraude financeira dahistória da Bancaportuguesa. O BES foiafundado e lançado para abancarrota.Depois do “assalto” ao BESpor dentro, foi posta emmarcha uma operação quevisa desmantelar o Banco,através da “medida deresolução”.Por que foi adoptada amedida de “resolução” emvez da recapitalizaçãodirecta?O BES podia ter sidorecapitalizado. Em vez darecapitalização, o Governo, oBanco de Portugal, o BCE ea Comissão Europeiadecidiram partir em dois oBES, num Banco “dito mau”(BES) e num Banco “ditobom” (Novo Banco).A adopção da “medida deresolução” não foi, não podeter sido, o fruto de umadecisão tomada de um dia

para o outro.A operação de desmantela-mento do BES (a divisãoentre activos valiosos eactivos apelidados de “lixo”)foi meticulosamentepreparada pelo Governo epelo Banco de Portugal, emarticulação com o BCE e aComissão Europeia.

o “beS mau” tem umpatrimónio valioso, de quemuitos pretendemapropriar-se!

O Banco dito “mau” (BES)ficou com activos como aRioforte. Porém, os activosconsolidados da Rioforte,apelidados de “lixo”, estãoavaliados em 2843 milhõesde euros.Com a perda de valor, queestes processos provocam, éexpectável que estes activossejam vendidos ao desbarato,nada impedindo que voltema ser adquiridos,directamente, ou porinterposta pessoa, pelafamília Espírito Santo,através de Fundosconstituídos com o produtodo “assalto” ao BES e daburla aos clientes!

o banco “bom”, apelidadode Novo banco, é umacriação fictícia!

Os demais banqueiros, viramna crise desencadeada, aoportunidade para abocanharuma fatia da quota demercado do BES, e engordaros seus balanços à custa dacarteira de clientes do BES.

O NOVO Banco mais não édo que um “armazém”destinado a parquear

transitoriamente e colocar àdisposição dos predadoresfinanceiros interessados acarteira de clientes do BESexpurgada do crédito emincumprimento.

o Governo e o Governadordo banco de Portugalpretendem enganar-nos:

- Aos banqueirosinteressados, oferece-se, por“inteiro”, ou a “retalho”, aparte mais valiosa dopatrimónio do Banco – a suacarteira de clientes e dedepositantes.- Aos antigos accionistas, àfamília Espírito Santo, édada a possibilidade dereadquirir, por tuta e meia, aparte do património dito“problemático”, mas que,depois de readquirido, passaa estar livre dasresponsabilidades que sobreele impendiam antes dadeclaração de insolvência.- Aos trabalhadores doBanco querem reduzi-los àcondição de meros objectos“descartáveis”!Ao-fim-e-ao-cabo, tudo sepassa como se de umarepartição do “bolo” setratasse: ao “clã” EspíritoSanto é facultada a comprado património colocado noBES; aos demais banqueirosinteressados é-lhes propostaa aquisição do Novo Banco.Quanto aos trabalhadores equadros do Novo Banco, a“solução” apontada é o seudespedimento, remetendoesse pequeno “incidente”para a conta dos “danoscolaterais” próprios dos“processos de reestruturação”!Este é o negócio que

Governo, Banco de Portugal,BCE e Comissão Europeia eo actual Conselho deAdministração de Stock daCunha querem concretizar, àcusta dos trabalhadores equadros do BES.Esta operação é um embuste!A venda do Banco não ésolução para ostrabalhadores. O Banco nãodeve ser vendido. Podem os bancários aceitarque a vida de milhares decolegas seus sejadespedaçada, o seu futurohipotecado e os seus sonhosdesfeitos, devido à gestãofraudulenta de meia dúzia debanqueiros? Podem os bancários aceitarque aqueles que construíramo BES – os seustrabalhadores – estejam a serdespedidos, e aqueles quedesfalcaram o Banco sejamprotegidos e estejam emliberdade?Não se trata de má gestão,mas de crimes. Quem oscometeu e deles beneficiou,tem de responder por eles! Olugar dos criminosos é nacadeia! Fim às prescriçõessalvíficas dos banqueiros!

A situação actual é muito grave.

Não é aceitável que, sobreela, os principais Sindicatosdos bancários filiados naUGT (Sindicato dosBancários do Sul e Ilhas,Sindicato dos Bancários doCentro e Sindicato dosBancários do Norte)mantenham um silênciosepulcral!Os trabalhadores do NovoBanco têm razões de sobrapara estar preocupados!

o que têm feito estesSindicatos?

Têm convocado reuniõespara discutir a situação? Têmtido a preocupação de ouvira opinião dos bancários doNovo Banco?

O BES foi afundado e lançado para a bancarrota!tribuna

O BANCO “BOM” O BANCO ”MAU”

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ANO XVI ( II Série ) nº 111 de 11 de Dezembro de 2014 - Publicação do

os trabalhadores do Novobanco tem de ser ouvidos. oque os bancários dobeS/Novo banco pretendemdas Direcções dos seusSindicatos é que estasconvoquem uma AssembleiaGeral, para, aí, os bancáriosexpressarem,conjuntamente, a suaposição.

A palavra tem de ser dadaaos trabalhadores. Se é ofuturo deles que está emcausa, têm de ser eles adecidir.

As Direcções dos Sindicatosdos bancários não podemprivar os seus associados deutilizar o seu Sindicato.

os Sindicatos devem estarcolocados ao serviço dostrabalhadores. os bancáriostêm o direito de o exigir.

os Sindicatos existem paradefender os trabalhadores.os Sindicatos são dostrabalhadores e para ostrabalhadores. n

Pedro Nunes

(1) Espírito Santo Internacional é a“Holding” de controlo da áreafinanceira e não financeira do GrupoEspírito Santo.

(2) Rioforte é a “Sub-holding” decontrolo da área não financeira doGrupo Espírito Santo.

(3) Espírito Santo Finantial Group éa “Sub-holding” da área financeiraque detém 20% do BES.

(4) Depois de corrigidas as contasda ESI, os seus Capitais Própriosapresentam um valor negativo de2,5 mil milhões de euros.

(5) A Escom foi a empresa queintermediou o “negócio dossubmarinos” e é um dos principaisinvestidores privados em Angola.

Quando no passadomês de Setembro,no âmbito doprocesso FaceOculta, o Tribunal

de Aveiro condenou o ex-ministro socialista ArmandoVara a cinco anos de prisãoefectiva, não faltou queminaugurasse um novodiscurso afirmando quefinalmente a Justiçacomeçava a dar mostras de“eficácia” e sobretudo de“coragem” perante políticosou ex-políticos e empresárioscom poder e influência nasociedade portuguesa.Alguns, proclamando-sedefensores do Estado deDireito, ignoraram a regra deuma Justiça imparcial eexultaram com a excepção,vendo nesta condenação oprincípio da regeneração dosistema judicial que até ali sótinha sido implacável comIsaltino Morais, também eleex- ministro no governo deDurão Barroso e ex-presidente da CâmaraMunicipal de Oeiras.

Desde essa data, no entanto,têm-se sucedido vários casosrelacionados com o crimeeconómico tendo comoprotagonistas banqueiros,altos quadros daAdministração pública e atéum ex-primeiro-ministroque, pela primeira vez nahistória da democraciaportuguesa, viu ser-lheaplicada a medida de coaçãomais gravosa, a prisãopreventiva, por suspeitas defraude fiscal, branqueamentoda capitais e corrupção.

Do muito que já se disse eescreveu sobre estes casos e,em especial, sobre adetenção de José Sócrates,importa realçar asuperficialidade da maioriadas análises, maispreocupadas em defender umsistema político em

adiantado estado deputrefação que vê nomúsculo que a Justiça agoraevidencia a tábua desalvação que levará de novoos cidadãos a acreditar nasinstituições, na democracia enos políticos. Algo que éfalso e perigoso.

Em primeiro lugar, porque ocapitalismo não vive sem oextraordinário labirinto dacorrupção expresso numaconivência entre política enegócios que alguns aindaquerem esconder mas poucosquerem eliminar.

Sobre este assunto, odiscurso é robusto mas alegislação é frágil, deixandosempre a porta entreabertapara aqueles que se passeiamnos corredores no poder como intuito de se servir e não deservir a coisa pública.

Quando tudo arde, é fácilfalar-se na urgência emlegislar sobre oenriquecimento ilícito. Fácilmas profundamentehipócrita, porque o únicoobjetivo é retirar daídividendos políticos.

A rede de facilitadores estáhá muito montada e envolvediversos sectores dasociedade que vão desde osgrandes escritórios de

advocacia de negócios,políticos, ex-políticos,empresários e, porque nãodizê-lo, alguma imprensaapostada em confundir tudopara que os resultados emmatéria de transparênciasejam nulos.

O circo mediático quenormalmente envolve asacções relacionadas com aJustiça demonstra,igualmente, que está quasetudo por fazer neste sector,elemento essencial de umEstado que deve ter napromoção da dignidade daspessoas a sua razão de ser, aoinvés de se deixar aprisionarpelos sórdidos interesses dosmercados onde só conta aespeculação financeira.

Que moral tem um Governopara nos vir dizer que somostodos iguais perante a lei,quando arrastou milhares deportugueses para odesemprego aumentandoexponencialmente os níveisde pobreza e desigualdade?

Com uma concepçãoenviesada e limitada dademocracia, restará a PassosCoelho e a Paulo Portasusarem a ComunicaçãoSocial para condenar napraça pública alguns dosseus, entregando-os assim aum sacrifício que se estriba

Justicialismo (in)conveniente

TODOS IGUAIS, OU TODOS DIFERENTES ?

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livre

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tribuna

Privatização da TAP: crime contra os trabalhadores e o país!

na velha mas sempre eficazfórmula de que é necessáriomudar algo para que tudofique na mesma?

Saberão alguns doscomentadores, que por estesdias vestiram a pele dejuízes, que o jornalismo temregras que – não limitando odireito de opinião – impõemreservas à leviandade dequem ignora que o direito aobom nome de todos oscidadãos é um direitoconstitucional?

Fazer notícias a partir derumores e fugas deinformação, estabelecerconexões entre casos queestão em segredo de Justiça ecujos fundamentos ainda nãosão conhecidos é mais doque querer ganhar

audiências. É jogar no ódio,na vingança e embarcar nojogo de influências queconduziram o regime saídodo 25 de Abril ao estertor,abrindo, desta forma, ocampo à desconfiançageneralizada e ao populismojusticialista incompatíveiscom a liberdade que dizemdefender.

O sistema judicial precisa, hámuito, de uma reformaprofunda. Que passa poreliminar os múltiplosinteresses corporativos que otêm minado. É assim precisodotá-lo de meios e deprofissionais bem preparadose capazes de se distanciardas pressões de que são alvo.

A reforma levada a cabo pelaministra da Justiça, Paula

Teixeira da Cruz, não foi sódesastrosa porque paralisouo sistema judicial durantemais de um mês. É também,de um ponto de vistaideológico, incompatívelcom a universalidade quedeve ser a sua imagem demarca. Porque encerroutribunais, deixando outrossobrecarregados; porqueimplicitamente disse amilhares de cidadãos queesta não é para eles e,também, porque – servindo-se habilidosamente doproblema da morosidade daJustiça – pretende introduziro critério da produtividadepara a tornar mais célere.Como se esta fosse umaempresa cujo sucessodependesse do número dedespachos que cadamagistrado consiga fazer.

Não será difícil imaginar osperigos decorrentes destalógica economicista que é,afinal, o único caminho queeste Governo conhece.

Perante este quadro, já nãochega dizer que há umajustiça para ricos e outra parapobres. Que a Justiça é fortecom os fracos e fraca com osfortes. Tudo isto é verdade.Falta, no entanto, o debate eas medidas para mudar o queestá mal. Algo muito maisimportante que a histeria emtorno de se saber se umpolítico, um empresário ouum banqueiro são culpadosou inocentes. Tal tarefa,volto a dize-lo, é da estritacompetência dos tribunais.Tudo o resto é vozearia. n

Pedro Ferreira

13de Novembro, oGoverno divulga adecisão deprivatizar a TAP(para já em 66% e

“podendo os restantes 34% servendidos se o investidorprivado cumprir algumasexigências”, seguramente jánegociadas com o putativo«investidor»), sendo que(segundo Dinheiro Vivo, de 19de Novembro) “TAP eliminadívida da Manutenção Brasilantes da venda”… O dinheiroque antes não podia serinjectado para suprir asnecessidades da empresa(necessidades essas queservem como argumento doGoverno para a privatização)pode agora sê-lo para garantira vontade de a privatizar.Todos temos consciência do

valor que a TAP tem para opaís e qual o seu papel numsistema de transportes públicosintegrado, que há anos vemsendo minado e destruído(lembremos que o processocomeçou com a privatizaçãoda então RN – RodoviáriaNacional – com os prejuízosque se conhecem para aspopulações) e de que estaprivatização anunciada é maisum passo. Relembremosigualmente que a últimaprivatização efectuada nosector, a da ANA – Aeroportosde Portugal, se tem traduzidoparticularmente no aumentosucessivo das taxas deaeroporto agora fixadas a bel-prazer pelo «investidor».

Igualmente, os defensores daprivatização insistem no

embuste das “vantagens dagestão privada”, queultimamente foramtipicamente demonstradas pelocaso BES…

Todas as privatizações jáefectuadas se traduziram naperda de receitas, soberania ecapacidade estratégica dopaís, na destruição de postosde trabalho e usurpação dedireitos dos trabalhadores, nadesqualificação dos serviçosàs populações. Esta nova, sevier a ocorrer, seguiráseguramente o mesmocaminho.

Quando estas linhas sãoescritas o processo aguarda aaprovação de Cavaco Silva.Não é crível que acçõespara“sensibilizar oPresidente da Repúblicapara não promulgar odecreto da privatização”resultem. Ele é representantee agente dos mesmosinteresses.

Não há privatizações boas emás. Todas resultam na

destruição de empresas e nodespedimento detrabalhadores.

A acção unida dostrabalhadores da TAP,servindo-se das suasorganizações e levando asDirecções ao combate - deque o anúncio da greve,entretanto convocada pelaplataforma sindical, é umimportante primeiro passo -no quadro da independênciade classe, e forjando aunidade com todos ostrabalhadores, começandopelos do sector dostransportes, poderá criar ascondições para a derrota demais esta tentativa deprivatização, abrindo ocaminho à queda doGoverno. Trabalhadores daTAP dizem que este novoprocesso “é uma repetiçãodo filme de 2012”, e se foipossível derrotá-lo nessaaltura nada justifica que nãoo seja agora. n

José Lopes

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abrir o debate

Um organizadorpara a actual revoltasocial!

Aatual crisecapitalista, na suaversão financeira eausteritária, temtido como uma das

suas consequências arecomposição social dasociedade. Por exemplo, achamada “classe média” temsido submetida a umprocesso de proletarização eprecariedade que a temlevado a alinhar em lutas emovimentos sociais. Nasgrandes manifestaçõespopulares que têmacontecido nos últimos trêsanos, é frequente encontrarquem, pela primeira vez,tenha participado nessasiniciativas e até alinhado,também pela primeira vez,

em greves sectoriais. Este exemplo da “classemédia” traduz um processode despertar para posições derevolta social que apanha, deuma forma transversal, todaa sociedade. Essa revoltasocial é um processosomente espontâneo,acabando por ser efémero esem qualquer repercussãoem qualquer tipo deorganização que dê sentidopolítico àquela revoltasocial.

No processo da luta declasses, o processo deproletarização da “classemédia” não tem dado, deuma forma clara, mais forçaà classe trabalhadora. A“classe média” já não éaquele sector social paraquem “o deus é quem tempoder”, mas também aindanão alinha de uma formaclara no sentido da suaparticipação em processos detransformação social,política e económica.

Temos estado perante umacrise capitalista que geraprocessos difusos de revoltasem gerar qualquer situaçãorevolucionária. Para isso,muito contribui ainexistência de qualquerpólo, simultaneamente social

e político, que consiga darsentido político socialista eanticapitalista a essa revolta.

Tem sido visível que asformas clássicas deorganização – partidos comorganização vertical e comfuncionamento paralelo aomovimento social – não sónão conseguem absorver odescontentamento social,como não geram qualquersimpatia mesmo entreaqueles e aquelas que, nesseprocesso de revolta social, sepoderiam considerar maisdespertos para essas formasde organização.

Nos nossos dias, o processode organização do protestosocial tem de partir dopróprio movimento social e,com esse movimento social,ser elaborado de uma formaparticipada e assembleáriaum programa político detransformação social comsentido socialista eanticapitalista.

Para esse processo éimportantíssimo que existauma forma de organizarcolectivamente a expressãosocialista e anticapitalista.Refiro-me à existência deum periódico aberto aosmovimentos e às lutas

“Militante Socialista”Tribuna Livre do movimento operário

. Numa altura em que osmilitantes e simpatizantesdo PS são bombardeadoscom as mais dísparesinvectivas contra o antigoSecretário-Geral destepartido, que tambémdesempenhou o cargo dePrimeiro-ministro entre2005 e 2011;. Numa altura em queprocuram cavar cada vez

mais a divisão entre asorganizações sindicais epartidárias com raiz nomovimento operário,exigindo um combatepolítico para serconseguida a unidade dostrabalhadores entre si ecom as suas organizações;. Numa altura em que ascondições de vida da classeoperária e das outrascamadas exploradas da

população se degradam acada dia que passa;. Numa altura em que ocaos social e políticocontinua a crescer;Torna-se necessária, maisdo que nunca, umapublicação que permitaque estes problemas sejamabordados e debatidos emprofundidade, parapermitir a sua superaçãona prática da luta de

classes.Visando contribuirpositivamente para estedebate e este combate o mScoloca as suas colunas àdisposição de todos ostrabalhadores e militantesoperários nissoempenhados.Neste número iniciamosessa tarefa, com umprimeiro contributo deJoão Pedro Freire.

sociais e que consiga, deuma forma sistemática, fazerdiscutir propostas socialistase anticapitalistas.

Sou de opinião que “O

Militante Socialista” podeconseguir esse objetivo sesouber alargar a base deativistas que o redigem edifundem, e, se soubertambém alargar a discussãosobre o que se entende porprograma socialista, populare anticapitalista.

Seria importante que, de umaforma não sectária, “O Militante Socialista”

pudesse consolidar-se como“Tribuna Livre da Luta deClasses” partindo daconstatação de que tudo estáem causa. Isso não nosimpede de afirmar comorevolucionários, comosocialistas, comocomunistas, que se dirigemao movimento social e oconvida a participar naelaboração de um programaque aponte para atransformação social a partirda constatação de que a atualcrise tem um nome –capitalismo – e que nada seconseguirá fazer de novo seesta crise não forradicalmente debelada. n

João Pedro Freire

livreANO XVI ( II Série ) nº 111 de 11 de Dezembro de 2014 - Publicação do

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actualidade internacional >>>

Depois da bofetadamagistral imposta àsinstituições e àspolíticas da UniãoEuropeia pelos

trabalhadores e os povos nasúltimas eleições europeias,recentemente em Itália, naGrã-Bretanha… centenas demilhar de manifestantes aexprimiram a sua rejeição àsmedidas de austeridade e dedesmantelamento de direitos econquistas sociais edemocráticas arrancadas desdeo fim da segunda guerramundial.Juncker, o novo presidente daComissão Europeia (1),evidencia numa frase o grauatingido pela crise política queafecta a União Europeia e cadaum dos seus Estados: “Naaltura em que os cidadãosperdem a fé nas nossasinstituições, a minhaComissão será a da últimahipótese”.Uma “última hipótese” querepousa exclusivamente sobreo frágil consenso das cúpulasdas principais forças políticasque partilham todas asengrenagens das instituiçõescomunitárias (2). Umconsenso que eles tentamreproduzir em cada paísesforçando-se por nele integraras organizações da classeoperária.Na cúpula, em Bruxelas e emEstrasburgo, uma “grandecoligação” composta pelospartidos de direita (PPE), pelos“socialistas” e pelos liberaisapoia a Comissão e o seupresidente.Na base, isso não está

adquirido, como odemonstram as centenas demilhar de trabalhadores emilitantes que se manifestarama 25 de Outubro, em Roma,com os seus sindicatos, pararejeitar a contra-reforma domercado de trabalho que oprimeiro-ministro italianoprocura aplicar, levando osecretário-geral daConfederação Geral Italianado Trabalho (CGIL) adeclarar: “Já não estamosdisponíveis para aconcertação (…), (porque) nãotemos os mesmos objectivos.”É aí que residefundamentalmente a fonte dacrise profunda que os apavoraa todos.Mas, enquanto se mantiver, amáquina de destruiçãocontinua a funcionar.Alimentada pelas lutas declasse, mesmo que sobre asmais ínfimas reivindicações, ealimentando-as, uma evidênciase impõe a cada dia que passa:é necessário sair dessaarmadilha, romper com aUnião Europeia, o BCE, a“Troika” e todos os seusplanos. n

(1) Suspeito de estar implicado num“gigantesco esquema de evasão fiscalmontado pelas autoridades fiscais doLuxemburgo – no período durante oqual ele foi ministro das Finanças edepois Primeiro-ministro – embenefício próprio e de centenas degrandes empresas multinacionais”(Vítor Malheiros, Público,12/11/2014).

(2) Não sem dificuldade, é certo, comomostram as difíceis negociações quederam origem à nova ComissãoEuropeia.

Rejeitadas pelostrabalhadores e os povos,destabilizadas pelos interessesdivergentes dos governos, asinstituições da UniãoEuropeia já não sabem paraque lado se virar.

o bCe julgado pelo Tribunalde Justiça da União europeia!

AUnião Europeia etodas as suasinstituições estão emcrise.A Grã-Bretanha

recusa pagar o reforço doOrçamento da União Europeiaque lhe é exigido, sob ameaçade sanções. Mas a própriaAlemanha, primeira economiado continente, está na origemde um incrível acontecimento.Imaginem: por iniciativa doTribunal Constitucionalalemão, o Banco CentralEuropeu (BCE) encontra-sesob ameaça de um processo doTribunal de Justiça da UniãoEuropeia!Sem entrar em detalhes, eis oassunto: o Tribunal alemãoconsidera que o programa derecompra ilimitada deobrigações do Estado (títulosde crédito emitidos pelosgovernos para pagar a suadívida) pelo BCE é contrárioaos Tratados europeus.Esse programa foi anunciadopelo BCE, no auge da crise,mas nunca foi posto emprática. Nada impede que oseja amanhã, e – em caso dedesvalorização dessasobrigações – é o BCE quesuportará as perdas, o qual sevoltaria então para os bancos

centrais nacionais para asfinanciar. Ora, o TribunalConstitucional alemãoconsidera que o Parlamentoalemão (o Bundestag) é oúnico habilitado a autorizaruma despesa…

David Cameron recusa pagaro reforço orçamental pedidopor bruxelas

Bruxelas solicitou ao Reino-Unido um reforço orçamentalde 2,1 mil milhões de euros.David Cameron, o Primeiro-Ministro britânico, perante oParlamento britânico reiterou asua recusa em pagar: “OReino-Unido não pagará os 2mil milhões de euros a quemquer que seja a 1 de Dezembroe rejeitamos o montante dessepagamento. Iremos bater-nospor todos os meios possíveis”.

A factura britânica foisobrecarregada em razão datomada em consideração desectores de actividadesuplementares, no cálculo doPIB, pelo Gabinete Nacionalde Estatística britânico (ONS):doravante as actividadescaritativas, assim como aprostituição, são tidas emconta na avaliação da riquezanacional. No total, a alteraçãode metodologia adicionoucerca de 94 mil milhões deeuros ao PIB do Reino-Unidoem 2014.

“Se pedirmos novasnegociações, abriremos umacaixa de Pandora”, declarou oComissário europeu doOrçamento. E fez ameaças:“Se o Reino-Unido nãoentregar a sua contribuição a1 de Dezembro, a ComissãoEuropeia (…) começará aimpor multas”.

Esta situação provocou umareunião de urgência dosMinistros das Finanças daUnião Europeia. n

Uma evidência que se impõea cada dia que passa

União Europeia: crise nas cúpulas

Sobre Juncker (na foto), o novo presidente daComissão Europeia, a eurodeputada do PS AnaGomes afirmo que "nada melhor que um caçadorfurtivo para dar caça aos caçadores furtivos"(Público, 14/11/2014). Portanto, preconiza queseja a raposa a tomar conta do galinheiro…

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a ANO XVI ( II Série ) nº 111 de 11 de Dezembro de 2014 - Publicação do

A política da União Europeia analisada por seus defensoresDurão Barroso saiu"empenado" depresidente daComissão Europeia.P

hillipe Legrain (PhL)foi conselheiro deDurão Barroso, entreFevereiro de 2011 eFevereiro de 2014.

Com essa experiênciapublicou um livro onde afirmaque “A crise da dívida foitotalmente errada eirresponsável”.A este propósito, IsabelArriaga Cunha fez-lhe umaentrevista em Bruxelasintitulada: “As ajudas aPortugal e à Grécia foramresgates aos bancos alemães”.PhL não sai do quadro dasinstituições da UniãoEuropeia. As suas afirmaçõessão naturalmente insuspeitas.No entanto, elas mostramquanto é de profundamentegrave para a vida dos povos daEuropa a política da UniãoEuropeia.Ele afirma que a crise do euroresulta da tentativa de tentarlimitar ao máximo as perdasdos bancos franceses ealemães, provocando assimuma divisão entre países

soma de crédito dado a paísescomo Portugal, antes da criseter rebentado (2007), foitransformada em dívidapública, quando estas verbasserviram para salvar bancosalemães e portugueses, à custados cidadãos portugueses.Juncker, o novo presidente daComissão Europeia, diz sernecessário um Plano deinvestimentos nos países daEuropa. Sobre este Plano, oseconomistas José CastroCaldas e Fernando Mamedeassinam um artigo no jornalPúblico (1/12/2014)explicando que este planoconsiste em permitir aosbancos privados emprestardinheiro a empresas ousectores públicos importantes,para investimento em grandesobras, sob a responsabilidadedo Governo central.Com esta estratégia, o Planode Juncker responde a doisproblemas colocados aocapital financeiro: - Imensas somas de dinheiro

dos bancos que não encontramforma de ser aplicadas naesfera da produção podem serusadas com segurança, pois osEstados responsabilizam-sepor esses investimentos emobras públicas, no quadro deparcerias público-privadas.- Estes capitais podem entrarem sectores que antes lheseram vedados. Acorrespondente dívida serásempre paga pelos cidadãos dopaís em causa, pois ficaintegrada no Orçamento doEstado. Tudo isto sob a tutela dosTratados europeus, emparticular o TratadoOrçamental.Os autores referem queJuncker quer estender a todosos povos da Zona euro aexperiência do endividamentoimposta ao nosso país, quelevou à privatização dossectores que foram alvo daaplicação desses capitais.É legítimo destruir um país emnome de uma dívida que o seupovo não contraiu? n

credores e países devedores.PhL nunca menciona asimposições da Administraçãodos EUA para que oscapitalistas e governos dospaíses da Europa assumam asconsequências do colapso dosistema capitalista. Mas ele afirma: “Asinstituições da UniãoEuropeia funcionam para oscredores imporem a suavontade aos devedores. (…) ATroika desempenhou um papelcolonial sem qualquercontrolo democrático. (…) AComissão Europeia recebeupoderes centralizadosreforçados não apenas paraesta crise, mas potencialmentepara sempre, que lhe dão apossibilidade de obrigar ospaíses a fazer coisas que nãopodiam impor antes.”Destacamos ainda a suaafirmação de que a enorme

A crise não toca a todos

As acções em Bolsa dos CTTvalorizaram 39% –correspondendo a 342 milhõesde euros (M€) – desde a suaprivatização parcial há um ano(a empresa agora já estátotalmente privatizada, tendo oEstado alienado em Setembroos últimos 31,5% do capital).Neste período, os accionistasforam “recompensados”com 60 m€ de dividendos!

«A TAP tem que ser

privatizada… porque a UE

não deixa o Estado português

intervir nela» – reafirmouPires de Lima, ministro daEconomia, na Assembleia daRepública, no dia 5 deDezembro. É a partir desta

saiu de nove empresas e fezuma venda relâmpago embolsa. Receitas comprivatizações e venda departicipações em empresas jávão nos 9300 milhões deeuros, quase o dobro dasmetas impostas pela troika. Ogrande «calcanhar deAquiles», a venda da TAP,continua por decidir.”Contudo, esta verba de 9300M€ – obtida pela aplicação doMemorando da Troika – foitotalmente engolida pelopagamento dos juros referentesà “dívida” líquida pública, aqual cresceu 9175 M€ só entreSetembro de 2013 e Setembrode 2014.A quem interessa então esta“engenharia financeira”baseada em tais “negócios daChina”?

imposição dos Tratados daUnião Europeia que oGoverno se propõe alienar aTAP por tuta e meia. Ao novogrupo accionista estáreservado um futuro tãorisonho como aos accionistasdos CTT?

Negócios “da China”

Com o título: “Investidoreschineses garantiram mais demetade das receitas comprivatizações”, o Público de14/10/2014 relata que, “emapenas três anos, o Estado

CTT2

EDP2

1

1

1

REN2

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A barbárie na Palestina

actualidade internacional >>>

Éuma primeira lista decentenas desubscritores de 45países (ver caixa)que a União Geral

dos Trabalhadores Argelinos(UGTA) e o Partido dosTrabalhadores (da Argélia) –que tomaram a iniciativa doApelo para o levantamentoimediato e incondicional dobloqueio a Gaza – tornarampública no final de Outubro.Na Argélia, são dezenas edezenas de deputados, deresponsáveis de sindicatos,de federações e de uniõessindicais, e de uniões dewilayas (províncias – NdR)que já o assinaram, tal comoo fizeram advogados ejornalistas.Noutros países, como é ocaso do Brasil, foram duasorganizações que seassociaram a ele – CentralÚnica dos Trabalhadores(CUT) e Consulta Popular –ou, na Ilha de Guadalupe,onde várias organizaçõestambém o fizeram,nomeadamente a UniãoGeral dos Trabalhadores deGuadalupe (UGTG).Ainda na América Latina,assinalemos a assinatura deuma centena de responsáveissindicais peruanos, a todosos níveis, entre os quais seconta o Secretário-Geral daConfederação Geral dosTrabalhadores do Perú(CGTP).Todos podemoscompreender, igualmente, aimportância das dezenas desubscrições no movimentooperário dos EUA (onde secontam muitos militantesnegros desse país).Tal como, verificamos quena Grã-Bretanha há muitasassinaturas de deputados doPartido Trabalhista – tantono Parlamento do ReinoUnido como no Parlamentoda Escócia – a que se juntam

muitos responsáveis dossindicatos Unite, Unison,RMT, UCU, etc., oSecretário-Geral do PCbritânico e o Secretário dacoligação “Stop the War”(Fim à guerra).O mesmo aconteceu emFrança, onde o Apelo foiassinado por um deputadoactual, dois ex-deputados emuitas dezenas deresponsáveis sindicais, atodos os níveis das suasestruturas.Por fim, na própria Palestinasubscrevem altosresponsáveis da FrentePopular de Libertação daPalestina e o responsável daComissão “Direito aoRetorno” eleito para oConselho NacionalPalestiniano. A lista completa dosprimeiros assinantes pode serencontrada na página doPOUS em www.pous4.pt.vu n

Centenas de signatários de 45 países

Argélia; Alemanha; Áustria;Azânia/África-do-Sul;bangladesh; bielorrússia;bélgica; bósnia-Herzegovina; brasil;burundi; Canadá;Cazaquistão; Croácia;eslovénia; estado espanhol;eUA; Finlândia; França;Grã-bretanha; Grécia;Guiné (francesa); Holanda;Hungria; ilha deGuadalupe; ilha damartinica; ilha da reunião;Índia; irlanda; itália; mali;marrocos; méxico;moldávia; Palestina;Paquistão; Perú; Portugal;roménia; rússia; Sérvia;Sri Lanka; Suécia; Suíça;Tunísia; Turquia.

Acausa imediata dastensões actuais emJerusalém-Este é aaceleração dasmedidas do

Governo sionista para tornaresta cidade uma zonaexclusivamente israelita.Repetidamente, nestasúltimas semanas, oficiais doExército, deputados eministros passearam-se naEsplanada das Mesquitas –lugar de grande valor, tantosimbólico como religioso,para os Palestinianos. A issojunta-se o acumular dedezenas de anos de opressãoda população palestiniana e,nos últimos tempos, oisolamento completo deJerusalém-Este (que fazparte dos territóriosocupados em 1967) do restoda Cisjordânia.De modo constante,regularmente e com a mesmabrutalidade, o Estadosionista continua aatormentar os bairrospalestinianos.Progressivamente, colonosisraelitas – a maior parte dasvezes em nome de princípiospretensamente religiosos –instalam-se em casasabandonadas por famíliaspalestinianas perseguidas,martirizadas e sentindo-sepermanentemente em risco.As reacções de autodefesaque têm aumentado na

população palestiniana, acomeçar nas camadasjovens, são um produto destapolítica de limpeza étnica. Amáquina sofisticada deopressão israelita inventa,sistematicamente, novasregras. É assim que oPrimeiro-ministro Netanyahuacaba de dar ordem para“usar todos os meios à nossadisposição visando aaplicação plena da lei…inclusive a destruição dascasas dos terroristas”.E nós sabemos que, paraNetanyahou, todos osPalestinianos sãopotencialmente terroristas…Segundo o jornal Al Qods al-Arabi (de 7 de Novembro),“qualquer observador podeconstatar, sem esforço, que atenaz israelo-egípcia, com oconsentimento dos EUA e acolaboração de váriosregimes árabes (nósacrescentaríamos a UniãoEuropeia – NdR), conduz oconjunto da situaçãopalestiniana para umaexplosão, (…) e procuraesmagar o milhão e meio depessoas que habitam emGaza”.Mas, o que marca acima detudo a situação – apesar daterrível repressão em Gaza,na Cisjordânia e no interiorde Israel – é o povopalestiniano procurar, empermanência, levantar acabeça. n

Pelo levantamento imediato eincondicional do bloqueio a Gaza

Para os dirigentes israelitas, se a força não chega… é preciso usarmais força ainda

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ANO XVI ( II Série ) nº 111 de 11 de Dezembro de 2014 - Publicação do

Campanha em Portugal pelo fim do bloqueio a Gaza

Que solidariedade?

OPoUS respondeupositivamente aoapelo da UGTA edo PT da Argélia,pelo fim do

bloqueio a Gaza, tomandoem mãos a campanha emPortugal. Nesse quadro,para além da recolha deassinaturas de militantes edirigentes sindicais e deCTs (que continua), tomoua iniciativa da organizaçãode sessões-debate de apoioao povo palestiniano.Tiveram lugar em Lisboa eVila Franca de Xira, a 10de outubro e a 16 deNovembrorespectivamente, sessões – com a presença dohistoriador José marquesGuimarães (JmG), autordo texto ao lado e também

ele subscritor do apelo – onde, a partir daintervenção inicial deste,decorreu uma discussãoviva e aberta permitindosituar histórica epoliticamente a questãopalestiniana, oposicionamento da iVªinternacional por um únicoestado Palestiniano laico edemocrático – englobandotodo o território daPalestina histórica –, ondetenham lugar e possamviver em paz e com direitosiguais todas ascomunidades locais, esituar a luta do povopalestiniano como umacomponente do combate detodos os povos contra aguerra, a opressão e aexploração.

No passado dia 27 deNovembro, tevelugar na Casa doAlentejo, emLisboa, um

Encontro Sindical deSolidariedade com osTrabalhadores e o povo daPalestina, organizado pelaCGTP.Num primeiro tempo, foidada a palavra aosconvidados, tendo oEmbaixador da Palestinaafirmado nomeadamente:“Há 20 anos quenegociamos com Israel, masisso não tem dado qualquerresultado. Neste período,Israel teve o apoio semfalhas dos EUA. Entre Junhode 2013 e Abril de 2014,enquanto se processavam asnegociações, Israel matou60 Palestinianos.

As negociações servem comonuvem de fumo para Israelconstruir colonatos eestabelecer pactos com aUnião Europeia. Mas orecente reconhecimento doEstado palestiniano pormuitos países significa que anossa luta pode sairvitoriosa a breve prazo.Nomeadamente de países daUE (como a Suécia) quepretendem que os valoreseuropeus vigorem naPalestina. Há condiçõespara este reconhecimentoseja feito também noParlamento português. Avitória sobre a ocupação sópode ser conseguida atravésda construção de doisEstados.”A este discurso respondeuuma dirigente do MovimentoDemocrático das Mulheres

(MDM): “Os valoreseuropeus estão em crise.Considero que só a luta dospovos pode conseguir alibertação da Palestina.”Como subscritor do ApeloUGTA-PT para olevantamento imediato eincondicional do bloqueio aGaza e membro da Direcçãoda USL/Inter-Reformados,tomei a palavra, a títuloindividual, para dar contadesta iniciativa internacional(ver pg. 14). Acrescentei que

subscritores desse Apelotinham sido recebidos porFernando Maurício, membroda Comissão Executiva doConselho Nacional da CGTPresponsável pelas relaçõesinternacionais, queprometera divulgá-la aossindicatos integrados naCGTP, como forma de ajudaconcreta ao levantamento dobloqueio a Gaza.A Mesa do Encontro afirmouque a posição da CGTP nãoera essa, mas sim a de“boicote ao Estado de Israel”– que tinha sido acertadacom os sindicatos daPalestina há 2 anos.Questão: Será olevantamento imediato eincondicional do bloqueio aGaza contraditório com esseboicote? Porque nãodivulgou ainda, a Direcçãoda CGTP, esta iniciativainternacional? n

Joaquim Pagarete

Invoca-se, frequentemente, ogenocídio nazi da maioria dapopulação europeia de religião

e/ou cultura judaica, a par daquantidade de prémios Nobelatribuídos a alguns dos seusmembros, para justificar a suaalegada supremacia cultural e aprevalência dos seus direitos decidadania face aos povos dereligião muçulmana e/ou culturaárabe. “Esquece-se” que ojudaísmo, tal como o islamismo, éuma religião e não uma nação.Ao confrontá-lo com os povos decultura árabe e/ou religiãoislâmica procura-se legitimar aopressão e o genocídio denatureza colonialista levados acabo pelo Estado de Israel aoserviço do imperialismoamericano contra o povopalestiniano (nação, com as suascomponentes muçulmana,judaica, cristã e laica), habitantehistórico da Palestina.Enraizamento histórico-geográfico contrastante com acurta existência dos israelitas,descendentes de eslavos e deoutros povos da Europa, dereligião e/ou tradição cultural

judaica, cuja fuga às perseguiçõesanti-semitas do império czaristarusso (pogroms) e do nazismo foicapitalizada pelos sionistas, deforma a induzir parte destaspopulações a colonizar aPalestina, em nome de umalegado retorno à bíblica “terraprometida”, usurpando-a aos seushabitantes ancestrais para erguerum estado tampão destinado apoliciar a estratégica rota dopetróleo, com a coberturadiplomática e militar dos EUA, daGrã-Bretanha e da antiga URSS,ao abrigo da declaração Balfourde 1917, dos acordos de Yalta ePotsdam de 1945 e de diversasresoluções da ONU. A Palestina, ao contrário damistificação sionista, nunca foiuma terra sem povo a ser ocupadapor um povo sem terra. Foidespojada da maioria dos seushabitantes milenares para darlugar a um gigantesco campo deconcentração, contra o qual ospalestinianos combatem para sereapropriar da soberania sobre asua terra. n

JMG

PALeSTiNA

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A amplitude da rejeição dapolítica seguida por Obama éindicativa de uma crise queultrapassa o âmbito eleitoral.Os eleitores – não somente osabstencionistas, mas tambémmuitos dos que votaram nosRepublicanos – afirmam nãoter mais confiança nosRepublicanos que nosDemocratas. Uma equipa de investigadoresda Central sindical AFL-CIOrealizou um inquérito a 800eleitores, selecionados nos 11Estados-chave (aqueles ondese travam os duelos maisrenhidos entre Democratas eRepublicanos).Entre os participantes noinquérito, 68% declararam quea primeira urgência era o“aumento dos salários”.À questão : “Pensa que oPartido republicano tem umplano para revitalizar aeconomia?”, 62%responderam “Não”. Amesma percentagem (62%)que respondeu “Sim” à

Forte abstenção dos quevotaram obama, em 2008

Houve metade doseleitores que serecusou a votar, masforam os eleitoresdemocratas

tradicionais – e, sobretudo, osque em 2008 asseguraram avitória de Obama – os maisabstencionistas.A Câmara dos Representanteshá decénios que não tinha umatão grande maioria; o Senado –onde os Democratas erammaioritários – tem agora umamaioria de Republicanos.É certo que, nas “eleiçõesintercalares”, o Partido queestá no poder é sempresancionado, sendo estatendência natural ampliadaquando se trata de umPresidente que entra nasegunda parte do seu últimomandato (a Constituição dosEUA só permite doismandatos presidenciaissucessivos).

questão: “Pensa que o mundodos negócios tem demasiadaimportância nas eleições?”.Notemos, ainda, que 73% dosinquiridos consideram que “énecessário aumentar osimpostos sobre as grandesempresas”, medida queObama se recusou a tomar.

o sistema bipartidário(Democratas/republicanos)em asfixia

Estas eleições intercalaresrevelam-no: o sistemabipartidário – fundamento daestabilidade da dominação daclasse dirigente dos EUA –está a asfixiar.Em certo sentido, já o estavano fim da era de Bush, em2008. A candidatura deObama – afastando HillaryClinton, que aparecia comosendo a continuidade doPartido Democrata comopartido do imperialismo, àsemelhança do PartidoRepublicano – desencadeouuma vaga de esperança.Agora, a desilusão está aonível das expectativas deentão.Mas este facto é um factor decrise e de desestabilização,numa altura em que oimperialismo dos EUA –como principal força doregime de exploraçãocapitalista à escala mundial –está perante dificuldadesinternacionais que seacumulam.

Não será necessário um novoPartido?

Os trabalhadores dos EUA –tal como os explorados doresto do mundo – têm sidoalvo, desde 2008, de umredobrar de ataques contra oseu nível de vida, os seus

empregos e direitos. Elestêm-se levantado contraesses ataques, procurandoapoiar-se nas suasorganizações sindicais. Apopulação negra mobilizou-se contra a violência racista.Milhões de trabalhadoresimigrados “sem papéis”agiram, ao lado de toda aclasse operária, em defesados seus direitos.Esta acção em defesa dassuas reivindicações e contraas novas agressões doimperialismo dos EUA é umelemento central nesse país.Era obrigatório que as suasconsequências semanifestassem num processoeleitoral aferrolhado pelosdois grandes partidos daburguesia – o Democrata e oRepublicano – de que 55%dos interrogados no inquéritojá citado consideram que “osseus dirigentes estãoempenhados na defesa dosinteresses de Wall Street”.É claro que os investigadoresda AFL-CIO não colocaramlógica que daqui decorre:“Não será necessário umoutro partido? Um partidoque defenda os interesses dostrabalhadores e não os deWall Street, um partido que seapoie nas organizaçõessindicais e representando oseu combate a nívelpolítico?”É esta a perspectivaformulada pela “Rede deresistência operária” (LaborFightback Network) – umarede larga de organizações ede responsáveis sindicais, quedefendem a independênciado movimento sindical emrelação ao PartidoDemocrata (tradicionalmenteapoiado pela AFL-CIO), deque apresentamos extractosna página seguinte. n

A 4 de Novembro, tiveram lugar eleições intercalares.elas tinham como objectivo renovar parcialmente oSenado, eleger alguns Governadores e uma novaCâmara dos representantes (deputados). o resultadoprevisto era uma derrota do Partido de obama e umasubida do Partido republicano. Foi assim, mas emproporções maiores que as previstas: trata-se,sublinham todos os comentadores, de uma derrotahistórica do Partido Democrata.

EUA O que revela a derrota de Obama?

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Brasil“Que raio faz o movimento

operário no mesmo partido

que o grande patronato?”

Declaração da “rede deresistência operária” (Labor

Fightback Network)

«Actualmente, o movimentooperário é apenas ummembro subalterno das

forças coligadas no PartidoDemocrata. São as grandesempresas e os bancos quecontinuam a controlar o Partido(o financiamento dos Democratasé assegurado, em 70%, pelasgrandes empresas e algunsmilionários e multimilionários).Aquando das eleições de 2008, éum facto que Wall Street deu maisdinheiro aos Democratas do queaos Republicanos ; mas, destavez, deu mais aos Republicanos.Quando os Democratas ganhamé Wall Street que ganha. Quandoos Republicanos ganham é WallStreet que ganha. Mas, de ummodo ou de outro, é sempre omovimento operário que perde.Somos obrigados a colocar aquestão: que raio faz omovimento operário no mesmopartido que o grande patronato?O nosso lugar não é num mesmoPartido independente – isto é, umPartido sem os patrões – emconjunto como Movimento pelosDireitos Cívicos, as organizaçõespopulares, as pessoas de cor, osoperários agrícolas, osimigrantes e os Movimentossociais progressistas? (…)Não há tempo a perder. Omovimento operário pode serregenerado se adoptarmos apalavra de ordem: “Os patrões

dispõem de dois partidos.

Precisamos de um que seja

nosso!”, e se tomarmos medidasconcretas de organização paradar vida a este novo Partido. Aoutra via consiste em deixar omovimento operário continuar asofrer mais terríveis derrotas e adesaparecer enquanto movimentosocial viável.Cabe-nos escolher, e isso decidiráem que direcção irá caminhar omovimento operário.» n

reeleita a candidata do Partido dosTrabalhadores, Dilma rousseff, o combatepela Constituinte continua!

Areeleição de DilmaRousseff, candidatado Partido dosTrabalhadores, nasegunda volta da

eleição presidencial no Brasil,é uma incontestável derrota dareacção pró-imperialista, queapoiava o candidato AécioNeves, do Partido Social-Democrata Brasileiro (PSDB).No entanto, menos de 24 horasapós a eleição, as forças queapoiaram Aécio divulgavampublicamente invectivas contraos resultados eleitorais,comportando-se como se ativessem ganho e pretendendoimpor que as suas medidas deregressão social e demanutenção das instituiçõesherdadas da ditadura – quelhes garantam os seusinteresses e o seu permanentepoder político nocivo – sejamassumidas pela Presidente. O jornal inglês FinancialTimes, por exemplo, exige deDilma Rousseff «a nomeaçãourgente de um ministro dasFinanças com suficienteautonomia; se ela não o fizer,os mercados financeirosimporão um ajustamento».

Robson Andrade, presidenteda Confederação Nacional daIndústria (CNI), enumera assuas exigências: «Oajustamento fiscal deverá serfeito. O Governo vai ter quediscutir as questõesrespeitantes ao trabalho.Sobre a precarização, porexemplo, vai ser necessáriofazer alguma coisa.»«O combate já recomeçou!»,previne “O Trabalho”, jornalda corrente com o mesmonome no seio do Partido dosTrabalhadores do Brasil.O presidente do Senado,Renan Calheiros (PMDB, dadireita), exige que DilmaRousseff renuncie à suaproposta de plebiscito parauma reforma política, à qualele opõe uma reforma feitapelo Congresso Nacional (1).O presidente da Câmara dosDeputados, Henrique Alves(também do PMDB), quer umreferendo sobre o seu próprioprojecto de reforma política. Osenador Aloysio Nunes, ex-candidato pelo PMDB à Vice-presidência ao lado de AécioNeves, denuncia o que chama,de maneira desdenhosa,

«o blá-blá-blá sobre oplebiscito para a reformapolítica».Dilma Rousseff recuou, comotodos eles desejam? Na televisão Dilma falou deuma «consulta popular, sob aforma de um referendo ou deum plebiscito», que deverá«desembocar numaAssembleia Constituinte».Constatamos no entanto que,no seu discurso após a vitória,ela não falou de Constituinte.Conclusão de “O Trabalho”: avitória «não será completadasenão pela força do povo. Aforça dos trabalhadores e dosjovens mobilizados. É isto queestá na ordem do dia!» n

(1) O Congresso Nacional é o

órgão constitucional que exerce, no

âmbito federal, as funções de poder

legislativo. É composto por duas

Casas: o Senado Federal, integrado

por 81 senadores, que representam

as 27 unidades federativas (26

Estados e o Distrito Federal), e

a Câmara dos Deputados, integrada

por 513 deputados federais, que

representam o povo.

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é este o grito que ecoa por todo o méxico, em cada umadas manifestações que exigem o regresso com vida dos 43estudantes desaparecidos em Setembro último, às mãosda polícia e dos narcotraficantes.é assim retomada a palavra de ordem que regularmentejuntava – na Praça de maio, em buenos Aires – osfamiliares e amigos de jovens, trabalhadores e militantesdesaparecidos durante a ditadura militar na Argentina.Hoje, como então, este movimento – mesmo se tomandoessa forma especifica – já ultrapassa em muito tãosimples reivindicação. São já o Governo e o próprioregime mexicano que estão postos em causa,perturbando o “equilíbrio de forças” na regiãoarduamente gerido pelos eUA.Hoje, como então, o imperialismo americano é oprincipal suporte de um Governo e de um regime que

Pelo retorno com vidados 43 estudantesdesaparecidos!

Punição dosresponsáveis! Justiça!

ÀS orGANizAÇÕeSDe JoVeNS e DeeSTUDANTeS DeToDo o mUNDo

Nós, que assinamoseste apelo, somosestudantes deescolas euniversidades do

México e dirigimo-nos a vóspara manifestar o seguinte:Entre os dias 26 e 27 deSetembro, na cidade deIguala, Estado de Guerrero,no México, foramassassinadas seis pessoas(entre elas 3 estudantes),feridos 25 estudantes (2 deles permanecem emestado grave) e outros 43foram sequestrados(1). Osjovens são estudantes daEscola Normal Raúl IsidroBurgos (2), da cidade deAyotzinapa, uma escola ondeestudam os filhos doscamponeses mais pobres dopaís. Os acontecimentos da cidadede Iguala mostraram, aosolhos de toda a nação, aestreita relação estabelecidaao longo das últimas décadas

entre o narcotráfico e asinstituições do Estado(polícias municipais efederal, presidentes deCâmara de todos os partidosinstitucionais, oficiais doexército que se negaram aactuar no momento darepressão e sequestro dosjovens estudantes).A barbárie de Iguala suscitouuma enorme indignação nopovo mexicano e, emprimeiro lugar, nas centenasde milhares de jovensestudantes que, desdeSetembro, têm participadonas inúmeras manifestaçõesrealizadas em todos osEstados do país. Emparticular na capital, Cidadedo México, Distrito Federal,ocorreram três grandesconcentrações, nos dias 8 e22 de Outubro e 5 deNovembro, esta última commais de 100 milparticipantes.(…)Os familiares e os estudantesfazem um apelo para queseja ampliada a mobilizaçãoe a solidariedade, tanto nopaís como à escalainternacional, até que sejamsatisfeitas as suas exigências.Pelo retorno com vida dos43 estudantesdesaparecidos!Punição dos responsáveis!Justiça!Esse acto de barbárie é oculminar de uma política derepressão contra a juventudee está relacionado com apolítica seguida pelo Estado

ao longo das últimasdécadas, de destruição dasconquistas do povotrabalhador e dedesmantelamento dasoberania nacional atravésdas chamadas “reformasestruturais”, “tratados delivre comércio” eprivatizações.Esta política tem levado aum processo dedecomposição social e decorrupção a todos os níveisdo Estado. Os responsáveisnão são só os quedirectamente sequestraramos estudantes. São também oPresidente da Câmara deIguala, preso, o Governadordo Estado de Guerrero,obrigado a renunciar (emambos os casos pela pressãodo movimento), e o Governofederal de Enrique PeñaNieto. Em todas asmanifestações, nas palavrasde ordem que aparecem nasruas, a juventude diz: ”o estado é oresponsável”.Jovens estudantes e

trabalhadores, dirigentes deorganizações estudantis detodo o mundo: Fazemosum apelo para que sesolidarizem, nos vossospaíses, com as justasexigências dos estudantes deAyotzinapa, Guerrero eMéxico, sob a forma queconsiderarem maisapropriada (delegações àsembaixadas, envio demensagens ao governo doMéxico, reuniões, …).Apelamo-vos a exigir:Pelo retorno com vida dos43 estudantesdesaparecidos!Punição dos responsáveis!Justiça!

Cidade do México, 8/11/14

Apelo subscrito por 76

estudantes de 44 escolas de

ensino superior, faculdades e

universidades do México n

Levaram-nos vivos, México

(1) Já apareceu o cadáver de um dosestudantes desaparecidos.

(2) Escola de formação de professoresdo Ensino Primário.

Marcha do “Dia de Acção Global” por Ayoztinapa, Estado de Guerrero, realizada em 22 de Novembro.

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consideram nulos os direitos dos índios, dos camponeses,dos operários, dos jovens … espoliando-os, reduzindo-osà miséria e exercendo uma cada vez mais feroz repressão.o estado mexicano é, hoje em dia, um estado-tampãosob controlo directo dos eUA e cujo aparelho se encontraminado, de alto a baixo, pelos grupos narcotraficantes.o combate que hoje o conjunto do povo mexicano trava éexpressão da luta de todos os povos contra a guerra e adestruição das forças produtivas, que o imperialismonecessita de levar a cabo para subsistir.é também por isso que a sua luta é a de todo omovimento operário internacional e justifica asolidariedade activa de todos. é essa a razão que levou airJ (internacional revolucionária da Juventude) aretomar o apelo dos estudantes mexicanos, e leva o MS afazê-lo igualmente.

Resolução do Encontro

As organizaçõessociais, civis,populares ecomunitáriasreunidas a 20 de

Novembro, na sede da UNTEconsideram:1. Os acontecimentos de 26 e27 de Setembro, em IgualaGuerrero, puseram a nu asperversas relações entre opoder político e adelinquência organizada.2. São responsáveis, tanto

pelo assassinato de trêsestudantes e três cidadãos,como pela prisão edesaparecimento de outros43 estudantes: os meios decomunicação monopolizadosque, de forma sistemática,criminalizam os protestossociais; os partidosinstitucionais, que vendemao melhor pagador oscargos de representaçãopopular, assim como asfunções públicas; os 3 níveisde governo (federal,estadual e municipal) pela

sua participação directa,omissão e cumplicidade naprisão e desaparecimentodos 43 estudantes; o poderexecutivo, que sustenta umapolítica de sistemáticaviolação dos direitoshumanos fundamentais dopovo do México.3. A repressão e acriminalização dos protestossociais têm como objectivoconter, desarticular eexterminar a resistênciaindígena, camponesa,estudantil, operária epopular ao projectocolonizador do regime, quevem sendo instauradoatravés da imposição daschamadas ReformasEstruturais que significam aentrega do nosso território,recursos naturais, água epetróleo às empresastransnacionais, com aconsequente perda dasoberania nacional e dosnossos direitos sociais.4. Acusamos Peña Nieto (o Presidente da República)de desestabilizar o projectohistórico independente dosmexicanos, fazendo usoilegal e abusivo de extremaviolência das forças policiaise militares do Estadomexicano para servirinteresses alheios à nação.5. O regime político carecede legitimidade face amilhões de mexicanos emexicanas que, hoje, semobilizam por todo o paíspelo retorno com vida dosestudantes desaparecidos.Os seus partidos e a classepolítica que explora em seubenefício o exercício dopoder desde cima, as

instituições do Estado quegozam de impunidade paraimpor um neocolonialismode um futuro escravo para anossa nação, todos carecemde credibilidade face à lutasocial em curso. O regimeage de acordo e para osinteresses do capitalinternacional.

Por todas essas

considerações,

exigimos:a) Retorno com vida dos 43estudantes desaparecidos háquase dois meses.b) Condenação de todos osresponsáveis porcumplicidade, acção ouomissão face aos factos de26-27 de Setembro emIguala Guerrero.c) Revogação das reformasestruturais na educação, notrabalho, na energia, nastelecomunicações e noslatifúndios por violarem osdireitos dos mexicanos.d) Liberdade imediata detodos os presos políticos.e) Fim da criminalizaçãodos protestos sociais.f) Saída de Peña Nieto dePresidente da República.E decidimos:g) Juntar-nos às acções dedesobediência civil epacífica da ParalisaçãoCívica Nacional de 1 deDezembro e da TomadaSimbólica da Cidade doMéxico a 6 Dezembro.h) Manter a participaçãoactiva das diversasorganizações nasmobilizações pelo retornocom vida dos 43 estudantesde Ayoztinapa Guerrero. n

queremo-los vivos!

Encontro Nacional das Resistências no Méxicoo “encontro Nacional das resistências” reuniu, a 20 de

Novembro, mais de cem organizações sindicais e associaçõespopulares, democráticas e de jovens, entre as quais váriossindicatos de professores, de trabalhadores dos telefones, dasCaixas de aposentação, dos transportes urbanos, bem como aUnião Nacional dos Trabalhadores da electricidade (UNTe)– que esteve na base do lançamento da organização Políticado Povo e dos Trabalhadores (oPT) “para a libertaçãonacional e a emancipação social”. Apresentamos na íntegra odocumento adoptado nesse encontro.

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“Mais de 2,3 milhões decatalães mobilizaram-sehoje contra a decisão dogoverno de Rajoy e doregime da Monarquia de

impedir o seu voto. Centenasde milhar fizeram-no paraexpressar que estão fartos deum Governo corrupto e anti-social que impede ademocracia. As provocações eameaças só serviram para quetenha participado muita maisgente, entre eles 40 milvoluntários que tornarampossível a infraestruturamínima para se poder votar.O regime constitucional de1978 (saído da queda dofranquismo, NdR) afunda-se enão pode oferecer nenhumasaída democrática à actualsituação: só pode trazer aindamais sofrimento, corrupção ecortes. Por isso, na ausência deum verdadeiro referendo, opovo da Catalunha utilizou aconvocatória deste 9 deNovembro (9-N) para dizerque quer exercer a soberania epoder sair do quadro políticoque o asfixia, para anular todosos cortes e para enfrentar osbanqueiros e as suasexigências. Tal como todos osoutros povos que sofrem aspolíticas impostas pela Troika.

Mas a mobilizaçãopermanente e em massa dopovo catalão – expressão maisavançada da indignação detodos os trabalhadores e povosdo Estado espanhol –demonstra que é possívelinverter esta situação e abrirum futuro de liberdade paratodos. O governo de Rajoyestá esfrangalhado,encurralado entre a resistênciamassiva à sua política e o factode ter que suportar o peso doregime que representa. Adecisão do povo catalão de irvotar neste 9-N – apesar detodos os obstáculos – é, narealidade, um apelo àmobilização para que nãocontinue nem mais um dia esteGoverno corrupto que só servepara negar a democracia,aplicar os cortes, e enfrentar ospovos para tentar sobreviverpoliticamente.É preciso abrir a via daRepública – a RepúblicaCatalã e a República Basca – ede um novo processoconstituinte que permitaefectivamente o exercício dodireito à autodeterminação,elemento básico dademocracia, e a fraternidadeentre os povos que só podematerializar-se numa União

Livre de repúblicas livres dospovos do Estado espanhol.Mais do que nunca, todosaqueles que se reclamam dadefesa dos direitos dostrabalhadores têm uma enormeresponsabilidade. Osdirigentes do PSOE nãopodem continuar a dar o seuapoio ao governo de Rajoy, eos dirigentes dasconfederações sindicais(CCOO e UGT) também têm aresponsabilidade de não deixarsozinhas a CCOO e a UGTcatalãs que apelaram ostrabalhadores a mobilizar-sepelos direitos nacionais esociais.A determinação da luta dopovo da Catalunha pela suasoberania vai continuar.Perante os diferentes cenáriosque podem desenhar-se nospróximos dias, o POSI reiteraa necessidade de construir umaforça que una a luta pelosdireitos nacionais e sociais;que combata pela anulação detodos os cortes e pelarevogação da reforma laboral;para enfrentar as instituiçõescorruptas do regimemonárquico e da UniãoEuropeia; contra as políticasaplicadas pelo governo deRajoy e também pelo de ArturMas (da Catalunha), queembora fale de soberania sesubmete, tal como Rajoy, àsexigências de Bruxelas.Edificar esta força é umobjectivo pelo qual lutamos,com militantes e colectivos deorganizações operárias epopulares.É indispensável agrupar forçaspara a unidade dostrabalhadores e suasorganizações, para a Aliançados Trabalhadores e Povos detodo o Estado espanhol,interessados – tal como o povocatalão – em acabar com alegalidade constitucional quenos oprime a todos. Esta é aúnica saída que pode abrir umaperspectiva favorável para ostrabalhadores.” n

Declaração do Comité Executivo do Partido Operário SocialistaInternacionalista (POSI) de 9 de Novembro de 2014

No dia 9 de Novembro, maisde 2,3 milhões de eleitores, doscerca de 6 milhões possíveis,participaram na votação nãooficial sobre a independênciada Catalunha em relação aoestado espanhol. A consulta,inicialmente prevista para seroficial, foi proibida peloTribunal Constitucional, porordem do governo de rajoy,do Partido Popular (PP).Apesar da proibição, aconsulta foi organizada e duasquestões foram submetidas àvotação: “quer que aCatalunha seja um estado?”,“Se sim, quer que seja umestado independente?”. Cercade 80,7% dos participantesresponderam duas vezes“sim” (1,86 milhões), 10%disseram “sim” e “não”(respectivamente) e 4,5%votaram pelo “não” às duasquestões colocadas. oGoverno espanhol declarouque considera a consulta“estéril” e ameaçou processaros seus organizadores.

O povo da Catalunha continua a sua luta pela soberania

O povo decidiu ir votar a 9 de Novembro, na consulta não oficial sobre a independência da Catalunha.Proibida pelo Governo espanhol, a votação mobilizou mais de 2,3 milhões de catalães.

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