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Universidade Federal do Rio Grande do Norte Escola de Música Licenciatura em Música JOFFISON DA SILVA A utilização da composição musical como estratégia de ensino no estágio. Natal/RN 2019

A utilização da composição musical como estratégia de

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Page 1: A utilização da composição musical como estratégia de

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Escola de Música

Licenciatura em Música

JOFFISON DA SILVA

A utilização da composição musical como estratégia de

ensino no estágio.

Natal/RN

2019

Page 2: A utilização da composição musical como estratégia de

JOFFISON DA SILVA

A utilização da composição musical como estratégia de

ensino no estágio.

Monografia apresentada ao Curso de Licenciatura

em Música da Universidade Federal do Rio Grande

do Norte – UFRN, como requisito parcial para

obtenção do título de Licenciado em Música.

Orientadora: Calígia Sousa Monteiro.

Natal/RN

2019

Page 3: A utilização da composição musical como estratégia de

FICHA CATALÓGRÁFICA

Page 4: A utilização da composição musical como estratégia de

JOFFISON DA SILVA

A utilização da composição musical como estratégia de

ensino no estágio.

Monografia apresentada ao Curso de Licenciatura

em Música da Universidade Federal do Rio Grande

do Norte – UFRN, como requisito parcial para

obtenção do título de Licenciado em Música.

Apresentada em _11_/_11 /_ 2019 _

BANCA EXAMINADORA:

Prof. Especialista Calígia Sousa Monteiro

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

(Orientadora)

________________________________

Prof. Ms. Edibergon Varela Bezerra

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

________________________________

Prof. Maurício Eslabão da Fonseca

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

________________________________

Page 5: A utilização da composição musical como estratégia de

AGRADECIMENTOS

Entendendo que ninguém chega a qualquer lugar sozinho, principalmente a lugares

que antes não imaginava, em nenhum âmbito da vida. Assim, venho agradecer a muitos e

muitos seres que estão e que passaram por minha vida, inclusive a acadêmica.

Agradeço a Deus antes de tudo, por ter permitido saúde física e mental para cumprir

todo o processo que se faz necessário para concluir o curso de graduação em Licenciatura em

Música.

Agradeço a minha família que está comigo por toda vida e não foi diferente neste

processo, permanecendo ao meu lado com apoio e suporte me ajudando a está atento as

condições que a vida de docente nos apresenta.

Agradeço por demais a todos os meus professores de música com os quais tive a

oportunidade de aprender o conteúdo musical que trago em minha vivência. À professora

Anita Braz, que esteve a me orientar nas primeiras melodias de flauta doce e leitura de

partitura musical em minha vida, este inclusive foi primeiro contato com um instrumento

musical. À professora Anne Saraiva, pois sem os conhecimentos que ela me apresentou eu

não seria capaz de está onde estou. Muito obrigado!

Ao grande professor de música, instrumentista, orientador na vida e amigo, Ailson

Saraiva, que sempre enxergou muito além de como estava musicalmente, vislumbrando onde

eu poderia chegar como em um curso de ensino superior de música. Tanto percebeu isto em

mim, quanto em muito amigos que por este curso de licenciatura passaram. Sou eternamente

grato, muito obrigado!

Aos grandes amigos da comunidade santa cruz, que quando adolescente, ainda que de

maneira informal, me ensinavam os primeiros acordes no violão e as primeiras batidas

percussivas para acompanhar os encontros que participávamos.

Agradeço ainda de maneira muito especial a todos os professores e mestres da Escola

de Música da UFRN, em que com todos aprendi e aprenderei muito. Eles me fizeram enxergar

que ser professor de música vai muito além de ensinar um instrumento musical.

Por fim, agradeço por demais a minha orientadora, Calígia Monteiro, que se dispôs a me

conduzir e apoiar as ideias, além de lapidar e fazer entender o que era preciso, deixando de lado

seus afazeres e priorizou este trabalho por muitas vezes, para dedicar seu conhecimento em prol

de meu crescimento. Muito obrigado!

Agradeço a todos que de uma maneira direta ou indireta me conduziram e ainda me

apoiarão nessa caminhada.

Page 6: A utilização da composição musical como estratégia de

Resumo

A prática de estágio nos cursos de licenciatura, necessária para melhor capacitação dos

graduandos, possibilita a vivência em sala de aula, bem como torna conhecida algumas

necessidades e tarefas a serem cumpridas por parte do futuro docente. Assim, o objetivo deste

trabalho é relatar a importância do estágio no processo de formação docente evidenciando o

processo de composição como estratégia de aprendizagem musical. Este trabalho trata-se de

um relato de experiência realizado durante a disciplina de Estágio Supervisionado IV da

EMUFRN, na Escola Municipal Verador José Sotero no bairro de Igapó na cidade de Natal –

RN. Diante disso, trago parte da trajetória prática vivida no estágio em que nas aulas, na

academia, é experimentado mais em seu sentido teórico. Assim, trazendo fragmentos da

vivência desta etapa da licenciatura, realizada na educação básica, construiu-se novos saberes

a partir das reflexões e ações conduzidas ao longo do trabalho, com a qual foi possível a

construção de uma composição como uma estratégia de qualificar o ensino e também como

meio de aproximação experiencial histórica e criativa musical dos alunos.

Palavras-chave: Estágio Supervisionado; Planejamento; Composição; Vivência musical.

Page 7: A utilização da composição musical como estratégia de

ABSTRACT

The practice of internship in undergraduate courses, necessary for better training of

undergraduates, enables the experience in the classroom, as well as makes known some needs

and tasks to be fulfilled by the future teacher. Thus, the aim of this paper is to report the

importance of the internship in the process of teacher education, highlighting the composition

process as a strategy for musical learning. This work is an experience report conducted during

the course of Supervised Internship IV of EMUFRN, at Verador José Sotero Municipal

School in the Igapó neighborhood of Natal - RN. Given this, I bring part of the practical

trajectory lived at the stage where in classes, in the academy, is experienced more in its

theoretical sense. Thus, bringing fragments of the experience of this stage of the degree, held

in basic education, new knowledge was built from the reflections and actions conducted

throughout the work, with which it was possible to build a composition as a strategy to

qualify teaching. and also as a means of approaching students' historical and creative musical

experiences.

Keywords: Supervised Internship; Planning; Composition; Musical experience.

Page 8: A utilização da composição musical como estratégia de

Sumário

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 7

2. IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO PARA O

LICENCIANDO..................................................................................................10

3. METODOLOGIA ..........................................................................................14

3.1 Caracterizações da escola ............................................................................14

4. CARACTERIZAÇÃO DA TURMA ............................................................16

4.1 As observações e regências ..........................................................................28

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................25

REFERÊNCIAS

APÊNDICES

Page 9: A utilização da composição musical como estratégia de

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1. Introdução

Desde criança havia música presente em minha rotina, mesmo enquanto bebê com as

canções de ninar que cantavam para mim, principalmente na hora de dormir. Quando comecei

a ir a escolinha, a música normalmente era associada a hora de recreação, do lanche, também

executada em cantigas de roda, mas confesso que de início não percebia que a música fazia

parte da aprendizagem, isso em meus primeiros anos da alfabetização até a adolescência, ao

menos não me recordo de ter a consciência de uma musicalidade, e assim como muitos

atualmente eu notava a música apenas como hobby ou momento de recreação, nem sequer

imaginava que havia um sentido para todas aquelas canções que cantávamos na rotina da

escola, apesar de já entender que haveria a fila para o lanche após cantar determinada música.

Quando um pouco maior, na idade da pré-adolescência, já havia um entendimento

musical mais claro devido a convivência com amigos que tocavam violão e também diante

das aulas de flauta que havia tido, assim passei a ver e fazer uso também em um momento de

distração, estando sozinho, até mesmo para refletir sobre os versos que ouvia, tendo também

como diversão quando estávamos os amigos e eu, juntos a conversar. Estes momentos eram

regados a novos conhecimentos que eu nem me dava conta, pois através das conversas sobre

canções e até mesmo sobre determinadas bandas, passávamos não só por um momento de

socialização, mas também por aprendizado de gêneros musicais, formação de bandas,

formação de acorde, ou seja, eram momentos informais de conhecimento musical além de

bem estar social.

Entrando na Licenciatura em Música, comecei a ter uma noção de como é o ensino

da música, mais precisamente a educação musical voltada para a educação básica, e em quais

níveis de ensino e maneiras formal, informal e não formal de ensinar esta área de

conhecimento o educador musical pode atuar, que pode ser desde uma ONG a escola básica

de ensino ou escolas especializadas de música. Aprendizagens que se dão com o saber

musical sendo passado por e entre pessoas, também em projetos de bandas marciais, coros,

percussão, aulas particulares e tantos outros lugares de atuação do educador musical.

Por outro lado, nesta graduação, também adquiri uma visão mais realista de como

que é ser professor de escola básica, especificamente de música, o qual trata o contexto deste

trabalho. Na prática deste estágio pude observar o quanto esta profissão de professor é árdua,

e perceber, nesta realidade, que por se tratar de música as aulas ainda são de certa forma

banalizadas, pois muitos alunos ainda veem a música na escola como momento recreativo e

não como uma linguagem artística sendo área de conhecimento. Quem sabe isso está ligado a

Page 10: A utilização da composição musical como estratégia de

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como a coordenação e direção e o corpo escolar entende o papel e importância do professor

de música na escola, como corrobora Koellreuter (1997, p. 109) “os pais desconhecem ainda o

inestimável valor educacional e socializante das disciplinas musicais”.

Contudo, além dos direcionamentos teóricos propiciados nas aulas da graduação o

curso de Licenciatura em Música da Escola de Música da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte (EMUFRN) dispõe em sua estrutura curricular disciplinas que propiciam aos

graduandos a regência em sala de aula através das disciplinas de Estágio Supervisionado I, II,

III, IV, direcionados respectivamente a Educação Infantil, Escola Especializada em Música

Ensino Fundamental e Médio. Sendo esse uma das formas de possibilitar o licenciando

experienciar e melhor se capacitar em relação a profissão de docente frente a uma sala de aula

nos diversos níveis de ensino.

Assim, ao realizar as primeiras práticas de estágio, tive a oportunidade de sentir um

pequeno fragmento das teorias que aprendi por meio das disciplinas em relação à

funcionalidade desta área de conhecimento, e, por em prática conteúdos musicais, agora com

a consciência e o dever de tornar conhecido também aos alunos que o ensino de música não se

trata de recreação. Foi também a vivência no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à

Docência (Pibid) que me proporcionou um contato direto e de forma mais imediata com a

rotina de outra escola de ensino básico no ensino fundamental II, na disciplina de música.

Portanto, diante de algumas vivências passei a me questionar a cerca de como estaria

acontecendo minha prática docente, mesmo ainda estando em formação. Tendo em vista as

sequências das aulas e as regências nos Estágios Supervisionados serem de certa forma de

responsabilidade minha, no decorrer das atuações sempre tentava aproximar ao máximo a

teoria da prática, inserindo na realidade dos alunos o conteúdo de uma forma atrativa e lúdica.

Com isso cheguei por vezes questionar: como eu gostaria de ter aprendido sobre isso? Como

este aluno na sua realidade de vida e aprendizagem pode entender determinado assunto? Entre

tantos outros questionamentos, com o intuito de contribuir para a formação e/ou

transformação do ser que aprende, e também do que ensina.

Diante disso, compreendi a importância e necessidade da organização pedagógica

que deve ter o professor, o qual precisa de um bom planejamento e adequação da forma de

passar o conteúdo de acordo com a bagagem histórica e nível de assimilação de conteúdo dos

alunos. Para isso é interessante que aja um cuidado com o planejamento e seleção dos

conteúdos a serem ministrados e até estratégias de ensino para melhor atração e compreensão

do conteúdo, sobretudo para as aulas de música, a qual é o contexto de ensino deste trabalho.

Page 11: A utilização da composição musical como estratégia de

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Pensando nisso, o objetivo geral deste trabalho é relatar a importância do estágio no

processo de formação docente evidenciando o processo de composição como estratégia de

aprendizagem musical. E os objetivos específicos são: evidenciar a importância dos

planejamentos; pontuar a importância de lecionar unindo a prática e a teoria; apontar questões

sobre como é ser professor de música na escola básica.

Tal escolha foi feita pensando em melhor me orientar refletindo sobre minhas

práticas e contribuir para pessoas que também possam ter as mesmas questões. Nesta

perspectiva trago neste trabalho o relato da minha experiência que aconteceu na Escola

Municipal Vereador José Sotero, em que discorro parte da trajetória prática vivida na

disciplina de Estágio Supervisionado IV, expondo fragmentos da vivência de algumas etapas

da licenciatura, realizadas também na educação básica.

Desta forma, nos capítulos que seguem trago em evidência a importância do estágio

para o licenciando, abordando a relevância de aliar a teoria com a prática em sala de aula o

que reflete diretamente a uma discussão sobre a necessidade de atenção com os planejamentos

com o intuito de pensar conteúdos e atividades de acordo com o público alvo com qual se

trabalha. Por fim, aponto questões sobre o ser professor de música na escola básica, inclusive

relatando o processo de composição musical realizado durante a prática de estágio.

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2. Importância do Estágio Supervisionado para o licenciando

Constrói-se saberes a partir da prática do estágio unida às reflexões e conteúdos

teóricos abordados também durante as aulas da graduação. Nas escolas de educação básica

pelas quais passei não foi tarefa fácil despertar a atenção, bem como o gosto pelas artes,

especificamente música. Talvez pelo fato de não ter uma regularidade de ensino nestas

escolas desta área de conhecimento. O que de certa forma pode também justificar a falta de

conhecimento de alguns gestores e até pais de alunos em relação a importância das aulas de

música na escola. Citando a minha realidade como exemplo: durante anos ao meu redor foi

instaurada uma percepção desde pais, amigos, irmãos mais velhos, sociedade que eu tomava

como base, de que a arte/música somente servia para a distração e momentos de lazer, mais

especialmente a Música, e acredito que este pensamento se reforçou pelo fato de no meu

ensino fundamental não ter como matéria que contemplasse conteúdos musicais e, sobretudo,

a disciplina de artes era banalizada como a disciplina do desenhar e pintar.

É diante da vivência nos estágios nas escolas de educação básica, enquanto

licenciando, que podemos refletir sobre os conteúdos teóricos apreendidos exercendo a prática

na medida em que entendemos melhor a realidade profissional do professor, a qual vai além

de relatos de vivência como este, em que podemos refletir um tanto mais e qualitativamente,

sobre o ensino da música tanto no ensino médio quanto também em outros níveis da educação

básica.

Levando em consideração, sobretudo a prática de estágio para o desenvolvimento das

aulas de música, algo que me desperta muito a curiosidade e questionamento é o fato de

termos inserida na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional a informação de que

Música deve está presente nas aulas de artes da escola de educação básica: “6º As artes

visuais, a dança, a música e o teatro são as linguagens que constituirão o componente

curricular de que trata o § 2o deste artigo” (BRASIL, 2016b), porém não se faz realidade de

todas as escolas. E mesmo tendo sido aprovada em 2008 a Lei nº 11.769 a qual informava a

obrigatoriedade do conteúdo musical nas aulas, pelas escolas que passei pude notar a falta de

conhecimento de alguns profissionais da educação em relação a presença e a importância

desta área de conhecimento.

Entretanto, é extremamente satisfatório ver uma lei que trata do ensino de música em

escola básica. Apesar de o caminho ainda ser bastante conturbado, este apoio é por um

momento confortante. Pois é sabido que por meio de congressos, fóruns, debates e a presença

de professores especificamente de música em algumas escolas, inclusive concursados, é

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possível perceber conquistas na área da educação em relação a presença do professor de

música como aponta Luciana Del-Ben:

Desde a aprovação da Lei nº. 11.769, em 18 de agosto de 2008 (Brasil,

2008), tem sido significativa a mobilização de formadores, pesquisadores e

professores da área de educação musical no sentido de garantir a presença da

música nas escolas e, mais que isso, a institucionalização do ensino de

música na educação básica. (DEL-BEN, 2012, p. 38).

Diante disso, o estágio em si possibilita ao licenciando vivenciar e analisar tanto

estes pontos políticos-pedagógicos quanto a própria formação docente, no que se refere a

metodologias, práticas reflexivas, o que de fato se constrói por meio da prática em sala de

aula em que une a teoria aprendida na academia e a troca de conhecimento entre os educandos

e demais profissionais do ambiente de trabalho.

Assim, enquanto profissionais da educação pensamos, vivemos e participamos da

construção de saberes da sociedade e por isso é primordial estar inteirado de sua realidade e

cultura, de sua maneira de ver o mundo. Para isso é preciso planejar e elaborar estratégias

para melhorias com o intuito de se adequar a realidade do público mencionado. Buscando

com isso maior qualidade na aprendizagem, utilizando-se inclusive de momentos lúdicos,

pois, acredito que nesses momentos também aprendemos.

O planejamento, que deve anteceder a aplicação da prática, vem como dever

pertinente ao ser professor, de buscar mostrar com qualidade e sabendo que não é algo

estático, e auxiliando a respaldar o professor ao conteúdo que pode sofrer mudanças. Uma das

maneiras de pensar o planejamento vem apresentada por Fernandez,

Planejar é uma das funções dos professores. Planejar a prática pedagógica

não consiste somente no exercício de uma técnica no sentido restrito. Se

assim fosse, poderíamos conduzir o texto descrevendo, em nosso caso,

fórmulas ou receitas para a elaboração do plano de aula. (FERNANDEZ, s.d.

p. 59).

Então, certamente não considero que é, ou que será, uma realização simples!

Principalmente nos momentos iniciais em que, além da responsabilidade de ensinar com

qualidade as atividades, há uma maior responsabilidade de apresentar este novo mundo

musical ao público alvo, onde tudo o que for vivenciado servirá para sempre de referência na

vida musical deste ser. Com isso, uma das necessidades que o professor deve estar sempre

atento ao apresentar conhecimentos, neste caso voltado ao conteúdo musical, é o

planejamento direcionado a especificidades da turma. Pois, possivelmente quase todos nós

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temos um histórico musical inconsciente, desde as canções de ninar, as músicas em

propagandas, banda favorita, rádios entre outros estímulos musicais. Como corrobora Zibas:

Os professores têm, em geral, grande dificuldade de aproximar-se da cultura

adolescente. Esse distanciamento afunila a cultura da escola, empobrece as

trocas entre os sujeitos do mundo escolar e converte, muitas vezes, o

conteúdo das disciplinas em elemento aversivo aos alunos. (ZIBAS, 2005,

p.25).

Diante disso, é possível assinalar que se fazer necessário estar atento e refletir

sempre que possível sobre a necessidade e especificidades que a rotina em sala de aula nos

trás, tentando sempre compreender quais prováveis caminhos podemos seguir, para atuar de

maneira satisfatória ao aprendizado do aluno bem como o nosso enquanto docente.

Desta forma, o estágio supervisionado oferece ao licenciando essa percepção de

necessidade de adequação de conteúdo e estratégias para melhor desenvolver a habilidade

profissional e consequentemente melhor compreensão de conteúdo por parte dos alunos. O

fato que conclui durante o período desta vivência é que a prática em sala de aula auxilia ainda

mais na nossa formação, pois é em sala que aula que podemos unir a teoria e a prática e ainda

refletir sobre ela. É na vivência que percebemos como o ensino se dá diante das reações dos

alunos e também de como agimos para esclarecer ou resolver alguma questão que venha a

surgir, por exemplo conseguir a atenção da turma enquanto explana um assunto e, além disso,

tentando nos aproximar ao máximo da realidade de vida e escolar, nas observações e

aplicação de atividades nos estágios supervisionados. Molinari e Scalabrin (2013, p.4) falam

que;

O estágio curricular é compreendido como um processo de experiência

prática, que aproxima o acadêmico da realidade de sua área de formação e o

ajuda a compreender diversas teorias que conduzem ao exercício da sua

profissão. É um elemento curricular essencial para o desenvolvimento dos

alunos de graduação, sendo também, um lugar de aproximação verdadeira

entre a universidade e a sociedade, permitindo uma integração à realidade

social e assim também no processo de desenvolvimento do meio como um

todo, além de ter a possibilidade de verificar na prática toda a teoria

adquirida nos bancos escolares (MOLINARI, SCALABRIN, 2013, p.4).

Sendo assim, considerado importante durante a formação docente, por possibilitar

esta reflexão de evolução profissional a partir das experiências obtidas. Servindo inclusive

para fazer perceber que a formação docente não acaba ao findar o curso de graduação, mas

sim permanece em constante aprendizado diante das diferentes experiências com diversos

Page 15: A utilização da composição musical como estratégia de

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alunos para os quais iram lecionar os licenciandos. Fato, é que, apenas frequentando as aulas

na academia e lendo os textos não seria possível adquirir conhecimentos que somente a

prática nos possibilita, inclusive por meio de observações e análises dos perfis dos alunos e da

própria prática enquanto professor.

Então, é neste momento que podemos refletir diante de nossas ações sobre nossa

evolução acadêmica e pessoal. Desse modo se faz necessário a todos que vivem este processo

da docência, além de compreender o conteúdo, saber como colocar em suas aulas e

contextualizar cada conteúdo pensando em como pode afetar positivamente e tentar na

medida do possível evitar situações que atuem negativamente na vida de quem o recebe. Com

isso, proporcionando de fato mudança significativa para a vivência escolar e o aprendizado.

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3. Metodologia

A partir da vivência do estágio na rede de ensino básico no município de Natal/RN,

realizado durante a disciplina de Estágio Supervisionado IV, componente obrigatório do

Curso de Licenciatura em Música da UFRN, o qual é direcionado para o ensino de música na

Educação básica em nível do Ensino Médio, decidi construir este trabalho monográfico com o

objetivo de relatar a importância do estágio no processo da formação docente evidenciando o

processo de composição como estratégia de aprendizagem musical.

Neste trabalho utilizei a abordagem qualitativa, pois por meio dela foi possível tecer

reflexões conduzidas através das observações e participações nas aulas do estágio em que

regi. O trabalho em si trata-se de um relato de experiência em que pude realizar na Escola

Municipal Vereador Jose Sotero. E por ser um relato, trago um pouco da experiência em sala

de aula e do debate com os colegas da universidade e professores sobre as observações e as

atuações com os alunos e também possíveis soluções sugeridas e obtidas com a turma do nono

ano “c”. Ressalto, que apesar de o estágio ser direcionado para o Ensino Médio minha atuação

foi em uma turma do último do Ensino Fundamental 2 diante da pouca presença de

professores de música no ensino médio. Assim, para que eu pudesse contemplar os requisitos

mínimos do estágio 4, foi aberta uma exceção para que houvesse a atuação no 9º ano, o qual

mais se aproxima da faixa etária dos alunos de Ensino Médio.

Diante disso, a seguir discorro sobre as ações conduzidas ao longo da prática do

estágio e informações da construção de uma composição musical como uma estratégia de

qualificar o ensino e também como meio de aproximação experiencial.

Assim, para análise e contextualização deste trabalho foram realizadas também

leituras bibliográficas na busca de fundamentar o trabalho e melhor explanar a importância

dos planejamentos de aula e do estágio supervisionado para o professor em formação Deste

modo, nos capítulos a seguir relato os passos e as aulas que regi, bem como a interação aluno-

professor à medida que a pesquisa ocorria.

3.1 Caracterizações da escola

A Escola Municipal Vereador José Sotero é localizada na Rua Aracajú nº 142, bairro

igapó na cidade do Natal/RN. Oferece ensino do fundamental II nos turnos matutino e

vespertino e funciona em um prédio de alvenaria de construção relativamente nova, seguindo

o modelo adotado de engenharia para as escolas do município.

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É um prédio bem planejado, tendo uma estrutura relativamente organizada de salas,

com um bom aproveitamento dos espaços (sala de professores, de vídeo, de informática e de

artes, biblioteca, quadra, direção, coordenação, secretaria, refeitório, área verde e um ótimo

pátio), além de ser bem arejada e observa-se está em boa conservação.

O ambiente é amplo e parece ser agradável para os estudantes e comunidade que ali

frequentam. Os corredores de acesso às salas de aula são cobertos, protegendo os alunos em

dias de chuva. Existe uma biblioteca bem organizada e catalogada em que os alunos além de

acesso às pesquisas podem fazer empréstimos de livros para estudarem em casa. Na mesma

sala da biblioteca funciona uma sala de vídeo que deve ser agendada antecipadamente quando

precisa ser usada. Além disso, tem na escola aula de xadrez e ginastica rítmica ministradas por

professores de educação física, além de futsal e vôlei.

Há um espaço importante como a quadra de esporte coberta onde são realizadas as

aulas de educação física e diversas outras atividades como eventos festivos. Logo à entrada o

prédio da administração, fica uma sala para receber alunos e pessoas para conversa reservada,

a secretaria, a sala da diretora, uma sala para professores e os banheiros dos funcionários. Ao

lado deste prédio, tem um espaço coberto com algumas mesas de recreação, onde os alunos

ficam nos intervalos das aulas (algumas fotos estão nos apêndices para melhor compreensão).

A escola atende alunos da comunidade e de bairros vizinhos situados na zona norte

de Natal/RN. Está em um lugar que pode ser considerado de periferia, e como muitas enfrenta

problemas de desnivelamentos em relação ao ano e idade correspondente.

O corpo docente é formado por professores da rede municipal de educação, alguns já

estão na escola desde sua fundação, outros recém-chegados. E cumprindo uma carga horária

por hora relógio, ao invés de hora-aula como era antes do município de Natal adotar este

formato de hora. A professora a qual eu estava sendo supervisionado no estágio atua na escola

há 5 anos, tem formação em educação artística e uma experiência musical vasta como cantora,

e também faz parte de diversos corais na rede municipal e na UFRN.

A escola funciona oferecendo aulas apenas durante o dia, nos turnos matutino e

vespertino, mas a noite há treinos de futsal e durante um período do ano há também ensaio de

uma quadrilha junina e reuniões comunitárias. A escola oferece o programa Mais Educação,

programa do qual já fui monitor nas oficinas de música. Também oferecia o projeto Escola

Aberta que funcionava aos fins de semana buscando oportunizar maior vivência da

comunidade com a escola ofertando diversas oficinas, dentre elas a de violão.

Page 18: A utilização da composição musical como estratégia de

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4. Caracterização da turma

Levando em consideração a necessidade de buscar novas estratégias para atuar com

os alunos em sala de aula, percebido durante as observações da turma, através do Estágio

Supervisionado foi possível desenvolver uma composição musica coletiva, tendo a sua

criação e execução por parte dos alunos. Diante disso, a seguir descrevo a caracterização da

turma trabalhada, bem como as observações realizadas e a letra como resultado final da

composição.

A turma do 9º ano “c” do turno matutino, que tem uma variedade grande no quesito

faixa etária, aproximadamente noventa por cento da turma mora nas proximidades da escola, e

estuda no local desde o sexto ano. Assim conhecendo bem a rotina da instituição, por já ter

lecionado para alguns destes alunos no projeto mais educação, não é uma turma tão

silenciosa. Por muitas vezes os alunos conversam entre si, pegam os celulares, chegam

atrasados na sala devido a aula ser logo em seguida do intervalo, e com todos esses

transtornos atrapalhando por demais o desenvolvimento da aula. Durante minha atuação perdi

muito tempo pedindo e esperando o silêncio mínimo pra entenderem o que estava tentando

dizer.

Assim, durante as observações não imaginei o desafio que seria mesmo percebendo

que a turma era bem agitada e se dispersava bastante. Havia apenas pensado em como aplicar

os conteúdos, e não exatamente em ter que ter controle da turma. Existem muitos grupos de

amigos espalhados pela turma, cada qual buscando estar perto de quem mais se identificava.

Algumas meninas sempre se sentavam próximas mantendo assim uma rotina de conversa, mas

também apoiando a uma das companheiras de sala, uma colega adolescente que estava

grávida.

Outro grupo de amigos que sempre, em todas as aulas chegam juntos e atrasados.

Outros que costumavam jogar junto na equipe de futebol de salão da escola. Alguns bem

comportados que sempre buscavam estar atentos a aula, estes quase sempre estavam sentados

mais à frente da classe. Outros alunos, meninos e meninas, permaneciam quase sempre com o

celular ligado ao fone de ouvido.

Por fim, é uma turma bem sortida em pessoas, personalidades e comportamentos. Por

muitas vezes os alunos se envolviam nas atividades que eram propostas, porém tinham que ser

supervisionados e cobrados em quase todas as situações para poderem concluir uma atividade

relativamente simples. Isso por conta de mau comportamento, ou aparente desinteresse. Em

Page 19: A utilização da composição musical como estratégia de

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um recorte de minha visão externa de quem observa, este aparenta ser um comportamento

comum que se estende a outras turmas e escolas.

A professora, com a qual estava estagiando, é formada em arte com especialização

em música, além de praticar canto em paralelo a sua carga horária. Ela está a frente de um

projeto de canto coral na mesma escola que acontece duas vezes na semana, no contra turno

com os alunos que demostram interesse em aprender sobre o canto. Apesar de não ter tido

acesso aos planos de aula direcionados a turma, sempre conversava com a professora a qual

explicava e questionava os conteúdos que eu pretendia aplicar com a turma, sugerindo em que

data eu daria os assuntos propostos, me ajudando a entender ainda mais a importância de

planejar muito as aulas.

As aulas da turma do 9º ano “c” aconteciam por duas vezes por semana, uma na

terça-feira e a outra na sexta-feira. Durante o período do estágio foi dividida essa rotina de

aulas: na aula da terça-feira a professora estava desenvolvendo junto com a turma o tema

História em Quadrinhos (HQs), e na aula da sexta-feira ela fazia supervisão sobre minhas

aulas de música, enquanto eu assumia a regência das mesmas.

Neste período de regência do estágio, a professora estava apresentando e orientando

sobre as HQ. Um fator que busquei aplicar foi à maneira como a professora constantemente

empregava a linguagem próxima da que os alunos usavam, sem perder a formalidade escolar

que a função de professor exige. Tendo a linguagem familiar como uma estratégia de

aproximação da turma e assim de melhoria quanto ao entendimento dos assuntos.

Ao fazer as primeiras visitas e também ao estar em sala apenas para as observações

iniciais, sequer cheguei a imaginar que o maior desafio para minhas atuações seria a

“conquista” da turma para conseguir silêncio, chegar no horário, tirar os fones de ouvido, por

exemplo. Apenas imaginei que seria desafiador entender como a turma responderia de forma

positiva ou não as minhas propostas durante a execução das aulas. Muito provavelmente tais

fatos ocorrerão devido a uma ansiedade adquirida, na expectativa da regência.

Houveram momentos durante as aplicações das aulas em que pensei em desistir e

simplesmente sair, devido ao comportamento de alguns. Abaixo segue os detalhes e

informações sobre as observações e a prática docente.

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4.1 As observações e regências

As observações serviram para entender um pouco da turma em relação a como se

comportavam em sala. Entretanto, ainda assim não me trouxeram a realidade de como atuar

com eles. Observei duas aulas entre os dias quinze e vinte e nove de março.

No primeiro dia houve apenas uma reunião feita pela direção junto com a

coordenação e todos os professores da escola. Uma parte dessa reunião foi feita para um

grande número de pessoas pais e alunos, na parte onde funciona o refeitório da escola, falando

sobre informações gerais, como fardamentos horários das aulas, apresentando professores

novatos, dando diretrizes de como seria o planejamento da escola para o decorrer do ano.

Num segundo momento, as turmas foram separadas e quem pertencia ao sétimo ano

se dirigia a sala do sétimo, quem era do oitavo, sexto e nono anos se direcionavam as salas

correspondentes. Cada professor, de acordo com o que fora previamente definido, estava

presente em sua sala para uma conversa com os pais e alunos também solucionar sobre

quaisquer dúvidas que os pais e responsáveis pudessem ter, e recolher assinaturas de uma ata

de presença naquele dia, tanto para os alunos quanto para os pais.

No segundo dia, que estava agendada a segunda observação, ocorreu uma

paralisação de toda a rede municipal. Por este motivo não houve o que seria para mim a

segunda observação. No terceiro dia de ida à escola, aí sim foi possível realizar a segunda

observação da turma e neste caso em sua rotina de aula. Ao iniciar a aula a professora fez a

saudação da turma e em seguida me chamou a frente para que os alunos me conhecessem e

compreendessem o que eu estava fazendo ali presente na sala de aula com eles. Explicou que

eu iria observar, e logo mais estaria conduzindo as aulas uma vez por semana, na sexta feira,

enquanto ela estaria trabalhando com eles nas terças. Explicou também que estaria me

supervisionando na prática de estágio, que faz parte do processo para a conclusão de uma

graduação, neste caso em licenciatura em Música. E contextualizou a oportunidade deles

experimentarem algo diferente do que o currículo da escola oferecia, já que eu trabalharia

conteúdos musicais.

Nesta segunda observação, acompanhei a turma também em outras aulas além da

aula de arte na busca de entender melhor seus comportamentos e até mesmo me fazer mais

presente na rotina de aulas da turma. Acompanhei a turma em uma aula de história e uma de

matemática.

Ao observar a turma em outras aulas que não apenas a aula onde estaria pondo em

prática as minhas observações e regências, percebi que alguns alunos mantinham o mesmo

Page 21: A utilização da composição musical como estratégia de

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comportamento de brincadeiras e conversas paralelas e que isso não era exclusividade apenas

da aula de arte. Outros que também conversavam com frequências, em outras disciplinas

buscavam estar minimamente mais atentos ao conteúdo. Talvez por haver uma dificuldade

maior de assimilação do assunto ou pela postura mais fechada do professor da disciplina. Não

pude constatar mais detalhes sobre isto por não acompanhar outras aulas destes mesmos

professores. A aula de matemática era a que tinha maior atenção e com isso comparei com a

aula de artes e pensei que ele pudessem estar encarando a matéria de arte como algo mais

“fácil” e relacionado ao lazer, momento de recreação ou algo assim, e não como uma

linguagem tão importante quanto as outras do currículo escolar.

Estas observações me fizeram questionar o quanto eficaz deveria ser a associação da

temática de minhas regências. E na busca de estratégias pensei em organizar a trajetória das

aulas a partir da história da música, trazendo para os alunos um conhecimento prévio básico

de como foi a caminhada e evolução da música como a conhecemos na atualidade. Neste

momento já havia em mim o pensamento de trabalhar uma composição coletiva como

estratégia e ferramenta para uma vivência musical.

Na primeira aula, levei textos e vídeos, utilizando um computador e um projetor

conectados à internet que a escola oferece o acesso aos professores como uma forma de

conduzir melhor as suas aulas. Tanto o texto quando o vídeo trazia a temática da história da

música com pontuações e reflexões desde os princípios. Fizemos as leituras de forma coletiva,

onde cada um que se sentisse a vontade poderia ler uma parágrafo. Busquei que com essa

leitura os alunos pudessem estra atentos ao conteúdo e que interagissem com a aula, ainda que

de maneira simples.

Com a leitura do texto seguimos o primeiro momento da aula, em seguida questionei

quem havia compreendido e pedi pra que compartilhasse com a sala. Não tive muito sucesso

neste momento! Na sequência, intercalando a explanação e alguns vídeos sobre a história da

música, fiz questionamentos sobre o que acharam do vídeo e alguns disseram que acharam

bem legal e criativo a maneira como o vídeo foi feito; que devia ter dado trabalho desenhar

tudo. Um dos vídeos era em formato de desenho, o que chamou bastante a atenção e trouxe

um resumo do texto que havíamos lido.

Na segunda aula, levei para a turma um momento de apreciação de músicas diversas.

Entre elas, algumas músicas que eles costumavam escutar em rádio no estilo sertanejo

universitário, um estilo conhecido popularmente como “sofrência”. Dispus o áudio em meu

aparelho celular, também levei música clássica e música contemporânea, essas utilizando da

conexão com a internet da escola.

Page 22: A utilização da composição musical como estratégia de

20

Sempre em seguida a cada música tocada trazia alguns questionamentos sobre o que

escutaram, por exemplo: Que ritmo poderia ser? Que instrumentos perceberam? Era uma

música lenta ou mais rápida? Havia poesia, letra? De que parte do mundo essa música

poderia ser? O que acharam? Buscando gerar reflexão sobre o tema.

Na terceira aula, ainda voltando a falar de história da música e dando continuidade

aos vídeos, prossegui falando também sobre a história da música no Brasil. Levei então

músicas com estilos musicais voltados para o rock, pelo fato de ter sido em décadas anteriores

um estilo musical bastante presente no meio popular e de fácil consumo em rádios, além de

carregar uma fama que se associa a rebeldia e quebra de padrões, muitas vezes pertinente a

idade da adolescência que os alunos se encontram.

Depois da exibição do vídeo abrimos um debate sobre o que foi entendido e pedi

para que numa folha de caderno construíssem um resumo relatando o que entenderam e

destacassem para me entregar. As histórias1 e estilos musicais apresentados até o presente

momento foi buscando que os alunos pudessem entender minimente sobre uma diversidade de

estilos existentes no mundo, bem como no Brasil, agregando repertório ao que cada um pode

ter consigo adquirido em sua trajetória de vida.

Na quarta aula busquei tratar das dúvidas encontradas nos resumos e esclarecer

algumas mais que surgiram na sala. Alguns comentaram que já conheciam a banda Legião

Urbana por conta de seus pais que sempre escutavam em casa, que achavam bem legal as

letras, que tinha um sentido legal de protesto e amor. Outro questionou se eles copiavam as

músicas de artistas estrangeiros.

Pretendia também falar sobre paisagem sonora na composição de uma cena. Isso

pensando em contribuir com a construção que eles estavam tendo de uma história em

quadrinhos, nas aulas da terça-feira com a professora titular da turma, mas não aconteceu.

Mesmo tentando com muita paciência seguir a aula neste dia em especial, vivi algo

que nunca imaginei: pensei em sair da sala de aula devido todo barulho e a falta de

importância que eu parecia ter ali. A turma estava muito desordenada, perdi o controle sobre

eles sem a menor dúvida nesta aula. Não foi uma boa experiência! Contudo, o que mais me

ajudou foi compartilhar a situação aos meus colegas da disciplina de estágio IV, onde nos

momentos que compartilhávamos sobre como estavam acontecendo às regências também

relatavam as angústias deles e sugeriam possíveis estratégias. Foi o que me deixou menos

1 Os links dos conteúdos usados por meio da internet estão nas referências.

Page 23: A utilização da composição musical como estratégia de

21

conturbado com o ocorrido. Diante das sugestões busquei acatar a de trabalhar em grupos

separados de quatro ou cinco componentes nas aulas seguintes.

Na quinta aula falamos sobre o processo de composição coletiva, procurei entender o

que os alunos já conheciam sobre composição, se já tinha criado uma música, e o que

achavam de criarmos uma em conjunto. Diante disso, esclareci o processo segundo meu olhar.

Pensando na sugestão de trabalhar em grupos, ofertada pelos colegas da turma de

estágio, assim o fiz. Seguimos a aula separando os grupos e pedi que conversassem para ver

as possibilidades de como poderia ser o ritmo da canção, como seria a melodia, e buscamos

associar com músicas que eles já conheciam que fazem parte do cotidiano deles, não como

paródia, mas como referência.

Decidimos por sugestão deles o tema, e como seria cada verso além do título que

ficou decidido Mundo Perfeito. Continuamos em grupos de quatro alunos e fizemos uma

votação pra eleger o tema da criação que faríamos coletivamente, elegeram dentre os temas

sugeridos que falaríamos sobre Política e Respeito. Diante disso, escreveram alguns versos

para entregar no fim da aula.

Na sexta aula trabalhamos a questão da harmonia musical da canção. Eu levei uma

sugestão de harmonia após analisar os versos que os alunos propuseram como resultado da

aula anterior. Alguns dos versos já tinham uma rima definida e combinando em formato de

estrofes, enquanto outros não apresentavam coerência nas palavras e formato musical.

Analisei junto com a turma se havia uma proposta interessante de modificação, diante do que

decidimos criar, direcionando ao tema e mensagem que a letra da música estava

comunicando. Ao tocar a música enquanto um experimento ainda neste momento quis saber

que ritmo poderiam fazer, que velocidade de execução, se a maioria estaria de acordo.

Notando que não havia tanta métrica em algumas frases, fui pedindo sugestões para

o melhor encaixe das rimas. Os alunos foram sugerindo e seguimos o processo de tocar com a

nova palavra sugerida pra sentir como ela se encaixaria na canção. Desta maneira

modificamos algumas terminações de frase e palavras que não estavam confortáveis de cantar

diante da proposta da turma, na tentativa de melhoria da criação coletiva. Até que chegamos

no resultado final apresentado mais adiante neste capítulo.

O resultado foi muito satisfatório. Nas aulas sete e oito, a proposta era apenas ensaiar

a fim de apresentar o resultado para toda escola. Os alunos demostravam entre si sentimentos,

uma euforia, uma ansiedade, pelo fato da possibilidade de mostrar aos colegas de outras

turmas uma canção criada por eles próprios. Havia uma expressão de nervosismo em alguns

misturado com uma satisfação em ter participado da criação de uma composição. Isto para os

Page 24: A utilização da composição musical como estratégia de

22

que mais se aproximaram do processo de criação da letra, outros que já conheciam alguns

acordes de violão me pediram para cifrar a música para que pudessem ensaiar em casa. Foi

realmente bastante gratificante.

Contudo, a apresentação não pode ser realizada, pois na aula seguinte foram

realizadas as avaliações do bimestre e na subsequente os horários reduzidos não permitiram

que tivéssemos um bom aproveitamento. Dentro do possível ensaiamos e buscamos melhorar

alguns detalhes notados na hora de tocar e cantar a canção, já que eles executaram e eu apenas

segui com a harmonia no violão. Gostaria de ter finalizado com uma apresentação para outras

turmas e a captação deste momento por áudio e por vídeo também. Segue abaixo o resultado

da parte escrita:

Mundo perfeito

Já sabemos que não existe um mundo perfeito.

Porque tem que ser desse jeito?

Por que tem que ser desse jeito?

Se quando olho pro lado, logo vejo um suspeito.

Porque tem que ser desse jeito?

Por que tem que ser desse jeito?

A crise é um sintoma de desarranjo politico

Sem saúde e segurança como é que eu fico?

Tenho minhas preferências, você tem as suas também.

Mas, sem democracias todos viramos reféns.

Já sabemos que não existe um mundo perfeito.

Porque tem que ser desse jeito?

Por que tem que ser desse jeito?

Se quando olho pro lado, logo vejo um suspeito.

Porque tem que ser desse jeito?

Por que tem que ser desse jeito?

É preciso muito mais pro país desenvolver

E pra ter o meu respeito, respeitado eu quero ser.

Não importa de que lado o que vale é a intenção

Não adianta estar à frente e não fazer pela nação.

Já sabemos que não existe um mundo perfeito.

Porque tem que ser desse jeito?

Por que tem que ser desse jeito?

Se quando olho pro lado, logo vejo um suspeito.

Porque tem que ser desse jeito?

Por que tem que ser desse jeito?

Page 25: A utilização da composição musical como estratégia de

23

De forma geral as aulas foram pensadas num formato menos tradicional (aluno

sempre sentado ouvindo e escrevendo), sempre que possível busquei perguntar algo e que eles

estivessem com as cadeiras postas em círculo ou em grupos. Apesar de ter que seguir alguns

regimes pedagógicos e escolares não houve discordância em relação a esses quesitos.

As ferramentas utilizadas foram vídeos, textos históricos, discussões em sala

contrapondo e apoiando ideias e o processo criativo, além de servir também como forma

avaliativa, tentando seguir a sequência didática construída para a disciplina do Estágio

Supervisionado IV inicialmente, a qual está inserida nos apêndice.

Ressalto que nos primeiros momentos onde estive na regência das aulas tive maior

dificuldade em passar os conteúdos, ainda que tivesse preparado algo mais visual com o apoio

do recurso tecnológico do projetor e de músicas. O rendimento da turma não foi o esperado

até que eu entendesse como agir diante de todos. Porém, ao final das regências foi notável que

quando eles se empenhavam conseguiam entender e produzir mais e melhor.

Assim, reafirmo que utilizei a estratégia da construção de uma composição coletiva

por ser uma experiência nova a ser vivenciada por estes alunos, permitindo que eles criassem

de forma orientada a partir do tema política e respeito que foi decidido por eles durante o

processo de entendimento histórico e fazer musical. Desse modo, se faz necessário a todos

que vivem este processo da docência, além de compreender, saber como colocar em suas

aulas e contextualizar cada conteúdo pensando em como pode afetar positivamente e tentar na

medida do possível evitar situações que atuem negativamente na vida de quem recebe o

conteúdo.

Durante as observações acreditei que as aulas aconteceriam de uma maneira muito

tranquila, uma vez que eu já conhecia a realidade social que a escola vive, conhecia alguns

alunos e uns professores e os diretores, além da supervisora e também de ter estudado em meu

ensino fundamental II nesta escola. Na prática não foi bem assim, pois já numa das primeiras

regências me vi como relatei anteriormente numa situação bem delicada: um desejo tremendo

de abandonar aquela aula devido à falta de importância que sentiam em relação a mim no

momento.

Ainda que tenhamos logrado uma composição em conjunto não acredito que

despertei o melhor do lado musical de toda turma, apenas de alguns. Contudo, numa visão

geral foi bem positiva a participação da turma. Por conclusão me senti satisfeito com eles pelo

resultado do trabalho traduzido numa canção.

Gostei muito da experiência de aplicar um projeto voltado exclusivamente para a

música, e inclusive por ter sido na escola onde eu quando era criança estudei no ensino

Page 26: A utilização da composição musical como estratégia de

24

fundamental II. Mas não se trata somente do conteúdo musical, é também como alguém que

pode de uma pequena forma despertar o desejo por uma possibilidade de vida acadêmica para

eles também.

Diante disso, e de mais uma vez cumprir a disciplina de estágio, a certeza obtida é

que ainda tenho muito a pesquisar e refletir mais e mais para conhecer ferramentas que

favoreçam o ensino das informações de maneira mais clara possível, para assim contemplar

de maneiras mais prazerosas o aprendizado, meu, e dos alunos. E ainda preciso aprender a

enfrentar as adversidades que surgirão na carreira docente. Preciso aprimorar meus

conhecimentos e práticas pedagógicas.

Page 27: A utilização da composição musical como estratégia de

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4. Considerações Finais

A vivência na rotina diária com os alunos do 9º ano “C” da Escola Municipal

Vereador José Sotero, possibilitou a percepção de minha parte de um pequeno fragmento da

realidade em que se encontra o ensino da música na escola tratada neste trabalho. O que não

necessariamente reflete a realidade de toda rede de ensino de música do município, ou de

outras escolas básicas que também oferecem a disciplina de música em sua estrutura

curricular. Mas, a partir das observações e regências pude entender melhor qual a importância

dessa prática no processo de formação docente.

É incrível como está claro a ligação do que se estuda na Universidade em teoria e

como se aplica, quase sempre com resultados positivos. Por outro lado quando não se faz essa

ligação o quanto se torna “palpável” essa dicotomia.

Diante dos momentos de reflexão sobre as vivências ao que pareceu, algumas vezes

cheguei a questionamentos como: o quanto a profissão de professor é colocada à margem e ou

como as pessoas, alunos e corpo escolar veem a música na escola? Como momento recreativo

ou de apresentações, e não como uma linguagem e área de conhecimento?

Busquei levar um conteúdo atraente, trazer as discussões para a realidade em que os

alunos estão inseridos tentando fazer uso de uma linguagem compreensiva, independente das

condições de acústica da sala ou do calor presente ou mesmo do envolvimento de alguns

alunos.

A experiência me serviu entre tantos pontos para entender que a música não é

colocada tão à margem assim, como eu mesmo cheguei a pensar. Que o ser professor, é uma

eterna busca por melhoria própria para poder oferecer sempre algo positivo. Que a música na

escola terá muito provavelmente sempre a ambiguidade de momento lúdico e linguagem da

aprendizagem, e cabe também ao profissional saber administrar estes pontos.

De forma geral, foi muito rica esta situação em que pude perceber detalhes que no

dia a dia nem sempre percebo, como a reação dos alunos diante da compreensão do conteúdo,

seu envolvimento, descontentamento, novas estratégias de acordo com cada turma que eu

venha a lecionar. Além de cada particularidade da parte dos alunos, desilusões de minha parte

também e procurar refletir sobre o ocorrido a fim de resolver quaisquer dificuldades. Poder

avaliar os resultados e reações dos alunos bem como a minha postura constantemente, é algo

que tenho que ter em mente e praticar sempre.

Page 28: A utilização da composição musical como estratégia de

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Fui muito bem recebido quando apresentei a proposta tanto para o corpo pedagógico

da escola quanto aos alunos. Mas, na aplicação abrangi enigmas principalmente com a falta de

ferramentas que poderiam auxiliar e envolver ainda mais os alunos no contexto das aulas.

No que diz respeito aos momentos de construção da composição, notei que uma parte

dos alunos estava bem envolvida e empolgada com sua criação. Entretanto, eu estava

apreensivo com o resultado final, devido à outra parte da turma não querer se envolver com o

mesmo empenho. Esta frustração ocorreu em mim, pois queriam que fosse algo que eles se

orgulhassem, por mais simples que fosse. Penso que posso ter me deixado levar pela

insegurança e autocrítica em alguns momentos e isso pode ter transparecido.

A partir do desenvolvimento deste trabalho passei a pensar em algum momento num

futuro próximo dar continuidade a esta temática. Estudar mais sobre o processo de

composição e de diversas maneiras de aplicar com os alunos percebendo mais e melhor, como

esse processo pode influenciar em outras realidades e tipos de pessoas.

Por fim, reforço o grande momento de experiência que a disciplina de estágio (ponto

de partida para o desenvolvimento deste trabalho) oferta, como algo tão importante em sua

prática quanto a sua parte teórica, onde antes somente tinha a ideia agora existe um fragmento

de realidade vivenciada nos mais diversos campos de atuação da vida de professor.

Ressalto que o planejamento para execução da composição musical me fez perceber

a importância e necessidade de uma intimidade com as diversas ferramentas como, dedicar

um tempo mínimo a pensar como será a recepção dos alunos quando for feita a apresentação

da aula. Trazer sempre que possível nas aulas o uso da tecnologia, projetor, som, filmes, a

utilização de celulares direcionados sempre para a temática da aula. A criação de jogos e

brincadeiras que permitam o aprendizado do conteúdo de forma lúdica, inclusive utilizando

também as diversas maneiras de composição de trechos e mesmo de canções como mais uma

ferramenta pedagógica. Por mais que algumas destas ferramentas nos sejam apresentadas na

universidade, outras só adquirimos durante a prática, em alguns casos, inicialmente

cumprindo os estágios ainda no curso de Licenciatura em Música.

Aponto ainda que considero válida tal discussão, sobretudo envolvendo a área da

educação musical para que em um futuro próximo se tenha uma visão melhor acerca da

profissão de Professor de Música, principalmente com o foco no ensino básico, esse tema se

faz e sempre estará presente e continuará bastante pertinente devido às transformações que o

mundo apresenta. Desfazendo a dicotomia da teoria e prática, tentando cada vez mais

aproximar uma da outra demostrando que estas se completam. E ainda buscando se firmar

Page 29: A utilização da composição musical como estratégia de

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como conteúdo essencial do desenvolvimento dos indivíduos, de quem atua enquanto

professor e de quem está na posição de aluno.

Page 30: A utilização da composição musical como estratégia de

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394 de 1996. Disponível em:

<www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm> Acesso em 20 set 2019.

BRASIL. LEI Nº 13.278, DE 2 DE MAIO DE 2016. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13278.htm> Acesso em: 23

set 2018.

DEL-BEN, Luciana. Educação Musical no Ensino Médio: alguns apontamentos

música em perspectiva. v.5 n.1, março 2012 p. 37-50.

Especial multishow sobre Rock anos 80. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?

v=A4T8HmNBKZ4> acesso em 12 de novembro de 2019.

FERNANDEZ, Zenaide Ferreira. Plano de aula. In: Minas Gerais. Secretaria de Estado da

Educação. Dicionário do Professor – Currículo. Belo Horizonte: SEE/MG; SIAPE, s.d.

História da Música: Resumo <http://www.dumboartfestival.org/historia-da-musica-resumo/ >

acesso em 12 de novembro 2019.

História da música. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=-zpKQFyp79Y>

acesso em 12 de novembro 2019.

JIM – DOZO (música contemporânea). Disponível em < https://www.youtube.com/watch?v

=kCQG9HbhAbY&list=PL0jXWq-scpTHzQrI15w0gMF72BKI8hPUP+a> acesso em 12 de

novembro 11 de 2019.

KOELLREUTTER, H.J. Sobre o valor e o desvalor da obra musical. In: Kater, Carlos (Org.)

Cadernos de estudo: educação musical. Belo Horizonte: Atravez/EMUFMG/FEA/FAPEMIG,

nº 6, 1997.

MOLINARI, Adriana Maria Corder; SCALABRIN, Izabel Cristina. A importância da prática

do estágio supervisionado nas licenciaturas. In : Revista Unar, V.7, 2013.

ZIBAS, Dagmar M. L. A reforma do ensino médio nos anos de 1990: o parto da montanha e

as novas perspectivas. Revista Brasileira de Educação, n. 28, p. 24-25, Jan./Fev./Mar./Abr.

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1h de musicas clássicas lindas. Disponível em < https://www.youtube.com/watch?

v=DUGbROP9EU4> acesso em 12 de novembro de 2019.

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APÊNDICES

SEQUÊNCIA DIDÁTICA

TÍTULO

Música como objeto de transformação através da composição coletiva.

PROFESSOR (A)

Joffison da Silva

TURMA E FAIXA ETÁRIA

Turmas 9º ano C da Escola Municipal Vereador Jóse Sotero, com alunos de faixa etária entre

14 e 17 anos.

TEMPO DE DURAÇÃO

8 semanas, sendo 1 aula por semana.

OBJETIVO GERAL

Vivenciar o processo da composição.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS (Questões problemas)

Utilizando parte do processo da composição para aumentar o repertório musical

Apreciar uma diversidade de estilos e sonoridades.

Permitir situação onde o aluno possa reconhecer-se como agente primordial de uma

produção coletiva.

CONTEÚDOS:

Aumente o repertorio musical.

Vivenciem nossos ritmos e estilos musicais.

Percebam o quão íntimos da música estão.

Compreendam como pode acontecer uma composição.

Sintam a música como algo que nos transforma.

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METODOLOGIA (dos encontros)

1º encontro

História da música, utilizando vídeos. Trazendo um pouco de como a música esta presente em

nossas vidas, desde muito tempo atrás. E até mesmo relacionando com períodos históricos que

já estudaram.

2º encontro

Apreciação de diversos estilos musical e composição. Roda de conversa sobre as percepções.

Que instrumentos ouviram? Que ritmos perceberam? Havia poesia? De que parte do mundo

poderia ser esta canção?

3º encontro

Apreciação de diversos estilos e composição. Roda de conversa sobre as percepções. Que

instrumentos ouviram? Que ritmos perceberam? Havia poesia? De que parte do mundo

poderia ser esta canção?

4º encontro

Entender um pouco sobre trilha sonora através de paisagens sonora. Já que paralelamente

estão criando uma historia em quadrinhos, e para que entendam e possam passar melhor a

mensagem de suas criações.

RECURSOS

Utilizando data show. Caixas de som. Papel e caneta. Trazendo um repertório de música

instrumental também. Utilizando músicas e ritmos da realidade atual.

AVALIAÇÃO

Como produto máximo, uma composição coletiva. Conversas diárias buscando

entender o nível de compreensão. Plano de curso (se for o caso). Cronograma das aulas

ministradas. Relato das Aulas (objetivos; conteúdos; metodologia; material didático;

avaliação). Incluir partituras e outros registros.

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Fotos da escola

Fonte: Fotos tiradas por Joffison da Silva no

dia 12 de abril de 2019.

Fonte: Fotos tiradas por Joffison da Silva no

dia 12 de abril de 2019.

Fonte: Fotos tiradas por Joffison da Silva no dia 12 de abril de 2019.

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Fonte: Fotos tiradas por Joffison da Silva no dia 12 de abril de 2019.