62
A Via-Láctea Explorando o Universo, dos Quarks aos Quasares: FIS2009 Rogério Riffel

A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

A Via-Láctea

Explorando o Universo, dos Quarks aos Quasares: FIS2009

Rogério Riffel

Page 2: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

Visão histórica

→ Via Láctea: Caminho esbranquiçado como Leite;

→ Galileo a Via-Láctea é composta por uma multitude de estrelas (1610).

→ Nos anos 1700 Immanuel Kant e Thomas Wrigth propuseram que a Via-Láctea deve ser um disco estelar em rotação e que o nosso Sistema Solar é apenas uma componente dentro deste disco.

→ Em 1780 William Herchel produz o primeiro mapa da Via-Láctea. Para tal ele contou estrelas em 683 regiões diferentes do céu. Premissas: i) Todas as estrelas têm a mesma magnitude absoluta ii) A densidade de estrelas no espaço é aproximadamente constante. iii) Não existe NADA entre as estrelas iv) Ele era capaz de observar os limites da distribuição de estrelas.

Page 3: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

Visão históricaMapa da Via Láctea William Herschel (1780)

Conclusão: O Sol deve estar muito próximo do centro da distribuição de estrelas e o tamanho do disco é 5 vezes maior que a altura.

Page 4: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

Visão histórica

→ Via Láctea: Caminho esbranquiçado como Leite;

→ Galileo a Via-Láctea é composta por uma multitude de estrelas (1610).

→ Nos anos 1700 Immanuel Kant e Thomas Wrigth propuseram que a Via-Láctea deve ser um disco estelar em rotação e que o nosso Sistema Solar é apenas uma componente dentro deste disco.

→ Em 1780 William Herchel produz o primeiro mapa da Via-Láctea. Para tal ele contou estrelas em 683 regiões diferentes do céu. Premissas: i) Todas as estrelas tem a mesma magnitude absoluta ii) A densidade de estrelas no espaço é aproximadamente constante. iii) Não existe NADA entre as estrelas iv) Ele era capaz de observar os limites da distribuição de estrelas.

→ Kapteyn (1915) fez medidas contando a densidade de estrelas e como essa variava. Concluiu que o Sol estava a 38 pc do ao norte do plano do centro Galáctico e a 650 pc do centro e determinou um tamanho de 20 kpc para a Galáxia.

Page 5: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

Visão histórica

→ Harlow Shapley (entre 1915 e 1919) fez a medida de estrelas variáveis W-Virgins e mediu a distância de 93 Aglomerados Globulares. Ao analisar a distribuição de distâncias do A.G., Shapley concluiu que:

i) Os aglomerados não estão distribuídos uniformemente. ii) Estão centrados na constelação de Sagittarius, estimou 15 kpc de distância de nós ao centro. iii) A distância estimada para o Aglomerado mais distante foi de 70 kpc (55 kpc além do centro). iv) Assumindo que a distribuição de aglomerados representa o tamanho da Via-Láctea ele concluiu que a VL tem 100 kpc de diâmetro (5 x maior que a proposta de Kapteyn).

Page 6: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

Visão histórica

→ Modernamente sabemos que ambos os modelos estavam errados! Kapteyn subestimou e Shapley superestimou.

Qual foi o erro deles?

Page 7: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

Visão histórica

→ Modernamente sabemos que ambos os modelos estavam errados! Kapteyn subestimou e Shapley superestimou.

Qual foi o erro deles?

R: Não consideraram o avermelhamento.

Page 8: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

Meio Interestelar: Extinção e Avermelhamento

Distância entre partículas

Page 9: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

Meio Interestelar: Extinção e Avermelhamento

● É causada pela poeira interestelar concentrada principalmente no plano da Galáxia e que também extingue e avermelha a luz das estrelas.

● A extinção interestelar é dada em magnitudes e é representada pela letra A com um subscrito indicando a banda espectral a que se refere, por exemplo, a extinção interestelar na banda B é AB e na banda V é AV .

● A extinção interestelar no visual é da ordem de 1 magnitude por kiloparsec (na Via-Láctea).

Page 10: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

Meio Interestelar: Extinção e Avermelhamento

● Devido a poeira interestelar concentrada principalmente no plano da Galáxia e que também extingue e avermelha a luz das estrelas.

Page 11: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

Meio Interestelar: Extinção e Avermelhamento

http://english.shao.cas.cn/ns/es/201503/t20150320_145542.html

Page 12: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

Exemplo “visual” da extinção

Page 13: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

Nossa visão da Galáxia no Início de 1900

Tudo antes de 1923 focava em duas perguntas

i) O que é a Via Láctea?a) inicialmente: forma, tamanho e onde está o Sol.b) qual o seu tamanho e quais os movimentos internos (se existem).

ii) O que são as grandes nebulosas?a) Primeiro – Catalogá-las e descrevê-las com os “grandes” telescópios.b) Segundo – São “grupos” estelares não resolvidos ou nebulosas gasosasc) Finalmente: Elas pertence à Via Láctea ou são externas (Universos Ilhas)

Page 14: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

Nossa visão da Galáxia no Início de 1900

Para responder essas questões, faz-se fundamental ter métodos precisos de medidas para grandes distâncias

Page 15: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

Distâncias dentro da galáxia

Para responder essas questões, faz-se fundamental ter métodos precisos de medidas para grandes distâncias

Métodos:

- Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época)

- Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos e estrelas próximas (até 500 pc);

- Paralaxe espectroscópica: Estrelas a distâncias de até 10 000 pc.

Tamanho da galáxia: ~25 000 pc (100 000 AL)Como medir distâncias maiores do que 10 000 pc?

Page 16: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

Distâncias dentro da galáxia

Para responder essas questões, faz-se fundamental ter métodos precisos de medidas para grandes distâncias

Métodos:

- Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época)

- Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos e estrelas próximas (até 500 pc);

- Paralaxe espectroscópica: Estrelas a distâncias de até 10 000 pc.

Tamanho da galáxia: ~25 000 pcComo medir distâncias maiores do que 10 000 pc?

R: Relação Período-Luminosidade de estrelas variáveis pulsantes.

Page 17: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

Distâncias dentro da galáxia: Hubble

Page 18: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

Distâncias dentro da galáxia

Imagem do artigo original de Hubble, analisando as estrelas variáveis da galáxia de Andrômeda.

Fonte: http://adsabs.harvard.edu/abs/1925CMWCI.304....1H

Page 19: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

A Via-Láctea

A evolução dos métodos para medir a distância e da tecnologia permitiu coletar melhores dados (imagens e espectros); o que nos permitiu determinar melhor as dimensões e a estrutura da Via-Láctea.

The Milky Way Galaxy.

Serge Brunier

Page 20: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

Como é a Nossa Galáxia?

Page 21: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

Forma

Via-láctea

The Milky Way Galaxy.

Serge Brunier

Outra galáxia vista de perfil (NGC 4565)

www.eso.org

ID: eso0225a

Page 22: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

A Via-Láctea é rica em Meio Interestelar

•Gás e poeira entre as estrelas•Gás :

•domina em massa•H e He dominam•Ionizado, neutro, molecular

Page 23: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

•Poeira:•Partículas minúsculas•poeira = 1% da massa do gás•Formadas principalmente de:

•Carbono•Silício•Gelo•Outros materiais (Fe, Mg, …)

•Absorve a luz visível e reemite no infravermelho

A Via-Láctea é rica em Meio Interestelar

Page 24: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

Por comparação com outras galáxias...

Andrômeda (M31) NGC 4314

Em outras galáxias: Nebulosas gasosas geralmente se encontram distribuídas em uma estrutura espiral.

É razoável supor que nossa Galáxia também tem uma estrutura espiral.

É difícil visualizar a estrutura espiral pois estamos dentro do disco galáctico, e cercados de poeira interestelar, que bloqueia a luz.

Page 25: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

Qual o tipo da nossa Galáxia?

Telescópio COBE (micro-ondas)

Mosaico

Page 26: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

Estrutura e Dimensões

https://wmap.gsfc.nasa.gov/universe/rel_milkyway.html

Page 27: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

Resposta: uma espiral, com o Sol no plano do disco

Page 28: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

Escalas da Galáxia

Page 29: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

Escalas da Galáxia

Page 30: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

Escalas da Galáxia

Concepção artística: https://www.universetoday.com/22285/facts-about-the-milky-way/

Page 31: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

Estrutura da Galáxia: Componentes

https://en.wikipedia.org/wiki/Thin_disk

Page 32: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

Halo Estelar•Formato esferoidal, envolvendo a Galáxia•Baixa densidade•Composto dominantemente por aglomerados globulares

•A população de estrelas é antiga (População II), com estrelas avermelhadas/amareladas (mais frias) dominando

Page 33: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

A massa luminosa do Halo não é muito grande (~109 Msol), 1% disso são os aglomerados e o resto estrelas de campo. Em suma, não há muita “coisa no Halo”, mas as estrelas ali contidas contém muita informação sobre a história inicial da Galáxia.

O Halo da Via-Láctea: Aglomerados Globulares e estrelas de campo

Page 34: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

Bojo

•Região central da Galáxia•Forma esferoidal•Estrelas amareladas e avermelhadas → mais frias

•A população de estrelas é

predominantemente velha (a chamada População II)

•Possui gás e poeira•Barra

Page 35: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

Disco

•Forma de um disco achatado•Exibe braços espirais•A população dominante em número é de estrelas frias (alaranjadas/avermelhadas)

•Mas possui muitas estrelas azuladas (quentes e jovens) que são tipicamente mais luminosas

•População I (mais jovem)•Aglomerados abertos

Page 36: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

Disco fino e disco espesso

Credit: Amanda Smith, IoA graphics officer

Page 37: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

Movimento das estrelas na galáxia

Page 38: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

Movimento das estrelas na galáxia

https://courses.lumenlearning.com/astronomy/chapter/stellar-populations-in-the-galaxy/

Page 39: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

Determinação da Massa e Curva de RotaçãoPara determinar a massa em galáxias espirais podemos considerar a rotação do tipo Kepleriana

Através de observações no óptico e em rádio, os astrônomos mediram o movimento do gás no disco, até distâncias além do limite “visível” da Galáxia, e determinaram, assim, a curva de rotação da Galáxia, que é a velocidade de rotação em função da distância ao centro.

Page 40: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

Determinação da Massa e Curva de Rotação

(Wikimedia Commons user Stefania.deluca)

Page 41: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

O Sol, as outras estrelas, as nebulosas gasosas, e tudo o que faz parte da galáxia, gira em torno do centro galáctico movido pela atração gravitacional da grande quantidade de matéria localizada no C.G.

A Curva de rotação da Via-Láctea

Órbitas Keplerianas: da mesma forma que os planetas giram em torno do Sol.

ObservadoTeórico

Page 42: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

A Curva de rotação da Via-Láctea

Disco em rotação

Terra em torno do Sol

http://astro.if.ufrgs.br/vialac/node5.htm

Page 43: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

A curva de rotação da Galáxia

http://astro.if.ufrgs.br/vialac/node5.htm

Page 44: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

A curva de rotação da Galáxia

- Como a matéria diminui a curva de rotação deveria cair na periferia da Galáxia.

- Mas não é isso que acontece. Pelo contrário, a curva de rotação aumenta ligeiramente para distâncias maiores, o que implica que a quantidade de massa continua a crescer.

A nossa Galáxia contém matéria não-visível? Sim, 2/3 e se estende muito além da matéria visível.

Como podemos tentar entender isso?

Page 45: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

- Quando toda a massa das componentes luminosas da Via-Láctea é combinada a massa da Galáxia é da ordem de 9 x 1010 Msol

- Este valor é um bom valor para distâncias galactocêntricas menores que R0 (distância do centro ao Sol)

- Órbitas além de R0 não são explicadas.

- Aparentemente há uma outra componente crucial que causa distorções no disco de gás HI (Warps)

- O Halo de matéria escura se distribui envelopando o halo estelar se estendendo a ~230Kpc.

- Baseado na influência gravitacional na matéria luminosa pode-se determinar a forma da distribuição de matéria escura.

O Halo da Via-Láctea: Halo de Matéria escura

Page 46: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

A forma da distribuição de matéria escura pode ser expressa como:

O Halo da Via-Láctea: Halo de Matéria escura

→ ρ0 e a são escolhido de modo a ajustar a função → Esta função se comporta como 1/r se r << a e 1/r3 se r>>a. Resulta em:MDMhalo = 5.4 x 1011Msol (r = 50 kpc)MDMhalo = 1.9 x 1012Msol (r = 230 kpc)

- 95% da massa da Galáxia é de Matéria Escura

Expressão para a distribuição da matéria escura, proposta por: Navarro–Frenk–White (NFW)

Page 47: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

O Centro Galáctico

- A densidade de estrelas no centro galáctico é extremamente alta.

- Muita poeira e gás na direção do centro.

- Extinção de cerca de 30 magnitudes.

- O Sol está localizado no plano do disco (30pc). O que faz com que praticamente toda a poeira e gás do disco fique na linha de visada.

- Devido a isso as observações do centro Galáctico só podem ser feitas em comprimentos de onda maiores que 1 micron ou em Raios-X ou Raios-Gama.

Page 48: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

O Centro Galáctico

- No inicio dos anos 80, medidas de velocidade das estrelas a partir das bandas do CO (2,3μm) revelaram que as velocidades abaixo de 2 pc não obedecem a distribuição isotermica (deveriam ter r -2.7). Ou que deve ter uma massa muito grande ocupando um volume pequeno.

- Observações mais recentes mostram que a estrela S2, muito próxima do centro Galático tem um período orbital de cerca de 15,2 anos.

Page 49: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

O Centro Galáctico- No início dos anos 80, medidas de velocidade das estrelas a partir das bandas do CO (2,3μm) revelaram que as velocidades a distâncias menores que 2 pc do centro não obedecem a distribuição isotérmica, o que indica que deve ter uma massa muito grande ocupando um volume pequeno no centro da Galáxia.- Observações mais recentes mostram que a estrela S2, muito próxima do centro Galáctico, tem um período orbital de cerca de 15,2 anos.

Page 50: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

O Centro GalácticoÓrbitas das estrelas no Centro Galáctico

Page 51: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

O Centro GalácticoMapa das estrelas do Centro Galáctico (Gillesen et all., 2009, ApJ, 707,114)

Massa

Maior erro é a incerteza na determinação de R0

Page 52: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

O Centro Galáctico: Rádio Fontes- Na década de 30 Jansky faz as primeiras observações nos comprimentos de onda rádio do centro Galáctico.

- Medidas melhores são feitas depois da Segunda Guerra Mundial (a rádio astronomia cresceu muito com a tecnologia desenvolvida para comunicação).

- Observações rádio mostram lóbulos de gás ionizado na dezena de parsecs centrais da VL.

Page 53: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

A Via Láctea sobre o ALMA: https://www.eso.org/public/images/potw1222a/

Page 54: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

O Centro Galáctico: Rádio FontesEmissão rádio (20 cm) do centro da nossa Galáxia.

Page 55: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

O Centro Galáctico: Radio FonteEmissão rádio (20 cm) do centro da nossa Galáxia.

Imagem rádio feita com o VLA do núcleo do centro Galáctico. Essa imagem ocupa cerca de 8 x o tamanho da Lua.

VLA

Page 56: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

O Centro Galáctico: Rádio FonteEmissão rádio (6 cm) do centro da nossa Galáxia revela braços espirais nucleares.

Page 57: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

O centro Galáctico: Buraco negro Supermassivo em Sgr A.

- As evidências levantadas até agora dão conta de que há uma grande massa confinada em uma região muito pequena (~2 UA). Logo tudo indica haver um buraco negro supermassivo no centro da Via-Láctea.

Sua massa e raio são dados abaixo.

A emissão oriunda da acresção de matéria por esse buraco negro supermassivo no centro da Via-Láctea deve ser detectada (mais na aula sobre AGNs)

Page 58: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

O Centro Galáctico: Rádio Fonte

Emissão em raios gama e raios X foram detectadas em 2015 usando o telescópio Fermi

Veja mais em: http://astronomy.com/news/2017/03/fermi-bubbles

Page 59: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

Observações do VLA revelaram a presença de duas nuvens de gás ionizado sendo emitidas em lados opostos de Sgr A.

O Centro Galáctico: Rádio Fonte

Page 60: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

O Centro galático: Bolhas (FERMI)

Ao lado uma ilustração do flare em Raios-X observada com o Chandra.

Page 61: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

A Galáxia é um Ambiente Dinâmico

•Movimentos: a matéria se move – órbitas, turbulência, …

•Evolução:•Gás e poeira do meio interestelar formam estrelas, planetas, cometas, etc…

•Estrelas evoluem

Page 62: A Via-Láctea Rogério Riffel - ufrgs.br · - Radar: Planetas Internos e outros objetos próximos da Terra (não disponível na época) - Paralaxe heliocêntrica: Planetas externos

O que resta saber sobre nossa Galáxia?

• Qual a natureza da matéria escura?

• Quando e como se formou a Galáxia?

• Como e a que passo o gás foi convertido em estrelas (histórico de formação estelar)

• Como o meio interestelar é transformado em estrelas?