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A Zona De Orion A Zona de Orion As antigas cidades estrelares do sudoeste americano (tradução do artigo sobre o livro homónimo de Gary A. David publicado na revista 5000 Ans d'Hystoire Mystérieuse (5000 anos de história misteriosa, revista francesa) de Março de 2010) Pela sua orientação específica, este modelo sideral e a sua projecção terrestre no deserto do Arizona encerram igualmente informações sobre os vários pontos de nascer e pôr do sol, conforme os solstícios de Verão ou Inverno. De forma surpreendente, a configuração astro-terrestre compreende também um número de constelações contíguas, por outro lado o fluxo de energia da linha LEY, a mais longa de uma série de localizações de pueblos e de geóglifos que vão do sudoeste do Colorado até a foz do rio Colorado, revela o sistema funcional de “chakras” de Orion, projectadas sobre a Terr a. Neste artigo vos damos uma visão do todo das suas principais descobertas. É um espectáculo magnífico ver Orion a subir no céu sobre o horizonte a Leste, e tomar a sua posição dominante no meridiano no Inverno. Também é surpreendente ver esta constelação se desenhar na poeira vermelha do deserto do Arizona como uma figura no céu nas aldeias Anasazi que foram construídas em meados dos século XI até ao fim do século XIII. O Céu olha em baixo para ver a sua imagem sobre a Terra; e esta última olha para o alto, o seu reflexo no céu, esta união entre o Terrestre e o Celeste. Nesta mão gigantesca dos Black Mesa do Arizona que avançam em leque desde do nordeste, em três grandes dedos rochosos atraem logo a atenção, estes são os três Mesa dos Hopi, isolados nesta paisagem desolada, mas brutalmente bela, onde há muito tempo os nossos antepassados foram conduzidos. Se nós viramos a nossa atenção sobre este “Centro do Mundo” nós vemos claramente a correlação que existe aqui com a Cintura de Orion, Mintaka é uma estrela dupla, é a primeira da tríade a

A Zona De Orion

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A Zona De Orion

A Zona de Orion

As antigas cidades estrelares do sudoeste americano

(tradução do artigo sobre o livro homónimo de Gary A. David

publicado na revista 5000 Ans d'Hystoire Mystérieuse (5000 anos

de história misteriosa, revista francesa) de Março de 2010)

Pela sua orientação específica, este modelo sideral e a sua

projecção terrestre no deserto do Arizona encerram igualmente

informações sobre os vários pontos de nascer e pôr do sol,

conforme os solstícios de Verão ou Inverno.

De forma surpreendente, a configuração astro-terrestre compreende

também um número de constelações contíguas, por outro lado o

fluxo de energia da linha LEY, a mais longa de uma série de

localizações de pueblos e de geóglifos que vão do sudoeste do

Colorado até a foz do rio Colorado, revela o sistema funcional de

“chakras” de Orion, projectadas sobre a Terra. Neste artigo vos

damos uma visão do todo das suas principais descobertas.

É um espectáculo magnífico ver Orion a subir no céu sobre o

horizonte a Leste, e tomar a sua posição dominante no meridiano

no Inverno. Também é surpreendente ver esta constelação se

desenhar na poeira vermelha do deserto do Arizona como uma

figura no céu nas aldeias Anasazi que foram construídas em

meados dos século XI até ao fim do século XIII.

O Céu olha em baixo para ver a sua imagem sobre a Terra; e esta

última olha para o alto, o seu reflexo no céu, esta união entre o

Terrestre e o Celeste.

Nesta mão gigantesca dos Black Mesa do Arizona que avançam em

leque desde do nordeste, em três grandes dedos rochosos atraem

logo a atenção, estes são os três Mesa dos Hopi, isolados nesta

paisagem desolada, mas brutalmente bela, onde há muito tempo os

nossos antepassados foram conduzidos.

Se nós viramos a nossa atenção sobre este “Centro do Mundo” nós

vemos claramente a correlação que existe aqui com a Cintura de

Orion, Mintaka é uma estrela dupla, é a primeira da tríade a

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projectar o seu olhar no horizonte oriental, quando a constelação de

Orion começa a subir. Ela corresponde a Oraibi e a Hotevilla, sobre

o terceiro Mesa (aquele que está à oeste).

A antiga aldeia representa a mais antiga comunidade habitada de

forma contínua, de todo o continente; ela foi fundada no início do

século XII; cerca de 7 milhas (11 kms) para leste, na base do

segundo Mesa (o do meio), está a aldeia de Old Shungopovi

(conhecida originalmente pelo nome de Masipa, uma palavra

aparentada àquela da divindade Masau'u).

Se diz que os primeiros Anasazi se vieram estabelecer depois que a

Bear Clan (Clã do Urso) migrou para a região por volta de 1100 a.C.

O seu correspondente celeste é Alnilam, a estrela do meio da

cintura de Orion.

A cerca de sete milhas (11 kms) mais longe para leste, sobre o

primeiro Mesa (o do leste), estão de ponta a ponta, as aldeias de

Walpi, Sichomowi e Hano (Tewa) – a primeira foi fundada em 1300

antes da nossa era e corresponde a estrela tripla Alnitak , que é a

última das três estrelas da cintura de Orion a se elevar do horizonte.

Praticamente em pleno norte de Oraibi, à uma distância de 56

milhas (aprox. 90 kms), se encontra a ruína de Betatakin, no canyon

Tsegi, embora que esteja quatro milhas (6 kms.) abaixo exista a

ruína de Keet Seel.

Situadas no conjunto do Navaho National Monument, estes dois

habitats sobre falésia foram construídos nos meados do século XIII,

o seu homólogo sideral é a estrela dupla Rigel que forma o pé

esquerdo ou o joelho da personagem de Orion (nós representamos

Orion, visto de frente), em pleno sul de Oraibi, a cerca de 56 milhas

(90 km) estão as ruínas do Homol'ovi Ruins Park, um grupo de

quatro ruínas Anasazi construídas entre os meados do século XIII e

o início do século XIV e estes representam a estrela variável

irregular Betelgeuse ou ombro direito de Orion.

Quarenta e sete milhas (75 kms.) para sudoeste de Oraibi se

encontra a ruína original dos Sinagua, no Wupatki National

Monument rodeada por outras pequenas ruínas (Sinagua é o termo

arqueológico para designar um grupo duma cultura para designar

um grupo duma cultura semelhante aos Anasazi), datam do início

do início do século XII é o equivalente no céu, a estrela Bellatrix,

uma estrela fracamente variável que forma o ombro esquerdo de

Orion.

A cerca de 50 milhas (80 kms) a noroeste de Walpi, é a

embocadura do canyon de Chelly, onde se situa outro monumento

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nacional; aqui e no extremo, no Canyon del Muerto, se encontram

um certo número de ruínas Anasazi que datam de meados do

século XI; Saiph, a estrela tripla que forma o pé direito ou o joelho

de Orion, corresponde a estas ruínas, cujas principais se chamam:

White House, Antelope House e Mummy Cave (gruta da múmia).

Ao noroeste de Wupatki/Bellatrix, a mão esquerda de Orion tem um

escudo levantado em direcção de numerosas pequenas ruínas do

Grand Canyon National Park, incluindo Tusayant , próximo de

Desert Wiew sobre o penhasco sul.

No sudoeste de Homol'ovi/Betelgeuse, a mão direita de Orion tem

uma maça por cima da sua cabeça, esta maça se atira através da

borda do Mogollon, e sob ela, as ruínas dos Hohokam, perto da

moderna cidade de Phoenix (os Hohokam formaram um grupo mais

antigo que os citados anteriormente, eles utilizaram a irrigação

como todos os métodos agrícolas em terreno seco)

Formando um triângulo com Meissa no ângulo superior e Phi-1/Phi-

2 Orionis na base, a cabeça de Orion, corresponde mais ou menos

as ruínas dos Sinagua no Walnut Canyon National Monument e

também algumas ruínas não muito longe dali.

Se representamos Orion não como um rectângulo, mas como um

polígono de sete lados, mais precisamente, um tipo de ampulheta

(evocando Cronos) ao lado dum triângulo cuja base repousa sobre

os ombros do gigante, nós vemos que as dimensões relativas do

Orion terrestre coincidem de forma desconcertante com as da figura

celeste. As distâncias aparentes entre as estrelas, tal como as

vimos na constelação (por oposição as verdadeiras distâncias em

anos-luz) e as distâncias entre estas importantes aldeias Hopi, ou

sítios de ruínas Anasazi/Sinagua, são demasiado semelhantes para

sugerir qualquer coisa que apenas o simples acaso que está aqui

em acção. Por exemplo, quatro dos vértices do polígono (A.-

Betatakin em Oraibi, B.- Oraibi em Wupatki, C. Wupatki em Walnut

Canyon de Chelly) estão directamente relacionadas, tanto que os

três vértices que restam, (D. - Walnut Canyon em Homol'ovi, E. -

Homol'ovi em Walpi e G. Canyon de Chelly sobre Betatakin) estão

ligeiramente desviados em largura em relação a constelação, cerca

de 10 milhas (16 kms) no caso de D e E e de 12 milhas (19 kms) no

caso de G (ver esquema 1)

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(Esquema 1)

Ângulo Graus Diferença

AG Terra 65,37

AG Orion 71,19 5,82

BC Terra 132,6

BC Orion 130,77 1,83

CD Terra 84,31

CD Orion 100,07 15,76

DE Terra 97,79

DE Orion 95,65 2,14

FG Terra 56,17

FG Orion 64,23 8,06

Esta variação poderia-se dever em parte as alterações possíveis

das cartas astronómicas contemporâneas em relação as cartas

geográficas, ou as más percepções antigas das dimensões da

constelação em relação ao terreno; seria dada as exigências físicas

necessárias para a construção duma aldeia como a presença de

fontes de água ou de rios, não muito distribuídos pelo deserto, mas

de qualquer maneira há aqui uma correlação surpreendente, apesar

das pequenas anomalias no modelo global.

Como disse John Grigsby na sua apresentação da relação que

existe entre os templos de Angkor no Cambodja e a constelação do

Dragão: «Se é um acaso extraordinário, então é verdadeiramente

estonteante... Há margens para o erro humano na retransmissão de

uma constelação celeste num mapa e em seguida a transcrição

deste mesmo mapa sobre um terreno difícil e sobre centenas de

km2, sem poder-se fazer verificações desde do espaço». No nosso

caso, não tratamos de templos hindo-budistas, mas sim de

numerosas “cidades estrelares” no Arizona, por vezes separadas

umas das outras por mais de 50 milhas (80 kms).

Por outro lado, o “mapa” se encontra em realidade nas tabletes de

pedra atribuídas aos Hopi, no início da sua migração; esta

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configuração geodésica foi influenciada, mesmo decidida em

específico por uma potência divina: Masau'u, deus da Terra, da

Morte e do Mundo Subterrâneo

Voltando mais uma vez ao esquema 1, nós vemos bem as

correspondências entre Orion na Terra e Orion no Céu e sem

dúvida que se trata mais do que uma simples coincidência, se usou

o programa informático Bersoft 1.0 de medição de imagens, nos

então podemos correlacionar em graus os ângulos precisos das

imagens digitais do esquema.

A correlação mais próxima que se encontra entre os ombros

esquerdo e direito (respectivamente BC e DE) do Orion terrestre e

do Orion celeste apenas com a diferença de dois graus entre os

dois pares de ângulos, e mais , os pés esquerdo e direito

(respectivamente AG e FG) estão nos limites de correspondência

reconhecível, com uma diferença de seis a oito graus; os únicos

ângulos que variam consideravelmente são aqueles que

representam a cabeça de Orion (CD), com uma diferença de mais

de 15 graus, entre o que se vê na Terra e o que se vê no

firmamento.

Mas se considerar todo o polígono, as divergências, não são assim

tão importantes para impedir uma correspondência global

verdadeiramente relacionada entre o Orion em cima e o Orion em

baixo.

Correlação dos solstícios com as aldeias

Um outro factor que rejeita o simples acaso no reflexo estrelar entre

o céu e a terra, é o posicionamento angular de Orion terrestre em

relação a longitude; na sua cosmologia, os Hopi colocam acento

nas direcções inter-cardeais (noroeste, sudoeste, sudeste e

nordeste), mais ainda que as direcções cardinais.

Os Anasazi não se podiam servir duma bússola, e num lugar dela,

contavam com os pontos do nascer e pôr do sol, bem como os dos

solstícios, estes lhes permitiam que se orientem-se; os Chefes do

Sol (tawa-mongwi, nos Hopi), faziam sempre as suas observações

do horizonte no nascer do sol, no leste à 22 de Dezembro, dia do

solstício de Inverno (azimute 120 graus), ou então do solstício de

Verão, 21 de Junho (azimute 60 graus), quando Tawa, o deus do

Sol começa a sua viagem para o Norte. Noutro ponto, eles

estudavam o por do sol, no oeste, a 21 de Junho (azimute 300

graus) até 22 de Dezembro (azimute 240 graus), quando Tawa vai a

vizinhança de Sipapuni (à leste da embocadura do pequeno rio do

Colorado), até aos montes San Francisco no sudoeste.

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Alguns dias antes e depois de cada solstício: Tawa parece parar – a

palavra solstício significa literalmente «paragem do sol» - e repousa

na sua Tawaki (casa) de Inverno ou Verão; de facto a cerimónia de

Inverno, Soyal, é executada em parte para encorajar o sol a

completar o seu caminho e voltar ao país dos Hopi, em vez de

continuar em pleno sul... para finalmente jamais desaparecer.

Os pontos-chave do solstício sobre o horizonte que designamos por

graus azimutais: 60, 120, 240 e 300 (nesta latitude apenas

especificamente), se encontram o posicionamento das cidades

celestes Anasazi; por exemplo, se nós estamos a beira do terceiro

Mesa, perto da aldeia de Oraibi, no momento do solstício de

Inverno, nós observarmos o por do sol exactamente à 240 graus

sobre o horizonte, directamente em linha com as ruínas de Wupatki,

a cerca de 50 milhas de distância (80 km).

O sol desaparece atrás do pico Humphreys, a montanha mais alta

do Arizona, onde se situa o principal lugar santo, Katsinam (também

escrito Kachinas: os seres sobrenaturais e benfeitores e trabalham

como mensageiros espirituais). Incidentalmente, se prolongar para

sudoeste esta linha entre Oraibi e os Montes San Francisco, ela

cruza um pequeno pueblo chamado a Ruína do Rei, no grande vale

de Chino, que foi uma paragem no itinerário comercial que percorre

o rio Colorado (ver esquema 2).

Se a linha é prolongada para o sudoeste, ela cruza a confluência

dos rios Bill Williams e Colorado; ao contrário do que encontramos

em Wupatki, no solstício de Verão, nós vemos o sol a nascer

directamente sobre Oraibi, por detrás do terceiro Mesa, à 60 graus

sobre o horizonte e neste mesmo dia o vimos a se por à 300 graus

onde se situa o braço esquerdo do Orion terrestre.

E mais, desde Oraibi vê-se o sol no solstício de Verão a se por à 12

graus à norte de Sipapuni, sobre o rio Colorado, «o lugar da

Aparição» dos Hopi, vindos do Terceiro para o Quarto Mundo.

Se nos colocarmos sobre o bordo do Canyon de Chelly e se

olharmos não de alto em baixo no canyon, mas para o sudoeste,

logo ao pôr do sol no solstício de Inverno, o sol sobre o horizonte

apareceria, cerca de cinco graus ao sul da aldeia de Walpi sobre o

primeiro Mesa, esta linha prolongada para o sudoeste para além do

horizonte, cruza tanto a Sunset Crater como o Pico Humphreys.

Page 7: A Zona De Orion

Esquema 2

De novo, a relação angular recíproca entre os dois sítios de pueblo

continua o mesmo: assim desde de Walpi no nascer do sol no

solstício de Verão, o qual parece subir do canyon de Chelly, à 50

milhas (80 km) de distância, uma extensão desta linha para o

nordeste à 65 graus, atingindo finalmente um ponto no Novo México

perto da Salmon Ruin e da Aztec Ruin.

Uma linha do nascer do sol do solstício de inverno (120 graus),

traçada desde de Walpi e da Wilde Ruin, atravessa o Zuni Pueblo

(onde habita uma tribo estritamente ligada aos Hopi) e vai terminar

justamente ao sul do monumento nacional de El Morro.

Ao nascer do sol do solstício de inverno sobre os bordos do canyon

Tsegi, onde se encontram as ruínas de Betatakin e de Keet Seel, se

nós olharmos para o sudeste ao longo do Mesa negro, podemos

observar o sol a nascer por detrás do canyon de Chelly e do canyon

del Muerto, ele forma um ângulo de 120 graus sobre o horizonte

directamente por detrás da Antelope House, no último canyon

conhecido.

Uma extensão desta linha até ao Novo México cruza a ruína de

Casamero, e na mesma direcção no Canyon Tsegi, no primeiro dia

de Inverno, nós vemos o nascer do sol no azimute 240º sobre o

Grande Canyon, à mais de 80 milhas (128 km) para sudoeste.

Desde Tsegi, uma linha do por do sol no solstício de Verão de 60

graus cruza o Hovenweep National Monument , no sudeste de Utah

bem conhecido pela precisão arqueo-astronómica do seu solstício e

dos seus marcadores de equinócio; também desde Tsegi, uma linha

de por de sol de 300 graus cruza o Bryce Canyon, o Parque

Nacional e o Planalto Paunsaugung, no sul do Utah, onde cerca de

150 pequenas ruínas Anasazi e Fremont foram identificadas.

Page 8: A Zona De Orion

Se nós prosseguimos a nossa viagem de 112 milhas (180 km)

praticamente em linha recta, do Canyon Tsegi até Homol'ovi, o por

do sol será à 8 graus a sul de Wupatki, que está a 50 milhas (80

km) a nordeste de onde nós estamos; esta linha (designada por H

no esquema 1) entre Homol'ovi e Wupatki passa entre as Grand

Falls, uma catarata impressionante ao longo do pequeno rio

Colorado e da cratera de Roden, um cone vulcânico que o artista

James Turrell, transformou em escultura, depois ela acaba na ruína

de Tusayan, no bordo sul do Grande Canyon.

De novo desde da aldeia correspondente dos Wupatki, o sol no

solstício de Inverno nasce mesmo ao norte de Homol'ovi, que se

encontra a 128 graus azimutais em relação ao antigo sítio; esta

linha Wupatki – Homol'ovi prolongada para o sudeste passa mesmo

ao sul da Casa Malpais, e acaba a 10 milhas (16 km) ao sul das

habitações da falésia de Gila.

Desde Homol'ovi, uma linha de nascer do sol de solstício de Inverno

(120 graus) cai sete graus ao norte da Casa Malpais e três ao norte

da ruína de Raven Site, ambas se encontram a norte da cidade de

Springerville e desde de Homol'ovi ao por do sol no solstício de

Inverno (240 graus), o sol passa directamente de leste para oeste

pelas Sunset Mountains em caminho para a a ravina Mogollon; esta

linha de Homol'ovi prossegue em frente da Chavez Ruin do século

XIV, com as suas mil habitações, sobre o Mesa Anderson (em

dialecto Hopi: Nuvakwewtaqa – mesa que tem uma cintura de

neve), e continua ao longo do Palatkwapi Trail a volta do vale

Verde, para se findar perto da ruína de Clear Creek.

Se a linha do nascer do sol (60 graus) é prolongada de Homol'ovi

até ao Novo México, ela cruza a vizinhança do Canyon Chaco, que

praticamente pode ser a jóia de todos os sítios Anasazi no

sudoeste; neste modelo astro-terrestre, Chaco corresponde a Sírius

a a estrela mais brilhante do céu, situada na constelação Cão Maior

(Canis Major).

Neste esquema, cada aldeia está ligada pelo menos a outra por um

um ponto de nascer do sol no solstício ou por um ponto de por do

sol no horizonte; esta correlação fornece uma espécie de laço entre

a aldeia em si e os habitantes das outras numerosas aldeias “irmãs”

situadas pouco mais longe.

Mais isto reforça a consciência destas localizações divinamente

ordenadas das várias cidades celestes em baixo na Terra, não

apenas Masau'u/Orion que na sua linguagem geodésica podia

conectar o que está em cima com o que está em baixo, mas o que

Page 9: A Zona De Orion

Tawa também verificou esta configuração pelas suas medidas do

sol e do comprimento da curvatura de tutskwa ou Terra sagrada.

As Linhas de Não-Solstício, o Grande Sistema dos Chakras e da

Cerimónia Hopi do Solstício de Inverno

Além dos alinhamentos do solstício, um certo número de linhas

intrigantes, não ligadas aos solstícios estão presentes, elas

permitem corroborar o modelo aqui proposto no seu todo.

Como nós vimos a expor, um prolongamento da linha de solstício

entre Oraibi e Wupatki (respectivamente, a cintura e o ombro

esquerdo do Orion terrestre) termina sobre o rio Colorado, num

ponto onde começa uma pista que vai até ao leste ao território dos

Anasazi, na mesma, se a linha de não-solstício entre Walpi e

Homol'ovi (respectivamente, a cintura e o ombro direito) é

prolongada e ela vai cruzar o pulso da constelação e vai terminar à

cinco milhas (8 km) da importante ruína de Hohokam e do

observatório astronómico de Casa Grande Ruins National Park,

perto do rio Gila à 150 milhas (241 km) a sul; mencionamos também

que a extensão da linha de solstício Walpi – Canyon de Chelly (o pé

direito de Orion) que termina no sector Salmon Aztek Ruin; Uma

extensão da linha de não-solstício Oraibi – Betatakin (pé esquerdo

de Orion) nos transportaria no sector do Glen Canyon Nation

Recreation Area, à cerca de 50 milhas (80 km) para norte.

Desgraçadamente, centenas ou mesmo milhares de pequenas

ruínas Anasazi foram submergidas pela construção da barragem de

Glen Canyon e as poucas que restam só se podem alcançar de

barco.

Um outro alinhamento de sítios antigos de pueblos forma o grande

sistema dos chakras de Orion: ele indica a direcção do fluxo de

energia espiritual, desenham uma linha ao sudoeste de

Shungopovi/Alnilam, passamos à menos der 5 milhas (8 km) ao

sudeste de Roden Crater e de Grand Falls, sítios já mencionados

acima; prolongada para sudoeste, a linha chega não muito longe de

Ridge Ruin, atravessa a aldeia de Wirona e a fronte de Orion, a

saber, o Walnut Canyon National Monument, uma ruína Sinagua

significativa dos meados do século XII sobre os contrafortes dos

montes San Francisco.

Se a linha é prolongada um pouco mais, ela cruza o país das

rochas vermelhas de Sedona conhecido pelos seus vortexes com

propriedades electromagnéticas, depois passa pela pequena mas

magnífica ruína e sítio pictográfico de Palatki ou “Red House” bem

como pelo sítio maior de Honanki ou “Bear House”.

Page 10: A Zona De Orion

No Vale Verde, o vector que fez a plenitude da energia transita

directamente pelo Tuzigoot National Monument, uma ruína Sinaqua

importante do século XIII, com cem habitações colocadas numa

colina, num ponto provável de observação de estrelas.

A linha atravessa as Black Hills do Arizona, passa pela ruína

Emiliana recentemente descoberta no Lonesome Valley, cruza a

ruína Fritzmaurice, situada sobre o bordo do Lynx Creek no Prescott

Valley, continua pela pequena ruína de Lynx Creek sobre o topo

norte das montanhas Bradshaw, depois atravessa os limites norte

do deserto de Sonoran, passa perto de geoglifos no Arizona e na

Califórnia para no fim chegar a um ponto situado mesmo ao norte

da embocadura do rio Colorado, pode ser este o lugar donde os

antigos migrantes, sobre as canoas de junco, iam do terceiro ao

quarto mundo são provenientes desta região.

Se prolongar a linha de Shungopovi na outra direcção para o

nordeste, ela passa pela pelo Mesa Negro mesmo a sudeste de

Four Corners para finalmente acabar no Mesa Verde Park onde se

encontram os sítios principais dos Anasazi no sudoeste do

Colorado.

Nesta série de aldeias, nós descobrimos onze ruínas Anasazi ou

Sinagua, maiores ou menores, assim como um pueblo Hopi

perfeitamente alinhados sobre uma distância de mais de 275 milhas

(437 km), segundo a representação de Orion terrestre, a

distribuição aleatória é muito pouco provável, isto acrescenta a

possibilidade que Masau'u (ou um outro mensageiro entendido

como divino) determinou a sua posição.

Esta “linha Ley” forma um grande sistema de chakras que faz a

ligação e serve de condutor para fazer a energia universal ou

prânica, de (prana – sânscrito para energia universal) fluir desde

dos Mesa dos Hopi até as florestas sempre verdes dos Montes San

Francisco; mais precisamente, o Walnut Canyon simboliza o

Terceiro Olho ou a glândula pineal (palavra tirada etimologicamente

do latim pinus- pinho, pinhão).

Chegados a este ponto, podemos perguntar: Porque a

representação de Orion está colocada sobre a Terra com este

ângulo específico que encontramos em relação com a longitude ? A

linha de chakras já mencionada que vai em parte de

Shungopovi/Alnilam (a cintura de Orion) até Walnut Canyon/Meissa

(a cabeça de Orion) conta 231 graus azimutais em relação a

Shungopovi; a direcção azimutal do sudoeste à 225 graus.

Page 11: A Zona De Orion

O eixo para o Orion terrestre é assim à seis graus

nordeste/sudoeste; se nós estivéssemos em Shungopovi, pouco

tempo depois da meia-noite, há vários séculos, no momento do

solstício de Inverno e se nós olhássemos para o sudoeste, nós

veríamos a estrela do meio da cintura de Orion, planar sobre o

horizonte do sudoeste a uma altitude de 38 graus; precisamente à

1:15 H de 22 de Dezembro de 1100 da nossa era, Alnilam se

encontra a 231 graus azimutais.

Dito por outras palavras, se olhando desde da estrela do meio da

cintura do Orion terrestre, em direcção da sua cabeça situada nos

contrafortes dos Montes San Francisco, onde se vê o katsinam, nós

veríamos a constelação celeste a reflectir precisamente o ângulo da

configuração terrestre.

Mas qual o significado deste momento preciso onde a estrela do

meio da cintura de Orion se encontra a 231 graus ? No mesmo

momento onde nós observamos este espectáculo sideral “uma das

mais sagradas” cerimónias dos Hopi conhecida pelo nome de Soyal

tem lugar na câmara subterrânea que se chama kiva, mesmo

quando Orion passa no seu meridiano onde se pode ver

distintamente através do orifício; é agora “que Hotomkam (a cintura

de Orion) começa a descer pelo céu”; neste momento, uma figura

possante com os pés nus desce a escala do kiva, a personagem

está pintada com as pontas brancas que lembra as estrelas, sobre

os seus braços, pés, peito e costas; ele transporta um gancho sobre

o qual está uma espiga de grão negro, o milho de Masau'u,

representa o céu.

Uma crónica o identifica como Muy'ingwa, deusa da germinação

ligada a Masau'u, uma outra o chama “o homem estrelar”

aparentemente porque a sua roupa feita de quatro folhas de milho

branco representa uma estrela de quatro pontas, pode ser

Aldebaran na constelação de Touro.

Esta pessoa pega num aro coberto de pele de camurça e começa a

dançar, o seu “escudo de sol” está debruado de crina de cavalo e

atravessada por uma dúzia de penas de águia, a sua metade

inferior está pintada de azul, o seu quarto de círculo direito superior

está pintado de vermelho, e o seu quarto superior esquerdo está

pintado de amarelo.

Duas linhas negras para os olhos e um pequeno triângulo em baixo

para a boca estão desenhados sobre a metade inferior desta

imagem apreendida de Tawa, Alexandre Stéphane que foi

testemunha deste ritual em Walpi em 1891, notou que o sacerdote

Page 12: A Zona De Orion

estrelar bate com as mãos sobre o sipapu (o buraco no chão do

kiva que comunica com o Mundo em Baixo); é o sinal para começar

a parte mais importante da cerimónia.

Ela se passa mesmo depois da 1:00 h, no momento quando em

1100 da nossa era (quando os Hopi começaram a povoar os Mesa),

Orion se encontrava no azimute 231 graus.

Quando o ritmo da dança vai crescendo, o “homem estrelar” roda o

arco do sol muito depressa no sentido dos ponteiros do relógio a

volta dos pontos inter-cardeais, entre duas linhas de cantores: uma

a norte e outra a sul. Para citar A. M. Stephen, no meio destas

“oscilações loucas”, o homem tenta fazer o sol voltar para trás na

sua viagem para o sul.

“Todas estas danças, canções e rotações do sol são previstas pelas

posições mutáveis de três estrelas, Hotomkam, em cabeça; é este

que mantém tudo a funcionar antes do sol subir e de começar e o

seu périplo.”

Se isto era apenas um ritual solar, suponhamos que teria lugar ao

nascer do sol, mas ao contrário, a posição astral de Orion deveria

reflectir o local terrestre da constelação, que não estaria no lugar

antes que a primeira passaria no seu meridiano, é como dizer …

quando Hotomkam começaria a se levantar no céu.

Antes do nascer do sol, corredores-mensageiros são enviados para

os lugares santos, tanto aqueles que são de Masau'u (Orion) como

os de Tawa (Sol), afim de depositar pahos (plumas de pedra)

transportando oferendas aos dois deuses cuja interacção complexa

ajuda a assegurar o retorno cíclico das estações. É isto que faz o

mundo se manter em equilíbrio de um ano para o outro também.

Paralelos Egípcios Com o Orion do Arizona

No seu best-seller «The Orion Mystery» (O mistério de Orion),

Robert Bauval e Adrian Gilbert propuseram aquilo que se chama a

Star Correlation Theory (Teoria de Correlação Estrelar). Os co-

autores descobriram “o plano basal unificado” antigo, no qual as

pirâmides de Gizé representam a imagem da cintura de Orion.

Segundo a sua concepção, aqui descrita de forma breve, a Grande

Pirâmide (Kheops, em grego ou Khufu, em egípcio) representa

Mintaka, a pirâmide central (Khephren, em grego ou Khafre, em

egípcio) representa Alinlam e a pirâmide mais pequena (Mykérinos,

em grego ou Menkaure em egípcio) representa Alintak.

Em outro caso, duas pirâmides em ruínas – uma em Abu Ruwash

ao norte, e a outra em Zawyat Al Aryan ao Sul – correspondem

Page 13: A Zona De Orion

respectivamente a Saiph e a Bellatrix, tanto que três pirâmides em

Abusir, mais longe, a sul, correspondem a cabeça de Orion.

Bauval e Gilbert descobriram “o plano basal unificado” antigo, no

qual as pirâmides de Gizé representam a figura da cintura de Orion.

Bauval e Gilbert pensam também que as pirâmides de Dashour, a

saber a Pirâmide Vermelha e a Pirâmide de Degraus, representam

respectivamente Aldebaran e a estrela Epsilon de Touro, por outro

lado, estes esquema faz corresponder Leptópolis, a oeste de

Heliópolis para além do Nilo com Sírius, a estrela mais brilhante do

céu.

Como o co-autor Gilbert expõe no seu último livro: “Bauval afirmou

que a parte da Via Láctea que mais interessava aos Egípcios era a

região que iria da estrela Sírius até Touro, passando pela

constelação de Orion. Esta região do céu parece corresponder, pelo

menos, no espírito dos Egípcios à região da necrópole de Mênfis

(Memphis), é dizer à zona dos cemitérios do Antigo Império, ao

longo da margem ocidental do Nilo, de Dashur à Gizé, até Abu

Ruwash. No centro deste sector se encontra Gizé; Bauval

determinou que era o equivalente terrestre de Rostau, a porta para

o Tuat (nome das 12 regiões do Reino dos Mortos) ou o mundo

subterrâneo.”

O lugar que corresponde na cosmologia Hopi ao Tuat se chama

Tuuwanasav (literalmente: “O Centro da Terra”), está localizado nos

três Mesa do Hopi. De maneira semelhante ao dualismo céu/terra

das três grandes estruturas da necrópole de Gizé, estas

«pirâmides» naturais são o reflexo preciso das estrelas da cintura

de Orion, além disso a entrada para os reinos inferiores é conhecida

nos Hopi como sendo o Sipapuni, no Grand Canyon.

Page 14: A Zona De Orion

Este lugar culturalmente sacrossanto tem o seu equivalente no

braço esquerdo de Orion, tanto que o Rostau egípcio está à medida

do axis mundi (eixo do mundo, em latim) das estrelas da cintura

representadas pelas três pirâmides, a entrada Hopi é adjacente ao

Centro do Mundo, mas o restante de boa parte do tempo está

fechada, o que faz pensar no seu carácter arquetípico.

Num livro posterior «The Message of the Sphynx» (A mensagem da

Esfinge), Robert Bauval e o co-autor Graham Hancock descreve a

viagem cósmica de Horus-rei, ou o filho do Sol, para o Mundo

Subterrâneo: «Ele é mantido na Porta de Rostau, e ao ponto de

penetrar na Quinta Divisão (Hora) do Duat – O Santo-dos-Santos do

reino de outra-tomba de Osíris.

E mais ele é representado ao mesmo tempo que a escolha de “duas

vias” ou “caminhos” para chegar ao Rostau: um pela “terra” e outro

pela “agua”».

Nós fomos banhados por uma riqueza de textos de hieroglíficos

egípcios tanto em pedra como em papiro graças aos quais a

reconstruir a cosmologia egípcia.

A menos que nós não consideremos os peteroglifos como uma

forma de comunicação escrita, mas sim como “arte” sobre a pedra,

os Hopi e os seus antepassados não tinham língua escrita, e

devemos a satisfação das suas tradições orais porque foram

recentemente transcritas. Sobre o tawa-mongwi (“observador do

sol”) em Oraibi, Don Talayesva descreveu um interessante paralelo

com o Rostau.

Quando era um jovem homem e seguia as aulas para índios da

Escola Sherman, em Riverside – Califórnia, Talayesva adoeceu

fatalmente e, segundo a verdadeira maneira xamânica, fez uma

viagem ao mundo dos espíritos. Depois de uma longa prova e

bastantes visões bizarras do tipo alucinogéna, ele chegou ao topo

do alto Mesa para fazer uma pausa e olhar.

«Diante mim, haviam dois caminhos que iam para oeste e

passavam por um vale estreito entre as montanhas. À direita, o

caminho era estreito e duro com cactos e com serpentes enroladas

sobre elas mesmas, retardando a progressão muito lenta e

dolorosa. À esquerda o caminho era excelente, liso, sem ninguém

em vista, desde que cada um o possa percorrer a toda velocidade.

Eu escolhi este caminho e passei por várias ruínas e casas

abandonadas antes de chegar a montanha. Depois entrei num vale

estreito para voltar a sair na outra ponta; pouco depois cheguei a

Page 15: A Zona De Orion

um grande canyon onde parecia que a minha viagem acabar; e eu

estava no bordo, me questionando o que deveria fazer.

Olhando para as profundezas do canyon vi qualquer cosa que

brilhava como um fio de prata ao fundo, e eu pensei que fosse o

pequeno rio Colorado; sobre os flancos do canyon estavam as

casas dos nossos antepassados com o fumo das chaminés

subindo, e com pessoas que estavam sentadas sobre os telhados.»

Neste relato, o caminho seco, estreito, cheio de cactos e de

cascavéis, onde a progressão não é assegurado mais do que a um

passo por ano, em contraste com o caminho fácil, largo; segue

rapidamente ao canyon do pequeno rio Colorado. À algumas milhas

à leste da confluência do pequeno rio com o grande rio Colorado se

encontra o local real da «Praça da Aparição» dos Hopi quando eles

vinham do Terceiro Mundo para irem para o Quarto Mundo actual.

Fisicamente, é um grande domo no Grand Canyon através do qual

são organizadas peregrinações para se recolher o sal ritual.

Em termos de correlação, a Via Láctea é conceptualizada como o

“caminho aquoso”do pequeno rio Colorado no fundo do Grand

Canyon – fonte sagrada pela qual os Espíritos da Morte voltavam

para existirem num universo paralelo ao mundo do pueblo que

conheceram uma outra vez. Vê-se alternativamente este caminho

estrelar atravessando os Montes San Francisco, sobre o pico dos

quais se encontra o mítico kiva do Mundo Subterrâneo.

A Grande Pirâmide (Kheops) representaria Mintaka, a pirâmide do

meio (Khephren) Alnilam e a menor das pirâmides (Mykérinos)

Alintak

Page 16: A Zona De Orion

A crónica de Talayesva incluía também imagens tradicionais “de um

outro mundo”, como o “Lugar do Julgamento”, no Monte Beautiful,

de onde se desce uma grande escada vermelha, até a visão

alcança, (este pico se encontra à cerca de 8 milhas ou 12 km para

oeste de Oraibi); por outro lado entendemos falar de uma

confrontação com o Senhor da Morte, no caso de uma versão

ameaçadora de Masau'u (o equivalente Hopi de Osíris) que vai em

caça.

Como a viagem egípcia para o Tuat, a viagem Hopi para o Maski

(literalmente, a casa da morte) compreende dois caminhos: um por

terra outro por água e neste contexto, nós devemos decidir destes

últimos qual é a via de acesso para o Céu.

Nesta contradição da teoria da correlação astral-terrestre, estes

espíritos sobem na realidade pelo rio celeste da Via Láctea ? É este

então o objectivo do grande esquema de Orion ? Desenhar sobre a

Terra um mapa que indica a direcção das estrelas ?

Se regressamos ao assunto de Orion projectado na superfície dos

desertos, tanto no Egipto como no Arizona, encontramos tanto

contradições como paralelos. Em termos de diferenças, o plano

egípcio está a uma escala muito mais pequena que o das cidades

estrelares dos Arizona, que em vez de utilizarem dezenas de

kilómetros usam centenas de milhas. E por outro lado as estrelas

brilhadas Betelgeuse e Rigel não estão, de forma embaraçosa,

integradas no esquema egípcio.

Além disso, o Orion terrestre de Gizé está de cabeça para os pés

orientado do sudeste para o noroeste, tanto que o Orion do Arizona

está orientado do sudoeste para o nordeste; bem que as pirâmides

estão a oeste do Nilo tanto que os Mesa dos Hopi estão a leste do

«Nilo» do Arizona , a saber o rio Colorado.

Devemos também fazer notar que Abusir não está na posição

correcta para corresponder a cabeça de Orion no esquema da

constelação. Bauval e Gilbert escrevem que Abusir está...«à um

kilómetro e qualquer coisa a sudeste de Zawyat al-Aryan...», que é

Bellatrix (o ombro esquerdo de Orion), este está de facto à seis km

para sudeste ou dito por outras palavras, Abusir está à quase 4

milhas (6 km) para su-sudeste de onde deveria estar segundo a

Teoria da Correlação de Estrelas.

Ao contrário de Gilbert e Hancock, o autor do presente artigo não

viajou para o Egipto, mas a consulta de uma qualquer carta de

constelações permite verificar estas constelações.

Page 17: A Zona De Orion

Apesar de quaisquer diferenças, a orientação de base do Orion

egípcio é semelhante a orientação do Orion no Arizona, se diz em

pleno sul, o inverso do Orion celeste. Para o doutor E.C. Krupp do

Observatório de Griffith, este é um dos factores que anula a Teoria

da Correlação da Orion.

Esta crítica, no entanto, é o resultado dum preconceito cultural

específico, à saber que um observador observe uma carta que

coloque o norte em cima e o sul em baixo. Imagine que está no

lugar do observador no cimo da Grande Pirâmide (ou neste caso,

sobre o pico sul do Primeiro Mesa), olhando para o sul, mesmo

depois da meia-noite, no momento do solstício de Inverno, as outras

duas pirâmides (ou Mesa) se perfilam para o sudoeste segundo um

esquema que reflecte a cintura de Orion quando culmina a sul.

Se atribui ao deus egípcio Thot (Hermes Trismegisto) a máxima “O

que aqui está em cima é como está aqui em baixo”

As ruínas hopi no Arizona bem como que certos vestígios egípcios

nos incitam a meditar nesta reflexão

Podemos também imaginar se a parte superior do Orion terrestre

estaria simplesmente levantado de forma perpendicular em relação

ao plano aparente da Terra, tanto que os pés estão na mesma

posição (Abu Ruwash e um local indeterminado no caso egípcio, o

canyon de Chelly e Betatakin no caso do Arizona), então esta

imagem reflecte perfeitamente a imagem de Orion tal como a

vemos do céu.

Page 18: A Zona De Orion

Quando os Anasazi olhavam os céus, eles não viam uma extensão

do mundo físico como nós o entendemos hoje em dia, mas no seu

lugar, uma manifestação dos espíritos; tal como o Tuat dos

egípcios, o Mundo Subterrâneo dos Hopi tanto engloba os céus

como a região sob a superfície da Terra. Este facto é válido pela

existência dupla de espíritos ancestrais que vivem no reino

subterrâneo, mas retornam periodicamente as suas aldeias

terrestres, como as nuvens que trazem a bênção da chuva.

Bem que os domínios do leste e do oeste governados por Tawa

continuam constantes, e as direcções polares de norte e sul

controladas pelos Gémeos da Guerra, o mais velho e o mais novo

(os Filhos do Sol) estão invertidos e assim a mão direita tem a maça

está situada à leste e a mão esquerda que tem o escudo está

situada à oeste como no esquema estrelar, no entanto a cabeça

está dirigida grosseiramente para o sul em vez de estar para o

norte.

Esta inversão é de todo compatível com a cosmologia Hopi, porque

a configuração terrestre está concebida como uma inversão do

mundo dos espíritos do qual o céu constitui outra dimensão, uma

explicação suplementar da mudança de direcção é a possibilidade

que a mudança de pólos que destruiu o Segundo Mundo dos Hopi

tenha modificado completamente a posição da constelação e o seu

aspecto quando vista da Terra.

Tudo como o Tuat dos Egípcios, o Mundo Subterrâneo dos Hopi

engloba tanto os Céus como a Região abaixo da superfície da Terra

Page 19: A Zona De Orion

Levantando os olhos para Orion numa bela noite de Inverno, nós

podemos pensar que são as nossas perspectivas que mudaram,

suspensos no céu, nós olhamos na direcção do sudoeste, para os

picos sagrados de katsina, e a cabeça do Masau'u celeste se

espalha através das florestas sempre verdes da Via Láctea.

Ironicamente é aqui no belo meio do deserto do Arizona que nós

tomamos intuitivamente consciência da verdade da máxima

hermética atribuída ao deus egípcio Thor (Hermes Trismegisto): «O

que aqui está em cima, é como está aqui em baixo.»